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TROCA DE COMANDO Brigadeiro Rossato, novo comandante da FAB, discorre sobre o futuro da corporação INFORME Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança Abril, 2015 - Edição 07 COBRA pode impulsionar indústria de defesa nacional PROJETOS ESTRATÉGICOS Ministro da Defesa, Jaques Wagner, fala sobre seus desafios à frente da pasta VERDE AMARELAS EMPRESAS DE TODO O MUNDO SE REÚNEM NO RIO DE JANEIRO PARA A MAIOR FEIRA DE DEFESA E SEGURANÇA DA AMÉRICA LATINA

INFORME ABIMDE ABRIL 2015

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Page 1: INFORME ABIMDE ABRIL 2015

TROCA DE COMANDO

Brigadeiro Rossato, novo comandante da FAB,

discorre sobre o futuro da corporação

INFORMERevista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança

Abril, 2015 - Edição 07

COBRA pode impulsionar indústria

de defesa nacional

PROJETOS ESTRATÉGICOS

Ministro da Defesa, Jaques Wagner, fala sobre seus desafios à

frente da pasta

VERDE AMARELAS

EMPRESAS DE TODO O MUNDO SE REÚNEM NO RIO DE JANEIROPARA A MAIOR FEIRA DE DEFESA E SEGURANÇA DA AMÉRICA LATINA

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SEJA UM ASSOCIADO

(11) 3170-1860

Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa

Associação Brasileira das Indústriasde Materiais de Defesa e Segurança

Avenida Paulista, nº 460, 17º andar, cj BBela Vista, São Paulo, SP | CEP 01310-000

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INFORME

EXPEDIENTE

CONSELHO DIRETOR DA ABIMDE PresidenteSami Youssef Hassuani

1o Vice-PresidenteCarlos Frederico Q. de Aguiar

Vice-Presidente ExecutivoCarlos Afonso Pierantoni Gambôa

Vice-PresidentesAntonio Marcos Moraes Barros Celso Eduardo Fernandez Costa Eduardo Hermida Moretti Marcelio Carmo de Castro Pereira André Amaro da Silveira

DiretoresWilson José Romão Gustavo Ramos José Carlos CardosoJorge Ramos de Oliveira JúniorCelso José Tiago

Diretora AdministrativaHeloísa Helena dos Santos

Diretor TécnicoArmando Lemos

CONSELHO EDITORIAL

Jornalista Responsável e Diretora de RedaçãoValéria Rossi | MTB: 0280207

EditoraClaudia Pereira | MTB: 29.849

Diretora de ArteLuciana Ferraz

Repórter EspecialKaren Gobbatto

Editora de FotografiaCarla Dias

Assistente AdministrativaCássia Ruivo

INFORME ABIMDE é uma publicação da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesae Segurança (ABIMDE)Avenida Paulista, 460, 17o andar, conjunto B,Bela Vista, CEP 01310-000 Tel./Fax: (11) 3170-1860 Escritório Brasília:(61) 8183-0034 Lourenço Drummond Lemos

Produção EditorialRossi ComunicaçãoCorrespondênciaRua Carlos Sampaio, 157, Mezanino,Bela Vista, São Paulo, SP | CEP 01333-021Tel.: (11) 3262-0884 [email protected] Foto capa: ReproduçãoGráfica HR – (11) 3349-6444

04 | EDITORIALLAAD: Importante vitrine para a indústria nacional

05 | VERDE AMARELASNovo Ministro da Defesa, Jaques Wagner, fala de seus desafios para 2015, sobre projetos estratégicos e planos para manter as metas da END

09 | POR DENTRO DA ABIMDENovo governo, KC-390, LAAD

10 | COMITÊ NAVALCarlos Erane de Aguiar, Vice-presidente da Firjan e presidente do SIMDE, fala sobre a indústria marítima brasileira

12 | TROCA DE COMANDOTenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato acredita que investimentos em defesa serão mantidos para preservar a integridade e a soberania nacional

15 | INOVAÇÃOSistemas e equipamentos eletrônicos da Imbel ajudam o combatente brasileiro atingir a era digital com material nacional e seguro

16 | COMITÊS Novidades sobre os comitês da ABIMDE: VNT, COMCIBER e CSTA

18 | VEÍCULOS MILITARESChinesa Shacman chega ao Brasil com o objetivo de nacionalizar seus caminhões e iniciar a produção e a venda para o mercado nacional, Mercosul e África

20 | PROJETOS ESTRATÉGICOSExército Brasileiro avalia empresas para compor o Projeto Combatente Brasileiro (COBRA) e espera que o contrato possa ser efetivado ainda este ano

22 | NOTASCanadá marca presença na LAAD e Kryptus fornecerá para Autoridade Certificadora da Defesa

23 | INTERCÂMBIOABIMDE apoia o Seminário Industrial Brasil-França, que reuniu importantes nomes da defesa nacional e de autoridades brasileiras e francesas

24 | TÚNEL DO TEMPOA história da Mectron e de seu investimento tecnológico no País

28 | P & D Bradar se destaca no desenvolvimento e produção de radares e está presente em importantes projetos das Forças Armadas Brasileiras

30 | EMBARCAÇÕES EMgEPRON apresenta produtos e soluções para o mercado marítimo

32 | OFFSETIacit é uma das empresas brasileiras que opera com sistema de transferência de tecnologia

34 | ESPECIALAlmirante-de-Esquadra, Gilberto Max Roffé Hirschfeld, fala sobre a atuação da Coordenadoria do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COgESN)

38 | TRAJETÓRIARockwell Collins completa 40 anos no Brasil

42 | ROTEIRO LAADPerfil das Associadas presentes na edição 2015 do evento

46 | PONTO DE VISTABase Industrial de Defesa: Os Primeiros Passos – Parte II

ÍNDICEAno 02 – Número 07

Avenida Paulista, nº 460, 17º andar, cj BBela Vista, São Paulo, SP | CEP 01310-000

TROCA DE COMANDO

Brigadeiro Rossato, novo comandante da FAB,

discorre sobre o futuro da corporação

INFORMERevista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança

Dezembro, 2015 - Edição 07

COBRA promete impulsionar empresa nacional

PROJETOS ESTRATÉGICOS

Ministro da Defesa, Jaques Wagner, fala sobre seus desafios à

frente da pasta

VERDE AMARELAS

EMPRESAS DE TODO O MUNDO SE REUNEM NO RIO DE JANEIROPARA A MAIOR FEIRA DE DEFESA E SEGURNANÇA DA AMÉRICA LATINA

41 | CAPALAAD Defence & Secutity, maior feira do setor da América Latina, chega a sua 10ª edição

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Sami Youssef HassuaniPresidente da ABIMDE

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Em abril, o Rio de Janeiro será nova-mente a sede de mais uma edição da LAAD Defence & Security, maior e mais importante feira dos setores de defesa e segurança da América Latina. A cada edição a feira tem se mostrado mais vigorosa, atingindo um público maior.

Um dos pilares de sucesso do evento é a participação maciça das empresas as-sociadas da ABIMDE, que atuam fortemente na difusão das empresas brasileiras e no for-

talecimento da Base Industrial de Defesa (BID). O número crescente de empresas nacionais na LAAD também ates-ta o grau de desenvolvimento e maturidade da indústria de defe-sa brasileira.Não podemos deixar de reforçar o apoio institucional e operacional do Ministério da Defesa, que con-

tribui para o êxito da feira, tornando-a ainda mais especial e abrangente. Considerada uma excelente platafor-ma de negócios, a LAAD é uma importante vitrine para a indústria brasileira, que tem a oportunidade de promover os seus pro-dutos para as nações amigas, com foco na América do Sul e nos países emergentes do mundo todo. O Brasil está entre os maiores players mundiais, com mão de obra qualificada e tecnologia de nível internacional, demons-trando que o País está em expansão nas áre-as de Defesa e Segurança.

LAAD: IMpOrtAntE vItrInE pArA A InDúStrIA nACIOnAL

Sami Youssef HassuaniPresidente da ABIMDE

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Em entrevista a revista IN-FORME ABIMDE, o minis-tro Jaques Wagner desta-ca que a defesa do País é inseparável do seu de-senvolvimento.

“Podem estar certos de que farei o meu melhor para ga-rantir a continuidade dos nossos programas estratégicos, pois eles são vitais para o Brasil”, ga-rante. Também ressaltou que dará continuidade à direção da rota traçada pela Estraté-gia Nacional de Defesa (END). “Meu papel é, antes de tudo, o de preservar esse rumo; é uma responsabilidade não só com os brasileiros de hoje, mas com as gerações que nos seguirão”. Em suas visitas às diver-sas organizações militares, de Norte a Sul do País, o novo mi-nistro diz ter constatado o ali-nhamento das Forças Armadas em torno deste ideal, e que vi-sualiza a superação da crise de forma conjunta e articulada com os demais ministérios e agentes governamentais.

INFORME ABIMDE - Logo que assumiu o ministério, o senhor realizou visitas aos Comandos das Forças Ar-madas, participou do pro-cesso de escolha dos novos comandantes e foi conhecer alguns projetos. Gostaria de saber como o senhor avalia os projetos estratégicos que estão em desenvolvimento e qual a importância deles para o País? Ministro da Defesa Jaques Wagner - A Política Nacional de Defesa condiciona o plane-jamento de ações destinadas à defesa nacional, coordenadas pelo Ministério da Defesa. Ela

estabelece objetivos e orienta-ções para o preparo e o empre-go dos setores militar e civil em todas as esferas do Poder Na-cional. Esta política destaca que a defesa do País é inseparável do seu desenvolvimento. Assim, entendo que o tema defesa está diretamente relacionado à esfe-ra interministerial, no qual o Mi-nistério da Defesa, como órgão central, coordena os esforços das instituições governamentais para a criação de uma agenda positiva que possibilite a nação avançar nos aspectos de desen-volvimento econômico e social. Os investimentos em defesa se transformam em alavanca que proporcionam este crescimento de forma contínua. Aliado à política, a Es-tratégia Nacional de Defesa es-tabelece, como uma de suas prioridades, a reorganização da indústria nacional de material de defesa para assegurar que o atendimento das necessidades de equipamento das Forças Ar-madas se apoie em tecnologias sob o domínio nacional, evitando a dependência do conhecimento exclusivamente estrangeiro. Em minhas visitas às di-versas organizações militares, de Norte a Sul do País, tenho constatado o alinhamento das Forças Armadas em torno des-te ideal de esforço conjunto na busca de aprimoramento, capacitação e modernização operacional, estimulando o de-senvolvimento de nossa base industrial. Os projetos estratégicos das Forças Armadas objetivam, além da recuperação da capa-cidade operacional, fortalecer três setores de importância es-tratégica nacional: o espacial, o cibernético e o nuclear. Po-

demos citar como exemplos o Projeto de Desenvolvimento do Submarino Nuclear, a concreti-zação do Laboratório de gera-ção de energia nucleoelétrica, no interior de São Paulo, o de-senvolvimento do reator multi-propósito, e a criação do Centro e da Escola de Defesa Ciberné-tica. Sem nos esquecermos do desenvolvimento, em parceria com o Ministério das Comunica-ções e de Ciência e Tecnologia, do Satélite geoestacionário de Defesa e Comunicações Estraté-gicas (SgDC), que irá assegurar a soberania em nossas comu-nicações estratégicas, tanto na área civil quanto militar. Desta-que também para a produção da aeronave KC-390, que é um marco na indústria nacional. Uma aeronave de transporte e reabastecimento que proporcio-nará ao País a possibilidade de exportações, representando im-portante mecanismo de fortale-cimento do parque aeroespacial brasileiro. Além destes, há vários projetos que fomentam sobre-maneira nossas indústrias como o Projeto guarani, com a nova família de blindados; , o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que permi-tirá reduzir o prazo de resposta frente a possíveis ameaças nas áreas de interesse, com especial atenção à Região Amazônica. O desenvolvimento de mísseis e foguetes ASTROS 2020, que consiste em um míssil com al-cance de até 300 km com eleva-da capacidade de dissuasão, e a modernização de nossa defesa antiaérea. Estendemos também nos-sos esforços na implantação do Sistema de gerenciamento da Amazônia Azul (SisgAAz), cuja

MInIStrO DA DEfESA DIz qUE MEtA pArA 2015 é prESErvAr pLAnOS DA EnD

por Valéria Rossi

VERDE AMARELAS

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implementação total está pre-vista para ocorrer até 2024 e permitirá o monitoramento e controle das águas jurisdicio-nais brasileiras, ampliando nos-sa presença na Amazônia, no Centro-Oeste e em áreas fron-teiriças, adensando a vigilância nas grandes bacias fluviais e provendo incremento significa-tivo à segurança da navegação marítima. Na vertente espacial, possuímos o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), promovendo a utilização do es-paço exterior como meio de su-porte às atividades de defesa, com os programas de lançadores de satélites e microssatélites. Além da capacitação em veícu-los lançadores, existe a identi-ficação dos requisitos necessá-rios para o desenvolvimento de satélites para sensoriamento remoto e mete-orologia. Outro ponto a desta-car é o controle do espaço aéreo, que tem sido aprimorado com a implantação de novas tecnologias, visando dar suporte à operação segura e eficiente do transporte aéreo do País. Todos os Projetos men-cionados demostram a impor-tância da área de Defesa para o País, com foco na capacidade de preservar a integridade de suas estruturas estratégicas cuja destruição total ou parcial pode-ria tornar-se uma séria ameaça à segurança do Estado e da so-ciedade. Faz-se imperativo que a nação disponha de uma efe-tiva capacidade militar, legítima e perceptível, como forma de dissuasão para defender seus valores e seus bens. Por outro lado, todos os avanços obtidos no escopo de defesa se convertem em benefí-cios diretos entregues à socieda-de brasileira. Existe claramente uma característica de transver-salidade, com o transbordo tec-nológico oriundo das empresas

e dos produtos de defesa, sendo utilizado em proveito do País. Podemos citar como exemplo o desenvolvimento do Programa Amazônia Conectada, que prevê a instalação de cabo ótico subfluvial na região para proporcionar a expansão da in-fraestrutura de comunicações na Amazônia, incrementando o Programa Nacional de Ban-da Larga no local e permitindo a expansão dos programas go-vernamentais de tele-ensino e telessaúde na Amazônia. Isso proporcionará também a inclu-são digital de povos indígenas e das populações ribeirinhas. Os resultados dos de-senvolvimento dos projetos es-tratégicos são grandiosos: o combate ao narcotráfico; as so-luções para atingir a autossufici-ência logística; a diminuição da

dependência externa; a majora-ção do valor agregado dos pro-dutos com conteúdo nacional; a geração de novos negócios e a criação de novos empregos; a capacitação de pessoal; os ga-nhos na escala produtiva e de competitividade por meio de inovação e incentivos à indús-tria brasileira para exportação, especialmente dos produtos es-tratégicos, frutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, preservando competências e tecnologias críticas de interesse nacional. Todos estes benefícios não se constituem em projetos exclusivos das Forças Armadas, mas sim da nação brasileira.

IA. Como o senhor avalia as tecnologias oferecidas pelas empresas brasileiras?Ministro da Defesa - O que te-nho observado é que a indústria de defesa vem se capacitando tecnologicamente e incremen-tando a sua participação, ao longo dos últimos anos, no for-

necimento de produtos de inte-resse das Forças Armadas. Há um esforço contínuo por parte dos centros avança-dos de pesquisa, dos laborató-rios das Forças Armadas, das instituições acadêmicas brasilei-ras e das nossas empresas de defesa na busca do domínio do conhecimento, da não depen-dência, da absorção de tecno-logias estratégicas e de interes-ses da Defesa. Este movimento conta com o apoio relevante de outras estruturas governamen-tais como, principalmente, os Ministérios da Ciência, Tecnolo-gia e Inovação e de Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior, e vem possibilitando a ampliação das capacitações tec-nológicas no País, inclusive em torno de tecnologias que estão na fronteira do conhecimento.

Além disso, as em-presas brasileiras vêm assumindo uma participação cada vez mais ati-va na internaliza-

ção de tecnologias, sobretudo nas áreas relativas aos projetos estratégicos citados. É possí-vel visualizar a participação das nossas indústrias conquistando um maior espaço na exporta-ção de produtos com alto valor agregado para o mercado inter-nacional. Avalio que precisamos persistir na intensificação e na coordenação dos esforços, com a participação das agências go-vernamentais, das não gover-namentais, dos institutos de ciência e tecnologia e das em-presas de defesa, de modo a preservarmos as capacitações adquiridas, as que estão em de-senvolvimento, e reduzir a de-pendência externa por tecnolo-gias sensíveis, principalmente, as decorrentes de ações de cer-ceamento.

IA. O que é preciso para que as Forças utilizem mais o produto nacional?Ministro da Defesa - Uma das

Podemos citar como exemplo o desenvolvimento do Programa Amazônia

Conectada, que prevê a instalação de cabo ótico subfluvial na região“

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principais características dos produtos de defesa é o fato de possuírem como principal con-sumidor as Forças Armadas que, historicamente, realizam suas compras de forma sazonal e descontinuada, o que restrin-ge a manutenção das cadeias produtivas. Este fato se deve, em grande parte, às dificulda-des orçamentárias. O MD procura atuar na sustentabilidade da Base In-dustrial de Defesa (BID) por ações que buscam encontrar dualidade para a utilização dos produtos do segmento e também por medidas de fomento às exportações. Esta última, particular-mente desempenhada pelo recém-criado Núcleo de Promoção Comercial, que conta com a implan-tação de um Sistema In-tegrado de Produtos de Defesa, e que vai permitir a definição de estratégias coordenadas de promoção comercial. Em paralelo, a Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID) possui pa-pel essencial ao integrar o Mi-nistério da Defesa e os órgãos públicos e privados à BID, atu-ando nas propostas de creden-ciamento de empresas e produ-tos estratégicos de defesa. A partir de uma escala de produção adequada, podem-se abordar outras questões que propiciem maior regularidade de aquisições como aspectos or-çamentários, tanto em volume quanto em constância de de-sembolso, permitindo plane-jamento e previsibilidade para o setor produti-vo; questões tribu-tárias que, atual-mente, oneram o custo do pro-duto nacional; melhorias nos p r o c e s s o s de aquisição que incenti-vem a pre-ferência pelo

produto com alto teor de conte-údo nacional; e maior participa-ção do Estado no processo pro-dutivo por meio de garantias e de concessões de financiamento. Não podemos deixar de reconhecer o importante pa-pel da nossa BID, procurando oferecer produtos que

atendam às exigências de quali-dade que um produto específico de defesa requer, trabalhando coordenadamente com atores governamentais, principalmen-te as Forças Armadas.

