66
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ANA LUISA OENNING MARTINS INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS AÉREAS INFERIORES EM CRIANÇAS ENTRE ZERO E UM ANO DE IDADE. Tubarão 2014

INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

  • Upload
    vominh

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ANA LUISA OENNING MARTINS

INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS AÉREAS

INFERIORES EM CRIANÇAS ENTRE ZERO E UM ANO DE IDADE.

Tubarão

2014

Page 2: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

ANA LUISA OENNING MARTINS

INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS AÉREAS

INFERIORES EM CRIANÇAS ENTRE ZERO E UM ANO DE IDADE.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina

(UNISUL), como requisito à obtenção do título de Mestre em

Ciências da Saúde.

Orientadora: Professora Dra. Fabiana Shuelter Trevisol

Tubarão

2014

Page 3: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

ANA LUISA OENNING MARTINS

INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS AÉREAS

INFERIORES EM CRIANÇAS ENTRE ZERO E UM ANO DE IDADE

Esta dissertação foi julgada adequada à obtenção do título de

Mestre em Ciências da Saúde e aprovado em sua forma final

pelo Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde.

Tubarão, _____de_____________de 2014

__________________________________

Professora Fabiana Schuelter Trevisol, Dra

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________

Professora Clarissa Martinelli Comim, Dra

___________________________________

Professora Maria Marlene de Souza Pires, Dra

Page 4: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

Aos meus filhos, Arthur e Augusto, por

encherem meus dias de alegria e por me

fazerem perceber que a felicidade está

aqui, ao alcance das minhas mãos.

Page 5: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

AGRADECIMENTOS

A Deus, Criador dos Céus e da Terra, por sua infinita bondade e misericórdia.

À minha mãe por ter investido em minha educação desde a infância e por continuar

me auxiliando no dia-a-dia, agora como avó dos meus filhos.

Aos meus sogros, por serem tão atenciosos e presentes em meu lar.

Ao meu esposo André, que sempre confiou em minhas iniciativas e que vem

demonstrando seu amor por mim há 16 anos.

À minha orientadora Fabiana, que se tornou uma amiga, por ser uma das pessoas mais

admiráveis que eu conheci. Tem me ensinado através de sua postura pessoal e profissional

que é possível seguir uma brilhante carreira acadêmica sem deixar seu papel de mãe e mulher

ruírem com o passar do tempo. Mostrou-se prontamente acessível em toda e qualquer

situação, sempre atendendo às minhas dúvidas e pedidos de socorro.

À minha amiga Deisy, que trabalhou comigo neste projeto, por sua disposição em

trabalhar com afinco para que pudéssemos concretizar todas as etapas de nosso estudo.

Às alunas Mariane, Marina e Morgana por seu importante auxílio em nossa pesquisa.

A todos os professores do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, por seus

ensinamentos e incontestável competência demonstrados no decorrer do curso.

Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

nesses dois anos de estudo.

À minha querida Danúbia, por sua amizade e incentivo.

À direção do Hospital Nossa Senhora da Conceição, por tornar possível a realização

deste estudo. A todos os funcionários da maternidade do hospital por sua pronta aceitação.

Aos funcionários do AMI e AMEI, que nos auxiliaram em vários momentos de nossa

coorte.

Page 6: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

RESUMO

Introdução: As infecções agudas do trato respiratório inferior acometem aproximadamente

um terço das crianças menores de um ano de idade, tendo como principais manifestações a

pneumonia e a bronquiolite. Objetivos: Estimar a incidência de infecções comunitárias das

vias aéreas inferiores e os fatores de risco associados a esta ocorrência em crianças de zero a

um ano de idade nascidas no Município de Tubarão. Metodologia: Estudo observacional de

coorte prospectiva realizado com crianças nascidas entre julho e setembro de 2012 no

Hospital Nossa Senhora da Conceição, acompanhadas por 12 meses. A coleta de dados foi

realizada pela entrevista com as mães e acompanhamento bimestral das crianças para

investigação da ocorrência dos desfechos e registro de informações caracterizadas como

fatores de risco. A incidência do desfecho foi calculada como incidência-densidade e para o

cálculo do risco relativo bruto e ajustado das variáveis em relação ao desfecho utilizou-se a

regressão de Cox. Resultados: A média de idade das mães foi de 26 anos, e 62% delas

estudaram por tempo superior a 11 anos. Com relação à renda, 23,5% das entrevistadas

encontrava-se sob risco de exclusão social. A incidência-densidade de pneumonia foi de

0,51/100 crianças-mês e a de bronquiolite foi de 3,1/100 crianças-mês. Crianças com peso ao

nascer inferior a 2.500 gramas tiveram risco 5,96 vezes maior para a ocorrência de pneumonia

do que as crianças que nasceram com peso igual ou superior a 2.500 gramas. Conclusão: A

incidência de infecção aguda do trato respiratório inferior foi semelhante à encontrada em

outros estudos. No entanto, no presente estudo, somente o baixo peso ao nascer apresentou-se

como fator de risco independente para a ocorrência de pneumonia.

Palavras-chave: Pneumonia. Bronquiolite. Criança. Epidemiologia. Fatores de risco.

Page 7: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

ABSTRACT

Introduction: Approximately, one-third of children less than one year of age are affected by

acute lower respiratory tract infections, whose main manifestations are pneumonia and

bronchiolitis. Objectives: To estimate the incidence of community-acquired infections of the

lower airways and the risk factors associated with its occurrence in children less than one year

of age in the city of Tubarão, state of Santa Catarina, Brazil. Methods: An observational

prospective cohort study was conducted on children born between July and September 2012 at

the Hospital Nossa Senhora da Conceição, who were followed for 12 months. Interviews were

conducted with their mothers to collect data, and children were monitored bimonthly to

investigate the occurrence of outcomes and collect information on possible risk factors. The

outcome incidence was estimated as incidence-density, and Cox regression analysis was used

to estimate the crude and adjusted relative risk of the variables associated with the outcomes.

Results: The mean age of respondents was 26 years, and 62% of them had more than 11 years

of education. With regard to income, 23.5% of the interviewees were at risk of social

exclusion. The incidence density of pneumonia was 0.51 episodes per 100 children-month,

and bronchiolitis was 3.1 episodes per 100 children-months. Babies who had low weight at

birth (less than 2,500 grams) were 5.96 times more likely to have pneumonia than babies

weighing 2,500 grams or more. Conclusion: The incidence of acute lower respiratory tract

infection in children was similar to that found in other studies. However, in this study, only

low weight at birth was an independent risk factor for the occurrence of pneumonia.

Keywords: Pneumonia. Bronchiolitis. Child. Epidemiology. Risk factors.

Page 8: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Perfil sociodemográfico das mães entrevistadas no período de junho de 2012 a

setembro de 2012 ...................................................................................................................... 28

Tabela 2 – Incidência de infecções do trato respiratório inferior nas crianças participantes do

estudo ........................................................................................................................................ 30

Tabela 3 – Fatores de risco perinatais e de exposição para IRIs .............................................. 31

Tabela 4 – Fatores de risco maternos para pneumonia ajustado para pessoas-tempo .............. 32

Tabela 5 – Fatores de risco relativos à criança e ao ambiente para pneumonia ajustado para

pessoas-tempo ........................................................................................................................... 33

Tabela 6 – Fatores de risco maternos para bronquiolite ajustado para pessoas-tempo ............ 34

Tabela 7 – Fatores de risco relativos à criança e ao ambiente para pneumonia ajustado para

pessoas-tempo ........................................................................................................................... 34

Tabela 8 – Risco relativo das variáveis estudadas com relação à pneumonia e bronquiolite

ajustado de acordo com o modelo hierárquico ......................................................................... 35

Page 9: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

1.1 CONCEITO DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS ........................................................... 10

1.2 ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS ....................................................... 11

1.3 EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS ........................... 11

1.4 CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS DO TRATO

RESPIRATÓRIO INFERIOR .................................................................................................. 13

1.4.1 Bronquiolite .................................................................................................................... 13

1.4.2 Pneumonia ...................................................................................................................... 14

1.5 FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DE INFECÇÕES DO TRATO

RESPIRATÓRIO INFERIOR .................................................................................................. 15

1.5.1 Fatores socioeconômicos ............................................................................................... 15

1.5.2 Interrupção precoce do aleitamento materno ............................................................. 16

1.5.3 Baixo peso ao nascer e desnutrição .............................................................................. 17

1.5.4 Tabagismo passivo ......................................................................................................... 18

1.5.5 Frequência à creche ....................................................................................................... 19

1.5.6 Fatores ambientais ......................................................................................................... 20

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 21

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 21

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 21

3 MÉTODOS ........................................................................................................................... 22

3.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................ 22

3.2 ETAPAS METODOLÓGICAS .......................................................................................... 22

3.2.1 População em estudo e amostragem ............................................................................ 22

3.2.2 Procedimentos ................................................................................................................ 23

3.2.3 Definição de caso ............................................................................................................ 24

3.2.4 Fatores de risco analisados ........................................................................................... 24

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 25

3.4 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 26

Page 10: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

4 RESULTADOS .................................................................................................................... 27

5 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 36

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 44

APÊNDICES ........................................................................................................................... 54

APÊNDICE A - Questionário ................................................................................................ 55

APÊNDICE B - Agenda ......................................................................................................... 58

ANEXO .................................................................................................................................... 63

ANEXO A – Aprovação do CEP Unisul ............................................................................... 64

Page 11: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

10

1 INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que as doenças infecciosas

são uma ameaça global constante e de grande impacto à saúde pública (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2007). As infecções respiratórias agudas (IRAs) são consideradas

importantes doenças, não somente pelo número de pessoas acometidas, mas também por sua

gravidade e transmissibilidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). O

conhecimento epidemiológico das IRAs é o elemento chave para a implementação de medidas

efetivas que reduzam sua prevalência.

1.1 CONCEITO DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS

O sistema respiratório é um complexo sistema orgânico composto de múltiplos

tipos celulares envolvidos em uma variedade de funções. O desenvolvimento do sistema

respiratório ocorre desde a embriogênese até a vida adulta, passando por várias fases distintas

de maturação e crescimento (PINKERTON; JOAD, 2000).

As IRAs são classificadas como infecções do trato respiratório superior ou do

trato respiratório inferior. O trato respiratório superior consiste nas vias áreas a partir das

narinas até as cordas vocais incluindo os seios paranasais e orelha média. O trato respiratório

inferior cobre a continuação das vias aéreas a partir da traqueia e brônquios até os bronquíolos

e alvéolos (SIMÕES et al., 2006).

Existem muitos motivos pelos quais as crianças são mais propensas a desenvolver

IRAs, incluindo certas características anatômicas e fisiológicas do trato respiratório,

especialmente o tamanho menor das vias aéreas e menor complacência pulmonar (ANDRES

et al., 2012). Além disso, a maior incidência de IRAs em crianças pode ser explicada pelas

limitações de suas defesas imunológicas. Estudos demonstraram que fatores imunes

associados à primeira infância, como a redução de interferon-γ e o aumento de interleucina-4,

tornam as crianças mais suscetíveis às IRAs (JOSHI et al., 2006; KRISTJANSSON et al.,

2005; LEGG et al., 2003; RENZI et al., 1999). Essas infecções têm um impacto significativo

na área da saúde em todo o mundo, sendo predominantemente de origem viral (CHRIST-

CRAIN; MÜLLER, 2007).

Page 12: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

11

1.2 ETIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS

Os agentes que causam a maior parte das infecções respiratórias são de origem

viral. Embora quase todos tenham sido reconhecidos por mais de 40 anos, poucos estudos

epidemiológicos de longa duração avaliaram como as infecções ocorrem em relação ao

tempo, lugar e pessoa (MONTO, 2004). Um grande número de vírus é conhecido por estar

associado a doenças respiratórias em humanos. Adenovírus, coronavírus, enterovírus

humanos, rinovírus humanos, vírus influenza, vírus parainfluenza e vírus sincicial respiratório

são conhecidos agentes de IRAs tanto em países desenvolvidos como naqueles em

desenvolvimento (VAN DEN HOOGEN et al., 2001).

Com relação aos agentes bacterianos, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus

influenzae são os patógenos predominantes em infecções respiratórias na infância (JACOBS,

2003). O mais importante fator de virulência do Streptococcus pneumoniae é a cápsula de

mucopolissacarídeos que protege o micro-organismo da opsonização e fagocitose (ALANEE

et al., 2007). Da mesma forma, o Haemophilus influenzae dispõe de fatores de virulência

contra as defesas do hospedeiro, como a presença de proteínas da membrana externa e cápsula

de lipoligossacarídeos (HALSTRÖM; RIESBECK, 2010).

1.3 EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS

As IRAs foram incluídas entre os três principais problemas de saúde pública da

infância em todo o mundo no final da década de 1960, juntamente com as doenças diarreicas e

a desnutrição. Essas três doenças, ou problemas de saúde, foram considerados responsáveis

pela maioria das mortes antes dos cinco anos de idade, e eram as causas mais frequentes pelas

quais uma criança perdia sua saúde durante os primeiros anos de vida (BENGUIGUI, 2002).

Em resposta a esta situação o Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Panamericana

de Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), iniciou em 1984 uma série de ações

para o controle das IRAs como parte integrante do Programa de Assistência Integral à Saúde

da Criança. Os objetivos eram: reduzir a mortalidade, em especial por pneumonia, reduzir os

números de casos graves e de complicações de infecções das vias aéreas superiores e

inferiores e diminuir o uso inadequado de antibióticos e de outros medicamentos (PIO;

LEOWSKI; LUELMO, 1984). Ainda em 1984, a OMS publicou um programa estabelecendo

três níveis de intervenção referentes às IRAs: imunização, educação sanitária e tratamento de

casos (DOUGLAS; KUMAR; MILLER, 1984). As ações enfatizavam a capacitação dos

Page 13: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

12

profissionais de saúde no manejo padronizado de casos de IRAs, a organização dos serviços,

incluindo o abastecimento regular de antibióticos e suprimentos nas unidades de saúde e a

educação aos responsáveis e à comunidade (CHATKIN; ACHÉ, 1997; OLIVEIRA, 1997).

