Inf0512

  • Upload
    zcicero

  • View
    218

  • Download
    1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

abc

Citation preview

Informativo N: 0512Perodo: 20 de fevereiro de 2013.As notas aqui divulgadas foram colhidas nas sesses de julgamento e elaboradas pela Secretaria de Jurisprudncia, no consistindo em repositrios oficiais da jurisprudncia deste Tribunal.Corte EspecialDIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGNCIA. CABIMENTO. ACRDO PARADIGMA. RECURSO ORDINRIO EM MS.So inadmissveis embargos de divergncia na hiptese em que o julgado paradigma invocado tenha sido proferido em sede de recurso ordinrio em mandado de segurana. Precedentes citados: AgRg nos EREsp 998.249-RS, DJe 21/9/2012; AgRg nos EAREsp 74.447-MG, DJe 8/8/2012, e AgRg nos EREsp 1.065.225-RJ, DJe 29/6/2012. AgRg nos EREsp 1.182.126-PE, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 17/12/2012. Primeira SeoDIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSO INDENIZATRIA CONTRA A FAZENDA PBLICA. PRAZO QUINQUENAL DO DEC. N. 20.910/1932. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). Aplica-se o prazo prescricional quinquenal previsto no art. 1 do Dec. n. 20.910/1932 s aes indenizatrias ajuizadas contra a Fazenda Pblica, e no o prazo prescricional trienal previsto no art. 206, 3, V, do CC/2002. O art. 1 do Dec. n. 20.910/1932 estabelece que as dvidas passivas da Unio, dos Estados e dos Municpios, bem assim todo e qualquer direito ou ao contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. Por sua vez, o art. 206, 3, V, do CC/2002 dispe que prescreve em trs anos a pretenso de reparao civil. Ocorre que, no que tange s pretenses formuladas contra a Fazenda Pblica, deve-se aplicar o prazo prescricional do Dec. n. 20.910/1932 por ser norma especial em relao ao CC, no revogada por ele. Nesse aspecto, vale ressaltar que os dispositivos do CC/2002, por regularem questes de natureza eminentemente de direito privado, nas ocasies em que abordam temas de direito pblico, so expressos ao afirmarem a aplicao do Cdigo s pessoas jurdicas de direito pblico, aos bens pblicos e Fazenda Pblica. No caso do art. 206, 3, V, do CC/2002, em nenhum momento foi indicada a sua aplicao Fazenda Pblica. Certamente, no h falar em eventual omisso legislativa, pois o art. 178, 10, V, do CC/1916 estabelecia o prazo prescricional de cinco anos para as aes contra a Fazenda Pblica, o que no foi repetido no atual cdigo, tampouco foi substitudo por outra norma infraconstitucional. Por outro lado, o art. 10 do referido decreto trouxe hiptese em que o prazo quinquenal no seria aplicvel, qual seja, a existncia de prazos prescricionais reduzidos constantes de leis e regulamentos j em vigor quando de sua edio. Esse dispositivo deve ser interpretado pelos critrios histrico e hermenutico e, por isso mesmo, no fundamenta a afirmao de que o prazo prescricional nas aes indenizatrias contra a Fazenda Pblica teria sido reduzido pelo CC/2002. Ademais, vale consignar que o prazo quinquenal foi reafirmado no art. 2 do Dec.-lei n. 4.597/1942 e no art. 1-C da Lei n. 9.494/1997, includo pela MP n. 2.180-35, de 2001. Precedentes citados: AgRg no AREsp 69.696-SE, DJe 21/8/2012, e AgRg nos EREsp 1.200.764-AC, DJe 6/6/2012. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012. Segunda Seo DIREITO CIVIL. DOAO. CONSIDERAO DO PATRIMNIO EXISTENTE NA DATA DA DOAO PARA A AFERIO DE NULIDADE QUANTO DISPOSIO DE PARCELA PATRIMONIAL INDISPONVEL.Para aferir a eventual existncia de nulidade em doao pela disposio patrimonial efetuada acima da parte de que o doador poderia dispor em testamento, a teor do art. 1.176 do CC/1916, deve-se considerar o patrimnio existente no momento da liberalidade, isto , na data da doao, e no o patrimnio estimado no momento da abertura da sucesso do doador. O art. 1.176 do CC/1916 correspondente ao art. 549 do CC/2002 no probe a doao de bens, apenas a limita metade disponvel. Embora esse sistema legal possa resultar menos favorvel para os herdeiros necessrios, atende melhor aos interesses da sociedade, pois no deixa inseguras as relaes jurdicas, dependentes de um acontecimento futuro e incerto, como o eventual empobrecimento do doador. O que o legislador do Cdigo Civil quis, afastando-se de outras legislaes estrangeiras, foi dar segurana ao sistema jurdico, garantindo a irrevogabilidade dos atos jurdicos praticados ao tempo em que a lei assim permitia. AR 3.493-PE, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 12/12/2012. Primeira TurmaDIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PBLICO FEDERAL. LIMITAO DO REAJUSTE DE 3,17%. REESTRUTURAO DA CARREIRA. AUDITORES FISCAIS DA PREVIDNCIA SOCIAL.No devido o pagamento do reajuste de 3,17% estendido aos servidores pblicos federais do Poder Executivo pela MP n. 2.225-45/2001 aos auditores fiscais da Previdncia Social nomeados aps a estruturao da respectiva carreira, a qual se deu com a edio da MP n. 1.915-1/1999, convertida na Lei n. 10.593/2002. O reajuste de 3,17% foi estendido aos servidores pblicos federais do Poder Executivo pela MP n. 2.225-45/2001, tendo como limites, conforme os arts. 8, 9 e 10 da referida norma, o ms de janeiro de 1995 e a data da reestruturao da carreira dos servidores. A MP n. 1.915-1/1999, com suas reedies, organizou e estruturou a carreira dos auditores fiscais da Previdncia Social, tendo o percentual de 3,17 sido absorvido em suas remuneraes. Assim, a MP n. 1.915-1/1999, convertida na Lei n. 10.593/2002, constitui termo para pagamento do resduo de 3,17% aos auditores fiscais da Previdncia Social, conforme o art. 10 da MP n. 2.225/2001. Precedente citado: AgRg no REsp 1.086.435-PR, DJ 31/8/2009. AgRg no Ag 1.428.564-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 4/12/2012. DIREITO PREVIDENCIRIO. AUXLIO-ACIDENTE. AGRAVAMENTO DA LESO INCAPACITANTE. APLICAO DO PRINCPIO TEMPUS REGIT ACTUM.Deve ser considerado, para fins de auxlio-acidente, o percentual estabelecido pela lei vigente no momento em que se d o agravamento das leses incapacitantes do beneficirio, e no o do momento em que o benefcio foi concedido inicialmente. O agravamento da leso incapacitante tem como consequncia a alterao do auxlio-acidente, sendo considerado um novo fato gerador para a concesso do benefcio. Dessa forma, o agravamento da leso gera a concesso de um novo benefcio, devendo-se aplicar a lei em vigor na data do fato agravador, por incidncia do princpio tempus regit actum. AgRg no REsp 1.304.317-SP, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 4/12/2012. DIREITO PREVIDENCIRIO. IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAO DE PENSO PREVIDENCIRIA DE EX-COMBATENTE COM A PENSO ESPECIAL PREVISTA NO ART. 53 DO ADCT. MESMO FATO GERADOR.No possvel a cumulao de penso previdenciria de ex-combatente com a penso especial prevista no art. 53 da ADCT, se possurem o mesmo fato gerador. Caso a penso especial e o benefcio previdencirio tenham o mesmo fato gerador, qual seja, a condio de ex-combatente do de cujos, restar impossibilitada a cumulao, conforme preceitua o art. 53, II, do ADCT. Perceber outra aposentadoria/penso instituda para beneficiar o ex-combatente que no recebe nenhum rendimento dos cofres pblicos , de forma direta e frontal, colidir com o obstculo que o legislador constitucional instituiu no inc. II do art. 53 do ADCT. Precedentes citados: AgRg no REsp. 868.439-RJ, DJe 22/11/2010, e AgRg no AgRg no REsp 1.076.853-RN, DJe 2/8/2010. AgRg no REsp 1.314.687-PE, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho, julgado