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INSERÇÃO DO JOVEM EM BUSCA DO PRIMEIRO EMPREGO NO
MERCADO DE TRABALHO DE CACOAL – RO1
Tatiane Garanhani2
RESUMO: A inserção dos jovens na busca do primeiro emprego é uma realidade constante, entretanto os
jovens se deparam com a inexperiência, falta de qualificação e ensino de qualidade insuficientes, desta forma
este artigo tem como objetivo geral analisar a inserção do jovem na busca do primeiro emprego no mercado de
trabalho no município de Cacoal, estado de Rondônia. A pesquisa apresenta método dedutivo, com tipo de
pesquisa exploratório e descritiva e abordagem qualitativa. As técnicas de coletas de dados utilizadas foram à
pesquisa bibliográfica e entrevista semiestruturada aplicada junto aos empresários e jovens do ensino médio
matriculados nas escolas públicas do município. Os principais resultados demonstram que há vagas no mercado
de trabalho, considerando as dificuldades e competências dos jovens. Os empresários destacaram que os
principais fatores limitadores na inserção dos jovens no mercado de trabalhos estão à falta de responsabilidade,
de comprometimento e baixa qualificação profissional. Os jovens percebem que os fatores limitadores para o seu
ingresso e permanência no mercado está voltado com a pouca ofertas de emprego, sua posição social e baixa
escolaridade. Sugere-se que sejam reforçadas as políticas públicas voltadas aos jovens em sua inserção, que a
falta de experiência por parte dos jovens não seja um ponto negativo no mercado competitivo e que possam ter a
oportunidade de competirem por igual na busca do primeiro emprego.
PALAVRAS-CHAVE: Inserção dos Jovens. Mercado de trabalho. Competências. Primeiro Emprego.
INTRODUÇÃO
A oportunidade de emprego caracteriza a realização de sonhos e projetos da juventude
que planeja o futuro na constante procura de se adequar às exigências que o mercado de
trabalho propõe. Nessas constantes mudanças e grandes transformações sejam elas políticas e
tecnológicas apresentam como novos desafios, onde há necessidade de capacitar para
acompanhar a transformação da sociedade e do mercado de trabalho.
Nesse contexto a importância do trabalho é fato gerador de novas criações, onde
através da criatividade e conhecimento, contribui para o aumento da produtividade e
1 Artigo de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Universidade Federal de Rondônia – Câmpus Professor
Francisco Gonçalves Quiles sob a orientação da Profª Ms. Simone Marçal Quintino como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Administração. 2 Acadêmica do 8º período do curso Administração pela Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR.
E-mail: [email protected].
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lucratividade apresentando como esforço realizado e percepção que o conhecimento deve ser
constantemente aprimorado, através da atualização e capacitação dentro das possibilidades
existentes.
O mercado de trabalho está em constante crescimento através da oferta de trabalho,
onde o jovem busca novas expectativas de futuro, tendo sua independência financeira e
amadurecimento profissional. Diante das complexidades, a situação torna-se desafiadora tanto
para os jovens como para os mais velhos, pois há necessidade de mudar seu entendimento
para o trabalho, buscando novas formas possíveis de inserção no mercado de trabalho, onde o
padrão de crescimento quanto à geração de emprego ainda é insuficiente aos níveis de
crescimento econômico devido à exigência de qualificação educacional.
O homem para garantir a continuidade de sua espécie precisa satisfazer não somente
as necessidades primárias, ou seja, beber ou comer, e ainda satisfazer outras condições
necessárias que se fazem vitais à sua sobrevivência. O trabalho constitui uma relação entre o
homem e a natureza, através da transformação e a humanização constante, ele transforma a si
próprio, modificando sua própria natureza. À medida que o indivíduo percebe e atribui
significado em suas experiências ele começa a desenvolver suas competências, habilidades e
capacidades para controlar e dominar seu próprio comportamento frente às adversidades
existentes nas relações no trabalho.
A pesquisa abordou os principais fatores que interferem na inserção do jovem no
mercado de trabalho em busca do primeiro emprego no município de Cacoal. O município
está em crescimento, e com isso as possibilidades de trabalho aumentam. No cenário atual
mesmo com as constantes vagas de emprego, os jovens ainda encontram dificuldades para
conseguir seu primeiro emprego, um dos fatores que contribui é a falta de experiência, a baixa
escolaridade e renda social. Muitos jovens abandonam os estudos para ajudar na renda da
família, e ficam sem tempo de concluir seus estudos. Desse modo, “a educação passa, então, a
constituir-se num dos fatores fundamentais para explicar economicamente as diferenças de
capacidade de trabalho e, consequentemente, as diferenças de produtividade e renda”
(FRIGOTTO, 1993, p.41).
Pochmann (2003) destaca que desde o início da década de 1980, quando o país
abandonou seu projeto de industrialização nacional, o mercado de trabalho tornou-se
6
extremamente desfavorável ao conjunto das classes trabalhadoras, especialmente aos jovens.
Diante do problema exposto, esta pesquisa buscará responder: quais são os fatores
limitadores e possibilitadores que interferem na inserção do jovem no primeiro emprego no
mercado de trabalho do município de Cacoal - Rondônia?
Para responder a pergunta problema, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar
quais são os fatores limitadores e possibilitadores que interferem na inserção do jovem na
busca do primeiro emprego no mercado de trabalho do município de Cacoal-Rondônia e,
como objetivos específicos analisar os principais fatores que interferem na inserção dos
jovens no mercado de trabalho; verificar a percepção dos empresários quanto à inserção do
jovem em busca do primeiro emprego no mercado de trabalho; levantar o perfil do jovem à
busca do primeiro emprego, bem como as principais competências esperadas pelo empresário;
verificar a percepção dos jovens em busca do primeiro emprego quanto à inserção no mercado
de trabalho no município em estudo; e por fim, identificar quais dificuldades que o Jovem em
busca do primeiro emprego encontra na tentativa de inserir no mercado profissional.
Correia, Baltazar e Holanda (2006) mostram que a inserção do jovem no mercado de
trabalho dá-se de forma distinta, segundo a condição socioeconômica da sua família. Para as
camadas com menor rendimento, o percentual de jovens que participam da População
Economicamente Ativa (PEA), sejam eles ocupados e desempregados, é sempre inferior ao
registrado para os jovens pertencentes às famílias com maior poder aquisitivo. Esta elevada
proporção de inativos entre os jovens mais pobres está vinculada às crescentes dificuldades de
entrada no mercado de trabalho, marcadas pelo crescimento do desemprego.
A limitada incorporação dos jovens no mercado de trabalho acaba por redefinir o
padrão da inserção desta camada da população, em que parte dos jovens se dirige a
inatividade e outra parte insiste na procura sem sucesso à procura de emprego. Esta situação é
especialmente dramática para os segmentos mais vulneráveis da (PEA) juvenil, em especial
aqueles com baixa escolaridade ou pertencentes às famílias de baixa renda. (DIEESE, 2004
apud CORREIA; BALTAZAR; HOLANDA, 2006).
Os estudos que estão voltados sobre os jovens no Brasil, no meio acadêmico, se
direcionam apenas as discussões sobre os temas e as instituições inseridas na vida dos jovens,
no entanto, deveriam ser voltados na percepção de como os jovens vivem e enfrentam as
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adversidades da vida. Na visão de Abramo (1997) e Sposito (2002) as publicações no meio
acadêmico ainda não refletem a real análise da vida juvenil, geralmente as preocupações estão
voltadas aos jovens em relação à violência, entretanto, os jovens nas suas necessidades
práticas, coletivas e as políticas voltadas a eles, ainda são insuficientes.
Pais (2001) argumentam que as representações sobre o trabalho estão marcadas por
instabilidades, turbulências, flexibilidade e impermanência nas trajetórias juvenis, ressalta que
isso não significa que o trabalho não seja importante na vida dos indivíduos, tendo novas
dimensões. Na diversidade que os jovens vivenciam essas experiências, muitas vezes vista
como obrigação, esforço e até mesmo sofrimento, esses conflitos estão interligados na relação
dos objetivos traçados em cumprir o que a família espera para si.
O interesse pelo estudo do tema se dá devido ao fato que o desemprego é uma
realidade em todo o Brasil, isso se explica no alto índice de jovens na busca do primeiro
emprego, e na cidade de Cacoal essa realidade não está fora do contexto nacional.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico traz uma síntese relativa ao mercado de trabalho, o jovem e o
primeiro emprego, políticas públicas e a inserção do jovem no mercado de trabalho,
competências necessárias para o primeiro emprego e os principais fatores que interferem na
inserção do jovem no mercado de trabalho.
1.1 MERCADO DE TRABALHO
O trabalho apresenta diferentes identificações para o ser humano, mostrando como
momento a realização do ser social, ainda que represente situação de esforço, dor e obra, até
condição essencial da própria vida, liberta das necessidades à sobrevivência e oportuna
participação da inclusão social. Para Bourdieu (1981), os homens que não trabalham sentem-
se privados não somente de uma atividade e de um salário, mas de uma razão de ser social, e a
aposentadoria representa a morte social.
