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1 INDICAÇÕES DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS RECENTES SOBRE A INSERÇÃO DAS CRIANÇAS DE SEIS ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS Eliege Alves Demetrio Canever 1 RESUMO: O presente trabalho tem a finalidade de apresentar os procedimentos e análises de um levantamento de produção acadêmica no período compreendido entre 2009 e 2014 acerca da temática de uma pesquisa em nível de mestrado em desenvolvimento: A inserção das crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos: um olhar sobre a organização dos espaços, tempos e materiais e proposição das atividades. O levantamento da produção teve como objetivo compreender como as pesquisas têm sido conduzidas e analisadas por pesquisadores brasileiros e quais aportes teóricos utilizam como referenciais, visando reunir subsídios para as reflexões e delimitação do problema de pesquisa em andamento. As bases de dados definidas para as buscas das produções acadêmicas foram o Banco de teses e dissertações da CAPES e IBICT. O procedimento metodológico utilizado para a busca das produções foi de selecionar combinações de palavras-chaves. Tanto no Banco de teses e dissertações da CAPES como IBICT utilizou-se os termos Ensino Fundamental e Ensino de nove anos em todas as buscas, associado as seguintes palavras-chave: infância, educação infantil e pré-escola. A partir das buscas foram realizadas leituras dos títulos, resumos e quando a pesquisa se referia a temática pesquisada a dissertação ou tese foi acessada e salva na íntegra para posterior leitura. O tema referente a inserção das crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos contempla uma extensa produção científica e ao finalizar a seleção em ambas as bases foram encontradas 31 produções e selecionadas 17 pesquisas específicas para análise. Assim, para esse texto serão apresentadas e analisadas as 17 produções mais diretamente ligadas ao tema de investigação. PALAVRAS-CHAVE: Ensino fundamental de nove anos; crianças de 6 anos; infância; levantamento de produção. 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem a finalidade de fazer um levantamento de produções acadêmica nos últimos seis anos (2009 a 2014) acerca da temática que ajude a pensar, com mais profundidade, nos elementos que estarão presentes na minha pesquisa em nível de mestrado: A inserção das crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos: um olhar sobre a organização dos tempos, espaços e materiais e a proposição das atividades. O levantamento de produções acadêmica, visa também, perceber o quanto tem-se produzido sobre o tema que se coloca em questão, o que está oculto e as fragilidades que estão presentes e, assim, entrar na discussão e ajudar a analisar os elementos que darão consistência a pesquisa. O desenvolvimento desse levantamento teve início na disciplina Educação e infância: Perspectiva de pesquisa ministrada pela Professora Doutora Márcia Buss-Simão, medida pelas leituras e estudos realizados sobre a Pesquisa em Educação e a trajetória recente da pesquisa em Educação e Infância no Brasil. Para tanto se fez necessário trazer para discussão as leituras e textos da Gatti focando o conceito ou o que se entende por pesquisa no contexto educacional brasileiro. 1 Mestranda em Educação da Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail: [email protected].

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INDICAÇÕES DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS RECENTES SOBRE A INSERÇÃO DAS CRIANÇAS

DE SEIS ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS

Eliege Alves Demetrio Canever1

RESUMO: O presente trabalho tem a finalidade de apresentar os procedimentos e análises de um levantamento de produção acadêmica no período compreendido entre 2009 e 2014 acerca da temática de uma pesquisa em nível de mestrado em desenvolvimento: A inserção das crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos: um olhar sobre a organização dos espaços, tempos e materiais e proposição das atividades. O levantamento da produção teve como objetivo compreender como as pesquisas têm sido conduzidas e analisadas por pesquisadores brasileiros e quais aportes teóricos utilizam como referenciais, visando reunir subsídios para as reflexões e delimitação do problema de pesquisa em andamento. As bases de dados definidas para as buscas das produções acadêmicas foram o Banco de teses e dissertações da CAPES e IBICT. O procedimento metodológico utilizado para a busca das produções foi de selecionar combinações de palavras-chaves. Tanto no Banco de teses e dissertações da CAPES como IBICT utilizou-se os termos Ensino Fundamental e Ensino de nove anos em todas as buscas, associado as seguintes palavras-chave: infância, educação infantil e pré-escola. A partir das buscas foram realizadas leituras dos títulos, resumos e quando a pesquisa se referia a temática pesquisada a dissertação ou tese foi acessada e salva na íntegra para posterior leitura. O tema referente a inserção das crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos contempla uma extensa produção científica e ao finalizar a seleção em ambas as bases foram encontradas 31 produções e selecionadas 17 pesquisas específicas para análise. Assim, para esse texto serão apresentadas e analisadas as 17 produções mais diretamente ligadas ao tema de investigação.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino fundamental de nove anos; crianças de 6 anos; infância; levantamento de produção.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem a finalidade de fazer um levantamento de produções acadêmica nos últimos seis anos (2009 a 2014) acerca da temática que ajude a pensar, com mais

profundidade, nos elementos que estarão presentes na minha pesquisa em nível de mestrado: A

inserção das crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos: um olhar sobre a

organização dos tempos, espaços e materiais e a proposição das atividades. O levantamento de

produções acadêmica, visa também, perceber o quanto tem-se produzido sobre o tema que se

coloca em questão, o que está oculto e as fragilidades que estão presentes e, assim, entrar na

discussão e ajudar a analisar os elementos que darão consistência a pesquisa.

O desenvolvimento desse levantamento teve início na disciplina Educação e infância:

Perspectiva de pesquisa ministrada pela Professora Doutora Márcia Buss-Simão, medida pelas

leituras e estudos realizados sobre a Pesquisa em Educação e a trajetória recente da pesquisa em

Educação e Infância no Brasil.

Para tanto se fez necessário trazer para discussão as leituras e textos da Gatti

focando o conceito ou o que se entende por pesquisa no contexto educacional brasileiro. 1 Mestranda em Educação da Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail: [email protected].

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Gatti (2002), define pesquisa como o ato de buscar o conhecimento sobre algo,

servindo para suprir nossas necessidades, esclarecer dúvidas, ampliando o conhecimento,

devendo ir além dos fatos, ir sempre em busca de novas informações,

[...] Num sentido mais estrito, visando à criação de um corpo de conhecimentos sobre certo assunto, o ato de pesquisar deve apresentar certas características específicas. “Não buscamos, com ele, qualquer conhecimento, mas um conhecimento que ultrapasse nosso entendimento imediato na explicação ou na compreensão da realidade que observamos”. (GATTI, 2002, p.10).

