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INOVAÇÃO EM EMPRESAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS: PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO DE MENSURAÇÃO Lorenzo Sanfelice Frazzon (UFSC ) [email protected] Flavio Issao Kubota (UFSC ) [email protected] gabriela sanfelice frazzon (UNIFRA ) [email protected] Antonio Cezar Bornia (UFSC ) [email protected] Com o forte desenvolvimento do setor de serviços nos últimos anos, particularmente os relacionados ao ramo de tecnologia da informação e em linha com projetos de fomento voltados ao desenvolvimento do setor, soma-se a isso, o fato da dificuldade de desenvolver e mensurar a inovação em um setor tão dinâmico, assim, esse trabalho tem como objetivo preencher uma lacuna no que tange a mensuração da capacidade de inovação em empresas de tecnologia. Para alcançar os objetivos propostos desenvolve-se um trabalho exploratório com base na revisão de literatura e em testes empíricos realizados com pessoas do ramo de software e inovação, um modelo para determinar a capacidade de inovação com base em cinco dimensões de análise: ideias, produtos, clientes, posicionamento e processos. Estas dimensões visam cobrir todas as áreas essenciais ao desenvolvimento de negócios inovadores, e balizam o instrumento de medida composto de 35 itens que foram desenvolvidos para efetuar a mensuração de forma fidedigna nas empresas do setor de sistemas e tecnologia da informação. Conclui-se que o modelo proposto e o instrumento desenvolvido possam ser o ponto de partida para mensuração da inovação em empresas de tecnologia da informação e de trabalhos mais robustos do ponto de vista da sua contribuição para a teoria, pois se compreende as limitações do trabalho pela não aplicação prática que permita o desenvolvimento de análises mais aprofundadas. Palavras-chaves: Inovação, Tecnologia da informação, Mensuração, Instrumento de medida XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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INOVAÇÃO EM EMPRESAS DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E

SISTEMAS: PROPOSTA DE UM

INSTRUMENTO DE MENSURAÇÃO

Lorenzo Sanfelice Frazzon (UFSC )

[email protected]

Flavio Issao Kubota (UFSC )

[email protected]

gabriela sanfelice frazzon (UNIFRA )

[email protected]

Antonio Cezar Bornia (UFSC )

[email protected]

Com o forte desenvolvimento do setor de serviços nos últimos anos,

particularmente os relacionados ao ramo de tecnologia da informação

e em linha com projetos de fomento voltados ao desenvolvimento do

setor, soma-se a isso, o fato da dificuldade de desenvolver e mensurar

a inovação em um setor tão dinâmico, assim, esse trabalho tem como

objetivo preencher uma lacuna no que tange a mensuração da

capacidade de inovação em empresas de tecnologia. Para alcançar os

objetivos propostos desenvolve-se um trabalho exploratório com base

na revisão de literatura e em testes empíricos realizados com pessoas

do ramo de software e inovação, um modelo para determinar a

capacidade de inovação com base em cinco dimensões de análise:

ideias, produtos, clientes, posicionamento e processos. Estas

dimensões visam cobrir todas as áreas essenciais ao desenvolvimento

de negócios inovadores, e balizam o instrumento de medida composto

de 35 itens que foram desenvolvidos para efetuar a mensuração de

forma fidedigna nas empresas do setor de sistemas e tecnologia da

informação. Conclui-se que o modelo proposto e o instrumento

desenvolvido possam ser o ponto de partida para mensuração da

inovação em empresas de tecnologia da informação e de trabalhos

mais robustos do ponto de vista da sua contribuição para a teoria, pois

se compreende as limitações do trabalho pela não aplicação prática

que permita o desenvolvimento de análises mais aprofundadas.

Palavras-chaves: Inovação, Tecnologia da informação, Mensuração,

Instrumento de medida

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

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1. Introdução

É notável a crescente importância do setor de serviços na economia mundial e por

consequência na brasileira. Nesse sentido, o setor de tecnologia da informação (TI) ganha

destaque pelo seu desenvolvimento e potencial. No ano de 2011, o setor de TI correspondeu a

4,3% do PIB brasileiro, superando o valor de US$ 100 bilhões, e espera-se que no ano de

2020 esse valor alcance dobre de tamanho. Atualmente, o setor é composto por mais de 8.000

empresas que possuem atividades dedicadas ao mercado de TI e sistemas. Ressalta-se ainda o

fato que mais de 90% são classificadas como micro ou pequenas empresas (MCTI, 2012).

Conforme relatório do Boston Consulting Group (GILLILAND, WENZKY, 2012) a indústria

de TI passa atualmente por uma crise de “meia idade” em direção à maturidade. Isso é

refletido em perdas momentâneas de receita e baixo crescimento, o que expõe a necessidade

de fomentar a inovação nesse setor. Assim o escopo principal aqui delineado é o

desenvolvimento de um instrumento que possa mensurar a capacidade de inovação em

empresas de sistemas e TI. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica com trabalhos

que possuíam escopo semelhante ao proposto neste estudo e que realizaram estudos empíricos

relacionados à mensuração da inovação e também foram realizados testes preliminares do

instrumento aqui proposto.

O desenvolvimento de um instrumento para avaliar a capacidade de inovação em empresas de

sistemas e TI vem a ser o ponto de partida para outros estudos empíricos em diversas

empresas do setor. Porque identificar a capacidade de inovação configura-se como algo

importante, pois o ato de inovar deve ser uma busca constante das organizações, e não algo

intuitivo. A inovação decorre de ações constantes, persistentes e sistemáticas nessa direção

(PALADINI, 2009), e ela deve estar difundida em todos os níveis hierárquicos.

O trabalho está estruturado conforme a sequência a seguir: primeiramente, apresenta-se um

referencial teórico sobre inovação e mensuração ressaltando-se os modelos que balizaram o

desenvolvimento do instrumento. Posteriormente, é apresentado o método de trabalho adotado

na pesquisa e na sequência, apresentam-se os resultados do trabalho conforme a seguir:

primeiro apresentando os constructos do instrumento por meio do framework denominado

pentágono da inovação, que é comparado com trabalhos semelhantes de outros autores. Em

seguida, é apresentado o instrumento de medida com todos os itens após verificação dos

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especialistas. Por fim, as conclusões decorrentes do trabalho e as recomendações para

trabalhos futuros são expostas.

2. Referencial teórico

Nesta seção, objetiva-se definir a inovação e mensuração no contexto do trabalho. Em seguida

os constructos base do instrumento proposto são tratados.

2.1. Inovação e mensuração

Observa-se que definir inovação não é algo simples como pode ser observado no estudo de

Edison et al. (2013), que identificou 41 definições de inovação onde podem ser identificados

os vários aspectos que a inovação pode possuir e também podem ser o ponto de partida para o

delineamento de instrumentos de mensuração.

O Manual de Oslo, considerado um marco na definição e classificação da inovação em sua

primeira edição, focava em classificar a inovação com base em desenvolvimento de produtos

e processos de base tecnológica. A segunda edição expandia o conceito para uso no setor de

serviços. Na terceira edição, foi incluída a inovação em marketing e também a inovação

organizacional, isso se deu pelo crescente consenso da importância da inovação não

tecnológica. Conforme o Manual de Oslo em sua terceira edição, o conceito de inovação é

definido desta maneira (OECD, 2005):

“Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou

significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou

um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de

trabalho ou nas relações externas.”

Conforme identificado na literatura, a definição de inovação tem um caráter construtivista, e

nesse sentido pode ser considerado um avanço no conceito o que foi desenvolvido pelo The

Advisory Committee on Measuring Innovation in the 21º Century Economy e relatado pelo

American Secretary of Commerce (2008), o qual adiciona e dá ênfase ao termo “criação de

valor” para clientes e organização. O conceito é definido desta forma: inovação é o design,

invenção, desenvolvimento ou implementação de um novo ou alterado produto, serviço,

estrutura organizacional ou modelo de negócio, com a finalidade de criar valor para os

clientes e retorno financeiro para a organização (ACMI, 2008).

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A priorização do longo prazo nas decisões pode acarretar perdas de curto prazo, porém a

medição pode ajudar a contornar esse paradoxo. Assim, um grande número de métricas tem

sido abordado na literatura atualmente para medir a inovação. O trabalho de Edison et al.

(2013) identificou 232 métricas que avaliam a inovação no contexto da firma, da região e do

setor industrial.

Com isso, medir a inovação sob novas óticas é uma ação importante para fornecer melhor

realidade de como se encontra a inovação no Brasil, pois ao utilizar somente indicadores

tradicionais como investimento em P&D, pode-se constatar que praticamente não houve

aumento entre os anos de 2000 e 2010, assim como o número de funcionários com PhD. na

indústria manteve-se o mesmo (FLEURY, 2013).

É importante definir os construtos utilizados no desenvolvimento do instrumento. Neste caso

foram escolhidos como base teórica os estudos de Sawhney et al. (2006) e Hansen e

Birkinshaw (2007), que tratam respectivamente do radar da inovação e da cadeia de valor da

inovação. Estes estudos foram escolhidos por tratarem de avaliar a inovação sob diferentes

perspectivas e por possuírem complementaridades entre si.

2.2. Radar da inovação

A pesquisa de Sawhney et al. (2006) buscou identificar e classificar nos sistemas empresariais

12 dimensões de atuação das empresas, as quais foram denominadas de radar da inovação.

Cada uma dessas dimensões representa um ponto em que as empresas deveriam focar suas

estratégias de inovação. Para operacionalizar o radar da inovação, medidas para avaliar cada

dimensão da inovação foram desenvolvidas. Esse construto foi validado por meio da

aplicação com 765 gerentes de grandes corporações americanas, e os resultados mostraram o

caráter multidimensional da inovação defendido pelas 12 dimensões que são expostas a

seguir.

A inovação em oferta é definida como o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores;

a inovação de plataforma envolve o uso de componentes comuns para criar ofertas de

produtos derivativos; a inovação em soluções refere-se à criação e oferta de serviços

integrados e personalizados que resolvem os problemas dos clientes de ponta a ponta; a

inovação em clientes envolve descobrir as necessidades dos clientes não atendidas ou

identificar segmentos de clientes carentes; a inovação na experiência do cliente incide na

reformulação das interações com os clientes em todos os pontos de contato e de todos os

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momentos; a inovação na captura de valor implica a redefinição de como a empresa é paga ou

na criação de novos fluxos de receitas; a inovação em processos envolve o redesenho de

processos operacionais para melhorar a eficiência e eficácia da empresa; a inovação na

organização refere-se a mudanças no escopo da forma, função ou atividade da empresa; a

inovação da cadeia de suprimentos envolve o desenvolvimento de arranjos inovadores para

abastecimento e cumprimento das entregas; a inovação na presença envolve a criação de

novos canais de distribuição ou pontos de presença inovadores, incluindo os lugares onde as

ofertas podem ser compradas ou usadas por clientes; a inovação do ecossistema refere-se à

criação de parcerias inovadoras e relacionamentos colaborativos com fornecedores, parceiros,

fornecedores, revendedores, etc. e; a inovação de marca envolve as formas de alavancar uma

marca em novos domínios.

2.3. Cadeia de valor da inovação

A pesquisa desenvolvida por Hansen & Birkinshaw (2007) trata da visão sob a inovação

como uma cadeia de valor composta de três fases. A cadeia de valor da inovação surgiu de

diversos projetos de pesquisa em inovação, que abordaram mais de 130 executivos de trinta

multinacionais localizadas na América do Norte e Europa. Também foram abordados 4.000

empregados e foram analisados 120 desenvolvimentos de novos produtos.

Por meio das fases da cadeia de valor da inovação, seis pontos críticos devem ser abordados

pelos gestores, como será visto a seguir. Durante toda a cadeia, as atividades que a companhia

exerce devem estar ligadas, principalmente nos pontos em que ela é mais vulnerável para que

ela possa diminuir sua vulnerabilidade. As três etapas da cadeia de valor são relatadas a

seguir, (HANSEN; BIRKINSHAW, 2007):

a) Geração de ideias: esta etapa é composta da originação de ideias por três formas:

dentro das unidades de negócio, entre as unidades de negócio e via fontes externas.

Uma forma atual de fomentar as fontes externas é por meio da inovação aberta

defendida por Chesbrough (2003);

b) Conversão de ideias: gerar ideias é parte integrante de uma ação mais complexa, como

convertê-las em algo realmente importante. Para uma maior eficácia dessa ação, pode-

se dividir esse processo em duas subfases: seleção e desenvolvimento;

c) Difusão de ideias: as ideias que foram originadas, selecionadas, financiadas e

desenvolvidas precisam tornar-se conhecidas e compartilhadas com toda a organização.

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As empresas podem formar grupos dentro da organização para apoiar e difundir os

frutos do processo de geração e desenvolvimento de ideias em todos os locais, canais e

unidades.

Existem outros trabalhos que apresentam conceitos semelhantes com o proposto no modelo da

cadeia de valor da inovação defendido por Hansen e Birkinshaw (2007). No entanto, esses

estudos abordam somente partes do processo de inovação (VARANDAS JR. et al., 2012).

3. Procedimentos metodológicos

Este estudo é composto por dois tipos de procedimentos, que por sua vez são as duas

principais etapas da pesquisa. Inicialmente, desenvolveu-se a estrutura teórico-conceitual e

posteriormente a etapa empírica, para posterior comparação com a literatura vigente no tema e

ampliação das contribuições empíricas com a realização do teste piloto. A Figura 1 apresenta,

sucintamente, o delineamento da pesquisa.

Figura 1 – Etapas da pesquisa

Fonte: desenvolvidos pelos autores

A etapa teórica consiste da revisão de literatura para contextualizar do conceito de inovação e

também sobre os desafios da mensuração. Em seguida é tratado das ferramentas que foram

utilizadas para elaboração dos constructos do instrumento, que são o radar da inovação e a

cadeia de valor da inovação. Assim, foi possível definir as dimensões principais que

embasaram a construção do instrumento de avaliação.

Na sequência, realiza-se uma revisão de literatura sobre trabalhos que abordam a mensuração

da inovação com o uso de instrumentos de medidas e realização de surveys como método de

coleta de dados. Essa análise permitiu a confirmação teórica dos construtos previamente

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estabelecidos no instrumento e abriu perspectivas para futuros refinamentos e

aperfeiçoamentos do instrumento de medida.

Outra fase da parte teórica é a proposta de um modelo que demonstre os constructos-alvo de

mensuração. Para isso é proposto o Pentágono da Inovação. A elaboração de um modelo

teórico é importante, pois fornece a determinação dos construtos e definições nominais,

estabelece proposições, explana as expectativas do pesquisador e define fronteiras da

pesquisa. Antes da realização de uma survey com o objetivo de testar a teoria, recomenda-se

desenvolver um modelo teórico (FORZA, 2002).

A última fase do levantamento teórico é apresentada nos resultados, que é a comparação do

modelo proposto com trabalhos de outros autores que possuem escopo semelhante. Isso

possibilita identificar relações dos constructos apresentados com trabalhos já publicados em

periódicos internacionais, confirmando-se algumas proposições aqui relatadas. E também

permite avançar com mais segurança para a etapa empírica do trabalho (FORZA, 2002).

Entra-se então na etapa empírica, que no presente trabalho é composta de duas partes:

definição do instrumento e teste com especialistas. Uma verificação com uma pessoa

envolvida no processo de inovação em uma empresa de sistemas e tecnologia da informação

foi efetuada. Ainda, foi realizado um teste piloto com especialistas e com um membro de uma

empresa de desenvolvimento de software. O teste permitiu adequar a semântica dos itens, bem

como eliminar itens não adequados a uma organização de tecnologia da informação.

O instrumento resultante dos constructos definidos consiste de um questionário composto

inicialmente de 60 itens. Porém, para uma melhor obtenção de respondentes, este número foi

reduzido a 40 itens, e posteriormente, em uma verificação com colaborador no nível de

gerência de uma grande empresa de software, definiu-se um instrumento final com 35 itens.

Para obter melhor refinamento , uma análise de semântica e conteúdo por três especialistas em

inovação foi realizada, que também possuíam conhecimentos do setor de TI. A etapa de

elaboração dos itens buscou assegurar que o questionário tivesse ligação com o que se

procurava aferir (HINKIN, 1995). Para oferecer maior confiabilidade, procedeu-se com a

avaliação do conteúdo por especialistas, atividade importante para testar se o instrumento

realmente mede o que se deseja (HENSLEY, 1999).

4. Modelo proposto

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A elaboração de um modelo conceitual retratado por uma figura ou diagrama esquematizado

pode facilitar a comunicação e dar suporte para um melhor entendimento da teoria

apresentada (FORZA, 2002). Aqui, teve-se como objetivo retratar claramente a inovação por

meio da abordagem de cinco dimensões a serem avaliadas. Para aprimorar a gestão da

inovação, o diagrama foi denominado conforme ilustra a Figura 2 (Pentágono da Inovação).

As cinco dimensões abordadas foram as ideias de valor, produtos, clientes, posicionamento e

processos.

Figura 2 – Pentágono da inovação

Fonte: desenvolvido pelos autores

As ideias de valor têm origem no desenvolvimento da cadeia de valor e sua integração com as

outras áreas visa potencializar a disseminação da atitude inovadora em todas as demais

dimensões do modelo, potencializando a estruturação da inovação de forma contínua.

A dimensão produtos aborda como a organização desenvolve seus produtos, que ferramentas

utilizam e como resolve os problemas dos consumidores. Isso possibilita identificar o

desenvolvimento de melhores soluções para seus consumidores e potenciais clientes. Essa

dimensão deve possuir forte correlação com as ideias de valor, pois podem induzir a

inovações nos produtos.

A dimensão processos engloba as atividades de negócio que conduzem as operações internas.

Para inovar nessa dimensão os processos devem ser redefinidos para gerar a maior eficiência,

com qualidade e num curto período. Essa dimensão pode otimizar as inovações por meio da

participação dos funcionários.

O posicionamento da organização é composto pelos seus canais de distribuição,

relacionamentos e marca. Os canais são utilizados para levar seus produtos ao mercado, em

conjunto com seu networking e marca, desenvolvendo um melhor posicionamento. A

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inovação nesse ponto envolve criar novos pontos de presença ou desenvolver novas formas de

usar os existentes.

Os clientes são as pessoas ou empresas que consomem os produtos para satisfazer

determinadas necessidades. A inovação nesse campo se refere à empresa encontrar novos

segmentos de clientes. Aqui, desenvolve-se também a experiência do cliente, assim como

melhores formas de agregar valor.

Considerando-se que os constructos utilizados no desenvolvimento do Pentágono da Inovação

cobrem cinco dimensões, buscou-se na literatura trabalhos semelhantes que trataram de

avaliar a inovação sob determinadas perspectivas. Esses trabalhos possuem métodos

empíricos robustos que necessitaram da realização de levantamentos tipo survey, que é o

passo seguinte recomendado para a sequência do presente trabalho.

A pesquisa realizada por Dobni (2007) trata da elaboração de um construto para avaliar a

cultura da inovação em uma empresa do ramo financeiro. Para isso, foi desenvolvido com

base na literatura um instrumento de medida que aborda quatro pontos importantes para

fomentar a cultura da inovação: intenção de inovar, infraestrutura para inovação, orientação

para o mercado da inovação e contexto para implementação da inovação.

O trabalho de Menor e Roth (2007) aborda o New Service Development (NSD) como um pré-

requisito crítico no desenvolvimento da inovação organizacional e define as competências

organizacionais como um construto multidimensional que não pode ser diretamente

observável. Assim, para identificar e diagnosticar as competências organizacionais

necessárias para fomentar a inovação, é desenvolvida uma escala a partir da realização de uma

survey com empresas do setor financeiro.

A pesquisa desenvolvida por Armbuster et al. (2008) aborda a inovação organizacional no

âmbito da realização de survey em larga escala. Para isso, primeiramente conceitua inovação

organizacional e faz uma revisão de literatura sobre alguns trabalhos realizados com essa

característica. Depois parte para o trabalho empírico, com a realização de uma survey com

mais de 1.400 empresas de manufatura da Alemanha.

O trabalho desenvolvido por Cheng e Shiu (2012) aborda o tema da eco-inovação com uso de

survey e desenvolvimento de escala. O instrumento é voltado para medir a implantação da

eco-inovação e para isso considera as dimensões produto, processo e organizacional. Para

definir as três dimensões, foi necessário realizar 24 entrevistas e um focus group, pois não

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havia base teórica na literatura para sua construção. O questionário construído foi respondido

por 298 empresas de diversos setores de Taiwan que pertencem ao grupo das 1.000 maiores

em faturamento. O instrumento composto de 25 itens resultou em 17 com validade e

confiabilidade. Esse trabalho também identifica a relação entre implementação da eco-

inovação, com a estratégia de inovação e a performance da empresa.

A inovação é tratada no trabalho de Edison et al. (2013) como processo não-linear que

necessita ser gerenciado e guiado. Como a inovação produzida depende dos contextos e dos

determinantes que podem induzi-la, o modelo de Edison et al. 2013 identifica os elementos-

chave para medir a inovação. Assim o processo de inovação é representado em três fases:

Fase de pesquisa: inclui a geração de conceitos e avaliação. A principal meta da fase é

a identificação de novas oportunidades;

Fase de desenvolvimento: realiza-se o planejamento de projeto, design, programação e

testes. É baseada no desenvolvimento do produto com base em um conceito inovador;

Produção e comercialização: esta fase é caracterizada por assegurar a introdução do

produto no mercado ou a implementação de processos na organização.

Posteriormente, após percorrer as fases do processo de inovação, necessita-se do uso de

métricas para medir a inovação, assim o autor defende três dimensões que pode ser medidas:

capacidades, saídas e sucesso. Nas capacidades encontram-se as entradas, determinantes e os

processos; as saídas podem ser de produtos, processos, mercados e organizacional; a

performance se refere a medir o impacto da inovação.

O trabalho desenvolvido por Fleury et al. (2013) trata da relação das competências

organizacionais com as capacidades e o tipos de inovação desenvolvidas pelas multinacionais

brasileiras. Para isso, uma survey com dezessete itens para avaliar os quatro tipos de

competências foi desenvolvida: produção, marketing, tecnologia e administrativa. Após isso,

relacionou-se os resultados com a abordagem da inovação sob a ótica do produto, processo ou

gestão, que são formas não excludentes de inovar.

A Tabela 1 demonstra uma síntese dos conceitos principais dos trabalhos analisados

desenvolvidos por outros autores e que foram descritos anteriormente.

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Tabela 1 – Síntese dos trabalhos

Fonte: desenvolvido pelos autores

A análise dos trabalhos permitiu identificar que trabalhos recentemente desenvolvidos

reforçam a relevância do modelo aqui proposto e suas respectivas dimensões. E também lança

desafios como o possível refinamento do modelo, com possível adaptação para outros setores

como, por exemplo, o setor de serviços financeiros e bancários, que atualmente é carente em

inovação e que é abordado em dois dos trabalhos analisados.

4.1. Instrumento de medida

Apresenta-se nessa etapa o questionário desenvolvido para avaliar as cinco dimensões do

Pentágono da Inovação. O Pentágono foi definido com 35 itens relativos às dimensões

analisadas e deve ser aplicado em escala Likert de 7 pontos (de 1 – Discordo Totalmente a 7 –

Concordo Totalmente). Recomenda-se sua aplicação via formulários Web, tipo Google®

Drive. Atualmente, esse instrumento encontra-se em fase de coleta em uma grande empresa

de TI. Portanto, no presente trabalho enfatiza-se o resultado do teste com especialistas,

instrumento apresentado na Tabela 2.

O teste com especialistas visou eliminar àqueles itens que não estavam de acordo com o que

se pretende medir, no caso a inovação no contexto de empresas de sistemas e software. Por

isso o refinamento proporcionado por três especialistas é importante, embora recomende-se o

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teste com no mínimo seis especialistas (PASQUALI, 1998). Assim, as opiniões dos

especialistas refinou a semântica das questões, e eliminou itens que não estavam de acordo

com o tipo de empresas que são o alvo do trabalho.

Dessa forma, entende-se que o trabalho atinge seu objetivo principal de desenvolver um

instrumento para mensurar a inovação em uma organização de serviços em softwares e TI e

abre possibilidades de novos direcionamentos para futuras pesquisas em outros setores.

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Tabela 2 – Itens do instrumento

Fonte: desenvolvido pelos autores

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5. Conclusões

Pode-se entender que o modelo atende a uma necessidade primária em termos de mensuração

da inovação em uma empresa de TI, e torna-se também o ponto de partida para trabalhos

futuros. O instrumento proposto confere um caráter de simplicidade nos resultados, porém

atinge seu objetivo que é possibilidade de execução de uma survey que possa estabelecer

parâmetros para a elaboração de escalas de medidas da inovação. Recomenda-se o seu uso em

empresas de diversos portes para uma melhor analise de seus resultados.

Obtém-se como possível conclusão o fato desse estudo proporcionar a possibilidade de

expansão do número de itens de cada um dos cinco construtos já desenvolvidos. Isso

possibilitará uma mensuração mais robusta de cada ponto a ser analisado, como também o

fato de avaliar àqueles que são de maior interesse da organização em determinado momento.

Por fim, o trabalho contribui com o modelo de mensuração da inovação em indústrias de

softwares de TI, pois aqui a mensuração relativa às capacidades da empresa é aprofundada.

Ainda, pode-se considerar os determinantes da inovação com origem em fatores externos e/ou

internos. Um tópico recente que abre possibilidades de aprofundamento são as recentes teorias

de Lean Startup, que trabalham com desenvolvimento contínuo da inovação em empresas de

tecnologia.

Como limitações do trabalho entende-se o fato dele se restringir a um setor especifico como o

de TI e sistemas. E também o fato do teste utilizar somente três especialistas da área para

refinamento do instrumento, quando a literatura recomenda a avaliação por seis especialistas.

Agradecimentos

Os autores agradecem à CAPES e ao CNPq pelo apoio financeiro à pesquisa.

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