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Informativo Acenpp 2010

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Boletim informativo da Acenpp com destaque para a Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná - 2010.

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O Programa Cafés Espe-ciais do Norte Pioneiro do Paraná avança e se conso-lida como um marco para a cafeicultura paranaense. Um de seus projetos na área de comercialização, a Ficafé, apenas em sua se-gunda edição, mais uma vez obtém grande sucesso, e o cafeicultor sai ganhan-do.

Em 2009, a Ficafé apre-sentou resultados expres-

sivos. O número de expo-sitores presentes à Feira triplicou. Conceitos como qualidade, inovação, ges-tão de propriedades, tec-nologia, foram gravados no vocabulário do homem do campo. Palestras de alto ní-vel foram a tônica do Even-to, que contou com o apoio de parceiros de primeira grandeza como o Sebrae, Ministério da Agricultura, Governo do Estado do Pa-

raná, Seab, Emater, Iapar, Faep, Senar, Sindicatos Rurais, Banco do Brasil, Prefeituras e Amunorpi. O público compareceu e, uma vez mais, os lotes de cafés expostos foram co-mercializados a preços ex-celentes, conforme nossas expectativas. A visita do ministro Reinhold Stepha-nes coroou o esforço da diretoria da Acenpp, que obteve patrocínios do Mi-nistério para a realização da Feira.

A possível transferência do armazém IBC I à Co-nab possibilitará à Asso-ciação obter parte de um imóvel localizado estrate-gicamente para reunir lo-tes de cafés e realizar sua padronização, melhorando a qualidade e, consequen-temente, o preço pago ao cafeicultor. Graças a uma emenda parlamentar do deputado federal Chico da Princesa, a Acenpp poderá instalar no referido imóvel, caso a cessão do espaço se concretize, os equipamen-tos necessários à padroni-zação do café. Dessa for-ma, o Norte Pioneiro, com esse trbalho da Acenpp, disponibilizará lotes de ca-fés de excepcional qualida-de para os mercados inter-nacionais, obtendo preços

muito mais vantajosos do que os praticados no mer-cado regional.

Para alcançar resultados ainda melhores estamos in-vestindo no associativismo. Realizamos as primeiras compras de insumos por meio da Central de Negó-cios, obtendo ganhos signi-ficativos. Na outra ponta, da comercialização, também temos a garantia de melho-res preços em vendas con-juntas. Estamos buscando a estrutura necessária para a padronização dos lotes e o armazenamento da safra.

Todas as conquistas ob-tidas até aqui aumentam, porém, nossa responsabili-dade. Precisamos manter e ampliar o respeito conquis-tado perante nossos parcei-ros de negócios. Como ve-rificadores 4C precisamos estar atentos ao atendi-mento às normas ambien-

tais, sociais e econômicas exigidas, na forma de me-lhorias contínuas, a fim de mantermos o diferencial conquistado.

A Ficafé é uma ferra-menta de marketing do Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Pa-raná e, nessa condição, atendeu plenamente seus objetivos.

Precisamos da participa-ção de todos aqueles que, como nós, acreditam no potencial da Região para o desenvolvimento, na ca-pacidade do produtor rural para superar desafios, a fim de que possamos prosseguir na busca da sustentabilida-de da atividade econômica cafeeira. Venha fazer parte desse time vencedor.

Luiz Fernando de Andrade Leite

Presidente da Acenpp

Aumenta a responsabilidade

Boletim InformativoAssociação de Cafés Espe-ciais do Norte Pioneiro do

Paraná

CNPJ: 09.537.190/0001-55Avenida Oliveira Mota, 621 –

CEP n.o 86430-000Email: [email protected].

br - Fone: (43) 3534 2506Santo Antonio da Platina – PR

www.ficafe.com.brwww.acenpp.com.br

www.sebraepr.com.br

Fotos: Wilson Rodrigues VieiraVideo Graphic Produtora - Londrina

Redação, revisão e direçãoHomero Pavan Filho

Arte final Thiago F. Oliveira

Realização AGÊNCIA MEZCLA

www.agenciamezcla.com.br

Tiragem: 10 mil exemplaresDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIE

NTE

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A Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná, realiza-da nos dias 5 e 6 de novem-bro, no Centro de Eventos de Jacarezinho, marca uma nova etapa na história da ca-feicultura na Região.

Para Luiz Fernando de Andrade Leite, presidente da Acenpp (Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná), organizadora do Evento, a Feira está mudan-do os conceitos da atividade econômica, que passa a va-lorizar a qualidade do pro-duto, a gestão empresarial das propriedades agrícolas e a inovação tecnológica, bus-cando agregar valor à produ-ção do café e melhorando a rentabilidade do agricultor. “O Norte Pioneiro passa a ser reconhecido e respeitado,

em todo o Brasil e no extee-rior, como origem de cafés de qualidade, e isso aumenta nossa responsabilidade em oferecer produtos que satis-façam as exigências cada vez maiores do mercado”, disse Leite, que é produtor de café em Nova Fátima.

Em sua segunda edição, a Ficafé triplicou a participação de expositores. Na avaliação do presidente da Acenpp, o resultado demonstra o suces-so das parcerias formalizadas pela Associação com entida-des como o Sebrae, Ministé-rio da Agricultura, Governo

do Estado do Paraná, Seab, Emater, Iapar, Faep, Senar, Sindicatos Rurais, Banco do Brasil, Prefeituras e Amunor-pi.. “O sucesso da Ficafé de-monstra que o caminho que vem sendo percorrido há três anos está correto. Realizar uma Feira desse porte num

momento crítico como o que vivemos não é tarefa das mais fáceis. Conseguimos atingir nossas metas porque temos parceiros comprome-tidos com os resultados do Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Para-ná, porque buscamos o que há de mais sério e correto em termos de planejamen-to das atividades”, salienta. “Apostamos na qualidade, fundamental para que nosso café seja valorizado e nossa região respeitada. Estimu-lamos a adoção de práticas inovadoras na produção e no manejo das lavouras e apos-tamos no associativismo como forma de potencializar nossos esforços. Os resulta-dos são mais que satisfató-rios”, assinala o presidente da Acenpp.

Ficafé muda conceitos da cafeiculturaRegião passa a ser respeitada como produtora de cafés de qualidade

Rodadas de Negócios

Durante o maior evento da cafeicultura parana-ense, foram comercializados 12 lotes de cafés es-peciais ofertados em várias Rodadas de Negócios. O evento atraiu 25 compradores de cafés. O Em-pório Café da Casa, de Jacarezinho, adquiriu dois lotes a R$ 748 e R$ 700 cada, enquanto o Café Suplicy, de São Paulo levou outros dois lotes a R$

650 reais cada. A Lucca Cafés Especiais, de Curi-tiba, foi responsável pela aquisição de oito lotes de cafés especiais ao custo de R$ 650 a saca. “O pre-ço médio das sacas de cafés especiais negociadas durante a feira foi R$ 661, um valor excelente”, avalia Andrade Leite.

A Acenpp também enumera como uma con-quista dos produtores o fechamento de um contra-to para venda de 1.080 sacas de café diferenciado tipo cereja descascado, que serão entregues em outubro de 2010 pelo valor de R$ 320 a saca.

Na avaliação de Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR em Jacarezinho, a Feira foi um suces-so. Para ele, o caso do produtor de café especial, Wagner Coelho, avaliado como melhor café da Feira, é um exemplo de como vale a pena investir em qualidade. O produto que antes era comercia-lizado por R$ 240 a saca, hoje atinge R$ 700,00. O café especial do produtor Wagner Coelho, de Nova Fátima, obteve a

mais alta pontuação no concurso melhor café especial da mostra. Ele foi contemplado com uma viagem com acompanhante, e duração de cinco

dias, a Porto Seguro, na Bahia.“O balanço da Ficafé é o melhor possível. Ti-

vemos aumento de vendas, de número de exposi-tores e de público, além do pleito para ocupação um espaço no Armazém IBC-I junto à Conab para sediar a Acenpp, que pode se tornar real, abrin-do a possibilidade de obtenção de recursos fede-rais para investimentos em inovação tecnológica”, conta Capello.

Outro ponto a se destacar, na opinião do con-sultor do Sebrae/PR, é o relacionamento entre os elos da cadeia cafeeira que se desenvolvem nesse tipo de evento, e a mudança na percepção de mercado pelo produtor, que deixa de produzir commodity, apostando no café de qualidade. Na Ficafé, Capello recebeu um troféu da direção da Acenpp em reconhecimento a seu desempenho no trabalho de consultoria ao Programa Cafés Espe-ciais do Norte Pioneiro.

