163
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL GIULIANO RAFFAELLI FREITAS CARDOSO INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE PAREDES DE SOLO-CIMENTO NA SUA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Goiânia 2007

INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

  • Upload
    hatram

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

GIULIANO RAFFAELLI FREITAS CARDOSO

INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE

PAREDES DE SOLO-CIMENTO NA SUA RESISTÊNCIA À

COMPRESSÃO

Goiânia 2007

Page 2: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

GIULIANO RAFFAELLI FREITAS CARDOSO

INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE

PAREDES DE SOLO-CIMENTO NA SUA RESISTÊNCIA À

COMPRESSÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Engenharia Civil da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Área de concentração: Materiais de Construção e Estruturas. Orientador: Prof. Dr. Edgar Bacarji

Goiânia 200

Page 4: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(GPT/BC/UFG)

Cardoso, Guiliano Raffaelli Freitas C268i Influência das resistências dos componentes de paredes de solo-cimento na sua resistência à compressão / Guiliano Raffa- elli Freitas Cardoso. – 2007. 150 f. : il., grafs., tabs. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Engenharia Civil, 2007. Orientador: Prof. Dr. Edgar Bacarji.

Bibliografia: f. 108-116 Inclui listas de tabelas, quadros, figuras, gráficos e fotogra- fias. Inclui anexos.

1. Blocos de solo-cimento – Resistência 2. Construção de

solo-cimento – Resistência 3. Alvenaria I. Bacarji,

Edgar II. Universidade Federal de Goiás. Escola de Engenharia Civil III. Título. CDU: 624.012.2

Page 5: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

GIULIANO RAFFAELLI FREITAS CARDOSO

INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE PAREDES DE SOLO-CIMENTO NA SUA RESISTÊNCIA À

COMPRESSÃO

Dissertação defendida no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em

Engenharia Civil da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para a

obtenção do grau de Mestre, aprovada em 10 de setembro de 2007, pela Banca

Examinadora constituída pelos professores:

Prof. Dr. Edgar Bacarji – UFG Presidente da Banca

Prof. Dr. Elias Calixto Carrijo – UCG Examinador Externo

Prof. Dr. André Luiz Bortolacci Geyer – UFG

Examinador Interno

Page 6: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

À minha mãe, Maria Isabel Às minhas irmãs, Fernanda, Luciana e Renata Aos meus sobrinhos, Lucas, Mariana, Carolina e Isabela

Page 7: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

AGRADECIMENTOS

Inicialmente, a Deus, pelas benções recebidas durante toda minha vida, pela

força e persistência para lutar pelos meus ideais, e pelas oportunidades recebidas e pelas

graças que estão por vir.

Ao professor e orientador desta dissertação, Dr. Edgar Bacarji, pela amizade,

confiança e dedicação.

À Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás, pela realização

deste curso.

A todos os professores do mestrado, em especial aos mestres: Dr. Ênio José

Pazini Figueiredo, Dr. Gilson Natal Guimarães, Dra. Helena Carasek, Dr. Orlando Ferreira

Gomes, Dr. Oswaldo Cascudo e Dr. Ronaldo Barros Gomes.

A todos os meus colegas da turma.

Aos meus colaboradores do mestrado: Rita, Wilma e Dênis, pela grande

colaboração em meus trabalhos.

Ao Departamento de Estruturas e Laboratório de Materiais de Construção Civil

da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás e todos os seus

tecnólogos, pela colaboração e paciência.

Ao Banco do Brasil, em especial a Agência Flamboyant, e todos meus colegas,

que souberam compreender e colaborar com o meu crescimento técnico e profissional.

Ao meu saudoso avó, que desde criança me ensinou os verdadeiros valores

morais e de dignidade e a ser uma pessoa honrada e honesta com meus ideais e sonhos.

À minha avó Maria e à minha mãe, exemplos de virtude e luta de vida.

Às minhas irmãs e sobrinhos, por seu amor, carinho, incentivo e apoio.

À minha família e aos meus amigos, pela ajuda e amizade.

Page 8: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS................................................................................................................. I LISTA DE QUADROS................................................................................................................ II LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................. III LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................... IV LISTA DE FOTOGRAFIAS...................................................................................................... V LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................... VI LISTA DE SÍMBOLOS.............................................................................................................. VII RESUMO...................................................................................................................................... VIIIABSTRACT.................................................................................................................................. IX 1 – INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 10 1.1 –OBJETIVOS................................................................................................................. 13 1.1.1- OBJETIVO GERAL........................................................................................ 13 1.1.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................... 13 1.2- JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA............................................... 14 1.3- ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO...................................................................... 14 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................... 16 2.1- SOLO............................................................................................................................ 16 2.1.1- CONCEITO..................................................................................................... 16 2.1.2- PROPRIEDADES DO SOLO......................................................................... 17 2.1.3- CARACTERIZAÇÃO..................................................................................... 20 2.1.3.1- ANÁLISE QUÍMICA....................................................................... 20 2.1.3.2- ANÁLISE GRANULOMÉTRICA................................................... 21 2.1.3.3- DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ............................ 23 2.1.3.4- DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE.................. 25 2.1.3.5- SOLO-CIMENTO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO.................... 26 2.2- ALVENARIA ESTRUTURAL..................................................................................... 27 2.2.1- ALVENARIA ESTRUTURAL EM BLOCOS DE CONCRETO.................. 28 2.2.2- ALVENARIA ESTRUTURAL EM BLOCOS DE CERÂMICOS................ 32 2.2.3-ALVENARIA ESTRUTURAL EM BLOCOS DE SOLO-CIMENTO........... 36 2.3- CONFINAMENTO DO CONCRETO POR MEIO DE ARMADURA TRANSVERSAL...........................................................................................................................

40

2.4- PRESENÇA DA ARMADURA TRANSVERSAL...................................................... 44 3- PARÂMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS........................... 46 3.1- TENSÕES ADMISSÍVEIS E ESTADOS LIMITES.................................................... 46 3.1.1-TENSÕES ADMISSÍVEIS............................................................................... 46 3.1.2- ESTADOS LIMITES....................................................................................... 47 3.2- RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DA ALVENARIA............................................... 49 3.2.1- BLOCOS.......................................................................................................... 49 3.2.2- ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO....................................................... 50 3.2.2.1- FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO.......................................................................................................................

50

3.2.2.2- ADEQUAÇÃO DE TRAÇO............................................................. 52 3.2.2.3- RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO.................................................. 56 3.2.3- GRAUTES........................................................................................................ 57 3.2.3.1- FUNÇÕES E CLASSIFICAÇÃO..................................................... 58

Page 9: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

3.2.3.2- PROPRIEDADES............................................................................. 59 3.2.4- ARMADURAS................................................................................................ 63 3.2.5- AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO................................. 64 3.2.5.1- ESTIMATIVA POR MEIO DA RESISTÊNCIA DO PRISMA....... 64 3.2.5.2- ESTIMATIVA POR MEIO DOS COMPONENTES....................... 65 3.3- CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DE ELEMENTOS DE ALVENARIA....... 67 3.3.1- ESPESSURA EFETIVA PARA PILARES E PAREDES PORTANTES....... 68 3.3.2- ALTURA EFETIVA........................................................................................ 69 3.3.3- ESBELTEZ...................................................................................................... 69 4– MATERIAIS E METÓDOS.................................................................................................. 71 4.1- SOLO............................................................................................................................. 71 4.2- CIMENTO PORTLAND.............................................................................................. 72 4.3- CAL HIDRATADA...................................................................................................... 72 4.4- AGREGADOS.............................................................................................................. 73 4.4.1- AGREGADOS PARA CONFECÇÃO DA ARGAMASSA........................... 73 4.4.2- AGREGADOS PARA CONFECÇÃO DO GRAUTE.................................... 73 4.5- ÁGUA........................................................................................................................... 74 4.6- FERRAGEM – ACO CA-60......................................................................................... 74 4.7- CONFECÇÃO DOS BLOCOS..................................................................................... 75 4.8- AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS BLOCOS E PRISMAS AOS 07 E 28 DIAS....................................................................................................

77

4.8.1- TRAÇOS DE ARGAMASSA.......................................................................... 80 4.8.2- PRISMAS COM FERRAGEM TRANSVERSAL.......................................... 82 5- RESULTADOS E DISCUSÕES............................................................................................ 86 5.1- RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS BLOCOS E PRISMAS.............................. 86 5.2- INFLUÊNCIA DA RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO SOBRE A RESISTÊNCIA DOS BLOCOS .................................................................................

93

5.3- INFLUÊNCIA DA FERRAGEM NA RESISTÊNCIA DOS PRISMAS.................... 98 5.4- FORMA DE RUPTURA DOS BLOCOS E PRISMAS............................................... 100 6- CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 104 6.1- CONCLUSÕES............................................................................................................. 104 6.2- SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS........................................................... 106 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 108 ANEXOS ANEXO A..................................................................................................................................... 117 ANEXO B..................................................................................................................................... 125 ANEXO C..................................................................................................................................... 151

Page 10: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

I

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1- Análise química do solo............................................................................................ 21

Tabela 2.2- Porcentagens passantes nas peneiras n° 4 e n° 200.................................................... 23

Tabela 2.3- Determinação do limite de liquidez............................................................................ 24

Tabela 2.4- Limites e índices de plasticidade do solo................................................................... 25

Tabela 2.5- Massa específica dos grãos de solo............................................................................ 25

Tabela 2.6- Resultados do ensaio de compactação do solo-cimento............................................. 27

Tabela 4.1- Quantidade de blocos e prismas grauteados e não-grauteados submetidos ao ensa-

io de resistência à compressão.......................................................................................................

77

Tabela 4.2- Quantidade de corpos-de-prova para cada traço de argamassa de assentamento....... 81

Tabela 4.3- Quantidade de ferragem CA-60 utilizadas nos ensaios.............................................. 82

Tabela 4.4- Quantidade de prismas de solo-cimento..................................................................... 83

Tabela 5.1- Resistências à compressão de blocos não-grauteados aos 07 e 28 dias..................... 86

Tabela 5.2- Resistências à compressão de blocos grauteados aos 07 e 28 dias............................. 87

Tabela 5.3- Resistências à compressão de prismas não-grauteados aos 07 e 28 dias................... 87

Tabela 5.4- Resistências à compressão de prismas grauteados aos 07 e 28 dias........................... 88

Tabela 5.5- Resistência à compressão da argamassa de traço 1:3................................................. 88

Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85.................................. 89

Tabela 5.7-Resistência à compressão dos blocos aos 28 dias com traço de argamassa 1:3.......... 93

Tabela 5.8- Resistência à compressão dos blocos aos 28 dias com traço de argamassa 1:4......... 94

Tabela 5.9- Resistência à compressão dos blocos aos 28 dias com traço de argamassa 1:5......... 94

Tabela 5.10- Resistência à compressão dos blocos aos 28 dias com traço de argamassa 1:6....... 95

Tabela 5.11- Resistência à compressão dos blocos aos 28 dias com traço de argamassa 1:7....... 95

Tabela 5.12- Resistência à compressão de corpos-de-prova de argamassa de assentamento........ 96

Tabela 5.13- Variação de resistência à compressão dos traços..................................................... 98

Tabela 5.14- Resistência à compressão aos 28 dias de prismas solo-cimento com aço CA-60.... 99

Page 11: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

II

LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1- Limites das frações de solo pelo tamanho dos grãos (ABNT, 1995)........................ 18

Quadro 3.1- Valores de eficiência parede-bloco (RAMALHO, 2003)......................................... 50

Quadro 3.2- Argamassas propostas pela BS 5628 (ROMAN, 1996)............................................ 53

Quadro 3.3- Argamassas recomendadas pela ASTM C270 (ASTM,1993).................................. 54

Quadro 3.4- Argamassas recomendadas pela DIN 1053 (SABBATINI, 1989 apud CUNHA ,

2001)..............................................................................................................................................

54

Quadro 3.5- Traços de graute recomendados pela ASTM C467 (ASTM, 1993), em massa........ 59

Quadro 3.6- Proporções exigidas pela NBR8798 para dosagem empírica do graute.................... 59

Quadro 3.7- Resistência da alvenaria – blocos vazados com altura/largura entre 2,0 e 4,0.......... 66

Quadro 3.8- Resistência da alvenaria baseada na resistência das unidades e da argamassa......... 67

Quadro 3.9- Coeficiente de multiplicação (€) (RAMALHO, 2003)............................................. 68

Quadro 3.10- Índice máximo de esbeltez na NBR 10837............................................................. 70

Quadro 4.1- Traços de argamassa mistos...................................................................................... 80

Quadro 5.1- Fator de eficiência para alvenaria de acordo com diversos autores (CAMACHO,

1987)..............................................................................................................................................

91

Page 12: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

III

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1- Estrutura do solo (GRANDE, 2003)........................................................................... 16

Figura 2.2- Limites de Atterberg dos solos................................................................................... 19

Figura 2.3- Confinamento por estribos quadrados e espiral circular (MACGREGOR, 1988)...... 42

Figura 2.4- Efeito do espaçamento da armadura transversal na eficiência do confinamento

(MACGREGOR, 1988).................................................................................................................

43

Figura 2.5- Concentração de tensões e fissurações nas regiões das janelas.................................. 45

Figura 2.6- Detalhes de armação entre paredes............................................................................. 45

Figura 4.1- Esquemas de estribos circulares, retangulares e ganchos........................................... 83

Page 13: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

IV

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 2.1- Curva granulométrica do solo (PINTO, 2002).......................................................... 22

Gráfico 2.2- Limites de liquidez do solo....................................................................................... 24

Gráfico 2.3- Curvas de compactação do solo-cimento.................................................................. 27

Gráfico 5.1- Gráfico das resistências à compressão e blocos grauteados e não-grauteados aos 07

e 28 dias............................................................................................................................................

92

Gráfico 5.2- Gráfico das resistências à compressão de prismas grauteados e não-grauteados

aos 07 e 28 dias................................................................................................................................

92

Gráfico 5.3- Gráfico das resistências médias à compressão de corpos-de-prova de traços

de argamassa aos 28 dias .................................................................................................................

97

Page 14: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

V

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 2.1- Prensa manual para prensagem de blocos de solo-cimento.................................... 39

Fotografia 3.1- Ensaio de consistência de argamassa – Flow Table (NBR 11508)......................... 55

Fotografia 3.2- Grauteamento de prismas de solo-cimento............................................................. 58

Fotografia 3.3- Ensaio de abatimento de cone (NBR 1223)............................................................ 60

Fotografia 4.1- Amostra de solo – escavação obra de Goiânia(GO)............................................... 72

Fotografia 4.2- Areia natural do rio Meia Ponte (GO)..................................................................... 73

Fotografia 4.3- Brita 0 – pedreira de Goiânia (GO)......................................................................... 74

Fotografia 4.4- Ferragem transversal - aço Ca-60............................................................................ 74

Fotografia 4.5- Prensa hidráulica com capacidade para 100 toneladas............................................ 75

Fotografia 4.6- Armazenamento dos blocos na indústria local de Goiânia (GO)............................ 76

Fotografia 4.7- Cura úmida – laboratório de materiais de construção da UFG............................... 76

Fotografia 4.8- Preparo de argamassa de cimento – traço 1:3......................................................... 77

Fotografia 4.9- Corpos-de-prova de graute...................................................................................... 78

Fotografia 4.10- Blocos submersos em água antes da moldagem.................................................... 78

Fotografia 4.11- Moldagem de prismas de solo-cimento................................................................. 79

Fotografia 4.12- Ensaio de resistência à compressão de blocos de solo-cimento............................ 79

Fotografia 4.13- Mesa circular (Flow Table)................................................................................... 81

Fotografia 4.14- Corpos-de-prova de argamassa............................................................................. 82

Fotografia 4.15- Assentamento de estribos circulares na argamassa............................................... 84

Fotografia 4.16- Assentamento de estribos circulares combinados retangulares e ganchos........... 84

Fotografia 4.17- Prisma de solo-cimento rompido após 28 dias...................................................... 85

Fotografia 5.1- Mal acondicionamento de ferragem de cintamento no interior da argamassa........ 100

Fotografia 5.2- Fissuras verticais..................................................................................................... 101

Fotografia 5.3- Fissuras verticais e inclinadas................................................................................. 101

Fotografia 5.4- Fissuras verticais e inclinadas................................................................................. 101

Fotografia 5.5- Fissuras inclinadas.................................................................................................. 101

Fotografia 5.6- Prismas não-grauteados após ruptura com estribos circulares................................ 103

Fotografia 5.7- Prismas não-grauteados após ruptura com estribos retangulares, circulares

e ganchos..........................................................................................................................................

103

Page 15: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

VI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a.C Antes de Cristo

a/c Fator Água/cimento

ABCP

Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACI

American Concrete Institute (norma americana)

ASTM

American Society for Testing Materials

BS

British Standards Institution (norma inglesa)

CA

Concreto Armado

CP

Cimento Portland

DIN

Deutsch Industrie Normen (norma alemã)

ELU

Estado Limite Último

ELS

Estado Limite de Serviço

EMBRAPA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

fck Resistência Característica à Compressão do Concreto

IP

Índice de Plasticidade

kN

Quilo Newton

LL

Limite de Liquidez

LP

Limite de Plasticidade

MPa

Mega Pascoal

NBR

Norma Brasileira Regulamentadora

PH Potencial Hidrogeniônico

UFG

Universidade Federal de Goiás

Page 16: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

VII

LISTA DE SÍMBOLOS

Al2O3 Óxido de Alumínio

CaO Óxido de Cálcio

Fe2O3

Óxido de Ferro

K2O

Óxido de Potássio

MgO

Óxido de Magnésio

Na2O

Óxido de Sódio

SO3

Trióxido de Enxofre

SiO2

Dióxido de Silício

TiO2

Óxido de Titânio

Page 17: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

VIII

RESUMO A alvenaria estrutural tem-se caracterizado como um dos sistemas estruturais mais viáveis técnica e economicamente. Os blocos mais utilizados neste sistema são de concreto, cerâmico e solo-cimento. Dadas algumas particularidades destes últimos, tais como forma, dimensões e resistências, torna-se de fundamental importância o estudo da influência da resistência mecânica dos elementos constituintes da alvenaria na sua capacidade portante. Este é o escopo do presente estudo. As dimensões dos blocos foram de 7,5cm x 15cm x 30cm, com dois furos de 10cm de diâmetro. A metodologia aqui utilizada consistiu na coleta do solo, caracterização dos materiais, produção dos blocos numa indústria da cidade de Goiânia (GO), confecção dos blocos e prismas grauteados e não-grauteados, confecção de blocos com cinco traços diferentes de argamassa de assentamento e prismas com dois tipos de ferragem transversal posicionada no interior da argamassa de assentamento. A seguir, estes elementos foram ensaiados à compressão axial. Os blocos e prismas grauteados e não-grauteados foram ensaiados aos sete e 28 dias; os blocos com cinco traços diferentes de argamassa foram ensaiados aos 28 dias e os prismas com a ferragem transversal, aos 90 dias. A introdução da ferragem transversal objetivou simular sua presença nas ligações entre paredes como grampos, em vergas e contra vergas de portas e janelas, bem como verificar um possível efeito de confinamento da argamassa. Quanto ao efeito da idade na resistência dos blocos não-grauteados, observou-se um ganho de 12,97% dos sete para os 28 dias; para os blocos grauteados este ganho foi de 25,05%. Quanto aos prismas não-grauteados, o ganho verificado foi de 21,47%. Quanto ao efeito do grauteamento nos blocos, aos sete e 28 dias observaram-se ganhos de 156,76% e 184,21%, respectivamente. Nos prismas, estes ganhos foram de 171,16% e 158,58%, respectivamente. Verificou-se também que a resistência da argamassa de assentamento teve uma influência significativa na resistência dos blocos. O ganho de resistência do traço mais rico em relação ao traço mais pobre foi de 55,42%. Quanto à introdução da ferragem transversal, verificou-se que sua presença reduziu a resistência dos prismas. A maior redução observada foi de 15,64%. Determinadas as resistências, pôde-se estabelecer o fator eficiência dado pela relação entre a resistência dos prismas e a resistência dos blocos. Os valores obtidos foram comparados com valores encontrados por diversos pesquisadores, para diversos materiais. Palavras chave: blocos de solo-cimento, alvenaria estrutural, fator de eficiência.

Page 18: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

IX

ABSTRACT

Structural masonry has been characterized as one of the most technically and

economically viable structural systems. The most used blocks in this system are made of concrete, ceramic and soil cement. Regarding some particularities of these last ones, such as shape, dimensions and compressive strength, the study of the influence of mechanic resistance of the elements that compose the masonry becomes of great importance. This is the goal of the present study. The dimensions of the blocks had been of 7,5cm x 15cm x 30cm, with two punctures of 10cm of diameter. The methodology used consisted of the collection of the soil, characterization of the materials, production of the blocks in an industry of the city of Goiania (GO), confection of the grouted and no grouted blocks and prisms, confection of blocks with five different types of mortar and prisms with two types of transversal reinforcement located in the interior of the mortar. Later, these elements had been loaded in axial compression. The grouted and no grouted blocks and prisms had been loaded on the 7th and 28th day; the blocks with five different types of mortar had been loaded on the 28th day and the prisms with the transversal reinforcement, on the 90th day. The introduction of the transversal reinforcement objectified to simulate its presence in the linking between walls as cramps, in lintels of doors and windows, as well as verifying a possible effect of confinement of the mortar. As to the effect of the age in the compressive strength of no grouted blocks, an increase of 12.97% from the 7th to the 28th day was observed; for the grouted blocks this increase was of 25.05%. As to no grouted prisms, the verified increase was of 21.47%. As to the effect of the grout in the blocks, on the 7th and 28th day increases of 156.76% and 184.21% had been observed, respectively. In the prisms, these increases had been of 171.16% and 158.58%, respectively. It was also verified that the compressive strength of the mortar had a significant influence in the compressive strength of the blocks. This increase comparing the richest mortar in relation to the poorest mortar was of 55.42%. As to the introduction of the transversal reinforcement, it was verified that its presence reduced the compressive strength of the prisms. The biggest observed reduction was of 15.64%. Once the strengths had been determined, the efficiency factor could be established from the relation between the strength of the prisms and the strength of the blocks. The obtained values had been compared with values found by several researchers, for several materials.

Key words: soil-cement blocks, structural masonry, efficiency factor

Page 19: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

10

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

A alvenaria como material estrutural é um dos mais antigos métodos

construtivos, presente desde a Antigüidade nas civilizações grega e egípcia (há mais de

4000 anos a.C.).

Em 1870 e 1875 foram introduzidos os primeiros blocos cerâmicos estruturais

na Europa e Estados Unidos, respectivamente. Em 1876, registra-se a primeira tentativa de

normalização de ensaios de resistência de tijolos cerâmicos.

Com o advento do concreto armado em 1933, o estudo da alvenaria estrutural

como processo construtivo passou para segundo plano. Apenas em 1946, com os estudos do

engenheiro suíço Paul Haller, obtiveram-se resultados positivos com o uso da alvenaria

estrutural não armada, através de projetos de paredes e pilares em escala natural

construídos em laboratório. O marco dessa nova potencialidade tecnológica foi a

construção dos edifícios de Basiléia e Zurique, em 1951, considerados os primeiros

edifícios em alvenaria estrutural não armada.

A partir daí, despertou-se nos pesquisadores a necessidade de novas pesquisas

que permitissem desenvolver uma moderna metodologia de ensaios para controle de

qualidade em obra e determinação de resistência de cálculo de elementos de alvenaria.

Durante a década de 60, os ingleses dedicaram-se ao estudo de prismas cúbicos

(229mm) em busca de correlações entre as resistências à compressão destes corpos-de-

prova e de paredes em escala verdadeira.

Na década de 70, os norte-americanos, os neo-zelandeses, australianos e

alemães intensificaram as suas pesquisas baseadas no emprego de alvenarias não armadas.

Os norte-americanos publicaram a edição do “Building Code Requirements for Engineered

Brick Masonry”, hoje, “Brick Institute of America”, considerado um marco na história da

alvenaria estrutural. Dentre o grupo dos americanos existiam aqueles que procuravam fazer

Page 20: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

11

uma avaliação das influências das características dos componentes das alvenarias e da

metodologia de ensaio sobre o comportamento mecânico da alvenaria e outros que, por

meio de evidências experimentais, procuravam demonstrar que os prismas poderiam ser

empregados para a previsão da capacidade resistente da alvenaria. Na mesma época, os

neo-zelandeses e australianos concluíram que os corpos-de-prova com dimensões reduzidas

são capazes de representar paredes em escala real e mostrar a influência das propriedades

dos componentes sobre a alvenaria.

No Brasil, foi a partir da década de 70 que se construiu a primeira grande obra

de alvenaria estrutural, a “Central Parque Laja”, com quatro prédios de 12 andares,

projetados ainda com tecnologia americana. Porém, a tecnologia importada dos Estados

Unidos utilizava blocos de concreto com um número excessivo de armadura, cuja

adaptação não condizia à realidade brasileira devido aos materiais aqui existentes na época,

ao clima brasileiro e mão-de-obra pouca qualificada, o que acarretou o surgimento de uma

série de manifestações patológicas, iniciando-se em 1986 o declínio da utilização da

alvenaria estrutural no Brasil.

Na década de 90, junto com os blocos de concreto, foram introduzidos os blocos

de sílica-calcário e os blocos cerâmicos especiais para estruturas, o que contribuiu para o

ressurgimento da tecnologia da alvenaria estrutural no Brasil, por meio de uma forte

corrente de pesquisadores que tinham como objetivos aperfeiçoar as técnicas construtivas e

os cálculos estruturais, minimizando as patologias e reduzindo o custo final da obra.

