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5 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO

Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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Page 1: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO

Page 2: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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ZONEAMENTO ECONÔMICO, AMBIENTAL, SOCIAL E CULTURAL DE RIO

BRANCO-ZEAS

MARCOS INÁCIO FERNANDES

(CONSULTOR)

TEMA: INDICADORES POLÍTICOS DE RIO BRANCO

(Artigo Técnico)

RIO BRANCO

JANEIRO - 2010

Page 3: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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1 APRESENTAÇÃO

O Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco – ZEAS, que

está sendo elaborado pelo poder público municipal, se pauta pelos princípios da participação,

equidade, sustentabilidade, visão holística e sistêmica, que possibilite estabelecer as relações

de interação e interdependência entre os eixos físico-biótico, sócio-econômico e cultural-

político. É um desafio inovador e extraordinário.

Grande parte desse desafio está centrado no eixo cultural e político onde se pretende

desenvolver uma metodologia participativa para se construir indicadores políticos capazes de

aferir o nível de cidadania e participação, informação e cultura política dos cidadãos de Rio

Branco.

Como tratar um tema dessa envergadura cuja natureza é carregada de subjetividades,

emoções, paixões e preconceitos? Como transitar e estabelecer um diálogo entre a Ciência

Política, o bom senso pragmático e o senso comum? Como medir e estabelecer os graus e

variações entre os níveis que separam a consciência ingênua da consciência crítica e

organizativa dos munícipes de Rio Branco? Quais os parâmetros para se caracterizar o

cidadão “apático e inocente”, que desconhece seus direitos; o “acomodado”, que espera,

passivamente, seus direitos; a “vítima”, que só sabe se queixar, mas não sabe agir; o “chato”,

que cobra seus direitos, mas, de forma errada e o “cidadão consciente”, que conhece os seus

direitos e deveres e tem compromisso com a cidade? Eis algumas questões desafiadoras para a

elaboração dos indicadores políticos de Rio Branco.

Ademais, não se dispõe de uma bibliografia de apoio, que possa fornecer alguma luz

na construção do trabalho.

Ressalte-se ainda, a dimensão tempo-espacial, que conforma o universo da pesquisa

a ser empreendida. Rio Branco, na sua área urbana, comporta 170 (cento e setenta) bairros

distribuídos em 7 (sete) regiões administrativas e mais 2 (duas) Regionais Rurais com mais de

70 comunidades.

São 177 (cento e setenta e sete) Associações de Moradores, 22 (vinte e dois)

Conselhos ligados a Prefeitura Municipal, dezenas de Partidos Políticos,

Federações/Associações de categorias profissionais, Sindicatos de classe, Cooperativas,

Organizações não Governamentais, Clubes de Serviços, entidades filantrópicas, etc.

Page 4: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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O primeiro passo é identificar e mapear toda essa malha que configura a sociedade

civil organizada, suas conexões, as relações internas de poder, suas relações com o poder

público municipal e outros setores da sociedade.

Na seqüência, o segundo passo, será estabelecido um diálogo com os agentes

públicos municipais que se relacionam mais diretamente com essas organizações.

O terceiro passo é entrevistar e aplicar questionários, por amostragem, junto a essas

entidades envolvendo as lideranças dirigentes e associados. A partir da sistematização e

análise das informações, proceder-se-á a construção dos indicadores políticos.

Um tema essencial do trabalho é a análise político-eleitoral de Rio Branco. O

horizonte temporal da pesquisa será de 20 (vinte) anos (1988-2008). Período que compreende

a promulgação da Constituição Federal, em vigor, a chamada “Constituição Cidadã”, como

foi batizada pelo Presidente do Congresso Constituinte, Ulisses Guimarães, até a recente

eleição municipal de 2008. Nesse período ocorreram 11(onze) processos eleitorais, sendo 6

(seis) municipais e 5 (cinco) estaduais.

Para subsidiar as análises serão definidas, conceitualmente, as categorias político-

sociológicas através de um glossário das principais termos políticos utilizados no trabalho.

A abordagem teórica histórico-crítica e os princípios da metodologia participativa

como prevê o ZEAS serão os balizadores do trabalho.

1.2 JUSTIFICATIVA

“Um tijolo na cidade, outro na cidadania.”

Desde que os gregos “inventaram” a política, a democracia e a cidadania,

inaugurando o processo civilizatório da humanidade, que os referidos temas estão em debate e

em permanente construção.

A política permeia todos os poros do tecido social e, como tal, diz respeito tanto aos

agentes públicos com mandatos eletivos, como ao cidadão comum, mesmo àqueles, que

dizem “não gostar de política”.

Essa aversão popular à política está assentada no senso comum, na desinformação e

faz parte de um sofisticado processo de dominação ideológica. É conveniente para as elites

dominantes manter a massa acomodada, o povo apático e o simples cidadão alienado e

afastado dos processos de decisão que, para uma imensa maioria, se restringe ao ato de votar

delegando para alguém a sua representação.

Page 5: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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A Prefeitura Municipal de Rio Branco, que vem imprimindo uma gestão popular e

democrática, é muito feliz quando aborda no Zoneamento da cidade um eixo para tratar da

sustentabilidade política.

Como se sabe, sem sustentabilidade política não há desenvolvimento, pois não há a

promoção integral das pessoas (desenvolvimento humano), de todas as pessoas

(desenvolvimento social) e das pessoas que ainda estão por vir (desenvolvimento sustentável).

A sustentabilidade política diz respeito a ampliação da liberdade e da democracia.

De uma relação, menos tensionada, entre governantes e governados; do poder exercido com

moderação e compartilhamento; de uma cidadania ativa exercida com compromisso social e

com a compreensão clara de que, os direitos também implicam em deveres.

Portanto, cabe ao gestor público municipal cuidar, não apenas da cidade, do ambiente

físico, das obras urbanísticas, etc., mas, fundamentalmente, cuidar do cidadão, do morador da

cidade e este, por sua vez, devia se comportar como o cidadão da polis Ateniense, cuja

constituição previa “que nenhum cidadão podia se omitir sobre os assuntos da cidade,” -

a tão sonhada - cidadania ativa, participante.

A prefeitura assenta “um tijolo na cidadania,” quando contempla no seu Zoneamento,

esse tema da cultura política procurando identificar a intricada teia das organizações sociais

da cidade (seu capital social) e de como atua o cidadão nessas entidades (capital humano),

procurando construir indicadores políticos para se medir a politização, a participação,

organização e o nível de cidadania que pode ser conferido ao município de Rio Branco.

1.3 OBJETIVOS

a) Estabelecer mecanismos metodológicos, de caráter participativo, para a

construção dos “Indicadores Políticos” da cidade de Rio Branco;

b) Elaborar indicadores referentes a participação, organização e cidadania para

aferir o nível de cultura e engajamento político dos munícipes de rio Branco;

c) Mapear a rede das entidades que conformam a malha das organizações da

sociedade civil de Rio Branco.

d) Formular e dimensionar indicadores da legitimidade do poder municipal

(Prefeitura e Câmara de Vereadores).

Page 6: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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1.4 METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada na consecução do trabalho será de caráter participativo,

buscando o permanente diálogo com os agentes públicos e demais atores sociais envolvidos.

Envidar-se-á esforços buscando compartilhar conhecimentos e trocas de informações

para subsidiar a construção doa indicadores. O tratamento das informações e sistematização

do documento se apoiou na teoria histórica - crítica e no método dialético de análise.

1.5 PASSOS A SEREM PERCORRIDOS

a) Compilação da bibliografia de apoio (Revisão bibliográfica);

b) Levantamento dos dados e informações secundárias para o mapeamento das

entidades da sociedade civil organizada;

c) Visita técnica as instituições para as sondagens preliminares;

d) Elaboração de questionários e roteiros de entrevistas semi-estruturadas;

e) Entrevistas com lideranças políticas, civis e sindicais sobre a história do

Projeto da FPA e a construção do seu poder;

f) Aplicação, por amostragem, dos questionários e entrevistas;

g) Tratamento e sistematização das informações;

h) Elaboração de relatórios parciais das atividades programadas;

i) Redação do artigo síntese do trabalho para o ZEAS.

2 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Conforme esboçado na metodologia iniciamos o trabalho procurando identificar a

teia das entidades da sociedade civil de Rio Branco.

Conseguimos listar 530 entidades, conforme quadro abaixo, salientando de antemão

que essa foi uma primeira aproximação para identificar a referida rede de organizações que,

com certeza, está incompleta, mas, não deixa de ser um número bastante expressivo.

Page 7: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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QUADRO 1: REDE DAS ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA DE

RIO BRANCO.

(LEVANTAMENTO PRELIMINAR)

ENTIDADES QTDE.

(Nº)

OBSERVAÇÕES

Partidos Políticos 24 14 com registro atualizado no TRE/AC

Federações 06 Da Indústria, Comércio, Agricultura,etc.

Centrais Sindicais 03 CUT, Força Sindical e FBTT

Cooperativas: 59

Crédito Mútuo 06

Transporte 05

Saúde 03

Agropecuária 10

Trabalho 23

Produção 09

Turismo e lazer 02

Habitação 01

Conselhos Profissionais 06 OAB, CREA, CRM, CRMV, C etc.

Conselhos temáticos- PMRB 22

ONGs/OSCIPS 39

Sindicatos 58

Associações (grande porte) 06 ACISA, AMAC, AABB, ASMAC,

UMAMRB Ass. de Bairros 177

Ass. Rurais 76

Ass. Beneficentes e filantrópicas 14 APAE, Lar dos Vicentinos, MORHAN,

etc. Ass. Esportivas e de lazer 30

Clubes de Serviço 02 Lyons e Rotary

Clubes Maçônicos 02

Entidades Estudantis 02 DCE/Centros Acadêmicos e CEA

Fundações 06

TOTAL 530 Amostra de 10% (52 questionários)

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

Page 8: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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Feita a listagem preliminar dessas entidades, estabelecemos em 10% o tamanho da

amostra para aplicarmos três questionários, (formulários anexos), no sentido de conhecermos

melhor como funcionam essa entidades.

No primeiro, procuramos identificar o perfil institucional das entidades, procurando

conhecer sua estrutura organizacional, sua documentação, suas condições operacionais e suas

relações com o poder público municipal e estadual.

No 2º questionário procuramos sondar o perfil político-ideológico das lideranças que

dirigem as referidas entidades. Procurou-se saber sua preferência partidária, suas pretensões

eleitorais para cargos eletivos, sua ideologia política, suas opiniões sobre a Reforma Política e

suas referências em relação às personalidades históricas e personalidades políticas nos

âmbitos mundial, nacional e regional/local.

Procuramos saber ainda sobre o conceito que as lideranças têm das demais

instituições da sociedade civil brasileira e suas opiniões sobre virtude, deformação política e

sonho de sociedade.

Ainda no 2º questionário, aplicou-se um teste de opinião para sondar onde as

lideranças se situam no campo das liberdades individuais e da relação entre o Estado e a

Economia, a partir de 20 perguntas elaboradas pelo sociólogo Alberto Almeida, que ele

denominou de “politicômetro.”

Esse instrumento de sondagem torna-se interessante porque permite fazer o

cotejamento entre o que as lideranças admitem que é, no campo político-ideológico, e o que

realmente são, quando respondem com sinceridade as questões formuladas.

O terceiro questionário foi destinado, especìficamente, aos partidos políticos que

funcionam em Rio Branco.

Procurou-se conhecer suas estruturas com número de diretórios, número de filiados,

parlamentares, cargos executivos, etc. seu funcionamento orgânico, sua inserção nos

parlamentos e na sociedade e a posição do partido quanto as principais questões da reforma

Política.

É necessário registrar, que tivemos muitas dificuldades para aplicar os questionários.

Mesmo dispondo de duas bolsistas, em meio expediente, e contando com o apoio de veículo

da Prefeitura e ajuda do setor que articula o trabalho nas regionais da cidade, extrapolamos o

tempo previsto para desenvolver essa atividade.

Descompasso entre a agenda doas lideranças e da nossa equipe, que não permitia

aplicar os questionários diretamente quando das nossas visitas as entidades.

Page 9: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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Quando se deixava o questionário para posterior recebimento, não era respondido no

prazo combinado e, até não respondido, o que nos obrigava a sortear outra entidade.

O fato é que recebemos o último questionário no dia 21 de setembro o que protelou,

por sua vez, a tabulação e tratamento dos dados e suas análises. Anote-se, ademais, que três

instituições de peso social recusaram-se a responder o 2º questionário sobre o perfil das

lideranças (a Federação da Agricultura e Pecuária e duas ONGs, a SOS Amazônia e o

Conselho Indigenista Missionário – CIMI).

A primeira achou as questões banais, o CIMI considerou as questões muito

subjetivas e a SOS Amazônia, simplesmente, deixou em branco sem explicar os motivos.

QUADRO 2: TIPOLOGIAS DAS ENTIDADES PESQUISADA

ENTIDADES PESQUISADAS QTDE.(Nº) (%)

Associações de Bairros / Moradores 18 34,7

Associações de Produtores Rurais 06 11,5

Federações, Conselhos e grandes Entidades 08 15,4

Cooperativas 06 11,5

Organizações Não Governamentais - ONGs 08 15,4

Sindicatos e Centrais Sindicais 06 11,5

TOTAL 52 100,00

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

3 A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA DE RIO BRANCO

3.1 CLAREANDO OS CONCEITOS

3.1.1 Sociedade

Segundo o Aurélio, “a sociedade é um ente que se rege por leis comuns, parcerias,

associação, agremiação, freqüência habitual de pessoas, contrato consensual em que duas ou

mais pessoas se obrigam a conjugar esforços.”

A sociedade pressupõe organização, não existe sociedade “desorganizada”, pois os

homens e mulheres só sobrevivem em sociedade e esta, por sua vez, só existe se organizada.

3.1.2 Sociedade Civil

Page 10: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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A sociedade civil “é a representação de vários níveis de como os interesses e os

valores da cidadania se organizam em cada sociedade para encaminhamento de suas

demandas e em prol de políticas públicas, protestos sociais, manifestações simbólicas e

pressões políticas.” (BOBBIO, 1987).

A sociedade civil, portanto, é a base de todas as relações, econômicas, culturais,

sociais e político-ideológicas, de onde emanam os conflitos que demandam soluções políticas.

Couffignal define sociedade civil como “toda forma de organização espontânea ou

institucional, duradoura ou não, cuja finalidade é a expressar-se, em determinado momento,

sobre a cena política.” (COUFFIGNAL, 2000).

Para Marx, a sociedade civil representa a estrutura a base, “o teatro de toda a história

sobre a qual se ergue uma superestrutura política e jurídica.”(MARX, Karl. Critica da

Economia Política, in Bobbio, Norberto. O Conceito de sociedade Civil.)

Na concepção de “Estado Ampliado” concebido por Gramsci, o teórico italiano

desenvolve o argumento que a “sociedade civil e a sociedade política constituem o Estado

(hegemonia revestida de coerção).

É necessário, portanto, construir a hegemonia na sociedade civil para se chegar ao

poder de Estado (direção e dominação da sociedade (GRAMSCI, 1991).

3.1.3 Sociedade Civil Organizada

É uma parte da sociedade civil que se organiza na luta por maior inserção na

atividade política na procura de soluções para os conflitos sociais.

“A legitimidade da sociedade civil organizada advém da insuficiência das ações

estatais e de mercado para resolver necessidades humanas. A isto se junta outra variável que

vem legitimando e impulsionando a crescente organização social, que é o descrédito no papel

do legislativo, a crise de representação política, onde se destacam dois fatores: a excessiva

fragmentação dos interesses sociais e a perda de centralidade do circuito Governo-Parlamento

como itinerário de decisões políticas.” (CAMPILONGO, 1988).

Apesar da expressão ser de uso consagrado na literatura político-sociológica ela não

deixa de receber críticas. Algumas, mais amenas, diz-se tratar-se de um pleonasmo, pois não

existe “sociedade desorganizada” sendo, portanto, uma redundância.

Outros, mais cáusticos diz que a expressão denota uma discriminação, um modismo,

porque não trata e não comporta “os militares”e “os eclesiásticos”, por exemplo.

Page 11: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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3.1.4 A Malha da Sociedade Civil de Rio Branco

Rio Branco comporta mais de 500 entidades, no seu espaço rural-urbano. São

partidos políticos, sindicatos e centrais sindicais, organizações do terceiro setor (ONGs e

OSCIPs), Cooperativas de diversas naturezas, associações recreativas, de lazer e beneficentes,

fundações, federações de classe, conselhos profissionais de várias categorias, associações de

bairros e de produtores rurais, entre outras.

