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Anais do III Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011 1 ESPALHANDO RAÍZES – RESTABELECENDO O EQUILÍBRIO AMBIENTAL Adenir Rosa Filho 1 Beatriz Meurer Ribeiro¹ Fernando Machado¹ Gabriela de Bem da Rosa¹ Jaira Fidélix de Souza 2 Juliana de Oliveira da Cruz¹ Laís da Silva¹ Maísa do Nascimento da Silva¹ Mariângela Marcelino Garcia² Milena de Aguiar¹ Ricardo Augusto Ribeiro Vicente¹ RESUMO: O presente artigo pretende descrever o projeto interdisciplinar intitulado “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental”, o qual foi idealizado pelos bolsistas do projeto PIBID da E. E. B. João XIII. O referido artigo teve como objetivo desenvolver um trabalho integrado das áreas de Biologia, Língua Portuguesa e Matemática, ampliando os conhecimentos dessas áreas. Para a efetivação da proposta de trabalho foi dado início à construção de um horto suspenso na Escola, com a participação dos alunos e bolsistas. Através do desenvolvimento do projeto buscou-se tornar o equilíbrio ambiental dinâmico, o que estimula a preservação da biodiversidade. Há a expectativa de promover uma sensibilização ecológica na comunidade escolar e, com isso, expor as mais diversas formas pelas quais se podem empregar os conceitos das três áreas do conhecimento acima citadas, procurando incentivar alunos e profissionais da Unidade Escolar a assumir um compromisso de respeito à biodiversidade ecológica, cultural e social. PALAVRAS-CHAVE: equilíbrio ambiental; interdisciplinaridade; ensino-aprendizagem; horto; sensibilização. 1. Introdução Segundo Amabis e Martho (2004), muito se fala sobre Meio Ambiente nos dias atuais. Em âmbito global, tudo gira em torno da sensibilização das pessoas no que se refere às causas ambientais, visto que, ultimamente, o crescimento da população tem causado uma série de impactos ambientais. Recursos naturais estão se esgotando e resíduos produzidos ao longo dos anos degradam o meio no qual estamos inseridos. No entanto, como causadores dos problemas, somos também os únicos com a capacidade de resolvê-los; partindo deste princípio, os profissionais da Escola de Educação Básica João XXIII, em conjunto com bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), buscaram desenvolver o Projeto intitulado “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” por meio de uma ação conjunta com a comunidade escolar. O projeto visa o plantio de plantas nativas da região e a realização de um horto suspenso nas dependências da E. E. B. João XXIII. Parafraseando Amaral e Barreto (2006), as árvores plantadas servirão como um importante recurso didático da Escola, auxiliando na recuperação de espécies nativas e dando condições para a formação um banco de sementes, as quais serão distribuídas aos moradores da comunidade que, orientados, poderão ornamentar 1 Graduandos dos cursos de licenciatura em Matemática, Ciências Biológicas e Letras na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. 2 Especialistas em Matemática e Letras pela UNISUL, Professoras de Matemática e Língua Portuguesa na E. E. B. João XXIII.

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Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011

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ESPALHANDO RAÍZES – RESTABELECENDO O EQUILÍBRIO AMB IENTAL

Adenir Rosa Filho1 Beatriz Meurer Ribeiro¹

Fernando Machado¹ Gabriela de Bem da Rosa¹

Jaira Fidélix de Souza2 Juliana de Oliveira da Cruz¹

Laís da Silva¹ Maísa do Nascimento da Silva¹ Mariângela Marcelino Garcia²

Milena de Aguiar¹ Ricardo Augusto Ribeiro Vicente¹

RESUMO: O presente artigo pretende descrever o projeto interdisciplinar intitulado “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental”, o qual foi idealizado pelos bolsistas do projeto PIBID da E. E. B. João XIII. O referido artigo teve como objetivo desenvolver um trabalho integrado das áreas de Biologia, Língua Portuguesa e Matemática, ampliando os conhecimentos dessas áreas. Para a efetivação da proposta de trabalho foi dado início à construção de um horto suspenso na Escola, com a participação dos alunos e bolsistas. Através do desenvolvimento do projeto buscou-se tornar o equilíbrio ambiental dinâmico, o que estimula a preservação da biodiversidade. Há a expectativa de promover uma sensibilização ecológica na comunidade escolar e, com isso, expor as mais diversas formas pelas quais se podem empregar os conceitos das três áreas do conhecimento acima citadas, procurando incentivar alunos e profissionais da Unidade Escolar a assumir um compromisso de respeito à biodiversidade ecológica, cultural e social. PALAVRAS-CHAVE: equilíbrio ambiental; interdisciplinaridade; ensino-aprendizagem; horto; sensibilização. 1. Introdução

Segundo Amabis e Martho (2004), muito se fala sobre Meio Ambiente nos dias atuais.

