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1 A ATIVIDADE FÍSICA COMO PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OBESIDADE INFANTIL Emanuela de Abreu Valente * João Guilherme Pereira Barros ** RESUMO O excesso de peso aumentou nas últimas décadas em função de mudanças de hábitos de vida da população (OMS). O sobrepeso e a obesidade são uma realidade presente na vida de crianças e jovens, mesmo em locais considerados de baixa renda, talvez em consequência de uma alimentação hipercalórica, horas na frente da TV, redução de espaços de lazer, insegurança, proliferação dos botões do controle remoto e tantos outros motivos internos e externos. Este estudo tem como objetivo apresentar o importante papel que a atividade física tem na prevenção e tratamento da obesidade infantil e demonstrar aos profissionais da área a real importância da realização da atividade física para prevenção e tratamento da obesidade. Na realização da coleta de dados foram considerados os principais fatores associados à obesidade infantil, e as fases mais acarretadas, que segundo dados da OMS (2005) são, a fase entre seis a dez anos com meninas e meninos entre 21,8% e 21,5% respectivamente, e adolescentes de onze a dezesseis anos com meninas e meninos entre 29,1% e 28,5%, respectivamente, além das principais consequências desse problema de saúde Pública. Tornar-se-á claro o importante papel que a atividade física tem no tratamento e controle desse problema e quais as formas de intervenção do Educador físico nesse processo. Palavras-chave: Obesidade Infantil; Atividade Física; Prevenção; Tratamento; Sedentarismo; 1 INTRODUÇÃO A preocupação com obesidade infantil não é um acontecimento atual. Segundo Fisberg (1995) a obesidade não é um problema tão antigo como os primeiros passos do ser humano na terra. No decorrer dos séculos a obesidade tem sido motivo de questionamentos. Nos países desenvolvidos, ela é considerada uma doença crônica e um dos mais importantes problemas de saúde pública (RODRIGUES 1998). * Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física pela Uepa-Universidade do Estado do Pará ** Mestrando do Programa de Mestrado do Núcleo de Medicina Tropical - UFPa

INFANTIL Emanuela de Abreu Valente RESUMO · entre crianças de até três anos, a obesidade atual não é um fator de risco para a obesidade futura. Nesse grupo etário, o principal

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A ATIVIDADE FÍSICA COMO PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OBESIDADE INFANTIL

Emanuela de Abreu Valente*

João Guilherme Pereira Barros**

RESUMO

O excesso de peso aumentou nas últimas décadas em função de mudanças de hábitos de vida da população (OMS). O sobrepeso e a obesidade são uma realidade presente na vida de crianças e jovens, mesmo em locais considerados de baixa renda, talvez em consequência de uma alimentação hipercalórica, horas na frente da TV, redução de espaços de lazer, insegurança, proliferação dos botões do controle remoto e tantos outros motivos internos e externos. Este estudo tem como objetivo apresentar o importante papel que a atividade física tem na prevenção e tratamento da obesidade infantil e demonstrar aos profissionais da área a real importância da realização da atividade física para prevenção e tratamento da obesidade. Na realização da coleta de dados foram considerados os principais fatores associados à obesidade infantil, e as fases mais acarretadas, que segundo dados da OMS (2005) são, a fase entre seis a dez anos com meninas e meninos entre 21,8% e 21,5% respectivamente, e adolescentes de onze a dezesseis anos com meninas e meninos entre 29,1% e 28,5%, respectivamente, além das principais consequências desse problema de saúde Pública. Tornar-se-á claro o importante papel que a atividade física tem no tratamento e controle desse problema e quais as formas de intervenção do Educador físico nesse processo. Palavras-chave: Obesidade Infantil; Atividade Física; Prevenção; Tratamento; Sedentarismo;

1 – INTRODUÇÃO

A preocupação com obesidade infantil não é um acontecimento atual. Segundo

Fisberg (1995) “a obesidade não é um problema tão antigo como os primeiros passos

do ser humano na terra”. No decorrer dos séculos a obesidade tem sido motivo de

questionamentos. Nos países desenvolvidos, ela é considerada uma doença crônica e

um dos mais importantes problemas de saúde pública (RODRIGUES 1998).

*Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física pela Uepa-Universidade do Estado do Pará **

Mestrando do Programa de Mestrado do Núcleo de Medicina Tropical - UFPa

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A obesidade infantil tem crescido nas últimas décadas no mundo inteiro,

constituindo-se um fator de grande preocupação na área da saúde pública (GUEDES e

GUEDES, 1997). Segundo a OMS são vários os países atingidos pela obesidade

infantil como Portugal, Estados Unidos da América, Reino Unido, Argentina, Brasil e

Austrália.

A prevalência mundial da obesidade infantil vem apresentando um rápido

aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia

mundial. Este fato é bastante preocupante, pois a associação da obesidade com

alterações metabólicas, como a dislipidemia, a hipertensão e a intolerância à glicose,

considerados fatores de risco para o diabetes mellitus tipo 2 e as doenças

cardiovasculares até alguns anos atrás, eram mais evidentes em adultos; no entanto,

hoje já podem ser observadas frequentemente na faixa etária mais jovem (FISBERG

apud STYNE 2001).

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF, 2008-2009) realizada pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da

Saúde (MS), apresentou um aumento importante no número de crianças acima do

peso no Brasil. Em 2008, o excesso de peso atingia 33,5% das crianças de cinco a

nove anos. Estimativas do ministério apontam que cerca de 525 mil crianças e 140 mil

adolescentes têm obesidade mórbida no Brasil. Segundo a Pesquisa de Orçamento

Familiar (POF) de 2011, o número já aumentou para 34,8% das crianças com idade

entre cinco e nove anos que estão acima do peso recomendado pela Organização

Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a OMS, um

ambiente favorável às escolhas alimentares saudáveis para crianças é fundamental

para a redução da obesidade infantil.

Vários fatores são importantes na gênese da obesidade, entre eles podemos

citar, a herança genética, o meio ambiente, os fatores sócio-econômicos, os

fisiológicos, os metabólicos, os psicológicos, bem como gênero, a idade e o padrão de

distribuição de gordura corporal – estão contribuindo para a elevação dos índices de

obesidade (GUEDES e GUEDES, 1997). No entanto, o que explicaria este crescente

aumento do número de indivíduos obesos são às mudanças no estilo de vida e aos

hábitos alimentares (ROSENBAUM 1998). O aumento no consumo de alimentos ricos

em açúcares simples e gordura, com alta densidade energética, “fast foods” e a

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diminuição da prática de exercícios físicos, são os principais fatores relacionados ao

meio ambiente (OLIVEIRA et. al. 2003).

Crianças que passam grande parte do tempo ociosas, assistindo programas de

televisão, com dieta alimentar hipercalórica e são sedentárias, apresentam maior

suscetibilidade de serem obesas na infância, na adolescência e na vida adulta

(MCARDLE et. al. 1998). Segundo Soares (2003), 70% dos adultos obesos já foram

crianças obesas em maior ou menor grau.

O objetivo deste trabalho é apresentar o papel da atividade física na prevenção

e tratamento da obesidade infantil, buscando demonstrar os diversos tipos de atividade

física para crianças, que influenciem na diminuição do sedentarismo, provoquem o

aumento no gasto energético, e especialmente, uma mudança de comportamento,

tornando a prática de atividade física prazerosa e auxilie na busca de um estilo de vida

saudável, além de demonstrar aos profissionais de educação física as atividades que

podem ser realizadas como também os efeitos sobre o tratamento da obesidade

infantil, para que possam intervir de forma positiva.

2- MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, elaborado através de

coleta de dados em artigos científicos publicados em bancos de dados, como Pubmed,

Medline e Scielo, usando estratégias de busca que contenham as palavras-chave

“obesidade infantil”, “Atividade física para tratamento da obesidade”, “sedentarismo”,

“sobrepeso”, ”epidemiologia da obesidade infantil”. Além de livros, monografias e TCC’s

de graduação, fazendo um levantamento sob o ponto de vista de vários autores, de

dados epidemiológicos, fatores, conseqüências e tratamento da obesidade.

