71
Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do Projecto Aventura Social Câmara Municipal do Montijo Centro Social de S. Pedro do Afonsoeiro Instituto da Droga e Toxicodependência

Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Inês Camacho

Margarida Gaspar de Matos

& Equipa do Projecto Aventura Social

Câmara Municipal do Montijo Centro Social de S. Pedro do Afonsoeiro Instituto da Droga e Toxicodependência

Page 2: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Aventura Social/Faculdade de Motr icidade Humana/Universidade Técnica de Lisboa ÍNDICE

AGRADECIMENTOS……………………………………………………………… 1

REVISÃO DA LITERATURA……………………………………………………... 2

METODOLOGIA…………………………………………………………………… 11 Sujeitos/Amostra………………………………………………………….. 11

Instrumentos……………………………………………………………… 12

Questionário dos Jovens……………………………………………. 12

Questionário dos Encarregados de Educação……………………….. 14

Questionário dos Professores………………………………………. 16

Procedimento ……………………………………………………………... 17

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS………………………….. 18

Questionário dos Jovens……………………………………………………. 19

Questionário dos Encarregados de Educação………………………………. 42

Questionário dos Professores………………………………………………. 52

Associações entre as Práticas Parentais Educativas…………………………. 56

CONCLUSÕES………………………………………………………………………. 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………... 65

Page 3: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Só foi possível realizar o estudo “Aventura Social nas Famílias” com a

colaboração de várias pessoas. Assim agradece­se:

À Câmara Municipal do Montijo, Centro Social de S.Pedro do Afonsoeiro e

ao Instituto da Droga e Toxicodependência, pela iniciativa e vontade de realizar este

estudo.

À Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Pegões, Escola Secundária Jorge

Peixinho e à Escola Secundária Poeta Joaquim Serra, pela sua disponibilidade que

foi fundamental para este projecto ser possível

A todos os alunos, pais e professores que participaram.

À Dra. Ana Fina pela sua eficiência e disponibilidade.

Page 4: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

A adolescência é um período de desenvolvimento com rápidas alterações

físicas, psicológicas, sócio­culturais e cognitivas caracterizadas por esforços para

confrontar e superar os desafios e para estabelecer uma identidade e autonomia

(DiClemente, Hansen & Ponton, 1996). O processo básico do desenvolvimento do

adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis do

contexto em que o jovem se encontra. A multiplicidade de contextos sociais e

interpessoais em que o adolescente se move representa desafios adicionais e

possibilidades acrescidas de estes virem a desenvolver problemas de ajustamento, com

consequências negativas na sua saúde (Matos, 1998). Muitos adolescentes navegam por

vezes em percursos turbulentos desde a infância à fase adulta, e depois tornam­se

adultos produtivos e saudáveis. Há contudo uma preocupação crescente em relação a

alguns que não conseguem alcançar o seu potencial total como trabalhadores, pais e

cidadãos.

Este período de rápido desenvolvimento pessoal, psicológico, social e emocional

pode ser um período fértil em vários campos. É um período de grande intensidade quer

física quer psicológica e pode ser também considerado como um período estreito para

oportunidades e escolhas. O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP,

1998), considera adolescentes o grupo de população que vai dos 10 aos 19 anos,

considera juventude o grupo da população entre 15 e 24 anos de idade e população

jovem o grupo de população que tem entre 10 e 24 anos de idade. Independentemente

das considerações específicas que podem ser feitas a estes grupos, estes períodos de

vida são fundamentais no que respeita à aprendizagem acerca das regras do género, das

opções e das competências de vida, assim como das relações pessoais e da sexualidade.

A adolescência e a juventude são considerados períodos críticos para o desenvolvimento

de comportamentos e atitudes saudáveis incluindo responsabilidades e direitos sobre a

saúde, em geral e a saúde sexual e reprodutiva, em particular.

É contudo importante reconhecer que definir saúde não é uma questão

semântica, as definições têm implicações práticas e teóricas. Através dos anos, o mundo

tem testemunhado o declínio de muitas certezas. O campo da saúde não tem sido uma

excepção no processo de transformação vasta e rápida. A transição em saúde é uma

Page 5: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

experiência dos nossos dias e as suas características têm que ser bem compreendidas se

queremos antecipar as mudanças e não reagir quando elas já têm ocorrido. Existe um

crescente consenso em que a saúde e a doença são determinadas de uma forma

multicausal e que devem ser abordadas numa perspectiva compreensiva e

multidisciplinar. Os comportamentos relacionados com a saúde e a doença são o

produto de muitos motivos e processos. Desde Alma­Ata (WHO, 1978), e a Conferência

de Otawa (WHO,1986), que se tem recomendado o investimento na promoção da saúde

e na prevenção da doença e esta deve ser uma preocupação cada vez maior dos

responsáveis pelas políticas de saúde dos nossos dias.

Existe uma necessidade de clarificar na comunidade, quer adulta, quer dos

jovens, como é que as noções de saúde e de doença são construídas em circunstâncias

culturais variadas, como é que os atributos são feitos acerca da causa e do efeito e como

os significados são adoptados na prática quotidiana. Isto requer algum conhecimento

dos grupos populacionais e das características do meio ambiente local, no sentido de

melhor avaliar os comportamentos, atitudes e práticas e o tipo de redes locais que

podem ser mobilizadas para atingir os objectivos da saúde.

Em muitas regiões do mundo a população em geral (e os adolescentes e os

jovens em particular), cresce sem oportunidades de informação e serviços que são

necessários e indispensáveis para atingir o seu pleno potencial. Ignorar estas

necessidades, pode levar a um custo elevado na perda de oportunidades de

desenvolvimento, rupturas sociais e situações de saúde/doença que podem comprometer

as gerações futuras. É importante e fundamental que as entidades responsáveis,

políticos, educadores, profissionais de saúde e outros grupos com responsabilidades de

intervenção na comunidade, reconheçam a diversidade dos adolescentes e dos jovens, as

suas potencialidades e dos seus hábitos de vida, em contextos culturais e sociais

diversos, adequando assim as estratégias de comunicação com estes grupos. Por outro

lado, tem que se reconhecer que estes grupos têm direitos e necessitam também de ser

respeitados nas suas opções. As tensões muitas vezes geradas na adolescência, passam

muitas vezes por estas faltas por parte dos adultos, quer por parte dos pais quer por parte

de entidades externas, incluindo pressões complexas da sociedade e dos seus pares,

levando a pensar que a adolescência é um tempo difícil e problemático. Se os

adolescentes necessitam de informação e de suporte, os adultos necessitam de

competências para saber lidar com este grupo. No Fórum Mundial de Braga em 1998,

onde participaram jovens de mais de 150 países, foi recomendado que devem ser dadas

Page 6: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

competências de suporte aos pais, aos professores, aos religiosos e aos lideres

tradicionais e que os adultos não devem olhar para os adolescentes e jovens como

problema, mas sim como parceiros na tarefa de encontrar caminhos e soluções para os

seus diferentes problemas.

Os jovens podem melhor realizar o seu pleno potencial e adquirir atitudes e

responsabilidades mais saudáveis, se estiverem envolvidos nas decisões e nas acções

que dizem respeito às famílias e às comunidades e, acima de tudo, nas decisões que

dizem respeito directamente às suas vidas. Por outro lado, existem evidências de que os

factores afectivos são considerados reforços poderosos do processo cognitivo. As

percepções dos jovens de quanto os pais se preocupam com eles, são melhores

predictores de saúde positiva do que as punições ou mesmo o comportamento de saúde

dos pais.

PRÁTICAS PARENTAIS EDUCATIVAS

A família poderá ser considerada como particularmente importante no

desenvolvimento moral e social da criança, uma vez que constitui o primeiro e principal

agente, decidindo a que estímulos sociais a criança se expõe e determinando de igual

modo, as categorias do comportamento que são definidas como “adequadas”,

encorajando­as e recompensando­as e as que são definidas como “desadequadas”,

suprimindo­as e punindo­as.

Porém a forma como os pais exercem a sua função, é bastante diversificada e

essas variações irão influenciar o desenvolvimento de determinadas características da

criança. Os modelos afectivos e de interacção que os pais utilizam para lidarem com a

criança, influenciam de modo significativo, a forma como ela aprende e se relaciona

com os outros. Os modelos parentais, as expectativas e os métodos educativos

determinam largamente o repertório de comportamento da criança, bem como as suas

atitudes e objectivos.

A maior parte dos trabalhos referentes à educação da criança e aos seus efeitos,

tem procurado identificar as características pelas quais os pais diferem,

significativamente uns dos outros, características essas que têm sido relatadas como

influentes nas diferenças que se verificam, a vários níveis, entre as crianças.

Estudos sobre os estilos de relacionamento parental demonstram que qualquer

dos extremos educativos (pais autocráticos ou muito permissivos) pode significar

Page 7: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

dificuldades acrescidas ao jovem e causar desequilíbrios (baixa autoconfiança e filhos

dependentes ou revoltados), sendo o estilo democrata de controlo parental (ambientes

em que os pais se interessam pela vida dos filhos, discutem com eles as decisões a

tomar e existe uma definição clara de limites) o que gera nos jovens sentimentos de

maior competência social, autonomia e independência (Linares, Pelegrina & Lendínez,

2002).

A autonomia é definida em termos cognitivos como o encorajamento para

exprimir os diversos pontos de vista e em termos comportamentais, numa participação

activa nas decisões feitas na família (Allen, Kupermic, & Moore, 1997; Collins, 1990;

Steinberg, 1990).

Outros estudos têm igualmente demonstrado que a participação dos pais na

educação dos filhos, faz com que estes tenham um melhor ajustamento emocional e

rendimento académico (Dornbusch, Ritter, Leideraman, Roberts, & Fraleigh, 1987).

Torna­se por isso importante a colaboração escola­familia, que preesupõe a ideia de

escola como comunidade educativa, onde o processo educativo é fruto da interacção de

todos os intervenientes relacionados com a criança/adolescente.

O relacionamento familiar, a influência dos estilos parentais e da comunicação

familiar, apesar de sofrerem alterações na adolescência, continuam a desempenhar

funções importantes para os adolescentes, assumindo um papel decisivo no ajustamento

psicossocial, na saúde mental, no desenvolvimento de competências psicossociais e em

comportamentos de saúde dos jovens (Ardelt & Day, 2002; Van Well, Bogt &

Raaijmakers, 2002).

Assim, as relações positivas na família, o suporte emocional e social dos pais e

um estilo de disciplina parental construtivo e consistente, tendem a estar relacionados

com maiores índices de bem­estar e de ajustamento na adolescência (Field, Diego &

Sanders, 2002; Branje, Van Aken & Van Lieshout, 2002) e menor envolvimento em

comportamentos de risco e em grupos de pares desviantes (Mounts, 2002; Ardelt & Day

2002).

Um estudo realizado por Soucy e Larose (2000), demonstra que a percepção dos

adolescentes acerca do controlo parental e de uma relação segura com pelo menos um

dos pais, em especial com a mãe, é predictor de um melhor ajustamento dos

adolescentes.

Page 8: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Também Repinski e Shonk (2002), sugerem que as representações dos jovens

acerca da sua adaptação social e reacção comportamental estão associadas ao

comportamento parental e que estes aspectos estão relacionados com o ajustamento

social do adolescente (no que se refere à adaptação escolar e aos problemas de

comportamento).

Os comportamentos e estilos parentais variam e influenciam de forma diversificada o

desenvolvimento de determinadas características da criança/adolescente, o seu

desenvolvimento social, cognitivo, emocional, filiação no grupo de pares e desempenho

académico, podendo actuar como factor de protecção mas também como factor de risco

(Baptista, 2000).

A qualidade da vida familiar e as práticas parentais parecem ter uma grande

influência na prevenção dos comportamentos de risco nos adolescentes (consumo de

álcool e drogas, comportamentos de violência, entre outros).

USO DE SUBSTÂNCIAS

Álcool

Segundo Carvalho (1990), a maioria dos estudos realizados na área dos

consumos na fase da adolescência referem que o álcool é a substância mais utilizada

pelos adolescentes. Aarons et al. (1999) referem ainda que os problemas de saúde

durante a adolescência estão relacionados com o consumo de álcool e os problemas

tornar­se­ão mais evidentes se o seu início for precoce.

Efeitos negativos do consumo de álcool

Sieving, Perry e Williams (2000) examinaram os modelos da influência dos

pares (que postulam que os jovens adolescentes cujos amigos consomem álcool

apresentam maior probabilidade de se envolver nesse comportamento) e da selecção dos

pares (os jovens adolescentes procuram amigos cujo comportamento de beber seja

similar ao seu). Os resultados indicam também que níveis mais elevados de consumo de

droga pelos amigos levam ao aumento do consumo de álcool pelos jovens. A relação de

ordem inversa (i.e., maior envolvimento dos jovens no álcool leva a um maior consumo

de droga entre amigos) não foi verificada neste estudo.