A pesquisa nos auxilia na compreensão da realidade, num melhor entendimento do

que nos rodeia e que muitas vezes não entendemos, consiste em um processo metódico de

investigação, recorrendo a procedimentos para encontrar respostas para um problema.

Para Gatti, embora reconhecendo a necessidade de trabalhos que estejam vinculados

a questões que no imediato são carentes de respostas, é preciso ter cautela para não deixar de

lado questões realmente fundamentais,

Isso não quer dizer que não devamos voltar para os problemas concretos que emergem no cotidiano da história vivida da educação por nós- é aí que os problemas tomam corpo, mas a pesquisa não pode estar a serviço de solucionar pequenos impasses do cotidiano, porque ela, por sua natureza e processo de construção, parece não se prestar a isso, vez que o tempo da investigação científica, em geral, não se coaduna com as necessidades de decisões mais rápidas”.(GATTI, 2002, p. 23).

Vieira Pinto discorre suas reflexões acerca da cultura,

Nenhuma concepção da gênese da ciência da metodologia da pesquisa científica será autêntica se não procurar o princípio da ciência no exame do seu desenvolvimento partindo de um terreno imensamente mais vasto, o da cultura em geral. Antes de indagar do que é a ciência, e como se constitui, precisa-se ter entendido o significado da cultura em geral, do qual a criação científica representa um caso particular.(PINTO, 1979, p.121)

Nessa perspectiva Pinto (1979), define a cultura como produto do existir do

homem, resulta de vida concreta no mundo que habita das condições, principalmente sociais, em

que é obrigado a passar a existência.

A pesquisa científica constitui um tema cuja consideração o trabalhador científico

não pode deixar de se dedicar. A reflexão sobre o trabalho que realiza os fundamentos

existenciais, os suportes sociais e materiais e as finalidades culturais que o explicam - levantam

problemas epistemológicos que se referem ao processo de pesquisa científica. Estes não podem

ficar à parte do interesse intelectual pesquisador pois, a natureza do seu trabalho é “constitutiva

da própria realidade individual”.

Charlot (2005), contribui com essa discussão e nos alerta o quanto é importante

fazer o levantamento de produções, evitando a repetição de dissertações e teses, conhecendo os

trabalhos realizados possibilitando o diálogo científico entre ambos. Para que a pesquisa em

educação progrida, ganhe visibilidade no Brasil existe um trabalho a ser feito,

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Que pesquisas já foram realizadas sobre os temas que estão na moda (os objetos sociomidiáticos), a partir de quais questões, com que dados e quais resultados? Quais foram as dissertações de mestrado e as teses de doutorado defendidas nos últimos anos, e que resultados foram estabelecidos? Que pesquisas estão atualmente em andamento, sobre que temas, onde? (CHARLOT, 2005, p.17).

A opção pela presente temática: A inserção das crianças de seis anos no ensino

fundamental de nove anos: um olhar sobre a organização dos tempos, espaços e materiais e a

proposição das atividades tem vínculo forte com o momento atual que vive a educação básica em

nível nacional, especialmente nos municípios em suas redes de ensino. Com a implantação do

ensino de nove anos, pela Lei nº 11.274/2006 houve uma mudança significativa na grade

curricular do ensino fundamental que passou de oito para nove anos e passou a receber as

crianças de 6 anos.

Os documentos oficiais do Ministério da Educação justificam que a ampliação do

Ensino Fundamental, assegurando a entrada da criança de 06 anos, consiste em uma estratégia

para possibilitar um maior tempo de convívio no contexto escolar, permitindo que melhorem a

qualidade e a oportunidade de aprendizagem do aluno, garantindo um processo de alfabetização

adequado. (Fernandes, 2006).

Nessa direção o presente trabalho visa analisar a produção científica: A inserção das

crianças de seis anos no ensino fundamental de nove anos: um olhar sobre a organização dos

tempos, espaços e materiais e a proposição das atividades, com a finalidade de mapear e

sistematizar os movimentos recentes sobre a temática em pesquisa.

2. Indicações das produções científicas recentes

Para uma maior aproximação a realidade da problemática definida nessa pesquisa,

realizamos uma seleção de produções acadêmicas, a partir do tema ‘transição das crianças da

educação infantil para o ensino fundamental de nove anos’, no período compreendido entre

2009 e 2014, com a finalidade de selecionar materiais que tratassem, diretamente das

discussões sobre esse tema.

Esta seleção teve o objetivo de perceber como os estudos têm sido analisados por

pesquisadores brasileiros e quais aportes teóricos utilizam como referenciais, dando-nos

subsídios para nossas reflexões e delimitação de nosso problema de pesquisa. Esse

levantamento de produções acadêmicas visa também, perceber o quanto tem se produzido sobre

o tema e, captar possíveis contribuições que poderão dar consistência à presente investigação.

Definimos como bases de dados para as buscas das produções acadêmicas o banco de teses e

dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); a

Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Instituto Brasileiro de Informação

em Ciência e Tecnologia (IBICT), e, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em

Educação (ANPEd).

A seleção final das produções acadêmicas passou por um processo de filtragem,

considerando, num primeiro momento, o recorte temporal, seguido da leitura dos títulos e

resumos, e, quando necessário, realizamos a leitura da introdução das produções para o último

filtro definitivo.

O Quadro 1 ilustra o processo de filtragem de acordo com as combinações dos

descritores definidos para a finalização da seleção no banco da CAPES.

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Quadro 1. Seleção final de produções no banco de dados da CAPES

Descritores Resultados

encontrados

Produções

selecionadas

Ensino de Nove Anos e Infância 29 11

Ensino de Nove Anos e Educação infantil 28 4

Ensino de Nove Anos e Pré-Escola 5 0

Ensino fundamental e Infância 157 0

Ensino fundamental e Educação infantil 261 5

Ensino fundamental e Pré-Escola 103 0

Total 583 20

Fonte: elaborado pela autora a partir da consulta a Base de dados da CAPES

Observamos que ao realizar as primeiras buscas encontramos maior número de

materiais com as palavras-chaves “Ensino fundamental e Educação infantil”, entretanto, foi a

partir as palavras-chaves “Ensino de Nove Anos e Infância” que identificamos um número de

produções que tiveram mais proximidade com nossa investigação.

De acordo com o Quadro 2, temos o processo de filtragem, a partir das combinações

das palavras-chaves utilizadas para a seleção final de produções na BDTD/IBICT.

