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PROJECTO DE DISSERTAÇÃO Título Inclusão no mercado de trabalho de populações especiais. Que factores para o sucesso? Tema Inclusão em mercado de trabalho de populações especiais. Palavras Chave Inclusão, inserção, mercado de trabalho, populações desfavorecidas Identificação do/a aluno/a Maria Raquel Avelino São Bento Correia Email Contacto telefónico A preencher pela Coordenação Data de entrega Tutor/a Atribuído /a Doutora Tereza Ventura Contactos do/a tutor/a

Inclusão no mercado de trabalho de populações especiais. Que

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PROJECTO DE DISSERTAÇÃO

Título

Inclusão no mercado de trabalho de populações especiais. Que

factores para o sucesso?

Tema

Inclusão em mercado de trabalho de populações especiais.

Palavras Chave

Inclusão, inserção, mercado de trabalho, populações

desfavorecidas

Identificação do/a aluno/a

Maria Raquel Avelino São Bento Correia

Email

Contacto telefónico

A preencher pela Coordenação

Data de entrega

Tutor/a

Atribuído /a

Doutora Tereza Ventura

Contactos do/a

tutor/a

Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL

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RESUMO

“Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes"

Paulo Freire

Neste projecto de dissertação, que incide na inclusão de populações especiais no

mercado de trabalho, podemos encontrar vários autores e estudos que referem a evolução

do conceito de inclusão, desde a segregação passando pela integração chegando à(s)

realidade(s) da nossa sociedade. Analisamos também as barreiras e facilitadores de todo

este processo.

A evolução e a concretização da inclusão, da “igualdade de oportunidades”, “todos

diferentes, todos iguais” não carece de legislação, mas tem percorrido um caminho lento e

por vezes sinuoso.

A Constituição da República Portuguesa, no artigo13º, Principio da Igualdade,

consagra o seguinte:

“ (…) Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever

em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou

ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”;

no artigo 71º, Cidadãos Portadores de Deficiência declara que:

”(…) O estado obriga-se a realizar uma politica nacional de prevenção e tratamento, reabilitação e

integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma pedagogia

que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o

encargo e efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou tutores”.

Porém, as atitudes não se modificam por Decreto Lei, há ainda um longo caminho a

percorrer.

Há inúmeros estudos sobre as dificuldades de integração no mercado de trabalho,

por parte das populações especiais e sobre os factores de sucesso/insucesso nesta

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integração.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projecto constitui-se numa

amostragem por conveniência, sendo realizada uma entrevista a diferentes intervenientes

no processo (formandos, formadores e empresários). As entrevistas têm o intuito de

perceber, e posteriormente analisar, os factores subjacentes ao sucesso/contratação de

populações especiais.

ABSTRACT

“More or less knowledge does not exist:

there are different kinds of knowledges”

Paulo Freire

In this dissertation project, which focuses on the inclusion of special populations in

the labour market, we find several authors and studies referring to this concept, since

segregation, through the integration, ending up in the realities of our society. We also

analyse the barriers and facilitators of all this process.

The development and implementation of inclusion, “equal opportunities”, “all

different, all equal” does not require legislation, but has come through a slow and

sometimes sinuous path.

The Constitution of the Portuguese Republic, Article 13, Principle of Equality,

establishes the following:

(…)"No one shall be privileged, favored, deprived of any right or exempted from any duty on the basis of

ancestry, sex, race, language, place of origin, religion, political or ideological convictions, education,

economic situation, social status or sexual orientation”;

Article 71, Citizens with Disabilities states that:

“(…) The State undertakes to implement a national policy for prevention and treatment, rehabilitation and

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integration of people with disabilities and support to their families, to develop a program of sensibilization of

society about the duties of respect and solidarity with them and take the duty of effective realization of their

rights, without prejudice to the rights and duties of parents and guardians”.

However, attitudes do not change by Law, there is still a long way to go.

There are numerous studies about the difficulties of the special populations´

integration in the labour market and on the factors of success/failure in this interaction.

The methodology used for the elaboration of this project is comprised by the

selection of a convenience sample, and an interview conducted with the various

stakeholders in the process (trainees, trainers and entrepreneurs). The interviews were

designed to understand and then analyze the factors underlying the success / recruitment of

special populations.

JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO – Relevância Científica e Social da temática e

problemas a abordar

Segundo um Estudo da Comissão Europeia, as pessoas com deficiência

representam cerca de um sexto da população europeia, tendo quase duas vezes mais

probabilidades de estar inactivas do que a restante população, ainda de acordo com este

estudo milhões de pessoas com deficiência poderiam integrar ou reintegrar o mercado de

trabalho, com um pouco de mais ajuda.

Na comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité

Económico e Social e ao Comité das regiões no dia 15 de Novembro de 2010, foi

apresentada a Estratégia para a Deficiência 2010/2020 – compromisso renovado a favor de

uma Europa sem Barreiras. Neste documento consta que um em seis cidadãos é portador de

uma deficiência, dados obtidos através de um inquérito Europeu às Forças de Trabalho –

módulo ad hoc sobre empregos das pessoas com deficiência (2002), o que representa cerca

de 80 milhões de pessoas impedidas de participar plenamente na sociedade e na economia

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devido a barreiras físicas e comportamentais.

Estatísticas do Rendimento e das Condições de Vida da União Europeia (2004),

apontam que a taxa de pobreza das pessoas com deficiência é de 70% superior à média,

concluindo que esta situação também advém das limitações existentes ao acesso ao

emprego, advertindo que a recessão económica também tem vindo a agravar estas

discrepâncias, acentuando a urgência na tomada de medidas e/ou decisões.