A alvenaria deixou de ser um simples elemento de vedação e estanqueidade, de

isolamento térmico e acústico e passou a ter função estrutural, ou seja, de possuir

resistência mecânica a esforços, de ser durável, ter monolicitidade e gerar a racionalização

de custos e etapas de uma obra.

Assim, tem-se como uma definição geral de alvenaria estrutural: “A alvenaria

estrutural pode ser definida como um conjunto coeso e rígido, feito de tijolos ou blocos,

unidos entre si por juntas de argamassa, com a função de suportar cargas diversas, mas

dimensionada para métodos de cálculo racionais com determinada confiabilidade”

(CAVALHEIRO, 1990).

Atualmente, no Brasil e no mundo globalizado, principalmente em função dos

princípios de “Desenvolvimento Sustentável”, se prega a preservação do meio ambiente e a

Page 21: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

12

potencialização através do uso de determinados materiais e/ou resíduos disponíveis em

grandes quantidades na natureza, o que fez crescer as pesquisas que se baseavam na

utilização destes materiais e de técnicas alternativas de construção. Segundo Grande

(2003), a busca de mais soluções construtivas, o emprego viável de novas ferramentas, a

reciclagem de resíduos, o déficit habitacional, o desenvolvimento sustentável e a

eliminação do desperdício do canteiro de obra são desafios a serem encarados por

pesquisadores, engenheiros, arquitetos e a própria sociedade.

Neste contexto, o solo destacou-se como um material de construção apropriado

para diversas aplicações, ora pela sua abundância, ora pela disponibilidade de obtenção, ora

pela facilidade de manuseio e custo reduzido. Sua eficiência pode ser comprovada em

construções antigas feitas com derivados do solo. Desde fundações até paredes portantes, o

uso do solo conseguiu manter a estabilidade estrutural resistindo às intempéries e ao tempo.

Alguns exemplos são: a construção do pátio do Aeroporto de Santos Dumont em 1940; a

pista do Aeroporto de Petrolina em 1942; a parede de solo-cimento da casa de bombas do

Aeroporto de Santarém em 1945 e de habitações com o uso do solo-cimento, a partir de

1948 em experiências desenvolvidas pela Associação Brasileira de Cimento Portland

(ABCP). Verificou-se a sua utilização inicial mais expressiva em obras de pavimentação,

tais como: bases de rodovias e aeroportos, barragens e contenções (GRANDE, 2003).

O uso do solo-cimento para edificação de moradias verificou-se ser pouco

estudado, seja pela resistência natural do emprego de novos sistemas alternativos de

construção, ou por ferir os anseios capitalistas (lucro) de algumas áreas da cadeia de

produção de materiais industrializados da construção civil. Assim, passou-se a ser um

grande desafio a divulgação das tecnologias geradas no meio acadêmico, que associadas a

projetos que atendam as necessidades da população carente e ao estímulo de mais

investimentos possam tornar estes produtos e sistemas construtivos com solo-cimento mais

viáveis e com melhor acabamento (CONCIANI et al., 2005).

Hoje, além dos materiais solo e cimento, pesquisadores apontam para adição de

outros materiais, estabilizantes e resíduos, como: cal, borra de carbureto, cinzas volantes,

escórias de alto-forno, pó de granito e material pozolânico em geral. A finalidade é se obter

entre outros tijolos e blocos não apenas mais resistentes, mas de maior estabilidade

volumétrica, durabilidade, menor permeabilidade e compressibilidade (FERREIRA, 2003).

Page 22: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

13

É neste contexto de busca por um sistema construtivo viável técnica e

economicamente que a presente pesquisa se encerra.

1.1 – OBJETIVOS

1.1.1 – OBJETIVO GERAL

O objetivo geral do presente estudo é contribuir na divulgação do sistema

construtivo em alvenaria estrutural em solo-cimento por meio da quantificação das

propriedades mecânicas dos elementos constituintes da alvenaria, particularmente para um

solo característico de Goiânia. Como um novo elemento constituinte da alvenaria foi

acrescentada uma ferragem transversal, constituída de estribos circulares, retangulares e

ganchos.

1.1.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

De uma maneira mais específica, os objetivos foram:

• Determinação das relações entre resistências de blocos e prismas

grauteados e não-grauteados;

• Verificação da influência da resistência da argamassa de assentamento

na resistência dos blocos;

• Quantificação do efeito do grauteamento nas resistências de blocos e

prismas;

Page 23: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

14

• Verificação da influência da ferragem transversal na resistência dos

prismas;

• Verificação do efeito de confinamento da argamassa de assentamento

pela introdução da ferragem de cintamento.

1.2 – JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

Dadas as necessidades do aprimoramento de tecnologias e processos

construtivos, do aproveitamento das potencialidades dos materiais e constituintes, de se

incentivar a redução de custos e desperdícios nas obras e de uma política para redução do

déficit habitacional, torna-se de fundamental importância o estudo das propriedades

mecânicas dos elementos que compõem a alvenaria estrutural em solo-cimento.

Outra justificativa vem do fato de que em determinadas regiões das alvenarias

surgem concentrações de tensões, exigindo-se maiores resistências para os blocos.

Assim, nesta pesquisa são oferecidos os parâmetros básicos para o

desenvolvimento do projeto estrutural e, por conseqüência para o desenvolvimento deste

tipo de processo construtivo para a região de Goiânia e para tijolos modulares de 7,5 cm x

15 cm x 30 cm.

1.3 – ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação, focada principalmente nas quantificações das resistências

mecânicas dos elementos constituintes da alvenaria estrutural, apresenta-se estruturada em

cinco capítulos, conforme descrito a seguir.

Page 24: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

15

No capítulo um é apresentada uma breve introdução histórica sobre o

surgimento e desenvolvimento da alvenaria como material estrutural, objetivos geral e

específicos, justificativa e importância da pesquisa e a organização da dissertação.

No capítulo dois são apresentadas a caracterização do solo utilizado no presente

trabalho e uma revisão bibliográfica sobre os principais tipos de alvenaria estrutural

utilizados, tais como os cerâmicos, de concreto, e os constituídos de solo-cimento utilizados

nesta pesquisa. Traz ainda a idéia do confinamento do concreto por meio da armadura de

cintamento.

No capítulo três são discutidos os parâmetros utilizados no dimensionamento

dos elementos, ou seja, os métodos de dimensionamento, os parâmetros para avaliação da

resistência à compressão das paredes e os conceitos de espessura efetiva, altura efetiva e

esbeltez.

No capítulo quatro são apresentados os materiais utilizados, tais como o solo,

cal, cimento, agregados e água; a metodologia e o programa experimental utilizados na

pesquisa. Discorre-se sobre a confecção dos blocos de solo-cimento, a escolha dos traços de

graute e de argamassa utilizados, bem como sobre a obtenção das resistências à compressão

dos blocos aos sete e vinte e oito dias.

No capitulo cinco são apresentados os resultados por meio de tabelas e gráficos,

a partir dos ensaios realizados, e feitas as respectivas discussões baseadas na análise

bibliográfica e representações gráficas.

Finalmente, no capítulo seis, são mostradas as conclusões deste trabalho,

juntamente com as sugestões para futuras pesquisas.

Page 25: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

16

CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 – SOLO

2.1.1 – CONCEITO

Senso (1975) apud Moraes (1982) define o solo como a formação natural,

constituinte da parte superficial da crosta terrestre, de estrutura solta e removível e de

espessura variável, resultante da transformação de uma rocha mãe pela influência de

diversos processos físicos, químicos e biológicos.

Do ponto de vista de sua constituição, o solo é um dos mais complexos sistemas

naturais, passa constantemente por sínteses e decomposições. Tecnicamente é o local onde

acontecem fenômenos físicos (lixiviação, iluviação/eluviação, evaporação) e químicos

(dissolução e precipitação, redução e oxidação), além de fenômenos físico-químicos (troca

iônica, adsorção e absorção). Além disso, a terra dá suporte a inúmeras simbioses (REIS,

2004). Os solos são constituídos por um conjunto de partículas com água (ou outro líquido)

e ar nos espaços intermediários (Figura 2.1). As partículas, de maneira geral, encontram-se

livres para deslocar entre si (PINTO, 2002).

Figura 2.1 – Estrutura do solo (GRANDE, 2003).

Page 26: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

17

O comportamento dos solos depende da movimentação das partículas sólidas

entre si, o que altera as porcentagens em volume das suas fases constituintes (sólidos, água

e ar) e isso faz com que o solo se afaste dos sólidos idealizados na Mecânica dos Sólidos

Deformáveis, na qual se fundamenta a Mecânica das Estruturas, de uso corrente na

engenharia civil (PINTO, 2002).

Grande (2003) destaca que o solo é formado pela desagregação de rochas.

Rochas são agregados de minerais ligados por intensas forças coesivas e permanentes. Os

minerais constituintes das rochas podem ser essenciais, que predominam e definem a rocha,

ou acessórios, que ocorrem em menor porcentagem.

2.1.2 - PROPRIEDADES DO SOLO

O item ora apresentado foi baseado em Miranda (2007).

Para se obter as diversas propriedades dos solos, pode-se efetuar os seguintes

ensaios para se definir a escolha do solo utilizado na mistura de tijolos de solo-cimento:

análise química, análise granulométrica, determinação dos limites de liquidez e

plasticidade.

A análise química tem como principal objetivo a determinação do potencial

hidrogeniônico (pH) do solo. Solos ácidos apresentam dificuldades em se estabilizar com

cimentos.

Grande (2003) destaca que o comportamento mecânico de um solo depende, em

grande parte, da granulometria. Para o reconhecimento do tamanho dos grãos de um solo

realiza-se a análise granulométrica, que consiste geralmente de duas fases: peneiramento e

sedimentação. O peso do material seco que passa em cada peneira é representado

graficamente em função da abertura da peneira. Pinto (2002) afirma que a análise por

peneiramento tem como limitação a abertura da malha das peneiras, que não pode ser tão

pequena quanto o diâmetro requerido. Quando há interesse no conhecimento da distribuição

granulométrica da porção mais fina dos solos, emprega-se a técnica da sedimentação, que

se baseia na Lei de Stokes: a velocidade de queda de partículas esféricas num fluido atinge

Page 27: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

18

um valor limite que depende do peso específico do material da esfera, do peso específico do

fluido, da viscosidade do fluido e do diâmetro da esfera. As densidades de suspensão são

determinadas com um densímetro, que também indica a profundidade correspondente.

Diversas leituras do densímetro, em diversos intervalos de tempo, determinarão igual

número de pontos na curva granulométrica, complementando a parte da curva obtida por

peneiramento. Conhecida a distribuição granulométrica do solo, pode-se determinar a

porcentagem de cada fração , conforme Quadro 2.1, a seguir.

Fração Diâmetros

Matacão De 20,0 cm a 1 m

Pedra De 6,0 cm a 20,0 cm

Pedregulho De 2,0 mm a 60,0 mm

Areia grossa De 0,6 mm a 2,0 mm

Areia média De 0,2 mm a 0,6 mm

Areia fina De 0,06 mm a 0,2 mm

Silte De 0,002 mm a 0,06 mm

Argila Inferior a 0,002 mm

Quadro 2.1 – Limites das frações de solo pelo tamanho dos grãos (ABNT, 1995).

Grande (2003) ressalta que pedregulhos e areias fornecem ao solo atrito interno.

São grãos constituídos por minerais resistentes ao intemperismo, em geral, o quartzo (SiO2

cristalina) é o mais comum. É fato que solos arenosos necessitam de menores teores de

cimento para a sua estabilização, pois apresentam melhor comportamento mecânico. Os

principais minerais que compõem a fração fina (argilosa) do solo são chamados de argilo-

minerais, que são, fundamentalmente, silicatos hidratados de alumínio.

Pinto (2002) destaca que a fração fina dos solos tem uma importância muito

grande sob o ponto de vista da engenharia civil. Quanto menores as partículas, maior a

superfície específica. O comportamento de partículas com superfícies específicas tão

distintas perante a água é muito diferenciado. As partículas de minerais-argilas diferem

Page 28: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

19

acentuadamente pela estrutura mineralógica, bem como pelos cátions adsorvidos. Desta

forma, para a mesma porcentagem de fração argila, o solo pode ter comportamento muito

diferente, dependendo das características dos minerais presentes. Todos esses fatores

interferem no comportamento do solo, sendo o estudo dos minerais-argilas muito

complexo. O engenheiro químico Atterberg propôs uma forma mais prática para identificar

a influência das partículas argilosas baseada no comportamento do solo na presença de

água, esse estudo foi posteriormente adaptado e padronizado por Arthur Casagrande.

Os Índices de Consistência, ou Limites de Atterberg, se baseiam na constatação

de que um solo argiloso se comporta com aspectos bem distintos conforme o seu teor de

umidade. Quando muito úmido ele se apresenta como um líquido, quando perde parte de

sua água fica plástico e quando mais seco torna-se quebradiço (Figura 2.2). Os teores de

umidade correspondentes às mudanças de estado são definidos como Limite de Liquidez

(LL) e Limite de Plasticidade (LP) do solo. A diferença entre esses dois limites, que indica

a faixa de valores em que o solo se apresenta plástico, é definida como Índice de

Plasticidade (IP) do solo (PINTO, 2002).

LP = Limite de plasticidade

IP = Índice de plasticidade

umid

ade

quebradiço

plástico

líquido

Estado

LL = Limite de liquidez

Limites

Figura 2.2 – Limites de Atterberg dos solos

(PINTO, 2002).

Para Caputo (1988), a plasticidade é definida como uma propriedade dos solos,

que consiste na maior ou menor capacidade de serem moldados, sob certas condições de

umidade, sem variação de volume. Trata-se de uma das mais importantes propriedades das

argilas.

Page 29: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

20

O Limite de Liquidez é definido como o teor de umidade do solo com o qual

uma ranhura nele feita requer 25 golpes para se fechar, numa concha. A resistência que o

solo oferece ao fechamento do sulco, medida pelo número de golpes requerido, provém da

sua resistência ao cisalhamento, correspondente à umidade que apresenta (CAPUTO,

1988). A determinação do limite de liquidez é realizada no aparelho de Casagrande e o

ensaio é padronizado pela NBR 6459 (ABNT, 1984a).

O Limite de Plasticidade é definido como o teor de umidade com o qual se

consegue moldar um cilindro com três milímetros de diâmetro e cerca de dez centímetros

de comprimento. O procedimento é especificado pela NBR 7180 (ABNT, 1984b).

2.1.3 – CARACTERIZAÇÃO

O solo utilizado no presente estudo foi caracterizado por Miranda (2007), cujos

resultados são apresentados a seguir.

2.1.3.1 – ANÁLISE QUÍMICA

Os ensaios foram realizados por meio de pesagem das amostras em massa. A

metodologia utilizada foi de acordo com as recomendações do Serviço Nacional de Solos

da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

A análise química do solo foi realizada no Laboratório Agropecuário Solocria

Ltda. e no Laboratório de Análise de Solo e Foliar da Escola de Agronomia da

Universidade Federal de Goiás.A Tabela 2.1 apresenta a quantificação de matéria orgânica,

o resultado da determinação do potencial hidrogeniônico (pH) e os principais componentes

químicos presentes no solo.

Page 30: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

21

Tabela 2.1 – Análise química do solo (MIRANDA, 2007).

Determinação Resultado Matéria orgânica 0,1%

Ph 6,8 Óxido de alumínio (Al2O3 ) 13,50%

Óxido de ferro (Fe2O3) 12,00% Dióxido de silício (SiO2) 5,80% Óxido de titânio (TiO2) 2,40% Óxido de cálcio (CaO) 0,10%

Óxido de magnésio (MgO) 0,03% Óxido de sódio (Na2O) 23 ppm

Óxido de potássio (K2O) 140 ppm Trióxido de enxofre (SO3) 80 ppm

O solo utilizado na pesquisa apresentou pequena quantidade de matéria orgânica

(0,1%). O valor de 6,8 do pH do solo aproxima-se do ponto de neutralidade, sendo uma boa

referência, pois solos ácidos apresentam dificuldades em se estabilizar com cimentos.

Caputo (1988) destaca que, entre os solos finos, as argilas apresentam uma

complexa constituição química. São constituídas basicamente de sílica em forma coloidal

(SiO2) e sesquióxidos metálicos da forma geral R2O3, onde o símbolo R refere-se ao

alumínio (Al) e ao ferro (Fe). Essa observação é confirmada nos resultados da Tabela 2.1,

que mostra os principais constituintes do solo analisado: 13,50% de óxido de alumínio

(Al2O3), 12,00% de óxido de ferro (Fe2O3) e 5,80% de dióxido de silício (SiO2).

2.1.3.2 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Esta análise determina a curva de distribuição granulométrica, em função do

tamanho das partículas do solo. As amostras preparadas para o ensaio seguiram as

orientações da NBR 6457 (ABNT, 1986), sendo o processo feito com a secagem prévia do

material.

Page 31: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

22

O estudo granulométrico do solo natural foi realizado por uma combinação de

sedimentação e peneiramento, conforme as recomendações da NBR 7181 (ABNT, 1984c). .

O experimento foi realizado no Laboratório de Mecânica dos Solos da Escola de

Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás.

O Gráfico 2.1 a seguir apresenta o resultado final do ensaio de granulometria,

onde as abcissas representam o diâmetro das partículas, em escala logarítmica, e as

ordenadas determinam as porcentagens das partículas menores do que os diâmetros

considerados, em escala aritmética (ABNT, 1984c).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0,001 0,01 0,1 1 10 100

Diâmetro das Partículas (mm)

Porc

enta

gem

Pas

sant

e (%

)

Gráfico 2.1 – Curva granulométrica do solo (MIRANDA, 2007).

Observa-se no Gráfico 2.1 a descontinuidade das curvas granulométricas do solo

na transição dos processos de sedimentação e peneiramento. Nos ensaios de sedimentação

das composições foram utilizadas soluções de hexametafosfato de sódio como defloculante

para a separação das partículas finas.

Page 32: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

23

Dentre os critérios estabelecidos para a seleção do solo na NBR 10832 (ABNT,

1989), destinada à fabricação do tijolo maciço de solo-cimento, estão que os grãos do solo

devem passar 100% na peneira 4,8 mm e 10% a 50% devem passar na peneira 0,075 mm. A

Tabela 2.2 demonstra que as porcentagens passantes nas peneiras 4,8 mm do solo analisado

aproximaram-se das determinações da norma.

Tabela 2.2 – Porcentagens passantes nas peneiras n° 4 e n° 200 (MIRANDA, 2007).

Composição % Passando na peneira 4,8 mm (n° 4)

% Passando na peneira 0,075 mm (nº 200)

Solo 99,76 51,35

2.1.3.3 – DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ

O método para a preparação das amostras de solo foi de acordo com a NBR

6457 (ABNT, 1986), sendo o ensaio executado com a secagem prévia da amostra. Os

materiais e métodos utilizados no ensaio da determinação do limite de liquidez seguiram a

NBR 6459 (ABNT, 1984a).

O ensaio foi realizado no Laboratório de Mecânica dos Solos da Escola de

Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás.

Os resultados obtidos nos ensaios do limite de liquidez do solo são apresentados

no Gráfico 2.2 a seguir.

Page 33: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

24

10

100

26,5 27,0 27,5 28,0 28,5 29,0 29,5 30,0 30,5 31,0 31,5 32,0

Umidade (%)

Núm

ero

de G

olpe

s

Gráfico 2.2 – Limites de liquidez do solo (MIRANDA, 2007).

No Gráfico 2.2 as ordenadas (em escala logarítmica) são os números de golpes e

as abcissas (em escala aritmética) são os teores de umidade correspondentes. Para o cálculo

dos valores, foram ajustadas linhas de tendência com regressão linear pelos pontos obtidos.

O limite de liquidez do solo corresponde a 25 golpes nas linhas, sendo os

valores apresentados na Tabela 2.3.

Tabela 2.3 – Determinação do limite de liquidez (MIRANDA, 2007).

Composição Limite de Liquidez (%)

Solo 29,7

O resultado da Tabela 2.3 comprova que a amostra do solo atendeu ao requisito

da NBR 10832 (ABNT, 1989), apresentando valor do limite de liquidez menor que 45%.

Page 34: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

25

2.1.3.4 – DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE

A amostra de solo preparada com secagem prévia ao ar, de acordo com a NBR

6457 (ABNT, 1986), foi ensaiada conforme os procedimentos da NBR 7180 (ABNT,

1984b).

Os ensaios de determinação do limite de liquidez e do limite de plasticidade

caracterizam o solo quanto aos índices básicos representativos da plasticidade. O índice de

plasticidade do solo, expresso em porcentagem, é obtido com a diferença entre o limite de

liquidez e o limite de plasticidade.

A determinação do limite de plasticidade foi realizada no Laboratório de

Mecânica dos Solos da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás.

A Tabela 2.4 apresenta o valor do limite e índice de plasticidade para o solo

natural.

Tabela 2.4 – Limites e índices de plasticidade do solo (MIRANDA, 2007).

Composição Limite de Plasticidade (%) Índice de Plasticidade (%)

Solo 21,4 8,3

Verifica-se na Tabela 2.4 que o resultado do índice de plasticidade atendeu às

determinações da NBR 10832 (ABNT, 1989), os valores foram inferiores a 18%. Ferreira

(2003) destaca que quanto maior o índice de plasticidade mais o material estará sujeito às

variações dimensionais, resultantes do inchamento do solo quando úmido e de sua retração,

quando seco. A Tabela 2.5 mostra a massa específica dos grãos do solo utilizado no

presente estudo.

Tabela 2.5 – Massa específica dos grãos de solo (MIRANDA, 2007).

Composição Massa Específica dos Grãos (g/cm3)

Solo 2,77

Page 35: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

26

Segundo a norma D3282 (ASTM, 2004), a classificação do solo é A4,

correspondente ao solo siltoso. Conforme essa normalização, esse tipo de solo é

considerado fraco e pobre para o funcionamento como sub-base de rodovias.

Conforme o Sistema Unificado de Classificação, o solo foi classificado como

argiloso de baixa compressibilidade (LL<50) e de granulação fina, com 48% de argila, 14%

de silte e 38% de areia. Em razão da economia de cimento, os solos mais apropriados para

o solo-cimento são os que possuem teor de areia entre 45% e 50% (HABITAR, 2007).

2.1.3.5 – SOLO-CIMENTO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

Este ensaio determina a relação entre o teor de umidade e a massa específica

aparente seca de misturas de solo e cimento, quando compactadas na energia normal. Os

procedimentos do ensaio seguiram a NBR 12023 (ABNT, 1992b).

A finalidade desse ensaio é determinar a curva de compactação, para nela serem

determinadas a massa específica aparente seca máxima e a umidade ótima, que serão

utilizadas na fabricação dos blocos de solo-cimento.

Em razão da granulometria do solo, o método “A” foi aplicado no ensaio,

considerando o solo com 100% de partículas de tamanho menor que 4,8 mm.

O ensaio foi realizado no Laboratório de Mecânica dos Solos da Escola de

Engenharia Civil da Universidade Católica de Goiás.

A curva de compactação foi traçada utilizando-se coordenadas cartesianas

normais, sendo marcadas em abscissas os teores de umidade e em ordenadas as massas

específicas aparentes secas correspondentes, conforme Gráfico 2.3 a seguir.

Page 36: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

27

1,54

1,58

1,62

1,66

1,70

1,74

1,78

12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0 22,0

Teor de Umidade (%)

Mas

sa E

spec

ífica

Apa

rent

e Se

ca (g

/cm

³ )

Gráfico 2.3 - Curvas de compactação do solo-cimento (MIRANDA,2007).

O valor da massa específica aparente seca máxima é igual à ordenada máxima

da curva de compactação e o valor da umidade ótima correspondente, na curva de

compactação, ao valor da massa específica aparente seca máxima. A Tabela 2.6 demonstra

o valor obtido no ensaio de compactação do solo-cimento.

Tabela 2.6 – Resultados do ensaio de compactação do solo-cimento (MIRANDA, 2007).

Cimento (%)

Composição

Massa Específica

Úmida (g/cm³)

Massa Específica Aparente Seca Máxima

(g/cm³)

Umidade Ótima (%)

10 Solo 2,08 1,76 17,6

2.2 – ALVENARIA ESTRUTURAL

De forma geral, os princípios para a análise da alvenaria estrutural são os

mesmos, independentemente do material escolhido. Assim sendo, a revisão que ora é

apresentada abrange a alvenaria com utilização de blocos de concreto, cerâmicos e solo-

cimento.

Page 37: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

28

Segundo a NBR8491 (ABNT, 1984f) os blocos ensaiados com a NBR8492

(ABNT, 1984e), não devem apresentar a média dos valores de resistência à compressão

inferior a 2,0 MPa, nem valores individuais inferiores a 1,70 MPa idade mínima de 28 dias

para serem utilizados para alvenaria de vedação. Já segundo a NBR 6136 (ABNT, 1994) e

NBR 10837 (ABNT,1989), a resistência mínima dos blocos estruturais não deve ser

inferior a 4,50 MPa. Salienta-se que, para edificações térreas de pequeno porte, as tensões

atuantes geralmente não ultrapassam o valor de 2,0 MPa.