Quadro 2. Seleção final de produções na base dados da BDTD/IBICT

Descritores Resultados

encontrados

Produções

selecionadas

Ensino de Nove Anos e Infância 21 7

Ensino de Nove Anos e Educação infantil 43 0

Ensino de Nove Anos e Pré Escola 10 2

Ensino fundamental e Infância 197 0

Ensino fundamental e Educação infantil 340 1

Ensino fundamental e Pré-Escola 188 1

Total 797 11

Fonte: elaborado pela autora a partir da consulta a Base de dados da BDTD/IBICT

Como podemos observar, o Quadro 2 também apresenta, nas buscas iniciais, maior

número de produções com as palavras-chaves “Ensino fundamental e Educação infantil”, e, da

mesma forma que nas buscas pela base de dados na CAPES, são as palavras-chaves “Ensino de

Nove Anos e Infância” que delimita as principais produções que se aproxima da presente

pesquisa.

Ao finalizar a seleção de ambas as bases, encontramos o total de 31 produções, que

por se tratar de um número alto de pesquisas, buscamos, a partir das leituras dos mesmos,

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selecionar somente algumas delas para apresentar nesse texto. Assim, selecionamos somente as

pesquisas que estivessem mais diretamente ligadas ao tema de nossa investigação a fim de

contribuir em nossas discussões e análises, como demonstra o Quadro 3.

Quadro 3. Seleção final das produções acadêmicas nos bancos de dados da CAPES e da

BDTD/IBICTI

Relação de Dissertações e Teses selecionadas na CAPES e BDTD/IBICT

Banco

de dados

Autor Título Área/Nível/

Instituição

Ano

01 BDTD/

IBICT

Angélica

Guedes Dantas

Ensino fundamental de nove anos no

Distrito Federal: reflexões sobre a

inserção de criança de seis anos no ensino

público e a atuação docente

Mestrado/Educação/

Universidade de

Brasília/UND

2009

02 BDTD/I

BICT

Sônia Santana

da Costa

Ensino fundamental de nove anos em

Goiânia: o lugar de criança de seis anos,

concepções e fundamentos sobre sua

educação.

Doutorado/Educação

/Universidade

Federal de Goiás

2009

03 BDTD/

IBICT

Celisa Carrara

Bonamigo

A inclusão da criança de seis anos no

ensino fundamental: narrativas de

práticas curriculares não instituídas.

Mestrado/Educação/

Universidade

Estadual de Campinas

2010

04 BDTD/

IBICT

Maria Renata

Alonso Mota

As crianças de seis anos no ensino

fundamental de nove anos e o

governamento da infância

Doutorado/Educação

/Universidade federal

do Rio Grande do Sul

2010

05 BDTD/

IBICT

Vanessa Ferraz

Almeida Neves

Tensões contemporânea no processo de

passagem de educação infantil para o

ensino fundamental: um estudo de caso.

Doutorado/Educação

/Universidade

Federal de Minas

Gerais/UFMG

2010

06 BDTD/

IBICT

Luciliana de

Oliveira Barros

Saberes docentes, alfabetização, respeito

à infância: a criança de seis anos no

ensino fundamental.

Mestrado/educação/

Universidade Federal

do Rio Grande do

Norte/FRGN

2011

07

CAPES

Renata Cleiton

Piacesi Correa

“Vamos brincar?”: Continuidades e

rupturas nas práticas curriculares da

educação infantil e dos anos iniciais do

ensino fundamental

Mestrado/Educação/Un

iversidade do Vale do

Itajaí

2011

08 CAPES Gabriela

Medeiros

Nogueira

A passagem da educação infantil para o 1º

ano no contexto do ensino fundamental de

nove anos: um estudo sobre alfabetização,

letramento e cultura lúdica.

Mestrado/Educação/Un

iversidade Federal de

Pelotas.

2011

09 CAPES Juliana de

Oliveira

Campos

A criança de seis anos no ensino

fundamental de 9 anos na perspectiva da

qualidade na educação infantil.

Mestrado/Educação/

Universidade de

Brasília

2011

10 CAPES Andreia

Manosso

Ensino fundamental de nove anos:

dimensões políticas e pedagógicas.

Mestrado/Educação/Un

iversidade Estadual de

2012

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Samways Ponta Grossa

11 CAPES Viviane Chulek A educação infantil e o ensino

fundamental de nove anos nas vozes de

crianças e na organização do trabalho

pedagógico de duas instituições de

Curitiba-PR

Mestrado/Educação/Un

iversidade Federal do

Paraná

2012

12 CAPES

Andreia Soares

Delfin

A inclusão de crianças de 6 anos no ensino

fundamental: um estudo do brincar à luz

das políticas públicas de educação.

Mestrado/educação/Un

iversidade da cidade de

São Paulo

2012

13 CAPES Adriana

Zampieri

Martinati

Faz de conta que eu cresci: o processo de

transição da educação infantil para o

ensino fundamental.

Mestrado

Educação/Pontifícia

Universidade Católica

de Campinas

2012

14 CAPES Shelly Blecher

Rabinovich

A articulação da educação infantil com o

ensino fundamental: a voz das crianças,

dos professores e da família em relação

ao ingresso no 1º ano

Doutorado/Educação/

Universidade de São

Paulo

2012

15 BDTD/

IBICT

Keila Hellen

Barbato

Marcondes

Continuidades e descontinuidades na

transição da educação infantil para o

ensino fundamental no contexto de nove

anos.

Doutorado/Educação

/Universidade

Estadual Paulista Júlio

de Mesquita Filho

2012

16 BDTD/

IBICT

Rosalva de

Cassia Rita

Drummond

Educação infantil- ensino fundamental:

possibilidades de produções curriculares

no entre- lugar.

Mestrado/Educação/

Universidade do

estado do Rio de

Janeiro

2014

17 BDTD/

IBICT

Cinthia Votto

Fernandes

A identidade da pré-escola: entre a

transição para o ensino fundamental e a

obrigatoriedade de frequência.

Doutorado/Educação

/Universidade

Federal do Rio Grande

do Sul/UFRGS

2014

Fonte: Base de dados da CAPES e da BDTD/IBICTI

Após a identificação final das produções, com base nas leituras dos trabalhos,

contabilizamos dezessete produções, das quais constatamos maior incidência de publicações no

ano de 2012, seguido de 2011, e nenhuma pesquisa no ano de 2013. É possível perceber também

que a localização do maior número de produções foi no banco da Capes.

A partir da seleção final dos materiais, procuramos identificar também, em que

regiões geográficas havia maior incidência de publicações, como demonstra o Quadro 4.

