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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO CAMPUS - PICUÍ ALEXANDRA PEREIRA DA SILVA USO DE ESPÉCIES NATIVAS DA FLORA DA CAATINGA EM UMA COMUNIDADE RURAL NO SEMIÁRIDO POTIGUAR PICUÍ-PB 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA

DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO

COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DOS

RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO

CAMPUS - PICUÍ

ALEXANDRA PEREIRA DA SILVA

USO DE ESPÉCIES NATIVAS DA FLORA DA CAATINGA EM UMA

COMUNIDADE RURAL NO SEMIÁRIDO POTIGUAR

PICUÍ-PB

2018

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ALEXANDRA PEREIRA DA SILVA

USO DE ESPÉCIES NATIVAS DA FLORA DA CAATINGA EM UMA

COMUNIDADE RURAL NO SEMIÁRIDO POTIGUAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos

Ambientais do Semiárido, do Instituto Federal da

Paraíba – Campus Picuí, em cumprimento às

exigências parciais para a obtenção do título de

Especialista em Gestão dos Recursos Ambientais do

Semiárido.

ORIENTADORA: Dra. Géssica Anastácia Gomes da Costa.

PICUÍ-PB

2018

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Dados Internacionais de Catalogação

Biblioteca – IFPB, Campus Picuí

S586u Silva, Alexandra Pereira da.

Uso de espécies nativas da flora da caatinga em uma comunidade

rural no semiárido potiguar. / Alexandra Pereira da Silva. – Picuí,

2018.

41 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização - Gestão em

Recursos Ambientais do Semiárido – GRAS) – Instituto Federal de

Educação Tecnológica da Paraíba, IFPB – Campus Picuí/Coordenação

de Pós Graduação em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido,

2018.

Orientadora: Dra. Géssica Anastácia Gomes da Costa.

1. Botânica. 2. Etnobotânica. 3. Preservação ambiental. 4. Jaçanã-RN.

I. Título.

CDU 58:502.17

Elaborada por Alini Casimiro Brandão – CRB 000701

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ALEXANDRA PEREIRA DA SILVA

USO DE ESPÉCIES NATIVAS DA FLORA DA CAATINGA EM UMA

COMUNIDADE RURAL NO SEMIÁRIDO POTIGUAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos

Ambientais do Semiárido, do Instituto Federal da

Paraíba – Campus Picuí, em cumprimento às

exigências parciais para a obtenção do título de

Especialista em Gestão dos Recursos Ambientais do

Semiárido.

Aprovada em ____ / ____ / _______

Banca Examinadora

____________________________________________

Prof. Dra. Géssica Anastácia Gomes da Costa

Orientadora (IFPB)

___________________________________________

Prof. Dr. Frederico Campos Pereira

Examinador (IFPB – Campus Picuí)

___________________________________________

Téc. De Laboratório Dr. Hermes de Oliveira Machado Filho

Examinador (IFPB – Campus João Pessoa)

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Dedico a Deus, todo poderoso, por não me abandonar

em nenhum momento, me dando forças para alcançar

os meus objetivos.

Dedico!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, primeiramente, que me encheu de força e coragem para vencer os

obstáculos, sempre me conduzindo aos melhores caminhos para alcançar um futuro melhor; a

Ele toda a minha gratidão por tudo que tenho e sou.

Aos meus familiares; Irmã, sobrinha, primos, tios e em especial a minha tia Maria do Carmo e

minha avó Severina, que, não fosse por elas, não teria a educação, a coragem de enfrentar as

dificuldades e a determinação que hoje tenho.

À minha orientadora, Profa. Dra. Géssica Anastácia Gomes da Costa, por contribuir na minha

formação com seus ensinamentos e orientação necessária.

Aos meus colegas de curso que compartilharam comigo, do início ao fim todos os momentos

do percurso.

Aos moradores da comunidade Chã da Bulandeira que colaboraram para o desenvolvimento

da pesquisa, com paciência e bom humor.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram na minha formação acadêmica.

