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www.adial.com.br EMPRESA Isoeste é destaque na América Latina Pró-Industrial ADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Agosto - 2012 - ANO IV - Nº 33 INVESTIMENTOS Entrevista com Dov Gilvanci Levy REFLEXÃO O Plano Brasil Maior e sua minoria O risco da desindustrialização ALTO CUSTO DE PRODUÇÃO, CÂMBIO DESFAVORÁVEL E CONCORRÊNCIA AGRESSIVA COM EMPRESAS ESTRANGEIRAS COLOCAM EM RISCO A EXTINÇÃO DE ALGUNS SETORES DA INDÚSTRIA NACIONAL ADIAL 33 gráfica_Layout 1 09/08/2012 17:04 Page 1

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EMPRESAIsoeste é destaque na América Latina

Pró-IndustrialADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Agosto - 2012 - ANO IV - Nº 33

INVESTIMENTOSEntrevista com

Dov Gilvanci Levy

REFLEXÃOO Plano Brasil

Maior e sua minoria

O risco da desindustrialização

ALTO CUSTO DE PRODUÇÃO, CÂMBIO DESFAVORÁVEL E CONCORRÊNCIAAGRESSIVA COM EMPRESAS ESTRANGEIRAS COLOCAM EM RISCO A

EXTINÇÃO DE ALGUNS SETORES DA INDÚSTRIA NACIONAL

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PRÓ-INDUSTRIAL

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Sumário

Editorial

O desenvolvimento do setor industrial foi determinante paraa expansão das maiores economias do mundo. Não se imaginaEstados Unidos, Inglaterra, Alemanha ou Japão sem uma indús‐tria forte. No cenário nacional, o diferencial desenvolvimentistade São Paulo e Minas Gerais foi o pioneirismo industrial, que aofortalecer a economia deu maior poder de influência a paulistas emineiros nos grandes debates do País.

O setor industrial brasileiro necessita de um plano industrialamplo e vigoroso. O Plano Brasil Maior, lançado pelo governo fe‐deral há um ano, não surtiu efeito. Tanto que a sua efetiva apro‐vação no Congresso foi controversa e quase reprovada pelosparlamentares. Na coluna Reflexão Industrial, uma avaliação maisampla desta política industrial do governo Dilma e do Plano BrasilMaior. A matéria de capa desta edição é a desindustrialização eos efeitos malignos para a economia brasileira – como a necessi‐dade de substituição de fornecedores de insumos nacionais porestrangeiros. Ainda nesta edição, matéria sobre a Isoeste e entre‐vista com Dov Gilvanci Levy, consultor e especialista em investi‐mentos, que fala sobre a apreensão dos investidores internacionaise opções de aplicação neste momento de incertezas.

O debate sobre tributos continua intenso. Uma notícia positivafoi avanço na negociação do setor produtivo, da qual a ADIAL foiuma das articuladoras, contra a súmula vinculante sobre a guerrafiscal, em análise no Supremo Tribunal Federal, que ficou para2013 e, nos bastidores, seria fruto de um acordo informal dos mi‐nistros com os senadores para que o texto fique na gaveta, en‐quanto o Congresso fechar uma proposta para concessão debenefícios fiscais no País.

Boa leitura.

Produção

ADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar ‐ Ed. Rizzo PlazaSetor Sul, Goiânia Goiás. CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3213‐1666

www.adial.com.br

Presidente do Conselho de Administração Cesar Helou

Vice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Conselho NatoCyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filhoe Alberto Borges de Souza

Vices‐Presidentes e Conselheiros Nelson Vas Hacklauer, Alberto Borges deSouza, Maximiliano Liubomir Slivnik, VanderlanVieira Cardoso, Sandro Antônio Scodro, Carmello Paole�, Heribaldo Egídio da Silva,Paulo Sérgio Guimarães Santos, Pedro Henrique Pessoa Cunha, Heno Jácomo Perillo,Marco Aurélio Limírio Gonçalves, José Ba�staJúnior, Nelson Kowalski, José Alves Filho, Domingos Vilefort Orzil, Alfredo Ses�ni Filho,Carlos Luciano Ribeiro, Rivas Rezende, Juliana Nunes e Igor Montenegro.

Diretor Execu�voEdwal Freitas Por�lho “Chequinho”

Projeto Gráfico e Diagramação Contemporânea

Pró-IndustrialExpediente A indústria em foco

16‐17 ISOESTE

EDITORIAL A indústria em foco 2. //DESINDUS‐TRIALIZAÇÃO Fechamento de indústria já ameaçaeconomia 3‐6. //ANÁLISE Polí�ca de destruição 7.//ENTREVISTA Dov Gilvanci Levy Najman 8‐10.//NOTAS INDUSTRIAIS Impostômetro, Central doEmpresário e Logís�ca 11. // BENEFÍCIOS FISCAISSefaz suspende bene�cios, Parcelamento e PAI12‐13. //MARKETING & PRODUTOS Novidades naIndústria 14. //REFLEXÃO SETORIAL Brasil Maior15. // LEITURA Livros Empresariais 18. // OPINIÃOJudas Tadeu Grassi Mendes 19. // Cesar Helou 20.

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DESINDUSTRIALIZAÇÃO

Desde 1989, o Brasil im‐plantou três políticasindustriais. Destas, aúltima em agosto de2011, no governo

Dilma. Todas foram precárias noque se refere a fortalecer a indústriabrasileira e dar competitividade in‐ternacional ao produto Made in

Brazil. Sem uma política industrialcompetente e ampla, o País recorrecorriqueiramente a pacotes.

Entre pacotinhos e pacotõeseconômicos, só entre setembro de2008 e agora, foram oito. Ne‐nhuma destas três políticas indus‐triais ou os oito pacotes foramrealmente eficiente para dar igual‐

dade de condições na concorrên‐cia do produto nacional com seusconcorrentes estrangeiros. O fan‐tasma da desindustrializaçãoronda a economia brasileira e asopiniões e os números das repor‐tagens a seguir repercutem causae efeito do encolhimento da indús‐tria brasileira.

Cadê aluz nofim dotúnel?

Desindustrialização já ameaça economia

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DESINDUSTRIALIZAÇÃO

Indústria perde participação

O setor industrial vem apontandoque na última década, principal‐mente, o Brasil sofre um processo dedesindustrialização – que, na prática,é o encolhimento da industrial nacio‐nal, mesmo em um processo de au‐mento de demanda de produtosbásicos de consumo final e de insu‐mos, que são abastecidos por umaprodução realizada no exterior.

A diferença agora é que a fichacaiu também para o governo federal,que antes não compartilhava destapreocupação de redução da partici‐pação da indústria nacional no Pro‐duto Interno Bruto (PIB).

Além do câmbio desfavorável,que facilita importação e encarece oproduto brasileiro no exterior, outrosfatores contribuem para o aumentodo custo de produção no mercado in‐terno: gastos extras com infraestru‐tura deficiente; pesada cargatributária; custo de energia, a terceiramais cara do mundo; e, entre outros,poucas opções de modais de trans‐porte, sendo que, o de maior uso, orodoviário, é de má qualidade. Ape‐sar de ter matéria‐prima abundante etecnologia de produção já instalada,o produto local chega mais caro noexterior.

No mercado interno, o País en‐frenta uma avassaladora expansão daimportação – principalmente, de pro‐dutos industrializados. No mercadointernacional, os produtos manufatu‐rados no Brasil também sofrem. Opeso dos produtos industriais nasvendas externas caiu de 54,7% para36,1%, entre 2002 e 2011.

Segundo analistas, a fatia da in‐dústria nas exportações caiu não sópor causa do encolhimento da indús‐tria, mas pela expansão de outros se‐tores. Os preços dos industrializadossubiram bem menos que os produtosdo agronegócio.