De acordo com a Estratégia Europeia, os empregos de qualidade são um garante de

independência económica, favorecendo a realização pessoal e proporcionando uma melhor

protecção contra a pobreza e logo contra a exclusão social, porém estima-se que só 50% da

população com deficiência esteja empregada. Seguindo esta linha de pensamento a

população com deficiência apresenta-se como um grupo com dificuldades de inserção

profissional e em risco de exclusão social.

Dois Estudos da Fundação CEBI, realizados por Neves et Graça (2000), apontam

também como novos grupos com dificuldades de inserção profissional: jovens,

desempregados de longa duração, mulheres, toxicodependentes e ex-toxicopendentes,

grupos étnicos e culturais minoritários e pessoas com deficiência. Na opinião destes autores

os principais obstáculos para a integração profissional são: insucesso escolar/ baixos níveis

de qualificação, local de residência/ mercado de trabalho, idade e sexo feminino. Estes

estudos incidiram em dois públicos: os responsáveis das instituições e entidades

empregadoras que promovem programas de inserção profissional ou integram populações

com dificuldades e os trabalhadores e beneficiários dos programas de inserção profissional.

Foram realizadas 29 entrevistas a fim de garantir a representatividade dos diversos

projectos e dos públicos-alvo, visitas e reuniões de trabalho, com representantes do antigo

SNR (actual INR) e IEFP (Direcção de Serviços de Programas de Inserção) e com a

Federação Portuguesa de Centros de Formação Profissional (FORMEN), bem como

contactos com interlocutores chave. No caso dos trabalhadores e dos beneficiários, a

amostra deste estudo foi de 30 pessoas, recolheram-se informações através de entrevistas (

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6 a jovens, 5 a pessoas com deficiência, 2 a pessoas com dificuldades de integração, 3 a

minorias étnicas, 2 a ex-reclusos, 6 a mulheres /DLD’s e 3 a mulheres/autoemprego).

Para Doval (2006), a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

não está circunscrita apenas a uma área do conhecimento, devendo-se estudar esta questão

integrando-a noutras visões, considera este autor que os consumidores darão cada vez mais

especial importância ao comportamento social das empresas, criando uma maior

consciência e responsabilidade social e ética.

Na opinião de Batista (cit. in Doval 2006), é de extrema importância elaborar

políticas e práticas promotoras do desenvolvimento de relações inclusão no ambiente de

trabalho, favorecendo a contratação de populações especiais. Ressalta Giordano (cit. in

Doval 2006), que o trabalho é caracterizado não só como uma actividade de significado

psicológico, com efeitos sobre a saúde mental. Estas dimensões interligadas ao longo do

processo de desenvolvimento do individuo, em mudanças de comportamentos, valores,

normas, atitudes,… conferem ao trabalho um factor importante na formação da concepção

que cada pessoa tem de si e do mundo que o rodeia, estando intimamente relacionado com

a autoestima, o reconhecimento social e a dignidade da pessoa.

Na investigação realizada por Doval (2006), cuja amostra foi composta por 40

empresas com mais de 500 empregados, verificou-se que os aspectos facilitadores para a

contratação de populações com deficiência são: o bom desempenho aliado à qualificação e

os projectos/ cursos para este tipo de população. Refere ainda Doval, como retornos/ganhos

trazidos pelas contratações os bons resultados, reconhecimento como socialmente

responsável, estimulo à diversidade, dedicação e empenho destes trabalhadores, na óptica

dos empregadores.

A Directiva 2000/78/CE do Conselho da União Europeia, referida pela Associação

Portuguesa de Deficientes (2010), estabelece um quadro geral de igualdade de tratamento

no emprego e na actividade profissional, encorajando os estados-membros a promoverem a

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igualdade de formação e oportunidades de emprego através da aplicação de medidas

concertadas ao nível da reabilitação vocacional, formação vocacional adequada, legislação

e politicas que favoreçam o trabalho remunerado, incentivos para empregadores e emprego

protegido.

O relatório do Professor Greve (ci. in Associação Portuguesa de Deficientes 2010),

baseado em relatórios e noutras análises comparativas, aponta para:

“ (…) uma forte correlação entre deficiência, emprego e educação, uma situação mais grave para mulheres

do que para homens e que as pessoas com deficiência intelectual ou condições de doença mental encontram

dificuldades particulares em entrar ou permanecer no mercado de trabalho.”

De acordo com Martins (cit. in Silva 2010), “(…)verifica-se que 60% das entidades

inquiridas, as quais tiveram ao seu serviço trabalhadores com deficiência mental, têm intenções de aceitar

novos trabalhadores com esta tipologia de deficiência”. Silva (2010), através de um questionário

aplicado a 6 empresas, refere como razões de aceitação deste público-alvo: motivos morais

(solidariedade, obrigação social), conhecimento pessoal e igualdade de direitos. Dos

inquiridos neste estudo fica a percepção face ao desempenho como positivo.

Tanaka et Manzini (2005), no estudo desenvolvido junto de 6 responsáveis pelo

sector de recursos humanos de empresas com mais de 100 funcionários no quadro,

concluem que as empresas contactadas têm trabalhadores com deficiências no seu quadro,

argumentando que a inserção ocorre “(…) com o intuito de desmistificar a ideia de que eles

não teriam condições de exercerem um trabalho, …,”porém verificaram que a principal

razão da contratação se prende com a obrigatoriedade imposta por lei.