IA. Quais os maiores de-safios do senhor como mi-

PH Freitas/M

inistério da Defesa

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nistro da defesa?Ministro da Defesa - Permita--me colocar essa questão em perspectiva. O País, e boa parte das economias do G-20, vive um momento econômico compli-cado. Alguns já passaram pelo pior e agora começam, quere-mos crer, a se recuperar susten-tavelmente. O Brasil foi um dos países que passou melhor pela crise, mas enfrenta também um momento adverso. Agora tere-mos pela frente um tempo de ajuste desafiador. Mas o que quero subli-nhar é que o momento de cri-se não nos deve fazer perder de vista o quadro geral. É evi-dente que isso afetará todos os setores do País, inclusive o de defesa. Nossa rota está expli-citada na Estratégia Nacional de Defesa (END) e no Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (PAED), onde meu papel é, antes de tudo, de preservar esse rumo. É uma responsabili-dade não só com os brasileiros de hoje, mas com as gerações que nos seguirão. Isto posto, creio que po-demos dividir nossas ações por prazos: o que é para os próxi-mos meses; o que se concentra-rá no ano que vem e até 2016 – chamemos de médio prazo; e o que vai estar no foco depois dos jogos olímpicos. No curto prazo, como prioridade, está a preservação dos projetos estratégicos. Em paralelo, incentivar programas de inovação e fomento. A defesa passou a fazer parte da agenda nacional por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Inova Aerodefesa e do programa Plataformas do Co-nhecimento. Precisamos direcio-nar esforços e utilizar o aprendi-zado oriundo destes programas para aprimorar a condução dos projetos de forma articulada e sinérgica. No médio prazo, temos que construir e robustecer uma agenda positiva para a base in-dustrial de defesa, envolven-

do, sobretudo, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Ministério da Ciência, Tecnolo-gia e Inovação (MCTI), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Pro-jetos (FINEP), o Instituto Nacio-nal de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e, even-tualmente, outros órgãos. Será preciso retomar a trajetória as-cendente procurando realizar as ações previstas no Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa. Naturalmente, a própria regulamentação e detalhamen-to do PAED são fundamentais, mas também toda a agenda a que me referi anteriormente, de transpor a fase da capacidade tecnológica para a fase de com-petitividade empresarial, que envolve avançar em um sistema de substituição de importações. Finalmente, no longo pra-zo, retomamos de forma mais completa o objetivo internacio-nal, que é colocar a nossa BID na estatura geoestratégica do Brasil. Acredito que o PAED co-mece a ser, paulatinamente, a diretriz que orienta as compras e o orçamento. Há que retomar a agenda de consolidação e for-talecimento da União das Na-ções Sul-Americanas (Unasul), embora certamente a agenda da escala e da competitividade também se manterá em curso, possivelmente ganhando impul-são própria.

IA. Quais as expectativas do setor para 2015? Os investi-mentos para a continuidade dos grandes projetos serão mantidos?Ministro da Defesa - Apesar da crise, visualizo a superação dos desafios de forma conjunta e ar-ticulada com os demais ministé-rios e agentes governamentais. E eu acho que, se por um lado apenas começamos, e haja mui-to por fazer, por outro temos de ser realistas. E o que temos aqui são avanços notáveis.

Nós sabemos que há um longo caminho até possuirmos várias empresas nacionais for-tes e com capacidade produtiva e competitiva em nível interna-cional. Mas há um cenário po-sitivo destoando do que tem se passado no resto da indústria de transformação, cujas exporta-ções vêm sofrendo. Em diversos setores de defesa as exporta-ções têm crescido e, mais im-portante, crescido com base em agregação de valor. Podem estar certos de que farei o meu melhor para ga-rantir a continuidade dos nossos programas estratégicos, porque são vitais para o Brasil.

IA. Qual a importância da ABIMDE para o setor de defesa? Ministro da Defesa - A ABIMDE existe para representar os inte-resses das indústrias de defesa e segurança brasileiras em to-dos os fóruns pertinentes; é a legítima representante de seus associados, contribuindo para o esforço nacional de geração de riquezas, aumento das exporta-ções e do nível de emprego no País. A Associação realiza a interface entre os entes gover-namentais e a BID e é também a interlocutora dos interesses nacionais junto às associações congêneres dos países amigos. Cumpre ressaltar que seu perfil atual é composto de uma maioria de pequenas e médias empresas, muitas delas erigidas com base na inovação e no ta-lento de pequenas equipes, ver-dadeiras “start up” da tecnolo-gia de defesa. Como ministro, ressalto que é fundamental para o MD e Forças Armadas continuar a receber da ABIMDE os insumos necessários para a continuidade do diálogo profícuo e enrique-cedor entre o Poder Público e a Base Industrial de Defesa.

nOvO GOvErnO,KC-390, LAAD

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POR DENTRO DA ABIMDE

Carlos Afonso Pierantoni GambôaVice-Presidente Executivo

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O ano de 2015 mal começou e já se pas-saram três meses. Novo governo, novas Associadas, novas ideias e a renovada disposição da equipe administrativa na procura do melhor atendimento às em-presas componentes da Base Industrial

de Defesa. Realisticamente, entendemos que estamos passando por ajustes internos no Brasil, o que nos faz trabalhar com ênfase no mercado exter-no, onde podemos mostrar a capacitação de nos-sas Associadas. Deste modo, procuraremos apoiar muito de perto as empresas que participarão dos eventos no exterior. Não nos descuidaremos, entretanto, do aprimoramento de nossas relações com os Três Poderes Constituídos, Confederação da Indústria, Federações, Agências de Fomento, Arranjos Pro-dutivos e demais Associações parceiras. Apesar da conjuntura econômica desfavorável, entende-mos que os projetos estruturantes das Forças Ar-madas e os grandes eventos serão realizados em sua plenitude. Vibramos com o primeiro voo do KC-390 e esperamos vê-lo em breve participando de even-tos no Brasil e no exterior. Ficamos entusiasmados com as informações do Projeto Combatente Bra-sileiro (COBRA) e com os avanços do Programa Nuclear da Marinha. Apesar das dificuldades, a in-dústria do conhecimento, criatividade e engenha-ria cresce apoiando um Brasil soberano. Estamos incrementando a autoestima de nossos competentes engenheiros e técnicos, esti-mulando um maior profissionalismo, divulgando a nossa capacidade tecnológica e atraindo parceiros nacionais e estrangeiros por meio do “Concurso de Engenharia de Defesa de Segurança”, que pro-moveremos no decorrer do ano. Nesta edição, preparada com a habitual competência pelo Conselho Editorial da “INFORME ABIMDE”, destacamos a feira LAAD, onde temos a certeza de que apresentaremos aos visitantes nacionais e estrangeiros produtos no “estado da arte”, produzidos no Brasil, por brasileiros. Uma excelente feira para todos ! (é um de-sejo, não uma afirmação, é isso?) Estaremos no Pavilhão ABIMDE apoiando as pequenas e médias empresas, mas à disposição de todas as Associa-das.

nOvO GOvErnO,KC-390, LAAD

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A crise instalada na Petrobras e a ins-tabilidade econômica do País vêm gerando grandes preocupações em todos os setores. A Petrobras, maior empresa brasileira, é responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bru-to (PIB) e da taxa de investimentos,

e por 5% da arrecadação de impostos. Portanto, uma crise dessa magnitude na companhia afeta gravemente todo o País. No segmento marítimo, que tem na Pe-trobras seu principal cliente, as dificuldades são mais significativas, tais como cortes de postos de trabalho e programas de demissão voluntá-ria. O cenário assusta, mas o Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Ja-neiro (FIRJAN), Presidente do Sindicato Nacional Das Indústrias De Materiais De Defesa (SIMDE), e Coordenador do Fórum de Defesa e Seguran-ça, Carlos Erane de Aguiar fala em entrevista à INFORME ABIMDE sobre o grande potencial do setor e chama a atenção: “Essa fase vai passar”.

INFORME ABIMDE - O que o levou a criar, no âmbito do Fórum, o Comitê Naval Almirante Armando Amorim Ferreira Vidigal?Carlos Erane de Aguiar - Está no Rio de Janei-ro mais de 80% da capacidade instalada da in-dústria de construção naval nacional. É aqui que se encontram as principais bases operacionais, incluindo a sede da Esquadra Brasileira, várias instalações industriais e grande parte dos efe-tivos da Marinha do Brasil. É no Estado que se encontram também os mais importantes centros de formação técnica e superior, bem como de pesquisa e inovação para a indústria naval. No

tocante à estratégia marítima, temos ain-da, no Rio, a Escola de guerra Naval e o estaleiro de constru-ção do futuro sub-marino a propulsão nuclear da Marinha (SN-BR), além da base de submarinos, em Itaguaí. A criação de três comitês - Na-val, Aeroespacial e Força Terrestre - foi uma decorrência na-tural para dar mais

foco e organicidade às atividades. Recentemen-te, criamos o Comitê da Segurança Pública.

IA: Quais os impactos dessa crise da Petro-bras no segmento industrial marítimo?Carlos Erane - Toda a economia brasileira é afetada pela crise da Petrobras, responsável por cerca de 10% do PIB e por 5% da arrecadação de impostos. A importância da Petrobras para o di-namismo da economia pode ser medida pelos in-vestimentos anuais, de cerca de R$ 100 bilhões/ano em aquisição de equipamentos e bens, de contratos com construtoras e outros. No caso do Rio, o estado é o mais afetado devido ao peso da Petrobras na economia. Dos 73 mil empregos no setor naval no Brasil, 32,6 mil estão no Su-deste e, desse montante, 30 mil no Rio, ou seja, 41% do total nacional. Com a crise da Petrobras, obras estão sendo repassadas para o exterior e, nos últimos meses, a indústria naval brasileira já demitiu cerca de 10 mil trabalhadores, sendo 36,5% no Rio. No estado, 90% do setor naval são dependentes da Petrobras. O efeito multipli-cador da crise é muito grande e representa um sério risco para a indústria marítima, que na dé-cada de 80 chegou a ser a segunda maior do mundo, foi reduzida a quase zero nos anos 90 e, agora, se encontra entre as cinco maiores do planeta - em 15 anos, o setor passou de 2.500 empregos para 73 mil.

IA: Como imagina que as empresas das cadeias produtivas do Rio de Janeiro, que aportaram recursos em seus investimentos, vão contornar as dificuldades?Carlos Erane - É importante ressaltar que a in-dústria marítima é maior que a construção naval, englobando ainda a construção náutica e de pla-taformas, e reparo naval. Por isso, acredito que, após absorver os impactos da crise, os setores irão se adaptar, buscar alternativas nos merca-dos doméstico e internacional e, no médio prazo, voltar a crescer. Uma das saídas possíveis é pro-mover a internacionalização, por meio de forne-cedores de peças, máquinas e equipamentos, via inclusão nos catálogos do Ministério da Defesa junto à Organização do Tratado do Atlântico Nor-te (OTAN) e à Organização das Nações Unidas (ONU). Outro movimento será a vinda de novos agentes para atuar no mercado brasileiro, em es-pecial no setor de petróleo e gás. Há ainda as encomendas da indústria náutica e governamen-

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tais para o Ministério da Defesa, via Marinha. A indústria marítima já resistiu a crises piores. Não vai naufragar.

IA: De que forma o Comitê Naval pode auxi-liar o MD e os demais ministérios a dirigir os investimentos para o setor ?Carlos Erane - O Comitê Naval da FIRJAN está estruturando uma série de ações para alinhar in-teresses e objetivos da indústria marítima, do Mi-nistério da Defesa, e de órgãos correlatos. Está em gestação no comitê o cluster da Indústria Ma-rítima, que busca criar uma gestão integrada en-tre o setor privado e o setor público em todos os níveis de governo, além de bancos de fomento, de forma a permitir a identificação de todas as empresas da cadeia produtiva. Com a cataloga-ção, as empresas poderão se tornar fornecedoras internacionais dentro dos critérios, por exemplo, da OTAN. Com o cluster busca-se um ambiente amigável para as indústrias da cadeia, com dife-rimento tributário, incentivos específicos, criação de distritos industriais voltados para a indústria de defesa e interface mais simplificada junto às esferas de governo. Estamos também elaboran-do o projeto de gestão integrada, em parceria com os governos estadual e federal, para que, em breve, tenhamos um modelo moderno com foco no desenvolvimento e na competitividade para fazer avançar a indústria marítima.

IA: Qual o potencial de postos de trabalho, geração e divisas e domínio de tecnologias estratégicas deste segmento para o País?Carlos Erane - A construção naval, embora de-pendente da Petrobras, possui um enorme mer-cado que vai desde navios mercantes, de apoio, de lazer, de defesa, até os projetos de renovação e ampliação da frota da Marinha do Brasil, in-cluindo o Programa de Submarinos (PROSUB) e outros. É claro que os estaleiros ganham maior eficiência quando são especializados em um tipo de embarcação, mas a tecnologia e a engenha-ria construtiva podem ser utilizadas em diversos tipos de embarcações, o que permite a migração para um setor mais aquecido e a volta para ou-tro segmento quando este se aquecer. Passada a crise da Petrobras, a empresa retomará seus in-vestimentos, focados principalmente na explora-ção do pré-sal, levando o Brasil a registrar forte crescimento de sua participação no cenário ener-gético mundial. Nas próximas décadas, o pré-sal se tornará uma das maiores fontes petrolíferas do mundo, e o País será exportador de energia e o maior produtor na América do Sul. Este cenário exigirá maior participação da indústria marítima. Podemos dizer que, em condições políti-cas e econômicas normais, a expectativa é de

que, apenas no setor naval, o País possa dobrar o número de trabalhadores nas próximas duas dé-cadas. Não é exagero estimar que a geração de empregos possa superar um milhão de vagas no Brasil durante o mesmo período. As encomendas previstas para os próximos 13 anos, para aten-der ao crescimento da demanda do pré-sal, tota-lizam R$ 15,13 bilhões/ano. Isso significa 0,31% do PIB de 2013. Com o efeito multiplicador sobre a cadeia, este valor pode chegar a 1% do PIB ou R$ 48 bilhões/ano.

IA: O que será necessário para atingirmos esse crescimento? Carlos Erane - A complexidade da exploração no pré-sal exigirá melhores tecnologias, que se tor-narão estratégicas para o setor, e a transferência de tecnologia elevará a capacidade do parque de pesquisa e desenvolvimento brasileiro. Por isso, ressaltamos o quanto o governo federal é essen-cial como fomentador, financiador e demandador dos avanços tecnológicos. Exemplo de quanto um país necessita de um governo inovador pode ser mensurado por equipamentos, hoje comuns, desenvolvidos para fins militares no século pas-sado, como o gPS, a Internet, e a tela touch screen. No Brasil falta essa participação gover-namental, via uma política que incentive maior integração entre a indústria, as universidades e os centros de pesquisa. O governo precisa ser essa ponte, financiando e apoiando as pesqui-sas e não aguardando que o setor privado o faça para atender aos editais e concorrências. Isso atrasa o desenvolvimento nacional. É nesse vá-cuo que vai atuar o Comitê Naval, estruturando propostas e modelos por meio de um mecanismo de gestão compartilhada de discussões, ideias e proposições.

IA:Que mensagem o senhordeixaria para os empresários que acreditaram e investiram na indústria marítima brasileira?Carlos Erane - É perceptível o imenso potencial de realizações desse segmento de mercado. Os empresários vinculados a ele estão acostumados a acreditar e a dedicar o que têm de melhor em disposição, tecnologia e investimentos. Nos últi-mos dez anos, a indústria naval brasileira deu um salto tanto em projetos estruturantes como na contratação de mão de obra, chegando a quase 200 mil empregos diretos. O desmonte da indús-tria naval brasileira, nas palavras do jornalista Leonardo Attuch, “pode ser pior do que perder o grau de investimento”. Portanto, nós empresá-rios ligados ao setor de defesa e segurança, não temos saída a não ser perseverar.

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TROCA DE COMANDO

nOvO COMAnDAntE DA fAB fALA SOBrE O fUtUrO

DA COrpOrAçãO

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ção/

FAB

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O novo comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Tenen-te-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, aponta para um cenário futuro mais positivo. Independentemente do con-texto econômico, ele acredita que o Brasil não deixará de investir em defesa para manter a integridade e a sobera-nia nacional.O Brigadeiro ressalta que sua meta é ter uma Força Aérea ainda mais atualizada, com capacidade de pronta respos-

ta, ágil, proativa, enxuta e que seja orgulho para a população brasi-leira. Para isso, ele diz que é preciso capacitar ainda mais os militares e manter investimentos em projetos estratégicos. Em entrevista à revista INFORME ABIMDE, o novo comandante reforça a importância da indústria de defesa para o País: “Governo e empresas devem caminhar lado a lado com incentivos e estímulos de-vidamente discutidos com a sociedade. A indústria de defesa precisa ser cada vez mais fortalecida, pois é uma das principais impulsiona-doras do desenvolvimento científico e tecnológico do País”.

INFORME ABIMDE – Quais as expectativas do senhor como novo Comandante da FAB? Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato - Um dos meus desafios é melhorar a gestão administrativa da Força Aérea Brasileira

(FAB), principalmente a que se refere a pessoas, com foco na qualificação e motivação de nossos militares. O pro-cesso de modernização da nossa frota nos últimos anos foi uma grande con-quista. Mas queremos ter uma Força Aérea ainda mais atualizada e com ca-pacidade de pronta resposta, ágil, pro-ativa, enxuta e que seja orgulho para a população brasileira. Para alcançar essa meta, é preciso capacitar ainda

mais os militares sob meu comando e manter investimentos em proje-tos estratégicos. O fomento de tecnologias aeroespaciais e o controle de tráfego aéreo são prioridades, tendo em vista a importância de sis-temas de comunicação e o crescente aumento no fluxo de aeronaves no País. Outra perspectiva é o aprimoramento da interoperabilidade com as outras Forças Armadas, no qual já alçamos muitos resultados positivos. Essa integração resulta em economia de meios e amplia a capacidade operacional das Forças Armadas do Brasil. Deste modo, vislumbramos um futuro com muitos desafios, mas com perspectivas promissoras para a Força Aérea Brasileira e para o País.

IA - As restrições orçamentárias vão atrapalhar os projetos da FAB?Brigadeiro Rossato - O Comando da Aeronáutica é solidário aos esforços de consolidação fiscal e diminuição do déficit público do go-verno federal. Além disso, a FAB tem buscado cumprir as diversas tarefas a ela atribuídas por meio de uma gestão eficiente e responsá-vel, visando maximizar os resultados com os recursos orçamentários disponibilizados. Apesar do momento econômico, o governo entende que é importante fortalecer a nossa capacidade dissuasória com in-vestimentos consistentes.

IA – Quais projetos estão em andamento? E quais ficam em stand by? Há possibilidade de novos projetos em 2015?Brigadeiro Rossato - A FAB tem se esforçado para garantir o cum-

nOvO COMAnDAntE DA fAB fALA SOBrE O fUtUrO

DA COrpOrAçãOpor Valéria Rossi

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primento de todos os contratos celebrados. O desenvolvimento do KC-390 e gripen Ng é prio-ridade para a Força Aérea. Muitos projetos estra-tégicos da FAB estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ainda não há uma defi-nição junto ao Ministério da Defesa sobre pos-síveis cortes orçamentários. Independentemente do contexto econômico, acreditamos que o Brasil não deixará de investir em defesa para manter a integridade e a soberania nacional.

IA – Como ficam projetos como o F-X2, KC-390 e KC-X2?Brigadeiro Rossato - Os projetos F-X2, KC-390 e KC-X2 são estratégicos e fundamentais para o cumprimento da missão de “manter a soberania do espaço aéreo nacional com vistas à defesa da pátria”. Além de equipar as unidades aéreas da FAB, essas demandas estimularam o crescimen-to da indústria nacional de defesa, gerando não apenas empregos, mas também conhecimento e desenvolvimento de tecnologia. Não haverá país verdadeiramente soberano sem Forças Armadas capazes de proteger os interesses nacionais. E não há, no mundo, Forças Armadas respeitadas que não tenham forte apoio na indústria de defe-sa de seus países.

