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O tamanho da indignação dos professores federais pode ser medido pela força com a qual a greve explodiu nos quatro cantos do país. Entre os dias 17 - início da paralisação - e 28 de maio, 47 instuições federais de ensino já estavam com as avidades suspensas. 8 a 11 O tamanho da indignação dos professores federais pode ser medido pela força com a qual a greve explodiu nos quatro cantos do país. Entre os dias 17 - início da paralisação - e 28 de maio, 47 instuições federais de ensino já estavam com as avidades suspensas. 8 a 11 Greve nas Federais por todo o país Greve nas Federais por todo o país Informativo Nº 10 Brasília (DF) Maio de 2012 InformANDES SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR - ANDES-SN CSP-Conlutas realiza congresso histórico 12 e 13 Servidores Públicos Federais indicam greve geral para junho 7 Sindicalista egípcia conta sua experiência de luta 15 Contribuição compulsória mantém sindicalismo de gaveta 6 e 7 57º Conad - Desafios e expectativas 3 ANDES-SN elege nova diretoria com mais de 90% dos votos 4 e 5

InformANDES | Greves nas federais explodem por todo o país

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O tamanho da indignação dos professores federais pode ser medido pela força com a qual a greve explodiu nos quatro cantos do país.

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O tamanho da indignação dos professores federais pode ser medido pela força com a qual a greve explodiu nos quatro cantos do país. Entre os dias 17 - início da

paralisação - e 28 de maio, 47 instituições federais de ensino já estavam com as atividades suspensas. 8 a 11

O tamanho da indignação dos professores federais pode ser medido pela força com a qual a greve explodiu nos quatro cantos do país. Entre os dias 17 - início da

paralisação - e 28 de maio, 47 instituições federais de ensino já estavam com as atividades suspensas. 8 a 11

Greve nas Federais por todo o país

Greve nas Federais por todo o país

Informativo Nº 10

Brasília (DF) Maio de 2012InformANDES

SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR - ANDES-SN

CSP-Conlutas realiza congresso histórico 12 e 13

Servidores Públicos Federais indicam greve geral para junho 7

Sindicalista egípcia conta sua experiência de luta 15

Contribuição compulsória mantém sindicalismo de gaveta 6 e 7

57º Conad - Desafios e expectativas 3

ANDES-SN elege nova diretoria com mais de 90% dos votos 4 e 5

InformANDES/20122

Editorial

O movimento docente vem, há anos, batalhando pela educação pública e gra-tuita, cujo emblema inclui

a perspectiva de uma sociedade democrática, com sua gente pre-sente no debate e na reflexão, dona do seu destino e firme na direção de um mundo em processo cultural ascendente. Esse processo de socia-lização humana que é a educação implica em condições de trabalho, em estrutura de desenvolvimento e crescimento do docente, ao que cha-mamos de carreira.

Olhado de frente, vê-se que esse conjunto de paradigmas vem sendo paulatinamente aviltado pela imposi-ção de formatos de conduta massa-crantes, multiplicadores de resulta-dos artificiais, enfim, transformado-res do professor em autômato, le-vando à negação da sua capacidade criativa e deixando-o sensível a um grande número de doenças, produto de um sistema estéril e desumano de

convivência social e de exploração selvagem do trabalho.

O limite foi atingido. Os profes-sores retomam a sua mobilização, cresce muito a indignação, e cobram um novo patamar de carreira, que seja o instrumento que permita um sentido humano e transformador, que possibilite trabalhar por algo além da reprodução das estruturas vigentes, para superá-las e as elas sobrepor no-vas configurações sociais de vida me-lhores para todos. Eis a greve dos do-centes das Ifes, deflagrada em 17 de maio de 2012. Os professores pedem respostas que atinjam e beneficiem a Universidade Pública Brasileira.

No mesmo caminho, seguem os professores das Instituições Estadu-ais de Ensino Superior. Os governos estaduais aplicam de formas dife-

rentes os recursos para a educação, fazem acordos para descumpri-los em seguida e a paciência também vai se acabando. Por isso, ocorrerá o Dia Nacional de Luta, marcado para 30 de maio, pela Autonomia Efetiva e Financiamento Adequado dessas ins-tituições. Essa iniciativa é um aviso de que os professores das Iees não estão desligados do conjunto nacio-nal, buscam condições de trabalho e querem também uma universidade pública, gratuita, autônoma, demo-crática e de qualidade socialmente referenciada.

Há quase 20 anos, os professores vêm sendo escanteados, as soluções que têm sido impostas são de um modelo (neoliberal) desmoralizado, que produz a crise atual e cujos efei-tos quer se imputar aos trabalhado-res. É inaceitável.

À luta, companheiros!Vamos manter nossa capacidadede aprender e de educar.

Editorial

EXPEDIENTEO Informandes é uma publicação do ANDES-SN // site: www.andes.org.br // e-mail: [email protected] responsável: Luiz Henrique Schuch Redação: Renata Maffezoli e Rejane Medeiros Fotos: Renata Maffezoli e L. Schuch // Edição: Renata Maffezoli MTb 37322 // Diagramação: Ronaldo Alves DRT 5103-DF

A mobilização cresce e é forte!Os professores pedem respostas que beneficiem a Universidade Pública Brasileira

InformANDES/2012 3Conad

O 57º Conselho do Andes (Conad), marcado para acontecer de 21 a 24 de junho, em Parnaíba (PI), vai ser realizado em um período

singular para a categoria, já que os docen-tes das Instituições Federais e Estaduais de Ensino ou estarão em greve ou terão acabado de encerrar uma das mais fortes mobilizações dos últimos anos. Tendo como tema “Defesa da Universidade Pública: Autonomia, Democracia, Financiamento, Condições de Trabalho”, o evento também marcará a posse da nova diretoria do Sin-dicato Nacional, que dirigirá o ANDES-SN no biênio 2012-2014.

“Como em outros Conad, vamos atualizar o nosso plano de lutas, votar a prestação de contas do ano anterior e fazer a previsão para o seguinte. Neste também haverá a posse da nova diretoria da entidade, que ocorre há cada dois anos”, adianta o secretário-geral do ANDES-SN, Márcio Oliveira. O 57º Conad também vai avaliar se a diretoria do Sindi-cato Nacional está pondo em andamento as deliberações do 31º Congresso, realizado em janeiro deste ano.

A greve no setor das Federais, assim como nas Estaduais do Piauí e do Rio Grande do Norte, e as perspectivas de paralisação na Estadual do Rio de Janeiro, devem levar a uma atualização do texto sobre Plano de Luta. “De um modo geral, as tarefas determinadas para o ano estão sendo cumprida ou estão programadas para o 2º semestre, o que não demanda um leque de atualizações em relação às políticas, mas, por outro lado, temos o fato novo da greve nas Federais e em algumas Estaduais, assim como uma perspectiva de paralisação de todos os servidores públicos federais, o que vai exigir de nós novas estratégias de luta”, afirma Oliveira.

Entre os pontos sobre os quais os dele-gados ao 57º Conad vão deliberar estão, no âmbito dos Servidores Públicos Federais (SPF), a intensificação da ação do ANDES-SN na Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Cnesf) e a continuidade das ações unitárias e da campanha 2012 dos SPF. No setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) deve ser votada a intensificação da luta em torno da pauta de reivindicações, com foco na re-estruturação da carreira docente e na melhoria das condições de trabalho, articulando a pauta nacional com as pautas locais.

Também serão votados textos que tratam da atualização do plano de lutas do setor das Instituições Particulares de Ensino (Ipes). Outro ponto a ser tratado no 57º Conad será a atualização do “Ca-derno 2 – Proposta do ANDES-SN para a universidade brasileira” no que diz respeito à ciência e tecnologia.

