50
O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 1 Universidade de São Paulo - USP MESTRADO EM CONTROLADORIA E CONTABILIDADE “IMPOSTO DE RENDA E A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL” Mestrandos: Edson José Ferreira Lima Héber Lavor Moreira Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 1 a . fase Disciplina: Contabilidade Societária Prof. Dr. Ariovaldo dos Santos Site: Belém do Pará 31 de agosto de 2001.

IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL · Contribuições Sociais Como Contribuições Sociais podemos afirmar que “Se constituem no tributo instituído pela União, tendo em

Embed Size (px)

Citation preview

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 1

Universidade de São Paulo - USP MESTRADO EM CONTROLADORIA E CONTABILIDADE

“IMPOSTO DE RENDA E A

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL”

Mestrandos:

Edson José Ferreira Lima

Héber Lavor Moreira

Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo

1a. fase

Disciplina: Contabilidade Societária

Prof. Dr. Ariovaldo dos Santos

Site: Belém do Pará

31 de agosto de 2001.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 2

MESTRADO EM CONTROLADORIA E CONTABILIDADE

“IMPOSTO DE RENDA E A

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL”

O Imposto de Renda e a Contribuição Social.

A avaliação dos aspectos jurídico e contábil.

Proposições

Disciplina: Contabilidade Societária

Prof. Dr. Ariovaldo dos Santos

Site: Belém do Pará

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .....................................................................................................................4 OBJETIVO ............................................................................................................................4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................5 METODOLOGIA..................................................................................................................5 DESENVOLIMENTO...........................................................................................................6

I - Aspectos Conceituais...............................................................................................6 Imposto de Renda ..........................................................................................................6 Contribuições Sociais ....................................................................................................7

II - Formas de Tributação ..............................................................................................7 Lucro Real......................................................................................................................7

Lucro Real Trimestral ................................................................................................9 Suspensão ou Redução do Imposto .........................................................................12 Regime de Reconhecimento da Receita...................................................................15 Remuneração dos Administradores .........................................................................16 Alíquota do Imposto de Renda e do Adicional........................................................16 Provisão para o Imposto de Renda ..........................................................................17 Retificação de Declaração........................................................................................19 Cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social..........................................21 Lucro Real Anual (Estimativa) ................................................................................23

Lucro Presumido..........................................................................................................33 Regime de Reconhecimento da Receita...................................................................35 Base de Cálculo do Imposto de Renda ....................................................................36

Lucro Arbitrado ...........................................................................................................38 Contribuição Social......................................................................................................39

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.............................................................39 Alíquota da Contribuição Social..............................................................................40 Contribuição Social sobre o Lucro Presumido ........................................................42 Contribuição Social sobre o Lucro Arbitrado..........................................................42 Contribuição Social sobre o Faturamento - COFINS ..............................................43 Constitucionalidade .................................................................................................43 Contribuinte .............................................................................................................45

III - Repercussões da Aplicação dos Tributos ..........................................................46 a) em nível governamental;......................................................................................46 b) em nível societário. ..............................................................................................46

IV - Pontos relevantes quanto à forma de tributação ................................................46 V - Sugestões ...............................................................................................................47

CONCLUSÃO .....................................................................................................................48 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................49

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ........................................................................50

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 4

INTRODUÇÃO

O trabalho sobre o tema Imposto de Renda e a Contribuição Social, tem como

propósito apresentar de forma clara e objetiva os aspectos jurídicos e contábeis da

incidência do imposto e contribuição sobre as empresas existentes no Brasil.

O presente projeto, expõe a intenção da equipe de apresentar um formato do

trabalho a ser desenvolvido para apresentação em sala, dando desde já as linhas mestras

que serão absorvidas pelo estudo.

É propósito da equipe, discorrer sobre o tema, alinhavando exemplos, de forma a

permitir a compreensão clara e entendimento consistente dos partícipes do Mestrado em

Controladoria e Contabilidade, acerca do assunto.

OBJETIVO

O trabalho a ser apresentado, permitirá o conhecimento, a avaliação consistente, a

análise crítica, sobre o Imposto sobre a Renda e a Contribuição Social, como instrumentos

de distribuição de riqueza e justiça social.

Não se pretende adentrar na linha de alocação desses recursos arrecadados por parte

do governo nem tampouco a forma de aloca-los na sociedade, pois trata-se neste caso, de

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 5

um estudo mais abrangente e na linha econômico-social, que ultrapassa o limite do

propósito perseguido no momento.

JUSTIFICATIVA

Mostrar a importância do Imposto de Renda e da Contribuição Social, no conjunto

do Sistema Tributário Nacional, é mister nesse trabalho, ainda que expondo as eventuais

falhas, na constituição e aplicação, de ambos.

É mister detalhar as aplicações da Lei, para permitir o estudo sobre os reflexos da

aplicação de ambos, na atividade empresarial, dando plena consciência dos efeitos da sua

aplicação no custo empresarial, bem como seus efeitos na formação dos preços.

METODOLOGIA

No trabalho, cujo projeto expomos, se debaterá o assunto após a busca e análise de

todo o instrumental jurídico que embase o tema, avaliando na medida exata as implicações

à luz dos aspectos jurídico e contábil.

A primeira fase que poderemos chamar de exploratória, levará a equipe, à busca

dos elementos jurídicos e fundamentação que justificaram a aplicação do imposto de renda

e da contribuição social.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 6

Em um segundo momento, no levantamento de dados propriamente dito, a equipe

selecionará os exemplos de aplicação bem como a base de dados necessária para

fundamentar a linha proposta no trabalho.

Em uma terceira fase serão trazidos os dados coletados para a avaliação critica da

equipe bem como dos partícipes do grupo de mestrandos, consolidando ou reformulando

hipóteses avaliadas no estudo.

DESENVOLIMENTO

Será desdobrado nos seguintes tópicos:

I - Aspectos Conceituais

Imposto de Renda

Sobre o Imposto de renda, podemos assim conceituar como “... um tributo que, por sua

natureza pessoal, deve estar intimamente vinculado à capacidade contributiva de cada

membro da coletividade. Em decorrência, todos os rendimentos deveriam compor um total

global num período considerado para aferimento de justa contribuição social1.

1 WINKER, Noé – IMPOSTO DE RENDA, Vol. II, Ed. Forense, 1997.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 7

Contribuições Sociais

Como Contribuições Sociais podemos afirmar que “Se constituem no tributo

instituído pela União, tendo em vista a intervenção no domínio econômico; o interesse da

previdência social, ou das categorias profissionais cuja arrecadação pertence e, feita, por

delegação, por entidades autárquicas ou parestatais”2.

II - Formas de Tributação

Primeiramente cabe aqui mencionar que todos os tributos, como de praxe, possuem

formas específicas para atuar. Estas aqui, serão singelamente tratadas.

Lucro Real

Declaração pelo Lucro Real

Empresas Obrigadas:

1- Receita total superior a R$ 24.000.000,00 no ano calendário anterior;

2- S/A Capital Aberto;

3- Instituições financeiras

4- Atividade Imobiliária;

5- Sócio ou Acionista do Exterior

6- PJ com capital Público

7- Sede no exterior

8- Tributada com base no lucro da exploração

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 8

9- Venda de importados, no ano calendário, for superior a 50% da receita bruta da

atividade e o total da receita bruta da atividade superior a R$ 994.440,00

10- Tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior

11- Optar por recolher IRPJ mensal estimado;

12- “Factoring”

(LEIS: 8.981/95 – 9.065/95 – 9.249/95 – 9.430/96)

FORMA DE RECOLHIMENTO (OPÇÃO)

Todas as empresas têm o direito de opção:

a) Recolher IRPJ Trimestral Real

b) Recolher IRPJ Mensal Estimado

(Art. 1º e 2º da Lei nº 9.430/96)

IMPOSTO DE RENDA TRIMESTRAL REAL (PROCEDIMENTOS)

Opção:

1) O período-base do IRPJ termina a cada final de trimestre

2) O IR deve ser pago sobre o Lucro Real Trimestral Isolado

3) Deve ser observado o limite de 30% para compensar PF gerado no decorrer dos

trimestres-Base no ano calendário.