Após a revisão da literatura de estudos, investigações e da análise de dados

estatísticos chegámos à conclusão que a problemática da inserção/inclusão em mercado de

trabalho de populações especiais /grupos vulneráveis foi a analisada e estudada sob vários

pontos de vista, nomeadamente sob o ponto de vista dos empregadores. Porém, esta

temática não foi abordada sob a percepção dos formandos, formadores e empresários

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envolvidos neste processo em simultâneo.

Desta forma, e tendo em consideração que no nosso país a população desempregada

se situa nos 11%, segundo dados do Eurosat, divulgados a 7 de Janeiro de 2011, parece-nos

de indiscutível pertinência social e cientifica a investigação que nos propomos a realizar.

Consideramos que, a pertinência e relevância social e científica deste estudo se deve

essencialmente à situação social das populações especiais, mais desfavorecidas e em risco

de exclusão, à sua elevada taxa de desemprego bem como à inexistência de um estudo

comparativo de percepções entre formandos, formadores e empresários, que nos parece de

extrema relevância para o sucesso da integração/inclusão em mercado de trabalho e para o

desenvolvimento de uma sociedade mais democrática e efectivamente mais inclusiva.

Face ao actual estado de conhecimento pretendemos verificar quais são os factores

valorizados pelos formandos, formadores e empresários no processo de inserção/inclusão

no mercado de trabalho, bem como a importância ou não da tipologia de Necessidade

Educativa Especial neste processo.

REVISÃO DA LITERATURA - Desenvolvimento actual do Tema

Com a revisão da literatura procurou-se investigar os diversos temas de forma a

contribuir para a obtenção de uma resposta às questões da investigação: Será que os

factores mais relevantes para a Inclusão em Mercado de Trabalho são iguais para

formandos, formadores e empresários? Será que o tipo de Necessidades Educativas

Especiais que o jovem tem é relevante para a inclusão/contratação?

Optou-se por organizar os temas da seguinte forma: inclusão; populações especiais;

inclusão no mercado de trabalho - factores de sucesso/insucesso.

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Inclusão

Teixeira (2010), considera que a inclusão não se restringe a um só grupo, de pessoas

com deficiência, mas a todos os grupos socialmente excluídos. O processo de inclusão de

todos os grupos, quer estejam em risco de exclusão social ou não, potenciam a construção

de uma sociedade mais justa, democrática e solidária.

O conceito de inclusão tem vindo a evoluir, e pode-se até dizer que é um conceito

relativamente recente e em constante construção. Na antiga Roma os “diferentes” eram

perseguidos e muitas vezes torturados, em Esparta isolados. Nos finais do séc.XVIII, são

ensaiadas as primeiras tentativas de atendimento a populações especiais, criando-se a opção

de institucionalização. Nalguns casos era providenciada uma assistência privada –

solidariedade familiar – a protecção do Estado era quase inexistente.

A expansão das políticas públicas, verificou-se em Portugal, no pós 25 de Abril de

1974, em 1984 foi a elaborada a Lei de Bases e posteriormente com a publicação do

Decreto-lei 319/91 de Agosto, pode-se considerar que de facto entramos num processo de

construção de Inclusão para Todos. A Declaração de Salamanca e a entrada para a então

Comunidade Económica Europeia foram também factores chave para a evolução das

políticas e práticas inclusivas.

Entendemos que, a inclusão não se dirige exclusivamente a populações especiais, é

bastante mais abrangente, beneficiando a sociedade em geral, nos aspectos políticos e

económicos mas, e essencialmente ao nível social. A inclusão promove e reforça a

cidadania activa, participativa e responsável, sendo um processo pró-activo combatendo as

desigualdades que podem conduzir à discriminação e exclusão.

De acordo com Matos (2009), o processo de inclusão exige uma adaptação da

sociedade às necessidades específicas de cada grupo, cabendo à sociedade e à família

adaptarem-se, tornando possível a inserção de todos os cidadãos. Ainda segundo a mesma

autora, no novo paradigma de inclusão é necessário estudar: empresas, Instituições e

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Família. Concordando com esta linha de pensamento, parece-nos também evidente a

necessidade de ir mais além e de abordar o tema através da perspectiva dos agentes mais

directamente envolvidos (formandos, formadores e empresários).

Populações Especiais

Neste estudo procuramos discutir os diferentes tipos e origens de populações

especiais, para abordar a inclusão em mercado de trabalho, pretendendo compreender a

lógica da inclusão. Capucha (2006), apresenta três categorias vulneráveis:

“Grupos com handicap específico – pessoas com deficiência e emigrantes; Grupos “Desqualificados” –

desempregados de longa duração, trabalhadores com qualificações baixas ou obsoletas, idosos e famílias

mono-parentais; Grupos à Margem que se constitui por pessoas sem-abrigo, toxicodependentes e ex-

toxicodependentes, jovens em risco, detidos e ex-reclusos.”

Rodrigues (2001,p.9), refere que: “(…) as diferenças não se podem confinar a

grupos sociais específicos (homens, mulheres, deficientes, africanos, pobres, etc.,) , mas

estão difundidas uniformemente por todos os humanos.”

Na Declaração de Salamanca (1994), as Necessidades Educativas Especiais,

referem-se não só às pessoas com deficiência mas também à sobredotação, dificuldades de

aprendizagem, portadores de condutas típicas, desfavorecidos e marginalizados, entre

outras.

Seguindo as abordagens referidas, com as quais estamos de acordo, vamos incluir as

pessoas com deficiência ou incapacidade neste grupo alvo de estudo.