O Caderno de Textos do 57º Conad já foi disponibilizado para ser usado como subsídio às discussões na base, prepara-tórias ao encontro.

As seções sindicais e os sindicalizados que desejem enviar contribuições ao

debate, podem fazê-lo até 5/6. O mate-rial enviado até essa data irá o anexo ao Caderno, que será publicado 9/6.

De acordo com o secretário geral do ANDES-SN, caso esse prazo não seja cumpri-do, ou em situações emergenciais, o texto pode ser também submetido à plenária de instalação do Conad, que irá avaliar o conteúdo e autorizar ou não a sua inclusão no caderno.

O Caderno de Textos estará disponível aos participantes do 57º Conad no local do evento e aos demais sindicalizados, na página do Sindicato www.andes.org.br.

57º Conad acontece em momento de grande efervescência na categoria

InformANDES/20124

Em mais uma demonstração da democracia do Sindicato Nacional, docentes de todo o país elegeram nos dias 8 e 9 de maio a nova

diretoria do ANDES-SN, que vai dirigir a entidade no biênio 2012-2014. Com 90,6% dos votos, foi eleita a Chapa 1, “Trabalho Docente e Movimento Social”. Do total de 10.460 votantes, 9.476 votaram na chapa única; 643, em branco (6,15%); e 341, nulos (3,26%).

A presidente eleita, Marinalva Silva Oliveira, é dirigente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amapá (Adunifap Seção Sindical) e foi 2ª vice-presidente da regional Norte II do ANDES-SN, na gestão 2005/2006. No campo acadêmico é mestre e doutora em Psicologia, com pesquisas direcionadas à inclusão escolar e social de pessoas com deficiência.

Para o cargo de secretário-geral, foi re-eleito o professor Márcio Antônio de Oliveira, da Associação dos Professores da Universidade Federal de Juiz de Fora – Apes-JF Seção Sindical, que também já foi presidente do Sindicato (1992-1994). Já o cargo de 1º tesoureiro será ocupado por Fausto Camargo Jr, da Seção Sindi-cal dos Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Sindcefet-MG.

Outros 80 docentes ligados a institui-ções de ensino superior de todas as regiões do país compõem o grupo que dirigirá o Sindicato Nacional no biênio 2012-2014. Durante o processo eleitoral, apesar de a Comissão Eleitoral Central ter impugnado a chapa concorrente, Marinalva Oliveira percorreu o Brasil explicando sua proposta para os docentes.

NormalidadePara o presidente da Comissão Eleitoral

Central (CEC), Hélvio Mariano, o processo foi relativamente tranquilo, levando em consideração que as eleições do ANDES-SN acontecem em todo o território nacional, sendo este um processo realizado por poucos sindicatos brasileiros.

Mariano destaca que um momento importante dessas eleições foi a discussão sobre a estrutura de funcionamento das regionais, já que Chapa 2, que acabou não sendo homologada pela CEC, fez uma opção por indicar nomes de docentes de fora das regionais de origem, o que sus-citou um longo debate na CEC sobre esta viabilidade e também sobre o fato de que a chapa apresentou dois candidatos que não eram filiados ao Sindicato Nacional. A decisão da CEC foi confirmada pela justiça, quando o juiz titular da 1ª Vara do Trabalho do Distrito Federal negou, em 24/4, o pedido de liminar do recurso apresentado pela Chapa 2, “ANDES-SN para os docentes”.

“A tese vencedora foi de que não era possível a inscrição da chapa, pois nossa organização nasceu pela base e trocar candidatos da regional de origem por can-didatos de fora desta poderia ferir o modelo e a estrutura do sindicato”, conta Mariano.

Ele lembra que a impugnação da Chapa

2 foi um momento de grande debate, tendo sido garantido todo o direito de recursos para a Chapa 2. “O que acabou por inviabilizar a inscrição definitiva da chapa foi a presença dos dois candidatos não sindicalizados na chapa, além, é cla-ro, da presença de diretores de fora da regional de origem”, argumenta.

Devido ao processo na justiça, a CEC respeitou a decisão de não divulgar materiais sobre a eleição, o que atrasou o envio e a chegada de cédulas e urnas em diversas seções sindicais. “Mas era importante esta decisão para manter a igualdade de condições caso a justiça mantivesse a Chapa 2 inscrita”, defende.

Para Mariano, é impossível afirmar se haveria uma participação maior dos eleitores caso a eleição contasse com mais de uma chapa. “É claro que teríamos um debate mais intenso sobre o processo eleitoral, sobre propostas para dirigir o sindicato e isso poderia aumentar o número de votantes. Ao mesmo tempo é importante lembrar que foram garan-tidas todas as condições para realização do processo eleitoral por parte da CEC”, afirma. Foram enviados para as seções sindicais, por exemplo, mais de 30 mil cartazes divulgando as eleições.

Diretoria eleita para o biênio 2012/2014“Andes – Trabalho docente e compromisso social”

Presidente Marinalva Silva Oliveira (SINDUFAP) 1º Vice-Presidente Luiz Henrique Schuch (ADUFPel) 2º Vice-Presidente Gean Claudio de Souza Santana (ADUFS-Ba) 3º Vice-Presidente Paulo Jorge Moraes Figueiredo (ADUNIMEP)

Secretário Geral Márcio Antônio de Oliveira (APESJF) 1ª Secretária Marina Barbosa Pinto (APESJF) 2º Secretário Paulo Marcos Borges Rizzo (SSind. do ANDES-SN na UFSC) 3º Secretário Rondon Martim Souza de Castro (SEDUFSM)

1º Tesoureiro Fausto Camargo Jr. (SINDCEFET-MG) 2º Tesoureiro Almir Serra Martins Menezes Filho (ADURN) 3º Tesoureiro João Francisco Ricardo Kastner Negrão (APUFPR)

Regional Norte I 1º Vice-Presidente Amecy Gonçalves Bentes de Souza (ADUA) 2º Vice-Presidente Carlossandro Carvalho de Albuquerque (SIND-UEA)

1º Secretário Jorge Luiz Coimbra de Oliveira (ADUNIR) 2ª Secretária Vânia Graciele Lezan Kowalceuk (SESDUF-RR) 1º Tesoureiro Antônio José Vale da Costa (ADUA) 2º Tesoureiro Edilson Lobo do Nascimento (ADUNIR)

Regional Norte II 1º Vice-Presidente José Queiroz Carneiro (ADUFPA) 2º Vice-Presidente Paulo Marcelo Cambraia da Costa (SINDUFAP) 1º Secretário Benedito Gomes dos Santos Filho (ADUFRA) 2ª Secretária Brenda Perpétua Pereira da Mota (SINDUFAP) 1º Tesoureiro Roberto Cezar Lobo da Costa (ADUFRA) 2º Tesoureiro Enilson da S. Souza (SINDUFOPA)

Regional Nordeste I 1º Vice-Presidente Antônio Gonçalves Filho (APRUMA) 2º Vice-Presidente Daniel de Oliveira Franco (ADUFPI) 1º Secretário José Alex Soares Santos (SINDUECE) 2º Secretário José Policarpo Costa Neto (APRUMA) 1º Tesoureiro Raimundo Renato Patrício (APRUMA)

2ª Tesoureira Erlênia Sobral do Vale (SINDUECE)