2.2.1 – ALVENARIA ESTRUTURAL EM BLOCOS DE CONCRETO

Os primeiros blocos de concreto foram fabricados na Europa, no ano de 1850,

sendo maciços e, conseqüentemente, pesados e difíceis de serem manipulados. Já em 1890,

nos Estados Unidos, surgiram os primeiros blocos de concretos vazados, que permitiam

uma melhor produtividade da mão de obra devido ao fato de serem mais leves. Logo, a

produção destes blocos foi adotada em outros países como o Canadá, África do Sul e países

da Europa (SOLIZ, 1995 apud CALÇADA, 1998).

Para elaboração e execução de projetos de alvenaria estrutural é necessário

conhecer os fatores que influem na sua resistência. Um destes principais fatores é a

resistência à compressão dos materiais constituintes desta alvenaria.

Para tanto, vários estudos e ensaios relacionados à resistência à compressão dos

blocos de concreto foram realizados, já que se sabe que com o aumento da resistência do

bloco obtém-se um considerável aumento na resistência da alvenaria.

Tango et al. (1977), comprovou que a resistência dos prismas ocos é comandada

pela resistência dos blocos. Já nos prismas grauteados, a resistência é função da

combinação das resistências dos blocos e dos grautes.

Segundo Cavalheiro (1990) a resistência da alvenaria aumenta

proporcionalmente à raiz quadrada da resistência da unidade. Quando um bloco é ensaiado

isoladamente à compressão, ele está sujeito às tensões verticais e horizontais. Estas tensões

horizontais são induzidas pelos pratos da máquina de ensaio. Torna-se então importante

Page 38: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

29

relacionar a resistência dos blocos com a resistência dos prismas e paredes de alvenaria.

Uma forma de relacionar estas resistências é através de um fator de eficiência, que consiste

em dividir o valor da resistência do prisma pela resistência do bloco fornecendo o resultado

em porcentagem.

Neste contexto, Calçada (1998), realizou uma pesquisa onde obteve fatores de

eficiência de 85% a 129% para prismas ocos de blocos de concreto e para os grauteados a

eficiência ficou entre 117% a 322%.

Oliveira (2000) observou em seus estudos que o fator de eficiência diminui tanto

para na redução na resistência da argamassa, quanto para o aumento da espessura da junta

de argamassa.

Cunha (2001) desenvolveu um trabalho com o intuito de se compreender melhor

a influência dos materiais, principalmente a do graute, na resistência à compressão da

alvenaria estrutural com blocos de concreto. Para tanto, estabeleceu uma metodologia

composta por duas etapas, uma na moldagem e outra na ruptura de prismas de blocos

vazados de concreto grauteados e não-grauteados. Na primeira etapa, o objetivo era o

estudo da influência da resistência à compressão do graute e do tipo de argamassa na

resistência dos prismas. Na segunda etapa, analisou-se o efeito da absorção da parte da água

do graute pelo bloco no aumento da resistência à compressão deste graute, devido a

redução da relação água/cimento. Comparou, ainda seus resultados com expressões teórico-

experimentais propostas por outros autores. As principais conclusões de seu trabalho foram:

que a resistência à compressão dos prismas ocos é menor que a dos grauteados; que a

argamassa influencia somente na resistência dos prismas ocos; que a resistência do graute

controla a resistência dos prismas gruateados e quanto à influência da perda da parte da

água do graute para os blocos no aumento da resistência dos grautes, verificou-se que este

fenômeno ocorre somente para as relações a/c iniciais acima de 0,66, ocorrendo reduções

de resistências para relações a/c menores.

Juste (2001) estudou a resistência à compressão e a deformabilidade de paredes

de alvenaria de blocos de concreto e desenvolveu as análises de estruturas compostas para

esse tipo de painel. O objetivo foi prever com maior acuidade os principais parâmetros de

deformação e de resistência de paredes de alvenaria de blocos de concreto, a saber:

resistência à compressão e módulo de elasticidade longitudinal nas direções paralela e

Page 39: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

30

perpendicular às juntas de assentamento. Para isso desenvolveu-se um programa

experimental para verificar a influência da resistência dos blocos, da resistência da

argamassa e da direção de aplicação de forças no comportamento mecânico da alvenaria de

blocos de concreto não-grauteados, quando submetidos a esforços de compressão. Com

isso, foram determinadas em laboratório, as resistências à compressão dos blocos,

argamassas, prismas de três blocos e paredinhas com dimensões de 80 x 80 cm. Foram

fixadas teoricamente duas resistências à compressão para serem comparadas às obtidas nos

ensaios. Ao final, chegou-se a algumas conclusões: a primeira, que os valores de ruptura

foram superiores aos obtidos através dos ensaiados realizados na maioria dos corpos-de-

prova; segunda, que os blocos alcançaram aumentos de até 150% nos valores de resistência

à compressão média se comparados às resistências indicadas pelo fabricante; terceira, que a

diferença de resistência em paredinhas carregadas nas duas direções (paralela e

perpendicular à junta de assentamento) era esperada, já que as próprias unidades

apresentam desigualdades geométricas em direções distintas; e, última, que os requisitos de

desempenho mais importantes atribuídos às juntas de argamassa foram alcançados no

trabalho, tais como: resistência de aderência e resistência à compressão e módulo de

elasticidade do conjunto bloco-argamassa.

Andolfato (2002) fez o estudo e o desenvolvimento das técnicas de produção de

blocos de concreto para alvenaria estrutural nas escalas reduzidas de (1:4). O objetivo era

produzir blocos que apresentassem o mesmo comportamento em termos de resistência à

compressão e deformabilidade que os seus pares em escala real. Além dos blocos foram

ensaiados à compressão prismas de três fiadas, nas escalas real e reduzida, de modo a

determinar as correlações entre as resistências e deformações. Como resultado final

chegou-se a uma série de procedimentos que, quando observados, permitem a reprodução

de blocos de concreto na escala de (1:4), mantendo praticamente as mesmas características

de resistência à compressão e deformabilidade, tanto para os blocos quanto para os prismas

estudados e que pela análise dos resultados obtidos dos ensaios de resistência à compressão,

que a alvenaria de blocos de concreto pode ser estudada através de modelos reduzidos com

resultados confiáveis.

Barbosa (2004) estudou a resistência e deformabilidade de blocos vazados de

concreto e suas correlações com as propriedades mecânicas do material constituinte. Com

Page 40: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

31

esse objetivo, moldaram-se blocos vazados e corpos-de-prova de dimensões distintas com

concreto plástico em três níveis de resistência (10, 20 e 30 MPa) e caracterizaram-se as

propriedades mecânicas por meio de ensaios à compressão axial e à tração. À compressão

axial foram ensaiados prismas constituídos por dois e três blocos de concreto sem junta de

argamassa, unidos apenas por adesivo à base de epóxi. Quanto ao módulo de elasticidade

do concreto foram ensaiados corpos-de-prova e blocos, que devido a não uniformidade da

distribuição das tensões, chegaram-se a diferentes valores de deformações ao longo das

paredes desses elementos. Ao final do trabalho foi verificado que devido ao efeito de

confinamento, os blocos e corpos-de-prova apresentaram ruína do tipo cisalhamento

cônico. Todavia, com os elementos de pequena relação altura/espessura isso não ocorreu, e

sim o aparecimento inicial da fissuração vertical nas paredes longitudinais e

posteriormente, nos septos transversais. Quanto à tração indireta, o modo de ruína é frágil,

caracterizada pela sua divisão em duas partes distintas. Já os valores da resistência à

compressão, módulo de elasticidade e deformação apresentados na ruptura variaram em

função das diferentes dimensões e relações altura/espessura dos corpos-de-prova,

influenciados pelo efeito de confinamento. Aos blocos vazados, deve-se acrescentar mais

uma variável: a geometria distinta dos demais elementos. A relação entre a resistência à

compressão dos prismas de dois e três blocos e a resistência à compressão dos corpos-de-

prova diminui com o aumento da altura desses elementos, apresentado resistência mais

baixa.

Maurício (2005) desenvolveu um trabalho cujo principal objetivo era verificar a

resistência à compressão das ligações diretas entre paredes de blocos de concreto. Para

tanto foram ensaiados blocos, prismas e paredes em escala real e reduzida de (1:4). O

carregamento foi introduzido de forma centrada e as deformações foram medidas através de

relógios comparadores e extensômetros elétricos. Os resultados foram avaliados através da

análise dos elementos finitos e testes estatísticos, sendo que as conclusões permitiram uma

avaliação da eficiência dos modelos numéricos empregados e os ajustes necessários aos

mesmos, o entendimento da forma de transferência das ações verticais entre as paredes

interligadas e as correlações entre as escalas estudadas.

Prado (2006) estudou a influência de resíduos de concreto (fração graúda e

miúda) nas características físicas e mecânicas dos blocos de concreto estruturais,

Page 41: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

32

comparando-os com as características obtidas para blocos produzidos com agregados

naturais. Inicialmente, foram realizados ensaios de caracterização dos agregados reciclados

de concreto para avaliar o potencial de aplicação de cada um deles. Após serem

selecionados os dois agregados mais apropriados para o estudo (resíduos de vigota e

blocos), foram produzidos corpos-de-prova com três traços em volume de 1:20, 1:15 e 1:10

com substituições de 100% e 50% para agregados graúdos e 33% para agregados miúdos.

O objetivo era produzir blocos de concreto para resistência à compressão de 4,5, 8.0 e 12,0

MPa. Foram obtidos os valores adequados para os parâmetros mais importantes,

principalmente quanto a resistência à compressão e a absorção de água. Por fim, foram

produzidos e ensaiados prismas e blocos com agregados reciclados que foram avaliados

quanto ao módulo de deformação e resistência à compressão. Os resultados demonstram-se

bastante próximos tanto para os blocos com agregados naturais quanto para os blocos com

agregados reciclados.

2.2.2 – ALVENARIA ESTRUTURAL EM BLOCOS CERÂMICOS

Muitos estudos foram dedicados à avaliação da magnitude da influência da

resistência dos blocos e tijolos cerâmicos sobre a resistência da alvenaria e a determinação

de correlações matemáticas entre as resistências à compressão das unidades e de prisma

e/ou de unidades e de paredes de alvenaria.

Stedhan (1965), encontrou uma correlação linear entre as resistências da

alvenaria e dos respectivos tijolos.

West et al. (1966), concluíram que a diminuição da resistência devida aos

vazios dos furos já é levada em conta no ensaio de compressão individual dos componentes

e que as paredes construídas com tijolos cerâmicos maciços e perfuradas de mesma

resistência à compressão apresentaram desempenho semelhante.

Sahlin (1971), verificou que a resistência da alvenaria cerâmica fica entre 25 a

50% da resistência do tijolo cerâmico, sendo o valor mais baixo referente a uma alvenaria

com argamassa fraca e o valor superior a uma argamassa de alta resistência.

Page 42: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

33

Prudêncio Jr. (1986) e Hendry (1987) concluíram com base em dados

experimentais existir crescimento não linear da resistência à compressão da alvenaria com a

resistência das unidades. Prudêncio Jr. (1986), concluiu que o incremento na resistência à

compressão da alvenaria (prismas e paredes) com o aumento da resistência das unidades é

tanto menor quanto mais alta for a faixa de resistência à qual pertence o bloco ou tijolo

usado. Quanto maior o diferencial entre a resistência da unidade e da argamassa, maior a

influência das características da junta e da interface.

Camacho (1987), verificou que há um aumento do fator de eficiência com o

aumento da relação entre a altura da unidade e espessura da junta da argamassa.

Muller (1989), procurou contribuir no estudo das correlações entre as

resistências à compressão de prismas e paredes de alvenaria cerâmica estrutural não armada

submetidos a esforços verticais axiais e da verificação da validade do uso de prismas como

meio de determinação das resistências de cálculo e de controle de qualidade da alvenaria.

Para isto, realizou-se um trabalho experimental no qual se ensaiou à compressão axial

paredes e prismas não armados construídos com blocos cerâmicos e argamassa com três

composições diferentes. Como resultados de resistências à compressão foram obtidos

valores muito superiores aos especificados para blocos cerâmicos pela Norma Brasileira

NBR 7171 (1985) e concluiu-se a validade do uso dos prismas de alvenaria como meio de

previsão de tensões de cálculo e/ou de controle de qualidade de paredes de alvenaria não

armada submetidos a cargas verticais axiais.

Camacho (1995), em sua tese estudou as correlações existentes entre os

protótipos e modelos físicos reduzidos de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos. Para

consecução do estudo, foram desenvolvidos ensaios de compressão axial em unidades

(blocos), em prismas de dois, três e quatro blocos e em pequenas paredes, nas escalas real,

(1:3) e (1:5). Foram ensaiados prismas de três blocos preenchidos com diferentes grautes e

prismas submetidos a carregamentos lentos crescentes e a ensaios de fluência.

Posteriormente, foram construídas e ensaiadas duas torres nas escalas de (1:3) e (1:5). Os

parâmetros observados, medidos e comparados sempre foram às resistências à compressão,

as deformações e os modos de ruptura apresentados pelos corpos de prova. Como

resultados observa-se que as resistências à compressão axial dos modelos foram

semelhantes entre si, de forma geral, mas que para os prismas e paredinhas, os modelos

Page 43: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

34

apresentaram valores superiores aos observados no protótipo, numa relação aproximada de

1,5 para os prismas e 1,3 para as paredinhas. Em relação a correlação Resistência do prisma

/ Resistência do bloco é afetada pelo fator escala, crescendo conforme se diminui a escala,

com um valor aproximado de 0,4, 0,5 e 0,6 para as escalas (1:1), (1:3) e (1:5),

respectivamente. Pode-se concluir que uma vez confirmadas as relações de resistências e

deformações entre os modelos e protótipos, é possível trabalhar de forma direta com

modelos físicos reduzidos para o estudo da alvenaria de blocos cerâmicos.

Silva (2003), com a finalidade de contribuir para um melhor entendimento sobre

a distribuição das ações verticais entre paredes de edifícios de alvenaria estrutural de blocos

cerâmicos, desenvolveu uma série de ensaios que visam a análise da eficiência de dois tipos

de ligações com armação direta (contrafiada), e as ligações com armação indireta, através

de grampos metálicos e graute. Com o objetivo de se encontrar correlações com estes tipos

de ligações, foram desenvolvidos, em paralelo, ensaios de cisalhamento em unidades

(blocos) e ensaios em prismas especiais, a que foram chamados de prismas cavaletes. Para

a consecução desses objetivos foram desenvolvidos diferentes programas experimentais,

que contemplaram desde a determinação das propriedades mecânicas dos componentes da

alvenaria (blocos, argamassa, graute e aço), até a ensaios de corpos de prova (paredes “H”)

representativos das formas de ligações em estudo. Os resultados experimentais obtidos

foram comparados com os resultados encontrados em modelos reduzidos, nas escalas de

(1:3) e (1:5), obtidos da revisão bibliográfica. Uma das conclusões é que constatou-se que

as ligações têm capacidade de redistribuir as ações verticais entre as paredes resistentes,

reduzindo o valor da resistência característica das unidades exigidas em projeto e da taxa de

grauteamento de septos verticais utilizados como forma de aumentar a resistência das

paredes mais solicitadas. Como limite de cargas nas paredes, para efeito de critérios de

projeto, devem ser consideradas as cargas de fissuração.

Neto (2005) estudou a interação de paredes em alvenaria estrutural cerâmica

com armação direta submetidas a ações verticais, por meio de análises experimentais e

numéricas. Foram realizados estudos sobre os temas relacionados: interação de paredes de

alvenaria não-armada, modelos físicos reduzidos e modelagem numérica de alvenaria.

Realizou-se a caracterização dos materiais na escala reduzida e natural para determinar suas

propriedades mecânicas e correlação entre as escalas. Foi desenvolvido numericamente e

Page 44: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

35

testado experimentalmente um corpo-de-prova para a determinação da resistência ao

cisalhamento da alvenaria no plano vertical. Estudou-se, numérica e experimentalmente,a

influência das características geométricas dos painéis de alvenaria, da presença de lajes e de

cinta de amarração e do número de pavimentos. Ao final do trabalho, verificou-se a boa

correlação entre os modelos reduzidos e em escala natural, quanto às principais

propriedades da alvenaria, demonstrou a viabilidade de sua utilização. A modelagem

numérica representou de forma adequada o comportamento global dos painéis de alvenaria.

A cinta de amarração da fiada intermediária produziu um prolongamento do

comportamento linear dos painéis de alvenaria e concluiu-se, também, que a presença das

lajes de concreto e a aplicação do carregamento dividido em diferentes pavimentos

produziram efeitos benéficos na aspecto da resistência da alvenaria.

Grohmann (2006) estudou o comportamento dos prismas grauteados da

alvenaria estrutural cerâmica. O objetivo principal foi avaliar o comportamento de prismas

de blocos cerâmicos grauteados e não-grauteados, sob a ação de cargas de compressão para

que se possa analisar a influência e o desempenho do graute e buscar a otimização. Para

tanto, foram realizados ensaios experimentais de prismas com diferentes tipos de grautes e

porcentagens de grauteamento. O método da pesquisa compreendeu o ensaio de

compressão axial simples de 120 prismas contrafiados de blocos cerâmicos com a

utilização de dois tipos de argamassa (A1 e A2), três tipos de grautes (G1, G2 e G3) e

quatro diferentes porcentagens de células grauteadas (0%, 33%, 66% e 100%), onde todos

os materiais e componentes empregados foram previamente caracterizados. Observaram-se

os modos de ruptura dos prismas e foi constatada a influência das interações entre bloco,

argamassa e graute neste comportamento. Ao final do trabalho verificou-se a importância

da resistência da argamassa na resistência à compressão dos prismas, o aumento não

significativo de resistência dos prismas ao aumentar a resistência do graute, e um ganho

efetivo de resistência dos prismas somente ao terem a totalidade de suas células grauteadas.

Ainda, concluiu-se que com a utilização do grauteamento parcial em painéis de alvenaria

foi eficiente desde que haja compatibilização da dosagem dos traços de grautes e

argamassas com as características mecânicas dos blocos utilizados.

Moreira (2007) desenvolveu uma análise experimental em escala reduzida de

ligações entre paredes de alvenaria de blocos cerâmicos submetidos a ações verticais. O

Page 45: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

36

objetivo foi a análise comparativa com três tipos de ligações entre paredes de alvenaria

estrutural sob ações verticais. O primeiro tipo de ligação foi feita através de amarração

direta de paredes de alvenaria, a segunda por amarração indireta solidarizada por telas

metálicas, e a terceira, também com amarração indireta, contudo, enrijecida por grampos

metálicos ancorados em furos grauteados. Os modelos utilizados são paredes em formato

“H” com cinco fiadas em escala reduzida 1:3. A partir da análise foi obtida a resistência ao

cisalhamento da interface no plano vertical entre a parede central e o flange de todos os

modelos ensaiados. Concluiu-se que os modelos com amarração direta possuíam maior

resistência ao cisalhamento, o que reforça o fenômeno da interação das paredes submetidas

a ações verticais, além de apresentarem forma de ruptura caracterizada como frágil. Os

modelos com amarração indireta, tanto com telas quanto com os grampos, possuíram

resistência ao cisalhamento aproximadamente de 60% da encontrada para amarração direta,

contudo, apresentaram ruptura dúctil, com destaque para a ligação com grampos.

2.2.3–ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS DE SOLO-CIMENTO

O solo-cimento é o material obtido pela mistura íntima de solo, cimento

Portland, água, podendo haver outras adições, a exemplo de pó de granito de marmorarias,

materiais finos inertes, pozolâmicos e outros.

Segundo Enteiche (1963) apud Mercado (1990), trata-se de um processo físico-

químico de estabilização, no qual as conseqüências decorrem de uma estruturação

resultante da reorientação das partículas sólidas do solo com a deposição de substâncias

cimentantes nos contatos intergranulares, alterando, portanto, a quantidade relativa de cada

uma das três fases-sólidas, água e ar – que constituem o solo.

Segundo Abiko (1984), o solo-cimento foi empregado pela primeira vez, em

1915 nos Estados Unidos, para pavimentação de uma rua utilizando areia de praia, cimento

Portland e conchas marinhas.

Neves (1989), destacou que o tijolo de solo-cimento, produzidos por sistemas

manuais ou automatizados constitui um elemento de viabilidade comprovada em diversos

Page 46: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

37

programas habitacionais realizados tanto por mutirão, como por administração direta, fato

que demonstra a transferência de tecnologia pela fácil assimilação dos operadores das

equipes e mão de obra já familiarizada com o sistema construtivo de alvenaria.

Segundo Carvalho (1995) apud Carneiro (2001), as paredes constituídas de solo-

cimento prensadas têm comportamento térmico e durabilidade equivalentes às construídas

com tijolos ou blocos cerâmicos. Além disso, o tijolo de solo-cimento pode ser utilizado em

alvenaria de vedação ou estrutural, desde que atenda às resistências estabelecidas nos

critérios de projeto, que devem ser os mesmos aplicados aos materiais de alvenaria

convencional, bem como seguir as indicações dos cuidados e manutenção do material.

Carneiro et al. (2001), ressaltaram outra vantagem dos tijolos de solo

estabilizado, a possibilidade de incorporar outros materiais na sua fabricação, como por

exemplo, agregados produzidos com entulho reciclado e rejeitos industriais (sílica ativa,

cinzas volantes, escórias de alto forno, finos de serrarias, pó de granito e outros. Além

disso, por não ser necessária a queima do tijolo, há uma expressiva redução do consumo de

energia e, por conseqüência, de danos ao meio ambiente devidos a sua fabricação.

Grande (2003), através de uma metodologia experimental, analisou vários

aspectos de tijolos modulares compostos por misturas binárias e ternárias de solo-cimento e

solo-cimento-sílica produzidos por prensa manual, com a finalidade de se obter parâmetros

e diretrizes que visam um melhor desempenho do material. Realizaram-se ensaios de

corpos de prova cilíndricos de maneira acessória no decorrer do trabalho, o que resultou no

suporte para obtenção de diversas avaliações sobre as composições de traços utilizados na

fabricação dos tijolos. Foram executados painéis de parede com o objetivo de verificar o

comportamento da alvenaria em relação à resistência de compressão e a deformabilidade

das paredes, possibilitando correlações com os ensaios de prismas, blocos e argamassa de

assentamento. Foram produzidos cerca de 1200 tijolos, parte desses tijolos , compuseram

três painéis de parede com dimensões de 1,20x2,40x0,10m de largura, de comprimento e

espessura, respectivamente, de acordo com as especificações da NBR8949 (ABNT, 1985).

A outra parte foi submetida a ensaios complementares de prismas compostos por dois e três

tijolos com diferentes técnicas de assentamento. Os ensaios dos tijolos, prismas e

argamassas foram realizados no mesmo dia das respectivas paredes. A ruptura das paredes

e demais ensaios ocorreram aos 47, 48 e 55 dias após a execução dos painéis, sendo que,

Page 47: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

38

durante esse período, os prismas permaneceram no local e nas mesmas condições dos

painéis de parede e os corpos de prova da argamassa foram submetidos a cura úmida. Do

ponto de vista estrutural, as paredes tiveram um bom comportamento e em geral

apresentaram eficiência em 0,35 em relação à resistência dos tijolos. Nos tijolos de solo-

cimento, o diferencial ocorre quando se compara a resistência do prisma com a do tijolo, o

que caracteriza um alto valor de eficiência devido à relação altura/espessura do prisma.

Outros pontos observados foram o modo de ruptura frágil e a pouca deformabilidade da

parede quando comprimida. As contribuições da pesquisa permitiram relacionar a

tecnologia da fabricação de tijolos de solo-cimento com o contexto de construção

sustentável e o aproveitamento de resíduos industriais, além de sistematizar informações

para a elaboração de um projeto tecnológico com os tijolos modulares. Os tijolos

produzidos foram aprovados em relação aos requisitos de resistência à compressão e

absorção de água das normas técnicas disponíveis, apesar de tais normas não serem

específicas para tijolos de solo-cimento.

Ferraz (2004), estudou a aplicação de resíduos de argamassa de cimento em

tijolos prensados de solo-cimento e em misturas de solo-cimento. Verificou a viabilidade

técnica do uso deste tipo de resíduo a fim de melhorar a qualidade do solo-cimento e

reduzir o consumo de cimento na sua produção. Foram estudadas dosagens por solo natural,

solo mais 20% de resíduo e solo mais 40% de resíduo. Foram utilizados três teores de

cimento 6%, 8% e 10%, moldando-se corpo de prova cilíndricos para ruptura aos 07, 28, 56

e 120 dias e corpos de prova confeccionados com tijolos para ruptura aos 07 dias. A cura

ocorreu na câmara úmida do laboratório. Como resultados verificaram-se que os resíduos

de argamassa de cimento são uma excelente alternativa para melhorar as características dos

solos, visando a sua aplicação na produção de tijolos de solo-cimento. Os tijolos produzidos

com a adição do resíduo de argamassa de cimento tiveram suas propriedades mecânicas

melhoradas e todos atenderam os requisitos mínimos estabelecidos por normas brasileiras.

Silveira (2005) propôs através da sua pesquisa a utilização em maior escala de

resíduos de construção civil e demolições como agregados a serem utilizados no compósito

solo-cimento. O objetivo principal do trabalho foi a verificação da viabilidade econômica

do uso dos resíduos como agregados no compósito solo-cimento. Foram investigadas as

suas propriedades físicas, tecnológicas e químicas de misturas contendo resíduos de

Page 48: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

39

construção civil reciclados e solo em diferentes proporções solo/resíduo. Verificou-se que

as misturas nas proporções de 50%, 75% e 100% atenderam às especificações tecnológicas

para emprego do solo-cimento.

