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Inovação
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QUALIDADE E INOVAÇÃO
TÓPICO 2
INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A necessidade da constante renovação e inovação é primordial no ambiente empresarial
de hoje. Enquanto um novo produto ou conceito pode lançar uma organização para uma posição
privilegiada diante de seus competidores, essa vantagem é nos dias atuais de curta duração.
Esses revolucionários produtos ou novos serviços, são manchetes de jornais e de revistas
especializadas, são as inovações de melhoria, feitas pelos empregados no dia a dia, as que
podem dar à organização o crescimento sustentável que necessita.
A inovação constante decorre da elaboração de um sentido de objetivo coletivo; estimular
a criatividade dos empregados mediante a organização e de ensinar-lhes como reconhecer as
oportunidades não convencionais.
2 INOVAÇÃO, INVENÇAO E DESCOBERTA CIENTÍFICA
Brandão et al (2006), ao tratar dos desafios da inovação salientam a necessidade de se
diferenciar inovação, invenção e descoberta científica. Segundo estes autores a invenção decorre
da capacidade do ser humano e se caracteriza como o ato de criar alguma coisa nova como, por
exemplo, a roda em 3500 a.C. ou o computador no século XX.
A descoberta científica que se refere a algo que já existia, mas não havia sido notado ou
medido. As descobertas científicas geralmente restritas ao ambiente acadêmico e laboratórios
podem demorar em transformar o conhecimento acadêmico em valor econômico ou para que o
mesmo gere riqueza.
A inovação tecnológica tem como objetivo propiciar mais competitividade tanto a uma nova
tecnologia como a um produto que embora já esteja consagrado será mais acessível após seu
aperfeiçoamento. A inovação é entendida como desenvolvimento de produtos, com capacidade
para atender os requisitos dos clientes ou que provoque a geração de novos processos de
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produção com capacidade para estender mercados, mediante a redução dos custos ou mesmo a
multiplicação da escala. Quando se proporciona uma aplicação prática a uma invenção ou
descoberta ocorre a inovação.
3 LEI DE INOVAÇÃO E LEI DO BEM
A lei no 10.973 de 02 de dezembro de 2004 ou lei de inovação considera inovação a
“introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em
novos produtos, processos ou serviços”. Esta lei dispõe sobre os seguintes incentivos:
- Estímulo à construção de ambientes especializados e cooperativos de inovação;
- Estímulo à participação das Instituições Científicas e Tecnológicas (ICT) no processo de
inovação (implementação);
- Estímulo à inovação nas empresas;
- Estímulo ao inventor independente (propriedade intelectual) e
- Autorização para a criação de Fundos de Investimentos em empresas cuja atividade
principal seja a inovação.
A lei do bem como é conhecida a lei no 11.196 de 21 de novembro de 2005 no capítulo III
dispõe sobre os incentivos fiscais à inovação tecnológica.
4 PROSPECÇÃO E AVALIAÇÃO
O Manual de Oslo (2004) enumera algumas atividades inovadoras específicas utilizadas pelas
empresas inerentes à prospecção e avaliação de inovação, mencionadas a seguir:
� Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): incluídas as seguintes características:
a) Busca de invenções específicas ou modificações técnicas realizadas por pesquisa
simples ou voltadas a aquisição de novos conhecimentos.
b) O desenvolvimento de novos conceitos de produtos ou processos ou outros
métodos novos pela empresa para medir suas viabilidades técnicas e econômicas.
Esta fase pode compreender as atividades de desenvolvimento e teste; além de
pesquisas adicionais para modificar desenhos ou funções técnicas.
� Demais atividades de inovação: Além das atividades inerentes à pesquisa e
desenvolvimento a empresa pode estabelecer atividades destinadas ao fortalecimento das
capacitações que possibilitem o desenvolvimento de inovações ou da capacidade de se
implementar de maneira bem-sucedida as inovações adquiridas de outras empresas ou
instituições. Neste contexto a empresa pode:
a) Reconhecer novos conceitos para produtos, processos, métodos de marketing ou
mudanças organizacionais;
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b) Adquirir informações técnicas, pagando taxas ou royalties por invenções
patenteadas ou por contratação de serviços de engenharia, design ou outros
serviços de consultoria.
c) Desenvolver as habilidades humanas por meio de treinamento interno ou
adquiridas pela contratação; o aprendizado tácito e informal – "learning by doing" –
pode também estar incluído.
d) Investir em equipamentos, softwares ou insumos intermediários que incorporam as
inovações de terceiros.
e) Reorganizar os sistemas de gestão bem como todas as suas atividades de
negócios.
f) Desenvolver novos métodos de marketing e comercializar seus produtos e
serviços.
4 FINANCIAMENTO
Ao tratar das linhas de financiamento para a inovação existentes no Brasil. Brandão et al
(2006) apresentam os seguintes instrumentos para fomento disponíveis apresentados No quadro
1, a seguir:
INSTRUMENTOS CARACTERÍSTICA
FINANCIAMENTO
NÃO-REEMBOLSÁVEL
Apoio a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos para
projetos de pesquisa ou inovação ou para estudos ou eventos
voltados a pesquisadores. Oferecido pelo CNPq e FINEP.
FINANCIAMENTO
REEMBOLSÁVEL
Crédito para projetos de P.D&I, com prazos e encargos variáveis de
acordo com o projeto e instituição tomadora. Oferecido pela FINEP.
SUBVENÇÃO
ECONÔMICA
Concessão de recursos financeiros não reembolsáveis para empresas
que realizam atividades de P.D&I por meio da Lei da Inovação e MP
do bem e Lei 10332/2001.
CAPITAL DE RISCO Preparação e capacitação de empresas, auxílio na convergência de
interesses entre capitalistas de risco e empreendedores, aquisição de
ações, debêntures e bônus de fundos (www.capitalderisco.gov.br)
INCENTIVOS FISCAIS Conjunto de instrumentos de apoio à P.D&I para empresas, como
dedução de IR, redução de IPI e depreciação e amortização
aceleradas para equipamentos de P.D&I entre outros.
QUADRO 1 - INSTRUMENTOS FEDERAIS PARA FOMENTO À INOVAÇÃO NO BRASIL. FONTE: BRANDÃO, Vladimir; et al. Brasil inovador: o desafio empreendedor. 40 histórias de sucesso de empresas que investem em inovação. Brasília: IEL – NC, 2006, p. 26. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/dcom/brasilinovador.pdf>. Acesso em: 02 fev 2009
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5 FERRAMENTAS DE INOVAÇÃO
Ao apresentarem seus comentários a respeitos das ferramentas de inovação Limas;
Scandelari e Francisco (2008), salientam:
Na busca de sistematização de como as ferramentas de inovação podem ser aplicadas, a União Européia desenvolveu um manual de referência para a Gestão da Tecnologia, denominado TEMAGUIDE. O TEMAGUIDE agrupa e denomina ferramentas em "cluster" (aglomerados de práticas e técnicas de Gestão de Tecnologia) e são normalmente referenciadas como TM Tools. Cada TM Tool possui objetivos específicos que apóiam uma ou mais etapas do modelo de inovação (LIMAS; SCANDELARI e FRANCISCO, 2008, p. 3).
O resumo dos objetivos destas ferramentas é demonstrado no quadro 2, a seguir.
TM TOOLS OBJETIVO
Criatividade Criatividade é uma característica de indivíduos, grupos e organizações. Técnicas de criatividade podem ajudar indivíduos particulares ou grupos a se tornarem mais criativos ou usar sua originalidade de pensamento ou inventividade para situações particulares.
Análise de Mercado
Analisar todos os aspectos do mercado e, em particular, comportamento e necessidades do cliente, a fim de obter informação valiosa para alimentar o processo de inovação, com o objetivo de identificar e avaliar especificações de novos produtos.
Avaliação de Projetos
Fornecer informação para estimar o valor de um projeto potencial com referência particular para estimação de custos recursos e benefícios afim de obter uma decisão sobre prosseguir ou não com um projeto.
Prospecção Tecnológica
Empresas precisam estar cientes de desenvolvimentos tecnológicos interessantes e revisar a relevância destes desenvolvimentos para o negócio da empresa. Elas devem procurar oportunidades estratégicas ou ameaças ao negócio.
Networking Dispor e manter cooperação entre empresas e entre organizações de negócios e organizações de P&D, incluindo universidades, a fim de obter acesso a idéias e tecnologias e compartilhar habilidades, recursos, informação e expertise.
Criação de Equipes
Decidir a composição de equipes específicas recrutando e gerindo indivíduos para assegurar um mix apropriado de habilidades e experiências.