A Organização Mundial de Saúde (O.M.S), apresentou três conceitos, segundo

Botini (cit in Doval.2006):

Deficiência (disability) – (…) perda ou anormalidade de estrutura, função psicológica, fisiológica ou

anatómica, temporária ou permanente; Incapacidade (handicap) – (…) incapacidade resultante da

deficiência, redução ou falta de capacidades para exercer uma actividade ou desenvolver habilidades

consideradas normais ao ser humano; Desvantagem (disadvantage) ou impedimento (impediment) – (…)

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dificuldade ou impossibilidade do indivíduo em desempenhar um papel social condizente com a sua idade,

sexo e outros factores sociais e culturais.”

De acordo com Leal (2008), na nova visão da O.M.S,

“(…) a verificação da incapacidade não passa apenas pela apresentação, por parte de uma pessoa, de um

problema na função ou na estrutura do corpo, com perda ou desvio significativo.” A Classificação

Internacional de Funcionalidade, Incapacidade – CIF –

“(…) incorpora a dimensão biomédica, psicológica e social onde a deficiência passa a ser determinada, não

só pelas consequências das condições de saúde/doença da pessoa mas também pelo envolvimento físico e

social”, na perspectiva de Farias (cit. in Leal.2008).

A Lei de Bases Gerais do Regime Jurídico da Prevenção, Habilitação, Reabilitação

e Participação da Pessoa com Deficiência, Lei nº38/2004 de 18 de Agosto, considera a

pessoa com deficiência:

“ (…) aquela que, por motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de funções ou de estruturas do

corpo, incluindo as funções psicológicas, apresente dificuldades especificas susceptíveis de, em conjugação

com os factores do meio, lhe limitar ou dificultar a actividade e a participação em condições de igualdade

com as demais pessoas.”

No actual estado do conhecimento verifica-se que qualquer um de nós a dado

momento da vida pode sentir uma Necessidade Educativa Especial de carácter temporário

ou permanente, integrando desta forma uma população especial ou um grupo em

desvantagem.

Inclusão em mercado de trabalho; factores de sucesso/ insucesso

Portugal vive um momento especialmente difícil a nível económico, com uma taxa

de desemprego muito elevada, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas o número de

desempregados é de cerca de 600 mil.

O mercado de trabalho nacional é constituído essencialmente, por pequenas e

médias empresas, que lutam a muito custo pela sua sobrevivência, e que se deparam com

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dificuldades a nível competitivo, nomeadamente quando comparadas com uma União

Europeia a 27.

De acordo com Sennet (cit. in Matos 2009), pede-se que os trabalhadores sejam

ágeis, estejam preparados para mudanças, ao fim ao cabo que sejam competitivos no

mercado de trabalho, gerando pouco espaço para as diferenças individuais.

O sistema educativo e de formação profissional continuam a não dar respostas

totalmente eficazes, o abandono escolar e as baixas qualificações dificultam a inserção em

mercado de trabalho. Se este é um problema para as populações ditas “normais”, verifica-se

um agravamento nas condições de acesso às populações especiais. Azevedo considera (cit.

in Afonso 2005) que: “(…) cerca de 14,5% dos seus activos (idades compreendidas entre

os 16 e os 64 anos) referem alguma deficiência”, se considerarmos a população de uma

União Europeia a 25, estamos a falar de cerca de 40 milhões de pessoas.

A inclusão de populações especiais deve ser encarada como uma mais-valia, uma

forma de promoção de igualdade de oportunidades, gerando uma sociedade menos

discriminatória e um desenvolvimento de políticas e de práticas mais inclusivas,

promovendo atitudes pró-activas na sociedade em geral.

A inclusão de populações especiais é ainda relativamente recente e apresenta-se

como um desafio às políticas convencionais e à repartição dos recursos.

Matos (2009), argumenta que, ainda se encontram muitas dificuldades no processo

de inclusão, atribuindo a este facto a falta de informação e o incumprimento da lei. Porém

para Ferrera et alii (cit. in Capucha 2004,p.8), as mudanças na sociedade portuguesa têm

sido bastante rápidas e profundas ao nível dos padrões e níveis de protecção social. De

facto a legislação nacional previa até Novembro de 2009 um sistema de modalidades de

apoio e incentivos aos empregadores. A falta de apoios e o desconhecimento e/ou

preconceito face a este tipo de populações podem apresentar-se como um obstáculo à

contratação. Na nossa linha de pensamento, Dias (2008), entende que para uma sociedade

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mais justa é necessária a promoção da inclusão dos grupos excluídos da sociedade,

integrando nestes grupos as pessoas com deficiência. Aponta este autor que se verifica uma

maior preocupação do sector empresarial face à inclusão, no entanto parece-nos os

constrangimentos económicos não são factores facilitadores. Com base num estudo

realizado Matos (2009), são apontadas como dificuldades a baixa escolaridade e a

inexistência de instituições especiais promotoras da formação académica e profissional. No

entanto, actualmente o Eixo Prioritário 6 – Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento

Profissional, do Programa Operacional Potencial Humano, comparticipado pelo Fundo

Social Europeu, no Quadro de Referência Estratégico Nacional, promove a qualificação e

integração no mercado de trabalho das pessoas com deficiência ou incapacidade através das

medidas: 6.1 – Formação para a Inclusão e 6.2 – Qualificação de pessoas com deficiência e

incapacidade.