Em 1988, Bulla e Hitze descreveram que os óbitos por IRA no mundo variavam

de 60 a 1.000 por 100.000 habitantes. Destes, 40% a 60% eram menores de cinco anos e a

pneumonia era a principal causa de mortalidade. Em 1991 o seminário OMS/OPAS atualizou

informações sobre a epidemiologia das IRAs. Os principais fatores de risco foram indicados

como aglomeração doméstica, tabagismo dos pais e poluição doméstica (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 1992).

As IRAs são ainda uma das principais causas de morbidade e mortalidade na

infância. A cada ano, estima-se que aproximadamente dois milhões de crianças morram antes

dos cinco anos de idade em países em desenvolvimento devido às IRAs (WILLIAMS et al.,

2002). Em 2010, 58% das mortes em crianças com menos de cinco anos de idade foram

causadas por doenças infecciosas. Pneumonia, diarreia e malária foram responsáveis por um

terço das mortes nessa faixa etária (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2012). Na

América Latina, as infecções respiratórias são responsáveis por mais de 80 mil mortes de

crianças por ano, com 40% dessas mortes ocorrendo no Brasil (PRIETSCH et al., 2008). O

Gráfico 1 apresenta a distribuição do índice de mortalidade entre crianças com menos de

cinco anos de idade em países em desenvolvimento.

Gráfico 1: Distribuição das causas de mortalidade entre crianças menores de cinco

anos em países em desenvolvimento.

IRA

Diarreia

Malária

Sarampo

HIV

Lesões

Outros

Fonte: Adaptado de RODRÍGUEZ; CERVANTES; ORTIZ, 2011.

33%

22%

13%

16%

6%

5% 5%

s

Page 14: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

13

Anualmente, as crianças costumam apresentar de seis a nove episódios de

infecções do trato respiratório superior (IRSs), o que diminui para duas a quatro IRSs ao ano

em adolescentes e adultos. Infecções agudas do trato respiratório inferior (IRIs) ocorrem com

menor frequência, mas a um custo muito mais elevado. Aproximadamente um terço das

crianças desenvolve uma IRI no primeiro ano de vida. Isso diminui para 5% a 10% das

crianças em idade escolar, menos de 5% entre adultos saudáveis e sobe lentamente para 17%

em idosos (HENRICKSON, 2004; WRIGHT, TAUSSIG, RAY,1989). As IRAs representam

entre 30-50% de consultas médicas pediátricas e entre 20-40% das internações hospitalares

em crianças (LOPES; BEREZIN, 2009; RODRÍGUEZ; CERVANTES; ORTIZ 2011).

1.4 CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS DO

TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR

As IRIs são um problema permanente e grave de saúde pública, sendo que suas

consequências dependem da virulência do organismo e da resposta inflamatória dos pulmões

(MIZGERD, 2008). Elas causam manifestações agudas de traqueíte, bronquite, bronquiolite,

infecções pulmonares ou qualquer combinação entre elas. A OMS considera que a

bronquiolite e a pneumonia são os componentes epidemiológicos de maior importância

referentes às IRAs em crianças na primeira infância (LANATA et al., 2004).

1.4.1 Bronquiolite

A bronquiolite é uma infecção aguda das vias aéreas de pequeno calibre que

acomete principalmente lactentes jovens, frequentemente aqueles entre dois e 24 meses de

idade. O principal agente causador é o vírus sincicial respiratório, embora outros vírus possam

estar envolvidos em alguns casos. A doença segue um padrão sazonal, com picos durante o

inverno em climas temperados e durante estação chuvosa em climas tropicais (AMERICAN

ACADEMY OF PEDIATRICS, 2006; SMYTH; OPENSHAW, 2006). Em geral é uma

doença autolimitada com baixa taxa de mortalidade (menos de 1%), embora possa ser mais

elevada (30%) em grupos de crianças de alto risco (prematuros, portadores de displasia

broncopulmonar, portadores de cardiopatia congênita, imunocomprometidos, desnutridos,

entre outros), em que está associada à doença prolongada e maior risco de óbito

(CARVALHO; JOHNSTON; FONSECA, 2007). O diagnóstico da bronquiolite aguda infantil

em geral é clínico e caracteriza-se por tosse, taquipneia, dificuldades na alimentação, coriza e

Page 15: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

14

estertores finos na ausculta pulmonar (FITZGERALD, 2011). Carvalho, Johnston e Fonseca

(2007) descrevem que a bronquiolite inicia-se com febre e coriza, progredindo após alguns

dias para tosse e chiado. Em revisão sistemática, Bordley et al. (2004), concluíram que a

maior parte dos estudos utiliza como diagnóstico de bronquiolite a presença prévia de

sintomas do trato respiratório superior, que progridem para sibilos, crepitações pulmonares,

aumento do tempo expiratório e tosse.

As diferenças nos critérios utilizados para o diagnóstico de bronquiolite dificultam

a interpretação tanto de ensaios clínicos quanto de estudos epidemiológicos (WAINWRIGHT,

2010). Contudo, na prática clínica, o diagnóstico preconizado é clínico e se baseia nas

manifestações clínicas e exame físico. De acordo com o Manual de Pediatria da Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) a bronquiolite se caracteriza por febre, taquipneia, retrações e

sibilos. Coriza e tosse podem preceder o quadro e na ausculta pulmonar observa-se expiração

prolongada, sibilos inspiratórios e expiratórios (YAMAMOTO; JUNIOR, 2006).

1.4.2 Pneumonia

A pneumonia é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em

crianças menores de cinco anos de idade, com 95% dos casos ocorrendo em países em

desenvolvimento (RUDAN et al., 2008; TIEWSOH et al., 2009). As bactérias representam a

principal causa de pneumonia em crianças, no entanto, vírus e outros agentes infecciosos

também têm importância etiológica (RODRIGUES; FILHO; BUSCH, 2002). Embora vários

fatores como idade, estado nutricional, doença de base e fatores ambientais tenham grande

influência na etiologia das pneumonias em crianças, nas pneumonias adquiridas na

comunidade o Streptococcus pneumoniae é um agente particularmente importante nos

lactentes e pré-escolares, tanto em países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento

(MCCRACKEN, 2000). O segundo agente causador de pneumonia em crianças é o

Haemophilus influenzae tipo B (Hib) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2012).

Apesar das altas taxas de morbidade e mortalidade, nenhuma definição clínica ou

radiológica para o diagnóstico de pneumonia é amplamente aceita (REDD et al., 1994). Os

sinais e sintomas clínicos comuns em pacientes com pneumonia são febre, taquipneia e

saturação de oxigênio reduzida. Radiologicamente, a pneumonia é definida como um

infiltrado parenquimatoso (EBELL, 2010). Benguigui et al. (2002), em seu trabalho de

revisão, descreveram os resultados de estudos comunitários realizados para estimar a

incidência de pneumonia infantil em crianças menores de cinco anos de idade. As definições

Page 16: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

15

de pneumonia utilizadas nos diferentes estudos foram variadas. Nos estudos realizados em

países desenvolvidos utilizou-se principalmente o diagnóstico clínico, complementado ou não

pela radiologia. Estudos realizados em países em desenvolvimento utilizaram em sua grande

maioria sintomas respiratórios informados pela mãe, algumas vezes com o complemento

radiológico.

A maior dificuldade em diagnosticar a pneumonia prontamente, particularmente

em unidades básicas de cuidados à saúde, é a ausência de um critério de diagnóstico padrão-

áureo que seja viável e definitivo (WILKINS; WILKINS, 2005). Nesses casos, o profissional

médico toma sua decisão clínica com base em protocolos estabelecidos. No Brasil, a maior

parte dos pediatras segue as recomendações do Manual de Pediatria da SBP, que descreve que

os sinais e sintomas de pneumonia podem variar entre os pacientes podendo-se considerar

sintomas como febre, disfunção respiratória e tosse. A propedêutica pulmonar e anamnese são

importantes para que se estabeleça o diagnóstico (YAMAMOTO; JUNIOR, 2006).

1.5 FATORES DE RISCO PARA A OCORRÊNCIA DE IRIs

Estudos prévios listaram os fatores de risco para adquirir infecções respiratórias,

entre os quais se destacam: fatores socioeconômicos (renda familiar restrita, baixo nível de

escolaridade dos pais, alta densidade de moradores por domicílio), interrupção precoce do

aleitamento materno, baixo peso ao nascer, desnutrição, tabagismo passivo e frequência à

creche (LOPES; BEREZIN 2009; RODRÍGUEZ; CERVANTES; ORTIZ, 2011;

TREGONING; SCHWARZE, 2010). Além disso, fatores ambientais como poluição do ar

respirado e variáveis climáticas estão relacionados ao aumento dos casos e da gravidade das

IRI em menores de cinco anos de idade (ALDOUS et al., 1996). Em todas as IRI, também há

predomínio do sexo masculino, sendo o gênero, neste caso, considerado um fator de risco para

esse tipo de infecção (SINGLETON et al., 2009).

1.5.1 Fatores socioeconômicos

A primeira indicação de que as IRIs estão associadas a fatores socioeconômicos é

a ampla diferença econômica entre países. Ainda que as crianças menores de cinco anos de

todo o mundo apresentem o mesmo número de episódios de IRIs, a incidência anual de

pneumonia é maior nos países em desenvolvimento (VICTORA, 1996). A morbimortalidade

infantil é substancialmente maior entre crianças de classe social baixa ou de menor poder

Page 17: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

16

aquisitivo. Alguns estudos demonstraram que a classe social é importante determinante das

hospitalizações por IRI (ALBERNAZ et al., 2003; CÉSAR et al., 1997). Entretanto, a maior

parte dos estudos não mostra associação entre a renda familiar e maior ou menor incidência de

IRIs (NASCIMENTO et al, 2004).

Em estudo publicado em 2011, Aranha, Grisi e Escobar concluíram que a

percepção dos pais em relação às condições de saúde de seus filhos relacionou-se mais ao

grau de escolaridade do que ao nível socioeconômico propriamente dito. A maior escolaridade

propiciaria um conjunto de ações relacionadas ao cuidado mais adequado da criança e ao

conhecimento de medidas preventivas de saúde, as quais reduzem a morbidade por doença

respiratória. Além disso, ocorre a influência e a interação do nível de escolaridade da mãe

sobre outras variáveis relacionadas ao risco de doença respiratória, como tabagismo e

desmame precoce (MACEDO et al., 2007). Com relação à idade materna, as mães mais

velhas parecem oferecer melhor atenção à saúde infantil, já que a incidência de IRI é maior

em filhos de mães jovens (PRIETSCH et al., 2008).

A aglomeração é extremamente comum nas famílias das regiões menos

desenvolvidas, nas quais a taxa de natalidade é, quase sempre, muito elevada e as condições

de moradia são ruins, inclusive por um limitado número de peças utilizado por seus

habitantes. Especialmente quanto ao número de moradores e ao número de crianças menores

de cinco anos no domicílio, existe clara associação com as doenças respiratórias, já que ocorre

maior exposição a patógenos (GOYA; FERRARI, 2005). Com relação ao local de residência,

a incidência de IRAs varia acentuadamente entre crianças provenientes de locais urbanos

(cinco a nove episódios por criança por ano) e rurais (três a cinco episódios). Isso pode ser

devido à facilidade de transmissão horizontal em decorrência da aglomeração nas cidades

(VICTORA, 1996).

1.5.2 Interrupção precoce do aleitamento materno

Em 2011 a OMS, com base em diversos estudos, recomendou que todas as

crianças deveriam ser amamentadas exclusivamente até os seis meses de vida (DUIJTS et al.,

2010). Estima-se que a amamentação possa ser responsável pela redução de 9,1% do

coeficiente de mortalidade infantil, podendo evitar mais de 600.000 mortes no mundo por

IRIs, o que representa 30% da mortalidade pós-neonatal e 50% da mortalidade neonatal

evitável por IRAs na América Latina (BOCCOLINI; CARVALHO; OLIVEIRA, 2011). O

aleitamento materno por quatro ou mais meses parece diminuir o risco de internações por

Page 18: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

17

doenças respiratórias na infância para um terço comparado ao risco observado em crianças

alimentadas com fórmulas infantis, mesmo em países desenvolvidos (BACHRACH;

SCHWARZ; BACHARACH, 2003). Nos lactentes, os efeitos desfavoráveis da

imunodeficiência neonatal são limitados por alguns mecanismos naturais de compensação

como a passagem transplacentária de anticorpos IgG (imunoglobulina G) durante a gestação e

a introdução de componentes imunológicos e protetores do leite humano. A amamentação

mantém a ligação imunológica materno-fetal após o nascimento, favorece a transmissão da

imunocompetência da mãe para a criança, e é considerado um fator contributivo importante

para a defesa do sistema imune neonatal durante um período delicado e crucial para o

desenvolvimento imunológico (CHIRICO et al., 2008). Em seu trabalho de revisão, Pires

(2013) ressalta que a maior parte dos estudos considera que existem diversos benefícios

associados ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e a continuidade da

amamentação (até os dois anos ou mais) combinada com alimentos complementares em

quantidade e qualidade suficientes para manter o desenvolvimento da criança.