Para Weber (2003), qualquer observação da estatística sobre as ocupações de um país
deveria levar em consideração as opções religiosas, ele ainda destaca sobre o jovem não
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conseguir adentrar no mercado de trabalho, e chamou de “espírito do capitalismo”, sendo esse
espírito constituído por ética e por ter sido aprendido na convivência familiar e seria a
expressão de uma vocação.
Weber (2003, p. 32) destaca que o trabalho deve, ao contrário, ser executado com um
fim absoluto em si mesmo como uma ‘vocação’. Tal atitude, todavia, não é um produto da
natureza. Ela não pode ser provocada por baixos salários ou apenas salários elevados, mas só
pode ser o produto de um longo e árduo processo de educação. Estando com as rédeas nas
mãos, o capitalismo, pode recrutar sua força de trabalho com relativa facilidade em todos os
países industriais.
Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2010) no cenário de crise no
mundo do trabalho, há tendência significativa para os jovens onde boa parte da população
sofre com o desemprego, sinais estes de alerta para o risco de herança com ‘geração perdida’,
aumentando a falta de expectativa, e a esperança de construir uma vida descente e
comprometendo gerações futuras.
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED, 2013) mostra que em dados do mês de
Julho/2013, a estimativa nas sete regiões onde a pesquisa é realizada manteve-se em 2.424 mil
pessoas, a taxa de desemprego total permaneceu estável em 10,9%. Segundo seus
componentes, a taxa de desemprego aberto passou de 8,6% e a de desemprego oculto
manteve-se em 2,3%. A criação de 107 mil postos de trabalho, em número semelhante ao de
pessoas que ingressaram no mercado de trabalho (107 mil), resultou na estabilidade do
contingente de desempregados. O total de desocupados, nas sete regiões investigadas, foi
estimado em 19.826 mil pessoas e a População Economicamente Ativa - PEA em 22.250 mil.
Em relação ao desemprego, Pochmann (2006, p.62) destaca que não fosse somente a
crescente taxa de desempregados, “constatam-se também alterações substanciais na
composição do conjunto de trabalhadores que não tem emprego, sobretudo, quando se
consideram as variáveis de classe, de rendimento familiar, gênero, raça e escolaridade” e, por
que não, a variável idade, pois segundo Gonzalez (2009), muitos empregadores preferem os
jovens, já que os encargos com demissões são menores, contribuindo assim para o aumento
do desemprego juvenil.
Desta forma, o autor procura esclarecer que o desemprego também é uma questão de
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ordem econômica e política, constitui elementos de relação com a composição social e étnica
da sociedade. Pochmann (2006) ressalta que, apesar do desemprego ter sido geral e atingido
vários grupos sociais, o seu aumento para a classe média levou a uma queda no rendimento
familiar desse grupo, obrigando os seus componentes a buscar ocupação no mercado de
trabalho.
A OIT (2013) estima-se que cerca de 73 milhões de jovens estejam desempregados,
equivale à taxa de desemprego de 12,6% atingido mais intensamente pela crise entre 2008 e
2009, até 2018, a taxa de desemprego entre jovens está projetada para alcançar 12,8%, com
crescentes disparidades regionais, em decorrência da dinâmica no mercado de trabalho em
países em desenvolvimento. Em 2012, o Brasil registrou o índice de 13,7% de desemprego
entre pessoas de 15 a 24 anos.
Já os jovens que estão inseridos no trabalho, encontram adversidades para manterem-
se no emprego. Conforme Antunes (1999, p.130) que mais complexa a aparência de liberdade
do indivíduo maior deve ser suas personificações frente ao trabalho, demonstrar maiores
aptidões, vontades, disposição e desejo, maior será a competitividade aos demais jovens que
demonstrarem perfil e atributos para aceitar novos desafios. Na falta desses elementos
essenciais os próprios trabalhadores são substituídos para atender as necessidades que o
mercado apresenta.
1.2 JOVEM E O PRIMEIRO EMPREGO
A juventude vem se modificando ao longo do tempo com diferentes necessidades e
expectativas de acordo com o meio social em que se vive, onde perpetua três instâncias
sociais em sua vida: família, trabalho e escola. Sendo caracterizado pela aquisição de
conhecimentos necessários para o mundo do trabalho, e valores que são adquiridos na família,
e o reconhecimento de participar da sociedade. Ocorre da forma como se concebe o tempo,
pois “quando se jovem, socialmente jovem, a família, o Estado, a escola forçam a definição de
futuro, estimulando a faculdade de elaborar projetos de vida” (LEON, 2009, p.66).
O termo família, na concepção de Bourdieu (1996), é uma unidade doméstica que
influencia nas normativas relativas às maneiras corretas de viver as relações com capacidade
de pensamento, de sentimento e de ações, nesse conjunto de pressupostos cognitivos buscam-
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se equivalências nas trocas. A família tem papel importante e necessário na construção da
realidade social, pelo trabalho concretizado no universo que o indivíduo organiza com as
divisões internas no seio familiar.
Os jovens não apenas são os receptores daquilo que é imposto pela sociedade, eles
reagem frente à realidade como interpretam, sendo assim o trabalho é tão importante na
formação do caráter humanizado e transformam as relações sociais, formando a consciência
da cultura humana.
No Brasil, segundo Pochmann (2000, p. 06) existem razões para que o jovem perca a
esperança de ter um trabalho de um lado à estrutura social que o país vive, movido pelas
desigualdades econômicas, no enfraquecimento das expectativas de sucesso marcado pelos
indicadores de pobreza, analfabetismo e a violência. Por outro lado, na própria economia
nacional as dificuldades são maiores do que as facilidades que propicie a ele uma vida com
melhores condições de viver, mesmo para a classe mais elevada.
O jovem ao ingressar no mercado de trabalho e possuir sua legitimidade perante a
sociedade carrega em sua bagagem os ensinamentos adquiridos ao longo dos anos na escola,
impactando positivamente ou negativamente para aqueles que abandonaram os estudos no
momento de uma simples entrevista, sendo cada vez mais necessária na definição do ingresso
ao mercado de trabalho levando em consideração a estabilidade econômica e a eficácia do
sistema escolar. Do ponto de vista de Berger (1975), nas estruturas mais óbvias que a
sociedade oferece, quando se seguem normas está protegido das condições de terrores que são
ofertados, não é perceptível diante das rotinas e rituais que são enfrentados com calma, bem
como os ritos de passagens que demonstram essa função.
A cultura dominante contribui para a integração real, Bourdieu (2006) assegura uma
comunicação imediata entre os membros diferenciando das demais classes, para a falsa
consciência das classes dominantes e dominadas, legitimando ordem estabelecida pelo meio
de hierarquias para validar essas distinções.
Para o jovem o trabalho constitui um fator decisivo em sua vida, um valor e
instrumento de valorização humana, e ter a concepção que ter um nível de escolaridade não é
certeza de ter trabalho, diante as exigências do mercado de trabalho o jovem deve ser criativo
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e ter flexibilidade para aceitar as regras impostas pelas empresas. Nesse sentido, Bourdieu
(2006) evidencia que os jovens possuem as perspectivas relacionadas com o futuro,
entretanto, não há planejamento pré-definido, almeja o ensino superior como à probabilidade
de modificar as condições adversas, sendo assim uma chance de conseguir um emprego que
considere ser melhor, gerando expectativas de melhores condições de trabalho, demonstrando
dúvidas e incertezas com o que pretendem fazer, nesse imaginário a emergência do trabalho
não é uma atividade idealizada e possível à realização pessoal e profissional.
Frigotto (2010) ressalta que a educação básica, superior e profissional se define nas
homogeneidades que se encontra nas esferas da sociedade, não devendo ser um ‘fato’ isolado,
e sim considerando como parte essencial da totalidade histórica e contraditória. A inserção no
mundo do trabalho sendo umas das preocupações dos jovens, educadores e gestores das
políticas públicas, com a percepção necessária de criar programas e ações que amenize a
situação atual, levando em conta a vulnerabilidade social, e a limitada oferta de oportunidades
e da falta de preparo específico do jovem ao primeiro emprego.
1.3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A INSERÇÃO DO JOVEM NO MERCADO DE
TRABALHO
Sposito e Carrano (2003) evidenciam que um dos desafios do governo federal é
avançar para além das doutrinas da segurança pública e da assistência social no trato com as
políticas públicas federais orientadas para os jovens onde o desafio de capacitar para um
mercado de trabalho que oferece poucas oportunidades. Destaca-se o programa Jovem
Aprendiz voltado à inserção dos jovens no mercado de trabalho, faz parte da Lei de
Aprendizagem conforme Branco (2005) visa minimizar no cenário desfavorável ajudando o
jovem a associar as possibilidades da geração de renda, e também para complementar a renda
familiar e interligar trabalho e educação.