Milani (2005) pesquisou em seu trabalho misturas de solo + aglomerante

mineral + resíduo agroindustrial, sendo utilizado como recurso natural, a terra; como

estabilizante, o cimento e a cal; e, como resíduo agroindustrial, a casca de arroz. O

principal objetivo da pesquisa foi estudar os efeitos da adição de combinações de cimento-

casca de arroz e de cal-casca de arroz nas propriedades físico-mecânicas de um solo

predominantemente arenoso e outro argiloso, bem como avaliar a viabilidade técnica da

confecção de tijolos de solo-cimento-casca de arroz e solo-cal-casca de arroz. Como

resultado concluiu-se que o solo arenoso, adicionado a 12% de combinações de cimento-

casca de arroz apresentou-se como um promissor material para utilização na fabricação de

tijolos prensados, que podem ser empregados em construções e instalações rurais.

Souza (2006) estudou as combinações de solo com resíduos de concreto, para

fabricação de tijolos prensados de solo-cimento, utilizando a prensa manual conforme

Fotografia 2.1.

Fotografia 2.1 – Prensa manual para prensagem de blocos de solo-cimento.

Objetivou-se propor soluções técnicas para reduzir o custo de produção dos

tijolos de solo-cimento, melhorar a qualidade dos tijolos e propiciar condições para

aproveitamento deste resíduo. Foram moldados corpos de prova confeccionados a partir de

Page 49: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

40

tijolos prensados e prismas, os quais ensaiados seguindo as recomendações das Normas

Técnicas Brasileiras NBR 8492, para ensaios de resistência à compressão e absorção de

água. A realização dos ensaios de resistência à compressão, tanto dos tijolos como dos

corpos de prova cilíndricos, foi efetuada aos 07, 28, 56, 120 e 240 dias, em que se observou

que o material continua ganhando resistência de forma considerável após a idade de 28

dias. Como resultados concluiu-se que os tijolos produzidos com resíduo de concreto

tiveram suas propriedades mecânicas melhoradas e todas atenderam os requisitos mínimos

estabelecidos por normas brasileiras.

Miranda (2007), em seu trabalho, pesquisou a incorporação de resíduos de

indústria de rochas ornamentais (pó de granito) na moldagem de tijolos solo-cimento

prensados. Os objetivos foram: estudar de forma experimental os materiais a serem

empregados na confecção dos tijolos como solo-cimento e pó de granito em proporções de

5%, 10% e 15%; avaliar as propriedades mecânicas dos tijolos: resistência à compressão e

absorção de água; e colaborar com o desenvolvimento de técnicas que visam à economia do

cimento na produção dos tijolos prensados. E ao final do seu estudo, chegou as seguintes

conclusões: primeira, que a porcentagem de cimento adicionada ao solo é fator

determinante da resistência `a compressão e absorção de água; segunda, que todas as

composições de tijolos moldados com 15% de cimento atingiram, em média, o valor

mínimo de 4,5 MPa de resistência aos 28 dias, podendo ser empregados como alvenaria

estrutural; e, terceiro, que a adição do resíduo proveniente do beneficiamento do mármore e

granito possibilitou as condições técnicas favoráveis para se produzir tijolos prensados de

solo-cimento com qualidade e redução no consumo de cimento.

2.3–CONFINAMENTO DO CONCRETO POR MEIO DE ARMADURA

TRANSVERSAL

Este item é aqui apresentado como fundamentação de um possível efeito de

confinamento da argamassa de assentamento dos blocos em função da presença de

armadura transversal que foi introduzida em prismas analisados no presente estudo.

Page 50: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

41

Muitas vezes, em função de limitações nas seções transversais de vigas e pilares

pela arquitetura, surge a necessidade de se melhorar as condições de ductibilidade destas

peças, conforme solução recomendada pela NBR 6118 (ABNT, 2003). Isto pode ser feito

por meio do complemento das seções transversais com uma armadura de compressão ou

por meio do confinamento do concreto comprimido pela presença de estribos circulares,

quadrados e retangulares que fazem aumentar as deformações da armadura longitudinal de

tração no estado limite último, no caso de vigas.

O concreto se torna confinado quando as tensões se aproximam da resistência

uniaxial, a deformação transversal se torna muito alta devido à fissuração interna

progressiva e o concreto solicita a armadura transversal, que em seguida aplica uma reação

de confinamento ao concreto. Deste modo, a armadura transversal produz o confinamento

passivo. Trabalhos de vários pesquisadores têm mostrado que o confinamento por armadura

transversal pode melhorar consideravelmente as características tensão-deformação do

concreto a altas deformações. O aumento da resistência e ductibilidade é bastante

significativo com relação à taxa de armadura.

O confinamento do concreto por meio de armadura transversal é basicamente

executado por meio de estribos que podem ter sua geometria: circular, quadrada e

retangular; e por meio de uma armadura transversal contínua, denominada de armadura

helicoidal, podendo ter projeção circular, quadrada e retangular.

Testes demonstraram que estribos de geometria circular bem como de armadura

helicoidal são os mais eficientes do que estribos de geometria quadrada e retangular.

Espirais circulares, devido a sua forma, estão em tração axial no estribo e promovem uma

configuração contínua de pressão ao redor da circunferência, que a grandes deformações

transversais aproximam-se ao confinamento hidrostático. Como regra, todavia, estribos

quadrados e retangulares podem aplicar somente reações confinadas em seus cantos porque

a pressão no concreto oposta aos lados do estribo tende a fletir os lados de fora.

A explicação está na atuação constante das tensões em todo o perímetro circular

dos estribos circulares, ao contrário do que ocorre nos estribos quadrados e retangulares,

onde existe o confinamento efetivo apenas nos cantos dos estribos e interior do núcleo de

confinamento.

Page 51: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

42

A figura 2.3 a seguir demonstra como ocorre o efeito do confinamento do

concreto em armaduras transversais circulares, quadradas e retangulares.

Figura 2.3 – Confinamento por estribos quadrados e espiral circular (MACGREGOR,

1988).

No caso de estribos quadrados ou retangulares, uma considerável parte da seção

transversal do concreto pode não ser confinada. Devido ao arco interno entre os cantos, o

concreto é confinado efetivamente somente nos cantos e na região central da seção.

Contudo, o confinamento por estribo de aço pode produzir um significativo acréscimo na

ductibilidade do elemento, e na resistência à compressão do concreto.

É evidente que o confinamento por armadura transversal tem pequeno efeito na

curva tensão-deformação até que a resistência uniaxial do concreto é atingida. A forma da

curva tensão-deformação para altas taxas de deformações é função de muitas variáveis, as

maiores delas podem ser listadas:

• A razão entre o volume do aço transversal e o volume de concreto,

porque um alto conteúdo de armadura transversal irá significar uma alta

pressão de confinamento transversal.

Page 52: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

43

• O valor da resistência da armadura transversal, pois aço de alta

resistência proporciona um aumento no limite da pressão de

confinamento.

• A razão entre a área da armadura transversal e a dimensão do núcleo do

concreto, porque uma menor área leva a um confinamento mais efetivo,

conforme ilustrado na Figura 2.4. O concreto é confinado pelo

arqueamento do concreto entre as barras transversais e se a área é

grande fica evidente que um grande volume de concreto não pode ser

confinado e pode lascar nas extremidades.

Figura 2.4 – Efeito do espaçamento da armadura transversal na eficiência do confinamento

(MACGREGOR, 1988).

• A razão entre o diâmetro das barras transversais e o comprimento sem

ancoragem das barras transversais, no caso de estribos retangulares,

quadrados e circulares, porque o maior diâmetro leva a um

confinamento mais efetivo. No caso de espiral circular (helicoidal), esta

variável não tem significado: por exemplo, a espiral terá uma tração

axial e aplicará uma pressão radial uniforme no concreto.

Page 53: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

44

• O volume e tamanho da armadura longitudinal, porque este aço irá

confinar o concreto. Barras longitudinais são usualmente de grandes

diâmetros, e os diâmetros das barras são geralmente o necessário para

poder efetivamente confinar o concreto. Todavia, as barras longitudinais

devem ser colocadas em direções opostas ao aço transversal porque do

aço transversal provém a reação confinada nas barras longitudinais, e se

estas se movem é necessário levá-las para um contato efetivo como o

aço transversal, porque o concreto de baixa resistência é mais dúctil do

que o de alta resistência.

• A resistência do concreto, porque o concreto de baixa resistência é mais

dúctil do que o de alta resistência.

• A taxa de aplicação da carga, porque a relação tensão-deformação do

concreto depende do tempo.

Fora da armadura transversal o concreto não é confinado, e no cobrimento ou

casca podem-se esperar características de tensão-deformação diferentes das do concreto

dentro da armadura transversal. Para uma alta taxa de armadura transversal a contribuição

do cobrimento do concreto a altas cargas pode ser ignorada. O cobrimento do concreto

pode assumir as características do concreto não confinado e não contribuindo para altas

deformações. Se a taxa de armadura transversal é baixa, o cobrimento do concreto tenderá a

destacar mais lentamente e tenderá a atuar mais com o núcleo confinado (MACGREGOR,

1988 apud GUIMARÃES, 2004).

2.4 – PRESENÇA DA ARMADURA TRANSVERSAL

Em alvenaria estrutural tem se tornado uma prática a introdução de uma

ferragem transversal nas alturas de portas e janelas. Tal ferragem teria a função de evitar

fissuração devida à concentração de tensões nestas regiões, conforme ilustra a Figura 2.5.

Page 54: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

45

Apesar de ser uma prática adotada, a eficiência desta ferragem é duvidosa, haja

vista a pouca aderência entre a ferragem e a argamassa.

Figura 2.5 – Concentração de tensões e fissurações nas regiões das janelas.

Outro uso da ferragem transversal é na amarração das paredes. Esta ferragem é

utilizada conforme os detalhes apresentados na Figura 2.6.

Figura 2.6 – Detalhes de amarração entre paredes.

Page 55: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

46

CAPÍTULO 3

PARÂMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS

Alguns parâmetros são levados em consideração para dimensionamento dos

blocos, tais como: os métodos das tensões admissíveis e estados limites, resistência à

compressão dos seus componentes. São dadas também neste capítulo algumas definições

básicas relacionadas às características geométricas das paredes.

3.1 – TENSÕES ADMISSÍVEIS E ESTADOS LIMITES

3.1.1 - TENSÕES ADMISSÍVEIS

A segurança de uma estrutura pode ser entendida como a capacidade de suportar

as diversas ações previstas durante a sua vida útil, garantida sua funcionalidade conforme

sua destinação.

O conceito de segurança está baseado na hipótese de que o comportamento

estrutural é determinístico, ou seja, para um mesmo corpo, sob as mesmas condições de

vinculação, a repetição de uma solicitação ao longo do tempo produzirá as mesmas

respostas estruturais, tais como: deformações, tensões, esforços e deslocamentos.

O método das tensões admissíveis introduz a segurança no projeto estrutural

mediante o estabelecimento de um coeficiente de segurança interno σi. É imposta a

condição de que as maiores tensões na estrutura não ultrapassam valores admissíveis,

estabelecidos de forma empírica, a partir da divisão de tensões de ruptura ou de escoamento

pelo coeficiente σi. A aplicação desse método pode ser resumida pela Equação 3.1, a seguir.

Page 56: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

47

S ≤ R / σi ( 3.1)

Em que: S = máxima tensão atuante;

σi = coeficiente de segurança interno;

R = tensão de ruptura ou de escoamento do material.

Este método tem algumas deficiências que podem ser consideradas sérias com: a

dificuldade de se interpretar o coeficiente σi como um coeficiente externo; a preocupação

exclusiva com a relação serviço-ruptura e adequação apenas para o comportamento linear.

3.1.2 – ESTADOS LIMITES

Outra forma de se conceituar a segurança de uma estrutura é a introdução da

idéia de estado limite. Segura é a estrutura que não atinge nenhum estado limite durante a

sua vida útil.

Temos dois tipos de estados limites:

1- Estado Limite Ultimo (ELU);

2- Estado Limite de Serviço (ELS).

O estalo limite último (ELU) corresponde ao esgotamento da capacidade

portante da estrutura e pode ser ocasionado por diversos fatores: perda de estabilidade de

equilíbrio, ruptura, colapso, deterioração por fadiga ou excesso de deformação plástica que

inviabilize a sua utilização como estrutura.

O estado limite de serviço (ELS) está relacionado a exigências funcionais ou de

durabilidade da estrutura e pode ser causada por excesso de deslocamentos, deformações,

danos ou vibrações.

Page 57: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

48

A segurança é introduzida mediante a verificação dos estados limites de serviço

e através de coeficientes de segurança externos σe relativos aos estados de limites últimos.

O estabelecimento dos coeficientes σe é feito de maneira empírica. A vantagem do método

dos estados limites sobre o das tensões admissíveis é que ele permite a definição de um

critério direto para resistência e para as condições de serviço da estrutura.

O dimensionamento com base nos estados limites pode ser resumido conforme

a Equação 3.2.

Rd – Sd ≥ 0 (3.2)

Em que: Rd = Rk / σm : resistência de cálculo;

Sd = S(σf x Fk) : solicitação de cálculo;

σm e σf : coeficientes de ponderação;

Rk e Fk : valores característicos de resistência e ação, respectivamente.

Geralmente os valores característicos são escolhidos de modo que 95% das

resistências verificadas na estrutura excedam Rk e 95% das ações aplicadas sejam menores

que Fk.

A norma brasileira NBR 10837 – Cálculo de Alvenaria Estrutural de Blocos

Vazados de Concreto, assim como a norma americana ACI 530 – Building Code

Requirements for Masonry Structures, adotam o método das tensões admissíveis para a

introdução da segurança estrutural. Entretanto, a BS 5628 – Code of Practice for Use of

Masonry já adota os estados limites.

De fato, seria interessante se a norma brasileira adotasse o conceito de estados

limites. Além de ser o mais adequado, por permitir melhor conhecimento da segurança da

estrutura, esse é o conceito que serve de base para as demais normas existentes no País, até

Page 58: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

49

mesmo para algumas que complementam o próprio emprego da alvenaria como sistema

estrutural (RAMALHO, 2003).

3.2 –RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DA ALVENARIA

A resistência à compressão é, obviamente, o parâmetro de resistência mais

importante para a alvenaria estrutural. Alguns componentes da alvenaria estrutural

influenciam diretamente na resistência à compressão, tais como: blocos, argamassa, graute

e armadura.

3.2.1 – BLOCOS

A resistência dos blocos tem caráter predominante dentre os fatores que

exercem influência na resistência à compressão dos painéis de parede.

O conceito essencial quando se trata da influência da resistência dos blocos na

resistência à compressão das paredes é a eficiência, ou seja, a relação entre a resistência da

parede e a resistência do bloco que a compõe. Como segue a Equação 3.3.

Φ = f par / f b (3.3)

Em que: f par: resistência da parede;

f b: resistência do bloco.

A eficiência costuma variar bastante, dependendo de sua forma, material e até

mesmo da resistência dos blocos. Normalmente, quanto mais resistente for o bloco menor

será a eficiência e vice-versa. Também pode se considerar que usualmente os blocos

Page 59: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

50

cerâmicos apresentam uma eficiência menor que a dos blocos de concreto. Além disso,

características dos outros componentes podem influir na eficiência parede-bloco. O Quadro

3.1 apresenta os valores mínimo e máximo da eficiência parede-bloco.

Bloco Valor Mínimo Valor Máximo

Concreto 0,40 0,60

Cerâmico 0,20 0,50

Quadro 3.1 – Valores da eficiência parede-bloco (RAMALHO, 2003).

3.2.2 – ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO

3.2.2.1 – FUNÇÕES E IMPORTÂNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO

As argamassas de assentamento têm as funções básicas de unir e ao mesmo

tempo separar as unidades de blocos e tijolos.

Unir para tornar o conjunto monolítico, distribuindo adequadamente os esforços,

estanque e durável.

Separar as unidades para compensar suas irregularidades geométricas e absorver

deformações de movimentações térmicas, higroscópicas e de pequenos recalques,

distribuindo estas variações volumétricas e diferenciais numa rede de microfissuras não

danosa.

Para que estas funções sejam cumpridas a contento, as argamassas de

assentamento devem apresentar propriedades desejáveis nos estados plástico e endurecido.

No estado plástico a argamassa deve ser trabalhável, mantendo-se íntegra sobre

a colher de pedreiro durante o manuseio horizontal (coesão), deslizando sem grudar quando

da colocação sobre a unidade (fluidez), além de possibilitar espalhamento fácil sobre a

Page 60: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

51

unidade (extensão), permanecendo plástica durante o alinhamento, prumo e nível das

unidades.

A retenção de água é outro importante requisito. Com altos valores se assegura

a hidratação do cimento, sem perda de plasticidade. Argamassas pouco retentivas, além de

dificultarem o manuseio, podem apresentar expansões indesejáveis nos blocos de alto poder

de sucção, aumentando o potencial de retração na secagem.

No estado endurecido, a argamassa deve apresentar, em primeiro lugar, boa

aderência com a unidade. Esta é, pois uma propriedade conjunta do par junta de

argamassa/unidade. A boa união vai depender das características dos dois componentes

individualmente e da sua compatibilidade, primordialmente. A argamassa boa para um tipo

de bloco poderá ser péssima para outro. A aderência, após a resistência à compressão das

unidades, é a mais importante propriedade na alvenaria estrutural.

A junta de argamassa deve apresentar satisfatória resistência, isto é, capacidade

de deformar-se sem romper macroscopicamente. Argamassas muito fortes podem

comprometer a estanqueidade da alvenaria por serem suscetíveis a fissuras de maior

abertura quando da absorção das movimentações da alvenaria.

A resistência à compressão da argamassa deve ser adequada à resistência da

unidade de alvenaria, nunca superando-a . Não é fundamental na resistência do conjunto

por isso a preocupação de um rigoroso controle de água, como no concreto, é aqui

descabida, até certos limites. Na alvenaria, a resistência à compressão da junta de

argamassa cresce, em relação ao valor obtido no ensaio uni-axial, por encontrar-se

parcialmente confinada lateralmente também pelas unidades. A resistência à compressão

axial, no entanto, é importante para o controle de qualidade da argamassa, isto é, permite

detectar possíveis erros de medição na mistura (CAVALHEIRO,1995).

No estado endurecido, outra propriedade a ser considerada é a retração na

secagem da argamassa. Deve ser pouca e sua amplitude controlada não só no teor de água,

mas na escolha da areia (granulometria contínua), teor de cimento (não muito elevado) e

proteção à condições ambientais desfavoráveis (altas temperaturas, baixa umidade relativa

do ar e fortes ventos).

Page 61: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

52

3.2.2.2 - ADEQUAÇÃO DE TRAÇO

O simples conhecimento das funções e propriedades da argamassa deve ser

suficiente para a conscientização dos riscos da adoção de traços consagrados, que passam

de um para outro e são empregados, de forma indiscriminada, em alvenaria de

características as mais diversas.

Por outro lado é preciosismo, para as obras correntes, a definição do traço da

argamassa por meio de “dosagem experimental”, à semelhança do que é feito no concreto.

No concreto, o controle a/c é vital para assegurar a resistência exigida, que, por

sua vez, é a característica mais importante. Resistência e trabalhabilidade caminham em

sentidos opostos com relação à água, o que é contornado, em geral, com a mistura de

aditivos químicos.

Já na argamassa do assentamento ocorre relativa despreocupação com o fator

a/c, uma vez que a resistência à compressão não é a característica principal exigível, e a

água deve ser a necessária para conferir boa trabalhabilidade e, portanto, pode ser

determinada pelo próprio pedreiro.

Na alvenaria estrutural, é importante a escolha correta do traço da argamassa de

acordo com a utilização da estrutura da alvenaria. Este traço é, geralmente, definido na fase

de projeto. Porém, quando este não define o traço a ser utilizado, pode-se recorrer às

recomendações de normas, que apresentam composições ideais para a argamassa a ser

utilizada em alvenaria estrutural, bem como o uso ideal de cada traço.

As normas relativas de alvenaria estrutural de países como Inglaterra, Estados

Unidos, Alemanha, entre outros, recomendam grupos de argamassa, com proporcionamento

dos materiais ajustados dentro de estreitas faixas, devendo os mesmos respeitarem

características prefixadas.

Assim, no estágio atual da normalização brasileira, parece apropriado o caminho

da adequação de traços, com base nas recomendações de normas consagradas (BS, ASTM,

DIN e outras). Dentre as normas internacionais mais utilizadas pode-se destacar a Inglesa

BS 5628, a alemã DIN 1053 e a americana ASTM C270.

Page 62: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

53

A norma americana ASTM C 270, por exemplo, recomenda para paredes

estruturais externas, acima do nível do chão, argamassa do tipo N, ou seja, um volume de

cimento, de 0,5 a 1,25 volumes de cal hidratada, e um volume de areia de 2,25 a 3 vezes o

volume dos aglomerantes

A norma inglesa apresenta quatro traços para argamassa, conforme apresentado

no Quadro 3.2.

Quadro 3.2 – Argamassas propostas pela BS 5628 (ROMAN, 1996).

A norma americana, por sua vez, apresenta cinco traços (Quadro 3.3),

estabelecidos de acordo com as condições de carregamento e exposição da alvenaria:

• Tipo M - Para alvenarias em contato com o solo;

• Tipo S - Para alvenaria sujeita a esforços de flexão;

• Tipo N - Para alvenaria expostas sem contato com o solo;

• Tipo O - Para alvenaria de tijolos maciços onde a tensão de compressão não seja

maior que 0,70 MPa e que não esteja exposta a meio agressivo;

• Tipo K - Para alvenaria de vedação;

Traço (em volume) Resistência à compressão

aos 28 dias (MPa)

Tipo de

Argamassa

Cimento Cal Areia Laboratório Obra

( i ) 1 0 a 1/4 3 16,0 11,0

( ii ) 1 ½ 4 a 4,5 6,5 4,5

( iii ) 1 1 5 a 6 3,6 2,5

( iiii ) 1 2 8 a 9 1,5 1,0

Page 63: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

54

Quadro 3.3 - Argamassas recomendadas pela ASTM C 270 (ASTM, 1993).

Já a norma alemã recomenda três traços, conforme Quadro 3.4, divididos de acordo

com o tipo de construção (SABBATINI, 1998):

• Grupo I - Uso para edifícios de até dois pavimentos e quando a espessura das

paredes for maior ou igual a 24 cm;

• Grupo II e IIa - Não permitido para a alvenaria armada;

• Grupo III - Não apresenta restrições.

Traço (em volume) Tipo de

argamassa Cimento Cal Areia

Resistência à compressão

mínima (MPa)

I - 1 3 -

II 1 2 8 2,5

IIa 1 1 6 4,9

III 1 - 4 9,8

Quadro 3.4 - Argamassas recomendadas pela DIN 1053 (SABBATINI, 1989 apud

CUNHA, 2001).

Traço (em volume) Tipo de

argamassa Cimento Cal Areia

Resistência à compressão

aos 28 dias (MPa)

M 1 - 17,2

S 1 0,25 a 0,50 12,4

N 1 0,50 a 1,25 5,2

O 1 1,25 a 2,50 2,4

K 1 2,50 a 4,00

De 2,25 a 3,00

vezes a soma

dos volumes de

cimento e cal

0,5

Page 64: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

55

Seguindo essa linha de ação, a partir do tipo de argamassa selecionado destas

normas e da própria experiência de obras do pedreiro, alguns ensaios são realizados,

objetivando afinar o traço referencial com as características dos materiais a serem utilizados

e outras especificidades pertinentes.

Como orientação geral, em primeiro lugar deve-se compatibilizar a argamassa

com a unidade de alvenaria a ser empregada. E para tal deve-se ajustar a trabalhabilidade da

argamassa ao peso da unidade e ao processo de aplicação (colher ou bisnaga),

determinando-se, para tanto, o Ìndice de Consistência adequado, o que pode ser feito

através do Ensaio de Consistência – Flow Table -NBR 11508 (ABNT, 1996), conforme

Fotografia 3.1.

Em segundo lugar, avaliar a capacidade de absorção inicial de água pelo bloco

(ou tijolo) no momento do assentamento (Sucção). Esta propriedade pode ser medida pelo

Ensaio do Ìndice Inicial de Absorção. O valor deste índice é determinante para a definição

da intensidade de molhagem das unidades cerâmicas.

O Ensaio de Retenção de água (NBR 9287/8827) vai, por outro lado, indicar se

ocorre harmonia entre esta propriedade da argamassa e as condições de exposição climática

da alvenaria a ser executada (calor, vento, baixa umidade relativa, exigem argamassas mais

retentivas).

Com os ensaios básicos citados pode-se chegar a um proporcionamento

adequado dos materiais.

Fotografia 3.1 – Ensaio de consistência de argamassa- Flow Table (NBR 11508).

Page 65: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

56

Fundamentalmente, o que se pretende é uma boa aderência do par unidade/junta,

com condições de absorção de movimentações naturais da alvenaria, sem fissuração

macroscópica, e uma adequada resistência à compressão.

3.2.2.3 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

É interessante se destacar pelo menos dois fatores quando se trata da influência

da argamassa na resistência à compressão das paredes: a espessura da junta horizontal e a

resistência à compressão da argamassa.

Quanto ao primeiro aspecto, está bem estabelecido que a espessura da junta

precisa se situar dentro de limites muito estreitos. Ela não pode ser muito pequena, pois isso

poderia permitir que, por falhas na execução, pontos das superfícies dos blocos acabassem

se tocando. Obviamente, essa situação provocaria uma concentração de tensões que

prejudicaria a resistência da parede. Entretanto, desde um trabalho pioneiro de Francis

(1971) foi comprovado que a resistência da parede decresce com o aumento da espessura da

junta horizontal. Assim, segundo Sahlin (1971) apud Camacho (1995), a cada aumento de

0,30 cm na espessura há uma redução de 15% na resistência da parede. Numa concordância

implícita com esses fatos apresentados, a NBR 10837 especifica que a espessura da junta

horizontal entre blocos deve ser 0,50 a 1,00 cm, a menos que se justifique tecnicamente a

adoção de outro valor.