1.5.3 Baixo peso ao nascer e desnutrição

Baixo peso ao nascer é definido pela OMS como sendo o peso ao nascimento

inferior a 2.500g (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011). Existem dois mecanismos

principais que predispõem as crianças com baixo peso ao nascer a um risco aumentado de

IRAs: redução da imunocompetência e comprometimento da função pulmonar (VICTORA et

al., 1999).

A evidência observacional de uma associação entre o crescimento inadequado e o

risco de ocorrência de IRAs na primeira infância é forte e consistente, sugerindo que poderia

haver um impacto potencialmente grande de intervenções nutricionais sobre a

morbimortalidade relacionada às IRAs (ROTH et al., 2008). Crianças mal nutridas têm uma

resposta imunológica diminuída e consequentemente infecções mais graves (VICTORA et al.,

1999). Em estudo de Rice et al. (2000) publicado pelo boletim anual da OMS, foi observado

uma relação direta entre a diminuição do peso para a idade e o risco crescente de mortalidade

por IRIs. Da mesma forma, as IRAs podem influenciar negativamente no crescimento

ponderal das crianças que as adquirem. A febre como indicador da ativação do sistema imune,

pode suprimir o apetite e levar à realocação de nutrientes que seriam utilizados para manter o

crescimento estaturo-ponderal das crianças (DEWEY; MAYERS, 2011).

Page 19: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

18

1.5.4 Tabagismo passivo

A fumaça de cigarro é o mais comum e importante poluente ambiental ao qual as

crianças são expostas. A associação epidemiológica entre o tabagismo dos pais e as IRAs é

reconhecida há algum tempo (SEMPLE et al., 2011). A exposição a todos os tipos de fumo

passivo, em particular o tabagismo materno, provoca um aumento estatisticamente

significativo no risco de desenvolvimento de IRAs nos dois primeiros anos de vida (JONES et

al., 2011). Nas crianças, a exposição ao fumo passivo constitui um fator determinante para

morbidade respiratória e redução precoce da função pulmonar. Vários estudos têm

demonstrado que esse tipo de exposição afeta negativamente a saúde respiratória das crianças,

diminuindo a função pulmonar e aumentando o risco de infecções e sintomas respiratórios

(CONSTANT et al., 2011; COOK; STRACHAN; CAREY, 1998; COOK; STRACHAN;

CAREY, 1999; DIFRANZA; ALIGNE; WEITZMAN, 2004; GILLILAND et al., 2002;

JAAKKOLA; JAAKKOLA, 2002). Os efeitos inibidores do cigarro sobre as atividades

ciliares e outros mecanismos protetores são responsáveis pelas alterações observadas em

pacientes expostos ao tabagismo (KOCH et al., 2003).

Em 2010, um grupo britânico do Royal College of Physicians num estudo sobre

fumo passivo e crianças, (uma compilação e meta-análise de diversos estudos), publicou um

relatório com algumas considerações importantes:

- Residir em um ambiente onde uma ou mais pessoas fumam, dobra o risco de

morte súbita neonatal.

- O fumo passivo aumenta o risco de IRI em crianças. Se a fumante é a mãe, o

risco aumenta em 60%, se o fumante é outro membro da família, o risco aumenta em 50%.

- O fumo passivo aumenta o risco de otite média em cerca de 46%.

- O fumo passivo resulta em comprometimento da função pulmonar em recém-

nascidos e crianças. O significado desse efeito em longo prazo não é conhecido.

As crianças sofrem maiores consequências relacionadas ao fumo passivo porque

após exposição a níveis semelhantes de fumaça de cigarro, os níveis de nicotina são cerca de

70% superiores aos de adultos, provavelmente porque as crianças têm maiores níveis de

frequência respiratória (WILLERS et al., 1995).

Page 20: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

19

1.5.5 Frequência à creche

Atualmente, as creches estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das crianças

com idade entre zero e seis anos de idade, e diversos estudos sugerem que frequentar uma

creche é um importante fator de risco para a aquisição de infecções respiratórias

principalmente em crianças de zero a dois anos de idade (BONFIM et al., 2011; KAMPER-

JORGENSEN et al., 2006). Em estudo realizado em 1996 por Fuchs et al. demonstrou-se que

a prevalência de IRA aumenta progressivamente em crianças que passam mais tempo na

creche. A aquisição de infecções respiratórias nas escolas e creches ocorre devido aos

inúmeros contatos próximos que ocorrem entre crianças em idade pré-escolar. Essas podem

agir como fontes de infecção em suas famílias, de forma que os agentes infecciosos podem

disseminar-se ainda mais na comunidade (STEHLÉ et al., 2011).

O contato com outras crianças pequenas durante a primeira infância é claramente

associado à doença pneumocócica invasiva, e a exposição natural parece ocorrer rapidamente

conferindo imunidade duradoura (KAMPER-JORGENSEN; BENN; WOHLFAHRT, 2011).

1.5.6 Fatores ambientais

A exposição à fumaça ambiental tem sido associada ao aumento da gravidade de

IRAs em crianças. Além disso, o risco de pneumonia em crianças pequenas é aumentado pela

exposição a combustíveis sólidos (madeira, esterco animal, resíduos de colheita e carvão). A

inalação de fumaça altera uma série de mecanismos de defesa dos pulmões, incluindo a

eficácia mucociliar e a função dos macrófagos (DHERANI et al., 2008; PEREZ-PADILLA;

SCHILMANN; RIOJAS-RODRIGUEZ, 2010).

Sabe-se que as variáveis climáticas influenciam na prevalência e no perfil de

gravidade das IRAs havendo aumento da demanda ambulatorial nos meses de inverno,

principalmente dos quadros benignos de IRSs ou IRIs. Além disso, as pneumonias e as

bronquiolites têm significativo aumento proporcional, fato que reforça a demanda hospitalar

(BOTELHO, 2003). Estudos demonstraram que a baixa umidade relativa do ar é considerada

um risco para a integridade das vias aéreas por alterar o equilíbrio do aparelho respiratório

(SILVA JÚNIOR et al., 2011). Embora as baixas temperaturas possam estar associadas a

surtos de IRAs, elas não são a causa das infecções. Temperaturas baixas e outros fatores

climáticos podem, no entanto, influenciar as interações entre o hospedeiro, patógeno e

Page 21: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

20

ambiente, aumentando a probabilidade de exposição, susceptibilidade e infecção (PREL et al.,

2009).

Page 22: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

21

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Estimar a incidência de infecções comunitárias das vias aéreas inferiores e os

fatores de risco associados a esta ocorrência em crianças de zero a um ano de idade nascidas

no Hospital Nossa Senhora de Conceição, no Município de Tubarão.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar as características clínicas, socioeconômicas e ambientais nas crianças

participantes do estudo.

- Descrever a incidência de morbidade e internações por infecções das vias aéreas

inferiores.

- Comparar os grupos com e sem a presença do desfecho quanto às variáveis:

aleitamento materno, tabagismo passivo, frequência à creche, nível socioeconômico,

escolaridade e idade maternas e baixo peso ao nascer.

Page 23: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

22

3 MÉTODOS

Este trabalho está vinculado ao projeto intitulado “Incidência de infecções

respiratórias agudas e diarreias agudas em crianças menores de um ano” cujo objetivo foi

identificar a incidência de infecções respiratórias agudas e diarreias agudas em crianças de

zero a um ano idade nascidas no Município de Tubarão, Santa Catarina. O projeto foi

conduzido por duas alunas do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde – Mestrado

Acadêmico - da Universidade do Sul de Santa Catarina com o auxílio de alunos de iniciação

científica, que utilizarão alguns dados para trabalhos posteriores.

3.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo observacional de coorte prospectiva.

3.2 ETAPAS METODOLÓGICAS

3.2.1 População em estudo e amostragem

Tubarão é um Município do Estado de Santa Catarina com 96.284 habitantes

(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010). Segundo dados do

Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), nascem cerca de

2.000 crianças por ano em Tubarão (média dos últimos 10 anos) (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2012). O Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) possui o centro obstétrico onde

ocorre a maioria dos partos por ano e o único com Unidade de Terapia Intensiva Neonatal na

cidade, sendo considerado um hospital de referência em saúde para a região. Além disso, o

HNSC possui desde 2001 o título de “Hospital Amigo da Criança”.

O cálculo da amostra foi feito com auxílio do programa Open Source

Epidemiologic Statistics for Public Health (OpenEpi), versão 2.3.1 (DEAN; SULLIVAN;

SOE, 2012). Para determinação do tamanho da amostra considerou-se a amamentação

exclusiva como principal fator de exposição, reduzindo as IRIs em cerca de um terço.

Considerou-se também, que um terço das crianças apresenta pelo menos um episódio de IRI

antes de um ano de idade (BACHRACH; SCHWARZ; BACHRACH, 2003; DUIJTS et al.,

2010; ODDY et al.,2003). A porcentagem de expostos inserida no cálculo foi de 8% e a

porcentagem de não expostos de 25%, com poder do estudo de 80%, significância de 95%, e

Page 24: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

23

erro alfa de 5%. Acrescentou-se ainda uma previsão de 20% para cobrir possíveis perdas de

seguimento, o que totalizou amostra mínima de 204 entrevistas iniciais para se alcançar os

objetivos propostos.

Os critérios de inclusão foram: recém-nascidos vivos no período de junho a

setembro de 2012 ou até que se atingisse o tamanho amostral, cuja mãe aceitasse a

participação no estudo. Os critérios de exclusão foram: presença de anomalias congênitas e

prematuridade com internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

3.2.2 Procedimentos

A coleta de dados foi realizada no período compreendido entre junho de 2012 e

setembro de 2013. Os procedimentos do estudo foram realizados de acordo com a descrição a

seguir:

- Foram convidadas a participar do estudo as puérperas internadas no alojamento

conjunto do Hospital Nossa Senhora da Conceição entre junho e setembro de 2012, quando se

atingiu o tamanho amostral. As pesquisadoras envolvidas no projeto fizeram o convite em

todos os quartos e apartamentos do referido setor para participação no estudo mediante

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Portanto, a amostra foi selecionada

consecutivamente, de acordo com a demanda do serviço.

- A primeira coleta de dados foi feita por meio de entrevista com aplicação de

questionário de elaboração dos autores (Apêndice A) com dados referentes ao pré-natal, ao

nascimento, bem como dados demográficos e socioeconômicos a respeito da família. As mães

que aceitaram participar da pesquisa receberam uma agenda para coleta de dados clínicos das

crianças com registro semanal, também de elaboração dos autores (Apêndice B). A agenda foi

recolhida a cada consulta médica e substituída por uma nova.

- Dados pertinentes ao estudo também foram coletados dos prontuários médicos,

carteiras de pré-natal e carteiras de saúde das crianças pela equipe de pesquisa.

- As mães que participaram da pesquisa receberam atendimento médico para seus

filhos em consultas bimestrais pré-agendadas pelo período de um ano. Nestas consultas foram

coletados dados de acompanhamento clínico, bem como confirmação dos dados fornecidos

pelas mães nas agendas. Ao longo de um ano, foram oferecidas seis consultas para cada

criança, e as mesmas foram realizadas por professores médicos, com especialização em

Pediatria, nas dependências de dois ambulatórios médicos: Ambulatório Materno Infantil

Page 25: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

24

(AMI) e Ambulatório Médico de Ensino Integrado (AMEI) do Curso de Medicina da

Universidade do Sul de Santa Catarina, com apoio do serviço público municipal de saúde.

3.2.3 Definição de caso

Neste estudo, o diagnóstico de bronquiolite foi feito por profissional médico,

mediante a procura da mãe por serviço de saúde ambulatorial ou emergencial na presença dos

seguintes sinais indicativos da infecção: taquipneia, tosse e chiado, com presença ou não de

coriza e febre (registro na agenda e confirmação com a mãe nos encontros presenciais).

A definição de pneumonia foi feita mediante o diagnóstico médico, após a procura

da mãe por atendimento em serviço de saúde. Os sintomas associados à pneumonia foram:

tosse, febre e presença de alterações radiológicas que confirmassem a suspeita diagnóstica.

Os sintomas acima mencionados são variáveis presentes na agenda entregue pela

equipe de pesquisa, que foi recolhida e revisada nas consultas médicas bimestrais. Contudo,

ressalta-se que a definição de caso foi baseada em diagnóstico por profissional médico

tecnicamente capacitado, do atendimento oferecido pela equipe de pesquisa ou por outros

procurados pela mãe no decorrer do estudo.

3.2.4 Fatores de risco analisados

Os fatores de risco associados as IRIs incluídos nas análises dos resultados foram:

Idade materna: Informação obtida a partir da entrevista inicial com as mães ainda

internadas. Respondida como idade completa em anos e feita a estratificação em mulheres

menores de 20 anos e com idade igual ou superior a 20 anos de idade.

Renda per capita: Informação obtida a partir da entrevista inicial em que obteve-

se dados acerca da renda familiar e do número de moradores por domicílio. A renda per

capita foi calculada para obter-se a mediana da mesma, considerando que o IBGE utiliza este

parâmetro como indicador monetário de pobreza. Indivíduos cujos rendimentos situam-se

abaixo de 60% da mediana, são considerados sob risco de pobreza ou exclusão social.

Residentes por domicílio: Informação obtida a partir da entrevista inicial.

Estratificada em zero a três moradores por domicílio e mais de três moradores por domicílio.

Escolaridade materna em anos completos: Informação obtida a partir da entrevista

inicial, na qual a mãe respondeu quantos anos de estudo completos tinha. Estratificada em

tempo inferior ou igual a 11 anos e tempo superior a 11 anos de estudo.

Page 26: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

25

Peso ao nascer: Informação obtida a partir da carteira de saúde da criança.

Dividido em peso inferior a 2.500 gramas e maior ou igual a 2.500 gramas.

Sexo da criança: Dado obtido a partir da carteira de saúde da criança.