Uma abordagem também a ter em atenção é o empowerment que Pinto (cit. in

Fazenda define como:

“(…) um processo de reconhecimento, criação e utilização de recursos e instrumentos pelos indivíduos,

grupos e comunidades, em si mesmos e no meio envolvente, que se traduz num acréscimo de poder –

psicológico, sócio-cultural, politico e económico – que permite a estes sujeitos aumentar a eficácia no

exercício da sua cidadania.”

Para Monteiro (2008), é um conceito de autonomia em que o indivíduo desenvolve

as suas competências, identifica as suas necessidades procurando forma de as satisfazer,

tomando as suas próprias decisões. Este tipo de estratégia tem como finalidade tornar os

indivíduos o mais autónomos e independentes possível, criando redes sociais e

profissionais mais significantes e inclusivas, são agentes activos no seu processo de

formação e desenvolvimento, capazes de tomadas de decisão.

Um estudo do Gabinete de Estratégia e Planeamento (2010), do Ministério do

Trabalho e da Solidariedade Social, divulga que as organizações inquiridas:

“(…)consideram as medidas de incentivo importantes mas não decisivas na contratação das pessoas com

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deficiência ou incapacidade”, “(…) o mais importante é a competência/profissionalismo ajustados ao

perfil”,“ (…)a grande maioria das entidades empregadoras considera-se satisfeita ou muita satisfeita com o

desempenho profissional dos trabalhadores com deficiência ou incapacidade”, chegando até a referir

que são trabalhadores: “empenhados, motivados, assíduos e com muita força de vontade”.

É salientado que, as pessoas com maiores dificuldades ao nível cognitivo

(compreensão, concentração), no estabelecimento de relações interpessoais satisfatórias

parecem ter mais dificuldades de inclusão profissional, para além de que são os

trabalhadores que apresentam menos habilitações e qualificações quando comparados com

os restantes trabalhadores.

Verifica-se ainda, uma discriminação maior face às pessoas com maior dificuldade

mental, os empregadores desconhecem as reais capacidades das pessoas com deficiência ou

incapacidade, não havendo de facto uma real igualdade de oportunidades. As empresas têm

dificuldade em manter este tipo de trabalhadores quando termina o período de concessão

dos apoios, e de momento estes são escassos.

O estudo vai de encontro à nossa percepção ou seja, parece que o grau e o tipo de

incapacidade são factores decisivos no acesso ao emprego. No entanto, há organizações

para estas populações que promovem programas de formação profissional, dispondo de

programas de colocação dos formandos em marcado de trabalho e o tema da inclusão

parece já ser abordado nas comunidades empresariais.

Concordamos que, se apresentam como desafios: a aposta na qualificação e

formação profissional, intensificação da luta contra a discriminação e o preconceito, o

desenvolvimento de acções de informação e sensibilização junto de entidades

empregadoras, o desenvolvimento/promoção do emprego apoiado, a intensificação da

implementação de cotas e uma maior participação das pessoas com deficiência ou

incapacidade bem como das suas famílias no seu processo de inclusão.

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TRABALHO EXPERIMENTAL – Metodologia a aplicar, universo de estudo,

procedimentos de selecção de indivíduos, recolha e análise da informação

Este projecto destina-se a implementar uma investigação cuja finalidade é conhecer

os factores valorizados pelos diferentes actores do processo de Inserção/Inclusão profissional

no mercado de trabalho, bem como aferir a importância ou não do tipo de Necessidade

Educativa Especial (NEE) neste processo de inclusão. Como técnica de recolha de dados,

para além da análise documental e da revisão de literatura, recorremos a entrevistas semi-

estruturadas, com um guião, adaptado de Paiva (2006), para cada grupo de entrevistados

(anexo1,2 e 3).

Pensamos aplicar a entrevista a dois formandos, dois formadores e dois empresários

não incluídos no estudo mas, cujo perfil se assemelhe à nossa amostra, para verificarmos da

compreensão das perguntas e se as respostas que podemos esperar correspondem às nossas

questões e ao nosso objectivo, validando o instrumento.

Para a elaboração do guião tivemos em consideração os seguintes passos: - descrição

do perfil do entrevistado (nível etário, estado civil, residência, escolaridade, …); vocabulário

claro, acessível e rigoroso; elaboração de questões de acordo com o tema e objectivos em

estudo; elaboração de questões abertas (o que pensa de….; na sua opinião…).

Com as entrevistas pretendemos recolher informação relativa aos factores valorizados

pelos/as diferentes intervenientes e dos indicadores considerados de sucesso e/ou insucesso

na inclusão em mercado de trabalho.

As entrevistas serão individuais, presenciais e do tipo semi-estruturado, com recurso

a um guião de base, mas com perguntas abertas e flexíveis. Optámos por utilizar entrevistas

semi-estruturadas dado que esta técnica se apresenta como uma mais-valia uma vez que

permite a obtenção de dados comparáveis de diferentes intervenientes no contexto alvo de

estudo. De acordo com Estrela (cit. in Alves 2009):

“... a finalidade das entrevistas a realizar, consiste em última instância, na recolha de dados de opinião que

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permitem não só fornecer pistas para a caracterização do projecto, em estudo, como também conhecer sob

alguns aspectos os intervenientes no processo.”

Concordamos ainda com De Ketele et Roegiens (cit. in Alves 2009), que sublinham

ser esta técnica vantajosa, pelo facto do/a entrevistado/a ter uma maior liberdade na forma

como se exprime sendo um método capaz de recolher informações mais precisas sobre as

representações do/a participante acerca da temática. O entrevistador pode tirar mais proveito

das respostas dadas conseguindo extrair mais informações e com maior clareza. Segundo

Flick (cit. in Alves 2009) “(…) aumenta la capacidad de los datos para la comparación y

que su estructuración se incrementa como resultado de las preguntas incluidas en la guía.”

