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Agosto / Setembro - Ano V - nº 29 Inclusão Social é Educação de Qualidade para Todos

Inclusão Social é Educação de Qualidade para Todos · Tem Música no Berçário 32 Educação para o ... Banda Marcial da Escola Municipal ... que comandam o futebol brasileiro!

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Agosto / Setembro - Ano V - nº 29

Inclusão Social éEducação de Qualidade para Todos

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Setembro é o mês que comemoramos o “Aniversário de Mogi das Cruzes” e por uma feliz coincidência é o mês que inicia a Primavera, estação em que a natureza floresce.

Nesta edição, destacamos o desfile cívico em comemoração ao “446º Aniversário de Mogi das Cruzes”, com a participação das escolas do município, como também, relatos de práticas educati-vas e reflexões importantes e indispensáveis que indicam cami-nhos para melhorar a qualidade de ensino em nossas escolas.

Não podemos esquecer que o mundo contemporâneo nos força a levar em conta todos os aspectos que venham permear a existência da escola, implicando tanto na qualidade pedagógica como na eficácia administrativa.

Os temas aqui tratados demonstram esta preocupação, onde os educadores procuram fazer da escola um espaço que ve-nha de encontro às necessidades culturais dos alunos, através de uma busca constante de metodologias que os levem a aprender, desenvolver competências e formar valores, numa parceria com a comunidade onde a escola está inserida.

Nossa Mensagem

Escola, um“Universo Paralelo”

3Projeto doMogi News

6ComunidadeNota Mil

8

EducaçãoEmocional

9Que Cidade é Esta?

11

Banda de ConcertosMario Portes

16Aniversário deMogi das Cruzes

18

Caravanas do Conhecimento

22

Mogi das Cruzesdo Marco Zero

14

Tem Música noBerçário

32

Educação para oConsumo

21

Resiliência emTempos deViolência

28

Projeto Bom de Bola

34

A Importânica deBrincar na Escola

30

Professores como Leitores

26

Projeto MemóriaPaulo Freire emMogi das Cruzes

36EscolasSolidárias

38

O que Significauma Educação Infantil de Qualidade

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ErrataNa edição nº 27 da Revista Educando em Mogi não constou como colaboradores naDIAGRAMAÇÃO e DESIGN GRÁFICO os seguintes profissionais:

- Felipe Barboza Louro- Thiago Fernandes- João Batista Bernardo Simplicio- Adriano Vidal

PREFEITURA DE MOGI DAS CRUZES

Secretaria Municipal de EducaçãoCoordenadoria de Comunicação Social Av. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277

CEP 08790-900 - Centro CívicoMogi das Cruzes- SP Fone: 11 4798.5085Fax: 11 4726.5304

[email protected]

Conselho EditorialMaria Geny Borges Avila Horle,

Anne Ivanovici, Cláudia Helena Romanos Pereira, Leni Gomes Magi,

Marilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti

Jornalista ResponsávelLuiz Suzuki - MTB 22936

Editoração e IlustraçãoMarpress Informática

Marcelo Vieira

Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro

Lilian Gonçalves Marinina Beatriz Leite

Fotos

Arquivos das Escolas Municipaisde Mogi das Cruzes

Colaboraram nesta ediçãoEgidio Trambaiolli Neto,

Gisleine de Resende Zarbietti,Maria Luiza de Lima Camargo Giuliani,

Equipe da Aprender a Ser,Marinina Beatriz Leite,

Gracila Maria Grecco ManfréJosé Sebastião Witter,Geraldina Porto Witter,

Silmara Sponda de Souza,Marcia da Silva Gonçalves,

Ana Maria Tertuliano Américo, Darly Aparecida Carvalho,

Leonice Coelho Franco Fernandes,Nancy Rodrigues da S. Martins,Rita de Cássia Garcia Gomes,

Arlete Sakai BeonoLuiza Conceição Silva,

Felipe Esterban Bordignon da Silva,Andrea Rodrigues Barbosa Marinho,

Impressão e AcabamentosMarpress Informática - Tel. 11 4795.6060

Tiragem3.500 exemplares

A Revista Educando em Mogi, nº 29é uma publicação da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes e não se

responsabiliza por conceitos emitidosem artigos assinados.

Capa:Banda Marcial da Escola Municipal

Benedito Ferreira Lopes.

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Egidio Trambaiolli Neto

Escola, um“Universo Paralelo”

Por que será que muitas crianças e até adultos têm aversão ao universo escolar? Por que será que muitas dessas pessoas fazem de tudo para vi-ver a vida fora da escola e vegetar dentro dela? Um contra-senso! Afinal, se a escola é uma instituição cujo principal objetivo é preparar o indiví-duo para a vida, por que essas pessoas insistem em fugir dela?

Talvez o ponto de partida para se obter respostas para essas perguntas, esteja na teoria

da relatividade. Calma, eu expli-co! Segundo a teoria elaborada por Albert Einstein, em 1905, existe a possibilidade de se viajar no tem-po, tal qual em um filme de ficção, isso porque de acordo com cálculos sofisticados e teorias complexas, a gravidade de um corpo interfere, inclusive, no decorrer do tempo.

E o que isso tem a ver com o re-púdio à escola? Bem, voltando ao “Universo Paralelo” das escolas, no-tamos que esse fenômeno também é observado de um modo metafórico, sem ter de se recorrer à complexida-de da astrofísica. Isso porque a di-nâmica do ambiente externo é muito mais rápida que qualquer alteração que possa ocorrer nas escolas, que por sinal, são sempre os últimos redutos a acatar mudanças ou a sofrerem alterações significativas. Os processos de avaliação são an-tiquados e os currículos mais ain-da, foram impostos, esquarteja-

dos conforme áreas específicas, de modo que, em vez de aglutinarem, isolam os conhecimentos.

Aos alunos foi imposta a clausura das salas de aula, com carteiras enfilei-radas, que quando muito, se interagem com outras em competições ou festas que, de alguma forma, também se re-sumem às competições esportivas. Re-lacionamento com outros “universos” são mais raros ainda. Relacionamento? Mas o que eu estou comentando?

Uma escola não pode se sujeitar a uma eventual derrota para outra! Isso seria imperdoável para a ima-gem da escola, para a sua adminis-tração! Segundo acreditam alguns mantenedores e diretores, isso tam-bém poderia resultar em rixas como as milenares contendas do Oriente Médio. Vivemos um momento re-cheado de violência! Diriam eles. Se os alunos brigam com os próprios companheiros de escola em cam-peonatos internos, o que poderia acontecer em competições externas? Estaríamos criando gangues como as que comandam o futebol brasileiro!

Complementariam. O que em parte, pode ter um fundo de verdade, uma vez que a mídia faz questão de co-locar em evidência os arruaceiros, tornando-os heróis de um exército hipócrita que defende a bandeira do seu time do coração como se fossem soldados em guerra para defender a soberania de uma nação. Que hipo-crisia! O que fazer? A opção mais fácil e cômoda para os conformistas, se-ria isolá-los no “universo paralelo” e despejar-lhes conteúdo, afinal, terão de estar preparados para entrar no vestibular, esse ciclo vicioso que na maioria dos casos privilegia apenas o ensino conteudista do “universo pa-ralelo” que, nessa competição para a colonização de um outro “universo”, o do ensino superior, prepara indivíduos que deverão levar em seu porta-malas uma infinidade de informações, das quais, após os exames de ingresso, não serão nem 30% aproveitadas.

Mas o que fazer, como sobreviver no “universo paralelo” se muitos dos educadores foram instruídos a seguir um modelo que se perde no tempo,

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restrito ao que os livros trazem? O que fazer contra a desvalorização do professorado, seja ela financei-ra quanto profissional, minando a auto-estima e qualquer projeção na carreira? O que fazer com as exces-sivas atribuições que são impostas para a escola cujo objetivo tem sido desvirtuado? Hoje a escola tem res-ponsabilidades aquém de seu com-promisso oficial, tem de absorver a comunidade, fazer o papel de pai e mãe de filhos cujas famílias são de-sestruturadas ou inexistentes e reti-rar as crianças da rua, submetendo-as a um confinamento no universo paralelo cheio de rotinas, regras e obrigações tanto para professores, quanto para alunos. O balanço geral de tudo isso? Tomando uma expressão usada pelo meu avô quando era vivo po-demos resumir tudo isso: O professor é obrigado a “se virar mais que azeitona em boca de banguela!”.

Devemos nos lembrar de que a vida extra-escola nos é mais apra-zível porque interagimos com ela e com seu dinamismo. A clonagem, por exemplo, chegou primeiro aos noticiários, ao cinema, às novelas, do que aos livros escolares, que também é obrigado a caminhar de acordo com a lentidão do Sistema Educacional. A retirada do contato com o mundo externo também pri-vou o aluno da riqueza do vivenciar, manipular, operacionalizar, explorar, criar. Mostre a uma criança um pe-daço bruto de granito e um pedaço polido que ela não só saberá iden-tificar esse tipo de rocha, mas tam-bém poderá notar que ela está pre-sente em seu dia-a-dia (vivenciar), sentir sua textura (interagir), encon-trar alguma forma de utilizá-la (ope-racionalizar), buscar informações de como ela pode ser aproveitada pelo ser humano (explorar), buscar alter-nativas para seu uso (criar) etc. Mas a riqueza de informações que o gra-nito traz não pode estar restrita ao ensino blocado, de gavetas, no qual cada disciplina são as estrelas do “uni-verso paralelo”, os professores os pla-

demos medir sua massa; identificar seus componentes; trabalhar com as relações físicas, com o extrativismo, com suas conseqüências para o am-biente; saber sua importância histó-rica; sua distribuição geográfica; sua utilização estética; sua importância econômica, enfim, podemos viajar nos currículos horizontalmente!