4) Deve ser observado o limite de 30% para compensar PNO gerado no decorrer dos

trimestres-Base do ano-calendário

(Art. 1º da lei nº 9.430/96)

IMPOSTO DE RENDA TRIMESTRAL REAL

(Pagamento do mês de janeiro e fevereiro de 1997)

2 CF, art. 149 – 194. 6

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 9

1º) Recolher Imposto de Renda mensal estimado para janeiro e fevereiro de 1997; e

2º) O valor recolhido deve ser compensado com o Imposto de Renda Real apurado em

31/03/1997

(Art. 8º da Lei nº 9.430/96)

IMPOSTO DE RENDA TRIMESTRAL REAL

(Declaração Anual de Ajuste)

A empresa que recolheu Imposto de Renda Trimestral Real, apresentará a Declaração só

para efeito normativo. É que i Imposto de Renda Trimestral Real é considerado definitivo,

não cabendo apurar diferença (a pagar ou a compensar) na declaração anual.

(Art. 1º da Lei nº 9.430/96)

IMPOSTO DE RENDA ESTIMADO

(PROCEDIMENTOS)

BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA ESTIMADO

(+) % sobre a receita bruta da atividade (Receita Operacional)

(+) Demais receitas (não operacioais) (+) Ganho de Capital (+) Resultado positivo (não operacional) (+) Parcela de realização do lucro inflacionário (mínimo – 1/120) (=) Base de cálculo do Imposto de Renda Estimado (Art. 2º da Lei 9.430/96 e Art. 6º da IN 11/96) NÃO SE INCLUEM NA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA ESTIMADO 1) Vendas Canceladas 2) Descontos Incondicionais constantes nas Notas fiscais

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 10

3) IPI 4) ICMS Retido (Substituição Tributária) 5) Rendimentos de Aplicação Financeira 6) Lucro ou Dividendos Recebidos 7) Resultado positivo de Equivalência patrimonial 8) Recuperação de Despesas 9) Reversão de Porvisões

(Art. 2º da Lei nº 9.430/96 e Art. 5º e 7º IN 11/96) IRPJ MENSAL ESTIMADO A PAGAR 1) IRPJ MENSAL

Base Cálculo do Imposto de Renda Estimado

(X) Alíquota de 15% (=) IRPJ a Pagar 2) IRPJ – ADCIONAL FEDERAL MENSAL (+) Base de Cálculo do Imposto de Renda Estimado (-) Parcela Isenta ! R$ 20.000,00 (=) Base de Cálculo do Adcional Federal (X) Alíquota de 10% (=) IRPJ – Adcional a Pagar

(Art. 2º da Lei nº 9.430/96) DEDUÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA MENSAL ESTIMADO (+) IR ESTIMADO (+) IR – ADCIONAL (-) IRF RETIDO nas Notas fiscais (Prestadoras de Serviços) (-) INCENTIVO FISCAL – PAT (-) INCETIVO FISCAL – Doações aos Fundos das Crianças e do Adolescente (-) INCENTIVO FISCAL – Atividade Cultural ou Artística (-) INCENTIVO FISCAL – Atividade audiovisual

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 11

(=) IR MENSAL ESTIMADO A PAGAR (Art. 2º da Lei 9.430/96 e Art. 9º da IN 11/96) Lucro Real Trimestral

Lucro Real Anual O art. 1º da Lei nº 9.430/96 substituiu a apuração do lucro

real mensal pelo trimestral e foi manchete na imprensa dizendo que o imposto de renda das

empresas foi simplificado. a propalada simplificação não existe, porque as empresas bem

administradas não vinham apurando o lucro real mensal e não vão apurar o lucro real

trimestral. O lucro real mensal ou trimestral não traz uma só vantagem, mas traz muitas

desvantagens, como a da limitação na compensação dos prejuízos fiscais e a possibilidade

de cometer mais infrações fiscais.

No lucro real trimestral, o lucro do trimestre anterior não pode ser compensado com

o prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário. O

prejuízo fiscal de um trimestre só poderá reduzir ao limite de 30% do lucro real dos

trimestres seguintes.

No lucro real anual, a empresa poderá compensar integralmente os prejuízos com

lucros apurados dentro do mesmo ano-calendário. Assim, o lucro de janeiro poderá ser

compensado com o prejuízo de fevereiro ou dezembro e o lucro de março poderá ser

compensado com o prejuízo de qualquer mês.

As poucas empresas que, em 1996, apuraram o lucro real mensal, exerceram essa

opção por desconhecimento das desvantagens. O mais estranhável é a Receita Federal

manter a apuração do lucro real que não seja o anual. O lucro real mensal ou trimestral só

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 12

traz desvantagens, também, para a Receita Federal, porque dificulta a fiscalização e o

processamento da declaração e eleva o custo desse processamento, mas tratando-se de

órgão público essa questão, infelizmente, não é relevante.

A partir de 01-01-98, as empresas que optarem pelo lucro real trimestral estão

dispensadas do pagamento estimado do imposto de renda e da contribuição social sobre o

lucro referente às operações de janeiro e fevereiro. O art. 8º da Lei nº 9.430/96 é disposição

transitória aplicável só para o ano-calendário de 1997.

O imposto e a contribuição a pagar, apurados em cada trimestre , poderão ser

pagos em quota única no mês seguinte ao trimestre, sem qualquer acréscimo, ou em três

quotas mensais com juros pela taxa SELIC até o mês anterior ao do pagamento e de 1%

nesse mês. Com isso, se o saldo do imposto devido sobre o lucro do primeiro trimestre for

pago em quota única no mês de abril, a empresa não terá pagamento em maio e junho.

Se os pagamentos forem efetuados em três quotas, o pagamento de abril não terá

qualquer acréscimo, o de maio terá acréscimo de juro de 1 % e o de junho terá acréscimo

de juros SELIC do mês de maio mais 1% de junho, como determina o art. 5º da Lei nº

9.430/96.

Suspensão ou Redução do Imposto

Para suspensão ou redução do Imposto de Renda estimado, deverá ser

providenciado balancete mensal intermediário (acumulado no período em curso)

(Art. 2º da Lei 9.430/96 e Arts. 10 a 13 da IN 11/96)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 13

O art. 35 da lei nº 8.981/95, com nova redação dada pela lei nº 9.065/95, dispõe que

a pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada

mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais que o valor

acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no

lucro real do período em curso. A suspensão ou redução do pagamento é aplicável

inclusive sobre o imposto do mês de janeiro. Assim, se no mês de janeiro a empresa teve

prejuízo fiscal, não há imposto a ser recolhido. A faculdade de suspender ou reduzir o

pagamento aplica-se em qualquer mês para as pessoas jurídicas que vão apresentar a

declaração de rendimentos com base no lucro real anual.

O balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto terá que compreender

sempre o período entre 01 de janeiro e data da apuração do lucro. Assim, a pessoa jurídica

pagou o imposto dos meses de janeiro, fevereiro e março com base na receita bruta, e em

30 de abril levantou o balanço. O lucro real desse balanço terá que compreender o período

de 01 de janeiro a 30 de abril.

