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1 Inovação aberta: Um estudo das relações e interações entre governo, institutos de pesquisa e empresas a partir dos projetos financiados pela FINEP Autoria: André Moraes dos Santos Neste trabalho, buscamos analisar essa rede de relacionamentos entre diferentes organizações - empresas, institutos de pesquisa, universidades e governo - a partir dos projetos de inovação financiados pela Agência Brasileira de Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia - FINEP. Foram analisados 4.528 projetos apoiados pela FINEP no período de 2007 a 2013. Os resultados apontam para uma grande interligada, com potencial para proporcionar um fluxo de informação desejável em um ambiente de inovação aberta. Na rede analisada, as ICT´s representaram os principais elementos de interligação, sendo potencialmente relevantes para o fluxo de informação. Essas organizações destacam-se por serem mais centrais, intermediadoras e alcançarem mais rapidamente os demais nós da rede.

Inovação aberta: Um estudo das relações e interações entre ... · A empresa inovadora integra os recursos internos e externos (ideias, competências, infraestrutura, tecnologias,

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Inovação aberta: Um estudo das relações e interações entre governo, institutos de pesquisa e empresas a partir dos projetos financiados pela FINEP

Autoria: André Moraes dos Santos

Neste trabalho, buscamos analisar essa rede de relacionamentos entre diferentes

organizações - empresas, institutos de pesquisa, universidades e governo - a partir dos projetos de inovação financiados pela Agência Brasileira de Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia - FINEP. Foram analisados 4.528 projetos apoiados pela FINEP no período de 2007 a 2013. Os resultados apontam para uma grande interligada, com potencial para proporcionar um fluxo de informação desejável em um ambiente de inovação aberta. Na rede analisada, as ICT´s representaram os principais elementos de interligação, sendo potencialmente relevantes para o fluxo de informação. Essas organizações destacam-se por serem mais centrais, intermediadoras e alcançarem mais rapidamente os demais nós da rede.

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1. INTRODUÇÃO O desenvolvimento da inovação em um país está fortemente associado à capacidade

de interação e intercâmbio de conhecimento entre universidades, empresas e governo. As universidades e centros de pesquisa são importantes núcleos geradores de conhecimento e formação de profissionais que irão sustentar a base cognitiva da inovação. As empresas desempenham um papel produtivo, viabilizando as inovações e levando-as ao mercado. O governo age com um elemento responsável por formular e implantar políticas públicas e fomentar recursos para o desenvolvimento das instituições de conhecimento e empresas (ETZKOWITZ, 2003).

A interação entre diferentes organizações também favorece a prática da inovação aberta. A dinâmica atual da inovação torna cada vez mais difícil para uma empresa inovar apenas com o seu conhecimento interno, desenvolvido exclusivamente a partir dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A Inovação Aberta (Open Innovation) propõe a abertura das fronteiras do processo de inovação – da pesquisa básica à comercialização – mantendo um fluxo constante entre as empresas e o mercado. A empresa inovadora integra os recursos internos e externos (ideias, competências, infraestrutura, tecnologias, capital), para alavancar atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), e explora novos caminhos para colocar as inovações no mercado (CHESBROUGH, 2006).

Neste trabalho, buscamos analisar essa rede de relacionamentos entre diferentes organizações - empresas, institutos de pesquisa, universidades e governo - a partir dos projetos de inovação financiados pela Agência Brasileira de Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia - FINEP. Os projetos apoiados pela FINEP são projetos de apoio a pesquisa básica, desenvolvimento de tecnologias e ou produtos que tem como objetivo a promoção da inovação, sendo esta a política formalmente definida pela FINEP para os projetos que financia. Para compreender a dinâmica dos relacionamentos a partir dos projetos da FINEP, utilizamos a técnica de análise de redes sociais.

Este artigo está estruturado em quatro partes: Primeiro, será apresentado uma revisão de literatura sobre o tema inovação aberta e suas generalidades. Na segunda parte, será exposto o método explicando o procedimento e a amostra. Em seguida, serão a apresentados os resultados e suas respectivas análises. Por ultimo, as considerações finais e limitações de pesquisa.

2. REVISÃO TEÓRICA Inicialmente a revisão teórica discorrerá sobre o paradigma da inovação fechada e

aberta, caracterizando-os. Por fim, serão abordados os principais mecanismos públicos de apoio a inovação no Brasil e sua possível relação com a inovação aberta.