No total serão realizadas trinta entrevistas, que se distribuirão da seguinte forma:

Número de entrevistas a realizar

Peniche Caldas da Rainha

Formandos/as 5 5

Formadores/as 5 5

Empresários/as 5 5

Total 15 15

Para esta investigação será aplicada uma amostragem não probabilística, amostragem

por conveniência.

A população alvo desta investigação são formandos/as com idade igual ou superior a

16 anos, com necessidade de apoio especializado ao nível da transição para a vida activa, em

consequência de desvantagens derivadas de situações de deficiência ou incapacidade, que

estejam inscritos/as na medida 6.2. – Qualificação de pessoas com deficiência ou

incapacidade do Eixo Prioritário 6. – Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento Profissional,

do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), nos Centros de Reabilitação

Profissional de Peniche (CERCIP) e de Caldas da Rainha (CEERDL).

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Considerando que, e de acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional

(IEFP), formando/a

“(…) é toda e qualquer pessoa que frequente uma acção de formação profissional, com vista à aquisição de

conhecimentos, capacidades práticas, aptidões e formas de comportamento requeridos para o exercício de

uma profissão ou grupos de profissões.”

No universo de estudo incluímos formadores/as dos respectivos centros de formação.

Segundo a Classificação Nacional de Profissões (Grupo2.3.5.9.05) os /as formadores/as são

profissionais que:

“ (...) planeiam, preparam, desenvolvem e avaliam sessões de formação de uma área científico-tecnológica

específica, utilizando métodos e técnicas pedagógicas adequadas: elaboram o programa da área temática a

ministrar, definindo os objectivos e os conteúdos programáticos de acordo com as competências terminais a

atingir; definem critérios e seleccionam os métodos e técnicas pedagógicas a utilizar de acordo com os

objectivos, a temática e as características dos formandos; definem, preparam e/ou elaboram meios e suportes

didácticos de apoio, tais como audio-visuais, jogos pedagógicos e documentação; desenvolvem as sessões,

transmitindo e desenvolvendo conhecimentos; avaliam as sessões de formação e/ou os formandos, utilizando

técnicas e instrumentos de avaliação, tais como inquéritos, questionários, trabalhos práticos e observação. Por

vezes elaboram, aplicam e classificam testes de avaliação. Podem elaborar ou participar na elaboração de

programas de formação.”

Os/as profissionais aos quais pretendemos aplicar o estudo, trabalham directamente

com este tipo de populações, sinalizadas anteriormente, com vasta experiência profissional e

são portadores/as de Certificado de Aptidão Profissional, exercendo funções diferenciadas

em cada estrutura (Psicólogo, Técnico de Serviço Social, Formadores de Formação de Base,

Formadores de Áreas Tecnológicas e Técnicos de Apoio Especifico – Terapeutas da Fala.

Fazem parte deste estudo empresários/as do concelho de Peniche e do concelho de

Caldas da Rainha, que tenham formandos/as em Formação em Posto de Trabalho e/ou

tenham contratado formandos/as das estruturas mencionadas anteriormente. Na sua grande

maioria são empresários/as de pequenas e médias empresas e empresas públicas.

Dadas as características da investigação a desenvolver e da temática, consideramos

esta investigação quanto ao método de cariz descritivo, com abordagem qualitativa, uma vez

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18

que pretendemos compreender/analisar os factores de sucesso para a inclusão/contratação de

populações especiais no mercado de trabalho. Através deste método temos a oportunidade de

interagir in loco , com os/as diferentes intervenientes no seu próprio ambiente, obtendo

desta forma uma visão global sobre o tema.

De acordo com Hébert et alii (cit. in Alves 2009), a clarificação da investigação

qualitativa resulta mais da sua orientação do que dos seus procedimentos, uma vez que uma

técnica de pesquisa por si só não sintetiza um método de investigação. Na opinião de Serrano

(cit. in Alves 2009), a análise dos dados qualitativos é:

” (…)la búsqueda de tendências, tipologias, regularidades o patrones y la obtención de datos únicos de

carácter idiográfico… os datos recogidos necessitam ser traducidos en categorías com el fin de poder realizar

comparaciones y posibles contrastes.”

Seguindo esta linha de pensamento, propomo-nos fazer uma triangulação dos dados

recolhidos, que consiste ainda segundo o mesmo autor “(…) en três tipos de actividad

concurrent: reducción de datos, presentación de datos, conclusiones y verificaciones.” Os

dados obtidos, através da realização das entrevistas serão analisados por categorias e sub-

categorias. Os dados deverão passar por análise de conteúdo: análise prévia, transcrição das

entrevistas, selecção das categorias e exploração dos resultados. Será elaborada para o efeito

uma matriz de análise das respectivas entrevistas.

A condução das entrevistas seguirá as seguintes etapas: explicitação da aplicação e

objectivos da realização da entrevista e pedido de colaboração; dar a conhecer, de forma

genérica, as finalidades e características desta investigação; pedir autorização para gravar a

entrevista, salientado que a mesma é anónima e confidencial; formulação e adequação de

estratégias, orientando a entrevista para atingir os objectivos propostos; dar a possibilidade

ao/à entrevistado/a de seguir a sua linha de pensamento e de verbalizar as suas

ideias/opiniões e sugestões de acordo com os temas propostos ou relacionados com os

objectivos da entrevista. Agradecer a disponibilidade e colaboração, exaltando a importância

do/a entrevistado/a para a concretização da investigação.