3- MARCO TEÓRICO

3 .1 Obesidade Infantil.

3.1.1 Definição

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A obesidade é uma enfermidade crônica que se acompanha de múltiplas

complicações, caracterizada pela acumulação excessiva de gordura em uma

magnitude tal que compromete a saúde (CONSENSO LATINO AMERICANO EM

OBESIDADE – 2001). Entre as complicações mais comuns está o diabete mellitus, a

hipertensão arterial, as dislipidemias, as alterações osteomusculares e o incremento da

incidência de alguns tipos de carcinoma e dos índices de mortalidade (MELO 2009).

A obesidade é ainda o resultado de ingerir mais energia que a necessária. Não

há dúvidas que este consumo excessivo pode iniciar-se em fases muito remotas da

vida, nas quais as influências culturais e os hábitos familiares possuem um papel

fundamental. Por isso dizemos que a obesidade possui fatores de caráter múltiplo, tais

como os genéticos, psicosociais, cultural-nutricionais, metabólicos e endócrinos

(SANNER 2001).

Segundo o Manual de Psiquiatria Infantil, de 1985, uma criança é considerada

obesa quando ultrapassa em 15% o peso médio correspondente à sua idade, desde

que o excesso de peso corresponda ao acúmulo de lipídios, fato que pode ser avaliado

pela espessura da prega cutânea. No entanto, não é fácil estabelecer parâmetros que

definam, com precisão, o limite entre peso normal, sobrepeso e obesidade.

A obesidade pode ser classificada de duas formas: 1- endógena ou primária,

que deriva de problemas hormonais, tais como: alterações do metabolismo tireoidiano,

gonadal, hipotálamo - hipofisário, tumores como o craniofarigeoma e as síndromes

genéticas; 2- exógena ou nutricional ou secundária que é multicasual, derivada do

desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico, devendo ser manejada como

orientação alimentar, especialmente mudanças de hábito e otimização da atividade

física (FISBERG 2005; MELLO; LIFT; MEYER, 2004).

Segundo Rodrigues 1998, 95% dos casos de obesidade estão relacionados ao

tipo exógena, e por esse motivo o estudo desta última se faz mais relevante, já que a

incidência é mais elevada.

Campos (1995) salienta que a família de indivíduos com obesidade exógena

apresenta como características: excesso de ingestão alimentar, sedentarismo,

relacionamento intrafamiliar complicado, desmame precoce, introdução precoce de

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alimentos sólidos, substituições de refeições por lanches e dificuldades nas relações

interpessoais.

3.1.2 Causas Da Obesidade Infantil

3.1.2.1. Aspectos Genéticos

Durante os últimos 60 anos, um grande número de autores tem acreditado que

filhos de pais obesos podem apresentar maiores riscos de serem obesos, quando

comparados a filhos de pais magros. De acordo com Bouchard (apud Williams 2003),

foram identificados setenta supostos genes da obesidade e existem fortes evidências

da ligação de oito deles com a obesidade, a influência da hereditariedade na

obesidade gira em torno de 25% a 40%.

Ainda segundo Ferreira (2005) cerca de 80% das crianças entre 10 e 14 anos

com um dos pais com sobrepeso e obesidade são obesas.

Um importante estudo publicado em 1997 por Ferreira (2005)evidenciou que,

entre crianças de até três anos, a obesidade atual não é um fator de risco para a

obesidade futura. Nesse grupo etário, o principal fator de risco para a obesidade na

idade adulta é a presença de obesidade nos pais. Já nos grupos dos três aos nove

anos, a obesidade atual é o principal determinante da obesidade futura,

independentemente da obesidade familiar. Considerando-se todo o grupo de crianças

com menos de 10 anos, a obesidade paterna aparece como um fator de risco

independente capaz de aumentar em mais que o dobro o risco de obesidade na fase

adulta.

A obesidade é uma doença multigênica, e é sabido que os fatores genéticos

influenciam diretamente nas características do desenvolvimento do tecido adiposo,

bem como na determinação da taxa metabólica basal (TMB) do indivíduo obeso, que

pode estar diminuída (RODRIGUES, 1998).