Em âmbito global, tudo gira em torno da sensibilização das pessoas no que se refere às causas ambientais, visto que, ultimamente, o crescimento da população tem causado uma série de impactos ambientais. Recursos naturais estão se esgotando e resíduos produzidos ao longo dos anos degradam o meio no qual estamos inseridos. No entanto, como causadores dos problemas, somos também os únicos com a capacidade de resolvê-los; partindo deste princípio, os profissionais da Escola de Educação Básica João XXIII, em conjunto com bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), buscaram desenvolver o Projeto intitulado “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” por meio de uma ação conjunta com a comunidade escolar.

O projeto visa o plantio de plantas nativas da região e a realização de um horto suspenso nas dependências da E. E. B. João XXIII. Parafraseando Amaral e Barreto (2006), as árvores plantadas servirão como um importante recurso didático da Escola, auxiliando na recuperação de espécies nativas e dando condições para a formação um banco de sementes, as quais serão distribuídas aos moradores da comunidade que, orientados, poderão ornamentar

1 Graduandos dos cursos de licenciatura em Matemática, Ciências Biológicas e Letras na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. 2 Especialistas em Matemática e Letras pela UNISUL, Professoras de Matemática e Língua Portuguesa na E. E. B. João XXIII.

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suas residências. “Sabemos que as árvores têm fundamental importância no meio ambiente, pois servem como filtradoras naturais do ar evitam a erosão do solo e contribuem com a biodiversidade” (ibid, p. 612).

Contando com a participação dos alunos, contribuindo com o plantio, acompanhando o crescimento das árvores e estudando suas características, o projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” constitui-se um verdadeiro laboratório interdisciplinar, permitindo a interação natureza/conhecimento no espaço escolar.

No decorrer dos anos, este projeto será uma herança para as futuras gerações de estudantes, que poderão comemorar, também, o retorno de uma parte da biodiversidade da região. Desta forma, a Educação Ambiental, como saber emergente que perpassa todas as disciplinas e todos os níveis do saber educativo, pode retomar não só a preservação do meio, mas a auto-estima, a cooperação e uma série de valores éticos, contribuindo para uma postura mais cidadã frente a um dos grandes desafios da atualidade: a sustentabilidade do planeta. 2. Metodologia – reflexões iniciais

Tendo em vista a enorme e constante degradação que a Mata Atlântica vem sofrendo

ao longo dos séculos, surgiu a ideia de contribuir de forma prática, por meio da educação ambiental, com o reflorestamento de parte deste bioma.

Sabendo da importância de um projeto ambiental para a comunidade escolar e para todo o ecossistema, os bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) das áreas de Ciências Biológicas, Matemática e Letras, juntamente com suas supervisoras, planejaram e executaram a construção de um horto suspenso nas dependências da Escola de Educação Básica João XXIII.

Este horto suspenso é uma estrutura que possibilita aos alunos, de forma prática e didática, o conhecimento da morfologia vegetal e dos estágios de um fragmento florestal. Na prática, o horto consiste em mesas que servirão de base para que os alunos possam manusear facilmente as plantas. Essas mesas foram produzidas pelos próprios bolsistas, utilizando bambus dispostos na vertical, com espaçamentos iguais, suspensos nas bordas por armações de madeira. Os espaços entre os bambus servirão para dispor as futuras plantas mediante o uso de garrafas pets3, que exercerão o papel de recipiente para as mudas em desenvolvimento. Cada mesa foi organizada a fim de mostrar os primeiros estágios de uma planta. Em uma das mesas, o aluno é orientado a trabalhar o processo de preparo do solo, os tipos de sementes, seus diferentes estágios e as posições corretas para o plantio. Em outra mesa, estão dispostas as mudas das plantas, com a finalidade de expor aos alunos as fases iniciais do desenvolvimento vegetal (da germinação da semente à fase de broto), os minerais absorvidos do solo e necessários para que esse fenômeno possa ocorrer, além do manejo correto. Em uma terceira mesa, serão colocadas as mudas já desenvolvidas, de modo que os alunos possam aprender as funções de cada órgão vegetal, os locais adequados para o plantio de cada tipo de planta, plantio correto de mudas, assim como sua importância para a comunidade ecológica.

3 A palavra PET é a abreviatura de politereftalato de etileno, um tipo de plástico resistente utilizado na fabricação de garrafas e embalagens; tem alta resistência contra impactos, resistência química e contra gases e odores. Além disso, tem pouco peso, é barato, seguro e moderno, tornando-se o melhor recipiente para a indústria de bebidas. Disponível em abipet.org.br, acessado em 09/05/2011, às 18h50.

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2.1 O projeto no III SIMFOP Em reunião realizada anteriormente, ficara estabelecido que cada Unidade Escolar

deveria desenvolver um determinado projeto, a critério de cada uma delas, para posterior apresentação no III SIMFOP (Simpósio de Formação de Professores). De acordo com as normas do evento, foi constatada a carência de discussões acadêmicas que envolvam a Universidade em sintonia com as necessidades da Rede Pública de Ensino no que se refere à formação continuada de seus profissionais.

