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Novas Fronteiras da Integridade: a boa governaça como elemento potencializador da sustentabilidade IBGC – 14º Congresso Internacional de Governança Corporativa Helio Mattar Diretor Presidente Instituto Akatu 14 de Outubro de 2013

INSTITUTO AKATU

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Novas Fronteiras da Integridade: a boa governaça como

elemento potencializador da sustentabilidade

IBGC – 14º Congresso Internacional de Governança Corporativa

Helio Mattar

Diretor Presidente

Instituto Akatu

14 de Outubro de 2013

Instituto Akatu

pelo Consumo Consciente 20

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Aka

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A palavra “Akatu” Tupi : “a” (semente / mundo) + “Katu” (bom / melhor)

Good Seed

or

Better World

Good Individual

or

Better Collective

Missão do Akatu

Contribuir para a transição acelerada na

direção de estilos sustentáveis de vida,

inspirados em uma sociedade do bem

estar e viabilizados por modelos

sustentáveis de produção e consumo,

visando ter a população brasileira

mobilizada para isso até o final de 2022.

Apoiadores Pioneiros

Fundações Apoiadoras

Apoiadores Estratégicos

Apoiadores Mantenedores

Apoiadores Institucionais

Booz Allen | E-bit | Lew’Lara \TBWA | Valor Econômico

Apoiadores Ouro

Alcoa | Dow | Ecobenefícios | Estapar Estacionamentos | Itautec |

Multi Holding | NIVEA | Porto Seguro | Promon | RL Sistemas de Higiene |

Televisão Bahia

Apoiadores Prata

Cargill | Coelba | CPM Braxis | McDonald’s |

Mundo Verde | Unimed Amparo

Apoiadores Beneméritos

Bunge | CPFL Energia | Grupo VR I

Hospital Samaritano | Porto Seguro I P&G I Tribanco

Apoiadores Master

Kraft Foods | Masisa | Rossi Residencial

O quadro de insustentabilidade

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População e Consumo

1960

U$ 5 trilhões COMPRAS DE PRODUTOS

E SERVIÇOS DOMÉSTICOS

2010

U$ 32 trilhões

Em 50 anos:

2,2 vezes mais pessoas e

6 vezes mais consumo

1960

3 bilhões

de pessoas

2010

7 bilhões

de pessoas

CRESCIMENTO

POPULACIONAL

Fonte: Relatório Estado do Mundo de 2010

Insustentabilidade ambiental e

social

O mundo consome hoje 50%

mais em recursos naturais

renováveis do que a Terra é

capaz de regenerar

Quando apenas

16% da humanidade

(1 bilhão de pessoas)

é responsável por

78% de todo o consumo

InSustentabilidade

Uso de Recursos Naturais

Fonte: Relatório Planeta Vivo 2011 – WWF – World Wildlife Foundation

1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

0

1961-2011

Nº de Planetas

0.5

0.7

0.9

1.0

1.50

2005

Uso pela humanidade dos

Recursos Naturais do Planeta

Capacidade do Planeta em se

regenerar (Biocapacidade)

Com o mesmo modelo de produção

e consumo, se todos os habitantes

do planeta consumirem

como os habitantes mais ricos de hoje,

cinco planetas Terra não serão suficientes...

150.000.000

de pessoas

por ano

entrando para a

nova classe média

mais 3 bilhões em 20 anos

serão necessários 4 planetas para

suprir esse consumo

Quem autoriza essa situação de

insustentabilidade?

(que afeta a toda a humanidade)

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Quem “autoriza” ou “não consegue reverter”

essa situação é a sociedade em geral

Governos

Consumidores

Empresários e executivos de empresas

Investidores nas empresas

Sociedade civil organizada

Quem é a sociedade em geral?

Em uma sociedade cada vez mais

transparente e interconectada

há uma convergência dos diversos papeis

exercidos pelas pessoas

(consumidor, executivo, investidor, eleitor,

membro de uma família)

em um único papel: o de pessoa - cidadão

Ficam cada vez mais expostas as diferenças de

comportamento das pessoas na suas práticas

cotidianas em cada um dos “vários papéis” que

exercem na sociedade

A dissonância decorrente das pessoas

expressarem, em seus comportamentos,

valores distintos em cada papel exercido na

sociedade é visto como falta de integridade:

uma forma de propaganda enganosa de si

mesmo...

Sociedade cada vez mais

transparente e interconectada:

cidadãos 2.0 no caminho de ser 3.0

Ações ou omissões de qualquer pessoa ou empresa

são visíveis para todos

Accesso a informações de

fontes crescentemente

diversas

Mudanças no processo

de formação de opinião

pública

Redes sociais digitais

No caso particular das empresas:

ações ou omissões de qualquer empresa são visíveis

para o consumidor e para todos os stakeholders

Os stakeholders passaram a ser os grande veículos de

comunicação

A reputação de uma empresa

passa a depender

mais e mais do que é dito sobre ela pelos stakeholders

e pelas pessoas em geral

e menos e menos do que ela fala sobre si própria

3. Redução do papel do estado

e baixa competência na sua

operação

Insegurança pessoal

Incerteza sobre o habitat

Insegurança quanto a

contar com o “estado

protetor”

2. Instabilidade e

mudanças constantes no

ambiente de trabalho

1. Percepção de que os

recursos naturais não são

infinitos

Sentimento de incerteza sobre o futuro = insegurança

A partir de quais sentimentos se fala?

