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Informativo de Jurisprudência nº 2 13 de setembro de 2017 | 11:18 INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA N. 002/2017 1. AUDITORIA. CUMPRIMENTO DE DECISÃO. SISTEMA INTEGRADO DE INFORMATIZAÇÃO DE AMBIENTE HOSPITALAR HOSPUB. CONTROLE DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS HOSPITALARES. DETERMINAÇÃO. O Tribunal de Contas do Estado realizou auditoria na Secretaria de Estado da Saúde SESAU para verificação do cumprimento ou não das Decisões ns. 253/2012 e 340/2011-Pleno (Autos n. 3682/2011), cuja determinação foi de implantação de Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar HOSPUB, ferramenta de controle de estoque de medicamentos e materiais hospitalares. Durante a apuração realizada in loco, foram detectadas algumas incongruências, decorrentes da incompatibilidade das informações contidas no sistema e a realidade fática (quantidade de medicação incompatível com a apontada no programa). Constatou-se, ainda, a fragilidade do programa, ocasionada pela ausência de atualização do software. Conquanto isso, o Pleno desta Corte entendeu não ser razoável ou mesmo útil promover a sanção dos agentes públicos responsáveis, considerando as dificuldades enfrentadas pela Administração para cumprir a determinação aludida, bem como o fato de que, muito embora em prazo dilatado, ao final, houve o atendimento da ordem. Em razão desse desfecho, determinou-se ao atual Secretário de Estado da Saúde, ou a quem vier substitui-lo, que implemente o devido e constante monitoramento das operações do referido sistema HOSPUB, bem como o mantenha atualizado ou, na impossibilidade de fazê-lo periodicamente, promova sua substituição por um que se mostre eficiente, de modo a prevenir o retrocesso desse tipo de controle e a evitar o

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Informativo de Jurisprudência nº 2

13 de setembro de 2017 | 11:18

INFORMATIVO DE

JURISPRUDÊNCIA

N. 002/2017

1. AUDITORIA. CUMPRIMENTO DE DECISÃO. SISTEMA INTEGRADO DE

INFORMATIZAÇÃO DE AMBIENTE HOSPITALAR – HOSPUB. CONTROLE

DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS HOSPITALARES. DETERMINAÇÃO.

O Tribunal de Contas do Estado realizou auditoria na Secretaria de Estado da Saúde –

SESAU para verificação do cumprimento ou não das Decisões ns. 253/2012 e

340/2011-Pleno (Autos n. 3682/2011), cuja determinação foi de implantação de

Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar – HOSPUB, ferramenta

de controle de estoque de medicamentos e materiais hospitalares.

Durante a apuração realizada in loco, foram detectadas algumas incongruências,

decorrentes da incompatibilidade das informações contidas no sistema e a realidade

fática (quantidade de medicação incompatível com a apontada no programa).

Constatou-se, ainda, a fragilidade do programa, ocasionada pela ausência de atualização

do software.

Conquanto isso, o Pleno desta Corte entendeu não ser razoável ou mesmo útil promover

a sanção dos agentes públicos responsáveis, considerando as dificuldades enfrentadas

pela Administração para cumprir a determinação aludida, bem como o fato de que,

muito embora em prazo dilatado, ao final, houve o atendimento da ordem.

Em razão desse desfecho, determinou-se ao atual Secretário de Estado da Saúde, ou a

quem vier substitui-lo, que implemente o devido e constante monitoramento das

operações do referido sistema HOSPUB, bem como o mantenha atualizado ou, na

impossibilidade de fazê-lo periodicamente, promova sua substituição por um que se

mostre eficiente, de modo a prevenir o retrocesso desse tipo de controle e a evitar o

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comprometimento da fidedignidade dos dados, evitando a tomada de decisões

equivocadas, promovedoras do descontrole, do desperdício e do desvio. (PROCESSO

N. 04435/12-TCE-RO)

2. REPRESENTAÇÃO. REMUNERAÇÃO. MÉDICO. PLANTÕES

EXTRAORDINÁRIOS. LIMITE CONSTITUCIONAL. IRREGULARIDADES.

MULTA. DETERMINAÇÕES.

O Tribunal de Contas julgou procedente a Representação ofertada pelo Ministério

Público do Estado, Promotoria de Justiça do Município de Vilhena, cuja notícia era de

pagamento de remuneração acima do limite constitucional (subsídio do Chefe do Poder

Executivo Municipal), a profissional médico, motivado pela realização de plantões

extraordinários.

