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Instituto Belém

 Visão 

O Instituto Belém pretende ser uma instituição deensino superior associada à visão afetiva e comprometidada nossa igreja que se esforça para proclamar uma men-sagem centrada em Deus, que busca glorificar a Cristo, e

ao Espírito Santo. Que se utiliza das Santas Escrituras paraauxiliar na formação espiritual de homens e mulheres eq-uipando-os para cumprir os propósitos do Reino de JesusCristo no século 21 e forjar discípulos fiéis para ele de todaraça, tribo, língua, povo e nação.

Propomos espalhar o conhecimento de Deus, quedesperta não apenas o intelecto, ou o conhecimento in-telectual, mas principalmente o amor e o desejo de vivernuma intensa e apaixonante busca por Cristo. Esta é arazão da existência da nossa escola. E é esta a visão quedesejamos compartilhar com todos.

AutorMoisés Carneiro

Você pode fazer uma doação para ajudar a manteresse projeto. Deposite o valor que desejar! Caixa E.

Federal - Ag. 0314 - Op. 013 - C.P. 119429-0em nome de Moisés P. Carneiro

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Aplicação no estudo deste livro 

Você deve estar perguntando qual a melhor maneira de es-tudar este livro e extrair o máximo possível de proveito. Ao pensarnisso, elaboramos alguns métodos que poderão lhe ser úteis.Seja Motivado  Motivação é um princípio peculiar na vida de todos os queanseiam alcançar um objetivo. É impossível alguém atingir o ápicede um grande sonho sem ter em sua bagagem o item motivação.

Muitos já iniciaram alguma coisa, mas só obtiveram o êxito aque-les que se mantiveram motivados até o final.

  Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pes-quisar, para elaborar trabalhos e estudos bíblicos. Se sentir-se semmotivação busque-a através do Espírito Santo. Faça petições aDeus e leia sua Palavra, pois são fontes inesgotáveis para sua reno-

 vação, e por final procure mantê-la acesa até findar o curso.“Se não existe esforço, não existe progresso.” Fredrick Douglas

Seja Organizado e Disciplinado  a) Ore a Deus ao iniciar seus estudos e peça que lhe ajude a terum maior proveito do assunto em pauta.  b) Estude em lugares reservados.  c) Evite ambientes com sons, ruídos e falatórios. Pois você podeperder sua concentração no estudo.  d) Procure adicionar outros importantes materiais à cada lição aser estudada, como por exemplo:

• Bíblias de Estudos: se possível, com traduções que sejam difer-entes.• Dicionários.• Concordância Bíblica.

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• Livros: cujos assuntos sejam relacionados ao tema de cada lição.• Lápis e bloco para anotações.

e) Leia e estude cada matéria durante a semana, reserve pelomenos 1 hora por dia para fazer isso.

f) Faça anotações, especialmente àquelas que lhe causaremdúvidas.

g) Responda aos questionários assim que terminar de es-tudar cada lição. Eles irão fortalecer o assunto em sua mente.

h) Reserve períodos da semana para você elaborar trabalhos voltados à matéria estudada em cada mês.

i) Formule perguntas ao professor, assim tanto você como ele fi-carão cada vez mais abalizados no aprendizado.

Em suma, todos esses itens elaborados cuidadosamentepelo departamento de pedagogia do IB, são de um valor ines-timável para você, desde que procure segui-los conforme se seg-uem.

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Índice

Introdução

Lição 1Oséias, Joel e Amós...........................................................................08

Lição 2Obadias, Jonas e Miquéias................................................................39

Lição 3Naum, Habacuque e Sofonias..........................................................66

Lição 4Ageu, Zacarias e Malaquias..............................................................91

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Introdução“A profecia não é dada para transformar os homens em profetas, mas

em testemunhas de Deus quando ela se cumprir.”

Isaac Newton

Os profetas menores desempenharam (século VIII a.C. até o

século V a.C.), um ofício guiado a Israel, sempre em situações de crises.

Cinco deles profetizaram antes da queda de Samaria em 722 a.C. Neste

mesmo período, Deus levantou Isaías. Após a queda da capital do reino do

norte, o profeta Naum predisse a destruição da cidade de Nínive, capital

da Assíria, o que se cumpriu em 612 a.C.

O Reino do sul, Judá, não aprendeu com a lição de Israel, e por

razões semelhantes, ele seria invadido e destruído pelos babilônicoscerca de 140 anos depois. Apareceu então Jeremias, o profeta chorão,

apoiado pelos profetas menores, Habacuque e Sofonias, que os advertiu,

sem contudo obterem êxito. E em 587 a.C. Jerusalém e o templo foram

saqueados e destruídos.

Durante o cativeiro, período de 70 anos em que os judeus ficaram

no exílio da Babilônia, os dois profetas maiores Daniel e Ezequiel, se con-stituiram os principais porta-vozes do Senhor. O livrinho de Obadias tem

o seu lugar no começo desse período exílico, e por conseguinte o capítulo

dedicado neste livro à sua profecia é colocado depois de Sofonias, e não

no lugar tradicional entre Amós e Jonas.

Contudo, os profetas menores, Ageu, Zacarias e Malaquias,

cumpriram seus ofícios como porta-vozes do Senhor durante o períodopós-exílico, isto é, após o ano 538 a.C., quando o rei da Pérsia, Ciro, per-

mitiu a volta dos judeus para a terra de Jerusalém. Neste tempo, os três

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Proibida a comercializaçãoprofetas prepararam o povo para a reconstrução da cidade, a restauração

espiritual do povo, e para a realização da maior de todas as promessas

divinas, a vinda do Messias.É muito difícil fixar uma data segura para a composição de uma

profecia. Vejamos que os livros de Joel, de Jonas e de Naum são exemplos

claros disso. Embora essa questão seja importante, em nada diminui o

teor espiritual e moral da mensagem profética.

Os doze profetas menores formam um livro só, ou uma coleção

de escritos sacros denominada “Os Doze”, na formação do cânon he-braico do Antigo Testamento. Na versão grega da Septuaginta, a mesma

coletânea tem como título “Os Doze Profetas”. Segundo a tradição, nos

séculos subsequêntes ao nascimento de Jesus Cristo, os judeus piedosos

se alimentavam das gloriosas promessas messiânicas contidas no livro

“Os Doze”. Dessa maneira o Antigo Testamento conclue com “Os Doze”

e sua resplandecente esperança no Messias. É altamente sugestivo que,

após o longo silêncio do período intertestamentário, o Novo Testamento

se abre com Jesus Cristo e a escolha dos doze apóstolos como pregoeiros

da boa nova da Salvação. Esta relação histórica, entre as promessas dos

Doze no fim do Antigo Testamento, e a sua realização através da missão

dos Doze no início do Novo Testamento, deve despertar no povo de Deus

o afã de conhecer mais profundamente os escritos inspirados dos doze

profetas menores, que ainda nos falam hoje.

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Oséias – Joel - Amós

Oséias

Introdução

Na maioria das vezes os tempos de grande fartura são acom-panhados de declínio moral. Como foi o caso do reinado de Jeroboão

II, rei de Israel, uns 800 anos antes de Cristo. A nação apreciava um

desenvolvimento econômico como nunca antes, desde o tempo de Sa-

lomão. Foram construídas muitas casas de veraneio iguais às melhores

residências urbanas. Produtos estrangeiros encheram o mercado. A vida

luxuosa tornou-se a obsessão dos israelitas. Acontecia, porém que apenas

uma minoria tinha acesso à vida boa e burguesa. A maioria esmagadoralutava para sobreviver. Um salário mínimo irrisório condenava o povo

trabalhador a uma vida de verdadeira escravidão econômica.

A religião era popular. Cultos cheios e comoventes. No entanto, a

atenção a palavra se tornara raridade. Toda religião era boa e todo mundo

falava em Deus. A fé se tornara comum a todos.

Quem foi o profeta Oséias?

Oséias foi profeta do reino do Norte (Israel), Sua mensagem

referiu-se ao reino do norte com mensagem referindo-se à Judá. Mais

ou menos 40 anos do reino do Norte. Começou seu ministério quando

Israel, sob Jeroboão II, estava no zênite do seu poder. Assim, vendo suarápida queda. Foi contemporâneo de Amós, sendo, porém, mais moço;

contemporâneo de Isaías e Miquéias, mais velho que estes. Quando cri-

ança, possivelmente conheceu Jonas. Os reis em cujos reinados profetizou

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Proibida a comercializaçãoforam: Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, todos de Judá, e Jeroboão II, de Israel.

O período máximo pois que Oséias poderia ter profetizado seria 782-

687a.C., e o período mínimo cerca de 753-716a.C. admitindo que seu

ministério se sucedeu a uma parte considerável dos reinados de Jeroboãoe Ezequias, talvez fosse seguro colocá-lo em mais ou menos 770-710a.C.

Oséias denunciou o povo de Israel por sua idolatria, comparando-o em

sua infidelidade a Deus à sua esposa adúltera, Gômer. Em suas profecias

profundamente comoventes, Oséias mostra que, assim como ele amou

a esposa e a trouxe de volta, também Deus ama seu povo transviado e o

traz de volta para si. Oséias

Este estadista deve ter anunciado a mensagem do Senhor durante

uns sessenta a setenta anos, durante o oitavo século antes de Cristo. Foi

esse um período de grandes agitações e impactos na história do mundo.

Roma e Cartago foram fundadas nesse período.

Seus colegas contemporâneos foram, Amós, Isaías, e Miquéias.

Oséias é conhecido como o profeta Jeremias do reino do norte.

Uma difícil chamada – A infidelidade de Israel (Oséias 1-3)

Como já vimos, a época de Oséias, foi muito muito instável, o

pecado era generalizado. Foi quando o período aureo de Jeroboão II

estava chegando ao fim e se instalando sobre Israel uma nuvem negra.

Após a morte Jerobão II, seis reis já haviam passado sobre Israel,sendo que quatro deles foram assassinados, isso em pouco menos de vinte

anos. Na metade do ministério do profeta, parte da nação havia sido

levada pelso assírios. E no fim de sua vida, pôde ver a queda da cidade

de Samaria, cumprindo assim suas profecias.

Uma triste história de amor

A Bíblia revela Deus ordenando o casamento de Oséias com

uma jovem mulher indgna (capítulo 1). Essa ordem diretiva foi uma

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Proibida a comercializaçãomaneira de Deus dizer a nação de Israel que a amava, mesmo sendo ela

uma nação pecadora.

A história que desnuda a vida conjugal de Oséias e Gomer,

revela um perfeito quadro da graça de Deus. Pois a graça de Deus é favorimerecido.

O profeta casou-se com a bela Gomer, viveu o triste dilema da

infidelidade conjungal. Talves, para qualquer pessoa comum na fé isso

seria um abalo angustioso, mas se trantando de um pregador da Pala-

 vra de Deus, tornou-se ainda um pouco pior, um profundo sofrimento

imaginável. O profeta tentava conciliar a sua fé num Deus bondoso coma realidade da sua crise doméstica. Como entender a vontade de Deus,

se seu lar se via diante de um conflito tão grande, colocando em cheque

sua vida como arauto de Deus?

Muitos têm os primeiros versículos do livro de Oséias como

sendo uma ponderação madura, logo após à tragédia, ou seja, anos depois

do acontecimento. “Vai, toma uma mulher de prostituições...”  (v.12). Con-tudo, Oséias chegou a entender que o soberano Deus sabia de antemão

que Gomer seria infiel. Deus conhece o fim desde o princípio. Sabia que

Gomer lhe seria infiel. Permitiu a vasta tragédia na vida de Oséias para que

ele compreendesse o profundo pesar no coração divino: “ porque a terra

se prostituiu, desviando-se do Senhor ” (1.2). Este Deus é Senhor de todas

as circunstâncias, inclusive das que parecem ser totalmente contra a sua

 vontade. Oséias se submeteu à realidade nua e crua das circunstâncias,

para aprender que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que

amam a Deus” (Rm 8.28).

E muito embora Gomer lhe fosse infiel, o profeta permaneceu

fiel a ela, da mesma forma Deus diz: “Se somos infiéis, ele permanece fiel,

 pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo”  (2 Timóteo 2:13).

O arauto de Deus anuncia a mensagem verbalmente, mas tambéma vive na carne. Nas entrelinhas do primeiro capítulo vemos como Oséias

 vivia diariamente a mensagem do Senhor. Nasceram-lhe três filhos aos

quais ele deus os nomes mais esquisitos dados numa família de pastor!

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Proibida a comercializaçãoAo primeiro ele deu o nome de Jezreel, cidade famosa por uma atrocidade

nela praticada. Foi por ordem divina que o pastor Oséias colocou esse

repugnante nome no seu primogênito.

À sua filhinha, Oséias deu-lhe o nome de Desfavorecida (1.6).Pobrezinha, como iria sofrer mais tarde na mesma roda com as meninas

Graça, Linda e Piedade.

O profeta ficou profundamente abalado com a terceira gravidez

de sua mulher, Gomer. Sabia bem que não era criança dele. Depois do

parto, Oséias deixou seus amigos boquiabertos quando deu a esse último

filho o nome de Não-meu-povo.

É provável que todo o mundo estranhava os nomes feios das suas

crianças. O profeta e seus filhos eram literalmente a mensagem de Deus

àquela nação que vivia levianissimamente diante de Deus. Anunciava-

se o julgamento através da agonia doméstica de Oséias. Mas Deus é

misericordioso. O profeta vê além do juízo, até o dia feliz da restauração,

quando Israel será chamado “Meu Povo” e “Favorecido” pelo Deus queo chamara (2.1).

Podemos atentar nas palavras do profeta Oséias os traços comuns

entre a sua mulher infiel e a nação de Israel. Gomer se deixou seduzir

pelas atrações do mundo, e pelos produtos luxuosos por meio ilícitos,

favores sexuais (2.5). Ao desaparecer os clientes, resolveu voltar-se para o

marido “porque melhor me ia então do que agora”  (2.7). Como ela, Israel

foi orientada exclusivamente pelos interesses materiais, em prejuízo da

 vida espiritual. Os sacrifícios oferecidos pelos israelitas no culto a Baal

eram realmente atos de adultério espiritual contra o Senhor (2.8). Deus

sempre queria que Israel fosse como esposa fiel para Si. O profeta Osé-

ias não cessava de chamar o seu povo a reatar relações com o Senhor.

“Desposar-te-ei comigo em fidelidade”  diz o Senhor (2.20). “Desposar-te-

ei comigo em justiça e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias”(2.19). A palavra “misericórdias” traduz o hebraico chesed , que significa

o amor constante e leal. Na atitude de Oséias para com Gomer vemos até

que ponto o amor constante do Senhor pode-se reproduzir no homem.

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Proibida a comercializaçãoA indecorosa traição da mulher do profeta não parecia ter limites.

Seguindo a vida boêmia ela sofreu necessidades, a ponto de se vender

como escrava-concubina (3.2). O amor leal e o perdão ilimitado de Oséias

foram tamanhos que ele a comprou do seu senhor. Este amor redentor alevou novamente para a casa do profeta,onde ela foi obrigada a ficar, mas

sem gozar de todos os privilégios de mulher. Sem dúvida a vizinhança

cochichava o fato de que os dois não dormiam no mesmo quarto. Isso

também fazia parte da mensagem divina! Pela sua infidelidade, Gomer

não vivia propriamente como esposa, mas como encarregada dos assuntos

domésticos. Semelhantemente,Israel infiel iria perder os seus privilégiosno exílio. Não haveria mais rei, nem família real, nem religião, nem culto

(3.4). Somente “nos últimos dias” os filhos de Israel se aproximariam do

Senhor (3.5). A perfeita comunhão com o Senhor é o alvo de toda a obra

da redenção. “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”, prometeu

o Senhor Jesus (João 15.4).

O pecado nacional de Israel e a punição (Oséias 4-10)

Entre os capítulos 4 a 10 da profecia, Oséias mostra até que ponto

Israel se tinha corrompido diante de Deus. Não havia nem verdade, nem

amor leal (chesed ), nem conhecimento de Deus (5.1). Quando o povo se

separa de Deus, as conseqüências morais são inevitáveis. Para obter-se

o máximo lucro, o homem pecador arruína a própria natureza. O dese-

quilíbrio ecológico segue a exploração egoísta da terra. “Por isso a terra

está de luto, e todo que mora nela desfalece, com os animais do campo e

com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem” (4.3). Há uma relação

direta entre o conhecimento da Palavra de Deus a responsabilidade sócio-

econômica em qualquer país. Israel se gabava da suntuosidade dos cultos

religiosos, mas o seu coração estava vazio do amor leal, e corrompido

pelo destemor da justiça.Biblicamente se considera como prostituição espiritual (5.4) a

religião divorciada da moral. O Senhor não aceita que o seu povo se aprox-

ime dele naquele estado. Por mais incrível que parecesse aos israelitas,

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Proibida a comercializaçãoOséias lhes advertiu do castigo divino, em que o Senhor os despedaçaria

como um leão. Longe de os proteger, Deus os destruiria (5.14). Em todas

as épocas o povo de Deus nunca entende que Deus trata o seu povo com

mais severidade e não com menos.

Em face à mensagem de Oséias, alguns professaram a conversão

(6.1). Mas o arrependimento de Israel era tão passageiro como a nuvem da

manhã, ou como o orvalho da madrugada (6.4). Não é dificil falar: “Tor-

nemos para o Senhor. Depois de dois dias ele nos revigorará”. O mal dentro

da sociedade estava tão arraigado na prática da exploração econômica,

na imoralidade, e na avidez de riquezas luxuosas, que tais profissõesde conversão eram vazias. Olhando para os imponentes sacrifícios e os

solenes cultos litúrgicos sema pregação da Lei do Senhor, Oséias não

pôde se conter, e bradou o recado divino:

A nação israelita atentava friamente à sua religião, mas onde

estava o amor leal a Deus? Oferecia abundantes sacrifícios, mas onde

estava o conhecimento de Deus? Este versículo traduz fielmente a men-sagem central do profeta. Ele contemplava a dicotomia na vida do seu

povo. Muita religiosidade e muita imoralidade; muita prossão de fé, e

muita corrupção; como óleo e água não se misturam. O mensageiro de

Deus considera a nação de Israel como um pão não virado no forno: de

um lado queimado pelas suas paixões, e do outro massa mole que não

resiste ao tato, portanto completamente imprestável (7.8). Deus chama o

seu povo a uma vida íntegra. Não agrada a Deus a nossa proclamação da

salvação pela fé se não há a correspondente transparência de vida moral

e social. O hipócrita engana a si mesmo. “As cãs se espalham sobre ele, e

ele não o sabe” (7.9). Todo o mundo percebe a sua incoerência, menos ele.

A religião não salva. O Deus cultuado por Israel mandou colocar

na boca a trombeta do juízo (8.1). Pois, ele viria como a águia contra a

sua própria casa. Deus os chamava, pois Israel estava para morrer!

O distanciamento de Israel diante da presença de Deus dá-se em

diversas facetas. Israel rejeitou o bem (8.3). Israel abandonou os valores

magnos da lei do Senhor. O que era errado no tempo de Moisés, também

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Proibida a comercializaçãoo era no período de Oséias, e também o é hoje. A “ética da situação”

em voga nestas últimas décadas do século XX representa uma tentativa

filosófica de fugir da exigência moral duma lei irredutível. Como Israel,a nossa sociedade quer uma religião acomodatícia, que não imponha

restrições à vida social, econômica ou sexual.

A liderança real em Israel, que desviou a nação para o erro, não

era a descendência de Davi, a quem Deus tinha prometido o trono em

perpetuidade (1Cr 17.12). Após a morte de Salomão, o reino se dividiu,

dez tribos tomaram como rei a Jeroboão, chefe dos engenheiros respon-

sáveis pela obra de terraplanagem de Jerusalém (1Reis 11.27). Jeroboão

I não era, portanto, rei da parte do Senhor. Agora, duzentos anos mais

tarde, no reinado de Jeroboão II, Oséias aponta para a grave irregularidade

na direção do país. “Estabeleceram reis, mas não da minha parte” (8.4).

Toda aquela dinastia tinha usurpado o poder.

Israel não obedecia à Palavra do Senhor, embora professava um

fé nele! “Não farás para ti imagem de escultura” (Ex 20.4) reza a lei. Noentanto, em Samaria cultuava-se a imagem de um bezerro. Ao mesmo

tempo em que o povo invocava o Senhor, dizendo: “Nosso Deus” Nós,

Israel, te conhecemos”, Deus respondia através do profeta Oséias, dizendo:

“O teu bezerro, ó Samaria, é rejeitado; a minha ira se acende contra

eles!” (8.5). Manifesta-se no cristianismo do século XX o mesmo tipo

de religião. Fala-se em nome do Senhor. Celebram-se cultos e missassolenes. Dominam a atenção da multidão as imagens dos santos. Como

disse Oséias: “Da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem

destruídos” (8.4). A veneração concedida às belas imagens incrustradas

de pedras preciosas é tida como mais importante que a Palavra de Deus.

O segundo mandamento é claro. E inúmeras vezes na Bíblia Deus reitera

a proibição de imagens no culto. Mais uma vez o Senhor falou pela boca

do seu servo: “Embora eu lhe escreva a minha lei em dez mil preceitos,estes seriam tidos como cousa estranha” (8.12).

Não foi fácil para o profeta Oséias, mas ele chegou a entender o

sofrimento divino ocasionado pela apostasia de Israel. E ainda assim, a

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Proibida a comercializaçãoinfidelidade de Gômer não era apenas um lapso. Repetidas vezes ela traiu

a aliança do matrimônio. E o profeta contemplava o triste fato de que a

infidelidade de Israel para com Deus não era um desvio temporário. A

história de Israel está repleta de graves infrações contra a lei do Senhor.

Logo de início na sua história idólatra, Israel fabricou o bezerro de ouro,

no deserto. E antes de chegar na terra da promissão, na aldeia de Baal

Peor, os primeiros israelitas, salvos pela graça de Deus. namoraram as

belas moabitas, e abandonaram incontinente a lei recém-recebida. Sob o

efeito dessa sedução inesperada, “se consagraram à vergonhosa idolatria”

(9.10). A idolatria e a imoralidade são gêmeas. “E se tornaram abomináveiscomo aquilo que amaram” (9.10).

O duplo pecado da nação, espiritual e moral, foi julgado, e mor-

reram vinte e quatro mil israelitas (Números 25).

Deus nos chama ao amor incondicional e leal, à fidelidade ab-

soluta à sua Palavra, não somente na observação religiosa da liturgia, ou

do ritual cristão, mas também na mais casta prática do amor no lar. Deusnos chama a cincuncisão do coração, do interior, e não sómente da carne.

Quem quebra uma aliança, facilmente abandona a outra.

Deus já havia advertido a nação do norte, por meio do profeta

Oséias sobre as conseqüências de tal comportamento: “O meu Deus os

rejeitará, porque não o ouvem; e andarão errantes entre as nações” (9.17).

Poucos anos depois, em 722 a.C, realizou-se o inesperado desastre. Pornão ter prestado atenção à advertência, a nação deixou de existir. O judeu

errante data daquele acontecimento fatídico. E passaria muitos séculos

peregrinando, sem pátria, sem identidade nacional e sem a bênção do

Senhor, cuja voz ele recusara tantas e tantas vezes.

Por que é que os homens não mudam de direção? Por que marcham

em linha reta para a destruição? “Porque o seu coração é falso; por isso serão

culpados” (10.2). O coração do homem determina a sua conduta. Quartas

vezes ocorre que alguém conhecedor da Palavra de Deus, sendo tentado a

cometer o adultério, não consegue resistir á tentação, porque o coração é

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Proibida a comercialização falso! “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração” (Provérbios

4.23). De Deus não se zomba. A lição de Israel é esta: o que semeia para

a sua própria carne, da carne colherá corrupção. Tanto os líderes como o povo iriam sofrer as conseqüências da desobediência à Palavra sagrada. E

o rei de Samaria, tão seguro na sua prosperidade fabulosa, seria dentro em

breve “como lasca de madeira, na superfície das águas” (10.7).

A lista negra de pecados de Israel

Falsidade .......................................................... 4.1

Licenciosidade ............................................... 4.11

Homicídio ..........................................................5.2

Roubo ................................................................. 7.1

Opressão ........................................................... 12.1

Os símbolos de Deus para o pecado

Gomer ................................................................. 3.1

Um beberrão de vinho ................................. 4.11

Uma vaca rebelde .......................................... 4.16

Uma horda de salteadores ......................... 6.9

Adúltero ............................................................ 7.4

Quentes como um forno .............................. 7.7

Um pão que não foi virado ......................... 7.8

Uma pomba enganada ................................. 7.11

Um arco enganoso ......................................... 7.16

Devorado .......................................................... 8.8

Um jumento montês ..................................... 8.9

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A Esperança de Israel (Oséias 11-14)

Ao olhar para a Bíblia percebemos que o amor divino é incondi-

cional e infinito. Ele ama o seu povo apesar de toda a rebeldia, de toda a

idolatria e de toda a imoralidade. O seu amor é chesed, amor imutável.

Quando castiga, é por puro amor que o faz. Deus sente saudades do pri-

meiro amor do seu povo. “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito

chamei o meu filho” (11.1). Israel era como criança que ele tomava nos

braços. Como menino travesso, a jovem nação não queria obedecer-lhe.Recusou-se a converter-se (11.5). Deus não hesitou em disciplinar o seu

povo, porque “o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem

recebe” (Hebreus 12.6). Deus é diferente dos pais que nunca disciplinam

os seus filhos. Quem não disciplina o seu filho, não o ama. Oséias, que

tanto sofreu no lar, entendeu o coração de Deus quando descreveu o

amor divino nestes termos: “ Meu coração está comovido dentro de mim,

as minhas compaixões a uma se acendem” (11.8). Ainda que o castigo viesse com certeza. Deus não destruiria totalmente o seu povo, “Eu os

remirei do inferno e os resgatarei da morte; onde estão ó morte as tuas

 pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? ” (13.14). O propósito de

Deus permanece firme. É imprescindível que Deus castigue o mal. No

entanto não seria o fim total de Israel. De outra maneira seria o Diabo

e não Deus que ganharia esta guerra espiritual de proporções cósmicas.O fim da história da raça humana e de Israel está assegurado, porque

Deus é soberano.

No final do livro, entre os últimos capítulos, temos um vislumbre

do terno e e amoroso coração de Deus.

O profeta consegue reconstituir o seu lar com Gômer e seus três

filhos. Tamanho amor triunfou. E o amor divino, triunfará também. Osé-ias, o vidente de coração perdoador, previu a restauração final de Israel

num belíssimo trecho que remata a sua obra. Concitou o povo de Deus a

uma genuína conversão. “Tende convosco palavras de arrependimento, e

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Proibida a comercializaçãoconvertei-vos ao Senhor” (14.2). Num sentido, o crente no Senhor deve

arrepender-se e converter-se ao Senhor constantemente, e não apenas

uma vez na hora da entrega inicial. Quase todos os apelos à conversãona Bíblia são lançados aos que professam fé no Senhor! Quando o povo

de Deus se converte constantemente ao Senhor, então o mundo começa

a arrepender-se.

A contrição dos filhos de Deus é o segredo de todo reavivamento

espiritual. “Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque

a minha ira se apartou deles” (14.4). A segurança nacional de Israel de

pendia não duma aliança política com a mais poderosa nação de então, a

Assíria (14.3), mas da sua relação com Deus. Os rios de bênçãos começam

a jorrar quando o povo de Deus julga o seu próprio pecado! Uma vez arre-

pendido e perdoado, Israel se tornaria uma testemunha eficaz no mundo.

A Bíblia diz: “Serei para Israel como orvalho” (14.5). “O Deus

que cada dia unge as folhas e pétalas com pérolas de orvalho é o mesmo

que visita, pelo Espírito Santo, todos os seus filhos espalhados nos cinco

continentes! Para a sobrevivência das plantas, Deus repete fielmente, e

em todo lugar, o pequeno milagre, mandando a cada folhinha o precioso

líquido sustentador”. Quanto mais Deus deseja tocar com vida nova cada

um de seus filhos na terra! Feliz o crente em Cristo que já aprendeu este

princípio de sobrevivência espiritual, e que busca no frescor da alvorada

a unção do Espírito, cada dia. Realiza-se a conversão diária do crente à vontade de Deus, quando novamente se entrega ao Senhor, reafirmando os

 votos de consagração absoluta Àquele que o comprou com o seu sangue.