3.1.2.2. Hábitos Alimentares

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Segundo a classificação etiológica a obesidade exógena é responsável por 95%

dos casos e está relacionada a fatores ambientais como a hipoatividade e

principalmente aos maus hábitos alimentares, ou seja, os fatores externos são

responsáveis pela grande maioria dos casos de obesidade da atualidade (DAMASO,

2001). Desta forma podemos observar o quanto é importante cuidar da alimentação,

principalmente na infância, onde ainda estão se constituindo os padrões alimentares da

criança depende em grande parte dos pais e familiares.

Para Soares (2003), a obesidade infantil atinge na maior parte dos casos

crianças de classe média alta que, além de terem um conforto que contribui para o

sedentarismo, tem hábitos alimentares nada saldáveis, pois estão acostumados com

pizzas, sanduiches, refrigerante, entre outras guloseimas.

Entretanto, ainda assim, a obesidade infantil também atinge crianças de baixa

renda, que não possuem acesso as mesmas guloseimas que as crianças das classes

sociais mais abastadas, mas, todavia, encontram outras guloseimas a preços

acessíveis e de grande teor calórico como pipocas, biscoitos, bombons, enfim entre

comprar frutas e outros alimentos com preço mais elevado, os pais optam pelo mais

barato (SILVA et.al., 2005).

Garcia 1998 apud Soares, 2002, diz que a dieta da criança deve ser rica em

verduras, legumes, frutas e não se deve proibir nada, apenas restringir no dia-a-dia o

que é hipercalórico. Já que o hábito alimentar das crianças obesas é fortemente

influenciado pelos inadequados hábitos familiares, tais como: alta ingestão de lipídios e

de glicídios, provocando alta rejeição de hortaliças e frutas.

3.1.2.3. Sedentarismo

A saúde é um bem inestimável, mas para que ela permaneça é preciso evitar

alguns hábitos de vida considerados como prejudiciais como, por exemplo, o

sedentarismo, o qual segundo Silva (2005) é cada vez mais freqüente no cotidiano de

adultos, adolescentes e crianças, de ambos os gêneros e diferentes faixas etárias. De

acordo com Epstein et. al. (1996) existe uma influência direta do baixo nível de

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atividade física sobre o desenvolvimento da obesidade na infância e adolescência.

Logo, uma das alternativas para o tratamento da obesidade é aumentar o nível de

atividade física.

Podemos incluir como um dos grandes estimuladores do sedentarismo em

crianças os equipamentos eletro – eletrônicos, com os quais eles passam horas se

“divertindo”. Segundo Guedes e Guedes (1997) grandes levantamentos populacionais

sugerem estreita relação entre a prevalência de obesidade e de sobrepeso e o tempo

dedicado a assistir TV e vídeo.

A forma de vida sedentária da sociedade moderna, facilitada pelos avanços

tecnológicos (videogames não ativos, televisão, DVD, automóvel, etc.), contribui para a

redução do gasto energético que já está reduzido no obeso (MELLO; LUFT; MEYER,

2004).

Uma criança que assisti regularmente a televisão, não só está em uma postura

sedentária, com também sofre a influência das propagandas, que promovem uma

maior ingestão de alimentos ricos em gorduras e açúcares e de baixo valor nutricional.

Assim, Silva e Malina (2003) exprimem que: presente em praticamente todo lar

brasileiro, a TV é uma forma de lazer acessível a todas as camadas da população e,

por vezes, substitui a atividade física por ausência de segurança (ou percepção de

segurança) nos equipamentos públicos de lazer, principalmente nos grandes centros

urbanos.

3.1.3 Consequências Da Obesidade Infantil

Várias complicações podem ocorrer na saúde de uma criança com sobrepeso.

A obesidade infantil pode acarretar em elevação dos triglicerídeos e do colesterol,

alterações ortopédicas, problemas respiratórios, diabetes mellitus, hipertensão arterial,

entre outros distúrbios segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Além disso,

uma criança obesa aumenta a probabilidade de se tornar um adulto obeso, o que pode

gerar uma gama de problemas de saúde tendo como conseqüência até a morte. Sob

esta visão, Escrivão e Lopez (1995) informam: a maioria das complicações da

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obesidade iniciadas na infância e na adolescência acaba se manifestando na fase

adulta, levando ao aumento da mortalidade e à diminuição da esperança de vida.

