143
INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA PENETRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO por Paulo Edgar Figueira Costa Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria - RS, como requisito parcial para obtenção do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL. CPGEC Santa Maria, RS, Brasil 2001

INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

  • Upload
    dodung

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA

PENETRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO

por

Paulo Edgar Figueira Costa

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em

Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria - RS,

como requisito parcial para obtenção do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL.

CPGEC

Santa Maria, RS, Brasil

2001

Page 2: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

ii

Universidade Federal de Santa Maria Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil

Mestrado em Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado

INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA PENETRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO

elaborada por Paulo Edgar Figueira Costa

como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Dr. Antônio Luiz G. Gastaldini (Orientador) – UFSM/RS

Prof. Dr. Geraldo Cechella Isaia – UFSM/RS

Prof. Dr. Hélio Adão Greven – UFRGS

Santa Maria, 21 de dezembro de 2001

Page 3: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

iii

UM VENCEDOR

Um VENCEDOR é sempre parte da resposta Um PERDEDOR é sempre parte do problema Um VENCEDOR tem sempre um programa Um PERDEDOR tem sempre uma desculpa Um VENCEDOR diz: deixe-me ajuda-lo Um PERDEDOR diz: não é minha obrigação Um VENCEDOR enxerga uma resposta para cada problema Um PERDEDOR enxerga um problema para cada resposta Um VENCEDOR diz: pode ser difícil, mas é possível Um PERDEDOR diz: pode ser possível, mas é difícil. Um VENCEDOR não vence pessoas, vence obstáculos e desafios.

Autor desconhecido

Page 4: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

iv

SALMO 23

O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.

3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu

nome.

4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum,

porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a

minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias de

minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

Page 5: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

v

Obrigado a todos que de alguma forma ajudaram a concluir esta etapa

de minha vida.

Agradeço a Deus pela saúde e espírito forte para enfrentar e vencer as

dificuldades inerentes a este trabalho, e por manter-me livre e cheio de

esperança para encaminhar futuras pesquisas.

Page 6: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

vi

C837i Costa, Paulo Edgar Figueira

Influência da finura e teor de escória na penetração de

cloretos no

concreto / Paulo Edgar Figueira Costa. – Santa Maria, 2001. xxi, 115 f. : il., grafs, tabs. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Curso de

Pós-Graduação em Engenharia Civil, Santa Maria, RS, 2001, Antônio Luiz Guerra Gastaldini, orientador.

1. Concreto de cimento Portland 2. Material de construção 3. Engenharia

Civil 4 Escória de alto forno 5 Cloreto I Título

Ficha catalográfica elaborada por Jovana Soares Urruth CRB l0/1228 Biblioteca Setorial do CT da UFSM

Page 7: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

vii

INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA

PENETRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO

por

Paulo Edgar Figueira Costa

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em

Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria - RS,

como requisito parcial para obtenção do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL.

CPGEC

Santa Maria, RS, Brasil

2001

Page 8: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

viii

Universidade Federal de Santa Maria Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil

Mestrado em Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado

INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA PENETRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO

elaborada por Paulo Edgar Figueira Costa

como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Dr. Antônio Luiz G. Gastaldini (Orientador) – UFSM/RS

Prof. Dr. Geraldo Cechella Isaia – UFSM/RS

Prof. Dr. Hélio Adão Greven – UFRGS

Santa Maria, 21 de dezembro de 2001

Page 9: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

ix

UM VENCEDOR

Um VENCEDOR é sempre parte da resposta Um PERDEDOR é sempre parte do problema Um VENCEDOR tem sempre um programa Um PERDEDOR tem sempre uma desculpa Um VENCEDOR diz: deixe-me ajuda-lo Um PERDEDOR diz: não é minha obrigação Um VENCEDOR enxerga uma resposta para cada problema Um PERDEDOR enxerga um problema para cada resposta Um VENCEDOR diz: pode ser difícil, mas é possível Um PERDEDOR diz: pode ser possível, mas é difícil. Um VENCEDOR não vence pessoas, vence obstáculos e desafios.

Autor desconhecido

Page 10: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

x

SALMO 23

O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.

3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu

nome.

4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum,

porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a

minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias de

minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

Page 11: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xi

Obrigado a todos que de alguma forma ajudaram a concluir esta etapa

de minha vida.

Agradeço a Deus pela saúde e espírito forte para enfrentar e vencer as

dificuldades inerentes a este trabalho, e por manter-me livre e cheio de

esperança para encaminhar futuras pesquisas.

Page 12: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xii

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................. ix

ABSTRACT ............................................................................................. xi

LISTA DE TABELAS .............................................................................. xiii

LISTA DE FIGURAS ............................................................................... xv

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................ xviii

LISTA DE ANEXOS ................................................................................. xx

CAPITULO I INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1 CAPÍTULO II CORROSÃO DAS ARMADURAS ............................................................ 5 2.1 - Introdução ......................................................................................... 5

2.2 - Mecanismos de Corrosão Devido à Ação de Cloreto ....................... 7

2.3 - Penetração de Cloreto e as Variáveis que a Influenciam ............... 10

CAPITULO III CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO COM ESCÓRIA FRENTE A CLORETOS ............................................................................................ 19 3.1 - Introdução ....................................................................................... 19

3.2 - Escória Granulada de Alto Forno .................................................... 21

3.3 - Utilização da Escória Granulada de Alto Forno nos Concretos ...... 23

3.4 - Penetração de Cloreto, Fixação e Relação Cl-/OH- ........................ 25

3.5 - Composição da solução aquosa dos poros e pH ........................... 29

3.6 - Resistividade Elétrica ...................................................................... 31

Page 13: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xiii

3.7 - Penetração de Oxigênio ................................................................. 33

CAPITULO IV INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL ........................................................ 36 4.1 - Introdução ....................................................................................... 36

4.2 - Variáveis envolvidas na pesquisa ................................................... 37

4.3 - Procedimentos e técnicas utilizadas ............................................... 38

4.4 - Ensaios de caracterização dos materiais .........................................39

4.4.1 - Aglomerantes ............................................................................... 39

4.4.2 - Agregados .................................................................................... 43

4.4.3 - Aditivo superplastificante .............................................................. 44

4.5 - Dosagem dos concretos .................................................................. 46

4.5.1 - Cura dos concretos e preparação dos corpos de prova ............ 47

4.6 - Ensaios realizados com o concreto ................................................. 49

4.6.1 - Resistência à compressão axial ................................................... 49

4.6.2 - Penetração de cloreto .................................................................. 49

4.7 - Ensaio realizado com pasta ............................................................ 51

4.7.1 - Extração da solução dos poros .................................................... 51

CAPITULO V ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................... 53 5.1 - Introdução ....................................................................................... 53

5.2 - Análise dos resultados de resistência à compressão ..................... 54

5.3 - Resultados de penetração de cloreto ............................................. 66

5.4 - Penetração de cloreto em igualdade de resistência ....................... 73

5.5 - Teor de cloreto retido ...................................................................... 82

5.5.1 - Relação Cl-/OH- .......................................................................... 86

5.6 - Análise dos resultados de solução aquosa dos poros ................... 88

5.7 - Integração dos resultados .............................................................. 92

5.7.1 - Resistência à compressão versus penetração de cloreto ........... 92

5.7.2 - Penetração de cloreto versus solução aquosa dos poros ........... 93

CAPÍTULO VI CONCLUSÃO ......................................................................................... 95

Page 14: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xiv

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS ......................................................... 98 ANEXO A (tabelas) ............................................................................... 106 ANEXO B (figuras) ................................................................................ 112

Page 15: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xv

RESUMO

INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA PENETRAÇÃO DE

CLORETOS NO CONCRETO

Autor: Paulo Edgar Figueira Costa

Orientador: Prof. Dr. Antônio Luiz Guerra Gastaldini

Um aspecto da durabilidade do concreto que mais levanta

questionamentos no meio técnico é a corrosão do aço, e os dois principais

agentes de seu desencadeamento são a carbonatação e a penetração de

cloretos. Este trabalho investigou a influência da finura e da percentagem de

substituição de escória na penetração de cloretos do concreto. Foram

investigadas 7 misturas aglomerantes, sendo uma de referência, sem adição

alguma, contendo somente CPV-ARI e as demais contendo escória, em 3

diferentes finuras Blaine, 300 m2/kg, 500 m2/kg e 700 m2/kg, em percentagens

de substituição em massa de cimento de 35% e 70%. Os ensaios realizados

foram de resistência à compressão axial (NBR 5738 e 5739), penetração de

cloretos (ASTM C 1202) e composição da solução aquosa dos poros. Os níveis

de resistência foram definidos em função das relações água/aglomerante 0,35,

0,50 e 0,65, e curados por um período de 7, 28 e 91 dias. Posteriormente,

Page 16: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xvi

foram construídas as curvas de Abrams que possibilitaram uma análise em

dois níveis de resistência, 35 MPa aos 28 dias e 55 MPa aos 91 dias. Da

análise dos resultados obtidos, constatou-se redução na penetração total de

cloretos para as misturas com escória, comparadas àquela de referência, tanto

para igualdade de relação a/ag quanto para os níveis de resistência, 35 MPa

aos 28 dias e 55 MPa aos 91 dias, com exceção da mistura na finura Blaine de

700 m2/kg e teor de substituição de 35%. O aumento na finura da escória

resultou em aumento da resistência à compressão e aumento da penetração

total de cloretos, enquanto que o aumento no teor de substituição, 35% para

70%, resultou em redução da resistência à compressão, na penetração de

cloretos e na condutividade elétrica.

Verificou-se forte correlação entre a penetração de cloretos, em

Coulombs, e a concentração de Na2O equivalente e a condutividade elétrica.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL Autor : Paulo Edgar Figueira Costa Orientador : Antônio Luiz Guerra Gastaldini Título: Influência da Finura e Teor de Escória na Penetração de Cloretos no

Concreto. Dissertação de Mestrado em Patologia das Construções. Santa Maria, 21 de dezembro de 2001.

Page 17: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xvii

ABSTRACT

THE INFLUENCE OF SLAG FINENESS AND CONCENTRATION IN THE

CHLORIDE PENETRATION IN CONCRETE

Author: Paulo Edgar Figueira Costa

Tutor: Prof. Dr. Antônio Luiz Guerra Gastaldini

One of the main aspects of concrete durability under close scrutiny today

is that of steel corrosion, which is initiated by two main agents: carbonation and

chloride penetration. This study investigated the influence of both the fineness

and the concentration of granulated blast furnace slag in the chloride

penetration in concrete. Seven different binder mixtures were investigated. One

was labeled reference sample and prepared with portland cement only while the

remaining six samples were prepared with slag of three different finenesses

(300 m2/kg, 500 m2/kg e 700 m2/kg) in 35% and 70% substitutions of cement

mass. Tests of axial compressive strength (according to Brazilian standards

NBR 5738 and 5739), chloride penetration (ASTM C 1202) and pore water

solution were performed. The strength levels were defined in relation to the w/b

ratios (0.35, 0.50 and 0.65) and cured for 7, 28 and 91 days. Abrams curves

were then plotted to analyze two strength levels: 35 MPa at 28 days and 55

Andre Rypl
O CPV-ARI é uma denominação brasileira, não é? Traduzi por Portland cement, mas talvez exista um termo mais adequado.
Andre Rypl
Esta frase diz em português: Os níveis de resistência ...foram curados. Não seria “as amostras foram curadas”?
Andre Rypl
Poderia tb ser “after 28 days”. Não tenho certeza do que seria mais corrente.
Page 18: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xviii

MPa at 91 days. Results show a reduction in total chloride penetration in the

slag mixtures when compared to the reference sample for both the same w/b

ratio and the same strength levels (35 MPa at 28 days and 55 MPa at 91 days).

The only exception was the mixture with Blaine fineness 700 m2/kg and 35%

substitution. The increase in the fineness of the slag yielded increased

compressive strength and chloride penetration, while the increase in

substitution from 35% to 70% resulted in a reduction in compressive strength,

chloride penetration and electrical conductivity.

A strong correlation was found between chloride penetration (measured in

Coulombs), the concentration of equivalent Na2O and electrical conductivity.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Post graduation Program in Civil Engineering Author: Paulo Edgar Figueira Costa Tutor: Antônio Luiz Guerra Gastaldini Title: the influence of slag fineness and concentration slag in chloride penetration in concrete Master’s thesis in Pathology of Constructions. Santa Maria, December 21st, 2001.

Page 19: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xix

LISTA DE TABELAS

TABELA 4.1 - Denominação e teor de adição mineral por mistura ......... 39

TABELA 4.2 - Massa específica dos aglomerantes ................................ 40

TABELA 4.3 - Composição química dos aglomerantes .......................... 40

TABELA 4.4 - Dados granulométricos dos aglomerantes ....................... 41

TABELA 4.5 - Área específica dos aglomerantes ................................... 42

TABELA 4.6 - Características físicas dos agregados .............................. 44

TABELA 4.7 - Traços utilizados, teor de aditivo e consumo de aglomeran

te/m3 de concreto ............................................................. 47

TABELA 4.8 - Idades de ensaios e dimensões de corpos de prova ....... 48

TABELA 4.9 - Condutividade equivalente de ions aquosos numa

concentração infinita em 25° C ........................................ 52

TABELA 5.1 - Resistência à compressão axial e índice médio de

resistência ....................................................................... 57

TABELA 5.2 - Apresenta os coeficientes da curva de Abrams para a

resistência à compressão, aos 7, 28 e 91 dias ................ 61

TABELA 5.3 - Consumo de escória e cimento para o nível de 35 MPa .. 62

TABELA 5.4 - Consumo de escória e cimento para o nível de 55 MPa .. 64

TABELA 5.5 - Penetração de cloreto aos 28 e 91 dias ........................... 67

TABELA 5.6 - Coeficientes da curva de Abrams, para a penetração de

cloreto aos 28 e 91 dias ................................................... 72

TABELA 5.7 - Relações a/ag e consumo de cimento para 35 MPa aos 28

dias e 55 MPa aos 91 dias ............................................... 73

Page 20: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xx

TABELA 5.8 - Penetração total de cloreto, índice de penetração médio e

penetração unitária para o nível de resistência de 35 MPa

aos 28 dias ....................................................................... 77

TABELA 5.9 - Penetração de cloreto para resistência à compressão de 55

MPa aos 91 dias .............................................................. 79

TABELA 5.10 - Alcalinidade, teor de cloreto retido e relação iônica Cl-/OH-,

aos 91 dias ....................................................................... 86

TABELA 5.11 - Análise da solução aquosa dos poros, para relação a/ag

0,50 aos 91 dias ............................................................. 89

TABELA 5.12 - Na2Oeq, condutividade elétrica relativa para relação a/ag

0,50 aos 91 dias ............................................................. 90

Page 21: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 - Representação esquemática das formas de penetração de

cloretos na estrutura de concreto .................................... 8

FIGURA 4.1 - Difratograma de raios X do cimento ARI .......................... 41

FIGURA 4.2 - Distribuição granulométrica das escórias ......................... 42

FIGURA 4.3 - Percentagem de superplastificante em massa de cimento

.......................................................................................... 45

FIGURA 4.4 - Câmara climatizada .......................................................... 48

FIGURA 4.5 - Ensaio de penetração de cloreto ...................................... 50

FIGURA 5.1 - Índice médio de resistência à compressão com o aumento

do grau de hidratação, aos 7, 28 e 91 dias ...................... 58

FIGURA 5.2 - Índice médio unitário de resistência, aos 7, 28 e 91 dias . 58

FIGURA 5.3 - Evolução da resistência à compressão com o aumento

na finura de escória, aos 7, 28 e 91 dias ......................... 59

FIGURA 5.4 - Evolução da resistência à compressão com a idade .... 60

FIGURA 5.5 - Comparativo de consumo de cimento para resistências

à compressão de 35 MPa aos 28 dias ............................. 63

FIGURA 5.6 - Comparativo de consumo de cimento para resistências à

compressão de 55 MPa aos 91 dias ................................ 64

FIGURA 5.7 - Desenvolvimento de penetração de cloreto com a finura da

escória aos 28 e 91 dias .................................................. 69

FIGURA 5.8 - Desenvolvimento de penetração de cloreto com a idade . 70

Page 22: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxii

FIGURA 5.9 - Índice médio de penetração de cloretos, aos 28 e 91 dias

.......................................................................................... 71

FIGURA 5.10 - Penetração unitária de cloretos, aos 28 e 91 dias ......... 71

FIGURA 5.11 - Consumo de cimento para o nível de resistência de 35

MPa aos 28 dias ........................................................... 74

FIGURA 5.12 - Consumo de cimento para o nível de resistência de 55

MPa aos 91 dias ........................................................... 74

FIGURA 5.13 - Penetração de cloreto total para o nível de resistência de

35 MPa aos 28 dias ...................................................... 75

FIGURA 5.14 - Índice médio de penetração total de cloreto, para o nível

de resistência de 35 MPa aos 28 dias .......................... 77

FIGURA 5.15 - Penetração unitária de cloreto para o nível de resistência

de 35 MPa aos 28 dias ................................................. 78

FIGURA 5.16 - Penetração de cloreto total para o nível de resistência de

55 MPa aos 91 dias ...................................................... 79

FIGURA 5.17 - Índice médio de penetração total de cloreto, para o nível

de resistência de 55 MPa aos 91 dias .......................... 81

FIGURA 5.18 - Penetração unitária de cloreto para o nível de resistência

de 55 MPa aos 91 dias ................................................. 82

FIGURA 5.19 - Teores de cloretos totais retidos no aglomerante aos 91

dias ................................................................................ 84

FIGURA 5.20 - Teores de cloretos retidos no cimento aos 91 dias ....... 84

FIGURA 5.21 - Relação entre penetração total de cloretos, em Coulombs,

e o teor de cloretos totais retidos ................................... 85

FIGURA 5.22 - Relação iônica Cl-/OH- aos 91 dias ............................... 87

FIGURA 5.23 - Solução aquosa dos poros aos 91 dias ........................ 88

FIGURA 5.24 - Condutividade elétrica, em ohm-1, para relação a/ag 0,50

aos 91 dias ..................................................................... 91

FIGURA 5.25 - Condutividade elétrica, em %, para relação a/ag 0,50 aos

91 dias .......................................................................... 91

FIGURA 5.26 - Resistência à compressão x penetração de cloreto ....... 92

Page 23: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxiii

FIGURA 5.27 - Correlação entre o equivalente alcalino em sódio e a

penetração de ions cloreto, aos 91 dias ........................ 94

FIGURA 5.28 - Correlação entre condutividade elétrica e penetração de

ions cloreto, aos 91 dias ................................................ 94

Page 24: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxiv

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

a/ag – Relação água/aglomerante (cimento + escória), em massa

a/c – Relação água/cimento, em massa

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

Al2O3 – Óxido de Alumínio ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial

C2S – Silicato bicálcico

C3A – Aluminato tricálcico

C3S – Silicato tricálcico

C4AF - Ferroaluminato tetracálcico

Ca+2 – íons cálcio CaCO3 – Carbonato de cálcio

CAO – Óxido de cálcio

CaSO4 – Sulfato de cálcio

CH – Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2)

Cl- – Ion cloreto

Cl-/OH- – Relação iônica entre cloreto e hidroxila

CO2 – Anidrido carbônico ou dióxido de carbono

CPAF – Cimento Portland de alto forno

CP – Cimento Portland

C-S-H – Silicatos de cálcio hidratados

fc – Resistência à compressão, em MPa

Fe2O3 – Óxido de Ferro

Page 25: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxv

Fe++ – íons ferro

K+ – íons potássio

K2O – Óxido de potássio

KOH – Hidróxido de potássio

MgO – Óxido de magnésio

H – Molécula de água (H2O)

Na+ – íons sódio

Na2O – Óxido de sódio

NaOH – Hidróxido de sódio

OH+ – íon oxidrila ou hidroxila

pH – Potencial de hidrogênio ou hidrogeniônico

r – Coeficiente de correlação

s – Segundos

Si+4 – íons silício

SiO – Óxido de silício

SiO2 – Dióxido de silício

SO2 – Dióxido de enxofre

UR – Umidade relativa do ar, em %

REF – Traço de referência

35E300 – Concreto com teor de 35% de escória, finura 300 m2/kg e a/c

0,35; 0,50 e 0,65.

70E300 – Concreto com teor de 70% de escória, finura 300 m2/kg e a/c

0,35; 0,50 e 0,65.

35E500 – Concreto com teor de 35% de escória, finura 500 m2/kg e a/c

0,35; 0,50 e 0,65.

70E500 – Concreto com teor de 70% de escória, finura 500 m2/kg e a/c

0,35; 0,50 e 0,65.

35E700 – Concreto com teor de 35% de escória, finura 700 m2/kg e a/c

0,35; 0,50 e 0,65.

70E700 – Concreto com teor de 70% de escória, finura 700 m2/kg e a/c

0,35; 0,50 e 0,65.

Page 26: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxvi

CAPITULO I – INTRODUÇÃO

A durabilidade, segundo o ACI 2001, é a propriedade que o concreto

apresenta para resistir às ações das intempéries, de ataques químicos, de

abrasão e de outros processos de deterioração. Isso exige que o material

apresente resistência a essas ações durante toda a sua vida útil, para que se

mantenha funcionalmente válido.

A principal causa individual de deterioração das estruturas é a corrosão

das armaduras MEHTA(1992), que afeta um grande número de obras civis,

com grande impacto social e sobretudo econômico.

A corrosão das armaduras pode ocorrer devido à ação do CO2 ou à

penetração de ions cloreto. A carbonatação diminui o pH da água dos poros,

resultando numa despassivação da armadura. Os ions cloreto destroem a

camada protetora de passivação na superfície do aço e, na presença de água e

oxigênio, ocorre a corrosão.

Alguns autores estimam que os custos de corrosão atingem de 2 a 5% do

P.N.B. de cada país , sendo que, desse total, 15% a 25% poderiam ser

evitados, se métodos preventivos fossem adotados. Creditam, em parte, a

evolução crescente da deterioração das estruturas ao aprimoramento dos

métodos de cálculo estrutural, que possibilitaram a concepção de estruturas

cada vez mais esbeltas, com menores cobrimentos e, portanto, com redução

da capacidade protetora do concreto.

A falta de durabilidade de uma estrutura pode, portanto, ser decorrente de

má concepção do projeto ou mesmo de falhas de execução. Entretanto, não

podemos esquecer que a composição do material tem um importante papel nas

causas de degradação das construções.

A durabilidade de uma estrutura de concreto exposto a meio agressivo

está na dependência da sua impermeabilidade. A falta desta pode ser devida à

Page 27: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxvii

deficiência de dosagem e cobertura ou mesmo a microfissuras causadas por

efeitos internos e externos.

Com relação à composição, sabe-se que, ao se substituir parte do cimento

por adições minerais, a estrutura da pasta formada difere bastante daquela

obtida só com o cimento, nas mesmas condições de cura. Há uma alteração

significativa na estrutura dos poros, função do tipo e características da adição,

com reflexos na permeabilidade. Isso tem sido constatado por vários

pesquisadores, que consideram esse fato como responsável, entre outros, pela

menor permeabilidade a cloreto apresentada pelo concreto.

A maioria das adições minerais são provenientes de subprodutos

industriais considerados resíduos, e a sua utilização no concreto resulta em

benefícios técnicos, econômicos e ambientais.

Do ponto de vista técnico, o comportamento das adições está

fundamentado principalmente na sua finura, composição mineralógica e história

térmica. Essas, alteram a cinética de hidratação do cimento, e são

responsáveis por modificações substanciais na composição e microestrutura da

pasta com conseqüente refinamento dos poros, conferindo ao concreto a

capacidade de resistir e controlar a velocidade de deterioração provocada por

agentes agressivos.

No caso da escória granulada de alto forno, a sua utilização no cimento

remonta ao final do século XIX, em experiências pioneiras de Emil Langes, na

Alemanha. A sua utilização como material aglomerante dispensa a calcinação

da matéria prima, o que permite a redução do consumo de energia e,

consequentemente, de custo de produção dos cimentos.

A escória é um resíduo da fabricação do ferro gusa e é obtida em

quantidades consideráveis, sendo composta pelos mesmos óxidos que

compõem o cimento, porém em proporções diferentes.

