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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL MARIA DEUZA DE LUCENA CAICÒ-RN 2016

IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL · A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

MARIA DEUZA DE LUCENA

CAICÒ-RN

2016

MARIA DEUZA DE LUCENA

IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da professora Dra. Tânia Cristina Meira Garcia.

CAICÒ-RN

2016

UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Catalogação da Publicação na Fonte

Lucena, Maria Deuza de.

Importância do lúdico na educação infantil / Maria Deuza de Lucena. - Caicó, RN, 2016.

24 f.: il.

Orientador: Prof. Dra. Tânia Cristina Meira Garcia.

Artigo Científico (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

Educação. Curso de Pedagogia à Distância.

1. Educação infantil – Ludicidade - Artigo Científico. 2. Crianças – Socialização - Artigo

Científico. 3. Crianças - Desenvolvimento e Aprendizagem - Artigo Científico. 4. Educação

lúdica - Artigo Científico. I. Garcia, Tânia Cristina Meira. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 37-053.2

IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por

MARIA DEUZA DE LUCENA

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________ Dra. Tânia Cristina Meira Garcia (Orientadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________ Dra. Christianne Medeiros Cavalcante (Examinadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________ Ms. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho (Examinador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Maria Deuza de Lucena UFRN

[email protected]

RESUMO

Este artigo objetiva analisar a importância do lúdico no processo de desenvolvimento cognitivo e na socialização das crianças na educação infantil. A ludicidade, tida como uma ferramenta essencial no processo de aprendizagem torna-se uma estratégia didática que favorece a construção do conhecimento do indivíduo, o desenvolvimento da linguagem, à criatividade, a motricidade, o raciocínio lógico e psicossocial da criança. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e documental, fundamentada em VYGOTSKY (1984), RCNEI (1998), FRIEDMANN (2012), COLL; PALACIOS; MARCHESI (1995). O estudo revela benefícios das práticas lúdicas no processo de ensino aprendizagem das crianças, e que os educadores necessitam participar com mais frequência de capacitações nesta área para melhorar sua prática e sua formação profissional para desenvolver uma educação de qualidade. Palavras-Chaves: Lúdico, Socialização, Desenvolvimento e Aprendizagem.

ABSTRACT

This article aims to analyze the importance of the play in the process of cognitive development and socialization of children in early childhood education. The playfulness, seen as an essential tool in the learning process becomes a teaching strategy that favors the construction of the individual's knowledge, language development, creativity, motor skills, logical reasoning and psychosocial child. The methodology used was bibliographical and documentary research, based on VYGOTSKY (1984), RCNEI (1998), FRIEDMANN (2012), COLL; PALACIOS; MARCHESI (1995). The study reveals benefits of recreational practices in the teaching learning process of children, and educators need to participate more often in training in this area to improve their practice and professional training to develop quality education. Keywords: Playfulness, Socialization, Development and Learning.

INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade observa-se a prática da inserção da ludicidade

no cotidiano escolar com o objetivo de favorecer o desenvolvimento infantil. O

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presente trabalho que tem como finalidade analisar e discutir qual a

importância da utilização do lúdico no processo de desenvolvimento e

socialização das crianças da educação infantil, bem como descobrir quais são

as vantagens de se utilizar atividades lúdicas nas práticas pedagógicas, como

recurso metodológico inseridos no processo de ensino-aprendizagem,

favorecendo a interação, socialização e desenvolvimento cognitivo das

crianças.

Compreendendo que a Educação Infantil constitui-se em um espaço de

aprendizagem propício ao desenvolvimento de habilidades psicomotoras,

sociais, afetivas e intelectuais da criança, e que as atividades realizadas no

ambiente educacional, ampliam esses conhecimentos infantis, percebe-se que

as mesmas são bastante significativas para suas vidas, pois, favorecem o

processo de desenvolvimento e aprendizagem no tocante à linguagem,

socialização, conhecimento de mundo, forma de expressão, aquisição de

novos saberes e valores adquiridos através das brincadeiras e jogos

educativos presentes no cotidiano da sala de aula.

As práticas pedagógicas associadas à ludicidade proporcionam a

criança aprendizagens sobre regras e limites essenciais em suas vidas desde o

nascimento, os quais passam a serem incorporados em sua vida familiar,

escolar e social.

Na educação infantil, as práticas pedagógicas vinculadas ao lúdico

(jogos, brinquedos, brincadeiras, musicas, danças, etc.), são inseridas na

proposta curricular com o propósito de promover a aprendizagem das crianças,

desenvolver o raciocínio lógico, a inteligência, a atenção, a coordenação

motora, entre outras habilidades.