Page 9: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Num estudo conduzido por Feldman, Harvey, Holowaty e Shortt, em 1999, sobre

crenças e comportamentos específicos do consumo de álcool entre estudantes

adolescentes da escola secundária, verificou­se que os padrões de beber dos estudantes

estão significativamente relacionados com o género, a etnicidade, o ano de escolaridade

e os hábitos de beber dos pais e amigos. Constataram que os rapazes mais velhos estão

em maior risco para o forte consumo de bebidas do que os estudantes mais novos ou as

raparigas.

Podemos ainda salientar que o alcoolismo aumenta a probabilidade de doenças

como a cirrose hepática, o cancro, a hipertensão e os défices de memória (Smith &

Kraus, 1988 citado por Ogden, 1999). O álcool aumenta também a probabilidade de o

próprio indivíduo se envolver em acidentes, com as potenciais consequências daí

decorrentes.

Tabaco

Uma das áreas mais realçadas na Promoção da Saúde tem sido, nos últimos anos,

a prevenção do consumo de tabaco junto dos jovens, pois no período da adolescência,

existe uma maior probabilidade de os jovens experimentarem o seu primeiro cigarro e

iniciarem hábitos tabágicos, que se poderão prolongar por toda a vida (White, 1988,

Charlton, Melia & Moyer, 1990).

Num estudo com adolescentes, levado a cabo por DuRant, Smith, Kreiter &

Krowchuk (1999), os resultados indicaram que um início precoce no uso de cigarros

apresentava uma correlação forte com o envolvimento noutros comportamentos de risco.

A iniciação no hábito de fumar dos adolescentes está associada a vários factores

pessoais e sociais (Charlton, 1989a).

Relativamente aos factores pessoais, podemos incluir todos os factores que

dizem respeito ao micro­ambiente da criança ou jovem, ou seja, todos os que se

relacionam com a sua individualidade e o seu meio social imediato, tal como a família,

amigos e professores. O grupo dos factores sociais são os que pertencem ao macro­

ambiente e que se relacionam com a influência da comunidade num sentido mais

alargado, ou seja, com a aceitabilidade social do hábito de fumar, a sua acessibilidade e

com a publicidade ao tabaco (Lima, 1999).

Harrel, Bangdiwala, Deng, Webb e Bradley (1998) efectuaram um estudo com o

objectivo de descrever a iniciação no fumar e investigar factores que predizem a

“iniciação precoce” de fumar em crianças da escola, usando uma abordagem

Page 10: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

longitudinal. Os resultados indicam que o fumar experimental aumentou com a idade,

assim como também, a prevalência corrente de fumar, e que os rapazes tinham uma

maior prevalência de fumadores experimentais do que as raparigas. Concluíram que a

etnia, o estatuto sócio­económico e o estádio pubertal são importantes factores de

predição de começar a fumar em alunos da escola.

Efeitos negativos do consumo de tabaco

O consumo de tabaco está relacionado com o cancro do pulmão. O consumo de

tabaco foi também relacionado com a doença cardíaca e com outros cancros (Doll &

Hill, 1954; citado por Ogden, 1999).

As consequências associadas ao consumo de aditivos, que são muitas vezes

percebidas como positivas pelos adolescentes (tais como a crença de que o consumo de

tabaco tem como consequência a prevenção do aumento de peso) podem constituir uma

motivação para o aumento do consumo de tabaco, especialmente no sexo feminino

(WHO, 1993; Waldron, 1988; Smith, Nutbeam, Moore, Roberts & Catford, 1994).

Segundo a revisão feita por Forster e Wolfson (1998) sobre o consumo de tabaco

nos jovens, existe uma grande facilidade de acesso ao tabaco para os jovens. Pierce, em

1998, refere que os anúncios e a promoção de tabaco aumentaram a probabilidade dos

jovens começarem a fumar.

Ainda no âmbito da promoção do tabaco, verificou­se que as revistas que têm um

maior número de jovens leitores anunciam com mais frequência marcas de cigarros que

são populares entre os jovens adolescentes, do que marcas que são populares entre

adultos (King, 1998).

Drogas

Os problemas de saúde estão relacionados com o consumo de drogas durante a

adolescência, e os problemas tornar­se­ão mais evidentes se o seu início for precoce

(Aarons et al., 1999). Num estudo levado a cabo por DuRant, Smith, Kreiter e

Kronwchuk (1999) os resultados indicaram que o uso precoce de substâncias nos

adolescentes estava associado com a pertença a um grupo com comportamentos de risco

para a saúde.

O uso de substâncias é um importante predictor tanto da morbilidade como da

mortalidade entre os adultos no entanto, é mais usual ser considerado comportamento de

Page 11: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

risco entre os adolescentes (Gabhainn & François, 2000). Daí, nos factores de risco

referidos por DiClemente, Hansen e Ponton (1996) também estar incluído o uso e o

abuso de substâncias.

Segundo Oetting e Donnermeyer (1998, citado por Gabhainn & François, 2000),

a teoria da socialização apresenta uma visão global do desenvolvimento do adolescente,

incluindo a referência ao uso de substâncias. Este modelo prediz uma maior

probabilidade do jovem estar envolvido em comportamento de risco quando a

vinculação entre o adolescente e a sua família ou o ambiente escolar é fraco.

TEMPOS LIVRES

O tempo livre tem sido assinalado como uma variável potencialmente importante

no que respeita a promoção da saúde, e sendo associado aos componentes da saúde e

bem­estar, constitui um factor fundamental da qualidade de vida e saúde dos jovens,

devido ao seu carácter potencialmente mais voluntário e autónomo.

Uma revisão da literatura realizada por Hernan­Garcia, Ramos­Monserrat e

Fernandez­Ajuria (2001) aponta que dos estudos na área da promoção da saúde dirigidos

a jovens, o lazer surge entre os mais estudados, nomeadamente como estratégia de

intervenção. O tempo livre adicional não significa porém, que ocorra uma prática de

actividade física ou desportiva, se bem que os efeitos da actividade de lazer fisicamente

activa têm sido relacionados com benefícios tais como, a capacidade de lidar com o

stress e níveis superiores de bem­estar e de saúde física (Iwasaki, Zuzanek & Mannell,

2001).

Um dos comportamentos mais referidos na ocupação dos tempos livres é o

tempo passado a ver televisão ou a utilizar outros equipamentos tais como, o vídeo, os

videojogos e a Internet. Alguns estudos sugerem que em média o jovem passa 3 a 5

horas diárias utilizando estes “média” (Kennedy, Strzempko, Danford & Kools, 2002),

sendo que este é superior ao tempo de ocupação dos tempos livres em actividades físicas

(Sjolie & Thuen, 2002) e estando ainda associado com a maior probabilidade de

adopção de comportamentos de risco tais como, consumo de drogas, álcool e tabaco e

comportamentos violentos (Strasburger & Donnerstein, 2000).

Segundo Muza e Costa (2002) as poucas oportunidades para o envolvimento em

experiências de lazer devem­se à inexistência de um contexto social adequado

nomeadamente, a insegurança, o contacto com a violência e o uso de drogas, uma vez

Page 12: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

que constituem factores que dificultam a utilização dos recursos da comunidade para a

ocupação dos tempos livres.

Os grupos sociais em que o lazer ocorre, bem como o papel dos co­participantes

revelam­nos que os comportamentos adoptados no período de lazer são dependentes das

constelações de influências dos pares e dos familiares com que os indivíduos interagem

Estes resultados são muito importantes para a saúde dos adolescentes e definição

de estratégias de intervenção na escola, na família e na comunidade.

O presente estudo tem como objectivos descrever os comportamentos dos

jovens, a relação entre a escola e a família bem como estudar as Práticas Parentais

Educativas no concelho do Montijo.

Page 13: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Neste capítulo apresentam­se os sujeitos / amostra, os instrumentos e os procedimentos.

Os questionários foram recolhidos em três escolas do Montijo (Escola Básica

dos 2º e 3º ciclos de Pegões, Escola Secundária Poeta Joaquim Serra e Escola

Secundária Jorge Peixinho) num total de 36 turmas, do 7º ao 12º ano de escolaridade,

escolhidas aleatoriamente.

Género (n=271)

Rapaz Rapariga

Gráfico 1 – Distribuição dos jovens por género.

Foram inquiridos um total de 812 alunos bem como os seus encarregados de

educação. Dos 812 pais inquiridos apenas 271 (33.4%) responderam ao questionário.

Assim e pelo facto de se pretender saber a relação existente entre o questionário do

jovem e seu encarregado de educação, a amostra deste estudo é constituída por 271

jovens (37.3% rapazes e 62.7% raparigas) seus encarregados de educação (18.8% do

sexo masculino e 81.2% do sexo feminino) e por 25 professores.

Embora os questionários tivessem sido aplicados a todos os jovens, foram

excluídos os que tivessem menos de 12 anos e mais de 17 anos, pelo facto do QLP­A

apenas ser aplicável em sujeitos com idades compreendidas entre os 12 e 17 anos, bem

Page 14: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

como os questionários em que os jovens referiam não ter contacto com um dos

progenitores, ou o questionário dos encarregados de educação não ser preenchido pelo

pai ou mãe.

QUESTIONÁRIO DOS JOVENS

O questionário aplicado aos jovens tinha incluído as seguintes questões:

Demográficas. Foi questionado o género, idade, ano de escolaridade e a escola que

frequentava.

Nível Socioeconómico. Relativamente ao nível socioeconómico, foi questionado o

número de divisões da casa, quarto próprio e o número de carros que a família possui.

Ambiente Familiar

Agregado familiar Foi questionado o número de irmãos e com quem vive o

jovem.

Relação com a família. Foi questionado o tempo que passa com o pai e mãe

(opções de resposta: o que eu necessito, um pouco menos do que eu necessito, muito

menos do que eu necessito e não passa tempo comigo), carinho e afecto que o pai e mãe

dão (opções de resposta: o que eu necessito, um pouco menos do que eu necessito,

muito menos do que eu necessito e não me dá carinho), fazer coisas em conjunto com o

pai e mãe dá (opções de resposta: sim, muitas vezes; sim, às vezes e raramente).

Educação. Relativamente à educação, foram questionados se o pai e mãe sabem

a data dos testes (opções de resposta: nunca, poucas vezes, algumas vezes e sempre), se

os pais sabem a notas dos testes (opções de resposta: nunca, poucas vezes, algumas

vezes e sempre), se os pais sabem as notas das disciplinas no final de cada período

(opções de resposta: nunca, poucas vezes, algumas vezes e sempre), se os pais ajudam

nas tarefas escolares (opções de resposta: nunca, poucas vezes, algumas vezes e

sempre), se os pais vão à reunião de pais (opções de resposta: nunca, poucas vezes,

algumas vezes e sempre) e se os pais conversam sobre assuntos do seu interesse

(opções de resposta: nunca, poucas vezes, algumas vezes e sempre). Foi igualmente

questionado como são impostas as regras em casa (opções de resposta: os pais impõem

as regras; as regras são negociadas; o jovem impõe a maior parte das regras; apenas são

negociadas algumas regras; as regras e os castigos são negociados com o jovem, não há

regras) bem como as regras existentes em casa como por exemplo “tens que ser bem

Page 15: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

educado” ou “ tens horários para jogar computador”, foi também perguntado ao jovem,

o que acontece se as regras não são cumpridas (opções de resposta: os pais conversam

contigo; recebes uma punição física, não podes ver televisão durante um período de

tempo; não podes ter acesso ao computador, não podes sair com os amigos ou deixas de

ter mesada).

QLP­A. Foi feita uma adaptação da escala original (constituída por 25 itens),

obtendo assim uma escala constituída por 18 itens (sendo cada um avaliado

relativamente ao pai e à mãe). Cada item é avaliado numa escala de 4 pontos, que varia

entre o 0 (nada parecido) e 3 (muito parecido). O questionário é composto de frases

como “Fala comigo com voz calma e amiga”, “Deixa­me fazer as coisas como eu

gosto” ou “Tenta controlar tudo o que eu faço”. Os itens são agrupados em três sub­

escalas: Carinho, Autonomia e Protecção. O questionário é aplicável a jovens entre os

12 e 17 anos.

Álcool. Relativamente ao consumo de álcool, foram questionados sobre se já alguma

vez experimentou, que idade tinha quando experimentou pela primeira vez bebidas

alcoólicas, que tipo de bebidas alcoólicas ingere (opções de resposta. cerveja, bebidas

destiladas e vinho) “consumo de bebidas alcoólicas no último mês” (opções de resposta:

nunca, 1 vez e mais de 2 vezes) “já alguma vez te embriagaste” (opções de resposta:

nunca, 1 a 3 vezes e mais de 4 vezes) e se os pais sabem que o jovem consome bebidas

alcoólicas.

Tabaco. Relativamente ao tabaco, foram questionados sobre se “já experimentaste”,

consumo de tabaco (opções de resposta: 1 vez por semana, 2 vezes por semana, quase

todos os dias e todos os dias), número de cigarros que o jovem consome por semana

(opções de resposta: 1, entre 2 e 10, entre 11 e 20 e 21 ou mais cigarros) e se os pais

sabem que o jovem consome tabaco.