A sua incorporação ao clínquer Portland, para obtenção do cimento

Portland de alto forno, resulta em pastas com maior resistência ao ataque

químico e à ação do gelo, ao baixo calor de hidratação, à diminuição da

permeabilidade, devido a uma melhor distribuição do tamanho dos poros,

Page 28: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxviii

resultando em um decréscimo da taxa de difusão de ions agressivos. Além

disso, tem a propriedade de se combinar e formar cloroaluminato de cálcio,

diminuindo a quantidade de cloreto livre passível de migrar até as armaduras.

Esse comportamento é dependente, entre outros, da sua composição química

e mineralógica, do grau de vitrificação e finura.

Esta pesquisa teve por objetivo investigar o efeito da finura e teor de

substituição de escória de alto forno na resistência à compressão e

permeabilidade a cloreto.

Esse objetivo principal foi desdobrado em questões mais específicas, tais

como:

• Como evoluem as resistências desses concretos com o aumento da

finura e do teor de substituição de escória em comparação ao concreto de

referência, sem escória?

• Qual a influência do aumento da finura e do teor de substituição de

escória na permeabilidade a cloreto?

• Qual o comportamento dessas propriedades em relação ao consumo de

cimento?

• Analisando-se as diferentes misturas em igualdade de relação

água/aglomerante e para um mesmo nível de resistência , como se comportam

em relação à penetração unitária?

• Como fica a alcalinidade dos concretos quando se substitui parcialmente

o cimento pela escória?

• Quais as modificações que ocorrem na condutividade elétrica da solução

dos poros, de pastas moldadas com diferentes finura e teores de escória?

Ao responder às questões propostas, aumenta-se o conhecimento sobre

os materiais utilizados, prevendo-se como será o comportamento dos

concretos produzidos, frente a cloretos e a alterações que ocorrem na solução

aquosa dos poros.

A dissertação está estruturada em seis capítulos, apresentados da

seguinte forma:

Capítulo I, contêm a introdução, a justificativa e os objetivos da pesquisa.

Page 29: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxix

Capítulos II , enfoca o fenômeno da penetração de cloreto nos concretos,

como acontece o seu mecanismo de deterioração e os fatores que o

influenciam.

Capítulo III, descreve a utilização da escória de alto forno nos concretos,

bem como apresenta algumas citações bibliográficas referentes ao assunto.

Capítulo IV, apresenta a descrição do experimento, através da

metodologia adotada, materiais empregados, variáveis envolvidas e ensaios

executados.

Capítulo V, envolve a análise dos resultados dos ensaios realizados para

implementar os objetivos propostos, bem como uma discussão com outros

estudos relacionados com a penetração de cloreto.

Capítulo VI, apresenta a conclusão da dissertação, sendo respondidos os

questionamentos elaborados para a pesquisa e apresentadas as misturas que

apresentaram os melhores desempenhos.

Finalmente, foi apresentada a revisão bibliográfica, sendo esta obtida

através de consultas relacionadas aos assuntos abordados no

desenvolvimento da dissertação.

Page 30: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxx

CAPÍTULO II - CORROSÃO DE ARMADURAS POR CLORETOS

2.1 Introdução

A deterioração prematura de estruturas de concreto, após alguns anos de

serviço, na maioria das vezes deve-se à corrosão das armaduras. O concreto

produz uma película passivante de alta alcalinidade para dispor proteção

natural ao aço. Essa capa protetora ao redor do aço pode ser destruída, devido

à presença de ions cloretos, provenientes de fontes externas ou incorporados à

mistura de concreto. Como a concentração de ions cloreto, adjacentes ao aço,

aumenta com o tempo, a capa protetora é despassivada e a corrosão do aço é

iniciada. A transformação do aço metálico em ferrugem é acompanhada por um

aumento no volume, o qual, dependendo do estado de oxidação, pode ser de

até 600% do metal original (MEHTA E MONTEIRO, 1994).

Sabe-se que para a corrosão iniciar, deve haver a presença simultânea de

oxigênio e água disponível e ions cloreto têm que entrar em contato com a

camada protetora do aço. Consequentemente, a taxa de difusão de cloreto e

oxigênio, através do cobrimento de concreto nas barras de aço, e a

profundidade da cobertura de concreto são dois parâmetros importantes.

Quando são aplicadas cargas de serviço a um elemento estrutural, são

induzidas tensões mecânicas nas barras de aço. Como as barras se alongam,

o concreto ao redor das barras sofre microfissuração. Essas microfissuras

podem prover canais no concreto para a penetração de ions cloreto. A taxa de

difusão é influenciada pelas características de penetrabilidade. O grau de

microfissuras do concreto também pode ser um parâmetro importante que

influencia a corrosão do aço.

A penetração de cloreto no concreto é um parâmetro que precisa ser

levado em consideração, especialmente no caso de construção de estruturas

suscetíveis à corrosão induzida por cloretos.

Page 31: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxi

Nas condições de exposição de uma estrutura, deve-se levar em conta o

micro e o macroclima atuantes sobre a obra ou suas partes críticas, quando se

deseja classificar agressividade do meio, sob o ponto de vista da durabilidade

da armadura e do próprio concreto, de forma a prover condições necessárias

para atingir a vida útil.

Segundo HELENE (1995), “Vida útil de uma estrutura entende-se o

período de tempo no qual a estrutura é capaz de desempenhar as funções para

as quais foi projetada”. O autor, ainda diz que a deterioração da estrutura por

corrosão das armaduras pode ocorrer em três situações distintas, com a

seguinte denominação:

1. Vida útil de projeto: período de tempo que vai até a

despassivação da armadura;

2. Vida útil de serviço ou de utilização: período de tempo que vai até

o momento em que aparecem manchas na superfície do concreto, ou ocorre

fissura no concreto de cobrimento, ou ainda quando há o destacamento do

concreto de cobrimento;

3. Vida útil última ou total: período de tempo que vai até a ruptura e

colapso parcial ou total da estrutura.

A redução da vida útil de uma estrutura, devido ao início do processo de

corrosão do aço, compreende duas fases: a fase inicial de corrosão e a fase de

propagação. A propagação da corrosão leva à fissuração do concreto. Tendo a

corrosão iniciado, a fissuração segue-se em um período bastante curto. Muito

pouco pode ser feito, uma vez que a corrosão tenha sido iniciada.

HELENE (1997) cita também que a grande quantidade de danos

causados pela corrosão das armaduras inseridas no concreto ocorrem,

principalmente, devido a: projetos e execução suscetíveis de erros, camada de

cobrimento inadequada e tempo de cura insuficiente.

A corrosão das estruturas de concreto pode ser reduzida com uma

camada de cobrimento de qualidade (impermeável e adequada espessura),

concreto de resistência mais elevada e procedimentos de cura mais perfeitos,

possibilitando assim proteção contra a corrosão devido à camada passivadora

Page 32: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxii

e à aderência formada entre pasta e aço. No entanto, os concretos utilizados

atualmente favorecem o transporte do oxigênio, dióxido de carbono, água e

ions cloreto para o seu interior, pois apresentam considerável porosidade e

fissuras, possibilitando assim o ataque de ions cloreto e/ou carbonatação do

concreto.

2.2 Mecanismos de corrosão devido à ação de cloretos

A penetração de cloretos no concreto pode ser devida a causas externas,

como maresia, água do mar ou o uso de sais descongelantes. A incorporação

de cloretos no concreto pode decorrer do uso de aditivos, entre eles os

aceleradores de pega, ou do fato de cloretos estarem presentes nos próprios

materiais (agregados contaminados).

A penetração de cloretos por fontes externas ocorre por difusão ou por

sucção capilar da água que contenha esses ions, e depende do estado em que

se encontram os cloretos no interior do concreto, os quais podem estar livres

ou combinados com os compostos ou produtos de hidratação do cimento. Os

cloretos livres são aqueles que estão disponíveis para a corrosão, embora os

combinados possam, por alguns processos, converter-se em livres.

Segundo HELENE (1993), nos concretos endurecidos, ou seja, estruturas

prontas, os cloretos do ambiente podem penetrar na estrutura através dos

mecanismos clássicos de penetração de água e transporte de ions. Os cloretos

potencialmente agressivos encontram-se na natureza na forma dissolvida em

água. Como cristal sólido, o cloreto não representa risco elevado para as

estruturas, pois não penetra na porosidade do concreto que tem dimensões

muito mais reduzidas que a dos cristais usuais. Como sólido, no entanto, pode

depositar-se por impactação na superfície do concreto e aí permanece até que

uma chuva o dissolva e o transporte para o interior da estrutura, através dos

Page 33: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxiii

seguintes mecanismos: absorção capilar, difusão, permeabilidade ou migração

de ions por ação de um campo elétrico, conforme apresentado na Figura 2.1.

permeabilidadpermeabilidade e

Interior

baixa -

centração

absorção capilar

Evaporação

Gradiente

de

pressão

H2Cl- co

CCl- c

H2O

Cl- com Cl-

Cl-

migração de ions

exterior

elevada

concentração

de

Cl- Cl- Cl-

Evaporação

c

g

d

in

d

p

Cl- - Cl- Cl- Cl- Cl- Cl- Cl- Cl-

eletrólito

â de Cl- -

FIG

loreto

Em

ravida

e pres

terior

imensã

Ex

enetra

nodo

URA 2.1 - Repre

na estrutura de con

fachadas, a sol

de, da energia ciné

são suficiente para

do concreto. A c

o e distribuição id

iste uma ordem

ção é máxima. Co

cátodo

l-

Cl

Cl- Cl- Cl-

Cl- Cl- Cl- Cl- Cl-

cdifusão de ion

sentação esquemática das formas

creto.

ução com cloretos poderia ainda

tica das gotas e do vento, que ger

empurrar a água com os cloretos

ada um dos mecanismos e ações

eal dos poros nos quais a penetraçã

de grandeza da dimensão dos po

mo se verifica na prática, ocorre um

Cl

Cl-

Cl-

C

C -

l- l

Cl-

Cl-

H2O

com

Cl-

om

Cl-

Cl con C

O m Cl- l-

H2O om Cl- Cl-

s

de penetração de

sofrer a ação da

am um diferencial

dissolvidos para o

corresponde uma

o é maior.

ros nos quais a

a simultaneidade

Page 34: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxiv

de ações e mecanismos que se sobrepõem e que tornam complexo prever com

segurança o quanto e até onde penetrará o cloreto no concreto.

Considerando uma mesma estrutura, como os pilares de sustentação de

ponte em atmosfera marinha, em contato com o solo e lençol freático

contaminados por cloretos, a maior penetração ocorrerá nas regiões onde

vários mecanismos de penetração possam atuar simultaneamente. KLARIC &

GALUPPO (1985) comprovaram em experimentos esse fato, através da análise

da penetração de cloreto em pilares de três diferentes pontes, encontrando

teores variando na relação aproximada de 1:3:10, segundo a região esteja ao

ar (submetido a difusão): no solo (submetido a difusão + absorção capilar): no

solo em contato com água do lençol freático (submetido a difusão + absorção

capilar + permeabilidade).

O ínicio da corrosão induzida por cloretos depende da presença da água

como meio de transporte do oxigênio até o aço. Portanto, quando a taxa de

umidade no concreto for de 0% (concreto seco), o processo eletrolítico não

ocorre, no entanto quando for de 100% (concreto saturado), o oxigênio é

impedido de penetrar. A umidade relativa ótima para corrosão é entre 70% e

80%.

Sabe-se que o processo de corrosão do aço no concreto é eletroquímico,

tal qual a maioria das reações corrosivas em presença de água ou ambientes

úmidos (U.R. > 60%) (HELENE, 1986).

Segundo NEVILLE (1997), quando há uma diferença de potencial elétrico

entre dois pontos do aço no concreto, forma-se uma célula eletroquímica: surge

uma região anódica e uma região catódica, ligadas pelo eletrólito na forma de

água dos poros da pasta endurecida. Os ions Fe++, com carga elétrica positiva

no ânodo passam para a solução, enquanto os elétrons livres e-, com carga

elétrica negativa, passam pelo aço para o cátodo, onde são absorvidos pelos

constituintes do eletrólito, combinando-se com a água e oxigênio formando ions

de hidroxíla, OH-. Estes ions se deslocam pelo eletrólito combinando-se com os

ions ferrosos e formando hidróxido férrico (ferrugem).

Page 35: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxv

As reações são as seguintes:

Fe → Fe++ + 2e- Fe++ + 2(OH-) → Fe(OH)2 (hidróxido ferroso) 4Fe(OH)2 + 2H2O + O2 → 4Fe(OH)3 (hidróxido férrico)

O concreto, quando estiver com uma parte imersa em água do mar, ou

estiver exposto a ciclos alternados de molhagem e secagem, pode apresentar

diferença de potencial eletroquímico, ocorrendo o mesmo, quando houver

diferença de concentração salina na água dos poros ou devido ao acesso não

uniforme de oxigênio.

Para que o processo de corrosão inicie, devido à presença de ions cloreto,

a camada de passivação deve ser transposta. Os ions cloreto ativam a

superfície do aço, formando o ânodo, sendo o cátodo a superfície passivada

(NEVILLE, 1997).

As reações que ocorrem devido à presença de cloretos, são as seguintes:

Fe++ + 2Cl- → FeCl2

FeCl2 + 2H2O → Fe(OH)2 + 2HCl

Observa-se que o Cl- é regenerado, de modo que o hidróxido ferroso

(ferrugem) não contém cloreto, pois não é consumido no processo,

permanecendo no concreto e consumindo o aço, ajudando a destruir a camada

passivadora de óxido no aço e permitindo que o processo de corrosão progrida

rapidamente.

2.3 Penetração de cloreto e as variáveis que a influenciam

Page 36: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxvi

A penetração de cloreto é um dos principais fenômenos de deterioração

das estruturas de concreto, juntamente com a carbonatação. Esses fenômenos

não prejudicam o concreto em si, mas determinam a corrosão da armadura que

está contida no mesmo.

Ocorrem fenômenos que atacam unicamente o concreto, como são os

casos dos sulfatos e da reação álcali-agregado causando expansão, assim

como os que atacam exclusivamente a armadura, despassivando-a, caso em

que estão o cloreto e a carbonatação.

A maior ou menor intensidade do processo de corrosão por íon cloreto é

influenciada por inúmeras variáveis físico-químicas que se inter-relacionam

tornando esse fenômeno muito complexo.

Para uma melhor interpretação do fenômeno na microestrutura do

concreto, têm sido desenvolvidas várias pesquisas, procurando-se novas

adições e misturas que aumentem a durabilidade e, em conseqüência, a vida

útil das estruturas.

Algumas das variáveis mais importantes que influenciam na penetração e

difusão de ions cloreto no concreto, são relacionadas a seguir:

♦ a relação a/c ou a/ag;

♦ a porosidade;

♦ a permeabilidade;

♦ a resistência à compressão axial;

♦ a finura, a natureza e a dosagem de cimento ou adições minerais;

♦ a duração e as condições de cura.

O fenômeno da penetração de cloreto é significativamente influenciado

pela relação a/ag. Pesquisas comprovam que, reduzindo-se essa relação,

ocorre redução da penetração de cloreto. Está comprovado também que, o

decréscimo do fator a/c ou a/ag implica diminuição da permeabilidade e

porosidade dos concretos.

A relação água/cimento, a idade e a cura, determinam o grau de

hidratação que, por sua vez, implementa a microestrutura das pastas,

argamassas e concretos. Assim, a quantidade, a forma e a distribuição dos

Page 37: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxvii

poros capilares, que em última instância representam o caminho de transporte

de agentes agressivos, são dependentes da microestrutura da pasta, que por

sua vez, são funções da dosagem e condições de cura (HELENE, 1993).

As primeiras iniciativas para melhorar a qualidade dos concretos

tradicionais reduziram as relações água/cimento. Para tanto, aumentava-se o

consumo de cimento ou diminuía-se o conteúdo de água. Isso gerava uma

perda brusca na trabalhabilidade e, como altos consumos de cimento são

economicamente desaconselháveis, foram propostos novos métodos de

dosagens e incorporação de adições aos concretos. Desencadearam-se, a

partir de então, inúmeras pesquisas, tentando criar diferentes maneiras de

produzir concretos com melhorias tecnológicas, com adições minerais e

aditivos químicos (ALVES, 2000).

Segundo ALMEIDA (1992), a redução da relação a/ag pode ser

conseguida mediante o uso de aditivos químicos, como os redutores de água

do tipo plastificante e superplastificante, proporcionando assim uma redução

maior da porosidade total e do diâmetro dos poros. Isto aumenta a durabilidade

do concreto. As resistências mecânicas do concreto são elevadas diretamente

com a redução da relação a/ag.

Com a introdução das aditivos, nos últimos anos tornou-se possível a

redução de água nos concretos. Com isso, reduziu-se drasticamente o

conteúdo de umidade no concreto exigido para adquirir uma mistura

trabalhável.

Em misturas totalmente compactadas, as propriedades do concreto

endurecido, principalmente a resistência e a durabilidade, aumentam com o

grau de hidratação e com a redução da relação água/cimento, que é a chave

para o controle da porosidade da pasta de cimento hidratada e da zona de

transição (SERRA,1997).

Inicialmente, quando surgiram os cimentos de alta resistência, passaram a

utilizar grandes quantidades de água, com isso os concretos tornaram-se mais

Page 38: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxviii

fáceis de ser trabalhados. Inúmeras estruturas que estavam sujeitas a

exposições ambientais adversas tiveram problemas de durabilidade, devido às

altas relações a/ag. Na atualidade as pesquisas demonstram que altos

desempenhos alcançados na produção dos concretos, visando a melhorar as

microestruturas, tornando-as menos porosas e consequentemente mais

duráveis, são conseguidos mediante a utilização de uma baixa relação a/ag.

A porosidade é outro fator que controla o desempenho de um concreto,

principalmente a quantidade, o tamanho dos poros e como estão distribuídos.

Define também a maior ou menor facilidade de transporte de líquidos ou gases

e ions cloreto através do concreto. Quando ocorre a hidratação do cimento

portland dos concretos criam-se duas regiões, dentro da pasta de cimento, bem

distintas: a matriz propriamente dita e a zona de transição, região de maior

porosidade e que possui menor resistência. A zona de transição configura a

interface matriz e agregado graúdo. Nela, a relação a/c é sempre mais alta,

devido a uma maior concentração de água aderida ao agregado. A durabilidade

dos concretos será menor, quanto maior for a relação água/aglomerante. O

maior problema dos concretos tradicionais quanto ao prejuízo em desempenho

é a maior interconexão dos poros capilares, o que cria vias que permitem o

ingresso dos agentes agressivos, como os ions cloreto.

SERSALE (1992) cita, no seu relatório sobre cimento com adições, os

fatores que induzem a uma maior durabilidade das pastas de cimento portland

com adições minerais: densificação da zona de transição pelos produtos de

hidratação; fixação do hidróxido de cálcio; diminuição do teor de C3A devido à

substituição de parte do cimento pela adição; condições desfavoráveis para a

formação de etringita; diminuição da permeabilidade devido a uma melhor

distribuição do tamanho dos poros, resultando em um decréscimo da taxa de

difusão de ions agressivos; efeito filler causado pela presença física da adição.

Segundo MEHTA (1986), não é a porosidade total, mas sim a distribuição

do tamanho dos poros que controla efetivamente a resistência, a

permeabilidade e as variações de volume em uma pasta de cimento

endurecida. Os poros pequenos influenciam mais a retração por secagem e a

Page 39: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xxxix

fluência. Os poros grandes influenciam principalmente a resistência à

compressão e a permeabilidade. A diminuição da porosidade da pasta de

cimento é um fator determinante para melhorar a durabilidade do concreto. É a

água que percola através dos poros, carregando ions agressivos, que controla

os processos físicos, químicos ou físico-químicos da degradação do concreto.

Porém, é a sua permeabilidade que controla os movimentos da água em seu

interior, bem como o tipo e a taxa de concentração de ions, além da

composição química do cimento e dos agregados.

Segundo HELENE (1993), “mantidas a relação a/ag, o consumo de

cimento, a concentração externa de cloretos e a massa específica do concreto,

o teor de cloreto no concreto reduzirá à medida que sejam utilizadas adições

ao cimento que reduzam a porosidade e a absorção de água pelo concreto”.

Concretos com aglomerantes compostos por adições minerais,

apresentam uma considerável redução na porosidade das pastas;

proporcionam um refinamento dos grãos de CH; tamponam os poros capilares

e distribuem mais homogeneamente os produtos da hidratação do cimento

portland em relação a um concreto tradicional, ou seja, sem adição (MEHTA,

1994).

BRETANHA et al. (1999) concluíram que o uso de adições melhora a

resistência química dos concretos, devido às reações com o hidróxido de cálcio

para formar C-S-H adicional, os quais preenchem os poros capilares da pasta

de cimento, tornando o concreto menos permeável ao ingresso de ions

agressivos.

A utilização das adições minerais associadas aos aditivos químicos e a

menores relações a/ag, trazem melhoras significativas para quase todas as

propriedades de durabilidade dos concretos. Entre alguns desses benefícios,

está a minimização da interconexão dos poros capilares dos concretos, fator

relacionado às reações físicas de tamponamento dos poros e das reações

químicas, o que contribui diretamente para a redução da permeabilidade.

As variadas composições de adições minerais, ao reagir, são diferentes

dos concretos tradicionais, modificando a microestrutura, tanto química quanto

Page 40: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xl

fisicamente. A estrutura das pastas e, consequentemente, da porosidade

dependem do tipo e da percentagem de utilização das adições minerais que

geralmente proporcionam ganhos de durabilidade.

TORII & KAWAMURA (1992) avaliaram a estrutura dos poros e a

penetração de cloreto da camada superficial e das porções interiores do

concreto, com e sem adições minerais, quando submetidos a várias condições

de exposição por um longo período. Os autores observaram, nos concretos

compostos com adições minerais, baixo grau de hidratação e presença de

quantidades significativas de poros grandes, quando mantidos ao ar por longo

período de tempo. Contudo, a 5 cm de profundidade, não verificaram

alterações significativas no grau de hidratação e estrutura de poros.

Independentemente das condições de cura, a camada superficial e mesmo a

parte interna dos concretos compostos com adições minerais apresentaram

menor penetração de cloreto do que o concreto de referência.

GASTALDINI et al. (1996) investigaram a influência das adições minerais

na porosidade das pastas de cimento Portland. Analisaram várias misturas de

cimento Portland (ARI) com cinza volante, cinza de casca de arroz, escória

granulada de alto forno e sílica ativa, em misturas binárias e ternárias. Foram

determinados a porosidade total e o diâmetro médio dos poros em amostras de

pasta com relação a/c de 0,48 e curados por 1 e 4 semanas.

Os resultados dessa pesquisa demonstraram que houve modificação na

microestrutura das pastas, com diminuição do volume de poros capilares e uma

redução na porosidade total, contribuindo para uma menor permeabilidade,

uma vez que se reduzem os movimentos da água, ions e gases agressivos

para o interior do concreto.

Investigação importante para o estudo da penetração de cloreto foi

realizada por PAGE et al. (1981) em diferentes pastas de cimento hidratadas.

Esses autores salientam como fatores que interferem na velocidade desse

fenômeno a dosagem do cimento ou de adições.

ARYA et al. (1995) constataram que a natureza do aglomerante influencia

na capacidade de retenção de cloretos e na taxa de corrosão do aço em

Page 41: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xli

amostras contendo 1% e 3% de Cl-. Observou que a retenção de cloretos

ocorre na seguinte ordem: CP III > CP IV > CP > CP + sílica ativa, e que a

quantidade de cloreto livre aumenta com o aumento do teor de cloreto.

Contudo, ocorreu maior corrosão do aço nas amostras constituídas por CP IV >

CP + sílica ativa > CP III > CP I para 1% de Cl- e CP IV > CP I > CP III > CP +

sílica ativa para 3% de Cl-. Justificaram a maior taxa de corrosão do aço para o

CP IV e CP III, em relação ao CP I, para o teor de Cl- de 1%, devido à redução

na concentração de OH, decorrente das reações químicas. A menor taxa de

corrosão do aço das amostras compostas por CP + sílica ativa, em relação aos

demais aglomerantes, quando o teor de Cl- foi de 3%, deve-se a mudanças na

estrutura física da pasta que exerce maior influência do que as alterações na

composição da solução dos poros.