IA – Quanto as Olimpíadas, como a FAB está se preparando?Brigadeiro Rossato - Executado pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o plano prevê áreas de exclusão aére-as nas quais o voo de aeronaves será restrito, assim como foi feito na Copa do Mundo. Caças e helicópteros ficarão de prontidão ou em voo durante todo o período do evento e interceptarão qualquer aeronave não autorizada que esteja so-brevoando as áreas restritas. A coordenação da Jornada Mundial da Juventude, da Copa das Con-federações e da Copa do Mundo foi um apren-dizado muito grande para a FAB. O sucesso na condução desses eventos mostrou que estamos preparados para as Olimpíadas.

IA – Como o senhor avalia a tecnologia de-senvolvida pela BID? O que falta, na opinião do senhor, para a BID? Qual o conselho que o senhor daria para as empresas brasileiras neste atual momento econômico?Brigadeiro Rossato - As indústrias de defesa, em todo o mundo, têm grande dependência de projetos governamentais. É importante que as empresas brasileiras se capacitem para que pos-sam competir no mercado internacional e, as-sim, consigam manter-se a longo prazo, princi-palmente nos casos de restrições orçamentárias.

Acredito que é necessário um investimento maior em tecnologias duais, com aplicações civis e mili-tares que ampliam as possibilidades de mercado para estas empresas. governo e empresas de-vem caminhar lado a lado com incentivos e estí-mulos devidamente discutidos com a sociedade. A indústria de defesa precisa ser cada vez mais fortalecida, pois é uma das principais impulsio-nadoras do desenvolvimento científico e tecnoló-gico do País.

IA – As empresas nacionais atendem a de-manda da FAB? O que o senhor poderia des-tacar em termos de tecnologia hoje domi-nada pelo Brasil? Como o senhor avalia as parcerias feitas com empresas estrangeiras?Brigadeiro Rossato – Atualmente, não é possí-vel suprir todas as necessidades da FAB apenas com produtos nacionais. O alto nível de inves-timento necessário para dominar algumas tec-nologias torna este objetivo muito difícil de ser alcançado no curto prazo. Em aquisições inter-nacionais, a FAB insere acordos de offset que permitem trazer para o Brasil tecnologias rela-cionadas aos sistemas mais avançados. Essa é uma determinação que permeia todos os contra-tos internacionais conduzidos pela Comissão Co-ordenadora Do Programa Aeronave De Combate (COPAC), cumprindo o que preconiza a Estraté-gia Nacional de Defesa (END). Com isso, a indús-tria nacional recebe tecnologias que possibilitam a atualização de negócios que geram empregos e renda no País.

IA - Qual a opinião do senhor sobre o papel da ABIMDE no setor?Brigadeiro Rossato - A ABIMDE tem um papel fundamental para o fortalecimento das indústrias de defesa no Brasil. A associação realiza um óti-mo trabalho na coordenação conjunta das com-panhias, garantindo não apenas um diálogo com os órgãos governamentais, mas também estimu-lando parcerias e fomentando o desenvolvimento de tecnologias, entre outras ações. Em função do volume de recursos envolvidos e dos enor-mes desafios para desenvolvimento e produção de sistemas de defesa, é evidente que ações iso-ladas estarão condenadas ao insucesso. A ABIMDE contribui decisivamente para que tenhamos um setor industrial competitivo, apoiando os esforços não apenas da Força Aé-rea, mas de todas as Forças Armadas e órgãos de segurança do Brasil. Um país que quer ter voz no cenário internacional precisa ter uma in-dústria de defesa forte e avançada tecnologica-mente. Parceira histórica, a FAB vai continuar estimulando o desenvolvimento da indústria de defesa nacional.

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A IMBEL® – Indústria de Material Bélico do Brasil, Empresa Estratégica de Defesa, por intermédio da Fábrica de Material de Comunicações e Eletrônica (FMCE), desenvolve e produz os sistemas e equipa-

mentos eletrônicos que ajudam o combatente brasileiro atingir a era digital com material nacional e seguro. Em 2014, a FMCE lançou o Transceptor Portátil Pes-soal TPP-1400 que hoje é adotado pelo Exército Brasileiro. O equipamento permite a transmissão de voz e dados. O TPP-1400 conecta e dá voz ao soldado no ambiente de operação, que precisa constantemente de uma comuni-cação segura entre os membros do grupo com as suas lideranças. Além da voz, a IMBEL® agora trabalha para dar olhos ao combatente por intermédio do Compressor Táti-co de Vídeo CTV-1410, o mais novo Produto IMBEL® na linha de comunicações e eletrônica. O CTV-1410 permite a codificação e a transmissão de vídeo em tempo real para o comandante de fração ou centro de operações. O equipamento é totalmente compa-tível com o Transceptor TPP-1400. O CTV-1410 é um produto de desenvolvimento e fabricação nacional, que pode ajudar a diminuir a depen-dência brasileira de equipamentos de origem estrangeira aplicados às áreas de defesa e segurança. Utilizando a codificação H.264, o codificador CTV-1410 é capaz de realizar a transmissão em banda reduzi-da, evitando o congestionamento do canal. A alimentação é fornecida pelo próprio transceptor, dispensando a ne-cessidade de utilizar uma bateria dedicada. Tendo peso e dimensões reduzidas, é inserido no próprio TPP-1400 (push-to-talk) em linha do combinado. Pode ser utilizado com diferentes optrônicos comerciais, fixados em diferen-tes regiões do uniforme como em capacetes ou armamen-tos, de acordo com a necessidade do cliente. Com construção robusta (resistente a choque, que-da e vibração) e sendo totalmente imersível, o Compres-sor Tático de Vídeo é uma valiosa ferramenta no asses-soramento dos comandantes na tomada de decisão sem afetar a operacionalidade do usuário.

Ctv -1410: O SIStEMA DE trAnSMISSãO DE víDEO DO COMBAtEntE BrASILEIrO

INOVAÇÃO

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As 12 indústrias bra-sileiras que atuam no setor de Veículo Aéreo Não Tripula-do (VANT) estão há quatro anos à es-pera da regulação de voos comerciais pela Agência Nacio-

nal de Aviação Civil (Anac). O projeto de regula-ção está pronto, foi discutido com o nosso Comi-tê e o consideramos muito favorável à indústria, principalmente, pelo aspecto de facilitar conside-ravelmente os voos de aeronaves de até 25 kg, o que abrangeria mais de 90% dos serviços civis que os VANTs podem prestar.

O projeto entrou em pauta na reunião da diretoria da Anac há cerca de dois meses. Um di-retor pediu vistas e o devolveu para a área técni-ca, para que esta fizesse algumas modificações, o que já foi providenciado e devolvido para a di-retoria. Novamente na expectativa de uma pronta aprovação do projeto, eis que finda o mandato de um dos diretores e a Anac agora está com apenas dois dirigentes (são cinco normalmente), portanto, sem quórum para deliberações. Essa situação já perdura algumas semana e o gover-no não nomeia novos diretores. Como resultado, nos sentimos no limbo novamente.

*coordenador do Comitê de VNT da ABIMDE

Redução de risco e compliance são, possi-velmente, os dois maiores motores do setor de segurança cibernética em uma nação pacífica. No Brasil, entretanto, tanto a baixa percepção de risco como a não existência de framework legal e completo sob o assunto atrasaram o setor. Porém, com os escândalos de espionagem de 2013, o que era preocupação de um círculo mais restrito de especialistas nos setores de de-fesa e de inteligência passou a ser questionado por pessoas comuns. Ficou claro para os tomado-res de decisão do mais alto nível e para o público em geral que o risco cibernético é real e que os ataques atingem diretamente o nosso País. Em uma resposta rápida e acertada, Exe-cutivo e Legislativo aproveitaram a oportunidade para o robustecimento do quadro legal que regu-la a segurança cibernética em geral, com desdo-bramentos em todas as áreas: militar, civil, go-verno, sociedade e com um viés de primazia das soluções soberanas. No contexto da defesa e da Segurança Pú-

blica, é de interesse especial o movimento para a criação de sistema nacional unificado de homolo-gação de produtos cibernéticos tanto no escopo da defesa como no da área civil, respectivamen-te, capitaneados pelo Centro de Defesa Ciberné-tica (CDCiber/EB) e pelo Ministério do Planeja-mento, Orçamento e gestão (MPOg). Tal sistema tem potencial de impacto em todo e qualquer sistema comunicante e de co-mando, de emprego militar e civil, não estando limitados a produtos típicos de TI. Neste sentido, o COMCIBER (Comitê de Cibernética da ABIMDE) tem atuado de forma a harmonizar objetivos so-beranos de Estado com a proteção da indústria nacional, sempre pautado pelas me-didas viabilizado-ras da ABIMDE e do próprio Comitê.

*coordenador do COMCIBER

COMITêS A InDúStrIA BrASILEIrA DA vAnt AGUArDA pOr rEGULAçãO DA AnAC

O AnO DE 2015 trArá GrAnDES MUDAnçAS pArA O SEtOr DE SEGUrAnçA CIBErnétICA nO pAíS

por Antonio Castro*

por Roberto Gallo*

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O ano de 2014 propiciou excelentes conquistas. Dentre elas, a de-finição de uma política clara para a aquisição de dispositivos de Simulação e Treinamento (S&T) por parte das Forças Armadas. Isso ocorreu respeitando a prioridade de participação das em-

presas nacionais no fornecimento de soluções não proprietárias Com-mercial Off de Shelf (COTS), que pudessem ser integráveis a outros ambientes de simulação ou gestão de conhecimento para ambientes de treinamento baseados em computador. Como toda mudança implica um ajuste ao longo do tempo para ser plenamente assimilada, não conseguimos adequar as premissas de algumas contratações nesta nova Política de aquisição de S&T. Isso se deve, em primeiro lugar, por esses processos de aquisição e manutenção terem sido iniciados anteriormente à definição desta política e, em segundo lugar, pela falta de comunicação dos órgãos responsáveis na especificação de requisitos de projetos junto aos se-tores especializados de S&T. Ainda assim, o que muito aflige o CSTA (Comitê de Simulação e Treinamento da ABIMDE) é a falta de maior consciência para a prio-ridade no emprego de tecnologias de capacitação nos programas de defesa. Hoje, a criação de meios operacionais implica em testes e va-lidações que são realizados, muitas vezes, com o emprego de simula-dores, concomitantemente à efetiva construção do meio operacional e ao uso efetivo de tecnologias que assegurem a plena atualização e padronização da documentação técnica e também da capacitação de seus operadores e mantenedores. Estamos na era do conhecimento, em que o volume de infor-mação é abrangente, complexo e volátil, demandando cada vez mais recursos tecnológicos que permitam absorvê-los com maior eficácia e de forma padronizada, mantendo-o em mídia digital segura e não mais apenas em manuais ou nas cabeças de instrutores e técnicos. O CSTA acredita que as restrições econômicas que despontam para o exercício dos próximos anos vão exigir, tanto de nossas Forças Armadas quanto das empresas de S&T, uma atitude mais reflexiva, inovadora e corajosa. A falta de recursos financeiros pode motivar a exploração da contratação de serviços em vez da compra de produtos de S&T. Isso poderá eliminar o risco da obsolescência tecnológica sem compro-meter o domínio sobre dados sensíveis, evitar gastos elevados no curto prazo e ampliar as perspectivas econômica de médio e longo prazo, for-talecendo as expectativas econômicas para a indústria nacional de S&T. Sendo assim, o CSTA pretende, por meio de workshops, par-ticipação em feiras e eventos promocionais, dando maior visibilidade de oportunidades de negócios de S&T, não apenas para as Forças

Armadas como para as empresas partici-pantes da ABIMDE, potencializar o inte-resse dos Institutos de Ciência e Tecno-logia (ICTs) em projetos afins, além de motivar parcerias entre as empresas do CSTA para ampliação de oportunidades locais e internacionais.

*coordenador do CSTA

DESAfIOS DO CStA pArA 2015por Auro Azeredo*

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VEíCuLOS MILITARES

A Shacman chega ao Brasil com a proposta de aten-der o setor de defesa, tendo como objetivo nacionalizar os veículos militares e iniciar a produção e a venda para o mercado brasilei-ro, Mercosul e África. Na unidade de Tatuí, no interior paulista, serão produzidos, inicialmente, os modelos

4x4, 6x6 e 8x8 para a área militar. São veículos off road, capazes de alcançar e superar terrenos onde os veículos comuns não chegam. A expectativa é que, em 2016, a empresa comece a fa-bricar os primeiros modelos de caminhões pesados civis. Já em 2017, dará início a produção militar, trazendo para o Brasil sua linha de veículos originalmente voltada para o setor de defesa. Em diferentes versões, os caminhões são planejados para atender as necessidades das tropas, independentemente das condições dos terrenos. A linha de produtos é baseada em veículos de tração inte-gral em todos os eixos, 4x4, 6x6 e 8x8, com capacidade de carga que varia de 3,5 até 40 toneladas em qualquer terreno. Além dis-so, os veículos contam com sistemas de suspensão independente, chassi rígido e suporte para reboques e implementos. As inovações da empresa para a área militar podem ser vistas na LAAD Defense & Security 2015 – Feira Internacional de Defesa e Segurança, onde a Shacman apresenta três veículos de tração 6x6, sendo que um deles terá suspensão independente em cada roda. Os visitantes podem conhecer o projeto da empre-sa para a área de defesa e avaliar a operacionalidade, robustez e tecnologia empregadas nos veículos. Além disso, a Shacman apresenta um driveline com conteúdo nacional desenvolvido para o projeto civil trabalhará em sinergia com o projeto de nacionali-zação e desenvolvimento do veículo militar. O trabalho de nacionalização do segmento militar da Sha-cman se beneficia de uma sinergia positiva, já desenvolvida no projeto do veículo civil, que contou com a parceria de fornecedo-res reconhecidos no mercado brasileiro como Cummins, Eaton, ZF, Meritor, Dana, Maxion, entre outros, facilitando o desenvolvi-mento e fomentando a indústria. O foco desse processo é atender com operacionalidade e robustez as reais demandas e necessidades de aplicação das For-ças Armadas e de segurança pública do País, oferendo veículos idealizados, projetados e manufaturados para serem militares. Atualmente, a Shacman está trabalhando na realização de testes internos com os protótipos dos veículos militares, em par-ceria com fornecedores nacionais, para adequação ao mercado brasileiro. Em breve, os veículos deverão ser submetidos à homo-logação pelos órgãos competentes. “A Shacman tem total disposição e competência de supor-tar nas melhores condições as demandas para fabricação, desen-volvimento e pós-vendas com amplo atendimento aos requisitos operacionais e necessidades de cada equipe a qual se propõe a atender”, explica Alan Satiro, Primeiro Tenente R/2 do quadro de

SHACMAn CHEGA AO BrASIL pArA AtEnDEr DEMAnDA

DO SEtOr DE DEfESApor Karen Gobbatto

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Material Bélico e gerente do departamento de veículos militares da Shacman do Brasil. Após se associar, recentemente, à Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automo-tores), a Shacman se associou a ABIMDE (Asso-ciação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) com o objetivo de auxiliar a congregar, representar e defender os interesses da indústria.

MERCADO CIVIL Desde 2011, quando a Shacman do Brasil se instalou em Tatuí, iniciou o desenvolvimento de caminhões pesados para atender as deman-das do mercado brasileiro. Após intenso trabalho de engenharia da área de pesquisa e desenvol-vimento, foi possível a companhia montar e tes-tar o primeiro caminhão com mais de 80% de componentes produzidos no Brasil. Na edição da Fenatran 2013, a empresa apresentou ao público o veículo conceito a ser produzido na fábrica de Tatuí. Para atender o mercado civil, o carro-chefe será o TT 440 6x4, com carga máxima de tração de 74 toneladas.

MARCA CHINESA A Shacman é uma marca de caminhões nascida na China, em 1968, cujos carros são fa-bricados pela Shaanxi Heavy DutyAutomobile, integrante do grupo SAg, reconhecido como o maior exportador de veículos pesados da China. Os caminhões Shacman possuem grande parti-cipação nos mercados da Ásia, Oceania, Médio Oriente, África e América Latina, sendo uma das marcas fornecedoras de uso militar para o Exér-cito Chinês.

Instalada na cidade chinesa de Xi’an, em uma área de 5,4 milhões de metros quadrados, a empresa conta, atualmente, com mais de 30 mil trabalhadores capacitados para a produção de mais de 150 mil veículos ao ano. Com quase 50 anos, a Shacman abaste-ce o mercado chinês e mundial exportando para mais de 50 países em diferentes continentes. De-senvolvidos com parceiros tradicionais da Europa e dos Estados Unidos, o resultado é uma configu-ração única que alia a avançada tecnologia e os padrões internacionais de produção. Na América Latina, os caminhões Shacman estão presentes no Brasil, no Chile, no Equador, na Venezuela, no Peru e na Bolívia.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO A Shacman possui um moderno Centro de Tecnologia, instalado em uma área de 50 mil me-tros quadrados, e conta com mais de mil profis-sionais entre cientistas e técnicos. Nessa estru-tura, valendo-se das mais modernas ferramentas eletrônicas e de sistemas informatizados, os pro-dutos Shacman são desenvolvidos e atualizados constantemente, desde a pesquisa, o projeto e a fase experimental até a incorporação das novas tecnologias. As mais modernas técnicas e processos de produção de última geração mundial são apli-cados na fabricação dos caminhões e de seus componentes. São processos com alto grau de automação, alta eficiência de produção e que atendem aos padrões internacionais de seguran-ça e de qualidade, orientados para a proteção ambiental e a economia de energia.

Divulgação

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2020

PROJETOS ESTRATÉGICOS

no final de março, o Exército Brasilei-ro recebeu as propostas iniciais para o desenvolvimento integrado do Projeto Combatente Brasileiro (COBRA) como resultado da Requisição Inicial de Pro-postas feita por meio de chamada públi-ca no lançamento do projeto, em 30 de

outubro de 2014. As propostas estão em avaliação no Depar-tamento de Ciência e Tecnologia, e as empresas bem avaliadas deverão ser chamadas para a pró-xima fase do processo de escolha da integradora para que estabeleçam seus projetos consolidados e aperfeiçoados. Ao final deste trâmite será con-tratada a empresa com melhor proposta técnica e comercial para o desenvolvimento da primeira fase do programa. A expectativa é que o contrato possa ser efetivado ainda este ano. O COBRA tem sua concepção em torno de sete capacidades: Observação, Mobilidade, Prote-ção, Comunicações, Consciência Situacional, Leta-lidade e Sobrevivência. O principal objetivo do projeto é aumentar

a efetividade de combate do soldado brasileiro inserido em sua área de operação. As capa-

cidades abrigam uma lista de inúmeros componentes como armamentos, mu-

nições, uniformes, rádios, computa-dores, binóculo, câmera fotográfi-

ca/filmadora, capacetes, coletes balísticos, óculos tático, entre outros. Por ter alto valor agre-gado e ampla visibilidade, o COBRA foi definido pelo Estado Maior do Exército (EME) como um dos pro-jetos prioritários para os próximos anos. Seguindo diretriz governamental prevista na Estratégia Nacional de Defesa (END), de priorizar a contratação de empresas nacionais para o desenvolvimen-to e implementação de projetos das Forças, foram estabelecidas

EXérCItO BrASILEIrO AvALIA EMprESAS pArA DESEnvOLvEr O prOJEtO COBrA

por Claudia Pereira, de Brasília

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ção

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as seguintes condições para o desenvolvimento do Projeto COBRA: • seleção e contratação de Empresa Estratégica

de Defesa (EED) como integradora;• especificação de “gabaritos” adequados para

as diferentes brigadas do Exército;• utilização de equipamentos desenvolvidos

pela Indústria de Material Bélico (IMBEL);• busca do conceito de evolução dinâmica, ou

seja, os requisitos absolutos e desejáveis ela-borados para a 1ª versão deverão ser atuali-zados para as seguintes, com a finalidade de os equipamentos, materiais e sistemas evolu-írem com o incremento de novas tecnologias;

• utilização de “software” de Comando e Con-trole com padrões abertos, sob a orientação do Sistema de C&T do EB;

• utilização de uniformes desenvolvidos pela in-dústria brasileira;

• transferência de tecnologia para o Brasil;• estabelecimento de parcerias em áreas onde

o Brasil não domina a tecnologia;• busca da flexibilidade e adaptabilidade, a fim

de permitir que frações constituídas, até o ní-vel Unidade, possam compor-se nas diferen-tes formas exigidas pelas missões impostas e pelos ambientes operacionais em que atua-rão, seja no País ou no exterior;

• dualidade, ou seja, o material deve ter utili-dade civil, se devidamente adaptado.