Drogas Relativamente ao consumo de drogas, foram questionados sobre se já alguma

vez tinham experimentado; se já experimentaram: cannabis, anfetaminas, ecstasy,

solventes inaláveis, tranquilizantes, cocaína, heroína, cogumelos mágicos e LSD, foram

questionados sobre a primeira droga que consumiram, bem como o consumo de drogas

no último mês (opções de resposta: nunca, 1 vez e mais de 2 vezes), foram igualmente

questionados sobre o local onde costumam consumir drogas (opções de resposta: em

casa, casa de amigos, escola, discoteca e outro local) e com quem (opções de resposta:

sozinho, com amigos, com o(a) namorado(a)) se os pais têm conhecimento, número de

amigos que se drogam (opções de resposta: nenhum, entre 2 e 4 e mais de 5) e a opinião

Page 16: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

dos jovens em relação aos “motivos para as pessoas se drogarem “ e “motivos para as

pessoas não se drogarem”, foi ainda questionado a opinião dos inquiridos sobre a

facilidade de acesso de várias substâncias.

Tempos livres Relativamente aos tempos livres, foram questionados sobre o que

costumam fazer nos seus tempos livres.

QUESTIONÁRIO DOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

Demográficas. Foi questionado o género, nível de instrução (opções de resposta: até ao

4º ano, até ao 6º ano, até ao 9º ano, até ao 12º ano, bacharelato e licenciatura ou mais),

era avaliada a profissão (as respostas abertas foram codificadas de acordo com as 5

categorias da Escala de Graffard para a profissão:1º nível – licenciados, directores de

empresas, profissionais com títulos universitários e militares de alta patente; 2º nível ­

chefes de secção administrativas, subdirectores, peritos e técnicos; 3º nível – adjuntos

técnicos, desenhadores, caixeiros, contra­ mestres, oficiais de primeira, encarregados,

capatazes e mestres de obras; 4º nível – operários especializados, motoristas, polícias,

cozinheiros, dactilógrafos; 5º nível – trabalhadores manuais ou operários não

especializados, jornaleiros, porteiros, contínuos, ajudantes de cozinha, mulheres de

limpeza).

Necessidades básicas. Relativamente às necessidades básicas, foi questionado aos

inquiridos o grau de importância de cada necessidade básica apresentada, como por

exemplo “Manter o filho limpo”, Expressar afecto ao filho” entre outras.

Ambiente familiar

PBI Foi feita uma adaptação da escala original (constituída por 25 itens),

obtendo assim uma escala constituída por 18 itens, cada item é avaliado numa escla de 4

pontos, que varia entre 0 (nada parecido) e 3 (muito parecido). O questionário é

composto de frases como “Fala com ele com voz calma e amiga”, “Deixo­o fazer as

coisas como ele gosta” ou “Tenta controlar tudo o que ele faz”. Os itens são agrupados

em três sub­escalas: Carinho, Autonomia e Protecção.

Educação Relativamente às questões sobre a educação, foram questionados

sobre a participação na educação dos filhos em questões como “ Sabe as notas dos

testes”, “Vê televisão com ele” ou “Ajuda nas tarefas escolares” (opções de resposta:

nunca, algumas vezes, muitas vezes ou sempre), foram igualmente questionados sobre

como acham que é a sua participação na educação dos filhos (opções de resposta: boa,

Page 17: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

um pouco menos do que eu gostava, muito menos do que eu gostava, não participo

porque: não tenho tempo, outra pessoa o faz, ele tem apoio escolar acho que não é

necessário) e como é que as famílias poderiam participar mais na educação dos filhos

(opções de resposta: através de actividades desenvolvidas pela escola, ter mais tempo

para passar com os filhos, através de reuniões realizadas na escola para tirar dúvidas

acerca da educação, através de centros de apoio, outro tipo de participação).

Regras. Os encarregados de educação foram questionados sobre o modo como

são impostas as regras em casa (opções de resposta: os pais impõem as regras; as regras

são negociadas; o jovem impõe a maior parte das regras; apenas são negociadas

algumas regras; as regras e os castigos são negociados com o jovem, não há regras) bem

como as regras existentes em casa como por exemplo “O jovem tem que ser bem ­

educado” ou “ O jovem tem horários para jogar computador” (opções de resposta: nada

importante, pouco importante, importante e muito importante, foi também perguntado

aos sujeitos, o que acontece se as regras não são cumpridas (opções de resposta: os pais

conversam com o jovem; o jovem recebe uma punição física, o jovem não pode ver

televisão durante um período de tempo; o jovem não pode ter acesso ao computador, o

jovem não pode sair com os amigos ou o jovem deixa de ter mesada).

Escola Relativamente à escola, foram questionados sobre como têm acesso à

informação relativa ao desempenho do jovem (opções de resposta: através de cartas

enviadas pela escola que o seu filho lhe entrega, através de telefonemas feitos pelo

director de turma, através de reuniões realizadas no final de cada período, através das

informações fornecidas pelo seu filho, através da caderneta do aluno ou não tem acesso

a nenhuma informação), foram igualmente questionados sobre quais é que acham que

são as funções da escola (opções de resposta: ensinar a matéria, ensinar a respeitar os

outros, falar sobre a sexualidade, chamar a atenção quando os jovens são mal educados,

ocupar o tempos livres, ensinar regras de boa educação, tirar dúvidas sobre a matéria e

falar sobre o perigo do consumo de drogas).

Saúde, bem ­ estar e educação Relativamente à saúde, bem­estar e educação foram

questionados sobre como tiram as dúvidas sobre a saúde, bem­estar e educação dos

filhos (opções de resposta: amigos, médico de família, centros de apoio, vai à procura

nos livros, familiares, professores, procura na Internet ou não costuma ter dúvidas), que

dúvidas costumam ter (opções de resposta: como conversar com ele sobre assuntos

como a sexualidade, como conversar com ele sobre o consumo de drogas, saúde,

problemas de comportamento, problemas de aprendizagem ou não costuma ter dúvidas)

Page 18: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

e “Como gostaria de ter resposta para as suas dúvidas” (opções de resposta: centros de

apoio com pessoas especializadas, através de reuniões realizadas na escola com pessoas

especializadas em diversas áreas, através de folhetos ou não costuma ter dúvidas).

Consumo de álcool, tabaco e drogas. Foi questionado aos participantes, quais os sinais

evidentes de consumo de álcool, tabaco e drogas (opções de resposta: olhar brilhante,

chegar tarde a casa, pedir frequentemente dinheiro, ter más companhias, faltar às aulas,

ter dificuldades em concentrar­se, isolar­se, ser agressivo, apresentar fraco rendimento

académico, cheirar a fumo, não apresentar cuidados com a higiene).

Ajuda para o preenchimento do questionário Foi questionado se os inquiridos

necessitaram de ajuda para preencher o questionário.

QUESTIONÁRIO DOS PROFESSORES

Escola. Foi questionado, qual a escola em que lecciona (opções de resposta: Escola

Básica do 2º e 3º ciclos de Pegões, Escola Secundária Poeta Joaquim Serra e Escola

Secundária Jorge Peixinho).

Director de turma. Foi questionado aos professores se eram directores de turma.

Conselho executivo. Foi questionado aos participantes se pertenciam ao conselho

executivo.

Participação dos pais na educação dos filhos. Relativamente à participação dos pais

na educação dos filhos, foi questionado quais as estratégias utilizadas para os pais

participarem mais na educação dos educandos (opções de resposta: através das reuniões

realizadas no final de cada período; através de telefonemas feitos pelo director de turma

aos pais para os informar do desempenho académico do educando; através de cartas

enviadas para casa através do educando; através da caderneta do aluno; os pais podem

falar com o director de turma todas as semanas no dia de atendimento; são realizadas

acções de sensibilização sobre os diversos temas para os pais poderem tirar as suas

dúvidas; são realizadas actividades em que os pais participam em conjunto com os

filhos), foi igualmente questionado quais as estratégias que têm demonstrado maior

eficácia, bem como a opinião sobre as estratégias que poderiam ser implementadas. Foi

ainda questionado se a maior parte dos pais participa ou não na educação dos filhos e

quais são os pais que participam (opções de resposta: os filhos não têm problemas de

aprendizagem; os filhos têm problemas de aprendizagem; os que têm tempo; os que são

interessados, os que têm muitas habilitações literárias; os que têm poucas habilitações

Page 19: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

literárias; os filhos têm problemas de saúde). Foram igualmente questionados, sobre que

dúvidas é que os pais colocam (opções de resposta: como conversar com o jovem sobre

a sexualidade; como conversar com o jovem sobre o consumo de substâncias; saúde;

problemas de aprendizagem; comportamento), bem como a existência de associação de

pais e sua função.

Após a selecção das turmas, as escolas foram contactadas telefonicamente no

sentido de confirmar a sua disponibilidade para colaborar no estudo, bem como para a

marcação de uma reunião com o Director do Conselho Executivo, com o objectivo de

explicar toda a metodologia inerente à aplicação dos questionários.

A recolha de dados foi realizada através de três questionários: questionário para

os jovens; questionário para os encarregados de educação e questionário para os

professores.

Foi enviado para as escolas participantes:

• Para cada turma seleccionada um envelope com os questionários para os jovens,

questionários para os encarregados de educação, questionário para o professor e

uma carta de procedimentos para o professor.

• Cada questionário aplicado ao jovem tinha um código no cabeçalho, bem como

um envelope anexado. Este envelope continha uma breve explicação do estudo e

o questionário, com o mesmo código do questionário aplicado ao jovem, para o

encarregado de educação preencher para posteriormente ser entregue ao director

de turma.

A aplicação dos questionários ocorreu entre o dia 18 de Abril e 2 de Maio de

2005.

Page 20: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Após a recepção dos questionários, os dados e procedimentos estatísticos foram

efectuados através do Statistical Package for Social Sciences (SPSS 10.5) para o

Windows.

No capítulo seguinte apresenta­se a análise de dados, primeiro, uma estatística

descritiva com apresentação das frequências e percentagens, seguidamente, foram

efectuados os seguintes testes: Teste do Qui – quadrado­χ² (estudo da distribuição em

variáveis nominais) com análise de residuais ajustados (para localização de valores

significativos), coeficiente de Correlação de Pearson para ver as associações existentes

entre o questionário dos jovens e pais.

Os dados referentes ao estudo serão apresentados da seguinte forma:

• Quadros com as percentagens de resposta às questões: neste tipo de

quadros, encontra­se a negrito a opção com a maior percentagem de

resposta.

• Quadros comparativos: apenas serão apresentados os quadros em que

houve diferenças estatisticamente significativas, sendo apresentados a

negrito os valores com residuais ajustados iguais ou superiores a 1.9 em

módulo.

• Quadros referentes às associações: apenas serão apresentados os

quadros das questões em que se verificaram associações, sendo

apresentado a negrito os valores das associações.

Page 21: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

De seguida apresentam­se os resultados do questionário aplicado aos jovens.

DEMOGRÁFICAS

Nas questões demográficas, analisa­se o género, idade, ano de escolaridade e a

escola frequentada.

Género

Género (n=271) Rapaz 37.3%

Rapariga 62.7%

A amostra tem uma maioria de sujeitos do género feminino.

Idade

Idade (n=271) 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 8.9% 19.2% 24.4% 15.9% 17.0% 14.8%

A maioria dos jovens tem 14 anos de idade.

Ano de Escolaridade

Ano de escolaridade (n=271) 7ºano 8º ano 9º ano 10º ano 11º ano 12º ano 22.1% 22.9% 23.2% 10.3% 15.9% 5.6%

Amaioria dos jovens frequenta o 9º ano de escolaridade.

Escola

Page 22: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Escola (n=271) Escola EB2,3 Pegões Escola Sec.Poeta Joaquim

Serra Escola Sec. Jorge

Peixinho 28.7% 31.4% 39.9%

Mais de um terço da amostra pertence à Escola Secundária Jorge Peixinho.

Nas questões acerca do nível socioeconómico, analisa­se o número de divisões

da casa, quarto próprio e transporte próprio na família.

Número de divisões da casa

Número de divisões da casa (n=271) Uma Duas Três ou mais 0.4% 1.5% 98.2%

A maioria dos inquiridos refere que a sua casa tem três ou mais divisões.

Quarto Individual

Quarto individual (n=271) Sim 80.1%

Não 19.9%

A maioria dos jovens refere ter um quarto individual.

Número de car ros que a família possui

Cerca de metade dos inquiridos refere que a família possui dois carros.

NÍVEL SOCIOECONÓMICO

Número de car ros que a família possui (n=271) Nenhum Um Dois Três ou mais 2.2% 32.8% 51.3% 13.7%

AMBIENTE FAMILIAR

Page 23: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Agregado Familiar

Nas questões dos agregado familiar analisa­se o número de irmãos e com vive o jovem.

Número de irmãos

Mais te metade dos inquiridos refere ter apenas um irmão.

Com quem vive o jovem

Com quem vive o jovem (n= 271) Mãe 97.0% Irmãos 64.9% Pai 89.7% Avós 11.4% Madrasta 0.4% Outras Pessoas 3.7% Padrasto 2.2%

A maioria dos jovens refere viver com a mãe, seguindo­se o pai.