Tabagismo passivo: Informação obtida a partir da coleta das agendas, nas quais as

mães informaram se a criança convivia ou não com fumante(s).

Frequência à creche: Informação obtida a partir da coleta das agendas,

estratificada em sim (frequentou creche) e não.

Amamentação em meses: Informação obtida a partir da coleta das agendas, nas

quais as mães preenchiam na tabela referente à amamentação da criança se a mesma mamava

no peito ou não, e se essa prática era exclusiva ou parcial.

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados coletados foram digitados no programa EpiData versão 3.1 (EpiData

Association, Odense, Denmark) e a análise estatística foi feita no software Statistical Product

and Service Solutions - SPSS for Windows version 20 (IBM SPSS Statistics, Chicago, IL,

USA). Foram calculada média, amplitude da variação, mediana e desvio padrão para as

variáveis contínuas e proporções para as variáveis categóricas. A incidência do desfecho foi

calculada como incidência-densidade, expressa por pessoas-tempo. Para o cálculo do risco

relativo bruto e ajustado das variáveis em relação ao desfecho utilizou-se regressão de Cox. O

nível de significância foi de 5%.

A análise multivariada realizada para ajuste dos fatores de confusão foi feita por

modelo hierárquico que considera que algumas variáveis são determinantes sobre outras,

conforme proposto por Victora et al. (1997). O modelo proposto pressupõe que o desfecho

varia de acordo com os fatores de risco, considerando que embora alguns dos fatores não

estejam diretamente relacionados com a ocorrência da doença, eles aumentam o efeito de

outros determinantes. Variáveis demográficas como sexo da criança, podem exercer

influência sobre os resultados, mas não são influenciadas por outros fatores, embora possam

ser determinantes destes. As variáveis socioeconômicas influenciam as características

reprodutivas maternas bem como os fatores ambientais, uma vez que estabelecem as

condições de exposição. Os dados socioeconômicos são, portanto, incluídos no primeiro nível

do modelo de análise, juntamente com as variáveis demográficas. O segundo nível inclui

características nutricionais da criança, que podem atuar nas condições de crescimento e

imunidade da mesma. O terceiro nível considera os fatores ambientais, dentre eles a

Page 27: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

26

aglomeração, frequência à creche e tabagismo passivo. Neste modelo, atuando de forma

conjunta ou individual, esses fatores são decisivos para o desenvolvimento ou não das IRIs

(Figura 1).

Figura 1: Descrição da análise hierarquizada para IRI.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

3.4 ASPECTOS ÉTICOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da UNISUL

(CEP-UNISUL) sob registro 12.035.4.01 III, de 27 de abril de 2012 (Anexo A). O termo de

consentimento livre e esclarecido foi oferecido a todas as candidatas para participação no

estudo. Os riscos aos participantes foram considerados mínimos, não havendo risco de

morbidade significativa ou óbitos relacionados a este estudo.

Sexo da criança • Primeiro nível

Renda per capita

Escolaridade materna

Idade materna

Baixo peso

Amamentação • Segundo

nível

Aglomeração

Creche

Tabagismo passivo

• Terceiro nível

Desfecho:

Bronquiolite e Pneumonia

Page 28: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

27

RESULTADOS

No período entre junho e setembro de 2012 foram realizadas 210 entrevistas com

parturientes internadas no HNSC. Dos nascimentos, 99 (47,1%) foram do sexo masculino e

111 (52,9%) do sexo feminino. Na Tabela 1 estão descritas as variáveis sociodemográficas

maternas.

Tabela 1: Perfil sociodemográfico das mães entrevistadas no período de junho de 2012 a

setembro de 2012 (n=187*).

n % IC 95%

Etnia

Brancas

Não brancas

Ignorada

153

32

2

81,8

17,1

1,1

76,5-87,2

11,8-22,5

0,0-2,7

Idade materna

< 20

≥ 20

24

163

12,8

87,2

8,0-17,6

82,4-92,0

Situação conjugal

Com companheiro

Sem companheiro

168

19

89,8

10,2

85,0-94,1

5,9-15,0

Profissão

Na área da saúde

Outras

8

179

4,3

95,7

1,6-7,5

92,5-98,4

Escolaridade em anos

0-11

> 11

71

116

38,0

62,0

31,0-45,5

54,5-69,0

Residentes por domicílio

0-3

> 3

Ignorado

63

123

1

33,7

65,8

0,5

27,4-40,9

59,1-72,6

0,0-0,6

Renda per capita (n=176)**

< R$ 248,80

≥ R$ 248,80

44

132

23,5

70,6

19,3-31,8

68,2-80,7

Page 29: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

28

Ignorado 11 5,9 0,6-7,4

Tipo de parto

Natural

Cesariana

66

121

35,5

64,5

28,5-42,5

57,5-71,5

* Dados referentes apenas às 187 mães que iniciaram o acompanhamento bimestral.

**Ponto de corte estabelecido por 60% da mediana da amostra.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

A média de idade das entrevistadas foi de 26 anos com mínimo de 14 e máximo

de 45 anos. Quanto às características socioeconômicas, observou-se que a mediana da renda

familiar foi de 1.866,00 reais, enquanto o cálculo de 60% da mediana da renda per capita

resultou em 248,80 reais.

O Fluxograma 1 apresenta as perdas de seguimento ocorridas durante a coorte. As

perdas foram decorrentes do não comparecimento às consultas pediátricas, bem como da

impossibilidade de contato telefônico e mudança de endereço. Apenas uma perda foi

confirmada como óbito da criança por doença cardíaca, aos três meses de idade.

Fluxograma 1: Perdas ocorridas durante o acompanhamento bimestral.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Número de crianças participantes a partir do estudo transversal:

210

Perdas ocorridas antes do

acompanhamento bimestral: 23

Perdas ocorridas no primeiro bimestre: 0

Perdas ocorridas no segundo bimestre: 6

Perdas ocorridas no terceiro bimestre: 0

Perdas ocorridas no quarto bimestre: 3

Perdas ocorridas no quinto bimestre: 6

Perdas ocorridas no sexto bimestre: 4

Perda total: 42 crianças

Page 30: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

29

Os resultados referentes ao acompanhamento bimestral das crianças estão

descritos pelo coeficiente de incidência pessoas-tempo para cada variável.

Durante o período estudado, ocorreram 11 casos de pneumonia, correspondendo a

0,51/100 crianças mês, e 71 casos de bronquiolite, correspondendo a 3,1/100 crianças mês. Os

resultados dos desfechos são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Incidência de infecções do trato respiratório inferior nas crianças participantes do

estudo.

Casos (%) Incidência-densidade* IC 95%

Pneumonia

Sim

Não

11 (5,9)

176 (94,1)

0,51

2,7-10,2

89,8-97,3

Bronquiolite

Sim

Não

71 (38,0)

116 (62,0)

3,1

31,0-44,9

55,1-69,0

*Taxa calculada por 100 crianças-mês.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Apenas uma criança teve pneumonia em dois momentos, aos oito e aos dez meses

de idade. Com relação aos casos de bronquiolite, 14 crianças tiveram uma recorrência, quatro

crianças tiveram duas recorrências e somente uma criança teve quatro episódios de

bronquiolite no primeiro ano de vida.

Do total de crianças que apresentaram diagnóstico de IRI, apenas uma foi

internada por pneumonia, no primeiro mês de vida.

O Gráfico 2 mostra o período de ocorrência (estação do ano) em que as crianças

tiveram IRI.

Page 31: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

30

Gráfico 2: Distribuição das ocorrências de infecção do trato respiratório inferior segundo a

estação do ano.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

A Tabela 3 apresenta dados referentes aos fatores de risco perinatais e de

exposição.

Tabela 3: Fatores de risco perinatais e de exposição para IRIs.

n % IC* 95%

Peso ao nascer (em gramas)

< 2.500

≥ 2.500

17

170

9,1

90,9

5,4-13,4

86,6-94,6

Sexo da criança

Masculino

Feminino

87

100

46,5

53,5

39,6-53,5

46,5-60,4

Tabagismo passivo

Sim

Não

53

134

28,3

71,7

21,9-34,8

65,2-78,1

Frequência à creche

Sim

Não

28

159

15,0

85,0

10,2-20,9

79,1-89,8

8,8%

20,6%

38,2%

32,4%

Primavera Verão Outono Inverno

Page 32: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

31

Amamentação em meses

< 6

≥ 6

89

98

47,6

52,4

40,6-54,5

45,5-59,4

*IC= intervalo de confiança.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Com relação ao aleitamento materno, apenas 27 (14,4%) crianças foram

amamentadas exclusivamente até o sexto mês de vida. As Tabelas 4 e 5 apresentam o risco

relativo para a ocorrência de pneumonia considerando os fatores de risco conhecidos.

Tabela 4: Fatores de risco maternos para pneumonia ajustado para pessoas-tempo.

Fator de risco RR* (IC 95%) Valor de p

Idade materna em anos

< 20

≥ 20

0,04 (0,00-85,6)

1,0

0,411

Renda per capita em reais**

< 248,80

≥ 248,80

0,29 (0,37-2,25)

1,0

0,235

Residentes por domicílio

0-3

>3

1,0

0,20 (0,02-1,56)

0,125

Escolaridade em anos

0-11

> 11

0,17 (0,02-1,31)

1,0

0,089

*Regressão de Cox.

**Ponto de corte estabelecido por 60% da mediana da amostra.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Page 33: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

32

Tabela 5: Fatores de risco relativos à criança e ao ambiente para pneumonia ajustado para

pessoas-tempo.

Fator de risco RR* (IC95%) Valor de p

Peso ao nascer (em gramas)

< 2.500

≥ 2.500

5,83 (1,71-19,9)

1,0

0,005

Sexo da criança

Masculino

Feminino

1,47 (0,45-4,81)

1,0

0,526

Tabagismo passivo

Sim

Não

0,03 (0,00-7,07)

1,0

0,207

Frequência à creche

Sim

Não

0,51 (0,13-1,9)

1,0

0,316

Amamentação exclusiva

< 6 meses

≥ 6 meses

0,46 (0,12-1,75)

1,0

0,255

*Regressão de Cox.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Verificou-se que o baixo peso ao nascer está associado à ocorrência de

pneumonia. Crianças que nasceram com menos de 2.500g tiveram 5,83 vezes o risco de

desenvolver pneumonia. Não foram encontradas associações significativas entre pneumonia e

amamentação, rotina em creche e tabagismo passivo.

As Tabelas 6 e 7 mostram o risco relativo para a ocorrência de bronquiolite

considerando os fatores de risco conhecidos. Não foram encontradas associações

significativas entre bronquiolite e as variáveis estudadas.

Page 34: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

33

Tabela 6: Fatores de risco maternos para bronquiolite ajustado para pessoas-tempo.

Fator de risco RR* (IC 95%) Valor de p

Idade materna em anos

< 20

≥ 20

0,85 (0,41-1,77)

1,0

0,667

Renda per capita em reais**

< 248,80

≥ 248,80

1,08 (0,63-1,86)

1,0

0,777

Residentes por domicílio

0-3

>3

1,0

1,23 (0,76-1,98)

0,402

Escolaridade em anos

0-11

> 11

0,91 (0,56-1,48)

1

0,713

*Regressão de Cox.

**Ponto de corte estabelecido por 60% da mediana da amostra.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Tabela 7: Fatores de risco relativos à criança e ao ambiente para bronquiolite ajustado para

pessoas-tempo.

Fator de risco RR* (IC95%) Valor de p

Peso ao nascer (em gramas)

< 2.500

≥ 2.500

0,78 (0,31-1,92)

1,0

0,584

Sexo da criança

Masculino

Feminino

0,80 (0,49-1,28)

1,0

0,348

Tabagismo passivo

Sim

Não

1,1 (0,67-1,83)

1,0

0,700

Frequência à creche

Sim

Não

0,65 (0,37-1,13)

1,0

0,128

Page 35: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

34

Amamentação exclusiva

< 6 meses

≥ 6 meses

1,06 (0,54-2,07)

1,0

0,864

*Regressão de Cox.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

A Tabela 8 apresenta o risco relativo das variáveis estudadas ajustadas pelo modelo

hierárquico.

Tabela 8: Risco relativo das variáveis estudadas com relação à pneumonia e bronquiolite

ajustado de acordo com o modelo hierárquico.

Fator de risco RR ajustado

(IC95%)

p RR ajustado

(IC95%)

p

Pneumonia Bronquiolite

Primeiro nível

Sexo da criança

Masculino

Feminino

1,58 (0,49-5,22)

1,0

0,454

0,78 (0,47-1,29)

1,0

0,332

Renda per capita **

< R$ 248,80

≥ R$ 248,80

0,44 (0,05-3,68)

1,0

0,452

1,16 (0,65-2,07)

1,0

0,606

Escolaridade

0-11 anos

> 11 anos

0,20 (0,02-1,67)

1,0

0,139

0,88 (0,51-1,51)

1,0

0,640

Idade materna

< 20 anos

≥ 20 anos

1,01 (0,90-1,12)

1,0

0,913

1,00 (0,96-1,04)

1,0

0,907

Segundo nível

Peso ao nascer

< 2.500 gramas

≥ 2.500 gramas

5,96 (1,75-20,4)

1,0

0,006

0,78 (0,31-1,94)

1,0

0,592

Amamentação exclusiva 0,234 0,859

Page 36: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

35

< 6 meses

≥ 6 meses

0,45 (0,12-1,68)

1,0

1,06 (0,54-2,07)

1,0

Terceiro nível

Residentes∕domicílio

0-3

>3

1,0

3,73 (0,47-29,4)

0,212

1,0

0,83 (0,51-1,34)

0,448

Frequência à creche

Sim

Não

1,38 (0,35-5,49)

1,0

0,643

1,52 (0,87-2,65)

1,0

0,143

Tabagismo passivo

Sim

Não

0,93 (0,56-1,54)

1,0

0,960

1,08 (0,65-1,78)

1,0

0,779

*Regressão de Cox

**Ponto de corte estabelecido por 60% da mediana da amostra.

Fonte: Elaboração da autora, 2014.