É uma rede complexa e, ainda incompleta, que permeiam as relações sociais e de

poder na nossa cidade.

Neste trabalho, temos a pretensão de fazermos, numa primeira aproximação, como

essas entidades estão estruturadas e a visão de suas lideranças sobre algumas questões da vida

social e política.

Passamos, dessa forma, a apresentar os dados da pesquisa efetuada junto a essas

entidades.

4 ESTRUTURA DAS ENTIDADES

Um pouco mais da metade das organizações ainda não dispõe de endereço

eletrônico e 71,2% não estão conectadas com a tecnologia moderna de comunicação para

estabelecer um diálogo mais rápido, em tempo real, com a sociedade.

Ressalte-se que 44,2% das organizações, dispõem de Computador, algumas com

mais de 10 unidades desse equipamento.

Entre as 52 entidades entrevistadas, 22 responderam não dispor de nenhum

equipamento (42,3%) foram, bàsicamente, as associações de moradores e a dos produtores

rurais.

4.1 BASE SOCIAL

O somatório de associados / filiados das 52 entidades pesquisadas atingiu 45.836

pessoas, uma média de 881 pessoas por entidade.

Page 12: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

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As organizações que apresentam uma base social mais ampla são as Federações,

Centrais Sindicais com seus sindicatos filiados e as Cooperativas de serviços.

As Associações de produtores rurais e algumas Associações de bairros são as que

apresentam o menor número de sócios.

4.1.2 Orçamento

Quase 50% das entidades não têm orçamento e 3,8% registram um orçamento de

menos de mil reais. Trata-se da realidade das associações de bairros e de produtores rurais,

onde a maioria dos associados está inadimplente com a associação, em que pese ser quase

simbólica, a mensalidade cobrada que é de três reais por mês.

A quitação da mensalidade ocorre, geralmente, quando se aproxima as eleições das

entidades e há disputa de chapas. Nessas ocasiões, os concorrentes, procuram

“patrocinadores” para que os moradores se habilitem a votar.

Entre as médias entidades, com orçamento entre 50 (cinqüenta) a 500 (quinhentos)

mil reais, estão apenas 4 que representa 7,7% da sociedade civil, enquanto as grandes, com

mai de 500 mil reais de orçamento anual, representam 15% do universo pesquisado.

Quase metade das entidades dispõe de um corpo de funcionários (48%). A divisão é

equilibrada entre os de nível superior (44%) e os de nível médio (42%).

Chama atenção a pouca participação de funcionários de escolaridade elementar,

apenas de 9%, bem como, de bolsistas que somam uma dezena.

4.1.3 Instalações Físicas

O funcionamento das entidades em sede própria é a variável mais expressiva em

termos de infra-estrutura. Das entidades pesquisadas, 42% funcionam em instalações próprias.

As associações de moradores e produtores rurais, na sua grande maioria, funcionam

em local cedido ou na própria casa dos seus presidentes e representam 34,7% do total.

4.1.4 Patrimônio

Entre as entidades da amostra, apenas 3 (três) delas dispõe, no seu patrimônio, de

sede campestre com os equipamentos de lazer, campo de futebol, quadra de vôlei. Salão de

jogos, etc. Apenas 1(uma) entidade informou dispor de piscina.

Page 13: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

17

Um número que chama atenção, de forma positiva, é que 23% das entidades

informaram possuir biblioteca e 40% contam com sala de reunião.

Cinco entidades, representando 9,6% do total, contam com refeitório o que dá uma

idéia de seu tamanho e importância. 19% das entidades não desfrutam de nenhum

equipamento social e de lazer.

4.1.5 Outros Equipamentos

Destaca-se o fato de quase a metade das entidades não dispor de nenhum tipo de

equipamento (42%). Apenas 3 (6%) têm TV por assinatura e 2 (4%) contam com

equipamentos de filmar e fotografar.

O equipamento de trabalho mais comum é o computador, onde 23 (42%) entidades

responderam possuir, algumas com mais de 10 unidades. Em relação a veículos, 16 entidades

possuem automóveis e apenas uma dispõe de uma moto.

5 FUNCIONAMENTO INTERNO DAS ENTIDADES

5.1 ESCOLHA DOS DIRIGENTES

As grandes maiorias das entidades escolhem seus dirigentes através do voto secreto

(71,3%), cumprindo as disposições estatutárias de expedição de edital convocando a eleição,

formação de chapas, quitação dos sócios, etc.

A coordenação do processo eleitoral das Associações de Moradores é feita pela

União Municipal das Associações dos Moradores de Rio Branco – UMAMRB.

A Associação deve estar com a sua contribuição em dia com a UMAMRB e os

sócios, por sua vez, devem estar adimplentes com a sua Associação para ter direito a

participar do processo eleitoral.

Muitas Associações estabelecem períodos de residência no bairro para poder disputar

a direção da entidade. Algumas estabelecem um tempo mínimo de 6 meses, outras de 1 ano e

outras, mais exigentes,de 2 anos.

Merece um destaque, para um dispositivo que algumas Associações exigem para o

registro de chapas, que é a expedição pela Secretária de Segurança, de uma “Certidão de Bons

Antecedentes”.

Candidatos com “ficha suja na polícia” não podem concorrer. Quando não existe

disputa de chapas, a eleição é com chapa única, 19% admitem a eleição por aclamação.

Page 14: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

18

Apenas uma entidade, a Junta Comercial, tem seus dirigentes escolhidos por

nomeação.

5.1.2 Duração e Recondução do Mandato

Com relação à duração do mandato, o período predominante é de 2 anos em 46,2%

das entidades. Ressalte-se, entretanto, que mandatos de 3 e 4 anos também aparecem com

números expressivos de 28,8% e 19,2%, respectivamente.

São 25 entidades, quase 50% do total, com mandato superior a 2 anos, os quais se

multiplicam em face do mecanismo de recondução que é muito flexível, como veremos a

seguir.

Apenas 7 entidades (13,5%), limitam a recondução do mandato por 1 vez. Chama

atenção o fato de 38,4%, por omissão dos Estatutos, ou mesmo por conveniência, não

estabelecerem limites para a reeleição.

Tal mecanismo enseja a “perpetuação” dos Presidentes nas Associações de

Moradores e de Produtores Rurais, nos cargos. Não raro, vê-se presidentes, que estão há mais

de 10 anos nos cargos, tornando-se quase “proprietários” das entidades.

Fato que ilustra bem esse processo é o da Ordem dos Advogados do Brasil –

OAB/AC, que ficou na mão de um único presidente por 36 anos consecutivos, de 1970 a

2006.

Uma marca digna do livro dos recordes. Essa possibilidade de concorrer “ad infinito”

traz como conseqüência, nefasta, por sinal, uma estagnação no processo de renovação de

lideranças e da salutar alternância no poder, que é um dos pressupostos da democracia.

Das 52 entidades pesquisadas, 11 (21,2%) permitem a recondução por 2 vezes; 3

(5,8%), por 3 (três) vezes e 1 (2%) por 4 vezes. Um número, que consideramos expressivo, de

10 entidades (19%) não responderam essa questão.

5.1.3 Parcerias

Um número expressivo de 23 entidades (44%) mantém algum tipo de

convênio/parceria com o poder público local. Desse total, 43,5% relaciona-se com a Prefeitura

Page 15: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

19

de Rio Branco e 30,4% com o Governo do Estado e 2 entidades (8,7%) estabelece

parceria/convênio com ambos entes públicos.

Os números expressam um bom nível de relacionamento da sociedade civil

organizada com os poderes públicos constituídos, que se confirmam nas respostas das tabelas

(Anexas).

Na primeira, mais de 70% das entidades consideram que a relação com a Prefeitura é

“boa ou muito boa”, 21% consideram “regular” e apenas uma entidade (2%) do total,

respondeu ser “insatisfatória.”

Já a relação com o Governo do Estado, ficou um pouco abaixo do concedido à

Prefeitura, mas não deixa de ser um número expressivo. 67% dos entrevistados consideram a

relação com o governo como “boa e muito boa”; 27% como regular e não se registrou

nenhuma resposta que considerasse a relação como “insatisfatória”.

6 PERFIL POLÍTICO-IDEOLÓGICO DAS LIDERANÇAS

Um número expressivo de lideranças (61%) são filiados aos partidos políticos, o que

demonstra um bom nível de maturidade política e de cidadania, considerando que os partidos

e a disputa político-eleitoral é o desaguadouro natural de quem atua nos movimentos sociais.

Em relação à preferência partidária, o destaque vai para o Partido dos Trabalhadores

que aglutina quase 60% das lideranças.

O PT, portanto, se apresenta como o partido de maior inserção social na sociedade de

Rio Branco. Na seqüencia vem dois partidos de esquerda, o Partido Comunista do Brasil – PC

do B e o Partido Socialista Brasileiro – PSB, com uma participação próxima aos 10% cada

um. É interessante ressaltar que 9 agremiações partidárias foram citadas, cerca de 1/3 dos

partidos que atuam em Rio Branco.

Destaca-se também, pela ausência, dois grandes partidos nacionais que não foram

citados, - PMDB e PSDB, o que, certamente, indica que essas agremiações, em Rio Branco,

estão pouco inseridas nos movimentos comunitários.

Embora se registre um número expressivo de lideranças filiadas aos partidos

políticos (62%), apenas 17% já concorreram a algum cargo eletivo.

A postulação a uma vaga de vereador na Câmara Municipal de Rio Branco, aparece

com 56% da preferência e para a Assembléia Estadual, 33%. Apenas uma liderança postulou

o cargo de Prefeito.

Page 16: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

20

Trata-se do Prefeito, reeleito, Raimundo Angelim, que concedeu entrevista como

presidente da Associação dos Municípios do Acre – AMAC.

A grande maioria, 81% das lideranças, jamais enfrentaram o veredicto das urnas e

69% delas não pretendem concorrer a cargos no futuro.

Apenas 29% das lideranças almejam disputar algum cargo eletivo, sendo que 60%,

não tem opinião formada a que cargo irão concorrer.

6.1 POSIÇÃO POLÍTICO-IDEOLÓGICA

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

6.1.2 Cotejamento Entre a Auto-Definição Ideológica e o Teste do Politicômetro

AUTO - DEFINIÇÃO POLÍTICO-

IDEOLÓGICA

TESTE DO POLITICÔMETRO

De Esquerda - 10

4 - Liberais de Centro - esquerda;

5 - Antiliberais de Centro - esquerda;

1 - Antiliberal de centro - direita;

Socialistas - 07 2 - Antiliberais de Centro - direita;

4 - Antiliberais de centro - esquerda;

1- Liberal de Centro - direita;

Comunistas - 03

1- Liberal da esquerda Moderada;

1- Liberal de Centro - esquerda;

1- Liberal de Centro - direita;

Liberal - 11

4 - Liberais de Centro – esquerda;

3 - Liberais de centro-direita;

4 - Antiliberais de centro-esquerda;

Democrata - 10 3 - Antiliberais de centro –esquerda;

2 - Liberais de centro –direita;

1 - Antiliberal de Centro- direita;

4 - Liberais de centro -esquerda

Conservador - 06 1 - Liberal de centro-esquerda;

1- Liberal de centro- direita;

1 - Antiliberal de centro- direita;

3 - Antiliberais de centro- esquerda.

Centro – 02 (as mais coerentes) 2 - Liberais de centro- esquerda

Libertário – 01 1- Liberal de centro-esquerda

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

Antes de analisarmos as respostas sobre a auto-definição político-ideológica e seu

cotejamento com a sondagem do “Politicômetro” e, a título de ilustração, se faz necessário

POSIÇÃO POLÍTICO / IDEOLÓGICA

RESPOSTAS ABS. (Nº) REL. (%)

Liberal 11 21,20

Esquerda 10 19,20

Democrata 10 19,20

Socialista (de Esquerda) 7 13,50

Conservador 6 11,50

Comunista 3 5,80

Centro 2 3,80

Outro (Libertário) 1 2,00

Não Responderam 2 3,80

TOTAL 52 100,00

Page 17: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

21

clarear esses conceitos que balizam o vocabulário político na distinção dos personagens que

atuam na vida pública.

6.1.3 Clareando Os Conceitos

As expressões “direita” e “esquerda” remontam ao processo revolucionário

desencadeado pela Revolução Francesa de 1789. Na 3ª fase desse processo é proclamada a

República na França e a Assembléia Legislativa é substituída pela Convenção Nacional

(1792-1795), eleita por sufrágio universal.

As tensões ideológicas entre os deputados da Convenção se acentuam e definem-se

aos partidos políticos: Girondinos (direita): Assim chamados, porque seus líderes eram

provenientes da Gironda, um departamento francês.

Representavam à alta e média burguesia republicana e assumiam posições

conservadoras com o objetivo de garantir a liberdade econômica e suas propriedades.

Temiam a participação política das massas populares, optando pelo sistema eleitoral

do voto censitário (só votava quem tivesse determinada renda). No plenário, sentavam-se do

lado direito, dando origem ao termo.

Jacobinos (esquerda): Eram assim chamados porque se reuniam no convento de Saint

Jacques, em Paris. Também eram chamados de “Montanha” por ocuparem os lugares mais

altos da Câmara.

Os Jacobinos representavam a pequena burguesia e as camadas populares. Liderados

por Robespierre e Saint-just, eram apoiados pelos Sans-Culottes (sem camisa), precursores do

proletariado urbano.

Os Jacobinos queriam aprofundar a Revolução, aumentando os direitos do povo.

Sentavam-se á esquerda no plenário, originando o termo ”esquerda”.

Planície ou Pântano (centro): Assim Chamados por ocuparem os lugares mais baixos

da Câmara. Caracterizavam-se pela indefinição política, apoiando, ora os Girondinos, ora os

Jacobinos. Também representavam a burguesia.

O oportunismo político e a corrupção predominavam entre seus membros.”

(SARONI e DAROS,1986).

Page 18: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

22

6.1.4 As Expressões nos Debates Contemporâneos

Para o jornalista e articulista político da Folha de São Paulo, Marcelo Coelho, na

matéria “Brasil Redefine Noção de Esquerda e Direita” tece a seguinte consideração:

“A direita não é necessariamente a favor das desigualdades, mas confia em que

possam ser diminuídas à medida que favoreça a competitividade geral; minimiza o fator

“proteção” e maximiza o “esforço” próprio. Ao passo que a esquerda maximiza a proteção

contra a competição social.”

Para o filósofo político italiano Norberto Bobbio, no seu livro: Direita e Esquerda.

Razão e Significados de uma Distinção Política esclarecem que: “os conceitos “direita e

esquerda” são anteriores as polêmicas capitalismo versos socialismo e abrangem atitudes

políticas mais amplas.

Elas continuam a servir como pontos de referência indispensáveis; são de “esquerda”

as pessoas que se interessam pela eliminação das desigualdades sócias, ao passo que a

“direita” insiste na condição de que as desigualdades são naturais e, enquanto tal,

inelimináveis.” (BOBBIO, 1993).

Hoje, são considerados de “esquerda”, genericamente, tanto socialistas como

comunistas, que defendem mudanças estruturais no mundo da produção capitalista, bem

como, os que defendem mudanças progressivas, não radicais, como os nacionalistas, social-

democratas e, até, alguns liberais.

Já as pessoas de “direita” defendem a sobrevivência do atual modo de produção e, de

uma forma ou de outra, tem posturas conservadoras, contrárias a qualquer tipo de mudanças.

6.1.5 Conservadores

Conservam práticas políticas tradicionais, que se caracterizam pelo assistencialismo,

clientelismo e fisiologismo. Os políticos conservadores se utilizam dos seus mandatos para

barganharem cargos, empregos e outras benesses do governo. Utilizam-se da estrutura do

Estado para prestar “favores” a familiares e terceiros em troca de votos.

A prática conservadora de fazer política não leva muito em conta a opinião pública e

os movimentos sociais, dos quais, guardam enorme distância. Em relação aos partidos

políticos, os políticos conservadores utilizam-nos como “peça de reposição descartáveis”, que

se troca na medida das conveniências pessoais e sem nenhum constrangimento.

Page 19: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

23

6.1.6 Liberais

A ideologia dos liberais está centrada no mercado, como espaço regulador da vida

sócio-econômica, na livre iniciativa e na propriedade privada.

Para eles as forças do mercado são as grandes mediadoras das questões sociais e que

o Estado deve ser o menor possível e que só deveria intervir para garantir o direito da

propriedade privada.

São de um conservadorismo mais comedido, de posições centristas e uma postura

ética e partidária mais conseqüente. Aceitam “ajudar os mais necessitados”, defendem as

“privatizações” a desregulamentação do mercado e preconizam o “Estado mínimo”.