Promulgada em 19 de dezembro de 2000 e regulamentada pelo Decreto 5.598/2005, a
Lei de Aprendizagem as empresas de médio e grande porte devem contratar adolescentes e
jovens na faixa etária de 14 a 24 anos, como jovem aprendiz, através de um contrato especial
por tempo determinado no máximo de dois anos, na condição de aprendizes de ofício prevista
na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego, e
participam de cursos de aprendizagem nas instituições qualificadoras responsáveis pela
12
certificação. No art. 9º do Decreto 5.598/2005, os estabelecimentos de qualquer natureza são
obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem
conforme um número mínimo de 5% e 15% do máximo cujas funções são relativas à
formação profissional (BRASIL, 2005).
No programa Jovem Aprendiz os jovens são acompanhados por um supervisor, ou
seja, um funcionário designado pela empresa na função de orientar, gerenciar e ensinar o
aprendiz em suas tarefas no dia-a-dia, fornecendo suporte estimulando o jovem a aplicar e
desenvolver suas competências no ambiente de trabalho. Nesse contexto Guimarães e
Romanelli (2002) esclarecem que o ambiente de trabalho impacta a subjetividade dos jovens e
propicia os mesmos a oportunidade de convivência, onde na ordenação de sua sociabilidade e
ampliam suas experiências contribuindo para o processo de amadurecimento psicológico e
intelectual.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei federal 8.069 de 13 de julho de
1990, criado para assegurar os direitos e cumprimentos à criança e o adolescente na
Constituição de 1988, em defesa à exploração infantil. A ECA estabelece distinção nas faixas
etárias onde considera criança entre 12 anos incompletos, e adolescentes aqueles entre 12 e 18
anos, onde encontram na fase de desenvolvimento, não possuindo condições de fazer valer os
direitos, precisando de proteção da família e do Estado. Inclui ainda a regulamentação do
adolescente a partir dos 16 anos no mercado de trabalho, proibido o trabalho considerado
insalubre e noturno, sendo fatores prejudiciais ao desenvolvimento e saúde do trabalhador.
Segundo o ECA art. 60 “é proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade,
salvo na condição de aprendiz”; no art.64 “ao adolescente aprendiz, maior de 14 anos, é
assegurado bolsa de aprendizagem” e no art. 69 “o adolescente tem direito à
profissionalização e à proteção no trabalho, seguindo os aspectos em respeito à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento, e a capacitação profissional adequada ao mercado de
trabalho” (BRASIL, 1990).
Criado em 2005, o Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), órgão ligado à
Secretaria Nacional de Juventude e da Secretaria Geral da Presidência da República, tem
como uma de suas finalidades proporem estratégias e avaliação de diretrizes para a promoção
das políticas públicas de juventude do Brasil. As políticas públicas apresentadas possuem
13
dimensões variadas, e a necessidade da distinção dos níveis de atuação do governo nos focos
específicos ou que afetam a juventude.
Conforme o CONJUVE (2010) a partir da segunda metade dos anos 1990, devido à
emergência de certos números por iniciativas empreendidas nos diferentes níveis do governo,
surgem os planos locais e regionais, organismos públicos destinam a articular ações no Poder
Executivo e estabelecer parcerias com as organizações juvenis para a implantação de projetos
voltados para a juventude.
Houve no Governo Federal na intenção de constituir as questões da juventude com o
mercado de trabalho, nesse contexto foi desenvolvido o Programa Nacional do Primeiro
Emprego (PNPE) com isso foi criado uma unidade de juventude no Departamento de
Trabalho e Emprego do Ministério do Trabalho (DPJ-MTE), com grandes expectativas no
fato de ser o primeiro programa voltado para a juventude, encontrou dificuldades para o
cumprimento de todas as suas metas. Outra iniciativa importante foi à criação do Projeto
Juventude, realizando levantamentos, debates e pesquisas voltados para a situação dos jovens
no Brasil, desenvolvendo um banco de informações, estudos e propostas relativo às políticas
públicas de juventude (CONJUVE, 2010).
Segundo o Grupo Interministerial sobre o balanço das ações governamentais sobre na
primeira gestão do Governo Lula, identificaram mais de 150 ações federais desenvolvidas em
45 programas, e implementadas por 18 Ministérios ou Secretariado de Estado, deste total
apenas 19 eram específicas para os jovens (15 a 24 anos), as demais ações destinadas aos
jovens não foram articuladas exclusivamente a eles. Em 2005 foi apresentada a Criação da
Secretaria Nacional de Juventude, do Conselho Nacional de Juventude e do Programa
Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM). A CONJUVE criada em fevereiro de 2005 e
implantada no mês de agosto de 2005, é composto por 60 conselheiros, dentre os quais 20 são
indicados pelo poder público-Ministérios, Fórum de Secretários, Frente parlamentar de
Juventude da Câmara de Deputados, Gestores Municipais da Juventude onde 40 são eleitos
em assembleia pela sociedade civil – membros de organizações juvenis de representação
nacional, ONGS, redes e movimentos (CONJUVE, 2010).
Foram consideradas outras políticas sobre a inserção juvenil no mercado de trabalho,
as linhas de créditos voltadas à agricultura familiar proporcionam alternativas de ocupação ou
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geram impactos sobre a qualidade de jovens nessa opção. As iniciativas que visam à
capacitação profissional e/ou a ampliação da escolaridade, serão abordadas conforme
destacadas pela CONJUVE (2010):
O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM), Integrado desde 2008,
visa estimular o incentivo e o retorno à escola dos jovens que abandonaram em função do
trabalho, das responsabilidades familiares, e outros fatores;
Projovem Adolescente tem como objetivo favorecer o convívio familiar e
comunitário e criar condições para a inserção; públicos alvos são os jovens de 15 a 17 anos,
pertencentes às famílias beneficiárias do Programa Bolsa-Família ou situação de risco,
medidas socioeducativas de internação ou programas voltados ao combate ao abuso e
exploração sexual, onde o órgão responsável é o Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS);
Projovem Campo visa a Qualificação profissional em produção rural e a
escolarização, respeitando as características rurais, público alvo são os jovens agricultores de
18 a 29 anos que não concluíram o ensino fundamental;
Projovem Trabalhador tem o objetivo de preparar os jovens para o mercado de
trabalho com vínculos empregatícios ou atividades geradoras de rendas, por meio das
qualificações social e profissional estimulando a inserção no mercado de trabalho, seu público
alvo são os jovens de 18 a 29 anos em situação de desemprego, cuja família possui renda
mensal de até um salário mínimo e que esteja cursando ou terminado o ensino fundamental ou
o ensino médio; ficando sobre a responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego;
Projovem Urbano possui os objetivos de proporcionar formação integral aos jovens,
buscando a reinserção escolar e profissional, pela formação básica, visando à conclusão do
ensino fundamental, bem como a qualificação profissional integrando a participação cidadã
com o desenvolvimento de experiências de atuação social na comunidade. O público alvo são
os jovens de 18 a 29 anos que, apesar de serem alfabetizados não concluíram o ensino
fundamental. A responsabilidade da Secretaria Nacional da Juventude em parceria com os
Ministérios da Educação, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome.
O Plano Setorial de Qualificação (PlanseQ) atuante desde 2004 é orientado ao
15
atendimento às demandas emergenciais, estruturantes ou setores de qualificação, identificadas
através de iniciativas governamentais, sindicais, empresariais ou sociais, órgão responsável é
o Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2005).
O Programa Nacional de Integração da Educação Básica da Modalidade da Educação
de Jovens e Adultos (PROEJA) atuante desde o ano de 2005, com o objetivo de ampliar o
número de vagas em cursos de educação profissional, como princípio educativo o trabalho, a
partir da proposta de integração da educação profissional à educação básica, visando superar a
dualidade trabalho manual e intelectual. Público alvo são os jovens e adultos que não tiveram
acesso à escola que dela foram excluídos precocemente ou que estão em defasagem
idade/série, e o ficando sobre a responsabilidade o Ministério da Educação /Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) (BRASIL, 2005).
1.4 COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA O PRIMEIRO EMPREGO
Rezende (2003) salienta que investimento no desenvolvimento nas pessoas é tão
necessário quanto ao investimento em equipamentos ou em instalações, e constitui aspectos
que distingue as melhores empresas das demais, sendo uma condição de sustentabilidade na
organização, devendo, portanto, investir no treinamento, nas competências complexas a fim
de que se torne cada vez mais eficaz e coordenado.
De acordo com a análise de Brandão (2007) existem duas grandes abordagens teóricas
para o conceito de competências, a primeira representada pelos autores norte-americanos,
Mcclelland em 1973 e Boyatzis em 1982, onde a competência é um conjunto de qualificações
ou características dos indivíduos, que permite desenvolver trabalhos e lidar com determinadas
situações, a segunda representada pelos autores franceses, Le Boterf em 1999 e Zarifian em
2001, associa àquilo que o indivíduo produz ou desempenha no ambiente de trabalho. A
terceira relacionada perspectiva de integração das duas correntes procurando definir as
competências.
