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1 Informações pormenorizadas relativas ao seguimento dado pela Comissão aos pareceres da Plataforma REFIT ÍNDICE Informações pormenorizadas relativas ao seguimento dado pela Comissão aos pareceres da Plataforma REFIT ........................................................................................................................ 1 1 Introdução ......................................................................................................................... 2 2 Seguimento dado aos pareceres ........................................................................................ 3 2.1 3 pareceres sobre revisão legislativa (referida no anexo 1 ou 2 do Programa de Trabalho da Comissão)................................................................................................................................ 3 2.1.1 Mercado Interno - Parecer Ref XII.5a e XII.5b sobre dois contributos do Fórum Empresarial Dinamarquês e da Business Europe ....................................................................... 3 2.1.2 Redes de comunicação .................................................................................................. 3 2.1.3 Ambiente ........................................................................................................................ 5 2.2 18 pareceres em favor de revisão legislativa; orientações; adaptação das disposições de execução, ou que suscitam questões a ter em conta no trabalho da Comissão ............................ 7 2.2.1 Agricultura .................................................................................................................... 7 2.2.2 Mercado interno ............................................................................................................ 7 2.2.3 Fiscalidade e União Aduaneira .................................................................................... 8 2.2.4 Serviços financeiros ...................................................................................................... 9 2.2.5 Produtos químicos ....................................................................................................... 11 2.2.6 Saúde e segurança dos alimentos ............................................................................... 12 2.2.7 Estatísticas .................................................................................................................. 12 2.2.8 Iniciativa de Cidadania Europeia ............................................................................... 13 2.2.9 Concorrência............................................................................................................... 14 2.2.10 Política regional.......................................................................................................... 16 3 Quadro de síntese ............................................................................................................ 18 COMISSÃO EUROPEIA Secretariado-Geral Secretariado da PLATAFORMA REFIT

ÍNDICE - European Commission · Empresarial Dinamarquês e da Business ... 2.1.2 Redes de comunicação ... A proposta de revisão do instrumento de privacidade eletrónica foi adotada

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1

Informações pormenorizadas relativas ao seguimento dado pela Comissão aos pareceres da Plataforma REFIT

ÍNDICE

Informações pormenorizadas relativas ao seguimento dado pela Comissão aos pareceres da

Plataforma REFIT ........................................................................................................................ 1

1 Introdução ......................................................................................................................... 2

2 Seguimento dado aos pareceres ........................................................................................ 3

2.1 3 pareceres sobre revisão legislativa (referida no anexo 1 ou 2 do Programa de Trabalho

da Comissão) ................................................................................................................................ 3

2.1.1 Mercado Interno - Parecer Ref XII.5a e XII.5b sobre dois contributos do Fórum

Empresarial Dinamarquês e da Business Europe ....................................................................... 3

2.1.2 Redes de comunicação .................................................................................................. 3

2.1.3 Ambiente ........................................................................................................................ 5

2.2 18 pareceres em favor de revisão legislativa; orientações; adaptação das disposições de

execução, ou que suscitam questões a ter em conta no trabalho da Comissão ............................ 7

2.2.1 Agricultura .................................................................................................................... 7

2.2.2 Mercado interno ............................................................................................................ 7

2.2.3 Fiscalidade e União Aduaneira .................................................................................... 8

2.2.4 Serviços financeiros ...................................................................................................... 9

2.2.5 Produtos químicos ....................................................................................................... 11

2.2.6 Saúde e segurança dos alimentos ............................................................................... 12

2.2.7 Estatísticas .................................................................................................................. 12

2.2.8 Iniciativa de Cidadania Europeia ............................................................................... 13

2.2.9 Concorrência ............................................................................................................... 14

2.2.10 Política regional .......................................................................................................... 16

3 Quadro de síntese ............................................................................................................ 18

COMISSÃO EUROPEIA

Secretariado-Geral

Secretariado da PLATAFORMA REFIT

2

1 Introdução Ao criar a Plataforma REFIT, a Comissão comprometeu-se a responder a todos os pareceres,

indicando se considera necessário ou oportuno tomar medidas, o tipo de medidas previstas,

bem como o seu calendário de execução.

A resposta da Comissão ao primeiro grupo de 22 pareceres adotados em junho e setembro de

2016 foi incluída no Programa de Trabalho da Comissão para 2017, adotado em 25 de outubro,

tal como indicado no painel de avaliação REFIT.

A Comissão dá seguimento aos pareceres, 22 ao todo, com a exceção de um. A única exceção

refere-se à recomendação da Plataforma relativa à declaração normalizada de IVA, que foi

objeto de proposta anterior da Comissão, que teve de ser retirada este ano devido à falta de

apoio do Conselho no processo legislativo. A Comissão concentra-se atualmente noutras

propostas importantes a apresentar sobre o IVA e ponderará outras opções à luz dos progressos

realizados.

Os restantes 21 pareceres adotados variam em função não só do objeto mas também do tipo de

medidas que propõem:

o 3 pareceres sobre revisão legislativa;

o 18 pareceres em favor de revisão legislativa; orientações; adaptação das

disposições de execução, ou que suscitam questões a ter em conta no trabalho

da Comissão.

3

2 Seguimento dado aos pareceres

2.1 3 pareceres sobre revisão legislativa (referida no anexo 1 ou 2 do Programa de

Trabalho da Comissão)

2.1.1 Mercado Interno - Parecer Ref XII.5a e XII.5b sobre dois contributos do Fórum Empresarial Dinamarquês e da Business Europe

No seu parecer sobre os balcões únicos, a Plataforma REFIT recomenda a criação de um

ponto de entrada único para as empresas em cada Estado-Membro, a fim de ajudar as empresas

que operam no mercado único. A Plataforma sugere igualmente que a Comissão estabeleça

ainda critérios mínimos para o funcionamento dos balcões únicos e que este exercício seja

integrado na elaboração do Portal Digital Único e alinhado com outras iniciativas pertinentes,

como o cartão de serviços.

A Comissão presta especial atenção a estas recomendações e abordará, na sua proposta sobre o

Portal Digital Único, os problemas comunicados.