Relação com a família

Nas questões acerca da relação com a família, analisa­se o tempo que passa com

os pais, carinho e afecto que os pais dão e fazer coisas em conjunto com os pais.

Tempo que passa com o pai

Número de irmãos (n=271) Nenhum Um Dois Três ou mais 23.2% 56.1% 15.9% 4.8%

Tempo que passa com o pai (n=271) O que eu necessito Um pouco menos

do que eu Muito menos do que eu necessito

Não passa tempo comigo

Page 24: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

A maioria dos jovens refere que passa o tempo que necessita com o pai.

Tempo que passa com a mãe

Tempo que passa com a mãe (n= 271) O que eu necessito Um pouco menos

do que eu necessito

Muito menos do que eu necessito

Não passa tempo comigo

85.6% 11.0% 3.0% 0.4%

A maioria dos inquiridos refere que passa o tempo que necessita com a mãe.

Carinho e afecto que o pai dá

Carinho e afecto que o pai dá (n= 271) O que eu necessito Um pouco menos

do que eu necessito

Muito menos do que eu necessito

Não me dá carinho

83.4% 11.1% 4.0% 1.5%

Grande parte dos jovens refere que o carinho e afecto que o pai dá, são o que

necessita.

Carinho e afecto que a mãe dá

A maioria dos jovens refere que o carinho e afecto que a mãe dá, são o que

necessita.

Fazer coisas em conjunto com o pai

Fazer coisas em conjunto com o pai (n=271) Sim, muitas vezes Sim, às vezes Raramente

necessito 74.2% 17.7% 6.6% 1.5%

Carinho e afecto que a mãe dá (n=271) O que eu necessito Um pouco menos

do que eu necessito

Muito menos do que eu necessito

Não me dá carinho

90.8% 5.9% 2.6% 0.7%

Page 25: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

33.9% 50.9% 15.2%

Cerca de metade dos jovens refere que às vezes faz coisas em conjunto com o

pai.

Fazer coisas em conjunto com o pai (n= 271) Sim, muitas vezes Sim, às vezes Raramente

Rapariga 33.5% 46.5% 20.0% Rapaz 34.7% 58.4% 5.9% χ²=12.0; g.l.=.3; p< .05; n=271

Os rapazes referem mais frequentemente que às vezes fazem coisas em conjunto

com o pai.

Fazer coisas em conjunto com a mãe

Fazer coisas em conjunto com a mãe (n=271) Sim, muitas vezes Sim, às vezes Raramente

62.4% 32.8% 4.8%

Mais de metade dos jovens refere que muitas vezes faz coisas em conjunto com

a mãe.

χ²=13.2; g.l.=2; p= .001; n=271

Quando se faz a comparação entre os géneros, as raparigas referem mais

frequentemente fazerem muitas vezes coisas em conjunto com a mãe.

Educação

Nas questões acerca da educação, analisa­se se os pais sabem a data e nota dos

testes, notas das disciplinas no final de cada período, se os pais ajudam nas tarefas

escolares, se vão à reunião de pais, se conversam sobre assuntos do seu interesse. Serão

também analisadas as questões acerca como são impostas e que regras existem em casa

e quando estas regras não são cumpridas o que acontece.

Sabe a data dos testes –pai

Fazer coisas em conjunto com a mãe (n= 271) Sim, muitas vezes Sim, às vezes Raramente

Rapariga 70.6% 25.9% 3.5% Rapaz 48.5% 44.6% 6.9%

Page 26: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Um terço dos jovens refere que algumas vezes o pai sabe a data dos testes.

χ²=9.8; g.l.=3; p<.05; n=271

As raparigas referem mais frequentemente que o pai algumas vezes sabe a data

dos testes.

Sabe a data dos testes­ pai (n= 271)

Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre

12­13 anos 10.5% 38.2% 30.3% 21.0%

14­15 anos 24.8% 28.4% 33.9% 12.9%

16­17 anos 30.2% 22.1% 29.1% 18.6%

χ²=13.4; g.l.=6; p<.05; n=271

Foram encontradas diferenças significativas entre as idades, em que os jovens

com 12 e 13 anos de idade respondem mais frequentemente que poucas vezes o pai sabe

a data dos testes, enquanto que os mais velhos referem mais frequentemente que o pai

nunca sabe a data dos testes.

Sabe a data dos testes –mãe

Sabe a data dos testes ­ mãe (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 5.2% 15.9% 32.0% 46.9%

Quase metade dos jovens inquiridos refere que a mãe sabe sempre a data dos

testes.

Sabe a nota dos testes –pai

Sabe a data dos testes ­ pai (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 22.5% 29.1% 31.4% 17.0%

Sabe a data dos testes ­ pai (n= 271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre

Rapariga 23.5% 25.9% 37.1% 13.5% Rapaz 20.8% 34.7% 21.8% 22.8%

Page 27: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Sabe a nota dos testes ­ pai (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 5.9% 16.2% 30.3% 47.6%

Quase metade dos jovens refere que o pai tem sempre conhecimento das notas

dos testes.

Sabe a nota dos testes –mãe

Sabe a nota dos testes ­ mãe (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 1.1% 4.8% 19.6% 74.5%

A maioria dos sujeitos refere que a mãe sabe sempre a nota dos testes.

χ²=13.2; g.l.=6; p<.05; n=271

Verificam­se diferenças significativas entre as idades, em que os jovens com 12

e 13 anos respondem mais frequentemente que a mãe sabe sempre a nota dos testes.

Sabe as notas das disciplinas no final de cada período –pai

Sabe as notas das disciplinas no final de cada período – pai (n= 271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 1.8% 5.9% 12.2% 80.1%

A maioria dos participantes refere que o pai sabe sempre as notas no final de

cada período.

Sabe as notas das disciplinas no final de cada período –mãe

Sabe as notas das disciplinas no final de cada período ­mãe (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 0.7% 0.7% 3.8% 94.8%

A maioria dos jovens afirma que a mãe sabe sempre as notas das disciplinas no

final de cada período.

Sabe a nota dos testes ­mãe (n= 271)

Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre

12­13 anos 0.0% 1.3% 10.5% 88.2%

14­15 anos 1.8% 4.6% 21.1% 72.5%

16­17 anos 1.2% 8.1% 25.6% 65.1%

Page 28: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Ajuda nas tarefas escolares ­pai

Ajuda nas tarefas escolares – pai (n= 271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 28.0% 25.5% 32.1% 14.4%

Cerca de um terço dos jovens refere que algumas vezes o pai ajuda nas tarefas

escolares.

Ajuda nas tarefas escolares – pai (n= 271) Nunca Poucas vezes Algumas

vezes Sempre

Rapariga 28.2% 20.6% 38.3% 12.9% Rapaz 27.7% 33.7% 21.8% 16.8% χ²=10.3; g.l.=3; p<.05; n=271

Verificam­se diferenças significativas entre os sexos relativamente à ajuda que o

pai dá nas tarefas escolares, onde as raparigas respondem mais frequentemente que o pai

ajuda algumas vezes e os rapazes referem que o pai ajuda poucas vezes.

Ajuda nas tarefas escolares ­ pai (n= 271)

Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre

12­13 anos 17.1% 23.7% 34.2% 25.0%

14­15 anos 35.8% 20.2% 33.0% 11.0%

16­17 anos 27.9% 33.7% 29.1% 9.3%

χ²=17.9; g.l.=6; p<.01; n=271

Relativamente à idade, verificam­se diferenças significativas, em que os jovens

com 14/15 anos de idade respondem mais frequentemente que o pai nunca ajuda nas

tarefas escolares. Verifica­se que com a idade a ajuda nas tarefas escolares diminui.

Ajuda nas tarefas escolares –mãe

Ajuda nas tarefas escolares ­mãe (n=271)

Page 29: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 18.8% 21.4% 33.9% 25.9%

Um terço dos jovens refere que algumas vezes a mãe ajuda nas tarefas escolares.

Ajuda nas tarefas escolares ­ mãe (n= 271)

Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre

12­13 anos 9.2% 13.2% 40.8% 36.8%

14­15 anos 21.1% 22.9% 28.4% 27.5%

16­17 anos 24.4% 26.7% 34.9% 14.0%

χ²=19.6; g.l.=6; p<.01; n=271

Pode­se constatar a existência de diferenças significativas entre as idades, em

que os jovens com 12 / 13 anos respondem mais frequentemente que a mãe algumas

vezes ajuda nas tarefas escolares.

Vai à reunião de pais ­pai

Vai à reunião de pais ­pai (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 53.1% 14.8% 12.5% 19.6%

Cerca de metade dos jovens revela que o pai nunca vai à reunião de pais.

Vai à reunião de pais ­mãe

Vai à reunião de pais ­mãe (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 11.1% 6.6% 21.8% 60.5%

Mais de metade dos jovens inquiridos refere que a mãe vai sempre à reunião de

pais.

Conversa sobre assuntos do seu interesse –pai

Conversa sobre assuntos do seu interesse ­ pai (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 5.9% 14.4% 41.3% 38.4%

Page 30: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Mais de um terço dos jovens refere que algumas vezes o pai fala de assuntos do

seu interesse.

Conversa sobre assuntos do seu interesse – pai (n= 271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre

Rapariga 8.8% 16.5% 38.8% 35.9% Rapaz 1.0% 10.9% 45.5% 42.6% χ²=9.4; g.l.=3; p<.05; n=271

Verifica­se a existência de diferenças significativas entre os sexos, onde as

raparigas respondem mais frequentemente que o pai nunca fala de assuntos do seu

interesse.

Conversa sobre assuntos do seu interesse ­mãe

Conversa sobre assuntos do seu interesse ­mãe (n=271) Nunca Poucas vezes Algumas vezes Sempre 3.0% 7.0% 29.5% 60.5%

Mais de metade dos jovens inquiridos refere que a mãe fala de assuntos do seu

interesse.

Como são impostas as regras em casa

Um terço dos jovens refere que são os pais que impõem as regras, outro terço

refere que as regras e os castigos são negociados.

Como são impostas as regras em casa (n= 271)

Como são impostas as regras em casa (n=271) Os pais impõem as regras 30.3%

As regras e os castigos são negociados com o jovem 30.3%

As regras são negociadas com o jovem 22.9%

Apenas são negociadas algumas regras com o jovem 8.9%

Não há regras 5.5%

O jovem impõe a maior parte das regras 2.2%

Page 31: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

12­13 anos

14­15 anos

16­17 anos

Os pais impõem as regras 31.6% 32.1% 26.7%

As regras e os castigos são negociados com o jovem 38.2% 23.9% 31.4%

As regras são negociadas com o jovem 17.1% 21.1% 30.2%

Apenas são negociadas algumas regras com o jovem 9.2% 8.3% 9.3%

Não há regras 1.3% 11.0% 2.3%

O jovem impõe a maior parte das regras 2.6% 3.7% 0.0%

χ²=19.9; g.l.=10; p<.05; n=271

Verificam­se diferenças significativas entre as diferentes idades, em que os

jovens com 16 e 17 anos, referem mais frequentemente que as regras são negociadas

com ele.

Regras existentes em casa

Regras existentes em casa (n= 271)

O jovem tem que ser bem ­educado 88.6%

Os pais querem saber sempre onde o jovem está 86.7%

Quando vai a uma festa o jovem tem horas para chegar a casa

63.8%

O jovem tem que deixar o quarto ar rumado 62.0%

O jovem tem que fazer a cama todos os dias 52.0%

O jovem só pode gastar determinada quantia de dinheiro por dia

35.1%

O jovem tem que estudar todos os dias 27.3%

O jovem tem hora marcada para ir dormir 17.0%

O jovem tem horários para jogar computador 13.3%

Page 32: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

O jovem tem horários para ver televisão 7.7%

A maioria dos jovens refere que tem de ser bem­educado, os pais têm de saber

sempre onde o jovem está, quando vai a uma festa o jovem tem horas para chegar, o

jovem tem de deixar o quarto arrumado e têm que fazer a cama todos os dias. Verifica­

se que são poucos os alunos que referem ter horários para jogar computador e ver

televisão.

O jovem tem que fazer a cama todos os dias (n= 141) Sim Não

Rapariga 60.0% 40.0% Rapaz 38.6% 61.4% χ²=11.6; g.l.=1; p=.001; n=141

Das regras existentes em casa, anteriormente referidas, apenas a regra do jovem

ter que fazer a cama todos os dias, apresenta diferenças significativas para o sexo, em

que as raparigas respondem frequentemente que têm de fazer a cama todos os dias.