Gestão de Mudanças
Um meio estruturado de implementar mudança na empresa, sempre que envolve transformação organizacional na maneira como a empresa faz as coisas.
Gestão de Interface
Transpor barreiras ou fomentar e encorajar a cooperação entre entidades separadas (departamentos, pessoas ou até diferentes organizações) durante o processo inovativo.
Benchmarking Benchmarking é o processo de melhorar o desempenho continuamente, identificando, compreendendo, e adaptando práticas proeminentes e os processos encontrados dentro e fora de uma organização (companhia, organização pública, universidade, faculdade, etc.).
Auditoria Tecnológica
Auditorias de habilidades, tecnologia e inovação são ferramentas de diagnóstico que podem ser integradas em várias funções tecnológicas.
Gestão de Projetos
Apoiar no processo de aplicação de recursos escassos para atingir metas estabelecidas em tempo e custos restritos. Apoiar a equipe e assegurar que o comprometimento é mantido por todas as pessoas. Assegurar que informação apropriada é comunicada para todas as partes interessadas para permitir que boas decisões sejam feitas.
Produção Enxuta
Analisar todas as atividades dentro de um processo (dentro ou fora da empresa) identificando e eliminando “lixo”, definido como atividades que não agregam valor.
Análise de Valor
Determinar e melhorar o valor de um produto ou processo, pelo entendimento das funções do item e seu valor, e pelos componentes constituintes e seus custos associados, a fim de reduzir os custos ou aumentar o valor das funções.
Gestão ambiental
Melhorar como a empresa identifica o endereçamento de questões ambientais.
QUADRO 2 – FERRAMENTAS DE GESTÃO DA TECNOLOGIA. FONTE: ADAPTADO DE: COTEC APUD LIMAS; SANDELARI E FRANCISCO, 2008, p. 2-3.
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REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Vladimir; et al. Brasil inovador: o desafio empreendedor. 40 histórias de sucesso de empresas que investem em inovação. Brasília: IEL – NC, 2006, p. 26. Disponível em: <http://www. finep.gov.br/dcom/brasilinovador.pdf>. Acesso em: 02 fev 2009.
BRASIL. Lei n. 10.973, de 02 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 03 dez 2004, Seção 1, p. 2.
BRASIL, Lei nº. 11.196, de 21 de novembro de 2005. Institui o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação - REPES, o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras - RECAP e o Programa de Inclusão Digital; dispõe sobre incentivos fiscais para a inovação tecnológica; altera o Decreto-Lei no 288, de 28 de fevereiro de 1967, o Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, o Decreto-Lei no 2.287, de 23 de julho de 1986, as Leis nos 4.502, de 30 de novembro de 1964, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.245, de 18 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 9.311, de 24 de outubro de 1996, 9.317, de 5 de dezembro de 1996, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.336, de 19 de dezembro de 2001, 10.438, de 26 de abril de 2002, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.755, de 3 de novembro de 2003, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.931, de 2 de agosto de 2004, 11.033, de 21 de dezembro de 2004, 11.051, de 29 de dezembro de 2004, 11.053, de 29 de dezembro de 2004, 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, 11.128, de 28 de junho de 2005, e a Medida Provisória no 2.199-14, de 24 de agosto de 2001; revoga a Lei no 8.661, de 2 de junho de 1993, e dispositivos das Leis nos 8.668, de 25 de junho de 1993, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.755, de 3 de novembro de 2003, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.931, de 2 de agosto de 2004, e da Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 22 nov 2005, Seção 1, p. 1.
LIMAS, Cesar Eduardo Abud; SCANDELARI, Luciano; FRANCISCO, Antonio Carlos de. O uso das ferramentas da tecnologia nas pequenas e micro empresas de Ponta Grossa – PR. II Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais, 2008. Disponível em: <http://www.pg. cefetpr.br/ppgep/anais/artigos/informatica/9%20O%20USO%20DAS%20FERRAMENTAS%20TECNOLO%20PEQUEN%20MICROEM%20PONT%20GROSS.pdf>. Acesso em: 02 fev 2009. MANUAL DE OSLO – Proposta de Diretrizes e Interpretação de Dados sobre Inovação, Tecnológica, 2. ed. (OCDE/1997, traduzido para o português em 2004 pela Finep). Disponível em: <http://www.finep.gov.br/imprensa/sala_imprensa/manual_de_oslo.pdf>. Acesso em: 02 fev 2009