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INFORME Revista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança Dezembro, 2013 - Edição 02 MARINHA A criação do DGePEM VANT Anac promete edital de certificação para início do ano EXCLUSIVO Ministro Celso Amorim fala sobre os grandes projetos e expectativas para 2014 Empresa Estratégica de Defesa Governo anuncia as primeiras 26 contempladas

INFORME ABIMDE, DEZEMBRO 2013

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INFORMERevista Oficial da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança

Dezembro, 2013 - Edição 02

MARINHAA criação do

DGePEM

VANTAnac promete edital de

certificação para início do ano

EXCLUSIVOMinistro Celso Amorim fala sobre osgrandes projetos e expectativas para 2014

Empresa Estratégica de DefesaGoverno anuncia as primeiras 26 contempladas

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SEJA UM ASSOCIADO(11) 3170-1860

Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa

Associação Brasileira das Indústriasde Materiais de Defesa e Segurança

Avenida Paulista, nº 460, 17º andar, conjunto B, Bela Vista, CEP 01310-000

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INFORMEAno 01 – Número 02

ÍNDICE

EXPEDIENTE04 | EDITORIALConsolidando a legislação

05 | CARTAS

07 | NUTRIÇÃOOpções de alimentação balanceada para tropas militares

10 | POR DENTRO DA ABIMDEAs conquistas do setor em 2013

11 | MOSTRA BID BRASILBastidores da segunda edição do evento

13 | MUNDO S/ADefinindo metas para 2014

14 | TRAJETÓRIAFundação Ezute: uma parceira do governo brasileiro no desenvolvimento do país

17 | MERCADOIAI do Brasil quer introduzir o VANT Heron em operações marítimas no país

18 | PÁGINAS VERDE AMARELASVice-Almirante Antônio Carlos Frade Carneiro fala da criação da Diretoria da Gestão dos Projetos Estratégicos da Marinha

22 | RADARES Iacit anuncia novos investimentos e expansão 25 | INOVAÇÃOARES investe em estação de armas

26 | COMITÊ DE CIBERNÉTICAABIMDE à frente de programa encomendado pelo MD

27 | DESTAQUEEstaleiro DGS apoia pesquisas científicas da Marinha

28 | ESPECIALMinistro da Defesa, Celso Amorim, fala sobre as perspectivas do setor para o futuro

32 | SEGURANÇACondor apresenta solução para controle de distúrbios urbanos

33 | OPINIÃONacionalização: O que queremos?, por Bia Tarobá

34 | VANTAnac e DECEA trazem novidades para o setor

35 | CAPAPrimeiras 26 Empresas Estratégicas de Defesa são apresentadas em Brasília

37 | ESPAÇO CORPORATIVODéficit de atenção e como administrar melhor o tempo

38 | PARCERIAPresidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges, fala sobre investimentos e da cooperação entre a agência e a ABIMDE

40 | TECNOLOGIASKM apresenta suas parcerias e seus diferenciais tecnológicos

42 | TÚNEL DO TEMPOVertical do Ponto: produzindo paraquedas há mais de duas décadas

45 | PONTO DE VISTABase Industrial de Defesa: Medidas Viabilizadoras, por Almirante Marcílio Boavista da Cunha

CONSELHO DIRETOR DA ABIMDE

PresidenteSami Youssef Hassuani

1º Vice-PresidenteCarlos Frederico Q. de Aguiar

Vice-Presidente Executivo Carlos Afonso Pierantoni Gambôa

Vice-Presidentes Antonio Marcos Moraes Barros Celso Eduardo Fernandez Costa Jorge Py Velloso Marcelio Carmo de Castro PereiraÁlvaro Henrique Vianna de Moraes

DiretoresWilson José Romão Gustavo RamosJosé Carlos Cardoso Diretora Administrativa Heloísa Helena dos Santos Diretor Técnico Armando Lemos

CONSELHO EDITORIAL

Jornalista Responsável e Diretora de RedaçãoValéria RossiMTB: 0280207

EditoraClaudia PereiraMTB: 29.849

Diretora de Arte Luciana Ferraz

Repórter EspecialKaren Gobbatto

Editora de Fotografia Carla Dias

RevisoraJuliana Hampel

ColaboradoresWladimir PalermoCynthia Mastropacha INFORME ABIMDE é uma publicação da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE)Avenida Paulista, 460, 17º andar, conjunto B, Bela Vista, CEP 01310-000Tel./Fax: (11) 3170-1860Escritório Brasília:(61) 8183-0034 – Lourenço Drummond Lemos

Produção EditorialRossi ComunicaçãoCorrespondênciaRua Carlos Sampaio, 157, Mezanino, Bela Vista, CEP 01333-021Tel.: (11) [email protected] capa: Jorge Cardoso/Ministério da DefesaGráfica HR – (11) 3349-6444

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CONSOLIDANDO A LEGISLAÇÃO

Sami Youssef HassuaniPresidente da ABIMDE

EDITORIAL

Divulgação

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GOVERNO E SOCIEDADE ENTENDERAM QUE O SETOR DEVE CRESCER

HARMONICAMENTE E DE MODO CONTíNUO COMO OS DEMAIS

SEGMENTOS ECONÔMICOS

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Não é recente a luta das empresas que compõem a Base Industrial de Defesa (BID) por um regime tribu-tário que as equiparasse às com-panhias estrangeiras, participantes do disputadíssimo mercado de defesa e segurança. Legalmente,

às Forcas Armadas, é permitida a aquisição de produtos de defesa diretamente do exterior. Com orçamentos bastante limitados, o que restringia as encomendas, as Forças Armadas não podiam proporcionar às empre-sas nacionais investimentos para o aprimora-mento de seus produtos e serviços e, muitas vezes, embora desenvolvidos totalmente com recursos próprios, as aquisições governamen-tais destes produtos eram insignificantes. Governo e sociedade entenderam que o setor deve crescer harmonicamente e de modo contínuo como os demais segmentos econômicos. Ampliou-se a percepção de que trabalhamos com tecnologia de ponta, ino-vamos e geramos grandes benefícios para toda a sociedade. Os orçamentos foram, aos poucos, atualizados e a legislação aperfeiço-ada. Celebramos a edição da Medida Provisó-ria 544, transformada posteriormente na Lei 12.598 e, atualmente, nos encontramos na fase final da regulamentação da lei com a classificação das empresas elencando-as em

Empresas de Defesa (ED) e Empresas Estraté-gicas de Defesa (EED). Para estas últimas será aplicável o Re-gime Especial Tributário para as Indústrias de Defesa (Retid), que corrigirá as distorções de tributação, retirando impostos federais nas vendas efetuadas para o principal e, muitas vezes, único cliente, o governo, representado pelas Forças Armadas e Forças de Segurança. No mês de novembro, foram definidas as primeiras empresas classificadas como Estratégicas de Defesa. A elas esperamos que seja imediatamente aplicado o Retid, bem como esperamos que mensalmente sejam avaliadas e, se pertinente, classificadas como EED outras empresas componentes da BID. Continuamos na luta para a desone-ração de impostos estaduais e municipais, pois acreditamos que desonerando a cadeia produtiva nossas Associadas entregarão aos garantidores de nossa segurança interna e da nossa soberania produtos no “estado da arte”, produzidos para o Brasil por empresas brasileiras.

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CARTAS

Claudio Luchessi Diretor da revista Asas

“Gostaria de con-gratular a ABIMDE no momento de lançamento de

sua revista, a qual certamente agrega muito à discussão crucial sobre a defesa de nosso país e a relevância da indústria nacional do setor. Como jornalista atuante neste segmento há mais de 20 anos, e fundador da revista Asas, que tanta ênfa-se tem dado ao segmento industrial nacional ae-roespacial e de defesa, só posso ver bem e aplau-dir a chegada desta publicação. O Brasil tem uma tradição de “feudos”, inclusive na comunicação, o que vejo como lamentável, pois novos fóruns de discussão, como esta revista, apenas agregam e inclusive apoiam a mídia especializada do setor.”

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General de DivisãoAderico Visconte Pardi Mattioli Diretor do Departamento de Catalogação e Núcleo de Promoção Comercial

“A ABIMDE é a principal interlocutora do Ministério da Defesa junto à BID e esta publicação apresenta ao mercado o que as com-panhias estão produzindo,

fomentando a Base Industrial de Defesa e con-tribuindo, principalmente, para a divulgação das pequenas e médias empresas. Aproveito para parabenizar a associação pela iniciativa.”

Alexandre Galante Editor-chefe da revista Forças de Defesa

“O INFORME ABIMDE veio preencher uma lacuna importante: apresentar as novidades das empre-sas associadas ao público ligado à indústria de defesa e segurança. Logo no seu primeiro número a publicação já mostra o acerto da iniciativa e traz muitas matérias in-teressantes e infor-mação de qualidade. Para a imprensa especializada em defesa, o Informe ABIMDE trouxe muitas ideias para pautas futuras.” D

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Virgínia Silveira Repórter do jornal Valor Econômico

“Existem poucos veículos que divulgam as atividades da área de defesa, que é muito fechada, reservada. Ao ler o primeiro número já tirei uma ideia de

matéria. As reportagens que vi na primeira edição ajudaram a complementar meu conhecimento. Para mim, que sou jornalista, é sempre útil. Além disso, é mais um canal para a sociedade ter mais conhecimento da função estratégica do setor, saber que envolve tecnologia de ponta, empregos, alto valor agregado e que é uma área de extrema importância para a economia do país.”

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Marcelo Kanitz DamascenoBrigadeiro do Ar, Chefe do CECOMSAER (Centro de Comunicação da Aeronáutica) “As atuais ameaças à segurança, a proliferação não controlada de armas portáteis, o tráfico de drogas, as catástrofes naturais, a ga-rantia de nossas áreas petrolíferas e a defesa de nosso espaço aéreo devem ser enfrentadas com base em uma eficiente cooperação entre as instituições milita-res e civis e, mais do que isso, com a apropria-da parceria entre o setor público e o privado. Este entendimento haverá de tratar, com re-sultados firmes, questões como a gestão das fronteiras, a salvaguarda da ordem pública, a defesa civil e a preparação para a ajuda em caso de catástrofes. Grande parte deste setor privado se faz representar pela Asso-ciação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), represen-tação tangível de nossa capacidade de produzir tec-nologia com o objetivo final de proteger a nossa sociedade.A ABIMDE, a partir de agora, amplia o eco de sua produção. A revista surge como o ponto de convergência de tudo aquilo que ocorre em nossa base industrial e no esforço de defesa, até então carente de maior divulgação. Parabéns pela importante e necessária iniciativa.Sucesso ao Conselho Editorial!”

Nelson During Portal Defesanet

“O INFORME ABIMDE trará para a comunidade envolvida na área de defesa uma visão do setor pelos seus próprios pro-tagonistas: as empresas associadas. O primeiro número foi uma boa notícia, tanto pela qualidade quanto pela produção de conteúdo. Desejamos que a publicação tenha continuidade.”

Perpétua Almeida Deputada federal (PCdoB/AC), Presidente da SubComissão de Assuntos Estratégicos das Forças Armadas e Vice-Presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados

“Ao abordar os principais avanços tecnológicos do setor, ao cobrir palestras, seminários e encon-tros de empresas e especialistas na área, a revista INFORME ABIMDE contribui para promover o debate sobre a importância do segmento de defesa no Brasil e como ele vem se desenvol-vendo e se fortalecendo no âmbito científico e tecnológico.”

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Luiz Gustavo Rabelo Assessor Especial de Comunicação Social do Ministério da Defesa

“A revista INFORME ABIMDE é uma publicação que chega em boa hora, num momento em que segmentos diversos da sociedade se somam no esforço de fazer da defesa um assunto de todos os brasileiros. Seu conteúdo informativo é diversificado e mostra aos leitores os projetos, os produtos e os serviços que as empresas brasilei-ras e as companhias de outros países que atuam no Brasil estão desenvol-vendo e oferecendo ao mercado da defesa nacional. Pelas páginas da pu-blicação também é possível conhecer o ponto de vista de empresários e de outros importantes atores que se rela-cionam com a base industrial da área. Não tenho dúvida de que a publicação se tornará, em pouco tempo, leitura indispensável para quem acompanha os assuntos do setor e também para aqueles que querem passar a conhecê--lo com mais profundidade.”

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CARTAS

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Fotos: Carla Dias/ Exército Brasileiro/

Divulgação Opções de cardápio da Cellier

Alimento seguro é a garantia do emprego operacional da tropa. Essa é a palavra de ordem nas Forças Armadas. Desde 2005, o setor vem trabalhando para oferecer uma alimentação ba-lanceada e com segurança para todos os milita-res, estando eles em missões externas ou não. A proposta busca cumprir os requisitos higiênico-sa-nitários de manipulação segura dos alimentos com vistas a oferecer uma alimentação balanceada, saudável e inócua, sem colocar em risco a saúde do combatente e o cumprimento da missão. Em um primeiro momento foi promovida a regulamentação da matéria, com a publicação da Portaria 854/SELOM de 4 Jul 2005 (Regulamento Técnico de Boas Práticas em Segurança Alimentar nas Organizações Militares) que determinou as boas práticas de higiene, manipulação, armazenamento e distribui-ção dos alimentos.Desde então, as Forças Ar-madas têm se empenha-do em colocar em prática tais pre-ceitos determi-nados pela por-taria. Estão sendo realizados treina-mentos e cursos de capacitação para as equipes que lidam dire-ta e indiretamente com a alimentação das tropas, operacio-nalização logística e dos processos inerentes à cadeia de subsistência (su-pply chain) e, por fim, a definição de regras para o forne-

cimento dos produtos às três Forças. Somente no ano passado, 800 militares fizeram um curso de capacitação à distância, customizado para as necessidades do Exército e desenvolvido pelo SENAC de Minas Gerais, dentro do Programa de Alimentos Seguros (PAS). Esse ano novas vagas foram abertas, com a inclusão de seis militares da defesa. “Estamos integrando as Forças no que diz respeito às demandas de alimentação das tropas, respeitadas as especificidades de apoio e em-prego. A Marinha tem cozinhas embarcadas e na sede. No Exército, são mais de 430 cozinhas dis-

tribuídas por todo território nacional, dos gran-des centros às regiões de fronteira.

A Aeronáutica opera com sistema de catering e o conceito da central de produção de alimentos. Tudo isso faz com que cada Força tenha suas peculiaridades”, comenta Fer-

nanda Peixoto, Major Veteri-nária do Exér-cito, mestre em Ciências dos

Alimentos e au-ditora em Garan-tia da Qualidade

e Inocuidade dos Alimentos pela Or-

ganização Pan Ame-ricana de Saúde, além de membro da Defesa. Segundo ela, a portaria vem regulamentan-do as ações ao definir diretrizes de atuação, e imputa responsabilida-des a quem trabalha com

a alimentação das tropas. “Alimen-tamos a cole-

tividade. Em algumas

unidades são ser-

NUTRIÇÃO

Por Karen Gobbatto

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vidas mais de cinco mil refeições por dia. O risco é potencializado e precisamos garantir que nosso pessoal militar tenha acesso a uma alimentação adequada e livre de riscos”, destaca a Major.

ESTRUTURA A estrutura das Forças Armadas é compos-ta basicamente por duas vertentes: a alimenta-ção convencional e a não convencional, também conhecida como alimentação de campanha. No primeiro caso, é uma instalação fixa (cozinha) co-mum nas unidades militares das Forças, com toda a estrutura física e funcional para o preparo das refeições para os militares em atividade. No segundo caso, é uma estrutura adapta-da para atender às necessidades de deslocamento das tropas em missões, manobras, exercícios e operações militares e até mesmo no caso de atuar em conjunto com a Defesa Civil em situações de calamidade e desastres. “Nas operações militares que envolvem o deslocamento das tropas, os riscos de ocorrer uma contaminação alimentar são potencializados, e os militares precisam ser alimentados com qua-lidade e segurança. Temos equipamentos modula-res, cozinhas reboques, dispositivos montados em contêineres; rações operacionais e alimentos pré--preparados que facilitam o dia a dia, reduzindo o número de operações para o preparo”, explica Fernanda. A ração operacional é composta por um conjunto de itens da alimentação diária das tro-pas, oferecendo até quatro refeições por dia: café da manhã, almoço, jantar e ceia. Um dos aliados das rações são as refeições termoprocessadas, prontas para o consumo, cozidas e embaladas em embalagens flexíveis laminadas “pouches” fáceis de transportar e armazenar, tendo validade de até dois anos, sem precisar de refrigeração.