2.1 O Modelo de Inovação Fechada O processo de inovação evoluiu ao longo dos anos, a lógica dominante nas décadas de

70 a 90 era baseada no fortalecimento do departamento de P&D interno. Uma perspectiva histórica desse processo é apresentada por Rothwell (1994) em que define o processo de inovação em cinco gerações: a primeira geração caracterizada pelo modelo de tecnologia push (1950-1960), em que o processo de inovação é sequencial, linear e simples, com ênfase em P&D, sendo que o mercado é apenas um receptor das pesquisas desenvolvidas nas universidades; a segunda geração caracterizada pelo modelo market-pull (1960-1970), as necessidades do mercado eram identificadas e orientavam P&D a desenvolver o protótipo de um novo produto a ser industrializado e ofertado ao mercado; a terceira geração caracterizada

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pelo “the coupling model” (1970-1980) em que a necessidade identificada no mercado, somada a uma nova tecnologia dos centros de pesquisa, gera uma nova ideia que é desenvolvida pelos pesquisadores; a quarta geração denominada integrated model (1980 - 1990) os fornecedores são envolvidos no processo de desenvolvimento do novo produto, ao mesmo tempo em que as várias atividades dos diferentes departamentos da empresa são integradas para trabalhar no projeto simultaneamente; a quinta geração caracterizada pelo networking model (1990) e consiste no desenvolvimento ou aperfeiçoamento do processo de quarta geração, porém amparada pelos novos recursos tecnológicos, em especial a tecnologia da informação, e fortemente orientada à eficiência. Diehl e Ruffoni (2012) consideram que as três primeiras gerações assemelham-se ao conceito de inovação fechada de Chesbrough (2003) e as duas últimas podem ser comparadas ao modelo de inovação aberta.

Durante anos, a lógica da inovação fechada foi considerada como a maneira adequada para trazer novas ideias para as organizações, esse modelo de inovação defende que todas as fases do processo de inovação deveriam ser realizadas internamente, as empresas deveriam gerar suas próprias ideias e então desenvolvê-las, construi-las, comercializá-las, distribui-las e financiá-las (CHESBROUGH, 2003). O foco desse modelo está fundamentalmente nas capacidades internas da organização, sendo que somente o P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) interno pode transcorrer as etapas do funil de inovação. De acordo com Chesbrough (2006) empresas que se baseiam no modelo de inovação fechado é comum desenvolver uma aversão a tecnologias criadas fora da própria empresa. Isso representa um risco, dada a elevada velocidade de desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico. Esse fator além de outros que serão discutidos a seguir, fez com que algumas empresas migrassem para o modelo de inovação aberta (Open Innovation) proposto por Chesbrough em 2003.

2.2 O Modelo de Inovação Aberta A ideia de inovação aberta, proposta por Chesbrough (2003), trata-se de uma mudança

na forma como as empresas gerenciam a inovação, contrapondo o modelo clássico, chamado de inovação fechada. A inovação aberta propõe a abertura das fronteiras do processo de inovação – da pesquisa básica à comercialização – mantendo um fluxo constante entre as empresas e o mercado. A empresa inovadora integra os recursos internos e externos (ideias, competências, infraestrutura, tecnologias, capital), para alavancar atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), e explora novos caminhos para colocar as inovações no mercado (RONDANI e CHESBROUGH, 2010).

Rahman e Ramos(2010) afirmam que em termos de processo, a inovação aberta abrange o gerenciamento e a acumulação de ideias, conhecimentos, licenças, propriedade intelectual, patentes e invenções. Em termos de inovação, pode-se considerar inovação pelo usuário, inovação de marketing, inovação cumulativa e inovação distribuída. Portanto, a teoria de inovação aberta corresponde a uma série de abordagens de inovação cujo elemento base é a inovação feita além dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento das organizações. Em outras palavras, a inovação aberta incorpora esforços conjuntos de iniciativas internas à organização e uma combinação de várias entradas advindas do ambiente externo, durante o processo de concepção e desenvolvimento dos produtos.