Le Boterf apud (BEGE, 2003) evidencia que o desenvolvimento das competências
profissionais depende de três fatores: do interesse do indivíduo em aprender; de um ambiente
de trabalho e de um estilo de gestão que incentive a aprendizagem; e do sistema de formação
disponível do indivíduo. Essa competência representa a assimilação da aprendizagem, tanto a
16
aprendizagem e a competência estão relacionadas com a mudança, envolvendo novas formas
de pensar.
Sveiby (1998) considera que os indivíduos são dotados por cinco elementos:
conhecimento explícito; habilidade; experiência; julgamento de valor; e rede social. O
conhecimento explícito encontra relacionado ao conhecimento dos fatos adquiridos pela
informação. A habilidade que é a arte de ‘saber e fazer’, envolve prática física e mental,
adquirida por treinamento, conhecimento de regras de procedimento e habilidades de
comunicação. A experiência é adquirida, principalmente, pelas reflexões sobre erros e
sucessos passados. Os julgamentos de valor são as percepções que o indivíduo acredita estar
certo, constituindo-se como filtros conscientes e inconscientes no processo de saber do
indivíduo. E finalizando a rede social é formada pelas relações com outros seres dentro da
cultura transmitida pelo ambiente nas tradições.
Fleury e Fleury (2001) destacam que competência deriva do senso comum, utilizada
para designar uma pessoa qualificada para realizar algo, entretanto, ter conhecimento e
experiência e não saber utilizar em prol de um objetivo, bem como uma necessidade e um
compromisso, entende que o indivíduo não possui habilidades de competência, as capacidades
relacionadas de articular, mobilizar e colocar em prática os valores, os conhecimentos e
habilidades necessárias no desempenho eficaz do trabalho.
No estudo detalhado das competências Le Boterf apud (BEGE, 2003), os saberes ao
‘saber-fazer’, nas qualidades pessoais, recursos do meio e recursos emocionais, em relação
aos saberes podem ser divididos em saberes teóricos no entendimento de fenômeno, objeto,
situação, organização ou processo; saberes do meio permitem a adaptação às situações
específicas no contexto inserido, saberes procedimentais, que visam descrever como deve ser
realizada uma ação. O ‘saber fazer’ divide-se em saber-fazer formalizado, que são os
domínios de aplicação dos conhecimentos que se sabe; saber-fazer experimental, um saber
que vem da experiência e sentidos (visão, postura, reflexos, sensibilidade, etc.); saber-fazer
social ou relacional, ligados a uma rede de relações pessoais; e saber-fazer cognitivo, este
ligado a operações intelectuais necessárias a resolução de problemas. Nas qualidades pessoais,
são os recursos mais complicados de se expressar e fundamentais no mercado de trabalho; e
com relação aos recursos emocionais, são os raciocínios combinado com as emoções nas
tomadas de decisões e finalizando os recursos do meio, são os recursos externos a fim de
17
facilitar a mobilização.
Os conhecimentos conforme Dacoreggio (2006) juntamente com os saberes estão em
cognição, às habilidades e ‘saber-fazer’ estão no plano de ação, e as atitudes, qualidades
pessoais e recursos emocionais estão no plano da predisposição para a ação. Portanto, os
saberes e conhecimentos estão associados entre si, o ‘saber-fazer’ estão no plano de ação, e as
atitudes qualidades pessoais e recursos emocionais estão relacionados às atitudes, na
compreensão e nos esclarecimentos dos termos.
1.5 FATORES QUE INTERFEREM NA INSERÇÃO DO JOVEM NO MERCADO DE
TRABALHO
Segundo IPEA (2012) antecipar tendências futuras no mercado de trabalho e ajustar as
necessidades formativas é dar um primeiro passo, no grande desafio na baixa atratividade da
educação profissional. Dados da PNAD de 2007 mostram que 82% dos respondentes entre 15
e 17 anos não frequentavam cursos técnicos por falta de interesse.
Para Abramo, Freitas e Spósito (2000) os jovens são rotulados como pessoas apáticas,
improdutivas, consumistas, alienadas, que pouco contribui nas questões sociais e ficando
suscetível à marginalidade e as drogas. Essa realidade sugere uma nova reformulação das
políticas públicas de primeiro emprego, não somente ao estímulo na busca pelo primeiro
emprego, mas também na construção de projetos de vida, na preparação da convivência
humana e aprender a ser, saber e fazer.
A dificuldade dos jovens na inserção de trabalho atinge a juventude, sendo fonte de
preocupação principalmente os que se encontram em situação de risco, o acesso ao ensino de
qualidade deveria ser primordial, e nesse processo de formação como indicam Oliveira et al
(2005) e Amazarray et al. (2009), a exclusão escolar decorrente do trabalho precoce pode
contribuir para aumentar a dificuldade na inserção dos jovens, ao invés de mantê-los
empregados com futuro promissor.
Segundo a OIT (2001), a situação crescente dos jovens sem emprego pode ser inserida
em quatro novas categorias de desemprego:
Desemprego de inserção: momento em que o jovem esta à procura do primeiro
18
emprego, sem a experiência profissional, mesmo com escolaridade elevada, o jovem encontra
dificuldade nesse primeiro contato com o mercado de trabalho;
Desemprego decorrente: refere-se à situação de jovens e mulheres que, na falta de
emprego estável, encontram uma ocupação temporária, ele passa parte de sua vida ativa
alternando entre postos trabalho provisório e o frequente desemprego;
Desemprego de reestruturação: ajustes adotados pelas empresas privadas, quanto às
mudanças organizacionais, novas gestões, fechamento de empresas relacionadas ao parque
produtivo, influenciando tanto pela destruição da produção industrial quanto à geração do
desemprego;
Desemprego de exclusão: relativo aos jovens que permanecem muito sem emprego
por um longo período atinge não apenas o trabalhador analfabeto e com baixa escolaridade,
em favor disso esse momento que se encontra restrito, tem condição de se expandir
reforçando a marginalidade social nas faixas etárias ativas da população ativa.
Em face às novas categorias apresentada, faz-se necessário voltar o olhar para a
juventude, nesse sentido a inserção dos jovens esta ligada a reprodução familiar, ocasionando
o ingresso antecipado, onde a transição do sistema escolar para o mundo do trabalho não
acontece de forma direta e objetiva.
2 METODOLOGIA
Quanto à realização deste artigo científico, teve como tipo a pesquisa descritiva, com
abordagem qualitativa e o método dedutivo. Para Gil (1999, p.43) a pesquisa descritiva tem
como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis e as pesquisas exploratórias são
desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de
determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é
pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.
Na abordagem foi utilizada a qualitativa, segundo Lakatos (2007) refere-se na
distinção entre leis e teoria do ponto de vista da característica qualitativa, a possibilidade de
formular relações entre características observáveis ou experimentalmente determináveis.
As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram à pesquisa bibliográfica,
19
questionário e entrevistas semiestruturadas. Para Lakatos (1991) pesquisa bibliográfica se
refere ao apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de
importância, por serem capazes de fornecer dados atuais relevantes com o tema.
Os procedimentos de coleta de dados se deram primeiramente através da pesquisa
bibliográfica realizada no semestre de 2013 e no segundo semestre de 2014. E seguida, a
entrevista semiestruturada (APÊNDICE A), contendo 16 perguntas, abertas e fechadas
aplicadas pessoalmente junto aos empresários do município de Cacoal no período de outubro
a novembro de 2014. Os 07 (sete) empresários foram selecionados intencionalmente, pelo fato
de empregaram jovens com idade entre 15 a 24 anos. Conforme Vergara (1998) a amostra
intencional, o pesquisador seleciona determinados elementos da população que conforme o
seu julgamento, são consideradas boas fontes de informação. E utilizou-se a saturação da
amostra que é empregada para o fechamento ou final de uma amostra, interrompendo a busca
de novos participantes, quando as informações começarem a se repetir.
O questionário (APÊNDICE B) foi aplicado com os jovens de 16 a 24 anos junto aos
jovens nos dias 01 a 05 de novembro de 2014, de segunda a sexta, tendo sido validado (pré-
teste) e contendo 16 questões fechadas. A pesquisa foi realizada no município de Cacoal/RO,
nas escolas públicas que oferecem o Ensino Médio na área urbana, nos diversos turnos
(matutino vespertino e noturno). O município de Cacoal conta com 15.617 jovens conforme
dados do IBGE (2010). Foram distribuídos 201 questionários, porém apenas 100 foram
devolvidos e utilizados na análise dos dados. Os 201 jovens foram selecionados
aleatoriamente, com margem de erro de 7%, sendo de faixa etária entre 15 a 24 anos, sexo
feminino e masculino com idade legal para trabalhar.