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RESUMO

Os estudos etnobotânicos são fundamentais para o conhecimento, preservação e valorização

das plantas, bem como para a recuperação e conservação do ambiente, fornecendo

informações que poderão auxiliar no planejamento e manutenção de áreas de proteção, na

elaboração de estratégias de desenvolvimento e manejo sustentável e na descoberta de novos

insumos. Nesse sentido foi realizado um estudo na comunidade rural Chã da Bulandeira, no

município de Jaçanã, Rio Grande do Norte, Semiárido Brasileiro, buscando registrar o

conhecimento e uso das espécies de plantas da Caatinga na comunidade utilizadas pela

população local com alguma finalidade. Para tanto, utilizou-se a técnica de amostragem e

seleção de informantes “bola de neve” (snaw- ball), onde os dados foram coletados em

momentos de observação participante, conversas formais e entrevistas. Foram entrevistados

30 informantes (4 Homens - 26 Mulheres). As plantas foram organizadas nas categorias

utilitárias: medicinal, alimentícia, madeireira, mística, combustível, tecnologia, veneno,

ornamental, forrageira, uso doméstico e outros, que incluem produtos de beleza, limpeza e

higiene. Para tanto considerou-se para a categorização as plantas nativas e as exóticas

espontâneas ou subespontâneas. Foi registrado a ocorrência de 36 espécies pertencentes a 26

gêneros e 15 famílias botânicas. As famílias que agruparam maior número de espécies foram:

Fabaceae com nove espécies (25%), Anacardiaceae com quatro espécies (11%) e

Euphorbiaceae com três espécies (8,3%). As plantas com maior número de citações foram

Opuntia ficus-indica (L.) Mill. (12,2%), Anacardium occidentale L. (10,6%) e Mimosa

tenuiflora (Wildd.) Poir. (9,79%). As categorias mais importantes foram combustível,

medicinal e madeireiro. A parte da planta mais utilizada foi o caule (34%), seguido da folha

(20%) e do fruto (18%). Os resultados da pesquisa mostraram o destaque para o uso de

espécies vegetais nativas e exóticas espontâneas para fim combustível. Tal resultado mostra a

necessidade de refletir como as plantas estão sendo extraídas do ambiente e qual o impacto na

flora da região e na comunidade.

Palavras-chave: Conhecimento popular. Etnobotânica. Floristica.

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ABSTRACT

Ethnobotanical studies are fundamental for the knowledge, preservation and valorization of

plants, as well as for the recovery and conservation of the environment, generation of support

information, planning and maintenance of areas of protection and sustainable development.

selection of new inputs. In this sense, a study was carried out in the Chã of Bulandeira rural

community in the city of Jaçanã, Rio Grande do Norte, Brazil, aiming to register the

knowledge and use of the Caatinga plant species in the community used by the local

population for some purpose. For that, the technique of sampling and selection of snowball

informants (snaw-ball) was used, where the data were collected at moments of participant

observation, formal conversations and interviews. We interviewed 30 informants (4 Men - 26

Women). The plants were organized in the utilitarian categories: medicinal, food, logging,

mystic, fuel, technology, poison, ornamental, forage, domestic use and others, which include

beauty products, cleaning and hygiene. The native and the spontaneous or sub-spontaneous

exotic plants were considered for categorization. It was recorded the occurrence of 36 species

belonging to 26 genera and 15 botanical families. The families with the highest number of

species were: Fabaceae with nine species (25%), Anacardiaceae with four species (11%) and

Euphorbiaceae with three species (8.3%). The plants with the highest number of citations

were Opuntia ficus-indica (L.) Mill. (12.2%), Anacardium occidentale L. (10.6%) and

Mimosa tenuiflora (Wildd.) Poir. (9.79%). The most important categories were fuel,

medicinal and timber. The most used part of the plant was the stem (34%), followed by the

leaf (20%) and the fruit (18%). The results of the research showed the prominence for the use

of spontaneous native and exotic vegetal species for end fuel. This result shows the need to

analyze how the plants are being extracted from the environment and what impact the flora of

the region and the community.

