Upload
vandat
View
215
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
PROJECTO DE DISSERTAÇÃO
Título
Inclusão no mercado de trabalho de populações especiais. Que
factores para o sucesso?
Tema
Inclusão em mercado de trabalho de populações especiais.
Palavras Chave
Inclusão, inserção, mercado de trabalho, populações
desfavorecidas
Identificação do/a aluno/a
Maria Raquel Avelino São Bento Correia
Contacto telefónico
A preencher pela Coordenação
Data de entrega
Tutor/a
Atribuído /a
Doutora Tereza Ventura
Contactos do/a
tutor/a
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
2
RESUMO
“Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes"
Paulo Freire
Neste projecto de dissertação, que incide na inclusão de populações especiais no
mercado de trabalho, podemos encontrar vários autores e estudos que referem a evolução
do conceito de inclusão, desde a segregação passando pela integração chegando à(s)
realidade(s) da nossa sociedade. Analisamos também as barreiras e facilitadores de todo
este processo.
A evolução e a concretização da inclusão, da “igualdade de oportunidades”, “todos
diferentes, todos iguais” não carece de legislação, mas tem percorrido um caminho lento e
por vezes sinuoso.
A Constituição da República Portuguesa, no artigo13º, Principio da Igualdade,
consagra o seguinte:
“ (…) Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever
em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou
ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”;
no artigo 71º, Cidadãos Portadores de Deficiência declara que:
”(…) O estado obriga-se a realizar uma politica nacional de prevenção e tratamento, reabilitação e
integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma pedagogia
que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o
encargo e efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou tutores”.
Porém, as atitudes não se modificam por Decreto Lei, há ainda um longo caminho a
percorrer.
Há inúmeros estudos sobre as dificuldades de integração no mercado de trabalho,
por parte das populações especiais e sobre os factores de sucesso/insucesso nesta
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
3
integração.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projecto constitui-se numa
amostragem por conveniência, sendo realizada uma entrevista a diferentes intervenientes
no processo (formandos, formadores e empresários). As entrevistas têm o intuito de
perceber, e posteriormente analisar, os factores subjacentes ao sucesso/contratação de
populações especiais.
ABSTRACT
“More or less knowledge does not exist:
there are different kinds of knowledges”
Paulo Freire
In this dissertation project, which focuses on the inclusion of special populations in
the labour market, we find several authors and studies referring to this concept, since
segregation, through the integration, ending up in the realities of our society. We also
analyse the barriers and facilitators of all this process.
The development and implementation of inclusion, “equal opportunities”, “all
different, all equal” does not require legislation, but has come through a slow and
sometimes sinuous path.
The Constitution of the Portuguese Republic, Article 13, Principle of Equality,
establishes the following:
(…)"No one shall be privileged, favored, deprived of any right or exempted from any duty on the basis of
ancestry, sex, race, language, place of origin, religion, political or ideological convictions, education,
economic situation, social status or sexual orientation”;
Article 71, Citizens with Disabilities states that:
“(…) The State undertakes to implement a national policy for prevention and treatment, rehabilitation and
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
4
integration of people with disabilities and support to their families, to develop a program of sensibilization of
society about the duties of respect and solidarity with them and take the duty of effective realization of their
rights, without prejudice to the rights and duties of parents and guardians”.
However, attitudes do not change by Law, there is still a long way to go.
There are numerous studies about the difficulties of the special populations´
integration in the labour market and on the factors of success/failure in this interaction.
The methodology used for the elaboration of this project is comprised by the
selection of a convenience sample, and an interview conducted with the various
stakeholders in the process (trainees, trainers and entrepreneurs). The interviews were
designed to understand and then analyze the factors underlying the success / recruitment of
special populations.
JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO – Relevância Científica e Social da temática e
problemas a abordar
Segundo um Estudo da Comissão Europeia, as pessoas com deficiência
representam cerca de um sexto da população europeia, tendo quase duas vezes mais
probabilidades de estar inactivas do que a restante população, ainda de acordo com este
estudo milhões de pessoas com deficiência poderiam integrar ou reintegrar o mercado de
trabalho, com um pouco de mais ajuda.
Na comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité
Económico e Social e ao Comité das regiões no dia 15 de Novembro de 2010, foi
apresentada a Estratégia para a Deficiência 2010/2020 – compromisso renovado a favor de
uma Europa sem Barreiras. Neste documento consta que um em seis cidadãos é portador de
uma deficiência, dados obtidos através de um inquérito Europeu às Forças de Trabalho –
módulo ad hoc sobre empregos das pessoas com deficiência (2002), o que representa cerca
de 80 milhões de pessoas impedidas de participar plenamente na sociedade e na economia
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
5
devido a barreiras físicas e comportamentais.
Estatísticas do Rendimento e das Condições de Vida da União Europeia (2004),
apontam que a taxa de pobreza das pessoas com deficiência é de 70% superior à média,
concluindo que esta situação também advém das limitações existentes ao acesso ao
emprego, advertindo que a recessão económica também tem vindo a agravar estas
discrepâncias, acentuando a urgência na tomada de medidas e/ou decisões.
De acordo com a Estratégia Europeia, os empregos de qualidade são um garante de
independência económica, favorecendo a realização pessoal e proporcionando uma melhor
protecção contra a pobreza e logo contra a exclusão social, porém estima-se que só 50% da
população com deficiência esteja empregada. Seguindo esta linha de pensamento a
população com deficiência apresenta-se como um grupo com dificuldades de inserção
profissional e em risco de exclusão social.
Dois Estudos da Fundação CEBI, realizados por Neves et Graça (2000), apontam
também como novos grupos com dificuldades de inserção profissional: jovens,
desempregados de longa duração, mulheres, toxicodependentes e ex-toxicopendentes,
grupos étnicos e culturais minoritários e pessoas com deficiência. Na opinião destes autores
os principais obstáculos para a integração profissional são: insucesso escolar/ baixos níveis
de qualificação, local de residência/ mercado de trabalho, idade e sexo feminino. Estes
estudos incidiram em dois públicos: os responsáveis das instituições e entidades
empregadoras que promovem programas de inserção profissional ou integram populações
com dificuldades e os trabalhadores e beneficiários dos programas de inserção profissional.