A presente análise centrou-se em três pontos: a) a validade dos pagamentos segundo sua

conformidade ao teto remuneratório municipal; b) o descumprimento da ordem contida

no item I da Decisão n. 17/2013 – Pleno, pela continuidade dos pagamentos acima do

limite constitucional mencionados nos meses de setembro e dezembro de 2013; e c) o

descumprimento da ordem contida no item IV da mesma decisão, pela omissão em dar

ciência daquela deliberação aos servidores interessados.

A tese da defesa foi no sentido de que os plantões médicos extraordinários ocorreram

em função da demanda e da insuficiência de profissionais disponíveis para

preenchimento das escalas e que, por possuírem caráter indenizatório, não se submetem

ao teto remuneratório mencionado.

Todavia, tal argumento foi rejeitado por este TCE-RO, primeiro a ante o fato desta

Corte ter aderido a entendimento firmando no âmbito do Conselho Nacional de Justiça

– CNJ e do Tribunal de Contas da União – TCU, no sentido de que a verba

decorrente de jornada laboral extra possui natureza remuneratória e, em razão disso,

enquadra-se na regra no teto constitucional.

Além disso, constatou-se que havia habitualidade nos plantões, bem como que ocorriam

em áreas incomuns, tais como parte clínica do hospital.

Por último, ressaltou-se, na decisão, que não se buscou o ressarcimento do erário,

porque não houve qualquer indício de dano aos cofres públicos decorrente de possível

ausência de contraprestação dos serviços da jornada extraordinária.

Como efeito do apurado, a título de sancionamento, aplicou-se multa individual ao

Secretário Municipal de Saúde e ao Prefeito do Município de Vilhena.

Houve, ainda, determinação de cientificação do atual Chefe do Poder Executivo

Municipal para que providenciasse o cumprimento das diretrizes constantes no Parecer

Prévio n. 33/2009 – Pleno, no sentido de que as verbas decorrentes da realização de

plantões extras por profissional médico, somadas a sua remuneração mensal, não

poderão ultrapassar o limite salarial previsto no artigo 37, XI, da Constituição Federal,

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ficando o pagamento de jornada extraordinária sujeito ao redutor do teto, no montante

que o receber. (PROCESSO N. 00161/12-TCE-RO)

3. FISCALIZAÇÃO DE ATOS E CONTRATOS. INFRAÇÕES

ADMINISTRATIVAS. LRF. DESATENDIMENTO. FALECIMENTO DE

JURISDICIONADO. BAIXO PONTENCIAL OFENSIVO. MULTA.

INAPLICABILIDADE.

O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia considerou ilegais atos de gestão fiscal do

Município de Ministro Andreazza, após constatar a ocorrência de infrações

administrativas, referentes aos 5º e 6º bimestres e 3º quadrimestre de 2015.

A reprovação dos atos, praticados durante o exercício de 2015, de responsabilidade do

então prefeito e do contador da municipalidade, ocorreu em razão das seguintes

irregularidades: a) não adoção das diretrizes traçadas na Lei de Responsabilidade

Fiscal-LRF para adequação da despesa com pessoal que se encontrava acima do limite

legal no 2º quadrimestre; b) encaminhamento intempestivo do Relatório Resumido de

Execução orçamentária relativa ao 6º bimestre e do Relatório de Gestão Fiscal do 3º

quadrimestre de 2015; e c) remessa, a destempo, do Relatório Anual, especificando as

medidas de combate à evasão e à sonegação de tributos de competência do município.

Conquanto tais irregularidades tenham sido comprovadas, o Tribunal decidiu não

aplicar multa aos envolvidos.

No caso do prefeito da época, em virtude de seu falecimento, já que, acaso procedentes

os apontamentos de irregularidades formais, seriam passíveis tão somente de aplicação

de multa, a qual tem caráter personalíssimo e, por força do princípio da

intransponibilidade das penas (art. 5º, XLV, da CF), não se transmite aos herdeiros,

conforme entendimento sedimentado na jurisprudência do TCU e desta Corte de

Contas (Precedentes: Processo n. 018.007/2009-5-TCU e Processo n. 2814/1997-

TCE-RO).

No que se refere ao servidor ocupante do cargo de contador, apurou-se, no feito, a

reduzida gravidade de sua conduta. Isso porque os documentos somente foram enviados

fora do prazo, em razão do funcionário, único profissional da área referida, existente nos

quadros de Ministro Andreazza, estar, à época do prazo, participando nesta Corte de

curso relativo ao sistema SIGAP, o que lhe impossibilitou de fazer a remessa dos

arquivos. Além disso, constatou-se que, embora a destempo, os dados foram

transmitidos sem que tivesse ocorrido qualquer prejuízo à fiscalização ou ao patrimônio

público. (PROCESSO N. 01416/16-TCE-RO).

