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  INQUÉRITO POLICIAL  É melhor tratar como INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR , porque não se trata mais de somente inquérito. Persecução penal: é a atividade que consiste em investigar, processar, comprovar e julgar uma infração penal. Fases: (a) investigação preliminar (artigo 144, CF/88 = atribui à aut oridade policial a presidência da investigação preliminar); (b) ação penal (processo). Fase pré-processual (INQUÉRITO) PERSECUÇÃO CRIMINAL Fase processual (EM JUÍZO) QUEM PROMOVE O IP?  POLÍCIA JUDICIÁRIA   Em regra é a polícia judiciária ( CPP, art. 4º). A investigação, portanto, no Brasil, em princípio, é policial. Mas outras autoridades podem t ambém investigar delitos ( CPP, art. 4º, parágrafo único). Por exemplo: CPIs, Inquérito Policial Militar (nos crimes militares), autoridades administrativas (procedimentos administrativos), etc. Artigo 4 o . A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá as de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.  OUTRAS AUTORIDADES Há outros inquéritos presididos por outras autoridades? Sim: a) inquérito contra membros do ministério público (quem preside é o PGJ - LONMP: Lei 8.625/93, art. 41, parágrafo único); b) contra juiz de direito (quem preside é o Desembargador sorteado ± LOMN: Lei Complementar 35/79, art. 33, parágrafo único); c) contra autoridade que goza de prerrogativa de função (parlamentares, Ministros etc.) um Magistrado da Corte competente etc.. Exemplo: Investigação contra Deputado Federal: quem

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 INQUÉRITO POLICIAL 

É melhor tratar como INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR , porque não se trata mais de somenteinquérito.

Persecução penal: é a atividade que consiste em investigar, processar, comprovar e julgar 

uma infração penal.

Fases: (a) investigação preliminar (artigo 144, CF/88 = atribui à autoridade policial apresidência da investigação preliminar); (b) ação penal (processo).

Fase pré-processual (INQUÉRITO)

PERSECUÇÃO CRIMINAL

Fase processual (EM JUÍZO)

QUEM PROMOVE O IP?  

POLÍCIA JUDICIÁRIA  

Em regra é a polícia judiciária (CPP, art. 4º). A investigação, portanto, no Brasil, emprincípio, é policial. Mas outras autoridades podem também investigar delitos (CPP,art. 4º, parágrafo único). Por exemplo: CPIs, Inquérito Policial Militar (nos crimesmilitares), autoridades administrativas (procedimentos administrativos), etc.

Artigo 4o

. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território desuas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e suaautoria. 

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá as de autoridadesadministrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.  

OUTRAS AUTORIDADES 

Há outros inquéritos presididos por outras autoridades? Sim:

a) inquérito contra membros do ministério público (quem preside é o PGJ - LONMP: Lei8.625/93, art. 41, parágrafo único);

b) contra juiz de direito (quem preside é o Desembargador sorteado ± LOMN: LeiComplementar 35/79, art. 33, parágrafo único);

c) contra autoridade que goza de prerrogativa de função (parlamentares, Ministros etc.) umMagistrado da Corte competente etc.. Exemplo: Investigação contra Deputado Federal: quem

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preside é Ministro do STF; investigação contra Desembargador: quem preside é Ministro doSTJ e assim por diante;

d) autoridades administrativas.

OBS.: No que concerne à alínea c (contra autoridade que goza de prerrogativa de função:parlamentares, Ministros etc), deve-se ter que observar o seguinte. Na verdade, o

Ministro/Relator não preside o IP. Pelo contrário, o IP é presidido pelo próprio delegado. O queocorre é que o STF, ou STJ, ou TJ, a depender do caso, passa a ser o Órgão Jurisdicionalperante o qual tem tramitação o procedimento investigativo.

O MP pode investigar os crimes cometidos no caso do ECA.

Art. 201. Compete ao Ministério Público:

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar ainstauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas deproteção à infância e à juventude;

§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido dasinformações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

O MP pode investigar os crimes cometidos no caso do Estatuto do Idoso.

 Art. 74. Compete ao Ministério Público:  

VI ± instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração deinquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao

idoso 

DISTINÇÃO ENTRE POLÍCIA JU DICIÁRIA E POLÍCIA DE SEGURANÇA

Diferença entre políc ia jud i c iária e políc ia d e seg u rança (ou ostensiva ou preventiva): aprimeira atua (em regra) depois de cometido o delito; a segunda atua preventivamente (emregra).

 A natureza jurídica da polícia judiciária, É auxiliar da Justiça (CPP, art. 13).

 A natureza da polícia rodoviária federal (CF, art. 144, § 2º), da polícia ferroviária federal (CF,

art. 144, § 3º) e da guarda civil metropolitana (CF, art. 144, § 8º), São polícias de segurança. A função de polícia judiciária no Brasil, é da Polícia civil, polícia federal e polícia militar (apuração só de crimes militares).

  Lei 10.446/02 

Art. 1o Na forma do inciso I do § 1.º do art. 144 da CF, quando houver repercussãointerestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de

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Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos desegurança pública arrolados no art. 144 da CF, em especial das Polícias Militares e Civisdos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:  

I ± seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do CP), seo agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da funçãopública exercida pela vítima; 

II ± formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4.º da Lei n. º 8.137, de 27/12/1990);

III ± relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil secomprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e  

IV ± furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas emoperação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilhaou bando em mais de um Estado da Federação.  

Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de PolíciaFederal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizadaou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.  

ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA JUDICIÁRIA  

Divi são d as atribu ições d a políc ia jud i c iária (critérios): 

� territorial: cada Distrito Policial tem seu âmbito de atuação (tem sua circunscrição)(CPP, art. 4º);

� em razão da matéria: há delegacia de crimes contra o patrimônio, de seqüestro, dehomicídio etc.;

� em razão da pessoa: delegacia da mulher etc..

E se inobservados esses critérios, Nenhuma nulidade existe. É mera irregularidade (cf. art. 22do CPP; RTJ 82, p. 118; RT 531, p. 364).

CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLÍCIAL  

Contr ol e externo d a ativi d ad e pol i c ial: é Ministério Público (CF, art. 129, VII).

Depende de regulamentação complementar. Em alguns Estados essa regulamentação jáexiste: São Paulo, por exemplo (e o STF já decidiu que isso é constitucional). Mas de qualquer modo o controle externo tem sido pouco atuante.

INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR  

 A investigaç ão prel iminar é feita pel a políc ia jud i c iária por meio de inquérito policial oupor meio de termo circunstanciado (nos casos de infração de menor potencial ofensivo).

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O IP é dispensável, já que o MP e o querelante podem, por meio de peças de informação,ajuizar a ação penal competente.

INQUÉRITO POLICIAL  

CONCEITO : É o conjunto de diligências que visa à apuração do fato punível e de sua autoria,ou seja, é o procedimento administrativo, de conteúdo informativo, destinado a apurar a autoria

e a materialidade de uma infração penal.

F inal i d ad e do inq uérit o pol i c ial: apuração do fato punível e sua autoria, ou seja, preparar aação penal para o oferecimento da inicial, fornecendo ao titular do direito de ação de elementospara a instrução da inicial e para formar o convencimento do titular da ação penal (opinio

delicti ). Nos termos do art. 12, do CPP (³O inq uérit o pol i c ial acom panhará  a d enúnc ia ou q u eixa ,sem pre q u e servir d e base a u ma ou ou tra´ ) destina-se o IP a servir de base para afutura ação penal (pública ou privada).