Prevê-se que a iniciativa forneça todas as informações necessárias para que as pessoas possam

desenvolver as suas atividades transnacionais, bem como viajar, viver, estudar ou trabalhar

noutro país da UE. O Portal Digital Único teria por base portais já existentes, pontos de

contacto e redes [tais como – sujeito a alterações durante o processo de adoção – por exemplo,

pontos de contacto para produtos (PCP), pontos de contacto para produtos de construção

(PCPC), balcões únicos (BU), a rede SOLVIT, a Rede Europeia de Empresas (EEN), etc.]. No

entanto, poderia melhorá-los, estabelecendo normas mínimas de qualidade e o requisito de

centragem no utilizador. Poderia ainda incluir formas de divulgar os instrumentos existentes e

otimizar a recolha de informações pertinentes. Prevê-se que o âmbito abranja lacunas de

informação e questões de qualidade, tanto em relação aos portais da UE como aos portais

nacionais relacionados com aspetos do mercado único pertinentes para os cidadãos e as

empresas, melhorando o funcionamento dos serviços de assistência e assegurando que os

procedimentos nacionais dos quais os utilizadores transnacionais se servem mais

frequentemente possam ser totalmente realizados em linha. Os balcões únicos deverão

constituir uma parte essencial da iniciativa, especialmente no que diz respeito a garantir e a

manter a qualidade do serviço, prevendo-se ainda o reforço do seu papel.

A proposta deverá ser adotada em abril de 2017.

2.1.2 Redes de comunicação

(Parecer Ref IV.1b sobre um contributo do Fórum Empresarial Dinamarquês)

No parecer sobre a Diretiva Privacidade Eletrónica, a Plataforma REFIT emitiu três grupos de

recomendações à Comissão:

(1) É necessário reforçar a proteção da vida privada dos cidadãos mediante um

alinhamento da Diretiva Privacidade Eletrónica com o Regulamento Geral sobre a

Proteção de Dados (RGPD);

(2) A eficácia da proteção dos cidadãos contra comunicações não solicitadas para fins de

comercialização deveria ser reforçada, aditando-se exceções à regra do

4

«consentimento» de testemunhos de conexão (cookies);

(3) A Comissão procura resolver os problemas de aplicação a nível nacional e promove o

intercâmbio de melhores práticas entre os Estados-Membros.

5

A Comissão presta especial atenção a estas recomendações no contexto da revisão da Diretiva

Privacidade Eletrónica. Em primeiro lugar, foram examinadas as normas de privacidade

eletrónica, a fim de detetar eventuais sobreposições com as regras do RGPD. A Comissão

refletiu igualmente sobre eventuais casos em que a regra do consentimento de testemunhos de

conexão possa não ser necessária quando haja um risco mínimo ou nulo para a privacidade,

bem como sobre outras formas de facilitar os meios através dos quais os cidadãos possam dar

o seu consentimento quando necessário. A questão de assegurar uma melhor aplicação das

normas também constitui outra prioridade. A fim de obter um amplo conjunto de contributos, a

Comissão lançou, em abril de 2016, uma consulta das partes interessadas, abordando todas as

questões supramencionadas, bem como consultas ad hoc de grupos de peritos da UE, tais

como o Grupo de Trabalho do artigo 29.º, a ENISA (Agência da União Europeia para a

Segurança das Redes e da Informação), o ORECE (Organismo de Reguladores Europeus das

Comunicações Eletrónicas) e a Rede de Cooperação no Domínio da Defesa do Consumidor

(CPC), etc.

A proposta de revisão do instrumento de privacidade eletrónica foi adotada em 10 de janeiro

de 2017. O seu objetivo é assegurar a privacidade e a confidencialidade das comunicações

eletrónicas aos utilizadores finais e a proteção dos dados pessoais, proporcionando, ao mesmo

tempo, clareza e simplificação, a fim de reduzir os custos de conformidade e os esforços das

empresas decorrentes das obrigações estabelecidas.

Em especial, o instrumento revisto proposto deverá:

- clarificar o âmbito de aplicação, que ajudaria a eliminar/reduzir o risco de

divergências na aplicação pelos Estados-Membros (ponto 3 do parecer da Plataforma

REFIT),

- clarificar e simplificar a regra do consentimento da utilização de testemunhos de

conexão e outros identificadores, para ajudar a eliminar/reduzir o risco de

divergências na aplicação e tornar a regra mais eficaz no que concerne à proteção dos

utilizadores finais, reduzindo simultaneamente os custos de conformidade para as

empresas (ponto 2 do parecer da Plataforma REFIT),

- introduzir o procedimento de controlo da coerência, estabelecido ao abrigo do

Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, nos domínios abrangidos pelo

capítulo II do presente regulamento, e o papel consultivo do Comité europeu para a

proteção de dados nos domínios abrangidos pelos restantes capítulos, a fim de

assegurar a interpretação uniforme do presente regulamento (ponto 1 do parecer da

Plataforma REFIT).

2.1.3 Ambiente (Parecer Ref IX.la sobre os contributos do Fórum Empresarial Dinamarquês)

No seu parecer sobre resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE), a

Plataforma REFIT recomenda à Comissão que tome medidas para aplicar um sistema de

registo e comunicação de informações comum e harmonizado, que tenha em conta o

cumprimento e a facilidade de gestão, sem acrescentar encargos desnecessários para os

Estados-Membros. Além disso, a Plataforma indica que estas medidas devem ser adotadas em

tempo útil, por forma a possibilitar a aplicação do referido sistema até meados de 2018.

O parecer salienta um requisito que já existe na Diretiva 2012/19/UE, relativa aos REEE, bem

6

como os contributos recolhidos pela Comissão Europeia, e reitera que é necessário adotar

medidas. Concluiu-se um estudo em janeiro de 20161 sobre o formato do registo e da

comunicação de informações e prevê-se a adoção de medidas para o final de 2017. Neste

contexto, a Comissão tenciona adotar um ato de execução, simplificando e desenvolvendo, em

maior medida, os procedimentos de comunicação de informações e de registo, incluindo uma

estrutura e um formato harmonizados de dados para o registo e a comunicação de informações,

bem como o modelo de dados correspondente. Esse ato de execução deverá igualmente

estabelecer uma periodicidade e ocasião comuns de comunicação de informações por parte de

todos os fabricantes a todos os registos nacionais.

