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Abril/Maio - 2015 Edição 45 www.eulerhermes.com.br Insight www.eulerhermes.com.br 45 Sinergia entre financiamento e seguro de crédito à exportação As turbulências na economia global pós- 2008 fizeram crescer a aversão a riscos e re- fluir a liquidez internacional, murchando as linhas de trade finance, aumentando custos e travando o comércio internacional, já afe- tado pela queda na demanda. A indústria bancária buscou demonstrar, com base no histórico de seu potfólio, que a modalidade crédito de exportação apresen- ta elevado grau de mitigação de riscos e bai- xa taxa de sinistralidade, conseguindo que, a partir de 2014, se reduzisse a 20% o requeri- mento de capital previsto no acordo Basileia III, no caso de créditos de comércio externo de curto prazo. Embora a tradicional carta de crédito ou cré- dito documentário ainda responda por cerca de 44% de financiamento e garantia de ex- portações mundiais, seus custos e minúcias de procedimentos fizeram com que expor- tadores e importadores desenvolvessem es- tratégias de mitigação de riscos via mixed de instrumentos, dos quais o Seguro de Cré- dito à Exportação (SCE) é um dos mais im- portantes. Falta de tradição dos exportadores, custos envolvidos (além do já elevado custo-Brasil), pequena participação de manufaturados na exportação (os que mais demandam a mo- dalidade de seguro), baixo interesse do mer- cado privado, têm determinado a pequena participação do SCE no país. Contudo, este quadro está mudando, com algumas das se- guradoras globais já atuando no SCE, como é o caso da Euler Hermes. Wagner de Medeiros Coordenador de Câmbio, Financiamento e Seguro de Crédito à Exportação da AEB Neste sentido, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), como contribuição ao Plano Nacional de Exportação, em ela- boração pelo governo, ofereceu uma série de sugestões, entre as quais ações da Agên- cia brasileira Gestora de Fundos Garantido- res e Garantias (ABGF), para, interagindo com o setor segurador e bancos nacionais, tornar operativas modalidades de crédi- to/SCE que permitam expandir o funding privado para financiamento de exportações, em especial de manufaturados e das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME). Há um grande potencial de crescimento do uso dos instrumentos de cobertura de riscos de crédito à exportação, inclusive para diversi- ficar mercados de destinos de nossos produtos. Temos que aproveitá-lo!

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Abril/Maio - 2015 Edição 45 www.eulerhermes.com.br

Insight

www.eulerhermes.com.br

45

Sinergia entre financiamento e seguro de crédito à exportaçãoAs turbulências na economia global pós-2008 fizeram crescer a aversão a riscos e re-fluir a liquidez internacional, murchando as linhas de trade finance, aumentando custos e travando o comércio internacional, já afe-tado pela queda na demanda.

A indústria bancária buscou demonstrar, com base no histórico de seu potfólio, que a modalidade crédito de exportação apresen-ta elevado grau de mitigação de riscos e bai-xa taxa de sinistralidade, conseguindo que, a partir de 2014, se reduzisse a 20% o requeri-mento de capital previsto no acordo Basileia III, no caso de créditos de comércio externo de curto prazo.

Embora a tradicional carta de crédito ou cré-dito documentário ainda responda por cerca de 44% de financiamento e garantia de ex-portações mundiais, seus custos e minúcias de procedimentos fizeram com que expor-tadores e importadores desenvolvessem es-tratégias de mitigação de riscos via mixed de instrumentos, dos quais o Seguro de Cré-dito à Exportação (SCE) é um dos mais im-portantes.

Falta de tradição dos exportadores, custos envolvidos (além do já elevado custo-Brasil), pequena participação de manufaturados na exportação (os que mais demandam a mo-dalidade de seguro), baixo interesse do mer-cado privado, têm determinado a pequena participação do SCE no país. Contudo, este quadro está mudando, com algumas das se-guradoras globais já atuando no SCE, como é o caso da Euler Hermes.

Wagner de MedeirosCoordenador de Câmbio, Financiamento e Seguro de Crédito à Exportação da AEB

Neste sentido, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), como contribuição ao Plano Nacional de Exportação, em ela-boração pelo governo, ofereceu uma série de sugestões, entre as quais ações da Agên-cia brasileira Gestora de Fundos Garantido-res e Garantias (ABGF), para, interagindo com o setor segurador e bancos nacionais, tornar operativas modalidades de crédi-to/SCE que permitam expandir o funding privado para financiamento de exportações, em especial de manufaturados e das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME). Há um grande potencial de crescimento do uso dos instrumentos de cobertura de riscos de crédito à exportação, inclusive para diversi-ficar mercados de destinos de nossos produtos. Temos que aproveitá-lo!