O imposto de renda e o adicional calculados com base no lucro real daquele período

serão comparados com o imposto e o adicional pagos sobre as operações dos meses de

janeiro, fevereiro e março. Se a soma dos pagamentos efetuados for maior que o imposto

devido, apurado com base no balanço, a empresa não terá que pagar o imposto relativo as

operações de abril. Se o imposto sobre o lucro apurado no balanço ou balancete for um

pouco maior, a empresa deverá pagar a diferença.

No balanço ou balancete de suspensão ou redução de pagamento o limite de isenção

do adicional corresponderá ao resultado da multiplicação do limite mensal de R$20.000,00

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 14

pelo número de meses que compõem o período desde janeiro até o mês de balanço ou

balancete. Assim, o limite de isenção do adicional no balanço de suspensão em 30 de abril

será de R$ 80.000,00.

O balanço de abril não serve para suspender ou reduzir o pagamento relativo ao

mês de maio. A empresa deverá levantar novo balanço ou balancete compreendendo o

período de 01 de janeiro a 31 de maio, e o imposto e o adicional devidos são comparados

com o imposto e adicional pagos nos meses de janeiro e abril.

Para efeito de comparação, considera-se imposto devido o resultado da aplicação da

alíquota do imposto real, acrescido do adicional e deduzido quando for o caso, dos

incentivos fiscais de dedução e isenção ou redução. Considera-se imposto de renda pago a

soma dos valores correspondentes ao imposto de renda:

a) pago mensalmente

b) retido na fonte sobre receitas ou rendimentos computados na determinação do

lucro real do período

c) pagos sobre os ganhos líquidos de renda variável

d) pago a maior ou indevidamente em anos-calendários posteriores.

O imposto de renda pago a maior, apurado na declaração de rendimentos, com base no

lucro real anual poderá ser compensado com o imposto a ser pago a partir do mês d abril

do ano subseqüente, acrescido de juros à taxa SELIC (art. 6º da lei nº 9.430/96 e art. 9º da

IN nº 93/97). O balanço ou balancete de suspensão ou redução de pagamento do imposto

terá que ser transcrito no livro diário até a data fixada para pagamento do imposto do

respectivo mês (art. 12, parágrafo V, da IN nº 93/97).

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 15

PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DE RENDA MENSAL

ESTIMATIVA

• Último dia do mês subsequente

(Art. 2º da Lei nº 9.430/96)

Regime de Reconhecimento da Receita

O art. 251 do RIR/99 dispõe que a pessoa jurídica sujeita a tributação com base no

lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, enquanto

o parágrafo 1º do art. 274 dispõe que o lucro líquido do período base deverá ser apurado

com base na observância das disposições da lei 6.404/76. O parágrafo 1º do art. 187 da lei

6.404/76 dispõe o seguinte:

§ 1º - Na determinação de resultado de exercícios serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período independentemente da

sua realização em moeda e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,

correspondentes a essas receitas e rendimentos.

As pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias poderão considerar como

receita bruta o montante efetivamente recebido, relativos as unidades imobiliárias

vendidas, conforme regra de apuração contida nas IN nº 84/79 e 23/83. As receitas

decorrentes de fornecimentos de bens e serviços para pessoas jurídicas de direito público,

empresa sob seu controle ou empresa pública, com prazo de duração do contrato superior a

doze meses, também poderão ser reconhecidas no mês do recebimento.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 16

No caso de contratos com prazo de execução superior a um ano, de construção por

empreitada ou de fornecimento preço pré-determinado de bens ou serviços a serem

produzidos, parte da receita bruta será reconhecida em cada mês mediante aplicação das

fórmulas constantes da IN nº 21 de 13/03/79, independente de faturamento ou recebimento.

Remuneração dos Administradores

O art. 88, inciso XIII, da lei nº 9.430/96 revogou os artigos 29 e 30 do Decreto Lei

nº 2.341/87 que fixam os limites dedutibilidade, respectivamente, das remunerações dos

administradores e dos conselheiros fiscais, ou consultivo das empresas. A revogação se

justifica por dois motivos: primeiro porque a distribuição de lucros tem isenção do imposto

de renda na fonte e na declaração do beneficiário. O segundo motivo é que sobre a

remuneração dos administradores a contribuição previdenciária de 20 %.

A existência de dedutibilidade tornava muito onerosa a remuneração dos administradores

que não são sócios ou acionistas das empresas. Mesmo com a revogação dos limites de

dedutibilidade das remunerações, os administradores-sócios devem optar por remuneração

menos onerosa. Os juros sobre o patrimônio líquido é a remuneração menos onerosa

porque tem incidência só do imposto de renda na fonte de 15 % e são dedutíveis também

para a contribuição social sobre o lucro.

Alíquota do Imposto de Renda e do Adicional

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 17

O adicional do imposto de renda passou a incidir sobre a parcela do lucro real,

presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00

pelo número de meses que compõem o período de apuração do resultado. No lucro real

trimestral, o limite de isenção será de R$60.000,00, enquanto no anual será de R$

240.000,00. Com a alteração, o adicional poderá ser maior na apuração trimestral porque

se a empresa tiver, por exemplo, R$50.000,00 de lucro no primeiro trimestre e

R$80.000,00 no segundo trimestre, o adicional à alíquota de 10% incidirá sobre R$

20.000,00 não podendo deduzir a insuficiência de R$ 10.000,00 no primeiro trimestre.

A alíquota do imposto de renda das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real,

presumido ou arbitrado, é de 15% que será aplicada sobre a base de cálculo. O § 1º do art.

3º da Lei nº 9.249/95, com nova redação dada pelo art. 4º da Lei nº 9.430/96, dispõe que a

parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da

multiplicação de R$20.000 pelo número de meses do respectivo período de apuração,

sujeita-se à incidência de adicional do imposto de renda à alíquota de 10%. Com isso, a

partir de 01-01-98, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido terão que

apurar o adicional em cada período trimestral e efetuar o recebimento. O adicional incidirá

sobre a parcela do lucro que exceder ao valor de R$60.000,00 no trimestre.

Provisão para o Imposto de Renda

Com a revogação da legislação que dispunha sobre a correção monetária das

demonstrações financeiras, a partir de 01-01-96 a falta de constituição da provisão para

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 18

pagamento do imposto de renda e adicional sobre o lucro real não gera conseqüências

fiscais. Na vigência da correção monetária do balanço, a falta de constituição da provisão

acarretava a formação de patrimônio líquido a maior com conseqüência fiscal no período-

base seguinte.

Tratando-se de provisão para pagamento do imposto de renda sobre os lucros cuja

tributação tenha sido diferida, apesar de ser obrigatória a sua constituição pelo PN nº

108/78, o 1º C.C. vem decidindo reiteradamente que a conseqüência fiscal é nenhuma

porque a contrapartida da atualização da provisão é dedutível.

Declaração Anual de Ajuste

A empresa que recolheu IRPJ Mensal Estimado caberá:

1) Levantar Balanço Anual em 31 de dezembro;

2) Apurar o Lucro Real anual no LALUR

(Art. 2º da Lei nº 9.430/96)

Declaração Anual de Ajuste

(APURAÇÃO DO IRPJ FINAL A PAGAR OU A COMPENSAR)

(+) 15% DO LUCRO REAL ANUAL

(+) ADCIONAL FEDERAL ANUAL

(=) IRPJ ANUAL BRUTO A PAGAR

(-) I R MENSAL ESTIMADO

(-) IRF RETIDO nas Notas Fiscais (Prestadoras de Serviços)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 19

(-) IRF RETIDO NAS APLICAÇÕES DE RENDA FIXA

(-) IRF RETIDO NAS APLICAÇÕES DE RENDA VARIÁVEL

(-) INCENTIVOS FISCAIS PERMITIDOS (Ex: PAT )

(=) IRPJ FINAL A PAGAR OU A COMPENSAR

(Art. 2º da lei nº 9.430/96)

PRAZO PARA PAGAMENTO DO IRPJ FINAL A PAGAR

Se for apurado IRPJ final a pagar, deverá ser recolhido o saldo em quota única até o

último dia útil do mês de março do ano subsequente.

