195
E E S S T T U U D D O O - - V V I I D D A A P P r r o o f f e e t t a a s s M M E E N N O O R R E E S S W Wi i t t n n e e s s s s L L e e e e C Co on nt te úd do o O OS ÉI IA AS S J JO OE EL L A AM ÓS S O OB BA AD DI IA AS S J JO ON NA AS S M MI IQ QU ÉI IA AS S N NA AU UM M H HA AB BA AC CU UQ QU UE E S SO OF FO ON NI IA AS S A AG GE EU U Z ZA AC CA AR RI IA AS S M MA AL LA AQ QU UI IA AS S

Lee, Witness - Estudo Vida Dos Profetas Menores

Embed Size (px)

Citation preview

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA

PPPrrrooofffeeetttaaasss

MMMEEENNNOOORRREEESSS WWWiiitttnnneeessssss LLLeeeeee

CCCooonnnttteeeúúúdddooo

OOOSSSÉÉÉIIIAAASSS JJJOOOEEELLL

AAAMMMÓÓÓSSS OOOBBBAAADDDIIIAAASSS

JJJOOONNNAAASSS MMMIIIQQQUUUÉÉÉIIIAAASSS

NNNAAAUUUMMM HHHAAABBBAAACCCUUUQQQUUUEEE

SSSOOOFFFOOONNNIIIAAASSS AAAGGGEEEUUU

ZZZAAACCCAAARRRIIIAAASSS MMMAAALLLAAAQQQUUUIIIAAASSS

2

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA

DDDEEE

OOOSSSÉÉÉIIIAAASSS

Witness Lee

3

EESSTTUUDDOO--VVIIDDAA DDEE OOSSÉÉIIAASS CONTEÚDO

1. Uma Palavra Introdutória Acerca dos Profetas Menores

2. Sobre Oséias (1) A Palavra Introdutória e o Símbolo de uma Esposa de Prostituições (1)

3. Sobre Oséias (2) O Símbolo de uma Esposa de Prostituições (2)

4. Sobre Oséias (3) Os Pecados do Povo Apóstata, a Punição de Jeová, e o Retorno do Povo Apóstata

5. Sobre Oséias (4) Os Pecados de Israel em Abandonar Jeová e a Punição de Jeová sobre Israel por causa do Abandono Deles

6. Sobre Oséias (5) A Idolatria de Israel Contra Jeová e a Punição de Jeová sobre Israel

7. Sobre Oséias (6) O Amor Imutável de Jeová Contra a Impureza Obstinada de Israel (1)

8. Sobre Oséias (7) O Amor Imutável de Jeová Contra a Impureza Obstinada de Israel (2)

9. Sobre Oséias (8) Três Implicações a Respeito de Cristo

4

EESSTTUUDDOO--VVIIDDAA DDEE OOSSÉÉIIAASS MENSAGEM UM

UMA PALAVRA INTRODUTÓRIA

Leitura bíblica: Mq 5:2a; Os 11:1; Mt 2:15; Mq 4:7b; Os 3:5

Com esta mensagem começamos o Estudo-Vida dos Profetas Menores (menos Zacarias que abordaremos numa série de mensagens separadas). O encargo destas mensagens sobre os Profetas Menores pode ser expresso nas quatro declarações seguintes:

1) De Belém sairá Aquele que há de reinar em Israel, cujas origens são desde os tempos antigos (Mq 5:2).

2) O Filho do Homem estará no coração da terra três dias e três noites (implicando ressurreição) para a salvação de Deus a todos os pecadores (Jn 1:17; 2:10; Mt 12:40-41).

3) Cristo é o Desejado de todas as nações e virá como o Sol da justiça com cura em Suas asas (Ag 2:7; Ml 4:2).

4) Cristo habitará no santo monte de Sião, para ser um abrigo e um lugar seguro para Israel, e reinará no meio de Jerusalém (Jl 3:16-17; Mq 4:7).

Miquéias 5:2 diz, “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá Aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” “Os dias da eternidade” se referem à eternidade de Cristo. Cristo é o Eterno, mas na sua encarnação Ele se tornou um homem no tempo nascendo na pequena cidade de Belém.

Mateus 12:40 e 41 diz, “Pois assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. Varões ninivitas se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui algo mais do que Jonas.” Como tipificado por Jonas, Cristo, o Filho do Homem, esteve no coração da terra três dias e três noites (implicando ressurreição) para a salvação de Deus a todos os pecadores. Na época de Jonas, a redenção e a salvação de Deus se espalharam desde Jerusalém até Nínive, a capital da Assíria. Foi uma surpresa para o profeta judeu Jonas que Deus se importasse com os gentios e o enviasse a Nínive, uma cidade maligna construída por Ninrode (Gn 10:9-11). O significado do tipo de Jonas é que Cristo morreu, foi sepultado e foi ressuscitado para espalhar a redenção e a salvação de Deus para os distantes gentios.

Ageu 2:7a diz, “Farei abalar todas as nações, e o Desejado de todas as nações virá.” Malaquias 4:2a declara, “Mas para vós outros que temeis o Meu nome nascerá o sol da justiça trazendo salvação em suas asas.” Hoje todas as nações estão cheias de trevas e injustiça. Na terra há trevas sobre trevas, e há injustiça sobre injustiça. Quem pode lidar com esta situação? Ninguém pode. Nossa única esperança, nossa única expectativa, é que Cristo venha como o Sol para bilhar e tragar a escuridão e também como justiça para ser a justiça às nações. Ele virá com cura em Suas asas para curar as nações das trevas e da injustiça. Estamos aguardando por Ele como o Desejado das nações e como o Sol da justiça.

Joel 3:16 e 17 e Miquéias 4:7 falam do milênio, o tempo de restauração. Joel 3:16b e 17a diz, “Mas Jeová será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel. E vós sabereis

5

que eu sou Jeová vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo monte.” Miquéias 4:7b diz, “Jeová reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre”. Esses versículos revelam que no milênio Cristo habitará no santo monte de Sião para ser um abrigo e um lugar seguro para Israel e reinará no meio deles em Jerusalém. Na época da restauração Cristo não permanecerá nos céus, mas virá fisicamente para a terra, para a terra judaica, para a cidade de Jerusalém, para o Monte Sião, para habitar lá e ser um abrigo e um lugar seguro para Israel. Este é o futuro de Cristo.

Nestes versículos vemos muitas coisas com relação à Cristo: Sua eternidade, Sua encarnação no tempo, Sua morte, sepultamento e ressurreição para a propagação da redenção e salvação de Deus a todas as nações na terra, Sua vinda como o Desejado das nações e como o Sol da justiça, e ser Aquele que habita no Monte Sião para ser um abrigo e um lugar seguro ao eleito de Deus. Como Aquele que reina no meio deles, Cristo regerá toda a terra de Jerusalém.

Nesta palavra introdutória, vamos agora continuar a considerar a composição, o conteúdo e o pensamento central dos Profetas Menores.

I. A COMPOSIÇÃO

Os Profetas Menores são compostos de doze livros, de Oséias a Malaquias. Antigamente esses livros podem ter sido considerados como um só livro. “O livro dos profetas” mencionado por Estevão em Atos 7:42, em sua citação de Amós 5:25-27, poderia se referir a este livro coletivo. Embora estes livros sejam menores, eles completam a revelação divina a respeito da economia de Deus em Seus tratamentos com Seu eleito—Israel—e as nações, as quais são abordadas em detalhes nos livros dos Profetas Maiores—Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Todos os livros dos Profetas Maiores e os Profetas Menores foram chamados pelo Senhor Jesus de “os Profetas”, nos quais os fatos com respeito a Ele foram escritos (Lc 24:44). Isso indica que o ponto central de todos os profetas não é o castigo ou o julgamento, mas Cristo. Quando chegamos aos livros dos profetas, devemos nos preocupar principalmente com Cristo.

II. O CONTEÚDO

O conteúdo dos Profetas Menores inclui a economia de Deus em Sua correção amorosa a Israel, Cristo como a centralidade e a universalidade da economia de Deus, e vários pontos cruciais.

A. A Economia de Deus em Sua Correção Amorosa a Israel

A economia de Deus em Sua correção amorosa a Israel, no Seu tratamento gover-namental com Israel e no Seu julgamento sobre as nações, resulta na manifestação de Cristo como a centralidade e a universalidade na economia de Deus para introduzir a restauração. De acordo com o Salmo 2, Cristo, o Rei de Deus, é Jeová, o Possuidor da terra. O mundo todo está sob o governo de Cristo como o “Administrador Geral.” Ele não só é Jeová, mas também o Administrador, administrando toda a situação mundial. Atualmente isto está um tanto escondido, mas um dia Ele será manifestado. A economia de Deus nesta terra por fim resultará na manifestação de Cristo. Quando essa manifestação acontecer, todas as pessoas verão que Cristo é a centralidade e a universalidade da economia de Deus para introduzir a era de restauração. Este é o primeiro aspecto do conteúdo dos Profetas Menores, uma ênfase que também é encontrada nos Profetas Maiores.

6

B. Cristo como a Centralidade e a Universalidade da Economia de Deus

Nos Profetas Menores Cristo como a centralidade e a universalidade da economia de Deus é enfaticamente desvendado. Nos Profetas Menores (não contando Zacarias que revela outros aspectos de Cristo) esse desvendar, essa revelação a respeito de Cristo, tem dezesseis pontos. Consideraremos agora brevemente esses pontos de acordo com a sequência dos fatos.

1. Na Sua Origem Eterna

Temos mostrado que Miquéias 5:2c diz que as “origens de Cristo são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Isto se refere à origem eterna de Cristo.

2. No Seu Nascimento Humano em Belém

Miquéias 5:2a diz que de Belém sairia Aquele que haveria de reinar sobre Israel. Esse é o único versículo em todo o Antigo Testamento que nos diz que Cristo nasceria em Belém.

3. Na Sua Primeira Vinda como o Mensageiro de Deus

Malaquias 3:1-3 revela que em Sua primeira vinda Cristo viria como o Mensageiro de Deus. Como o Mensageiro de Deus, Ele trouxe a palavra de Deus às pessoas, a mensagem de Deus. Esta palavra, esta mensagem, é de fato o próprio Cristo. Podemos dizer que Ele é a carta enviada por Deus a nós.

4. Na Sua União com Israel como o Filho de Deus Amado por Deus e Chamado do Egito por Deus

Oséias 11:1 diz, “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho.” Isso fala de Cristo em Sua união com Israel como o Filho de Deus amado por Deus e chamado do Egito por Deus. O cumprimento dessa profecia está em Mateus 2. Não muito depois de Cristo nascer, enquanto Ele ainda estava em Sua manjedoura, Herodes tentou matá-Lo. Mas de acordo com a palavra de um anjo, José levou Jesus e Sua mãe e partiu para o Egito e permaneceu lá “até a morte de Herodes, para que o que foi dito por Jeová por meio dos profetas pudesse ser cumprido, dizendo, “Do Egito chamei o Meu Filho” (v. 15).

5. Na Sua Morte e Ressurreição para a Salvação de Deus aos Pecadores

Um aspecto adicional de Cristo é tipificado pelo profeta Jonas. Jonas foi engolido por um grande peixe e foi vomitado dele para a propagação da salvação de Deus aos ninivitas gentios (Jn 1:17; 2:10). Este é um tipo de Cristo em Sua morte e ressurreição para a salvação de Deus aos pecadores, até mesmo para os gentios (Mt 12:39-41).

6. Ser o Desejado de Todas as Nações

Em Ageu 2:7 vemos que Cristo é o Desejado de todas as nações. Embora as nações não conheçam Cristo, elas ainda desejam ter Cristo. Todas as nações desejam ter paz e uma boa vida, mas a situação no mundo é o oposto disso. Cristo é paz; Cristo também é a boa vida. Para as nações desejar essas coisas significa que elas de fato desejam Cristo. Ele é o Desejado de todas as nações.

7. Elias É Enviado antes Dele para Preparar o Caminho para a Sua Vinda

Elias será enviado antes de Cristo para preparar o caminho para a Sua vinda (Ml 4:5-6; 3:1a; Ap 11:3-4).

7

8. É Enviado por Deus a Segunda Vez com Seus Vencedores

“Ó Jeová, faze descer os teus valentes” (Jl 3:11b). Isso revela que Cristo será enviado por Deus a segunda vez com Seus vencedores. Hoje Cristo está fazendo vencedores, àqueles que estarão com Ele na Sua vinda. Quando Cristo voltar, Ele virá com Seus vencedores para lutar contra o Anticristo.

No único versículo há duas fontes: Deus e Satanás. Deus é corporificado em Cristo, e Satanás por fim será corporificado no Anticristo. Cristo e o Anticristo terão um exército. Em Sua vinda Cristo descerá com Seu exército, composto dos valentes, os vencedores. Isso indica que no momento de Sua vinda, Cristo e o Seu exército derrotarão o Anticristo e o seu exército.

9. No Seu Surgimento como o Sol da Justiça com Suas Asas que Curam

Como vimos, de acordo com Malaquias 4:2 Cristo surgirá como o Sol da justiça com Suas asas que curam.

10. Na Sua Vinda como a Alva e como a Chuva,como a Chuva Serôdia Que Rega a Terra

Oséias 6:3b diz, “Como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.” Em 10:12 temos dito que Cristo virá e fará chover justiça sobre nós. A vinda de Cristo não será interrompida. Ele ainda está vindo como a alva. Ele também virá como a chuva, até mesmo como a chuva serôdia. Quanto Cristo é para nós! Ele é o amanhecer, a chuva, e a chuva serôdia.

11. Na Sua Segunda Vinda como o Anjo da Aliança, a Quem Israel Deseja

“O Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz Jeová dos Exércitos” (Ml 3:1b). Isso fala de Cristo em Sua segunda vinda como o Anjo da Aliança, a quem Israel deseja. A aliança da qual Ele é o Anjo é a nova aliança.

12. Na Sua Vinda como o Valente com Seus Vencedores para Derrotar o Anticristo e o Seu Exército

Em Joel 3:11 Cristo é desvendado em Sua vinda como o Valente com Seus vencedores para derrotar o Anticristo e o seu exército.

13. No Seu Julgamento das Nações

Cristo também é desvendado em Seu julgamento das nações—o julgamento dos vivos (Jl 3:2a, 12, 14; Mt 25:31-46; At 10:42; 17:31).

14. Sua Habitação no Santo Monte de Sião dentro de Jerusalém para Reinar no meio de Israel

Joel 3 desvenda Cristo em Sua habitação no santo monte de Sião dentro de Jerusalém para reinar no meio de Israel para ser o seu Deus, o seu abrigo, e o seu lugar seguro (vv. 16-17, 21b).

15. No Seu Reinado em Sião como Davi Seu Rei, como Governante em Israel, pelo Milênio

Davi era um tipo de Cristo como o Rei. Nos Profetas Menores Cristo é desvendado em Seu reinando em Sião como o Rei de Israel, o Governante em Israel, no milênio (Mq 4:7b; 5:2b; Os 3:5a; Sf 3:15b; Ap 20:4, 6).

8

16. No Seu Pastorear de Israel, Se Torna Engrandecido e Se Torna a Sua Paz

Finalmente, Cristo é desvendado no Seu pastorear de Israel, se tornando engrandecido e sendo a sua paz (Mq 5:4-5). No milênio Cristo não só será o Rei e o Soberano, mas também o Pastor.

C. Alguns Pontos Cruciais

Vamos agora continuar considerando alguns pontos cruciais nos Profetas Menores.

1. Estar Preparados para Encontrar Nosso Deus

Amós 4:12 diz, “Prepare-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”. Não há nenhum outro versículo na Bíblia que diz para nos prepararmos para encontrar nosso Deus. Você está preparado para encontrar o teu Deus?

2. Deus Perdoa Nossa Iniquidade e Passa Sobre as Nossas Transgressões

Esses livros falam de maneiras diferentes a respeito do perdão de Deus. De acordo com Miquéias 7:18 e 19, Deus perdoa nossa iniquidade e passa sobre as nossas transgressões, pisando nossas iniquidades sob os pés e lançando todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Isso revela a disposição de Deus em perdoar nossas iniquidades.

3. O Derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes

Outro ponto crucial, profetizado em Joel, é o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes (2:28-32a; At 2:16-21). Esse derramamento foi algo grandioso, pois ele deu inicio a vida da igreja.

4. O Justo Vivendo pela Sua Fé

A questão do justo, ou o justo, vivendo pela sua fé não foi iniciado por Paulo, mas foi profetizado nos Profetas Menores. “O justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4). Essa palavra foi citada por Paulo em Romanos 1:17, Gálatas 3:11 e Hebreus 10:38. Viver pela fé implica ter vida pela fé. Assim, o justo tem vida e vive pela sua fé.

5. Deus É Luz para Nós e Leva-Nos para a Luz

Deus é luz (1Jo 1:5). O Senhor Jesus disse que Ele é a luz do mundo (Jo 8:12). Mas até mesmo nos Profetas Menores é profetizado que Deus seria luz para nós, Seu povo, e nos levaria para a luz (Mq 7:8-9).

III. O PENSAMENTO CENTRAL

O pensamento central dos Profetas Menores envolve muitas coisas, começando com o julgamento de Deus. Deus julgará o mundo (Jl 3:2a). Os pecadores deveriam se preparar para encontrar Deus (Am 4:12). Cristo como Aquele que é divinamente eterno veio para a terra e nasceu para ser humano (Mq 5:2). Ele entrou na morte e ressuscitou dela para estender a salvação de Deus a todas as nações (Jn 1:17; 2:10; 3:2). Os pecadores que se arrependerem e crerem Nele serão perdoados dos seus pecados e serão justificados por Deus para ter a vida divina para que eles possam andar na luz divina e possam se tornar os valentes de Cristo, enviados com Ele por Deus em Sua segunda vinda (Am 4:12; Mq 7:18-19; Hc 2:4; Mq 7:8-9; Jl 3:11b). Ele surgirá como o Sol da justiça (Ml 4:2) e virá como o Anjo da aliança (Ml 3:1b) para

9

reinar em Sião (Mq 4:7b) e pastorear Israel (Mq 5:4). Então o milênio da restauração será introduzido (Mq 4:1-3; Os 14:4-8; Ap 20:4, 6; Mt 19:28). Quando reunimos todos esses pontos, temos o pensamento central dos Profetas Menores.

Os Profetas Menores são menores, mas a revelação que eles trazem é maior. O ponto central da revelação divina nos Profetas Menores é igual a dos Profetas Maiores.

A ênfase crucial da revelação liberada por todos os profetas de Isaías à Malaquias é que Deus quer ter uma união orgânica com Seu povo escolhido, como a união de Adão com Eva. Nos escritos dos profetas, Deus expressa Seu desejo de ter uma união orgânica com Seu povo escolhido, Se tornando a sua vida e fazendo dele a Sua expressão. Desse modo Deus e Seu povo escolhido se tornam um casal, uma pessoa composta, da mesma maneira que Adão e Eva se tornaram um casal. Originalmente Adão era só, mas posterior-mente Eva saiu de Adão. Eva foi edificada da costela de Adão para complementar Adão, se casar com ele e ser o seu complemento (Gn 2:21-22). Finalmente, os dois se tornaram um em natureza e em vida. Esse é um tipo do que Deus deseja. O desejo de Deus e estar unido com Seu povo escolhido para ser um casal universal, que em Apocalipse 22:17 é chamado de “o Espírito e a noiva.” Por ser essa é a intenção de Deus em sua economia eterna, os Profetas Maiores e os Profetas Menores falam de Deus como o Marido e do povo escolhido de Deus como a esposa. Este pensamento é desenvolvido completamente no Novo Testamento, mas foi desvendado primeiro pelos profetas. É muito importante que nós vejamos isso em nosso estudo dos Profetas Maiores e Menores.

A intenção de Deus, o desejo de Deus, é fazer de Cristo a centralidade e a universalidade na economia de Deus. No Novo Testamento Cristo é tudo e em todos (Cl 3:11). Cristo é tudo e em todos. Consequentemente, a igreja toda nada mais é que Cristo.

Temos visto que parte do conteúdo dos Profetas Menores é a economia Deus em Sua correção amorosa de Israel, isto é, no Seu tratamento governamental com Israel, e no Seu julgamento das nações resultam na manifestação de Cristo como a centralidade e a universalidade da economia de Deus para introduzir a restauração. O instrumento de Deus para punir Israel foi, e ainda é, as nações.

A história mundial está exibindo o cumprimento do que foi profetizado pelos profetas. Depois de suas profecias, profetizadas sete ou oito séculos antes de Cristo, Deus veio para punir Israel enviando Nabucodonosor, o rei de Babilônia, para destruir Jerusalém. Desde aquele tempo, Israel não foi restaurado. Israel esteve sob o império da Babilônia, Média-Pérsia, o império Greco-macedônio e o império romano que continuam influenciando o mundo todo. Por vinte e seis séculos Israel tem sofrido sob um longo e divino castigo. Hoje Deus está usando as nações árabes para punir Israel.

Esta punição tem sido para o propósito de que Cristo seja manifestado como tudo, como a centralidade e a universalidade na economia de Deus. Essa manifestação trará a era de restauração. Assim, Deus está movendo, trabalhando e administrando as questões mundiais para cumprir a Sua economia eterna, isto é, fazer de Cristo tudo para a humanidade para introduzir o reino, a era de restauração.

10

MENSAGEM DOIS

SOBRE OSÉIAS (1)

A PALAVRA INTRODUTÓRIA E O SÍMBOLO DE UMA ESPOSA DE PROSTITUIÇÕES (1)

Leitura bíblica: Oséias 1:1-2:1

Nesta mensagem nós primeiramente daremos uma palavra introdutória e então começaremos a considerar o símbolo de uma esposa de prostituições.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

A. O Significado do Nome Oséias

Oséias em hebraico, o nome original de Josué, significa “salvação (de Jeová)”, denotando que Jeová é a salvação (Nm 13:8, 16).

B. O Tempo do Ministério de Oséias

O tempo do ministério de Oséias foi por volta de 785-725 a.C., um período de sessenta anos.

C. O Tema do Seu Ministério

O tema do ministério de Oséias era o reino adúltero e apóstata de Israel. Adúltero se refere à condição de Israel, e apóstata se refere à posição de Israel. Quanto à sua condição eles eram adúlteros; quanto à sua posição eles eram apóstatas. Essa era a situação de Israel como a esposa de Deus.

D. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do ministério de Oséias era o reino do norte de Israel. Desde a época do ministério de Oséias, Israel tinha sido dividido em dois reinos: o reino do norte de Israel e o reino do sul de Judá.

E. O Tema

O tema do livro de Oséias é Jeová como a salvação para o Israel apóstata e adúltero em recebê-lo de volta e restaurando-o. Este livro revela que apesar da condição adúltera e posição apóstata de Israel, Jeová estava disposto a ser a salvação deles. Finalmente, Ele o receberá de volta e o restaurará.

F. O Pensamento Central

O pensamento central deste livro é que independente de quão adúltero Israel seja como a esposa de Jeová e quão apóstata Israel seja como Seu povo, Ele ainda deseja que ela volte para Ele. Se ela voltasse para Ele, Ele ainda a receberia, a traria de volta e a restauraria.

Israel foi preservado por Deus na época de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e também depois quando Titus destruiu Jerusalém em 70 d.C. quando os filhos de Israel ficaram desolados e sem lar, vagando entre as nações. Embora estivessem relativamente estabelecidos na terra da Palestina, Deus ainda não os tinha recebido de volta ou os restabelecidos.

11

G. A Revelação a Respeito de Cristo

O livro de Oséias revela Cristo em Sua primeira e segunda vinda.

1. Na Sua Primeira Vinda

Na Sua primeira vinda Cristo estaria em união com Israel como o Filho de Deus fugindo para o Egito e sendo chamado do Egito (11:1; cf. Mt 2:13-15). Isso indica que embora Israel tenha se tornado excessivamente mal, Cristo ainda se tornou organicamente um com eles por meio da encarnação para ser um verdadeiro israelita. Cristo é o Filho de Deus, e os israelitas eram os filhos de Deus. Cristo Se uniu a eles nessa questão de serem os filhos de Deus. Em Sua humanidade Ele era um genuíno israelita.

2. Na Sua Segunda Vinda

Na sua segunda vinda Cristo virá como a alva e virá para Israel como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra (Os 6:3b; 10:12). Naquele momento o povo de Israel será a terra molhada por Cristo como a chuva.

H. As Seções

O livro de Oséias tem três seções: uma esposa de prostituições (caps. 1-3); um povo de apostasia (caps. 4-13); e a restauração de Israel (cap. 14).

II. O SÍMBOLO DE UMA ESPOSA DE PROSTITUIÇÕES

A. O Profeta Oséias Toma Gômer, uma Esposa de Prostituições,

O profeta Oséias tomou Gômer, uma esposa de prostituições (1:2-9). Isso simbolizava que Deus tomou Israel como Sua esposa—alguém que se deu a prostituições e que se afastou de Jeová. Deus disse a Oséias que fizesse o que Ele tinha feito, e Oséias fez como Deus o tinha ordenado.

1. Gômer Concebeu de Oséias um Filho Chamado por Deus de Jezreel

Gômer concebeu de Oséias um filho chamado por Deus de Jezreel (vv. 3b-5), simbolizando que Deus vingaria o sangue derramado de Jezreel (2Rs 10:1-11) sobre a casa de Jeú e traria um fim ao reino da casa de Israel (2Rs 15:10-12).

2. Gômer Concebeu de Oséias uma Filha Chamada por Deus de Desfavorecida

Gômer também concebeu de Oséias uma filha chamada por Deus de Desfavorecida (Os 1:6-7). Esse nome significa “ela não obteve compaixão”, simboliza que Deus já não teria compaixão sobre a casa de Israel para que Ele pudesse perdoá-los. Porém, sobre a casa de Judá, Jeová teria compaixão e os salvaria por meio de Jeová seu Deus, não pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.

3. Gômer Concebeu um Filho Chamado por Deus de Não-Meu-Povo

Depois de haver desmamado a Desfavorecida, Gômer concebeu um filho chamado por Deus de Não-Meu-Povo (vv. 8-9). Esse nome, o qual significa “não Meu povo” simboliza que Israel não é o povo de Deus e Deus não pertence a eles.

12

4. Promessa de Restauração

Oséias 1:10-2:1 é a promessa de Deus de restauração aos filhos de Israel. Essa promessa é uma questão de graça. Graça segue o pecado. Onde o pecado abunda, a graça abunda ainda mais (Rm 5:20).

a. O Número dos Filhos de Israel É Como a Areia do Mar

Na restauração o número dos filhos de Israel será como a areia do mar que não pode ser medido ou pode ser contado (Os 1:10a).

b. Sendo Chamados Filhos do Deus Vivo

“No lugar onde se lhes diziam: “Vós não sois meu, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo” (v. 10b). Filhos de Deus indica regeneração. Quando Deus fizer uma nova aliança com Israel (Jr 31:31-34), eles terão Deus inscritos em seus corações. Isso significa que eles serão regenerados. Deus se colocará dentro deles como sua vida para torná-los os filhos de Deus. Assim, Israel são será meramente o povo de Deus, mas também os filhos de Deus.

c. Os Filhos de Judá e os Filhos de Israel Se Congregarão e Constituirão Sobre Si Mesmos Um Só Cabeça

Na restauração os filhos de Judá e os filhos de Israel se congregarão, e eles constituirão para si mesmos um só cabeça, e eles subirão da terra do seu cativeiro, porque grande será o dia de Jezreel (significando “Deus semeia” ou “Deus semeará”), o dia para o povo de Israel para ser semeado na terra santa por Deus (Os 1:11; 2:22-23). Hoje Deus tem semeado os filhos de Israel de volta na terra de seus pais, e ninguém poderá arrancá-los novamente.

d. Deus Incumbe-Os a Dizer aos Seus Irmãos, “Meu-Povo” e as Suas Irmãs, “Favor”

Finalmente, Jeová encarrega os filhos de Israel para dizer aos seus irmãos, “Ammi” (significando “Meu Povo”), e as suas irmãs, “Ruhamah” (significando “ela obteve compaixão”). Assim, Israel será aperfeiçoado. Sob a vitória do amor de Deus, Israel se tornará Seu povo e obterá a Sua compaixão.

Todos nós precisamos aprender uma lição dupla de Oséias 1. Primeiro, Deus ama Israel com um amor eterno. Não haverá mudança em Seu amor. Segundo, embora Deus seja amor, Ele também é um Deus de pureza e justiça. Ele não pode tolerar qualquer espécie de impureza ou injustiça. Onde quer que essas coisas sejam encontradas entre o povo de Deus, o castigo de Deus entra. Por isso, embora Israel tenha se tornado uma nação, eles ainda estão debaixo da punição de Deus. Não obstante, enquanto estão sendo punidos por Deus, eles ainda são amados por Ele. É a bondade de Jeová que faz com que eles não sejam consumidos (Lm 3:22). Por causa da Sua compaixão, Israel permanece.

Nós também temos sido escolhidos por Deus e amados por Ele com um amor eterno. Porém, não devemos nos favorecer somente porque Deus é amor. Devemos temer e tremer enquanto desfrutamos o Seu amor. Se nós tivermos cometido ainda que seja um pequeno erro, Deus virá para nos punir. Contudo, Seu amor eterno é sempre vitorioso. Por um lado, Seu tratamento conosco é uma questão da Sua punição; por outro, é uma questão do Seu amor. Seu amor obterá a vitória.

13

MENSAGEM TRÊS

SOBRE OSÉIAS (2)

O SÍMBOLO DE UMA ESPOSA DE PROSTITUIÇÕES (2)

Leitura bíblica: Oséias 2:2-3:5

Nesta mensagem continuaremos a considerar o símbolo de uma esposa de prostituições.

B. As Prostituições de Gômer como a Esposa para o Profeta Oséias

As prostituições de Gômer como a esposa para o profeta Oséias simbolizam os adultérios de Israel como a esposa lasciva para Jeová (2:2-13).

1. Jeová Deseja que os Israelitas que Retornaram Contendessem com o Povo Adúltero de Israel

O versículo 2a diz, “Repreendei vossa mãe, repreendei.” Isso indica que Jeová queria que os israelitas que retornaram (as filhas) contendessem com o povo adúltero de Israel (a mãe).

2. Jeová Nega Que Israel É Sua Esposa e Que Ele É Seu Marido

No versículo 2b Jeová diz, “Ela não é minha esposa, e eu não sou seu marido”. Isso implica um tipo de divórcio. A situação forçou Deus a fazer algo anormal. Entretanto, o divórcio de Deus de Israel estava baseado na Sua forte determinação de recebê-la de volta novamente. De certo modo, Deus se divorciou de Israel, mas Ele fez isto com a intenção de recebê-la de volta novamente. O que Deus faz em relação a Israel é baseado no que Ele é.

3. Jeová Adverte Israel

Nos versículos 2c a 4 temos a advertência de Jeová a Israel. Primeiro Ele ordenou a ela para se afastar das suas prostituições da sua presença, e os seus adultérios de entre os seus seios (v. 2c). Se ela não fizesse isso, Ele a deixaria despida como no dia em que nasceu e a tornaria semelhante a um deserto, e a faria como terra seca e a mataria de sede (v. 3). Além disso, quanto aos seus filhos Ele não teria compaixão, porque eles eram filhos de prostituições (v. 4).

4. Israel Tem Andado como uma Meretriz e Agindo Vergonhosamente

O versículo 5a nos diz que Israel andou como uma meretriz e agiu vergonhosa-mente. Ela foi tão longe a ponto de dizer, “Irei atrás de meus amantes, que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas” (v. 5b). Ela disse que suas necessidades diárias eram providas pelos seus amantes, isto é, pelos seus ídolos. Isso, claro que, era uma mentira.

5. Jeová Cercou Seu Caminho com Espinhos e Construiu um Muro contra Ela

No versículo 6 Jeová diz, “Portanto, eis que cercarei o seu caminho com espinhos; e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as suas veredas”. Frequentemente o grande Deus faz muitas coisas pequenas para nos frustrar com a finalidade de lidar conosco. Como Paulo diz em Romanos 8:28, todas as coisas, grandes e pequenas, cooperam juntamente para

14

o nosso bem. Como veremos, essa foi a situação com o profeta Jonas. O grande peixe, a mamoneira e o verme todos foram usados por Deus para lidar com Jonas.

6. Israel Busca os Seus Amantes, mas não Os Alcança

Oséias 2:7a continua a dizer, “Ela procurará os seus amantes, porém não os alcançará; buscá-los-á, mas não os achará.” Isso mostra a teimosia de Israel. Embora Deus a restringisse e construísse um muro contra ela, cercando o seu caminho, ela não se volta para Ele, mas em vez disso procura seus amantes, seus ídolos. Porém, por fim ela dirá, “Irei e tornarei para o meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora.” Isso indica que finalmente ela voltará para Deus como seu primeiro Marido. Todos nós temos tido esse tipo de experiência. Primeiro, nós lutamos persistentemente contra Deus por uma situação, mas depois voltamos a Deus para estar com Ele. Nós dizemos, “Eu voltarei para Deus, pois isto então era melhor do que agora.”

7. Israel Não Sabia Que Foi Jeová Quem Lhe Deu o Trigo, o Vinho Novo e o Óleo Fresco

Israel não sabia que foi Jeová quem lhe deu o trigo, o vinho novo e o óleo fresco e que multiplicou sua prata e o ouro. Antes, ela usou a prata e o ouro para servir Baal, um ídolo (v. 8).

8. Jeová Toma de Volta o Seu Trigo no Seu Tempo e o Seu Vinho Novo em Sua Estação Designada

O versículo 9 nos fala que Jeová tomará de volta em seu tempo o Seu trigo e o Seu vinho novo em sua estação designada, e arrebatará a Sua lã e o Seu linho que eram para cobrir a nudez dela. Alguns podem querer saber se o grande Deus faria coisas como estas. Sim, Deus faz tais coisas para nos corrigir, nos ajustar, nos aperfeiçoar, e nos fazer de acordo com a Sua intenção.

9. Jeová Descobrirá a Vergonha Dela à Vista dos Seus Amantes, e Ninguém A Livrará das Suas Mãos

Jeová descobrirá a vergonha dela à vista dos seus amantes, e ninguém a livrará das Suas mãos. Ele fará cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus Sábados e todas as suas solenidades. Ele devastará a sua vide e a sua figueira, da qual ela disse, “Esta é a paga que me deram os meus amantes” (vv. 10-12a). Ele lhes fará um bosque, e as bestas-feras do campo as devorarão (v. 12b). Ele também castigá-la-a pelos dias dos baalins, nos quais ela queimou incenso, e se adornou com as suas arrecadas e com suas jóias, e andou atrás dos seus amantes e esqueceu-se de Jeová (v. 13).

C. A Restauração de Jeová do Israel Adúltero e Apóstata

Em 2:14-23 vemos a restauração de Jeová do Israel adúltero e apóstata.

1. Jeová Atrai Israel, Leva-a para o Deserto, e Fala ao Seu Coração

Jeová atrairá Israel, Ele a levará ao deserto e falará ao seu coração (v. 14). O deserto significa um lugar selvagem. Durante a Segunda Guerra Mundial, Hitler fez da Alemanha um deserto para os judeus, e hoje os países árabes estão tentando fazer da nação de Israel um deserto. Deus até mesmo permitiria isto, pois no deserto Deus pode falar com Israel.

Muito frequentemente em nossa vida humana nós entramos numa situação que pode ser comparada a um deserto. Às vezes Deus fará com que nosso ambiente seja um deserto de forma que Ele possa falar conosco, ao nosso coração.

15

2. Jeová Dá à Israel as Suas Vinhas e o Vale de Acor como uma Porta de Esperança

Jeová dará a Israel as suas vinhas dali (o deserto) e o vale de Acor por porta de esperança. Ela será obsequiosa como nos dias da sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito (v. 15).

3. Naquele Dia Israel Chamará Jeová Seu Marido

Naquele dia Israel chamará Jeová seu Marido (Is 54:5; Jr 3:14; Ez 16:8) e já não O chamará Meu Baal (significando “meu Mestre”— Oséias 2:16). Pois Jeová tirará os nomes de Baal da sua boca, e eles já não serão lembrados pelos seus nomes (v. 17).

4. Jeová Faz uma Aliança a Favor de Israel

Naqueles dias Jeová fará uma aliança a favor de Israel com as bestas-feras do campo, as aves do céu, e com os répteis da terra (v. 18a). Da mesma maneira que Deus fez para nós uma aliança com os seres vivos na época de Noé, assim Ele fará uma aliança a favor de Israel na época da restauração. Por causa dessa aliança, as bestas, as aves e os répteis estarão numa boa ordem. Também, Deus quebrará o arco, a espada, e a guerra da terra, e Ele fará Israel repousar em segurança (v. 18b).

5. Jeová Desposará Israel Para Si Eternamente

Jeová desposará Israel para Si Israel eternamente (v. 19a). Sem dúvida, Ele a desposará para Si em cinco de Seus atributos — justiça, juízo, benignidade, misericórdia, e fidelidade — e ela conhecerá Jeová (vv. 19b-20).

6. Jeová Será Benevolente aos Céus, e os Céus Benevolente à Terra

Naquele dia Jeová será benevolente aos céus, e os céus será benevolente à terra com chuva para permitir a terra cultivar coisas (v. 21). Então a terra será benevolente ao trigo, o vinho fresco, e o óleo, e eles serão benevolentes à Jezreel, que simboliza o semear (v. 22).

7. Jeová Semeia Israel para Si Mesmo na Terra

Jeová semeará Israel para Si mesmo na terra da Palestina (v. 23a). Ele terá compaixão da Desfavorecida (significando “ela não obteve compaixão”), e Ele dirá a Não-Meu-Povo, “Vocês São Meu Povo.” E eles dirão, “Tu és o meu Deus” (v. 23b).

D. A Confirmação da Restauração Fiel de Deus de Israel

Oséias 3:1-5 fala da confirmação da restauração fiel de Deus de Israel.

1. Jeová Diz a Oséias para Amar Gômer Novamente, uma Mulher de Adultérios

“Disse-me Jeová: Vai outra vez, ama uma mulher, amada pelo amigo e adúltera, como Jeová ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas” (v. 1). Aqui Jeová disse a Oséias para amar Gômer outra vez, uma mulher de adultérios. Isto simboliza que Jeová amará os filhos de Israel outra vez, embora eles tenham se voltado para outros amantes (outros deuses) e amado bolos de passas (prazeres do ego). Aparentemente, Deus parou de amar Israel quando Nabucodonosor capturou Jerusalém e novamente quando Titus o príncipe de Roma destruiu Jerusalém. Desde esse dia Israel foi deixado só, aparentemente sem o amor de Deus, contudo Deus ainda cuida de Israel do Seu próprio modo.

16

2. Oséias Ama Gômer e Lhe Diz que Permaneça com Ele Muitos Dias

Oséias era muito obediente a Deus. Ele já tinha se casado com Gômer, e ela tinha gerado três filhos dele. Então ela provavelmente o deixou e cometeu adultério com seus amantes. Mais tarde, como um símbolo de Sua intenção para amar os filhos de Israel novamente, Jeová disse a Oséias que amasse Gômer outra vez, e Oséias assim o fez.

Oséias disse a Gômer, a mulher de prostituições, para permanecer com ele muitos dias sem andar como uma meretriz nem ser de outro homem, e ele seria o mesmo para ela (vv. 2-3). De acordo com o versículo 4, isto simboliza que os filhos de Israel ficariam durante muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna (para adoração), e sem “ephod e teraphim” (ídolos do lar). Estes “muitos dias” começaram quando os babilônicos queimaram o templo. Durante setenta anos os judeus não ofereceram sacrifícios. O templo foi reconstruído, mas foi totalmente destruído por Titus em 70 d.C. Desde aquela época, Israel tem estado sem rei, sem príncipe, e sem a adoração por meio de suas ofertas de sacrifícios a Deus. Além disso, desde aquele tempo até o presente, um período de quase dois mil anos, os judeus não adoraram ídolos.

3. Os Filhos de Israel Voltarão e Buscarão Jeová e Davi o Seu Rei (Cristo no Milênio)

Depois, como o versículo 5 revela, os filhos de Israel voltarão e buscarão Jeová e Davi o rei deles (Cristo no milênio—Ap 20:4, 6), e eles virão com temor a Jeová e para a Sua bondade nos dias posteriores (na era da restauração—Mt 19:28).

O que Oséias fez em obediência à ordem de Deus com respeito à Gômer foi uma confirmação do que Deus prometeu fazer com respeito à Israel. Deus disse a Oséias que amasse Gômer novamente como um símbolo da Sua intenção para amar Israel nova-mente. Hoje Israel é uma Gômer, mas o dia está chegando quando Deus a restabelecerá a Ele.

Esta restauração será o resultado da manifestação de Cristo. Quero enfatizar uma vez mais o fato de que nos livros proféticos quatro coisas são repetidamente abordadas: A punição de Deus sobre os judeus, o castigo de Deus sobre as nações, a manifestação de Cristo e a restauração. O castigo e punição de Deus resultarão na manifestação de Cristo, e a manifestação de Cristo trará a era da restauração, o reino milenar, o qual introduzirá o velho e arruinado universo no novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém. Se virmos estas quatro coisas, nós veremos que temos uma esperança em Cristo.

17

MENSAGEM QUATRO

SOBRE OSÉIAS (3)

OS PECADOS DO POVO APÓSTATA, OS CASTIGOS DE JEOVÁ, E O RETORNO DO POVO APÓSTATA

Leitura bíblica: Oséias 4-6

Oséias de 4-6 aborda os pecados do povo apóstata, os castigos de Jeová, e o retorno do povo apóstata. Nesta mensagem consideraremos os detalhes a respeito destes assuntos registrados nestes três capítulos.

I. OS PECADOS DO POVO APÓSTATA E OS CASTIGOS DE JEOVÁ

Os pecados do povo apóstata e os castigos de Jeová são vistos em 4:1-5:14 e 6:4-10.

A. Os Pecados de Israel e os Castigos de Jeová — Concernente ao Povo em Geral

1. Nem Fidelidade, Nem Amor, Nem Conhecimento de Deus

Oséias 4:1 nos fala que Jeová tem uma contenda com os habitantes da terra, pois nela não há fidelidade ou verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus.

2. Falso Juramento, Mentira, Assassinato, Furto e Adultério

Em vez de verdade, amor e conhecimento de Deus, há falso juramento, mentira, (não cumprir uma promessa a alguém), assassinato, furto e adultério (v. 2a).

3. As Pessoas São Violentas

As pessoas são violentas, e homicídios após homicídios (v. 2b).

4. A Terra está de Luto, e os Seus Habitantes Desfalecem

Por isso, a terra está de luto, e todo o que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem. (v. 3).

B. Os Pecados do Povo e os Castigos de Jeová — Concernente aos Sacerdotes

1. O Povo Contende com os Sacerdotes

O povo contende com o sacerdote (v. 4). Isto era totalmente contrário à lei de Deus, que não permitia o povo contender com os sacerdotes.

2. Os Sacerdotes Tropeçam de Dia, e o Profeta Tropeça com o Sacerdote à noite

O versículo 5 diz que o sacerdote tropeçaria de dia e que o profeta tropeçaria à noite com o sacerdote. Também, a mãe do sacerdote seria destruída por Deus. Isto nos diz que todos eles estavam cometendo pecados. O profeta cooperava com o sacerdote para cometer pecado, e a mãe do sacerdote os uniam. Isso trouxe o julgamento de Deus sobre a mãe.

3. O Povo de Deus — os Sacerdotes — São Destruídos Por causa da Falta do Conhecimento de Deus

18

O versículo 6a nos diz que o povo de Deus — os sacerdotes — seria destruído por causa da falta de conhecimento de Deus mencionada no versículo 1. O povo de Israel não conhecia os regulamentos de Deus, e os sacerdotes também careciam desse conhecimento.

4. Deus Rejeita o Sacerdote

Deus rejeitará o sacerdote, porque ele rejeitou “esse conhecimento” de Deus (v. 6b). Assim, ele já não será um sacerdote para Deus.

5. Deus Se Esquece dos Filhos do Sacerdote

Deus se esquecerá dos filhos do sacerdote, visto que ele se esqueceu da lei do seu Deus (v. 6c).

6. Deus Transforma a Glória dos Sacerdotes e Multiplica a Vergonha Deles

Quanto mais os sacerdotes eram multiplicados, mais eles pecavam contra Deus. Consequentemente, Jeová disse que Ele mudaria a glória deles e multiplicaria a vergonha (v. 7). Isso indica que como sacerdotes de Deus, Seus servos, precisamos ser cuidadosos, porque nosso serviço envolve nossos filhos.

7. A Alimentação dos Sacerdotes sobre a Oferta pelo Pecado do Povo de Deus

Referente aos sacerdotes, os versículos 8 e 9 dizem, “Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente. Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote; castigá-lo-ei pelo seu procedimento e lhe darei o pago das suas obras.” Uma porção da oferta pelo pecado era para ser alimento para os sacerdotes. Os sacerdotes desejavam que as pessoas pecassem, porque quanto mais as pessoas pecavam, mais ofertas pelo pecado haveria para os sacerdotes comerem.

Por isso, como era o povo, assim era com os sacerdotes. Isto significa que os sacerdotes que tinham sido santificados, separados, para ser um grupo especial entre o povo, se fizeram iguais ao povo, tornando-se comuns e vis. Portanto, em relação aos sacerdotes Deus disse que visitaria (castigaria) seus procedimentos e recompensaria suas obras.

8. Os Sacerdotes Comem, mas não Se Fartam

Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à sensualidade, mas não se multi-plicarão, porque a Jeová deixaram de adorar (v. 10).

C. Os Pecados de Israel e o Castigo de Jeová — Concernente à Fornicação, Vinho e Prostituições

Oséias 4:11-14 é uma palavra concernente à três coisas que estavam prevalecendo entre os Israelitas — fornicação, vinho e prostituições.

1. Fornicação, Vinho e Mosto Tiram o Entendimento Deles

A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento do povo de Israel (v. 11). Eles não tinham entendimento para qualquer outra coisa.

19

2. O Povo de Deus Consulta o Seu Pedaço de Madeira

Em vez de orar a Deus e consultá-Lo, o povo de Deus consulta o seu pedaço de madeira (ídolo), considerando que a vara deles lhe dá respostas. Um espírito de prostituições os fazem errar, e eles tem andado como meretrizes afastando-se do seu Deus (v. 12).

3. Sacrificam sobre os Cumes dos Montes e Queimam Incenso sobre as Colinas

Sacrificam sobre o cimo dos montes e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, dos choupos e dos terebintos, porque é boa a sua sombra; por isso, vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram (v. 13). Mas Deus não castigaria as filhas deles ou as sua noras, porque os homens mesmos se retiram com as meretrizes e com as prostitutas cultuais sacrificam (v. 14a; cf. Dt 23:17).

4. O Povo Que Não Tem Entendimento É Subjugado

Pois o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição (Os 4:14b).

D. Os Pecados de Israel e os Castigos de Jeová — Concernente a Teimosia de Israel

Oséias 4:15-19 está relacionado à teimosia de Israel.

1. Israel Anda como uma Meretriz

Israel andou como uma meretriz, mas Judá foi encarregado de não transgredir e não ir à Gilgal, nem subir para Bete-Áven, nem jurar, dizendo: “Vive Jeová” (v. 15). Gilgal era o foco da idolatria (9:15; 12:11; Am 4:4; 5:5). Bete-Áven significa “casa sem valor - casa de nada” ou “casa de idolatria.”

2. Israel É Teimoso, como uma Novilha Teimosa

Israel era teimoso, como um novilha teimosa (Os 4:16a) a qual é desobediente e segue seu próprio caminho.

3. Jeová Limita Israel num Campo Estreito

No versículo 16b pergunta o profeta, “Será que Jeová o apascenta como a um cordeiro em vasta campina?” Isto indica que Jeová limitará Israel num campo estreito.

4. Efraim Está Unido aos Ídolos

No versículo 17a é-nos dito que Efraim foi unido a ídolos.

5. Efraim É Deixado Sozinho

Em 4:17b o profeta dá uma ordem a respeito de Efraim: “Deixe-o só.” Efraim foi deixado de lado. Isto indica um tipo de punição.

6. Tendo Terminado a Bebida Deles, Eles têm Se Entregado à Prostituição

A bebida deles tinha terminado (v. 18a), significando que o prazer deles em beber tinha ido. Isso era a punição de Deus. Eles tinham se entregado à prostituição; seus príncipes amavam apaixonadamente a desonra (v. 18b). Eles estavam apaixonados pela bebedice e prostituição.

20

7. O Vento os Envolveu em Suas Asas

O versículo 19a diz que o vento tinha os envolvidos em suas asas. Tinha levado-os para longe — um tipo de punição. De acordo com o versículo 19b, eles estavam envergonhados por causa dos seus sacrifícios (aos ídolos — v. 13a).

E. Os Pecados de Israel e os Castigos de Jeová —Principalmente sobre aos Sacerdotes, a Casa do Rei, e os Príncipes

Em 5:1-14 e 6:4-10 nós temos mais detalhes sobre os pecados de Israel e as punições de Jeová — principalmente sobre os sacerdotes, a casa do rei e os príncipes.

1. O Julgamento de Jeová Vindo sobre os Sacerdotes, sobre a Casa de Israel e sobre a Casa do Rei

Em 5:1-2 temos falado sobre os sacerdotes, sobre a casa de Israel, e o julgamento de Jeová sobre a casa do rei, porque eles tinham sido uma armadilha e uma rede para matar, mesmo embora Jeová tivesse castigado todos eles.

2. Efraim Tem Andado como uma Meretriz, e Israel Está Contaminado

Efraim tem andado como uma meretriz, e Israel foi contaminado. Um espírito de prostituições estava dentro deles (ou, no meio deles). Suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus, e eles não conheceram Jeová (vv. 3-4).

3. O Orgulho de Israel O Acusa Abertamente

O versículo 5 diz que o orgulho de Israel o acusa abertamente e que Efraim e Israel cairão na sua iniquidade. Judá também cairá juntamente com eles.

4. Vão à Procura de Jeová, mas não O Encontra

Com os seus rebanhos e o seu gado eles vão à procura de Jeová, porém não O encontram. Ele tinha se retirado deles (v. 6).

5. Agiram Aleivosamente contra Jeová

Eles tinham agido aleivosamente contra Jeová, porque eles tinham gerado filhos bastardos (ilegítimos). Os invasores na lua nova os devorariam com suas porções, com suas possessões (v. 7).

6. Efraim Se Torna uma Desolação no Dia do Castigo

Atrás de Benjamim estariam os inimigos, e Efraim seria uma desolação no dia do castigo (correção). Isto era certeza (vv. 8-9).

7. Os Príncipes de Judá São como Os Que Mudam os Marcos

Os príncipes de Judá tinham se tornado como aqueles que mudam um limite demarcatório para aumentar o tamanho das suas propriedades, e Jeová na Sua ira os derramou como água (v. 10).

21

8. Efraim É Oprimido, Quebrantado pelo Julgamento

Efraim está oprimido e quebrantado pelo castigo, porque foi do seu agrado andar após a vaidade (v. 11).

9. Jeová É como uma Traça para Efraim

Jeová era como uma traça para Efraim e como podridão para a casa de Judá (v. 12). Na Bíblia Deus é comparado normalmente às coisas positivas, mas aqui Ele é comparado às coisas negativas, coisas que consomem.

10. Efraim Vai para a Assíria

Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, Efraim foi para a Assíria e dirigiu-se ao rei Jarebe. Mas esse rei não o pôde curar, nem sarar a sua chaga (v. 13).

11. Jeová É como um Leão para Efraim e como um Leãozinho para a Casa de Judá

Jeová seria como um leão para Efraim e como um leãozinho para a casa de Judá. Ele os despedaçaria e iria embora. Ele os arrebataria, e não haveria ninguém que os livrassem das Suas mãos (v. 14).

12. A Bondade de Efraim e Judá É como uma Nuvem da Manhã e como Orvalho da Madrugada

A bondade de Efraim (Israel) e Judá era como uma nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada. Então, Jeová os cortou em pedaços pelos profetas. Ele os matou pelas palavras da Sua boca, e os Seus juízos foram como luz. Porque Ele se encanta com a misericórdia e não com sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos (6:4-6).

13. Eles como Adão, Tem Transgredido a Aliança

Eles como Adão (ou, homens) tinham transgredido a aliança. Lá eles tinham agido aleivosamente contra Jeová (v. 7).

14. Gileade É a Cidade Dos Que Praticam a Injustiça

Gileade era a cidade dos que praticam a injustiça; ela foi manchada de sangue. Como hordas de salteadores que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes, pois matam no caminho para Siquém; praticam abominações (vv. 8-9). Uma vez mais, este era o pecado que envolvia os sacerdotes, que tinham se tornado ladrões.

15. Na Casa de Israel Jeová tem Visto uma Coisa Horrenda

Na casa de Israel Jeová tinha visto uma coisa horrenda: a prostituição de Efraim estava lá; Israel tinha se contaminado (v. 10).

Ao considerarmos todos estes detalhes a respeito da situação de Israel, nós podemos perceber como Israel tinha se tornado pecaminoso.

II. O RETORNO DO POVO APÓSTATA

Em 5:15-6:3, 11 o profeta Oséias fala a respeito do retorno do povo apóstata. Podemos querer saber como pode ser possível tais pessoas pecadoras voltarem. Elas podem voltar porque estão debaixo das compaixões de Deus.

22

A. Jeová Vai Embora e Retorna para o Seu Lugar, até que o Povo Apóstata Reconheça Suas Ofensas e Busque a Sua Face

De acordo com 5:15a Jeová irá embora e voltará para o Seu lugar, até que o povo apóstata reconheça suas ofensas e busquem a Sua face. Por fim, na sua aflição (o castigo divino) eles O buscarão seriamente (v. 15b). Dessa forma, a punição divina de Israel será efetivo.

B. O Retorno do Povo Apóstata

1. Uma Palavra concernente à Vinda e o Retorno a Jeová, Que Os Curará e Os Ligará

Em 6:1 nós temos uma palavra concernente a vinda e o retorno de Israel a Jeová. Neste versículo o profeta diz, “Vinde, e tornemos para Jeová, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará.”

2. Jeová Os Ilumina depois de Dois Dias

Oséias 6:2 diz, “Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele”. O que são os “dois dias”, e o que é “o terceiro dia” neste versículo? Na Bíblia há um princípio que “para Jeová um dia é como mil anos” (2Pe 3:8). De acordo com este princípio, os dois dias aqui podem significar os primeiros dois períodos de mil anos cada, contando de 70 d.C., quando o general romano Titus destruiu Jerusalém e o templo, milhares de judeus foram mortos cruelmente, e dispersou os judeus entre as nações. Desde aquele tempo os judeus estiveram sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, e sem o templo, cumprindo a profecia de Oséias em 3:4. Por dois mil anos Deus deixou Israel numa condição morta. Após esse período de dois mil anos, os terceiros mil anos virão. O terceiro dia em 6:2 pode significar o terceiro período de mil anos, isto é, o milênio, a era de restauração, na realidade da ressurreição de Cristo (Ap 20:4, 6).

3. Uma Palavra sobre Conhecer Jeová e sobre a Vinda de Cristo como a Alva e Sua Vinda como a Chuva

Em Oséias 6:3 há uma palavra sobre conhecer Jeová e sobre a vinda de Cristo como a alva e como a chuva. A primeira parte do versículo diz, “Conheçamos e prossigamos em conhecer Jeová.” O resto do versículo diz que a vinda de Cristo é tão certa quanto o amanhecer. Ele virá a nós como a chuva, como a chuva serôdia que molha a terra (na restauração do milênio — Mt 19:28; Ap. 20:4, 6).

Conheçamos e prossigamos em conhecer Jeová; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.

C. A Promessa de Jeová para Judá no Retorno do Povo Apóstata

Em Oséias 6:11 nós temos a promessa de Jeová para Judá no retorno do povo apóstata. Essa promessa é que haverá uma colheita designada para Judá, quando Jeová mudará o cativeiro do Seu povo. Isto significa que na restauração todos os israelitas, inclusive o reino do norte de Israel e o reino do sul de Judá, serão muito ricos em todos os tipos de produtos da terra. A terra foi criada por Deus para produzir uma colheita rica, mas devido à queda do homem, a terra foi amaldiçoada para produzir espinhos, e o homem teve que trabalhar com suor para comer (Gn 3:17-19). Na época da restauração a terra será restabelecida à sua condição original e será rica, fértil e produtiva. Desse modo, uma colheita será aquinhoada a Judá para o seu desfrute.

23

Desde a época em que Nabucodonosor rei da Babilônia invadiu Israel em 606 a.C., três coisas têm acontecido na terra. A primeira é a punição amorosa de Deus sobre Seu eleito favorito Israel, e o segundo é o castigo de Deus sobre todas as nações. Essas duas coisas somadas trazem a terceira — a manifestação de Cristo. A manifestação de Cristo trará uma quarta coisa — a era de restauração, o reino milenar. Esta restauração se consumará na Nova Jerusalém no novo céu e nova terra nova.

A manifestação de Cristo não se refere somente à segunda vinda de Cristo. A manifestação de Cristo é um longo processo que começou com a vinda de Cristo para a humanidade e até mesmo para dentro da humanidade, em Sua encarnação e que continuará até a volta de Cristo. Miquéias 5:2, referindo à encarnação de Cristo, diz que Suas origens são desde a eternidade. As origens de Cristo são Sua vinda. Dessa forma, na eternidade passada, Cristo estava pronto para partir; isto é, Ele estava pronto para chegar. Em Sua encarnação Cristo saiu da eternidade para o tempo, vindo com Sua divindade para dentro da humanidade. De fato, as origens de Cristo, Sua vinda, não cessaram. Mesmo hoje Ele ainda está vindo. Essa manifestação que começou com a encarnação será consumada na vinda de Cristo com os vencedores como os valentes para derrotar o Anticristo, o último César do império romano.

O império romano é o último dos governos humanos de acordo com a grande imagem em Daniel 2. De certa maneira foi através do império romano que Cristo nasceu e isso cumpriu a profecia em Miquéias 5:2 acerca do lugar de Seu nascimento. Também foi através do império romano que Cristo realizou Sua redenção ao ser crucificado, e foi sob o governo do império romano que o Espírito foi derramado no dia de Pentecostes para dar inicio à vida da igreja. Com a ajuda do império romano, os apóstolos, especialmente o apóstolo Paulo, espalhou o evangelho na Ásia e Europa. Mais tarde, o Senhor usou o imperialismo para propagar o evangelho para a África, América Central e do Sul, Ásia e Austrália. Hoje a Rússia, um país de trezentos e cinquenta milhões de pessoas, foi aberta à restauração do Senhor pelo castigo de Deus sobre as nações para a propagação do evangelho, a qual equivale à manifestação de Cristo. Nossa ida para a Rússia hoje para ministrar alimento espiritual adequado é a propagação da manifestação de Cristo.

24

MENSAGEM CINCO

SOBRE OSÉIAS (4)

OS PECADOS DE ISRAEL EM ABANDONAR JEOVÁ E OS CASTIGOS DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL POR CAUSA DO SEU ABANDONO

Leitura bíblica: Oséias 7-8

Os capítulos sete e oito de Oséias abordam os pecados de Israel ao abandonar Jeová e as punições de Jeová sobre Israel por causa do abandono deles.

I. OS PECADOS DE ISRAEL AO ABANDONAR JEOVÁ

Os pecados de Israel foram em duas categorias: pecados na vida social deles entre o povo e os governantes e os males no relacionamento deles com Jeová. Israel era injusto com o homem e também com Deus.

A. Os Pecados na Vida Social Deles entre o Povo e os Governantes

Oséias 7:1-7 fala dos pecados de Israel na vida social deles.

1. Falsidade, Roubo, Invasões, Males, Mentiras, Embriaguez e Desprezo

Os pecados de Israel na vida social deles incluíam falsidade, roubo, invasões, males, mentiras, embriaguez e desprezo (7:1-3, 5). No dia do banquete do rei, os príncipes se tornaram doentes com a excitação do vinho, e o rei deu a mão aos escarnecedores.

2. Adultério Praticado por Todos do Povo

O adultério era praticado por todos do povo. Todos eles são quentes como um forno na sua luxúria, consomem seus juízes (os sacerdotes) e fazendo todos os seus reis caírem (vv. 4, 6-7). Oséias usou a parábola de um padeiro para retratar a luxúria ardente de Israel. Nem mesmo os reis puderam se levantar contra a luxúria ardente dentro deles.

B. Males no Relacionamento Deles com Jeová

Nos versículos de 8 a 16 Oséias fala a respeito dos males de Israel no relacionamento deles com Jeová.

1. Fogem de Jeová

Eles fugiram de Jeová, não voltando a Ele nem O buscando (vv. 13, 10, 16a, 14).

2. Efraim é Comparado a Três Coisas

a. Um Pão que Não Foi Virado

Efraim (um outro termo para o reino do norte de Israel) era comparado a um pão que não foi virado (v. 8). Isto simboliza que eles eram teimosos em permanecerem numa condição queimada e não se voltariam a Jeová.

b. Uma Pomba Ingênua

Os versículos 11 e 12 dizem, “Porque Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento; chamam o Egito e vão para a Assíria. Quando forem, sobre eles estenderei a

25

minha rede e como aves do céu os farei descer; castigá-los-ei, segundo o que eles têm ouvido na sua congregação”. Israel ser comparado a uma pomba ingênua significa que lhes estavam faltando o conhecimento adequado de Deus em Sua economia. Muitos dos cristãos de hoje são carentes do conhecimento da economia de Deus. Eles não percebem que a presente punição de Deus de Israel e o Seu castigo das nações resultará na manifestação de Cristo para introduzir a restauração.

c. Um Arco Enganoso

No versículo 16a Israel é comparado a um arco enganoso. Isto significa que eles eram rebeldes para com Deus e não eram fiéis para lutar a batalha para o reino de Deus.

II. AS PUNIÇÕES DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL POR ELES TÊ-LO ABANDONADO

O capítulo oito descreve as punições de Jeová sobre Israel por eles tê-Lo abandonado.

A. O Inimigo Vem Como uma Águia Contra a Casa de Jeová

Como uma águia o inimigo viria contra a casa de Jeová, porque eles tinham transgredido a aliança de Jeová — Jeová está ligado a Israel nas Suas exigências santas e os termos justos — e porque eles tinham transgredido contra a lei de Jeová — os regulamentos de Jeová de Israel de acordo com o que Ele é: amor, luz, santidade e justiça (8:1).

B. Israel Tem Rejeitado o Que É Bom

O Israel tinha rejeitado o que é bom, e o inimigo o perseguiria (v. 3).

C. Eles Estabeleceram Reis, mas Não da Parte de Jeová

Eles tinham estabelecido reis, mas não da parte de Jeová. Eles tinham constituído príncipes, mas Jeová não os reconheceu (v. 4a). Eles tiveram a sua própria maneira de estabelecer uma autoridade, e Jeová a objetava.

D. Com Sua Prata e Ouro Faziam Ídolos para Si Mesmos

Com sua prata e seu ouro faziam ídolos para si, para serem destruídos (v. 4b).

1. O Bezerro de Samaria Tem Rejeitado Israel

O versículo 5a diz, “O teu bezerro, ó Samaria, é rejeitado; a minha ira se acende contra eles.” Samaria era a capital do reino do norte de Israel, e o seu “bezerro” era um ídolo, uma imagem de bezerro dourado (cf. 1Rs 12:28; Êx 32:4). Esse ídolo rejeitou a Israel, e a ira de Jeová acendeu contra eles.