Quanto à resistência à compressão da argamassa, esse parâmetro não influi de

forma tão significativa na resistência à compressão da parede. Apenas se a resistência da

argamassa for menor que 30% ou 40% da resistência do bloco é que essa influência pode

ser considerada importante.

Na verdade, argamassas exageradamente resistentes podem apresentar até

mesmo um efeito contrário ao desejado, reduzindo a resistência final da parede. Dessa

forma parece interessante a recomendação de Gomes (1983), que concluiu que a argamassa

deve ter como resistência um valor de 70% a 100% da própria resistência do bloco. Pode-se

Page 66: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

57

até afirmar que para argamassas com resistências em torno de 50% da resistência dos

blocos dificilmente haverá uma queda significativa na resistência da parede.

Segundo Muller (1989), as argamassas só de cimento, apesar de atingirem

resistências elevadas capazes de suportar as cargas impostas, não são adequadas para a

alvenaria estrutural porque uma proporção relativa de cimento baixa não permite a

trabalhabilidade necessária e uma proporção normal (traço de 1:3 de cimento e areia, em

volume) ou mais alta pode ser anti-econômica e/ou trazer problemas aos elementos como

fissuras devido à retração na secagem, comprometendo as suas funções.

3.2.3 – GRAUTES

Consiste em um concreto fino (microconcreto) formado de cimento, água,

plastificante, agregado miúdo e agregado graúdo de pequena dimensão (até 9,5 mm), com

alta fluidez. Esta fluidez é fundamental para que o graute possa preencher os furos dos

blocos vazados sem sofrer segregação. Além de sua alta fluidez, o graute deve apresentar

boa trabalhabilidade e boa capacidade de reter água, evitando perdas excessivas de água

para o bloco.

Para Drysdale et al. (1994), o graute para a construção de alvenaria é uma forma

de concreto com alta fluidez constituído de materiais cimentícios, agregados e água. Na

NBR 8798 (ABNT, 1985), o graute é definido como sendo um elemento de preenchimento

dos blocos, funcionando como ligação entre blocos e as armaduras, além de possibilitar um

aumento na resistência à compressão da alvenaria.

A Fotografia 3.2 apresenta o processo de grauteamento de prismas de solo-

cimento, realizado no laboratório de materiais da Escola de Engenharia Civil da

Universidade Federal de Goiás.

Page 67: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

58

Fotografia 3.2 – Grauteamento de prismas de solo-cimento.

3.2.3.1 – FUNÇÕES E CLASSIFICAÇÃO

O graute é um material que possui como funções principais:

• Unir a armadura à unidade de alvenaria, em alvenarias armadas, realizando as

transferências de carga entre estes dois componentes; e

• Aumentar, sem alterar a resistência do bloco, a capacidade da alvenaria de suportar

cargas, pelo aumento da seção transversal resistente aos esforços.

A classificação dos grautes é função da sua utilização. Assim, a NBR 8798

(ABNT, 1985) e a ASTM C476 (ASTM, 1993), dividem os grautes em finos e grossos. Se

o espaço a ser preenchido com graute for pequeno, deve-se usar um graute mais fino,

Page 68: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

59

porém, se o espaço for maior, pode-se optar por um graute mais grosso. No caso dos blocos

de solo-cimento que apresentam grandes furos é recomendado o uso de um graute mais

grosso, por ser mais econômico (menor consumo de cimento) e por reduzir as fissuras

causadas pela retração por secagem. Os Quadros 3.5 e 3.6 mostram os traços de graute

recomendados pela ASTM C476 (ASTM, 1993) e pela NBR 8798 (ABNT, 1985),

respectivamente.

Agregados* Tipo Cimento Cal

Miúdo Graúdo

Grande fino 1 0 – 1/10 2 ¼ - 3 -

Grande grosso 1 0 – 1/10 2 ¼ - 3 1 a 2

* com relação a massa de material cimentante

Quadro 3.5 - Traços de graute recomendados pela ASTM C46 (ASTM, 1993), em massa.

Proporções, em massa, em relação ao cimento Tipo

De

graute

Cimento Cal

hidratada

Agregado miúdo

(Dmax = 4,8mm)

Agregado graúdo

(Dmax= 19mm)

Água

Graute

Fino

1 ≤ 0,04 ≤ 2,30 - ≤ 0,75

Graute

Grosso

1 ≤ 0,04 ≤ 2,20 ≤ 1,70 ≤ 0,70

Quadro 3.6 - Proporções exigidas pela NBR 8798 (ABNT, 1985) para dosagem do graute.

3.2.3.2– PROPRIEDADES

a – Trabalhabilidade

Para existir uma boa ligação do bloco com o graute, é necessário que este

preencha o total dos vazios do bloco criando uma ancoragem entre os dois materiais, isto só

é possível com um graute de boa trabalhabilidade.

Page 69: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

60

Para isso é necessário que o graute tenha elevada fluidez, de forma a penetrar

nos vazios do bloco, além de uma boa coesão, evitando a segregação de seus componentes.

Como estas duas propriedades são contrárias, deve-se ter um ponto de equilíbrio entre elas

para se obter um graute eficiente (CALÇADA, 1998).

Conforme Drysdale et al. (1994), para se aumentar a trabalhabilidade deve-se

acrescentar mais água ao graute, apenas tendo o cuidado de que não ocorra segregação.

Porém esta prática provoca aumento da relação a/c, criando um graute muito poroso,

reduzindo assim sua resistência à compressão.

Da mesma forma que nas argamassas, a trabalhabilidade do graute está ligada

diretamente a outras propriedades como plasticidade e consistência. Assim, o parâmetro de

medir a trabalhabilidade é a consistência. No caso do graute, a consistência é determinada

através do ensaio de abatimento do tronco de cone, como no concreto simples. Este ensaio

é regulamentado pela NBR 7223 (ABNT, 1992), conforme Fotografia 3.3.

Os valores de abatimento geralmente adotados para o graute estão entre 200 e

280 mm (PRUDÊNCIO JR., 1986 apud CALÇADA, 1998). Já a norma NBR 8798 (ABNT,

1985), determina um valor de consistência de graute, pelo abatimento de tronco de cone,

200 ± 30 mm. Segundo Drysdale et. Al (1994) o abatimento pelo ensaio do tronco de cone

deve ser de 200 a 250mm.

Fotografia 3.3 – Ensaio de abatimento de tronco de cone NBR 7223.

Page 70: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

61

b – Aderência Bloco-Graute

Para resistir às solicitações e para que o bloco e o graute atuem como uma

estrutura homogênea, é necessário que exista uma boa aderência entre ambos. A ausência

ou fraca aderência entre os blocos e o graute diminui o caráter de material composto da

alvenaria, pois a transferência de tensões entre estes materiais depende desta aderência.

Há casos em que o graute possui uma resistência adequada, mas, por causa de

sua incompatibilidade, este desenvolve uma fraca aderência com o bloco. Isto prova que

não só a resistência à compressão é importante para a resistência final da alvenaria, mas

também a resistência de aderência dele com as unidades (PEREIRA DE OLIVEIRA, 1994).

O mecanismo básico da aderência bloco-graute é similar à aderência entre o

bloco e a argamassa, consistindo na penetração de parte de água do graute, contendo

partículas de cimento, nos poros capilares e nas reentrâncias do bloco, que posteriormente

se hidratam, criando um efeito de ancoragem.

Os fatores que mais influem na capacidade de aderência do graute são a

absorção do bloco, a retenção de água do graute, a relação a/c e a superfície específica dos

agregados. A absorção de água do bloco é necessária para que haja a penetração da água de

amassamento contendo as partículas de cimento, mas ela não deve ser exagerada, para que

não falte água para a completa hidratação do aglomerante. A perda exagerada de água para

o bloco pode reduzir aderência, pelo enrijecimento precoce do graute. Por isso deve-se ter

um equilíbrio entre a perda de água para o bloco e a retenção de água do graute, de forma a

proporcionar uma boa aderência entre os elementos, sem que haja prejuízo à completa

hidratação do cimento.

Segundo Pereira de Oliveira (1994), a perda de água de amassamento do graute

é causada por um desequilíbrio entre a absorção capilar dos poros dos blocos e a

capacidade de retenção de água do graute. Se esta parte de água for muito exagerada,

ocorrerão retrações plásticas iniciais que prejudicarão o contato do graute com a superfície

dos blocos.

Já a dimensão e a área específica dos agregados modificam o arranjo espacial e

a estrutura do graute na zona de transição. Tanto valores baixos como os altos reduzem a

Page 71: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

62

resistência de aderência, pois superfícies específicas baixas promovem a presença de vazios

e as altas superfícies provocam redução da quantidade de cimento por área dos agregados,

reduzindo a ligação entre as partículas. Deve-se então ter uma área específica intermediária

para atender bem à resistência de aderência do graute (PEREIRA DE OLIVEIRA, 1994).

c – Resistência à compressão

Ao se preencher os furos dos blocos com o graute, uma das suas funções é

aumentar a capacidade portante da alvenaria. Por isso, a resistência deste graute é

extremamente importante para a resistência da alvenaria como um todo.

O graute para atender o requisito da trabalhabilidade, no estado fresco, precisa

ter altas relações a/c (0,8 a 1,2) para preencher os furos da alvenaria. Altas relações de a/c

podem reduzir a resistência à compressão do graute e em conseqüência da alvenaria. Porém

isto não ocorre desta forma, pois ao ser colocado nos furos das unidades, o graute entra em

contato com uma superfície muito absorvente (a parede do bloco). Assim, parte da água é

retirada, deixando o graute com uma relação a/c final da ordem de 0,5 a 0,6,

proporcionando assim ganho de resistência (GALLEGOS, 1991). Por outro lado, não há

alcance da capacidade máxima da resistência da alvenaria, pois a sucção de água pelo bloco

cria também uma interface bloco-graute porosa, resultando em uma menor área de contato

entre estes componentes.

De maneira geral a resistência à compressão da alvenaria aumenta com o

acréscimo de resistência do graute, como mostram vários pesquisadores, porém esta relação

não é linear (CALÇADA, 1998). Além disso, nem toda a resistência do graute é transmitida

para a alvenaria, ocorrendo certas perdas devidas à ligação imperfeita entre os

componentes.

Segundo o ACI 530 / ASCE 5 / TMS 402 (1992), a resistência do graute não

deve ser inferior a 13,8 MPa, para corpos de prova moldados de acordo com a ASTM

C1019 (ASTM, 1993).

Page 72: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

63

A influência do graute na resistência das paredes deve ser computada levando-se

em conta duas situações distintas.

Quando o grauteamento ocorre em blocos vazados de concreto, esse

preenchimento, realizado com um material muito semelhante ao material do próprio bloco,

pode ser avaliado de forma relativamente simples. A utilização do graute leva a simples

aumento da área líquida da unidade, podendo o acréscimo de capacidade portante da parede

ser quantificado sem grandes complicações.

Já para os blocos cerâmicos, essa avaliação torna-se mais complexa. Por se

tratarem de materiais diferentes, ainda que de mesma resistência, fica mais difícil prever

com clareza a resistência final do conjunto bloco-graute. O comportamento do conjunto

dos dois materiais poderia ser influenciado negativamente, por exemplo, pelas diferentes

características elásticas de cada um.

3.2.4– ARMADURAS

De fato, o aço nas estruturas de alvenaria acaba tendo sua capacidade pouco

aproveitada na resistência à compressão, pois a tensão usualmente fica limitada a valores

bem abaixo da tensão de escoamento do material. A imposição de limites excessivamente

baixos para as tensões no aço é explicada pela necessidade de se evitar uma fissuração

excessiva, bem como garantir a aderência entre as barras de aço e o graute que as envolve.

Segundo Ramalho (2003), essa limitação leva a uma contribuição menor do que

aquela que se poderia esperar, especialmente porque a resistência à compressão dos outros

componentes da alvenaria é relativamente elevada. Na verdade a alvenaria armada parece

mais adequada quando se necessita conferir ductibilidade à estrutura, aumentar o limite

normalizado para a esbeltez de paredes ou quando se necessita de acréscimo muito

localizado de resistência.

Page 73: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

64

3.2.5 – AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Alguns procedimentos podem ser utilizados para uma avaliação da resistência à

compressão das paredes de alvenaria. A seguir, são resumidos dois procedimentos, sendo

discutidas as principais vantagens e desvantagens de cada um.

3.2.5.1 – ESTIMATIVA POR MEIO DA RESISTÊNCIA DO PRISMA

Prismas são elementos obtidos pela superposição de um certo número de blocos,

normalmente dois ou três, unidos por junta de argamassa e destinados ao ensaio de

compressão axial.

A estimativa da resistência de paredes através do ensaio de prismas é o

procedimento adotado pela NBR 10837, sendo também permitido pelo ACI 530. É

extremamente interessante e representa um avanço significativo do ponto de vista de se

obter um método de dimensionamento válido para praticamente qualquer condição de

unidade, argamassa ou mesmo graute.

Um outro ponto positivo desse procedimento é que os ensaios podem ser

realizados com facilidade por qualquer laboratório minimamente equipado e que realize

controles usuais para estruturas de concreto armado.

A NBR 10837, em seu item 5.3.1, é enfática na especificação do prisma como

resistência básica da alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto, e pode-se

reproduzir as suas palavras textuais.

“As tensões admissíveis para alvenaria não-armada e para alvenaria armada

devem ser baseadas na resistência dos prismas (fp) aos 28 dias ou na idade na qual a

estrutura está submetida ao carregamento total. Nas plantas submetidas à aprovação ou

usadas em obras, deve constar claramente a resistência (fp) na idade em que todas as partes

das estruturas foram projetadas”.

Page 74: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

65

E é importante ressaltar que, apesar da NBR 10837 ser uma norma voltada

especificamente aos blocos vazados de concreto, não há nenhuma incoerência conceitual

em estender esse procedimento a unidades de outros tipos ou material.

Pode-se considerar o fator de eficiência, neste caso que se analisa uma relação

entre a resistência do prisma e do bloco que o compõe. Essa relação pode ser escrita

matematicamente como na Equação 3.4.

Φ = fp / fb (3.4)

Em que:Φ: fator de eficiência;

fp : resistência de prisma(MPa);

fb : resistência do bloco (MPa).

Normalmente esses valores da resistência prisma-bloco, para a prática corrente

no Brasil, variam de 0,50 a 0,90 para os blocos de concreto e de 0,30 a 0,60 no caso de

blocos cerâmicos (RAMALHO, 2003).

Existe ainda uma terceira relação entre resistências que é de grande importância

e que não deixa de ser uma eficiência: a relação entre a resistência da parede e do prisma.

Tornando-se um amplo conjunto de ensaios já realizados no Brasil, verifica-se que essa

relação de resistência parede-prisma situa por volta de 0,70 tanto para blocos de concreto

como para blocos cerâmicos (RAMALHO, 2003).

3.2.5.2 – ESTIMATIVA POR MEIO DOS COMPONENTES

A estimativa da resistência à compressão das paredes através dos componentes é

um procedimento muito bom, mas que apresenta um inconveniente sério para um país de

dimensões continentais e com grandes diferenças regionais. Seria preciso uma boa

padronização desses componentes para que o número de ensaios necessários a essa

Page 75: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

66

estimativa fosse razoável. Em caso contrário, a caracterização do material demandaria um

número de ensaios que acabaria praticamente inviabilizando o próprio procedimento.

A estimativa da resistência através dos componentes é o principal método

utilizado pela BS 5628, que apresenta tabelas para a resistência à compressão das paredes

em função do tipo de argamassa e da resistência das unidades. Por exemplo se forem

tomados os blocos vazados com relação entre a altura e a menor dimensão na horizontal

entre 2,0 e 4,0, os valores da resistência característica serão os do Quadro 3.7.

Resistência à compressão dos blocos (MPa) Tipo de

Argamassa 2,8 3,5 5 7 10 15 20 >= 35

(i) 2,8 3,5 5 5,7 6,1 6,8 7,5 11,4

(ii) 2,8 3,5 5 5,5 5,7 6,1 6,5 9,4

(iii) 2,8 3,5 5 5,4 5,5 5,7 5,9 8,5

(iv) 2,8 3,5 4,4 4,8 4,9 5,1 5,3 7,3

Quadro 3.7 – Resistência da alvenaria – Blocos vazados com altura/largura entre 2,0 e 4,0.

É interessante ressaltar que a BS 5628 não se refere a prismas. Quando se tratar

de uma alvenaria especial, a resistência à compressão deve ser obtida de ensaios de paredes

com pelo menos 1,20m de comprimento por 2,40m de altura.

Também o ACI 530 se utiliza deste procedimento como uma das alternativas

para o cálculo da resistência à compressão. Pode-se apresentar, por exemplo, os valores

especificados para unidades de concreto pelo ACI 530.1 Specifications for Masonry

Structures, organizados no Quadro 3.8.

Page 76: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

67

Resistência à compressão na área líquida das unidades

de concreto (MPa)

Argamassa tipo M ou S Argamassa tipo N

Resistência à compressão

da alvenaria na área

líquida (MPa)

8,59 8,93 6,87

13,06 14,78 10,31

19,25 20,97 13,75

25,78 27,84 17,19

33,00 36,09 20,62

Quadro 3.8 – Resistência da alvenaria baseada na resistência das unidades e da argamassa.

Em que: tipo M : Para alvenarias em contato com o solo;

tipo S : Para alvenaria sujeita a esforços de flexão.

A diferença em relação à BS 5628 é que o ACI 530 menciona a resistência de

prisma como a alternativa para a estimativa da resistência à compressão, num procedimento

semelhante ao admitido pela NBR 10837.

3.3 – CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DE ELEMENTOS DE ALVENARIA

Para que se possa discutir as características geométricas de elementos de

alvenaria, é importante se saber os conceitos de parede e pilar.

Segundo a NBR 10837, a parede é um elemento laminar vertical, apoiado de

modo contínuo em toda a sua base, com comprimento maior que cinco vezes a sua

espessura. Já o pilar, ainda segundo a NBR 10837, é um elemento estrutural semelhante à

parede, mas no qual o comprimento é menor que cinco vezes a sua espessura.

Page 77: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

68

3.3.1 – ESPESSURA EFETIVA PARA PILARES E PAREDES PORTANTES

Nos casos usuais, a espessura efetiva de uma parede de alvenaria é sua espessura

real, portanto, descontando-se revestimentos que possam estar presentes. Algumas normas,

dentre elas a BS 5628 e a NBR 10837, permitem que se considere uma espessura efetiva

equivalente quando se tem a presença de enrijecedores. A expressão geométrica para o caso

seria como na Equação 3.5.

tef = €tpa (3.5)

Em que: tpa : espessura real da parede;

€ : coeficiente de multiplicação apresentado na Quadro 3.9;

tef: espessura efetiva;

Le / t e te / tpa = 1 te / tpa = 2 te / ta = 3

6 1,0 1,4 2,0

8 1,0 1,3 1,7

10 1,0 1,2 1,4

15 1,0 1,1 1,2

>= 20 1,0 1,0 1,0

*OBS.: é possível a interpolação de valores.

Quadro 3.9 – Coeficiente de multiplicação (€) (RAMALHO, 2003).

Onde : Le : largura efetiva;

te: travamento efetivo.

Page 78: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

69

3.3.2 – ALTURA EFETIVA

A altura efetiva de parede e pilares de alvenaria, aqui denominada hef, é um dos

parâmetros mais importantes para o cálculo da esbeltez de um elemento. A NBR 10837, o

ACI 530 e a DIN 1053- Alvenaria: Cálculo e Execução apresentam prescrições muito

simples que podem ser resumidas nos itens seguintes:

- Quando existe travamento na base e no topo, a altura efetiva deve ser a

própria altura real da parede (hef = h);

- Quando a extremidade superior estiver livre, a altura efetiva será duas

vezes a altura real do elemento (hef = 2h).

3.3.3 – ESBELTEZ

A esbeltez é definida usualmente pela divisão da altura efetiva pela espessura

efetiva, conforme Equação 3.6:

λ = hef / t ef (3.6)

Em que: h ef : altura efetiva;

A norma NBR 10837 apresenta para esse parâmetro, os valores limites que estão

organizados no Quadro 3.10.

Page 79: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

70

Tipo de Alvenaria Elemento Esbeltez

Paredes 20

Pilares 20

Não-armada

Pilares isolados 15

Armada Paredes e pilares 30

Não-estrutural Paredes 36

Quadro 3.10 – Índices máximos de esbeltez na NBR 10837.

Salienta-se que é em função da esbeltez máxima que se estabelece a espessura

efetiva mínima das paredes. Considerando-se uma parede com 280 cm de altura efetiva,

obtêm-se a espessura mínima de 14 cm.

Page 80: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

71

CAPÍTULO 4

MATERIAIS E METÓDOS

Na produção dos elementos estruturais (blocos, prismas e grautes) e argamassas

foram utilizados os seguintes materiais: solo, cimento portland, cal hidratada, agregados e

água; e desenvolvida a seguinte metodologia: produção dos blocos, confecção de blocos e

prismas, confecção da ferragem transversal e avaliação da resistência à compressão.

4.1 – SOLO

O solo utilizado foi coletado na parte inferior da Praça Tamandaré, no Setor

Oeste, na cidade de Goiânia, Goiás. O local da retirada foi em uma área que estava

ocorrendo movimento de terra para a construção de um supermercado.

O material foi extraído em uma profundidade entre dois e três metros, evitando-

se assim a presença de matéria orgânica em excesso. A quantidade recolhida preencheu um

caminhão caçamba de 12 m3.

O solo foi transportado para o Laboratório de Materiais de Construção da Escola

de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás, onde foi realizada a secagem ao ar

livre, o destorroamento e o armazenamento em sacos plásticos lacrados com vinte e cinco

quilogramas, conforme Fotografia 4.1 a seguir. A umidade higroscópica foi calculada

individualmente em cada saco de solo, conforme Anexo A.

Foi utilizado um percentual de 10% de cimento em relação à massa do solo, em

função da melhor performance de resistência à compressão e economia conforme pesquisa

de Miranda (2007).

Page 81: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

72

Fotografia 4.1 - Amostra de solo - escavação de obra de Goiânia (GO).

4.2 - CIMENTO PORTLAND

O cimento empregado em nossa pesquisa foi o CP II F-32. O critério

determinante da escolha deste tipo de cimento para os ensaios foi a sua fácil disponibilidade

comercial em Goiânia (GO).

4.3 – CAL HIDRADATA

A cal hidratada utilizada na produção da argamassa foi a cal hidratada

industrializada da marca Itaú. Da mesma forma que o cimento o critério da sua escolha foi

a sua fácil disponibilidade no comércio de materiais de construção de Goiânia (GO).

Page 82: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

73

4.4 – AGREGADOS

4.4.1 – AGREGADOS PARA CONFECÇÃO DA ARGAMASSA

O agregado utilizado para a confecção dos traços de argamassa foi areia natural

oriunda de uma draga do rio Meia Ponte (GO), conforme mostra a Fotografia 4.2. Utilizou-

se para seu peneiramento a peneira de diâmetro 1.18 mm, ou seja, obteve-se uma

granulometria contínua como é recomendável para uso para argamassas.

Fotografia 4.2 – Areia natural do rio Meia Ponte (GO).

4.4.2 - AGREGADOS PARA CONFECÇÃO DO GRAUTE

Os agregados utilizados para confecção do traço de graute foi a areia natural

originada do rio Meia Ponte (GO) e o agregado graúdo originado de britagem de rochas de

pedreira do município de Goiânia (GO), a brita zero, conforme Fotografia 4.3.

Page 83: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

74

Fotografia 4.3 – Brita zero – Pedreira de Goiânia(GO).

4.5 – ÁGUA

A água empregada na confecção dos tijolos de solo-cimento foi coletada da rede

pública de abastecimento da cidade de Goiânia (GO).

4.6 – FERRAGEM – ACO CA-60

A ferragem transversal utilizada foi o aço CA-60 da Gerdal, disponível no

comércio de materiais de construção de Goiânia (GO) , com Φ = 3.4 mm, conforme

Fotografia 4.4.

Fotografia 4.4 – Ferragem transversal – Aço CA 60.

Page 84: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

75

4.7 – CONFECÇÃO DOS BLOCOS

Nesta etapa foram escolhidos os materiais para a produção dos blocos de solo-

cimento (solo, cimento e água) e pesados no laboratório de materiais de construção da

Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás, conforme tabelas do Anexo

B.

Para o cálculo do teor de umidade de água no solo natural foram separadas

amostras de solo com 25 kg cada e retiradas para cada amostra três cápsulas metálicas de

solo, que foram levadas para estufa do laboratório de mecânica do solo da Escola de

Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás por 24horas, conforme anexo A.

Através da média aritmética definiu-se o teor de umidade médio para cada amostra do solo,

conforme Anexo A. Através do ensaio de compactação do solo realizado por Miranda

(2007), definiu-se a densidade do solo úmido (d=2,05) e a umidade ótima (hot = 17,33).

Com esses dados encontrou-se a quantidade de água para 25 kg de massa de solo e o

cimento a ser adicionado na betoneira para amassamento para a confecção dos blocos de

solo-cimento.