“O projeto COBRA dará vigor às empre-sas brasileiras. Vai além da questão da aquisição, trata-se da viabilização do desenvolvimento na-cional”, comenta o general-de-Divisão Antonino dos Santos guerra Neto, Vice-Chefe de Tecnolo-gia da Informação e Comunicações do EB. De acordo com o general, o que não puder ser adquirido no País, com um mínimo de conte-údo nacional, estará fora do projeto. “Todo item do COBRA precisa ter um processo produtivo no Brasil, não apenas a montagem final, mas itens fabricados em território brasileiro”. Os aspectos considerados no escopo do projeto são: Prazo de seis anos; Ampliar capa-cidades individuais e coletivas; Aumentar poder dissuasório da Força Terrestre – Letalidade; Cus-to X Conteúdo Nacional; Integração com Proje-tos Estratégicos do Exército (PEE): Recuperação da Capacidade Operacional (ReCOp), Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sis-fron), Sistema Integrado de Proteção de Estrutu-ras Estratégicas Terrestres (Proteger); Impactos positivos em todos os 15 Objetivos Estratégicos do Exército (OEE)/Sistema de Planejamento do Exército (SIPLEx); Estímulo à Base Industrial de Defesa (BID)/Estratégia Nacional de Defesa (END): Produção de mais de 150 itens; Incre-mento progressivo do conteúdo nacional; gera-

ção de novos empregos e renda; Possibilidade de exportação de itens; Interoperabilidade e conecti-vidade - Operações Conjuntas; Evolução contínua. “O objetivo é ter uma empresa integrado-ra das soluções que compõem cada capacidade desejada para cada ambiente operacional. O COBRA é um sistema, buscamos um projeto de desenvolvimento dos itens e da solução. Será um contrato, principalmente, de desenvolvimento e não de logística, embora haja questões logísti-cas associadas ao COBRA. A meta do processo de contratação é chegar a um conjunto de em-presas, lideradas por uma integradora, que nos apresente uma solução completa. A integradora fará as subcontratações, num modelo asseme-lhado ao Projeto Sisfron, que está em implanta-ção”, finaliza o General Santos Guerra.

RAIO-X

CRONOGRAMA

O planejamento contratual está definido da se-guinte forma, mas ainda dependente de uma de-cisão do Comando da Força, tendo em vista as questões orçamentárias do corrente ano: • Termo de Referência: 30/04/2015• Convite às integradoras selecionadas:10/05/2015• Apresentação das propostas (RFP – Request for Proposal): 30/06/2015

BENEFÍCIOS ESPERADOS

• Geração de empregos na Indústria Nacional• Capacitação tecnológica da Base Industrial• Diversificação da pauta de exportação• Maior eficácia nas operações• Salto tecnológico• Aumento da capacidade de cooperar com as de-mandas do governo, vigilância e monitoramento de fronteiras• Melhoria da capacidade de apoio às Operações de garantia da Lei e da Ordem

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Empresas que integram a Associação Cana-dense das Indústrias de Defesa e Segurança (CADSI) marcam presença na edição 2015 da LAAD. No total, 19 companhias apresen-tam seus produtos e serviços ligados à alta tecnologia desenvolvida no país.

O objetivo da delegação canadense é apre-sentar suas capacidades e identificar potenciais parceiros e oportunidades na região, com especial foco no Brasil. De acordo com a CADSI, a LAAD tornou-se um importante evento internacional no mercado de defesa e segurança e o Canadá, sendo uma das principais nações com atuação nesta área em todo o mundo, enxerga neste evento uma grande oportunidade de fortalecer relações com o Bra-sil. Segundo a associação, a América Latina é um mercado que apresenta um enorme crescimento e que tem aprimorado suas potencialidades, novos requisitos de tecnologia, sistemas de treinamento e desenvolvido parcerias conjuntas. A intenção dos canadenses na feira é en-contrar cooperações mutuamente benéficas e complementares para fins comerciais, técnicos e tecnológicos. A delegação do Canadá está no pa-vilhão 4, estande I48.

A Autoridade Certificadora da Defe-sa (AC-Defesa), que consiste em uma Autoridade Certificadora (AC) no âmbito do Ministério da Defesa (MD), atendendo aos padrões es-tabelecidos pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Bra-

sil), conferindo autenticidade, confidencialida-de e integridade na troca de documentos em forma eletrônica para o MD e Forças Armadas, contará com tecnologia 100% nacional. As chaves criptográficas utilizadas no programa serão geradas e protegidas pelo módulo de segurança criptográfico ASI-HSM, da empresa Associada ABIMDE, Kryptus. Os serviços oferecidos pela companhia nacional contemplam cifração de dados, mensagens e conexões, autenticidade de documentos e flu-xos de C2, identificação e autenticação forte de usuários, dentre outros. Os equipamentos ASI-HSM, da Kryptus, foram desenvolvidos em mais de dez anos de pesquisas com parcerias que envolvem os se-tores públicos, privados e a academia. Por sua confiabilidade e alto nível de segurança lógica e física, equipa as principais autoridades certi-ficadoras do País, incluindo a Autoridade Cer-tificadora Raiz da ICP-Brasil, AC SERPRO, RFB, Justiça, e outros.

NOTAS

CAnADá MArCA prESEnçA nA LAAD 2015

AUtOrIDADE CErtIfICADOrA DA DEfESA tErá tECnOLOGIA

100% nACIOnAL

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A ABIMDE foi uma das apoiadoras do Semi-nário Industrial Brasil – França, que ocor-reu nos dias 11 e 12 de março, em São Paulo. O encontro teve como objetivo fo-mentar discussões, promover soluções e

gerar oportunidades nas áreas de Defesa e Aero-espacial entre os dois países. O evento, uma parceria do Ministério da Defesa com o Departamento da Indústria de De-fesa da FIESP (Comdefesa), e apoio da ABIMDE, contou com a participação de importantes nomes da defesa nacional e de autoridades brasileiras e francesas como o embaixador da França, Denis Pietton; o diretor titular do Departamento de De-fesa (Comdefesa) da Fiesp, Jairo Cândido; o pre-sidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), Sami Hassumi; o presidente da Associação das Indústrias Francesas Aeroespaciais (gIFAS), Ma-rwan Lahoud; e o diretor de Catalogação e Nú-cleo de Promoção Comercial do Ministério da De-fesa, Wagner Lopes Moraes Zamith. Em seu discurso, Hassuani disse que a reunião não poderia ser desvinculada do cenário econômico atual e que a ABIMDE tem consciência da situação econômica de incerteza vivida pelo País. “Do ponto de vista empresarial este evento é muito importante, pois buscamos oportunida-des e elas podem estar no exterior. Não podemos perder tempo, precisamos buscar soluções com

países que possamos trabalhar juntos, pois não existe cooperação onde só um lado tem vantagem. É preciso uma busca conjunta, parcerias globais com fornecedores, tecnologias, entre outros”. No primeiro dia do seminário foram apre-sentados painéis de projetos estratégicos, e tam-bém de acordos governamentais envolvendo as indústrias dos dois países e as Forças Armadas do Brasil. No dia 12, as empresas participantes se reuniram para discutir modelos de negócios, experiências e interesses em rodadas de relacio-namento. As Forças Armadas estiveram representa-das pelo Contra-Almirante Roberto Gondim Car-neiro da Cunha, Diretor da Diretoria de Projetos Estratégicos da Marinha; pelo general-de-Divi-são Luiz Felipe Linhares gomes, Chefe do Escri-tório de Projetos do Exército Brasileiro (EPEx); e pelo Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Alves Cou-tinho, Subchefe da 6ª Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica. Houve ainda um painel falando sobre os acordos governamentais envolvendo as indústrias francesas e as Forças Armadas Brasi-leiras, com a participação do Contra-Almirante EN Sydney dos Santos Neves, gerente de Cons-trução dos Submarinos Convencionais, que apre-sentou informações sobre o Programa de De-senvolvimento de Submarinos (PROSUB), e do Brigadeiro-do-Ar José Augusto Crepaldi Affonso, que discorreu sobre o Projeto HxBR.

ABIMDE ApOIA SEMInárIO InDUStrIAL BrASIL – frAnçApor Claudia Pereira

INTERCÂMBIO

Helcio N

agamine/ FIES

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TÚNEL DO TEMPO

na década de 1980, muitos profissionais op-taram sair do Brasil para trabalhar no Ira-que. O país, naquela época, apesar de vi-ver uma ditadura comandada por Saddam Hussein, era uma terra de oportunidades para muitos profissionais que trabalhavam na área de defesa, já que o setor vivia uma

crise no País. Dentre as dezenas de brasileiros que lá vi-viam, havia cinco engenheiros formados pelo Insti-tuto Tecnológico de Aeronáutica (ITA): Antonio Ro-gério Salvador, Wagner Campos do Amaral, Azhaury da Cunha, Renato Zanetta e Carlos Alberto Carvalho. Chegaram ao país do Oriente Médio, a serviço da En-gesa, para atuar nas pesquisas de desenvolvimento de um míssil. Com a invasão do Kuwait, no segundo semes-tre de 1990, e com a determinação do bloqueio eco-nômico estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), os brasileiros tiveram que retornar prematuramente e, dessa forma, começou a história de sucesso da Mectron. No início, a empresa era for-mada apenas pelos cinco sócios-fundadores. Ao final de seu terceiro ano de atuação, em 1994, contava com 24 profissionais. Dez anos depois, em 2004, este número subia para 212. Hoje, são aproximadamente 430 funcionários. Ao fundarem a empresa, os sócios somaram suas experiências profissionais adquiridas anterior-mente no setor de defesa. Porém, com a aguda crise ainda vigente, a Mectron iniciou suas atividades com a prestação de serviços para o mercado de automa-ção industrial, tendo como clientes empresas como a Johnson & Johnson e a general Motors. Em seus primeiros anos de atividades, tam-bém desenvolveu e colocou no mercado civil produ-tos que eram novidades tecnológicas para a época como o Celina, um controlador de semáforos para adequação do controle do tráfego às variações do flu-xo de trânsito; o MEC 2128, um validador de bilhetes magnéticos para transportes coletivos; e o Bioware, um eletroencefalógrafo portátil para monitoramen-to contínuo de atividades cerebrais e cardíacas com gravação por 24 horas em ambiente cotidiano. Em 1994, a Mectron foi agraciada, em razão do Bioware, com o Prêmio Paulo Pupo, concedido pela Academia Brasileira de Neurologia e, até hoje, há médicos que o utilizam. Nos anos seguintes, com uma lenta recupe-ração do setor de defesa e aeroespacial, e também com a gradual retomada de importantes projetos das Forças Armadas que foram paralisados, a Mectron

MECtrOn ELEvA nívEL tECnOLóGICO DO pAíS

por Karen Gobbatto

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retornou à sua vocação original. Focou suas ati-vidades no desenvolvimento e fabricação de pro-dutos na área de defesa, com os quais atua até hoje. Ao longo de sua história, tem se dedicado ao desenvolvimento e fabricação de armamentos inteligentes, radares, sistemas aviônicos e equi-pamentos para satélites e veículos lançadores de satélites. Nos últimos anos, agregou forte capaci-tação para sistemas de comunicação segura por enlace de dados, ou seja, sistemas de data-link militares. Diferentemente do que muitos possam imaginar, a empresa nunca teve um grande par-ceiro internacional que transferisse a ela a tecno-logia que hoje está em seus produtos e serviços. A companhia muito se orgulha do nível tecnológi-co que alcançou e considera que, ao longo dos 24 anos de sua história, seus grandes parceiros fo-ram os clientes com os institutos de pesquisas: a Força Aérea Brasileira (FAB) com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA); o Exército Brasileiro com o Centro Tecnológico do Exercito (CTEx); a Diretoria de Sistemas de Ar-mas da Marinha (DSAM) e outros. Isto porque, principalmente, no desenvolvimento de mísseis e outros armamentos inteligentes, o trabalho é re-alizado “a quatro mãos”. O cliente apresenta seus requisitos e espe-cificações básicas e a empresa passa a ser res-ponsável pela concepção, pelas especificações detalhadas, pelo projeto, desenvolvimento e ho-mologação.

VOCAÇÃO PARA DEFESA O primeiro contrato da Mectron com a área de defesa foi firmado com a Marinha do Brasil e consistia em uma consultoria para análise da efi-ciência da defesa antiaérea das fragatas Niterói, que estavam sendo modernizadas. Foi uma de-monstração de que a experiência e a especializa-ção de seus sócio-fundadores eram reconhecidas. A empresa também participou do desenvolvimen-to do simulador e do equipamento de testes en-comendado pelo Exército Brasileiro junto à Em-braer. Mas o grande marco para a Mectron foi o contrato firmado com a FAB para a retomada do desenvolvimento do míssil ar-ar MAA-1 “Pira-nha”. Com projeto iniciado em meados da década de 80, na própria FAB, no antigo Centro Técni-co Aeroespacial (CTA), hoje DCTA, seu progra-ma de desenvolvimento passou por enormes difi-culdades como a falta de recursos, embargos de componentes, entre outros problemas. Coube à Mectron, a partir de 1994, concluir o desenvol-vimento, realizar sua certificação e homologação nas aeronaves AT-26 Xavante, F-5 e F-5M e fa-bricar lotes encomendados pela FAB. A homolo-

gação, em tão curto período, foi considerada um grande êxito. Entre 1996 e 1999, além do desenvolvi-mento e homologação do MAA-1 “Piranha”, a empresa também realizou o reprojeto e a nacio-nalização do míssil anticarro MSS 1.2 e, poste-riormente, de sua Unidade de Tiro (disparo). Em 1997, iniciou o programa de desenvolvimento do míssil ar-superfície antirradiação MAR-1. Além da consolidação da empresa como desenvolvedora de tecnologia para a área de Defesa, a Mectron também passou a investir na melhoria dos siste-mas e na governança, o que resultou na certifica-ção ISO 9000, em 2000. Quatro anos depois, um novo contrato foi firmado para o desenvolvimento do míssil ar-ar brasileiro de quarta geração. O míssil ar-ar brasileiro de quinta geração também conta com a participação da Mectron. O projeto, conduzido pela sul-africana Denel Dyna-mics, em parceria com empresas brasileiras, está em desenvolvimento e, nos próximos anos, o País contará com o míssil ar-ar A-DARTER, fabricado no Brasil. Após associar-se com a BNDES Participa-ções (BNDESPAR), sociedade gestora de partici-pações sociais do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES), em 2007, a Mectron teve condições de iniciar as atividades na área de integração de sistemas aviônicos. O primeiro contrato neste segmento foi as-sinado com a Força Aérea do Paquistão para a exportação de mísseis MAR-1. Este trabalho en-volveu a integração do míssil em aeronaves das quais não se tinha acesso ao OFP (Operational Flight Program) e, para tanto, foram desenvolvi-das soluções inovadoras, não intrusivas, de inte-gração de sistemas aviônicos, possibilitando uma completa operação do armamento das aeronaves Mirage 5 e JF-17. Também foi necessário o de-senvolvimento de lançadores de mísseis dedica-dos a cada tipo de aeronave, bem como todo o suporte logístico associado. Um novo contrato com a Marinha do Brasil selou novamente o destino da Mectron. A empre-sa iniciou o desenvolvimento de subsistemas de controle e navegação para o Míssil Antinavio Na-cional (MAN-SUP), um míssil superfície-superfície antinavio da classe “EXOCET” e totalmente na-cional. Esse projeto foi contratado pouco depois da Odebrecht comprar o controle acionário da Mectron. Essa união ocorreu com a junção de dois fatores. A Odebrecht estava em busca de uma empresa detentora de alto conteúdo tecnológico para a nascente Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT). Já a Mectron procurava um parceiro em-presarial para fortalecer os sistemas corporativos da empresa, permitindo aperfeiçoar sua gestão e

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ter maior solidez diante das cíclicas dificuldades do setor no Brasil. Com isso, em 2011, a ODT ad-quiriu o controle acionário da Mectron. Juntas, Mectron e Odebrecht são deten-toras de competências e tecnologias que possi-bilitam apoiar as Forças Armadas do Brasil e o governo brasileiro nos desafios de assegurar a soberania nacional e fortalecer a indústria nacio-nal de defesa. Em 2012, a empresa venceu concorrência para desenvolvimento do Link BR-2, sistema de comunicação por enlace de dados, com alto nível de desempenho e segurança, para diferentes pla-taformas aéreas e meios terrestres.Dois anos depois, a organização assinou contrato com a Marinha do Brasil para o desenvolvimento do Torpedo Pesado Nacional em Escala Reduzi-da (TPNer), que fará parte do Programa de De-senvolvimento de Submarinos (PROSUB). Para a execução deste contrato, ODT e Mectron firma-ram parceria com a Atlas, empresa alemã cuja capacitação na área de torpedos é internacional-mente reconhecida. A empresa realiza ainda a integração do produto nas plataformas onde ele será utilizado e fornece toda a logística necessária à sua ope-ração e assistência técnica pós venda, bem como participação técnica/gerencial ao longo de todo este ciclo de vida, que pode durar anos ou mes-mo décadas. Porém, todo este trabalho é realiza-do em parceria e com o apoio dos clientes.