Sabendo que o PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) permite uma ligação entre os acadêmicos dos cursos de licenciatura plena e a realidade escolar, antes mesmo de formados, e que o mesmo tem o intuito de incentivar os jovens a reconhecer a relevância social da carreira docente, a participação direta dos bolsistas no SIMFOP é fundamental. Esse contato é efetivado por meio de apresentação de trabalhos por partes de todos os integrantes do PIBID, de todas as escolas, estimulando o trabalho integrado entre as diversas áreas do conhecimento; conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000, p. 21),

a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista. Em suma, a interdisciplinaridade tem uma função instrumental. Trata-se de recorrer a um saber diretamente útil e utilizável para responder às questões e aos problemas sociais contemporâneos.

Para a realização do trabalho, do projeto escrito e de um banner, os bolsistas

acadêmicos da UNISUL de Tubarão, que atuam na Escola de Educação Básica João XXIII, reuniram-se em diversas oportunidades; com o modelo e o projeto em fase final de estruturação em mãos, deram início à formulação da parte teórica, obrigatória em um trabalho acadêmico, cujas partes principais são a especificação dos objetivos, explanação sobre as metodologias utilizadas e apresentação das considerações finais.

De posse da formulação teórica, foi realizada uma Comunicação Oral no III SIMFOP, durante a qual os bolsistas das áreas envolvidas fizeram a exposição do projeto por meio de um relato e da apresentação de um banner aos demais participantes de Simpósio. Ao final da apresentação, houve a distribuição de mudas de plantas doadas pela Horta-Modelo, da Tractebel Energia, para os participantes do SIMFOP, os quais levaram as mudas comprometendo-se a executar o plantio e os devidos cuidados. Em resumo, foi possível perceber que a ampliação destas doações atingiu diferentes tipos de público – além da comunidade escolar da E. E. B. João XXIII, – e é de importância vital para a sensibilização dos cuidados com o meio ambiente, sendo que estes começam com pequenas atitudes. Posteriormente a este Simpósio, foi realizada uma reunião com um Técnico Ambiental da Empresa Tractebel Energia, juntamente com todos os envolvidos do Projeto PIBID, de forma a realizar uma parceria para maior divulgação do Projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” na comunidade escolar. Durante a mesma, os bolsistas realizaram nova apresentação das etapas desenvolvidas até então, e o Técnico Ambiental conheceu um dos principais valores que este projeto busca desenvolver: germinar, no pensamento dos alunos, a consciência de conservação da vida desse bioma tão essencial para todos os seres humanos. Ao estimular o florescimento de mais ideias que possam contribuir diretamente com a causa e a disseminação dessa consciência para o maior número de pessoas, este projeto destina-se a restabelecer o equilíbrio ambiental.

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2.2 Visita à horta-modelo Com o objetivo de obter uma fundamentação básica para o desenvolvimento do

projeto da construção do horto, no dia 23 de fevereiro foi feita a primeira visita à Horta- Modelo, da Empresa Tractebel Energia, localizada no município de Capivari de Baixo/SC, com a presença de todos os Bolsistas e Professoras-Supervisoras da Escola de Educação Básica João XXIII. No início da visita, os funcionários da Horta fizeram uma palestra e, em seguida, promoveram um passeio por uma trilha ecológica na área externa, apresentando algumas plantas nativas e animais de pequeno porte.

Continuando a visita, os integrantes do projeto PIBID foram levados até o horto florestal da Empresa Tractebel Energia, no bairro Santo André, com o intuito de observar como se dá o processo de plantio e cultivo de mudas nativas, os materiais necessários, a estrutura adequada, os cuidados durante as fases de crescimento das plantas e os profissionais envolvidos em tais funções. A recepção foi feita pelo Sr. José, conhecido como Sr. Zequinha, responsável pela manutenção do horto, que mostrou as dependências e as etapas para a confecção das mudas de plantas, sendo elas:

• Preparo da terra para o plantio, misturando-se um composto nas seguintes proporções: terra (na quantidade de 60%), adubo orgânico (na quantidade de 25%) e cinza de carvão mineral (na quantidade de 15%).

• A mistura é, então, colocada em um recipiente plástico, onde é depositada uma semente selecionada que ali fica até completar seus primeiros estágios de desenvolvimento.

• Por fim, a muda está pronta para doação. Um dado interessante a ser relatado é que cerca de 75% das sementes cultivadas no

horto florestal provém da mata nativa da região, e 25% são de plantas exóticas, contribuindo de forma direta para o equilíbrio ambiental da nossa região. Quanto à estrutura, durante a visita inferiu-se o quanto é importante a questão da organização num horto, que não limita-se apenas em plantar uma semente em um vaso e deixar em qualquer lugar para que ela cresça.

Este processo deve ser planejado muito antes da construção de um horto, estabelecendo a sua finalidade, selecionando a área onde será construído (devendo ser um local limpo e no qual o sol possa incidir sobre as plantas), selecionando os materiais que serão empregados na construção, escolhendo quais espécies de plantas serão trabalhadas e fazendo a divisão dos locais que irão abrigar cada estágio de desenvolvimento das plantas.