Os blocos foram moldados em prensa hidráulica com capacidade para 100

toneladas, conforme Fotografia 4.5, em um mesmo dia, em uma indústria local do

município de Goiânia.

Fotografia 4.5 - Prensa hidráulica com capacidade para 100 toneladas.

Page 85: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

76

Em seguida, foram depositados em estaleiros na indústria local de Goiânia

(GO), conforme Fotografia 4.6. A cura dos blocos neste local foi realizada por 48 horas

após seis horas de fabricação, com o auxílio de um borrifador em um intervalo de duas em

duas horas.

Fotografia 4.6 – Armazenamento dos blocos na indústria local de Goiânia (GO).

Após esse período os mesmos foram transportados, com os devidos cuidados,

para o laboratório de materiais de construção da Escola de Engenharia Civil da

Universidade Federal de Goiás. Do terceiro ao sexto dia da moldagem, a cura úmida

continuou a ser realizada durante o dia, de duas em duas horas dentro do laboratório de

materiais, conforme Fotografia 4.7.

Fotografia 4.7 – Cura úmida – laboratório de materiais de construção da UFG.

Page 86: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

77

4.8 – AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS BLOCOS E

PRISMAS AOS 07 E 28 DIAS

Foram avaliadas as resistências mecânicas aos sete e 28 dias dos blocos e

prismas grauteados e não-grauteados conforme quantidades especificadas no Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Quantidade de blocos e prismas grauteados e não-grauteados submetidos ao

ensaio de resistência à compressão.

Blocos Prismas Grauteados Não-grauteados Grauteados Não-grauteados

07dias 28dias 07dias 28dias 07dias 28dias 07dias 28dias 10 10 10 10 10 10 10 10

Quanto à argamassa de assentamento foi adotado o traço de 1:3 de cimento,

areia, respectivamente com relação água/cimento de a/c = 0,83. A Fotografia 4.8 demonstra

o preparo da argamassa de cimento.

Quanto ao graute foi adotado o traço de 1 : 2,97 : 3,43 de cimento, areia e brita

zero, respectivamente, com relação água/cimento de 0,85 e slump de 200 ± 30mm,

conforme Anexo C.

Fotografia 4.8 - Preparo da argamassa de cimento – Traço 1:3.

Page 87: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

78

Para determinação da consistência do graute, realizou-se o ensaio de

Abatimento de Tronco de Cone, conforme especificado pela NBR 7223 (ABNT, 1992).

Para determinação das resistências de argamassa e do graute foram confeccionados 06

corpos de prova de cada, ensaiados aos sete e 28 dias, conforme Fotografia 4.9.

Fotografia 4.9 – Corpos de prova de graute.

As unidades foram submersas em água por 30 minutos para se evitar a perda da

água de amassamento para o bloco, conforme Fotografia 4.10.

Fotografia 4.10 - Blocos submersos em água antes da moldagem.

Page 88: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

79

Os blocos foram compostos por duas unidades e os prismas por quatro unidades,

a junta de assentamento com 1,0 cm de espessura, utilizou-se um nível de prumo para

obtenção do maior nivelamento possível do conjunto, conforme Fotografia 4.11.

.

Fotografia 4.11 – Moldagem de prismas de solo-cimento.

Foram feitas as camadas intermediárias e inferiores no primeiro dia, após 24

horas finalizavam-se as camadas superiores dos blocos e prismas. Teve-se a preocupação

de se grautear os conjuntos de blocos e prismas que foram executados num total de 20

conjuntos. A Fotografia 4.12 mostra o ensaio de resistência à compressão dos blocos.

Fotografia 4.12 – Ensaio de resistência â compressão de blocos de solo-cimento.

Page 89: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

80

De posse dos resultados dos ensaios de resistência à compressão calcularam-se

os fatores de eficiência entre os blocos e os prismas grauteados e não-grauteados.

4.8.1 – TRAÇOS DE ARGAMASSAS

Com o fim de se avaliar a influência da resistência da argamassa na resistência

dos blocos foram confeccionados cinco conjuntos com dez corpos-de-prova de blocos cada

para serem ensaiados aos 28 dias.

Em cada conjunto foi utilizado um tipo de traço de argamassa de assentamento.

Foram adotados dois traços mistos de cimento-cal ricos, um intermediário e dois pobres.

Na escolha dos traços foi levada em consideração a sua principal característica,

ou seja, a boa trabalhabilidade. Foram definidos cinco traços em massa na ordem: cimento,

areia, cal e água, conforme o Quadro 4.1.

As consistências das argamassas dos traços foram determinadas, utilizando o

Ensaio Flow Table , conforme a NBR11508 (ABNT, 1996).

Materiais em Massa Traços

Cimento Areia Cal Água

SLUMP(mm)

A 1 3 0,25 0,95 296,00

B 1 4 0,50 1,25 289,50

C 1 5 1,00 1,65 267,50

D 1 6 1,50 2,15 260,00

E 1 7 2,00 2,55 278,00

Quadro 4.1 - Traços de Argamassa mistos.

O ensaio consiste no abatimento de uma argamassa que sofre 30 golpes, em um

tempo médio de 30 segundos, sobre uma mesa horizontal e lisa que possui um movimento

Page 90: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

81

vertical ascendente, de 12,5 ± 0,20 mm de curso, e dessa altura cai, conforme Fotografia

4.13. Após esse período se faz a leitura do índice de consistência por meio de um

paquímetro, que consiste na média aritmética das medidas dos dois diâmetros ortogonais. O

ensaio deve ser repetido sempre que houver uma diferença maior que 5,0 mm entre as duas

medidas ortogonais. A argamassa foi distribuída em três camadas mais ou menos uniformes

e dados 15, 10 e cinco golpes consecutivos com uma haste metálica especifica para o ensaio

para as devidas camadas.

Fotografia 4.13 – Mesa circular (Flow table).

Foram moldadas em um mesmo dia as seguintes quantidades de blocos para os

cincos tipos de traços de argamassas de assentamento, conforme Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Quantidade de corpos-de-prova para cada traço de argamassa de

assentamento.

Traços em massa

A B C D E

10 10 10 10 10

Page 91: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

82

Simultaneamente, foram moldados, para cada traço de argamassa de

assentamento, três corpos-de-prova para realização de ensaios de resistência à compressão

também aos 28 dias, conforme Fotografia 4.14.

Fotografia 4.14 – Corpos-de-prova de argamassa.

4.8.2 – PRISMAS COM FERRAGEM TRANSVERSAL

Para a verificação da influencia da ferragem transversal na resistência à

compressão dos prismas foi utilizada uma ferragem em forma de estribos circulares e

retangulares e ganchos combinados com a argamassa de assentamento de traço 1 : 5 : 1 :

1,65.

A ferragem utilizada foi o aço CA-60 de diâmetro Φ = 3.4 mm da Gerdal,

disponível no comércio local de Goiânia(Go). Os estribos foram confeccionados conforme

esquemas da Figura 4.1, por um armador experiente e em quantidades dadas na Tabela 4.3.

Tabela 4.3 - Quantidades de ferragens CA- 60 utilizadas nos ensaios.

Ferragens CA – 60

Estribos Circulares Estribos Retangulares Ganchos

36 9 9

Page 92: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

83

Figura 4.1 – Esquemas de estribos circulares, retangulares e ganchos.

O traço escolhido da argamassa de assentamento foi o 1 : 5 : 1 : 1,65 com a/c =

0,61. Os prismas foram moldados nas quantidades dadas na Tabela 4.4.

Tabela 4.4 - Quantidade de prismas de solo-cimento.

Prismas de Solo-Cimento

Só com

argamassa

(GRUPO A)

Com argamassa e

estribos circulares

(GRUPO B)

Com argamassa , estribos circulares e

estribos retangulares

(GRUPO C)

3 3 3

Os prismas do grupo A são os prismas de referência; os prismas do grupo B

referem-se à verificação de um possível efeito de confinamento da argamassa e os prismas

do grupo C objetivaram simular o efeito dos grampos.

Page 93: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

84

Os prismas foram moldados em uma bancada de concreto do laboratório de

materiais de construção da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás,

levando-se em conta sempre o bom nivelamento dos mesmos.

A espessura da junta de argamassa de assentamento ficou com 1,5 cm devido ao

uso da ferragem que exigiu uma maior espessura, principalmente no caso do uso dos dois

estribos circulares e retangulares combinados simultaneamente com a argamassa, conforme

Fotografias 4.15 e 4.16.

Fotografia 4.15 - Assentamento dos estribos circulares na argamassa.

Fotografia 4.16 – Assentamento de estribos circulares combinados com retangulares e

ganchos.

Page 94: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

85

Aos 90 dias foram realizados os ensaios de resistência à compressão dos prismas

com e sem utilização da ferragem transversal, para posterior comparação de resultados. A

Fotografia 4.17, apresenta o aspecto final de um prisma após a execução do ensaio à

compressão.

Fotografia 4.17 – Prisma de solo-cimento rompido após 28 dias.

Page 95: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

86

CAPÍTULO 5

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados dos ensaios de

resistência à compressão dos blocos e prismas grauteados ou não-grauteados para

determinação dos seus coeficientes de eficiência e quantificação do efeito do grauteamento

nas resistências dos mesmos. Em seqüência são verificadas as influências da resistência de

argamassa e da ferragem transversal na resistência dos blocos e prismas.

5.1 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE BLOCOS E PRISMAS

As resistências para blocos e prismas grauteados e não-grauteados estão

apresentados na Tabela 5.1, Tabela 5.2, Tabela 5.3 e Tabela 5.4.

Tabela 5.1 – Resistências à compressão de blocos não-grauteados aos sete e 28 dias.

Blocos Sem Graute (MPa)

n° 07dias n° 28dias

B21 2,16 B31 2,53

B22 1,95 B32 2,09

B23 2,74 B33 2,72

B24 1,32 B34 2,09

B25 1,46 B35 2,13

B26 1,36 B36 1,67

B27 1,45 B37 1,81

B28 2,56 B38 2,02

B29 1,53 B39 2,02

B30 1,99 B40 1,81

Média 1,85 Média 2,09

Page 96: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

87

Tabela 5.2 – Resistências à compressão de blocos grauteados aos sete e 28 dias.

Blocos Com Graute (MPa)

nº 07dias nº 28dias

B1 5,38 B11 5,63

B2 5,07 B12 5,99

B3 4,13 B13 6,02

B4 4,89 B14 5,88

B5 4,13 B15 5,47

B6 5,04 B16 6,02

B7 5,10 B17 5,72

B8 4,66 B18 6,31

B9 4,80 B19 5,41

B10 4,28 B20 6,98

Média 4,75 Média 5,94

Tabela 5.3 - Resistências à compressão de prismas não-grauteados aos sete e 28 dias.

Primas Sem Graute (MPa)

nº 07dias nº 28dias

P31 1,50 P21 1,95

P32 1,36 P22 2,04

P33 1,57 P23 1,64

P34 1,50 P24 1,60

P35 1,53 P25 2,09

P36 1,78 P26 2,14

P37 1,86 P27 2,30

P38 1,78 P28 1,92

P39 1,59 P29 1,74

P40 1,81 P30 2,37

Média 1,63 Média 1,98

Page 97: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

88

Tabela 5.4 – Resistências à compressão de prismas grauteados aos sete e 28 dias.

Prisma Com Graute (MPa)

nº 07dias nº 28dias

P1 4,62 P11 5,14

P2 3,33 P12 5,04

P3 4,12 P13 5,16

P4 4,69 P14 5,16

P5 4,70 P15 4,96

P6 4.69 P16 4,93

P7 4,17 P17 5,25

P8 4,98 P18 5,20

P9 4,33 P19 5,29

P10 4,62 P20 5,09

Média 4,42 Média 5,12

O traço calculado para o graute foi estabelecido para um fck = 10 MPa aos 28

dias e slump de 200 mm ± 30mm.

As resistências da argamassa de assentamento e do graute são dados nas tabelas

5.5 e 5.6, respectivamente.

Tabela 5.5 – Resistências à compressão da argamassa de traço 1:3.

Argamassa (MPa)

n ° 07 dias N° 28 dias

A1 10,95 A4 16,81

A2 10,70 A5 16,81

A3 11,72 A6 17,83

Média 11,12 Média 17,15

Page 98: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

89

Tabela 5.6 – Resistências à compressão do graute de traço 1 : 2,97 : 3.43 : 0,85.

Grautes (MPa)

n° 07 dias N° 28 dias

G1 5,98 G4 7,51

G2 6,37 G5 7,64

G3 6,62 G6 8,40

Média 6,32 Média 7,85

Após o término dos ensaios de resistência à compressão dos blocos grauteados e

não-grateados aos sete e 28 dias pode-se fazer algumas considerações, através das tabelas

apresentadas:

• Nos ensaios com blocos não-grauteados aos 28 dias, apenas o B36 obteve o

valor de 1,67 MPa, não atendendo a NBR8491 (ABNT, 1984f) , que determina

o valor mínimo de 1,70 MPa para valores de resistência individual à

compressão;

• A média 2,09 MPa das resistências à compressao aos 28 dias dos blocos não-

grauteados atendeu o prescrito pela NBR8491 (ABNT, 1984f), que determina

uma média de resistência à compressão de 2,0 MPa, para uso como alvenaria de

vedação;

• Para os blocos sem graute aos sete dias obteve-se uma resistência média à

compressão de 1,85 MPa e aos 28 dias de 2,09 MPa, um aumento de 12,97%;

• Para os blocos com graute aos sete dias obteve-se uma resistência média à

compressão de 4,75 MPa e aos 28 dias de 5,94 MPa, portanto um aumento de

25,05%;

Page 99: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

90

• Observa-se um maior ganho de resistência dos sete para os 28 dias dos blocos

grauteados em relação aos blocos não-grauteados. Por ser um traço mais rico

em cimento e com melhores condições de cura, o graute promoveu este ganho;

• Para os prismas sem graute aos sete dias encontrou-se uma resistência média à

compressão de 1,63 MPa e aos 28 dias de 1,98 MPa, um aumento de 21,47%;

• Para os prismas com graute aos sete dias obteve-se uma resistência média à

compressão de 4,42 MPa e aos 28 dias de 5,12 MPa, um aumento de 15,84%.

Neste caso, o ganho de resistência dos sete para os 28 dias dos prismas com

graute foi menor do que o ganho dos prismas sem graute. Tal feito pode ter

ocorrido por falhas no preenchimento do graute;

Dos resultados encontrados pode-se obter os coeficientes de eficiência dos

blocos e prismas grauteados ou não-grauteados aos sete e 28 dias.

• Tem-se um fator de eficiência Φ = σ P7 / σ B7 = 0,88, ou seja, uma resistência

média do prisma sem graute de 88% do valor da resistência média do bloco

sem graute aos sete dias;

• Tem-se um fator de eficiência β = σ P28 / σ B28 = 0,95, ou seja, uma resistência

média do prisma sem graute de 95% do valor da resistência média do bloco sem

graute aos 28 dias;

• Tem-se um fator de eficiência α = σ PG7 / σ BG7 = 0,93, ou seja, uma resistência

média do prisma com graute de 93% do valor da resistência média do bloco

com graute aos sete dias;

Page 100: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

91

• Tem-se um fator de eficiência ρ = σ PG28 / σ BG28 = 0,86, ou seja, uma

resistência média do prisma com graute de 86% do valor da resistência média

do bloco com graute aos 28 dias;

• Pode-se fazer algumas comparações dos valores dos fatores de eficiência de

algumas pesquisas já realizadas, conforme Quadro 5.1, com os valores dos

fatores de eficiência que variaram de 86 % a 95% para blocos de solo-cimento

estudados.

UNIDADES FATOR DE EFICIÊNCIA

Tijolo de concreto 60 a 90 % - MONK (1967)

Tijolo cerâmico 25 a 50 % - SALHIN (1971)

Tijolo cerâmico 10 a 40% - MONK (1967)

Tijolo cerâmico 18 a 30 % - PRUDÊNCIO (1986)

Bloco de Concreto 65 a 110 % - SUTHERLAND (1981)

Bloco cerâmico 16 a 39% - GOMES (1984)

Quadro 5.1 - Fator de eficiência para alvenaria de acordo com diversos autores

(CAMACHO, 1987).

Observa-se ainda que os valores encontrados no presente estudo ficaram acima

do intervalo dado por Ramalho (2003), apresentado no item 3.2.5.1.

Com a finalidade de analisar a influência do grauteamento na resistência dos

blocos e prismas verificaram-se os seguintes dados:

• Com o grauteamento dos blocos aos sete dias , há um ganho de 156,76 % de

resistência à compressão e aos 28 dias de 184,21%, conforme Gráfico 5.1;

Page 101: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

92

Gráfico 5.1 – Gráfico das resistências à compressão de blocos grauteados e não-grauteados

aos sete e 28dias.

• Com o grauteamento dos blocos tanto para sete e 28 dias atendeu a resistência

mínima de 4,50 MPa por norma para utilizar-se como alvenaria estrutural, com

exceção dos B3, B5 e B10;

• Verifica-se que com o grauteamento dos prismas aos sete dias, há uma variação

de 171,16 % de aumento de resistência à compressão e aos 28 dias de 158,58%,

conforme Gráfico 5.2;

Gráfico 5.2 – Gráfico das resistências à compressão de prismas grauteados e não-

grauteados aos sete e 28 dias.

0

1

2

3

4

5

6

7 28

Sem GrauteCom Graute

Dias

Res

istê

ncia

(MPa

)0123456

7 28

Sem GrauteCom Graute

Dias

Res

istê

ncia

(MPa

)

Page 102: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

93

• Com o grauteamento dos prismas aos sete dias, apenas o P33 de valor de

resistência de 3,33 MPa não atendeu a resistência mínima de 4,50 MPa por

norma para utilizar-se como alvenaria estrutural;

5.2–INFLUÊNCIA DA RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO

SOBRE A RESISTÊNCIA DOS BLOCOS

Após 28 dias obtiveram-se as resistências à compressão dos blocos moldados

com os cinco traços de argamassa e ainda de três corpos-de-prova de argamassa para cada

traço, conforme Tabelas 5.7, 5.8, 5.9, 5.10 ,5.11 e 5.12.

Tabela 5.7 - Resistências à compressão dos blocos aos 28 dias com argamassa traço 1:3.

Corpo de Prova

(CP)

Carga

(KN)

Tensão

(MPa)

CP41 10,10 3,52

CP42 5,80 2,02

CP43 11,10 3,87

CP44 12,00 4,18

CP45 15,70 5,47

CP46 12,20 4,25

CP47 11,70 4,08

CP48 11,20 3,91

CP49 8,90 3,10

CP50 12300 4,29

Tensão Média 3,87

Page 103: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

94

Tabela 5.8 - Resistências à compressão dos blocos aos 28 dias com argamassa traço 1:4.

Corpo de Prova

(CP)

Carga

(KN)

Tensão

(MPa)

CP31 11,90 4,15

CP32 11,40 3,98

CP33 9,30 3,24

CP34 11,20 3,91

CP35 10,30 3,59

CP36 8,80 3,07

CP37 8,00 2,79

CP38 10,40 3,63

CP39 8,70 3,03

CP40 6,50 2,27

Tensão Média 3,37

Tabela 5.9 - Resistências à compressão dos blocos aos 28 dias com argamassa traço 1:5.

Corpo de Prova

(CP)

Carga

(KN)

Tensão

(MPa)

CP1 8,20 2,86

CP2 8,10 2,82

CP3 5,80 2,02

CP4 11,70 4,08

CP5 12,40 4,32

CP6 8,50 2,96

CP7 9,10 3,17

CP8 6,30 2,20

CP9 10,20 3,56

CP10 8,30 2,89

Tensão Média 3,09

Page 104: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

95

Tabela 5.10 - Resistências à compressão dos blocos aos 28 dias com argamassa traço 1:6.

Corpo de Prova

(CP)

Carga

(KN)

Tensão

(MPa)

CP11 8,80 3,07

CP12 7,80 2,72

CP13 6,50 2,27

CP14 7,95 2,77

CP15 7,95 2,77

CP16 7,90 2,75

CP17 11,50 4,01

CP18 7,55 2,63

CP19 7,30 2,55

CP20 6,80 2,37

Tensão Média 2,79

Tabela 5.11 - Resistências à compressão dos blocos aos 28 dias com argamassa traço 1:7.

Corpo de Prova

(CP)

Carga

(KN)

Tensão

(MPa)

CP21 8,20 2,86

CP22 9,20 3,21

CP23 6,00 2,09

CP24 7,75 2,70

CP25 6,80 2,37

CP26 5,60 1,95

CP27 7,15 2,49

CP28 7,70 2,68

CP29 6,10 2,13

CP30 7,00 2,44

Tensão Média 2,49

Page 105: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

96

Tabela 5.12 - Resistências à compressão de corpos-de-prova de argamassas de

assentamento.

Argamassa Mista de Cimento-Cal

Traço

(Massa)

Corpos-de-prova

(CP)

Carga

(KN)

Tensão

(MPa)

Tensão Média

(MPa)

CP1 2,20 11,21

CP2 2,55 12,99

1:3:0,25:0,95

CP3 2,30 11,72

11,97

CP4 1,30 6.62

CP5 1,30 6,62

1:4:0,50:1,25

CP6 1,25 6,37

6,54

CP7 0,80 4,08

CP8 0,90 4,59

1:5:1,00:1,65

CP9 0.85 4,33

4,33

CP10 0,45 2,29

CP11 0,50 2,55

1:6:1,50:2,15

CP12 0,50 2,55

2,46

CP13 0,35 1,78

CP14 0,35 1,78

1:7:2,00:255

CP 15 0,30 1,53

1,70

No Gráfico 5.3, pode-se observar os diversos valores obtidos das resistências

médias das argamassas.

Page 106: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

97

Gráfico 5.3 – Gráfico das resistências médias à compressão de corpos-de-prova

de traços de argamassa aos 28 dias.

No Gráfico 5.3 apresentaram-se os resultados obtidos, em termos de resistências

dos blocos aos 28 dias, para todos os traços de argamassa.

Eis algumas conclusões que pode-se quantificar da influência da resistência da

argamassa nos blocos:

• Todos os blocos ensaiados, obtiveram resistência à compressão superior a 1,70

MPa e média superior a 2,00 MPa , conforme NBR8491(ABNT, 1984);

• Verificou-se um aumento de aproximadamente de 55,42%, na resistência à

compressão dos blocos, para um traço de argamassa de assentamento de 1:3 em

relação ao traço de 1:7;

0

2

4

6

8

10

12

Res

istê

ncia

à c

ompr

essã

o (M

Pa)

Traços

Traço 1:3Traço 1:4Traço 1:5Traço 1:6Traço 1:7

Page 107: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

98

• Verificou-se um aumento de aproximadamente de 38,71% na resistência à

compressão dos blocos, para um traço de argamassa de assentamento de 1:3 em

relação ao traço de 1:6;

• Verifica-se que houve um ganho de resistência do bloco de 155,42% quando se

aumenta a resistência da argamassa de um traço de 1:7 (pobre) para 1:3 (rico).

Todavia, o ganho observado no bloco foi bem inferior àquele verificado na

argamassa de 704,12% de um traço de 1:7 para 1:3. Em termos, de economia e

segurança, a argamassa mais pobre é a mais viável, corroborando a

especificação da BS 5628, conforme quadro 3.2.

A seguir, apresenta-se na Tabela 5.13, a variação das resistências à compressão

entre os traços de argamassa:

Tabela 5.13 - Variação de resistência à compressão dos traços.

Variação de traços Variação de resistências (MPa) Variação (%)

1 : 3 para 1 : 4 11,97 – 6,54 83,03

1 : 3 para 1 : 5 11,97 – 4,33 176,44

1 : 3 para 1 : 6 11,97 – 2,46 386,58

1 : 3 para 1 : 7 11,97 – 1,70 604,12

5.3–INFLUÊNCIA DA FERRAGEM NA RESISTÊNCIA DOS PRISMAS

Verifica-se, neste tópico, a possível influência na resistência à compressão de

prismas de solo-cimento, do uso de ferragem transversal, em forma de estribos circulares e

retangulares e ganchos para amarração, moldados com a argamassa de traço 1 : 5 : 1 : 1,65.

A Tabela 5.14 apresenta a seguir, os resultados obtidos da resistência à

compressão para os grupos de prismas.

Page 108: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

99

Tabela 5.14 – Resistência à compressão aos 28 dias de prismas de solo-cimento com Aço

CA-60.

Prismas de Solo-Cimento

Grupos Cargas (KN) Tensões (MPa) Tensão Média (MPa)

8,00 2,79

8,00 2,79

A

7,70 2,68

2,75

8,10 2,82

6,10 2,13

B

5,80 2,02

2,32

7,80 2,72

7,40 2,58

C

5,20 1,81

2,37

.

Ao final dessa fase da pesquisa, pode-se tirar algumas conclusões:

• Observou-se que não houve um efeito positivo da armadura de cintamento,

havendo um decréscimo nas resistências de 15,64% (grupo B em relação ao

grupo A);

• A resistência média dos prismas do grupo C, representando a influência dos

grampos, ficou reduzida de 13,82% (grupo C em relação ao grupo A).

Tal fato pode ser explicado pelo fato de, ao se introduzir a armadura,

terem sido criados vazios na argamassa de assentamento, o que reduz a sua

eficiência. Na Fotografia 5.1, a seguir, pode-se observar o mal acondicionamento

da ferragem no interior da argamassa.

Page 109: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

100

Fotografia 5.1 – Mal acondicionamento da ferragem de cintamento no interior da

argamassa.