As plantas em terra ressecada, alimentadas pelo orvalho vitalizador,

brotam, criam botões e exalam a sua fragrância. Flores perfumadas

no sertão! Eis o quadro pintado pela pena do vidente, para descrever

a vida realmente entregue ao Espírito do Senhor. “Serei para Israel como

orvalho, ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o cedrodo Líbano. Estender-se-ão os seus ramos” (14.5, 6). A vida arraigada

na Palavra de Deus, irrigada pela graça divina, e ungida pelo orvalho

sacro do Espírito, estende os seus ramos, oferecendo ao viajor a sombra

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Proibida a comercializaçãorefrescante no sertão causticante. “Os que se assentam de novo à sua

sombra voltarão” (14.7). A pessoa cheia do Espírito se torna um ímã para

os que procuram a vida verdadeira, e não precisa buscar contatos com os

outros. Os famintos do espírito reconhecem intuitivamente a autênticaespiritualidade dos que recebem diariamente o orvalho do Espírito. O

contato com o homem espiritual se torna frutífero. “Serão vivificados, e

florescerão como a vide” (14.7). Nós, o povo do Senhor, cantamos “quero

ser um vaso de bênção”. Este desejo tão louvável se realizará através do

Espírito Santo, a água viva oferecida por Jesus. “ A água que eu lhe der

será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4.14).

Parece que o capítulo 14 de Oséias foi escrito propositalmente

para os desviados. Observe as palavras graciosas de Deus à infiel nação

de Israel: Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque

a minha ira se apartou deles (v. 14).

Oséias viu a vitória em seu lar, pelo triunfo do amor inabalável.

Gomer regressara a sua casa. Os filhos não levavam mais os nomes feios.

Foram transformados em nomes abençoados. A família estava unida

novamente. Com toda serenidade, Oséias aguardava o desenrolar do

drama de Israel, com a certeza de que um dia Deus restauraria o seu povo.

O profeta de coração quebrantado chegou a aprender que o coração do

Senhor é também assim.

Joel – Uma Promessa de Restauração Espiritual

Quem foi Joel?

O profeta Joel é considerado um dos primeiros profetas de Judá,

no tempo de Joás, cerca de 830a.C. ou possivelmente no reinado de Uzias,

mais ou menos em 750a.C. É muito provável que tenha conhecido os

profetas Elias e Elizeu na sua juventude.

Nâo há dados que corroboram para um melhor conhecimento

da vida deste profeta. Sabe-se um pouco da sua história nas entrelinhas

do versículo 1 “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel” .

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Proibida a comercializaçãoSeu nome significa “ Jheová é meu Deus”. Sua chamada foi ex-

clusiva a nação do Sul, Judá. Na história do povo de Deus este Joel é

denominado o profeta do avivamento religioso. Sua mensagem é de arre-pendimento, pois ele sabia que o avivamento vem após o arrependimento.

Joel morava na santa terra de Israel, terra da promissão, terra que mana

leite e mel. Tudo indicava que Deus queria colocar naquela parcela de terra

privilegiada uma variedade exuberante de frutas, de cereais e de legumes.

Em toda a superfície do mundo seria difícil descobrir uma região, tão

pequena como a de Israel, em que houvesse tanta diversidade climática.

Eram cultivadas frutas tropicais na região do vale do Jordão, enquantotodo o litoral gozava de um clima mediterrâneo ideal que favorecia o

cultivo altamente lucrativo da laranja, do pomelo e de outras frutas. Mais

ao norte, perto da Galiléia, o vale de Esdraelom produzia uma abundância

farta de cereais e comestíveis de toda espécie para as feiras das cidades.

A praga dos gafanhotos

Israel foi visitado por uma terrível praga de gafanhotos, que

devoraram todo o verde, deixando em seu rastro uma grande desolação.

Em poucos minutos, os insetos vorazes esconderam a luz do sol pela

densidade incrível de milhões de corpinhos em vôo. Em desespero, os

agricultores chamaram homens, mulheres e crianças para tentarem afu-

gentar o exército inumerável de gafanhotos.

Os gafanhotos devoraram metodicamente cada folha de cada

planta, de cada árvore. No momento em que a invasão atingiu a sua força

máxima, o som da mastigação de milhões de insetos se assemelhou ao de

um motor de usina. Em vão os habitantes horrorizados tentaram salvar

as plantações, mas inexoravelmente o exército de gafanhotos digeriu

incólume a inteira safra da região, deixando apenas os tristes esqueletosde árvores, de arbustos, de vides e de hortaliças.

O profeta considerou este episódio como uma advertencia ad-

 vinda da parte de Deus, a fim de despertar o povo para um arrependi-

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Proibida a comercializaçãomento sincero e verdadeiro.

A fome (Joel 1)

Após o flagelo destruidor, uma assustadora fome deu na vista dos

agricultores desesperados. Joel contemplou a destruição total da fonte de

renda, e finalmente o horror da situação provocou nele uma indagação

religiosa. Por que aconteceu tamanho desastre? Por que Deus permitiu

que isto acontecesse? Qual o significado do acontecimento? Joel convidou

todos os habitantes da terra a que refletissem sobre o desastre:

“Ouvi isto, vós, velhos, e escutai, todos os habitantes daterra . . . Narrai isto a vossos filhos, e vossos filhos o façam

a seus filhos, e os filhos destes a outra geração.” (1.3, 4)

Joel não deixou o sinistro roubar-lhe a fé. Tentou desvendar a

razão por que Deus permitiu que o seu povo sofresse tanto prejuízo. E

o fruto das suas cogitações foi conservado para toda a posteridade no

livrinho que leva o seu nome.No Oriente Médio o flagelo do gafanhoto não era novidade. O

que impressionou Joel foi o fato de gafanhotos de diferentes tamanhos e

espécies chegarem juntos como em aliança maldita:

“O que deixou o gafanhoto cortador comeu-o o gafan-

hoto migrador; o que deixou o migrador comeu-o o

gafanhoto devorador; o que deixou o devorador comeu-oo gafanhoto destruidor.” (1.4)

A destruição dos alimentos causou um grande pavor em toda a

região aflita. No entanto, na sua desolação profunda, alguns se lembraram

com otimismo das próximas chuvas de verão. A natureza sempre pro-

cura recuperar o seu aspecto verdejante. Os que nutriam esta esperança

profetizavam a chegada, quer cedo quer tarde, das chuvas estivais, queanualmente irrigavam a região.

Joel contemplou a vide desfolhada no quintal, e a figueira des-

nuda, que pareciam silhuetas implorando algumas gotas vivificadoras

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Proibida a comercializaçãodum céu de bronze.

“Fez da minha vide uma assolação, destroçou a minha

gueira, tirou-lhe a casca, que lançou por terra; os seussarmentos se fizeram brancos.” (1.7)

Os camponeses aguardaram estoicamente as chuvas. Paulatina-

mente os dias se tornaram semanas. A terra requeimada rachou-se sob

o calor do sol impiedoso. O gado morria nos campos. O povo começou

a arrumar as malas, em demanda de qualquer lugar que tivesse escapado

do flagelo duplo dos gafanhotos e da seca. Mas as chuvas aneladas não

chegavam.

“Também todos os animais do campo bramam suspiran-

tes por ti; porque os rios se secaram e o fogo devorou

os pastos.” (1.20)

O profeta Joel não estava em condições de trazer as tradicionais

ofertas de manjares à casa do Senhor em Jerusalém. Contudo, os sacer-dotes e ministros iriam passar fome, e as solenidades exigidas pela santa

lei não seriam mais observadas. Por isso Joel exclamou tristemente:

Uivai, ministros do altar! . . . Passai a noite vestidos de

sacos; porque da casa do vosso Deus foram cortadas a

oferta de manjares e a libação.” (1.13)

Um convite ao jejum (Joel 2)

O capítulo 2 de Joel começa com uma convocação para o povo

 jejuar (2.1). Foram convocados moços e velhos, e até mesmo os noivos

deveriam comparecer no jejum no seu dia de casamento (2.16).

A oração e o jejum do povo foi o meio pelo qual Deus os trouxe

novamente para sua presença. Vemos que tanto no Velho como no NovoTestamento, a Palavra de Deus recomenda o jejum (sigf. abistinência de

alimentos), como indicação da sinceridade inegável de quem oferece sua

prece ao Senhor. Quem jejua afirma tacitamente que a resposta divina à

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Proibida a comercializaçãooração é mais importante que o sustento do corpo. É a subordinação do

físico ao espiritual, que caracteriza todos os gigantes da fé. Moisés e Jesus

 jejuaram durante quarenta dias. O apóstolo Paulo jejuava regularmente.

O século XX, século do materialismo, já convenceu a igreja da atualidade

que o jejum não é para os nossos dias. Ela depende mais de campanha

financeira e de organização para evangelizar o mundo do que de jejum

e oração. Às vezes, só uma calamidade de enormes proporções, como a

do tempo de Joel, convence o homem a orar e jejuar.

Aquela terrível praga de gafanhotos deixou a terra de

Judá como um deserto. Levariam anos para recuperartoda a perda.

 “Diante dele a terra é como o jardim de Éden, mas atrás

dele um deserto assolado. Nada lhe escapa”. (2.3)

Na visão, Joel percebeu que a multidão dos gafanhotos repre-

sentava um exército invencível com todos os seus aparelhos de guerra,

destruindo tudo à sua frente.

Israel, esqueceu-se de que o Dia do Senhor será um dia de juízo, e

não de alegrias. Comumente se falava do Dia do Senhor, como dia em que

o povo do Senhor seria vitorioso. Esta interpretação triunfalista é popular

na igreja de hoje. Esquece-se de que “nosso Deus é fogo consumidor”

(Romanos 12.29). Quem aceita Cristo é salvo da perdição eterna, e não

entrará em condenação Não irá para o inferno. Mas ao mesmo tempo,deve-se reconhecer que haverá um julgamento do povo de Deus no Dia

do Senhor. Falando daquele dia, Pedro afirma que “a ocasião de começar o

 juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será

o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” (1 Pedro 4.17).

Assim como todos os profetas e apóstolos, Joel aprendeu que

Deus julgará o seu povo. Portanto exclamou:“Sim, grande é o dia do SENHOR, e mui terrível! Quem

o poderá suportar?” (2.11)

À luz desta revelação, Joel conclamou o povo a se arrepender e

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Proibida a comercializaçãoa se converter:

“Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-

 vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns,com choro e pranto.” (2.12)

“Não era suficiente ser povo do Senhor. Não bastava morar na terra

santa. Era necessária a conversão integral ao Senhor. Os apelos à conversão

na Bíblia se dirigem quase que exclusivamente ao povo de Deus! A genuína

conversão significa a aceitação plena da vontade de Deus. é imprescindível

manter,a atitude de constante obediência ao Senhor. Destarte, a conversão

se renova a cada dia. Há pessoas que se dizem convertidas ao Senhor, mas

cujas vidas não mostram evidência prática de submissão a Cristo. Se elas

continuam na desobediência, há a possibilidade de nunca terem sido salvas,

 pois a condição para a salvação é a obediência a Cristo como Senhor. Por

esta razão, as Escrituras repetem o convite impreterível: convertei-vos! Não

é chocante ler no evangelho as palavras de Jesus ao apóstolo Pedro, depois

de três anos de apostolado?”:

“Quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lucas

22.32)

A promessa da Restituição e do Pentecoste

Joel entendeu que a desastrosa visita dos gafanhotos prefiguravaalgo pior ainda, a invasão dum exército inimigo. É “o exército que vem do

norte” (2.20), estrondeando como carros. Ele enxergou além da calami-

dade militar, e perscrutou os segredos recônditos da futura história do

povo de Deus.

O dia chegará em que o Senhor restabelecerá o seu povo nova-

mente na terra santa com todos os privilégios e bênçãos divinos.

“Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo

gafanhoto . . . Comereis abundantemente e vos far-

tareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus . . .

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Proibida a comercializaçãoe o meu povo jamais será envergonhado.” (2.25, 26)

O servo do Senhor reconheceu na promessa da chuva temporã e a

seródia algo muito mais sublime do que a restauração da terra devastadapela seca. Para Joel as chuvas representam também o derramamento do

Espírito de Deus sobre a humanidade sequiosa.

“E acontecerá depois que derramarei o meu Espirito sobre toda a

carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e

vossos jovens terão visões, até sobre os servos e sobre as servas derramarei

o meu espírito naqueles dias” (Jl 2.28-32).

A promessa do dom do Espírito foi citada por Pedro em Atos

2.17. Incluiu na citação a profecia sobre os sinais e prodígios que acom-

panharão o Dia do Senhor:

“Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais em baixo na

terra: sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá

em trevas, e a lua em sangue, antes que venhao grandee glorioso dia do Senhor!” (Atos 2.19, 20)

O Espírito de Deus revelou a Joel coisas que aconteceriam mais

de vinte e cinco séculos depois! Certamente, o verdadeiro Autor dos livros

da Bíblia é o mesmo Espírito de Deus, que inspirou homens santos que,

segundo Pedro, “falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo”

(2 Pedro 1.21).

O dia do Senhor

O profeta não deixou o homem atormentado pela expectativa

da vinda do Juiz do mundo. Anunciou também o caminho da salvação!

Pois Deus é amor, e quer o nosso bem, não desejando a morte do ímpio.

“E acontecerá que todo aquele que invocar o nome doSenhor será salvo!” (2.32)

Esse dia terrível é mencionado cinco vezes no livro de Joel. Fala

desde a praga dos gafanhotos até o dia final do Senhor, descrito no ter-

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Proibida a comercializaçãoceiro capítulo de Joel.

O homem deve invocar o nome do Senhor Jesus para ser salvo

deste terrível dia. Para invocá-lo, é preciso crer que Jesus ressuscitou

dentre os mortos. Só assim se pode pedir com palavras a salvação gratuita

que ele oferece na sua maravilhosa graça. Nos dias de Joel, como nos de

Paulo, e também nos nossos, eis o único caminho da salvação!

Um futuro de bençãos (Joel 3)

Índice do capítulo 3 - Joel, Judá, o futuroOs inimigos – vencidos! ............ 3.1-15

 Jerusalém – libertada! ..............3.16-17 

 A terra – abençoada! ......................3.18

 Judá – restaurada! ......................3.19-21

Inspirado novamente pelo Espírito de Deus, Joel ampliou a visão

dada no capítulo anterior. Viu o futuro regresso dos judeus que ficaram

presos na terra da Babilônia. Viu ainda o ajuntamento dos judeus vindo

das nações gentílicas.

Neste ultimo capítulo, Joel fala da batalha final do Armagedom,

que ocorrerá no Vale da decisão.Abandonando teorias inadequadas para o encontro inevitável

com a morte, aceitemos a única solução do problema humano, Jesus

Cristo o Senhor e Salvador, que pela sua morte expiou o nosso pecado

na cruz, e nos garantiu a vida eterna pela sua ressurreição.

Amós – Deus como um Lavrador

Quem foi Amós?

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Proibida a comercializaçãoAmós não era sacerdote, nem aluno da escola dos profetas, e sim

um boiadeiro e colhedor de sicômoros. Apareceu num período em que a

nação de Israel, no norte da Palestina, tinha experimentado no reinado

do inteligente monarca Jeroboão II um desenvolvimento inigualado. EmSamaria, a metrópole, havia a frenética construção de novos prédios;

dinheiro era gasto à toa, e a sociedade era entregue à vida de estonteante

luxúria. Amós era natural de Tecoa, aldeia situada cerca de 20 quilômet-

ros ao sul de Jerusalém, uma região árida do sertão que se estende até

o Mar Morto, ao Leste, e até o deserto de Negev ao Sul. O povoado não

gozava de nenhum prestígio, sendo apenas uma encruzilhada nas estradas

utilizadas pelas inúmeras caravanas que atravessavam o Oriente Médio.

Naquele lugarejo inóspito Deus preparou um rude pregoeiro da justiça.

Foi contemporâneo de Azarias, de Judá e de Jeroboão II de Israel. O ver-

sículo inicial de sua profecia diz que foi nos dias de Uzias, rei de Judá, e

de Jeroboão II, filho de Jeoás, rei de Isreal, que começou a sua carreira de

profeta, dois anos antes de um terremoto incomum. Portanto esta profecia

situa-se dentro do período de 26 anos, de 829 a cerca de 804 a.c. durante

o qual os reinados desses dois reis coincidiram.

Amós é um exemplo de muitos exemplos de um homem que Deus chamou

para sua obra, quando estava ocupado em seus afazeres diários (1.1). O

Senhor o chamou com o cajado de pastor na mão, e o mandou reunir o seu

povo transviado. Gideão estava malhando trigo, e Davi estava cuidandode suas ovelhas quando receberam a chamada.

Principais características de Amós

Era humilde – não escondia sua origem

Era sábio – usava linguagem ao alcance do povo.

Era sagaz – prendia a atenção do povo por julgar pri-meiro os seus inimigos.

Era destemido – não lisonjeava, mas falava a verdade.

Era fiel – “Assim diz o Senhor” era sua mensagem.

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Juizos contra as nações (Amós 1 – 2)

Amós começou o seu ministério em Betel, no Reino do Norte,anunciando os juízos do Senhor contra os pecados de Israel. Foi dire-

tamente a Betel porque ali representava a sede da idolatria. O povo do

Norte havia trocado o culto ao Deus Verdadeiro pelo culto aos bezerros.

Ali se tornara a capital religiosa da idolatria.

Pregava uma mensagem de vigorosa palavra de advertência.

Sem muita experiência didática, o profeta inculto aproveitou um método

ainda utilizado em regiões de pouca oportunidade escolar, e cantava a

sua mensagem. A Bíblia conserva miraculosamente oito estrofes deste

cancioneiro primitivo (1.3 — 2.16). Antes da invenção da imprensa, as

nações dependiam deste método para insuflar um povo contra o inimigo.

São muitas as canções de desprezo patriótico conservadas no Velho

Testamento. Como trovador medieval, Amós cantava ao ar livre, para

deleite dos transeuntes curiosos, atraídos pelo espetáculo incomum deum cantor sertanejo, vestindo trajes típicos.

Ele proclamou juizo contra seis nações vizinhas:

- contra a Síria 1:3-5

- contra a Filistia 1:6-8

- contra a Fenícia 1:9-10

- contra Edon 1:11-12

- contra Amon 1:13-15

- contra Moabe 2:1-3

Todos os homens sabiam que, não obstante a profissão de fé

no Senhor, a licenciosidade dos lupanares e a doce sedução de corpos

bronzeados na praia constituíam o principal interesse masculino. Na luta

titânica entre a carne e o espírito, este perdia e aquela ganhava.

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 a ç ã o

Proibida a comercializaçãoCom olhar severo, o rude pregoeiro da justiça prosseguiu, relemb-

rando os grandes atos intervenientes do Senhor na história do povo. Deus

fê-lo subir da terra do Egito, destruindo os seus inimigos, e levantando

profetas dentre os filhos de Israel.

“Mas vós aos nazireus destes a beber vinho, e aos profetas

ordenastes, dizendo: Não profetizeis.” (2.12)

O nazireu fazia voto de não tomar bebida alcoólica, e de não

cortar o cabelo. Os israelitas enfraqueciam os que tinham assumido esses

solenes votos ao Senhor, animando-os a agir contrariamente. Dos pro-

fetas nada se pedia nos cultos, senão uma cerimônia empolgante. Nadade pregação da Palavra de Deus! O culto cantado bastava. O profeta era

benquisto se dirigisse o programa especial, sem mensagem nenhuma.

Religião sem Palavra de Deus. Culto sem pregação.

Deus falou pela boca de Amós, como rugido de leão: “Eis que

farei oscilar a terra debaixo de vós como oscila um carro carregado de

feixes.” (2.13)As palavras de advertência profética ecoaram na esplêndida praça

pública da linda metrópole. Alguns se lembraram logo do terremoto que

sacudira a terra em tempos recentes. Outros passaram a ludibriar do ser-

tanejo desprestigioso. Uns poucos refletiram com evidente sobriedade.

E a maioria ficou indiferente, e o humilde mas intrépido filho de Tecoa

rematou o refrão fatídico:“E o mais corajoso entre os valentes fugirá nu naquele

dia, disse o Senhor.” (2.16)

Criou manchetes a canção de Amós na bela cidade de Samaria.

Na capital, tudo exalava paz e prosperidade. Exímio na diplomacia, o

rei Jeroboão II reatara alianças com os tradicionais inimigos de Israel,

conseguindo um clima de paz inaudita. Seu tino administrativo garantiapara a capital e para a classe privilegiada uma vida nababesca. E agora

chegava esse forasteiro doido proclamando o fim do mundo. Com certeza,

o sábio rei seria altamente competente no futuro como no presente. Por

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Proibida a comercializaçãoque temer?

Juízos contra Israel (3-6)A partir do capítulo 3 o profeta Amós denuncia os pecados de

Israel, a ganância, a impureza e a sua profanação.

“Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa?” (3.4)

Mesmo os que não se interessavam pela caça, preferindo ficar

nas elegantes mansões da metrópole, sabiam que o leão silencia enquanto

anda à procura da rapina. Só ruge depois de tomá-la.

“Tocar-se-á trombeta na cidade, sem que o povo se

estremeça?” (3.6)

Não, é obvio. O estremecimento se explica pela causa, a trombeta

que anuncia a guerra. Os mais velhos cidadãos na cidade real de Samaria

nunca se esqueciam do pânico que tomou posse da cidade quando exér-

cito sírio a invadiu. Amós prendeu a atenção de todos ao pronunciar afrase seguinte:

“ S u c e d e r á a l g u m m a l à c i d a d e , s e m

q u e o S e n h o r o t e n h a f e i t o ? ” ( 3 . 6 )

”Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus,

quem não profetizará?” (3.8)

O arauto de Deus adivertiu nitidamente que um inimigo cer-caria a cidade para destruí-la, e com elas seriam derrubadas as casas de

inverno e as casas de verão (3.15). A causa dessa destruição era a chocante

injustiça e a opressão perpetradas contra os humildes e os pobres. Não

se poderia dar um jeito. Nem era questão de sorte na vida. Teriam que

colher o que haviam semeado.

As mulheres da corte passeavam entre os renques da cidade mara- vilhosa de Samaria. Andavam vestidas com as últimas criações, nas mais

leves sedas importadas do estrangeiro. Seguia-as, como incenso celeste, a

delicada fragrância de perfumes exóticos, tão caros que o trabalho de um

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Proibida a comercializaçãoagricultor durante o ano todo nem daria para adquirir um frasquinho do

precioso líquido. Em Tecoa, Amós não ganharia num mês o suficiente

para comprar uma daquelas bolsas de senhoras feitas de couro finíssimo,

com prendedor de prata trabalhado como asa de pássaro.

“Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais no monte de

Samaria, oprimis os pobres, esmagais os necessitados, e

dizeis a vossos maridos: dai cá, e bebamos.” (4.1)

Um arrepio de indignação atônita se registrou com estas palavras

tão grosseiras. Pelo menos o pregador descortês captou a atenção das

belas senhoras por um momento. Nada sabendo de homilética, Amósmisturou as metáforas, pois continuou dizendo:

“Jurou o Senhor Deus pela sua santidade, que dias estão

para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e as

 vossas restantes com fisga de pesca.” (4.2)

As senhoras da alta sociedade foram comparadas as vacas gordas

no pasto. Elas, no entanto, seriam semelhantes a peixes tomados comanzóis, naquele dia da tomada da tão próspera cidade pelos seus inimigos,

quando elas iriam para o cativeiro.

Havia naquela nação um espírito profundamente religioso.

Israel se gabava de sua cultura religiosa e de seu espírito moderno de

ampla tolerância. Em matéria de fé, achava que toda religião era boa, e

que não se devia condenar qualquer crença praticada com sinceridade.Para mostrar ao mundo que a religião nacional tinha raízes históricas

profundas, o clero organizava uma romaria anual, visitando os lugares

santos. Os peregrinos em festa chegavam primeiro em Betei, onde o

patriarca Jacó tivera a visão da escada celestial. A próxima parada era

Gilgal, lugar do encontro de Samuel com Deus. Em seguida, os romeiros

iam até Berseba, oásis no deserto do Negev, para relembrar a presença

do pai Abraão naquele lugar santo,séculos antes.

Contudo, a peregrinação anual tinha mais o aspecto de festa do

que de ato religioso. Os comerciantes aproveitavam o ensejo com preços

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Proibida a comercializaçãoinflacionados. Muitos peregrinos passavam mais tempo visitando ami-

gos e parentes do que participando das orações. E, felizmente, não havia

pregações incômodas.Na ocasião da visita de Amós, todos se preparavam, como sempre,

para a romaria. Achavam que isso servia como demonstração positiva da

sua fé, face às acusações do jovem pregador. Para surpresa geral de todos,

o profeta do sertão ergueu a voz nos seguintes termos:

“Assim diz o SENHOR à casa de Israel: Bus-

cai-me e vivei. Porém não busqueis a Betel,Nem venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba, ... Buscai

ao SENHOR e vivei, para que não irrompa na casa de

José como um fogo que a consuma!” (5.4-6)

Não havendo uma relação pessoal com o Senhor, sem buscá-lo,

a religiosidade da peregrinação nada valeria em termos espirituais, e os

lugares santos seriam destruídos. Deus contemplava as transgressõessociais em Israel:

“... afligis o justo, tomais suborno, e rejeitais os neces-

sitados.” (5.12)

“A religião divorciada da moral e da compaixão é anátema; aos

olhos do Senhor”. Ele promete estar com o seu povo somente quando

este busca o bem e aborrece o mal (5.15). O profeta conhecia a índoledo povo de Israel, e previu as conseqüências da rejeição da mensagem:

“Em todas as praças haverá pranto.”

Assim como hoje, muitos naquela época falavam do Dia do

Senhor como solução final de todos os problemas, sem perceber que a

sua vinda marcaria o julgamento do povo do Senhor.

“Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que desejais vós o dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz.” (5.18)

O povo de Deus pensava que a vinda do Senhor marcaria o jul-

gamento das nações ímpias e o reconhecimento por elas da supremacia

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Proibida a comercializaçãode Israel. Tragicamente, a nação não entendeu que o Dia do Senhor seria

o julgamento do próprio povo de Deus. Em nossos dias, sai do prelo uma

abundância de livros sobre a segunda vinda de Cristo. Porém, a maioriatenta interpretar os acontecimentos políticos à luz da profecia, sem men-

cionar o fato de que a volta de

O julgamento começa-se pela casa de Deus! Como diz Paulo,

“todos compareceremos perante o tribunal de Deus” (Rm 14.10). E Pedro

arma: “A ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora,

se vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho

de Deus?” (1 Pedro 5.17).

A destruição de Samaria em 722 a.C. e o exílio babilônico de

Judá em 587 a.C. são advertências contra toda presunção. Dificilmente

aprendemos as lições da História. É salutar lembrar que a matança de

um milhão de judeus, fervorosos para com a Bíblia, mas desobedientes a

ela, no ano 70 de nossa era, é mensagem para nós. Deus julgará o crente

desobediente severamente. O fato de ser salvo eternamente não lhe excluio comparecimento perante o tribunal de Cristo, com a possibilidade da

perda do galardão.

O profeta afligiu-se com a triste cegueira dos israelitas, pois não

percebiam a relação entre o seu comportamento e o dia do Senhor. Lan-

çou mão de um exemplo tirado da sua própria vida de camponês para

salientar o perigo em que jaz o povo indiferente.

A população da engenhosa metrópole adotou uma filosofia

religiosa dicótoma, separando corpo e alma de tal maneira que pratica-

 vam a libidinagem mais desenfreada do corpo durante a semana, para

assumirem ares de pomposa religiosidade solene no sábado do Senhor,

para o bem da alma. O corajoso profeta Amós repulsou essa hedionda

aberração da verdade:“Aborreço, desprezo as vossas festas, e com as vossas as-

sembléias solenes não tenho nenhum prazer . . . Afasta

de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei

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Proibida a comercializaçãoas melodias das tuas liras.” (5.21, 23)

O profeta vigiava os costumes maus dos pais em Samaria. Os

filhos mais abastados se guiam fielmente a vida de materialismo grosseiroe de luxúria desordenada que testemunhavam em casa. Amós dirigiu-se

agora aos genitores da juventude transviada:

“Vós, que imaginais estar longe o dia mau, e fazeis

chegar o trono da violência; que dormis em camas

de marfim, e vos espreguiçais sobre os vossos lei-

tos, e comeis os cordeiros do rebanho, e os bezer-ros do cevadouro . . . que bebeis vinho em taças,

e vos ungis com o mais excelente óleo;. . . Portanto, agora

ireis em cativeiro! “ (6.3-7)

Indignado, apontou para o mau uso do dinheiro na sociedade.