Fatores têm contribuído para a disseminação do modelo de inovação aberta nas empresas como: diminuição do tempo de vida de produtos, que tem se intensificado com o acirramento da competição; aumento nos custos para o desenvolvimento de novas tecnologias; aumento da complexidade, especialização e convergência de tecnologias; consolidação da indústria de capital de risco; maior mobilidade de profissionais qualificados e crescente distribuição na geração de conhecimento (RONDANI e CHESBROUGH, 2010).

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Ao se utilizarem das oportunidades de inovação externa, as empresas conseguem reduzir seus custos com o desenvolvimento de novas tecnologias além de acelerarem o desenvolvimento de novos produtos. A crescente complexidade tecnológica limita as empresas do domínio de todo o conjunto de conhecimentos e tecnologias necessárias para a criação e distribuição do produto inovador. Existem empresas cuja especialização tecnológica permite a criação de ideias inovadoras, porém sozinhas não constituem um produto final para o mercado. Estas empresas estão voltadas para a venda desta inovação ou para a realização de parcerias para o desenvolvimento do produto final. Do outro lado, outras empresas possuem expertise e domínio tecnológico para a produção em escala da inovação e sua consequente distribuição no mercado. Assim, ambos os tipos de empresas precisam estar preparadas para um fluxo de entrada e saída de conhecimento, de forma a aproveitarem as possíveis sinergias de ambas as capacidades. (CHESBROUGH, 2007; RONDANI e CHESBROUGH, 2010)

Na visão de Chesbrough (2007) o modelo de negócio possui duas funções principais que é criar e capturar valor. A criação de valor deriva de uma cadeia de atividades (da matéria prima até o consumidor final) que irá levar a um novo produto ou serviço, enquanto que a captura de valor ocorre por meio de um ativo, recurso ou posição única dentro da série de atividades e pela qual a empresa obtém vantagem competitiva. O modelo de negócio aberto permite à organização ser mais efetiva na criação de valor, potencializada-a por meio da inclusão de ideias externas e na captura de valor que pode ser melhorada quando a empresa permite que um recurso, ativo ou posição única da mesma possa ser empregada em outros negócios e empresas (CHESBROUGH, 2007). Porém se uma empresa compartilha um recurso único, estratégico, isto não diminuiria a própria captura de valor e permitiria a outras empresas capturarem este valor? Na visão de Chesbrough (2007) para modelos abertos, a empresa pode explorar outras oportunidades externas de captura de valor que não irão interferir na sua captura interna, ou seja, são oportunidades adicionais de captura de valor e não diminuição da existente. Além de que uma nova ideia pode não ser exatamente adequada para o contexto da empresa onde surgiu e ser potencialmente valorosa no contexto de outra empresa.

2.4 A Inovação Aberta no Brasil A inovação aberta é uma realidade que se coloca frente às empresas brasileiras.

Rondani e Chesbrough (2010) apresentam a configuração do modelo de inovação aberta no Brasil destacando alguns aspectos importantes à consolidação desse modelo. Segundo esses autores nos últimos anos a inovação já faz parte da agenda governamental de desenvolvimento no Brasil através de ações como a promulgação da Lei de Inovação (Lei 10.973) em 2004 e outras leis de incentivos fiscais, acompanhadas de maiores orçamentos e atenção do poder executivo para com as entidades promotoras, regulatórias e avaliadoras dos esforços inovativos. Ainda de acordo com esses autores, essas políticas são apropriadas ao desenvolvimento de um cenário de inovação aberta no Brasil e estimulam: a interação entre empresas e universidades, o fortalecimento das áreas de P&D de empresas de todos os portes, a consolidação da indústria de venture capital, a criação de incubadoras de novos negócios e benefícios especiais para startups e a formação de parques tecnológicos pelo país. Essas iniciativas beneficiam de certa forma também as pequenas empresas, pois a abordagem mais tradicional de P&D interna exigia enormes investimentos que só as grandes empresas podiam enfrentar, enquanto que a abordagem da inovação aberta cria um campo mais nivelado, onde pequenas e médias empresas, universidades, startups e grandes corporações formam, coletivamente, um ecossistema de inovação.

Rondani e Chesbrough (2010) destacam os mecanismos de políticas de apoio que estimulam a inovação no Brasil, principalmente através dos editais dos Fundos Setoriais de

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C&T, administrados pela Finep, do Fundo Tecnológico (Funtec) do BNDES e do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Pereira e Kruglianskas (2005) ressaltam a Lei de Inovação como ferramenta de apoio às políticas industrial e tecnológica do Brasil, pois está orientada para a criação de um ambiente propício a parcerias estratégicas entre universidades, institutos tecnológicos e empresas, o estímulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação e o incentivo à inovação na empresa.