O Ministério da Defesa possui a Comissão de Estudos de Ali-mentação das Forças Armadas (CEAFA), presidida pela Major

Fernanda Peixoto.

A comissão é composta por re-presentações de cada Força e atua como um fórum de discussão, debate, pesqui-sa e estudo. Ou seja, é um espaço para serem tratadas as demandas e priori-zadas as ações de aperfeiçoamento da legislação e do sistema de alimentação como um todo.

Desde 2010, a CEAFA realiza ca-pacitações regulares nas escolas milita-res (AMAN e AFA) em Segurança Alimen-tar para os concludentes dos cursos de intendência, futuros gestores da ativida-de de alimentação de suas respectivas Forças.

Para o segundo semestre de 2014, deve ser reativado o Seminário de Alimentação das Forças Armadas, ainda em fase de planejamento, na Escola Su-perior de Guerra (ESG), Rio de Janeiro.

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Um alimento estéril, pronto, sem conservantes e com sabor caseiro. Foi pensando em oferecer uma refeição completa e segura para os astronautas que a NASA desenvolveu os alimentos termoprocessados, que contam com a tecnologia de esteriliza-ção em embalagens flexíveis, conhecidas como “pouches”. Essa tecnologia é aplica-da hoje não somente nas mis-sões espaciais, mas também em situações cotidianas, entre elas, em missões militares, humani-tárias, para praticantes de es-portes de aventura e até mesmo em hotéis e redes de fast-food. A tecnologia dos alimen-tos termoprocessados deixou de ser exclusividade dos astronau-tas e hoje contribui para que as tropas brasileiras e de todo o mundo possam desenvolver suas atividades de maneira se-gura, saudável e com qualidade. No Brasil, há empresas de ponta que já atuam nesse segmento, entre elas a gigante do fornecimento de carnes – a JBS -, e a Cellier Alimentos. A JBS fornece, por meio de uma empresa terceira, para o Exérci-

to da Grã-Bretanha. A empresa conta hoje com uma área mul-tidisciplinar dedicada ao desen-volvimento de soluções alimen-tares para instituições em todo o planeta. A maior fornecedora de proteína animal do mundo tem demonstrado seus produtos para as Forças Armadas e já os forneceu para auxiliar no aten-dimento dos sobreviventes do terremoto seguido de tsunami ocorrido no Chile, em 2010. Para Fábio Lucena Bap-tista, responsável pelas vendas institucionais da JBS, a alimen-tação também é uma questão de soberania nacional. Já a Cellier atende as três Forças Armadas brasileiras, com cardápios compostos pelas refeições principais. A empresa iniciou essa parceria por meio da Marinha, em 1996. Hoje são cerca de dez cardápios diferen-tes somente para o Exército. Segundo o diretor da Cellier, José Luiz Favrin, os pro-dutos vêm sendo

desenvolvidos ao longo dos anos, atendendo as espe-cificações e necessidades calóricas das tropas, para garantir alimentos nutriti-vos, práticos, saborosos e

com segurança. “Temos uma responsa-bilidade social importante. Não estamos apenas fornecendo alimentos, estamos garantindo a realização das missões com segurança e qualidade”, ressalta Favrin. Para manter essa inte-gração, a Cellier promoveu, re-centemente, os cursos “Você vai longe”, para as equipes internas da empresa, com o objetivo de conscientizar os profissionais sobre a importância do trabalho desempenhado. “Alguns clientes e milita-res deram palestras na compa-nhia, falando sobre as missões em que nossos produtos são empregados, para que os nos-sos profissionais entendam o alcance da Cellier e como eles fazem parte dessa história. Entender a importância de cada um dentro desse proje-to maior faz toda a diferença”,

conclui Favrin.

Tecnologiados astronautas

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POR DENTRO DA ABIMDE

PersPectivas Para o

Próximo ano

É tempo de consolidar as atividades rea-lizadas em 2013, aprimorar os procedimentos, corrigir rumos, celebrar realizações e preparar as atividades para o próximo ano. Em nossa avaliação, a presença da ABIMDE se consolida em âmbito nacional e internacional como representante das empresas brasileiras do setor de defesa e segurança. Atualizamos este ano as Medidas Viabili-zadoras (MV) para o setor, as quais deverão ser encaminhadas aos diversos segmentos da socie-dade, principalmente ao Executivo (Ministério da Defesa e Ministério da Justiça) e Legislativo, os quais, aceitando e implementando as MV, reforça-rão a estrutura da Base Industrial de Defesa. Esperamos também que exista uma expan-são nos orçamentos de defesa e segurança, pos-sibilitando um implemento nas verbas destinadas aos programas estratégicos das Forças Armadas, bem como aquelas destinadas aos eventos inter-nacionais nos quais as FFAA se unirão aos Órgãos de Segurança, permitindo uma realização tranqui-la e pacífica das competições (Copa do Mundo e Olimpíadas). Estamos confiantes na atuação de nossos Comitês de Simulação, Veículos não Tripulados e do recém-criado Comitê de Cibernética, os quais alimentam as autoridades com os anseios e sugestões para o crescimento de cada um dos subsetores. Participaremos de várias feiras internacio-nais, com o imprescindível apoio da ApexBrasil, mostrando ao mundo a tecnologia e a criatividade de nossa indústria. Internamente, estaremos organizando a 3a Mostra BID Brasil, apoiando o WSTM (Workshop de Simulação e Tecnologia Militar) e recebendo as Associadas na “Ilha ABIMDE” da LAAD Security. Aperfeiçoaremos a cada número o nosso INFORME ABIMDE, instrumento de divulgação das boas notícias do setor e distribuindo para aqueles que produzem, cuidam, interferem, incentivam e participam do processo de fortalecimento contí-nuo da razão de ser de nossa entidade – as asso-ciadas. Não importa o tamanho, para todas elas envidaremos o maior de nossos esforços respon-dendo sempre a palavra “SIM” aos seus anseios.

Feliz 2014.

Carlos Afonso Pierantoni GambôaVice-Presidente Executivo

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MOSTRA BID BRASIL INDÚSTRIA DE DEfESA REUNIDA NA BASE AÉREA

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Por Claudia Pereira

A segunda edição da Mostra BID Brasil contou com a participação de cerca de 70 empresas associadas à ABIMDE, além de receber o apoio do Ministério da Defesa. Realizada em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exporta-

ções e Investimentos), o evento recebeu a visita do Ministro Celso Amorim, que em seu discurso durante a abertura oficial da Mostra reforçou que “para um país do porte do Brasil é muito importante ter uma base industrial de defesa sólida”. A BID é o único evento no país que ex-põe, exclusivamente, produtos e serviços ofere-cidos pela Base Industrial de Defesa do Brasil. A mostra é uma grande oportunidade de a indústria brasileira apresentar ao mercado na-cional e também ao estrangeiro – por meio dos adidos militares – seu potencial e sua capacita-ção tecnológica. “Evidentemente que a base para o mer-

cado tem que ser o próprio Brasil. Se nós não compramos os nossos produtos, ninguém irá se interessar. Mas também nenhuma indústria de defesa consegue sobreviver se não estiver inse-rida no mercado internacional”, comentou Amorim. De acordo com o Vice-Presidente Execu-tivo da ABIMDE, Carlos Afonso Pierantoni Gam-bôa, “nos últimos anos a sociedade brasileira entendeu que o setor de defesa deveria crescer como os outros, pois representa crescimento econômico, desenvolvimento tecnológico e mui-tos outros benefícios para o país. Uma mostra como a BID Brasil serve para abrir as portas da indústria nacional ao mercado brasileiro e tam-bém ao externo. É preciso que o Brasil exporte mais para, dessa forma, gerar divisas e ampliar os investimentos no setor”. As próximas páginas trazem uma série de imagens que mostram um pouco de como foi o evento, realizado entre 03 e 05 de outubro na Base Aérea de Brasília.

Evento contou com a presença do Ministro Celso Amorim

Da esquerda para a direita: General Enzo, Brigadeiro Euclides, Ministro Celso Amorim e General Mattioli.

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A DEfInIçãO DE MEtAS EM UM PrOCESSO DE MUDAnçA

 Cynthia Mastropacha

MUNDO S/A

Para que sonhos se reali-zem é fundamental ter um bom planejamento com metas claras e objetivas. A IMPORTâNCIA DAS METAS

Para estabelecer suas me-tas de curto, médio e longo prazo, considere seus valores e crenças pessoais, sem metas você sempre será levado pelos acontecimentos da vida. As pessoas de sucesso são intensamente voltadas para suas metas, definem seus objetivos e concentram-se exclusivamente e diariamente para atingi-los. Segundo Brian Tracy, em seu livro Metas, como conquistar tudo o que você deseja mais rá-pido do que jamais imaginou, as pessoas não estabelecem metas por que: 1. Acham que não são impor-tantes.

2. Não sabem como fazer, ou acham que já têm, quando o que têm, na realidade, são sonhos ou desejos. A meta é algo completa-mente diferente, ela é específica, deve ser escrita e com prazo para ser atingida.

3. Têm medo do fracasso e, inconscientemente, se sabotam, pois deixam de estabelecer metas para não fracassarem.

4. Temem a rejeição. Se fi-xarem uma meta e não tiverem êxito serão alvo de críticas e rejeição. CONSIDERE AS SEGUINTES ETAPAS PARA DEfINIÇÃO DE SUAS METAS:

1. Relevância O resultado é importante para você? Você se sentiria reali-zado se atingisse esse resultado?A relevância é o combustível para ação, se for realmente importante estará em sua mente e coração, fazendo com que você saia da sua zona de conforto, tenha disciplina e comprometimento para realiza-ção das ações. 2. Ser positivo Nosso cérebro não conhe-ce a palavra “NÃO”, ele processa informações fundamentalmente através de imagens, quando você pensa o que não quer, o que vem à sua mente? As imagens do que você não deseja, e nesse caso você foca naquilo que você não quer, em vez de focar naquilo que você quer. 3. Deve ser escrita e visível O que não se escreve e vê é es-quecido. Escrever e deixar visível desenvolve disciplina e compro-metimento com a ação.

4. Simples e específica Para que nosso cérebro

não fique confuso é necessário que ele saiba todos os detalhes do que precisa ser feito para atingir o resultado. Responda as seguintes perguntas quando for definir sua meta: O que quer? Como quer? Quem estará envolvi-do? Onde será realizado? Quanto vai precisar avançar para saber se está no rumo certo, qual o indica-dor de mensuração? Qual o prazo, com início e término? 8. Defina quais os recursos que vai precisar Faça um levantamento de tudo o que vai precisar: recursos financeiros, conhecimento, tem-po, habilidades e/ou competên-cias técnicas, essa etapa poupará a você bastante tempo, energia e dinheiro, além de permitir chegar ao resultado de uma forma mais rápida e segura. 9. Acompanhe sua meta Defina um período para acompanhamento de resultados, isso facilita a mudança de rumo caso seja necessário. Toda mudança exige a superação dos próprios hábitos e receios. É necessário planejar as metas e assumir os riscos, mudar sua programação mental e adotar novas atitudes para ultrapassar os limites e caminhar rumo a sua realização pessoal e profissional. Pronto para dar o primeiro passo?

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MUNDO S/A

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Comece devagar... uma jornada de mil léguas começa com um simples passo.

(Confúcio)

Psicóloga, com especializações em comportamento humano e organizacional, é Master Coach e Coach Executivo pelo BCI – Behavioral Coaching Institute, membro da Sociedade Brasileira de Coaching e Pós-Graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Sócia-diretora da empresa de Consultoria Congruência Desenvolvimento Humano e coautora do livro Coaching - Grandes Mestres ensinam como estabelecer e alcançar resultados extraordinários na sua vida pessoal e profissional, da Editora Ser.

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A denominação Ezute é nova. A marca veio este ano para substi-tuir a Fundação Atech – existen-te desde 1997. Mas o legado, o conhecimento e a forma de atuar se mantêm des-de a década de 90, especialmen-

te ligados a importantes projetos estratégicos para a autonomia tecnológica e o desenvolvimento do país. Hoje, a Ezute se posiciona como parcei-ra dos clientes no apoio à gestão, no planeja-mento, na conceituação e definição de soluções tecnológicas e operacionais para que o Estado possa atuar com mais eficiência e produtividade na resposta ou na antecipação das demandas da sociedade. A Fundação desenvolve projetos em três áreas macro: social; PDI e Incubação; e apoio e suporte a programas e projetos da administração pública. Na área social, a instituição já aplicou recursos da ordem de R$ 500 mil em projetos

sintonizados com a Curadoria de Fundações do Ministério Público de São Paulo. Nesse caso, as parcerias são consolidadas por meio de entida-des como Fundação Anita Pastore D´Angelo; a Fundação Escola Aberta do Terceiro Setor; a APAE; a ADID – Associação para o Desenvolvi-mento Integral do Down; além de outras entida-des na área cultural. Na área de PDI, a Ezute é reconhecida pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) como Instituição Científica e Tecno-lógica, e vem incentivando e desenvolvendo o espírito de empreendedorismo dos seus colabo-radores por meio de incubações e inovações de base tecnológica. No apoio e suporte a seus clientes par-ceiros conta com uma carteira em torno de R$ 190 milhões, atuando em quatro frentes: pro-jetos estratégicos; apoio à gestão; tecnologia operacional; e absorção e reaplicação de novos conhecimentos.

ATUAÇÃO ESTRATÉGICA O Sistema de Gerenciamento da Ama-zônia Azul – SisGAAz é um exemplo de projeto estratégico desenvolvido pela Ezute em parceria com a Marinha do Brasil. Trata-se do deline-amento sistêmico de uma rede integrada de meios, contemplando sensores terrestres, ma-

Fundação ezutelegado e desenvolvimento

SIVAM/SIPAM1997

Sistema de Controle e Defesa de Tráfego

Aéreo Brasileiro 1995 a 2009

Bilhete Único 2004

Projeto Atende AESEletropaulo

2004Siga Saúde

2008

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TRAJETÓRIA

Tarcísio Takashi Muta

Por Karen Gobbatto e Valéria Rossi

TRAJETÓRIA

Uma história alicerçada no delineamento e implantação de projetos estratégicos para o desenvolvimento e autonomia tecnológica do Brasil

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rítimos e espaciais, centros de controle, moni-toramento aéreo e ambiental, que vão permitir a vigilância e a proteção da riqueza marítima, a segurança das operações navais, incluindo o pré-sal, pela marinha brasileira e pelos órgãos que têm responsabilidades no mar territorial sob jurisdição brasileira. Em outras áreas do estado brasileiro tem desenvolvido atividades similares concebendo soluções tecnológicas para a melhoria da operação e da gestão. No apoio à gestão, a Ezute é parceira da Marinha do Brasil no Gerenciamento Comple-mentar e Engenharia de Sistemas do Projeto do Míssil Antinavio (MANSUP), do qual participam várias empresas brasileiras da Base Industrial de Defesa. Neste caso, também foi desenvolvi-da uma plataforma de gestão dedicada para o gerenciamento do projeto e das atividades de engenharia de sistemas, dos requisitos técnicos e das interfaces entre os subsistemas e a vali-dação dos componentes do programa. No campo da tecnologia operacional há o Sistema Integrado de Gestão da Assistên-cia à Saúde (SIGA-Saúde), desenvolvido para o município de São Paulo e que já é utilizado no agendamento de consultas e exames de 18 milhões de pacientes do SUS. O sistema con-templa os serviços de gestão e regulação dos atendimentos de especialidades, a visualização de vagas nas unidades, o histórico de atendi-mentos dos pacientes e do acompanhamento de gestantes, sendo o núcleo de um amplo e com-plexo sistema integrado delineado para os serviços de saúde pública do município. Outros projetos em desenvolvimento nesse sentido são: Concepção da solução de modernização tecnológica do Sistema de Ges-tão do Patrimônio Imobiliário para a Secretaria

de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo; Solução Tecnológica para Gestão de Bacias Hidrográficas e Outorga Eletrônica para uso dos recursos hídricos, para o DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo; e Portal de Li-cenciamento Ambiental (PLA) e Sistema de Ges-tão Ambiental e Informações Administrativas (GAIA), para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb. No plano da absorção e aplicação de novos conhecimentos, a Ezute conta com a confiança da Marinha do Brasil na Absorção de Tecnologia do Sistema de Combate de Subma-rinos. A Fundação deslocou especialistas para a França, os quais atuam no domínio tecnológico do sistema junto a DCNS para posterior aplica-ção na fase de fabricação dos submarinos no Brasil e, futuramente, no submarino de propul-são nuclear da Marinha. Neste projeto PROSUB a Fundação Ezute busca novamente contribuir para a consolidação da autonomia tecnológica brasileira em campos estratégicos sob a respon-sabilidade do estado brasileiro. “Nesse ciclo são repetidas as experiências exitosas de absorção de tecnologia que reali-zamos no Controle do Tráfego Aéreo e Defesa Aérea, no Sivam, e na Aeronave P3-Orion de Patrulha Marítima da FAB”, ressalta o presidente da Fundação Ezute, Tarcísio Takashi Muta. Por fim, a Ezute iniciou recentemente um projeto junto à Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo e realiza um levantamento e diagnóstico da malha tecnológica do órgão, tendo como foco um sistema de apoio à gestão estratégica, que visa permitir decisões e ações que aprimorem a eficiência e a performance dos programas de melhoria do ensino no município.