Os compradores que tiverem interesse em ad-quirir lotes não comercializados na Ficafe 2009 podem conferir a lista disponível no site www.fi-cafe.com.br.

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A 2.ª Ficafé foi marcada pelo anúncio de uma série de conquistas dos cafeicul-tores, que de forma inédi-ta, passam a contar com benefícios que não seriam alcançados sem a organi-zação e o minucioso pla-nejamento desenvolvido pela Acenpp no Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná.

Graças a esse trabalho o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abasteci-mento (MAPA), está em vias de repassar à Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) as instala-ções do Armazém IBC-I, localizado em Jacarezinho. Compromisso nesse sentido foi assumido pessoalmen-te pelo ministro Reinhold Stephanes (PMDB), que durante a Ficafé foi home-nageado com a outorga do título de cidadão honorário de Jacarezinho.

O imóvel, bem conser-vado, possui área de 20 mil metros quadrados e dispõe de escritórios e algumas residências. Com localiza-ção privilegiada, frente à Avenida Marciano de Bar-ros, é para lá que a Acenpp planeja transferir sua sede administrativa e parque in-dustrial, caso seja atendida na solicitação de um espa-ço feita ao órgão federal. O

deputado federal Chico da Princesa está apresentando emenda individual ao Orça-mento da União de 2010, no valor de R$ 450 mil, para a aquisi-ção de uma unida-de padronizadora eletrônica de café para os cafeiculto-res do Norte Pio-neiro, inexistente na região.

Aumento de pre-ços

A Acenpp co-memora também o fechamento de um contrato para venda de 1.080 sacas de café dife-renciado tipo cereja descas-cado, a serem entregues em

outubro de 2010, pelo valor de R$ 320 a saca. Com a Central de Negócios, unin-do os produtores para a

aquisição de insumos, ficou demonstrado que pode ha-ver uma economia de 20 a

30% nos preços praticados, em virtude do maior volume de compra. “Se consegui-mos obter essa economia

na compra e outros 15 a 20% a mais no preço de venda do café, pode estar aí o nosso lucro”, com-para o presidente da Acenpp, Luiz Fer-nando de Andrade Leite.

Os contatos com compradores espa-nhóis, que já esti-veram visitando a região, é outra al-ternativa de comer-cialização disponível

aos cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná, graças à atuação do Cexpar e do

Ninbe (Núcleo Internacional de Negócios Brasil-Espa-nha), entidades representa-das na Ficafé.

Nathan Herszkowicz, di-retor executivo da Associa-ção Brasileira da Indústria de Café (ABIC), atenden-do solicitação da Acenpp, anunciou que a partir de 2010 os concursos de qua-lidade da Associação que dirige passarão a aceitar inscrições de pequenos produtores, com lotes de 5 sacas de café, tornando as-sim viável a participação de um maior número de pro-dutores de pequeno porte. Os concursos de café esti-mulam no produtor a busca pela qualidade do produto, essencial para a realização de bons negócios. “Os pro-dutores da região produ-zem pequenas quantidades de excelentes cafés, mas ficavam impedidos de par-ticipar dessas competições. Estamos mudando esse pa-norama”, aponta Leite.

Os preços obtidos pelos produtores na Feira – média de R$ 661 por saca – foram muito comemorados pelos organizadores do Evento.

“Precisamos que todos os produtores do Norte Pioneiro continuem unidos, pois a chave do sucesso dessa atividade é a soma dos esforços”, assinala o presidente da Acenpp.

Produtor tem benefícios inéditosRecursos da União para investimento em tecnologia avalizam trabalho da Acenpp

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O presidente da Acenpp citou outras conquistas al-cançadas em 2009, como a criação da Cen-tral de Com-pras, o pedido de registro de Indicação Geo-gráfica (IG) do Norte Pioneiro do Paraná jun-to ao Instituto Nacional da Propr i edade Industrial (INPI) e conquista da verificação 4C, que representa o primeiro pas-so para a sus-tentabi l idade da produção e o ponto de partida para a aquisição de novas certificações.

Para Leite, além de ins-trumento de marketing, a Ficafé representa uma vitri-ne de inovação tecnológica e um espaço para a reali-zação de negócios. “Tendo em vista que grande parte dos produtores da região possui pequenas proprieda-des, é necessário e urgente que sejam disponibilizadas linhas de crédito para que esses produtores tenham acesso à tecnologia”, lem-bra o cafeicultor. “A quali-dade é fundamental para se conquistar respeito e para que o café paranaense seja reconhecido. Hoje o consu-

midor quer saber de onde vem e como é produzido o café que consome. O cami-

nho para o de-senvolvimento é apostar no asso-ciativismo. Não dá para procurar soluções sozi-nhos e ficar na dependência de intermediários. A exemplo do que é feito na cafeicultura do Cerrado, preci-samos investir em logística para operacionalizar nossa pro-dução”, afirma.

Indicação GeográficaNorte Pioneiro está pró-

ximo de receber sua IG

Acenpp protocolou jun-to ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, ór-

gão ligado ao Ministério do Desenvolvimento e Comér-cio Exterior, o requerimen-to com a documentação necessária para o reconhe-cimento do Norte Pioneiro,

com a Indicação Geográfi-ca, como região produtora de cafés especiais. A dire-

ção da Acenpp aguarda para os próximos me-ses a liberação de sua marca territorial.

No Brasil, o tema Indicações Geográficas é pra t i camente de sconhecido dos produtores e dos consumi-dores. O go-

verno federal passou a es-timular o reconhecimento de produtos agropecuários como Indicação Geográfica apenas em 2005.

Os produtos com IG ad-

quirem um valor diferencia-do, por serem produzidos em regiões geográficas es-pecíficas. Têm identidade própria e inconfundível. Isto não quer dizer que se-jam melhores, mas diferen-tes. Outro benefício da IG, no caso do Norte Pioneiro, é acabar com o “café turis-ta”, produzido no Paraná e vendido em outros estados. Na Europa, 43% dos con-sumidores afirmam que pa-gariam entre 10% e 30% a mais por produtos com IG, representando uma exce-

lente vantagem ao produtor.

O processo para conferir a IG a deter-minada região é controlado pelo INPI. Se o pedido estiver d e v i d a m e n t e instruído, será publicado na Re-vista da Proprie-dade Industrial (RPI), para que terceiros se ma-nifestem, e em seguida proce-de-se ao exame de mérito. Uma Comissão Espe-

cial, composta por cinco servidores, presidida pelo Diretor de Marcas, examina e decide o pedido. O defe-rimento encerra a instância administrativa.

Acenpp aposta na uniãoEntidade pleiteia linhas de crédito para investimento em tecnologia

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Acenpp é licenciado-ra 4C

Unidade do Norte Pioneiro é a primeira no Paraná

Dentro da Associação 4C (4C Association), ca-feicultores, comércio e indústria, e a sociedade civil do mundo inteiro trabalham juntos para proporcionar maior sus-tentabilidade de todo o setor cafeeiro. Essa co-munidade global uniu esforços para melhorar continuamente as con-dições sociais, ambien-tais e econômicas das pessoas que vivem do café.

SignificadoO 4C é o Código

(Compromisso com um código de conduta vo-luntário como primei-ro passo no caminho para a sustentabilidade)

Comum (Governança participativa e decisões impulsionadas pelo consenso para todos os membros) da Comu-nidade (Compromisso do todo o setor cafeeiro para a sustentabilida-de) Cafeeira (A grande maioria dos produtores de café = cadeia de café verde mainstream [café verde commodity]).

O 4C observa a ati-vidade econômica de 3 dimensões: planeta, pessoas, lucro.

Melhoria constanteOs principais focos

do sistema 4C são: mais eficiência, lucratividade e sustentabilidade. O sistema tem por objeti-vo promover melhores meios de subsistência com o planejamento e execução das atividades de melhoria propostas, seguidas de auto-avalia-ções dos resultados.

AcenppSomos 116 parcei-

ros de negócio no Nor-te Pioneiro. Nossa uni-dade verificadora 4C é a primeira no Paraná. www.4c-coffeeassocia-tion.org

O I.o Encontro Nacional de Coordenadores e Gesto-res de Projetos de Café do Sebrae, realizado em Jaca-rezinho antecededendo a Ficafé 2009, deixou claro aos participantes que há espaço para a realização de um trabalho conjunto entre todas regiões, especialmen-te no que se refere a estra-tégias de marketing visando melhor divulgação do café brasileiro. As eventuais dis-putas entre as diversas re-giões devem ceder lugar à cooperação, procurando-se destacar as diferenças entre as características do café conforme sua origem geo-gráfica. “No final, todos os projetos querem a mesma coisa, ou seja, valorizar o produtor e o café nacional. Nossos concorrentes são outros países produtores, especialmente os países vi-

zinhos da América do Sul”, argumenta o presidente da Acenpp, Luiz Fernando de Andrade Leite.

