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Industrial Pró www.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Agosto – 2014 – ANO VI edição 55 EMPRESA O CRESCIMENTO DA RESICOLOR REFLEXÃO RETOMADA DA REFORMA DO ICMS FALHA DE NOVO ENTREVISTA JOSÉ HERNANI ARRYM FILHO O custo industrial DISPAROU Indústrias já fazem contas de onde cortar, pois setor estagnou há dois anos e inflação aperta orçamento ADIAL 55_Layout 1 08/08/2014 10:03 Page 1

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IndustrialPrówww.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Agosto – 2014 – ANO VI

edição

55

EMPRESAO CRESCIMENTO DA RESICOLOR

REFLEXÃORETOMADA DA REFORMADO ICMS FALHA DE NOVO

ENTREVISTAJOSÉ HERNANI ARRYM FILHO

O custo industrial

DISPAROUIndústrias já fazem contas de

onde cortar, pois setor estagnou há dois anos e

inflação aperta orçamento

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Expediente Editorial

Osetor industrial brasileiro enfrenta várias dificuldades háanos: burocracia, carência de mão de obra, excesso de tribu‐tos, falta de incentivos e de desonerações para a maioria dos

setores, entre outros. Nenhum deles foi resolvido ou minimizado.Muitos, pioraram. Mas um indicador ampliou a dor de cabeça doindustrial brasileiro, que é o aumento do custo de produção. Aliás,tema principal desta edição, que aborda causas e consequênciasdesse avanço dos preços dos insumos e serviços envolvidos com aprodução industrial.

Outro tema relevante é a retomada do debate sobre os incentivosfiscais. A coluna Reflexão analisa os movimentos dados nas últimasduas semanas, como as Ações Diretas de Inconstitucionalidade(Adins) do governo de São Paulo e o Convênio 70, publicado peloConselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Faltam soluções para a indústria, sobram problemas e indica‐dores negativos ou pessimistas. Mas, ao industrial, cabe trabalhar,enfrentar as adversidades e, como faz a ADIAL (Associação Pró‐Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás), propor soluções,estudar e viabilizar caminhos para uma retomada do crescimentoda indústria brasileira.

Ainda nesta edição, entrevista com José Hernani Arrym Filho,da Pieracciani, sobre os baixos investimentos das empresas em des‐envolvimento e inovação e a apresentação da empresa Resicolor,além dos lançamentos e produtos de filiados da ADIAL.

Boa leitura. ADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º

andar ‐ Ed. Rizzo Plaza, Setor Sul, Goiânia Goiás.CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3213‐1666.

www.adial.com.br

SUMÁRIO

A conta ficou cara

PRÓ-INDUSTRIAL

Pró-Industrial3

Presidente do Conselho de Administração Cesar HelouVice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Conselho NatoCyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filho eAlberto Borges de SouzaVices‐Presidentes e Conselheiros Domingos Sávio Gomes de Oliveira, Valdo Marques,Angelo Tomaz Landim, Alberto Borges de Souza, Ma‐ximiliani Liubomir Slivnik, Vanderlan Vieira Cardoso,Ananias Jus no Jayme, Ricardo Vivolo, Heribaldo Egí‐dio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães dos Santos, Wil‐son Luiz da Costa, Marley Antônio da Rocha, MárcioBotelho Teixeira, Olympio José Abrão, Pedro Henri‐que Pessoa Cunha, Sandro Scodro, Domingos Vile‐fort Orzil, Alfredo Ses ni Filho, Carlos LucianoMar ns Ribeiro, Rivas Rezende da Costa, José AlvesFilho, José Carlos Garrote de Souza, Juliana Nunes,Evaristo Lira Baraúna, Romar Mar ns Pereira, AndréLuiz Bap sta Lins Rocha, Antonio Benedito dos San‐tos e Luiz Alberto Rassi.Diretor Execu voEdwal Freitas Por lho “Chequinho”Projeto Gráfico GráficaContemporânea PUC

COMERCIAL ‐ ANÚNCIOS (62) 3922‐8200 ou (62) 9125‐9526

EMPRESA Resicolor 16‐17

EDITORIAL A conta ficou cara 3. //PRODUÇÃO Custo industrial sobe maisque a inflação 4‐6. //REFLEXÃO Convênio do Confaz e Reforma do ICMS 7.// ENTREVISTA José Hernani Arrym Filho 8‐10.// MARKETING & PRODU‐TOS Novidades na indústria 12‐13.// NEGÓCIOS Indústria encolhe no se‐mestre 14.// NOTAS INDUSTRIAIS Goiás avança, superávit recorde nabalança comerical e montadoras demitem 15.// LEITURA Livros Empresa‐riais 18.// OPINIÃO Cesar Helou 19.//

EMPRESAS E INSTITUIÇÕES CITADAS NA EDIÇÃOGrupo Cereal (2), Resicolor (3, 16 e 17), Confaz (3 e 7), CNI (5), IBGE (5, 9, 14 e 15), Ministério das Minas e Energia (6), Sefaz‐GO (7), Pieracciani (3, 8 e 9),

Poli‐USP (9), EAESP/FGV (9), AEB (9), OCDE (9), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (9), ABDI (10), MDIC (10), Banco do Brasil (10), Senai (10),BNDES (10), CAPES (10), Fapesp (10), INPI (10), Finep (10), Vigor (12), Oficina Design UP! (12), PopDog (12), Kowaski (12), Skinka (12), Brasil Kirin (12),

Novo Mundo (12), JBS (12), Swi (12), Cukin (13), Bunge (13), Maizena (13), Hering (13), Unilever (13), Usina Escritório de Desenho (13), Hering For You(13), dzarm (13), PUC (13), Brasilata (13), ESADE Business School (13), Ministério do Trabalho (14), SIC (15), Daiag (15), Daia (15), Mercedes‐Benz (15),

Iveco (15), Sinquisul (16), Fiesc (16), Oásis (16), Moinho dos Ventos (20), Caixa (20), Polo Imóveis (20), b2p (20), Provenda (20) e gms (20).