Siga Saúde

2008Mansup

2010SisGAAz

2011

Ministériodo Esporte

2013

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16 GRANDES EVENTOS ESPORTIVOS

A Fundação Ezute tem desempenhado um destacado papel junto ao Ministério do Esporte na preparação da infraestrutura para os Jogos Olím-picos e Paraolímpicos de 2016. A Fundação vem desenvolvendo e implementando a Plataforma de Gestão Integrada, que tem como foco principal cada instalação com todo o seu ciclo de desenvol-vimento. Ela possui mecanismos para gestão de pontos críticos, cronogramas, requisitos e tam-bém painéis estratégicos objetivando o apoio à tomada de decisão. Também atua como repositó-rio, catalogado e indexado, de toda a documenta-ção sobre cada uma das instalações de responsa-bilidade do Ministério, inclusive para atendimento às exigências dos órgãos de controle.

“Trata-se de uma contribuição para dar eficiência e eficácia às ações do governo para a realização dos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolím-picos Rio 2016, e que também será um legado que contribuirá na qualidade da gestão pública do nosso país”, destaca Takashi Muta.

Segundo ele, seria insuficiente apenas atender às necessidades dos Jogos Olímpicos Rio 2016 na gestão e na forma para gerar transpa-rência das informações e garantir conformidade com prazos, requisitos de ordem legal e orçamen-tária. A oportunidade é de desenvolver maturi-dade em gestão de forma a melhorar a eficiência e eficácia na condução de outros programas e projetos públicos, ou seja, de também construir legados.

“A plataforma não possui fim nela mesma, mas apoia os ciclos de gestão das instalações no que se refere ao seu planejamento, execução, controle e monitoramento, e nas ações corretivas e preventivas”, explica o presidente da Fundação.

Nesse projeto as responsabilidades da Ezu-te envolvem:

· Gestão das aquisições – apoio técnico à modelagem dos instrumentos; subsídio à análise e comparação com custos de referência; suporte no acompanhamento dos processos de aquisições e prestação de contas;

· Gestão de requisitos – apoio à revisão de especificações e requisitos para as intervenções; apoio no acompanhamento e comissionamento dos projetos e obras;

· Controle integrado – apoio na elaboração e acompanhamento de plano-mestre com integração das ações e suporte no gerenciamento da comunicação.

HISTÓRIA

Segundo conta o presidente da Fun-dação Ezute, também presidente da então Fundação Atech e líder na sua

instituição em 1997, a entidade estabe-leceu como missão atuar pelo desenvol-vimento e pela autonomia tecnológica do Brasil, visando à soberania nacional. Esse posicionamento estava sintonizado com a responsabilidade da Fundação Atech como Empresa Integradora Brasileira do Projeto Sivam (Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia), que foi estabelecido pelo Go-verno Federal por meio do então Ministério da Aeronáutica e da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. “Essa responsabilidade avançava para além das questões técnicas – pres-supunha determinação da equipe para construir o domínio e a entrega da solução tecnológica complexa do projeto, e dar respostas no campo internacional às suas críticas e ameaças para a soberania bra-sileira na Amazônia. Esse posicionamento estava no espírito da equipe da Fundação Atech ao assinarem o Termo de Adesão à criação da fundação, em 1997”, comenta Takashi Muta. A Fundação Ezute assume o legado consolidado de uma cultura organizacional onde termos como “tecnologias críticas”, “sistemas de sistemas”, “sistemas comple-xos”, “desenvolvimento brasileiro” e “auto-nomia tecnológica” são a base e os pilares conceituais, de posicionamento e de postu-ra de seus profissionais, e que norteiam as ações da instituição. Segundo Takashi Muta, o desafio permanente é o de atuar em uma área estratégica de intangíveis, composta pelas áreas de ambientes e sistemas tecnológi-cos complexos, cada vez mais crítica na busca da eficiência e da eficácia das orga-nizações, especialmente do setor público. “No caso do setor público entende-mos ter um papel a exercer, que é o de continuar fazendo a nossa parte como par-ceiro para o desenvolvimento institucional dos seus órgãos: nos contratos os nossos profissionais têm como espírito e postu-ra construir legados que permitam agre-gar valor na atuação dos órgãos públicos, visando o seu desenvolvimento contínuo, ou seja, vai além do prestar um serviço ou entregar um projeto”, comenta ele.

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MERCADO

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Heron Pode ser oPção Para vigilância marítima

A IAI do Brasil, subsidiária da mul-tinacional israelense IAI (Israel Aerospace Industries), quer ex-pandir o uso do VANT Heron no país. Há dois anos, os equipa-mentos já vêm sendo utilizados pela Polícia Federal brasileira em operações de vigilância de fron-teiras terrestres.

Segundo o presidente da IAI do Brasil, Henrique Gomes, o objetivo da empresa é intro-duzir o equipamento para ser uma opção para as operações marítimas em território nacional a partir de 2014. A aeronave, controlada à distân-cia, opera com linha de visão e/ou comunicação por satélite, tem autonomia de até 40 horas de voo e pode fotografar ou filmar com nitidez pessoas ou objetos no solo de uma altura de até 30 mil pés. Utiliza diferentes sensores como câ-mera eletro-óptica, diurna e noturna para vigi-lância, sistemas de inteligência (comint e elint) e radares multifuncionais, podendo chegar a até 250 Kg em equipamentos, além de realizar decolagens e aterrissagens automáticas (ATOL) e poder voar em condições climáticas extremas. Na América do Sul, o Heron está em operação em diversos países, incluindo o Equa-dor, onde opera com ótimos resultados em sua configuração marítima há mais de dois anos. O Heron também é utilizado no Himalaia, onde atua rotineiramente, decola e pousa em pistas localizadas a 11 mil pés e atinge alturas de mais de 30 mil pés. De acordo com Gomes, o Heron está em

operação nas Forças de Defesa de Israel (IDF) e é com ele que a marinha de Israel realiza a vigilância marítima daquele país, além de estar em uso em mais de 20 clientes em todo o mun-do, com mais de um milhão de horas voadas. “O sistema já provou sua confiabilidade, segurança e disponibilidade operacional única em diversas missões aéreas, marítimas e terrestres”. No Brasil, Gomes acredita que ele possa ser usado em operações de vigilância das For-ças Armadas, tanto em terra como no céu e no mar. Ele também afirma que a IAI vai investir no projeto em parceria com uma empresa bra-sileira, nos mesmos moldes da atuação com a IACIT, para que em breve o Heron seja fabri-cado no Brasil. ”Nosso objetivo é desenvolver parcerias e focar na troca de experiências e na transferência de tecnologia para nossos parcei-ros. Acreditamos que desta forma nosso negó-cio ficará cada vez mais fortalecido e as chances de crescer dentro do mercado nacional, com um parceiro local, serão maiores”. A IAI do Brasil já atua em conjunto com a IACIT, e as duas companhias assinaram um acordo de cooperação para transferência de tecnologia. Além do investimento na formação da IACIT para a fabricação, instalação e ma-nutenção dos produtos da IAI para o mercado regional, as empresas também são parceiras no desenvolvimento de novos produtos e sistemas. Nesta cooperação está previsto o inter-câmbio de profissionais, o investimento em la-boratórios e fábricas, e acordos de propriedade intelectual.

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A Marinha do Bra-sil passa por um momento de reno-vação, não apenas de equipamentos, mas também no que se refere à sua

participação nos grandes proje-tos estratégicos que estão em desenvolvimento pelo governo brasileiro, como o Programa de Obtenção de Navios-Aeródro-

mos (Pronae), o Programa de Obtenção de Navios-Anfíbios (Pronanf), o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazô-nia Azul), entre outros. Em entrevista para a INFORME ABIMDE, o Chefe do NI-DGePEM (Núcleo Implanta-ção da Diretoria da Gestão dos Projetos Estratégicos da Mari-nha), Vice-Almirante Antônio Carlos Frade Carneiro, falou sobre os planos e as expecta-tivas da organização para os próximos anos. Ele ressaltou que o Bra-sil, mesmo não sendo um país que vive sob conflitos de guerra, precisa cada vez mais se fortalecer. “Muitas

vezes, se pergunta porque se aplicam recursos or-çamentários em sistemas de armas, haja vista que há mais de seis décadas o

nosso país não participa de conflito armado. A história

dos povos demonstra que as nações têm interesses que, ao serem

contrariados e ao falharem todos os mecanismos democrá-ticos existentes, haverá ape-nas um último recurso: o das Forças Armadas, que precisam ser preparadas por um longo tempo”. Para o Vice-Almirante, o país tem de ser independente e para isso é necessário um “pro-fundo comprometimento com a Base Industrial de Defesa do Brasil, na execução de progra-mas, cada vez com maior con-teúdo local e com transferência de tecnologias para empresas nacionais”.

INfORME ABIMDE – Como a marinha se reorganizou para criar o Núcleo de Im-plantação da Diretoria da Gestão dos Projetos Estra-tégicos da Marinha (NI--DGePEM)?

Vice-Almirante Antônio Carlos frade Carneiro – Por meio de um grupo de trabalho de diversos setores da Mari-nha, que estudou as possíveis soluções para implementação da DGePEM. IA – Como o NI-DGePEM está estruturado?

Almte. frade – O núcleo foi criado apenas para preparação da implantação completa da DGePEM (Diretoria de Gestão de Projetos Estratégicos da Marinha) e será dissolvido em 2014, quando está prevista a ativação efetiva da nova direto-

marinHa cria núcleo Para gerenciar Projetos estratégicos do País

PÁGINAS VERDE AMARELAS

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Por Valéria Rossi

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ria. A DGePEM será constituída basicamente por uma sede em Brasília, localizada no prédio anexo ao prédio do Comando da Marinha e uma superinten-dência no Rio de Janeiro. A parcela da OM (Organização Militar) localizada no Rio de Janeiro, na área do arsenal da Marinha, acompanhará a exe-cução física dos projetos.

A DGePEM terá, como prin-cipais atribuições: executar, coordenar e gerir os projetos de obtenção e desenvolvimen-to de meios e sistemas desig-nados como estratégicos pelo almirantado, valendo-se para tal do concurso das diretorias especializadas e centros es-pecializados envolvidos. Isso proporcionará uma visão inte-grada dos projetos estratégi-cos, contribuindo para a gestão dos recursos disponíveis, para a adequação de custos, prazos e riscos, bem como para a deter-minação dos custos totais de posse, propriedade e do ciclo de vida dos objetos desses pro-gramas. IA – O que motivou a Mari-nha a criar o DGePEM?

Almte. frade – Concentrar a gestão contratual de grandes programas em uma única or-ganização, otimizando a exe-cução, o controle e o conheci-mento. IA – Qual o orçamento do Núcleo?

Almte. frade – Variará de acordo com o número de pro-gramas estratégicos que es-tejam em execução, mas com certeza será a organização da marinha que terá a gestão da maior fatia orçamentária na ru-brica investimento. No momen-

to, apenas o programa nuclear e o programa de construção de submarinos não serão geridos pela DGePEM, por já estarem em execução e já possuírem uma governança própria de sucesso. IA – Como o Núcleo poderá contribuir para a BID (Base Industrial de Defesa)?

Almte. frade – De diversas maneiras, mas, principalmente, aplicando os princípios da Lei n° 12.598, de 2012, privile-giando as empresas brasileiras de defesa. IA – Quais projetos estarão no DGePEM?

Almte. frade – Atualmente, os programas estratégicos de

construção de 20 navios-patru-lha de 500 toneladas (NPA 500 ton), por estaleiros nacionais e com altos índices de nacionali-zação e que serão empregados para patrulhar a nossa “Ama-zônia Azul” (território marítimo brasileiro com cerca de 3,6 milhões de km²) com tarefas de salvamento, proteção am-biental, implementação das leis no nosso mar, proteção do comércio marítimo brasilei-ro e das nossas bacias petrolíferas. O outro programa estra-tégico já sendo conduzido pela DGePEM é o SISgaaZ (Sistema de Gerenciamento da Amazô-nia Azul), que será um enorme sistema de monitoramento e vigilância das nossas águas oceânicas e das nossas hidro-vias, semelhante ao Sisfron do exército brasileiro, que já está em desenvolvimento para

monitorar e aumentar a se-gurança das nossas fronteiras terrestres. O SISgaaZ gerará muitos empregos em toda a cadeia produtiva durante a sua execução e trará uma enorme capacidade de monitoramento ambiental de defesa ao Brasil. IA – O senhor poderia deta-lhar um pouco cada um?

Almte. frade – Programa de Construção de Navios-Patrulha 500 ton. Este programa prevê a construção de mais 20 navios de 500 ton de deslocamento, em estaleiros nacionais e com alto índice de nacionalização. Dois já foram construídos em fortaleza e cinco estão em construção no Rio de Janeiro. Como se percebe, é uma

ótima oportunida-de para a aplica-ção do orçamen-to brasileiro em várias regiões do país, contribuindo para a distribuição orçamentária do

Brasil regionalmente. - Programa de Construção de Corvetas. Este programa ain-da será atribuído à gestão da DGePEM. Está prevista a construção de quatro corvetas modernizadas, a partir do pro-jeto de sucesso, genuinamente nacional, da corveta Barroso em estaleiros brasileiros. Serão navios de escolta e que refor-çarão a esquadra brasileira. Esta será uma ótima oportuni-dade para nossa indústria de defesa participar, ativamente, do programa de construção. A marinha espera ter este pro-grama aprovado pelo governo brasileiro e lançado em 2014, quando o projeto de constru-ção estará pronto. - Programa de Obtenção de Navios de Superfície (Prosuper)

DESENVOLVIMENTO E DEfESA ANDAM DE MÃOS DADAS.

UM NÃO ExISTE SEM O OUTRO“ ”

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É o nosso principal programa estratégico para repor a coluna mestra da esquadra e prevê a construção de cinco navios--patrulha, de 1800 ton, para emprego no limite da área ma-rítima de interesse estratégico da marinha, cinco fragatas de 6000 ton, de alta capacidade de combate, para substituir as nossas fragatas, que já têm mais de 30 anos de ótimos serviços, e um navio de apoio logístico. Este programa já está plenamente definido pela marinha e apenas aguarda a aprovação governamental para seu início. A sua execução será no Brasil e trará um enorme desenvolvimento tecno-lógico para a construção naval brasileira. - Programa de Obtenção de Navios-Aeródromos (Pronae)O Brasil é uma das pou-cas nações do mundo cuja marinha detém o conhecimento e o adestramento para ope-ração de Navios-Aeródromos (NAe). O projeto e a constru-ção de um navio como esse é um grande desafio. A marinha está em negociação com países detentores das tecnologias de projeto e construção de NAe, com o propósito de projetar e construí-lo no Brasil. - Programa de Obtenção de Navios-Anfíbios (Pronanf) Da mesma forma que o Pro-nae, existe a necessidade de serem projetados e construídos no Brasil dois navios-anfíbios para substituir o NDD (Navio de Desembarque de Doca) Rio de Janeiro, este já descomis-sionado, e o NDD Ceará – na-vios recebidos dos Estados Unidos há muito tempo e que se mostram obsoletos e de difícil manutenção. Para sua substituição, a marinha pre-tende adquirir a capacidade de projetar e construir no Brasil, com auxílio e transferência de

tecnologia de empresas de de-fesa internacionais. Esses navios são tam-bém conhecidos como navios de múltiplos propósitos, pois possuem a capacidade de transporte de tropa, viaturas anfíbias e blindadas, helicópte-ros, recebimento e tratamento de baixas hospitalares e de co-mando e controle. Em face de suas capacidades, têm enorme possibilidade de participarem de ações de calamidade pública ou de desastres ambientais; apresentando uma capacidade dual para operações navais e operações de apoio à defesa civil.