O versículo 5b continua a dizer, “Até quando serão eles incapazes da inocência?“ Aqui ser incapaz de inocência significa ser incapaz de não fazer ídolos. A Israel faltava a capacidade de não fazer ídolos; isto é, eles eram muito capazes e ativos, fazendo ídolos. Assim, Oséias estava perguntando quando eles perderiam a sua capacidade de fazer ídolos, quando eles já não poderiam fazer ídolos. A situação da humanidade hoje é a mesma. Os seres humanos podem não ser capazes de compreender a Bíblia ou de conhecer Deus, mas eles são muito capazes de fazer muitas coisas como os seus ídolos.

2. O Bezerro de Samaria É Quebrado em Pedaços

Oséias 8:6 diz, “Porque vem de Israel, é obra de artífice, não é Deus; mas em pedaços será desfeito o bezerro de Samaria.” Um dia Deus virá para quebrar esse ídolo em pedaços.

26

3. Ao Fazerem Ídolos Eles Têm Semeado Vento e Colhido Tempestade

Ao fazerem ídolos eles tinham semeado vento e colhido tormentas (v. 7a). Por causa da tempestade, eles estariam com falta de alimento. Por isto, o versículo 7b continua, “Não haverá seara; a erva não produzirá farinha; e, se a der, comê-la-ão os estranhos.”

4. Israel Se Tornou Entre as Nações como um Vaso no Qual Ninguém Tem Prazer

Israel tinha sido devorado e tinha se tornado entre as nações como um vaso no qual ninguém tinha prazer (v. 8). Porque eles tinham subido para a Assíria como um jumento montês solitário. Efraim tinha contratado amantes (v. 9). Entretanto eles tinham contratado socorro entre tais nações, Jeová os ajuntaria para puni-los, e eles começariam a ser diminuídos por causa da opressão do rei e dos príncipes (v. 10). Hoje há uma pequena nação na Palestina com Jerusalém como seu centro, mas que nação tem prazer em Israel?

E. Efraim Tem Multiplicado Altares

Porque Efraim tinha multiplicado altares, altares seriam multiplicados a ele para pecar (v. 11).

1. Jeová Escreveu para Efraim Dez Mil Preceitos da Sua Lei

Jeová escreveu para Efraim dez mil preceitos de Sua lei, mas eles foram considerados como coisa estranha (v. 12). Isto significa que Efraim, o reino de Israel, não quis a lei de Deus. Não importa quantos preceitos Deus tenha escrito, Efraim não os quis.

2. Eles Sacrificam Carne e a Comem, mas Jeová Não Tem Nenhum Prazer Neles

Para os sacrifícios das ofertas de Jeová, eles sacrificavam carne e a comiam, mas Jeová não tinha nenhum prazer neles. Ele se lembraria da iniquidade deles e puniria os seus pecados, e eles voltariam para o Egito (v. 13).

F. Israel Se Esqueceu do Seu Criador e Edificou Palácios, e Judá Multiplicou Cidades Fortalecidas

Israel se esqueceu do seu Criador e edificou palácios, e Judá multiplicou cidades fortalecidas. Mas Jeová enviaria fogo contra as suas cidades, e consumiria seus palácios (v. 14).

Os profetas menores falaram acerca dos males, a podridão e a corrupção de Israel, mas Israel era teimoso e não os ouviu. Por fim, Deus foi forçado enviar Nabucodonosor e o exército babilônico como fogo para julgar, punir, e castigar o seu povo rebelde e apóstata.

27

MENSAGEM SEIS

SOBRE OSÉIAS (5)

A IDOLATRIA DE ISRAEL CONTRA JEOVÁ E OS CASTIGOS DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL

Leitura bíblica: Oséias 9-10

Nesta mensagem de Oseías 9 e 10 consideraremos as questões da idolatria de Israel contra Jeová e as punições de Jeová sobre Israel.

I. A IDOLATRIA DE ISRAEL CONTRA JEOVÁ É COMO AS PROSTITUIÇÕES DE UMA ESPOSA CONTRA O SEU MARIDO

A idolatria de Israel contra Jeová é como as prostituições de uma esposa contra o seu marido (1:2; 2:13; 3:1). O pensamento de Oséias aqui é muito profundo porque indica a união orgânica de Deus com o Seu povo. Porém, a situação da esposa era extremamente horrível.

II. ISRAEL ABANDONOU O SEU DEUS COMO ABANDONA UMA PROSTITUTA

Foi dito a Israel para não se alegrar, porque ela tinha abandonado o seu Deus como abandona uma prostituta. Ela tinha amado o pagamento, como uma prostituta, em todas as eiras de cereal, adorando ídolos em toda eira (9:1). A eira era um lugar onde as pessoas ganhavam a vida delas. Assim, eles adoraram ídolos no lugar onde eles ganhavam a vida deles.

III. A EIRA E O LAGAR NÃO OS ALIMENTARÃO

O versículo 2 diz que a eira e o lagar não os alimentariam, e o vinho novo lhes faltaria. Tudo o que tinham não seria suficiente para cuidar das suas necessidades. Eles desejariam vinho para beber, mas não haveria nenhum.

IV. ELES NÃO HABITARIAM NA TERRA DE JEOVÁ

De acordo com o versículo 3, Israel não habitaria na terra de Jeová. Antes, eles prefeririam voltar ao Egito, e na Assíria eles comeriam o que era impuro.

V. ELES NÃO DERRAMARIAM LIBAÇÃO PARA JEOVÁ, E OS SEUS SACRIFÍCIOS NÃO SERIAM AGRADÁVEIS A ELE

Eles não derramariam libações a Jeová, nem seus sacrifícios seriam agradáveis a Ele. Os sacrifícios deles eram como o pão de pranteadores, o pão comido por uma família que tinha perdido um parente. Todos os que comessem tais sacrifícios seriam imundos, pois o pão deles seria exclusivamente para eles e não entraria na casa de Jeová (v. 4). Eles não teriam o verdadeiro desfrute, e o que eles ofereciam a Deus nominalmente não era para Deus, mas para si mesmos.

VI. ELES NÃO PARTICIPAM NO DIA DA SOLENIDADE E NO DIA DA FESTA DE JEOVÁ

O versículo 5 indica que eles não participariam no dia da solenidade e no dia da festa de Jeová. Eles não se importavam com as festas de Jeová, apenas com as suas próprias necessidades, desfrute e prazeres.

28

VII. ELES ESCAPAM DA DESTRUIÇÃO, MAS O EGITO OS CEIFARÁ, E MÊNFIS OS SEPULTARÁ

Eles escapariam da destruição, do mal que estava vindo sobre eles. Mas o Egito os ceifaria, e Moph (Mênfis, uma cidade egípcia perto do Nilo) os sepultaria. As preciosidades de prata deles (ídolos), as urtigas as possuiriam. Espinhos cresceriam nas suas tendas (v. 6). Por um lado, este é um quadro de punição; por outro, é um quadro de como eles eram pecadores. Eles nem mesmo se importavam com a sua habitação, mas somente com o seu desfrute pecaminoso.

VIII. OS DIAS DE CASTIGO CHEGARAM

O versículo 7 diz que os dias de castigo tinham chegado; os dias da retribuição tinham chegado. O profeta era um insensato, e o homem de espírito é um louco, por causa da abundância da iniquidade de Israel e por causa da abundância de inimizade. Em vez de amor e compaixão entre as pessoas, havia ódio e inimizade. Eles consideravam um homem de espírito, ou um individuo inspirado, como louco. Isso indica que eles não se importavam com os interesses de Deus. Pelo contrário, eles pensavam que se importar com os interesses de Deus era tolice.

IX. EFRAIM TINHA SIDO UM SENTINELA COM DEUS

O versículo 8a diz, “O profeta é sentinela contra Efraim, ao lado de meu Deus.” Isso indica que no passado o reino do norte de Israel era muito bom.

O versículo 8b continua, “Laço do passarinheiro em todos os seus caminhos e inimizade na casa do seu Deus”. Isso pode significar que os profetas tinham se tornado tão malignos que onde quer que eles fossem eles eram uma armadilha para enganar as pessoas. No templo os profetas criaram inimizade; eles não tinham amor ou compaixão.

No versículo 9 Oséias continua a dizer a respeito de Efraim, “Mui profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá. Jeová se lembrará das suas injustiças e castigará os pecados deles.” A corrupção de Efraim era tão grande que se comparava a corrupção nos dias de Gibeá descrita em Juízes 19:15-30. Porque Israel tinha se tornado como esses nos dias de Gibeá, Deus viria para castigar os pecados deles.

X. JEOVÁ ACHOU A ISRAEL COMO UVAS NO DESERTO, E VÊ OS SEUS PAIS COMO AS PRIMICIAS DA FIGUEIRA NOVA

Jeová achou a Israel como uvas no deserto, e viu os seus pais como as primícias da figueira nova (Os 9:10a). Isto refere-se ao tempo da “lua de mel” de Deus com Israel. Na época do êxodo do Egito, Deus considerava Israel uma jovem esposa. Porém, quando essa esposa cresceu, ela deixou Deus por Baal e foi para Baal-Peor (uma cidade chamada pelo nome do ídolo Baal de Peor — Nm 25:3; Sl 106:28) e se santificou para algo vergonhoso (ídolo) e se tornou uma abominação, como o objeto (ídolo) que ela amou (Os 9:10b).

XI. A GLÓRIA DE EFRAIM VOA COMO UMA AVE

A glória de Efraim, a glória do reino do norte de Israel, voaria como uma ave. Isto significa isso que não haveria nascimento, nem gravidez, e nem concepção. Mesmo que eles viessem a criar os seus filhos, Jeová os privaria deles, de forma que nem um homem fosse deixado. Sem dúvida, também seria uma aflição para eles quando Jeová se afastasse deles. Efraim foi plantado em Tiro, numa campina, mas ele ainda levaria seus filhos para o matadouro. Jeová lhes daria um útero estéril e peitos secos. Todo o seu mal estava em Gilgal

29

(o foco da idolatria—4:15), pois lá Jeová os odiou. Por causa da maldade das suas obras, Jeová os lançaria para fora de Sua casa; Ele não os amaria mais. Todos os seus príncipes eram rebeldes. Efraim estava ferido. Suas raízes secaram-se; eles não davam frutos. Se eles os produzissem, Jeová mataria o fruto mais querido do seu ventre. Deus tinha os rejeitado, porque eles não O ouviam. Eles seriam errantes entre as nações (9:11-17).

XII. ISRAEL É UMA VIDE EXUBERANTE QUE PRODUZ FRUTO PARA SI MESMO

Oséias 10:1a diz, “Israel é uma vide exuberante; ele produz fruto para si mesmo.” O fruto da videira deveria ter sido oferecido a Deus como uma oferta de libação, mas eles usaram as videiras para produzir frutos para si mesmos, não para Deus.

O versículo 1b e 2 continuam, “Segundo a abundância do seu fruto, assim multiplicou os altares; quanto melhor a terra, mais belas colunas eles faziam. O coração deles era falso; por isso serão culpados. Jeová quebrará os seus altares e deitará abaixo as suas colunas”. Israel ficou rico, mas eles usaram seus produtos para construir altares e fazer ídolos. Então, Oséias disse que Deus quebraria seus altares e destruiria suas colunas.

O versículo 3 diz, “Agora, pois, dirão eles: Não temos rei, porque não tememos a Jeová. E o rei, que faria por nós?” Por não temerem a Jeová, eles não poderiam ter a autoridade representativa de Deus (um rei). Isto se refere ao encabeçamento, a liderança, entre o povo de Deus. Quando a igreja é adequada, a igreja tem o encabeçamento, a liderança, representativa de Deus como Sua autoridade. Mas numa época de confusão, alguns dizem, “Por que precisamos da autoridade representativa de Deus? Por que precisamos ter qualquer encabeçamento ou liderança?” Isto resulta em anarquia.

XIII. ELES FALAM PALAVRAS VÃS, JURAM FALSAMENTE ENQUANTO FAZEM UMA ALIANÇA

Nos versículos de 4 a 8 temos detalhes adicionais acerca da idolatria de Israel contra Jeová e as punições de Jeová sobre Israel. Eles falavam palavras vãs, jurando falsamente fazendo uma aliança. O julgamento brotaria diante deles como ervas daninhas venenosas nos sulcos do campo. Os habitantes de Samaria temeriam os bezerros (os ídolos) de Bete-Áven (provavelmente um nome insolente aplicado a Betel, no qual estava um centro de idolatria—1 Reis 12:26-33; Oséias 4:15). Seu povo se lamentaria por causa dele, e seus sacerdotes idólatras tremeriam por ele, por causa da sua glória que já se foi. Ele seria levado para a Assíria: um presente para o Rei Jarebe. Efraim seria coberto de vexame, e Israel seria envergonhado por causa do seu próprio capricho. O rei de Samaria seria como lascas, ou pequenos pedaços de madeira, na superfície da água. Os lugares altos de Áven, os pecados de Israel, seriam destruídos. Espinheiros e abrolhos cresceriam sobre seus altares, e eles dirão aos montes: Cobre-nos! E aos outeiros: Caí sobre nós!“(v. 8). Este é o julgamento de Jeová sobre Israel e sobre a sua idolatria.

XIV. ISRAEL TEM PECADO DESDE OS DIAS DE GIBEÁ

Israel tem pecado desde os dias de Gibeá (v. 9a). Israel pensava que a batalha que aconteceu em Gibeá contra os filhos da iniquidade não os pudesse alcançar (v. 9b; Jz 19:15-30). Mas Jeová disse que Ele os castigaria pela sua “dupla transgressão” (Os 10:10). Esta dupla transgressão se refere aos dois males de Israel: abandonar Jeová e se voltar aos ídolos (Jr 2:13). Os pecados de Israel na vida social deles eram devido ao seu pecado de abandonar Deus e se voltar aos ídolos.

30

XV. EFRAIM ERA UMA NOVILHA DOMADA QUE GOSTAVA DE TRILHAR O GRÃO, MAS JEOVÁ COLOCOU O JUGO SOBRE A FORMOSURA DO SEU PESCOÇO

Efraim era uma novilha domada que gostava de trilhar o grão. Mas Jeová tinha colocado o jugo sobre a formosura do seu pescoço. Jeová faria Efraim puxar o arado. Judá lavraria, e Jacó desfaria os seus torrões de terra (Os 10:11).

XVI. A INCUMBÊNCIA DE SEMEAR PARA A JUSTIÇA PARA ELES MESMOS, COLHER SEGUNDO A MISERICÓRDIA, E ARAR SUA TERRA DE POUSIO

Os versículos 12 e 13 dizem, “Então, eu disse: semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar a Jeová, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós. Arastes a malícia, colhestes a perversidade; comestes o fruto da mentira, porque confiastes nos vossos carros e na multidão dos vossos valentes.” Isto é semelhante ao que Paulo diz em Gálatas 6:7 e 8, onde ele nos diz que se semearmos para a carne, colheremos corrupção da carne, mas se semearmos para o Espírito, do Espírito colheremos vida eterna. Aqui em Oséias 10:12 semear significa buscar Jeová. Buscar Jeová corretamente é semear corretamente. Portanto, Oséias incumbiu os filhos de Israel de semear para a justiça. Se eles fizessem isto, eles colheriam segundo a misericórdia. Caso contrário, se eles lavrassem a malicia, eles colheriam injustiça.

No versículo 12 Oséias usa a expressão “terra de pousio.” Terra de pousio é terra que foi arada, mas não foi semeada com coisa alguma. Os filhos de Israel eram como terra de pousio. Eles tinham sido arados por Deus, mas não tinham sido semeados com justiça. Eles foram arados como terra de pousio; isto é, era para eles buscar a Deus até que Cristo viesse como justiça para que chovesse justiça sobre eles.

Porém, Israel não semeou corretamente. Eles confiaram na sua própria maneira e na multidão dos seus homens poderosos. Então, Deus os fez ser totalmente destruídos. A respeito disso, os versículos 14 e 15 diz, “Portanto, entre o teu povo se levantará tumulto de guerra, e todas as tuas fortalezas serão destruídas, como Salmã destruiu a Bete-Arbel no dia da guerra; as mães ali foram despedaçadas com seus filhos. Assim vos fará Betel, por causa da vossa grande malícia; como passa a alva, assim será o rei de Israel totalmente destruído. Isto foi cumprido completamente por Titus em 70 d.C.

A palavra “amanhecer” no versículo 15 indica que Israel estava na noite, na escuridão. Eles eram um povo que estavam completamente carentes de justiça e retidão. Eles abandonaram Deus e eram malignos uns com os outros.

31

MENSAGEM SETE

SOBRE OSÉIAS (6)

O AMOR IMUTÁVEL DE JEOVÁ CONTRA A IMPUREZA OBSTINADA DE ISRAEL (1)

Leitura bíblica: Oséias 11-14

Nesta mensagem começaremos a considerar os capítulos de onze a quatorze. Estes capítulos estão relacionados ao amor imutável de Jeová contra a ingratidão de Israel.

I. A IMPUREZA OBSTINADA DE ISRAEL

A mais elevada virtude de uma esposa adequada é a castidade. Uma esposa pode ser muito boa sob todos os aspectos, mas se não for pura, ela ainda não será uma esposa adequada. Israel era obstinado em sua impureza para com Jeová seu Marido.

A. Os Profetas de Deus Os Chamam

Deus enviou os profetas para que chamassem Israel repetidamente, mas quanto mais os profetas os chamavam, mais eles se afastavam dos profetas. “Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura.” (11:2). Eles serviam os Baalins com suas ofertas de sacrifícios.

Desde o momento em que Titus destruiu Jerusalém e o templo no ano 70 d.C. até agora, Deus não levantou nenhum profeta entre os judeus. Este é o procedimento de Deus. Em Mateus 21:43 o Senhor Jesus disse aos judeus que “o reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.” Esta nação é a igreja. Na igreja Deus levantou muitos profetas. Além disso, na igreja todo aquele que nasce novamente é um sacerdote (1Pe 2:5, 9; Ap 1:6). Contanto que sejamos filhos de Deus, nós somos sacerdotes. Além de ser sacerdotes de Deus que O servem no evangelho (Rm 15:16), todos nós precisamos nos esforçar para profetizar. Em 1 Coríntios 14 Paulo nos encarrega de desejar profetizar diligentemente (vv. 1, 39) e disse que todos nós podemos profetizar um após o outro (v. 31). O Senhor tem nos mostrado que, na sua restauração hoje, Ele quer restaurar 1 Coríntios 14, isto é, restaurar o profetizar de cada crente. Em cada Dia do Senhor, depois de se lembrar do Senhor e adorar o Pai diante da Sua mesa, todos os membros da igreja devem profetizar. Isto significa que todos eles devem falar pelo Senhor e devem expressar o Senhor. Se todos nós, os jovens e os mais velhos, profetizarem um após o outro, quão rico, quão elevado, quão fresco, quão vivo, e quão poderoso isto será! Todos nós temos que honrar a maneira ordenada por Deus em 1 Coríntios 14. Fomos regenerados para sermos sacerdotes. Agora precisamos nos esforçar para profetizar.

B. Eles se Recusam Voltar a Jeová

Eles não voltariam à terra do Egito, mas o assírio seria o rei deles, porque eles se recusaram voltar a Jeová. A espada cairá sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos, e as devorará, por causa dos seus caprichos. Eles estavam inclinados a se desviarem de Jeová. Embora os profetas os chamassem a Ele que está no alto, ninguém O exaltou (Os 11:5-7).

32

C. Efraim Cercou Jeová com Mentiras

Efraim cercou Jeová com mentiras, e a casa de Israel, com engano (v. 12). Quando eles vinham a Deus, eles mentiam. Judá ainda era constante para com Deus e para com o Santo, o Fiel.

D. Efraim Apascenta o Vento e Persegue o Vento Oriental Continuamente

Oséias 12:1 diz que Efraim apascentava o vento (na vaidade e em vão) e perseguia o vento oriental continuamente (em vacuidade). Ele multiplicou mentiras e violências. Eles fizeram uma aliança com a Assíria (não com Jeová), e azeite foi levado para o Egito (não para o templo de Deus). Esta era a situação deles na sua impureza obstinada.

E. Jeová Também Tem uma Contenda com Judá e Pune Jacó segundo os Seus Caminhos

O versículo 2 nos diz que Jeová tinha também uma contenda com Judá. Isto significa que Ele estava contendendo, discutindo, com Judá. Jeová puniria Jacó segundo os seus caminhos. Segundo as suas obras Ele o recompensaria. No ventre ele agarrou o calcanhar do seu irmão (v. 3a; Gn 25:26). “Jacó fugiu para a terra da Síria; e Israel serviu por uma esposa, e por uma esposa guardava ovelhas” (Os 12:12; Gn 29:20, 30; 31:38-41). No vigor da sua idade, lutou com Deus (Os 12:3b). “Realmente ele lutou com o Anjo [Cristo] e prevaleceu; ele chorou e suplicou a Ele” (v. 4a; Gn 32:24-32).

F. Efraim É um Mercador

Efraim era um mercador. Tem em suas mãos balança enganosa e ama a opressão (v. 7). Efraim disse: “Contudo, me tenho enriquecido e adquirido grandes bens; em todos esses meus esforços, não acharão em mim iniquidade alguma, nada que seja pecado” (v. 8). Nas mãos de Efraim estavam dois tipos de balanças: uma que pesava leve para comprar e uma que pesava pesado para vender.

G. Gileade É Injusto

Gileade era injusto (6:8). Eles eram completamente vaidosos. Em Gilgal (o foco da idolatria) eles sacrificavam bois. Sem dúvida, seus altares eram como montões de pedras nos sulcos do campo (12:11). Esta era uma figura de linguagem para descrever a impureza obstinada de Israel.

H. Efraim Provocou a Ira Amarga de Jeová

Efraim provocou a ira amarga de Jeová, portanto o Senhor deixaria sua matança sobre ele e o recompensaria com sua própria repreensão (v. 14).

I. É como uma Nuvem de Manhã e como Orvalho Que Cedo Passa, como Palha que se Lança da Eira por um Vento Forte,

e como Fumaça que Sai por uma Janela

Quando falava Efraim, havia tremor; foi exaltado em Israel, mas ele se fez culpado no tocante a Baal e morreu. Agora, pecam mais e mais, e da sua prata fazem imagens de fundição, ídolos segundo o seu conceito, todos obra de artífices, e dizem: Sacrificai a eles. Homens até beijam bezerros! Por isso, serão como nuvem de manhã, como orvalho que cedo passa, como palha que se lança da eira e como fumaça que sai por uma janela (13:1-3). Estas também são figuras usadas por Oséias para descrever a vaidade da vida pecaminosa de Israel.

33

J. O Coração Deles É Ensoberbecido, e Eles têm Se Esquecido de Jeová

Depois que eles se fartaram, ensoberbeceu-lhes os corações. Então, se esqueceram de Jeová (v. 6). Assim Jeová seria para eles como um leão; como um leopardo Jeová os espreitaria no caminho. Jeová os atacaria como uma ursa roubada dos seus filhotes, Ele romperia a envoltura do coração deles, e Ele os devoraria ali como uma leoa. As feras do campo os despedaçariam (vv. 7-8). Este é um escrito poético de Oséias.

K. A Destruição Deles foi Devido a Israel ir contra Jeová

A destruição deles foi devido a Israel ir contra Jeová, o socorro deles. O rei deles não os pôde salvar em todas as suas cidades. Jeová deu a eles um rei na Sua ira e levou embora o rei no Seu furor (vv. 9-11). O rei dado por Jeová na Sua ira pode ter sido Saul, que por fim foi tirado por Ele no Seu furor.

L. As Iniquidades de Efraim Estão Atadas Juntas

As iniquidades de Efraim estão atadas juntas; o seu pecado está armazenado. Dores de parturiente lhe virão; ele é filho insensato; porque é tempo, e não sai à luz, ao abrir-se da madre (vv. 12-13).

M. Um Vento de Jeová Virá do Deserto

Os versículos 15 e 16 dizem que mesmo se Samaria fosse frutífera entre seus irmãos, um vento oriental viria, um vento de Jeová vindo do deserto, e a sua nascente ficaria seca, e a sua fonte seria estancada. O inimigo saquearia o tesouro de todas as coisas preciosas. Samaria seria culpada, porque ela se rebelou contra o seu Deus. Eles cairiam pela espada. Seus filhos seriam despedaçados, e suas mulheres grávidas seriam rasgadas pelo meio.

N. Israel Caiu por Causa da Sua Iniquidade

Por fim, o versículo 14:1b diz que Israel tinha caído por causa da sua iniquidade.

34

MENSAGEM OITO

SOBRE OSÉIAS (7)

O AMOR IMUTÁVEL DE JEOVÁ CONTRA A IMPUREZA OBSTINADA DE ISRAEL (2)

Leitura bíblica: Oséias 11-14

A primeira ênfase principal do livro de Oséias é a metáfora do casamento de Oséias com a meretriz Gômer. Seus três filhos também eram metáforas. O filho Jezreel simbolizava que Deus vingaria a matança em Jezreel (2Rs 10:1-11) sobre a casa de Jeú poria um fim ao reino da casa de Israel (2Rs 15:10-12). A filha Desfavorecida simbolizava que Deus já não teria compaixão da casa de Israel. O filho Não-Meu-Povo simbolizava que Israel não era povo de Deus. Deus usou o casamento de Oséias com Gômer e a sua família demonstrar como Israel como uma esposa para Jeová tinha se tornado infiel ao seu Marido.

A segunda ênfase no livro de Oséias são os males de Israel como a esposa impudica de Jeová. Uma vez que uma esposa se torna impudica, todos os tipos de males se seguem. Uma vez que abandonamos a Deus, nós também podemos cometer qualquer tipo de mal. Como a esposa impudica de Jeová, Israel era obstinado em sua impureza. Esta obstinação é descrita em detalhes nos capítulos de onze a quatorze. Estes capítulos também revelam o amor imutável de Jeová, e é isto o que consideraremos nesta mensagem.

II. O AMOR IMUTÁVAL DE JEOVÁ

A. Jeová ama Israel desde Quando Era uma Criança, e do Egito Jeová Chama o Seu Filho

Oséias 11:1 diz, “Quando Israel era um menino, eu o amei, e do Egito chamei o Meu filho.” Israel é descrito como a esposa de Jeová ao longo do livro de Oséias. Mas quando o amor eterno de Deus é tocado, Israel é chamado de filho de Deus (Êx 4:22-23), indicando que Israel tem a vida do Pai. Somente filhos legítimos, não adotados, têm a vida do seu pai. Oséias 11:1 também indica que Cristo se uniu a Israel para ser o Filho de Deus e que Ele foi chamado do Egito por Deus (Mt 2:13-15).

O amor eterno de Deus não é um amor de afeição, como o amor de um marido para com sua esposa, mas um amor de vida, como o amor de um pai para com um filho. Amor para com uma esposa é amor de afeição, mas amor para com um filho é amor de vida. Por um lado, Deus nos ama como Sua esposa, e o Senhor Jesus é nosso Marido. Por outro, Deus é nosso Pai, e nós somos os filhos do Pai.

B. Jeová Chama Israel por intermédio dos Seus Profetas

Oséias 11:2a diz que Jeová chama Israel por intermédio dos Seus profetas.

B. Jeová Ensina Efraim a Andar

O versículo 3 continua a dizer que Jeová ensinou Efraim (Israel) a andar, tomando-os em Seus braços e curando-os.

D. Jeová Atrai os filhos de Israel com Cordas Humanas, com Laços de Amor

O versículo 4a diz, “Atrai-os com cordas humanas, com laços de amor.” A frase “com cordas humanas, com laços de amor” indica Deus nos ama com Seu amor divino, não no nível da Sua divindade, mas no nível da Sua humanidade. O amor de Deus ao ensinar Efraim a andar

35

e tomando Efraim em Seus braços nos mostra que o amor de Deus é divino, mas num nível humano. Se Ele nos amasse no nível divino, nós não poderíamos tocar o Seu amor. O Seu amor divino alcança-nos a um nível humano. Ele desceu ao nível humano para nos alcançar. Isto é o que significa dizer que Ele atraiu Israel com cordas humanas, com laços de amor.

O restante do versículo 4 diz, “E fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer.” Este jugo era o jugo de Faraó, e este comer era o comer do maná no deserto. Faraó tinha posto um pesado jugo sobre Israel, mas Deus removeu esse jugo e gentilmente deu-lhes de comer levando-os para o deserto, onde os alimentou com maná de maneira amável manhã após manhã (Êx 16:14-18).

E. Jeová Não Abandonou Efraim

Oséias 11:8 e 9 revelam que Jeová não pôde abandonar Efraim. “Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem. Não executarei o furor da minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira.” Admá e Zeboim foram destruídos junto com Sodoma e Gomorra (Gn 14:8; Dt 29:23). Efraim tinha se tornado tão mau, até mesmo pior que Sodoma e Gomorra. Porém, por causa do Seu amor eterno, Deus não destruiria Efraim.

F. Os filhos de Israel Andam Após Jeová, e Jeová Os Faz Habitar em Suas Casas

De acordo com Oséias 11:10 e 11, os filhos de Israel andarão após Jeová. Ele rugirá como um leão, e os filhos de Israel virão tremendo do ocidente como um pássaro do Egito e como uma pomba da terra de Assíria. Jeová os fará habitar nas suas casas.

G. Em Betel Jacó Encontra Jeová, e Lá Jeová Fala com os Filhos de Israel

Em Betel Jacó encontra Jeová, e lá Jeová falou com os filhos de Israel, o próprio Jeová, o Deus dos exércitos. Jeová é seu memorial. Os filhos de Israel deveriam voltar lá para o seu Deus, deveriam guardar o amor e o juízo, e deveriam esperar no seu Deus para sempre (12:4b-6).

H. Desde a Terra do Egito Jeová tem Sido o Deus dos Filhos de Israel

Desde a terra da Egito Jeová tem sido o Deus dos filhos de Israel. Ele os fará habitar novamente em tendas como nos dias de festa. Ele também falou aos profetas. Ele multiplicou as visões, e pelos profetas Ele usou comparações (vv. 9-10).

I. Israel Sabe que Não há Deus Exceto Jeová

Israel sabia que não havia deus exceto Jeová, pois não há salvador além Dele. Ele conheceu Israel no deserto, na terra de grande seca. Por causa do seu pasto (dado por Jeová) eles ficaram fartos (13:4-6a).

J. Jeová Resgata-Os do Poder do Inferno

Jeová os resgatará do poder do Inferno; Ele os resgatará da morte (v. 14a). Conse-quentemente, a próxima parte do versículo diz, “Onde está, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição?“ O arrependimento será escondido dos Seus olhos (v. 14c). O amor de Deus por Israel é eterno, e Ele nunca se arrependerá deste amor.

36

K. Jeová por meio do Seu Profeta Chama Israel para Voltar a Ele, o Seu Deus

O Israel tinha caído por causa da sua iniquidade, e Jeová por meio do Seu profeta os chamou para voltar a Ele, o seu Deus (14:1). Eles deveriam tomar as palavras que estavam com eles, deveriam voltar a Jeová, e deveriam dizer a Ele, “Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios. A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos à obra das nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia” (vv. 2-3). Com seus lábios eles ofereceriam sacrifícios e ofertas a Deus.

L. Israel na Restauração

Nos versículos de 4 a 8 nós temos um quadro de Israel na restauração (Mt 19:28), como revelado em Oséias 2:15-23; 3:5; 6:1-3; 10:12. Jeová curará a apostasia deles; Ele os amará abertamente, pois Sua ira terá se apartado deles. Ele será como o orvalho para Israel. Israel florescerá como o lírio (significando uma vida pura que confia em Deus) e lançará suas raízes como os cedros do Líbano (significando permanecer firmemente na humanidade elevada). Estender-se-ão seus ramos (significando florescer e propagar); seu esplendor será como o da oliveira (significando glória na fidelidade); e a sua fragrância será como a dos cedros do Líbano (significando o doce aroma de uma vida vivida na humanidade elevada). Os que assentam debaixo da sua sombra (significando ser protegido pela graça suficiente desfrutada por eles — 2Co 12:9) retornarão. Eles serão vivificados como o grão (significando ser pleno de vida para produzir alimento satisfatório) e florescerá como a videira (significando florescer para produzir bebida estimulante). O renome de Israel será como o vinho do Líbano (significando um bom nome propagado como vinho saboroso).

Espero que esta seja a situação com todas as igrejas locais na restauração do Senhor. Então, em vez de ser um pão não virado ou uma pomba tola ou um arco enganoso, nós seremos como lírios, cedros do Líbano, oliveiras e videiras germinando.

A transformação de Israel como descrito em Oséias 14:4-7 é baseado no fator de amor em vida. Amor de afeição não transforma, mas amor em vida transforma as pessoas. Um marido que ama sua esposa com afeição pode estragá-la, mas um pai que ama seu filho em vida nunca o estragará. Quando um filho cresce, ele é transformado. Nossa relação com Deus é da vida divina, a vida eterna de Deus. Esta vida nos estimula, nos regenera, nos santifica posicional e disposicionalmente, nos renova, nos transforma, nos conforma, nos amadurece, e nos glorifica, nos fazendo iguais a Deus em vida, natureza, aparência e glória.

No começo de Oséias, Israel era uma prostituta, mas no final deste livro, Israel se tornou um filho. Por fim, Efraim declara que ele não tem mais ídolos. “Efraim diz: Que tenho eu a ver com os ídolos?“ (v. 8a). Deus responde dizendo, “(Eu respondo e olho para ele.) Eu sou como o cipreste verde; de mim se acha o teu fruto” (v. 8b). Jeová é como o cipreste verde (simbolizando que Deus é vivo e sempre-vivo) e Efraim produzindo fruto Dele indica sua unidade com Jeová. Também indica que houve uma transformação maravilhosa, baseado no fator de amor em vida. Hoje Deus é a árvore sempre-viva, e nós, os crentes em Cristo, somos os ramos da árvore, produzindo fruto por meio Dele. Isto é mais do que uma união orgânica; é a unidade de duas vidas numa só vida, em uma natureza, e em um viver. O resultado deste livro é transformação em vida por meio do amor de Deus. Esta é a revelação no capítulo quatorze de Oséias, e todos nós precisamos vê-la.

37

III. A PALAVRA DO PROFETA É SÁBIA

O versículo 9 diz que a palavra do profeta é sábia, mostrando a nós que os caminhos de Jeová são retos. Os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.

MENSAGEM NOVE

SOBRE OSÉIAS (8)

TRÊS IMPLICAÇÕES A RESPEITO DE CRISTO

Leitura bíblica: Oséias 11:1-4

O livro de Oséias é muito rico. Muitas das riquezas neste livro não são declaradas diretamente, mas especialmente são decorrentes dos escritos poéticos de Oséias. Portanto, precisamos estudar os significados dos escritos poéticos neste livro. Não é fácil conhecer os significados destas conotações. Nesta mensagem tenho o encargo de dar uma palavra breve sobre três conotações a respeito de Cristo em 11:1-4. As três questões nestes versículos que envolvem Cristo são o chamamento de Deus do Seu filho do Egito, Sua atração de Israel com as cordas humanas, e Sua maneira gentil ao levá-los a comer.

CRISTO, O FILHO DE DEUS, É CHAMADO DO EGITO POR DEUS

Oséias 11:1 diz, “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o Meu filho.” Este versículo indica Cristo em Sua união com Israel como o Filho de Deus e como Aquele que foi chamado do Egito por Deus. O cumprimento da profecia acerca de Cristo neste versículo está em Mateus 2:15, que fala de Cristo ser chamado do Egito por Deus. Portanto, Oséias 11:1 indica Cristo como o Filho de Deus.

Uma indicação adicional deste versículo é que com Cristo nós, os crentes em Cristo, também somos filhos de Deus (Hb 2:10). Em Cristo nós somos filhos de Deus. Aparte de Cristo nós não podemos ser filhos de Deus. Nossa filiação (Ef 1:5) é totalmente em Cristo, por Cristo, e com Cristo.

O Filho Unigênito e o Filho Primogênito

A respeito de Cristo como o Filho de Deus há dois aspectos: o aspecto de ser o Filho unigênito de Deus e o aspecto do ser o Filho primogênito de Deus. Na eternidade, Cristo era o Filho unigênito de Deus (Jo 1:18; 3:16, 18; 1Jo 4:9). Cristo era o único Filho de Deus. Além Dele não havia outros filhos de Deus. Como, então, pode haver os muitos filhos de Deus? Para responder esta pergunta precisamos considerar a encarnação, crucificação e ressurreição de Cristo. Um dia Cristo, o Filho unigênito de Deus na eternidade, foi encarnado para ser um homem. Na cruz Ele morreu uma morte todo-inclusiva, vicária, e então Ele entrou em ressurreição. Em ressurreição e por meio da ressurreição Ele nasceu para ser o Filho primogênito de Deus. Como o Filho unigênito de Deus na eternidade, Cristo não tinha humanidade; Ele só tinha divindade. Então, antes da Sua ressurreição Ele era somente o Filho de Deus na Sua divindade. Isto é singular. Mas por meio da Sua encarnação Ele entrou na humanidade e assumiu a natureza humana como parte do Seu ser. Porém, Ele não foi designado Filho de Deus na Sua humanidade (Rm 1:4) até a Sua ressurreição. Esta é a razão de Paulo dizer em Atos 13:33, “Deus cumpriu plenamente esta promessa a nós, filhos deles, ressuscitando Jesus, como também está escrito no Salmo segundo, “Tu és Meu Filho; Eu hoje Te gerei.“ Este versículo indica que a ressurreição foi um nascimento para o homem Jesus. Ele

38

foi gerado de Deus em Sua ressurreição para ser o Filho primogênito entre muitos irmãos (Rm 8:29). Isto significa que, além de ser o único, o Filho unigênito de Deus desde a eternidade, Cristo, depois da encarnação e por meio da ressurreição, foi gerado de Deus na Sua humanidade para se tornar o Filho de Deus num outro sentido, no sentido de ser o Filho primogênito de Deus.

Os Muitos Filhos

A palavra “Primogênito” em Romanos 8:29 e Hebreus 1:6 indicam que Deus tem muitos filhos. Sem os muitos filhos Cristo não pode ser o Filho primogênito; Ele pode ser somente o Filho unigênito. Para que Cristo seja o Filho primogênito, deve haver outros filhos. Estes outros filhos também nasceram na ressurreição de Cristo (1Pe 1:3). Isto significa que em Sua ressurreição não somente Cristo havia nascido para ser o Filho primogênito de Deus, mas também em Sua ressurreição nós fomos regenerados e nascemos para ser os muitos filhos de Deus, Seus muitos irmãos, para ser Seus membros para a constituição do Corpo orgânico de Cristo. Tudo isto está incluído em Oséias 11:1. Quão ricas são as implicações neste versículo!

CORDAS HUMANAS, LAÇOS DE AMOR

Oséias 11:4a diz, “Atrai-os com cordas humanas, laços de amor.” O amor de Deus é divino, mas Seu amor nos alcança com cordas humanas.

É importante percebermos que este versículo não fala de uma corda, mas de cordas. Estas cordas incluem a encarnação de Cristo, viver humano, crucificação e ressurreição. Isto significa que as cordas mencionadas neste versículo têm segmentos diferentes e que cada segmento envolve a humanidade de Cristo. Primeiro, Deus foi encarnado; Ele veio para ser um homem chamado Jesus. A encarnação, portanto, é o primeiro segmento das cordas humanas. O Senhor Jesus viveu entre nós na terra durante trinta e três anos e meio, e o Seu viver humano é o segundo segmento destas cordas. Por fim, Ele foi crucificado, morrendo na cruz por nós, e Ele então foi ressuscitado. Sua crucificação e ressurreição também são segmentos das cordas humanas. É com tais cordas que Deus nos atrai.

Nós mostramos que cada segmento, cada parte, das cordas humanas envolve a humanidade de Cristo. Depois da Sua ressurreição, Cristo ascendeu aos céus na Sua humanidade. Esta foi a razão de Estevão poder ver o Ascendido como o Filho do Homem e poderia e testificar, dizendo, “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé, à direita de Deus” (At 7:56). Quando Cristo voltar, Ele virá em Sua humanidade. A palavra do Senhor ao sumo sacerdote em Mateus 26:64 revela isto. “Desde agora vereis o Filho do Homem assentando à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu.” As cordas humanas, portanto, envolvem a humanidade de Cristo na Sua encarnação, viver humano, crucificação, ressurreição e ascensão.

Em Oséias 11:4a “cordas humanas” e “laços de amor” estão em justaposição. Consequentemente, as palavras “cordas” e “laços” se referem à mesma coisa. Os laços de amor são as cordas humanas. O amor de Deus, o amor divino, vem a nós pela humanidade de Cristo. Por isto, os laços de amor são as cordas humanas. Aqui Cristo não é revelado diretamente, mas pela maneira subentendida. Que implicação rica, profunda, maravilhosa, e misteriosa a respeito de Cristo nós temos aqui!

O amor eterno de Deus, Seu imutável e cativante amor, está totalmente em Cristo, com Cristo, por Cristo, e para Cristo. Aparte de Cristo o amor eterno de Deus não pode ser prevalecente. O amor imutável de Deus é prevalecente porque é um amor em Cristo, com

39

Cristo, por Cristo, e para Cristo. Se Cristo não tivesse sido encarnado, se Cristo não tivesse vivido na terra, se Cristo não tivesse morrido uma morte vicária por nós, se Cristo não tivesse entrado em ressurreição e então tivesse ascendido aos céus, não haveria caminho para Deus nos atrair com cordas humanas, com laços de amor.

Nós precisamos ser impressionados com o fato de que a encarnação de Cristo, o viver humano, crucificação, ressurreição e ascensão são todos para nós, pois é por todos estes passos da humanidade de Cristo que o amor de Deus em Sua salvação nos alcança. Estes passos são as cordas humanas, os laços de amor, com que Deus nos atraiu.

DEUS GENTILMENTE FAZ COM QUE COMAMOS

Uma terceira implicação a respeito de Cristo é encontrada em Oséias 11:4b. Aqui Jeová diz, “E fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer. Quando Deus fez isto? Durante quarenta anos os filhos de Israel estiveram no deserto, Deus os alimentou de maneira gentil e paciente com maná. Maná é um tipo de Cristo como nosso alimento divino. Por isso, esta palavra a respeito da maneira gentil de Deus ao fazer com que eles comessem também subentende Cristo.

Quando fomos salvos, Deus nos atraiu com cordas humanas, com laços de amor, e agora Ele está nos alimentando com Cristo. Posso testificar isso desde o momento em que fui salvo Deus tem sido gentil e paciente me alimentando com Cristo. Às vezes nós podemos querer comer muito ou comer depressa, mas Deus quer que nós comamos lentamente e suavemente com paciência e perseverança. Esta é a maneira de Deus nos alimentar.

40

ESTUDO-VIDA DE JOEL

© Witness Lee

CONTEÚDO

Sobre Joel (1) A Palavra Introdutória e o Dia do SENHOR

Sobre Joel (2) O Conteúdo (1)

Sobre Joel (3) O Conteúdo (2)

Sobre Joel (4) A Profecia Governante dos Quatro Gafanhotos no Livro de Joel

Sobre Joel (5) Os Quatro Fatores no Livro de Joel

Sobre Joel (6) A História Universal Segundo a Economia de Deus—a História Divina dentro da História Humana

Sobre Joel (7) A História de Deus com o Homem e a História de Deus no Homem

41

ESTUDO-VIDA DE JOEL MENSAGEM UM

SOBRE JOEL (1) A PALAVRA INTRODUTÓRIA E O DIA DO SENHOR

Leitura bíblica: Joel 1:1, 15; 2:1, 11, 31, 3:14

O livro de Joel é curto, mas é excelente, maravilhoso e misterioso. Nesta mensagem nós primeiramente daremos uma palavra introdutória e então consideraremos a questão do dia do SENHOR, uma questão importante nas profecias da Bíblia.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

A. O Significado do Nome Joel

Em hebraico o nome de Joel quer dizer “Jeová é Deus.”

B. A Época do Ministério de Joel

A época do ministério de Joel foi aproximadamente 800 a.C., provável-mente depois do profeta Elias.

C. O Tema do Ministério de Joel

O tema do ministério de Joel era sobre Judá, o reino do sul.

D. O Lugar do Ministério de Joel

O lugar do ministério de Joel também foi em Judá.

E. O Tema

O tema do livro de Joel é a devastação do governo humano sobre Israel em quatro estágios e a destruição de Cristo sobre os devastadores e Seu reinado no meio de Israel na restauração (Ap 20:4, 6; Mt 19:28).

F. O Pensamento Central

O pensamento central de Joel é que as nações, como gafanhotos, devas-taram Israel consecutivamente em quatro impérios, de Nabucodonosor, o prime-iro rei de Babilônia, até o Anticristo, o último César de Roma; eles serão vencidos e exterminados por Cristo, que estabelecerá o reino e reinará no meio do Israel salvo na era da restauração. Os quatro impérios que devastaram Israel e que serão vencidos e exterminados por Cristo são os impérios babilônico, o império medo-persa, o império greco-macedônio e o império romano. Esses quatro impérios são tipificados pela grande imagem humana em Daniel 2, uma imagem que será destruída por Cristo como a pedra cortada sem auxilio de mãos (vv. 34-35). De fato, essa pedra não representa o Cristo individual somente, mas também o Cristo corporativo. O Cristo corporativo virá como uma pedra cortada sem auxilio de mãos e esmagará o governo humano em pedaços.

42

G. A Revelação Concernente à Cristo

1. Em Sua Vinda com Seus Vencedores como os Valentes para Derrotar o Anticristo e Seu Exército

No livro de Joel Cristo é revelado em Sua vinda com Seus vencedores como os valentes para derrotar o Anticristo e seu exército (Jl 3:11).

2. No Seu Julgamento das Nações

Neste livro Cristo é revelado também no Seu julgamento das nações (3:2a, 12, 14). Esse é o julgamento dos vivos (Mt 25:31-46; At 10:42; 17:31). Atos 10:42 nos diz que Cristo é Aquele que por Deus foi constituído para ser Juiz dos vivos e dos mortos, e em 17:31 diz que Deus “estabeleceu um dia em que Ele há de julgar o mundo com justiça pelo homem que designou.” Cristo julgará os vivos logo antes o milênio e julgará os mortos depois do milênio.

3. Em Sua Habitação no Santo Monte Sião dentro de Jerusalém para Reinar no meio de Israel

Finalmente, em Joel Cristo é revelado em Sua habitação no monte Sião dentro de Jerusalém para reinar no meio de Israel para ser o seu Deus, o refúgio do Seu povo e a sua fortaleza (Jl 3:16-17, 21b).

H. As Seções

O livro de Joel tem cinco seções: a introdução (1:1), a praga dos gafanhotos (1:2-2:11), o retorno do SENHOR para o Seu eleito, Israel (2:12-32), o julgamento de Cristo sobre as nações (3:1-15), e a vitória de Cristo sobre as nações e o Seu reinado no meio de Israel (3:11, 16-21).

II. O DIA DO SENHOR

O livro de Joel fala do dia do SENHOR (1:15; 2:1, 11, 31; 3:14).

A. O Dia do SENHOR em Joel É o Dia do Senhor no Novo Testamento

O dia do SENHOR no livro de Joel é o dia do Senhor no Novo Testamento (2Pe 3:10).

B. O Julgamento do Senhor para o Seu Tratamento Governamental

Nas expressões como “o dia do SENHOR” e “o dia do Senhor” a palavra “dia” é principalmente usada no sentido do julgamento do Senhor para Seu tratamento governamental (Ez 13:5; 30:3; Sf 1:8-9).

C. O Dia do Senhor É o Dia no Qual o Senhor Julga

Antes de o Senhor voltar, esse é o “dia do homem” no qual o homem julga (1Co 4:3-5). O homem continuará julgando até que o Senhor venha. Após o Senhor vir, esse será “o dia do Senhor” no qual o Senhor julgará. O dia do julga-mento do homem é a presente era. Isso está em contraste com o dia do Senhor que é a era vindoura, a era do reino, na qual o julgamento será o julgamento do Senhor. Hoje no dia do homem, todo o mundo é um juiz. Até mesmo as crianças julgam seus pais, e os estudantes julgam seus professores. Mas no dia do Senhor, o Senhor suspenderá todo o julgamento humano e dará a palavra final.

D. O Dia Final do SENHOR (o Senhor) Começará no Sexto Selo e Terminará no Julgamento do Grande Trono Branco

43

O dia final do Senhor (o Senhor) começará no sexto selo (Ap 6:12-17), terminará no julgamento do grande trono branco (Ap 20:11-15), e inclui várias calamidades, pragas e aflições, pois o julgamento da punição do Senhor e tratamentos governamentais sobre os céus, o sol, a lua, as estrelas, a terra, os homens, Satanás e os demônios limpará a terra e todo o universo, para o novo céu e a nova terra (Ap 21:1) para vir Seu reino eterno. Do sexto selo até o começo do reino milenar será um pouco mais de três anos e meio. Esse será principal-mente o tempo da grande tribulação. O julgamento do grande trono branco acontecerá depois do reino milenar. Assim, o dia do Senhor durará durante aproximadamente mil e três anos e meio.

Vamos agora brevemente considerar as calamidades, pragas e aflições que consiste o dia do Senhor.

1. As Calamidades Naturais do Sexto Selo

Primeiro, haverá as calamidades naturais do sexto selo sobre o sol, a lua, as estrelas, os céus e a terra.

2. As Calamidades Severas das Primeiras Quatro Trombetas

Apocalipse 8:7-12 fala das calamidades severas das primeiras quatro trombetas sobre a terra, o mar, os rios, o sol, a lua e as estrelas. De fato, as calamidades do sexto selo e as primeiras quatro trombetas são um agrupamento relacionado ao julgamento do universo.

3. O Primeiro Ai, a Quinta Trombeta

O primeiro ai, a quinta trombeta, será por meio dos gafanhotos do abismo sob o domínio do Anticristo como seu rei que também sairá do abismo (Ap 9:1-11).

4. O Segundo Ai, a Sexta Trombeta

O segundo ai, a sexta trombeta, será por meio dos quatro anjos libertados do Eufrates com os duzentos milhões de cavaleiros (Ap 9:12-19).

5. O Terceiro Ai, a Sétima Trombeta

O terceiro ai, a sétima trombeta, será composto das sete taças (Ap 11:14-15a; 15:1, 5-8; 16:1).

a. A Ulcera Perniciosa e Maligna da Primeira Taça

A ulcera perniciosa e maligna da primeira taça virá sobre os homens que têm a marca da besta e adoram sua imagem (Ap 16:2).

b. Na Segunda Taça o Mar Se Torna em Sangue como Sangue de um Morto

Na segunda taça o mar se tornará em sangue como sangue de um morto, e toda alma vivente que está no mar morrerá (Ap 16:3).

c. Na Terceira Taça os Rios e Fontes se Tornam em Sangue

Na terceira taça os rios e fontes se tornarão em sangue para ser a bebida daqueles que derramaram o sangue dos santos e dos profetas (Ap 16:4-7).

44

d. Na Quarta Taça o Sol Queimará os Homens com Fogo

Na quarta taça o sol queimará os homens com fogo (Ap 16:8-9).

e. Na Quinta Taça o Reino do Anticristo Escurece

Na quinta taça o reino do Anticristo será escurecido, e as pessoas morderão suas línguas de dor e blasfemarão contra o Deus do céu por causa das suas dores e ulceras (Ap 16:10-11).

f. Na Sexta Taça Haverá a Guerra do Armagedom

Na sexta taça haverá a guerra do Armagedom no qual o Anticristo e os seus exércitos lutarão contra Cristo com Seus vencedores. Cristo destruirá o Anticristo e todos os seus exércitos malignos, e serão lançados o Anticristo e o falso profeta no lago de fogo (Ap 16:12-16; 17:14; 19:19-21). Em Apocalipse 14:17-20, o der-rotar de Cristo do Anticristo e todos os seus exércitos malignos é comparado ao Seu pisar do grande lagar da cólera de Deus.

g. O Terremoto Sem precedente da Sétima Taça

Na sétima taça haverá um terremoto sem precedente. A grande cidade de Jerusalém será dividida em três partes, as cidades das nações cairão, e a Babilônia política será destruída sob a ira de Deus. Todas as ilhas fugirão, e os montes desaparecerão. Além disso, forte granizo descerá do céu sobre os homens (Ap 16:17-21).

6. Todas as Calamidades, Pragas, e Ais do Sexto Selo até a Sétima Taça Constitui a Grande Tribulação, a Hora do Julgamento

Todas as calamidades, flagelos e ais do sexto selo até a sétima taça constituem a grande tribulação (Mt 24:21), a hora do julgamento para afligir todas as pessoas que habitam sobre a terra (Ap 3:10). A grande tribulação durará três anos e meio (Ap 11:2; 12:14; 13:5; 12:6).

a. A Grande Babilônia Religiosa É Destruída

Provavelmente no começo da grande tribulação, a Grande Babilônia religio-sa, a Igreja Católica Romana, será destruída pelo Anticristo (Ap 14:8; 17:16). Ao término da grande tribulação, a Grande Babilônia política, o império romano reavivado, será destruído pelo Senhor.

b. As Duas Testemunhas

Na grande tribulação as duas testemunhas cuspirão fogo da sua boca para devorar seus inimigos, fecharão os céus para que não chova, terão autoridade para transformar as águas em sangue, e ferirão a terra com toda sorte de flagelos (Ap 11:3-6).

c. O Anticristo Blasfema contra Deus e Faz Guerra contra os Santos e Os Vence

Nos três anos e meio da grande tribulação, o Anticristo, instigado por Satanás e fortalecido pelo falso profeta, blasfemará contra Deus e fará guerra contra os santos e os vencerão. Será dada autoridade satânica a ele sobre toda tribo e nação (Ap 13:4-7; 12:13-17; 2 Ts 2:3b-4; Dn 11:36-39; Mt 24:15).

7. Satanás É Preso por Mil Anos e Lançado no Abismo

O Satanás será aprisionado por mil anos e lançado no abismo (Ap 20:1-3). Isso acontecerá depois que Cristo lidar com o Anticristo e os seus exércitos.

45

8. Cristo Apascentará as Nações com uma Vara de Ferro por Mil Anos

Cristo apascentará as nações com uma vara de ferro durante mil anos e as quebrarão em pedaços como vasos de cerâmica (Ap 2:27).

9. O Queimar das Pessoas Rebeldes e o Lançar do Diabo no Lago de Fogo

Ao término do milênio, as nações, enganadas pelo diabo, se rebelarão contra Cristo, mas do céu descerá fogo e as devorará. Então, o diabo será lançado no lago de fogo (Ap 20:7-10).

10. O Julgamento do Grande Trono Branco

Ao término do dia do Senhor, haverá o julgamento do grande trono branco (Ap 20:11-15) por Cristo sobre os mortos, os demônios, e provavelmente os anjos caídos (2Pe 2:4).

E. Os Céus e a Terra Serão Renovados

Finalmente, os céus e a terra serão renovados com intenso calor ardente para ser o novo céu e nova terra para a Nova Jerusalém (2Pe 3:10-13; Ap 21:1-2). O dia do Senhor termina com esse calor ardente. Os céus e a terra, a velha criação, foram poluídos e contaminados pela rebelião de Satanás e pela queda do homem e, portanto precisam ser renovados.

O dia do Senhor com todos os Seus julgamentos é para a manifestação de Cristo. Quando estudamos a Bíblia, precisamos perceber que a revelação na Bíblia está centrada em Cristo que é a centralidade e a universalidade da economia de Deus. Todos os julgamentos do dia do Senhor, incluindo todas as calamidades, pragas, e ais, têm uma meta, e essa meta é trazer a manifestação de Cristo.

46

MENSAGEM DOIS

SOBRE JOEL (2) O CONTEÚDO (1)

Leitura bíblica: Joel 1:2—2:11

O livro de Joel contém três pontos principais. O primeiro ponto principal é a praga dos quatro tipos de gafanhotos (as nações) ou de um tipo de gafanhoto em quatro etapas. O segundo ponto principal é o derramamento do Espírito consumado. Esse derramamento deu inicio à vida da igreja que é o conteúdo da era do mistério. O terceiro ponto principal é a restauração não somente de Israel, mas de todo o universo. Essa restauração se consumará no novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém. Nesta mensagem consideraremos o primeiro desses três pontos principais.

I. A PRAGA DOS GAFANHOTOS (AS NAÇÕES)

A praga dos gafanhotos (as nações) é abordada em 1:2-2:11.

A. A Seriedade da Profecia

Joel 1:2-4 nos mostra a seriedade da profecia.

1. Uma Mensagem para os Anciãos entre as Pessoas e para Todos os Habitantes da Terra

Os anciões entre as pessoas devem ouvir esta mensagem, e todos os habitantes da terra devem dar atenção a ela. Eles devem falar aos seus filhos sobre ela, os seus filhos devem falar aos seus filhos, e os seus filhos devem contar para a próxima geração (vv. 2-3; Sl 78:6).

2. O Gafanhoto Cortador, o Gafanhoto Migrador, o Gafanhoto Devorador e o Gafanhoto Destruidor

Joel 1:4 diz que o que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor. Quatro palavras são usadas para gafanhoto neste versículo, provavelmente referindo a um tipo de gafanhoto em vários estágios de crescimento. Como veremos, essa espécie de gafanhoto em quatro estágios corresponde às quatro seções da grande imagem humana em Daniel 2, às quatro bestas em Daniel 7, e aos quatro chifres em Zacarias 1. O gafanhoto cortador refere-se ao império babilônico; o gafanhoto migrador, ao império medo-persa, o gafanhoto devorador, ao império grego e o gafanhoto destruidor, ao império romano.

B. A Vinda de uma Nação, Forte e Inumerável, contra a Terra do SENHOR

Joel 1:6a fala da vinda de uma nação, forte e inumerável, contra a terra do SENHOR.

1. Comparado a Um Tipo de Gafanhoto em Quatro Estágios

A vinda de tal nação é comparada a um tipo de gafanhoto em quatro estágios: o gafanhoto cortador, o gafanhoto migrador, o gafanhoto devorador e o gafanhoto destruidor (v. 4; 2:2, 4-11). Os quatro tipos sucessivos de gafanhotos se referem às nações que devastaram Israel em quatro impérios consecutivos: Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma.

47

2. Comparado Também à Grande Imagem Humana em Quatro Seções

Essa nação poderosa é comparada também à grande imagem humana em quatro seções: a cabeça de ouro—Babilônia; o peito de prata e os braços—Média-Pérsia; o abdômen e a coxa de bronze—Grécia; e as pernas de ferro com os pés—Roma (Dn 2:31-33).

3. Comparado Também às Quatro Bestas

A vinda de uma nação, poderosa e inumerável, é comparada também às quatro bestas: um leão, um urso, um leopardo e aquele que é a totalidade dos primeiros três (Dn 7:2-8; Ap 13:2a).

4. Por Fim Comparado a Quatro Chifres

Essa nação por fim é comparada a quatro chifres (Zc 1:18-21). Os quatro chifres, as quatro bestas, as quatro seções da grande imagem e os quatro tipos de gafanhotos, tudo se refere aos mesmos quatro impérios. Ao longo da história humana, no tratamento de Deus com Israel e no Seu castigo dos gentios, esses quatro impérios tem sido e ainda são o centro.

5. Para Devastar a Terra do SENHOR

A nação mencionada em Joel 1:6a veio devastar a terra do SENHOR, devorando e destroçando as pessoas em pedaços e fazendo da terra uma desolação (vv. 6b-7a; 2:3; Dn 7:7; Is 10:3; Jr 25:11). Por causa dessa desolação, não havia alimento para alimentar as pessoas nem vinho para alegrá-las (Joel 1:5, 7, 10-12, 16a, 17), nem ofertas de manjares nem oferta de libação para os sacerdotes oferecerem a Deus no Seu templo (vv. 9, 13, 16b), não havia pastos para os animais, para os rebanhos de gado e os rebanhos de ovelhas (vv. 18-20).

6. De Nabucodonosor, o Primeiro Rei do Império Babilônico,ao Último César do Império Romano

Os impérios que devastaram a terra do SENHOR incluem os impérios de Nabucodonosor, o primeiro rei do império babilônico, por meio do império medo-persa e o império macedônio e o império grego, ao último César (o Anticristo) do império romano (Dn 7:2-8; 8:3-14; 11:2-45; Ap 13:1-18; 17:11-14; 19:19-21). A Babilônia na verdade começou com Babel que foi fundada por Ninrode (Gn 10:8-10), o primeiro tipo de Anticristo.

A Bíblia compara esses quatro impérios a gafanhotos. Uma praga de gafanhotos é terrível. Em um só dia pode ser consumida uma colheita inteira; nada pode parar os gafanhotos vorazes. Os exércitos de Babilônia, a Média-Pérsia, Grécia e Roma eram como gafanhotos vindo para devastar Israel completamente, devorando seu povo, a terra, os campos, os produto, a comida e a bebida e cortando suas ofertas.

Aparentemente, esses quatro impérios são humanos como a grande imagem humana que representa a totalidade do governo humano. Porém, aos olhos de Deus elas são bestas. A Babilônia é o leão; a Média-Pérsia é o urso; a Grécia é o leopardo; e Roma, sendo a totalidade dos primeiro três, é a besta mais selvagem e devastadora de todas. Por fim, esses quatro impérios são quatro chifres usados por Satanás para devastar o povo escolhido de Deus. As profecias a respeito disso são agora história.

Daniel 7:12 diz, “Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.” Isso indica como cada império foi derrotado, embora seu domínio tenha sido tirado, sua cultura foi adotada por cada império que o sucedeu. Assim cada império continuou vivo. A cultura de Babilônia foi adotada pela

48

Média-Pérsia; a cultura da Média-Pérsia foi adotada pela Grécia; e a cultura da Grécia foi adotada por Roma. Disso vemos que o império romano herdou as culturas dos três impérios que o precedeu. O domínio do império romano acabou, mas sua “vida”, sua cultura, continua. De certo modo, todos nós somos cidadãos romanos, porque estamos debaixo da influência do espírito do império romano, especialmente nas questões de políticas e leis. Hoje a cultura do mundo é romana, contudo, sendo uma cultura acumulada, ela contém as culturas dos babilônicos, dos persas e dos gregos.

A Bíblia aborda quatro coisas: A disciplina de Deus sobre Seu povo eleito, o castigo de Deus das nações, a manifestação de Cristo e a restauração. Estes quatro assuntos são abordados em Joel, um livro curto de três capítulos. Primeiramente, Deus enviou os gafanhotos para devastar Israel. Essa foi Sua disciplina pelos grandes males de Israel. Segundo, este livro revela que Deus castigará e julgará as nações gentias. Terceiro, Joel fala a respeito do derramamento do Espírito composto, processado e consumado, o Espírito de Deus composto com a humanidade de Cristo, a morte de Cristo e sua eficácia, e a ressurreição de Cristo com seu poder. Esse é o Espírito Santo que foi derramado no dia de Pentecostes, e esse Espírito é o Cristo consumado para a manifestação de Cristo. Essa manifestação começou com a encarnação de Cristo e foi confirmada e fortalecida pelo derramamento do Espírito porque, através desse derramamento, o Cristo individual se tornou o Cristo corporativo iniciando a vida de igreja e a era da igreja. A igreja é o grande mistério da piedade, Deus manifestado na carne (1Tm 3:15-16). Por essa razão, somos a manifestação de Cristo. Agora estamos esperando a quarta questão revelada no livro de Joel—o glorioso dia da restauração que se consumará na Nova Jerusalém no novo céu e nova terra. Essa é a revelação da Bíblia, e essa é a história do universo.