Na região de Tecoa, muita gente deitava-se no chão. Alguns possuíam

uma cama primitiva, ou rede. Mas aqui, na riquíssima capital de Israel,os burgueses conciliavam o sono em camas de marfim. O valor só do

marfim pagaria um agricultor no sertão por mais de um ano! Amós se

lembrou do gado de casa, e a luta sacrificada para salvar um cordeiro ou

bezerro ameaçado pelas feras, os ladrões e os próprios elementos da na-

tureza. Mas, aqui em Samaria, os donos de rês nem se preocupavam se os

animais não chegassem à maturidade. Em vez de conservar os rebanhos,

os senhores se alimentavam todos os dias de filé-mignon, e das melhorescarnes, dizimando o patrimônio nacional. Quem se alimentasse com tais

quitutes no sertão seria considerado louco.

Em suas residencias luxuosas, os moradores da cidade capital

tinham festa diária, sendo cada refeição o fruto do suor e labor dos

paupérrimos irmãos de Amós, labutando vida bastante sofrida. E não

somente as damas, mas os homens também se perfumavam como galantesociosos num paço em ocaso, gastando uma fortuna com os mais excelentes

perfumes importados de países exóticos. Amós calculou rapidamente a

despesa diária numa só mansão, e a soma atingia o salário de um ano

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Proibida a comercializaçãono sertão. Rijo de ânimo, Amós profetizou em praça pública num dos

bairros mais esnobes da cidade:

“Eis que o SENHOR ordena e será destroçada em ruínas

a casa grande, e a pequena, feita em pedaços!” (6.11)

A notícia perturbadora da pregação de juízo correu rapidamente

da rua para os círculos mais elegantes e exclusivos. Chegou a notícia na

capela real, onde Amazias, capelão de S.M. Jeroboão II, franziu a testa.

A comunicação pareceu-lhe ser conspiração perigosa, visto que Amós já

anunciara a queda da cidade e o exílio do povo. Embora despretenciosa,

a mensagem do rude sertanejo pôde abalar algumas pessoas nervosas,e o capelão resolveu denunciar incontinenti o impertinente pregador-

 vaqueiro. Pior ainda, o audacioso profeta do sertão tinha tido a temeridade

de vaticinar a morte do próprio monarca.

Tudo indica que o rei Jeroboão II pouco se importunou com a

notícia. Provavelmente considerou Amós como um desses visionários

messiânicos que em cada geração se levantam entre os analfabetos dossertões, arrastando um punhal de adeptos para o seu inevitável fim desas-

troso. Fosse como fosse, o rei não mandou prender o pregador sedicioso.

Bastou mandá-lo para fora do país, pela instrumentalidade do capelão.

Amazias encontrou o sertanejo dentro da própria capela real, e não perdeu

tempo em entregar o recado do rei:

“Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá e ali come oteu pão, e ali profetiza; mas em Betel, daqui por diante, já

não profetizarás, porque é o santuário do rei e o templo

do reino” (7.12, 13)

Com desprezo mordaz, respondeu Amós:“Eu não sou

profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor

de sicômoros!” (7.14)

Amazias recebia um gordo salário pelas suas funções como

capelão real. Amós não recebia mercê alguma. Se haveria de comer pão

em Judá, não seria provimento de cargo religioso que o sustentaria. Era

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Proibida a comercializaçãoboieiro, e visto que o dinheiro nem dava para se viver do trabalho, era

obrigado a aumentar a pitança miserável pela venda, a um preço irrisório,

das pequenas frutas de sicômoro palestino colhidas durante umas poucassemanas de verão. Amós não era pregador assalariado. Pregava por conta

própria, sacrificando-se para falar a verdade, nua e crua, dizendo que a

profissão de fé no SENHOR, sem vida moral e sem compaixão para os

pobres, é uma revoltante nulidade!

Terminou o diálogo entre o capelão magnificamente paramen-

tado e o humilde profeta do Senhor, delgado de talhe, e vestindo o trajo

tradicional de couro. Nunca mais se encontrariam. Com o olhar místico

de vidente, Amós proferiu sua última sentença:

“Assim diz o SENHOR, tua mulher se prostituirá na

cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a

tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra

imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora

da sua terra! “ (7.17)

Antes de deixar as terras de Israel, ele não perdeu a ocasião de

advertir o povo do perigo em que jazia enquanto não voltasse ao Sen-

hor. Quão solenes são os juízos do Altíssimo! Quão soberbo é o coração

humano que não acredita num juízo final para todos, inclusive para o

povo de Deus! Quão presunçoso aquele que pensa que uma profissão

de fé, alguma assistência aos cultos, alguma contribuição ocasional aoscofres sacros compensam a falta de pureza moral, de honestidade, e de

compaixão!

Em seu retorno, Amós anunciou as suas visões apocalípticas,

chamando o povo ao arrependimento e à fé no SENHOR. Mas o povo,

desde o rei no trono até o homem na rua da capital, endureceu o cora-

ção. A cidade parecia tão segura, tão rica, e a vida tão aprazível, que amensagem de Amós foi tida como a alucinação de um alienado. Nada

de conversão em massa. Aparente fracasso da campanha. No entanto,

Amós não se desanimou.

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Proibida a comercializaçãoO profeta Amós caminhava certo do triunfo final do Senhor.

A apostasia materialista de Israel não podia ofuscar os raios rutilantes

da glória vindoura do dia do Senhor. Quantos profetas anelaram a sua

chegada, falando “daquele Dia!” E assim é que Amós rematou a sua obramonumental, erguendo os olhos para ver um Israel restaurado, um povo

de Deus purificado:

“Naquele dia levantarei o tabernáculo caído de Davi,

repararei as suas brechas.” (9.11)

No futuro reinado de Cristo haverá a verdadeira prosperidade.

Não o privilégio de uma minoria que explora a maioria, mas a conse-qüência de todos praticarem a justiça, a compaixão e o amor para com

o próximo, seja quem for.

“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra

segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas ao que lança a

semente; os montes destilarão mosto, e todos os outeiros

se derreterão.” (9.13)A triste realidade do mundo em que vivemos não será sempre

assim. Um dia, “naquele dia”, quando Cristo tomar conta do mundo,

quando houver novos céus e nova terra, cumprir-se-á o último sonho do

heróico compeão do Senhor, Amós de Tecoa no sertão, que prometeu:

“Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já

não serão arrancados, diz o SENHOR teu Deus.” (9.15)

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 1) - Oséias foi profeta do reino do Norte (Israel), Sua mensagem

referiu-se ao reino do norte com mensagem referindo-se à Judá.

____ 2) - O profeta casou-se com a bela Gomer, viveu o triste dilema da

infidelidade conjungal.

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Proibida a comercialização____ 3) - Deus já havia advertido a nação do norte, por meio do profeta

Oséias sobre as conseqüências de tal comportamento: “O meu Deus os

rejeitará, porque não o ouvem; e andarão errantes entre as nações” (9.17).

Assinale com “X” a alternativa correta

4) – O nome de Joel significa:

___a. “Jheová é Rei”.

___b. “Jheová é meu Deus”.

___c. “Jheová nosso Deus”.

___d. Nenhuma alternativa está correta

5) – A maneira pela qual Deus os trouxe novamente seu povo para sua

presença:

___a. A oração e jejum.

___b. A oração e a lei.

___c. O jejum e a leitura da palavra

___d.Todas as alternativas estão corretas.

6) - Amós era natural de:

___a. Tecoa.

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Proibida a comercialização___b. Aldeia situada à 20 quilômetros ao sul de Jerusalém.

___c. Uma região árida que se estende até o Mar Morto.

___d. Todas as alternativas estão corretas.

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Obadias – Jonas - MiquéiasObadias - O profeta num mundo racista

O livro do profeta Obadias é o menor de todos os do Antigo

Testamento, contendo apenas 21 versículos. O nome do profeta significa

“Servo de Javé”. Fiel ao seu nome, Obadias cumpriu o seu papel pela ma-

neira com que ele nos fez lembrar que haverá para toda a humanidadeum juízo final.

A época que o profeta Obradia vivia era um caos, após a destru-

ição de tudo quanto representasse a verdadeira religião. O texto indica

que ele testemunhou o saque total da cidade santa de Jerusalém em 587

a.C, por isso presume-se que tenha tomado parte no exílio na Babilônia,

que durou 70 anos. É de se supor que Obadias tenha escrito o seu livrodurante o exílio. Longe da pátria, ele se lembrava do horror da devasta-

ção praticada pelas hordas cruéis de Nabucodonosor. Na hora em que o

invasor impiedoso esmagou a pequena nação de Judá, o povo vizinho de

Edom veio colaborar com o inimigo. Além de burlar-se dos habitantes

de Jerusalém, os edomitas ajudaram os babilônios a pilhar os bens dos

infelizes judeus e, pior ainda, entregaram ao exército de Nabucodono-

sor os refugiados apavorados que buscaram asilo no território vizinhode Edom. Assim foi que ninguém escapou das garras do mais temível

exército de então.

Meditando no pecado cometido por Edom, o profeta percebeu

que tudo se explicava ao período patriarcal, no início da história da

Bíblia. Começou com o nascimento dos filhos gêmeos de Isaque (Gn

25), Esaú e Jacó. Dos dois, nasceu primeiro Esaú, que perdeu a herançade primogenitura, vendendo-a a seu irmão Jacó pelo preço ínfimo de

um prato de feijoada. A venda desprezível levou os dois rapazes a brigar

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Proibida a comercializaçãoconstantemente, e quando Jacó conseguiu por do Io a bênção paternal

do velho pai cego, Isaque, a ira de Esaú irrompeu, e Jacó fugiu de casa.

Passaram-se os anos, mas Esaú nutria ainda sentimentos de ódio contra

o seu irmão, cuja morte anelava. Uma breve reconcialiação ocorreu (Gn33), mas os dois irmãos fundaram duas nações destinadas a perpetuar a

rixa. Os descendentes de Esaú se estabeleceram na região desértica perto

do Mar Morto, com a cidade capital aninhada entre montes inóspitos,

enquanto que os descendentes de Jacó ocuparam a boa terra a oeste do

Jordão, tendo como capital a cidade de Jerusalém.

A triste história do ódio implacável entre as duas nações é narradapela Bíblia. Logo na entrada dos judeus em Canaã, Edom recusou-lhe pas-

sagem (Números 20). O profeta Balaão vaticinou a subjugação de Edom

por Israel, quando pregou a Balaque, rei de Moabe, vizinho de Edom.

Duzentos anos mais tarde, o ódio mútuo continuava, e o rei Davi tentou

pôr fim ao constante problema mandando massacrar todos os homens

machos d6 Edom (1 Reis 11.15). Esta política selvagem de liquidação do

inimigo tradicional não se cumpriu, e um sobrevivente edomita levouo restante do seu povo a renovar a guerra contra Judá (1 Reis 11.17).

Num salmo de vingança, Davi se refere a Edom em termos de desprezo

absoluto, quando diz: “Sobre Edom atirarei a minha sandália” (Sl 60.8).

O problema da atitude de intolerância racial não somente se

perpetuam, mas ampliam o desentendimento mútuo para alcançar

gerações futuras. Não é surpreendente que 400 anos depois de Davi opovo de Edom ainda se lembrasse do tratamento desumano recebido

das mãos dele. Por isso, alegrou-se sobremaneira quando a Babilônia

mandou o seu exército invencível contra o odiado país vizinho de Judá.

A vingança, embora tendo demorado tantos séculos, era saboreada em

Edom. E o mesmo espírito existia no tempo de Jesus. O rei Herodes, de

descendência edomita, mostrou a insensibilidade dos seus antepassados

quando condenou Jesus injustamente. O nosso Senhor, por seu lado, nem

lhe proferiu uma palavra sequer (Lucas 23.8, 9).

Bom seria que as nações aprendessem tal lição. As rivalidades e

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Proibida a comercializaçãopreconceitos presipoem-se ainda entre os povos. Por tradição, mais do

que por razão, uma nação odeia outra. Lembram-se guerras de agressão

séculos depois. Os netos e bisnetos conservam as mesmas atitudes in-sensatas dos avós e bisavós. Um exemplo disto é a relação entre a França

e a Alemanha, com três guerras em três gerações seguidas (1870, 1914 e

1939). Na época nuclear, o racismo contra qualquer país é uma insensatez

cujo preço bem pode ser o suicídio de toda a raça humana.

A queda de Edom (v. 1-16)A profecia de Obadias começou com a visão de uma futura

guerra, à qual o Senhor chama todas as nações. Inspirado previu o fim

do mundo e a soberania gloriosa do Senhor. Como nação, Edom seria

destruída. Deus desprezou a nação por causa do seu orgulho exagerado

(v. 2). A cidade capital era situada “nas fendas das rochas”, tão inacessível

ao inimigo que os habitantes consideravam a defesa indefectível. Coma elevação vertiginosa da cidade, as luzes nas janelas das casas pareciam

ser estrelas (v. 4). Ainda que o adversário humano não a alcançasse, o

Senhor a derrubaria pelo seu poder irresistível (v. 4).

Falou por meio de parabolas comuns para apresentar a futura

destruição total de Edom. O ladrão furta o que precisa, deixando muitas

coisas de valor. Semelhantemente, os vinicultores mandam vindimar uvas,

mas depois da colheita sempre sobram alguns cachos (v. 5). Não seria

assim no julgamento de Edom. Não sobraria coisíssima alguma, mas tudo

seria levado. Nesse dia fatídico, os seus aliados o abandonariam, negando

tratados de paz (v. 7). Deus controla tudo, não somente as circunstâncias

políticas e militares, mas até o pensamento dos habitantes de Edom. Os

sábios se tornariam tolos, e os valentes amedrontados, antes do extermínio

da raça (v. 10). Cumprir-se-ia ao pé-da-letra a maldição divina contra osque perseguem o seu povo eleito.

O Senhor faz distinção entre os babilônios dos edomitas nisto,

que Edom tinha herança comum com Israel em Abraão. Judá era irmão

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Proibida a comercialização(v. 12). O mesmo sangue patriarcal irrigava as suas veias. Sendo irmão,

não devia olhar com prazer a calamidade de Judá, nem se alegrar na

ruína de Jerusalém, quanto menos roubar a vítima de guerra ou impedir

a sua fuga! Vê-se a atualidade da Bíblia numa situação contemporânea.

O grande livramento de Sião

O Senhor prometeu restaurar e devolver a felicidade de Israel

no fim dos tempos. Não é o homem que resolverá os seus problemas.

Somente o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores é capaz de pôr em or-dem este mundo com as suas tensões e hostilidades. Aguardamos o Dia

do Senhor que “está prestes a vir sobre todas as nações”. Jesus confirmou

pessoalmente o grande acontecimento, falando aos discípulos pouco

antes da sua crucificação:

“Quando vier o Filho do homem na sua majestade, e

todos os anjos com ele, então se assentará no trono da

sua glória, e todas as nações serão reunidas em sua pre-

sença, e ele separará uns dos outros.” (Mateus 25.31, 32)

Afirmou o profeta, que o monte Sião, devastado pelo rei da

Babilônia, ajudado por Edom, seria restaurado (v. 17). Esta esperança

da restauração final de Israel é proclamada no Novo Testamento, mais

particularmente pelo apóstolo Paulo em Romanos 9 a 11. É claro que

Paulo não aplica esta e outras profecias à Igreja, mas continua esperando asalvação final de Israel (Romanos 11.26). Antes do fim do drama humano,

cumprir-se-á a promessa divina, e o Senhor há de reinar sobre este mundo

onde ele foi crucificado. Se ele não fizer assim, haveria no universo de

que ele é o SENHOR, um planeta onde o diabo seria rei.

Na segunda vinda de Cristo, o mundo conhecerá, pela primeira

 vez, a plena realização da vontade de Deus em resposta à incansável precedo seu povo: “Que a tua vontade seja feita aqui na terra, como no céu!”

O povo de Deus vive hoje nesta expectativa. Na antecipação segura que

a fé em Jesus Cristo permite, repetimos o Pai Nosso até o fim, bradando

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Proibida a comercializaçãotriunfantemente “pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre,

Amém’” Neste mesmo espírito de confiança absoluta no triunfo final da

 vontade de Deus na terra, Obadias escreveu esta última frase: “O reino

será do Senhor.” (v. 21)

No nosso mundo, com a capacidade de autodestruição multi-

plicada por vinte, não há maior consolação para o crente em Cristo do

que esta, a certeza inabalável de que o nosso Deus reina soberanamente

sobre todas as nações e todos os povos, e que, aconteça o que acontecer,

Jesus Cristo, o Senhor, há de restaurar todas as coisas, para a glória do Pai.

Jonas – Uma mensagem de Arrependimento e Mi-sericórdia

Diz-se que o profeta é a sua mensagem. E Jonas representava uma

mensagem não muito diferente dos demais profetas. Sua mensagem era

meio que dramática. E quantas vezes Deus fala muito mais através dodrama existencial dos seus servos do que pelas próprias palavras deles!

Disto são exemplos Oséias, Jeremias e tantos outros servos do Senhor.

Deus ensina não tão somente por instrução verbalmente comunicada,

mas também pelos acontecimentos, nus e crus, vividos no crisol da

experiência humana. Todo o mundo se lembra bem da experiência de

Jonas. Quantos sabem citar a sua mensagem falada?

Não concenso entre todos, pois uma minoria não considera o

livro como verídido, e sim como uma alegoria, ou parábola comparável

à do Filho Pródigo. Contra esta opinião, levanta-se a objeção de que

nenhum outro livro da Bíblia é exclusivamente parabólico. Outrossim,

Jonas, filho de Amitai, é mencionado em 2 Reis 14.25 como profeta. De

importância capital é a citação de Jonas por Jesus Cristo (Mateus 12.38-

42). Neste trecho o Senhor Jesus não somente fala dos ninivitas no diado juízo, mas também menciona logo em seguida a Rainha de Sabá e

Salomão. Ora, se estas são pessoas históricas, Jonas e os ninivitas também

o são. Para negar a historicidade de Jonas e sua experiência no peixe seria

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Proibida a comercializaçãonecessário negar a veracidade de Jesus como Filho de Deus.

A máxima do livro para muitos, e o único ponto de interesse é

o problema do peixe que engoliu o profeta Jonas. A inverossimilhança

baseia-se no fato de que a baleia possui uma garganta estreita. No entanto,

o cachalote, semelhante à baleia, grande mamífero cetáceo das águas eu-

ropéias, dispõe de uma garganta do tamanho que permite a passagem de

um corpo humano. Além disso, o texto bíblico afirma categoricamente que

“deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse Jonas”. Seria difícil

para o Criador do universo criar um cachalote com garganta incomum?

Quem foi o profeta Jonas?

Jonas era natural de Gate - Hefer. Viveu no reinado de Jeroboão

II (782-753a.C.) e ajudou a recobrar algum território perdido de Israel, o

que pode ter ocorrido depois de sua visita à Nínive e durante o intervale

ocasionado pelo arrependimento temporário dessa cidade. Jonas foi oprimeiro profeta hebreu enviado a um país pagão. Deus lhe falou que

advertisse o povo ímpio de Nínive a afastar-se dos seus pecados. Jonas,

tentando fugir dessa tarefa ingrata, viu-se engolido por um grande peixe.

Quando eventualmente pregou ao povo de Nínive, e ele se arrependeu e

 voltou-se para Deus, Jonas ficou furioso. Jonas, e através de Jonas o povo

 judeu, tinha de aprender que Deus se importa com os povos de todas as

nações - e com seus animais também. O livro de Jonas leva o nome do

profeta. Jonas

Foi uma época em que o poderio da Assíria estava se impondo

do Oriente Médio. A crueldade assíria era lendária. Todos os povos de-

testavam as práticas desumanas de suas tropas vitoriosas. Jonas tipificava

o judeu que nunca entenderia como seria possível Javé amar os assírios.

Como povo eleito, os judeus esperariam que o seu Deus Javé arremetessecontra eles. O livro de Jonas mostra a resistência deste profeta ao propósito

divino de evangelizar a raça mais cruel e mais odiada do mundo. O ódio

racial de Jonas e a sua conseqüente desobediência ao mandado divino

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Proibida a comercializaçãoexplicam a depressão espiritual da qual Jonas se tornou vítima. O inex-

plicável amor de Deus para todas as nações, sem distinção nenhuma, não

encontrou eco no coração de Jonas.

Um profeta Obstinado (Jonas 1-2)

 A Atitude de Desobediência (1.1-3)

O nome de Jonas significa em hebraico “pomba”.Nínive era a capital da Assíria, situava-se no rio Tigre, a uma

distância de mais de 1000 km do Mediterrâneo. Deus mandou o seu servo

Jonas como missionário a um povo ímpio e cruel. Como Governador

moral do mundo, Deus era cônscio do mal que fervilhava nas cidades do

mundo. Jonas recusou-se a ir, pelo ódio que sentia para com os assírios.

Esta atitude de rejeição da vontade de Deus explica o desenrolamentodramático da história, e também a depressão cada vez mais profunda do

profeta Jonas. Muitas vezes uma depressão tem a sua origem na recusa

específica da clara vontade de Deus. Em vez de palmilhar o deserto em

missão, o profeta embarcou numa viagem turística nas águas azuis do

Mediterrâneo! Ia para Társis, a Espanha moderna, sem dúvida sonhando

com as belas praias ibéricas.

Jonas fugia da presença do Senhor. Quando o crente rejeita a

 vontade de Deus, não é que Deus não está mais presente. Davi aprendeu

que ninguém escapa da presença dele:

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde

fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a

minha cama no mais profundo abismo, lá estás também.”

(Salmo 139.7, 8) Deus sempre está presente, mas se es-conde. O mesmo Davi bradou: “Até quando ocultarás

de mim o teu rosto?” (Salmo 13.1)

A desobediência nos rouba o  gozo da presença de Deus. Esta

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Proibida a comercializaçãoperda provoca logo depressão espiritual. Foi o castigo que Caim levou.

“Da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e

errante pela terra.” (Gênesis 4.14)Quem anda com o Senhor sente e sabe que todas as coisas coop-

eram para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8.28). O Senhor

controla tudo, inclusive a misteriosa direção da’ vida. Quando, porém,

alguém rejeita o caminho indicado pelo Senhor, torna-se fugitivo e er-

rante, a bel-prazer, vítima da sua própria vontade.

 A natureza e os animais contribuem para realização do propósito de

Deus (Cap. 1.4-17)

Deus é o Senhor de toda a terra e mar. Por isso, a fuga de Jonas

acarretou muito prejuízo, tanto para ele como para outros. Mais ainda,

Jonas foi cercado num quadro de circunstâncias contra as quais não pôde

lutar. Sem violar o livre arbítrio de Jonas, Deus moveu o céu e a terrapara que a sua vontade prevalecesse tanto na vida de Jonas, como no seu

propósito de evangelizar Nínive. Aprendemos aqui uma lição importante.

A evangelização do mundo é efetuada por agentes humanos. E se eles

falharem? O plano de Deus vai falhar? Nunca! Deus dispõe de todos os

recursos, e se o servo humano recusar a chamada divina, Deus se servirá

de outro. O único a perder será aquele que desobedecer.

O Senhor enviou um forte vento contra a embarcação de Jonas

(v. 4) ao ponto de ela se despedaçar.

A pessoa que foge do propósito de Deus logo se sente cercado

por circunstâncias que parecem ser fatais. A viagem toda azul se torna

negra. Quem viaja sem Deus está a caminho duma grande tempestade.

Os resultados da desobediência de Jonas foram impressionantes.Outras pessoas inocentes foram envolvidas. Os próprios marinheiros,

acostumados à fúria do mar, se atemorizaram. Clamavam, no seu temor,

aos deuses falsos, por não serem conhecedores do Deus vivo e verdadeiro.

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Proibida a comercializaçãoLançaram no mar a preciosa carga, causando enormes prejuízos ao dono.

No século XX as conseqüências sãoparecidas. O cristão verdadeiro, fora

da vontade de Deus, espalha, por onde quer ande, graves prejuízos paraoutros. E, pior de tudo, naquela hora em que a morte ameaçava, Jonas era

um crente de boca fechada. Em vez de falar do Senhor, estava dormindo.

Jonas dormia profundamente (1.5). Em sua fuga da realidade,

entregou-se aos braços de Morfeu. As vezes o sono é para o cristão

desviado o que o álcool ou a droga são para o mundano, o veículo da

evasão. A rejeição da vontade de Deus cria facilmente a tensão nervosa

e o cansaço físico.

Ao ser despertado repentinamente do seu profundo sono, Jonas

foi interrogado pelos marujos, à procura do auxílio do desconhecido

Deus do passageiro. Os adeptos dos falsos deuses estavam rezando com

mais zelo que o crente no verdadeiro Deus Javé! Quando lançaram sortes

para identificar o objeto da ira dos deuses, a sorte caiu sobre Jonas. A

soberania do Senhor controlou o movimento do dado na mão cálida domarujo pagão. A sorte não existe para o servo do Senhor! Os mínimos

detalhes da vida obedecem ao plano divino.

O profeta revelou qual a sua religião, porém não lhes revelou a sua

ocupação de pregador. Pregadores desviados também existem ainda hoje.

Ao se sentir perturbado pelas conseqüências da sua desobe-

diência, contemplou a fuga final do suicídio. Pediu que os marinheiros

o lançassem no proceloso mar, talvez como expiação para todo o mal

causado. 6 um consolo observar que Deus não abandonou esta alma

tão desesperada. A humanidade comum dos marinheiros não aceitou a

solução fatal, sem primeiro tentar alcançar a costa. Aqui há uma lição. No

mundo inteiro não há quem possa livrar-se do processo circunstancial

posto em movimento pelo Senhor. Jonas ficou preso nas malhas tecidaspelas mãos do Pai celestial. Em vão os homens remavam, esforçando-se

por alcançar a terra. Custasse o que custasse, o passageiro Jonas teria de

aprender que servia ao Senhor de todas as circunstâncias.

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Proibida a comercializaçãoA desobediência de Jonas não agravou o estado espiritual dos

espectadores do drama. Ao contrário, os marinheiros chegaram a con-

hecer o Senhor. Adoraram esse Deus tão pessoal que podia controlar oselementos a fim de circunscrever a vida de um só homem. A disciplina do

Senhor despertou neles o reverente temor. O primeiro capítulo termina

num xeque-mate. No jogo da vida, Jonas era livre para fazer qualquer

movimento, mas o adversário divino pôs termo à partida com a última

peça jogada:

“Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse

a Jonas.” (1.17)

Para Jonas, três dias e três noites na espessa escuridão das

entranhas do monstro marítimo bastaram para render-se incondicio-

nalmente. Deus mandou o grande peixe no momento exato em que

Jonas foi entregue às ondas. O plano divino é sempre perfeito. O profeta

experimentou a mais profunda depressão espiritual, antes de voltar ao

caminho da obediência. Apesar das muitas falhas no testemunho deJonas, sua experiência apontou para Jesus, sua sepultura e ressurreição.

Que maravilha que Deus manifesta a glória de Jesus Cristo em vasos de

barro insubmissos e indignos de tamanha honra!

 A Oração de Arrependimento e a Volta à Obediência (Cap. 2.1-10)

“Então Jonas do ventre do peixe orou ao Senhor”. (2.1)

Aparentemente a vida de oração do profeta estava enfraquecida

em face da sua desobediência. Na sua angústia ele clamou ao Senhor.

Muitas vezes o Senhor permite que o desviado sofra, para que clame no-

 vamente a ele em oração. A depressão espiritual de Jonas foi tão profunda

que a sua linguagem antevê a descrição dos horrores sofridos por Cristo

na cruz. Dentro do peixe, Jonas reconheceu finalmente que Deus estava

manobrando todas as suas circunstâncias e orou:

“Tu me lançaste no profundo.” (2.3)

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Proibida a comercializaçãoReconhecer a autoridade divina é o primeiro passo para o ar-

rependimento. Como judeu piedoso, Jonas mandou a sua oração para o

templo na cidade santa de Jerusalém (2.7). O profeta que se queixara dacomissão missionária que lhe fora entregue, agora agradeceu ao Senhor!

(2.9). E prometeu fazer sacrifícios, e cumprir as suas promessas ao Senhor.

Isto, sim, é salvação. Arrependido da sua desobediência, Jonas recebeu

incontinenti a resposta graciosa de Deus. O peixe vomitou a Jonas na

terra. Como neste caso notável, as nossas circunstâncias são uma prisão

para nós até que voltemos ao espírito de plena obediência.