Nesta primeira visita, foram aprendidas algumas técnicas de plantio, a identificação de algumas espécies vegetais e o procedimento para a construção de uma composteira, da seleção dos dejetos orgânicos a serem utilizados à correta colocação na caixa de compostagem. Segundo dados obtidos no site Wikipédia4, o processo de compostagem:

[...] é o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na(s) matéria(s) prima(s).

Essa visita ao horto florestal da Empresa Tractebel Energia possibilitou a todos os

membros do projeto PIBID, que atuam na Escola de Educação Básica João XXII, um melhor entendimento sobre o trabalho com plantas, bem como o surgimento de novas ideias, as quais foram aplicadas na construção do horto na Escola. Sobre essa visita, faz-se necessário

4 Disponível em www.wikipedia.com, acessado em 05/04/2011, às 9h.

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destacar, ainda, que o grupo visitante compreendeu como a preciosidade dos detalhes faz toda a diferença quando se busca a construção de projetos grandiosos como esse, principalmente quando a finalidade é o desenvolvimento da sensibilização de conservação ambiental nas pessoas para que possam contribuir para um mundo mais sustentável.

Sabe-se que o Currículo Nacional do Ensino Básico (2001) prevê que os alunos tenham oportunidade de observar o meio ambiente, de planificar saídas de campo, de elaborar roteiros de observação, instrumentos simples de registro de informação; neste sentido, o projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” vai ao encontro das propostas do Currículo, pois é uma junção dos esforços de toda a comunidade escolar, principalmente dos alunos, no sentido de observar e registrar o que acontece no entorno da instituição. Deste modo, após a visita realizada pelos bolsistas e supervisores da Escola de Educação Básica João XXIII à Horta-Modelo da Tractebel Energia, para a estruturação teórica e prática do projeto, os alunos da Unidade Escolar tiveram a oportunidade de participar de uma saída de campo, visitando a Horta com o objetivo de desenvolver a sensibilização para a necessidade da preservação ambiental.

Durante a visita, os alunos participaram da palestra proferida pelos funcionários da Horta sobre preservação ambiental, sendo permitida a interação com animais de pequeno porte, importantes na cadeia trófica de uma comunidade biológica. Logo após a palestra, foram direcionados a percorrer uma trilha nas dependências da Horta-Modelo para que tivessem um contato inicial com a fauna e a flora locais; por fim, realizaram o plantio de mudas nativas ao longo da trilha.

Em suma, a saída de campo permitiu que os alunos pudessem unir a teoria à prática, numa metodologia reconhecida “como um recurso de inegável valor, considerado para alguns como fundamental quando se pretende que os alunos estabeleçam a relação dos conhecimentos adquiridos em contexto de sala de aula com a realidade envolvente”. (ALMEIDA) 5. 2.3 Recursos materiais

Por meio dos conhecimentos adquiridos durante as visitas, e buscando atingir os

objetivos do projeto, iniciou-se um estudo com a finalidade de descobrir que materiais seriam utilizados para a construção do horto, suas respectivas funções neste e a importância deles para com o meio ambiente. Ao compreender a relevância e a possibilidade de adquirir esses materiais, optou-se pelo bambu, madeiras do tipo ripa, garrafas pet e mudas. O bambu, por ser um material acessível, de baixo custo, resistente, renovável e natural, tornou-se recurso essencial para o horto. Dado o exposto, os bolsistas, juntamente com as professorassupervisoras, reuniram-se para retirá-los em um sítio localizado no bairro Campestre, no Município de Tubarão/SC.

Devido à divulgação do projeto, a Madeireira MC, consciente da durabilidade, do fácil manuseio e da resistência que a madeira possui, sensibilizou-se com a ideia de restaurar o meio ambiente e realizou a doação de quantidade significativa de madeira. Os alunos da 2ª série do Ensino Médio da Escola de Educação Básica João XXIII foram os que estiveram diretamente envolvidos nesta etapa do projeto e, com entusiasmo, dirigiram-se até o local predeterminado pela Madeireira para ajudar a transportar a madeira que, por sua vez, foi convertida em base para as mesas e apoio aos bambus.

5 Disponível em profeduardodealmeida.blogspot.com, acessado em 05/04/2011.

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Em virtude da preocupação constante com o meio ambiente, é importante ressaltar o papel indispensável da reciclagem. Este procedimento significa o reaproveitamento de material, renovando a matéria-prima, gerando recursos, diminuindo a poluição do solo, do ar e da água, além de reduzir o custo de produção e contribuir para a geração de empregos. 2.4 Angariação de garrafas pet

A construção dos suportes para as mudas e sementes no horto suspenso na Escola João

XXIII deu origem a uma gincana para arrecadação de garrafas pet com os alunos. Nessa gincana, as equipes foram formadas por cinco alunos e receberam como denominação o nome de plantas nativas da região; o prêmio para a equipe que conseguisse o maior número de garrafas seria uma camiseta do Projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental”. Durante duas semanas, os alunos trouxeram as garrafas, as quais foram contabilizadas e, devido ao grande número de garrafas angariadas, estas foram divididas entre a coleta seletiva da Escola e o referido projeto. As garrafas destinadas a este projeto passaram pelos seguintes processos:

• Contagem e reorganização; • Limpeza; • Recorte para a construção dos suportes. As garrafas destinadas à Escola foram utilizadas nas aulas de Sociologia, iniciando

com textos envolvendo reciclagem e com reflexões sobre o tema. Em seguida, foi solicitado que cada aluno pesquisasse como poderia utilizar as garrafas pet e trouxesse o material necessário para confecção de diferentes objetos escolhidos por eles, como puffs, cestas, bolsas e brinquedos. Assim como as garrafas pet, o restante dos materiais utilizados também foi de origem reaproveitável, como restos de linhas, tecidos, botões e papéis coloridos.