Com relação à natureza e à finura do aglomerante, FUKUDOME (1992)

constatou que o coeficiente de difusão de ions cloreto pode ser reduzido,

usando-se cimento Portland com escória de alto forno, devido a alterações que

ele promove na estrutura de poros. Verificou inter-relação entre o volume de

poros com raio maiores do que 10 nm e o coeficiente de difusão de cloretos e

que a finura da escória teve pouca influência quanto a esse fenômeno.

A permeabilidade do concreto é mais uma das variáveis que influenciam

na penetração de cloreto, pois a maior ou menor difusão de ions dentro dos

poros capilares implica aumento ou diminuição na penetração total de cloretos.

Existem fatores inerentes ao próprio material, como as características

físicas e químicas do aglomerante e dos agregados, a relação a/c ou a/ag, a

quantidade de cimento no traço, fatores esses que controlam a permeabilidade.

A diminuição da permeabilidade dos concretos com adições, comparados aos

concretos tradicionais, deve-se às ações físicas e químicas que ocorrem na

hidratação dos constituintes dos aglomerantes. A permeabilidade é influenciada

também com fatores ambientais, tais como umidade relativa e temperatura no

local de exposição e ações de congelamento do concreto. Ainda pode estar

condicionada a fatores tecnológicos, como a própria execução do concreto:

transporte, lançamento e cura.

Page 42: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xlii

São dois os objetivos principais de uma cura: impedir a perda precoce de

umidade e controlar a temperatura do concreto durante um período suficiente

para que ele alcance o nível de resistência almejado. A realização de uma cura

adequada traz efeitos significativamente favoráveis às propriedades dos

concretos. A cura dos concretos, portanto, define praticamente o

comportamento das propriedades desse material ao longo de sua vida útil, em

especial quanto à penetração de cloreto. Uma cura prolongada nos períodos

iniciais possibilita melhor hidratação do cimento, diminuição da porosidade e,

consequentemente, aumento das resistências finais.

Um estudo como o de OHAMA et al. (1994) salienta a influência da cura

na penetração de cloreto em concretos com amostras de diferentes adições.

Os resultados demonstraram que a migração de ions cloreto é afetada pelas

condições ambientais, como temperatura ambiente e umidade. Os ions cloreto

em ambas as amostras apenas migraram em condições secas, mas ocorria

diferença considerável em condições úmidas. Os ions cloreto se concentraram

inalterados a uma distância, de cerca de 10 mm da superfície da amostra.

Pelo experimento relatado acima, observa-se que o concreto sofre

influência do tipo de ambiente ao qual é exposto. Quando se encontra sujeito

às intempéries, ou seja, com a superfície muito seca pela estiagem ou próxima

à saturação devido à ocorrência de chuvas prolongadas, a penetração de

cloreto progride com velocidade moderada através da superfície do concreto.

Também com relação às condições de exposição, o estudo de

OZYILDIRIM (1994), utilizando adições minerais, com relações a/c de 0,40 e

0,45, relata que, em concretos expostos em condições de climas amenos e

chuvas moderadas, ocorre uma grande redução da permeabilidade. Quanto ao

período de cura, verificou que, aumentando este de 28 dias para 1 ano, a

penetração de cloreto reduz-se a aproximadamente metade dos valores, em

Coulombs.

SASATANI et al. (1995) estudaram as propriedades de concretos com

diferentes tipos de adições minerais, submetidos às mesmas condições de cura

durante 28 dias, sendo posteriormente curados por cinco anos em condições

Page 43: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xliii

diferentes. Quando a cura ocorreu em condições de exposição ao ar, em

laboratório, ela teve influência considerável na redução da resistência. Além

disso, todas as adições minerais usadas foram igualmente eficientes,

impedindo a penetração de ions cloreto em concretos em ambiente marinho.

COSTA et al. (1992) realizaram estudos sobre a permeabilidade e difusão

de gases em concreto. Os resultados mostraram que os coeficientes de fluxo

de gás são altamente dependentes da relação a/c, conteúdo de cimento, tempo

de cura e também das resistências desenvolvidas pelos concretos. Nessa

pesquisa utilizaram-se concretos com cinza volante, concretos com escória de

alto forno e concretos com cimento Portland. Os tipos de cimentos testados,

relatam os autores, não tiveram influência direta na permeabilidade dos

concretos, mas tiveram influência indireta e dependente da resistência à

compressão. A redução na permeabilidade dos concretos torna-se mais

significativa quando há uma diminuição na relação a/c, um conteúdo de

cimento adequado e uma idade de cura prolongada, concluem os

pesquisadores.

Prescrever resistência ou a/c para os concretos não é o suficiente para

obter os desempenhos de durabilidade almejados, pois a cura realizada de

forma inadequada pode resultar numa redução significativa das propriedades

mecânicas do concreto.

Observa-se que aumentar o período de cura úmida torna-se

imprescindível para as estruturas de concreto, contribuindo para incrementar o

desempenho das propriedades desse material. Serve também para diminuir ou

impedir o aparecimento da deterioração, reduzindo os custos de recuperação

Page 44: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xliv

CAPÍTULO III - CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO COM ESCÓRIA FRENTE A CLORETOS

3.1 INTRODUÇÃO

Quando os cimentos com adição de escória granulada de alto forno foram

introduzidos, houve muita controvérsia e desconfiança a seu respeito. A

literatura de 100 anos atrás contém vários artigos condenando-os. A

desconfiança não foi sem fundamento, pois alguns fabricantes misturavam o

cimento com escória de baixa qualidade e com escórias granuladas, e essas

alterações foram tidas como sem valor. Somente com o passar do tempo,

desenvolveu-se a noção de que os materiais a serem incorporados deveriam

ser vítreos. Após essas constatações, as propriedades cimentícias da escória

granulada de alto forno passaram a ser mais aceitas. Existia também o medo

de que o sulfato presente nas escórias granuladas oxidaria, causando

expansão do concreto e corrosão do aço. Foi somente depois de muitos anos e

dos resultados de muitos testes que essas desconfianças começaram a

perder terreno.

A adição de escória granulada ao cimento Portland foi introduzida na

Alemanha em 1892. Seu desenvolvimento industrial foi um pouco mais tardio.

Em 1901, contudo, a indústria se desenvolveu o suficiente para que o cimento

Eisenportland se tornasse um nome aceito, e para que a Associação

Germânica dos Produtores de Cimento Eisenportland fosse formada. O

cimento Hochofen foi feito pela primeira vez em 1907. Em 1930, a produção de

cimento Portland atingiu 550 mil t por ano e a de cimento Hochofen, 460 mil t.

Em 1961, esses valores haviam subido para 4,2 e 3,2 milhões de toneladas,

respectivamente, junto com 8 mil t de cimento supersulfatado. Em 1984, a

produção de escória foi de 15 milhões de toneladas, com utilização de 2,8

milhões de toneladas.

Page 45: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xlv

A história do CPAF em outros países seguiu o mesmo curso que na

Alemanha. O incremento na sua produção deveu-se primariamente a fatores

econômicos e à disponibilidade de escórias adequadas em proximidade

suficiente a fontes de cimento Portland. No Reino Unido, a indústria de cimento

com adições de escória é pequena, mas é muito desenvolvida na Bélgica,

França e em vários outros países europeus, incluindo a antiga URSS. Existe

uma produção significativa nos EUA e no Japão.

Por vários anos após a introdução do cimento com adição de escória

granulada de alto forno, seu uso ficou restrito a estruturas marítimas,

fundações e outras estruturas nas quais o concreto não ficava em contato

direto com o ar. Considerava-se satisfatório o desenvolvimento da resistência

do cimento com escória granulada de alto forno sem contato com o ar, mas não

se sabia se o desenvolvimento de sua resistência seria satisfatório em

ambientes aéreos. Em 1916, contudo, um decreto oficial na Alemanha colocou

o cimento de escória granulada de alto forno em igualdade com o cimento

Portland. A esse decreto seguiu-se uma série de estudos que provou que o

cimento com escória granulada de alto forno desenvolvia resistência

semelhante à do cimento Portland comum. Foi estabelecido pelo Comitê

Alemão do Concreto, que o concreto feito com cimento de escória granulada de

alto forno não diferia significativamente do concreto feito de cimento Portland.

Testes realizados no Berlin Material-prufungsamt provaram que a proteção

contra a corrosão do aço proporcionada pelo cimento de escória granulada de

alto forno assemelhava-se àquela do cimento Portland comum, e que não

deveria haver objeção para o seu uso. Essa conclusão foi confirmada por

várias investigações subseqüentes. Muito da oposição anterior foi baseada na

suposição de que a presença de sulfatos na escória poderia causar

instabilidade, porém GUTT & HINKINS (1965) constataram não ocorrer

nenhum fenômeno de expansão ou instabilidade.

Cimentos com escória granulada de alto forno têm sido amplamente

utilizados em muitos países para vários tipos de construções. Eles

desenvolvem resistência comparável ao cimento Portland, mas exigem uma

Page 46: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xlvi

execução mais cuidadosa em temperaturas baixas, quando a taxa de

desenvolvimento de resistência é menor do que a do cimento Portland, a

menos que a relação água/cimento seja baixa. Assim como no cimento

Portland, o conteúdo de ar tem a maior influência na resistência ao

congelamento/descongelamento. Para misturas com menos que 65% de

escória, o comportamento de argamassas e concretos é bom. Além disso, a

difusão reduzida de ions cloreto, já mostrada por SMOLCZYK (1980), aumenta

a resistência do concreto. A expansão com agregados álcali-reativos é

consideravelmente menor que com cimento Portland de conteúdo alcalino

similar. Testes efetuados por OBBERHOLSTER & WESTRA (1981) mostraram

que a expansão devida às reações álcali-sílica diminui em relação ao conteúdo

de escória.

3.2 Escória granulada de alto forno

A escória, resíduo da fabricação do ferro gusa, é obtida em quantidades

consideráveis, e composta pelos mesmos óxidos que compõem o cimento,

porém em proporções diferentes. Apresenta boa reatividade nos períodos

iniciais, produzindo resistência aos 7 dias de hidratação. Assemelha-se

morfologicamente aos cimentos Portland, em geometria de partícula (angular e

subangular). Mineralogicamente, quase 70% da escória é vidro, o restante é

composto de minerais como merrwinita (C3MS2), hermatite (C2MS2), e quartzo

(SiO2), ao invés de C3S, C2S, e outros, como no cimento Portland.

O resfriamento lento da escória de alto forno em grandes moldes de ferro

viabiliza um produto que pode ser moído e granulado para se obter partículas

densas e resistentes para uso como agregado. As propriedades do agregado

variam com a composição e velocidade de resfriamento da escória; escórias

ácidas geralmente produzem um agregado mais denso, e escórias básicas

Page 47: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xlvii

tendem a produzir uma estrutura vesicular ou celular com massa específica

aparente menor (2000 a 2800 kg/m3). Em geral, a massa unitária das escórias

resfriadas de forma lenta varia, tipicamente, entre 1120 e 1360 kg/m3, e se

situa entre a do agregado normal e a do agregado leve estrutural. Os

agregados são largamente usados para a fabricação de produtos pré-moldados

de concreto, tais como blocos de alvenaria, moirões de cercas e canais

(MEHTA & MONTEIRO, 1994).

O resfriamento rápido dá origem a um material vítreo cuja reatividade é

função entre outras, da sua composição química e mineralógica, tamanho de

partícula e história térmica.

Todos os autores são unânimes ao afirmar que o estado não cristalino da

escória é uma condição estritamente necessária para a atividade hidráulica.

Essa atividade é dependente da sua estrutura, a qual por sua vez é

dependente da sua composição química, tendo em conta inclusive os

elementos secundários RUNZHANG et al. (1983 e 1988). Escórias com a

mesma composição química podem apresentar diferentes atividades

hidráulicas, conforme o processo de resfriamento utilizado GOTO et al. (1985).

Da mesma forma, para um mesmo processo de resfriamento, conforme a

composição química da escória, obter-se-ão diferentes atividades hidráulicas. A

influência da composição química da escória nas propriedades é mais

facilmente reconhecida que a influência da estrutura vítrea TERRIER (1983).

A fase vítrea consiste em monômeros e dímeros compostos

principalmente Si2O78 e SiAl77. Quanto maior o conteúdo da fase vítrea, maior o

conteúdo de monômeros e dímeros, UCHIKAWA (1986).

Alguns autores afirmam que a vitrificação total não é condição única para

a obtenção de máxima reatividade, DOUGLAS & ZERBINO (1986). A presença

de 3% a 5% de cristais nas escórias que desvitrificam no grupo das merwinitas

durante a têmpera industrial, melhora o seu desempenho FREASON & UREN

(1986). Isso ocorre porque a cristalização da merwinita enriquece o vidro em

alumina e elementos menores. DAUGHERTY (1983) concluiu que, para

Page 48: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xlviii

obtenção de maior hidraulicidade, é desejável, além de alto grau de vitrificação,

uma alta relação de CaO + MgO/SiO2 + Al2O3.

As escórias de alto forno, quando finamente moídas e misturadas com

água, são capazes de reagir e endurecer por si mesmas e, melhor ainda, sob a

ação de um ativador. Segundo alguns autores, o mecanismo de hidratação da

escória envolve a dissolução dos constituintes anidros até um nível de

saturação da água de amassamento, seguida da precipitação dos compostos

hidratados. Diferentemente do que ocorre com o cimento, em que o mecanismo

de ação da água sobre o clínquer é hidrolítico, no caso das escórias ele é

hidroxílico, ou seja, depende da disponibilidade de hidroxilas na água de

amassamento. Em relação ao cimento, a escória apresenta atividade hidráulica

latente ou potencial muito atenuada, e se manifesta com lentidão, precisando

de ativadores para se mostrar de forma ostensiva e com resultados práticos.

O ativador tem a função de acelerar a solvatação da escória, favorecendo

a formação de hidratos e de uma estrutura em rede de hidratos.

3.3 Utilização da escória granulada de alto forno nos concretos

A incorporação da escória ao clínquer Portland, para a obtenção do

cimento Portland de alto forno, resulta em pastas com maior resistência ao

ataque químico e à ação do gelo, baixo calor de hidratação, menor

permeabilidade, menor difusão de ions cloreto, sulfato e álcalis e inibição da

reação álcali-agregado. Soma-se a isso a economia de energia para produção,

e também a possibilidade de aproveitamento de um rejeito industrial poluidor.

Alguns estudos sobre a influência da escória de alto forno nos concretos

encontram-se relatados neste item, procurando estabelecer relações existentes

entre as propriedades, tanto para o concreto fresco (como a coesão,

trabalhabilidade e exsudação), quanto para o concreto endurecido (como o

Page 49: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xlix

desenvolvimento das resistências mecânicas, a permeabilidade e a estrutura

de poros).

O efeito da adição de escória de alto forno na microestrutura dos

concretos se faz presente através da densificação da pasta, reforçando a zona

de interface pasta-agregado, principalmente devido ao aumento do teor de

finos, bem como pelas reações químicas entre a escória e o CH liberado na

hidratação do cimento.

GASTALDINI et al (1996), em misturas binárias contendo escória de alto

forno, nas finuras Blaine de 400 m2/kg e 700 m2/kg, verificaram que o aumento

no teor de substituição, de 50% para 70%, acarretou uma redução significativa

no diâmetro médio dos poros, sendo os valores obtidos inferiores àquele da

mistura de referência.

TOMISAWA & FUJII (1995) investigaram a influência do teor e finura da

escória em algumas propriedades do concreto. Observaram redução

significativa no calor de hidratação para teores de escória de 70% em relação à

massa de cimento, assim como aumento na resistência à compressão, com o

aumento da finura da escória e densificação da microestrutura em relação ao

concreto de referência.

NAKAMURA et al. (1992) investigaram a relação entre o desenvolvimento

de resistência e estrutura dos poros em misturas de concreto, contendo

escórias nas finuras Blaine de 453, 786 e 1160 m2/kg. Pelos resultados obtidos,

verificaram nas idades de 3 e 7 dias, que os concretos compostos com escória

na finura Blaine de 453 m2/kg apresentaram valores de resistência mais baixos

do que o concreto de referência, igualando-se a este aos 28 dias. Obtiveram

níveis de resistência, aos 3 e 7 dias, semelhantes àqueles do concreto de

referência para as misturas, contendo escória nas finuras Blaine de 1160m2/kg

e 786 m2/kg, respectivamente. O aumento na finura da escória resultou numa

maior densificação da pasta nas idades iniciais; entretanto, em idades

posteriores, a diferença não é significativa.

YURUGI et al. (1992) constataram a possibilidade de obtenção de

concretos com resistência, aos 91 dias, de 80 MPa e baixo calor de hidratação,

Page 50: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

l

a partir de composição de aglomerante com altos teores de escória, 70%, com

finura Blaine de 600 m2/kg.

NAKAMOTO et al. (1994) estudaram o efeito da influência da temperatura

de cura no desenvolvimento da resistência em concretos contendo escória de

alto forno, e constataram ser mais significativa do que no concreto de

referência.

WAINWRIGHT & AIT-AIDER (1995) verificaram que os concretos

compostos com 70% de escória de alto forno apresentaram 28% menos

exsudação que o de referência, e que temperaturas iniciais superiores à

temperatura ambiente são benéficas para esses concretos, apresentando

menor permeabilidade aos 28 dias.

JIANYONG & PEI (1997) investigaram o efeito da escória de alto forno e

sílica ativa nas propriedades mecânicas do concreto e concluíram que,

misturando uma quantidade total de 25% desses materiais em relação à massa

de cimento, em combinação com superplastificante, melhorava-se a resistência

à compressão, à tração e às características de durabilidade do concreto. O

desenvolvimento da resistência à compressão e à tração não são iguais; a

resistência à compressão se desenvolve mais rapidamente que a resistência à

tração.

O relatório do ACI (1995) afirma que o uso de escória granulada de alto

forno aumenta a trabalhabilidade do concreto de cimento Portland, aumenta a

resistência ao ataque de sulfatos, reduz a permeabilidade, reduz a difusão de

ions cloreto no concreto e reduz a probabilidade de deterioração, devido à

reação álcali-agregado.

3.4 Penetração de cloreto, fixação e relação Cl-/ OH-

As propriedades de transporte no concreto são importantes e merecem

Page 51: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

li

uma investigação cuidadosa, visto que influenciam significativamente na

durabilidade do concreto. Água, dióxido de carbono e ions cloreto são

considerados como sendo as substâncias degradantes primárias da integridade

das estruturas de concreto, devido ao resultado do seu transporte no concreto

e subsequente interação com hidratos do cimento e com o aço. A penetração

de água é de importância fundamental para concretos de estruturas hidráulicas.

As estruturas de concreto expostas à atmosfera devem ter uma penetração de

gases muito baixa, para prevenir a carbonatação que resulta da penetração do

dióxido de carbono no concreto. Para o caso de concretos sob a ação da

maresia, a penetração de cloreto pode ser usada para prever o desempenho

do concreto, sob tais condições corrosivas. O comportamento da difusão de

cloreto no concreto é afetado por vários fatores que estão, em parte,

relacionados com as características do concreto e com a composição da

solução salina externa.

Um baixo nível de cloretos no concreto pode conduzir a um rápido ataque

da corrosão, se cloretos adicionais estiverem disponíveis no ambiente. Isso

acontece freqüentemente em estruturas expostas à água do mar ou ambiente

marinho (MEHTA, 1994).

Uma quantidade de cloreto Cl- deve estar disponível para o início do

processo de corrosão, quantidade esta denominada teor crítico de cloretos.

De qualquer forma, não é a quantidade total de cloretos que irá deflagrar a

corrosão. Somente os cloretos livres é que estão disponíveis para a reação

agressiva com o aço, e o seu teor é dependente da quantidade de cloretos que

está incorporada aos produtos de hidratação e que está adsorvida à superfície

dos poros do gel.

Conforme foi mencionado anteriormente, os cloretos são os ions mais

nocivos e comuns na corrosão de armaduras, e são dependentes dos

mecanismos de transporte de líquidos e gases e da estrutura de poros para

penetrar e se difundir no concreto.

SUGIYAMA et al. (1996) fizeram medições do coeficiente de difusão de

cloreto em concreto saturado, através de um método de teste acelerado. Os

Page 52: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lii

resultados demonstraram que o coeficiente de difusão aumentou em 2,2 vezes

com o aumento da relação a/c de 0,4 para 0,6 em períodos de cura, no ar ou

na estufa.

DETWILER et al. (1994) investigaram a penetração de cloretos em

concretos compostos com 5% de sílica ativa ou 30% de escória de alto forno,

com relações água/aglomerante de 0,4 e 0,5, curados em temperaturas de 23,

50 e 70ºC . Observaram que, para qualquer condição de cura, os concretos

com adições minerais apresentaram melhor desempenho que o de referência.

A incorporação das adições minerais teve um efeito mais importante na

redução da penetração de cloreto do que na redução da relação

água/aglomerante. Estudo sobre a resistência ao ataque da água do mar em

concretos de cimento Portland com altos teores de escória granulada de alto

forno, expostos durante cinco anos em ambiente marinho e totalmente imersos

na água do mar, foi realizado por OSBORNE e al (1992). Concluíram que os

concretos de cimento Portland com médio teor de C3A apresentaram melhor

durabilidade, desenvolvendo resistências ao ataque químico. Todos os

concretos de cimento com escória de alto forno nos locais submetidos à maré

tinham sofrido dano devido ao congelamento. Todavia, não ocorreu nenhum

dano nas amostras completamente submersas. Os teores de escória no

cimento apresentaram ainda o seguinte comportamento:

• Concretos com 60% de escória apresentaram tendência

desprezível ao ataque da substância química e taxas de

penetração de cloreto mais altas;

• Concretos com substituição de 70% de escória mostraram bom

desenvolvimento de resistência e apresentaram boa resistência

química e moderado ingresso de cloretos;

• Concretos com 80% de escória apresentaram reduzido

desenvolvimento de resistência, foram mais suscetíveis ao

congelamento, porém apresentaram a mais baixa taxa de difusão

de cloreto.

Page 53: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

liii

PHILIPOSE et al. (1992) procuraram identificar a influência do

carregamento e de microfissuras na corrosão do aço em concretos compostos

com cimento Portland e com escória de alto forno. Os resultados

demonstraram que a taxa de ingresso de ions cloreto no concreto e a

concentração iônica são dependentes da tensão aplicada. As misturas

compostas com escória de alto forno, carregadas ou não, apresentaram

resistência superior ao ingresso de cloreto e mais baixos valores de corrosão

que concretos sem adição mineral.

DHIR et al. (1996) determinaram a capacidade de fixação de cloreto em

pastas, bem como a penetração de cloretos em concretos compostos com

escória de alto forno. Os resultados obtidos demonstraram que as pastas com

escória têm uma maior capacidade de fixação de cloreto, quando comparadas

à de referência, e a diferença aumenta com o aumento do teor de substituição

de cimento por escória. Medidas de análises térmicas permitiram concluir que a

melhora na capacidade de fixação de cloreto é devida ao aumento do conteúdo

de aluminato nas pastas com escória, o que leva a uma maior quantidade de

sal de Friedel produzido.

Vários autores citam que a corrosão do aço é iniciada quando a relação

Cl-/OH- da solução dos poros na interface do aço do concreto excede um valor

limite. A importância do tempo de início da corrosão é bem reconhecida, e

muitos pesquisadores tentaram definir um valor para a relação Cl-/OH-,

necessário para o início do processo. HAUSSMANN (1967) & GOUDA (1970)

conduziram estudos sobre aço imerso em soluções alcalinas similares às

soluções dos poros do concreto. HAUSSMANN (1967) cita que o limite da

relação Cl-/OH- depende da alcalinidade da solução. Baseado nos resultados

de GOUDA (1970), DIAMOND (1986) propôs um valor limite de 0,3 para a

relação Cl-/OH- em soluções dos poros de concreto hidratado. Posteriormente,

outras investigações foram efetuadas com o objetivo de definir um valor limite

para a relação Cl-/OH-. Esses estudos tiveram resultados diferentes. No

entanto, o limite encontrado, utilizando-se concreto, foi em geral mais alto do

que aquele verificado para soluções alcalinas. LAMBERT et al. (1991)

Page 54: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

liv

definiram um limite de 3,0, contraposto ao valor de 0,6 encontrado por

HAUSMANN (1967), usando soluções alcalinas.