ESTRUTURA A Mectron é uma empresa nacional e com sede em São José dos Campos (SP). O municí-pio foi escolhido por ser o coração do maior polo industrial e de tecnologia aeroespacial da Amé-rica Latina e do Hemisfério Sul. A empresa está privilegiadamente instalada nas proximidades de grandes empresas e institutos de pesquisas com os quais mantém relações de parceria, fornece-dor e/ou cliente, muitas vezes compartilhando com eles recursos como campos de provas, labo-ratórios, equipamentos e serviços de ensaios. Dentre estas parcerias, destacam-se o DCTA e seus institutos, como por exemplo o ITA, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Insti-tuto de Estudos Avançados (IEAv), o Instituto de

Fomento e Coordenação Industrial (IFI), o Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e as empresas parceiras e fornecedoras como a Avi-bras, Cenic e Embraer. A primeira sede foi uma sala instalada em um edifício comercial no centro de São José dos Campos. Ao fim do primeiro ano, a empresa mu-dou-se para um sobrado comercial, localizado na Vila Letônia, próximo ao principal trevo de acesso à cidade e à portaria do DCTA. Com o crescimen-to nos anos seguintes, a empresa foi alugando vários imóveis vizinhos até que, de 1996 a 2000, reinvestindo todo lucro obtido adquiriu um terre-no e construiu sua atual sede e planta industrial, também nas proximidades do DCTA e aeroporto da cidade. A Mectron está instalada num terreno de 37.000 m2, com aproximadamente 6.400 m2 de área construída. Suas instalações abrangem:• Escritórios de projeto e administração;• Sala limpa classe ISO 8 para montagem de

componentes críticos;• Laboratório radar, incluindo um campo de an-

tenas com câmara anecóica semiaberta, pla-taforma posicionadora e torre transmissora para simulação de alvos-radar;

• Laboratórios eletrônicos;• Laboratórios de sistemas de comunicação;• Laboratório de sistemas aviônicos;• Área de montagem de placas eletrônicas, dis-

pondo de máquinas de inserção e soldagem de componentes convencionais e SMD;

• Área de integração mecatrônica, dispondo de sistema de controle de temperatura e umidade;

• Área de montagem mecânica;• Área de usinagem mecânica, onde estão ins-

talados tornos, fresadoras, CNC, máquina de inspeção tridimensional, etc;

• Área de ensaios ambientais, incluindo labora-tório de ensaios de temperatura e umidade; laboratório de ensaios de vibração (shaker); laboratório de ensaios de aceleração (centrí-fuga); laboratório de ensaios estruturais e câ-mara anecóica fechada com robôs posiciona-dores de itens sob teste;

• Auditório;• Área social.

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A história da Mectron tem treze momentos mar-cantes (s/ vírgula) que definiram o destino da em-presa rumo ao sucesso:

1992 - primeiro grande contrato na área de defe-sa, firmado com a Embraer para desenvolvimento e fornecimento de um Simulador e equipamentos de teste do míssil anticarro MSS 1.2, tendo como cliente final o Exército Brasileiro;

1993 - contratação pela FAB para retomada do desenvolvimento do míssil ar-ar MAA-1 “Piranha”;

1996 a 1999 - reprojeto e nacionalização do mís-sil anticarro MSS 1.2 e, posteriormente, de sua Unidade de Tiro (disparo);

1997 – início do programa de desenvolvimento do míssil ar-superfície antirradiação MAR-1;

Jan/ 2000 – mudança para a sede própria;

Jul/ 2000 – expansão do leque de produtos com a inclusão do radar multimodo SCP-01 para as ae-ronaves AM-X da FAB, em parceria com a empresa italiana Selex ES, antiga galileo;

2007 - transformação do tipo jurídico da Mectron, de Empresa de Responsabilidade Limitada para Sociedade Anônima. BNDESPAR passa a ser acio-nista;

Abr/ 2008 - exportação de mísseis MAR-1 para a Força Aérea do Paquistão;

Dez/ 2008 – contrato com a FAB para partici-pação no programa de desenvolvimento do míssil ar-ar A-DARTER, de quinta geração;

Mai/ 2011 - Odebrecht Defesa e Tecnologia ad-quire controle acionário da Mectron;

Dez/ 2011 - desenvolvimento de subsistemas de controle e navegação para o MAN-SUP;

2012 – contratação do desenvolvimento do Link BR-2;

2014 - contrato com a Marinha do Brasil para de-senvolvimento do Torpedo Pesado Nacional em Es-cala Reduzida (TPNer).

MOMEntOS27

ARMAMENTOS INTELIGENTES

• MAA-1B, míssil ar-ar de curto alcance, 4ª gera-ção (para a FAB) – desenvolvimento;• A-Darter, míssil ar-ar de curto alcance, 5ª gera-ção (para a FAB) - desenvolvimento;• MAR-1, míssil ar-superfície, antirradiação (para a FAB e Força Aérea do Paquistão) - Desenvolvi-mento, Produção, Integração a Aeronaves e Su-porte Logístico;• ACAUAN, kit de guiamento por gPS e sistema inercial para bombas convencionais (para a AEQ Aeroespacial) – Desenvolvimento;• MSS 1.2, míssil superfície-superfície, anticarro (para a Exército Brasileiro e Marinha do Brasil) - Desenvolvimento, Produção e Suporte Logístico;• MANSUP, míssil superfície-superfície, antina-vio (para a Marinha do Brasil) - Desenvolvimento, Produção e Suporte Logístico;• TPNer, torpedo pesado nacional, escala reduzi-da (para a Marinha do Brasil) – Desenvolvimento.

SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO• Link BR2, sistema de comunicação por enlace de dados (data-link) para emprego militar (para a FAB) - Desenvolvimento, Produção e Integração em Aeronaves;• RDS, rádio definido por software para emprego na área de defesa (para a Exército Brasileiro) – Desenvolvimento.

AVIôNICOS• SCP-01, radar multimodo embarcado na aero-nave AM-X (A-1M) (para a FAB) - Desenvolvimen-to, Produção e Suporte Logístico.

ESPAÇO• PMM - Plataforma Multimissão, Satélites Ama-zônia (para a AEB - Agência Espacial Brasileira e INPE) - Desenvolvimento e Fabricação;• PSS - Subsistema de Suprimento de Energia, incluindo painéis solares e seus servoposicionado-res, baterias e unidade de condicionamento, e dis-tribuição de alimentação;• TT&C - Subsistema de Rastreamento, Telemetria e Telecomando, incluindo transponders e antenas;• CBERS 3 e 4 (para a AEB e INPE) - Desenvolvi-mento e Fabricação;• Transponders para o TTCS - Subsistema de Rastreamento, Telemetria e Telecomando;• DDR – gravador Digital de Dados;• VS-40/ SARA: redes elétricas (eletrônica em-barcada) e atuador a gás frio (para a FAB / DCTA / IAE – Instituto de Aeronáutica e Espaço) - Desen-volvimento e Fabricação;• VSISNAV: redes elétricas (eletrônica embarca-da) e bancos de controle em solo (para a FAB/ DCTA/ IAE) - Desenvolvimento e Fabricação.

prInCIpAIS prOJEtOS

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P&D BrADAr COnSOLIDA prESEnçA nO MErCADO DE rADArES

por Karen Gobbatto

De base tecnológica genuinamen-te brasileira, a Bradar, empresa controlada pela Embraer Defesa & Segurança, é especializada em radares de abertura sintética para Sensoriamento Remoto e Defesa e Segurança, e está presente em importantes projetos das Forças Armadas Brasileiras. A inovação é uma marca da organização, que este ano apresentará ao merca-

do nacional novos produtos como o BradarSar e o S200R (Sistema Radar Secundário). O S200R foi criado em parceria com o Cen-tro Tecnológico do Exército (CTEx) e com o Insti-tuto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Com inves-timentos provenientes da própria companhia, do CTEx, do ITA e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), o equipamento foi projetado para co-nectar-se a Centros de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo. O radar tem o objetivo de “interrogar” os transponders instalados nas aeronaves, que for-necem informações de identificação e altitude. Os transponders enviam a resposta ao radar, sendo que os tipos mais básicos enviam apenas a alti-tude do avião e um código do voo, com quatro dígitos, mas as estações de radar são capazes de estabelecer a velocidade do avião e sua direção ao monitorar sucessivas transmissões. O S200R permite interrogar aeronaves distantes até 200 milhas náuticas (370 km). O desenvolvimento do sistema foi realizado em um prazo de quatro anos. Partiu de um projeto em parceria com o ITA e teve como base o radar SABER M-200, desenvolvido para o CTEx (Centro Tecnológico do Exército) e criado para fazer parte de um sistema de defesa antiaérea com mísseis de média altura (30 a 40 km de alcance) e capaz de

operar nos modos de busca, vigilância, diretor de tiro e guiamento de míssil. Já o BradarSar é um novo sistema de sen-soriamento remoto InSAR multibanda (X e P). O equipamento aerotransportado será utilizado para mapeamento e monitoramento em alta precisão e resolução, podendo ser operado, inclusive, à noite e com a presença de nuvens. De fácil instalação, o radar pode ser ope-rado em aeronaves de pequeno porte e baixo custo, utilizando a mesma furação (orifício de aeronaves já homologadas para operação) de câmeras digitais. Suas principais aplicações são: geração de imagens, mapeamento topográfico, monitoramen-to de mudanças geográficas (ex.: desmatamento, inundações, invasões, processos erosivos), es-timativa de biomassa, busca e salvamento, vigi-lância terrestre e marítima, controle de fronteiras, entre outros. Para o presidente da empresa, Astor Vas-ques, a produção de radares com tecnologia 100% nacional auxilia o Brasil a ser cada vez mais so-berano no que se refere à defesa de seu território e de suas riquezas. Ele também ressalta a con-solidação da organização como líder no setor de radares: “Estamos desenvolvendo pesquisas para produzir uma série de projetos de modo a atender às demandas das Forças Armadas e do mercado de sensoriamento remoto. Hoje, a Bradar tem ple-na condição de oferecer o que há de mais preciso nesses sensores. Para nós é um orgulho contribuir para a autonomia do País.” Os centros tecnológicos da empresa con-tam com especialistas de diversas áreas, que hoje são responsáveis por desenvolver pesquisas e patentear um grande número de projetos de alta tecnologia nas unidades de São José dos Campos, Campinas e Barueri.

SABER M-60 - Radar de vigilância antiaérea auxilia de forma eficaz na proteção de pontos e áreas sensíveis como indústrias, usinas, instalações governamentais e locais de eventos importantes. Já foi utilizado na se-gurança da Copa das Confederações, na Rio + 20, na visita do Papa Francisco ao Brasil e na Copa do Mundo de 2014.

rADArES COM A MArCA BrADAr

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SENTIR M-20 - capaz de executar operações de vigilância, aquisição, classificação, localização, rastrea-mento e exibição gráfica automática de alvos em terra tais como: indiví-duos em solo, tropas, blindados, ca-minhões, trens e helicópteros.

S200R - tem o objetivo de “interro-gar” os transponders instalados nas aeronaves que fornecem informa-ções de identificação e altitude.

BradarSar - novo sistema de senso-riamento remoto InSAR multibanda (X e P) aerotransportado e utilizado para mapeamento e monitoramento em alta precisão e resolução, poden-do ser operado, inclusive, à noite e com a presença de nuvens.

Carla D

ias

Astor Vasques, presidente da Bradar

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EMBARCAÇÕES

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A EMgEPRON (Empresa gerencial de Pro-jetos Navais), que está presente na LAAD Defence & Security 2015 (Feira Internacional de Defesa e Segurança), é uma empresa pública, com mais de 30 anos de existência, vinculada ao Minis-tério da Defesa por meio do Comando da

Marinha do Brasil (MB). Atua no gerenciamento de projetos de interesse da MB e na comercialização de produtos e serviços da Base Industrial de Defe-sa (BID) como embarcações militares, munição de artilharia, sistemas navais, estudos do mar e apoio logístico. Nos últimos anos, a companhia tem se des-tacado no gerenciamento de projetos de alta com-plexidade como a integração do sistema de combate da Corveta “Barroso”, a revitalização de navios da Esquadra, o levantamento de plataforma continen-tal, o desenvolvimento de sistemas navais, dentre outros. No estande X-50 da LAAD, pertencente à empresa, os visitantes poderão conhecer as funcio-nalidades da Corveta Tamandaré, do Navio-Patrulha 500-BR e Grajaú, e do Aviso de Patrulha Classe Marlim, que serão apresentados em maquetes. As munições produzidas pela EMgEPRON também se-rão apresentadas, além do Sistema de Controle e Monitoração, desenvolvido pelo Instituto de Pesqui-sas da Marinha (IPqM).

HISTÓRIA A história da EMgEPRON tem início no final da década de 1970, quando a Ma-rinha do Brasil começou os estudos para

projetar e construir uma nova classe de corvetas, batizadas de “Inhaúma”. Inicialmente, a empresa atuava no apoio a projetos de construção de meios navais da MB. Posteriormente, a Marinha incluiu no rol de suas atribuições uma ampla gama de ativida-des como a comercialização de material de defesa e o gerenciamento de projetos referentes à produção de munição, construção e modernização de navios de guerra, estudos do mar, entre outras. Dentre os principais projetos, destacam-se a primeira exportação de um navio de guerra do Bra-sil, ocorrida em 1985 para a Armada do Paraguai, o gerenciamento do projeto de Modernização das Fragatas Classe “Niterói”, e a produção de muni-ção da Fábrica Almirante Jurandyr da Costa Müller de Campos (FAJCMC), subordinada à Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha. Além de gerenciar todas as operações da FAJCMC, a EMgEPRON tam-bém deu início à comercialização da munição pro-duzida, contribuindo, assim, para a manutenção da capacitação e para o crescimento daquela planta. Expandindo seus serviços em outras áreas, a organização exportou, em 2001, sistemas táticos, serviços para o Levantamento da Plataforma Conti-nental de países da África e, em parceria com a Dire-toria de Obras Civis da Marinha (DOCM), participou de estudos visando o projeto e/ou a revitalização de bases navais no exterior. Com tal experiência adqui-rida, a EMgEPRON assinou contrato para a constru-ção de um navio-patrulha e lanchas-patrulha para países africanos. A partir desse ano, a instituição procurou expandir ainda mais seus trabalhos no mercado interno, incrementando o volume de ser-

viços de reparo naval, de treinamento de pes-soal e de projetos ligados ao meio ambiente. Assim, foram comercializadas várias lanchas--patrulha para as forças policiais, lanchas para

controle de poluição hídrica, lanchas de uso so-cial, além de ministrar diversos cursos de trei-

namento aeronáutico, sempre com a participação das Organizações Milita-res Prestadoras de Serviços (OMPS)

da MB empregando sua capa-cidade disponível.

EMGEprOnprODUtOS E SOLUçõES nAvAIS

Corveta Tamandaré

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LAAD2015 – O que será apresentadoA EMgEPRON apresenta na LAAD 2015 algumas das mais modernas soluções em corvetas, navios--patrulha, munições e sistemas de controle. Confira algumas funcionalidades de cada produto:

Corveta Classe “Tamandaré”– navio projetado sob o conceito “stealth”; adequado para missões di-versas e para emprego contra ameaças aéreas, de superfície e submarinas; deslocamento de cerca de 2.700 toneladas e velocidade máxima de 25 nós; capacidade para tripulação de até 136 militares; conta com centro médico e enfermaria, convoo e hangar para helicóptero orgânico; pode ser configu-rada com vários sistemas e armas como canhões de médio e grosso calibres, metralhadoras e sistemas de controle tático.

Navio-Patrulha 500-BR - voltado para missões de vigilância e patrulhas navais; navio versátil, poden-do ser equipado com sistemas de última geração; possui radar de busca de superfície e de navegação; emprega sistema automatizado de controle tático e de armas.

Navio-Patrulha Classe “Grajaú”- embarcação versátil, projetada para operações de patrulhamen-to em águas territoriais e costeiras, proteção de pla-taformas “offshore”, combate ao tráfico de drogas, contrabando e pesca ilegal, além de realizar missões de busca e salvamento; facilidade de operação, óti-ma manobrabilidade, alto desempenho e confiabi-lidade de seus sistemas e armamento; conta com um canhão de 40 mm e metralhadoras de 20 mm.

Aviso de Patrulha Classe “MARLIM”– para ope-rações de policiamento naval; com duas linhas de propulsão do tipo V-drive, dispondo cada uma de 1000 bhp de potência, proporcionando velocidade máxima de 25 nós; excelente comportamento no mar, mesmo em condições adversas; adequado ao combate à pesca ilegal, ao tráfico de drogas e con-trabando e a operações de salvamento.

Sistema de Controle e Monitoração (SCM) - sistema de controle de propulsão integrado a um sistema de controle de avarias composto por três subsistemas: Controle e Monitoração de Propulsão e Auxiliares, Controle de Avarias e Manual Remoto; arquitetura em subsistemas independentes garan-te flexibilidade e escalabilidade, permitindo a ins-talação de um ou mais subsistemas ou do sistema completo em qualquer tipo de embarcação ou pla-taforma marítima, sendo poderosa ferramenta para a segurança da navegação.

Munição 114,3 mm - os tiros foram projetados para emprego em canhão naval Vickers 114,3 mm MK8. A munição é embalada em perfeitas condições para armazenamento, manuseio e transporte. Pos-

sui expectativa de vida útil superior a dez anos. Re-presentada pelos seguintes tipos: EX-SUP: munição de exercício de superfície; AE-VT: munição com alto explosivo e espoleta de proximidade; EX-AA: muni-ção de exercício, antiaérea, com carga sinalizadora e espoleta de proximidade; e SAP: munição semiperfu-rante com espoleta de base.

Munição 105mm “Leopard” - linha de munições 105mm de última geração para canhões 1A5 BR, US M68, UK L7 e similares. Inclui os seguintes tipos: APFSDS-T (M1060A2) - munição para emprego con-tra carros de combate de blindagem pesada; TPCS-DS-T (M1057) – munição para tiro de treinamento da munição APFSDS-T, com versão de alcance redu-zido e mesmo comportamento balístico até 2.000m; HEP-T/HESH-T (M393A3-E) – munição de múltiplas finalidades, como emprego contra casamata, muro de concreto, veículos leves e obstáculos diversos, com excelente efeito de fragmentação antipessoal; HEAT-MP-T (M1061A1) – munição para emprego contra alvos blindados, com alta fragmentação an-tipessoal; HEATTP-T (M490A1) - munição para tiro de treinamento da munição HEATMP-T, com mesmo rendimento balístico até 1.000m; e CNT (M1204) – munição eficaz para emprego contra alvos leves e de infantaria à distância de até 250m.

Munição 105 mm – a família de munição 105 mm é representada pelos seguintes tipos: 105 mm AE M1, munição desengastada, de artilharia, alto ex-plosiva, para emprego em obuseiros M2A1, M2A2, M49, M103 e M137; e 105 mm “light gun”, muni-ção desengastada, de artilharia, para emprego em canhão L 118. Pode ser fornecida em duas versões distintas: alto explosiva, com carga de projeção normal, ou super, com aumento de alcance; e de exercício, com carga sinalizadora.

Munição 40 mm L/70 - os cartuchos foram pro-jetados para emprego em canhões BOFORS, BOFI, TRINITY, OTOBREDA e similares, exceto o 3P, que é utilizado no canhão 40 mm L/70 SAK 40/70 F. A munição, mantida em sua embalagem original e estocada em condições controladas de temperatu-ra e umidade, possui uma expectativa de vida útil superior a dez anos. Representada pelos seguintes tipos: EX-T: munição de exercício traçante; AET-AD: munição de alto-explosivo com traçante e autodes-truição; EX-AA: munição de exercício com carga si-nalizadora e espoleta de proximidade; PF-AE: muni-ção de alto-explosivo com espoleta de proximidade e granada pré-fragmentada; e 3P: munição de alto--explosivo com granada pré-fragmentada e espole-ta de proximidade programável.

Munição 40 mm L/60 - representada pelos se-guintes tipos: EX-T: munição de exercício traçante e AET-AD: munição alto-explosiva traçante com autodestruição.