EXCEÇÃO: INQUÉRITO POLICIAL PARA EXPULSÃO DO ESTRANGEIRO não tem por finalidade apurar uma infração penal (artigo 70, Lei 6815/80 ± Estatuto do Estrangeiro), suafinalidade é permitir a expulsão do estrangeiro, para tanto tem que ser garantido oCONTRADITÓRIO.

QUEM PRESI DE 

Qu em presi d e o inq uérit o pol i c ial ?  É a autoridade policial. Que se entende por autoridadepolicial? É a de carreira, mas também há autoridades nomeadas (sem concurso público - emalguns Estados a polícia judiciária ainda não está totalmente estruturada por concurso público).

Artigo 4o. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território desuas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e suaautoria. 

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá as de autoridadesadministrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.  

No artigo 4º, CPP, antigamente falava-se em (competência) jurisdição, mas o correto é(atribuição) circunscrição. As regras de competência não são relevantes no IP. A circunscriçãoda autoridade policial é a do local do crime, mas se for desrespeitada, é uma merairregularidade que não traz conseqüências à ação penal, por tratar-se de mero procedimentoadministrativo informativo.

CARACTERÍSTICAS DO IP 

  Pré-processual, preparatório, informativo e meio de realização do conjunto dediligências investigatórias, tem como destinatários imediatos o MP e o ofendido, e

como destinatário mediato o juiz.

  É peça ad mini strativa: seus vícios, portanto, não afetam a ação penal futura. Inquéritopresidido por autoridade policial, com vícios: não anula a ação penal superveniente.Isso não se confunde com a situação anômala de a investigação ser totalmenteinválida, como reconheceu o STF (Segunda Turma), em caso em que o MP presidiu ainvestigação.

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  É d i spensável : sim (arts. 12, 27, 39, § 5º e § 1º do art. 46 do CPP). (cf. RTJ 76, p.741). O MP, se conta com documentos suficientes, pode ingressar com ação penaldiretamente.

  É peça esc rita (Art. 9º do CPP): Não existe IP oral nem mesmo o termocircunstanciado. ³Art. 9º CPP- Todas as peças do inquérito policial serão, num sóprocessado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pelaautoridade.´

Características do IP (continuação)

  É sigi loso (Art. 20 do CPP): sim. o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigidopelo interesse da sociedade (o sigilo é no interesse da sociedade e da investigação).

Mas o sigilo não vale:

para o juiz do caso (a quem foi distribuído o IP);

para o ministério público do caso; essa regra é intuitiva, decorre diretamente danatureza do próprio inquérito, entretanto, mesmo assim, no artigo 26, IV, da Lei

8625/93, diz expressamente que o sigilo da investigação criminal não pode ser opostoao MP.

para o advogado (Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94, art. 7º, XIII a XV e § 1º)? Surgea polêmica de saber se a decretação de sigilo se estende ou não ao advogado, ouseja, se este teria acesso ou não aos autos do inquérito. E se houver quebra de sigilo,leia-se, prova sigilosa nos autos? Nesse caso, o advogado só pode ver essa parte comprocuração específica dada pelo interessado.

� Pode haver sigilo total? O STJ chegou a admitir o sigilo total, mesmo contra oadvogado do indiciado, quando o interesse público o exigir. Atualmente o STF, no que

vem sendo acompanhado pelo STJ, vem reiteradamente decidindo que não cabe sigilopara o advogado do indiciado.

Incomunicabilidade do preso  

Outra questão tormentosa é a incomunicabilidade do preso prevista no artigo 21, CPP, quepermite a decretação pelo juiz.

Ela é uma medida de natureza cautelar e permite que o Juiz a decrete peloprazo de 03 dias.Entretanto, a polêmica gira em torno de se saber se a CF recepcionou ou não o citado artigo  (há corrente nos dois sentidos: recepção ou não recepção).

Obs.: art. 136, IV da CF não admite (estado de defesa e de sítio)

Regime Disciplina Diferenciado ± RDD 

O RDD permite a visita de 02 pessoas por 02 horas durante o período de 01 vez por semana,assim, o réu não está incomunicável, somente existe uma restrição de horário. Note-se quenão há imposição dessa restrição ao advogado, bastando que ele marque um horário.

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C arac ter ísti c as do IP (ou tras) 

  É  inq u i sitiv o: não há contraditório no IP. Não há contraditório, porque não há litigantese nem acusados, trata-se de mero procedimento administrativo de investigação Noinquérito não há acusação formal, não decorre dele nenhuma espécie de sanção, esseé um ponto distintivo entre o IP e outros procedimentos administrativos.

  Não ad mite Suspeiç ão: Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridadespoliciais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

NÃO HÁ CONTRADITORIO

RAZÕES PARA INEXISTÊNCIA DE CONTRADITÓRIO NO IP:

I ± O investigado não é sujeito de direito, mas objeto de investigação;

II ± Do IP não pode resultar sanção;

III ± A lei e a CF não impõem contraditório ao IP.

Não É possível argüição de suspeição das autoridades policiais (CPP, art. 107).

Vítima ou indiciado podem requerer provas ? Sim. (CPP, art. 14). Serão deferidas ouindeferidas, conforme o caso.

Art. 14 - O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.  

E  x c eções: há inquéritos que admitem (ou exigem) defesa do investigado: inquérito para

decretar expulsão de estrangeiro (defesa obrigatória), inquérito para apurar falta administrativa(defesa obrigatória) etc.

Outras características do IP 

  LEGALIDADE

Legal i d ad e: todo ato praticado no curso do IP deve encontrar amparo legal. IP ilegal perde acredibilidade. E pode ser tido como inválido.

  OFICIALIDADE

O fi c ial i d ad e: No IP atua um órgão oficial (que é a polícia judiciária).

  OFICIOSIDADE

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O fi c i osi d ad e ou obrigat oried ad e na at u aç ão : no caso de ação penal pública incondicionadaa autoridade policial, desde que existam indícios de uma infração penal, é obrigada a agir (ainvestigar).

Não conta a autoridade policial com poder discricionário de agir ou não agir. A autoridade

policial, tendo o conhecimento da prática de infração penal, tem o dever de instaurar oinquérito, não há espaço para discricionariedade do delegado, nos crimes de ação penalpública incondicionada.

 A lei 9099/95 substitui o IP pelo termo circunstanciado.

Há uma divergência sobre quem tem autoridade para elaborar o termo, entre saber se somenteo delegado pode (ato exclusivo) ou se outros policiais podem elaborar o termo.

 A posição dominante é a de que qualquer policial pode , é o que predomina, em que pese aexistência de doutrina de peso em sentido contrário, defendendo que se trata de atribuiçãoexclusiva de autoridade policial.

Ninguém pode arquivar, a não ser, mediante requerimento do MP apreciado pelo juiz(princípios da obrigatoriedade e da titularidade da ação penal).

Não obstante a discussão supra, cabe salientar que o art. 69, da Lei 9.099/95, é expressa noseguinte sentido: ³A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termocircunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado...´ (destaquei).

Mais características do IP 

  INDISPONIBILIDADE

I nd i sponibi l i d ad e:  a autoridade policial não pode arquivar o IP (CPP, art. 17).

O artigo 17, CPP, estabelece claramente que a autoridade policial não poderá arquivar o IP(somente pode ser arquivado pelo juiz, mediante requerimento do MP). Delegado não arquivainquérito, somente o MP pode REQUERER o arquivamento

Art. 17 - A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito  

  UNIDIRECIONAL

U ni d irec i onal: o delegado não pode fazer juízo valorativo sobre a conduta do investigado. Dar parecer está errado. Deve se limitar a investigar, mas não valorar, tanto que a ausência declassificação é mera irregularidade.

Somente na Lei de Tóxicos é que se exige que o delegado tem que fundamentar por que estáenquadrando o sujeito em determinado crime.( a Lei 11.343/06, que, no seu art. 52, I,determina que a autoridade policial justifique as razões da sua classificação.

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O IP É ATIVIDADE ADMINISTRATIVA  

 Ativi d ad e investigatória ADMINISTRATIVA e at os prati c ados : é muito comum dizer-se queo IP é um procedimento administrativo (PAULO RANGEL: a natureza jurídica do IP é de umPROCEDIMENTO DE ÍNDOLE MERAMENTE ADMINISTRATIVA, de caráter informativo,

neste caso, de intervenção do Estado-juiz).

Mas isso somente é válido mediante a abordagem de um sentido amplo do termo procedimentoadministrativo (em sentido estrito, é a concatenação de atos em uma determinada ordem), poisno IP não há uma concatenação de atos num movimento para frente . Não há, portanto,nulidades procedimentais (no processo penal, a inversão da ordem pode causar nulidade).Nãohá rito ou ordem predeterminada para a prática dos atos . Eventuais invalidades nãocontaminam a ação penal.

A autoridade policial pode proceder a outras diligências que não estejam previstas noartigo 6o., CPP; há no CPP, um rol de provas nominadas expressamente previstas, mas há

também os meios de prova que não têm previsão expressa, em que pesem não previstas,podem ser realizadas se não forem imorais, ilegais ou ilícitos.

Produção das provas  

Os artigos somente elencam os atos que a autoridade policial pode adotar.Discricionariamente, a autoridade policial poderá adotar as práticas que entender convenientesde acordo com o caso concreto. 

O IP não tem um roteiro específico , caberá ao delegado definir as diligências que prefereadotar na ordem que melhor for conveniente para a investigação criminal.

Requerimento de provas 

 A autoridade não está obrigada a atender aos requerimentos de prova elaborados peloinvestigado (esse é o conteúdo da discricionariedade da autoridade policial), mas se adiligência for importante (irrepetível) e o delegado por capricho não autorizar a realização, esseargumento pode ser usado pela defesa durante a ação penal

 

Requisição de provas 

Se o MP requisitar a produção , a diligências, a autoridade policial está obrigada arealizar , uma vez que não se trata de requerimento, mas sim de REQUISIÇÃO (ordem combase na lei).

INDICIAMENTO 

Conceito (obs.: é um conceito legal ± art. 239 do CPP)

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Consiste na formalização da suspeita, o delegado evidencia pelos elementos colhidos quehá indícios de autoria e prova da materialidade.

Há quem diga que o indiciamento pode ser solicitado pelo MP ou pelo Juiz, mas oindiciamento é ato discricionário da autoridade policial . O indiciamento somente pode ser 

feito se houver base ou prova. O Delegado se convence de que tem provas, se o delegadoestá certo ou não é outro problema, bastam provas mínimas da prática da conduta.

Providências e conseqüências:

Conseqüências do indiciamento:

INTERROGATÓRIO,

AVERIGUAÇÃO DA VIDA PREGRESSA e

IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (pode ser fotográfica ou daticloscópica).

 A CF/88 DETERMINA que o civilmente identificado não será identificado criminalmente,salvo nas hipóteses previstas em lei:

Hipóteses legais de identificação criminal 

Crime organizado, Lei 9034: (STJ afirma que foi revogado o artigo 5o., pela Lei 10.054; ofundamento é que esta lei regulou inteiramente o assunto, nos termos do art. Art. 2º, § 1º, partefinal)

³Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizaçõescriminosas será realizada independentemente da identificação civil.´

Lei 10054/00 estabelece que o civilmente identificado não o será criminalmente, exceto:(quem não tem documento de identidade, pessoas civilmente identificadas) 

 Art. 1º - O preso em flagrante delito, o indiciado em inquérito policial, aquele que praticainfração penal de menor gravidade, assim como aqueles contra os quais tenha sido expedidomandado de prisão judicial, desde que não identificados civilmente, serão submetidos àidentificação criminal, inclusive pelo processo datiloscópico e fotográfico.

Parágrafo único. Sendo identificado criminalmente, a autoridade policial providenciará a juntadados materiais datiloscópico e fotográfico nos autos da comunicação da prisão em flagrante ounos do inquérito policial.

 Art. 2º - A prova de identificação civil far-se-á mediante apresentação de documento deidentidade reconhecido pela legislação.

Hipóteses legais de identificação criminal 

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 Art. 3º - O civilmente identificado por documento original não será submetido à identificaçãocriminal, exceto quando:

I ± estiver indiciado ou acusado pela prática de homicídio doloso, crimes contra o patrimôniopraticados mediante violência ou grave ameaça, crime de receptação qualificada, crimes contraa liberdade sexual ou crime de falsificação de documento público;

II ± houver fundada suspeita de falsificação ou adulteração do documento de identidade;

III ± o estado de conservação ou a distância temporal da expedição de documento apresentadoimpossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais;

IV ± constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

V ± houver registro de extravio do documento de identidade;

VI ± o indiciado ou acusado não comprovar, em quarenta e oito horas, sua identificação civil.

 Art. 4º - Cópia do documento de identificação civil apresentada deverá ser mantida nos autosde prisão em flagrante, quando houver, e no inquérito policial, em quantidade de vias

necessárias.Promotores e juízes não serão identificados criminalmente, porque não podem ser indiciados; LOMP (artigo 41, II) e LC 35/79 (LOMAN);

Os protegidos por Tratados e Convenções não serão identificados criminalmente pelasmesmas razões constantes no item anterior.

HIPÓTESES DE DÚVIDAS : a identificação criminal é obrigatória.

EXEMPLOS: apresentação de identidade rasgada ou sem fotografia ou foto colada; apresentauma cópia e é deferido prazo para apresentação do original, que não é cumprida pelo agente.

Identificação criminal nos juizados  

INDENTIFICAÇÃO CRIMINAL NOS JUIZADOS: se se elabora TC não existe indiciamento .Mas se a situação for complexa e o MP requer o IP, nele haverá o indiciamento.

Sobre a identificação em si, aplica-se a Lei 10.054, no que for cabível. É óbvio que não seaplicará para os delitos previstos no art. 3º, inc. I. Entretanto, ocorrendo qualquer das demaishipóteses, possível será a identificação. Aliás o próprio caput do art. 1º, da referida Lei,expressa sua aplicabilidade às infrações penais de menor gravidade.

OUTRAS DILIGENCIAS  Reconstituição do crime ou reprodução simulada do crime  

O delegado pode fazer isso, desde que não afete os bons costumes e a ordempública(CPP, art. 7º).. Exemplo: não se faz a reconstituição de um estupro.

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O suspeit o ou ind i c iado é obrigado a parti c i  par d a reconstit u iç ão do c rime?  Não (nemo

tenetur se detegere).