Obediente, porém contrariado (Cap. 3)

“Veio a palavra do Senhor segunda vez.” (3.1)

O Senhor é paciente e misericordioso. Quantas vezes ele renova

a sua chamada para com os que recusaram com insistência o privilégio

de cooperar com ele!“Assim foi que Jonas se levantou e foi a Nínive. Da costa do Medi-

terrâneo até Nínive seria uma viagem de uns 1500 km. Naquela época a

viagem levaria algumas semanas. Quando finalmente Jonas chegou, per-

correu a grande cidade. Só para atravessar a área municipal era necessário

andar por três dias. A periferia da cidade teria talvez uns 100 km. Jonas

obedeceu ao pé da letra”.Ao chegar na cidade disse: “ Ainda quarenta dias e Nínive será

subvertida.” (3.4)

O profeta não estava contente em saber que Deus poderia perdoar

os ninivitas. Ele queria, aparentemente que Deus derramasse o juizo, sem

antes mesmo de lhes oferecer uma chance de arrependimento. Muito

embora obedecendo à ordem divina, ele obedecia sem amor ao próximo.O pregador deprimido não tinha compaixão. Pregava o juízo, mas sem

uma lágrima nas faces. Prenunciava sadicamente o fogo e o enxofre. Por

conseguinte, havia uma ausência total de gozo na sua personalidade. Sur-

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Proibida a comercializaçãopreendentemente, todos os habitantes, até o rei no trono, se arrependeram.

A sinceridade do rei pagão se externou num edito real chamando o povo

ao jejum, à oração e à mudança de vida. Deus tomou conhecimento do

real arrependimento dos ninivitas, e os poupou. Nínive não foi destruída.

E, assim, a profecia de Jonas não se cumpriu. Este fato desanimou Jonas,

por duas razões. Primeiro, porque ele desejava a destruição de Nínive.

Segundo, porque a sua reputação como profeta seria comprometida

entre os judeus. Sobre esse segundo ponto, observemos que a profecia é

sempre condicional, dando ao homem a oportunidade ou de aceitar ou

de rejeitar o recado divino. A obediência acarreta a bênção, e a desobe-diência a maldição. Este princípio fundamental foi entregue a Israel por

Moisés (Deuteronômio 28).

Obediente, porém sem amor (Cap. 4)

Jonas ficou triste por ver o povo de Nínive perdoado da sentença

por ele proclamada. Sua depressão espiritual ainda não estava curada.

Orou zangado com Deus. Uma explosão de ira não poucas vezes indica

uma obediência imperfeita, ou uma queixa interior contra o Senhor. Em

sua oração, protestou contra a grande misericórdia divina:

“Eu sabia que és Deus clemente.” (4.2)

Aparentemente o profeta tinha um conhecimento teórico do

amor de Deus. Teologicamente admitia que Deus é amor. O problema

crucial foi a aplicação da teologia ortodoxa à realidade vivencial. O seu

ódio para com os ninivitas era maior do que o seu amor para com a

mensagem da graça divina.

O ministério de Jonas foi instrutivo. Ele pregava com satisfação

a mensagem do fogo e enxofre. Mandava para o inferno. Obedecia, mas

sem amor. Nenhuma lágrima descia em suas faces. Tinha mais interessepela sua reputação como pregador do que pela salvação dos perdidos.

Para ele, as palavras pregadas eram mais importantes que as pessoas.

Este egoísmo crasso, esta insensibilidade desumana servem como lição

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Proibida a comercializaçãopara todos os pregadores. Tamanho orgulho levou Jonas mais uma vez

a desejar o suicídio.

“Melhor me é morrer do que viver.” (4.3)

Não é difícil o verdadeiro crente ceder à tentação da autodestru-

ição, uma vez que se tenha afastado do Senhor, ou que lhe tenha obedecido

maquinalmente, mas sem amor.

Deus dialogou com Jonas com imensa paciência. Jonas não lhe

respondeu, assentou-se fora da cidade de Nínive, “até ver o que acon-

teceria à cidade.” (4.5)

Tão duro foi o coração do profeta, que este ainda esperava que

Deus mudasse de pensamento e destruísse a cidade odiada! Ele quis sal-

 var a sua reputação de profeta até o fim. Que os peritos em escatologia

se lembrem dele . . .

A única vez que lemos que Jonas se alegrou ocorreu quando uma

planta lhe ofereceu sombra no calor do dia. Talvez não exista em todas asEscrituras um exemplo de egoísmo espiritual tão marcante como Jonas.

Devemos admitir, no entanto, que muitas vezes somos semelhantes a ele.

Interessamo-nos por alguma coisa passageira, de valor insignificante, mas

que nos dá prazer à exclusão de todo interesse pelas almas que perecem

ao nosso redor.

O mesmo Deus que lançou sobre o mar um forte vento, quedeparou um grande peixe, e que fez subir uma planta frondosa, enviou

também um minúsculo verme. Na verdade, “todas as coisas cooperam

para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28). Deus não poupa

esforços para ensinar a seus servos as suas verdades. Deus é sempre Sen-

hor das circunstâncias, contornando qualquer situação humana a m de

impor a sua vontade.

A planta confortadora murchou, e Jonas foi exposto ao descon-

forto do siroco, vento abrasador que sopra no Oriente Médio. O sol

causticante fê-lo desmaiar. Mais uma vez a depressão espiritual levou

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Proibida a comercializaçãoJonas ao caminho da autodestruição.

“Melhor me é morrer do que viver.” (4.8)

Nem sempre o Senhor atende às expectativas do profeta. Em vezde vingar-se, mostrou misericórdia para com o povo crudelíssimo de

Nínive. E em vez de proteger o seu profeta, deixou-o sofrer, abalando-o

com o siroco. Jonas foi tão egoísta que não aprendeu a lição. Foi necessário

que o Senhor lhe explicasse.

“Tens compaixão da planta! “ (4.10)

No final Jonas compreendeu o plano de Deus. Deus tem com-paixão dos pecadores. Por isso foi que mandou Jonas em primeiro lugar

para Nínive. é a compaixão, o amor na prática que é o recado divino.

Jonas então não sentia esse amor para com os perdidos, especialmente

do estrangeiro, e mais particularmente da Assíria. Quem prega sem

compaixão, sem amor, não articula bem o recado de Deus. O amor de

Jonas se limitava a si mesmo. A sua compaixão ora egocêntrica. Mesmoassim, como grão de mostarda, aquela compaixão que sentiu para com

a planta pôde servir-lhe de um pequenino exemplo.

“Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de

Nínive?” (4.11)

Deus não ama uma nação mais do que outra. O seu amor é in-

finito. Sabe amar os piores homens com um perfeito amor, até o pontode dar o seu único Filho para salvá-los. Deus não é racista. Com Deus

não há distinção de pessoas.

Em Nínive, viviam 120.000 pessoas “que não sabiam discernir

entre a mão direita e a mão esquerda” uma referência às crianças. Com

este número de crianças, havia com certeza mais de meio milhão de ha-

bitantes, todos precisando da salvação. Deus ama as crianças como Pai

celestial. Será possível que o coração insensível de Jonas não responderia

ao apelo tocante de criancinhas inocentes? Quem evangeliza uma criança

ganha uma pessoa inteira. Quem evangeliza o adulto ganha uma vida já

gasta pela metade. A cegueira espiritual de Jonas vedou-lhe os olhos, para

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Proibida a comercializaçãonão perceber quão grande era a oportunidade da sua missão. Ganhando

as crianças, a futura geração seria bem diferente da dos pais.

O Senhor conhece os seus servos. Sem dúvida Jonas era de umafamília de agricultores. Daria valor aos rebanhos de bois e de ovelhas,

riqueza principal da época. Mais uma vez o Senhor raciocinou com o

profeta sem amor. Para que sacrificar animais de tanta utilidade e de tanto

 valor? Deus tem compaixão até dos animais como Criador.

A lição é clara. Quem ama, deve amar toda a criação de Deus: as

plantas, os animais e os homens. Deus ama o mundo. Para nós sermos

porta-vozes do Evangelho de Jesus Cristo é preciso aprender a amar. Não

basta pregar a verdade, toda a verdade e somente a verdade. O livro de

Jonas nos ensina que a obediência ao apelo evangelístico e missionário

não é válida sem a demonstração de amor real.

Miquéias – Juizo e Salvação através do messias

Miquéias foi contemporâneo de Isaías. Na sombra deste grande

e experiente profeta, o jovem Miquéias confirmava as mesmas promessas

maravilhosas do seu ilustre contemporâneo. Houve, porém, muita dife-

rença entre os dois homens. Isaías, o pastor de língua harmoniosa, era de

linhagem nobre. Tinha acesso ao paço real. Corria em suas veias sangue

azul. A sua grande cultura e a sua profunda espiritualidade produziram aobra mais majestosa de toda a profecia bíblica. Viu o futuro Messias, como

Servo do Senhor, que dá a sua vida em resgate de muitos, para depois

receber o reino eterno. Viu-o, com tanta clarividência e detalhe, que o seu

livro merece o justo título de “O Quinto Evangelho”. Em contraste com

ele, Miquéias era moralista, nativo da modesta vila de Moresete-Gate,

de pouca importância, e cuja existência seria totalmente desconhecida,se não fosse pelo fato da ligeira menção de que nela nasceu o profeta.

Os séculos limparam do mapa esse local sem prestígio, deixando para

os arqueólogos futuros a tarefa árdua de analisar os seus escombros no

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Proibida a comercializaçãosubsolo rochoso da região de Tell el-Judeidah, a uns 30 km a sudoeste

de Jerusalém.

Outros contemporâneos eram Oséias e Amós, que denunciarama vil opressão do pobre, e a fatal corrupção moral e espiritual que estava

minando os alicerces da nação. O eco dessas advertências proféticas se

ouviu também no recado veemente do campesino iluminado, Miquéias,

cujo nome significa “Quem é como Javé?”

Advertência a nação do Norte e do Sul (Cap. 1)Mesmo estando separados politicamente Israel de Judá, Miquéias

percebeu que os dois povos irmãos estavam se preparando para o mesmo

destino fatal. A sua visão era sobre Samaria e Jerusalém, as duas capitais

ameaçadas pela ira do Senhor Deus (1.2). Em grande contraste com os

deuses pagãos, o Deus vivo é o Deus da criação, o Deus que manda ter-

remotos e dilúvios (1.4). Ele age segundo os reconhecidos princípios de justiça imediata com a vida moral e espiritual do povo. A espantosa queda

das duas capitais teria como causa “a transgressão de Jacó e o pecado de

Samaria” (1.5). A lei de causa e efeito tem a sua máxima expressão na

história espiritual dos judeus. O dilúvio, a destruição de Jerusalém e o

exílio demonstram com grande alarde este princípio: “O salário do pecado

é a morte!” (Rm 6.23). O profeta previu até mesmo que, num futuro re-

moto, os arqueólogos procurariam nos escombros das duas belas cidadescapitais vestígios duma civilização desaparecida. A própria natureza reto-

maria a área geográfica onde outrora havia esplêndidas habitações (1.6).

A famosa estátua de um boi dourado em Samaria, a capital, foi a

grande ofensa religiosa de Israel. O profeta denunciou a festa do boi, e a

prostituição que a acompanhava (1.7). O reino de Judá iria experimentar

maravilhosos reavivamentos espirituais com bons reis como Ezequiase Josias, mas mesmo na nação mais privilegiada a contagiosa idolatria

chegaria até Jerusalém, assegurando o cumprimento da profecia quanto

ao seu fim.

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Proibida a comercializaçãoMiquéias, sulista que era, lamentou a futura destruição da sua

cidade capital, a bela Jerusalém, e previu que a queda alegraria os in-

imigos dela. Com tristeza ele vaticinou a tomada da sua cidade natal,

Moresete-Gate, que tanto amava e que seria dada de presente ao invasor

caldeu (1.14).

Os judeus que faziam voto ao Senhor tinham o costume de

mandar rapar a cabeça, como sinal da sua promessa (Números 6.18). Era

também sinal de luto (Jeremias 16.6). Miquéias viu em visão todos os

habitantes da sua cidade calvos como águia por causa da destruição que

levaria os filhos, ou para a morte, ou para o exílio (1.16).

Advertência aos Adversários (Cap. 2)

Miquéias, no primeiro capítulo, aponta para o pecado perpetrado

contra o Senhor pelo culto idólatra instalado em Samaria, e que alcançaria

Jerusalém. Aqui, no segundo capítulo, ele frisa o pecado cometido contrao próximo. A exploração econômica e a violência (2.1) acarretariam o

 julgamento divino do exílio (2.3).

A maioria dos profetas daquela época não aceitava essa mensa-

gem de julgamento. Para eles a mensagem de Miquéias era despresível

(2.6). Muitos populares negavam redondamente o recado fatídico de

Miquéias. Prevalecia a idéia de que Deus é tão bom que nunca julgaria

o seu povo (2.7).

No século XX, também, não é difícil achar os que não acreditam

que haverá um julgamento para os que crêem. Bradam: “Somos salvos.

Deus não vai nos julgar!” De fato, não haverá juízo eterno para quem crê

em Cristo para a salvação. Mas quantas vezes as Escrituras advertem os

crentes do julgamento para eles! Paulo confirma o fato de que todos nós

compareceremos “perante o tribunal de Cristo, para que cada um recebasegundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5.10;

Rm 14.10; 1 Pe 4.17). Em todos os séculos o pregador el é obrigado a

entregar esta mensagem impopular. Miquéias foi obrigado a pregar sobre

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Proibida a comercializaçãoas conseqüências do pecado na vida dos que crêem.

“Ide-vos embora, porque não é lugar aqui de descanso;

ide-vos por causa da imundícia que destrói, sim, quedestrói dolorosamente.” (2.10)

O pecado no seio do povo de Deus é destrutivo! Mesmo quando o

crente peca e pede perdão, Deus de fato perdoa, mas as conseqüências são

irreversíveis. Deus perdoou Davi de seu pecado com Bate-Seba, quando

ele se arrependeu, mas Deus não impediu o dramático desenrolar das

conseqüências, envolvendo uma guerra civil em que pereceram vintemil pessoas (2 Samuel 18.7). Deus perdoa, mas não remove as cicatrizes.

Miquéias deu esta advertência quanto às conseqüências do pecado, mas

a severa palavra foi temperada com a mensagem da misericórdia divina.

O Senhor guardaria um restante fiel (2.12), e num relance inspirado Mi-

quéias perscrutou o futuro, e reconheceu a vinda do Messias como um

pastor indo adiante das ovelhas (2.13). Previu ele assim o Bom Pastor de

João 10, que dá a sua vida pelas ovelhas.

Advertência contra os líderes do povo (Cap. 3)

Os dirigentes da nação, os políticos, os sacerdotes, e os pregadores

eram responsáveis pela inversão dos valores morais: aborreciam o bem

e amavam o mal (3.2). Amós denunciou essa situação, dizendo: “Buscaio bem e não o mal” (Amós 5.14). Se ousassem, os pobres e os inocentes

da terra teriam muito que dizer sobre os ricos fazendeiros que oprimiam

os trabalhadores braçais (3.3). Hipocritamente, os fazendeiros rezavam

ao Senhor, mas por causa da sua exploração sobre os pobres, ele não os

ouvia’ Outrossim, os profetas falsos pregavam, mas para o seu próprio

benefício. Quando eles tinham de tudo, pregavam sermões sobre a paz

(3.5). Quando não recebiam gordas contribuições, apregoavam “guerrasanta”. Por isso, para eles tampouco não haveria resposta de Deus, no dia

angustioso da sua ira (3.7).

Percebe-se que era diferente o ministério do fiel pregador Miqué-

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Proibida a comercializaçãoias! Ele estava cheio de poder do Espírito do Senhor (3.8). Ele reprovou

corajosamente o materialismo interesseiro, a crassa injustiça, e a religio-

sidade falsa dos líderes da nação, que persistiam em dizer que o Senhorestava com eles, e que nenhum mal aconteceria (3.11). Miquéias predisse

exatamente o contrário, e vaticinou o desmoronamento da santa cidade e

do templo, que se tornariam montões de ruínas cobertas de mato (3.12).

As bençãos futuras (Cap. 4)

Parece que o profeta Miquéias copiou o capítulo 2.2-4 de Isaías,uma vez que o mesmo viveu em sua época. São identicos. Seja como for,

a mensagem foi inspirada originalmente pelo Espírito Santo. A profecia

é muito notável nisto, que se refere a um período ainda futuro hoje.

Fala-se da soberania espiritual de Israel sobre todas as nações, e o reino

universal da paz (4.3). O quadro panorâmico pinta a restauração nal de

todas as coisas (ver Atos 1.6) é o tema predileto dos profetas: o triunfoabsoluto do Senhor ao fim da história humana. Num rápido relance, o

profeta viu o exílio na Babilônia, e a volta para a terra prometida, como

dores de parto, antes que Israel desse à luz o Filho esperado, o Messias.

Viu também o Armagedom (4.11) e o triunfo final de Cristo, o Senhor

(4.13). Essa profecia abrange quase 3000 anos de História! Dentro do

esquema profético, Miquéias colocou a vinda de Cristo como ponto

central da sua revelação.

Anúncios do Messias (Cap. 5)

O Velho Testamento contém literalmente centenas de profecias

a respeito do Messias que viria. A probabilidade de que todas elas se

cumprissem seria como uma chance num bilhão. Eis a glória de Jesus

Cristo, que ele não deixou de cumprir nenhuma profecia a seu respeito. O

filósofo francês, Blaise Pascal (1623-1662), no seu famoso livro “Pensées”,

utiliza o argumento do cumprimento das profecias bíblicas como evidên-

cias da fidedignidade do Evangelho, em contraste com outras religiões:

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Proibida a comercializaçãoa diferença entre “Jesus Cristo e Maomé é que Maomé não foi predito,

enquanto que Jesus Cristo foi, sim.”* Salienta Pascal o fato interessante de

que nem os profetas nem os santos foram preditos: eles só predisseram;mas “Jesus Cristo predisse e foi predito.”1

O Espírito Santo inspirou Miquéias a identificar a pequena cidade

natal do futuro Messias. Com centenas de cidades na região, a escolha de

Belém se torna uma profecia notável. E se Maria tivesse demorado apenas

mais 24 horas na viagem de Nazaré a Belém, Jesus teria nascido fora da

cidade proferida pela profecia messiânica (Mt 2.5). Se esta profecia de

Miquéias não se tivesse cumprido, toda a estrutura profética do Velho

Testamento teria caído com ela!

Miquéias, alegrou-se com a revelação divina de que o Cristo

nasceria numa cidadezinha parecida com a sua, e não na imponente capi-

tal. A revelação confirmou que o futuro nenê de Belém reinaria e, mais

ainda, que ele seria um ser que existe “desde os dias da eternidade”; seria

o próprio Filho de Deus! (5.2) Ele teria o coração de pastor, para apascen-tar o povo, e a força necessária para cumprir o propósito de Deus (5.3).

Não é que ele viria simplesmente para impor a paz: Miquéias disse que

ele será a paz (5.5). Uma paz universal, uma paz implantada no coração

humano, e não o resultado de uma pressão externa. Que maravilha que

Deus escolheu o humilde campesino Miquéias para ser o porta-voz de

acontecimentos que se cumpriram sete séculos depois! Depois da longademora, o mundo ouviu a proclamação angélica: “Glória a Deus nas

alturas, e paz na terra entre os homens”. Nascia Jesus, o Príncipe da paz,

que no seu ministério declarou: “A minha paz vou dou” (João 14.27). Não

é a paz instável da política humana, mas a paz duradoura da reconciliação

com Deus pelo sangue do Calvário. “Temos paz com Deus, por meio do

nosso Senhor, Jesus Cristo (Rm 5.1).

Antes da vinda do Messias, porém, haveria a invasão pela Assíria

(5.5), mas o Senhor prometia guardar para si um restante de Jacó (5.8).

A sobrevivência dos judeus é um fenômeno extraordinário da História,

que confirma a veracidade das profecias bíblicas. Outros povos e nações

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Proibida a comercializaçãodesapareceram, mas Deus não permite, mesmo no século XX, o aniquila-

mento dos judeus. É um dita do certo que o judeu assiste ao enterro de

qualquer potência que tente destruí-lo. Paulo nutre este mesmo otimismopara com o seu povo segundo a carne em Romanos 11. Miquéias pre-

 viu também o reino glorioso do Messias, quando ele fará uma limpeza

radical do mundo. Profetizou que não mais haverá exército, nem carro

blindado, nem fortalezas (5.10, 11); que serão eliminados o espiritismo,

a bruxaria, a umbanda e os adivinhadores (5.12). Todas as imagens re-

ligiosas serão destruídas. Desaparecerá o “poste-ídolo”, símbolo sexual

do culto à fertilidade cananéia, que atraía tantos adeptos, em nome dareligião. No fim do século XX, que parece marcar o ocaso da civilização

ocidental, a preocupação com o sexo substitui a religião como assunto

de importância suprema. Miquéias percebeu o nexo entre o abuso do

sexo e a “ira e furor” do Senhor (5.15). De igual modo, há uma relação

entre a preocupação sexual moderna e a segunda vinda de Cristo. A ab-

erração sexual dos dias de Ló foi castigada pela chuva de enxofre e fogo.E signicativa a militância dos homossexuais até mesmo na América do

Norte, com a sua tradição bíblica e ética puritana. O homossexualismo

é condenado na Bíblia (Romanos 1.26, 27). No entanto, existem igrejas

para homossexuais nos Estados Unidos, e denominações menos conser-

 vadoras teologicamente admitem homossexuais no sagrado ministério!

... Tal desregramento sexual nos países “cristãos” do ocidente convida um

Deus santo a agir em juízo novamente.

A condição do povo de Deus (Cap. 6)

O povo de Israel foi desafiado pelo profeta Miquéias, que apre-

sentou o argumento do Senhor contra a nação, como se houvesse litígio

entre eles. Foram chamados de “testemunhas” os montes e os outeiros,

para testificar da imutabilidade do Senhor. Como evidência, o Senhor

citou casos específicos do passado quando mostrou o seu poder em favor

de Israel. Fez lembrar do prodígio da saída do Egito sob Moisés, e da sua

proteção contra as maquinações de Balaque, rei de Moabe. Foram atos de

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que não muda. É Israel que mudou de atitude para com ele. Miquéias

tomou em seguida palavras que queria colocar na boca do povo rebelde.Por acaso Deus desejava milhares e milhares de animais sacrificados em

holocausto? Ele requereria a morte de um filho para expiar o pecado de

Israel? (6.7) Não, Deus não exigiria tamanho sacrifício externo. O que

Ele deseja acima de tudo é a mudança de atitudes morais e espirituais. Os

sacrifícios não têm valor quando o coração não obedece ao Senhor. Nisto

Miquéias confirmou a mensagem de Oséias e Amós: “Pois misericórdia

(chesed) quero, e não sacrifício” (Oséias 6.6). É um conceito essencial-mente pagão que a quantidade de sacrifício oferecida influi diante de

Deus. A oferta de milhares de carneiros (v. 7) conseguiria mais favores

da divindade, segundo esse pensamento. Como Jesus ensinou, as duas

pequenas moedas da viúva representaram uma oferta “maior” do que as

 vultosas ofertas dos ricos (Marcos 12.43). Também o paganismo exalta

o valor intrínseco para influenciar a benevolência do seu deus. O pagãooferecia o próprio filho, como expressão máxima de culto, a Moloque, e

os israelitas tinham caído nesta prática revoltante!

Antes de expatriar tais práticas ao passado remoto, merece con-

sideração o fato de que, em certos casos, crentes em Jesus Cristo querem

compensar um pecado não abandonado, dando uma generosa oferta

especial para qualquer campanha da igreja. Pode-se também “sacrificar”

o filho, mandando-o para o seminário, com a idéia de ganhar pelo menos

um pouco de crédito. “Vou mandar o meu filho para ser pastor. Deus

me pagará! “

O Senhor requer que o homem adote três atitudes, ao invés de

sacrifícios:

1º Que pratique a justiça (6.8). No Velho Testamento o conceito

de justiça é o cumprimento das exigências da lei. O decálogo sendo o

prumo da justiça, o homem deve agir em conformidade com ela. Com

esta ênfase, Miquéias chamou o povo de Israel a uma volta à Palavra de

Deus, e ao seu padrão ético.

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Proibida a comercialização2º Que ame a misericórdia. A palavra “misericórdia” traduz o

hebraico chesed, que significa amor leal. É como vimos com o profeta

Oséias (6.6). E bem mais fácil colocar muito dinheiro no gazofilácio daigreja, do que agir em amor leal para com Deus e o próximo!

3º Que ande humildemente com o seu Deus. O orgulho é o pecado

original. A sua pior manifestação, e a mais sutil, é o orgulho espiritual,

tendo como exemplo clássico o farisaísmo. Eis o perigo de quem se con-

sidera “mais espiritual” do que os seus irmãos! Qualquer movimento

religioso que coloca seus adeptos numa posição de superioridade, como

cidadãos de primeira classe no reino de Deus, desfavorecendo os de-

mais na segunda classe, não entende o sentido desta verdade profética.

Quanto mais o homem conhece a Deus, tanto mais ele sabe que não é

nada (Gálatas 6.3). A aquisição dos grandes conhecimentos bíblicos, o

dom da eloqüência na pregação, e as maravilhosas experiências místicas

nutrem com a maior facilidade a soberba espiritual. A humildade é vir-

tude rara, e por isso Jesus a coloca em primeiro lugar, como a primeiradas bem-aventuranças (Mt 5.3).

O tema da mensagem do profeta foi a Justiça, com isso ele passou

a especificar exemplos concretos da injustiça na nação. Os comerciantes

e revendedores usavam balanças falsas. Na feira, o agricultor se servia

duma pedra escondidinha, que caía na balança na hora da venda de frutas

... (6.11). Os ricos ameaçavam os pobres, tomando posse violentamentedos seus casebres miseráveis quando o dinheiro não dava para pagar o

aluguel. Hoje também, a mentira é aceita como “necessária” no comércio,

especialmente quando se preenche a declaração do imposto de renda. A

desculpa dada é que o governo sabe que todo o mundo faz assim. Mais

ainda, o governo esbanja o dinheiro! Chega-se à conclusão que, com a

inflação, é preciso fazer como todo o mundo para ter lucro razoável . . .

Contudo, o Senhor atenta para os negócios, para ver como o seu

povo se comporta nos negócios. Ele vê a incoerência entre a profissão de

fé articulada no Dia do Senhor no seu santo templo, e a maneira pura-

mente mundana com que o seu povo faz os negócios durante a semana,

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Proibida a comercializaçãoextorquindo um gordo lucro injustificável, e mantendo dois registros de

 venda: o oficial para o fiscal do governo, e o real para o comerciante tão

religioso (no dia do Senhor). Deus detesta esta duplicidade, e anunciouo seu castigo severo que haveria de cair sobre o povo chamado pelo seu

nome. O Deus da verdade julgará o povo, e a sua prosperidade desapa-

recerá e virá a desolação final. Deus não permite uma dicotomia entre a

ética da verdadeira religião e a vida prática do dia-a-dia (6.16).

OAmor Eterno do Senhor (Cap. 7)O profeta Miquéias associou Israel a um pomar ou a uma videira

depois da época da colheita, quando não se encontram mais frutas (7.1).

Por analogia, desapareceu da sociedade o homem piedoso e honesto que

produz bons frutos (7.2). Em escala nacional, praticava-se o mal. Os

chefes da nação estavam de mãos dadas para cometer injustiça, suborno

e cobiça (7.3). A falta de confiança era geral, e se extendia até o seio dafamília (7.6).

A condição da nação era desesperadora. No entanto, Miquéias

confiava no Senhor. O profeta se identificou com o seu povo, confessando

o pecado que merecia o julgamento divino (7.9). Com clarividência, olhou

além da derrota certa do povo de Deus, e discerniu o dia distante, mas

seguro, quando Sião, reedificada e ampliada, atrairá todas as nações do

Oriente Médio (7.12). O Senhor será o seu pastor, e as nações respeitarão

finalmente o povo de Israel (7.14). Miquéias louvou o Senhor que perdo-

ará o seu povo, “lançando todos os nossos pecados nas profundezas do

mar” (7.19). Ele baseou esta confiança na aliança que Deus fez com os

patriarcas, a quem revelou a sua “misericórdia”, ou amor leal. Cumprir-

se-á a promessa do Senhor, e Israel, e as nações, saberão que Deus ama

com amor eterno (7.20).

Questionário

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Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 7) - O livro do profeta Obadias é o menor de todos os do Antigo

Testamento, contendo apenas 21 versículos.