5.4 - FORMA DE RUPTURA DOS BLOCOS E PRISMAS

A forma de ruptura encontrada tanto para os prismas e blocos não-grauteados

quanto para os grauteados constituiu, principalmente, no desenvolvimento de fissuras

verticais, ocorrendo também o aparecimento de fissuras inclinadas, em menor proporção.

As fissuras verticais são provenientes do estado uniaxial de compressão (no

plano vertical) e biaxial de tração (no plano horizontal), aos quais os blocos estão

submetidos. Já as fissurações inclinadas indicam um estado de compressão associado com

cisalhamento, devido ao efeito de confinamento proporcionado pela prensa. As Fotografias

5.2, 5.3, 5.4 e 5.5 mostram a formação das fissuras nos blocos e prismas grauteados e não-

grauteados.

Page 110: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

101

Fotografia 5.2- Fissuras verticais.

Fotografia 5.3– Fissuras verticais e Fotografia 5.4 – Fissuras verticais

inclinadas. e inclinadas.

Figura 5.5 – Fissuras inclinadas.

Page 111: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

102

As fissuras verticais e inclinadas são mais comuns aos blocos e as fissuras

verticais correspondem geralmente aos prismas (principalmente na face menor). A

explicação para esta formação de fissuras é a restrição das placas da prensa que, para os

blocos, é maior do que para os prismas. Para os prismas a restrição é sentida apenas nas

extremidades do prisma; já para os blocos esta restrição está presente até mesmo na sua

região central (LA ROVERE,1997).

Notou-se também que, para os prismas grauteados, o aumento da resistência do

graute proporciona uma redução percentual do aparecimento de fissuras verticais e, por

conseqüência, um aumento da propagação das inclinadas.

Quanto a ruptura dos blocos com argamassas com traços diferentes, verificou-se

que durante o ensaio, os blocos moldados com traços mais ricos (1:3 e l:4) apresentaram

um comportamento mais frágil, isto é, apresentaram as primeiras fissuras poucos instantes

antes de se atingir a carga de ruptura. Enquanto para os outros traços mais pobres (1:5, 1:6

e 1:7) de argamassa apresentaram uma ruptura mais dúctil, ou seja, o início da ruptura

ocorreu com uma carga correspondente a aproximadamente 60% da carga de ruptura, para

os blocos não-grauteados. Este comportamento foi também observado por Mohamad

(1998) e Oliveira (2000). Segundo as pesquisas realizadas pelo primeiro autor, os prismas

executados com argamassas fortes fissuraram repetinamente e de forma explosiva,

enquanto que nos moldados com argamassa fraca a velocidade de propagação das fissuras

foi menor. Nos ensaios realizados por Oliveira (2000), o autor observou que os prismas

confeccionados com argamassa de 3,87 MPa apresentaram as primeiras fissuras com uma

carga de 50% da carga final. Já para os prismas moldados com uma argamassa mais

resistente (8,51 MPa) a fissuração iniciou a 84% da carga de ruptura.

Para os prismas não-grauteados com argamassa de traço 1:5 de argamassa e com

uso de ferragem Aço CA-60, a ruptura foi dúctil principalmente devido ao traço de

argamassa utilizado e o surgimento geralmente de fissuras verticais. As Fotografias 5.6 e

5.7, apresentaram o aspecto da ferragem após o ensaio à compressão.

Page 112: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

103

Fotografia 5.6 – Prismas não-grauteados após ruptura com estribos circulares.

Fotografia 5.7 – Prismas não-grauteados após ruptura com estribos retangulares, circulares

e ganchos.

Page 113: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

104

CAPÍTULO 06

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 – CONCLUSÕES

Analisados os resultados obtidos nesta pesquisa, para as variáveis aqui

estudadas, pode-se chegar a várias conclusões referentes à influência dos materiais

constituintes no comportamento da alvenaria estrutural de blocos de solo-cimento. Estas

conclusões estão relacionadas a seguir:

• Em geral todos os blocos grauteados e não-grauteados ensaiados atenderam ao

valor mínimo individual de 1,70 MPa de resistência à compressão e resistência

média de 2,0 MPa , conforme NBR 8491 (ABNT, 1984), podendo ser utilizados

como alvenaria de vedação;

• Para os blocos com graute e mesmo traço de argamassa, verificou-se um

acréscimo superior a 20% de resistência à compressão e para os prismas de 15%

superior de 07 para 28 dias. A diferença de 20% para 15% explica-se pela

diferença de esbeltez entre blocos e prismas;

• Em relação aos coeficientes de eficiência da relação prismas e blocos não-

grauteados, observou-se que, na maioria dos casos, estes aumentaram com o

aumento da resistência à compressão dos blocos e prismas e, que estes

coeficientes de eficiência da relação prismas e blocos grauteados diminuíram

com o ganho de resistência provocado pelo grauteamento;

Page 114: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

105

• Quanto aos coeficientes de eficiência da relação prisma-bloco encontrou-se uma

variação de 0,86 a 0,95 para os blocos de solo-cimento estudados sendo

compatíveis com a variação de 0,50 a 0,90 para blocos de concreto e bem

superior aos blocos cerâmicos com variação de 0,30 a 0,60 (RAMALHO, 2003);

• O aumento da resistência dos grautes promoveu o aumento da resistência à

compressão dos blocos e prismas, independentemente do tipo de argamassa. Isto

demonstra que a resistência do graute é fator determinante da resistência à

compressão dos blocos e prismas. Porém, notou-se que este crescimento não

aconteceu na mesma proporção do crescimento de resistência à compressão dos

grautes;

• Verificou-se que com o grauteamento dos blocos e prismas, estes atenderam a

resistência mínima de 4,50 MPa conforme NBR 10837 (ABNT, 1989) e NBR

6136 (ABNT, 1994) para seu uso como alvenaria estrutural;

• Quanto à influência das argamassas, observou-se que o aumento da sua

resistência proporcionou um aumento na resistência dos blocos. Foi possível

obter um ganho de 55,42% de resistência dos blocos, comparando-se um traço

bastante pobre (1:7) com outro bastante rico (1:3);

• Em relação à forma de ruptura observou-se para os blocos e prismas não-

grauteados e grauteados, que estas consistiram na formação de fissuras verticais

mais presentes nos prismas e fissuras inclinadas nos blocos. Observou-se,

também, que quanto maior a resistência à compressão dos grautes, menor foi a

formação de fissuração vertical e, por conseqüência, maior aparecimento de

fissuras inclinadas. No caso de argamassas verificou-se a sua influência na

ruptura mais frágil quando do uso de traços mais ricos e mais dúctil com traços

pobres, ou seja, o traço da argamassa determinou o tipo de ruptura dos blocos e

prismas; pode-se explicar daí, a recomendação dada por Cavalheiro (1995) de

Page 115: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

106

que a resistência da argamassa deve ser da mesma ordem de grandeza do bloco,

nunca superior;

• Quanto ao emprego da ferragem transversal (estribos circulares, retangulares e

em ganchos), pode-se concluir que a sua presença prejudicou a eficiência da

argamassa, reduzindo a resistência do conjunto.

6.2 – SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

As conclusões anteriormente comentadas reforçam a necessidade de se conhecer

as propriedades mecânicas e físicas dos materiais constituintes da alvenaria dos blocos de

solo-cimento, de forma a proporcionar um melhor projeto e execução deste tipo de sistema

estrutural. Observou-se que o grautemento, a variação de traços de argamassa de

assentamento e a introdução de armadura transversal, são algumas variáveis que

influenciam no comportamento da alvenaria. Sendo, claro, necessários mais estudos que

reforcem ou aprofundem as conclusões aqui encontradas. Neste contexto recomenda-se,

para trabalhos futuros, a realização de pesquisas com os seguintes enfoques:

• Realização do estudo de efeito da absorção de água de amassamento dos

grautes pelos blocos de solo-cimento na resistência à compressão, utilizando-se

para isso traços de grautes com diferentes relações a/c;

• Utilização de aditivos plastificantes no graute, reduzindo a quantidade de água,

de forma a diminuir o consumo de cimento, ou se obtendo até grautes com alta

resistência para comprovação ou não de alguma influência nos blocos de

alvenaria estrutural de solo-cimento;

Page 116: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

107

• Estudos com paredes em escalas reduzidas com uso de alvenaria de bloco solo-

cimento para avaliação de resistência à compressão e deformabilidade;

• Repetição de todos os ensaios realizados no presente estudo, porém com a

utilização de blocos de solo-cimento com resistências superiores a 4,5 MPa;

• Verificação da possibilidade de emprego de argamassa com resistência

semelhante à obtida neste trabalho para o traço 1:7 para blocos com

resistências entre 4,5 MPa e 9,0 MPa;

• Estudo do efeito do emprego de armadura transversal para blocos com

resistências mais elevadas (4,5 MPa a 9,0 MPa);

• Estudo da influência das argamassas de assentamento e do graute em colunas

de blocos de solo-cimento.

• Avaliação dos custos entre as alvenarias de solo-cimento e blocos de concreto.

Page 117: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIKO, A. K. Solo-cimento: tijolos, blocos e paredes monolíticas. IPT/Ded, Tecnologia

de Edificações, 1984.

AMERICAN CONCRETE INSTITUTE; AMERICAN SOCIETY OF CIVIL

ENGINEERS; THE MANSORY SOCIETY. Building Code Requirements for Masonry

Structures. ACI 530/ ASCE 5/ TMS 402. 1992.

ANDOLFATO, R.P. Desenvolvimento das técnicas de produção de blocos de concreto

para alvenaria estrutural na escala (1:4). Ilha Solteira, 2002. Dissertação (Mestrado)

apresentada à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Dosagem das misturas de

solo-cimento: normas de dosagem e métodos de ensaio. São Paulo: ABCP, 1986. 51p.

______. NBR 6118 – Projeto de estrutura de concreto: projeto de revisão. Rio de

Janeiro, 2000.

______. NBR 6136 – Bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural: projeto. Rio de Janeiro, 1994.

______. NBR 6457 – Amostras de solo: preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 1986.

______. NBR 6459 – Solo: determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 1984a.

______. NBR 7171 – Bloco cerâmico para alvenaria: especificação. Rio de Janeiro, 1983.

Page 118: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

109

______. NBR 7180 – Solo: determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro,

1984b.

______. NBR 7181 – Solo: análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984c.

_______. NBR 7215 – Cimento portland: determinação da resistência à compressão.

Rio de Janeiro, 1991.

_______. NBR 7223 – Concreto: determinação da consistência pelo abatimento do

tronco de cone. Rio de Janeiro, 1992.

______. NBR 8491 – Tijolo maciço de solo-cimento: especificação. Rio de Janeiro, 1984e.

_______. NBR 8492 – Tijolo maciço de solo-cimento: determinação da resistência à

compressão e da absorção de água. Rio de Janeiro, 1984e.

_______. NBR 8798 – Execução e controle de obras de alvenaria estrutural de blocos

vazados de concreto: procedimentos. Rio de Janeiro, 1985.

_______. NBR 8949 – Paredes de alvenaria estrutural: ensaio à compressão simples.

Rio de Janeiro, 1985.

_______. NBR 9287 – Argamassas de assentamento para alvenaria de blocos de

concreto : determinação da retenção de água. Rio de Janeiro, 1986.

______. NBR 10832 – Fabricação de tijolo maciço de solo-cimento com a utilização de prensa manual: procedimento. Rio de Janeiro, 1989.

_______. NBR 10837 – Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto.

Rio de Janeiro, 1989.

Page 119: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

110

_______. NBR 11508 – Materiais refratários não-conformados: determinação da

consistência de argamassas. Rio de Janeiro, 1996.

______. NBR 12023 – Solo-cimento: ensaio de compactação. Rio de Janeiro, 1992b.

BARBOSA, C.S. Resistência e deformabilidade de blocos vazados de concreto e suas

correlações com as propriedades mecânicas do material constituinte. São Carlos, 2004.

Dissertação (Mestrado) apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade

São Paulo.

BRITISH STANDARDS INSTITUTION; UNREINFORCED MASONRY. Code of

practice for structural use of masonry. BS 5628. London,1978. Part 1.

CALÇADA, L. M. L. Avaliação do comportamento de prismas grauteados e não-

grauteados de blocos de concreto. Florianópolis, 1998. Dissertação (Mestrado)

apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de

Santa Catarina.

CAMACHO, J. F. Fatores que afetam a resistência à compressão da alvenaria. In:

SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO: o uso da alvenaria

como estrutura, 6., São Paulo, 1987. Anais. São Paulo, Escola Politécnica da USP, 1987.

CAMACHO, J. S. Contribuição ao estudo de modelos físicos reduzidos de alvenaria

estrutural cerâmica. São Paulo, 1995. Tese (Doutorado) apresentada a Escola Politécnica

da Universidade de São Paulo.

CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988. 1 v.

Page 120: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

111

CARNEIRO, A. P.; BRUM, J.A. S. & CASSA, J. C.S. Reciclagem de entulho para a

produção de materiais de construção. Salvador, 2001. EDUFBA, Caixa Econômica

Federal.

CAVALHEIRO, O. P. Argamassa de assentamento: receita, dosagem ou adequação de

traço. In: I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS ,1.,

1995. Goiânia. Anais. Goiânia: UFG/ANTAC, 1995.P. 134-142.

CAVALHEIRO, O. P. Paredes de alvenaria: conceituação, componentes, uso e segurança.

In: ENCONTRO NACIONAL DA CONSTRUÇÃO (ENCO), 10., Anais. Gramado-RS,

1990, p. 913-929.

CONCIANI, Wilson; OLIVEIRA, José Luis Malheiros. Moradias Populares: opções

para a melhora da qualidade. Brasília, 2005. Notícias. Ministério da Educação

http://www.mec.gov.br/semtec/RedeFederal/noticias/not02.shtm.

CUNHA, E. H. Análise experimental do comportamento de prismas grauteados em

alvenaria estrutural. Goiânia, 2001. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia Civil,

Universidade Federal de Goiás.

DEUTSCHES INSTITUT FÜR NORMUNG; BERECHNUNG UND AUSFÜHRUNG.

Mauerwerk nach Eignungs-prüfung. DIN 1053. Berlin, 1984. Teil 2.

DRYSDALE, R. G. et. Al. Mansory Structures Behavior and design. New Jersey,

Prentice-Hall & Inc., 1994.

FERRAZ, A. L. N. Análise da adição de resíduos de argamassa de cimento em tijolos

prensados de solo-cimento. Ilha Solteira, 2004. Dissertação (Mestrado) apresentada à

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista.

Page 121: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

112

FERRAZ, A. L. N.; SEGANTINI, A. A. S. Estudo da aplicação de resíduo de argamassa de cimento nas propriedades de tijolos de solo-cimento. Holos Enviroment, São Paulo, v. 4 n.1, p. 23-37, 2004.

FERREIRA, A. R. C. Desempenho físico-mecânico e propriedades termofísicas de

tijolos e mini-painéis de terra crua tratada com aditivos químicos. Campinas, 2003.

204p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de

Campinas.

FRANCIS, A. J.; HORMAN, C. B.; JEREMS, L. E. The effect of joint thickness and

other factors on the compressive strength of brickwork. In: International Brick Masonry

Conference, 2., Stoke-on-Trent, England (1971), Proceedings.

GALLEGOS, H. Albañilería estrutural. Pontifica Universidad Católica del Peru. Lima,

1991.

GOMES, N.S. Resistência das paredes de alvenaria. São Paulo, 1983. Dissertação

(Mestrado) apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

GRANDE, F. M. Fabricação de tijolos modulares de solo-cimento por prensagem

manual com e sem adição de sílica ativa. São Carlos, 2003. 165p. Dissertação

(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.

GROHMANN, L.Z. Análise do comportamento de prismas grauteados de alvenaria

estrutural cerâmica. Santa Maria(RS), 2006. Disssertação (Mestrado) apresentada à

Universidade de Santa Maria.

HABITAR, Sistemas Construtivos. Solo-cimento. Disponível em:<http://arq.ufmg.br/habitar/ sis4.html#alvenaria>. Acesso em: 10 jan. 2007.

Page 122: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

113

HENDRY, A. W. et al. Loadbering brickwork design. 2. ed. Chichester, Ellis Horwood,

1987, 224p.

JUSTE, A. E. Estudo da resistência e da derformabilidade da alvenaria de blocos de

concreto submetida a esforços de compressão. São Carlos, 2001. Dissertação (Mestrado)

apresentada à Escola de engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo.

LA ROVERE, H. L. Análise do comportamento mecânico de prismas de alvenaria de

blocos de concreto por M.E.F. In: JORNADAS SUL-AMERICANAS DE ENGENHARIA

ESTRUTURAL, 23., Anais. São Carlos, 1997, v. 1, p. 179-188.

MACGREGOR, J. G.; PARK, R.; PAULAY, T. Reinforced Concrete Mechanics and

Design; Reinforced Concrete Structures. Editora Prentice-Hall, 1988; Editora John wiley &

Sons, 1975. Tradução de livros de concreto. 1ª parte. Curso de Mestrado em engenharia

Civil/UFG. Revisão Prof. Gilson Natal Guimarães. Goiânia, 2004.

MAURÍCIO, R.M. Estudo teórico e experimental das ligações diretas contra-fiadas

entre paredes de blocos de concreto em escala real e reduzida 1:4. Ilha Solteira, 2005.

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade

Estadual Paulista.

MIRANDA, R. A . C. Estudo da aplicação de resíduo de marmorarias em tijolos de

solo-cimento. Goiânia, 2007. Disssertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Engenharia do Meio Ambiente da Escola de Engenharia Civil da

Universidade Federal de Goiás.

MOHAMAD, G. Comportamento mecânico na ruptura de prismas de alvenaria de

bloco de concreto. Florianópolis, 1998. Dissertação (Mestrado) apresentada ao curso de

Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina.

Page 123: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

114

MOREIRA, E. M. S. Análise experimental em escala reduzida de ligações entre

paredes de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos submetidas a ações verticais. São

Carlos, 2007. Dissertação (Mestrado) apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da

Universidade de São Paulo.

MOREIRA, J. M. S.; MANHÃES, J. P. V. T.; HOLANDA, J. N. F. Reaproveitamento de resíduo de rocha ornamental proveniente do Noroeste Fluminense em cerâmica vermelha. Cerâmica 51, p. 180-186, 2005.

MÜLLER, M. S. K. Estudo das correlações entre resistências à compressão de paredes

e prismas de alvenaria estrutural cerâmica não armada submetidos a esforços de

compressão axial. São Paulo, 1989. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo.

NETO, V. C. Interação de paredes em alvenaria estrutural cerâmica sob ações

verticais. São Carlos, 2005. Dissertação (Mestrado) apresentada à Escola de Engenharia de

São Carlos da Universidade de São Paulo.

NEVES, C.M.M. Tijolos de solo-cimento. In: Dez alternativas tecnológicas para habitação.

Brasília, 1989. Anais. MINTER/ PNUD.p.141-166.

OLIVEIRA, R.A. Análise da resistência de prismas de blocos de concreto fabricados

no estado de Goiás sujeitos à compressão simples. Goiânia, 2000. Dissertação

(Mestrado) apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade

Federal de Goiás.

PEREIRA DE OLIVEIRA, L. A. A resistência de aderência como um parâmetro de

compatibilidade entre o graute de enchimento e as unidades de alvenaria estrutural.

In: INTERNATIONAL SEMINAR ON STRUCTURAL MASONRY FOR DEVELOPING

COUNTRIES, 5., Proceedings. Florianópolis, agosto/1994, p.214-227.

Page 124: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

115

PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.

PRADO, D. M. Propriedades físicas e mecânicas de blocos estruturais produzidos com

agregados reciclados de concreto. São Carlos, 2006. Dissertação (Mestrado) apresentada

à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo.

PRUDENCIO JR., L.R. Resistência à compressão da alvenaria e correlação entre

resistência de unidades, prismas e paredes. Porto Alegre, 1986. Dissertação (Mestrado)

– Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

RAMALHO, M. A . et al. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. Editora PINI, 1ª

edição, São Paulo, 2003.

REIS, A. O solo como material de construção. Revista Habitare. Rio de Janeiro, ano 4, ago. 2004. Disponível em: <http://habitare.infohab.org.br>. Acesso em: 01 out. 2004.

ROMAN, H. R. et al. Alvenaria estrutural. Revista Téchne, n.24, set./out. 1996, p. 22-24.

SALHIN, S. Structural masonry. New Jersey, Prentice-Hall & Inc., 1971.

SABBATINI, F. H. Argamassas de assentamento para paredes de alvenaria resistente.

São Paulo, ABCP, 2. ed. 1998. 44P. (ET-91).

SILVA, W. J. Estudo experimental de ligações entre paredes de alvenaria estrutural de

blocos cerâmicos sujeitos a ações verticais. Ilha Solteira, 2003. Dissertação (Mestrado)

apresentada à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista.

SILVEIRA, P. E. M. A aplicação do resíduo de construção e demolição reciclado no compósito solo-cimento. Rio Claro, 2005. 132p. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista.

Page 125: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

116

SOUZA, M.I.B. Análise da adição de resíduos de concreto em tijolos prensados de

solo-cimento. Ilha Solteira, 2006. Dissertação (Mestrado) apresentada à Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista.

_______. Standard specification for mortar for unit masonry – ASTM C 270 – 92a. In:

Annual Book of ASTM Standards, Section4, p.126-136. Philadelphia, 1993.

_______. Standard specification for grout for masonry – ASTM C 476 – 91a. In:

Annual Book of ASTM Standards, Section4, p.267-268. Philadelphia, 1993.

_______. Standard method of sampling and testing grout – ASTM C 1019 – 89a. In:

Annual Book of ASTM Standards, Section4, p.643-645. Philadelphia, 1993.

STEDHAN, M. E. C. Quality control for load-bearing brickword. In: 9 – in cube tests; preliminary results. Transactions of the British Ceramic Society, Stoke-on-Trent, 64(1) : 1-17, Jan. 1965.

TANGO, C. E. S. et al. Resistência do prisma cheio e do prisma oco de alvenaria estrutural:

influência das resistências dos constituintes, Colóquio sobre “Alvenaria Estrutural de

Blocos de Concreto”, São Paulo, dezembro/1977.

WEST, H. W. H. et al. The performance of walls built of wirecut bricks with and without

perforations. The Structural engineer, London, 48(12): 481-88, Dec.1970.

WEST, H. W. H. et al. Development of a standard 9 – in cube test for brickwork.

Transactions of the British Ceramic Society, Stoke-on-Trent, 65(2): 111-28, Feb. 1966.