A pesquisa seguiu os aspectos éticos, sendo que os participantes não foram
identificados e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A) e
foram codificados de E1 a E100. O pesquisador assinou Termo de Isenção de
Responsabilidade (ANEXO B).
Após a coleta, os dados foram interpretados, após serem codificados para apresentação
na forma mais estruturada. Utilizada a análise do discurso com a captação da abordagem e
sensibilidade para interpretar a subjetividade do entrevistado (VERGARA, 1998).
20
3 ANÁLISES DOS DADOS
A interpretação das informações realizado através da organização dos dados coletados,
em decorrência das aplicações dos questionários junto aos jovens de 15 a 24 anos e das
entrevistas semiestruturadas aplicadas junto aos empresários.
3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS
Quanto ao perfil dos participantes constatou-se que 58% possui idade entre 16 a 17
anos, sendo 90% solteiros. Os jovens possuem grau de escolaridade predominante médio
incompleto, representado 94%, porém 3% concluíram o ensino médio completo. Na faixa
etária de 18 a 21 anos onde 5% dos participantes tem idade acima dos 24 anos, e 93% não
possuem filhos, sendo que 6% apenas 01 filhos e 1% possuem 02 filhos. Em relação ao
gênero, 50% masculino e 50% feminino, desta forma os dois gêneros buscam através dos
estudos melhores oportunidades de trabalho.
A tabela 01 apresenta de que forma os participantes ficam sabendo das ofertas dos
cursos profissionalizantes. A televisão foi citada por 29% dos participantes, 24% através da
Internet e pelos amigos, a escola registra 17%, relevante, pois a escola proporciona essas
trocas de informações, mostrando a importância não somente apenas em transferir saberes,
mas também uma forma de interação entre os jovens, já a população que fica sabendo através
do Rádio é de apenas 2% cumprindo o papel de divulgar as informações relevantes.
Tabela 01: Cursos Profissionalizantes Informação
Televisão Rádio Internet Escola Amigos Outros
24% 4% 24% 29% 17% 2%
Dificuldades
Transporte 14% Gravidez 2% Conciliar trabalho/estudo 1%
Carga Horária 42% Incentivo Familiar 1% Falta de Foco 14%
Desinteresse 22% Outros 4 % Falta de Opção 1%
Frequência
Conclui recentemente 26% Nos últimos 6 meses 12%
Há mais de 1 ano 39% Nunca participei 22%
Cursando 1%
Fonte: Elaboração Acadêmica (2014).
As dificuldades em participar dos cursos profissionalizantes estão relacionadas com a
realidade dos jovens, entre um ponto negativo é a falta de interesse que representa 22%, a
21
carga horária torna-se cansativa totalizando 42%, o deslocamento até a unidade que oferta os
cursos resultam como dificuldade de transporte apresentado na tabela 01 como 14%, além da
falta de foco, relativo à concentração com 14%, ainda as jovens vivem uma realidade da
gravidez precoce na faixa etária com 2%, muitas vezes abandonam os estudos por não terem
com quem ficar com os filhos ou precisam levar junto na sala de aula. Outra dificuldade
apresentada com um percentual menor em relação aos outros dados com 1% é conciliar o
trabalho com os estudos, acarretando o abandono nos estudos e consequentemente tornando
um ponto negativo quanto a sua inserção.
Um dos programas desenvolvidos que visam à inserção dos jovens na faixa etária dos
16 aos 24 anos é o programa Jovem Aprendiz, onde possibilita os jovens a possuírem uma
renda e conciliar os estudos, onde estar estudando é um requisito fundamental, Branco (2005)
descreve essa importância que visa possibilitar a integração entre trabalho e educação.
A contribuição dos jovens com a renda da família quando empregados respondem
81% que participam ativamente na composição da renda e 19% declara que mesmo
empregados não contribuem na renda de suas famílias. A renda mensal das famílias dos
participantes com menos de 01 salário mínimo totalizam 6%, na faixa de 01 a 02 salários
registram 45%, de 03 a 05 salários 41% , ainda 5% na faixa de 06 a 10 salários e apenas 3%
vivem acima de 10 salários mínimos. Evidencia que a maioria dos participantes que se
encontra trabalhando colabora com a renda da família tornando essencial o programa na
inserção no mercado de trabalho e na sociedade.
Desta forma, considera que os jovens encontram através dos cursos profissionalizantes
uma maneira de romper as barreiras sociais e se qualificar frente ao mercado de trabalho. Os
cursos proporcionam a valorização dos jovens e tornam mais confiantes nessa fase de
crescimento e desenvolvem suas habilidades, conforme a ECA que regulamenta os aspectos
em respeito às condições significativas de cada jovem em desenvolvimento, dá o direito a
capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
3.2 PERCEPÇÃO DOS JOVENS EM BUSCA DO PRIMEIRO EMPREGO QUANTO À
INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Os jovens empregados nos últimos 03 anos registraram 53% dos participantes que
22
tiveram 01 emprego nesse período, 31% com 02 empregos e 16% no período de 03 anos ou
mais, Frigoto (1993) especifica que a educação contribui como fator fundamental para
explicar economicamente as diferenças de capacidade de trabalho e consequentemente as
diferenças de produtividade e renda. Os jovens que apresentam qualidades e competências
permanecem mais tempo em seus trabalhos, como ressalta Bourdieu (1981) os homens que
não trabalham sentem-se privados de ser social e estar aposentado representa a si uma morte
social, desta forma o trabalho dignifica e o torna inserido no meio em que vive e evita sua
exclusão perante a sociedade.
Os jovens inseridos no mercado de trabalho necessitam se qualificar para que o seu
trabalho possua um diferencial, conforme Antunes (1999) os jovens devem apresentar
maiores aptidões, vontades, disposição e desejo, tornando mais competitivo frente às
adversidades que surgem em sua caminhada. O gráfico 01 evidencia o que os jovens
percebem como essencial para o seu ingresso no mercado de trabalho.
Gráfico 01: Requisitos essenciais para o Jovem ingressar no mercado de trabalho.
Fonte: Elaboração Acadêmica (2014)
O gráfico 01 revela que 23% percebem que para o jovem ingressar no mercado de
trabalho é essencial possuir a vontade de querer trabalhar, para 22% é possuir mais
oportunidades e 19% destacam que o ensino de qualidade é fundamental. Observa-se que o
jovem já tem a consciência que o querer ingressar no mercado de trabalho fará toda a
diferença e que isto depende de cada um, pois quando se quer algo, as oportunidades ficam
mais evidentes. E o acesso ao ensino de qualidade deveria ser primordial, pois neste processo
19%
22%
6%
6% 8%
2%
1%
23%
11%
2% Ensino de qualidade
Mais oportunidades
Cursos voltados para a região
Políticas voltadas para os jovens
Mais incentivos do governo
Maiores aptidões
Outros
Vontade
Disposição
Desafios
23
de formação como indicam Oliveira et al (2005) e Amazarray et al. (2009), a exclusão escolar
decorrente do trabalho precoce pode contribuir para aumentar a dificuldade na inserção dos
jovens, ao invés de mantê-los empregados com futuro promissor.
Quanto às dificuldades encontradas pelos jovens no momento de uma entrevista de
emprego, o nervosismo representa 36%, a ansiedade 28% e a falta de experiência 20%. Ainda,
destacaram que a falta de informação também é outro fator que dificulta os jovens em
obterem sucesso no processo de seleção. Esses fatores destacados por eles enfatizam o que
Berger (1975) evidenciou em suas pesquisas, pois o jovem ao ingressar no mercado de
trabalho e possuir sua legitimidade perante a sociedade carrega em sua bagagem apenas os
ensinamentos adquiridos ao longo dos anos na escola, impactando positivamente ou
negativamente para aqueles que abandonaram os estudos no momento de uma simples
entrevista. Pois é a única experiência que tem, são aquelas adquiridas na escola.
O gráfico 02 destaca as principais dificuldades que os jovens encontram para inserirem
no mercado de trabalho, sendo que 46% destacaram as poucas ofertas de estágio, 19% a
posição social e 13% o grau de escolaridade.
Gráfico 02: Principais dificuldades de inserção dos jovens no mercado de trabalho
Fonte: Elaboração Acadêmica (2014)
Verifica-se que os fatores evidenciados por eles, vão ao encontro da realidade do país,
onde a taxa de ofertas de empregos ainda são incipientes e que mostram que a inserção do
jovem no mercado de trabalho dá-se de forma distinta, segundo a condição socioeconômica
da sua família. Para as camadas com menor rendimento, o percentual de jovens que
participam da População Economicamente Ativa (PEA), sejam eles ocupados e
13% 4%
9%
46%
19%
5% 4%
Grau de escolaridade
Desestrutura familiar
Jornada de trabalho
Poucas ofertas de estágio
Posição social
Baixa perspectiva de futuro
Outros
24
desempregados, é sempre inferior ao registrado para os jovens pertencentes às famílias com
maior poder aquisitivo. Esta elevada proporção de inativos entre os jovens mais pobres está
vinculada às crescentes dificuldades de entrada no mercado de trabalho, marcadas pelo
crescimento do desemprego, conforme destacam Correia, Baltazar e Holanda (2006).