Mudança de paradigma do cidadão

do século XXI

Busca solidariedade daqueles que tem poder

para proteger a sociedade e o meio ambiente

Compreende que aquilo que acontece com as

outras pessoas pode acontecer com cada um

Percebe a interdependência entre tudo o que

acontece, o que o leva a se tornar solidário mesmo

que por egoismo altruísta

Cidadão no século XXI

cuidar da qualidade das relações

Cidadão do século XXI

Cuidar da sociedade e do meio ambiente é

cuidar dos outros

Quem tem mais poder?

Entre as 100 maiores economias, mais de 30 são

as empresas, cada vez mais poderosas

Sensibilidade do cidadão às questões

sociais e ambientais:

sensibilidade ética

Significando

fazer ao outro

o que se gostaria que fosse feito a si

próprio

Os consumidores brasileiros tem

essa mesma sensibilidade ética?

Pesquisa Akatu 2012

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27% dos consumidores brasileiros tem

um nível elevado de consciência

Isso significa que fazem

ações de consumo

que beneficiam não

somente a eles mesmos no

curto prazo,

mas também ações que

beneficiam o coletivo no

médio e longo prazo

Perfil de assimilação do consumo consciente

(2006, 2010, 2012)

Consumidor ético:

faz aos outros

o que gostaria

que fosse feito a si próprio

Prática dos comportamentos mais

éticos ao longo do tempo: estável

Adesão a 13 comportamentos indicadores de consumo consciente

agrupados por categoria

Mais da metade dos entrevistados (53%) acredita que

as empresas devem fazer mais que o estabelecido nas

leis para trazer benefícios à sociedade

*Fonte: Pesquisa Akatu, 2012.

Práticas de RSE: Prioridades do consumidor

Entre as práticas consideradas mais importantes pelo

consumidor destacam-se as relacionadas a:

• Relações de trabalho

- trabalho infantil

- diversidade

- remuneração

• Direitos humanos

- educação

- saúde

• Meio ambiente

- uso racional da água

- reciclagem)

• Educação do consumidor quanto aos impactos sociais e

ambientais de seus hábitos de consumo.

"faz

er

sem

pre

” (

%)

“importância“ (pontos)

Práticas de RSE: “fazer sempre" x "prioridade"

trabalho infantil ou forçado

diversidade e inclusão

remuneração digna

tratamento dos terceirizados minimizar riscos ao consumidor

Práticas essenciais de RSE, priorização cruzada

uso racional da água reciclagem pós-consumo

educação sobre impactos do consumo educação e desenvolvimento dos empregados

Responsabilidade pelo meio ambiente e problemas sociais

Aumento de 10 pontos

percentuais

dos que acreditam que

• empresas multinacionais

• e empresas brasileiras

são

“muito responsáveis” por

• preservar o meio ambiente

• e por solucionar problemas

sociais.

Fonte: Pesquisa Akatu, 2012.

O que influencia positivamente a compra

pelo consumidor?

O que influencia negativamente a compra

pelo consumidor?

Portanto:

o mercado consumidor

• está pedindo às empresas que façam mais

pela sociedade e pelo meio ambiente

• está pedindo às empresas que ajudem a

resolver os problemas ambientais e

sociais

• está informando às empresas que as

questões sociais e ambientais podem

afetar as suas decisões de compra (a

favor ou contra a empresa)

O que a boa governança

deveria fazer? 20

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Governança deveria reconhecer que

as empresas no século XXI estão condenadas

à ética e:

redefinir produtos

redefinir qualidade das relações

redefinir os impactos da empresa sobre a

sociedade e o meio ambiente

para que a empresa resista a uma

transparência radical

Exemplos de repúdio público a ações de

empresas: impacto negativo sobre a

reputação (1/2)

1. Nike: trabalho infantil no Paquistão

2. Coca-Cola: racismo no recrutamento e

promoção de funcionários nos EUA – US$ 1

bilhão

3. Danone: demissão em massa de funcionários

após lucros excepcionais na França

Exemplos de repúdio público

a ações de empresas: impacto negativo

sobre a reputação (2/2)

5. Lojas Marisa, Pernambucanas e Zara:

denúncias de trabalho análogo ao escravo no

Brasil

6. Arezzo: uso de peles de coelho e raposa em

sapatos e bolsas no Brasil

7. Cartão de crédito Discover (Citi USA):

financiamento da barragem do Rio Amarelo na

China

Fingir é a maior ameaça:

boomerang nas redes sociais

onde stakeholders contam o que veem

e o que sentem

Consumidores

se tornam leais

e falam bem

das empresas que são leais a eles

Porque investir em sustentabilidade

1. Antecipação a pressões legais e da sociedade.

2. Redução dos custos de produção, decorrente da

diminuição de desperdícios e economia de insumos.

3. Melhor atração e retenção de talentos.

4. Maior facilidade no acesso ao capital.

5. Menor exposição a riscos.

6. Impacto positivo na reputação.

7. Fidelização de consumidores.

Para que existem as empresas

De: As empresas existem para fazer lucro

Milton Friedman

Para: As empresas fazem lucro para poderem existir,

mas existem para um propósito maior

Ray Anderson

E para: As empresas existem para criar valor

compartilhado e não somente para ter lucro

Michael Porter

Obrigado

Helio Mattar

[email protected]