Foram realizadas 29 entrevistas a fim de garantir a representatividade dos diversos
projectos e dos públicos-alvo, visitas e reuniões de trabalho, com representantes do antigo
SNR (actual INR) e IEFP (Direcção de Serviços de Programas de Inserção) e com a
Federação Portuguesa de Centros de Formação Profissional (FORMEN), bem como
contactos com interlocutores chave. No caso dos trabalhadores e dos beneficiários, a
amostra deste estudo foi de 30 pessoas, recolheram-se informações através de entrevistas (
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
6
6 a jovens, 5 a pessoas com deficiência, 2 a pessoas com dificuldades de integração, 3 a
minorias étnicas, 2 a ex-reclusos, 6 a mulheres /DLD’s e 3 a mulheres/autoemprego).
Para Doval (2006), a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho
não está circunscrita apenas a uma área do conhecimento, devendo-se estudar esta questão
integrando-a noutras visões, considera este autor que os consumidores darão cada vez mais
especial importância ao comportamento social das empresas, criando uma maior
consciência e responsabilidade social e ética.
Na opinião de Batista (cit. in Doval 2006), é de extrema importância elaborar
políticas e práticas promotoras do desenvolvimento de relações inclusão no ambiente de
trabalho, favorecendo a contratação de populações especiais. Ressalta Giordano (cit. in
Doval 2006), que o trabalho é caracterizado não só como uma actividade de significado
psicológico, com efeitos sobre a saúde mental. Estas dimensões interligadas ao longo do
processo de desenvolvimento do individuo, em mudanças de comportamentos, valores,
normas, atitudes,… conferem ao trabalho um factor importante na formação da concepção
que cada pessoa tem de si e do mundo que o rodeia, estando intimamente relacionado com
a autoestima, o reconhecimento social e a dignidade da pessoa.
Na investigação realizada por Doval (2006), cuja amostra foi composta por 40
empresas com mais de 500 empregados, verificou-se que os aspectos facilitadores para a
contratação de populações com deficiência são: o bom desempenho aliado à qualificação e
os projectos/ cursos para este tipo de população. Refere ainda Doval, como retornos/ganhos
trazidos pelas contratações os bons resultados, reconhecimento como socialmente
responsável, estimulo à diversidade, dedicação e empenho destes trabalhadores, na óptica
dos empregadores.
A Directiva 2000/78/CE do Conselho da União Europeia, referida pela Associação
Portuguesa de Deficientes (2010), estabelece um quadro geral de igualdade de tratamento
no emprego e na actividade profissional, encorajando os estados-membros a promoverem a
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
7
igualdade de formação e oportunidades de emprego através da aplicação de medidas
concertadas ao nível da reabilitação vocacional, formação vocacional adequada, legislação
e politicas que favoreçam o trabalho remunerado, incentivos para empregadores e emprego
protegido.
O relatório do Professor Greve (ci. in Associação Portuguesa de Deficientes 2010),
baseado em relatórios e noutras análises comparativas, aponta para:
“ (…) uma forte correlação entre deficiência, emprego e educação, uma situação mais grave para mulheres
do que para homens e que as pessoas com deficiência intelectual ou condições de doença mental encontram
dificuldades particulares em entrar ou permanecer no mercado de trabalho.”
De acordo com Martins (cit. in Silva 2010), “(…)verifica-se que 60% das entidades
inquiridas, as quais tiveram ao seu serviço trabalhadores com deficiência mental, têm intenções de aceitar
novos trabalhadores com esta tipologia de deficiência”. Silva (2010), através de um questionário
aplicado a 6 empresas, refere como razões de aceitação deste público-alvo: motivos morais
(solidariedade, obrigação social), conhecimento pessoal e igualdade de direitos. Dos
inquiridos neste estudo fica a percepção face ao desempenho como positivo.
Tanaka et Manzini (2005), no estudo desenvolvido junto de 6 responsáveis pelo
sector de recursos humanos de empresas com mais de 100 funcionários no quadro,
concluem que as empresas contactadas têm trabalhadores com deficiências no seu quadro,
argumentando que a inserção ocorre “(…) com o intuito de desmistificar a ideia de que eles
não teriam condições de exercerem um trabalho, …,”porém verificaram que a principal
razão da contratação se prende com a obrigatoriedade imposta por lei.
Após a revisão da literatura de estudos, investigações e da análise de dados
estatísticos chegámos à conclusão que a problemática da inserção/inclusão em mercado de
trabalho de populações especiais /grupos vulneráveis foi a analisada e estudada sob vários
pontos de vista, nomeadamente sob o ponto de vista dos empregadores. Porém, esta
temática não foi abordada sob a percepção dos formandos, formadores e empresários
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
8
envolvidos neste processo em simultâneo.
Desta forma, e tendo em consideração que no nosso país a população desempregada
se situa nos 11%, segundo dados do Eurosat, divulgados a 7 de Janeiro de 2011, parece-nos
de indiscutível pertinência social e cientifica a investigação que nos propomos a realizar.
Consideramos que, a pertinência e relevância social e científica deste estudo se deve
essencialmente à situação social das populações especiais, mais desfavorecidas e em risco
de exclusão, à sua elevada taxa de desemprego bem como à inexistência de um estudo
comparativo de percepções entre formandos, formadores e empresários, que nos parece de
extrema relevância para o sucesso da integração/inclusão em mercado de trabalho e para o
desenvolvimento de uma sociedade mais democrática e efectivamente mais inclusiva.
Face ao actual estado de conhecimento pretendemos verificar quais são os factores
valorizados pelos formandos, formadores e empresários no processo de inserção/inclusão
no mercado de trabalho, bem como a importância ou não da tipologia de Necessidade
Educativa Especial neste processo.
REVISÃO DA LITERATURA - Desenvolvimento actual do Tema
Com a revisão da literatura procurou-se investigar os diversos temas de forma a
contribuir para a obtenção de uma resposta às questões da investigação: Será que os
factores mais relevantes para a Inclusão em Mercado de Trabalho são iguais para
formandos, formadores e empresários? Será que o tipo de Necessidades Educativas
Especiais que o jovem tem é relevante para a inclusão/contratação?