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19

CRONOGRAMA

2010 2011

N D J F M A M J J A S O N D

Revisão de

Literatura

X X X X X X X X X X X X

Redacção do

projecto

X X X

Revisão do

projecto

X X X X X

Validação

dos

instrumentos

X X

Contactos

com tutor

X X X X X X X X X

Aplicação

dos

instrumentos

X X X X X

Análise e

tratamento

de dados

X X X X

Redacção da

dissertação

X X X X X X

Defesa da

Dissertação

X

Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL

20

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Legislação consultada

Decreto - Lei nº 40/83 de 25 de Julho

Lei de Bases da Prevenção e Reabilitação das Pessoas com Deficiência de 2 de Maio de

1984

Decreto - Lei nº 299/86 de 19 de Setembro

Decreto – Lei nº 247/ 89 de 5 de Agosto

Decreto – Lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Lei nº 38/2004 de 18 de Agosto

Decreto – Lei nº 290/ 2009 de 12 de Outubro

Despacho nº 3530/2010 de 25 de Fevereiro

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24

ANEXOS

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25

ANEXO I

Roteiro para a entrevista aos/às Formandos /as

Objectivo Geral: Conhecer os factores que são valorizados pelos/as formandos/as no

processo de inserção/inclusão profissional no Mercado de Trabalho, bem como aferir a

importância ou não do tipo de NEE neste processo de inclusão.

1. Preparação

Será realizado um primeiro contacto, sempre que possível presencial, com os/as

formandos/as a entrevistar com o intuito de averiguar a sua disponibilidade, bem como

para marcar o local e data mais convenientes para a realização da entrevista.

Blocos Objectivos Específicos Questões Tipo

Legitimação da

entrevista e

motivação do

interessado

Dados pessoais

Percurso escolar

Identificar o entrevistado/a

Esclarecer os objectivos

do estudo e da entrevista

Motivar o entrevistado/a

Assegurar o anonimato

Conhecer alguns aspectos

pessoais

Conhecer a opinião do/a

formando/a relativamente

Informar sobre o tema e objectivos

do trabalho.

Explicitar a necessidade deste

contacto pessoal.

Garantir o anonimato das

informações/ideias/opiniões.

Pedir autorização para gravar a

entrevista

Solicitar alguns dados pessoais e do

seu percurso escolar (idade,

residência, estado civil, tipo de NEE

permanente/temporária, habilitações

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26

Atitudes e valores

do/a formando/a

face à escola

Percurso

Profissional

Inserção /

inclusão de

populações

especiais no

mercado de

trabalho

ao seu percurso escolar

Constatar as suas maiores

dificuldades

Constatar o tipo de

expectativas.

Conhecer as experiências

profissionais

Constatar as suas maiores

dificuldades e a natureza

dessas dificuldades

Conhecer as expectativas

académicas).

Solicitar ao/à formando/a que

expresse as suas motivações e

interesses escolares, percurso sucesso

/insucesso, expectativas familiares e

pessoais face ao papel da Escola).

Solicitar ao/à formando/a que refira

algumas das suas experiências

referindo os aspectos positivos e os

menos positivos.

Solicitar ao/à formando/a que refira

as maiores dificuldades que sentiu

decorrentes da sua NEE, na inclusão

em mercado de trabalho e na

sociedade em geral.

Solicitar ao/à formando/a que refira

quais as causas que no seu entender

mais influenciam positivamente ou

negativamente a inclusão de

populações especiais em mercado de

trabalho.

Solicitar ao/à formando/a que no seu

entender considera serem obstáculos

para encontrar um emprego.

Solicitar ao/à formando/a que refira

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27

Conhecer as

maiores

necessidades,

do/a formando/a,

decorrentes da

sua NEE

face ao futuro

Constatar as maiores

necessidades do/a

formando/a para se

considerar

verdadeiramente incluído

na sociedade

as suas expectativas face ao trabalho,

se faz ou tem projectos

Solicitar ao/à formando/a que a partir

das suas experiências pessoais refira

quais as suas maiores necessidades e

mais urgentes para se sentir

verdadeiramente incluído/a.

Adaptado de Paiva (2006)

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28

ANEXO II

Roteiro para as entrevista aos/às Formadores/as

Objectivo Geral: Conhecer os factores que são valorizados pelos/as formadores/as no

processo de inserção/inclusão profissional no Mercado de Trabalho de populações com

NEE, bem como aferir a importância ou não do tipo de NEE neste processo de inclusão.

1.Preparação

Será realizado um primeiro contacto, sempre que possível presencial, com os/as

formadores/as a entrevistar com o intuito de averiguar a sua disponibilidade, bem como

para marcar o local e data mais convenientes para a realização da entrevista.

Blocos Objectivos Específicos Questões Tipo

Legitimação da

entrevista e

motivação do/a

interessado/a

Identificação do

formador

Inclusão dos/as

Identificar o/a

entrevistado/a

Esclarecer os objectivos

do estudo e da entrevista

Motivar o/a entrevistado/a

Assegurar o anonimato

Conhecer alguns dados

relativos ao/à

entrevistado/a

Conhecer a opinião do/a

Informar sobre o tema e objectivos

do trabalho.

Explicitar a necessidade deste

contacto pessoal.

Garantir o anonimato das

informações/ideias/opiniões.

Pedir autorização para gravar a

entrevista

Solicitar ao/à formador/a que refira

as funções que desempenha na

instituição.

Pedir ao/à formador/a que se

posicione face ao enquadramento

Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL

29

formandos/as

com NEE em

mercado de

trabalho.