A reutilização dos materiais recicláveis tem como principais objetivos minimizar os impactos ambientais e racionalizar a utilização das cadeias energéticas sendo que essa prática deverá, com toda a certeza, ser cada vez mais implementada à medida que o mundo moderno avança. (DELFORGE et.al.).6

Além dessa atitude com as garrafas pet, a Escola de Educação Básica João XXIII também participa do Programa “Óleo no Futuro”, cujo objetivo:

[...] é conscientizar os alunos e a sociedade em favor do meio ambiente, favorecendo assim a exploração econômica da reciclagem dos óleos e gorduras em questão, desde a coleta, transporte e revenda, até os processos industriais de transformação, de maneira a gerar mais emprego e renda para os catarinenses. (BEGIN)7

Para a continuidade do projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio

Ambiental”, houve o apoio da Horta-Modelo do Município de Capivari de Baixo e do Horto Florestal da Empresa Tractebel Energia, sendo que esta disponibilizou as mudas de plantas nativas para o plantio no horto suspenso localizado na E.E.B. João XXIII. Foram recebidas 50 mudas, sendo 10 (dez) de cada espécie: Eugenia pitanga (Pitangueira), Myrciaria cauliflora (Jabuticabeira), Prunus domestica (Ameixeira), Psidium guajava (Goiabeira), Morus nigra (Amoreira). As mesmas foram distribuídas durante uma apresentação do projeto na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

6 Disponível em www.scielo.br, acessado em 05/04/2011. 7 Disponível em: www.sds.sc.gov.br , acessado em 05/04/2011.

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2.5 Pedágio verde A Horta Modelo, localizada no Município de Capivari de Baixo/SC, realiza, uma vez

por ano, um projeto intitulado Pedágio Verde, com o propósito de sensibilizar a população a este assunto de suma importância e relevância para todos, por meio da distribuição de mudas de plantas nativas. Deste modo, visto que o projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” tem como principal objetivo restabelecer o equilíbrio ambiental, participar desse pedágio era fundamental à sensibilização dos envolvidos, além do público em geral, pois, através de pequenas ações, como o plantio de mudas nativas, será possível diminuir o desastre ecológico e o esgotamento das reservas naturais.

O evento ocorreu no dia 22 de março, dia Mundial da Água, na Horta-Modelo. Os alunos deslocaram-se da Escola João XXIII, no período vespertino, juntamente com os supervisores e bolsistas. No local onde o Pedágio Verde seria efetivado, o responsável pelo evento orientou os alunos, os bolsistas e supervisores sobre a maneira adequada para a abordagem das pessoas que estavam transitando naquela área. Devidamente instruídos, os participantes do evento encaminharam-se para a rodovia que, com a colaboração da Polícia Militar, foi devidamente sinalizada para proporcionar segurança enquanto os alunos abordavam carros e pedestres, entregando mudas nativas e folhetos explicativos sobre a maneira correta de fazer o plantio e alertando para a importância da preservação da água. Estavam presentes, neste dia, escolas municipais e a APAE de Tubarão, além da UNISUL TV, emissora que registrou o evento. 3. Outras ações voltadas para auxiliar no restabelecimento do equilíbrio ambiental

Dentre as ações desenvolvidas a partir do tema “preservação ambiental”, tivemos: a) Pesquisa realizada nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, após a apresentação

do projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental”, debates sobre sustentabilidade, aplicação do teste “Consumidor Consciente” (vide anexo A).

O resultado do teste apresentou uma grande parte de consumidores iniciantes, aqueles que praticam o consumo consciente apenas pensando nas soluções para evitar desperdícios. Levando em consideração que todos os atos de consumo geram impactos em nossa vida, no meio ambiente e, consequentemente, nas gerações futuras, o projeto visa incentivar a mudança de comportamento dos alunos e também de suas famílias, buscando formar consumidores comprometidos.

b) Pesquisa, elaboração de objetos com produtos reciclados e debate sobre o filme “O

Lixo Extraordinário” foram atividades desenvolvidas nas aulas de Sociologia. O assunto foi assim trabalhado: • Discussão de diferentes textos sobre reciclagem; • Pesquisa sobre “os três R da reciclagem”; • Impactos ambientais do lixo em nosso Estado e em nossa cidade; • Agentes causadores da poluição (falta de cuidado com o lixo) e como evitá-los; • Falta de atitude das famílias em relação à coleta seletiva do lixo. Após diversos debates, aproveitando a campanha de arrecadação das garrafas pet, os

alunos pesquisaram e desenvolveram trabalhos a partir das embalagens reutilizáveis, confeccionando cestas de Páscoa, puffs e embalagens para presentes, entre outros.