A conclusão tirada do Encontro, segundo Leite, é que todas as regiões pro-dutoras de café arábica do Brasil - maior produtor do mundo de cafés de exce-lente qualidade e com uma vasta diversidade de sabo-res - devem se unir em um objetivo único e reivindicar investimentos mais expres-

sivos para a promoção dos cafés nacionais. “Para se ter uma idéia, a Colômbia investe em torno de US$ 30 milhões por ano no ma-rketing do café, enquanto o Brasil investe em torno de US$ 2,8 milhões aproxi-madamente, e uma grande parte destes recursos vai para a indústria”, revela o presidente da Acenpp. “Nós temos os melhores cafés, inclusive e principal-mente os do Norte Pioneiro do Paraná, mas o mundo precisa saber disto”, assi-nala.

Luiz Roberto Saldanha Rodrigues também parti-cipou do Encontro do Se-brae Nacional em Jacarezi-nho. Chamou sua atenção o fato de que a organização coletiva entre as regiões produtoras de café no Bra-sil ainda é incipiente. “Em função do tradicionalismo

Econtro Nacional viabiliza trabalho conjuntoProjetos de café em andamento no Brasil, sob consultoria do Sebrae, rejeitam disputas

regionais e propõem destaque às características do produto4C

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existente na cadeia produ-tiva do café, há, claramen-te, um espírito bairrista nas ações promocionais do se-tor. Propusemos a revisão desses conceitos para que uma estratégia centraliza-da seja tomada, podendo o Sebrae Nacional atuar como o catalisador sob o qual as regiões se agru-pariam para promover o marketing estruturado dos Cafés do Brasil, mostrando toda nossa diversidade (cul-tural, climática, de fauna e flora, paisagens etc.), com enfoque nos atributos dos cafés de cada região, pro-movendo as diferenças e não disputas por um falso status que não mais condiz com a realidade do agrone-gócio café”, explica.

Rodrigues cita o caso de El Salvador, que mesmo com uma produção de café inexpressiva, se compara-da à do Brasil, foi o grande destaque da edição 2009 da Feira da SCAA (Specialty Coffee Association of Ame-rica), graças a uma estraté-gia organizada e agressiva de marketing muito bem estruturada para promover seus cafés. “O problema é que quem manda não quer mudar e quem precisa que mude não se manifes-ta. Precisamos alterar esse quadro”, propõe.

O presidente da Acenpp está otimista. Ele acredita que, com um pouco mais de

esforço e um planejamento estratégico, o Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná alcan-çará avanços significativos este ano, principalmente

no que se refere a comer-cialização. “Temos merca-dos pagando pela saca de

café valores bem acima dos praticados em nosso Estado. Além da verifica-ção

4C, estaremos analisan-do a possibilidade de traba-lhar com certificações como UTZ, Rain Forest e Fair Trade”, revela Leite. Em março, quando a Acenpp obtiver a Indicação Geográ-fica (IG), a região poderá ar-ticular com mais vigor suas estratégias. “Será um gran-de desafio organizar toda a cadeia produtiva da cafei-

cultura do Norte Pioneiro”, conclui o cafeicultor.

Objetivos alcançadosOs objetivos do Encon-

tro do Sebrae Nacional fo-ram atingidos, na avaliação do consultor do Sebrae em Jacarezinho, Odemir Vieira Capello. A troca de expe-riências entre os gestores de projetos e o aprofunda-mento em questões básicas para o Setor Café foram debatidas entre os gestores do Sebrae dos estados da Bahia, Espírito Santo, Mi-nas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Para-ná, Rio de Janeiro, Rondô-nia e São Paulo.

O Diretor Técnico do Sebrae Nacional, Luiz Car-los Barboza, empenhou-se pessoalmente para que os

vários Sebrae’s estaduais estivessem presentes, “ga-rantindo dessa forma um efetivo intercâmbio e estudo das possibilidades de ações a serem desenvolvidas em conjunto”. O Encontro contou com a presença do Diretor do Sebrae-PR e Ge-rente da Unidade de Agro-negócios do Sebrae/NA, Paulo Alvim.

Em 2010, o Sebrae Na-cional vai apoiar 20 projetos de cafés especiais e de ca-feicultura orgânica em oito estados do Brasil. A meta para o próximo é investir em melhoria da gestão e ampliar o acesso a merca-dos por meio da internacio-nalização.

Na opinião do represen-tante do Sebrae Nacional, Aníbal Sales Bastos, o Nor-

te Pioneiro do Paraná está se firmando e se projetan-do como região produtora de cafés especiais. Para ele, a gestão em agronegócio tem que ser tarefa contínua e aprimorada a cada dia. “É preciso fazer chegar ao con-sumidor que o Paraná faz cafés especiais, produzidos no NP. O arranjo institucio-nal, aliado a uma plêiade de produtores excelentes que, juntos, buscam um objetivo comum, fez com que em um curto espaço de tempo esses produtores alcanças-sem destaque nacional. Es-ses resultados daqui para frente tendem a ser cada vez maiores”, aposta Aníbal Sales Bastos. “Entendemos que não adianta simples-mente produzir um café-commodity sem agregar valor. É preciso buscar qua-lidade e certificações para se tornar competitivo”, dis-se Aníbal Sales Bastos.

Aníbal Sales Bastos, da Unidade de Agronegócio do Sebrae Nacional, explicou que um dos motivos para a escolha de Jacarezinho, como sede do encontro, fo-ram os bons resultados al-cançados pelo Sebrae/PR com o Programa Cafés Es-peciais do Norte Pioneiro.

Mais informações sobre os projetos desenvolvidos pelo Sebrae para a cafeicul-tura podem ser obtidas na internet, no endereço: www.sebrae.com.br/setor/cafe.

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O ministro Reinhold Ste-phanes (PMDB), da Agri-cultura, recebeu o título de Cidadão Honorário de Jaca-rezinho durante a realização da Ficafé 2009. A honraria foi concedida pela Câma-ra Municipal, por iniciativa do vereador Wilson Ferrei-ra (PMDB). O presidente da Amunorpi, Dilceu Bona (PSDB), Luiz Cláudio Lie-choki (PMDB), e João Rena-to Custódio (PMDB) prefeitos de São José da Boa Vista, Siqueira Campos e Japira, respectivamente, prestigia-ram a cerimônia, que contou ainda com a presença da prefeita anfitriã, Tina Toneti

(PT). Políticos, autoridades e

lideranças da Agricultura estiveram presentes. Ágide Meneghette, presidente da Federação da Agricultura do Paraná, juntamente com o presidente do Sindicato Rural de Jacarezinho, Edu-ardo Quintanilha, também prestaram homenagens ao Ministro.

Stephanes arrancou aplausos do público da Fica-fé quando afirmou que, por se tratar de atividade econô-mica que representa 25% do alimento exportado em todo o mundo, a agricultura brasi-leira deveria ter esse mérito reconhecido pelo Governo Federal, por meio de assen-to no seleto grupo que toma decisões importantes da agenda política nacional. O ministro disse também que o Brasil é o país mais “ecoló-gico do mundo” e deu a en-tender que há margem para diminuição de exigências ambientais. Reclamou que, apesar da importância estra-tégica da Agricultura brasilei-ra, o MAPA não é ouvido em questões fundamentais para o desenvolvimento do setor e da elaboração de políticas públicas que afetam direta-

mente o agronegócio. Citou como exemplo a atualização dos índices de produtividade para fins de desapropriação de terras para a reforma agrária, alvo de grande polê-mica ano passado. O minis-tro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disse que soube da portaria anunciada pelo Ministério do Desen-volvimento Agrário, estabe-lecendo os novos índices, pelo Diário Oficial. Por isso, recusou-se a assinar o docu-mento e abriu conversações com o presidente Lula sobre o assunto.

As palavras de Stephanes agradaram aos produtores quando ele anunciou que em 2010, finalmente, os recur-sos para financiamento da safra agrícola chegarão na hora certa. “Estamos traba-lhando nisso desde já”, afir-

mou. Com relação ao objeto da

Feira, na opinião do ministro a produção de cafés espe-ciais é uma forma dos pro-

dutores terem mais renda. “Há um bom mercado para cafés especiais e a demanda tende a crescer. É muito bom que os cafeicultores se espe-cializem em cafés especiais porque é uma alternativa de

obter maior renda”, disse.Para Stephanes, a Ficafé

é uma oportunidade para que a cadeia cafeeira conhe-ça os produtores que acre-ditaram no Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro. “Para quem visita a Feira é uma chance de diferenciar o produto tradicional do espe-cial. Esse é um evento que reúne novas tecnologias, novas propostas e permite que os produtores mostrem seus produtos para os com-pradores. Esse é um bom momento onde quem tem algo especial para vender encontra o comprador cer-to”, comentou.