A adoção do ato de execução está prevista para o final de 2017. Este calendário proporcionará

aos Estados-Membros o tempo necessário para adaptarem (se necessário) os seus sistemas

nacionais de registo até meados de 2018.

1 O relatório final do estudo sobre a harmonização do formato de registo e a comunicação de informações por

parte dos fabricantes de equipamentos elétricos e eletrónicos (EEE) ao registo nacional e sobre a periodicidade da

comunicação de informações (2016) está disponível em:

http://ec.europa.eu/environment/waste/weee/events_weee_en.htm

7

2.2 18 pareceres em favor de revisão legislativa; orientações; adaptação das disposições de execução, ou que suscitam questões a ter em conta no trabalho da Comissão

2.2.1 Agricultura [Parecer Ref I.4a; I.2a; 1.3a – sobre os contributos do Gabinete Europeu do Ambiente (GEA),

do Fórum Empresarial Dinamarquês (DBF) e da Freistaat Saachsen]

No que concerne à política agrícola comum, a Plataforma REFIT emitiu três pareceres sobre

a eficácia da PAC, a condicionalidade e as sobreposições entre os pilares I e II.

No primeiro parecer da Plataforma (Ref I.4a), o grupo das partes interessadas da Plataforma

REFIT indicou a necessidade de assegurar a eficácia e a eficiência da PAC com a realização

de uma revisão mais estratégica, ao passo que o «grupo dos governos» recomendou que se

observasse o plano de avaliação existente, instituído pelo Regulamento (UE) n.º 1306/2013.

Os outros dois pareceres da Plataforma REFIT (Ref I.2a e Ref I.3a) incluem recomendações de

alguns membros do grupo das partes interessadas que instam a Comissão a examinar o sistema

de controlos aplicáveis ao pilar II, mas qualquer revisão mais aprofundada das regras relativas

à condicionalidade deve ser tratada como parte de uma revisão integrada da PAC. No que

respeita ao atual período de programação, poderá considerar-se a introdução de medidas

não vinculativas (simplificação dos requisitos aplicáveis aos trabalhadores à luz do quadro

atual). Alguns membros do grupo das partes interessadas também manifestaram o seu apoio ao

exame, por parte da Comissão, da possibilidade de introduzir um sistema de controlos mais

específico, baseado no risco e proporcionado, ao abrigo do pilar II. Alguns membros do

«grupo dos governos» concordaram amplamente com estas sugestões, ao passo que outros

consideraram que era demasiado cedo para levar a cabo este trabalho.

No contexto de uma orientação contínua da PAC para o mercado, da necessidade de ter em

conta os recursos naturais, de combater as alterações climáticas e de assegurar a viabilidade

das zonas rurais, a Comissão está a dar resposta às preocupações da Plataforma mediante a

realização de consultas ao longo de 2017 sobre a modernização e a simplificação da política

agrícola comum (PAC). Em 2 de fevereiro de 2017 foi lançada um consulta pública de 12

semanas, para recolher elementos sobre os resultados do passado e as perspetivas de futuro. A

consulta decorre até 2 de maio de 2017. Os resultados deste processo de consulta constituirão o

primeiro passo no sentido da elaboração de uma comunicação sobre o futuro da política

agrícola comum após 2020, cuja publicação está prevista até ao final de 2017.

Após a conclusão destes trabalhos, os membros da Plataforma serão informados sobre as

medidas de acompanhamento.

2.2.2 Mercado interno [Parecer Ref. XII.8a – sobre um contributo do Fórum Empresarial Dinamarquês (DBF)]

A Plataforma emitiu também um parecer sobre o Regulamento Produtos de Construção, no

qual recomenda que a Comissão dê prioridade aos problemas de sobreposição e repetição de

requisitos decorrentes de vários atos legislativos da UE e à necessidade de normas europeias

claras e completas que abranjam todos os requisitos aplicáveis aos produtos de construção no

8

balanço de qualidade em curso do setor da construção.

A Comissão está a analisar as questões relacionadas com potenciais lacunas legislativas e a

sobreposição de requisitos no âmbito do seu balanço de qualidade em curso do setor da

construção. Realizaram-se dois estudos de apoio com a participação das partes interessadas,

sob a forma de um «grupo-espelho», uma consulta pública aberta e diversas atividades de

consulta específica (por exemplo, inquérito em linha, entrevistas). A adoção do documento de

trabalho dos serviços da Comissão está prevista para o terceiro trimestre de 2017.

Além disso, na sequência do relatório de julho sobre a aplicação do Regulamento Produtos de

Construção, e com o objetivo de melhorar a aplicação deste, a Comissão empenhou-se

igualmente em aprofundar o diálogo com as partes interessadas (nomeadamente, Estados-

Membros e representantes do setor empresarial) por meio de um conjunto de «plataformas

técnicas». A primeira reunião, em 12 de outubro de 2016, foi dedicada às normas relativas aos

produtos de construção, à qual se seguirão, em 2017, sessões sobre a simplificação ligada às

PME, a Organização Europeia de Avaliação Técnica e a duplicação dos requisitos de

informação. Estes debates têm igualmente o objetivo de contribuir para uma eventual revisão

do Regulamento Produtos de Construção no atual mandato da Comissão, tal como anunciado

na recente comunicação da Comissão intitulada «Energia limpa para todos os europeus»

[COM(2016) 860 de 30.11.2016].

2.2.3 Fiscalidade e União Aduaneira [Pareceres Ref XVIII.1a; XVIII.3a; XVIII.7a – sobre os contributos do Fórum Empresarial

Dinamarquês (DBF) e do Conselho Sueco da Indústria e do Comércio para Legislar Melhor

(NNR)]

A Plataforma emitiu três pareceres no domínio da fiscalidade e da União Aduaneira (não se

tendo dado seguimento ao quarto, ver as explicações na introdução).

Num dos pareceres (Ref. XVIII.7a), o grupo das partes interessadas recomenda a redução dos

encargos para as empresas, especialmente no que se refere às isenções do IVA para o comércio

intracomunitário. Alguns membros do «grupo dos governos» consideram que a redução de

obrigações documentais é demasiado arriscada, tendo em conta a fraude em matéria de IVA,

ao passo que outras concordam com a recomendação do grupo das partes interessadas.