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Pró-Industrial

PRODUÇÃO

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Custo industrial

cresce acima da inflaçãoIndústrias evitaram cortes mais profundos nos últimos

anos, mas custos elevados podem exigir demissões

O custo operacional das indústrias cresce em descompasso com a evolução da receita. Energia, mão de obra, custo financeiro e insumos puxam para cima a despesa das empresas que não conseguem repassar reajustes para o preço final dos produtos

Mão de obra........2,3%Capital de giro......4%Insumos........,...10%Energia.........5,6%

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Ainflação é um fenômenoquase sempre associado aoconsumidor. Muito poucose especula ou comentasobre o efeito das variações

de preços para o setor empresarial. Noentanto, os insumos e serviços consumi‐dos pela indústria passam por reajustesacima da inflação oficial desde o anopassado, o que tem levado o setor agrandes preocupações.

O indicador de custos industriais daCNI registrou expansão de 2,5% no pri‐meiro trimestre deste ano, com des‐taque para alta do custo com capital degiro, energia e pessoal. O absurdo maioré a comparação com o mesmo períodode 2013: elevação de 8,1%. Especialistasapontam que a expansão dos preços foisignificativa. No geral, a indústria nãofoi capaz de recuperar parte da reduçãoda margem de lucro do setor, acen‐tuada em 2011 e 2012.

Desde o último trimestre do anopassado, a indústria voltou a perdercompetitividade, com preço menor dosprodutos industriais e elevação do custode produção. Ao mesmo tempo, de ou‐tubro a dezembro, o preço do produtoindustrial importado – que concorrecom o nacional – caiu.

O produto nacional enfrenta cadavez mais este duelo com o importado,afetando diretamente suas receitas, aomesmo tempo que o setor encara custosde produção maiores.

O que registrou maior elevação nadespesa das fábricas, segundo a pes‐quisa, foi a energia, com alta de 3,3% noprimeiro trimestre, e o óleo combustível,com alta de 12,5%. A redução propor‐cionada pelo governo federal nas tarifas,no início de 2013, principalmente de

energia elétrica, já foi revertida. O custo com pessoal, no início deste

ano, ficou 2,8% maior. No entanto, oavanço foi maior no custo com capitalde giro, que avançou 10,9% na compa‐ração com o último trimestre de 2013, e33,8% ante o mesmo período do anopassado. Os custos industriais no pri‐meiro trimestre cresceram a um ritmosuperior ao do preço dos produtos ma‐nufaturados. O preço doméstico dosmanufaturados avançou 2,1% na com‐paração com o quarto trimestre de 2013e 7% em relação aos três primeirosmeses de 2013.

A desvalorização cambial, no en‐tanto, ajudou a indústria brasileira. Opreço dos manufaturados importadosse elevou em 3,4% em relação ao úl‐timo trimestre de 2013. "O aumentodos preços de manufaturados impor‐tados superior ao crescimento nos cus‐tos da indústria brasileira significa uma

melhoria na competitividade da indús‐tria no mercado doméstico", diz a CNI.

Já o preço dos manufaturados nosEUA, em reais, cresceu 4,8%, "o que in‐dica uma leve recuperação da competi‐tividade internacional da indústriabrasileira no primeiro trimestre de 2014em relação ao último trimestre de 2013".

No entanto, o remédio pode ter sidoforte demais. Ao interferir no câmbiopor muito tempo e agressivamente paraconter a inflação, o governo deixou ataxa fora de lugar. 

Com o real apreciado demais, o pro‐duto feito no Brasil fica ainda mais carofrente ao resto do mundo. Juntando‐sea este cenário, inflação e câmbio, aconjuntura estrutural defasada paraatender o setor, temos o quadro terrívelpara nossa indústria, que tem afetado aretomada da expansão nos últimosanos. A medida “estragou” o câmbiosem eliminar o problema da inflação.

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Custo sobe 2,5% por trimestre.Indústria encolhe 2,6% no semetre.

São duas no cias verdadeiras. A do custo industrial maior, alta de 2,5% o dado é da CNI, do primeiro trimestre do ano. A segunda informação é do próprio governo, pelo IBGE, destacando o desastre que é a polí ca industrial brasileira.

Em alta

Fonte: CNI

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PRODUÇÃO

Apagão no bolso

MERCADO LIVRE DE ENERGIAO Mercado Livre de Energia, criado em 2004, já representa 27,8% de

toda carga do SIN (Sistema Interligado Nacional), o que movimentaanualmente negócios em torno de R$ 30 bilhões. Quem pode usar este mercado?

Consumidor ou conjunto de consumidores dispostos em área contíguaou que possuam o mesmo CNPJ, cuja demanda seja igual ou superior a 500kW. O consumidor especial deve contratar energia proveniente de fontesincentivadas. A contratação desse tipo de energia proporciona descontos de50% a 100% na tarifa.

O Brasil já se prepara para o “tarifaço”pós‐eleitoral. Boa parte dos reajustes re‐presados ocorrerá após a virada do ano.Para a indústria, o maior temor é o custoda energia. Contratos de fornecimento deeletricidade para 2015 – que já estão emnegociação estão com preços altos epodem prejudicar retomada do setor.

Grandes indústrias, que já abriram ne‐gociações dos contratos para o próximoano, já se depararam com reajustes demais de 100% no preço da energia, e estãoredefinindo suas operações considerandocustos maiores em 2015. Ou seja, estãoprocurando onde cortar para pagar aconta da energia.

Os contratos de abastecimento, nomercado livre de energia, por cerca deR$ 400 o megawatt/hora (MWh). Essevalor é três vezes mais caro que oscontratos assinados antes da publicaçãoda MP 579, no final de 2012, quando apresidente Dilma Rousseff deu descontode luz e estabeleceu condições para oprocesso de renovação das concessõesno setor de energia.