O jovem tem que ser bem­educado (n= 240) Sim Não

12 – 13 anos 97.4% 2.6% 14 – 15 anos 84.4% 15.6% 16 – 17 anos 86.0% 14.0% χ²=8.2; g.l.=2; p< .05; n=240

O jovem só pode gastar determinada quantia de dinheiro por dia (n= 95) Sim Não

12 – 13 anos 42.1% 57.9% 14 – 15 anos 38.5% 61.5% 16 – 17 anos 24.4% 75.6% χ²=6.5; g.l.=2; p< .05; n=95

O jovem tem hora marcada para ir dormir (n= 46) Sim Não

12 – 13 anos 31.6% 68.4% 14 – 15 anos 14.7% 85.3%

Page 33: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

16 – 17 anos 7.0% 93.0% χ²=18.0; g.l.=2; p< .001; n=46

O jovem tem horários para jogar computador (n= 36) Sim Não

12 – 13 anos 19.7% 80.3% 14 – 15 anos 15.6% 84.4% 16 – 17 anos 4.7% 95.3% χ²=8.8; g.l.=2; p< .05; n=36

Das regras existentes em casa, anteriormente referidas, apenas as apresentadas

mostraram existir diferenças significativas entre as idades, em que os jovens mais novos

referem que têm que ser bem­educados, enquanto que as mais velhos referem mais

frequentemente que não têm estipulada a quantidade de dinheiro que podem gastar

diariamente e não têm horários para ir dormir e jogar computador.

Quando as regras não são cumpridas o que acontece

Quando as regras não são cumpridas o que acontece (n= 271)

Os pais conversam com o jovem 79.3%

O jovem não pode sair com os amigos 19.9%

O jovem não tem acesso ao computador 17.3%

O jovem não pode ver T.V 6.6%

O jovem deixa de ter mesada 3.7%

O jovem recebe punição física 3.0%

A maioria dos jovens refere que quando não cumpre as regras, os pais

conversam com ele com o objectivo de perceber o porquê do não cumprimento da regra

estabelecida.

ÁLCOOL

CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS

Page 34: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Nas questões relativas ao álcool, analisa­se o experimentar, idade da primeira

vez que experimentou, o consumo de cerveja, vinho e bebidas destiladas, consumo no

último mês, embriaguez e conhecimento por parte dos pais.

Exper imentar

Experimentar bebidas alcoólicas (n=271) Sim 70.9%

Não 29.1%

A maioria dos respondentes afirma já ter experimentado bebidas alcoólicas.

Experimentar bebidas alcoólicas (n= 192)

Sim Não

Rapariga 75.9% 24.1%

Rapaz 61.4% 38.6%

χ²=6.4; g.l.=1; p<.05; n=192

Há diferenças significativas entre os sexos, relativamente ao consumo de bebidas

alcoólicas, onde as raparigas respondem mais frequentemente que já experimentaram

bebidas alcoólicas.

Experimentar bebidas alcoólicas (n= 192)

Sim Não

12 – 13 anos 39.5% 60.5%

14 – 15 anos 75.2% 24.8%

16 – 17 anos 91.9% 8.1%

χ²=55.2; g.l.=2; p<.001; n=192

Verificam­se diferenças significativas entre as idades, em que os jovens com 16 /

17 anos de idade respondem mais frequentemente que já experimentaram bebidas

alcoólicas, enquanto que os jovens mais novos responderam mais frequentemente que

não experimentaram bebidas alcoólicas.

Que idade tinha quando experimentou álcool

Page 35: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Que idade tinha quando experimentou ( n= 192)

5 ­ 8 anos 3.3%

9 ­ 12 anos 27.3%

13 ­16 anos 40.2%

A maioria dos jovens refere que experimentou bebidas alcoólicas pela primeira

vez, quando tinha entre os 13 e 16 anos.

Consumo de bebidas alcoólicas

Os sujeitos que afirmam consumir bebidas alcoólicas, a maioria refere que

consome bebidas destiladas.

Consumo de bebidas alcoólicas (n= 192)

Bebidas destiladas (a) Cerveja (b) Vinho (c)

Sim Não Sim Não Sim Não

12 – 13 anos 43.3% 56.7% 40.0% 60.0% 43.3% 56.7%

14 – 15 anos 58.5% 41.5% 52.4% 47.6% 23.2% 76.8%

16 – 17 anos 80.8% 19.2% 25.6% 74.4% 19.2% 80.8%

(a) χ²=16.3; g.l.=2; p<.001; n=192

(b) χ²=12.0; g.l.=2; p<.01; n=192

(c) χ²=6.9; g.l.=2; p<.05; n=192

Constata­se que os jovens com 16 e 17 anos de idade consomem mais

frequentemente bebidas destiladas, enquanto que os que têm 14 e 15 anos consomem

mais cerveja.

Consumo de bebidas alcoólicas (n= 192)

Bebidas destiladas 45.8%

Cerveja 27.7%

Vinho 17.3%

Page 36: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Consumo de bebidas alcoólicas no último mês

Consumo de bebidas alcoólicas no último mês (n=192)) Nunca 1 vez Mais de 2 vezes 35.1% 18.9% 16.9%

Dos inquiridos que afirmam já ter consumido bebidas alcoólicas, cerca de um

terço refere nunca ter consumido bebidas alcoólicas no último mês.

Consumo de bebidas alcoólicas no último mês (n= 192)

Nunca 1 vez Mais de 2 vezes

12 – 13 anos 63.3% 30.0% 6.7%

14 – 15 anos 56.1% 19.5% 24.4%

16 – 17 anos 38.5% 33.3% 28.2%

χ²=11.2; g.l.=4; p<.05; n=192

Verifica­se o consumo de bebidas alcoólicas no último mês, aumenta com a

idade.

Embr iaguez

Embriaguez (n=192) Nunca 1­3 vezes Mais de 4 vezes 55.5% 11.9% 3.5%

Dos jovens que afirmam já ter consumido bebidas alcoólicas, a maioria refere

nunca ter ficado embriagado.

Os pais sabem que o jovem consome bebidas alcoólicas

Conhecimento por parte dos pais (n=192) Sim 54.9%

Não 16.0%

Dos participantes de afirmam já ter consumido bebidas alcoólicas, a maioria

refere que os pais têm conhecimento.

Page 37: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Nas questões relativas ao tabaco, analisa­se o experimentar, consumo de tabaco

por semana, número de cigarros e conhecimento por parte dos pais.

Exper imentar

Experimentar tabaco (n=271) Sim 25.1%

Não 74.9%

A maioria dos sujeitos refere não ter experimentado tabaco.

χ²=4.5; g.l.=1; p<.05; n=271

Pode­se constatar a existências de diferenças significativas em que a rapariga

responde mais frequentemente, que já experimentou tabaco.

Experimentar tabaco (n=271)

Sim Não

12 – 13 anos 9.2% 90.8%

14 – 15 anos 27.5% 72.5%

16 – 17 anos 36.0% 64.0%

χ²=16.0; g.l.=2; p<.001; n=271

Constata­se que são os mais velhos, que mais frequentemente respondem que já

experimentaram tabaco.

Consumo de tabaco

TABACO

Experimentar tabaco(n= 271)

Sim Não

Rapariga 29.4% 70.6%

Rapaz 17.8% 82.2%

Consumo de tabaco (n=25)

Page 38: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Dos respondentes que fumam (dos que dizem já ter experimentado tabaco,

apenas 9.2% fuma), menos de um terço refere fumar apenas uma vez por semana.

Número de cigarros por semana

Número de cigarros por semana (n=25) 1 2­10 11­20 21 ou mais

2.2% 4.8% 1.8% 0.4%

Dos jovens que fumam, a maioria refere fumar por semana entre 2 e 10 cigarros.

Os pais sabem que o jovem fuma

Conhecimento por parte dos pais (n=25) Sim 1.1%

Não 8.1%

A maioria dos inquiridos refere que os pais não sabem que fuma.

Nas questões relativas às drogas, analisa­se o experimentar, drogas que já

experimentou, primeira droga que consumiu, consumo no último mês, local onde

costuma consumir, com quem costuma consumir, conhecimento por parte dos pais,

número de amigos que se drogam, motivos para as pessoas consumirem drogas, motivos

para as pessoas não consumirem drogas e facilidade de acesso de substâncias.

Exper imentar

Experimentar drogas (n=271)

Uma vez por semana

Duas vezes por semana

Quase todos os dias

Todos os dias

3.3% 1.1% 1.8% 3.0%

DROGAS

Page 39: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Sim 5.2%

Não 94.8%

A maioria dos jovens referem nunca ter experimentado drogas.

Dos jovens que afirmam já ter experimentado drogas, a maioria refere que já

experimentou cannabis.

Drogas que já experimentou

Drogas que já experimentou (n=14)

Sim Não

Cannabis 4.8% 0.4%

Anfetaminas 0.4% 4.8%

Tranquilizantes 0.4% 4.8%

Heroína 0.4% 4.8%

Cocaína 0.0% 5.2%

LSD 0.0% 5.2%

Ecstasy 0.0% 5.2%

Cogumelos mágicos 0.0% 5.2%

Solventes inaláveis 0.0% 5.2%

Primeira droga que consumiu

A maioria dos jovens refere que a primeira droga que experimentou foi cannabis

Primeira droga que consumiu (n=14)

Sim Não

Cannabis 4.8% 0.4%

Anfetaminas 0.4% 4.8%

Page 40: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Consumo de drogas no último mês

A maioria dos jovens refere nunca ter consumido drogas no último mês.

Local onde costuma consumir drogas

Local onde costuma consumir drogas (n=14)

Sim Não

Casa de amigos 1.5% 3.7%

Escola 0.8% 4.4%

Discoteca 0.8% 4.4%

Casa 0.8% 4.4%

Outro local 0.4% 4.8%

Dos jovens que referem consumir drogas, a maioria consome em casa dos

amigos.

Com quem costumam consumir drogas

Dos participantes que referem consumir drogas a maioria consome com os amigos.

Consumo de drogas no último mês (n=14) Nunca 1 vez Mais de 2 vezes 3.7% 1.1% 0.4%

Com quem costumam consumir drogas (n=14)

Sim Não

Amigos 3.7% 1.5%

Namorado 1.5% 3.7%

Sozinho 0.8% 4.4%

Outra situação 0.8% 4.4%

Page 41: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Os pais sabem que o jovem consome drogas

A totalidade dos jovens que consome drogas, refere que os pais não sabem.

Número de amigos que se drogam

A maioria dos jovens refere que nenhum dos amigos consome drogas.

Número de amigos que se drogam (n= 271) Nenhum 2­4 Mais de 5 73.1% 22.1% 4.8%

Motivos para as pessoas consumirem drogas

Motivos para as pessoas consumirem drogas (n= 271)

Para experimentar 71.6%

Para esquecer os problemas 66.1%

Porque os amigos também o fazem 50.2%

Porque se sentem sós 33.2%

Porque se sentem melhor 32.8%

Porque não podem passar sem ela 23.6%

Outra situação 3.3%

Na opinião dos jovens, as pessoas consomem drogas para experimentar,

esquecer os problemas e porque os amigos também o fazem.

Motivos para as pessoas não consumirem drogas

Conhecimento por parte dos pais (n=14) Sim 0.0%

Não 5.2%

Page 42: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Na opinião dos inquiridos, as pessoas não consomem drogas porque não querem

e porque têm medo de apanhar doenças.

Facilidade de acesso de substâncias

Na opinião dos participantes, o tabaco e as bebidas alcoólicas são substâncias

fáceis de arranjar.

Motivos para as pessoas não consumirem drogas (n= 271)

Porque não querem 84.5%

Porque têm medo de apanhar doenças 51.3%

Porque nunca pensaram nisso 35.8%

Porque têm medo da reacção dos pais e amigos 35.8%

Porque é ilegal 33.6%

Porque os amigos não o fazem 23.2%

Porque as drogas são caras 9.2%

Outra razão 4.4%

Facilidade de acesso (n=271)

Fácil de ar ranjar Difícil de ar ranjar

Tabaco 97.0% 3.0%

Bebidas alcoólicas 92.6% 7.4%

Solventes inaláveis 41.3% 58.7%

Tranquilizantes 36.2% 63.8%

Anfetaminas 29.5% 70.5%

Cannabis 29.5% 70.5%

Ecstasy 28.4% 71.6%

LSD 20.7% 79.3%

Cocaína 19.6% 80.4%

Heroína 15.1% 84.9%

Cogumelos mágicos 14.0% 86.0%

TEMPOS LIVRES

Page 43: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

As ocupações de tempos livres mais assinaladas pelos jovens são ouvir música,

conversar com os amigos, ver televisão ou vídeo, estar com os amigos e jogar às cartas,

jogos de vídeo e computador.

Page 44: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Ocupação de tempos livres (n= 271)

Ouvir música 97.4%

Conversar com os amigos 92.6%

Ver televisão ou vídeo 91.1%

Estar com os amigos 87.8%

Jogar às cartas, jogos de vídeo ou computador 86.0%

Ir ao cinema, teatro, concerto 76.0%

Navegar na internet 74.5%

Ir à praia 74.2%

Dormir 72.3%

Fazer compras ou ver montras 72.0%

Estar só 62.4%

Praticar desporto de grupo 63.1%

Visitar familiares 60.1%

Ler 58.7%

Assistir a acontecimentos desportivos 57.6%

Ajudar nos trabalhos domésticos 56,8%

Ir ao café 55.7%

Fazer os trabalhos de casa ou mais trabalhos para a escola 55.4%

Falar ao telefone 53.5%

Namorar 40.6%

Ir à discoteca 40.2%

Tocar música ou cantar 37.6%

Praticar um desporto individual 32.8%

Praticar um desporto não orientado por um treinador 30.6%

Praticar um desporto de competição 30.6%

Fazer uma colecção 24.0%

Trabalhar para ganhar algum dinheiro 22.5%

Participar em actividades de expressão plástica 19.6%

Participar em actividades associativas 17.7%

Trabalhos de solidariedade 10.3%

Page 45: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

De seguida apresentam­se os resultados do questionário aplicado aos

Encarregados de Educação.