Credita-se a Arquimedes a fra-se: “Dê-me um ponto de apoio que eu moverei o mundo!”. Arquimedes se referia à velha alavanca. Podemos utilizar essa frase também para a educação, precisamos fazer o aluno colocar a mão na massa, é funda-mental que ele não só aprenda a ma-nipular com alavancas, mas também que saiba onde e como é utilizado, que possa constatar com seus pró-prios olhos, não que tenha de aceitar verdades prontas. É necessário que ele identifique que a mesma alavanca que ele vê na teoria cercada de ter-mos complexos como “interpotente” e “fulcro”, está presente na gangor-ra que ele brinca desde a pré-esco-la e pertence ao “universo real”, que compõem as portas em si ou cer-tas maçanetas, que é o princípio do funcionamento das simples pernas-de-pau ou dos sofisticados tacos de golfe e de certos joysticks. Enfim, ele vive em contato com a alavanca, mas não sabe associá-la ao instrumento do “universo paralelo”. Sendo assim, como é que se quer que uma criança crie instrumentos e projetos se va-lendo do aprendizado carcerário?

Qual não foi a surpresa de minha filha quando, estudando rochas, se surpreendeu que o granito da foto-grafia do livro didático era o mesmo tipo de rocha que estava nos degraus da escada e nas pias da cozinha e do banheiro que ela via todos os dias? Ou quando se surpreendeu ao ver uma galinha botando ovo, dizen-do: que nojo, nunca mais vou comer ovo! E, minutos depois, se deliciava com uma gemada feita com o mes-mo polêmico ovo. São coisas que já havia aprendido na escola, mas só foi constatar além da fronteira do

netas e os alunos os satélites que gi-ram alheios a tudo. Por que então não fazer com que as disciplinas se relacio-nem umas com as outras, como ocorre na vida, como ocorre com as partícu-las rochosas que se unem para formar o granito? Por que não transformar o mesmo granito da aula de Ciências na poética pedra de Drummond:

“A riqueza da língua na poesia, a matemática na métrica poética, arte do imaginário e, por que não, a ex-ploração de uma situação real e não apenas poética da existência de uma pedra bloqueando uma passagem? A criatividade não tem limites! Deve-mos dar as ferramentas para que o aluno não seja apenas um executor de tarefas, um mercenário de notas tal qual um cão que saliva ao som da campainha que anuncia a hora do almoço, mas alguém que busque meios para dar soluções aos proble-mas, que enfrente desafios e sinta o prazer de conquistar seus objetivos, independente de recompensas ma-teriais forçadas pelos integrantes do ‘universo paralelo’.

Chega de pessoas que operam um computador, mas não sabem programar. De nada vale ensinarmos que existem três tipos de alavancas e seus nomes técnicos se o aluno não entender como aproveitar melhor es-ses recursos. Como tirar a(s) pedra(s) do caminho. Sem dúvida, mais do que uma foto no livro didático a pe-dra tem de servir para se explorar sua importância na vida real. Po-

“No meio do caminho ti-

nha uma pedra tinha uma

pedra no meio do caminho

tinha uma pedra no meio do

caminho tinha uma pedra?”

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EDUCANDO EM MOGI

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“universo paralelo!” E se surpreen-deu! É por isso que a vida encanta e a escola não.

Nossos alunos precisam de um ponto de apoio real e não apenas do estampado, que deveria apenas servir de apoio e não ser ditatorial. Precisam ir ao mar e não apenas ver a foto do mar.

É comum se ouvir dizer que o pro-fessor tem de levar a realidade para dentro da escola. Mas quando será dado ao professor o direito de levar a escola para a realidade? Quando lhe será dada permissão de usar as velhas e boas ferramentas da vida para que possa ensinar o aluno a viver?

Enquanto a escola for uma Torre de Babel, com cada um falando uma língua própria: Português, Matemá-tica, Ciências, História, Geografia... a escola continuará caminhando no lombo de um burro enquanto a vida transitará em Fórmulas-1. Enquanto

Egidio Trambaiolli Neto, é pedagogo, matemático,

pós-graduado em bioquímica aplicada e autor de

vários livros.

a escola for uma Torre de Papel, com pilhas e pilhas de conhecimentos se-pultados em seu isolamento, a vida continuará sendo um laboratório.

Desculpas como excursões, são caras, equipamentos para labora-

tório mais ainda, já não são mais aceitas. Existem escolas que

utilizam um canteiro como laboratório, o rótulo das

embalagens como ferra-mentas, filmes e progra-mas como instrumentos e brinquedos como re-cursos pedagógicos, mas outras vão além, fazem parcerias com instituições, promo-vem mostras de tea-tro, feiras e repartem o fardo do professor

de Educação Física que durante o ano fica

dividido entre as compe-tições singulares ou ensaios

para quadrilhas de festas ju-ninas. Isto é, não se acomodar,

é não se conformar, é ter coragem e correr atrás do tempo perdido.

Talvez essas escolas já tenham percebido que o período mais rico do aprendizado de uma criança se dá nos primeiros anos de vida. Por esse motivo, muitas vezes surgem perguntas: seria por que durante esse período a criança se comporta como uma tabula rasa, pronta para armazenar conhecimento, ou seria por que a criança nesse período está em contato constante com o meio, explorando? Alguns podem até dizer que é difícil de se dizer, no entanto, é fá-cil de se constatar! Será que o confinamento no “universo paralelo” que tenta conduzir o indivíduo a um raciocínio igualitário não começa a blo-quear o aprendizado espontâ-neo e vivenciado? A resposta aqui é ainda mais difícil, mas não seria de admirar se a resposta fosse afirmati-va, afinal, nesse período o aluno fica, pelo menos, um terço do dia recluso

ao “universo paralelo”, valor similar à queda de aprendizado vivenciado, que se opõe ao crescimento do aprendi-zado acumulativo formal. Essa cons-tatação poderia levar-nos a crer que a escola é prejudicial, mas não é isso, o que se discute seria a otimização do aprendizado, tornando-o mais eficaz.

Por esse motivo, não podemos generalizar o problema nem dizer que nada tem sido feito, seria uma inverdade. Porém, apesar de todos os esforços, ainda estamos longe de uma aproximação do ideal. Indubi-tavelmente é preciso ousar, mudar e se preocupar em formar indivíduos para a vida, não para um momento dela que depois desprezará a maior parte do que lhe foi ensinado por, no mínimo, onze ou doze longos anos de confinamento no “universo para-lelo”.

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O Mogi News inicia este ano, um trabalho focado na edu-cação para incentivar as ati-

vidades docentes e difundir hábitos de leitura entre os alunos “Formar leitores críticos e conscientes numa perspecti-va efetiva de cidadania e participação social” Este é o objetivo do jornal Mogi News, que iniciou este ano um traba-lho focado ao setor educacional do município, consolidado em um proje-to de ação social com tema Mogi News Cidadania – Ler para saber mais.

Projeto do MOGI NEWS pretende Criar

Hábitos de LeituraGisleine de Rezende Zarbietti

A premissa da iniciativa, que conta com o apoio institucional da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – idealizadora do projeto Jornal e Educação - é que o jornal possa ser utilizado como ferramenta pedagó-gica em sala de aula para difundir hábitos de leitura e avançar na inser-ção social de alunos carentes.

“Vimos neste trabalho uma re-levância de fazer com que o jornal faça parte do cotidiano dos alunos para incentivar a leitura, desenvolver o senso crítico e oferecer aos pro-fessores um subsídio para promover uma educação pautada no ensino da cidadania” Explica Sonia Mas-sae Moraes, diretora de Circulação e vice-presidente do jornal.

A iniciativa começou a ser de-senvolvida com dez escolas da Di-retoria Regional de Ensino de Mogi

ENSINO: Projeto visa a capacitar os pro-

fessores sobre o valor pedagógico do

jornal no fortalecimento do processo de

aprendizagem dos alunos.

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compõem a coordenação pedagógi-ca do projeto - levará propostas de trabalho para serem executadas nas unidades escolares como estímulo as atividades docentes.

“A idéia é que na próxima capa-citação eles nos apresentem o que desenvolveram em sala de aula para que possamos dar continuidade a este processo de formação dos pro-fessores envolvidos com o projeto”, ressaltou Rosa. A estratégia é fazer com que o jornal realmente esteja fazendo parte do cotidiano dos alu-nos e contribuindo para despertar o interesse pela leitura.

Até o final do ano letivo, os profes-sores representantes de cada unidade escolar estarão comprometidos com as atividades do projeto e darão su-porte aos demais educadores da esco-la no trabalho com o jornal em sala de aula. O objetivo principal é promover um intercâmbio de idéias nas escolas para estimular outros professores a adotarem o jornal como mais um ins-trumento de apoio pedagógico.

Para facilitar esta integração com os demais professores da unidade escolar, o projeto fornecerá apostilas com orientações pedagógicas sobre o conteúdo abordado na capacita-ção. “Em cada encontro estaremos fornecendo um material comple-mentar para incentivar o trabalho em sala de aula”, reforçou Rosa.

Para introduzir aos professores a proposta pedagógica do uso do jornal no ensino, Rosa e Márcia dis-correram sobre a utilização de lin-guagens específicas do jornal e irão explicitar algumas das evidências contidas na redação de textos jor-nalísticos. “É uma forma de orientar sobre o domínio das diferentes lin-guagens que se constituem como um dos aspectos prioritários para o de-sempenho dos estudantes em qual-quer fase da vida”, dizem.

Gisleine de Rezende Zarbietti, é jornalista

e coordenadora do projeto Mogi News Cidadania

das Cruzes e neste semestre passa a contar com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, com a inte-gração de 12 escolas municipais. O projeto disponibilizará às escolas par-ticipantes cerca de 100 jornais sema-nalmente, provenientes da remessa de retorno das bancas, além de uma assinatura cortesia que será entregue diariamente nas unidades escolares.

De acordo com o diretor presi-dente do Mogi News, Sidney Antonio de Moraes, o investimento confirma a preocupação da empresa com o de-senvolvimento da sociedade: “O efeti-vo caminho da inclusão social começa na educação. Alguns brasileiros, por vários motivos chegaram à idade adulta sem saber ler e escrever privando-se da opor-tunidade do mercado de trabalho e se in-clinando a profissões não tão nobres”.

Neste sentido, o projeto Jornal e Educação, desenvolvido pelo Mogi News com o nome Mogi News Cida-dania, visa cumprir objetivos rela-cionados à educação, a cidadania e a responsabilidade social. “É finalidade do projeto colaborar não só com a lei-tura, mas com a formação de jovens instruídos, portados de opinião crítica e mais consciente de sua responsabi-lidade como cidadão”, destaca.