Para contratos de médio prazo, ovalor “cai” para R$ 250 o MWh, queainda é mais que o dobro do negociadono início do governo Dilma. E não temmuito o que fazer, pois o que está deter‐minando o preço neste momento é a es‐cassez de energia.

Executivos de grandes empresas, quenão compram energia de distribuidoras,mas negociam diretamente com as gera‐doras no mercado livre, apontam queenergia a R$ 400 o MWh será o caos, comdemissões e cancelamento de projetos portodo País. Ao ser questionado sobre o rea‐juste, o Ministério de Minas e Energia(MME) não comentou a situação dos pre‐ços para 2015. Em nota, o ministério afir‐mou que não cabe a ele "interferir nasrelações comerciais no Ambiente deContratação Livre (ACL)", onde os consu‐midores livres contratam energia.”

Indústria se prepara para o “tarifaço”

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Convênio 70 é rejeitado por6 Estados e Reforma do ICMS

não foi ressucitada

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Odebate sobre tributos eincentivos fiscais regis‐trou um novo roundem julho. O encontrodo Conselho Nacional

de Política Fazendária (Confaz)trouxe um documento, o Convê‐nio 70, que provocou certo rebu‐liço no cenário tributário nacional.A tal proposta reduzia alíquotasinterestaduais de ICMS, determi‐nando o fim dos incentivos fiscaisconcedidos pelos governos esta‐duais sem aprovação do Confaz,em troca da anistia fiscal aoscontribuintes autuados por teremutilizado dos incentivos.

Goiás, Amazonas, Ceará, RioGrande do Norte, Espírito Santo eSanta Catarina foram contra e re‐cusaram o acordo. No entanto, odocumento teve a assinatura de 21unidades da Federação – o quenão é pouco.

SEM VALIDADE?O tributarista e consultor da

ADIAL, Flávio Rodovalho, apontaque o documento não tem vali‐dade legal, apesar de ter recebidoo voto da maioria dos Estados. NoConfaz, é preciso unanimidade.Rodovalho alega que o Convênio70 serve como pressão política noLegislativo, que vira argumentodos que são contra os incentivosfiscais que podem defender mu‐danças pois 20 Estados e o DistritoFederal “exigem” adequações à le‐

gislação.Flávio Rodovalho disse que, na

prática, o convênio se tornou umaproposta a ser debatida quandofor tratar da convalidação dos in‐centivos fiscais, mas sem aplicabi‐lidade. Para a Secretaria daFazenda do Estado de Goiás, a dis‐cussão deve ser transferida para2015 para não ser contaminadapelo período eleitoral.

Para os Estados emergentes,que votaram contra o Convênio 70,a mudança nas regras atuais re‐presentaria perda de receita ecompetitividade, o que poderiacomprometer investimentos regio‐nais estratégicos.

A PROPOSTAPelo convênio do Confaz, a pro‐

posta não difere muito das ante‐

riores: as alíquotas interestaduais– de 12% para a venda e 7% paracompra – baixariam para 4% emambos os casos. É a velha Reformado ICMS mascarada de convênio.A Sefaz‐GO estima que o impactoda suspensão dos benefícios fiscaise da redução das alíquotas emGoiás seria de 30% sobre a arreca‐dação de ICMS.

Por outro lado, os Estados quedefenderam o convênio alegamque o acordo é importante para ofim da guerra fiscal e para que acompetição entre os Estados se es‐tabeleça de forma mais clara. A re‐tirada dos incentivos seria feita deforma gradual e permitiria que asempresas escolhessem a regiãomais vantajosa para a permanên‐cia de unidades.

ADIADONovos embates não devem

ocorrer neste ano. Prós e contras osincentivos fiscais terão mais este se‐gundo semestre, que o foco é eleito‐ral, para se prepararem parabatalhas maiores em 2015, que é iní‐cio de governo. Querendo ou não,mudanças maiores, que envolvemdesgastes com vários Estados, se‐riam melhor absorvidas no pri‐meiro ano de mandato ‐ isso é se ogoverno federal vai se dispor acomprar essa briga para si, comofez a gestão atual da presidenteDilma Rousseff, que comprou brigadireta contra os incentivos fiscais.

REFLEXÃO

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Nome: José Hernani Arrym FilhoÁrea de atuação: gestor de inovação da Pieracciani Desenvolvi‐mento de Empresas. Pós‐graduado em Engenharia da Produção

ENTREVISTA

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Michal Gartenkraut

Oinvestimento das empresasbrasileiras em inovação ébaixo. Somando tudo que

se investe, incluindo o setor público, al‐cança apenas 1% do PIB. Para Jose Her‐nani Arrym Filho, sócio‐diretor daPieracciani Desenvolvimento de Empre‐sas, falta tecnologia e inovação no País eisso se reflete em vários pontos da em‐presa e da economia, como, por exemplo,na balança comercial. Hernani, que é pós‐graduado em Engenharia de Produçãopela Poli‐USP, pós‐graduado e bacharelem Administração de Empresas pelaEAESP/ FGV, destaca que o agronegócioé uma das poucas áreas que se diferen‐ciam. O gestor tem liderado processos deGestão da Inovação, de startups e de mu‐dança organizacional em empresas‐lí‐deres nacionais e multinacionais, além deser vice‐presidente da Associação dos Ex‐alunos da FGV. Confira a seguir os prin‐cipais trechos da entrevista:

As empresas no Brasil fazem ino‐vação?