Com relação aos preços do produto, informou es-tar em estudo no Ministério uma medida visando retirar do mercado cerca de 10 milhões de sacas, caso seja

necessário. “Como produtor grande produtor de café que é, o Brasil tem que dispor das ferramentas para regular os preços no mercado inter-nacional”, finalizou o minis-tro.

Stephanes recebe título de Cidadão HonorárioDiscurso do ministro é aplaudido pelos agricultores na Ficafé 2009

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Minoru Hosoume

Nascido em dezembro de 1927, na província de Yamagata, no Ja-pão, em 1941, veio para o Paraná e começa a vender verduras na mina de carvão para reforçar o orçamen-to familiar, despertando o seu tino comercial.

Iniciou na atividades como cere-alista em 1955. Dedicou-se inicial-mente à compra de cereais e pos-teriormente somente ao café. Daí para o cultivo de café foi um passo, tal qual seu pai, tendo muito sucesso na atividade, interessado, dedicado e apaixonado pela cafeicultura.

A sua odisséia no mundo da ca-feicultura continuou na cidade de Ibaiti, atuando temporariamente na Cooperativa Agropecuária Norte Pioneiro na área de compra de café.

Ao mesmo tempo continua a culti-var sua lavoura em pequenas áreas, sempre acreditando no método de parceria com o trabalhadores rurais, em sistemas sustentáveis, visando a conservação do solo, aplicando técnicas como curvas de nível, valas para retenção de água das enxur-radas, vegetação das entrelinhas e manejo do mato, adubação verde e orgânica, dentre outras.

Sua paixão pelo café é ilimitada e hoje se dedica a difundir o amor pela produção do produto, sendo conhe-cido e admirado em Ibaiti e região. É um dos pilares da Acenpp e não mede esforços para aprimorar seus conhecimentos no cultivo do café, sendo exemplo para todos nós.

A Acenpp, por todos esses mo-tivos, homenageia o Sr. Minoru Ho-soume.

Acenpp presta homenagens a Pioneiros

Johann Nick

Natural de Lucerna, na Suiça, veio para o Paraná a convite de Jo-hannes Schweizer, próspero filósofo e possuidor de terras também no Brasil, abrir e formar a Fazenda Bar-ra Grande, no município de Tomazi-na, Paraná.

Com 52 anos de Brasil, muita história tem para contar. Se des-tacou na vida profissional em duas atividades principais: a Pecuária de Corte e o Café.

Sua experiência com o café se inicia para valer no início da década de 70. Completamente leigo no as-sunto, contou com o valioso suporte técnico dos agrônomos do extinto IBC, seguindo à risca suas recomen-dações, obtendo êxito. Começou então a desenvolver suas próprias

técnicas, com destaque para a “si-mulação de geadas” nas lavouras em declínio, através das podas, onde passa a ser, juntamente com seus fi-lhos, grande especialista, prestando consultoria por todas as regiões ca-feeiras do Brasil.

Sempre participativo nos movi-mentos que pudessem desenvolver a cafeicultura e a pecuária, nas as-sociações, nas ações dos órgãos oficiais, em palestras técnicas, nos recentes concursos de qualidade de café, e na atual Acenpp, enxerga no profissionalismo da gestão o seu maior trunfo, nunca abandonando suas características principais: mo-déstia e humildade.

Em síntese, por tudo isso o Sr. Jo-hann Nick, ou seu João Nick, como é mais conhecido, foi indicado para receber as homenagens da Acenpp.

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Paulo Henrique Leme, consultor da P&A Marke-ting Internacional, participou como palestrante na Ficafé 2009 abordando os temas das inovações tecnológica e gerencial, cujas funções bá-sicas são criar soluções que proporcionem novas oportu-nidades, viabilizem riquezas e melhorem a qualidade de vida dos produtores.

Inovação, explica Leme, é algo que traz resultados como redução de custos, aumento da eficiência ou aumento da receita em dada atividade. A inovação tecnológica é a idéia que vende, é a tecnolo-gia inserida com mudanças positivas.

Como se tem debatido à exaustão, até porque é de fundamental importância a assimilação desses concei-tos, a agregação de valor ao café é a meta da Acenpp. É por isso que iniciativas como a Indicação Geográfica, dife-renciando o produto local, o estímulo à produção de cafés especiais, de qualidade ele-vada, as certificações, estão sendo postas em prática.

Também é fundamental o aumento da eficiência, com o uso de insumos orgânicos e químicos, a mecanização das lavouras, sempre em busca de maior produtividade e maior lucratividade.

A inovação tecnológica re-presenta um grande desafio. É preciso aumentar a produ-tividade, reduzir custos, alme-

jar mais eficiência econômica, para a sustentabilidade da ati-vidade econômica.

O café sempre teve gran-des crises. Neste momento, a mais expressiva é a falta ou o alto custo da mão-de-obra, que exige esforços no senti-

do de mecanizar ao máximo as lavouras, exigindo investi-mentos.

Acabou a fase do “café é tudo igual”. Com o selo de pureza da ABIC, os cafés especiais do Brasil passaram a ser valorizados, as certifi-cações, indicações geográ-ficas, vieram para ficar. Está em andamento um processo de mudança da imagem do café do Brasil aqui dentro e no exterior. Nesse contexto, a inovação é necessária para a

sobrevivência à crise.

Novas tecnologiasImpacto real dentro da

porteira reduzindo custos, au-mentando lucratividade

Como foi dito anterior-mente, a mão-de-obra, salário

mínimo, custo legal de man-ter um funcionário, os custos da colheita, são desafios que precisam ser enfrentados.

Existem soluções dispo-níveis e deve-se pensar em como levá-las para dentro da porteira.

O consultor sustenta que os produtores devem consti-tuir equipes multidisciplina-res, compostas por pesquisa-dores, consultores, técnicos e produtores, para que atuem regionalmente, levantando

problemas e buscando solu-ções para cada tipo de pro-dutor. Esse papel pode ser desempenhado por Associa-ções, Cooperativas, em par-cerias com o Iapar, Emater, Sebrae, Senar, entre outros.

Há inúmeras alternativas

para a melhoria da produção, da qualidade e da produtivi-dade, sem aumento da área plantada. Como exemplos ele cita a renovação do parque

cafeeiro, utilização de novas variedades, recomendadas pela pesquisa e extensão, melhor espaçamento, manejo integrado de pragas de doen-ças, irrigação e podas.

Avaliar a tecnologia exis-tente, selecionar a solução mais adequada para aumen-tar produtividade, reduzir custos e melhorar a qualida-de, inovando as práticas ado-tadas até aqui, pressupõe um bom gerenciamento (gestão), com efetivo controle dos cus-tos operacionais. O produtor tem que saber quanto custa sua saca de café.

Isso requer organização, controle, cuidados com as finanças, e avaliação dos re-sultados. Leme concluiu lem-brando que gerenciamento é informação. “Dentro e fora da porteira o fundamental é

sair do isolamento, forman-do redes sociais com outros produtores. A internet é fer-ramenta importante que deve ser difundida”, concluiu.

Palestra: Inovação tecnológica e gerencial na cafeicultura

Page 11: Informativo Acenpp 2010

A Associação Brasilei-ra das Indústrias de Café (ABIC) esteve represen-tada na Ficafé por seu diretor-executivo, Nathan Herszkowicz. Ele proferiu palestra, na manhã do dia 5 de novembro, relatando a visão da indústria sobre a cadeia produtiva do café e o trabalho que vem de-senvolvendo no sentido de resgatar a credibilida-de das marcas brasileiras, que apresentavam ima-gem bastante desgastada perante o consumidor.

Segundo Herszkowicz, os programas da ABIC visam ampliar a renda do produtor de café, agregar valor para a indústria, sem esquecer da satisfa-ção do consumidor.

Até 2003 o conceito de pureza era visto como símbolo de qualidade do café, indicador segura-mente reforçado pelo Selo de Qualidade e como característica padrão do produto. Bastava ser puro. A partir de 2008 houve uma mudança no quadro, com o crescimento da per-cepção de que o aroma forte e agradável assumia a primazia do consumidor como sinônimo de qualida-de de café, aliado a sabor suave, rendimento, marca e

torrefação na medida certa. “Essa mudança foi propor-cionada pela qualificação das indústrias e pela nova consciência sobre a qualida-de dos grãos, por parte dos consumidores”, argumenta o diretor da ABIC.