E ainda, no tocante as poucas vagas de estágio e/ou ofertas de primeiro emprego
Pochmann (2000) destaca que os jovens inexperientes se deparam com falta de oportunidades
e de maior qualificação profissional. Os jovens iniciam muitas vezes sua carreira profissional
através dos estágios e os resultados mostram que se ofertassem mais vagas poderiam
contribuir em sua inserção no mercado de trabalho não somente no município de Cacoal como
também em âmbito nacional já que a população nessa faixa representa relativamente à
população nacional. E também por que os jovens possuem características de inovadoras
podendo transformar e impulsionar a população economicamente ativa.
3.4 PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS QUANTO À INSERÇÃO DO JOVEM EM
BUSCA DO PRIMEIRO EMPREGO
Participaram também da pesquisa 07 (sete) empresários do município de Cacoal –
Rondônia que foram selecionados de forma intencional, representando empresas no segmento
de revendedoras de autopeças, supermercados, loja de produtos ortopédicos e loja de
confecção. Quanto ao tempo de atuação das empresas, 29% já estão no mercado entre 06 a 10
anos e 71% há mais de 16 anos. Em relação ao número de colaboradores 29% possuem entre
06 a 15 colaboradores, 15% de 15 a 25 colaboradores, 14% de 26 a 35 colaboradores, 14% de
36 a 45, 14% de 46 a 55 colaboradores.
Em relação à quantidade de jovens contratados na faixa etária de 16 a 24 anos, 57%
das empresas tem até 05 jovens no quadro de funcionários, 43% de 06 a 10 jovens
contratados, porém, apenas e 22% dos empresários priorizam o Programa Jovem Menor
Aprendiz como oportunidade para a inserção no primeiro emprego. Este resultado vai ao
encontro da percepção dos jovens quanto às poucas oportunidades de trabalhos no município.
Ou seja, apesar de ser uma política pública, o programa ainda não atende a maioria dos jovens
e ainda não conscientizou os empresários quanto à necessidade de oportunizar ofertas de
vagas para o primeiro emprego.
25
Quanto à escolaridade exigida pelos empresários, 56% registra o Ensino médio
Incompleto, 33% preferem o Ensino médio Completo e 11% tanto Ensino médio completo e
também aceitam o Ensino fundamental completo. Ou seja, a escolaridade exigida pelos
empresários está de acordo com o perfil do jovem à procura do primeiro emprego do
município, pois os 58% jovens pesquisados apresentam idade entre 16 a 17 anos e possuem
grau de escolaridade predominante médio incompleto, representado 94%. E ainda, 83% dos
empresários pagam a estes jovens salários entre R$ 724,00 a R$ 1.448,00 e 17 % pagam
menos de R$ 724,00.
Os empresários evidenciaram que a importância dada ao programa Jovem Menor
Aprendiz, está vinculado à vantagem de que jovem aprendiz contratado na empresa representa
um baixo custo e ainda pode formá-lo conforme suas normas. Isto ficou evidente no extrato
de verbalização do A2 “ensinar desde cedo a cultura da empresa, formá-lo como a empresa
deseja” e do A6 “pode formá-lo do nosso jeito”. Ou seja, o funcionário oriundo do primeiro
emprego está isento de vícios de outras empresas, podendo ser treinado e qualificado
conforme as exigências, cultura e valores organizacionais.
Em contrapartida o Programa Jovem aprendiz também pode ter sua concepção apenas
pela parte burocrática, conforme evidenciado pelo entrevistado A3, onde apenas levam em
consideração as obrigações, em que o jovem só quer realizar as tarefas de seu interesse, pois
sabem muito bem quais são seus direitos e então a empresa contrata apenas em cumprimento
da lei para “não levar multa, uma obrigação, dedução fiscal” (A3).
Já o entrevistado A5 possui uma concepção mais otimista em relação ao Programa
Jovem Aprendiz, pois afirma que “cumprimento das leis e incentivos fiscais, colaboração na
execução das atividades da empresa e contribuir para a capacitação dos jovens” (A5). Pois
bem, não são muitos os empresários que tem a visão de que além de cumprirem com a
obrigação, estão também propiciando aos jovens a oportunidade de ingressarem no mercado
de trabalho e minimizar a taxa de desemprego entre este público que é considerada alta, pois
conforme a OIT (2013) cerca de 73 milhões de jovens estejam desempregados, equivale à
taxa de desemprego de 12,6%.
Os participantes ainda ressaltaram que o Programa Menor Aprendiz possui
desvantagens relacionadas à contratação dos jovens no primeiro emprego, um dos fatores
26
mais expressivo é a inexperiência, seguida da insegurança nas atitudes. Outro ponto negativo
é a contratação desses jovens como obrigação em cumprimento da lei e suas respectivas
restrições. Isto ficou bem evidente no extrato de verbalização dos entrevistados A3 e A6:
“Obrigação, sofre pressão, depende do menor, se o jovem não trabalha direito, a
empresa tem que ficar com ele” (A3).
“As restrições de funções que podem exercer e devido à carga horária, acontece de
precisarmos e ele estar no curso” (A6).
Ou seja, o programa Jovem Aprendiz é voltado à inserção dos jovens no mercado de
trabalho, faz parte da Lei de Aprendizagem e visa minimizar no cenário desfavorável
ajudando o jovem a associar as possibilidades da geração de renda, e também para
complementar a renda familiar e interligar trabalho e educação, conforme destaca Branco
(2005). O jovem cumpre uma carga horária na empresa, porém tem a obrigação de participar
do curso. Muitos jovens participam motivados apenas pelo salário e não pela oportunidade de
aprendizagem, e isto reflete em seu desempenho nas empresas, sendo destacado como uma
desvantagem do programa.
Quando questionados quanto às competências necessárias que o jovem deve possuir
para ser contratado na empresa, 17% dos empresários destacaram que devem possuir
Iniciativa, pois é o primeiro passo para se manterem empregados. Os empresários
demostraram certa insatisfação quanto a este quesito, visto que a maioria dos jovens de hoje
não possuem esse atributo. O relacionamento interpessoal é outro quesito citado como
importante por 14%, juntamente com a determinação constante representando 11% dos
entrevistados. Destacaram que em relação a aprendizagem, é relativamente fácil, porém o
jovem deve ter perfil de querer aprender sempre. E ainda, destacaram que o interesse por
coisas novas, o dinamismo e a cordialidade devem ser constantes no perfil dos jovens. A
tabela 02 destaca o que os empresários anseiam de um jovem recém-contratado.
Tabela 02: O que se espera de um jovem recém-contratado
Perspectivas
Trabalho em equipe 12% Responsabilidades 18%
Interesse 22% Ética 12%
Disposição para cumprir
horários
15% Honestidade 9%
Dificuldades
Falta de Habilidade 8% Falta de Qualificação 25%
Falta de comprometimento 50% Falta de Competência 8%
Obrigação 8% Outros 8%
Fonte: o autor (2014)
27
Em relação ao que se espera de um jovem recém-contratado, os empresários não tem
objeções quanto a faixa etária ideal para ingressar em suas empresas, a maioria com 72% diz
não ter preferência, 14% preferem na faixa de 16 a 18 anos e também 14% tem preferência
por jovens com idade entre 19 a 24 anos. Porém, quanto às expectativas em relação aos
recém-contratados, os empresários priorizam o fator interesse, representando 22% da
percepção dos participantes.
E ainda, destacaram que se o jovem tem interesse em aprender, as demais exigências
são complementadas com mais facilidade. Destacaram também a questão de responsabilidade
com 18%, disposição para cumprir horários com 15%, além da ética com 12% e a honestidade
com 9%. Ou seja, o fato do jovem ter interesse em aprender, já destaca sua responsabilidade
com o trabalho e consequentemente as demais características serão evidenciadas. Antunes
(1999) traz que os jovens que estão inseridos no trabalho, encontram adversidades para
manterem-se no emprego e devem demonstrar maiores aptidões, vontades, disposição e
desejo. Na falta desses elementos essenciais os próprios trabalhadores serão substituídos para
atender as necessidades que o mercado apresenta.
Os empresários apontam que as maiores dificuldades no momento da contratação dos
jovens são: a falta de comprometimento, ou seja, 50% acreditam que isto atrapalha, por que
estar comprometido com a organização significa colaborar sempre quando solicitado; 25%
responderam que a falta de qualificação torna-se um ponto negativo pelos fatores já
mencionados, e 9% destacou a falta de habilidade que conforme Sveiby (1998) é a arte de
‘saber e fazer’, na forma de adquirida por treinamento e conhecimentos transmitidos; e para
8% a alta rotatividade e a falta de competência dificulta a contratação dos jovens no mercado
de trabalho.