Atitudes e valores

dos/as

formandos/as

face à inclusão

Atitudes e valores

dos/as

empresários/as

face à inclusão

Conhecer as

maiores

necessidades para

uma inclusão

formador/a relativamente

ao quadro legal que apoia

a formação profissional de

pessoas com NEE’s

Conhecer alguns aspectos

relativos à população com

NEE.

Constatar as maiores

dificuldades de inclusão e

a sua natureza.

Conhecer as atitudes e

valores do/a formando/a

face à inclusão

Conhecer as atitudes e

valores do/a empresário/a

face à inclusão

Constatar as suas maiores

dificuldades.

legal neste âmbito(apoios aos centros

de reabilitação, medidas de apoio a

empresas e empresário,…).

Solicitar ao/à formador/a que refira,

na sua perspectiva, quais os

problemas de inclusão profissional e

social; os tipos de NEE com mais e

menos dificuldade de inclusão

Pedir ao/à formador/a que refira, na

sua opinião a motivação do/a

formando/a para integrar no Mercado

de Trabalho e a disponibilidade para

aceitar empregos que não vão de

encontro com as suas qualificações e

desejos.

Solicitar ao/à entrevistado/a que

expresse, na sua opinião, a

receptividade dos/as empresários/as

face aos/às trabalhadores/as com

NEE.

Solicitar ao/à formador/a que refira

quais as causas que no seu entender

influenciam positiva ou

Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL

30

efectiva

Constatar as maiores

necessidades para a

promoção da inclusão

negativamente a inclusão de

formandos/as com NEE em mercado

de trabalho.

Solicitar ao/à formador/a que a partir

da sua experiência pessoal o que

poderia ser feito, para aumentar o

sucesso da inclusão profissional das

populações com NEE;

Adaptado de Paiva (2006)

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31

ANEXO III

Roteiro para a entrevista aos/às empresários/as empregadores/as de pessoas com

NEE

Objectivo Geral: Conhecer os factores que são valorizados pelos/as empresários/as no

processo de inserção/inclusão profissional no Mercado de Trabalho de populações com

NEE, bem como aferir a importância ou não do tipo de NEE neste processo de inclusão.

1.Preparação

Será realizado um primeiro contacto, sempre que possível presencial, com os/as

empresários/as a entrevistar com o intuito de averiguar a sua disponibilidade, bem como

para marcar o local e data mais convenientes para a realização da entrevista.

Blocos Objectivos Específicos Questões Tipo

Legitimação da

entrevista e

motivação do/a

interessado/a

Identificar o/a

entrevistado/a

Esclarecer os objectivos

do estudo e da entrevista

Motivar o/a entrevistado/a

Assegurar o anonimato

Conhecer a opinião do/a

entrevistado/a

relativamente ao quadro

legal existente de apoio e

Informar sobre o tema e objectivos

do trabalho.

Explicitar a necessidade deste

contacto pessoal.

Garantir o anonimato das

informações/ideias/opiniões.

Pedir autorização para gravar a

entrevista

Pedir ao/à empresário/a que se

posicione face ao enquadramento

legal neste âmbito (tipos de apoio,

legislação, incentivos,…)

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32

Atitudes e valores

do/a

entrevistado/a

face à inclusão

Inclusão dos/as

trabalhadores/as

com NEE na

empresa

incentivo à contratação de

pessoas com NEE’s

Conhecer alguns dados

relativos à

empresa/empresário/a

Conhecer as atitudes e

valores do/a entrevistado/a

face à inclusão

Constatar as maiores

dificuldades

Solicitar ao/à entrevistado/a que

explicite a sua função na empresa e

qual o tipo de empresa.

Solicitar ao/à entrevistado/a que

expresse as suas opiniões/reacções

quando confrontado pela primeira

vez com trabalhadores/as com NEE.

Pedir ao/à entrevistado/a que pense

sobre esta experiência, mencionando

como o/a influenciou a nível pessoal

e profissional, solicitar-lhe que refira

as reacções pessoais e profissionais

dos seus trabalhadores em relação à

inclusão.

Solicitar ao/à entrevistado/a que

mencione o número de

trabalhadores/as, da empresa, com

NEE’s e com que tipo de NEE’s.

Pedir ao/à entrevistador/a que reflicta

sobre a sua experiência e mencione

os aspectos mais positivos e menos

positivos de empregar uma pessoa

com NEE.

Solicitar ao/à entrevistador/a que

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33

Conhecer as

maiores

necessidades dos

empresários

decorrentes das

suas dificuldades

Conhecer a influência

decorrente da inclusão de

pessoas com NEE numa

empresa.

Constatar as maiores

necessidades dos/as

empresários/as para se

considerarem verdadeiros

promotores da inclusão.

refira as maiores dificuldades que

sentiu decorrentes da inclusão de

pessoas com NEE.

Solicitar ao/à entrevistado/a que

refira quais as causas que no seu

entender mais influenciam

positivamente ou negativamente a

inclusão de pessoas com NEE no

mercado de trabalho.

Solicitar ao/à entrevistado/a que

expresse a sua opinião sobre as

dificuldades de inclusão sócio-

profissional na empresa de pessoas

com NEE e as dificuldades de

inclusão na sociedade em geral de

pessoas com NEE.

Solicitar ao/à entrevistado/a que a

partir das suas reflexões pessoais

refiram quais as suas maiores

necessidades e as mais urgentes para

ajudarem a sua empresa a melhorar a

inclusão das populações com NEE.

Adaptado de Paiva (2006)