2.4.1 A FINEP A FINEP busca promover a inovação através de uma política que visa elevar o nível

tecnológico do parque produtivo nacional, preparando-o para enfrentar os desafios e oportunidades nos mercados nacional e internacional. Também visa a promoção do desenvolvimento local, nacionalização das cadeias de produção e internacionalização de empreendimentos brasileiros (FINEP, 2013).

Os projetos apoiados pela FINEP se apresentam de várias formas quanto ao envolvimento existente entre as organizações participantes do projeto. Existem aqueles que envolvem apenas uma organização e, para esse tipo de configuração pressupomos que não há um fluxo de informação externo e o processo ocorre segundo o modelo tradicional de inovação, com ênfase ao P&D interno da empresa. Por outro lado, existem projetos que reúnem mais de uma organização, nesse caso pressupomos que existe um fluxo de conhecimento entre os integrantes do projeto, o que nos leva a assumir que nesta situação existe a possibilidade das condições para inovação aberta. Do ponto de vista do próprio modelo de open innovation e tripla hélice, a empresa é o locus de materialização da inovação e ida ao mercado. Portanto, voltamos nossa atenção nesse trabalho, para os projetos com mais de uma organização participante e contendo ao menos uma empresa.

Os projetos apoiados pela FINEP permitem a interação entre diferentes organizações como: a instituição proponente, que é responsável pela gestão financeira e controle da execução; a instituição executora, responsável pela execução do projeto, pois nem sempre a execução do projeto caberá a instituição proponente; a instituição co-executora, a qual participa da execução do projeto apoiando a primeira; a empresa interveniente, que é uma organização interessada nos resultados do projeto e que dele participa com aporte de recursos financeiros. A premissa que embasa este estudo é de que havendo a interação entre diferentes organizações, também haverá o fluxo de informações para a inovação, caracterizando um ambiente propício para a inovação aberta.

3. MÉTODO Esta pesquisa possui natureza quantitativa e caráter descritivo (NEUMAN, 2005).Os

dados da pesquisa são de origem secundária e foram obtidos no sítio da FINEP, sendo priorizada a captação de informações contidas na página “Projetos Contratados pela FINEP” no período de 2007 a 2013. Essa coleta nos permitiu o acesso a 4.528 projetos, distribuídos no período de sete anos.Os dados foram analisados por meio de técnicas descritivas e a análise de redes sociais.

Uma rede é feita de nós e laços que conectam estes nós. Em uma rede social pressupõem que os nós possuam a habilidade de tomar decisões com relação a quais outros nós se conectarão. Assim, a rede social pode ser vista como uma representação das escolhas destes nós. Basicamente, a análise de redes considera os elos que ligam dois elementos, que a partir destas relações é possível analisar aspectos de centralidade, fluxo de informações e

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conectividade da rede (MARTELETTO, 2001). A análise de redes sociais é uma técnica utilizada para a análise das relações existentes entre diferentes organizações em um determinado campo de estudo. Nas pesquisas organizacionais é bastante utilizada para análise de padrões estruturais dos relacionamentos organizacionais estabelecidos em forma de rede (ZANCAN, SANTOS e CAMPOS, 2012). Na área de estudos em inovação, a análise de redes sociais pode ser aplicada para investigar os relacionamentos inter firma (KIM et al., 2011).

De acordo com o conceito de redes sociais, as organizações podem ser compreendidas como atores sociais ligados por meio de relações (ZANCAN, SANTOS e CAMPOS, 2012). As relações são estabelecidas com a finalidade de atingir objetivos compartilhados, em que o conjunto de relações de um campo organizacional é capaz de refletir a complexidade e estrutura da rede. (HITT, HOSKISSON e KIM, 1997).

Pesquisadores na área de redes sociais tem desenvolvido um conjunto de métricas para a avaliação e caracterização da dinâmica de uma rede (EVERETT e BORGATTI, 1999; FREEMAN, 1979; KIM et al., 2011). As métricas mais comumente utilizadas para a análise dos nós de uma rede social são as medidas de centralidade de informação (degree ou degree centrality), centralidade de proximidade (closeness centrality) e centralidade de intermediação (betweenness centrality) (KIM et al, 2011).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesta seção, primeiramente serão apresentados os resultados descritivos da pesquisa.