Optou-se por organizar os temas da seguinte forma: inclusão; populações especiais;
inclusão no mercado de trabalho - factores de sucesso/insucesso.
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
9
Inclusão
Teixeira (2010), considera que a inclusão não se restringe a um só grupo, de pessoas
com deficiência, mas a todos os grupos socialmente excluídos. O processo de inclusão de
todos os grupos, quer estejam em risco de exclusão social ou não, potenciam a construção
de uma sociedade mais justa, democrática e solidária.
O conceito de inclusão tem vindo a evoluir, e pode-se até dizer que é um conceito
relativamente recente e em constante construção. Na antiga Roma os “diferentes” eram
perseguidos e muitas vezes torturados, em Esparta isolados. Nos finais do séc.XVIII, são
ensaiadas as primeiras tentativas de atendimento a populações especiais, criando-se a opção
de institucionalização. Nalguns casos era providenciada uma assistência privada –
solidariedade familiar – a protecção do Estado era quase inexistente.
A expansão das políticas públicas, verificou-se em Portugal, no pós 25 de Abril de
1974, em 1984 foi a elaborada a Lei de Bases e posteriormente com a publicação do
Decreto-lei 319/91 de Agosto, pode-se considerar que de facto entramos num processo de
construção de Inclusão para Todos. A Declaração de Salamanca e a entrada para a então
Comunidade Económica Europeia foram também factores chave para a evolução das
políticas e práticas inclusivas.
Entendemos que, a inclusão não se dirige exclusivamente a populações especiais, é
bastante mais abrangente, beneficiando a sociedade em geral, nos aspectos políticos e
económicos mas, e essencialmente ao nível social. A inclusão promove e reforça a
cidadania activa, participativa e responsável, sendo um processo pró-activo combatendo as
desigualdades que podem conduzir à discriminação e exclusão.
De acordo com Matos (2009), o processo de inclusão exige uma adaptação da
sociedade às necessidades específicas de cada grupo, cabendo à sociedade e à família
adaptarem-se, tornando possível a inserção de todos os cidadãos. Ainda segundo a mesma
autora, no novo paradigma de inclusão é necessário estudar: empresas, Instituições e
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
10
Família. Concordando com esta linha de pensamento, parece-nos também evidente a
necessidade de ir mais além e de abordar o tema através da perspectiva dos agentes mais
directamente envolvidos (formandos, formadores e empresários).
Populações Especiais
Neste estudo procuramos discutir os diferentes tipos e origens de populações
especiais, para abordar a inclusão em mercado de trabalho, pretendendo compreender a
lógica da inclusão. Capucha (2006), apresenta três categorias vulneráveis:
“Grupos com handicap específico – pessoas com deficiência e emigrantes; Grupos “Desqualificados” –
desempregados de longa duração, trabalhadores com qualificações baixas ou obsoletas, idosos e famílias
mono-parentais; Grupos à Margem que se constitui por pessoas sem-abrigo, toxicodependentes e ex-
toxicodependentes, jovens em risco, detidos e ex-reclusos.”
Rodrigues (2001,p.9), refere que: “(…) as diferenças não se podem confinar a
grupos sociais específicos (homens, mulheres, deficientes, africanos, pobres, etc.,) , mas
estão difundidas uniformemente por todos os humanos.”
Na Declaração de Salamanca (1994), as Necessidades Educativas Especiais,
referem-se não só às pessoas com deficiência mas também à sobredotação, dificuldades de
aprendizagem, portadores de condutas típicas, desfavorecidos e marginalizados, entre
outras.
Seguindo as abordagens referidas, com as quais estamos de acordo, vamos incluir as
pessoas com deficiência ou incapacidade neste grupo alvo de estudo.
A Organização Mundial de Saúde (O.M.S), apresentou três conceitos, segundo
Botini (cit in Doval.2006):
Deficiência (disability) – (…) perda ou anormalidade de estrutura, função psicológica, fisiológica ou
anatómica, temporária ou permanente; Incapacidade (handicap) – (…) incapacidade resultante da
deficiência, redução ou falta de capacidades para exercer uma actividade ou desenvolver habilidades
consideradas normais ao ser humano; Desvantagem (disadvantage) ou impedimento (impediment) – (…)
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
11
dificuldade ou impossibilidade do indivíduo em desempenhar um papel social condizente com a sua idade,
sexo e outros factores sociais e culturais.”
De acordo com Leal (2008), na nova visão da O.M.S,
“(…) a verificação da incapacidade não passa apenas pela apresentação, por parte de uma pessoa, de um
problema na função ou na estrutura do corpo, com perda ou desvio significativo.” A Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade – CIF –
“(…) incorpora a dimensão biomédica, psicológica e social onde a deficiência passa a ser determinada, não
só pelas consequências das condições de saúde/doença da pessoa mas também pelo envolvimento físico e
social”, na perspectiva de Farias (cit. in Leal.2008).
A Lei de Bases Gerais do Regime Jurídico da Prevenção, Habilitação, Reabilitação
e Participação da Pessoa com Deficiência, Lei nº38/2004 de 18 de Agosto, considera a
pessoa com deficiência:
“ (…) aquela que, por motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de funções ou de estruturas do
corpo, incluindo as funções psicológicas, apresente dificuldades especificas susceptíveis de, em conjugação
com os factores do meio, lhe limitar ou dificultar a actividade e a participação em condições de igualdade
com as demais pessoas.”
No actual estado do conhecimento verifica-se que qualquer um de nós a dado
momento da vida pode sentir uma Necessidade Educativa Especial de carácter temporário
ou permanente, integrando desta forma uma população especial ou um grupo em
desvantagem.
Inclusão em mercado de trabalho; factores de sucesso/ insucesso
Portugal vive um momento especialmente difícil a nível económico, com uma taxa
de desemprego muito elevada, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas o número de
desempregados é de cerca de 600 mil.
O mercado de trabalho nacional é constituído essencialmente, por pequenas e
médias empresas, que lutam a muito custo pela sua sobrevivência, e que se deparam com
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
12
dificuldades a nível competitivo, nomeadamente quando comparadas com uma União
Europeia a 27.
De acordo com Sennet (cit. in Matos 2009), pede-se que os trabalhadores sejam
ágeis, estejam preparados para mudanças, ao fim ao cabo que sejam competitivos no
mercado de trabalho, gerando pouco espaço para as diferenças individuais.