Pelo projeto o jornal passa a ser trabalhado em sala de aula para abor-dar os conteúdos do currículo esco-lar, sem perder de vista os objetivos propostos e as necessidades de cada escola. “Os alunos são estimulados num aprendizado prático e dinâmi-

co, exercitando a leitura e a cidada-nia em sala de aula”, reforça Sonia.

A professora Maria Rosa Mieko Takeuchi Augusto, que compõe a coordenação pedagógica do projeto, ressalta a facilidade no trabalho com diferentes linguagens: “É uma opor-tunidade para o professor poder ex-plorar esses nichos em sala de aula, através do conteúdo jornalístico”. Segundo ela, a leitura de jornal pos-sibilita inferências com as atividades escolares e desenvolve nos alunos habilidades de interpretação favorá-veis ao seu desempenho intelectual.

Professores receberão suporte do projeto com o tema “Jornal e Educa-ção: Princípios da Cidadania” o Mogi News Cidadania – ler para saber mais - realiza no dia 23 de agosto a pri-meira capacitação com as escolas envolvidas no projeto. O evento terá por objetivo levar aos educadores orientações para o trabalho pedagó-gico com o jornal em sala de aula.

A proposta do encontro é mostrar o valor pedagógico do jornal como fortalecimento ao processo de ensi-no-aprendizagem. Na prática, a ca-pacitação mostrará que o jornal é um importante instrumento para difun-dir o hábito da leitura e o exercício da cidadania nos estudantes.

Além das informações relativas ao aspecto pedagógico do uso do jornal em sala de aula, o evento, que será conduzido pelas professoras Maria Rosa Mieko Takeuchi Augus-to e Márcia Brandão Rodrigues - que

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Quem não gosta de ser re-cebido com um sorriso no rosto, com um “Bom Dia”

contagiante e com palavras de ca-rinho ... Sem ser modesta, minha ESCOLA recebe assim, os alunos, os pais, a comunidade e os visitantes.

Gente essa que proclama o bom nome da escola, que ajuda, que se alegra com nossos acertos e ten-tativas, e que se solidariza junto às nossas angústias e temores.

São amigos que procuram a es-cola em busca de conhecimentos, informações e crescimento, rece-bendo nosso apoio, nossa amizade, reconhecimento e admiração. Ad-miração pela educação das nossas crianças, pela confiança depositada nos funcionários, pelo atendimento aos nossos pedidos, pela “UNIÃO E HUMILDADE” mostrada nas ações desenvolvidas junto a nós.

Nossa escola tem tudo, tem qualidade e é respeitada.

Comunidade Nota MilHarmonizar para Promover a Cidadania

Nossa escola TRANSFORMA porque acredita que a diferença é que multiplica.

Nossa escola acredita que o povo vai à escola porque ela é importante, e o povo é importante para a escola.

Nossa escola tem histórias, é vida que pulsa em outras vidas são sucessos idos, vindos e vividos.

Nossa escola é especial porque cada pessoa é especial, e aqui todos se unem num mesmo sonho e ideal.

Nossa escola prima pelo afeto, pela alegria por serem motivadores e ajustadores de caráter e do sucesso.

Nossa escola é DEZ, é CEM, é MIL porque aqui existem valores pulsando em cada segmento, em cada palavra, em cada olhar...Nossa escola não economiza elogios por-que a CIDADANIA acontece quando não há necessidade de brigar ...

CIDADANIA é doação , e só quem ama é corajoso, teimoso e persistente para es-perar pela mudança que beneficia não uma única pessoa, mas um mundo.

ESCOLA – ESPAÇO – ALEGRIANossa escola é um todo, é gente

que luta pela educação que humaniza, que constrói oportunidades, e é ho-menageando nosso povo que a Escola Municipal “Leopoldino Cardoso de Mo-raes” comemora seu 15º aniversário.

Reconhecendo que nossos so-nhos crescem ganham asas e voam mas retornam e se concretizam mediatizados pala força da comu-nidade de Biritiba Ussú.

“A razão nos dá a capacidade de análise, enquanto o coração a de participar. Por quanto o ser humano, quando compreende as coisas, não só a decifra, sobretudo delas participa.”

Saber pensar “... as coisas nunca, apenas so-

mam porque se compõem, concertam, articulam formam novos padrões.”

Norretranders

Maria Luiza de Lima Camargo Giuliani

é Pedagoga e formada em Educação Artística e professora da Escola Municipal “Leopoldino Cardoso de Moraes” e da Escola Municipal “Profª Marlene Muniz Schimidt”.

Maria Luiza de Lima Camargo Giuliani

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EducaçãoEmocional

Marinina Beatriz Leite

Marinina Beatriz Leite é professora e atualmente faz

parte da equipe do Departamento Pedagógico da Secre-

taria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes.

Na escola, preocupados em “dar conta do conteúdo” e na aquisição de conhecimentos,

muitas vezes esquecemos que tão importante quanto é a felicidade de cada um dos alunos; e quando estão felizes e emocionalmente motivados, aprendem mais facilmente tendendo a serem mais sociáveis, já que lidam bem com as emoções dos outros.

A educação emocional, que mui-tos já ouviram falar, e que muitas vezes colocam em prática na sala de aula intuitivamente, tem por objetivo formar sujeitos com equilíbrio para sentir e lidar com as emoções. O aluno aprende a resolver seus pro-blemas sem sublimar as emoções consideradas negativas, como raiva, irritação e medo. A criança tem o di-reito de ficar triste ou brava. A edu-

cação permeia discussões na psico-logia há tempos, mas ganhou foco a partir da divulgação das teorias de Gardner (Inteligências Múltiplas).

Já sabido que seres humanos são dotados de diversos tipos de com-petências, que não só à capacidade lógico-matemática e linguístico-verbal, tradicionalmente trabalhada nas escolas. Relevante é a importân-cia de se preparar o aluno como um todo, ao que os educadores chamam de alfabetização emocional ou mes-mo educação emocional.

Hoje, podemos observar que boa parte das escolas comprometidas com a formação integral de seus alu-nos já trabalha com a questão emo-cional, mesmo de maneira informal.

“Mas há ainda quem duvide de que é possível educar as emoções e

muito que elas sejam importantes.”Devemos prestar atenção às emo-

ções das crianças, sentimentos que demonstrem: raiva, alegria, medo ou frustração, são momentos importan-tes e muitas vezes oportunidades de se aproximar do seu aluno, ganhar a confiança dele e ensiná-lo a lidar com seus sentimentos, dando a ele a oportunidade de falar sobre isso. ”Deixar claro que há limites para ex-teriorizar o que sente, e procurar com ajuda dele, encontrar soluções.”

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Responder a esta questão implica pen-sar sobre os investimentos nas áreas de atendimento à infância, entre elas, a

formação continuada de seus profissionais que atuam junto à criança.

Uma Política Pública de qualidade é uma ação que articula os indicadores de qualidade para a in-fância com a Visão, a Missão e os Objetivos da po-lítica de governo e a formação dos seus profissio-nais para pensar, planejar, construir e desenvolver o Projeto Político-Pedagógico.

É uma Política que constrói ações para uma edu-cação de qualidade, onde a infância não é um vir a ser, mas um tempo em si, sua educação não é uma ação preparatória nem antecipatória, mas um pro-jeto de cidadania respeitando a criança como sujeito de direitos e com o direito de viver o seu tempo presente com ações educativas contextualizadas, próprias deste presente.

Nesse contexto o Município de Mogi das Cru-zes materializa na sua ação, pelo projeto de cida-dania e responsabilidade com a criança pequena da Secretaria Municipal de Educação, o compro-misso com os direitos das crianças de 0 a 6 anos, apontados pela Constituição, Leis Dire-trizes e Bases da Educação e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Nós, da Consultoria e Assessoria Educa-cional Aprender a Ser, temos o privilégio de

participar da construção dessa Política pau-tada nos direitos da criança, da família e da

comunidade, construindo juntos com a Secre-taria de Educação do Município, caminhos para

a formação continuada dos seus educadores. Consideramos que o prêmio TOP MIND revela que o caminho que vem sendo construído responde a questão inicial e nos possibilita dizer: Mogi das Cruzes tem compromisso com a qualidade do tra-balho com a criança e é, hoje, uma referência no trabalho de formação continuada dos profissionais que atendem à infância.

O prêmio TOP MIND aumenta a responsabili-dade da Secretaria e dos seus educadores porque com um mundo em constantes transformações, o hoje já é ontem e indica que precisamos continu-ar o nosso processo de formação para respon-der: eu sou o tempo presente nesse contexto de educadores da infância.

O que significa uma

Educação Infantil de

Qualidade?

Equipe da Aprender a Ser – Consultoria e

Assessoria Educacional.

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EDUCANDO EM MOGI

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EDUCANDO EM MOGI

T odos sabemos que, não só o Brasil, mas o mun-do, atravessa momentos críticos ante insta-bilidades nos campos da ética, da política, da

economia. Tempos de incertezas nos destinos de con-tinentes, países, estados, municípios. Esta visão que parte do macro para o micro cosmo, ou vice-versa, não pode deixar de ser considerada quando pensamos no espaço/lugar em que vivemos.

Quando questionamos “para onde caminha o Bra-sil?”, é natural que, num momento de desencanto, co-munguemos da mesma contradição que reside nos ver-sos de Renato Russo: “Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da Nação... Que país é este?... Que país é este?...”

A atitude de um cidadão consciente, no anseio de uma resposta que realmente torne seu o seu lugar no mundo,

Gracila Maria Grecco Manfré e José Sebastião Witter

é a busca do conhecimento do que o rodeia. Só assim seus caminhos se alargam e tornam-se promissores. Por mais contraditório que possa ser, é o questionamento “De onde venho? Para onde vou?” de cada um de nós que responderá a inquietante questão proposta pela letra da música, grande sucesso do “Legião Urbana”.