____ 8) - Na segunda vinda de Cristo, o mundo conhecerá, pela primeira

 vez, a plena realização da vontade de Deus em resposta à incansável prece

do seu povo: “Que a tua vontade seja feita aqui na terra, como no céu!”

____ 9) - Jonas era natural de Gate. Viveu no reinado de Jeroboão III

(762-733a.C.) e ajudou a recobrar algum território perdido de Israel.

Assinale com “X” a alternativa correta

10) – Ao chegar na cidade, disse o profeta Jonas:

___a. Ainda quarenta dias e Nínive será restaurada.

___b. Ainda quarenta dias e Társis será subvertida.

___c. Ainda quarenta dias e Társis será restaurada.

___d. Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida

11) – Miquéias foi contemporâneo de:

___a. Davi.

___b. Isaías.

___c. Josué.

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Proibida a comercialização___d.Nenhuma das alternativas estão corretas.

12) - O Senhor requer que o homem adote três atitudes, ao invés de

sacrifícios:

___a. Que pratique a justiça.

___b. Que ame a misericórdia.

___c. Que ande humildemente com o seu Deus.

___d. Todas as alternativas estão corretas.

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Naum - Habacuque - Sofo-nias

Naum – A Sentença contra a Cidade de Níneve

Aproximadamente 700 antes de Cristo, as profecias de Isaías,de Oséias e de Amós se cumpriram, e a nação de Israel, ao norte da

Palestina, desapareceu. Os golpes cruéis do exército assírio esmagaram

a cidade de Samaria, capital de Israel, e o seu exército. Logo em seguida,

o povo passou pela humilhação de ser levado para o exílio na Assíria.

A amada terra de Israel foi praticamente abandonada, tornando-se uma

região selvagem onde as feras eram as donas da terra. Como escravos,

os israelitas foram servir o monstruoso sistema totalitário instalado peloexército mais cruel da história antiga. A crueldade dos assírios foi notória,

e os países na circunvizinhança sempre viviam com medo de uma invasão

pelas forças invencíveis da Assíria.

O Império Assírio chegou ao apogeu do seu poder com o passar

dos anos. Muitos países foram assimilados no imenso império. Ninguém

conseguiu resisti-lo. Uma notável exceção fora a invasão de Judá em 703a.C. por Senaqueribe, o famoso general assírio. O piedoso rei de Judá,

Ezequiel, apresentou-se publicamente no templo de Jerusalém, pedindo

em oração ao Senhor a sua proteção. Veio a resposta, fulminante como

um raio: “Então naquela mesma noite saiu o anjo do Senhor, e feriu no

arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil” (2 Reis 19.35). Não se

sabe qual foi a epidemia com que o anjo do Senhor dizimou o exército

assírio. A Bíblia narra laconicamente que “Senaqueribe, rei da Assíria,

se foi: voltou e ficou em Nínive”.

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Proibida a comercializaçãoAproximadamente cem anos após a sinistra queda de Samaria ao

norte, o pequenino país Judá, ao sul, temia novamente as incursões ex-

pansionistas dos assírios. Naum, cujo nome significa “consolação”, trouxeuma mensagem confortadora para o seu povo ameaçado, afirmando que

a maior potência mundial seria completamente destruída. A sua profecia,

escrita como poema, deve ter sido considerada excessivamente otimista,

não obstante o fato de que o país de Judá tivesse experimentado a sal-

 vação miraculosa do Senhor no tempo do bom rei Ezequias. O livro de

Naum merece o seu lugar entre Os Doze, pois o inacreditável ocorreu.

A Assíria, esgotada pelas inúmeras campanhas de agressão militar, foi vencida inesperadamente em 612 a.C. O exército da Babilônia, com o dos

medas, conseguiu penetrar em Nínive, e a cidade foi incendiada. Mais

uma vez vemos como a profecia bíblica se cumpre, mesmo quando menos

se espera. A Palavra de Deus é a verdade indestrutível. Ela não contém

mentira nenhuma. A nossa fé é fortalecida quando lemos de centenas de

profecias detalhadas cumpridas ao pé da letra. Eis o valor da leitura deNaum e demais profetas menores. O mesmo Deus soberano que defendeu

os pequenos países contra os agressores da antigüidade olha também para

o mundo do século XX, quando países fracos como a Etiópia, a Angola,

o Moçambique e o Afeganistão caem perante a agressão brutal das forças

totalitárias e atéias do imperialismo marxista.

Jeová Governa entre os Povos da Terra (Cap. 1)

A Bíblia faz referência a Naum como “Naum, elcosita”. Não há

certeza quanto à identidade de Elcos, que deve ter sido uma cidade da

Palestina. Existem quatro teorias a respeito da cidade natal de Naum.1 A

sua profecia se dirigiu à nação de Judá, e por isso é razoável concluir que

ele fosse natural daquela região do sul.

A poesia é escrita em forma de acróstico, nos versículos de 1 a

15. Que coragem tinha Naum de publicar uma poesia que começava com

a frase “sentença contra Nínive”, contra a capital do país mais poderoso

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Proibida a comercializaçãodo mundo! Era corajoso, pois ele confiava num Deus todo-poderoso

que é, ao mesmo tempo, o Governador moral do universo. Deus toma

 vingança contra os seus adversários. Parece, às vezes, que ele é tardio em

irar-se (1.2). No contexto histórico de Naum, já tinham passado quase

cem anos desde o saque impiedoso de Samaria, capital de Israel, e Deus

não fizera nada. Permitiu que um povo ruim, excessivamente cruel e

idólatra destruísse o povo de Israel, descendentes de Abraão, de Isaque,

e de Jacó, com os quais de tinha uma aliança eterna! Esta inatividade

divina parece ser mais estranha ainda, quando Deus é conhecido pelo

seu poder criador. As tempestades, os rios, os montes são todos obrasdas suas mãos. Quando ele se ira, até as rochas se fendem (1.6). O caráter

moral de Deus é que ele é bom. Por isso é o refúgio dos que confiam nele,

e o desespero dos que se lhe opõem (1.7). Este princípio fundamental

da bondade do Deus todo-poderoso inspirou Naum. Este Deus reina

entre as nações. Ainda que a Assíria possuísse a maior máquina bélica

do mundo, os princípios divinos da justiça são inalteráveis (1.12). O jugo

que pesava sobre o país de Judá, avassalado da Assíria, seria quebrado(1.13). Deus destruiria toda a hierarquia política da Assíria, e protegeria

o seu povo que, embora insignificante, confiasse nele. O rei de Judá no

tempo de Naum era Josias, o Bom, que introduziu reformas religiosas

maravilhosas, e devido a este reavivamento espiritual Deus os defendeu

(2 Reis 22 e 23). Quando Naum chamou o povo de Judá a celebrar as suas

festas (1.15), sem dúvida ele relembrou a famosa celebração da páscoanos dias de Josias. Segundo 2 Reis 23.21, “Nunca se celebrou tal páscoa

como esta desde os dias dos juizes que julgaram a Israel, nem nos dias

dos reis de Judá.” Perto do fim duma época. Deus sempre prepara um

povo que o teme, para que sobreviva na terra como testemunha, seja

qual for o sistema político. O vibrante otimismo e fé de Naum, face ao

militarismo desumano dos seus dias, devem nos inspirar neste fim de

século inseguro, quando as forças de agressão nua ameaçam todos ospaíses pacíficos, para que sejamos realmente o povo do Senhor, com um

espírito de consagração e vitória.

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Proibida a comercializaçãoAdvertência contra Nínive (Cap. 2)

Agora, Naum se falou diretamente ao inimigo odiado pela sua

crueldade, proclamando a sua derrota final. O profeta chamou o exércitoassírio a se preparar para a luta em termos irônicos (2.1). Tudo seria em

 vão, pois o Senhor tinha determinado a destruição de Nínive. Fez até

mesmo uma descrição acurada do que iria acontecer quando os exércitos

babilônico e meda invadissem a cidade. Os caldeus usavam uniformes

 vermelhos (2.3), fato notado pelo profeta Ezequiel (Ez 23.14). Segundo

o historiador grego Diodoro Sículo, o muro de Nínive possuía mil e

quinhentas torres numa extensão da uns 13 quilômetros, oferecendo

uma defesa inexpugnável (2.5). Deus revelou a Naum que a vitória contra

ela seria obtida através do Rio Tigre, que irrigava a cidade. As forças do

general Nabopolassar da Babilônia não conseguiam furar as imensas de-

fesas de Nínive, até que Deus mandou pesadas chuvas que inundaram as

imediações da cidade, quebrando os alicerces do muro (2.8). Os grandes

diques que normalmente serviam de trincheiras de defesa foram tomadospelas águas, e em vão os comandantes deram ordem às tropas de parar

(2.8). Agora o profeta chamava o inimigo de Nínive para que aproveitasse

a oportunidade de recuperar da riquíssima cidade os tesouros fabulosos

que ela tinha roubado de inúmeros países por ela esmagados (2.10). O

orgulhoso símbolo do Império Assírio era o leão, mas agora a cova era

invadida e os filhotes vorazes eram mortos (2.11). Atrás dos exércitos

que cercaram e destruíram Nínive estava o SENHOR, soberano rei da

terra (2.13).

A destruição seria total (Cap. 3)

A profecia em forma de poesia épica termina com uma re-

capitulação da mensagem fatídica de Naum. A cidade que se ufanavado seu exército invencível sofreria a mesma sorte das suas vítimas. Os

comandantes assírios, nas suas campanhas, amontoavam as cabeças de

seus inimigos como monumento de sua superioridade militar. Agora

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Proibida a comercializaçãoNínive contemplaria o espetáculo atroz dos cadáveres das suas tropas

amontoados dentro da cidade! (3.3). Em nosso século o nazismo que

massacrou 6 milhões de judeus indefesos nas câmaras de gás sofreu amesma sorte quando suas cidades foram reduzidas a escombros. Deus

toma a responsabilidade moral da situação descrita: “Eu estou contra ti”,

diz o Senhor (3.5).

Tebas ou Nô-Amom (3.8), localizada sobre o Rio Nilo, foi uma

das maiores cidades do Egito, conhecida pelos templos de Karnak e de

Luxor, imensas construções que existem até hoje. Em 661 a.C. o general

assírio Assurbanipal a destruiu, apesar da aparente indestrutibilidade

de defesa oferecida pelo rio. Os vencedores assírios esmagaram os cor-

pinhos das crianças e lançaram sortes para decidir quem teria os oficiais

egípcios como escravos (3.10). Naum sabia que a mesma sorte aguardava

Nínive, no futuro. As tropas que causavam espanto em todo o Oriente

Médio agora se tornariam fracas como mulheres (3.13). Ainda que Nínive

chamasse todos os reservistas, numerosos como gafanhotos, todas astropas iriam voar para fora, nada deixando atrás (3.16).

Naum descreveu o excesso de confiança dos chefes militares da

Assíria, que dormiam tranqüilos sem reconhecer o perigo. O povo da As-

síria seria destruído e espalhado (3.18). Toda a humanidade que sofrera

a sua crueldade impiedosa bateria palmas no dia da sua derrota, pois

reconheceria o triunfo da justiça sobre o militarismo desumano (3.19).

Habacuque – O viver segundo a fé

Habacuque, cujo significa é “Deus é força” escreveu seu livro

profético durante os reinos de Jeoaquim e Josias. Ele advertiu que osbabilônios capturariam Judá, e esse seria o castigo de Deus por sua vio-

lência, idolatria e corrupção. Habacuque enfatizou a importância de uma

fé pessoal, escrevendo que o justo viverá pela fé Habacuque

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Proibida a comercialização Era uma época de temores e medos naqueles tempos. O império

assírio chegava ao apogeu do seu poderio militar, esmagando com cru-

eldade desumana todas as nações do crescente fértil formado pelos valesdos Rios Tigre e Eufrates a leste, e pelo vale do Rio Jordão a oeste. Em

612 a.C, esse império aparentemente invencível foi atolado pelo temível

exército caldeu, oriundo da Babilônia, que logo assumiu a posição incon-

teste de superpotência no berço da civilização. A outra superpotência, o

Egito, sentiu-se ameaçada, e em 605 a.C. enviou um poderoso exército

ao norte, para refrear o programa expansionista caldeu.

Judá, viu com empolgação as unidades blindadas egípcias atraves-

sarem a sua terra santa, para se lançarem contra as famigeradas divisões

dos caldeus. Assustado, Judá sentiu de perto o drama de sua forçosa

participação na gigantesca luta entre as superpotências mundiais. Que

tragédia que, em cada século e em cada década, algum país pequeno

tenha que conhecer o horror de achar-se entre o quebra-nozes das su-

perpotências! Como a Hungria em 1956, a Tchecoslováquia em 1968, e oAfeganistão em 1980, Judá teve que enfrentar a perda da sua autonomia

no grande jogo da política mundial.

A Bíblia nos ensina que o Senhor não tem favoritos. Ele não

poupa o seu povo da dura experiência da condição humana. A fé no

Senhor não é apólice de seguro contra os males comuns. O crente sofre

tanto quanto o descrente. Surge então a pergunta: por que é que Deusnão age em favor dos seus? Eis o problema do crente Habacuque, que

 vivia mergulhado no remoinho causado pelos trágicos acontecimentos

políticos da época.

O magnífico exército egípcio, sob o comando do Faraó Neco,

atravessou o deserto do Sinai. Passando por Judá, seguiu a estrada

principal ao norte, e chegou a Carquemis na Síria, onde enfrentou as

forças babilônicas. Numa batalha decisiva em 605 a.C, os egípcios foram

derrotados, e recuaram para a sua terra. Os vencedores babilônicos

não perderam tempo em seguir os egípcios, ocupando toda a região de

Israel e Judá. A cidade santa de Jerusalém foi cercada, e no mesmo ano

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Proibida a comercializaçãoestudantes judaicos foram levados como reféns para a Babilônia. Entre

os exilados se encontravam Daniel e seus famosos colegas Sadraque,

Mesaque e Abede-Nego (Daniel 1.1). Embora fossem os mais espirituais

de todos os estudantes de Judá, Deus não os poupou, mas permitiu que

sofressem a mesma sorte angustiante que os demais estudantes descrentes

de Judá, tecendo assim na sua soberania um plano todo especial para

eles no cativeiro.

Pregador já conhecido como “o profeta” (1.1), Habacuque não

sofreu a mesma sorte por ser mais idoso. Como observador do drama

da destruição da pátria, este servo de Deus, na sua perplexidade, tentouconciliar a sua fé num Deus bondoso com a realidade cruel da invasão da

Terra da Promissão. Se Deus é realmente o Soberano moral do universo e

ao mesmo tempo o Deus de Judá, por que é que ele permitiu que a ímpia

Babilônia prosperasse e o povo eleito de Judá fosse por ela calcado?

Habacuque orou ao Senhor (Cap. 1)

O profeta Habacuque orou ao Senhor em tempo de angústia

demonstrando sua fé, contudo Deus não lhe respondeu. No passado

ele conhecia a delícia da comunhão a dois com Deus. Mas agora Deus

silenciava, e isto quando o profeta contemplava o desmoronamento da

pátria amada. O Governador moral do mundo devia preocupar-se com

as infrações à sua santa lei. No entanto, em meio aos cuidados de umasituação perigosa e violenta, o profeta afirmava que Deus nem ouvia

nem salvava:

“Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não escutarás?

Gritar-te-ei: Violência! e não salvares?” (1.2)

O profeta ficou se indagando: se Deus permite todas as coisas,

por que é que Ele não faz cessar a guerra? Há iniqüidade, opressão,destruição e violência na terra, e os males não são julgados por este Deus

Todo-Poderoso que se declara santo e justo (v. 3). Habacuque sentia que

a inoperância das leis de Deus levava o povo a abandoná-las:

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Proibida a comercialização“Por esta causa a lei se afrouxa.” (1.4)

Como resultado, há uma inversão nos valores morais: “O per-

 verso cerca o justo, e a justiça é torcida.” O triunfo do mal no mundoarrastou o profeta perplexo a um profundo pessimismo.

Quando Deus lhe respondeu, afinal, a resposta parecia ser ina-

creditável. Ele advertiu Habacuque que a verdade sobre a situação era

pior do que ele pensava, e dava para ele desmaiar!

“Desvanecei, porque realizo em vossos dias obra tal que

 vós não crereis, quando vos for contada.” (1.5)A Babilônia, essa nação amarga e impetuosa, foi suscitada, não

por Satanás, mas por Deus:

“Eis que eu suscito os caldeus.” (1.6)

Longe de ignorar a maldade opressora dos caldeus, Deus de-

screveu objetivamente aquela nação como “pavorosa e terrível” (1.7).

Ela mesma criou o seu direito, não reconhecendo os direitos dos outros.

A descrição divina da invencibilidade absoluta dos caldeus se lê quase

como um elogio ao povo inimigo. Se os caldeus “reúnem os cativos como

areia, ... escarnecem dos reis, ... e riem-se de todas as fortalezas” (1.9-10),

o profeta só podia entender que o povo de Judá, junto com o seu rei na

fortaleza de Jerusalém cairia nas garras dos caldeus, com a inteira aqui-

escência do Senhor.Habacuque não pôde conter-se perante tamanha injustiça. Di-

rigiu uma prece ao Senhor, protestando-lhe a passividade divina:

“Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, ó

meu Santo?” (1.12)

Se Deus é eterno, por conseguinte é imutável. O Deus santo não

permitiria o extermínio do seu povo, com os demais povos subjugados.O profeta bradou com fé:

“Não morreremos!” (1.12)

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Proibida a comercializaçãoEmbora fosse um castigo severo que Deus permitia, o profeta

confiava na salvação final do povo de Deus. Mas este Deus é tão santo

que não via o mal perpetrado contra Judá:“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal.” (1.13)

Surgiu no coração perplexo do profeta a grande pergunta: por

quê? Por quê? Por que um Deus santo não contempla a miséria do seu

povo?

“Por que fazes os homens como os peixes do mar?” (1.14)

Com ousadia Habacuque acusou o Senhor de tratar o seu povo

como meros peixes. Os répteis não têm quem os governe, mas os homens

de Judá reconheciam o Senhor como o Governador moral da nação. Judá

fora tirado com anzol, e estava na rede varredoura dos caldeus (1.15).

A Babilônia, como pescador, se alegrava e se regozijava, atri-

buindo o seu êxito às divindades pagãs. Corajosamente, Habacuque

lançou a última palavra de desafio ao Santo Deus de Israel:

“Acaso continuará, por isso, esvaziando a sua rede, e

matando sem piedade os povos?” (1.17)

A angustiante tensão entre a fé num Deus de amor e a realidade

de uma situação política de injustiça berrante e de violência imerecida

não é fenômeno só do período de Habacuque. É um problema básico de

todos os séculos. No século XX, desde o fim da II Guerra Mundial, mais de

um bilhão de almas — quase a terça parte da população do nosso planeta

— tiveram que submeter a cerviz ao jugo comunista ateu. Certamente

o Afeganistão não será o último país a perder a sua independência e a

sua liberdade religiosa. A metade do mundo vive sob regimes ateus que

oprimem toda e qualquer religião. E milhões de almas piedosas, crentes

num Deus soberano e bondoso, respiram com Habacuque: “Por quê?”“Os ateus continuarão matando sem piedade os povos?”

Habacuque inclina sua mente para entender a Deus (Cap. 2)

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Proibida a comercializaçãoÉ patente que Habacuque conhecia os princípios básicos da

oração. Procurou um lugar afastado, tranqüilo, uma torre de vigia, onde

esperava e escutava. A oração não é apenas o falar. É o escutar também.Como diz o salmista:

“O Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a

sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa cor-

rendo.” (2.2)

Naquela época remota quando o papel não era usado ainda,

escrevia-se sobre tábuas de barro. Foram descobertas pelos arqueólogosmodernos algumas tábuas antigas que remontam ao período de Ha-

bacuque. Para fins de publicidade, Deus mandou escrever manchetes em

tábuas enormes, tão grandes que “a possa ler até quem passa correndo”.

Esse primeiro cartaz evangelístico do mundo serve ainda hoje como es-

tímulo para nós no século de publicidade, da “mass-media”. Deus quer

que todos os homens saibam que ele os ama. “Deus tem falado muitas

 vezes e de muitas maneiras “ (Hebreus 1.1). No tempo de HabacuqueDeus falou pelos meios publicitários do grande cartaz num lugar público.

Habacuque era precursor de muitos crentes humildes do interior do Brasil

que pintam, com letra tosca, versículos bíblicos nos rochedos à beira das

estradas. Atualizando mais a idéia, quem sabe se não se tornará moda

colocar bonitos cartazes bíblicos em todos os ônibus e trens? Por que não

colocar mensagens bíblicas iluminadas no cume dos arranha-céus dasnossas cidades modernas?

O profeta, preparou a imensa tábua de barro, e escreveu em

manchetes o recado que Deus lhe revelara na torre de vigia:

“Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo

 viverá pela sua fé.” (2.4)

“Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus.” (Salmo 46.10)

Os mais entendidos na vida espiritual sabem que leva tempo para

conhecer a Deus, o Deus que habita a eternidade. O silêncio reverente

faz parte essencial da oração:

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Proibida a comercializaçãoA voz divina o advertia que a palavra não se cumpriria imedi-

atamente, “mas se tardar, espera-o” (2.3).

Que significação tem esta mensagem nos dias de hoje? Primeiro,nos assegura que Deus já fez uma avaliação da situação mundial. Sabe

que o mundo é dominado pela soberba arrogância humana. E o Senhor

 já julgou o espírito do mundo:

“Sua alma não é reta.” (2.4)

O mundo inteiro está repleto de injustiça e corrupção, todos os

órgãos da sociedade estão manchados. E por isso, os cristãos conscien-tizados clamam ao Senhor da justiça que intervenha logo. E quantas vezes

ficam perplexos, frustrados, e ? finalmente desanimados, pois o Deus

da Bíblia não lhes dá ouvidos: Não destrói o iníquo. Não tira o tirano

do poder. Não faz parar miraculosamente os tanques invasores. E neste

momento em que as dúvidas invadem a alma, e assaltam o raciocínio,

quando o homem piedoso é tentado a abandonar a fé num Deus bom, vemcomo trovão a mesma resposta dada a Habacuque, séculos antes de Cristo:

“O justo viverá pela sua fé! “ (2.4)

Mas fé em quê, e em quem? Fé no Senhor da História, fé no

Senhor do universo, que um dia há de reinar sobre esta terra. Fé naquele

que nos ensinou a orar: “Venha o teu reino”, e mais ainda, “pois teu é o

reino” (Mateus 6.10-13). O apóstolo Paulo aproveitou esta mensagem,fazendo dela sua maior tese teológica, a Epístola aos Romanos. Os raios

rutilantes da frase simples iluminaram o convento do monge alemão

Martinho Lutero, “transformando-o em paladim do Evangelho. João

Wesley também agarrou a quintessência do recado, e tornou-se salvador

da sua pátria, a Inglaterra, que jazia na inglória da descrença, da volúpia

infrene, e da bebedice destruidora.

Do apóstolo Paulo aprendemos que o mundo sofredor geme na

angústia (Romanos 8.22). Nós também, os remidos, gememos em nosso

íntimo (Rm 8.23), aguardando a redenção final de toda a criação. Como

é importante saber que neste ardente desejo de um mundo restaurado e

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Proibida a comercializaçãotransformado, um mundo de justiça e de amor fraternal, o Espírito Santo

também geme com gemidos inexprimíveis, desejando esta metamorfose

global muito mais do que nós (Rm 8.26). Deus não descansará até queeste mundo por ele criado reflita a glória do seu Filho, Jesus Cristo, para

quem foi criado (Colossenses 1.16).

Portanto, o crente em Jesus Cristo contempla o mundo con-

temporâneo com um otimismo nascido da fé. Não recai no fatalismo,

afirmando que tudo há de piorar inevitavelmente. Embora sabendo que

o mundo nunca será restaurado sem o Príncipe da Paz presente para

reinar, não se desanima por causa do triunfo do mal no mundo. O Reino

de Deus já está presente nele! O justo, vivendo num mundo de injustiça,

só pode viver pela fé. Como diz o apóstolo Pedro, ele espera “novos céus

e nova terra, nos quais habita justiça.” (2 Pedro 3.13). Nenhum sistema

político oferece a perfeita justiça. Corrompeu-se a humanidade na Queda.

No entanto, o homem novo em Cristo, praticando a justiça dentro de um

sistema imperfeito, anuncia de antemão a vinda do Reino de Deus.Habacuque considerou a soberba arrogância da Babilônia, que

afastava a justiça da terra tirando a liberdade de todas as nações vizinhas,

escravizando todos os povos. O profeta comparou a arrogância babilônica

à do bêbado!

“... como o vinho é enganoso, tão pouco permanece o

arrogante.” (2.5)

O profeta reconheceu ter necessidade de paciência. “Se a visão

tardar, espera-o”, rezava o recado divino. A reflexão séria sobre o problema

do triunfo do mal no mundo o levou a considerar a veracidade de cinco

provérbios bem conhecidos na época. A sabedoria milenar o convenceu

do triunfo final do bem:

“Ai daquele que acumula o que não é seu.” (2.6)

Nas guerras expansionistas, a Babilônia tinha tomado como

presa de guerra reféns, objetos de arte, dinheiro, e tudo quanto podia

ser levado para casa. A lei da retribuição exige que quem oprime, que

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Proibida a comercializaçãoseja oprimido. E a lex talionis, “olho por olho, dente por dente”. O profeta

predisse a sorte dos cruéis caldeus:

“Visto como despojaste a muitas nações, todos os maispovos te despojarão a ti.” (2.8)

Como o indivíduo, as nações também ceifam o que semeiam.

Eis o princípio fundamental que controla o destino humano. “De Deus

não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”

(Gálatas 6.7). Habacuque sabia que cedo ou tarde o opressor sofreria a

mesma sorte de suas vítimas. A história confirma a veracidade do prové-rbio, pois dentro de poucas décadas o império babilônico caiu perante as

forças dos medo-persas sob Dario (Daniel 5.30,31).

“Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos,

para pôr em lugar alto o seu ninho.” (2.9)

O segundo “ai” condena a aquisição réproba dos bens alheios.

Depois de suas conquistas militares, a Babilônia pilhava os países inva-didos. Do templo em Jerusalém o seu exército levou para a Babilônia

os sagrados tesouros, e os utensílios de ouro. Arrastou blocos de pedra

e madeiramento de cidades arrombadas, para embelezarem a capital à

beira do Eufrates.

Babilônia defrutava de prestigio e fama universal pelos jardins

suspensos, uma construção tão extraordinária que foi conhecida comouma das sete maravilhas do mundo antigo. Provavelmente Habacuque se

referiu a esses jardins suspensos quando falou dos bens mal adquiridos,

colocados em lugar alto, no seu “ninho”. Por serem saqueadas de cidades

invadidas, “a própria pedra clamará da parede e a trave lhe responderá

do madeiramento” (2.11). Embora sustentando a glória da cidade capital

do império caldeu, as pedras e a madeira estrangeiras eram testemunhas

que protestavam o vergonhoso saque de outros povos.

 “Ai daquele que edifica a cidade com sangue.” (2.12)

No caminhar da história da humanidade, nunca cessam as guer-

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Proibida a comercializaçãoras de agressão. O crudelíssimo Nabucodonosor foi protótipo de uma

longa lista de invasores famosos pelo derramamento de sangue: Júlio

César, Genghis Kahn, Napoleão, Hitler, Stalin e Idi Amin. Ainda hoje,depois de tantos séculos de dura experiência, e de progresso cultural, as

invasões continuam: em Angola, no Laos, no Afeganistão. O espectador

tem a impressão de que Deus escreve a História lentamente, além de

escrever certo com linhas tortas. Mas a perspectiva cósmica do drama

humano permite-nos perceber que Deus de fato julga as. nações edificadas

com sangue. Todos os impérios do mundo chegam à maré alta, recuam,

e desaparecem no oceano da humanidade. O único império permanenteé o Reino de Deus que o profeta Habacuque tanto anelava. Ele previu o

tempo maravilhoso do reino da justiça e da paz, quando disse:

“... a terra se encherá do conhecimento da glória do

Senhor, como as águas cobrem o mar.” (2.14)

Deus não dará a sua glória ao homem pecador. Os reis da terra,

os presidentes e os ditadores hão de passar, e finalmente Jesus Cristoserá proclamado o Senhor do universo. “Todo joelho se dobrará e toda

língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai.”

(Cf. Fp 2.11)

“Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro.” (2.15)

As estrondosas vitórias do exército caldeu eram ocasiões para

marchas triunfais e celebrações festivas. Com brinde ao imperador in-

 vencível, as tropas se lançavam na bebedice desenfreada. Na embriaguez,

abandonavam o pudor, expondo-se vergonhosamente (2.15).