DEMOGRÁFICAS

Nas questões demográficas, analisa­se o género, nível de instrução e profissão.

Género

Género (n=271) Sexo Masculino

18.8% Sexo Feminino

81.2%

A maioria dos encarregados de educação é do sexo feminino

Nível de instrução

Nível de instrução (n= 271) Até ao 4º

ano Até ao 6º

ano Até ao 9º

ano Até ao 12º

ano Bacharelato Licenciatura

ou mais 21.4% 26.2% 19.9% 21.0% 3.0% 8.5%

A maioria dos encarregados de educação tem até ao 6º ano de escolaridade

Profissão

Profissão (n=271) Nível 1 (elevado)

Nível 2 Nível 3 (médio)

Nível 4 Nível 5 (baixo)

Desempregado Reformado

9.6% 11.1% 13.3% 24.7% 38.0% 2.6% 0.7%

A maioria dos inquiridos indica uma profissão correspondente a um nível baixo

de instrução.

Page 46: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

NECESSIDADES BÁSICAS

Nas questões relativas às necessidades básicas, analisa­se a importância de cada

necessidade básica

Necessidades básicas (n= 271)

Nada

impor tante

Pouco

impor tante

Impor tante Muito

impor tante

Manter o filho limpo. 0.0% 0.0% 9.6% 90.4%

Estar seguro que o filho tem cuidados médicos.

0.0% 0.0% 12.5% 87.5%

Assegurar que não são utilizados maus­tratos físicos.

0.4% 0.4% 11.7% 87.5%

Assegurar comida nutritiva. 0.0% 0.4% 12.5% 87.1%

Ter apoio da família e amigos. 0.4% 0.0% 18.1% 81.5%

Garantir um lugar confortável para viverem.

0.0% 0.0% 24.7% 75.3%

Confortar o filho quando este está ansioso.

0.4% 1.5% 22.9% 75.3%

Expressar afecto ao filho. 0.7% 2.2% 24.7% 72.3%

Ajudar o filho a ter orgulho nos seus talentos.

0.4% 0.7% 26.6% 72.3%

Conversar com o filho sobre assuntos do seu interesse.

1.1% 1.5% 28.0% 69.4%

Ouvir e compreender o ponto de vista do filho.

0.0% 1.1% 29.9% 69.0%

Ajudar o filho a ter orgulho do corpo e aparência.

0.0% 1.8% 31.4% 66.8%

Page 47: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Nada

impor tante

Pouco

impor tante

Impor tante Muito

impor tante

Compreender que o filho tem necessidades e sentimentos diferentes dos seus.

0.0% 1.8% 37.6% 60.5%

Pedir desculpa ao filho. 0.7% 0.4% 38.4% 60.5%

Apoiar os interesses do filho. 0.0% 2.2% 44.6% 53.1%

Ajudar o filho a apreciar a natureza.

0.7 % 2.2% 50.2% 46.9%

Aceitar que o filho venha a desenvolver gostos diferentes dos seus.

0.7% 8.1% 48.7% 42.4%

A maioria dos participantes refere que é muito importante manter o filho limpo,

estar seguro que o filho recebe cuidados médicos, assegurar que não são utilizados

maus­tratos físicos, assegurar comida nutritiva ao filho e ter apoio da família e amigos.

Educação

Nas questões relativas à educação, analisa­se a participação dos pais na

educação dos filhos e como as famílias podem participar mais.

AMBIENTE FAMILIAR

Page 48: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Participação na educação dos filhos

Participação na educação (n=271) Nunca Algumas

vezes Muitas vezes

Sempre

Sabe as notas de cada disciplina no final do período

0.4% 1.1% 2.2% 96.3%

Sabe as notas dos testes 2.2% 6.3% 9.6% 81.9%

Janta com o filho 0.4% 8.5% 16.2% 63.5%

Vai à reunião de pais 5.9% 11.1% 17.3% 65.7%

Chega antes das 20 horas a casa 7.0% 13.3% 16.2% 63.5%

Sabe a data dos testes 3.3% 22.5% 28.0% 46.1%

Vê televisão com ele 2.2% 29.9% 32.1% 35.8%

Ajuda­o nas tarefas escolares 19.2% 41.7% 23.6% 15.5%

A maioria dos encarregados de educação afirma saber as notas de cada disciplina

no final de cada período e as notas dos testes.

Participação na educação dos filhos

Participação na Educação dos filhos (n= 271) Boa 68.3%

Um pouco menos do que gostava 23.6%

Muito menos do que gostava 6.3%

Não participa porque não tem tempo 0.7%

Não participa porque o jovem tem apoio escolar 0.4%

Não participa porque acha que não é necessário 0.4%

Outra razão 0.4%

A maioria dos inquiridos considera que a sua participação na educação dos

filhos é boa.

Page 49: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Como é que as famílias podem participar mais na educação dos filhos

Como é que as famílias podem participar mais na educação dos filhos (n= 271) Ter mais tempo para passar com os filhos 87.8%

Através de reuniões realizadas na escola para tirar dúvidas acerca da

educação

30.6%

Através de centros de apoio 26.2%

Através de actividades desenvolvidas pela escola 25.5%

Outro tipo de participação 1.5%

A maioria dos encarregados de educação refere que se pode participar mais na

educação dos filhos, tendo mais tempo para passar com eles.

Regras

Nas questões relativas às regras, analisa­se como são impostas as regras, regras

existentes em casa e quando as regras não são cumpridas o que é que acontece ao

jovem.

Como são impostas as regras em casa

Como são impostas as regras em casa (n=271) Os pais impõem as regras 42.4%

As regras e os castigos são negociados com o jovem 25.8%

As regras são negociadas com o jovem 21.8%

Apenas são negociadas algumas regras com o jovem 8.9%

Não há regras 0.7%

O jovem impõe a maior parte das regras 0.4%

Page 50: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

A maioria dos inquiridos refere que são eles que impõem as regras.

Regras existentes em casa

Regras existentes em casa (n= 271)

Nada importante

Pouco importante

Importante Muito importante

O jovem ser bem­educado. 0.0% 0.7% 10.7% 88.6%

Os pais saberem onde o jovem está.

0.0% 0.7% 17.7% 81.5%

O jovem ter que estudar todos os dias.

2.6% 5.2% 32.1% 60.1%

O jovem só poder gastar determinada quantia de dinheiro por dia.

3.0% 8.9% 35.8% 52.4%

O jovem quando vai a uma festa ter horas para chegar a casa.

1.5% 6.6% 41.0% 50.9%

O jovem ter hora marcada para ir dormir.

10.3% 10.0% 41.0% 38.7%

O jovem ter que deixar o quarto ar rumado.

3.7% 11.4% 50.6% 34.3%

O jovem ter que fazer a cama todos os dias

4.8% 18.5% 45.4% 31.4%

O jovem ter horários para jogar computador.

14.4% 18.8% 44.6% 22.1%

O jovem ter horários para ver televisão.

14.0% 22,5% 48,7% 14.8%

A maioria dos participantes refere que é muito importante o jovem ser bem­

educado, saberem onde o jovem se encontra e o jovem estudar todos os dias.

Page 51: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Quando as regras não são cumpridas o que acontece ao jovem

Quando as regras não são cumpridas o que acontece ao jovem (n=271) Os pais conversam com o jovem 89.7%

O jovem não tem acesso ao computador 25.5%

O jovem não pode sair com os amigos 21.0%

O jovem não pode ver T.V 16.2%

O jovem deixa de ter mesada 2.2%

O jovem recebe punição física 1.5%

A maioria dos encarregados de educação refere que, quando as regras não são

cumpridas, conversam com o jovem.

Escola

Nas questões relacionadas com a escola, analisa­se como o encarregado de

educação tem acesso à informação relativa ao desempenho do jovem e as funções da

escola.

Como é que tem acesso à informação relativa ao desempenho do jovem

Como é que tem acesso à informação relativa ao desempenho do jovem (n=271) Através das reuniões no final de cada período 88.2%

Através das informações fornecidas pelo filho 75.3%

Através da caderneta de aluno 50.2%

Através de cartas enviadas pela escola 24.0%

Através do director de turma 7.0%

Não tem acesso a nenhum tipo de informação 0.0%

A maioria dos inquiridos, refere que recebe informações através das reuniões no

final de cada período, através do filho e pela caderneta de aluno.

Page 52: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Funções da escola

Funções da escola (n= 271) Ensinar a matéria 94.1%

Ensinar a respeitar os outros 70.8%

Tirar dúvidas sobre a matéria 69.4%

Falar do perigo do consumo de substâncias 57.9%

Ensinar regras de boa educação 57.2%

Chamar a atenção quando os jovens são mal­educados 49.8%

Falar sobre a sexualidade 45.0%

Ocupar os tempos livres 24.4%

A maioria dos encarregados de educação refere que as funções da escola são

ensinar a matéria, ensinar a respeitar os outros e tirar dúvidas sobre a matéria.

Saúde, bem­estar e educação

Nas questões relacionadas com saúde e bem­estar, analisa­se como o

encarregado de educação tira as dúvidas, que dúvidas tem e como gostaria de as tirar.

Como tira as dúvidas que tem acerca da saúde, bem­estar e educação

A maioria dos inquiridos afirma colocar as dúvidas ao seu médico de família.

Como tira as dúvidas que tem acerca da saúde, bem­estar e educação (n= 271)

Ao médico de família 87.8%

A familiares 40.2%

Aos professores 28.8%

Aos amigos 22.1%

Nos livros 11.4%

Não costuma ter dúvidas 8.5%

Na internet 6.6%

Nos centros de apoio 3.7%

Page 53: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Que dúvidas costuma ter

Que dúvidas costuma ter (n= 271)

Não costuma ter dúvidas 41.7%

Problemas de aprendizagem 26.2%

Saúde 20.7%

Problemas de comportamento 18.8%

Como falar sobre a sexualidade 17.3%

Como falar sobre o consumo de drogas 11.1%

A maioria dos inquiridos, refere não ter dúvidas.

Como gostaria de tirar as dúvidas

Como gostaria de tirar as dúvidas (n= 271)

Reuniões nas escolas com pessoas especializadas 42.4%

Não costuma ter dúvidas 35.8%

Centros de apoio 29,9%

Através de folhetos 8.1%

A maioria dos encarregados de educação refere que gostaria de tirar as suas

dúvidas em reuniões realizadas nas escolas com pessoas especializadas.

Consumo de substâncias

Nas questões relativas ao consumo de substâncias, analisa­se quais os sinais

evidentes de consumo de substâncias.

A maioria dos participantes, refere que ter más companhias e ser agressivo,

faltar às aulas e pedir frequentemente dinheiro, são os sinais mais evidentes de consumo

de substâncias aditivas.

Page 54: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Sinais evidentes de consumo de substâncias (álcool, tabaco e drogas)

Sinais evidentes de consumo de substâncias (álcool, tabaco e drogas) (n= 271)

Más companhias 70.8%

Ser agressivo 67.9%

Faltar às aulas 66.4%

Pedir frequentemente dinheiro 63.5%

Ter dificuldades em concentrar­se 45.8%

Isolar­se 45.8%

Cheirar a fumo 44.6%

Olhar brilhante 41.3%

Apresentar fraco rendimento académico 37.6%

Falta de cuidados com a higiene 32.5%

Chegar tarde a casa 32.1%

Nas questões relativas à ajuda, analisa­se se foi preciso ajuda para preencher o

questionário.

Ajuda para preencher o questionário

Ajuda para preencher o questionário (n= 271)

Sim Não

7.7% 92.3%

A maioria dos sujeitos refere não ter tido ajuda para preencher o questionário.

Ajuda

Page 55: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

De seguida apresentam­se os resultados do questionário aplicado aos

professores, no que diz respeito às questões sobre a escola em que lecciona; se é director

de turma; se pertence ao conselho executivo; estratégias utilizadas, na escola que

lecciona, para os pais participarem na vida escolar dos filhos; as estratégias que têm

demonstrado maior eficácia; estratégias que poderiam ser implementadas; participação

dos pais na educação; dúvidas colocadas pelos pais e a existência e funções da

associação de pais na escola.

Dos 36 questionários distribuídos (um por cada turma escolhida) responderam

25 professores.

Escola que lecciona

Escola que lecciona (n= 25) Escola EB 2,3 de Pegões 16.0% Escola Secundária Poeta Joaquim Serra 48.0% Escola Secundária Jorge Peixinho 36.0%

A maioria dos professores pertence à Escola Secundária Poeta Joaquim Serra.