Nosso País investe apenas 1%do PIB em Pesquisa, Desenvolvi‐mento e Inovação (PD&I), so‐mando‐se os setores público e

privado. O nível médio de escola‐ridade de nossos trabalhadores,uma questão‐chave e estratégica, éaproximadamente metade do queexiste nos países da OCDE. Nossabalança comercial evidencia anossa incompetência na produçãode manufaturados e bens de altatecnologia. Além disto, a nossa par‐ticipação no comércio mundial épequena, foi 1,25% em 2013 se‐gundo a AEB (Associação de Co‐mércio Exterior do Brasil), edecrescente ao longo das últimasdécadas, apesar das commodities.Assim, nosso País precisa inovarem vários campos para competirmais e melhor, mas são poucas asempresas aqui instaladas quefazem inovação de modo sistemá‐tico. Segundo o IBGE, existemcerca de 16 milhões de empresas e,conforme o MCTI (Ministério daCiência, Tecnologia e Inovação),em 2012, foram apenas 787 empre‐sas que dispunham de umconjunto de práticas de inovaçãoque lhes permitiram fazer uso deincentivos fiscais à inovação tecno‐lógica conforme a Lei 11.196/05.Tudo isto mostra que temos muitoo que fazer pela frente. O agrone‐gócio é um caso à parte, felizmente.

Não há dúvida de que inovação é

importante para todas as empre‐sas que querem competir. O queas empresas precisariam fazerpara inovar mais e melhor?

Temos um povo muito criativo,participação crescente na produçãode artigos científicos em revistasindexadas internacionais, mas exis‐tem abismos que temos que trans‐por. Um grande desafio reside nacriação de um exército de “empre‐sas inovadoras seriais”, pois nãobasta hoje em dia viver de umaúnica inovação. Inovar sempre oumorrer, este é o lema perseguidopelos países inovadores (OCDE) epelas empresas inovadoras. En‐tendo que para as empresas inova‐

“Empresas brasileirasinvestem pouco e mal

em inovação”

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Um grandedesafio reside na

criação de um exército de

“empresas inova‐doras seriais”, poisnão basta hoje emdia viver de umaúnica inovação.”

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rem mais e melhor é necessárioconstruir e manter quatro pilares,pelo menos: criar um estratégia deinovação, formar vários agentes in‐ternos de inovação (pessoas), termuito bons processos internos re‐lacionados aos esforços de inova‐ção, saber construir um ambienteque aumente a velocidade e a qua‐lidade da inovação, como aliançasefetivas com universidades, insti‐tuições de ciência e tecnologia efornecedores.

Para um Brasil em crise, quais ospassos que as empresas deveriamdar para competir e obter resulta‐dos?

Antes de mais nada, deveriamreclamar pouco do governo, poisele afeta, para o bem e para o mal,a todas as empresas indistinta‐mente. Depois, as empresas devemfocar na sua lição de casa, cujo pri‐meiro item é criar pelo menos umavantagem competitiva sustentável.Também, saber trabalhar em redetornou‐se fundamental nos dias dehoje. Destaco que aquelas empre‐sas ainda preocupadas com a qua‐lidade precisam rapidamentesuperar este estágio “pré‐histó‐rico”, pois nos dias de hoje nãobasta mais ter apenas qualidadepara competir. A régua é outra, énecessário produtividade máxima,fazer a gestão do conhecimento einovar, rápido e sempre.

Existe legislação específica sobreinovação e incentivos governa‐mentais para as empresas?

Sim. Em 1993, com a Lei 8.661que tratava do PDTI/PDTA, o go‐verno brasileiro iniciou a renúnciafiscal para as empresas inovadoras,mas foram poucas aquelas quedesfrutaram disto. Este mecanismofoi substituído em 2005 pela Lei doBem, a Lei 11.196 que, juntamente

com o Decreto 5.798/06 mais a Ins‐trução Normativa 1.187/11 mais aPortaria 715/14, compõem o atualsistema de incentivos fiscais queestá sendo utilizado por apenas 787empresas.

Existe muita dificuldade ou buro‐cracia para se conseguir tais incen‐tivos?

Para se fazer uso de incentivosfiscais à inovação, nunca houveuma burocracia intransponível. Ecom a Lei do Bem o uso ficoumuito mais descomplicado. No en‐tanto, a realidade é que as empre‐sas brasileiras investem pouco emal em inovação, conforme já mos‐trei acima.

Existem hoje reais condições de fi‐nanciamento à inovação nas em‐presas, por parte do governo?

O sistema nacional de inovaçãoé composto por vários órgãos queapóiam os esforços de inovaçãodas empresas instaladas no Brasil,e dentre eles podemos citar MCTI,MDIC, ABDI, Banco do Brasil,BNDES, Senai, INPI, CAPES, FA‐PESP (e demais similares esta‐duais) e, especialmente, a FINEP.Entendo que hoje não há empresa

média, média‐grande ou de grandeporte que possa alegar falta de re‐cursos (reembolsáveis e não reem‐bolsáveis) para apoiar os seusesforços de inovação. Exemplo:FINEP não consegue executar todoo seu orçamento. E por que nãoconsegue? Porque as empresasbrasileiras investem pouco e malem inovação.

Estes recursos estão disponíveispara empresas de qualquer porte,inclusive PMEs?

Sim, desde que a empresatenha um projeto de inovação paraproduto/ serviço, processo ou vi‐sando o seu modelo de gestão ouum novo modelo de negócio. Paraas PMEs com faturamento anualde até R$ 90 milhões, existe porexemplo o programa Inovacred/FINEP desde 2013. Custo da ope‐ração para a empresa financiada éa TJLP; para as empresas das re‐giões Norte e Nordeste, o custoserá TJLP menos 1,5 % ao ano. Aempresa deverá fornecer umacontrapartida e estar em dia paracom o Fisco.

Existe alguma norma técnica bra‐sileira que sirva de referência paraos esforços de inovação das em‐presas?

Sim. Trata‐se da norma ABNTNBR 16501:2011, que trata sobre di‐retrizes para Sistemas de Gestão daPesquisa, do Desenvolvimento eda Inovação nas empresas. Porapenas cento e sessenta reais, esteé o custo da Norma, qualquer em‐presa pode iniciar a sua caminhada(interminável) para a inovação.Desde 2011 nosso País é um dospoucos no mundo, além de Es‐panha, Portugal e Inglaterra, a teruma norma aplicável a qualquerorganização, independentementedo seu porte, tipo e atividade.