O sistema educativo e de formação profissional continuam a não dar respostas
totalmente eficazes, o abandono escolar e as baixas qualificações dificultam a inserção em
mercado de trabalho. Se este é um problema para as populações ditas “normais”, verifica-se
um agravamento nas condições de acesso às populações especiais. Azevedo considera (cit.
in Afonso 2005) que: “(…) cerca de 14,5% dos seus activos (idades compreendidas entre
os 16 e os 64 anos) referem alguma deficiência”, se considerarmos a população de uma
União Europeia a 25, estamos a falar de cerca de 40 milhões de pessoas.
A inclusão de populações especiais deve ser encarada como uma mais-valia, uma
forma de promoção de igualdade de oportunidades, gerando uma sociedade menos
discriminatória e um desenvolvimento de políticas e de práticas mais inclusivas,
promovendo atitudes pró-activas na sociedade em geral.
A inclusão de populações especiais é ainda relativamente recente e apresenta-se
como um desafio às políticas convencionais e à repartição dos recursos.
Matos (2009), argumenta que, ainda se encontram muitas dificuldades no processo
de inclusão, atribuindo a este facto a falta de informação e o incumprimento da lei. Porém
para Ferrera et alii (cit. in Capucha 2004,p.8), as mudanças na sociedade portuguesa têm
sido bastante rápidas e profundas ao nível dos padrões e níveis de protecção social. De
facto a legislação nacional previa até Novembro de 2009 um sistema de modalidades de
apoio e incentivos aos empregadores. A falta de apoios e o desconhecimento e/ou
preconceito face a este tipo de populações podem apresentar-se como um obstáculo à
contratação. Na nossa linha de pensamento, Dias (2008), entende que para uma sociedade
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
13
mais justa é necessária a promoção da inclusão dos grupos excluídos da sociedade,
integrando nestes grupos as pessoas com deficiência. Aponta este autor que se verifica uma
maior preocupação do sector empresarial face à inclusão, no entanto parece-nos os
constrangimentos económicos não são factores facilitadores. Com base num estudo
realizado Matos (2009), são apontadas como dificuldades a baixa escolaridade e a
inexistência de instituições especiais promotoras da formação académica e profissional. No
entanto, actualmente o Eixo Prioritário 6 – Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento
Profissional, do Programa Operacional Potencial Humano, comparticipado pelo Fundo
Social Europeu, no Quadro de Referência Estratégico Nacional, promove a qualificação e
integração no mercado de trabalho das pessoas com deficiência ou incapacidade através das
medidas: 6.1 – Formação para a Inclusão e 6.2 – Qualificação de pessoas com deficiência e
incapacidade.
Uma abordagem também a ter em atenção é o empowerment que Pinto (cit. in
Fazenda define como:
“(…) um processo de reconhecimento, criação e utilização de recursos e instrumentos pelos indivíduos,
grupos e comunidades, em si mesmos e no meio envolvente, que se traduz num acréscimo de poder –
psicológico, sócio-cultural, politico e económico – que permite a estes sujeitos aumentar a eficácia no
exercício da sua cidadania.”
Para Monteiro (2008), é um conceito de autonomia em que o indivíduo desenvolve
as suas competências, identifica as suas necessidades procurando forma de as satisfazer,
tomando as suas próprias decisões. Este tipo de estratégia tem como finalidade tornar os
indivíduos o mais autónomos e independentes possível, criando redes sociais e
profissionais mais significantes e inclusivas, são agentes activos no seu processo de
formação e desenvolvimento, capazes de tomadas de decisão.
Um estudo do Gabinete de Estratégia e Planeamento (2010), do Ministério do
Trabalho e da Solidariedade Social, divulga que as organizações inquiridas:
“(…)consideram as medidas de incentivo importantes mas não decisivas na contratação das pessoas com
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
14
deficiência ou incapacidade”, “(…) o mais importante é a competência/profissionalismo ajustados ao
perfil”,“ (…)a grande maioria das entidades empregadoras considera-se satisfeita ou muita satisfeita com o
desempenho profissional dos trabalhadores com deficiência ou incapacidade”, chegando até a referir
que são trabalhadores: “empenhados, motivados, assíduos e com muita força de vontade”.
É salientado que, as pessoas com maiores dificuldades ao nível cognitivo
(compreensão, concentração), no estabelecimento de relações interpessoais satisfatórias
parecem ter mais dificuldades de inclusão profissional, para além de que são os
trabalhadores que apresentam menos habilitações e qualificações quando comparados com
os restantes trabalhadores.
Verifica-se ainda, uma discriminação maior face às pessoas com maior dificuldade
mental, os empregadores desconhecem as reais capacidades das pessoas com deficiência ou
incapacidade, não havendo de facto uma real igualdade de oportunidades. As empresas têm
dificuldade em manter este tipo de trabalhadores quando termina o período de concessão
dos apoios, e de momento estes são escassos.
O estudo vai de encontro à nossa percepção ou seja, parece que o grau e o tipo de
incapacidade são factores decisivos no acesso ao emprego. No entanto, há organizações
para estas populações que promovem programas de formação profissional, dispondo de
programas de colocação dos formandos em marcado de trabalho e o tema da inclusão
parece já ser abordado nas comunidades empresariais.
Concordamos que, se apresentam como desafios: a aposta na qualificação e
formação profissional, intensificação da luta contra a discriminação e o preconceito, o
desenvolvimento de acções de informação e sensibilização junto de entidades
empregadoras, o desenvolvimento/promoção do emprego apoiado, a intensificação da
implementação de cotas e uma maior participação das pessoas com deficiência ou
incapacidade bem como das suas famílias no seu processo de inclusão.
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
15
TRABALHO EXPERIMENTAL – Metodologia a aplicar, universo de estudo,
procedimentos de selecção de indivíduos, recolha e análise da informação
Este projecto destina-se a implementar uma investigação cuja finalidade é conhecer
os factores valorizados pelos diferentes actores do processo de Inserção/Inclusão profissional
no mercado de trabalho, bem como aferir a importância ou não do tipo de Necessidade
Educativa Especial (NEE) neste processo de inclusão. Como técnica de recolha de dados,
para além da análise documental e da revisão de literatura, recorremos a entrevistas semi-
estruturadas, com um guião, adaptado de Paiva (2006), para cada grupo de entrevistados
(anexo1,2 e 3).