- SisGAAz (Sistema de Geren-ciamento da Amazônia Azul) Como explicado anteriormente, o SisGAAz atende à orientação estratégica prevista na END (Estratégia Nacional de Defesa), que determi-na a plena capacidade do monitoramento e controle das áreas ju-risdicionais brasileiras. Este sistema deverá ser desenvolvido totalmen-te no Brasil com forte índice de nacionaliza-ção, dando ao país uma capacidade de controle das áre-as marítimas de interesse tanto nos aspectos de defesa, quanto no aspecto ambien-tal. Teremos ca-pacidade de impor as leis brasileiras em nossos mares. É importante ressaltar a crescente importância econômica do mar e dos nossos rios para o desenvol-

vimento brasileiro. A cada dia, o comércio internacional pelo mar, o transporte de mercado-rias pelas hidrovias, a pesca, a maricultura, a prospecção de petróleo, além de outras ativi-dades, mostram a importância do perfeito conhecimento que a Marinha do Brasil deve ter do ambiente marítimo e fluvial. Os impactos decorrentes de qual-quer ameaça nas atividades que são desenvolvidas nesses ambientes afetarão diretamen-te a população brasileira. - Mansup - Este assunto não está sob gestão da DGePEM, porém posso dizer que está em

andamento com o auxílio de empresas brasileiras no desenvolvimento do míssil, tendo até o mo-mento obtido sucesso em todas as etapas. IA – O que as empre-

sas do setor de defesa po-dem esperar para os próxi-mos anos?

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NOSSO PAíS CRESCE E, PORTANTO, PRECISA INVESTIR EM DEfESA “ ”

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Almte. frade – O profundo comprometimen-to com a BID (Base Industrial de Defesa) na execução dos programas, cada vez com maior conteúdo local e com transferência de tecnolo-gias para empresas brasileiras. O Brasil precisa ser independente e soberano e só conseguirá isso se tiver uma indústria de defesa forte, tec-nologicamente desenvolvida e capaz de atender às necessidades de reaparelhamento das forças armadas. IA – Quais as expectativas do senhor para o setor em 2014?

Almte. frade – As melhores possíveis. Nos-so país cresce e, portanto, precisa investir em defesa. Não há nenhum país no mundo que se desenvolva e deixe de investir em defesa. De-senvolvimento e defesa andam de mãos dadas. Um não existe sem o outro. IA – Como o senhor avalia a indústria na-cional (em termos tecnológicos) para atuar com os projetos estratégicos do governo brasileiro?

Almte. frade – Aí se encontra um dos garga-los para a indústria de defesa, haja vista que durante muito tempo não se realizaram enco-mendas a essas empresas. Mas existem ilhas de competência expressivas no Brasil, que mos-tram que quando há recursos para se contratar produtos e serviços elas demonstram toda capa-cidade no seu atendimento. Porém, em razão dessa indústria apresentar uma característica singular em relação a todas as demais compo-nentes do parque industrial brasileiro, ou seja, ter apenas um cliente que é o governo, há ne-cessidade de que existam orçamentos públicos firmes que possibilitem que este setor da indús-tria tenha um planejamento de longo prazo, se capacite e mantenha condições para atender à demanda do setor. Neste momento, é importan-te ressaltar que a nova Lei nº 12.598/2012 traz condições mais favoráveis de competição à in-dústria brasileira em comparação com os gran-des conglomerados de defesa internacionais. Mas não basta apenas isso, é preciso que o país decida realmente manter um aporte de recursos orçamentários com regularidade para que haja a segurança natural ao desenvolvi-mento da BID.

IA – Algumas empresas brasileiras estão investindo pesado no desenvolvimento, no aprimoramento de tecnologias de radares, em VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), em telecomunicações, em cyber defesa,

entre outras atividades. Como o senhor avalia esse investimento?

Almte. frade – Para as Forças Armadas essa é uma notícia muito importante, pois trará a na-tural independência e soberania tão almejadas para a obtenção de sistemas e equipamentos na linha da fronteira do conhecimento. Além disso, é importante destacar que esse desenvolvimen-to tecnológico é importantíssimo para absorção de toda a capacidade intelectual acadêmica das nossas universidades e centros de pesquisas. Novos grupos empresariais, que no pas-sado recente não participavam da área de de-fesa, hoje trazem a sua capacidade de gerência financeira para a área, associando-se a conglo-merados brasileiro de menor porte – mas que detinham a tecnologia e o conhecimento do setor. Para termos uma indústria capaz de con-correr no mercado internacional é importante, neste momento, destacar novamente que esse segmento trabalha na fronteira de tecnologia e possui, como já dito anteriormente, apenas um cliente, o governo. Com isso suas atividades envolvem um risco empresarial que pode ser minimizado utilizando-se os mecanismos previstos na lei supracitada, que ao ser transformada em uma EED (Empresa Estratégica de Defesa) passa a gozar de um regime tributário diferenciado por meio do Retid (Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa). Além disso, a nova lei permite que esses grupos nacionais participem com vantagens nos processos licitatórios de re-aparelhamento das Forças Armadas. Observa-se que este é um fenômeno in-teressante decorrente dessa nova moldura legal que é a vontade mostrada pelos grupos estran-geiros de virem para o Brasil, associarem-se com grupos nacionais, transferindo tecnologia de ponta e, assim, poderem participar da BID.

É PRECISO QUE O PAíS DECIDA REALMENTE MANTER UM APORTE DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS COM REGULARIDADE PARA QUE

HAJA A SEGURANÇA NATURAL AO DESENVOLVIMENTO DA BID

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IACIt tECnOLOGIA EM fAVOr DA AUtOnOMIA DO PAÍS

RADARES Há quase três décadas no mercado de Defesa, Segurança e Tecnologias Com-plexas, a IACIT não para de inovar e anuncia seus investimentos e expansão para as próximas décadas. A empresa, que há cada ano fortalece sua presen-

ça dentro das Forças Armadas, colocará o Brasil entre os poucos países com tecnologias para olhar “além do horizonte”, enxergar as riquezas de nos-sos mares e vigiar nossas fronteiras. Em 2014, a IACIT começará a produzir, em São José dos Campos, radares voltados para vigi-lância terrestre e dará início aos testes dos radares “Oceânico” e o “Além do Horizonte” no sul. Isso significa um grande passo rumo ao futuro das tecnologias necessárias para autono-mia do país. Com esse objetivo, a companhia brasilei-ra sempre atuou na vanguarda. Foi a IACIT que desenvolveu o primeiro Radar Oceânico totalmen-te nacional, que atua na obtenção das medidas de Correntes Superficiais Oceânicas por meio de uma plataforma Radar em HF (High Frequency), contemplando a mais alta tecnologia para proces-samento de sinais. A Plataforma Radar utiliza conceitos de modularidade, permitindo a adequação de suas capacidades funcionais e operacionais, tendo sido idealizada para atender as diversas demandas, por exemplo, sensoriamento marítimo (meteoro-logia radar), vigilância marítima, monitoramento do tráfego como futuros produtos, derivados da evolução da atual plataforma. O projeto é composto por subsistemas responsáveis pela Transmissão e Recepção em HF, processamento de sinais e armazenamento de dados. Devido à alta tecnologia empregada, o Ra-dar Oceânico IACIT necessita de pequenas áreas para a instalação do sistema. Este projeto amplia a atuação da IACIT, que teve na Defesa Nacional o seu foco principal desde a inauguração. A tecnologia permitiu a evo-lução da plataforma para outras soluções, como para rádio de comunicação em HF, Radar Além--do-Horizonte e Radar de Vigilância voltado para o segmento. “O Radar atende à demanda militar e civil presente e futura do Brasil, tendo também poten-cial para exportação. Com isso, tal projeto passa a representar uma das estratégias de desenvolvi-mento da empresa e permitirá o desenvolvimento de novas linhas de radares a partir dessa base tecnológica”, ressalta o presidente da IACIT, Luiz Teixeira.

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Por Karen Gobbatto

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A crescente participação da empresa no setor de alta tecnologia fez com que ela

firmasse importantes parcerias ao longo dos anos. Uma delas, fechada recentemente com a ELTA Systems, subsidiária da Is-rael Aerospace Industries (IAI), contemplará a fabricação dos radares da Família RAV-2105 na unidade de São José dos Campos, além da transferência tecnológica entre as duas em-presas, como resultado do acor-do de cooperação técnica para o fortalecimento da indústria brasileira de defesa e segurança. O Radar RAV-2105 in-tegra uma família de radares táticos de vigilância terrestre, projetados para fornecer cober-tura de 360 graus com um radar rotativo. Este equipamento pro-porciona alta probabilidade de interceptação de alvo e suporta as missões das forças militares e unidades de aplicação parami-litares. Também pode ser usado na área civil na proteção de lugares tais como: usinas hidre-létricas, centros de comunica-ção, aeroportos, usinas, reser-vatórios etc. Segundo Teixeira, o RAV-2105 é um dos sensores que integra o Sistema de Vigilância e Inteligência da IACIT, o MSISS 0100. O MSISS é um avançado sistema que integra dados de diferentes sensores e fornece um quadro em tempo real do cenário monitorado e disponibili-za as recomendações táticas aos centros de comando e controle, possibilitando as tomadas de decisões.

Dentre os projetos na área de defesa e segurança que a IACIT participa, o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) é um dos mais significativos para a companhia. Até o final deste ano, a empresa vai modernizar todos os seus radares meteorológicos. “Vencer essa concorrência e realizar esse contrato é mais um passo da indústria brasileira na busca de sua autonomia e representa o forte investimento que a IACIT vem realizando nos últimos anos em pesquisa e desenvolvimento”, comemora o pre-sidente da companhia, Luiz Teixeira. O contrato contempla a atualização tecnológica dos Ra-dares Meteorológicos DWSR 8500S, empregados pelo Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), para que operem de acordo com a tecnologia já adotada pelos radares do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Com isso, os equipamentos passarão a ter maior capacidade de processamento de dados e maior resolução de amostragem dos sinais, aumentando a vida útil em mais dez anos. Haverá a substituição de módulos em tec-nologia analógica ou discreta pela digital de alta confiabilidade, além de prover facilidades nas ferramentas de diagnósticos e de operação de sistema. Com esse projeto de modernização, também será possível realizar o controle e a disponibilização das informações de todos os radares meteorológicos do Comando da Aeronáutica, instala-dos no Brasil, em um único centro de visualização, e aprimorar os processos técnicos e logísticos envolvidos.

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MODERNIzANDO A METEOROLOGIA DO SIVAM

fÁBRICA DE RADARES

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A importância estratégica da IACIT para a autono-mia nacional na área de segurança e defesa ganhou maior evidência no último mês de novembro, quando o presiden-te da empresa, Luiz Teixeira, recebeu o título “Amigo da Marinha”, oferecido em reconhecimento à colaboração e aos serviços prestados em prol do atendimento de ideais e objetivos da Marinha do Brasil.

A cerimônia de entrega ocorreu na sede do 1º Dis-trito Naval, com honras feitas pelo comandante do local, Vice-Almirante Ilques Barbosa Junior.

“Receber este título é uma honra pessoal e também como empresário. É a confirmação de que a IACIT vem se destacando no quesito inovação e também no trabalho oferecido aos seus clientes. A parceria com a Marinha do Brasil reforça nossa capacidade de suprir o setor de defesa com produtos e serviços de ponta”, comenta Teixeira.

A empresa firmou um acordo para modernizar um conjunto de rádios transmissores HF (alta frequência), sendo um modelo de uso terrestre e outro de uso naval.

Os rádios – modelos SSB/CW de 1KW – TRM1000 modelo ET/SRT-6 (uso terrestre) e ET/SRT-6 AV (uso na-val), desenvolvidos pela extinta Tecnasa Eletrônica Profis-sional S.A., devem ganhar uma sobrevida de mais dez anos com esse o trabalho de modernização.

Este é o segundo contrato de parceria entre a IACIT e a ma-rinha brasileira. A empresa já atuou no projeto do DME (Dis-tance Measurig Equipment), instalado em um navio da For-ça Naval. “A IACIT alinhou sua estratégia de desenvolvimento atrelada à política nacional da indústria de defesa. Essa nova parceria reforça nossa capa-cidade de suprir o setor com produtos e serviços de ponta”, conclui o executivo.

AMIGO DA MARINHA

Luiz Teixeira, presidente da Iacit, e o Vice-Almirante Celso Barbosa Montenegro,

diretor de saúde da Marinha do Brasil

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Duque de Caxias, na Grande Rio, está prestes a ganhar um centro de exce-lência em desenvolvimento e pro-dução de Estações de Armas Remo-tamente Controladas (EARC). Com um investimento de mais de US$ 2 milhões, a unidade, construída pela

ARES, ficará pronta no primeiro trimestre do ano que vem e ocupará uma área de 800 me-tros quadrados, ao lado do atual prédio onde já funciona a empresa. Futuramente, a ideia é que o local sirva também para a produção de outros sistemas de armas da companhia. “As atividades nessa unidade terão iní-cio com a produção do REMAX, uma EARC para metralhadoras 12,7/7,62 mm. Nosso objetivo é construir um centro com os mais modernos equipamentos disponíveis no mercado. Que-remos ser referência na produção de Estações de Armas e de outros sistemas para o exército brasileiro”, afirma o gerente do projeto REMAX, Frederico Medella. O REMAX é uma solução criada pela ARES para prover capacidade de autodefesa para as novas viaturas blindadas do Programa GUA-RANI, do exército brasileiro. Trata-se de um sistema de armas 100% nacional, com

posto de um reparo de metralhadora com acio-namento elétrico e controlado remotamente por um operador posicionado no interior da viatura. O REMAX foi desenvolvido em parceria com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e pode ser configurado para usar a metralhadora Browning calibre 12,7 mm M2 HB ou a metra-lhadora MAG calibre de 7,62 mm. Além de per-mitir a substituição do armamento em campo, o sistema é giro-estabilizado, possui telêmetro laser e câmeras para visão diurna (CCD) e no-turna (termal).

HISTÓRICO Em 2006, a ARES foi contratada pelo exército brasileiro para pesquisa e desenvolvi-mento de uma EARC para uso nos veículos do Projeto GUARANI. Em 2009, foram apresenta-dos dois protótipos que foram aprovados em 2012 nas avaliações de tiro (parado e em movi-mento) e de resistência. Nesse mesmo ano, foi assinado o contrato para produção do primeiro lote de 76 unidades, no valor de US$ 25 mi-lhões, com previsão de entrega até 2015.

PRIORIDADEEste é hoje o principal

projeto em curso na ARES. Uma equipe de 10 engenheiros está di-

retamente envolvida no proje-to, garantindo que o REMAX seja uma realidade para o exército brasileiro. A expectativa é de que mais 500 unidades do REMAX se-jam vendidas para o exército brasileiro até 2029.

Segundo o CTEx, o REMAX irá possibilitar uma nova dimensão à

Força Terrestre Brasileira e à defesa nacio-nal, principalmente nas novas missões de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e em combates urbanos de baixa intensidade.

Sistema irá equipar novos blindados do Programa GUARANI, do Exército Brasileiro

INOVAÇÃO ares constrói centro Para Produção de estações de armas

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Protótipo 2 do REMAX

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O mundo está cada vez mais conectado e os sistemas de informação estão no centro das discussões,

sendo peça fundamental para o avanço de empresas e estados, além de estratégico para a so-berania nacional. Para dominar essa nova interface tecnológica, a Estratégia Nacional de Defesa criou o Comitê de Cibernética e as empresas começam a ser convidadas, por meio da ABIMDE, a participar desse projeto. A importância desse comitê e como as empresas brasileiras do setor de defesa e segurança poderão partici-par são o tema da entrevista a seguir, concedida por Roberto Gallo, coordenador do Comitê de Cibernética.

INfORME ABIMDE –

O que é o Comitê de Cibernéti-ca e qual seu pro-pósito?

Roberto Gallo – O comitê foi criado a pedido do Minis-tério da

Defesa, sendo que a END (Es-

tratégia

Nacional de Defesa) estabelece o setor cibernético como es-sencial para as Forças Armadas (FFAA) do futuro. Esta impor-tância é derivada do fato de que os sistemas de informação são e serão cada vez mais ubí-quos. Em especial, a END foca na operação das FFAA na forma de rede, seguindo a moderna doutrina “Netcentric Warfare”. Este segmento demanda sistemas de informação seguros e resilientes e que deem total suporte aos ciclos de coman-do e controle, como o OODA (modelo de processo para tomada de decisão). Além dos objetivos “defensivos” (ou de proteção), não se pode ignorar as finalidades exploratórias e ofensivas. Artefatos cibernéti-cos (armamentos) vêm sendo desenvolvidos pelas principais nações com objetivos diversos, como militares, de inteligência e econômicos. Nesse contexto, a mobilização da indústria é fundamental tanto no sentido de prover solução de Defesa e Segurança Pública “seguras” do ponto de vista cibernético, como prover, se necessário, opções ofensivas para as FFAA. IA – Como vai funcionar?