Keywords:. Popular knowledge. Ethnobotany. Floristic.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Localização da comunidade rural Chã da Bulandeira situada no Município de

Jaçanã, Rio Grande do Norte, Brasil. ....................................................................................... 18

Figura 2 - Percentual da família de plantas mencionadas pelos moradores da comunidade

estudada. ................................................................................................................................... 22

Figura 3 - Parte da planta usada, número de citações segundo os moradores da comunidade

Chã da Bulandeira, Município de Jaçanã – Rio Grande do Norte. ........................................... 22

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lista das espécies vegetais citadas pelos informantes da Chã da Bulandeira,

Município de Jaçanã – Rio Grande do Norte. Convenções: Categorias de uso: A- alimentícia,

B- madeireira, C- medicinal, D- combustível, E- ornamental, F- forragem, G- místico, H-

higiene pessoal, I- veneno-abortiva, J- tecnologia, K- veterinário; Parte usada: C = cascas, Cl=

caule, Fo = folhas, Fr = frutos, R = raízes, Ce = cera, Po = polpa, Se= seiva, Lx = látex, Rs =

resina, PI = planta inteira; NI/PI = número de indicações por planta pelos informantes. ........ 28

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12 2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 14

2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 14 3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 15

3.1 O DOMÍNIO CAATINGA ............................................................................................. 15

3.2 BIODIVERSIDADE E CONHECIMENTO TRADICIONAL ...................................... 16 4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 18

4.1 ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................................... 18 4.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................. 19

5. RESULTADOS ................................................................................................................... 21 5.1 DADOS SOCIOECONÔMICOS ................................................................................... 21 5.2 CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO ........................................................................ 21

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 30

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 31 APÊNDICES ........................................................................................................................... 37

APÊNDICE I (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) ................................................ 38

APENDICE II - (Formulário Para Avaliação Etnobotânica) ................................................... 40

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1.INTRODUÇÃO

Desde o período colonial, é atribuído ao Domínio Caatinga o título de bioma mais

improdutivo do Brasil, sendo caracterizada como uma região semiárida, que sofre com os

longos períodos de seca. São informações que, apesar de verdadeiras, não podem definir o

que é de fato esse Domínio Morfoclimático, sem antes falar que a atual situação em que a

região se encontra é resultado das mais variadas transformações que tem sofrido – a começar

no período colonial – pelas intensivas e mais diversas ações antrópicas que vão desde o

manejo inadequado da flora aos desmatamentos e queimadas (AB’SABER, 2003;

ALBUQUERQUE et al., 2010; CASTELLETTI et al., 2003; GIULIETTI et al., 2003).

Os recursos biológicos estão presentes ativamente na vida do ser humano desde os

primórdios, quando povos da pré-história passaram da condição de caçadores-coletores para

agricultores, iniciando assim o desenvolvimento de técnicas para domesticação e reprodução

de plantas que seriam utilizadas para diversos fins (MITHEN, 2002). Dentre os múltiplos usos

associado aos recursos vegetais estão os produtos madeireiros, medicinais, alimentícios, de

uso doméstico, para forragem, ornamentação entre outros (ALBUQUERQUE & ANDRADE,

2002).

Muitas comunidades ainda dependem do uso das plantas como um meio de

sobrevivência. O conhecimento tradicional dos povos (indígenas, quilombolas, camponeses)

que vivem nessas comunidades foi e ainda é transferido oralmente de geração para geração,

uma tradição que mantêm até hoje a relação homem-planta dependente um do outro, pois

através desse conhecimento transmitido ao longo do tempo é que atualmente diversas famílias

podem fazer uso do saber repassado sobre as plantas e utilizá-lo no seu dia-a-dia. Como

exemplo, pode-se fazer uso do conhecimento de que as plantas medicinais são utilizadas para

o tratamento de enfermidades, podendo vir a suprir a ausência dos medicamentos

manipulados em laboratório; que as lenhosas são utilizadas na construção civil e como

combustível na produção de carvão, garantindo uma forma de renda para a família; que as

plantas forrageiras alimentam os animais que também são uma fonte de renda; e demais usos

que tem sido registrado em trabalhos etnobotânicos (MORAIS, 2011; BRAZ et al., 2012;

LUCENA, 2012; ALBUQUERQUE & ANDRADE, 2002; ROQUE, 2009; LIMA et al.,

2016; LEITE et al., 2012; LUCENA et al., 2008; TRINDADE et al. 2015).