OBS: Pagamento acrescido com juros SELIC

(Art. 6º da lei nº 9.430/96)

IRPJ FINAL A COMPENSAR

Se for apurado IRPJ final a compensar, este valor poderá ser compensado com o

IRPJ a ser pago a partir do mês de abril (mês base março) do ano subsequente.

(Art. 6º da Lei nº 9.430/96)

Retificação de Declaração

O art. 832 do RIR/99 dispõe que a autoridade administrativa poderá autorizar a

retificação da declaração de rendimentos, quando comprovado erro nela contido, desde que

sem interrupção do pagamento do saldo do imposto e antes de iniciado o processo de

lançamento de ofício.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 20

O 1º C.C. tem, reiteradamente, decidido que estando inequivocadamente

demonstrada a existência de erro de fato no preenchimento do formulário de declaração de

rendimentos, a questão não se subordina às condições restritivas do art. 880 do RIR/94.

Pelo princípio da isonomia entre os direitos do Contribuinte e da Fazenda Nacional,

se o pedido de retificação de declaração é realizado somente após transcorrido o prazo de

decadência, não merece ser examinado tendo em vista que o fisco também não poderá

efetuar qualquer lançamento no mesmo exercício referente á retificação solicitada.

O art. 834 do RIR/99 que não tem origem em lei dispõe que cabe recurso

voluntário, para o Primeiro Conselho de Contribuintes, no prazo de 30 dias, contra as

decisões exaradas em pedidos de retificação de declaração de rendimentos. O 1º C.C.

decidiu pelo Ac. nº 102-42.785/98 que caso seja o pedido de retificação indeferido pelo

Delegado da Receita Federal da jurisdição fiscal, pode o contribuinte apresentar

reclamação dirigida ao Delegado da Receita Federal de Julgamento, contra o

indeferimento, cabendo interposição de recurso ao Primeiro Conselho de Contribuintes.

O ADN nº 17, de 15-06-99, definiu que o julgamento, em primeira instância, dos

processos administrativos fiscais relativos à solicitação de retificação de declaração em que

haja manifestação de inconformidade do sujeito passivo contra apreciação dos Delegados e

dos Inspetores da Receita Federal, permanece na esfera de competência dos Delegados da

Receita Federal de Julgamento.

A IN nº 166, de 23-12-99, disciplinou a retificação da DIPJ e da DIRPJ relativa a

anos-calendário anteriores a 1998. A pessoa jurídica que entregar declaração retificadora

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 21

alterando valores que hajam sido informados na DCTF deverá apresentar DCTF

complementar ou pedido de alteração de valores, mediante processo administrativo,

conforme o caso.

A Instrução não admite a retificação que tenha por objetivo a mudança do regime

de tributação, salvo, nos casos determinados pela legislação, para fins de adoção do lucro

arbitrado.

A Ordem de Serviço nº 7, de 03-09-98, da Delegacia da Receita Federal em São

Paulo disciplinou a retificação das declarações de rendimentos das pessoas físicas e

jurídica. Quando a pessoa jurídica pretender justificar débito na conta corrente, alegando

erro de fato no preenchimento da declaração, a retificação será formalizada através de

requerimento de revisão da declaração com entrada no protocolo geral.

Cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social

A partir de 01-01-99, a opção exercida por uma das formas de tributação (lucro real

trimestral, lucro real anual ou lucro presumido) mediante o pagamento da primeira quota

ou quota única do imposto de renda é definitiva para todo o ano-calendário. É vedada a

mudança de opção no decorrer do ano ou no ato de entrega da declaração. Com isso, a

pessoa jurídica que optar pelo lucro presumido deverá apurar o imposto de renda e a

contribuição social sobre o lucro por períodos trimestrais.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 22

Vamos calcular o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro de uma

empresa comercial ou industrial com as seguintes receitas, rendimentos e ganhos de capital

no trimestre de janeiro a março:

Receita bruta da venda de mercadorias ........................................ 800.000

Ganho na venda de imobilizado ................................................... 6.000

Rendimentos financeiros de renda fixa ........................................ 13.000

Base de cálculo do imposto:

R$ 800.000 × 8% .......................................................................... 64.000

Ganho de capital ........................................................................... 6.000

Rendimentos financeiros .............................................................. 13.000

Soma 83.000

Imposto e adicional:

R$ 83.000 × 15% .......................................................................... 12.450

R$ 23.000 × 10% .......................................................................... 2.300

Imposto devido 14.750

Imposto retido na fonte ................................................................. 2.600

Imposto a pagar 12.150

Base de cálculo da contribuição:

R$ 800.000 × 12% ........................................................................ 96.000

Ganho de capital ........................................................................... 6.000

Rendimentos Financeiros ............................................................. 13.000

Soma 115.000

Contribuição a pagar:

R$ 115.000 × 9% .......................................................................... 10.350

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 23

Lucro Real Anual (Estimativa)

As pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro real anual terão que pagar,

mensalmente o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro calculado por

estimativa. O imposto e a contribuição sobre as operações do mês terão que ser pagos até o

último dia útil do mês seguinte. A alíquota do imposto de renda continua em 15% e a do

adicional em 10%, mas o pagamento do adicional terá que ser feito mensalmente sobre a

parcela do lucro estimado que exceder R$ 20.000,00.

A base de cálculo do imposto de renda a ser pago mensalmente é o resultado do

somatório de um percentual aplicado sobre a receita bruta do mês, acrescido de ganho de

capital, demais receitas e resultados positivos, excetuados os rendimentos ou ganhos

tributados como de aplicações financeiras. Os percentuais aplicados sobre a receita bruta

variam de acordo com a atividade da pessoa jurídica e constam do art. 15 da Lei nº

9.249/95:

1. 8% da venda de mercadorias e produtos

2. 1,6% na revenda para consumo e combustível e derivado de

petróleo, álcool etílico carburante e gás natural

3. 16% na prestação de serviços de transporte, exceto de carga que é de

8%

4. 16% para as instituições financeiras e equiparadas

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 24

5. 16% na prestação de serviço em geral pelas pessoas jurídicas com

receita bruta anual até R$ 120.000,00, exceto serviços hospitalares, de

transportes e de profissões regulamentadas (art. 40, Lei nº 9.250/95)

6. 32% na prestação de demais serviços.

O IPI não compõem a receita bruta e desta serão excluídas as vendas canceladas, as

devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos. Desconto incondicional é

aquele concedido independente de condição como prazo de pagamento.

No caso de atividades especificadas, será aplicado o percentual correspondente a

cada atividade. Assim, se a pessoa jurídica teve receita de venda de mercadorias e

comissão de intermediação, sobre a primeira será aplicado o percentual de 8% enquanto

que para a receita de comissão será aplicado o percentual de 32%.

Em relação as empreiteiras que contratam a construção por preço certo, a Receita

federal definiu através do ADN nº 6 de 13/01/97, que deverá ser aplicado o percentual de

8% sobre a receita bruta quando houver emprego de materiais em qualquer quantidade, e

de 32% quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, ou melhor, sem o emprego

de materiais.