Regional Nordeste II 1º Vice-Presidente Josevaldo Pessoa da Cunha (ADUFCG) 2º Vice-Presidente Geraldo Marques Carneiro (ADFURRN/ADUERN) 1ª Secretária Rejane Dias da Silva (ADUFEPE) 2ª Secretária Ibiraci Maria Fernandes Rocha (ADURN) 1º Tesoureiro Adeni Gomes Ferraz (ADUFERPE) 2ª Tesoureira Eliane Maria de Menezes Maciel (ADUFPB)

Regional Nordeste III 1º Vice-Presidente José Valter Alves da Silva (ADUSC) 2º Vice-Presidente Marcos Antônio da Silva Pedroso (ADUFS) 1º Secretário Robério Marcelo R. Ribeiro (APUR) 2º Secretário Marcos Antônio Assis Lima (ADUSB) 1º Tesoureiro Milton Pinheiro (ADUNEB) 2ª Tesoureira Gracinete Bastos de Souza (ADUFS-BA)

Nova diretoria do ANDES-SN é eleita com mais de 90% dos votos

Confira aqui os nomes dos diretores do ANDES-SN no biênio 2012-2014

Marinalva, Márcio e Fausto se reúnem para dar início aos trabalhos da nova diretoria

Eleição

InformANDES/2012 5

1 – Qual a sua avaliação do processo eleitoral e da vitória?O processo eleitoral foi denso, mas

muito bom. Durante as nossas viagens por diversas Universidades pudemos conhecer as mais variadas realidades a que os docentes estão submetidos. A eleição serviu como instrumento político para conhecermos a realidade docente e também para dialogar com os novos docentes sobre o ANDES-SN. A vitória nesse processo foi além dos números, embora estes também sejam representativos. É importante avaliar que numa conjuntura adversa aos mo-vimentos sociais, tivemos proporcional-mente um ligeiro aumento na votação em relação à eleição passada. Isso também é reflexo da política da atual Diretoria no fortalecimento do ANDES e a base respondeu nas urnas mostrando que o ANDES-SN é seu real representan-te sindical.

2 – Você pretende dar continuidade ao que a diretoria tem feito?Sim, a atual Diretoria do Andes tem

implementado uma política acertada no fortalecimento do ANDES na base e isso tem refletido no momento de luta que es-tamos vivendo. Temos uma greve que já iniciou forte, o que há muito não víamos no movimento docente. Precisamos con-tinuar lutando pelo projeto de universi-dade que defendemos. Uma universidade com qualidade, onde os docentes tenham melhores condições de trabalho e salário dignos. Parte importante desse projeto é a carreira docente, assim manteremos a luta por uma carreira que recupere a dignidade do docente e o interesse pela profissão entre os estudantes.

3 – O que você pretende deixar como marca de sua gestão?Há um empobrecimento salarial dos

docentes, uma ampliação da sobrecarga de

trabalho e ausência de respeito ao nosso trabalho. Isso trouxe várias consequências no mundo do trabalho docente inclusive a perda da capacidade de luta, o adoecimen-to e a reduzida auto-estima dos docentes. A greve atual, e a força com que iniciou, mostrou que estamos recuperando a nossa capacidade de mobilização e transforman-do nossa indignação em luta. E isso precisa continuar. Precisamos resgatar em cada professor e professora a concepção de que a atuação sindical e a greve são instrumen-tos políticos importantes, pois quando nos organizamos e lutamos, somos respeitados e recuperamos nossa dignidade de traba-lhador e trabalhadora. A marca que temos que deixar com essa gestão é o fortale-cimento do enraizamento do ANDES em todas as instituições de ensino superior deste país para que seja o elemento que reconstrua os docentes como protagonis-tas de sua própria ação e de proposições para a construção de uma outra sociedade mais justa e igualitária.

Regional Planalto 1º Vice-Presidente Maurício Alves da Silva (SESDUFT) 2º Vice-Presidente Claus Akira Matsushigue (ADUNB) 1º Secretário Fábio Henrique Duarte (SESDUFT) 2º Secretário Fernando César Paulino Pereira (ADCAC) 1º Tesoureiro Fernando Lacerda Junior (ADUFG) 2º Tesoureiro Edney Rocha Freitas (ADCAJ)

Regional Pantanal 1º Vice-Presidente Dorival Gonçalves Junior (ADUFMAT) 2ª Vice-Presidente Marina Evaristo Wenceslau (ADUEMS) 1º Secretário Eduardo Soares Gonçalves (ADUNEMAT) 2ª Secretária Gicelma da Fonseca Chacorosqui Torchi (ADUFDOURAD1ª Tesoureira Irenilda Angela dos Santos (ADUFMAT) 2º Tesoureiro Mário Luiz Alves (ADUFDOURADOS)

Regional Leste 1º Vice-Presidente Rubens Luiz Rodrigues (APESJF) 2º Vice-Presidente Antônio Libério de Borba (SINDCEFET-MG)

1ª Secretária Márcia Cristina Fontes Almeida (ASPUV) 2ª Secretária Cenira Andrade de Oliveira (ADUFES) 1º Tesoureiro Joaquim Batista de Toledo (ADUFOP) 2º Tesoureiro Antônio Maria Pereira de Resende (ADUFLA)

Regional Rio de Janeiro 1º Vice-Presidente Walcyr de Oliveira Barros (ADUFRJ) 2ª Vice-Presidente Elizabeth Carla Vasconcelos Barbosa (ADUFF) 1ª Secretária Sônia Lúcio R. de Lima (ADUFF) 2º Secretário João Pedro Dias Vieira (ASDUERJ) 1ª Tesoureira Maria Luiza Testa Tambellini (ASDUERJ) 2ª Tesoureira Enedina Soares (ADUNIRIO)

Regional São Paulo 1ª Vice-Presidente Ana Maria Ramos Estevão (ADUNIFESP) 2º Vice-Presidente Osvaldo L. Angel Coggiola (ADUSP) 1ª Secretária Bethania Libanio Dantas de Araujo (ADUNIFESP) 2º Secretário Ivonésio Leite de Souza (ADUNIMEP) 1ª Tesoureira Lighia Brigitta Horodynski Matsushigue (ADUSP)

2º Tesoureiro Rubens Barbosa de Camargo (ADUSP)

Regional Sul 1ª Vice-Presidente Maria Suely Soares (APUFPR) 2ª Vice-Presidente Cintia Xavier (SINDUEPG) 1ª Secretária Maria Luiza Domingues (SINDUFT-PR) 2º Secretário Henrique Radomanski (SESDUEM) 1º Tesoureiro Marcos Antônio Baldessar (SINDUFT-PR) 2º Tesoureiro Alberto Elvino Franke (SSIND. do ANDES-SN na UFSC)

Regional Rio Grande do Sul 1º Vice-Presidente Carlos Alberto Pires (SEDUFSM) 2º Vice-Presidente Daniel Luiz Nedel (SESUNIPAMPA) 1º Secretário Henrique Andrade Furtado de Mendonça (ADUFPEL) 2º Secretário Carlos Schmidt (SSIND. do ANDES-SN na UFRGS) 1º Tesoureiro Júlio Ricardo Quevedo dos Santos (SEDUFSM) 2º Tesoureiro Ubiratã Soares Jacobi (APROFURG)

Confira aqui os nomes dos diretores do ANDES-SN no biênio 2012-2014

Primeira representante da região Norte a presidir o ANDES-SN, Mari-nalva Oliveira elogiou o trabalho de fortalecimento do ANDES-SN pela base, realizado pela atual diretoria e credita a essa postura a robustez da greve nas universidades federais iniciada no dia 17 de maio. Durante o processo eleito-ral, ela percorreu o país apresentando

a proposta da chapa 1 para dirigir o Sindicato nos próximos dois anos. Para ela, essas andanças serviram como “um instrumento político para conhecermos a realidade docente e também para dia-logar”. O que ficou desse processo todo foi a certeza de que é possível ampliar a presença do ANDES-SN para todas as instituições de ensino superior.