4. AUDITORIA DE CONFORMIDADE. CONVERSÃO. RELATÓRIO DE

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES. SERVIÇO DE TRANSPORTE

ESCOLAR. MUNICÍPIO DE PORTO VELHO-RO. ACHADOS DE

AUDITORIA. MONITORAMENTO. INSTAURAÇÃO. DETERMINAÇÕES.

RECOMENDAÇÕES.

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O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia analisou a auditoria de conformidade,

convertida em Relatório de Levantamento de Informações, no serviço de transporte

escolar do Município de Porto Velho-RO.

Muito embora o Ministério Público de Contas tenha expressado entendimento no

sentido de que o presente feito trata-se, na essência, de Auditoria de Conformidade,

porque inexistiria suporte para reconhecer o “levantamento de informações” como

categoria autônoma de processo, o Tribunal Pleno desta egrégia Corte de Contas, no

julgamento dos autos do Processo n. 4.175/2016-TCE-RO, uniformizou, de forma

unânime, a padronização dos procedimentos a serem adotados nos processos com

idêntico objeto, no sentido de serem considerados como relatório de levantamento de

informações, razão pela qual adotou-se, no presente caso, a mesma metodologia.

No referido processo, a Unidade Técnica desta Corte identificou os seguintes achados

de auditoria: a) ausência de software que auxilie no gerenciamento do serviço de

transporte escolar; b) ausência de normatização/orientação que discipline a fiscalização

do serviço de transporte escolar; c) inexistência de controle individualizado dos

prestadores de serviços; d) inexistência de controle individualizado dos veículos de

transporte escolar; e) inexistência de controle individualizado dos condutores e

monitores do transporte escolar; f) inexistência de normatização/orientação do

atendimento das demandas de transporte escolar; g) inexistência de avaliação de

controle de qualidade do serviço ofertado; h) ausência de previsão no edital de requisito

para os condutores e os monitores; i) veículos sem requisitos obrigatórios de segurança

e em péssimas condições de conservação e higiene; j) embarcações sem requisitos de

segurança suficientes e adequados para o transporte escolar; l) indícios de itinerários

com superlotação; e m) caronas nos veículos escolares.

Diante de tais constatações, apenas de caráter formal, o TCE-RO com base no inc. II do

art. 62 de seu Regimento Interno, no exercício de função pedagógica e preventiva, bem

como ante o fato de não ter sido revelada transgressão às normas legais ou

regulamentares, expediu algumas determinações ao gestor municipal, como por

exemplo, a instauração de novo procedimento para monitoramento do cumprimento de

medidas preventivas e reparadoras das situações acima descritas, assim como ordenou

que a Secretaria de Controle Externo disponibilizasse servidor, preferencialmente

integrante da comissão de auditoria, para auxiliar a Administração Pública na resolução

da situação. (PROCESSO N. 4120/16-TCE-RO)

5. EDITAL. PREGÃO ELETRÔNICO. ILEGALIDADE. ABSTENÇÃO DE

MULTA. PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE, ISONOMIA, COMPETITIVIDADE

E EFICIÊNCIA. DETERMINAÇÃO.

A Primeira Câmara considerou ilegal, com efeitos ex nunc¸ o Edital de Licitação,

deflagrado pela Superintendência Estadual de Compras e Licitações – Pregão

Eletrônico n. 211/2014/SUPEL, conhecendo, preliminarmente a representação

formulada por empresa privada participante do certame, e, no mérito, a julgou

parcialmente procedente, porquanto restou evidenciada a infringência ao art. 37, caput

(princípios da legalidade e da impessoalidade) e inciso XXI da Constituição Federal,

c/c o art. 9º da Lei Federal n. 10.520/2002, c/c os arts. 3º, § 1º da Lei Federal n.

8.666/93, por admitir condições que proporcionaram tratamento diferenciado a outra

empresa na fase de apresentação de amostras, ato corrigido posteriormente.

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Isso ocorreu em virtude da violação aos princípios da legalidade e da publicidade,

conforme o caput do artigo 37 da Constituição Federal, c/c art. 3º, caput, da Lei

Federal n. 8.666/93, por não ter sido informado de maneira clara e objetiva as

modificações realizadas no edital.

Embora a Corte tenha chegado a tal conclusão, decidiu-se pela não aplicação de multa

aos pregoeiros da SUPEL, uma vez que não ficou comprovada a existência de elemento

volitivo com o propósito de ferir os princípios aludidos.