Em síntese, não se diferenciam muito dos conservadores, tanto assim que um político

do Império, Holanda Cavalcante, afirmou: “nada mais igual a um Saquarema (Conservador)

do que um Luzia (Liberal) no poder.” (1)

6.1.7 Progressistas

São políticos oriundos dos movimentos sociais, com militância em associações,

sindicatos e nos próprios partidos políticos de esquerda. Questionam e combatem o “status-

quo”.

Alguns políticos, mesmo de partidos tradicionais e conservadores, pelas suas

preocupações sociais, combatem as desigualdades e defesa da coisa pública, são considerados

progressistas. Os parlamentares progressistas exercem uma ação legislativa mais responsável,

fiscalizando a aplicação correta dos recursos públicos e debatem os problemas que a

sociedade enfrenta.

(1) Saquarema é o nome de um dos mais poderosos chefes da corrente

conservadora na região fluminense; Luzia era o nome dos liberais da batalha de Santa Luzia

em 1842, quando da revolução liberal de Minas.

QUADRO RESUMO

POSIÇÃO IDEOLOGIAS ECONOMIA ESTADO

Direita Conservadorismo

Liberalismo;

Capitalismo de livre

mercado;

Estado Centralizado

Estado Mínimo;

Page 20: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

24

Centro Social Democracia; Capitalismo regulado pelo

Estado;

Estado de Bem-

Estar-Social.

(Welfare Stat)

Esquerda

Socialismo/Comunismo

Anarquismo;

Substituição do Capitalismo

pelo Socialismo/Comunismo;

Estado Planejador

Sociedade sem

Estado;

Fonte: SELL, Carlos Eduardo. 2006

“Liberais”, “democratas” e de “esquerda” são as definições em que se auto-

classificam 60% das lideranças de Rio Branco. Como acontece no Brasil, aqui também

ninguém se considera de “direita”, no máximo, se denominam de “conservadores” (12%) e de

“centro” (4%).

No arco político mais a esquerda, 14% das lideranças se definem como de

“socialistas” e, apenas, 6% assumem a posição de “comunistas”. Essas auto-definições

quando cotejadas com o teste do “Politicômetro”, que contempla 20 perguntas sobre temas

variados, com quatro alternativas de respostas (questionário anexo), o resultado situa o

entrevistado em relação as liberdades individuais e a sua concepção de Estado.

E o resultado dessa sondagem apresenta contradições e/ou incoerência com a posição

definida anteriormente pelo entrevistado.

As contradições mais visíveis são daqueles que se dizem socialistas e comunistas.

Entre os “socialistas” detectou-se na sondagem que dois são antiliberais de “centro-direita” e

um. é liberal também de “centro-direita” e a “centro-direita”, decididamente, não combina

com socialismo.

Com os se dizem “comunistas” (apenas três), o teste revelou que são todos “liberais”

que flutuam entre a “esquerda moderada” e a “centro-direita”. Aqui fica uma indagação “se já

não existem comunistas como antigamente” ou se como bem observou Daniel Cohn-Bandit,

líder do movimento estudantil de maio de 68 na França, que disse: “A direita nunca me

enganou.

A esquerda já.” Entre os onze entrevistados que se auto-definiram como “liberais”,

quatro deles, quando confrontados com o teste, se enquadram como “antiliberais” e mais, de

“centro-esquerda”.

Já os “democratas” (19%), comporta todo o espectro político-ideológico. Nessa

classificação tem liberais e antiliberais, que transitam desde a “centro-esquerda” até a “centro-

direita”.

Já os que se dizem “conservadores”, não são tão conservadores assim, pois quatro

deles foram retratados na sondagem como antiliberais, dos quais, três são de centro-esquerda.

Page 21: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

25

As incongruências detectadas apontam para a necessidade de se trabalhar mais essa

questão, que além da subjetividade é complexa e comporta muitas variáveis de investigação,

entre elas, a variável ideológica, na concepção marxista de revelar apenas parte da

verdade/realidade com que nos deparamos.

7 PERCEPÇÃO DAS LIDERANÇAS SOBRE AS VIRTUDES E DEFORMAÇÕES

POLÍTICAS

Para as lideranças de Rio Branco, a “honestidade vale ouro” como assinalado num

samba antológico do Nelson Cavaquinho, que leva esse nome (“Minha Honestidade Vale

Ouro”).

Dos entrevistados, 25% a consideram a principal virtude política vindo, logo em

seguida, a ética, a sinceridade/fidelidade e o caráter, empatados em 12% na opinião das

lideranças. A honestidade, como se vê, é para a sociedade civil de Rio Branco o principal

requisito para o exercício da política.

Os números sinalizam, que já não é mais aceitável a tese esposada pelo político

paulista, Ademar de Barros, que deixou seguidores por todo Brasil, do “rouba, mas faz”.

Considere-se, ademais que, apenas 4% dos entrevistados, apontaram a condição de

“trabalhador” como uma virtude importante. Coerentes em considerar a honestidade, a ética e

a sinceridade como as principais virtudes políticas, as lideranças apontaram que a principal

deformação política é a corrupção/improbidade com 65% de indicação.

Essa aversão tão avassaladora às práticas de corrupção e improbidade administrativa

com percentual tão significativo, demonstra que a sociedade não contemporiza nem se

conforma com essas práticas.

É provável que esses números reflitam, de certa maneira, a veiculação maciça e

massiva na imprensa sobre os escândalos do Senado e do seu Presidente, José Sarney, que

estava permanentemente na mídia quando da aplicação do questionário.

Outras deformações apontadas foram: mentira e falsidade (12%), omissão,

descompromisso, falta de transparência, defesa de interesses próprios, postura ditatorial,

individualismo, entre outras, infelizmente, ainda tão presentes na vida política da sociedade.

A percepção dessas mazelas pela sociedade civil organizada é, sem dúvida, muito salutar.

8 SONHO DE SOCIEDADE

Page 22: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

26

As lideranças de Rio Branco sonham com uma sociedade igualitária (50%). É uma

aspiração que remonta as tradições libertárias e fraternais que inspirou a Revolução Francesa

e se propagou pelo mundo.

O termo sintetiza diversas respostas tabuladas, tais como: justiça social, igualdade

entre homens e mulheres, igualdade de oportunidades, acesso para todos aos bens e serviços,

etc. Esse sonho está coerente com o perfil político-ideológico das lideranças, onde 60% dizem

se situar no campo da esquerda.

A questão da violência que aflige todos os centros urbanos, sem exceção, bem como

os problemas de emprego, renda e saneamento aparecem como temas que merecem destaques.

10% dos entrevistados almejam uma cidade sem violência e outros 10% querem uma

sociedade desenvolvida, incluindo nessa questão do desenvolvimento a variável do

saneamento além da geração de emprego e renda. Registre-se que 4% dos entrevistados têm

um sonho singelo que se expressa em desejar, apenas, que os governantes sejam sérios.

Nos sonhos, o ex-governador Jorge Viana foi lembrado para presidir o Brasil. Essa

liderança política que já administrou Rio Branco e governou por dois mandatos o Estado está

incorporado, definitivamente, ao imaginário popular, como se verá mais adiante, quando se

indaga sobre as personalidades de referência.

9 QUESTÕES SOBRE A REFORMA POLÍTICA

Na pesquisa junto às lideranças, procurou-se saber, essencialmente, qual o nível de

informação que elas detêm em relação à Reforma Política e outros temas correlatos, por

entendermos a relevância dessas questões para a vida social e aperfeiçoamento dos costumes

políticos.

A primeira observação que se pode fazer é a de que a sociedade de Rio Branco,

através de suas lideranças comunitárias, está, relativamente, bem informada sobre os temas da

Reforma Política que, de há muito, está na pauta do Congresso Nacional.

Na opinião de muitos analistas políticos, a Reforma Política, seria a mais importante

a ser feita, entretanto, pela sua amplitude e complexidade ainda não foi possível realizá-la

porque não se chega a um consenso em muitos de seus pontos.

Ela abrange um conjunto de propostas, que visam alterar a legislação, inclusive

constitucional, que exige quorum qualificado de 3/5 dos parlamentares em dupla votação nas

duas casas do Congresso.

Page 23: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

27

A sua abrangência contempla mudanças na estrutura político-partidária, no sistema

eleitoral e em muitas outros assuntos relacionados aos mandatos e a representação política.

São mudanças que, desde a promulgação da Constituição de 1988, vem sendo

debatidas e apresentadas propostas sem, entretanto, lograr o consenso necessário nos pontos

mais polêmicos, quais sejam: financiamento público de campanha voto em lista fechada,

cláusula de barreira, entre outros. Na sondagem feita com as lideranças, pinçamos alguns

temas que nos pareceu mais relevante da Reforma política, os quais serão analisados a seguir.

9.1 POSIÇÃO DAS LIDERANÇAS SOBRE A REFORMA POLÍTICA

TEMAS A FAVOR (%) CONTRA (%) S.O.F (* %) NR**(%)

1 - Voto Obrigatório 44,2 52,0 - 3,8

2 - Fidelidade Partidária 82,7 13,5 - 3,8

3 - Financiamento,

exclusivamente Público,

de campanha;

28,8 53,9 17,3 -

4 - Cláusula de Barreira 42,3 30,8 23,1 3,8

5 - Coligação Partidária 71,2 25,0 - 3,8

6 - Processo da Reeleição 86,6 9,6 - 3,8

7 - Mandatos Pertence ao

Partido; 51,9 40,4 - 5,8

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

* Sem Opinião Formada

** Não Respondeu

Sobre o direito ao voto, se ele deve continuar obrigatório ou passar a ser facultativo,

as lideranças estão divididas, com uma pequena vantagem de 8 pontos percentuais para os

adeptos do voto facultativo.

São 52% a favor dessa proposta e 44% favoráveis a que o voto continue obrigatório.

Essa é uma questão que merece um esclarecimento. Na verdade o “voto obrigatório”, que

muitos criticam, principalmente os conservadores, como uma contradição democrática, na

verdade não existe. O que existe é a obrigatoriedade do cidadão alistar-se eleitor, habilitando-

se a votar.

Estando habilitado o eleitor pode abster-se de votar, justificando a ausência, bem

como, anular o voto ou votar em branco expressando seu descontentamento.

Page 24: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

28

A fidelidade partidária é a questão mais consensual entre as lideranças de Rio

Branco, com a expressiva marca de 82,7% a favor demonstra que a sociedade já não aceita o

troca-troca de partidos como ocorria com muita freqüência no Brasil e no Acre.

Ressalte-se, entretanto, que 40% das lideranças quando perguntadas sobre a Súmula

do Supremo Tribunal Federal – STF que definiu que o mandato parlamentar pertence aos

partidos, consideraram a decisão equivocada, o que nos parece ensejar uma contradição,

considerando um posição tão majoritária, mais de 80%, favorável a fidelidade.

A título de informação, registre-se que, a fidelidade partidária, vigorou durante o

regime militar sendo abolida em 1985 no governo de José Sarney (E.C. nº 25/85).

Agora mais recentemente, em 2007, o Supremo, corroborando a decisão do Tribunal

Superior Eleitoral – TSE, decidiu ,juridicamente, que o mandato pertence ao partido e não ao

parlamentar.

O financiamento de campanhas eleitorais é outra questão polêmica que divide

opiniões. O seu espírito é o de coibir, em parte, o poder econômico, que influencia,

sobremaneira, no processo eleitoral e compromete a soberania popular.

O financiamento, exclusivamente público, para uns, tornariam a competição eleitoral

mais isonômica. Outros alegam que a medida seria inócua, pois não evitaria que se busque

recursos “por fora” já que a fiscalização da justiça Eleitoral é precária. Aqui as lideranças, se

posicionaram majoritariamente (41%) pelo financiamento público e privado, da forma como

está.

Um grupo expressivo de 29% defendem o financiamento exclusivamente público e

13% consideram que as campanhas deviam ser realizadas apenas com recursos privados e

17% ainda não têm opinião formada a respeito.

A cláusula de barreira ou de desempenho foi criada na tentativa de inibir e dificultar

a proliferação das “Siglas de aluguel”, dos pequenos partidos sem representação social,

criados por personalidades, apenas, no sentido de barganhar e auferir dividendos financeiros e

materiais nos períodos eleitorais.

Essa cláusula implica que os partidos devem alcançar 5% dos votos dados para a

Câmara Federal em pelo menos 1/3 dos estados, sob pena, de não ter direito ao financiamento

público dos partidos, nem acesso a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão,

embora, possa continuar funcionando livremente considerando o dispositivo Constitucional

que garante o pluralismo partidário.

Essa legislação foi contemplada na Emenda Constitucional nº 11 de 1978, na lei

9096 de 1995 e foi posta em vigor nas eleições de 2006, mas o STF decidiu em dezembro

Page 25: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

29

daquele mesmo ano, julgando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN, impetrada

por pequenos partidos (PC do B., PSB, PV, PSC, PSOL, PRB, e PPS), que a cláusula de

barreira é inconstitucional, pois fere o direito de manifestação política das minorias.

Mas o tema continua em discussão e as lideranças se posicionaram da seguinte

forma: 42% são a favor, 31% são contra e 23% continuam sem opinião formada. Como se vê,

é uma questão que divide opiniões e as discussões continuam em aberto, até o Congresso

deliberar de forma definitiva.

Essa é uma questão mais tranqüila, onde 3/4 das lideranças se posicionam favoráveis

as coligações e apenas ¼ ,ou seja, 25% são contra. O embate sobre as coligações está mais

restrita as eleições proporcionais para deputados federais, estaduais e vereadores, onde os

grandes partidos defendem a proibição, aceitando-a somente para eleições majoritárias.

É uma tentativa dos grandes partidos de inviabilizarem as pequenas legendas. Alguns

analistas consideram que a vedação às coligações proporcionais é uma espécie de reforço a

“cláusula de barreira” para reduzir o número de partidos.

A Emenda Constitucional que criou o mecanismo da reeleição data de 1995, no 1º

mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. A emenda foi aprovada, em meio a uma

forte suspeita de compra de parlamentares para votarem favoravelmente a mudança

constitucional e envolveu, inclusive, Deputados Federais do Acre.

No momento, a medida pareceu casuística, pois beneficiava diretamente o ocupante

da Presidência, que de fato veio se reeleger no pleito seguinte. A reeleição foi estendida a

todos os cargos majoritários, presidente, governador e prefeito e hoje é aceita tranquilamente

pela população, que já reconduziu, pelo voto, presidentes, governadores e muitos prefeitos,

entre os quais, Raimundo Angelim, atual prefeito de Rio Branco.

As lideranças apóiam maciçamente, em 87%. O mecanismo da reeleição e apenas

10% são contrários.

Embora em menor proporção, 52% dos entrevistados, aprovam a decisão do STF,

que definiu que os mandatos pertencem aos partidos, quando mais de 80% são favoráveis a

fidelidade partidária. Já a posição do TSE, que impõe restrições sobre a propaganda eleitoral,

“boca de urna”, shows, distribuição de brindes como

camisetas e bonés, pichações em muros e postes, etc. As lideranças estão divididas

quanto o acerto das medidas restritivas. 50% consideram-nas corretas e 46% opinam que tais

medidas devem ser revistas já que eleições para o eleitorado de Rio Branco é um momento de

festa e congraçamento, trata-se de uma festa cívica e, como tal, deve-se abolir tantas

restrições.

Page 26: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

30

Essa é uma questão pacífica onde mais de 80% dos consultados estão de acordo

sobre a relevância do horário eleitoral gratuito pelo rádio e TV, considerando-o relevante e

muito relevante.

O processo de urbanização, as dimensões dos colégios eleitorais e o tamanho do

território brasileiro e do Acre e sua capital, além dos custos financeiros das campanhas, não

há como se chegar ao eleitor sem o concurso dos meios de comunicação de massas, através da

propaganda eleitoral gratuita.

A cidadania de Rio Branco, através de suas lideranças tiveram essa percepção.

10 PERSONALIDADES DE REFERÊNCIA DAS LIDERANÇAS DE RIO BRANCO

Nessa sondagem sobre as personalidades históricas e políticas de referência no

mundo, no Brasil e local/regional na percepção das lideranças de Rio Branco, fica cristalino

que, três personalidades do Acre, já estão incorporadas ao imaginário popular e, pode-se dizer

sem receio, que eles já fazem parte da construção mítica do povo acreano. São eles: a

Senadora Marina Silva, o líder sindical e ecologista Chico Mendes e o ex-governador, Jorge

Viana.

Esses três personagens, juntamente com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são

as personalidades mais lembradas como referências positivas de políticos e consagrados, em

vida, (caso de Marina, Lula e Jorge Viana) como já fazendo parte da história mundial,

brasileira e local/regional.