Pensamos aplicar a entrevista a dois formandos, dois formadores e dois empresários
não incluídos no estudo mas, cujo perfil se assemelhe à nossa amostra, para verificarmos da
compreensão das perguntas e se as respostas que podemos esperar correspondem às nossas
questões e ao nosso objectivo, validando o instrumento.
Para a elaboração do guião tivemos em consideração os seguintes passos: - descrição
do perfil do entrevistado (nível etário, estado civil, residência, escolaridade, …); vocabulário
claro, acessível e rigoroso; elaboração de questões de acordo com o tema e objectivos em
estudo; elaboração de questões abertas (o que pensa de….; na sua opinião…).
Com as entrevistas pretendemos recolher informação relativa aos factores valorizados
pelos/as diferentes intervenientes e dos indicadores considerados de sucesso e/ou insucesso
na inclusão em mercado de trabalho.
As entrevistas serão individuais, presenciais e do tipo semi-estruturado, com recurso
a um guião de base, mas com perguntas abertas e flexíveis. Optámos por utilizar entrevistas
semi-estruturadas dado que esta técnica se apresenta como uma mais-valia uma vez que
permite a obtenção de dados comparáveis de diferentes intervenientes no contexto alvo de
estudo. De acordo com Estrela (cit. in Alves 2009):
“... a finalidade das entrevistas a realizar, consiste em última instância, na recolha de dados de opinião que
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
16
permitem não só fornecer pistas para a caracterização do projecto, em estudo, como também conhecer sob
alguns aspectos os intervenientes no processo.”
Concordamos ainda com De Ketele et Roegiens (cit. in Alves 2009), que sublinham
ser esta técnica vantajosa, pelo facto do/a entrevistado/a ter uma maior liberdade na forma
como se exprime sendo um método capaz de recolher informações mais precisas sobre as
representações do/a participante acerca da temática. O entrevistador pode tirar mais proveito
das respostas dadas conseguindo extrair mais informações e com maior clareza. Segundo
Flick (cit. in Alves 2009) “(…) aumenta la capacidad de los datos para la comparación y
que su estructuración se incrementa como resultado de las preguntas incluidas en la guía.”
No total serão realizadas trinta entrevistas, que se distribuirão da seguinte forma:
Número de entrevistas a realizar
Peniche Caldas da Rainha
Formandos/as 5 5
Formadores/as 5 5
Empresários/as 5 5
Total 15 15
Para esta investigação será aplicada uma amostragem não probabilística, amostragem
por conveniência.
A população alvo desta investigação são formandos/as com idade igual ou superior a
16 anos, com necessidade de apoio especializado ao nível da transição para a vida activa, em
consequência de desvantagens derivadas de situações de deficiência ou incapacidade, que
estejam inscritos/as na medida 6.2. – Qualificação de pessoas com deficiência ou
incapacidade do Eixo Prioritário 6. – Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento Profissional,
do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), nos Centros de Reabilitação
Profissional de Peniche (CERCIP) e de Caldas da Rainha (CEERDL).
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
17
Considerando que, e de acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional
(IEFP), formando/a
“(…) é toda e qualquer pessoa que frequente uma acção de formação profissional, com vista à aquisição de
conhecimentos, capacidades práticas, aptidões e formas de comportamento requeridos para o exercício de
uma profissão ou grupos de profissões.”
No universo de estudo incluímos formadores/as dos respectivos centros de formação.
Segundo a Classificação Nacional de Profissões (Grupo2.3.5.9.05) os /as formadores/as são
profissionais que:
“ (...) planeiam, preparam, desenvolvem e avaliam sessões de formação de uma área científico-tecnológica
específica, utilizando métodos e técnicas pedagógicas adequadas: elaboram o programa da área temática a
ministrar, definindo os objectivos e os conteúdos programáticos de acordo com as competências terminais a
atingir; definem critérios e seleccionam os métodos e técnicas pedagógicas a utilizar de acordo com os
objectivos, a temática e as características dos formandos; definem, preparam e/ou elaboram meios e suportes
didácticos de apoio, tais como audio-visuais, jogos pedagógicos e documentação; desenvolvem as sessões,
transmitindo e desenvolvendo conhecimentos; avaliam as sessões de formação e/ou os formandos, utilizando
técnicas e instrumentos de avaliação, tais como inquéritos, questionários, trabalhos práticos e observação. Por
vezes elaboram, aplicam e classificam testes de avaliação. Podem elaborar ou participar na elaboração de
programas de formação.”
Os/as profissionais aos quais pretendemos aplicar o estudo, trabalham directamente
com este tipo de populações, sinalizadas anteriormente, com vasta experiência profissional e
são portadores/as de Certificado de Aptidão Profissional, exercendo funções diferenciadas
em cada estrutura (Psicólogo, Técnico de Serviço Social, Formadores de Formação de Base,
Formadores de Áreas Tecnológicas e Técnicos de Apoio Especifico – Terapeutas da Fala.
Fazem parte deste estudo empresários/as do concelho de Peniche e do concelho de
Caldas da Rainha, que tenham formandos/as em Formação em Posto de Trabalho e/ou
tenham contratado formandos/as das estruturas mencionadas anteriormente. Na sua grande
maioria são empresários/as de pequenas e médias empresas e empresas públicas.
Dadas as características da investigação a desenvolver e da temática, consideramos
esta investigação quanto ao método de cariz descritivo, com abordagem qualitativa, uma vez
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
18
que pretendemos compreender/analisar os factores de sucesso para a inclusão/contratação de
populações especiais no mercado de trabalho. Através deste método temos a oportunidade de
interagir in loco , com os/as diferentes intervenientes no seu próprio ambiente, obtendo
desta forma uma visão global sobre o tema.