Pró-Industrial10

As empresasdevem focar na sua

lição de casa, cujoprimeiro item é

criar pelo menosuma vantagem

competitiva sus‐tentável.”

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JBS

A Brasil Kirin reformulou asembalagens dos refrescos Skinka. A novaidentidade visual pode ser vista nasprateleiras a partir deste mês de agosto.As mudanças no design e no logotipoforam pensadas para aproximar a marcado público jovem. O rótulo ganhou maiordestaque e visibilidade, com foco nasfrutas e na presença das vitaminas. Acomunicação visual nos pontos de vendatambém será modificada para dar maiordestaque à bebida.

JBS investe emmarca premium. Aempresa estáampliando suaestrutura deconfinamento nomunicípio deGuaiçara (SP) paraatender sua linhade carne Premium,a Swift Black. Asobras permitirãoaumentar de 11

mil para 13 mil a capacidade estática do confinamento e elevar de 26,5mil para 33 mil o número de animais confinados anualmente na cidade.A linha é voltada ao mercado de food service e pode ser encontrada nosrestaurantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, BeloHorizonte, Curitiba, Porto Alegre e Recife.

MARKETING & PRODUTOS

SKINKA

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PopDog foi a marca maislembrada na categoria RaçãoAnimal do prêmio Top de MarcasApucarana 2014, realizado no dia29 de maio. A pesquisa é aberta, ou seja, não são apresentadasopções de marcas aos consumidores. Os produtos Popdog sãofabricados pela Kowaski, que atua no mercado pet food desde 1995. Amarca tem 19 anos de tradição e oferece alimentos nutricionalmentecompletos e voltados para cães, tanto filhotes quanto adultos. A linhaé composta por PopDog Junior (para filhotes), PopDog Flocos, PopDogNatural, PopDog Carne e Vegetais e PopDog Mix. A distribuição dosprodutos da marca se dá em todo o território nacional e no Uruguai.

POPDOG

A Vigor Alimentos apresenta a nova identidade visual das embalagensda linha de queijos Faixa Azul. Com criação da agência Oficina Design UP!,seis produtos receberam atualização: Parmesão corte fatia, Parmesão cortecilíndrico, Parmesão forma, Parmesão ralado tradicional, Parmesão raladogrosso e Parmesão ralado light. O trabalho da agência foi focado no novodesenho das embalagens, com o objetivo de traduzir os valores da Vigor ea qualidade da marca em uma linha com grande tradição no mercado. Oresultado foi a criação de embalagens com visual moderno, atrativo earrojado, desenvolvidas para despertar a atenção de um públicoconsumidor composto por homens e mulheres das classes AB, com idadeentre 18 e 45 anos, apreciadores de produtos de qualidade, consumidoresou não da marca, e que apreciem queijos do tipo parmesão e especiais.

VIGOR

Pró-Industrial

Mostrando agilidade e buscando maior interação com acomunidade, a rede goiana Novo Mundo homenageou a cidade deRio Verde, em seu aniverário. Fundada em 1956, a Novo Mundohoje agrega filiais espalhadas por Goiás, Mato Grosso, Tocantins,Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Brasília. A empresa possui maisde 200 lojas e mais de 5.500 colaboradores.

NOVO MUNDO

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Maizena, tradicional marca de amido demilho da Unilever, completa 125 anos dehistória no Brasil neste ano. Para celebrar adata, a marca lança duas embalagens comestilo vintage, homenageando comunicaçõesantigas da marca, ambas no formato de 500gramas. “Maizena é uma marca registrada nacozinha brasileira, que passa de mãe para filha.O nosso rótulo de aniversário é um presente atodos que cozinham e nos acompanhamdurante esses anos, para juntoscomemorarmos essa conquista”, afirmaGiovanna Gomes, gerente de marketing deMaizena. O design das embalagens é da UsinaEscritório de Desenho.

MAIZENA

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CUKINA novidade é o Óleo de Girassol Cukin, que marca a entrada da empresa no segmento

de óleos especiais para o setor de alimentação fora do lar. Segundo a empresa, o produto,que chega ao mercado em embalagem pet de 5 litros, é indicado para uso em frituras,resistindo a altas temperaturas, mantendo as características adequadas após longo períodode uso. Reforçando o conceito de ampliar seu portfólio para o food service, a Bunge tambémapresenta as embalagens de 14,5kg para as gorduras Cukin, Cukin Fry e Cukin Golden.

HERINGA Cia. Hering apresenta oficialmente neste mês de

maio a Hering for you, marca que complementa o port‐fólio da empresa e se soma a Hering, Hering Kids,dzarm. e PUC. Voltada ao público feminino, a Hering foryou oferece produtos confortáveis, que vestem bem evalorizam o corpo. As opções são divididas em cinco lin‐has ‐ sleepwear, activewear, underwear, beachwear eloungewear. O principal destaque de Hering for you ficapara a oferta do loungewear no Brasil. A Hering for you surge com os principais atributos damarca mãe, a Hering, apresentando aos consumidores produtos democráticos, confortáveis eautênticos. A principal diferença entre as marcas é que Hering for you atende ocasiões de usodiferentes, voltadas ao lazer, bem‐estar, tempo com família e amigos. A marca aposta aindaem produtos com modelagens e tecidos diferenciados.