Nesse contexto, o espaço “Historiando...” da Revista “Educando em Mogi”, pretende estimular esta busca do leitor, recuperando informações e falando um pouco da nossa Mogi das Cruzes. Mas, recuperando a Memória ou a História? Houve um momento no mundo acadêmico que o grande debate instalado era o terreno da “memória” ou da “história”. Grandes nomes da historiografia brasileira tentaram mostrar como os dois termos eram mais anta-gônicos que sinônimos, como tantos referendaram.

Rodrigues (1981), por exemplo, afirma que “a histó-

Que Cidade é Esta?

“Procurei-me, nesta água da minha memória,que povoa todas as distâncias da vidae onde, como nos campos, se podia semear,talvez, tanta imagem capaz de ficar florindo”...

(Cecília Meireles)

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ria não é do passado, é do presen-te” A história deve procurar explicar o passado de modo correspondente à compreensão humana do presen-te. O presente se torna então o fator indispensável de compreensão do passado. (...). Sem a formulação do presente, o passado é morto. (...) É assim que se forma a história cria-dora e militante, que combate pela renovação e transformação constan-te do mundo, sua melhoria, sua paz, sua justiça”. Quanto à “memória”, de forma brilhante comenta Theodoro (1998): “Para reconhecer, conhecer de novo o nosso passado como um patrimônio, temos que nos identifi-car com ele. No caso da sociedade brasileira, este processo é extrema-mente doloroso.(...) Os inquilinos não tem pela casa alugada o mes-mo zelo que o proprietário. Por quê? Somos inquilinos de nossa memória. Temos pouco apego a ela.” São, sem dúvida, questões a se pensar...

Embora o tema seja interessante

e em algum momento voltaremos a ele, o que vale ressaltar é que recu-perar a História ou preservar a Me-mória são momentos de um mesmo processo. Não podemos nos esque-cer daqueles intelectuais que, no

campo da literatura, de uma forma ou de outra, conseguiram resgatar, difundir e preservar a memória de fatos e personalidades que contribu-íram para formar a identidade cultu-ral de Mogi das Cruzes. Dentre eles,

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trado e teses de Doutorado que tratam de nossa cidade e que podem ser en-contradas nas universidades que aqui se instalaram.

Procurarmos por estas ricas fontes e, sobretudo, divulgá-las em nosso ambiente de trabalho (corpo discente e docente), é tarefa que proporciona o alcance cada vez maior de um públi-co que possa se situar no presente, e, principalmente, discutir seu próprio futuro na construção de uma cidade verdadeiramente democrática. De um lugar melhor para se viver, construído não só de pedra e areia, mas de so-nhos dos que aqui estiveram, estão e dos que estão por vir.

Gracila Maria Grecco Manfré é bacharel em Direito,

Pós-Graduada em Ecoturismo/Educação Ambiental e

Consultora Educacional.

José Sebastião Witter é professor titular na área

de História e professor emérito pela Universidade de

São Paulo (USP).

Referências Bibliográficas:MEIRELES, Cecília. Viagem: Vaga Música. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. Medida da Significação.RODRIGUES, José Honório. Filosofia e História. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.THEODORO, Janice. (Org). História: Memória e Esquecimento. Revista Tempo Brasileiro, out-dez, nº 135. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, ed. 1998.

Discografia:LEGIÃO URBANA – “Que País é Este?” (Renato Russo) – Faixa com o mesmo nome do terceiro álbum lançado pela banda em 1987.

Isaac Grínberg, com sua coleção ím-par e insuperável, Jurandyr Ferraz de Campos, Horácio da Silveira, Alberto Borges dos Santos, com seus estudos e artigos especializados, Jair Rocha Batalha, Mello Freire, Ivone Marques

Dias, Madalena Marques Dias, José Maria Rodrigues Filho, José De Carlo Filho, Abib Neto, Cícero Buark, Regis de Toledo, Ângelo Nanni, José Teixei-ra Neto, Solange Y.M. Ishioka. Muitas são, também, as dissertações de Mes-

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Plenamente envolvida com os interesses da comunidade lo-cal que vieram ao CEDIC (Cen-

tro de Divulgação e Construção do Conhecimento) em busca de pesqui-sas relacionadas a Mogi das Cruzes, a datar de 1611, me deparei com a necessidade de reconhecer e reavivar em minhas lembranças as transfor-mações ocorridas neste município.

Como coordenadora e cidadã mogiana passei a pesquisar em li-vros, sites, relatos de experiências e até mesmo por meio de pesquisa de campo, novos olhares direcionados ao que antes era despercebido.

Eis que de repente em meio a Praça Coronel Benedito de Almeida, localizada entre as ruas Paulo Fron-tim e Rua José Bonifácio fico encan-tada com o “Marco Zero”, um obelis-co instalado em frente à Igreja Matriz Catedral de Sant’Anna, onde se deu início ao povoado elevado a vila em 17 de agosto de 1611, com o nome de “Sant’Anna de Mogy Mirim”.

Em 1º de setembro, oficial-mente instalada com o nome aci-ma, Mogi das Cruzes torna-se a 17ª vila do Brasil Colonial.

Contudo o que mais chama a mi-nha atenção, como coordenadora do CEDIC é perceber o interesse dos profissionais da área da educação

Mogi das Cruzesdo Marco Zero aos

Dias AtuaisLeonice Coelho Franco Fernandes

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ESTÃO VOLTANDO AS

FLORES

Vê, estão voltando as floresVê nesta manhã tão lindaVê como é bonita a vidaVê há esperança ainda

Vê as nuvens vão passandoVê um lindo céu se abrindo

Vê o sol iluminandoPor onde nós vamos indo.

que diversificam os temas, as datas, afunilando características para serem trabalhadas um mesmo assunto.

Além da localização, dos limi-tes, transportes, distritos e econo-mia, demografia, educação, arte e cultura, e muitos outros pontos a serem analisados; faço questão de destacar aqui o esforço que se faz presente em todos os setores, inclu-sive a do paisagismo que nos enche os olhos ao passarmos e observarmos como nossa Mogi está bonita, com canteiros e praças floridas.

Nossos parabéns aos profissio-nais das áreas verdes e da escola ambiental com o seu projeto Mogi das Flores, que se preocupam não

“As pessoas dão flores de presente porque nas flores está o verdadeiro sentido do amor.”Quem tentar possuir uma flor, verá a sua beleza mur-chando.“Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permane-cerá para sempre com ela, porque elacombina com tarde, com o pôr-do-sol, com o cheiro de terra molhada e com as nuvens no horizonte..”

(BRIDA - PAULO COELHO)

apenas em cumprir jornadas, mas em transformar realidades, dedican-do-se em fazer com que os olhos dos mogianos e dos visitantes tor-nem-se mais alegres e revigorados, pois como diz a letra da música de PAULO SOLEDADE:

PARABÉNS MOGI DAS CRUZES,

PARABÉNS MOGI DAS FLORES!!!

Leonice Coelho Franco Fernandes

é coordenadora do Centro de Divulgação e

Construção do Conhecimento da Escola Municipal

“Prof. Dermeval Arouca”.

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Banda de Concertos

Mario PortesPresenteando

Mogi das Cruzes

mais uma vezFelipe Esteban Bordignon da Silva

Na semana de festividades em comemoração aos 446 anos de Mogi das Cruzes, exatamente no sábado (02/09), mais de 300 pessoas compare-

ceram ao Theatro Vasques, para assistir à apresentação do concerto “Do Erudito ao Popular – Uma Aquarela de Estilos”, realizado pela Banda de Concertos Mario Portes. Integrada por alunos da Escola Municipal Professor Mario Portes, e por jovens moradores do distrito de Jundiapeba, a Banda estreou seu novo repertório que varia do erudito ao popular como já diz o nome do concerto.

Daniel Bordignon e Wagner de Oliveira, emocionaram e impressionaram a platéia este ano ao apresentarem-se à banda com seu novo uniforme de gala, abrindo o con-certo com a música tema do filme “O Gladiador”, de Hans Zimmer; e logo em seguida ao interpretar um símbolo

do choro da música popular brasileira ,“Carinhoso”, de Pixinguinha. Já no meio do concerto a emoção dos fami-liares, da diretora Rosana Petersen e de todos os presen-tes, foi ainda maior ao assistirem “os pequenos e futuros grandes músicos” que fazem parte da iniciação da banda; tocando as músicas: “Espírito Olímpico”, tema das Olim-píadas de Atlanta, e “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga.

Para encerrar o espetáculo, os músicos tocariam so-mente “Wave”, de Antonio Carlos Jobim; e “Dancing Que-en”, sucesso do grupo ABBA, mas não parando por aí, no momento em que se fechavam as cortinas para o en-cerramento do concerto, a platéia aplaudiu de pé e se exaltou ao pedir uma das mais criativas interpretações da banda, “O trem das onze” de Adoniram Barbosa.

O 3º concerto oficial da Banda de Concertos Mario Portes “Do Erudito

ao Popular - Uma Aquarela de Estilos”, realmente coloriu o Theatro

Vasques com a presença de mais de 300 pessoas.

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A Banda de Concertos Mario Portes representa a concretização de uma das metas da Escola Mu-nicipal Professor Mario Portes, no distrito de Jun-

diapeba, com apoio da Secretaria Municipal de Educação, que desde o início das atividades do projeto “Música: Formação, Expressão e Emoção”, em 2004, procuraram reunir em um grupo os mais destacados alunos.

Os estudantes de 1ª a 4ª série da escola e crianças e ado-lescentes da comunidade escolhem o instrumento com o qual têm mais afinidade e a partir de então começam seu aprendi-zado técnico que inclui também a leitura de partituras.

Os jovens participam diariamente de aulas práticas, teóricas e ensaios da Banda. Na fase de iniciação musical estão atualmente 52 alunos.

A formação atual da Banda conta com 32 integran-tes, alunos, ex-alunos e jovens da comunidade, divididos em duas alas de instrumentos: sopro e percussão, que executam, em inúmeros eventos do calendário da cidade um rico repertório, com obras de grandes compositores brasileiros e internacionais.

Música para Jovens

Felipe Esteban Bordignon da Silva, professor de percussão da Banda de concertos da Escola Municipal Mario Portes e

regente da Banda de percussão da Escola Municipal Mario Portes.