De acordo com Hébert et alii (cit. in Alves 2009), a clarificação da investigação
qualitativa resulta mais da sua orientação do que dos seus procedimentos, uma vez que uma
técnica de pesquisa por si só não sintetiza um método de investigação. Na opinião de Serrano
(cit. in Alves 2009), a análise dos dados qualitativos é:
” (…)la búsqueda de tendências, tipologias, regularidades o patrones y la obtención de datos únicos de
carácter idiográfico… os datos recogidos necessitam ser traducidos en categorías com el fin de poder realizar
comparaciones y posibles contrastes.”
Seguindo esta linha de pensamento, propomo-nos fazer uma triangulação dos dados
recolhidos, que consiste ainda segundo o mesmo autor “(…) en três tipos de actividad
concurrent: reducción de datos, presentación de datos, conclusiones y verificaciones.” Os
dados obtidos, através da realização das entrevistas serão analisados por categorias e sub-
categorias. Os dados deverão passar por análise de conteúdo: análise prévia, transcrição das
entrevistas, selecção das categorias e exploração dos resultados. Será elaborada para o efeito
uma matriz de análise das respectivas entrevistas.
A condução das entrevistas seguirá as seguintes etapas: explicitação da aplicação e
objectivos da realização da entrevista e pedido de colaboração; dar a conhecer, de forma
genérica, as finalidades e características desta investigação; pedir autorização para gravar a
entrevista, salientado que a mesma é anónima e confidencial; formulação e adequação de
estratégias, orientando a entrevista para atingir os objectivos propostos; dar a possibilidade
ao/à entrevistado/a de seguir a sua linha de pensamento e de verbalizar as suas
ideias/opiniões e sugestões de acordo com os temas propostos ou relacionados com os
objectivos da entrevista. Agradecer a disponibilidade e colaboração, exaltando a importância
do/a entrevistado/a para a concretização da investigação.
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
19
CRONOGRAMA
2010 2011
N D J F M A M J J A S O N D
Revisão de
Literatura
X X X X X X X X X X X X
Redacção do
projecto
X X X
Revisão do
projecto
X X X X X
Validação
dos
instrumentos
X X
Contactos
com tutor
X X X X X X X X X
Aplicação
dos
instrumentos
X X X X X
Análise e
tratamento
de dados
X X X X
Redacção da
dissertação
X X X X X X
Defesa da
Dissertação
X
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Afonso, Carlos. (2005). Inclusão e mercado de trabalho: papel da escola na transição para
a vida adulta de alunos com NEE [em linha]. Disponível em <
http://repositorio.esepf.pt/bitstream/handle/10000/26/SeE10_InclusaoCarlosAfonso.pdf?sequ
ence=1 > , [Consultado em 03 /04/2010]
Agência Nacional para a Cultura Cientifica e Tecnológica [em linha]. Disponível em <
http://www.cienciaviva.pt/rede/risco2004/entrevistas/# >, [Consultado em 16 /04/2010]
Alves, Manuela.(2009). Transição para a vida pós-escolar de alunos com NEE:
Perspectivas sobre duas realidades escolares. [em linha]. Disponível em <
http://hdl.handle.net/ao400.11/177 > [Consultado em 12 /20/2010]
Associação Portuguesa de Deficientes (2010). O emprego e as pessoas com deficiência. [em
linha]. Disponível em < www.apd.org.pt/index.php?option=com_docman&task=doc... >
[Consultado em 03 /12/ 2010].
Campos, Penélope. (2008), Deficiência e preconceito: a visão do deficiente. [em linha].
Disponível em <http://bce.unb.br/tdesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo >,
[Consultado em 06 /01/2011]
Capucha, Luís. (2006). Desafios da Pobreza. [em linha]. Disponível em <
http://oefp.iefp.pt/admin/upload/Conferencias/Regulares/8c1a0428-e11f-4061-9926-
429a2a664f70.pdf >, [Consultado em 04 /12/2010]
Capucha,Luís et alii. (2004). Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação
Profissional de Pessoas com Deficiência em Portugal. Vila Nova de Gaia: Centro de
Reabilitação Profissional de Gaia.
Claudino, Adelaide. (1997). A orientação para a formação profissional de jovens com
deficiência mental. [em linha]. Disponível em <http://www.inr.pt/content/1/113/livros-snr >,
[Consultado em 13 /03/2010]
Classificação Nacional das Profissões. [em linha]. Disponível em
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
21
<http://www.iefp.pt/formacao/CNP/Documents/CAP2.pdf >, [Consultado em 09 /04/2010]
Constituição da República Portuguesa. [em linha]. Disponível em
<http://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/ConstituicaoRepublicaPortuguesa.aspx#art7
1> [Consultado em 21 /03/2010]
Coutinho, C. [em linha]. Disponível em <
http://claracoutinho.wikispaces.com/Investiga%C3%A7%C3%A3o+qualitativa+passos+fun
damentais > [Consultado em 17 /04/2010]
Dias, Bárbara. (2008). Inclusão de pessoas portadoras de deficiência: um tipo de
responsabilidade social. [em linha]. Disponível em <
http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/36516794.html > [Consultado em
24 /11/2010]
Doval, Jorge. (2006). Inclusão de pessoas portadoras de deficiência no mercado de
trabalho: desafios e tendências. [em linha]. Disponível em <
http://hdl.handle.net/10183/8215 > [Consultado em 17 /02/2010]
EUR- Lex. Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020: Compromisso renovado a
favor de uma Europa sem barreiras. [em linha]. Disponível em < http://eur-
lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:52010DC0636:PT:NOT [Consultado
em 20 /10/ 2010].
Fazenda, Isabel. Empowerment e Participação, uma Estratégia de Mudança. [em linha]
Disponível em <http://www.cpihts.com/PDF/EMPOWERMENT.pdf [Consultado em 9
/04/2010].
Genelioux, Maria.(2002). Emprego apoiado e satisfação: a perspectiva de pessoas
integradas em mercado competitivo de trabalho. [em linha]. Disponível em
<http://www.inr.pt/content/1/113/livros-snr> [Consultado em 14/03/2010]
Henriques, José. M. (2006). Percursos Integrados de Formação- Inserção de Públicos
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
22
Desfavorecidos. Colecção Disseminar. Gabinete de Gestão Equal. Lisboa.
Instituto do Emprego e Formação Profissional (2004).Regulamento do Formando. [em
linha]. Disponível em < http://www.civec.pt/media/regulamento_formando_pt.pdf >
[Consultado em 22/05/2010].