Para atingir esse propósito o ambiente educativo na educação infantil

deve ser um espaço agradável, alegre e propício ao desenvolvimento cognitivo,

à formação da identidade e desenvolvimento da autonomia do educando,

favorecendo a aquisição dos conhecimentos e a interação social. Nessa

perspectiva, Falcão (2002), destaca que:

As atividades lúdicas fazem com que a criança aprenda com prazer, alegria, sendo relevante ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção única de passatempo e diversão. A educação lúdica é uma ação inerente na criança e

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aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se define na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo. É de suma importância à utilização do brincar e dos jogos no processo pedagógico, pois os conteúdos podem ser trabalhados por intermédio de atividades lúdicas contribuindo, dessa forma, para o crescimento global da criança. Jogos e brincadeiras contribuem para o desenvolvimento motor, emocional e cognitivo da criança. É brincando com o mundo que ela aprende sobre ele e desenvolve a imaginação, a criatividade e a atenção. O brincar se torna cada vez mais importante na construção do conhecimento, oportunizando o prazer enquanto incorpora as informações e transforma as situações da vida real.

Nessa percepção, fica evidente a relevância das brincadeiras e dos

jogos no processo de aprendizagem das crianças, por propiciar o aprendizado

mais prazeroso, criativo e espontâneo.

Para realização deste trabalho foi utilizada como fundamentação teórica

a pesquisa bibliográfica fundamentada em autores como: Vygotsky (1984),

Sommerhalder, Aline (2011), Siaulys (2006), RCNEI (1998), DCNEI (2010),

LDB-(9394/96), Friedmann (2012), Coll; Palacios; Marchesi (1995), Coll;

Palacios; Marchesi (2004), Oliveira (1997), Macedo; Petty; Passos (2005),

entre outros, bem como uma análise dos documentos de diagnósticos das

condições de aprendizagem das dez (10) crianças matriculadas nos níveis II,

III, IV e V da Instituição de Educação Infantil Reino do Saber.

Os estudos abordam de forma positiva o uso de atividades lúdicas no

contexto educacional, destacando-as como importante estímulo no processo de

desenvolvimento das crianças em suas habilidades (intelectuais, cognitivas,

físicas, afetivas, sociais, motoras, etc.). Nesse contexto tentando alcançar o

objetivo definido pela nossa pesquisa sobre a importância do lúdico na

educação infantil, o presente trabalho foi dividido em quatro seções:

1. Na primeira seção, apresentamos uma breve discussão sobre a

concepção de criança/infância;

2. Na segunda seção, discorremos sobre a ludicidade e o processo de

desenvolvimento da criança;

3. A seguir apresentamos aspectos referentes ao processo de

socialização da criança atrelado a ludicidade

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4. E na última seção fazemos uma abordagem sobre a ludicidade na

prática docente.

Na finalização do trabalho, apresentamos nossas conclusões sobre o

tema, a partir de estudos e pesquisa efetivada durante os momentos em que

estivemos debruçados sobre os diversos instrumentos e recursos que puderam

nos auxiliar para que este trabalho fosse realizado e os resultados

encontrados.

CONCEPÇÃO DE CRIANÇA/INFÂNCIA

A concepção de infância foi se constituindo e se transformando ao longo

da história da humanidade, conforme a evolução dos aspectos sociais,

culturais, políticos e educacionais em que cada tempo histórico é vivenciado.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1998), existem diversas maneiras de se considerá-las. Dependendo da

condição social, muitas vezes a criança não tem infância, é considerada como

um adulto em miniatura, sendo, desde cedo, submetida a precárias condições

de vida e ao abuso e exploração do trabalho infantil pelos adultos, enquanto

outras crianças vivem o período da infância protegidas pela família e pela

sociedade de qualquer forma de exploração, recebendo todos os cuidados

indispensáveis para seu desenvolvimento.

Sendo considerada a primeira fase da vida, a infância é uma etapa

importante para o desenvolvimento da criança que é um sujeito de direitos

garantidos nas leis que regem o país tais como; a Constituição Federal (1988),

o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a LDB (Lei- 9394/96), entre

outras.

Hoje, ela participa do seu próprio processo de formação e

desenvolvimento cognitivo, afetivo, intelectual, social, cultural, motor,

linguístico, através das interações sociais com adultos e com outras crianças,

nas relações com a família e a sociedade.

As crianças necessitam receber uma educação de qualidade que

favoreça a sua formação cidadã como está definido no Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil (1998). Desde o nascimento a criança é

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marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas é na família que ela

deve se fundamentar como evidencia o RCNEI (1998, p. 21):

A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também deixa sua marca em tal meio. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais.