Gallo – A forma de funciona-mento do Comitê ainda está sendo definida. De qualquer forma, deverá se apoiar nos sucessos dos comitês de simu-lação e de VANTs, respeitando a horizontalidade particular do tema cibernético. Alguns obje-tivos mais imediatos do comitê incluem o estabelecimento de um “road-map” para o setor, o aumento da conscientização sobre a transversalidade do tema e os impactos na com-petitividade das ofertas da indústria nacional.

IA – Que tipo de empresa poderá participar?

Gallo – Ao observarmos as maiores empresas de defesa no mundo, constatamos que a mobilização da indústria no cibernético é estratégica: Boeing, EADS, Lockheed Martin, L3, Thales são apenas alguns exemplos de líderes globais que possuem unidades para a área cibernética. O comitê tem interesse não só nas associadas que possuem ofertas diretas na área cibernética, mas também naquelas que possuem sistemas de informação. Empresas que não contemplarem a área ciber-nética sofrerão diminuição de sua competitividade de curto a médio prazo. Para entender um pouco melhor como a seguran-ça cibernética tem papel fun-damental nas ofertas que pos-suem sistemas de informação, basta pensarmos no conceito de qualidade. Apesar de tratarem de objetivos diferentes, essas transversais dividem diversas características: dificilmente é possível imprimir qualidade em um produto depois de pronto, é necessário que processos, pes-soas e técnica sejam emprega-dos de forma coordenada desde a concepção das soluções até o seu comissionamento junto ao cliente. Segurança ciberné-tica demanda o mesmo tipo de tratamento. IA – Como participar?

Gallo – É muito simples, nes-te primeiro momento basta a associada enviar e-mail respon-dendo à convocação realizada pela ABIMDE para [email protected], contendo como título “Comitê de Cibernética” e o nome da empresa.

DESTAQUE ciBernéticaEstratégica para o setor de Defesa e Segurança

Por Karen Gobbatto

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Três embarcações modelo DGS XH 600 FH, produzidas pelo estaleiro carioca DGS Defence e fornecidas este ano à marinha, já estão em operação na fronteira leste do país, em apoio a importantes pesquisas científicas, e no

Polo Sul, em serviços de logística para a base brasileira de Comandante Ferraz, na Antártida. Esses barcos seguem o conceito inovador das ETRHs (Embarcação Tubular Rígida Híbrida), criado e patenteado pela DGS Defence. Fabri-cadas em copolímero de engenharia de ultra--alto peso molecular, para resistir a situações adversas como troncos e pedras, as ETRHs não afundam, não pegam fogo, têm longa vida útil e baixo custo de manutenção. Duas DGS XH 600 FH foram utilizadas pela tripulação do navio hidroceanográfico Cruzeiro do Sul em sua 26ª viagem ao Arqui-pélago Trindade e Martin Vaz, no período de 17 de julho a 1º de agosto. Situada a 1.025 km da costa do Estado do Espírito Santo, Trindade é considerado o local habitado mais remoto do país. Durante a Expedição Científica Protrindade V foram realizados 10 projetos científicos, que envolveram 25 pesquisadores de várias univer-sidades. A viagem é parte do projeto Labora-tório Nacional Embarcado, cooperação entre o Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação e a Marinha do Brasil para ampliar o conhecimen-to da Amazônia Azul. A marinha, agora, utiliza as embarcações da DGS para envio de materiais e passageiros à região. Essas operações otimizaram e reduzi-ram os custos de logística na Ilha de Trindade, antes abastecida por helicópteros. “Os barcos da DGS que estamos usando na região atendem perfeitamente as nossas expectativas”, afirma o Capitão-de-Fragata Rodrigo Otoch Chaves, gerente do Programa de Pesquisas Científicas na Ilha de Trindade, da Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar. Outra embarcação do mesmo modelo está na Antártida, dando apoio logístico à re-construção do Comandante Ferraz. A base de pesquisa científica brasileira no continente gela-do foi destruída num incêndio em 2012. As DGS XH 600 FH entregues à Marinha medem 6 me-tros de comprimento por 2,4 metros de largura. Sua propulsão é feita por motor de popa, com

potência de 90HP, podendo chegar a 150HP. A embarcação tem capacidade para transportar tripulação de até oito pessoas e suporta até 2.000 kg de carga.

DGS DEfENCE A DGS Defence é um estaleiro carioca dedicado à construção de embarcações milita-res com o uso de alta tecnologia em engenharia naval. Cada modelo DGS é um projeto exclu-sivo, desenvolvido a partir das necessidades e características especiais das missões de seus clientes. Fundada em 2007, a DGS Defence de-senvolveu e detém a patente das embarcações tubulares rígidas híbridas (Extreme Hull - XH®). Todas as embarcações DGS têm alta resistência operacional – são insubmergíveis e não pegam fogo –, longo ciclo de vida e custo de manutenção extremamente baixo. Também é o único estaleiro do país que produz um modelo de lancha de interceptação e patrulha blindada e com sistema antirradar, a DGS 888 (INTER-CEPTOR E PATROL). Com foco em sustentabilidade, a DGS Defence desenvolve projetos considerando processos de fabricação com o mínimo impacto ambiental. O corpo das embarcações, em copo-límero de etileno de alta densidade (plástico de engenharia), e a cabine de alumínio podem ser totalmente recicláveis. Além disso, farelos de corte são recolhidos e triturados e há filtros nas cabines de pintura. A linha de produtos da DGS já obteve inúmeros atestados de capacidade técnica de seus clientes, entre os quais a Marinha do Bra-sil, o Exército Brasileiro, o Departamento de Polícia Federal, Grupo Especial de Fronteiras (GEFROM), Odebrecht, entre outros.

Barcos da dgs oPeram na ilHa de trindade e antártida

em aPoio à marinHa

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DESTAQUE

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ESPECIAL

Ministro Celso Amorim fala de crescimento e da continuidade dos grandes projetos estratégicos para o país

O setor de defesa vem retomando seu espaço nos últimos anos dentro das discussões de projetos e prioridades do governo brasileiro. Desde a criação da Estratégia Nacional de Defesa (END), em 2008, vários projetos foram anunciados, o que fomentou o cresci-mento da indústria brasileira. De acordo com a ABIMDE, que hoje agrega 208 empresas, as companhias geram juntas cerca de 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos, movimentando mais de

US$ 4 bilhões por ano em exportação e importação. Conforme estudo realiza-do recentemente pela entidade, esse número de empregos pode mais que dobrar nas próximas duas décadas, devido aos anúncios dos projetos pretendidos para o país. A expectativa é de que os investi-mentos girem em torno de US$ 180 bilhões a longo prazo, sendo US$ 100 bilhões já anunciados para programas voltados para vi-gilância das fronteiras marítimas, aéreas e terrestres. Até 2020, o setor de defesa deverá criar cerca de 48 mil novos empregos diretos e 190 mil indiretos. A revista INFORME ABIMDE conversou com o Ministro da Defesa, Celso Amorim, para saber um pouco mais sobre os planos e expectativas do governo para o setor. Segundo ele, o governo está comprometido com essa necessidade de continui-dade dos projetos da defesa, e tem buscado recuperar a capaci-dade de investimento do país no setor. “Os projetos estratégicos foram definidos a partir das diretrizes estabelecidas na Estra-tégia Nacional de Defesa (END). Eles são prioritários porque, dentre outros aspectos, nos permitirão desenvol-ver capacidade para defender, com eficiência, nossa soberania e nossos interesses no futuro”, ressaltou o Ministro. Ele também fala sobre os cortes nos orçamentos, da expec-tativa para 2014 e da impor-tância em ter uma entidade como a ABIMDE apoiando e trabalhando pelos interesses da Base Industrial de Defesa brasileira.

Fotos: Felipe Barra/ MD e Carla Dias

Por Valéria Rossi e Claudia Pereira

de olHo no Futuro

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INfORME ABIMDE – Como o senhor avalia o atual cenário de defesa no Brasil?

Ministro da Defesa Celso Amorim – O Brasil obteve, nos últimos anos, avanços significativos nos campos econômico e social. Estamos cres-cendo, somos a 7ª economia do mundo, mas não esquecemos de incluir socialmente uma camada expressiva da população. Esses avanços eleva-ram o país a uma nova estatura internacional. O atual momento histórico nos impõe responsabilidades de grande magnitude, sendo uma das principais delas a da defesa nacional. De maneira sintética, afirmo que a defesa tem ca-minhado bem. Isso não significa, naturalmente, que a situação é a ideal. Temos muitos desafios pela frente e estamos trabalhando muito para superá-los. Neste governo, temos a compreensão de que defesa e desenvolvimento são objetivos complementares. Não se trata de uma falsa di-cotomia entre investimentos na área social, cuja prioridade é indiscutível, e investimentos na área da defesa. O reforço de nossa indústria de defe-sa contribui para a proteção de nosso modelo de desen-volvimento. Como já afirmou a presi-denta Dilma Rous-seff, a indústria de defesa é acima de tudo uma indústria do conhecimento. E no conhecimento repousa o futuro do país.

IA – Na opinião do senhor, os cortes no or-çamento do setor refletiram muito na indús-tria de defesa ou ainda é cedo para avaliar?

Ministro – De alguma maneira, contingencia-mentos orçamentários impactam a atividade industrial. No entanto, é preciso esclarecer que, nos últimos anos, temos conseguido descontingenciar, ao longo dos exercícios financeiros, boa parte dos recursos destina-

dos à defesa. Nosso orçamento tem corres-pondido, na última década, a cerca de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em termos

absolutos, o orçamento da defesa, com pe-quenas oscilações de um ano para outro,

também teve um crescimento impor-tante na última década, inclusive no

que diz respeito a custeio e inves-timento (saltou de R$ 4,6 bilhões em 2003 para R$ 18,6 bilhões em 2013). Embora tenha havido esse aumento, se fizermos, por

exemplo, uma compara-ção com outros países,

inclusive com os dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) esse orçamento ainda é baixo. A média dos Brics é da ordem de 2,5%. Tenho defendido ser razoável o Brasil atingir 2% do PIB. Isso naturalmente não ocorre de um ano para o outro. Talvez possamos chegar a esse pa-tamar num período de 10 anos.

IA – Quais as expectativas para 2014? O que a indústria nacional pode esperar para um futuro próximo? Ministro – O governo está comprometido com essa necessidade de continuidade dos projetos da defesa, e tem buscado recuperar a capacidade de investimento do país no setor. Temos conse-guido, em diversos casos, manter o nível conti-nuado de investimentos em projetos da área. É o caso, por exemplo, do KC-390 (avião cargueiro e de reabastecimento militar) e do ProSub (desen-volvimento e construção de submarinos conven-cionais e a propulsão nuclear). A propósito, por sua importância estratégica, esses dois projetos

foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que lhes confere prioridade orça-mentária. Para não me ater apenas à ques-

tão dos desembolsos, eu mencionaria aqui outras duas iniciativas relevantes para o futuro da nos-sa indústria. A primeira é a lei sobre a empresa estratégica de defesa (Lei nº 12.598/12), que marca uma inflexão na política nacional. Além de instituir um marco regulatório para o setor, ela cria condições objetivas para a diminuição do custo de produção de companhias classificadas como estratégicas. Sem contar o fato de que ela estabelece incentivos ao desenvolvimento da tec-nologia indispensável ao setor. Outro aspecto interessante dessa norma é a criação de um termo de licitação especial, com o objetivo de favorecer as empresas nacionais que tenham realmente investido nesse setor, e cujas cadeias produtivas estejam efetivamente alocadas no Brasil. A segunda é o Plano de Arti-culação e Equipamento da Defesa (PAED). Esta-mos na reta final de elaboração desse importante instrumento voltado ao reforço da capacidade operacional das Forças Armadas brasileiras. Em-bora seja um plano indicativo, sem a força dos planos plurianuais, o PAED será referência impor-tante para ações de longo prazo empreendidas para a defesa. Ele reunirá todos os principais projetos constantes nos planos de equipamento

O governo está comprometido com essa necessidade de continuidade dos

projetos da defesa, e tem buscado recuperar a capacidade de investimento

do país no setor

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específicos de cada Força, dando transparência e mais previsibilidade nos desembolsos que fare-mos no setor. Temos dados que mostram que o PAED elevaria a razão entre o gasto de defesa e PIB.

IA – Como o senhor viu a regulamentação do Retid? Podemos ver nisso uma esperança para o crescimento no setor? O que de fato deve mudar com essa regulamentação?

Ministro – A regulamentação do Retid veio em muito boa hora. Não tenho dúvida de que, as-sociada ao conjunto do marco normativo relati-vo à empresa estratégica, ela dará um impulso importante ao crescimento industrial do setor. Especificamente em relação ao Retid, há benefí-cios como a suspensão do PIS/Pasep (Programa de Integração Social e de Formação do Patrimô-nio do Servidor Público) e da Cofins (Contribui-ção para o Financiamento da Seguridade Social) em casos de venda para o mercado interno e de importação. Empresas do setor de defesa que se enquadrarem no regime ainda ficarão isentas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). São incentivos re-levantes para quem produz.

IA – O governo anunciou grandes projetos estratégi-cos de defesa nos últimos tempos, como ficam eles para os próximos anos? Ministro – Os projetos estratégicos foram de-finidos a partir das diretrizes estabelecidas na Estratégia Nacional de Defesa (END). Eles são prioritários porque, dentre outros aspectos, nos permitirão desenvolver capacidade para defender, com eficiência, nossa soberania e nossos interes-ses no futuro. Além de atenção especial, como já observei, essas iniciativas contam com aportes financeiros que garantem sua execução continu-ada. Muitos desses projetos, como é caso do Pro-Sub, do KC-390 e do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), estão se de-senvolvendo de maneira satisfatória. É claro que, em alguns casos, por restrições orçamentárias pontuais, alguns dos projetos podem receber me-nos recursos num ou noutro ano. Mas temos feito um grande esforço para garantir a continuidade de recursos para essas iniciativas, fundamentais para a construção de Forças Armadas modernas e equipadas.

IA – No setor de Cyber Defesa, como o mi-nistério pretende atuar nos próximos anos? O que vem sendo feito nesse segmento?

Ministro – A preocupação do Brasil com defesa cibernética antecede as denúncias recentes de espionagem eletrônica. Na verdade, a Estratégia Nacional de Defesa (END), de 2008, já elencava como prioritário o setor cibernético ao lado do nuclear e do espacial. Não há como negar que os ataques cibernéticos são hoje uma realidade a ser enfrentada por países de todas as regiões do mundo. A partir da necessidade apontada pela END, o Ministério da Defesa criou, no ano pas-sado, o Centro de Defesa Cibernética, que está sob a responsabilidade do Exército. O Centro já esteve ativo em grandes eventos como a Rio+20, e estará funcionando na Copa 2014 e nas Olimpí-adas de 2016. Estamos agora tratando de refor-çar o CDCiber e de garantir sua coordenação com os núcleos existentes na Marinha e FAB. Isso, obviamente, exigirá recursos consideravelmente superiores aos existentes no momento. As denúncias de espionagem, é claro, ele-varam nossa preocupação com o setor ciberné-tico. Determinei, em setembro último, a criação de um grupo de trabalho para estudar medidas com o objetivo de fortalecer a proteção das redes

das instituições que compõem a defesa na-cional, tais como os três Comandos e a Administração Central do Mi-nistério. Agora,

é preciso dizer que o Brasil não é a única nação a estar sujeita a ataques cibernéticos. Todos os países do mundo são vulneráveis a esses ataques em grau menor ou maior. A questão não é saber se estamos preparados. E, sim, se estamos nos preparando. E a esse respeito posso dizer que, sim, nós estamos. Afirmo, porém, que só tere-mos segurança nesse campo se desenvolvermos tecnologias nacionais, tanto em hardware quanto em software, suscetíveis de evitar a existência dos chamados backdoors. Para essa tarefa, con-sidero ser fundamental a participação da indús-tria nacional e da universidade.

IA - Outro segmento que vem ganhando espaço na mídia nos últimos tempos é o de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado). Qual a expectativa do governo para utilização des-ses equipamentos no Brasil?