Outros autores, como NEVILLE (1997), afirmam a existência de uma

concentração mínima de cloretos para que ocorra a corrosão em termos da

relação cloreto/hidroxíla. Tal afirmativa está embasada em resultados obtidos

em ensaios com soluções de hidróxido de cálcio. Quando a concentração de

cloretos excede 0,6 da concentração de hidroxíla, a corrosão é constatada.

Isso corresponde a uma concentração de 0,4% de cloretos por peso de

cimento, se os cloretos são lançados no concreto, e 0,2%, se forem difundidos.

Esses valores são aproximações devido aos seguintes fatores: a) os cloretos

podem estar retidos fisicamente às paredes dos capilares ou combinados

quimicamente; b) não ocorre corrosão em concretos secos ou impregnados de

polímeros, mesmo na existência de altas concentrações de cloretos (Cl-), se

não existir água e oxigênio, necessários à reação de corrosão. Esse autor

afirma ainda que a concentração de ions cloreto depende, também, da

concentração de outros ions presentes. Para uma determinada quantidade de

Cl-, quanto maior a concentração de OH-, mais cloretos livres estarão

presentes. A corrosão é influenciada pela relação Cl-/OH-; no entanto, essa

afirmativa não pode ser generalizada.

HELENE (1993) afirma que a relação iônica Cl-/OH-, na pasta e solução

dos poros, bem como o consumo de cimento de 330 kg/m3, são fatores de

importância secundária ao se dosar concreto resistente à corrosão da

armadura, exposto a ambiente marinho, devendo-se considerar como fator

primário a relação a/c.

3.5 Composição da solução aquosa dos poros e pH

Page 55: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lv

Uma camada protetora e fortemente aderida ao aço é formada quando a

pasta de cimento é hidratada, possibilitando uma completa proteção contra a

corrosão com a água e o oxigênio, não permitindo a formação de óxidos e

hidróxidos de ferro. A camada de passivação do aço é garantida pela presença

de um pH alto da água dos poros em contato direto com a camada protetora.

A existência do ataque de ions cloreto e/ou carbonatação diminui o pH

para valores menores que 12, destruindo a camada de óxido passiva do aço,

que ocorre em pH entre 9 e 10.

GASTALDINI et al. (1996) verificaram que a substituição do cimento por

escória granulada de alto forno, em percentagens elevadas, e em idades

avançadas de hidratação, conferem à solução dos poros valores de pH

superior a 12, não causando, portanto, risco de despassivação da armadura.

Os ions cloreto presentes no concreto podem originar uma célula de

corrosão e, em conseqüência, baixar o pH da solução dos poros.

A substituição parcial do cimento por adições minerais reduz o teor de

clínquer no material cimentício e, consequentemente, conduz a uma alteração

na estrutura da pasta e na composição química da solução dos poros do

concreto, alterando o seu desempenho quanto aos aspectos relacionados à

durabilidade. A redução no clínquer resulta numa subsequente diminuição da

quantidade de hidróxido de cálcio (CH), que é formado durante a hidratação do

cimento (GASTALDINI et al.,1999).

A diminuição da penetração de cloreto em concretos com adições

minerais é, em parte, devida ao refinamento da estrutura dos poros, e, em

parte, devida à menor relação C/S do C-S-H formado, que propicia a inclusão

dos ions Na+ e K+ na sua estrutura (TALBOT, 1995). Assim, há uma redução na

quantidade de álcalis na solução dos poros, e portanto, uma menor

condutividade elétrica.

Determinação na condutividade elétrica, difusão e permeabilidade em

argamassas compostas com adições minerais foi o estudo realizado por

(McCARTER et al., 2000). Os ensaios dessas misturas apresentaram

apreciáveis diminuições na concentração da solução aquosa dos poros, o que,

Page 56: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lvi

juntamente com o refinamento dos poros, proporcionou a redução da

condutividade elétrica. Observou-se ainda que, nos primeiros 28 dias, as

modificações na estrutura dos poros exerceram maior influência na

condutividade do que as modificações na solução aquosa dos poros.

SHI, STEGEMANN e CALDWELL (1998) determinaram a composição da

solução aquosa dos poros em concretos com adições minerais. Os ensaios

foram realizados nas idades de 28, 91, 365 e 730 dias. Verificaram que

apreciáveis concentrações de Ca2+, Na+, K+, OH- e SO42- dos componentes do

cimento, entram na solução durante o período inicial da hidratação do cimento.

Após a concentração inicial, o Ca2+ e SO42- diminuem para valores

negligenciáveis, restando uma solução composta essencialmente de hidróxidos

alcalinos. Os autores determinaram também a condutividade elétrica da

solução dos poros das misturas investigadas e constataram alterações de

acordo com o tipo e teor de adição mineral utilizada.

3.6 Resistividade Elétrica

Conforme citado por HELENE (1993), por resistividade elétrica ou

resistência específica, compreende-se a resistência elétrica de um material

homogêneo e isotrópico de seção reta com área e comprimento unitário.

PETROCOKINO (1960) & MONFORE (1968), citados por HELENE

(1993), relatam, entre outros, que a resistividade do ferro é da ordem de

1,2x10-7 Ωm; a da água do mar é aproximadamente 0,2 Ωm; da água doce 100

Ωm; de basaltos 104 Ωm; de calcários densos 29x106 Ωm; de granitos 88x106

Ωm, e da ordem de 104 a 105 Ωm para concretos de boa qualidade em

equilíbrio com ambientes de umidade relativa baixa.

Segundo CARTER (1981), citado por HELENE (1993), o concreto, quando

saturado, apresenta resistividade elétrica da ordem de 102 Ωm, podendo ainda

Page 57: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lvii

ser comparado a um semicondutor. No entanto, quando seco em estufa

ventilada, tem resistividade aproximada de 106 Ωm, podendo ser considerado

isolante elétrico. A resistividade do concreto é crescente com o aumento do

grau de hidratação do cimento.

O deslocamento da corrente elétrica se dá através de um processo

eletrolítico e, dessa forma, quanto maior a atividade iônica do eletrólito, menor

a resistividade do concreto.

Assim, a resistividade elétrica do concreto é fortemente influenciada pelo

seu teor de umidade, pela composição iônica da água dos poros e pela

continuidade do sistema de poros da pasta de cimento endurecida, como

também da possível presença de ions agressivos, tais como Cl-, SO42-, H+. A

resistividade de materiais porosos é intimamente proporcional à umidade salina

absorvida.

BURY & DOMONE (1974) citados por HELENE (1993), apresentam

resultados obtidos em estruturas marítimas, em que foi medida a diferença de

potencial entre zonas corroídas e não corroídas. A resistividade do concreto foi

medida nas estruturas, encontrando-se:

1. em diferentes regiões de uma estrutura corroída, foi encontrada uma

elevada diferença de potencial, da ordem de 0,3 V;

2. nas diferentes regiões de uma estrutura não corroída, encontrou-se

baixa diferença de potencial, da ordem de 0,03 V;

3. concretos de regiões corroídas apresentaram baixa resistividade, da

ordem de 30 a 50 Ωm;

4. concretos de regiões não corroídas apresentaram resistividade de 130 a

150 Ωm.

A porosidade do concreto é um fator de grande influência na sua

resistividade. Um concreto normal ao passar, após 5 dias, de uma condição

inicial de 30°C com UR do ambiente de 87% para uma final de 31°C com UR =

27%, tem sua resistividade alterada de 1,3 vezes (de 9 a 12x102 Ωm) (IPT,

1980).

Page 58: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lviii

HOPE & IP (1987), citados por HELENE (1993), observaram que

concretos com adição de escória de alto forno têm a resistividade elétrica

aumentada significativamente, ao mesmo tempo que a taxa é corrosão foi

inversamente proporcional à resistividade. Quando examinado o desempenho

de prismas armados, durante um período de 200 dias , submetidos a diferentes

condições de armazenamento e sob ciclos de molhagem em banhos de cloreto

de sódio, seguidos de secagem ao ar, os autores constataram que os prismas

construídos com concreto de cimento Portland comum com adição de 25% e

50% de escória de alto forno apresentaram resistividade superior.

A condutividade elétrica pode ter emprego mais convincente que a

resistividade, sendo adequada para ser utilizada na obtenção de correlações

lineares com outros parâmetros e variáveis do concreto. A condutividade

elétrica do concreto pode ser mensurada mediante os mesmos equipamentos

utilizados para medir resistividade elétrica, sendo expressa em 1/Ωm, ou seja,

exatamente o inverso da resistividade elétrica.

3.7 Penetração de oxigênio

Todos os processos envolvendo a corrosão do concreto propriamente dito

ou do aço envolvem fenômenos de transporte através dos poros do concreto.

Esses mecanismos de transporte incluem a difusão de gases, como O2, CO2 ou

SO2, na fase gasosa dos poros, e também incluem a difusão de ions

agressivos dissolvidos na água dos poros. A maioria das reações químicas

entre as substâncias agressivas provenientes do meio externo e os

constituintes do cimento e do concreto ocorrem na água dos poros. Assim, o

conhecimento da estrutura dos poros e da distribuição do volume de poros em

fases gasosas e aquosas é absolutamente necessário para estudar

Page 59: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lix

quantitativamente esses fenômenos de transporte e a deterioração do concreto

(PAPADIS et al. 1991).

O transporte de gases através dos poros capilares tem sido estudado por

muitos pesquisadores, SCOTT e DULLIEN (1962) & LAWRECE (1984), e

vários tipos de aparelhos medidores do transporte de gases no concreto,

especialmente O2 e CO2, foram desenvolvidos. Contudo, ainda são limitados e

escassos os dados experimentais sobre transporte de gases no concreto com

vários materiais cimentícios. Conclui-se que mais investigações e estudos são

necessários para dar uma estimativa acurada do coeficiente de transporte

gasoso no concreto.

Esses autores tinham como objetivo investigar a influência das diferentes

condições de moldagem e cura, proporções de misturas e conteúdo de água no

transporte de oxigênio no concreto. Os ensaios demonstraram que, em geral,

os coeficientes de difusão do oxigênio diminuem com a diminuição da relação

a/c e com as adições minerais (escória granulada de alto forno, sílica ativa e

cinza volante). Outros fatores que afetam o coeficiente de difusão do oxigênio

são o aumento máximo do tamanho do agregado graúdo e a diminuição do

conteúdo de ar. O coeficiente de oxigênio também é afetado pela fase aquosa

da amostra.

COSTA et al. (1990) apresentaram os resultados de um estudo sobre a

permeabilidade ao ar e sobre a difusão do oxigênio em concretos de diferentes

composições. Os autores constataram que os coeficientes de fluxo gasoso nos

concretos são altamente dependentes da relação a/c, conteúdo de cimento,

tempo de cura e consequentemente da resistência desenvolvida pelo concreto.

O tipo de cimento usado exerceu pequena influência direta na permeabilidade.

As influências, se existem, são indiretas e dependem da resistência obtida pelo

concreto. O coeficiente de difusão efetivo do oxigênio, assim como a

permeabilidade ao ar do concreto, mostram valores apreciáveis também em

concretos de alta resistência, quando esses são secos.

SWAMY & DARWISH (1990) realizaram investigações com objetivo de

determinar o efeito da utilização simultânea de materiais cimentícios

Page 60: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lx

suplementares, sob diferentes aglomerantes, na permeabilidade do concreto a

gases. Constatou que a permeabilidade a gases do concreto é dependente do

processo de cura e que não existe uma correlação bem definida entre a

permeabilidade e a resistência à compressão. Contudo, observou uma

correlação razoável entre a permeabilidade e a estrutura de poros.

A permeabilidade é reconhecida como uma das propriedades-chave do

concreto que influenciam sua durabilidade. Pode ser encarada como a

característica que determina a facilidade com que as substâncias agressivas,

líquidos e gases deletérios podem penetrar no material através do seu sistema

de poros.

A redução do ataque ao concreto por esses fluídos e gases pode ser

conseguida com a incorporação aos concretos de adições minerais, as quais

podem melhorar as propriedades do concreto resultante, nos estados fresco e

endurecido, e particularmente as propriedades que influenciam na durabilidade.

Page 61: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxi

CAPÍTULO IV - INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL

4.1 Introdução

A constante exigência das estruturas de concreto quanto ao aumento dos

carregamentos e condições de exposição ao meio, tem implicado inúmeras

pesquisas que garantam a durabilidade e a segurança das construções.

Em relação aos concretos, eles sempre necessitarão assegurar às

armaduras uma maior proteção contra a corrosão.

Nesta pesquisa, tendo como principal preocupação a corrosão da

armadura, idealizaram-se os experimentos realizados, visando-se conseguir

analisar uma das propriedades do concreto, a penetração de cloreto, com

diferentes misturas de escória de alto-forno. Decidiu-se executar ensaios de

penetração de cloreto, para ver as melhorias alcançadas pela presença desse

material. Os experimentos de penetração de cloreto foram realizados segundo

o método da ASTM 1202-91, o qual estabelece um ensaio rápido de

penetração do concreto por ions cloreto.

Efetuou-se também o ensaio de extração da solução dos poros, com

equipamento proposto por Longuet. Para que os resultados pudessem ser

utilizados nas análises efetuadas, realizaram-se os ensaios de resistências à

compressão axial para as diferentes misturas.

Com a inclusão da escória de alto forno e do superplastificante,

melhoraram-se quase todas as propriedades características dos concretos.

Para a obtenção das respostas necessárias, investigaram-se dois teores de

substituição, 35% e 70%, preparando-se sete misturas aglomerantes, sendo

uma delas de referência, ou seja, sem qualquer adição. As outras foram

obtidas, substituindo-se parte do cimento, em massa, pela adição de escória de

alto forno.

Page 62: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxii

As características dos materiais constituintes, as moldagens dos traços

dos concretos e os ensaios de laboratório são abordados neste capítulo.

4.2 Variáveis envolvidas na pesquisa

O experimento teve como um dos primeiros passos fixar algumas das

variáveis envolvidas na pesquisa. Procurou-se definir o teor e finura da escória,

as relações água/aglomerante (a/ag), as dosagens das misturas, a idade e

condições de ensaio, bem como uma metodologia de preparação e ensaio dos

corpos de prova.

Classificaram-se as variáveis envolvidas nesta pesquisa dentro de

padrões técnicos, descritos a seguir:

a) Variáveis independentes: são aquelas definidas como inerentes à

própria constituição do concreto. Influenciam a relação sólido/espaço

da pasta e o seu grau de compacidade. Nesta pesquisa, classificaram-

se dentro desta categoria as seguintes variáveis:

♦ Relação a/ag - água/aglomerante (em massa): 0,35; 0,50 e 0,65.

♦ Tipos de cura: câmara úmida.

♦ Idades para ensaios de compressão axial: 7, 28 e 91 dias.

♦ Idades para ensaios de penetração de cloreto: 28 e 91 dias.

♦ Idades para ensaios de extração da solução dos poros: 28 e 91 dias.

b) Variáveis intervenientes: as que modificavam as propriedades do

material cimentante. Enquadramos nesse grupo as seguintes:

♦ Tipo de adição mineral: escória granulada de alto-forno.

♦ Teores de substituição de cimento: 35% e 70%.

♦ Misturas: referência, escória 35% e 70%.

Page 63: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxiii

c) Variáveis dependentes: são aquelas diretamente influenciadas por

alguma variável independente.

♦ Propriedades características dos concretos: resistência à

compressão axial, penetração de cloreto e composição da solução

dos poros em pasta.

4.3 Procedimentos e técnicas utilizadas

Inicialmente escolheu-se a metodologia de dosagem das misturas que

seria utilizada, e dentre as técnicas encontradas na literatura, optou-se pelo

método de substituição de cimento em massa, pois julgou-se que nesse

procedimento exerce-se um maior controle das variáveis fixadas. Foi utilizado

um cimento Portland de alta resistência inicial, CPV-ARI, de conformidade com

EB-NBR 5733, pois com esse tipo de cimento é possível a introdução de

maiores teores de adição mineral nas misturas, devido ao maior teor de C3S e,

conseqüentemente, maior disponibilidade de CH.

Anteriormente à definição dos traços, preparou-se e caracterizou-se cada

um dos materiais envolvidos na pesquisa: aglomerantes, agregados e o

superplastificante, e isso serviu de base para o efetivo controle das dosagens.

Tais procedimentos preliminares fizeram com que fosse possível otimizar os

traços adotados, livrando-os de impurezas.

A utilização da adição mineral das misturas para os aglomerantes dos

concretos deu-se em dois níveis de substituição e, para facilitar algumas

conclusões posteriores, foram considerados como médios teores a substituição

de 35% do peso de cimento e, como altos teores, o fato de se substituir 70% do

cimento.

Page 64: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxiv

A tabela 4.1 mostra a denominação dada para as misturas e apresenta

como foram fixados os teores de substituição de cimento em massa para a

composição do aglomerante.

Assim, investigaram-se 7 misturas de aglomerantes, sendo 1 de

referência somente com cimento, e 6 com adições de escória de alto forno.

TABELA 4.1 – Denominação e teor de adição mineral por mistura.

% Substituida Mistura

Escória 300 Escória 500 Escória 700 REF − − −

35E300 35 − − 70E300 70 − − 35E500 − 35 − 70E500 − 70 − 35E700 − − 35 70E700 − − 70

4.4 Ensaios de caracterização dos materiais

A seguir são apresentadas as características físicas e químicas dos

materiais utilizados, seguindo os procedimentos propostos pela ABNT. 4.4.1 Aglomerantes

O cimento utilizado foi do tipo alta resistência inicial e a escória de alto-

forno foi proveniente de siderúrgica nacional. Essa escória foi secada em

Page 65: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxv

estufa a 110 ± 5°C, durante 24 h, sendo dela posteriormente retirados os grãos

metálicos; foi moída em moinho de bolas.

TABELA 4.2 – Massa específica dos aglomerantes.

Material Massa Específica (Kg/dm3) CPV-ARI 3,12 ESCÓRIA 2,94

TABELA 4.3 – Composição química dos aglomerantes.

Composição Teor em Massa % Quimica Cimento Escória

PF 2,09 0,71 SiO2 19,59 34,98 Al2O3 4,79 13,06 Fe2O3 3,07 1,11 CaO 64,35 42,28 MgO 1,69 6,01 SO3 2,75 0,11

Na2O 0,07 0,17 K2O 0,98 0,40

Res. Insolúvel 0,34 − CaO livre 0,77 −

Eq. Alcalino Na2O 0,71 0,43

Os ensaios de caracterização física e química do cimento e adição

mineral foram realizados seguindo-se as normas brasileiras e internacionais:

♦ Finura # 0,075 mm – NBR 11579.

♦ Finura # 0,045 mm – NBR 9202.

♦ Análise química – NBR 5743, 5744, 5745, 5747, 7227 e 9203.

♦ Análise granulométrica a laser – ABCP.

♦ Superfície específica – NBR 7224.

Page 66: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxvi

♦ Superfície específica BET – ASTM D-3663.

♦ Massa específica – NBR 6474.

♦ Índice de finura – NBR 12826.

Na tabela 4.4 são apresentados os resultados da análise granulométrica

dos aglomerantes e a figura 4.2 possibilita a visualização da distribuição

granulométrica das partículas.

TABELA 4.4 – Dados granulométricos dos aglomerantes.

Partículas Material Diâmetro

Médio (µm) Porcentagem

(≤ 3 µm) Porcentagem

(entre 3 e 30µm) Porcentagem

(≥ 50µm) CPV-ARI 11,38 25,89 70,38 0,00

ESCÓRIA 300 13,68 21,10 70,60 0,20 ESCÓRIA 500 7,83 38,90 59,00 0,00 ESCÓRIA 700 5,43 50,10 49,90 0,00

Na figura 4.1, pode-se visualizar o difratograma de raios X do cimento

ARI utilizado no experimento.

FIGURA 4.1 – Difratograma de raios X do cimento ARI.

Page 67: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxvii

A – ESCÓRIA 300 B – ESCÓRIA 500 C – ESCÓRIA 700

FIGURA 4.2 – Distribuição granulométrica das escórias.

A tabela 4.5 apresenta os resultados das superfícies específicas dos

aglomerantes, determinadas segundo o método de ensaio NBR 7224.

TABELA 4.5 – Área específica dos aglomerantes.

Material Blaine - (m2/kg) CPV-ARI 463

ESCÓRIA 300 350 ESCÓRIA 500 500 ESCÓRIA 700 700

Na análise conjunta dos resultados dos ensaios contidos nas tabelas 4.4

e 4.5, observa-se valores de diâmetros médios bem distintos do cimento em

relação à escória, e desta última para as diferentes moagens, que forneceram

valores distintos de finura Blaine.

Page 68: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxviii

A análise dos resultados de caracterização desses materiais contribuiu

para elucidar os questionamentos inicialmente propostos, pois, através das

características dos materiais finos, relacionando-as com os resultados de

resistência à compressão e penetração a cloreto, foi possível chegar às

conclusões da pesquisa.

4.4.2 Agregados

Utilizou-se como agregado miúdo, areia natural e quartzosa, proveniente

do Arenal em Santa Maria - RS. Essa areia foi devidamente lavada para

remoção de impurezas, secada em estufa e peneirada na # 6,3 mm, sendo

posteriormente guardada em local adequado para manter sua qualidade. Da

análise granulométrica, de acordo com a NBR 7211, verifica-se que se

enquadra, conforme a NBR 7212, na zona 3 .

Como agregado graúdo, utilizou-se pedra britada de rocha diabásica

oriunda de Itaara-RS, com diâmetro máximo de 19 mm, material classificado

como Brita 1. Essa brita foi previamente lavada, seca ao ar e armazenada

para uso na moldagem dos concretos.

Foram realizados os seguintes ensaios com os agregados, os quais

resultaram na tabela 4.6, em que são apresentadas as características físicas

dos agregados:

o Composição granulométrica – NBR 7217.

o Massa específica do agregado miúdo – NBR 9776.

o Massa específica e absorção do agregado graúdo – NBR 9937.

o Massa unitária solta – NBR 7251.

o Índice de forma por paquímetro – NBR 7809.

Page 69: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxix

TABELA 4.6 - Características físicas dos agregados.

Porcentagens Retidas Acumuladas Peneiras (mm)

Brita 1 Areia Zona 3 12,5 23 - 9,50 75 - 6,30 99 - 4,80 100 1 2,40 100 11 1,20 100 31 0,60 100 52 0,30 100 79 0,15 100 100

Módulo de Finura 6,75 2,74 Dimensão Máxima Característica – mm 19 4,8

Massa Específica – Kg/dm3 2,50 2,60 Massa Unitária Solta – Kg/dm3 1,26 1,65

Absorção de Água - % 2,82 0,50 Índice de Forma 3 -

Os resultados da distribuição granulométrica dos agregados mostram

valores contínuos, tanto para a brita quanto para a areia, proporcionando

consistência e trabalhabilidade para os concretos aos quais são incorporados.

Quanto à forma dos grãos, o índice de forma 3 para o agregado graúdo

mostrou-se dentro do especificado pela NBR 7211.

4.4.3 Aditivo superplastificante

Concretos com adições minerais e baixas relações a/ag, necessitam de

incorporação de aditivos químicos às misturas para adquirir uma

trabalhabilidade mínima. Esses aditivos são classificados em plastificantes e

Page 70: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxx

superplastificantes ou superfluidificantes. Para este experimento, foi utilizado

um superplastificante, isento de cloretos, não cáustico, de acordo com as

prescrições da EB-1763 Tipo S. Apresentou densidade de 1,18 g/cm3 e pH de

7,68.

Realizaram-se inicialmente, para cada mistura e relação a/ag, ensaios de

trabalhabilidade para a obtenção dos teores iniciais de superplastificante.