Sendo assim, houve determinação ao atual Superintendente de Compras e Licitações, ou

a quem vier lhe substituir, para que adotasse providências no sentido de promover

tratamento isonômico aos licitantes, bem como que atentasse para a publicidade dos

atos administrativos, sob pena de não o fazendo ensejar a aplicação da sanção prevista

no artigo 55, II da Lei Complementar n. 154/96. (PROCESSO N. 01303/14-TCE-

RO).

6. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL IRREGULAR. GRATIFICAÇÃO.

PAGAMENTO. DANO AO ERÁRIO. IMPUTAÇÃO DE DÉBITO. DISPENSA

AÇÃO JUDICIAL. MESMO OBJETO.

A Primeira Câmara deste Tribunal de Contas julgou irregular Tomada de Contas

Especial, em face de ilegalidade, referente ao pagamento, por ex-gestor do IPERON, e

recebimento, por parte dos servidores da autarquia, de diferença de gratificação de

produtividade, durante o período de setembro de 1996 a julho de 1998, com base na

remuneração do Presidente do instituto previdenciário, que havia, em afronta ao

disposto no artigo 37, incisos X e XIII da CF/88, sido majorada por meio de resolução

administrativa, vinculada à remuneração de Secretário de Estado.

Tal quadro resultou em dano ao erário, porém, deixou-se de imputar os débitos, em

razão de já existir, no âmbito do Poder Judiciário, cobrança relativa à situação em

comento (Ação Civil Pública n. 0180009-29.2004.8.22.0001), proposta pelo Ministério

Público Estadual, que tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto

Velho, que se encontra na fase de cumprimento de sentença. (PROCESSO N.

03132/04-TCE-RO)

7. ACUMUÇÃO DE CARGO PÚBLICO E TETO REMUNERATÓRIO.

Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e

funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal (CF) pressupõe

consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto

remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. Com base nesse

entendimento, o Plenário, em julgamento conjunto e por maioria, negou provimento a

recursos extraordinários e reconheceu a inconstitucionalidade da expressão ‘percebidos

cumulativamente ou não’ contida no art. 1º da Emenda Constitucional (EC) 41/2003,

que alterou a redação do art. 37, XI, da CF, considerada interpretação que englobe

situações jurídicas a revelarem acumulação de cargos autorizada constitucionalmente.

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Além disso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9º da EC 41/2003, para afastar

definitivamente o art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

(ADCT), por já ter surtido efeitos na fase de transformação dos sistemas constitucionais

– Cartas de 1967/1969 e 1988, excluída a abrangência a ponto de fulminar direito

adquirido.

No caso, os acórdãos recorridos revelaram duas conclusões principais: a) nas

acumulações compatíveis com o texto constitucional, o que auferido em cada um dos

vínculos não deve ultrapassar o teto constitucional; e b) situações remuneratórias

consolidadas antes do advento da EC 41/2003 não podem ser atingidas, observadas as

garantias do direito adquirido e da irredutibilidade de vencimentos, porque oponíveis ao

poder constituinte derivado.

O Colegiado afirmou que a solução da controvérsia pressupõe interpretação capaz de

compatibilizar os dispositivos constitucionais em jogo, no que aludem ao acúmulo de

cargos públicos e das respectivas remunerações, incluídos os vencimentos e proventos

decorrentes da aposentadoria, considerados os preceitos atinentes ao direito adquirido

(CF, art. 5º, XXXVI) e à irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV). Ressaltou

que a percepção somada de remunerações relativas a cargos acumuláveis, ainda que

acima, no cômputo global, do patamar máximo, não interfere nos objetivos que

inspiram o texto constitucional. As situações alcançadas pelo art. 37, XI, da CF são

aquelas nas quais o servidor obtém ganhos desproporcionais, observadas as atribuições

dos cargos públicos ocupados.

Admitida a incidência do limitador em cada uma das matrículas, descabe declarar

prejuízo à dimensão ética da norma, porquanto mantida a compatibilidade exigida entre

trabalho e remuneração. Assentou que as possibilidades que a CF abre em favor de

hipóteses de acumulação de cargos não são para benefício do servidor, mas da

coletividade. Assim, o disposto no art. 37, XI, da CF, relativamente ao teto, não pode

servir de desestímulo ao exercício das relevantes funções mencionadas no inciso XVI

dele constante, repercutindo, até mesmo, no campo da eficiência administrativa. Frisou

que a incidência do limitador, considerado o somatório dos ganhos, ensejaria

enriquecimento sem causa do Poder Público, pois viabiliza retribuição pecuniária

inferior ao que se tem como razoável, presentes as atribuições específicas dos vínculos

isoladamente considerados e respectivas remunerações. Ademais, essa situação poderá

potencializar situações contrárias ao princípio da isonomia, já que poderia conferir

tratamento desigual entre servidores públicos que exerçam idênticas funções.