Esses personagens, é bom lembrar, emergiram dos movimentos sociais e sindicais e

hoje desfrutam da companhia de personalidades do porte de um Nelson Mandela, Martin

Luther King, Plácido de Castro, Ernesto Che Guevara, Betinho, Pelé e Jesus Cristo, para ficar

apenas em alguns dos nomes lembrados.

Merece um destaque para as referências aos políticos locais, onde a figura do ex-

governador, Jorge Viana, encabeça disparado as citações com 27% de indicações, aparecendo

também outras lideranças do Partido dos Trabalhadores como o Prefeito Raimundo Angelim,

o Senador Tião Viana e o Governador, Binho Marques.

Ressalte-se, ainda, a referência a três mulheres que dignificam a política, a Senadora

Marina Silva, a ex-deputada estadual, Naluh Gouveia e a Deputada Federal, Perpétua

Almeida.

Cabe lembrar, por fim, que a Senadora Marina Silva é tida como referência desde a

política local até o mais elevado nível de personalidade histórica mundial.

Page 27: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

31

11 AVALIAÇÃO DAS LIDERANÇAS SOBRE AS INSTITUIÇÕES DA SOCIEDADE

CIVIL E POLÍTICA

INSTITUIÇÕES PONTUAÇÃO MÉDIA

1 - Polícia Federal - PF 346 7,06

2 - Prefeitura Municipal de Rio Branco - PMRB 343 7,01

3 - Governo do Estado do Acre 341 6,96

4 - Presidência da República 332 6,78

5 - Forças Armadas 315 6,43

6 - Igreja Católica 313 6,40

7 - Ministério Público - MP 305 6,22

8 - Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 293 5,98

8 - Supremo Tribunal Federal - STF 293 5,98

9-Confederação dos Trabalhadores da Agricultura -

CONTAG 290 5,92

10 - Imprensa 285 5,81

11 - Igrejas Evangélicas 275 5,61

12 - Associação Brasileira de Imprensa - ABI 246 5,02

13 - Partidos Políticos 219 4,47

14 - Banco Central (COPOM) 204 4,16

15 - Congresso Nacional 181 3,69

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

No questionário aplicado junto às lideranças procuramos saber o conceito das

principais instituições que fazem parte da sociedade civil e política, pedindo que atribuíssem

uma nota de 0 (zero) a 10 (dez) para um elenco de instituições, previamente catalogadas.

As pontuações do quadro acima refere-se ao somatório das notas atribuídas pelas 49

lideranças, que responderam e se dignaram a responder ao questionário (três entidades não

quiseram responder ao 2º questionário). A média final foi atribuída dividindo-se a pontuação

obtida por 49, que foi o número dos entrevistados da amostra.

O destaque para o resultado dessa avaliação é que as 5 primeiras instituições melhor

avaliadas fazem parte da sociedade política, do aparato de governo nos três níveis. A Polícia

Page 28: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

32

Federal foi à instituição melhor avaliada e considero que o fez por merecer pelo seu

desempenho nos últimos 7 anos (quadro abaixo).

Nesse período a PF realizou quase 1.000 operações e prendeu mais de 12.000

pessoas,* entre as quais, alguns delinqüentes de “colarinho branco”. Algumas dessas

operações foram destaques na mídia, sendo a mais famosa a “Operação Satiagraha” que

prendeu o banqueiro Daniel Dantas por duas vezes, além de Celso Pita, ex-prefeito de São

Paulo e Naji Nahas e criou um abalo nas relações do Judiciário com o poder executivo e, mais

particularmente, com a Polícia Federal, acusada de “espetacularização” pelo Presidente do

Supremo Tribunal Federal.

A Prefeitura de Rio Branco, juntamente com o Governo do Estado e a Presidência da

República, são as instituições que vem logo abaixo da Polícia Federal na avaliação da

sociedade civil. Ela se explica, em grande parte, pelo fato da visibilidade das políticas

públicas e programas de governo que estão em curso na cidade e no Estado.

Durante a pesquisa podemos constatar em todos os bairros que percorremos canteiros

de obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, principalmente, de construções

residenciais e obras de infra-estrutura de saneamento.

Além desse fato concreto das ações positivas dos governos federal,estadual e

municipal, que estão bem alinhados por serem do mesmo partido político, outra explicação

para a boa avaliação dessas instituições se dá pelo fato da grande maioria das lideranças serem

filiadas ao PT e aos partidos que fazem parte da frente que governa Rio Branco e o Estado e,

como tal, percebem com mais sensibilidade os avanços que as ações dos governos, nas três

esferas vêm desenvolvendo no Estado e na cidade de Rio Branco.

O destaque negativo fica para os partidos políticos, o Banco Central com seu Comitê

de Política Monetária – COPOM e o Congresso Nacional, que tiraram “nota perdida” abaixo

de 5 auferindo as menores pontuações.

As lideranças de Rio Branco confirmam esse fenômeno de desgaste das instituições

políticas, que se verifica no Brasil com grande intensidade, mas que é um fenômeno mundial.

A avaliação negativa da política e dos políticos se deve em grande parte aos escândalos, aos

desvios de conduta, a inoperância da atividade parlamentar, a distância entre representantes e

representados, ao fisiologismo, nepotismo, e outras mazelas que são recorrentes na vida

pública e na atividade parlamentar.

A pior avaliação do Congresso Nacional, talvez se explique por ser a instituição mais

aberta e transparente da sociedade e na época da aplicação do questionário, estava no auge

Page 29: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

33

dos “escândalos do Senado” envolvendo o seu Presidente José Sarney e também o escândalo

do Deputado do “Castelo”, que foram destaques na mídia.

Os partidos, por sua vez, e na sua grande maioria, são apenas cartoriais que se

organizam como legendas que só funcionam nos períodos eleitorais sem quase nenhuma

inserção efetiva na sociedade.

Podemos constatar a precariedade dos partidos em Rio Branco, quando tentamos

aplicar um questionário com seus dirigentes sobre suas estruturas e posição partidária sobre a

Reforma Política.

Foi difícil localizar e encontrar dirigentes e parlamentares de muitos partidos

registrados no TRE/AC. Dos 24 partidos que participaram do último pleito eleitoral de Rio

Branco em 2008, apenas 14 estão com sua situação regulamentada na Justiça eleitoral.

Mesmo grandes partidos como PMDB e PSDB, PMN, não funcionam

organicamente, com dificuldades de informar até seu número de filiados, diretórios e suas

instâncias de deliberação. Então, não é por acaso, que a pontuação dos partidos foi baixa.

Ela reflete aquela afirmação do senso comum que diz: “eu não voto em partidos, voto

nas pessoas.” Embora seja uma posição equivocada do ponto de vista político e pouco

científica, ela se aproxima do bom senso pois muitos partidos se confundem com as

personalidades que os dirigem sem base social que lhe dê consistência.

Por fim, cumpre registrar, que as lideranças foram muitos rigorosas nas notas, pois

mesmo as instituições melhor avaliadas não obtiveram a nota 8 (oito), que na academia é a

nota mínima para não se fazer prova final. Há, portanto, que melhorar, ainda mais, o

desempenho.

OPERAÇÕES E PRISÕES EFETUADAS PELA POLÍCIA FEDERAL (2003-2009)

ANO OPERAÇÕES NÚMERO DE PRESOS

GERAL SERV. PÚBLICOS POL. FEDRERAL

2003 09 223 122 39

2004 49 703 143 09

2005 67 1.407 219 09

2006 167 2.673 385 11

2007 188 2.876 310 15

2008 235 2.475 396 07

2009* 201 1.801 131 04

TOTAL 916 12.158 1.706 94

Fonte: HTTP://www.dpf.gov.br/DCS/ - 2009. Levantamento até outubro de 2009.

Page 30: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

34

12 DEMOCRACIA, VOTO E ELEIÇÕES: UM BOSQUEJO HISTÓRICO

O mundo conheceu três ondas de democratização. A 1ª onda começou nos Estados

Unidos, quando em 1828, mais da metade dos homens brancos adultos foram considerados

aptos a votar nas eleições Presidenciais.

Em 1926, 33 países dispunham de instituições minimamente democráticas (Europa

ocidental, o Japão e 4 países latino-americanos: Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia).

Nas décadas de 20 e 30, mais precisamente, entre 1922 e 1942, houve um retrocesso

democrático, com os movimentos nazifascistas, comunistas e militaristas na Europa. Hitler, na

Alemanha; Franco, na Espanha; Mussoline, na Itália; Salazar em Portugal e Stalin, na Rússia

são os personagens que sintetizam esse período, quando 2/3 das democracias do mundo,

caíram sob o jugo de regimes autoritários e totalitários.

No Brasil, mesmo após a Proclamação da República, na verdade, o 1º golpe militar

da nossa vida política, não introduziu o país na democracia. Alguns historiadores oficiais

falam que no Império, tivemos uma “Democracia Coroada”.

É uma tese difícil de aceitar, levando-se em consideração o regime escravista de

trabalho, a religião oficial do Estado Monárquico, que era a Católica Apostólica Romana; o

voto censitário e o poder Moderador do Monarca, que se sobrepunha aos demais poderes,

conforme estabelecido a nossa 1ª Constituição de 1824, por sinal, uma constituição outorgada.

“A Constituição do Império no seu preâmbulo dizia que o Imperador, por graça de

Deus e unânime aclamação dos povos, outorgava aquela Constituição (...) O liberalismo, tão

decantado na Constituição de 1824, proibia o exercício do culto religioso diferente da

Constituição Imperial. (...) Assim o Deus que inspirou a Constituição de 1824 era católico,

apostólico, romano e também escravagista.” (CAMPOS, 1985)

O regime republicano, por sua vez, também não proporcionou a efetivação da

democracia no Brasil. A 2ª Constituição do país e, primeira do período republicano, foi uma

Constituição promulgada e avança um pouco em relação a anterior.

O Estado torna-se laico (separação entre a Igreja e o Estado); institui o casamento

civil; aboliu o poder moderador; estabeleceu a Federação, “perpétua e indissolúvel”, com os

Page 31: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

35

Estados substituindo as Províncias; adota o habeas-corpus e institui as garantias da

Magistratura (inamovibilidade, vitaliciedade, e irredutibilidade de vencimentos).

Todavia, esses avanços legais não representaram uma efetiva introdução do Brasil na

trilha democrática.

Na nossa Primeira República, ou República Velha, também conhecida como a

“República do Café com leite”, pelo fato das oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais

se revezarem e se perpetuarem no poder central, através dos partidos únicos estaduais, os

Partidos Republicanos, sendo os mais fortes os daqueles Estados (PRP e PRM).

Nesse período, que durou até 1930, não havia espaço para oposição ou uma

participação mais ativa de setores da sociedade na vida política. As eleições eram fraudadas,

vergonhosamente, sem a mínima chance de alguém ofuscar, mesmo timidamente, o poder

constituído. Os “coronéis”, oligarcas rurais, controlavam o processo eleitoral com seus currais

eleitorais e o voto de cabresto.

As eleições “a bico de pena” (fraude na contabilização dos votos) e o mecanismo da

“degola” (quem ganhava não levava) anulavam, praticamente, a possibilidade da oposição

chegar ao poder.

Em 1930, Getúlio Vargas, chega ao poder na esteira do que se convencionou chamar

de “Revolução de 30”. Rompe-se o pacto oligárquico sem, entretanto, romper com as formas

autoritárias e anti-democráticas na condução da política.

A Constituição de 1934, que incorporou avanços democráticos, tais como: institui a

Justiça Eleitoral e o voto secreto obrigatório, extensivo as mulheres; baixa a idade eleitoral

para 18 anos; estabelece eleição direta para Presidente da República e para a Câmara; cria

Partidos permanentes e provisórios entre outros.

A Constituição durou apenas 3 anos e não foi posta em prática. Em 1937, Vargas

daria o golpe do “Estado Novo” e implanta uma brutal ditadura no país. No lugar da velha

política oligarca, adota-se uma política centralizada fundamentada no populismo, onde o

Presidente/ditador se auto-proclama como “o pai dos pobres”, mas, que na verdade, foi uma

mãe para os ricos.

Como se pode perceber, “o poder das oligarquias manteve-se hegemônico durante os

primeiros 50 anos da República, inibindo a participação de outros atores, em especial dos

trabalhadores, na vida política nacional. Isso exclui o Brasil da 1ª onda de democratização.”

(BRYM, 2006).

Page 32: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

36

A segunda onda de democratização ocorreu entre 1943 e 1962. “A vitória dos aliados

na Segunda Guerra Mundial fez a democracia retornar a muitos dos governos derrotados,

incluindo a Alemanha Ocidental, e o Japão.

O começo do fim do domínio colonial levou a democracia a algumas nações da

África e de outros lugares. Alguns países latino-americanos, inclusive o Brasil, com o fim da

era Vargas, construíram democracias limitadas e instáveis.” (BRYM,2006).

Entre 1946 e 1964, multiplicam-se os movimentos sociais e a participação

organizada de diversos setores da sociedade, repercutindo na atividade política.

No Brasil destaca-se os movimentos em defesa da nacionalização do petróleo,

através da campanha “o petróleo é nosso”; movimentos pelas reformas de base, entre elas, a

reforma agrária e a formação das Ligas Camponesas no nordeste; a campanha nacional em

defesa da escola pública, entre outras.

“Entretanto, já no final dos anos 50, a segunda onda se exauriu e o mundo se viu no

meio de uma segunda reversão democrática. Ditaduras militares substituíram muitas

democracias na América latina (Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru),

na Ásia e na África.

Um terço das democracias de 1958 se transformaram em regimes autoritários em

meados dos anos de 1970.

No Brasil e na América Latina, os regimes militares encontraram apoio por parte dos

governos dos Estados Unidos.

O regime ditatorial que se instalou no Brasil de 1964 a 198, foi marcado por

desestruturação das organizações políticas dos setores sociais independentes, dissolução dos

partidos políticos e instauração do bipartidarismo, da censura da repressão e da tortura.”

(BRYM, 2006).

Efetivamente, não foi uma “Ditabranda”, como quis insinuar o jornal Folha de São

Paulo num dos seus editoriais.

A terceira e maior onda de democratização começou em 1974, com a queda das

ditaduras militares em Portugal (Revolução dos Cravos) e na Grécia, e atingiu seu ápice no

início dos anos de 1990. “No sul e no leste da Europa, na América latina, na Ásia e na África,

uma série de regimes autoritários caiu.

Em 1989, cai o muro de Berlim e a partir de 1991, começa a desmoronar o império

soviético com formação de novos Estados independentes da esfera do “socialismo real” russo.

Em 1995, 117 países dos 191 países do mundo eram democracias, no sentido de que

seus cidadãos podiam escolher seus representantes em eleições competitivas e regulares. Isso

Page 33: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

37

totaliza 61% dos países do mundo, compreendendo 55% da população mundial.

(DIAMOND,1996).

A década de 1980, no Brasil, foi considerada a década da redemocratização. Em

1979, ocorre a Reforma Partidária, que cria novos Partidos Políticos, entre eles o PT, e

estabelece as eleições diretas para os governos estaduais, a partir de 1982; os presos e

exilados políticos, entre os quais, Luiz Carlos Prestes, Leonel Brizola, Miguel Arraes,

Gregório Bezerra, Hércules Correia, Fernando Gabeira e muitos outros, retornam ao Brasil

com a Anistia Política.

Em 1984, o Brasil vivencia o maior movimento de massas de sua história, a

campanha das “Diretas – Já”, que mobilizou milhões de brasileiros por todo o país.

O povo pediu para votar diretamente para Presidente da República, mas no

Congresso, a Emenda Dante de Oliveira não logrou aprovação.

No colégio eleitoral, entretanto, Tancredo Neves derrotou Paulo Maluf, mas, a

fatalidade, nos “presenteou” com José Sarney.

Foi a “transição pelo alto”, que as elites dominantes arquitetaram com a formação da

Aliança Democrática (PMDB e PFL, hoje DEM) para fazer a passagem do regime ditatorial

para o Estado Democrático de Direito.

O coroamento desse processo deu-se com a convocação da Assembléia Nacional

Constituinte, e a elaboração da Carta Constitucional de 1988 – “A Constituição Cidadã” - nas

palavras de Ulisses Guimarães, Presidente da Constituinte.

A promulgação da Constituição em 5 de outubro de 1988, que vai completar 21

anos, marca uma nova fase da democracia no Brasil.

Sem dúvida, estamos vivendo num Estado Democrático de Direito, mas, que ainda

não garante a democracia de fato.