A responsabilidade de autoliquidação em matéria de IVA e a simplificação de documentos no

contexto do comércio intracomunitário são os principais elementos a considerar, na sequência

do parecer da Plataforma, na preparação contínua da Comissão para o plano de ação sobre o

IVA. No seu programa de trabalho para 2017, a Comissão anunciou propostas REFIT sobre um

regime definitivo do IVA. A proposta, prevista para o terceiro trimestre de 2017, está a ser

elaborada com vista a aplicar efetivamente o princípio da tributação das entregas

transnacionais de bens no seu Estado-Membro de origem e a alargar o balcão único às entregas

de bens ou prestações de serviços transnacionais do tipo B2B. Uma iniciativa desta natureza

implicaria que as empresas que exercem atividades comerciais transnacionais nunca seriam

obrigadas a registar-se nos Estados-Membros em que não estejam estabelecidas nem a cumprir

os seus requisitos em matéria de IVA, o que constituiria uma simplificação substancial em

comparação com a situação atual.

No segundo parecer (Ref. anexo XVIII. 1a), o grupo das partes interessadas recomenda que se

elimine a utilização do mecanismo generalizado de autoliquidação e a sua substituição por

um regime de IVA mais simples e básico na UE. Alguns membros do «grupo dos governos»

9

consideram que a autoliquidação pode continuar a ser necessária para combater a fraude ou

que seriam necessárias outras medidas para alcançar o mesmo objetivo.

A Comissão apresentou em 21 de dezembro de 2016 uma proposta sobre um mecanismo

generalizado de autoliquidação2 como medida temporária aplicável aos Estados-Membros que

cumprem determinados critérios. Tal resulta, nomeadamente, do Conselho ECOFIN de junho,

durante o qual a Comissão fez a seguinte declaração para que constasse na Ata do Conselho

ECOFIN: «A Comissão compromete-se a apresentar, antes do final do ano, uma proposta

legislativa que autorize cada Estado-Membro a derrogar o sistema comum do imposto sobre o

valor acrescentado de modo a aplicar um mecanismo generalizado de autoliquidação às

entregas ou prestações internas acima de um determinado limiar e que preserve o mercado

interno.»

No entanto, a Comissão está igualmente a planear uma solução no contexto da proposta

constante do programa de trabalho para 2017 sobre um regime definitivo do IVA para o

comércio intracomunitário. Seria a referida proposta a dar resposta ao parecer da Plataforma.

No seu terceiro parecer (XVIII.3a), o grupo das partes interessadas e a maioria dos membros

do «grupo dos governos» recomendam que a Comissão proponha um regulamento com vista à

criação de um portal de informação global sobre o IVA em linha e que esta ação se baseie

nos resultados dos debates em curso no Conselho sobre a comunicação da Comissão relativa

ao plano de ação sobre o IVA e à experiência com o minibalcão único (MOSS). Os resultados

da avaliação do minibalcão único serão debatidos com os Estados-Membros no Conselho.

Entretanto, a Comissão está a analisar uma eventual ligação entre a iniciativa no âmbito do

portal sobre o IVA e o Portal Digital Único.

A Comissão atribui especial importância a facilitar, para as empresas, o cumprimento das

obrigações do IVA. Neste contexto, a Comissão propôs, em 1 de dezembro de 2016, um pacote

sobre o comércio eletrónico, que introduz o balcão único do IVA para as vendas à distância,

incluindo as importações de baixo valor, e o conceito de operadores certificados para a

importação de pequenas remessas de mercadorias, acreditando que ambas as medidas tornarão

mais fácil o cumprimento das obrigações do IVA para as empresas.

2.2.4 Serviços financeiros [Parecer Ref comunicação de informações financeiras; Ref X.1a – sobre os contributos de um

membro do grupo das partes interessadas da Plataforma REFIT e da Associação de

Seguradoras Alemã (GDV)]

No seu parecer sobre a comunicação de informações financeiras, a Plataforma REFIT indica

a necessidade de simplificar a comunicação de informações financeiras a várias autoridades de

supervisão, a fim de reduzir os encargos administrativos desnecessários para as instituições

financeiras.

O presente parecer confirma os contributos recolhidos pela Comissão Europeia no âmbito do

seu convite à apresentação de contributos e reforça a necessidade de se tomar medidas. A

Comissão atribui especial importância à necessidade de evitar a duplicação e o ónus excessivo

dos requisitos na sequência da recente adoção do novo regulamento relativo aos serviços

financeiros e realizará um balanço de qualidade que reverá os requisitos de apresentação de

relatórios no setor financeiro, em 2017, para dar resposta às preocupações com os custos de

2 COM(2016) 811 final

10

conformidade de forma global a médio e longo prazo. Proporcionará mais oportunidades de

contributo e para assegurar que é dada uma resposta cabal às preocupações manifestadas. O

balanço de qualidade deverá estar concluído durante o ano de 2018.

Neste contexto, com o apoio do programa ISA2, a Comissão lançou um projeto de

normalização dos dados financeiros (NDF), que visa desenvolver uma linguagem comum no

domínio dos dados financeiros. O projeto realizará nomeadamente um mapeamento

pormenorizado dos requisitos de comunicação de informações contidos em 20 normas

legislativas centrais e tentará identificar os campos de dados e canais de comunicação que

poderão eventualmente ser reduzidos, consolidados ou aperfeiçoados, sem pôr em causa a

concretização dos respetivos objetivos.

Este projeto NDF visa processar e partilhar mais eficazmente os dados financeiros,

melhorando a interoperabilidade de normas relativas aos dados. O projeto procurará, na

origem, uma solução para os encargos decorrentes da conformidade e preparará o terreno para

uma abordagem única à comunicação de informações.

Analisará ainda os requisitos existentes relativos à comunicação de dados financeiros definidos

na legislação no âmbito do trabalho da DG FISMA, a fim de assegurar a interoperabilidade e a

possibilidade de reutilização dos dados trocados através de um quadro de normas. O projeto

cooperará e procederá ao intercâmbio de informações com as partes interessadas do setor

público e privado, e analisará todos os domínios necessários para alcançar os objetivos:

legislação financeira, normalização, requisitos das partes interessadas, governação, segurança e

proteção de dados e tecnologias financeiras inovadoras. O projeto deverá ter plenamente em

conta os resultados do convite à apresentação de contributos. No entanto, as informações

recebidas através do referido convite são essencialmente de natureza qualitativa e, muitas

vezes, pouco circunstanciadas. O projeto NDF destina-se, por conseguinte, a fornecer

contributos de apoio no que respeita às sobreposições, lacunas, incoerências e redundâncias

detetadas. Tal proporcionará uma base factual e objetiva para eventuais soluções conducentes a

uma melhor regulamentação e redução dos custos. No que concerne à calendarização: a

DG FISMA está na fase final de adjudicação e a iniciar o projeto.