em 27/11/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE DO SINDICATO. PROTESTO INTERRUPTIVO DA PRESCRIO DA PRETENSO EXECUTIVA.O sindicato tem legitimidade para ajuizar protesto interruptivo do prazo prescricional da ao executiva de sentena proferida em ao coletiva na qual foram reconhecidos direitos da respectiva categoria. Os sindicatos, de acordo com o art. 8, III, da CF, possuem ampla legitimidade para defender em juzo os direitos da categoria tanto nas aes ordinrias quanto nas coletivas, pois agem na qualidade de substitutos processuais, sendo dispensvel, para tanto, a autorizao expressa dos substitudos. Essa legitimidade abrange, tambm, as fases de liquidao e execuo de ttulo judicial, portanto no h falar em ilegitimidade do sindicato para interpor protesto interruptivo do prazo prescricional da ao executiva. Precedente citado do STF: RE 214.668-ES, DJ 23/8/2007, e do STJ: AgRg no AREsp 33.861-RS, DJe 23/5/2012. AgRg no Ag 1.399.632-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 4/12/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. NOMEAO DE BENS PENHORA. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAO DE COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO A DINHEIRO EM APLICAO FINANCEIRA.No possvel equiparar, para os fins do art. 655, I, do CPC, as cotas de fundos de investimento a dinheiro em aplicao financeira quando do oferecimento de bens penhora. Embora os fundos de investimento sejam uma espcie de aplicao financeira, eles no se confundem com a expresso dinheiro em aplicao financeira. Ao se proceder penhora de dinheiro em aplicao financeira, a constrio processual atinge numerrio certo e lquido que fica bloqueado ou depositado disposio do juzo da execuo fiscal. Por sua vez, o valor financeiro referente a cotas de fundo de investimento no certo e pode no ser lquido, a depender de fatos futuros imprevisveis para as partes e juzos. Dessa forma, quando do oferecimento de bens penhora, deve-se respeitar a ordem de preferncia prevista na legislao. Precedentes citados: AgRg no AREsp 66.122-PR, DJe 15/10/2012, e AgRg no AREsp 205.217-MG, DJe 4/9/2012. REsp 1.346.362-RS, Rel. Min. Benedito Gonalves, julgado 4/12/2012. Segunda Turma DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSOS. CABIMENTO DE AGRAVO REGIMENTAL EM FACE DE DECISO QUE NEGA SEGUIMENTO A RESP COM BASE NO ART. 543-C, 7, I, do CPC. cabvel agravo regimental, a ser processado no Tribunal de origem, destinado a impugnar deciso monocrtica que nega seguimento a recurso especial com fundamento no art. 543-C, 7, I, do CPC. O referido dispositivo legal prev que os recursos especiais sobrestados no Tribunal de origem conforme o rito dos recursos repetitivos tero seguimento negado na hiptese de o acrdo recorrido coincidir com a orientao do STJ. Dessa deciso denegatria pode a parte interpor agravo regimental, que ser processado e julgado no Tribunal a quo. Ademais, o STJ entende que no cabvel agravo de instrumento da referida deciso. Precedentes citados: QO no Ag 1.154.599-SP, DJe 12/5/2011, e Rcl 5.246-RS, DJe 2/8/2011. RMS 35.441-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2012.DIREITO PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANA. ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE COATORA. AGENTE DE RETENO DE TRIBUTOS.No tem legitimidade o Procurador-Geral de Justia do MPDFT para figurar no polo passivo de MS impetrado por procuradora de justia do respectivo rgo com o intuito de obter a declarao da ilegalidade da incidncia de imposto de renda e de contribuio social no pagamento de parcelas referentes converso em pecnia de licena-prmio no usufruda. Para fins de mandado de segurana, autoridade coatora aquela que pratica, ordena ou omite a prtica do ato impugnado e tem o dever funcional de responder pelo seu fiel cumprimento, alm de dispor da competncia para corrigir eventual ilegalidade. No caso, os referidos tributos so institudos pela Unio, e no pertence ao DF o produto da arrecadao do IRPF e da contribuio para o Plano de Seguridade Social do Servidor incidente sobre os rendimentos pagos pela Unio aos membros do MPDFT, conforme estabelecido nos arts. 21, XIII, 40, 149, 153 e 157 da CF. O Procurador-Geral de Justia do MPDFT, ao determinar o desconto relativo ao imposto de renda e contribuio social no pagamento de parcelas referentes converso em pecnia de licena-prmio, atua como mero responsvel tributrio pela reteno dos tributos sobre os rendimentos pagos pela Unio; no detm, portanto, legitimidade para figurar no polo passivo do respectivo mandado de segurana. O delegado da Receita Federal do Brasil no Distrito Federal seria o legitimado para figurar no polo passivo do presente writ, conforme o disposto no art. 243 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria do Ministrio da Fazenda n. 95/2007. Precedentes citados: AgRg no Ag 1.425.805-DF, DJe 8/8/2012, e AgRg no REsp 1.134.972-SP, DJe 31/5/2010. AgRg no AREsp 242.466-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012. DIREITO TRIBUTRIO. REPETIO DO INDBITO. INCONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIO RECOLHIDA. cabvel a repetio do indbito tributrio no caso de pagamento de contribuio para custeio de sade considerada inconstitucional em controle concentrado, independentemente de os contribuintes terem usufrudo do servio de sade prestado pelo Estado. A declarao de inconstitucionalidade de lei que instituiu contribuio previdenciria suficiente para justificar a repetio dos valores indevidamente recolhidos. Alm do mais, o fato de os contribuintes terem usufrudo do servio de sade prestado pelo Estado no retira a natureza indevida da exao cobrada. O nico pressuposto para a repetio do indbito a cobrana indevida de tributo, conforme dispe o art. 165 do CTN. Precedente citado: AgRg no REsp 1.206.761-MG, DJe 2/5/2011. AgRg no AREsp 242.466-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012. Terceira TurmaDIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRNSITO COM VTIMAS. PERDA PERMANENTE DA CAPACIDADE LABORAL. PENSO VITALCIA. vitalcia a penso fixada em ao indenizatria por danos causados em acidente automobilstico, na hiptese de perda permanente da capacidade laboral da vtima. O magistrado, ao estipular a periodicidade da penso na ao indenizatria, leva em conta a durao temporal da incapacidade da vtima, considerando o momento de consolidao de suas leses, as quais podem ser temporrias ou permanentes. A penso correspondente incapacidade permanente vitalcia conforme previsto no art. 950 do CC. Assim, no caso de a penso ser devida prpria vtima do acidente, no h falar em limitao do pensionamento at a idade provvel de sobrevida da vtima, como ocorre nos casos de fixao de penso em razo de homicdio (art. 948, II, do CC); pois, mesmo aps atingir essa idade limite, continuar o ofendido necessitando da penso, talvez at de forma mais rigorosa, em funo da velhice e do incremento das despesas com sade. Precedentes citados: REsp 130.206-PR, DJ 15/12/1997, e REsp 280.391-RJ, DJ 27/9/2004. REsp 1.278.