O abismo que ainda separa a democracia política da democracia sócio-econômica,

onde muitos dos direitos (civis, políticos e sociais) garantidos em dispositivos constitucional

estão longe de ganharem concretude e sua efetivação só se dará com a participação da

cidadania ativa.

Page 34: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

38

QUADRO RESUMO: POUCA DEMOCRACIA DEPOIS DA REPÚBLICA.

PERÍODOS FORMA DE

GOVERNO CARACTERÍSTICAS

1822 - 1889 Monarquia

Constitucional

1ª Constituição do Brasil (1824): Poder Moderador do

Monarca; Voto Censitário com base na renda; Restrição

de credo religioso.

SEM DEMOCRACIA

1889 -1930

Primeira República

ou República

Velha.

Também chamada

de “República do

Café com Leite”

(São Paulo e Minas

Gerais)

CF de 1891: restrição ao voto; Eleições a “bico de pena”

(fraudes); Currais eleitorais dos coronéis; Política dos

Governadores (Campos Sales); Artur Bernardes (1922-

1926) governa em permanente “Estado de Sítio”; Partidos

Únicos Estaduais. Partido Republicano Paulista – PRP e o

Partido Republicano de Minas – PRM, dominavam. SEM

DEMOCRACIA

1930 - 1937

2ª República 1932 - Revolução Constitucionalista de São Paulo; 1934 –

Constituição Promulgada; Um suspiro democrático de 6

anos.

1937 - 1945

3ª República. –

Ditadura do Estado

Novo

Criação do DIP (Departamento de Imprensa e

Propaganda); Repressão à esquerda (PCB) e à direita

(AIB); Extinção dos Partidos e suspensão das eleições;

Carta Constitucional Outorgada (A Polaca). SEM

DEMOCRACIA

1945 - 1964

4ª República Redemocratização do país; CF de 1946, de caráter liberal;

Partidos Políticos Nacionais (PSD, PTB, UDN) e

pluripartidarismo; Eleições periódicas; “Guerra Fria”.

1964 - 1985 Ditadura Militar Repressão política (DOI-CODI): Bipartidarismo (ARENA

Page 35: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

39

SEM

DEMOCRACIA

e MDB); Eleições indiretas; Senador Biônico; CF de

1967, Outorgada (AI-4); AI -5 e Lei de Segurança

Nacional;

1985 - 2009

Nova República Aliança Democrática (PMDB e PFL); Pluripartidarismo

(com Partidos Comunistas e Socialistas); Eleições diretas

em todos os níveis. CF -1988. Promulgada e em vigor.

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

13 A TRAJETÓRIA DO VOTO NO BRASIL

“O povo, no Brasil, sempre serviu aos poderosos. Ou como jagunço, ou como

soldado, ou como eleitor.” Manoel Bonfim (1886-1932)

Partidos, eleições e votos são os elementos, sem ao quais, não existe democracia.

Desde os gregos, que inventaram a política e a democracia, que essas instituições se

aperfeiçoam. Quem era cidadão de Atenas, por exemplo, não podia se omitir nas discussões

realizadas na ágora (praça) sobre a vida de sua cidade.

O cidadão grego tinha, por força constitucional, que ser atuante, participativo e ter

capacidade de argumentação e convencimento.

Segundo Aristóteles, o objetivo da política, era “organizar a cidade feliz” e, para

aquele filósofo, competia aos Magistrados, que seriam os mais capacitados na arte de dialogar

e exercer a justiça, a condução da polis grega na busca da felicidade.

Desde então, a democracia, a cidadania e os mecanismos de escolha e representação

vêm se aperfeiçoando ao longo da história.

Também no Brasil, em que pese, os condicionantes históricos marcados pelo

colonialismo patrimonial, autoritário e excludente, a evolução do voto e do sistema eleitoral

sofreram grandes e profundas transformações ao longo de nossa história. No Império, a nossa

1ª Constituição, de 1824, estabelecia o “voto censitário”.

Só votava quem tivesse uma renda líquida anual de 100 mil réis, por bem de raiz,

indústria, comércio ou emprego. Ademais, para ser candidato, as restrições eram ainda

maiores.

Para a Assembléia Legislativa Provincial, exigia-se uma renda superior a 400 mil

réis, para a Assembléia Geral, de 800 mil réis e para o Senado de 1.600 mil réis. Aquela era a

nossa “democracia coroada”, onde o colégio eleitoral era

de apenas 1,2% da população, cerca de 150 mil pessoas. A Constituição de 1824,

também excluía do direito ao voto, as mulheres, os jovens menores de 21 anos, os

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40

analfabetos, os pobres, os negros escravizados, os religiosos em regime de clausura e só podia

ser candidato quem professasse a religião oficial do Estado, que era a Católica, Apostólica

Romana.

Com o advento da República, em 1889, já se registra um pequeno avanço. O voto

censitário é extinto e estabelece-se o sufrágio universal, “um homem um voto”, entretanto, as

mulheres, os analfabetos, os menores de 21 anos, os mendigos, os praças de pré e os

religiosos em regime de claustro, continuaram sem poder votar.

Na Primeira República, o voto era facultativo. Tal fato, aliado aos impedimentos

legais, restringia, sensivelmente, o percentual da população que participava do processo

eleitoral. A média de votantes sobre a população no período da República Velha era de apenas

2,6%.

Nesse primeiro período republicano, o processo eleitoral, se caracterizou pela fraude.

As “eleições a bico de pena” e o mecanismo da “degola”, praticamente, alijavam a

possibilidade da oposição chegar ao poder pelo voto.

O primeiro, consistia na adulteração das atas eleitorais, tornando os pleitos, no dizer

do Deputado Érico Coelho, citado pelo historiador Edgard Carone, em “uma briga entre

papéis falsos”.

Já a “degola” foi uma expressão, pega por empréstimo, da guerra civil no Rio Grande

do Sul, entre Republicanos e Federalistas, onde nas renhidas batalhas, os vencedores não

faziam prisioneiros sendo os inimigos brutalmente degolados.

Na política, o termo indicava a não aprovação e a conseqüente não diplomação de

um candidato, eleito pelo povo, pelas Comissões de Reconhecimento do Senado e da Câmara

dos Deputados. Como na época não havia Justiça Eleitoral, “a degola no parlamento,

representava a etapa final do processo de aniquilamento das oposições. Começava-se pela

fraude na eleição, pelos arranjos do alistamento, pela pressão oficial sobre os votantes;

depois, pelos arranjos na apuração, com as atas falsificadas; e, finalmente, o simulacro da

verificação pelo Congresso, mecanismo chamado de “Terceiro Escrutínio”. Eis um exemplo

dessa violência: em 1915, Ubaldino Amaral, havia sido eleito para o Senado pelo Paraná,

com 14.507 votos. Seu competidor, Xavier da Silva, conseguiu apenas 4.559 votos. Ubaldino

foi “degolado” e Xavier reconhecido. Esse esbulho ocorreu na sessão de 7 de junho daquele

ano sob o protesto de Rui Barbosa.” (PORTO, 2000)

Com a Revolução de 30, instalou-se a 2ª República. Getúlio Vargas, que havia

perdido a eleição para Júlio Prestes, ascende ao poder naquele processo, que quebrou a

hegemonia oligárquica da “República do Café com Leite”, onde os representantes de São

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41

Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder. Os destaques desse 2ª período republicano

foram: criação da Justiça Eleitoral, em 1932, cujo Código Eleitoral instituía o voto secreto e

obrigatório e estendia esse direito às mulheres.

A Segunda Constituição Federal da República, de 1934, confirma o direito do voto às

mulheres e baixa a idade eleitoral para 18 anos, mas, exclui do alistamento eleitoral, os

analfabetos, soldados e mendigos.

No Acre, o povo vota pela 1ª vez, para a Assembléia Constituinte, em 1933, elegendo

o Dr. Hugo carneiro pela Legião Autonomista. Em 14 de outubro de 1934, realiza-se no

território do Acre, a eleição para uma segunda representação acreana à Câmara Federal,

sendo eleito, também pela Legião Autonomista Acreana, o Dr. Mário de Oliveira, um

acreano que era Procurador Seccional da República no Território. (...) Ressalte-se que a

Legião Autonomista, não se constituía, efetivamente, num partido político. Só a partir de

1945, coma chamada redemocratização e a formação dos partidos políticos nacionais, que o

Acre terá partidos organizados.” (COSTA, 1992)

Depois da Constituinte de 1934, cuja Assembléia elegeu Vargas, veio a “Intentona

Comunista” de 1935, que deu o grande pretexto para a implantação da Ditadura do Estado

Novo, em 1937.

A partir desse ano até 1945, nem as mulheres, nem ninguém mais, votou no Brasil.

Com a redemocratização de 1945, forma-se novos partidos políticos onde o Partido Social

Democrático-PSD, o Partido Trabalhista Brasileiro-PTB e a União Democrática Nacional-

UDN vão se tornar as principais forças políticas nacionais e, como tal, com representação no

Acre.

Instala-se a Assembléia Constituinte, com representação do Partido Comunista, que

desde a data de sua fundação em 1922, estava proscrito da vida pública, mas, sua legalidade

vai durar pouco tempo.

A Carta de 46 estabelecia eleições diretas em todos os níveis, o sufrágio universal e

direto, o voto secreto, extensivo às mulheres e aos maiores de 18 anos. Continua alijados do

processo eleitoral, os analfabetos, soldados, e os que não saibam se exprimir na língua

nacional.

Esse período de 2 décadas de democracia liberal no país foi interrompido com o

golpe militar de 1964. A nova ordem ditatorial extinguiu os partidos políticos, cria o

bipartidarismo tutelado (ARENA e MDB) e as eleições passam a ser indiretas.

Page 38: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

42

O Acre, que havia se transformado em Estado em 1962, ganhando o direito de, pela

primeira vez, escolher livremente o seu governo, viu essa experiência democrática ser,

abruptamente, interrompida por longos 20 anos.

Em 1979, já nos marcos da “distensão lenta, segura e gradual”, que já sinalizava para

os estertores do regime militar, conquista-se a Anistia aos presos e exilados políticos e, nesse

mesmo ano, o Congresso aprova a lei Orgânica dos Partidos, que objetivava fracionar e

enfraquecer o MDB.

É uma legislação eleitoral casuística, garroteada pela Lei Falcão com uma série de

medidas eleitorais que prejudicavam a oposição e os partidos recém-constituídos como, por

exemplo: formação de chapa completa, voto vinculado, proibição das coligações partidárias,

propaganda na TV restrita a apresentação de foto e número dos candidatos, etc.

Mesmo com todas as restrições o PMDB, sucedâneo do MDB, conquistou mais de

50% dos votos nas eleições diretas para os governos estaduais nos principais colégios

eleitorais do Brasil.

O PMDB derrotou o PDS, que sucedeu a ARENA, em São Paulo, Minas Gerais,

Paraná e também aqui no Acre e o PDT, de Leonel Brizola, ganharia no Rio de Janeiro.

Em 1984, o Brasil conheceria o maior movimento cívico de sua história a

“Campanha das Diretas-Já”, que mobilizou milhões de cidadãos desejosos de votar

diretamente no presidente do país. Tal mobilização não sensibilizou 2/3 do Congresso para

mudar a Constituição em vigor e a Emenda Dante de Oliveira foi derrotada.

No início de 1985, Tancredo Neves derrota Paulo Maluf no Colégio Eleitoral pondo

fim ao ciclo autoritário.

E assim a “transição pelo alto” com muitos sobressaltos e derrapadas na área

econômica e social se chegaria a “Constituição Cidadã” de 1988.

A Carta Constitucional em vigor incorpora avanços extraordinários no campo

político-institucional. O Art.14 dispõe que:

“A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e

secreto, com valor igual para todos...” e no seu parágrafo 1º torna facultativo o voto para os

analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 anos e menores de 18 anos.”

A Constituição também garante a “livre criação, fusão, incorporação e extinção de

partidos políticos, resguardadas a soberania nacional, o regime democrático, o pluralismo e os

direitos fundamentais da pessoa humana.”

Hoje todas as correntes de opinião podem se expressar através dos partidos que

funcionam, livremente, sem restrições de quaisquer natureza.

Page 39: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

43

No Brasil, eles são mais de 27 partidos legalizados junto ao TSE. Outros 17 estão em

processo de legalização e tem ainda,10 agremiações, sem registro, que estão mais a esquerda

do espectro político.

14 DEMOCRACIA E ELEIÇÕES NO ACRE E EM RIO BRANCO

Como expusemos acima, a trajetória democrática e eleitoral no Brasil foi marcada

por clivagens e sobressaltos.

No Acre e em Rio Branco, em particular, o processo democrático foi ainda mais

tortuoso.

Aqui, com a criação da figura jurídica do Território Federal, o Acre foi dividido em

três Departamentos autônomos (Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruá), cujos mandatários das

“Prefeituras Departamentais” e das “Intendências Municipais” eram nomeados pelo poder

central. “tal sistema administrativo colocava nas mãos dos nomeados uma fatia excessiva de

poder, restando aos acreanos, seguir os rumos traçados na esfera federal. Não é necessário

clarividência analítica para se detectar a instabilidade política que caracteriza os primeiros

anos do Território Federal do Acre.

Nesse aspecto cumpre destacar que, entre 1904 e 1912, quando ocorre a primeira

reforma administrativa no Território, se sucederam, nada menos, de 14 diferentes Prefeitos

Departamentais.(...) É desse período que o sentimento de acreanidade começaria a ser

plasmado constituindo-se num traço psico-cultural muito forte da população autóctene.

Os”acreanos históricos”, portanto, começavam a encarar com muitas reservas e

desconfianças as autoridades nomeadas para o Território e, não pouca vezes, se insurgiram

contra elas.” (FERNANDES, 1999).

O povo acreano só participou, pela primeira vez, de um processo eleitoral em 1934,

quando elege Hugo Carneiro, para a Constituinte daquele ano.

Apenas quando o Acre foi elevado a Estado, em 1962, o acreano pode escolher o seu

Governador e elegeu José Augusto de Araújo, do PTB.

Com o golpe político-militar de 1964, esse processo é interrompido por 18 anos. O

povo só voltaria a eleger seu Governador em 1982, quando escolheu Nabor Junior, do PMDB.

Page 40: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

44

No caso de Rio Branco, somente ocorreria eleição direta para a Prefeito em 1985,

naquele ano o cidadão de Rio Branco elegeu Adalberto Aragão e a partir de então se

sucederam, periodicamente, os processos eleitorais, sendo o último em 2008, quando, pela

primeira vez, um Prefeito Municipal é reeleito.

PREFEITOS DEPARTAMENTAIS E INTENDENTES DE RIO BRANCO (1904 -

2008)

PERÍODOS PREFEITOS E

INTENDENTES (Nº)

OBSERVAÇÕES

1904 - 1912

(8 anos)

16 Prefeitos

Departamentais

1904 (07/04): Vila Rio Branco; 1909 (13/06): Vila

Penápolis; 1910 - O Prefeito, Leônidas Benício de

Melo é expulso do Território; 1912 - Primeira

Reforma Administrativa.

Cria-se o 4º Departamento de Tarauacá e 5

municípios:Rio Branco, Xapuri, Sena Madureira,

Tarauacá e Cruzeiro do Sul;

Início da crise da borracha; Alta rotatividade no poder

(2 prefeitos/ano);

1913 - 1920

(7 anos)

7 Prefeitos

11 Intendentes

Continua a rotatividade no poder; Em 1920, ocorre a

2ª Reforma Administrativa.

O Território é unificado com a capital em Rio

Branco; Inicia-se a “fase dos Governadores”.

1921- 1930

(9 anos)

8 Governadores

18 Intendentes

Permanece a rotatividade, principalmente, na

Intendência de Rio Branco;

1930 - Fim da República Velha e início da “era

Vargas”.

1931 - 1945

(14 anos)

14 Prefeitos Estabilidade embrionária;

1946 - 1963 1962 - O Acre é elevado a Estado;

1964 - 1985 07 Prefeitos Regime Militar;

Page 41: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

45

Prefeitos nomeados.

1986 - 2009 07 Prefeitos Prefeitos eleitos.

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

ESTRUTURA DOS PARTIDOS POLÍTICOS EM RIO BRANCO (NÚMERO DE

FILIADOS E DIRETÓRIOS ORGANIZADOS)

PARTIDOS POLÍTICOS Nº FILIADOS

(Rio Branco)

FILIADOS

(Acre)

Dir.

Mun.