A Autoridade Bancária Europeia (ABE) desenvolveu, já em 2014, com o Banco Central

Europeu, um sistema de classificação que liga os requisitos de comunicação de informações

para efeitos de supervisão da ABE aos requisitos de comunicação de informações estatísticas

do BCE3.

A ABE efetuou em 2016 uma avaliação da comunicação de informações para efeitos de

supervisão e publicou, em 11 de april de 2017, um relatório4 no qual indica que a

proporcionalidade da comunicação é um domínio a melhorar. O relatório veio ratificar a

proposta de Diretiva Requisitos de Fundos Próprios (DFP) e de Regulamento Requisitos de

Fundos Próprios (RFP), que confere à ABE um mandato para avaliar os custos das atuais

obrigações de comunicação de informações e recomenda alterações destinadas a reduzir os

encargos das instituições neste domínio. O relatório da avaliação da comunicação de

informações que a ABE já está a elaborar contribuirá para o esse relatório (o prazo atualmente

previsto para a sua emissão é dezembro de 2019, mas poderá ser alargado, em função da data

3 https://www.eba.europa.eu/-/ecb-and-eba-update-the-classification-system-for-their-reporting-frameworks 4

http://www.eba.europa.eu/documents/10180/1720738/Final+report+on+peer+review+on+ITS+on+supervisory+re

porting.pdf

11

de adoção da proposta DFP/RFP). A proposta DFP/RFP já reduziria os requisitos de

comunicação de informações a certos limites [por exemplo, redução da periodicidade de

comunicação para pequenas instituições – abaixo de 1,5 mil milhões de euros, supressão de

algumas obrigações de comunicação de informações, etc.].

Na sequência da conclusão do balanço de qualidade, os serviços da Comissão apresentarão à

Plataforma as medidas concretas previstas para adoção.

A Plataforma REFIT emitiu igualmente um parecer (Ref X.1a) sobre a Diretiva

Conglomerados Financeiros (DCF), em que a maioria dos membros recomenda uma revisão

dos requisitos que se sobrepõem nos procedimentos de supervisão dos conglomerados

financeiros.

A Comissão dedicará atenção especial às preocupações da Plataforma na avaliação em curso

da diretiva, que deverá estar concluída durante o ano de 2017; os seus resultados contribuirão

para a decisão sobre uma eventual revisão.

As conclusões preliminares da avaliação indicam que existe uma sobreposição entre alguns

domínios das atuais disposições da DCF e as normas setoriais que se desenvolveram num

conjunto de domínios. Em especial, verifica-se uma duplicação significativa entre as

disposições de governação e os requisitos setoriais, sobretudo desde a inclusão das companhias

financeiras mistas no âmbito dos regimes setoriais.

Ademais, a interação entre os requisitos de capital a nível setorial e a DCF nem sempre é clara.

Em especial, no que concerne aos conglomerados orientados para os seguros, os requisitos

duplicam os cálculos realizados ao abrigo da Diretiva Solvência II. Contudo, não obstante

algumas incoerências e sobreposições, as respostas à consulta pública evidenciaram que a

cooperação e o quadro em matéria de supervisão exigidos pela DCF constituíram um

instrumento útil e importante e que é fundamental manter um quadro de supervisão dos grupos

financeiros mistos.

O parecer da Plataforma está a ser considerado na análise constante do documento de trabalho

dos serviços da Comissão e contribuirá para as suas conclusões.

2.2.5 Produtos químicos (Parecer Ref II.2a – sobre um contributo da Iniciativa Interprofissional)

A Plataforma REFIT emitiu um parecer sobre as sobreposições na legislação em matéria de

produtos químicos e a saúde e segurança no trabalho. A maioria dos seus membros considera

que a Comissão deve reforçar a divulgação e emitir orientações sobre a aplicação da legislação

da UE nestes domínios.

Em resposta, a Comissão tenciona publicar um documento de entendimento comum, previsto

para 2017, que esclarece a interface entre o REACH e a legislação em matéria de saúde e

segurança no trabalho. Além disso, foram ou serão realizadas várias avaliações neste domínio,

nomeadamente a avaliação REFIT das diretivas da UE relativas à saúde e segurança no

trabalho (concluída em 10 de janeiro de 20175), a avaliação REACH–REFIT

6 e o balanço de

qualidade da legislação mais relevante em matéria de produtos químicos (excluindo o

5 SWD(2017) 10 final 6 http://ec.europa.eu/growth/sectors/chemicals/reach/review_pt

12

REACH)7, estando a conclusão destes últimos previsto para 2017. Estas avaliações incidirão

nomeadamente sobre as questões suscitadas no parecer da Plataforma REFIT. Com base nos

resultados das avaliações, a Comissão avaliará a necessidade de novas medidas no decurso de

2017.

2.2.6 Saúde e segurança dos alimentos [Parecer Ref XI.1a e XI.3a – sobre os contributos do Fórum Empresarial Dinamarquês (DBF)]

Outros dois pareceres da Plataforma REFIT neste domínio prioritário dizem respeito à saúde e

segurança dos alimentos.

No primeiro parecer (Ref XI.1a), a Plataforma recomenda à Comissão que elabore um

requisito europeu de declaração de conformidade aplicável a todos os tipos de materiais em

contacto com os alimentos.

A Comissão acompanhará este parecer, examinando as recomendações no contexto do seu

seguimento relativamente à aplicação da legislação da UE nesta matéria.

O outro parecer (Ref XI.3a) diz respeito ao acompanhamento dos resíduos de medicamentos

veterinários e de outras substâncias nos géneros alimentícios de origem animal, no qual a

maioria dos membros do «grupo dos governos» recomenda que a Comissão adote um ato de

execução que estabeleça regras gerais aplicáveis aos Estados-Membros sobre a amostragem

com base nos riscos, sem pôr em causa os objetivos políticos. A recomendação é igualmente

apoiada por alguns membros do grupo das partes interessadas.