BRASILATAA Brasilata Embalagens Metálicas, fabricante de latas de aço, terá um novo

comando executivo a partir de janeiro de 2015. O diretor superintendente e CEO daempresa, Antonio Carlos Teixeira Álvares, 67, que está há 37 anos à frente dacompanhia, anunciou que deixará o cargo para assumir a vice‐presidência do Conselhode Administração. Seu sucessor é Tiago Heleno Forte (foto), atual gerente de marketing.Tiago Heleno Forte, 35, é administrador de empresas, fez MBA na ESADE BusinessSchool, em Barcelona, Espanha, e assumirá o posto com a missão de dar continuidade àposição de vanguarda da empresa, considerada uma das mais inovadoras do mercadobrasileiro. A mudança na administração, segundo Teixeira, não terá nenhum impactonas operações da companhia, como acontece com frequência nas organizações. “Atransição está sendo harmônica e sem qualquer sobressalto, uma vez que foi muitobem planejada”, ressalta.

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Aindústria brasileira fechou oprimeiro semestre com uma re‐tração de 2,6%. Mesmo após se‐guidos números negativos e a

base comparação – o primeiro semestrede 2013 – fraca, o setor encolheu. Foi oquarto mês seguido que a indústria bra‐sileira registra retração nos negócios. Emjunho, segundo dados do IBGE divulga‐dos em agosto, a indústria teve queda de1,4%. Em maio, a queda foi de 0,8%. Emabril e maio, as quedas foram de 0,3% e0,5%, respectivamente.

Comparando os meses de junho de2013 com 2014, o tombo é maior: 6,9%.Além da retração, a maior preocupaçãoé a sua disseminação, pois 70% dos seg‐mentos industrias encolheram no pri‐meiro semestre deste ano. Desdesetembro de 2009, período da crise inter‐nacional iniciada nos Estados Unidos, osetor não registra desempenho tão fraco.Na época, setor caiu 7,4%.

Para Edwal Portilho Chequinho, di‐retor ‐executivo da ADIAL, esse movi‐mento de desindustrialização só écomparado a períodos de crise interna‐cional. “No entanto, o mundo não viveuma crise de produção, apenas o Brasil.Outros países avançam, inclusive, nomercado brasileiro. Falta uma políticaindustrial que contemple toda indústria,pois o industrial quer trabalhar, mas, osnúmeros confirmam isso, com as condi‐ções atuais o País vai afundar sua indús‐tria”, diz Chequinho.

A queda da produção nos últimosmeses já custou quase 30 mil empregosno setor somente em maio, de acordocom os últimos dados divulgados peloMinistério do Trabalho.

Entre as atividades, as principais in‐fluências negativas foram registradaspor veículos automotores, reboques ecarrocerias (12,1%) e equipamentos deinformática, produtos eletrônicos e ópti‐

cos (29,6%).

NEGATIVO“A queda de 1,4% da atividade in‐

dustrial na passagem de maio parajunho teve predomínio de resultadosnegativos, alcançando as quatrograndes categorias econômicas e 18dos 24 ramos pesquisados”, observouo IBGE em nota.

Em relação a junho de 2013, a produ‐ção de bens de capital caiu 21,1%, a debens de consumo duráveis recuou 34,3%e a de bens de consumo semi e não du‐ráveis caiu 3%. A produção de bens in‐termediários diminuiu 2,9%.

De janeiro a junho, a produção debens de capital apresentou baixa de8,3%, a de bens intermediários recuou2,2%, enquanto a de bens de consumoduráveis declinou 8,6%, mas a dos bensde consumo semi e não duráveis regis‐trou avanço, de 0,3%.

NEGÓCIOS

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Indústria encolhe2,6% no semestre

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NOTAS INDUSTRIAIS

Goiás é o 4º na produção industrialEnquanto a indústria brasileira apresentou retração de 2,6% no primeiro

semestre deste ano, Goiás registrou crescimento na produção industrial (0,8%)no mesmo período. Apenas quatro, dos 14 Estados pesquisados, tiveramavanço. Goiás ficou na quarta colocação, atrás apenas do Pará (14,4%),Pernambuco (3,7%) e Amazonas (1%). O secretário de Indústria e Comércio deGoiás, William O´Dwyer, diz que o desempenho goiano é satisfatório e que ocenário positivo é resultado de investimentos de longo prazo realizados porindústrias do ramo alimentício, de biocombustível, farmoquímica,automobilística e extrativista mineral.

Estas empresas estão concentradas em todo o Estado, com destaque paraos polos industriais de Aparecida de Goiânia (Daiag), Anápolis (Daia), emGoiânia e Rio Verde, este último município localizado no Sudoeste goiano cujopotencial econômico é voltado para o agronegócio.

Inflação de julhoIPCA de julho deve ser menor índice de inflação do ano. Contudo,indicador ainda manterá o número acima do teto da meta.

TERMÔMETRO ECONÔMICO 2014Confira abaixo a última atualização dos indicadores econômicos do País e do Estado. A cada ediçao, a PRÓ‐INDUSTRIAL traz

novos números e suas sinalizações. Confira os resultados dos últimos dados divulgados.

Inflação em 2014A projeção para a inflação medida pelo IPCA em 2014 caiu de6,41% para 6,39%. Antes, o BC admi a inflação de 5,6%.

Expansão da indústriaA projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 apresentou piorana pesquisa Focus. Cai de retração de 1,15% para um queda de 1,53%.

Comércio exteriorTudo no azul em Goiás. Exportações em julho foram de U$ 660 milhões,

enquanto as importações ficaram em U$ 396 milhões.

PIB em 2014A previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 recuoude 0,90% para 0,86%. Foi a 10ª redução consecu va do número.

Desemprego O desemprego no Brasil deve seguir em queda em julho. A projeção mos‐tra taxa de desemprego em 4,7%. Em março, era 5,1%.

COMÉRCIO EXTERIOR SUPERÁVIT É MAIOR SALDO DA HISTÓRIA, O DOBRO DO DÉFICIT DO PAÍS

Em julho, as exportações goianas alcançaram U$ 660 milhões, enquanto as importações ficaram em U$ 396 milhões. Comisso, o saldo da balança comercial, que mede a diferença entre a exportação e importação, obteve um superávit de U$ 264,8milhões. Boa parte desse avanço pode ser creditada ao aumento de 43% na venda da carne bovina goiana, e de 64% do comérciode ferroligas para os mercados europeu e asiático. No acumulado do ano o saldo é de US$ 1,78 bilhão, considerado um valorhistórico e suficiente para cobrir o déficit da balança comercial brasileira no mesmo período, acumulado em U$ 916 milhões.