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Acontece Exportações brasileiras de veículos: buscando novos mercados

Marcos ConejeroSenior industry sector credit analyst Risk Department

§ Crescimento de 1,7% no volume de faturamento: 2,527 bilhões de euros§ Lucro operacional, crescimento de 1,1%: 436,2 milhões de euros§ Lucro líquido 8,7% maior em base comparável: 302,1 milhões de euros§ Aumento do dividendo proposto de 4,8% em comparação ao ano anterior: 4,4 euros por ação

"Em 2014, Euler Hermes voltou a demonstrar sua liderança", disse Wilfried Verstraete, presidente do Conselho de Administração da Euler Hermes. "Depois de um início otimista, o ambiente econômico foi, essencialmente, uma decepção, neste ano, particularmente na Europa. A resposta da Euler Hermes foi se concentrar na expansão de mercado fora da Europa, inovar em produto e distribuição, e manter a vigilância sobre o risco. Em um mercado desafiador, esta estratégia permitiu-nos tanto continuar crescendo como entregar resultados sólidos, mais uma vez ".

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Grupo Euler Hermes termina 2014 com bons resultados:

O setor automotivo brasileiro sempre apresentou

uma característica exportadora, entretanto, nos úl-

timos anos, o resultado da balança comercial do se-

tor tem diminuído.

Alguns fatores contribuíram para a redução deste resultado comercial, entre eles: a valorização do real frente ao dólar, o que estimula as importações e a

redução do volume de exportações para alguns paí-

ses, entre eles EUA e México, pelo fato de a nossa in-

dústria ainda não ser bastante competitiva no que se

refere a preços e a tecnologia.

Em 2014, o mercado doméstico apresentou queda

na produção e nas vendas da ordem de 15% e 7%, respectivamente, na comparação com o ano anterior, entre outros motivos devido à desaceleração da eco-nomia, à maior seletividade dos bancos no processo de concessão de crédito e à queda nas exportações, o que fez a Associação Nacional dos Fabricantes de Veí-culos Automotivos (Anfavea) repensar o atual mode-lo de exportação de veículos brasileiro.

A Argentina, principal destino dos carros brasileiros no exterior, é a maior responsável pelo desempenho negativo, uma vez que é o tradicional destino de pra-ticamente quatro de cada cinco veículos exportados por aqui. Tal comércio tem sido frequentemente afetado por restrições do governo de Cristina Kirchner, além de sofrer com a escassez de dólares

para pagamento de importações.

Por isso, tem-se procurado reduzir a dependência ao

mercado argentino, buscando negociações que se estendam a outros países da América do Sul e da

África.

Um bom exemplo tem sido a Colômbia, onde as ex-portações subiram mais de 33%. De janeiro a no-

vembro de 2014, os colombianos importaram 10 mil veículos produzidos no Brasil, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior. O volume ainda é

pequeno, equivalente a apenas 3% dos embarques

totais. No entanto, é mais do que o dobro do per-

centual verificado um ano antes, de 1,4%.

Retomar mercados internacionais é fundamental para que o setor automotivo brasileiro cubra a diferença entre o consumo doméstico e a capacida-de industrial que entra em operação. Volkswagen, General Motors, Fiat, Ford e Renault são os maiores exportadores de automóveis no Brasil. Neste ano, a GM suspendeu embarques à Argentina.

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O delayed effect, ou atraso nos efeitos do cancela-mento ou redução do limite de crédito, diz respeito aos casos em que a seguradora envia ao segurado um aviso por escrito de redução ou anulação relativa a um dado comprador ou a um ou mais países em que o segurado opera.

O delayed effect passa a ter efeitos a partir da data de emissão da nota/endosso, sendo que o prazo será determinado caso a caso quando da contratação. Com base nos termos e condições da apólice, o Segurado será coberto por bens despachados e/ou serviços fornecidos antes do início dos efeitos do cancelamento ou da redução dos limites.

Cobertura delayed effect

Karen R. PachecoCardieriSenior Legal & Claims Analyst

Com uma equipe exclusivamente dedicada, a EH World Agency promove a integração das Condições do Seguro de Crédito para empresas multinacionais, desde que a companhia esteja localizada em dois ou mais países e cujo faturamento anual seja superior a 500 milhões de euros. Com profissionais especializa-dos em cada unidade de negócios, a EHWA entrega um serviço personalizado, respeitando o que foi negociado globalmente alinhado à legislação e às necessidades das várias empresas alocadas nos diferentes países envolvidos.