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Quadro 4. Distribuição geográfica das produções acadêmicas selecionadas

Região Localização/Estado Quantidade de produções

SUL Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná 6

SUDESTE São Paulo, Rio de janeiro 6

CENTRO-OESTE Goiás 4

NORDESTE Rio Grande do Norte 1

NORTE ------- 0

Total 07 17

Fonte: Elaboração da pesquisadora, 2016

O Quadro quatro mostra a distribuição de trabalhos publicados por regiões

geográficas das instituições de Pós-Graduação em que foram produzidas. Com isso, constatamos

que, mais da metade das produções selecionadas concentram-se nas regiões sul e sudeste do

Brasil, sendo seis em cada uma delas. Na região centro-oeste localizamos quatro produções e, na

região nordeste, apenas uma produção, enquanto que na região norte, nenhum trabalho foi

selecionado, que tivesse alguma ligação direta com o presente estudo.

Dos dezessete trabalhos elencados, treze correspondem a dissertações de mestrado

e cinco a teses de doutorado. Sete pesquisas debruçaram-se sobre a transição da educação

infantil para o ensino fundamental de nove anos, abordando as atividades lúdicas, infância,

sentimentos e vivências das crianças nesse processo de transição.

Três pesquisas trataram da implantação do ensino fundamental de nove anos e sua

efetivação, com foco na proposta curricular do primeiro ano do ensino fundamental em

articulação com a educação infantil, com crianças de cinco e seis anos de idade ingressantes

nesse nível de ensino, em diferentes municípios e instituições do Brasil.

Com referência as metodologias utilizadas nas pesquisas, evidenciamos uma

diversidade de instrumentos utilizados: pesquisa etnográfica, micro etnográfico, estudo de caso,

observação participante em instituições de educação infantil e ensino fundamental, observação

de encontro de professores, pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas semiestruturadas

ou questionários com professores, coordenadores pedagógicos da educação infantil e ensino

fundamental, com crianças, direção de escolas e famílias (pais ou responsáveis).

A seguir, as pesquisas serão apresentadas individualmente, iniciando pelo ano de

publicação mais antigo para uma melhor compreensão e leitura.

Dantas (2009), em sua pesquisa investigou a ampliação do ensino fundamental de

nove anos no Distrito Federal, tendo como foco a atuação docente com a inserção das crianças de

seis anos nesse nível de ensino. A pesquisa teve como objetivo de traçar alegações para a

ressignificação do ensino fundamental de nove anos e para a formação continuada dos

professores. A metodologia utilizada pela autora foi a pesquisa qualitativa, com estudo micro

etnográfico em classes de primeiro ano de duas escolas da rede pública. A coleta de dados foi

feita através da imersão no cotidiano escolar, observações em sala de aula e extraclasse, registro

em vídeos das sequências interativas e entrevistas semiestruturadas com as professoras. Dantas

(2009) verificou em seu estudo que muito pouco ainda se sabe e são muitas as dúvidas e

preocupações sobre a implantação do ensino fundamental de nove anos. Salienta a necessidade

da formação continuada dos professores: “não apenas vislumbrando a mudança estrutural, mas

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que represente um primeiro passo para repensar toda sua estrutura, mas objetivando uma

escola de qualidade” (DANTAS 2009, p.118).

A pesquisa de Costa (2009), também foi do tipo etnográfico fundamentado no

método materialista histórico-dialético e com abordagem sócio histórica. A autora objetivou

investigar o lugar da criança de seis anos no Ensino Fundamental de nove anos em uma classe de

primeiro ano em uma escola da rede municipal de Goiânia, durante todas as tardes dos meses de

agosto a dezembro de 2007 e de forma esporádica em 2008. Os procedimentos utilizados pela

autora foram observações registradas no diário de campo, entrevistas, conversas informais,

filmagens e análise de documentos. Ressalta que, por meio da pesquisa realizada, percebeu que a

transição das crianças da Educação Infantil para o ensino fundamental não está pautada em uma

proposta pensada e articulada para atendê-las em suas especificidades e peculiaridades.

Verificou também que não houve modificações significativas na estrutura física da escola para

atender as crianças de seis anos. Salienta ainda, que essas crianças têm buscado encontrar seu

lugar, para tanto é necessário que sejam protegidas em seus direitos e é preciso lutar para que a

infância seja reconhecida e valorizada. Costa (2009) defende que esse papel é de

responsabilidade do Estado em suas múltiplas instâncias, da escola e da sociedade embora tenha

sido defendido por vários pesquisadores e alguns professores da escola pesquisada, que as

crianças de seis anos devem estar vinculadas à Educação infantil e que não devem ter sua

alfabetização antecipada. Sendo que alguns teóricos e professores da escola pesquisada afirmam

que a criança deve permanecer no Ensino Fundamental e alfabetizada em seu primeiro ano

escolar. A autora, assim, evidencia a importância de garantir condições de trabalho e de

formação adequadas para os professores para estarem preparados para o atendimento às

crianças dessa faixa etária. A autora propõe que a escola e a rede municipal de ensino, estabeleça

um debate crítico e democrático com o objetivo de analisar, avaliar e garantir um espaço

educativo que vá ao encontro dos desejos e necessidades dessas crianças e que possa propiciar-

lhe aprendizagem significativa, lúdica, que favoreça o seu desenvolvimento.

A pesquisa realizada por Bonamigo (2010), a partir das considerações da Lei 11.274,

que institui o Ensino Fundamental de nove anos, delineou sua questão de pesquisa, investigando

o currículo que estava sendo produzido por meio das diferentes narrativas de políticas, de

professores e sua própria como coordenadora do grupo de professora, para as crianças de seis

anos que frequentam o ensino fundamental, a partir do viés da cultura. A pesquisa foi realizada

com quinze professoras responsáveis pelo primeiro ano do ensino fundamental no município de

Várzea Paulista, no ano de 2008, utilizou-se da narrativa como princípio metodológico. Por meio

dos depoimentos das professoras, todos gravados em áudio e transcritos para a análise das falas,

a autora conclui que apesar do discurso da garantia do direito à infância permear as propostas

no âmbito teórico, a organização do trabalho e as atividades propostas mostram a infância

negada.

Para Bonamigo (2010, p. 155):

Talvez as mudanças provocadas pela inclusão das crianças de seis anos no Ensino Fundamental, possam significar uma retomada do que já se sabe sobre a criança e a infância, assumindo suas características singulares e também sobre o real significado da escola. Talvez seja uma oportunidade para que os praticantes do Currículo nas escolas entendam que a construção do conhecimento para as crianças se dá a partir do brincar, o que torna a escola, também, um lugar alegre que possibilite que a infância seja vivida em sua plenitude por todos que estão nela.