Além do trabalho junto às indústrias, a Associa-

ção atua em outras frentes, sempre objetivando agregar valor, qualidade, diferencia-ção e inovação. Pensando nisso foi criado o Círculo de Café de Qualidade (CCQ), envolvendo o setor de cafe-terias. A ABIC já certificou 47 dessas lojas pelo Brasil, oferecendo treinamento e

capacitação no preparo do café.

Herszkowicz lembra que o consumo de café no Brasil é o 2.o no mundo e cresce a cada ano. “O con-sumidor procura novos pro-dutos, e a indústria oferece novos nichos de mercado, especialmente o de cafés

sustentáveis. O café é a cul-tura mais avançada em ter-mos de sustentabilidade”, afirma o diretor da ABIC, explicando que cafés sus-tentáveis são aqueles cuja produção preserva o meio ambiente e garante melho-res condições de vida aos produtores. “Pesquisas re-

velam que 93% dos consu-midores valorizam empre-sas com responsabilidade social, ambiental, etc., e

46% adquirem produtos dessas empresas mesmo que a preços maiores”, as-sinala.

Ele cita o caso da Melitta, que recentemente lançou

novas linhas de cafés regio-nais, como os da Mogiana e do Cerrado Mineiro. “O Norte Pioneiro do Paraná pode reivindicar sua mar-ca própria da Melitta, que fica em Avaré e industria-liza cafés com verificação 4C, a mesma utilizada pela Acenpp”, sugere.

CertificaçãoPara fazer frente às no-

vas demandas do mercado e estimular o cafeicultor a produzir os cafés especiais e sustentáveis, em conso-nância com o paladar mais apurado do consumidor, a ABIC criou o Programa Certifica Minas, oferecendo prêmios aos produtores de acordo com uma esca-la de pontuação SCAA.

Trata-se de um valor maior pago pela saca de café, variando de 10 a 25% na bica corrida.

Pontos SCAA Prêmio

85 a 100 25% 80 a 84

20%73 a 79 15%65 a 72 10%

Herszkowicz mani-festou aos dirigentes da Acenpp a disposição de adotar o mesmo procedi-mento em relação à região do Norte Pioneiro.

“Trabalho junto a casas de café, cafeterias, hotéis, restaurantes, lojas de con-veniência, fornecedores re-vela disposição para que a qualidade seja buscada em todo lugar que se consuma café.”

Palestra: Programas da ABIC e suas contribuições para o agronegócio café

Page 12: Informativo Acenpp 2010

PremiaçãoOs organizadores da

exposição realizaram uma competição entre os par-ticipantes da mostra, para eleger o melhor café ex-posto. O vencedor foi o produtor Vagner Luiz Co-elho, de Nova Fátima, que como prêmio, ganhou uma viagem com direito a acompanhante para Porto Seguro (BA). O prêmio foi patrocinado pelas agên-cias de viagens CVC, Ma-rítima e Atrativa, esta de Jacarezinho (PR).

Amunorpi“Associação e coope-

rativismo, é isso que nós precisamos para nossa região”. Com essa frase, o prefeito de São José da Boa Vista, Dilceu Bona, sugeriu, durante a Fica-fé, a formalização de um acordo entre a Acenpp e os órgãos públicos visan-do a aquisição do café do Norte Pioneiro. Segundo Bona, existe a possibili-dade de aquisição com dispensa de procedimento licitatório. “Ninguém tem o produto que nós temos. É nosso dever estimular e incentivar o produtor. A acenpp desenvolve um grande trabalho que pre-cisa ser apoiado por polí-ticas públicas”, defendeu.

TransiçãoPara o presidente do

IEmater, Arnaldo Bandei-ra, a Ficafé é um evento de alto significado. “Essa Feira nos leva a refletir sobre o negócio do café. Sinto-me orgulhoso em ser parceiro desse projeto, que vem sendo construído por muitas mãos, mentes e corações. Aqui reunimos toda a cadeia do café. A cultura de café tem gran-de apelo histórico, porque está ligada à formação e colonização do Estado; ambiental, por se tratar de uma cultura permanente; e social por promover a in-clusão social de pequenos produtores. A Acenpp é relevante porque organiza a cadeia e faz a transição de uma atividade cultural-histórica para uma cultura de futuro com agregação de valor, uso de tecno-logia e melhoramento da gestão das propriedades. Nossos técnicos, gerentes e funcionários estão com-prometidos com essa cau-sa”, afirma.

O Sebrae e o caféO gerente da Regional

Norte do Sebrae/PR, He-verson Feliciano, destaca a importância de Jacarezi-nho ter sediado a reunião do Sebrae Nacional com os consultores da carteira de café, realizada no dia 4 de novembro. “Apesar de ter apenas três anos de atividade, o Programa Cafés Especiais do Nor-te Pioneiro do Paraná já soma diversas conquistas. Isso se deve às grandes parcerias e aos produto-res que acreditaram no projeto”, diz o consultor que, ano a ano, observa a consolidação da Ficafé no calendário de eventos do setor. “São excelentes oportunidades de negó-cios e, sobretudo, trata-se de um evento que traz à discussão questões inova-doras na área mercado-lógica. Os lotes são cada vez mais selecionados, o que agrega mais valor ao produto”, diz Feliciano.

Trabalho coletivo“Sozinhos nós vamos

mais rápido, juntos nós vamos mais longe”. Com essas palavras, Eduardo Quintanilha, presidente do Sindicato Rural de Ja-carezinho, enaltece a re-alização da Ficafé. “Todo o trabalho, feito de forma coletiva, está tornando a nossa região conhecida no Brasil e no exterior. Os produtores interessados em buscar conhecimento e melhorias para a ativi-dade estão de parabéns”, elogia.

Mercado internacionalO Núcleo Internacio-

nal de Negócios Brasil/Espanha (Ninbe) vem tra-balhando o comércio de café desde que, em visi-ta a uma grande Feira na Espanha, Thiago Amhof, seu presidente, constatou não haver cafés brasileiros em exposição. O Núcleo trabalha com cafés das re-giões do Norte Pioneiro, Mogiana e Cerrado Mi-neiro e recentemente foi responsável pela viagem de uma Missão Espanhola de compradores de café à Região. “Os espanhóis ficaram admirados com o amor com que o cafeicul-tor do NP trata o café”, conta Amhof.“Dessa for-ma vamos dando a vi-sibilidade que o café da Acenpp merece. Estamos juntos nesse processo de divulgação e esperamos que se viabilize a exporta-ção de lotes brevemente, ainda este ano”, concluiu.

ht tp://w w w.ninbe.com.br

DesafiosCilésio Demoner, do

Emater, avalia que a Fi-café é de fundamental im-portância para a nossa ca-feicultura. Ele deixou uma mensagem de otimismo a técnicos, produtores e to-dos que colaboram para o sucesso da cafeicultu-ra, lembrando que é nos momentos de crise que se encontram as soluções. A Acenpp e o Sebrae estão auxiliando para que uns busquem alternativas den-tro da porteira, outros fora da porteira. E recomenda: “Temos que adequar as lavouras para receber má-quinas, alcança o ponto de equilíbrio na atividade cafeeira - de 30 sacas/há e enfrentar o desafio n.o 1 da cafeicultura atualmen-te, a mão-de-obra, cada vez mais cara e escassa, investindo na mecaniza-ção”.

LocomotivaPara Armando Andro-

cioli Filho, líder do Pro-grama de Pesquisa de Café do Iapar - Londrina, “é o produtor quem deve estar à frente de progra-mas como este. O traba-lho do Estado depende da demanda o produtor. As coisas só caminham a con-tento quando o produtor toma a frente nas iniciati-vas. O NP vai ser referên-cia e mudar o panorama da cafeicultura em todo o Estado, e a Acenpp está li-derando um processo que irá beneficiar a todos, es-pecialmente com as pes-quisas orientadas para as demandas da região que estamos realizando”.

ParceriaIvete Martins, supe-

rintendente do Banco do Brasil, acredita no poten-cial do Programa Cafés Especiais do Norte Pio-neiro, afirmando que “vai muito além da atividade café, vai mudar a cara da nossa região”, disse durante a Ficafé. “Teste-munho aqui as forças pro-dutoras organizadas, bus-cando competências para melhorar os resultados da atividade. Uma comunida-de só avança unida, não fazemos nada sozinhos. Temos que formar nossa comunidade de negócios e integrar esforços, pois as oportunidades estão postas. A Acenpp é exem-plo a ser seguido”, assina-la Martins.