A Comissão tenciona dar seguimento a esta recomendação, apresentando as referidas regras até

2018, mediante um novo ato delegado, cuja adoção está prevista antes da data de entrada em

vigor do novo regulamento relativo aos controlos oficiais, que deverá ser publicado em 7 de

abril de 2017.

2.2.7 Estatísticas [Parecer Ref XVII.3a – sobre os contributos do Fórum Empresarial Dinamarquês (DBF)]

O parecer da Plataforma REFIT sobre as estatísticas do investimento na proteção do ambiente

contém uma recomendação da maioria do «grupo dos governos» e de alguns membros do

grupo das partes interessadas para que a Comissão prossiga a sua análise da sobreposição dos

requisitos de comunicação de informações ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 250/2009 da

Comissão (no domínio das estatísticas estruturais das empresas) e do Regulamento (UE)

n.º 691/2011, relativo às contas económicas europeias do ambiente, e substitua o regulamento

relativo às estatísticas estruturais das empresas pelo novo regulamento-quadro relativo à

integração das estatísticas das empresas (FRIBS).

O parecer da Plataforma confirma as conclusões da Comissão de que não há dupla

comunicação de informações. Para regular a questão, a Comissão adotou uma proposta

7 http://ec.europa.eu/growth/sectors/chemicals/ec-support_pt

13

legislativa sobre o FRIBS em 6 de março de 20178. A proposta sobre o FRIBS não deverá

incluir os aspetos de contas monetárias relativas às despesas em proteção do ambiente, que, se

a proposta for adotada em processo legislativo, serão exclusivamente do âmbito do

regulamento relativo às contas económicas europeias do ambiente [Regulamento (UE)

n.º 691/2011]. Por conseguinte, não haveria qualquer sobreposição/duplicação na comunicação

de informações.

2.2.8 Iniciativa de Cidadania Europeia (sobre um contributo de um membro do grupo das partes interessadas da Plataforma REFIT)

A Plataforma REFIT adotou um parecer sobre a Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE), em

que o grupo das partes interessadas e alguns membros do «grupo dos governos» consideram

que existe a «necessidade de ajustar a ICE à sua finalidade por meio da simplificação dos

requisitos de aplicação do sistema existente e da revisão do quadro normativo». Recomenda

que a Comissão tome em consideração as questões indicadas pela Plataforma na revisão em

curso da ICE, incluindo tanto a simplificação da aplicação da ICE como a revisão do

Regulamento (UE) n.º 211/2011 sobre a iniciativa de cidadania (Regulamento ICE).

A Comissão terá em conta as questões que a Plataforma indicou na avaliação em curso da

aplicação do instrumento da ICE. O parecer da Plataforma REFIT sobre a Iniciativa de

Cidadania Europeia traduz alguns dos desafios identificados no contexto da ICE pelas partes

interessadas, bem como pelas instituições e pelos organismos da UE nos últimos dois anos.

A Comissão considera que cinco anos após a entrada em vigor, atendendo às deficiências e

desafios identificados, é oportuno ponderar a revisão do Regulamento ICE. A Comissão

tenciona apresentar, entre outras, uma proposta de lançamento de uma consulta pública antes

do verão.

A Comissão lançou três estudos a concluir em 2017, cujos resultados contribuirão para a

avaliação geral do quadro normativo em vigor e para as opções de reforma:

Um estudo para avaliar a possibilidade de simplificação dos requisitos em

matéria de dados pessoais;

Um estudo sobre a possibilidade de os signatários apoiarem uma ICE de forma

simplificada, utilizando instrumentos de identificação eletrónica, como a eID;

Um estudo sobre a racionalização das especificações técnicas dos sistemas de

recolha em linha.

Em simultâneo, a Comissão continuará a trabalhar para melhorar a aplicação do instrumento

ICE no contexto do quadro normativo em vigor, nomeadamente com as seguintes medidas:

Aconselhamento e apoio aos potenciais organizadores de ICE e melhorias no

registo de novas iniciativas, incluindo a possibilidade de registo parcial das

iniciativas propostas e dando mais tempo aos organizadores para criarem os seus

8 COM(2017) 114 final

14

sistemas de recolha em linha e iniciarem a recolha de assinaturas;

Melhoria do programa informático de recolha em linha da Comissão

disponibilizado gratuitamente aos organizadores de ICE, tornando-o mais fácil de

utilizar;

Melhoria do serviço de assistência aos organizadores para a criação e a certificação

dos seus sistemas de recolha em linha, com base nos serviços de alojamento

gratuitos da Comissão;

Cooperação com os Estados-Membros, no contexto do grupo de peritos da ICE, nas

referidas medidas de aplicação do Regulamento ICE (por exemplo, simplificação

dos requisitos em matéria de dados; sistemas de recolha em linha);

Na sequência de uma proposta do Parlamento Europeu, a Comissão aplicará

também em 2017/2018 um projeto-piloto destinado a criar uma plataforma

colaborativa em linha que junte organizadores, cidadãos, peritos e a Comissão, a

fim de prestar apoio e aconselhamento em matéria de organização de iniciativas.

Estão em preparação outras medidas, nomeadamente no domínio da comunicação e

da sensibilização, do reforço do diálogo e do debate público sobre as ICE

bem-sucedidas.

2.2.9 Concorrência (Parecer Ref V.3a e V.4a – sobre os contributos da Casa das Províncias dos Países Baixos)

No seu parecer sobre auxílios estatais/política regional (Ref V.3a), o «grupo dos governos»

recomenda que a Comissão tenha em devida conta o diferente âmbito das definições e os

procedimentos longos e repetitivos associados aos pedidos de financiamento, que dificultam o

aproveitamento das oportunidades de financiamento. Alguns membros do grupo das partes

interessadas apoiam a necessidade de assegurar um melhor alinhamento das definições e dos

procedimentos.

No segundo parecer sobre auxílios estatais/normas da banda larga (Ref V.4a), o grupo das

partes interessadas e alguns membros do «grupo dos governos» recomendam que Comissão

pondere a possibilidade de integrar regimes de teste/tratamento acelerado mais brandos nas

medidas nacionais de banda larga, à semelhança do tratamento acelerado já utilizado em

projetos de cofinanciamento no âmbito do Plano de Investimento para a Europa (FEIE).