Após ajuste do risco relativo para o modelo hierárquico, a variável baixo peso ao

nascer continuou sendo o único fator de risco relacionado à ocorrência de pneumonia.

Crianças com peso ao nascimento inferior a 2500g tiveram risco 5,96 vezes maior de adquirir

pneumonia em relação às que nasceram com 2500g ou mais. Nenhum dos fatores de risco

mostrou associação estatisticamente significativa com a ocorrência de bronquiolite.

Page 37: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

36

5 DISCUSSÃO

As IRAs são mundialmente reconhecidas por serem uma das principais causas de

morbidade e mortalidade em todas as idades, principalmente em crianças. O conhecimento da

distribuição e dos fatores de risco relacionados às mesmas é um passo importante para

determinar e elaborar estratégias de saúde eficazes dentro do cenário epidemiológico infantil.

No presente estudo, observou-se elevada incidência cumulativa de bronquiolite

(42,3%) e pneumonia (6,5%), evidenciando a relevante morbidade destas doenças

respiratórias nas crianças. Esses achados estão em concordância com diversos estudos que

consideram as IRIs eventos comuns na infância. Entretanto, por utilizarem diferentes critérios

para a definição de pneumonia e bronquiolite, os estudos mostram elevada variação na

incidência dessas ocorrências. Em estudo realizado com 936 crianças, Aldous et al. (1996)

descreveram que pelo menos 32% dos participantes do estudo tiveram pelo menos um

episódio de IRI no primeiro ano de vida. Flaherman et al. (2012), em sua coorte retrospectiva

realizada na Califórnia com 123.264 crianças, descreve que 16,7% das crianças

desenvolveram bronquiolite antes do segundo ano de vida. Segundo Wright et al. (1989), a

incidência de bronquiolite no primeiro ano de vida foi de 20%. Em recente estudo realizado

na África do Sul, Sinha et al. (2012) observaram que 87,4% das crianças com menos de cinco

anos de idade tiveram pelo menos um episódio de bronquiolite ou pneumonia em um período

de 18 meses. Destas crianças, 10,5% tiveram dois episódios de IRI e 1,7% tiveram três

episódios. Bates et al (2013) descreveram que 49,5% das crianças menores de um ano

participantes de seu estudo no Nepal, tiveram bronquiolite ou pneumonia. Considerando-se os

resultados de incidência-densidade de bronquiolite (3,1 episódios/100 crianças mês) e

pneumonia (0,51 episódios/100 crianças mês), pode-se da mesma maneira compará-los com

dados de diferentes autores. Em recente revisão sistemática, Rudan et al., (2013) encontraram

incidência-densidade média de pneumonia em menores de cinco anos de idade igual a 1,83

episódios/100 crianças mês em países de baixo e médio desenvolvimento. Em estudo anterior,

também com crianças menores de cinco anos, encontrou-se incidência-densidade de

pneumonia igual a 2,4 episódios/100 crianças mês em países em desenvolvimento e 0,41

episódios/100 crianças mês em países desenvolvidos (Rudan et al., 2008). Weber et al. (1999)

descreveram que a incidência-densidade de bronquiolite encontrada em seu estudo, realizado

na Gâmbia, foi de 7,3 episódios/100 crianças mês em crianças de 19 a 25 meses. Numa coorte

realizada com crianças desde o nascimento até os três anos de idade, Broor et al., (2007)

Page 38: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

37

descreveram que a incidência-densidade de IRIs em menores de um ano de idade foi de 4,5

episódios/100 crianças mês, sem discriminar bronquiolite e pneumonia. Estudos semelhantes

mostraram incidência densidade por 100 crianças mês de 0,8 na Tailândia, 2,25 na Nigéria,

35,0 no Uruguai e 15,0 na Colômbia (ROBERTSON et al., 2004; SELWYN, 1990).

Com relação às internações por IRIs, apenas uma criança foi internada com

diagnóstico de pneumonia, no primeiro mês de vida. Estudo recente realizado no município de

Tubarão mostrou que do total de internações de crianças menores de cinco anos 4,7%

correspondeu a internações por pneumonia e houve apenas 94 casos entre crianças de 0 a 12

meses internadas entre 2008 e 2012 (MARTINS; TREVISOL, 2013). A baixa prevalência

encontrada comparada a outros estudos (CÉSAR et al., 1997; ROSA et al., 2008), pode ser

explicada pelo fato de que muitos dos casos têm indicação para tratamento ambulatorial,

sendo indicada a internação em casos graves e em menores de dois meses de idade

(NASCIMENTO-CARVALHO; SOUZA-MARQUES, 2004).

A maior parte das crianças (70,6%) teve IRI no outono ou inverno. O pico de

incidência de infecções respiratórias em estações frias está bem descrito na literatura

(MONTO; SULLIVAN, 1993; THOMAS et al., 1994, VIEGAS et al., 2004). Um estudo

conduzido por Prel et al. (2009), demonstrou que alguns vírus relacionados às IRAs como o

vírus sincicial respiratório e o vírus influenza mostram padrões específicos de ritmicidade

anual ou bianual. Este mesmo estudo identificou que alguns patógenos são significativamente

associados com parâmetros meteorológicos (como exemplo, o vírus sincicial respiratório com

a temperatura e o rinovírus com a umidade relativa do ar). A associação entre os parâmetros

meteorológicos e a atividade de patógenos causadores de IRAs pode ser explicada pela maior

probabilidade de infecção quando as crianças passam mais tempo em casa ou em locais

fechados, resultando em contato mais próximo e taxas de transmissão mais elevada entre os

membros da família. Por outro lado, em estudo realizado por Lowen et al. (2007),

demonstrou-se que a taxa de infecção seguida pela propagação de aerossol do vírus influenza

depende da umidade relativa e da temperatura do ambiente.

Neste estudo, verificou-se que o baixo peso ao nascer é um fator de risco

independente para a ocorrência de pneumonia. Crianças que nasceram com peso inferior a

2.500 gramas apresentaram risco de pneumonia 5,96 vezes maior do que as que nasceram

com peso igual ou superior a 2.500 gramas. Prietsch et al. (2008), encontraram que a

prevalência de IRI foi 10% maior em crianças que nasceram com baixo peso quando

comparadas às crianças com peso normal. O baixo peso ao nascer tem sido associado à

pneumonia grave e aumento do risco de mortalidade em vários estudos (COLES et al., 2005;

Page 39: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

38

SHAH et al., 1994; SUWANJHUTA et al., 1994). Nascimento et al. (2004), através de estudo

de caso-controle, identificaram que o baixo peso ao nascer aumenta em duas vezes a chance

de internação por pneumonia. O mesmo autor explica que crianças com baixo peso possuem

resposta imune diminuída e função pulmonar comprometida devido ao reduzido diâmetro das

vias aéreas maiores e maior facilidade de obstrução das vias aéreas periféricas. Nos países

desenvolvidos e nos em desenvolvimento o baixo peso ao nascer é um importante fator

relacionado à mortalidade neonatal e à morbidade e mortalidade infantil. Em geral, quanto

menor o peso ao nascer maiores as chances de mortalidade infantil (WILCOX, 2001). Três

estudos mostraram claros padrões de dose-resposta na relação entre a diminuição da

mortalidade por pneumonia e o incremento do peso ao nascer. O risco relativo médio nestes

estudos foi de 7,3 para crianças com baixo peso ao nascer comparado com os que pesaram

2.500 gramas ou mais (DATTA et al., 1987; VICTORA et al.,1987; VICTORA et al., 1988).

Há muitos anos, o baixo peso ao nascer tem sido objeto de estudos clínicos e epidemiológicos

e alvo de intervenções de saúde pública (KRAMER, 1987). É possível que existam genes

relacionados ao metabolismo ou ao crescimento que determinam o tamanho fetal e que

passam a regular o desenvolvimento físico de maneira que afetam o risco posterior de doença

(WILCOX, 2001). No entanto, a natureza causal da associação entre baixo peso ao nascer e a

ocorrência de pneumonia é complexa considerando que o mesmo representa o efeito

cumulativo de uma série de exposições pré-natais nutricionais e não nutricionais (ROTH et

al., 2008).

O sexo da criança não foi considerado fator de risco para a ocorrência de

bronquiolite ou pneumonia no presente estudo. Existem relatos conflitantes sobre a influência

do gênero na ocorrência de desfechos relacionados à saúde da criança. Alguns estudos têm

mostrado que o risco de IRI é maior em meninos do que em meninas (KOCH, 2003; YOUNG

et al., 2000), embora não tenham encontrado justificativa para essa observação. Neste estudo,

como na maioria, essa variável não mostrou significância estatística.

Vários estudos têm demonstrado que amamentação diminui o risco de morbidade

e internações por IRA (MACEDO et al., 2007; KOCH et al., 2003; VICTORA et al., 1994).

Uma revisão sistemática sobre os efeitos do aleitamento materno na saúde materno-infantil

em países em desenvolvimento concluiu que a amamentação reduz o risco de crianças

desenvolverem asma e IRIs graves, podendo reduzir em 17 vezes a chance de internação por

pneumonia entre crianças com menos de um ano de vida, comparadas às crianças que não

estavam sendo amamentadas (CÉSAR et al., 1999). Bachrach, Schwarz e Bachrach (2003),

encontraram resultados que evidenciam o aleitamento como fator protetor em uma metanálise

Page 40: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

39

de estudos conduzidos em países desenvolvidos, que concluiu que o aleitamento materno

exclusivo por mais de quatro meses pode reduzir em 70% o risco de internações por doenças

respiratórias. Neste estudo, não foi observada associação estatística entre amamentação e

ocorrência de IRIs. Em estudos realizados por Nascimento et al. (2004) e Pavić, Jurković e

Pastar (2012), o aleitamento materno também não mostrou efeito protetor contra essas

infecções. Uma possível explicação para esses resultados conflitantes é de que o aleitamento

materno reduz a gravidade e o risco de internação por IRIs, mas não a simples ocorrência de

tais infecções.

Apenas 15% das crianças participantes deste estudo frequentaram a creche, e

essas não tiveram maior risco de adquirir IRIs, conforme as análises realizadas. Em estudo de

caso-controle, Macedo et al. (2007), não encontraram associação significativa entre

frequência à creche e aumento de internação por IRA. Tais resultados estão em discordância

com a maior parte dos estudos brasileiros, que associaram a frequência à creche a um

significativo aumento na incidência e prevalência de IRIs (AMARAL et al., 2004; FONSECA

et al., 1996; FUCHS et al, 1996; LINSTOW et al., 2008). Em teoria, um ambiente bem

gerenciado não deve aumentar o risco de infecção respiratória grave em crianças saudáveis

(HASKINS; KOTCH, 1986). Possivelmente as crianças participantes do presente estudo,

moradoras de uma região economicamente favorecida do país, frequentam creches com

adequadas condições de cuidado, ventilação e higiene, o que as manteve em condições

semelhantes àquelas que foram cuidadas em casa. Além disso, os resultados obtidos podem

ter sofrido influência do baixo percentual de crianças frequentando esse ambiente.

Das mães que foram entrevistas neste estudo, apenas 5,3% eram fumantes

atualmente, o que impossibilitou a análise da possível associação entre tabagismo materno e

incidência de IRIs. Essa prevalência de tabagismo materno é baixa se comparada a outros

estudos. Machado, Nicolau e Matias (2009) encontraram prevalência de mães fumantes de

16% (25 a 34 anos) e 19,1% (35 a 44 anos). Em semelhante estudo realizado nos Estados

Unidos, encontrou-se prevalência de tabagismo materno igual a 10% (BEST, 2009). Com

relação ao tabagismo passivo, 28,3% das crianças foram expostas à fumaça de cigarro por

conviverem com fumantes no presente estudo. Contudo, essa variável não foi considerada

fator de risco significativo, o que contradiz a maior parte dos estudos que relacionam o tabaco

com a ocorrência de bronquiolite (ROYAL COLLEGE OF PHYSICIANS, 2010; SEMPLE et

al., 2011; SIMÕES, 2007). Welliver et al. (1986), entretanto, não encontraram associação

entre fumo passivo e bronquiolite aguda, e sim com sibilância recorrente subsequente. Em um

estudo prospectivo, Pedreira et al. (1985), também não evidenciaram associação entre fumo

Page 41: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

40

passivo e bronquiolite, embora a associação tenha sido significativa para outras doenças

respiratórias. Com relação à pneumonia, muitos estudos também não encontraram associação

entre tabagismo passivo e ocorrência da mesma (AMARAL et al., 2004; FUCHS et al., 1996;

NASCIMENTO et al., 2004; VICTORA et al., 1994).