ExpositoresTrinta expositores de

empresas fabricantes de embalagens para mudas de café, pulverização, equipamentos para co-lheita e torrefação, fertili-zantes, tratores, irrigação, processamento do café e defensivos agrícolas apre-sentam aos visitantes da Ficafé as últimas novida-des e tendências do mer-cado para o setor.

Os expositores são par-ceiros da Acenpp e é gra-ças à participação dessas empresas que a Ficafé ob-tém o brilho reconhecido por todos. As empresas que compareceram à Fi-café são parte importante da cadeia produtiva da ca-feicultura e, por seu apoio em mais uma realização da Feira, a Acenpp exter-na seus sinceros agradeci-mentos.

Alternativas de finan-ciamento

Gustavo Moretti, dire-tor da Eisa - Empresa In-teragrícola S.A., de San-tos, fechou contrato de compra futura com dois produtores associados à Acenpp, totalizando 1,08 mil sacas a R$ 320, para entrega em outubro. A empresa também expôs na Ficafé o “barter”, um sistema de troca de equi-pamentos e insumos, por sacas café. O cafeicultor que desejar adquirir de-fensivos da Syngenta ou adubos da Heringer, por exemplo, combina com a empresa a quantidade de sacas equivalente ao valor dos produtos. No caso de equipamentos para irriga-ção, a empresa financia o valor correspondente a 20 sacas/ha, em parceria com a Netafim.

Sala do Cafezinho

Page 13: Informativo Acenpp 2010

PremiaçãoOs organizadores da

exposição realizaram uma competição entre os par-ticipantes da mostra, para eleger o melhor café ex-posto. O vencedor foi o produtor Vagner Luiz Co-elho, de Nova Fátima, que como prêmio, ganhou uma viagem com direito a acompanhante para Porto Seguro (BA). O prêmio foi patrocinado pelas agên-cias de viagens CVC, Ma-rítima e Atrativa, esta de Jacarezinho (PR).

Amunorpi“Associação e coope-

rativismo, é isso que nós precisamos para nossa região”. Com essa frase, o prefeito de São José da Boa Vista, Dilceu Bona, sugeriu, durante a Fica-fé, a formalização de um acordo entre a Acenpp e os órgãos públicos visan-do a aquisição do café do Norte Pioneiro. Segundo Bona, existe a possibili-dade de aquisição com dispensa de procedimento licitatório. “Ninguém tem o produto que nós temos. É nosso dever estimular e incentivar o produtor. A acenpp desenvolve um grande trabalho que pre-cisa ser apoiado por polí-ticas públicas”, defendeu.

TransiçãoPara o presidente do

IEmater, Arnaldo Bandei-ra, a Ficafé é um evento de alto significado. “Essa Feira nos leva a refletir sobre o negócio do café. Sinto-me orgulhoso em ser parceiro desse projeto, que vem sendo construído por muitas mãos, mentes e corações. Aqui reunimos toda a cadeia do café. A cultura de café tem gran-de apelo histórico, porque está ligada à formação e colonização do Estado; ambiental, por se tratar de uma cultura permanente; e social por promover a in-clusão social de pequenos produtores. A Acenpp é relevante porque organiza a cadeia e faz a transição de uma atividade cultural-histórica para uma cultura de futuro com agregação de valor, uso de tecno-logia e melhoramento da gestão das propriedades. Nossos técnicos, gerentes e funcionários estão com-prometidos com essa cau-sa”, afirma.

O Sebrae e o caféO gerente da Regional

Norte do Sebrae/PR, He-verson Feliciano, destaca a importância de Jacarezi-nho ter sediado a reunião do Sebrae Nacional com os consultores da carteira de café, realizada no dia 4 de novembro. “Apesar de ter apenas três anos de atividade, o Programa Cafés Especiais do Nor-te Pioneiro do Paraná já soma diversas conquistas. Isso se deve às grandes parcerias e aos produto-res que acreditaram no projeto”, diz o consultor que, ano a ano, observa a consolidação da Ficafé no calendário de eventos do setor. “São excelentes oportunidades de negó-cios e, sobretudo, trata-se de um evento que traz à discussão questões inova-doras na área mercado-lógica. Os lotes são cada vez mais selecionados, o que agrega mais valor ao produto”, diz Feliciano.

Trabalho coletivo“Sozinhos nós vamos

mais rápido, juntos nós vamos mais longe”. Com essas palavras, Eduardo Quintanilha, presidente do Sindicato Rural de Ja-carezinho, enaltece a re-alização da Ficafé. “Todo o trabalho, feito de forma coletiva, está tornando a nossa região conhecida no Brasil e no exterior. Os produtores interessados em buscar conhecimento e melhorias para a ativi-dade estão de parabéns”, elogia.

Mercado internacionalO Núcleo Internacio-

nal de Negócios Brasil/Espanha (Ninbe) vem tra-balhando o comércio de café desde que, em visi-ta a uma grande Feira na Espanha, Thiago Amhof, seu presidente, constatou não haver cafés brasileiros em exposição. O Núcleo trabalha com cafés das re-giões do Norte Pioneiro, Mogiana e Cerrado Mi-neiro e recentemente foi responsável pela viagem de uma Missão Espanhola de compradores de café à Região. “Os espanhóis ficaram admirados com o amor com que o cafeicul-tor do NP trata o café”, conta Amhof.“Dessa for-ma vamos dando a vi-sibilidade que o café da Acenpp merece. Estamos juntos nesse processo de divulgação e esperamos que se viabilize a exporta-ção de lotes brevemente, ainda este ano”, concluiu.

ht tp://w w w.ninbe.com.br

DesafiosCilésio Demoner, do

Emater, avalia que a Fi-café é de fundamental im-portância para a nossa ca-feicultura. Ele deixou uma mensagem de otimismo a técnicos, produtores e to-dos que colaboram para o sucesso da cafeicultu-ra, lembrando que é nos momentos de crise que se encontram as soluções. A Acenpp e o Sebrae estão auxiliando para que uns busquem alternativas den-tro da porteira, outros fora da porteira. E recomenda: “Temos que adequar as lavouras para receber má-quinas, alcança o ponto de equilíbrio na atividade cafeeira - de 30 sacas/há e enfrentar o desafio n.o 1 da cafeicultura atualmen-te, a mão-de-obra, cada vez mais cara e escassa, investindo na mecaniza-ção”.

LocomotivaPara Armando Andro-

cioli Filho, líder do Pro-grama de Pesquisa de Café do Iapar - Londrina, “é o produtor quem deve estar à frente de progra-mas como este. O traba-lho do Estado depende da demanda o produtor. As coisas só caminham a con-tento quando o produtor toma a frente nas iniciati-vas. O NP vai ser referên-cia e mudar o panorama da cafeicultura em todo o Estado, e a Acenpp está li-derando um processo que irá beneficiar a todos, es-pecialmente com as pes-quisas orientadas para as demandas da região que estamos realizando”.

ParceriaIvete Martins, supe-

rintendente do Banco do Brasil, acredita no poten-cial do Programa Cafés Especiais do Norte Pio-neiro, afirmando que “vai muito além da atividade café, vai mudar a cara da nossa região”, disse durante a Ficafé. “Teste-munho aqui as forças pro-dutoras organizadas, bus-cando competências para melhorar os resultados da atividade. Uma comunida-de só avança unida, não fazemos nada sozinhos. Temos que formar nossa comunidade de negócios e integrar esforços, pois as oportunidades estão postas. A Acenpp é exem-plo a ser seguido”, assina-la Martins.

ExpositoresTrinta expositores de

empresas fabricantes de embalagens para mudas de café, pulverização, equipamentos para co-lheita e torrefação, fertili-zantes, tratores, irrigação, processamento do café e defensivos agrícolas apre-sentam aos visitantes da Ficafé as últimas novida-des e tendências do mer-cado para o setor.

Os expositores são par-ceiros da Acenpp e é gra-ças à participação dessas empresas que a Ficafé ob-tém o brilho reconhecido por todos. As empresas que compareceram à Fi-café são parte importante da cadeia produtiva da ca-feicultura e, por seu apoio em mais uma realização da Feira, a Acenpp exter-na seus sinceros agradeci-mentos.

Alternativas de finan-ciamento

Gustavo Moretti, dire-tor da Eisa - Empresa In-teragrícola S.A., de San-tos, fechou contrato de compra futura com dois produtores associados à Acenpp, totalizando 1,08 mil sacas a R$ 320, para entrega em outubro. A empresa também expôs na Ficafé o “barter”, um sistema de troca de equi-pamentos e insumos, por sacas café. O cafeicultor que desejar adquirir de-fensivos da Syngenta ou adubos da Heringer, por exemplo, combina com a empresa a quantidade de sacas equivalente ao valor dos produtos. No caso de equipamentos para irriga-ção, a empresa financia o valor correspondente a 20 sacas/ha, em parceria com a Netafim.