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Mota (2010), buscou discutir como o ensino de nove anos está inserido em práticas

de governamento de infância e como essas práticas possibilitam outro lugar escolar para as

crianças de seis anos de idade. Utilizou-se de alguns documentos que tratam da política do

ensino fundamental de nove anos elaborados pelo ministério da educação e secretaria da

educação do Rio Grande do Sul e também matérias jornalísticas que estavam sendo publicadas

sobre o assunto no período mais intenso da implementação do ensino fundamental de nove anos

entre os 2005 e 2008. Mota (2010), em sua pesquisa mostra que um novo sujeito escolar de seis

anos está sendo pensado e produzido a partir da implementação política de ensino fundamental

de nove anos. As crianças de seis anos passam a ter maior visibilidade no ensino fundamental e

tal visibilidade passa pela definição de um novo lugar para elas. Um lugar que não será o mesmo

da educação infantil, mas que também precisa ter uma lógica diferente da primeira série do

antigo ensino fundamental de oito anos. Ao fazer uso da governamentalidade como grade de

análise a autora pode compreender que a política de ensino fundamental de nove anos pode

estar contribuindo para um esmaecimento de fronteiras entre a educação infantil e o ensino

fundamental. Por um lado, há todo um discurso de afirmação da infância e da brincadeira nos

anos iniciais do ensino fundamental circulando nos documentos que trata dessa política

educacional, há outros discursos que vão em outras direções voltados para uma escolarização

precoce das crianças de seis anos. Conclui que a política de ensino fundamental, assim como

outras políticas educacionais, pode ser compreendida como ações do Estado em prol de um

melhor governamento da população.

Neves (2010), em sua pesquisa teve como tema a passagem da educação infantil

para ensino fundamental. Realizou uma pesquisa de abordagem etnográfica, a partir da

observação do cotidiano de uma turma no final da educação infantil e de uma turma no início do

ensino fundamental para a qual algumas crianças da turma de educação infantil foram

encaminhadas. Por meio da coleta de dados com observação participante, anotação em diário de

campo, gravações em áudio e vídeo, entrevista com as crianças e professoras e observações de

reuniões pedagógicas, a autora constatou que a passagem da educação infantil para o ensino

fundamental demandou um grande esforço de adaptação por parte das crianças pesquisadas,

uma vez que vivenciaram práticas educativas nas duas instituições muito distantes uma da

outra. Segundo Neves (2010), na educação infantil, a pesquisa evidenciou que o espaço e o

tempo são privilegiados com as brincadeiras e as rodas de conversa. Na escola de ensino

fundamental, por outro lado, há uma redução em relação aos usos do tempo e do espaço

institucional, bem como uma redução na variedade e quantidade dos artefatos culturais

disponíveis na sala de aula. A autora verificou também que as práticas educativas na educação

infantil e ensino fundamental têm como centralidade a brincadeira e o letramento, ambos

situados diferencialmente nos dois segmentos. Para Neves (2010) a falta de diálogo presente na

organização do sistema educacional brasileiro em relação aos dois primeiros níveis da educação

básica refletiu-se no processo de desencontros vivenciados pelas crianças pesquisadas na

passagem da educação infantil para o ensino fundamental. Sendo assim, a pesquisa evidenciou a

necessidade de uma maior integração entre o brincar e o letramento nas práticas pedagógicas da

educação infantil e do ensino fundamental de nove anos.

A pesquisa de Barros (2011) objetivou investigar saberes docentes requeridos do

professor para o desenvolvimento de uma prática pedagógica que perspective a apropriação da

língua escrita, pela criança de seis anos - recém ingressa no ensino fundamental, sem

desrespeitar sua condição de ser criança. O trabalho foi realizado no âmbito da abordagem

qualitativa de pesquisa de um estudo de caso em duas instituições públicas na cidade de Natal,

Escola Municipal Emílio Ramos e Centro Municipal de Educação Infantil Marise Paiva entre os

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anos de 2007 a 2009, sendo sujeitos da pesquisa quatro professoras entre 37 e 47 anos com

experiência docente no ensino fundamental e educação infantil. Ressaltando que das professoras

da Escola Municipal Emílio Ramos, uma desempenhava seu trabalho como vice-diretora e outra

como coordenadora pedagógica. Das professoras do Centro de Educação Infantil Marise Paiva,

uma atuava diretamente em sala com as crianças e a outra na coordenação pedagógica. A autora,

por meio de quinze visitas feitas as instituições, coletou os dados da pesquisa, utilizando-se da

análise documental, questionários e entrevista semiestruturada, além da observação de alguns

aspectos definidos da estruturação e funcionamento das instituições. Barros (2011) em sua

pesquisa percebeu a grande preocupação que as escolas investigadas têm com o

desenvolvimento e a aprendizagem, principalmente quanto a alfabetização das crianças.

Ressalta ainda que, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no cotidiano da atividade

docente e na realidade da escola pública, as professoras aparentam satisfação em fazerem parte

destas escolas, bem como do trabalho que realizam com essas crianças, respeitando suas

peculiaridades. A autora afirma, com base no que as professoras revelaram, que os saberes

docentes começam a se delinear a partir da formação inicial e se consolidam no decorrer do

exercício da profissão, por meio da formação continuada. Com base na pesquisa realizada a

autora avalia que a alfabetização é um processo bem peculiar para o docente e as crianças, que a

língua escrita por si só já é um objeto de estudo bem complexo. Enfatiza o quanto é importante

ouvir as crianças, dar-lhe voz, respeitando suas expectativas em relação à escola. Reafirma o

quanto é importante intensificar o diálogo entre ensino fundamental e educação infantil,

independentemente de sua estruturação política-administrativa, características de um trabalho

pedagógico voltado às necessidades das crianças que atendem.

Correa (2011), em seu estudo, teve como objetivo identificar por meio de análise de

atividades compreendidas como brincadeiras, as continuidades e rupturas nas práticas

curriculares do último ano da educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental. A

coleta dos dados foi realizada a partir dos registros das atividades realizadas pelas crianças de

cinco anos que faziam parte do último ano da Educação Infantil, e das crianças de seis anos que

frequentavam o primeiro ano do ensino Fundamental de nove anos, no período de fevereiro a

dezembro de 2009. A concepção do brincar foi o elemento utilizado para identificar no material

analisado os pontos comuns e divergentes. A autora em sua pesquisa evidenciou que o brincar é

muito mais respeitado na educação infantil enquanto no ensino fundamental ele é realizado de

forma direcionada pelo professor e com muita ênfase nos conteúdos curriculares obrigatórios.