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O ano de 2015 promete ser de impor-tantes avanços para a IACIT, empre-sa nacional que atua no desenvolvi-mento de produtos e serviços de alta tecnologia nas áreas de defesa e se-gurança, CNS/ATM, redes integradas e meteorologia. Dentre outras soluções, a empre-

sa tem como expectativa disponibilizar três no-vos produtos aeronáuticos, DME, ADS-B e MLAT, e dois novos produtos de softwares meteoroló-gicos para a navegação aérea. Na meteorologia oceânica, a IACIT disponibilizará o primeiro radar oceânico para operação integral que atenderá o mercado brasileiro e o regional. Além disso, será implantado o sistema Jammer para bloqueio de comunicações indesejáveis, com foco em defesa e segurança. Esses projetos reforçam os objetivos da companhia de ampliar o conhecimento e o de-senvolvimento de soluções tecnológicas por meio de pesquisa, inovação, absorção de tecnologia e serviços técnicos especializados, na busca da au-tonomia nacional, para produzir e fornecer pro-dutos, sistemas e suporte logístico integrado. Para isso, a IACIT firmou parcerias e inves-tiu em uma equipe própria multidisciplinar, que atua no desenvolvimento de tecnologias inova-doras que incluem hardware, software e soluções em rádio frequência. Desde 2008, a IACIT tem in-vestido por volta de 12% de sua receita bruta em projetos de novos produtos e tecnologias. Dois

fatos importantes neste período sedimentaram a estratégia: o Prêmio Finep de Inovação (Finep – Financiadora de Estudos e Projetos), conquistado pela empresa em 2012, e a certificação CMMI ní-vel 2 (Modelo de Maturidade em Capacitação – Integração), em dezembro de 2014. Além dos produtos desenvolvidos, a capa-citação tecnológica e os conhecimentos adquiri-dos representam um ganho importante para a melhoria da competitividade e a conquista de no-vos mercados. Entre as empresas parceiras que participam dos processos com a IACIT estão a ELTA e a TAMAM, de Israel; a gAMIC, de proces-sadores e softwares para radar meteorológico; COMSOFT e Helzel. As três últimas da Alemanha. “As parcerias e desenvolvimentos feitos pela IACIT visam soluções que não são produzi-das no Brasil e que têm grande potencial de ne-gócios tanto no País quanto no mercado regio-nal”, destaca o diretor-presidente da empresa, Luiz Teixeira. Por ser uma EED (Empresa Estratégica de Defesa), os parceiros estrangeiros identificam uma grande oportunidade para a transferência de conhecimento e de tecnologia para a IACIT, mes-mo com o requisito de manutenção da autonomia no comando da empresa brasileira. Em contra-partida, a organização estrangeira leva para seu portfólio os produtos produzidos pela IACIT, pro-porcionando assim a possibilidade de alcance do mercado global. As parcerias estratégicas para a absor-ção de tecnologia têm proporcionado um grande avanço, com rapidez, para atender a demanda potencial do mercado. No último mês de março, na feira ATM Global, em Madri, com a presen-ça das autoridades do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), a IACIT assinou acor-do de transferência de know-how e tecnologia com a empresa alemã COMSOFT para o desen-volvimento da solução nacional de dois produtos essenciais para o futuro da navegação aérea no Brasil e no mundo: o ADS-B e MLAT –Multilateração. Contratada pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CIS-CEA), a IACIT está concluindo o desenvolvimento de dois produtos de softwares que proporciona-rão um aumento significativo na segurança do tráfego aéreo: o TEND-MET (Tendências Meteo-rológicas de Curto Prazo para Aeródromos) e o STSC (Sistema de Tempo Severo Convectivo). Os projetos serão implantados na REDE-MET (Rede de Meteorologia do Comando da Ae-ronáutica), os quais beneficiarão toda a navega-ção aérea brasileira, sendo os principais usuários dos produtos gerados para o apoio às previsões meteorológicas os controladores de tráfego aé-reo e os demais usuários externos ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB),

IACItSOLUçõES tECnOLóGICAS E

pArCErIAS EStrAtéGICASpor Karen Gobbatto

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como empresas aéreas e pilotos. “A expectativa de ganho operacional é enorme, uma vez que ambos os sistemas cons-tituem ferramentas adicionais para auxílio à to-mada de decisão de curto prazo e planejamento de navegação, envolvendo tanto o controle do tráfego aéreo quanto a gestão de aeródromos”, comenta Teixeira. De acordo com o executivo, por meio do uso das tecnologias envolvidas será possível obter viagens mais rápidas, com menos gastos de combustível e trajetórias de voo muito mais precisas e confortáveis. Uma das características mais marcantes será a diminuição do risco para as aeronaves em vôo, que contarão com identi-ficação prematura e acompanhamento de situa-ções meteorológicas extremas. “Os projetos STSC e o TEND-MET repre-sentam a vanguarda da tecnologia neste segmen-to, e estão alinhados com o conceito inovador de Navegação Baseada em Performance (PBN). Este conceito é considerado, hoje, um fator determi-nante na guinada pela qual passará o transporte aéreo nos próximos anos, colocando a IACIT e o Brasil numa posição de destaque no cenário tec-nológico internacional”, conclui Teixeira. Aplicando o conceito de mesclar desenvol-vimento próprio com parcerias para a absorção de tecnologia, a IACIT acaba de fechar também a parceria com a empresa alemã Helzel para re-ceber tecnologia dos radares oceânicos WERA e passar a produzí-los no Brasil.

PROJETOS Os projetos desenvolvidos pela IACIT po-dem ser classificados em segmentos distintos: CNS\ATM; Meteorologia; e Defesa e Segurança.CNS\ATM:• Em 2008, com a transformação do Radar Me-

teorológico Analógico para estado sólido. Após a validação da modernização, o DECEA (Depar-tamento de Controle do Espaço Aéreo) contra-tou a IACIT para implementação das modifi-cações na sua rede de radares meteorológicos em todo o Brasil.

• No mesmo ano, foi iniciado o desenvolvimento do Sistema de Aumentação, baseado em GNSS – gBAS com apoio da Finep, que se encontra hoje instalado e em fase de ajustes para o es-tágio 2, que visa à certificação.

• Em 2013, foi iniciado o desenvolvimento com 100% de inovação do DME - Distance Measu-ring Equipment, modelo 0200, em substituição ao DME 0100 analógico, fabricado pela empresa.

• O TEND-MET (Tendências Meteorológicas de Curto Prazo para Aeródromos) é um sistema que utiliza redes neurais artificiais para gerar informações de tendências meteorológicas de

teto, visibilidade, ocorrência de rajadas, velo-cidade e direção do vento, para um horizonte de até 3 horas. O sistema possui uma interfa-ce web onde os usuários poderão acessar, di-retamente, os gráficos de tendências e efetu-ar cadastros para receber alertas automáticos quando as informações indicarem que o aeró-dromo pode entrar em restrição operacional.

• O STSC (Sistema de Tempo Severo Convecti-vo) é um sistema cujo objetivo é identificar o volume ou área do espaço aéreo sob efeito de formações meteorológicas que possam apre-sentar risco às aeronaves em rota, permitindo monitoração dos eventos severos e prevendo o seu deslocamento para uma projeção de até 30 minutos.

METEOROLOGIA:• Projeto de evolução do Radar Banda S para

dupla polarização, um Radar Banda X trans-portável e três produtos de software de mete-orologia de vanguarda para atingir o mercado internacional.

• Em 2011, a IACIT iniciou o desenvolvimento da Plataforma radar HF com apoio da Finep e culminou com o primeiro produto: o Radar Oceânico modelo RADH 0100, que tem como objetivo a medição das correntes oceânicas. A recente parceria firmada com a Helzel visa a transferência de tecnologia e know-how em-pregada nos radares WERA, tecnologia esta complementar ao RADH, que proporcionará à IACIT a disponibilização ao mercado de uma ampla gama de soluções para o monitoramen-to de correntes marítimas, de ventos super-ficiais, de ondas e de detecção de tsunamis, imediatamente.

DEFESA E SEGURANÇA• Radar Além-do-horizonte brasileiro, desenvol-

vido pela IACIT com apoio tecnológico da Elta Systems e apoio da Marinha do Brasil.

• Solução de Jammer, utilizado para bloqueio de comunicação inimiga ou não desejáveis.

• Quatro radares da linha da Elta: ELM 2105 e ELM2180 aplicados a vigilância terrestre e ELM 2022 (utilizados pela FAB no P3) e ELM 2032 (utilizados pela Marinha no A4).

• TAinda relacionadas às tecnologias aplicadas a Defesa e Segurança, a IACIT assinou acordo com a TAMAM, subsidiária da IAI (Israel Ae-rospace Industries), para a produção no Bra-sil de sistemas eletro-ópticos, iniciando pelas câmeras. A infraestrutura começa a ser pre-parada e nos próximos meses a IACIT estará apta a iniciar as atividades. A primeira fase de transferência de know-how foi realizada no último mês de março.

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ESPECIAL

ninguém discorda que o caminho para se chegar à autonomia tecnológica depende, principalmente, de um bom programa de transferência de tecnolo-gia. No Brasil, muitos projetos estra-tégicos das Forças Armadas Brasileiras vêm aplicando essa metodologia com

sucesso. Um bom exemplo disso é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), da Marinha. Atualmente, apenas China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia detêm esse domínio tecnológico. Com o PROSUB, o Brasil passará a integrar este seleto grupo, aumentan-do em muito nossa capacidade dissuasória. Na opinião do Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, Coordenador-

-geral da Coordenadoria do Programa de Desen-volvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COgESN), esse progresso fortalece a indústria nacional e garante melhoria na qualificação téc-nica de profissionais brasileiros. O almirante destaca também a impor-tância em manter e disseminar o conhecimento adquirido para outras possíveis aplicações. Para conhecer um pouco mais sobre esse processo, a INFORME ABIMDE traz nesta edição uma entre-vista com o coordenador da COgESN.

INFORME ABIMDE - O senhor poderia falar sobre a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com propulsão nuclear?Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld - A Coordenadoria-geral do Pro-grama de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), foi criada em 26 de setembro de 2008 e é subordinada direta da Diretoria-geral do Material da Marinha (DgMM). É a principal condutora do Programa de De-senvolvimento de Submarinos (PROSUB), com a responsabilidade pela execução do Contrato Principal e dos sete Contratos Subordinados cor-respondentes, bem como da gestão dos recursos financeiros alocados ao programa. A COGESN tem as atribuições de gerenciar os projetos, o desenvolvimento dos estaleiros de construção e manutenção e a base de submarinos; a cons-trução dos submarinos convencionais, além do projeto e da construção do submarino com pro-pulsão nuclear.

IA - Quantos projetos estão sendo acompa-nhados pela COGESN?

Almirante Max – A COGESN é respon-sável pela gestão dos sete

contratos comerciais lis-tados a seguir:

Construção de Subma-rinos Convencionais (SBR); projeto e cons-trução do Submarino com Propulsão Nu-clear (SNBR); Forne-cimento de Torpedos F21 e Despistadores de Torpedo (CAN-TO); Projeto e Cons-trução dos Estalei-

trAnSfErênCIA E ABSOrçãO DE tECnOLOGIA: O CAMInHO pArA A AUtOnOMIA DO pAíS

por Valéria Rossi

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ros, uma Base Naval (EBN) e uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM); Ad-ministração, Planejamento e Coordenação do Objeto Precípuo; Transferência de Tecnologia (ToT); e Offset. IA - O senhor poderia falar um pouco sobre o PROSUB? Como está o programa?Almirante Max – Até o momento, o PROSUB está progredindo adequadamente, sendo feito, sempre que necessário, ajustes naturais a um programa dessa complexidade, e implementadas ações mitigadoras para manter os riscos dentro de um grau aceitável.

IA - Como o PROSUB contribui para a Base Industrial de Defesa (BID) nacional?Almirante Max – Por meio da priorização da ob-tenção de serviços e materiais na indústria brasi-leira, dando ênfase à utilização de um conteúdo local e nacionalização maior possível, é impor-tante mencionar os resultados que estão sendo obtidos e esperados:

• Na construção da Infraestrutura Industrial: participação na construção da EBN de mais de 600 empresas nacionais de vários tamanhos, prestando serviços e fornecendo materiais di-versos, equipamentos e insumos. Sendo 190 principais (maiores valores). Isto possibilitou obter um índice de conteúdo local entre 90 e 95% de produtos e serviços nacionais e, por conseqüência, uma injeção na indústria na-cional de R$ 241,36 milhões. De forma simi-lar na construção do Estaleiro e Base Naval (EBN), há uma previsão de manutenção do mesmo índice entre 90% e 95% de conteúdo local;

• Na Construção dos Submarinos Convencio-nais (S-BR): o processo de nacionalização dos S-BR objetiva que os equipamentos e sistemas com alto teor tecnológico possam ser aplicados em outros setores industriais, possibilitando a capacitação de empresas na-cionais para se tornarem fornecedoras inde-pendentes para futuros projeto da Marinha. Envolve um valor de € 100 milhões para ser investido em 104 projetos de nacionalização, sendo 56 prioritários, visando:

1. Fabricação de sistemas, equipamentos e com-ponentes;

2. Treinamento para o desenvolvimento e inte-gração de softwares específicos de importan-tes sistemas;

3. Suporte técnico para as empresas durante a fabricação dos itens.

No Projeto e Construção do Submarino com propulsão nuclear (SN-BR): o processo de nacionalização de sistemas e equipamentos do SN-BR, além de usar a nacionalização de ma-teriais e equipamentos empregados no SBR, in-cluirá outros, sendo alguns de origem nacional, usando transferência de tecnologia de empresas estrangeiras, utilizando não só a experiência ob-tida como adicionando outras, tendo como ob-jetivo a maior nacionalização possível, com um mínimo previsto de € 100 milhões.

IA - Como se encontra o cronograma do PROSUB?Almirante Max – Inicialmente, o cronograma de construção do primeiro submarino convencional S-BR1 (futuro S-40 Riachuelo) previa a pronti-ficação para o lançamento em 2016. No entan-to, em função das dificuldades na construção do casco resistente, tivemos um prolongamento das etapas de execução da obra, ampliando a curva de aprendizado neste tipo de construção. Apesar de tentarmos obter um crono-grama realístico, verificou-se que as dificulda-des não se limitavam à produção do casco re-sistente, mas também à entrega de materiais/equipamentos para a construção dos mesmos. A empresa DCNS, detentora do projeto dos S-BR, vem enfrentando dificuldades para entrega dos materiais/equipamentos necessários à constru-ção do S-BR1 no Brasil. Isso ocorre também em função das alterações de projeto que foram ne-cessárias para atender aos requisitos operativos do mesmo, bem como em função da rápida evo-lução tecnológica dos equipamentos e sistemas que exigiram diversos reprojetos. Dessa forma, a Marinha, juntamente com a DCNS e a ICN, está trabalhando a fim de obter um cronograma inte-grado que hoje aponta para 2018. O programa foi criado em 2008, a partir de acordo de cooperação e transferência de tecnolo-gia entre Brasil e França. O senhor poderia falar como está esse processo? Ele vem ocorrendo? O Contrato de Transferência de Tecnologia do PROSUB está dividido em três áreas de interes-se: Transferência de Tecnologia para Construção dos SBR; Transferência de Tecnologia para o De-talhamento do projeto dos SNBR; e Transferência de Tecnologia para o Projeto do EBN. Até o presente momento, 243 brasileiros participaram do processo de transferência de tecnologia na França, sendo 99 servidores da MB (civis e militares), 79 funcionários da Ita-guaí Construções Navais (ICN) e 65 funcionários da NUCLEP. A MB tem empregado esse pessoal como multiplicadores do conhecimento. Ressalta-se que o Programa de Naciona-

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lização engloba a transferência de tecnologia e de conhecimento. Para tal, podemos citar como alguns resultados já alcançados: o desenvolvi-mento de módulos de software para o projeto de engenharia e integração do Sistema de Combate pela Fundação Ezute (São Paulo - SP); e para o projeto do Sistema de gerenciamento Integrado da Plataforma pela empresa Mectron (São José dos Campos - SP); a transferência de tecnologia (em andamento) da empresa Exide - Alemanha para a empresa Rondopar (Londrina - PR), visan-do a produção das baterias; o desenvolvimento das ligas e fabricação de tubos de cuproníquel para trocadores de calor e de cobre para tubos de emprego geral nos submarinos pela empresa Termomecânica (São Bernardo do Campo - SP); o Sistema de Monitoramento de Baterias pela empresa Datapool (Itajubá - MG); entre outros. Destacam-se ainda projetos como: produ-ção dos consoles para o Sistema de Combate pela empresa Atech (São Paulo - SP); conversores es-táticos, gabinetes do quadro elétrico secundário, módulos de carga e transformadores pela Adel-co (Barueri - SP); gabinetes do quadro elétrico principal pela Schneider (Sumaré - SP); mancal de escora pela Zollern (Cataguases - Mg); e, em parceria com a UNESP (Universidade Estadual Paulista - Ilha Solteira), o desenvolvimento de equipamentos de teste para os mancais; ven-tiladores pela empresa Howden (Itatiba - SP); espelhos e chicanas para os trocadores de calor pela Cecal (Lorena - SP); cabeçotes dos motores diesel pela MTU do Brasil (São Paulo - SP); acu-muladores hidráulicos pela Cilgastech (Suma-ré - SP); elipses de tanques pela Bardella (São Bernardo do Campo - SP); proteção anticorro-são pela Sacor (Rio de Janeiro - RJ); e motores elétricos pela WEg (Jaraguá do Sul - SC). Estão em fase de contratação a produção das válvulas de casco, geradores, bombas hidráulicas de água doce e salgada, compressores de ar e cabos elé-tricos.

IA – Quantas empresas participam de pro-cessos de transferência de tecnologia? Almirante Max – No caso dos quatro S-BR, o processo de nacionalização está disposto, con-tratualmente, em 104 projetos. Estima-se que, para cada submarino a ser produzido no Brasil, mais de 36 mil itens serão fabricados por mais de 100 empresas brasileiras, incluindo sistemas, equipamentos e componentes, treinamento para o desenvolvimento e integração de softwares es-pecíficos, e suporte técnico para as respectivas empresas durante a fabricação dos itens.

IA - Quais os planos da Marinha após o do-mínio dessa tecnologia?

Almirante Max – Estar pronto para dar conti-nuidade aos projetos estratégicos da Marinha, de forma a manter a disseminação dessa tecnologia, podendo ainda empregá-la em outras aplicações.

IA - Sendo o programa parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como o senhor vê a estabilidade financeira do PROSUB para os próximos anos?Almirante Max – Com otimismo, pois no pa-tamar que se encontra este programa podemos considerá-lo um projeto de Estado, concebido por meio da parceria estratégica estabelecida en-tre o Brasil e a França, desde 2008, e, como você bem colocou, inserido no Plano de Aceleração do Crescimento. IA - O que acontecerá com estas instalações após 2025, quando for entregue o Submari-no Nuclear?Almirante Max – A parte operativa das instala-ções será entregue à Força de Submarinos, e o complexo industrial naval ficará a cargo do se-tor do material da Marinha para dar continuidade aos novos projetos estratégicos.

IA - Como o senhor avalia a participação da ABIMDE no setor de defesa?Almirante Max – A ABIMDE tem um papel fun-damental na divulgação do potencial das empre-sas que compõem a Base Industrial de Defesa. Desde 2012, promove, anualmente, a Mostra BID-Brasil, onde diversas companhias do setor expõem as principais soluções tecnológicas de-senvolvidas pela indústria nacional, e a qualida-de de seus produtos a potenciais compradores internacionais. A ABIMDE vem crescendo com o passar do tempo, mostrando sua grande importância como representante das empresas do setor de material de emprego militar. Tem sido observado um au-mento expressivo no seu trabalho junto a todas as federações e entidades da classe da indús-tria brasileira de todo o País, contribuindo para o engrandecimento social e econômico e também para a autonomia tecnológica do Brasil.