A EHWA traz a vantagem de melhoria global de fluxo de caixa e de compartilhamento do risco de crédito e promove seu controle de forma prática e com soluções diferenciadas. É possível que o segurado tenha uma visão de seu Programa Global ou, ainda,

Euler Hermes World Agency

Sheila Diniz SaraivaCommercial Officer

Gestão deApólice

Análisede Risco

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Neste ponto, cabe um alerta, o segurado não será coberto pelo endosso relativo a bens despachados e/ou serviços fornecidos para um comprador, caso:

(a) a qualquer momento, quando o segurado tenha

ciência ou deveria ter tido conhecimento de um

estado negativo em relação a esse comprador e não

posicionou a seguradora, o que ocorrer primeiro; ou

(b) no momento em que a apólice for encerrada.

A grande aplicação da cobertura do delayed effect é de cunho comercial, em que se visa a manutenção do relacionamento comercial entre o segurado e seus compradores em ramos que demandam uma relação recorrente e duradoura entre segurado e comprador.

que enxergue os resultados individuais de cada país, através da utilização da ferramenta virtual SmartView.

A estrutura da EHWA, embora traduza a complexida-de e a seriedade dos programas internacionais, possui uma forma simples de gestão. Por intermédio do Contrato Master, a matriz negocia as condições das apólices e as replica para as unidades locais; estas, por sua vez, recebem todo o suporte das equipes Euler Hermes espalhadas pelo mundo.

Hoje, a EHWA representa uma significativa parte do portfólio do Brasil e caminha para uma franca expansão, amparada por profissionais qualificados, sempre primando pela excelência no atendimento e criando parcerias duradouras e assertivas!

Matriz

EntidadeLocal

EntidadeLocal

EntidadeLocal

Acordo MasterNegociação global

Apólice

Apólice

Apólice

EHWAEquipe regional

EHWAEquipe regional

EHWAEquipe regional

EHWA:Provedor de

serviços globais

Modelode Programa

EHWA

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Como parte da execução de nosso plano estratégico divulgado na primeira edição do Jornal Insight de 2015, estamos investindo fortemente em aprimora-mentos tecnológicos e digitalização aqui no Brasil. Além do recente infográfico sobre as exportações brasileiras e do Boletim Setorial semanal disponível em nosso website, tivemos recentemente o lança-mento de um novo “collections app”, chamado “Land of Payment”, desenvolvido em parceria com a equipe de Pesquisa Econômica e repleto de conteúdo. O “Land of Payment” inclui:

Ÿ Um novo aplicativo para dispositivos Apple e Android, incluindo mapa interativo, perfis de cobrança e ratings de complexidade EH;

Ÿ 43 perfis de cobrança, detalhando a cultura de pagamento local, os processos judiciais e de insolvência em países onde a EH tem escritório;

Ÿ Nova seção web no site eulerhermes.com – também inclui o mapa interativo, resumo do perfil de cobrança do país e acesso aos perfis completos;

Ÿ Relatório especial Economic Outlook, elaborado pelo Departamento de Pesquisas Econômicas – “International Debt Collection: the Good, the Bad and the Ugly”.

Agora você pode baixar o aplicativo em seu dispositi-vo Apple ou Android, pesquisando por Euler Hermes

Inovações tecnológicas na Euler Hermes Brasil

Novidades

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O jornal Insight é uma publicação gratuita da Euler Hermes Seguros de Crédito S.A. cujo conteúdo tem caráter meramente informativo. As informações fornecidas neste exemplar não implicam recomendação de uso nem garantia de sua aplicabilidade por parte da Euler Hermes Seguros de Crédito S.A.

Colaboradores Euler Hermes: Fernando Cirelli, Karen R. Pacheco Cardieri, Marcos Conejero, Rodrigo Jimenez e Sheila Diniz Saraiva

Coordenação geral: SR2 Comunicação e Eventos

Projeto gráfico, textos e editoração: Nexis Comunicação

Revisão: Viviane Akemi Uemura

Tiragem: 8.500 exemplares

Expediente

Rodrigo Rincon JimenezCEO

Collections. Você também pode visualizar o conteú-do on-line em www.eulerhermes.com (na página Debt Collection).

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