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SÃO PAULO, 21 DE MAIO DE 2013

clipping 21 maio · Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos. Atualmente é colaborador e parceiro da Envolverde,

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SÃO PAULO, 21 DE MAIO DE 2013

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Perigo no ar

por Reinaldo Canto*

Emissão de CO2: o importante é não ficar parado.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O importante é não ficar parado e agir. Enquanto a água não ferver sempre teremos a chance de pular da panela e apagar o fogo.

Para a maioria da população deve ter passado despercebida a informação de que a nossa atmosfera atingiu uma concentração recorde e inédita de 400 ppms (400 partes por milhão) nos níveis de CO2,o famoso dióxido de carbono. Muita gente pode ter pensado: “então, tá…”

Por não alterar a nossa realidade cotidiana – afinal, não altera o trânsito da cidade, não provoca aumento imediato no preço dos alimentos ou qualquer mudança nos índices de violência. Isso tudo é verdade, mas o que seria uma não notícia é, na realidade, uma das mais importantes novidades dos últimos tempos. Esse nível de concentração de CO2 significa que, segundo as previsões de mais de 2.500 cientistas de todo o mundo, reunidos pela ONU no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC em inglês), nosso planeta acaba de ultrapassar uma linha imaginária perigosa e está caminhando para um alarmante e desconhecido aquecimento.

Se tudo se confirmar, com esse aumento de temperatura, teremos menos terra para plantar alimentos; as águas dos oceanos irão invadir cidades; muitas espécies vão morrer por falta de capacidade

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para se adaptar a esses novos índices de calor e até mesmo é possível pensar num crescimento da violência, por que não?

Os especialistas do IPCC vão mais longe e classificam essa ultrapassagem dos 400 ppms como um patamar que coloca em risco a própria civilização conforme nós a conhecemos.

Temos reagido a esses fatos ligados às mudanças do clima, tais como a crescente ocorrência dos fenômenos climáticos extremos, quase que com total descrença. Coisas irrelevantes dignas de ambientalistas radicais e desocupados.

O comportamento preponderante assemelha-se ao do sapo na panela. Ao pular numa panela com água fervente, o sapo salta fora dela imediatamente. Ao contrário, quando a água da panela está fria com o sapo dentro e vai aquecendo lentamente, o sapo poderá morrer, pois vai tentando se adaptar até ser consumido pelo calor.

Em relação às ações que deveriam ser tomadas pela humanidade em geral, principalmente nos fóruns internacionais sobre mudanças climáticas, realizados anualmente, o que se vê é um interminável “jogo de empurra”, postergando as urgentes medidas capazes de reverter o quadro, indefinidamente. Digno do comportamento de um sapo feliz e saltitante dentro de uma panela com água prestes a atingir o fatal grau de fervura.

Nessas horas deveríamos nos perguntar e, claro, principalmente as nossas autoridades, o que deveríamos fazer para tentar de alguma forma mudar essa realidade. O desenvolvimento não sustentável que muitas vezes produz o supérfluo destruindo o essencial é um dos grandes responsáveis por esse estado de coisas.

Não será mais possível manter essa lógica de desenvolvimento, uma visão distorcida baseada no acúmulo de bens materiais e na consequente emissão de gases de efeito estufa em proporções inéditas e perigosas.

Mas de nada adiantam reações pouco produtivas, negligentes por um lado ou alarmistas de outro. Melhor é começar um processo de mudanças de comportamento e de valores. Consumir de maneira consciente e apenas o necessário, usar menos o carro que queima combustíveis fósseis, alguns dos principais responsáveis pela emissão de gases que contribuem para o aquecimento global e reduzir o uso de energia e água evitando desperdícios, entre outras ações sustentáveis. Claro que mais importante ainda é pressionar nossas autoridades governamentais e empresariais a adotar atitudes sustentáveis e investir decididamente em atividades ligadas a economia de baixo carbono.

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No caso das empresas, além de buscarem reduzir os impactos causados por suas atividades, elas também podem compensar algumas das emissões dos gases de efeito estufa, por meio do plantio de árvores que absorvem carbono durante o seu crescimento.

Uma dica é consultar o trabalho realizado por diversas organizações e empresas que realizam esse trabalho. Uma delas é a ONG Iniciativa Verde que faz restauro florestal com espécimes da Mata Atlântica prioritariamente em áreas de mananciais. (www.iniciativaverde.org.br).

O importante é não ficar parado e agir. Enquanto a água não ferver sempre teremos a chance de pular da panela e apagar o fogo.

* Reinaldo Canto é jornalista especializado em Sustentabilidade e Consumo Consciente e pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento. Passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do País. Foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos. Atualmente é colaborador e parceiro da Envolverde, professor em Gestão Ambiental na FAPPES e palestrante e consultor na área ambiental.

** Publicado originalmente no site Carta Capital.

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Saiba o que fazer com o lixo doméstico

O Brasil produz, atualmente, cerca de 228,4 mil toneladas de lixo por dia, segundo a última pesquisa de saneamento básico consolidada pelo IBGE, em 2000. O chamado lixo domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volume, ou 125 mil toneladas diárias.

Do total de resíduos descartados em residências e indústrias, apenas 4.300 toneladas, ou aproximadamente 2% do total, são destinadas à coleta seletiva. Quase 50 mil toneladas de resíduos são despejados todos os dias em lixões a céu aberto, o que representa um risco à saúde e ao ambiente.

Mudar esse cenário envolve a redução de padrões sociais de consumo, a reutilização dos materiais e a reciclagem, conforme a "Regra dos Três Erres" preconizada pelos ambientalistas.

A ideia é diminuir o volume de lixo de difícil decomposição, como vidro e plástico, evitar a poluição do ar e da água, otimizar recursos e aumentar a vida útil dos aterros.

Tempo de decomposição dos resíduos

Caso não haja coleta seletiva em seu bairro ou condomínio, procure as cooperativas de catadores e os Postos de Entrega Voluntária (PEVs).

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Coleta seletiva: veja abaixo quais resíduos podem ser reciclados

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Ação humana coloca planeta em nova era

geológica, dizem cientistas

Conferência na Alemanha discute alterações em ecossistemas globais

como possíveis marcos de nova denominação em escala de tempo

geológica.

Formação rochosa moldada por causas naturais no Arizona, nos EUA (Foto: BBC)

A atividade humana transformou o planeta de forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma nova era geológica, o

Antropoceno.

É o que defendem cientistas e geólogos que discutirão nesta semana o impacto da ação humana e da natureza sobre os sistemas hídricos globais, na conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno, em tradução livre), organizada pelo Global Water System Project (GWSP), em Bonn, na Alemanha.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento de geleiras ocorrido há 11.500 anos -- evento que marca o início da era conhecida como Holoceno na escala de tempo geológico.

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A escala de tempo geológico estabelece éons, eras, períodos, épocas e idades que permitem categorizar as diferentes fases que vão da formação da Terra ao presente.

O termo "Antropoceno", cunhado pelo Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000 e adotado por parte da comunidade acadêmica na última década, ainda não é reconhecido oficialmente.

Segundo a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS, em inglês), responsável pela definição da escala de tempo da Terra, estamos, ainda, no Holoceno (iniciada há 11.500 anos).

O Holoceno, por sua vez, faz parte de espaços de tempo geológicos mais extensos: o período Quaternário (há 1,8 milhões de anos), o Cenozoico (há 65 milhões de anos) e o éon Fanerozoico (há 543 milhões de anos).

Para uma ciência que trabalha com escalas relativas à história de 4,5 bilhões de anos da Terra, o surgimento do homem (cerca de 200 mil anos atrás) é um fenômeno recente e por isso costumava ocupar uma posição periférica nos estudos geológicos.

Pela primeira vez, no entanto, o assunto está sendo analisado formalmente -- a ICS convocou especialistas que têm até 2016 para analisar os estratos geológicos e definir o que seria o fim do Holoceno e o início do Antropoceno.

Indícios do Antropoceno

"Reconhecer a ideia do Antropoceno é reconhecer o impacto irreversível das atividades do homem, que afetam não somente os sistemas de água e recursos naturais do planeta, mas também o que essas ações significam no futuro das espécies", disse à BBC Brasil Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU e um dos moderadores da conferência em Bonn.

Para demarcar mudanças na escala de tempo geológica como a proposta do Antropoceno, geólogos analisam marcas deixadas em rochas sedimentares e organismos fossilizados.

Segundo os especialistas da GWSP, o homem move mais rochas e sedimentos do que as forças do gelo, do vento e da água, acelera processos de erosão e libera mais nitrogênio no ar do que plantas e outros organismos seriam capazes, principalmente desde a segunda metade do século 20.

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Mais do que ocupar a superfície da Terra de forma extensa -- como já aconteceu em épocas anteriores --, a urbanização, a globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a forma como o planeta funciona.

Dados da GWSP comprovam que a ação humana é responsável pelo desmatamento de uma área do tamanho da América do Sul para agricultura e outra do tamanho da África para pecuária, o que teria impactado o clima, o solo e a vida de espécies no planeta.

Exportações indiretas

Para Bogardi, classificar o atual capítulo da história da Terra de Antropoceno funcionaria não somente como uma mera nomenclatura, mas como um alerta. "As consequências das ações do homem não afetam o planeta apenas de forma local, mas provocam coletivamente um impacto na constituição da Terra e discutir isso serve para minimizar as consequências e danos irreversíveis que afetariam o globo da pior forma no futuro", diz.

"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, somente atrás da Rússia, exporta não somente produtos agrícolas para países europeus, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países".

De acordo com Bogardi, o Brasil exporta de forma indireta -- durante os processos de produção agrícola e pecuária para exportação -- um total 5,7 quilômetros cúbicos de água por ano somente para a Alemanha.

Por isso, ele defende, debater o uso dos recursos como a água não seria apenas papel do Brasil, mas de um esforço conjunto de países. Mas a discussão sobre a nova época antropocena seria tanto sobre as "más notícias" e desafios, como sobre oportunidades e qualidades.

"Parte do crescimento econômico e desenvolvimento social que o Brasil vive hoje vem dessa enorme potencialidade do uso de recursos, por exemplo, então a proposta não é acabar com a ação humana no planeta, mas debater como fazer isso de forma sustentável para o futuro", explica.

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