Leal, Carla. (2008), Protecção Internacional do Direito ao Trabalho da Pessoa com
Deficiência. [em linha]. Disponível em <
http://telecapacitados.tic.org.ar/archivos.php?b=1074> [Consultado em 16/01/2011].
Matos, Ana. (2009). O processo de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de
trabalho. [em linha]. Disponível em <www.lume.ufrgs.br/handle/10183/17903 > [Consultado
em 23/11/2010].
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social Home Page. [em linha]. Disponível em
<www.gep.mtss.gov.pt > [Consultado em 16/01/2011].
Monteiro, Gizela. (2008), Empowerment – Uma estratégia de luta contra a pobreza e a
exclusão social em Cabo Verde- O caso de Lajedos. [em linha]. Disponível em
<http://hdl.hande_net/10071/1003 > [Consultado em 14/07/2010].
Nakama, Antónia. (2007), Educação Inclusiva: Princípios e Representação. [em linha].
Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-07122007-152417/pt-
br.php > [Consultado em 02/12/2010].
Silva, Ana. Inserção Profissional de Pessoas com Deficiência Mental: perspectiva dos
empregadores. [em linha]. Disponível em <
http://ad13336a.hosting.net.vodafone.pt/Insercao.pdf > [Consultado em 07/02/2010].
Tanaka, E. e Manzini,E. Revista Brasileira de Educação Especial. Vol 11[em linha].
Disponível em < www.scielo.br/pdf/rbre/v11n2/v11n2a8.pdf. > [Consultado em
04/12/2010].
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
23
Teixeira, Marina. (2010). Politicas públicas para pessoas com deficiência no Brasil. [em
linha]. Disponível em http://hdl.hande.net/10438/4778 [Consultado em 14/11/2010].
Legislação consultada
Decreto - Lei nº 40/83 de 25 de Julho
Lei de Bases da Prevenção e Reabilitação das Pessoas com Deficiência de 2 de Maio de
1984
Decreto - Lei nº 299/86 de 19 de Setembro
Decreto – Lei nº 247/ 89 de 5 de Agosto
Decreto – Lei nº 319/91 de 23 de Agosto
Lei nº 38/2004 de 18 de Agosto
Decreto – Lei nº 290/ 2009 de 12 de Outubro
Despacho nº 3530/2010 de 25 de Fevereiro
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
24
ANEXOS
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
25
ANEXO I
Roteiro para a entrevista aos/às Formandos /as
Objectivo Geral: Conhecer os factores que são valorizados pelos/as formandos/as no
processo de inserção/inclusão profissional no Mercado de Trabalho, bem como aferir a
importância ou não do tipo de NEE neste processo de inclusão.
1. Preparação
Será realizado um primeiro contacto, sempre que possível presencial, com os/as
formandos/as a entrevistar com o intuito de averiguar a sua disponibilidade, bem como
para marcar o local e data mais convenientes para a realização da entrevista.
Blocos Objectivos Específicos Questões Tipo
Legitimação da
entrevista e
motivação do
interessado
Dados pessoais
Percurso escolar
Identificar o entrevistado/a
Esclarecer os objectivos
do estudo e da entrevista
Motivar o entrevistado/a
Assegurar o anonimato
Conhecer alguns aspectos
pessoais
Conhecer a opinião do/a
formando/a relativamente
Informar sobre o tema e objectivos
do trabalho.
Explicitar a necessidade deste
contacto pessoal.
Garantir o anonimato das
informações/ideias/opiniões.
Pedir autorização para gravar a
entrevista
Solicitar alguns dados pessoais e do
seu percurso escolar (idade,
residência, estado civil, tipo de NEE
permanente/temporária, habilitações
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
26
Atitudes e valores
do/a formando/a
face à escola
Percurso
Profissional
Inserção /
inclusão de
populações
especiais no
mercado de
trabalho
ao seu percurso escolar
Constatar as suas maiores
dificuldades
Constatar o tipo de
expectativas.
Conhecer as experiências
profissionais
Constatar as suas maiores
dificuldades e a natureza
dessas dificuldades
Conhecer as expectativas
académicas).
Solicitar ao/à formando/a que
expresse as suas motivações e
interesses escolares, percurso sucesso
/insucesso, expectativas familiares e
pessoais face ao papel da Escola).
Solicitar ao/à formando/a que refira
algumas das suas experiências
referindo os aspectos positivos e os
menos positivos.
Solicitar ao/à formando/a que refira
as maiores dificuldades que sentiu
decorrentes da sua NEE, na inclusão
em mercado de trabalho e na
sociedade em geral.
Solicitar ao/à formando/a que refira
quais as causas que no seu entender
mais influenciam positivamente ou
negativamente a inclusão de
populações especiais em mercado de
trabalho.
Solicitar ao/à formando/a que no seu
entender considera serem obstáculos
para encontrar um emprego.
Solicitar ao/à formando/a que refira
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
27
Conhecer as
maiores
necessidades,
do/a formando/a,
decorrentes da
sua NEE
face ao futuro
Constatar as maiores
necessidades do/a
formando/a para se
considerar
verdadeiramente incluído
na sociedade
as suas expectativas face ao trabalho,
se faz ou tem projectos
Solicitar ao/à formando/a que a partir
das suas experiências pessoais refira
quais as suas maiores necessidades e
mais urgentes para se sentir
verdadeiramente incluído/a.
Adaptado de Paiva (2006)
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
28
ANEXO II
Roteiro para as entrevista aos/às Formadores/as
Objectivo Geral: Conhecer os factores que são valorizados pelos/as formadores/as no
processo de inserção/inclusão profissional no Mercado de Trabalho de populações com
NEE, bem como aferir a importância ou não do tipo de NEE neste processo de inclusão.
1.Preparação
Será realizado um primeiro contacto, sempre que possível presencial, com os/as
formadores/as a entrevistar com o intuito de averiguar a sua disponibilidade, bem como
para marcar o local e data mais convenientes para a realização da entrevista.