Nenhum dos fatores de risco maternos (renda familiar, idade, escolaridade e

número de cômodos) apresentaram-se como fatores de risco estatisticamente significativos

para a ocorrência de IRIs. Da mesma forma que neste estudo, Aranha, Grisi e Escobar (2011),

não encontraram associação entre renda familiar per capita e ocorrência de IRIs. Muitos

estudos mostraram relação inversa entre a idade da mãe e a ocorrência de IRIs

(FLAHERMAN et al., 2012; MOORE et al., 2010; PRIETSCH et al., 2008) fato que não foi

observado neste estudo. Nascimento et al., (2004) em estudo de caso-controle para análise

hierarquizada dos fatores de risco para pneumonia em crianças demonstrou que a variável

escolaridade materna não teve significância estatística, o que também ocorreu no presente

estudo. Estes resultados estão em desacordo com a maior parte dos estudos, cujos resultados

demonstraram que a escolaridade materna é um significativo determinante socioeconômico

das condições de saúde e de doença das crianças (AMARAL et al., 2004; PRIETSCH et al.,

2002;). É provável que a alta porcentagem de mães com mais de 11 anos de estudo (62%)

tenha favorecido a ausência de associação entre baixa escolaridade e ocorrência dos desfechos

nesta coorte. O tamanho da família, avaliado pelo número de irmãos ou densidade de

moradores por domicílio ou cômodo tem sido destacado por vários autores como fator

importante na transmissão de IRIs, devido a maior probabilidade de contatos (HOLBERG et

al., 1991; KAWAI et al., 2011, SINGLETON et al., 2009). Neste estudo, esta variável não foi

considerada fator de risco para a ocorrência de pneumonia e bronquiolite. Uma possível

explicação para esse resultado é de que são utilizadas diferentes formas para avaliar a

aglomeração (número de crianças moradoras na residência, densidade de moradores por

domicílio, densidade de moradores por cômodo) e talvez a forma escolhida neste estudo

(número de moradores por domicílio) não tenha sido a mais apropriada.

Este estudo possui algumas limitações que devem ser consideradas ao

interpretarem-se os resultados. O período de estudo foi curto para analisar-se melhor a

variável “frequência à creche”, considerando grande parte das crianças frequenta escolas a

partir de um ano de idade ou mais. Outra limitação do estudo foi a não avaliação da poluição

do ar, importante fator de risco relacionado às IRI, já que não existe um monitoramento

sistemático da qualidade do ar nas cidades onde vivem as crianças que participaram do

acompanhamento. Destaca-se, ainda, que no referido município há outra maternidade cujo

Page 42: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

41

atendimento prioritário é particular ou por convênio médico. Desta forma, a amostra incluída

no presente estudo pode ter apresentado homogeneidade entre as características

socioeconômicas, o que poderia influenciar na ausência de significância estatística entre as

variáveis independentes e os desfechos. Por fim, o tamanho da amostra, apesar de ter sido

calculado, pode justificar a ausência de poder estatístico entre alguns dos fatores de risco

analisados e o desfecho.

Page 43: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

42

6 CONCLUSÃO

Neste estudo, observou-se incidência-densidade de IRI de 3,61/100 crianças mês

(3,1/100 crianças mês de bronquiolite e 0,51/100 crianças mês de pneumonia). O baixo peso

ao nascer foi fator de risco para a ocorrência de pneumonia, sendo que o risco relativo para

esta ocorrência foi 5,96 superior à ocorrência de pneumonia em crianças nascidas com peso

igual ou superior a 2.500 gramas. A maior parte das crianças participantes do estudo tinha

mães com idade igual ou superior a 20 anos de idade, escolaridade igual ou superior a 11 anos

e com renda per capita igual ou acima de 60% da mediana.

A partir dos resultados obtidos conclui-se que crianças nascidas com peso inferior

a 2.500 gramas tem maior risco de ocorrência de pneumonia, o que evidencia a necessidade

de estudos que possam identificar os fatores relacionados ao baixo peso ao nascer e

mecanismos preventivos desta ocorrência. Desta forma, pode-se evitar a alta incidência de

IRI, principalmente pneumonia, em crianças menores de um ano.

Page 44: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

43

PERSPECTIVAS FUTURAS

Apesar dos avanços no conhecimento da epidemiologia das infecções respiratórias

agudas, ainda formulam-se sérias perguntas que requerem respostas urgentes quanto à

definição de caso e os fatores de risco associados. Taxas elevadas de morbidade mostram a

amplitude e a necessidade do estudo das IRIs em crianças. Os patógenos causadores dessas

infecções nem sempre respeitam fronteiras geográficas e influências econômicas o que insere

o problema na magnitude mundial.

A redução das IRIs em todo o mundo requer melhor coleta e análise de dados, mais

recursos profiláticos e de educação em saúde, prevenção específica e estratégias terapêuticas

eficazes. Também requer mudanças amplas e sistêmicas baseadas em políticas que fortaleçam

a infraestrutura do sistema de saúde. Elucidar o cenário epidemiológico das doenças

respiratórias na infância pode ser de grande utilidade para subsidiar políticas mais eficazes

para o controle dessas doenças.

Sugerem-se estudos com maior tempo de acompanhamento para que se possa observar

a influência dos fatores biológicos, familiares e ambientais na ocorrência destas

manifestações.

Page 45: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

44

REFERÊNCIAS

Alanee SR, McGee L, Jackson D, Chiou CC, Feldman C, Morris AJ, et al. Association of

serotypes of Streptococcus pneumoniae with disease severity and outcome in adults:

aninternational study. Clin Infect Dis. 2007;45(1):46-51.

Albernaz EP, Menezes AMB, César JA, Victora CG, Barros FC, Halpern R. Fatores de risco

associados à hospitalização por bronquiolite aguda no período pós-neonatal. Rev Saude

Publica. 2003;37(4):485-93.

Aldous MB, Holberg CJ, Wright AL, Martinez FD, Taussig LM. Evaporative cooling and

other home factors and lower respiratory tract illness during the first year of life. Group

Health Medical Associates. Am J Epidemiol. 1996;143(5):423-30.

Amaral JJF, Menezes AMB, Halpern R, Victora CG, Barros FC. Prevalência e fatores de

risco para infecção respiratória aguda em crianças aos seis meses de vida. Rev Pediatr Ceará.

2004;5(2):23-37.

American Academy of Pediatrics. Subcommittee on Diagnosis and Management of

Bronchiolitis: diagnosis and management of bronchiolitis. Pediatrics. 2006;118:1774–93.

Andres S, Bauer G, Rodriguez S, Novali L, Micheli D, Fariǹa D. Hospitalization due to

respiratory syncytial virus infection in patients under 2 years of age with hemodynamically

significant congenital heart disease. J Pediatr. 2012;88(3):246-52.

Aranha MAF, Grisi SJFE, Escobar AMU. Relação da doença respiratória declarada pelos

pais e fatores socioeconômicos e culturais. Rev Paul Pediatr. 2011;29(3):352-6.

Bachrach VR, Schwarz E, Bachrach LR. Breastfeeding and the risk of hospitalization for

respiratory disease in infancy: a meta-analysis. Arch Pediatr Adolesc Med. 2003;157(3):237-

43.

Bates MN, Chandyo RK, Valentiner-Branth P, Pokhrel AK, Mathisen M, Basnet S. Acute

lower respiratory infection in childhood and household fuel use in Bhaktapur, Nepal. Environ

Health Perspect. 2013;121(5):637-42.

Benguigui, Y; OPAS/OMS. As infecções respiratórias agudas na infância como problema de

saúde pública. Boletim de Pneumologia Sanitária. 2002;10(1):13-22.

Best D, Committee on Environmental Health, Committee on Native American Child Health

and Committee on Adolescence. Secondhand and Prenatal Tobacco Smoke Exposure.

Pediatrics. 2009;124(5):1017-44.

Boccolini CS; Carvalho ML; Oliveira MI; Boccolini PM. Breastfeeding can prevent

hospitalization for pneumonia among children under 1 year old. J Pediatr. 2011;87(5):399-

404.

Bonfim CM, Nogueira ML, Simas PVM, Gardinassi LVA, Durigons EL, Rahal P, et al.

Frequent respiratory pathogens of respiratory tract infections in children attending daycare

centers. J Pediatr. 2011;87(5):439-44.

Page 46: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

45

Bordley WC, Viswanathan M, King VJ, Sutton SF, Jackman AM, Streling L, et al. Diagnosis

and testing in bronchiolitis: a systematic review. Arch Pediatr Adolesc Med.

2004;158(2):119-26.

Botelho C, Correia AL, Silva AMC, Macedo AG, Silva COD. Fatores ambientais e

hospitalizações em crianças menores de cinco anos com infecção respiratória aguda. Cad

Saude Publica. 2003;19(6):1771-80.

Broor S, Parveen S, Bharaj B, Prasad VS, Srinivasulu KN, Sumanth KM, et al. A prospective

three-year cohort study of the epidemiology and virology of acute respiratory infections of

children in rural India. PLoS One. 2007;2(6):e491.

Bulla A, Hitze KL. Acute respiratory infections: a review. Bull World Health Organ. 1988;

56(3):481-98.

Carvalho W B, Johnston C, Fonseca M C. Bronquiolite aguda, uma revisão atualizada. Rev

Assoc Med Bras. 2007;53(2):182-8.

César JA, Victora CG, Santos IS, Barros FC, Albernaz EP, Oliveira LM, et al. Hospitalização

por pneumonia: influência de fatores socioeconômicos e gestacionais em uma coorte de

crianças no sul do Brasil. Rev Saude Publica. 1997;31(1): 53-61.

César JA, Victora CG, Barros FC, Santos IS, Flores JA. Impact of breast feeding on

admission for pneumonia during postneonatal period in Brazil: nested case-control study.

BMJ. 1999;318:1316‑20.

Chatkin JM, Aché BI. Avaliação do programade controle das infecções respiratórias agudas –

Rio Grande do Sul, Brasil, 1984-1992. Benguigui Y, editor. Washington, DC: OPAS. 1997;

193-8.

Chirico G, Marzollo R, Cortinovis S, Fonte C, Gasparoni A. Antiinfective properties of

human milk. J Nutr. 2008;138(9):1801-6.

Christ-Crain M, Müller B. Biomarkers in respiratory tract infections: Diagnostic guides to

antibiotic prescription prognostic markers and mediators. Eur Resp J. 2007;30(3):556-73.

Coles CL, Fraser D, Givon-Lavi N, Greenberg D, Gorodischer R, Bar-Ziv J, et al. Nutritional

status and diarrheal illness as independent risk factors for alveolar pneumonia. Am J

Epidemiol. 2005;162(10):999-1007.

Constant C, Sampaio I, Negreiro F, Aguiar P, Silva A, Salgueiro M, et al. Environmental

tobacco smoke (ETS) exposure and respiratory morbidity in school age children. Rev Port

Pneumol. 2011;17(1):20-6.

Cook D, Strachan D, Carey I. Parental smoking and spirometric indices in children. Thorax.

1998;53(10):884–93.

Cook DG, Strachan DP, Carey IM. Health effects of passive smoking. Thorax.

1999;54(5):469.

Page 47: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

46

Datta N, Kumar V, Kumar L, Singhi S. Application of case management to the control of

acute respiratory infections in low-birth-weight infants: a feasibility study. Bulletin of the

World Health Organization, 1987;65(1):77-82.

Dean AG, Sullivan KM, Soe MM. OpenEpi: open source epidemiologic statistics for public

health. [Internet]. [acesso em: 13 jun.2012]. Disponível em: http://www.openepi.com.

Dewey KG, Mayers DR. Early child growth: how do nutrition and infection interact? Matern

Child Nutr. 2011;7(3):129-42.

Dherani M, Pope D, Mascarenhas M, Smith KR, Weber M, Bruce N. Indoor air pollution

from unprocessed solid fuel use and pneumonia risk in children aged under five years: a

systematic review and meta-analysis. Bull World Health Organ. 2008;86(5):390-8.

DiFranza JR, Aligne CA, Weitzman M. Prenatal and postnatal environmental tobacco smoke

exposure and children's health. Pediatrics. 2004;113(4):1007-15.

Douglas RM, Kumar V, Miller DL. A programme for controlling acute respiratory infections

in children: memorandum from a WHO meeting. Bull World Health Org. 1984;62(1):47-58.

Duijts L, Jaddoe VW, Hofman A, Moll HA. Prolonged and exclusive breastfeeding reduces

the risk of infectious diseases in infancy. Pediatrics. 2010;126(1):18-25.

Ebbel MH. Clinical diagnosis of pneumonia in children. Am Acad of Fam Phys. 2010;

82(2):192-3.

Fitzgerald DA. Viral bronchiolitis for the clinician. J Paediatr Child Health. 2011;47(4):160-

6.

Flaherman VJ, Ragins AI, Li SX, Kipnis P, Masaquel A, Escobar GJ. Frequency, duration

and predictors of bronchiolitis episodes of care among infants ≥32 weeks gestation in a large

integrated healthcare system: a retrospective cohort study. BMC Health Serv Res.

2012;144(12):2-8.

Fonseca W, Kirkwood BR, Barros AJD, Misago C, Correia L, Flores JAM. Attendance at day

care centers increases the risk of childhood pneumonia among the urban poor in Fortaleza,

Brazil. Cad Saude Publica. 1996;12(2):133-40.

Fuchs SC, Maynart RC, Costa LF, Cardozo A, Schierholt R. Duration of day-care attendance

and acute respiratory infection. Cad Saude Publica. 1996;12(3):291-6.

Gilliland FD, Li YF, Dubeau L, Berhane K, Avol E, McConnell R, et al. Effects of

glutathione S-transferase M1, maternal smoking during pregnancy, and environmental

tobacco smoke on asthma and wheezing in children. Am J Respir Crit Care Med.

2002;166(4):457-63.

Goya A, Ferrari GF. Fatores de risco para morbimortalidade por pneumonia em crianças. Rev

Paul Pediatr. 2005;23(2):99-105.

Page 48: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

47

Halström T, Riesbeck K. Haemophilus influenzae and the complement system. Trends

Microbiol. 2010;18(6):258-65.

Haskins R, Kotch J. Day care and illness: evidence, cost, and public policy. Pediatrics.

1986;77(6):951-82.

Henrickson K J. Advances in the laboratory diagnosis of viral respiratory disease. Pediatr

Infect Dis J. 2004;23(1):6-10.