O preceito concernente à acumulação preconiza que ela é remunerada, não admitindo a

gratuidade, ainda que parcial, dos serviços prestados, observado o art. 1º da CF, no que

evidencia, como fundamento da República, a proteção dos valores sociais do trabalho.

Enfatizou que o ordenamento constitucional permite que os ministros do Supremo

Tribunal Federal (STF) acumulem as suas funções com aquelas inerentes ao Tribunal

Superior Eleitoral (CF, art. 119), sendo ilógico supor que se imponha o exercício

simultâneo, sem a correspondente contrapartida remuneratória.

Da mesma forma, os arts. 95, parágrafo único, I, e 128, § 5º, II, ‘d’, da CF veiculam

regras quanto ao exercício do magistério por juízes e promotores de justiça, de maneira

que não se pode cogitar, presente o critério sistemático de interpretação, de trabalho não

remunerado ou por valores inferiores aos auferidos por servidores que desempenham,

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sem acumulação, o mesmo ofício. Idêntica orientação há de ser observada no tocante às

demais circunstâncias constitucionais de acumulação de cargos, empregos e funções

públicas, alusivas a vencimento, subsídio, remuneração oriunda do exercício de cargos

em comissão, proventos e pensões, ainda que os vínculos digam respeito a diferentes

entes federativos. Consignou que consubstancia direito e garantia individual o acúmulo

tal como estabelecido no inciso XVI do art. 37 da CF, a encerrar a prestação de serviços

com a consequente remuneração, ante os diversos cargos contemplados, gerando

situação jurídica na qual os valores devem ser recebidos na totalidade.

O teto remuneratório não pode atingir, a partir de critérios introduzidos por emendas

constitucionais, situações consolidadas, observadas as regras preexistentes, porque

vedado o confisco de direitos regularmente incorporados ao patrimônio do servidor

público ativo ou inativo (CF, arts. 5º, XXXVI, e 37, XV). Essa óptica deve ser adotada

quanto às ECs 19/1998 e 41/2003, no que incluíram a expressão ‘percebidos

cumulativamente ou não’ ao inciso XI do art. 37 da CF. Cabe idêntica conclusão quanto

ao art. 40, § 11, da CF, sob pena de criar situação desigual entre ativos e inativos,

contrariando preceitos de envergadura maior, entre os quais a isonomia, a proteção dos

valores sociais do trabalho — expressamente elencada como fundamento da República

—, o direito adquirido e a irredutibilidade de vencimentos. As aludidas previsões

limitadoras, a serem levadas às últimas consequências, além de distantes da razoável

noção de teto, no que conduz, presente acumulação autorizada pela CF, ao cotejo

individualizado, fonte a fonte, conflitam com a rigidez constitucional decorrente do art.

60, § 4º, IV, nela contido. Vencido o ministro Edson Fachin, que dava provimento aos

recursos extraordinários. Pontuava que o art. 37, XI, da CF deveria ser interpretado

literalmente, de modo que o teto deveria ser aplicado de forma global e não

individualmente a cada cargo”. (RE 612975/MT).

8.PROFESSOR SUBSTITUTO E CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA.

É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o transcurso de 24

(vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de nova admissão de

professor temporário anteriormente contratado.

Com base nesse entendimento, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o

Tema 403 da repercussão geral, por unanimidade, deu provimento a recurso

extraordinário para denegar a ordem de mandado de segurança e declarar a

constitucionalidade do art. 9º, III, da Lei 8.745/1993 (1). O dispositivo veda a

contratação de professor substituto com contrato ainda vigente ou finalizado há menos

de dois anos na mesma modalidade.

Para o Tribunal, a Lei 8.745/1993, que dispõe sobre a contratação temporária,

demonstra de forma expressa recaírem as hipóteses de contratação sobre atividades de

caráter permanente, como a contratação de professores.

No entanto, o fato de a necessidade ser temporária, sobretudo nos casos em que a

atividade é contínua, não garante, por si só, que, ao término de determinado contrato,

nova contratação se realize, caso a necessidade temporária persista. A impossibilidade

de prorrogação não impede que os já contratados também possam participar de nova

seleção.