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PRODUO DE PROVA DO ESTADO DE NECESSIDADE. No caracteriza cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide em ao indenizatria, na hiptese de indeferimento, em audincia, do pedido da defesa de produo de provada alegao de estado de necessidade. O ato praticado em estado de necessidade, embora seja lcito, no afasta do respectivo autor o dever de indenizar o dono da coisa atingida ou a pessoa lesada pelo evento danoso, quando estes no incorrerem em culpa na criao da situao de perigo (art. 929 do CC). Assim, o indeferimento da prova pretendida pelo autor da conduta danosa no configura cerceamento de defesa, pois a comprovao do estado de necessidade em audincia no alteraria a concluso do processo no sentido de ser devida a indenizao pelos prejuzos causados, independentemente de caracterizada a excludente de ilicitude. De toda forma, persistiria a obrigao do autor do dano de indenizar. A comprovao do estado de necessidade seria relevante apenas para efeito de ao de regresso contra aquele que criou a situao de perigo (art. 930 do CC), o que no foi veiculado neste processo. REsp 1.278.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012. DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ASSALTO DE CORRENTISTA EM VIA PBLICA APS O SAQUE.A instituio financeira no pode ser responsabilizada por assalto sofrido por sua correntista em via pblica, isto , fora das dependncias de sua agncia bancria, aps a retirada, na agncia, de valores em espcie, sem que tenha havido qualquer falha determinante para a ocorrncia do sinistro no sistema de segurana da instituio. O STJ tem reconhecido amplamente a responsabilidade objetiva dos bancos pelos assaltos ocorridos no interior de suas agncias, em razo do risco inerente atividade bancria. Alm disso, j se reconheceu, tambm, a responsabilidade da instituio financeira por assalto acontecido nas dependncias de estacionamento oferecido aos seus clientes exatamente com o escopo de mais segurana. No h, contudo, como responsabilizar a instituio financeira na hiptese em que o assalto tenha ocorrido fora das dependncias da agncia bancria, em via pblica, sem que tenha havido qualquer falha na segurana interna da agncia bancria que propiciasse a atuao dos criminosos aps a efetivao do saque, tendo em vista a inexistncia de vcio na prestao de servios por parte da instituio financeira. Alm do mais, se o ilcito ocorre em via pblica, do Estado, e no da instituio financeira, o dever de garantir a segurana dos cidados e de evitar a atuao dos criminosos. Precedente citado: REsp 402.870-SP, DJ 14/2/2005. REsp 1.284.962-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/12/2012. DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. RECUPERAO JUDICIAL. TRANSFERNCIA DE VALORES LEVANTADOS EM CUMPRIMENTO DE PLANO HOMOLOGADO PARA A GARANTIA DE JUZO DE EXECUO FISCAL EM TRMITE SIMULTNEO.As verbas previstas em plano de recuperao judicial aprovado e essenciais ao seu cumprimento no podem ser transferidas a juzo executivo com o intuito de garantir o juzo de execuo fiscal ajuizada em face da empresa em crise econmico-financeira, ainda que a inexistncia de garantia do juzo da execuo gere a suspenso do executivo fiscal. O princpio da preservao da empresa foi alado como paradigma a ser promovido em nome do interesse pblico e coletivo, e no com esteio em meros interesses privados circunstancialmente envolvidos, uma vez que a empresa, na qualidade de importante instrumento de organizao produtiva, encerra em si um feixe de mltiplos interesses, entre os quais se destacam os interesses dos scios (majoritrios e minoritrios), dos credores, dos parceiros e fornecedores, dos empregados, dos consumidores e da comunidade (ante a gerao de impostos, criao de postos de trabalho e movimentao do mercado). Dessa forma, embora o deferimento do processamento da recuperao judicial ou a homologao do plano aprovado no tenham, por si s, o condo de suspender as execues fiscais ajuizadas contra a empresa em crise econmico-financeira, so vedados os atos judiciais que inviabilizem a recuperao judicial da empresa, ainda que indiretamente resultem efetiva suspenso do procedimento executivo fiscal, no pelo mero deferimento do processamento