Ministro – O Brasil já utiliza esses equipamen-tos. A Força Aérea Brasileira possui VANTs que são utilizados em missões de vigilância. Eu mes-mo já pude observar, pessoalmente, o emprego desse tipo de aeronave este ano durante a ope-ração Ágata, que cobre toda a extensão da fron-

Além de instituir um marco regulatório para o setor, ela (a Lei 12.598/12) cria condições objetivas para a diminuição do custo de produção de companhias

classificadas como estratégicas

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teira terrestre do país. A Polícia Federal também possui VANTs. Esses equipamentos, contudo, tem como base tecnologia estrangeira. Nosso desafio agora é desenvolver veículos aéreos não tripula-dos com tecnologia nacional. Há projetos sendo desenvolvidos por empresas brasileiras e isso é muito positivo. Sobre esse assunto também é importante lembrar que estamos participando, junto com os demais países da Unasul, do proje-to de desenvolvimento de um VANT regional. Até onde sei, a aeronave poderá ser usada em mis-sões de reconhecimento e cartografia, podendo atuar tanto em missões militares como em apoio a atividades de defesa civil, na ocorrência de aci-dentes naturais, por exemplo. O projeto do VANT da Unasul é um marco da cooperação e integra-ção regional e fortalecimento da base industrial de defesa sul-americana.

IA – Como o senhor avalia a indústria nacional em termos de tecnologia para atender as necessidades do país?

Ministro – A indústria nacional de defesa se assemelha, em muitos aspectos, a outros seto-res industriais. Em alguns segmentos, como o aeronáutico, estamos bastante desenvolvidos; em outros, precisamos avançar bastante. Como disse, estamos trabalhando fortemente no senti-do de ampliar e melhorar as capacidades tecno-lógicas das empresas que fazem parte da cadeia produtiva da defesa nacional. Além das iniciati-vas no campo normativo, a que fiz menção ante-riormente, cito aqui o programa Inova Aerodefe-sa, lançado este ano pelo governo, que destina R$ 2,9 bilhões para financiar iniciativas ligadas à inovação nos setores aeroespacial, de defesa e segurança. Esse é o tipo de iniciativa concreta que auxilia, e muito, o desenvolvimento tecnoló-gico voltado para as necessidades do país.

IA – O Ministério da Defesa firmou parcerias de cooperação bilateral com alguns países este ano. O que, na prática, isso representa para a indústria nacional e para o governo? Em 2014 já existe alguma relação em anda-mento?

Ministro – De fato, temos firmado acordos de cooperação com diversos países em diferentes regiões do mundo. Nosso foco é o fortalecimento das parcerias com nossos vizinhos sul-america-nos e com as nações da costa ocidental da Áfri-ca. Na América do Sul, a cooperação é a melhor dissuasão. Temos fortalecido tanto a cooperação direta bilateral quanto a cooperação multilateral no âmbito do Conselho de Defesa Sul-Americano da Unasul. Não estabelecemos cooperação com fins exclusivamente comerciais. Mas é evidente

que o desenvolvimento de projetos comuns com um ou mais países gera importantes oportuni-dades de negócios para as empresas brasileiras. Isso já tem ocorrido na prática. Além disso, se-guimos cooperando com nossos parceiros tradi-cionais do mundo desenvolvido. É um tipo de co-operação que pode ser muito benéfica ao Brasil, desde que fundada em uma relação de respeito e mutualidade de ganhos. Temos também explo-rado parcerias na área de defesa com sócios do mundo em desenvolvimento. É um campo com grande potencial.

IA – Como o senhor avalia a importância e a participação da ABIMDE no setor de defesa?

Ministro – A ABIMDE tem se fortalecido nos últi-mos anos. Ganhou a adesão de mais associados, e tem cumprido um importante papel na coorde-nação e defesa dos interesses e pleitos do setor junto ao ministério e a outros órgãos de governo. Tenho percebido também os esforços reali-zados pela associação para aumentar a comer-cialização e o padrão de qualidade dos produtos das empresas a ela associadas. Esse esforço traz ganhos para todos. É impossível conceber o for-talecimento da base industrial de defesa brasilei-ra sem a participação decisiva do setor produtivo. A ABIMDE tem feito um trabalho relevante no sentido de promover esse envolvimento.

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Em tempos de manifestações no Brasil, os agentes da lei vêm se deparando com situa-ções de distúrbios urbanos violentos, em de-corrência da ação dos chamados black blocs,

nos quais ao mesmo tempo em que têm de conter a baderna e o quebra-quebra, precisam proteger a vida e a integridade física daqueles que protestam de forma ordeira, o patrimônio público e privado, e os próprios policiais. Diante desse cenário, como as forças de segurança podem atuar de modo a conter os infratores da lei, sem que inocentes se-jam atingidos? A resposta está no uso das tecno-logias não letais seletivas. Esses equipamentos, fabricados pela Con-dor Tecnologias Não Letais, permitem que o poli-cial cumpra seu papel constitucional, isolando os grupos violentos dos inocentes e garantindo a ordem pública com segurança e respeito aos direitos humanos. Apesar do grande número de conflitos re-gistrados nas manifestações populares que ocor-rem no país, não houve até o momento um único caso registrado de vítima fatal provocado pela utilização excessiva da força. E isso se deve, em grande parte, ao emprego das armas não letais pelas forças de segurança. O uso mais disseminado desse tipo de tec-nologia pelas polícias de todo Brasil se deu a partir da constatação de que, entre não fazer nada e disparar armas de fogo, tinha de existir um meio termo. Em 2008, depois de o Governo Federal lançar o Pronasci (Programa Nacional de Segu-rança Pública com Cidadania), que disponibilizou recursos para estados e municípios adquirirem equipamento não letal e capacitarem as forças de segurança para o seu uso adequado, a utilização deste tipo de dispositivo ganhou notoriedade. O objetivo do Pronasci era, sobretudo, reduzir a le-talidade das polícias no país, e mudar o paradigma de atuação dos agentes da lei, muitos dos quais acostumados à “cultura do fuzil”.

ONU recomenda A utilização das tecnologias não letais é recomendada pela Organização das Nações Unidas há mais de 20 anos. Em seu 8º Congresso sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delin-quentes, em 1990, na cidade de Havana, a ONU estabeleceu que os governos deveriam adotar o uso progressivo da força por meio das armas não letais.

TECNOLOGIAS NÃO LETAIS SELETIVAS

SEGURANÇA

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Raio x das tecnologias não letais sele-tivas usadas pelas polícias em manifestações, que permitem incapacitar temporariamente vândalos e pessoas agressivas com um mínimo de inconvenientes para os inocentes presentes no cenário operacional:

Granada aerosol pimenta ou lacrimogêneaSatura o ar em sua volta com conteúdo de spray em apenas dois segundos. Pode ser usa-da em ambientes fechados e abertos.

Granada de emissão instantânea lacrimo-gênea ou pimenta – Ao ser lançada, provoca pequena explosão e lança uma nuvem de pó contendo o gás lacrimogêneo ou agente pimen-ta, que se espalha no ambiente. Possui, ainda, poder residual; o excesso de pó fica no local e, com o novo tráfego de pessoas, volta a ficar suspenso no ar, incapacitando as pessoas que insistem em permanecer ali.

Munição de borracha de precisão para curto alcance – Tem a mesma eficiência da tradi-cional Precision (Condor), considerada a bala de borracha mais precisa do mundo, mas com a segurança necessária para ser disparada a curta distância (de 5 m a 25 m). Último degrau da não letalidade, é ideal para situações graves como infratores da lei portando coquetéis mo-lotov, por exemplo, nas quais a distância deles em relação aos policiais não permite o uso das tradicionais munições de borracha com segurança.

Dispositivo elétrico incapacitante (arma de choque) – A Spark incapacita temporariamente pela aplicação da corrente elétrica no corpo do infrator. Também no último degrau da não leta-lidade, seu uso é indicado para situações graves como, por exemplo, um ataque com faca a me-nos de 8 metros, em que a vida de terceiros ou do próprio agente da lei pode estar em risco.

Sprays de pimenta – nas versões espuma e gel, permitem atingir alvos isolados, mesmo em ambientes fechados, sem contaminar as pesso-as em volta, já que a pimenta fica enclausurada na espuma ou no gel, não se espalhando pelo ambiente.

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OPINIÃO

É comum ouvirmos o termo “nacionalização”, especialmente nos países em desenvol-vimento ou nos mercados em formação, sendo que seu entendimento pode ser bas-

tante diverso. Dicionários como Houaiss e Aulete apre-sentam o termo “nacionalização” como sinônimo de “estatização”, não sendo esta, em absoluto, a interpretação que nos interessa. Para alguns, nacionalização pode ser o resultado do que se convencionou chamar de engenharia reversa, um nome bonito para pira-taria ou cópia de algo existente. Também não se trata disto, tampouco “off-set”. E nem apenas compras é nacionalização. Considero que nacionalização é o conjun-to de ações planejadas e coordenadas no senti-do de desenvolver capacitação e conhecimento para a fabricação ou construção de um determi-nado produto, equipamento, sistema ou pro-cesso. Muitas vezes, empresas brasileiras estão capacitadas e preparadas para desenvolver um equipamento novo, necessitando de ajustes de processo ou ferramental. Outras vezes é possí-vel o desenvolvimento de projetos específicos no sentido de se capacitar para a produção de algo novo, com avanço tecnológico. Nos dois casos, bem como em muitos outros, quando se procura atingir um conhecimento avançado ou inovador, é possível conquistar novas tecnolo-gias por meio de parcerias estratégicas, comer-ciais e muitas vezes até geopolíticas. O sucesso da estruturação desse tipo de parceria é a determinação desde o início do ob-jetivo a ser atingido. Qual o produto ou o pro-cesso produtivo que queremos? Exatamente qual

a tecnologia que devemos conquistar/domi-nar? Quem são os possíveis parceiros? De quais países? Entre os parceiros possíveis, quais são exatamente aqueles que são estratégicos, ade-quados ou convenientes? O que é mais impor-tante, atingir o objetivo rapidamente e talvez com abrangência menor, ou estruturar o projeto com etapas bem planejadas e consolidadas, em prazo maior? Quais os riscos de uma determinada parceria ser interrompida antes do término previsto? Quais as consequências e qual o plano alternativo em caso de término antecipado, sem que o objetivo tenha sido atingido? Perguntas como estas devem ser respon-didas previamente, pois somente desta forma teremos condições de construir parcerias de sucesso e duradouras. Quando abordamos nacionalização para o setor de Defesa, as ações para o sucesso são extremamente complexas, pois além dos inte-resses empresariais dos parceiros industriais, há que se considerar também os dos países envol-vidos. Entre essas nações podem estar outras que já atuam com a nova parceira, que devido às particularidades de sua cadeia produtiva ul-trapassa suas fronteiras. Nacionalização também significa compro-missos de todas as partes, em que os parceiros têm interesses individuais distintos e conjuntos, em que obrigatoriamente deve haver respeito e preocupação um com o outro. Só será possível chegar onde se quer, quando forem considera-dos todos os interesses envolvidos e se busca-rem o melhor caminho para todos.

nacionaliZação: o que queremos?

Beatriz V. X. da S. RosaVice-Presidente do SIMDE

Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa

Engenheira de Produção Mecânica com especialização em Energia e Defesa. Experiência na indústria em projetos de infraestrutura, bens de capital e Conteúdo Local. Atuação em entidades como SIMDE, ABIMDE, ABDIB, PROMINP, Instituto de Engenharia, CBAr, IBDiC e IBDE. Árbitro e Mediadora, membro das câmaras: CMA-IE, CIESP/FIESP, IBDE, CAM-CCBC e IMAB.

Divulgação

Considero que nacionalização é o conjunto de ações planejadas

e coordenadas no sentido de desenvolver capacitação e

conhecimento

“”

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O ano de 2013 para o mercado de VANTs fechou com duas grandes notícias: a certificação para voo comercial, prevista para 2014, se-gundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil); e o pedido do DECEA (Departamento de Controle do Es-

paço Aéreo) ao Comitê de VNT da ABIMDE para que sugira pistas de voos para esse segmento. O anúncio da ANAC sobre a certificação foi feito em outubro, dentro do Seminário Internacional de Veículos Aéreos Não Tripulados, realizado em São José dos Campos (SP) e, de acordo com a Gerência Técnica de Processo Normativo da ANAC, a agên-cia se propôs a desenvolver, até dezembro deste ano, uma proposta de ato normativo para regular a operação não experimental de Sistemas de Aerona-ves Remotamente Pilotadas (RPAS) em espaço aéreo segregado. Durante o Seminário, foi enfatizado que a publicação deste ato normativo seguirá todos os trâmites de regulamentação da ANAC, incluindo um período de audiência pública para recebimento de contribuições da sociedade, e a estimativa é de que seja efetivamente publicado em 2014. A ANAC aponta que para obter a certificação serão verificados, dentre outros, aspectos relativos à aeronave (RPA) e à estação de pilotagem, às ope-rações e à licença do piloto remoto. O tempo para obtenção da autorização dependerá do prazo que o requerente levará para providenciar as informações solicitadas pela ANAC. De acordo com a entidade, se-rão definidos pela regulamentação a ser publicada os detalhes do que precisará ser enviado para que uma empresa obtenha autorização e possa operar um determinado RPAS com finalidade não experimental. Para Antonio Castro, coordenador do Comi-tê de VNT (Veículo Não Tripulado) da ABIMDE, das dez empresas atuantes neste setor no Brasil, nove possuem VANTs prontos para voar. “Essa tecnologia é revolucionária e irreversível. Você não consegue segurar, pois tem uma aplicação muito difusa. Nin-guém consegue mais segurar isso. Essa é mais uma razão para que seja urgente essa regulamentação de voos comerciais. Isso será ótimo para a indústria e colocará um freio naqueles que se encontram na ilegalidade”, diz o coordenador. De acordo com Castro, o fato de as aerona-ves não poderem voar comercialmente hoje em dia compromete o faturamento das indústrias que atuam nesse segmento. “Se não pode voar comercialmente, não dá para faturar. Estamos há dois anos neste co-mitê da ABIMDE, junto à Anac, para trabalhar nessa causa”.

Em outubro de 2012, a ANAC editou o CAVE (Certificado de Autorização de Voo Experimental), com isso as empresas de VANT podem realizar voos para a área de P&D, pesquisa de mercado, treina-mento de piloto, mas não podem operar voos comerciais. “Voar comercialmente é um fator vital para as empresas poderem vender e reinvestir”, explica Castro. Segundo a ANAC, mesmo após a publicação do ato normativo que viabilizará a emissão de autori-zação para operações não experimentais de RPAS no Brasil, o CAVE continuará existindo e sendo necessá-rio para operações experimentais. Em termos de mercado, o comitê da ABIMDE acredita que a operação com VANTs irá crescer em áreas como: mapeamento, infraestrutura, agricultu-ra de precisão, geologia, monitoramento ambiental, monitoramento de catástrofes, monitoramento de obras, segurança pública, entre outros. “Podemos ter uma indústria muito avançada no setor de segurança pública, afinal, este problema no Brasil está cada vez maior. Podemos chegar a exportar, principalmente para países da África e da América Latina. A indústria de VANT não pode viver apenas do mercado brasilei-ro, por isso temos de ser competitivos”.

PISTAS DE VOO Recentemente, o DECEA pediu ao Comitê de VNT da ABIMDE que sugerisse pistas para que o voo de VANT seja pré-autorizado. Com essa medida, as empresas estarão livres para colocar no ar suas ae-ronaves nesses locais, sem a necessidade de pedido de autorização prévia ao DECEA, processo que hoje pode demorar até 30 dias. No total, serão cinco pis-tas indicadas pelo comitê: duas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, uma no Rio Grande do Sul e uma em Minas Gerais. A comissão do comitê está anali-sando as possibilidades e espera enviar as indicações para o DECEA até o final do ano. “Nessas pistas não vai precisar de NOTAM (documento que tem por finalidade divul-gar, antecipadamen- te, toda informação aeronáutica que seja de interesse direto e imediato à segu- rança, regularidade e eficiência da navegação aérea), apenas avisar o DECEA quando, onde e horário que vai voar. Não precisa espe- rar resposta. Será preciso também avisar a ANAC, por isso será neces- sário que a aeronave esteja matricula- da junto à agência”, explica Antonio Castro. A pre- visão do comitê da ABIMDE é de que no início de 2014 essas pistas já estejam em vistoria pelo DECEA.