1- Partido dos Trabalhadores - PT 13 2.721 5.700 22

2 - Partido Comunista do Brasil - PC do B 65 1.783 9.011 22

3 - Partido da Social Democracia

Brasileira - PSDB 45 - 8.000 22

4 - Democratas - DEM 25 800 1.200 09

5 - Partido Social Cristão -PSC 20 2.500 4.000 21

6 - Partido da República -PR 22 1.300 3.100 07

7 - Partido Democrático Trabalhista - PDT 12 700 1.100 04

8 - Partido Progressista – PP* 11 1.858 3.003 22*

9 - Partido Trabalhista Cristão - PTC 36 500 900 08

10 - Partido Socialista Brasileiro - PSB 40 1.684 3.600 14

11 - Partido Verde - PV 43 780 1.000 04

12 - Partido do Movimento Democrático

Brasileiro - PMDB 15 3.385 - 22

13 - Partido Popular Socialista - PPS 23 700 900 20

Partido Humanista da Solidariedade - PHS 31 60 - 01

Page 42: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

46

14 - Partido Social Liberal - PSL 17 30 50 03

15 - Partido Trabalhista Nacional - PTN 19 900 1.600 16

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

Tem Comissões Provisórias em todos os municípios.

15 PARTIDOS E ELEIÇÕES EM RIO BRANCO

Em Rio Branco, nas eleições municipais de 2008, participaram 24 partidos. Na

eleição majoritária para Prefeito a Frente Popular de Rio Branco, capitaneada pelo PT,

aglutinou mais 15 partidos (PC do B, PRB, PP, PDT, PTB, PSL, PTN, PR, PSDC, PRTB,

PTC, PSB, PV, PRP e PT do B) e conquistou 50,8% dos votos válidos;

O PMN lançou candidato, formando uma composição com o PMDB, PHS e PPS e

teve 25,6% dos votos; o PSDB concorreu à prefeitura junto com o DEM e o PSC angariando

22,3% dos votos; e o PSOL, concorreu sem aliança, figurando apenas com 1,2% dos votos

válidos.

Nas eleições proporcionais para a Câmara de Vereadores, para as 14 vagas

disponíveis, concorreram 171 candidatos, dos quais, 36 eram mulheres (21,0%).

Apenas uma, Ariane Cadaxo, do PC do B, foi eleita. Na Câmara estão representados

10 partidos (PT, PSDB, PC do B, PP, PSB, PRP, PHS, PPS, PTC, e PMDB).

Abaixo apresentamos a estrutura, em termos políticos dos partidos organizados no

Estado e em Rio Branco, Ressaltando a dificuldade de localizar alguns deles e encontrar seus

dirigentes para prestarem informações.

Nos quadros que se seguem fica nítido a relevância de 4 partidos. O PT, PC do B,

PMDB, e PSDB, que estão organizados em todo Estado, conta com um número de filiados

expressivo, acima de 3.000 filiados e também conta com representação parlamentar no

Congresso Nacional, Assembléia Estadual e Câmaras de Vereadores.

Page 43: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

47

REPRESENTAÇÃO PARTIDÁRIA NO EXECUTIVO E NO LEGISLATIVO DO

ACRE

PARTIDOS POLÍTICOS GOV. PREF. SEN. D. FED. D.EST. VER.

Partido dos Trabalhadores - PT 01 12 01 02 05 53

Partido Comunista do Brasil - PC

do B - - - 01 02 21

Partido do Movimento

Democrático Brasileiro - PMDB - 04 01 01 02 24

Partido Progressista - PP - 03 - 01 - -

Partido Socialista Brasileiro -

PSB - 01 - - - -

Partido Republicano - PR 11 - - - -

Partido da Social Democracia

Brasileira - PSDB - 01 - - 03 03

Democratas - DEM - - - - 01 05

Partido da República - PR - - - - 02 01

Partido Democrático Trabalhista

- PDT

-

- - - - - 02

Partido Progressista - PP - - - 01 01 30

Partido Trabalhista Cristão - PTC - - - - - 01

Partido Socialista Brasileiro -

PSB

-

- - - - - -

Page 44: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

48

Partido Verde - PV - - 01 01 - -

Partido Popular Socialista - PPS - - - 01 01 06

Partido Humanista da

Solidariedade - PHS - - - - - 01

Partido Social Liberal - PSL - - - - 01 01

Partido Trabalhista Nacional -

PTN - - - - 01 06

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

16 A CIDADANIA EM RIO BRANCO

16.1 EVOLUÇÃO DO COLÉGIO ELEITORAL DE RIO BRANCO

COLÉGIO ELEITORAL DE RIO BRANCO E DO ACRE (2000 -2009)

ANO ELEITORES DE

RIO BRANCO (nº)

INCREMEN

TO

(%)

ELEITORES

DO ACRE

(nº)

INCREMENTO

(%) 2000 153.161 332.781

2002 175.346 14,48 369.726 11,10

2004 179.865 387.657

2006 193.549 7,60 412.840 6,49

2008 201.620 4,17 443.148 7,34

2009 203.663 32,97 446.673 34,22

Fonte: TRE/AC -2009. – Org. Marcos Inácio Fernandes.

Rio Branco como principal centro urbano do Acre e sua capital, concentra em seu

espaço a metade da população do Estado e, por isso mesmo, se constitui no seu maior colégio

eleitoral. Divididos em três zonas eleitorais (1ª, 3ª e 10ª zonas) Rio Branco contabiliza

203.663 eleitores, que representa 45,6% do eleitorado de todo Estado. No espaço de uma

década, de 2000 a 2009, o eleitorado da capital teve um crescimento de 33%, ficando apenas

um pouco abaixo do crescimento do Estado, que no mesmo período, foi de 34%.

Tais números permitem corroborar a importância política da cidade que, em face de

sua densidade eleitoral, é capaz de decidir as eleições majoritárias para o Senado da República

e para o Governo do Estado, bem como, de influir decisivamente, nas eleições proporcionais

para Deputado Estadual e Federal. Hoje, no dizer de uma liderança comunitária, em Rio

Page 45: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

49

Branco “se respira política”, o povo adora uma eleição e as campanhas são movimentadas e

mobiliza expressivos segmentos sociais.

A participação da cidadania nos processos eleitorais pode ser considerado bom, já

que os níveis de comparecimentos ás urnas, nas últimas cinco eleições, quatro estão acima de

83%, apenas a de 1996, ficou um pouco abaixo dos 80%.

Ressalte-se que esse desempenho ainda poderia ser melhor, caso não chovesse em

quase todo pleito eleitoral, pois o calendário das eleições coincide com o inverno amazônico e

dificulta o deslocamento dos eleitores da área rural.

16.2 PARTICIPAÇÃO DOS ELEITORES DE RIO BRANCO

ELEIÇÃO/ANO ELEITORADO

(Nº)

COMPARECIMENTO %

1992 104.138 86.702 83,3

1996 128.979 102.703 79,6

2000 153.161 124.507 81,3

2004 179.865 150.408 83,6

2008 201.620 168.613 83,6

Fonte: Fernandes, Marcos Inácio, 2009.

16.3 ELEIÇÕES MAJORITÁRIAS DE RIO BRANCO

ANO CANDIDATOS PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTO

S (Nº)

REL. (%)

1985

Adalberto Aragão PMDB 23.957 49,37

Luiz Pereira PDS 15.353 31,64

Raimundo Cardoso PT 1.610 3,32

Arlindo Cunha PFL 3.370 6,94

Pedro Vicente PCB 340 0,70

Votos em Branco 1.192 2,46

Votos Nulos 2.705 5,57

TOTAL DE VOTOS 48.527 100,00

ANO CANDIDATOS PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTO

S (Nº)

REL. (%)

1988 Jorge Kalume PDS 26.832 38,37

Page 46: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

50

Ariosto Miguéis PMDB 18.017 25,77

Nilson Mourão PT 3.379 4,84

Mário Maia PDT 1.076 1,54

Alércio Dia PFL 6.941 9,93

Luís Marques PC do B 549 0,79

Votos em Branco 8.676 12,41

Votos Nulos 4.400 6,35

TOTAL DE VOTOS 69.910 100,00

ANO CANDIDATOS PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTO

S (Nº)

REL. (%)

1992

Jorge Viana FPA

(PT/PCdoB/PSDB/PDT/P

V/PPS)

28.203 32,53

Edvaldo Guedes PTB 3.597 4,15

José Bestene PDS/PSC/PMN/PRN 18.468 21,30

Mauri Sérgio PMDB 26.033 30,03

Votos em Branco 5.560 6,41

Votos Nulos 4.841 5,58

TOTAL DE VOTOS 86.702 100,00

ANO CANDIDATO

S

PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTOS

(Nº)

REL. (%)

1996 / 1ª ELEIÇÃO

COM URNA

ELETRÔNICA

Mauri Sérgio PMDB 45.113 44,91

Marcos

Afonso

FPA (PT) 41.503 40,40

Carlos Airton PPB 5.500 5,35

Damião

Pereira de

Araujo

PSDB 401 0,39

2000

José Matos da

Silva

PT do B 277 0,26

Sérgio Rocha

Tabuada

PC do B 975 0,94

Moisés

Faustino

PTB 335 0,32

Sérgio Oliveira

Cunha

PMN 2,294 2,23

Votos em

Branco

5.560 6,41

Votos Nulos 4.841 5,58

TOTAL DE

VOTOS

102.703 100,00

ANO CANDIDATOS PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTO

S (Nº)

REL. (%)

Page 47: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

51

2004

Flaviano Melo PMBD (PPB/PFL) 54.990 44,16

Raimundo Angelim FPA

(PT/PDT/PL/PPS/PSD/P

V/PSDB/PCdoB e PT)

51.539 41,40

José Raimundo

Bestene

PTB/PMS/PRONA 8.003 6,43

Antonio Neves

Gouveia

PRTB 488 0,39

Votos em Branco 1.616 1,30

Votos Nulos 7.871 6,32

TOTAL DE VOTOS 24.507 100,00

ANO CANDIDATOS PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTOS

(Nº)

REL. (%)

2008

Raimundo Angelim FPA

(PT/PDT/PL/PPS/PSD/P

V/PSDB/PCdoB e PT)

69.732 46,36

Márcio Bittar PPS

(PMDB/PDT/PSDB/PFL/

PPN/PSC/PL)

58.789 39,08

José Raimundo

Bestene

PTB/PP/PSL 12.356 8,22

Votos em Branco 1.727 1,15

Votos Nulos 7.804 5,19

TOTAL DE VOTOS 150.408 100,00

ANO CANDIDATOS PARTIDOS

/COLIGAÇÕES

VOTOS

(Nº)

REL.

(%)

2008

Raimundo Angelim FPA

(PDT/PV/PRT/PCdoB/PT

doB/PTBPSL/PTN/PR/PS

DC/PRTB/PTC/PSB)

80.022 47,46

Sérgio de Oliveira PMN (PHS/PMDB) 40.304 23,90

Sebastião Bocalon PSDB (DEM/PSC) 35.177 20,86

Antonio da Cruz da

Rocha

PSOL 1.946 1,16

Votos em Branco 2.735 1,62

Votos Nulos 8.429 5,00

TOTAL DE VOTOS 168.613 100,00

16.4 EVOLUÇÃO DOS VOTOS NULOS E VOTOS EM BRANCO

Page 48: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

52

ELEIÇÃO/ANO VOTOS NULOS % VOTOS EM

BRANCO

%

1985 2.705 5,57 1.192 2,46

1988 4.400 6,35 8.676 12,41

1992 4.841 5,58 5.560 6,41

1996 5.413 5.27 892 0,86

2000 7.871 6,32 1.616 1,30

2004 7.804 5,19 1.727 1,15

2008 8.429 5,00 2.735 1,62

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

17 O PARLAMENTO DE RIO BRANCO

17.1 COMPOSIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIO BRANCO

VEREADOR ELEITO PARTIDO VOTOS (Nº)

1 - Jessé Santiago PSB 3.845

2 - Astério Moreira PSB 3.632

3 - Rodrigo Pinto PMDB 3.608

4 - Gabriel Forneck PT 3.596

5 - Juracy Nogueira PP 3.083

6 - Raimundo Vaz PRP 3.080

7 - Ricardo Araújo PT 2.600

8 - Sargento Vieira PHS 2.596

9 - Alysson Bestene PP 2.465

10 - Elias Campos PRP 2.347

11 - Luiz Anute PPS 2.232

12 - Ariane Cadaxo PC do B 2.289

13 - Cabide PTC 2.117

14 - Alonso Andrade PSDB 1.568

Fonte: TRE/AC, 2008

17.2 COMPOSIÇÃO PARTIDÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIO BRANCO.

12ª LEGISLATURA: 2009 -2012

PARTIDO VEREADORES (Nº)

Page 49: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

53

Partido Socialista Brasileiro - PSB 02

Partido dos Trabalhadores - PT 02

Partido Republicano Popular - PRP 02

Partido Progressista -PP 02

Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB 01

Partido Humanista Social - PHS 01

Partido Popular Socialista - PPS 01

Partido Comunista do Brasil - PC do B 01

Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB 01

Partido Trabalhista Cristão - PTC 01

TOTAL 14

Fonte: Câmara Municipal de Rio Branco, 2009.

17.3 BALANÇO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2008

PARTIDO PREFEITOS VEREADORES

Partido dos Trabalhadores - PT 12 52

Partido do Movimento Democrático Brasileiro-

PMDB

04 23

Partido da Social Democracia - PSDB 01 14

Partido Socialista Brasileiro - PSB 01 20

Partido Progressista - PP 03 30

Partido Republicano - PR 01 05

Partido Comunista do Brasil - PC do B - 21

Partido da Mobilização Nacional - PMN - 09

Partido Popular Socialista - PPS - 06

Partido Trabalhista Nacional - PTN - 05

Democratas - DEM - 04

Partido Republicano Popular - PRP - 03

Partido Socialismo e Liberdade - PSOL - 02

Partido Democrático Trabalhista - PDT - 02

Outros partidos (com 1 vereador cada) - 07

TOTAL 22 182

Fonte: Câmara Municipal de Rio Branco, 2009.

Page 50: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

54

17.4 COMPOSIÇÃO PARLAMENTAR DA CÂMARA DE VEREADORES DE RIO

BRANCO POR PARTIDOS E POR LEGISLATURAS

1ª LEGISLATURA (1963-1964) – PREFEITO NOMEADO: ANIBAL MIRANDA

FERREIRA DA SILVA

NOME DO

PARLAMENTAR

PARTIDO OBSERVAÇÕES

Agnaldo Moreno ARENA Já falecido

Alberto Costa ARENA

Já falecido. Foi Vice-Governador, no governo

de Wanderlei Dantas.

Antônio Barbosa ARENA Já falecido

Antônio Gadelha ARENA Já falecido Francisco Fernandes ARENA Já falecido

Maria Célia Mota ARENA Foi a Secretária da Mesa.

Wildy Viana das Neves ARENA

Foi Dep. Estadual Constituinte, Dep. Federal

por vários mandatos e Secretário de Estado.

João Rodrigues de Souza

(Cabo Gia)

MDB Já falecido

Demóstenes Moura MDB Já falecido

Manoel de Queiroz MDB

Poty Pascoal MDB Já falecido.

Raimundo Melo

MDB

Foi o Presidente da Câmara.Já falecido, pai

do ex-Prefeito de Rio Branco, ex-governador

do Acre, ex-Senador e atual Dep. Federal

Flaviano Melo;

TOTAL: 12 VEREADORES Bipolarização partidária (ARENA X MDB)

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

Page 51: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

55

2ª LEGISLATURA (1965-1968) – PREFEITO NOMEADO: RAIMUNDO HERMÍNIO

DE MELO

NOME DO

PARLAMENTAR

PARTIDO OBSERVAÇÕES

Osvaldo Ferreira ARENA

Raimundo Martins ARENA

Sebastião Lustosa ARENA

Antônio Madeira de Matos MDB Presidente da Mesa. Já falecido.

Demóstenes Moura MDB

Francisco Macedo MDB Já falecido.

Junot Hortêncio de Souza MDB Já falecido.

Omar Marques MDB Já falecido

Thomaz Edson MDB Já falecido.

TOTAL: 09 VEREADORES Bipolarização partidária

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

3ª LEGISLATURA (1969 - 1972) - PREFEITO NOMEADO: ADAUTO FROTA (1969 -

1970)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Altemir Passos ARENA

Sebastião Lustosa ARENA Presidente da Mesa.

Veríssimo Izidoro ARENA

Adauto Paiva (Biraba) MDB Já falecido

Clodoaldo Nascimento (Codó) MDB Já falecido

José Leite de Paula MDB Irmão do Dr. Omar Sabino de Paula.

Maria Pascoal MDB

Thomas Edson MDB Reeleito

Tobias Mesquita MDB Já falecido.