Um caso recente dos efeitos dadesindustrialização ocorreu com a in‐dústria de colchões, Plumatex, deAnápolis. A empresa sempre com‐prou o TDI, insumo químico usadona produção, de uma empresa brasi‐leira na Bahia. Em razão da forteconcorrência e invasão da indústriachinesa neste mercado, a fornecedorado insumo nacional encerrou suaprodução.

A medida obrigou a Plumatex abuscar fornecedor no exterior. Na pri‐meira compra, prejuízo que podechegar a US$ 3 milhões. Em vez doTDI, que é produto líquido e vem em

grandes galões, a em‐presa brasileira rece‐beu centenas de galõesde água. A empresa foivítima da desindus‐trialização de umsetor. Ou seja, quemprecisar de comprarTDI vai ter de impor‐tar, porque o Brasil,

“deixou o setor morrer”.Para Camila Hermano Vinaud,

advogada e consultora da RodovalhoAdvogados Associados, apesar deserem recorrentes os casos de relaçõescomerciais internacionais más suce‐didas, muitas empresas continuamtrabalhando com o amadorismo esem planejamento na inserção deseus produtos e na importação demercadorias e serviços.

Camila Hermano prevê que ou‐tros setores podem enfrentar dificul‐dades com a falta de fornecedores nomercado interno, em razão desindus‐trialização corrente no País. “É bomestar atento à conjuntura do setor queatua e acompanhar o que ocorre tam‐bém no mercado externo”, disse.

Mas ela ressalta que: “Nos últimosanos o Brasil tem se confirmado comoum importante player no mercado in‐ternacional, sendo inclusive benefi‐ciado pela crise mundial discutidanos últimos meses pelos especialistas,já que a insegurança provocada fazcom que países com um mercadoconsumidor interno crescente e coma economia estável, como a do Brasil,consigam atrair novos grupos de in‐vestidores e expandir a sua influênciapolítica e comercial.”

Peso da indústria na exportação, em % do total

BÁSICOS SEMIFATURADOS MANUFATURADOS2002 28,1 14,9 54,72005 29,3 13,5 55,12008 36,9 13,7 46,82011 47,9 14 36,1

PERDA DE ESPAÇO

Camila Hermano prevê que em algunssetores podem faltar fornecedor local

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DESINDUSTRIALIZAÇÃO

A doença holandesa e a armadilha brasileira

Ficou conhecida na economia in‐ternacional a Dutch Disease (doençaholandesa), que é um formato de des‐industrialização que ocorreu no paíseuropeu nos anos 70. O fenômeno foimotivado pela descoberta, ainda nadécada de 60, de reservas de gás naHolanda, o que fez aumentar as ex‐portações deste produto para toda aEuropa e gerou uma supervaloriza‐ção da moeda local.

Isto prejudicou, anos depois, acompetitividade de outros produtosexportáveis, notadamente os bens in‐dustrializados – provocando um forteprocesso de dependência de um (oupoucos) produto (s) e a desindustria‐lização de outros.

A nova “doença holandesa” queatingiu o Brasil é semelhante, masnão é igual. A manifestação teria sidoem consequência da drástica mu‐dança do velho regime de substitui‐ção de importações com liberalizaçãocomercial e financeira, na década de90. Aprofundou‐se a grande capaci‐dade de produção e exportação decommodities mine‐rais, agrícolas e pe‐cuárias – compouca ou nenhuma

industrialização – provocando ex‐pressiva entrada de dólares e eleva‐ção da oferta no mercado cambial –valorizando a moeda local frente aodólar. Este desequilíbrio cambial faci‐lita ainda mais as importações ereduz ganhos com exportação. Estemovimento econômico ocorreu tam‐bém em outros países latinos.

Para analistas, alguns fatores agra‐vam o efeito da “doença” no Brasil,como as altas taxas de juros, conside‐rada uma das maiores do mundo.

A exportação e produção de ma‐téria‐prima são méritos da capaci‐dade do País em explorar,independentemente, sua vantagemcompetitiva. Os juros altas agravam a

entrada de dólares – e a pró‐pria doença holandesa –pois investidores estrangei‐ros enviam recursos finan‐ceiros para especular noPaís, o que faz crescer aindamais a ofertra de dólares.

ORIGEMAlguns gargalos são apontados como responsáveis peladesindustrialização, segundo nota técnica Dieese, entre eles:

• Excessiva valorização cambial• Altas taxas de juros• Estrutura tributária ineficiente• Problemas de infraestrutura• Excesso de burocracia• Grande vantagem comparativa naprodução de bens primários• Acumulação insuficiente de poupança• Educação formal insuficiente e baixaqualificação da mão de obra

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DESINDUSTRIALIZAÇÃO

O País pode reverter a desindustrialização?

Um caminho provável para su‐perar a desindustrialização é am‐pliar os ganhos de produtividade,apontam especialistas. Os juros e ascommodities são os primeiros eprincipais responsáveis pela perdade competitividade. O que se perdeno câmbio deveria ser compensadopelo aumento de eficiência, a partirda redução dos custos de produçãoe melhora na qualidade dos produ‐tos fabricados.

O melhor exemplo de reverteruma futura perda de competitivi‐dade em razão da valorização dasua moeda é o chinês. O país orien‐tal manipula o câmbio para favore‐cer a exportação. Sabendo que umdia terá de ceder à pressão interna‐cional e liberar sua moeda, a Chinainveste fortemente sua poupançainterna em infraestrutura (aeropor‐tos, ferrovias, energia e portos), queminimizará as perdas futuras queterá com câmbio.

Outro aspecto da China é sua ca‐pacidade de desindustrializar vá‐rios setores empresariais pelosquatro cantos do mundo e se tornardominante. No caso da Plumatex,empresa sediada em Anápolis queteve problemas com a importaçãodo TDI, a busca pelo insumo forado País se deu pela desindustriali‐zação do TDI no Brasil. Após o fe‐chamento da fornecedora, asugestão dos parceiros norte‐ameri‐canos era o produto chinês, o que,na verdade, com seu preço muitoreduzido dizimou a indústria brasi‐leira do insumo – e provavelmentede outros países.

Para Anna Bastos do Valle, in‐ternacionalista e consultora do Ro‐dovalho Advogados Associados,uma das formas de agregar maiorcompetitividade à empresa em ter‐mos de prazo de entrega e preçodos produtos, nas negociações in‐ternacionais, é embasá‐las em efi‐ciência logística, planejamentotributário e segurança jurídica.

“Alguns passos devem ser segui‐dos e analisados com cuidado paraque se consiga sucesso no cenário in‐ternacional, dentre eles alguns pro‐cedimentos que vão além dacapacitação dos colaboradores inter‐nos, tais como a busca de referênciasobre os parceiros com quem se es‐tabelecem as negociações, incluindo‐se, quando possível, inspeções emfábricas para verificação da estruturafísica e qualidade dos produtos aserem adquiridos. Sempre garantir,por meios contratuais, a ideal pro‐moção e distribuição dos produtosem outros mercados e estabelecerresponsabilidades, obrigações, alter‐nativas de rompimento de contrato,formas de indenizações, além de al‐ternativas extrajudiciais para a reso‐lução de conflitos, quandonecessário”, disse Anna.

E a reversão da desindustrializa‐ção, totalmente possível, começacom a adoção de um posiciona‐mento mais realista do Ministério daFazenda, que cria cenários “irreais”– com previsão de crescimento exa‐gerada, geração de empregos super‐estimada, super‐reservas e inflaçãosob controle – toda vez que é colo‐cado em cheque.

Com isso, foge do foco de refor‐mular o modelo de expansão atualda economia.

E, mesmo assim, os dados dopróprio governo indicam outracoisa, mais especificamente que oPIB brasileiro cresce com consumoimportado e que nosso crescimentoeconômico é baseado em recursosnaturais e não em bens industriais.