Sala do Cafezinho

Page 14: Informativo Acenpp 2010

O associativismo care-ce de terreno fértil para desenvolver todo seu po-tencial. O solo, no caso, é a cultura humana que precisa ser formada e que demanda todo um proces-so de implantação. Foi por essa razão que a Acenpp foi buscar em Franke Di-jkstra, ex-presidente da Batavo, uma das maiores cooperativas do País, a experiência e o estímulo para iniciar um trabalho nesse sentido. Dijkstra foi um dos palestrantes da Fi-café na manhã do dia 5 de novembro.

Se há um produtor rural adepto da inovação tecnoló-gica, dos modernos concei-tos de gestão, com forte pre-ocupação social e ambiental, além de radicalmente defen-sor do associativismo, esse produtor é Dijkstra. Ele é um dos pioneiros no plantio direto da soja e utiliza má-quinas dirigidas por satélite em sua propriedade, a Fa-zenda Frankanna, localizada no município de Carambeí (PR). Sua busca pela preci-são na agricultura é tama-nha que a adubação do solo é feita a taxas variáveis, de acordo com análises feitas em talhões. “O Homem deve usar o QI e deixar com as máquinas o uso da força”, ensina o produtor de origem

holandesa.A Fazenda Frankanna

chegou ao estágio avan-çado em que se encontra galgando degraus, de grão em grão, como diz seu pro-prietário. “As grandes rea-lizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações”, diz parafraseando o famoso pintor Vincent van Gogh, seu conterrâneo.

Utilizando os três valo-res básicos da Gestão - Ne-gócio, Desafio (vocação), comunidade (valores) e ex-plorando a interdependên-cia desses valores, Djikstra sempre usou a tecnologia como ferramenta na ges-tão de seus negócios. Para ele, “não é o mais forte que

sobrevive, nem o mais inte-ligente, mas aquele que me-lhor se adapta as mudanças. A agropecuária é como ve-lejar, sempre se orientando e adequando-se ao vento”, afirma. “Na Gestão, tudo se mantém em pé, ou cai, pela ação do Homem. Algumas perguntas devem ser feitas a si mesmos. E o futuro? Onde queremos chegar? Qual é o nosso problema? Quais são os objetivos? Qual a estraté-gia? Quais as ações opera-cionais? Qual o modelo de organização que atende as necessidades? Precisamos identificar os nossos garga-los e buscar soluções em equipe”, diz com a sabedo-ria acumulada em mais de 50 anos na atividade.

AssociativismoFranke Djikstra é fervoro-

so defensor do cooperativis-mo, que representa a união entre pessoas voltadas para um mesmo objetivo. Através da cooperação, busca-se sa-tisfazer as necessidades hu-manas e resolver os proble-mas comuns. O fim maior desse sistema é o homem. Uma organização dessa na-tureza caracteriza-se por ser gerida de forma democráti-ca e participativa, de acordo com aquilo que pretendem seus associados. “Por isso não podemos nos perder nos detalhes do tipo reparar num arbusto e não perceber a floresta. O produtor tem que ter em mente que se ele faz parte da cooperativa,

é lá que deve realizar a co-mercialização da produção”, ensina. Para o palestrante, ninguém faz nada sozinho, o coletivo estará sempre aci-ma de interesses menores. “O cooperativismo depende da fidelidade do produtor à causa”, recomenda.

Além da comercialização conjunta, o associativismo proporciona a possibilidade de parcerias para a realiza-ção de serviços especializa-dos, deixando o produtor livre para pensar seu negó-cio. Na verticalização, com especialização por ativi-dades e delegando frentes de trabalho, se ganha em unidades de escala, maxi-mizando os recursos. Com bom humor, o palestrante faz uma analogia engraça-da. “Imitar o pato? Ele voa, nada, caminha e canta. E faz tudo mal feito. Dentro da porteira já são muitas as habilidades necessárias para permanecermos no negó-cio”, lembra o produtor. Do lado de fora da porteira, argumenta, há a necessida-de de um empreendimento associativo com o foco no produtor funcionando como ferramenta para acesso ao mercado, serviços especiali-zados, informações técnicas mais apropriadas e melho-res preços para a produção e insumos.

Palestra: Profissionalização da gestão da propriedade agrícola e associativismo

Page 15: Informativo Acenpp 2010

O café nunca esteve tão na moda. Até por isso, Car-los Henrique Jorge Brando, da P&A Marketing Interna-cional, empresa de consulto-ria, marketing e trading es-pecializada no agronegócio com ênfase em café, advoga a tese de que a cafeicultura precisa ser reinventada na região do Norte Pioneiro do Paraná. “Se o consumo cresce, o hábito de beber está mais arraigado, mais forte, em maior número de pessoas, é sinal de que há mercado. Portanto, é preci-so pensar formas de tornar a atividade mais produtiva e lucrativa para o cafeicultor”, deduz.

A realização da Ficafé, na opinião do consultor, é sinal de que todos os participan-tes estão pensando no futu-ro, em oportunidades, e não em crise. “É preciso ter em mente que o mais importante no negócio é o consumidor”, pondera Brando.

Apesar do aumento do consumo, o consumidor tem

procurado obter, também ele, mais valor por seu di-nheiro, optando por marcas mais baratas. Lojas como

a Starbuck’s, por exemplo, mais caras, perdem terre-no para a McDonald’s, mais barata. O consumo de café cresce a taxas de 4 a 5% ao

ano, mas a concentração de poder econômico do vare-jo, com suas redes cada vez maiores, é um desafio a ser

encarado. “As redes varejis-tas podem ser problema por-que têm força para impor a queda nos preços. Assim o torrador acaba usando mais

robusta e menos arábica, o que é ruim para o produtor de cafés do Norte Pioneiro”, avalia.

O desafio para o café arábica é mais gerencial do que tecnológico. “Há conhe-cimento, tecnologia, o pro-blema é como viabilizar sua

implantação, como financiar o investimento. O gerencia-mento é a chave porque a ino-vação tecnológica demanda investimento e tempo (longo prazo)”, observa. Para o ará-bica é necessário pensar em reengenharia, reinvenção dos meios de produção, con-trole de custos e melhoria de produtividade.

A viabilidade da cafeicul-tura depende do aumento da produtividade, diversifica-ção, irrigação, mecanização, processamento pós colheita e aplicação de um pacote tec-nológico, dentro da porteira, e também de ações de ma-rketing e agregação de valor do lado de fora das proprie-dades, desenvolvendo mais cafés especiais, promovendo as origens - Região do Norte Pioneiro do Paraná. O apro-veitamento de certificações, o marketing de relaciona-mento e a colaboração entre os parceiros de negócio, se-gundo Brando, vão agregar valor ao produto e melhorar a renda do produtor.

Palestra: Cenários e Perspectivas para o Agronegócio Café

Page 16: Informativo Acenpp 2010

Expositores

Trinta expositores de empresas fabricantes de embalagens para mudas de café, pulverização, equipamentos para co-lheita e torrefação, fertili-zantes, tratores, irrigação, processamento do café e defensivos agrícolas apre-sentam aos visitantes da Ficafé as últimas novida-des e tendências do mer-cado para o setor.

Os expositores são par-ceiros da Acenpp e é gra-ças à participação dessas empresas que a Ficafé ob-tém o brilho reconhecido por todos. As empresas que compareceram à Fi-café são parte importante da cadeia produtiva da ca-feicultura e, por seu apoio em mais uma realização da Feira, a Acenpp exter-na seus sinceros agradeci-mentos.

Page 17: Informativo Acenpp 2010
Page 18: Informativo Acenpp 2010
Page 19: Informativo Acenpp 2010

A Ficafé é um das ações do projeto de comercializa-ção do Programa Cafés Es-peciais do Norte Pioneiro do Paraná.

Na Feira, além da divul-gação da qualidade do café da região, objetiva-se criar oportunidades de negócios, colocando frente a frente to-dos os parceiros de negócios da Acenpp – agricultores, compradores e fornecedores da cadeia produtiva da cafei-cultura -, criando assim um círculo de relacionamentos que contribui para a melho-ria das relações comerciais.

Alguns expositores que es-tiveram na Ficafé 2009 não conheciam o potencial da região e o mesmo acontecia com relação aos produtores, que não dispunham de con-tatos ou acesso a essas em-presas.

Graças ao trabalho desen-volvido pela Acenpp isso é coisa do passado. O produ-tor do Norte e Norte Pionei-ro puderam conhecer o que há de mais moderno e ino-vador em relação às tecnolo-gias aplicadas na produção de café.