Director de turma

Director de turma (n= 25) Sim Não 96.0% 4.0%

A maioria dos inquiridos é director de turma.

Pertence ao conselho executivo

Pertence ao conselho executivo (n= 25) Sim Não 4.0% 96.0%

A maioria dos sujeitos refere não pertencer ao conselho executivo.

Page 56: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Estratégias utilizadas, na escola que lecciona, para os pais participarem na vida

escolar dos filhos

Estratégias para os pais participarem na vida escolar dos filhos ( n= 25)

Reuniões no final de cada período 100.0%

Dia de atendimento semanal 100.0%

Telefonemas aos pais 92.0%

Caderneta de aluno 76.0%

Cartas 68.0%

Actividades em que os pais participam em conjunto com os filhos 20.0%

Acções de sensibilização sobre diversos temas 4.0%

A totalidade dos inquiridos refere que as reuniões realizadas no final de cada

período e o dia de atendimento semanal, são estratégias utilizadas para os pais

participarem na vida escolar dos filhos.

Estratégias que têm tido uma maior eficácia

Estratégias que têm tido maior eficácia (n= 25)

Reuniões no final de cada período 56.0%

Telefonemas feitos aos pais 40.0%

Dia de atendimento semanal 36.0%

Cartas 32.0%

Caderneta de aluno 20.0%

Actividades em que os pais participam em conjunto com os filhos 16.0%

Mais de metade dos inquiridos refere que as reuniões no final de cada período é

a estratégia utilizada que apresenta uma maior eficácia.

Page 57: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Estratégias que poderiam ser implementadas

Estratégias que poderiam ser implementadas (n = 25)

Acções de sensibilização sobre diversos temas 24.0%

Actividades para os pais participarem com os filhos 20.0%

Organização de eventos que envolva toda a sociedade 8.0%

Justificação de faltas para os pais quando estes têm reuniões na escola 4.0%

Mais horas para os directores de turma falarem com os pais 4.0%

Reuniões intervalares 4.0%

Solicitações para os pais participarem nas decisões da turma 4.0%

Os professores referem mais frequentemente que as acções de sensibilização

sobre diversos temas, é uma das estratégias que poderia ser implementada.

Participação dos pais na educação

Participação dos pais na educação (n= 25)

São poucos os pais que participam 60.0%

A maior parte dos pais participa 40.0%

A maioria dos professores refere que são poucos os pais que participam na

educação dos filhos.

Os pais que participam

Os pais que participam (n= 25)

São interessados 84.0%

Os filhos não têm problemas de aprendizagem 76.0%

Têm tempo 36.0%

Os filhos têm problemas de saúde 32.0%

Os filhos têm problemas de aprendizagem 24.0%

Têm muitas habilitações literárias 24.0%

Têm poucas habilitações literár ias 20.0%

Page 58: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Os inquiridos referem, que os pais que participam são aqueles que são

interessados e que os filhos não têm problemas de aprendizagem.

Dúvidas colocadas pelos pais

Dúvidas colocadas pelos pais ( n= 25)

Problemas de aprendizagem 96.0%

Comportamento 96.0%

Saúde 16.0%

Assiduidade 8.0%

Como conversar com o jovem sobre a sexualidade 4.0%

Como conversar com o jovem sobre o consumo de substâncias 4.0%

Os professores referem que as dúvidas que os pais costumam colocar têm a ver

com os problemas de aprendizagem e comportamento.

Associação de pais

Associação de pais (n= 25)

Desconhece a existência 32.0%

Contacto com os outros pais 8.0%

Controlo / avaliação do cumprimento das leis 4.0%

Órgão de gestão 4.0%

Posição passiva 4.0%

A maioria dos sujeitos refere que desconhece a existência da associação de pais

na escola que lecciona.

Page 59: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Neste capítulo foram estudadas as associações existentes entre o QLP­A

(questionário das práticas parentais educativas aplicado aos jovens) e o PBI

(questionário sobre as práticas parentais educativas aplicado aos pais).

Para este estudo calculou­se o coeficiente de Correlação de Pearson.

QLP­A e PBI

De seguida apresentam­se os resultados quando o encarregado de educação é o

pai para a amostra total de jovens.

1 2 3 4 5 6 1 ­ QLP­A Pai carinho ­ 2 ­ QLP­A Pai autonomia .195 ­ 3 ­ QLP­A Pai Protecção ­.060 .144 ­ 4 ­ PBI Carinho .514* ­.018 ­.032 ­ 5 ­ PBI Autonomia .254 .201 ­.024 .487* ­ 6 ­ PBI Protecção .027 ­.189 ­.258 ­.065 ­.118 ­ * p<0.05

Verifica­se a existência de uma associação positiva moderada entre o carinho

que o pai dá e o carinho que o(a) jovem sente por parte do pai. Pode­se igualmente

constatar a existência de uma associação, igualmente moderada, entre a autonomia e o

carinho dados pelo pai., ou seja quanto maiores forem os índices de carinho dado pelo

pai maior será a autonomia dada pelo mesmo.

Page 60: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

De seguida, serão apresentados os resultados quando o encarregado de educação

é a mãe, para a amostra total de jovens.

1 2 3 4 5 6 1 ­ QLP­A Mãe carinho ­ 2 ­ QLP­A Mãe autonomia .326* ­ 3 ­ QLP­A Mãe Protecção ­.091 .103 ­ 4 ­ PBI Carinho .176 .035 ­.165 ­ 5 ­ PBI Autonomia ­.001 .123 ­.082 .487** ­ 6 ­ PBI Protecção ­.132 ­.466** ­.297* ­.065 ­.118 ­ * p<0.05

** p<0.01

Pode­se constatar a existência de uma associação positiva baixa entre o índice de

autonomia e carinho dados pela mãe (QLP­A) e uma associação positiva moderada

entre a autonomia e carinho que a mãe refere dar ao jovem (PBI). Quantos maiores são

os índices de carinho que o jovem sente por parte da mãe, maior é a autonomia sentida

pelo jovem, além disso, quantos maiores são os índices de carinho que a mãe refere dar

maior é a autonomia.

Verifica­se igualmente a existência de uma associação negativa baixa entre a

protecção que a mãe refere dar e a protecção sentida pelo jovem e uma associação

negativa moderada entre a protecção que a mãe refere dar e a autonomia que o jovem

sente por parte da mãe, ou seja quanto menores são os índices de protecção referidos

pela mãe maior é a protecção sentida pelo jovem e quanto maiores são os índices de

protecção referidos pela mãe menor é a autonomia sentida pelo jovem.

Page 61: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Este projecto tem como objectivos, descrever os comportamentos dos jovens, a

relação entre a escola e a família, bem como estudar as Práticas Parentais Educativas no

concelho do Montijo.

Os questionários foram recolhidos em três escolas do Montijo num total de 36

turmas, do 7º ao 12º ano de escolaridade, escolhidas aleatoriamente.

Foram inquiridos 812 alunos e seus encarregados de educação, tendo apenas

respondido 271 (33.4%) pais. Pelo facto de se pretender saber a relação existente entre

o questionário do jovem e do seu encarregado de educação, a amostra deste estudo, é

constituída por 271 jovens e seus encarregados de educação, bem como por 25

professores (dos 36 questionários distribuídos).

Cada questionário aplicado ao jovem tinha um código no cabeçalho, bem como

um envelope anexado para ser entregue pelo jovem ao encarregado de educação. Este

envelope continha uma breve explicação do estudo e um questionário, com o mesmo

código do questionário aplicado ao jovem, para o encarregado de educação preencher

para posteriormente ser entregue (pelo jovem ou encarregado de educação) ao director

de turma.

Os professores que aplicaram os questionários aos alunos, preenchiam também

um questionário dirigido aos professores.

Quem são os inquir idos da Aventura Social nas Famílias?

Os jovens são maioritariamente do género feminino (62.7%) e com 14 anos.

Relativamente aos encarregados de educação, a maioria é do sexo feminino. Em

relação ao nível de instrução a opção de resposta mais assinalada foi “até ao 6º ano”,

assim como o “nível 5” (baixo) para a profissão.

Como é o ambiente familiar?

A maioria dos jovens refere que passa o tempo que necessita com os pais e que o

carinho e afecto que os pais dão é o que necessitam. Verifica­se também que os rapazes

referem mais frequentemente que às vezes fazem coisas em conjunto com o pai,

Page 62: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

enquanto as raparigas referem mais frequentemente fazerem muitas vezes coisas em

conjunto com a mãe.

Verifica­se igualmente a existência de uma associação entre o carinho que o pai

diz dar e o carinho que o(a) jovem sente por parte do pai. Pode­se igualmente constatar

que quanto maior for o índice de carinho dado pelos pais maior será a autonomia dada

ao(à)jovem. Verifica­se, que quanto menores são os índices de protecção referidos pela

mãe maior é a protecção sentida pelo(a) jovem e quando a mãe refere que dá protecção,

menor é a autonomia sentida pelo(a) jovem.

Como é a par ticipação dos pais na educação dos filhos?

A maioria dos jovens refere que apenas algumas vezes o pai sabe a data dos seus

testes, sendo as raparigas que o referem mais frequentemente. Os jovens mais novos

referem que o pai poucas vezes sabe a data dos testes, enquanto os mais velhos referem

que o pai nunca sabe a data dos testes. A maioria dos jovens refere que a mãe sabe

sempre a data dos testes.

Os jovens referem que os pais sabem sempre as notas dos testes e os mais novos

referem mais frequentemente que a mãe sabe sempre a nota dos testes. A maioria dos

pais refere que sabe sempre as notas dos testes

A maioria dos sujeitos, diz que os pais sabem sempre as notas no final de cada

período, o que está de acordo com o que os pais referem.

Relativamente à ajuda do pai nas tarefas escolares, as raparigas respondem mais

frequentemente que o pai ajuda algumas vezes e os rapazes referem que o pai ajuda

poucas vezes. Os jovens de ambos os sexos com 14/15 anos dizem que o pai nunca

ajuda nas tarefas escolares. São os jovens mais novos que referem mais frequentemente

que a mãe algumas vezes ajuda nas tarefas escolares. Os pais referem mais

frequentemente que apenas algumas vezes ajudam nas tarefas escolares.

No que diz respeito à participação dos pais nas reuniões, a maioria dos jovens

refere que o pai nunca vai e que a mãe está sempre presente. Mais de metade dos pais

refere que vai sempre à reunião de pais.

Quando é questionado se os pais conversam sobre assuntos do seu interesse, a

maioria dos jovens refere que com a mãe isso sempre acontece e com o pai apenas

algumas vezes.

Page 63: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

A maioria dos pais refere que a sua participação na educação dos filhos é boa. Ter mais

tempo para passar com os filhos, surge como a opção mais assinalada, quando os pais

são questionados como é que as famílias podem participar mais na educação dos filhos.

Que regras existem nas famílias do Montijo?

Cerca de um terço dos jovens, refere que são os pais que impõem as regras,

outro terço refere que as regras e castigos são negociados. Os mais velhos referem mais

frequentemente que as regras são negociadas. Por seu lado, a maioria dos pais refere que

são eles que impõem as regras.

Relativamente às regras existentes em casa, as raparigas referem mais

frequentemente que têm de fazer a cama todos os dias. Pode­se igualmente constatar

que os mais novos têm de ser bem­educados, enquanto que os mais velhos referem não

ter estipulado a quantidade de dinheiro que podem gastar por dia e não têm horários

para ir dormir e jogar computador.

Os pais por seu lado, referem como muito importante o jovem ser bem­educado,

saber onde o jovem está e o jovem ter que estudar todos os dias.

Quando as regras não são cumpridas, a maioria dos jovens e pais refere que

dialogam sobre o facto.

Qual a relação existente entre os pais e a escola?

A maioria dos pais, refere que tem acesso à informação relativa ao desempenho

académico do jovem, através das reuniões no final de cada período através das

informações fornecidas pelo filho e pela caderneta do aluno.

Quando questionados sobre as funções da escola, a maioria dos pais referem que

a escola tem como funções, ensinar a matéria, respeitar os outros e tirar dúvidas sobre a

matéria.

Page 64: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Qual a opinião dos pr ofessores relativamente à par ticipação dos pais

na educação dos filhos?

A totalidade dos professores inquiridos refere que as reuniões de pais e o dia de

atendimento semanal, são estratégias utilizadas na escola que lecciona, sendo a reunião

de pais a estratégia que tem demonstrado maior eficácia. Na opinião dos professores,

acções de sensibilização sobre diversos temas, é uma das estratégias que poderia ser

implementada.

A maioria dos professores refere que são poucos os pais que participaram na

educação dos filhos e aqueles que participam são na maioria, pais interessados e que os

filhos não têm problemas de aprendizagem.

Os problemas de aprendizagem e no comportamento, são as dúvidas mais vezes

colocadas aos professores pelos pais. A maioria dos professores desconhece a existência

de associação de pais na escola que lecciona.