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Desfile Cívico Militar emComemoração ao Aniversário

de Mogi das Cruzes

Em comemoração aos 446 anos de Mogi das Cruzes, a Prefei-tura Municipal organizou um desfile Cívico-Militar. O desfile começou por volta de 9h40, quando o Prefeito Junji Abe,

o Coronel Carlos Nakaharada e o Presidente da Câmara Rubens Benedito Fernandes passaram em revista a tropa de atiradores do Tiro de Guerra. Em seguida, entraram na avenida os Pracinhas Mo-gianos, viaturas da Guarda Municipal e da Policia Civil, Militar e Rodoviária.

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Após a apresentação militar, e com o tema “Inclusão Social” as escolas mu-nicipais iniciaram o desfile cívico des-tacando o número de alunos matricu-lados nas escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental.

Inclusão Social é Esporte...

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Arlete Sakai Beono e Luiza Conceição Silva

Comissão Desfile

No desfile cívico participaram as escolas particulares, SESI, escolas estaduais e entidades, numa demonstração de união e objetivo comum, na busca da formação da criança mogiana.

“Inclusão Social é Educação de qualidade para to-dos, Mogi está fazendo a sua parte ”A faixa que abriu

o desfile demonstrava ao povo mogiano toda a preocupação e cuidado da Secretaria Municipal de Educa-ção, em atingir a meta à que se propõe; “Ensino de qualida-

de para todos”, e apresentou os projetos que as escolas

municipais desenvol-vem nas diver-sas áreas: artes visuais, música, dança, informáti-ca, esporte e cur-sos profissionali-zantes.

Inclusão Social é arte...

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Consumir é gostoso, divertido e dá prazer! Por-tanto, consumir é mais sério do que parece e sendo assim faz-se necessário orientar nossos

alunos, tornando-os agentes multiplicadores da “Edu-cação para o consumo”.

Há muitos caminhos para este trabalho, mas de suma importância é levar nossos alunos a questionamentos sobre o consumo, sua real necessidade e principalmente a valorização do ser ante o ter.

Hoje, mais do que nunca, a mídia nos impõe uma imensa fartura de produtos e serviços e o que acontece é que ninguém quer ficar para trás, todos querem os últimos lançamentos.

A mochila do “Super-herói”, ou o “tênis da boneca rosa”, o “game com”n” cartuchos e ainda os “cadernos e cards” com as estampas do mais recente filme do cine-ma; que podem nos fazer felizes... (???)

Por outro lado, consumir faz parte do dia-a-dia e ajuda a construir nossa identidade, surge aí o grande conflito;como diferenciar o necessário do supérfluo? Ainda vale lembrar, que supérfluo e necessário va-riam de acordo com a cultura e o poder de compra de cada família.

E então, que caminho seguir, professor?O ponto de partida é a valorização do ser e a reflexão

sobre o consumo, diferenciando o realmente necessário daquilo que é simplesmente desejo. Também é de ex-trema relevância trabalhar com a criança seus direitos e deveres como consumidor, e conceitos como: produto, marca, embalagem, data de validade, ofertas, preços...

Outro conceito imprescindível é o orçamento, pois quando se aprende a programar as compras, fica mais fácil realizar os desejos de consumo.

Educação para o ConsumoUma Proposta para a Cidadania

Rita de Cássia Garcia Gomes

Rita de Cássia Garcia Gomes é pedagoga e psicopedagoga e pós-graduanda em Educação Infantil

e Desenvolvimento, Pesquisadora da Cátedra Mogiana Paulo Paulo Freire e atualmente é professora

da Escola Municipal “Dr Isidoro Boucault” e Escola Municipal “Leopoldino Cardoso de Moraes”.

Referências Bibliográficas:BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais/ Apresentação dos Temas Transversais. Brasília, MEC/SEF, 1998, v. 8, 9 e 10 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular para Educação Infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998, v. 2 e 3 THOMAZELLI, Maria Cecília de A. V. G. Educação para o consumo, Guia para o professor.Fundação PROCON/ SP

A formação de atitudes e valores em favor do crescimen-to e da cidadania de nossos alunos, bem como a conscien-tização de ser participativo desta tão enraizada sociedade de consumo é que leva ao sucesso de nosso trabalho.

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Um Projeto através da realização do Governo do Estado de São Pau-

lo e Prefeituras Municipais, com a Coordenação da Fundação Prefei-

to Faria Lima – CEPAM.

Caravanas do Conhecimento

Redescobrindo o Interior

Nós, professores e 35 alunos das Escolas Municipais de Mogi das Cruzes visitamos

no período de 10 a 14/07/2006, o Município de Queiroz (SP), localizado a mais ou menos 622 km de Mogi das Cruzes. Com um percurso de aproxi-madamente 10 horas de viagem, pu-demos observar as cidades e estradas por onde passamos, o alto índice de trânsito, a poluição do ar e rios na

zona urbana e a beleza da natureza ao nos aproximarmos da zona rural.

Monitores: Márcia da Silva Gonçal-ves, Josefa Marta Freitas, Adherbal Fer-reira Junior, Mário Sergio Garcia, Solda-do PM Ribeiro e Motorista Marcos.

Alunos das Escolas Municipais: Ingrid, Jaciele, Luana, Thalita, Sui-lan, Mariane, Tayane, Tauane, Na-thália, Rafaela, Daniele, Janaina, Estefane, Stefane, Ana Carolina, Jo-

nathan, Irineu, Pablo, Andrew, Caio, Guilherme, Willian, pettricky, Alde-ci, Wilber, Célio, Douglas, Milton, Bruno, Renato, Elenilson, Wagner, Fernando, Luiz Henrique e Diego.

Os monitores e alunos, totalizan-do 41 pessoas, foram recepciona-dos pela Diretora Helena Maria Alves Bomfim, a Coordenadora Sandra e vários monitores da cidade de Quei-roz na EMEIEF Adélia Krempel de Prin-

Márcia da Silva Gonçalves

Chegada a Escola da Cidade de Queiroz (Recepção)

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ce. Queiroz antes de ser município era chamada de Queirozópolis, e era distrito de Pompéia, sua emancipação deu-se em 28 de março de 1965.

O primeiro Prefeito foi Francisco de Prince. O Prefeito atual chama-se César Baraldo de Barros e a 1ª. Dama chama-se Rosa Carmela Cur-ci de Barros. Tivemos o prazer de conhecê-los na recepção, no Teatro da Escola, no dia de nossa chega-da e em outros eventos que consta-vam na programação. Eles são ca-rismáticos, simpáticos e com uma simplicidade que contagiou a todos, principalmente as crianças.

Queiroz é uma cidade pequena com cerca de 2000 habitantes. Uma população simples, onde todos são muito acolhedores e amigos.

Vamos falar um pouquinho das atividades realizadas pelas crianças.

Conheceram a Escola Estadual João Vieira de Mello, que é a única Escola Estadual do Município, lá os alunos tiveram a Oficina de Pipa, que utilizariam posteriormente para

Os alunos da Cara-vana participaram da oficina de pipa.

soltar na Fazenda São José no perí-odo da tarde. Visitaram o SEPROSQ (Serviço de Promoção Social de Quei-roz), seu presidente José Aparecido Bomfim, onde confeccionaram ímas de geladeiras; e puderam observar diversas atividades como tricô, cro-chê, quadros de pintura e diversos objetos confeccionados com jornal. Ficaram encantados com os traba-lhos. Os meninos também partici-param de um jogo de futebol com o time da cidade. Divertiram-se muito,

visitaram o sítio Nossa Senhora Apa-recida e participaram da Festa Junina dançando a tradicional quadrilha.

Fizeram uma caminhada pela cida-de, observaram as moradias, visitaram a fábrica de cadeirinhas cujo dono, Pau-lo Firmino da Silva mostrou como eram confeccionados os cestos de madeira.

Participaram na escola que es-tavam hospedados, da Oficina de pintura, onde houve a premiação do melhor desenho. Visitaram a In-dústria Polyking, e também o Sítio

A Caravana do Conehcimento conheceram o SEPROSQ (Serviço de Promoção Social de Queiroz), onde confeccionaram ímas de geladeiras; e puderam observar diversas atividades como tricô, crochê, quadros de pintura e diversos objetos confeccionados com jornal.

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Caravana do Conheci-mento, Chegada para a Visita a Usina Cleal-co (Açúcar e Álcool), onde puderam obser-var sua construção. Ficaram deslumbra-dos com a plantação da cana de açúcar, o reflorestamento e a preservação do meio ambiente.

Takada onde puderam observar o reflo-restamento, a criação de javaporco e fi-zeram um Piquenique.

Na Praça João Guilherme Braen assis-tiram a exibição do Filme: “Irmão Urso”.

A melhor visita considerada pelas crianças, foi à usina Clealco (Açúcar e Álcool), onde puderam observar sua construção. Ficaram deslumbrados

Caravana do Conhecimento também mostrou sua preocupação com meio ambiente e plantou mudas contribuindo para o reflorestamento.

com a plantação da cana de açúcar, o reflorestamento e a preservação do meio ambiente, até plantaram algu-mas mudas de árvores.

Participaram na Escola da Oficina

de Fantasia e Oficina de Biscuit. Visita-ram a Fazenda “Carrilho”, onde viram as criações de gado, andaram a cava-lo, e participaram de um churrasco.

Na festa de despedida, todas as crianças dançaram com a máscara que confeccionaram na oficina de fantasia, ganharam uma lembrança das mãos do prefeito e da primei-ra dama, estavam muitos alegres e emocionados por participarem desse evento maravilhoso.

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Márcia da Silva Gonçalves

é professora da Escola Municipal

“Dr. Álvaro de Campos Carneiro”.

Eu, como monitora, digo que me senti muito feliz por ter participado de mais esse evento e ver o grupo tão unido, parecia que nos conhecí-amos ha tempos, dava gosto de ver no rosto das crianças a expressão de felicidade, que foi muito gratifican-te. Doar o nosso tempo em amor ao nosso próximo e as pessoas menos favorecidas.