Esses valores serviram de parâmetro inicial para as moldagens definitivas, as

quais apresentaram para os ensaios de determinação da consistência pelo

abatimento do tronco de cone (NBR 7223), valores entre 60±10 mm, pré-

fixados pela pesquisa.

A figura 4.3 apresenta os valores das percentagens de superplastificante

de acordo com o traço, já em sua utilização nas moldagens dos corpos de

prova ensaiados.

0

0,4

0,8

1,2

1,6

2

REF 35E300 70E300 35E500 70E500 35E700 70E700

Adi

tivo

(%)

FIGURA 4.3 - Percentagem de superplastificante em massa de cimento.

Verificou-se que as percentagens de superplastificante variaram de 0

(zero) a 2,0%, para a relação a/ag igual a 0,35, e não foi necessária a sua

utilização para os concretos com relações a/ag de 0,50 e 0,65, uma vez que

esses apresentaram o abatimento pré-estabelecido.

Page 71: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxi

4.5 Dosagem dos concretos

Os concretos investigados foram dosados para três níveis de resistência,

pelo método de substituição da massa do cimento por adição mineral para a

construção das curvas de Abrams de cada mistura individualmente.

Foram fixadas as relações a/ag em 0,35, 0,50 e 0,65, com proporções

aglomerante/agregado de 1:3,5, 1:5,0 e 1:6,5, respectivamente.

Utilizaram-se conceitos e procedimentos práticos, determinados por

HELENE (1992) para o proporcionamento dos materiais.

Realizaram-se dosagens preliminares, as quais experimentalmente

determinaram um volume ótimo de argamassa seca para o concreto de

referência, fixado em 54% para todas as misturas. Com a substituição do

cimento portland por escória granulada de alto forno, de menor massa

específica, verificou-se aumento no volume da argamassa de cada traço em

relação ao concreto de referência sem escória. Assim, com os valores obtidos

nos ensaios de determinação das massas específicas, realizadas segundo a

NBR 6474, efetuaram-se as correções necessárias nos volumes de agregado

miúdo de cada traço, os quais, quando reduzidos, mantinham constante o

volume de argamassa fixado.

Após a determinação dos traços corrigidos, do teor inicial de

superplastificante e da quantidade de água a serem empregados, procederam-

se as moldagens dos corpos de prova.

A tabela 4.7 apresenta os traços investigados com seus respectivos

consumos de cimento e as percentagens de aditivo utilizadas para cada uma

das moldagens.

Page 72: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxii

TABELA 4.7 - Traços utilizados, teor de aditivo e consumo de aglomerante/m3

de concreto.

Traço Aglomerante Cimento % aditivo Mistura Cimento: adição: areia:

pedra a/ag (kg/m3) (kg/m3) em massa

cimento 1 : 0 : 1,43 : 2,07 0,35 488,40 488,40 1,50

REF 1 : 0 : 2,24 : 2,76 0,50 359,11 359,11 - 1 : 0 : 3,05 : 3,45 0,65 283,94 283,94 - 0,65 : 0,35 : 1,41 : 2,07 0,35 488,40 317,46 1,75

35E300 0,65 : 0,35 : 2,20 : 2,76 0,50 359,11 233,42 - 0,65 : 0,35 : 3,01 : 3,45 0,65 283,94 184,56 - 0,30 : 0,70 : 1,41 : 2,07 0,35 488,40 146,52 1,00

70E300 0,30 : 0,70 : 2,20 : 2,76 0,50 359,11 107,73 - 0,30 : 0,70 : 3,01 : 3,45 0,65 283,94 85,18 - 0,65 : 0,35 : 1,41 : 2,07 0,35 488,40 317,46 1,80

35E500 0,65 : 0,35 : 2,20 : 2,76 0,50 359,11 233,42 - 0,65 : 0,35 : 3,01 : 3,45 0,65 283,94 184,56 - 0,30 : 0,70 : 1,41 : 2,07 0,35 488,40 146,52 1,00

70E500 0,30 : 0,70 : 2,20 : 2,76 0,50 359,11 107,73 - 0,30 : 0,70 : 3,01 : 3,45 0,65 283,94 85,18 - 0,65 : 0,35 : 1,41 : 2,07 0,35 488,40 317,46 1,50

35E700 0,65 : 0,35 : 2,20 : 2,76 0,50 359,11 233,42 - 0,65 : 0,35 : 3,01 : 3,45 0,65 283,94 184,56 - 0,30 : 0,70 : 1,41 : 2,07 0,35 488,40 146,52 1,25

70E700 0,30 : 0,70 : 2,20 : 2,76 0,50 359,11 107,73 - 0,30 : 0,70 : 3,01 : 3,45 0,65 283,94 85,18 -

4.5.1 Cura dos concretos e preparação de corpos de prova

Os corpos de prova foram mantidos nos moldes durante 24 horas e, após

esse período, foram desmoldados e conservados em câmara climatizada com

23±2°C e 95% de umidade relativa. Para os ensaios de resistência à

Page 73: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxiii

compressão axial, os corpos de prova permaneceram dentro da câmara até a

data do ensaio, sendo então capeados e rompidos conforme prescrições das

NBRs 5738 e 5739.

Para os ensaios de penetração de cloretos, os corpos de prova das

diferentes misturas investigadas foram mantidos na câmara úmida, até dois

dias antes da data de ensaio, quando foram serrados com disco de corte

diamantado, nas dimensões preconizadas por norma, e colocados submersos

em água até a data de ensaio (28 e 91dias).

A tabela 4.8 apresenta as idades de ensaio e dimensões dos corpos de

prova utilizados.

TABELA 4.8 – Idades de ensaios e dimensões de corpos de prova, (cp).

Material Ensaio Idades (dias) cp (cm) Resistência à Compressão 7, 28 e 91 φ 10 x 20,0

Concreto Penetração por Cloreto 28 e 91 φ 9,5 x 5,1

Pasta Solução dos Poros 28 e 91 φ 4,0 x 8,0

A figura 4.4 mostra a câmara climatizada, onde os corpos de prova

permaneceram após identificados e numerados até as idades de ensaios.

FIGURA 4.4 – Câmara climatizada.

Page 74: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxiv

Os corpos de prova para os ensaios de solução dos poros receberam

cura por imersão em uma solução de cal, sendo colocados dentro da câmara

climatizada até as suas idades de ensaio. Concluídos esses períodos,

iniciaram-se os ensaios programados.

4.6 Ensaios realizados com o concreto

4.6.1 Resistência à compressão axial

A resistência mecânica é uma das propriedades mais importantes dos

concretos e serve de base para se conferirem algumas características da

composição do material. Para a sua avaliação foram moldados 3 corpos de

prova de dimensões 10x20cm, para cada idade de ensaio, 7, 28 e 91 dias, os

quais foram rompidos conforme determinações das NBR 5738 e 5739.

A resistência final adotada, para cada umas das misturas e idades, foi a

média aritmética dos resultados, quando o desvio padrão mostrou-se menor

que 5%, e o maior valor dos três ou o que melhor se adaptou à curva de

Abrams, quando o desvio padrão foi superior a esse percentual.

4.6.2 Penetração de cloreto

A ASTM C 1202-91 estabelece um ensaio rápido de penetração do

concreto por íons cloreto, através do qual se determina a condutância elétrica

representada pela carga total de coulombs (ampere.segundos) que durante um

determinado intervalo de tempo passa através de um disco de concreto entre

Page 75: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxv

uma solução de cloreto de sódio e uma de hidróxido de sódio, entre as quais se

aplica uma diferença de potencial igual a 60 V, em corrente contínua. A carga

elétrica é relacionada com a penetração do concreto aos ions cloreto, de modo

que o ensaio pode ser útil, para comparação, na escolha de um concreto mais

adequado.

A figura 4.5 apresenta a realização do ensaio de penetração de cloreto.

FIGURA 4.5 – Ensaio de penetração de cloreto.

Page 76: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxvi

4.7 Ensaio realizado com a pasta

4.7.1 Extração da solução dos poros

A extração da solução dos poros foi realizada em equipamento similar

àquele proposto por LONGUET e colaboradores (1973) e BARNEYBACK e

DIAMOND (1981). Para cada mistura analisada, foram moldados corpos de

prova de pasta, com relação água/aglomerante igual a 0,35, 0,50 e 0,65.

Durante o ensaio, a solução aquosa foi coletada em uma seringa descartável

estéril.

As concentrações de ions de Na+, K+ e Ca+ foram determinadas através

de ensaio de espectroscopia de absorção atômica.

A concentração de ions OH- foi determinada através de titulação direta

com HCl. Os valores de pH das soluções dos poros foram calculados a partir

das concentrações de ions hidroxilas.

A concentração de ions SO42- foi determinada indiretamente pela

precipitação de BaSO4 em uma solução contendo BaCl2 em excesso.

Para o cálculo da condutividade específica da solução dos poros do

concreto, utilizaram-se as equações propostas por SHI et al(1998):

ρ = ρágua + ∑ CI λi / 1000 (1) em que:

ρ = condutividade específica da solução aquosa;

ρágua = condutividade específica da água;

CI = concentração equivalente do íon i;

λi = condutividade equivalente do íon i.

Sendo λi = λi,0 – Ai√Ci (2), em que λi,0 é a condutividade equivalente à

concentração infinita. A constante Ai da equação é determinada teoricamente

por:

Ai = 0,2289 λi 0 + 60,12 (3)

Page 77: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxvii

A tabela 4.9 apresenta valores de λi,0 dos ions presentes na solução dos

poros do concreto.

TABELA 4.9 – Condutividade equivalente de ions aquosos numa

concentração infinita em 25°C.

Íon Na+ K+ Ca2+ SO42- OH- Cl-

Condut. Equivalente m2.equiv.-1.ohm-1

0,00501 0,00735 0,00595 0,00798 0,0198 0,00763

Todos os valores resultantes desses ensaios foram tabelados e

analisados, e são apresentados no Capítulo V.

Page 78: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxviii

CAPÍTULO V - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 Introdução

Neste capítulo são apresentadas as discussões dos resultados obtidos a

partir da análise das 7 misturas aglomerantes investigadas, compostas com

diferentes teores e finuras de escória. O concreto sem adição mineral,

denominado de referência, serviu de parâmetro para a verificação das

propriedades das misturas investigadas.

Inicialmente são discutidos os resultados de resistência à compressão

axial, a penetração total de cloretos, o índice médio de penetração de cloreto e

a condutividade elétrica da solução aquosa dos poros em igualdade de relação

água/aglomerante, fixados em 0,35, 0,50 e 0,65.

Numa segunda etapa, a partir dos resultados de resistência à

compressão, determinaram-se os valores de penetração de cloreto e consumo

de cimento em igualdade de resistência à compressão. Essa análise foi

realizada a partir das curvas de Abrams, obtidas com as diferentes misturas

aglomerantes. Assim, obtiveram-se as relações água/aglomerante para os dois

níveis de resistência especificados, 35 MPa e 55 MPa. De maneira similar, a

partir dos resultados de penetração total de cloretos e dos valores de consumo

de cimento, construíram-se curvas de expressão f = A/Cx e com valores de

água/aglomerante para esses níveis de resistência mecânica especificados, e

obtiveram-se os valores de penetração total de cloreto e consumo de cimento

em igualdade de resistência mecânica.

A análise de penetração unitária de cloreto foi realizada tanto em

igualdade de relação água/aglomerante como em igualdade de resistência

mecânica.

5.2 Análise dos resultados de resistência à compressão

Page 79: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxix

Na tabela 5.1 são apresentados os resultados dos ensaios de resistência

à compressão aos 7, 28 e 91 dias, e dos índices médios de resistência à

compressão. O índice médio de resistência à compressão corresponde a média

das relações entre os valores de resistência à compressão das misturas

aglomerantes investigadas, dividido pela resistência à compressão obtida pela

mistura de referência em igual relação água/aglomerante.

Os valores de resistência à compressão apresentados na tabela 5.1

correspondem à média aritmética de 3 corpos de prova moldados para cada

traço e idade, quando o desvio relativo foi ≤ 5%. Quando o desvio relativo foi

superior a 5%, adotou-se o maior valor ou o que melhor se adaptou à curva de

Abrams.

O desenvolvimento da resistência mecânica é função da hidratação do

sistema escória-clínquer, que, por sua vez, depende das propriedades do

clínquer e da escória. O clínquer age sobre a velocidade de dissolução da

escória e, reciprocamente, o consumo de cal pela escória aumenta a

velocidade de dissolução da alita. A hidratação intensa da alita no cimento

Portland de alto forno precede a hidratação ativa da escória. A reação da

escória com a água é governada principalmente pela estrutura vítrea e pelo

seu grau de finura. Assim, em igualdade de relação água/aglomerante,

observa-se nos resultados apresentados na tabela 5.1 um aumento nos valores

de resistência mecânica, com o aumento na finura da escória, como também

diminuição nesses valores, quando o teor de substituição de escória passou de

35% para 70%.

Da análise da tabela 5.1 e figura 5.1, verifica-se, também, que todas as

misturas aglomerantes investigadas apresentaram um crescimento nos valores

de índice médio de resistência à compressão com o aumento do grau de

hidratação, de 7 para 28 e 91 dias.

Page 80: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxx

Aos 7 dias de idade, a mistura composta com 35% de escória, na finura

Blaine de 700 m2/kg, apresentou índice médio de resistência à compressão

superior ao da mistura de referência.

Aos 28 e 91 dias, a mistura composta com 35% de escória, na finura

Blaine de 500 m2/kg, apresentou índice médio de resistência à compressão

superior ao da mistura de referência.

Para as misturas compostas com 35% de escória, em relação à mistura

de referência, o acréscimo médio de resistência à compressão com o aumento

da finura, de 300 para 500 m2/kg, foi de 17%, 8% e 14%, respectivamente, nas

idades de 7, 28 e 91 dias. Na finura de 700 m2/kg, em relação à de 300 m2/kg,

os acréscimos de resistência para essas mesmas idades foram de 30%, 16% e

26%.

Nas misturas compostas com 70% de escória, o acréscimo médio de

resistência à compressão, quando a finura da escória passou de 300 para 500

m2/kg, foi de 29%, 24% e 13% nas idades de 7, 28 e 91 dias. Para a finura de

700 m2/kg, em relação à de 300 m2/kg, os acréscimos médios de resistência

para essas idades foram de 41%, 32% e 19%.

Tomando como referência a mistura composta com escória, na finura

Blaine de 300 m2/kg e teor de substituição de 35%, o aumento na finura de 300

para 500 m2/kg resultou em acréscimo médio da resistência à compressão de

27%, 9% e 16%, nas idades de 7, 28 e 91 dias. Nessas mesmas idades,

quando a finura variou de 300 para 700 m2/kg, os acréscimos médios de

resistência à compressão foram de 45%, 17% e 28%.

Quando se toma como referência a mistura contendo 70% de escória, na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação na finura de 300 para 500 m2/kg resultou

em acréscimos médios de 86%, 47% e 20%, nas idades de 7, 28 e 91 dias.

Para essas mesmas idades, quando a finura variou de 300 para 700 m2/kg, os

acréscimos médios de resistência à compressão foram de 114%, 59% e 30%.

Na tabela 5.1 e figura 5.2 são também apresentados os valores de

resistência unitária. A resistência unitária corresponde a relação entre à

resistência do concreto com adição mineral dividida pelo consumo de cimento,

Page 81: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxi

e a resistência do concreto de referência dividida pelo seu correspondente

consumo de cimento. O índice médio de resistência unitária corresponde à

média desses índices para as relações água/aglomerante 0,35, 0,50 e 0,65 de

uma mesma mistura com adição mineral. Observa-se aumento da resistência

unitária com o aumento do grau de hidratação, assim como com o aumento na

finura da escória e do seu teor de substituição em massa de cimento.

Para a escória com finura de 300 m2/kg, o aumento no teor de

substituição de 35% para 70% acarretou acréscimos no índice médio de

resistência unitária de 25%, 38% e 67%.

Na finura de 500 m2/kg, o aumento no teor de substituição resultou em

acréscimos de 69%, 79% e 70%, nas idades de 7, 28 e 91 dias, e, para a finura

de 700 m2/kg, esses acréscimos foram de 119%, 81% e 70%.

Para um mesmo teor de substituição de escória, 35%, o aumento na

finura de 300 para 500 m2/kg em relação à mistura de referência, resultou em

acréscimos médios de resistência unitária de 22%, 9% e 16% nas idades de 7,

28 e 91 dias. Para o teor de substituição de 70%, esses acréscimos foram de

64%, 42% e 18%.

Quando a finura da escória passou a 700 m2/kg e teor de substituição de

35%, os acréscimos de resistência unitária em relação à escória com finura de

300 m2/kg foram de 10%, 17% e 27%. Para o teor de substituição de 70%,

esses acréscimos foram de 93%, 53% e 30%.

A figura 5.3 apresenta a evolução da resistência à compressão com o

aumento da finura da escória. A figura 5.4 apresenta a evolução da resistência

à compressão com a idade, para os teores de substituição de escória de 35%

e 70%. Observa-se nessa figura que as misturas contendo 35% de escória

apresentaram, em geral, resultados acima do concreto de referência. No

entanto, para os teores de substituição de 70%, os valores obtidos foram

inferiores aos da mistura de referência.

A tabela 5.2 apresenta os valores das constantes experimentais

determinadas para as equações de Abrams, para os resultados das

resistências à compressão axial aos 7, 28 e 91 dias. A partir desses valores, foi

Page 82: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxii

possível determinar as relações água/aglomerante em igualdade de resistência

mecânica.

TABELA 5.1 - Resistência à compressão axial e índice médio de resistência.

Fc7 Fc28 Fc91 Ifc7 Ifc28 Ifc91Série a/ag MPa MPa MPa MPa MPa MPa

Icu7 Icu28 Icu91

0,35 52,4 62,5 65,4 REF 0,50 38,2 44,3 49,1 1 1 1 1 1 1

0,65 27,7 31,0 33,7 0,35 52,2 56,9 61,7

35E300 0,50 29,7 43,0 48,2 0,77 0,93 0,95 1,19 1,43 1,45 0,65 15,0 27,8 30,7 0,35 34,0 42,6 50,3

70E300 0,50 15,2 27,6 39,2 0,45 0,59 0,73 1,49 1,97 2,42 0,65 8,2 14,5 20,9 0,35 55,7 64,0 65,7

35E500 0,50 35,3 44,7 51,9 0,94 1,01 1,09 1,45 1,56 1,68 0,65 23,3 30,8 41,0 0,35 35,6 49,0 52,7

70E500 0,50 28,2 34,5 41,2 0,74 0,83 0,86 2,45 2,79 2,85 0,65 22,0 29,2 31,1 0,35 58,9 66,0 73,8

35E700 0,50 42,4 48,1 57,7 1,07 1,09 1,21 1,31 1,67 1,85 0,65 27,0 34,6 44,5 0,35 44,5 53,8 58,6

70E700 0,50 32,8 38,3 43,7 0,86 0,89 0,93 2,87 3,02 3,15 0,65 24,1 30,7 35,6

Page 83: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxiii

0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

Res

istê

ncia

à

com

pres

são

(MPa

)

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

7 dias28 dias91 dias

FIGURA 5.1 - Índice médio de resistência à compressão com o aumento do grau de hidratação, aos 7, 28 e 91 dias.

0

0,7

1,4

2,1

2,8

3,5

Res

istê

ncia

à

com

pres

são

(MP

a)

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

7 dias

28 dias

91 dias

FIGURA 5.2 - Índice médio unitário de resistência, aos 7, 28 e 91 dias.

Page 84: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxiv

28 dias 35% E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

300 500 700

Escória

fc91 dias 35% E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

300 500 700

Escória

fc

7 dias 70% E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

300 500 700

Escória

fc

28 dias 70% E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

300 500 700

Escória

fc

91 dias 70% E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

300 500 700

Escória

fc

7 dias 35% E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

300 500 700

Escória

fc

0,350,50,65

FIGURA 5.3 - Evolução da resistência à compressão com o aumento na finura de escória, aos 7, 28 e 91 dias.

Page 85: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxv

REF

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 28 91

Idades

fc

0,350,50,65

35% E300

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 28 91

Idades

fc

35% E500

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 28 91

Idades

fc

35% E700

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 21 91

Idades

fc

70% E500

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 28 91

Idades

fc

70% E700

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 28 91

Idades

fc

70% E300

0

10

20

30

40

50

60

70

80

7 28 91

Idades

fc

FIGURA 5.4 - Evolução da resistência à compressão com a idade.

Page 86: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxvi

TABELA 5.2 – Apresenta os coeficientes da curva de Abrams para a resistência à compressão, aos 7, 28 e 91 dias.

Idade Série a/ag 7 dias 28 dias 91 dias

A B R A B R A B R 0,35

REF 0,50 110,334 8,372 0,99 141,931 10,353 0,99 143,883 9,116 0,99 0,65 0,35

35E300 0,50 228,106 63,865 0,99 134,685 10,886 0,99 144,123 10,244 0,99 0,65 0,35

70E300 0,50 173,175 114,52 0,97 255,107 36,319 0,99 149,291 18,681 0,99 0,65 0,35

35E500 0,50 159,877 20,221 0,99 150,566 11,448 0,99 113,384 4,778 0,99 0,65 0,35

70E500 0,50 62,577 4,974 0,99 86,927 5,615 0,96 102,389 5,838 0,99 0,65 0,35

35E700 0,50 149,348 13,463 0,99 140,508 8,607 0,99 133,462 5,399 0,99 0,65 0,35

70E700 0,50 91,058 7,723 0,99 97,018 6,018 0,98 100,130 4,946 0,99 0,65

As correlações entre as resistências à compressão aos 7, 28 e 91 dias e

as relações a/ag para as misturas investigadas são apresentadas no Anexo B.

Nas tabelas 5.3 e 5.4 são apresentados os valores de relações

água/aglomerante e o consumo de cimento em igualdade de resistência de 35

MPa, aos 28 dias, e 55 MPa aos 91 dias. Para um mesmo nível de resistência

e teor de escória, observa-se ordenação decrescente de relações

água/aglomerante com o aumento na finura da escória.

Para o nível de 35 MPa, aos 28 dias, as relações a/ag das misturas de

escória mantiveram-se entre 0,41 e 0,64, valores comuns e que conferem boas

condições de trabalhabilidade aos concretos frescos. Porém, quando a

Page 87: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxvii

resistência aumentou para 55 MPa, aos 91 dias de idade, os valores de a/ag se

situaram na faixa de 0,34 e 0,52, ficando na maioria em torno de 0,40.

As tabelas 5.3 e 5.4 ilustram os valores de consumo de cimento para os

níveis de resistência estabelecidos.

TABELA 5.3 - Consumo de escória e cimento para o nível de 35 MPa.

Mistura a/ag

35 MPa 28 dias

C. Escória 35 MPa 28 dias

C. Cimento 35 MPa 28 dias

REF 0,60 − 307 35E300 0,56 115 215 70E300 0,41 303 130 35E500 0,60 107 200 70E500 0,53 244 105 35E700 0,64 100 186 70E700 0,58 223 95

Verifica-se na tabela 5.3 que os consumos de cimento para as misturas

de escória, com 35 MPa, aos 28 dias, se situam entre 95 a 125 kg/m3, valores

esses inferiores aos do concreto de referência, 307 kg/m3.

Na análise dessa tabela, observa-se, como esperado, decréscimo nos

valores de consumo de cimento em relação à mistura de referência.

Para as misturas compostas com 35% de escória, em relação à mistura

de referência, o consumo de cimento com o aumento da finura, de 300 para

500 m2/kg, decresceu de 7% na idade de 28 dias. Na finura de 700 m2/kg, em

relação à de 300 m2/kg, o decréscimo de consumo de cimento para essa

mesma idade foi de 13%.

Nas misturas compostas com 70% de escória, o decréscimo de consumo

de cimento, quando a finura da escória passou de 300 para 500 m2/kg, foi de

19% na idade de 28 dias. Para a finura de 700 m2/kg, em relação à de 300

m2/kg, o decréscimo de consumo de cimento para essa idade foi de 27%.