Os estudos etnobotânicos são fundamentais para a preservação e valorização das

plantas, bem como para a recuperação e conservação do ambiente, contribuindo, portanto para

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um melhor conhecimento dos ambientes naturais e seu uso sustentável. Aliado a isso está o

conhecimento daqueles que residem e necessitam do ambiente natural para a sua

sobrevivência, sendo dessa forma detentores de uma sabedoria que se faz presente na prática

de vida dos povos que habitam no local.

Pesquisas como essa auxiliam no planejamento e manutenção de áreas de proteção, na

elaboração de estratégias de desenvolvimento e manejo sustentável e na descoberta de novos

insumos.

Desta forma, este estudo tem como objetivo fazer o levantamento e categorização das

espécies de plantas da Caatinga na comunidade Chã de Bulandeira, RN, utilizadas pela

população local com alguma finalidade.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar as principais categorias de uso e as principais espécies nativas da flora da Caatinga,

ocorrentes em uma comunidade rural do município de Jaçanã, Estado do Rio Grande do

Norte, Semiárido do Brasil.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Caracterizar o perfil socioeconômico dos habitantes de uma comunidade rural no município

de Jaçanã, RN;

- Identificar as espécies vegetais de maior importância na comunidade estudada;

- Inventariar as espécies vegetais úteis à comunidade rural escolhida, dando ênfase às espécies

silvestres e nativas da flora da Caatinga;

- Relacionar os fatores que caracterizam e influenciam o uso de espécies silvestres e nativas

da Caatinga na comunidade selecionada para o estudo;

- Categorizar os principais usos das espécies vegetais mais utilizadas pela comunidade em

questão;

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. O DOMÍNIO CAATINGA

No território brasileiro medra uma rica diversidade biológica que há muito tempo

desperta interesses de comunidades científicas internacionais para o estudo, conservação e

utilização destes recursos. A vegetação da Caatinga representa um importante tipo

vegetacional brasileiro, que ocupa 11% do território nacional, concentrados nos Estados do

Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas

Gerais (QUEIROZ, 2009). A região é uma das mais diversas dentre as vegetações savânicas

do mundo (SIQUEIRA FILHO, 2012), servindo como reservatório de espécies para

populações humanas inseridas neste ambiente. Parte das espécies que ocorrem na Caatinga é

coletada diretamente dos ambientes florestais, consumida e comercializada pelas

comunidades rurais da região.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a The Nature Conservancy (TNC) que

delinearam a primeira edição do mapa das “Unidades de Conservação e Terras Indígenas do

Bioma Caatinga”. , dos 11,67% do território do Domínio Caatinga, apenas 3,56% estão

protegidos pelas Ucs, sendo 16 unidades federais e sete estaduais.

Na paisagem da Caatinga destacam-se espécies vegetais as quais são comumente

conhecidas e utilizadas pela população da região nordeste, por exemplo, o umbu (Spondias

tuberosa L.), a aroeira (Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.), o juazeiro (Ziziphus

joazeiro Mart.) e o mandacaru (Cereus jamacaru DC.). Estas e outras espécies silvestres e

nativas da Caatinga integram o sistema alimentar de populações que residem nestas áreas há

anos e cujo conhecimento sobre o seu significado cultural e beneficiamento para sua correta

utilização vem sendo transferido de geração em geração. Essas espécies fazem parte então das

estratégias de sobrevivência desenvolvidas e apropriadas por populações humanas que foram

aprimorando seus próprios sistemas e técnicas de conhecimento e uso do mundo vegetal

(RAMOS, ALBUQUERQUE & AMORIM, 2005; MOREIRA et al., 2002).

Áreas de Caatinga apresentam elevadas taxas de endemismo e espécies raras,

sensíveis ao processo de hiperaridez causado pelas mudanças climáticas, além de sofrerem

grande pressão antrópica e uma decorrente degradação ambiental (SIQUEIRA FILHO, 2012).

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3.2. BIODIVERSIDADE E CONHECIMENTO TRADICIONAL

O conhecimento tradicional costuma ser avaliado sob duas perspectivas. A primeira

diz respeito a uma visão reducionista, pois quando comparado ao conhecimento científico por

outras entidades, parece não ter o mesmo peso; em outra visão é exaltado e considerado uma

fonte de saber com um vasto repositório de conhecimento e extremamente útil, ou seja, são

pensamentos que permeiam por dois extremos de entendimento (CARNEIRO DA CUNHA,

1999). Entre as duas denominações de conhecimento, tradicional e o científico, é inegável a

existência de um conflito que há tanto tempo dura.