TOTAL: 09 VEREADORES

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

4ª LEGISLATURA (1973-1976) – PREFEITO NOMEADO: JOSÉ DURVAL

WANDERLEY DANTAS (1972-1974)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Aldecino Ferraz ARENA

Altemir Passos ARENA Reeleito - 2º mandato

Edgar Fontes ARENA

Sebastião Lustosa ARENA Reeleito - 2º mandato. Secretário da Mesa

Veríssimo Izidório ARENA Reeleito - 2º mandato; Prefeito nomeado.

Page 52: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

56

Adauto Paiva MDB Reeleito - 2º mandato

Iolanda Fleming MDB Ex Dep.Estadual e ex - Governadora (1ª

do Brasil);

José Leite MDB Reeleito-2º mandato

Maria Pascoal MDB Reeleita-2º mandato

Omar Marques MDB Presidente da Mesa. Já falecido

TOTAL: 10 VEREADORES

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

5ª LEGISLATURA (1977-1982) – PREFEITO NOMEADO: FERNANDO INÁCIO

(1977-1982)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Altemir Passos ARENA 3º mandato

Anibal Tinoco ARENA Já falecido

Edgar Fontes ARENA Reeleito-2º mandato. Foi Dep. Estadual.

Edvaldo Guedes* ARENA É o dono da Cafua “Não me Deixes” *

Elias Antunes (Careca) ARENA

Maria de Fátima ARENA

Oneide Valente ARENA Já falecida.

Sebastião Lustosa ARENA 3º mandato

Adalberto Aragão

MDB

Foi o Presidente da mesa.Já falecido. Foi

Dep. Estadual, Secretário de Estado e

Prefeito de Rio Branco.

Adauto Paiva MDB 3º mandato

Arlindo Cunha MDB

Iolanda Fleming MDB Reeleita-2º mandato

João José MDB

Já falecido. Era tio de José Augusto, o 1º

Governador eleito do Acre. Maria Pascoal MDB 3º mandato

Omar Marques MDB

Sebastião Vidal MDB

TOTAL: 16 VEREADORES

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

Page 53: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

57

*Edvaldo Guedes, com seu burro “Cafuringa” já se incorporou ao folclore político da

cidade. Já concorreu a todos os cargos na vida pública do Acre, mas só logrou êxito, com esse

único mandato de vereador.

É um bom orador e figura das mais polêmicas. Nessa Legislatura, provocou um fato

inusitado, quando levou um cachorro morto para o plenário da casa para protestar contra “a

cachorrada”, que estava tomando conta da cidade.

6ª LEGISLATURA: (1983-1988) - PREFEITO NOMEADO: FLAVIANO MELO (1983-

1985)

PREFEITO ELEITO: ADALBERTO ARAGÃO (1986-1988)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Anibal Tinôco PDS Já falecido

Edmundo Pinto

PDS

Foi Dep. Estadual e Governador do

Estado. Assassinado, em São Paulo em

circunstâncias nebulosas, em pleno

exercício do Governo.

Helder Paiva PDS É Deputado Estadual.

José Augusto PDS

Foi Dep. Estadual e hoje é Conselheiro do

TCE.

Paulo Pinheiro PDS

Raimundo Romualdo PDS

Raimundo Sampaio PDS

Rui Birico PDS

Sebastião Lustosa PDS 4º mandato

Adauto Paiva PMDB 4º mandato

Airton Rocha PMDB

Francisco Marinheiro PMDB Já falecido

João José PMDB Reeleito-2º mandato.

José Aldemir PMDB

Manoel Lira PMDB

Marciliano Fleming (Chiquilita) PMDB Já Falecido.

Mauri Sérgio PMDB

Fo i Dep. Estadual, Dep. Federal e

Prefeito de Rio Branco;

Page 54: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

58

Omar Marques PMDB 4º mandato (falecido)

Rubens Rola

PMDB

Já falecido. Na campanha de 1982, em

função do “voto vinculado” o PMDB

adotou o slogan: ”Nabor na cabeça e

Rola no rabo”. Ambos foram eleitos;

TOTAL: 19 VEREADORES

Essa Legislatura teve o mandato de 6

anos em face do Congresso Nacional ter

prorrogado o mandato por mais 2 anos

para unificar as eleições.

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

7ª LEGISLATURA (1989-1992) – PREFEITO ELEITO: JORGE KALUME (1989-

19920

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Almir Dankar PDS

Nessa Legislatura é quebrada a

bipolaridade partidária;

Carlos Santiago PDS

Cosme Moraes PDS

Gilvan Timerman PDS

Hélder Paiva PDS Deputado Estadual Nabiha Bestene PDS

Raimundo Sampaio PDS

Airton Rocha PMDB Reeleito-2º mandato

Cleudo Mendonça PMDB Foi Dep. Estadual.

Emilson Brasil PMDB

Francisco Bezerra PMDB

Luiz Mesquita PMDB

Nerton Café PMDB Já falecido.

Regina Lino PMDB

Foi Vice-Prefeita de Rio Branco e

Dep.Federal.

Sete Pascoal PFL Já falecido.

Carlos Beyruth PFL

Francisco Vidal PFL

Page 55: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

59

Marina Silva

PT

Foi Dep.Estadual, é Senadora da

República no 2º mandato, foi Ministra do

Meio Ambiente no Governo do Presidente

Lula. Em 2010 é a virtual candidata do PV

à Presidência da República. Em todas as

eleições que disputou foi sempre a mais

votada.

TOTAL: 18 VEREADORES

Vereadores Suplentes:

Carlos Calderon (PDS)

Carlos Coelho (PDS)

Francisca marinheiro (PT)

Gisélia Nascimento (PMDB)

José Hilário (PMDB)

Luis Carlos (PMDB)

Orlando Sales (PMDB

Socorro Jorge (PFL)

Winkler Collyer (PDS) Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

8ª LEGISLATURA (1993-1996) – PREFEITO ELEITO: JORGE VIANA (1993 -1996)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Bené Damasceno PDS Eleito com 757 votos. Foi Dep. Estadual

Carlos Santiago PDS Reeleito com 1.354 votos

Claudionor Magalhães (Peninha) PDS Eleito com 1.124 votos

Cosme Moraes PDS Reeleito com 823 votos

Gilvan Timerman PDS Reeleito. Depois renunciou.

Amaraldo Pascoal PMDB Eleito com 692 votos

Carlos Beyruth PMDB

Reeleito com 1.127 votos. A 1ª eleição foi

pelo PFL

Chicão Brígido PMDB Eleito com 1.070 votos. Foi Dep. Federal

Gisélia Nascimento PMDB

Eleita com 690 votos. Foi a Presidente da

Mesa.

Francisca Marinheiro PT Eleita com 875 votos

Marcos Afonso PT Eleito com 1.241 votos

Chiquito Lopes PMN Eleito com 786 votos

Ivan Zamir PMN

Eleito com 807 votos (As comadres do

Zamir)

Page 56: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

60

João Angelim PFL Eleito com 850 votos.

José Alberto PFL Eleito com 617 votos

Rubenício Leitão PFL Eleito com 651 votos

Paulo Veloso PFL Eleit o com 888 votos

Júlio Eduardo (Dr. Julinho) PV Eleito com 979 votos

TOTAL: 18 VEREADORES Suplentes: Arthur Miguéis (PMDB; Jairo

Penha (PMDB); José Alex (PFL); Lisboa

Braga (PFL); Raimundo Menezes (PMDB);

Raimundo Nonato (PMDB); Raimundo

Sampaio (PDS); Raimundo Souza(PFL).

Começa o pluripartidarismo na Câmara,

com 6 partidos se fazendo representar.

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

9ª LEGISLATURA (1997-2000) – PREFEITO ELEITO: MAURI SÉRGIO (1997 –

2000)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Alípio Ferreira PP

Carlos Santiago PP

3º mandato, agora pelo PP, ex-PDS.

Presidiu a Mesa.

Helder Paiva PP 3º mandato, não consecutivo.

Antônio Monteiro PT

Francisca Marinheiro PT Reeleita

Josué Amorim PT

Naluh Gouveia PT

Paulo Veloso PT

Carlos Beyruth PSDB

3º mandato. Cada um por um partido

diferente (PFL, PMDB e PSDB)

Cosmoty Pascoal PMDB

Gisélia Nascimento PMDB

Jairo Penha PMDB

José Afonso PMDB

Raimundo Vaz PMDB

Page 57: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

61

João Angelim PFL Reeleito

José Alex PFL

Lenice Barros PFL

Raimundo Silva PMN

TOTAL: 18 VEREADORES

Suplentes: Amaraldo Pascoal (PMDB);

Arthur Miguéis (PMDB); Carlos Uyeno

(PP); Edmo Coelho (PMDB); Gilberto

Cabral (PFL); Hamilton Lucena (PFL);

José Alberto (PFL); Luiz Gonzaga

(PSDB); Maria Antônia (PT);

Rubenício Leitão(PFL); Tancremildo

Maia (PMDB).

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

10ª LEGISLATURA (2001 – 2004) – PREFEITO ELEITO: FLAVIANO MELO

/ISNARD LEITE

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Alba Tomaz PPS

Donald Fernandes PPS

João Angelim PPS 3º mandato, com mudança drástica de

partido (do PFL para o PPS)

Márcio Oliveira PPS

Antônio Gomes PMN

Pedro Oliveira PMN Presidente da Mesa

Carlos Beyruth PMDB 4º mandato (Retorno ao PMDB)

Chicão Brígido PMDB 2º mandato (Retorna à Câmara depois de

um mandato como Dep. Federal.)

Carlos Santiago PP 4º mandato.

Carlos Uyeno PP

José Moreira PSB

Page 58: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

62

Josué Amorim PT Reeleito

Paulo Veloso PT 3º mandato (PFL-PT-PT)

Roberto Sá PT

Lenice Barros PFL Reeleita

Valmir Araújo PFL

Nuno Miranda PL

Perpétua Almeida PC do B Está no 2º mandato de Deputada Federal

TOTAL: 18 VEREADORES Suplentes: Francisca Marinheiro (PT);

Gisélia Nascimento (PMDB); Hamilton

Lucena (PFL).

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

11ª LEGISLATURA (2005 -2008) – PREFEITO ELEITO: RAIMUNDO ANGELIM

(2005-2008)

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Ariane Cadaxo PC do B

Márcio Batista PC do B Líder do Prefeito na Câmara Pascal Kalil PC do B

Astério Moreira PSB

Jessé Santiago PSB Jonas Costa PSB Presidente da Mesa

Beth Pinheiro PPS

Donald Fernandes PPS Renunciou. Luiz Anute PPS

George Pires PP

Juracy Nogueira PP

Márcio Oliveira PTN Reeleito

Maria Antônia PT

Pedrinho Oliveira PMN Reeleito

Rodrigo Pinto PMDB Filho e herdeiro político do Ex-

Governador Edmundo Pinto.

TOTAL: 15 VEREADORES Suplentes: Raimundo Castro (PSDB);

Roberto Sá (PT) Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

Page 59: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

63

12ª LEGISLATURA (2009- 2012) – PREFEITO REELEITO: RAIMUNDO ANGELIM

NOME DO PARLAMENTAR PARTIDO OBSERVAÇÕES

Alonso Andrade PSDB Eleito com 1.568 votos Alysson Bestene PP Eleito co 2.465 votos

Juracy Nogueira PP Reeleito com 3.083 votos

Ariane Cadaxo PC do B Reeleita com 2.228 votos Astério Moreira PSB Reeleito com 3.632 votos Jessé Santiago PSB Reeleito com 3.845 votos

Elias Campos PRP Eleito com 2.347 votos

Raimundo Vaz PRP 2º mandato (não consecutivo)

Francisco Vieira (Sgto. Vieira) PHS Eleito com 2.596 votos

Gabriel Forneck PT Eleito com 3.596 votos

Ricardo Araújo PT Eleito com 3.600 votos

Luiz Anute PPS Reeleito com 2.322 votos

Manoel Valdir Teixeira de Souza

(Cabide)

PTC Eleito com 2.177 votos. Havia concorrido

16 vezes à Câmara, na 17ª, logrou êxito;

Rodrigo Pinto PMDB Reeleito com 3.608 votos.

TOTAL: 14 VEREADORES Fonte: Câmara Municipal de Rio Branco, 2009.

COMPOSIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIO BRANCO POR GÊNERO E

LEGISLATURAS

LEGISLATURAS HOMENS % MULHERES % TOTAL %

1ª (1963-1964) 11 91,7 01 8,3 12 100,0

2ª (1965-1968) 09 100,0 - - 09 100,0

3ª (1969-1972) 08 88,9 01 11,1 09 100,0

4ª (!973-1976) 08 80,0 02 2

0,0

10 100,0

5ª (1977-1982) 12 75,0 04 2

5,0

16 100,0

6ª (1983-1988) 19 100,0 - - 19 100,0

7ª (1989-1992) 15 83,3 03 16,7 18 100,0

8ª (1993-1996) 16 88,9 02 11,1 18 100,0

9ª (1997-2000) 14 77,8 04 22,2 18 100,0

10ª (2001-2004) 15 83,3 03 16,7 18 100,0

11ª (2005-2008) 12 80,0 03 20,0 15 100,0

12ª (2009-2012) 13 92,8 01 7,2 14 100,0

TOTAL* 114 87,0 17 13,0 131 100,0

Fonte: FERNANDES, Marcos Inácio, 2009.

*O somatório não é aritmético pelo fato de alguns vereadores terem sido eleitos

sucessivas vezes.

Page 60: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

64

Na 5ª e 9ª Legislaturas foram os períodos em que as mulheres estiveram melhor

representadas na Câmara de Vereadores, com 4 membros em cada uma delas (25% e22%,

respectivamente).

19 MULHERES VEREADORAS POR PARTIDO

NOME DA VEREADORA PARTIDO OBSERVAÇÕES

1 - Maria Célia ARENA 1ª Legislatura

2 - Maria Pascoal MDB 3ª, 4ª e 5ª Legislaturas

3 - Iolanda Fleming MDB 4ª e 5ª Legislaturas. Foi a 1ª Governadora

do Brasil. 4 - Maria de Fátima ARENA

5 - Oneide Valente ARENA

6 - Nabiha Bestene PDS* *Partido sucedâneo da ARENA

7 - Regina Lino PMDB* *Sucedâneo do MDB. Foi Vice-Prefeita e

Deputada Federal

8 - Marina Silva PT

Vereadora que mais se projetou na vida

política do Estado.

Foi Dep. Estadual, Senadora em 2º

mandato, Ministra do Meio Ambiente e

virtual candidata à Presidência da

República pelo PV. Sempre a mais

votada.

9 - Francisca Marinheiro PT Eleita na 8ª e 9ª Legislaturas. 10 - Gisélia Nascimento PMDB Eleita na 8ª e 9ª Legislaturas.

Page 61: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

65

11 - Naluh Gouveia PT Dep. Estadual e Conselheira do TCE

12 - Lenice Barros PFL 9ª e 10ª Legislaturas

13 - Alba Tomaz PPS

14 - Perpétua Almeida PC do B 10ª Legislatura. É Deputada Federal no 2º

mandato;

15 - Ariane Cadaxo PC do B 11ª e 12ª Legislaturas.

16 - Beth Pinheiro PPS 11ª Legislatura.

17 - Maria Antônia PT 11ª Legislatura

Fonte: Câmara Municipal de Rio Branco, 2009

19.1 AS MULHERES E O VOTO

“Pode-se graduar a civilização de um povo pela atenção, decência e consideração

com que as mulheres são educadas, tratadas e protegidas.”

Marquês de Maricá (1773-1848)

Na América Latina o 1º país a conceder o voto às mulheres foi o Equador em 1929.

Em 1932, o Código Eleitoral Brasileiro, garantia o voto feminino, após intensa campanha das

sufragistas do Brasil lideradas pela bióloga, Bertha Lutz (1894-1976).

A médica Carlota Pereira Joaquina (1892-1982), foi a primeira Deputada Federal da

América Latina. Participou da Assembléia Constituinte de 1933/34, eleita por São Paulo. É de

sua autoria o primeiro projeto de lei sobre a criação de Serviços Sociais no país.

Em 1934, o Brasil, na sua Constituição, estabelecia o voto feminino sendo, portanto,

o 2º país a estender esse direito às mulheres. Saímos na frente de muitos países, alguns, de

tradição democrática bem maior que o Brasil.

A França só estabeleceu o voto feminino em 1944, Japão e Itália em 1946,

Venezuela e Argentina em 1947, a Bélgica em 1948, a Suíça em 1971, e Portugal em 1974.