Para finalizar esta etapa, os alunos assistiram ao filme “O Lixo Extraordinário”, documentário produzido para registrar o trabalho desenvolvido pelo artista plástico Vik Muniz; neste filme, que fez parte da lista de concorrentes ao Oscar 2011, aparecem os

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catadores de material reciclável retirando materiais em um dos maiores aterros sanitários do mundo, o Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. A partir do material retirado pelos catadores, Muniz produz diversas obras, como as que podem ser observadas no anexo B.

O objetivo da apresentação do filme era mostrar que é possível reutilizar muitos materiais e, ao mesmo tempo, resgatar a dignidade dos catadores de lixo, levando os alunos a perceberem a importância de cada profissional, do trabalhador do lixo ao artista plástico.

O trabalho desenvolvido pela professora Nazaré, reforçou o desenvolvimento de nosso projeto, incentivando os alunos a terem atitude mais consciente diante do lixo, mostrando que é possível reutilizar e contribuir para a preservação do meio ambiente.

c) Integrando o tema, nas aulas de Química foi produzido “sabão caseiro”. O professor

organizou a pesquisa e, após explicações em sala de aula, os alunos trouxeram o material necessário para a produção do sabão, utilizando o óleo de cozinha que também foi armazenado por eles, e observando a reação desse produto. Sobre o assunto, uma reportagem (vide anexo C), destaca a importância da reutilização do óleo de cozinha e apresenta duas receitas de sabão feitas a partir da reutilização do óleo de cozinha.

d) Resultados obtidos e esperados – Para a construção de uma estrutura com área

adequada, durante todo o processo de construção do Horto Suspenso nas dependências da Escola, realizaram-se as metragens necessárias em conjunto com os alunos. Dentre essas metragens estão: área total do terreno, área reservada ao horto, área das mesas de suporte, altura adequada, área e espaçamento adequado (entre pés e canteiros) ao bom desenvolvimento de cada planta, quantidade de sementes, tamanho dos canteiros, quantidade de canteiros a partir da área das mesas, quantidade de plantas por canteiro a partir do tamanho dos mesmos e espaçamento necessário entre as plantas. Por meio da realização destes cálculos, foram abordados os conteúdos de área do quadrado, do retângulo, do cilindro, do triângulo e da pirâmide, além das propriedades dos sólidos geométricos, como diferenças entre o quadrado e o cubo, entre o triângulo e a pirâmide. Após as metragens, deu-se início ao plantio das mudas conforme as medidas apropriadas.

Posteriormente ao plantio, será desenvolvido um trabalho de metragem semanal de um exemplar de cada muda com registro em “Diário de Crescimento” e, após alguns meses de observação, por meio da modelagem matemática, serão construídas as funções que representam o crescimento das plantas observadas, podendo ser feitas previsões futuras e exploração das propriedades das funções. Algumas plantas apresentam em seus estágios de crescimento os números de Fibonacci; assim, a presença ou não desta sequência em nossos exemplares também será observada. 4. Considerações finais

Trabalhar em equipe é um grande desafio, principalmente quando envolve jovens

universitários de diferentes áreas e alunos do Ensino Médio num tema que é bastante atual e também bastante amplo – a preservação ambiental. Cada etapa é um desafio, porém estar num ambiente escolar e enfrentar cada obstáculo é fundamental para que se dê mais valor ao ambiente no qual se está inserido.

Com a finalidade de mostrar aos alunos a importância de cuidar da natureza, buscando trabalhar de forma integrada, contando com o apoio da equipe técnica da Escola, com as entidades Horto Florestal e a Horta Modelo, surgiu a ideia da criação de trabalhar com plantio de mudas de plantas nativas, no princípio, esbarramos no espaço, sendo que o lugar cedido para tal empreendimento não era adequado, assim optamos na construção de um horto

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suspenso, onde serão desenvolvidos o cultivo de sementes e mudas de plantas nativas, assim como de algumas hortaliças.

Trabalhando no cuidado com as mudas, na coleta de materiais reaproveitáveis e também na confecção de uma composteira, todos deverão conscientizar-se sobre a importância de separar o lixo para adubar as plantas.

O projeto “Espalhando Raízes – Restabelecendo o Equilíbrio Ambiental” encontra-se no estágio inicial e, por estar relacionado à educação ambiental, seus resultados serão observados a longo prazo; entretanto, já é possível perceber a empolgação dos alunos e a importância desse projeto para suas famílias, visto que todos têm consciência de que precisam fazer algo pela natureza.