Entrevista com a futura presidente do ANDES-SN

Marinalva diz que a marca da sua gestão será o enraizamento do ANDES-SN em todas as instituições de ensino superior do país

AcompAnhe, A seguir, umA entrevistA com A presidente eleitA do Andes-sn pArA o biênio 2012-2014.

A nova presidente toma posse durante o 57º Conad, em 21/6

Eleição

InformANDES/20126

O imposto sindical foi criado du-rante o Estado Novo (1943), um dos períodos de maior tutela do poder Executivo sobre as

organizações sindicais. A cobrança veio complementar a estrutura sindical cor-porativista criada nos anos anteriores, cujo principal objetivo era controlar as lutas dos trabalhadores através de seu atrelamento ao Estado.

De acordo com o professor Marcelo Badaró, da Universidade Federal Flumi-nense, o objetivo do imposto sempre foi o de dotar os sindicatos, federações e con-federações de recursos para funcionarem como aparelhos burocráticos, visando à conciliação de interesses com o capital, ainda que privadas de maior participação das bases das categorias profissionais que representam.

“A situação se agravou no segundo mandato de Lula da Silva, pois as Cen-trais Sindicais passaram a fazer parte da referida estrutura, recolhendo também elas – e subordinando-se ainda mais ao estado assim – a atualmente chamada ‘contribuição sindical’”, afirma Badaró.

A contribuição sindical, que corres-ponde ao valor de um dia de trabalho, é descontada dos salários dos trabalhado-res brasileiros na folha salarial relativa a

fevereiro, que é paga, normalmente, no início de março.

Vale lembrar que a taxa é recolhida de toda a categoria, e não só dos trabalhadores sindicalizados, o que faz com que muitos sindicatos, que se mantém por essa via de financiamento, não invistam em campanhas de sindicalização para aumentar o número de filiados e não tenham o menor interesse em estimular a participação efetiva da categoria no sindicato.

Recusa à cobrança compulsóriaSegundo Badaró, os ventos contestado-

res que sopraram a partir do sindicalismo brasileiro no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, que levaram ao surgimento do “novo sindicalismo”, para além das greves e do enfrentamento da ditadura militar, fizeram emergir uma crítica potente à es-trutura sindical corporativista, que possui entre os seus pilares o imposto sindical.

“O ANDES-SN surgiu (inicialmente como Associação Nacional) naquela época e, ao contrário da maioria das entidades que naquele momento fizeram críticas duras ao imposto, manteve-se coerente com seus princípios, recusando-se a recolher a contribuição compulsória. São poucos os sindicatos que não fazem uso desses recursos, embora a CSP-Conlutas tenha

resgatado essa bandeira histórica do “novo sindicalismo” e recomende aos seus filiados que não o recolham”, comenta.

O Sindicato Nacional, por decisão po-lítica dos professores sindicalizados, vive exclusivamente da contribuição mensal deliberada pela categoria em assembléias gerais e congressos. Tal compromisso é disposição estatutária do ANDES-SN. Sendo assim, quando o imposto é reco-lhido à revelia do sindicato, o dinheiro é devolvido aos docentes.

“A contribuição compulsória é uma das estratégias do governo para manter os sindicatos atrelados a ele. E o ANDES-SN não admite esse atrelamento. Lutamos pela autonomia sindical plena”, explica a presidente do Sindicato Nacional, Marina Barbosa Pinto.

Atualmente, existe um movimento lide-rado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) que reivindica o fim do imposto sindical. Em entrevista publicada no site da Sedufsm, José Maria de Almeida, co-ordenador da CSP-Conlutas aponta que o movimento da CUT é uma tentativa de camuflar, com uma “cara simpática”, a defesa da aprovação da Reforma Sindical prevista na PEC 369 - apresentada no Congresso Nacional pelo governo Lula, pela CUT e Força Sindical, em 2005 - e

que voltou a tramitar recen-temente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados.

“Esta reforma, a despeito de acabar com o impos-to sindical e a unicidade sindical - bandeiras que também defendemos -, na verdade estabelece as con-dições para a flexibilização de direitos dos trabalhado-res através da negociação coletiva; estabelece uma taxa de desconto sobre os salários dos trabalhadores maior ainda que o imposto sindical; e dá poderes a uma Central Sindical para desco-nhecer entidades de base. Ou seja, uma mudança de uma situação que já é ruim (a atual) para uma situação pior ainda”, afirma.

Contribuição compulsória mantém sindicalismo de gaveta

Mundo do Trabalho

InformANDES/2012 7

Zé Maria destaca que a CSP-Conlutas também é contra o imposto sindical, e a primeira medida que adotou foi a de não receber o que deveria ser direcionado à central pela legislação. “A decisão da nossa central, consolidada em nossos estatutos, é a de devolver estes recursos para os trabalhadores. Mas a luta que travamos contra o imposto sindical e a unicidade sindical é uma luta que não se separa da luta contra a reforma sindical e a PEC 369”, explica.

Para o coordenador da CSP-Conlutas, a extinção do imposto sindical teria um impacto importante para a maioria das entidades principalmente do setor privado. Segundo ele, mesmo entre as entidades que defendem posição contrária a esta forma de contribuição, não existe uma preparação efetiva para a ausência dos recursos provenientes do imposto sindical no financiamento dos gastos da entidade.

“Trata-se de um desafio que segue posto para a maioria das entidades, há exceções, obviamente, onde já se avançou nesta questão. Mas aquelas entidades que têm representação junto às suas categorias seguramente encontrariam maneiras de superar estes transtornos e estabilizar formas de financiamento da ação sindical, baseadas em contribuições voluntárias dos trabalhadores”, comenta Almeida.

Zé Maria diz que existem várias propos-tas neste sentido que estão em discussão e que poderiam resolver o problema, como o desconto de uma taxa de fortalecimento do sindicato por ano, desde que apro-vada em assembleia dos trabalhadores. “No entanto, as que não conseguirem se sustentar com este critério (contribuição voluntária dos trabalhadores), deverão se perguntar se merecem mesmo existir”, pondera.

O professor Marcelo Badaró avalia ainda que a extinção do imposto neste momento significaria para o movimento sindical brasileiro o fim de um dos laços que o atrelam ao Estado e o estímulo para que a organização sindical se paute pela filiação e participação consciente das maiores parcelas possíveis da classe trabalhadora.

“Só as entidades 'de carimbo', ou seja, sem vida sindical efetiva, dependem majoritariamente do imposto para sobre-viverem. Embora, é claro que muitas má-quinas sindicais de grande porte tenham nos 10 a 30% de suas verbas oriundas da “contribuição sindical” um volume muito elevado de recursos a sustentar sua bu-rocratização”, analisa.

Com informação da Sedufsm - SSind.

Servidores Federais indicam greve geral para junho

Agenda:31 de maio– prazo para o governo atender as reivindicações dos Servidores Públicos Federais;

05 de junho– caravanas a Brasília e Plenária Nacional Unificada;

11 de junho– data indicativa para a greve geral no setor público federal, caso não haja atendimento das reivindicações.

Indignados com o descaso do governo federal em relação à categoria, que há dois anos têm os salários arrochados, sem recomposição inflacionária e muito menos aumento real, o Fórum das Enti-dades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) indicou a construção de uma greve geral do serviço público, com paralisação por tempo indeterminado a partir de 11 de junho.