O art. 3º do parágrafo 7º da IN nº 93/97 dispõe que sobre as receitas auferidas nas

atividades de loteamento de terrenos, incorporação imobiliárias e venda de imóveis

construídos ou adquiridos para revenda será aplicado o percentual de 8% considerando

como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo as unidades imobiliárias

vendidas.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 25

As receitas provenientes de atividade incentivada não comporão a base de cálculo

de imposto, na proporção de benefício que a pessoa jurídica, submetida ao regime de

tributação com base no lucro real, fizer jus. Assim, a pessoa jurídica instalada na região da

SUDENE ou da extinta SUDAM com isenção de 100% sobre o lucro da exploração, não

incluirá na base de cálculo do imposto de renda a receita bruta da atividade incentivada. Se

a empresa tiver direito a redução de 50% do imposto, na base de cálculo será excluída a

metade da receita bruta da atividade incentivada.

O art. 4º, parágrafo 5º, da IN 93/97 dispõe que o ganho de capital auferido na venda

de bens do ativo permanente para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o

término do ano-calendário seguinte ao da contratação deverá integrar a base de cálculo do

imposto de renda mensal, podendo, para efeito de determinar o lucro real, ser computado

na proporção da parcela do preço recebida em cada mês.

O art. 5º, inciso 4º, da IN 93/97 dispõe que a receita decorrente de fornecimento de

bens e serviços para pessoa jurídica de direito público ou empresa sob seu controle,

empresas públicas, sociedades de economia mista ou suas subsidiárias nos casos de

empreitada ou fornecimento contratado, nas condições dos art. 407 e 408 do RIR/99, será

reconhecida no mês de recebimento. Com isso, nos contratos com prazo superior a um ano,

contratados com aquelas entidades, a pessoa jurídica poderá reconhecer a receita pelo

regime de caixa quando a lei permite diferir o lucro, e não a receita. O RIR/99 dividiu o

art. 10 do Decreto Lei nº 1598/77 em dois artigos distintos: art. 407 (produção em longo

prazo) e art. 408 (produção em curto prazo).

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 26

ESCOLHA DA FORMA DE PAGAMENTO

IMPOSTO DE RENDA ESTIMADO (OPÇÃO)

1) O período base do IRPJ termina somente em 31/12

2) Os recolhimentos mensais são antecipação do devido

3) O I R Mensal deve ser pago:

Sobre o Lucro Estimado Mensal; ou

Sobre o Lucro Real Mensal Acumulado

4) Na apuração do Lucro Real Acumulado, não cabe observar o limite de 30% para

compensar PF gerado no decorrer do ano calendário.

5) Na apuração do Lucro Real Acumulado, não cabe observar o limite de 30% para

compensar PNO gerado no decorrer do ano calendário.

(Art. 2º da Lei nº 9.430/96)

OPÇÃO (CONCLUSÃO)

O sistema mais flexível e vantajoso ($) às empresas é o IRPJ MENSAL

ESTIMADO

(Art. 2º da Lei nº 9.430/96)

ESCOLHA DA FORMA DE PAGAMENTO

1) A opção será irretratável para todo o ano calendário

2) IRPJ Mensal Estimado

• Data da Opção ! 28.02 (DARF)

3) IRPJ TRIMESTRAL REAL

• Data da Opção ! 30.04

(Arts. 3º e 5º da Lei nº 9.430/96)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 27

APURAÇÃO DO LUCRO REAL

(MENSAL ACUMULADO, TRIMESTRAL OU ANUAL)

APURAÇÃO DO LUCRO REAL

(+) Lucro Líquido Contábil antes do IRPJ

(+) Adições Exigidas

(-) Exclusões Permitidas

(=) LUCRO REAL

(-) Compensação de PNO e PF (limitado em 30% do lucro real)

(=) LUCRO REAL FINAL

(X) Alíquota de 15%

(=) IRPJ REAL A PAGAR

(Arts. 12 e 13 da Innº 11/96)

ADCIONAL FEDERAL

LUCRO REAL

(+) Parcela Isenta (R$ 20.000,00 X nº de meses)

(=) IRPJ – ADCIONAL FEDERAL A PAGAR

(Art. 4º da Lei nº 9.430/96)

DESPESAS

(ÚNICAS PROVISÕES DEDUTÍVEIS PARA IMPOSTO DE RENDA)

1) Provisão para férias

2) Provisão para 13º salário

3) PDD (com base nas perdas efetivas)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 28

4) Provisões técnicas (Seguradoras)

(Art. 13 da Lei nº 9.249/95 e Art. 9º da Lei nº 9.430/96)

5) Leasing ou aluguel de bens móveis ou imóveis, que não estejam relacionados

exclusivamente com a atividade da empresa.

6) Depreciação, manutenção e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis

que não estejam relacionados exclusivamente com a atividade da empresa.

(Art. 13 da Lei nº 9.249/95 e Art.25º da IN nº 11/96)

7) Alimentação de Sócios, Acionistas e Administradores

• Administrador (Definição): Pessoas que praticam atos privativos de gerência ou

administração da empresa e que portanto, recebem prolabore

(Art. 13 da Lei nº 9.249/95 e Art.25º da IN nº 11/96 e PN 48/72)

8) Contribuições não compulsórias, exceto as de destinadas a custear seguros e planos

de saúde, e aposentadoria complementar, instituídas em favor dos empregados e

dirigentes.

9) Doações, exceto:

1) Incentivo de caráter cultural ou artístico

2) Instituições de ensino ou pesquisa

3) entidades civis, sem fins lucrativos

10) Brindes

(Art. 13, incisos V a VII, da Lei nº 9.249/95)

CORREÇÃO MONETÁRIA DO BALANÇO

ESTÁ EXTINTA DESDE 1º DE JANEIRO DE 1996

(Art. 4º da Lei nº 9.249/95)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 29

VARIAÇÃO MONETÁRIA

• Deve continuar a ser feita

• Cabe atualizar os valores previstos em contratos ou em Lei

• Variação monetária ativa (Receita Tributável)

• Variação monetária passiva (Despesa dedutível)

(Art. 8º da Lei nº 9.249/95)

JUROS SOBRE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

• Para apurar o Lucro Real é dedutível o pagamento ou o crédito de

rendimentos, aos sócios ou acionistas, a título de juros sobre o Patrimônio

Líquido, limitado o rendimento à variação da TJLP

• O rendimento está sujeito ao IRF de 15%

• Os juros são dedutíveis na apuração da contribuição social

(Art. 9º da Lei nº 9.249/95 e Art. 88 da Lei nº 9.430/96)

DEPRECIAÇÃO

• AS TAXAS E O CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO NÃO FORAM

ALTERADOS

(Art. 4º da Lei nº 9.249/95)

COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO NÃO OPERACIONAL (PNO)

1) O PNO é despesa dedutível, em qualquer circustãncia

2) A apuração e o controle do PNO só é exigido no período-base que apurar também

prejuízo fiscal

3) A compensação de PNO deve obedecer a 2 limites

a) A compensação de PNO está limitada ao valor do LNO do período-base

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 30

b) A compensação de PNO está limitada a 30% do lucro real do período-base

(Art. 36 da IN nº 11/96)

APLICAÇÕES DE RENDA FIXA

a) Os rendimentos auferidos a partir de 1º de janeiro de 1996, sujeitam-se a retenção

de IRF, à alíquota de 15%

b) Os rendimentos compõem o lucro real (Receita Tributável)

c) O IRF é compensável (Registrar no Ativo Circulante)

(Art. 76 da Lei nº 8.981/95 e Art. 11 da Lei nº 9.249/95

PROLABORE

• A retirada para o prolabore, em qualquer circunstância, será

integralmente dedutível, mesmo que a empresa apresente prejuízo no

período

(Art. 88, Inc. XIII, da Lei nº 9.430/96)

APLICAÇÃO DE RENDA VARIÁVEL

(PAGAMENTO DE IRPJ SEPARADO)

1) Serão tributadas pelo IRPJ mensal (DARF separado)

2) A alíquota do IRPJ será de 10% para todas as espécies de aplicações de renda

variável

3) O ganho comporá o lucro real (Receita Tributável)

4) O IRPJ é compensável (Registrar no Ativo Circulante)

(Art. 72 da Lei nº 8.981/95 e Art. 9º da IN nº 02/96)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 31

COMÉRCIO EXTERIOR

(PREÇO DE TRANSFERÊNCIA)

• A IMPORTAÇÃO E A EXPORTAÇÃO ENVOLVENDO PESSOAS

VINCULADAS, TERÁ LIMITE DE PREÇO DE TRANSFERÊNCIA.