Quero agradecer aos Coordena-dores da Caravana do Conhecimen-

to e a toda Equipe do Município de Queiroz, pelo acolhimento recebido durante a nossa visita, e principal-mente a toda Equipe da Secretaria da Educação da Prefeitura de Mogi das Cruzes, pela organização e as-sessoria que nos deram enquanto estávamos fora de nossa cidade, en-fim pela minha participação.

Entrega de lembranças na Festa de Despedida pelo Prefeito.

A despedida dos Monitores de Queiroz,

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Professorescomo

LEITORESGeraldina Porto Witter

Em qualquer nível de ensino, o professor precisa ser um bom leitor para se constituir em um

bom modelo para seus alunos, man-ter-se profissionalmente atualizado para seu próprio desenvolvimento como pessoa e até mesmo para re-tardar o envelhecimento.

Muitas são as dificuldades que o professor brasileiro encontra para ser um bom leitor, entre elas estão os custos dos livros, a carência ou insu-ficiência das bibliotecas escolares, a falta de recursos de informática, o le-cionar em várias escolas para muitas turmas, assumir disciplinas variadas etc. Mas a principal variável é, sem dúvida, sua própria formação como leitor, sempre passível de melhoria.

No exterior uma solução que vem se mostrando muito produtiva são os Grupos de Professores Leitores (TAR). Estes grupos são constituídos de 8 a 12 professores, os quais de-finem as suas metas. Em geral reú-nem-se uma vez por mês em local, dia e horário que for conveniente a todos. Pelo que ganham como pes-soas, profissionais e leitores acabam tendo o dia da reunião como sagrado. Entre os resultados são registrados melhores professores leitores, mais criticidade e criatividade, satisfação pessoal e êxito em sala de aula, me-

Os grandes passos para acomposição e manutenção dosGrupos de Professores Leitores são:

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Geraldina Porto Witter é doutora em Ciências (USP) e livre Docente em Psicologia Escolar, Profª Emérita da UFPB e do UNIPE e UNICASTELO (coordenadora da Pós-Gradu-ação Stricto Senso).

Ler, encontrar-se, desenvolver-se e divertir-se.

Compor um grupo (8-12 pessoas) com profes-sores de disciplinas distintas, se possível incluir

a bibliotecária da escola (se houver) e um pai ou mãe de aluno;

1) Composto o grupo é necessário escolher um

facilitador;

2)

Escolher um lugar, (se possível manter o mesmo), dia do mês, horário e duração de cada reunião do grupo;

Definir os critérios, para determinar as matérias

a serem lidas

Estabelecer as expectativas e as habilidades de ouvir e falar, es-peradas

3) 4)

5) 6)

internacionais como a International Reading Association, em outros pa-íses, por entidades nacionais como The National Association of Elemen-tary School Principals e , por órgãos estatais como o Ministério da Edu-cação dos USA. São bases em que os professores podem buscar ajuda além de muitas outras disponíveis. No Brasil, seria necessário pelo me-nos dar os primeiros passos. Mas os professores não precisam ficar espe-rando providências governamentais. Podem ter a iniciativa e caminhar por conta própria, certamente irão sen-tir o prazer de crescerem e de poder melhor formar seus alunos.

lhor conhecimento dos jovens leitores.Como certamente os docentes

brasileiros não tiveram formação para tanto é possível que, de iní-cio considerem oportuno contar com o apoio de um especialista em como formar, fazer funcionar, avaliar gru-pos e clubes de leitura. Até mesmo ter uma perspectiva geral dos vários tipos de Grupos de Professores Lei-tores pode ser uma necessidade sen-tida pelo grupo para decidir qual seu perfil, como estruturar cada reunião, como se relacionar com outros grupos e como buscar outros tipos de ajuda.

Pelos resultados demonstrados em pesquisas, o valor destes gru-pos é reconhecido por associações

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Diante dos desafios e dificuldades cotidianas emergem uma sociedade caracterizada pela in-justiça social e pelas desigualdades existentes,

ações efetivas na educação infantil como caminho norteador face à violência urbana. Os problemas econômicos, familiares e a

exaltação da violência através de filmes e jogos infantis apresentados na mídia estão na lista de fatores que incidem diretamente nas condutas ne-gativas das crianças e contudo, o desafio do educador é a busca de es-tratégias que permitam resgatar a auto-estima e valorizar as capacidades individuais em favor da coletividade.

O desenvolvimento de uma educação dirigida às necessidades das crian-ças de hoje concretiza-se no âmbito escolar por meio de situações viven-

ciadas, nas práticas cotidianas e nas brincadeiras realizadas com os colegas , articulados com os conteúdos curriculares e

participados pela família.A escola deve proporcionar a resiliência do alu-

no na compreensão de valores intrínsecos e no desenvolvimento das mais diferentes habilidades, em todos os níveis, possibilitando-os a tornarem-

se capazes de gostar de valores; comprometerem-se com eles e desenvolverem habilidades sociais,

discernimento cognitivo e entendimento para levarem estes valores consigo em suas vidas .

O estabelecimento de uma atmosfera baseada em valores positivos na relação de aprendiza-gem é essencial para otimizar a exploração e desenvolvimento de valores por crianças pro-

movendo a resilência face à violência atual.

Darly Aparecida Carvalho

Resiliência em Tempos deViolência

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O ambiente de aprendizagem centrado no aluno, no qual os rela-cionamentos são baseados na con-fiança, no carinho e no respeito, naturalmente melhora a motivação, a criatividade e o desenvolvimento afetivo e cognitivo. Enquanto um es-tímulo interessante pode aumentar o processo criativo, a ansiedade alta, o criticismo, a pressão e métodos punitivos realentam o processo de aprendizagem .

Neurofisiologistas estão atual-mente encontrando efeitos posi-tivos no desenvolvimento do cé-rebro, quando uma criança é bem cuidada e efeitos nocivos quando há experiências traumáticas.

Um ambiente escolar amoroso e acolhedor têm também reduzido comportamentos violentos, e ati-tudes positivas foram criadas em relação à aprendizagem.

Promover um espaço aberto e de respeito para discussão é uma parte importante deste processo. Com-partilhar é validar. Falar sobre sen-timentos em relação às questões de valores pode clarificar pontos de vis-ta e desenvolver empatia.

As crianças que estão acostuma-das a se intimidarem podem desco-brir o que as outras crianças pensam sobre esse comportamento, visão de grande benefício para o grupo. O processo de discussão é também um espaço dentro do qual a negativi-dade pode ser aceita e questionada. Quando isto é feito com respeito ver-dadeiro, as crianças podem começar a deixar cair às defesas que funda-mentam suas negatividades. Quando os valores positivos que estão sob a negatividade são entendidos e vali-

dados, a criança sente-se valorizada e gradualmente experimenta a liber-dade para agir diferentemente.

A expressão criativa As artes são um meio para as

crianças expressarem suas idéias e sentimentos criativamente e fazerem com que um valor lhes pertença. De-senhar, pintar, fazer móbiles, jogos e murais combinam com artes cênicas. Dança, movimento e música permi-tem a expressão e a construção de um sentimento de comunidade. As crianças descobrem que cantar e brincar são especialmente curativos.

A finalização e a beleza dos pro-dutos acabados podem ser uma fonte de orgulho, e contribuir para aumen-tar a auto-estima das crianças. Uma variedade de artes criativas pode ser-vir para que diferentes crianças bri-lhem em momentos diferentes.

Sociedade, Meio Ambiente e o Mundo ajudar as crianças a dese-jarem e serem capazes de contribuir para uma sociedade mais ampla e justa, com respeito, confiança e pro-pósito é importante, onde eles en-tendam as implicações práticas dos valores nos relacionamentos para a comunidade e para o mundo.

Se as crianças vão levar esses va-lores, não somente para suas vidas pessoais quando adultos, mas tam-bém para toda a sociedade, então também é importante que eles ex-plorem temas de justiça social e te-

nham modelos de papéis de adultos que promovam a proteção do ecos-sistema natural em sua realidade.

As crianças são encorajadas a com-partilharem dramatizações criativas e músicas com seus colegas construindo a partir de brincadeiras a confiança e comprometimento com os valores.

A resiliência é um fenômeno que pode ser promovido na escola e negá-lo é ignorar os estudos atu-ais realizados referentes ao compor-tamento humano. Se acreditarmos que a trajetória de vida está definida no nascimento, nenhuma estratégia poderia influenciar o indivíduo a transformar a sua realidade.

A repreensão das crianças para que não briguem na escola é como um método ineficaz para criar paz e respeito, e pode servir para promover apatia ou ressentimento de alunos já inadaptados. Ao contrário, começar a aula com um exercício de imaginação provoca a criatividade natural de todas as crianças. Uma vez que os estudan-tes desenvolvam uma voz para paz eles têm mais autoridade para discutir os efeitos da paz e da violência e por-tanto o cultivo da não violência

Portanto, a resiliência proporcio-nada na educação infantil consiste na intervenção adulta face à rea-lidade da criança de maneira apro-priada, buscando as razões capazes de motivar e fortificar o educando face à violência cotidiana.

Darly Aparecida Carvalho é pedagogia, formação em Letras, Direito, especializa-

ção em formação de Gestores para a Educação Básica e é diretora da Escola Muni-

cipal de Educação Infantil “Prof. Antonio Paschoal Gomes de Oliveira” e professora

do curso de pedagogia da Universidade de Mogi das Cruzes.

Bibliografia sugeridaCALLADO, C. V. Educação para a Paz: promovendo valores humanos na escola através da educação física e jogos cooperativos: Santos: Projeto Cooperação,2004.TAVARES, J. (org). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2001.TILLMAN, D. Atividades com Valores de 0 a 6. São Paulo: Confluência,2001TILLMAN, D. Atividades com Valores para Pais. São Paulo: Confluência,2003.TILLMAN, D. Atividades com Valores para Jovens. São Paulo: Confluência,2004.