Além da intransigência do governo, os servidores vêm enfrentando a pre-

carização das condições de trabalho e ataques aos direitos básicos, como a recente privatização da previdência, com a criação da Funpresp.

A próxima ação de mobilização dos servidores será uma marcha a Brasília, no dia 5 de junho, com a realização de uma plenária ampliada das entidades dos SPF, logo após a passeata na Esplanada dos Ministérios. Na ocasião os servidores irão votar indicativo de greve apontado para o dia 11 de junho.

Em 28/3, servidores federais de todo o país tomaram a Esplanada em protesto contra a intransigência do governo

Mundo do Trabalho

InformANDES/20128

Os docentes das Instituições Fe-derais de Ensino iniciaram no dia 17 de maio uma das maiores greves realizadas pela categoria

nos últimos anos. Logo no primeiro dia, 33 instituições aderiram à greve e menos de duas semanas depois já eram 47 instituições, que representam mais de 80% da base do Sindicato Nacional no setor das Ifes. Univer-sidades tradicionais, como as federais do Rio de Janeiro, Fluminense, Paraná, Pará e São Paulo, entre outras, já estavam paradas na primeira semana. Mesmo nas entidades não-filiadas a categoria se levanta e há possibilidade de adesão à greve.

O trabalho intenso do Sindicato Na-cional para construir uma proposta que fortaleça a carreira docente, aliado a in-satisfação da categoria com as inúmeras reuniões protelatórias agendadas pelo governo desde 2010 para tratar da questão fizeram com que a greve irrompesse com uma força impressionante.

Foram quase dois anos de debates, caravanas por todo o país, elaboração de materiais de divulgação e de esclare-cimento, idas e vindas entre assembleias das seções sindicais e reuniões nacionais do setor das Ifes. Toda essa construção fez com que a categoria tivesse a real com-

preensão do que estava sendo proposto pelo governo, as tentativas de enrolação e o esforço do ANDES-SN de construir uma proposta que realmente contribuísse para o fortalecimento da universidade pública brasileira.

A força com que nasceu a greve do setor das Ifes pode ser expressa na frase “É en-graçado a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer”, dita por Caetano Velos no disco ao vivo que gravou com Maria Bethânia. A única diferença é que a paralisação não pareceu forte, ela irrompeu com força descomunal.

“A greve praticamente explodiu no Brasil inteiro. Isso demonstra a indigna-ção e a capacidade de ação dos docentes das Ifes na luta contra a desvalorização da nossa carreira e da precarização das condições de trabalho”, afirma a presi-dente do ANDES-SN, Marina Barbosa. No dia da instalação do Comando Nacional de Greve (CNG), ela argumentou que a mobilização já era vitoriosa, “pois reto-mou a capacidade de ação e reação do movimento docente, que estava quieto há algum tempo”.

O 2º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul do ANDES-SN, Carlos Al-berto da Fonseca Pires, que participou

Greve nas Federais por todo o país Em várias Ifes do Brasil, assembleias de base aprovaram a adesão a uma das maiores greves dos últimos tempos no Setor. Até o momento, já são 47 instituições paradas

Seções Sindicais realizaram assembleias históricas

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da primeira formação do CNG, aponta como uma das particularidades dessa greve o protagonismo dos professores das universidades recém-criadas, ou que foram expandidas pelo Programa de Re-estruturação e Expansão das Univer-sidades Federais (Reuni).

“Esses professores estão sentindo na pele o rebaixamento salarial e a preca-rização do trabalho, daí porque foram os primeiros a aderir e a puxar a greve”, avalia Pires.

“A mobilização tem uma força própria. Os docentes estão se organizando nos campus, muitas vezes de forma indepen-dente da estrutura da seção sindical. Está acontecendo uma organização que há muito tempo não se via”, constata.

Conselhos UniversitáriosAumenta a cada dia o apoio dos conse-

lhos universitários e reitorias favoráveis à greve. O primeiro conselho a se posicionar foi o da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que considerou a greve um instrumento de luta por “melhores condições de trabalho, da valorização da carreira docente e do caráter público, gratuito e de qualidade das universidades públicas”. Na segunda semana de maio,

aprovaram moções de apoio à greve os conselhos superiores da Universidade Federal do Vale do São Francisco, da Uni-versidade Federal do Pará, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Acre e da Universidade Federal de Uberlândia.

A reitora recém-empossada da Uni-versidade Federal de Rondônia, Berenice Tourinho, foi a primeira dirigente de uni-versidade a declarar apoio à greve, “pela justeza das reivindicações da categoria”, mas outros reitores já fizeram pronuncia-mento parecido.

Outra reitora a dar declarações favo-

ráveis foi a da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli Neder. Em reunião com o Comando Local de Greve da UFMT, no dia 21 de maio, ela se comprometeu em levar o tema para o debate junto à Associação dos Dirigentes (Andifes).“A luta é pelo plano de carreiras, algo que dê aos professores uma perspec-tiva. O Ministério do Planejamento está trabalhando nisso, mas muito lentamente. É preciso acelerar esse trabalho e dar uma resposta aos professores”, declarou a reitora ao site ‘Olhar Direto’.

Já o reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Rômulo Polari, também

Greve nas Federais por todo o país Em várias Ifes do Brasil, assembleias de base aprovaram a adesão a uma das maiores greves dos últimos tempos no Setor. Até o momento, já são 47 instituições paradas

Intensa mobilização demonstra alto grau de indignação da categoria

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declarou apoio à greve e disse ao Comando Local de Greve que “não há, atualmente, um reitor que seja contra o movimento”. Segundo Polari, a entidade representativa dos reitores havia alertado o governo que a insatisfação entre os docentes era grande.

Para Polari, o longo período em que a categoria reivindica um novo plano de carreira, somado à ausência de um posicionamento do governo, foi fator determinante para o processo de greve.

Outro reitor a se posicionar favoravel-mente à greve foi David Pinheiro Júnior, da Universidade Federal de Ouro Preto, para quem são legítimas as demandas do movimento docente.

EstudantesDesde o primeiro dia, é grande o apoio

dos estudantes e de outras entidades à greve. Já assinaram manifestos a Associa-ção Nacional dos Estudantes Livre (Anel), a Oposição de Esquerda da UNE e centros acadêmicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), entre outras entidades estudantis.

Além disso, estudantes têm feito manifestações em todo o país em apoio aos professores. No dia 23 de maio, foi realizada uma manifestação na Universi-dade Federal de Uberlândia. Em Diadema, estudantes programaram um ato nos primeiros dias da greve. Com nariz de palhaço e carregando cartazes com os dizeres “Professor valorizado é educação de qualidade”, percorreram o campus da Unifesp. Em Juiz de Fora, dirigentes do Diretório Central dos Estudantes e do Grêmio Estudantil do Colégio Aplicação João XXIII têm participado das assem-bleias dos professores para prestar apoio aos docentes.

Na Universidade Federal do Rio Grande (UFRG), discentes ocuparam a reitoria na noite do dia 21 em apoio à greve. Dois dias

depois conseguiram ser recebidos pelo reitor João Carlos Brahn, a quem pediram a suspensão do calendário escolar.

Na Universidade Federal do Amazonas, estudantes do curso de medicina decidi-ram, em assembleia, apoiar a greve. Para o presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Amazonas (Adua), Antônio Neto, a decisão dos estudantes é histórica, pois “essa é uma das unidades acadêmicas que tradicionalmente se po-siciona contrária à greve.” Estudantes de outros cursos já tinham decidido, também, entrar em greve.

Também deliberam por entrar em greve os estudantes das universidades de Brasília, da Federal Fluminense e de Juiz de Fora, entre outras.