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Tal situação traz, porém, um inegável risco. O servidor admitido sob regime temporário

pode, ainda que por meio de um novo processo seletivo, ser mantido em função

temporária, transformando-se em ordinário o que é, por sua natureza, extraordinário e

transitório. O dispositivo legal questionado visa a mitigar esse risco com a consequência

– restritiva do ponto de vista dos direitos fundamentais – de diminuir a competitividade,

excluindo candidatos potenciais à seleção. Essa medida, no entanto, é necessária e

adequada para preservar a impessoalidade do concurso público. Admitida a

legitimidade, a necessidade e a impessoalidade na cláusula de barreira imposta pelo art.

9º, III, da Lei 8.745/1993, caberia perguntar se ela é, de fato, proporcionalmente

ajustada.

A resposta dada pelo Poder Judiciário deve, contudo, assumir uma deferência ao Poder

Legislativo. Em situações como essa, cabe ao Poder Judiciário reconhecer ao legislador

margem de conformação para elencar qual princípio deve prevalecer. Assim, não

configura ofensa à isonomia a previsão legal de proibição, por prazo determinado, de

nova contratação de candidato já anteriormente admitido em processo seletivo

simplificado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

(RE 635648/CE).

9. LICITAÇÃO E CONTRATOS. CONTRATAÇÃO DE MILITAR

LICENCIADO PARA PRESTAR CONSULTORIA À EMPRESA QUE

CELEBRA CONTRATO COM O EXÉRCITO BRASILEIRO. VIOLAÇÃO DOS

ARTIGOS 9º DA LEI N. 8.666/1993 E 7º DA LEI N. 10.502/2002.

COMPORTAMENTO INIDÔNEO. CARACTERIZAÇÃO.

Trata-se, originalmente, de mandado de segurança impetrado por empresa privada,

participante de processo licitatório, contra ato do Comandante do 59º Batalhão de

Infantaria Motorizado, órgão vinculado ao Ministério da Defesa, para que seja

declarada a ilegalidade de sanções, que foram aplicadas em processo administrativo, em

razão de existência de comportamento inidôneo por parte da impetrante.

Sustentou à empresa licitante que sua conduta de contratar servidor licenciado do órgão

público para assessoramento na execução dos contratos administrativos não se amolda a

nenhuma das ações ilícitas enumeradas no art. 7º da Lei n. 10.520/2002.

Com efeito, o art. 9º, III, da Lei n. 8.666/1993 dispõe que não poderá participar, direta

ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de

bens a eles necessários o servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou

responsável pela licitação. Desse modo, cinge-se aos autos a falta cometida pela

empresa e o desrespeito às normas de licitação e contratos, com a contração de sargento

do Exército Brasileiro que, em razão da sua atuação em setor específico da Força

Terrestre, detinha plena experiência na condução do serviço objeto da licitação.

Caracterizada, portanto, a conduta inidônea da empresa, com a quebra de confiança da

Administração, o que vai de encontro aos dispositivos legais sob análise. Consigne-se,

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por fim, que, consoante o entendimento da Primeira Turma deste STJ, “não pode

participar de procedimento licitatório a empresa que possuir em seu quadro de pessoal

servidor ou dirigente do órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação

(…)”.

O fato de estar o servidor licenciado, à época do certame, não ilide a aplicação do

referido preceito legal, uma vez que não deixa de ser funcionário o servidor em gozo de

licença” (Resp 254.115-SP, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 14/8/2000). (REsp

1.607.715-AL).

10. CONVÊNIO. EXECUÇÃO FÍSICA. PARCIAL. ATRASO. REPASSE.

DÉBITO. CÁLCULO.

No caso de execução parcial do convênio, tendo havido atraso no repasse dos recursos

federais superior a doze meses, cabe considerar, para efeito de cálculo da meta física

realizada e do débito correspondente, a variação de preço dos insumos, medida de

acordo com índices oficiais, observada a periodicidade de reajustamento autorizada na

legislação, ainda que o contrato celebrado entre a convenente e a empresa construtora

não tenha contemplado cláusula de reajuste por ter prazo inferior ao interstício legal de

reajustamento. (Acórdão 3218/2017)

11, CONVÊNIO. CONCEDENTE. OBRIGAÇÃO. PLANO DE TRABALHO.

PRESTAÇÃO DE CONTAS. CONDUTA OMISSIVA.

A assinatura de convênios com detalhamento insuficiente do plano de trabalho, a

omissão quanto à intempestividade do convenente na apresentação de documentos e

prestações de contas, assim como a análise pouco aprofundada dessas, violam os

princípios da legalidade, da economicidade e da transparência, que devem ser

observados pela Administração Pública. (Acórdão 775/2017)

12. DESESTATIZAÇÃO. CONCESSÃO PÚBLICA. PRORROGAÇÃO.

REEQUILIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO. EDITAL DE LICITAÇÃO.