Ao analisar esses resultados com o que os jovens destacaram como as principais
dificuldades que encontram para inserirem no mercado de trabalho, verifica-se que estão bem
divergentes, pois para os empresários a falta de comprometimento, qualificação e habilidades
são os principais fatores, enquanto na percepção dos jovens, são as poucas ofertas de trabalho,
sua posição social e o grau escolaridade se apresentam como os grandes vilões para a inserção
dos mesmos.
O gráfico 03 demonstra as principais atitudes que prejudicam os jovens em
28
permanecerem no mercado de trabalho.
Gráfico 03: Atitudes que prejudicam os jovens na empresa.
Fonte: Elaboração Acadêmica (2014)
Dentre as atitudes que prejudicam os jovens a permanecerem no mercado de trabalho,
a falta de interesse e falta de comprometimento são as mais citadas, representando 25% cada.
E ainda, para 15% estão a falta de disposição e falta de análise e argumentação
respectivamente, além do não cumprimento das regras e falta da criatividade.
Pois bem, cabe destacar que a falta de comprometimento tanto é um empecilho para o
ingresso como para a permanência dos jovens no mercado de trabalho. E o comprometimento
é um diferencial, característica muito solicitada em qualquer área que o jovem possa atuar.
Todas essas atitudes destacadas tornam possível a inserção e manutenção dos jovens no
emprego, por isto devem ser trabalhadas e mostradas claramente para que possam amadurecer
e manterem competitivos frente às dificuldades que encontram no mercado de trabalho.
Quando o jovem é contratado as empresas proporcionam a capacitação para seu
desenvolvimento profissional, visando auxiliar na execução de suas tarefas. Conforme o
Programa Jovem Aprendiz, o jovem deve ser acompanhado no desempenho de suas
atividades, receber suporte e ainda a empresa deve estimulá-lo a desenvolver suas habilidades
no ambiente de trabalho. Em relação à importância do treinamento, os empresários
destacaram que:
10%
10%
15%
25%
25%
15%
Falta de criatividade
Não cumprimento das regras
Falta de disposição
Falta de interesse
Falta de comprometimento
Falta de analise e argumentação
29
“A empresa poderá treiná-lo conforme ela gostaria que esse menor realizasse suas
atividades, dentro das normas e diretrizes da empresa” (A1).
“Sim, geralmente é de acordo com o curso oferecido pelo SENAC, conforme a
disciplina ofertada e aplicada em sala de aula, e é adaptado em um setor para que o
aprendiz desenvolva da melhor forma na prática” (A2).
“Treinamentos voltados para conhecimento por parte dos pais e dos menores sobre
os regimentos da contratação de menor aprendiz, treinamento de integração de
colaboradores e outros treinamentos internos que a empresa realiza” (A6).
Os empresários percebem as vantagens em contratar jovens mais experientes devido
ao menor tempo para prepará-los, evidenciado por 40% dos entrevistados, pois os jovens
experientes só precisam se adaptar ao ritmo da empresa, diferente dos jovens inexperientes
que precisam ser mais acompanhados em suas atividades. Observa-se como vantagem, que o
tempo com treinamento e capacitação dos jovens é menor, além da fácil aprendizagem pois
ele sabe o que deseja e possui maior participação e melhor desempenho na execução das
tarefas.
Os incentivos nas empresas devem estimular os jovens a facilitar seu progresso,
capacitação e sua valorização profissional, muitas são as empresas que ainda não perceberam
que ao investir em um jovem ele esta contribuindo para seu próprio crescimento empresarial.
O A5 e A6 possuem uma visão ampla quanto investir na profissionalização do jovem.
“Os colaboradores do grupo recebem um incentivo para cursar faculdade na
Facimed, com acréscimo de 25% para ajuda de custo na faculdade, priorizamos os
cursos voltados para a área atuante” (A5).
“Palestra motivacional com um administrador e exemplo de funcionários que
cresceram na carreira profissional dentro da empresa” (A6).
Algumas empresas possuem programas específicos estabelecidos, a exemplo do A2
que tem a visão de ajudar o jovem a manter-se na escola. E ainda tem a visão de que a
experiência em diversos setores da empresa contribui como um incentivo ao jovem, além do
desenvolvimento intelectual conforme evidenciado pelo A6 “o incentivo é libera-lo para fazer
cursos e escola”.
Em relação às Políticas Públicas voltadas ao primeiro emprego, 57% dos participantes
acreditam que com certeza ajudam a reduzir o alto índice de desemprego juvenil e 15%
acreditam que é possível essa redução, 14% percebem que além de ajudar o jovem ao
30
primeiro emprego, facilita novas oportunidades. E destacaram ainda que faltam mais
incentivos para a educação de nível básico que colaborem na formação de uma cultura mais
conscientizada e capacitação melhor para o mercado de trabalho.
Todos os entrevistados acreditam que a capacitação tem uma grande importância para
a empresa e contribui muito para a formação dos seus colaboradores, e que as políticas
públicas ajudam a reduzir o alto índice de desemprego juvenil, não somente no município de
Cacoal, como em outros estados, pois conforme o CONJUVE elas apresentam dimensões
variadas que se destinam a articular ações e estabelecer parcerias para as organizações
implementar mais projetos voltados aos jovens.
A coleta de dados evidencia que o mercado de trabalho do município de Cacoal dispõe
de vagas para contratação, mas também exige mão de obra qualificada, e com a falta de
interesse dos jovens e as exigências dos empresários fazem com que esses índices cresçam
cada vez mais. Entretanto, os empresários deram uma importância extrema para o colaborador
bem capacitado, pois tem mais chances de crescimento na empresa, desenvolve todas as
habilidades esperadas e pode ser investido em sua valorização profissional e pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema proposto permitiu analisar os fatores que dificultam os jovens na inserção do
primeiro emprego, bem como as dificuldades que os empresários refletiram na pesquisa. As
mudanças tecnológicas, empresariais e econômicas impactam no crescente número do
desemprego juvenil. Desta forma todos os esforços devem ser voltados para os jovens a fim
de dar possibilidades de sua inserção no mercado de trabalho.
Em relação aos objetivos propostos pode se observar que foram alcançados. Existe
mercado de trabalho para os jovens no município Cacoal que estão cursando o Ensino Médio,
e que frequentam os cursos profissionalizantes ofertados pelas instituições na cidade.
Algumas características pessoais não são possibilitadores de interferir neste processo de
inserção como a falta de escolaridade, inexperiência, idade dentre outras. As empresas devem
ter a percepção que os programas de inserção não devem ser vistos como uma obrigação por
parte da empresa, e sim ter a percepção que a empresa esta possibilitando o jovem a construir
suas perspectivas, ajudar a amadurecer e contribuir para que os jovens possam crescer junto
31
com a empresa, além dos jovens criarem a responsabilidade que perduram por toda sua vida
seja profissional ou pessoal.
A pesquisa permitiu analisar os fatores que são limitadores e possibilitadores que
interferem na inserção do jovem a busca do primeiro emprego no município de Cacoal,
Analisar os fatores que interferem na inserção dos jovens no mercado de trabalho, concluiu
que a falta de interesse por parte dos jovens, a baixa escolaridade e as próprias políticas das
empresas dificultam no processo.
Quanto à percepção dos empresários em relação à inserção do jovem em busca do
primeiro emprego no mercado de trabalho, estes buscam jovens que possuam habilidades,
aptidões e comprometimento com o trabalho. E as principais competências esperadas
destacam-se a responsabilidade, atitude, comunicação, motivação, disposição, competência,
autoestima e cooperação, competências que julgam serem importantes para os jovens serem
inseridos no mercado de trabalho.
O perfil dos jovens à busca do primeiro emprego compreende os jovens cursantes do
Ensino Médio Incompleto, na faixa etária predominante dos 16 aos 24 anos, nos gêneros
masculinos e femininos que solicitam mais vagas de estágios, mais políticas voltadas aos seus
interesses. A percepção dos jovens em busca do primeiro emprego quanto a inserção do
mercado de trabalho no município de Cacoal/Rondônia, é que deveriam surgir mais
oportunidades para os jovens serem inseridos no mercado de trabalho.
Os pontos positivos relacionados aos resultados da pesquisa são a existência do
interesse pelos jovens na faixa etária de 16 a 24 anos, que depende exclusivamente do jovem
para desenvolver as habilidades que os empresários buscam, e que o mercado de Cacoal em
expansão faltam mão de obra qualificadas, tanto que as empresas estão valorizando a
capacitação de seus colaboradores. Os pontos negativos relacionados aos resultados da
pesquisa é que ainda tem a concepção de que a empresa deve ficar com o jovem por
obrigação, para que não seja penalizado e que se o jovem não desempenha seu papel, a
empresa é obrigada a ficar com ele ate o término de seu contrato.