Blocos Objectivos Específicos Questões Tipo
Legitimação da
entrevista e
motivação do/a
interessado/a
Identificação do
formador
Inclusão dos/as
Identificar o/a
entrevistado/a
Esclarecer os objectivos
do estudo e da entrevista
Motivar o/a entrevistado/a
Assegurar o anonimato
Conhecer alguns dados
relativos ao/à
entrevistado/a
Conhecer a opinião do/a
Informar sobre o tema e objectivos
do trabalho.
Explicitar a necessidade deste
contacto pessoal.
Garantir o anonimato das
informações/ideias/opiniões.
Pedir autorização para gravar a
entrevista
Solicitar ao/à formador/a que refira
as funções que desempenha na
instituição.
Pedir ao/à formador/a que se
posicione face ao enquadramento
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
29
formandos/as
com NEE em
mercado de
trabalho.
Atitudes e valores
dos/as
formandos/as
face à inclusão
Atitudes e valores
dos/as
empresários/as
face à inclusão
Conhecer as
maiores
necessidades para
uma inclusão
formador/a relativamente
ao quadro legal que apoia
a formação profissional de
pessoas com NEE’s
Conhecer alguns aspectos
relativos à população com
NEE.
Constatar as maiores
dificuldades de inclusão e
a sua natureza.
Conhecer as atitudes e
valores do/a formando/a
face à inclusão
Conhecer as atitudes e
valores do/a empresário/a
face à inclusão
Constatar as suas maiores
dificuldades.
legal neste âmbito(apoios aos centros
de reabilitação, medidas de apoio a
empresas e empresário,…).
Solicitar ao/à formador/a que refira,
na sua perspectiva, quais os
problemas de inclusão profissional e
social; os tipos de NEE com mais e
menos dificuldade de inclusão
Pedir ao/à formador/a que refira, na
sua opinião a motivação do/a
formando/a para integrar no Mercado
de Trabalho e a disponibilidade para
aceitar empregos que não vão de
encontro com as suas qualificações e
desejos.
Solicitar ao/à entrevistado/a que
expresse, na sua opinião, a
receptividade dos/as empresários/as
face aos/às trabalhadores/as com
NEE.
Solicitar ao/à formador/a que refira
quais as causas que no seu entender
influenciam positiva ou
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
30
efectiva
Constatar as maiores
necessidades para a
promoção da inclusão
negativamente a inclusão de
formandos/as com NEE em mercado
de trabalho.
Solicitar ao/à formador/a que a partir
da sua experiência pessoal o que
poderia ser feito, para aumentar o
sucesso da inclusão profissional das
populações com NEE;
Adaptado de Paiva (2006)
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
31
ANEXO III
Roteiro para a entrevista aos/às empresários/as empregadores/as de pessoas com
NEE
Objectivo Geral: Conhecer os factores que são valorizados pelos/as empresários/as no
processo de inserção/inclusão profissional no Mercado de Trabalho de populações com
NEE, bem como aferir a importância ou não do tipo de NEE neste processo de inclusão.
1.Preparação
Será realizado um primeiro contacto, sempre que possível presencial, com os/as
empresários/as a entrevistar com o intuito de averiguar a sua disponibilidade, bem como
para marcar o local e data mais convenientes para a realização da entrevista.
Blocos Objectivos Específicos Questões Tipo
Legitimação da
entrevista e
motivação do/a
interessado/a
Identificar o/a
entrevistado/a
Esclarecer os objectivos
do estudo e da entrevista
Motivar o/a entrevistado/a
Assegurar o anonimato
Conhecer a opinião do/a
entrevistado/a
relativamente ao quadro
legal existente de apoio e
Informar sobre o tema e objectivos
do trabalho.
Explicitar a necessidade deste
contacto pessoal.
Garantir o anonimato das
informações/ideias/opiniões.
Pedir autorização para gravar a
entrevista
Pedir ao/à empresário/a que se
posicione face ao enquadramento
legal neste âmbito (tipos de apoio,
legislação, incentivos,…)
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
32
Atitudes e valores
do/a
entrevistado/a
face à inclusão
Inclusão dos/as
trabalhadores/as
com NEE na
empresa
incentivo à contratação de
pessoas com NEE’s
Conhecer alguns dados
relativos à
empresa/empresário/a
Conhecer as atitudes e
valores do/a entrevistado/a
face à inclusão
Constatar as maiores
dificuldades
Solicitar ao/à entrevistado/a que
explicite a sua função na empresa e
qual o tipo de empresa.
Solicitar ao/à entrevistado/a que
expresse as suas opiniões/reacções
quando confrontado pela primeira
vez com trabalhadores/as com NEE.
Pedir ao/à entrevistado/a que pense
sobre esta experiência, mencionando
como o/a influenciou a nível pessoal
e profissional, solicitar-lhe que refira
as reacções pessoais e profissionais
dos seus trabalhadores em relação à
inclusão.
Solicitar ao/à entrevistado/a que
mencione o número de
trabalhadores/as, da empresa, com
NEE’s e com que tipo de NEE’s.
Pedir ao/à entrevistador/a que reflicta
sobre a sua experiência e mencione
os aspectos mais positivos e menos
positivos de empregar uma pessoa
com NEE.
Solicitar ao/à entrevistador/a que
Faculdade de Ciências Sociais E Humanas MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – EDUCAÇÃO ESPECIAL
33
Conhecer as
maiores
necessidades dos
empresários
decorrentes das
suas dificuldades
Conhecer a influência
decorrente da inclusão de
pessoas com NEE numa
empresa.
Constatar as maiores
necessidades dos/as
empresários/as para se
considerarem verdadeiros
promotores da inclusão.
refira as maiores dificuldades que
sentiu decorrentes da inclusão de
pessoas com NEE.
Solicitar ao/à entrevistado/a que
refira quais as causas que no seu
entender mais influenciam
positivamente ou negativamente a
inclusão de pessoas com NEE no
mercado de trabalho.
Solicitar ao/à entrevistado/a que
expresse a sua opinião sobre as
dificuldades de inclusão sócio-
profissional na empresa de pessoas
com NEE e as dificuldades de
inclusão na sociedade em geral de
pessoas com NEE.
Solicitar ao/à entrevistado/a que a
partir das suas reflexões pessoais
refiram quais as suas maiores
necessidades e as mais urgentes para
ajudarem a sua empresa a melhorar a
inclusão das populações com NEE.
Adaptado de Paiva (2006)