Horus FT100 - Flight Technologies

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Prevê certiFicação Para 2014anacPor Claudia Pereira

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O ministro da Defesa, Celso Amo-rim, entregou no dia 28 de no-vembro o certificado de Empresa Estratégica de Defesa (EED) a 26 companhias que fazem parte da

BID (Base Industrial de Defesa): AEQ; Akaer; Armtec; Atech; Avibras; Axur; Bradar; Condor; Digitro; Embraer; Fligh Technologies; Emgepron; Grupo Inbra; Iacit; IAS; Imbel; Mectron; Nu-clep; Opto Eletrônica; Orbital; Rustcon; Spectra; Taurus; Vertical do Ponto; BCA; e Nitroquímica. O anúncio é um marco para o segmento e permite, de imediato, que o setor inicie, por exemplo, a venda de aviões de combate, artefa-tos bélicos, munições, equipamento cibernético, produtos químicos, robótica, entre outros, para as Forças Armadas, destinando parte da produ-ção para a exportação. Cada empresa certificada terá benefícios fiscais e tributários que permiti-rão desonerar a cadeia produtiva entre 13% e 18%, tornando-as mais competitivas nos merca-dos interno e externo. Das 26 contempladas neste primeiro momento, 24 são associadas da ABIMDE, que teve importante participação no desenvolvimen-to da medida, que beneficia as empresas no que se refere ao Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa (Retid), regulamentado em outubro e que isenta de tributos as EED. O Retid é um desdobramento da Lei 12.598/2012, que estabelece mecanismos de fomento à Base In-dustrial de Defesa (BID).

Para o Ministro da Defesa, Celso Amorim, a certificação das primeiras 26 empresas e dos 26 produtos será fundamental para assegurar ao setor autonomia para que enfrente os desafios do mundo atual. Segundo ele, a iniciativa benefi-cia segmentos que vão da “produção de pólvora à balística, passando pela área digital”. Amorim alertou, no entanto, para o cui-dado de que as empresas, sobretudo as que recebem financiamento ou outro incentivo do Estado, não sejam no futuro absorvidas por gru-pos estrangeiros que, na maioria dos casos, as adquirem com o objetivo de fechá-las e, deste modo, tirar do mercado uma concorrente. “Essas empresas não vão crescer e se desenvolver se não olharmos para duas frentes: a demanda do Estado e o financiamento”, completou. O Presidente da ABIMDE, Sami Youssef Hassuani, ressaltou a importância dessa deci-são do governo. Ele também disse que para a retomada total do setor é preciso outros pleitos serem atendidos, como a desoneração da folha de pagamento e a contratação apenas das EED para os programas nacionais de defesa. A ABIMDE é a principal interlocutora da indústria frente ao ministério e, atualmente, conta com 208 empresas associadas.

INDÚSTRIA NACIONAL

Por Claudia Pereira

governo certiFica emPresas

estratégicas de deFesa

CAPA

Fotos: Jorge Cardoso/M

D

Solenidade de entrega dos certificados das EED reuniu autoridades e empresários

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EEDPara receber o certificado, a compa-nhia precisa passar por avaliação do Mi-nistério da Defesa. As contempladas devem preencher os seguintes requisitos: ter sede ou uni-dade industrial no Brasil; ter conhecimento tecnológico próprio; e/ou parceria com instituição do setor. As licitações deverão prever transferência de direito de propriedade intelectual e industrial, continuidade da produção e capacitação tecno-lógica de terceiros. Também poderão ser restri-tas à compra de material fabricado no Brasil ou de produtos que utilizem insumos nacionais ou tenham inovação desenvolvida no país. As EEDs estão confiantes com a medida. “É mais um movimento no caminho da equipara-ção entre os produtos de defesa importados, que entram no país com alíquota zero, e os fabrica-dos no Brasil”, disse Luiz Carlos Aguiar, presiden-te da Embraer Defesa & Segurança. Para o presidente da IACIT, Luiz Teixeira, esse credenciamento é um importante passo para a indústria nacional de defesa se consolidar no mercado nacional e internacional. “Isso vai tornar o país mais competitivo e as empresas mais confiantes e fortalecidas”. A opinião é compartilhada pelo presidente da BRADAR, Maurício Aveiro. Ele também ressal-ta que receber o certificado de EED representa colocar a companhia em uma condição de reco-nhecimento, de relevância e de futuro para as tecnologias e produtos desenvolvidos por nossos profissionais. “Isso nos torna um participante efetivo e diferenciado no processo de desenvolvi-mento, crescimento e construção do nosso país”. A Flight Technologies, que atua, dentre outros, no setor de VANTs, também recebeu o

certificado e para seu presidente, Nei Brasil, “é muito importante estarmos neste seleto grupo de empresas, pois consolida e reforça nossa par-ceria com as Forças Armadas na busca incessan-

te de soluções tecnológicas que venham ao encontro das demandas do Brasil,

garantindo a soberania nacional em se tratando de defesa”. A Atech também re-cebeu a certificação. Para o presidente da empresa, Jorge Ramos, ser uma EED

significa “a consagração de nosso propósito e da essência

de nossos valores para atuarmos junto às Forças Armadas brasilei-

ras: ser um parceiro estratégico na construção de soluções na vanguar-da tecnológica que apoiem a sobe-

rania nacional”. A Atech e a Bradar integram o grupo Embraer Defesa &

Segurança. O presidente da Akaer, Cesar da

Silva, também falou sobre a conquista. “Ao tornar-se uma EED, a Akaer abre novas

oportunidades de atuação junto às Forças Ar-madas e entidades governamentais, ao mesmo tempo em que consolida sua presença no merca-do aeroespacial e de defesa”. O diretor administrativo da IMBEL, Anto-nio Carlos Lonthfranc, relembrou o pioneirismo da companhia no setor de defesa e comemorou o certificado. “A IMBEL é uma empresa estraté-gica de defesa desde seu nascimento, em 1808. Estamos muito gratos e satisfeitos em receber oficialmente o título de EED do governo, pois esse pioneirismo muito nos orgulha”.

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO No mesmo dia em que foram anunciadas as EEDs, o Exército Brasileiro assinou um Me-morando de Entendimento com a ABIMDE com o objetivo de facilitar o intercâmbio de recursos técnicos e de informações com a BID. O docu-mento, além de buscar instrumentos de parceria de mútua cooperação nas áreas de interesse de projetos estratégicos, deverá atender às seguin-tes atividades: - promover os Projetos Estratégi-cos do Exército e as empresas de defesa nacio-nais; - compartilhar informações sobre produtos, sistemas e serviços existentes no mercado nacional e internacional; - promover e difundir valores, boas práticas e comportamentos éticos entre seus membros; - fomentar o intercâmbio de informação e cooperação entre ambas as en-tidades; - coordenar estudos e pesquisas sobre as capacidades do parque industrial brasileiro; - promover outras medidas consideradas de inte-resse mútuo.

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Nosso tempo é marcado pelo “déficit de atenção”. As pessoas relatam que estão sem tempo. O trânsito está cada vez mais infernal, obrigando-as a saírem muito mais cedo e a chegarem muito mais tarde. Os e-mails brotam como

ervas daninhas em um imenso jardim: mal você as retira de um lado e elas já brotaram do ou-tro. As reuniões são numerosas. Relatórios para escrever e para ler. Uma enxurrada de ativida-des que nunca cessa. A forma como administrávamos o tempo até ontem já não funciona mais! E isso será ainda mais complexo a cada novo dia. As pessoas saem de uma palestra, de uma reunião de pla-nejamento estratégico, de um workshop com uma nova e fantástica metodologia e, inevi-tavelmente, retornam para o meio do incêndio. Isso quando não ficam com um olho no even-to e outro no celular ou no notebook, o que é ainda pior. O que é “o novo” acaba não sendo instalado. Com tantas coisas ao mesmo tempo pedindo pela atenção das pessoas é inevitável que elas respondam ao que parece prioritário, urgente. Ou seja, apagar os focos mais fortes de incêndio e deixar que o incêndio não se apa-gue jamais. E, “quando der tempo”, pensar “no novo”. Assim, as novas metodologias, o “pensar fora da caixa”, a criatividade, a inovação ficam em segundo plano, e o que se consolida é so-mente a “correria”.

Meu bom amigo, Daniel Burd, renomado consultor, comentou recentemente que os pro-cessos de Change Management são profunda-mente prejudicados quando não se resolve pri-meiro esta questão da gestão do tempo, porque estes processos dependem da adoção de novas práticas, novos comportamentos, e as pessoas não conseguem se desprender da avalanche de compromissos para ter tempo para pensar no novo. Estamos diante de um quadro que já vinha se mostrando complexo há pelo menos uma década, mas que agora toma a sua forma mais terrível. As pessoas estão sempre correndo atrás

do que já está fican-do atrasado. Apagando parte do incêndio que já começou, sabendo que o incêndio continuará. Não estão prevenindo o in-cêndio. Estão modifican-

do o foco e levando-o progressivamente para o passado. Sabemos que focar no passado costuma levar ao sentimento de culpa, que muitos já es-tão revelando. Culpa por não conseguir entregar o que havia sido combinado. Culpa por demorar para responder um e-mail. Culpa por não ter tempo para a família. Culpa por não conseguir cuidar da própria saúde. E mais e mais culpas. “Pensar fora da caixa” é a nossa única saída! Pensemos todos nisso, de preferência de modo não convencional, “fora da caixa”. Suas sugestões serão muito bem-vindas.

Um forte abraço.

ESPAÇO CORPORATIVO Pensar Fora da caixa?

É Administrador de Empresas com diversas especializações na área do Comportamento Hu-mano. No final de 1997, foi convidado para atuar como Licenciado da Persona Global para o Brasil. Em maio de 2007, constituiu a Persona Global Brasil, em sociedade com a Persona Global Inc, onde atua como CEO, além de Master Certificador para diversos programas.Em 2011, criou o programa Best In Class® Executive Counseling, que tem conduzido junto a diversos Presidentes, CEOs, Diretores e Gestores de alto nível em importantes organiza-ções dos mais variados segmentos. Foi reconhecido como “One of the top 5% most viewed LinkedIn profiles for 2012”. Escreve, periodicamente, artigos relacionados ao Comporta-mento Humano e Liderança, que estão disponíveis em www.thebestinclass.com.br, na aba Artigos.Wladimir Palermo

Divulgação

AS PESSOAS ESTÃO SEMPRE CORRENDO ATRÁS DO QUE JÁ

ESTÁ fICANDO ATRASADO“ ”

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O apoio da Agência Brasileira de Promo-ção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) ao

setor de defesa começou em 2006, em parceria com a ABI-MDE, quando dez empresas brasileiras participaram da Eurosatory, realizada na capital francesa. De lá pra cá, a Apex--Brasil já aportou R$ 13,8 mi-lhões para apoiar a participação de 63 empresas nacionais em 33 eventos internacionais. Hoje a Apex-Brasil apoia cerca de 12.400 empresas de 83 setores produtivos da eco-nomia brasileira, que exporta para mais de 200 mercados. Entre as atribuições da agência estão a organização de ações de promoção comercial, como missões prospectivas e comer-ciais, rodadas de negócios e apoio à participação de em-presas brasileiras em grandes feiras internacionais e visitas de compradores estrangeiros e de formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva do Brasil. Segundo o presidente da Agência, Mauricio Borges, a Apex-Brasil atua nos esforços de atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o país, trabalhando na identifi-cação de oportunidades de ne-gócios e na promoção de even-tos estratégicos e garantindo apoio ao investidor estrangeiro durante todo o processo no Brasil. “O objetivo é atrair capitais produtivos de empre-sas estrangeiras que possam

incorporar inovações tecnológi-cas e novos modelos de gestão de negócios e adensar cadeias produtivas”, explica ele. Para falar sobre a mis-são da Apex-Brasil, os projetos futuros e a parceria com o se-tor de defesa, Mauricio Borges concedeu entrevista ao INFOR-ME ABIMDE.

INfORME ABIMDE – Como é a parceria entre a Apex--Brasil e a ABIMDE para o desenvolvimento do setor de defesa?

Mauricio Borges – A Apex--Brasil, em parceria com a ABIMDE, apoia as empresas nacionais exportadoras do setor de defesa e segurança desde 2006. A primeira ação ocorreu na mais importante exposição de materiais de defe-sa e segurança, a Eurosatory, em Paris, França, que resultou em mais de 800 contatos e em perspectiva de negócios no valor de US$ 120 milhões nos doze meses seguintes para as dez empresas brasileiras par-ticipantes. No período de 2007 a 2013 a Apex-Brasil aportou R$ 13,8 milhões para apoiar a participação de 63 empresas em 33 eventos internacionais. Assim, consideramos a parceria exitosa e acreditamos que, por meio dela, as empresas apoia-das obtiveram acesso a boas oportunidades de negócios.

IA – Qual avaliação você faz do setor de defesa brasileiro?

Borges – Este é um setor estratégico em todos os países desenvolvidos, pois trata-se de uma indústria inovadora e geradora de empregos de ele-vada qualificação técnica, com ocupação de grande número de mestres e doutores. As tecno-logias criadas ou desenvolvidas na fabricação dos produtos de defesa são de natureza dual, ou seja, a aplicação delas vai além do uso militar, sendo de muita utilidade para a socie-dade civil. Radares terrestres, usados para controle das fron-teiras brasileiras, foram empre-gados para auxiliar o controle de segurança durante a visita do Papa Francisco ao Brasil, em julho. Também podemos citar alimentos preparados para as necessidades militares, que podem ser solução para atendi-mento da sociedade em casos de catástrofes, como enchen-tes, terremotos e outros. Nesse sentido, o setor possui potencial exportador que não se limita às compras das Forças Armadas dos paí-ses-alvo, mas também a outras compras governamentais re-lativas à defesa civil, corpo de bombeiros, polícias e à prote-ção de reservas ambientais, entre outros.

IA - Como a Apex-Brasil pode ajudar as empresas brasileiras a potencializar a exportação?

Borges – A Apex-Brasil ofere-ce às empresas exportadoras e entidades parceiras uma diver-

aPex-BrasilApoio às exportações do setor de defesa

PARCERIA

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Por Karen Gobbatto

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sificada relação de ações e serviços voltados para a promoção de negócios e de imagem dos produtos e serviços brasileiros no exterior. A Agência entende que as ações de relacionamen-to são cada vez mais relevantes na promoção de negócios, e desenvolve ações neste senti-do em grandes eventos esportivos e culturais, como a Copa do Mundo da FIFA, o Carnaval brasileiro, e em provas das Fórmula Indy e Fórmula 1, entre outras. Essas ações proporcionam o aprofunda-mento das relações entre empresários brasilei-ros e compradores estrangeiros, contribuindo para a expansão e consolidação dos negócios entre eles. Destaca-se, ainda, as ações de apoio à internacionalização das empresas, de inteli-gência comercial, que identifica oportunidades de mercados para os produtos brasileiros e o apoio oferecido pelos nove centros de negó-cios que a Agência mantém nos principais mercados globais.

IA – Quais as expectativas para os próxi-mos anos?

Borges – A Apex-Brasil está sempre buscando formas inovadoras de promoção comercial que são desenvolvidas em conjunto com as entida-des parceiras, com o objetivo de contribuir para aumentar as exportações, especialmente de produtos de maior valor agregado e também o número de empresas que exportam. A Agência estimula as empresas a serem cada vez mais inovadoras e sustentáveis porque estes são atributos indispensáveis para a competitividade dos produtos e serviços brasileiros. Ajudando as empresas a serem mais competitivas, a Apex--Brasil contribui para a geração de empregos e renda e para o crescimento do Brasil.

IA – Qual a sua opinião sobre a BID Brasil?

Borges – A BID-Brasil é uma ação promocional inovadora, pois permite às empresas brasileiras do setor apresentarem seus produtos e servi-ços para os adidos militares e representantes de governos estrangeiros, principalmente. Este público tem grande influência na aquisição dos produtos de defesa e segurança de seus países. Certamente, a BID Brasil deve evoluir para um ambiente estratégico de realização de negócios para as empresas do setor e de con-solidação da imagem dos produtos e serviços brasileiros.

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Na área de Defesa e Segurança, as em-presas brasileiras detêm o nível técni-co e a qualidade de projetos comparável às melhores experi-ências mundiais. Um desses exemplos é o da SKM, empresa 100% brasileira, que atua no desenvolvi-mento e fornecimen-to de soluções tecno-lógicas para Sistemas de Controle e Super-

visão de Máquinas e Sistema de Gerenciamento de Energia de Navios Militares. Além de ser a única empresa brasilei-ra que desenvolve, em conjunto com o AMRJ (Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro), o PMG (Período de Manutenção Geral) do Sistema de Controle e Monitoração da Propulsão, Provas de Cais e Provas de Mar (Comissionamento da Propulsão) dos Submarinos Classe Tupi e do Submarino Tikuna, a SKM tem firmado parcerias com instituições de ciência e tecnologia para ingressar em novos projetos. Um deles é o Navipeças: Integrated Plataform Management System – Navio Nash Soares de Meirelles, conhecido com Navio Hos-pitalar. O projeto é desenvolvido em parceria com o IPqM (Instituto de Pesquisas da Marinha) e visa comandar eletronicamente os motores do navio, que hoje operam mecanicamente. O projeto também busca automatizar a reversora.