O crescente aumento da obesidade tem elevado a prevalência da diminuição

da tolerância à glicose e de diabetes entre a população mais jovem. Um estudo

realizado entre crianças obesas revelou uma prevalência de 25% de diminuição da

tolerância à glicose e 4% de diabetes (FERREIRA, 2005).

Rodrigues (1998) verificou num estudo longitudinal sobre a variação da

pressão arterial sistólica e diastólica de crianças por um período de 4 anos, uma

correlação direta entre aumento de pressão excesso e tecido adiposo. As crianças que

mantiveram pressão arterial elevada, nesses 4 anos, eram as mais pesadas, fatos

evidenciados por maiores valores de IMC (Índice de Massa Corporal), DCT (Dobra

Cutânea Tricipital), PA (Perímetro Abdominal) e PQ (Perímetro de Quadril)

Crianças com peso elevado têm tendência à falta de oxigênio, devido ao

aumento da demanda ventilatória, aumento do esforço respiratório, diminuição da

eficiência muscular, diminuição da reserva funcional, micro dilatação dos brônquios,

infecções, asma e apneia do sono (MELLO, LUFT, MEYER, 2004).

4- ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal,

produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético

(CASPERSEN, 1985), tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial,

cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças,

esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos (PITANGA, 2002).

Segundo WHO/FIMS (1995) a atividade física, é necessária em todas as

idades e deveria ser proporcionada a todas as crianças e adolescentes. Além disso,

sugere-se que os programas de exercícios físicos deveriam contemplar o aspecto

lúdico, agradável, de forma que tais atividades se tornassem mais atraentes levando à

formação desses hábitos para toda a vida.

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Sabe-se que a prática regular de atividades físicas sistematizadas pode

contribuir para a melhoria de diversos componentes da aptidão física relacionada à

saúde, como força, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade e

composição corporal. Essas modificações podem favorecer, sobretudo, o controle da

adiposidade corporal, bem como a manutenção ou melhoria da capacidade funcional e

neuromotora, facilitando o desempenho em diversas tarefas do cotidiano (MORRIS e

MORTON et al, 1994). Entretanto, as diminuições dos níveis de atividade física podem

favorecer para o aparecimento de disfunções crônico-degenerativas não somente em

adultos, mas também em jovens e crianças. Segundo Alves (2003, p. 5).

Ser fisicamente ativo desde a infância apresenta muitos benefícios, não só na

área física, mas também nas esferas sócio e emocional, e pode levar a um

melhor controle das doenças crônicas da vida adulta. Além disso, a atividade

física melhora o desenvolvimento motor da criança, ajuda no seu crescimento

e estimula a participação futura em programas de atividade física.

É indiscutível a enorme importância de se sair da inércia, pois além do ganho

físico, há um aumento na auto-estima. Para Alves (2003) existem três grandes

vantagens da atividade física em crianças: 1) as crianças são mais saudáveis: têm

menos excesso de peso, apresentam um melhor desempenho cardiovascular, número

menor de crises de asma, além de apresentarem uma maior densidade óssea; 2)

esses efeitos são transferidos para idade adulta; 3) manutenção do hábito na vida

adulta. Crianças e adolescentes que se mantêm fisicamente ativos apresentam uma

probabilidade menor de se tornarem sedentários.

Porém, infelizmente, no mundo atual, a atividade física diária das crianças e de

adolescentes tem sido cada vez menor o que pode levar a prejuízos no processo de

crescimento e desenvolvimento. Dessa forma torna-se necessário incentivar os jovens

a participarem de programas de atividades físicas (DE ROSE, 2002). Pois, maiores

mudanças na quantidade de gordura corporal estão associadas a programas de

exercícios físicos que predominam na utilização de energia proveniente do

metabolismo aeróbico.