Para o professor Billy Graef, da Uni-versidade Federal de Rio Grande, esse apoio dos estudantes à causa docente se deve à decepção que tiveram ao entrar na universidade pública, principalmente entre aqueles que, indiretamente, foram beneficiados pelo Reuni. “São alunos que tinham uma expectativa muito grande em relação a uma instituição federal e, quando chegaram, depararam-se com a falta de estrutura”, analisa.

Também já aprovaram notas de apoio à greve o Conselho Federal de Serviço Social, entidades representativas de professores e estudantes da Califórnia, o Sindicato dos Professores Municipais de Juiz de Fora, o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região, a Associação dos Docentes da Unicamp, e a Associação dos Geógrafos Brasileiros, entre outras entidades.

AtividadesDurante a greve, as seções sindicais

estão realizando várias atividades e manifestações. Na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), os docentes pro-

moveu, no dia 17, uma aula pública com a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, que falou sobre a relação entre a falta de recursos para a educação e a opção que o governo faz em priorizar o pagamento dos juros da dívida. A Adua também promoveu uma carreata no dia 24 de maio, que contou com cerca de 150 carros, e tem feito “arrastões” nas unidades acadê-micas que ainda estão reticentes em aderir à greve.

Outra aula pública marcou o primeiro dia da greve na Universidade Federal do Paraná. Cerca de 300 pessoas assistiram a aula, que tratou do tema “Por que a greve?”.

Os docentes da UFJF e do IF Sudeste MG também participaram no dia 24 de maio de um ato público organizado pelo DCE, que seguiu do campus da universidade até o Parque Halfeld. Neste dia foi realizada uma panfletagem no centro da cidade.

No Pará, no primeiro dia da greve, foi realizado um ato público no portão prin-cipal do campus, e diariamente a seção sindical tem realizado atividades dentro da universidade.

Assembléias também foram marcadas pelo amplo debate acerca das reivindicações locais e proposta de carreira Estudantes de mais de 14 Universidades já deflagraram greve em apoio à paralisação docente

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Grande participação da categoria demonstra a força da greve

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Em Vitória, o Comando Local de Greve tem se reunido diariamente e fazendo visitas aos departamentos que ainda não aderiram à paralisação. Quase que dia-riamente são realizadas panfletagens no campus de Goiabeiras, em que é entregue a “Carta Aberta à População: as razões da greve na Ufes.” Dessa forma, o Comando Local de Greve explica para a comunidade universitária os motivos do movimento e busca convencer os professores que ainda não estão parados.

Na Universidade Federal Rural de Per-nambuco, os professores realizaram um ato de protesto no dia 22 de maio. Neste mesmo dia, professores da Universidade Federal de Pernambuco reuniram-se com o reitor da instituição para tratar das reivindicações da categoria. Os pernambucanos também realizaram no último dia 27 uma panfletagem na praia de Boa Viagem, explicando os motivos da paralisação.

“Mas essas são algumas manifestações. A greve tem um dinamismo tão grande que é impossível pontuar tudo o que está sendo feito”, conta o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch.

No dia 23 de maio, Mercadante convo-cou a imprensa para apelar aos profes-sores que voltassem para sala de aula e também acusou os docentes de intransi-gentes, já que o prazo para as negociações em torno do plano de carreira se esgota-ria, tecnicamente, em 31 de agosto – por imposição da LDO. Um dia após o pronun-ciamento, a mobilização continuava com a mesma força e nenhum professor voltou para a sala de aula.

Na avaliação do ANDES-SN e do Coman-do Nacional de Greve (CNG), a atitude do ministro é um reconhecimento da força da greve. Em resposta, a direção do ANDES--SN informou à imprensa que as negocia-ções sobre o plano de carreira se arrastam desde 2010 e que a proposta apresentada pelo governo em dezembro daquele ano é essencialmente a mesma do dia 15 de maio passado. “O governo finge que ne-gocia, mas não tem mudado sua posição, mesmo contrariando, às vezes, todas as outras partes representadas no grupo de trabalho”, contra-argumentou Marina.

A presidente do ANDES-SN também explicou aos jornalistas que, ao contrário do que disse o ministro, o movimento dos professores não foi precipitado, já que o Sindicato Nacional esteve presente em todos os espaços de negociação há quase dois anos, apresentando propostas e co-brando respostas do governo.

A suspensão da reunião do GT Carreira, prevista para o dia 28 de maio, serviu também para aumentar ainda mais a in-dignação dos professores com o descaso do governo com a categoria em greve.

“Mesmo em greve, fomos recebidos por todos os governos, dos militares a Fer-nando Henrique Cardoso, esperamos da presidente Dilma a mesma atitude demo-crática”, ponderou Marina.

Na avaliação do CNG, isso demonstra o desrespeito do governo em relação aos prazos estabelecidos por seus próprios representantes e evidencia também a ausência de proposta efetiva a ser apre-

sentada aos professores para resolver o impasse da greve.

Mesmo com a suspensão da reunião, em todo o país as seções sindicais em greve organizaram atividades para marcar do dia, como foi o caso das Federais do Rio de Janeiro (Adufrj, Aduff, Adur-rj e Adunirio) que realizaram um grande ato na Praça XV, e da Adunifesp, que reuniu professores, estudantes e técnicos em passeata na Avenida Paulista.

Em Brasília, o Comando Nacional de Greve e o Comando Local da Adunb fize-ram uma manifestação conjunta na Espla-nada dos Ministérios. Cerca de 300 pesso-as protestaram em frente ao Ministério do Planejamento e depois seguiram para o MEC, também cobraram do governo uma resposta às reivindicações dos professores em greve. “A nossa greve é legítima. E o ministro sabe disso tanto quanto nós”, disse Marina, em recado à Mercadante.

Atitudes do governo fortalecem a greveTalvez não fosse isso que o governo pretendesse com a declaração do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e com a suspensão da reunião do GT Carreira, mas essas atitudes serviram para fortalecer a mobilização dos docentes em greve.

Estudantes de mais de 14 Universidades já deflagraram greve em apoio à paralisação docente

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Grande participação da categoria demonstra a força da greve

InformANDES/201212

CSP-Conlutas realiza congresso histórico em Sumaré (SP)

Uma série de fatores fizeram do 1º Congresso da CSP-Conlutas um acontecimento histórico. O evento reuniu 2280 participan-

tes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, entre 27 e 30 de abril, na cidade de Sumaré (SP).

Além do grande número de presentes, as deliberações e atos realizados durante

o encontro permitiram a consolidação da CSP-Conlutas como uma alternativa para unificar e fortalecer a luta dos mo-vimentos sindicais e populares.

Das 251 entidades presentes, 114 eram sindicais, duas associações de classe, 118 oposições sindicais e minorias de diretorias de sindicatos, 11 movimentos populares urbanos, um movimento po-

pular rural, quatro movimentos de luta contra a opressão e uma entidade do movimento estudantil.

O congresso contou também com a participação de 29 entidades observado-ras, sendo 15 sindicais, três associações de classe, um movimento popular rural, nove movimentos populares urbanos e uma da luta contra a opressão.

BalançoUm saldo positivo. Foi essa a avaliação

realizada pela maioria dos delegados do 1º Congresso da CSP-Conlutas na plenária que discutiu o balanço de atividades e de organização da Central, em relação à sua atuação desde quando foi criada, no Conclat de 2010.