Page 126: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

117

ANEXO A TABELA COM DOS TEORES DE UMIDADE DO SOLO

Page 127: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

118

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 01 02 (2) Cápsula n° 04 16 27 09 30 11 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 79,53 80,86 74,71 68,40 79,91 89,16 (4) Peso do solo seco + tara (g) 76,15 77,51 71,76 65,12 77,02 85,20 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 3,38 3,35 2,95 3,28 2,89 3,96 (6) Tara (g) 19,89 22,16 22,97 22,23 22,78 20,66 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 56,26 55,35 48,79 42,89 54,24 54,54 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 6,01* 6,05 6,05 7,65* 5,33 6,13 (9) Média (%) 6,05 5,73 (1) Amostra n° 03 04 (2) Cápsula n° 26 14 22 08 17 20 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 79,69 74,66 76,98 91,11 84,99 78,58 (4) Peso do solo seco + tara (g) 77,16 72,13 74,75 85,33 80,39 74,71 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 2,53 2,53 2,23 5,78 4,60 3,87 (6) Tara (g) 22,82 21,83 23,08 19,93 20,89 23,37 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 54,34 50,30 51,67 65,40 59,50 51,34 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 4,65 5,03* 4,31 8,84* 7,73 7,54 (9) Média (%) 4,48 7,63 (1) Amostra n° 05 06 (2) Cápsula n° 19 18 17 03 15 13 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 84,74 87,81 84,22 85,12 87,87 75,62 (4) Peso do solo seco + tara (g) 79,49 82,80 79,61 80,22 82,95 72,45 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,25 5,01 4,61 4,90 4,92 3,17 (6) Tara (g) 23,70 21,70 21,64 26,01 22,04 22,12 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 55,79 61,10 57,97 54,21 60,91 50,33 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 9,41* 8,20 7,95 9,04 8,08 6,30* (9) Média (%) 8,07 8,56 (1) Amostra n° 07 08 (2) Cápsula n° 05 21 45 07 12 01 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 99,06 95,41 84,13 87,79 98,47 90,62 (4) Peso do solo seco + tara (g) 92,79 90,17 79,15 82,59 92,19 85,04 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 6,27 5,24 4,98 5,20 6,28 5,58 (6) Tara (g) 18,98 23,90 23,26 22,88 18,93 20,30 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 73,81 66,27 55,89 59,71 73,26 64,74 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,49 7,91* 8,91 8,71* 8,57 8,62 (9) Média (%) 8,70 8,59

Page 128: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

119

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 09 10 (2) Cápsula n° 13 32 34 35 40 16 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 91,39 88,61 81,45 79,55 87,94 79,54 (4) Peso do solo seco + tara (g) 85,50 83,03 76,51 75,03 82,73 75,02 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,89 5,58 4,94 4,52 5,21 4,52 (6) Tara (g) 19,52 21,27 22,65 22,69 23,07 22,56 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 65,78 61,76 53,86 52,34 59,66 52,46 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,95 9,03 9,71* 8,63 8,73* 8,62 (9) Média (%) 8,99 8,62 (1) Amostra n° 11 12 (2) Cápsula n° 05 21 45 07 12 01 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 94,62 95,36 89,97 76,28 89,28 78,07 (4) Peso do solo seco + tara (g) 88,70 89,17 84,48 72,57 85,23 74,22 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,92 6,19 5,49 3,71 4,05 3,87 (6) Tara (g) 23,00 19,81 21,86 22,49 23,45 21,71 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 65,70 69,36 62,62 50,08 61,78 52,51 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 9,01 8,92 8,77* 7,41 6,56* 7,37 (9) Média (%) 8,96 7,39 (1) Amostra n° 13 14 (2) Cápsula n° 110 106 117 118 123 113 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 109,49 98,31 109,07 103,75 124,21 111,12 (4) Peso do solo seco + tara (g) 104,42 93,86 104,07 99,63 118,54 106,32 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,07 4,45 5.00 4,12 5,67 4,74 (6) Tara (g) 42,69 41,60 38,76 38,12 39,79 40,06 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 61,73 52,26 65,31 61,51 78,75 66,32 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,21 8,52 7,66* 6,70* 7,20 7,15 (9) Média (%) 8,36 7,17

(1) Amostra n° 15 16 (2) Cápsula n° 116 107 105 120 100 101 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 113,68 118,52 115,75 103,93 100,87 103,06 (4) Peso do solo seco + tara (g) 107,09 111,80 109,11 98,63 96,01 97,51 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 6,59 6,72 6,64 5,30 4,86 5,55 (6) Tara (g) 38,23 39,73 36,92 41,33 39,29 37,63 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 68,86 72,07 72,19 57,30 56,72 59,80 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 9,57* 9,32 9,20 9,25 8,57* 9,27 (9) Média (%) 9,26 9,26

Page 129: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

120

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 17 18 (2) Cápsula n° 115 109 111 121 119 102 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 102,10 99,63 111,58 110,18 103,12 105,87 (4) Peso do solo seco + tara (g) 96,16 94,09 104,81 103,63 97,37 99.94 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,94 5,54 6,77 6,55 5,75 5,93 (6) Tara (g) 90,73 40,33 39,33 40,71 39,17 40,05 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 55,43 53,76 65,48 62,92 58,20 59,89 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 10,72* 10,31 10,34 10,41* 9,88 9,90 (9) Média (%) 10,32 9,89 (1) Amostra n° 19 20 (2) Cápsula n° 04 16 27 09 30 11 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 97,00 88,75 89,52 84,34 84,86 107,70 (4) Peso do solo seco + tara (g) 90,50 83,34 83,67 79,54 80,03 100,80 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 6,50 5,41 5,85 4,80 4,83 6,90 (6) Tara (g) 19,89 22,16 22,97 22,23 22,78 20,66 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 70,61 61,18 60,70 57,31 57,25 80,14 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 9,21 8,84 9,64* 8,38 8,44 8,61* (9) Média (%) 9,02 8,40 (1) Amostra n° 21 22 (2) Cápsula n° 26 14 22 08 17 20 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 90,35 90,43 92,03 104,33 98,34 97,50 (4) Peso do solo seco + tara (g) 84,57 84,46 86,11 97,25 91,92 91,43 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,78 5,97 5,92 7,08 6,42 6,07 (6) Tara (g) 22,82 21,83 23,08 19,93 20,89 23,37 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 61,75 62,63 63,03 77,32 71,03 68,06 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 9,36 9,53* 9,39 9,16* 9,04 8,92 (9) Média (%) 9,37 8,98 (1) Amostra n° 23 24 (2) Cápsula n° 19 18 17 03 15 13 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 90,84 92,98 82,99 84,91 85,58 92,11 (4) Peso do solo seco + tara (g) 88,66 89,36 80,39 80,10 80,16 86,30 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 2,18 3,62 2,60 4,81 5,42 5,81 (6) Tara (g) 23,70 21,70 21,64 26,01 22,04 22,12 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 64,96 67,66 58,75 54,09 58,12 64,18 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 3,36 5,35* 4,43 8,89 9,33* 9,05 (9) Média (%) 3,88 8,97

Page 130: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

121

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 25 26 (2) Cápsula n° 05 02 33 24 01 09 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 79,18 99,44 80,60 81,52 99,41 89,49 (4) Peso do solo seco + tara (g) 75,61 94,79 77,19 78,82 95,22 86,17 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 3,57 4,65 3,41 2,70 4,19 3,32 (6) Tara (g) 18,98 23,90 23,26 22,88 18,93 20,30 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 56,63 70,89 53,93 55,94 76,29 65,87 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 6,30 6,56* 6,32 4,83 5,49* 5,04 (9) Média (%) 6,31 4,93 (1) Amostra n° 27 28 (2) Cápsula n° 13 32 34 35 40 16 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 96,47 75,93 83,91 96,10 62,85 80,99 (4) Peso do solo seco + tara (g) 89,31 70,83 74,26 89,87 77,80 76,09 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 7,16 5,10 5,65 6,23 5,05 4,90 (6) Tara (g) 19,72 21,27 22,65 22,69 23,07 22,56 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 69,59 49,56 55,61 67,18 54,73 53,53 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 10,29 10,29* 10,16 9,27 9,26 9,158 (9) Média (%) 10,21 9,24 (1) Amostra n° 29 30 (2) Cápsula n° 05 21 45 07 12 01 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 87,56 98,84 90,50 76,77 85,47 86,75 (4) Peso do solo seco + tara (g) 82,50 92,31 85,05 72,55 80,66 81,96 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,06 6,53 5,45 4,22 4,81 4,79 (6) Tara (g) 23,00 19,81 21,86 22,49 23,45 21,71 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 59,50 72,50 63,19 50,06 57,21 60,25 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,50 9,01* 8,62 8,43 8,41 7,96* (9) Média (%) 8,56 8,42

(1) Amostra n° 31 32 (2) Cápsula n° 110 106 117 118 123 113 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 106,78 108,87 102,61 86,37 101,35 103,87 (4) Peso do solo seco + tara (g) 103,02 104,94 99,16 83,34 97,51 99,93 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 3,76 3,93 3,45 3,03 3,84 3,94 (6) Tara (g) 42,69 41,60 38,76 38,12 39,79 40,06 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 60,33 63,34 60,40 45,22 57,72 59,87 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 6,23 6,20 5,71* 6,70 6,65 6,58* (9) Média (%) 6,21 6,67

Page 131: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

122

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 33 34 (2) Cápsula n° 116 107 105 120 100 101 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 105,25 105,90 101,37 105,33 10135 99.96 (4) Peso do solo seco + tara (g) 100,67 101,50 97,04 99,61 95,84 94,43 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 4,58 4,40 4,33 5,70 5,51 5,53 (6) Tara (g) 38,23 39,73 36,92 41,33 39,29 37,63 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 62,44 61,77 60,12 58,28 56,55 56,80 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 7,34* 7,12 7,20 9,78 9,74* 9,74 (9) Média (%) 7,16 9,76 (1) Amostra n° 35 36 (2) Cápsula n° 115 109 111 121 119 102 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 99,74 86,06 83,86 95,10 110,16 105,22 (4) Peso do solo seco + tara (g) 95,13 82,51 80,33 93,60 108,13 103,35 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 4,61 3,55 3,53 1,50 2,03 1,87 (6) Tara (g) 40,73 40,33 39,33 40,71 39,17 40,05 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 54,40 42,18 41,00 52,89 68,96 63,30 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,47 8,42 8,61* 2,84* 2,94 2,95 (9) Média (%) 8,44 2,94 (1) Amostra n° 37 38 (2) Cápsula n° 110 111 117 102 107 109 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 113,42 95,66 110,87 113,76 96,32 100,18 (4) Peso do solo seco + tara (g) 108,16 91,50 105,64 108,89 92,67 95,94 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,26 4,16 5,23 4,90 3,65 4,24 (6) Tara (g) 42,77 39,35 38,77 40,06 39,74 40,34 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 65,39 52,15 66,87 68,80 52,93 55,60 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,04 7,98 7,82* 7,12 6,90 7,63* (9) Média (%) 8,01 7,01 (1) Amostra n° 39 40 (2) Cápsula n° 105 116 121 106 115 101 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 101,83 100,61 103,81 102,09 114,26 103,57 (4) Peso do solo seco + tara (g) 97,71 96,85 109,26 97,91 109,35 99,08 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 4,12 3,76 4,55 4,18 4,91 4,49 (6) Tara (g) 36,92 38,24 40,74 41,62 40,75 37,65 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 60,79 58,61 68,52 56,29 28,60 61,43 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 6,78 6,42* 6,64 7,43 7,16* 7,31 (9) Média (%) 6,71 7,37

Page 132: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

123

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 41 42 (2) Cápsula n° 20 22 119 35 05 21 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 93,65 90,25 108,46 82,04 94,81 101,19 (4) Peso do solo seco + tara (g) 88,18 84,93 103,04 78,12 90,33 96,02 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,47 5,32 5,42 5,92 4,48 5,17 (6) Tara (g) 23,37 23,08 39,18 22,70 23,00 19,81 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 64,81 61,85 63,86 55,42 67,33 76,21 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 8,44 8,60* 8,49 7,07* 6,65 6,78 (9) Média (%) 8,47 6,72 (1) Amostra n° 43 44 (2) Cápsula n° 16 11 09 113 123 120 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 104,97 98,26 85,88 110,63 109,44 114,04 (4) Peso do solo seco + tara (g) 99,16 92,44 81,50 106,12 114,82 108,82 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,81 5,32 4,38 4,51 4,62 5,22 (6) Tara (g) 22,16 20,68 22,24 40,10 39,81 41,37 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 77,00 72,26 59,26 66,02 65,01 67,45 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 7,55* 7,36 7,39 6,83 7,11 7,74* (9) Média (%) 7,38 6,97 (1) Amostra n° 45 46 (2) Cápsula n° 13 32 26 01 24 34 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 106,98 97,41 87,56 86,53 93,36 92,55 (4) Peso do solo seco + tara (g) 101,28 92,40 83,28 81,95 88,30 87,48 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,70 5,01 4,28 4,58 5,06 5,07 (6) Tara (g) 19,72 21,27 22,85 21,71 22,88 22,65 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 81,56 71,13 60,43 60,24 65,42 64,83 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 6,99* 7,04 7,08 7,60* 7,73 7,82 (9) Média (%) 7,06 7,78 (1) Amostra n° 47 48 (2) Cápsula n° 23 24 36 100 103 114 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 98,97 96,06 101,72 113,80 110,74 107,79 (4) Peso do solo seco + tara (g) 93,72 90,85 96,41 108,45 105,77 103,06 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 5,25 5,21 5,31 5,35 4,97 4,73 (6) Tara (g) 22,24 19,30 23,49 39,29 40,21 41,77 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 71,48 71,55 72,72 69,16 64,86 61,29 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 7,34* 7,28 7,28 7,74 7,76* 7,72 (9) Média (%) 7,28 7,73

Page 133: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

124

TEOR DE UMIDADE DOS SOLOS (%)

(1) Amostra n° (2) Cápsula n° (3) Peso do solo úmido + tara (g) (4) Peso do solo seco + tara (g) (5) Peso da água (3 – 4) (g) (6) Tara (g) (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) (9) Média (%)

(1) Amostra n° 49 50 (2) Cápsula n° 13 08 118 05 09 14 (3) Peso do solo úmido + tara (g) 89,98 93,32 122,62 94,02 104,35 94,54 (4) Peso do solo seco + tara (g) 85,56 88,45 117,10 89,04 98,65 89,66 (5) Peso da água (3 – 4) (g) 4,42 4,87 5,52 4,98 5,70 4,88 (6) Tara (g) 22,12 19,92 38,13 18,99 20,31 21,86 (7) Peso do solo seco (4 – 6) (g) 63,44 68,53 78,97 70,05 78,34 67,80 (8) Teor de umidade (5/7 x 100) (%) 6,97 7,11* 6,99 7,11* 7,28 7,20 (9) Média (%) 6,98 7,24

Page 134: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

125

ANEXO B TABELAS DE AMOSTRAS DE SOLO E CIMENTO

Page 135: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

126

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 01

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 5,73 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 5,33 6,13

água a adicionar no solo (%) 11,60 média 5,73

solo seco (g) 23.645,13

10% de cimento 2.364,51 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.152,61

30.517,12

Quantidade de Tijolos 6,30 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 02

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 5,73 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 5,33 6,13

água a adicionar no solo (%) 11,60 média 5,73

solo seco (g) 23.645,13

10% de cimento 2.364,51 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.152,61

30.517,12

Quantidade de Tijolos 6,30 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 136: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

127

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 03

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 4,48 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 4,65 4,31

água a adicionar no solo (%) 12,85 média 4,48

solo seco (g) 23.928,02

10% de cimento 2.392,80 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.489,42 30.882,22

Quantidade de Tijolos 6,37 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 04

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,64 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,73 7,54

água a adicionar no solo (%) 9,70 média 7,64

solo seco (g) 23.226,65

10% de cimento 2.322,66 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.654,34 29.977,00

Quantidade de Tijolos 6,18 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 137: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

128

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 05

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,08 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,20 7,95

água a adicionar no solo (%) 9,26 média 8,08

solo seco (g) 23.132,08

10% de cimento 2.313,21 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.541,75

29.854,96

Quantidade de Tijolos 6,16 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 06

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,56 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,04 8,08

água a adicionar no solo (%) 8,77 média 8,56

solo seco (g) 23.028,74

10% de cimento 2.302,87 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.418,71

29.721,58

Quantidade de Tijolos 6,13 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 138: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

129

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 07

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,70 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,49 8,91

água a adicionar no solo (%) 8,63 média 8,70

solo seco (g) 22.999,08

10% de cimento 2.299,91 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.383,40

29.683,31

Quantidade de Tijolos 6,12 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 08

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,60 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,57 8,62

água a adicionar no solo (%) 8,74 média 8,60

solo seco (g) 23.021,32

10% de cimento 2.302,13 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.409,87

29.712,00

Quantidade de Tijolos 6,13 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 139: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

130

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 09

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,99 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,95 9,03

água a adicionar no solo (%) 8,34 média 8,99

solo seco (g) 22.937,88

10% de cimento 2.293,79 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.310,53

29.604,32

Quantidade de Tijolos 6,11 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 10

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,63 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,63 8,62

água a adicionar no solo (%) 8,71 média 8,63

solo seco (g) 23.014,96

10% de cimento 2.301,50 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.402,30

29.703,80

Quantidade de Tijolos 6,13 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 140: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

131

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 11

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,97 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,01 8,92

água a adicionar no solo (%) 8,37 média 8,97

solo seco (g) 22.943,15

10% de cimento 2.294,31 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.316,80 29.611,11

Quantidade de Tijolos 6,11 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 12

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,39 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,41 7,37

água a adicionar no solo (%) 9,94 média 7,39

solo seco (g) 23.279,63

10% de cimento 2.327,96 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.717,43 30.045,39

Quantidade de Tijolos 6,20 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 141: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

132

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 13

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,53 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,54 8,51

água a adicionar no solo (%) 8,81 média 8,53

solo seco (g) 23.036,17

10% de cimento (g) 2.303,62 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.427,55

29.731,17

Quantidade de Tijolos 6,13 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 14

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,18 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,20 7,15

água a adicionar no solo (%) 10,16 média 7,18

solo seco (g) 23.326,34

10% de cimento (g) 2.332,63 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.773,03

30.105,67

Quantidade de Tijolos 6,21 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 142: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

133

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 15

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,26 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,32 9,20

água a adicionar no solo (%) 8,07 média 9,26

solo seco (g) 22.881,20

10% de cimento 2.288,12 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.243,04 29.531,16

Quantidade de Tijolos 6,09 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 16

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,26 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,25 9,27

água a adicionar no solo (%) 8,07 média 9,26

solo seco (g) 22.881,20

105 de cimento 2.288,12 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.243,04 29.531,16

Quantidade de Tijolos 6,09 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 143: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

134

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 17

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 10,32 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 10,30 10,34

água a adicionar no solo (%) 7,01 média 10,32

solo seco (g) 22.661,35

10% de cimento 2.266,13 Massa Preparada

água a adicionar (g) 1.981,28

29.247,41

Quantidade de Tijolos 6,03 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 18

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,89 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,88 9,90

água a adicionar no solo (%) 7,44 média 9,89

solo seco (g) 22.750,02

10% de cimento 2.275,00 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.086,86

29.361,86

Quantidade de Tijolos 6,06 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 144: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

135

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 19

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,02 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,20 8,84

água a adicionar no solo (%) 8,31 média 9,02

solo seco (g) 22.931,57

10% de cimento 2.293,16 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.303,02 29.596,18

Quantidade de Tijolos 6,11 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 20

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,41 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,37 8,44

água a adicionar no solo (%) 8,93 média 8,41

solo seco (g) 23.061,67

10% de cimento 2.306,17 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.457,91 29.764,08

Quantidade de Tijolos 6,14 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 145: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

136

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 21

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,38 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,36 9,39

água a adicionar no solo (%) 7,96 média 9,38

solo seco (g) 22.857,14

10% de cimento 2.285,71 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.214,40

29.500,11

Quantidade de Tijolos 6,09 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 22

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,98 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,04 8,92

água a adicionar no solo (%) 8,35 média 8,98

solo seco (g) 22.939,99

10% de cimento 2.294,00 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.313,04

29.607,04

Quantidade de Tijolos 6,11 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 146: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

137

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 23

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 3,89 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 3,35 4,42

água a adicionar no solo (%) 13,45 média 3,89

solo seco (g) 24.065,07

10% de cimento 2.406,51 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.652,60 31.059,11

Quantidade de Tijolos 6,41 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 24

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,97 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,89 9,05

água a adicionar no solo (%) 8,36 média 8,97

solo seco (g) 22.942,09

10% de cimento 2.294,21 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.315,55 29.609,76

Quantidade de Tijolos 6,11 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 147: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

138

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 25

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,31 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,30 6,32

água a adicionar no solo (%) 11,02 média 6,31

solo seco (g) 23.516,13

10% de cimento 2.351,61 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.999,01

30.350,62

Quantidade de Tijolos 6,26 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 26

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 4,94 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 4,83 5,04

água a adicionar no solo (%) 12,40 média 4,94

solo seco (g) 23.824,27

10% de cimento 2.382,43 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.365,89

30.748,32

Quantidade de Tijolos 6,34 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 148: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

139

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 27

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 10,23 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 10,29 10,16

água a adicionar no solo (%) 7,11 média 10,23

solo seco (g) 22.680,88

10% de cimento (g) 2.268,09 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.004,54 29.272,62

Quantidade de Tijolos 6,04 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 28

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,25 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,27 9,22

água a adicionar no solo (%) 8,09 média 9,25

solo seco (g) 22.884,34

10% de cimento (g) 2.288,43 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.246,78 29.535,22

Quantidade de Tijolos 6,09 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 149: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

140

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 29

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,56 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,50 8,62

água a adicionar no solo (%) 8,77 média 8,56

solo seco (g) 23.028,74

10% de cimento (g) 2.302,87 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.418,71

29.721,58

Quantidade de Tijolos 6,13 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 30

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,42 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,43 8,41

água a adicionar no solo (%) 8,91 média 8,42

solo seco (g) 23.058,48

10% de cimento (g) 2.305,85 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.454,11

29.759,96

Quantidade de Tijolos 6,14 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 150: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

141

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 31

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,22 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,23 6,20

água a adicionar no solo (%) 11,12 média 6,22

solo seco (g) 23.537,17

10% de cimento (g) 2.353,72 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.024,05

30.377,77

Quantidade de Tijolos 6,27 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 32

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,68 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,70 6,65

água a adicionar no solo (%) 10,66 média 6,68

solo seco (g) 23.435,67

10% de cimento (g) 2.343,57 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.903,21

30.246,78

Quantidade de Tijolos 6,24 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 151: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

142

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 33

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,16 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,12 7,20

água a adicionar no solo (%) 10,17 média 7,16

solo seco (g) 23.329,60

10% de cimento (g) 2.332,96 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.776,92

30.109,88

Quantidade de Tijolos 6,21 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 34

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 9,79 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 9,78 9,79

água a adicionar no solo (%) 7,55 média 9,79

solo seco (g) 22.771,78

10% de cimento (g) 2.277,18 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.112,77

29.389,94

Quantidade de Tijolos 6,06 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 152: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

143

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 35

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,45 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,47 8,42

água a adicionar no solo (%) 8,89 média 8,45

solo seco (g) 23.053,16

10% de cimento (g) 2.305,32 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.447,78

29.753,10

Quantidade de Tijolos 6,14 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 36

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 2,95 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 2,94 2,95

água a adicionar no solo (%) 14,39 média 2,95

solo seco (g) 24.284,81

10% de cimento (g) 2.428,48 Massa Preparada

água a adicionar (g) 3.914,23

31.342,71

Quantidade de Tijolos 6,47 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 153: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

144

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 37

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,01 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,04 7,98

água a adicionar no solo (%) 9,32 média 8,01

solo seco (g) 23.146,00

10% de cimento (g) 2.314,60 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.558,33 29.872,93

Quantidade de Tijolos 6,16 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 38

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,01 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,12 6,90

água a adicionar no solo (%) 10,32 média 7,01

solo seco (g) 23.362,30

10% de cimento (g) 2.336,23 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.815,86 30.152,09

Quantidade de Tijolos 6,22 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 154: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

145

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 39

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,71 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,78 6,64

água a adicionar no solo (%) 10,62 média 6,71

solo seco (g) 23.427,98

10% de cimento (g) 2.342,80 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.894,06

30.236,86

Quantidade de Tijolos 6,24 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 40

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,37 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,43 7,31

água a adicionar no solo (%) 9,96 média 7,37

solo seco (g) 23.283,97

10% de cimento (g) 2.328,40 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.722,59

30.050,99

Quantidade de Tijolos 6,20 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 155: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

146

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 41

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 8,47 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 8,44 8,49

água a adicionar no solo (%) 8,87 média 8,47

solo seco (g) 23.048,91

10% de cimento (g) 2.304,89 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.442,72

29.747,61

Quantidade de Tijolos 6,14 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 42

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,72 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,65 6,78

água a adicionar no solo (%) 10,62 média 6,72

solo seco (g) 23.426,88

10% de cimento (g) 2.342,69 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.892,75

30.235,44

Quantidade de Tijolos 6,24 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 156: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

147

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 43

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,38 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,36 7,39

água a adicionar no solo (%) 9,96 média 7,38

solo seco (g) 23.282,89

10% de cimento (g) 2.328,29 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.721,30 30.049,59

Quantidade de Tijolos 6,20 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 44

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,97 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,83 7,11

água a adicionar no solo (%) 10,36 média 6,97

solo seco (g) 23.371,04

10% de cimento (g) 2.337,10 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.826,26 30.163,36

Quantidade de Tijolos 6,22 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 157: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

148

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 45

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,06 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,04 7,08

água a adicionar no solo (%) 10,27 média 7,06

solo seco (g) 23.351,39

10% de cimento (g) 2.335,14 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.802,87

30.138,01

Quantidade de Tijolos 6,22 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 46

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,78 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,73 7,82

água a adicionar no solo (%) 9,56 média 7,78

solo seco (g) 23.196,47

10% de cimento (g) 2.319,65 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.618,42

29.938,07

Quantidade de Tijolos 6,18 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 158: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

149

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 47

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,28 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,28 7,28

água a adicionar no solo (%) 10,05 média 7,28

solo seco (g) 23.303,50

10% de cimento (g) 2.330,35 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.745,85 30.076,20

Quantidade de Tijolos 6,20 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 48

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,73 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,74 7,72

água a adicionar no solo (%) 9,60 média 7,73

solo seco (g) 23.206,16

10% de cimento (g) 2.320,62 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.629,95 29.950,57

Quantidade de Tijolos 6,18 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 159: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

150

SOLO + 10% de cimento AMOSTRA 49

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 6,98 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 6,97 6,99

água a adicionar no solo (%) 10,35 média 6,98

solo seco (g) 23.368,85

10% de cimento (g) 2.336,89 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.823,66 30.160,54

Quantidade de Tijolos 6,22 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

SOLO + 10% de cimento

AMOSTRA 50

solo natural (g) 25.000,00

Umidade natural do solo (%) 7,24 Umidade do Solo

Umidade ótima (%) 17,33 7,28 7,20

água a adicionar no solo (%) 10,09 média 7,24

solo seco (g) 23.312,20

10% de cimento (g) 2.331,22 Massa Preparada

água a adicionar (g) 2.756,20 30.087,42

Quantidade de Tijolos 6,21 densidade do solo úmido 2,05

Volume 2.364,66

massa (g) 4.847,55

Page 160: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

151

ANEXO C DOSAGEM DE TRAÇO DE GRAUTE

Page 161: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

152

DOSAGEM DE TRAÇO DE GRAUTE

1- TRAÇO → CIMENTO : AREIA : BRITA : ÁGUA 2 - DADOS: fcj = 10 MPa SLUMP = 120 MM Areia natural = peneira 1.18 mm Brita 0 a/c = 0,85 → C = 278 kg a = 236 l V x Ag = 655,70 l AREIA = 824,60 kg BRITA = 954,70 kg 3 - TRAÇO → 1,00 : 2,97 : 3,43 : 0,85 4 - TRAÇO PARA MASSEIRA POR BETONEIRA → C = 11 kg A = 65,34 kg B = 75,46 Kg ÁGUA = 18,70 l

Page 162: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 163: INFLUÊNCIA DAS RESISTÊNCIAS DOS COMPONENTES DE …livros01.livrosgratis.com.br/cp059702.pdf · Tabela 5.6- Resistência à compressão do graute de traço 1:2,97:3,43:0,85

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo