22
78 Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 UMA ESCALA PARA MEDIR A INFRAESTRUTURA ESCOLAR JOAQUIM JOSÉ SOARES NETO GIRLENE RIBEIRO DE JESUS CAMILA AKEMI KARINO DALTON FRANCISCO DE ANDRADE TEMA EM DESTAQUE RESUMO Promover a educação requer a garantia de um ambiente com condições para que a aprendizagem possa ocorrer. É importante proporcionar um ambiente físico, aqui denominado infraestrutura escolar, que estimule e viabilize o aprendizado, além de favorecer as interações humanas. Este artigo apresenta uma escala de infraestrutura escolar que foi construída utilizando como ferramenta a Teoria de Resposta ao Item e baseando-se em informações referentes às escolas obtidas no Censo Escolar da Educação Básica 2011. Foram estabelecidas quatro categorias: Elementar, Básica, Adequada e Avançada. Com base na escala, foi feita uma análise comparativa da infraestrutura escolar por região do país e por dependência administrativa. Acreditamos que os resultados obtidos podem ser úteis para orientar as políticas públicas de educação e para fundamentar estudos futuros sobre o impacto das condições materiais das escolas na qualidade do ensino. PALAVRAS-CHAVE: INFRAESTRUTURA ESCOLAR.

Infraestrutura Nas Escolas Públicas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Infraestrutura Nas Escolas Públicas

Citation preview

  • 78 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    UMA ESCALA PARA MEDIR A INFRAESTRUTURA ESCOLAR

    JOAQUIM JOS SOARES NETO

    GIRLENE RIBEIRO DE JESUS

    CAMILA AKEMI KARINO

    DALTON FRANCISCO DE ANDRADE

    TEMA EM DESTAQUE

    RESUMO

    Promover a educao requer a garantia de um ambiente com condies para que a aprendizagem possa ocorrer. importante proporcionar um ambiente fsico, aqui denominado infraestrutura escolar, que estimule e viabilize o aprendizado, alm de favorecer as interaes humanas. Este artigo apresenta uma escala de infraestrutura escolar que foi construda utilizando como ferramenta a Teoria de Resposta ao Item e baseando-se em informaes referentes s escolas obtidas no Censo Escolar da Educao Bsica 2011. Foram estabelecidas quatro categorias: Elementar, Bsica, Adequada e Avanada. Com base na escala, foi feita uma anlise comparativa da infraestrutura escolar por regio do pas e por dependncia administrativa. Acreditamos que os resultados obtidos podem ser teis para orientar as polticas pblicas de educao e para fundamentar estudos futuros sobre o impacto das condies materiais das escolas na qualidade do ensino.

    PALAVRAS-CHAVE: B3=@7/2/@3A>=AB//=7B3;3A1/:/23/D/:7/o=>@=13AA=3

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 79

    RESUMEN

    Promover la educacin requiere garantizar un ambiente con condiciones para que ocurra el aprendizaje. Es importante proporcionar un ambiente fsico, denominado aqu infraestructura escolar, que estimule o viabilice el aprendizaje, adems de promover las interacciones humanas. Este artculo presenta una escala de infraestructura escolar que se construy utilizando como herramienta la Teora de Respuesta al tem y teniendo como base las informaciones referentes a las escuelas, recolectadas no Censo de la Educacin Escolar Bsica de 2011. Se establecieron cuatro categoras: Elemental, Bsica, Adecuada y Avanzada. Basndose en la escala, se ha efectuado uno anlisis comparativo da infraestructura escolar por regin y por dependencia administrativa. Creemos que los resultados obtenidos pueden ser tiles para orientar las polticas pblicas de educacin y para fundamentar estudios futuros sobre el impacto de las condiciones materiales de las escuelas en la calidad de la enseanza.

    PALABRAS CLAVE:B3=@/23@3A>C3AB//:B3;3A1/:/233D/:C/17@=13A=3

  • 80 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    INTRODUO

    A consolidao dos processos de avaliao educacional no Brasil tem levado ao aprofundamento de estudos sobre os fatores associados relevantes que possam explicar o desempe-nho escolar dos alunos nos exames padronizados. Entender esses fatores de fundamental importncia para o desenvol-vimento de polticas pblicas efetivas no campo da educao. Muitos estudos tm sido realizados para estabelecer quais desses fatores impactam o aprendizado dos alunos e em que proporo (BARBOSA; FERNANDES, 2001; JESUS; LAROS, 2004; LEE, 2008; RODRIGUES, 2002).

    A infraestrutura das escolas um dos aspectos da educa-o brasileira que vem chamando a ateno h muitos anos. Em meados de 1980, Castro e Fletcher (1986) discutem as condi-es materiais das escolas brasileiras na poca. Eles colocam explicitamente a questo da eficincia e da eficcia dos gastos pblicos com educao e falam da relevncia da infraestrutura das escolas para o aprendizado dos alunos. Styro e Soares (2007) estudam a infraestrutura escolar com base nos dados dos Censos Escolares de 1997 a 2005 e constatam que, embora tenha ocorrido

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 81

    uma melhora no perodo, isso no repercutiu em termos da re-petncia e do aprendizado dos alunos. Outro fato mencionado o das grandes diferenas existentes entre as escolas estaduais e privadas em relao s municipais que como se ver neste artigo persistem na atualidade. Os autores falam da necessida-de de conhecer melhor o impacto das condies materiais das escolas nos resultados educacionais. Em outro trabalho, Soares, Razo e Farias (2006) incluem a infraestrutura escolar como fa-tor importante para explicar os baixos resultados da educao na rea rural.

    No contexto internacional, Hattie (2009) trata da influncia da infraestrutura no desempenho dos estudantes considerando vrios pases, entre os quais Estados Unidos e Nova Zelndia. Ele argumenta que a maior fonte de varincia est, na verdade, den-tro das escolas e no entre as escolas. Esse dado consistente com pases desenvolvidos, cuja infraestrutura escolar se apre-senta de forma equitativa entre as escolas. No obstante, tais achados no parecem ser ratificados em pases que possuem um sistema educacional no equitativo.

    o caso do Brasil, por exemplo, onde a responsabilidade pela oferta da educao bsica dividida entre estados e muni-cpios. Em um cenrio de grandes desigualdades regionais e com a enorme disparidade existente entre as diversas redes de ensino, os estudos sobre fatores associados ao desempenho tm mostrado grandes diferenas entre as escolas (ALBERNAZ; FERREIRA; FRANCO, 2002; BARBOSA; FERNANDES, 2001; FLETCHER,

    1998; JESUS; LAROS, 2004). Essas diferenas so explicadas por diversos fatores, entre eles, o nvel socioeconmico das escolas.

    Ainda no cenrio internacional, em um estudo recente no contexto da Amrica Latina, Duarte, Gargiulo e Moreno (2011) abordam o tema da infraestrutura e do aprendizado com base nos dados do Second Regional Comparative and Explanatory Study (Serce). Essa publicao traz uma srie de referncias de estu-dos feitos em outros pases a respeito do tema.

    Este artigo apresenta-se como uma contribuio para essa rea de estudo ao oferecer uma escala para aferir a infraestrutura es-colar. Nessa escala, cada escola brasileira tem uma proficincia em infraestrutura, e esse valor interpretvel, ou seja, cada es-core nessa escala tem um significado prtico e objetivo. Assim, podem-se categorizar as escolas em termos de suas estruturas

  • 82 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    materiais e, sobretudo, possvel levantar uma questo de fun-damental importncia: qual a infraestrutura adequada para que uma escola tenha condies de oferecer uma educao de me-lhor qualidade?

    Alm de contribuir para responder a essa questo de forma objetiva, a escala til com referncia para estudos que tratam de fatores associados ao desempenho, pois o escore na escala de infraestrutura um retrato mais preciso do nvel socioeconmi-co da escola do que o nvel socioeconmico mdio dos alunos que a frequentam, medida usualmente utilizada para esse fim.

    METODOLOGIA

    O Censo Escolar da Educao Bsica, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep), coleta dados sobre as escolas, turmas, docentes e alunos brasileiros. Os dados aqui utilizados foram extrados do Censo Escolar 2011 e so provenientes do formulrio Cadastro das Escolas, onde se renem informaes sobre Caracterizao/Infraestrutura e Equipamentos.

    Para a realizao deste estudo, tivemos acesso a uma base de dados do Inep com 263.833 escolas, incluindo pblicas e privadas, rurais e urbanas. Foram feitas filtragens nessa base, inicialmente por meio da varivel Situao de Funcionamento, subdividida nos itens:

    1. Em atividade2. Paralisada3. Extinta4. Extinta no ano anterior

    Foram consideradas apenas as escolas na situao Em Ati-vidade. Aps essa filtragem, a base ficou reduzida a 198.837 escolas.

    Em seguida, foi considerada a varivel Situao da Escola em Relao ao Censo Escolar 2011, conforme a seguinte classificao:

    0. Escola no faltante (Censo 2011 fechado)1. Escola faltante2. Escola nova que no preencheu o Censo 20113. Escola com todas as matrculas no confirmadas

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 83

    4. Escola aberta (no encerrou o censo 2011)5. Escola exclusiva de atendimento educacional especia-

    lizado ou atendimento complementar (sem matrcula de escolarizao)

    Nesse caso, foram includas nas anlises apenas as escolas na situao Escola no Faltante (Censo 2011 fechado), restando ento 194.932 escolas.

    Para caracterizar a infraestrutura, foram utilizados dois blocos de itens, Caracterizao e Infraestrutura e Equipamentos, que englobam desde a varivel 32 (gua consumida pelos alu-nos) at a varivel 41d (Acesso internet). Nesse intervalo, foram adotados alguns procedimentos, como descritos na sequncia.

    Em relao s variveis 33 a 35 (Abastecimento de gua, Abastecimento de energia eltrica, Esgoto sanitrio) foi descon-siderada a qualidade mensurada no item e considerado apenas o atributo de existncia, conforme o Quadro 1.

    QUADRO 1 Variveis dicotomizadas para a montagem do banco de dados utilizado para a anlise da Teoria da Resposta ao Item (TRI)

    VARIVEL

    33

    34

    35

    Abastecimento de gua

    0 - No existe

    1 Existente

    Abastecimento de energia eltrica

    0 - No existe

    1 Existente

    Esgoto sanitrio

    0 - No existe

    1 Existente

    Fonte: Elaborao dos autores a partir do Censo Escolar da Educao Bsica 2011.

    Os itens Quadra de esportes coberta e Quadra de esportes descoberta foram transformados em apenas um item dicotmico: Quadra de esportes coberta ou descoberta

  • 84 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    (0 - No existe e 1 - Existe). O mesmo tratamento foi dado para os itens Sanitrio fora do prdio e Sanitrio dentro do pr-dio que se tornaram: Sanitrio dentro ou fora do prdio (0 - No existe e 1 - Existe). Isso porque a inteno no mo-mento era avaliar a existncia ou no desses elementos da infraestrutura escolar, e no a qualidade deles.

    Quanto aos itens excludos da anlise, o Quadro 2 apresenta os motivos da excluso.

    QUADRO 2 Itens excludos da anlise da TRI e o motivo da excluso

    ITEM EXCLUDO

    36 Destinao do lixo

    37 Sala de leitura

    40

    Videocassete

    Retroprojetor

    Antena parablica

    38 Nmero de salas de aula existentes na escola

    39 Nmero de salas utilizadas como salas de aula (dentro e fora do prdio)

    41a Quantidade de computadores na escola

    41b Quantidade de computadores para uso administrativo

    41c Quantidade de computadores para uso dos alunos

    MOTIVO

    Por ser uma varivel categrica e no passvel de dicotomizao

    Por ser, em muitas escolas, um substituto da biblioteca. Portanto, se confunde, mas no substitui a biblioteca, que o desejvel. Nas anlises preliminares, se apresenta como um item difcil, de forma espria

    Por terem sofrido o processo de obsolescncia com o tempo

    Por se tratar de variveis no dicotmicas

    Fonte: Elaborao dos autores.

    Alguns itens foram retirados das anlises por no permiti-rem a dicotomizao ou por exigirem um julgamento de valor relativo quantidade no processo de dicotomizao. Esse procedi-mento foi necessrio devido opo metodolgica de se utilizar o modelo logstico dicotmico de dois parmetros da Teoria da Resposta ao Item (TRI). As razes que subsidiaram a escolha desse modelo foram: 1) importncia de se construir uma escala interpretvel, o que possvel por meio da TRI; 2) o interesse

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 85

    inicial de construir uma escala que avalia a existncia ou no de determinado elemento de infraestrutura, no sendo o foco, neste momento, a avaliao qualitativa desses elementos; 3) nas anlises preliminares percebeu-se que, alm de se posicionarem em pontos distintos da escala, os itens tinham nveis distintos de discriminao, ou seja, no contribuam do mesmo modo na diferenciao das escolas.

    Aps todo o procedimento de filtragem, a base final utilizada nas anlises passou a contar com 24 itens referentes infraestrutu-ra escolar, descritos no Quadro 3.

    QUADRO 3 Itens utilizados nas anlises da TRI

    Sanitrio fora ou dentro do prdio

    ITEM

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    DESCRIO

    gua consumida pelos alunos

    Abastecimento de gua

    Abastecimento de energia eltrica

    Esgoto sanitrio

    Sala de diretoria

    Sala de professor

    Laboratrio de informtica

    Laboratrio de cincias

    Sala de atendimento especial

    Quadra de esportes coberta/descoberta

    Cozinha

    Biblioteca

    Parque infantil

    ITEM

    14

    15

    16

    17

    18

    19

    20

    21

    22

    23

    24

    DESCRIO

    Berrio

    Sanitrio para educao infantil

    Sanitrio para deficientes fsicos

    Dependncias para deficientes fsicos

    TV

    DVD

    Copiadora

    Impressora

    Computadores

    Internet

    Fonte: Elaborao dos autores.

  • 86 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    ESCALA DE INFRAESTRUTURA

    Antes de iniciar as anlises dos itens com base no modelo da TRI, as variveis de infraestrutura do Censo Escolar foram analisa-das conforme adequabilidade aos diversos segmentos de ensino (educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio) e por tipo de escola (pblica ou particular). Essa anlise foi necessria porque nem todos os segmentos de ensino exigem as mesmas condies de infraestrutura.

    Assim, das 24 variveis inicialmente consideradas, cinco fo-ram submetidas a um tratamento diferenciado: parque infantil e sanitrio de educao infantil somente para as escolas que declararam ofertar esse nvel de ensino; berrio somente para escolas que ofertavam creche; laboratrio de cincias somente para as escolas que ofertavam ensino fundamental e mdio; e cozinha somente para as escolas pblicas, uma vez que nelas a alimentao escolar obrigatria. Para as escolas a que essas va-riveis no se adequavam, elas foram tratadas nas anlises pela TRI como no se aplica.

    Feito esse tratamento, realizou-se a primeira anlise para estimao dos parmetros dos itens, tambm conhecida como calibrao. Foi utilizado o modelo logstico de dois parmetros. Os resultados dessa anlise indicaram dois itens com proble-mas de ajuste ao modelo da TRI: gua filtrada e berrio, pois possuam ndices de discriminao muito baixos (parmetro a igual a 0,16 e 0,27, respectivamente). Por esse motivo, essas variveis foram desconsideradas e realizou-se uma segunda anlise para reestimao dos parmetros dos itens.

    O Quadro 4 apresenta como resultado dessa segunda anlise os 22 itens da escala de infraestrutura escolar com seus parmetros de dificuldade b e de discriminao a na escala (0,1), ou seja, escala com mdia de valor zero e desvio padro de valor um.

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 87

    QUADRO 4 Estimativas do parmetro de discriminao e de dificuldade dos itens da escala de infraestrutura escolar, acompanhadas pelos respectivos erros padres entre parnteses

    ITEM DESCRIO

    PARMETRO

    DISCRIMINAO DIFICULDADE

    1 gua 0,77 (0,01) -2,99 (0,02)

    2 Sanitrio 1,11 (0,01) -2,34 (0,01)

    3 Cozinha 0,96 (0,01) -2,28 (0,01)

    4 Esgoto 1,64 (0,01) -1,93(0,01)

    5 Energia eltrica 1,80 (0,01) -1,88 (0,01)

    6 TV 3,02 (0,02) -0,72 (

  • 88 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    Tomando como referncia os parmetros dos itens, tam-bm possvel construir e analisar a curva de informao do teste em funo da proficincia da escola na escala de in-fraestrutura, que mostrada na Figura 1. Para cada ponto da escala, o erro de mensurao o inverso do valor da infor-mao. Assim, para cada ponto da escala, quanto maior a informao, menor se configura o erro que est sendo come-tido naquele ponto. Nota-se que escolas que possuem escores entre 40 e 60 so as que possuem estimativas mais precisas de suas proficincias na escala de infraestrutura, apresentan-do informao alta e erro de mensurao baixo. J as escolas com escores abaixo de 40 ou acima de 60 possuem um erro de mensurao maior na estimao de suas proficincias. Esse erro maior deve-se a uma quantidade menor de itens nessas faixas da escala.

    FIGURA 1 Informao da escala de infraestrutura em relao ao valor da proficincia em infraestrutura

    Info

    rmao

    Proficincia em Infraestrutura

    0

    16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76 80 84

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    Fonte: Elaborao dos autores.

    Em seguida, foram definidos os pontos ncoras da escala em intervalos de 10 unidades de medida da escala, incluindo a mdia da escala, 50. Para definir os itens ncora, foi considerado o percentual de resposta positiva emprica dos itens em torno de cada ponto ncora, tendo como base os respondentes (que no presente caso so as escolas respondentes do EducaCenso 2011) localizados meio desvio padro acima e abaixo de cada ponto.

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 89

    Os itens ncoras so os que caracterizam os pontos da escala no sentido de que a maioria das escolas (mais de 65%) situadas em cada um dos pontos responde positivamente ao item, enquanto menos da metade das escolas situadas no nvel imediatamente inferior tambm responde positivamente, e a diferena entre os percentuais de acerto no ponto ncora e no ponto anterior igual ou superior a 30%.

    Essa metodologia tem como base o estudo de Beaton e Allen (1992). Todos os itens da escala de infraestrutura escolar foram ancorados em algum ponto ncora, atendendo aos trs critrios estabelecidos. Utilizamos aqui, para o estabelecimento dos itens ncoras, o percentual de resposta positiva emprica dos itens. A diferena entre a proporo emprica e a probabilidade do modelo da TRI muito pequena. S altera a posio de dois itens. Pela interpretao da escala, o posicionamento dado pela proporo emprica faz mais sentido do que o posiciona-mento do modelo da TRI. Em relao a esse ponto, segue-se aqui o mesmo critrio do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (Saeb), que usa a proporo emprica.

    A interpretao da escala evidenciou que as escolas podem ser classificadas em quatro grandes nveis de infraestrutura escolar: elementar, bsica, adequada e avanada. No Quadro 5, apresenta-da a descrio desses quatro nveis, assim como a porcentagem de escolas em cada intervalo de proficincia da escala. Os pontos de corte foram estabelecidos com base nas informaes do question-rio e na semelhana dos elementos de infraestrutura.