Alguns passosdevem ser segui‐

dos e analisados com cui‐dado para que se consigasucesso no cenário inter‐nacional (...), incluindo‐se, quando possível,inspeções a fábricas (defornecedores)”

ANNA BASTOS DO VALLE, internacionalista e consultora

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análise

De tanta polí‐tica industrialequivocada,uma hora ogoverno fede‐

ral aprende a fazer da in‐dustrialização tambémseu ativo político ou amar‐gará no currículo o pesode ter desindustrializadoo Brasil. Por enquanto, osplanos são pacotes. E, nãosão de construção, maiscontribuem para a destrui‐ção do setor.

Mas, como muitos ana‐listas apontam, o governoacordou para o risco. Ficoumuito explícito que a relação saudá‐vel com um ou outro setor, especial‐mente montadoras, precisa serampliada linearmente aos demaissetores da indústria brasileira.

Apontam que, pela primeira vez,desde o primeiro mandato do go‐verno Lula, governo e empresáriosfalam a mesma língua. E, sem tradu‐tores ou tecnicismo demais, os doislados podem ajustar o tom. Ficoubem claro, depois de três políticas in‐dustriais e oito pacotes emergen‐ciais, em quase uma década petistana gestão do País, que a fórmula pre‐cisa ser mudada.

As políticas industriais foram li‐mitadas e decepcionantes. Quantoaos pacotes, atendiam setores espe‐cíficos, mas não a grande indústriabrasileira. Hoje, é senso comum queo País está perdendo sua força pro‐dutiva e que algo precisa ser feito.

Mas o governo terá capacidadepara sair do “mais do mesmo”? Seráamplo o suficiente para eliminar o

encolhimento industrial atual?Dados do IBGE são precisos: em

2011, a indústria avançou meros0,3% ‐ isso na média, pois vários se‐tores ficaram menores. Nos primei‐ros meses de 2012, encolheu. Em boaparte dos últimos 18 meses, regis‐trou retração. Goiás se diferenciou,com números um pouco melhores,mas, também, foram crescimentosvigorosos de alguns poucos setores,como medicamentos e metalurgia,por exemplo, que fizeram subir amédia geral. Mas a indústria datransformação goiana já tem re‐piques preocupantes.

As perguntas que os economistasfazem são: mesmo após 11 interven‐ções do governo federal, entre pla‐nos e pacotes, em uma década, porque os números são tão ruins?

De que têm servido então as po‐líticas industriais, todas anunciadascom grande pompa pelos respecti‐vos governos?

Na década de 90, uma aberturacomercial do Brasil ao mercado in‐

ternacional fez grande es‐trago na indústria nacio‐nal. O País passava poruma hiperinflação, nogoverno Collor, e as em‐presas tiveram de seadaptar à nova realidadede concorrência, com aentrada de produtos es‐trangeiros. Não houveuma preparação e os ele‐vados custos de produ‐ção fizeram com que aindústria reduzisse suaparticipação no PIB. OPlano Real ajudou nosentido de dar estabili‐dade monetária e dimen‐

são dos custos. As empresaspenaram, mas reestruturaram.

Agora, diante de uma nova ace‐leração do processo de encolhi‐mento da indústria brasileira, quevoltou a perder participação no PIB,como reagir? A situação é tão com‐plicada quanto no período Collor, sóque com variáveis novas. Na décadade 90, as empresas precisavam seajustar e os problemas eram preços(a inflação) e custos elevados dentroda empresa. Agora, já estão enxutase os problemas são outros: o câmbioe o custo fora da empresa, chamadode Custo Brasil (tributos elevados,altas taxas de juros e infraestruturadeficiente e cara).

Um novo paradigma, novas so‐luções. Velhas fórmulas não deramcerto. Sentar‐se à mesa e discutir é omelhor caminho. Para se chegar asolução, foi assim no passado, pre‐cisa ser assim novamente. O Brasilprecisa de uma indústria forte parase desenvolver com independência.

Política de destruição

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ENTREVISTA

O Brasil precisa passar por reformas estruturais

Dov Gilvanci Levi Najman

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MMichal Gartenkraut

Ocenário da Europa é nebuloso, mas o Brasil ainda não fez o dever de casa. Está é a opi‐nião do executivo financeiro Dov Gilvanci Levy, CEO da Zahav Capital Investimentse da Gennesys Consulting, que recebeu a Pró‐Industrial para comentar o cenário ex‐terno e o humor dos investidores internacionais. Dov Gilvanci ressalta que é percep‐

tível, também por analistas externos, a ausência de reformas estruturais no País e recomenda, parao longo prazo, uma carteira de ações balanceada. Quanto à Europa, desemprego e déficit públicoelevado colocam o bloco econômico em xeque. Confira os principais trechos da entrevista:

Como têm reagido os investi‐dores estrangeiro e brasileiro apósdois ciclos de crises mundiais emespaços tão curto de tempo, 2008 e aatual?

Na prática, vemos que a crise eu‐ropeia é desdobramento da crise de2008. Alguns gestores de fundos têmvisto como oportunidade em merca‐dos emergentes, embora ainda preo‐cupe o ciclo inflacionário e reformasestruturais que deverão ser imple‐mentadas.

Aplicadores financeiros, princi‐palmente internacionais, fugiampara juros altos brasileiros, que su‐biam quando a economia mundialestava em crise. Agora, com ascrises, os juros também caem noBrasil. Como funciona este cenárionovo na cabeça do investidor? Paraonde os ativos estão correndo agora,continua sendo o Brasil?

Os fundos internacionais costu‐mam usar arbitragem, em que cap‐tam com juros de aproximadamente3% ao ano e investem em paísesemergentes, especialmente o Brasil,que mesmo 8% anuais, ainda permi‐tem ganho de 5%.

Esta nova visão de política mo‐netária (com redução de juros nacrise) foi possibilitada por um ama‐durecimento da economia brasi‐leira? Por melhoria nosfundamentos econômicos?

Não acredito que melhoraramtão substancialmente nossos funda‐

mentos econômicos que possibilitas‐sem redução expressiva dos jurosem tão pouco tempo. Veja que a in‐flação acumulada em 12 meses atéjulho já é de 7,31% medida pelo IGP‐DI, só em julho foi de 1,52% ante0,69% de junho. Apesar da queda, oBrasil permanece como praticante daterceira maior taxa de juros real domundo, em 2,3% ao ano – já descon‐tada a inflação de 5,7% estimadapara os próximos 12 meses, per‐dendo apenas para Rússia (3,5% dejuros real) e China (3,7% de taxa dejuros real). As previsões de cresci‐mento do PIB já vêm apresentandoredução para este ano. A reduçãodos juros se faz necessária para man‐ter a atividade econômica brasileirao mais distante possível da crisemundial, por meio da ativação do

mercado interno. Reduzir a taxa dejuros sinaliza um cenário econômicomais favorável, não só de expectati‐vas, mas de impulso à atividade eco‐nômica.

Como investidor, no que vocêtem investido seus recursos pes‐soais?

Nesses 18 anos de Brasil, sempremantive em média 97% de meuportfólio em ações. E aproveitei aforte queda de março a junho desteano, para comprar ações de compan‐hias como Sabesp, Cemig, Petrobras,Randon, Banco do Brasil, Braskem,CSN e BRMalls. Nesse período(1994‐2012) meu retorno com rendavariável é de aproximadamente6.853% nominais contra 2.761% doCDI e 1.365% do Ibovespa, demons‐trando que no longo prazo uma car‐teira de ações balanceada pode seruma das melhores alternativas de in‐vestimentos.

Você conhece muito bem o mer‐cado de capitais norte‐americano,trabalhou lá por muito tempo. Ex‐plique como você viu e o que repre‐sentou a crise do subprime,ocorrida em 2008‐2009, nos EUA.

Tudo começou com o setor imo‐biliário norte‐americano, que vinhade um boom nos últimos anos. Aoferta de crédito para esse setor foienorme e sem critérios adequadosque fundamentassem sua concessão.Traduzindo, muito crédito, poucocritério e garantia de solvência. O

Quanto aosgargalos, ospiores são a altacarga tributáriaque inibe inves‐timentos e in‐fraestruturapara escoar aprodução.”