(Art. 18 a 24 da Lei nº 9.430/96)

LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO

O lucro inflacionário acumulado em 31/12/95, deverá ser oferecido a

tributação, na determinação do lucro real, com base na parcela de realização apurado

conforme a seguir:

a) Parcela mínima de realização:

3/120 do LIA (Balancete Trimestral)

12/120 do LIA (Balancete Anual)

b) Parcela efetiva de realização se esta parcela for maior que a do item “a”

(Art. 7 da Lei nº 9.249/95)

DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS

(ISENÇÃO DO IRF)

Os lucros constantes em balanço levantado a partir de 1º de janeiro de 1996 poderá

ser distribuido, com isenção de IRF, aos sócios ou acionistas (PF ou PJ), domiciliados no

país ou no exterior.

(Art. 10 da Lei nº 9.249/95 e art. 51da IN 11/96)

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 32

FORNECIMENTO AO GOVERNO

(RETENÇÃO DE TRIBUTOS)

Os pagamentos efetuados pela administração pública federal, estão sujeitos a

retenção do Imposto de Renda.

(Art. 64 da Lei nº 9.430/96)

DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS

• Despesa com Veículo: Não será admitida despesa com veículo como dedução

para determinação do lucro real se o mesmo estiver para uso que não seja à

operacionalidade da empresa, muito embora pertençam a sócios e/ou diretores.

• Despesa com Viagens: Se as viagens realizadas pelos diretores e/ou sócios

pagos efetivamente pela empresa, mas que não se destinaram à sua

operacionalidade e independentemente de comprovação são dedutíveis os

gastos com alimentação de funcionários transferidos definitivamente para outro

estabelecimento da pessoa jurídica. As despesas com passagens pagas pela

empresa a seus empregados e familiares, periodicamente, para gozo de férias,

mesmo que mencionadas em contrato de trabalho, são consideradas como

deliberalidades para os efeitos do imposto de renda, não sendo, portanto,

admitidas como operacionais.

• Perdão de Dívida: Quando uma empresa com sede no país recebe perdão de

dívida de outra pessoa jurídica, também, com sede no país, para aquela empresa

o valor perdoado constitui receita tributável, enquanto para a empresa que

perdoa a dívida da despesa é indedutível por Ter caráter de mera liberalidade.

• Brindes: Não são dedutíveis em qualquer hipótese.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 33

• Despesas Financeiras: São indedutíveis na determinação do lucro real, os

valores correspondentes à diferença apurada entre encargos financeiros pagos

por financiamentos tomados no mercado e os recebidos por empréstimos

concomitantemente concedidos à empresas controladora.

• Condenações Judiciais: Pagamento sem contestação de determinado valor

exigido por terceiro é indedutível.

Lucro Presumido

A partir de 01/01/99, o número de pessoas jurídicas optantes pela tributação com

base no lucro presumido deverá aumentar com relação a 1998 porque a lei nº 9.718 de

27/11/98 elevou de R$12.000.000,00 para R$ 24.000.000,00 a receita total para efeito de

opção e eliminou várias restrições anteriormente existentes na legislação. A opção pelo

lucro presumido só poderá ser feita pela pessoa jurídica que não se enquadrar em nenhum

dos impedimentos enumerados no art. 14 da lei nº 9.718/98. Não podem optar pelo regime

de tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas:

1. cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior a R$24.000.000,00 ou

proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses.

2. cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas.

3. que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior.

4. que autorizadas pela legislação tributária usufruam de benefícios fiscais

relativos à isenção ou redução do imposto.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 34

5. que no decorrer do ano-calendário tenham efetuado pagamento mensal pelo

regime de estimativa, inclusive balanço ou balancete de suspensão ou redução

de imposto.

6. cuja atividade seja de factoring.

O limite de R$24.000.000,00 refere-se a receita total do ano-calendário do ano

anterior. Integram a receita total:

a) a receita bruta auferida na atividade objeto da pessoa jurídica (venda de

mercadorias ou produtos ou da prestação de serviços)

b) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os

objetivos sociais da pessoa jurídica

c) os ganhos de capital

d) os ganhos líquidos obtidos em operações de renda variável

e) os rendimentos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa

f) os rendimentos decorrentes de participações societárias

O parágrafo 1º do art. 13 da lei nº 9.718/98 dispõe que a opção pela tributação com

base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário. Com isso está

revogada a faculdade prevista no art. 26, parágrafo 3º da lei nº 9.430/96, para mudar a

opção de lucro presumido para lucro real trimestral ou anual, no curso do ano-calendário

ou por ocasião da entrega de declaração de informações.

A opção pela tributação com base no lucro presumido deverá ser manifestada com

o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 35

período de apuração de cada ano-calendário (art. 26, parágrafo 1º da lei nº 9.430/96). No

regime de lucro presumido, o primeiro pagamento ocorre no mês de abril.

Regime de Reconhecimento da Receita

O parágrafo segundo do art. 36, da IN nº 93 de 24/12/97, determinava que o lucro

presumido será pelo regime de competência. O art. 37 daquela instrução excetuava da

regra os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos auferidos

em aplicações de renda variável que eram acrescidos a base de cálculo do lucro presumido

por ocasião da alienação, resgate ou cessão de título ou aplicação.

A IN nº 104 de 24/08/98 veio permitir a adoção do critério de reconhecer as receitas

das vendas de bens e serviços, ou da prestação de serviços com pagamento a prazo ou em

parcelas, na medida dos recebimentos, ou seja, regime de caixa, para as pessoas jurídicas

optantes pela tributação com base no lucro presumido. Com isso, a empresa ao vender uma

mercadoria para recebimento em dez prestações mensais determinará a base de cálculo

para o pagamento de imposto de renda da contribuição social sobre o lucro, da

contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS, só com a receita efetivamente recebida no

trimestre. Esse regime é também aplicado para as empresas enquadradas no simples para

pagamento mensal do tributo.

A apuração dos tributos pelo regime de caixa, que é facultativa, poderá ser adotada

tanto pelas pessoas jurídicas que mantêm só o livro-caixa, como pelas que mantêm a

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 36

escrituração contábil. As empresas que mantêm só o livro-caixa deverão observar o

seguinte:

a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do

serviço

b) indicar no livro-caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder

cada recebimento

As pessoas jurídicas que mantiverem escrituração contábil deverão controlar o

recebimento de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento será

indicada a nota-fiscal a que corresponder o recebimento.

As pessoas submetidas ao regime de tributação com base no lucro presumido somente

poderão adotar o regime de caixa para fins de incidência da contribuição para o

PIS/PASESP e da COFINS na hipótese de adotar o mesmo critério em relação ao imposto

de renda das pessoas jurídicas e da contribuição social sobre o lucro líquido (art. 20 da MP

1.858/99).