Habacuque estava certo de que o Senhor lhes daria um outro

cálice a beber, o cálice da sua ira, que os lançaria na ignomínia total,

quando a Babilônia, exposta e nua, seria humilhada pelos seus inimigos.

Por ter destruído as orestas do Líbano e as feras, sem falar dos homens,a Babilônia cairia, pois à crueldade humana ela acrescentou um crime

ecológico contra a própria natureza. Quantos desertos foram criados

pela guerra! (2.17)

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Proibida a comercialização“Ai daquele que diz ao pau: Acorda! e à pedra muda:

Desperta! (2.19)

O quinto e último “ai” se dirigiu contra a idolatria. Os caldeusadoravam imagens de escultura “em cujo interior não havia fôlego ne-

nhum” (2.19). Quão absurdo é o homem rezar a um pedaço de pau ou

de pedra! O segundo mandamento diz claramente: “Não farás para ti

imagem de escultura” (Êxodo 20.4). Não obstante, milhões de chamados

“cristãos” hoje se curvam cada domingo perante imagens de santos, tal

como os pagãos.

O imperador Nabucodonosor tinha mandado fazer na cidade da

Babilônia uma imensa estátua de si mesmo, toda em ouro. Baixou um

decreto obrigando todos os cidadãos a rezar a esta imagem. De toda a

população, três judeus exilados, crentes no Senhor, recusaram-se a in-

clinar perante o ídolo. Os corajosos contemporâneos de Habacuque foram

lançados na fornalha ardente, de onde saíram ilesos miraculosamente

(Daniel 3). Assim foi que o imperador Nabucodonosor aprendeu que sóo Deus de Israel, Javé, deve ser adorado, e arrependeu-se.

No fim, todas as religiões falsas, todo culto prestado às imagens,

o que é vedado no decálogo, desaparecerão; e todos os homens saberão

que o SENHOR é o único Deus desta terra.

“O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se

diante dele toda a terra.” (2.20)

A séria reflexão do profeta Habacuque sobre os alicerces morais

do mundo o convenceu de que o mal não prevalecerá contra o bem. O

Senhor há de reinar, e os que confiam nele, os justos que vivem pela fé,

 verão o triunfo do Reino de Deus aqui na terra, quando, afinal, a justiça

será estabelecida entre os homens pelo Senhor. Cumprir-se-á a grande

aspiração da oração dominical: “Livra-nos do mal, pois teu é o reino, eo poder, e a glória, para sempre. Amém.”

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Proibida a comercializaçãoUm louvor contagiante e gracioso (Cap. 3)

Habacuque chegou a conciliar a razão com a fé. Em seu universo

pessoal, não havia mais tensão, não havia mais dicotomia entre a fé e oraciocínio. Por conseguinte, experimentou a liberdade interior, a verda-

deira liberdade do espírito, que sobrepuja todas as barreiras do intelecto.

E como expressão desta nova liberdade ele compôs um belíssimo poema,

um hino de louvor que constitui uma jóia do saltério hebraico.

Agora convencido de que Deus é sempre justo para com todos

os homens, Habacuque apelou para o Senhor dos seus antepassados, o

Senhor da aliança com Israel. Pediu-lhe arrojadamente que avivasse no-

 vamente a sua obra. O Deus que no passado se manifestara aos israelitas

primitivos deveria agir agora na defesa dos seus descendentes. Habacuque

se lembrou das gloriosas façanhas do grande Deus de Israel em Temã e

Parã (3.2). Tema era Edom, a leste do Jordão. Parã se situava entre o Sinai

e Edom. Os dois lugares recordavam intervenções do Senhor, na época

da caminhada do povo de Israel, desde o deserto até Canaã.“Deus vem de Temã, e do monte de Parã vem o Santo.

A sua glória cobre os céus ...” (3.3)

No Monte Sinai, a glória do Senhor cobrira o monte, e a terra

tremera quando Deus entregou a lei a Moisés. O profeta cria que Deus,

por ser eterno, não muda. Se se manifestasse da mesma maneira nova-

mente, como antes, Israel não poderia temer. Os inimigos de Israel é quedeveriam tremer diante dele, pois

“... a pestilência segue os seus passos.” (3.5)

O Senhor envergonhara o poderoso Egito, no tempo de Moisés,

mediante as pestilências das rãs, dos piolhos, das moscas e dos gafanho-

tos, antes da praga final da morte dos primogênitos. O desejo estava nos

lábios de Habacuque: “Oxalá que se repetissem hoje sobre os caldeus”.

Habacuque relembrava também a vitória de Israel contra Midiã,

chamado Cusã no tempo de Habacuque (Números 31). E quem podia

esquecer o milagre da separação das águas do Mar Vermelho, quando

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Proibida a comercializaçãoDeus salvou do Egito o seu povo escravizado? (3.8). Deus não se irou

contra as águas mas, sim, contra os inimigos de Israel, quando “os cavalos

do Senhor” marcharam pelo mar (3.15).O contexto de Israel como nação é a história da salvação, por ser

Israel “o ungido do Senhor” (3.13). E a única maneira por que se pode

explicar as vitórias do pequeno Israel contra os seus poderosos inimigos,

 vitórias essas tipificadas pelo triunfo do jovem Davi na luta contra o

gigante Golias, degolado com a sua própria espada. Por isso Habacuque

se regozijava:

“Traspassas a cabeça dos guerreiros do inimigo com as

suas próprias lanças.” (3.14)

Enternecido o profeta, contemplando a invencibilidade do Sen-

hor. Convenceu-se de que as forças irresistíveis de Deus esmagariam para

sempre os invasores caldeus “no seu dia de angústia” (3.16).

O perfeito louvor foi concluído com a mais absoluta afirmaçãode fé. O profeta confiava cabalmente na soberania do Senhor, a ponto

de aceitar quaisquer circunstâncias como sendo dentro da boa e perfeita

 vontade de Deus para ele.

Habacuque contemplava a possível perda da safra de frutas, e

a extinção dos rebanhos como conseqüência de uma nova invasão. No

entanto, o profeta reafirmou a sua alegria no Senhor:“Ainda que a figueira não floresce . . . e nos currais não

há gado, todavia eu me alegro no Senhor.” (3.17)

Semelhante a Jó, Habacuque estava pronto a perder tudo, menos

a sua fé no Senhor. Habacuque fala alto à nossa sociedade de consumo,

com os seus exagerados valores materiais, e o seu desprezo aos valores es-

pirituais. A posse de bens materiais não é necessariamente sinal da bênçãoe da vontade divinas! A fé em Cristo não garante, de maneira nenhuma,

a entrada na vida opulenta e luxuosa ... Nos países latino-americanos,

com os seus milhões de seres humanos vivendo precariamente, há mui-

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Proibida a comercializaçãotos Habacuques modernos, que passam fome e sede, que não possuem

nem casa nem terras, mas que têm fé, e por isso exultam no Deus da sua

salvação. No quadro sombrio da tragédia em que vivem nossos povosnesta hora de inquietação espiritual, de confusão religiosa, de decadên-

cia moral e de convulsões sociais e políticas, são eles sal da terra, luz do

mundo; nada tendo, mas possuindo tudo. Eis a voz profética ao mundo

alucinado com o crasso materialismo do século XX: “Ainda que perca

tudo, todavia eu me alegro no SENHOR”. E quem possui o Senhor tem

a única riqueza que perdura para sempre. Isto também se aceita pela fé.

Nesta certeza, nascida da fé, o profeta rematou a bela canção com palavrascheias de fé inabalável:

“O SENHOR Deus é a minha fortaleza e faz os meus pés

como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” (3.19)

Sim, o justo viverá pela sua fé. E esta fé no Senhor triunfante,

ressuscitado e glorioso, transmite à vida diária uma vitalidade vibrante.

Quem pela fé vê Cristo sentado no trono do universo, aguardando o mo-mento supremo da revelação empolgante da sua glória aqui na terra, não

se desanima com a situação mundial! Sabe que Cristo voltará para reinar

eternamente, “porque convém que ele reine até que haja posto todos os

inimigos debaixo dos seus pés” (1 Co 15.25). Quem tem esta fé em Cristo

 já é súdito do reino eterno, vivendo segundo os princípios da justiça, da

paz e do amor. O reino chega com o crente, no limitado contexto da suaatuação entre os homens. Ele é sinal e penhor, dado aos homens pelo

Santo Espírito, da sociedade a vir. Por isso, “anda com alegria, como corça

nas montanhas.” A sua plena aceitação pela fé da vontade de Deus, sejam

quais forem as circunstâncias externas por ele permitidas, é o segredo,

único e perene, duma vida harmoniosa e abundante!

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Sofonias – O Dia do Senhor

Sofonias exerceu seu ministério nos dias de Josias, foi trineto

de Ezequias, sendo pois de sangue real e parente de Josias. Este, 640-609

a.C., procedendo do longo e mau reinado de Manassés, empreendeu

grande reforma, da qual Sofonias foi ótimo promotor. Esta profecia,

pois, foi proferida apenas poucos anos antes que fosse soada a hora da

condenação de Judá. O profeta Sofonias era tetraneto do rei Ezequias.

Sua mensagem de julgamento sobre Judá foi dada durante o reinado deJosias. Ele predisse que um pequeno número (um remanescente) reto-

maria a Jerusalém. Sofonias

Para entender a profecia de Sofonias, é essencial aprender algo

do período de uns 135 anos que separam a queda de Samaria em 722 a.C.

e o conseqüente desaparecimento da nação de Israel, e a destruição de

Jerusalém em 587 a.C. e o exílio de Judá na Babilônia. A história da naçãode Judá oscila neste período, segundo a influência boa ou má dos seus

reis. Os reinados de Ezequias e de Josias se destacaram pela sua piedade,

e pelo vigor das suas reformas religiosas. Sofonias foi profeta durante o

reinado de Josias, o bom, mas tudo indica que a profecia foi pronunciada

antes da gloriosa reforma introduzida pelo jovem rei.

O rei Ezequias não admitiu a mensagem de advertência do pro-

feta Isaías. Não aceitou a vontade de Deus. Embora crente no Senhor,

não tinha pressa nenhuma para entrar nas mansões celestiais. Chorou

como criança. Deus acedeu ao seu desejo, concedendo-lhe mais 15 anos

de vida. Neste período de graça, Ezequias gerou um filho tão ruim que

teria sido melhor se o rei tivesse morrido antes de gerá-lo. Este filho, de

nome Manasses, reinou durante 55 anos, e abandonou por completo os

bons costumes do pai, entregando a nação à apostasia. Reintroduziu naterra a idolatria que o pai Ezequias havia destruído. Mandou montar

o “poste-ídolo”, vil símbolo sexual do culto à fertilidade dos cananeus.

Acompanharam este culto as sacerdotisas prostitutas, cujos “serviços”

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influenciariam Baal a benzer os rebanhos e as colheitas. Manasses man-

dou erguer imagens de todas as divindades pagãs, inclusive o sol, a lua

e as estrelas. Tornou-se adepto do espiritismo, servindo-se de médiuns,

dos sinais de zodíaco e de todas as decep-ções da bruxaria. Foi o maior

escândalo quando introduziu dentro do sagrado templo o enorme símbolo

sexual do ma-chismo! (2 Reis 21.3-7).

A cidade de Jerusalém se tornou capital do sincretismo religioso,

com o conhecido lema “toda religião é boa”. Era como acontece hoje por

todo o Brasil em que Orixá convive com “Nosso Senhor do Bom Fim”,e a San-ta Virgem e lemanjá se unem na mesma parede; onde per-nas e

braços de cera, amuletos, e crucifixos são todos sím-bolos da “fé sin-

cretista”, tão odiada pelo Deus vivo.

O tribuloso rei Manassés chegou ao topo da apostasia “quei-

mando o seu filho como sacrifício”, no culto a Moloque, como informa

2 Reis 21.6. Nesta repugnante prática pagã, os pais ofereciam os recém-nascidos, deitados sobre uma grade de ferro, e queimados vivos perante

a imagem de Moloque. As chamas consumiam “o fruto do corpo pe-lo

pecado da alma” (Miquéias 6.7). Há uns anos atrás, apareceu no Brasil

uma seita que praticava o infanticídio, como ato religioso! A imprensa

divulgou a notícia da prática revoltante.

A nação de Judá suspirou de alívio quando Manassés faleceu.Após meio século de corrupção e de violência pelas autoridades, o povo

esperava que a limpeza fosse feita ... No entanto, isso não se realizou.

Assumiu o trono o jovem príncipe Amom. Tal pai, qual filho. Ele man-

tinha em tudo o “status quo” odiado. Um golpe foi orga-nizado, e Amom

foi assassinado. Os revolucionários ins-talaram o filho de Amom, Josias,

com 8 anos de idade, para ser rei em 638 a.C. Uma boa educação fez dele

um ótimo monarca e reformador religioso. O seu reinado de 30 anos foimarcado por um reavivamento espiritual, começando com a descoberta

da Palavra de Deus, escon-dida durante muitos anos no templo. Este

acontecimen-to, em 621 a.C, acendeu uma luz pura, depois de um meio

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século de trevas e apostasia.

Sofonias profetizou justamente neste período espe-rançoso.Torna-se claro, porém, que a maravilhosa reforma de Josias era um

tanto superficial. O povo, embora obedecendo às instruções religiosas

do rei, ficou apega-do às práticas pagãs do espiritismo, do culto sexual,

e do sincretismo acomodatício. Faltou-lhe a experiência do genuíno ar-

rependimento, e fé num só Senhor. Sofonias predisse o julgamento de

todas as nações, inclusive a do povo eleito, mas terminou a profecia com

a esperança messiânica da restauração, no m dos tempos.

Sofonias era trineto do bom rei Ezequias. O rei Jo-sias era bisneto

de Ezequias. De sangue azul, e com bons antecedentes espirituais, Sofo-

niais tinha livre acesso ao paço real, e exerceu uma autoridade profética

que calou bem no coração do jovem rei consagrado ao Senhor (1.1).

O Dia do Senhor (Cap. 1)

Sofonias, mais do que qualquer outro profeta den-tre os doze,

usava a expressão “o Dia do Senhor”, para significar o dia da ira vindoura.

Toda a humanidade será julgada, e o profeta previu o extermínio, não

somente da raça humana, mas de toda vida, como no tempo do dilúvio

(1.3). Judá, o povo eleito, não escaparia, devido à sua apostasia, seguindo

a idolatria pagã, num espírito sincretista, adorando ao Senhor e a Milcom,

o mesmo que Moloque. O homem não pode servir a dois senhores. Deus

odeia o culto em que ele não é o único e supremo Deus.

Sofonias anunciou o castigo divino que haveria de cair sobre

todos os oficiais e filhos de Manassés, que praticaram tanta violência

(1.9). O julgamento do mundo começaria, não com os pagãos, mas com

Jerusalém! Como diz o apóstolo Pedro: “A ocasião de começar o juízopela casa de Deus é chegada” (1 Pedro 4.17). A ilusão trágica dos judeus

foi esta, que não perceberam que o Senhor é Governador moral do uni-

 verso. Os habitantes de Jerusalém diziam: “O Senhor não faz bem, nem

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faz mal” (1.12). Segundo este parecer, não existe causa e efeito na esfera

moral. Não haveria relação entre a obediência à lei, e os acontecimentos

políticos e sócio-econômicos. “Por isso serão saqueados os seus bens, e

assoladas as suas casas” (1.13). O profeta seria vindicado somente pelo

desenrolar da história da nação.

Todo judeu sempre pensava no Dia do Senhor como dia de

 vitória, de alegria e de paz. Ao contrário, replicou Sofonias, será dia de

indignação, de alvoroço, e de escuridade (1.15). Por causa do pecado do

próprio povo de Deus, a vinda do Senhor será dia de julgamento e nãode alegria. A igreja acomodada do século XX precisa refletir mais sobre

os fatos históricos concernentes a Israel. A segunda vinda do Senhor é

anunciada com grande entusiasmo, mas o dia marcará o comparecimento

de toda a igreja ao tribunal de Cristo. A igreja será julgada naquele dia,

como Israel do Velho Testamento foi julgado, segundo as suas obras,

quer sejam boas ou más.

O Julgamento das Nações (Cap. 2)

Em comum com a maioria dos profetas, Sofonias anunciou o

 julgamento de todas as nações. Esta proclamação chama os homens ao

arrependimento, como passo

da maior urgência. “Buscai ao Senhor”, e não às imagens dos

falsos deuses. “Buscai a justiça”, deixando a corrupção e a violência (2.2).

Se assim fizerem, Sofonias estendeu-lhes alguma esperança: “Porventura

lograreis esconder-vos”.

As cidades pagãs da circunvizinhança, Gaza, Ascalom, e Asdode,

são mencionadas como merecendo a destruição. O restante de Judá

herdaria toda a região do litoral mediterrâneo (2.7). Moabe e Amom, in-imigos inveterados de Judá, se tornariam como Sodoma e Gomorra (2.9).

O julgamento se estenderia até os confins da terra. Ninguém escaparia.

Ao extremo sul do Egito havia um país aqui denominado Etiópia, que

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hoje é o Sudão. Para Sofonias isto representava o limite sul do mundo

conhecido. Ao outro extremo do mundo antigo, o limite setentrional era

a Assíria, cujo julgamento foi também prometido (2.13). Nínive, a famosa

capital da Assíria, símbolo de opressão e de crueldade, se tornaria uma

 vasta ruína, habitada somente pelos animais e as aves de rapina. De fato,

ela se tornou uma desolação poucos anos depois, em 612 a.C, segundo

a palavra segura do profeta.

A Visão de um Mundo Restaurado (Cap. 3)

Terminada a profecia contra as nações, Sofonias voltou a ameaçar

Jerusalém, a cidade apóstata, outrora santa. Ela rejeitou a disciplina da

lei, e desconfiou completamente no recado de julgamento divino (3.2).

Desde o tempo desatroso de Manassés, o rei ímpio, a liderança do país

continuava afastada das normas bíblicas. A benéfica influência do jo-

 vem rei crente Josias não conseguiu refrear a torrente de maldade soltapelo seu avô Manassés. Os príncipes da época eram os chefes políticos,

e eles se caracterizavam pela avareza. O profeta os comparou aos leões

e aos lobos. Os líderes religiosos eram levianos. Em vez de ensinarem

sistematicamente a Palavra de Deus, falavam levianamente. Sem dúvida,

preparavam os seus “sermões” em 10 minutos. Quem fala em nome do

Senhor precisa dedicar muito tempo ao estudo, à reflexão, e à oração.Quantas igrejas há que sofrem porque o responsável não dá o tempo

necessário para a preparação! No entanto, o Senhor está presente com o

seu povo. Ele é justo, no meio dele (3.5).

Este Senhor da justiça espera que o seu povo Judá aprenda a lição

 vivida por muitas cidades e nações. Apesar das advertências dos profetas,

o povo de Israel ao norte viu a sua cidade capital, Samaria, cair no ano

722 a.C, em conseqüência direta da sua apostasia idólatra. Quando a

Assíria invadiu o pequeno Judá no tempo de Ezequias, a superpotência

foi vencida pela fé e oração do monarca. A justiça de Deus se expressa

em manchetes através da história humana. O nazismo que assassinou

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nas câmaras de gás 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, e

que foi arrombado depois, ensina a mesma lição em nosso século. Deus

é Senhor e Juiz das nações.

Chegando ao fim da sua profecia, Sofonias contemplou com

otimismo o fim de todo o drama humano. Deus destruirá o mundo com

fogo, castigando o pecado das nações. O apóstolo Pedro confirma isto em

2 Pedro 3.7. Num mundo purificado e restaurado, as nações louvarão ao

Senhor (3.9). Israel será modelo de humildade e veracidade. O Senhor

será o Rei de Israel (3.15). Ele se deleitará no seu povo com alegria. A maisperfeita harmonia e comunhão existirá. Israel se renovará no seu amor.

To dos voltarão para as festas do Senhor, que eles não podiam celebrar,

quando exilados (3.18). As duas nações de Israel e Judá serão reunidas,

e terão um só nome como povo de Deus, e gozarão do prestígio das de-

mais nações (3.20). Esta visão milenar de um mundo restaurado em paz

e justiça nunca se cumpriu. A Igreja do século XX aguar da a restauraçãodo reino de Israel esperado pelos após tolos (Atos 1.6), e os “tempos de

refrigério” prometidos pelo apóstolo Pedro, e que certamente chegarão

“da presença do Senhor” (Atos 3.20). Até aquele dia, a nossa oração é

aquela do grande apóstolo do amor, aliás a última oração da Bíblia toda:

“Vem, Senhor Jesus! “ (Ap 22.20).

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 13) - A Bíblia faz referência a Naum como “Naum, elcosita”. Não

há certeza quanto à identidade de Elcos, que deve ter sido uma cidade

da Palestina.

____ 14) - Habacuque, cujo significa é “Deus é força” escreveu seu livro

profético durante os reinos de Salomão.

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____ 15) - O mundo inteiro está repleto de justiça e retidão, todos os

órgãos da sociedade estão perfeitos.

Assinale com “X” a alternativa correta

16) – Sofonias exerceu seu ministério nos dias de:

___a. Josias.

___b. Zedequias.

___c. Malaquias.

___d. Nenhuma das alternativas estão corretas.

17) – O julgamento do mundo começaria, não com os pagãos, mas com:

___a. Jerusalém.

___b. Samaria.

___c. Judá.

___d.Todas as alternativas estão corretas.

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 Ageu – Zacarias - Malaquias

Ageu - A reedificação do templo

O profeta Ageu, nasceu em dia de festa. Foi o décimo dos pro-

fetas menores. Pertenceu ao período após o cativeiro, período no qual

se fala no livro de Esdras, Neemias e Ester. Ageu e Zacarias ajudaram na

construção do templo, 520-516a.C. Todo o ministério de Ageu que se temnotícia durou menos de 4 meses. Ageu repreendeu os exilados que retor-

naram por morarem em casas ricamente apaineladas enquanto o templo

continuava em ruínas. Zorobabel, o governador, e Jeozadaque, o sumo

sacerdote, seguiram as instruções de Ageu e construíram o templo. Ageu

Todas as profecias concernentes ao povo de Judá se cumpriram.

Na sua misericórdia. Deus não permitiu nem a destruição de Jerusalém,nem o exílio na Babilônia, sem graves advertências prévias na política

externa. Em 605 a.C, Nabucodonosor, rei da Babilônia, sitiou Jerusalém e

depôs o rei apóstata Jeoaquim, neto de Josias, o Bom. Na ocasião, Nabu-

codonosor levou para o cativeiro a elite da juventude judaica, para integrá-

la no corpo diplomático imperial. Neste grupo saíram Daniel e os três

 jovens que iriam ser provados na fornalha ardente (Daniel 1-3). Porém,

na data em apreço, Jerusalém não foi destruída, mas a nação tornou-se vassala da Babilônia. Em 598 a.C. Nabucodonosor voltou, e mandou tirar

muito ouro do templo. Segundo um escritor judeu convertido a Cristo,

o ouro utilizado no forro do Santo dos Santos no templo de Jerusalém

 valeria hoje mais de US$ ... 20.000.000,00.1 Assim Judá recebeu mais uma

advertência mas não se arrependeu da sua apostasia. Quando o último

rei de Judá, Zedequias, revoltou-se contra a Babilônia, Nabucodonosor voltou novamente para destruir a cidade rebelde de Jerusalém. Incendiou

o templo, de onde tirou o restante dos seus tesouros sagrados, e levou o

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povo para o exílio. A narração detalhada do acontecimento encontra-se

em 2 Crônicas 36.

Setenta anos de exílio se passaram, até que o benévolo rei persa,

Ciro, vencedor da Babilônia, baixou um edito permitindo aos judeus

 voltar para a sua terra. Dois anos depois, em 536 a.C, um grupo de judeus

sob a liderança de Zorobabel chegou em Jerusalém. Assim se cumpriu ao

pé-da-letra a profecia de 70 anos de cativeiro dada por Jeremias (Jr 25.11).

A reconstrução do templo começou logo em 535 a.C, mas com a oposição

dos samaritanos os judeus foram obrigados a desistir. O império de Ciroestava inseguro ainda, e os inimigos dos judeus aproveitaram esta inse-

gurança para opor-se ao edito imperial que autorizava a obra.

Por quase vinte anos a reconstrução ficou parada. Então Deus levantou

dois profetas, Ageu e Zacarias, para incentivar novamente a construção.

A situação política externa se havia tornado mais estável sob o novo

imperador Dario, de modo que não houve empecilho. A exortação dosdois profetas deu êxito; e o segundo templo, o de Zorobabel, foi erguido

em apenas cinco anos.

Compreende-se a comoção religiosa para reconstruir o templo pelo fato

de que uma pessoa, em cada sete dos exilados que voltaram, era sacerdote.

A maioria dos judeus ficara na Babilônia, gozando de prosperidade. Os

elementos mais piedosos voltaram com a idéia de formar um estado sac-

erdotal, e foi isto que preparou o espírito farisaico do período de Cristo.

Mensagem de repreensão para Construção do Templo (Cap. 1)

As quatro profecias de Ageu, foram dadas no curto período

de quatro meses, no ano de 520 a.C. Cada uma começa com a fórmulaliterária “veio a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). Naquele tempo

Judá não tinha mais rei, mas o governador era Zorobabel, bisneto de

Josias, o último dos reis piedosos. O sumo-sacerdote chamava-se Josué,

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Proibida a comercializaçãoa forma hebraica do nome Jesus, que significa salvador.

Os que retornaram do cativeiro já estavam bem cômodos em

Jerusalém. Moravam em casas boas, com quartos apainelados em ma-deira. A prosperidade aumentava. Todo o mundo achava que o templo

deveria ser restaurado um dia, mas não tão já (1.2). Assim foi que os

enormes blocos de pedra do templo do Senhor, arrombados por mãos

ímpias, jaziam em pleno centro da cidade. Os crentes no Senhor estavam

gastando dinheiro para embelezar as suas residências elegantes, sem fazer

nada para o templo do Senhor.

Por muitas vezes o Senhor nos lança um desafio, e como eles

dizemos: “Não veio ainda o tempo’” Exemplifiquemos. Há anos atrás

Deus desafiou brasileiros (inclusive jovens da ABU) com a oportunidade

de ser vi-lo na África Portuguesa, onde, naquela época, o brasileiro tinha

entrada franca. Infelizmente passou a hora. E a Africa, em vez de receber

 jovens profissionais motivados pelo espírito de Cristo, recebeu 20.000

cubanos armados, espalhando a violência e a morte. Os discípulos deMarx estavam mais dispostos do que os do Nazareno ... Que contraste em

engajamento’ Como é preciso reconhecer o tempo, o “kairós” do Senhor’

O profeta Ageu advertiu duramente os judeus que egoistamente

se dedicaram as vossas causas materias (1.4). Exortou-os duas vezes a se

lembrarem do passado, pois a miséria do passado se explicava justamente

pela negligência do testemunho comunitário. Quantas vezes os nossossofrimentos pessoais estão ligados à nossa desobediência ao Senhor! O

profeta insistiu que o povo devia trazer madeira, não para embelezar

as residências, mas para o templo do Senhor (1.8). O Professor Ellison,

também convertido do judaísmo, sugere que o templo sofrera mais do

incêndio do que do desmoronamento.2 As chamas deixaram os blocos

de pedra íntegros, enquanto consumiram totalmente o madeiramento.

Em conseqüência, o material mais necessário para a restauração era amadeira, e os crentes estavam forrando os seus palacetes com madeira

de lei, sem contribuir uma ripa para o templo!

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De vez em quando o tesoureiro de uma igreja moderna se sente

como Ageu. Ele vê os crentes prosperando cada vez mais, construindo

casas chiques, alguns já com casa de veraneio também, enquanto o tem-plo do Senhor fica arcaico, às vezes tosco, sem ter recebido uma demão

de tinta nos últimos dez anos ... Em muitos casos, os crentes no Senhor

Jesus Cristo teriam vergonha de manter a sala de visita em casa no mesmo

estado em que está o templo onde adoram o Senhor que lhes deu tanta

prosperidade.

Ageu afirmou que a fraca safra e a queda nos negócios eram relacionadascom a negligência do povo quanto ao testemunho público do templo

(1.10, 11). O livro de Ageu revela que o povo respondeu energicamente

à exortação. Apenas vinte e três dias depois da pregação de Ageu a obra

foi reiniciada, para a glória de Deus (1.15). O povo foi inspirado pela

promessa da presença do Senhor. “Eu sou convosco!”, diz o Senhor (1.13).