A interação social em diferentes situações de aprendizagem é um

excelente recurso didático utilizado pelo professor para favorecer o

desenvolvimento da aprendizagem das crianças. Por isso, é importante que o

docente proporcione situações educativas, que favoreça a interação social

entre as crianças, oportunizando o diálogo e a troca de saberes entre elas,

tornando a sala de aula um ambiente acolhedor que propicia a confiança e

autoestima das crianças. Conforme Vygotsky (1984, p. 27), “é na interação com

as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o educando aprende

a agir numa esfera cognitiva”.

Nesse sentido, é importante destacar que é nas interações sociais e nas

brincadeiras que as crianças desenvolvem seus potenciais, habilidades e

competências cognitivas.

A LUDICIDADE E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9.394/96) em

seu art. 29 define que:

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº12.796, de 2013).

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010,

pp.7-17), consta que:

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O atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. Ainda de acordo com a abordagem das DCNEI (2010), a criança é considerada como Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e praticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Sendo assim, as propostas pedagógicas das instituições infantis,

precisam incluir a ludicidade em suas práticas educativas com intervenções

metodológicas, que promovam a igualdade de oportunidades educacionais

entre as crianças de diferentes classes sociais, estabelecendo novas formas de

sociabilidade e aprendizagem, comprometidas com a qualidade da educação.

A educação infantil tem como finalidade favorecer o processo evolutivo

da criança pautada no binômio cuidar e educar, nessa perspectiva, cuidar do

bem-estar das crianças é fundamental, por isso, o educador deve manter uma

relação com seus alunos permeada de carinho e afeto, para que elas se

cresçam física e emocionalmente de maneira segura e saudável.

Esse cuidado e carinho aliado a práticas educativas voltadas para a

formação e construção dos conhecimentos das crianças, só tem a beneficiá-

las, favorecendo a interação social e aprendizagem, estimulando-as a aprender

utilizando recursos pedagógicos e lúdicos, adequados e compatíveis ao seu

nível de desenvolvimento e às suas necessidades, por meio dos quais,

aprimoram seus saberes de forma interativa e participativa, sendo fundamental

para o seu progresso cognitivo e intelectual e para a constituição de sua

autonomia, exercício de cidadania e formação da identidade.

Compreendendo que a educação infantil constitui-se como um ambiente

propício de aprendizagem que tem como objetivo proporcionar o

desenvolvimento integral das crianças, e que a ludicidade pode tornar-se uma

ferramenta essencial no processo ensino aprendizagem, uma vez que favorece

o desenvolvimento cognitivo, social, físico, afetivo e motor do indivíduo,

tornando o processo ensino aprendizagem mais atrativo e eficaz nessa etapa

da educação básica. Torna-se interessante que o docente integre em sua

proposta pedagógica, atividades envolvendo brincadeiras, movimentos, jogos,

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faz de conta, literatura infantil, danças, músicas, etc. que proporcionem as

crianças diversas maneiras de desenvolver seu cognitivo, a capacidade de

pensar, criar e formular ideias, conceitos, interagir com o outro, aprendendo

diferentes linguagens, descobrindo e compartilhando saberes através da

socialização. Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares para a Educação

Infantil (2010, p. 18), dispõem que:

A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à convivência e a interação com outras crianças.

Assim, o educador deve desenvolver sua prática pedagógica mediadora

de aprendizagem, de forma consciente quanto aos direitos das crianças a uma

educação de qualidade, que favoreça o seu desenvolvimento global.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010)

recomendam que a proposta pedagógica ou Projeto Político Pedagógico que

orienta as ações da instituição, cumpra plenamente sua função sociopolítica e

pedagógica, oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam

seus direitos civis, humanos e sociais, como também, assuma a

responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidados das

crianças com a família, construindo novas formas de sociabilidade e de

subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, a

sustentabilidade do planeta. E tenham como eixos norteadores as interações e

brincadeiras, compreendendo a importância da utilização do lúdico nas práticas

curriculares da educação infantil, como forma de estimular a criança a aprender

de maneira atrativa e prazerosa, promovendo a interação e ajudando-as a

desenvolverem suas habilidades motoras, cognitivas, afetivas, linguísticas,

éticas, morais e socioculturais, propiciando, ainda, o processo de socialização

e desenvolvimento da criança, favorecendo a construção de sua identidade e

autonomia.