    Chama a ateno, entre os resultados apresentados no Quadro 5, o fato de mais de 44% das escolas da educao bsica brasileira ainda apresentarem uma infraestrutura escolar ele-mentar, apenas com gua, sanitrio, energia, esgoto e cozinha. Trata-se de aspectos sine qua non para o funcionamento de um prdio escolar, sem qualquer caracterstica especfica relaciona-da ao processo ensino-aprendizado.

    Outro fato que chama a ateno que somente 0,6% das escolas apresentam uma infraestrutura considerada avanada. Esses resultados demonstram o quanto ainda preciso avan-ar para proporcionar aos estudantes um ambiente escolar com infraestrutura adequada aos propsitos de uma educao de qualidade, especialmente pblica, o que perpassa pela qua-lidade da infraestrutura escolar.

  • 90 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    QUADRO 5 Descrio dos nveis da escala de infraestrutura escolar e a porcentagem de escolas por intervalo de proficincia

    NVEL INTERVALO PORCENTAGEMDESCRIO DOS NVEIS DE INFRAESTRUTURA

    1 - Elementar

    0 < 20 0,0Esto neste nvel escolas que possuem somente aspectos de infraestrutura elementares para o funcionamento de uma escola, tais como gua, sanitrio, energia, esgoto e cozinha

    20 < 30 2,8

    30 < 40 17,8

    40 < 50 23,9

    2 - Bsica 56 < 60 40,0

    Alm dos itens presentes no nvel anterior, neste nvel as escolas j possuem uma infraestrutura bsica, tpica de unidades escolares. Em geral, elas possuem: sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD, computadores e impressora

    3 - Adequada 60 < 70 14,9

    Alm dos itens presentes nos nveis anteriores, as escolas deste nvel, em geral, possuem uma infraestrutura mais completa, o que permite um ambiente mais propcio para o ensino e aprendizagem. Essas escolas possuem, por exemplo, espaos como sala de professores, biblioteca, laboratrio de informtica e sanitrio para educao infantil. H tambm espaos que permitem o convcio social e o desenvolvimento motor, tais como quadra esportiva e parque infantil. Alm disso, so escolas que possuem equipamentos complementares como copiadora e acesso internet

    4 - Avanada

    70 < 80 0,6

    As escolas neste nvel, alm dos itens presentes nos nveis anteriores, possuem uma infraestrutura escolar mais robusta e mais prxima do ideal, com a presena de laboratrio de cincias e dependncias adequadas para atender estudantes com necessidades especiais

    > = 80 0,0

    Fonte: Elaborao dos autores.

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 91

    APLICAES DA ESCALA

    Nesta seo, oferecem-se aplicaes importantes da escala de infraestrutura escolar para realizar anlises das caractersti-cas das escolas brasileiras. Primeiramente, so apresentadas algumas anlises descritivas da distribuio das 194.932 es-colas analisadas neste trabalho. Como pode ser visto na Fi-gura 2, o intervalo da escala que contm escolas vai de 22,61 a 72,34. Os picos altos demonstram que existe um grande nmero de escolas com infraestruturas similares. Para se ter uma viso mais detalhada das condies dessas escolas, ser necessrio aumentar a quantidade de itens no EducaCenso para que se possa ter uma maior discriminao das escolas em termos de suas infraestruturas.

    FIGURA 2 Distribuio das escolas em relao escala de infraestrutura

    0

    22,6 42,4 45,5 45,6 45,7 46,5 49,6 52,9 54,1 54,3 54,4 54,5 54,6 55,1 57,1 61,8

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    Qu

    an

    tid

    ad

    e d

    e E

    sco

    las

    Proficincia em Infraestrutura

    Fonte: Elaborao dos autores.

    A Tabela 1 mostra em termos absoluto e relativo a distri-buio das escolas nos intervalos e nos nveis da escala. No intervalo que inclui as escolas com infraestrutura entre os valores 50 e 60 encontram-se 40% das escolas, ou seja, aque-las que foram classificadas como tendo infraestrutura bsica. Essas escolas tm as seguintes caractersticas gerais: dispem de gua, sanitrio, energia, esgoto, cozinha, sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD, computadores e impressora.

    Apenas 15,5% das escolas brasileiras tm caractersticas mais sofisticadas que essas, ou seja, as escolas classificadas como tendo infraestrutura escolar adequada e avanada.