Os quatro impérios tipificados pelos gafanhotos são muito mundanos, mas eles serão usados pelo Artesão de Deus (Cristo—Dn 2:34-35) como Seu instrumento para disciplinar Israel e castigar as nações. Dessa maneira Deus realizará tudo que for necessário para Cristo para ser manifestado de maneira plena, para que todo o universo possa ser restaurado completamente.

49

MENSAGEM TRÊS

SOBRE JOEL (3) O CONTEÚDO (2)

Leitura bíblica: Joel 2:12-3:21

Joel é um livro curto de três capítulos, mas ele abrange a história humana de 606 a.C. até o milênio. Uma grande revelação em Joel é que Deus levantou quatro impérios representados por quatro tipos de gafanhotos, começando com a Babilônia e continuando com a Média-Pérsia, Grécia e o império romano, para devastar a pequena nação de Israel, o eleito de Deus. Hoje essa devastação ainda continua. Ao longo do caminho, enquanto tal história estava prosseguindo, Deus se derramou como o Encarnado, Crucificado, Ressurreto e Ascendido, o Deus Triúno processado e consumado como o Espírito, nos crentes de Cristo. Esse derramamento produziu a igreja e começou a era do mistério. Tudo relacionado à igreja é um mistério, e esse mistério é a manifestação de Cristo. Sendo assim, estamos aqui na igreja fazendo coisas de maneira misteriosa para antecipar a aparição final de Cristo para introduzir a era da restauração, o reino milenar que é o prelúdio para o novo céu e a nova terra com a Nova Jerusalém. Essa é a revelação no livro de Joel.

Vamos agora continuar considerando mais além o conteúdo de Joel em 2:12-3:21. Nesta porção temos o retorno do SENHOR ao Seu eleito, Israel (2:12-32), o julgamento de Cristo sobre as nações (3:1-15), e a vitória de Cristo com Seus vencedores sobre as nações e Seu reinado no meio de Israel na era da restauração (3:9-13, 16-21).

II. A VOLTA DO SENHOR AO SEU ELEITO, ISRAEL

A. Aguardando Se Voltarem ao SENHOR Seu Deus

O SENHOR desejava que Seu eleito se voltasse a Ele. Os versículos de 12 a 17 do capítulo dois revelam de que maneira eles deveriam se voltar ao seu Deus.

1. Com Todo Seu Coração

O SENHOR desejava que Seu eleito se voltasse a Ele com todo seu coração (v. 12a).

2. Com Jejuns, Choro e Pranto

Ele desejava que eles se voltassem também a Ele com jejuns, choro e pranto (v. 12b).

3. Rasgando Seus Corações e Não Suas Vestes

Ao se voltarem ao seu Deus, o eleito do SENHOR deveria rasgar seus corações e não suas vestes (v. 13). Eles deveriam fazer isso de forma que Deus se voltasse, se arrependesse e deixasse uma bênção após Si—uma oferta de manjares e libação (v. 14).

A oferta de manjares e a oferta de libação são bênçãos para Israel. Quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém e o templo, Israel perdeu o lugar designado por Deus onde podia fazer suas ofertas a Deus (Dt 12:5-6). Também, o exército de Deus de gafanhotos destruiu o produto da terra, não deixando nenhum grão para fazer a oferta de manjares nem uvas para fazer vinho para a oferta de libação. Assim, Israel perdeu tanto a terra quanto os produtos para oferecer a oferta de manjares para alimentar a Deus e a oferta de libação para alegrar a Deus. Hoje Deus e Israel ainda estão sofrendo a perda desta bênção.

50

4. Soando a Trombeta em Sião

Em Joel 2:15a o SENHOR diz, “Soe a trombeta em Sião.” Soar a trombeta é fazer uma declaração num espírito triunfante.

5. Santificando um Jejum

O versículo 15b continua, “Santificai um jejum.” Esse jejum não era para ser comum; antes, seria santificado, separado para Deus.

6. Convocando uma Assembléia Solene

O SENHOR também queria que Seu eleito convocasse uma assembléia solene: ajuntando o povo, ajuntando os anciões, deixando o noivo sair da sua recâmara e a noiva do seu aposento (vv. 15c-16). Tal assembléia é uma grande bênção, algo que não deveria ser perdido.

7. Deixando os Sacerdotes Chorarem entre o Átrio e o Altar

O versículo 17 diz, “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o átrio e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?” O átrio e o altar estavam fora do templo, e entre o átrio e o altar os sacerdotes estavam chorando por Israel ter perdido a bênção. Contudo, o povo, tinha sido trazido de volta a Deus, e tinha base para desfrutar a bênção. Eles tinham o altar, ordenado por Deus, onde poderiam oferecer o que Deus desejava para Sua satisfação.

B. Desejando Abençoar Sua Própria Terra

Nos versículos 18 a 27 vemos que Deus deseja abençoar Sua própria terra. A terra santa, uma área particular de terra, é a terra de Deus.

1. Com os Ricos Produtos da Terra

Deus deseja abençoar Sua própria terra com o rico produto da terra (vv. 19, 21-22, 25-27).

2. Através das Chuvas

Deus também deseja abençoar Sua terra através das chuvas: a chuva temporã e a serôdia (v. 23).

3. Removendo para Longe do Povo os Inimigos Enviados por Deus como o Seu Grande Exército

Por fim, Deus deseja abençoar a Sua terra removendo para longe do povo os inimigos enviados por Ele como o gafanhoto cortador, o gafanhoto migrador, o gafanhoto devorador e o gafanhoto destruidor como o Seu grande exército (vv. 20, 25).

C. Desejando Salvá-Los

Os versículos de 28 a 32 revelam que Deus está disposto a salvar Seu eleito, Israel.

1. Derramando Seu Espírito Sobre Eles

O SENHOR está disposto a salvar Israel derramando seu Espírito (como a chuva temporã) sobre eles (vv. 28-29). Esta profecia foi cumprida como um antegozo no dia de Pentecostes (At 2:1-4, 16-21), e será cumprida como um gozo pleno antes da grande

51

tribulação para a salvação e regeneração de muitos dos israelitas que retornarem. Esse derramamento é diferente do derramamento do Espírito no último dia da tribulação (Zc 12:10) para a salvação do remanescente dos judeus sob a perseguição do Anticristo.

O Espírito derramado no dia de Pentecostes era o Espírito de Deus composto com a humanidade, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Esse Espírito composto que foi derramado é a realização de Cristo e a consumação do Deus Triúno. Deus Se derramou sobre aqueles que invocaram o nome do Senhor. Esse derramamento produziu a igreja. Antigamente, havia somente os judeus e os gentios, mas agora há a igreja como uma terceira entidade (1Co 10:32). A igreja é misteriosa, pois é na igreja que Cristo é manifestado.

O derramamento do Espírito consumado é a vinda de Cristo. Cristo passou pela encarnação. Por fim, Ele morreu e foi ressuscitado, e, de certo modo, Ele foi embora. Mas pelo derramamento do Espírito Ele voltou a ser manifestado. Através desse derramamento todos os discípulos e as pessoas salvas no dia de Pentecostes se tornaram partes do Cristo corporativo. O Cristo individual se tornou o Cristo corporativo, estendido, aumentado que é a igreja como a manifestação de Deus na carne (1Tm 3:15-16).

Do que abordamos até aqui neste estudo-vida de Joel, podemos ver que este livro se trata da história mundial. Nosso texto para estudo da história é a Bíblia, em particular o curto livro de Joel. Neste livro vemos as nações como os gafanhotos e a devastação de Israel por esses gafanhotos. Aqui também vemos um grande derramamento do Espírito como o Deus Triúno consumado sobre esses judeus que invocaram o nome do SENHOR e que assim foram regenerados para se tornarem parte da igreja para a manifestação de Cristo.

2. Por meio do Seu Invocar o Nome do SENHOR

Joel 2:32 indica que o povo eleito de Deus será salvo por meio do seu invocar o nome do SENHOR. O equivalente disso no Novo Testamento é invocar o nome do Senhor Jesus.

3. Acompanhado pelas Calamidades Naturais do Sexto Selo e das Primeiras Quatro Trombetas

A salvação de Deus de Israel ao derramar Seu Espírito sobre eles será acompanhada pelas calamidades naturais do sexto selo e das primeiras quatro trombetas (Ap 6:12-17; 8:7-12) nos céus, o sol, a lua, as estrelas e a terra (Joel 2:30-31a) como um prelúdio para a grande tribulação (Mt 24:21).

4. Antes da Quinta Trombeta, o Primeiro dos Três Ais

O segundo derramamento do Espírito para a salvação dos judeus que retornarem acontecerá antes da quinta trombeta, o primeiro dos três ais (Ap 8:13-9:19; 11:14; 15:5-16:21), que são a estrutura principal da grande tribulação, no grande e terrível dia do SENHOR (Jl 2:31b). Porém, muitos dos judeus que retornarem não crerão, mas continuarão sendo teimosos. Por fim, durante a tribulação, Jerusalém será cercada pelos exércitos gentios sob o domínio do Anticristo cuja intenção será destruir Israel completamente. Nessa conjuntura o Senhor Jesus Cristo descerá com Seus vencedores. Além disso, de acordo com Zacarias 12, naquele momento o Espírito consumado será derramado novamente, e o remanescente dos filhos de Israel será salvo.

Portanto, há três derramamentos do Espírito Santo: primeiro, o derrama-mento no dia de Pentecostes; segundo, o derramamento logo antes a grande tribulação sobre os judeus; e terceiro, o derramamento sobre judeus sitiados que não terão como escapar a perseguição do Anticristo. Esses três derramamentos trabalham juntos para a salvação de Israel.

52

III. O JULGAMENTO DE CRISTO SOBRE AS NAÇÕES

Joel 3:1-15 fala a respeito do julgamento de Cristo sobre as nações—o julgamento sobre os vivos (At 10:42; 17:31).

A. No Vale de Josafá

Esse julgamento acontecerá no vale de Josafá que é o vale da Decisão (Jl 3:2, 12, 14).

B. Retribuindo os Maus Tratos das Nações a Israel durante a Grande Tribulação

O propósito do julgamento de Cristo sobre os vivos será para retribuir os maus tratos das nações a Israel durante a grande tribulação (vv. 2b-8; Ap 12:17; 13:7, 10; Mt 25:41-46a). Depois que Cristo lançar o Anticristo e o falso profeta no lago de fogo, Ele estabelecerá o Seu trono em Jerusalém, e todos os vivos como os bodes e as ovelhas serão reunidos diante Dele para serem julgados por Ele. Os bodes serão os maus, aqueles que perseguiram os judeus, e as ovelhas serão os bons, aqueles que ajudaram os judeus perseguidos durante a tribulação.

IV. A VITÓRIA DE CRISTO COM SEUS VENCEDORES SOBRE AS NAÇÕES E O SEU REINADO NO MEIO DE ISRAEL NA ERA DA RESTAURAÇÃO

Finalmente, Joel fala a respeito da vitória de Cristo com Seus vencedores sobre as nações e seu reinado no meio de Israel na era da restauração (3:9-13, 16-21).

A. Cristo com Seus Vencedores Derrotando o Anticristo e Seus Exércitos no Armagedom

Primeiro, de acordo com os versículos de 9 a 13, Cristo com seus vence-dores (Ap 17:14; 19:11-14) como os valentes derrotarão o Anticristo e seus exércitos (as nações) no Armagedom.

B. Cristo Reinando no meio de Israel no Santo Monte de Sião dentro de Jerusalém

Depois da derrota do Anticristo, Cristo reinará no meio de Israel no santo monte de Sião dentro de Jerusalém (Jl 3:16a, 17, 21b).

C. Cristo É um Abrigo e um Lugar Seguro para os Filhos de Israel

Assim como Cristo reina em Jerusalém, Ele será um abrigo e um lugar seguro para os filhos de Israel (v. 16b). Por causa disso, ninguém mais poderá prejudicar Israel.

D. Na Restauração

O reinado de Cristo no meio de Israel no santo monte de Sião dentro de Jerusalém será na restauração (v. 18; Mt 19:28).

1. Os Montes Destilarão Vinho Fresco e os Outeiros Manarão Leite

Joel 3:18a nos fala que na restauração os montes destilarão vinho fresco e os outeiros manarão leite. Isso indica quão rica será a situação.

2. Todos os Rios de Judá Fluirão Água

Na restauração não haverá escassez de água, pois todos os rios de Judá fluirão água (v. 18b). Onde quer que haja um curso de água, haverá um rio cheio de água.

53

3. Uma Fonte Sairá da Casa do SENHOR para Regar a Terra

Uma fonte sairá da casa do SENHOR, o templo, para regar toda a terra santa (v. 18c). Isso aponta para a situação na Nova Jerusalém onde um rio fluirá do trono de Deus e do Cordeiro para regar a cidade santa.

E. Todos os Inimigos Vizinhos de Israel Serão Castigados

Joel 3:19-21a nos fala que todos os inimigos vizinhos de Israel serão castigados. Então, as nações serão castigadas, Israel será restabelecido e Cristo será manifestado. Esse será um prelúdio para o novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém.

54

MENSAGEM QUATRO

SOBRE JOEL (4) A PROFECIA MAIS DIRECIONADA DOS QUATRO GAFANHOTOS NO LIVRO DE JOEL

Leitura bíblica: Joel 1:4; 2:28-32; 3:9-21

Nesta mensagem tenho o encargo de dar uma palavra adicional sobre a profecia com respeito aos quatro tipos de gafanhotos no livro de Joel.

A DIFERENÇA ENTRE DANIEL E JOEL

Na interpretação das profecias da Bíblia, a profecia de Joel é mais direcionada do que Daniel. É correto dizer que as profecias de Daniel são o fator determinante para entendermos e interpretarmos as profecias na Bíblia. Porém, os fatores determinantes em Daniel estão na superfície, ao passo que os fatores em Joel estão escondidos, ocultos, de maneira misteriosa. Por isso, se quisermos entender o livro de Joel, temos que ter discernimento.

OS QUATRO TIPOS DE GAFANHOTOS DENOTAM AS QUATRO SEÇÕES DO GOVERNO

HUMANO

O primeiro fator em Joel são os gafanhotos em quatro fases: o gafanhoto cortador, simbolizando a Babilônia; o gafanhoto migrador, simbolizando a Média-Pérsia; o gafanhoto devorador, simbolizando a Grécia; e o gafanhoto destruidor, simbolizando o império romano (1:4). Esses quatro tipos de gafanhotos denotam as quatro seções de todo o governo humano na terra representada pela grande imagem humana em Daniel 2. Depois dessas quatro seções do governo humano que terminará com o Anticristo o último César do império romano, o governo humano chegará ao fim.

OS QUATRO TIPOS DE GAFANHOTOS CONSUMINDO A NAÇÃO DE ISRAEL

Esses quatro tipos de gafanhotos estão relacionados à pequena nação de Israel. De certo modo, Deus enviou as quatro seções do governo humano como gafanhotos para consumir Israel.

Os quatro tipos de gafanhotos, correspondendo às quatro seções do governo humano, ocupará um longo período de tempo na história humana, desde a época de Nabucodonosor até a época do Anticristo. Esse período durará pelo menos vinte e sete séculos. Entre as épocas de Nabucodonosor e o Anticristo, haverá um longo período no qual os judeus não terão uma nação, nem rei, nem sacerdote, nem profeta, nem templo como o centro ordenado por Deus onde eles possam adorá-Lo. Hoje os judeus ainda estão sendo consumidos pelos gafanhotos do governo humano gentio.

ATRAVÉS DOS GAFANHOTOS ROMANOS A REDENÇÃO DE DEUS E A PREGAÇÃO DO EVANGELHO FORAM LEVADAS A CABO

O estágio final do enviar de Deus dos gafanhotos é o império romano. Enquanto o império romano estava castigando o Israel rebelde, Deus fez algo de maneira silenciosa e misteriosa. Deus usou o império romano para preservar a região ao redor do Mar Mediterrâneo—o centro da habitação humana—de mane-ira pacifica. Rodovias foram construídas, rotas de navegação foram estabelecidas no mar, e um idioma comum, o grego, era falado por todos os povos. Foi nesse momento que Deus veio para Se encarnar e nascer de

55

uma virgem numa pequena cidade, Belém, e por fim, morar em Nazaré. Durante trinta e três anos e meio o Deus de amor eterno viveu na terra em Sua humanidade como um homem. Depois disso Ele foi para a cruz e morreu a morte de um criminoso sob o sistema romano de pena de morte. Embora as pessoas mundanas não percebessem isso, Cristo morreu uma morte vicária, todo-inclusiva. Depois de três dias Ele ressuscitou. No mesmo dia, na manhã de Sua ressurreição, Ele ascendeu ao Pai e desceu novamente para a terra para reunir com Seus discípulos. Quarenta dias depois, na presença de Seus discípulos, Ele ascendeu aos céus. Após mais dez dias, no dia de Pentecostes, Ele desceu novamente ao Ser derramado como o Espírito sobre três mil de Seus crentes, fazendo de cada um dos três mil iguais a Ele em vida e natureza. O resultado desse derramamento do Espírito foi um Cristo corporativo, o qual é a manifestação de Cristo.

Disso vemos que foi por meio dos gafanhotos romanos que tanto a redenção de Deus quanto a pregação do evangelho foram levadas a cabo. Primeiro, o evangelho foi propagado ao longo do império romano e então, como resultado do imperialismo romano, para outras partes do mundo. Os romanos inventaram o imperialismo, e todos os poderes Ocidentais são partes do império romano. Depois que a Inglaterra derrotou a Espanha para se tornar o poder mundial, por mais de dois séculos o evangelho foi propagado a todo canto da terra por causa do imperialismo romano.

AS TRÊS COISAS QUE ESTÃO ACONTECENDO NA TERRA HOJE

Hoje três coisas estão acontecendo na terra: a destruição pelo gafanhoto romano, o sofrimento de Israel e a manifestação de Cristo. Nós não estamos ligados ao gafanhoto destruidor romano nem ao sofrimento de Israel, mas a manifestação de Cristo. Pouco de Cristo é manifestado na Igreja Católica Romana e nas denominações, mas Cristo é manifestado na Sua restauração. Hoje estamos na linha na qual Cristo está sendo manifestado. A linha da manifestação de Cristo nos levará finalmente a manifestação mais plena de Cristo na era da restauração. Essa manifestação mais plena de Cristo consumará na Nova Jerusalém no novo céu e nova terra. Essa é escatologia adequada. Essa é a melhor, a mais clara e mais abrangente escatologia.

TANTO DEUS QUANTO A BÍBLIA SÃO REAIS

Deus é real. Se Deus não fosse real, não poderia haver tal livro como a Bíblia. A Bíblia nos fala de antemão a respeito da história mundial. A Bíblia é o único livro que prediz a história humana com tamanha precisão e abrangência. Portanto, cremos não somente que nosso Deus é real, mas também que a Bíblia é real.

A NECESSIDADE DE UMA VISÃO CLARA COM RESPEITO A TRÊS QUESTÕES

Todos nós precisamos ter uma visão clara da era na qual estamos vivendo, de onde estamos e de qual deve ser a nossa meta.

A Presente Era

Estamos vivendo numa era, a continuação das eras precedentes, nas quais nosso Deus ainda está se movendo. Ele está trabalhando entre os judeus e pelas nações para executar Sua economia na edificação do organismo do Corpo de Cristo.

Onde Estamos

Precisamos ver que hoje nós, os crentes em Cristo, estamos no Corpo de Cristo. Todos nós somos membros do Corpo de Cristo que é o organismo do Deus Triúno. Como membros

56

do Corpo, devemos aspirar ser vencedores, os valentes (Joel 3:11) que voltarão com Cristo para lidar com o Anticristo na batalha do Armagedom e que serão os Seus co-reis no milênio.

Nossa Meta como Membros do Corpo de Cristo

Além disso, devemos ter clareza quanto a nossa meta como membros do Corpo. Nossa meta é aumentar a manifestação de Cristo intrinsecamente. Não queremos um mero aumento exterior. Não apreciamos uma boa aparência exterior, e não queremos qualquer tipo de aparência. Pelo contrário, desejamos ver o aumento intrínseco da manifestação de Cristo no Espírito do Deus Triúno processado e por meio da vida do nosso Pai, o Ser divino eterno, todo-poderoso.

TOMANDO O CAMINHO DOS VENCEDORES

Espero que todos nós não tomemos o caminho cristão comum, mas o caminho dos vencedores para sermos os valentes para que sejamos como o Valente. Cristo está agora no trono nos céus, nos esperando para sermos aperfeiçoados e amadurecidos. Consequentemente, o momento será oportuno para Ele voltar e lidar com as nações, salvar o remanescente de Israel e completar a economia de Deus conosco. Então a era da restauração será introduzida. Essa era se consumará na Nova Jerusalém como a última consumação da expressão de Deus em Cristo.

57

MENSAGEM CINCO

SOBRE JOEL (5) OS QUATRO FATORES NO LIVRO DE JOEL

Leitura bíblica: Joel 1:4; 2:28-32; 3:16-21

Nesta mensagem gostaria de dar uma palavra adicional sobre os quatro fatores, os quatro principais princípios, no livro de Joel.

O PRIMEIRO FATOR — A DESTRUIÇÃO DOS GAFANHOTOS

O primeiro fator, ou princípio, é a destruição dos gafanhotos, o fator destruidor. “O que o gafanhoto cortador deixou, o gafanhoto migrador comeu; e o que o gafanhoto migrador deixou, o gafanhoto devorador comeu; e o que o gafanhoto devorador deixou, o gafanhoto destruidor comeu” (1:4). Esses gafanhotos denotam o governo humano que tem existido durante vinte e sete séculos e que continuam existindo. Os governos das nações foram e ainda têm sido usados por Deus para consumir Israel. Hoje na terra há tal fator destruidor que envolve as nações.

O SEGUNDO FATOR — O SOFRIMENTO DE ISRAEL

O segundo fator, o segundo princípio, é o fator de sofrimento, o sofrimento de Israel em sujeição aos gafanhotos. Israel tem sofrido a destruição dos gafanhotos durante quase vinte e sete séculos. Ao considerarmos o sofrimento de Israel, podemos nos perguntar por que Deus permitido isso durar tanto tempo. Podemos questionar por que Deus tem permitido Seus eleitos sofrerem sob a destruição dos gafanhotos. Por um lado, Deus permite que esse sofrimento continue; por outro, Ele não permite que Israel seja totalmente destruído. Israel é a única nação que tem sofrido a destruição dos gafanhotos por tanto tempo. Contudo, Israel continua suportando até o fim.

Esses dois fatores—o fator destruidor envolvendo as nações em quatro estágios e o fator de sofrimento envolvendo Israel—tem estado presente na maior parte da história humana. Muitos livros foram escritos sobre a história mundial, mas eles não tratam desses fatores, esses princípios, como estamos fazendo aqui.

O PROPÓSITO DE DEUS CONCERNENTE AO FATOR DE SOFRIMENTO

Chegamos agora à questão crucial do propósito de Deus concernente ao fator de sofrimento. O fator de sofrimento é o fator que produziu a encarnação. Por meio da encarnação o Deus todo-poderoso, infinito e eterno, foi introduzido na humanidade e mesclado com a humanidade. Nada, nem mesmo a criação do universo, poderia ser maior do que isso! O propósito de Deus ao permitir Israel sofrer em sujeição aos gafanhotos era produzir um casal, Maria José, de forma que Deus pudesse nascer no homem, do homem, e sair do homem para se tornar não mais apenas Deus, mas um homem-Deus. Por isso, o fator de sofrimento era o fator para consumar a encarnação divina; o sofrimento dos judeus era o fator para produzir a encarnação. Como resultado de Deus entrar na humanidade e o Seu mesclar com a humanidade, há agora uma única pessoa—Jesus—que é o Deus completo e um homem perfeito. Deus se tornou um homem, o homem Jesus, e viveu nesta terra, fazendo Sua morada em Nazaré durante trinta anos. Certamente, esse é o maior milagre em todo o universo!

58

O USO DE DEUS DO FATOR CONSUMINDOR

Temos visto que Israel foi usado por Deus por sofrer tanto pelo Seu propósito para que Deus pudesse nascer do homem para ser um homem-Deus. Agora precisamos ver como Deus usou o fator destruidor e ainda tem usado esse fator.

Ele é o primeiro fator, o fator destruidor, que proporcionou todos os recursos necessários no ambiente para que propósito de Deus fosse levado a cabo. O império romano, o agregado dos quatro impérios, proporcionou tudo o que foi necessário para o Deus encarnado viver, mover e trabalhar na terra. Além disso, o império romano proporcionou os meios para Cristo ser crucificado, pois ele tinha a autoridade governamental, preparando uma cruz, e até mesmo providenciando os soldados para crucificarem o Senhor Jesus.

Tanto o fator destruidor quanto o fator de sofrimento foram úteis a Deus. Os judeus tinham perdido sua nação e tinham sido espalhados por todos os lugares, vagando durante séculos. Humanamente falando, isso foi uma tragédia. Mas no dia de Pentecostes, após Deus ter consumado Seu longo processo de encarnação, viver humano, crucificação, ressurreição e ascensão, Ele precisava se derramar em toda a raça humana, não só em uma pessoa, mas em todas as pessoas. Para esse derramamento foi exigido uma ocasião particular, e o império romano tornou isso possível. Primeiro, o império romano tinha espalhado os judeus por entre todos os povos. Então, no dia exato, no momento oportuno, o império romano providenciou a maneira para o povo que estava espalhado voltar para Jerusalém para desfrutar da festa. Naquele momento de alegria, Deus desceu de repente sobre as pessoas. Disso vemos que por meio do Israel sofredor, e por todos os recursos providenciados pelo gafanhoto destruidor, o governo romano, Deus se derramou sobre toda a carne. Hoje nós, como a igreja, somos a manifestação de Cristo, produzida pelo derramamento do Deus Triúno processado e consumado sobre toda a carne.

Os gafanhotos de hoje também são úteis a Deus e a nós, os membros da igreja, o Corpo de Cristo. Por causa dos gafanhotos nós temos tais coisas como o telefone, o microfone, o gravador, o avião, o computador e o aparelho de fax. Por causa dos gafanhotos nós nos Estados Unidos desfrutamos a liberdade de expressão e a liberdade para nos reunir como igreja. Os recursos providenciados pelos gafanhotos também nos salvam na maioria das vezes. Portanto, somos gratos ao governo “gafanhoto” e ao “gafanhoto” das companhias telefônicas e de computadores. Num sentido muito real, todos os gafanhotos estão trabalhando para nós. Os milhões de enxames de gafanhotos sobre a terra hoje estão nos servindo de maneira que possamos estar aqui para a manifestação de Cristo.

O TERCEIRO FATOR — OS BENEFICIÁRIOS

A destruição dos gafanhotos e o sofrimento de Israel ambos são para nós. Isso significa que nós na vida da igreja hoje somos os beneficiários dos judeus e das nações. Esse é o terceiro fator, o terceiro princípio. Paulo diz que todas as coisas cooperaram para o nosso bem (Rm 8:28). Consequentemente, nós somos o terceiro fator—os beneficiários. Como os beneficiários, devemos agradecer ao Senhor por tudo aquilo que Ele tem feito a nós por meio da destruição dos gafanhotos e o sofrimento dos judeus.

O QUARTO FATOR — O PRINCÍPIO DA RESTAURAÇÃO

O quarto fator no livro de Joel é o princípio da restauração. No futuro haverá uma restauração verdadeira, prática e vigente, mas nós hoje, o terceiro fator, estamos experienciando a restauração, o quarto fator, quando participamos e desfrutamos a manifestação de Cristo, a qual vem através dos dois primeiros fatores, a destruição dos gafanhotos e o sofrimento de Israel.

59

MENSAGEM SEIS

SOBRE JOEL (6) A HISTÓRIA UNIVERSAL SEGUNDO A ECONOMIA DE DEUS—A HISTÓRIA DIVINA

DENTRO DA HISTÓRIA HUMANA

Leitura bíblica: Joel 1:4; 2:28-29; 3:11-21

Em Joel nós vemos a história de Deus, do homem e da economia de Deus. Foi segundo a economia de Deus que os quatro tipos de gafanhotos foram levantados para devorar Israel durante tantos anos para que Deus pudesse cumprir Sua economia ao ser encarnado na humanidade através de Israel. Então com a ajuda do império romano, Cristo viveu na terra, foi crucificado, e foi ressuscitado para ser aumentado, para produzir a igreja. Tudo isso foi por meio desses dois fatores—a destruição dos gafanhotos e o sofrimento de Israel—que Deus pode cumprir Sua economia para ter uma expressão, o Corpo orgânico de Cristo. Nós somos este Corpo, essa expressão. Esta é a história universal segundo a economia de Deus. Nesta mensagem gostaria de dar uma palavra adicional sobre esta história universal.

DUAS HISTÓRIAS—A HISTÓRIA DO HOMEM E A HISTÓRIA DE DEUS

Não devemos pensar que o homem tem uma história e que Deus não tem uma. Neste universo há duas histórias: a história do homem, a história humana, e a história de Deus, a história divina. Podemos comparar a história do homem à casca de uma noz e a história de Deus ao conteúdo dentro da casca. Nos Profetas Menores a “casca” está claramente definida, e o “conteúdo” é revelado em algum detalhe. Porém, infelizmente a maioria dos leitores da Bíblia presta atenção apenas à casca e não ao conteúdo.

A casca, a história do homem, é vista facilmente. Em Daniel 2 essa história é tipificada por uma grande imagem humana, com as quatro seções dessa imagem que corresponde respectivamente ao império babilônico, o império Medo-Persa, o império grego e o império romano. Embora seja fácil vermos a casca que é algo externo e físico, devemos ter uma espécie de discernimento intrínseco de modo a ver o conteúdo dentro da casca, conhecer a história divina dentro da história humana.

A HISTÓRIA DIVINA DENTRO DA HISTÓRIA HUMANA

A Intenção de Deus em Sua Economia

Se quisermos conhecer a história divina que acontece dentro da história humana, precisamos perceber primeiro que o Deus Triúno é eterno. O fato de Deus ser eterno significa que com Ele não há início. Dentro de Si mesmo, esse Ser eterno fez uma economia. De acordo com Sua economia, Deus deseja trabalhar a Si mesmo no homem para ser um com o homem, ser a vida do homem, suprimento de vida, e tudo, e ter o homem como Sua expressão. A intenção de Deus em Sua economia é ter uma entidade corporativa, composta de Deus e o homem, para ser Sua expressão pela eternidade. Esta história divina começou com o Deus eterno e Sua economia.

A Continuação da História Divina da Encarnação de Cristo e o Viver Humano

A história divina continuou com a encarnação e o viver humano de Cristo. Um dia o mesmo Deus que criou o universo se encarnou, foi concebido do Espírito Santo dentro do útero de uma virgem humana e então nasceu dessa virgem para ser o homem-Deus, Aquele

60

que é o Deus completo e um homem perfeito. É maravilhoso que Deus tenha se tornado um homem chamado Jesus e que esse homem viveu em Nazaré, trabalhando como um carpinteiro, até a idade de trinta anos. A encarnação de Cristo e Seu viver humano ambos são partes da história divina, a história de Deus dentro da história do homem.

A Crucificação e a Ressurreição de Cristo

No final de Sua vida e ministério na terra, o Senhor Jesus foi resolutamente para a cruz. Sua crucificação foi uma morte vicária, uma morte todo-inclusiva que pôs fim a velha criação e resolveu todos os problemas. Sua morte O introduziu para dentro da ressurreição. Por um lado, em Sua ressurreição Ele foi gerado para ser o primogênito Filho de Deus (At 13:33; Rm 1:4; 8:29). Por outro, em e por meio da Sua ressurreição Ele se tornou o Espírito que dá vida (1Co 5:45b).

Além disso, através da ressurreição de Cristo milhões foram gerados, regenerados por Deus (1Pe 1:3) para ser os filhos de Deus e ser os membros do Corpo de Cristo, a igreja. O Cristo que foi encarnado, crucificado e ressuscitado, o Cristo que ascendeu aos céus e então desceu como o Espírito, produziu a igreja como a expressão corporativa do Deus Triúno. A igreja hoje é o aumento da manifestação de Cristo. Portanto, a igreja também é parte da história divina, a história intrínseca do mistério divino dentro da história externa, humana. Esta parte da história de Deus tem durado por mais de dezenove séculos, e ainda continuará.

A Vinda de Cristo, o Reino e a Nova Jerusalém

Ao término dessa parte da história divina, Cristo voltará, descendo com Seus vencedores como Seu exército (Jl 3:11) para derrotar o Anticristo e seu exército. Haverá a reunião de duas figuras—o Anticristo, uma figura externa na história humana, e Cristo com Seus vencedores, a Figura na história divina intrínseca. A Figura na história divina derrotará a figura na história humana e então o lançará no lago de fogo (Ap 19:20). Seguindo isso, o reino milenar virá. Por fim, esse reino se consumará na Nova Jerusalém no novo céu e nova terra. A Nova Jerusalém será o último e completo passo da história de Deus.

A NECESSIDADE DE UMA VISÃO CLARA DAS DUAS HISTÓRIAS

Precisamos ter uma visão clara dessas duas histórias—a história humana física e a história misteriosa divina—e espero que todos nós tenhamos tal visão. A história do homem, a história do mundo, é externa. A história divina, a história de Deus na e com a humanidade, é interior. Essa história é uma questão do mistério divino do Deus Triúno na humanidade.

NASCIDO NA HISTÓRIA HUMANA E RENASCIDO NA HISTÓRIA DIVINA PARA VIVER NA HISTÓRIA DIVINA NA VIDA DA IGREJA

Todos nós nascemos na história humana, mas renascemos, fomos regenerados, na história divina. Agora precisamos nos perguntar: Estamos vivendo na história divina, ou estamos somente vivendo na história humana? Se nosso viver é no mundo, estamos vivendo na história humana. Mas se estivermos vivendo na igreja, estamos vivendo na história divina. Na vida da igreja a história de Deus é nossa história. Agora as duas partes—Deus e nós—temos uma história, a história divina. Isso é a vida da igreja.

Com a história divina há a nova criação—o novo homem com um novo coração, um novo espírito, uma nova vida, uma nova natureza, uma nova história e uma nova consumação. Louvamos ao Senhor por estarmos na história divina, experienciando e desfrutando as coisas misteriosas e divinas.

61

MENSAGEM SETE

SOBRE JOEL (7) A HISTÓRIA DE DEUS COM O HOMEM E A HISTÓRIA DE DEUS NO HOMEM

Leitura bíblica: Joel 1:4; 2:28-29; 3:11-21

A Bíblia é um livro maravilhoso. Porque a Bíblia é maravilhosa, ela é misteriosa. Apesar de uma grande quantidade de pessoas tenham lido e continuam lendo a Bíblia, poucos sabem sobre o que ela fala. A Bíblia tem muito a dizer sobre Deus, Cristo, Israel e muitas outras coisas, mas na verdade, sobre o que a Bíblia fala? Se quisermos responder a essa pergunta, precisamos estudar os Profetas Menores.

OS PROFETAS MENORES — UMA CHAVE PARA ENTENDER A BÍBLIA

Os Profetas Menores são uma chave para entendermos a Bíblia. Em nosso estudo dos Profetas Menores, temos enfatizado quatro pontos: A disciplina de Deus de Israel, o castigo de Deus sobre as nações, a manifestação de Cristo e a restauração de todas as coisas. Por meio da disciplina de Deus de Israel e o Seu castigo sobre as nações, é produzida a manifestação de Cristo, e a manifestação de Cristo trará a restauração. Essa restauração não só incluirá Israel, mas toda a raça humana, a terra e todo o universo. O novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém serão a restauração eterna de todas as coisas. Estes quatro assuntos são revelados na Bíblia, em particular nos Profetas Menores.

A BÍBLIA É A HISTÓRIA DE DEUS EM DUAS PORÇÕES

A Bíblia pode ser considerada a história de Deus. Se nós os seres humanos temos uma história, não só como uma raça, mas até mesmo como indivíduos, então seguramente a pessoa única, universal e maravilhosa de Deus tem que ter também uma história. Onde encontramos a história de Deus? A história de Deus, a história divina, está registrada na Bíblia.

A história de Deus tem duas porções—a história de Deus com o homem, encontrada no Antigo Testamento, e a história de Deus no homem, encontrada no Novo Testamento. No Antigo Testamento a história de Deus era uma história com o homem. No Novo Testamento a história de Deus é uma história no homem, pois essa história envolve Deus sendo um com o homem. Portanto, a história de Deus no Novo Testamento é uma história divina na humanidade.

A História de Deus com o Homem

Deus criou o homem de acordo com Ele mesmo, isto é, conforme a Sua imagem e semelhança (Gn 1:26-27). Podemos dizer que o homem criado à imagem de Deus era uma “fotografia” de Deus. Como a fotografia de uma pessoa mostra-nos algo a respeito dela até certo ponto, assim o homem criado por Deus como uma fotografia de Deus pode mostrar Deus apenas a um certo ponto limitado. Após Deus criar o homem, Ele estava com o homem, mas ainda estava fora do homem. Consequentemente, no Antigo Testamento nós não vemos Deus no homem ou um com o homem, mas simplesmente com o homem. Em Gênesis, Êxodo, os Salmos e todo o Antigo Testamento, Deus estava com o homem, mas não no homem nem era um com o homem.

O Antigo Testamento não fala principalmente acerca do homem; antes, fala principalmente acerca de Deus. Deus tem o papel primário, e o homem tem o papel

62

secundário. A história no Antigo Testamento, então, é a história de Deus, a história de Deus com o homem.

A História de Deus no Homem

A história de Deus no Novo Testamento é muito diferente. Começando com o primeiro capítulo de Mateus e continuando até o último capítulo de Apocalipse, temos Deus entrando no homem e sendo um com o homem. O Novo Testamento revela que Deus agora está no homem e é um com o homem. Portanto, a história de Deus no Novo Testamento é a história de Deus no homem.

A Encarnação Realiza Duas Coisas ao Trazer Deus para dentro do Homem

Acerca da história de Deus no homem, a encarnação de Cristo realizou duas coisas. Primeiro, a encarnação introduziu Deus no homem. Antes da encarnação, como revela o Antigo Testamento, Deus somente estava com o homem; Ele estava fora do homem. Mas através da encarnação Deus entrou no homem, e daquele momento em diante a história de Deus foi diferente. Considerando que no passado Deus estava com o homem, e Sua história era uma história com o homem, agora Deus estava no homem, e a Sua história começou a ser uma história no homem.

Fazendo Deus Um com o Homem

Segundo, a encarnação fez Deus um com o homem. Como resultado da encarnação, houve uma pessoa maravilhosa—uma pessoa que é a mescla de Deus com o homem. Essa pessoa, Jesus, não era somente Deus, e Ele não era meramente um homem. Ele é o Deus completo e o homem perfeito. Além do mais, Ele não somente é Deus no homem—Ele é Deus mesclado com o homem.

Disso vemos que a encarnação foi um evento sem precedente. Antes da encarnação, não havia tal pessoa, uma pessoa que é Deus e homem. Mas agora, como resultado da encarnação, há uma pessoa maravilhosa que é o mesclar de Deus com o homem.

Nosso Envolvimento com o homem-Deus

Como crentes, todos nós estamos envolvido com esta pessoa maravilhosa, esta Pessoa que é tanto Deus quanto homem. Um versículo que fala deste envolvimento é Apocalipse 22:17a que diz que “O Espírito e a noiva dizem, Vem!” O Espírito é o Deus Triúno consumado, e a noiva é o homem tripartido transformado. Como revela este versículo, esses dois, o Espírito e a noiva se casarão, unindo para se tornar uma só entidade, uma pessoa corporativa. Essa é uma forte indicação que, no Novo Testamento, Deus está no homem e é um com o homem. A Nova Jerusalém é um sinal maravilhoso que demonstra como Deus está no homem e é um com o homem.

O HOMEM NÃO TOMOU A MANEIRA DE DEUS

A história de Deus com o homem e de Deus no homem não é uma questão simples. Deus estava com o homem com a intenção de entrar nele ser um com ele. O homem foi criado por Deus para esse propósito. Mas embora Deus tivesse tal propósito ao criar o homem, o homem tem outro propósito sutil, e esses dois propósitos não estão de acordo. Deus tem a Sua maneira, e o homem tem a sua. Por causa disso, até mesmo quando o homem coopera com Deus, ele não faz isso por meio da maneira de Deus, mas por meio da sua própria maneira. Portanto, há duas linhas—a linha de Deus e a linha do homem. Deus quer entrar no homem e ser um com o homem. Porém, o homem não toma a maneira de Deus, mas insiste na sua

63

própria maneira. Essa insistência causou, e continua causando, grande fracasso. Como resultado, aos olhos de Deus o homem se tornou pecador, corrompido e abominável.

DEUS VINDO PARA DISCIPLINAR SEU POVO ESCOLHIDO E CASTIGAR AS NAÇÕES

Porque o homem, incluindo Israel, tomou a sua própria maneira e se tornou pecador e corrompido, Deus veio para disciplinar Israel, Seu povo escolhido, e castigar as nações. Quando Deus disciplina Seu povo Israel, Ele não tem intenção de destruí-lo totalmente. Por um lado, Deus disciplina Israel; por outro, Ele prometeu não destruí-lo completamente.

Para disciplinar Israel Deus precisa de uma “vara”, um meio de disciplina, e essa vara são as nações. Em Joel 1:4 as nações são comparadas a gafanhotos em quatro fases: o gafanhoto cortador (o império babilônico), o gafanhoto migrador (o império Medo-Persa), o gafanhoto devorador (os macedônios - império grego), e o gafanhoto destruidor (o império romano). Desses quatro tipos de gafanhoto—babilônico, persa, grego e romano—os gafanhotos romanos ainda estão conosco hoje.

Apesar de Deus permitir os gafanhotos cortar, migrar, devorar e destruir, Ele não lhes permitem destruir Seu povo totalmente. Sempre que os gafanhotos vão longe demais, agindo sem consideração à justiça, Deus vem para castigá-los. Considerando que Deus usa as nações para disciplinar Israel, Ele também castiga as nações quando elas passam do limite.

A DISCIPLINA DE DEUS DE ISRAEL E O SEU CASTIGO DAS NAÇÕES PROPORCIONA UM CAMINHO PARA CRISTO SER MANIFESTADO PARA A RESTAURAÇÃO

DO UNIVERSO CAÍDO

A disciplina de Deus de Israel e o Seu castigo das nações proporcionam um caminho para Cristo ser manifestado. Portanto, os Profetas Menores não só falam da disciplina de Israel e o castigo das nações, mas também do resultado dessa disciplina e castigo—a manifestação de Cristo.

A manifestação de Cristo tem uma meta, e essa meta é restabelecer o universo caído. A queda do universo foi causada por causa de duas rebeliões. A primeira rebelião foi a rebelião de Satanás e os anjos que o seguiram; a segunda foi a rebelião do homem. Essas duas rebeliões—o angélico e o humano—corromperam e poluíram o universo, desse modo o universo criado por Deus precisa de uma restauração.

Essa restauração só pode ser trazida pela manifestação de Cristo. A manifestação de Cristo implica Sua encarnação, redenção e muitas outras questões. A manifestação de Cristo tem avançado por um longo tempo, e continuará até que o universo caído seja restabelecido completamente. Consequentemente, na consumação da restauração, haverá o novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém como o centro. Na Nova Jerusalém todos nós desfrutaremos Cristo e expressaremos Cristo pela eternidade. Esta é a história de Deus com o homem e no homem revelada na Bíblia.

UMA LIÇÃO PARA NÓS HOJE

Nosso Fracasso

A história de Deus na Bíblia proporciona uma lição para nós hoje. Deus nos criou com a intenção de nos ganhar de forma que Ele pudesse entrar em nós e pudesse ser um conosco. Porém, ou nós não queremos Deus ou nós O queremos de acordo com a nossa própria maneira. O resultado é sempre um fracasso total. Paulo confessou seu fracasso quando disse: “Miserável homem que sou!” (Rm 7:24a).

64

Nossa Necessidade da Correção de Deus

Porque nós somos um fracasso e porque nossa situação é miserável, terrível e desprezível, precisamos da correção de Deus. Por isso, nossa vida humana como cristãos é uma vida de correção pelos sofrimentos causados por diferentes tipos de “gafanhotos.” Nosso marido ou esposa, nossos filhos, nosso trabalho, nosso desejo de cultura elevada, nossas tentativas de ganhar mais dinheiro—todos esses são gafanhotos que nos cortam, que se aglomeram sobre nós, que nos devora e que nos destroem. Esses “gafanhotos” fazem de nossa vida uma vida de sofrimentos e nossos dias, dias de correção de Deus. A meta, o propósito, dessa correção é que Cristo possa ser manifestado em nós para a restauração do universo. Por fim, a manifestação de Cristo que é o resultado do sofrimento e correção consumará na restauração de todo o universo.

65

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA

DDDEEE AAAMMMÓÓÓSSS

© Witness Lee

Conteúdo

Mens. 1 - Sobre Amós (1) A Palavra Introdutória, os Julgamentos do SENHOR sobre as Nações Circunvizinhas, e Seus Julgamentos sobre Judá e Israel.

Mens. 2 - Sobre Amós (2) O SENHOR Contende com a Casa de Jacó (1).

Mens. 3 - Sobre Amós (3) O SENHOR Contende com a Casa de Jacó (2) e a Restauração da Casa de Israel com a Reconstrução do Tabernáculo Caído de Davi para o Reino de Cristo.

66

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE AAAMMMÓÓÓSSS MENSAGEM UM

A PALAVRA INTRODUTÓRIA, OS JULGAMENTOS DO SENHOR SOBRE AS NAÇÕES CIRCUNVIZINHAS E OS SEUS JULGAMENTOS SOBRE JUDÁ E ISRAEL

Leitura bíblica: Amós 1:1-2:16

O livro de Amós, como um dos Profetas Menores, também aborda a correção de Israel e o castigo sobre as nações para trazer a manifestação de Cristo, resultando na restauração, que se consumará na Nova Jerusalém no novo céu e nova terra.

Nesta mensagem abordaremos três assuntos: a palavra introdutória, os julgamentos do SENHOR sobre as nações circunvizinhas e os Seus julgamentos sobre Judá e Israel.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

A palavra introdutória está em 1:1-2.

A. O Significado do Nome Amós

Amós em hebraico significa “carregador de fardo.”

B. O Tempo do Ministério de Amós

A época do ministério de Amós foi aproximadamente por volta de 787 a.C. (1:1a).

C. O Tema do Seu Ministério

O tema do seu ministério era o reino do norte de Israel (1:1b).

D. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do seu ministério era Betel no reino do norte de Israel.

E. O Tema

Os temas do livro de Amós são os julgamentos do SENHOR sobre Israel e as nações circunvizinhas, com a finalidade de restauração.

F. O Pensamento Central

O pensamento central da profecia de Amós é quase igual ao de Oséias e Joel, é que o SENHOR castiga as nações, tomando Israel como o centro, para que a era de restauração (Mt 19:28) pode ser trazido para o reino de Davi—o reino de Cristo (Ap 11:15).

G. A Revelação Concernente à Cristo

No livro de Amós a revelação concernente à Cristo está implicada no tabernáculo de Davi, o reino de Davi, que é um tipo do reino de Cristo (Am 9:11-12; cf. At 15:16-17).

67

H. As Seções

O livro de Amós tem cinco seções: a palavra introdutória (1:1-2); os julgamentos do SENHOR sobre as nações circunvizinhas (1:3-2:3); os julgamentos do SENHOR sobre Judá e Israel (2:4-16); a contenda do SENHOR com a casa de Jacó (3:1-9:10), incluindo as três reprovações do SENHOR a Israel (3:1-5:27) e as pragas dos cinco sinais vistos por Amós (6:1-9:10); e a restauração da casa de Israel, com a reconstrução do tabernáculo caído de Davi para o reino de Cristo (9:11-15).

II. OS JULGAMENTOS DO SENHOR SOBRE AS NAÇÕES CIRCUNVIZINHAS

Em 1:3-2:3 temos os julgamentos do SENHOR sobre as nações circunvizinhas.

A. Sobre Damasco

Em 1:3-5 o profeta fala a respeito de Damasco.

1. Suas Repetidas Transgressões

As palavras “por três transgressões de Damasco” e “por quatro” indicam repetidas transgressões (v. 3a). Damasco era para ser julgado por suas repetidas transgressões—porque trilharam Gileade com trilhos de ferro (v. 3b).

2. O Castigo do SENHOR

O SENHOR enviará fogo sobre a casa e os palácios do rei. Também, Ele quebrará o ferrolho de Damasco e eliminará o habitante de Biqueate-Aven e aquele que está no poder, e porá o povo em cativeiro (vv. 4-5).

B. Sobre Gaza

Nos versículos de 6 a 8 vemos o julgamento do SENHOR sobre Gaza.

1. Suas Repetidas Transgressões

Gaza seria julgada por suas repetidas transgressões. Gaza levou cativo todo o povo para entregá-los a Edom, um sinônimo de Esaú (v. 6).

2. O Castigo do SENHOR

O pecado de Gaza ofendeu Deus ao máximo. Os versículos 7 e 8 dizem que Ele enviaria fogo à cidade de Gaza para devorar seus palácios e que eliminaria o habitante e aquele que estava no poder e faria o restante dos filisteus perecer.

C. Sobre Tiro

Nos versículos 9 e 10 o profeta continua falando a respeito de Tiro.

1. Suas Repetidas Transgressões

Tiro também seria julgado por suas repetidas transgressões por levar Israel cativo à Edom e não se lembrando da aliança entre os irmãos, a aliança entre Esaú e Jacó (v. 9).

2. O Castigo do SENHOR

Em Seu castigo sobre a cidade de Tiro, o SENHOR enviaria fogo à cidade, e consumiria seus palácios (v. 10).

68

D. Sobre Edom

Nos versículos 11 e 12 temos o julgamento do SENHOR sobre Edom.

1. Suas Repetidas Transgressões

As repetidas transgressões de Edom estavam relacionadas à procura do seu irmão (Jacó) com a espada, banindo toda a misericórdia, fazendo com que sua ira não cessasse de despedaçar, e retendo sua indignação para sempre (v. 11).

2. O Castigo do SENHOR

Em Seu castigo sobre Edom, o SENHOR enviaria fogo sobre ele e consumiria os palácios da sua capital (v. 12).

E. Sobre Amom

Os versículos de 13 a 15 tratam com o julgamento do SENHOR sobre Amom.

1. Suas Repetidas Transgressões

Amom (um filho de Ló através de incesto) rasgou o ventre das mulheres grávidas de Gileade para dilatar os seus próprios termos (v. 13).

2. O Castigo do SENHOR

O SENHOR acenderia um fogo sobre a capital, e consumiria seus palácios com alarido no dia da batalha e um turbilhão no dia tempestade (v. 14). Também, o rei e os príncipes dele iriam para o cativeiro (v. 15).

F. Sobre Moabe

Em 2:1-3 nós temos uma palavra a respeito de Moabe.

1. Suas Repetidas Transgressões

Moabe (também filho de Ló através de incesto) queimou os ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal (v. 1).

2. O Castigo do SENHOR

O SENHOR enviaria fogo sobre Moabe e consumiria os palácios da sua capital. Ele faria Moabe morrer entre grande estrondo, alarido e som de trombeta. Além disso, Ele eliminaria seu juiz e mataria todos os seus príncipes com ele (vv. 2-3).

III. OS JULGAMENTOS DO SENHOR SOBRE JUDÁ E ISRAEL

Amós 2:4-16 é um registro dos julgamentos do SENHOR sobre Judá (vv. 4-5) e Israel (vv. 6-16).

69

A. Sobre Judá

1. Suas Repetidas Transgressões

O julgamento do SENHOR sobre Judá foi devido ao rejeitarem a lei do SENHOR e não guardarem Seus estatutos e devido a seguirem seus pais para mentir (v. 4). As mentiras de Judá os fizeram transgredir.

2. O Castigo do SENHOR

O castigo do SENHOR sobre Judá era para enviar fogo sobre Judá, um fogo que consumiria os palácios de Jerusalém (v. 5).

B. Sobre Israel

1. Suas Repetidas Transgressões

O julgamento do SENHOR sobre Israel foi devido a eles terem vendido o justo por dinheiro e condenando o necessitado por um par de sandálias (v. 6), suspirando pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres (v. 7a), e pervertendo o caminho dos mansos (v. 7b). Israel também transgrediu em que um homem e seu pai coabitassem com a mesma jovem e, assim profanando o nome santo do SENHOR (v. 7c). Sobre roupas penhoradas, Israel se deitava ao pé de qualquer altar (v. 8a). Os pobres estavam tão destituídos ao pedir dinheiro emprestado que eles davam suas roupas de cama como penhor. A pessoa que tomava o penhor espalhava então, as roupas de cama ao redor de um altar quando ela adorava ídolos. Isso era mau aos olhos de Deus. Além disso, na casa (o templo) do seu Deus, Israel bebia o vinho daqueles que tinham sido mutilados (v. 8b). Eles também fizeram os nazireus beberem vinho e ordenaram aos profetas que não profetizassem (vv. 9-12). Os profetas e os nazireus eram as pessoas santas levantadas por Deus, mas essas pessoas santas foram estragadas porque Israel encarregou os profetas de não profetizarem e seduziu os nazireus a beberem vinho.

2. O Castigo do SENHOR

Em Seu castigo, o SENHOR pressionaria sobre Israel como um carro que está cheio de feixes (v. 13). De nada valerá a fuga ao ágil, o forte não usará a sua força, nem o valente salvará a sua vida. O que maneja o arco não resistirá, nem o ligeiro de pés se livrará, nem tampouco o que vai montado a cavalo salvará a sua vida (vv. 14-15). Por fim, o SENHOR declarou que aquele que era o mais corajoso entre os valentes fugiria nu naquele dia (v. 16). Como estes versículos deixam claro, quando Deus vier para julgar, não haverá maneira de escapar.

70

MENSAGEM DOIS

O SENHOR CONTENDE COM A CASA DE JACÓ (1)

Leitura bíblica: Amós 3-5

Nesta mensagem começaremos a considerar a contenda do SENHOR com a casa de Jacó.

I. AS TRÊS REPROVAÇÕES DO SENHOR A ISRAEL

O conteúdo de 3:1-5:27 são as três reprovações do SENHOR a Israel.

A. A Primeira Reprovação

A primeira reprovação está registrada no capítulo três.

1. A Palavra do SENHOR contra Toda a Família de Israel

Amós 3:1 indica que a palavra nesse capítulo é a palavra do SENHOR contra toda a família de Israel, que Ele trouxe do Egito.

2. Israel É a Única Família da Terra Que o SENHOR Conheceu

O versículo 2 diz que desde que Israel era a única família da terra a quem o SENHOR conheceu, Ele os visitaria (para julgá-los) todas as suas iniquidades.

3. A Causa da Visitação do SENHOR

Os versículos de 3 a 8 indicam que a causa da visitação do SENHOR (correção) era que Israel não era mais um com Deus. Eles tinham suas próprias intenções, metas e propósitos, e Deus tinha as Suas. Mas Deus revelou todos os Seus segredos aos Seus profetas. Portanto, Israel deveria ter ouvido os profetas.

4. As Opressões, Violências e Devastação em Samaria e a Visitação do SENHOR

Os versículos de 9 a 12 continua a falar das opressões, violências e devastação em Samaria e a visitação do SENHOR.

5. As Transgressões de Israel nos Altares de Betel e a Visitação do SENHOR

Nos versículos de 13 a 15 temos as transgressões de Israel nos altares de Betel e a visitação do SENHOR. Betel tinha se tornado um lugar para a adoração de ídolos. A casa de inverno e a casa de verão no versículo 15 eram casas luxuosas de refugio. Aqui, tais casas e a adoração de ídolos são consideradas como uma só coisa. Aqueles que iam para as casas de refugio para desfrute também eram aqueles que adoravam ídolos nos altares de Betel.

B. A Segunda Reprovação

A segunda reprovação do SENHOR a Israel está no capítulo quatro.

1. A Opressão sobre o Pobre e a Condenação do Necessitado em Samaria e a Visitação do SENHOR

O SENHOR reprovou Israel por oprimir o pobre e condenar o necessitado e por dizer aos seus maridos, “Daí cá, e bebamos” (v. 1). Por um lado, eles oprimiam o pobre, condenavam o

71

necessitado, e se favoreciam nos prazeres. Por outro, eles estavam debaixo do julgamento de Deus (vv. 2-3).

2. A Adoração de Ídolo de Israel em Betel e Gilgal

Os versículos 4 e 5 estão relacionados com a adoração de ídolos de Israel em Betel e Gilgal.

3. A Visitação do SENHOR com a Expectativa de que Israel Se Voltasse a Ele

O profeta fala a respeito da visitação do SENHOR com a expectativa de que Israel se voltasse a Ele e Sua preparação para encontrá-Lo nos versículos de 6 a 13 que é o Criador e o Soberano de todas as coisas.

C. A Terceira Reprovação

No capítulo cinco temos a terceira reprovação do SENHOR a Israel, a mais forte das três reprovações.

1. Uma Lamentação Levantada pelo SENHOR Sobre a Casa de Israel

O versículo 1 indica que a terceira reprovação é uma lamentação levantada pelo SENHOR sobre a casa de Israel.

2. A Queda e a Derrota de Israel

“Caiu a virgem de Israel, nunca mais tornará a levantar-se; estendida está na sua terra, e não há quem a levante. Porque assim diz o SENHOR Deus: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez à casa de Israel” (vv. 2-3). Essa é uma palavra a respeito da queda e a derrota de Israel na guerra.

3. O SENHOR Adverte Israel para Buscá-Lo e Viver

Nos versículos de 4 a 9 o SENHOR aconselha Israel a buscá-Lo e viver. Eles não deveriam buscar Betel nem deveriam ir para Gilgal, pois ambos estavam debaixo da visitação do SENHOR.

O versículo 7 diz, “Vós que converteis o juízo em absinto e deitais por terra a justiça.” Isso significa que os líderes não quiseram juízo e justiça e não cuidaram das pessoas de acordo com a lei de Deus. Antes, eles transformaram o juízo em algo amargo e a justiça lançaram por terra.

Os versículos 8 e 9 continuam, “Procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion, e torna a densa treva em manhã, e muda o dia em noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; SENHOR é o seu nome. É ele que faz vir súbita destruição sobre o forte e ruína contra a fortaleza.” Considerando que Deus pode fazer essas coisas, Israel deveria ser advertido a buscá-Lo e viver.

4. As Transgressões de Israel de Injustiça apesar dos Seus Serviços Hipócritas com Ofertas ao SENHOR e a Visitação do SENHOR

Os versículos de 10 a 27 descrevem as transgressões de Israel de injustiça apesar dos seus serviços hipócritas com ofertas ao SENHOR, e a visitação do SENHOR. Eles odiaram na porta aqueles que os reprovavam, o lugar onde os lideres exerciam julgamento, e detestavam aqueles que falavam com integridade (v. 10). Eles exigiam tributo (um suborno) do pobre (v. 11). Suas transgressões eram muitas, e seus pecados eram poderosos (terríveis). Finalmente,

72

o dia do SENHOR virá sobre eles, um dia horrível, e eles sofrerão aflição, pois ele será um dia de trevas para eles, não de luz (vv. 16-20).

Por um lado, o povo de Israel era maligno; por outro, eles ainda adoraram a Deus com ofertas. Eles gostavam de festejar e reunir para a adoração a Deus. Por causa da sua hipocrisia, o SENHOR disse a eles, “Aborreço, desprezo as vossas festas, e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum prazer” (v. 21). Ele continuou dizendo-lhes que afastassem dele o estrépito dos seus cânticos e “deixassem o juízo fluir como água, e a justiça como ribeiro perene” (vv. 23-24). Em vez de fazer barulho e cantar cânticos, eles deveriam exercer o juízo e praticar a justiça.

Todos os Profetas são o mesmo assunto, mas cada um dá uma descrição diferente de um ângulo diferente ou com um aspecto diferente. Ao ler todos os Profetas podemos perceber quão malignos eram os filhos de Israel e quão amoroso Deus era para com eles.

Começando aproximadamente duzentos anos antes da vinda de Nabucodonosor, Deus enviou os profetas para advertir Israel, aconselhá-lo, e chamá-lo para se voltar a Deus. Porém, Israel não deu ouvidos aos profetas. Isso forçou Deus a enviar os quatro tipos de gafanhotos (Joel 1:4) para disciplinar Israel durante vinte e sete séculos. Todos nós precisamos aprender uma lição importante disso: Deus tem maneiras de atingir Seu objetivo. Por vinte e sete séculos Deus tem enviado gafanhotos para lidar com Israel. Hoje o império romano ainda está consumindo Israel, e Israel continua sofrendo.

Em meio a tal situação, Deus fez algo maravilhoso. Primeiro, Ele veio e Se encarnou como um homem, e viveu na terra para estabelecer um modelo de como ter a vida divina expressada na humanidade, de como ter os atributos divinos expressados nas virtudes humanas. Então Ele morreu uma morte singular pelos nossos pecados, e entrou em ressurreição e ascendeu. Em seguida Ele foi derramado como o Espírito em Sua descensão para ser um conosco para produzir um Cristo corporativo, isto é, o Corpo de Cristo.

Todas essas coisas são misteriosas. Ninguém pode vê-las. Mas essas são as coisas que cumprem a economia de Deus. A correção de Israel e o julgamento sobre as nações são a “concha”; eles não são o “núcleo.” O núcleo são as coisas misteriosas na era de mistério que começou com a encarnação de Cristo e terminará com a Sua segunda vinda. Estes são os princípios administrativos que devemos preservar quando lemos o Antigo Testamento, especialmente os Profetas.

Hoje três coisas estão acontecendo na terra: a correção de Deus sobre Israel, o castigo de Deus das nações e a manifestação de Cristo. Hoje estamos desfrutando todas as conveniências inventadas pelo império romano para a manifestação de Cristo. A correção de Israel, o castigo das nações e a manifestação de Cristo são grandes questões, porque elas são os itens da história universal segundo a economia de Deus.

73

MENSAGEM TRÊS SOBRE AMÓS (3)

O SENHOR CONTENDE COM A CASA DE JACÓ (2) E

A RESTAURAÇÃO DA CASA DE ISRAEL COM A RECONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO CAÍDO DE DAVI PARA O REINO DE CRISTO

Leitura bíblica: Amós 6-9

Amós 3:1-9:10 aborda a contenda do SENHOR, Sua batalha verbal, com a casa de Jacó. Como vimos na mensagem anterior, nos capítulos de três a cinco temos as três reprovações do SENHOR a Israel. Em 6:1-9:10 temos as pragas dos cinco sinais vistos por Amós, e em 9:11-15, uma palavra concernente à restauração da casa de Israel com a reconstrução do tabernáculo caído de Davi para o reino de Cristo.

II. AS PRAGAS DOS CINCO SINAIS VISTOS POR AMÓS

A. A Introdução

Amós 6:1-14 é uma introdução das pragas dos cinco sinais.