De acordo com o dicionário informal, a ludicidade é conceituada como

uma forma de desenvolver a criatividade e os conhecimentos através de jogos,

música e dança, com o intuito de educar e ensinar de forma divertida e

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interativa. Também podemos considerá-la uma importante estratégia que o

docente utiliza em sala de aula, para favorecer a interação, socialização

aprendizagem e desenvolvimento das crianças. De acordo com Piaget (1971),

O desenvolvimento da criança acontece por meio do lúdico, pois, por meio deste universo a criança se satisfaz, realiza seus desejos e explora o mundo ao seu redor, tornando importante proporcionar às crianças atividades que promovam e estimulem seu desenvolvimento global, considerando os aspectos da linguagem, do cognitivo, afetivo, social e motor.

Deste modo, com evidencia Piaget, o lúdico pode tornar-se uma

ferramenta essencial no processo de aprendizagem e desenvolvimento da

criança.

Na instituição de educação infantil analisada, a avaliação da

aprendizagem e desenvolvimento das crianças, é realizada através de

observações, registros, diagnósticos e portfólios das atividades realizadas com

as crianças no ambiente educacional. Esta análise teve como norte orientador

dez (10) diagnósticos das crianças de 02 a 05 anos de idade dos níveis II, III,

IV e V, produzido pelas professoras do Centro de Educação Infantil “Reino do

Saber” no ano de 2015.

Após a leitura dos diagnósticos descritivos individuais das crianças,

constatou-se que o processo de desenvolvimento das mesmas, acontece com

práticas pedagógicas baseadas nas situações de aprendizagem, desenvolvidas

de maneira coletiva ou individual. Para estimular a construção de

conhecimentos e habilidades adequados à faixa etária, as crianças precisam

vivenciar cotidianamente situações lúdicas de brincadeiras e interações com

pessoas e com o meio através de atividades significativas que favoreçam um

bom desempenho nos âmbitos e eixos de Formação Pessoal (construção do

sujeito - Identidade e Autonomia) e Social e Conhecimento de Mundo

(construção das diferentes linguagens e relações com os objetos de

conhecimento – Movimento, Artes visuais, Música, Linguagem oral e escrita,

Natureza e sociedade, Matemática; são valores e conhecimentos adquiridos e

importantes na infância, práticas estas contempladas nos atuais documentos

que regem a educação infantil (LDB Lei 9394/96), RCNEI (1998), DCNEI

(2010), entre outros.

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No Nível II verificamos que as crianças aprendem através do processo

de socialização em diferentes situações lúdicas do dia a dia, através de

brinquedos, brincadeiras de roda, músicas, danças, jogos de montar,

dramatizações, etc.. Nas atividades individuais e coletivas demonstram sempre

um comportamento de solidariedade e bom relacionamento com colegas e

professores. Nesse nível de ensino o lúdico é um fator importante na

aprendizagem, principalmente no processo de adaptação, por favorecer a

comunicação, socialização e desenvolvimento das crianças.

No nível III as crianças dão continuidade ao seu processo de

aprendizagem, (com a introdução de atividades que vão além das práticas

lúdicas), utilizando lápis e papel, iniciando a escrita com desenhos e pinturas

na fase dos rabiscos ou garatujas com formas ou não, de acordo com a

prontidão e as habilidades individuais de cada um. A ludicidade é fundamental

nesse nível por estimular o processo cognitivo das crianças no tocante à

memória, atenção, percepção e descobertas do mundo ao seu redor.

Já no nível IV as crianças avançam no processo de aprendizagem,

especialmente nos Eixos linguagem oral e escrita e matemática reconhecendo

várias letras do alfabeto, juntando e formando pequenas palavras através de

jogos e brincadeiras vivenciados de maneira individual e coletiva; recitando

uma sequência numérica de 0 a 20 com algumas noções de quantidades,

utilizando material prático com manipulação de jogos e situações reais de

aprendizagem. Nos outros eixos como Natureza e Sociedade, tem noção de

família, reconhecem partes do corpo humano e tem noção de higiene pessoal,

alimentação e meio ambiente. O lúdico proporciona experiências importantes

no desenvolvimento da criança, que aprende a se expressar, aprimorando seus

conhecimentos e construindo sua identidade.