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problema surgiu então quando ainadimplência do segmento chegoua índices alarmantes, causados porempréstimos de risco para pessoasque já possuíam histórico de inadim‐plência. O crédito subprime repre‐senta o crédito de “segunda linha”.

A disponibilização do crédito saíacom juros altos, dado o maior riscodo empréstimo e isso atraía os ges‐tores de fundos e bancos. Havia,claro, a expectativa de retornosmaiores. Estes gestores permitiam,ao comprar mais títulos das institui‐ções que fizeram o primeiro emprés‐timo, que um novo montante dedinheiro fosse novamente empres‐tado, antes mesmo do pagamento doprimeiro. Grandes bancos como oLehman Brothers encarteiravamesses títulos de créditos e os securiti‐zavam no mercado. Os bancos ope‐ravam alavancados e havia oabsurdo de algumas agências declassificação de risco (Moody’s eS&P, por exemplo) atribuírem umrating para esses títulos similar ao doTesouro Americano (grau de inves‐timento). Portanto, começou com oestouro da bolha imobiliária e de‐vido à estrutura financeira utilizadapelos bancos para captar recursos,ocasionou a crise de crédito quelevou a falência do Lehman Brotherse à venda de vários grandes bancosamericanos como Merryl Lynch eBear Stearns.

O que sentiu do clima econô‐mico na Europa nas últimas visitasque realizou por lá? Qual sua pre‐visão para o euro? O que deve ocor‐rer nos próximos 12 meses?

A situação macroeconômica daZona do Euro é muito crítica, espe‐cialmente dado às altas taxas de des‐emprego e ao déficit público dealguns países‐membros. Não acre‐dito que o euro irá implodir, mas épossível que alguns membros aban‐donem a União Europeia. Os paísesda Zona do Euro pretendem dar ga‐rantias de estabilidade da moedacomum. A meta mais importante de‐verá ser a de acalmar os mercados fi‐nanceiros, reaver a confiança doinvestidor e fomentar um cresci‐mento econômico contínuo. Ospaíses que adotam o euro precisamromper com o círculo vicioso de ban‐cos deficientes e dívidas públicas in‐controláveis. Há um forte temor porparte dos EUA, China e Índia de quea crise de endividamento na UE ar‐raste consigo a economia mundial.

No Brasil, o cenário é de dú‐vida. Estávamos mais fortes noprimeiro repique desta crise(2008‐2009), mas o prolongamentoe seus efeitos na Europa mostramnosso limitado poder de reaçãodiante de uma crise muito longa.Quais gargalos estão sendo piorespara a economia brasileira: tribu‐

tário, de infraestrutura, de gestãodos negócios ou burocrático?

A economia brasileira estásendo afetada por fatores conjuntu‐rais devido à crise global, mas tam‐bém por fatores internos. Podemosdizer que essa crise é a continuaçãodo que ocorreu em 2008. Naqueleano, os governos trouxeram para sia missão da estabilizar os mercadosglobais, injetando liquidez na eco‐nomia por meio de de seus bancoscentrais. Agora, no entanto, temosuma situação de juros muito baixos(0,75% anuais na Zona do Euro e 0‐0,25% nos EUA) e pouca margemde manobra pelos governos. Vejoque essa crise nos afeta por meio detrês fatores: a redução do comércioexterno, a diminuição da confiançade consumidores e investidores e aqueda no fluxo de capitais para oPaís. Quanto aos gargalos, acho queos piores são a alta carga tributáriaque inibe investimentos (colocandoo Brasil entre os BRICS como cargatributária de aproximadamente35% do PIB contra a média de 18%China, Índia, Rússia e África doSul) e infraestrutura para escoar aprodução. Veja que a greve dos ca‐minhoneiros nos últimos dias co‐meçou a comprometer oabastecimento do Rio de Janeiro,uma vez que o principal modal na‐cional de escoamento de produçãoainda é o rodoviário.

A situação macroeconô‐mica da Zona do Euro émuito crítica, especialmentedado às altas taxas de des‐emprego e ao déficit públicode alguns países‐membros.”

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NOTAS INDUSTRIAIS

LOGÍSTICAGrupo PC Sistemas e parceiros inauguraram Centro

de Excelência e Inovação em Logís�ca (CEILOG) e mos‐traram seus desenvolvimentos tecnológicos para a o�‐mização de toda a cadeia de abastecimento. Até 2014,espaço pretende ser o principal centro de produção deinovação logís�ca do País.

O CEILOG Ana Patrus é voltado à aplicação de so‐luções inovadoras, entre elas o RFID. Por meio de pes‐quisa, criação e aplicação prá�ca, a meta é atender deforma customizada a cadeia logís�ca e dinamizar osprocessos de armazenagem, distribuição e controledos produtos. O obje�vo estratégico do CEILOG, quefica na sede da PC Sistemas, em Goiânia, é destacar ainovação aberta, combinando ideias internas e exter‐nas no desenvolvimento tecnológico.

CENTRAL DO EMPRESÁRIOInaugurado no úl�mo dia 3 de agosto na sede da Acieg, o Vapt

Vupt Central do Empresário concentra serviços do governo esta‐dual, municipal e inicia�va privada, voltados exclusivamente parao atendimento ao empresário e ao empreendedor que desejaabrir sua empresa. A unidade, que é pioneira no Brasil, destaca‐sepela agilidade dos processos: o prazo para abertura de empresaque no Brasil chega a até quatro meses, passará para 45 dias. Se‐gundo a presidente da Acieg, Helenir Queiroz, a meta é que atédezembro deste ano esse prazo chegue a 14 dias.

Com a unidade haverá redução significa�va dos custos geradoscom o processo de abertura, o que vai incen�var a formalizaçãodas empresas. “As taxas são as mesmas, mas não haverá mais cus‐tos gerados com a saga para a formalização nem com o períodoem que a empresa está parada sem gerar renda”, disse ela.

O novo espaço fica na sede da Acieg, Rua 14, Setor Oeste.

O medidor esta�s�co para avaliar im‐postos pagos no País, Impostômetro, alcan‐çou no úl�mo dia 2, por volta das 12 horas,o índice de R$ 900 bilhões em tributospagos pelos brasileiros em 2012.

Esse montante havia sido a�ngido so‐mente no dia 18 de agosto do ano passado– 16 dias mais tarde. No caso dos cidadãosgoianos, foram R$ 12,5 bilhões em impos‐tos, o que indica que cada habitante do Es‐tado já contribuiu com R$ 2.082.

O Impostômetro foi inaugurado em 20de abril de 2005 e considera os tributos ar‐recadados pelas três esferas de governo:impostos, taxas e contribuições, incluindomultas, juros e correção monetária.

Em 13 de setembro de 2011 o novoportal do Impostômetro (www.imposto‐metro.com.br) foi colocado no ar.

Nele é possível ver o quanto o País, osEstados e os municípios estão arrecadandoem impostos.

IMPOSTÔMETRO

Inflação de julhoO IPCA‐15 de julho quase dobrou o registrado no mês anterior. OIPCA‐15 é uma prévia do IPCA. Subiu de 0,18% para 0,33%.

TERMÔMETRO ECONÔMICO 2012Confira abaixo a última atualização dos indicadores econômicos do País e do Estado. A cada edição, a PRÓ‐INDUSTRIAL traz

novos números e suas sinalizações. Confira os resultados dos últimos dados divulgados:

Inflação em 2012Pela 3ª vez seguida, o mercado elevou a previsão do IPCA para2012. Analistas preveem taxa de 4,98% no ano.

Expansão da indústriaA produção industrial, em junho, avançou em sete Estados e caiu, tam‐bém, em sete. Goiás está entre os úl�mos, com retração de 6%.