  • 92 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    REGIES

    INFRAESTRUTURA ESCOLAR

    TOTAL

    ELEMENTAR BSICA ADEQUADA AVANADA

    Norte 17.090 71,0% 5.353 22,2% 1.565 6,5% 71 0,3% 24.079Nordeste 49.338 65,1% 20.912 27,6% 5.376 7,1% 205 0,3% 75.831Centro-oeste 1.755 17,6% 5.137 51,6% 2.954 29,7% 102 1,0% 9.948Sudeste 13.478 22,7% 33.826 57,0% 11.738 19,8% 322 0,5% 59.364Sul 5.078 19,8% 12.819 49,9% 7.393 28,8% 420 1,6% 25.710Total 86.739 44,5% 78.047 40,0% 29.026 14,9% 1.120 0,6% 194.932

    TABELA 1 Distribuio do nmero de escolas nos intervalos e nveis da escala de infraestrutura

    INTERVALOS NMERO PORCENTUALPORCENTAGEM

    ACUMULADANVEL DE

    INFRAESTRUTURA

    20 < 30 5.496 2,8 2,8

    Elementar30 < 40 34.649 17,8 20,6

    40 < 50 46.594 23,9 44,5

    50 < 60 78.047 40,0 84,5 Bsica

    60 < 70 29.026 14,9 99,4 Adequada

    70 < 80 1.120 0,6 100,0 Avanada

    Fonte: Elaborao dos autores.

    Na Tabela 2 so apresentados o nmero e a porcentagem das escolas, em cada um dos nveis da escala para as regies geogrficas brasileiras. Observa-se que, do total de 24.079 es-colas localizadas na Regio Norte, 17.090 (71%) esto no nvel de infraestrutura elementar. Das escolas localizadas na Regio Nordeste, a porcentagem de escolas no nvel elementar de 65%. Nas outras trs regies, a maior porcentagem de escolas est no nvel bsico. Para qualquer uma das regies, a porcen-tagem de escolas no nvel avanado sempre menor que 2%.

    TABELA 2 Distribuio do nmero de escolas por nvel da escala de infraestrutura escolar para cada regio geogrfica do pas

    Fonte: Elaborao dos autores.

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 93

    A seguir, utiliza-se a escala para analisar a distribuio das escolas nas categorias de infraestrutura em relao dependncia administrativa, ou seja, escolas federais, estaduais, municipais ou privadas. A Tabela 3 mostra em detalhes os resultados. Aqui, sero destacados apenas alguns dados da situao das escolas em relao dependncia administrativa.

    Observa-se que 62,5% das escolas federais esto nas catego-rias Adequada e Avanada, 51,3% das escolas estaduais esto na categoria Bsica, 61,8% das escolas municipais esto na categoria Elementar e 72,3% das escolas privadas esto nas categorias Ele-mentar e Bsica. Nota-se tambm que das 5.496 escolas que se encontram no intervalo de 20 a 30 da escala, 5.036 (99,9%) so municipais.

  • 94 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    TABELA 3 Frequncias, percentuais e percentuais acumulativos das escolas federais, estaduais, municipais e privadas em relao aos intervalos e nveis da escala de infraestrutura

    Fonte: Elaborao dos autores.

    DEPENDNCIA ADMINISTRATIVA

    INTERVALONMERO DE

    ESCOLASPORCENTAGEM

    PORCENTAGEM ACUMULADA

    NVEL DE INFRAESTRUTURA

    Federal

    40/-50 23 5,1 5,1 Elementar

    50/-60 146 32,4 37,5 Bsica

    60/-70 262 58,1 95,6 Adequada

    70/-80 20 4,4 100,0 Avanada

    Total 451 100,0

    Estadual

    20/-30 455 1,4 1,4

    Elementar30/-40 1113 3,4 4,9

    40/-50 2854 8,8 13,7

    50/-60 16569 51,3 65,0 Bsica

    60/-70 10772 33,3 98,3 Adequada

    70/-80 553 1,7 100,0 Avanada

    Total 32316 100,0

    Municipal

    20/-30 5036 4,0 4,0

    30/-40 33277 26,7 30,7 Elementar

    40/-50 38744 31,1 61,8

    50/-60 39416 31,6 93,5 Bsica

    60/-70 7915 6,4 99,8 Adequada

    70/-80 226 0,2 100,0 Avanada

    Total 124614 100,0

    Privada

    20/-30 5 0,0 0,0

    Elementar30/-40 259 0,7 0,7

    40/-50 4973 13,2 13,9

    50/-60 21916 58,4 72,3 Bsica

    60/-70 10077 26,8 99,1 Adequada

    70/-80 321 0,9 100,0 Avanada

    Total 37551 100,0

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 95

    Finalmente, a Tabela 4 apresenta detalhadamente a distri-buio das escolas na escala em relao sua localizao em reas urbanas ou rurais. Enquanto que apenas 18,3% das escolas ur-banas tm infraestrutura elementar, o oposto ocorre em relao s escolas rurais: 85,2% encontram-se nesta categoria.

    TABELA 4 Distribuio do nmero de escolas nos intervalos e nveis da escala de infraestrutura, segundo a localizao

    Fonte: Elaborao dos autores.