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“é prECISO pOr A MãO nA MASSA pArA ABSOrvEr tECnOLOGIA”

Não existe absorção de tecnologia sem colocar a mão na massa. Recentemente, um grupo de engenheiros da Fundação Ezute apor-tou no Brasil direto da França. Eles participaram de um programa de treinamento, transferência e absorção de tecnologia por três anos. Ao todo foram nove profissionais, que ainda estão sendo treinados nas dependências da DCNS, na cidade francesa de Toulon. Em entrevista à revista INFORME ABIMDE, cinco deles que já estão no Brasil, são unânimes ao dizer “que é preciso produzir em con-junto para aumentar o conhecimento transferido”. Eles participaram de um processo intenso para conhecer e absorver o Sistema de Com-bate (SC), responsável por gerenciar os sistemas de detecção (sonar, radar, emissões eletromagnéticas, navegação e periscópio), calcular e realizar, quando necessário, o lançamento de torpedos, mísseis e contramedidas pelo submarino. Dentro do SC, eles tiveram à frente o desafio de desvendar o CMS (Subsistema de Gerenciamento Tático e de Controle e Lançamento de Armamentos). Para eles, uma experiência enriquecedora. “Foi um privilégio fa-zer parte deste time, dada a importância do projeto para a Marinha e para o nosso País”, ressalta o engenheiro e coordenador da equipe CMS, da Ezute, Carlos Eduardo de Almeida, 35 anos. Ele se mudou com a família para a França e garante, três anos depois, que o Brasil tem condições de dar manutenção e ainda evoluir com o sistema. Outro engenheiro que compôs o grupo foi Gabriel Vilela, 32 anos. Ele conta que a tarefa não foi fácil. “Tivemos que conquistar a confiança dos franceses e mostrar que éramos capazes para, en-tão, começarmos a produzir em conjunto”. Douglas Santana, 32 anos, também ressalta momentos turbulentos. “Estávamos num outro país, com pessoas totalmente desconhecidas e com uma missão de conhe-cer e absorver tecnologias que eles mantêm há anos”. Segundo Santa-na, a missão foi cumprida e a certeza que ele traz na bagagem é que “tecnologia não se transfere, se conquista”. Alexandre Bianchi, 35 anos, também esteve na França. “Fiquei surpreso com o tamanho da DCNS, sua estrutura e os investimentos dos franceses em defesa. Mas também voltei com uma certeza. “Nós, brasileiros, temos capacitação técnica e, agora, experiência para reali-zar projetos desta complexidade”.

Equipe Ezute: em pé, da esq. para a dir.: Sérgio Claudio M. Ferreira Junior, Carlos Eduardo de Almeida B. Junior e Gabriel Teixeira Vilela; sentados, da esq. para a dir: Douglas Fernan-do Santana, Rafael Alves de Souza e Alexandre Luiz Bianchi

Divulgação

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rOCKwELL COLLInS AMpLIA SUA AtUAçãO nA árEA DE DEfESA

TRAJETÓRIA

Há 40 anos, o Brasil recebia a Rockwell Collins. A empresa americana, sediada no estado de Iowa, chegava para ficar mais próxima dos clientes e oferecer maior e melhor suporte no pós-venda. O ano era 1974, e o BEM 110 Ban-deirante, primeira aeronave comer-

cial fabricada no Brasil, iniciava sua operação e contava com equipamentos de rádio navegação da empresa, assim como muitas das aeronaves das Forças Armadas e de operadores da aviação geral e executiva de grandes empresas aéreas comerciais da época, dentre elas: Varig, Vasp e Transbrasil. Na ocasião, a cidade escolhida para a ins-talação da empresa foi o Rio de Janeiro, locação ideal para oferecer os serviços àquela diversifica-da gama de operadores de seus produtos e, em dezembro de 1974, o Centro de Serviços da em-presa recebeu a certificação CHE-7412-05/DAC das autoridades locais, iniciando, desde então, operações efetivas no País. “Nossos equipamen-tos sempre são projetados com esmero, mas a empresa também pauta suas ações pela neces-sidade de se posicionar nos mercados em que atua para oferecer toda a estrutura de suporte e pós-venda”, explica o presidente da empresa no Brasil, Nelson Aquino. Em 1987, com o mesmo objetivo de man-ter-se próxima do cliente, a empresa decidiu

transferir a filial brasileira para o município de São José dos Campos, no interior de São Paulo, para melhor atender às necessidades da Embra-er no suporte à produção do EMB 120 Brasília. Esta foi a primeira aeronave nacional a receber o sistema aviônico Pro Line2 da Rockwell Collins, que à época era o que havia de mais moderno no mercado e adequava-se às exigências do proje-to. Isso ampliou substancialmente o relaciona-mento estabelecido no programa Bandeirante. Aliás, sistemas de comunicação são um dos pilares da Rockwell Collins. Fundada em 1930, a empresa começou fornecendo equipa-mentos de comunicação para empresas e veícu-los, e ao longo dos anos foi encontrando outras oportunidades em setores complementares. Os sistemas aviônicos são um bom exemplo disso. Com a expertise adquirida com o desenvolvimen-to de projetos de comunicação, a empresa avan-çou para a produção de tal tecnologia embarcada para auxiliar os pilotos durante todas as etapas do voo. A produção dos equipamentos e dos siste-mas Rockwell Collins no Brasil começou a partir do programa AMX. Uma empresa nacional foi li-cenciada para realizar a produção no País, com a consequente transferência de tecnologia. O avião de ataque ar-superfície da Embraer utilizava rá-dios de comunicação e navegação embarcados da empresa.

por Karen Gobbatto

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Pro Line Fusion aplicado no KC-390

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A geração seguinte de sistemas aviônicos, designada Pro Line4, foi apresentada para um projeto da Embraer em parceria com FMA Argen-tina, o CBA 123 Vector. O projeto não chegou à fase comercial, embora tivesse dois protóti-pos construídos. Mas, apesar disso, o programa foi importante para a Rockwell Collins do Brasil, pois, devido a ele, a empresa recebeu investi-mentos significativos para a ampliação do Centro de Manutenção, com a implantação de novas ins-talações como estações de testes automáticas, uma novidade para o mercado nacional. Após este projeto, a Rockwell Collins man-teve sua parceria com a Embraer fornecendo equipamentos de rádio navegação e rádios VHF para a família Tucano e Super Tucano. Recentemente, esta relação foi novamente forta-lecida com a seleção da aviônica Pro LineFusion, que representa o estado da arte dessas tecno-logias para equipar a família Legacy 450 e Le-gacy 500, aeronaves executivas de médio porte. O Legacy 450 encontra-se em desenvolvimento e o Legacy 500 foi recentemente certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Podemos dizer que o Pro LineFusion foi construído por várias mãos com a ajuda de en-genheiros, pilotos experientes e operadores. Eles nos mostraram como a aviônica ideal deveria funcionar para que a operação da aeronave fosse a mais fácil e simplificada possível durante cada fase do voo”, destaca Aquino. Segundo ele, a aviônica do Pro LineFusion assimilou os conceitos passados pelos pilotos e trouxe para o mercado uma operação simplifica-da e intuitiva nas mais diferentes fases de opera-ção da aeronave. Essa mesma linha foi adaptada para o cargueiro Embraer KC-390, sendo custo-mizada para atender as necessidades específicas da operação militar dessa aeronave. O atendimento aos operadores atuais de aviação comercial evoluiu na mesma medida. Dentre as principais linhas aéreas brasileiras e outras, que também são atendidas pela empre-sa, destacam-se a Avianca Brasil, Azul, gOL e TAM. Podemos ressaltar, inclusive, o expressivo número de aeronaves executivas equipadas com os modernos sistemas de aviônica, entreteni-mento de passageiros e o suporte local prestado a partir das instalações, em São José dos Campos.

SETOR DE DEFESA A participação no projeto da KC-390 am-pliou a atuação da Rockwell Collins na área de Defesa no Brasil. Assim, a expansão da equipe local de engenheiros para suporte técnico ao projeto e o estabelecimento do Departamento de gestão de Programas Complexos para admi-nistração local do programa, resultaram em sig-

nificativa transferência de conhecimento para a subsidiária brasileira. Consolidada como um dos principais players mundiais no fornecimento de soluções de comunicação e aviônica para a aviação comercial e executiva e para clientes militares em todos os continentes, a Rockwell Collins tem direcionado seus esforços no Brasil para atender, cada vez mais, o setor de defesa. E esse foco tem se in-tensificado nos últimos anos. Dentre as soluções que a empresa traz para o País, além dos aviônicos, e que já ope-ram com sucesso em outras partes do mundo, em todo o espectro de frequências seguras e em rede, destacam-se os sistemas de comunicação de voz e dados, rádios definidos por software, sistemas para consciência situacional, sistemas de navegação para aeronaves e veículos tripula-dos ou remotamente comandados, ampla varie-dade de soluções de simulação e treinamentos e, até mesmo, soluções de guerra Eletrônica. Uma enorme gama de produtos e soluções disponíveis no Brasil, e com suporte local prestado pelos téc-nicos e engenheiros brasileiros, opera a partir da sede da empresa, em São José dos Campos. “O nosso portfólio é muito grande e te-mos capacidade de adequar nossos sistemas às necessidades do cliente. Todos os programas da Rockwell Collins já são empregados em diversos países com muito sucesso, não apenas na área civil”, destaca Aquino. Entre as soluções de comunicação que atendem bem as características do território brasileiro, segundo Aquino, está o HF Celular, um sistema de comunicação de longa distância, além da linha de visada, que se adapta bem até mesmo em áreas remotas como, por exemplo, na região Amazônica. Na área de comunicação e navegação, a empresa forneceu rádios V/UHF para helicópteros do Exército Brasileiro e siste-mas inerciais para o VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) Horus 100 da FT Sistemas. A empresa conta ainda com uma unidade de negócios específica para a área de Simulação e Treinamento, que vai desde os sistemas bási-cos, como sistemas de treinamento de mesa, até as soluções mais complexas como simuladores de voo completos, contendo movimentação e si-muladores de cenários com alto grau de realismo. “Com a nova fase da Estratégia Nacional de Defesa, por meio da qual o país está adqui-rindo ou modernizando aeronaves, embarcações, submarinos e veículos terrestres, os militares e demais profissionais que irão atuar com essas tecnologias precisam de treinamento prático para operar e prestar manutenção a essas pla-taformas. Podemos, certamente, contribuir mui-to para que atinjam esses objetivos por meio da

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GESTÃO E CRESCIMENTO

Instalada em um parque industrial às mar-gens da Rodovia Presidente Dutra, no município de São José dos Campos (SP), a Rockwell Collins tem planos de expandir sua operação, tendo ad-quirido uma área integrada aos já 820 metros quadrados ocupados atualmente. Esse novo es-paço irá, praticamente, dobrar a capacidade ins-talada da empresa. No atual sítio concentram-se os laboratórios, o centro de manutenção e a área administrativa.) O novo prédio permitirá que a empresa am-plie a área de atuação das equipes de engenharia e de desenvolvimento de novos negócios, além de expandir o centro de manutenção. Há, ainda, planos de se instalar um laboratório de pesquisa e desenvolvimento e integrar empresas parceiras para a nacionalização de produtos para a área de Defesa. No local trabalham, atualmente, cerca de 50 funcionários. A equipe é um dos maiores va-lores da Rockwell Collins, que possui uma política de valorização profissional muito significativa. “Temos um dos índices mais baixos de ro-tatividade no mercado, muito próximo a zero. Isso porque valorizamos nossa equipe e a seleção de um profissional avalia muito mais o perfil atrelado aos nossos ideais e ao tipo de missão que a em-presa se propõe. A experiência profissional é im-portante, mas os valores é que são determinantes para se integrar à equipe”, ressalta Aquino, que está na empresa praticamente desde sua chegada ao País. O atual presidente começou na Rockwell Collins como estagiário, enquanto cursava enge-nharia. Com o término do estágio, Aquino saiu da empresa para logo retornar e ocupar uma vaga efetiva. De lá para cá já são mais de 32 anos, tendo passado por diversos cargos e sempre bus-cando novos desafios. “Sinto-me um privilegiado por trabalhar aqui. A empresa valoriza sua equipe, investe e promove o desenvolvimento profissional. Esse po-sicionamento, atrelado à idoneidade da empresa deixa a todos muito satisfeitos”, comenta Aquino.

RAIO-XFundação: 1930 Estados Unidos; 1974 BrasilNúmero de funcionários: Mundo - 20.000; Brasil - 50 diretosÁrea: 820m² + 780m² para expansãoEstrutura: Centro de Manutenção, Engenharia de Integração, Desenvolvimento de Novos Negócios, gestão de Programas

Entrega de placa comemorativa 25 anos de operação no Brasil

utilização das inovadoras e eficientes solu-ções de simulação e treinamento que dispo-nibilizamos, e que representam o que há de mais preciso no mercado”, ressalta Aquino. Já com os sistemas de guerra Eletrô-nica, adquire-se a habilidade para mapear as diversas entidades envolvidas em eventos variados para distinguir o inimigo e se comu-nicar com segurança por meio da transmissão de voz e de dados. “Temos importantes projetos para a área de defesa. A empresa já está consoli-dada como fornecedora de aviônica. Também serão fabricados, localmente, os displays do KC-390, mas a Rockwell Collins tem muito mais a contribuir com soluções customizadas e tecnologia de ponta. Vamos explorar isso com mais intensidade no Brasil. O País está em busca do fortalecimento da indústria de defesa e o nosso movimento é nesse sentido também. Vamos trazer soluções para o Bra-sil, nacionalizá-las e atuar com os parceiros locais para o fortalecimento da indústria bra-sileira, criando e mantendo conhecimento e empregos regionalmente, como já o fazemos há quatro décadas”, conclui Aquino.

Primeiras bancadas em 1987

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CAPAEXpOSItOrES DE tODO O MUnDO

rEUnIDOS nA 10ª EDIçãO DA LAAD

A LAAD Defence& Security 2015, maior e mais importante feira dos setores de defesa e segurança da América Latina, reune mais de 700 expositores nacio-nais e internacionais em três pavilhões do Riocentro, no Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 17 de abril. O evento, que

está em sua 10ª edição, destaca-se por ser um dos principais ambientes para a disseminação de novas tecnologias, equipamentos, serviços e co-nhecimento voltados para esses segmentos, as-sim como um espaço estratégico para o fomento de negócios junto às Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), Forças Policiais e Espe-ciais, consultorias, segurança corporativa e agên-cias governamentais. Defesa e segurança são segmentos indus-triais da maior relevância no mercado global, além de serem propulsores intensivos de avan-ços tecnológicos. Especificamente no Brasil, que representa 41,2% dos investimentos militares na América Latina, esses setores têm registrado crescimento nos últimos anos. Com o lançamento da Estratégia Nacional de Defesa (END), em 2008, ressaltou-se a neces-sidade de modernização e reaparelhamento das Forças Armadas do Brasil por meio de projetos estratégicos. Tal crescimento também foi eviden-ciado pela escolha do País para sediar grandes eventos esportivos internacionais. “Com esse

cenário, a 10ª edição da LAAD Defence& Secu-rity reafirma o evento como o principal ambiente para a disseminação do conhecimento, tecnologia e inovação no campo da Defesa e Segurança na América Latina”, comenta Sergio Jardim, diretor geral da ClarionEvents Brasil, empresa organiza-dora da feira. Os visitantes encontrarão no evento o que há de mais moderno para tecnologia e serviços em mais de 20 setores das indústrias de defesa e segurança, tais como: armamento e munição; autenticação, controle de acesso e vigilância; construção em defesa e segurança; consultoria, treinamento e serviços; emergência, salvamento e resgate; engenharia aeronáutica; engenharia naval; equipamentos pessoais; ópticos e optrô-nicos; perícia criminal e forense; sistema de pro-teção QBRNe; tecnologia da informação e cyber security; transmissão, comunicação e posiciona-mento e veículos. Em sua última edição, realizada em 2013, a LAAD Defence& Security reuniu 693 expositores nacionais e internacionais e o Programa de Dele-gações Oficiais trouxe cerca de 320 autoridades de defesa e segurança pública, somando 128 de-legações oficiais de 61 países. Para este ano, os organizadores estimam números ainda maiores e a participação de mais de 70 países. Mais infor-mações no site http://www.laadexpo.com.br/.