No Nível V é dada continuidade ao processo de desenvolvimento e

aprendizagem das crianças, relacionado à leitura e escrita de palavras simples

de duas sílabas, usando a letra cursiva. Utilizam a sequência numérica até 50 e

apresentam noções de lateralidade. No tocante ao lúdico são desenvolvidas

brincadeiras de faz de conta, contação e reprodução de estórias com riqueza

de detalhes; em arte, manejam com habilidade material artístico através de

desenhos, pinturas com tinta guache, recorte e colagem de figuras. Memorizam

canções e versos, participam de rodas de conversa, memorização de canções

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entre outras. Também são contemplados conhecimentos através de projetos

com temas de interesse das próprias crianças e da cultura local como festejos

juninos, carnaval, folclore e outros. Nesse nível de ensino, as atividades lúdicas

são importantes, pois, proporcionam experiências concretas que favorecem o

desenvolvimento cognitivo das crianças, estimulam a forma de expressão, a

criatividade, o pensamento e habilidades necessárias a formação cidadã.

Após a análise dos diagnósticos das crianças, foi possível constatar que

o lúdico faz parte da proposta educativa da escola analisada, mas ainda não

está tão presente como deveria no dia a dia da sala de aula e nos diferentes

momentos de aprendizagem, propostos para o ensino infantil como está

descrito nas leis que regem a educação, LDB - Lei 9394/96, DCNEI (2010),

RCNEI (1998), que priorizam as aprendizagens das crianças através das

interações e brincadeiras. Sendo assim, de acordo com essa pesquisa verificou

- se que todos que fazem parte da educação infantil, devem se comprometer

com a educação das crianças, especialmente o professor, que sendo o

mediador e responsável pelo aprendizado das crianças deve propiciar

situações de aprendizagens que favoreçam o desenvolvimento dos saberes,

atrelado às práticas lúdicas vivenciadas e experienciadas no dia a dia da

escola.

PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA ATRELADO À LUDICIDADE

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil (1998), durante o processo de construção do conhecimento, “as

crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade

que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que procuram

desvendar”. Uma das práticas lúdicas, que mais promove a socialização e o

desenvolvimento infantil é ‘‘O faz de conta”, através dessa brincadeira a criança

torna real suas fantasias, viajando pelo mundo da imaginação, pode

representar diversos papeis baseados nas interações com seus pares e

através das observações que eles fazem do mundo das adultos, por meio das

brincadeiras de faz de conta a criança dá novo sentido e significados a objetos

e brinquedos. Segundo Vygotsky (1991),

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Através do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente, bem como através da interação com outras crianças e adultos, as crianças vão desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade e a auto-estima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem.

Por meio das brincadeiras de faz de conta as crianças criam situações

imaginárias inusitadas que lhes permitem transformar os objetos, brinquedos e

recursos dispostos no ambiente educativo, em outros objetos através da sua

imaginação, as crianças trazem as situações vivenciadas ou observadas no

mundo dos adultos, para o contexto da brincadeira e as reinventam ou recriam.

Na educação infantil, é importante que seja disponibilizado um ambiente

educativo bem estruturado de forma que disponham de um espaço lúdico

propício às brincadeiras de faz de conta, contendo recursos e materiais

diversos que permitam que elas expressem suas emoções e representem suas

fantasias através do brincar. As brincadeiras de faz de conta ampliam os

conhecimentos de mundo que a criança tem, através delas, a criança começa a

compreender a diferença entre o real e o imaginário desenvolvendo suas

capacidades como: a atenção, a imitação, a memorização e a imaginação,

essas experiências vivenciadas pelas brincadeiras, favorecem o processo

construção do conhecimento, a socialização e desenvolvimento da criança.

Assim de acordo com essa abordagem, Oliveira (1997, p. 54/55), afirma que:

As crianças usam os recursos do próprio corpo (gestos, posturas, vocalizações) associados aos recursos do ambiente (sucatas, brinquedos, recantos) e trazem para o contexto da brincadeira: personagens e animais não presentes no ambiente; situações/atividades já experienciadas por elas ou por outras pessoas do seu meio. Elas criam elos entre objetos e situações, entre expressões do próprio corpo (mímicas, vocalizações) e personagens e/ou situações já vivenciadas ou apenas observadas por elas.

O ambiente educacional deve disponibilizar brinquedos, objetos e

recursos pedagógicos, que favoreçam o aprendizado das crianças, individual e

coletivamente tornando-o mais significativo. De acordo com Oliveira (1997,

p.90),

Nas interações com companheiros as crianças constroem e compartilham: conhecimentos (criando suas próprias linguagens), emoções (através das trocas afetivas que

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estabelecem), conflitos, resistências e apaziguamentos, resolvendo conjuntamente alguns problemas quando os adultos não intervêm. Por meio destas interações, apropriam-se das regras do ambiente e dos instrumentos que lhe são oferecidos para a execução da tarefa de formas muito particulares. Buscam coordenar seus gestos e movimentos compondo rituais e imitações do parceiro ou de adultos.