Page 88: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxviii

Tomando como referência a mistura composta com escória, na finura

Blaine de 300 m2/kg e teor de substituição de 35%, o aumento na finura de 300

para 500 m2/kg, resultou em decréscimo de consumo de cimento de 7%, na

idade de 28 dias. Nessa mesma idade, quando a finura variou de 300 para 700

m2/kg, o decréscimo de consumo de cimento foi de 14%.

Quando se toma como referência a mistura contendo 70% de escória, na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação na finura de 300 para 500 m2/kg resultou

em decréscimo de consumo de cimento de 19%, na idade de 28 dias. Para

essa mesma idade, quando a finura variou de 300 para 700 m2/kg, o

decréscimo foi de 27%.

Para a escória com finura de 300 m2/kg, o aumento no teor de

substituição de 35 para 70% acarretou decréscimo de consumo de cimento de

39%.

Na finura de 500 m2/kg, o aumento no teor de substituição resultou em

decréscimo de 47%, na idade de 28 dias, e para a finura de 700 m2/kg esse

decréscimo foi de 49%.

Na figura 5.5, consegue-se uma visualização comparativa dos valores

inferidos para os consumos de cimento na resistência de 35 MPa aos 28 dias.

0

65

130

195

260

325

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

Con

sum

o de

Cim

ento

(kg/

m3)

FIGURA 5.5 - Comparativo de consumo de cimento para resistências à

compressão de 35 MPa aos 28 dias.

Page 89: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

lxxxix

Utilizando-se os mesmos procedimentos anteriores, construiu-se a tabela

5.4 para o nível de resistência de 55 MPa aos 91 dias. Para as misturas

contendo escória, o consumo de cimento se situa entre 140 e 281 kg/m3,

enquanto que no concreto de referência é de 417 kg/m3.

TABELA 5.4 – Consumo de escória e cimento para o nível de 55 MPa. a/ag Consumo Consumo

Mistura Fc91 = 55 MPa Escória Cimento

REF 0,43 − 417 35E300 0,41 151 281 70E300 0,34 344 147 35E500 0,46 138 257 70E500 0,35 338 145 35E700 0,52 124 231 70E700 0,37 326 140

A Figura 5.6 apresenta os valores inferidos para os consumos de

cimento na resistência de 55 MPa aos 91 dias.

0

85

170

255

340

425

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

Con

sum

o de

Cim

ento

(kg/

m3)

FIGURA 5.6 - Comparativo de consumo de cimento para resistências à compressão axial de 55 MPa aos 91 dias.

Page 90: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xc

Para as misturas compostas com 35% de escória, em relação à mistura

de referência, o consumo de cimento com o aumento da finura, de 300 para

500 m /kg, decresceu 8% na idade de 91 dias. Na finura de 700 m /kg, em

relação à de 300 m /kg, o decréscimo de consumo de cimento para essa

mesma idade foi de 18%.

2 2

2

Nas misturas compostas com 70% de escória, o decréscimo de consumo

de cimento, quando a finura da escória passou de 300 para 500 m /kg, foi de

apenas 1%. Para a finura de 700 m /kg, em relação à de 300 m /kg, o

decréscimo de consumo de cimento para essa idade foi de 5%.

2

2 2

Tomando como referência a mistura composta com escória na finura

Blaine de 300 m /kg e teor de substituição de 35%, o aumento na finura, de

300 para 500 m

2

2/kg, resultou em decréscimo de consumo de cimento de 9% na

idade de 91 dias. Nessa mesma idade, quando a finura variou de 300 para 700

m2/kg, o decréscimo de consumo de cimento foi de 8%.

Quando se toma como referência a mistura contendo 70% de escória na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação na finura de 300 para 500 m2/kg resultou

em decréscimo de consumo de cimento de 8% na idade de 91 dias. Para essa

mesma idade, quando a finura variou de 300 para 700 m2/kg, o decréscimo foi

de 5%.

Para a escória com finura de 300 m2/kg, o aumento no teor de

substituição de 35% para 70%, acarretou um decréscimo de consumo de

cimento de 48%, enquanto, na finura de 500 m2/kg, o aumento no teor de

substituição resultou em decréscimo de 43% na idade de 91 dias, e para a

finura de 700 m2/kg, esse decréscimo foi de 39%.

5.3 Resultados de penetração de cloreto

Page 91: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xci

Os resultados de penetração de cloreto, para cada uma das misturas

aglomerantes investigadas e diferentes relações a/ag adotadas, foram obtidos

mediante a realização dos ensaios, segundo o método da ASTM C 1202-91,

que classifica os concretos a partir dos resultados de carga passante, em

Coulombs.

Na tabela 5.5, são apresentados os resultados dos ensaios de penetração

de cloreto aos 28 e 91 dias e dos índices médios de penetração de cloreto para

todas as misturas e relações a/ag. O índice médio de penetração de cloreto

corresponde à média das relações entre os valores de penetração de cloreto

das misturas aglomerantes investigadas dividida pela penetração de cloreto

obtida pela mistura de referência em igual relação água/aglomerante.

Na figura 5.7, é apresentado o desenvolvimento da penetração de cloreto

com o aumento da finura, e, na figura 5.8, com o aumento da idade.

Em igualdade de relação água/aglomerante, observa-se, nos resultados

apresentados na tabela 5.5, um aumento nos valores de penetração de cloreto

com o aumento da finura da escória, como também uma diminuição para uma

mesma finura nesses valores, quando o teor de substituição de escória passou

de 35% para 70%.

Na análise da tabela 5.5 e figura 5.9, verifica-se, também, que todas as

misturas aglomerantes investigadas apresentaram um crescimento nos valores

de índice médio de penetração de cloreto para teores de substituição de

escória de 35% e um decréscimo nas misturas com 70%, quando o grau de

hidratação aumentou de 28 para 91 dias.

Tanto aos 28 como 91 dias, as misturas compostas com 35% e 70% de

escória, nas finuras Blaine de 300 m2/kg, 500 m2/kg e 700 m2/kg, apresentaram

índice médio de penetração de cloreto inferior ao da mistura de referência.

TABELA 5.5 – Penetração de cloreto aos 28 e 91 dias.

Page 92: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xcii

Série a/ag Cl-28 – (C) Cl-91 – (C) Icl-28

m. Icl-91 m. Icl-u

28 m. Icl-u 91 m.

0,35 1740 1389 REF 0,50 2838 2055 1 1 1 1

0,65 3189 2314 0,35 1007 694

35E300 0,50 1474 1275 0,64 0,66 0,99 1,01 0,65 2657 1971 0,35 715 455

70E300 0,50 1028 606 0,40 0,33 1,35 1,12 0,65 1415 884 0,35 1015 702

35E500 0,50 1736 1475 0,71 0,74 1,09 1,14 0,65 2971 2326 0,35 959 618

70E500 0,50 1401 797 0,55 0,43 1,83 1,43 0,65 1917 1057 0,35 1046 711

35E700 0,50 1793 1537 0,74 0,81 1,14 1,25 0,65 3164 2727 0,35 977 665

70E700 0,50 1551 982 0,61 0,55 2,02 1,84 0,65 2273 1621

Para as misturas compostas com 35% de escória, em relação à mistura

de referência, o acréscimo médio de penetração de cloreto com o aumento da

finura, de 300 para 500 m2/kg, foi de 11% e 12%, respectivamente, nas idades

de 28 e 91 dias. Na finura de 700 m2/kg, em relação à de 300 m2/kg, os

acréscimos de penetração de cloreto para essas mesmas idades foram de 16%

e 23%.

Nas misturas compostas com 70% de escória, o acréscimo médio de

penetração de cloreto, quando a finura da escória passou de 300 m2/kg para

500 m2/kg, foi de 37% e 30%, nas idades de 28 e 91 dias. Para a finura de 700

m2/kg, em relação à de 300 m2/kg, os acréscimos médios de penetração de

cloreto para essas idades foram de 52% e 67%.

Page 93: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xciii

Tomando como referência a mistura composta com escória na finura

Blaine de 300 m2/kg e teor de substituição de 35%, o aumento na finura de 300

para 500 m2/kg, resultou em acréscimo médio de penetração de cloreto de 10%

e 12% nas idades de 28 e 91 dias. Nessas mesmas idades, quando a finura

variou de 300 para 700 m2/kg, os acréscimos médios de penetração de cloreto

foram de 15% e 20%.

Quando se toma como referência a mistura contendo 70% de escória na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação na finura de 300 para 500 m2/kg,

resultou em acréscimos médios de 35% e 29% nas idades de 28 e 91 dias.

Para essas mesmas idades, quando a finura variou de 300 para 700 m2/kg, os

acréscimos médios de penetração de cloreto foram de 49% e 64%.

Na tabela 5.5 e figura 5.10, são também apresentados os valores de

penetração unitária de cloreto. A penetração unitária de cloreto corresponde à

relação entre a penetração de cloreto com adição mineral, dividida pelo

consumo de cimento, e a penetração de cloreto do concreto de referência

dividida pelo seu correspondente consumo de cimento. O índice médio de

penetração unitária de cloreto corresponde à média desses índices, para as

relações água/aglomerante 0,35, 0,50 e 0,65 de uma mesma mistura com

adição mineral.

Page 94: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xciv

28 dias 35% E

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

300 500 700

Escória

Cou

lom

bs

0,350,50,65

91 dias 35% E

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

300 500 700

Escória

Cou

lom

bs28 dias 70% E

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

300 500 700

Escória

Cou

lom

bs

91 dias 70% E

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

300 500 700

Escória

Cou

lom

bs

FIGURA 5.7 - Desenvolvimento de penetração de cloreto com a finura da

escória aos 28 e 91 dias.

Page 95: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xcv

R EF

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

0,350,50,65

35% E300

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

35% E500

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

35% E700

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

70% E300

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

70% E500

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

70% E700

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

28 91Idades

Cou

lom

bs

Page 96: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xcvi

FIGURA 5.8 – Desenvolvimento de penetração de cloreto com a

idade.

00,20,40,60,8

1

Índi

ce M

édio

de

Pen

etra

ção

de

Clo

reto

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

28 dias91 dias

FIGURA 5.9 – Índice médio de penetração de cloretos, aos 28 e 91 dias.

00,5

11,5

22,5

Pen

etra

ção

de

Clo

reto

Uni

tária

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

28 dias91 dias

FIGURA 5.10 – Penetração unitária de cloretos, aos 28 e 91 dias.

Page 97: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xcvii

Na tabela 5.6 são apresentados os valores das constantes experimentais

determinadas para as equações de Abrams, para os resultados de penetração

de cloreto aos 28 e 91 dias. A partir desses dados, foi possível determinar a

penetração de cloreto em igualdade de resistência à compressão.

TABELA 5.6 - Coeficientes da Curva de Abrams, para a penetração de cloreto aos 28 e 91 dias.

Idade Série a/ag 28 d 91 d

A B R A B R

0,35 REF 0,50

0,65 913,194 0,132 0,96 801,414 0,182 0,97

0,35 35E300 0,50

0,65 264,586 0,019 0,99 187,479 0,022 0,99

0,35 70E300 0,50

0,65 305,435 0,088 0,99 195,542 0,095 0,98

0,35 35E500 0,50

0,65 298,212 0,023 0,98 182,022 0,018 0,99

0,35 70E500 0,50

0,65 396,541 0,075 0,99 306,376 0,133 0,99

0,35 35E700 0,50

0,65 191,855 0,010 0,99 123,586 0,006 0,99

0,35 70E700 0,50

0,65 330,822 0,045 0,99 207,681 0,039 0,97

5.4 Penetração de cloreto em igualdade de resistência

Page 98: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xcviii

Nesta etapa são apresentados os coeficientes de penetração de cloreto das misturas investigadas, em igualdade de resistência mecânica de 35 MPa, aos 28 dias e 55 MPa aos 91 dias.

A tabela 5.7 apresenta as relações a/ag e os respectivos consumos de cimento para as resistências à compressão preestabelecidas.

TABELA 5.7 – Relações a/ag e consumo de cimento para 35 MPa aos 28 dias, e 55 MPa aos 91 dias.

Mistura

a/ag (35 MPa) 28 dias

C. Cimento (35 MPa) 28 dias

a/ag (55 MPa) 91 dias

C. Cimento (55 MPa) 91 dias

REF 0,60 307 0,43 417 35E300 0,56 215 0,41 281 70E300 0,41 130 0,34 147 35E500 0,60 200 0,46 257 70E500 0,53 105 0,35 145 35E700 0,64 186 0,52 231 70E700 0,58 95 0,37 140

Verifica-se na tabela 5.7 e figura 5.11 que os consumos de cimento para

as misturas de escória, para o nível de resistência de 35 MPa aos 28 dias,

encontram-se na faixa de 95 a 215 kg/m3, valores esses inferiores aos do

concreto de referência, 307 kg/m3. A tabela 5.7 e figura 5.12 apresentam o

consumo de cimento para o nível de resistência de 55 MPa, aos 91 dias, os

consumos de cimento variaram de 140 a 281 kg/m3, valores abaixo do concreto

de referência, 417 kg/m3.

Page 99: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

xcix

0

65

130

195

260

325

RE

F

35E3

00

70E3

00

35E5

00

70E5

00

35E7

00

70E7

00

Con

sum

o de

cim

ento

(kg/

m3)

FIGURA 5.11 - Consumo de cimento para o nível de resistência de 35 MPa aos

28 dias.

0

85

170

255

340

425

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

Con

sum

o de

cim

ento

(kg/

m3)

FIGURA 5.12 - Consumo de cimento para o nível de resistência de 55 MPa aos

91 dias.

Page 100: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

c

Na tabela 5.8, são apresentados os valores de penetração total, índice

médio de penetração de cloreto e índice de penetração unitária para o nível de

resistência de 35 MPa aos 28 dias. Verifica-se, em relação ao concreto de

referência, que, para o teor de escória de 35%, o aumento na finura, de 300

para 500 m2/kg, aumentou de 28% na idade de 28 dias.

A figura 5.13, apresenta os valores de penetração total de cloreto, para o

nível de resistência de 35 MPa aos 28 dias.

Na finura de 700 m2/kg, em relação à de 300 m2/kg, o acréscimo de

penetração de cloreto para essa mesma idade foi de 61%.

Nas misturas compostas com 70% de escória, o acréscimo de penetração

de cloreto, quando a finura da escória passou de 300 para 500 m2/kg, foi de

78% na idade de 28 dias. Para a finura de 700 m2/kg, em relação à de 300

m2/kg, o acréscimo de penetração de cloreto para essa idade foi de 130%.

0

640

1280

1920

2560

3200

Pen

etra

ção

de C

lore

to

(Cou

lom

bs)

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

FIGURA 5.13 - Penetração de cloreto total para nível de resistência de 35 MPa

aos 28 dias.

Page 101: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

ci

Na figura 5.14, são apresentados os valores de índice médio de

penetração de cloreto, para o nível de resistência de 35 MPa aos 28 dias.

Adotando como referência a mistura composta com escória na finura

Blaine de 300 m2/kg e teor de substituição de 35%, o aumento na finura de 300

para 500 m2/kg, resultou em acréscimo de índice médio de penetração de

cloreto de 27% na idade de 28 dias. Nessa mesma idade, quando a finura

variou de 300 para 700 m2/kg, o acréscimo de índice médio de penetração de

cloreto foi de 60%.

Utilizando-se como referência a mistura contendo 70% de escória na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação na finura de 300 para 500 m2/kg resultou

em acréscimo de índice médio de penetração de cloreto de 78% na idade de

28 dias. Para essa mesma idade, quando a finura variou de 300 para 700

m2/kg, o acréscimo foi de 230%.

Para a escória com finura de 300 m2/kg, o aumento no teor de

substituição, de 35% para 70%, provocou decréscimo de índice médio de

penetração de cloreto de 233% .

Quando se analisou a finura de 500 m2/kg, o aumento no teor de

substituição resultou em decréscimo de 167%, na idade de 28 dias, e, para a

finura de 700 m2/kg, esse decréscimo foi de 163%.

Page 102: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cii

0

0,4

0,8

1,2

Índi

ce m

édio

de

pene

traçã

o de

clo

reto

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

FIGURA 5.14 - Índice médio de penetração total de cloreto, para o nível de

resistência de 35 MPa aos 28 dias.

Quando se analisou a finura de 500 m2/kg, o aumento no teor de

substituição resultou em decréscimo de 167%, na idade de 28 dias, e, para a

finura de 700 m2/kg, esse decréscimo foi de 163%.

TABELA 5.8 – Penetração total de cloreto, índice de penetração médio e

penetração unitária para o nível de resistência de 35 MPa aos 28 dias.

Série REF 35E300 70E300 35E500 70E500 35E700 70E700Cl-28 –

(C) 3078 1929 828 2477 1472 3114 1909

Icl-28 1 0,63 0,27 0,80 0,48 1,01 0,62 Icl-u

28 1 0,89 0,63 1,23 1,40 1,67 2,00

Os resultados de penetração unitária de cloreto são também

apresentados na tabela 5.8 e figura 5.15. A penetração unitária de cloreto

corresponde à relação entre a penetração de cloreto do concreto com adição

Page 103: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

ciii

mineral dividida pelo consumo de cimento e a penetração de cloreto do

concreto de referência dividida pelo seu correspondente consumo de cimento.

0

0,5

1

1,5

2

Pen

etra

ção

unitá

ria

de c

lore

to

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

FIGURA 5.15 - Penetração unitária de cloreto para o nível de resistência de 35 MPa aos 28 dias.

Observa-se que na escória com finura de 300 m2/kg, o aumento no teor

de substituição de 35% para 70%, apresentou decréscimo de 29% na

penetração unitária de cloreto.

Quando a finura foi de 500 m2/kg, o aumento no teor de substituição

resultou em acréscimo de 14%, na idade de 28 dias, e, para a finura de 700

m2/kg, esse acréscimo foi de 20%.

Para um mesmo teor de substituição de escória, 35%, o aumento na

finura, de 300 para 500 m2/kg, resultou em acréscimos de penetração unitária

de cloreto de 38%, na idade de 28 dias. Para o teor de substituição de 70%,

esse acréscimo foi de 122%.

Na finura da escória de 700 m2/kg e teor de substituição de 35%, os

acréscimos de penetração unitária de cloreto, em relação à escória com finura

de 300 m2/kg, foram de 88%. Para o teor de substituição de 70%, esse

acréscimo foi de 317%.

Page 104: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

civ

Na tabela 5.9 são apresentados os valores de penetração total de cloreto,

índice de penetração médio e penetração unitária para o nível de resistência de

55 MPa, aos 91 dias de idade.

TABELA 5.9 – Penetração de cloreto para resistência à compressão de 55 MPa aos 91 dias.

Série REF 35E300 70E300 35E500 70E500 35E700 70E700

Cl-91 – (C) 1667 896 435 1155 621 1767 690 Icl-91 1 0,54 0,26 0,69 0,37 1,06 0,41

Icl-u 91 1 0,80 0,74 1,12 1,07 1,92 1,23

A figura 5.16, apresenta os valores de penetração total de cloreto, para o

nível de resistência de 55 MPa aos 91 dias.

0

400

800

1200

1600

Pen

etra

ção

de

Clo

reto

(Cou

lom

bs)

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

FIGURA 5.16 - Penetração de cloreto total para o nível de resistência de 55

MPa aos 91 dias.

Analisando a tabela 5.9, verifica-se que nas misturas compostas com 35%

de escória, em relação à mistura de referência, a penetração de cloreto com o

aumento da finura, de 300 para 500 m2/kg, acarretou acréscimo de 29% na

Page 105: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cv

idade de 91 dias. Na finura de 700 m2/kg, em relação à de 300 m2/kg, o

acréscimo de penetração de cloreto para essa mesma idade foi de 97%.

Nas misturas compostas com 70% de escória, em relação à mistura de

referência, o acréscimo de penetração de cloreto, quando a finura da escória

passou de 300 para 500 m2/kg, foi de 43% na idade de 91 dias. Para a finura

de 700 m2/kg, em relação à de 300 m2/kg, os acréscimos de penetração de

cloreto para essa idade foram de 59%.

Adotando como referência a mistura composta com escória na finura

Blaine de 300 m2/kg e teor de substituição de 35%, o aumento na finura, de

300 para 500 m2/kg, resultou em acréscimo de índice médio de penetração de

cloreto de 28% na idade de 91 dias. Nessa mesma idade, quando a finura

variou de 300 para 700 m2/kg, o acréscimo de índice médio de penetração de

cloreto foi de 96%.

Utilizando-se como referência a mistura contendo 70% de escória na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação na finura, de 300 para 500 m2/kg,

resultou em acréscimos de índice médio de penetração de cloreto de 42% na

idade de 91 dias. Para essa mesma idade, quando a finura variou de 300 para

700 m2/kg, o acréscimo foi de 58%.

Para a escória com finura de 300 m2/kg, o aumento no teor de

substituição de 35% para 70%, provocou decréscimo de 208% de índice médio

de penetração de cloreto.

Quando se analisou a finura de 500 m2/kg, o aumento no teor de

substituição resultou em decréscimo de 186% na idade de 91 dias, e para a

finura de 700 m2/kg, esse decréscimo foi de 258%.

Page 106: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cvi

Na figura 5.17, são apresentados os valores de índice médio de

penetração de cloreto, para o nível de resistência de 55 MPa aos 91 dias.

0

0,4

0,8

1,2

Índi

ce m

édio

de

pene

traçã

o de

clo

reto

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

FIGURA 5.17 - Índice médio de penetração total de cloreto, para o nível de

resistência de 55 MPa aos 91 dias.

A tabela 5.9 e figura 5.18 apresentam também os resultados de

penetração unitária de cloreto, nos quais se observa que a escória com finura

de 300 m2/kg, e aumento no teor de substituição de 35% para 70%, apresentou

decréscimo de 8% na penetração unitária de cloreto.

Quando a finura foi de 500 m2/kg, o aumento no teor de substituição

resultou em decréscimo de 4% na idade de 91 dias, e, para a finura de 700

m2/kg, esse decréscimo foi de 36%.

Para um mesmo teor de substituição de escória, 35%, o aumento na

finura, de 300 para 500 m2/kg, resultou em acréscimo de 40% de penetração

unitária de cloreto, na idade de 91 dias. Para o teor de substituição de 70%,

esse acréscimo foi de 44%.

Page 107: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cvii

Na finura da escória de 700 m2/kg e teor de substituição de 35%, os

acréscimos de penetração unitária de cloreto, em relação à escória com finura

de 300 m2/kg, foi de 140%. Para o teor de substituição de 70%, esse acréscimo

foi de 166%.

0

0,5

1

1,5

2

Pen

etra

ção

unitá

ria d

e cl

oret

o

RE

F

35E3

00

70E3

00

35E5

00

70E5

00

35E7

00

70E7

00

FIGURA 5.18 - Penetração unitária de cloreto para o nível de resistência de 55

MPa aos 91 dias.

5.5 Teor de cloreto retido

Na tabela 5.10 e nas figuras 5.19 e 5.20, são apresentados os valores de

teor total e por kg de cimento, de cloreto retido nos concretos após o ensaio de

penetração de cloretos, aos 91 dias.

Pela análise destes resultados, constata-se que todas as misturas

compostas com 35% de escória e relações água/aglomerante de 0,50 e 0,65,

apresentaram maior fixação de ions cloreto do que o concreto de referência.

Page 108: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cviii

Assim ocorreu também nas misturas compostas com 35% e 70% de escória na

finura Blaine de 700 m2/kg, para as mesmas relações água/aglomerante.

O aumento no teor de substituição, de 35% para 70%, para todas as

finuras investigadas, diminuiu o teor total de cloreto retido por kg de

aglomerante.

O aumento na finura, para um mesmo teor de substituição e relação

água/aglomerante, resultou em acréscimo no teor de cloreto retido por kg de

aglomerante.

Tomando como referência a mistura com escória na finura Blaine de 300

m2/kg e 35% de teor de substituição, o aumento na finura dessa mistura

resultou em acréscimos no teor de cloreto retido por kg de aglomerante que

variaram de 15% a 54 %. Para o teor de substituição de 70%, os acréscimos na

retenção de cloreto variaram de 7% a 104%.