Registre-se que o direito constitucional do voto às mulheres da Carta de 1934, não

foi exercido. Em 1937, Vargas implanta a ditadura do Estado Novo, e as eleições são

Page 62: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

66

suspensas, bem como, outras franquias democráticas. As mulheres e, também os homens, só

iriam votar com a redemocratização de 1946.

A primeira mulher que tirou o primeiro título de eleitoral no Brasil, tornando-se a

primeira eleitora, foi a professora, Celina Guimarães Viana (1890-1972 ). Nas eleições de

1928, em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Naquele Estado, dezenas de mulheres votaram pela primeira vez, amparadas por uma

Lei Estadual (Lei nº 600 de 25/10/1927), que dispunha: “no Rio Grande do Norte, poderão

votar e ser votadas, sem discriminação de sexo, todos os cidadãos que reúnam as condições

exigidas por esta Lei.” Celina e outras eleitoras compareceram as urnas em 5 de abril de 1928

e votaram pela primeira vez. Posteriormente, a Comissão de Poderes do Senado, anulou os

votos femininos.

No Acre, tivemos a primeira governadora do Brasil, Yolanda Lima Fleming do

PMDB. Yolanda também exerceu os cargos de vereadora de Rio Branco na 4ª e 5ª

Legislaturas e de deputada Estadual. Em Rio Branco, a primeira Vereadora foi Maria Célia,

da ARENA, eleita na 1ª Legislatura (1963-1964).

Pela Câmara Municipal de Rio Branco Já passaram 17 mulheres (13%) de todos os

vereadores que exerceram seus mandatos no Parlamento Mirim. Atualmente, a Câmara conta

com apenas uma representante do sexo feminino, a Vereadora, reeleita, do PC do B, Ariane

Cadaxo.

Page 63: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a Política e o Estado

Moderno. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1991.

2. LAMOUNIER, Bolivar, MENEGUELLO, Rachel. Partidos

Políticos e Consolidação Democrática: O Caso Brasileiro. São Paulo:

Brasiliense, 1986.

3. CAMPOS, Benedito de. A Questão da Constituinte: uma

análise marxista. São Paulo: Editora Alfa Omega, 1985.

4. DE CICCO, Claudio. Teoria Geral do Estado e Ciência

Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.

5. SELL, Carlos Eduardo. Introdução a Sociologia Política:

Política e Sociedade na Modernidade Tardia – Petrópolis, RJ: Vozes,

2006.

6. SARONI,Fernando & DAROS, Vital. História da

Civilização. São Paulo: FTD, 1986.

7. ARENDT, Hannah. A Dignidade da Política: Ensaios e

Conferências. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1985.

Page 64: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

68

8. COSTA, Homero de Oliveira. Os Partidos Políticos no Acre

(1945-1979), in Cadernos da UFAC nº 2. Série A, Estudos Sociais,

1992.

9. COSTA, Homero de Oliveira. “Os Partidos Políticos no Acre

(1945 – 1979), in: Cadernos UFAC nº 2. Série A, Estudos Sociais,

1992.

10. NICOLAU, Jairo. Sistemas Eleitorais. Rio de Janeiro: Editora

FGV, 2004

11. FERNANDES, Marcos Inácio. O PT no Acre: a construção

de uma terceira via. Dissertação de Mestrado. – Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e

Artes. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, 1999.

12. BOBBIO, Norberto; MATTEUCI, Nicola & PASQUINO,

Gianfranco. Dicionário de Política. Brasília, DF: Editora Universidade

de Brasília, 1992.

13. BOBBIO, Norberto. Direita e esquerda: razões e

significados de uma distinção política. São Paulo: Editora da

Universidade Estadual Paulista, 1995.

14. _____, Noberto. Estado, Governo, Sociedade: Para uma

teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

15. DIAS, Reinaldo. Ciência Política. São Paulo: Atlas, 2008

16. BRYM... (et al.). Sociologia: Uma Bússola para um Novo

Mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

17. CALIXTO, Valdir de Oliveira. Plácido de Castro e a

Construção da Ordem no Aquiri; contribuição à história das idéias

políticas. Rio Branco: FEM, 2003.

18. PORTO, Walter Costa. Dicionário do Voto. Brasília: Editora

Universidade de Brasília; 2000.

Page 65: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

69

GLOSSÁRIO

Movimentos Sociais: São esforços coletivos para mudar, no todo ou em parte, a

ordem política ou social, abandonando as regras usuais da política.

Partido Político: Organizações que competem pelo controle do governo em eleições

regulares e competitivas. São associações de pessoas cuja natureza de suas ações estão,

essencialmente, orientadas para a conquista do poder político de uma sociedade. Para

Gramsci, o partido político, seria o príncipe moderno, o agente capaz de articular uma vontade

coletiva. Para Engels, “o partido político é a expressão, mais ou menos adequada de classes e

frações de classes” (Introdução de As Lutas de Classe na França de Karl Marx, 1895)

Poder: Capacidade de controlar outros, mesmo contra sua vontade.

Sociedade Civil: É a esfera privada da vida social, em relação ao Estado (sociedade

política)

Sufrágio: Derivado do latim, “sufragium” (aprovação, apoio) é um direito público

subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger e ser eleito e de participar da

organização do poder. Para Bonavides, “é o poder que se reconhece a certo número de

pessoas (o corpo de cidadãos) de participar direta ou indiretamente, na soberania, isto é, na

gestão da vida pública.” (BONAVIDES, 1972)

Page 66: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

70

Sufrágio universal: Consiste na possibilidade do povo (eleitores) manifestar sua

vontade para formação do governo. É extensivo a todos com sua capacidade civil.

Sufrágio restrito: Consiste naquele que por determinada condição econômica ou

fator discriminatório, as pessoas não têm o poder de exercer seu voto e sua cidadania. Ex:

restrição do sufrágio ás mulheres, aos analfabetos e aos pobres.

Voto: É o exercício do sufrágio na área eleitoral. Se exerce o sufrágio através do

voto. É o instrumento de manifestação da escolha do eleitor. O voto pode ser secreto ou

público; obrigatório ou facultativo, igual ou desigual; direto ou indireto.

No Brasil, o voto é secreto, direto, obrigatório e igual, alem de ser periódico e

universal (garantido ao maior número de pessoas possíveis).

Voto Censitário: O direito do voto é restrito aos que têm determinada renda. A

primeira Constituição do Império, de 1824, estabelecia que só votava quem detivesse uma

renda de 100 mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou emprego.

Voto de Cabresto: Voto controlado pelos coronéis das oligarquias rurais na 1ª

República, através dos “currais eleitorais”. A lei federal nº 1.269 de 15/11/1904, a chamada

Lei Rosa e Silva, mantinha o “voto secreto” mas, permitia no entanto, ao eleitor votar a

descoberto fato que permitia aos coronéis exercer grande pressão junto aos eleitores da sua

área de influência.

Voto Vinculado: Mecanismo estabelecido pela Reforma Política de 1979, que criava

dificuldades para as siglas partidárias, recém criadas, e os partidos da oposição, que obrigava

se votar em candidatos de um mesmo partido (chapa completa), sob pena de anular o voto.

Voto Útil: Tese defendida pelo PMDB, nas eleições para Governador de 1982, que

consistia em votar no partido com mais chance de derrotar a ditadura militar e seu partido de

sustentação política o PDS e não “pulverizar” os votos em partidos como o PT, PDT e outros

que não teriam chance de vitória eleitoral. O “voto útil, evidentemente, seria no PMDB.

Page 67: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

71

ANEXOS

INTENDENTES, PREFEITOS DEPARTAMENTAIS DE RIO BRANCO E

GOVERNADORES DO TERRITÓRIO DO ACRE – (1904-1930)

ANO/MES INTENDENTES /PREFEITOS

DEPARTAMENTAIS DO

ALTO ACRE

OBSERVAÇÕES

1904 (set) - 1905 (abr) Hipólyto Moreira - Raphael

Augusto da Cunha Matos;

Vila Rio Branco (Dec. nº

5188 de 07/04)

1905 (abril a julho) Odilon Pratagy Brasiliense

1906 (abr) - 1906 (jan) Acuan Ribeiro

(janeiro a março) Ten. Francisco das Chagas Pinto

Monteiro

(março a julho) Cel.João de Oliveira Rola

1906 (jul) - 1907

(março)

Cel. José Plácido de Castro Relatório contundente*

1907 (março - out.) Domingos Jesuino de

Albuquerque Junior

1907 (out.) - 1908 (jan.) Antônio Antunes de Alencar

1908 (jan.) - 1909(nov.) Gabino Bezouro Vila Penápolis (13/06/1909)

1909 (Nov. e dez.) Francisco Simplício Ferreira da

Costa

1909 (dez.) -1910 (jun) Deocleciano Coelho de Souza

Page 68: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

72

1910 (jun. a nov.) Leônidas Benício de Melo Precursor da “balsa” **

1910 (Nov. e dez.) Fábio Fabrizzi

1911 (jan.) Dr. Epaminondas Jácome

1911 (jan.) -1915 (jan.) Dr. Deocleciano Coelho de Souza

1912 1ª Reforma administrativa Do

Território. Cria-se o 4º

Departamento de Tarauacá e

5 Municípios (Rio Branco,

Xapuri, Sena Madureira,

Tarauacá e Cruzeiro do Sul.

Inicia-se a crise da borracha

1913 (nov.) *** Cel. João de Oliveira Rola Instala-se em Rio Branco a

Estação de Rádio Telegráfica.

1914 (jan.) Cel. João de Oliveira Rola /

Ten.Cel. Joaquim Domingos

Carneiro

1915 (jun.) PD-Joaquim Vítor da Silva,

Antônio Vieira de Souza e

Augusto Carlos de Vasconcelos

Monteiro.

Intend:Ten.Cel. Joaquim

Domingos Carneiro /

Epaminondas Jácome

É construído o 1º Grupo

Escolar de Rio Branco

1916 (mai.) -1917(mai.) PD - Antônio Vieira de Souza; É inaugurado o serviço de

Luz Elétrica;

1917 (mai) - 1919 (jan.) PD - Augusto Carlos V. Monteiro;

1918 (jun.) Int.Epaminondas Jácome /

Ten.Cel. Teófilo Maia de Lima;

1919 (jan.) 1920 (dez.)

1919 (jul - out.) Int.

PD - José Tomás C Vasconcelos.

Int.- Ten.Cel. Teófilo maia de

Lima /Major Ramiro Afonso

Guerreiro Junior /Dr. Edson

Mendes de Oliveira (set.);

1920 (maio) Dr. Edson Mendes de Oliveira /

Cel. Antônio Ferreira Brasil /

Dr.Eduardo Freire de Carvalho

Junior (jun.) / Antônio Ferreira

Brasil (set.);

2ª Reforma Administrativa. O

Território é unificado.

Governo centralizado com a

capital em Rio Branco. É a

fase dos “Governadores”

1921 (jan.) -1922 (mai.) Gov.- Epaminondas Jácome. Int.-

Antônio Ferreira Brasil /Ten.Cel.

João Donato de Oliveira ;

1922 (jun.) - 1923(fev.) Gov.- Francisco de Oliveira

Conde. Int.-Major Manoel Duarte

de Menezes / Tem.Cel. João

Donato de Oliveira / Major

Ramiro Afonso Guerreiro Junior

(set.);

1923 (fev.) 1926 (mai.) Gov.- Dr. José Thomas da Cunha

Vasconcelos. Int.Major Adolpho

Barbosa Leite / Antônio Ferreira

Page 69: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

73

Brasil

1924 (março) Marcílio Fernandes Bastos / José

Augusto Maria Filho / Cel.

Antônio Ferreira Brasil;

1926 (mai.) Gov.-José Plácido de Castro. Int-

Cel. Antônio Ferreira Brasil /

major Adolpho Barbosa Leite

/Flaviano Flávio Baptista (set) /

Alvaro Arnoso de Mello Leitão;

1927 (jan. - jun.) Gov.-Alberto Augusto O.Diniz. e

Laudelino Benigno. Int.-Dr.

Marcílio Fernandes Bastos /

Ten.Cel. Virgílio Esteves de Lima

(dez.);

1927 (jun.) - 1930 (jul.) Gov.- Hugo Carneiro;

1928 (abr.) 1930 (Nov.) Int.- Dr. Alberto José Leão

Martim;

Instalações do Palácio do

Governo, Quartel da PM,

Mercado Municipal e outros

prédios públicos;

1929

1930 (jul. - nov.) Gov. José Plácido de Castro. Int.-

Dr. Hélio Abreu;

PREFEITOS MUNICIPAIS DE RIO BRANCO ( NOMEADOS E ELEITOS)

(1963- 2009)

PERÍODO PREFEITO OBSERVAÇÃO

1963 - 1964 Aníbal Miranda Ferreira da

Silva

Nomeado

1965 - 1968 Raimundo Hermínio de Melo Nomeado

1969 - 1971 Adauto Brito da Frota Nomeado

1971 - 1975 Durval Wanderley Dantas Nomeado

1975 - 1979 Adauto Brito da Frota Interventor

1977 - 1983 Fernando Inácio dos Santos Interventor. *

1983 - 1985 Flaviano Flávio Batista de

Melo

Nomeado pelo governador eleito,

Nabor Junior

1986 -1988 Adalberto Aragão Eleito pelo PMDB com 23.957

votos

1989 - 1992 Jorge Kalume Eleito pelo PDS com 26.832 votos

1993 - 1996 Jorge Viana Eleito pelo PT com 28.203 votos

1997 - 2000 Mauri Sérgio Eleito pelo PMDB com 45.113

votos

2001 - 2004 Faviano Melo / Isnard Leite Eleito.pelo PMDB com 54.990

votos.Renunciou ao cargo para

concorrer ao Governo em 2002. Seu

Vice, Isnard Leite, assume a

Page 70: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

74

Prefeitura

2005 - 2008 Raimundo Angelim

Vasconcelos

Eleito pelo PT com 69.732 votos

2009 - 2012 Raimundo Angelim

Vasconcelos

Reeleito pelo PT com 80.022 votos

*Fonte: LIMA, Reginâmio Bonifácio de. Sobre terras e gentes: o terceiro eixo ocupacional

de Rio Branco. João Pessoa : Idéia, 2006. P.66. Org. Marcos Inácio Fernandes.

PREFEITOS MUNICIPAIS DE RIO BRANCO (1930-1962)

PERÍODO PREFEITO OBSERVAÇÕES

1931 (set.) - 1932 (jun.) Amaro Theodoro Damasceno

Júnior

1932 (jun) - 1933 (mai) Hélio Abreu

1933 (mai.) - 1935 (mar.) Natalino da Silveira Brito

1935 (mar. - abr.) Nilo Bezerra de Oliveira

(abril - dezembro) José de Matos Barros

1935 (dez.) - 1 936 (jun.) Virgílio Esteves Lima

1936 (jun.) - 1941 (mar.) Nilo Bezerra de Oliveira Quase 6 anos

1941 (mar.) - 1942 (mar.) Manoel Fontenelle de Castro

1942 (mar. - abr.) Francisco Ângelo da Silveira

(abr. - nov.) Adolpho Barbosa Leite

1942 (nov.) - 1944 (set.) Manoel Fontenelle de Castro Retorna

1944 (set.) - 1945(ago.) Adolpho Barbosa leite De novo

1945 (ago - nov.) Ismael Gomes de Carvalho

(nov. - dez.) Jaime Mendonça

1945 (dez.) - 1946 (mai.) Adolpho Barboza Leite Outra vez

1946 (mai) - 1948 (jan.) Francisco Custódio Freire

1948 (jan.) - 1952 (set.) Jorge Félix Lavocat 5 anos

1952 (set.) - 1953 (abr.) João batista Stehling

1953 (abr.) - 1954 (abr.) Rubens Lameira Carvalho

1954 (abr. - nov.) Manoel Vargues Matoso

1954 (nov.) -1955 (abr) Manoel Fontenelle de Castro 3ª vez

1955 (abr.) - 1956(abr.) Fernando Paula P. de Andrade

Page 71: Indicadores Politicos de Rio Branco (Artigo)

75

(abr.- mai.) Gesner Maciel de Lemos

1956 (mai.) -1958 (dez.) Jorge Félix Lavocat Outra vez

1958 (dez.) - 1960 (jun.) Geraldo Gurgel de Mesquita

1960 (jun.) - 1961 (ago.) Milton de Matos Rocha

1961 (ago.- nov.) Goldwasser Pereira dos Santos

1961 (nov.) -1962 (out.) Milton Matos da Rocha Fonte; Historiador Marcos Vinicius das Neves. - 2009 – Org. Marcos Inácio Fernandes.