Na adolescência, as mudanças corporais e psicológicas, reforçam a

necessidade de uma atividade física, principalmente durante o estirão, pois estimula a

proliferação dos chamados osteoblastos (células que contribuem para o crescimento

do tecido ósseo) (BODY, l997).

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De acordo com a OMS, os pais têm uma importante responsabilidade na vida

ativa dos seus filhos, pois: se a mãe pratica atividade física, o filho é 2 vezes mais

ativo; se o pai pratica atividade física, o filho é 3,5 vezes mais ativo; se o pai e a mãe

praticam atividades físicas, o filho será 6 vezes mais ativo.

Faz-se necessário que as atividades físicas sejam eficientes e que promovam

alterações fisiológicas capazes de tratar e prevenir a obesidade. O importante é

entender como o exercício é capaz de promover o emagrecimento, para que possa

trazer resultados eficientes (DE ROSE, 2002).

5- OBESIDADE INFANTIL X ATIVIDADE FÍSICA

Segundo Gentil (2010), há vários estudos mostrando que o treinamento mais

eficiente para a redução do percentual de gordura, é o treinamento de alta intensidade,

mais especificamente o treinamento intervalado.

O método intervalado consiste em priorizar a capacidade anaeróbica alática e a

anaeróbica glicolítica (WEINECK, 1991). Esse método é caracterizado por uma maior

intensidade de trabalho e uma menor duração do esforço.

Segundo McArdle (1998) a energia gasta no treinamento de resistência em

circuito (um exercício contínuo que utiliza uma baixa resistência e altas repetições),

alcançava uma média de aproximadamente 9 kcal por minuto. O treinamento de

resistência padronizado realizado regularmente reduz o risco de doença coronariana,

aprimora o controle glicêmico, modifica favoravelmente o perfil das lipoproteínas e

eleva a taxa metabólica de repouso.

A duração do exercício afeta a perda de gordura. Há maior dispêndio calórico no

exercício mais prolongado. O dispêndio calórico adicional imposto pelo exercício mais

freqüente produz resultados ainda maiores (MCARDLE, 1998).

A mudança nos hábitos de vida pode influenciar no aumento da atividade de

vida diária (AVD´s), como descer escadas do edifício onde mora, jogar balão, pular

corda, caminhar na quadra, além de ajudar nas lidas domésticas. O fato de mudar de

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atividade já ocasiona aumento do gasto energético e, especialmente, mudança de

comportamento, de não ficar inerte, por horas, numa só atividade, como vídeo-game

não ativo, computador e televisão (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

Em virtude da atual prevalência de obesidade em crianças e adolescentes não

podemos deixar de evidenciar a presença dos mesmos no ambiente escolar,

principalmente nas aulas de educação física. Todavia em geral, há um descaso com o

obeso, que muitas vezes é julgado incapaz por colegas de turma e às vezes pelos

próprios professores, sendo marginalizado, o que agrava o processo (FISBERG, 1995).

As aulas de educação física, dado seu caráter diferenciado das demais

disciplinas, deveriam ser utilizadas de maneira oportuna para o desenvolvimento de

propostas educativas de incentivo e aquisição de hábitos de vida saudáveis, que

favoreçam o controle do peso corporal e a melhoria da qualidade de vida do aluno, pois

segundo Ballone (2003), entre os múltiplos fatores geradores da obesidade infantil, o

afastamento das crianças das atividades físicas exuberantes da infância parece ser o

mais importante deles.

Dessa forma, entende-se que a educação física deveria utilizar-se de seus

conteúdos como jogos, esportes, danças, ginástica, etc. para auxiliar a redução da

gordura corporal e sedentarismo em alunos obesos ou com sobrepeso. Incentivando-

os a buscarem, não o “corpo perfeito”, mas um “organismo saudável”, o qual geraria

bem estar físico e mental (DUARTE, 2010).

Segundo Duarte (2010), de acordo com os dados coletados em escolares do

município de Belém, bairro do Guamá, 78% de crianças não obesas ou com sobrepeso

dava-se ao grande número de atividades físicas realizadas nas aulas de educação

física e também das aulas extra-escolares, realizadas em clubes ou escolhinhas de

esportes, onde as crianças frequentavam de duas a três vezes por semana.