TRANSPORTE

Fábricas de caminhõesdemitem e paramprodução em agosto

Duas fábricas de caminhões em MinasGerais adotaram novas medidas de corte naprodução, indicando que o ciclo de ajustesna indústria de veículos comerciais não seencerrou com as férias coletivas dos últimosdois meses. Em Juiz de Fora, onde montacaminhões extrapesados, a Mercedes‐Benzdecidiu afastar 158 trabalhadores daprodução, ao mesmo tempo em que a Ivecointerrompeu em agosto a produção de duaslinhas em Sete Lagoas.

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Ahistória da Resicolor começaem 1992, na cidade de Sideró‐polis, em Santa Catarina, coma fabricação de resinas, a ma‐téria‐prima essencial para a

fabricação de tintas. A empresa investiu eteve resposta do mercado consumidor, queaprovou a qualidade Resicolor. Em 1996, aempresa investiu em inovação e moderniza‐ção do processo de fabricação dos produtos,ampliando o mix de produtos, passando a fa‐bricar tintas e vernizes.

Hoje, a Resicolor conta com um completomix de produtos destinados a construção

civil, capaz de satisfazer as necessidadesdeste segmento. Além de uma imensa varie‐dade de cores, conta também com o Resico‐lor System, um dos melhores sistemastintométricos do País, capaz de gerar até 30mil cores.

A Resicolor conta com mais de cinco milpontos de vendas em 23 Estados. Sua linhade produção alcança também os mercadosuruguaio, paraguaio e boliviano. A empresaopera com certificado de garantia ISO 9001 eestá em processo de conquistar o ISO 14001.

Com um investimento de R$ 5,7 milhões,a Resicolor Tintas inaugurou, em 2010, em

Palmeiras de Goiás a sua terceira unidade deprodução e a primeira fora de Santa Catarina.

Numa área de 32,6 mil metros quadra‐dos, a fábrica tem uma importância estraté‐gica no projeto de expansão da empresa,revelaram os sócios‐diretores Jaime Dal Farrae José Moreno. “Instalar a nossa terceira uni‐dade industrial em Goiás é estar no coraçãodo Brasil”, justificou Dal Farra.

“Apostamos no desenvolvimento do Es‐tado e creditamos como estratégia a localiza‐ção deste parque fabril com capacidade paraproduzir, de início, dois milhões de litros detintas ao mês”, complementou Moreno.

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EMPRESAS

Resicolor, tradiçãoe modernidade

FUNDADA EM 1992, EMPRESA CATARINENSE INSTALOU UNIDADE EM PALMEIRAS DE GOIÁS, EM 2010. GRUPO SE DESTACA POR INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

Na foto ao lado, a matriz da Resicolor, em Santa Catarina. Acima, a fábricainaugurada em Goiás, em 2010. Empresa é destaque nacional no setor

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1992Surgia em Santa Catarina, a Resicolor Tintas.

1994Consolidou‐se líder na produção de impermeabilizantes à base desolvente.

1995Tornou‐se a primeira empresa catarinense a produzir resinas.

1998Inovação tecnológica com o produto Telhabril Acqualine.

2000Início das exportações para países do Mercosul.

2001Lançamento do Resicolor System, um dos melhores do Brasil.

2003Dobrada a capacidade produtiva da empresa.

2006Primeira empresa de Santa Catarina a ser certificada pelo PBQP‐H(Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat)

2008Pelo 5º ano consecutivo recebeu a premiação do troféu RuyOhtake/Revista Revenda na categoria Resinas acrílicas.

2009Empresa em processo de certificação da ISO 14001, na planta de SantaCatarina.

2010Inauguração da fábrica em Palmeiras de Goiás.

Pró-Industrial

TRAJETÓRIA DE SUCESSO DA RESICOLOR

Jaime Dal Farra, da Resicolor, vai presidir a Sinquisul

O presidente da Resicolor Tintas, Jaime Dal Farra, as‐sumiu a presidência do Sindicato das Indústrias Químicasdo Sul Catarinense (Sinquisul). A posse festiva foi reali‐zada no dia 15 de julho, no Centro de Eventos Oásis, emCriciúma. Com a solenidade, Jaime Dal Farra ficará àfrente do Sinquisul até 2016. A posse foi muito prestigiadae contou com a presença do presidente da Federação dasIndústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), GlaucoCorte, de autoridades locais, presidentes de sindicatos,empresários e associados.

Segundo Dal Farra, ao assumir a presidência do Sin‐quisul, alguns objetivos são primordiais, como a amplia‐ção do quadro de associados, a aproximação com osindicato laboral, bem como a manutenção de ações comoo Fórum da Indústria Química. “Também pretendemosincentivar e fortalecer comitês como o de Recursos Huma‐nos, e o mais novo de todos, que está em implementação,o Comitê de Pesquisa e Desenvolvimento”, sublinhou. Deacordo com o presidente, é de suma importância que em‐presários e presidentes de sindicatos participem ativa‐mente das reuniões, treinamentos e eventos promovidospelos sindicatos e pela Fiesc.

Jaime Dal Farra toma posse no Sinquisul

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O PAPA DO MARKETINGOs Estados Unidos, a União Europeia e outros países desenvolvidos estão enfrentando uma contínua

desaceleração econômica há anos ao ponto da criação de trabalho não acompanhar o crescimento de mão deobra. Com o mundo desenvolvido enfrentando um crescimento econômico lento, competir com sucesso por uma

base de consumidores limitada significa usar estratégias de marketing criativas. Este novo livro de Philip Kotler,escrito em parceria com seu irmão, mostra como sobreviver em águas econômicas turbulentas.