Em seguida será feita a análise de rede social das interações entre as ICT´s, ONG´s e Empresas.

4.1 Análise Descritiva A partir dos 798 projetos aprovados entre 2007 e 2013, buscamos caracterizar os tipos

de organizações participantes e quais os seus papéis nestes projetos. Cada organização foi classificada manualmente em um dos quatro tipos principais tipos institucionais de um sistema de inovação: universidades, instituições de ensino, ciência e tecnologia (ICT), empresas (EMP), governo (GOV) e organizações do terceiro setor (ONG´s). Os dados disponíveis sobre cada projeto também continham identificação da forma de atuação das organizações participantes: proponente, executor, coexecuto ou interveniente. A organização proponente é a responsável pela proposição do projeto, que assina o instrumento contratual e que fica responsável pela execução gerencial e financeira. A organização executora é a responsável direta pela execução do objeto do convênio. A organização co-executora é uma organização integrante do arranjo institucional da proposta com participação efetiva na execução do projeto sob a coordenação da organização proponente. A organização interveniente é aquela não elegível diretamente para o recebimento de recursos, mas que possui interesse nos resultados do projeto e que dele participa manifestando apoio ou assumindo obrigações em nome próprio.

Conforme a Tabela 1, as ICT´s são as principais organizações proponentes, enquanto as empresas apresentam forte participação como intervenientes. Isto pode ocorrer pela natureza dos próprios editais para a chamada de projetos, que impedem que determinadas demandas tenham como proponentes responsáveis, empresas de cunho privado. Porém, estas empresas podem participar dos projetos na condição de intervenientes. Sob o ponto de vista

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da inovação aberta, esta interação é desejável porque a empresa interveniente pode participar ativamente no projeto, sendo inclusive uma das beneficiárias dos resultados.

Tabela 1 – Projetos FINEP: tipo e forma de participação

Fonte: dados da pesquisa(2013) Com relação à modalidade, os projetos podem ser de subvenção ou reembolsáveis.

Nos projetos de subvenção, as organizações proponentes recebem o valor sem a necessidade de devolvê-lo à FINEP. Nos projetos reembolsáveis, o valor do projeto é financiado pela FINEP ao proponente, geralmente com taxas de juros subsidiadas e inferiores a média de mercado. Os projetos subvencionados representam 89% das propostas contratadas pela FINEP no período de 2007-2013, conforme observa-se no Gráfico 3.

Fonte: Dados da Pesquisa (2013) Comparativamente, a política da FINEP nos anos de 2011 e 2012 anos tem sido de

equilibrar a distribuição de recursos nas duas modalidades. No total acumulado dos anos anteriores, os recursos sob a forma de subvenção foi superior aos projetos reembolsáveis, conforme Gráfico 4.

Modalidade Total

Nao Reembolsavel 708

Reembolsavel 90

Total 798

Gráfico 3. Número de projetos por modalidade (2007-2013)

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Gráfico 4. Valor total dos projetos por modalidade

Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

As informações cruzadas das organizações proponentes pelo tipo de organização e tipo

de recursos (subvenção ou reembolsáveis) também foram analisadas. Verificamos que as empresas são responsáveis pela maior parte dos recursos reembolsáveis, enquanto as organizações de ciência e tecnologia respondem pela maior parte dos recursos subvencionados conforme a Tabela 2.

Tabela 2. Tipo de proponente e recurso

Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

Outra análise realizada nos projetos foi do arranjo formado pelas diferentes organizações em uma mesma proposta de financiamento. Para efetuar esta análise, aplicamos a classificação de EMP, ONG, ICT e GOV para cada possível posição em um projeto: executor, co-executor, proponente e interveniente, o que nos levou ao resultado apresentado na Tabela 2.

Tabela 2. Arranjos institucionais por projeto

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Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

Descobrimos que a configuração mais prevalente em relação ao total de recursos

recebidos, é formada apenas por empresas, somando R$ 866,59 milhões. Porém, quando observamos o número de projetos dessa configuração, ela responde apenas dor 10% do total de projetos aprovados. Isto ocorre porque as empresas são as organizações que mais contrataram projetos de financiamento. A segunda e terceira formas mais prevalentes são aquelas formadas por ICT´s, com a empresa ocupando o papel de interveniente. A empresa interveniente é aquela que possui algum interesse no projeto e seus resultados, podendo contribuir com aporte financeiro ou tecnológico. Juntos, os três principais tipos de interação respondem por 60% dos recursos e 55% do total de projetos.

4.3 Análise das Redes Sociais Com base nos 798 projetos selecionados, utilizamos a técnica de análise de redes para

analisar as relações entre as organizações participantes. Para a análise de redes é necessária a identificação de dois nós e a relação de ligação entre eles. Em cada projeto da FINEP foi possível a identificação de até quatro organizações diferentes: proponente, executor, co-executor e interveniente. Assim, para cada projeto foram produzidos até seis pares de interações que representam o total de combinações possíveis (proponente-executor; proponente-coexecutor; proponente-interveniente; executor-coexecutor, executor-interveniente e coexecutor-interveniente). Como as relações não são orientadas por um sentido de causalidade, não existe uma direção de sentido nas ligações entre organizações.

4.4 Interação e colaboração Neste artigo, a relação interorganizacional está relacionada à colaboração entre

empresas que possuem interesses comuns em um mesmo projeto de incentivo a inovação. A participação e ação conjunta em um projeto de apoio a inovação pressupõe que sejam estabelecidos fluxos de informações entre as empresas participantes. O estabelecimento de relações colaborativas inter organizacionais pode ter impacto positivo no compartilhamento de conhecimentos entre as organizações (OLIVER, 1990)

A dinâmica de fluxos de informações entre empresas é uma das premissas que norteiam a ideia de inovação aberta. Por meio de canais de entrada e saída de informações, as

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organizações podem aproveitar conhecimentos externos para o desenvolvimento de inovações e permitir que conhecimentos internos sejam explorados no ambiente externo (CHESBROUGH, 2003).

A existência de relações entre organizações envolvidas em um mesmo projeto da FINEP nos permitiu investigarmos como é formada a rede de colaborações e a troca de informações entre as organizações participantes. A Figura 1 representa a visualização da rede formada por essas organizações. Os nós, identificados por círculos, representam as organizações. As linhas indicam a existência de colaboração das organizações em um mesmo projeto. O tamanho de cada círculo representa o número de relações de uma organização, também conhecida como centralidade. Nós maiores apresentam maior centralidade. A centralidade é uma medida que permite identificar organizações com grande influência na rede, em função do seu número de relações com outras organizações (MARTIN-RIOS, 2012).

A rede formada pelas organizações participantes dos 798 projetos analisados possui uma grande componente principal, formada por 596 nós, e mais 112 redes periféricas, formadas por 322 nós, conforme destacado na Figura 1. As redes periféricas são caracterizadas por interações pontuais e que não estão ligadas a nenhum nó da rede principal. Também é possível verificar que as redes periféricas são formadas, em sua maioria, por organizações do tipo empresa. Em sua maioria, as redes periféricas apresentam uma característica díade, ou seja, são formadas por apenas dois nós. Neste estudo, voltamos o interesse para a análise da rede principal, composta por 596 organizações e 1172 relacionamentos.

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Figura 1. Sociograma das organizações - FINEP

Fonte: Dados da Pesquisa (2013) A análise do gráfico de rede revela um núcleo bastante rico e diversificado, com

organizações envolvidas em interações com diferentes atores. Isso revela uma característica desejável para um ambiente de inovação aberta. Por outro lado, podemos observar, na parte inferior do gráfico, um conjunto de organizações isoladas que estabelecem relações pontuais e com apenas um grupo restrito de outras instituições.

Na Figura 2, analisamos separadamente apenas as organizações com grau de centralidade maior do que 10. O valor foi escolhido arbitrariamente, apenas para melhor visualização da rede. O grau de centralidade é o número de conexões que um nó apresenta. Observa-se que a organização com maior centralidade é a empresa Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRÁS). As demais organizações são, em sua maioria, de ensino e pesquisa (ICT) e algumas poucas entidades do terceiro setor (ONG), e apenas outras seis empresas.