Que inspiração também para nós, saber que o Deus todo-poderoso é

realmente conosco em nosso serviço para ele! Se DEUS é por nós, quemserá contra nós? (Rm 8.31).

A Glória do segundo Templo (Cap. 2.1 -9)

Depois de um mês, Deus mandou o segundo recado profético

por intermédio de Ageu (2.1). O profeta apelou para o testemunho dos velhinhos entre eles, que ainda se lembravam da primeira casa do Senhor

em toda a sua glória. Era natural que sentissem desânimo, comparando

a obra-prima de Salomão com a velha ruína existente.

“Como a vedes agora? Não é ela cousa de nada aos vossos

olhos?” (2.3)

Os velhos sentiram a dor da saudade. A única solução seria umanova obra. Deus sempre faz coisas novas. A esperança suplanta a saudade.

Por isso o profeta insistiu que aquele que crê deve enfrentar com real-

ismo o desafio atual. O passado com a sua negligência culpada deve dar

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Proibida a comercializaçãolugar ao presente com a maravilhosa oportunidade de construir algo no

nome do Senhor. O povo tinha prometido consagrar-se à obra, e Ageu

o chamou a ser forte:“Sê forte, Zorobabel . . . Sê forte, Josué . . . Tu, povo, ...

sê forte! “ (2.4)

Sabiamente Ageu soube desafiar todo o povo de Deus, e não so-

mente os líderes religiosos e os poderosos. A obra de construção precisava

da dedicação abnegada de toda a comunidade da fé, do esforço ingente

dos grandes e dos pequenos.Nesta segunda profecia Deus prometeu abalar todas as nações,

quando encheria de glória aquela casa (2.7). O templo que os judeus

iriam reconstruir seria aquele em que o Messias compareceria! E de fato,

Cristo andou naquele templo. Herodes o embelezou com obras durante

46 anos (João 2.19), mas era a mesma construção. Neste sentido, a glória

da última casa foi a presença de Jesus Cristo nosso Salvador, cuja glóriaé bem maior do que a da lei (2.9).

Zelo para com o Senhor (Cap. 2.10-19)

Logo após, veio uma terceira profecia em forma alegórica. Ageu

interrogou os sacerdotes com respeito à lei cerimonial da impureza.

Rezava a lei mosaica que quem tocasse um cadáver seria impuro porsete dias (Números 19.11-22). O santuário desmoronado se comparava a

um cadáver. Quem o tocasse naquele estado e oferecesse sacrifícios nele

seria imundo, e o efeito do culto seria nulificado: “tudo é imundo” (2.14).

Logicamente, para o templo voltar a ser um corpo vivo era imprescindível

restaurá-lo à perfeição anterior. Só assim Deus aceitaria o culto solene.

O povo tinha o compromisso sagrado de construir, mas estavafalhando no dever. Deus dispõe de toda a prata e ouro no mundo inteiro

(2.8). Ele entrega riquezas ao seu povo, principalmente para fins de auxil-

iar a obra e o testemunho, e não para permitir uma vida luxuosa da parte

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Proibida a comercializaçãodos seus servos. Foi isto o grave erro dos judeus. Por terem abandonado

o projeto de construção, os agricultores receberam somente 50% da

safra esperada (2.10). Não reconheceram que as doenças que afetavam aplantação tinham vindo do Senhor (2.17). Agora com a nova promessa

de trabalhar, Deus promete uma colheita abundante (2.19).

“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes

em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. 

Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que

 votes e não cumpras.” (Ec 5.4,5)

Muitos votos são feitos na hora da enfermidade, contudo não

são cumpridos quando vem a saúde; promessa esquecida de contribuir

para alguma campanha; votos feitos depois de um sermão de consagra-

ção, e logo esquecidos; promessa vã de tornar-se dizimista el. Se todos

os nossos votos se cumprissem, haveria meios suficientes para todos os

projetos evangélicos: a construção de templos, de escolas, de clínicas e

de hospitais. Não faltariam fundos para missões, para a obra estudantile para orfanatos. E o doador seria ricamente compensado! (2.19)

Promessa futura (Cap. 2.20-23)

A quarta e última profecia de Ageu foi recebida do Senhor no

mesmo dia em que a terceira. Que maravilha quando Deus fala pessoal-mente a um dos seus servos duas vezes no mesmo dia! Esta última profecia

rasga novos horizontes perante o olho da fé. O vidente, como tantos outros

dos Doze Profetas menores, enxergou de longe acontecimentos ao fim

da história humana; portanto, ainda não realizados em nossos dias. Esta

profecia prediz o momento quando o Senhor “abalará o céu e a terra.”

(2.21). E a confirmação do conflito cósmico de Armagedom, que destruirá

as nações e os reinos, e que terminará com o triunfo absoluto do Senhordos Exércitos. Zorobabel, da linhagem eleita de Davi, levava nas veias o

sangue que foi transmitido ao seu famoso descendente, o Nosso Senhor

Jesus Cristo (Mt 1.13, Lc 3.24). No dia do Senhor, quando a trombeta do

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Proibida a comercializaçãoarcanjo soar, Zorobabel, homem de fé e de ação na obra do Senhor, será

levantado de entre os mortos. Ele será como “um anel de selar”, objeto

de inestimável valor. Os reis da antigüidade usavam o anel de selar paraautorizar todos os editos e leis promulgados. O anel confirmava a vontade

do soberano. Paulo, o apóstolo, afirma que nós somos selados com o

Espírito Santo. Como Zorobabel temos a responsabilidade e o privilégio

de expressar pelas nossas vidas a vontade do Pai, quanto à extensão do

seu Reino aqui na terra. Uma parte daquela vontade concerne o nosso

uso dos bens materiais que ele nos confia. Fomos predestinados às boas

obras para que as praticássemos. No ocaso do século XX depois de Cristo,como no ano 520 antes dele, Deus busca a cooperação material de cada

um. Por quê? “Porque te escolhi, diz o Senhor dos Exércitos” (2.23).

Zacarias – Despertando o povo para reconstruir o

Templo

Zacarias, cujo nome é o “Senhor se lembra”, foi rei de Israel, o

último da casa de Jeú, que reinou somente seis meses, foi contemporâneio

de Ageu. Enquanto parece que Ageu era muito idoso, Zacarias aparentava

ser muito jovem, visto que era neto de Ido, o qual voltara para Jerusalém

16 anos antes. Já fazia dois meses que Ageu pregava e a obra do templotinha começado, quando Zacarias entrou em cena. Seu ministério durou

cerca de 2 anos. As profecias de Zacarias despertaram os judeus que

haviam voltado a Jerusalém de sua apatia, indolência espiritual e maus

caminhos. Ele era sacerdote bem como profeta, descendente de uma das

antigas famílias de sumo sacerdotes de Judá. Nasceu no exílio da Babilônia

mas retornou com o primeiro grupo de judeus e profetizou ao mesmo

tempo que Ageu. Zacarias

O livro de Zacarias é o mais longo e o mais enigmático dos Doze

Profetas menores. Zacarias e Ageu, exerceram ministérios complemen-

tares em Jerusalém entre os exilados que tinham voltado da Babilônia.

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Proibida a comercializaçãoEmbora tendo o mesmo objetivo de incentivar a restauração do templo

depois do exílio, os dois eram. bem diferentes no estilo. Ageu era prag-

mático, usando palavras diretas e incisivas, como se fosse anglo-saxão.

Zacarias era idealista e visionário, dado à eloqüência, servindo-se de umalinguagem imaginativa e poética, igual ao latino-americano. Deus se ser-

 viu das duas personalidades distintas, mostrando assim a multiformidade

ministerial ao serviço do seu povo. O apóstolo Paulo comenta a mesma

situação na igreja: “Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um

deles no corpo, como lhe aprouve” (1 Coríntios 12.18).

Dos doze profetas menores, Zacarias se destaca pelo estiloapocalíptico, e pelas profecias pormenorizadas a respeito do Messias.

Usa um vocabulário riquíssimo, e diversos dos seus termos apocalípticos

foram apropriados pelo Apóstolo João no Apocalipse do Novo Testa-

mento; por exemplo: os quatro cavalos, o candelabro de ouro, os sete olhos

do Espírito de Deus, e os anjos-intérpretes. O simbolismo e mensagem

de Zacarias prenunciam o recado do Apocalipse de João, a saber, que o

triunfo do Senhor na terra é absolutamente certo.

O livro de Zacarias oferece profecias detalhadas sobre o futuro

Messias. Prometeu um Messias que seria bom pastor, traído por trinta

moedas de prata, rejeitado por Israel; tornar-se-ia fonte para a purica-

ção de pecado, e seria morto pela permissão do Pai, a fim de receber um

reino eterno.

Dos Doze, somente Ageu e Zacarias observam a exatidãocronológica de historiadores modernos, mencionando não somente o

reinado em que profetizaram, mas também o ano do reinado, o mês, e

até o dia do calendário. Desta maneira podemos verificar que Zacarias

começou o seu ministério em 520 a.C, entre o tempo da segunda e ter-

ceira profecias de Ageu, o seu colega (Ageu 2.1, 10). O ministério dos

dois é confirmado em Esdras 5.1, 2. Parece bem provável que Zacarias eo seu avô Ido fossem os sacerdotes exilados que voltaram, mencionados

em Neemias 12.16.

Divide-se em duas partes o livro de quatorze capítulos. A primeira

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Proibida a comercialização(1-8) concerne visões relativas à reconstrução do templo, e a segunda

(9-14) concentra-se na esperança da vinda do Messias.

As Duas Primeiras Visões (Cap. 1)

A profecia inicial de Zacarias é uma exortação ao arrependimento

muito no estilo de Ageu, e que cabe bem entre as do seu colega. Parece

ser uma ampliação e comentário da primeira mensagem de Ageu: “Con-

siderai o vosso passado!” (Ageu 1.5). Zacarias salienta a imutabilidade

da Palavra de Deus, que chama todas as gerações ao arrependimento(.1.6). Depois desta palavra inicial confirmando a mensagem central de

Ageu, o livro desenvolve uma série de oito visões misteriosas. Foram

reveladas exatamente dois meses depois de Ageu entregar o seu último

recado divino (1.7). Na primeira visão noturna Zacarias vê quatro cava-

leiros montados em cavalos de cores diferentes, que percorrem a terra.

Obedecem à vontade do Senhor, dando-lhe notícias da tranqüilidade daterra (1.11). É a opressiva tranqüilidade do domínio da terra pelas forças

do mal (1.15). O Senhor exercerá a sua soberania no mundo através dos

poderosos seres angélicos montados nos cavalos simbólicos, que garan-

tirão as condições necessárias para a reedificação do templo (1.16). Esta

 visão apocalíptica foi aproveitada por João no Novo Testamento, para

enfatizar a mesma mensagem da irresistibilidade da soberana vontade

do Senhor (Ap G.2). Os ouvintes de Zacarias entenderiam pela visão quenenhuma nação poderia impedir o plano de construção entregue a um

grupo relativamente insignificante de exilados.

A segunda visão interpreta o passado, enquanto que a primeira

interpreta o futuro imediato. A visão de quatro chifres simboliza os meios

militares utilizados por Deus para castigar Israel primeiro, e depois Judá

(1.19). Os quatro ferreiros simbolizam os chefes militares que destruíramos impérios ímpios de que Deus se serviu para castigar o seu povo.

Destarte, os instrumentos de castigo por sua vez são castigados (1.21).

O judeu nunca podia entender como o Deus de Israel podia se servir

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Proibida a comercializaçãode nações pagãs e cruéis para punir o seu povo privilegiado. O livro de

Habacuque expressa eloqüentemente este dilema. A justiça de um Deus

santo se vê no fato de ele castigar finalmente os castigadores do seu povo.

A Terceira Visão (Cap. 2)

Agora o profeta Zacarias antevê a hora de reconstrução do tem-

plo como objeto de interesse particular de seres celestiais. Não somente

o templo mas a cidade toda de Jerusalém há de ser restaurada (2.2). Um

anjo comunica-se com o profeta — não profeta de barba branca, mas comcara de jovem! (2.4) O Senhor se serve de jovens nos seus planos para

um mundo melhor. Em sonho Zacarias vê os habitantes de Jerusalém,

não mais o grupo inexpressivo de exilados desanimados, mas uma vasta

multidão que se espalha seguramente além dos limites da cidade, prote-

gida não pelo muro de pedra, mas pelo fogo protetor da presença divina!

(2.5). O Deus da coluna de fogo no deserto sinaítico vive e age em todosos tempos em favor do seu povo amado.

Logo depois da terceira visão, o profeta recebe uma mensagem

para os judeus que não quiseram voltar da Babilônia (2.6). Deus se lhes

dirige em termos de grande ternura. O povo é “a menina do seu olho”

(2.8). Por isso, ele revela de antemão que haverá guerras em toda a região

da Babilônia, onde eles se sentem tão seguros e acomoda dos. Os judeus

acham arriscada uma volta para Jerusalém ainda em ruínas. Na realidade,

o risco maior é ficar no exílio. É sempre melhor ficar dentro da vontade

de Deus1 É o único lugar de perfeita segurança. Para convencer o povo

desta verdade, Zacarias sobe nas asas dum lirismo poético e enxerga de

longe o triunfo final de Deus, com todas as nações submissas a ele, e

Judá firmemente estabelecida na “terra santa” (2.12). Esta é a única vez

que a Bíblia usa o termo com referência à Palestina. Tamanha revelaçãodas decisões inalteráveis do Senhor deve obrigar o homem, por mais

desanimado que seja, a calar-se (2.13).

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Proibida a comercializaçãoA Quarta Visão (Cap. 3)

Como no Apocalipse de João, na quarta visão Satanás é des-

mascarado como o implacável inimigo do homem e de Deus. Apareceno palco Josué, o sumo sacerdote em Jerusalém (3.1). A cena relembra

o diálogo entre Deus e Satanás sobre Jó (Jó 2). Josué veste “roupas sujas”

(3.3), o que sugere a sua impureza cerimonial. Ageu já tinha convencido

o povo de que o culto estava “imundo” enquanto o templo não fosse

restaurado (Ageu 2.14). Segundo este argumento, tudo era imundo, in-

clusive o próprio sumo sacerdote, o homem mais chegado a Deus. Mas

com a recente decisão do povo de reedificar o templo, tudo está mudado,

e Deus apresenta o seu servo Josué ao diabo como limpo, desde a cabeça

até os pés (3.5). Que alegria indescritível quando o homem pecador é

declarado puro e justo perante Deus, mercê da obra e sacrifício de Jesus

Cristo’ Satanás silencia quando Deus declara: “Sois justificados pela fé!

“ (Romanos 5.1).

Num trecho altamente simbólico e misterioso, Josué recebe apromessa de um sumo sacerdote maior do que ele, “o Renovo”, que le-

 vará o mesmo nome de Josué. O nome Jesus é a forma grega do hebraico

Josué. Este tirará a iniqüidade da terra num só dia. Eis porque o anjo

que falou com José em Nazaré, antes de Cristo nascer, lhe disse: “E lhe

porás o nome de Jesus (Josué), porque ele salvará o seu povo dos pecados

deles.” (Mt 1.21).No dia em que Jesus morreu na cruz, dia mil vezes abençoado,

ele carregou os nossos pecados, trazendo-nos a paz com Deus. O pro-

feta Zacarias descreve esta paz em termos simbólicos. Usa a ilustração

convencional do morador que descansa debaixo da vide, ou debaixo da

figueira (3.10).

A Quinta Visão (Cap. 4)

As visões de Zacarias são interpretadas por anjos. Na quinta

 visão o vidente contempla um candelabro de ouro com sete lâmpadas,

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Proibida a comercializaçãocomparável àquele visto em Patmos por João (Ap 1.12). Desde o tab-

ernáculo no deserto, o candelabro era símbolo da luz do testemunho

do povo de Deus. Até hoje é símbolo usado pelo novo estado de Israel.Sem a restauração do templo, não haveria lugar para o candelabro que,

segundo a lei, deveria ser móvel permanente no lugar santo (êx 25). Para

restaurar-se a ordem bíblica do culto, o candelabro seria indispensável.

As duas oliveiras, vistas na visão como fornecedoras de azeite para o

candelabro, representam os dois paladins que lideram o povo, Zorobabel

o governador, e Josué o sumo sacerdote (4.14).

A Sexta e Sétima Visões (Cap. 5)

O vidente inspirado percebe a sexta visão na forma dum rolo

 voante. Desenrolado no céu como tapete, o seu tamanho enorme de

cinco metros por dez permite a leitura fácil do texto nele inscrito. As

dimensões correspondem às do pórtico do templo, onde a lei devia serlida ao povo! Como cartaz publicitário aéreo, o rolo flutua no ar. De um

lado do rolo está escrita a lei contra o roubo, e do outro a lei contra o

 juramento falso (5.3). Quem jura falsamente pelo nome do Senhor peca

contra o terceiro mandamento do decálogo. Quem rouba quebra o oitavo

mandamento (Êx 20.7, 15). Ora, o povo de Deus tinha jurado a Zorobabel

que completaria a reconstrução do templo do Senhor. Se não o fizesse,

quebraria estes dois mandamentos, mentindo ao Senhor, e roubando osfundos que deveriam ser consagrados àquele fim. A visão termina com

o rolo destruindo todas as casas dos culpados (5.4).

Talvez a mais enigmática de todas as visões de Zacarias seja a

sétima, em que ele enxerga uma mulher dentro de um cesto, do volume

de um efa, com tampa de chumbo (5.7). O anjo-intérprete explica a

Zacarias que o cesto ou efa simboliza a iniqüidade (5.6/), e que a mulherpersonifica a impiedade. Quase todas as religiões pagãs da antigüidade

adoravam divindades fêmeas, como Astarté, Diana, e Isis. O verdadeiro

Deus é o Pai dos céus. Os judeus sempre eram arrastados ao culto à

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encantadora deusa pelas nações pagas. Na visão do vidente, a mulher

sedutora é levada no cesto para Sinear, onde uma casa será edificada

para ela. Sinear é o nome de toda a região da Mesopotâmia, berço dasreligiões antiquíssimas. O culto à divindade fêmea pertence somente

aos desconhecedores do verdadeiro Deus e Pai. O culto a ela tem que

ser banido, uma vez para sempre, do arraial do povo de Deus. Adeus,

lemanjá! Adeus, Filomena! “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás

culto” (Mt 4.10). Assim falou o divino Mestre, nosso Salvador, ao diabo,

inventor de toda religião falsa.

A Oitava Visão e o Renovo (Cap. 6)

Nesta última visão aparecem quatro carros puxados por quatro

cavalos. A primeira visão era de quatro cavalos, sem carros, voltando de

uma missão, como patrulha divina. Nesta última visão, os outros quatro

cavalos, equipados com carros de guerra, saem para uma nova missão.Partem para os quatro pontos cardeais, assim dominando toda a terra.

O anjo-intérprete explica que cumprem a soberana vontade de Deus na

terra. Por trás dos acontecimentos políticos, vê-se a segura mão divina

controlando tudo. O Senhor dos Exércitos reina desde Sião! O comentário

Tyndale sugere que os dois montes de bronze, dentre os quais saem os

carros, representam as duas colunas de bronze no templo (1 Reis 7.13-22).3 

Os planos de Deus no mundo inteiro estavam ligados intimamente com

o projeto de reconstrução do testemunho visível do templo. Como nos

dias de Zacarias, também no século XX, Jerusalém é a mola mestra da

situação política mundial. A vontade de Deus se impõe irresistivelmente!

Os seus “cavalos” são “ventos” (6.5) ou espíritos. João se serve do mesmo

simbolismo no Apocalipse (7.1).

Segue-se uma mensagem profética a respeito de Josué, o sumo sacerdote,para quem se deve fabricar uma coroa de ouro e prata, fornecidos por

um novo grupo de abastados exilados voltando (6.10, 11). Num sentido

restrito, Josué merece o nome de “o Renovo” (6.12), pela liderança dada

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Proibida a comercializaçãona edificação do templo. Como tantas profecias, esta tem um sentido

duplo, e é fácil reconhecer nela a dimensão messiânica. Jesus é o nosso

Sumo Sacerdote, coroado de honra e glória, que é também rei assentadono trono dos céus (Hb 8.1).

Tradição Só, Não Tem Valor (Cap. 7)

Passam-se dois anos, durante os quais a obra de reconstrução

prosseguiu. é de se supor que o culto cerimonial e os sacrifícios eram

celebrados como antes do exílio. Praticava-se também o jejum. A data

da queda de Jerusalém era celebrada com muita solenidade e pranto du-

rante os anos do exílio. Com a rápida restauração do templo, o povo quer

saber se a prática ainda é necessária. Observa-o como tradição de grande

significação histórica, mas agora que o templo se ergue dos escombros,

e os cultos são celebrados segunda reza a lei, o povo indaga quanto à

sua necessidade. O povo jejua por tradição. Vem a resposta pela boca deZacarias que o jejum, como tradição só, não tem valor. O Senhor não

gosta, nem quer, o culto praticado apenas por dever. As vezes, em nossas

igrejas, mantemos as atividades por rotina, e ninguém ousa perguntar se

o SENHOR as quer. Muitas atividades continuam por tradição só. Fazem

parte do programa evangélico. Uma igreja precisa da coragem para avaliar

o seu programa, indagando qual é a vontade do Senhor. é patente que o

culto praticado só por rotina não tem muito valor aos olhos do Senhor.

Em seguida, Zacarias prega uma mensagem simples e clara sobre

os pecados sociais de Israel. Ele ecoa as mensagens de Amós e Oséias.

O Senhor dos Exércitos, que levanta e destrói nações e impérios, exige

do seu povo a justiça social, e a prática do bem (7.9). A exploração dos

indefesos na sociedade é citada como a razão principal por que Deus

mandou o turbilhão da invasão da terra santa, e o conseguinte exílio(7.14). Nunca se deve separar a mensagem espiritual da social: são as

duas faces da mesma medalha.

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A Restauração de Sião (Cap. 8)

A primeira parte do livro termina com este capítulo. Nele Zacarias

reafirma a imprescindibilidade dos planos de Deus. Apesar dos pesares,

Sião, outrora rebelde, se tornará a cidade fiel, o monte do Senhor dos

Exércitos, monte santo (8.3). Nela haverá velhos se alegrando, e jovens

brincando (8. 4,5). Por mais incrível que parecesse aos poucos exilados já

de volta, Jerusalém tornar-se-ia o centro mundial. O testemunho visível do

templo reconstruído seria essencial ao cumprimento do plano, e por isso

o Senhor declarou aos habitantes: “Sejam fortes’” (8.9). São prometidascolheitas abundantes para um povo obediente que responde ao desafio de

construir. E o povo, em vez de ser comentado como exemplo de maldição

pelas outras nações, será o caso clássico de uma nação abençoada (8.13).

O capítulo termina com a esperança da supremacia de Israel entre

as nações, sob o Messias. Como os judeus daquela época, nós também

esperamos a restauração de todas as coisas, e “ordem e progresso” per-feitos, alcançáveis somente com a vinda de Cristo, o Senhor, em poder e

glória. Zacarias aguardava o dia em que muitos povos e poderosas nações

se uniriam para buscar o Senhor (8.23). Esta esperança de um mundo

perfeito, governado pelo Messias, se encontra em quase todos os profetas.

O último livro do Novo Testamento, o Apocalipse, relata o mesmo triunfo

aqui na terra de Jesus Cristo, nosso Senhor, Senhor da Igreja de todos os

tempos, e Senhor deste mundo.

O Rei Vitorioso Virá (Cap. 9)

A segunda parte do livro (capítulos 9 a 14) é tão diferente no es-

tilo da primeira (1-8), que muitos comentaristas consideram que o autor

tenha sido um outro e não Zacarias, cujo nome não se encontra nestes

últimos capítulos. Não há mais menção da restauração do templo, tema

principal da primeira parte. Não há mais visões, nem anjos, nem poesia

apocalíptica. A ênfase da segunda parte é messiânica, com a esperança

de um reino eterno. Merece menção a citação de Zacarias 11.12 pelo

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Proibida a comercializaçãoevangelista Mateus, que atribui a profecia a Jeremias e não a Zacarias (Mt

27.9). (Alguns estudiosos concluem que Jeremias foi o autor dos capítulos

9 a 14). Esta hipótese é atraente, pois elimina uma aparente contradição

nas Escrituras. Outros propõem dois autores, um de 9 a 11, e outro de 12a 14. O comentarista conservador, Prof. H. L. Ellison,4 apóia esta opinião.

Os eruditos não chegaram a uma conclusão unânime quanto à autoria do

livro. Este fato não detrai em nada a sua inspiração pelo Santo Espírito.

O capítulo 9 delata as nações vizinhas por suas abominações.

Os sobreviventes do horrendo castigo divino serão integrados em Judá

(9.7). Deus defenderá a sua casa, a casa que ele abandonou por causa dopecado dos crentes (9.8).

A profecia inspirada ultrapassa em tempo o período do vidente,

que vê em espírito o Messias prometido como rei vitorioso, humildemente

andando num jumentinho! (9.9). Cumpriu-se ao pé-da-letra esta pro-

fecia com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 27.9). O profeta

promete que este rei anunciará a paz às nações, e terá domínio de mar amar (9.10). Como era natural, o povo no tempo de Jesus ficou desiludido

quando ele não cumpriu a segunda parte da profecia, subindo logo no

trono, em lugar de Pilatos! Com lirismo poético, o profeta é levado a

anunciar o triunfo final de Deus na história humana, quando os remidos

serão como as “pedras na sua coroa” (9.16).

A Bênção do Senhor (Cap. 10)

O  Senhor de Israel é Senhor não somente da História, mas

também da natureza. Ele controla as chuvas. O profeta atribui as secas à

idolatria e ao espiritismo entre o povo. Que mensagem relevante para o

Nordeste do Brasil! O Deus vivo contempla a mistura de crendice super-

sticiosa, de promessas aos santos, de romaria venerando o Padre Cíceroou Nossa Senhora de Aparecida, de umbanda, de espiritismo segundo

Allan Kardek, e retém a sua bênção, porque ele aborrece essas mentiras

enganosas. O povo de hoje, como no tempo dos profetas, segue líderes

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Proibida a comercializaçãoque são “bodes guias” (10.3). Como é bom poder dizer: “O SENHOR é o

meu pastor!” (Sl 23.1). Ele é a “pedra angular” prometida (10.4).

O Deus de Israel que espalhou o seu povo entre as nações prometereuni-lo novamente (10.10). Hoje, no século XX, o judeu, peregrino du-

rante muitos séculos, lê trechos como este com esperança. Os que esca-

param do holocausto nazista sentem que a sua sobrevivência e entrada no

Israel moderno faz parte do cumprimento de profecias antigas como esta.

O Bom Pastor (Cap. 11)Este capítulo começa com um curto poema lírico, pintando o

quadro da destruição dos tiranos. Os poderosos reis são comparados aos

enormes cedros do Líbano. Quando o gigantesco cedro cai, o pequeno

cipreste teme! (11.2). Deus já destruiu os imperadores “invencíveis”. é

hora para os reis inferiores da circunvizinhança reconhecerem o Senhorio

do Deus de Judá.

Segue-se uma parábola do bom pastor. Na época do Velho

Testamento, um rei era chamado “pastor” da nação. Este é o sentido do

 versículo 3. Não obstante várias teorias, a referência aos três “pastores”

no versículo 8 resiste a todas as tentativas de identificá-los. O profeta

sonha com um pastor realmente bom, um rei que ame a justiça social, que

se oponha à hipocrisia do v. 5, que proíba a exploração do pobre. Seria

com certeza odiado por aqueles que vivem e prosperam pela injustiça ea opressão do indefeso! Quando o Bom Pastor, o verdadeiro Rei, chegar,

ele será vendido pelo “magnífico preço” de trinta moedas de prata. De

fato, quando Jesus Cristo compareceu, ele foi odiado pela sua incorrupt-

ibilidade transparente, e a sua ferrenha oposição à hipocrisia e corrupção

dos líderes em Israel. Foi traído conforme esta profecia escrita séculos

antes (11.13). A profecia inclui até o detalhe minucioso da compra deum campo de oleiro com o dinheiro maldito da traição (Mt 27.7). Com

a morte de Jesus, Deus anulou a sua velha aliança de graça com Israel

(11.10), e Israel perdeu a magnífica oportunidade de recuperar a sua

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união nacional sob a direção do Messias (11.14).