da recuperao ou pela simples homologao do plano, mas por ausncia de garantia do juzo executivo. Por consequncia, os valores previstos em plano de recuperao judicial aprovado e essenciais ao seu cumprimento no podem ser transferidos a juzo executivo com o intuito de garantir o juzo de execuo fiscal, na medida em que representam atos judiciais que inviabilizam a recuperao judicial da empresa. O interesse no prosseguimento da execuo fiscal que no fora oportunamente garantida no pode se sobrepor de tal maneira a fazer sucumbir o interesse pblico da coletividade na manuteno da empresa tida ainda por economicamente vivel. REsp 1.166.600-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012. DIREITO EMPRESARIAL. LEI RENATO FERRARI. PAGAMENTO ANTECIPADO AO FATURAMENTO. O distribuidor no poder exigir da concessionria de veculos automotores o pagamento antecipado do preo das mercadorias por ele fornecidas se no houver a referida previso no contrato, hiptese em que o pagamento somente poder ser exigido aps o faturamento do respectivo pedido, e, apenas se no realizado o pagamento, poder ser oposta a exceo de contrato no cumprido. A Lei Renato Ferrari (Lei n. 6.729/1979) estabelece, de forma genrica, os direitos e obrigaes do concedente e do concessionrio, dispondo, em seu art. 11, que o pagamento do preo das mercadorias fornecidas pelo concedente no poder ser exigido, no todo ou em parte, antes do faturamento, salvo ajuste diverso entre o concedente e sua rede de distribuio. As Convenes da Categoria Econmica dos Produtores e da Categoria Econmica dos Distribuidores de Veculos Automotores foram firmadas como fontes supletivas de direitos e obrigaes para disciplinar as relaes desse ramo econmico. Tais convenes no determinam que o pagamento do preo seja efetuado antes do faturamento do pedido de mercadoria. Portanto, somente ocorrendo o descumprimento da obrigao de uma das partes, pode a outra deixar de cumprir sua parcela na obrigao, conforme art. 476 do CC (exceo de contrato no cumprido), porque, em tese, poder no receber o que lhe seria devido. Assim, a concessionria s pode ser penalizada se deixar de cumprir sua obrigao de pagar vista e aps o faturamento. Precedente citado: REsp 981.750-MG, DJe 23/4/2010. REsp 1.345.653-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bas Cueva, julgado em 4/12/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMPENHORABILIDADE DE VERBAS PBLICAS RECEBIDAS POR PARTICULARES E DESTINADAS COMPULSORIAMENTE SADE.So absolutamente impenhorveis as verbas pblicas recebidas por entes privados para aplicao compulsria em sade. A Lei n. 11.382/2006 inseriu no art. 649, IX, do CPC a previso de impenhorabilidade absoluta dos recursos pblicos recebidos por instituies privadas para aplicao compulsria em educao, sade, ou assistncia social. Essa restrio responsabilidade patrimonial do devedor justifica-se em razo da prevalncia do interesse coletivo em relao ao interesse particular e visa garantir a efetiva aplicao dos recursos pblicos nas atividades elencadas, afastando a possibilidade de sua destinao para a satisfao de execues individuais promovidas por particulares. REsp 1.324.276-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012. Quarta Turma DIREITO CIVIL. SEGURO DE VIDA. OMISSO DE DOENA PREEXISTENTE. A doena preexistente no informada no momento da contratao do seguro de vida no exime a seguradora de honrar sua obrigao se o bito decorrer de causa diversa da doena omitida. Ainda que o segurado omita doena existente antes da assinatura do contrato e mesmo que tal doena tenha contribudo indiretamente para a morte, enseja enriquecimento ilcito permitir que a seguradora celebre o contrato sem a cautela de exigir exame mdico, receba os pagamentos mensais e, aps a ocorrncia