Correa (2011) ressalta a que a pesquisa possibilitou a reflexão sobre os processos que

aproximam e distanciam os currículos da educação infantil e do ensino fundamental, colocando

em pauta propostas curriculares que buscam integrar a infância, assegurando às crianças o

direito de brincar e aprender. Segundo a autora, na analise das atividades ficou evidenciado que

a organização curricular proposta pela escola quase não disponibiliza tempo e espaço para as

brincadeiras, sendo necessário repensar e buscar estratégias que valorizem essa questão.

Nogueira (2011) buscou em seu estudo investigar a passagem das crianças da

educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental de nove anos com o objetivo de

identificar situações de alfabetização, práticas e eventos de letramento, cultura lúdica e cultura

de pares, vividos por um grupo de crianças e suas professoras no cotidiano da última etapa da

educação infantil em 2009 e o primeiro ano do Ensino Fundamental de nove anos em 2010. A

autora, ao concluir a análise dos dados da pesquisa por meio do diário de campo, fotografias e

filmagens de situações cotidianas em sala e outros materiais, percebeu que são muitas as

concepções de alfabetização, letramento, cultura lúdica e infância que perpassam o cotidiano da

educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental, evidenciando a falta de uma política

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local mais organizada que efetive as políticas mais amplas, fazendo da escola um espaço

acolhedor dos interesses e das motivações das crianças. Nogueira (2011) ressalta que a

ampliação do ensino fundamental de nove anos não contribuiu de forma significativa pois falta

articulação entre a educação infantil e ensino fundamental. Enquanto a educação infantil revela

uma proposta sensível às manifestações e anseios das crianças, compromissada com formação

de leitores e autores competentes envolvendo situações reais de leitura e escrita por meio dos

aspectos da cultura lúdica, no primeiro ano do ensino fundamental prevalece a alfabetização

mecânica, com atividades não atraentes aos olhos das crianças.

Campos (2011), em seu estudo, buscou investigar, por meio do olhar das crianças

de seis anos, como a qualidade, na perspectiva da educação infantil, está sendo construída no

primeiro ano do ensino fundamental de nove anos. A pesquisa qualitativa foi realizada em uma

escola de ensino fundamental da rede pública do Distrito Federal com 25 crianças que

frequentavam o primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, nos dois meses finais do

semestre do ano letivo de 2011. Os procedimentos utilizados pela autora por meio das

observações participativas, diálogos temáticos e a produção de uma carta coletiva foram

norteados pelos indicadores de qualidade: cuidados, brincar, espaços educativos, relações e

propostas de atividades diversificadas. A autora relata que na carta coletiva realizada pelas

crianças, deixam evidente que possuem um olhar positivo da escola, mas que na educação

infantil existem aspectos importantes para elas, assim como a brincadeira e que não são

considerados no ensino fundamental. Campos (2011) aponta para a necessidade de novas

reflexões acerca do termo adaptação, por ser entendida como ambientar-se ao lugar ou situação,

sendo que durante a convivência com as crianças de seis anos, mostraram-se insatisfeitas com

muitas situações vivenciadas por elas. Campos (2011, p.77), conclui que: “[...] o termo adaptação

não é o mais adequado para estas crianças, já que elas, ativamente contribuem para a produção e

mudança cultural”. Mas para isso, elas precisam ser ouvidas de modo a entender a compreensão

que elas possuem da realidade.

Samways (2012) buscou entender a política educacional de ampliação do ensino

fundamental relacionando-a com as práticas pedagógicas desenvolvidas com crianças de seis

anos do primeiro ano do ensino fundamental de nove anos. Samways (2012) indica que a

pesquisa realizada com as crianças e professoras do primeiro ano do ensino fundamental,

pedagogos e diretores das escolas selecionadas, por meio da observação participante com

registro em diário de bordo e questionários e as orientações emanadas dos órgãos oficiais como

o MEC e o SEED/PR, possibilitaram identificar concepções de infância, criança e escolarização

que permeiam os discursos e as práticas das professoras. A autora afirma que as práticas

pedagógicas em determinados campos educacionais não estão em consonância com as

singularidades da faixa etária do primeiro ano do ensino fundamental. Conclui que as dúvidas,

desconfortos, inseguranças que permeavam a ampliação do ensino fundamental de nove anos

ainda se fazem presentes no cotidiano, principalmente, das professoras dos primeiros anos do

ensino fundamental.

Chulek (2012) desenvolveu uma pesquisa qualitativa, de abordagem documental

com abordagem etnográfica, na perspectiva de descrever os pontos de vista, apropriações,

percepções e práticas de crianças que frequentavam a última etapa da educação infantil e o

primeiro ano do Ensino Fundamental em duas instituições da Rede Pública Municipal da

cidade de Curitiba-PR. O tempo, o espaço, a alfabetização e o letramento, o currículo e a

construção do sujeito aluno, foram as categorias articuladoras para a análise dos dados

coletados por meio de observações participantes e de entrevistas coletivas com as crianças.

Segundo a autora essas categorias foram decisivas para perceber que a educação infantil e o

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ensino fundamental distanciam-se por seus objetivos e normas que fazem parte da cultura

dessas instituições e, aproximam-se por seus sujeitos, que, mesmo em segmentos diferentes

continuam crianças e buscam meios para brincar, interagir, criar e recriar, fazer coisas que são

especificidades da infância. Ressalta ainda que, o ingresso das crianças de seis anos no ensino

fundamental de nove anos não trouxe ressignificações dos espaços levando em consideração a

infância, assim como indicaram os documentos que orientam a ampliação do ensino

fundamental. Chuleck (2012, p. 154) aponta para:

[...] a necessidade de que Educação Infantil e Ensino Fundamental possam ser organizados pautados na perspectiva de continuidade e não de ruptura. Falo de uma continuidade que mesmo assegurando os objetivos distintos das duas etapas de ensino possam articular-se considerando as crianças como sujeitos em seu próprio processo de escolarização, que essas instituições possam ser por excelência o lugar das crianças e o lugar onde elas possam viver a infância plenamente.

A autora conclui sua pesquisa reafirmando o quanto é importante às crianças serem

ouvidas e suas falas legitimadas, para que a escola possa se construir para e com elas.