    LOCALIZAO INTERVALONMERO DE

    ESCOLASPORCENTAGEM

    PORCENTAGEM ACUMULADA

    NVEL DE INFRAESTRUTURA

    Urbana

    20/-30 13 0,0 0,0

    Elementar30/-40 1674 1,4 1,4

    40/-50 20013 16,9 18,3

    50/-60 67788 57,2 75,5 Bsica

    60/-70 28014 23,6 99,1 Adequada

    70/-80 1096 0,9 100,0 Avanada

    Total 118598 100,0

    Rural

    20/-30 5483 7,2 7,2

    Elementar30/-40 32975 43,2 50,4

    40/-50 26581 34,8 85,2

    50/-60 10259 13,4 98,6 Bsica

    60/-70 1012 1,3 100,0 Adequada

    70/-80 24 0,0 100,0 Avanada

    Total 76334 100,0

  • 96 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    CONCLUSES E SUGESTES

    O presente estudo apresenta-se como uma inovao para a rea de avaliao da infraestrutura escolar no cenrio nacional, pois, alm de fazer uso de uma metodologia moderna de anlise, a TRI estabelece uma escala de infraestrutura escolar com quatro nveis simples e objetivos.

    A grande vantagem da escala aqui apresentada se deve ao fato de poder ser interpretada. Ademais, ela posiciona os itens segundo seu grau de dificuldade. Como um exemplo do poder de uma escala, est a possibilidade de se estabelecerem nveis que, por sua vez, permitem anlises como as que mostram a grande desigualdade existente entre as escolas brasileiras, espe-cialmente entre as zonas urbana e rural e entre as regies Norte e Nordeste e o restante do pas.

    Em um estudo realizado por Oliveira e Laros (2007), que teve como objetivo identificar os construtos mensurados no questio-nrio do Censo Escolar 2002 referente ao ensino fundamental com base no uso de anlise fatorial, foi indicada a existncia de dois fatores relacionados infraestrutura: um de infraestrutura escolar e tecnolgica e outro de infraestrutura bsica e alimen-tar. O primeiro descrito com variveis como: quantidade mdia de computadores por aluno, existncia de laboratrio de infor-mtica, impressora, quadra de esporte, existncia de merenda escolar, existncia de laboratrios.

    Os autores identificaram ainda que as escolas que possuam os itens indicados nesse fator eram tipicamente da zona urba-na e dispunham de recursos mais sofisticados para oferecer aos seus alunos. Ou seja, os autores referem-se a esse fator como indicador indireto da riqueza da escola. No que tange ao fator de infraestrutura bsica e alimentar, h dois grupos de itens: os de infraestrutura bsica, tais como energia pblica, sanitrios, coleta pblica de lixo e gua pblica; e os itens relacionados ao fornecimento de alimento aos alunos, como geladeira, liquidi-ficador, freezer, cozinha, depsito de alimentos e refeitrio. Os dois fatores encontrados pelos autores citados podem ser par-cialmente identificados na escala de infraestrutura do presente trabalho, sendo que a infraestrutura bsica e alimentar corres-ponderia, sobretudo, ao nvel elementar da escala deste estudo e a infraestrutura escolar e tecnolgica estaria relacionada aos demais nveis.

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 97

    O estudo aqui publicado tambm chama a ateno para a importncia e necessidade de se analisar, para alm do de-sempenho dos estudantes, os fatores contextuais passveis de interveno que possam trazer melhorias para o sistema educacio-nal. Assim, a escala de infraestrutura desenvolvida no trabalho pode contribuir para outros estudos que buscam avaliar o efeito escola e o impacto de fatores contextuais no desempenho esco-lar. Essas pesquisas contribuem para esclarecer o processo de produo de desigualdades e demonstram que as diferenas de desempenho podem ser a reproduo de um histrico de desi-gualdades sociais.

    Por outro lado, deve-se considerar que essa uma primeira proposta de escala de infraestrutura e que pode ainda ser melho-rada. Por exemplo, uma das limitaes a quantidade de itens utilizada para a construo da escala. Quanto maior a quanti-dade de itens, maior a preciso da medida e informaes mais confiveis podero ser disponibilizadas. Considerando a difi-culdade de se coletar informaes referentes a todas as escolas brasileiras, importantssimo o apoio do Censo Escolar nesse processo. Outra forma de ampliar o estudo do tema avaliar no somente a existncia dos elementos que compem a infraestru-tura escolar como gua, esgoto, sala de professores, entre outros, mas tambm a qualidade desses elementos. Para a incorporao de outras informaes, a utilizao de outros modelos da TRI poder ser necessria.

    Por fim, ressalta-se a contribuio poltica e social deste es-tudo ao ressaltar as desigualdades de infraestrutura existentes entre as escolas. Este estudo demonstra o quanto o Brasil ainda est distante, no somente da equidade entre as escolas, mas tambm da garantia de um padro mnimo de qualidade. H um percentual alto de escolas que no possuem requisitos bsicos de infraestrutura, como sala de diretoria, sala de professor e biblio-teca. Assim, fica transparente a necessidade de polticas pblicas que visem a diminuir as discrepncias e promover condies es-colares mnimas para que a aprendizagem possa ocorrer em um ambiente escolar mais favorvel.