Ocorre aumento no teor de cloreto retido por kg de cimento quando há

aumento no teor de substituição de escória, de 35% para 70%, assim como

com o aumento da finura desta, de 300 m2/kg para 700 m2/kg. Quando

comparados à mistura de referência, esses acréscimos variaram de 16% a

272%.

Tomando como referência a mistura contendo escória no teor de

substituição de 35% e finura Blaine de 300 m2/kg, o aumento na finura da

escória resultou em acréscimos na retenção de cloretos por kg de cimento que

variaram de 15,4% a 24,2%.

Para o teor de substituição de 70% o aumento na finura da escória

resultou em acréscimos na retenção de cloreto que variaram de 24,9% a 105,6

%.

O teor crítico de 0,4% de cloreto por kg de cimento, tido como parâmetro

entre os pesquisadores da área, foi cumprido apenas para a mistura composta

com 70% de escória com finura Blaine de 300 m2/kg e relação

água/aglomerante de 0,35.

Page 109: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cix

0

15

30

45

60

75

clor

eto

retid

o no

ag

lom

eran

te (m

mol

/kg)

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

0,350,50,65

FIGURA 5.19 - Teores de cloretos totais retidos no aglomerante aos 91 dias.

0

30

60

90

120

150

Clo

reto

retid

o no

cim

ento

(mm

ol/k

g)

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

0,350,50,65

FIGURA 5.20 - Teores de cloretos totais retidos no cimento aos 91 dias.

A figura 5.21 apresenta a relação entre penetração total de cloretos, em

Coulombs, e o teor de cloretos totais retidos nas misturas investigadas, na

idade de 91 dias e relações água/aglomerante de 0,35, 0,50 e 0,65.

Page 110: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cx

Na análise dessa figura, observa-se que existe uma boa correlação, 74%,

entre a penetração de cloretos em Coulombs e o teor de cloretos retidos. Isso

permite afirmar que o ensaio proposto pela ASTM C1202 de penetração de

cloretos estima com segurança o teor de retenção de cloretos totais e pode ser

considerado com um parâmetro confiável na determinação da quantidade total

de cloretos retidos no concreto. Portanto, a corrente passante, em Coulombs,

que além dos cloretos determina o fluxo iônico, estabelece satisfatoriamente a

quantidade total de cloretos que ficam retidos no concreto. Esse fato foi

também constatado por ISAIA (1995) e CERVO(2001).

y = 36,787x + 19,45R2 = 74%

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 10 20 30 40 50 60 70

Cloreto Retido (mmol/kg)

Pen

etra

ção

de C

lore

to

(Cou

lom

bs)

REF35E30070E30035E50070E50035E70070E700

FIGURA 5.21 - Relação entre penetração total de cloretos, em Coulombs, e o teor de cloretos totais retidos.

Page 111: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxi

TABELA 5.10 – Alcalinidade, teor de cloreto retido e relação iônica Cl-/OH-, aos

91 dias.

Misturas a/ag pH Cl- total retido mmol/kg de aglomerante

Cl- retido mmol/kg

de cimento

OH mmol/kg Cl-/OH-

0,35 12,59 31,72 31,72 38,90 0,82 REF 0,50 12,57 34,20 34,20 37,15 0,92

0,65 12,56 39,15 39,15 36,30 1,08 0,35 12,55 19,77 30,41 35,48 0,56

35E300 0,50 12,54 38,31 58,94 34,67 1,10 0,65 12,52 52,17 80,26 33,11 1,58 0,35 12,48 12,35 41,16 30,20 0,41

70E300 0,50 12,46 18,50 61,67 28,84 0,64 0,65 12,45 26,40 88,00 28,18 0,94 0,35 12,51 23,94 36,8 32,36 0,74

35E500 0,50 12,50 44,22 68,00 32,35 1,37 0,65 12,49 63,10 97,07 31,62 2,00 0,35 12,48 15,42 51,40 30,20 0,51

70E500 0,50 12,45 19,86 66,2 28,18 0,70 0,65 12,43 31,67 105,57 26,92 1,18 0,35 12,55 27,89 42,9 35,48 0,83

35E700 0,50 12,52 58,87 90,57 33,11 1,78 0,65 12,51 64,79 99,68 32,36 2,05 0,35 12,35 21,57 71,90 22,39 0,96

70E700 0,50 12,14 37,81 126,00 13,80 2,74 0,65 12,07 43,73 145,77 11,75 3,72

5.5.1 Relação Cl-/OH-

Para uma melhor análise das diferentes misturas, determinaram-se a

alcalinidade e a relação iônica de cada um dos concretos na idade de 91 dias.

Page 112: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxii

Estes resultados são apresentados na tabela 5.10 e figura 5.22, nos quais se

observa que, das dezoito misturas investigadas com escória, onze

apresentaram relação Cl-/OH- maior que o traço de referência.

Os menores valores foram alcançados com a relação a/ag 0,35, pelas

misturas com escória nas finuras de 300 m2/kg e 500 m2/kg e teor de

substituição de 70% e 35%, respectivamente.

Nas misturas com escória na finura de 700 m2/kg, o acréscimo no teor de

adição aumentou a relação Cl-/OH-. Esse aumento da relação iônica pode ser

explicado pelo maior consumo de CH à medida que aumenta o teor de escória

na mistura. No caso das misturas com 70% de escória, o decréscimo na

alcalinidade, em relação à mistura de referência, também contribui para o

aumento da relação Cl-/OH-.

Quando se utiliza escória com finura crescente, 300 m2/kg, 500 m2/kg e

700 m2/kg, há um aumento na relação Cl-/OH-.

Os resultados encontrados demonstram a importância que a variação na

relação Cl-/OH- dos concretos com adição mineral exerce sobre a proteção do

aço, sendo decrescentes com o aumento do teor de adição, com exceção das

misturas na finura de 700 m2/kg; esses resultados foram na maioria inferiores

aos do concreto de referência.

00,5

11,5

22,5

33,5

4

Rel

ação

iôni

ca C

l/OH

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

0,350,5

0,65

FIGURA 5.22 - Relação iônica Cl-/OH- aos 91 dias.

Page 113: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxiii

5.6 Análise dos resultados de solução aquosa dos poros

Na tabela 5.11 e figura 5.23, são apresentados os resultados da

composição da solução aquosa das misturas aglomerantes investigadas.

0

33

66

99

132

165

Solu

ção

aquo

sa d

os

poro

s

RE

F

35E3

00

70E3

00

35E5

00

70E5

00

35E7

00

70E7

00

Na

Ca

SO4

K

OH

FIGURA 5.23 - Solução aquosa dos poros aos 91 dias.

Observa-se nesses resultados alteração na composição, quando

comparada à mistura de referência, devido à substituição parcial do cimento

pela escória.

Com exceção da mistura composta com escória na finura Blaine de 300

m2/kg, em que, para o teor de substituição de 35%, apresentou maior

concentração de sódio que a de referência, e para o teor de substituição de

70% essa concentração foi menor, as demais misturas investigadas

apresentaram valores de Na2+ muito próximos daquele do concreto de

Page 114: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxiv

referência. Contudo, todas as misturas investigadas apresentaram menor teor

de K+ que o concreto de referência. Esse resultado está de acordo com SHI et

al (1998) que citam que a substituição de cimento por escória conduz a uma

diminuição no teor de K+.

Há redução no teor de equivalente alcalino em sódio com o aumento no

teor de substituição de escória, de 35% para 70%. O valor mais baixo, 3,06 g/l,

foi obtido para a menor finura da escória, 300 m2/kg, sendo que para esse teor

de substituição de escória, 70%, o aumento na finura resultou em acréscimos

no equivalente alcalino em sódio. Embora a escória também contenha álcalis, a

substituição do cimento por esse material é efetiva na redução do equivalente

alcalino em sódio.

Ocorre também redução nos teores de sulfato e hidroxilas com o aumento

no teor de substituição. Ainda assim, os valores de pH nessa idade de ensaio,

91 dias, são elevados, adequados para prover condições de passivação das

armaduras.

A concentração de Ca2+ diminuiu com o aumento da finura da escória.

Entretanto, para a escória na finura Blaine de 300 m2/kg e teores de

substituição de 35% e 70%, os valores são muito superiores àquele de

referência, sendo esse fato atribuído à cal proveniente da escória.

TABELA 5.11 - Análise da solução aquosa dos poros, para relação a/ag 0,50

aos 91 dias.

Análise da solução dos poros, Mmol/l Mistura pH

Na+ K+ Ca+ SO42- OH-

REF 13,21 35,2 184,2 1,35 1,77 162,2 30E300 13,11 35,7 135,6 2,32 1,34 128,8 70E300 12,83 33,1 65,7 2,52 0,321 67,6 35E500 13,06 44,8 129,2 1,65 0,972 114,8 70E500 13,01 29,2 82,1 1,67 0,434 102,3 35E700 13,11 33,1 130,2 1,22 0,451 128,8 70E700 12,90 32,6 83,1 1,12 0,142 79,4

Page 115: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxv

Na tabela 5.12, são apresentados os valores de condutividade elétrica

das soluções dos poros, calculados a partir da equações apresentadas por SHI

et al (1998). Essa mesma tabela apresenta os valores de Na2Oeq.

Nos resultados obtidos, observa-se que todas as misturas investigadas

apresentaram valores de condutividade específica menores do que os da

mistura de referência. Para todas as finuras investigadas, o aumento no teor de

escória resultou em decréscimo na condutividade específica. O valor mais

baixo, 1,67 ohm–1, foi obtido para a mistura composta com 70 % de escória na

finura Blaine de 300 m2/kg.

TABELA 5.12 - Na2Oeq, condutividade elétrica e condutividade elétrica relativa

para relação a/ag 0,50 aos 91 dias.

Mistura Na2Oeq Condutividade Elétrica (ohm-1)

Condutividade Elétrica Relativa (%)

REF 6,80 3,53 100 30E300 5,30 2,91 82,6 70E300 3,06 1,67 47,3 35E500 5,39 2,69 76,3 70E500 3,45 2,26 63,9 35E700 5,06 2,82 80,0 70E700 3,59 1,90 53,9

As figuras 5.24 e 5.25 ilustram os resultados de condutividade elétrica e

condutividade elétrica relativa.

Page 116: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxvi

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

RE

F

35E

300

70E

300

35E

500

70E

500

35E

700

70E

700

Con

dutiv

idad

e el

étric

a (o

hm-1

)

FIGURA 5.24 - Condutividade elétrica, em ohm-1, para relação a/ag 0,50 aos 91

dias.

0

20

40

60

80

100

120

REF

35E3

00

70E3

00

35E5

00

70E5

00

35E7

00

70E7

00

Con

dutiv

idad

e el

étric

a (o

hm-1

)

FIGURA 5.25 - Condutividade elétrica, em %, para relação a/ag 0,50 aos 91

dias.

5.7 Integração dos resultados

Page 117: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxvii

5.7.1 Resistência à compressão versus penetração de cloreto

Com o objetivo de analisar a evolução da penetração de cloretos com o

desenvolvimento da resistência à compressão, tornou-se necessário construir o

gráfico da figura 5.26 que apresenta a correlação entre a resistência à

compressão e a penetração de ions cloretos.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0

Resistência mecânica (MPa)

Pen

etra

ção

de C

lore

to (C

oulo

mbs

)

REF

35E300

70E300

35E500

70E500

35E700

70E700

FIGURA 5.26 - Resistência à compressão versus penetração de cloreto.

Na observação da figura 5.26, verifica-se que há maior preponderância da

relação água/aglomerante na resistência que na penetração a cloreto.

Para um mesmo nível de resistência, diferentes resultados de penetração

de cloreto são obtidos. Com o aumento da finura da escória e a diminuição no

percentual de substituição, a penetração de cloreto aumenta para o mesmo

nível de resistência. Observa-se a ocorrência de diminuição na corrente

passante com o aumento da resistência.

Page 118: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxviii

5.7.2 Penetração de cloreto versus solução aquosa dos poros

Com o intuito de constatar a relação existente entre a penetração de

cloretos e as modificações que ocorrem na solução aquosa dos poros, foram

construídas as figuras 5.27 e 5.28, que apresentam a correlação linear

existente entre os resultados obtidos, na idade de cura de 91 dias e relação

água/aglomerante de 0,50.

Para análise dos gráficos, verifica-se que existe boa correlação entre os

valores obtidos nos ensaios de penetração de cloretos e aqueles da solução

aquosa dos poros, fato também observado por CERVO (2001) e de acordo

com os relatos de TALBOT (1995) e McCARTES et al. (2000).

Na figura 5.28, verifica-se uma correlação de 87% entre os valores de

penetração de ions cloretos, em Coulombs, e de condutividade específica da

solução dos poros. Isso significa que os resultados de penetração de cloretos

podem ser relacionados com as modificações que ocorrem na solução aquosa

dos poros.

Assim, observa-se redução nos valores de penetração de cloretos,

condutividade específica e no Na2Oeq, com o aumento no teor de escória, de

35% para 70%. Todavia, esses valores aumentam para esse mesmo teor de

substituição de escória, 70%, quando aumenta a finura da escória, embora

resulte em resistência mais elevada à compressão.

Page 119: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxix

y = 0,0026x + 1,3802R2 = 94%

0,00

1,60

3,20

4,80

6,40

8,00

0 500 1000 1500 2000 2500

Penetração de cloretos (Coulombs)

Na2

O e

quiv

alen

te (g

/l)

FIGURA 5.27 - Correlação entre o equivalente alcalino em sódio e a

penetração de ions cloreto, aos 91 dias.

y = 0,0012x + 1,0347R2 = 87%

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 500 1000 1500 2000 2500

Penetração de cloretos (Coulombs)

Con

dutiv

idad

e el

étric

a (o

hm)

Figura 5.28 - Correlação entre condutividade elétrica e penetração de ions cloreto, aos 91 dias.

Page 120: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxx

CAPITULO VI – CONCLUSÕES

Esta pesquisa procurou responder aos questionamentos propostos,

mediante as discussões dos resultados encontrados e as referências

bibliográficas.

A utilização de escória de alto forno na produção do concreto mostra-se

eficiente na contribuição para a resistência à compressão e para a diminuição

dos problemas causados, pela necessidade de durabilidade das estruturas de

concreto, devido à ação de cloretos.

Analisando as misturas investigadas, observa-se que, para uma mesma

relação água/aglomerante, o aumento na finura da escória resultou em

acréscimos significativos na resistência à compressão. Assim, também, houve

diminuição dessa propriedade, com o aumento do teor de escória.

A mistura composta com 35% de escória, com finura Blaine de 700m2/kg,

apresentou o melhor desempenho, com índice médio de resistência à

compressão superior à da mistura de referência, na idade de 7 dias.

Para o teor de substituição de escória de 35%, o aumento na finura da

escória, de 300 m2/kg para 500 m2/kg, resultou em acréscimos médios na

resistência à compressão nas idades de 7, 28 e 91 dias, em relação à de

referência, de 27%, 9% e 16%, e para a finura de 700m2/kg, de 45%, 17% e

28%.

Quando se toma como referência a mistura contendo 70% de escória na

finura Blaine de 300 m2/kg, a variação da finura de 300 m2/kg para 500 m2/kg,

resultou em acréscimos médios de resistência de 86%, 47% e 20%, nas idades

de 7, 28 e 91 dias. Para essas mesmas idades, quando a finura variou de 300

m2/kg para 700 m2/kg, os acréscimos médios foram 114%, 5% e 30%.

Todas as misturas contendo escória apresentaram valores de resistência

unitária mais elevados do que o concreto de referência, sendo tanto maiores

quanto maior o teor de substituição. Com relação à mistura de referência,

Page 121: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxi

aquela contendo 70% de escória com finura Blaine de 300 m2/kg, apresentou

acréscimos nas idades de ensaio de 49%, 97% e 142%. Para o mesmo teor de

substituição, e finura de 500 m2/kg e 700 m2/kg, os acréscimos foram de 145%,

179%, 185% e 187%, 202% e 215%, respectivamente.

Consegue-se atingir o nível de resistência de 35 MPa aos 28 dias, com

misturas compostas com 95 kg de cimento e 223 kg de escória com finura

Blaine de 700 m2/kg. Com essa mesma escória, atinge-se o nível de resistência

de 55 MPa com uma mistura composta com 140 kg de cimento e 326 kg de

escória, apresentando a mesma consistência do concreto de referência.

As misturas contendo escória, quando comparadas à de referência,

apresentaram redução na penetração de cloretos, tendo a mistura composta

com 70% de escória, com finura Blaine de 300 m2/kg, apresentado o melhor

desempenho. Entretanto, o aumento na finura da escória resultou em

acréscimos na corrente passante, tanto maior quanto maior a finura da escória.

Para uma mesma finura da escória, o aumento no teor de substituição, de

35% para 70%, embora diminua a resistência à compressão, diminui também a

penetração de cloretos.

Com relação à retenção de cloretos, verifica-se que, com o aumento do

teor de substituição, de 35% para 70%, para todas as finuras investigadas,

diminuiu o teor total de cloreto retido por kg de aglomerante. O aumento na

finura, para um mesmo teor de substituição e relação água/aglomerante,

resultou em acréscimo no teor de cloreto retido por kg de aglomerante.

Constatou-se boa correlação entre a penetração de cloretos em

Coulombs e o teor total de cloretos retidos, o que permite afirmar que o teste

da ASTM C 1202 estima com segurança o teor de retenção de cloretos totais.

Para um mesmo teor de substituição de escória, verifica-se que a relação

Cl-/OH- aumenta com o aumento da finura da escória.

Dos resultados da composição aquosa dos poros, constata-se que ocorre

redução no teor de equivalente alcalino em sódio, com o aumento no teor de

substituição de escória, de 35% para 70%. O valor mais baixo, 3,06 g/l, foi

obtido para a menor finura da escória, 300 m2/kg, Para o teor de substituição

Page 122: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxii

de escória de 70%, o aumento na finura resultou em acréscimos no equivalente

alcalino em sódio.

Todas as misturas contendo escória apresentaram menores valores de

condutividade elétrica do que a mistura de referência. Do mesmo modo, em

todas as finuras investigadas, o aumento do teor de escória resultou em

decréscimo na condutividade elétrica. O valor mais baixo foi obtido para a

mistura contendo 70% de escória na finura Blaine de 300 m2/kg.

Analisando-se conjuntamente os resultados de penetração de cloretos e

condutividade elétrica, verifica-se correlação entre essas duas propriedades,

que foi de 87%, o que significa que existe uma correlação satisfatória,

podendo-se dizer que o ensaio da ASTM C 1202 é válido para determinar a

penetração de cloretos no concreto.

Conclui-se das análises anteriores que a penetração de cloretos é afetada

positivamente com o aumento do teor de substituição de escória e

negativamente com o aumento da finura.

Espera-se que esta dissertação contribua para reafirmar as

potencialidades dos concretos com escória de alto forno, em obras correntes,

oportunizando a adequação qualidade/desempenho, sob o ponto de vista

técnico, e a maior relação custo/benefício, sob a ótica tanto econômica quanto

social.

SUGESTÕES PARA CONTINUIDADE DA PESQUISA

Para uma melhor compreensão e conclusão sobre a influência da finura

e do teor de escória na propriedade estudada, penetração de cloreto, sugere-

se a realização de ensaios de porosimetria. A partir desses ensaios pode-se

avaliar a estrutura de poros e verificar as mudanças que ocorrem, em relação

ao concreto de referência, com a variação no teor de escória, assim como com

a finura desta, e verificar correlações com os ensaios de penetração de

cloretos e condutividade elétrica, no sentido de uma melhor compreensão do

fenômeno.

Page 123: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxiii

BIBLIOGRAFIA

AL-AMOUDI, O.S.B.; MASLEHUDDIN, M. The effect of chloride ond

sulfate ions on reinforcement corrosion. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.23, p. 139-146, 1993.

AL-KHALAF, M.; YOUSIF, H.A. Use of rice husk ash in concrete. The

International Journal of Cement Composites and Lightweight Concrete, Construction Press (ed), Lancaster, v. 6, No. 4, p. 241-248, 1984.

ALVES, A. S. Efeitos físicos e químicos de misturas pozolânicas na

carbonatação e penetrabilidade a água em concretos de alto desempenho. Santa Maria, 2000, 132f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal de Santa Maria.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS. Standard Test

Method for Electrical Indication of Concrete’s Ability to Resist Chloride Íon Penetration: ASTM C 1202-91. Philadelphia, 1992.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS. Standard method

for acid-soluble in mortar and concrete. ASTM C 1152 – 90, Philadelphia,1992.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS. Standard method

for chemical analysis of hydraulic cement. ASTM C 114 – 88, Philadelphia,1992.

AMPADU, K.O.; TORII, K.; KAWAMURA, M. Beneficial effect of fly

ash on chloride diffusivity of hardened cement paste. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.29, p. 585-590, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Agregados em

Estado Solto - Determinação da Massa Unitária: NBR 7251. Rio de Janeiro, 1982.

___.Agregados para Concreto: NBR 7211. Rio de Janeiro, 1993

Page 124: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxiv

___.Agregados Graúdo - Determinação do Índice de Forma pelo Método do Paquímetro: NBR 7809. Rio de Janeiro, 1983.

___.Agregados - Determinação da Composição Granulométrica: NBR

7217. Rio de Janeiro, 1987. ___.Agregados - Determinação da Massa Específica de Agregados

Miúdos por Meio do Frasco de Chapman: NBR 9776. Rio de Janeiro, 1987.

___.Agregados - Determinação da Absorção e da Massa Específica do

Agregado Graúdo: NBR 9937. Rio de Janeiro, 1987. ___.Análise Química de Cimento Portland - Determinação de Perda ao

Fogo: NBR 5743. Rio De Janeiro, 1989. ___. Cimento portland determinação do resíduo insolúvel; NBR-

5744/89. Rio de Janeiro, 1991. ___. Cimento portland determinação de anidrido sulfúrico; NBR-

5745/89. Rio de Janeiro, 1991. ___. Cimento portland determinação de óxido de sódio e óxido de

potássio por fotometria de chama; NBR-5747/89. Rio de Janeiro, 1991.

___.Cimento portland determinação de óxido de cálcio livre; NBR-

7227/89. Rio de Janeiro, 1991. ___.Cimento portland comum e clinquer. Análise química por

complexometria; NBR-9203/91. Rio de Janeiro, 1991. ___.Cimento Portland e Outros Materiais em Pó - Determinação da

Massa Específica: NBR 6474. Rio de Janeiro, 1984. ___.Cimento Portland e Outros materiais em Pó - Determinação da

Área Específica: NBR 7224. Rio de Janeiro, 1984.

Page 125: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxv

___.Cimento Portland de Alta Resistência Inicial: NBR 5733. Rio de Janeiro, 1980.

___.Cimento Portland - Determinação da água da Pasta de

Consistência Nornal: NBR 11580. Rio de Janeiro, 1991. ___.Cimento Portland - Determinação da Resistência à Compressão:

NBR 7215. Rio de Janeiro 1991. ___.Determinação da Consistência do Concreto pelo Abatimento do

Tronco de Cone - Ensaio de Abatimento: NBR 7223. Rio de Janeiro, 1982.

___.Materiais Pozolânicos - Especificação: NBR 12653. Rio de Janeiro,

1992. ___.Moldagem e Cura dos Corpos de Prova de Concreto Cilíndricos e

Prismáticos: NBR 5738. Rio de Janeiro, 1984. ___ Ensaio de Compressão de Corpos de Prova Cilíndricos de

Concreto; NBR 5739. Rio de Janeiro, 1980. ___ Cimento portland determinação da finura por meio da peneira

número 200; NBR-11579/91. Rio de Janeiro, 1991. ___ Cimento portland determinação dos tempos de pega; NBR-

11581/91. Rio de Janeiro, 1991. BABU, K.G.; RAO, G.D.N. Efficiency of fly ash in concrete with age.

Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.26 No. 3, p. 465-474, 1996.

BARNEYBACK, R. S. Jr., DIAMOND, S. “Expression and Analysis of

Pore Fluids from Hardned Cement Pastes and Mortars”; Cement and Concrete Research, Vol. 11, pp. 279 – 285, 1981.