Comércio exteriorAs exportações goianas avançaram quase 20%, com a alta do dólar, e alcançou par�cipação recorde nas vendas externas brasileiras: 10%.

PIB em 2012Enquanto o governo ainda sonha com crescimento de 3%, o mer‐cado reduziu a previsão da expansão para 2012, agora para 1,9%.

Desemprego Greve no IBGE, sempre elas, impediu a divulgação da taxa de de‐semprego de julho. Pelo Dieese, ficou estável no mês passado.

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BENEFÍCIOS FISCAIS

Foi publicada no DiárioOficial do Estado do dia16 de julho, a portaria 130,da Secretaria da Fazenda(Sefaz), que suspende os

Termos de Acordo de Regime Espe‐cial (TARE) de mais 41 empresasgoianas, por não apresentarem men‐salmente Certidões Negativas deDébito (CND) relativa às contribui‐ções previdenciárias. No fim do anopassado, a Sefaz já havia suspendidoos incentivos fiscais de 77 indústriaspelo mesmo motivo, mas apósconversações com entidades, entreelas a ADIAL, o governador MarconiPerillo cancelou a portaria.

A ADIAL mantém as negocia‐ções com o governo estadual no sen‐

tido de evitar que estas empresaspercam o benefício fiscal, sob o riscoreal destas empresas paralisarem in‐vestimentos no Estado e até migra‐rem seus negócios para outrasunidades da Federação. A entidadejá elaborou amplo estudo jurídicosobre o tema apontando que a exi‐gência periódica da CND previden‐ciária é desnecessária.

O documento (a CND previden‐ciária) é uma exigência federal – porisso outros Estados têm ignorado acobrança. Goiás é o único Estadoonde a certidão (federal) é exigidamensalmente para validar a conces‐são de um benefício fiscal (estadual).

O tributarista Flávio Rodovalho,consultor da ADIAL, ressalta quetodas estas empresas estão em diacom os impostos estaduais.

“A falta de CNDs geralmentetem relação com algum processo emtramitação na Receita ou na Previ‐dência – que pode até ser fácil de re‐solver. O complicado é que existeuma dificuldade de agendar um ho‐rário para tomar conhecimento eprovidências”, disse ele, que conse‐guiu várias liminares na Justiça paramanter os incentivos fiscais.

“As decisões da Justiça mostramque o pleito das indústrias goianas élegítimo”, disse Flávio Rodovalho.

Sefaz suspende benefíciosfiscais de 41 empresas

Foi publicada no último dia 25, no Diário Oficial doEstado, lei que dá prazo até 30 de setembro para as em‐presas que deixaram de pagar a parte não financiadados benefícios fiscais do Fomentar e do Produzir, refe‐rente a 31 de dezembro de 2011. Neste ano, o prazo finalpara quitar a dívida é 30 de setembro. Para a empresaque decidir parcelar, a lei permite a divisão em até 60parcelas – desde que o pedido seja feito até 30 de setem‐bro. Com a medida, o Estado espera receber cerca deR$ 50 milhões.

CONVALIDAÇÃO ‐ A lei também convalida os be‐nefícios fiscais utilizados sem o pagamento integral do

Fundo de Proteção Social do Estado de Goiás (ProtegeGoiás), a apresentação do documento de informação eapuração do imposto e de arquivo magnético, com asinformações relacionadas a operações ou prestaçõescontidas em documentos fiscais, a adimplência com oICMS decorrente das obrigações tributárias vencidas,próprias e daquelas em que for responsável ou substi‐tuto tributário desde que o contribuinte regularize asexigências até o dia 30 de setembro, informou a Secre‐taria de Fazenda.

O contribuinte deve apresentar seu pedido na Ge‐rência de Recuperação de Créditos (Gerc), da Sefaz, nocomplexo fazendário. Caberá à gerência do órgão de‐terminar se o solicitante se enquadra nas situações pre‐vistas pela lei.

Sefaz parcela débitos

ALGUNS ARGUMENTOS DA ADIAL PARA O CASO � Em 26 de março de 2010, por meio do Despacho 1680/2010, o procurador‐geral do Estado, Anderson Máximo, destacava não era necessário exigir a CNDprevidenciária mensalmente.� Trata‐se, efetivamente, de uma ingerência de um órgão público federal sobre aAdministração Estadual de Goiás, uma invasão de competências que viola aautonomia dos Estados e o Pacto Federativo: a Receita Federal impôs a Goiás (aliás,único Estado em que se exige a CND Previdenciária mensalmente) a fiscalização deobrigações previdenciárias, utilizando a estrutura estadual sem ônus para a União.

GOVERNO GOIANO ADOTOU MEDIDA EMRAZÃO DA AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DECND PREVIDENCIÁRIA.ADIAL BUSCA SOLUÇÃO

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Ogovernador MarconiPerillo e o secretário deGestão e Planejamento,Giuseppe Vecci, lança‐ram no dia 8, no Oli‐

veira’s Place, o Plano de AçãoIntegrada de Desenvolvimento(PAI). Esse programa reúne 40 pro‐jetos já executados pelo governo doEstado de Goiás e que são conside‐rados prioridade. O objetivo é focaras ações, dar celeridade aos trâ‐mites, além de diminuir a burocra‐cia dentro dos setores do Estado.

Pela criação do PAI, 40 progra‐mas escolhidos receberam o selo deprioridade, ou seja, vão contar comrecursos oriundos do Tesouro doEstado, operações de crédito, recur‐sos próprios, investimentos das es‐tatais, parcerias e financiamentosdo Banco Nacional de Desenvolvi‐mento Econômico e Social(BNDES), que somam mais de R$46 bilhões, sendo R$ 27 bilhões dosetor privado e R$ 19 bilhões do go‐verno federal.

Programas de todas as áreas so‐ciais foram escolhidos: economia,infraestrutura, desenvolvimento re‐

gional, gestão e institucional. São quatro as etapas de implan‐

tação do PAI: escolha dos projetosprioritários (boa carteira de proje‐tos); fontes de recursos (financia‐mento); monitoramento intensivo(efetividade, monitoramento e ge‐renciamento) e desburocratização.

O macro‐objetivo é transformaras estratégias nas áreas da Educa‐ção, Saúde, Segurança, Proteção So‐cial, Administração Pública, alémde ampliar a infraestrutura.

O critério de escolha dos progra‐mas foi o de priorizar carteiras deprojetos de impacto mais amplo,com maiores possibilidades de im‐plantação, melhor viabilidade eco‐nômica‐financeira e com melhoresperspectivas de captação de recur‐sos novos. Todos os 40 programasincluídos no PAI estão contempla‐dos no Plano Plurianual 2012‐2015.

Entre as ações previstas, está umprojeto para desburocratizar a aqui‐sição e implementação de recursos.Os programas passarão por proce‐dimentos simplificados no âmbitoda burocracia e da administraçãopública. (Redação com Agecom)

PAI prioriza 40 programas e desburocratiza ações

O governador Marconi Perillo(PSDB) assinou no início de julhodecreto que amplia a desoneraçãodo ICMS recolhido pelos produto‐res anidro em Goiás. Com a me‐dida, 11 usinas sucroalcooleirasinstadas no Estado vão ter o custode produção do produto reduzido.

Estas empresas receberão o bene‐fício de crédito outorgado gradual‐mente. Inicialmente, o porcentualfixo de desconto para a carga tribu‐tária destas empresas subiu de 30%(porcentual praticado) para 40% doICMS ‐ retroativo a janeiro. Já no fimde julho, o porcentual subiu denovo, chegando a 50%. Para 2013, oporcentual de desconto na carga tri‐butária chega a 60%.

Para o Sindicato da Indústria deFabricação de Etanol e Açúcar doEstado de Goiás (Sifaeg), a medidasignifica, no início, um queda de0,3% do custo de produção das 11usinas, atingindo, no próximo ano,até 1,2%. Segundo o Sifaeg, cadalitro de álcool anidro custa ao pro‐dutor R$ 1,17. Em 2013, quando obenefício atinge o maior desconto(60%), o custo de cada litro deve cair0,1 centavo. A previsão é, de acordocom a safra atual, o pacote traráuma economia de R$ 7 milhões.