Holberg CJ, Wright AL, Martinez FD, Ray CG, Taussig LM, Lebowitz MD. Risk factors for

respiratory syncytial virus-associated lower respiratory illnesses in the first year of life. Am J

Epidemiol. 1991;133(11):1135–51.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE cidades@ [internet]. [atualizada em 2012

Feb 02; acesso em 2012 Feb 03]. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1.

Jaakkola JJ, Jaakkola MS. Effects of environmental tobacco smoke on the respiratory health

of children. Scand J Work Environ Health. 2002;28(2):71-83.

Jacobs, MR. Worldwide trends in antimicrobial resistance among common respiratory tract

pathogens in children. Pediatr Infect Dis J. 2003;22(8):109-19.

Jones LL, Hashim A, McKeever T, Cook DG, Britton J, Leonardi-Bee J. Parental and

household smoking and the increased risk of bronchitis, bronchiolitis and other lower

respiratory infections in infancy: systematic review and meta-analysis. Respir Res. 2011;

12:5.

Joshi P, Shaw A, Kakakios A, Isaacs D. Interferon-gamma levels in nasopharyngeal

secretions of infants with respiratory syncytial virus and other respiratory viral infections.

Clin Exp Immunol. 2006;131(1):143-7.

Kamper-Jorgensen M, Benn CS, Wohlfahrt J. Childcare and health: A review of using linked

national registers. Scand J Public Health. 2011;39(7):126-30.

Kamper-Jorgensen M, Wohlfahrt J, Simonsen J, Gronbaek M, Benn CS. Population-based

study of the impact of childcare attendance on hospitalizations for acute respiratory infections.

Pediatrics. 2006;118(4):1439-45.

Kawai T, Goto A, Watanabe E, Nagasawa M, Yasumura S. Lower respiratory tract infections

and gastrointestinal infections among mature babies in Japan. Pediatr Int. 2011;53(4):431-45.

Koch A, Mølbak K, Homøe P, Sørensen P, Hjuler T, Olesen ME, et al. Risk factors for acute

respiratory tract infections in young Greenlandic children. Am J Epidemiol. 2003;158(4):374-

84.

Kramer MS. Determinants of low birth weight: methodological assessment and meta-analysis.

Bulletin of the World Health Organization. 1987;65(5):663-737.

Page 49: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

48

Kristjansson S, Bjarnarson SP, Wennergren G, Palsdottir AH, Arnadottir A, Haraldsson A, et

al. Respiratory syncytial virus and other respiratory viruses during the first 3 months of life

promote a local T(h)2-like response. J Allergy Clin Immunol. 2005;116 (4):805-11.

Lanata CF, Rudan I, Boschi-Pinto C, Tomaskovic L, Cherian T, Weber M, et al.

Methodological and quality issues in epidemiological studies of acute lower respiratory

infections in children in developing countries. Int J Epidemiol. 2004;33(6):1362-72.

Legg JP, Hussain IR, Warner JA, Johnston SL, Warner JO. Type 1 and type 2 cytokine

imbalance in acute respiratory syncytial virus bronchiolitis. Am J Respir Crit Care Med

2003;168(6):633-9.

Linstow M-L, Holst K, Larsen K, Koch A, et al. Acute Respiratory Symptoms and General

Illness During the First Year of Life: A Population-Based Birth Cohort Study. Pediatr

Pulmonol 2008;43(6):584-93.

Lopes CR, Berezin EN. Fatores de risco e proteção à infecção respiratória aguda em lactentes.

Rev Saude Publica. 2009;43(6):1030-34.

Lowen AC, Mubareka S, Steel J, Palese P. Influenza virus transmission is dependent on

relative humidity and temperature. PLoS Pathog. 2007;3(10):1470-6.

Macedo SEC, Menezes AMB, Albernaz E, Post P, Knorst, M. Fatores de risco para internação

por doença respiratória aguda em crianças até um ano de idade. Rev Saude Publica.

2007;41(3):351-8.

Machado A, Nicolau R, Matias Dias C. Consumo de tabaco na população Portuguesa

retratado pelo Inquérito Nacional de Saúde (2005/2006). Rev Port Pneumol. 2009;15(6):1005-

27.

Martins ALO, Trevisol FS. Internações hospitalares por pneumonia em crianças menores de

cinco anos de idade em um hospital no Sul do Brasil. Amrigs. 2013; 57(4):304-08.

McCracken GH Jr. Diagnosis and management of pneumonia in children. Pediatr Infect Dis J.

2000;19(9):924-8.

Ministério da Saúde (Brasil). Datasus [internet]. Informações de Saúde; [acesso em: 2012

May 03]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvsc.def.

Mizgerd, JP. Mechanisms of disease: acute lower respiratory infection. N Engl J Med. 2008;

358:716-27.

Monto AS, Sullivan KM. Acute respiratory illness in the community: frequency of illness and

the agents involved. Epidemiol Infect 1993;110:145–60.

Monto, AS. Occurrence of respiratory virus: time, place and person. Pediatr Infect Dis J.

2004;23(1):58-64.

Page 50: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

49

Moore HC, de Klerk N, Richmond P, Lehmann D. A retrospective population-based cohort

study identifying target areas for prevention of acute lower respiratory infections in children.

BMC Public Health. 2010;7(10):757.

Nascimento LFC, Marcitelli R, Agostinho FS, Gimenez C. Análise hierarquizada dos fatores

de risco para pneumonia em crianças. J Bras Pneumol. 2004;30(5):445-51.

Nascimento-Carvalho CM, Souza-Marques HH. Recommendation of the Brazilian Society of

Pediatrics for antibiotic therapy in children and adolescents with community-acquired

pneumonia. Rev Panam Salud Publica. 2004;15(6):380-7.

Oddy WH, Sly PD, de Klerk NH, Landau LI, Kendall GE, Holt PG, et al. Breast feeding and

respiratory morbidity in infancy: a birth cohort study. Arch Dis Child. 2003;88(3):224-8.

Oliveira MC. Avaliação do impacto das ações de controle das infecções respiratórias agudas

em Pelotas, RS, Brasil: uma investigação operativa. Benguigui Y, editor. Washington, DC:

OPAS. 1997:177-83.

Pavić I, Jurković M, Pastar Z. Risk factors for acute respiratory tract infections in children.

Coll Antropol. 2012;36(2):539-42.

Pedreira FA, Guandolo VL, Feroli EJ, Mella GW, Weiss IP. Involuntary smoking and

incidence of respiratory illness during the first year of life. Pediatrics 1985;594-7.

Perez-Padilla R, Schilmann A, Riojas-Rodriguez H. Respiratory health effects of indoor air

pollution. Int J Tuberc Lung Dis. 2010;14(9):1079-86.

Pinkerton, KE; Joad, JE. The Mammalian respiratory system and critical windows of

exposure. Environ health perspect. 2000;108(3):457-62.

Pío A, Leowski J, Luelmo F. The World Health Organization Program for acute respiratory

infections in children. Bol Oficina Sanit Panam. 1984;96(4):283-95.

Pires MMS. Benefícios do Leite Materno e Impactos do Leite de Vaca. Pediatria Moderna.

2013;10:413-418.

Prel JBD, Puppe W, Grondahl B, Knuf M, Weigl JAI, Schaaff F, et al. Are meteorological

parameters associated with acute respiratory tract infections? Clin Infec Dis. 2009;49:861–8.

Prietsch SO, Fischer GB, César JA, Fabris AR, Mehana H, Ferreira THP, et al. Doença aguda

das vias aéreas inferiores em menores de cinco anos: influência do ambiente doméstico e do

tabagismo materno. J Pediatr. 2002;78(5):415-22.

Prietsch SO, Fischer GB, César JA, Lempek BS, Barbosa LV, Zogbi L, et al. Acute lower

respiratory illness in under-five children in Rio Grande, Rio Grande do Sul State, Brazil:

prevalence and risk factors. Cad Saude Publica. 2008;24(6):1429-38.

Redd SC, Patrick E, Vreuls R, Metsing M, Moteetee M. Comparison of the clinical and

radiographic diagnosis of paediatric pneumonia. Trans R Soc Trop Med Hyg.

1994;88(3):307-10.

Page 51: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

50

Renzi PM, Turgeon JP, Marcotte JE, Drblik SP, Bérubé D, Gagnon MF, et al. Reduced

interferon-gamma production in infants with bronchiolitis and asthma. Am J Respir Crit Care

Med. 1999;159 (5):1417-22.

Rice AL, Sacco L, Hyder A, Black RE. Malnutrition as an underlying cause of childhood

deaths associated with infectious diseases in developing countries. Bull World Health Organ.

2000;78(10):1207-21.

Robertson SE, Roca A, Alonso P, Simoes EA, Kartasasmita CB, Olaleye DO, et al.

Respiratory syncytial virus infection: denominator-based studies in Indonesia, Mozambique,

Nigeria and South Africa. Bull World Health Organ. 2004;82(12):914-22.

Rodrigues JC, Filho LVFS, Busch A. Diagnóstico etiológico das pneumonias – uma visão

crítica. J Pediatr. 2002;78(2):129-40.

Rodriguez L, Cervantes E, Ortiz R. Malnutrition and Gastrointestinal and Respiratory

Infections in Children: A Public Health Problem. Int J Environ Res Public Health. 2011;8:

1174-1205.

Rosa AM, Ignotti E, Hacon SS, Castro HA. Análise das internações por doenças respiratórias

em Tangará da Serra-Amazônia Brasileira. J Bras Pneumol. 2008;34(8):575-82.

Roth DE, Caulfield LE, Ezzati M, Black RE. Acute lower respiratory infections in childhood:

opportunities for reducing the global burden through nutritional interventions. Bull World

Health Organ. 2008;86(5):356-64.

Royal College of Physicians. Passive smoking and children. A report by the Tobacco

Advisory Group. London: RCP, 2010.

Rudan I, Boschi-Pinto C, Biloglav Z, Mulholland K, Campbell, H. Epidemiology and etiology

of childhood pneumonia. Bull World Health Organ. 2008. 86 (5): 408-15.

Rudan I, O’Brian KL, Nair H, Liu L, Theodoratou E, Qazi S, et al. Epidemiology and

etiology of childhood pneumonia in 2010: estimates of incidence, severe morbidity, mortality,

underlying risk factors and causative pathogens for 192 countries. J Glob Health.

2013;3(1):010401.

Selwyn BJ. The epidemiology of acute respiratory tract infection in young children:

comparison of findings from several developing countries. Coordinated Data Group of

BOSTID Researchers. Rev Infect Dis. 1990;12(8):870-88.

Semple MG, Taylor-Robinson DC, Lane S, Smyth RL. Household tobacco smoke and

admission weight predict severe bronchiolitis in infants independent of deprivation:

prospective cohort study. PLoS One. 2011;6(7):e22425.

Shah N, Ramankutty V, Premila PG, Sathy N. Risk factors for severe pneumonia in children

in south Kerala: a hospital based case-control study. J Trop Pediatr 1994, 40(4):201-206.

Page 52: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

51

Silva Júnior JRL, Padilha TF, Rezende JE, Rabelo ECA, Ferreira ACG, Rabahi MF. Efeito da

sazonalidade climática na ocorrência de sintomas respiratórios em uma cidade de clima

tropical. J Bras Pneumol. 2011;37(6):759-67.

Simões EAF, Cherian T, Chow J, Shahid-Salles SA, Laxminarayan R, John TJ. Acute

respiratory infections in children. Disease control priorities in developing countries. 2. ed.

Washington (DC): World Bank; 2006.

Simões EAF. Maternal smoking, asthma, and bronchiolitis: clear-cut association or equivocal

evidence? Pediatrics. 2007;119:1210-12.

Singleton RJ, Wirsing EA, Harbeling DL, Christensen KY, Paddock CD, Hilinski JA, et al.

Risk Factors for Lower Respiratory Tract Infection Death Among Infants in the United States,

1999-2004. Pediatrics. 2009;124(4):768-77.

Sinha A, Kim S, Ginsberg G, Franklin H, Kohberger H, Strutton D. Economic burden of

acute lower respiratory tract infection in South African children. Paediatr Int Child Health.

2012;32(2):65-73.

Smyth RL, Openshaw PJ. Bronchiolitis. Lancet. 2006;368(9532):312–22.

Stehlé J, Voirin N, Barrat A, Cattuto C, Isella L, Pinton JF, et al. High-resolution

measurements of face-to-face contact patterns in a primary school. PLoS One.

2011;6(8):e23176.

Suwanjutha S, Ruangkanchanasetr S, Chantarojanasini T, Ttotrakitya S. Risk factors

associated with morbidity and mortality of pneumonia in children under 5 years. Southeast

Asian J Trop Med Public Health. 1994;25(1):60-6.

Thomas E, Margach MJ, Orvell C, Morrison B, Wilson E. Respiratory syncytial virus

subgroup B dominance during one winter season between 1987 and 1992 in Vancouver,

Canada. J Clin Microbiol. 1994;32:238–42.

Tiewsoh K, Lodha R, Pandey RM, Brtoor MK, Kabbra SK. Factors determining the outcome

of children hospitalized with severe pneumonia. BMC pediatrics. 2009;9:15.

Tregoning JS, Schwarze J. Respiratory viral infections in infants: causes, clinical symptoms,

virology, and immunology. Clin Microbiol Rev. 2010;23(1):74-98.

Van den Hoogen BG, De Jong JC, Groen J, Kuiken T, de Groot R, Fouchier RA, Osterhaus

AD. A newly discovered human pneumovirus isolated from young children with respiratory

tract disease. Nat Med. 2001;7(6):719-24.

Victora CG, Barros FC, Vaughan JP, Teixeira AMB. Birth weight and infant mortality: a

longitudinal study of 5.914 Brazilian children. Int J Epidemiol. 1987;16:239-45.