Mesmo com análise positiva, os par-ticipantes apontaram que existe ainda a necessidade de aprimoramento de

Dos 2280 participantes:

1809 delegados plenos

302 observadores e convidados

96 crianças

73 convidados internacionais

Durante quatro dias, delegados e observadores discutiram formas de fortalecer a luta dos trabalhadores

CSP-Conlutas

InformANDES/2012 13

Deliberações

Entre as resoluções nacionais destacam-se:₪ Nenhuma ilusão em relação ao

governo Dilma. Só a luta dos trabalhadores e da juventude pode garantir emprego, terra, saúde, educação e moradia para todos;

₪ Contra o pacto social implementado pelas centrais governistas, travestido de luta contra a desindustrialização; Participação da CSP-Conlutas na Mesa Nacional da Indústria da Construção.

Entre as resoluções internacionais destacam-se:₪ O capital deve pagar pela crise;

₪ Todo apoio às revoltas populares do norte da África e Oriente Médio e à luta dos trabalhadores europeus e de todo o mundo.

O ANDES-SN participou com 63 delegados e 29 observadores, entre membros da direção nacional e representantes das seções sindicais

algumas questões internas da entidade, no sentido de ampliar e fortalecer a luta da classe trabalhadora.

Contribuições do ANDES-SNA orientação encaminhada pelo AN-

DE-SN, e apresentada pelo diretor do sindicato Francisco Miraglia, para a definição de critérios de composição

das coordenações estaduais e regionais da CSP-Conlutas e na coordenação cen-tral foi acatada por ampla maioria dos delegados, com apenas quatro votos de abstenção.

Já a contribuição do Sindicato Nacional, deliberada no 31º Congresso do ANDES--SN, referente à alteração do nome da CSP-Conlutas para Central Sindical Popu-

lar (CSP) foi apresentada pela presidente da entidade Marina Barbosa. A proposta foi debatida e também defendida por outras entidades, mas acabou sendo rejeitada.

Outra proposição do ANDES-SN apro-vada pelo plenário foi o aumento de 3% para 5% na contribuição das entidades filiadas à Central.

Marina presidiu a mesa de abertura do 1º Congresso da CSP-Conlutas

CSP-Conlutas

InformANDES/201214

Durante dois dias (2 e 3 de maio), cerca de 170 trabalhadores e estudantes debateram formas de internacionalizar a luta dos

movimentos sindicais e sociais contra os ataques do capitalismo.

Com o mote “Muitas vozes, uma só luta”, a Reunião Internacional organizada pela CSP-Conlutas em parceria com a União Sindical Solidaires (França) contou com a participação de representantes de 20 países e das delegações brasileiras.

Dirigentes sindicais e de movimentos sociais do Egito, França, Itália, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Senegal, Benin, África do Sul, EUA, Canadá, Costa Rica, Haiti, México, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai se uniram aos brasi-leiros para discutir ações conjuntas que fortaleçam a luta da classe trabalhadora em todo o mundo.

Setor da EducaçãoA privatização da educação, principal-

mente no ensino superior, também foi recorrente na fala de vários delegados. Representantes do México, Chile, Costa Rica, Argentina, Inglaterra e Canadá apon-taram exemplos de luta dos estudantes, docentes e funcionários no combate à mercantilização do ensino.

Paul Tsang, técnico administrativo da Universidade de Toronto (Canadá) e presi-dente do Sindicato dos Metalúrgicos (USW Local 1998), relatou como as parceiras público-privadas estão permitindo a ins-talação de empresas de comercialização do ensino e da pesquisa nas instituições. Para ele, as entidades precisam se unir na denúncia dessa prática que se espalha

em todos os países, com o propósito de mercantilizar a educação.

Helena Bertrand, da Émancipation – grupo de oposição da Federação dos Professores da França e editora do peri-ódico L’Insurgé, apontou que o corte de vagas nas universidades e a substituição de professores concursados por aqueles em situação precária são problemas que enfrentam os docentes em seu país e que motivaram mobilizações por todo o território francês.

CriminalizaçãoA criminalização dos movimentos

sociais e sindicais e o uso da violência contra os trabalhadores também parece prática adotada por todos os países das delegações presentes.

Trabalhadores do Peru, Benin, Brasil, Costa Rica, Haiti, Itália, assim como es-tudantes da Argentina, Chile e Inglaterra relataram a forma como os governos têm usado a força policial como instrumento de repressão e intimidação dos militantes. Segundo Camilo Pinto, dirigente do movi-mento dos estudantes secundaristas chi-lenos, vários manifestantes foram presos sob falsas alegações e crimes forjados pela própria polícia, com o objetivo de enqua-drar os estudantes na lei anti-terrorista.

Outro ponto abordado pelo represen-tante da Confederação Unitária de Base (CUB) da Itália, Moustapha Wagne, foi a necessidade das entidades incluírem na sua pauta de lutas a questão da imigração. Segundo ele, na Itália são 4,5 milhões de trabalhadores imigrantes legalizados, mas no mercado informal existem cerca de 500 mil trabalhadores sem documentação

legal, sendo explorados e sem represen-tação sindical.

Wagne reforçou que esse é um proble-ma mundial. Ele citou como exemplo o Bra-sil, onde vários trabalhadores bolivianos e do Haiti são submetidos à exploração e condições análogas à escravidão. “Esses trabalhadores também devem ser repre-sentados e ter seus direitos respeitados”, ressaltou Wagne.

Todas as falas das delegações reforça-ram que, com a crise mundial do capitalis-mo, a necessidade de resgatar a unidade internacional da classe trabalhadora se faz cada vez mais urgente.

Declaração unitáriaNo último dia do encontro (3/5), os

participantes aprovaram uma declaração unitária por aclamação. Já na abertura do documento, as entidades signatárias reafirmam a disposição em ampliar a mo-bilização, para alcançar todos aqueles que sofrem com os ataques do capitalismo.

“Não há possibilidade da classe tra-balhadora avançar se não houver o in-ternacionalismo, se não enfrentarmos o capitalismo de forma unificada. O internacionalismo significa a integração, a diversidade e é a única possibilidade das lutas de cada um aqui avançarem também”, ressaltou Dirceu Travesso, da CSP-Conlutas, em sua fala no fechamento do evento.

A próxima reunião internacional deve acontecer em 2013, na Inglaterra. As atividades foram encerradas ao som da Internacional, hino da classe trabalhadora em todo o mundo, cantada por todos os presentes.

Privatização da educação e criminalização dos movimentos sociais foram denúncias recorrentes na fala dos participantes

Encontro internacional aborda unificação da luta dos trabalhadores

Internacional

InformANDES/2012 15

Como vê a situação política do Egito no momento, mais de um ano depois da Revolução que, em janeiro de 2011, depôs a ditadura de Hosni Mubarak?Fatma – A população sofre com a pre-

sença da Junta Militar ainda no poder, que representa o antigo regime. Há duas tendências dentro do país: a das pessoas que querem a continuidade da revolução e estão sendo atacadas pelos militares e outra parte, que constitui o próprio siste-ma, a direita e os contrarrevolucionários, e que obviamente não desejam mudanças.

Houve uma tentativa clara da Junta, com a ajuda da Irmandade Muçulmana, de ten-tar mudar o eixo da revolução, tentar tirar a população das ruas e encerrar os protes-tos, desviando a atenção das eleições para presidente, agora entre junho e julho, pois o objetivo dos militares é justamente o de diminuir o máximo possível a participação popular no processo eleitoral. De outro lado, temos os grupos políticos do Egito, independentemente do seu lugar dentro do arco ideológico, que pretendem continuar o processo. Um das grandes lideranças nes-te processo de levar adiante a revolução está na juventude egípcia, que tem a cora-gem de lutar e enfrentar os militares. São os grupos que estão na Praça Tahrir, diante do Congresso, do Ministério da Defesa, na Mahomed Mahmud.