Figura 2. Organizações com centralidade > 10

Rede principal (596 nós) 

Redes periféricas (desconectadas) 

122 redes; 322 nós 

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4.5 Relações e valor dos projetos envolvidos De forma geral, não existem organizações com grande concentração na execução de

projetos e concentração de recursos. As exceções são os projetos que envolveram a Marinha do Brasil, Atlantic Energias Renováveis e Frigorífico Mabella. Ambos foram projetos contratados em demanda específica no ano de 2007 e representam situações atípicas e isoladas.

4.6 Análise de Centralidade Na rede analisada, encontramos uma média de 3,89 relações por nó. Isto significa que,

em média, cada organização manteve relações com outras três ou quatro organizações. Para verificarmos as organizações com maior centralidade definimos como ponto de corte os nós com centralidade a partir de 10. Encontramos um total de 42 organizações, das quais 2 eram ONGs, seis eram empresas e a maior parte destas organizações, 33, eram instituições de ensino e pesquisa.

Dentre as organizações com maior centralidade, destaca-se a empresa Petrobrás, que possui 51 ligações com outras organizações. É interessante observar que a empresa Petrobrás possui diversas relações em projetos da agência de inovação FINEP, porém nenhuma delas ocorre com a participação de outras empresas. Foi possível identificarmos que todos os projetos eram de subvenção financeira. Além disso, em todas as propostas aprovadas, a empresa Petrobrás estava na condição de interveniente, conforme apresentamos na tabela 6.

Tabela 6. Propostas aprovadas tendo a Petrobrás como interveniente Edital Projeto Valor projeto

(R$) Nro de projetos

Ch. Púb. Mct/Finep/Fndct At. Promove Laboratórios De Inovação 06/2006

428.336,00 1

Chamada Púb. Mct/Finep/Ct-Petro - Redes Temáticas - 01/2009 - Linha 1

7.316.287,18 8

Chamada Pública Mct/Finep Ação Transversal - Rbt 12/ 2006 4.986.279,64 15Chamada Pública Mct/Finep/Ct-Petro Temas Estratégicos 01/2006 2.316.180,00 4

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Encomenda De Redes CT-Petro N-NE / 2007 4.543.213,00 5Encomenda Mct/Finep Ação Transversal - Rbt 12/ 2006 160.333,20 1Encomenda Vertical De Projeto De Pesquisa 22.416.886,50 17

Total Geral 42.167.515,52 51

Fonte: Dados da Pesquisa (2013)

A Petrobrás é a única empresa entre as dez organizações com maior centralidade. As

demais são fundações ou universidades. No Quadro 1, listamos as dez principais organizações em cada uma das medidas de nós analisadas: centralidade, proximidade e intermediação.

Quadro 1. Dez principais nós por centralidade, intermediação e proximidade Centralidade (valor)    Intermediação (valor)   Proximidade  (valor)

PETROBRAS  51    PETROBRAS  0,420    PETROBRAS  0,350 UFSC   36    UFRGS  0,220    FUNPEC  0,311 FUNPEC  34    FUA  0,165    ASTEF (Fundação)  0,309 

FUNDEP  30    FUNDEP  0,152    ASTEF (Associação)  0,303 FEESC  30    FACTI  0,145    UFRGS  0,302 UFPE (FADE)  25    UFSC  0,137    UFC  0,300 UFPA  23    FUNPEC  0,131    UFPE (FADE)  0,299 COPPETEC  22    UFC  0,127    UFSC  0,295 UFRGS   21    FEESC  0,118    COPPETEC  0,292 FCPC  21    UFPA  0,088    FUA  0,289 

Fonte: Dados da Pesquisa (2013) Nota (siglas): PETROBRAS-Petróleo Brasileiro SA;ASTEF-Associação Técnico Científica Engenheiro Paulo De Frontin; ASTEF-Fundação De Apoio A Serviços Técnicos, Ensino E Fomento A Pesquisas; COPPETEC-Fundação Coordenação De Projetos, Pesquisas E Estudos Tecnológicos ; FACTI-Facti - Fundação De Apoio À Capacitação Em Tecnologia Da Informação FCPC-Fundação Cearense De Pesquisa E Cultura; FEESC-Fundação De Ensino E Engenharia De Santa Catarina; FUA-Fundação Universidade Do Amazonas; FUNDEP-Fundação De Desenvolvimento Da Pesquisa; UFC-Universidade Federal Do Ceará; UFPA-Universidade Federal Do Pará; UFPE (FADE)-Fundação De Apoio Ao Desenvolvimento Da Universidade Federal De Pernambuco; UFRGS-Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul; UFSC-Universidade Federal De Santa Catarina. 4.6.2 Proximidade O índice de proximidade varia entre zero e um. Organizações isoladas terão índice