MANUAL DO CEOO livro mais vendido de desenvolvimento executivo no mundo. Aprenda os princípios que a maioria dos

profissionais de negócios leva uma vida inteira de tentativas e erros para dominar. Com as mais valiosas lições denegócios em modelos mentais simples e memoráveis que podem ser aplicados diretamente no mundo real, vocêconhecerá e praticará os elementos essenciais do empreendedorismo, marketing, vendas, negociações, operações,design de sistemas e muito mais. Antes de fazer um MBA, leia este livro

MANUAL DO GESTORA proposta do livro não é mostrar aos leitores como não fazer mais do mesmo, e sim como fazer

as coisas de modo diferente sem aderir a modismos inconsequentes. O autor apresenta a liderançacomo fenômeno organizacional coletivo que não depende de líderes condutores ou servidores de

pessoas, já que a liderança é muito mais consequência de conceitos organizacionais básicos do que daação de líderes heróis. Amplamente baseado em referências do dia a dia, o livro está repleto de

exemplos de como fazer as coisas acontecerem nas organizações e de como organizar osprocessos e as práticas da liderança.

CADEIAS GLOBAIS PARA A INDÚSTRIAQual o papel das empresas brasileiras na produção industrial mundial? Como estamos inseridos nas cadeias

globais de valor? Quais são as políticas mais apropriadas para colocar a indústria nacional nas etapas superiores doprocesso produtivo? O que dificulta a nossa integração e como romper com essa condição? Quais as nossasoportunidades e como devemos explorá‐las? Com base em estudos de caso sobre as indústrias aeroespacial,eletrônica e de dispositivos médicos do Brasil esse livro procura responder as questões acima. O foco é entendercomo as empresas brasileiras desses setores estão integradas às cadeias mundiais e de que maneira os instrumentosde políticas adotados facilitam ou dificultam essa aproximação.

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LEITURA EMPRESARIAL

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Indústria não suportanovo ciclo de discórdia

CESAR HELOU

Aestrutura econômica brasi‐leira exige uma indústriapronta para completar todociclo de produção em territó‐

rio nacional, aproveitando e agre‐gando valor à produção agropecuáriae mineral do País, seu grande diferen‐cial competitivo na economia mun‐dial. No entanto, a abundância dematéria‐prima e a capacidade de ex‐ploração a preços vantajosos interna‐cionalmente não são bem exploradosno ciclo final, que é a industrialização,fazendo com que boa parte da produ‐ção seja exportada in natura.

A industrialização tem a capaci‐dade de agregar, pelo menos, 30% devalor ao produto in natura. Ou seja, aonão ter uma política estratégica e fun‐cional para a indústria brasileira, des‐perdiçamos um terço da receita dasnossas exportações, sem falar nos em‐pregos que deixam de ser gerados nasfábricas necessárias para atender essepotencial não explorado e na soluçãodo problema de oferta de produtos nomercado interno, responsável porparte do gargalo inflacionário do País.

Mas o governo federal nãoconsegue dar andamento a um polí‐tica eficaz para o setor industrial.Exemplos de como fazer isso não fal‐tam, dentro e fora do País. Os segui‐dos fracassos nas tentativas dogoverno federal mostram que esteopta sempre por repetir uma fórmulaque deu certo uma vez. Isso não signi‐fica que dará certo sempre. Em vez de

reestruturar a indústria para crescer,focam apenas no estímulo aoconsumo, que são também políticasde curto prazo.

Preparar os setores da economiapara o futuro é muito diferente de acada seis meses anunciar um pacotetemporário para salvar a indústria,querendo incentivar apenas setoresespecíficos.

No mundo afora, a política dosetor industrial é política de Estado,estratégica e de longo prazo. Mesmono Brasil, exemplos existem.

Os Estados emergentes consegui‐ram, com a autonomia tributária ga‐rantida pela Constituição, construirpolíticas estratégicas de desenvolvi‐mento regional de longo prazo basea‐das na industrialização. Sãoprogramas que têm os incentivos fis‐cais como base, mas que vão além,com distribuição e estruturação deparques industriais em polos criadosnos Estados, estímulos à construçãode armazéns e centros de distribuição,formação de mão de obra, programasde estímulo à exportação e à pequenaempresa, entre outros.

Este modelo adotado por váriosEstados brasileiros, criado em Goiásna década de 70 e aperfeiçoado nosanos 80 e 90, com o Fomentar e o  Pro‐duzir, é exemplo de como transfor‐mar suas economias. Se hoje aindústria se espalhou pelo País, deNorte a Sul, se deve a ação dos gover‐nos estaduais, que se empenharam

em incentivar, com recursos próprios,a abertura de fábricas.

Desoneraram a produção, unifor‐memente, para todos setores da in‐dústria. Não fizeram como o governofederal, que cria pacotes de salva‐mento só para alguns setores, medi‐das provisórias, que obrigam a cadaseis meses ou um ano a novas nego‐ciações para manter incentivos. Nosprogramas estaduais, os benefíciossão de até quarenta anos. Dão segu‐rança aos investidores que passam aapostar no projeto.

Torcemos para que o governo fe‐deral enxergue o modelo estruturaldas políticas de incentivos estaduaiscomo o caminho, que ele ainda nãotestou, para a retomada da indústriabrasileira. Por enquanto, fica parahistória que durante quatro anos fezde tudo para destruir os incentivosdos Estados, que resistiram. Nestesquatro anos, só conseguiu trazer in‐segurança aos investidores e inibirnovos projetos, sem emplacar sequerum pico de crescimento no setor ‐ eno próprio PIB.

A indústria brasileira estacionou enão suporta um novo ciclo de discór‐dia. Ou isso fica claro aos planeja‐dores de governo ou vamos enterrara indústria brasileira. E que o governofederal faça a melhor escolha.

Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL

OPINIÃO

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