Destacam-se como sugestões, que os jovens aproveitem as oportunidades direcionadas
a eles, a própria escola possuem projetos que os ajudam a terem responsabilidade, ética e
32
trabalhar em equipe contribuindo para sua formação intelectual e social, e que os jovens
possam ter a concepção de que tudo o que os cursos que ele participar, todos são considerados
e será um diferencial a eles no momento que forem buscar seu primeiro emprego.
As principais limitações da execução da pesquisa foram encontradas o período de
aplicação dos questionários que coincidiram com as revisões do Exame Nacional do Ensino
Médio–ENEM, onde os alunos das escolas estavam voltados para realização das provas,
entretanto as diretoras dos respectivos colégios autorizaram a aplicação em poucas turmas,
com um número menor de alunos. Quanto as entrevistas foram enviadas via e-mail e algumas
não retornaram preenchidas, então foram realizadas nas empresas consideradas da pesquisa,
pessoalmente de acordo com a disponibilidade de cada empresário.
E como recomendações para os trabalhos futuros, sugere-se que seja realizado um
estudo relativo aos jovens do Programa Jovem Aprendiz, se todos os jovens direcionados pelo
órgão do município que coordena o programa permaneceram nas empresas e se tiveram
crescimento profissional. E para uma segunda pesquisa recomenda-se que sejam analisadas as
principais dificuldades dos jovens em relação à capacitação que as empresas oferecem para os
jovens que foram contratados pelo programa Jovem Aprendiz.
REFERÊNCIAS
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In: PERALVA, Angelina; SPÓSITO, Marília Pontes (Orgs). Juventude e contemporaneidade.
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12 CORREIA, Balbina Raquel de Brito; BALTAZAR, Cézar Carlos; HOLANDA, Samuell
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Atlas, 1998.
44 WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 2. ed. São Paulo: Pioneira,
2003.
36
ANEXO
37
ANEXO A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa A
inserção do jovem no mercado profissional para o primeiro emprego, no caso de você
concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é
obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador (a)
ou com a instituição.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do
pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação.
PROGRAMA: Graduação em Administração da UNIR – Fundação Universidade
Federal de Rondônia
PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Tatiane Garanhani
ENDEREÇO: Rua Mogno, n°1687, Santo Antônio Cacoal-RO.
TELEFONE: (069) 3443-2790
OBJETIVOS:
Verificar a percepção dos empresários quanto à inserção do jovem em busca do
primeiro emprego no mercado de trabalho.
Levantar o perfil do jovem à busca do primeiro emprego, bem como as principais
competências esperadas pelo empresário;
Verificar a percepção dos jovens em busca do primeiro emprego quanto à inserção no
mercado de trabalho no município de Cacoal – RO;
Identificar quais dificuldades que o Jovem em busca do primeiro emprego encontra na
tentativa de inserir no mercado profissional
PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: (caso concorde em participar desta pesquisa,
você terá que responder um formulário de entrevista sobre a Inserção do Jovem para o
primeiro emprego, possuindo (15) questões abertas e fechadas). Os dados coletados serão
tabulados e analisados para fechamento do Artigo para Graduação no Curso de Administração
da Universidade Federal de Rondônia.
RISCOS E DESCONFORTOS: a pesquisa não oferece nenhum risco ou prejuízo ao
participante.
BENEFÍCIOS:
CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto ou
pagamento com sua participação.
CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Garantia de sigilo que assegure a sua
privacidade quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e o seu nome
não serão divulgados.
Assinatura do Participante: ___________________________________________
38
ANEXO B: TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Eu, TATIANE GARANHANI, DECLARO, para todos os fins de direito e que se
fizerem necessários que isento completamente a Fundação Universidade Federal de Rondônia
– Campus Professor Francisco Gonçalves Quiles em Cacoal, o orientador e os professores
indicados para comporem o ato de defesa presencial, de toda e qualquer responsabilidade pelo
conteúdo e ideias expressas no presente trabalho de conclusão de curso.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em
caso de plágio comprovado.
Cacoal / RO, 17 de Novembro de 2014
___________________________________________
(nome do Acadêmico por extenso e assinatura)
39
APÊNDICE
40
APÊNDICE A: FORMULÁRIO DE ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA
Nome:_________________________________________________________
Proprietário da Empresa A1 a En____________________________________
Data de abertura: ___/____/_____
1. Quanto tempo a empresa atua no mercado?
2. Qual o número de funcionário?
3. Qual a quantidade de jovens na faixa etária de 16 a 24 anos?
4. Existem programas específicos na empresa que visa priorizar os jovens na inserção do primeiro emprego?
5. Qual a maior dificuldade que o empresário tem em contratar os jovens no primeiro emprego?
6. Quais as competências necessárias que o jovem deve possuir para ser contratado na empresa?
7. Quais as vantagens e desvantagens de se contratar o menor aprendiz na empresa?
9. O que se espera de um jovem recém contratado?
10. Qual incentivo que a empresa proporciona ao jovem para facilitar a sua profissionalização?
11. Defina um funcionário ideal para sua empresa? ?
12. Quais atitudes que prejudicam os jovens na sua empresa?
13. Quando o jovem é contratado há capacitação para o seu desenvolvimento profissional na empresa?
14. Qual a vantagem que a empresa tem em contratar jovens que possuem mais experiência?
15. Em relação ao primeiro emprego você acha que as políticas públicas podem ajudar a reduzir o alto índice de
desemprego juvenil?
16. Para trabalhar em sua empresa, qual a faixa etária ideal?
( ) 16 a 18 anos
( ) 19 a 24 anos
( ) 25 a 29 anos
( ) acima de 29 anos
( ) não tem preferencia
17. Quanto se paga em média de salário para um jovem iniciante?
( ) menos que R$ 678,00
( )R$ 678,00 a R$ 1.356,00
( ) acima de R$ 1.356,00
18. Qual a escolaridade exigida para trabalhar em sua empresa?
( ) analfabeto ( ) funcional
( ) Ensino Fundamental ( ) completo ( ) incompleto
( ) Ensino Médio ( ) completo ( ) incompleto
( ) Ensino Superior ( ) completo ( ) incompleto
19. Qual a importância do funcionário bem capacitado para a sua empresa?
( ) pouco importante
( ) relevante
( ) importante
( ) muito importante
41
APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO
Questionário aplicado aos jovens na Inserção no primeiro emprego no município de Cacoal – RO, com o
objetivo de verificar como está o mercado de trabalho, na percepção dos jovens quanto aos fatores que
interferem em sua inserção.
1. Qual seu sexo? ( )Masculino; ( )Feminino.
2-Quantos anos você tem?
( )16 a 17 anos; ( )18 a 21 anos; ( )22 a 24 anos; ( )Mais de 25 anos.
3-Qual seu estado civil?
( )Solteiro; ( )Casado; ( )Divorciado; ( )outros __________________.
4-Você tem filhos? Quantos?
( )Não; ( )Tenho, 1; ( )Tenho,2; ( )Tenho, mais de 2 filhos.
5-Qual seu grau de escolaridade?
( )Ensino fundamental incompleto; ( )Ensino fundamental completo;
( )Ensino médio incompleto; ( )Ensino médio completo;
( )outros ____________________________________________________.
6- Frequenta algum curso profissionalizante? ( ) sim; ( ) não.
Qual? _______________________________________________________.
7- Com qual frequência você faz um curso profissionalizante?
( ) Conclui recentemente;
( ) Nos últimos 6 meses
( ) A mais de 1 ano
( ) Não tenho interesse em participar de cursos profissionalizantes;
8- De que forma você fica sabendo de cursos profissionalizantes gratuitos?
( )Televisão; ( )Rádio; ( )Internet ; ( ) Escola; ( ) amigos;
( )outros _____________________________________________________.
9- Quais as maiores dificuldades que você tem em participar/frequentar esses cursos profissionalizantes
gratuitos? (Marque todas que tiver)
( ) transporte; ( ) Carga horária; ( ) Tema; ( ) Incentivo familiar;
( )outros______________________________________________________.
10- Quais as dificuldades que você encontra no momento da entrevista? (Marque todas que tiver)
( ) Falta de experiência; ( ) Nervosismo ( ); ( ) Falta de informação; ( )
( ) outros ___________________________________________.
11- Você empregado contribui para a renda de sua família?
( ) sim; ( ) não. ______________________________________________________________.
12 - O que você acha que é essencial para o jovem ingressar no mercado de trabalho?
( ) Ensino de Qualidade.
( ) Mais oportunidades.
( ) Oferta de Cursos profissionalizantes.
( )outros ______________________________________________________.
13 Quantos empregos você teve nos últimos três anos-?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ou mais
14 A contribuição que a escola proporciona para a formação profissional/mercado de trabalho em sua opinião é?
( ) pouco importante
( ) relevante
( ) importante
( ) muito importante