igual a zero, enquanto organizações com índice igual a 1 terão o menor caminho aos demais nós. Nas empresas analisadas nesse estudo a proximidade variou entre 0,10 e 0,35. São valores modestos, que sugerem uma rede com baixa capacidade para transmitir informações de forma rápida entre seus integrantes. Com exceção da Petrobrás (tabela 6) que detém o primeiro lugar em proximidade na rede, os maiores valores de centralidade foram encontrados nas organizações de ICT. Isto se explica por serem organizações que podem abranger várias áreas de conhecimento, o que aumenta suas chances de interação e ligação direta a outros nós da rede.

4.6.3 Intermediação O valor de intermediação nesta rede foi normalizado para ser representado entre 0 e 1.

Um nó periférico, desconectado da rede, terá um valor próximo ou igual a zero. Por outro lado, um nó que conecte todos os demais pares de nós de uma rede terá valor igual a 1, como no caso de uma rede em formato de estrela (figura 5). De uma forma geral, as organizações não apresentaram valores altos de intermediação. Isto significa que não existem nós que centralizam a intermediação de informação entre pares na rede. Na rede analisada, a Petrobrás

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foi a empresa que apresentou a maior medida de intermediação (0,42). A Petrobrás possui um grande número de projetos e interações com diferentes ICT e isso a torna um elemento intermediário de conexão entre diferentes subredes formadas pelas ICTs.

Figura 11. Nós com intermediação maior do que 0,1

Fonte: Dados da Pesquisa (2013) 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse estudo teve como objetivo analisar a rede de relacionamentos entre diferentes

organizações - empresas, institutos de pesquisa, universidades e governo - a partir dos projetos de inovação financiados pela Agência Brasileira de Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia - FINEP, em busca de características de fluxo de informações de um ambiente de inovação aberta. Para responder a esse propósito foi possível identificarmos que do total de 798 organizações que participaram de projetos, 75% delas formaram uma grande rede interligada, com potencial para proporcionar um fluxo de informação desejável em um ambiente de inovação aberta. Por outro lado, identificamos que 25% das empresas estavam desconectadas desta rede principal, formando parcerias isoladas, o que não favorecia a inovação aberta. Para esta pesquisa, voltamos nossa atenção para a rede principal.

Na rede principal, as ICT´s representaram os principais elementos de interligação, sendo potencialmente relevantes para o fluxo de informação na rede. Essas organizações destacam-se por serem mais centrais, intermediadoras e alcançarem mais rapidamente os demais nós da rede. Isto significa que são elementos centrais capazes de influenciar o fluxo de informações da rede.

A rede também evidenciou que as empresas se relacionavam de forma diversificada entre elas e com ICTs. Isto é positivo, pois demonstra que as empresas buscam diferentes fontes de informações para a inovação.

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6. LIMITAÇÕES E SUGESTÃO DE PESQUISAS FUTURAS A análise de redes sociais tem como pressuposto a existência de relações e troca de

informações entre as organizações constituintes. Assim, a exatidão da representação da rede depende da qualidade dos dados em representar os relacionamentos entre os atores. A existência de relacionamentos em projetos para a inovação é um forte indicador para caracterizar fluxo de informações característicos das relações em ambientes de inovação aberta. No entanto, não é possível afirmar que as organizações estão praticando inovação aberta, pois isto implica em outras condições como a criação e captura de valor externamente. Também não é possível que alguns projetos não estejam ligados diretamente a inovação, mas apenas a melhorias no processo que não constituam fatores inovadores.

Outra limitação é a falta de informações para determinar o direcionamento das relações. Não é possível identificar qual organização movimenta-se em direção a outra na busca de parceria. Nessa pesquisa, assumimos que a relação é recíproca e não existe direcionalidade.

Nesse estudo, a análise das interações ocorridas entre diferentes organizações para a troca de informações que resultassem em processos inovativos, foram realizadas a partir dos projetos financiados pela FINEP. Sugerimos que pesquisas futuras busquem outros métodos capazes de mapear essas interações, o que é necessário para uma melhor compreensão de como as organizações estão engajadas no processo de inovação.

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