Divulgação

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ROTEIRO LAAD

AEL - P.60Empresa brasileira que há 30 anos dedica-se ao projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte lo-gístico de sistemas eletrônicos militares e espaciais, para aplicações em plataformas aéreas, marítimas e terrestres.Contato: + 55 (51) 2101-1200/www.ael.com.br

AEROMOT - M.28Empresa que atua na área de aviônicos, manutenção ae-ronáutica / manutenção de aeronaves.Contato: +55 (51) 3357-8500/www.aeromot.com.br

AGORA TELECOM - J.44aEmpresa com foco em câmera de registro policial, simu-ladores e telecomunicações.Contato: +55 (11) 4058-9608/ www.agoratelecom.com.br

AGRALE - F.50Atua nos seguimentos de moto bombas, geradores e ilu-minação, veículos militares sobre rodas/ viaturas sobre rodas, veículos policiais/ viaturas policiais, motores para embarcações, propulsão/ propulsores navais. Contato: +55 (54) 3238-8000/www.agrale.com.br

AIRMOD CONSULTING - 63a (Pavilhão ABIMDE)Auditoria/ consultoria, engenharia de estruturas aero-náuticas. Contato: +55 (12) 3949-2289/ www.airmodconsulting.com

AIRSHIP DO BRASIL - L.35Plataformas mais leves que o ar para múltiplos usos.Contato: +55 (16) 2106-9494/www.airshipdobrasil.com.br

AKAER - S.24Aeronaves, aeronaves de asa fixa, engenharia aeroespa-cial, engenharia de estruturas aeronáuticas, engenharia de sistemas aeronáuticos, projetos aeroespaciais, servi-ços aeronáuticos (asa fixa).Contato: + 55 (12) 2139-1100/ www.akaer.com.br

AKER - C.15Infraestrutura de TI, segurança da informação, teleco-municações.Contato: +55 (61) 3038-1900/ www.aker.com.br

ALFADELTA - Rio - 64b (Pavilhão ABIMDE)Atua no segmento de software.Contato: +55 (21) 9851-4038/ [email protected]

ALLTEC - 67 (Pavilhão ABIMDE)Especializada em manutenção aeronáutica / manutenção de aeronaves.Contato: +55 (12) 3931-4178www.allteccomposites.com.br

AMAZUL - Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A - Z44Engenharia nuclear, projetos navais, submarinos.Contato: +55 (11) 3815-4791/www.amazul.mar.mil.br

ANACOM - V.50Simuladores.Contato: +55 (11) 3422-4200/ www.anacom.com.br

ARES - D.50Colimadores, câmeras de visão noturna, câmeras ter-mais, sistemas de armas, foguetes, optrônicos, arma-mento leve, armamento pesado, sistemas de combate naval, sistemas de defesa antiaérea, canhões, equipa-mentos navais, estação de armas, simuladores, lançador de foguetes, mísseis e bombas, projetos navais, entre outros. Contato: +55 (21) 2677-5350/ www.ares.ind.br

ATECH - Q.60Atua no segmento de integração de sistemas, sendo res-ponsável por todo o sistema de tráfego aéreo no Brasil. Contato: +55 (11) 3040-7320/ www.atech.com.br

ATLAS AIR - ATLAS TAXI AEREO - M.35Aeronaves, aeronaves de asa rotativa, helicópteros, ser-viços aeronáuticos (helicópteros).Contato: +55 (21) 3214-2500 / + 55 (22) 7834-9808/ www.atlasair.com.br

ATRASORB - Y.42Absorvedores de co2 para atividades subaquáticas, cal sodada.Contato: +55 (11) 5521-2076/ www.atrasorb.com.br

AVIBRAS - G.50Produz aeronave remotamente pilotada (ARP), antenas, explosivos, veículos aéreos não tripulados (VANT), fo-guetes, armamento pesado, sistemas de defesa antia-érea, mísseis, viaturas blindadas, motores de foguete, sistemas lançadores, lança foguetes / lançador de fo-guetes.Contato: +55 (12) 3955-6000/ www.avibras.com.br

AVIONICS SERVICES - 64a (Pavilhão ABIMDE)Componentes eletro-eletrônicos, aviônicos, projetos ele-tro-eletrônicos, integração de sistemas aviônicos, simu-ladores.Contato: +55 (11) 5031-2801/www.avionics.com.br

BCA TEXTIL - V.40Blindagem/blindagem balística, material balístico/prote-ção balística.Contato: +55 (12) 3966-6303/ www.bcatextil.com.br

BAE SYSTEMS - M.40Aeronave remotamente pilotada (ARP), aeronaves de asa fixa, aviônicos, foguetes, veículos terrestres não tripulados (VNT), construção naval / embarcações, ar-mamento leve, armamento pesado, sistemas de defesa antiaérea, veículos militares sobre rodas / viaturas sobre rodas, radares, munições pesadas, sistemas lançadores, projetos aeroespaciais, entre outros.Contato: +55 (61) 3328-0946/ www.baesystems.com

BOEING COMPANY - L.15Aeronaves, bombas, aeronaves de asa fixa, bombas aé-reas, aeronaves - partes e peças, projeto e desenvolvi-mento de armamento, satélites.Contato: +55 (61) 3203-5668/ www.boeing.com.br

BRADAR - G.56Especializada em radares de abertura sintética para Sen-soriamento Remoto e Defesa e Segurança.Contato: +55 (12) 3202-2700/www.bradar.com.br

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BRDEFESA - V.60aBlindagem / blindagem balísticaContato: +55 (91) 3321-4050/www.brdefesa.com

BRVANT - L.40Veículos aéreos não tripulados (VANT).Contato: +55 (11) 3565-2591/ www.brvant.com.br

CBC - Z.22Blindagem/ blindagem balística, coletes balísticos, mate-rial balístico/ proteção balística, armamento leve, coletes balísticos para vestimenta, munições leves, munições não letais.Contato: + 55 (11) 2139-8200/ www.cbc.com.br

CECIL -64 (Pavilhão ABIMDE)Forjaria/ usinagem, latão - copos e bobinas para muni-ções de pequeno calibre, latão - discos para fabricação de munições de grande calibre, metalurgia de metais não ferrosos, cobre e ligas de latão.Contato: +55 (11) 4143-7276/ www.cecil.com.br

CEPPE - X.69 (Pavilhão ABIMDE)Manutenção de armamento.Contato: +55 (11) 3641-3603/www.ceppe.ind.br

COMTEX - J.44aEletrônicos, equipamentos de vigilância eletrônica, sof-tware, câmeras e vídeo monitoramento. Contato: +55 (24) 2291-7700/www.comtex.com.br

CONDOR - F.69Armas não letais, pirotécnicos, munições não letais, pis-tola elétrica, spray incapacitante, material de salvatagem.Contato: +55 (21) 3974-3355www.condornaoletal.com.br

CPqD - D.64Inspeção, certificação, testes, ensaios e perícias, pesqui-sa e desenvolvimento, infraestrutura de ti, segurança da informação, telecomunicações.Contato: +55 (19) 3705-6826/www.cpqd.com.br

DEFENSEA CONSULTORIA - V.18Apoio marítimo e offshore, assessoria, auditoria / con-sultoria, equipamento de auxílio à navegação, equipa-mentos navais, estudos cartográficos / oceanográficos, representação comercial.Contato: +55 (21) 3923-5921/ www.defensea.com.br

DEFII - X.75a (Pavilhão ABIMDE)Simuladores.Contatos: +`55 (55) 3028-1051/www.defii.com.br

DCNS - U.20Construção naval / embarcações, motores para embar-cações, torpedos, propulsão / propulsores navais, sub-marinos.Contato: + 55 (21) 2275-0899/www.dcnsgroup.com

DGS - W.36Construção naval / embarcações.Contato: + 55 (21) 2589-4415/ www.dgs.ind.br

DIGEX - S.58Aeronaves, aeronaves - partes e peças, integração de sistemas aviônicos, manutenção aeronáutica / manuten-

ção de aeronaves, modernização de aeronaves.Contato: + 55 (12) 3904-3500 / + 55 (12) 3904-3501/www.digex.com.br

DUPONT - D.49Blindagem / blindagem balística, alimentação / alimen-tos, material balístico / proteção balística, polímeros e borrachas, embalagens especiais, Equipamento de Pro-teção Individual (EPI).Contato: + 55 (11) 4166-8628/ www.dupont.com.br

EDT (EFLY) - 74 (Pavilhão ABIMDE)Simuladores.Contato: + 55 (11) 5032-2789/ www.efly.com.br

EMBRAER DEFESA & SEGURANÇA - G.56/Y.34/Q.60Aeronaves, aeronaves de asa fixa, aviônicos.Contato: + 55 (12) 3927-1841/www.embraer.com.br

EMGEPRON - X.50Equipamento de guerra eletrônica, construção naval / embarcações, armamento pesado, sistemas de combate naval, manutenção de embarcações, munições pesadas, projeto e desenvolvimento de armamento, projetos navais.Contato: + 55 (21) 3907-1800/ www.emgepron.com.br

EQUIPAER - Q.96aAlvos e equipamentos para tiro, aeronaves - partes e peças, manutenção aeronáutica / manutenção de aero-naves, simuladores, sistemas lançadores.Contato: + 55 (11) 5034-6388/www.equipaer.com

ESPAÇO VIRTUAL - 74a (Pavilhão ABIMDE)Auditoria / consultoria, simuladores, software.Contato: + 55 (61) 3326-9656/www.evirtual.com.br

FLY SISTEMAS - V.74b (Pavilhão ABIMDE)A Fly Sistema é especializada em tecnologia de câmeras embarcadas e equipamentos para segurança e defesa. Contato: + 55 (21) 3553-6262/www.flysistemas.com

FORJAS TAURUS - Z.22Forjaria/ usinagem, armamento leve, projeto e desen-volvimento de armamento.Contato: + 55 (51) 3021-3109/ www.taurus.com.br

FT SISTEMAS S/A - V.60Atua na produção de Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT).Contato: + 55 (12) 4009-9535/ www.flighttech.com.br

FUNDACAO EZUTE - X.70Projetos estruturantes, sistemas para operação, apoio na gestão de projetos complexos e aplicações duais de sis-temas de comando e controle.Contato: + 55 (11) 3040-7301 / www.ezute.org.br

GEHR INTERNATIONAL - I.67Aviônicos.Contato: + 55 (21) 2221-0644/ www.gehr.com

GLAGIO DO BRASIL - I.70Blindagem / blindagem balística, coletes balísticos, ma-terial balístico / proteção balística, coletes balísticos para vestimenta.Contato: + 55 (31) 3295-4843 /www.glagio.com.br

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GRUPO INBRA FILTRO - E.50Aeronaves - partes e peças, satélites.Contato: + 55 (11) 2148-8600 /www.grupoinbra.com.br

HELIBRAS - L.119Aeronaves, aeronaves de asa rotativa, helicópteros, ser-viços aeronáuticos (helicópteros).Contato: + 55 (11) 2142-3700 / www.helibras.com.br

HOBECO SUDAMERICANA - M.51Equipamento meteorológico / meteorologia.Contato: + 55 (21) 2518-2237/ www.hobeco.net

IACIT - V.69Aviônicos, radares. Contato: + 55 (12) 3797-7777 / + 55 (12) 3797-7753/ www.iacit.com.br

IDS BRASIL - 66 (Pavilhão ABIMDE)Manutenção de eletro-eletrônicos, equipamentos de vigi-lância eletrônica, telecomunicações. Contato: + 55 (11) 2372-4770/www.icconsulting.com.br

IMBEL - X.10Arma branca / faca / canivete / espada, armamento leve, armamento pesado, munições pesadas, projeto e desen-volvimento de armamento.Contato: + 55 (12) 3156-9042/www.imbel.gov.br

INDIOS PIROTECNIA - L.40Munições não letais, spray incapacitante.Contato: + 55 (11) 4656-2422www.indiospirotecnia.com.br

IPI DO BRASIL - 75 (Pavilhão ABIMDE)Explosivos, pirotécnicos. Contato: + 55 (21) 3532-5530/[email protected]/

ISRAEL AEROSPACE INDUSTRIES (IAI) - g.40Integração de sistemas aviônicos, manutenção aeronáu-tica / manutenção de aeronaves, manutenção e reparo de aviônicos, modernização de aeronaves, sistemas lan-çadores, lança foguetes / lançador de foguetes, satélites, satélites - partes e peças.Contato: + 55 (61) 3039-8135/ www.iai.co.il

IVECO - I.68Veículos militares sobre rodas / viaturas sobre rodasContato: + 55 (31) 3888-7222/ www.iveco.com

KMW - g.70Armamento pesado, veículos militares sobre rodas / via-turas sobre rodas, viaturas blindadas, simuladores.Contato: + 55 (55) 3027-5673/ www.kmweg.de

KRYPTUS - C.53aCriptografia, comunicações seguras, segurança ciberné-tica, segurança da informação.Contato: + 55 (19) 3289-4377/ www.kryptus.com

KUDELSKI SECURITY - C.53Segurança cibernética, software, telecomunicações, acesso seguro à documentos, 4g / lTE seguro.Contato: + 55 (11) 5180-1729/www.nagra.com

LMI DO BRASIL - P80Ensino, treinamento e formação técnica, sistemas de co-mando e controle, simuladores.Contato: + 55 (21) 3958-1100/ www.lmbr.net

LOGSUB - Y.42Logística.Contato: + 55 (21) 3325-8980/ [email protected]/

M1TECNOLOGIA - N.54aEnsino, treinamento e formação técnica, auditoria / con-sultoria, representação comercial.Contato: +55 (19) 3834-5988/ www.m1tecnologia.com.br

MAKO INDÚSTRIA - T.48Cabos para aeronaves. Contato: + 55 (12) 3933-8258/ www.makocables.com.br

MALIGAN - E.76ABolsas e cases, malas, mochilas.Contato: + 55 (11) 5624-2728/www.maligan.com.br

MAYNARDS TACTICAL EQUIPAMENT - D.60Equipamento individual de campanha, mochilas.Contato: + 55 (41) 3332-9272/www.maynards.com.br

MÓDULO SECURITY SOLUTIONS - J.44aCentro integrado de comando e controle, integração de sistemas, ensino, treinamento e formação técnica, sis-temas de apoio à decisão / inteligência, auditoria / con-sultoria, data center, sistemas de comando e controle aéreo, sistemas de comando e controle naval, sistemas de comando e controle terrestre, defesa cibernética, in-fraestrutura de TI, segurança cibernética, software, pro-teção de infraestruturas críticas, telecomunicações.Contato: + 55 (21) 2123-4600/ www.modulo.com.br

MOTOROLA - L.29Sistemas de comando e controle, sistemas de comunica-ção, telecomunicações.Contato: + 55 (11) 5171-9200/ www.motorolasolutions.com

ODEBRECHT - X.60Centro integrado de comando e controle, integração de sistemas, sistemas de apoio à decisão / inteligência, au-tomação de navios, assessoria, sistemas de armas, aviô-nicos, gerenciamento de projetos de defesa, construção naval / embarcações, segurança cibernética, segurança da informação, projeto e desenvolvimento de armamen-to, simuladores, sistemas lançadores, torpedos, projetos navais, projetos aeroespaciais, telecomunicações, satéli-tes - partes e peças, submarinos, dentre outros.Contato: + 55 (11) 3096-8000/www.odebrecht.com

OMNISYS ENGENHARIA - 63 (Pavilhão ABIMDE)Equipamento de guerra eletrônica, optrônicos, sistemas de comando e controle, equipamentos navais, mísseis, engenharia aeroespacial, sistemas espaciais, radares, radar móvel, monitoramento, software, projetos navais, projetos aeroespaciais, satélites - partes e peças.Contato: + 55 (11) 3303-1200/ www.omnisys.com.br

PITER PAN - L.76Equipamento coletivo de campanha, equipamento indivi-dual de campanha.Contato: + 55 (11) 3354-0000/www.piterpan.com.br

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PROTECÃES - I.76Equipamento de segurança, equipamentos de vigilância eletrônica, monitoramento, segurança patrimonial, câ-meras e vídeo monitoramento. Contato: + 55 (51) 3232-1001 / www.protecaes.com.br

RADIOMAR ELETRONICA NAVAL - X.59integração de sistemas, eletrônicos, equipamento de au-xílio à navegação, equipamentos navais.Contato: + 55 (21) 2187-2437/www.radiomar.com.br

RC CONSULTORIA MILITAR E DEFESA - L.40Assessoria, auditoria / consultoria.Contato: + 55 (12) 3941-9235www.rcconsultoriamilitar.com.br

RF COM - C.54Antenas, geradores e iluminação, sistemas de comunica-ção, equipamentos de RF / transceptor de RF.Contato: + 55 (12) 3933-1204/www.rf.com.br

ROCKWELL COLLINS - K.44AAeronaves, aeronaves de asa fixa, aeronaves de asa ro-tativa, aeronaves - partes e peças, ensino, treinamento e formação técnica, aviônicos, engenharia de estrutu-ras aeronáuticas, engenharia de sistemas aeronáuticos, integração de sistemas aviônicos, radares, manutenção aeronáutica / manutenção de aeronaves, manutenção e reparo de aviônicos, simuladores, serviços aeronáuticos (asa fixa), serviços aeronáuticos (helicópteros).Contato: + 55 (12) 3908-6202/www.rockwellcollins.com

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Almirante Marcílio Boavista da CunhaMembro do Conselho Consultivo da ABIMDE

*A continuação deste artigo será publicada na próxima edição.

Durante o período colonial, nas principais cida-des do litoral, havia estaleiros artesanais onde eram construídas pequenas embarcações e re-alizados reparos nos navios maiores que che-gavam de Portugal. Esses estaleiros passaram

a ser chamados pelos portugueses de Ribeiras das Naus, ou simplesmente Ribeiras, substituindo o termo medieval “Tercenas”. Seguiam a padronização esta-belecida pela Junta das Fábricas da Ribeira (estaleiro de Lisboa), que ditava proporções e regras simples, facilitando o projeto de peças dos mais variados tipos de embarcação. A história registra a existência de estaleiros importantes em vários locais do litoral brasileiro, des-de Belém, passando por Recife, costa de Alagoas, Sal-vador, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, até a costa de Santa Catarina, Porto Alegre e Ladário. Destaque para a Fábrica de Fragatas da Ilha do Governador, instalada em 1666, onde foi construído o galeão Pa-dre Eterno , considerado na época o maior navio do mundo. O esforço de construção de navios de grande porte, armados com dezenas de canhões, propiciou o desenvolvimento de novos materiais e de engenhosas aplicações dos recursos naturais. Ensejou, também, o surgimento de pequenas indústrias de apoio para a produção e manutenção de mastros, velas, lonas, ferragens, cabos e cordas, breu, lemes, armas e mu-nições. As entradas e bandeiras, por seu lado, incen-tivaram a produção de mosquetes, pólvoras e armas brancas. Nenhum desses pequenos empreendimen-tos, no entanto, resistiu ao tempo. As atividades de construção e reparos navais foram reorganizadas em meados do século XVIII, no bojo dos esforços de recuperação dos estragos causa-dos pelo terremoto de Lisboa. Em busca de melhores condições para a construção de navios de grande por-te, o governo português promoveu a criação dos Arse-nais de Marinha que, além de reunir e modernizar as diversas oficinas da cadeia produtiva, passaram tam-bém a produzir munições e armamentos e a realizar obras civis e hidráulicas. Em Belém, no Pará, existiam oficinas destina-das à construção e reparo de canoas de guerra e te-lheiros para armazenar as munições dos canhões, num conjunto conhecido, na época, pelo nome de “Casa das Canoas”. Ressalte-se que as canoas de guerra

eram o dispositivo de defesa mais usado na desem-bocadura do Rio Amazonas. Em 1761, as oficinas da Casa das Canoas foram reunidas como o Arsenal de Marinha do Pará, com atribuições mais amplas, entre elas, a construção de navios de guerra de maior porte para operarem em mar aberto. No período áureo de sua existência, o Arsenal construiu uma nau armada com 74 canhões, cinco fragatas de 44 canhões e gran-de número de charruas e chalupas artilheiras . Em torno dos estaleiros e das principais for-tificações existentes, uma série de edificações com-plementares foram construídas. Fundições, ferrarias, carpintarias, casas de velas, oficinas de pintores e de alfaiates, e depósitos ou armazéns diversos para armazenar água, madeiras, tintas, cabos, armas e munição. Um tipo desses depósitos, normalmente chamado de Armazém do Trem ou Casa do Trem guar-dava diversos materiais (trem), normalmente, mas não exclusivamente, armas, munições e apetrechos de guerra. Havia depósitos desse tipo, com nomes como casa do trem naval, do trem de construção, do trem de artilharia e do trem bélico, em toda a colônia. Em Santos, no litoral paulista, ainda existe o prédio que abrigou a Casa do Trem Bélico, que arma-zenava as armas e munições para proteção da então Vila de Santos. Trata-se de uma das edificações mais antigas existentes no País, um exemplo da arquitetura colonial setecentista . No século XX, o imóvel abrigou o Tiro de guerra nº 11, razão pela qual a rua onde se localiza passou a se chamar Tiro Onze. No Rio de Janeiro, uma nova Casa do Trem foi construída em 1762, ao lado do Forte de São Tiago, destinada à guarda dos armamentos (trem de artilha-ria) das novas tropas enviadas por Portugal para re-forçar a defesa da cidade, ameaçada por corsários em busca do ouro vindo das Minas Gerais. Nos dias atu-ais, o imóvel que abrigou a Casa do Trem insere-se no conjunto de edificações do Museu Histórico Nacional. A sede do Estado do Brasil foi transfe-rida de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763, por motivos políticos, econômicos e de defesa. Em maio, uma carta régia nomeou o Conde da Cunha Vice-Rei do Estado do Brasil, ordenando-lhe que passasse a residir na cidade do Rio de Janeiro; em dezembro, o Conde escreveu ao rei D. José I comunicando ter to-mado posse do governo.

PONTO DE VISTA BASE InDUStrIAL DE DEfESA: OS prIMEIrOS pASSOSParte II*

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