1. Israel, Especialmente a Classe Alta, Vivia uma Vida de Luxos

Nesta introdução Israel, especialmente a classe alta, é descrita como vivendo uma vida de luxos e prazeres, mas tornando o juízo em veneno e o fruto da justiça em absinto, se alegrando em coisas de vaidade, e ostentando os marfins tomados por sua própria força (vv. 1-6, 12-13). Eles ostentavam tudo o que desfrutavam e tudo o que tinham era por meio de sua própria força e capacidade.

2. A Correção do SENHOR

Por causa disso, a correção do SENHOR seria aplicada por meio da opressão do inimigo, cativeiro, matança e destruição (vv. 7-11, 14).

B. A Praga do Primeiro Sinal — Gafanhotos para Comer a Erva da Terra

A praga do primeiro sinal era que os gafanhotos comeriam a erva da terra (7:1-3). Os gafanhotos simbolizam o exército do inimigo.

1. O Profeta Ora para Que o SENHOR Deus Perdoe Porque Jacó Era Pequeno e não Subsistiria

Quando o profeta viu que a erva comida da terra estava acabada, ele orou, “SENHOR Deus, perdoa, rogo-te! Como subsistirá Jacó? pois ele é pequeno” (v. 2). Algumas das correções ordenadas por Deus não aconteceram porque alguns que amavam Deus, os profetas, oraram por Israel, advertindo-O que Israel não poderia suportar.

2. O SENHOR Se Arrepende e Para a Praga

Quando o SENHOR ouviu a oração de Amós, Ele se arrependeu e parou a praga (v. 3).

74

C. A Praga do Segundo Sinal — Fogo para Consumir o Grande Abismo e a Terra

A segunda praga era de fogo para consumir o grande abismo (a água profunda) e a terra (v. 4).

1. O Profeta Ora para Que o SENHOR Pare a Praga

O profeta orou para que o SENHOR a parasse, pois Jacó era pequeno e não subsistiria (v. 5).

2. O SENHOR Arrepende-Se e Para a Praga

O SENHOR se arrependeu e parou a praga (v. 6).

D. A Praga do Terceiro Sinal — Um Prumo na Mão do SENHOR

A praga do terceiro sinal era de um prumo na mão do SENHOR (v. 7).

1. O SENHOR Diz a Amós que Ele estava Colocando um Prumo no meio do Seu Povo Israel

O SENHOR estava segurando um prumo para medir Israel para determinar que parte teria que ser destruída e que parte teria que ser preservada. Aqui o SENHOR era como um cirurgião, sabendo o que deve-ria ser cortado e o que deveria permanecer.

O SENHOR disse a Amós que Ele estava colocando um prumo no meio do Seu povo Israel (v. 8a). Ele disse, “Mas os lugares altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão” (v. 9). Os “lugares altos” eram os lugares onde Israel adorava os ídolos nas montanhas. A expressão “santuários de Israel” não se refere ao santuário na cidade de Jerusalém, mas principalmente aos santuários em Betel, no reino do norte de Israel. Deus os assolaria; Ele atacaria a casa de Jeroboão (um dos reis de Israel) com uma espada.

2. O SENHOR Jamais Passaria Novamente Pelo povo de Israel

O SENHOR disse que Ele jamais passaria novamente pelo povo de Israel (v. 8b).

E. A Frustração de Amazias o Sacerdote de Betel

Nos versículos de 10 a 17 vemos a frustração de Amazias o sacerdote de Betel, um falso sacerdote. Em Betel, no reino do norte de Israel, eles tinham construído uma espécie de templo e tinham seus próprios sacerdotes.

1. As Palavras de Frustração de Amazias

Amazias falou com Amós, tentando frustrá-lo de profetizar (vv. 10-13).

2. A Resposta de Amós a Amazias

Amós respondeu, “o SENHOR disse a mim: Vai, e profetiza ao meu povo Israel” (v. 15b), e ele profetizou contra Amazias e contra Israel (vv. 16-17).

F. A Praga do Quarto Sinal — os Frutos de Verão

A praga do quarto sinal, o sinal dos frutos de verão, é abordada no capítulo oito. O fruto de verão significa que o tempo está pronto e o fim chegou para Israel. O fruto da figueira está maduro para alguém colhê-lo.

75

1. O SENHOR Jamais Passaria Novamente Pelo Seu Povo Israel

O SENHOR jamais passaria novamente pelo povo de Israel (v. 2b).

2. A Tragédia No Meio de Israel

Os versículos de 3 a 10 indicam que haverá tragédia no meio de Israel.

3. A Falta da Palavra do SENHOR

Os versículos de 11 a 13 indicam que haverá escassez da palavra do SENHOR. Nossa escassez da palavra do SENHOR é um tipo de punição do SENHOR. Por exemplo, depois que Abraão tomou Hagar para gerar Ismael, Deus não falou com ele durante treze anos (Gn 16:15-17:1). No reino do norte de Israel, aconteceu a mesma coisa. Por causa dos seus pecados contra o SENHOR, Ele não falaria com eles.

4. Os Adoradores do Bezerro de Samaria e dos Ídolos em Dã e Berseba Cairão e não Se Levantarão Novamente

Amós 8:14 diz que os adoradores do bezerro de Samaria e dos ídolos em Dã e Berseba cairão e não se levantarão novamente.

G. A Praga do Quinto Sinal – O SENHOR Permanece em Pé Junto ao Altar

A praga do primeiro sinal era os gafanhotos; a praga do segundo, fogo; a praga do terceiro, o prumo; e a praga do quarto, o fruto de verão. Agora o quinto sinal é o SENHOR em pé junto ao altar (9:1-10), significando que o SENHOR está pronto para destruir Israel.

1. O Tremor e a Matança

Os versículos de 1 a 4 falam a respeito do tremor e da matança.

2. O Juiz Supremo

Nos versículos 5 e 6 vemos o SENHOR como o juiz Supremo.

3. A Destruição do SENHOR de Israel Não é uma Destruição Definitiva da Casa de Jacó

Os versículos de 7 a 10 revelam que a destruição do SENHOR de Israel o reino pecaminoso não seria uma destruição definitiva da casa de Jacó. O SENHOR os faria sofrer, mas não lhes permitiria ser totalmente consumidos porque Ele tem um propósito. Se Israel não tivesse sido deixado na terra, como Cristo poderia ter nascido dele? Para o propósito da encarnação, Deus teve que preservar um remanescente de Israel.

III. A RESTAURAÇÃO DA CASA DE ISRAEL COM A RECONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO CAÍDO DE DAVI PARA O REINO DE CRISTO

A restauração da casa de Israel com a reconstrução do tabernáculo caído de Davi é abordada nos versículos de 11 a 15.

A. Levantando o Tabernáculo Caído de Davi Para que Israel Possua o Remanescente de Edom e Todas as Nações Que são Chamadas pelo Nome do SENHOR

“Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade; para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o

76

SENHOR, que faz estas coisas.” (vv. 11-12). Esta porção de Amós é citada por Tiago em Atos 15, quando os apóstolos e os presbíteros estavam reunidos para resolver o problema da circuncisão.

O tabernáculo de Davi é o reino e a família real de Davi. Antiga-mente era difícil separar a família real do reino. De fato essas duas coisas são uma. O reino de Davi era a família real de Davi. Aquele reino, aquela família real, caiu quando Nabucodonosor veio para capturar a nação de Israel, devastar a terra, queimar a cidade, destruir o templo, e levar o rei. Isso foi a queda do reino de Davi e da família real de Davi. Porém, em Amós Deus veio para prometer que algum dia Ele voltaria para restabelecer o reino caído de Davi. Naquele dia o reino da Davi e a família de Davi serão restaurados, e todas as nações serão chamadas pelo nome do SENHOR.

Esta profecia em Amós indica que um dia Cristo voltará a ser o verdadeiro Davi. Quando Cristo voltar, em Sua ultima aparição Ele será o verdadeiro Davi para restabelecer Seu reino e Sua família real. Isso será o reino milenar no qual todas as nações serão chamadas pelo nome do SENHOR, isto é, todas as nações pertencerão a Deus. Foi baseado nisto que em Atos 15 Tiago disse aos crentes judeus que não ficassem aborrecidos por Pedro e Paulo irem para os gentios, porque na restauração todos os gentios pertencerão a Deus, assim como os judeus.

Cristo virá e restabelecerá o reino caído de Davi para estabelecer Seu reino para a restauração de todo o universo. Naquele momento todas as nações se tornarão povo de Deus. Esse é um grande ponto na profecia de Amós.

B. O Que Lavra Segue Logo ao Que Ceifa, e o Que Pisa as Uvas ao Que Semeia a Semente

Amós 9:13 diz que virão dias quando o que lavra segue logo o que ceifa, e o que pisa as uvas ao que semeia a semente. Os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão (cf. Joel 3:18a). Isso indica que na restauração o produto da terra será abundante. Haverá muita comida para todo o mundo.

C. SENHOR Mudará a Sorte do Seu Povo

Amós 9:14 nos fala que o SENHOR mudará a sorte do Seu povo Israel. Eles construirão as cidades devastadas e habitarão nelas. Também, eles plantarão vinhas e beberão o seu vinho, e farão pomares e comerão o seu fruto.

D. SENHOR Plantará o Povo de Israel na Sua Terra

Amós conclui sua profecia dizendo que o SENHOR plantará o povo de Israel em sua terra, e eles não serão arrancados novamente da sua terra, que Ele lhes deu (v. 15).

77

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE OOOBBBAAADDDIIIAAASSS

© Witness Lee

78

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE OOOBBBAAADDDIIIAAASSS O LIDAR DO SENHOR COM ESAÚ E A VITÓRIA DE JACÓ PARA O REINO DO SENHOR

Leitura Bíblica: Ob 1-21

Nesta mensagem nós consideraremos a profecia de Obadias.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

A. O Significado do Nome Obadias

Em hebraico o nome Obadias quer dizer "o servo de Jeová."

B. O Tempo do Ministério de Obadias

O tempo do ministério de Obadias foi aproximadamente 880 ou 587 A.C. É difícil determinar qual data está correta.

C. O Objetivo do seu Ministério

O objeto do ministério de Obadias era o reino do sul de Judá.

D. O Lugar do seu Ministério

O lugar do ministério de Obadias também era o reino do sul de Judá.

E. O Assunto

O assunto do livro de Obadias é o lidar do SENHOR com Esaú e a vitória de Jacó para o reino do SENHOR que é a manifestação de Cristo.

F. O Pensamento Central

O pensamento central de Obadias é que o lidar do SENHOR com Esaú resulta na vitória e possessão de Jacó para o reino de Deus na era da restauração.

G. As Seções

O livro de Obadias tem cinco seções: a palavra introdutória (v. 1a); o lidar do SENHOR com Edom (vv. 1b-9); os males de Edom (vv. 10-14); o dia do SENHOR sobre todas as nações (vv. 15-16); e o resultado do lidar do SENHOR (vv. 17-21).

II. O LIDAR DO SENHOR COM EDOM

Os versículos 1b a 9 estão relacionados com o lidar do SENHOR com Edom. Considerando que Esaú é o nome de uma pessoa, o irmão gêmeo de Jacó, Edom é o nome de um país.

A. Despertar as Nações a Se Levantarem contra Ele para a Batalha

O SENHOR lidou com Edom incitando as nações a se levantarem contra ele para a batalha (v. 1b).

79

B. que tem Feito Edom Small entre as Nações

Deus propositadamente lidou com Edom tornando-o pequeno entre as nações e muito desprezado (v. 2). Como resultado, Edom foi uma nação humilde.

C. Trouxe Edom Abaixo de Sua Habitação nas Fendas Altas das Rochas para o Chão

Por causa de sua arrogância o SENHOR trouxe Edom de sua habitação nas fendas altas da rocha para o chão (vv. 3-4). O povo de Edom se orgulhava de sua alta habitação e pensavam que eram mais altos e mais sublimes que os outros.

D. Edom É Saqueado por Ladrões e Roubadores

O lidar do SENHOR Edom incluiu eles serem saqueados por ladrões e roubadores (vv. 5-6). Embora eles ainda vivessem nos lugares altos, os ladrões e roubadores os visitava.

E. Edom É Enganado por Seus Confederados

Edom também foi enganado por seus aliados (v. 7). Algumas nações formaram uma confederação com Edom, mas por fim eles foram infiéis a Edom.

F. Destrói Seus Homens Sábios, Atemoriza Seus Valentes, e Extermina Cada um do Monte de Esaú

O SENHOR lidou com Edom ainda mais por destruir seus homens sábios, atemorizando seus valentes, e exterminando cada um do monte de Esaú (vv. 8-9).

III. OS MALES DE EDOM

Nos versículos de 10 a 14 temos uma descrição dos males de Edom.

A. É Violento contra Seu Irmão Jacó

Edom fez mal Por ser violento contra seu irmão Jacó (v. 10). A nação de Edom sempre foi violenta contra Israel.

B. Permaneceu Indiferente Quando Estranhos Levaram Cativo os Bens de Seu Irmão

Edom também fez mal ao permanecer indiferente quando estranhos levaram cativos os bens de seu irmão e os estrangeiros lhe entraram pelas portas e deitaram sortes sobre Jerusalém, e ele mesmo era um deles (v. 11). Ele estava contente por ver que Jacó estava sofrendo.

C. Olhava com Prazer para o Dia do Infortúnio do Seu Irmão

Edom olhou para o dia do infortúnio do seu irmão dele, se alegrava quanto à destruição dos filhos de Judá, e celebrava na angústia deles (v. 12).

D. Entrou pelo Portão de Israel e Olhou para a Sua Aflição

Edom também entrou no portão de Israel, olhou para a sua aflição, e lançou suas mãos sobre os bens deles na sua calamidade (v. 13).

E. Permaneceu nas Encruzilhadas para Exterminar Aqueles de Israel Que Escaparam

Edom permaneceu nas encruzilhadas para exterminar aqueles de Israel que escapassem e os entregou aos seus inimigos na sua angústia (v. 14).

80

Parecia não haver nada mais além de inveja e ódio entre estes irmãos gêmeos. O ódio de Esaú por Jacó não era sem causa. Jacó não só agarrou o calcanhar de Esaú no nascimento deles (Gn 25:26) mas também enganou Esaú da bênção do direito de primogenitura (Gn 27:18-36). Assim, Esaú gostava de ver Jacó sofrer. Sempre que Israel sofria de uma calamidade natural, Edom roubava Israel de suas riquezas. O lidar de Deus com essa situação revela que Ele é muito humano. Ele julgou a nação de Edom com respeito a uma questão de afeto humano.

IV. O DIA DO SENHOR SOBRE TODAS AS NAÇÕES

Obadias 15 e 16 são uma palavra a respeito do dia do SENHOR sobre todas as nações. Esta é uma questão do julgamento de Deus sobre Edom e as nações.

A. O Princípio para Julgar Edom

No versículo 15 nós temos o princípio para julgar Edom. Este princípio é que assim como Edom tem feito aos outros, será feito a eles. Eles serão tratados da mesma maneira como eles trataram os outros.

B. O Princípio por Julgar as Nações

O princípio para julgar as nações é revelado no versículo 16. Por causa da ação profana das nações em desfrutar sobre o santo monte do santuário de Deus, Deus faria as outras nações beber continuamente nos lugares dessas nações que participaram naquela ação profana. Desse modo Deus recompensaria as nações que bebessem em Seu santo monte.

V. O RESULTADO DO LIDAR DO SENHOR

Nos versículos 17 a 21 vemos o resultado do lidar do SENHOR.

A. A Casa de Jacó É Salva e Santificada

Como resultado do Seu lidar, o SENHOR salvará a casa de Jacó e os santificará (v. 17a).

B. A Casa de Jacó Vence Edom

"A casa de Jacó será fogo, e a casa de José chama; e a casa de Esaú restolho, aqueles incendiarão a estes e os consumirão; e ninguém mais haverá da casa de Esaú, porque o SENHOR

O falou" (v. 18). Isto nos diz que, como o resultado do lidar de Deus, a casa de Jacó vencerá Edom.

C. A Casa de Jacó Possuirá as Herdades de Edom

A casa de Jacó possuirá as herdades de Edom: o monte de Esaú, os Filisteus, o campo de Efraim e o campo de Samaria, Gileade, até Sarepta, e as cidades do sul (vv. 17b, 19-20).

D. Salvadores Surgirão no Monte Sião para Julgar o Monte de Esaú

Salvadores hão de subir no Monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do SENHOR (v. 21).

E. Cumprido na Época dos Macabeus e Será Muito Mais Cumprido na Glória na Época da Restauração para o Reino de Deus

Todos os itens acima mencionados do resultado do lidar do SENHOR foram cumpridos na época dos Macabeus, e eles serão cumpridos muito mais na glória na época da restauração para o reino de Deus (Mt 19:28; Ap 11:15). Os Macabeus, tomando o Monte Sião como sua base para

81

julgar Edom, obtiveram uma vitória sobre Antíoco Epifânio aproximadamente 165 a.C. A vitória dos Macabeus foi um tipo da vitória que Israel obterá imediatamente antes da era da restauração.

Os Profetas Menores, incluindo Obadias, revelam que as nações usadas por Deus para castigar o Israel pecador fizeram algo em excesso. Então, Deus viria para julgar as nações. Este julgamento resultará em Israel obter vitória e aumentar seu território para o reino de Deus na terra, especialmente para o reino de Deus na época da restauração.

82

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE

JJJOOONNNAAASSS

© Witness Lee

83

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE JJJOOONNNAAASSS

O CUIDADO E A SALVAÇÃO DO SENHOR PARA A CIDADE MAIS MALIGNA DOS GENTIOS

Leitura bíblica: Jonas 1-4

Nesta mensagem consideraremos o livro de Jonas. Entre os livros dos Profetas Menores, Jonas permanece isolado.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

Jonas 1:1-2 é a palavra introdutória a este livro.

A. O Significado do Nome Jonas

Jonas em hebraico significa “pomba” (v. 1). Isto significa que Deus queria que Jonas saísse como uma pomba para pregar o evangelho da paz.

B. O Tempo do Ministério de Jonas

O tempo do ministério de Jonas foi aproximadamente 862 a.C., na época do profeta Eliseu (896-838 A.C.).

C. O Propósito do Seu Ministério

O propósito do seu ministério era as pessoas da grande cidade de Nínive, o capital de Assíria.

D. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do seu ministério também era Nínive.

E. O Tema do Seu Ministério

O tema do ministério de Jonas era que a salvação do SENHOR alcançasse até mesmo a cidade gentia de Nínive.

F. O Pensamento Central

O pensamento central do livro de Jonas é que Deus se preocupou e até mesmo salvou os mais malignos gentios em Sua misericórdia sobre os homens e o gado.

G. A Revelação a Respeito de Cristo

No livro de Jonas, a revelação a respeito de Cristo ocorre em Jonas como um tipo de Cristo.

1. Em Jonas Cristo Tipifica a Pregação do Evangelho da Paz aos Gentios

Cristo é revelado em Jonas tipificando Cristo que prega o evangelho da paz aos gentios (3:2; Mt 12:41). Jonas era um profeta que se voltou de Israel aos gentios. Nisto ele era um tipo de Cristo que se voltou de Israel aos gentios (Lc 4:25-27; Mt 21:43).

2. Jonas Permanece no Grande Peixe por Três Dias e Três Noites

Cristo também é revelado no tipo de Jonas permanecer no grande peixe por três dias e três noites (Jn 1:17). Isto tipifica Cristo permanecendo no coração da terra por três dias e três

84

noites (Mt 12:40). Cristo morreu e entrou no coração da terra. Ele saiu de lá em ressurreição, e em ressurreição Ele se tornou o Espírito que dá vida (1Co 15:45b) pela pregação, propagação, do evangelho para todas as nações gentias, como visto no livro de Atos.

H. As Seções

O livro de Jonas tem cinco seções: a palavra introdutória (1:1-2); a fuga de Jonas do comissionamento do SENHOR (1:2-17); o arrependimento de Jonas (cap. 2); a pregação de Jonas (cap. 3); e o preconceito de Jonas (cap. 4).

II. A FUGA DE JONAS DO COMISSIONAMENTO DO SENHOR

A. O Comissionamento do SENHOR

O comissionamento do SENHOR era para Jonas ir e clamar contra a malignidade de Nínive (1:2). Deus pretendia julgar Nínive, a capital da Assíria, mas Ele também pretendia estender a Sua salvação amorosa àquele maligna cidade gentia. Por isso Ele comissionou Jonas à ir para Nínive para clamar contra a cidade.

B. A Fuga de Jonas para Társis da Presença do SENHOR

Jonas não concordou com Deus. Jonas sabia que Deus era “um Deus clemente e misericordioso, tardio em irar-se e grande em benignidade e que se arrepende do mal” (4:2) e aquele Deus mudaria a Sua mente e não julgaria Nínive se a cidade se arrependesse. Se antecipando a isto, Jonas se levantou para fugir por meio de navio para Társis da presença do SENHOR (1:3).

C. A Interrupção do SENHOR

Nos versículos de 4 a 17 nós vemos a interrupção do SENHOR. Como o Deus soberano, Ele levantou uma tempestade. Ele causou uma grande tempestade no mar, e o navio estava a ponto de despedaçar (v. 4). Jonas havia descido ao porão e se deitado e tinha adormecido rapidamente (v. 5b). Por fim, foi descoberto pelas pessoas que lançavam sorte de que Jonas era o responsável pela tempestade (vv. 7-14). A pedido de Jonas, os marinheiros o lançaram no mar (vv. 15-16). O SENHOR preparou um grande peixe para engolir Jonas, e ele ficou no estômago do peixe durante três dias e três noites (v. 17).

D. O Tipo de Cristo

Como temos mostrado, Jonas aqui era um tipo de Cristo que foi enviado por Deus para pregar o evangelho aos gentios, a permanência de Jonas no grande peixe por três dias e três noites tipifica Cristo permanecendo no coração da terra por três dias e três noites.

III. O ARREPENDIMENTO DE JONAS

Depois de três dias e três noites no estômago do peixe, Jonas orou e se arrependeu ao SENHOR. O capítulo dois é o registro do arrependimento de Jonas.

A Oração de Jonas SENHOR

Os versículos de 2 a 9 são a oração de Jonas ao SENHOR. Jonas orou de uma maneira muito estranha, dizendo tais coisas como essas: “As água me cercaram até à alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça” (v. 5).

85

B. O SENHOR Dá Ordens ao Peixe

O SENHOR ordenou ao peixe, e ele vomitou Jonas em terra seca (v. 10).

IV. A PREGAÇÃO DE JONAS

O capítulo três aborda a questão da pregação de Jonas.

A. O Comissionamento SENHOR para Jonas a Segunda Vez, e a Pregação de Jonas para a Grande Cidade Nínive

Após Jonas ser ajustado, corrigido e subjugado, ele estava disposto a ir junto com Deus e levar Seu comissionamento. “Veio a palavra do SENHOR, segunda vez, a Jonas, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo.” (3:1-2). Levantou-se, pois, Jonas e foi a Nínive, segundo a palavra do SENHOR. Ora, Nínive era cidade mui importante diante de Deus e de três dias para percorrê-la. Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida (vv. 3-4).

B. As Pessoas e o Rei de Nínive Creram em Deus, Proclamando um Jejum e Arrependimento

As pessoas e o rei de Nínive creram em Deus, proclamaram um jejum e se arrependeram (vv. 5-9). Em sua proclamação o rei declarou: “Mas sejam cobertos de pano de saco, tanto os homens como os animais, e clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?” (vv. 8-9).

C. Deus Se Arrepende e Não Faz o Mal a Eles

Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. (v. 10). Como resultado, toda a cidade foi salva.

V. O PRECONCEITO DE JONAS

O capítulo quatro deste livro expõe o preconceito de Jonas. Quando Deus mudou sua intenção e perdoou o povo de Nínive, Jonas ficou irado.

A. A Renuncia do SENHOR de Fazer o Mal a Nínive Desagradou Jonas Extremamente, e Jonas Orou ao SENHOR na Sua Ira

A renuncia do SENHOR de fazer o mal a Nínive desagradou Jonas extremamente, e Jonas orou ao SENHOR na sua raiva (4:1-4). Enquanto orava, Jonas disse, “Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal” (v. 2). Jonas não podia tolerar o fato de que, depois de encarregá-lo de pregar para que a cidade de Nínive fosse subvertida (destruída), Deus mudasse Sua intenção. Jonas não podia cooperar com Deus nisto, mas estava real-mente bravo com Deus por causa disto.

Como um homem poderia ousar ficar bravo com Deus? Jonas deveria ter dito, “Deus é soberano, e o que acontece a Nínive é Ele quem decide. Ele disse que destruiria Nínive, mas se Nínive será destruída ou não é Ele quem sabe. Não me importa se Ele se arrepender, se Ele mudar Sua intenção”. Porém, em vez de ter tal atitude, Jonas ficou tão bravo que disse, “Peço-

86

te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver” (v. 3). Quando ele disse isto, o SENHOR respondeu, “É razoável essa tua ira?” (v. 4).

B. A Lição da Mamoneira

Nos versículos de 5 a 11 nós temos a lição da árvore de mamona. Jonas saiu da cidade, fez uma cobertura com ramos de árvores para si, e assentou-se debaixo dela, à sombra para ver o que aconteceria a cidade. Então Deus preparou uma mamoneira, que subiu por cima de Jonas para ser uma sombra sobre sua cabeça. Jonas alegrou-se ao extremo por causa da árvore. Mas Deus enviou um verme, e feriu a planta de forma que ela murchou. Além disso, quando o sol nasceu, Deus mandou um vento calmoso oriental. O sol bateu na cabeça de Jonas, e ele pediu para que pudesse morrer. Quando Deus perguntou a Jonas se era razoável a sua ira por causa da planta, Jonas disse que era razoável a sua ira até a morte. Então o SENHOR disse a ele, “Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (vv. 10-11).

C. A Misericórdia de Deus sobre a Cidade Mais Maligna dos Gentios

No versículo 11 nós vemos a misericórdia de Deus sobre a cidade mais maligna dos gentios; Ele se preocupou até mesmo com o gado deles. Nínive foi construída pelo maligno Ninrode na Assíria (Gn 10:8-11). A Assíria era o país que invadiu e insultou Israel aproximadamente em 713 a.C. (Is 36), depois da época de Jonas. Deus teve misericórdia sobre tal uma cidade maligna.

Em Mateus 12:40 o Senhor Jesus disse aos Fariseus, um grupo de “Jonas”, que Ele estaria no coração da terra três dias e três noites, da mesma maneira que Jonas esteve na barriga do grande peixe, com o intuito de estender a salvação de Deus dos judeus para os gentios. Isto indica que Deus não só é o Deus dos judeus, mas também o Deus de todas as nações. Os judeus pensavam que eles eram o povo exclusive de Deus. Eles se consideravam o filho de primogênito (Lc 15:25-32) com o direito de serem os primeiros a desfrutar tudo o que é de Deus. Mas porque os judeus responderam a Deus injustamente, os gentios, não os judeus, se tornaram os primeiros a desfrutar Deus em Sua salvação.

O livro de Jonas indica particularmente que Deus não é o Deus de somente certos povos; Ele é o Deus de todos os povos. Após a ressurreição e ascensão de Cristo e o derramamento do Espírito, em Atos 13 Deus disse a Paulo e a Barnabé que fossem para os gentios (vv. 46-47). Eles não eram como Jonas; antes, eles tomaram o comissiona-mento de Deus e foram e pregaram o evangelho ao longo da Ásia Menor. Então o Espírito os guiou a ir da Ásia para a Europa, para a Macedônia (16:6-10). O livro de Jonas nos mostra que enquanto Deus estava irado com a Assíria, Ele ainda seria misericordioso e compassivo para com uma grande e pecaminosa cidade como Nínive. Isso indica que a economia de Deus é fazer coisas por meio destes dois fatores — o fator consumidor e o fator sofredor — para estender a Sua salvação a todos os povos na terra.

A economia de Deus para manifestar Cristo implica a extensão da Sua salvação em Cristo para alcançar às grandes e distantes cidades dos gentios, até mesmo as malignas. Eu considero a Rússia como a Nínive de hoje. O que estamos fazendo na Rússia está completamente debaixo do período de tempo da economia de Deus. Creio que receberemos muita bênção porque isto é de acordo com a economia de Deus. Assim, os gafanhotos devoradores ainda estão devorando, o sofrimento de Israel ainda está acontecendo, e o Senhor ainda está se movendo em Sua restauração.

87

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE

MMMIIIQQQUUUÉÉÉIIIAAASSS

© Witness Lee

88

EESSTTUUDDOO--VVIIDDAA DDEE MMIIQQUUÉÉIIAASS

Sobre Miquéias (1)

A PALAVRA INTRODUTÓRIA E A REPROVAÇÃO DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL

Leitura bíblica: Miquéias 1:1-2:11; 3:1-12

Os Profetas Menores revelam que Deus usa os gentios como um meio, um instrumento, para punir o Seu eleito, Israel. Porém, os gentios fazem coisas demasiadas, e isto ofende a Deus que então vem para castigar os gentios. A punição de Deus de Israel e Seu castigo dos gentios resultam na manifestação de Cristo, e a manifestação de Cristo traz a restauração que se consumará no novo céu e nova terra. Todos os Profetas Menores têm este mesmo pensamento básico, embora eles usem expressões diferentes para transmiti-lo. Em Miquéias as expressões são muito poéticas. Todo o livro de Miquéias é um livro de poesia.

Nesta mensagem começaremos a considerar a profecia de Miquéias, abordando a palavra introdutória e a reprovação de Jeová sobre Israel.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

A palavra introdutória está em 1:1.

A. O Significado do Nome Miquéias

Miquéias é uma forma encurtada de Micaias, significando “Quem é como Jah?” “Jah” é uma forma encurtada de Jeová. A forma mais extensa do nome do profeta é encontrada no texto hebraico de Jeremias 26:18.

B. O Tempo do Ministério de Miquéias

O tempo do ministério de Miquéias era aproximadamente 750-710 a.C., na época de Isaías e Oséias.

C. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do seu ministério era Judá.

D. O Objetivo do Seu Ministério

O objetivo do seu ministério era o reino do norte de Israel (também Judá). No Antigo Testamento, o termo Israel é usado para dois assuntos: toda a raça de Israel e o reino do norte de Israel. Pelo fato de o termo ser usado desses dois modos, às vezes é difícil para nós como leitores saber se refere ao reino do norte de Israel ou a todo o povo de Israel. Aqui se refere a toda raça de Israel, inclusive Judá.

E. O Tema

O tema de Miquéias é a reprovação de Jeová sobre Israel e a Sua restauração de Israel.

F. O Pensamento Central

O pensamento central de Miquéias é que Jeová reprovou Israel por causa dos seus males e lhe prometeu a Sua salvação e ajuntar seu remanescente para a restauração (Mt 19:28) no milênio (Ap 20:4, 6).

89

G. A Revelação a Respeito de Cristo

Em Miquéias a revelação a respeito de Cristo é muito forte. Cristo é revelado em Sua origem eterna (5:2c); em Seu nascimento humano em Belém (5:2a); em ser o Soberano, o Pastor, e a paz de Israel no milênio (Ap 20:4, 6; Mq 5:2b, 4a, 5a); em Seu engrandecimento (5:4b); e na Sua salvação de Israel da Assíria (5:6b).

Miquéias 5:4b diz que no milênio Cristo será engrandecido até os confins da terra. Daniel 2:34 e 35 nos diz que Cristo como uma pedra cortada sem auxilio de mãos esmagará a grande imagem humana e se tornará uma grande montanha, o reino de Deus, e então encherá toda a terra. Hoje, aparentemente Jesus é muito pequeno, mas no reino vindouro Ele se tornará grande.

H. As Seções

O livro de Miquéias tem cinco seções: a palavra introdutória (1:1); a reprovação de Jeová sobre Israel (1:2-2:11; 3:1-12); o conforto de Jeová a Israel (2:12-13; 4:1-5:15); a contenda de Jeová com Israel (6:1-16); e a observação e expectativa do profeta (7:1-20).

II. A REPROVAÇÃO DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL

Vamos considerar agora a reprovação de Jeová sobre Israel.

A. A Vinda de Jeová no Julgamento do Seu Santo Templo

No versículo 2 o profeta diz ao povo para ouvir e a terra para prestar atenção e deixar o SENHOR Jeová ser uma testemunha contra eles, o Senhor do Seu santo templo. Portanto, indicando que Jeová estava vindo em julgamento do Seu santo templo, o profeta continua, “Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e desce, e anda sobre os altos da terra. Os montes debaixo dele se derretem, e os vales se fendem; são como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam num abismo.” (vv. 3-4).

B. A Causa

A causa da reprovação de Jeová sobre Israel é encontrada no versículo 5. Aqui o profeta diz, “Tudo isto por causa da transgressão de Jacó e dos pecados da casa de Israel. Qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?”

C. A Destruição de Samaria

De acordo com o versículo 6, Samaria será feito um montão de ruínas num campo, lugares para a plantação de vinhedos. O versículo 7 continua a dizer, “Todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todos os salários de sua impureza serão queimados, e de todos os seus ídolos eu farei uma ruína, porque do preço da prostituição os ajuntou, e a este preço volverão.”

D. A Invasão de Jerusalém

Os versículos 8 e 9 estão relacionados com a invasão de Jerusalém. Aqui o profeta declara, “Por isso, lamento e uivo; ando despojado e nu; faço lamentações como de chacais e pranto como de avestruzes. Porque as suas feridas são incuráveis; o mal chegou até Judá; estendeu-se até à porta do meu povo, até Jerusalém.”

90

E. Os Terrores em Judá e Israel e os Males de Jeová

No restante do capítulo um (vv. 10-16), nós temos um relato dos terrores em Judá e Israel e os males de Jeová.

F. A Reprovação de Jeová sobre os Males de Israel

Miquéias 2:1-11 é um registro da reprovação de Jeová sobre os males de Israel.

G. A Reprovação de Jeová Sobre os Cabeças e Governantes da Casa de Israel

Miquéias 3:1-11 descreve a reprovação de Jeová sobre os cabeças e governantes da casa de Israel.

H. A Destruição de Jerusalém e do Monte Sião

Por fim, o versículo 12 fala sobre a destruição de Jerusalém e do Monte Sião. “Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte do templo, numa colina coberta de mato.”

Todos os Profetas Menores tocaram a mesma coisa — a punição de Deus sobre Israel e o Seu castigo sobre as nações que resulta na manifestação de Cristo para a restauração de todo o universo, consumando no novo céu e nova terra. Isso mostra que na consideração do povo piedoso, principalmente os profetas, havia a expectativa de que o Messias viria para restaurar não só o reino de Israel, mas também todo o universo, especialmente o sol, a lua, e as estrelas, para o crescimento das coisas vivas na terra, para que a terra possa ser muito rica em produção. Isaías 30:26 diz que na restauração “a luz do sol será sete vezes intensificada”, não para chamuscar, mas para brilhar, pois a luz do sol faz crescer as coisas vivas na terra. Isto significa que os céus responderão a terra e farão com que ela produza coisas de maneira rica (Os 2:21-22). O brilho do sol ser sete vezes mais brilhante indica que o produto da terra será sete vezes mais rico do que é hoje. Naquele tempo não haverá escassez, mas muita abundância.

Antes de Adão cair, a terra era rica em produzir. O homem não precisava trabalhar com suor. Porém, depois que o homem caiu, Deus veio para amaldiçoar a terra e falar para homem que ele comeria da terra pelo suor do seu rosto (Gn 3:17-19). Mas na era da restauração, “os montes destilarão vinho fresco, e os outeiros manarão leite” (Jl 3:18). Desde então não haverá pobreza ou escassez, não haverá necessidade dos vários “ismos”, como comunismo e capitalismo, existir para equilibrar a riqueza social. Como os pássaros (Mt 6:25-26), as pessoas participarão de todos os recursos naturais da terra de maneira comum. Na restauração não haverá nenhum comerciante (Zc 14:21b, onde “Cananita” também pode ser traduzido “comerciante”), nem dinheiro (mamom, Lucas 16:9), nem comprador e vendedor, nem delegacia de polícia, nem tribunal de justiça. Cristo estará lá como a fonte de rica provisão, como a lei interior de vida, e como tudo para nós desfrutarmos.

91

Sobre Miquéias (2)

O CONFORTO DE JEOVÁ PARA ISRAEL

Leitura bíblica: Miquéias 2:12-13; 4:1-5:15

Nós enfatizamos o fato de que todos os profetas menores falam a mesma coisa de maneiras diferentes, de ângulos diferentes, e em aspectos diferentes. Assim, Miquéias também fala a mesma coisa como os outros profetas menores, mas ele fala isto de sua maneira própria particular.

Na mensagem anterior abordamos a palavra introdutória e a reprovação de Jeová sobre Israel. Miquéias 1 revela que Jeová saiu do Seu templo para executar Seu julgamento sobre o Israel pecador. Os versículos 3 e 4 retratam a vinda do terrível julgamento. “Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e desce, e anda sobre os altos da terra. Os montes debaixo dele se derretem, e os vales se fendem; são como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam num abismo.”

Por causa deste julgamento, o profeta lamentou e chorou, e alguns do povo também lamentaram (vv. 9-16). Os próximos dois capítulos, parte da reprovação de Jeová, são uma descrição da pecaminosidade da casa de Jacó e a casa de Judá.

Nesta mensagem consideraremos o conforto de Jeová a Israel. Este conforto é de fato uma questão de restauração.

III. O CONFORTO DE JEOVÁ A ISRAEL

O conforto de Jeová a Israel é encontrado em 2:12-13 e 4:1-5:15.

A. A Restauração de Israel no Milênio

Miquéias 4:1-5 diz respeito à restauração de Israel (Mt 19:28) no milênio (Ap 20:4, 6; Is 2:2-5). Naquele tempo as pessoas já não aprenderão a guerrear (Mq 4:3), mas, desfrutarão vida sem perturbação, “eles assentar-se-ão cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os perturbe” (v. 4). Cada um comerá e beberá para o seu desfrute em paz. Este comer e beber serão um tipo de adoração a Deus.

Os mil anos do milênio serão um banquete ininterrupto. De acordo com o Antigo Testamento, durante as festas anuais os filhos de Israel eram encarregados de não trabalhar (Lv 23:7, 8, 35). Trabalhar durante essas festas seria um insulto a Deus. Era somente para o povo descansar, comer, beber, e desfrutar a vida deles diante de Deus. Seu comer e beber era a sua adoração a Deus. De acordo com o Novo Testamento, na mesa do Senhor no primeiro dia da semana, nós colocamos de lado nosso labor, descansamos no Senhor, e comemos e bebemos Cristo para desfrutá-Lo e deixá-Lo desfrutar nossa satisfação. Esta é a principal adoração a Deus, e esta é a vida cristã — uma vida tranquila para adoração. Deus está buscando tais adoradores (Jo 4:23-24). Nós fomos chamados não para trabalhar e labutar, mas para adorar. Diariamente e todas as noites nós devemos adorar a Deus por desfrutá-Lo.

B. Jeová Ajunta o Remanescente do Povo

Em Seu conforto a Israel Jeová ajuntará o remanescente do povo (2:12-13; 4:6-8). Em 2:12 Jeová promete ajuntar todos de Jacó e ajuntar o remanescente de Israel. Em 4:6 e 7 Ele diz que ajuntará os que coxeiam e recolherá os que foram expulsos e os que Ele afligiu, e Ele fará dos que coxeiam um remanescente e dos que foram expulsos, uma nação poderosa.

92

C. Israel É Capturado e a Libertação de Jeová a Israel

O conforto de Jeová a Israel também inclui a Sua libertação a Israel depois que Israel é capturado (4:9-13; 5:1). Isto significa que Deus satisfará cada necessidade e resolverá cada problema.

D. Cristo Vem como o Soberano, Pastor e Paz de Israel

Miquéias 5:2 é uma profecia a respeito de Cristo. Este versículo diz que Suas “origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Suas “origens” são Sua vinda. Aos anjos ela é Suas origens, mas para nós ela é Sua vinda.

“Suas origens são desde os tempos antigos... desde os dias da eternidade” significa que na eternidade, antes da criação da terra, Cristo estava se preparando para vir. Sua aparição, Sua manifestação, começou na eternidade. Desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade, o Deus Triúno estava se preparando para sair da eternidade no tempo, para vir com Sua divindade para dentro da humanidade. Sua criação de todas as coisas foi a Sua preparação para sair da eternidade no tempo. Este era o propósito da criação. Então enquanto os gafanhotos estavam operando (Jl 1:4; 2:25), Cristo veio. Na eternidade Cristo estava escondido na Sua divindade, mas por meio da encarnação Ele veio com Sua divindade para dentro da humanidade.

A vinda de Cristo, Sua aparição, é uma questão contínua. Desde o momento da Sua encarnação, Ele começou a vir, e a Sua vinda ainda está acontecendo hoje. A vinda de Cristo será consumada quando Ele lançar o Anticristo e o falso profeta no lago de fogo (Ap 19:19-20), quando Satanás for lançado no abismo (Ap 20:2-3), e quando Cristo estabelecer Seu trono para reinar como Rei (Mt 25:31, 34, 40). Naquele momento Sua aparição será completa. Mas hoje Ele ainda está a caminho.

Enquanto Cristo está a caminho, Ele está cuidando dos judeus espalhados. Por um lado, Israel está debaixo da punição de Deus; por outro, Israel também está debaixo de cuidado apascentador de Deus. Este pastorear é a Sua preservação de Israel.

Na restauração Cristo será o Soberano, o Pastor e a paz ao Seu eleito, Israel (Mq 5:2-5a). Hoje, em Sua vinda, Ele é nosso Soberano, Pastor e paz. Como nosso Soberano, Ele nos guarda; como nosso Pastor, Ele nos nutre e nos cuida com carinho; e como nossa paz, Ele controla nosso ambiente de forma que possamos desfrutá-Lo.

E. Israel É Invadido pela Assíria e Salvo por Cristo

“Quando a Assíria vier à nossa terra e quando passar sobre os nossos palácios, levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. Estes consumirão a terra da Assíria à espada e a terra de Ninrode, dentro de suas próprias portas. Assim, nos livrará da Assíria, quando esta vier à nossa terra e pisar os nossos limites” (vv. 5b-6). Estes versículos também revelam que Cristo salvaria Israel depois que eles fossem invadidos pela Assíria. A vinda de Cristo assumirá a responsabilidade plena para lidar com tudo do governo humano, representado pela Assíria e Ninrode.

A menção da Assíria e Ninrode nestes versículos é uma lembrança do começo dos

gafanhotos, uma lembrança de quando e como os gafanhotos foram produzidos. O lidar do Senhor com os assírios significa que Ele lida com o primeiro grupo dos gafanhotos, e isto indica que Ele continuará a lidar com todos os gafanhotos.

93

Aqui precisamos considerar uma vez mais a grande imagem humana em Daniel 2, com sua cabeça de ouro (a Babilônia), seu peito e seus braços de prata (a Média-Pérsia), seu abdômen e suas coxas de bronze (a Grécia), suas pernas de ferro (Roma), e seus pés em parte de ferro e em parte de barro (vv. 32-33). O esmagar desta imagem pela pedra cortada sem auxilio de mãos (Cristo) não começa com a cabeça, mas com os pés. De acordo com o versículo 34, esta pedra golpeará a imagem em seus pés e os esmagará. Então serão esmagados o ferro, o barro, o bronze, a prata, e o ouro tudo de uma vez, e a pedra se tornará uma grande montanha e encherá toda a terra (v. 35). O ponto aqui é que o esmagar dos pés, que significa o Anticristo, envolve o esmagar de toda a imagem, significando a destruição do governo humano desde a Assíria e Babilônia até Roma. É significativo Miquéias falar da Assíria e Ninrode, o fundador de Nínive (a capital da Assíria) e Babel (Gn 10:8-11). De fato, a Assíria pode ser compara a Roma, e Ninrode comparado ao Anticristo.

Por fim, Israel será invadido pelo Anticristo e seus exércitos. Tendo reunido seus

poderes mundiais, o Anticristo sitiará a cidade de Jerusalém, com a intenção de dar um fim a ela. Nesta conjuntura Cristo virá para destruir o Anticristo e seus exércitos e salvar Israel. Naquele momento, a grande imagem será esmagada pela pedra cortada sem auxilio de mãos; a Assíria, Ninrode, os impérios de Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, e o Anticristo não existirão mais; e toda a terra se tornará o reino de Deus pela eternidade. Então todos do eleito de Jeová O desfrutarão. Este é o Seu conforto para Israel, um conforto que é uma questão de restauração.

F. O Remanescente de Jacó Será Abençoado por Jeová e Vitorioso entre as Nações Depois que Cristo lidar com todos os inimigos, o remanescente de Jacó será abençoado

por Jeová, e eles também serão vitoriosos entre as nações. A respeito disso, Miquéias 5:7 e 8 dizem que o remanescente de Jacó estará no meio de muitos povos como orvalho de Jeová, como chuvas abundantes, como um leão entre os animais da selva, e como um leãozinho entre os rebanhos de ovelha. Acerca do remanescente de Jacó, o profeta continua a dizer, “A tua mão se exaltará sobre os teus adversários; e todos os teus inimigos serão eliminados (v. 9). Alguns podem achar isto difícil de acreditar que a pequena nação de Israel será vitoriosa entre as nações, mas isto está claramente profetizado na Bíblia.

G. Jeová Elimina os Exércitos, Cidades, Fortalezas, Feitiçaria, Ídolos, e Adoradores de

Ídolo de Israel e Executa Sua Vingança sobre as Nações

Por fim, Jeová eliminará os exércitos, cidades, fortalezas, feitiçaria, ídolos, e adoradores de ídolo de Israel, e Ele executará vingança com ira e furor sobre as nações, no dia da restauração (vv. 10-15).

94

Sobre Miquéias (3)

A GRANDEZA DOS PROFETAS AO FALAREM A RESPEITO DE CRISTO

Leitura bíblica: Miquéias 5:2-9; Amós 9:11-15

Nesta mensagem gostaria de dar uma palavra sobre a grandeza dos profetas ao falarem a respeito de Cristo. Enquanto Miquéias e os outros profetas falavam a respeito de Cristo, eles estavam tocando coisas grandiosas. Porém, quando eles se voltaram de Cristo para as suas próprias observações a respeito da condição e situação do povo de Deus, eles se tornaram pequenos.

NINRODE E A ASSÍRIA APARENTEMENTE RELACIONADOS A CRISTO

Na sua profecia a respeito de Cristo, Miquéias diz, “Suas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (5:2). Então ele continua a dizer que Aquele, que é Soberano e Pastor de Israel, será a paz quando a Assíria invadir a terra (v. 5). No versículo 6 o profeta fala primeiro da terra da Assíria e a terra de Ninrode, e então, profetizando sobre Cristo, declara, “Ele nos salvará da Assíria.” Nestes versículos podemos ver como Ninrode e a Assíria estão relacionados com Cristo.

O governo humano começou com Ninrode, o primeiro tipo de Anticristo. De acordo com Gênesis 10:10 e 11, Ninrode construiu as cidades de Babel e Nínive. Babel resultou em Babilônia, o cume do governo humano (Dn 2:31-45) e a primeira fase dos gafanhotos, isto é, os gafanhotos cortadores (Jl 1:4). O governo humano, inclusive os impérios de Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, foram usados por Deus para levar a cabo a Sua de punição sobre Israel. Por fim, todo o governo humano — os quatro tipos de gafanhotos mencionados em Joel 1 e as quatro seções da grande imagem descritas em Daniel 2 — serão esmagados por uma única pedra, Cristo como a pedra cortada sem auxilio de mãos que se tornará uma grande montanha e encherá toda a terra (Dn 2:34-35). Desta maneira Cristo salvará Israel da Assíria.

A respeito dos quatro gafanhotos em Joel, o Senhor nos deu uma revelação brilhante. Esta iluminação, este brilhar, não somente abre a Bíblia, mas toda a história do mundo. Além disso, esta revelação abre a economia eterna de Deus, pois as quatro fases dos gafanhotos ocupam uma grande parte da economia de Deus em relação ao gênero humano. Pode ser que muito antes de os gafanhotos serem destruídos e, como Oséias 6:2 profetiza, o Israel adormecido será levantado no terceiro dia.

OS PROFETAS VOLTAM DE CRISTO PARA AS PEQUENAS COISAS

Os profetas são notáveis ao falarem sobre Cristo, mas não ao falarem sobre outras coisas. Podemos usar Miquéias e Amós como exemplos. Por um lado, ambos profetizaram a respeito de Cristo; por outro, ambos falaram tais coisas sem importância como balanças enganosas. Amós disse que as pessoas corruptas diminuíam o efa e aumentavam o siclo procedendo dolosamente com balanças enganosas (8:5). A respeito disso, Miquéias disse, “Ainda há, na casa do ímpio, tesouros da impiedade e o detestável minguado? Poderei eu ino-centar balanças falsas e bolsas de pesos enganosos?” (6:10-11). Ambos profetas observavam que as pessoas usavam uma medida para comprar e uma medida diferente para vender e que os seus pesos e balanças eram enganosos. A palavra de Amós e Miquéias sobre tal assunto sem importância não pode se comparar com a grandeza da palavra deles a respeito de Cristo.

O profeta Joel difere de Miquéias e Amós, pois ele não fala a respeito de coisas sem importância. Antes, em apenas três capítulos ele falou sobre cinco grandes assuntos: (1) os

95

quatro tipos de gafanhotos (1:4); (2) o derramamento do Espírito (2:28-32); (3) a vinda de Cristo como o todo poderoso para derrotar o Anticristo com seus exércitos para mudar esta era (3:11, 13); (4) o julgamento de todas as nações vivas para separar as “ovelhas” das “cabras” (3:2, 12; cf. Mt 25:31-46); e (5) o reinar de Cristo no meio de Israel no reino milenar (Jl 3:16-17, 21b).

PROFETAS, NÃO SALMISTAS

Em contraste, Amós e Miquéias usaram muito mais capítulos que Joel para falar de coisas além de Cristo. Quando estes profetas falaram sobre Cristo, eles falaram grandes coisas, mas quando expressaram seu próprio conceito natural e opinião, eles eram como alguns dos salmistas. Por exemplo, Miquéias 6:8 diz, “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus“ Esta palavra está de acordo com a árvore da vida ou de acordo com a árvore do conhecimento do bem e do mal? Seguramente está de acordo com a árvore do conhecimento do bem e do mal. Esta palavra está de acordo com a revelação divina ou de acordo com o conceito humano do profeta? Esta palavra não é uma questão da revelação de Deus, mas do conceito do profeta.

Minha preocupação aqui na verdade não é com as falhas destes profetas, mas com nossa situação hoje. Preocupa-me o fato de que alguns de nós possamos tomar os quatro princípios governantes, ou os quatro fatores, que temos visto nos Profetas Menores e usá-los de maneira crítica para examinar a outros na igreja, especialmente os presbíteros. Aqueles que fazem isto podem ser como certos salmistas, mas eles não são profetas que falam por Deus.

Em 1 Coríntios 14 Paulo encorajou-nos a que fôssemos profetas, não salmistas (vv. 24, 31). Se expressarmos nosso conceito ou opinião, seremos como alguns dos salmistas. Profetizar não só é falar por Cristo, mas também expressar Cristo e até mesmo falar Cristo. Se nós temos uma opinião ou conceito, esta opinião ou conceito deve ser Cristo. Não devemos ter nenhum desejo de expressar nossa opinião. Nosso encargo, desejo, intenção, e objetivo deve ser somente falar Cristo. Posso testificar que meu alvo em todas as mensagens que libero é falar Cristo e somente Cristo.

A GRANDEZA DE AMÓS E MIQUÉIAS AO PROFETIZAR A RESPEITO DE CRISTO

Em seu profetizar a respeito de Cristo, Amós e Miquéias são notáveis.

A Profecia de Amós a Respeito de Cristo Reconstruir o Tabernáculo Caído de Davi

Amos é maravilhoso na sua profecia a respeito de Cristo reconstruir o tabernáculo caído de Davi. Em Amós 9:11 o profeta diz, “Naquele dia levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas ruínas restaurá-lo-ei como fôra outrora.” Vimos que o tabernáculo de Davi é o reino de Davi e a sua família real. O reino de Davi era um tipo do reino vindouro de Cristo. Quando Cristo voltar, Ele reconstruirá, isto é, restabelecerá e restaurará o reino do seu antepassado Davi e fará completamente do reino de Davi o reino de Cristo e de Deus pela eternidade.

A Profecia de Miquéias a Respeito da Vinda de Cristo

A profecia de Miquéias a respeito da vinda do Cristo todo-inclusivo é uma grande questão. Nesta profecia Cristo é todo-inclusivo porque Ele será Soberano, o Pastor e a paz de Israel, e Ele também trará os sete pastores e os oito príncipes (5:2-5).

96

Cristo veio de Belém, uma pequena cidade chamada de “a cidade de Davi” (Lc 2:4). Entretanto, Sua vinda não era desde esse tempo, mas da eternidade. Na eternidade passada Ele nos escolheu e nos predestinou (Ef 1:4-5). Enquanto Ele estava fazendo estas coisas, Ele considerava como viria. Se Ele tivesse somente nos escolhido e predestinado sem preparar Sua saída da eternidade, Ele não poderia fazer nada conosco. Tudo que Ele fará e pode fazer por nós depende da Sua vinda. Ele veio na encarnação, e Ele passou por meio do viver humano, morte, ressurreição, ascensão, e o derramamento do Espírito consumado que é a realidade do próprio Cristo. Todos estes são grandes passos na vinda de Cristo. Sua vinda não parou, mas tem continuado ainda hoje.

97

Sobre Miquéias (4)

A CONTENDA DE JEOVÁ COM ISRAEL E A OBSERVAÇÃO E EXPECTATIVA DO PROFETA

Leitura bíblica: Miquéias 6-7

No capítulo cinco Miquéias atinge o pico elevado da sua profecia a respeito de Cristo. Então nos capítulos seis e sete, que abordaremos nesta mensagem, ele desce para o mais baixo plano. Sua profecia no capítulo cinco é maravilhosa, mas sua profecia nos capítulos seis e sete não é elevada, mas estão muito de acordo com o conceito humano.

IV. A CONTENDA DE JEOVÁ COM ISRAEL

Miquéias 6 é um registro da contenda de Jeová com Israel. Contender é uma questão de guerrear por meio do falar, não é agradável para ninguém estar envolvido.

A. Toma a História de Israel como Base

Em Sua contenda com Israel, Jeová tomou a história de Israel, desde a época do êxodo, como base (vv. 1-5). O versículo 2b afirma que Jeová tem uma contenda com o Seu povo e que Ele entrará em juízo com Israel. Então Ele lhes pede que se lembrem do que Ele fez por eles tirando-os do Egito. “Pois te fiz sair da terra do Egito e da casa da servidão te remi; e enviei adiante de ti Moisés, Arão e Miriã. Povo meu, lembra-te, agora, do que maquinou Balaque, rei de Moabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor, e do que aconteceu desde Sitim até Gilgal, para que conheças os atos de justiça do SENHOR” (vv. 4-5).

B. O Almejo Depois da Adoração Genuína e Serviço Sincero de Israel

Os versículos de 6 a 8 revelam o almejo de Jeová depois da adoração genuína e serviço sincero de Israel. Israel tinha estado envolvido com a adoração a Deus durante séculos, mas sua adoração não era genuína. Muito do que eles ofereciam não era oferecido a Deus, mas para eles mesmos ou para seus ídolos. Desse modo, no versículo 6 o profeta pergunta com o que ele deveria vir diante de Jeová, “Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?“ No versículo 7 ele pergunta se Jeová se agradaria com milhares de carneiros ou com dez mil ribeiros de azeite, e então ele diz, “Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma?“ Deus jamais exigiria que qualquer um oferecesse seus filhos como sacrifício, mas o povo de Israel na verdade fizeram isto para cumprir as exigências dos seus ídolos. Somente adoradores de ídolos fariam sacrifícios dos seus filhos. Aqui Jeová estava contendendo com Israel a respeito da sua adoração de ídolos e sua oferta de sacrifícios aos ídolos. Por isto, no versículo 8 Miquéias profetiza, dizendo, “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?“

C. A Declaração da Causa e o Efeito

Nos versículos de 9 a 16 nós temos a declaração da causa e do efeito. A causa é os pecados de Israel, e o efeito é a punição de Jeová.

V. A REFLEXÃO E A EXPECTATIVA DO PROFETA

O capítulo sete fala da reflexão e expectativa do profeta Miquéias. A sua reflexão envolvia um estudo e um exame profundo da condição e situação do povo de Deus. A sua

98

expectativa estava relacionada à sua tentativa de encontrar algo com que ele pudesse se encorajar. Muito do que ele diz neste capítulo é uma expressão do seu sentimento natural.

A. A Reflexão de Desencorajamento do Profeta

Primeiro, o profeta refletiu sobre a condição e situação do povo escolhido de Deus e ficou completamente desencorajado (vv. 1-6). No seu desencora-jamento ele disse, “Ai de mim! Porque estou como quando são colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da vindima: não há cacho de uvas para chupar, nem figos temporãos que a minha alma deseja. Pereceu da terra o piedoso, e não há entre os homens um que seja reto; todos espreitam para derramarem sangue; cada um caça a seu irmão com rede” (vv. 1-2).

Na reflexão de desencorajamento de Miquéias há uma lição para nós hoje. Da experiência de Miquéias devemos aprender a não olhar para nós mesmos. Se olharmos para nós mesmos somente um pouco, seremos desencorajados.

B. A Expectativa do Profeta de Encorajamento

Nos versículos de 7 a 20 nós temos a expectativa do profeta de encoraja-mento. De

fato, esta era uma questão de autoconsolo. Miquéias escreveu as coisas encontradas nestes versículos para se consolar. Assim, eles eram o autoconsolo de Miquéias.

1. Tomar a Dianteira para Buscar Jeová e Esperar por Deus

Após observar a pobre situação do povo de Israel, o profeta tomou a dianteira para

buscar Jeová e esperar por Deus (vv. 7-10). Embora a condição e situação do povo de Deus fizeram com que Miquéias fosse desencorajado, ele ainda poderia dizer, “Eu, porém, olharei para o SENHOR e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá” (v. 7).

2. Assegura a Israel da Sua Restauração

Nos versículos de 11 a 13 Miquéias assegura a Israel da sua restauração. Primeiro, ele

disse que haverá um dia para a reedificação dos muros de Israel (v. 11a). Então ele continua a assegurar a Israel, dizendo, “Nesse dia, virão a ti, desde a Assíria até às cidades do Egito, e do Egito até ao rio Eufrates, e de mar à mar, e de montanha à montanha” (v. 12).

3. Pede a Jeová para Alimentar Seu Povo Israel

Nos versículos de 14 a 17 o profeta pede a Jeová que alimente Seu povo Israel.

4. Agradece a Deus pelo Seu Perdão do Remanescente do Povo

O profeta conclui agradecendo a Deus pelo Seu perdão do remanescente do povo (vv. 18-20). Miquéias não pôde louvar a Deus de que a condição e situação do Seu povo eram maravilhosas, porque eles não tinham nada que pudesse agradá-Lo. Em vez disso, o profeta disse, “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia” (v. 18). Aqui Miquéias parecia estar dizendo, “Ó Deus, tudo que nós temos são pecado e iniquidade. Nós não temos nada para Te dar. Mas Tu és um Deus que perdoa nossa iniquidade. Não há Deus como Tu. Tu também és muito especial nisso que não retém Sua ira para sempre, mas se compraz na misericórdia.” O louvor de Miquéias aqui não está centrado nas virtudes do povo eleito de Deus, mas nos atributos de Deus. Tal louvor é muito confortante.

99

No versículo 19 o profeta continua, “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” Uma vez mais, Miquéias confessa que o povo tem muitas iniquidades, mas que Deus é um Deus perdoador e pisará as suas iniquidades debaixo dos pés e lançará os seus pecados nas profundezas do mar.

Finalmente, Miquéias diz, “Mostrarás a Jacó a fidelidade e a Abraão, a misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde os dias antigos” (v. 20). Aqui nós vemos a esperança e a expectativa de Miquéias.

De certo modo, a palavra de Miquéias nos capítulos seis e sete é boa, mas não pode ser comparada com a sua revelação a respeito de Cristo no capítulo cinco.

100

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE

NNNAAAUUUMMM

© Witness Lee

101

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE NNNAAAUUUMMM

Sobre Naum

O JULGAMENTO DE JEOVÁ SOBRE NÍNIVE

Leitura bíblica: Naum 1-3

O livro de Naum é o oposto do livro de Jonas. Ambos os livros lidam com a cidade de Nínive, mas considerando que Jonas introduziu, ou estendeu, a salvação de Deus para aquela cidade pecaminosa, Naum introduziu o julgamento de Deus sobre Nínive. Jonas revela que Deus na Sua salvação é o Deus de todos os povos da terra, não só dos judeus, mas também dos gentios. Naum revela que Deus também é o Deus de todos os povos em Seu julgamento. Assim, Deus é o Deus de todos os povos tanto no julgamento quanto na salvação.

O livro de Naum mostra-nos por que Deus julga uma cidade. Neste livro nós vemos tanto o fato quanto a causa do julgamento de Deus sobre Nínive. Deus estendeu Sua salvação a Nínive, mas Nínive era pecaminosa e invadiu Israel.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

Em Naum 1:1 nós temos a palavra introdutória.

A. O Significado do Nome Naum

Em hebraico Naum significa "conforto" e "vingança", significando que Jeová Deus conforta o Seu eleito, Israel, e vinga Israel do seu inimigo, Nínive.

B. O Tempo do Ministério de Naum

O tempo do ministério de Naum foi aproximadamente 713 a.C. Esse foi o ano no qual Senaqueribe, o rei assírio, invadiu Israel.

C. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do ministério de Naum era o reino do sul de Judá. A história nos diz que Naum cresceu na Galiléia, numa cidade chamada Elcosa [Elkosha] que é perto de Cafarnaum. O nome Cafarnaum quer dizer "a cidade de Naum", indicando que tinha muito a ver com Naum. Embora Naum fosse um nortista, o lugar do seu ministério era no sul.

D. O Objeto do Seu Ministério

O objeto do ministério de Naum era a grande cidade de Nínive. As cidades de Babel e Nínive foram construídas por Ninrode (Gn 10:8-11) e se tornou as capitais das nações de Babilônia e Assíria. Ninrode, o primeiro tipo de Anticristo, foi o primeiro a se opor a Deus, e ambas as nações eram figuras fortes do gênero humano em sua oposição a Deus. De fato, a Assíria foi a primeira nação a vir e devastar Israel, invadindo Israel em 713 a.C. (2Rs 18:13-19:37), mais de cem anos antes da invasão babilônica em 606 a.C.

E. O Tema

O tema do livro de Naum é o julgamento de Jeová sobre Nínive como a capital da maligna Assíria.

102

F. O Pensamento Central

O pensamento central de Naum é que Jeová julgou a Assíria, vingando Israel do seu inimigo para restabelecer a ele o seu conforto.

G. As Seções

O livro de Naum tem três seções: a palavra introdutória (1:1); Jeová como o Juiz majestoso (1:2-7); e o julgamento de Jeová sobre Nínive (1:8-3:19).

II. JEOVÁ COMO O JUIZ MAJESTOSO

Em 1:2-7 Jeová é revelado como o Juiz majestoso. Primeiro, nós vemos que Jeová é o Juiz e então vemos a majestade de Jeová como o Juiz.