de sinistro sem relao direta com o mal preexistente, negue a cobertura. REsp 765.471-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgamento em 6/12/2012. DIREITO CIVIL. RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE BIOLGICA REQUERIDA PELO FILHO. ADOO BRASILEIRA. possvel o reconhecimento da paternidade biolgica e a anulao do registro de nascimento na hiptese em que pleiteados pelo filho adotado conforme prtica conhecida como adoo brasileira. A paternidade biolgica traz em si responsabilidades que lhe so intrnsecas e que, somente em situaes excepcionais, previstas em lei, podem ser afastadas. O direito da pessoa ao reconhecimento de sua ancestralidade e origem gentica insere-se nos atributos da prpria personalidade. A prtica conhecida como adoo brasileira, ao contrrio da adoo legal, no tem a aptido de romper os vnculos civis entre o filho e os pais biolgicos, que devem ser restabelecidos sempre que o filho manifestar o seu desejo de desfazer o liame jurdico advindo do registro ilegalmente levado a efeito, restaurando-se, por conseguinte, todos os consectrios legais da paternidade biolgica, como os registrais, os patrimoniais e os hereditrios. Dessa forma, a filiao socioafetiva desenvolvida com os pais registrais no afasta os direitos do filho resultantes da filiao biolgica, no podendo, nesse sentido, haver equiparao entre a adoo brasileira e a adoo regular. Ademais, embora a adoo brasileira, muitas vezes, no denote torpeza de quem a pratica, pode ela ser instrumental de diversos ilcitos, como os relacionados ao trfico internacional de crianas, alm de poder no refletir o melhor interesse do menor. Precedente citado: REsp 833.712-RS, DJ 4/6/2007. REsp 1.167.993-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 18/12/2012. DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. CANCELAMENTO DE PROTESTO DE TTULO PAGO A POSTERIORI. NUS DO DEVEDOR.Legitimamente protestado o ttulo de crdito, cabe ao devedor que paga posteriormente a dvida, e no ao credor, o nus de providenciar a baixa do protesto em cartrio, sendo irrelevante tratar-se de relao de consumo, no havendo que falar em dano moral pela manuteno do apontamento. O pagamento da dvida de ttulo de crdito legitimamente protestado no retira do devedor o nus de proceder ao cancelamento do registro no cartrio competente, independentemente de se tratar de relao de consumo. O art. 26 da Lei n. 9.492/1997 Lei de Protestos dispe que qualquer interessado, mediante apresentao do documento protestado, pode solicitar o cancelamento do registro do protesto no tabelionato de protesto de ttulos. Entretanto, o STJ tem entendido que o maior interessado no cancelamento do referido registro o devedor, sendo, portanto, encargo dele. Vale ressaltar que se tem conferido tratamento diferenciado aos casos de inscrio em bancos de dados restritivos de crdito, ocasio em que o nus da baixa da indicao do nome do consumidor do credor em virtude do que dispe o cdigo consumerista (arts. 43, 3, e 73). Precedentes citados: REsp 1.195.668-RS, DJe 17/10/2012, e REsp 880.199-SP, DJ 12/11/2007. REsp 959.114-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 18/12/2012. DIREITO CIVIL. REGISTRO CIVIL. RETIFICAO PARA O NOME DE SOLTERIA DA GENITORA. possvel a alterao no registro de nascimento para dele constar o nome de solteira da genitora, excluindo o patronmico do ex-padrasto. O nome civil reconhecidamente um direito da personalidade, porquanto o signo individualizador da pessoa natural na sociedade, conforme preconiza o art. 16 do CC. O registro pblico da pessoa natural no um fim em si mesmo, mas uma forma de proteger o direito identificao da pessoa pelo nome e filiao, ou seja, o direito identidade causa do direito ao registro. O princpio da verdade real