Além disso, a aplicabilidade do sistema poderá ser utilizada na atualização de outras embarca-ções, inclusive civis. O projeto Inova Aerodefesa: Platafor-ma Integrada de Gerenciamento dos Sistemas de Supervisão e Controle para Navios Militares também vem sendo realizado pela SKM em parceria com o IPqM. Nesse projeto estão sen-do desenvolvidas a Plataforma de Supervisão e Controle para Navios da Marinha de Guerra e a bancada de teste de motores do Arsenal de Ma-rinha do Rio de Janeiro. Com esse projeto, será possível integrar os diversos sistemas de con-trole e supervisão de um navio militar em uma única plataforma de gerenciamento. “Nessa parceria, alia-se a expertise de desenvolvimento do IPqM ao know-how da SKM na área de engenharia de aplicação, projetos, fabricação, comissionamento e assistência téc-nica do pós-venda”, comenta o diretor da SKM, Nicolau Alves Sebastião. Esse sistema também pode ter aplica-ção dual, ou seja, além da militar, ele pode ser oferecido ao seguimento de navegação comer-cial, como embarcações de Cabotagem, Navios--Tanque, Navios de Produtos, Navios de Suporte a Plataformas (PSVs). “Apesar disso, a prioridade é atender a demanda da Marinha do Brasil, em face à Es-tratégia Nacional de Defesa (END), ao Plano de Articulação e Equipamentos da MB (PAEMB) e ao seu Programa de Reaparelhamento da Mari-nha (PRM)”, destaca Nicolau. ExCLUSIVIDADE Com mais de 20 anos de experiência na prestação de serviços para a marinha brasi-leira, a SKM atua na fabricação de quadros de elétricos principais, auxiliares e de emergência, e painéis elétricos em geral, serviços de insta-lação elétrica e assistência técnica da indústria naval e offshore. A SKM é detentora, desde 1994, através de contrato de sessão de direitos firmado com a Villares, da tecnologia dos Sistemas de Con-trole e Monitoração da Propulsão, Sistema de Monitoração de Máquinas Auxiliares e Sistema de Controle de Avarias, desenvolvidos para as Corvetas Classe Inhaúma e Navio-Tanque Almi-rante Gastão Motta. A empresa, associada à ABIMDE (Asso-ciação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), conta com certificação ISO 9001:2008 pela DNV; CRCC Petrobras para

PArcEriAS E DifErENciAiS TEcNológicoS

TECNOLOGIA

Por Karen Gobbatto

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fornecimento de Painéis Elétricos e Serviço para a área de Óleo e Gás; cadastro na ONIP como fornecedora para a área de Óleo e Gás; e em processo de cadastramento como Empresa Es-tratégica de Defesa, além disso, busca a cons-tante atualização tecnológica.

Entre os diversos projetos desenvolvidos, alguns são de exclusividade da SKM, entre eles:

a) Fornecimento e comissionamento de Sistema de Supervisão e Controle de Máquinas e Avarias para Corvetas e Navios-Tanques. Nesta área, além da SKM, fazem forne-cimentos destes Sistemas o IPqM (Instituto de Pesquisa da Marinha) e o CTMSP (Centro Tecno-lógico da Marinha em São Paulo).

b) Fornecimento e comissionamento de Quadros Elétricos Principais para Navios-Patrulha.

c) Comissionamento de Sistemas de Supervisão e Controle da Propulsão de Submarinos da Clas-se Tupi e Tikuna, que compreendem as Provas de Cais e Provas de Mar.

d) Modernização do Sistema HPC dos Navios Classe River.

e) Fornecimento do Sistema de controle da Pro-pulsão com substituição dos PLCS da propulsão e computador do sistema de controle de carga do passo do Navio Polar Almirante Maximiano.

f) Fornecimento do Sistema de Controle de Pro-pulsão do Navio-Escola NE Brasil.

g) Fornecimento do Sistema de Controle do Di-que Almirante Sheick.

h) Modernização, Manutenção de sistemas e ge-

renciamento de energia, controle de posiciona-mento dinâmico de navios de transporte de óleo e minério e PSVs da área de Offshore (Transpe-tro, Subsea7, UP Offshore, Deep Sea e CBO).

HISTÓRIA A SKM iniciou suas atividades em 1992, com um grupo formado por cinco profissionais, participando do fornecimento dos Sistemas de Controle e Monitoração da Propulsão, Máquinas Auxiliares e Avarias (Projeto, Fabricação, Insta-lação, Comissionamento e Assistência Técnica) para as Corvetas Classe Inhaúma e Navio-Tan-que Almirante Gastão Motta. Hoje são 160 colaboradores que pres-tam suporte técnico a praticamente todos os navios de superfície e aos submarinos Classe Tupi e Tikuna, incluindo ainda Bases e Estações Navais. “A SKM valoriza a capacitação do seu Qua-dro Técnico, a melhoria contínua dos seus pro-cessos, infraestrutura, sistema de gestão e cer-tificações. Desse modo, garante a continuidade do conhecimento científi-co e tecnológico no Brasil e atende a expectativa de crescimento e desenvolvimen-to da Indústria Nacional de Defesa”, conclui Nicolau.

Carla D

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salto visionário

Com 23 anos de existência, Vertical do Ponto atende mercado interno e externo no fornecimento de paraquedas

TÚNEL DO TEMPO

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Por Karen Gobbatto

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Um dos equipamentos estrategicamen-te utilizados pelas Forças Armadas e pelas forças auxiliares em missões é o paraquedas e o Brasil é o único país na América do Sul a contar com uma empresa capaz de produzir tais

produtos com qualidade tanto para o mercado interno quanto externo. Esta empresa é a Vertical do Ponto. Sediada no Rio de Janeiro e com 23 anos de fundação, a Vertical do Ponto é responsá-vel por prover as Forças Armadas com para-quedas militares e de carga, pacotes e outros equipamentos de defesa e segurança, usados em operações aeroterrestres, pela Brigada de Infantaria Paraquedista, Força Aérea e Marinha. Países como Venezuela, Paraguai, Chile, Argen-tina, Estados Unidos, Coreia do Sul, Alemanha, Bolívia e Guiana Inglesa também confiam na qualidade e expertise da Vertical do Ponto. Segundo o sócio-diretor da empresa, Ieldo Tonassi, desde a fundação da Vertical do Ponto, seu objetivo central sempre foi o de atender o mercado militar, “visto que não exis-tia nenhuma empresa semelhante em nosso território ou mesmo na América do Sul, sendo de extrema dificuldade comprar no mercado externo, pela especificidade desses materiais e sua manutenção”. Os primeiros produtos fabricados pela empresa carioca foram paraquedas de tropa e entregues à Brigada de Infantaria Paraquedista. Os equipamentos foram testados pelos especia-listas do Batalhão DOMPSA (Batalhão de Dobra-gem, Manutenção de Paraquedas e Suprimentos pelo Ar) e homologados pelo CAEx(Centro de Avaliações do Exército). Para se adequar à demanda, a empresa importou novos maquinários e treinou o quadro de 80 funcionários. Os materiais são projetados e construídos no Brasil com certificado de ex-clusividade emitidos pela ABIMDE (Associação Brasileira de Indústria de Materiais de Defesa), além da homologação fornecida pelo CAEx, liga-do à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Exér-cito, que confere a conformidade e a qualidade dos produtos. “O referencial e a qualidade do produto da Vertical são devidos ao fato de que os res-ponsáveis por sua produção foram treinados pela Brigada Paraquedista, sendo estes ex-mili-tares do Batalhão DOMPSA. Portanto, conhece-dores íntimos deste ofício”, ressalta Tonassi.

PROJETOS DESENVOLVIDOS NA VERTICAL

A empresa fornece uma linha completa de produtos para as Forças Armadas, entre eles: o Fardo A-LOG, usado na Brigada de Infantaria Paraquedista para lançamento de alimentos e congêneres; Colete Restritor com punho de sol-tura rápida usada na Força Aérea Brasileira para segurança em voo do tripulante; Pacote P2-RM usado na Brigada de Infantaria Paraquedista, permitindo o uso de metralhadora MAG pelos seus combatentes paraquedistas; e o Pacote P-Biguá, desenvolvido para lançamento de pa-raquedista em lâmina d’água (protege o arma-mento e auxilia a flutuação do paraquedista). Entre os momentos que marcaram a história da empresa estão o reconhecimento do mercado quanto a qualidade dos paraquedas e demais produtos, o reconhecimento das Forças Armadas como empresa capaz de atender as necessidades do setor e a inserção da empresa nos quadros da ABIMDE. “O setor de defesa do país tornou-se mais importante após a criação da ABIMDE, que organizou as empresas interessadas na melhoria e visibilidade de seus produtos, crian-do sistematicamente contato com os órgãos governamentais e estreitando relacionamentos com nossas autoridades. Isso permitiu a visão estratégica de defesa, ampliando, aos olhos de todos os envolvidos nas perspectivas do Brasil, a autossuficiência do setor”, resume Tonassi.

43Fotos: A

rquivo Vertical do Ponto

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t

Nossos agradecimentos a todas as autori-dades das Forças Armadas, que, de alguma forma, participaram dos nossos projetos, entendendo nossos objetivos e nos dando suporte para continuarmos a desenvol-ver, acreditando na importância de nossa empresa que se uniu a tantas outras para fortalecer a nossa base de defesa, tornan-do-nos autossuficientes em paraquedas, além de contribuirmos como exportador

IeldoTonassi, presidente da Vertical do Ponto

RAIO xNome: Vertical do Ponto Indústria

e Comércio de Paraquedas Ltda

fundação: 1990

Sede: Avenida Duque de Caxias, 600Vila Militar, Deodoro

Rio de Janeiro/RJ

Diferenciais: única empresa da América do Sul no setor

Produtos:- Paraquedas de tropa

- Paraquedas de emergência- Paraquedas de carga

- Paraquedas de ejeção de piloto- Paraquedas de extração de carga

- Paraquedas especiais para cão- Pacotes e Fardos aeroterrestres

- Produtos aeronáuticos (rede de carga, sling, colete restritor)

- Equipamentos de uso individual do combatente

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As associadas da ABIMDE e seus colaboradores entendem perfeitamente que a Base Industrial de De-fesa (BID) precisa crescer e assumir seu papel funda-mental no desenvolvimento e na defesa do país. Esse também é o entendimento do governo e do congresso. O fortalecimento da (BID) é um dos objetivos comuns de documentos importantes do país, como a Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END), o Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN), o Plano Brasil Maior (PBM) e a Política Nacional da Indústria de Defesa (PNID). Para que esse objetivo seja atingido, entretanto, uma série de medidas viabilizadoras precisa ser toma-da pelo governo e pela sociedade em geral. Ouvindo a opinião das associadas, conselheiros e colaboradores, e coletando suas contribuições, a ABIMDE editou, em outubro de 2011, um livreto que apresenta 44 medidas viabilizadoras, organizadas em nove temas distintos.Apesar de conter um número elevado de medidas via-bilizadoras, esse documento mostra, de forma simples e organizada, os rumos e passos que precisam ser da-dos para alcançar o almejado fortalecimento da BID. O livreto foi encaminhado aos associados da ABIMDE, a órgãos do governo, a universidades e a cen-tros de estudos. Foi analisado e discutido nesses am-bientes, especialmente nos Ministérios da Defesa (MD), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e contribuiu positivamente para a formulação de normas e políticas públicas adequadas para o setor. Uma importante medida viabilizadora foi tomada em 2012, com a promulgação da Lei n° 12.598, que estabelece normas especiais para compras, contrata-ções e desenvolvimentos e dispõe sobre incentivos à área estratégica de defesa (regulamentada pelos Decretos n° 7.970, de março, e 1.822, de outubro de 2013). Recentemente, outra importante medida ocor-reu com a formalização da Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID), que tem por finalidade assessorar o ministro em processos e proposições relacionados à indústria nacional de defesa, e novas medidas foram propostas pelos associados, conselheiros e colaborado-res da associação. Com essa evolução, as medidas apontadas em 2011 precisaram ser revistas e atualizadas, além de priorizadas. Isso foi feito e a ABIMDE está editando dois novos livretos, um com todas as novas medidas viabilizadoras, agora cerca de 60, organizadas em dez temas, e outro menor e mais objetivo reunindo apenas as 20 medidas consideradas prioritárias. Um dos temas mais importantes, com o título de Gestão Governamental, reúne as medidas que apoiam o governo em seu atual esforço de reestruturação na área da defesa, atendendo às determinações da Cons-tituição e Leis Complementares e às orientações da Estratégia Nacional de Defesa. Não é difícil entender que o segmento requer capacidade operacional equilibrada com capacidade

PONTO DE VISTA

Base industrial

de deFesa: medidas viabilizadoras

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logística. O próprio Ministério da Defesa está sendo preparado para gerenciar essas duas áre-as, como preconizado na Lei Complementar n° 97/2009, alterada pela de n° 136/2010, Artigos 11 e 11-A. Esse entendimento é comum nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A logísti-ca de defesa na França, por exemplo, é de res-ponsabilidade de uma organização subordinada diretamente ao Ministro da Defesa, a DGA, fora do controle das Forças Armadas. Na Itália, Ale-manha e Inglaterra a logística recebe atenção semelhante. Índia e África do Sul, países que formam conosco o IBAS, dão tratamento similar ao assunto. A logística de defesa no Brasil ainda não é trata-da no mesmo nível. É comum ficarmos limitados ao “apoio logístico”. Em geral, despendemos tempo e recursos em busca de sobressalentes descontinuados para os equipamentos recebidos com os meios de combate obtidos em compras por oportunidade. Considerando esse quadro, a ABIMDE pro-põe, como medida prioritária, a criação de es-trutura capaz de coordenar a logística de defesa em nível mais elevado. Tal estrutura centralizará a gestão dos programas estratégicos, integran-do as capacidades hoje distribuídas entre o MD, o MDIC, o MCTI e os Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Em seguida, recomenda a elaboração de um plano integrado de investimentos, a longo

prazo, que leve em consideração não só as ne-cessidades em meios, sistemas e produtos (como o atual Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa – PAED), mas também o orçamento dis-ponível, a capacidade (industrial, científica, tec-nológica, de infraestrutura e de apoio logístico) desejada para a BID e o plano de carga estimado para a indústria nacional. Algumas medidas apontam para a neces-sidade de criação de instrumentos e mecanismos para o acompanhamento da BID, sua avaliação e identificação de dificuldades, distorções e proble-mas. Outras tratam de legislação para correção dos problemas identificados. Finalmente, as últimas medidas reunidas

neste tema abordam o apoio aos centros de estudo de defesa e inteligência estra-tégica, e a criação da carreira profis-sional de gestão de defesa. Tais profis-sionais, funcionários de alta qualificação

e dedicação exclusiva, atuarão junto aos pro-fissionais da carreira militar nos processos de desenvolvimento e obtenção de meios, sistemas e produtos de alta complexidade ou valor. Os livretos em edição pela ABIMDE apre-sentam outras medidas viabilizadoras, organi-zadas nos temas intitulados: Mercado Interno, Mercado Externo, Área Tributária, Área Financei-ra, Recursos Humanos, Ciência, Tecnologia e Ino-vação, Cadeia Produtiva, Logística e Mobilização e Salvaguardas e Cerceamento Tecnológico. O INFORME ABIMDE pretende abordar es-ses temas em seus próximos números.

Documentos aprovados pelo Decreto n° 5.484, de 30 de junho de 2005, pela Portaria Normativa n° 899/MD, de 19 de julho de 2005, pelo Decreto n° 6.703, de 18 de dezembro de 2008, pelo Decreto Legislativo n° 576, de 20 de março de 2013, do Senado Federal, e pelo Decreto Legislativo n° 373, de 25 de setembro de 2013, do Congresso Nacional. Disponível em:http://www.abimde.org.br/medidas_viabilizadoras.pdf

Almirante Marcílio Boavista da Cunha Membro do Conselho Consultivo da ABIMDE

Divulgação

Não é difícil entender que a defesa requer capacidade

operacional equilibrada com capacidade logística

“”

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Inteligência & Segurança

O Brasil naFIDAE 2014

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