"É uma forma de recompondoos prejuízos do setor frente a perdade competitividade. Estes R$ 7 mi‐lhões que serão gerados com a re‐dução do custo de produçãopoderão ser revertidos em investi‐mentos", disse o presidente do Si‐faeg, André Rocha.

Goiás reduzcusto de produção doálcool anidro

Marconi assina documento de criação do PAI, que prevê investir até R$ 46 bilhões

Ângela Scalon/Goiás Agora

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Envie novidades da empresa no e‐mail: [email protected]

Pró-Industrial [ 14 ] www.adial.com.br

A Flora, empresado grupo JBS, relança amarca OX, totalmenterenovada, com umamplo portfólio decosméticos. O processoinclui novoposicionamento premium da marca, com a assinatura “OX. Inquestionável”, novaidentidade visual, novas embalagens e fragrâncias reformuladas. A empresa reformuloutodo seu portfólio. Na primeira fase de lançamentos chegam ao mercado 49 itens. Asegunda fase de lançamentos está programadas para o segundo semestre. A novaidentidade visual, logomarca e embalagens de OX foram desenvolvidas pela equipe demarketing da Flora em conjunto com a agência a Design Absoluto.

MARKETING & PRODUTOS

PERDIGÃOA Perdigão lança a nova linha de empanados Turma da Mônica

Jovem, desenvolvida especialmente para adolescentes e pré‐adolescentes. O objetivo é atender ao público teen, que não quermais ter sua imagem atrelada ao universo infantil.

São três novos produtos: Chicken Fun, empanados comfarinha tipo tempurá; Chicken Rings, empanados em formato deanel; e Chicken Chilli, popcorn com condimento picante.

FLORA

Patrocinadora dasOlimpíadas desde 1928, a Coca‐Cola produziu uma garrafaespecial para os JogosOlímpicos de Londres. Aembalagem é ilustrada comuma fotografia em preto ebranco produzida pelo fotógrafoinglês Rankin. A imagem mostrauma rosa branca entre duasmãos e simboliza a passagemdos jogos de Pequim paraLondres. A garrafa serácomercializada apenas naInglaterra.

COCA‐COLA NOVA SCHINA cerveja Nova Schin lançou latas

promocionais que mudam de cor para festejar aTemporada Aruanã – Rio Araguaia 2012. O evento,que contou com shows, pesca esportiva, esportesnáuticos e outras atividades, foi realizado emGoiás, durante o mês de julho. A lata promocionalda Nova Schin tem tinta transparente que fica azulquando gelada. A tinta termocrômica já é utilizadaem outras embalagens, mas, agora, aplicada deforma diferenciada. “No mercado de cerveja, é aprimeira vez que utilizamos esta tinta paracompor a arte e não somente para avisar deforma direta que a embalagem está gelada”,afirma Jalber Nunes, gerente de marketing daRexam. Com isso, segundo a Rexam, a Nova SchinAraguaia passa a ter a lata com maior área deaplicação desse tipo de tinta da América do Sul.

ADIALO site da ADIAL

(www.adial.com.br) ampliouem mais de 34% o seu fluxodiário de visitas. O motivo ésua atualização com temasrelevantes, com normastécnicas e matérias,principalmente sobretributos e benefícios fiscais.As empresas têm utilizado osite também para conferir emostrar matérias públicadasna revista Pró‐Industrial, que,no site, tem versão flip detodas últimas edições.

UNILEVERA linha de produtos Cremogema, de Maizena (Unilever), ganha

personagens da animação A Era do Gelo estampados na caixa. Oproduto está disponível nos sabores banana, morango, chocolate etradicional. A linha licenciada estará acessível aos consumidores apartir da segunda quinzena de junho em todo o Brasil em caixasde papel cartão de 200 gramas. Apenas o sabor tradicional tem aversão de 500 gramas.

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Política industrial do governofederal, lançada em agosto de

2011, faz água e passa longe deser ampla, sendo grande só no

nome: Brasil Maior

PLANO BRASIL MINORIAO Plano Brasil Maior poderia ser

maior – sendo o que é, a nova políticaindustrial brasileira. A ADIAL recla‐mou desta pouca abrangência doplano já em agosto de 2011, quandoeste foi lançado, e não deu outra. Doispontos dão a dimensão da minoriaque o Brasil Maior atende. Sondagemcom industriais paulistas, o Estadocom indústrias mais beneficiadas peloprograma federal, apontam que 72,4%dos empresários desconhecem oplano e seus efeitos efetivos para osetor produtivo. É gravíssimo estedado, pois se repetir a mesma pes‐quisa no Pernambuco ou Goiás, o nú‐mero deve ultrapassar fácil 85%.

O outro ponto relevante foi a difi‐culdade da aprovação do plano noCongresso até pelo desconhecimentodos parlamentares. A legislação“suou” para ser aprovada, pois nãoagradou no meio empresarial e, tam‐bém, no político. A lei só foi à votação11 meses depois, no limite para expi‐rar o prazo.

O que foi planejada para ser umapolítica industrial para quatro anos,não aguentou quatro meses. Mesmoapós longa discussão das necessida‐des da indústria no Conselho de De‐senvolvimento, o Plano foi feito às

pressas, fechado em gabinetes, desco‐nhecendo a realidade da indústriabrasileira. E, mesmo assim, Ministérioda Fazenda e Receita Federal não tive‐ram sintonia e visão necessárias parapensar o futuro da indústria nacional.

As medidas, segundo os empresá‐rios pesquisados, foram inexpressivas.E não é uma crítica gratuita. Quandoo governo quer ser abrangente, conse‐gue. Adotar um plano para quatroanos de política pública para um setordesenvolvimentista em doses homeo‐páticas não funciona, não emplaca,empaca. Se é mal avaliado, é porquerealmente não atendeu a maioria, porisso, não pode ser considerado BrasilMaior.

Desoneração de folha de paga‐mento, que era a promessa de se am‐pliar gradativamente aos setoresindustriais, ficou só no papel.

Fica claro que o governo precisavade uma resposta à crise europeia quese agravava em meados de 2011 e járefletia na expansão da economia bra‐sileira. Então, fez‐se um pacotão demedidas que resolveu chamar de po‐lítica industrial. Se for, é uma das pio‐

res da história. Acredite que na pes‐quisa com 300 industriais, 0% (ou seja,nenhum) acredita que as medidas doBrasil Maior são completamente exe‐cutáveis.

Outro defeito do plano improvi‐sado é que a desoneração proposta dafolha fez, em alguns casos, elevar opeso dos impostos. Um exemplo denão‐desoneração é o da empresa compoucos funcionários que pagava 20%de Contribuição Patronal Previdência(CPP) sobre os salários dos funcioná‐rios e passou a contribuir com 2,5%sobre o faturamento. Neste caso, a si‐tuação ficou pior. E ocorre muito emsetores que terceirizam mão de obraou de serviços de TI, só para ficar nes‐tes dois exemplos bastante comuns.

CONCLUSÃOA Política Industrial do País é

falha. Se politicamente não é passívelde reconhecer assim e recomeçar dozero, pois é desgaste maior para o go‐verno, pode‐se modificá‐la estrutural‐mente, com ações que atendam todaindústria e não apenas setores selecio‐nados. A situação é emergencial.

Brasil Maior, o plano no espelho

REFLEXÃO SETORIAL

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Isoeste, líder naAmérica Latinaem seu segmento

Em setembro de 1983, ossócios Amélio Bene‐detti, Alceu Forlin eMário Forlin criaram aIsoeste, em Itumbiara.