Para dar resposta a ambos os pareceres, a Comissão intensificará os seus esforços no trabalho

em curso de aplicação do quadro normativo em vigor.

A Comissão prossegue a simplificação iniciada com a modernização da política no domínio

dos auxílios estatais em 2014. A comunicação da Comissão sobre o conceito de auxílio estatal

(«NoA», adotada em julho de 2016) indicava que uma parte considerável dos projetos de

infraestruturas financiados pelos FEEI não é abrangida pelo controlo dos auxílios estatais.

A NoA inclui um capítulo sobre a questão da aplicabilidade das normas que regulam os

auxílios estatais ao financiamento público de infraestruturas. Esse capítulo destina-se a

15

esclarecer alguns pontos desta questão crucial para os investimentos na UE. Nele, a Comissão

explica que, no seu entender, o financiamento público de infraestruturas não implica, em geral,

um auxílio estatal, desde que se verifiquem as condições seguintes: 1) a infraestrutura em

questão não tem concorrência direta; 2) o investimento privado é insignificante no setor no

Estado-Membro em causa; 3) a infraestrutura não foi pensada para favorecer uma determinada

empresa ou setor, mas traz benefícios a toda a sociedade.

Além disso, a Comissão apresenta uma panorâmica da aplicação deste princípio a vários

setores. A este respeito, a Comissão explicou que o financiamento público dos seguintes tipos

de infraestruturas em geral preenche as condições acima indicadas, pelo que não constitui

auxílio estatal: caminho de ferro, pontes de caminho de ferro, túneis de caminho de ferro e

infraestruturas de transportes urbanos; estradas, pontes, túneis e vias navegáveis interiores (rios

e canais, entre outros) públicos; abastecimento de água e redes de águas residuais.

Além disso, a Comissão explicou que, no seu entender, o financiamento público de certas

infraestruturas pode não prejudicar o comércio entre Estados-Membros, pelo que não constitui

um auxílio estatal. Encontram-se nesta situação as infraestruturas que tenham incidência

predominantemente local, nas quais o investimento só de forma marginal poderá prejudicar os

investimentos transnacionais. Este tipo de infraestruturas são, em geral, locais ou municipais,

tais como equipamentos de recreio, centros de saúde e pequenos aeroportos ou portos que

servem sobretudo as populações locais.

Muitas das infraestruturas financiadas pelos FEEI cabem numa das categorias acima referidas.

Sendo assim, o financiamento público nesses casos não constitui um auxílio estatal. A

principal consequência desta conclusão é que os projetos em questão podem ser executados

pelos Estados-Membros em causa sem necessidade de notificar a Comissão para proceder à

aprovação prévia do auxílio estatal.

O Regulamento geral de isenção por categoria (RGIC) não inclui mais de 90 % de todas as

medidas de auxílio estatal decorrentes da anterior aprovação da Comissão. A Comissão propôs

o alargamento do âmbito de aplicação do RGIC, de modo que este abrangesse os investimentos

em portos e aeroportos, bem como o seu alinhamento com as definições de custos aplicáveis

aos FEEI. Tudo isto contribui para limitar significativamente o âmbito e a duração dos

processos de aprovação dos auxílios estatais.

Embora continue a ser necessária uma autorização prévia, a Comissão está a alinhar o controlo

dos auxílios estatais e os procedimentos de trabalho da política de coesão, para que as

considerações relativas aos auxílios estatais sejam plenamente integradas no processo de

aprovação dos FEEI. Tal permite que os projetos recebam, muitas vezes, apoio financeiro sem

seja emitida separadamente uma autorização para os auxílios estatais. Já se estabeleceram

procedimentos para assegurar o tratamento rápido de projetos de grande envergadura no

âmbito dos FEEI num processo integrado.

Estas medidas de simplificação são acompanhadas por iniciativas destinadas a clarificar e

comunicar a aceção das normas e definições relativas aos auxílios estatais. Criou-se um

e-Wiki, publicaram-se perguntas e respostas e enviaram-se «cartas de conforto» a alguns

Estados-Membros, nomeadamente sobre a implantação da banda larga. Este ano, publicou-se

igualmente um conjunto de grelhas de análise para clarificar a aplicação das normas dos

16

auxílios estatais aos investimentos específicos em infraestruturas.

Preveem-se mais grelhas de análise juntamente com a evolução das outras medidas

supramencionadas, nomeadamente mais formação para as administrações dos

Estados-Membros.

No que concerne especialmente à implantação da banda larga, foi necessário alcançar, nos

requisitos processuais relativos às orientações sobre os auxílios estatais para o setor da banda

larga e às normas dos contratos públicos, um equilíbrio adequado entre assegurar que os

auxílios estatais são afetados aos domínios que, de outra forma, não beneficiariam de

investimento privado e proporcionar o acesso justo e equitativo à infraestrutura sem

sobrecarregar as autoridades. Em resultado, as autoridades em causa dispõem de uma margem

de manobra significativa na forma como efetuam o mapeamento, as consultas e os concursos

necessários, para assegurar (1) que não se afasta o investimento privado e (2) que o processo

de seleção dos beneficiários dos auxílios estatais é transparente e justo.

O serviço de concursos da Comissão continua a prestar aconselhamento pormenorizado para

projetos específicos, a pedido, e apoia a criação de uma rede europeia de serviços nacionais

competentes em matéria de banda larga, que poderiam ajudar as autoridades locais.

Será prestada atenção contínua para verificar se há necessidade de mais orientações ou trabalho

de um grupo de peritos. Aplicam-se procedimentos prioritários e acelerados aos projetos no

domínio da banda larga ao abrigo do FEIE, que incluem os subsídios dos Estados-Membros,

para que se possa emitir uma decisão no prazo de seis semanas, após os anúncios prévios

aplicáveis aos projetos do FEIE. A pedido de um Estado-Membro, a Comissão pode

igualmente conceder prioridade de tratamento aos projetos no domínio da banda larga que não

são apoiados pelo FEIE, o que, na prática, faz com frequência. Por outro lado, as eventuais

possibilidades de simplificação serão analisadas no contexto da revisão das novas orientações

no domínio da banda larga, depois de estas vigorarem durante algum tempo (possivelmente em

2020).