Ao fim da parábola sobre o bom pastor, o profeta recebe a in-

strução do Senhor de se apresentar com um “pastor insensato”, que não

cuida das ovelhas. Este pastor inútil representa um rei qualquer. Houve

muitos reis que não cuidaram dos interesses do povo de Israel! Se, porém,

Jeremias é realmente o autor desta segunda parte do livro, a referência

bem podia aplicar-se ao rei apóstata, Zedequias, último rei de Israel. Este

abandonou o seu povo cercado em Jerusalém, e tentou fugir miseravel-

mente (2 Reis 25.4). Capturado logo pelo exército babilônico, este lhe vazou os olhos, atando-o com duas cadeias de bronze. A sua condição

trágica corresponde perfeitamente à palavra do profeta: “A espada lhe

cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o braço completamente se lhe

secará, e o olho direito de tudo se escurecerá” (11.17).

A Salvação de Jerusalém (Cap. 12)

O grande tema dos capítulos 12 a 14 é a salvação e libertação

final de Jerusalém, pelo estabelecimento do reino do Messias. O Senhor

há de intervir na situação política mundial para cumpri-lo. Num trecho

apocalíptico, o vidente descreve o cerco de Jerusalém por todos os povos

do mundo. Esta profecia não pode aludir à destruição posterior de Je-

rusalém em 70 d.C, pelo general romano Tito, pois naquela guerra outrasnações não foram envolvidas. Por esta razão conclui-se que o trecho

descreve a última batalha para Jerusalém, a de Armagedom. Os atacantes

serão feridos de cegueira, o que relembra as conseqüências do uso de

gases venenosos na Primeira Guerra Mundial. A minoria insignificante

de defensores de Jerusalém triunfará sobre a vasta multidão dos exércitos

das nações unidas contra a cidade santa (12.8, 9). Um com Deus sempre

constitui uma maioria!

A esta altura, os judeus reconhecerão que Jesus Cristo era de fato

o Senhor, o Messias prometido, e se arrependerão, e chorarão amarga-

mente (12.10). Perceberão finalmente quem foi o unigênito traspassado

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Proibida a comercializaçãopor eles.

O Ferimento do Bom Pastor (Cap. 13)

Com o arrependimento do povo, manifesta-se a Judá a fonte

para remover o pecado (13.1). Jesus Cristo, o Messias, pelo seu sangue

derramado na cruz, abriu uma fonte inesgotável de misericórdia e de

graça. Com a sua segunda vinda em glória, não haverá mais idolatria,

nem falsa profecia. Todo falso profeta esconderá a sua identidade, por

 vergonha (13.4). As feridas mencionadas no v. 6, longe de ser alusão àsferidas de Cristo, referem-se às dum falso profeta.

Aparece agora no palco o profeta fiel, o pastor verdadeiro de Judá.

Voltando em tempo, o vidente vê o Messias como o Bom Pastor ferido por

nossos pecados. O Pai permite que o seu Filho “companheiro” morra em

nosso lugar (13.7). Com a sua morte, as ovelhas ficam dispersas. Mateus

cita este versículo como exemplo de uma profecia cabalmente cumprida(Mt 26.31). A rejeição do Messias acarreta o extermínio de grande número

de judeus (13.6). De fato, desde a morte de Cristo, o judeu tem sido alvo

de inúmeras perseguições, de  pogroms, e de holocaustos, tendo a sua

culminação no extermínio de seis milhões na Segunda Guerra Mundial.

No entanto. Deus promete que sobreviverá um restante de judeus, crentes

no Senhor (13.9).

O Dia do Senhor (Cap. 14)

O último capítulo deste livro fascinante corresponde aos últimos

capítulos do Apocalipse de João, onde o triunfo final do Senhor é asse-

gurado. Chega-se aqui ao clímax do Armagedom, quando a vitória das

forças do mal parece estar certa, e Jerusalém estará tomada. No momentoda derrota, aparece o Senhor no Monte das Oliveiras (de onde ele subiu

depois da sua ressurreição, Atos 1.12). Ocorre um terremoto, aplainando

a região circunvizinha, abrindo um caminho de escape para os sitiados

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Proibida a comercialização(14.5). O terremoto afeta o clima, e a retração da luz do sol. Um rio jorra

de Jerusalém, dividindo-se para o Mediterrâneo a oeste, e para o Mar

Norte a leste. Já é fato conhecido que há um rio subterrâneo embaixo dacidade de Jerusalém.

A profecia termina exaltando o Senhor que reina sem rivais

(14.9). Todas as nações servem ao Senhor, e os rebeldes são visitados

com o castigo mais horrível imaginável (14.12). As riquezas das nações

inimigas são apropriadas por Judá (14.12). Segue-se a paz mundial, e todas

as nações sobem para adorar ao Senhor. As que não participam sofrem

na forma de não receberem chuva nas suas terras (14.18). A cena de paz

e de santidade é pintada em termos de idealismo poético. Os cavalos,

outrora de guerra, são enfeitados com campainhas gravadas com o lema:

Santo ao Senhor (14.20). Até as bacias e panelas de uso doméstico são

enobrecidas com o mesmo lema. Não haverá mais religião comercializada:

“Não haverá mercador na casa do Senhor” (14.21).

Com razão, São Jerônimo achou “obscuríssimo” este livro pro-fético.5 Seria presunção de nossa parte pontificar sobre o sentido real

de todas as profecias e sonhos nele contidos. É um livro misterioso. As

maiores inteligências evangélicas concordam com isto. Agora vemos como

em espelho, obscuramente; então veremos face a face; agora conhecemos

em parte, então conheceremos como também somos conhecidos (1 Co

13.12). O Espírito Santo inspirou o livro, e pode abrir a nossa inteligên-cia para desemaranhar algo de valor nele, mesmo no século XX. Se nele

podemos ver com maior clareza a glória refulgente de Jesus Cristo, e os

pormenores da sua vida, de sua morte, e de sua ressurreição, vaticinados

séculos antes, a leitura do livro não será vã. E se reconhecermos nele

os sinais da sua segunda vinda como SENHOR de todo ser, e de todo o

universo, estaremos melhor preparados para arregaçar as mangas, a fim

de trabalhar com o zelo de Zacarias e Ageu, no serviço privilegiadíssimodo Reino de Deus.

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Proibida a comercializaçãoMalaquias– Advertências do Senhor contra seu povo

O profeta Malaquias foi o último dos profetas menores. Suaépoca é fixada aproximadamente em 450-400a.C. Ele advertiu os judeus

por trocarem a devoção a Deus pelo liturgia dos cultos no novo templo.

Os mais velhos judeus ainda se recordavam com alegria da

dedicação do templo reconstruído, e os poucos centenários contavam

a história inolvidável da volta à cidade arruinada. A história épica da

chegada dos judeus em Jerusalém em 537 a.C, onde o famoso templode Salomão jazia em escombros, desde o seu saque impiedoso em 587

a.C. pelas forças babilônicas, estava escrita indelevelmente na memória

do povo de Israel. Os avós não cansavam de narrar para os netos como

eles arregaçaram as mangas e começaram a reconstruir a cidade santa e

o santuário de Deus, não obstante a hostilidade aberta dos seus inimi-

gos. Com a ajuda do Senhor, a obra foi levada a cabo depois de esforços

ingentes, e o povo heróico, com lágrimas nas faces, contemplou a belezafulgurante do segundo templo, o de Zorobabel. Completou-se em 516

a.C, exatamente 70 anos depois da destruição do primeiro, conforme a

palavra do Senhor.

Houve uma grande comoção espiritual e patriotica entre todo

o povo. Os sacerdotes pregavam a necessidade imperiosa de uma vida

santificada. A leitura pública da Palavra de Deus durante horas inteirastornou-se popular. Nunca mais seria o povo de Israel réu da idolatria. A

 justiça prevalecia e todos trabalhavam para a causa com espírito abnegado.

Mas ao passar o tempo, aquele calor da renovação se perdeu, e a

maioria declinou seu padrão moral. Sessenta anos depois da dedicação

do segundo templo, a terceira geração de crentes se acomodara às práticas

religiosas, sem se importar tanto para a vida interior. As lutas do passadoeram lembradas principalmente pelos avós. A nova geração de netos via

as coisas sob um novo prisma. Tendo o templo restaurado, e os cultos

estabelecidos normalmente, que mais precisavam fazer?

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Proibida a comercializaçãoOs mais antigos comentavam da vinda do Messias, que iria garan-

tir a supremacia indisputa dos judeus permanentemente. Mas a sua vinda

demorava. E com a demora, o fervor religioso da nova geração decres-cia. Não é que os cultos não fossem freqüentados. Tudo corria com um

programa bem elaborado, segundo reza a lei. E que o povo não praticava

mais a religião pessoal com tanto afã. Por conseguinte, os alicerces do lar

começaram a ruir. O divórcio estava se tornando mais comum entre o

povo da aliança. Tornou-se socialmente aceitável no arraial dos crentes

um segundo casamento com uma das belas mulheres estrangeiras que

não seguiam ao Senhor. Os avós achavam que tudo estava muito mudadodesde os grandes dias de Daniel, de Ezequiel, e dos demais gigantes da fé.

Malaquias, o último dos profetas do Velho Testamento vivia

nesse período de frieza geral entre o povo. O seu nome significa em he-

braico “Meu Mensageiro”. O nome não ocorre em nenhum outro livro da

Bíblia, somente neste que leva o seu nome. é bem possível que seja um

pseudônimo, como opinam São Jerônimo, Calvino e outros.O leitor nota com facilidade o estilo indutivo do autor. O livro

de quatro capítulos contém nada menos que 27 perguntas. Em diversos

trechos do livro, Deus fala diretamente com Israel na primeira pessoa,

num diálogo profundamente pessoal. Malaquias enfatiza a aliança sagrada

entre Deus e o seu povo. Nove vezes ele menciona o nome sacrossanto

de Deus.O povo que voltou do exílio babilônico esperava a prosperidade

material como recompensa pela sua obediência em voltar. Isso não ocor-

reu, e por conseguinte muitos sentiram que a busca de Deus era perda de

tempo (3.14). Malaquias se dirigiu a este e a outros problemas espirituais.

Depois da sua mensagem, seguiu-se um silêncio de quatro séculos, no

período chamado intertestamentário. Por mais de 400 anos o povo de

Israel esperou o cumprimento do recado profético de Malaquias. Acon-

teceram as horrendas guerras dos Macabeus, mas o Messias não surgiu

da famosa família Macabeu. Rompeu-se o silêncio com João Batista, com

a voz daquele que clamou no deserto: “Preparai o caminho do Senhor,

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Proibida a comercializaçãoendireitai as suas veredas” (Mt 3.3). Malaquias previu a vinda do precur-

sor, a quem aplicou o sugestivo título do livro: “Meu Mensageiro”.

A caridade de Deus (Cap. 1)

O arauto e derradeiro mensageiro de Deus no Antigo Testamento,

 vaticiou sua mensagem aos seus contemporâneos no estilo tradicional

dos grandes profetas do passado. Era profecia contra Israel! (1.1). Is-

rael, apesar de tanto sofrer no exílio, não aprendera a lição espiritual.

A desobediência a Deus acarreta infalivelmente o sofrimento e o juízodivino. Mesmo assim, Malaquias reafirmou logo de início que Deus ama

o seu povo. “Eu vos tenho amado”, diz o Senhor. Isto, sim, é uma boa nova

em todos os séculos: apesar dos pesares, Deus nos ama. Quão trágico é

quando o povo eleito nutre dúvidas quanto a esse amor infinito! “Em

que nos tem amado?”, inquiriu Israel. Como se não bastasse Deus tê-lo

libertado da escravidão da Babilônia, Israel ficou insatisfeito, desejandouma prosperidade maior. Deus devia dar muito mais! Assim raciocinava

a terceira geração de crentes. Davam mais valor às coisas materiais, neg-

ligenciando as espirituais.

A escolha de Deus se entende nestes termos. Esaú, o primogênito,

foi rejeitado, e Jacó aceito. Deus indaga: “Não foi Esaú irmão de Jacó?

Todavia, amei a Jacó” (1.2). Toda a história subseqüente da descendência

de Esaú se explica pelo sistema de valores dele. No palco deste mundo,

a vida humana interpreta os princípios fundamentais da Bíblia, os quais

a história das nações corrobora. Edom (1.4), terra dos descendentes de

Esaú, nunca poderia inverter as conseqüências dos princípios estabeleci-

dos pelo eterno Deus.

Israel achou muito certo o julgamento de Edom, por ter se unido

à Babilônia contra Israel, no tempo da queda de Jerusalém. O povo achavacerto que Deus julgasse Edom conforme os seus estatutos inquebráveis,

mas não se conformava com a idéia de que seria justo o julgamento de

Israel pelas mesmas leis. E sempre mais cômodo apelar para o juízo divino

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Proibida a comercializaçãocontra “os pecadores”: os corruptos, os tubarões, os lascivos, mas nunca

contra nós! O mesmo Deus que julgará o mundo, também chamará a

igreja ao tribunal de Cristo (Rm 14.12). São poucas as pregações baseadasem 1 Coríntios 3.15! O povo de Deus não quer saber do julgamento do

Senhor para si, só para os outros. Todo verdadeiro profeta adverte o povo

de Deus, tanto como “os pecadores”, que seremos todos julgados.

Havia um pleno conhecimento entre os filhos de Israel quanto

ao conhecimento dos dez mandamentos. O primeiro mandamento com

promessa é o quinto: “Honra a teu pai e a tua mãe”. Através do seu servo

Malaquias Deus se queixou dos dirigentes do povo que se diziam ser “os

filhos de Deus”. Se Deus era de fato o pai deles, como se explicava a triste

 verdade que eles não lhe davam a honra que merecia? Os filhos de Deus

não estavam dando honra ao Pai do céu! (1.6). Fingindo inocência, lhe

replicaram: “Em que desprezamos nós o teu nome?” Neste diálogo com

o Senhor, Deus apontou para o tipo de animal que eles lhe ofereciam

como sacrifício. Animais coxos e enfermos eram trazidos, que eles nuncaousariam oferecer ao digníssimo governador do estado de Israel. Vinham

assim indignamente à mesa do Senhor (1.7). No Novo Testamento, Paulo

indica o mesmo perigo: “Examine-se pois o homem a si mesmo e assim

coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o

corpo, come e bebe juízo para si (1 Co 11.28, 29). Em todas as épocas

existe o perigo de pecar contra o Senhor pela maneira como o cultuamos.

Não é verdade que em geral há muita irreverência, muita superficialidade

e até leviandade nos cultos mais solenes? A Igreja de hoje se assemelha

ao povo de Israel nisso, que em bom número de casos está disposta a

adotar atitudes de mais respeito e honra para com a presença de chefes

políticos do que para a celebração da santa ceia do nosso Senhor Jesus

Cristo. Com franqueza perturbadora, Deus declarou a Israel: “Eu não

tenho prazer em vós” (1.10).O pecado da ireverência em Israel levou o Senhor a afirmar que

Seu nome é grande entre as nações (1.11). Se Israel não satisfizer o coração

do seu Deus, ele chamará os desprezados pagãos, os gentios, para que o

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Proibida a comercializaçãohonrem. Mais uma vez, a promessa da entrada dos gentios no plano da

salvação é revelada. Os planos divinos não admitem a menor possibili-

dade de fracasso. Se Israel falhar na sua missão, então Deus levantará osgentios para cumprir a sua invencível vontade. E se uma igreja qualquer

não cumprir a vontade dele, ele suscitará outra para fazê-la.

É fato que nos dias de Malaquias os netos dos crentes que saíram

da escravidão babilônica eram de outra laia. Os avós ainda choravam

de gratidão, lembrando os primeiros cultos maravilhosos, e os grandes

sacrifícios oferecidos em Jerusalém, reerguida dos escombros. Era uma

salvação tão grande! Mas, agora, os netos, acomodados, achavam os

cultos enfadonhos. Não agüentavam as pregações que os velhos apre-

ciavam tanto. Bocejavam no culto, anelando o fim, resmungando: “Que

canseira!” (1.13) Discordavam altaneiramente com muita coisa, e davam

muxoxos de desaprovação. “E me lançais muxoxos, diz o Senhor dos

Exércitos”. Nas ofertas, o que se dava não representava o melhor. Dava-se

um pouco, do que a gente não sentia falta. Que contraste com o sacrifíciodesmedido dos avós, que tudo deram para reconstruir o testemunho! E

possível contribuir para a obra do Senhor e ser enganador! Quando a

cédula de Cr$ 500,00 é da mesma cor da de Cr$ 5.000,00 é fácil ... E Deus

diz: “Maldito seja o enganador” (1.14). Ananias e Safira aprenderam esta

 verdade séculos depois de Malaquias. Pois Deus é um grande Rei! É o

Senhor dos exércitos. E seu nome é terrível.

A reprovação dos líderes (Cap. 2)

O período do exílio, por 70 longos anos foi o cumprimento

da palavra de Deus. Já no tempo de Moisés, uns 700 anos antes. Deus

tinha estabelecido o princípio de que a obediência traz a bênção divina,

enquanto que a desobediência acarreta a maldição (Dt 28. 2, 15). A leiadverte especificamente a respeito do exílio: “O Senhor vos espalhará

entre todos os povos” (Dt 28.64). Na Babilônia, cumpriu-se ao pé-da-

letra essa profecia severa. Menos de cem anos depois da volta do exílio,

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Deus é obrigado a advertir o seu povo novamente sobre a maldição (2.2).

Era necessário que o povo de Israel aprendesse a verdade que ele poderia

perder a sua bênção pela segunda vez. Achavam que o mais importanteera o culto, mas Deus, como sempre, se preocupava com o coração.

O Senhor se lembrou dos sacerdotes do passado que eram ho-

mens de Deus com quem ele mantinha uma aliança de vida e de paz (2.5).

Eles ensinavam a verdade, e suas vidas eram retas. Mas a nova geração

de líderes espirituais não era tão consagrada. Tinham se desviado do

caminho (2.8). Em nossos dias também não é tão incomum o triste espe-táculo de líderes cujas vidas não correspondem mais às elevadas normas

evangélicas. Pastores e missionários desviados violam a aliança, e fazem

tropeçar a muitos (2.8). Todo servo do Senhor deve ser realmente “Men-

sageiro do Senhor” (2.7), como foi o último profeta do Velho Testamento.

Queixou-se o Senhor contra a parcialidade dos seus pastores na

aplicação da lei (2.9). Certa vez eu fui cientificado de um caso de adultériocometido por um crente de uma igreja no sertão. Quando falei com o

pastor a respeito, este não quis fazer nada. Como desculpa disse que di-

 versos oficiais da igreja estavam na mesma situação, e se agisse contra eles,

iria perdê-los! ... Deus declara ser desprezível e indigna tal parcialidade.

Após falar aos líderes espirituais, o Senhor se dirigiu ao povo. O

abandono do cônjuge estava ameaçando o desmoronamento do lar em

Israel. Malaquias continuou apresentando perguntas retóricas. Se Deus é

realmente Pai e Criador, então, como filhos e criaturas dele numa relação

 vertical, os israelitas deviam mostrar lealdade uns para com os outros,

na relação horizontal. O profeta antecipou-se ao apóstolo João, que es-

creveu o seguinte: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é

mentiroso “ (1 João 4.20). A infidelidade marital profana a aliança com

Deus (2.10). Os crentes em Israel estavam abandonando as esposas, econtratando o segundo matrimônio com mulheres não convertidas,

“adoradoras de deuses estranhos”. O casamento misto entre crente e de-

scrente ocasionara a eliminação da congregação (2.12). Nisto Malaquias

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conrmou a disciplina praticada por seu contemporâneo Neemias (Ne

13. 23-26), e ensinada mais tarde pelo apóstolo Paulo em 2 Coríntios

6.14: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos”. Os judeuschoravam e gemiam no culto (2.13), mas “o chorar não salva”. Deus quer

a obediência da fé. A verdade nua e crua é que a Bíblia não permite o

divórcio para o seu povo. Num casamento, a testemunha principal é o

próprio Senhor (2.14). São feitos os votos no seu santo nome. Por isso, o

divórcio é perjúrio abominável. Malaquias apelou para “o bom senso” do

leitor (2.15). São inúmeros os exemplos de sofrimento e de infelicidade

causados pelo divórcio. As principais vítimas são os filhos. Nos Estados

Unidos o divórcio já atingiu 50% dos casamentos na Califórnia. Torna-se

cada vez mais comum encontrar pessoas divorciadas nas igrejas norte-

americanas. No Brasil a lei do divórcio está aí. Por isso, é preciso escrever

em manchetes a palavra de Malaquias 2.16: DEUS ODEIA O DIVORCIO.

Em palavras figuradas, o profeta fala do divórcio como ato de violência.

De fato, toda vítima do divórcio é violentada psicologicamente. Os golpespsicológicos precedem à separação física. Eis porque a Bíblia repete a

solene exortação: “não sejais infiéis” (2.16).

O Juízo do Senhor (Cap. 3)

A religião vã, de palavras vazias, e divorciada da moral, desafia

o Senhor Deus do juízo (2.17). Os judeus, voltados do exílio, esperavam

o Messias como “Deus do juízo”, que iria julgar as nações opressoras.

A Bíblia diz que antes da vinda do Senhor chegaria o “meu men-

sageiro” (no hebraico, Malaquias), e aqui há uma profecia que se refere

a João Batista. O “anjo da aliança” se refere a Cristo. Os judeus sempre

achavam que o Messias estaria do seu lado contra os inimigos pagãos. Na

realidade sua vinda se tornaria insuportável para Israel, devido à desobe-diência deste. Malaquias prometeu um Messias que seria o refinador do

seu povo (3.2). A igreja pode cair no mesmo erro, quanto à segunda vinda

de Cristo. O Dia do Senhor anunciará o julgamento da igreja. A igreja,

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como Israel do passado, é responsável pela sua mordomia e dará contas

ao Senhor no dia da vinda dele. Compete-nos no século XX dar ouvidos

à pergunta de Malaquias: “Quem pode suportar o dia da sua vinda?”

O testemunho do povo não era condizente com a prática religiosa.

O Senhor tinha que condenar diversos pecados no seio do seu povo. O

espiritismo atraía alguns. O adultério era tolerado. Contratos eram que-

brados. O salário mínimo não era pago. A obra social era negligenciada.

Os estrangeiros eram explorados. E tudo isto pela simples razão que o

povo de Deus não temia o Senhor. Ainda hoje o horóscopo, a zona, aexploração econômica, a mentira e o racismo minam o testemunho dos

“filhos de Deus” que não temem o Juiz do mundo, que não muda (3.6).

Tal pai, qual filho, os novos crentes estavam andando na devassidão.

Negligenciavam a leitura da Palavra de Deus que contém os seus estatu-

tos. Pecavam contra o Senhor mais ainda nisto, que estavam roubando-o

(3.8). Segundo a lei de Moisés, o judeu devia dar o dízimo dos seus bens

como oferta principal, e depois as ofertas voluntárias. O não dar o dízimo

é roubo, pois pertence ao Senhor. Nunca pertencia àquele que ganha o

salário. O homem não dá o dízimo. Ele o devolve. E mordomia. Para o

 judeu, toda transgressão da lei trazia uma maldição. Por ser o dízimo parte

da lei, quem não entregava o dízimo caía automaticamente na maldição:

“Com maldição sois amaldiçoados” (3.9).

O ideal do Senhor é evidente. Ele estabeleceu o dízimo como meiode cooperação com o homem, pelo qual ele pudesse abençoá-lo. Todo

dizimista testifica o fato de que Deus é fiel. Quantas histórias comoventes

provam a maravilhosa verdade que Deus, ainda hoje, abre as janelas do

céu, e derrama bênçãos sem medida sobre aqueles que são fiéis na sua

mordomia, dando 10% para a obra do Senhor!

A décima parte, o dízimo, não deve ser visto como um título queassegura a prosperidade material. Não é “investimento”. Muitos dizimistas

fiéis têm sido chamados pelo Senhor a viver com menos recursos, e não

mais. Foi precisamente a atitude materialista que Malaquias condenou

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Proibida a comercializaçãonos judeus que diziam: “É inútil servir a Deus, Que nos aproveitou (isto

é, materialmente) termos cuidado em guardar os seus preceitos?” (3.14).

Os contemporâneos de Malaquias queixavam-se do fato de queos descrentes, nada dando ao Senhor, prosperavam materialmente, sem

sofrerem castigo: “felizes os soberbos”; que felicidade! (3.15). Quem

rouba a Deus não é capaz de amá-lo. Em contraste, os fiéis falam bem dele

constantemente. Deus grava a sua conversa como memorial. Aquele que

ama ao Senhor, que contribui materialmente para a causa do Evangelho

com alegria, é considerado o “particular tesouro” do Senhor, tornando-se

objeto do seu amor e proteção (3.17). Só o Dia do Juízo revelará quem foi

fiel, e quem foi mesquinho, na mordomia do dízimo do Senhor.

O Senhor, o Sol da Justiça (Cap. 4)

Com a mensagem do “Sol da Justiça” termina o livro. Sob o sím-

bolo de uma fornalha, Malaquias descreveu o dia do juízo. “Nosso Deusé um fogo consumidor” (Hebreus 12.29). Naquele dia, derreter-se-á o

orgulho dos soberbos e dos perversos (4.1). Deus destruirá totalmente da

terra todo mal, sem deixar nem raiz nem ramo. Para Malaquias, a longa

noite de espera precede a gloriosa alvorada do Messias, o sol da justiça,

que nascerá para ser a luz do mundo (João 8.12). Ele trará a salvação

nas suas asas (4.2). O termo usado sugere a ressurreição maravilhosa do

Senhor Jesus, o que garante a salvação comprada na ensangüentada cruz

do Calvário. Os que aceitam a salvação são comparados poeticamente

com os bezerros soltos da estrebaria, que saem e saltam na alegria da vida.

A exuberância espontânea e desinibida caracteriza aquele que conhece

o Cristo ressuscitado como seu Senhor e Salvador pessoal. E com a sua

segunda vinda, em poder e glória, a nossa alegria será completa.

O Senhor aparecerá para punir os infiéis: “se farão cinzas debaixodas plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos

Exércitos” (4.3). A segunda vinda de Cristo marcará a alegria indizível do

crente, e a calamidade irreversível do ímpio. A lei do Senhor é claríssima

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quanto ao fim do drama da raça humana. Desde Gênesis até Malaquias a

Bíblia adverte e exorta o homem a respeito do m. “Lembrai-vos da lei!”

(4.4). Antes do dia de juízo, “o grande e terrível dia do Senhor”, vem o diada graça, o dia da salvação. Este dia começaria com a vinda do profeta

Elias (4.5). Isto é, um novo Elias haveria de vir. Jesus Cristo, falando de

João Batista, confirmou categoricamente: “E, se o quereis reconhecer, ele

mesmo é Elias, que estava para vir” (Mt 11.14). Ele teria um ministério de

reconciliação dentro do lar, convertendo o coração dos pais aos filhos, e o

coração dos filhos aos pais (4.6). O bendito evangelho começa no lar. Seo Evangelho não funcionar no lar, não funcionará em parte nenhuma. E

curioso que muitas vezes a gente se esquece desta verdade fundamental.

Há pregadores tão ocupados, salvando o mundo, que negligenciam os

seus próprios filhos. A mais bela expressão do evangelho é o lar feliz,

onde os pais entendem os filhos e têm tempo para eles, onde os filhos,

cercados de amor, crescem no conhecimento de Jesus. Se os raios benditos

de luz e amor que emanam do Sol da Justiça não transformarem o lar dopregoeiro do recado divino, o mundo cético não acreditará. Ficará sob

a maldição, última palavra de Deus, que assim prepara o mundo para a

nova palavra, revelada no Novo Testamento, o Verbo, a palavra perfeita

do nome de Jesus.

Questionário

Marque “C” para certo e “E” para errado

____ 18) - O profeta Ageu, nasceu em dia de festa. Foi o décimo dos

profetas menores. Pertenceu ao período após o cativeiro, período no qualse fala no livro de Esdras, Neemias e Ester.

____ 19) - As cinco profecias de Ageu, foram dadas no curto período

de quatro meses, no ano de 520 a.C. Cada uma começa com a fórmula

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Proibida a comercializaçãoliterária “veio a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20).

____ 20) - Zacarias, cujo nome é o “Senhor Vitorioso”, foi rei de Judá, o

último da casa de Jeú, que reinou somente seis meses, foi contemporâneode Ageu.

Assinale com “X” a alternativa correta

21) – Zacarias era idealista e visionário:

___a. Dado à eloqüência.

___b. Servindo-se de uma linguagem imaginativa e poética.

___c. Igual ao latino-americano.

___d. Todas das alternativas estão corretas.

22) – Significado em hebraico do nome de Malaquias:

M Lib d