A empresa, que iniciou suas ativi‐dades com a produção de blocosde EPS e caixas térmicas, foi res‐ponsável pelos avanços técnicosque nortearam o mercado de telhastérmicas e painéis isotérmicos noBrasil. Hoje, está instalada no Dis‐trito Agroindustrial de Anápolis(Daia) e em mais quatro cidades,sendo a maior do segmento –construtivos isotérmicos – daAmérica Latina.

A empresa goiana retém amais avançada tecnologia de fa‐bricação, totalmente automática econtínua, de painéis e telhastermo‐acústicas, que garante aoproduto final melhor resistênciamecânica, isolação homogênea noproduto e garantia de qualidade.

Há quase 29 anos no mercadode Construção Civil, a empresafoi responsável por vários avan‐ços tecnológicos no setor e produzmais de 18 milhões de metrosquadrados de painéis e 18 milportas por ano.

A Isoeste Construtivos Isotér‐micos se destaca em estar pre‐

sente nas obras de maior com‐plexidade tecnológica, nasmaiores e mais modernas obrasfeitas no País. “Utilizamos a tec‐nologia que há de melhor nomundo”, diz Amélio Benedetti,diretor e sócio‐fundador.

Hoje com cinco unidades fa‐bris espalhadas pelo País deforma estratégica, a empresaatende todo o Brasil e América La‐tina de forma eficaz. Suas uni‐dades estão em Anápolis (GO),São José dos Pinhais (PR), VárzeaGrande (MT), Castanhal (PA) e amais recente unidade em Vitóriade Santo Antão (PE). A empresagera mais de 1.000 empregos indi‐retos e emprega cerca de 500 cola‐boradores.

“O nosso produto é muito vo‐lumoso. O custo logístico é muitoalto para se produzir em uma re‐gião e transportar para outra. Opreço não seria competitivo. Anossa unidade de Goiás é um dosdestaques, pois atende um seg‐mento muito importante para ogrupo, que é o agronegócio, prin‐cipalmente a indústria da carne”,revela o empresário.

Um grande diferencial da em‐presa é a busca constante de cer‐tificações de seus produtos, o queos tornam seguros mediante omercado. É a única empresa quetem seu portfólio completo deprodutos em PIR com certificaçãoFM Global (Facture Mutual),

EMPRESA GOIANA ÉDESTAQUE NO SETORDE CONSTRUTIVOSISOTÉRMICOS. EMPRESA TEM CINCOFÁBRICAS NO BRASIL EPRODUTOS CERTIFICADOS

Produtos Isoeste são usados na Usina de Belo Monte, em Altamira (PA)

EMPRESA

Assessoria CCBM

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mundialmente aceita. A Isoeste étambém a única empresa dosetor de construtivos isotérmicosfiliada ao GBC Brasil (GreenBuilding Council Brasil), órgãoque desenvolve e certifica asconstruções verdes do País.

Dentre os diversos setores deatuação, destaca‐se o setor de ali‐mentos, frigorífico, farmoquí‐mico e construções comerciais eindustriais em geral.

Em sua carteira de clientesconta com as empresas mais im‐

portantes dos setores alimentí‐cio, têxtil de agronegócios, far‐macêutico, hipermercados,centros de distribuição shop‐pings e incubatórios.

Desde o início de suas ativi‐dades, a Isoeste investe em des‐envolvimento tecnológico e naalta qualidade de seus produtos.“O crescimento se deu com ajunção de uma engenharia avan‐çada e máquinas de última gera‐ção, somadas a um rigorosocontrole de qualidade.”

Unidade da O Boticário, construída com tecnologia Isoeste

A atenção com o meio ambientetambém marca o caráter de pionei‐rismo da Isoeste. No período daconstrução de sua unidade emAnápolis, foram plantadas mais de500 árvores típicas da Região Cen‐tro‐Oeste, como o Jequitibá, Ingá,Ipê, Bálsamo e Jatobá.

Hoje, nas quatro unidades daempresa, soma‐se o plantio de1.200 árvores nativas, tornando‐sereferência ambiental e chamando aatenção pela beleza e pela diversi‐dade de sua flora.

Essa consciência ambiental tam‐bém é exercida em favor da comu‐nidade. Atualmente a empresa éresponsável pelo cuidado de maisde 900 árvores plantadas às mar‐gens da BR‐153, em Anápolis.

Com o objetivo de conservar adiversidade biológica e juntar‐se aoesforço nacional de proteção dosbiomas brasileiros, a ISOESTEmantém uma RPPN (Reserva Par‐ticular do Patrimônio Natural) noestado do Tocantins, região doAraguaia.

Preocupaçãoambiental

A Isoeste produz 18 milhões de metros quadrados de painéis por ano. Na foto, área de produção da fábrica de Anápolis

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É A HORA DO BRASIL?O XIX Fórum Nacional colocou uma questão básica para os brasileiros: o País está em condição de sustentar, no

curto prazo, a expansão econômica de 5% ao ano, além de elevá‐la gradualmente até atingir o alto crescimento,ombreando‐se nesse aspecto aos outros grandes emergentes? "Chegou a Vez do Brasil?", organizado por João Paulodos Reis Velloso e Roberto Cavalcanti de Albuquerque, apresenta os pronunciamentos, estudos, depoimentos e debatessobre esta importante pergunta, analisada em seus muitos e complexos desdobramentos. A obra inclui textos de LuisAlberto Moreno, Guido Mantega, Dilma Rousseff, Chen Duqing, Jorge Gerdau Johannpeter, entre outros.

FALTA CRESCEREste livro, que resulta do XVIII Fórum Nacional , aborda questão da mais alta relevância para o futuro do Brasil:por que não somos mais um país de alto crescimento? Questão que, segundo observa João Paulo dos Reis Vellosona introdução, nos causa pesadelos. Sinalizando que há algo de muito errado no reino do Brasil ‐ econômica,social e politicamente. Pois já fomos campeões de crescimento econômico, com o PIB avançando cerca de 6% aoano entre 1900 e 1980, comparados com minguados 2% anuais desde então.

O LIVRO TRISTE DE KRUGMAN"Este não é, lamento dizer, um livro feliz", revela Paul Krugman na introdução de A DESINTEGRAÇÃO

AMERICANA. Premiado colunista do The New York Times, o economista incita o leitor a refletir e a fazer frenteao governo Bush e à direita radical dos EUA. A partir de crônicas publicadas, Krugman monta um interessante

painel da economia, explicando sua desintegração. Do boom a decadência, mostra como a exuberância deulugar ao pessimismo, como a era dos heróis empreendedores deu lugar aos grandes escândalos corporativos, e

como a responsabilidade fiscal entrou em colapso. Inteligente e lúcido, Krugman questiona como foi possívelpara um país rico e próspero, um declínio tão vertiginoso e rápido e encontra a resposta na administração Bush.

MOMENTO DO COMÉRCIO EXTERIORO desenvolvimento do comércio internacional vem ganhando uma importância cada vez maior, sendo

capaz de transformar nações pequenas e pobres em respeitáveis potências econômicas. No caso brasileiro,o comércio exterior tem dado importante contribuição para nossa economia. Ele deu à nossa produçãomaior competitividade porque permitiu que nossas indústrias produzissem em escala superior àcapacidade de nosso mercado interno.

DA 1ª REPÚBLICA AO REALEste livro, que traz 125 questões de concursos resolvidas, é um excelentematerial que complementa a obra teórica: Economia Brasileira: da PrimeiraRepública ao Plano Real, do mesmo autor. O estudo da disciplina é fundamentalpara alunos de graduação em Economia e para candidatos aos mais diversosconcursos, como o do Instituto Rio Branco (Itamaraty), e aos candidatos dascarreiras de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG),do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), entre outros.