A prorrogação de concessão de serviço público, ainda que em razão de reequilíbrio

econômico-financeiro, requer expressa autorização no instrumento convocatório e no

contrato de concessão original (arts. 3º, 41, 55, inciso XI, e 57, inciso I,da Lei

8.666/1993, e art. 14 da Lei 8.987/1995). (Acórdão 738/2017)

13. LICITAÇÃO. COOPERATIVA. VEDAÇÃO. ECONOMICIDADE. AÇÃO

JUDICIAL.

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A permissão à participação de cooperativas em licitações que envolvam terceirização de

serviços com subordinação, pessoalidade e habitualidade afronta os arts. 4º, inciso II, e

5º da Lei 12.690/2012, a 1, o Termo de Conciliação Judicial entre a União e o

Ministério Público do Trabalho, de 5/6/2003, e o art. 4º da IN-SLTI/MPOG 2/2008. A

aparente economicidade dos valores ofertados pelo licitante nesses casos não compensa

o risco de relevante prejuízo financeiro para a Administração Pública advindo de

eventuais ações trabalhistas. (Acórdão 2260/2017).

14. PESSOAL. TETO CONSTITUCIONAL. ACUMULAÇÃO DE PENSÕES.

MONTEPIO CIVIL.

A pensão decorrente de montepio civil estadual deve ser somada com a pensão

estatutária para fins de submissão ao teto constitucional. (Acórdão 3292/2017).

15. RESPONSABILIDADE. CONVÊNIO. GESTOR SUCESSOR. ATRASO.

SOLIDARIEDADE.

O prefeito que dá causa a atraso na execução de convênio, fazendo com que seu término

recaia sobre a gestão do prefeito sucessor, responde solidariamente com este pela

eventual não conclusão do objeto ajustado. (Acórdão 3221/2017).

16. CONTRATO ADMINISTRATIVO. SUPERFATURAMENTO DE PREÇO.

TOLERÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE.

Não existe percentual tolerável de sobrepreço global nas contratações públicas,

especialmente quando a análise da economicidade se baseia em amostra representativa e

os preços paradigmas são extraídos dos sistemas oficiais de referência. (Acórdão

844/2017).

17. CONVÊNIO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. DOCUMENTAÇÃO. NEXO DE

CAUSALIDADE. NOTA FISCAL. IDENTIFICAÇÃO.

Configura irregularidade grave a falta de identificação do convênio nas notas fiscais,

porquanto tal prática permite a utilização do mesmo documento fiscal para justificar a

realização da despesa perante variados convênios e, até mesmo, em face da

contabilidade municipal. (Acórdão 2430/2017).

18. LICITAÇÃO. HABILITAÇÃO DE LICITANTE. VISTORIA.

RESPONSÁVEL TÉCNICO. VEDAÇÃO.

É ilegal a exigência de que a vistoria técnica seja realizada exclusivamente pelo sócio

administrador da licitante, tendo em vista que tal visita, quando exigida, não deve sofrer

condicionantes por parte da Administração que resultem em ônus desnecessário aos

particulares e importem restrição injustificada à competitividade do certame. (Acórdão

2416/2017).

19. DIREITO PROCESSUAL. JULGAMENTO. PAUTA DE SESSÃO. VÍCIO

INSANÁVEL. ADVOGADO.

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A omissão do nome de advogado legalmente constituído na publicação da pauta

caracteriza prejuízo ao direito de o responsável requerer sustentação oral e de apresentar

memoriais previamente à sessão, levando à nulidade absoluta da decisão, pois se trata

de vício insanável, que prejudica o exercício da ampla defesa e do contraditório, nos

termos do art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal. (Acórdão 2429/2017).

20. DIREITO PROCESSUAL. PRAZO. PRORROGAÇÃO. INDEFERIMENTO.

PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA.

A rejeição fundamentada, à luz das circunstâncias do caso concreto, de pedido de

prorrogação de prazo para a apresentação de defesa não implica violação ao princípio da

ampla defesa, haja vista que a dilação de prazo não constitui direito da parte. (Acórdão

2525/2017).

21. PESSOAL. TRANSPOSIÇÃO DE REGIME JURÍDICO.

ENQUADRAMENTO. APOSENTADORIA. MARCO TEMPORAL.

LEGISLAÇÃO.

O servidor celetista inativado antes da edição do regime jurídico único não é alcançado

pelo enquadramento no regime estatutário (art. 243 da Lei 8.112/1990). O direito à

aposentadoria rege-se pela lei em vigor na ocasião em que o servidor reuniu os

requisitos para obtenção do benefício ou, ainda, no momento da passagem para a

inatividade. (Acórdão 2509/2017).