2.2.10 Política regional [Parecer Ref XVI.la e 2a – sobre os contributos da Associação das Câmaras do Comércio e da

Indústria Alemãs (DIHK) e do inquérito das partes interessadas do governo finlandês sobre

«Legislar melhor»]

A Plataforma também adotou dois pareceres, Ref XVI.1a e Ref XVI.2a, sobre o Regulamento

Disposições Comuns, no que se refere ao Fundo de Coesão, ao FEDER e ao FSE. Nos seus

pareceres, a Plataforma recomenda que se evitem alterações legislativas abrangentes em prol

da segurança jurídica, mas que se pode considerar a introdução de pequenas alterações para

clarificar as normas, simplificar a aplicação e eliminar as incoerências. A Plataforma REFIT

recomenda ainda a transmissão dos seus pareceres ao Grupo de Alto Nível para a

simplificação dos FEEI.

Com base nessa recomendação, a Comissão Europeia comunicou as medidas de simplificação

referidas pela Plataforma ao Grupo de Alto Nível, que teve em conta os contributos da REFIT

17

ao formular as suas próprias recomendações. Em 24 de janeiro de 2017, o Grupo de Alto Nível

aprovou as respostas pormenorizadas a dar ao parecer da Plataforma REFIT e formulou uma

série de recomendações à Comissão. A resposta da Comissão e as ações correspondentes de

seguimento foram publicadas9.

9 https://ec.europa.eu/futurium/en/content/commission-services-response-hlgs-non-legislative-

recommendations-e-governance https://ec.europa.eu/futurium/en/content/commission-services-response-hlgs-non-legislative-recommendations-simplified-cost-options https://ec.europa.eu/futurium/en/content/commission-services-response-hlgs-non-legislative-recommendations-access-eu-funding-smes https://ec.europa.eu/futurium/en/content/commission-services-response-hlgs-non-legislative-recommendations-financial-instruments https://ec.europa.eu/futurium/en/content/commission-services-response-hlgs-non-legislative-recommendations-gold-plating

18

3 Quadro de síntese

• 1. Pareceres sobre revisão da legislação

Data do parecer Inclusão do Programa de Trabalho da Comissão para

2017:

Trabalhos preparatórios/iniciativa Adoção pelo Colégio

(data provisória)

Balcão único Iniciativa sobre o Portal Digital Único 26 de abril de 2017

27/28 de junho de 2016 25 de outubro de 2016

Diretiva Privacidade Eletrónica Revisão da Diretiva Privacidade Eletrónica 10 de janeiro de 2017

27/28 de junho de 2016

REEE (resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos)

Ato de execução relativo à simplificação e ao desenvolvimento de mecanismos de

comunicação de informações e de registo

Até 31 de dezembro de 2017

27/28 de junho de 2016

19

2. Pareceres sobre os trabalhos preparatórios de revisão/adaptação legislativa

Data do parecer Trabalhos preparatórios/iniciativa Adoção pelo Colégio

(data provisória)

IVA – Reduzir os encargos para as empresas no que se refere ao IVA e isenções do IVA para o comércio intracomunitário

27/28 de junho de 2016

- Regime definitivo do IVA / tributação das entregas transnacionais de bens no local de destino

- Alargamento do sistema de balcão único

Até 30 de setembro de 2017

IVA: mecanismo de autoliquidação - Mecanismo de autoliquidação temporário

21 de dezembro de 2016

27/28 de junho de 2016

- longo prazo: regime definitivo do IVA Até 30 de setembro de 2017

Estatísticas do investimento na proteção do ambiente

27/28 de junho de 2016

Proposta legislativa sobre FRIBS 6 de março de 2017

Acompanhamento dos resíduos de medicamentos veterinários e de outras substâncias nos géneros alimentícios de origem animal

27/28 de junho de 2016

Ato de execução: Ano de 2018

20

3. Pareceres que apelam a uma melhor aplicação das medidas existentes, utilizando medidas não vinculativas

Data do parecer Medidas propostas Data

Política Agrícola Comum - - Consulta sobre a modernização e a simplificação da PAC 2 de fevereiro – 2 de maio de 2017 eficácia e eficiência da

PAC, sobreposições entre os pilares I e II; pilar II

- Formato da comunicação das informações a determinar

- Final de 2017

20 de setembro de 2016

Regulamento Produtos de Construção

27/28 de junho de 2016

- Balanço de qualidade do setor da construção

- Debate através de plataformas técnicas e eventual revisão

Até 30 de setembro 2017

Curso 2017-2018

IVA – portal de informação sobre o IVA em linha

- Alargamento do balcão único do IVA para abranger as vendas à distância 1 de dezembro de 2016

27/28 de junho de 2016 - Análise de uma eventual ligação entre a iniciativa no âmbito do portal sobre o IVA e o

Portal Digital Único

Ano de 2017

Comunicação de informações financeiras Balanço de qualidade dos requisitos de comunicação de informações no setor financeiro Ano de 2018

27/28 de junho de 2016

Requisitos da DCF – sobreposição de requisitos

Avaliação da DCF Ano de 2017 nos procedimentos de supervisão

27/28 de junho de 2016

Produtos químicos no trabalho Documento de entendimento comum

A necessidade de novas medidas será reexaminada com base nos resultados de

Ano de 2017

21

27/28 de junho de 2016 várias avaliações que ainda estão em curso (REACH, saúde e segurança no trabalho, etc.)

Ano de 2017

Declaração de conformidade – Alimentos Materiais em contacto com os alimentos

27/28 de junho de 2016

Seguimento da aplicação da legislação relativa aos materiais em contacto com os alimentos

Ano de 2017

Iniciativa de Cidadania Europeia

27/28 de junho de 2016

Várias medidas não vinculativas Em curso

Auxílios estatais/política regional e normas da banda larga

27/28 de junho de 2016

Estão em curso diversas medidas não vinculativas Em curso

Política regional — Regulamento relativo ao Fundo de Coesão, ao FEDER e ao FSE

20 de setembro de 2016

Recomendações do Grupo de Alto Nível para a simplificação dos FEEI Janeiro de 2017