Victora CG, Smith PG, Vaughan JP. e col. Influence of birth weight on mortality from

infectious diseases: a case control study. Pediatr. 1988;81:807-11.

Page 53: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

52

Victora C. Factores de riesgo en las IRA bajas. Benguigui Y, Lópes-Antuñano FJ, Yunes J,

editores. Washington: OPAS. 1996.

Victora CG, Fuchs SC, Flores JAC, Fonseca W, Kirkwood BR. Risk Factors for Pneumonia

Among Children in a Brazilian Metropolitan Area. Pediatrics 1994;93:977-85.

Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MTA. The role of conceptual frameworks in

epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol 1997; 26:224-7.

Victora CG, Kirkwood BR, Ashworth A, Black RE, Rogers S, Sazawal S, et al. Potential

interventions for the prevention of childhood pneumonia in developing countries: improving

nutrition. Am J Clin Nutr. 1999;70(3):309-20.

Viegas M, Barrero PR, Maffey AF, Mistchenko AS. Respiratory viruses seasonality in

children under five years of age in Buenos Aires, Argentina: a five-year analysis. J Infect

2004;49:222–8.

Wainwright C. Acute viral bronchiolitis in children-a very common condition with few

therapeutic options. Paediatr Respir Rev. 2010;11(1):39-45.

Weber MW, Milligan P, Giadom B, Pate MA, Kwara A, Sadiq AD, et al. Respiratory illness

after severe respiratory syncytial virus disease in infancy in The Gambia. J Pediatr.

1999;135:683–8.

Welliver RC, Wong DT, Sun M, McCarthy N. Parainfluenza virus bronchiolitis. AJDC

1986;140:34-40.

Wilcox AJ. On the importance-and the unimportance-of birthweight. Int J Epidemiol.

2001;30(6):1233-41.

Wilkins TR, Wilkins RL. Clinical and radiographic evidence of pneumonia. Radiol Technol.

2005;77:106-10.

Willers S, Skarping G, Dalene M, Skerfving S. Urinary cotinine in children and adults during

and after semiexperimental exposure to environmental tobacco smoke. Arch Environ Health.

1995;50(2):130-8.

Williams BG, Gouws E, Boschi-Pinto C, Bryce J, Dye C. Estimates of world-wide

distribution of child deaths from acute respiratory infections. Lancet Infect Dis. 2002;2(1):25-

32.

World Health Organization. Programme for the control of acute respiratory infections.

Programme Report WHO/ARI/90.7. Geneva: WHO, 1992.

World Health Organization. Acute respiratory infections: the forgotten pandemic. Bull WHO.

1998;76:101-103.

World Health Organization. The world health report 2007. Global public health security in the

21st Century: a safer future. Geneva: WHO, 2007.

Page 54: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

53

World Health Organization. Causes of child mortality for the year 2010 [Internet]. [acesso

em: 2012 Nov 07]. Disponível em:

http://www.who.int/gho/child_health/mortality/causes/en/index.html.

World Health Organization. Guidelines on optimal feeding of low birth-weight infants in low-

and middle-income countries. Geneva: WHO, 2011.

World Health Organization. Pneumonia [Internet]. [acesso em: 2012 Nov 11]. Disponível em:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs331/en/.

Wright AL, Taussig LM, Ray CG, Harrison HR, Holberg CJ. TheTucson Children's

Respiratory Study. II. Lower respiratory tract illnessin the first year of life. Am 7 Epidemiiol

1989;120:1232-46).

Yamamoto RM, Junior DC. Manual prático de atendimento em consultório e ambulatório de

pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria; 2006.

Young S, Sherrill DL, Arnott J, Diepeveen D, LeSouëf PN, Landau LI. Parental factors

affecting respiratory function during the first year of life. Pediatr Pulmonol. 2000; 29 (5):331-

40.

Page 55: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

54

APÊNDICES

Page 56: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

55

APÊNDICE A – Questionário

NOME DA PARTICIPANTE:

ENDEREÇO:

TELEFONE: (48) CELULAR (48)

E-MAIL:

PESSOA DE CONTATO: TELE FONE:

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Número:

2. Data da entrevista: l___l___l / l___l___l /2012

3. Data de nascimento: l___l___l / l___l___l 19 l___l___l

DADOS DEMOGRÁFICOS E SÓCIOECONÔMICOS

4. Idade: l___l___l anos

5. Qual é sua cor ou raça?

1. Branca 2. Não branco 9. Ignorado

6. Qual é sua situação conjugal: mora junto com companheiro ou sem companheiro?

1. Com companheiro 2. Sem companheiro

7. Até que série você estudou na escola? Passou de ano? l___l___l anos completados

8. Até que série seu companheiro estudou na escola? Passou de ano? l___l___l anos completados

9. Qual a sua profissão (curso superior)? _____________________________________

10. Qual a sua ocupação?

1. Desempregada 2. Dona de casa 3. Estudante 4. Autônoma

5. Assalariada 6. Aposentada/Pensionista 8. NSA 9. IGN

11. Qual sua renda familiar (salário mínimo: R$ 622,00)? l___l___l salários-mínimos

12. No total, quantas pessoas moram na sua casa? Entrevistada + l___l___l

13. Quantos cômodos possui a sua casa? l___l___l cômodos

14. Quando precisa de atendimento médico (ambulatorial e ou hospitalar)

1. Paga particular 2. Usa sistema público de saúde (SUS) 3. Tem convênio médico

HÁBITOS DE VIDA

15. Você usou bebidas alcoólicas na gravidez? 1. Sim 2. Não

16. Você já fumou 100 cigarros ou mais na vida? 1. Sim 2. Não PULE 19

17. Você continua fumando? 1. Sim, fumo 2. Não, parei há l___l___l anos l___l___l meses l___l___l dias [NSA = 8]

18. Com que idade você começou a fumar? l___l___l anos [NSA = 88]

19. Quantos cigarros fuma(va) por dia? l___l___l___l cigarros [NSA = 888]

20. Você convive com algum fumante?

1. Sim 2. Não

21. Você usou alguma das drogas a seguir durante a gravidez? assinale:

Page 57: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

56

1. Nunca usei drogas 2. Maconha 3.Cocaína

4. Crack 5. LSD 6. Ecstasy Outras ___________________

22. Você possui animal(is) doméstico(s)?

1. Sim 2. Não PULE 23

23. Se possui, qual(is) o(s) animal(is)?

1. Cachorro 2. Gato

3. Passarinho 4. Outros________________________

24. Você praticou alguma atividade física durante a gravidez?

1. Sim 2. Não PULE 27

25. Se sim, qual a atividade?

1. Caminhada 2. Natação

3. Hidroginástica 4. Yoga 5. Outras___________________

26. Quantos dias por semana você praticava atividade física?

1. Um dia 2. Dois dias 3. Três ou mais dias

27. Quanto tempo por dia você gastava com atividade física? l___l___l horas l___l___l minutos

28. Gostaria de saber com qual frequência você consumiu os seguintes alimentos durante a gravidez e qual a quantidade:

< 1x/semana 1x/semana 2–3x/semana 4–6x/semana Diariamente Porções

Frutas

Verduras e legumes

Feijão

Alimentos gordurosos

Doces, balas, bolos,

biscoitos, bolachas

Refrigerantes

Bebidas alcoólicas

29. Você costuma colocar mais sal nos alimentos quando já servidos em seu prato? 1. Sim 2. Não 9. IGN

30. Você costuma tomar que quantidade de água durante o dia? l___l___| copos

31. Quais refeições costuma fazer por dia?

Café da manhã (1) Sim (2) Não

Lanche da manhã (1) Sim (2) Não

Almoço (1) Sim (2) Não

Lanche da tarde (1) Sim (2) Não

Jantar (1) Sim (2) Não

Lanche após o jantar (1) Sim (2) Não

32. Você costuma comer carne crua ou mal cozida? 1. Sim 2. Não

DADOS CLÍNICOS

33. Qual era o seu peso antes da gravidez? l___l___l quilogramas

34. Qual o seu ganho de peso durante a gravidez? l___l___l quilogramas

35. Qual a sua altura? l___l,l___l___l centímetros

36. Quantos filhos você tem? l___l___l

37. Quantas vezes você já ficou grávida? l___l___l

38. Quantas vezes você sofreu aborto? l___l

39. O nascimento do seu bebê ocorreu com quanto tempo de gravidez? l___l___l semanas l___l___l días

40. Qual foi o tipo de parto?

1. Natural 2. Cesariana

41. Você tem alguma doença crônica?

1. Sim 2. Não

42. Se sim, qual doença você apresenta?

Page 58: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

57

1. Hipertensão 2. Diabetes Melitus 3. Asma

4. Rinite 5. Outra ______________________

43. Você usou algum medicamento durante a gravidez?

1. Sim 2. Não

44. Se sim, qual(is) o(s) medicamento(s)?

Nome comercial / genérico

[SE NÃO SABE PERGUNTE O MOTIVO] Com prescrição?

Uso contínuo?

1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não

1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não

1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não

1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não

1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não

1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não

DADOS DO PRÉ-NATAL

45. Gostaríamos de saber os seguintes resultados de exames pré-natal:

Data Data Data

Pressão arterial

Glicemia

Teste de tolerância

Hemoglob/Hemat

Exame de urina

Rubéola

Toxoplasmose IgM

Toxoplasmose IgG

HIV

Síflis

Tipo sanguíneo

Coombs

46. Número de consultas pré-natal? l___l

DADOS DO BEBÊ

47. Sexo : 1. Masculino 2. Feminino

48. Peso ao nascer: l___l,l___l___l___l quilogramas

49. Altura ao nascer: l___l___l Centímetros

50. Perímetro cefálico: l___l___l Centímetros

51. Teste de Apgar 1º min: l___l 5º min l___l

52. Teste do Olhinho: 1. Normal 2. Alterado

53. Teste da Orelhinha: 1. Normal 2. Alterado

Page 59: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

58

APÊNDICE B – Agenda do bebê

Agenda do Bebê - Primeiro bimestre

Nome da mãe:

Nome da criança:

Page 60: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

59

Prezada participante:

Nesta agenda são apresentadas quatro tabelas que contemplam

informações sobre a alimentação de seu bebê, sintomas respiratórios,

hábitos intestinais e informações gerais.

Não se esqueça de preenchê-la semanalmente assinalando com

um X no evento que ocorreu na semana correspondente.

Também é necessário que você verifique as quatro perguntas que

estão descritas nesta agenda, para respondê-las quando necessário.

Ao final das oito primeiras semanas você estará convidada a levar

seu filho à consulta pediátrica pré-agendada, levando consigo esta agenda

e a carteirinha do bebê que serão analisadas pelo pediatra e pelas pesquisadoras.

Após o encerramento da consulta, você receberá uma nova

agenda , onde deverá assinalar as mesmas tabelas e responder às mesmas

perguntas, para dar continuidade ao acompanhamento.

Em caso de dúvidas, seguem nossos contatos:

Ana Luisa:

e-mail: [email protected]

Telefone: (48) 8411 9072

Deisy:

e-mail: [email protected]

Telefone:

Page 61: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

60

Alimentação

Sintomas respiratórios

Mama

no peito

Toma leite de vaca,

chás, sucos, iogurte

Come frutas e

legumes

Toma leite

em pó

Usa bico ou

mamadeira

Come carne de

boi/frango/porco

Semana 1

Semana 2

Semana 3

Semana 4

Semana 5

Semana 6

Semana 7

Semana 8

Semana 9

Semana 10

Apresentou dificuldade

respiratória

Coceira no

nariz

Dor de ouvido Chiado Espirros

constantes

Coriza Tosse

constante

Semana 1

Semana 2

Semana 3

Semana 4

Semana 5

Semana 6

Semana 7

Semana 8

Semana 9

Semana 10

Page 62: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

61

Hábitos intestinais

Informações gerais

Teve dificuldade

para fazer cocô

Teve diarreia (fezes amolecidas ou

líquidas, diferentes do aspecto normal)

Apresentou sangue ou

muco nas fezes

Semana 1

Semana 2

Semana 3

Semana 4

Semana 5

Semana 6

Semana 7

Semana 8

Semana 9

Semana 10

Busca por

serviço de saúde

Irritação Falta de

apetite

Febre Sono interrompido

com choro

Consulta ao

pediatra

Semana 1

Semana 2

Semana 3

Semana 4

Semana 5

Semana 6

Semana 7

Semana 8

Semana 9

Semana 10

Page 63: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

62

Outras informações:

1) A criança fez uso de algum medicamento durante esses dois meses? Qual (is)?

Nome do medicamento ou motivo do uso Foi prescrito pelo médico

( ) sim ( ) não

( ) sim ( ) não

( ) sim ( ) não

( ) sim ( ) não

( ) sim ( ) não

2) Quem cuidou constantemente de seu bebê nesse período? ( ) mãe ( ) pai ( ) avós ( ) creche ( ) baba ( ) outros

3) A criança foi, em algum momento, internada no hospital ou em alguma clínica? ( ) sim Por qual motivo? ____________________________________

( ) não

4) A criança realizou algum exame (exame de fezes, urina, sangue, radiografia)? ( ) sim Qual (is)? ________________________________-

( ) não

5) Existe algum fumante no domicílio, que convive com a criança?

( ) Sim

( ) Não

Page 64: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

63

ANEXO

Page 65: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

64

ANEXO A – Aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

Page 66: INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES COMUNITÁRIAS DAS VIAS …pergamum.unisul.br/pergamum/pdf/109328_Ana_Luisa.pdf · Aos meus colegas Evandro, Kelser, Morgana, Rafael e Sandro por sua companhia

65