Que dúvidas é que os pais costumam ter sobre saúde, bem – estar e

educação?

A maioria dos pais refere que não costuma ter dúvidas, mas quando as tem

costuma colocá­las ao médico de família. Quando questionados sobre o modo como

gostariam de tirar as dúvidas, a maioria responde que gostaria que houvessem reuniões

nas escolas com pessoas especializadas.

O que consomem os jovens do Montijo?

A maioria dos jovens afirma já ter experimentado bebidas alcoólicas. As

raparigas e os jovens mais velhos de ambos os sexos são os que respondem mais

frequentemente. Os participantes referem que quando experimentaram pela primeira vez

bebidas alcoólicas tinham entre os 13 e 16 anos de idade.

Page 65: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Pode­se constatar que os jovens mais velhos referem mais frequentemente

consumir bebidas destiladas, enquanto que os jovens com 14, 15 anos consomem mais

cerveja.

Dos jovens que afirmam já ter consumido bebidas alcoólicas um terço refere

nunca ter consumido no último mês.

A maioria dos jovens refere nunca se ter embriagado e que os pais têm

conhecimento que o jovem consome bebidas alcoólicas.

Relativamente ao consumo de tabaco, a maioria dos inquiridos refere que não

experimentaram tabaco e são as raparigas e os jovens mais velhos de ambos os sexos

que referem mais vezes terem experimentado.

Dos jovens que fumam, a maioria diz que fuma uma vez por semana e que

consome 2 a 10 cigarros por semana e que os pais não têm conhecimento.

No que diz respeito ao consumo de drogas, a maioria dos jovens refere nunca ter

experimentado e os que referiram já ter experimentado a maioria refere que já consumiu

cannabis. A maioria dos jovens não consumiu drogas no último mês e quando consome

fá­lo em casa de amigos e na sua companhia. A totalidade dos jovens diz que os pais

não têm conhecimento que consome drogas.

A maior parte dos jovens refere que nenhum dos seus amigos consome drogas e

na sua opinião as pessoas consomem drogas para experimentar, esquecer os problemas e

porque os amigos também o fazem e não consomem porque não querem e têm medo de

apanhar doenças. Quando questionados sobre a facilidade de acesso de algumas

substâncias, a maioria refere que o tabaco e as bebidas alcoólicas são substâncias de

fácil acesso.

Os pais por seu lado, referem que o jovem ter más companhias, demonstrar

agressividade, faltar às aulas e pedir frequentemente dinheiro, são sinais evidentes de

consumo de substâncias.

O que fazem os jovens no seu tempo livr e?

A maioria dos jovens, refere que nos seus tempos livres costuma ouvir música,

conversar e estar com os amigos, ver televisão ou vídeo, jogar ás cartas, jogos de vídeo

e computador.

Page 66: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Em suma, na diferença entre géneros, podemos dizer que as raparigas, referem

mais frequentemente: fazer coisas em conjunto com a mãe, que algumas vezes o pai

sabe as notas dos testes, o pai ajuda algumas vezes nas tarefas escolares e que o pai

nunca fala de assunto do seu interesse. Relativamente às regras existentes em casa, as

raparigas referem mais frequentemente que têm que fazer a cama todos os dias. No que

diz respeito ao consumo de substâncias, as raparigas referem mais frequentemente já ter

experimentado bebidas alcoólicas e tabaco.

Os rapazes por seu lado, referem mais frequentemente, que fazem coisas em

conjunto com o pai.

Na diferença de idades, os mais novos referem mais frequentemente, que poucas

vezes o pai sabe a data dos testes, que a mãe sabe sempre a nota dos testes e que a mãe

algumas vezes ajuda nas tarefas escolares. Os mais novos referem também que têm de

ser bem – educados. Relativamente ao consumo de álcool, os mais novos consomem

mais cerveja.

Os mais velhos por seu lado, referem mais frequentemente que o pai nunca sabe a

data dos testes e que o pai nunca ajuda nas tarefas escolares. Referem também que as

regras são negociadas, e que não têm estipulado a quantidade de dinheiro que podem

gastar diariamente e não têm horários para ir dormir e jogar computador. Os mais

velhos referem mais frequentemente já ter experimentado bebidas alcoólicas e consumir

mais bebidas destiladas, bem como experimentar tabaco.

Torna­se importante referir que a maioria dos pais refere que a sua participação na

educação dos filhos é boa e quando têm dúvidas sobre saúde, bem­estar e educação, os

pais colocam­nas ao médico de família.

Relativamente aos professores, a maioria refere que são poucos os pais que

participam na educação dos filhos.

Page 67: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Os perfis traçados anteriormente deverão ser a base para a elaboração de medidas

que facilitem e promovam a saúde dos jovens do Montijo, bem como uma maior

participação dos pais na educação dos filhos. Torna­se por isso importante, a

participação de todos os agentes educativos.

Recolheram­se as informações e transformaram­se em conhecimentos.

O desafio é agora:

COMO (e para quando) TRANSFORMAR ENTES CONHECIMENTOS

EM PRÁTICAS PROMOTORAS DE SAÚDE?

Page 68: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Allen, J., Kuperminc, G., & Moore, C. (1997). Developmental approaches to

understanding adolescent deviance. Developmental psychopathology: Perspectives on risk and disorder. Cambridge: Cambridge: University Press.

Ardelt, M., & Day, L. (2002). Parents, siblings, and peers: close social relationships and

adolescent desviance. Journal of Early Adolescence, 22 (3), 310­349. Aarons, G., Brown, S., Coe, M., Myers, M., Garland, A., Ezzet­Lofstram, R., Hazen,

A., & Hough, R. (1999). Adolescent alcohol and drug abuse and health. Journal of

Adolescent Health, 24(6), 412­421. Baptista, A. (2000). Perturbações do medo e da ansiedade: uma perspectiva evolutiva e

desenvolvimental. In Soares, I. (Ed) Psicopatologia do desenvolvimento: Trajectórias (in) Adaptativas ao longo da vida.Lisboa: Quarteto Editora.

Branje, S., Van Aken, M., & Van Lieshout, C. (2002). Relational support in families

with adolescents. Journal of Family Psychology, 16 (3), 351­362. Carvalho, J. (1990). Comportamentos desviantes. In B.P. Campos (Ed). Psicologia do

Desenvolvimento e Educação de Jovens 214­249. Lisboa: Universidade Aberta.

Charlton, A. (1989). Anti­ smoking and young people. Modus, 7, 175­177. Charlton, A., Melia, P., & Moyer, C. (1990). A manual on tobacco and young people

for the industrialized world. Geneva: International Union Against Cancer. Collins, W. (1990). Parent­child relationships in the transition to adolescence:

continuity and change in interaction, affect, and cognition. In Montemayor,R.,

Adams, G., & Gullotta, T. (Eds), From childhood to adolescence: a transitional period?Advances in adolescent development (Vol.2, pp.85­106). Newbury Park, Ca:Sage.

DiClemente, R., Hansen., W., & Ponton, L. (Eds.). (1996). Handbook of adolescent

health risk behavior.New York:Plenum Press. Dornbusch, S. M., Ritter, P.L., Leiderman, P. H., Roberts, D. F., & Fraleigh, M. (1987).

The relation of parenting style to adolescent school performance. Child Development, 58, 1244­1257.

DuRant, R., Smith, J., Kreiter, S., & Kronwchuck, D. (1999). The relationship between

early age of onset of initial substance use and engaging in multiple health risk

Page 69: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

behaviours among young adolescents. Archives of Pedriatics & Adolescent Medicine, 153, 286­291.

Feldman, L., Harvey, B., Holowaty., P., & Shortt, L. (1999). Alcohol use beliefs and

behaviours among high school students. Journal of Adolescent Health, 24 (1), 48­ 58.

Field, T., Diego, M., &Sanders, C. (2002). Adolescents’ parents and peer relationship.

Adolescence, 37 (145), 121­129. Forster, J., & Wolfson, M. (1998). Youth access to tobacco: Policies and politics.

Retirado em 20 de Janeiro de 2000 da World wide Web: psych.annualreviews.org.

Fórum Mundial de Braga Portugal. (1998). Youth Action P1. Adopted at the 1998

World Youth Fórum. Retirado em 20 de Dezembro de 2002 da World Wide

Web: www.unfpa.org/adolescents/page04.htm.

Gabhainn, S., & François, Y. (2000). Substance use. In C. Currie, K. Hurrelmann, W.

Sttertobulte, R. Smith, & J.Todd (Eds). Health and Health Behaviour among

Young People. HEPCA series: World Health Organization.

Harrel, J., Bangdiwala, S., Deng, S., Webb, J., & Bradley, C. (1998). Smoking initiation

in youth­ the roles of gender. Journal of Adolescent Health, 23 (5), 271­279. Hernan­Garcia, M., Ramos­Monserrat, M. & Fernandez­Azuria, A. (2001). Review of

Publishe works on Spanish youth health promotion. Revista Espanola Salud Publica, 75 (6), 491­503.

Iwasaki, Y., Zuzanek, J., & Mannel, R. (2001). The effects of ohysically active leisure

on stress­health relationships.Canadian Journal Public Health, 92 (3), 214­218.

Kennedy, C., Strzempko, F., Danford, C., & Kools, S. (2002). Children´s perceptions of

TV and health behaviour effects. Journal Nursing Scholarship, 34 (3), 289­294. King, A. (1998). Adolescent exposure to cigarette advertising in relation to youth

readership. Journal of the American Medical Association, 279., 516­520.

Lima, L. (1999). A prevenção do tabagismo na adolescência. In L. Sardinha, M. Matos.

& I. Loureiro (Eds). Promoção da saúde: modelos e práticas de intervenção nos âmbitos da actividade física, nutrição e tabagismo. (pp.123­161). Lisboa: Edições FMH.

Linares, M., Pelegrina, S., & Lendínez, J. (2002). Los estilos educativos de los padres y

la competencia psicosocial de los adolescents. Anuário de Psicologia. 33 (1), 79­94.

Matos, M. (1998). Comunicação e gestão de conflitos na escola. Lisboa: FMH­UTL.

Page 70: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

Mounts, N. (2002). Parental management of adolescent peer relationships in context:

the role of parenting style. Journal of Family Psychology, 16 (1), 58­89.

Muza, G., & Costa, M. (2002). Tools for planning a project to promote adolescent

health and development: the adolescent´s perspective. Cadernos Saúde Pública, 18 (1), 321­328.

Ogden, J. (1999). Psicologia da Saúde. Lisboa: Climepsi Editores.

Pierce, J. (1998). Tobacco industry promotion on cigarettes and adolescent smoking. Journal of the American Medical Association, 279, 511­515

Repinski, D., & Shonk, S. (2002). Mothers’ and fathers’ behaviour, adolescents’ self

representations, and adolescent’s adjustment: a mediational model. Journal of

Early Adolescence, 22 (4), 357­383. Sieving, R., Perry, C., & Williams, C. (2000). Do friendships change behaviours, or do

behaviours change friendships? Examining paths of influence in young

adolescents’alcohol use. Journal of Adolescent Health, 26(1), 27­35.

Sjolie, A., & Thuen, F. (2002). School journeys and leisure activities in rural and urban

adolescents in Norway. Health Promotion International, 17 (1), 21­30. Smith, C., Nutbeam, D., Moore, L., Roberts, C., & Catford, J. (1994). Current changes

in smoking attitudes and behaviours among adolescents in Wales, 1986­1992.

Journal of Public Health Medicine, 16 (2), 165­171. Soucy, N., & Larose, S. (2000). Attachment and control in family and mentoring

contexts as determinants of adolescent adjustment to college. Journal of Family Psychology, 14 (1). 125­143.

Steinberg, L (1990). Autonomy, conflict, and harmony in the family relationship. The developing Adolescent. Cambridge : Harvard University Press.

Steinberg, L., Mouts, N., Lamborn, S., & Dornbusch, S. (1991). Authoritative parenting

and adolescent adjustment across varied ecological niches. Journal of Research on

Adolescence, 1 (1), 19­36. Strasburger, V., & Donnerstein, E. (2000). Children, adolescents, and the media in the

21 st century. Adolescent Medicine, 11 (1), 51­68. Van Well, F., Bogt, T., & Raaijmakers, Q. (2002). Changes in the parental bond and the

well­being of adolescents and young adults. Adolescence, 37 (146), 317­333.

Waldron, I. (1988). Gender and health­related behaviour. In D. S. Gochman (Ed.). Health behaviour: emerging research perspectives (pp. 193­208). New York: Plenum Press.

Page 71: Inês Camacho Margarida Gaspar de Matos & Equipa do ... · O processo básico do desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis

White, P. (1988). Smoke­free Europe. Copenhagen : World Health Organization.

World Health Organization. (1978). Les soins de santé primaires­ Alma­Ata (URSS).

Conférence internationale sur les soins de santé primaires. Genève.

World Health Organization. (1986).Young people’s health – challenge for society : report of a WHO study group on young people and “ Health for all by the year

2000” . Geneva: WHO.

World Health Organization. (1993). The health of young people: a challenge and a promise. Geneva: WHO.