Ressalta-se, ainda, o valor da interdisciplinaridade, já que, durante todo o projeto, estiveram envolvidos os conteúdos de Biologia, Matemática e Língua Portuguesa, comprovando que a integração é possível; a integração das áreas de conhecimentos tornou a aprendizagem motivadora para professores e alunos e proporcionou o conhecimento a partir de preocupações que afetam a própria comunidade, tornando a aprendizagem mais significativa e interessante.

Espalhando raízes, a Escola de Educação Básica João XXIII faz a sua parte, enquanto incentiva a comunidade a participar também.

Espalhar raízes não é apenas plantar, cuidar e distribuir mudas. Espalhar raízes é disseminar a consciência ambiental, o reaproveitamento de materiais,

os cuidados com o meio ambiente, com o planeta, nossa casa. Espalhar raízes é mostrar que a luta pela sustentabilidade é muito importante. É

preciso a mudança de certos hábitos pessoais. É imprescindível mostrar que pequenos gestos podem produzir grandes resultados. Sabe-se que para a sociedade se tornar sustentável faz-se necessária a mudança de atitudes do individual para o coletivo. Os exemplos multiplicam-se.

Assim, os objetivos serão atingidos buscando restabelecer o equilíbrio ambiental e contribuindo para a sustentabilidade. Referências

ALMEIDA, Eduardo. Saídas de campo. 2010. Disponível em: <http://profeduardodealmeida.blogspot.com/2010/08/saidas-de-campo.html>. Acesso em: 05 abr. 2011. AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna. São Paulo: Ed. Moderna, 2004. AMARAL , L. M. B. ; BARRETO, M. I. P. Educação ambiental – um relato de experiência: horto educativo conhecendo a flora regional. Mundo da Saúde, São Paulo, p. 611-613, out./dez. 2006. Disponível em: <http://www.saocamilosp.br/pdf/mundo_saude/41/11_educacao_ambiental.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2011. BEGIN, Marcos A. Programa “De Óleo no Futuro” visa à preservação e a educação ambiental em Santa Catarina. Disponível em: <http://www.sds.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=341&Itemid=1c=>. Acesso em: 05 abr. 2011. BRASIL. Currículo nacional do ensino básico: competências essenciais. Ministério da Educação. Departamento da Educação Básica. Disponível em: <http://www.dgidc.minedu. pt/recursos/Lists/Repositrio%20Recursos2/Attachments/84/Curriculo_Nacional.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2011. _____________ . Parâmetros curriculares nacionais. Ensino Médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 21 mai. 2011.

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Compostagem. In: Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Compostagem>. Acesso em: 05 abr. 2011. DELFORGE, D. Y. M.; FERREIRA, I.; SILVA, C. G. R.; PARIS, E. A. G.; MARCELO, A. L.; NOVAES, R. H. Sinterização de uma mistura de cavaco de aço inoxidável com pó do mesmo material. Uma nova tecnologia para a reciclagem de Metais? Revista Escola de Minas, Ouro Preto, v. 60, n. 1., jan./mar. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0370-44672007000100015&script=sci_arttext>. Acesso em: 05 abr. 2011. PET. Disponível em <http://abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=18>. Acesso em: 09 mai. 2011. SOUZA, F. Receitas para fazer sabão com óleo de cozinha. Disponível em: <http://nutricy.com/receitas-para-fazer-sabao-com-oleo-de-cozinha/>. Acesso em: 11 mai. 2011. Anexo A – Teste Consumidor Consciente

O consumidor consciente Um único indivíduo pode contribuir expressivamente para a sustentabilidade do planeta. Basta cada um analisar seus hábitos de consumo. Os exemplos multiplicam-se. Dessa maneira, com o crescimento do número de consumidores conscientes, de suas redes de informações, meios de comunicação e internet, será possível criar uma cultura da sustentabilidade do planeta, cujas atitudes devem contribuir para um mundo com três qualidades: ser economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justo. TESTE DO CONSUMIDOR CONSCIENTE Responda as perguntas e descubra que tipo de consumidor você é: 1) Na minha casa, costumamos ler atentamente os rótulos antes de decidir uma compra (observar consumo de energia dos aparelhos). a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 2) Procuramos tomar banhos rápidos (pois reduz o consumo de água e energia elétrica) a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 3) Costumamos armazenar o óleo das frituras em garrafas (para doá-los a instituições que fazem sabão com ele) a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 4) Evitamos deixar lâmpadas acessas em ambientes desocupados. a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 5) Ao fazer compras, levamos nossa própria sacola (evitando as sacolas plásticas) a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 6) Costumo fechar a torneira enquanto escovo os dentes. a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 7) Costumamos depositar as pilhas usadas nos locais de recebimento (geralmente nos supermercados): a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca 8) Procuro utilizar as folhas de caderno para as atividades (sem desperdício) a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca

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9) Em minha casa, separamos o lixo para reciclagem ou, mesmo não havendo a coleta seletiva, procuro encaminhar para a reciclagem tudo o que for possível. a) sempre b) às vezes c) raramente/nunca Resultado: Veja quantas vezes você respondeu a opção A. • De 8 a 10: Consumidor consciente: Parabéns! Você faz parte do grupo de 6% dos consumidores que já agem considerando que as conseqüências de seus atos de consumo afetam toda a coletividade e as futuras gerações. • De 5 a 7: Consumidor comprometido: Muito bem! Você já percebeu que o consumo consciente não é só uma maneira de economizar recursos. Como você, pensam 37% dos consumidores, mas isso não é o suficiente. Lembre-se de que todos os nossos atos de consumo impactam nossa vida, o meio ambiente e as gerações futuras. • De 2 a 4: Consumidor iniciante: Você age como 54% dos consumidores que praticam o consumo consciente ainda pensando apenas nas soluções para evitar desperdícios. • De 0 a 1: Consumidor indiferente: Reflita sobre cada uma de suas respostas, imagine o mundo que você vai deixar para seus descendentes. Somente 3% agem como você. Na hora de consumir, você não leva em conta sequer os aspectos de economia e desperdício para o seu próprio bolso. Para responder: 1) Fazer uma lista de tudo o que você consome em um dia, uma semana etc. 2) Os hábitos de consumo têm impacto no meio ambiente, na sociedade e na economia? 3) Existe relação entre o consumo individual e a geração de lixo diário? 4) Você participa dos projetos ambientais desenvolvidos na escola? Reciclagem (de embalagens e garrafas plásticas, metais, papéis) De óleo no futuro (armazenagem de óleo de cozinha usado) 5) Na sua casa, costumam separar o lixo para reciclagem ou, mesmo não havendo a coleta seletiva, procuram encaminhar para a reciclagem tudo o que for possível?

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Anexo B – Obras de arte do artista plástico Vik Muniz

Figura x: Obra feita de lixo reciclado Fonte: Universidade Planetária do Futuro

Figura x: Obra de arte com lixo reciclado Fonte: Universidade Planetária do Futuro

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Figura x: Obra Casal Se Beijando, feita a partir de lixo, para a abertura da novela Passione Fonte: http://artemais.wordpress.com/2010/05/24/obra-de-vik-muniz-na-abertura-da-novela-passione/

Figura x: Autorretrato de Vik Muniz, criado com comida e lixo Fonte: http://bethccruz.blogspot.com/2009/04/as-obras-de-vik-muniz.html

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Anexo C – Reportagem: Receitas para fazer sabão com óleo de cozinha

Depois de usado, o óleo de cozinha pode ter dois destinos: dar uma enorme dor de cabeça e prejuízo para o seu bolso e para o meio ambiente ou se transformar em economia e, eventualmente, em receita extra. O primeiro caso ocorre quando você simplesmente descarta o óleo doméstico nos ralos e vasos sanitários. O acúmulo de gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos nas redes de coleta. No segundo caso está transformar esse mesmo óleo em sabão, por exemplo. O sabão pode ser feito em casa mesmo ou enviado a empresas que o transformam em produto de limpeza ou biodiesel. Segundo a nutricionista Daysiellen Cabral, coordenadora do refeitório da Associação Paulista Sul da Escola Adventista, em São Paulo, fazer sabão em casa é como cozinhar. Com a prática, seguindo a mesma receita, o sabão vai ficando melhor. A proporção pode ser mantida para fazer mais ou menos sabão, de acordo com a quantidade de óleo usado disponível. Quanto mais o sabão curtir, melhor ele fica. É recomendado usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura, pois a soda cáustica pode causar queimaduras na pele. Confira as receitas: Receita 1: - 5 litros de óleo de cozinha usado; - 2 litros de água; - 200 mililitros de amaciante; - 1 quilo de soda cáustica em escama. Colocar, com cuidado, a soda em escamas no fundo de um balde. Em seguida, adicionar a água fervendo e mexer até diluir a soda. Acrescentar o óleo e mexer. Misturar bem o amaciante. Jogar a mistura numa fôrma e cortar as barras de sabão somente no dia seguinte. Receita 2: com aroma - 4 litros de óleo comestível usado; - 2 litros de água; - ½ copo de sabão em pó; - 1 kg de soda cáustica; - 5 ml de óleo aromático de erva-doce ou outro a gosto. Esquentar a água. Separar meio litro e dissolver o sabão em pó nele. Dissolver a soda cáustica nos litro e meio de água restante. Adicionar lentamente as duas soluções ao óleo e mexer durante 20 minutos. Adicionar a essência mexendo bem, e despejar nas fôrmas escolhidas. Desenformar apenas no dia seguinte. “O ideal é colocar esse óleo que não será mais usado em uma garrafa pet, aquelas de refrigerante, e encaminhar para a reciclagem. Atualmente, ONGs e empresas desenvolvem projetos de reutilização do óleo de cozinha, o que é bom para a economia e para a saúde do nosso planeta”, afirma Daysiellen. Quem quiser produzir sabão em quantidades maiores pode fazer parcerias com pastelarias e barracas de pastel da feira, para colher o óleo que normalmente é jogado fora e doar para que seja transformado em sabão de boa qualidade. Todos os créditos das receitas para nutricionista Daysiellen Cabral de Magalhães Autor: Fagner Souza