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INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA AO CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA Paulo Mól Superintendente do IEL 31 de outubro de 2016

INOVAÇÃO - Siemens PLM Community · As bases da estrutura brasileira de financiamento à ciência e tecnologia (C&T) datam dos anos 1950-60, quando foram criados, entre outros,

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INOVAÇÃOCOMO ESTRATÉGIA AO

CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA

Paulo Mól

Superintendente do IEL

31 de outubro de 2016

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É urgente dar prioridade à agenda de inovação,

sob pena da indústria retroceder

em seus esforços de inovar e

sair ainda mais fragilizada da atual crise econômica

Primeiros colocados1º Suíça

2º Singapura

3º Estados Unidos

4º Países Baixos

5º Alemanha

BRICS28º China

39º Índia

43º Rússia

47º África do Sul

81º Brasil

A economia brasileira está perdendo competitividade

Brasil caiu mais 6 posições no Ranking Global de Competitividade 2016/2017

Totalizando uma queda de 33 posições desde 2012

ÍNDICE GLOBAL DE COMPETITIVIDADE 2016/17

Fonte: Global Competitiveness Report, WEF (2016).

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Dispêndios nacionais em P&D em relação ao produto interno bruto (PIB) de países selecionados, 2010-2014

Brasil investe pouco em P&D...

Fonte: Banco Mundial, OCDE, MCTIC- 2015

2,90

1,38

2,05

4,29

2,73

2,26

3,59

1,70

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

2010 2011 2012 2013 2014

Coreia

Japão

EUA

França

ChinaReino Unido

Brasil

Alemanha

Em %

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Fonte: PINTEC/IBGE, 2011

Taxa de inovação na indústria extrativa e de transformação (1998-2011)

BAIXO ÍNDICE DE INOVAÇÃO (PRODUTO E PROCESSO)

PARA O MERCADO NACIONAL

... e é pouco inovador

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MARCO REGULATÓRIO DA INOVAÇÃO E PROPRIEDADE

INDUSTRIALMARCO INSTITUCIONAL E

GOVERNANÇA DA INOVAÇÃO

FINANCIAMENTO

À INOVAÇÃO

INSERÇÃO GLOBAL

VIA INOVAÇÃO

RECURSOS HUMANOS PARA

INOVAÇÃO

PEQUENAS E MÉDIAS

EMPRESAS INOVADORAS

SEIS AGENDAS PARA FORTALECER A INDÚSTRIA DO BRASIL

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PARA MELHORAR OS INDICADORES DE CT&I DO PAÍS, É PRECISO FORTALECER

O SISTEMA DE FINANCIAMENTO

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As bases da estrutura brasileira de financiamento à ciência e tecnologia (C&T) datam dos anos 1950-60, quando foram criados, entre outros, a FINEP (1967) e o FNDCT (1969)

A fim de garantir maior regularidade e escala do orçamento, no final dos anos 1990 começou a ser construído um novo padrão de financiamento, com a criação dos Fundos Setoriais, que passaram a integrar o FNDCT

Os Fundos Setoriais foram criados vinculados aos setores produtivos, tanto pela fonte de financiamento quanto pela alocação dos recursos

Em que pesem os avanços observados desde então, o sistema de financiamento precisa ser fortalecido, e isso implica enfrentar alguns grandes obstáculos:

i. Instabilidade de recursosii. Ausência de estratégia na alocação dos recursosiii. Governança frágil

Sistema de Financiamento à CT&I no Brasil

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• Criado em 1969

• Objetivo: • Financiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico

(Lei nº 11.540/2007)

•Principal fonte de receita: • Incentivos fiscais (sobretudo os Fundos Setoriais)

• Modalidades de financiamento:i. Financiamento reembolsável – crédito para inovação nas empresasii. Financiamento não reembolsável – financiamento a ICTs, subvenção econômica para

empresas, equalização de encargos financeiros nas operações de créditoiii. Investimento – em fundos e diretamente nas empresas

Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT

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Fonte: FINEP, 2016. Notas: Valores Constantes – Média Anual – IGP – DI – Dez/2015. Não considera reserva de contingência.(1) Primeiro ano sem royalties do petróleo; (2) Arrecadação projetada.

Arrecadação do FNDCT, 2006-2016

FNDCT: evolução da arrecadação

R$ bilhões

(valores constantes)

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Orçamento executado é sistematicamente inferior à arrecadação

Recursos do FNDCT x Orçamento executado, 2006-2016

Fonte: FINEP, 2016. Nota: Valores Constantes – Média Anual – IGP – DI – Dez/2015. (1) Primeiro ano sem royalties do petróleo; (2) Arrecadação projetada.

R$ bilhões

(valores constantes)

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30% dos recursos do FNDCT não executados

Recursos do FNDCT x Orçamento executado, 2006-2016

Fonte: FINEP, 2016. Nota: Valores Constantes – Média Anual – IGP – DI – Dez/2015.(1) Primeiro ano sem royalties do petróleo; (2) Arrecadação projetada.

R$ bilhões

(valores constantes)

Corte: R$ 13,2 bi

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Quase R$ 3 bi para Reserva de Contingência

(55% da arrecadação)

Apenas R$ 55 milhões para novas ações com

recursos de Subvenção Econômica

R$ 380 milhões para convênio, incluindo o CT-

Infra

R$ 200 mil para Investimento em Fundos

Previsão de grande contingenciamento em 2017 compromete as ações de CT&I

Fonte: FINEP, 2016

R$ milhões

PLOA 2017

Contingenciada

PLOA 2017

Finep

Fundos Setoriais 379 1.065

CT-Infra 300 655

Ações Verticais dos Demais Fundos 79 410

Ação Transversal 219 630

Recursos Ordinários 8 120

Reator Multipropósito 100 100

Operações Especiais 355 1.150

Subvenção 55 360

Equalização 300 580

Investimento em Empresas Inovadoras 0,20 210

Total Não Reembolsável 1.061 3.065

Empréstimo 1.318 1.318

TOTAL GERAL 2.379 4.383

Arrecadação FNDCT 5.272 5.272

Recursos Ordinários: Fonte 100 17 136

Reserva de Contingência 2.910 1.025

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(**) Despesas do Executivo Federal - exclusive Judiciário, Legislativo, Previdência e Encargos EspeciaisFonte: MCTI e FNDCT, a partir de 2001: Siga Brasil, consulta realizada em 14-02-2014

Participação do MCTIC no Orçamento Geral da União

• A participação do MCTIC noOGU caiu de 2,8% em 2001 paracerca de 2,0% em 2013

• A queda da participação dosFundos Setoriais é ainda maisexpressiva

• Os Fundos Setoriais foramcriados com o objetivo deaportar recursos adicionais parao MCTIC, o que deveria setraduzir em elevação daparticipação do MCTIC no OGU

Aumento do FNDCT não impediu queda na participação dos recursos para CT&I no Orçamento Geral da União

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Forte pulverização dos recursos e falta de foco em projetos estratégicos

Fonte: MCTI

Fundos Setoriais: Tamanho e número de projetos contratados, 1999-2011

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Fonte: FINEP, 2013

Pequena parcela dos recursos alocada nas empresas

Aplicação do orçamento do FNDCT em 2013

0,2%3,1% 10,2%

10,7%

26,5%

49,3%

Investimentos

Organizações Sociais

Equalização

Subvenção

CNPq

Projetos Universidades/ICTs

• Apesar de o fomento à inovação ser objetivo doFNDCT (e sobretudo dos Fundos Setoriais), a maiorparte dos recursos financia projetos emuniversidades e centros de pesquisa

• A missão do Fundo vem sendo apenas parcialmenteatendida

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Conclusões

O Brasil conta hoje com instituições e instrumentos para apoiar o processo de inovação. Mas há gargalos

relacionados à sustentabilidade, escala e operação dos instrumentos.

Nos últimos 11 anos, o FNDCT teve corte de 30% no valor arrecadado. Os constantes cortes e

contingenciamentos geram instabilidade para o sistema de CT&I.

Os recursos arrecadados pelo FNDCT estão substituindo recursos orçamentários do MCTIC. O compromisso

com a inovação passa por assegurar dotação orçamentária adequada para o MCTIC e suas agências.

A dispersão dos recursos em um número elevado de projetos de baixo valor reduz a efetividade dos gasto e

o impacto sobre a capacidade de inovação das empresas, além de inviabilizar projetos estratégicos.

A participação das empresas no FNDCT tem sido relativamente limitada, seja no âmbito dos projetos

cooperativos, subvenções ou crédito.

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Conclusões

Resultado: os fundos públicos para CT&I não têm sido capazes de induzir mudanças significativas na

ciência, tecnologia e inovação.

É importante garantir maior transparência à gestão dos recursos dos Fundos Setoriais:

Valorizar o papel dos Comitês Gestores e dos setores produtivos na orientação estratégica dos fundos setoriais.

Criar mecanismo formal para a definição das ações transversais com participação dos representantes do governo, academia e setores produtivos.

Em síntese, além de assegurar a plena execução do FNDCT, é preciso repensar as diretrizes

estratégicas para as ações dos mesmos, delimitar com mais clareza objetivos e campos de ação, de

modo que o papel estratégico do fundo de investimento seja cumprido.

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31 DE OUTUBRO DE 2016

Fundos de Investimento ao

Desenvolvimento

Científico e Tecnológico

- FNDCT

Paulo MólSuperintendente IEL