BAWEJA, D.; ROPER, H.; SIRIVIVATNANON, V. Chloride-induced

steel corrosion in concrete: Part 1- Corrosion rates, corrosion activity, and attack areas. ACI Materials Journal, v.95, n.3, p.207-217, 1998.

Page 126: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxvi

CASTRO, P.; DE RINCON, O.T.; PAZINI, E.J. Interpretation of chloride

profiles from concrete exposed to tropical marine environments . Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31, p. 529-537, 2001.

CERVO, T.C. Influência da finura e do teor de pozolanas na

penetração de cloretos e na solução aquosa dos poros do concreto. Santa Maria, 2001, 129f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal de Santa Maria.

CSIZMADIA, J.; BALÁZS, G.; TAMÁS, F.D. Chloride ion binding

capacity of aluminoferrites. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31, p. 577-588, 2001.

CUI, L.; CAHYADI, J.H. Permeability and pore structure of OPC paste.

Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31 , p. 277-282, 2001.

DELAGRAVE, A.; PIGEON, M.; MARCHAND, J. el al. Influence of

chloride ions and pH level on the durability of high performance cement pastes (part II). Cement and Concrete Research, Ed. Elsevier Science. V.26 No. 5, p. 749-760, 1996.

DHIR, R.K.; EL-MOHR, M.A.K.; DYER, T.D. Developing chloride

resisting concrete using PFA. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.27, n.11, p. 1633-1639, 1997.

FORTES, L.R. Corrosão da armadura do concreto armado e sua

avaliação pela técnica do potencial de eletrodo. Fortaleza, 1995, 228f. Dissertação(Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal do Ceará.

GASTALDINI, A.L.G.; ISAIA, G.C. Chloride permeability of high

performance concrete with mineral addition: binary and ternary mixtures. II International Conference on High-Performance Concrete. Gramado - Brasil,1999.

GENTIL, V. Corrosão. 2 ed. Rio de Janeiro, Guanabara, 1987.

Page 127: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxvii

HANSSON, C.M.; MAMMOLITI, L.; HOPE, B.B. Corrosion inhibitors in

concrete – Part I: The Principles. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.28, p. 1775-1781, 1998.

HEIKAL, M.; EL-DIDAMONY, H.; MORSY, M.S. Limestone-filled

pozzolanic cement . Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.30, p. 1827-1834, 2000.

HELENE, P.R.L. Contribuição ao estudo da corrosão em armaduras de

concreto. São Paulo, 1993. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

____. Corrosão em armaduras para concreto armado. São Paulo: Ed.

Pini, 1986. ____. Durabilidade das estruturas de concreto armado. Seminário

Internacional: Prevenção, inspeção e reparo de estruturas de concreto atacadas pela corrosão da armadura. Porto Alegre, 1995.

HELENE, P.R.L.; TERZIAN,P. Manual de dosagem e controle do

concreto. 1. ed. São Paulo: Ed. Pini, 1992. HUGHES, D.C. Pore structure and permeability of hardened cement paste.

Magazine of Concrete Research, v.37, n.133, p.227-233, 1985. HUSSAIN, S.E.; AL-GAHTANI, A.S.; RASHEEDUZZAFAR. Chloride

threshold for corrosion of reinforcement in concrete. ACI Materials Journal, v.94, n.6, p.534-538, 1996.

ISAIA, G.C. Efeitos de misturas binárias e ternárias de pozolanas em

concreto de elevado desempenho: um estudo de durabilidade com vistas à corrosão da armadura. 1995. 280p. Tese de doutorado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

____. Metodologia de avaliação técnico-econômica de concreto de alta

resistência com elevados teores de cinza de carvão. Porto Alegre, 1991, 302p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Page 128: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxviii

____. Avaliação econômica de concretos de alta resistência com elevados teores de cinza volante. In: RILEM International Seminar on Direct Transfer of Research Results to Industry. Buenos Aires, 1991. Proceedings. Buenos Aires, 1991.

____. Enfoque crítico sobre concretos com altos teores de cinza volante

frente a corrosão da armadura. In: Reunião Anual do IBRACON, 34ª, Curitiba, 1992. Anais. São Paulo, Instituto Brasileiro do Concreto, 1992, 2 v. V. 1, p. 217-230.

ISAIA, G.C.; HELENE, P.R.L. Dosagem e controle de concreto de elevado

desempenho com pozolanas, pelo critério da resistência à penetração de cloretos. In: Reunião Anual do IBRACON, 35ª, São Paulo, 1993. Anais. São Paulo, Instituto Brasileiro do Concreto, 2v.V.2. 1993, p. 397-410.

JAMES, J.; RAO, M.S. Reativity of rice husk ash. Cement and Concrete

Research, Pergamon Press (ed). V.16, n. 4, p. 296-302, 1986b. JAU, W.C.; TSAY, D.S. A study of the basic engineering properties of slag

cement concrete and its resistence to seawater corrosion. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.28, p. 1363-1371, 1998.

JENSEN, O.M.; HANSEN, P.F.; COATS, A.M.; GLASSER F.P. Chloride

ingress in cement paste and mortar. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.29, p. 1497-1504, 1999.

KEARSLEY, E.P.; WAINWRIGHT, P.J. Porosity and permeability of

foamed concrete . Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31, p. 805-812, 2001.

LI, S.; ROY, D.M. Investigation of relations between porosity, pore

structure, and Cl- diffusion of fly ash and blended cement pastes. Cement and Concrete Research, Pergamon Journals (ed), V.16, p. 749-759, 1986.

LI, Z.; PENG, J.; MA, B. Investigation of chloride diffusion for high-

performance concrete containing fly-ash, microsilica and chemical admistures. ACI Materials Journal, v.96, n.3, p.391-396, 1999.

Page 129: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxix

LIU, T.; WEYERS, R.W. Modeling the dinamic corrosion process in

chloride contamines concrete structures. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.28, p. 365-379, 1998.

LONGUET, P., BURGLEN, L. , ZELWER, A. “The Liquid Phase of

Hydrated Cement”; Rev. Mater. Constr., No. 676, 1973, pp. 35 - 41. LUPING, T.; NILSSON, L. A study of the quantitative relationship

between permeability and pore size distribution of hardened cement pastes. Cement and Concrete Research, Pergamon Press (ed), USA, V.22, p. 541-550, 1992.

MANGAT, P.S.; MOLLOY, B.T. Influence of PFA, slag and microsilica

on chloride induced corrosion of reinforcement in concrete. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.21, p. 819-824, 1991.

MANMOHAN, D.; MEHTA, P.K. Influence of pozzolanic, slag, and

chemical admixtures on pore size distribution and permeability of hardened cement pastes. In: Symposium “Durability of Concrete”, p. 63-67, Orlando, Florida, 1981.

MASLEHUDDIN, M.; AL-MANA, A.I.; SARICIMEN, H.; SHAMIM, M.

Corrosion of reinforcing steel in concrete containing slag or pozzolans. Cement, Concrete, and Agregates, CCAGDP, V.12, n.1, p 24-31, 1990.

MEDHAT, H. S.; THOMAS, M.D.A.; BLESZYNSKIA, R.F. The effects

of fly ash composition on the chemistry of pore solution in hidratated cement pastes. Cement and Concrete Research, Pergamon Press (ed), USA, V.29, p. 1915-1920, 1999.

MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J.M. Concreto: estrutura, propriedades e

materiais. São Paulo, Pini, 1994. ____. Pozzolanic and cementitious by-products in concrete – Another look.

In: MALHOTRA, V.M. (ed) International Conference on the use of Fly Ash, Silica Fume, Slag and natural pozzolans in concrete, 3rd ,

Page 130: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxx

Norway, 1989. Proceedings. Detroit: American Concrete Institute, 2v.V.1, p.1-43 (SP – 114).

NEVILLE, A.M. Propriedades do Concreto. 2. ed. São Paulo : Ed. Pini,

1997. ODLER, I.; RÖBLER, M. Investigations on the relationship between

porosity, structure and strength of hydrated portland cement pastes. II Effect of pore structure and of degree of hydration. Cement and Concrete Research, Pergamon Press (ed), USA, V.15, p. 401-410, 1985.

PANDEY, S.P.; SHARMA, R.L. The influence of mineral additives on the

strength and porosity of OPC mortar. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.30, p. 19-23, 2000.

PAPADAKIS, V.G. Effect of supplementary cementing materials on

concrete resistance against carbonation and chloride ingress. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed), USA, V.30, p. 291-299, 2000.

PAYÁ, J.; MONZÓ, J.; MORA, E. el al. Early-strength development of

portland cement mortars containing air classified fly ashes. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed), USA, V.25 No. 2, p. 449-456, 1995.

PLANTE, P.; BILODEAU, A. Rapid chloride ion permeability test: data on

concretes incorporating supplementary cementing materials. In: MALHOTRA, V.M. (ed) International Conference on the use of Fly Ash, Silica Fume, Slag and natural pozzolans in concrete, 3rd , Norway, 1989. Proceedings. Detroit: American Concrete Institute, 2v.V.1, p.625-644 (SP – 114).

PRINCE, W.; GAGNÉ, R. The effects of types of solution used in

acelerated chloride migration test for concrete . Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31, p. 775-780, 2001.

PRINCE, W.; PÉRAMI, R.; ESPAGNE, M. Mecanisms involved in the

acelerated test of chloride permeability . Cement and Concrete

Page 131: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxi

Research, Elsevier Science (ed). V.29, p. 687-694, 1999. SANSON, E.; MARCHAND, J.; BEAUDION, J.J. Modeling the influence

of chemical reations on the mechanisms of ionic transport in porous materials. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.30, p. 1895-1902, 2000.

SHEHATA, M.H,; THOMAS, M.D.A.; BLESZYNSKI, R.F. The effects of

fly ash composition on the chemistry of pore solution in hydrated cement pastes. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed), USA, V.29, p. 1915-1920, 1999.

SHI, C.; STEGEMANN, J.A.; CALDWELL, R.J. Effect of supplementary

cementing materials on the specific conductivity of pore solution and its implications on the rapid chroride permeability test (AASHTO T277 and ASTM C1020) Results. ACI Materials Journal, v.95, n.4, p. 389-394, 1998.

TANG, L. Concentration dependence of diffusion and migration of

chloride ions. Part 1- Theoritical considerations . Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.29, p. 1463-1468, 1999.

THOMAS, M. Chloride thresholds in marine concrete. Cement and

Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.26, p. 513-519, 1996. TONG, L.; GJφRV, O.E. Chloride diffusivity based on migration testing.

Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31, p. 973-982, 2001.

TREPANIER, S.M.; HOPE, B.B.; HANSSON, C.M. Corrosion inhibitors

in concrete. Part III- Effect on time to chloride-induced corrosion initiation and subsequent corrosion rates of steel in mortar. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.31, p. 713-718, 2001.

TSIVILIS, S.; BATISA, G.; CHANIOTAKIS, E.; GRIGORIADIS, G.;

THEODOSSIS, D. Properties and behavior of limestone cement concrete and mortar . Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.30 , p. 1679-1683, 2000.

Page 132: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxii

TUMIDAJSKI, P.J. Eletrical condutivity of Portland cement mortars.

Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.26, p. 529-534, 1996.

TUMIDAJSKI, P.J.; SCHUMACHER, A.S.; PERRON, S.; GU, P.;

BEAUDOIN, J.J. On the relationship between porosity and eletrical resistivity in cementitious sistems. Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed). V.26, p. 539-544, 1996.

TUUTTI, K. Corrosion of steel in concrete. Stockholm, Swedish Cement

and Concrete Research Institute, 1982. WEE, T.H.; SURYAVANSHI, A.K.; TIN, S.S. Evaluation of rapid

chloride permeability test (RCPT) Results for concrete containig mineral admixtures. ACI Materials Journal, v.97, n.2, p. 221-232, 2000.

ZHANG, M.; BILODEAU, A.B.; MALHOTA, V.M.; KIM, K.; KIM J.C.

Concrete incorporating supplementary cementing materials: Effect on compressive Strength and Resistence to chloride-ion penetration. ACI Materials Journal, v.96, n.2, p.181-189, 1999.

ZHANG, M.H.; MALHOTRA, V.M. High-performance concrete

incorporating rice husk ash as a supplementary cementing material. In: FIFTH CANMET/ACI International Conference on Fly Ash, Silica Fume, Slag and Natural Pozzolans in Concrete, Wisconsin, Canada., p.1-25, 1995.

ZHANG, T.; GJORV, O.E. Diffusion behavior of chloride ions in concrete.

Cement and Concrete Research, Elsevier Science (ed), USA, V.26, n.6, p. 907-917, 1996.

Page 133: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxiii

ANEXO A

TABELA 1A - Seqüência de moldagem.

TABELA 2A - Resultados dos ensaios de resistência à compressão axial.

TABELA 3A - Quantidade me materiais por m3 de concreto.

TABELA 4A - Coeficientes da Curva de Abrams, para o consumo de

aglomerantes aos 91 dias.

TABELA 5A - Correlações entre a resistência e a relação

água/aglomerante, aos 7 dias.

TABELA 6A - Correlações entre a resistência e a relação

água/aglomerante, aos 28 dias.

TABELA 7A - Correlações entre a resistência e a relação

água/aglomerante, aos 91 dias.

TABELA 8A - Correlações entre a penetração a cloretos e a relação a/ag,

e a resistência à compressão aos 28 dias.

TABELA 9A - Correlações entre a penetração a cloretos e a relação

a/cimento, e a resistência à compressão, aos 91 dias.

TABELA 10A - Resultados dos ensaios de penetração a cloretos.

Page 134: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxiv

TABELA 1A - Seqüência de moldagem

N° N° da mistura Tipo de mistura Relações a/ag 01 1a Traço de referência 0,35; 0,50 e 0,65 02 2a Escória 300 (35%) 0,35; 0,50 e 0,65 03 3a Escória 300 (70%) 0,35; 0,50 e 0,65 04 4a Escória 500 (35%) 0,35; 0,50 e 0,65 05 5a Escória 500 (70%) 0,35; 0,50 e 0,65 06 6a Escória 700 (35%) 0,35; 0,50 e 0,65 07 7a Escória 700 (70%) 0,35; 0,50 e 0,65

TABELA 2A - Resultados dos ensaios de resistência à compressão axial.

Série a/ag fc7 (MPa) fc28 (MPa) fc91 (MPa)

0,35 52,4 62,5 65,4 REF 0,50 38,2 44,3 49,1

0,65 27,7 31,0 33,7 0,35 52,2 56,9 61,7

35E300 0,50 29,7 43,0 48,2 0,65 15,0 27,8 30,7 0,35 34,0 42,6 50,3

70E300 0,50 15,2 27,6 39,2 0,65 8,2 14,5 20,9 0,35 55,7 64,0 65,7

35E500 0,50 35,7 44,7 51,9 0,65 22,6 30,8 41,0 0,35 35,6 49,0 54,1

70E500 0,50 28,2 34,5 42,4 0,65 22,0 29,2 32,5 0,35 58,9 66,0 73,8

35E700 0,50 42,4 48,1 57,7 0,65 27,0 34,6 44,5 0,35 44,5 53,8 58,6

70E700 0,50 32,8 38,3 43,7 0,65 24,1 30,7 35,6

Page 135: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxv

TABELA 3A - Quantidade de materiais por m3 de concreto.

Série

a/ag

CP kg/m3

E300 kg/m3

E500 kg/m3

E700 kg/m3

Água dm3/m3

Aditivo dm3/m3

Ag. Miúdo kg/m3

Ag. Graúdo kg/m3

0,350 488,40 − − − 155,40 7,32 698,41 1010,99REF 0,500 359,11 − − − 163,23 − 804,41 991,14

0,650 283,94 − − − 167,78 − 866,02 979,59 0,350 317,46 170,94 − − 155,45 8,55 688,64 1010,98

35E300 0,500 233,42 125,69 − − 163,67 − 790,75 991,14 0,650 184,56 99,38 − − 163,32 − 854,94 979,02 0,350 146,52 341,88 − − 154,92 4,88 688,64 1010,99

70E300 0,500 107,73 251,38 − − 163,26 − 790,76 991,14 0,650 85,18 198,76 − − 163,84 − 854,97 979,06 0,350 317,46 − 170,94 − 146,13 9,08 688,64 1010,99

35E500 0,500 233,42 − 125,69 − 157,45 − 790,76 991,14 0,650 184,56 − 99,38 − 160,10 − 854,94 979,02 0,350 146,52 − 341,88 − 154,92 4,88 688,64 1010,97

70E500 0,500 107,73 − 251,38 − 155,41 − 790,78 991,17 0,650 85,18 − 198,76 − 160,64 − 854,97 979,06

0,350 317,46 − − 170,94 155,45 7,33 688,64 1010,9835E700 0,500 233,42 − − 125,69 160,71 − 790,76 991,14

0,650 184,56 − − 99,38 160,96 − 854,97 979,06 0,350 146,52 − − 341,88 154,92 6,09 688,64 1010,99

70E700 0,500 107,73 − − 251,38 163,26 − 790,76 991,14 0,650 85,18 − − 198,76 162,13 − 854,94 979,03

Page 136: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxvi

TABELA 4A - Coeficientes da Curva de Abrams, para o consumo de

aglomerantes aos 91 dias.

Idade Série 91 dias

A B R REF-35 REF-50 908,500 6,097 - 0,99 REF-65 35E335 35E350 908,500 6,097 - 0,99 35E365 70E335 70E350 908,500 6,097 - 0,99 70E365 35E535 35E550 908,500 6,097 - 0,99 35E565 70E535 70E550 908,500 6,097 - 0,99 70E565 35E735 35E750 908,500 6,097 - 0,99 35E765 70E735 70E750 908,500 6,097 - 0,99 70E765

Page 137: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxvii

TABELA 5A - Correlações entre a resistência e a relação água/aglomerante, aos 7 dias.

a/ag Série

0,35 0,50 0,65 Correlação

REF 52,4 38,2 27,7 -0,996281 35E300 52,2 29,7 15 -0,992752 70E300 34 15,2 8,2 -0,966859 35E500 55,7 35,7 22,6 -0,988982 70E500 35,6 28,2 22 -0,998704 35E700 58,9 42,4 27 -0,999801 70E700 44,5 32,8 24,1 -0,996415

TABELA 6A - Correlações entre a resistência e a relação água/aglomerante,

aos 28 dias.

a/ag. Série

0,35 0,50 0,65 Correlação

REF 62,5 44,3 31,0 -0,995991 35E300 56,9 43 27,8 -0,999667 70E300 42,6 27,6 14,5 -0,999238 35E500 64 44,7 30,8 -0,995619 70E500 49 34,5 29,2 -0,965849 35E700 66 48,1 34,6 -0,996743 70E700 53,8 38,3 30,7 -0,981059

TABELA 7A - Correlações entre a resistência e a relação água/aglomerante,

aos 91 dias.

a/ag. Série

0,35 0,50 0,65 Correlação

REF 65,4 49,1 33,7 -0,999865 35E300 61,7 48,2 30,7 -0,997236 70E300 50,3 39,2 20,9 -0,990151 35E500 65,7 51,9 41 -0,997710 70E500 54,1 42,4 32,5 -0,999301 35E700 73,8 57,7 44,5 -0,998371 70E700 58,6 43,7 35,6 -0,997433

Page 138: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxviii

TABELA 8A - Correlações entre a penetração de cloretos e a relação água/cimento, e a resistência à compressão, aos 28 dias.

Coulombs Resistência

a/ag 0,35 0,5 0,65

A/Agl. X Coulombs

0,35 0,5 0,65

fc x Coulombs

REF 1740 2838 3189 0,958447 62,5 44,3 31,0 -0,980122 35E300 1007 2076 2975 0,998759 56,9 43 27,8 -0,997142 70E300 715 1028 1415 0,998143 42,6 27,6 14,5 -0,995006 35E500 1015 1736 2971 0,988686 64 44,7 30,8 -0,970331 70E500 959 1401 1917 0,999007 49 34,5 29,2 -0,953347 35E700 942 1793 3164 0,990995 66 48,1 34,6 -0,976971 70E700 977 1551 2273 0,997834 53,8 38,3 30,7 -0,966190

TABELA 9A - Correlações entre a penetração de cloretos e a relação

água/cimento, e a resistência à compressão, aos 91 dias.

Coulombs Resistência

a/ag 0,35 0,5 0,65 a/agl. x

Coulombs 0,35 0,5 0,65 fc x

Coulombs

REF 1389 2055 2314 0,969216 65,4 49,1 33,7 -0,973121

35E300 694 1275 1971 0,998651 61,7 48,2 30,7 -0,999749

70E300 455 606 884 0,985706 50,3 39,2 20,9 -0,999585

35E500 936 1475 2326 0,991707 65,7 51,9 41 -0,98074570E500 618 797 1057 0,994374 54,1 42,4 32,5 -0,989717

35E700 711 1537 2727 0,994611 73,8 57,7 44,5 -0,987075

70E700 665 982 1621 0,981612 58,6 43,7 35,6 -0,965426

Page 139: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxxxix

TABELA 10A - Resultados dos ensaios de penetração de cloreto.

Série A/ag 28 d 91 d 0,35 1740 1389

REF 0,50 2838 2055 0,65 3189 2314 0,35 1007 694

35E300 0,50 1474 1275 0,65 2657 1971 0,35 715 455

70E300 0,50 1028 606 0,65 1415 884 0,35 1015 702

35E500 0,50 1736 1475 0,65 2971 2326 0,35 959 618

70E500 0,50 1401 797 0,65 1917 1057 0,35 1046 711

35E700 0,50 1793 1537 0,65 3164 2727 0,35 977 665

70E700 0,50 1551 982 0,65 2273 1621

Page 140: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxl

ANEXO B

FIGURA 1B - Correlação entre resistências à compressão aos 7 dias

e relação a/ag para as misturas investigadas.

FIGURA 2B - Correlação entre resistências à compressão aos 28 dias

e relação a/ag para as misturas investigadas.

FIGURA 3B - Correlação entre resistências à compressão aos 91 dias

e relação a/ag para as misturas investigadas.

Page 141: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxli

5

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0

3 5

4 0

4 5

5 0

5 5

6 0

6 5

7 0

7 5

0,30

0

0,32

5

0,35

0

0,37

5

0,40

0

0,42

5

0,45

0

0,47

5

0,50

0

0,52

5

0,55

0

0,57

5

0,60

0

0,62

5

0,65

0

R e la ç ã o Á g u a /A g lo m e ra n te

Res

istê

ncia

à C

ompr

essã

o (M

Pa)

R E F

3 5 E 3 0 0

7 0 E 3 0 0

3 5 E 5 0 0

7 0 E 5 0 0

3 5 E 7 0 0

7 0 E 7 0 0

FIGURA 1B - Correlação entre resistências à compressão aos 7 dias

e relação a/ag para as misturas investigadas.

Page 142: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxlii

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0

3 5

4 0

4 5

5 0

5 5

6 0

6 5

7 0

7 5

8 0

0,30

0

0,32

5

0,35

0

0,37

5

0,40

0

0,42

5

0,45

0

0,47

5

0,50

0

0,52

5

0,55

0

0,57

5

0,60

0

0,62

5

0,65

0

R e la ç ã o Á g u a /A g lo m e ra n te

Res

istê

ncia

à C

ompr

essã

o (M

Pa)

R E F

3 5 E 3 0 0

7 0 E 3 0 0

3 5 E 5 0 0

7 0 E 5 0 0

3 5 E 7 0 0

7 0 E 7 0 0

FIGURA 2B - Correlação entre resistências à compressão aos 28 dias e

relação a/ag para as misturas investigadas.

Page 143: INFLUÊNCIA DA FINURA E TEOR DE ESCÓRIA NA …w3.ufsm.br/gepecon/diss/5159bc5c1dc6ee7f93555b62e0afc443.pdf · 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges

cxliii

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

0,30

0

0,32

5

0,35

0

0,37

5

0,40

0

0,42

5

0,45

0

0,47

5

0,50

0

0,52

5

0,55

0

0,57

5

0,60

0

0,62

5

0,65

0

Relação Água/Aglomerante

Res

istê

ncia

à C

ompr

essã

o (M

Pa)

REF35E30070E30035E50070E50035E70070E700

FIGURA 3B - Correlação entre resistências à compressão aos 91 dias

e relação a/ag para as misturas investigadas.