Atualmente é grande a proliferação de Escolinhas de várias modalidades na

nossa sociedade, como futebol, vôlei, basquete, natação..., destinadas a acolher um

público infantil e adolescente, basicamente compreendendo as idades de 6 até 16 anos

(SCAGLIA, 1995).

O esquema de dias alternados é o mais freqüentemente recomendado, pois o

tempo de descanso entre as sessões é preciso para que as adaptações fisiológicas e

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musculoesqueléticas ocorram e os indivíduos não sofram lesões, entrem em fadiga

muscular ou percam o condicionamento físico por sessões muito espaçadas

(POLLOCK, l993).

Um tema relacionado ao conceito da intensidade dos exercícios, sobre o qual

muito pouco se conhece, é a função do treinamento de resistência nos programas de

controle de peso (GENTIL, 2010).

De acordo com Dâmaso (2001), em todas as propostas de atividades, além do

respeito à atuação multiprofissional na estruturação das mesmas, o profissional

envolvido deve estar atento às seguintes considerações: respeitar a individualidade

biológica; respeitar o quadro clínico e a gravidade de qualquer desordem que a pessoa

apresente; respeitar a fase do desenvolvimento motor, fisiológico e intelectual.

Segundo McArdle (1998) e Cole (2000), as atividades ideais consistem em

exercícios aeróbios contínuos realizados com grandes grupos musculares que

comportam um custo calórico de moderado a alto, como caminhada rápida, corrida,

pular corda, ciclismo natação. Muitos desportos e jogos recreativos também afetam

positivamente o peso corporal.

A atividade física lúdica, além de ser extremamente prazerosa é também um

artifício para que a criança possa atingir um hábito de vida mais saudável. Partindo

dessa mesma idéia França (2003) explica que estudos revelam com clareza as

diversas possibilidades de a partir de vivências corporais conscientes e consistentes no

âmbito do lazer, buscar elementos para a construção da melhoria da qualidade de vida.

Para Romera (2003) o entendimento sobre o exercício de ensinar/aprender,

quanto mais espontânea e prazerosa for à atividade melhores os resultados que seus

praticantes obterão. A autora se refere à educação escolar, mas dentro deste contexto

pode-se também pensar no exercício de ensinar/aprender a vontade de se exercitar, os

benefícios das atividades físicas e o quanto pode ser gostoso praticar.

De acordo com marco teórico acerca da temática atividade física como prevenção

e tratamento da obesidade infantil, afirma-se que cada vez mais é crescente a

discussão sobre o tema entre profissionais da área da saúde e Órgãos do Governo, já

que a obesidade infantil é tratada como um problema de saúde pública no mundo

inteiro (OMS, 2005).

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Estudos apontam ainda algumas formas de tratamento e controle da obesidade

infantil, como a realização de uma dieta balanceada que segundo Garcia 1998 apud

Soares, (2002), dizem que a dieta da criança deve ser rica em verduras, legumes,

frutas e não se deve proibir nada, apenas restringir no dia-a-dia o que é hipercalórico.

Já que o hábito alimentar das crianças obesas é fortemente influenciado pelos

inadequados hábitos familiares, tais como: alta ingestão de lipídios e de glicídios,

provocando alta rejeição de hortaliças e frutas.

Outra forma para tratamento é a mudança de hábitos sedentários, que são

considerados prejudiciais para a saúde (SILVA, 2005), para a realização de atividades

físicas que causem gasto calórico e causem a melhoria de diversos componentes da

aptidão física relacionada à saúde, como força, resistência muscular, resistência

cardiorrespiratória, flexibilidade e composição corporal (MORRIS e MORTON, 1994).

Ainda de acordo com os achados sobre os benefícios da atividade física para

com a obesidade infantil, se afirma que apesar de existirem trabalhos feitos sobre a

utilização dos conteúdos nas aulas de educação física como os jogos, esportes,

danças, ginástica, etc. para auxiliar a redução da gordura corporal e sedentarismo em

alunos obesos ou com sobrepeso, não existem estudos que comprovam

cientificamente sua eficácia, assim como são comprovados os medicamentos para

tratamento da mesma.