Page 20: Informativo Acenpp 2010

Os cafeicultores do Pa-raná estão se organizando em busca de nichos dife-renciados de mercado para enfrentar a crise no setor. A segunda edição da Feira In-ternacional de Cafés Espe-ciais do Norte Pioneiro do Paraná (Ficafé) reuniu cerca de 3,5 mil pessoas em Jaca-rezinho, na maior parte pro-dutores dos 45 municípios abrangidos pela Acenpp. O Evento atraiu compradores de cafés especiais de várias regiões do País, que tiveram a oportunidade de provar as 55 amostras expostas.

Para se chegar aos espe-ciais é necessário observar certos cuidados, como co-lher sobre o pano apenas os grãos maduros e aperfeiçoar a seleção e o beneficiamento. “Esse é um trabalho que vem sendo desenvolvido através da Emater em parceria com outros órgãos, procurando esclarecer ao produtor como preparar esse café. Desde o preparo do solo para o plan-tio, a escolha das mudas, a nutrição da planta, tudo isso faz parte de um contexto que visa manter os atribu-tos do café como criados pela natureza”, conta um dos organizadores da Fica-fé, Ronaldo Casado Figuei-redo. “Os compradores são exigentes e nem procuram mais por um defeito. Eles querem a melhor qualida-

de. Dos 55 lotes oferecidos, 12 foram vendidos entre R$ 650 e R$ 750 a saca. Uma cafeteria da região – Café da Casa, de Jacarezinho -, decidiu trabalhar exclusiva-mente com grãos do Norte Pioneiro. “São cafés muito equilibrados. É totalmente desnecessário fazer blend. Eles apresentam todas as características que se dese-ja, cafés muito doces, com atributos que vão do floral, cítrico, caramelado, e nós somos apaixonados”, decla-

rou o empresário Adhemar Martins.

Em 2009 o Paraná pro-duziu 1,5 milhão de sacas de café. Metade foi colhi-da no Norte Pioneiro. O produtor Wagner Coelho diz que os grãos especiais elevam o padrão de toda a lavoura, mas exigem de-dicação. “É como um filho. É como uma criança que você tem que olhar todo santo dia. E qual é o pai que não quer o sucesso do filho? Agora, não é fácil. É

o clima, é muito sol, é muita chuva. Não é fácil conseguir esse padrão de qualidade”, assinala o cafeicultor.

A primeira região do Pa-raná a ser colonizada ficou conhecida como Norte Pio-neiro, mas o café tomou o lugar da floresta em todo o Estado. Mesmo depois da crise que devastou a cultura em 1975, a região insistiu. Porém, o custo cada vez mais alto e os preços pouco

animadores exigiram mu-danças. Atualmente, o ca-feicultor encontra nos cafés especiais uma alternativa.

Os produtores são tão apaixonados por essa sele-ção de cafés que dizem que os especiais são verdadeiras pérolas, cultivadas e colhi-das de uma forma totalmen-te diferente. Porém, por trás da paixão, está a busca por preço melhor e pela valori-zação do café do Paraná.

Os aromas limão cítrico, chocolate, floral cítrico, ca-ramelo e o novo amanteiga-do demonstram que a antiga fama do Paraná de produtor de baixa qualidade é coisa do passado. O agricultor Nor-bert Gamerschlag, de San-ta Mariana, por exemplo, vendeu seus lotes para uma rede de cafeterias de São Paulo e já se organiza para exportar. “Nós visitamos 15 dias atrás exportadores em

Santos. A nossa intenção é aglutinar um grupo grande de produtores para que a gente possa exportar direto via Santos. Para isso, você tem que fazer lotes maiores, sempre vendas em contêine-res, com uma certa constân-cia de entrega de produto e aí acredito que o exportador se interesse. Em conseqüên-cia vamos poder agregar um valor maior”, explica e Ga-merschlag.

Cafés especiais, cuidados especiaisProdutores declaram seu amor pelo café do Norte Pioneiro

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Homenangem da AcenppA diretoria da Asso-

ciação de Cafés Espe-ciais do Norte Pioneiro do Paraná decidiu fazer uma surpresa aos con-sultores do Sebrae-PR, Odemir Vieira Capello e Adhemar Augusto Martins.

Capello executa a articulação entre os parceiros do Programa Cafés Especiais e é o elo de ligação entre o Sebrae e a Acenpp.

Martins é o enge-nheiro agrônomo con-tratado pelo Sebrae para atuar junto ao produtor e foi o res-ponsável por uma série de trabalhos que emba-saram as ações tocadas em parceria.

A dedicação dos dois, sua participa-ção, e o envolvimento com o Programa, que demonstram no dia-a-dia de suas atividades profissionais, revelam o amor extremo pelo trabalho em busca do desenvolvimento sócio-econômico da região.

Por tudo isso, Ca-pello e Martins foram agraciados durante a Ficafé com troféus, oferecidos em reco-nhecimento ao profis-sionalismo de ambos e, especialmente, pelo companheirismo e amizade, verdadeira e sincera, demonstradas pelos consultores.

O presidente da As-

sociação, Luiz Fernan-do de Andrade Leite, resume assim a home-nagem: “Nosso sen-timento é de agrade-cimento imenso pela dedicação de corpo e alma destes grandes profissionais, respon-sáveis, juntamente com os

produtores da Acenpp, pelas pro-fundas mudanças que estão acontecendo na cafeicultura do Norte Pioneiro do Paraná”.

A consultora Andrea Perri Massuia Vaz, res-ponsável pela organiza-ção logística da Ficafé, também foi homenage-ada com um troféu, en-tregue posteriormente.

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Agradecimento aos parceiros da Ficafe 2009

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Os avanços conquis-tados pelos cafeiculto-res do Norte Pionei-ro representados pela Acenpp e exibidos por ocasião da 2.a Ficafé são prova suficiente de que a organização dos produtores, o estabe-lecimento de parcerias estratégicas, a definição de objetivos claros e vi-áveis, o planejamento

a curto, médio e longo prazos e a execução fiel das propostas aprova-das democraticamente estão em conformidade com os anseios da clas-se produtiva.

Graças a um trabalho estruturado, alicerçado na soma das capaci-dades individuais dos parceiros liderados pela

Acenpp e e a consulto-ria do Sebrae, inúme-ros benefícios já podem ser contabilizados pelo produtor rural da Re-gião.

A qualidade é funda-mental para que o café seja valorizado no mer-cado. O Norte Pioneiro passou a ser respeitado no Brasil e no exterior como produtor de ca-fés de qualidade. Tudo isso é fruto do trabalho incessante do produtor rural, demonstrando sua capacidade de bus-car o diferencial neces-sário para se destacar num mercado cada vez mais competitivo.

A abertura da Asso-ciação Brasileira da In-dústria do Café (Abic), para a participação de produtores com peque-nos lotes em Concur-sos, estimulará a busca da qualidade por parte desses produtores – mais uma conquista da união.

Os preços obtidos na comercialização dos lotes de café durante a Feira, alcançando valo-res médios de R$ 661,

bem como a premiação para o melhor produto – que atingiu incríveis 85,25 pontos SCAA, atestam que os desafios têm sido vencidos no trabalho árduo do dia-a-dia.

Não são apenas os produtores rurais os be-neficiados pelo Progra-ma, no entanto. A rea-lização da Feira produz reflexos econômicos para o município de Ja-carezinho e cidades da região, graças à ocupa-ção de hotéis, restau-rantes, prestadores de serviços. Oportunida-des de negócios surgem em variadas áreas. A região descobre seu po-tencial na realização de eventos dessa magnitu-de, de caráter interna-cional, demonstrando a grande capacidade empreendedora de sua gente.

A reunião do Sebrae Nacional ocorrida em Jacarezinho, antece-dendo a Ficafé, trouxe os coordenadores de vários projetos rela-cionados à carteira do café de todo o Brasil,

e abriu a possibilidade de realização de ações conjuntas entre os di-versos programas em andamento.

Muitos desafios foram vencidos, e outros se impõem. A região, por intermédio da Acenpp, está em vias de obter a Identificação Geográfi-ca (IG), está habilitada como unidade certifi-cadora 4C, e pretende buscar novas certifica-ções.

O Sebrae presta con-sultoria a esse proces-so, estimulando a ado-ção de novas práticas que insiram a inovação tecnológica, aumentan-do a produtividade das lavouras, a melhoria no sistema de gestão das propriedades rurais e a qualidade do produto. A adoção do associativis-mo como mecanismo para a obtenção de me-lhores resultados eco-nômicos é outra meta que tem sido alcançada e apoiada pelo Sebrae.

Odemir Vieira CapelloConsultor do Sebrae

em Jacarezinho.

Novos desafios