A pesquisa de Delfin (2012) buscou desenvolver estudos sobre o brincar livre e

espontâneo, geradores de prazer e que corroboram para a aprendizagem das crianças do

primeiro ano do ensino fundamental de nove anos. A autora realizou uma pesquisa de natureza

qualitativa, tendo como procedimento metodológico a pesquisa de campo por alguns dias no

primeiro ano do ensino fundamental, aplicação de questionários semiestruturado com

professores para a coleta de informações sobre o brincar da criança de seis anos que estão

incluídas no ensino fundamental de nove anos, pesquisa exploratória bibliográfica em livros,

artigos científicos e cartilhas sobre a orientação do ensino fundamental de nove anos, além disso

as leis, pareceres e resoluções. Delfin (2012) em seu estudo constatou que os documentos

orientadores do MEC e a pesquisa de campo apontam que o brincar contribui para o

desenvolvimento e a expressão das crianças nos aspectos físicos, emocionais, afetivos,

cognitivos, linguísticos e sociais, como um ser total e indivisível. Observou em sua pesquisa que

os professores entendem que o lúdico é importante, porém falta experiência e método para

estimular, acompanhar e participar das brincadeiras infantis. Preocupam-se com a alfabetização

pela pressão dos pais, em cumprir um currículo fechado sem levar em consideração à

especificidade de cada faixa etária, contribuindo para que o ensino se torne somente teórico e

não prazeroso para as crianças. Para a autora é preciso evitar a cisão entre o brincar e o

aprender. Brincando a criança aprende, relaxa, cria, constrói, imagina, pensa, o que a prepara

para realizar melhor os trabalhos em sala. A autora conclui que a criança precisa viver sua

infância, sem que a exigência da alfabetização distorça e restrinja seu tempo e espaço de brincar.

Ressalta ainda que as políticas públicas de educação devem investir na formação continuada e

instituir a disciplina do lúdico no primeiro ano do ensino fundamental de nove anos ao lado de

Códigos e Lógica, Ciências Naturais e ouras disciplinas.

Martinati (2012), em sua pesquisa, buscou analisar a passagem das crianças da

educação infantil para o ensino fundamental de nove anos, entendendo o ponto de vista das

crianças sobre o seu cotidiano escolar, por meio de análise documental, observação participante,

questionários com os pais, entrevista semiestruturadas com as professoras, entrevista com os

alunos e produção de desenhos. A pesquisa de natureza qualitativa foi realizada com um grupo

de quinze crianças de cinco e seis anos de idade de uma instituição municipal de Educação

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Infantil, no último semestre de 2011, dando continuidade a pesquisa no primeiro semestre no

ano de 2012 com dez dessas crianças, que passaram a frequentar o primeiro ano do ensino

fundamental de nove anos, com idade entre seis e sete anos. A pesquisadora constatou que a

ampliação do ensino de nove anos ocorreu sem as adaptações necessárias e o respaldo

adequado, ausências de referências recíprocas sobre a passagem da educação infantil para o

ensino fundamental de nove anos. Salienta que, o foco pedagógico no ensino fundamental é a

alfabetização e as atividades lúdicas são marginalizadas. Alerta que as análises dos micros

episódios mostraram que há um empobrecimento na capacidade do brincar das crianças, em

nenhum momento interagiram entre si, desenvolvendo narrativas imaginárias, que antes era

evidenciada na educação infantil. Martinati (2012) conclui que há grande necessidade de ações

articuladoras entre as esferas federais, estaduais e municipais, além, da comunidade escolar e

local e investimento na formação inicial e continuada de docentes, além de oferta de recursos

materiais que possam contemplar as especificidades das crianças de seis anos ingressantes no

ensino fundamental de nove anos.

Rabinovich (2012) realizou uma pesquisa de natureza qualitativa de cunho

etnográfico, tendo o ambiente da instituição de educação infantil como fonte direta de coleta de

dados. Num primeiro momento a pesquisa se deu em uma instituição municipal de educação

infantil, no período de agosto a dezembro de 2008, com observação participante em duas turmas

com entrevistas semiestruturadas com as crianças das duas turmas, com as professoras, alguns

pais, coordenação e direção da escola. A pesquisa continua em uma escola estadual de ensino

fundamental no período de fevereiro a julho de 2009, utilizando dos mesmos procedimentos da

instituição de educação infantil. A autora teve como objetivo conhecer as expectativas das

crianças, dos pais e dos professores em relação ao processo de implantação do ensino

fundamental de nove anos, verificando como as instituições educacionais estavam se

organizando para receber as crianças de seis anos. Em sua pesquisa a autora percebeu a grande

carência de estudos que auxiliassem professores e gestores da rede municipal e estadual a

lidarem com a nova configuração do ensino fundamental. Constatou que a necessária integração

entre a educação infantil e o ensino fundamental não estava acontecendo com a implantação,

mas que, da forma como estava acontecendo, poderia levar a uma maior dificuldade na

compreensão da natureza e da especificidade de cada grupo etário, acirrando as dificuldades de

diálogos entre os profissionais desses dois segmentos da educação básica. Rabinovich (2012),

afirma que o maior desafio da escola é ouvir a voz das crianças, transformar o conteúdo daquilo

que expressam em ações efetivas que possam nortear a prática pedagógica para no primeiro ano

do ensino fundamental. Há grandes transformações a serem feitas e repensadas: os espaços

físicos adequados a crianças de seis anos, com brinquedos e materiais que possibilitem que o

processo de aprendizagem seja mais significativo, a reformulação das propostas pedagógicas, a

melhor preparação do corpo docente, famílias presentes no cotidiano escola, transformações

que respeitem a infância no ensino fundamental.

Na sua pesquisa Marcondes (2012), buscou compreender quais as continuidades e

descontinuidades presentes na organização e nas práticas pedagógicas das professoras, na

organização dos tempos, espaços e nas concepções sobre crianças e infância no momento de

transição da educação infantil para o ensino fundamental de nove anos e como estas são

vivenciadas e percebidas pelas crianças. A autora optou por uma pesquisa longitudinal,

acompanhando um grupo de treze crianças que durante o ano de 2009 frequentavam as últimas

etapas da Educação Infantil e no ano de 2010 estavam nos primeiros e segundos anos do Ensino

Fundamental de nove anos e entrevista com responsáveis e professores. Marcondes (2012), ao

analisar os espaços em sua pesquisa, evidenciou que o ambiente físico na educação infantil era

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mais adaptado, quanto aos imobiliários, espaços livres com brinquedos dentro e fora da sala,

para atender as crianças, diferentemente do que foi observado na escola de ensino fundamental,

fazendo com que as crianças fossem obrigadas a se adaptar a um tempo maior em sala. Ressalta

ainda que os reflexos da política educacional e a formação acadêmica das professoras e suas

concepções sobre o que é ser criança, sobre a função da educação infantil e ensino fundamental

de nove anos e a compreensão do processo de alfabetização em cada uma das etapas da

educação básica, influenciavam muito na forma de utilizar os ambientes das instituições

pesquisadas.