A. Jeová como o Juiz

Como o Juiz, Jeová é um Deus zeloso e Vingador. Ele é vingador e cheio de ira; Ele toma vingança contra os Seus adversários; e Ele reserva indignação para os Seus inimigos (v. 2). Ele é tardio em irar-se, mas grande em poder, e Ele jamais inocenta o culpado (v. 3). No versículo 7 o profeta declara, "Jeová é bom, / Uma fortaleza no dia da angústia; / E Ele conhece aqueles que Nele se refugiam."

B. A Majestade de Jeová como o Juiz

Os versículos de 4 a 6 falam da majestade de Jeová como o Juiz. Ele repreende o mar, e o faz secar; Ele míngua todos os rios; os montes tremem perante Ele; e a terra se levanta diante Dele (vv. 4-5). Então, o profeta pergunta, "Quem pode suportar a Sua indignação, / E quem subsistirá diante do furor da Sua ira? / A Sua cólera se derrama como fogo, / E as rochas são por Ele demolidas" (v. 6).

III. O JULGAMENTO DE JEOVÁ SOBRE NÍNIVE

O restante do livro de Naum (1:8-3:19) fala do julgamento de Jeová sobre Nínive. Aqui o julgamento de Jeová sobre esta cidade maligna é retratado completamente.

A. O Veredicto a respeito da Destruição de Nínive pelos Medos e Babilônicos

Primeiro, o Juiz pronuncia o Seu veredicto a respeito da destruição de Nínive pelos medos e babilônicos em 612 a.C. (1:8-12a, 14). O versículo 8 diz que quando o tempo chegasse, Deus usaria uma inundação transbordante para dar um fim pleno ao lugar dela. O capítulo dois nos mostra essa inundação. Nínive foi construída no Rio de Tigre e era completamente rodeada por água. Isso era uma proteção para Nínive. Então em 612 a.C. os medos e os babilônicos vieram juntos atacar Nínive, e eles encontram uma maneira de abrir as comportas do rio e inundaram a cidade (2:6).

B. A Promessa de Conforto para Judá

Em 1:12b-13, 15 nós vemos a promessa de conforto de Jeová para Judá. No versículo 13 Ele diz, "Mas de sobre ti, Judá, quebrarei o jugo deles, / E romperei os teus laços." “Seu jugo" se refere ao jugo que Senaqueribe, o rei da Assíria, tinha colocado sobre Israel. Primeiro, os assírios vieram devastar Israel. Então Deus usou a Babilônia sob o governo de Nabucodonosor para derrotar os Assírios, e este se tornou um tipo de libertação para Israel.

103

O versículo 15a continua a dizer, "Eis sobre os montes os pés do que anuncia boas-novas, / Do que anuncia paz!" Isto se refere ao anúncio da derrota da Assíria pelos babilônicos e era uma palavra de conforto para Israel.

C. Uma Visão da Destruição de Nínive

Naum 2:1-13 apresenta uma visão da destruição de Nínive.

1. A Ação Rápida dos Exércitos Babilônicos para Destruir Nínive

Os versículos de 1 a 4 descrevem a ação rápida dos exércitos babilônicos para destruir Nínive. Os babilônicos foram usados por Deus para este propósito. Assim, o versículo 3 diz, "Os escudos dos seus heróis são vermelho; / Os homens valentes vestem escarlata; / Cintila o aço dos carros / No dia do seu aparelhamento / E vibram as lanças."

2. A Maneira com que o Rei da Assíria e a Sua Rainha se Depararam com o Ataque Babilônico

Os versículos de 5 a 7 falam da maneira com que o rei da Assíria e a sua rainha se depararam com o ataque babilônico.

3. O Saque dos Exércitos Babilônicos da Riqueza e o Massacre Deles do Povo de Nínive

Os versículos de 8 a 13 registram o saque dos exércitos babilônicos da riqueza do povo de Nínive e o massacre deles do povo.

4. A Restauração da Excelência de Israel

"Porque Jeová restaura a glória de Jacó / Como a glória de Israel" (v. 2a). Isto indica que a destruição de Nínive é para a restauração da glória de Israel. Deus usou os babilônicos com os medos para invadir a Assíria e assim salvar Israel da tirania dos assírios.

D. A Devastação do Povo de Nínive

Mesmo no começo do capítulo três, Naum, fala sobre Nínive, e diz, "Ai da cidade sanguinária / Toda cheia de mentiras e de roubo; / E que não solta a sua presa" (v. 1). O capítulo continua a descrever a devastação do povo de Nínive em detalhes (vv. 2-17). Significativamente, o versículo 17 menciona gafanhotos. "Os teus príncipes são como os gafanhotos, / E os teus chefes como os gafanhotos grandes, / Que se acampam nas sebes nos dias de frio, / Em subindo o sol, voam embora, / E não se conhece o lugar onde estão." Isto indica que os assírios também eram gafanhotos devastando Israel. Esses gafanhotos assírios foram finalmente derrotados pelos gafanhotos babilônicos.

E. O Fim Miserável do Rei da Assíria

Naum conclui a sua profecia com uma palavra a respeito do fim miserável do rei da Assíria (vv. 18-19).

O ponto principal do livro de Naum é que enquanto Deus estava castigando Israel e estava punindo as nações, Ele sempre fez o que era necessário para preservar Israel com a finalidade de manifestar Cristo. A ação preservadora e maravilhosa de Deus foi levada a cabo pelos gafanhotos. Deus usou uma espécie de gafanhoto para lidar com outra espécie de gafanhoto para preservar Israel. O propósito de Deus em preservar Israel é para trazer Cristo.

Embora este livro não diga nada diretamente sobre Cristo e não se refere a Cristo, o objetivo ainda é a manifestação de Cristo. A preservação de Israel é para o propósito de que

104

Cristo possa ter um canal — o Israel reservado e preservado — por meio do qual Ele será trazido. Com respeito a isso, todos os profetas menores são um, e o livro de Naum é apenas um pequeno elo na corrente da revelação deles. Assim, uma vez mais nós vemos que, de acordo com os profetas menores, o castigo de Deus de Israel e a Sua punição das nações são para a manifestação de Cristo.

105

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA

DDDEEE

HHHAAABBBAAACCCUUUQQQUUUEEE

© Witness Lee

106

EESSTTUUDDOO--VVIIDDAA DDEE HHAABBAACCUUQQUUEE

Sobre Habacuque (1)

A PALAVRA INTRODUTÓRIA E O PRIMEIRO E O SEGUNDO DIÁLOGO ENTRE O PROFETA E JEOVÁ

Leitura bíblica: Habacuque 1:1-2:4

Nesta mensagem começaremos a considerar o livro de Habacuque. Abordaremos a palavra introdutória, o primeiro diálogo entre o profeta e Jeová, e a primeira parte do segundo diálogo entre essas partes. Como veremos, o único versículo de ouro em Habacuque é 2:4: "O justo viverá pela sua fé". Este versículo está relacionado à salvação eterna de Deus, à Sua salvação de nosso ser — espírito, alma e corpo. Tudo o mais em Habacuque é um pano de fundo para a liberação da revelação acerca da salvação eterna de Deus dos pecadores. Nós podemos comparar o livro de Habacuque a uma noz e então dizer que este versículo é a "semente" da "noz." Desse modo, quando lemos Habacuque, devemos focalizar nossa atenção neste único versículo.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

A palavra introdutória é encontrada em 1:1.

A. O Significado do Nome Habacuque

O nome Habacuque em hebraico significa "abraçar" ou "agarrar", significando que precisamos buscar Deus abraçando-O ou agarrando-O. Para receber a salvação eterna de Deus, nós precisamos ser abraçados por Deus, e precisamos agarrá-Lo.

A salvação eterna é de fato o próprio Deus. Deus não nos salva permanecendo nos céus e esticando o Seu braço para alcançar a terra. Para nos salvar, Deus se tornou um homem nesta terra e veio a nós. O pensamento central dos quatro Evangelhos é que o Deus salvador saiu da eternidade para o tempo, saiu dos céus para a terra, e saiu da divindade para dentro da humanidade para ser um homem. Dessa maneira Ele poderia abraçar o homem e o homem poderia agarrá-Lo.

Enquanto Deus estava nos salvando, Ele não estava na aparência, a forma, de Deus. Antes, Ele estava na forma de um homem chamado Jesus. Oséias 11:4 nos diz que Deus nos atrai com cordas humanas, com laços de amor. As cordas salvadoras de amor são a humanidade de Cristo. O relato de Zaqueu em Lucas 19:1-10 nos mostra a maneira de Deus nos salvar ao vir a nós. Para sermos salvos por Deus, devemos ser abraçados por Ele e nós devemos agarrá-Lo.

B. O Tempo do Ministério de Habacuque

O tempo do ministério de Habacuque era aproximadamente 626 a.C. Isto foi perto da época da invasão babilônica e o exílio para a Babilônia.

C. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do seu ministério era Judá.

107

D. O Objetivo do Seu Ministério

O objetivo do seu ministério era o reino sul de Judá.

E. O Tema

O tema do ministério de Habacuque é o primeiro julgamento justo de Deus sobre Israel pelos Caldeus e então sobre os Caldeus pelas nações. Primeiro, Deus julgou o Seu eleito; o julgamento de Deus começa pela Sua casa (1Pe 4:17). Então Deus voltou o Seu julgamento para os Caldeus, usando as nações para julgá-los. O Império babilônico foi derrotado pelo Império Medo-persa; o Império Medo-persa foi derrotado pelo Império grego; o Império grego foi derrotado pelo Império romano; e o Império romano, restabelecido sob o governo do Anticristo, será derrotado por Cristo na sua vinda para destruir todo o governo humano, como descrito em Daniel 2:31-44.

F. O Pensamento Central

O pensamento central de Habacuque é este: o Deus justo julgará o Israel maligno e os Caldeus violentos, e somente o justo viverá pela sua fé (2:4b), para que toda a terra possa conhecer a glória de Jeová (2:14) e fique calada diante de Jeová que está no Seu santo templo (2:20), e que aquele que O busca possa cantar a Ele em oração, louvando e confiando Nele (cap. 3).

G. As Seções

O livro de Habacuque tem quatro seções: a palavra introdutória (1:1); o primeiro diálogo entre o profeta e Jeová (1:2-11); o segundo diálogo entre o profeta e Jeová (1:12-2:20); e o cântico do profeta a Jeová em oração, louvando e confiando Nele (3:1-19).

II. O PRIMEIRO DIÁLOGO ENTRE O PROFETA E JEOVÁ

A revelação em Habacuque a respeito da salvação eterna de Deus aos pecadores surgiu de uma conversa entre o profeta e Deus.

A. O Questionamento do Profeta a Jeová

No primeiro diálogo entre o profeta e Jeová, o profeta indagou Jeová a respeito da iniquidade, opressão, destruição, e contendas que ele viu (v. 2-4). A respeito da violência, ele disse, "Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?" (v. 2). De acordo com a visão do profeta, a violência estava prevalecendo. Então o profeta continuou a perguntar, "Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão?" (v. 3a).

B. A Resposta de Jeová ao Profeta

Na Sua resposta ao profeta (vv. 5-11), Jeová disse que Ele estava fazendo uma obra nos dias do profeta que ele não acreditaria se ela fosse falada a ele (v. 5; cf. Atos 13:40-41). Então Jeová disse que Ele estava suscitando os Caldeus, nação amarga e impetuosa, que, sendo terrível e temerosa, viria fazer violência e devastação sobre Judá (vv. 6-11).

III. O SEGUNDO DIÁLOGO ENTRE O PROFETA E JEOVÁ

No versículo 12 nós temos o começo do segundo diálogo entre o profeta e Jeová.

108

A. O Questionamento do Profeta a Jeová

Habacuque 1:12-2:1 é o questionamento do profeta de Jeová.

1. Pergunta Por que Jeová Se Mantém Silencioso Quando os Caldeus Devoram o Seu Eleito

No versículo 12a o profeta diz, "Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos." Então ele disse que Jeová, a Rocha, designou os Caldeus para julgamento. Porém, ele continuou a perguntar por que Ele, que não vê o mal e que não pode contemplar a opressão, tolera aqueles que procedem perfidamente e Se mantêm calado enquanto os Caldeus malignos devoram o Seu eleito que é mais justo do que eles (vv. 12b-13). De acordo com Habacuque, o povo de Israel era mais justo do que os babilônicos, contudo eles estavam sofrendo a violência dos babilônicos. A palavra de Habacuque aqui indica que ele estava bravo com Deus.

2. Diz Que Jeová Faz o Homem como os Peixes do Mar

Nos versículos de 14 a 16 o profeta diz que Jeová faz o homem como os peixes do mar e como os répteis; e que a todos tomam com um anzol, pesca-os de arrastão e os ajuntam em suas redes; e que eles oferecem sacrifícios às suas redes e queimam incenso a elas. Ele então concluiu seu questionamento perguntando, "Acaso, continuará, por isso, esvaziando a sua rede e matando sem piedade os povos?" (v. 17).

3. Põe-Se de Pé e Observa para Ver o que Jeová Falará a Ele

Depois de fazer seu questionamento a Jeová, o profeta se levantou e observou para ver o que Jeová falaria a ele e o que Ele responderia a respeito da sua reclamação (2:1).

B. A Resposta de Jeová ao Profeta

Em 2:2-20 nós temos a resposta de Jeová ao profeta.

1. Diz a Ele que Escrevesse a Visão

Em Sua resposta ao profeta, Jeová lhe disse que escrevesse a visão, (a respeito do julgamento de Deus sobre os Caldeus) e gravasse-a claramente em tábuas, de forma que pudesse ler até quem passasse correndo (v. 2).

2. A Visão Ainda Está para Se Cumprir

Jeová continuou a dizer que a visão (a respeito do Seu lidar com os Caldeus) estava, contudo para cumprir-se no tempo determinado, e que se apressa para o fim e não falhará. Embora ela tardasse, o profeta deveria esperar por ela; pois ela seguramente viria; não tardaria (v. 3).

3. Os Caldeus São Expelidos, Sua Alma Não É Reta Neles, mas o Justo Vive pela Sua Fé

No versículo 4a Jeová disse que os Caldeus seriam expelidos e que a sua alma não era reta neles. Seguramente seria razoável e justo Jeová julgá-los.

Dos livros dos Profetas Menores, somente Habacuque nos mostra a salvação eterna de Deus aos pecadores. Este assunto é revelado em 2:4b: "Mas o justo viverá pela sua fé". O apóstolo Paulo citou esta palavra três vezes no Novo Testamento (Rm 1:17; Gl 3:11; Hb 10:38). Aqui, viver significa ter vida e viver.

109

De acordo com o pano de fundo de Habacuque, ambos Israel (o eleito de Deus) e os Caldeus (as nações) estavam debaixo do julgamento de Deus. Debaixo do julgamento de Deus todos os pecadores, quer seja judeus ou gentios, estão destinados a morrer (Rm 6:23). Como os pecadores podem escapar do julgamento de Deus e serem salvos eternamente? A única maneira para os pecadores obter a salvação eterna de Deus é crer na corporificação de Deus, Cristo, para que possam se tornar justos e serem justificados para ter vida e viver.

A salvação eterna de Deus não é meramente salvar nosso corpo de sofrer, mas salvar todo o nosso ser — espírito, alma e corpo — para a eternidade (1Ts 5:23). A maneira para nós recebermos tal salvação é crer em Cristo de forma que possamos ser justificados por Deus e assim possamos ser qualificados para ter vida, a vida eterna, a vida divina, e viver por esta vida (Rm 3:24; 5:1-2; Ef 2:8). Este é o evangelho do Novo Testamento num livro profético do Antigo Testamento.

110

Sobre Habacuque (2)

CRISTO COMO O FATOR QUE UNE EM MIQUÉIAS, JONAS E HABACUQUE E A BÍBLIA COMO A REVELAÇÃO DIVINA DADA PELO FALAR DE DEUS POR MEIO DO

HOMEM

Leitura bíblica: Miquéias 5:2; Jonas 1:17; Habacuque 2:4

Na mensagem anterior nós abordamos a palavra introdutória, o primeiro diálogo entre o profeta e Jeová, e a primeira parte do segundo diálogo entre eles, e na próxima mensagem nós abordaremos a segunda parte deste diálogo e o cântico do profeta a Jeová. Nesta mensagem, que é uma inserção, tenho o encargo de falar uma palavra sobre dois assuntos: Cristo como o fator que une nos livros de Miquéias, Jonas e Habacuque, e a Bíblia como a revelação divina dada por Deus por intermédio do homem.

CRISTO COMO O FATOR QUE UNE EM MIQUÉIAS, JONAS, E HABACUQUE

Aparentemente, os livros de Miquéias, Jonas e Habacuque estão separados e não estão unidos por nada. Porém, se entrarmos nos conteúdos intrínsecos destes três livros, nós veremos que há um fator que une e que este fator que une é Cristo.

A Origem e o Nascimento de Cristo

Miquéias 5:2 diz, "E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Aqui vemos que Cristo é o Eterno; Sua origem está na eternidade. Mas um dia Ele nasceu como um homem em Belém. Portanto, aqui nós temos a origem e o nascimento de Cristo.

A Morte e a Ressurreição de Cristo

Jonas 1:17 diz, "Jeová preparou um grande peixe para engolir Jonas, e Jonas esteve no estômago do peixe por três dias e três noites." Aqui Jonas é um tipo de Cristo, que morreu, que esteve no coração da terra três dias e três noites, e que então foi ressuscitado (Mt 12:40-41). Assim, no tipo de Jonas, nós vemos a morte e a ressurreição de Cristo.

O Justo Viverá pela Sua Fé

No livro de Jonas, a salvação de Jeová foi trazida para a cidade mais maligna dos gentios por meio da pregação do profeta. Hoje a salvação de Deus veio a nós por meio da pregação do evangelho. Temos recebido e aplicado a salvação de Deus pela fé. É isto que é mencionado no único versículo dourado no livro de Habacuque, 2:4: "O justo viverá pela sua fé". Por fé nós temos recebido a salvação que estava preparada, completada e consumada pela vinda de Cristo, e como resultado nós somos agora crentes que constituem o Corpo de Cristo. Por fim, esses crentes que são os vencedores estarão com Cristo quando Ele vier para derrotar Seus inimigos e estabelecer Seu reino na terra.

A Necessidade de Ver Algo Intrínseco

Desse antecedente podemos ver que Cristo é o fator que une nos Profetas Menores. Nós vimos a Sua origem, Seu nascimento, Sua morte e ressurreição. Nós temos também visto que por meio da Sua ida depois da ressurreição, a salvação completa de Deus veio a nós e que a temos recebido pela fé.

111

Considerando que podemos ver Cristo como o fator que une, as pessoas mundanas veem somente o fator consumidor (os gafanhotos) e o fator sofredor (Israel). Por vinte e sete séculos Israel tem sofrido sob a opressão dos gafanhotos cortador, migrador, devorador e destruidor (Jl 1:4). Os jornais estão cheio de relatórios sobre os gafanhotos e Israel. Precisamos ver algo mais do que é informado nos jornais. Precisamos ver algo intrínseco. Isto significa que precisamos ver que Cristo, o Eterno, veio em Sua encarnação, crucificação e ressurreição e que Sua vinda continua ainda hoje à medida que mais crentes são acrescentados a Ele. Podemos comparar a Sua vinda ao movimento de um trem que faz várias paradas de forma que mais mercadorias possam ser carregadas para dentro dele. Cristo é o "trem" e nós somos os "bens" que estão Nele. Por fim, este trem com seus bens alcançará seu destino.

A BÍBLIA COMO A REVELAÇÃO DIVINA DADA PELOFALAR DE DEUS POR MEIO DO HOMEM

A Bíblia é a revelação divina dada por meio do falar de Deus. Sobre isto, precisamos perceber que não é fácil Deus falar diretamente com os seres humanos. No Antigo Testamento a encarnação não tinha sido, contudo realizada; entretanto, Deus sabia que Ele pretendia se tornar um homem. Sua encarnação foi o primeiro passo de todos os Seus movimentos, e Deus estava se antecipando a isto. O princípio de acordo com a revelação divina é que Deus não faria nada diretamente, mas faria tudo por meio do homem, com o homem, e no homem.

Transferido de Adão para Cristo

A questão de Deus estar no homem não é visto claramente no Antigo Testamento, mas no Novo Testamento, especialmente começando de João, há frases como em Mim (14:20) e permanecei em Mim (15:4). Nós cremos no Senhor Jesus (3:16), e agora estamos Nele. Antes de crer nós estávamos fora de Cristo; nós estávamos em Adão. Mas um dia nós fomos transferidos de Adão para Cristo, a corporificação do Deus Triúno. Agora somos pessoas em Cristo. Infelizmente, não muitos cristãos percebem que os cristãos genuínos, vivos, são aqueles que estão de fato e de maneira prática em Cristo. A importância de estar em Cristo é enfatizada por Paulo em suas Epístolas onde, especialmente em Efésios, a curta frase em Cristo é tão usada frequentemente.

A Forte Ênfase no Antigo Testamento

No Antigo Testamento é difícil encontrar um caso que prove que o povo de Deus são aqueles que foram transferidos para dentro do Deus Triúno. Não obstante, em cada um dos livros dos profetas, onde quer que eles falem a respeito de Cristo, essa é a forte ênfase desse livro. Por exemplo, a forte ênfase do livro de Joel não são os gafanhotos, mas o derramamento do Espírito consumado. De fato, essa é a ênfase de todo o Antigo Testamento, pois o derramamento do Espírito é a compreensão prática de Cristo que é o Espírito vivo, composto, consumado, que dá vida, que habita interiormente. Este Cristo é o próprio Deus Triúno, consumado pelos processos de encarnação, viver humano, morte, ressurreição e ascensão. Mas isto não é tudo. Seguindo a Sua ascensão, Seu ser é derramado, Sua vinda, para habitar no homem e mesclar-Se com o homem. Essa mescla implica a santificação disposicional, renovação, transformação, conformação, amadurecimento e glorificação. Por fim, essa mescla nos faz um com a pessoa divina do Deus Triúno processado, cuja corporificação é Cristo e cuja realidade é o Espírito. Hoje este Espírito é Aquele que é todo-inclusivo habitando em nós, movendo em nós, nos ungindo, e mesclando conosco.

112

O Núcleo, a Parte Intrínseca, do Antigo Testamento

Cristo é revelado no Antigo Testamento pelos tipos, as profecias, os escritos históricos e os Salmos. Os tipos de Cristo, as profecias a respeito de Cristo, e os escritos históricos não precisam ser purificados, mas nós temos que estudar os Salmos de maneira purificadora. Entre os primeiros quarenta e um salmos, apenas sete apresenta uma revelação clara de Cristo (Sl 2, 8, 16, 22-24, 40). O salmo 1 é bom, mas é bom de acordo com o conceito natural. Contudo, este salmo é necessário, pois sem ele, como a beleza do salmo 2 poderia ser manifestada?

Vamos usar uma laranjeira como ilustração. Para crescer, uma laranja precisa não somente da sua casca, mas também de toda árvore com as raízes, o tronco, os galhos e as folhas. Porém, nenhum destes deve ser comido. Na verdade, para comer ou beber, a única coisa que precisamos é o suco da laranja. Esta ilustração aponta para algo crucial relacionado ao desfrute de Cristo, o comer de Cristo. Para ver Cristo em realidade, nós precisamos de todos os cento e cinquenta salmos, mas para desfrutar Cristo, alimentar de Cristo, precisamos entrar na revelação de Cristo nos Salmos.

A Bíblia é o falar divino, mas este falar divino não é algo que veio diretamente do próprio Deus. Este falar é através de Deus por meio homem. Por exemplo, Deus encarregou Davi de falar o que está no salmo 2, mas por Davi estar cheio de opiniões e conceitos e porque ele amava a lei ao máximo, ele falou o salmo 1. Ele adicionou algo por conta própria. Hoje quando vamos à Bíblia, nós podemos não saber o que é a mensagem real e o que é adição humana. Esta pode ser nossa situação quando vamos aos Profetas Menores. Nestes livros há alguns conceitos humanos. Quando Jonas ficou bravo com Deus e discutiu com Ele, ele estava expressando o seu próprio conceito humano. O ponto vital aqui é que considerando que a Bíblia como um todo é a revelação divina, é o núcleo, a parte intrínseca, que é boa para comer e beber para nos nutrir.

113

Sobre Habacuque (3)

O SEGUNDO DIÁLOGO ENTRE O PROFETA E JEOVÁ E O CÂNTICO DO PROFETA A JEOVÁ

Leitura bíblica: Habacuque 2:5-3:20

Nesta mensagem continuaremos a considerar o segundo diálogo entre o profeta e Jeová e então continuar a considerar o cântico do profeta a Jeová.

4. Cinco Calamidades para os Caldeus

Depois do questionamento do profeta a Jeová (1:12-2:1), Jeová respondeu para Habacuque (2:2-20), revelando Seu julgamento sobre os Caldeus (vv. 5-20). Na Sua resposta ao profeta, Jeová falou a respeito das cinco calamidades para os Caldeus.

a. A Primeira Calamidade

Primeiro, por terem os Caldeus saqueado muitas nações, os Caldeus seriam saqueados e seria feito despojo para as nações (vv. 5-8). Depois apenas de setenta anos, Deus recompensou a Babilônia. Enquanto o rei, o neto de Nabucodonosor, estava festejando no seu palácio usando os utensílios do templo de Deus, ele viu a visão da escritura na parede (Dn 5). Naquela mesma noite, Dario o Medo derrotou a Babilônia e matou o rei.

b. A Segunda Calamidade

Segundo, Jeová julgou os Caldeus por causa dos bens mal adquiridos para suas casas por meio de violência, pecando contra a própria alma deles (vv. 9-10). Como resultado desse julgamento, a pedra clamaria da parede das suas casas e a viga responderia do madeiramento (v. 11).

c. A Terceira Calamidade

Terceiro, os Caldeus receberia a justa recompensa por edificar cidades por meio de matança e estabelecê-las por meio de iniquidade (v. 12). Vinha de Jeová que os povos labutassem pela vaidade e que a terra fosse enchida do conhecimento da glória de Jeová como as águas cobrem o mar (vv. 13-14). Isto é misterioso. Enquanto todas essas coisas estivessem acontecendo, algo particular, algo misterioso estaria acontecendo na terra — a terra seria enchida do conhecimento da glória de Jeová.

d. A Quarta Calamidade

Quarto, por terem os Caldeus feito seus companheiros beberem bebidas com veneno para olhar a nudez deles e cometer violência, destruição, e derramamento de sangue às suas cidades, eles seriam fartos de opróbrio, com o cálice da mão direita de Jeová e com desgraça sobre a sua glória (vv. 15-17).

e. A Quinta Calamidade

Quinto, os Caldeus faziam ídolos esculpidos, ídolos fundidos, e os ídolos mudos e diziam a eles, "Acorda!" e "Desperta!" Então, eles seriam enganados pelos ídolos e não obteriam nenhum proveito (vv. 18-19). O versículo 20 conclui, "Jeová, porém está no seu santo templo; cale-se diante Dele, toda a terra!"

114

IV. O CÂNTICO DO PROFETA A JEOVÁ

Habacuque 3:1-19 é o cântico do profeta a Jeová.

A. Na Oração

Primeiro, nós temos o cântico do profeta em forma de oração (vv. 1-2). Em sua oração ele pediu a Jeová que avivasse a Sua obra no decorrer dos anos (vv. 1-2a), e ele Lhe pediu que a fizesse conhecida e que se lembrasse da misericórdia na ira.

B. No Louvor

No louvor, o profeta louvou a Deus na sua majestade e esplendor (vv. 3-4), no seu terrível julgamento sobre as nações (vv. 5-12), e na Sua salvação do Seu povo e do Seu ungido (vv. 13-15).

C. Na Confiança em Jeová

Nos versículos de 16 a 19 o profeta declara sua confiança em Jeová.

1. O Profeta Treme no Seu Intimo

O versículo 16a diz que o profeta, depois de ouvir a voz de Jeová, tremeu em seu intimo, à Sua voz seus lábios tremerem e a podridão entrou em seus ossos. O que Habacuque está escrevendo aqui é muito poético.

2. O Profeta Espera pelo Dia da Angústia

No versículo 16b o profeta continuou a dizer que ele tinha que esperar em silêncio pelo dia da angústia, quando os Caldeus, aqueles que atacariam (ou invadiriam) Israel, viria contra o povo.

3. O Profeta Exulta em Jeová e Se Alegra no Deus da Sua Salvação, e Jeová o Senhor É a Sua Força

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar nos lugares altos" (vv. 17-19a). Estes versículos indicam que numa época de escuridão, uma época quando não havia nada, Habacuque confiava em Jeová.

Todos estes versículos parecem muito bons, mas a maior parte deles expressa o conceito natural de Habacuque, sem muita revelação de Cristo. Até mesmo o conceito de Habacuque de confiar em Jeová durante uma época de necessidades era natural. Não há nenhuma comparação entre estes versículos e os escritos de Paulo. O conceito de Paulo era diferente. Quando ele estava com problemas, ele orou três vezes, mas o Senhor disse a ele que não removeria o espinho e que a Sua graça era suficiente para ele (2Co 12:7-10). Quando Paulo esteve com escassez de comida, ele não confiou no Senhor do modo como Habacuque fez; antes, ele aproveitou a oportunidade para jejuar. De certo modo, ele não precisou confiar no Senhor, porque ele já estava no Senhor, e o Senhor estava nele. Além disso, em vez de tentar guardar a lei, ele viveu Cristo (Gl 2:20; Fp 1:21a).

Considerando que muitos cristãos apreciam versículos tais como Habacuque 3:17-19a, nós precisamos ser trazidos para um outro reino, o reino de Cristo. Estes versículos não estão

115

de acordo com a revelação divina a respeito de Cristo, mas de acordo com o conceito natural, humano e religioso do profeta. Se formos trazidos para o reino de Cristo, nós não apreciaremos o pensamento natural, religioso expressado em muito do Antigo Testamento. Antes, aprecia-remos a revelação divina na Palavra. Além disso, em vez de "confiar" no Senhor como Habacuque fez, nós veremos que a questão crucial não é confiar, mas perceber que estamos em Cristo e que Cristo está em nós.

Em nossa leitura do livro de Habacuque, não devemos apreciar essas coisas que se encaixam ao nosso conceito natural, religioso, mas não estão de acordo com a revelação divina. É por isso que enfatizo o fato de que a única questão que precisamos apreciar em Habacuque é encontrada em 2:4b — o justo terá vida e viverá pela fé.

Mais de sessenta anos atrás eu li algo do Irmão Nee que dizia que era errado orar e pedir ao Senhor que nos ajudasse. Naquele momento eu não entendi o que ele quis dizer. Porém, eu aprendi por experiência que a única oração que me dá alegria é esta: "Louvado Seja, Senhor. Tu és um comigo. Independente de quão fraco e pobre eu seja, eu estou em Ti e Tu estás em mim." Mas suponhamos que eu ore, "Senhor, eu ainda preciso de Sua ajuda. Eu sou fraco e pobre, e eu não tenho nada. Eu Te peço que venhas para me ajudar.” Se eu orasse dessa maneira, a alegria teria ido embora.

No que diz respeito à oração, nós devemos tomar Paulo como nosso exemplo, não Habacuque. Paulo não orou por coisas comuns. Pelo contrário, ele orou para que "o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, pudesse conceder a você um espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento Dele" (Ef 1:17). Todos nós precisamos ter nossa visão elevada.

D. O Cântico É para o Mestre da Música

A última parte de versículo 19 diz que o cântico do profeta é para o mestre de musica, com os instrumentos de cordas do profeta.

116

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE

SSSOOOFFFOOONNNIIIAAASSS

© Witness Lee

117

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE SSSOOOFFFOOONNNIIIAAASSS

Sobre Sofonias

O JULGAMENTO DE JEOVÁ E SALVAÇÃO

Leitura bíblica: Sofonias 1-3

Nesta mensagem consideraremos o livro de Sofonias. A revelação neste livro é muito simples e diz respeito a dois assuntos — O julgamento de Jeová e a Sua salvação.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

Sofonias 1:1 é a palavra introdutória.

A. O Significado do Nome Sofonias

O nome Sofonias em hebraico significa "o SENHOR escondeu" ou "o SENHOR aprecia", provavelmente significando ser escondido por Jeová como o Seu tesouro no dia da Sua ira (2:3). No dia da ira de Deus, nós precisamos ser o Seu tesouro oculto.

Em 1:1 é-nos dito que Sofonias era "filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias". Como um descendente de Ezequias, um bom rei, Sofonias era um descendente real. Um dos antepassados dele era outro bom rei, Josias.

B. O Tempo do Ministério de Sofonias

O tempo do ministério de Sofonias foi aproximadamente 630 a.C., na época de Habacuque e Jeremias, não muito antes do começo do cativeiro babilônico.

C. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do ministério de Sofonias era Judá.

D. O Objetivo do Seu Ministério

O objetivo do seu ministério era o território de Judá e Jerusalém, a capital de Judá.

E. O Tema

O tema da profecia de Sofonias é o julgamento de Jeová sobre Israel e sobre as nações e a Sua salvação para os gentios e para Israel. Jeová julga Israel como também as nações, e Ele salva as nações como também a Israel. O Seu julgamento e a Sua salvação são universais.

O julgamento de Jeová sobre Israel e sobre as nações e a Sua salvação para os gentios e para Israel tem uma ordem particular. Seu julgamento é primeiramente sobre Israel e então sobre as nações, mas a Sua salvação é primeiramente aos gentios e então para Israel. Hoje milhares de gentios têm sido salvos, mas muito poucos entre os milhões de judeus foram salvos. Na economia de Deus, esta é a era para a Sua salvação ir para os gentios.

F. O Pensamento Central

O pensamento central de Sofonias é que Jeová é as sentenças e a salvação de Deus tanto para Israel quanto para as nações, resultando em Seu reinado no meio de Israel (3:15b) e nos cânticos e regozijos de Israel na restauração deles (3:14).

118

G. A Revelação a Respeito de Cristo

Neste livro a revelação a respeito de Cristo é sobre Ele ser o Rei de Israel no meio da restauração deles (3:15).

H. As Seções

O livro de Sofonias tem três seções: a palavra introdutória (1:1); o julgamento de Jeová (1:2-3:8), incluindo o Seu julgamento sobre Israel (1:2-2:3; 3:1-7) e sobre as nações (2:4-15; 3:8); e a salvação de Jeová (3:9-20) para os gentios (v. 9) e para Israel (vv. 10-20).

II. O JULGAMENTO DE JEOVÁ

Vamos agora continuar a considerar a questão do julgamento de Jeová.

A. Sobre Israel

1. Jeová Corta Fora o Mau

No Seu julgamento sobre Israel, Jeová consumirá os homens, os animais, as aves do céu, e os peixes no mar, as ofensas e os perversos, o mau, o resto de Baal, os adoradores de ídolos, os ministradores de ídolos com os sacerdotes, os adoradores do exército do céu, os adoradores de Milcom, e aqueles que retrocederam em buscar Jeová (1:2-6).

2. Jeová Prepara Jerusalém com Seus Príncipes

No Seu julgamento sobre Israel, Jeová também prepararia Jerusalém com seus príncipes, os filhos do rei, todos os que trajam vestiduras estrangeiras, e todos aqueles que cometem violência e engano, como Seu sacrifício, e Ele chamaria os Caldeus a quem Ele tinha santificado, para vir e comer o seu sacrifício saqueando a riqueza de Jerusalém e devastando as casas e os vinhedos em Jerusalém (vv. 7-13). Deus tinha preparado Seu eleito pecador como Seu sacrifício para oferecer ao exército invasor dos Caldeus (Ez 39:19-20; Jr 25:9). O exército dos Caldeus, como os gafanhotos cortador, migrador, devorador e destruidor, destruiriam Israel, e essa destruição seria eles comer do sacrifício.

3. O Grande Dia de Jeová Está Próximo

Nos versículos de 14 a 18 o profeta disse que o grande dia de Jeová estava próximo. Este seria um dia de indignação, um dia de alvoroço e desolação, e um dia de destruição e ruína, um dia de trevas e escuridão, um dia de nuvens e densas trevas, e um dia de trombeta e rebate contra as cidades fortalecidas e as torres altas. Jeová traria angústia sobre as pessoas de forma que elas caminhariam quase como cegos. O sangue deles seria derramado como o pó, e as suas entranhas como esterco. Nem a prata nem o ouro deles poderiam livrá-los. Toda a terra seria devorada pelo fogo da ira e do zelo de Jeová, porque Ele faria uma destruição total e repentina, de todos os habitantes da terra.

4. A Advertência do Profeta ao Povo Sem Pudor de Israel

Em 2:1-3 nós temos a advertência do profeta ao povo sem pudor de Israel.

a. Adverte-Os a Se Congregarem para Se Arrependeram a Jeová

"Concentra-te, e examina-te, ó nação que não tens pudor, antes que saia o decreto, pois o dia se vai como a palha; antes que venha sobre ti o furor da ira do SENHOR; sim, antes que

119

venha sobre ti o dia da ira do SENHOR” (vv. 1-2). Aqui o profeta disse que antes que o furor da ira de Jeová viesse sobre eles, eles deveriam se congregar para se arrepender a Jeová.

b. Advertindo-Os a Buscar Jeová, Justiça e Mansidão

"Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura lograreis esconder-vos no dia da ira do SENHOR” (v. 3). Aqui o profeta os adverte a buscar Jeová, buscar justiça, e buscar mansidão de forma que eles sejam escondidos no dia da ira de Jeová.

5. A Degradação de Jerusalém na Época do Profeta

Em 3:1-7 o profeta fala a respeito da degradação de Jerusalém na sua época. Essa degradação foi a causa de Deus vir para julgar, corrigir e castigá-los.

B. Sobre as Nações

O julgamento de Jeová sobre as nações incluiria o Seu julgamento sobre os Filisteus (2:4-7), sobre Moabe e Amon (vv. 8-11), sobre os Etíopes (v. 12), sobre a Assíria (vv. 13-15), e sobre todas as nações (3:8).

III. A SALVAÇÃO DE JEOVÁ

Em 3:9-20 nós temos uma palavra a respeito da salvação de Jeová para os gentios e para Israel.

A. Para os Gentios

Na Sua salvação aos gentios, Jeová, na época da restauração, “mudará o idioma dos povos, para um idioma puro" (v. 9). Mudar o idioma de um povo é mudar a cultura dele porque a cultura está misturada com o idioma. O idioma original de qualquer povo é sujo e impuro. Mas na Sua salvação Deus mudará o idioma dos povos em um idioma puro. Quando o idioma de um povo se torna puro, isto indica que esse povo foi salvo completamente.

B. Para Israel

Nos versículos de 10 a 20 o profeta fala a respeito da salvação de Jeová a Israel. A Sua salvação para Israel é para que Cristo seja o Rei de Israel. Nestes versículos primeiro nós vemos a libertação de Jeová (vv. 10-13, 15-20) e então os cânticos e o regozijo de Israel (v. 14).

120

EEESSSTTTUUUDDDOOO VVVIIIDDDAAA

DDDEEE AAAGGGEEEUUU

Witness Lee

121

A EDIFICAÇÃO DA CASA DE JEOVÁ

EM RELAÇÃO À PROSPERIDADE DE ISRAEL E A VINDA DO MESSIAS

Leitura Bíblica: Ag 1-2

Nesta mensagem abordaremos o livro de Ageu, um livro que está relacionado com a edificação da casa de Jeová em relação ao bem-estar de Israel e a vinda do Messias.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA Ageu 1:1 é a palavra introdutória.

A. O Significado do Nome Ageu O nome Ageu em Hebraico significa “Minha festa” ou “a festa de Jeová”, significando

que Ageu o profeta, que tinha nascido no cativeiro em Babilônia esperava voltar do cativeiro para que as festas de Jeová pudessem ser restauradas.

B. O Tempo do Ministério de Ageu

A época do ministério de Ageu foi em 520 A.C., na época de Zacarias (Ed 5:1).

C. O Lugar do Seu Ministério

O lugar de seu ministério foi em Jerusalém.

D. O Objetivo do Seu Ministério

O objetivo de seu ministério era os Israelitas que retornaram.

E. O Tema

O tema da profecia de Ageu é o relacionamento de Jeová com os cativos que voltaram para a edificação de Sua casa.

F. O Pensamento Central

O pensamento central do livro de Ageu é que a edificação da casa de Jeová está relacionada à prosperidade do povo de Deus hoje e a vinda do reino milenar com seu Messias na era da restauração. No Antigo Testamento a casa de Deus, ou o templo, era um tipo primário de Cristo como a casa de Deus individualmente, e então da igreja, o Corpo, o Cristo expandido, como a casa de Deus corporativamente. Assim, devemos considerar que Ageu se refere a nós, desde que sejamos a realidade do tipo. O relacionamento de Jeová com os cativos que voltaram tipifica Seu relacionamento conosco na restauração.

G. A Revelação Concernente à Cristo

A revelação concernente à Cristo no livro de Ageu aborda dois assuntos.

1. Cristo É o Desejado de Todas as Nações

Primeiro, esse livro revela Cristo como sendo o Desejado de todas as nações (2:7).

122

2. A Vinda de Cristo Como o Messias na Era Vindoura

Segundo, esse livro revela a segunda vinda de Cristo como o Messias (tipificado por Zorobabel o governador) na era vindoura (2:23).

H. As Seções

Ageu tem três seções: a palavra introdutória (1:1); a repreensão de Jeová e a exortação

em relação à demora da edificação de Sua casa (1:2-15); e a profecia relacionada à casa de Jeová no milênio e a promessa do Messias no reino vindouro (2:1-23). II. A Repreensão de Jeová e o Encargo Concernente ao Atraso na Edificação de Sua Casa

A. A Repreensão de Jeová

Em 1:2-6, 9-11 temos a repreensão de Jeová.

1. A Desculpa do Povo

“Assim fala Jeová dos exércitos: Este povo diz: Não é o tempo de chegarmos nós, o

tempo de se edificar a casa de Jeová” (v. 2). Aqui temos a desculpa do povo por demorar a reconstruir a casa de Jeová. Sua desculpa era que o tempo não havia chegado para que a casa de Jeová fosse edificada.

2. A Pergunta de Jeová

A desculpa do povo foi seguida pela pergunta de Jeová. “Então veio a palavra de Jeová

por intervenção do profeta Ageu, dizendo: Acaso é tempo de habitardes vós nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica desolada?” (vv. 3-4). Eles estavam cuidando de suas casas, não da casa de Jeová, então Ele veio para perguntar-lhes sobre a Sua casa.

3. O Procedimento de Jeová Com os Cativos Auto-Centrados e Negligentes

de Deus que Retornaram

Nos versículos 5, 6 e de 9 a 11 temos o procedimento de Jeová com os cativos auto-centrados e negligentes de Deus.

a. Encarregando-Os a Considerar os Seus Caminhos

Em Seu procedimento, a primeira coisa que Jeová fez foi encarregar o povo a considerar seus caminhos (v. 5).

b. Disse-Lhes que Tinham Semeado Muito, mas Recolhido Pouco

Jeová mostrou que os cativos que voltaram tinham semeado muito, mas recolhido

pouco; que tinham comido e tinham bebido, mas sem satisfação; que tinham se vestido, mas sem se aquecer; e que tinham ganho salários para meter em um saco furado (v. 6). Isso indica que se nós não temos o coração para cuidar da casa de Deus para Sua satisfação, não importa o quanto comemos ou bebemos ou quão bem nos vestimos, não existirá satisfação. Se negligenciarmos a igreja, não teremos verdadeiro desfrute ou satisfação.

123

c. Dizendo Que Eles Esperavam Muito e Eis que Veio a Ser Pouco

No versículo 9 Jeová continuou dizendo que eles esperavam muito, mas eis que veio a ser pouco. Quando eles o traziam para casa, Ele o soprava por causa de Sua casa que estava desolada, enquanto que cada um corria para a sua própria casa. Portanto, por causa de vós é que os céus têm retido o orvalho, e a terra tem retido o seu fruto (v. 10). Mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz, e sobre os homens, e sobre os animais e sobre todo o trabalho manual (v. 11).

A palavra “correis” indica que o povo estava ocupado cuidando de suas próprias casas. Hoje alguns santos estão tão ocupados com suas próprias casas que não têm tempo para freqüentar às reuniões. Ao considerarmos isso, precisamos perceber que em todo o universo não existe a neutralidade. Devemos ser absolutos. Devemos primeiro cuidar de nossas casas ou cuidar primeiro da casa de Deus. Minha questão aqui é que precisamos reservar algum tempo pelos interesses do Senhor. Quantos pecadores estão esperando pela nossa visita? Quantos santos, especialmente os mais jovens, estão esperando pelo nosso cuidado e nutrimento? Podemos nos desculpar hoje, mas precisamos considerar como responderemos ao Senhor Jesus quando Ele voltar. Podemos ter muitos parentes que não são salvos. Eles não ser salvos pode ser culpa nossa, não deles. Nesse caso, quando o Senhor vier ajustar contas conosco (Mt 25:19), Ele nos reprovará certamente. Tem sido difícil para nós obtermos um aumento, não principal-mente por causa de nosso ambiente, mas por causa de nossas desculpas.

B. O Encargo de Jeová

Em Seu encargo Jeová disse ao povo para considerar os seus caminhos e subir ao

monte e trazer madeira e edificar a casa, e Ele se deleitaria e seria glorificado (Ag 1:7-8). Hoje, nossa pregação do evangelho é nosso ajuntamento de material para a edificação da casa de Deus.

C. A Resposta do Povo

Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o sumo sacerdote, Josué, filho de Jeozadaque, juntamente com todo o resto do povo, obedeceram à voz de Jeová seu Deus, e às palavras do profeta Ageu, assim como Jeová seu Deus o enviara; e o povo temeu diante de Jeová (v. 12). Então falou Ageu, embaixador de Jeová, na mensagem de Jeová ao povo, dizendo: Eu sou convosco, diz Jeová” (v. 13). Jeová suscitou o espírito do governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e o espírito do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e o espírito de todo o resto do povo; eles vieram e trabalharam na casa do seu Deus, Jeová dos exércitos, aos vinte e quatro dias do mês, no sexto mês, no segundo ano do rei Dario (vv. 14-15). Que resposta maravilhosa!

Espero que todos os amados santos estejam ocupados saindo para visitar as pessoas e contatando seus parentes, companheiros de classe e colegas para o evangelho. Todos os santos devem estar ocupados pelo Senhor Jesus na pregação do evangelho, alimentando os novos crentes e cuidando de outros. Espero que com respeito a isso toda a atmosfera e ambiente entre nós sejam revolucionados.

III. A PROFECIA CONCERNENTE À CASA DE JEOVÁ NO MILÊNIO E A PROMESSA

CONCERNENTE AO MESSIAS NO REINO VINDOURO

124

Ageu 2:1-23 é a profecia concernente à casa de Jeová no milênio e a promessa do Messias no reino próximo.

A. A Profecia Concernente à Casa de Jeová no Milênio, como um Encorajamento à Edificação da Casa de Jeová na Época de Zorobabel

Nos versículos de 1 a 9 o profeta Ageu foi encarregado de falar ao povo sobre a casa de

Jeová. “Pois assim diz Jeová dos exércitos: Ainda uma vez falta um pouco, e eu comoverei os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; e farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz Jeová dos exércitos. Minha é a prata, meu é o ouro, diz Jeová dos exércitos. A última glória desta casa será maior do que a primeira, diz Jeová dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz Jeová dos exércitos.” (vv. 6-9). Esta profecia com relação à casa de Jeová no milênio foi um encorajamento à edificação da casa de Jeová na época de Zorobabel.

O versículo 7 revela que Cristo é o Desejado de todas as nações. Aprecio a linha no hino de Charles Wesley que diz, “Venha, Desejado das nações, venha!” Cristo verdadeiramente é o Desejado de toda a humanidade. Todas as pessoas desejam ter vida, luz, paz, bondade e justiça, contudo elas não percebem que o que elas desejam é realmente Cristo. Cristo é vida, luz e paz. Se nós não O tivermos, não temos vida, luz, paz ou qualquer uma das virtudes humanas. Cristo é a realidade de toda virtude humana. Assim, desejar virtude é de fato desejar Cristo.

Conforme o arranjo de Deus na Sua criação do homem, as virtudes humanas, como amor, bondade, paciência e humildade, são para a expressão dos atributos divinos. É a intenção de Deus que os atributos do Seu ser sejam expressos por meio do homem em suas virtudes. Como ilustração disso, considere uma luva que é projetada na forma de uma mão humana. A mão é o conteúdo da luva, e a luva é a expressão da mão. Igualmente, as virtudes humanas são a “luva” para a expressão dos atributos divinos como a “mão.” Da mesma maneira que uma luva sem uma mão tem nenhum conteúdo, assim as virtudes humanas sem os atributos divinos não têm nenhuma realidade.

Gênesis 1:26 nos diz que Deus fez o homem à Sua própria imagem conforme a Sua semelhança. Não obstante, o homem estava vazio, tendo somente a forma exterior, mas não tendo Deus como seu conteúdo interior. Deus pretendia, portanto, que o homem criado à Sua imagem exercitasse sua vontade para escolher a Deus, representado pela árvore da vida, como seu conteúdo. Escolher Deus dessa maneira significa recebermos a vida de Deus com Seus atributos em nós para ser expressos por nós por meio de nossas virtudes. Por exemplo, um dos atributos de Deus é amor. Podemos dizer que esse amor faz parte da “mão” e que nossa virtude humana de amor faz parte da “luva.” Até mesmo os incrédulos têm um amor natural, humano. Claro que, eles não têm o atributo divino do amor. Como crentes, recebemos Deus como nossa vida, e como Ele vive dentro de nós, Seu atributo de amor é expresso por meio da virtude de nosso amor humano. Dessa maneira, Cristo se torna a realidade dessa virtude humana.

Hoje as pessoas em todos os lugares desejam vida, luz, amor, paciência e perseverança sem perceber que desejar essas virtudes é de fato desejar Cristo. Todas as pessoas, inclusive os incrédulos, desejam Cristo inconscientemente. Isso é o que significa dizer que Cristo é o Desejado de todas as nações. B. A Impureza do Povo e o Tratamento de Jeová com Eles e em Seguida Abençoando-os

Nos versículos de 10 a 19 o profeta falou sobre a impureza do povo e o tratamento de

Jeová com eles e em seguida os abençoando. A impureza aqui não era física, mas moral e

125

espiritual, envolvendo a relação deles com Deus. Uma vez a impureza fosse afastada, eles seriam abençoados por Deus.

C. A Promessa concernente ao Messias (Tipificado por Zorobabel) no Reino Vindouro

Finalmente, nos versículos de 20 a 23 temos a promessa do Messias (tipificada por

Zorobabel) no reino vindouro. Ageu foi encarregado de falar com Zorobabel, dizendo, “Fala a Zorobabel, governador de Judá: Eu comoverei os céus e a terra, subverterei o trono de reinos e destruirei a força dos reinos das nações; subverterei os carros e os que neles montam; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada de seu irmão. Naquele dia, diz Jeová dos exércitos, tomar-te-ei, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel, diz Jeová, e far-te-ei como um selo; porque te hei escolhido, diz Jeová dos exércitos.” (vv. 21-23). O fato de Jeová fazer Zorobabel como um anel de selar (v. 23) indica que Jeová considerava-o como Seu representante e que Ele o amava e confiava nele. Zorobabel era certamente tal pessoa. Ele representava Deus, e ele era amado por Deus e tinha Sua confiança.

Nessa questão Zorobabel é um tipo de Cristo, pois o selo de Deus foi dado a Cristo. Ele representa Deus, e Ele é Aquele a quem Deus ama e confia. Como tal uma pessoa, Ele está qualificado para cuidar da edificação da casa de Deus, a igreja.

126

ESTUDO-VIDA DE

ZACARIAS

Witness Lee

127

CONTEÚDO 1. Uma Palavra Introdutória 2. As Visões de Consolação e Promessa (1) 3. As Visões de Consolação e Promessa (2) 4. As Visões de Consolação e Promessa (3) 5. As Visões de Consolação e Promessa (4) 6. As Visões de Consolação e Promessa (5) 7. As Visões de Consolação e Promessa (6) 8. A Advertência a Israel para Voltar-se da Vaidade da Sua Religião Ritualística para a Realidade de uma Vida Piedosa, e o Desejo de Jeová de Restaurar Israel 9. As Profecias de Encorajamento (1) 10. As Profecias de Encorajamento (2) 11. As Profecias de Encorajamento (3) 12. As Profecias de Encorajamento (4) 13. As Profecias de Encorajamento (5) 14. As Profecias de Encorajamento (6) 15. Uma Palavra Com Respeito ao Espírito Humano e o Cristo Revelado em Zacarias

128

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM UM

UMA PALAVRA INTRODUTÓRIA

Leitura bíblica: Zc 1:1-6

Com esta mensagem começamos o Estudo-Vida de Zacarias.

I. O STATUS DE ZACARIAS

A. Neto de Ido e Filho de Berequias

Zacarias era neto de Ido e filho de Berequias (Zc 1:1). Em hebraico o nome Ido quer

dizer “em um tempo designado”; o nome Berequias quer dizer “Jeová abençoará”; e o nome Zacarias quer dizer “Jeová Se lembrará.” Enfim, o significado total dos três nomes Zacarias, Berequias e Ido é que num tempo designado Jeová abençoará e Jeová Se lembrará.

B. Nascido de uma Família Sacerdotal no Cativeiro e Se Tornando um Profeta Que Retornou a Judá

Zacarias nasceu numa família sacerdotal no cativeiro (Ne 12:1, 4, 12, 16). Ele foi

primeiro um sacerdote, e então se tornou um profeta. Ele retornou à Judá com Zorobabel no tempo do profeta Ageu em cerca de 520 a.C. (Esdras 5:1). Zacarias e Ageu encorajaram a edificação do templo de Deus sob as mãos de Zorobabel e Josué. Josué era o sumo sacerdote, representando o sacerdócio, e Zorobabel, um descendente da família real, era o governador de Judá, representando o reinado. Assim, o templo de Deus foi edificado por meio do reinado com o sacerdócio. Da mesma forma, na edificação da igreja como o Corpo de Cristo, tanto o sacerdócio quanto o reinado são necessários.

II. O TEMPO E O LUGAR DO MINISTÉRIO DE ZACARIAS

A época do ministério de Zacarias foi do segundo ano de Dario Histapes (1:1; Esdras 4

– 6; diferente tanto do Dario em Daniel 9:1; 11:1 quanto daquele em Neemias 12:22), até cerca de 518 a.C., o quarto ano de Dario (7:1).

III. A PALAVRA DE ABERTURA

O livro de Zacarias inicia com uma palavra de exortação aos filhos de Israel para voltar

a Jeová com a promessa de que Jeová Se voltará a eles (1:2-6). Eles tinham voltado da Babilônia para Jerusalém, mas provavelmente a maioria deles não tinha voltado ao SENHOR. O versículo 3 diz, “Tornai para mim, diz Jeová dos exércitos, e tornarei para vós, diz o SENHOR dos exércitos.” Aqui temos um princípio: primeiro temos que nos voltar ao Senhor, e então o Senhor Se voltará a nós.

IV. O OBJETIVO DA PROFECIA DE ZACARIAS

O objetivo da profecia de Zacarias é uma palavra amável de consolação de Jeová e a

promessa para Seu povo escolhido castigado que por meio da redenção de Cristo, que em Sua humilhação se tornou o Companheiro de seus sofrimentos no cativeiro deles.

129

V. O PENSAMENTO CENTRAL DA PROFECIA DE ZACARIAS

O pensamento central da profecia de Zacarias é que Jeová Se lembra de Seu povo castigado e simpatiza com eles em seu sofrimento da ação excessiva das nações, no levar a cabo a punição de Israel por Jeová. Deus usou as nações para punir Israel, porém as nações foram muito longe no levar a cabo a punição de Deus de Seus eleitos. Para o sofrimento de Israel pela Sua punição, Deus enviou Cristo como Seu Anjo para estar com eles e ir com eles por meio de seu cativeiro, que realizou uma excelente redenção para a sua salvação. Ele também levantou “ferreiros” para tratar com as nações que haviam tratado excessivamente com Israel (vv. 20-21). Por meio de Zacarias, um profeta da restauração, Deus deu a Seu povo castigado uma palavra amável de consolação e promessa, dizendo que Ele traria de volta, para seu próprio país, o Israel disperso, com a expectativa de um tempo de restauração e prosperidade (vv. 12-17; 2:1 – 4:14; 6:9-15; 8:1-23).

Nesse pensamento central há vários fatores importantes: A simpatia de Deus, a

redenção, a salvação, o Salvador, o Redentor e o Libertador. Por causa de Sua simpatia, Deus veio para consolar o povo a quem Ele tinha castigado. Nessa obra consoladora, Cristo foi enviado para cumprir a redenção para a salvação deles, fazendo de Cristo o Salvador deles como também o seu Redentor. Na redenção de Deus para salvação, Cristo é a centralidade. Cristo veio a primeira vez para resgatar o eleito de Deus ao ser crucificado e derramar Seu sangue. Sua segunda vinda não será para resgatar, mas para libertar o eleito de Deus das mãos do Anticristo e trazer um tempo de restauração e prosperidade. Assim Cristo é também o Libertador, fazendo de Cristo a universalidade. Neste único versículo vemos Cristo na cruz como o centro, e desse centro Cristo está Se espalhando para a circunferência. Essa é a universalidade de Cristo. Efésios nos diz que esse Cristo redentor que produziu o Corpo, a igreja, é Aquele que a tudo enche em todas as coisas (1:22-23). Ele seguramente é a centralidade e a universalidade no plano de Deus e na redenção de Deus.

VI. UMA COMPARAÇÃO ENTRE OS PROFETAS ISAÍAS, DANIEL E ZACARIAS

Precisamos fazer uma comparação entre os três profetas, Isaías, Daniel e Zacarias, em

duas questões: na economia de Deus para com Seu povo escolhido e em Cristo para o povo de Seu interesse.

A. Na Economia de Deus para com Seu Povo Escolhido

1. Em Isaías

No que diz respeito à economia de Deus para com Seu povo escolhido, Isaías revela que

todas as nações são para Seu povo escolhido quer seja de maneira positiva ou negativa. A verdadeira preocupação de Deus é por Israel, e todas as nações são utilizadas por Deus para o benefício de Israel, de maneira positiva ou negativa. Por exemplo, a Babilônia sob o governo de Nabucodonosor foi usada de maneira negativa, considerando que a Média-Pérsia governada por Ciro foi usada de maneira positiva. Ciro foi escolhido por Deus e era Sua alegria. Deus o considerou como o pastor do Seu povo no cativeiro deles.

2. Em Daniel

Todas as nações estão soberanamente debaixo do governo divino de Deus para Israel

ser a testemunha de Deus e testemunho na terra. Satanás usou Nabucodonosor para destruir

130

Judá e levar os judeus cativos para Babilônia. A intenção de Satanás era terminar o testemunho de Deus na terra com todas as Suas testemunhas. Mas ele não percebeu que entre esses cativos, Deus tinha quatro jovens vencedores. Tudo o que Satanás fazia, esses vencedores tinham uma maneira de se oporem a ela e anulá-la. Eles venceram a dieta demoníaca, a cegueira diabólica e a sedução de adoração de ídolo. Todos os dispositivos de Satanás somente resultaram no testemunho de Deus que foi fortalecido e engrandecido pelos Seus jovens vencedores. Por fim, a autoridade para governar a terra de Babilônia estava nas mãos de Daniel e seus três amigos.

3. Em Zacarias

Em Zacarias os procedimentos de todas as nações com Israel são para Israel

experimentar Cristo em sua ignorância. A preocupação de Deus por Israel é vista nos Seus procedimentos com todas as nações.

B. Em Cristo para o Povo do Interesse de Deus

1. Em Isaías

O livro de Isaías desvenda Cristo em muitos pontos, principalmente com respeito ao ser de Cristo, isto é, com respeito ao que Cristo é. Com relação à Cristo para com o povo do interesse de Deus, em Isaías vemos que Cristo é conduzido como Aquele que é todo-inclusivo para satisfazer as necessidades do Israel castigado e das nações julgadas. Deus é muito misericordioso em Seu procedimento não só para trazer Cristo para Israel, mas também para com as nações. Portanto, Cristo não só é o Salvador de Israel, mas também de todas as nações.

2. Em Daniel

O livro de Daniel revela que Cristo é Aquele que é excelente que veio para ser

crucificado para produzir a nova criação para unir-se a Ele como Sua noiva e que voltará com Sua noiva para dar fim ao governo humano e substituí-lo com o reino eterno de Deus. Em Daniel vemos que Cristo em Sua crucificação é o marco entre a velha e a nova criação de Deus. Em Sua aparição ao profeta, Ele era Aquele que é excelente e precioso para apreciação e expectativa do povo de Deus. Em Sua aparição aos poderes humanos na terra, Ele dará fim ao governo humano e se tornará o reino divino em toda a terra pela eternidade.

3. Em Zacarias

Em Zacarias vemos que Cristo como o Enviado de Deus é um com o sofrimento do povo de Deus para ser seu Redentor. Também vemos que na Sua humilhação Ele continua com eles por meio do seu sofrimento para ser seu Salvador de maneira perfeita e consoladora.

O livro de Zacarias não dá ênfase ao ser de Cristo ou Sua obra. Antes, revela Cristo como Aquele que foi enviado para Israel como seu Rei, de forma humilde, todavia Ele foi detestado, vendido, ferido, e transpassado, e, por meio disso, realizou a redenção para eles. Cristo como o Anjo do SENHOR estava com eles no seu cativeiro. Finalmente, Cristo lutará por Israel e será o Rei sobre toda a terra.

131

VII. AS SEÇÕES DESTE LIVRO

A. A Palavra Introdutória

A primeira seção do livro de Zacarias é a palavra introdutória em 1:1-6.

B. As Visões de Consolação e Promessa

A segunda seção de Zacarias consiste nas visões de consolação e promessa (1:7-6:15). Essas visões incluem a visão de um homem como o Anjo do SENHOR montando em um cavalo vermelho e parado entre as murteiras no fundo do vale (1:7-17); a visão dos quatro chifres e os quatro ferreiros (1:18-21); a visão de um homem com um cordel de medir em Sua mão (cap. 2); a visão de Josué o sumo sacerdote aperfeiçoado, estabelecido e fortalecido pelo Anjo do SENHOR com Zorobabel o governador de Judá (cap. 3); a visão do candelabro de ouro e duas oliveiras, uma à sua direita e a outra à sua esquerda (cap. 4); a visão do rolo volante (5:1-4); a visão do vaso de efa (5:5-11); a visão dos quatro carros (6:1-8); a palavra conclusiva para confirmar as oito visões por meio da coroação de Josué como um tipo de Cristo que edificará o templo de Deus e manterá os dois ofícios—o sacerdócio e o reinado—em paz no Seu trono (6:9-15).

C. A Advertência a Israel e o Desejo do SENHOR de Restaurar Israel

A próxima seção (caps. 7-8) consiste na advertência a Israel de voltar da vaidade de sua

religião ritualística à realidade de uma vida piedosa, e o desejo do SENHOR de restaurar Israel.

D. As Profecias de Encorajamento Centradas em Cristo

A última seção (caps. 9-14) abrange as profecias de encorajamento centradas em Cristo. Essas profecias incluem a profecia relacionada às nações ao redor de Judá em relação a Israel (cap. 9); a profecia relacionada à visitação amorosa do SENHOR a Israel (cap. 10); a profecia relacionada ao viver de Israel sob a opressão do império romano (cap. 11); e a profecia relacionada ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom, na salvação de sua casa, no milênio (caps. 12-14).

132

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM DOIS

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (1)

Leitura bíblica: Zc 1:7-21

Nesta mensagem consideraremos as duas visões de consolação e encorajamento em

1:7-21. Ambas as visões são fortes consolações com doces promessas de expectativa para o sofrimento o Israel.

I. A VISÃO DE UM HOMEM COMO O ANJO DO SENHOR MONTADO NUM CAVALO VERMELHO E PARADO ENTRE AS MURTEIRAS NO FUNDO DO VALE

A. Um Homem

O versículo 8a diz, “Tive de noite uma visão, e eis um homem montado num cavalo

vermelho.” Este Homem é Cristo em Sua humanidade. Para Daniel, esse Homem era excelente; para Zacarias, Ele era muito zeloso.

B. O Anjo do SENHOR

O Homem aqui é o Anjo de Jeová (v. 11a). O Anjo do SENHOR é o próprio SENHOR como o Deus Triúno (Êx 3:2a, 4-6, 13-15). O Anjo do SENHOR também é Cristo como a corporificação do Deus Triúno (Cl 2:9) e como o Enviado de Deus (Jo 5:36-38; 6:38-39). O Anjo do SENHOR também é o Anjo de Deus que escoltou e protegeu Israel no caminho deles do Egito para a terra prometida (Êx 23:20; 32:34; Jz 6:19-24; Is 63:9).

C. Montado num Cavalo Vermelho

O Homem nesta visão está montado num cavalo vermelho (Zc 1:8a). Em Apocalipse 6 o

cavalo vermelho representa guerra que sempre envolve matança, mas aqui o cavalo vermelho representa o mover rápido de Cristo em Sua redenção mediante o derramar do Seu sangue.

D. As Murteiras

O versículo 8b diz, “Ele estava parado entre as murteiras que estavam no vale; atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos.” Essas murteiras retratam o povo humilhado de Israel no seu cativeiro.

E. Permanecendo entre as Murteiras no Fundo do Vale Como Cristo estava montado num cavalo vermelho, Ele estava parado entre as

murteiras que estavam no fundo do vale. O estar parado de Cristo entre as murteiras que estavam no vale significa que Ele permaneceu fortemente entre o Israel capturado na parte mais baixa do vale em sua humilhação. O Israel capturado estava na mais baixa parte do vale, e Cristo estava pronto para fazer qualquer coisa por eles rápida-mente. Como Aquele sobre o cavalo vermelho, Cristo, o Redentor, era o Protetor de Israel, pronto para fazer qualquer coisa por eles rapidamente de modo a cuidar deles no cativeiro.

133

F. Atrás do Anjo do SENHOR, Havia Cavalos Vermelhos, Baios e Brancos

“Atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos” (v. 8c). Cristo estava montando num cavalo vermelho, e seguindo O estavam cavalos de três cores diferentes. Os cavalos de três cores diferentes indicam que a redenção de Cristo (o cavalo vermelho) conduz o Israel arrependido (os cavalos baios) para ser justificado e aceito rapidamente por Deus (os cavalos brancos). Embora eles fossem o povo redimido de Deus (os cavalos vermelhos), todavia, visto que eles não eram puros, eles são retratados também pelos cavalos baios (a cor baia indica mistura). A palavra vermelho indica redenção, e a palavra baio indica uma mistura. Eles precisam contatar Deus e serem tratados por Ele de modo a ganhar Deus e serem justificados por Ele, e assim tornarem-se aqueles retratados pelos cavalos brancos. Uma vez que eles se arrependam, serão prontamente aceitos por Deus e justificados por Ele.

Esta visão dos cavalos retrata a situação de Israel em seu cativeiro. Aos olhos de Deus, Cristo o Redentor estava com eles tomando a liderança, e eles, o povo redimido de Deus, estavam seguindo-O. Visto que eles eram o povo redimido de Deus, eles aparecem, à primeira vista, como cavalos vermelhos. Todavia, visto que eles não eram puros, eles são retratados também pelos cavalos baios (a cor baia indica mistura). Eles precisam contatar Deus e serem tratados por Ele de modo a ganhar Deus e serem justificados por Ele, e assim tornarem-se aqueles que são retratados pelos cavalos brancos. Uma vez que eles se arrependam, serão prontamente aceitos por Deus e justificados por Ele.

G. Os Cavalos Vermelhos, Baios e Brancos Foram Enviados pelo SENHOR Para Percorrer a Terra

“Então perguntei: Meu SENHOR, quem são estes? Respondeu-me o anjo que falava

comigo: Mostrar-te-ei quem são estes. Respondeu o homem que estava parado entre as murteiras e disse: Estes são os que o SENHOR tem enviado para correrem a terra. Eles responderam ao anjo do SENHOR que estava parado entre as murteiras, e disseram: Nós temos percorrido a terra e eis que a terra toda está quieta e em descanso” (vv. 9-11). Aqui vemos que os cavalos vermelhos, baios e brancos, representando aqueles entre Israel que seriam resgatados e trazidos de volta a Deus para Sua justificação e aceitação, tinham sido enviados por Jeová para percorrer a terra; e eles responderam ao Anjo do SENHOR que estava parado entre as murteiras que eles tinham percorrido a terra e tinham visto que toda a terra estava quieta e em descanso.

Esses versículos revelam que além de Cristo que tinha sido enviado como o Redentor para cuidar de Israel em seu cativeiro, outros tinham sido enviados por Deus para percorrer a terra para ver a situação das nações. Como indicado pelo movimento dos cavalos, o povo de Deus capturado ficou desestruturado e sem paz, sem descanso e sem o desfrute da vida. As nações, pelo contrário, estavam quietas e em descanso (v. 11). Isto indica que, aos olhos de Deus, todas as nações ao redor de Israel, naquele tempo, estavam sentadas e desfrutando sua vida em paz e quietude ao passo que os eleitos de Deus estavam sofrendo.

H. O Anjo do SENHOR Intercede

No versículo 12 vemos que o Anjo do SENHOR intercedeu por Israel. “Então respondeu o

anjo do SENHOR: Até quando, SENHOR dos exércitos, não terás tu compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais tens alimentado indignação estes setenta anos?”

134

I. O SENHOR Responde ao Anjo Que Falou com Zacarias

Nos versículos de 13 a 17 temos a resposta do SENHOR à intercessão de Cristo por Israel. O SENHOR respondeu ao anjo que falou com Zacarias com palavras boas, com palavras consoladoras, e o anjo disse a ele, “Clama, dizendo: Assim diz o SENHOR dos exércitos: Zelo a Jerusalém e a Sião com grande zelo” (v. 14). Pelo fato de as nações estarem sentadas e em paz enquanto Jerusalém estava em dificuldade, o SENHOR estava com muito ciúme por Jerusalém. Ele estava extremamente indignado com as nações que estavam à vontade e ainda sentadas e quietas (v. 15a). Deus estava um pouco indignado com Israel, porém as nações, em seu levar a cabo a punição de Deus sobre Israel, tratou com Israel excessivamente (v. 15b).

O versículo 16 continua dizendo, “Portanto assim diz o SENHOR: Acabo de voltar para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o SENHOR dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém.” Medir é para o propósito de posse. Para o SENHOR fazer com que um cordel de medir fosse estendido sobre Jerusalém, significa que Ele possuiria aquela cidade. Setenta anos foram determinados por Deus para Jerusalém, Agora, Ele estava voltando para repossuir a cidade; assim, Ele levou um cordel de medir para estendê-lo sobre ela (2:1). No versículo 17 o SENHOR continuou dizendo, “Torna a clamar, dizendo: Assim diz o SENHOR dos exércitos: As minhas cidades ainda se trasbordarão de bens; o SENHOR ainda confortará a Sião, e ainda escolherá a Jerusalém.” Essa maneira de orar de Cristo por Israel foi respondida por Deus.

II. A VISÃO DOS QUATRO CHIFRES E DOS QUATRO FERREIROS

Nos versículos de 18 a 21 temos a visão dos quatro chifres e dos quatro ferreiros.

A. Uma Resposta para a Intercessão de Cristo

Esta visão era a resposta à intercessão de Cristo por Sião e Jerusalém (vv. 12-17).

B. Os Quatro Chifres

“Levantei os meus olhos, e vi, e eis quatro chifres. Eu perguntei ao anjo que falava comigo: Que são estes? Ele me respondeu: Estes são os chifres que espalharam a Judá, a Israel e a Jerusalém.” (vv. 18-19). Os quatro chifres são os quatro reinos com seus reis—O império babilônico, medo-persa, grego e romano—também retratados pela grande imagem humana em Daniel 2:31-33 e pelas quatro bestas em Daniel 7:3-8, que danificaram e destruíram o povo escolhido de Deus.

C. Os Quatro Ferreiros

“O SENHOR mostrou-me quatro ferreiros. Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele respondeu: Esses são os chifres que espalharam a Judá, de tal sorte que ninguém levantou a sua cabeça; mas estes são vindos para lhes meterem medo, para abaterem os chifres das nações que levantaram o seu chifre contra a terra de Judá a fim de a espalhar.” (vv. 20-21). Os quatro ferreiros (v. 20) são as habilidades usadas por Deus para destruir estes quatro reinos com seus reis. Cada um dos três primeiros reinos— Babilônico, Medo-Persa e Grego—foi assumido de maneira hábil pelo reino que o seguiu (cf. Dn 5; 8:3-7). O quarto ferreiro será Cristo, como a pedra cortada sem auxílio de mãos, que esmagará o império romano restaurado e, por meio disso, esmagará a grande imagem humana como a totalidade do governo humano em Sua volta (Dn 2:31-35).

135

Cada um dos três primeiros reinos—babilônico, medo-persa e grego—foi assumido de maneira hábil pelo reino que o seguiu. A Babilônia foi derrotada numa noite quando Dario o Medo veio e derrotou Belsazar. Quão hábil foi Dario! Assim, como Daniel 8 revela, o bode da Macedônia (o império grego sob as ordens de Alexandre o Grande) veio pisotear o carneiro da Pérsia. A história nos diz que Alexandre o Grande era muito hábil. Ele era um dos ferreiros que lidaram com os quatro chifres. Depois o império romano veio para lidar com a Grécia. Estes quatro impérios são os fatores centrais da história humana. Por fim, o império romano restabelecido será esmagado em pó por Cristo como o Ferreiro principal.

Todos os quatro impérios devastaram e destruíram Israel. Mas todos eles foram ou, no caso do império romano restabelecido, será destruído pelos quatro ferreiros levantados por Deus. Esta é uma confortante e encorajadora palavra de promessa.

136

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM TRÊS

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (2)

Leitura bíblica: Zc 2

Nesta mensagem chegamos ao capítulo dois de Zacarias que é um capítulo muito

misterioso.

III. A VISÃO DE UM HOMEM COM UM CORDEL DE MEDIR EM SUA MÃO

Neste capítulo Zacarias viu uma visão de um Homem com um cordel de medir em sua mão. “Levantei os meus olhos, e vi, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu-me ele: Para medir a Jerusalém, a fim de ver qual é a sua largura, e qual o seu comprimento.” (vv. 1-2).

A. Um Homem

Este Homem é Cristo em Sua humanidade como o Anjo do SENHOR, Aquele que fala com Zacarias (vv. 1a, 2-3a; cf. Ez 40:3; Zc 1:9-11).

B. Um Cordel de Medir

A linha medindo (2:1b) significa medindo para possuir. Por exemplo, quando compramos terra ou tecido, podemos medir seu comprimento e largura primeiro. Depois que medimos a terra ou o tecido, então procedemos para possuí-lo.

C. Medindo Jerusalém

O homem com o cordel de medir tencionava medir Jerusalém de maneira que o SENHOR pudesse repossuí-la depois de setenta anos do cativeiro de Israel (vv. 2, 4b). Esta medição não era somente para saber a dimensão, mas também para saber a condição e a situação. A medição foi feita por um homem, não por um anjo. Um anjo não está qualificado para medir qualquer coisa humana, pois ele não tem a natureza humana. Somente Jesus, que tem tanto a natureza humana quanto a natureza divina, está qualificado para medir Jerusalém.

Enquanto o templo é o sinal da casa de Deus, a cidade de Jerusalém é um sinal do reino de Deus para Sua administração. A cidade de Jerusalém foi medida e foi encontrada sem muros (v. 4), isto é, sem limite. Isto indica que o reino de Deus é ilimitado, a dimensão do próprio Deus, e que Deus mesmo é a dimensão de Seu reino.

D. Um Muro de Fogo ao Redor e a Glória no Seu Centro

“Pois eu, diz o SENHOR, lhe serei um muro de fogo ao redor, e serei a glória no meio dela” (v. 5). Aqui vemos que o muro da cidade de Jerusalém e a glória dentro dela é o próprio SENHOR, indicando que o SENHOR como Cristo será a proteção de Jerusalém em sua circunferência, e sua glória em seu centro. Isto mostra a centralidade e universalidade de Cristo na economia de Deus. Hoje, Cristo é a glória no centro da igreja, e é também o fogo ardente em redor da circunferência da igreja para sua proteção. Na Nova Jerusalém, o Deus

137

Triúno em Cristo será a glória em seu centro (Ap 21:23; 22:1,5), e esta glória brilhará mediante a muralha transparente da cidade (Ap 21:11,18a,24) para ser sua proteção de fogo.

E. O Significado Crucial Desta Visão para o Povo de Sião

Zacarias 2:6-13 nos diz o significado crucial desta visão para o povo de Sião.

1. O SENHOR Os Espalhou Como os Quatro Ventos dos Céus

No versículo 6b o SENHOR declara algo com respeito ao Seu povo, “Porque vos tenho espalhado como os quatro ventos do céu, diz o SENHOR.” Podemos pensar que Deus espalhou seu povo Israel quando eles foram levados para o cativeiro. Entretanto, este versículo não diz que Deus os espalhou, mas que Ele os propagou. Isso é como a propagação dos crentes em Atos 8. Milhares de crentes estavam em Jerusalém, mas Deus não estava satisfeito. Uma perseguição foi levantada a qual os propagou. Aquela perseguição não foi boa, mas trouxe uma propagação gloriosa (At 11:19). Da mesma forma, se os filhos de Israel não tivessem sido capturados, o testemunho de Deus teria sido limitado à pequena cidade de Jerusalém com seu templo. Mas quando os filhos de Israel foram espalhados para a Babilônia, quatro jovens tornaram-se testemunhas de Deus e um testemunho para Ele (Dn 1:6). Desta maneira, o testemunho de Deus foi espalhado para a Babilônia. Deus é grande e soberano e Ele tem um coração alargado. Portanto, Ele quis que Seu testemunho fosse espalhado para lugares longínquos.

2. O SENHOR Desejava que Eles Fugissem da Terra do Norte Para Escapar

“Ah, ah! fugi da terra do norte, diz o SENHOR.... Ah! Sião, escapa tu que habitas com a filha de Babilônia” (Zc 2:6a, 7). Aqui vemos que Deus quis que Seu povo deixasse a Babilônia e voltasse para a terra santa.

3. Cristo como o Enviado pelo SENHOR dos Exércitos e como o Emissário, Jeová dos Exércitos

O versículo 8 diz, “Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Depois da glória, Ele Me

enviou contra as nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do Seu olho. Qual é o significado da expressão “depois da glória”? Significa depois do retorno dos cativos. Nos setenta anos do cativeiro de Israel, a glória esteve ausente do centro de Jerusalém (Ez 11:23 e nota 1). Porém, quando os filhos de Israel retornaram a Jerusalém, a glória também retornou. Embora Josué e Zorobabel fossem piedosos, muitos dos que voltaram para Jerusalém da Babilônia não eram. Não obstante, à vista de Deus, o retorno deles foi uma glória. Portanto, “depois da glória” significa “depois do retorno.”

A primeira parte do versículo 8 diz, “Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Depois da glória, Ele Me enviou.” Quem é o Ele, e quem é o Me? O Ele se refere a Deus, o SENHOR dos exércitos, e o Me também se refere ao SENHOR dos exércitos. O SENHOR dos exércitos enviou o SENHOR dos exércitos. Isto significa que o SENHOR dos Exércitos é o Emissor (vv. 9,11) e o Enviado.

No Antigo Testamento, Jeová é um título divino que se refere ao Deus Triúno. Isto é revelado em Êxodo 3, onde vemos que Jeová é o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Embora haja uma distinção entre o Deus de Abraão e o Deus de Isaque e também entre o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, isso não significa que há três Deuses. Dizer que há três Deuses é cair na heresia de triteísmo. Deus é triúno—o Pai, o Filho e o Espírito. Efésios 1 nos diz que Deus o Pai nos escolheu e predestinou, que Deus o Filho nos redimiu e que Deus o

138

Espírito nos selou. Assim temos o Pai escolhendo e predestinando com o Filho redimindo e o Espírito selando. Este é o Deus Triúno, o único Deus. A palavra triúno é composta do Latim tri, significando três, e uno, significando um; portanto, três-um. Temos um Deus, o Deus único, mas Ele tem três-um.

O Pai, o Filho e o Espírito não são três Deuses separados, mas três “hypostases... do único não dividido e indivisível Deus” (Philip Schaff). A palavra grega para hypostasis, a forma singular de hypostases, é composta de duas palavras gregas: hupo que significa “embaixo” ou “debaixo de” e estase que significa “apoio significativo.” Portanto, hypostases refere-se a um apoio embaixo, um apoio em baixo de, que é, algo debaixo que sustenta, uma substância de sustentação. O Pai, o Filho, e o Espírito são a hypostases, um objeto de sustentação que compõe a única Deidade.

Em Zacarias 2:8 um dos três na Deidade enviou um outro dos três. O Emissor é chamado de Ele, e o Enviado é chamado de Me. Certamente o Ele se refere ao Pai, e o Me, ao Filho. Depois da glória, o Deus Triúno decidiu fazer algo maravilhoso. A decisão era que o Pai enviaria o Filho. Isto corresponde ao que é revelado em João 5 e 6. “Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou” (5:23). “Não busco a Minha própria vontade, e sim a vontade Daquele Me enviou” (v. 30). “As obras que o Pai Me deu para que Eu as terminasse, as próprias obras que faço, testificam a Meu respeito que o Pai Me enviou” (v. 36b). “O Pai que Me enviou, Ele mesmo tem dado testemunho de Mim” (v. 37a). “Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade, e sim a vontade Daquele que Me enviou (6:38). “Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair” (v. 44a). “Assim como o Pai, que vive, Me enviou” (v. 57a). Zacarias 2 e João 5 e 6 todos falam do Pai enviando o Filho. Tanto o Pai quanto o Filho são Jeová.

Cristo como o Enviado pelo SENHOR dos Exércitos e como o Emissor, o SENHOR dos Exércitos, será contra as nações que despojaram o povo de Sião e tocou-lhe como a menina do Seu olho. Nossos olhos são extremamente sensíveis e imediatamente rea-gem a qualquer coisa que os toca. “Seus olhos” referem-se aos olhos do Pai. O povo de Deus lhe é muito querido, e quem quer que os toque toca a menina do Seu olho. Esta foi uma palavra de conforto, encorajamento e consolação a Zorobabel, Josué e todos os outros que retornaram.

Zacarias 2:9 continua dizendo, “Pois eis que agitarei a Minha mão sobre eles, e eles virão a ser o despojo dos que os serviam; e sabereis que o SENHOR dos exércitos Me enviou.” Aqui vemos novamente que o SENHOR dos exércitos enviou o SENHOR dos exércitos.

4. O Regozijo da Filha de Sião

No versículo 10 é ordenado a filha de Sião dar um grito para cantar e regozijar, pois

agora o SENHOR está vindo e habitará no meio dela. O Eu neste versículo é a mesma Pessoa como o Ele e o Eu nos versículos 8 e 9.

5. Muitas Nações Se Unem ao SENHOR e Se Tornam Seu Povo

Naquele dia muitas nações se ajuntarão ao SENHOR, e serão o Meu povo; habitarei no meio de ti, e saberás que o SENHOR dos exércitos Me enviou a ti. (v. 11). Neste versículo, uma vez mais tanto o Eu quanto o Me refere-se ao SENHOR.

6. O SENHOR Herda Judá Como Sua Porção

O SENHOR herdará a Judá como a sua porção na terra santa, e ainda escolherá a Jerusalém (v. 12).

139

7. Toda Carne Silencia Diante do SENHOR

O versículo 13 diz, “Cala-te, toda a carne, diante do SENHOR; porque ele se levantou da sua santa habitação.” Antes que a glória retornasse para Jerusalém, o SENHOR estava silente, mas, depois da glória, Ele Se levantou de Sua santa habitação. Toda a carne—incluindo a carne dos babilônios, persas, gregos e romanos—deve estar silente. Somente o SENHOR tem o direito de falar, e somente Ele é o fator decisivo. Hoje nosso Deus Triúno não mais está silente em Sua habitação celestial. Ele está movendo, trabalhando e fazendo coisas na igreja. Isso indica que a glória está aqui na igreja. A medida leva a tal glória para que todos nós nos silenciemos e permitamos somente Deus falar.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM QUATRO

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (3)

Leitura bíblica: Zc 3

Nesta mensagem consideraremos a visão de consolação e promessa em Zacarias 3. Esta

visão é para o fortalecimento e o estabelecimento dos cativos que voltassem a considerar a reconstrução do templo de Deus na sua angústia.

IV. A VISÃO DE JOSUÉ O SUMO SACERDOTE APERFEIÇOADO, ESTABELECIDO E FORTALECIDO PELO ANJO DO SENHOR COM ZOROBABEL O GOVERNADOR DE JUDÁ

Nos primeiros quatro capítulos de Zacarias, o Anjo do SENHOR está cuidando de cinco

visões. Isto implica que Cristo como o Enviado de Deus está sempre com o povo de Deus para cuidar deles. No capítulo três temos uma visão que nos mostra que Josué o sumo sacerdote foi aperfeiçoado, estabelecido e fortaleceu pelo Anjo do SENHOR com Zorobabel o governador de Judá. Josué, um líder mais importante entre o povo de Deus, estava sob os cuidados do Anjo do SENHOR. A maneira do Anjo do SENHOR cuidar de Josué foi medi-lo. Assim, o medir no capítulo dois continua no capítulo três. Cristo veio medir Josué e assim cuidar dele.

A. O Anjo Mostra Zacarias a Josué o Sumo Sacerdote

O Anjo mostrou Josué o sumo sacerdote a Zacarias (v. 1a). Josué representa Cristo

como o Sumo Sacerdote enviado por Deus ao Seu povo (Hb 3:1; 4:14-15; 7:26). Josué representa e significa Israel como uma nação de sacerdotes (Zc 8:20-23; Is 2:2-4a).

B. Permanecendo Diante do Anjo do SENHOR Para Ser Aperfeiçoado,

Estabelecido e Fortalecido

Josué estava de pé diante do Anjo do SENHOR para ser aperfeiçoado, estabelecido e fortalecido (Zc 3:1b-10). O Anjo do SENHOR fez isto ao medi-lo. Então, Josué se levantou diante do Anjo do SENHOR com a finalidade de ser medido por Ele.

140

1. Resistindo a Satanás que Permanecia à Sua Destra

Enquanto Josué estava de pé diante do Anjo do SENHOR, ele foi resistido por Satanás que estava à sua destra para acusá-lo (v. 1b). A palavra Satanás quer dizer “o acusador”, “o adversário”, e é a base para a palavra acusar no final do versículo 1. Um adversário é um inimigo interno. Por exemplo, se alguém fora de sua família se opuser a você, essa pessoa será sua inimiga. Mas se um membro de sua família o fizer, essa pessoa será sua adversária. Tal adversário é uma ameaça mais séria do que um inimigo. Como adversário, a intenção de Satanás era depreciar Josué diante de seus companheiros (v. 8) e frustrar a reconstrução do templo de Deus.

2. A Defesa de Jeová Estendeu a Ele

O versículo 2 diz, “O SENHOR disse a Satanás: Que o SENHOR te repreenda, ó Satanás; sim,

repreenda-te o SENHOR que escolheu a Jerusalém: acaso não é este um tição tirado do fogo?” A palavra do SENHOR aqui indica duas coisas. Primeiro, indica a determinação do SENHOR para reconstruir Jerusalém, desde que Ele a escolheu. Segundo, indica que o SENHOR faria algo por Josué, desde que ele fosse um tição tirado do fogo (Am 4:11; Jd 23a). Quando o Anjo do SENHOR reprovou a Satanás, Ele parecia estar dizendo, “Por que você veio aqui para nos aborrecer? Eu sei que você é o acusador de Josué e seu opositor. Também sei que, embora ele seja o sumo sacerdote do Meu povo, ele não é bom o bastante. Ele é um tição tirado do fogo, mas ele está em Minha mão. Satanás, Eu o repreendo.”

Em Zacarias 3:1 e 2 temos três participantes: Josué, o Anjo do SENHOR e Satanás. Em nossa vida cristã, como povo escolhido de Deus, estamos sempre neste tipo de situação. Deus está de frente a nós, e o maligno está a nossa destra para nos resistir, nos opor, nos acusar e ser nosso adversário. Esta é uma repetição da cena no jardim do Éden descrito em Gênesis 2, onde Deus pôs o homem que tinha criado em frente às duas árvores—uma denotando o Senhor e a outra denotando Satanás. Zacarias 3 também é uma repetição de Gênesis 2.

3. A Perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR Estendida a Josué

Zacarias 3:3-10 nos mostra como a perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR foi

estendida a Josué.

a. Removendo Suas Vestes Sujas

“Ora Josué estava vestido de vestes sujas, e posto em pé diante do anjo. Este começou a falar e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe estas vestes sujas. A Josué disse: Eis que hei feito passar de ti a tua iniquidade, e te vestirei de ricos trajos.” (vv. 3-4a). Recentemente, quando estava considerando como o sumo sacerdote ainda poderia estar vestido com vestes sujas, fui lembrado de como até mesmo os crentes na igreja poderiam roubar (Ef 4:28). Podemos não roubar exteriormente, mas intima-mente podemos desejar algo que pertence à outra pessoa. Isso é cobiça e ganância. Do mesmo modo, diariamente falamos muito, e os assuntos que abordamos em nossa conversa ou fofoca podem ser sujos ou com uma intenção maligna de difamar outros. É por isso que temos que orar freqüentemente, “Senhor, me limpa. Eu percebo que ainda estou sujo porque ainda vivo na carne que é completamente imunda.”

O Anjo do SENHOR sabia de todas as coisas concernentes a Josué e não deu a Satanás nenhuma oportunidade para acusá-lo. Em tal situação Josué pode não ter ficado em paz. Satanás estava ao seu lado, as vestes sujas estavam nele e o Anjo do SENHOR estava diante dele. Porém, a perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR foi estendida a Josué pela remoção das suas vestes sujas, fazendo assim sua iniqüidade passar dele.

141

b. Vestindo-O com Finos Trajes

“Eis que hei feito passar de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de ricos trajos.” (vv. 4b, 5b).

Um rico trajo, é uma veste apropriada ao ofício e status de uma pessoa. Por exemplo, os juizes são vestidos com finos trajes. Da mesma maneira, Josué também foi vestido com ricos trajos, com vestes apropriadas ao seu ofício e status como sumo.

c. Coroando-O com uma Mitra Limpa Sobre Sua Cabeça

“Eu disse: Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram-no de vestidos; e o Anjo do SENHOR estava perto, de pé” (v. 5). A mitra limpa significa que Josué tinha sido plenamente purificado e estava, agora, limpo na presença de Cristo como o Anjo do SENHOR.

d. Incumbindo-O

Nos versículos 6 e 7 Cristo como o Anjo do SENHOR incumbe a Josué. Aqui incumbir

significa “dar responsabilidade.” Em Sua incumbência a Josué, Cristo como o Anjo do SENHOR disse, “Assim diz o SENHOR

dos exércitos: Se andares nos meus caminhos, e observares o que tenho prescrito, também tu julgarás a minha casa, e bem assim guardarás os meus átrios, e te permitirei entrar e sair entre os que estão aqui.” Com respeito a essa incumbência, gostaria de mostrar que na administração de Deus entre o povo de Israel, havia três ofícios: os sacerdotes, os reis e os profetas. A responsabilidade do sumo sacerdote era ter clareza sobre as questões relacionadas ao povo de Deus e levar essas questões a Deus e esperar até que Deus o iluminasse e lhe desse uma resposta definida. O esclarecimento e a resposta vinham por meio do Urim e o Tumim. Então, o sumo sacerdote recebia a decisão e a instrução de Deus considerando as várias situações, e então passava a decisão e as instruções ao rei que era responsável na administração de Deus para realizá-las. Podemos comparar o dever do sacerdote àqueles da assembléia legislativa do governo, e o dever do rei ao do presidente do poder executivo. Da mesma maneira que o presidente é responsável por executar as leis passadas pelo poder legislativo, assim os reis em Israel eram responsáveis para levar a cabo as instruções recebidas de Deus pelo sumo sacerdote. Porém, às vezes os sacerdotes e os reis eram fracos e inadequados. Nessas ocasiões Deus levantava os profetas para falar para Ele. Aqui em Zacarias tanto Josué o sumo sacerdote quanto Zorobabel o rei estavam um tanto enfraquecidos e desencorajados. Então, Deus usou Zacarias o profeta para falar por Ele e fortalecer e encorajar Josué e Zorobabel. A visão no capitulo 3 está relacionada à decisão de Deus concernente a Josué. Como veremos, a visão no capitulo 4 está relacionada à Zorobabel e a sua responsabilidade de levar a cabo a decisão de Deus para continuar e concluir a reconstrução do templo.

e. Fortalecendo-O com Zorobabel o Governador de Judá

Nos versículos de 8 a 10 Cristo como o Anjo de Jeová fortaleceu Josué com Zorobabel o

governador de Judá (Ag 1:1, 14).

142

1) Um Tipo de Cristo

O versículo 8 diz, “Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e teus companheiros que se assentam diante de ti; porque são homens de presságio; porquanto eis que farei vir o meu servo, o Renovo”. Isto se refere à Zorobabel que é um tipo de Cristo como o Servo do SENHOR, o Renovo de Davi, em sua humanidade e fidelidade real (Zc 6:12).

2) A Pedra Que o SENHOR Colocou Diante de Josué

Zacarias 3:9 continua dizendo, “Eis a pedra que tenho posto diante de Josué; sobre uma

só pedra estão sete olhos. Eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o SENHOR dos exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia.” Esta pedra (Zorobabel) posta diante de Josué também simboliza Cristo (Is 28:16; Mt 21:42). Zorobabel era uma pedra posta diante de Josué para levar a cabo a economia de Deus.

a) Os Sete Olhos Estão Sobre Esta Pedra Sobre esta pedra única (Cristo) estão os sete olhos (Zc 3:9a; 4:10). Estes sete olhos

representam o Espírito sete vezes intensificado (Ap 5:6). Cristo é a pedra com os sete Espíritos como Seus olhos.

b) O SENHOR Esculpe a Escultura da Pedra

Eis que eu esculpirei a sua escultura (Zc 3:9b). Isso indica que Deus trabalhará em

Cristo como a pedra para a redenção, a salvação e a edificação de Deus. Esculpir é cortar. Quando Cristo estava na cruz, Ele foi esculpido, cortado, por Deus.

c) O SENHOR Remove a Iniquidade da Terra Santa Num Só Dia Além disso, o SENHOR removerá a iniquidade desta terra num só dia (v. 9c). Isso indica

que Cristo em quem Deus trabalhou redimirá o pecado da terra de Israel num só dia, o dia da Sua crucificação (1Pe 2:24). Por meio da Sua morte na cruz, Cristo o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo (Jo 1:29).

3) Cada Um dos filhos de Israel Convida Seu Próximo Para Vir Debaixo da Videira e debaixo da Figueira

Zacarias 3:10 conclui, “Naquele dia, diz o SENHOR dos exércitos, chamareis, cada um de

vós ao seu próximo para debaixo da videira e para debaixo da figueira.” Após nosso pecado ser tirado e nossa situação com Deus ficar satisfeita, haverá paz entre nós e Deus e podemos vir para desfrutar a videira e a figueira juntos. Isso retrata como desfrutamos Cristo como a videira, a árvore de vida, e como a figueira, cheia do fruto de vida. Cristo veio primeiramente cumprir a redenção, liberando o Espírito e sendo cortado por Deus na cruz. Isso então resulta em Sua redenção para nosso desfrute Dele como a videira e como a figueira. O medir levado a cabo por Cristo como o Anjo do SENHOR resulta em tal situação maravilhosa.

143

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM CINCO

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (4)

Leitura bíblica: Zc 4

Nesta mensagem consideraremos a visão de consolação e promessa no capítulo quatro

de Zacarias.

V. A VISÃO DO CANDELABRO DOURADO E AS DUAS OLIVEIRAS

A. Uma Visão para Fortalecer Zorobabel o Governador de Judá no Reinado

O sacerdócio e o reinado são os dois ofícios na administração de Deus entre Seu povo. Esses dois ofícios sempre caminham juntos como um par e nunca separarão. O sacerdócio pode ser comparado ao poder legislativo do governo, e o reinado, ao poder executivo. Na administração de Deus das questões legislativas são decididas pelo próprio Deus por meio do Urim e do Tumim usados pelo sumo sacerdote. As decisões tornam-se conhecidas por meio do sacerdócio e então são executadas, realizadas pelo reinado.

Na vida da igreja hoje, precisamos do sacerdócio e do reinado. Por meio do exercício do sacerdócio, somos levados à presença de Deus. Por meio do exercício do reinado pelos mais velhos, os mais experientes, a igreja é salva da anarquia e preservada em uma boa ordem. Para a vida da igreja, nós como povo de Deus com Sua administração, devemos ter o sacerdócio e o reinado.

Uma função do sacerdócio é nos ensinar a como adorar a Deus e como ter a lembrança adequada do Senhor à Sua mesa. Não devemos adorar a Deus ou devemos nos lembrar do Senhor segundo nosso conceito natural. Em João 4:24 o Senhor Jesus disse, “Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram O adorem em espírito e veracidade.” Esse capítulo também nos mostra que a adoração que Deus deseja é que bebamos Dele como a água viva. Quanto mais O tomarmos como nossa água viva, mais O adoramos. Não bebemos de Deus exercitando nossa mente, mas exercitando nosso espírito. Ao considerar a lembrança do Senhor à Sua mesa, também precisamos da instrução do sacerdócio. É crucial percebermos que a maneira para nos lembrar do Senhor não é exercitar nossa mente para recordar tudo o que Ele fez em Sua encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição; a maneira para nos lembrar Dele é desfrutá-Lo ao comê-Lo e bebê-Lo. Quando participamos do pão e do cálice, lembramos Dele e O adoramos.

As visões em Zacarias 3 e 4 estão respectivamente relacionadas com o sacerdócio e o reinado. A visão anterior no capítulo três concernente a Josué era para fortalecê-lo no sacerdócio. Fortalecer Josué era fortalecer o sacerdócio e estabelecê-lo. A visão do candelabro dourado e as duas oliveiras no capítulo quatro era fortalecer Zorobabel o governador de Judá no reinado. Zorobabel não era um rei, mas um governador na posição de um rei. Embora Zorobabel não fosse de fato um rei, ele era um renovo, um descendente da família real de Davi. No capitulo 3, Josué foi medido, e como resultado desse medir, ele foi fortalecido e estabelecido por meio do limpar. No capitulo 4, Zorobabel foi medido de modo que ele pudesse ser fortalecido e estabelecido para continuar e completar a reedificação do templo. O fortalecimento de Josué no sacerdócio e de Zorobabel no reinado ambos são para a reconstrução do templo.

144

B. O Significado do Sacerdócio de Josué e o Candelabro de Ouro

O sacerdócio de Josué significa o sacerdócio da nação de Israel para com as nações para Deus. O candeeiro de ouro significa o testemunho brilhante da nação de Israel para com as nações para Deus. Deus escolheu Israel para ser uma nação de sacerdotes (Êx 19:6). Sua intenção era usar a nação de Israel como um sacerdócio para levar as nações a Deus para que elas pudessem entrar na presença de Deus para serem iluminadas, expostas, tratadas e transfundidas por Deus com as riquezas divinas. Ademais, os sacerdotes deviam ensinar as nações como adorar e servir a Deus. Além do mais, para que os sacerdotes fizessem isso, eles teriam que estar familiarizados com a lei de Deus e Seus regulamentos. Além de ser uma nação de sacerdotes, Israel era para ser um testemunho estável para Deus. Então, no capítulo três temos o sacerdócio, e no capítulo quatro, o candelabro.

C. O Candelabro

O anjo que falava com Zacarias o despertou e disse-lhe, “Que vês tu? Respondi: Vi, e eis

um candeeiro todo de ouro, que tem o seu vaso em cima, e sobre si as suas sete lâmpadas; há sete canudos, e cada um deles vai unir-se a uma das lâmpadas que estão em cima do candeeiro” (Zc 4:2). O candelabro aqui significa a corporificação do Deus Triúno.

1. Sua Substância

A substância do candelabro é ouro, retratando o Pai como sua fonte e natureza.

2. Sua Forma

A forma do candelabro é um candelabro retratando o Filho como a corporificação.

3. Sua Expressão

A expressão do candelabro é as sete lâmpadas, retratando o Espírito como a expressão

sete vezes intensificada.

4. Seu Suprimento

O suprimento do candelabro é os sete tubos para cada uma das lâmpadas, retratando o Espírito sete vezes intensificados de Deus como seu suprimento abundante (Fp 1:19b).

5. Cristo, a Nação de Israel e as Igrejas Locais

Primeiramente, Cristo é o candelabro como o testemunho de Deus (Êx 25:31-39). Segundo, a nação de Israel é o candelabro como o testemunho de Deus. Terceiro, as igrejas locais são os candelabros como o testemunho de Cristo (Ap 1:12, 20b).

D. As Duas Oliveiras nos Dois Lados do Candelabro

Zacarias 4:3 diz, “Vi junto a ele duas oliveiras, uma à direita do vaso e a outra à sua

esquerda.” Essas duas oliveiras representam Josué o sumo sacerdote e Zorobabel o governador na época, que era os dois filhos do óleo, enchido com o Espírito do SENHOR para a reconstrução do templo de Deus (vv. 3-6, 12-14). Os dois filhos do óleo também são as duas testemunhas nos últimos três anos e meio da presente era que serão testemunhas de Deus na

145

grande tribulação para o fortalecimento do povo de Deus—os israelitas e os crentes em Cristo (Ap 11:3-12; 12:17). Essas duas testemunhas são Moisés e Elias. Moisés, representando a lei, e Elias, representando os profetas, que ambos testificam por Deus. A expressão “a lei e os profetas” (Lc 16:16) refere-se ao Antigo Testamento. A lei está centrada em Moisés, e os profetas estão centrados em Elias. Esses dois, Moisés e Elias, darão suporte e suprimento aos israelitas perseguidos e os crentes durante a grande tribulação.

A nação de Israel é o candelabro, representando o testemunho de Deus. O testemunho de Deus precisa brilhar. Para esse brilhar deve haver o queimar, e para que haja o queimar, deve haver o suprimento de azeite. Para ter o azeite, deve haver algumas oliveiras. As duas oliveiras nos dois lados do candelabro são os dois filhos do óleo, Josué e Zorobabel.

Em Zacarias 4:11 o profeta diz ao anjo, “Que são estas duas oliveiras à direita do candelabro, e à sua esquerda?” No versículo 12 Zacarias continua perguntando, “Que são estes dois ramos de oliveira, que se acham junto às duas bicas de ouro, e que vertem de si ouro?” No versículo 11 há duas árvores, e no versículo 12, dois ramos. Os dois ramos fazem parte das duas árvores. Quando o vaso do candelabro estiver sem óleo, as duas árvores suprirão óleo pelo fluir dos ramos para dentro das duas bicas. O óleo fluirá então das bicas para o vaso, e do vaso para dentro do candelabro.

O pronome relativo que no versículo 12 não refere às bicas, mas aos ramos. “Esses ramos vertem ouro deles mesmos.” Verter ouro é fazer o ouro fluir. A palavra ouro aqui se refere ao óleo. O óleo e o ouro são um. O óleo denota o Espírito, e o Espírito é Deus. Além disso, o ouro em tipologia tipifica Deus. O ouro que enche o vaso é o Espírito; o Espírito é Deus; e Deus é representado por meio do ouro. Quando aplicamos essa questão a nossa experiência hoje, vemos que o Espírito que flui de nós é Deus, e Deus é ouro. Então, quando ministramos Cristo a outros, suprindo-os com óleo, estamos suprindo-os de fato com Deus. Deus está fluindo de nós para dentro deles. Todos nós devemos ser oliveiras que vertem Deus de nós mesmos para os outros. Dessa maneira o óleo será suprido para o necessitado por aqueles que são oliveiras das quais Deus está fluindo.

Vamos considerar mais além por que as duas árvores são chamadas de os dois ramos. Nos capítulos 3 e 4, a mesma pessoa, Zorobabel, é retratado por um renovo (3:8), uma árvore (vv. 3,11), e um ramo (v. 12). Isto indica que Zorobabel mesmo não é a fonte. Ele não é uma árvore completa em si mesmo; antes, ele é uma árvore que é, na verdade, um ramo de uma outra árvore, e esta árvore é a fonte. Além do mais, Zorobabel é também um renovo de outra árvore, que é Cristo. Cristo é a única oliveira; e Zorobabel e todos os crentes de Cristo são ramos, renovos, de Cristo (Jo 15:5a). Assim, todos os crentes são as muitas oliveiras, não no sentido de serem árvores separadas, mas no sentido de serem ramos de Cristo, a única oliveira. Ser ramo é ser uma ramificação. Embora Cristo seja a única oliveira, muitos ramos tem resultado Dele. A ramificação desses ramos é Cristo sendo ramificado. Esses ramos ou renovos, são hoje as muitas oliveiras na terra. Você não é tal oliveira? Assim, todos os crentes são as muitas oliveiras, não no sentido de serem árvores separadas, mas no sentido de serem ramos de Cristo, a única oliveira. Como ramos, precisamos suprir os outros com óleo, isto é, com o Espírito, para que eles possam ser estimulados. Louvado seja o Senhor que em Cristo somos oliveiras que suprem os outros com o Espírito sete vezes intensificado!

E. Zorobabel, o Governador de Judá, Que Lançou o Fundamento da Reconstrução do Templo, Produziu a Pedra Angular

“Respondeu-me o anjo que falava comigo: Não sabes o que são elas? Respondi: Não,

meu senhor. Ele prosseguiu e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, a qual diz: Não por força nem por poder, mas por Meu Espírito, diz o SENHOR dos exércitos. Quem és tu, ó grande monte? diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; ele produzirá a pedra angular,

146

dizendo com aclamações: Graça, graça a ela.... As mãos de Zorobabel têm posto os alicerces desta casa” (vv. 5-7, 9a). Zorobabel, o governador de Judá que lançou o fundamento da reconstrução do templo produziu a pedra angular, indicando que ele concluiria a reconstrução do templo de Deus pelo Espírito do SENHOR, não por força nem por poder. O profeta Zacarias disse essa palavra a Zorobabel para sustentar, encorajar, fortalecer e estabelecer a mão de Zorobabel para que ele pudesse continuar a edificação do templo até sua consumação.

Enquanto que o capítulo três refere-se à morte de Cristo, a qual é para redenção, o capítulo quatro fala do Espírito para levar a cabo a economia de Deus. Conforme o Novo Testamento, a morte de Cristo para nossa redenção, é seguida pelo Espírito. Hoje não somente devemos ministrar Cristo aos outros, mas também devemos supri-los com o Espírito. O Cristo que ministramos é Aquele que foi crucificado, que ressuscitou dentre os mortos, e que em ressurreição tornou-se o Espírito que dá vida (1Co 15:45b). Quando falamos aos outros sobre Cristo, devemos supri-los com o Espírito.

F. A Pedra angular com Gritos de Graça

A pedra angular com aclamações de “Graça, graças a ela!” indica que Cristo, que é graça

como pedra, sobre a qual estão os sete olhos do SENHOR, o Espírito sete vezes intensificado de Deus para a completação da reconstrução do templo de Deus (3:9; 4:7-10; Ap 5:6). Produzir a pedra angular é completar a edificação. Essa pedra angular é um tipo de Cristo. Para a edificação de Deus Cristo é uma pedra em três aspectos. Cristo é a pedra de fundamento para sustentar o edifício de Deus (Is 28:16; 1Co 3:11), a pedra de esquina para juntar os membros gentios e judeus do Seu Corpo (Ef 2:20; 1Pe 2:6), e a pedra angular para consumar o edifício de Deus.

As aclamações de “Graça, graças a ela!” indica que a pedra é graça em si mesma. A pedra angular é a graça de Deus para nós, e esta graça é Cristo. “E a Palavra tornou-se carne e armou tabernáculo entre nós... cheio de graça e de realidade” (Jo 1:14). Isso revela que em Sua encarnação Cristo trouxe Deus a nós primeiramente como graça e então como realidade. Graça é Deus no Filho como nosso desfrute; realidade é Deus desfrutado por nós no Filho. Quando Deus é desfrutado por nós, temos graça. Quando Deus é percebido por nós, temos realidade. Tanto graça como realidade são Cristo. A pedra angular é, portanto o Cristo que é a graça de Deus para nós para ser a cobertura do edifico de Deus.

Zacarias 4:10 diz, “Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete são os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra.” “Estes sete”, que são os “olhos do SENHOR”, são os sete olhos sobre a pedra em 3:9. Apocalipse 5:6 fala de um Cordeiro com “sete olhos que são os sete Espíritos de Deus.” Os sete olhos da pedra são os sete olhos do SENHOR e também os sete olhos do Cordeiro, Cristo. É crucial percebermos que a pedra, o SENHOR, e o Cordeiro são um. Cristo o Cordeiro é a pedra, e Ele também é o SENHOR. Assim os sete olhos da pedra e os sete olhos do SENHOR são os sete olhos de Cristo. De acordo com Apocalipse 5:6, estes sete olhos são os sete Espíritos, que é, o Espírito sete vezes intensificado. Os sete Espíritos são os sete olhos de Cristo. Isso indica que o Espírito Santo é os olhos de Cristo. Isso indica que Cristo e o Espírito Santo, embora distintos, não estão separados. Da mesma maneira que nossos olhos são essencial-mente um com nosso corpo, assim o Espírito Santo é essencialmente um com Cristo.

Cristo é a pedra esculpida por Deus o Pai (Zc 3:9). Este Esculpido é Cristo, e o escultor é o Pai. Embora o Pai e o Filho sejam distintos, eles são essencialmente um na realização da redenção eterna. Como resultado dessa redenção, podemos desfrutar agora Cristo como o Espírito, até mesmo como o Espírito sete vezes intensificado. Conforme a palavra de Paulo em 2 Coríntios 13:14, temos o amor de Deus o Pai como a fonte, a graça de Cristo como o curso, e a comunhão do Espírito Santo como a transmissão para nosso desfrute. De tudo isso vemos

147

que a redenção foi realizada pelo Filho, e agora o Espírito é suprido a nós para a edificação de Deus. A edificação da igreja será consumada por meio do Espírito.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM SEIS

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (5)

Leitura bíblica: Zc 5

As cinco primeiras visões que Zacarias viu (1:7–4:14), Deus falou uma palavra

confortadora, consoladora e encorajadora a Josué, Zorobabel e ao povo. Deus disse que estaria com eles e faria algo por meio deles. Dessa maneira Ele os encorajou a que não parassem a obra de edificação no templo, mas que continuassem terminando a edificação do templo sob o governo do sacerdócio de Josué, o sumo sacerdote, e do reinado de Zorobabel, o governador. Considerando que as primeiras cinco visões eram positivas, as últimas três visões que Zacarias viu (5:1-6:8) eram negativas, porque dizem respeito ao juízo universal de Deus sobre as pessoas más e o mal sobre a terra. Essas três visões são a visão do rolo volante (5:1-4), a visão do vaso de efa (vv. 5-11), e a visão dos quatro carros (6:1-8). Nesta mensagem consideraremos as duas visões registradas no capítulo cinco.

VI. A VISÃO DO ROLO VOLANTE

A. O Significado do Rolo Volante

“E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e vi um rolo volante. Perguntou-me o anjo:

Que vês tu? Eu respondi: Vejo um rolo volante” (5:1-2a). O rolo volante significa a justa lei de Deus e sua justiça (justo juízo). Sem julgamento, pode haver retidão, mas não haverá justiça. Quando um caso particular estiver sujeito à julgamento justo, então haverá justiça.

B. Seu Comprimento de Vinte Côvados e Sua Largura de Dez Côvados

O comprimento do rolo volante sendo de vinte côvados e a largura é dez côvados

significam o testemunho da lei por dois quadrados de dez côvados por dez côvados. O número dois é o número para testemunho, e o número dez significa completação em plenitude. Portanto, a lei de Deus é um testemunho ao mundo inteiro, e os dois quadrados de dez côvados por dez côvados indicam a completação em plenitude da lei.

C. A Maldição

O versículo 3a diz, “Ele me disse: Esta é a maldição que sai pela face de toda a terra.” A

maldição significa a punição de Deus no julgar pecados conforme Sua lei justa. A lei de Deus é justa, e esta lei justa não tolera injustiça. O fato de que o juízo de Deus é uma maldição indica que isto é um assunto muito sério. Esse rolo volante será a base do juízo completo de Deus sobre todo o pecado na terra.

148

D. O Significado de Furtar

Os versículos 3b e 4b falam daqueles que furtam. Furtar significa pecar contra o homem, que são o resultado de ganância e cobiça. Hoje é uma era de furtar. Negócios e comércios envolvem furtos. Todos são gananciosos e cheios de cobiça. O apóstolo Paulo poderia guardar muitos dos Dez mandamentos, mas ele não pôde cumprir o manda-mento que diz respeito à cobiça (Rm 7:7-8).

E. O Significado de Jurar Falsamente pelo Nome do SENHOR

Zacarias 5 também fala a respeito daqueles que juram falsamente pelo nome do SENHOR (vv. 3c, 4c). Jurar falsamente pelo nome do SENHOR significa pecar contra Deus, os quais são resultados de um relacionamento errado com Deus. Aqueles que juram falsamente dessa maneira não são honestos, fiéis e sinceros com Deus. Eles podem reivindicar falar e agir em nome de Deus, mas sua reivindicação é uma falsidade. Tal falsidade certamente é uma ofensa a Deus.

A lei de Deus dada a Moisés tem duas seções: a primeira concernente ao relacionamento entre o homem e Deus, e a segunda concernente aos relacionamentos entre homens. Ser reto com Deus e com o homem é ser justo. Aqueles que não são retos com ambos, Deus e o homem, sofrerão o juízo de Deus.

F. O Julgamento de Deus dos Pecados Atinge a Casa dos Pecadores e Reside Lá

Falando do julgamento de Deus, o versículo 4 diz, “Fá-lo-ei sair, diz o SENHOR dos exércitos, e entrará ele na casa do ladrão, e na casa daquele que jurar falsamente pelo meu nome; ficará no meio da casa do tal e a consumirá juntamente com a sua madeira e com as suas pedras”. A descrição neste versículo indica que o exercício do juízo de Deus sobre os pecados será extremamente sério e também assaz completo.

VII. A VISÃO DO VASO DE EFA

Os versículos de 5 a 11 descrevem a visão do vaso de efa que é o vaso de medir, um

recipiente capaz de conter um efa, usado para compra e venda em negócios.

A. Seu Surgimento em Toda a Terra

“Então saiu o anjo que falava comigo e me disse: Levanta os teus olhos, e vê que é isto que sai. Eu perguntei: Que é isto? Ele disse: É o vaso de efa que sai. Disse ele mais: Esta é a sua semelhança em toda a terra” (vv. 5-6). Uma grande porcentagem da população mundial está envolvida com negócios ou comércio. A aparência do comércio não é ruim; antes, em toda a terra o comércio parece ter uma aparência adequada. Mas como veremos, realmente o comércio de hoje é totalmente maligno.

B. Uma Mulher Sentada dentro do Vaso de Efa

“E uma mulher estava sentada dentro do vaso de efa. Prosseguiu o anjo: Esta é a

impiedade” (vv. 7b-8a). Isto significa que a iniqüidade contida no comércio, é como a cobiça, o engano e o amor ao dinheiro. O vendedor ama dinheiro e tenta tirar dinheiro do bolso do comprador; o comprador também ama dinheiro e tenta obter as coisas para si a um preço baixo, por meio disso economizando dinheiro.

149

A visão em Zacarias 5 corresponde àquela de Babilônia, a Grande, em Apocalipse 18. Essas visões nos mostram que, aos olhos de Deus a iniquidade contida no comércio é uma forma de idolatria e fornicação. Comércio é uma mulher adúltera cobiçosa por ganhar dinheiro.

C. Uma Tampa de Chumbo Sobre Abertura do Vaso de Efa

Em Zacarias 5:7 e 8 vemos que uma tampa de chumbo, um peso de chumbo, colocado

sobre a abertura do vaso de efa. Isto significa a restrição da iniquidade no comércio pela soberania de Deus. A iniquidade está escondida e restrita no comércio internacional. Se o comércio, especialmente o comércio internacional, pudesse ser restringido, toda a terra seria santa.

D. Duas Mulheres que Vão Adiante

“Então levantei os meus olhos, e vi: eis que saíram duas mulheres” (v. 9a). A mulher

tornando-se duas mulheres significa o duplo efeito do comércio uma vez que ele se torna livre de restrição.

E. Duas Mulheres Saíram do Vaso de Efa entre a Terra e os Céus

“E o vento estava nas suas asas (ora tinham elas asas como as asas da cegonha) e

elevaram o efa entre a terra e o céu” (v. 9b). Tudo isso significa a rápida difusão do comércio iníquo.

F. Uma Casa Edificada pela Mulher na Terra de Sinear

“Perguntei ao anjo que falava comigo: Para onde levam elas o efa? Respondeu-me: Para

lhe edificar uma casa na terra de Sinear; quando a casa tiver sido preparada, ela será estabelecida no seu lugar” (vv. 10-11). Isto significa que a soberania de Deus fará a iniquidade no comércio, a qual o povo de Israel aprendeu dos babilônios em seu cativeiro, voltar para a Babilônia (a terra de Sinear). Deixe esta iniquidade voltar à Babilônia. Todas as pessoas entre os eleitos de Deus devem ser honestas e simples em seu viver.

150

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM SETE

AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (6)

Leitura bíblica: Zc 6

As visões em Zacarias 5 e 6 são todas concernentes ao julgamento de Deus. No capítulo cinco a visão do rolo volante (vv. 1-4) revela que a justa lei de Deus e sua justiça não podem permitir nenhuma injustiça na terra. Devemos ser corretos com Deus e o homem; caso contrário, sofreremos o julgamento de Deus. A visão do vaso de efa (vv. 5-11) mostra-nos que a pior coisa na terra é o comércio. Aparentemente o comércio é algo bom, mas, na verdade, é maligno, cheio de maldade. Nesta mensagem continuaremos a considerar os dois assuntos revelados no capítulo seis: a visão dos quatro carros (vv. 1-8) e a palavra final para confirmar as oito visões neste livro (vv. 9-15).

VIII. A VISÃO DOS QUATRO CARROS

Em 6:1-8 temos a última das oito visões no livro de Zacarias—a visão dos quatro carros.

A. O Significado dos Quatro Carros

“De novo levantei os meus olhos, e vi: eis que quatro carros saíam dentre dois montes” (6:1a). Os quatro carros significam os quatro ventos (vv. 4-8) dos quatro cantos da terra (Ap 7:1-3) para o julgamento de Deus dos pecados sobre a terra. Estes quatro ventos são usados por Deus para levar a cabo Sua administração em todo o universo. Em particular, eles são usados por Deus para levar a cabo Seu juízo, não principalmente sobre pessoas individuais, mas sobre nações, governos e reinos.

Na visão em Zacarias 1:18-21, Zacarias viu quatro chifres que foram levantados para prejudicar e destruir o povo de Deus, Israel. Então Deus preparou esses quatro “ferreiros” para destruir esses quatro chifres. O primeiro desses ferreiros foi o império persa, soberanamente usado por Deus para destruir a Babilônia, o primeiro chifre. A Pérsia era um grande império; seu território estendia desde o Mar Mediterrâneo até o Oceano Índico. Certamente não era fácil para ninguém conquistar esse vasto império. Mas Alexandre o Grande, um homem jovem, veio e rapidamente derrotou tudo do império persa. Tudo isso estava debaixo do soprar do vento soberano de Deus para trazer o segundo ferreiro para destruir o segundo chifre. Então Júlio César veio com o exército romano e em pouco tempo conquistou o império grego, fundado por Alexandre. O império romano, o último chifre, tem perdurado até agora por mais de dois mil anos.

1. Cada Carro é Equipado com Cavalos

“No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no segundo carro cavalos pretos, no terceiro carro cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas” (6:2-3). O fato de cada carro estar equipado com cavalos retrata o mover rápido do julgamento de Deus. De nosso ponto de vista, o julgamento de Deus pode estar vindo lentamente. Entretanto, segundo a visão de Deus, Seu julgamento vem rapidamente com um mover rápido.

151

2. Cavalos de Cores Diferentes

Esses cavalos de cores diferentes, vermelho, preto, branco e salpicado, representam as diferentes maneiras do julgamento de Deus.

Quando o Senhor Jesus vier, Ele será mais rápido que o vento; Ele será como o relâmpago. O último vento trará Cristo como o último Ferreiro, o consumador, que destruirá o Anticristo com seu reino e pisará o grande lagar. Num instante Ele esmagará a grande imagem humana (Dn 2) dos dedos do pé para a cabeça, terminando todo o governo humano nesta terra.

B. O Significado dos Dois Montes

Zacarias 6:1 fala de dois montes. Os dois montes significam um testemunho do juízo de Deus na terra. Dentre os dois montes, os quatro ventos vêm para testificar a toda à terra que Deus está no trono e que a terra está sob Sua administração.

C. O Significado das Montanhas de Bronze

“E os montes eram de bronze” (v. 1b). Em tipologia o bronze tipifica julgamento. Assim, esses dois montes de bronze tipificam montes de julgamento. O julgamento de Deus vem para levar a cabo Seu testemunho.

D. Aqueles Que Saíram da Terra do Norte Fazem

Repousar o Espírito de Deus na Terra do Norte

“E me chamou e me disse: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte fazem repousar o meu Espírito na terra do Norte” (v. 8). Isto significa que os julga-mentos sobre os países do norte, Assíria e Babilônia (Jr 1:14-15; 4:6; 6:1; 25:9; 46:10; Ez 1:4), deu descanso ao Espírito de Deus. O julgamento sobre esses países foi um conforto para Deus.

IX. A PALAVRA CONCLUSIVA PARA CONFIRMAR AS OITO VISÕES

Deus deu oito visões para confortar Israel. Zacarias 6:9-15 é a palavra final para confirmar as oito visões de conforto, consolação e encorajamento.

A. Por Meio da Coroação de Josué o Sumo sacerdote

As visões são confirmadas pela coroação de Josué o sumo sacerdote—tipificando Cristo em Seu sacerdócio—unido a Zorobabel o governador de Judá, tipificando Cristo como o renovo de Davi em Seu reinado, que mantém os dois ofícios, o sacerdócio e o reinado, em paz no Seu trono. Antes da época de Zacarias, ninguém tinha mantido ambos os ofícios, pois o sacerdócio é da tribo de Levi e da família de Arão, e o reinado é da tribo de Judá e da família de Davi. Porém, o rei Uzias tentou usurpar o oficio do sacerdócio (2Cr 26:18-21), mas Deus o castigou com lepra, e ficou leproso até o dia de sua morte.

Em Zacarias 6:9-13 tanto Josué quanto Zorobabel são um tipo de Cristo. Isso significa que duas pessoas tipificam uma pessoa. Cristo é o Único a manter os dois ofícios do sacerdócio e do reinado. Quando Ele vier, Ele reunirá o sacerdócio e o reinado sobre Seus ombros. Em toda história, Ele é a única pessoa qualificada para conduzir os encargos destes dois ofícios na administração de Deus. Por conseguinte, em Hebreus 7, Cristo é tanto o Sumo Sacerdote quanto o Rei, como tipificado por Melquisedeque (cf. Gn 14:18). Visto que Melquisedeque

152

carregava os dois ofícios, do sacerdócio e do reinado, ele foi um tipo de Cristo como Aquele que carregaria tanto o sacerdócio quanto o reinado na administração de Deus.

B. A Garantia da Conclusão da Reconstrução do Templo de Deus

“Eis o homem cujo nome é o Renovo; brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR. Ele edificará o templo do SENHOR” (Zc 6:12b-13a). Isto indica que a palavra conclusiva no capítulo 6 é para a segurança da completação da edificação do templo de Deus (v. 15). A coroação de Josué, foi uma garantia para o povo de que Deus faria algo para completar a reedificação do templo.

C. A Esplêndida Coroa Sendo como um Memorial no Templo do SENHOR

“A coroa esplêndida será como um memorial no templo do SENHOR” (v. 14). Isto significa o lembrar do Messias vindouro (Cristo) pelo povo escolhido de Deus. A coroa com a qual Josué foi coroado foi removida de sua cabeça e posta no templo. Ela devia ser um memorial para os filhos de Israel a fim de lembrar o Messias vindouro, Aquele que viria para ser o Rei e o Sacerdote, a fim de executar a administração de Deus, para o cumprimento da economia de Deus.

153

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM OITO

A ADVERTÊNCIA A ISRAEL PARA SE VOLTAR DA VAIDADE DE SUA RELIGIÃO RITUALÍSTICA PARA A REALIDADE DE UMA VIDA PIEDOSA, E O DESEJO DO SENHOR

DE RESTAURAR ISRAEL

Leitura bíblica: Zc 7-8

Nesta mensagem consideraremos Zacarias 7 e 8. Estes capítulos abrangem a

advertência a Israel para se voltar da vaidade da religião ritualística (7:3-6; 8:19a) para a realidade de uma vida piedosa (7:7-14; 8:16-17, 19b) e também o desejo do SENHOR de restaurar Israel (8:2-23).

I. A ADVERTÊNCIA A ISRAEL PARA SE VOLTAR DA VAIDADE DE SUA RELIGIÃO

RITUALÍSTICA PARA A REALIDADE DE UMA VIDA PIEDOSA

A. Voltar da Vaidade de Sua Religião Ritualística

Zacarias 7:3-6 fala da vaidade da religião ritualística. Em particular, esses versículos mencionam o choro e o jejum. O povo de Israel chorou, jejuou e separou a si mesmo no décimo mês para expressar sua dor pelo ataque e sítio a Jerusalém pelos babilônios (Jr 52:4). O povo chorou, jejuou e separou a si mesmo no quarto mês para expressar sua dor pela demolição da cidade de Jerusalém (2Rs 25:3-4). Israel chorou, jejuou separou a si mesmo no quinto mês para expressar sua dor pela queima do templo de Deus e a cidade de Jerusalém (Jr 52:12-13), e no sétimo mês para expressar sua aflição pelo assassinato de Gedalias (2Rs 25:22-26).