Qual a relação da Irmandade Muçulmana com as lideranças de esquerda?Fatma – Depois de 25 de janeiro houve

conversas, houve diálogo, mas quando a Irmandade não condenou com a devida veemência os ataques e as mortes no es-tádio de futebol em Port Said, exonerando da culpa a Junta em si, e dizendo que a responsabilidade cabia aos “remanescen-tes do antigo regime”, as conversas fica-ram praticamente suspensas. Mas, dentro da Irmandade existem duas correntes que muitas vezes têm opiniões diferentes entre si. A base formada pela juventude não raro vai contra as orientações da li-derança. Isso ficou bem claro nos maciços protestos de 20 de abril, com a presença da Irmandade, dos salafistas e grupos re-volucionários, que propiciaram a retoma-da das relações.

Qual foi e qual é o papel da mulher na revolução e na construção da nova ordem social, levando-se em conta que elas formam uma bancada ínfima (2%), quase insignificante dentro do Parlamento Egípcio, de 508 membros?Fatma – A atuação das mulheres come-

çou bem antes da revolução. Teve início em 2000, nas questões internacionais,

como a invasão do Iraque. Embora, na época de Mubarack, o regime tenha ten-tado minimizar a importância e ignorar o peso das mulheres. Tentaram também intimidá-las durante o processo de revolu-ção com uma série de atos abusivos e vio-lentos. Por exemplo, a realização de exa-mes de virgindade em quem protestava na Praça Tahrir, numa tentativa clara de difa-má-las e apresentá-las como prostitutas. Mas, mesmo depois do 25 de janeiro, elas não têm representatividade concreta no Congresso, nos Ministérios nem em outros espaços do aparato de governo. No Par-lamento, existem algumas mulheres que representam a Irmandade muçulmana, mas que não têm papel, nem histórico na luta contra a ditadura. A situação torna-se ainda mais grave quando falamos do cam-po, das áreas fora dos centros urbanos. Aí a presença das mulheres é nula.

Qual a importância deste Congresso e como avalia a da sua participação?Fatma – A princípio, encontrar delega-

dos do mundo inteiro que lutam contra o imperialismo, que apóiam o direito dos índios e discutem os acidentes de trabalho e o problema dos sem-teto, unindo os ob-jetivos, os eixos sociais e políticos, é uma ideia muito boa para levar ao Egito como proposta de luta.

Por Marcia Camargos/CSP-Conlutas (Com edição do ANDES-SN)

Presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores de Giza, membro do comitê de direção da Federação dos sindicatos independentes do Egito e membro do Partido

da Renovação socialista do Egito, filiado à Aliança Popular Socialista, Fatma Ramadan é uma das poucas mulheres na liderança da luta dos trabalhadores no Egito.Nas greves gerais de Mahallah, sua participação foi inquestionável, assim como nas greves da Receita Federal, dos trabalhadores dos transportes públicos e da fabricação de cigarros. Contudo, há uma forte resistência contra a presença de mulheres nos postos mais altos da hierarquia na Central dos Trabalhadores Independentes, que vetou um sistema de cotas obrigatório. Segundo Fatma, falta consciência sobre a necessidade de mais mulheres nos postos de liderança.

Sindicalista egípcia conta a experiência de luta em seu país

Fatma participou do Congresso e da Reunião Internacional organizados pela CSP-Conlutas

Internacional

InformANDES/201216

A falta de autonomia e a inconstância no finan-ciamento são realidades presentes em quase todas as universidades estaduais e municipais de ensino. Para enfrentar esse problema, o Setor

das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) realizará no dia 30 de maio o “Dia Nacional de Luta por Autonomia Efetiva e Financiamento Adequado”. A data foi escolhida porque no mês de junho as assembleias legislativas votam as Leis de Diretrizes Orçamentárias, que podem definir percentuais de aplicação dos recursos estaduais para as universidades.

“Nas reuniões e encontros do setor das Iees/Imes é recor-rente o debate sobre esses dois pontos, pois apesar de serem demandas antigas continuam presentes. Decidimos criar o Dia Nacional de Luta para dar visibilidade a essa realidade e exigir dos governos uma solução definitiva para essas duas questões”, afirmou o 2º vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e membro da coordenação do setor das Iees/Imes, Alexandre Galvão.

Na Bahia, o Fórum das ADs decidiu que a data marcaria, também, o início da mobilização dos docentes em torno da pauta 2012. Neste dia, serão realizadas panfletagens nos campi, com a distribuição de uma Carta à Comuni-dade, alertando para a situação em que se encontra a educação pública, esclarecendo em particular como se encontram as universidades estaduais da Bahia neste contexto e conclamando a sociedade a apoiar a luta em defesa da educação pública. O Fórum das ADs também vai realizar uma campanha de mídia para denunciar a situação dos docentes baianos e realizará em junho um seminário sobre autonomia, financiamento e democracia nas universidades públicas.

“Sofremos com a redução drástica do orçamento para investimento e expansão, cortes, contingenciamentos de recursos e o pagamento de um dos piores salários entre as universidades estaduais nordestinas, embora a Bahia seja o estado mais rico do Nordeste”, conta o coordenador do Fórum das ADs, professor Roque Pinto.

No Rio de Janeiro, a pauta específica é pela implantação do regime de dedicação exclusiva. A Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Asduerj - Seção Sindical) convocou uma assembleia para o dia 30 de maio, quando será votado o indicativo de greve. O governo tem reduzido, proporcionalmente, o financiamento para as universidades estaduais. Apesar de haver previsão constitu-cional de sub-vinculação orçamentária, a participação dos gastos com a universidade estadual, que tradicionalmente era de 2% do PIB estadual, hoje está em 1%.

Quem também deve realizar uma manifestação no dia 30 de maio são os docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que decidiram entrar em greve a partir de 28 de maio. A principal reivindicação dos piauienses é por melhores condições de trabalho. Os professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern) também estão em greve. Parados desde o dia 3 de maio, os potiguares exigem do governo o cumprimento do acordo, assinado ano passado.

Estados realizam Dia Nacional de Luta por autonomia e financiamento

No Encontro do Setor das Insti-tuições Particulares de Ensino Su-perior (Ipes), realizado de 26 a 27 de maio, em Brasília, o primeiro ponto de pauta foi a “Organiza-ção dos docentes nas instituições particulares de ensino superior: história, direitos e desafios”. A partir desse debate foram estruturados todos os demais, que culminaram na definição de estratégias de ação para a organi-zação dos docentes das Ipes.

No primeiro dia (26/5), após a fala da presidente do ANDES-SN, Marina Barbosa, foi instalada a mesa redonda que tratou da his-tória, dos direitos e dos desafios do setor da Ipes. Falaram sobre o assunto a vice-presidente da Associação dos Professores da

PUC São Paulo, Vitória Claire Weischtordt; o pesquisador so-bre o trabalho docente nas Ipes e professor doutor do mestrado em educação da PUC Campinas, Adolfo Ignácio Calderón e o advo-gado Rodrigo Torelly, da Assesso-ria Jurídica Nacional, além de um representante do setor das Ipes.

Neste primeiro dia, à noite, fo-ram dados os informes nacionais e das seções sindicais e feita uma apresentação sobre os dados atualizados da pesquisa sobre o perfil dos docentes das Ipes.

O segundo dia foi destinado ao trabalho em grupo, quando foram discutidas as estratégias para a or-ganização dos docentes das Ipes, e realizada a plenária de consolida-ção dos grupos de trabalho.

Setor das Particulares debate direitos dos professores

Movimento Docente