Na educação Infantil as crianças desenvolvem seus conhecimentos de

acordo com as relações entre o mundo e com as pessoas que convivem,

interagindo com o meio ambiente e manifestando suas emoções, sentimentos e

conquistas. O meio físico é um dos fatores determinantes para estimular e

desenvolver a aprendizagem, sendo imprescindível que o docente organize-o

de modo que as crianças possam brincar e interagir de forma criativa e

desafiadora.

As crianças são seres pensantes que veem o mundo do seu jeito. Nas

relações sociais, estabelecem interações com familiares, com as pessoas do

seu convívio e com o meio social ao seu redor, tentando compreender o mundo

em que estão inseridos e explicar seus anseios e desejos por meio das

brincadeiras. Nessa perspectiva, as crianças constroem seus conhecimentos

utilizando-se das interações sociais que vivenciam com o outro e com o meio

ao seu redor. De acordo com os estudos de Coll, Marchesi e Palacios (2004),

desde cedo as crianças manifestam interesses pelos estímulos sociais, são

expostas a situações interativas com seus pares, mas, é a partir dos dois anos

que a criança passa a interagir com seus iguais e a expressar suas

preferências, passando a interagir com companheiros semelhantes a elas em

idade, sexo, raça, e comportamento, e em situações de brincadeiras diversas,

passam a fazer amizades e a se relacionar com crianças com comportamentos

parecidos que realizam condutas pró-sociais (ajudam, compartilham e

cooperam), com o objetivo de beneficiar o outro sem receber algo em troca.

Sabendo que a escola desempenha um importante papel no

desenvolvimento social da criança, o professor deve propiciar situações de

aprendizagens voltadas para aquisição dos valores éticos e morais

favorecendo o processo de construção da identidade, cidadania,

desenvolvimento de suas competências cognitivas e compreensão do mundo

social em que está inserida e suas particularidades.

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Assim de acordo com o RCNEI (1998), o educador não deve duvidar da

capacidade de aprendizagem das crianças, que são sujeitos competentes e

criativos, que sabem fazer escolhas e tomar decisões quando necessário. Por

isso, torna-se tão importante que o educador propicie situações de conversas,

brincadeiras interativas de forma que as crianças dialoguem e troquem ideias e

conhecimentos entre si, favorecendo assim o processo de socialização das

crianças.

No processo de desenvolvimento e aquisição do conhecimento, é

imprescindível que o docente trate as crianças como sujeitos ativos, que

participam do seu próprio processo de aprendizagem nas diferentes

linguagens. O docente, em sua prática de ensino, deve proporcionar situações

didáticas que incitem as crianças a ampliarem seus conhecimentos, a

explorarem os diferentes recursos pedagógicos existentes na escola, através

das brincadeiras como recursos didáticos lúdicos para ampliar seus

conhecimentos.

Quanto ao processo de socialização da criança, López citado por Coll;

Palacios; Marchesi (1995, p. 82-89), defende que: “[...] a criança, quando

nasce, já é membro de um grupo social, já que suas necessidades básicas

estão inevitavelmente ligadas aos demais, estão pré-programadas para serem

satisfeitas em sociedade”.

Isso quer dizer que, de acordo com os autores, o grupo social em que a

criança está inserida, também precisa dessa incorporação para manter-se e

sobreviver, transmitindo sua cultura acumulada ao longo das gerações,

envolvendo valores, normas, costumes e tradições, ensino da linguagem,

habilidades que o grupo social participa (mãe, pai, irmãos, familiares, colegas,

amigos, professores, etc.), instituições (família e escola), meios de

comunicações sociais (televisão), assim como livros, brinquedos. Todos esses

fatores tem relevância no processo de socialização das crianças. É por meio do

processo da interação que a criança satisfaz suas necessidades, assimila

cultura, adquire valores, normas, costumes, conhecimentos e condutas que a

sociedade transmite e exige dela. Para a criança, uma das bases mais sólidas

para o seu desenvolvimento social são os vínculos afetivos que ela estabelece

com os pais, irmãos, amigos, entre outros.

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De acordo com os autores citados, a socialização é um processo

interativo necessário à criança e ao grupo social em que ela está inserida, esse

processo pode ser considerado uma transmissão dos conhecimentos

acumulados pela espécie através dos anos. Dentre eles, destacam-se,

principalmente: os processos mentais: aquisição de conhecimentos; processos

afetivos: formação de vínculos; processos condutais e conformação social de

conduta. Na verdade, eles são interligados, conforme se verá a seguir:

Conforme os estudos abordados por Coll, Palacius e Marchesi (1995, p.

84-89), “a aquisição de conhecimentos sociais é fundamental para o

desenvolvimento social do indivíduo, sendo essenciais na aquisição dos

processos afetivos e nas condutas sociais.” Os processos mentais de

socialização incluem as diversas informações relacionadas às pessoas

(identidade, sentimentos, intenções, etc.), conhecimentos da sociedade

(conceitos sociais, conhecimento das instituições e conhecimento dos valores),

alguns desses saberes as crianças adquirem antes dos dois anos de idade.

Os processos afetivos estão associados aos sentimentos das pessoas

(apego, amor, desejo, atração, amizade, carinho, etc.), aos quais as crianças

estão vinculadas. O apego é um vínculo afetivo estabelecido entre a criança e

as pessoas que interagem com elas, sendo caracterizado por determinadas

condutas, representações mentais e sentimentos. Esses sentimentos provocam

na criança bem-estar, prazer quando elas estão com seus entes queridos, e

provocam ansiedade quando acontecem separações ou dificuldades nos

relacionamentos afetivos.

Conforme preceitua Coll, Palacius e Marchesi (1995), Os processos

condutais de socialização consistem nos conhecimentos relacionados aos

valores, normas e hábitos sociais, assim como, o controle sobre a própria

conduta, incluindo nesses fatores, a aprendizagem dos atos sociais como:

comer, vestir, conversar, pedir desculpas, entre outros, a aprendizagem de

habilidades sociais e condutas pró-sociais e evitar condutas indesejáveis.

Nesse contexto, faz-se necessário que a criança aprenda várias habilidades

sociais que lhe são exigidas desde os primeiros anos de vida, tais como: o

conhecimento de valores, normas e hábitos sociais, e o controle adequado da

conduta para poder realizá-los. Para adquirir condutas desejáveis, as crianças

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devem ser submetidas a normas de disciplinas e limites, que os adultos devem

ensinar através da indução ou da explicação do seu real valor.

Na educação infantil a aquisição dos conhecimentos sociais - processos

afetivos de socialização, os processos mentais de socialização e os processos

de condutas, acontecem principalmente através das práticas lúdicas de

interações, brincadeiras, diálogo, danças, jogos, canções e rotina entre os

pares. Através destas práticas educativas, as crianças desenvolvem

sentimentos de confiança, afeto e amizade com as pessoas, adquirem

conhecimentos relacionados aos valores, normas e hábitos sociais como: a

comer, vestir, conversar, pedir desculpas, iniciam o processo de formação da

identidade, adquirem conhecimentos da sociedade (conceitos sociais,

conhecimento das instituições e conhecimento dos valores)

Os seres humanos vão compreendendo seu mundo social a partir de

suas experiências com as diferentes realidades humanas, o conhecimento

social vai se constituindo e sendo assimilado pela criança no momento em que

ela passa a ter compreensão dos sentimentos, pensamentos, e noção da

realidade do mundo em que vive. Entendendo um dos objetivos mais

importantes do processo de socialização, que ocorre quando a criança aprende

a distinguir o que é certo e o que é errado, a partir desse momento, ela passa a

ter conhecimento dos valores morais que regem a sociedade, e compreende

que tem que se comportar de acordo com esses preceitos.

A LUDICIDADE NA PRÁTICA DO DOCENTE

Atualmente o professor de educação infantil precisa utilizar a ludicidade

em sua prática pedagógica de forma criativa e eficaz, objetivando alcançar

melhores resultados no processo de desenvolvimento e aprendizagem das

crianças. As atividades lúdicas proporcionam situações favoráveis para o

desenvolvimento cognitivo, social e humano, contribuindo para a construção e

formação da personalidade da criança. Para Piaget (1971),

O lúdico é inerente à vida da criança: “o desenvolvimento da criança ocorre a partir do lúdico; ela precisa brincar para crescer e precisa do jogo como forma de se equilibrar com o mundo”. Percebemos, então, que o lúdico pode estar presente

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em sala de aula, como uma importante metodologia na prática docente, favorecendo o processo de ensino e de aprendizagem.

A ludicidade nas práticas pedagógicas proporciona o desenvolvimento

cognitivo das crianças em diferentes eixos do conhecimento, considerando o

tempo e espaço disponibilizados para esta finalidade e as diversas formas de

expressão da criança, através do brincar, dos jogos e brincadeiras utilizados

em diferentes contextos e situações diárias em atividades individuais e

coletivas. (No RCNEI (1998, p. 23), está disposto que educar por meio do

lúdico ajuda a prática do docente, nesse contexto:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.