Base de Cálculo do Imposto de Renda

A base de cálculo do imposto de renda das empresas tributadas pelo lucro

presumido, em cada trimestre, será determinada mediante aplicação de percentuais fixados

no art. 15 da Lei nº 9.249/95, de acordo com a atividade da pessoa jurídica, sobre receita

bruta auferida no trimestre, sendo o resultado acrescido de outras receitas, rendimentos e

ganhos de capital na forma do art. 25 da Lei nº 9.430/96. Com isso, os rendimentos e

ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 37

compõem a base de cálculo do imposto de renda trimestral. O imposto retido na fonte ou

pago separadamente é considerado como antecipação do devido no trimestre.

Os coeficientes fixados pelo art. 15 da Lei nº 9.249/95 para aplicação sobre a

receita bruta da atividade são os seguintes:

1) 8% na venda de mercadorias e produtos;

2) 1,6% na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool

etílico carburante e gás natural;

3) 16% na prestação de serviços de transportes, exceto de carga;

4) 8% na prestação de serviços de transporte de cargas;

5) 32% na prestação de demais serviços, exceto a de serviços hospitalares;

6) 16% na prestação de serviços em geral das pessoas jurídicas com receita brutal

anual de até R$ 120.000, exceto serviços hospitalares, de transportes e de

profissões regulamentadas (art. 40 da Lei nº 9.250/95);

7) 8% da venda de imóveis das empresas com esse objeto social (art. 3º, § 7º da

IN nº 93/97).

O IPI não compõe a receita bruta enquanto as vendas canceladas e os descontos

concedidos incondicionalmente devem ser excluídos na determinação da base de cálculo

do imposto de renda. O ICMS incidente na venda de mercadorias ou produtos não poderá

ser deduzido da receita bruta para aplicação do percentual de presunção do lucro.

O ganho na alienação de bens do ativo permanente comporá a base de cálculo do

imposto de renda trimestral. O art. 17 da Lei nº 9.249/95 dispõe que para os fins da

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 38

apuração do ganho de capital, as pessoas jurídicas não tributadas com base no lucro real

observarão os seguintes procedimentos:

1) tratando-se de bens e direitos cuja aquisição tenha ocorrido até o final de 1995,

o custo de aquisição poderá ser corrigido monetariamente até 31 de dezembro

desse ano, tomando-se por base o valor da UFIR vigente em 01-01-96, não se

lhe aplicando qualquer correção monetária a partir dessa data;

tratando-se de bens e direitos adquiridos após 31-12-95, ao custo de aquisição dos bens e

direitos não será atribuída qualquer correção monetária.

Lucro Arbitrado

O imposto de renda devido será exigido no decorrer do ano calendário, com base nos

critérios do Lucro Arbitrado, quando:

a) o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real não mantiver

escrituração nas formas das leis comerciais ou fiscais, ou deixar de elaborar as

demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;

b) a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de

fraudes, ou contiver vícios, erros ou deficiências que a torne imprestável para

identificar a efetiva movimentação financeira inclusive bancária;

c) o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e

documentos da escrituração comercial e fiscal.

d) O contribuinte não mantiver em boa ordem e segundo as normas contábeis

recomendadas, livro razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por

conta ou sub conta, os lançamentos efetuados no livro diário;

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 39

e) O contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro

presumido.

Contribuição Social

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

A contribuição social sobre os lucros das empresas é uma das fontes de recursos

previstas no art. 195 da Constituição federal para atender o programa de seguridade social.

O seu § 6º dispõe que as contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser

exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou

modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

A cobrança da contribuição social não está sujeita ao princípio da anualidade, ou

seja, o Governo não está impedido de cobrá-la no mesmo exercício financeiro em que haja

sido publicada a lei que a instituir ou aumentar. Isso significa que a contribuição social

poderá ser cobrada no mesmo ano da instituição ou aumento de sua alíquota, desde que

observado o prazo fixado de 90 dias. Há tributaristas que defendem a tese de que na atual

CF não mais existe o princípio da anualidade.

O § 7º do art. 195 da CF dispõe que são isentas de contribuição social para a

seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências

estabelecidas em lei. Até que venha o futuro Código Tributário Nacional valem as

condições estabelecidas no art. 14 do atual CTN:

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 40

1. não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio líquido ou de suas rendas, a

título de lucro ou participação no seu resultado;

2. aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus

objetivos institucionais;

3. manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de

formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

O disposto no § 7º do art. 195 da Cf não significa que nenhuma outra entidade

possa gozar de isenção de contribuição social. A imunidade constitucional serve para evitar

a cobrança do tributo ou contribuição sobre o fato ou entidade que pretende proteger, nada

impedindo que uma lei conceda a isenção a outros fatos ou entidades.

O STF decidiu que não é inconstitucional a instituição da contribuição social sobre

o lucro das pessoas jurídicas, cuja natureza é tributária. Constitucionalidade dos arts. 1º, 2º

e 3º do art. 8º da Lei nº 7.689/88. Isso significa que somente a exigência de contribuição

sobre o lucro de 31-12-88 foi declarada inconstitucional.

O Senado Federal suspendeu, através da Resolução nº 11, de 1995, a execução dos

disposto no art. 8º da Lei nº 7.689/88, em razão da pacífica jurisprudência do STF quanto à

inconstitucionalidade daquele artigo de lei. Essa suspensão não implica repetição de

indébito dos pagamentos efetuados em 1989 por terem sido atingidos pela decadência ou

prescrição.

Alíquota da Contribuição Social

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 41

A alíquota da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas em

geral a partir de 01/02/2000 será de 9% porque, além da alíquota de 8%, será cobrado o

adicional de 1% na forma do Art. VI da MP nº 1858 que vem sendo reeditada. No período

de 01/05/99 a 31/01/2000 o adicional foi de 4%.

O art. VII da MP 1.858 reduziu para 8% a alíquota da contribuição social sobre o

lucro líquido das empresas do sistema financeiro. As demais pessoas estão sujeitas a

alíquota de 8% fixada pelo art. 19 da Lei nº 9.249/95.

A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, para pagamento mensal

estimado, foi alterada pelos artigos 29 e 30 da Lei nº 9430/96. A partir de 01/01/97, a base

de cálculo da contribuição estimada será o somatório do resultado da aplicação de 12%

sobre a receita bruta e dos ganhos de capital, dos rendimentos de ganhos e aplicações

financeiras e das demais receitas e resultados positivos. No período base de 1996, os

rendimentos e ganhos de aplicações financeiras não entraram na base de cálculo.

Os rendimentos e os ganhos de aplicações financeiras que tiverem imposto de renda

retido na fonte ou pago em separado, não compõem a base de cálculo do imposto estimado,

mas os que não forma tributados deverão ser incluídos.

No pagamento do imposto de renda mensal, a pessoa jurídica poderá deduzir o

imposto retido na fonte sobre receitas, rendimentos ou ganhos computados na apuração do

imposto estimado. O imposto retido sobre aplicações financeiras somente poderá ser

deduzido na declaração. A empresa poderá deduzir os incentivos fiscais de que trata o art.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 42

34 da lei nº 8981/95, com nova redação dada pela lei nº 9065/95, observados os limites

fixados na lei nº 9.532/97 e MP nº 1636.

Contribuição Social sobre o Lucro Presumido

A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro das empresas tributadas pelo

lucro presumido foi alterada pelo art. 29 da Lei nº 9.430/96. A base de cálculo corresponde

a 12% da receita bruta do trimestre cujo resultado será acrescido de ganho de capital, de

rendimentos de aplicações financeiras e de demais receitas e resultados positivos auferidos

no trimestre.