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Não quero ser adulto como esses com suas vidas regradas,

podadas, a

bortadas, não quero ter de viver só

Silmara Sponda de Souza

“É preciso criar pessoas, que se atrevam a sair das

trilhas aprendidas com coragem de explorar novos

caminhos, pois a ciência constitui-se pela ousadia

dos que sonham e o conhecimento é a aventura

desconhecida em busca da terra sonhada”. Rubem Alves

A Importância do Brincar na Escola’’

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Com essa expectativa, segue-se lembrando que mais do que aprender precisa-se de qualidade de vida, alegria e oportunidade para sonhar e brincar livremente como se faz na infância.

Dessa forma, sentir o corpo, o brincar, como um processo de uma educação integral, leva o aluno ao mágico sentimento de aventura, onde as descobertas precisam ser compreendidas e comemoradas a cada novo encontro.

Silmara Sponda de Souza

é artista plástica, pedagoga, pós-graduada em gestão escolar e psicopedagogia e atualmente é diretora Escola Municipal “Prof. João Cardoso Pereira”.

A partir da premissa, que brincar tem grande impor-tância na educação dos alu-

nos, o lúdico, o jogo e a brincadei-ra são considerados instrumentos pedagógicos facilitadores para a aproximação dos indivíduos.

Brincar significa harmonizar-se com o outro propiciando assim comu-nicação, estabelecendo a alegria da convivência, superando desafios e di-ficuldades através do espírito lúdico. É o articulador das relações interpes-soais e um instrumento pedagógico de grande importância na educação.

Os educadores deveriam resgatar e oportunizar esse encontro através do lúdico, onde levariam seus alunos a despertar o desejo de sentirem-se atores principais do processo ensino aprendizagem, conduzindo o sujeito para exercícios de valores, princí-

pios, virtudes, conduta humanitária; democrática e solidária que se faz pertinente nos tempos atuais. Através do lúdico a vida passa a ter mais sen-tido e possibilidades de sonhos, cria-ções são permitidas e estimuladas.

O jogo, o brincar, o brinquedo e a atividade lúdica de uma forma geral, planejada, organizada com a intenção clara de exercício pedagógico, pode assim ser o objeto de articulação no sentido de aproximação da criação de vínculos positivos entre os sujei-tos envolvidos nesse processo.

O olhar de uma escola onde o sonhar e o brincar são permitidos, mais do nunca estimula o po-tencial, isto é, dá asas acerto para vôos e outras aventuras.

EDUCAR

Não quero ser adulto como esses com suas vidas regradas,

como o que se delimitou o real. Não quero perder minhas asas,

podadas, a

bortadas, não quero ter de viver só

por isso não vou crescer apenas me desenrolar”.

PARA VOCÊ ME EDUCAR

VOCÊ PRECISA ME CONHECER, ME ENTENDER, ME VER

PARA QUE VOCÊ SAIBA MAIS DE MINHA VIDA

VOCÊ PRECISA ME SENTIR E DEIXAR EU VIVER

VOCÊ PRECISA CONHECER MINHAS VERDADES MEUS FATOS

PARA VOCÊ ME EDUCAR

VOCÊ PRECISA ESTAR COMIGO ONDE EU ESTOU

CONSTRUINDO E CONQUISTANDO

ONDE EU VIVO, ONDE ESTA MINHA CULTURA, MEU CONTEXTO

ONDE SE DÁ MEU CRESCIMENTO

MINHAS ENERGIAS, MINHAS CRENÇAS, MINHA VIDA

EU PRECISO DA SUA EDUCAÇÃO

NECESSITO QUE VOCÊ DESPERTE O MISTÉRIO DO MEU SER

DAS MINHAS POENCIALIDADES ADORMECIDAS

DO MEU EU DA MINHA IDENTIDADE PESSOAL

PARA VOCÊ ME EDUCAR

EU SÓ PRECISO DA SUA CONSTRUÇÃO,

DO SEU CAMINHO E SUA COMPREENSÃO.

Silmara Sponda de Souza

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Tem Música no Berçário

Nancy Rodrigues da S. Martins

Quem disse que seria difícil trabalhar música ou a inicia-ção musical com bebês de 0

a 18 meses? Passado o susto, con-seguimos conquistar a monitora, que aceitou o desafio de orientar babás e bebês do Centro de Convivência In-fantil Integrado “Horácia de Lima Bar-bosa”, no desenvolvimento do Projeto anual “Música nas Salas Ambientes”,

provando que independentemente da idade, o ser humano tem uma “veia musical ‘‘ que impele nas relações di-versas e naturais com a música”.

Definido o Tema (Os Animais da Fazenda), o “Boi” foi o grande es-colhido por representar o acalanto mais famoso entre os pequenos (Boi da Cara Preta); após pesquisas reali-zadas, percebemos que vários mitos

e preconceitos são formados sobre a figura do Boi, porém a realidade do nosso país é outra.

Sendo o boi um animal de grande utilidade para o homem, um animal no qual tudo é aproveitado (olhos, couro, chifres, ossos, etc.), ele pas-seia soberano no imaginário brasi-leiro, dos cancioneiros populares aos poetas urbanos e indígenas. O boi

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Nancy Rodrigues da S. Martins é auxiliar do desenvolvimento infantil do Centro de Convivência Infantil Integrado “Horácia de Lima Barbosa”.

sobrevive como amigo do sertanejo e do folclore nacional.

Com os bebês não poderia ser diferente; amaram o boi, e dentre as canções apresentadas , o “boi do reggae” foi a que mais trouxe animação, estimulando a dança e movimentos ritmados.

Durante uma semana, trabalhou- se com fantoches, livros, gravuras, brinquedos sonoros e tudo que pudesse representar o amigo boi; como também não poderia deixar de ser, o acalanto ao “Boi da cara pre-ta” embalou muitas brincadeiras em momentos de carinho entre os be-bês e adultos , no brinquedo proje-tivo, o qual os pequenos embalavam bonecas e ursos de pelúcia.

O segundo animal a ser trabalha-do e apresentado às crianças surgiu de maneira natural, e da necessida-de de entretê-los, o “Sapo que não lava o pé” transformou-se num “Super Star” entre todos os bebês.

Para comemorarmos o mês do folclore, escolhemos a “Cuca do Sitio do Pica-pau Amarelo”, representado pelo temível jacaré... E assim mais um mito foi derrubado, apanhamos o boneco de plástico da “Cuca” e para surpresa, os pequenos adora-ram e o encheram de beijinhos. To-dos queriam beijar a “Cuca”! E com isso, o “jacaré que gosta de comer” tornou-se conhecido através de bo-necos, canções diversas, brinquedos (jacaré-gangorra), livros, etc...

Todo o trabalho foi desenvolvido num ambiente muito leve e alegre, onde somente os bebês com sua in-genuidade e desejo de descobertas puderam proporcionar.

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Projeto Bom de

Bola

Este projeto nasceu de uma par-ceria entre a Secretaria Munici-pal de Educação e a Secretaria

Municipal de Esporte e Lazer. Tendo como princípio básico - EDUCAÇÃO E ESPORTES PARA TODOS, como prevê o Art. 217 da Constituição - Esporte direito do cidadão, buscando desta forma a democratização do acesso a essa prática, como forma de inclusão social.

Aprovado pelo Decreto n° 6.691, de 10 de março de 2006, esse pro-jeto vem proporcionar atividade físi-ca e iniciação esportiva para crian-ças, de extrema importância para a saúde física e mental, permitindo a inclusão sócio-esportiva, indepen-dentemente da formação de equipes de competição.

As atividades são realizadas nos centros esportivos e em clubes que participam do projeto Sanção Premial.

Inicialmente temos três núcleos, que são:

NÚCLEO ICentro Esportivo César de Souza e Clube Comercial;

NÚCLEO IICentro Esportivo Rodeio e Clube Vila Santista;

NÚCLEO IIICentro Esportivo Brás Cubas e Clube Campestre.

Ana Maria Tertuliano Américo

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Nesses núcleos são desenvolvidas modalidades esportivas variadas tais como:

VOLEIBOL,FUTEBOL DE SALÃO,FUTEBOL DE CAMPO,

ATLETISMO,BASQUETE,

GINÁSTICA OLÍMPICA,NATAÇÃO,

e HANDEBOL ADAPTADO.

No dia 08 de julho, o projeto en-cerrou suas atividades do 1° semes-tre, com uma gincana esportiva no Ginásio Municipal de Esportes, envol-vendo alunos dos três núcleos, onde foram realizadas várias brincadeiras, como o circuito com várias estações utilizando cordas, arcos, bolas, ban-co sueco, bastões e outros.Também jogos adaptados de “futsal” e hande-bol, com um lanche gostoso para a criançada.

Esse evento veio fortalecer os

Ana Maria Tertuliano Américo

é Coordenadora do projeto Bom de Bola e do projeto Sanção Premial: Brincando Também se Aprende.

Alunos se confraternizam no encerramento das atividades do 1º semestre, do projeto Bom de Bola. Participaram de atividades recreativas e es-portivas, onde alunos dos três núcleos compareceram e pu-deram desfrutar de algumas horas alegres e descontraí-das, ao lado de seus colegas e professores.

nossos objetivos dentro do projeto, e mostrar que o BOM DE BOLA, já está dando os seus primeiros ¨pas-sinhos¨, mas com equilíbrio e muita boa vontade!

“ESPORTE,UM CAMINHO CERTEIRO PARAA FORMAÇÃO

DO CIDADÃO”

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Em parceria com a Fundação Banco do Brasil, a Secre-taria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, com o apoio pedagógico da Cátedra Paulo Freire de Mogi

das Cruzes trouxe ao nosso município a exposição Educar para Transformar do Projeto Memória Paulo Freire.

Criado em 1997, por iniciativa da Fundação Banco do Brasil, o Projeto Memória valoriza a cultura e a história do nosso país, homenageando grandes personalidades bra-sileiras, como Castro Alves, Monteiro Lobato, Rui Barbo-

Andrea Rodrigues Barbosa Marinho

Projeto Memória

Paulo Freire em

Mogi das Cruzes

sa, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Oswaldo Cruz, Josué de Castro, entre outros. Em 2005, em sua 9ª edição, de-dicada ao filósofo da Educação, Paulo Freire, esse traba-lho realizou-se por meio das parcerias entre o Instituto Paulo Freire, a Petrobras e a Fundação Banco do Brasil.