LEITURA EMPRESARIAL

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O sonho do duplo 25% do PIB

Écrescente o clamor da po‐pulação e principalmentedos empresários a respeitode uma possível reformafiscal (previdenciária, tri‐

butária, administrativa e trabalhista)pois, afinal, é inaceitável que um go‐verno, que fica com 36% do PIB emtributos (são 85 tipos diferentes), in‐vista apenas 1% em infraestrutura. Aindústria brasileira apresenta umenorme déficit na balança comerciale sua participação na geração do PIBvem minguando, tendo caído de 27%nos anos 80 para apenas 15% atual‐mente. Isso é preocupante, aindamais que um quinto de tudo o que osbrasileiros consomem vem do exte‐rior, ou seja, estamos gerando em‐prego e renda lá fora. Boa parte dessabaixa competitividade da indústriabrasileira é explicada pelos muitosimpostos e pela infraestrutura cara eineficiente.

Todos sabemos há muito tempoonde estão as causas, mas o pro‐blema é a vontade política para enca‐rar os problemas. Sabemos que ofamoso custo Brasil é o principal fatora explicar a baixa competitividade doBrasil no mercado global.

Na verdade, tudo o que os brasi‐leiros precisam é atingir duas metasde 25% do PIB. A primeira meta de25% do PIB depende de decisões po‐líticas, pois diz respeito às reformasfiscais, que precisam passar no Con‐gresso Nacional. Neste caso, nãovamos culpar apenas o Congressoporque quem nunca quis fazer as re‐formas foi o Executivo. Por exemplo,

o governo Lula, para encenar para opúblico, encaminhou propostas dereformas, mas nunca se empenhouem aprová‐las. E olha que ele tinha amaioria no Congresso e poderia se‐guramente fazer passá‐las. Semprefaltou vontade política para tal.

O que precisamos? Uma reformapara valer, que poderia ser aprovadaem um ano (até 2013) e que imple‐mentada gradualmente nos assegu‐raria que daqui a dez anos teremosuma perspectiva de redução da atualcarga tributária de 36% do PIB (umadas maiores do mundo). No Chilenão chega a 20% e a média mundialé de (apenas?) 25% do PIB. Assim, sa‐beríamos que gradualmente a cargatributária iria diminuindo ao longodos próximos 10 a 12 anos, dando aoportunidade para o governo se ajus‐tar e para nós contribuintes seria umconforto. É bom lembrar que em2011, os brasileiros pagaram em tri‐butos R$ 1,5 trilhão. Sem tirarmos osdomingos, podemos dizer que paga‐mos algo como R$ 5 bilhões por diaem impostos, simplesmente um ab‐surdo. A notícia ruim é que em 2012pagaremos ainda mais.

É interessante dizer que, apesarde a nossa economia crescer pouco (amédia de 2011‐2012 não deve passarde 3%), a arrecadação vem crescendomais do dobro desse porcentual. Por‐tanto, estamos propondo apenas umcrescimento menor na arrecadaçãopública, pois o governo gastou em R$681 bilhões 2011 em quatro itens quepouco ajudam os brasileiros (R$ 236bilhões em juros, R$ 200 bilhões em

salários, R$ 190 bilhões para mantera máquina administrativa e R$ 55 bi‐lhões para cobrir o déficit da Previ‐dência). Basta apenas gastar menosnos três primeiros itens. É bom sem‐pre lembrar que o Brasil é o únicoPaís do mundo que gasta mais di‐nheiro em juros (R$ 236 bilhões) doque investe em educação (nem chegaa R$ 60 bilhões). É isso que temos quecorrigir. É claro que os bancos agra‐decem. Por isso, eles têm lucrativi‐dade de 25% sobre o patrimônio,algo que nenhum banco do mundoconsegue.

A segunda meta de 25% do PIBdiz respeito aos investimentos totais,pois sabemos que se o Brasil chegara este nível seguramente o País teráum crescimento elevado (acima de7% ao ano) e de maneira sustentada.Durante 20 anos (de 1960 a 1980) oBrasil foi o País que mais cresceu nomundo, época em que investia 25%do PIB.

Portanto, tudo o que queremos éatingir esses 25% do PIB, seja em im‐postos, seja em investimentos. Serápedir muito? O problema é o go‐verno querer seguir nessa direção. Oimportante é que se isso fosse atin‐gido, as infraestruturas física, social eprodutiva deixariam de ser os histó‐ricos problemas que são. Estamos, naverdade, pedindo pouco, mas queserá muito para os brasileiros.

JUDAS TADEU GRASSI MENDES

OPINIÃO

Judas Tadeu Grassi Mendes é é Ph.D.em Economia pela Ohio State University

(EUA). Trecho de ar�go publicadooriginalmente no Valor Econômico

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Indústria: avanço também é diversificado

CESAR HELOU

Os negócios no Brasil jásentem o efeito da criseexterna. Cada Estadotem seu tempo decontágio da crise. Goiás

está bem posicionado, ainda combons números, apesar de algunssetores da indústria já demonstraremdesgastes – mais até pelo início dedesaquecimento do mercado internodo que pelo externo. Estadoemergente, Goiás se favorece por teruma economia diversificada, seja noagronegócio, em que se destaca emvárias culturas e carnes; no comércio,que é independente e bemdistribuído; ou na indústria, quealcançou boa participação no PIB e,ao contrário de outros Estados, aindanão vive um processo dedesindustrialização ou encolhimento.

Na indústria, aliás, o processo éinverso. Novos setores sefortaleceram e consolidaram naúltima década, como Farmaco‐químico, Automotivo, Maquinário eMineral, por exemplo. São tambémos setores que contribuem para que aeconomia goiana, como já mostrou aPró‐Industrial, quebre o impacto dasquedas nas sazonalidades maiscomuns na indústria tradicional emais consolidada do Estado, que é ade alimentos.

Assim, o crescimento do semestreda indústria goiana, divulgado nasemana passada pelo IBGE, comavanço de 9,2%, mostra o vigor destesetor no Estado. Bem acima doresultado nacional, em que a

indústria encolheu 3,2%. Em 12meses, o resultado da economiagoiana ainda é um pouco melhor(9,5%), enquanto da nacional, menosruim (‐2,3%). Essa debilidade daindústria nacional exige medidasurgentes do governo federal parainibir o processo dedesindustrialização do País. Foi commuito custo que se construiu todoeste parque fabril brasileiro, nãopodemos perdê‐lo assim, sem umareação inequívoca.

Os números divulgadosrecentemente podem esconderrealidades distintas da indústriagoiana. O que é uma enormevantagem competitiva para Goiás, adiversificação do parque industrial,também pode camuflar distorçõesnos dados e interpretações genéricasde que todos estão expandindo nomesmo ritmo. É sempre importanteressaltar que a expansão vigorosa dosetor industrial goiano, que a ADIALcomemora e destaca com frequência,inclusive como manchete de capa

das últimas edições da Pró‐Industrial, não é homogênea.

A cada período temos setores quefuncionam como âncora, dãosustentação para nossa economia,mas não representam todo setor.

Hoje, crescem fortemente asindústrias de medicamentos(segmento que avançou 37,8% nosemestre), seguido de metalurgia eminerais – todos avançando acimade dois dígitos. No entanto, aindústria da alimentação, a maior doEstado, regrediu 3,2%.

Assim, é importante que se faça aseguinte leitura: quando se noticiaque a indústria goiana é a que maiscresce no País está se considerandoum avanço médio do setor noEstado. Consolidar uma políticaindustrial interna que identifiquegargalos e proponha rápidassoluções é um diferencial sugeridopela ADIAL.

Baseando‐se em dadosconfiáveis, reunir setores público eprivado em uma mesma mesa eidentificar caminhos que possaconduzir todos setores no rumo daexpansão. O que, por exemplo,ocorreu com o setor do leite, quandogoverno foi pontual e certeiro,encaminhando soluções para umproblema de competitividade doproduto goiano ante os de São Pauloe Minas Gerais.

OPINIÃO

Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL

Foi com muitocusto que se

construiu todo esteparque fabrilbrasileiro, nãopodemos perdê‐loassim, sem umareação inequívoca.”

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