Alguns autores como Gentil, (2010) e Weineck, (1999), afirmam que a atividade

intervalada e intensa são as que mais causam dispêndio calórico, mas segundo

Pollock, 1993, o esquema de dias alternados e baixa intensidade é o mais

freqüentemente recomendado. Já que para crianças e adolescente as atividades

devem ser mais lúdicas, além de ser extremamente prazerosa é também um artifício

para que a criança possa atingir um hábito de vida mais saudável (FRANÇA, 2003).

Outros achados definem a realização de jogos e esporte como uma vivência

mais lúdica e prazerosa para as crianças, se tornando importante o papel das

escolinhas de esporte e clubes, que promovem atividades como, futebol, vôlei,

natação, etc., é que afirma Scaglia (1995). Realizar uma atividade de forma

espontânea e prazerosa é o primeiro passo para melhorar os benefícios da mesma

sobre a saúde e bem estar do indivíduo.

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Contudo, torna-se necessária a realização de estudos que explorem mais os

tipos de atividade física que beneficiem ao tratamento e controle da obesidade infantil,

em termos de intensidade, volume e frequência.

CONCLUSÃO

A obesidade na infância e na adolescência está se tornando um problema cada

vez mais freqüente, estando relacionada a diversas doenças graves, provocando

preocupações agravantes, considerando-se um importante caso de saúde pública.

Sendo assim, os estudos comprovam que as mudanças nos padrões de atividade

física e nutrição de hoje são responsáveis por esse crescimento.

Crianças que preferem utilizar, como forma de diversão, o computador e os

videogames não ativos, embora sejam diversões para uma parcela mais “seleta” da

sociedade, também exercem grandes influências, pois preferem, muitas vezes,

movimentar apenas “alguns dedos” sobre as teclas e botões a se deixar envolver por

atividades em ambientes mais amplos, de caráter mais lúdico e de maior gasto

energético, como as brincadeiras mais tradicionais da infância, como correr, pular

corda, jogar amarelinha, etc., e passaram a ficar confinadas em suas casas e

apartamentos.

Por isso intervenções imediatas devem ser realizadas, afim de, demonstrar os

benefícios da prática regular e sistematizada de forma coerente da atividade física para

a melhora da saúde e da qualidade de vida das crianças. Para isso torna-se importante

a participação de educadores físicos, afim de, promover atividades prazerosas e que

contribuam para um maior gasto calórico e melhor benefício para a saúde.

A prevenção e o tratamento da obesidade infantil devem, ainda, partir de uma

completa modificação comportamental da sociedade, que propicie uma vida mais

saudável, com uma alimentação de qualidade e atividade física preventiva. Além disso,

ações públicas, que permitam o acesso de todos, independentemente de classe social,

as informações sobre os determinantes e conseqüências da obesidade são

imprescindíveis para o controle da doença.

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PHYSICAL ACTIVITY AS PREVENTION AND TREATMENT OF CHILDHOOD

OBESITY

ABSTRACT:

Excess weight has increased in recent decades due to changes in life habits of the population (WHO). Overweight and obesity are a fact of life for children and young people, even in areas considered low-income, perhaps as a result of a high calorie diet, hours in front of the TV, a reduction of amenity, insecurity, proliferation of control buttons remote and many other internal and external reasons. This study aims to present the important role that physical activity has on the treatment and control of childhood obesity and health professionals to demonstrate the real importance of doing physical activity for treatment of obesity. In conducting the data collection will be considered the main factors associated with childhood obesity, and the stages entailed, which according to the WHO (2005) are the phase between six to ten years in girls and boys between 21 and 21.8% 5% respectively, and adolescents from eleven to sixteen years in girls and boys between 29.1% and 28.5%, respectively, besides the main consequences of this public health problem. It will make clear the important role that physical activity has on the treatment and control of this problem and what forms of intervention by the physical educator in this process. Keywords: Childhood Obesity; Physical Activity; Overweight; Sedentary Lifes.

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