22. COMPETÊNCIA DO TCU. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.

CASO CONCRETO. LEGALIDADE. ATO NORMATIVO.

O TCU não tem competência para promover, em abstrato, o controle formal e material

da legalidade e da constitucionalidade de atos normativos infralegais; porém, pode

apreciar a constitucionalidade de normas jurídicas e atos do Poder Público, em controle

difuso, de modo incidental, nos processos em que sejam analisadas matérias de

sua competência (Súmula STF 347). (Acórdão 990/2017).

23. COMPETÊNCIA DO TCU. PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DAS

INSTÂNCIAS. CNJ. PODER JUDICIÁRIO. DIVERGÊNCIA.

As deliberações deliberações do TCU, em matérias de sua competência, devem ser

adotadas pelos órgãos do Poder Judiciário mesmo em caso de eventual conflito com o

Conselho Nacional de Justiça, conforme preconiza textualmente o art. 103-B, § 4º,

inciso II, in fine, da Constituição Federal. (Acórdão 1055/2017).

24. LICITAÇÃO. PREGÃO. OBRIGATORIEDADE. PROPAGANDA E

PUBLICIDADE. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO. PARCELAMENTO DO

OBJETO.

Os serviços de assessoria de imprensa, clipping, media training e monitoramento de

redes sociais devem ser contratados mediante procedimentos licitatórios, observado o

devido parcelamento, na modalidade pregão, por se tratar de serviços comuns, e não por

meio de licitações do tipo melhor técnica ou técnica e preço, pois não se enquadram na

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definição de serviços de publicidade constante do art. 2º da Lei 12.232/2010. (Acórdão

1074/2017).

25. PESSOAL. RESSARCIMENTO ADMINISTRATIVO. DISPENSA.

REQUISITO.

A reposição ao erário somente pode ser dispensada quando verificadas cumulativamente

as seguintes condições: a) presença de boa-fé do servidor; b) ausência, por parte do

servidor, de influência ou interferência para a concessão da vantagem impugnada; c)

existência de dúvida plausível sobre a interpretação, a validade ou a incidência da

norma infringida, no momento da edição do ato que autorizou o pagamento da

vantagem impugnada; e d) interpretação razoável, embora errônea, da lei pela

Administração. Quando não estiverem atendidas todas essas condições ou, ainda,

quando os pagamentos forem decorrentes de erro operacional da Administração, a

reposição é obrigatória, na forma dos arts. 46 e 47 da Lei 8.112/1990. (Acórdão

3748/2017).

26. PESSOAL. REFORMA. INVALIDEZ. CAPACIDADE LABORAL

A incapacidade para o serviço ativo militar não resulta necessariamente em

incapacidade para o exercício de atividade na esfera civil. (Acórdão 3773/2017

27. RESPONSABILIDADE. JULGAMENTO DE CONTAS. AGENTE PRIVADO.

CONTRATADO.

Não cabe o julgamento de contas de particular contratado pela Administração Pública

para prestar serviços em troca de contraprestação financeira, pois ele não gerenciou

recursos públicos e, por conseguinte, não tem a obrigação de prestar contas da aplicação

desses recursos. (Acórdão 3514/2017).

28. GESTÃO ADMINISTRATIVA. ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. PDV.

JUSTIFICATIVA. BENEFÍCIOS.

É irregular a implementação de programa de demissão voluntária sem a demonstração

dos benefícios operacionais e financeiros que o programa proporcionará para a entidade

patrocinadora. (Acórdão 1260/2017).

29. DIREITO PROCESSUAL. RECURSO DE REVISÃO. DOCUMENTO NOVO.

DECISÃO JUDICIAL. STF.

Para fins de admissibilidade de recurso de revisão (art. 35, inciso III, da Lei

8.443/1992), pode ser caracterizada como documento novo decisão do Supremo

Tribunal Federal que considere inconstitucional dispositivo de norma que serviu

expressamente de fundamento para a decisão recorrida do TCU. (Acórdão 1184/2017).

30. RESPONSABILIDADE. LICITAÇÃO. COMISSÃO. ESTUDO DE IMPACTO

AMBIENTAL.

A irregularidade concernente à realização de certame licitatório sem prévio estudo de

impacto ambiental não deve ser imputada aos integrantes da comissão de licitação,

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porquanto suas competências são meramente executórias e consistem, basicamente, na

efetivação dos procedimentos necessários à habilitação e à classificação de propostas,

conforme se depreende da Lei 8.666/1993. (Acórdão 1229/2017).