  • 98 Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013

    REFERNCIAS

    ALBERNAZ, ngela; FERREIRA, Francisco H. G.; FRANCO, Creso. Qualidade e equidade na educao fundamental brasileira. Texto para Discusso n 455. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2002.

    ANDRADE, Dalton F. de; TAVARES, Heliton R.; VALLE, Raquel da C. Teoria de Resposta ao Item: conceitos e aplicaes. So Paulo: Associao Brasileira de Estatstica - ABE, 2000.

    BARBOSA, Maria Eugnia F.; FERNANDES, Cristiano. A escola brasileira faz diferena? Uma investigao dos efeitos da escola na proficincia em matemtica dos alunos da 4 srie. In: FRANCO, Creso (Org.). Avaliao, ciclos e promoo na educao. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 121-153.

    BEATON, Albert E.; ALLEN, Nancy L. Interpreting scales through scale anchoring. Journal of Educational Statistics, v. 17, p. 191-204, 1992.

    BUCHMANN, C.; HANNUM, E. Education and stratification in developing countries: a review of theories and research. Review of Sociology, v. 27, p. 77-102, 2001.

    CASTRO, Cludio de Moura; FLETCHER, Philip. A escola que os brasileiros frequentaram em 1985. Rio de Janeiro: Ipea, Iplan,1986.

    CERQUEIRA, C. A.; SAWYER, D. R. O. T. Tipologia dos estabelecimentos escolares brasileiros. Revista brasileira de Estudos Populacionais, So Paulo, v. 24, n. 1, p. 53-67, jan./jun. 2007.

    DUARTE, Jess; GARGIULO, Carlos; MORENO, Martn. School infrastructure and learning in Latin American elementary education: an analysis based on the Serce. Inter-American Development Bank, 2011.

    FLETCHER, Philip R. procura do ensino eficaz. Relatrio tcnico. Departamento de Avaliao da Educao Bsica. Braslia: MEC-Daeb, 1998.

    HATTIE, John. Visible learning. A synthesis of over 800 meta-analyses relating to achievement. London and New York: Routledge, Taylor & Francis Group, 2009.

    JESUS, Girlene Ribeiro de; Laros, Jacob Arie. Eficcia escolar: regresso multinvel com dados de avaliao em larga escala. Avaliao Psicolgica, v. 3, n. 2. Porto Alegre, nov. 2004, p. 21-31.

    KLEIN, R. Utilizao da Teoria de Resposta ao Item no Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (Saeb). Ensaio, Rio de Janeiro, v. 40, n. 11, p. 283-296, 2003.

    LEE, V. L. Utilizao de modelos lineares hierrquicos lineares para estudar contextos sociais: o caso dos efeitos da escola. In: BROOKE, Nigel; SOARES, Jos Francisco (Ed.). Pesquisa em eficcia escolar: origem e trajetrias. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2008. p. 273-296.

    OLIVEIRA, Marcos Ruben de; LAROS, Jacob Arie. Construtos mensurados no Censo Escolar 2002 Ensino Fundamental. Revista Electrnica Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educacin, v. 5, n. 2e, 2007.

    RODRIGUES, Margarida Maria Mariana. Instrumentos de avaliao educacional: uma viso pedaggica e psicomtrica integradas, estudo das provas do Saeb

  • Est. Aval. Educ., So Paulo, v. 24, n. 54, p. 78-99, jan./abr. 2013 99

    de Matemtica 8 srie 1997 e 1999. Dissertao (Mestrado em Psicologia) Instituto de Psicologia, Universidade de Braslia, Braslia. 2002.

    STYRO, Natlia; SOARES, Sergei. A infra-estrutura das escolas brasileiras de ensino fundamental: um estudo com base nos censos escolares de 1997 a 2005. Textos para Discusso no 1267. Braslia: Ipea, 2007.

    SOARES, Sergei; RAZO, Renata; FARIAS, Mayte. Perfil estatstico da educao rural: origem socioeconmica desfavorecida, insumos escolares deficientes e resultados inaceitveis. In: BOF, Alvana Maria (Org.). A educao no Brasil rural. Braslia: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira, 2006. p. 47-68.

    JOAQUIM JOS SOARES NETO

    Professor doutor do Instituto de Fsica da Universidade de Braslia (IF/UnB). Membro do Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperao Internacional do Centro de Estudos Avanados Multidisciplinares da Universidade de Braslia (Ceam/UnB)[email protected]

    GIRLENE RIBEIRO DE JESUS

    Professora doutora da Faculdade de Educao da Universidade de Braslia (FE/UnB)[email protected]

    CAMILA AKEMI KARINO

    Doutoranda do Instituto de Psicologia da Universidade de Braslia (IP/UnB)[email protected]

    DALTON FRANCISCO DE ANDRADE

    Professor doutor do Departamento de Informtica e Estatstica do Centro Tecnolgico da Universidade Federal de Santa Catarina (INE/CTC/UFSC)[email protected]

    Recebido em: SETEMBRO 2012

    Aprovado para publicao em: JANEIRO 2013