A alíquota efetiva da CSLL, a partir de 01-02-2000, será de 9% porque, além da

alíquota de 8% fixada pelo art. 19 da Lei nº 9.249/95, será cobra do o adicional de 1%

instituído pelo art. 6º da MP nº 1.858 que vem sendo reeditada. No período de 01-05-99 a

31-01-2000 o adicional foi de 4%.

Contribuição Social sobre o Lucro Arbitrado

A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas

tributadas pelo lucro arbitrado está disciplinada pelos artigos 29 da lei no. 9.430/96, 20 da

lei no. 9.249/95 e 55 da lei no. 8.981/95. A base de cálculo corresponderá a soma dos

seguintes valores:

I - 12% da receita bruta;

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 43

II - Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo

permanente, rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda

fixa e variável, demais receitas e rendimentos positivos decorrentes de receitas não

abrangidas pelo inciso anterior.

Quando a receita bruta não for reconhecida, o artigo da lei no. 8.981/95 dispões que

o lucro arbitrado para incidência do imposto de renda constituirá também base de cálculo

da contribuição social sobre o lucro.

Contribuição Social sobre o Faturamento - COFINS

A Lei Complementar nº 70, de 30-12-91, instituiu a contribuição social para

financiamento de seguridade social, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição

Federal, calculada sobre o valor do faturamento mensal das despesas jurídicas ou a elas

equiparadas. A partir de 01-02-99, a cobrança da COFINS está alterada pela Lei nº 9.718

de 27-11-98 e pela MP nº 1.858 que vem sendo reeditada.

Constitucionalidade

Como é do conhecimento de todos, o STF julgou constitucional a LC nº 70, de 30-

12-91, que instituiu a contribuição social sobre o faturamento das pessoas jurídicas para

financiar a seguridade social. O § 2º do art. 102 da Constituição, na redação dada pela

Emenda Constitucional nº 3/93, dispõe que as decisões definitivas de mérito, proferidas

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 44

pelo STF, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei federal, produzirão eficácia

contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e aos

Poder Executivo.

A constitucionalidade da LC nº 70/91, decidida pelo STF, não significa que a Lei nº

9.718/98 é também constitucional.

A Lei nº 9.718/98 pode ser questionada de inconstitucional em vários de seus

artigos. O STF ainda não decidiu o que se entende por faturamento que consta no inciso I

do art. 195 da Constituição. O art. 3º da Lei nº 9.718/98 dispõe que o faturamento

corresponde à receita bruta da pessoa jurídica e que entende-se por Receita Bruta a

totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade

por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

A Lei nº 9.718/98 não segue a definição tradicional de Receita Bruta adotada pela

legislação tributária porque nela incluem todas as receitas auferidas pela pessoa jurídica,

inclusive outras receitas operacionais, tais como rendimentos e ganhos líquidos auferidos

em aplicações financeiras, e também receitas não operacionais. O conceito tradicional de

faturamento é a receita bruta da atividade fim da pessoa jurídica.

A Emenda Constitucional nº 20 de 1998 promulgada no dia 15-12-98 deu nova

redação ao artigo 195 da Constituição Federal para dizer que as contribuições sociais do

empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei incidem sobre:

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 45

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a

qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviços, mesmo sem vínculo

empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro.

O art. 12 da EC dispõe: até que produzam as leis que irão dispor sobre as

contribuições de que trata o art. 195 da Constituição Federal, são exigíveis as estabelecidas

em lei, destinadas ao custeio da seguridade social e dos diversos regimes previdenciários.

Em relação à COFINS, a EC nº 20, por Ter sido promulgada após a publicação da Lei nº

9.718, de 27-11-98, não sana a inconstitucionalidade desta lei porque o STF terá que

decidir com base na Constituição vigente em 28-11-98, data da publicação da lei. O que

vale é a data da vigência e não a da eficácia para cobrança.

Contribuinte

O art. 1o da LC no. 70/91 elegeu como sujeito passivo da obrigação tributária da

contribuição social sobre o faturamento as pessoas jurídicas em geral e a elas equiparadas

pela legislação do imposto de renda. No campo da não incidência estão exclusivamente as

pessoas físicas.

Nem todas as pessoas jurídicas estão sujeitas ao pagamento da COFINS porque a

imunidade constitucional do Art 195, parágrafo 7o., da CF para as entidades beneficentes

de assistência social, que atenda as exigências estabelecidas em lei, e isenções subjetivas e

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 46

objetivas concedidas em leis. As isenções previstas os artigos 6o. e 7o. da LC 70/91 foram

revogadas pela MP no. 1858, que vem sendo reeditadas, mais concedeu novas isenções.

III - Repercussões da Aplicação dos Tributos

a) em nível governamental;

A maior importância da aplicação dos tributos, está no fato de permitir, com

a arrecadação, estabelecer as linhas programáticas de ação do governo.

Permite direcionar todo o planejamento da nação em função de prioridades

em educação, ou saúde, ou saneamento, ou economia, etc, com base nos recursos

orçamentários projetados.

b) em nível societário.

Permite administrar a alocação de recursos em programas, que diminuam as

diferenças sociais e permitam investir em projetos que aumentem a geração de

emprego e renda.

IV - Pontos relevantes quanto à forma de tributação

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 47

A forma de tributação, bem dito pela Lei, refere-se possibilidade de levar a

tributação, à arrecadação de valores para possibilitar o atendimento da previdência social e

outros planos de governo, de acordo com a capacidade contributiva de toda a classe

trabalhadora, empresários e demais entes econômicos da sociedade.

V - Sugestões

Contribuições da equipe quanto à restrições ou aprimoramentos na formatação do

imposto e contribuição social, com a visão crítica imprescindível à análise do tema.

Uma das avaliações da equipe , permite referendar a preocupação geral

demonstrada pelos empresário, no sentido de minimizar o custo Brasil, diminuir as

alíquotas de incidência tributária da Pessoa Física ( no âmbito dos Impostos Diretos) e da

Pessoa Jurídica no âmbito dos impostos indiretos, de tal ordem a permitir o aumento da

base tributária, e assim, validar a participação de um maior número de pessoas na

contribuição para a geração de recursos para a nação.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 48

CONCLUSÃO

Por fim, após o exaustivo estudo, a equipe conclui pela importância do trabalho

desenvolvido, o que permitiu aumentar e aprofundar o conhecimento acerca do tema, da

maior importância para a atividade acadêmica e/ou profissional.

A equipe também tomará a liberdade de aprofundar a avaliação critica sobre o tema

e oportunizar aos demais Mestrandos os pontos relevantes do estudo, em exposição já

programada.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 49

BIBLIOGRAFIA

Constituição Federal;

Código Tributário Nacional;

Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976;

Regulamento do Imposto de Renda;

IOB - Legislação;

IOB - Temática Contábil;

IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de

contabilidade das sociedades por ações. 5. ed. Atlas, São Paulo, 2000.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 6. ed. Atlas. São Paulo, 2000.

PENA, Maria das Graças da Silva. Elementos para elaboração de monografias. Belém

do Pará – Pró Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da Universidade Federal do Pará

– UFPA – Co-Edição CEJUP – 1a Ed. 1986.

WINKER, Noé – IMPOSTO DE RENDA, Vol. II, Ed. Forense, 1997.

O Imposto de Renda e a Contribuiç ão Social

Autores: Édson José Ferreira Lima, Héber Lavor Moreira e Tadeu Manoel Rodrigues de Araújo 50

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

A apresentação do trabalho será efetuada pela equipe, com exposição verbal e projeção

multimídia, através de software Power Point 3®

3 Power Point ® é Marca Registrada Microsoft.