Quanto ao brincar a autora conclui que na educação infantil ganha grande

importância e que há tempo e espaço reservados diariamente para a realização dessas

atividades, sendo que no ensino fundamental o brincar era tido como um contraponto de

trabalho. Marcondes (2012) deixa claro a urgência de ambos os segmentos, educação infantil e

ensino fundamental, pensarem em estratégias que garantam a continuidade no processo de

transição entre estes ambientes, propondo uma nova forma de conceber as crianças, que a

inserção no ensino fundamental não elimina as peculiaridades da infância.

Drummond (2014), em sua pesquisa analisou as propostas curriculares que eram

produzidas na Educação Infantil e Ensino Fundamental e que sentidos se hegemonizavam na

produção dessas propostas. A pesquisadora optou por investigar seu próprio campo de trabalho

a escola de educação básica onde lecionava há vinte anos e no momento da pesquisa atuando

como coordenadora pedagógica, observando os encontros dos professores da educação infantil e

ensino fundamental. Drummond (20014) buscou como recurso o registro em caderno de campo,

entrevista coletiva como estratégia metodológica, abordando também o lugar da pesquisadora,

suas dificuldades, medos e incertezas como condição na construção da pesquisa. Conforme a

autora, a brincadeira e a necessidade do lúdico sinalizam um lugar que parece não ser bem-

vindo ao processo de construção dos conhecimentos no ensino fundamental, mesmo a

preocupação com infância estando presente em muitos discursos de professores. A autora

conclui que a compreensão do currículo como prática discursiva permitiu entender que os

sujeitos envolvidos são meros receptores, que os movimentos realizados pela escola, ainda que

de formas contraditórias, sinalizam que o currículo não é fixo, engessado, mas em disputa, e que

essa disputa não se dá somente entre professores e suas diferentes concepções de educação, mas

também entre as crianças, espaço e tempo, pais e escola na perspectiva de considerar a infância.

Fernandes (2014) buscou investigar quais os significados presentes nas narrativas

dos atores nos processos educativos sobre a pré-escola, incluindo a concepção de transição do

Ensino Fundamental, bem como estes definem a identidade da pré-escola, diante do novo

ordenamento legal da obrigatoriedade da frequência. A investigação foi realizada num município

do interior do Rio Grande do Sul e contou com a participação de 17 adultos, dentre profissionais

da educação e representantes das famílias e 2 grupos de crianças, um grupo que frequentava o

primeiro ano do Ensino Fundamental e outro grupo que frequentava a pré-escola. Os dados

foram coletados por meio de entrevistas, fotografias de espaços e documentos administrativos. A

autora percebeu em sua pesquisa que na pré-escola as atividades são mecânicas e sem

significados para as crianças, o que ocorre é uma legitimação da pré escolarização que dão

ênfase a aprendizagem de leitura e escrita, como também matemática e conhecimentos escolares

presentes no currículo do ensino fundamental, apostando no sucesso escolar das crianças nas

etapas seguintes. É preciso que as interações e brincadeiras sejam os eixos norteadores da pré-

escola. Porém, a autora evidenciou no discurso de algumas famílias que, apesar de

reconhecerem a pré-escola como preparatória, ressaltaram a possibilidade de uma pré-escola de

encontros, de possibilidades de existências de outras identidades.

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A partir do levantamento de produções realizadas podemos verificar que boa parte

dos estudos realizados indicam uma necessidade de investimentos na formação continuada dos

professores da educação infantil, bem como, dos professores dos anos iniciais do ensino

fundamental. Outros trabalhos apontam que no processo de transição, das crianças da educação

infantil para o primeiro ano do ensino fundamental, tem ocorrido constantes rupturas, o que

acaba prejudicando o próprio processo educacional.

Conforme o levantamento realizado acerca da temática sobre o ingresso de crianças

de seis anos no ensino fundamental, verificamos um número bastante expressivo de pesquisas.

Entretanto, mesmo considerando a expressão do material selecionado, observamos que dentre

as pesquisas já realizadas ainda não foi realizado o cruzamento de três dimensões que

pretendemos aprofundar em nossa pesquisa. Ou seja, foi possível observar, a partir da seleção

realizada, que a articulação do que os documentos indicam sobre o tema, com o que as próprias

crianças indicam e, com a associação do conceito de inserção que é utilizado na educação

infantil, ainda pode ser um contributo importante para aprofundamento da temática.

A partir desses três pontos, é que nos debruçaremos em nossa pesquisa,

considerando que essa triangulação no processo de ingresso das crianças de seis anos, será

fundamental para aprofundar o conceito de inserção, questão que merece nossa atenção nessa

pesquisa.

Vale destacar que a seleção de material nos ajuda a compreender a inserção da

crianças de seis anos no ensino fundamental e da transição da educação infantil para o ensino

fundamental, embora não se compreenda profundamente essa transição, mesmo assim,

contribui para a nossa compreensão do problema de pesquisa, bem como de ampliar as

discussões em torno da temática.

Considerações finais

A presente sistematização desse levantamento de produções contribuiu

significativamente para repensar o meu projeto de pesquisa: A inserção das crianças de seis

anos no ensino fundamental de nove anos: um olhar sobre a organização dos tempos, espaços e

materiais e a proposição das atividades.

Nessa direção, além da apreensão que este estudo possibilitou acerca dos

referenciais selecionados e categorias presentes nas produções, contribuiu para aprofundar

sobre as questões que influenciaram e continuam influenciando a forma como o Brasil vem

implementando políticas educacionais no contexto da educação básica, na organização das

escolas e sua função social. Em relação as políticas que envolve diretamente a infância percebe-

se que pouco se tem preocupado com o desenvolvimento da própria infância, pois as leis são

estabelecidas, como a que ampliou o ensino de oito para nove anos, sem que houvesse uma

grande transformação nas escolas que passaram a receber crianças antes da educação infantil

agora dos anos iniciais do ensino fundamental, para ter escolarização especificamente.

Existem muitos documentos políticos que regulamentam essa alteração, mas o que

de fato mudou? O currículo? O número de aluno no ensino fundamental? A idade obrigatória

para estar nos anos iniciais do ensino fundamental? Quantos questionamentos se podem fazer,

vários com certeza, mas o que nos preocupa de fato, é o como a infância desses sujeitos está

sendo levada como prioridade e com adequações realmente necessárias.

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Contudo, nossa preocupação está na forma como está sendo definida e

implementada as políticas educacionais, principalmente, as que se referem a infância e os seus

reflexos na formação escolar dos sujeitos sociais.

Esse levantamento de produções permitiu pensar de modo mais profundo, sobre

a temática, oportunizou a experiência de investigação e aproximação do sistema e processos do

qual o conhecimento cientifico faz parte.

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