Reconhecimento 

O réu é obrigado a estar presente no ato do reconhecimento , podendo inclusive o delegadomandar buscar, não há violação constitucional, porque, no reconhecimento não se exige do réunenhum comportamento ativo, logo, é legítimo. Art. 260, CPP.

Busca domiciliar e busca pessoal 

BUSCA DOMICILIAR: Só juiz pode determinar . Há uma RESERVA DE JURISDIÇÃO

E a busca pessoal? Pode ser determinada por juiz ou por autoridade policial . Em regra,entretanto, a busca pessoal é feita sem ordem escrita. Há muitas situações em que isso épossível. Por exemplo: suspeita de posse de arma de fogo.

PAULO RANGEL: a busca e a apreensão feita pela autoridade policial no local do fato éconseqüência de sua atuação, de ofício, e, portanto, NÃO NECESSITA DE AUTORIZAÇÃOJUDICIAL, trata-se de ato administrativo que goza do atributo da AUTOEXECUTORIEDADE.BUSCA PESSOAL somente pode ser feita quando houver FUNDADAS RAZÕES DESUSPEITA DE QUE ALGUÉM OCULTE consigo arma proibida ou instrumentos que tenhamrelação com a infração penal e não pode ser executada de maneira vexatória para o indivíduo,respeitando a sua dignidade de pessoa humana. BUSCA PESSOAL DOMICILIAR somentepode ser realizada com a autorização judicial.

Incidente de insanidade mental  

Só juiz pode determinar. Esse poder (de iniciar o incidente) não foi conferido à AutoridadePolicial.

Folha de antecedentes e instrumentos do crime  

Devem acompanhar o IP.

Outras diligências ou atos que podem ser, também, empreendidos pela autoridade policial:

-representação para a prisão preventiva,

para a prisão temporária,

-cumprimento de mandado de prisão,

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-representação para decretação da interceptação telefônica, -cumprimento da ordem deinterceptação etc.

Infiltração de policiais 

 A Lei de Tóxicos n. 10.409 admitia a INFILTRAÇÃO DE POLICIAIS em quadrilhas, grupos,organizações ou bandos, cabível somente para os fins de COLHER INFORMAÇÕES. PAULORANGEL: entende que essa medida somente é cabível na fase de persecução penal, já que setrata de atividade policial para busca de formação da justa causa. A nova Lei 11.343/06mantém essa possibilidade e mais, a saber:

 Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, sãopermitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o MinistérioPúblico, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos

especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outrosprodutos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidadede identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico edistribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde quesejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou decolaboradores.

Há infiltração de policiais prevista da Lei 9034 (crime organizado). Não se admite a figura dainfiltração para a investigação de quaisquer outros crimes, sob pena de i licitude da prova

colhida. Mas se no decurso da infiltração, descobrir-se a prática de outro crime (caso fortuito):se conexo, não há problema algum; se independente, dará ensejo à abertura de outroprocesso. É o chamado encontro fortuito de prova.

AGENTE INFILTRADO está amparado pela excludente de ilicitude do ESTRITOCUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL.

O agente infiltrado não se confunde com o agente provocador,porque o infiltrado ganha aconfiança do investigado e retira dele as informações necessárias da atuação ilícita dogrupo, tendo uma atuação INFORMATIVA DO CRIME e NÃO FORMATIVA .

 A INFILTRAÇÃO é um meio de obtenção de prova na fase de investigação criminal, ou seja, deuma MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA SATISFATIVA DA AÇÃO PENAL que, comotal, deve estar revestida dos requisitos de toda e qualquer medida cautelar, quais sejam:f u mus comi ssi d el i c ti e peri culu m l ibertati s.

Condução coercitiva para o interrogatório  

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É possí vel ?  (TACrimSP): ³N o poder legal dos delegados de polícia, iniludivelmente se

encontra o de interrogar a pessoa indiciada...pode mandá-la conduzir a sua presença (RT ,482/357). LFG: Esse mesmo poder também é válido para vítima e testemunhas (podem ser conduzidas coercitivamente).

No que pertine ao suspeito, se de um lado é certo que pode ser conduzido coercitivamente, deoutro também é correto dizer que ele não tem a obrigação de responder a qualquer perguntada autoridade policial (o direito ao silêncio está constitucionalmente garantido).

Com a alteração da natureza jurídica do interrogatório, passando a ser meio de defesa,EUGÊNIO PACELLI entende que não cabe a condução coercitiva .

VALOR PROBATÓRIO DO IP 

Em regra serve para instruir a ação penal futura (para dar-lhe justa causa ou para acomprovação do f u mus boni  i u ri s, isto é, f u mus d el i c ti ). Existem determinadas perícias quenão são renováveis pela ausência de vestígios, não podendo ser renovadas na instrução,podem fundamentar a condenação.

Exceções:  provas cautelares (perícias, por exemplo) e documentais. Nesses casos, as provaspossuem valor judicial. E o contraditório? É diferido (leia-se: postergado para a fase judicial ±em juízo o interessado faz o contraditório). Condenação fundada exclusivamente em provaspoliciais sem valor judicial é válida. (ART. 155) DO CPP  

Essa verificação depende da análise dos efeitos que as informações /provas PODEM ou NÃOproduzir:

NÃO pode haver condenação com base em prova EXCLUSIVAMENTE produzida no IP, sobpena de nulidade.

Somente pode ser usada como fundamento para a sentença (a prova produzida no IP) quandoconfirmada na fase processual. Essa afirmativa é inócua, já que abrangida pelo item anterior.

 As PROVAS DEFINITIVAS produzidas no IP poderão fundamentar a sentença, sem anecessidade de nova produção em fase processual, na medida em que não podem ser renovadas, em razão do desaparecimento dos vestígios materiais (CORPO DE DELITO).Essas provas, que têm caráter eminentemente técnico, são exceção à regra, por ser aplicado-lhes o contraditório diferido. Há uma tendência em algumas legislações de fazer umcontraditório na própria instrução.

INÍCIO DO IP 

O seu início depende do tipo de ação penal que é cabível:

Art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:  

I - de ofício; 

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II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou arequerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá -lo. 

  NA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA  

a) por  portaria da autoridade policial (notitia c rimini s de cognição imediata ou informal dodelito);

b) por au t o d e pri são em f l agrante  (notitia c rimini s de cognição coercitiva);

c) por req u i siç ão de juiz; (notitia c rimini s de cognição mediata ou formal do delito);

d) por req u i siç ão do ministério público ou (notitia c rimini s de cognição mediata ou formal dodelito);

e) por req u eriment o da vítima ou de quem tiver qualidade para representá-la (notitia c rimini sde cognição imediata).

Portaria 

Portaria: é a peça que dá início ao IP; decorre do conhecimento pela autoridade policial emrazão de suas atividades de rotina, p. ex. boletim de ocorrência (documento de naturezaestatística), relatório de investigação, etc

Requisição 

Diferença entre requerimento e requisição: o requerimento pode ser indeferido. No caso derequisição (do juiz ou do MP), a autoridade deve agir.

E se tratar de fato flagrantemente atípico?

Deve fundamentar sua convicção e não instaurar o IP (sob pena de estar cometendo atividadearbitrária). Caso o MP discorde, deve requerer a abertura de IP ao Chefe da Autoridade policialque se recusou a agir.

 A autoridade que se recuou a agir pode praticar o crime de prevaricação (satisfação deinteresse próprio ou de terceiro) ou falta funcional.

Note-se que não se trata de crime de desobediência, para parte da doutrina e da jurisprudência, porque para sua configuração exige -se que o particular (e não ofuncionário público) o pratique contra a autoridade pública.

  NA AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA  

Depende de representação da vítima ou seu representante legal.

 A representação, nesse caso, constitui uma d el ati o c rimini s postulatória (porque revela ocrime e ainda postula a abertura do IP).

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Requisição do ministro da justiça ± não está sujeita a prazo. É um ato de naturezaPOLÍTICA e ADMINISTRATIVA. Quanto à REVOGABILIDADE, há divergência quanto à suapossibilidade ou não. Impossibilidade por ser ato político, não vincula o MP, que não é obrigadoa oferecer denúncia mantém a sua autonomia funcional.

Está prevista no artigo 5o. IV, CPP (é a forma de iniciar a ação penal pública condicionada).

Os conceitos registrados na ação penal são utilizados aqui também. A investigação criminalnos crimes em que a ação penal for pública condicionada não se inicia sem arepresentação do ofendido ou de seu representante (autorização).

  NA AÇÃO PENAL PRIVADA  

Depende de requerimento da vítima ou de seu representante legal (princípio daoportunidade).

 A vítima é obrigada a ³denunciar´ o fato? Não.Sem requerimento da vítima, a autoridade policial não pode jamais investigar o crime de açãopenal privada.

Mulher casada pode requerer abertura de IP? Sim (CPP, art. 35: revogad o ± Lei 9.520/97).

  IP só pode ser instaurado a requerimento do ofendido ou de seu representantelegal, não podendo ser instaurado de ofício; quem tem legitimidade para exercer o direito de queixa, são as mesmas pessoas que podem exercer o direito derepresentação. 

INDEFERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DO IP  

Se for indeferida a instauração do IP, cabe recurso ao Chefe de Polícia, nos termos do artigo5o. § 2o., CPP, é um recurso de natureza administrativa, assim, conclui-se que a autoridadepolicial pode indeferir a abertura de IP, mas o CPP não estabelece as hipóteses em que oindeferimento pode ocorrer.

Mas se pode inferir algumas hipóteses (em qualquer tipo de ação):

Fato não ser típico;

Manifesta extinção de punibilidade;

Ausência de mínimo de informações para início das investigações.

� Há quem entenda que o Chefe de Polícia é o Secretário de Segurança Pública e háquem entenda que é o Delegado Geral da Polícia (artigo 5o. § 2o., CPP).

T É RMINO DO IP 

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O encerramento do IP ocorre em prazos distintos de acordo com a previsão legal específica:

  CÓDIGO PENAL

  10 dias ± preso, improrrogável (a partir do 1º dia ± artigo 10, CP)

e

  30 dias ± solto (artigo 798, CPP), poderá o juiz prorrogar o prazo PEDIDO DEDILAÇÃO DE PRAZO, quando houver necessidade (artigo 10, § 3o.), controle daPolícia pelo Judiciário, correndo o risco de prejudicar o sistema acusatório, a rigor o juiznão deveria controlar isso, já que a CF fala que é papel do MP, o controle externo daatividade policial

  JUSTIÇA FEDERAL E CPM  

Justiça Federal (artigo 66 da Lei 5010/66): se preso, 15 dias prorrogável por mais 15 dias. Sesolto segue a regra do CPP normalmente (trinta dias).

Código Penal Militar : 20 dias se preso (contado do dia em que se executar a prisão) e 40 diasse solto (contado a partir da data em que se instaurar o IP).

  ECONOMIA POPULAR

Lei de Economia Popular (Lei 1521/51): 10 dias, preso ou solto; 02 dias denúncia

  TÓXICOS Lei Tóxicos: 15 dias, preso (prorrogável por mais 15), 30 dias,solto (prorrogável por mais 30 dias); 10 dias, denúncia.

Lei 6368 Tóxicos (Art. 21): 05 ou 10 dias, preso e 30 ou 60 dias, solto

 A nova Lei 11.343/06 aumentou os prazos: 30 dias, se preso, podendo ser duplicado; 90 dias,

se solto, também admitindo duplicação. É a regra do art. 51, a saber:

 Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvidoo Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

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Nos processos de competência da JUSTIÇA FEDERAL, a dúvida surge em relação ao crime deTRÁFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES, cuja competência é da Justiça Federal:

Art. 109, CF/88. Aos juízes federais compete processar e julgar:  

V ± os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada aexecução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, oureciprocamente. 

  SÚMULA 522, STF. Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando então acompetência será da Justiça Federal, competem às Justiças dos Estados oprocesso e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. 

Note-se que os crimes de tráfico podem ser de MULHERES, CRIANÇAS OU

ENTORPECENTES;-o entendimento mais aceito consiste na aplicação do prazo previsto na Lei de tóxicos,por ser específica e mais recente (30 dias, se preso, podendo ser duplicado; 90 dias, sesolto, também admitindo duplicação).

PRISÃO TEMPORÁRIA

 A prisão temporária pode ser pelo prazo de 5 dias, mais 5 dias, totalizando 10 dias.

Na Lei de Crimes Hediondos o seu prazo é de 30 dias mais 30 dias, totalizando 60 dias.

Note-se que essa prisão é estabelecida para facilitar a investigação criminal, sendo assim, oIP pode perdurar pelo prazo de duração da prisão , alterando o limite máximo para aconclusão do inquérito.

 A prisão temporária pode ser convertida em prisão preventiva, o delegado terá ainda mais 10dias para finalizar o IP.

EXCESSO DE PRAZO

Excesso de prazo para a conclusão: se o indiciado está preso, pode ser impetrado o HC.

Cabe prisão em flagrante em crimes de iniciativa privada?  

Sim, a doutrina aceita pacificamente esse tipo de prisão, porque o art. 301 do CPP não fazdistinção entre crimes de iniciativa pública ou privada.

E qual o prazo máximo para que o indiciado permaneça preso em razão do flagrante, noscasos de crimes de iniciativa privada?

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 Analogicamente, usa-se o prazo que o MP tem para oferecer a denúncia dos casos de crimesde ação pública ± cinco dias. Se, nesse prazo, o ofendido não entrar com a queixa, o ofendidodeve ser solto;

PROCEDIMENTO DE FINALIZAÇÃO

Finalizando o IP: a autoridade policial poderá elaborar um relatório (artigo 10, §§ 1o. e 2o.)(que não é imprescindível) e o MP poderá adotar as providências:

DELEGADO JUIZ PROMOTOR (adotará as seguintes providências:)

� Requisitar diligência (retorno dos autos à polícia ± artigo 16)

� Propugnar pelo arquivamento, que pode ser deferido ou indeferido

� Apresentar denúncia e o conseqüente início da ação penal

 

No relatório, a autoridade policial poderá fazer constar o nome e o endereço das testemunhasque não tenha ouvido. Mas não cabe, em princípio, o juízo de valor da autoridade policial, por se tratar de um relatório e o seu juízo ser inócuo para a formação da opinião do MP.

Entretanto, há atos no IP que demandam uma apreciação, p. ex., na decisão de indiciamento,para tanto terá que analisar os indícios de autoria.

Note-se que no tráfico de entorpecentes, há previsão de que a autoridade policial deverá justificar as razões que a levaram à classificação do delito (essa previsão ainda permanece na

nova Lei 11.343/06, nos termos do seu art. 52, I).

O MP somente poderá solicitar as diligências imprescindíveis para o oferecimento dadenúncia, de acordo com o juízo valorativo do próprio MP (detentor da opinio delicti ).

O artigo 16 contém um duplo comando:

requerimento do promotor ao juiz para o retorno físico dos autos à delegacia de políciae

a requisição de diligência feita pelo MP à autoridade policial.

Somente pode ser utilizado com o indiciado em liberdade, pois as idas e vindas do IP,com indiciado preso, podem ocasionar excesso de prazo e constrangimentoilegal sobre a liberdade do preso.

O juiz não pode indeferir, mas se o juiz indeferir, não cabe recurso, podendo o MP adotar:

� C orreição parcial; 

� Requisitar diretamente à autoridade policial; que não pode se recusar.

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ENCERRAMENTO ANORMAL DO IP 

Encerramento anormal do IP : trancamento por falta de justa causa (artigo 648, CPP).

Só pode ser trancado, por falta de justa causa, quando os fatos investigados são atípicos,

quando não constituem nem mesmo em tese, crime ou contravenção.

Não se pode trancar o IP, por falta de justa causa, sob a alegação de insuficiência de provascontra o indiciado.

O IP pode ter sucessivas prorrogações de prazo, caso o indiciado esteja solto, nos termo doart. 10, § 3º, do CPP. A exceção fica por conta da Lei 10.409 e agora 11.343 que apenasadmitem a duplicação, ou seja, uma única prorrogação.

O MP pode devolver o IP para a polícia, desde que seja para diligências imprescindíveis (artigo16, CPP).

 ARQUIVAMENTO DO IP 

Promover ou requerer o arquivamento são expressões sinônimas.

O arquivamento ocorre quando o IP está concluído, mas não traz prova suficiente e não hánovas diligências a serem realizadas.

O juiz pode deferir ou indeferir a promoção de arquivamento, requerida nos termos do artigo18, CPP.

O juiz defere o arquivamento, que somente pode ser requerido pelo MP, não pode a autoridadepolicial requerer.

DESARQUIVAMENTO

 A decisão interlocutória mista de arquivamento não (LFG afirma que faz coisa julgada, nostermos abaixo) faz coisa julgada e pode ocorrer o desarquivamento. Mudando a situação defato (rebus sic stantibus), a decisão de arquivamento pode ser modificada se existir notícia deprova.

  COISA JULGADA MATERIAL: se o juiz analisa a tipicidade ou se extingue apunibilidade.

  COISA JULGADA FORMAL: se o juiz arquiva por falta de provas.

Pelo artigo 18, reabre o IP quando há NOTÍCIA DE PROVAS NOVAS, ou seja, basta a simplesnotícia para a reabertura do IP. Mas a futura ação penal somente poderá ser promovida seEFETIVAMENTE foram encontradas provas novas.

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Súmula 524, STF. Arquivado o IP por despacho do juiz, a requerimento do MP, não podea ação penal ser iniciada sem novas provas.  

Para desarquivar o IP, basta a notícia. Novas provas no sentido substancial até poderiamexistir, mas não haviam chegado ao conhecimento das autoridades, p. ex., testemunho de

nova testemunha.

Art. 28. Se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arqui vamentodo inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes a razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação aoprocurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do MP paraoferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estar o juiz obrigadoa atender. 

FUNDAMENTO DO ARQUIVAMENTO

O pedido do MP deve ser fundamentado, pois o artigo 28, CPP, fala em razões invocadas.

O CPP não elenca as hipóteses de arquivamento, usando a contrario sensu as hipóteses derejeição da denúncia (artigo 43):

� Falta de condição da ação para o exercício da ação, incluindo a justa causa (presença de prova da materialidade e indícios de autoria).

� O fato não se constituir em fato criminoso.

� Aplicando-se o conceito analítico do crime (fato típico, antijurídico e culpável).

RECURSO

Não cabe recurso da decisão do juiz que determina o arquivamento do IP (ARQUIVAMENTODIRETO).

O TJ/SP, entretanto, já admitiu recurso da vítima em hipótese específica na qual se reconhece,para efeito de arquivamento, a atipicidade do fato.

Essa posição também já foi verificada no STF, considerando que essa decisão pode adquirir a

força de coisa julgada, sendo assim, portanto, cabível o recurso, porque o juiz considerou ainexistência de fato típico; logo, é decisão com força de definitiva. EXEMPLOS de decisões quefazem coisa julgada (STF):

� que reconhece a atipicidade do fato (cabível apelação, artigo 593, II) e

� que reconhece a extinção da punibilidade do fato (cabível o recurso em sentidoestrito, artigo 583, IX).

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Se o juiz arquivar o IP sem o prévio pedido do MP, cabe a correição parcial (recursocabível em hipóteses de err or  in pr oc ed endo). 

Por outro lado, equivaleria à concessão de ofício de HC, assim, poderia haver a impugnaçãopor meio de RECURSO EM SENTIDO ESTRITO voluntário do MP e de ofício, já que o juiz éobrigado a recorrer de sua decisão concessiva de HC.

Feito o pedido de arquivamento, o juiz NÃO pode, em princípio restituir os autos aoMP para que o reavalie, nos termos do artigo 28, CPP.

  Mas, em recente decisão, o STJ entendeu ser possível essa medida, em casosexcepcionais, o juiz poderia devolver os autos ao MP, em virtude do princípio daverdade real e não do formalismo.

O artigo 28 disciplina o procedimento de arquivamento, sendo queo juiz exerce uma funçãoatípica de controle do princípio da obrigatoriedade da ação penal (controle judicial, feitopelo magistrado, e administrativo, feito pelo chefe o MP).

APLICAÇÃO DO ARTIGO 28

Se o juiz discorda da promoção de arquivamento, ele deve enviar o IP para oProcurador Geral de Justiça, que poderá:

� Concordar com MP (arquivamento obrigatório, que vincula o juiz)

� Denunciar pessoalmente (é uma hipótese incomum)

� Determinar que outro promotor o faça por delegação, ele não pode recusar (atuacomo longa manus do chefe do MP), não haverá lesão a sua independênciafuncional, porque ele ainda não manifestou a sua opinião (independência funcionalsomente é garantida quando o MP manifeste a sua posição).

� Requisitar diligências complementares (decorrente dos poderes do órgão máximo doMP)

Em hipótese alguma, o promotor que promoveu o arquivamento pode ser obrigado adenunciar , sob pena de violação à sua independência funcional (já antecipou a sua opiniãosobre a impossibilidade de ajuizamento da ação).

 A decisão de arquivamento não faz coisa julgada material (senão nos casos de atipicidade eextinção de punibilidade), tanto que pode haver o desarquivamento do IP. A decisão do juizdeve ser fundamentada.

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Se o juiz desobedecer ao arquivamento obrigatório , há duas medidas previstas na doutrina:

� correição parcial, remédio jurídico contra erro em procedendo do juiz quecausa uma confusão processual (ainda que no momento não há processo);

� HC, pelo constrangimento ilegal que passa a sofrer o investigado.

ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO OU TÁCITO e INDIRETO  

Arquivamento implícito ou tácito ± Nessas hipóteses, o juiz deve adotar o artigo 28 , por aplicação analógica, pedido indireto de arquivamento.

  Arquivamento Objetivo ± deixar um delito de fora, sem falar nada.

implícito (STJ) Subjetivo ± deixar sujeito de fora, sem falar nada.

Com o arquivamento implícito, a denúncia somente pode ser aditada, mediante a existência denovas provas. Mas se o entendimento é pela inadmissão do arquivamento implícito, admite-seo aditamento da denúncia.

Lei 9099/95 ± no juizado há dois institutos: TRANSAÇÃO PENAL (artigo 76) e a SUSPENSÃOCONDICIONAL DO PROCESSO (artigo 89).

Esses institutos não podem ser concedidos de ofício (STF) pelo juiz .

 Assim, na prática e na doutrina, há a posição de que o juiz deve aplicar analogicamente o

artigo 28. Tecnicamente essa analogia não está correta, porque no artigo 28 o MP NÃOQUER O PROCESSO , já nos casos em questão o MP QUER O PROCESSO , o STF diz que oque se faz é aplicar à idéia a:

Súmula 696, STF. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensãocondicional do processo, mas, se recusando o MP a propô-la, o juiz dissentindoremeterá os autos ao PGJ, aplicando por analogia o artigo 28, CPP.  

� Termo circunstanciado também pode ser arquivado (artigo 69, Lei 9099/95).

O MP somente pode oferecer a transação penal, quando não for cabível o arquivamento. Emdecorrência do que está previsto no art. 76, da Lei 9099/95, a proposta de transação não podeser feita pelo MP em caso de ser cabível o arquivamento.

Lei 9099/95 

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal públicaincondicionada, NÃO SENDO CASO DE ARQUIVAMENTO, o MP poderá propor aaplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, a ser especificada naproposta. 

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� Na lei que regulamenta os processos de contravenções penais, há a previsão deque cabe recurso em sentido estrito contra a decisão de arquivamento.

 As COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO são órgãos do Poder Legislativodestinados a apurar quaisquer fatos que tenham pertinência com a função legislativa.

Possibilitando que o legislador possa legislar melhor em seguida. A CF/88 inovou ao atribuir-lhes poderes próprios da investigação judiciária . Sendo assim, as CPIs têm também odever de motivação, assim como os juízes, se atribui o poder com ele segue o ônus(motivação). Os atos das CPIs são submetidos ao controle judicial (houve quem defendesseque não caberia sob o argumento de violação da autonomia dos poderes, claro não vingou talposição), em respeito ao princípio constitucional da apreciação de todas as violações adireito pelo Judiciário. Vale verificar em que consistem tais poderes:

PRISÃO Só pode a em FLAGRANTE  

Não pode a PREVENTIVA 

QUEBRA DE SIGILO Pode BANCÁRIO, FISCAL e TELEFÔNICO  

Não pode interceptação telefônica  

O STF diz que não pode a CPI determinar medida de indisponibilidade de bens (essamedida tem natureza cautelar, somente pode ser determinada pelo juiz com o fim de tutelar osfins e os meios do processo principal).

QUESTÕES SOBRE INQUÉRITO POLICIAL, COMPETÊNCIA, PRISÃO EM FLAGRANTE ENOTITIA CRIMINIS:  

1 - (CESPE/Agente PF/2000) Apesar de as polícias civil e federal desempenharem a função depolícia judiciária, ambas são órgãos do Poder Executivo, e não do Poder Judiciário. ( )

2 - (CESPE/Agente PF/2000) Se um agente de polícia federal fosse designado para investigar a prática de corrupção passiva atribuída a ocupantes de cargos comissionados de autarquiafederal, esse agente realizaria a investigação no exercício do poder de polícia, em razão doque seria indispensável a autorização judicial para a prática dos atos necessários. ( )

3 ± (CESPE/Procurador BACEN/1997) A Constituição vigente assegura aos litigantes ocontraditório e a ampla defesa. Como instrumento que serve de base à denúncia, no inquéritopolicial destinado à apuração da infração penal e de sua autoria, deve-se assegurar aoindiciado a garantia do contraditório. ( )

4 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O inquérito policial é procedimento contraditório ( )

5 - (CESPE/Escrivão PF/1998) O inquérito policial admite a incidência dos princípiosconstitucionais do contraditório e da ampla defesa. ( )

6 - (CESPE/Procurador INSS/1998) O inquérito policial é requisito imprescindível para o inícioda ação penal pública ou privada, motivo pelo qual deverá ser rejeitada a denúncia ou a queixaque não se fizer calcar nesse elemento de informação. ( )

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7 - (CESPE/Escrivão PF/1998) O inquérito policial é peça imprescindível para o oferecimentoda ação penal, pública ou privada. ( )

8 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O inquérito policial pode ser arquivado pelo própriodelegado de polícia. ( )

9 - (CESPE/Escrivão PF/1998) O inquérito policial pode ser instaurado, de ofício, pela

autoridade policial, independentemente da espécie de crime ( )

10 - (CESPE/Escrivão PF/1998) O inquérito policial somente pode ser arquivado por decisão judicial, proferida de ofício ou a requerimento do Ministério Público. ( )

11 - O inquérito policial somente é peça imprescindível para o oferecimento da ação penalpública. ( )

12 - O inquérito policial é requisito imprescindível para o início da ação penal pública, motivopelo qual deverá ser rejeitada a denúncia que não esteja baseada em um inquérito policial. ( )

13 - (CESPE/Agente PF/1997) O Ministério Público poderá, entendendo pública a ação penal,mas discordando das conclusões da autoridade policial no relatório que encerrou o inquérito

policial, requerer ao juiz competente o arquivamento dos autos, por falta de provas damaterialidade do crime. ( )

14 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O inquérito policial somente pode ser instaurado por requerimento da vítima ou de seu representante legal, se o crime a investigar for de ação penalprivada. ( )

15 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa,sempre que servir de base a uma ou outra. ( )

16 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O inquérito policial não pode ter seu prazo de conclusãoprorrogado. ( )

17 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) Ohabeas corpus é instrumento de naturezaconstitucional que pode servir, excepcionalmente, para impedir o prosseguimento de inquérito

policial quando as provas nele reunidas forem frágeis para ensejar a futura condenação dosuspeito ou investigado. ( )

18 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O habeas corpus é instrumento de naturezaconstitucional que pode servir, excepcionalmente, para impedir o prosseguimento de inquéritopolicial quando já estiver extinta a punibilidade. ( )

19 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O habeas corpus é instrumento de naturezaconstitucional que pode servir, excepcionalmente, para impedir o prosseguimento de inquéritopolicial quando houver dúvidas quanto ao dolo que moveu a conduta do indiciado na prática docrime que lhe é imputado. ( )

20 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O habeas corpus é instrumento de naturezaconstitucional que pode servir, excepcionalmente, para impedir o prosseguimento de inquéritopolicial quando a conduta investigada for atípica. ( )

21 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) O habeas corpus é instrumento de naturezaconstitucional que pode servir, excepcionalmente, para impedir o prosseguimento de inquéritopolicial quando o crime objeto da investigação permitir o perdão judicial. ( )

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22 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) Na ação penal pública a primeira peça processual podeser tanto a denúncia quanto a portaria. ( )

23 - O inquérito policial somente pode ser instaurado, de ofício, pela autoridade policial, noscrimes de ação penal privada. ( )

24 - O inquérito policial somente pode ser arquivado por decisão judicial, proferida de ofício. ( )

25 - O inquérito policial é peça imprescindível para o oferecimento da ação penal públicacondicionada à requisição do Ministro da Justiça. ( )

26 - (CESPE/Escrivão PF/1998) O inquérito policial comporta, a critério da autoridade policial, arealização de diligência requerida pelo ofendido ou pelo indiciado. ( )

27 - (CESPE/Escrivão PF/1998) É sempre defeso ao Ministério Público requerer ao juiz adevolução dos autos do inquérito à autoridade policial. ( )

28 - (CESPE/Agente PF/1997) A representação da vítima exige algumas formalidadesessenciais, como, por exemplo, reconhecimento de firma e atestado de pobreza dorepresentante. ( )

29 - O Ministério Público poderá requerer ao juiz competente o arquivamento dos autos doinquérito policial. ( )

30 - (CESPE/Agente PF/1997) Por entender inexistente o crime apurado em inquérito policial, orepresentante do Ministério Público requereu ao juiz competente o arquivamento dos autos. Emtal caso o juiz, aceitando o pedido do Ministério Público e arquivando o inquérito policial, nãopoderá desarquivá-lo diante de novas provas. ( )

31 - (CESPE/Agente PF/1997) O delegado de polícia deverá, na hipótese de serem osindiciados presos provisoriamente, concluir o inquérito policial, no máximo em trinta dias. ( )

32 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) No processo penal a competência será determinada, de

regra, pelo lugar do domicílio do réu. ( )33 - (CESPE/ Escrivão PF/1998) A prerrogativa de função é um dos critérios utilizados parafixar a competência, no processo penal. ( )

34 - (CESPE/ Escrivão PF/1998) Em regra, a competência é determinada pelo lugar em que seconsumar a infração; no caso de tentativa, pelo lugar onde foi praticado o primeiro ato deexecução. ( )

35 - (CESPE/Agente Penitenciário/1998) A competência, no processo penal, será, quanto àação penal pública, como regra geral, determinada pelo domicílio ou residência do réu. ( )

36 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) Tratando-se de crime permanente ou continuado,praticado em território de duas ou mais jurisdições, a competência, no processo penal, firmar-se-á pela prevenção. ( )

37 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) No processo penal a competência será determinada, deregra, pelo lugar do domicílio do réu. ( )

38 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) Pode o ofendido, em crime de ação penal privada,oferecer a queixa no foro do domicílio ou residência do réu, ou no lugar da infração, de acordocom a sua conveniência. ( )

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39 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) Ocorrendo um crime de competência da Justiça Militar eoutro de competência da Justiça Comum, será competente a Justiça Militar para o julgamentodos dois crimes. ( )

40 - (CESPE/ Escrivão PF/1998) Tratando-se de ação penal privada, exclusiva ou subsidiária,o querelante poderá preferir o foro do domicílio ou residência do réu, ainda quando conhecido olugar da infração. ( )

41 - (CESPE/ Escrivão PF/1998) A competência será determinada pela continência quandoduas ou mais pessoas forem acusadas pelo mesmo crime. ( )

42 - (CESPE/ Escrivão PF/1998) Compete ao tribunal do júri processar e julgar o crime deaborto e o crime de roubo que lhe seja conexo. ( )

43 - A competência, no processo penal, será, quanto à ação penal privada subsidiária dapública, em qualquer caso, determinada pelo domicílio ou residência do réu. ( )

44 - (CESPE/Agente de Polícia DF/1998) Nos casos de ação exclusivamente privada, faculta-se ao querelante optar pelo foro do domicílio ou da residência do querelado, ainda quando sejaconhecido o lugar da infração. ( )

45 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) A prisão em flagrante pode ser efetuada apóstranscorridas vinte e quatro horas do crime, desde que haja perseguição imediata e ininterruptaao criminoso. ( )

46 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) A prisão em flagrante é uma espécie de prisão cautelar.( )

47 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) A prisão em flagrante deve ser comunicada tanto ao juizcompetente quanto à família do preso ou à pessoa por ele indicada. ( )

48 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) A prisão em flagrante pode ensejar o uso de habeas

corpus para soltar o paciente, se ficar evidenciada a ilegalidade do ato. ( )

49 - (CESPE/Papiloscopista PF/1997) A prisão em flagrante não é válida se, desconhecida aautoria de um crime, o seu autor apresentar-se espontaneamente à autoridade policial. ( )

50 ± (CESPE/Delegado PF/1997) Cometido um homicídio, em local ermo, sem que ninguém otenha testemunhado, o autor do crime, no dia seguinte, ao apresentar-se à autoridade policial,que não tinha conhecimento do fato, pode ser preso em flagrante delito. ( )

51 - (CESPE/Delegado PF/1997) A prisão em flagrante somente é válida se efetuada no prazomáximo de vinte e quatro horas após o crime haver sido praticado. ( )

52 - (CESPE/Delegado PF/1997) Não é possível a prisão em flagrante para crimes punidoscom a pena de detenção. ( )

53 - (CESPE/Delegado PF/1997) Será inválido o auto de prisão em flagrante em que não foremouvidas, pelo menos, três testemunhas que presenciaram o crime. ( )

54 - (CESPE/Delegado PF/1997) A entrega da nota de culpa ao autuado deve ocorrer no prazomáximo de vinte e quatro horas após a prisão. ( )

55 ± (CESPE/Escrivão PF/1998) A prisão em flagrante pode ser efetuada por qualquer pessoa.( )

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56 ± É admitida, em nosso ordenamento, a notitia criminis espontânea, em que o conhecimentodo fato aparentemente criminoso ocorre de forma direta e imediata pela autoridade policial,estando esta no exercício de sua atividade profissional. ( )

57 ± A notitia criminis provocada é um ato jurídico. ( )

58 ± A delação apócrifa enquadra-se como notitia criminis inqualificada, devendo a autoridade

policial que dela tomar conhecimento proceder à imediata instauração de inquérito. ( )

59 ± Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em quecaiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e estaprocederá à imediata instauração do inquérito. ( )

60 ± A notitia criminis de cognição coercitiva decorre de prisão em flagrante delito e aplica-se aqualquer tipo de infração, tanto às de ação penal pública, incondicionada ou condicionada,como às de ação penal de iniciativa privada. ( )

GABARITO 

1 ± C; 2 ± E; 3 ± E; 4 ± E; 5 ± E; 6 ± E; 7- E; 8 ± E; 9 ± E; 10 ± E; 11 ± E; 12 ± E; 13 ± C; 14 ±

C; 15 ± C; 16 ± E; 17 ± E; 18 ± C; 19 ± E; 20 ± C; 21 ± E; 22 ± E; 23 ± E; 24 ± E; 25 ± E; 26 ±C; 27 ± E; 28 ± E; 29 ± C; 30 ± E; 31 ± E; 32 ± E; 33 ± C; 34 ± E; 35 ± E; 36 ± C; 37 ± E; 38 ±C; 39 ± E; 40 ± E; 41 ± C; 42 ± C; 43 ± E; 44 ± C; 45 ± C; 46 ± C; 47 ± C; 48 ± C; 49 - C; 50 ±E; 51 ± E; 52 ± E; 53 ± E; 54 ± C; 55 ± C; 56 ± C; 57 ± C; 58 ± E; 59 ± E; 60 ± C

Fim