norteia o registro pblico e tem por finalidade a segurana jurdica, razo pela qual deve espelhar a realidade presente, informando as alteraes relevantes ocorridas desde a sua lavratura. Assim, possvel a averbao do nome de solteira da genitora no assento de nascimento, excluindo o patronmico do ex-padrasto. Ademais, o ordenamento jurdico prev expressamente a possibilidade de averbao, no termo de nascimento do filho, da alterao do patronmico materno em decorrncia do casamento, o que enseja a aplicao da mesma norma hiptese inversa princpio da simetria , ou seja, quando a genitora, em decorrncia de divrcio ou separao, deixa de utilizar o nome de casada, conforme o art. 3, pargrafo nico, da Lei 8.560/1992. Precedentes citados: REsp 1.041.751-DF, DJe 3/9/2009, e REsp 1.069.864-DF, DJe 3/2/2009. REsp 1.072.402-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, julgado em 4/12/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INVESTIGAO DE PATERNIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE FLEXIBILIZAO DA COISA JULGADA MATERIAL. A flexibilizao da coisa julgada material em investigao de paternidade no atinge as decises judiciais fundadas no conhecimento cientfico da poca, se este ainda for vlido nos dias atuais. Quando da primeira ao de investigao de paternidade, o exame de DNA ainda no existia. Contudo, a deciso foi fundamentada na impossibilidade de o investigado e de a genitora gerarem pessoa do mesmo grupo sanguneo do investigante. Essa verdade cientfica ainda hoje vlida e, por tal razo, no deve ser flexibilizada a coisa julgada da aludida investigao. Precedentes citados do STF: RE 363.889-DF, DJ 16/12/2011; do STJ: REsp 706.987-SP, DJe 10/10/2008. AgRg no REsp 929.773-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INVESTIGAO DE PATERNIDADE. FLEXIBILIZAO DA COISA JULGADA MATERIAL. possvel a flexibilizao da coisa julgada material nas aes de investigao de paternidade, na situao em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova. Assim, configurada a exceo, no se pode impedir o ajuizamento de nova ao destinada a garantir o direito fundamental do interessado de investigar a ascendncia gentica, mediante a utilizao do exame de DNA, que fornece elementos de convico quase absolutos do vnculo de parentesco. Precedentes citados do STF: RE 363.889-DF, DJe 16/12/2011; do STJ: REsp 226.436-PR, DJ 4/2/2002, e REsp 826.698-MS, DJe 23/5/2008. REsp 1.223.610-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012. Quinta Turma DIREITO PROCESSUAL PENAL. SURSIS PROCESSUAL. IMPOSIO DE CONDIES NO PREVISTAS EXPRESSAMENTE NO ART. 89 DA LEI N. 9.099/1995. cabvel a imposio de prestao de servios comunidade ou de prestao pecuniria como condio especial para a concesso do benefcio da suspenso condicional do processo, desde que observados os princpios da adequao e da proporcionalidade. Conforme o art. 89, 2, da Lei n. 9.099/1995, no momento da elaborao da proposta do sursis processual, permitida a imposio ao acusado do cumprimento de condies facultativas, desde que adequadas ao fato e situao pessoal do beneficiado. Precedentes citados do STF: HC 108.103-RS, DJe 06/12/2011; do STJ: HC 223.595-BA, DJe 14/6/2012, e REsp 1.216.734-RS, DJe 23/4/2012. RHC 31.283-ES, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/12/2012. Sexta Turma DIREITO ADMINISTRATIVO. PENSO POR MORTE DE EX-COMBATENTE. BENEFICIRIO INCAPAZ. TERMO INICIAL DO BENEFCIO. A penso por morte de ex-combatente paga a beneficirio absolutamente incapaz devida a partir do bito do segurado, pois contra aquele no corre prescrio. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.263.900-PR, DJe 18/6/2012, e REsp 1.257.059-RS, DJe 8/5/2012. REsp 1.141.465-SC, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE), julgado em 11/12/2012.