Contribuir para a popularização da vida e da obra desse educador, tendo em vista a manutenção e a am-pliação de seu legado humanístico e cultural, é um dos propósitos deste projeto. Pretende-se, também, em certa

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Andrea Rodrigues Barbosa Marinho é coordenadora da Cátedra Paulo Freire de Mogi das Cruzes, vice-diretora da Escola

Municipal “Profª Noemia Real Fidalgo” e professora na Universidade de Mogi das Cruzes.

medida, disponibilizar subsídios a educadores, pesquisa-dores e profissionais da educação que se interessam pela construção de uma identidade pedagógica nacional.

Educar para transformar reflete o elemento central da pedagogia freiriana. Paulo Freire acreditava que a Edu-cação só cumpriria a sua função fundamental, qual seja ela, com a humanização de mulheres e homens, caso as transformasse em ferramenta de mudança social. Tinha consciência de que ela não poderia fazer a transformação social, em termos estruturais. Afirmava, porém, que ne-nhuma mudança profunda na sociedade aconteceria sem a Educação. Por sua natureza, esse espaço privilegiado da cultura não deve esperar os desdobramentos econô-micos e políticos para mudar. Para Freire, a Educação so-zinha não revoluciona a sociedade, mas ela pode trans-formar pessoas para se engajarem nessa tarefa. Educar, na linguagem freiriana, é o duplo movimento da existên-cia humana de “ler e transformar o mundo”.

Assim como em Mogi, em diversos países formam-se grupos de pesquisa e trabalho fundamentados em seu pensamento. Essa projeção faz do conjunto de suas pro-duções uma obra universal, fato que coopera para situar o Brasil entre os países de grande expressão intelectual no campo educacional.

Enfim, pessoas de todas as idades, de várias profissões e de outros municípios e Estados prestigiaram a exposi-ção como mostra no “Livro de Assinaturas”, demonstrando que Paulo Freire continua vivo em seu legado pontuando que Educação é o sentido; o sentido da vida.

Maiores informações sobre a exposição, vida e obras freirianas podem ser obtidas pelos seguintes endereços:

site: www.paulofreire.orge-mail: [email protected] Municipal de Educação

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Depois da família, a escola é a instituição que par-ticipa cada vez mais cedo da vida das crianças e dos jovens, trabalhando com ênfase no desen-

volvimento dos saberes escolares e na formação de valo-res que farão parte de ações de cada um no futuro.

O Selo Escola Solidária, é o símbolo de um processo de reconhecimento às escolas comprometidas com uma educação pautada nos ideais de cidadania e solidarie-dade, é um projeto desenvolvido pelo Faça Parte, em parceria com o MEC (Ministério da Educação), Consed, (Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educa-ção), Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e Unesco; visando certificar experiências de voluntariado educativo nas escolas brasileiras, ou ações efetivas na inserção de valores , solidariedade e cidadania, que ocorrem nos ambientes escolares, seja ele público ou privado .

Sua primeira edição, realizada em 2003, certificou mais de 8.700 instituições de educação básica, tanto pú-blica como particulares, de todos os estados brasileiros. Destas, 106 tiveram seus relatos incluídos no livro “Casos

e Contos - Viagens por um Brasil Solidário”. Em 2005, ano de sua segunda edição, o Selo Escola

Solidária certificou mais de 12.800 escolas, o que re-presenta um aumento de quase 50% em relação à pri-meira, mostrando que a construção de uma sociedade mais justa, ganha cada vez mais força nas escolas, nas salas de aula, envolvendo alunos, professores e toda a comunidade escolar.

As escolas que recebem o Selo Escola Solidária mos-tram a força transformadora que possuem, ao assumir o compromisso de oferecer uma educação de qualidade, visando a formação pessoal e social do educando.

No dia 26 de agosto de 2006 , mais de 1.500 pessoas prestigiaram o II Encontro de Escolas Solidárias, no Colé-gio Santa Cruz, em São Paulo - SP. O Instituto Faça Parte promoveu a mostra de projetos sociais desenvolvidos por escolas de educação básica certificadas pelo Selo Escola Solidária 2005, em um dia dedicado à comunidade esco-lar, e nossa cidade participou com a apresentação de pro-jetos realizados por 13 escolas de nossa rede municipal:

Escolas SolidáriasDarly Aparecida Carvalho

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- CCII “PROFª IGNÊZ MARIA DE M PETTENÁ” - PROJETO “Nós Podemos - 08 Jeitos de Mudar o Mundo”;

- EM “PROF. ADOLFO CARDOSO” - “PROJETO ”Vivendo um Mundo Melhor”;

- EM “DR. ÁLVARO DE CAMPOS CARNEIRO” - PROJETO ”Plantando para o Futuro”;

- EM “PROFª ANA LÚCIA FERREIRA DE SOUZA” - PROJETO “Semeando o Bem”;

- EM “PROF. ANTONIO PASCHOAL G. DE OLIVEIRA” - PROJETO “ Educação para Qualidade de Vida”;

- EM “BENEDITO FERREIRA LOPES” - PROJETO “Para Ver a Banda Passar”;

- EM “PROFª CECÍLIA DE SOUZA LIMA VIANNA” - PROJETO “Educacional do Meio Ambiente”;

- EM “PROF GUIOMAR PINHEIRO FRANCO” - PROJETO “Organização Estudantil”;

- EM “JOSE ALVES DOS SANTOS” - PROJETO “Plantando para o Futuro”;

- EM “DR. LUIZ B DE MIRANDA” - PROJETO “Vivendo Valores”;

- EM “PROF. MARIO PORTES” - PROJETO “Música: Formação, Expressão e Emoção”;

- EM “PROFª MARLENE M. SCHMIDT” - PROJETO “Pequenos Gestos Grandes Atitudes”.

- EM “D. PAULO ROLIN LOUREIRO” – PROJETO ”Festa dos Aniversariantes“.

Durante todo dia, os alunos apresentaram seus pro-jetos de voluntariado em forma de oficinas, peças tea-trais, painéis fotográficos, músicas, recursos multimídia e apresentações de danças.

O evento foi aberto com a emocionante apresentação da Banda de Concertos da Escola Municipal “Mário Por-tes”, formada por 40 alunos, para uma platéia de mais de 500 pessoas, seguida pela palestra do jornalista Gilberto Dimenstein sobre a importância da família e da comuni-dade na educação.

O encerramento ocorreu com a Banda da Escola Mu-nicipal Benedito Ferreira Lopes, e com o apresentador de

TV Serginho Groisman, que interagiu com alguns alunos das escolas expositoras, que relataram seus projetos so-ciais para as mais de 1.500 pessoas presentes. Sem dú-vida, o mais rico do debate foi a troca de experiências entre os alunos de escolas tão diferentes, mas com algo muito especial em comum: a solidariedade. Em 2007 o número de participantes pode aumentar !!!

Participe e envie o projeto de sua escola!!!

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A Identidade do Voluntariado

I. O voluntariado deve descobrir a complexidade dos processos sociais. Uma idéia aparentemente simples é apenas uma idéia simplificada. Os problemas sociais têm a forma de uma teia de aranha, estão entrela-çados por inúmeros fatores. Saber estar em uma sociedade complexa e bem informada é uma qualidade essencial do voluntariado hoje.

II. O voluntariado tem sentido apenas, quando se considera o horizonte da emancipação. É preciso dar afe-to a um doente terminal ou acolher uma pessoa que luta contra dependência química, mas isso somente é válido se for um passo a mais na remoção das causas da marginalidade, e do sofrimento desnecessário.

III. A ação voluntária tem qualidade ética, apenas quando é uma opção livre de um sujeito interior de uma tripla aspiração: a sua auto-estima, a solidariedade com o próximo e o compromisso com a construção de uma sociedade justa.

IV. O voluntariado não é um plano para diminuir os compromissos do Estado. Se, em algum momento sua presença é um pretexto para afastar e restringir os esforços governamentais, o voluntariado entra numa zona de risco.

V. A ação voluntária é como uma orquestra: o importante é que ela soe bem e não o fato de a flauta ser de madeira ou de metal ou a quem ela pertence. Da orquestra devemos exigir coordenação, coerência e concentração de forças. O voluntário é sempre uma “co-equipe”. A fragmentação não leva a nada e numa equipe cada um joga em sua própria posição colaborando com o resto em função da partida.

VI. A ação voluntária deve ter competência humana e qualidade técnica. O amor não é suficiente. Se, por ignorância ou incompetência, fazemos sofrer uma pessoa frágil, embora tenhamos a melhor das inten-ções, conseguiríamos, apenas aumentar a sua impotência e a sua marginalidade.

VII. O voluntariado deve ganhar espaço entre as classes populares. Não pode ser uma instituição que in-teresse apenas à classe média, nem àqueles que têm tempo, mas responde ao exercício da cidadania que é responsável pelos assuntos que afetam a todos.

VIII. O voluntariado aprecia o profissional da ação social e busca sempre a complementaridade mas, jus-tamente por isso, não se transforma em auxiliar nem em corrente de transmissão, mas defende o espaço de liberdade que lhe é próprio.

IX. O voluntariado precisa hoje, disciplinar a sua ação. As melhores iniciativas se perdem pela incapacidade de submetê-las de maneira séria, a um programa, a objetivos, a um método, a certos prazos, a uma de-dicação séria, a uma avaliação. A boa intenção é um caminho viável desde que haja disciplina; se ela não existe, é um fracasso. O voluntário evita palavras fúteis para se aproximar dos gestos eficazes.

X. A ação voluntária requer reciprocidade, não é orientada simplesmente à assistência do outro, mas para o crescimento de ambos, embora as suas contribuições sejam diferentes. A estima do outro não exige apenas acolhida, mas espera também uma resposta análoga. (extraído do livro Solidariedade e Volunta-riado, de Joaquim Roca)

Darly Aparecida Carvalho é pedagogia, formação em Letras, Direito, especialização em formação de Gestores para a Educação Básica e é diretora da Escola Municipal “Prof. Antonio Paschoal Gomes de Oliveira” e professora do curso de pedagogia da Universidade de Mogi das Cruzes.