O RCNEI (1998) resgata a importância do brincar no cotidiano dos

Centros de Educação Infantil. O brincar é primordial no trabalho com crianças,

uma vez que o lúdico é uma ferramenta relevante no processo de

desenvolvimento do indivíduo, seja nas brincadeiras ou nos jogos, devem ser

conduzidos de forma interessante e desafiadora para as crianças, pois são

atividades que proporcionam uma aprendizagem significativa, favorecem a

interação e socialização e ajudam no processo de autonomia e na formação da

identidade e autonomia da criança, por meio das atividades lúdicas, tornam-se

construtoras do próprio saber. Nessa perspectiva, Friedmann (2012, p. 45),

aponta que:

Há um aspecto ao qual se deve dar especial atenção quando se trabalha com as atividades lúdicas de forma mais consciente: o caráter de prazer e ludicidade que elas têm na vida das crianças. Sem esse componente básico, perde-se o sentido da utilização de um meio, cujo principal intuito é o de resgatar as atividades lúdicas, sua espontaneidade e, com

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elas, sua importância no desenvolvimento integral das crianças.

Para favorecer a aprendizagem das crianças, o educador deve ser

criativo e flexível em seu planejamento, adotando práticas lúdicas no dia a dia,

organizando suas atividades pedagógicas de maneira estimulante de forma

que beneficie o desenvolvimento mental, emocional, corporal e social das

crianças. É por intermédio das brincadeiras de faz de conta que as crianças

liberam suas fantasias, vence seus medos e transformam sua vida. Conforme

preceitua Friedmann (2012, p. 47),

O brincar espontâneo abre possibilidade de observar e escutar as crianças nas suas linguagens expressivas mais autênticas. Esse brincar incentiva a criatividade e constitui um dos meios essenciais de estimular o desenvolvimento infantil e as diversas aprendizagens. Os educadores que dão destaque ao brincar espontâneo no planejamento consideram-no um facilitador da autonomia, da criatividade, da experimentação, da pesquisa e de aprendizagens significativas.

É imprescindível que o professor da educação infantil em sua prática

pedagógica introduza atividades lúdicas significativas envolvendo jogos,

brincadeiras e brinquedos educativos como uma estratégia relevante no

processo de desenvolvimento da criança, proporcionando diversão, prazer,

favorecendo a construção do conhecimento, compreensão da linguagem e da

realidade em que vive.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do material bibliográfico estudado sobre o lúdico na educação

infantil, e da análise dos dez (10) diagnósticos das crianças dos níveis II, III, IV

e V da instituição de educação infantil Reino do Saber, foi possível constatar a

importância e a eficácia do fator lúdico no processo de desenvolvimento

cognitivo e na socialização das crianças. Por meio deste estudo, foi possível

perceber a relevância dos jogos, das brincadeiras, dos brinquedos, do faz de

conta e de todos os meios e práticas educativas promotoras de entretenimento,

que apresentam os benefícios que o lúdico traz para o processo ensino

aprendizagem das crianças. Entretanto, de acordo com a análise dos relatórios

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descritivos individuais das crianças dos níveis II, III, IV e V da escola analisada,

foi possível constatar que os educadores da educação infantil, devem utilizar

mais “o lúdico” em suas propostas pedagógicas visando propiciar o

desenvolvimento global das crianças que nela estão sendo educadas.

Diante do exposto chegou-se à conclusão que as mudanças e

transformações nas escolas de educação infantil estão direcionadas mais para

a construção de espaços físicos adequados, como no caso da escola analisada

que funcionava há muitos anos em prédios inadequados para o funcionamento

de uma escola de educação infantil. .Através de programa do governo federal

este ano a escola mudou para uma nova sede com espaço físico estruturado

para as crianças. Embora muita coisa ainda tenha que ser feita em relação aos

profissionais que atuam nesta área como constantes capacitações e formação

adequada dos professores para atuar neste segmento de ensino. A escola

necessita também atualizar seus documentos como o Projeto Político

Pedagógico e o Regimento Escolar. Essas inovações precisam abranger

também a novas práticas de educar as crianças incentivando a formação

continuada dos educadores e o monitoramento de ações para que os

resultados na educação melhorem.

Na educação infantil os educadores devem proporcionar uma educação

de qualidade para as crianças, priorizando o desenvolvimento integral e

apresentar em sua proposta educativa, estratégias que propiciem as crianças,

meios para que elas desenvolvam suas capacidades (físicas, cognitivas,

intelectuais, sociais, culturais, etc.), favorecendo situações de aprendizagens

que exercitem sua maneira de ser, pensar, sentir e agir, ampliando suas

hipóteses de conhecimentos acerca do mundo em que vivem.

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