B. Voltar para a Realidade de uma Vida Piedosa

Israel não foi somente advertido para voltar da vaidade da sua religião ritualística, mas

também voltar à realidade de uma vida piedosa.

1. Para Ouvir a Palavra de Deus

Primeiro, foi dito a Israel que desse ouvidos à palavra de Deus proclamada pelos profetas (Zc 7:7, 11).

2. Julgar com Juízo Verdadeiro

Se o povo de Israel quisesse ter a realidade de uma vida piedosa, eles teriam que julgar

com juízo verdadeiro, mostrar misericórdia e compaixão, cada um para com seu irmão, não oprimir a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o pobre, e nenhum deles intentassem no seu coração o mal contra seu irmão (vv. 9-10; 8:16b-17a).

3. Cada Homem Falando a Verdade ao Seu Próximo

Além disso, o povo de Deus foi incumbido de cada homem falar a verdade ao seu

próximo. Não era para eles intentarem mal em seus corações contra o seu próximo, nem amassem o juramento falso, porque todas essas eram odiadas pelo SENHOR (8:16a, 17b).

154

4. Amar a Verdade e a Paz

Finalmente, os filhos de Israel deveriam amar a verdade e a paz (v. 19b). Eles foram advertidos para que voltassem da sua religião ritualística com choro e jejum à realidade de uma vida piedosa, uma vida plena de justiça, bondade, compaixão, verdade, e paz.

II. O DESEJO DO SENHOR DE RESTAURAR ISRAEL

Zacarias 8 revela o desejo do SENHOR para restabelecer Israel. Esta é uma questão preciosa.

A. O Desejo do SENHOR e a Restauração de Israel

1. O SENHOR dos Exércitos Zela por Sião com um Grande Zelo

O SENHOR dos exércitos zela por Sião com grande zelo. Sem dúvida, Ele zela por ele com

grande furor contra seus inimigos (v. 2). Embora Deus seja amor, Ele tem grande furor contra os inimigos de Seu povo. Ele tem zelo pelos Seus amados eleitos.

2. O SENHOR Retorna a Sião e Habita no Meio de Jerusalém

Assim diz o SENHOR: Tenho voltado para Sião, e habitarei no meio de Jerusalém, e

Jerusalém será chamada a cidade da verdade, e o monte do SENHOR dos exércitos, o monte santo (v. 3).

3. Os Velhos e Velhas Habitarão nas Ruas de Jerusalém

Assim diz o SENHOR dos exércitos: Ainda nas ruas de Jerusalém habitarão velhos e

velhas, tendo cada um na mão o seu cajado por causa da sua muita idade (v. 4). Isso indica que a cidade estará numa situação maravilhosa e que os velhos e velhas terão o verdadeiro desfrute de vida.

4. As Ruas da Cidade Estarão Cheias de Meninos e Meninas Brincando

As ruas da cidade serão cheias de meninos, que brincarão nas suas ruas (v. 5). Isso

indica que a cidade estará tranquila e muito agradável.

5. Será Maravilhosa Tanto aos Olhos do Resto de Israel Quanto aos Olhos do SENHOR

A situação de Jerusalém na restauração será tão maravilhosa tanto aos olhos do resto do povo quanto aos olhos do SENHOR (v. 6). Quando as pessoas virem o deleite de Jerusalém, elas poderão dizer, “Isso é maravilhoso!” e Deus poderá dizer, “Sim, isso é maravilhoso!”

6. O SENHOR Salva Seu Povo da Terra do Oriente e da Terra do Ocidente

Assim diz o SENHOR dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do

oriente e da terra do ocidente; eu os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça (vv. 7-8). Acredito que a terra do oriente é a Babilônia e que a terra do ocidente é a Espanha, pois naquela época a Espanha era considerada a maior parte da terra, o lugar do pôr-do-sol.

155

7. Os Filhos de Israel São Encorajados à Serem Fortes

Assim diz o SENHOR dos exércitos: Sejam fortes as vossas mãos, ó vós que nestes dias ouvis estas palavras da boca dos profetas, que existiam nos dias em que foi posto o fundamento da casa do SENHOR dos exércitos, isto é, do templo, a fim de que fosse edificado (v. 9). Esta é uma palavra encorajando os filhos de Israel a serem fortes e valentes e finalizar a obra de reedificação da casa de Deus.

8. O Resto dos filhos de Israel Ganham Salários e Também Seus Animais

Pois antes daqueles dias não tinham os homens salários, nem os animais lhes davam

ganhos; nem havia paz para o que saía, nem para o que entrava por causa do adversário; porque incitei todos os homens, cada um contra o seu próximo (vv. 10-11).

9. O SENHOR Faz Com que o Resto de Israel Herde Bênçãos

Pois haverá a semente da paz: a vide dará o seu fruto, e a terra produzirá a sua

novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde todas estas coisas (v. 12). Por causa dessas bênçãos, toda a região será frutífera e produtiva para o desfrute do povo.

10. O SENHOR Salva o Povo e o Povo Torna-se uma Bênção

Como vós éreis uma maldição entre as nações, ó casa de Judá e ó casa de Israel, assim eu vos salvarei, e sereis uma bênção; não tenhais medo, mas sejam fortes as vossas mãos. Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Como resolvi fazer-vos o mal, quando vossos pais me provocaram à ira, diz o SENHOR dos exércitos, e não me arrependi; assim tornei a resolver nestes dias fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não tenhais medo (vv. 13-15). Deus será bom para eles em todos os sentidos.

11. Os Jejuns Tornam-se Gozo e Alegria e em Festas Alegres para a Casa de Judá

Assim diz o SENHOR dos exércitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do

sétimo, e o jejum do décimo mês se tornará para a casa de Judá em gozo e em alegria, e em festas alegres; portanto amai a verdade e a paz (v. 19). Em vez de jejuns haverá festas alegres cheia de boa comida para o desfrute do povo de Israel.

B. As Nações Vêm a Israel Pedir o Favor do SENHOR, e os filhos de Israel São Sacerdotes a

Elas As nações virão a Israel para pedir o favor, a graça, do SENHOR, e os filhos de Israel

serão sacerdotes para elas (vv. 20-23). Antes desse tempo toda a nação de Israel será um sacerdócio. Eles ensinarão os gentios, as nações, a conhecer o caminho de Deus e a pessoa de Deus, e eles lhes ensinarão a adorar e servir a Deus. Como sacerdotes, eles trarão as nações à presença de Deus para que elas possam ser iluminadas, corrigidas e favorecidas com todas as riquezas de Deus. Isto é o sacerdócio. No reino milenar, depois que os judeus forem salvados na vinda do Senhor, eles se tornarão os sacerdotes para ensinar todas as nações a se arrependerem.

156

1. Os Povos, Até mesmo os Habitantes de Muitas Cidades, Virão à Israel

“Os habitantes de uma cidade irão à outra cidade, dizendo: Vamos apressadamente para suplicar o favor [graça] do SENHOR, e para buscar o SENHOR dos exércitos; eu também” (v. 21). O versículo 22 continua dizendo, “Muitos povos e poderosas nações virão a buscar em Jerusalém ao SENHOR dos exércitos e a suplicar o favor do SENHOR.” Espero que naquele dia em todas as igrejas locais que a situação seja como essa. Sempre que alguém disser, “Vamos à reunião”, outros possam dizer, “Eu também irei.” Essa será a situação no milênio. Não somente todo o povo de Israel, mas também os gentios que estarão vivendo com eles buscarão a Deus.

2. Dez Homens Pegarão na Orla da Veste de um Judeu Dizendo Que Irão Com Eles

“Assim diz o SENHOR dos exércitos: Naqueles dias pegarão dez homens de todas as

línguas das nações, sim, pegarão da orla da veste daquele que é judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus é convosco.” (v. 23; Is 2:2-3a). De alguma maneira o Senhor reverterá a situação de Babel e lidará com o problema causado pelas diferentes línguas entre as nações. Deus já fez isso uma vez, em Pentecostes (At 2). O que aconteceu em Pentecostes é uma prefiguração do que ocorrerá durante a era do reino milenar.

3. Os Filhos de Israel Serão Sacerdotes para as Nações

Os filhos de Israel serão os sacerdotes para as nações (Isa. 2:3b-4a). A intenção de Deus

segundo Êxodo 19:6 era ter Israel como uma nação de sacerdotes, e Ele nunca esqueceu isso. Deus tem esperado por um tempo oportuno para fazer isso, mas não tem, contudo, havido a chance de fazê-lo. Na época da restauração, todos os Israelitas serão os sacerdotes. Eles estarão muito ocupados como sacerdotes para as nações, ensinando-as como adorar e servir o SENHOR. As nações antigamente eram idólatras ou ateístas, mas todas elas se voltarão a Deus, e Deus se voltará a elas para ser o Seu Deus. Portanto, elas precisarão aprender a como adorar e servir o SENHOR.

Essa foi a palavra encorajadora falada aos filhos de Israel. Zacarias parecia estar dizendo, “Se esqueçam de jejuar e lamentar. Voltem-se para Deus e voltem-se para uma vida piedosa. Então um tempo de restauração virá entre vocês, e as nações se voltarão a vocês e voltarão a habitar com vocês como povo de Deus. Vocês tomarão a frente para ajudá-los, ensiná-los e acompanhá-los na adoração de Deus.”

Durante o reino milenar, Israel estará na parte terrena, ao passo que nós, os crentes do Novo Testamento, estaremos na parte celestial. Seremos os reis, os co-reis com Cristo, e também seremos os sacerdotes, os sacerdotes celestiais para servir a Deus. Porém, nem todos os crentes estarão lá, mas somente os crentes vencedores. Estar ou não no reino milenar que será um tempo de provas para nós, dependerá se formos ou não vencedores em nossa vida cristã nesta era. Se formos vencedores, estaremos na parte celestial do reino milenar como os reis e sacerdotes. Se não, estaremos em algum outro lugar para sermos disciplinados e nos tornarmos amadurecidos.

157

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM NOVE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (1)

Leitura bíblica: Zc 9

O encargo de Zacarias era ajudar o povo de Israel que retornou a ver o propósito de

Deus. Naquela época o propósito de Deus era restaurar o templo como o centro do Seu interesse. Por meio de Zacarias o Senhor parecia estar dizendo a eles, “Eu não quero seu jejum e lamentação. Esqueçam essas coisas. Eu peço-lhes até mesmo que esqueçam o que fiz no passado para lidar com vocês. Vocês precisam saber o que quero que façam hoje. Quero que vocês percebam que Meu desejo é que o templo seja edificado pelo Meu povo para ser o centro e realidade do Meu interesse na terra.” Hoje a intenção de Deus, Seu desejo, é que sejamos um com Ele. Ele trouxe-nos de volta ao lugar genuíno, para a base, para a fundação do templo. Deus quer que vejamos que o Seu interesse, desejo e encargo é terminar a edificação desse templo.

Deus tem um encargo. Este encargo é que Ele possa ganhar um povo nesta era para conhecer Seu coração, perceber Seu desejo e ser um com Ele para edificar o Corpo de Cristo. Este é o desejo de Deus. O desejo de Deus está relacionado à Sua economia. A economia de Deus é ter Cristo como tudo, tê-Lo como o centro e a circunferência, a centralidade e a universalidade do mover de Deus nesta terra. Todos nós precisamos ver isso.

Ao longo do livro de Zacarias Cristo é revelado. No capitulo um vemos Cristo como o Homem montado num cavalo vermelho para cuidar do sofrimento do povo de Deus; no capítulo dois, como Aquele que está medindo Jerusalém; no capítulo três, como Aquele que é o Sumo Sacerdote, tipificado por Josué o sumo sacerdote e retratado pela pedra com sete olhos; no capítulo quatro, como Aquele que é o verdadeiro Rei, tipificado por Zorobabel e no capítulo seis, como o Único que está qualificado para sustentar tanto o oficio do sacerdócio quanto do reinado para a consumação da edificação do templo de Deus. Agora devemos continuar a ver que esse Cristo todo-inclusivo está completamente envolvido com a história humana. A história humana desde Adão até a última pessoa da raça humana não é nada sem Cristo. Entretanto, segundo a economia de Deus, Cristo está intimamente envolvido com a história humana. Isso significa que Cristo está envolvido com cada aspecto crucial dos quatro impérios representados pela grande imagem humana em Daniel 2. Como veremos, o Cristo revelado em Zacarias 9-14 é um Cristo que está envolvido com a história humana de maneira refinada, particular e até mesmo íntima.

As visões nos capítulos de um a seis de Zacarias eram principalmente para consolação dos filhos de Israel, ao passo que as profecias nos capítulos de nove a quatorze são principalmente para o encorajamento deles. Sem Cristo não há nem consolação nem encorajamento. A consolação em Zacarias de 1—6 é Cristo, e o encorajamento em Zacarias de 9—14 também é Cristo. Nesta mensagem considera-remos a primeira das profecias de encorajamento.

I. A PROFECIA CONCERNENTE ÀS NAÇÕES AO REDOR DE JUDÁ EM RELAÇÃO A ISRAEL

A profecia em Zacarias 9 diz respeito às nações ao redor de Judá em relação a Israel.

158

A. Concernente à Destruição Realizada sobre as Nações ao redor de Judá por Alexandre o Grande

A profecia nos versículos de 1 a 7 diz respeito a destruição realizada sobre as nações ao

redor de Judá por Alexandre o Grande, rei do império grego (336-323 a.C., com a influência de seus quatro sucessores até 44 a.C.), profetizada por Daniel em seu livro como o abdômen e as coxas da grande imagem humana em 2:32c, como a terceira besta em 7:6, como o bode em 8:5, e como um rei poderoso em 11:3.

B. O SENHOR Protegendo Jerusalém com Seu Templo como Sua Casa

Zacarias 9:8 diz, “Ao redor da Minha casa acamparei contra o exército, para que

ninguém passe nem volte; e não passará mais por eles o exator: pois agora o tenho visto com os meus olhos.” Isso revela que durante o ataque de Alexandre o Grande, o Senhor protegeu Jerusalém com seu templo como Sua casa. Embora Alexandre, um rei poderoso, tenha causado dano a tantas nações ao redor de Judá, ele não causou muito dano à Judá e Jerusalém, e não danificou em nada o templo.

C. Cristo É Bem Recebido Temporariamente como o Rei em Jerusalém de Forma

Humilde

Os dois versículos no capítulo nove estão relacionados com Cristo, os versículos 9 e 10, são uma inserção. Isso significa que o versículo 11 é na verdade a continuação do versículo 8. O versículo 9 diz, “Regozija-te muito, filha de Sião; exulta, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei. Ele é justo, e trás a salvação; ele é pobre e vem montado sobre um jumento, sobre um potrinho, filho de uma jumenta.” Isso revela que Cristo viria de maneira justa com salvação para nós e que Ele montaria num jumento, filho de uma jumenta. Esse versículo foi cumprido nos quatro Evangelhos quando Jesus Cristo entrou em Jerusalém a última vez. Ele veio como um Rei, mas como um Rei humilde, um Rei humilhado, não montando em um cavalo majestoso, mas em um jumentinho.

D. O Reino Milenar como um Tempo de Restauração

O versículo 10 diz, “E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco

de guerra será exterminado. Ele anunciará a paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.” Isso se refere ao reino milenar que será um tempo de restauração. No milênio, Deus fará cessar toda guerra. Esta palavra concernente ao reino certamente deve ter sido um conforto e um encorajamento ao povo de Israel.

A sequência nesse capítulo é muito significativa. Os versículos de 1 a 7 dizem respeito ao dano e devastação causados por Alexandre o Grande às nações ao redor de Judá. Então o versículo 8 continua a dizer que o próprio Senhor se acampou ao redor do Seu templo dentro da cidade santa. Isso salvou Judá, Jerusalém e o templo da devastação de Alexandre. Jerusalém e o templo foram poupados e salvos da devastação do inimigo. Isso foi uma boa libertação e um sinal da restauração vindoura. Porém, a restauração vindoura precisa da vinda de Cristo. Por isso, depois da palavra no versículo 8 concernente à libertação de Jerusalém e o templo, o versículo 9 diz que Cristo está vindo, sendo justo e trazendo salvação. Finalmente, a situação está correta e adequada para a vinda de Cristo, e Ele virá humildemente, e também de maneira íntima, montado num jumento.

Qual deve ser o resultado da vinda de Cristo? Como o versículo 10 indica, após a Sua vinda, paz e restauração deverá estar aqui, e o domínio de Deus também deverá estar aqui. Na

159

restauração o primeiro item é paz: “Ele anunciará paz às nações.” O segundo item é domínio: “Seu domínio se estenderá de mar a mar.”

Entretanto, quando Cristo veio a primeira vez, Ele foi bem recebido temporariamente e por fim foi rejeitado, detestado ao máximo, e levado à morte para ser crucificado. Com relação à Sua rejeição pelos filhos de Israel, o Senhor Jesus disse, “Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e vós não quisestes! Eis que a vossa casa vos é deixada deserta” (Mt 23:37-38). A palavra casa denota a casa de Deus, a qual era o templo. Ela era a casa de Deus, mas aqui ela é chamada “sua casa.” A casa de Deus tinha se tornado a casa deles, e ela seria totalmente destruída por Titus em 70 d.C. (Mt 24:2).

Porque os filhos de Israel rejeitaram Cristo o Rei, a restauração foi suspensa por um templo, e o momento do julgamento sobre os filhos de Israel começou, o qual durou aproximadamente vinte séculos. Portanto, Cristo precisa vir uma segunda vez, desta vez não montando um jumento, mas vindo como relâmpago (Mt 24:27). Então a paz e o reino eterno, como o domínio de Deus, estarão na terra de mar a mar. Esta é a sequência de acordo com o significado espiritual.

E. Concernente à Vitória dos Heróis Judeus Macabeus Sobre Antíoco Epifânio

A profecia nos versículos 11 a 17 de Zacarias 9 diz respeito à vitória dos heróis judeus

Macabeus sobre Antíoco Epifânio, o rei da Síria (175-163 a.C.), o reino do norte, profetizado por Daniel em seu livro em 8:9-14, 23-25 e 11:28-35. Antíoco Epifânio foi o primeiro tipo da vinda do Anticristo, que fará as coisas malignas profetizado em Daniel 8:10-13, 23-25,; 11:30-32a.

Deus levantou os heróis Macabeus para encontrar Antíoco e derrotá-lo. Daniel 11:32b diz, “Mas o povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo.” Creio que os Macabeus e os seus seguidores sabiam que esta palavra se aplicava a eles e que eles foram encorajados por ela. Eles mostraram força e agiram contra Antíoco Epifânio.

Zacarias 9:13 diz, “Porque para mim curvei Judá como um arco e o enchi de Efraim; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Javã! E te porei, ó Sião, como espada de valente.” A palavra Javã aqui refere-se à Grécia e é a chave para compreender os versículos de 11 a 17. Os filhos da Grécia são Antíoco e os que estão com ele, e os filhos de Sião são os Macabeus. Assim, o versículo 13 está dizendo que na época de Antíoco Epifânio Deus despertaria Seus filhos, os filhos de Sião, contra os filhos da Grécia.

Os versículos 14 e 15 continuam dizendo, “Por cima deles será visto o SENHOR, e as suas flechas sairão como o relâmpago; o Senhor Jeová tocará a trombeta, e irá com o redemoinho do sul. O SENHOR dos exércitos os defenderá; eles devorarão, e pisarão aos pés as fundas; beberão, e farão alvoroço como de vinho; e ficarão cheios como as bacias de sacrifício, como os cantos do altar.” Nestes versículos deles e eles se referem aos Macabeus que seriam defendidos por Deus.

O versículo 16 continua, “O SENHOR seu Deus os salvará naquele dia como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele. “Aquele dia” refere-se a 25 de dezembro de 161 a.C.

O versículo 17 conclui, “Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! O trigo fará florescer os mancebos, e o mosto as donzelas”. Esta é uma palavra falada em congratulações aos Macabeus por sua vitória.

A primeira parte deste capítulo está relacionada a Alexandre o Grande, e a última parte, com Antíoco Epifânio. A palavra concernente à Cristo, que está envolvido com a história humana, é inserida nos versículos 9 e 10. Cristo, claro que, não veio durante o tempo do império grego, mas durante o tempo do império romano. Como veremos em uma mensagem posterior, Zacarias também profetizou com respeito ao império romano.

160

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM DEZ

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (2)

Leitura bíblica: Zc 10

Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento em Zacarias 10.

II. A PROFECIA CONCERNENTE À VISITAÇÃO AMOROSA DO SENHOR A ISRAEL

A profecia no capítulo dez de Zacarias diz respeito à visitação amorosa do Senhor a

Israel. Como veremos, esta visitação amorosa é de fato a vinda de Cristo a Israel.

A. O Senhor Encoraja os filhos de Israel a Buscar Mais Bênçãos

“Pedi ao SENHOR chuva no tempo das chuvas serôdias, ao SENHOR, que faz as nuvens de chuva, dá aos homens aguaceiro e a cada um, erva no campo” (v. 1). A palavra chuva aqui significa bênção. Pedir por mais chuvas é buscar mais bênção. Assim, nesse versículo o Senhor está encorajando os filhos de Israel a buscar mais bênçãos enquanto Ele é favorável a eles. Enquanto o Senhor for tão favorável a nós, devemos pedir-Lhe que nos envie ainda mais favor. Considerando que Deus está nos dando abundância de chuva, devemos pedir-Lhe mais chuva. Isso indica que todos nós precisamos orar pelas bênçãos abundantes do Senhor.

B. O Senhor Punirá os Falsos Pastores

Os versículos que 2 e 3a dizem, “Porque os ídolos do lar falam coisas vãs, e os adivinhos veem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias; por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor. Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes-guias.” Entre os judeus no tempo antigo, muitos possuíam ídolos domésticos, os quais eram imagens ou falsos deuses que guardavam em suas casas. Todos esses falsos deuses e todos os adivinhos falavam mentiras e falsos sonhos; eles confortavam em vão. Então, as pessoas vagavam como ovelhas. Eles eram afligidos porque não havia nenhum pastor. O versículo 3 nos diz que a ira do Senhor foi acendida contra os pastores e que Ele castigaria os bodes-guias. Os pastores aqui são os bodes-guias. Os pastores adequados são os profetas, as pessoas adequadas que falam por Deus.

Hoje temos uma prática maravilhosa na vida da igreja. Encorajamos todos os santos a profetizarem; fazemos de cada santo um profeta. No mover do Senhor entre Seu povo hoje, o mais importante é falar por Ele. Paulo encorajou todos os santos a profetizarem (1Co 14:1, 24, 31, 39a).

C. O Senhor Visita a Casa de Judá como o Seu Rebanho

“Mas o SENHOR dos Exércitos tomará a seu cuidado o rebanho, a casa de Judá, e fará

desta o seu cavalo de glória na batalha” (Zc 10:3b). Deus veio ao Seu povo de tal maneira graciosa para visitá-los. Sua visita a eles foi a vinda de Cristo a eles. Claro que, o capítulo dez não menciona o nome Jesus Cristo ou Messias, mas a palavra visita aqui deve ser compreendida como a vinda de Cristo. Dois mil anos atrás Ele veio na forma de um homem.

Esta porção da Palavra fala sobre o Pastor do rebanho de Deus. No Novo Testa-mento o Senhor Jesus se comparou a um pastor. Ele veio como o verdadeiro Pastor e condenou os

161

outros pastores que eram os anciões, os escribas e os sacerdotes. Eles eram pastores iníquos, mas o Senhor Jesus era o único Pastor. Ele até mesmo nos disse que Ele era o bom Pastor que dava Sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11, 14-15). Por um lado, o Senhor puniu os falsos pastores; por outro lado, Ele, o verdadeiro Pastor, visitou Seu rebanho.

Ao visitar Seu rebanho Ele faz dele como um cavalo de majestade. Você é uma ovelha ou um cavalo de majestade? Todos nós precisamos progredir de forma que não sejamos mais ovelhas, mas cavalos de majestade. Depois de ser visitada pelo Senhor como o Pastor, cada ovelha fraca entre o povo de Deus torna-se um cavalo de majestade.

D. De Judá Sairá a Pedra Angular, o Prego, o Arco de Batalha, e Todos os Chefes Juntos

Zacarias 10:4 continua, “De Judá sairá a pedra angular, dele a estaca da tenda, dele o arco de guerra, dele sairão todos os chefes.” O pronome dele três vezes usado neste versículo refere-se a Judá no versículo anterior. O versículo 4 indica que quando nos tornamos cavalos de majestade, nos tornamos uma pedra angular, estacas, arcos de guerra e chefes. Quando nos tornamos cavalos, produzimos esses quatro tipos de coisas.

E. A Casa de Judá e o Povo de Efraim São como Homens

Poderosos que Pisoteiam Seus Inimigos

A casa de Judá e o povo de Efraim serão como homens poderosos que pisoteiam seus inimigos, porque o SENHOR está com eles (v. 5). O SENHOR fortalecerá a casa de Judá e salvará a casa de José. O SENHOR os trará de volta, porque Ele tem compaixão deles, e será como se Ele não os tivesse rejeitado. O SENHOR é o seu Deus, e Ele lhes responderá (v. 6). Seus corações se alegrarão como que pelo vinho, e corações se exultarão no SENHOR (v. 7). Esta deve ser nossa situação e condição na vida da igreja hoje.

F. O SENHOR Assobia para Eles e Os Ajuntam

Os versículos de 8 a 12 revelam aspectos adicionais da visitação amorosa do Senhor a

Israel. O versículo 8 diz, “Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei; porque os tenho remido; multiplicar-se-ão, como se têm multiplicado”. O assobio do Senhor não é estridente, mas moderado e suave, algo como o cantar de um pássaro. Frequentemente durante nosso tempo de reavivamento matinal, o Senhor assobia a nós, nos chamando e nos ajuntando a Ele.

Os versículos 9 e 10 continuam, “Eu os semearei por entre os povos, e em terras remotas se lembrarão de mim; viverão com seus filhos, e tornarão a vir. Também os farei voltar da terra do Egito, os congregarei da Assíria e os trarei para a terra de Gileade e do Líbano; não se achará lugar para eles.” O povo do Senhor certamente se multiplicará. Creio que veremos muitos novos nas igrejas locais. Isso será a verdadeira multiplicação da nova maneira.

O versículo 11 continua a dizer, “Ele passará o mar de aflição e ferirá as ondas no mar, e todas as profundezas do Nilo secarão; a soberba da Assíria será abatida, e o cetro do Egito se retirará. O mar mencionou que aqui é o Mar Vermelho que, junto com o Nilo, protege o Egito e o mantém separado. Porém, Deus golpeará as ondas no Mar Vermelho e secará o Nilo.

O versículo 12 conclui, “Eu os fortalecerei no SENHOR; e no seu nome andarão, diz o SENHOR.” O Eu aqui é o SENHOR, indicando que o SENHOR fortalecerá Seu povo Nele mesmo. Eles então andarão no Seu nome. Estar no nome de alguém é ser um com a pessoa que é a realidade daquele nome. Estar no nome de Deus é ser um com Deus em nosso andar diário, viver, caminhada e ter nosso ser no nome de Deus.

Tudo do capítulo dez fala sobre a visitação amorosa de Deus. Precisamos perceber e lembrar que esta visitação é na verdade a vinda de Cristo. Posso testemunhar pela minha

162

experiência que quando desfrutamos a visitação amorosa do Senhor, nossa situação é exatamente igual a do povo de Deus descrita neste capítulo. Frequentemente após desfrutarmos tal visitação amorosa, nossa situação muda. Em Sua visitação amorosa, Ele nos encoraja para que busquemos mais bênçãos. Somos pequenos cordeiros, mas depois da Sua visitação amorosa, nos tornamos cavalos. Não é que somos ousados ou fortes, mas depois da visitação do Senhor com Seu querido toque, somos fortalecidos para nos tornar cavalos de majestade na batalha. Por fim, o Senhor nos fortalece em Si mesmo de maneira que possamos andar em Seu nome.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM ONZE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (3)

Leitura bíblica: Zc 11

Nesta mensagem consideraremos a profecia no capítulo onze de Zacarias.

III. A PROFECIA CONCERNENTE AO VIVER DE ISRAEL

DEBAIXO DA OPRESSÃO DO IMPÉRIO ROMANO

A profecia em Zacarias 11 aborda o viver de Israel debaixo da opressão do império romano. Como veremos, neste capítulo há evidência que prova que está relacionado à tirania do império romano.

A. A Destruição Realizada na Vizinhança de Israel pelo Império Romano

Os versículos de 1 a 3 revelam a destruição realizada na vizinhança de Israel pelo

império romano. O fogo no versículo 1 refere-se à vinda do César romano para devastar o Líbano e o Jordão.

B. Os Filhos de Israel Caem nas Mãos dos Seus Vizinhos e na Mão de Seus Reis

O viver de Israel sob a tirania do império romano é visto nos versículos de 4 a 6. Os

filhos de Israel caíram nas mãos dos seus vizinhos e nas mãos de seus reis. Os vizinhos mencionados no versículo 6 se referem aos reis e governadores subordinados ao império romano, como Herodes e Pilatos, na região da Palestina. O rei no versículo 6 é César.

C. O SENHOR como Jesus Apascenta o Aflito do Rebanho de Israel

Nos versículos de 7 a 11 e 14, vemos o SENHOR como Jesus que apascenta o aflito do

rebanho de Israel. O versículo 7a diz, “Assim apascentei as ovelhas destinadas para o matadouro, verdadeiramente as ovelhas mais miseráveis.” O “Eu” aqui se refere ao SENHOR, como indicado no versículo anterior. O SENHOR como Jesus veio para alimentar Seu povo, que estavam prestes a ser massacrado, os aflitos do rebanho.

163

Os versículos 7b a 11 dizem, “Tomei para mim duas varas; a uma chamei Formosura, a outra chamei União; e apascentei as ovelhas. Exterminei os três pastores num só mês; porque a minha alma se enfastiou deles, e a sua alma também teve nojo de mim. Então eu disse: Não vos apascentarei: o que morre, morra; o que há de ser exterminado, seja exterminado, e os que restam, comam cada um a carne do seu próximo. Tomei a minha vara Formosura e a fiz em pedaços, para destruir a minha aliança que tinha feito com todos os povos. Foi quebrada naquele dia; assim as miseráveis dentre as ovelhas que me respeitaram, reconheceram que isto era a palavra do SENHOR.” Aqui vemos que o SENHOR como Jesus trouxe duas varas — Formosura e União. Formosura refere-se à graça, e União refere-se a estar vinculado na unidade. Jesus veio como o Pastor para alimentar o rebanho de Deus com graça, de modo que eles possam ter unidade. Então o SENHOR como Jesus, pôs à parte os três pastores—os sacerdotes, os anciões e os escribas. Ele os destruiu, e as suas almas O detestaram. O Senhor Jesus como o Pastor adequado, foi rejeitado, deixando os filhos de Israel como um rebanho sem qualquer pastor (Jo 10:11). Com respeito a Israel estar sem um pastor, Mateus 9:36 diz, “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e errantes, como ovelhas que não têm pastor.” Além disso, Ele quebrou a vara, Formosura (Zc 11:10). Isso indica que Ele quebrou a aliança que Deus fez por intermédio de Moisés, deixando o povo sem uma aliança para cobri-los. Deste modo, Ele tirou a graça (Formosura).

O versículo 14 continua, “Então fiz em pedaços a minha segunda vara União, para dissolver a irmandade entre Judá e Israel.” Isso indica que o amor unidor também foi tirado. Como resultado, a nação estava dividida e cheia de guerras internas (v. 9). Desde o dia da crucificação de Cristo, não tem existido nenhuma unidade entre os judeus. Embora os do reino do norte, Israel, e os do reino do sul, Judá, fossem irmãos, a irmandade entre eles foi feita em pedaços por causa do amor unidor que foi feito em pedaços. Isso aconteceu enquanto eles estavam vivendo sob a opressão do império romano.

D. O Messias, como o Pastor Adequado de Israel, Foi Detestado,

Agredido, Rejeitado e Vendido por Trinta Moedas de Prata

Zacarias 11:12 e 13 revelam que o Messias, como o Pastor adequado de Israel, foi detestado, agredido, rejeitado e vendido por trinta moedas de prata, o preço de um escravo (Êx 21:32). O que é profetizado aqui foi cumprido nos Evangelhos. O Senhor Jesus foi vendido sob o reinado do império romano, e foi julgado pelas leis romanas. Zacarias que 11:12 e 13 diz, “Eu lhe disse: Se vos parecer bem, dai-me a minha paga; e se não, deixai-vos disso. Pesaram, pois, por minha paga trinta moedas de prata. O SENHOR disse-me: Arroja-as ao oleiro, esse belo preço em que fui apreçado por eles. Tomei as trinta moedas de prata, e arrojei-as ao oleiro na casa do SENHOR”. Isso indica claramente que Cristo foi detestado, agredido, rejeitado e vendido. A fim de compreender estes versículos e saber o que a prata proporcionou e quem a lançou na casa do SENHOR, precisamos estudar os quatro Evangelhos.

E. Os Filhos de Israel Deixados aos Cuidados dePastores Insensatos e Imprestáveis

Os sacerdotes, os anciãos, e os escribas como os pastores malignos foram exterminados

e Jesus como o Pastor apropriado foi crucificado, rejeitado ao máximo. Portanto, os filhos de Israel foram deixados aos cuidados de pastores insensatos e imprestáveis, que não quiseram cuidar deles (vv. 15-17). Isto significa que após a crucificação de Cristo, não houve liderança apropriada entre o povo de Israel. Eles lutaram um com o outro, devorando um ao outro. Os pastores insensatos, imprestáveis, que se levantaram entre eles, levaram-nos a mais

164

sofrimentos. Esta espécie de situação permitiu a Titus, o príncipe romano, devastar todo o país de Judá em 70 d.C.

Este capítulo seguramente refere-se ao viver de Israel sob a tirania do império romano. O próprio Senhor Jesus viveu sob o reinado das leis romanas; Ele viveu sob o reinado de César, a mais alta lei, e também sob o reinado de Herodes e Pilatos que eram governantes subordinados. Sob esse reinado, Ele, o verdadeiro e adequado Pastor, foi rejeitado, agredido, vendido e crucificado. Com respeito a isto, Mateus 26:31, uma citação Zacarias 13:7, diz, “Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas do rebanho”. Quando Cristo, o Pastor, foi posto à cruz, todas as ovelhas do seu rebanho se espalharam.

Os capítulos de nove a onze de Zacarias desvendam Cristo de maneira muito íntima. O centro das profecias nestes capítulos é Cristo como o Messias rejeitado. No capítulo nove, Cristo veio e entrou em Jerusalém como o Rei numa forma humilde. Em seguida, o capítulo dez revela essa Pessoa amável, íntima e gentil como o Pastor vindo em Sua visitação amorosa a Israel. Quando Ele tinha trinta anos de idade, Ele veio para pastorear as pessoas. Durante os três anos e meio do Seu ministério na terra, Ele ministrou suprimento espiritual ao povo escolhido de Deus. O tempo do Seu ministério foi um tempo de pastorear, e muitos foram ajudados pelo Seu pastorear. Porém, porque Sua ajuda se tornou muito popular, os anciões, escribas e sacerdotes ficaram com inveja. Em sua inveja, eles prenderam Jesus por meio da traição de Judas. Seguindo isto, Ele foi julgado primeiro pelo sumo sacerdote segundo a lei de Deus e então pelas leis do governo romano, Herodes e Pilatos, segundo a lei romana. O Senhor Jesus foi completamente justificado. Pilatos falou para os judeus que ele não podia encontrar nada errado com Jesus (Jo 18:38; 19:4), mas eles não lhe deram ouvidos, e suas vozes o superaram. “Quando, pois, O viram os principais sacerdotes e os servidores, gritaram: Crucifica-O! Crucifica-O! Disse-lhes Pilatos: Tomai-O vós e crucificai-O, porque eu não acho culpa Nele” (Jo 19:6). Em vez de agir justamente, Pilatos entregou Jesus nas mãos dos judeus. Eles levaram Jesus e então O conduziram para um lugar chamado Gólgota, e lá eles O crucificaram. Eles rejeitaram o Seu Rei ao máximo.

O Messias veio de maneira gentil, como um amigo íntimo para visitar Seu povo Israel como Seu Rei. Se eles estivessem preparados, eles teriam Lhe dado boas-vindas. Então o reino dos céus teria sido estabelecido na terra, e o tempo da restauração teria chegado. Isto deveria ter acontecido dessa maneira, mas por causa da rejeição de Israel de Cristo, isso não aconteceu. Se percebermos isto, então compreenderemos o que é revelado com respeito a Cristo em Zacarias de 9-11.

Mais detalhes com respeito a Cristo são revelados em Zacarias do que em Daniel. Daniel revela principalmente que Cristo é Aquele que vai a Deus para receber poder, autoridade e o reino. Tendo recebido o reino, Ele virá para a terra como a pedra que esmaga golpeando a grande imagem humana, isto é, para esmagar completamente o governo humano. Zacarias desvenda Cristo intimamente como o Salvador e Redentor vindouro. Inicialmente, Ele foi bem recebido pelo povo, porém, mais tarde, sob a influência dos anciões, sacerdotes e escribas, eles mudaram sua opinião e O detestaram. O Senhor Jesus foi vendido, julgado, sentenciado e posto na cruz para morrer. Portanto, o Messias, que foi bem recebido temporariamente, foi totalmente rejeitado. Como resultado, o povo de Israel foi dividido, perseguido pelo império romano e disperso por toda a terra.

165

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM DOZE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (4)

Leitura bíblica: Zc 12

Leitura bíblica: Zc 12:1-9; 14:1-7, 12-15,

O Cristo desvendado no livro de Zacarias é um Cristo que está intimamente envolvido

com a história humana. Os primeiros seis capítulos revelam que Ele está envolvido com o império persa, e os últimos seis capítulos revelam que Ele está envolvido com o império grego e o império romano. Como temos visto, o centro das profecias nos capítulos de nove a onze é Cristo como o Messias rejeitado. Nos capítulos de doze a quatorze, Cristo é desvendado como o Messias que volta para ser entronizado como o Rei, não somente sobre Israel, mas sobre todo o mundo. Sua primeira vinda, descrita em Zacarias 9—11, foi humilde e íntima; Sua volta, descrita em Zacarias 12—14, será com poder e autoridade.

Zacarias 12—14 aborda a profecia concernente ao destino de Israel em três assuntos: na grande guerra do Armagedom (12:1-9; 14:1-7, 12-15), na salvação de sua casa (12:10-13:9), e no milênio (14:8-11, 16-21). Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento relacionada ao destino de Israel na grande guerra do Arma-gedom. Porém, primeiro eu gostaria de dar uma palavra com respeito ao significado do espírito humano como revelado em 12:1.

Este versículo diz, “Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel. Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele.” Os céus são para a terra, a terra é para homem, e o homem foi criado por Deus com um espírito para que ele possa contatar Deus, receber Deus, viver Deus, cumprir o propósito de Deus para Deus, e ser um com Deus. É maravilhoso que tal versículo como este esteja em um livro do Antigo Testamento que desvenda um Cristo que está tão envolvido com a história humana e políticas. Isso indica que em Sua economia Deus planejou ter Cristo como a centralidade e a universalidade de Seu mover na terra. Como o próprio Deus, Ele reina sobre toda a raça humana, administrando a situação mundial era após era por milhares de anos. Para Seu povo escolhido, que se importa com Ele como o Criador e como o Redentor, há a necessidade de Ele criar um receptor de forma que ele tenha a capacidade para receber tudo aquilo que Deus tinha planejado para Cristo ser. Cristo é maravilhoso, mas se nós não tivéssemos um espírito, como poderíamos recebê-Lo? Hoje em cada círculo de sociedade, as pessoas não exercitam seu espírito. Até mesmo nos círculos religiosos, a questão do espírito humano é negligenciada ou até mesmo oposta e negada. Se negligenciarmos nosso espírito humano, não haverá maneira para contatarmos Deus.

Em João 4:24 o Senhor Jesus disse claramente que Deus é Espírito e que os que O adoram O adorem em espírito. Este é o princípio básico. Adorar Deus é contatar Deus, receber Deus, desfrutar Deus e experienciar Deus. Entretanto, muito poucos entre a raça humana hoje sabe que Deus é um Espírito e que fomos criados por Deus com um espírito. Deus ordenou que devêssemos contatá-Lo e recebê-Lo por meio do exercitar do nosso espírito humano.

Na criação de Deus há princípios. Por exemplo, se quisermos ver cores diferentes, temos que usar nossos olhos. Suponha que eu seja cego. Eu posso ouvir as cores? Eu posso cheirá-las? Certamente não! Para ver cores, temos que usar o órgão adequado. O princípio é o mesmo em relação a nós e Deus. Deus é real, contudo alguns ousam dizer que não há Deus. Claro que, se não exercitarmos nosso espírito, seguramente não haverá Deus para nós. Não podemos tocar Deus por meio de nosso corpo físico. Nem podemos compreendê-Lo por meio de nossa mentalidade, por meio da nossa mente, pois este não é o órgão adequado para usar

166

ao contatar o Senhor. Deus é Espírito. Se quisermos adorá-Lo, contatá-Lo e recebê-Lo, temos que exercitar nosso espírito. Agradeça a Deus que em Sua criação Ele fez três coisas cruciais, igualmente importantes—céus, a terra, e nosso espírito. Nosso espírito, portanto, é tão crucial, tão importante, como os céus e a terra.

Zacarias é um livro que desvenda Cristo como o centro e a circunferência de Deus, contudo este Cristo está intimamente envolvido com a história humana. Não somente qualquer um pode conhecer esta Pessoa, mas o povo escolhido de Deus que percebem que têm que um espírito pode conhecê-Lo. Ao ler o livro de Zacarias e contatar o Cristo revelado neste livro, temos que saber primeiro que temos um espírito. Então precisamos exercitar nosso espírito para orar, dizendo, “Senhor, quero ganhar o Cristo que é revelado em Zacarias.” Se exercitarmos nosso espírito dessa maneira, sentiremos algo vivo tocando-nos profundamente. É por isso que há neste livro tal versículo como 12:1, um versículo que nos encarrega de prestar toda atenção ao receptor dentro de nós, nosso espírito humano, para que possamos receber o Cristo revelado no livro de Zacarias.

O propósito de Deus é para que recebamos Cristo. Entretanto, Cristo é complexo em tudo o que Ele é. Ele é todo-inclusivo, porque Ele é muitos itens. Além disso, este Cristo todo-inclusivo está muito envolvido com a história, políticas e governos. Como podemos entender tal Pessoa? A única maneira é, depois de ler e estudar, nos voltar a oração. Quando nos voltamos à oração, exercitamos nosso espírito. Nesse momento, Cristo dispensa a Si mesmo para dentro de nós. Este é o dispensar celestial, divino. Por intermédio deste dispensar recebemos Cristo como nossa vida, nossa luz, nossa paciência, nosso amor, nosso tudo.

Embora Zacarias fosse um jovem, ele conhecia o segredo de contatar Deus para receber o que Deus tinha revelado. Todos nós precisamos aprender dele a exercitar nosso espírito para receber Deus e receber o que Ele revelou.

Vamos agora continuar considerando a profecia no capítulo doze.

IV. A PROFECIA COM RESPETIO AO DESTINO DE ISRAEL NA GRANDE GUERRA DO ARMAGEDOM, NA SALVAÇÃO DA CASA DELES, E NO MILÊNIO

A. Na Grande Guerra do Armagedom

Os capítulos doze e quatorze nos mostram muitos aspectos do destino de Israel na

grande guerra do Armagedom.

1. A Maior Guerra entre Humanidade

A guerra do Armagedom será a maior guerra entre humanidade. Ela terminará o governo humano na terra no final da grande tribulação que virá; num curto período de tempo esta era se consumará.

2. Uma Guerra no Final da Grande Tribulação

Esta guerra acontecerá no final da grande tribulação de três anos e meio (Mt 24:21; Dn 7:25; 12:7; Ap 11:2; 13:5).

3. Uma Guerra Motivada pelo Anticristo

A guerra do Armagedom será uma guerra motivada pelo Anticristo para destruir Israel

(Ap 16:12-16; 9:13-16; 19:19).

167

4. Uma Guerra Empreendida por Satanás por meio de Seus Seguidores Humanos

Embora essa guerra seja motivada pelo Anticristo, será empreendida por Sata-nás por meio de seus seguidores humanos contra Deus com Seus santos (Ap 16:13-14; 17:14; 19:14; Zc 14:5b). Satanás tem seus seguidores, e Deus tem Seus santos. Por milhares de anos, Satanás tem exercitado seus dispositivos para ganhar pessoas para o seu exército. Deus também tem trabalhado para preparar Seus escolhidos para ser Seu exército. Finalmente, na grande guerra do Armagedom, haverá dois exércitos—o exército terreno de Satanás e o exército celestial de Deus.

5. Uma Guerra Travada pelo Anticristo com Seus Seguidores

Diretamente contra Cristo com Seus Vencedores

A guerra do Armagedom será travada diretamente pelo Anticristo com seus seguidores contra Cristo com Seus vencedores (Ap 19:19, 11, 14; 17:14). O Anticristo, a corporificação de Satanás, será o comandante do seu exército, e Cristo, a corporificação de Deus, será o Comandante do exército de Deus. Assim, por um lado, será uma guerra diabólica; por outro lado, será uma guerra divina. Nessa guerra divina, Cristo destruirá o Anticristo “pelo sopro da Sua boca” e o aniquilará “pela manifestação da Sua vinda” (2Ts 2:8). Estas são as armas que Cristo usará para derrotar o Anticristo.

6. Uma Guerra que Será o Grande Lagar da

Cólera de Deus Pisoteado por Cristo

Esta guerra será o grande lagar da cólera de Deus pisoteado por Cristo em Sua vinda para julgar o mundo (Ap 14:17-20; Is 63:1-6). Muitas pessoas malignas que odeiam Deus se unirão ao Anticristo para lutar contra Deus. Quando essas pessoas malignas se juntarem ao Armagedom, elas na verdade serão as uvas a serem pisadas por Deus no lagar da cólera de Sua ira. Ao reunir seus exércitos e muitas pessoas malignas, o Anticristo, na verdade estará fazendo um trabalho para Deus.

7. As Nações Que Participarem Também Serão Ajuntadas pelo SENHOR Deus

As nações que participarem naquela guerra internacional contra Jerusalém também serão ajuntadas por Deus. A metade da cidade de Jerusalém será levada em cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade (Zc 14:2). Em Sua misericórdia Deus ainda preservará metade do Seu povo eleito.

8. O SENHOR Fará de Jerusalém um Cálice de Tontear e uma Pedra Pesada para Todos os

Povos ao Redor

O SENHOR fará de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém, isto é, para os exércitos do Anticristo e para todas as pessoas malignas com ele. Deus causará espanto nos seus cavalos e loucura nos seus cavaleiros (12:2-4). Jerusalém não só precisará de proteção divina contra o Anticristo e seus exércitos, mas também contra Satanás e seus demônios e espíritos malignos. Podemos não saber como Deus fará de Jerusalém um cálice de tontear e uma pedra pesada, mas sabemos que Ele fará isto.

168

9. O SENHOR Golpeará Todos Aqueles Que Sitiarem Jerusalém durante Esta Guerra

O SENHOR golpeará todos aqueles que sitiarem Jerusalém durante a guerra do Armagedom. A carne deles apodrecerá, estando eles de pé; apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na boca. Uma grande confusão da parte do SENHOR estará entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo. Além disso, se ajuntarão as riquezas de todas as nações circunvizinhas, ouro, prata e vestes em grande abundância. A mesma praga, estará nos cavalos, nos mulos, nos camelos, nos jumentos e em todos os animais que estiverem naqueles arraiais (14:12-15).

10. O SENHOR dos Exércitos Será a Força dos Habitantes de Jerusalém

O SENHOR dos exércitos será a força dos habitantes de Jerusalém e fará dos líderes de

Judá como um braseiro ardente debaixo da lenha e como uma tocha entre a palha; eles devorarão, à direita e à esquerda, a todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar. O SENHOR salvará primeiramente as tendas de Judá, para a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém. Naquele dia, o SENHOR protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do SENHOR (Cristo) diante deles. (Em 12:8 o Anjo do SENHOR está em aposição a Deus.) Além disso, o SENHOR procurará destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém (12:5-9).

11. O SENHOR como Cristo Vem com Seus Santos

Zacarias 14:3-7 revela que o SENHOR como Cristo virá então com Seus santos e irá lutar

contra Satanás, corporificado no Anticristo, e seus seguidores, as nações.

a. Os Pés do SENHOR como Cristo Estarão Sobre o Monte das Oliveiras

Os pés do SENHOR como Cristo, estarão sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente. O monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul (v. 4).

b. O Restante de Israel Fugirá para o Vale das Montanhas do SENHOR

O restante de Israel fugirá para o vale das montanhas do SENHOR (v. 5).

c. Naquele Dia não Haverá Luz

Naquele dia não haverá luz; as estrelas luzentes (o sol, a lua e as estrelas) se retirarão.

Será um tipo de dia conhecido apenas ao SENHOR, não dia nem noite. Mas acontecerá que a tarde haverá luz (vv. 6-7). Isso indica que Deus mudará varias coisas no universo de modo a julgar os seres humanos malignos e salvar Seus eleitos.

169

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM TREZE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (5)

Leitura bíblica: Zc 12:10-14; 13:1-9

Na mensagem anterior vimos o destino de Israel na grande guerra do Armagedom.

Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento com relação à salvação de casa de Israel.

Na Salvação da Casa de Israel

1. O Endurecimento Veio Sobre uma Parte de Israel

Romanos 11:25b diz que veio um endurecimento sobre uma parte de Israel até que

tenha entrado toda a plenitude dos gentios. No tempo presente, Deus aparente-mente abandonou Israel, e Israel tornou-se um tanto endurecido. Este endurecimento continuará até que o tempo dos gentios seja cumprido.

2. Todo o Israel Será Salvo

Quando a completação da plenitude dos gentios chegar, todo o Israel será salvo (Rm 11:26-27). Esta será a salvação da casa de Israel. No mesmo dia e ao mesmo tempo, serão salvos milhares de israelitas.

3. Talvez Aconteça Enquanto a Grande Guerra do Armagedom Estiver Prestes a

Terminar Pode ser que esta salvação da casa de Israel aconteça enquanto a grande guerra do

Armagedom estiver prestes a terminar (cf. Zc 14:2-3). Ao término da guerra do Armagedom, Cristo virá para terra, e o restante de Israel verão Aquele a quem transpassaram, se arrependerão e lamentarão, e crerão em Cristo e O receberão (Ap 1:7; Zc 12:10). Desta maneira todo o Israel será salvo. Esta será a salvação da casa de Israel atribuída por Deus.

4. O SENHOR Deus Derramará sobre a Casa de Davi e sobre os

Habitantes de Jerusalém o Espírito de Graça e de Súplicas

Zacarias 12:10a diz, “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram.” Em Atos 2 Deus derramou Seu Espírito sobre toda a carne (v. 17), e três mil foram salvos. Mas quando o Senhor derramar o Espírito de graça sobre os habitantes de Jerusalém, muitos milhares de Israel, até mesmo toda a raça de Israel, será salva.

O Espírito de graça em Zacarias 12:10 é um termo doce, e está em contraste ao Espírito de poder em Atos 1:8 e 2:1-4. Devemos experienciar o Espírito tanto como o Espírito de poder como o Espírito de graça. O Espírito de poder é para nos fortalecer, mas o Espírito de graça é para levar-nos ao desfrute do Deus Triúno. Em Atos 2 havia a participação no poder divino por meio do Espírito Santo, mas não havia tanto desfrute do Deus Triúno. Em Atos 2, no inicio da era da graça, a era da igreja, o Espírito era principalmente o Espírito de poder. Mas em

170

Zacarias 12, no final, a consumação, da era da graça, o Espírito será principalmente o Espírito de graça para o desfrute do Deus Triúno.

Na época da aparição da segunda vinda do Senhor, a restante de Israel terá sofrido todos os tipos de sofrimentos. Eles sofreram a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e se espalharam para outros países. Nesses outros países eles continuaram sofrendo perseguição. Hoje a maioria dos judeus permanece na dispersão, mas muitos estão voltando à nação de Israel. Na época do Anticristo, serão mortos dois terços em toda a terra de Israel (13:8-9a). A metade da cidade de Jerusalém sairá para o cativeiro (14:2). A metade que permanecer já não mais terá nenhum prazer pela vida humana ou em adquirir bens e altas posições. Eles perceberão que estão carentes de Deus e exercitarão seu espírito (12:1), não suas mentes. Nessa conjuntura, eles se arrependerão, porque perderam o seu prazer por tudo. O Espírito Santo será derramado sobre neles, e eles seguirão seu espírito e estarão plenamente ocupados com Deus. Creio que por eles terem aprendido que tudo aparte de Deus é vaidade e por exercitarem seu espírito, o derramar do Espírito de Deus sobre eles será intensificado. Os judeus no dia de Pentecostes eram teimosos e duros. Consequentemente, o Espírito de poder foi derramado para inspirá-los a se arrependerem. Mas os habitantes de Jerusalém em Zacarias 12:10 já terão se arrependido; então, o Espírito de graça será derramado sobre eles para que possam receber o Deus Triúno como o seu desfrute. Zacarias 12:10a também nos fala que eles olharão para Aquele a quem traspassaram. Isto significa que eles olharão para Cristo que foi traspassado por eles. Apocalipse 1:7a se refere a isto: “Eis que Ele vem com as nuvens, e todo olho O verá, até mesmo aqueles que O traspassaram.” O traspassar de Cristo é o fundamento da redenção. Separado do ser traspassado de Cristo, não haveria base para nossa redenção.

Os judeus arrependidos olharão para Aquele a quem traspassaram. Embora tenha sido seus antepassados que traspassaram o Senhor Jesus, Deus conta como se fosse feito por esses que se arrependeram. A razão para isto é que aos olhos de Deus todo o povo de Israel é uma só pessoa.

a. Prantearão Sobre Ele com Prantos e Chorarão

Amargamente Sobre Ele com Choro Amargo

Zacarias 12:10b continua dizendo, “Pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito.” Um filho único é muito querido de seus pais, e um filho primogênito tem honra entre os muitos filhos. O Israel arrependido pranteará sobre Cristo como o único Filho de Deus e chorará amargamente sobre Ele como o Filho de primogênito de Deus.

No Novo Testamento Cristo é revelado primeiro como o Filho unigênito de Deus e então como o Filho primogênito de Deus. João 1:18 diz que o Filho unigênito que está no seio do Pai O deu a conhecer. João 3:16 nos fala que Deus amou o mundo de tal maneira que Ele deu Seu Filho unigênito. Pela Sua morte e ressurreição, o Filho unigênito se tornou o Filho primogênito (Rm 8:29; Hb 1:6a). Segundo o Novo Testa-mento, Cristo ser o Filho unigênito é para sermos redimidos e recebermos vida eterna. O tornar-se de Cristo como o Filho primogênito por meio da morte e ressurreição é para nós nos tornarmos os filhos de Deus como herdeiros para herdar todas as riquezas do que Deus é, isto é, receber, participar em, e desfrutar todas as riquezas do Deus Triúno. No seu arrependimento, Israel reconhecerá Cristo tanto como o Filho unigênito como o Filho primogênito de Deus. Eles perceberão que como o Filho unigênito Cristo os resgatou e trouxe-lhes a vida eterna e que como o Filho primogênito, Ele fez deles os herdeiros para herdar as riquezas do Deus Triúno como o seu desfrute.

171

b. Haverá Grande Pranto em Jerusalém

Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido. A terra pranteará, cada família à parte; a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família dos simeítas à parte, e suas mulheres à parte. Todas as mais famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte (Zc 12:11-14). Aqui temos três tipos de famílias: a família real de Davi, a família do sacerdócio (Natã e Levi), e a família de um homem maligno (Simei que amaldiçoou a Davi). Zacarias usa essas famílias como ilustrações. Todos aqueles que olharem para Cristo, O traspassado, com um espírito arrependido, prantearão sobre Ele.

5. A Provisão Divina e a Preparação Soberana para a Salvação da Casa de Israel

Chegamos agora a Zacarias 13, um capítulo sobre a provisão divina e a preparação soberana para a salvação da casa de Israel.

a. A Provisão Divina de um Redentor com Sua Redenção

Esta provisão divina inclui um Redentor com Sua redenção (vv. 1-7a).

1) Deus Providencia uma Fonte Aberta

Deus providenciou para a casa de Davi e os habitantes de Jerusalém uma fonte aberta

(o lado traspassado de Cristo—Jo 19:34, 37) para o pecado e para a impureza. “Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza” (Zc 13:1). O traspassar de Cristo abriu tal fonte. Esta é uma questão de redenção.

2) Deus Cortou os Nomes dos Ídolos e Fez com que os Falsos Profetas e o Espírito Imundo Fossem Removidos da Terra

Deus cortará os nomes dos ídolos e fará com que os falsos profetas e o espírito imundo

sejam removidos da terra (vv. 2-4). Ele limpará essas coisas negativas para o povo de Israel possa ser esvaziado para receber Cristo.

3) Cristo Veio para Ser o Verdadeiro Profeta, Mas Foi Rejeitado e Ferido em Seu Lado na Casa de Israel, Seus Parentes na Carne

Cristo veio ser o verdadeiro Profeta (Mt 13:57) mas foi rejeitado e ferido em Seu lado

na casa de Israel, Seus parentes na carne (Zc 13:5-6; 12:10); e a ferida se tornou a base da redenção deles realizada para eles na Sua morte (Jo 19:34, 37; Ap 1:7). Zacarias 13:5 diz, “Cada um, porém, dirá: Não sou profeta, sou lavrador da terra, porque fui comprado desde a minha mocidade.” Os versículos 2 a 4 falam de Deus fazendo com que os falsos profetas sejam removidos da terra. Isso limpou o caminho para Cristo vir como o verdadeiro Profeta. Porém, de acordo com o versículo 5, Ele disse que não era um profeta, mas um lavrador da terra. Isto significa que Ele não era o tipo de profeta, um falso profeta, mencionado nos versículos precedentes. Ele veio como o verdadeiro Profeta.

O versículo 6 continua a dizer, “Alguém lhe perguntará: Que são estas feridas entre os teus braços? Então responderá ele: As com que fui ferido na casa dos que Me amam. Neste versículo a frase “dos que Me amam” se refere aos parentes de Cristo, os filhos de Israel. Os

172

filhos de Israel O mataram, mas Ele considerou a ação deles como feridas daqueles que O amavam. Isto é muito doce.

4) Cristo, o Companheiro do SENHOR, Vindo como o Pastor Enviado de Deus aos Filhos de Israel, Porém Foi Ferido até Morte por Eles

Cristo, o Companheiro do SENHOR, veio como o Pastor enviado de Deus aos filhos de

Israel, porém foi ferido até a morte por eles (v. 7a; Mt 9:36; Jo 10:11; Mt 26:31; At 2:23). Zacarias 13:7a diz, “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas.” Cristo era tanto um parente dos filhos de Israel como um Companheiro do SENHOR. Quando Ele estava pendurado na cruz, seus parentes O feriram, e Deus chamou a espada para golpeá-Lo. Ele estava numa situação onde Seus parentes estavam contra Ele e onde Deus, de quem Ele é um Companheiro, também estava contra Ele.

A palavra no versículo 7a sobre ferir o Pastor é citada pelo Senhor Jesus em Mateus 26:31. Ferir o Pastor significa atacar o Pastor. Imediatamente após estabelecer a mesa, Ele disse aos Seus discípulos que seria atacado e que eles, as ovelhas, seriam dispersas.

b. A Preparação Soberana de um Povo para Receber

o Redentor com Sua Redenção

Em Zacarias 13:7b a 9 vemos a preparação soberana de Deus de um povo para receber o Redentor com Sua salvação. Em Sua salvação para a casa de Israel, Deus proveu não somente redenção, mas também um povo para receber Sua redenção. Da mesma maneira, Deus nos preparou antes mesmo de nascermos para ser os recipientes da Sua salvação.

1) Deus Reage à Rejeição de Cristo pelos Filhos de Israel

e Volta a Sua Mão Sobre Eles como os Pequeninos

O versículo 7b diz, “Voltarei a minha mão para os pequeninos.” Aqui os “pequeninos” se refere ao povo de Israel. Isso indica que na Sua preparação, Deus reagiu à rejeição de Cristo pelos filhos de Israel, e voltou Sua mão sobre eles como os pequeninos, punindo-os por intermédio de Titus o príncipe romano e seu exército em 70 d.C. e os espalhou para as nações para serem desprezados, humilhados, perseguidos e destruídos ao longo da era da graça até hoje (Mt 21:41a; 23:38; 24:2).

2) Na Grande Tribulação Dois terços Deles Serão Exterminados pelo Anticristo

Na grande tribulação na consumação da era atual, em toda a terra de Israel, dois terços

deles serão exterminados pelo Anticristo em sua perseguição dos judeus (Zc 13:8a; Ap 11:2; 13:7).

3) Um Terço do Restante Será Deixado na Terra

Um terço do restante será deixado na terra e será passado pelo fogo e purificado como

a prata e provados com se prova o ouro pela perseguição do Anticristo (Zc 13:8b-9a). Estes serão aqueles que são inscritos no livro como o registro secreto (Dn 12:1b).

4) Eles Invocarão o Nome do Senhor o Senhor Lhes Responderá

Eles invocarão o nome do Senhor, e o Senhor lhes responderá. O Senhor dirá que eles

são o Seu povo, e eles dirão que o Senhor é o Deus deles (Zc 13:9b). Eles serão salvos para o

173

desfrute das riquezas do Deus Triúno, primeiro no milênio para serem os sacerdotes para ensinar as nações e então na Nova Jerusalém para participar em todas as bênçãos que Deus tem ordenado de eternidade a eternidade. Esta é a salvação da casa para Israel.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

MENSAGEM QUATORZE

AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (6)

Leitura bíblica: Zc 14:8-11, 16-21,

O centro das profecias nos capítulos de doze a quatorze é Cristo como o Messias

rejeitado vindo para ser entronizado. Nas duas mensagens anteriores consideramos a profecia concernente ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom e na salva-ção da sua casa. Nesta mensagem consideraremos primeiro a profecia de encoraja-mento com respeito ao destino de Israel no milênio e então faremos uma comparação de duas categorias principais dos acontecimentos nos livros de Daniel e Zacarias. Seguindo isto, gostaria de dar uma palavra concernente à nossa necessidade de sermos introduzidos na esfera da economia de Deus.

D. No Milênio

1. Águas Vivas Sairão de Jerusalém

No milênio não haverá sede. Águas vivas sairão de Jerusalém, a metade delas irão para

o mar oriental, o Mar Morto, e metade delas para o mar ocidental, o Mar Mediterrâneo (14:8). Isto é semelhante ao registro no livro de Ezequiel com respeito à água viva que flui do templo de Deus (Ez 47:1-2).

2. O SENHOR como Cristo É o Rei Sobre Toda a Terra

No milênio o SENHOR como Cristo será o Rei sobre toda a terra, e Ele será um só Deus e

o Seu nome um só nome (Zc 14:9).

3. Jerusalém Será Exaltada e Habitará em Seu Lugar

Jerusalém Será Exaltada e Habitará em Seu Lugar (v. 10).

4. O Povo Habitará em Jerusalém e Não Haverá Mais Maldição

E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura (v. 11). Em vez de maldição, haverá bênção com segurança.

5. Todos Os que Restarem de Todas as Nações que Vieram Contra Jerusalém,

Subirão de Ano em Ano para Adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para Celebrarem a Festa dos Tabernáculos.

174

E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra

Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos Tabernáculos (v. 16). Aquele que não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ele a chuva, mas haverá praga com que o SENHOR ferirá as nações. Este será o pecado deles (vv. 17-19). Porque a presente era é a era da graça, Deus envia chuva sobre o justo e o injusto semelhante-mente (Mt 5:45). Mas a era vindoura será a era da justiça. Aqueles que não subirem para Jerusalém para adorar o Rei e celebrar a Festa dos Tabernáculos não receberão chuva. Isto é justo.

6. Santidade ao SENHOR dos Exércitos

No milênio, nas campainhas dos cavalos será gravado, “Santidade ao SENHOR”; e as

panelas da casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar (Zc 14:20). As panelas são algo pequeno, e as bacias são algo grande. Mas no milênio as panelas na casa de Deus serão tão grandes quanto às bacias diante do altar. Sem duvida, cada panela em Jerusalém e Judá será santidade ao SENHOR dos exércitos; todos os que oferecerem sacrifícios virão e delas tomarão e nelas cozerão; e nunca mais haverá novamente um cananeu (ou, mercador) na casa do SENHOR dos exércitos por aquele dia (v. 21). Este é o destino de Israel no milênio.

UMA COMPARAÇÃO DE DUAS PRINCIPAIS CATEGORIAS DE FATOS NOS LIVROS DE

DANIEL E ZACARIAS

Vamos agora continuar a fazer uma comparação de duas principais categorias de fatos nos livros de Daniel e Zacarias.

I. DAS COISAS CONCERNENTES AO GOVERNO HUMANO

A. No Livro de Daniel

Em Daniel a grande imagem humana significa todo o governo humano na terra como

um esqueleto (cap. 2). As quatro bestas que saem do Mar Mediterrâneo dão um esboço do governo humano na terra (cap. 7). Um carneiro e um bode com seus sucessores dão um esboço do império persa e o império grego com seus sucessores, terminando com Antíoco Epifânio, que é o primeiro tipo de Anticristo (cap. 8). O rei do sul e o rei do norte dão um registro das guerras entre os sucessores do império grego, terminando com Antíoco Epifânio, o primeiro tipo de Anticristo (cap. 11). As setenta semanas dão um esboço do destino de Israel, do retorno do seu cativeiro para a consumação da presente era, terminando com o Anticristo (cap. 9).

B. No Livro de Zacarias

Em Zacarias a profecia concernente às nações ao redor de Judá em relação a Israel dá

alguns detalhes da invasão do império grego na terra santa e a derrota de seu sucessor pelos heróis judeus (cap. 9). A profecia concernente ao viver de Israel sob a opressão do império romano dá alguns detalhes sobre o viver sob a tirania do império romano (cap. 11). A profecia concernente ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom dá os detalhes de como o governo humano, tipificado pela grande imagem humana em Daniel 2, será destruído em sua parte final, representado pelos dedos do pé da grande imagem humana (caps. 12, 14).

175

II. DAS COISAS CONCERNENTES À CRISTO

A. No Livro de Daniel O livro de Daniel revela certos fatos cruciais com relação à Cristo. De acordo com 9:26,

a crucificação de Cristo, o Messias, foi a terminação da velha criação e a germinação da nova criação de Deus em Sua ressurreição. Em 10:4-9 vemos o aparecimento do Cristo excelente, a centralidade e universalidade do mover de Deus na terra, para Daniel para sua apreciação, consolação, encorajamento, expectativa e estabilização. Daniel 7:13-14 desvenda a vinda de Cristo como o Filho do Homem com o domínio eterno, glória e reino dados a Ele pelo Ancião de Dias, para que todos os povos, nações e línguas possam servi-Lo. Finalmente, Daniel fala acerca da aparição de Cristo como a pedra cortada sem auxilio de mãos para golpear a grande imagem humana para terminar todo o governo humano na terra e se tornar uma grande montanha, representando o reino eterno de Deus que enche toda a terra (2:34-35).

B. No Livro de Zacarias

O livro de Zacarias revela muitas coisas concernentes à Cristo. Primeiro, o Cristo

redentor, como um homem e como o Anjo do SENHOR, a corporificação do Deus Triúno, foi enviado por Deus para estar com Seu povo humilhado Israel no seu cativeiro, tipificado pelas murteiras nos vales (1:8-11). Então Cristo, como um homem em Sua humanidade, era o Enviado pelo SENHOR dos exércitos e também era o Emissor, o SENHOR dos exércitos, lidando com as nações que despojaram o povo de Sião e os tocaram como tocam a menina do Seu olho (2:1, 8-10).

Seguindo isto, Cristo era o Servo do SENHOR e o Renovo para ser a pedra com sete olhos esculpida por Deus para a remoção da iniquidade da terra santa para a edificação do templo de Deus (3:8-9). Cristo também era a pedra angular de graça para a conclusão do edifício do templo de Deus (4:7-9). Cristo como o Renovo para a edificação do templo de Deus se assentará e reinará no Seu trono como um Sacerdote e como um Rei (6:12-13).

Cristo como o Rei de Israel veio humildemente para Jerusalém montando em um jumento, sobre um jumentinho (9:9), contudo Cristo como o Pastor dos eleitos de Deus foi rejeitado e vendido ao preço de um escravo, trinta moedas de prata (11:12-13). Cristo como o Companheiro de Deus era o Pastor enviado de Deus, mas foi ferido até a morte (13:7).

Em Sua vinda, Cristo aparecerá aos filhos de Israel como seu Redentor e Salva-dor, Aquele que foi transpassado por eles, e eles olharão para Ele e prantearão sobre Ele (12:10). Cristo veio como o verdadeiro Profeta, mas foi rejeitado e ferido por Israel que era Seus parentes, para preparar uma base para a salvação deles e uma fonte aberta para o pecado e a iniquidade deles (13:5-6, 1).

Ao término desta era, Cristo virá para permanecer sobre o Monte das Oliveiras e pelejará com as nações que sitiam Jerusalém (14:3-4). Então Cristo como SENHOR será Rei sobre toda a terra no milênio (v. 9).

O Cristo desvendado em Zacarias, O traspassado com quem havia uma fonte aberta, é a centralidade e universalidade da economia de Deus. Como tal Pessoa, Ele está intimamente envolvido com a história humana, em particular, com o império persa, o império grego, e o império romano. O império romano foi especialmente útil para Cristo. Cristo nasceu sob o governo do império romano. Sem o império romano, não teria sido possível para Cristo nascer. Ele cresceu, levou a cabo Seu ministério, foi crucificado, ressuscitado e ascendido sob o governo do império romano. A morte de Cristo para a realização da redenção eterna de Deus foi consumada sob o governo do império romano. A formação da igreja e também a pregação do evangelho aconteceram sob o governo do império romano. Seguramente, o império

176

romano cuja influência na lei e cultura continua ainda hoje, tem sido usado por Deus para cumprir Sua intenção para fazer de Cristo a centralidade e universalidade da Sua economia.

UMA PALAVRA CONCERNENTE A NOSSA NECESSIDADE DE SERMOS

LEVADOS PARA A ESFERA DA ECONOMIA DE DEUS Neste momento gostaria de dizer uma palavra concernente a nossa necessidade de

sermos levados para a esfera da economia de Deus. A maioria dos cristãos considera que a Bíblia é um livro que lhes ensina a serem bons,

éticos, religiosos e espirituais. Isto não está errado; é certo e bom. Mas isto é bom somente para seus próprios benefícios; isto não é tudo para Deus. Ensinar pessoas a serem boas, morais, éticas, religiosas e espirituais é apenas uma questão secundária na Bíblia. O ponto principal na Bíblia diz respeito à economia de Deus, contudo, no cristianismo hoje quase ninguém fala sobre a economia de Deus. Os livros de Isaías, Daniel e Zacarias são sobre Cristo, não somente como nosso Salvador, Redentor e Libertador, mas também como a centralidade e universalidade do mover de Deus para cumprir Sua economia na terra. Fora da restauração do Senhor, onde você pode ouvir tal palavra? Por alguém dificilmente se importar com a economia de Deus, o Senhor tem-se demorado por quase dois mil anos. A situação mundial está pronta para o Senhor Jesus voltar, mas e quanto à economia de Deus?

O centro da economia de Deus é ter um Corpo para expressar Cristo. Por fim, este Corpo será a noiva de Cristo para encontrá-Lo como Seu complemento [reprodução] e virá para a terra com Ele para levar a cabo o passo final da economia de Deus. Hoje, a situação mundial está pronta para Sua vinda, mas o Senhor, contudo, não tem conseguido Seu complemento. Portanto, Ele não tem caminho para voltar. Ele ainda está esperando.

Ao longo dos séculos, o Senhor tem trabalhado continuamente por meio daqueles que O amam para restaurar as verdades perdidas. Mas por causa da estagnação deles, o Senhor tem que mover muito lentamente. Martinho Lutero era forte em relação à justificação pela fé, um item básico, mas não com relação à prática da igreja. Seguindo Lutero, os místicos foram usados por Deus para restaurar a vida interior, e com Zinzendorf e seus companheiros houve a restauração da prática da vida da igreja de um modo inicial. Mais tarde, no décimo nono século, Deus usou os Irmãos Unidos para restaurar a prática da vida da igreja de um modo muito mais pleno. Porém, eles logo se degradaram. Então, no início deste século o Senhor fez algo na China para obter a restauração da vida da igreja de maneira plena. Hoje a restauração nesse sentido pleno chegou a nós.

Estou preocupado que os queridos santos que tem sido trazidos para a restauração do Senhor tenham principalmente recebido primeiro ajuda quanto à certeza da salvação e então em tais questões como piedade, éticas, espiritualidade e vitórias. Todas essas coisas são muito boas. Apesar disso, não creio que muitos entre nós na restauração do Senhor tenhamos clareza quanto à economia de Deus. A economia de Deus é dispensar Cristo aos Seus eleitos para que possam se tornar o Corpo de Cristo primeiro para expressá-Lo e então a noiva de Cristo para se unir a Ele e cumprir a economia de Deus no dispensar divino. Claro que, estou contente que tantos tenham vindo receber ajuda para buscar Deus, buscar Cristo, crescer em vida, e ser mais piedoso, mais espiritual, e mais vencedor, mas não estou satisfeito com isto. Eu antes prefiro que todos nós tenhamos olhos para ver a economia de Deus. Minha intenção, minha meta, em todas estas mensagens é ajudá-los a avançar além da esfera da busca pela espiritualidade para outra esfera para ver o desejo de Deus, o bom prazer de Deus.

Segundo o Seu arranjo eterno, ou economia, Deus deseja ter a igreja, uma igreja adequada no sentido bíblico. O cristianismo é a totalidade de organização, mas a igreja revelada na Bíblia deve ser absolutamente orgânica e cheia de Cristo como vida, cheia do Deus Triúno em Sua consumação—o Espírito todo-inclusivo que dá vida—para edificar-nos com a

177

vida e natureza de Deus e nos unir com Ele como um só espírito. Esta é a economia de Deus por meio do Seu dispensar.

Hoje no cristianismo, até mesmo entre os mais espirituais, o que é ensinado não é alimento, mas açúcar. Este tipo de ensinamento prejudica você mais do que o nutre. Se você ler estas mensagens somente com o propósito de receber ajuda para ser um buscador de Deus, um buscador de Cristo, e até mesmo crescer em vida, mesmo isto está na esfera do açúcar. Você precisa de alimento sólido (Hb 5:11-14). Considerando que leite é para bebês, alimento sólido é para os maduros. Entre os milhões de cristãos hoje, quem não é um bebê? Temos conduzido os estudos-vida da Bíblia durante dezessete anos, contudo muitos santos ainda estão estagnados, demorando-se, vague-ando, na esfera de ser espiritual, vitorioso, vencedor, e assim por diante. Muito poucos, até mesmo entre os cooperadores, estão qualificados para dar uma mensagem sobre a economia de Deus com o dispensar divino. Precisamos ser levados para outra esfera, não a assim chamada esfera espiritual, mas a da economia de Deus, o dispensar de Deus. Não ficarei satisfeito até que veja isso. Estou um tanto contente que o Senhor tenha liberado todas estas verdades entre nós, e tenho plena fé e segurança de que todas estas coisas serão finalmente percebidas; contudo ainda anseio ver o cumprimento delas.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM QUINZE

UMA PALAVRA CONCERNENTE AO ESPÍRITO HUMANO

E O CRISTO REVELADO EM ZACARIAS

Leitura bíblica: Zc 12:1; Is 42:5-6; Jo 4:24; 2Tm 4:22; Zc 3:9; Ap 5:6; Zc 1:8-11, 20-21; 2:1-2, 5,

8-9, 11; 4:7, 2-3, 11-14; 9:9; 11:7-13; 14:9, 16-17; 4:9; 6:12-15, 1,

O livro de Zacarias revela que Cristo é maravilhoso e que Ele é a centralidade e a universalidade da economia de Deus. Mas como podemos receber tal Cristo? A forma e o instrumento pela qual podemos receber Cristo é nosso espírito humano. Nesta mensagem, portanto, gostaria de dar uma palavra concernente ao espírito humano e o Cristo revelado em Zacarias.

VERSÍCULOS SEMELHANTES EM ZACARIAS E ISAÍAS

Nos livros de Zacarias e Isaías, ambos têm muito a dizer sobre Cristo, há versículos semelhantes que falam claramente a respeito do espírito humano. Zacarias 12:1 diz, “Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele.” Isto revela que os céus são para a terra, a terra é para o homem, e o homem foi criado por Deus com um espírito para que ele possa contatar Deus, receber Deus, viver Deus, cumprir o propósito de Deus para Deus, e ser um com Deus.

Isaías 42:5 é um versículo semelhante a Zacarias 12:1. “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz, que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.” A palavra hebraica traduzida por fôlego

178

aqui também pode ser traduzida como espírito (cf. Pv 20:27). Estes versículos semelhantes ambos mencionam três assuntos: os céus, a terra, e o espírito humano. Considerando que Zacarias 12:1 fala de Deus formando o espírito humano, Isaías 42:5 simplesmente fala de Deus dando um espírito ao homem.

O versículo 6 continua a falar com respeito ao propósito de Deus ao dar ao homem um espírito. “Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios”. Aqui vemos que Deus pretende dar Seu Filho Cristo a nós como uma aliança e como uma luz aos gentios. Tal Cristo é maravilhoso, mas a menos que possamos recebê-Lo, Ele nada tem a ver conosco. Para receber este Cristo, temos que ter um receptor dentro de nós, e este receptor é nosso espírito humano. Deus nos deu um espírito de forma que possamos receber, participar de, participar em e desfrutar Cristo como a aliança e como a luz.

ADORADORANDO DEUS EM ESPÍRITO

Neste ponto gostaria de lembrá-lo da conversa do Senhor com a mulher sama-ritana

em João 4. O Senhor Jesus disse a ela, “Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, de modo algum terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (v. 14). Quando ela Lhe pediu que lhe desse desta água, Ele lhe disse para ir e chamar seu marido (vv. 15-16). A intenção Dele era ajudá-la a conhecer seus pecados. Porém, ela imediatamente mudou a conversa para a questão de adoração, dizendo, “Nossos pais adoraram neste monte, vós, contudo, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (v. 20). O Senhor Jesus replicou, “Mulher, crê-Me, que vem a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.... Mas vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e veracidade... Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram O adorem em espírito e veracidade” (vv. 21, 23-24). João 4:24, um versículo maravilhoso, iguala-se à Zacarias 12:1 e Isaías 42:5.

Em Sua palavra à mulher samaritana, o Senhor Jesus parecia estar dizendo, “Mulher, você não sabe o que é adorar Deus. A verdadeira adoração de Deus não é em um monte ou em Jerusalém—é em seu espírito. Somente usando seu espírito você pode tocar Deus. Eu sou seu Deus, e estou aqui como água viva para você beber de Mim. A maneira de beber esta água viva é exercitar seu espírito. Isto é o que significa adorar o Pai.” Deus nos deu um espírito para que possamos adorá-Lo por beber Dele.

O SENHOR É COM NOSSO ESPÍRITO

Outro versículo crucial concernente ao espírito humano é 2 Timóteo 4:22. “O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco.” Este versículo não diz que o Senhor seja com nossa mente, alma ou coração; ele nos diz que Ele seja com nosso espírito. Dentro do mais profundo, no centro de nosso ser, temos um órgão particular—o espírito humano—criado por Deus com a finalidade de recebê-Lo e contê-Lo. Todos nós, especialmente os jovens, precisamos ver que hoje o Senhor Jesus Cristo é com nosso espírito.

NOSSO ESPÍRITO E O ESPÍRITO SETE VEZES INTENSIFICADO

Nosso espírito humano regenerado se assemelha a Cristo, que é o Espírito (2Co 3:17).

Considerando isto, Zacarias 3:9 diz, “Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia.” Esta pedra que foi esculpida com a escultura de Deus para tirar o pecado do povo de Deus é Cristo. Os sete olhos da pedra são “os olhos do SENHOR que percorre toda a terra de um lado para outro” (4:10). Para entender o

179

significado dos sete olhos, precisamos considerar Apocalipse 5:6. “Eu vi... um Cordeiro em pé, como recém-imolado, tendo sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.” O Cordeiro aqui, que é a pedra em Zacarias 3:9, é Cristo, e os sete olhos são o Espírito sete vezes intensificado. Assim, o Cristo que foi esculpido por Deus para tirar nosso pecado possui o Espírito sete vezes intensificado. De fato, Ele, o último Adão, tornou-se Espírito que dá vida (1Co 15:45b), até mesmo o Espírito sete vezes intensificado. Cristo hoje é o Espírito, e nós temos um espírito particularmente formado por Deus para se igualar a Cristo.

Agora vamos continuar a considerar o Cristo que é desvendado no livro de Zaca-rias. Na primeira parte deste livro (caps. 1-6), há cinco visões concernentes à Cristo, e na última parte (caps. 9-14), muitos detalhes concernentes a Ele.

VISÕES CONCERNENTES À CRISTO

Na primeira das cinco visões concernentes à Cristo, Cristo é desvendado como o

Homem como o Anjo do SENHOR montando em um cavalo vermelho e parado entre as murteiras no fundo do vale (1:7-17). As murteiras representam os humilhados, contudo precioso povo de Israel no seu cativeiro. O fato de Cristo estar montando um cavalo vermelho indica que Ele era O redentor. O fato de ser o Anjo do SENHOR indica que Ele era o Enviado por Deus para cuidar do Seu povo com muita expectativa enquanto estavam no cativeiro.

Na segunda visão (vv. 20-21) Cristo é o último Artesão usado por Deus para quebrar os quatro chifres—Babilônia, Pérsia, Grécia e o império romano—o qual danificou e destruiu o povo escolhido de Deus (vv. 18-19). Cristo não só será o Único para quebrar os quatro chifres, mas também para esmagar todo o governo humano dos dedos dos pés até a cabeça, como retratado pela grande imagem humana em Daniel 2.

Na visão seguinte Cristo é Aquele que mede Jerusalém para possuí-la (Zc 2:1-2). Este não só possui Jerusalém, mas também se torna o centro de Jerusalém como a glória no meio dela e a circunferência de Jerusalém como o muro de fogo em redor dela (v. 5). Além disso, Ele é o Emissor e o Enviado. Ele, o SENHOR dos exércitos, enviou-Se como o Anjo do SENHOR (vv. 8-9, 11).

Na quarta visão Cristo é desvendado como a pedra angular de graça (4:7). Como indicado em 3:9, nesta pedra estão sete olhos, tipificando os sete Espíritos, isto é, o Espírito sete vezes intensificado. Cristo é então a pedra angular de graça para consumar a edificação de Deus com o Espírito sete vezes intensificado.

A quinta visão envolvendo Cristo é a visão do candelabro de ouro e as duas oliveiras (4:2-3, 11-14). O candelabro aqui significa a nação de Israel como o testemunho coletivo de Deus que reflete todas as Suas virtudes. Podemos dizer que este candelabro também é um tipo de Cristo, a corporificação do Deus Triúno. Na época de Zacarias as duas oliveiras eram Josué e Zorobabel, mas durante os três anos e meio da grande tribulação, as duas oliveiras serão Moisés e Elias.

DETALHES CONCERNENTES À CRISTO

Os últimos seis capítulos de Zacarias são divididos em dois grupos: capítulos de nove a

onze, que falam da primeira vinda humilde de Cristo, e capítulos doze a quatorze, que falam da segunda vinda vitoriosa de Cristo.

Em Sua Primeira Vinda

Em Sua primeira vinda, Cristo veio como um Rei humilde e foi bem recebido

temporariamente como o Rei em Jerusalém de forma humilde. Com relação a isto, 9:9 diz,

180

“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.” Cristo também veio como um Pastor (11:7-11), pastoreando em Formosura (graça) e União (unidade). Porém, Ele, o Pastor adequado de Israel, foi detestado, ferido, atacado, rejeitado e vendido por trinta moedas de prata (vv. 12-13). Os filhos de Israel foram abandonados pelos falsos pastores, inúteis e imprestáveis—os anciãos, os sacerdotes e os escribas—que não cuidavam deles (v. 17).

Em sua Segunda Vinda

Nos capítulos de doze a quatorze, vemos Cristo na Sua segunda. Em Sua segunda vinda, Ele

será não somente o Rei sobre Israel, mas também sobre todo o povo na terra. “O SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será SENHOR, e um só o seu nome” (14:9). Ele reinará sobre toda a terra, e todos os povos da terra subirão para Jerusalém de ano em ano para adorarem o Rei, o SENHOR dos exércitos, e celebrar a Festa dos Tabernáculos (v. 16). Para aqueles que se recusarem a subir para Jerusalém para adorar o Rei, não haverá chuva (v. 17).

O CRISTO E O TEMPLO DE DEUS

O livro de Zacarias revela claramente que Deus deseja a reconstrução do templo (4:9; 6:12-

15). Porém, sem Cristo, tudo, inclusive o templo, é vazio. Precisamos de Cristo, contudo, Cristo precisa de um Corpo. Este Corpo é o templo de Deus, a casa de Deus, a expressão de Deus, a satisfação de Deus. Portanto, hoje devemos enfatizar tanto Cristo quanto a igreja. Concernente a Cristo, precisamos prestar atenção a ambos os aspectos cruciais desvendados nos capítulos de um a seis e os detalhes desvendados nos capítulos de nove a quatorze.

O JULGAMENTO DE CRISTO SOBRE TRÊS CATEGORIAS DE COISAS

Finalmente, gostaria de mostrar que no livro de Zacarias podemos ver o julgamento de

Cristo. A visão do Rolo Volante (5:1-4), a visão do vaso de efa (vv. 5-11), e a visão dos quatro carros (6:1-8) são visões de julgamento. O julgamento de Cristo será levado a cabo pelos quatro carros que saem de entre dois montes de bronze (v. 1). Bronze aqui significa julgamento. Embora os dois montes de bronze não representem Cristo, eles estão estreitamente relacionados com Cristo, porque Ele foi designado por Deus para levar a cabo o julgamento sobre os vivos e os mortos (Jo 5:22; At 10:42; 17:31; 2Tm 4:1). Por um lado, Cristo é o Redentor e o Salvador; por outro lado, Ele é o Juiz. Como o Juiz, Ele levará a cabo o julgamento de Deus.

De acordo com Zacarias, o julgamento de Cristo por toda a terra será sobre três categorias de coisas negativas. Primeiro, Ele julgará o roubo (5:3b, 4b). Roubar significa pecar contra o homem que é a questão de ganância e cobiça. Segundo, Cristo julgará a questão de jurar falsamente pelo nome do SENHOR (vv. 3c, 4c). Jurar falsamente pelo nome do SENHOR significa pecar contra Deus que é a questão de um relacionamento errôneo com Deus. Aqueles que juram falsamente dessa maneira, não se relacionam com Deus em fidelidade e honestidade. Terceiro, Cristo julgará todo o governo humano tipificado pela grande imagem humana em Daniel 2. Ele, o último Artesão, virá como a pedra cortada sem auxilio de mãos e esmagará esta grande imagem dos dedos dos pés até a cabeça. Assim, Ele limpará a terra de todo roubo, todo falso juramento pelo nome do SENHOR, e tudo do governo humano.

Precisamos ver como o julgamento de Cristo está relacionado a nós hoje. Devemos ter cuidado para não roubar dos outros de maneira alguma, e também devemos ter cuidado para sermos honestos e fiéis com Deus. Então, seremos corretos com o homem e também corretos com Deus. Finalmente, precisamos ver que Cristo virá como a pedra cortada sem auxilio de mãos e esmagará todo o governo humano e assim trazer o reino eterno de Deus.

181

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA

DDDEEE

MMMaaalllaaaqqquuuiiiaaasss

© Witness Lee

182

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE MMMAAALLLAAAQQQUUUIIIAAASSS

(1)

A PALAVRA INTRODUTÓRIA E O AMOR DE JEOVÁ DE JACÓ E O SEU TRATAMENTO PARA COM OS FILHOS DE LEVI

Leitura bíblica: Malaquias 1:1-3:4

Nesta mensagem começaremos a considerar a profecia de Malaquias. O livro de Malaquias é a palavra final do Antigo Testamento.

I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA

Malaquias 1:1 é a palavra introdutória.

A. O Significado do Nome Malaquias

O nome Malaquias em hebraico significa “Meu mensageiro”, significando que Malaquias era mensageiro de Deus para ministrar a palavra de Jeová ao Seu povo Israel.

B. O Tempo do Ministério de Malaquias

O tempo do ministério de Malaquias foi aproximadamente 400 a.C., na época de Neemias.

C. O Lugar do Seu Ministério

O lugar do seu ministério foi Jerusalém.

D. O Propósito do Seu Ministério

O propósito do seu ministério era os Israelitas que retornaram.

E. O Tema

O tema do seu ministério é o lidar de Jeová com os filhos de Levi (os sacerdotes no meio de Israel) e com os filhos de Jacó (o povo de Israel).

F. O Pensamento Central

O pensamento central da profecia de Malaquias é a correção dos sacerdotes no meio de Israel para a vinda de Cristo como o Mensageiro de Deus e a advertência do povo de Israel para o surgimento de Cristo como o Sol da justiça.

G. A Revelação a Respeito de Cristo

Em Malaquias Cristo é revelado na Sua primeira vinda como o Mensageiro de Deus (3:1-3) e na Sua segunda vinda como o Anjo da aliança (3:1) e como o Sol da justiça (4:1-3).

H. As Seções

O livro de Malaquias tem quatro seções: a palavra introdutória (1:1); o amor de Jeová por Jacó (1:2-5); o lidar de Jeová com os filhos de Levi (1:6-3:4); e o lidar de Jeová com os filhos de Jacó (3:5-4:6).

183

II. O AMOR DE JEOVÁ POR JACÓ

Malaquias 1:2-5 fala do amor de Jeová por Jacó.

A. Jeová Ama a Jacó, mas Odeia Esaú

Nos versículos 2b e 3a Jeová profere uma palavra muito franca em relação a Jacó e Esaú. Ele diz, “Amei a Jacó; porém aborreci a Esaú.”

B. Edom é Chamado de Terra de Perversidade

Jeová continua a dizer que Edom (o país de Esaú) seria chamado de terra de perversidade e o povo com quem Jeová estaria indignado para sempre (vv. 3b-4). Tanto o lugar quanto as pessoas estavam desagradando a Deus.

C. Jeová é Engrandecido Fora dos Limites de Israel (em Edom)

O versículo 5 diz, “Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.” Aqui “fora dos limites de Israel” significa fora deste território. Embora a nação de Edom estivesse condenada e o povo de Edom fosse o objeto da indignação de Deus, contudo até mesmo em Edom, fora de Israel, Jeová seria engrandecido.

III. O LIDAR DE JEOVÁ COM OS FILHOS DE LEVI (OS SACERDOTES)

Em 1:6-3:4 temos o lidar de Jeová com os filhos de Levi, isto é, o Seu lidar com os sacerdotes.

A. A Degradação dos Sacerdotes

Malaquias 1:6-14 é uma palavra concernente à degradação dos sacerdotes.

1. O Desprezo pelo Nome de Jeová e Sua Mesa

A degradação dos sacerdotes foi vista primeiro em seu desprezo pelo nome do Jeová e da Sua mesa (vv. 6-7, 12-13a). Eles não se importavam pelo nome de Jeová nem para o desfrute da Sua mesa.

2. Apresentam a Jeová Ofertas Maculadas

Os sacerdotes apresentavam a Jeová ofertas maculadas, ofertas de animais que eram cegos, coxos ou doentes (v. 8). Eles traziam o que era roubado, coxo e doente e o ofereciam como um sacrifício (v. 13b). Assim, Jeová disse, “Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso” (v. 14a).

3. Jeová Detesta as Suas Ofertas

Jeová não se alegrou em receber suas ofertas maculadas. Pelo contrário, Ele as detestou (vv. 9-10).

4. A Grandeza do Nome de Jeová entre as Nações

Nos versículos 11 e 14b nós temos uma palavra a respeito da grandeza do nome de Jeová entre as nações. No versículo 11 Ele disse que o Seu nome seria grande entre as nações, e no versículo 14b Ele declarou que o Seu nome era temido entre as nações.

184

B. A Transgressão dos Sacerdotes dos Mandamentos de Jeová e a Violação Deles da Aliança de Jeová

Os sacerdotes transgrediram os mandamentos de Jeová e violaram a Sua aliança. Isso trouxe a maldição de Jeová a eles (2:1-9).

C. A Deslealdade de Judá entre os Irmãos e a Profanação Deles para com Jeová

Os versículos de 10 a 12 falam da deslealdade de Judá (na verdade, os sacerdotes que viviam em Judá e serviam em Jerusalém) entre os irmãos e a profanação deles para com Jeová.

D. O Ódio de Jeová por causa da Deslealdade do Homem para com Sua Esposa

Nos versículos 13 a 17 nós vemos o ódio de Jeová por causa da deslealdade do homem (se referindo principalmente aos sacerdotes) para com sua esposa.

1. A Deslealdade de um Sacerdote para com Sua Esposa Danifica o Seu Sacerdócio

Os versículos 13 e 14 indicam que a deslealdade de um sacerdote para com sua esposa danifica o seu sacerdócio. Provavelmente algumas das esposas maltratadas vinham e choravam no altar (vv. 13a, 14). Por causa disso, Jeová já não considerava os sacrifícios ou os recebia com prazer das mãos dos sacerdotes (v. 13b). Aqui vemos um assunto muito importante. Se um servo do Senhor não puder ter uma vida adequada com sua esposa, seu serviço será anulado.

Todo jovem deve considerar seu casamento muito cuidadosamente. Todos os irmãos e irmãs são sacerdotes. Se nós não pudermos viver bem com nosso cônjuge, como poderemos servir a igreja? Se nossa vida matrimonial for inadequada, nosso sacerdócio estará terminado; ele não servirá para nada.

2. Jeová Faz do Sacerdote e Sua Esposa Um para Produzir a Semente de Deus

No versículo 15 Malaquias continua a dizer que no casamento Deus fez do marido e esposa um para produzir “a semente de Deus”, isto é, filhos piedosos.

3. Jeová Odeia o Divórcio

Jeová odeia divórcio; e o que se divorcia da sua esposa se comporta com violência (v. 16). Aos olhos de Deus, o divórcio é um ato violento.

4. Jeová Está Enfadado com as Palavras dos Sacerdotes

De acordo com o versículo 17, os sacerdotes enfadaram Jeová com suas palavras. Eles O enfadaram dizendo, “Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?” Tais palavras eram acusações injustas.

E. Para Refinar e Purificar os Sacerdotes pela Sua Vinda como o Mensageiro de Jeová

O lidar de Jeová com os filhos de Levi é para refinar e purificar os sacerdotes pela Sua vinda como o Mensageiro de Jeová (3:1-4).

1. Esta Profecia Tem um Cumprimento Triplo

Esta profecia tem um cumprimento triplo.

a. Na Vinda do Profeta Malaquias

185

Primeiro, esta profecia foi cumprida na vinda do profeta Malaquias, o tipo de Cristo como o Prometido.

b. Na Primeira Vinda de Cristo com João Batista como Seu Precursor

Segundo, esta profecia foi cumprida na primeira vinda de Cristo com João Batista como o Seu precursor (Mt 11:7-13). Na Sua primeira vinda, Cristo veio como um Mensageiro e até mesmo como a mensagem enviada por Deus para ajustar, refinar e purificar os sacerdotes. Nos Evangelhos o Senhor Jesus frequentemente reprovava os sacerdotes.

c. Na Segunda Vinda de Cristo com Elias como o Seu Precursor

Terceiro, esta profecia será cumprida na segunda vinda de Cristo com Elias como o Seu precursor (Is 40:3-5, 9-11; Mt 17:11; Ap 11:3-4).

2. Cristo Virá Repentinamente como o Anjo da Aliança

Cristo virá repentinamente como o Anjo da aliança, a quem o povo de Israel busca e deseja (Ml 3:1; Ag 2:7a).

a. Para Executar sobre Israel a Aliança Que Ele Estabeleceu pela Sua Morte

A vinda de Cristo repentinamente como o Anjo da aliança será para executar sobre Israel a aliança que Ele estabeleceu pela Sua morte (Mt 26:28). Ele de certo modo, veio como um Anjo para servir a Deus para formar o novo testamento. Quando Ele estabeleceu Sua mesa na noite na qual foi traído, o Senhor Jesus disse-nos que Ele estava estabelecendo a nova aliança: “Este calice é a nova aliança estabelecida no Meu sangue” (Lc 22:20). Assim Ele formou o novo testamento no qual Deus é obrigado a se dispensar em nosso ser para ser nossa vida, nossa lei da vida, e nosso tudo como nosso conteúdo. Embora o Senhor Jesus tenha estabelecido a nova aliança há quase dois mil anos, em geral o povo judeu não foi beneficiado por ela. Em vez disso, o benefício foi para os gentios. Porém, quando Cristo voltar, Ele virá como o Anjo da aliança para estabelecer a Sua aliança sobre os judeus que crerem e se arrependerem. Naquele momento eles se tornarão os beneficiários da nova aliança.

b. Para Refinar e Purificar os Filhos de Levi

Cristo também virá para refinar e purificar os filhos de Levi, principal-mente os sacerdotes, como o fogo de um ourives e como a potassa dos lavandeiros para que eles possam oferecer a Deus o sacrifício justo (Ml 3:2-4). No milênio os judeus arrependidos que são regenerados por meio da nova aliança serão os sacerdotes para cuidar de todas as nações. Para isto eles precisarão de muito refino e purificação. Então, na Sua segunda vinda, Cristo renovará, santificará e transformará Israel para ser Seus sacerdotes refinados e purificados.

186

(2)

CRISTO EM SUAS DUAS VINDAS COMO REVELADO EM MALAQUIAS

Leitura bíblica: Malaquias 3:1-3; 4:1-3

O livro de Malaquias é sobre Cristo diretamente. Nesta mensagem tenho o encargo de dar uma palavra adicional sobre a revelação de Cristo em Malaquias.

CRISTO VEIO COMO O MENSAGEIRO DE DEUS

O livro de Malaquias revela Cristo na Sua primeira e segunda vinda. Na Sua primeira vinda Ele é o Mensageiro de Deus. Como o Mensageiro de Deus, Cristo traz não somente é uma palavra ou uma mensagem de Deus ao povo de Deus; Ele é a mensagem viva. Isto é completamente provado pelos quatro Evangelhos que são um registro completo e perfeito de Cristo como a mensagem viva enviada por Deus ao Seu povo escolhido. Enquanto o Senhor Jesus estava vivendo na terra, enquanto Ele viajava pelas cidades e enquanto Ele falava às pessoas, ministrando a Si mesmo para dentro da parte intrínseca do ser deles, Ele era a mensagem.

CRISTO VEIO COMO O ANJO DA ALIANÇA

Estabelece a Nova aliança

Na Sua segunda vinda, Cristo será o Anjo da aliança, o Desejado das nações (3:1), e o Sol da justiça (4:2). De fato, Cristo era o Anjo da aliança até mesmo na Sua primeira vinda. Como o Anjo da aliança, Cristo estabeleceu a nova aliança. Antes de ir para a cruz, a última coisa que Ele fez foi estabelecer a nova aliança em Sua mesa (Mt 26:26-30).

Os Crentes, como Filhos de Deus, São Um com Deus em Sua Vida e Natureza

Baseado nessa nova aliança (Hb 8:10-12), nós somos perdoados por Deus que até mesmo esquece de nossas falhas. Deus então pode se dispensar em nosso ser intrínseco para ser nossa vida, para ser a lei da vida, e ser tudo para nós como nosso conteúdo interior para que possamos vivê-Lo. Isso significa que a nova aliança é para nos fazer absolutamente um com Deus. Ele se torna nós, e nós, sendo constituído com Ele, somos um com Ele em Sua vida e natureza. O Novo Testamento revela que Ele e nós formamos uma mútua habitação (Jo 14:20, 23). Isto é um milagre!

Precisamos ter uma compreensão adequada do que significa dizer que Deus foi constituído em nós para se tornar nós e que nós nos tornamos um com Deus em Sua vida e natureza. O Novo Testamento revela que Deus é nosso Pai e que nós somos Seus filhos. Nós não somos filhos que foram adotados por Deus, mas filhos que nasceram de Deus. Deus é nosso Pai porque Ele nos gerou, e nós somos Seus filhos porque nascemos Dele. Da mesma maneira que uma criança compartilha a vida e natureza do seu pai, mas não a paternidade, assim nós como filhos nascidos de Deus partilhamos a vida e a natureza de Deus, mas não a Sua paternidade nem a Sua Deidade. Nós somos iguais a Deus nosso Pai em vida e natureza, mas seguramente não somos Deus em sua Deidade ou o Pai em Sua paternidade. Esta é a revelação intrínseca da Bíblia, especialmente do Novo Testamento.

Em nosso viver diário, precisamos nos lembrar de nosso status como filhos de Deus que possui a vida e natureza de Deus. Por exemplo, se um irmão e a sua esposa ambos perceberem isso, sabendo que eles não são apenas humanos, mas também divinos, eles respeitarão um ao outro ao máximo. Em vez de discutir, eles honrarão um ao outro e serão

187

amáveis um com o outro. Além disso, esta percepção os impedirá de perder a paciência deles. Quando somos tentados a perder nossa paciência, precisamos nos lembrar de que somos filhos de Deus. Até mesmo em tal questão como fazer compras numa loja de departamentos, não devemos esquecer-nos de nosso status como filhos de Deus.

CRISTO VEIO COMO O DESEJOSADO DAS NAÇÕES

Na Sua segunda vinda, Cristo será também o Desejado das nações (Ml 3:1; Ag 2:7). Cristo é Aquele a quem desejamos. Dia a dia desejamos que Ele seja nosso amor, nossa humildade, nossa mansidão e nossa alegria. Nada é melhor que alegria. Esta alegria se torna nossa força, nossa cura, nossa alimentação, e nossa nutrição. A verdadeira alegria vem de Cristo que é nossa vida, nossas virtudes, e nosso tudo. Posso testificar que tenho amado essa Pessoa por mais de setenta anos, e eu O amo hoje muito mais do que nunca. Diariamente eu O desejo, O amo, e O considero. Ele seguramente é nosso Desejo.

CRISTO VEM COMO O SOL DA JUSTIÇA COM CURA EM SUAS ASAS

Como o Sol da justiça, Cristo virá com cura em Suas asas (Ml 4:2). Hoje o povo Pentecostal pratica o que é chamado de cura divina. De fato, o próprio Cristo é nossa cura. Ele é o Sol que nos cura quando brilha sobre nós.

Na Sua primeira vinda, a terra rejeitou Cristo; portanto, a terra carece da Sua cura. Mas porque O temos recebido de maneira secreta, oculta, nós recebemos a Sua cura diariamente. A Sua cura nos faz ter alegria de forma que nos esqueçamos de nossa raiva e ansiedade. Estamos doentes por causa do pecado, morte, e muitas deficiências e imperfeições. Somente este Cristo curativo pode nos tornar completos. Ser curado é ser salvo. Ser curado, ser salvo, é se tornar completo. Ele nos curará, mas temos que dar a Ele a liberdade para usar Suas asas para voar sobre nós, ao redor de nós, e dentro de nós.

Na sua primeira vinda, Cristo curou o sacerdócio degradado, mas na Sua segunda vinda, Ele curará o restante do povo de Israel. Então Ele será tudo para a terra e para nós. Este Cristo curativo virá repentinamente. Por isso, precisamos ficar alertas, prontos para recebê-Lo.

O CENTRO DO LIVRO DE MALAQUIAS

O centro do livro de Malaquias é o Cristo curativo. Este Cristo curativo é o Mensageiro de Deus, o Anjo da aliança, e o Desejado das nações. Cristo ser nossa cura é baseado Nele ser o Sol da justiça. A palavra “Sol” indica vida, e a palavra “retidão” indica justiça. Toda a terra está saturada com morte e injustiça, mas com o Cristo curativo nós temos vida e justiça. Estamos esperando por Ele vir como o Sol da justiça com cura em Suas asas.

188

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE MMMAAALLLAAAQQQUUUIIIAAASSS

(3)

O LIDAR DE JEOVÁ COM OS FILHOS DE JACÓ

Leitura bíblica: Malaquias 3:5-4:6

Nesta mensagem consideraremos Malaquias 3:5-4:6.

IV. O LIDAR DE JEOVÁ COM OS FILHOS DE JACÓ

A. O Julgamento de Jeová pela Sua Aproximação

Malaquias 3:5 e 6 falam do julgamento de Jeová pela Sua aproximação. Em nossa experiência, toda vez que o Senhor aparece a nós, Ele nos reprova. O Seu reprovar é o Seu julgamento.

1. Sobre Aqueles Que não Temem a Jeová

O versículo 5 nos diz que Jeová será uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que oprimem os assalariados, a viúva, e o órfão, contra os que torcem o direito do estrangeiro, e contra os que não temem Jeová. A preocupação de Jeová a respeito do estrangeiro indica que Ele é muito humano e que não fica contente quando o Seu povo maltrata um estranho em vez de lhe dar hospitalidade.

2. Pelo Fato de Jeová não Mudar, os Filhos de Jacó não São Consumidos

O versículo 6 diz que Jeová não muda; por isso, os filhos de Jacó não são consumidos.

B. O Conselho de Jeová aos Filhos de Jacó

Nos versículos de 7 a 12 nós temos o conselho de Jeová aos filhos de Jacó.

1. Instruindo-Os a Voltarem a Ele para que Ele Voltasse a Eles Para Que Pudessem Ser Abençoados por Ele

“Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos” (v. 7). Aqui Jeová instruiu os filhos de Jacó a voltarem a Ele para que Ele voltasse para eles para que pudessem ser abençoados por Ele (vv. 10, 12). Ser abençoado por Deus é ser curado (4:2), e ser curado é se tornar completo.

a. Não Roubar a Deus nos Dízimos e Ofertas

Considerando que Ageu toca a preguiça do povo de Deus em não trabalhar para edificar a casa de Deus, Malaquias fala a respeito de eles roubarem a Deus nos dízimos e ofertas. “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, por que a mim me roubais, vós, a nação toda (3:8-9). Aqui vemos que depois de instruir os filhos de Jacó para que voltassem a Ele, Jeová lhes ordenou a não roubar Deus nos dízimos e ofertas para que a maldição não fosse trazida para eles. Roubar a Deus é não dar a Ele o que Lhe é devido. Ele estabeleceu o princípio que de todo o produto da terra, um décimo deveria ir para Ele (Lv 27:30). A décima parte deve ir para Ele.

189

b. Trazendo Todo o Dízimo para a Casa do Tesouro Para Que Haja Mantimento na Casa de Deus

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.” (Ml 3:10). Aqui temos dito que quando o primeiro décimo é trazido para a casa do tesouro, Deus abre as janelas do céu e derrama uma bênção até que não haja nenhum lugar para ela.

Este versículo fala de mantimento na casa de Deus. Esta comida não é para nós — ela é para Deus. Deus tem fome e precisa comer. Qual é a comida de Deus? A comida de Deus, a comida divina, são as ofertas, especialmente a oferta queimada, a oferta de manjares e a oferta pacífica. A oferta pacífica é desfrutada mutuamente por Deus e o Seu povo. Nós desfrutamos dessa oferta diante Dele e com Ele.

c. Jeová Repreende o Devorador por Causa Deles

No versículo 11 Jeová continua a dizer que Ele repreenderia o devorador por causa deles, não permitindo o devorador destruir o fruto da terra nem permitiria que a videira perdesse seu fruto no campo antes de amadurecer.

2. Todas as Nações Os Chamarão Benditos, e Eles Serão uma Terra de Deleites

De acordo com o versículo 12, todas as nações os chamarão benditos, e eles serão uma terra de deleites.

C. O Encorajamento de Jeová para Aqueles Que O Temem e O Servem

Nos versículos de 13 a 18 nós vemos o encorajamento de Jeová para aqueles que O temem e O servem.

1. As Palavras de Alguns dos Filhos de Jacó São Fortemente contra Jeová

As palavras de alguns dos filhos de Jacó são fortemente contra Jeová (v. 13a).

a. Diziam Que Era Inútil Servir a Deus

Eles disseram, “É inútil servir a Deus”, e eles perguntaram, “Que nos aproveitou termos cuidado de guardar os seus preceitos, e andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?“ (v. 14). Eles adoravam e serviam a Deus, mas faziam isso pesarosamente, nem todos ficavam felizes quando lhes exigiam que fizessem essas coisas.

b. Reputam por Felizes os Soberbos

Aqueles que falaram fortemente contra Jeová também disseram, “Ora, pois, nós reputamos por felizes o soberbo; também os que cometem impiedade prosperam, sim eles tentam o Senhor, e escapam” (v. 15). Isto indica que esses opositores de Deus pareciam estar dizendo, “a maneira de ser abençoado não é ser humilde, mas ser arrogante. Aqueles que agem impiamente não somente são prósperos, mas eles tentam a Deus, não creem Nele nem Lhe dão o dízimo, e eles escapam de qualquer tipo de calamidade. Em vez de sofrer, eles escapam da tribulação.”

2. A Palavra de Encorajamento de Jeová

Os versículos de 16 a 18 são a palavra de encorajamento de Jeová.

190

a. Aqueles Que Temem a Jeová Falam Uns aos Outros

Aqueles que temiam a Jeová falavam uns aos outros, cada um para o seu vizinho, e Jeová lhes dava atenção e os ouvia (v. 16a).

b. Um Livro de Recordação É Escrito Diante de Jeová

O versículo 16b nos fala que um livro de recordação foi escrito diante de Jeová daqueles que O temiam e consideraram o Seu nome. Nós hoje consideramos, amamos, honramos, respeitamos e santificamos o nome de Deus, e Ele mantém um registro disso. Nós podemos não nos lembrar de nossa comunhão a respeito de Cristo e a igreja, mas Deus mantém um registro dessa comunhão no Seu livro de recordação.

c. Os Filhos de Jacó São Tesouro Particular de Jeová

De acordo com o versículo 17, os filhos de Jacó serão filhos de Jeová. Eles serão um tesouro particular no dia que Ele preparou (o dia da Sua ira), e Ele os poupará, como um homem poupa o seu filho que o serve.

d. Os Filhos de Jacó Retornam e Discernem entre Aquele Que É Justo e Aquele Que É Perverso

Finalmente, em Sua palavra de encorajamento para aqueles que O temem e O servem, Jeová disse que eles retornariam e discerniriam entre o que é justo e o que é perverso, entre o que serve a Deus e o que não O serve (v. 18).

D. A Advertência de Jeová antes do Dia do SENHOR

Malaquias 4:1-6 é a advertência de Jeová antes do dia do SENHOR.

1. O Dia Virá, Arderá como uma Fornalha

O dia do SENHOR virá, arderá como uma fornalha, e todos os soberbos e todos os perversos serão restolho. O dia que vem os abrasará, de forma que não lhes deixará nem raiz ou ramos (v. 1).

2. Para Aqueles Que Temem O Nome de Jeová o Sol da Justiça Surgirá com Cura em Suas Asas

Para aqueles que temem o nome de Jeová o Sol da justiça — o Cristo curativo surgirá com cura em Suas asas. Eles sairão e saltarão como bezerros bem nutridos. Eles pisarão os perversos; pois os perversos serão cinzas debaixo das plantas dos seus pés no dia que Jeová preparou (vv. 2-3).

3. Encarrega os Filhos de Jacó a Se Lembrarem da Lei de Moisés, os Estatutos e os Juízos

No versículo 4 os filhos de Jacó foram encarregados de se lembrarem da lei de Moisés, isto é, os estatutos e os juízos. A lei é são os Dez Mandamentos; os estatutos são itens detalhados da lei; e os julgamentos são ordenanças. Quando um juízo é acrescentado a um estatuto, esse estatuto se torna uma ordenança. Por exemplo, o mandamento para guardar o Sábado sagrado e não profaná-lo, falta alguma menção de juízo, é simplesmente um estatuto. Mas quando um juízo é adicionado, talvez a sentença de morte por apedrejamento, o estatuto torna-se torna uma ordenança.

191

4. Promete Enviar Elias o Profeta para Eles antes que Venha o Grande e Terrível Dia do SENHOR

Finalmente, nos versículos 5 e 6, Deus prometeu enviar Elias o profeta para eles antes que viesse o grande e terrível dia do Senhor (Mt 17:10-11; Ap 11:3-4). Elias converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais, para que Jeová não venha e fira a terra com maldição. Esta é a palavra final de Malaquias e a última palavra do Antigo Testamento.

EEESSSTTTUUUDDDOOO---VVVIIIDDDAAA DDDEEE MMMAAALLLAAAQQQUUUIIIAAASSS

(4)

O REAVIVAMENTO REVELADO NOS PROFETAS MENORES

Leitura bíblica: Hc 3:2a; Os 6:2; Jl 2:28-29; Ag 1:14; Ml 3:1b; Ag 2:7a; Hb 7:22; At 26:18b; Cl 1:12; Ml 4:2a; Rm 8:20-22

Nesta mensagem final para o estudo-vida dos Profetas Menores, tenho o encargo de falar uma palavra a respeito do reavivamento revelado nos Profetas Menores. Podemos dizer que essa questão do reavivamento é o “grão” dentro da “casca” dos livros dos Profetas Menores.

I. A ASPIRAÇÃO DO ELEITO DE DEUS

Habacuque 3:2a fala de reavivamento: “Ó SENHOR, aviva a Tua obra / no decorrer dos anos.” Entre o eleito de Deus sempre houve uma aspiração para ser reavivado. Contanto que você seja uma pessoa salva, diariamente, consciente ou inconscientemente, há uma aspiração com uma oração espontânea dentro de você: “Ó Senhor, reaviva-nos.” Embora possamos não perceber isto, tal aspiração tem estado dentro de nós por todos os anos da nossa vida cristã.

Podemos pensar que a oração de Habacuque por reavivamento era boa para ele, mas não tem nada a ver conosco. Porém, a respeito da sua oração, precisamos perceber que com Deus não há nenhum elemento de tempo. Aos olhos de Deus, uma pessoa no meio dos Seus eleitos representa o todo. Deus sempre considera o Seu eleito como um Corpo corporativo. Isso significa que Habacuque e nós somos um na unidade do eleito de Deus. Assim, quando Habacuque orou por reavivamento, nós também oramos. Nós oramos por reavivamento vinte e seis séculos atrás. Tal oração é uma oração perpétua.

Muitas vezes nos últimos seis anos eu encarreguei os santos a praticar a maneira ordenada por Deus de maneira viva e prática, mas sem um reaviva-mento, como poderemos ter qualquer coisa viva? Se nos empenharmos a praticar apenas o primeiro passo da maneira ordenada por Deus — visitar as pessoas para pregar o evangelho — sem sermos reavivados, este será um fardo pesado que ninguém poderá suportar. Todos nós precisamos perceber que fomos salvos e somos mantidos na terra para fazer uma coisa — ir para discipular as nações, começando de “Jerusalém” e propagando para a “Judéia”, para “Samaria”, e para a maior parte da terra (At 1:8). Se vivermos para nossa educação, uma carreira, um bom casamento, ou uma casa agradável, isto será vaidade de vaidades. Nós estamos vivendo aqui para a propagação do Senhor Jesus, não somente para nossa vizinhança, mas para o mundo todo. Se quisermos fazer

192

isto, precisamos ser reavivados. É por isso que o Senhor nos levou a praticar o reavivamento matinal.

Essa questão do reavivamento matinal é segundo a lei natural na criação de Deus. Deus criou o universo de forma que haja um nascer do sol a cada vinte e quatro horas. Nós os crentes devemos seguir o nascer do sol para sermos reavivados todas as manhãs. Diariamente precisamos de um “nascer do sol”, e este nascer do sol será um reavivamento. Se experimentarmos um reaviva-mento diário, então estaremos vivos e qualificados para praticar a maneira ordenada por Deus e ajudar a igreja a tomar este caminho.

II. A DESOLAÇÃO DOS “DOIS DIAS” E A RESSURREIÇÃO NO “TERCEIRO DIA”

Por um lado, Habacuque orou por reavivamento; por outro, Oséias falou da desolação dos “dois dias” e a ressurreição no “terceiro dia”: “Depois de dois dias nos revigorará; / Ao terceiro dia nos levantará (6:2). Visto que para Deus mil anos são como um dia (2Pe 3:8), esses “dois dias” podem se referir a um período de dois mil anos. Por quase dois mil anos, desde o tempo em que Titus destruiu Jerusalém, 70 d.C., Israel, nosso representante, tem estado desolado. Desde aquele ano Israel perdeu o sacerdócio, os sacrifícios, os profetas, o rei, e o templo. Por fim, haverá o “terceiro dia”— os mil anos do reino milenar — quando Israel será levantado, isto é, restaurado.

O princípio é o mesmo em nossa vida cristã. Num determinado momento ficamos desolados. Depois dos dois dias de desolação, há o terceiro dia que significa o Cristo pneumático em ressurreição. Hoje nós podemos receber o Cristo pneumático em ressurreição e assim podemos desfrutar a realidade da Sua ressurreição. Se tivermos o Cristo ressurreto, estaremos na manhã, o nascer do sol, e este será um verdadeiro reavivamento para nós.

Em 1984 percebi que a restauração estava numa condição dormente, como a desolação dos dois dias em Oséias 6:2. Porém, se experimentarmos um verdadeiro reavivamento, estaremos no terceiro dia.

III. O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO

Joel 2:28 e 29 fala do derramamento do Espírito. Diariamente precisamos do derramamento do Espírito todo-inclusivo, consumado, composto, que dá vida como o Deus Triúno processado e consumado. Este Espírito todo-inclusivo inclui a divindade e a humanidade de Cristo, a eficácia da Sua morte, e o poder da Sua ressurreição. Este Espírito é nossa porção, nossa herança.

IV. A RESPOSTA DO ELEITO DE DEUS

“Jeová despertou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jeozadaque, sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo” (Ag 1:14a). Aqui vemos a resposta do eleito de Deus que foi despertado pelo Senhor na ordem da autoridade de Deus. Quando respon-deram ao serem despertados no seu espírito pelo Senhor, todos nós fomos incluídos.

Nos Profetas Menores há ambos o Espírito divino, o Espírito consumado de Deus, e o espírito humano, o espírito despertado do eleito de Deus. O Espírito divino foi derramado, e nosso espírito humano (a chave para experimentar e desfrutar Cristo) responde a tal Espírito ao ser despertado.

Nós podemos sentir que nosso espírito foi despertado no inicio de nossa vida cristã, mas que já não mais é despertado. Porém, isto não é verdade. Inconscientemente, o espírito de

193

todo crente regenerado é despertado. Se formos a um lugar de entretenimento mundano, nosso espírito será despertado e nos dirá para deixarmos aquele lugar. Sempre que entristecemos o Espírito (Ef 4:30), nós não temos paz. Esse é o despertar de nosso espírito. Quando lemos a Bíblia, sentimos tranquilos e calmos. Até mesmo nessa tranquilidade, nosso espírito está sob o despertar do Espírito. Diariamente nós não podemos evitar o despertar de nosso espírito. A Bíblia revela que uma vez que o Espírito consumado, composto, que dá vida entra em nós, Ele nunca sairá. Como Ele habita em nós, Ele frequentemente é um “causador de problemas”, nos despertando quer negativa ou positivamente. Se dermos importância a este despertar negativo ou positivo, nós seremos reavivados, seremos fortalecidos e seremos encorajados a levar a cabo a maneira ordenada por Deus.

V. O DESFRUTE DO CRISTO DE DEUS

Os Profetas Menores também revelam que o Cristo de Deus é nosso desfrute. O desfrute do Cristo de Deus é de fato o desfrute do próprio Deus.

A. Como o Desejo do Eleito de Deus

Nós podemos desfrutar Cristo como o Desejo do eleito de Deus (Ml 3:1b; cf. Ag 2:7a). Quer sejamos frios ou quentes para o Senhor, nós desejamos Cristo. Você pode dizer que não tem desejo por Cristo? Diariamente nós desejamos Cristo.

B. Como o Anjo da Aliança

Nós também podemos desfrutar Cristo como o Anjo da aliança (Ml 3:1b). Para Ele ser o Anjo significa que Ele é um servo. Em Sua vinda, Cristo será o Anjo da aliança. Ele decretou a nova aliança com Seu sangue na Sua mesa (Mt 26:26-29; Lc 22:20). Na nova aliança, Deus é transmitido para dentro de nós como vida e como nossa provisão de vida, e nós temos o perdão de pecados (Jr 31:31-34).

1. Executada como Garantia da Sua Nova aliança Decretada por meio da Sua Morte

Cristo não somente decretou a nova aliança por intermédio da Sua morte, mas em ressurreição Ele executa a nova aliança como Sua garantia (Hb 7:22), tornando-a real para nós. Em particular, Ele nos assegura que nossos pecados foram perdoados e que nós O temos como nossa vida e provisão de vida tipificado pelo pão mesa do Senhor. Diariamente podemos desfrutá-Lo como a garantia da nova aliança.

2. Dispensar as Riquezas do Deus Triúno Prometida aos Seus Eleitos

Como o Anjo da aliança, Cristo dispensa as riquezas do Deus Triúno prometida aos Seus eleitos. De acordo com Atos 26:18b, nós recebemos não só o perdão de pecados, mas também “uma herança entre os que foram santificados.” Esta herança é o próprio Deus Triúno com tudo o que Ele tem, tudo que Ele fez, e tudo que Ele fará para o Seu povo redimido. O Deus Triúno é corporificado no Cristo todo-inclusivo que é “a porção repartida dos santos” como sua herança (Cl 1:12).

C. Como o Sol da Justiça

Finalmente, Malaquias 4:2 nos fala que nós podemos desfrutar Cristo como o Sol da justiça com cura em Suas asas.

1. Para Crescer em Vida, no Dispersar das Trevas

194

Como o Sol da justiça, Cristo é nosso desfrute para crescermos em vida, no dispersar das trevas. Da mesma maneira que o brilhar da luz solar permite as plantas crescerem, o brilhar de Cristo como o Sol da justiça é para nosso crescimento em vida.

2. Para Curar em Vida, no Anular da Injustiça

Como o Sol da justiça, Cristo é também nosso desfrute para a cura em vida, no anular da injustiça. Antes de desfrutarmos desta cura em vida, a injustiça prevalecia, mas por meio desta cura a injustiça é anulada e é substituída pela justiça.

UMA PALAVRA ADICIONAL

Nesta conjuntura, gostaria de dar uma palavra adicional sobre a questão do reavivamento.

A Aspiração Universal para o Reavivamento

O reavivamento revelado nos Profetas Menores pode ser aplicado à família, à igreja, às nações, a toda raça humana, e até mesmo a todo universo. Em princípio, tudo e todos sobre a terra estão na desolação dos dois dias falada em Oséias 6:2.

Desde a queda do homem, tem havido em toda a criação uma aspiração para um reavivamento. Com respeito a isso, Romanos 8:20-22 diz, “Pois a criação foi submetida à vaidade, não voluntariamente, mas por causa Daquele que a submeteu, na esperança de que a própria criação também será libertada da escravidão da corrupção e levada à liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, juntamente, geme e tem dores de parto até agora.” Como resultado da queda de Adão, a corrupção, a escravidão e a morte entraram em toda a criação. Hoje tudo está se deteriorando e está debaixo do cativeiro da corrupção. Todas as coisas que estão debaixo dessa escravidão aspiram serem reavivadas.

Cristo — A Realidade do Terceiro Dia

A queda do homem introduziu a corrupção, e com a corrupção há escravidão. Por causa desta corrupção e escravidão, há a necessidade em todos os lugares de reavivamento, de restauração. Esta necessidade só pode ser satisfeita por Cristo e em Cristo. Cristo foi ressuscitado no terceiro dia, e como o Cristo pneumático em ressurreição, Ele é a realidade do terceiro dia. Portanto, Cristo é o elemento do reavivamento para o qual toda criação aspira. A corrupção e desolação só podem ser tragadas pela ressurreição de Cristo.

Os incrédulos assim como os crentes aspiram ser reavivados, ter um novo começo. Toda pessoa quer algo novo. Somente Cristo é o fator renovador. Somente Cristo, que se levantou no terceiro dia, é o poder renovador. Para todo o universo e para toda a humanidade, Cristo é a realidade do terceiro dia.

Quando recebemos Cristo, nós O recebemos como Aquele que é a Própria ressurreição (Jo 11:25). Imediatamente após recebê-Lo, nós tivemos um novo começo em nossa vida humana. Esse novo começo foi um reavivamento. Porém, possivelmente entramos novamente num estado de desolação e assim precisamos de um outro reavivamento. Este ciclo de desolação e reavivamento, reavivamento e desolação, tem sido repetido muitas vezes.

O caminho para termos o reavivamento que precisamos é contatar Cristo, se arrependendo e confessando nossos pecados, fracassos, e trevas. Ao fazermos isso somos trazidos da desolação dos dois dias à ressurreição do terceiro dia. Sempre que estamos em desolação, precisamos de tal reaviva-mento. Precisamos chegar ao terceiro dia, e o terceiro

195

dia nada mais é que a pessoa do Cristo ressurreto como a realidade do reavivamento. Além disso, nós temos o derramamento do Deus Triúno como o Espírito consumado, todo-inclusivo, que dá vida, e nosso espírito responde ao ser despertado.

Desfrutar Cristo como o Desejado pela Humanidade

Quando nosso espírito é despertado em resposta ao derramamento do Espírito, nós não apenas desfrutamos Cristo como o Ressurreto, mas também como o Desejado por toda a humanidade. Ele é a necessidade única da humanidade. Cada um, os crentes e os incrédulos igualmente, desejam Cristo.

O Cristo que desejamos estabeleceu a nova aliança e Ele, como sua garantia, a está executando agora. Por meio dessa aliança Deus foi repartido a nós como nossa porção legal em Cristo que é o Sol da justiça com cura em Suas asas. Aparte Dele, nós temos trevas e injustiça, mas com Ele tudo é luz e justiça.

A Última Restauração

Quando nós temos tal Cristo, nós não somente temos reavivamento — nós temos restauração. O reino milenar será um tempo de restauração. Esta restauração se consumará no novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém como o centro. Esta será a última, a consumada, restauração realizada pelo Cristo ressurreto.