“De um lado, está o saber acumulado das populações tradicionais sobre os ciclos

naturais, a reprodução e migração da fauna, a influência da lua nas atividades de

corte da madeira, da pesca, sobre os sistemas de manejo dos recursos naturais, as

proibições do exercício de atividades em certas áreas ou períodos do ano, tendo em

vista a conservação das espécies. De outro lado, está o conhecimento científico,

oriundo das ciências exatas que não apenas desconhece, mas despreza o

conhecimento tradicionalmente acumulado” (DIEGUES, 2001, p 69).

Mesmo com essa oposição entre saberes, os detentores de conhecimento tradicional se

esforçam para resistir ã incredulidade da comunidade científica, às inovações que surgem ao

decorrer do tempo e a perda acelerada da biodiversidade, sendo essa última uma das

principais causas que põe esse conhecimento em risco de desaparecimento. Neste sentido,

German Castelli e Wilkinson (2002), observam como o declínio do saber tradicional está

intimamente relacionado com a diminuição da biodiversidade, considerando graves ambas as

perdas.

Aliado a falta de proteção e perda dos recursos biológicos está a carência de

informações sobre a biodiversidade da Caatinga, sendo considerado dentre outras a região

menos estudada. Estima-se que 41% da região ainda não há registros de levantamento de flora

e fauna e que 80% da área até então foi subamostrada (TABARELLI et al.,2000). Apesar

disso, há registro de 932 espécies de plantas, sendo 380 endêmicas (SILVA, SANTOS &

TABARELLI, 2008).

Um dos grandes problemas que tem se tornado cada vez mais preocupante são as

espécies exóticas invasoras. É possível observar nos centros urbanos do país a crescente

introdução sem controle dessas espécies, utilizadas principalmente no setor de paisagismo

(SANTOS, BERGALLO & ROCHA, 2008). Essa prática de substituir espécies nativas e

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endêmicas por plantas exóticas invasoras para arborização contribui fortemente para a

desvalorização e perda da biodiversidade. Dentre as maiores ameaças de plantas exóticas à

diversidade biológica nativa do Nordeste do Brasil estão: Nim (Azadirachta indica A. Juss.),

Mamona (Ricinus communis L.), Algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) DC.), Capim-búfalo

(Cenchrus ciliares L.) e Braquiárias (Urochloa sp.), todas com alto risco de invasão (LEÃO et

al., 2011).

As medidas e estratégias que contribuem para a conservação da vegetação nativa

devem ser imediatas. Para esse propósito devem ser consideradas todas as iniciativas, sejam

elas de cunho governamental com a criação de políticas públicas que previnam e controlem a

introdução de espécies exóticas ou de caráter institucional com a implementação de medidas

nas áreas de ensino, pesquisa e extensão que promovam atitudes sustentáveis de utilização do

ambiente natural (GANEM, 2011; LEÃO et al., 2011).

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4. METODOLOGIA

4.1 ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado em uma comunidade rural situada no Município de Jaçanã

(06º25’33’’S; 36º12’18”W), que está inserido na Mesorregião Agreste Potiguar e na

Microrregião Agreste do Estado do Rio Grande do Norte (Figura 1). O município possui área

territorial de 54.561 km² e dista 147 Km da capital do estado, Natal (CPRM, 2005; IBGE,

2010). Em suas áreas limítrofes está ao Norte o município de Coronel Ezequiel, ao Sul os

municípios do Estado da Paraíba, Nova Floresta e Cuité; e a Oeste o município de Picuí,

Paraíba. (MÁRIO, 2016).

Figura 1 - Localização da comunidade rural Chã da Bulandeira situada no Município de Jaçanã, Rio

Grande do Norte, Brasil.

Fonte: BARBOSA, et al., 2014 (com adaptações).

A população total residente no município é estimada em 8.949 habitantes, dos quais

5.333 (67,3%) são da zona urbana e 2.592 (32,7%) da zona rural (IBGE, 2010). A densidade

demográfica consta de 145.25 hab/Km2.

O tipo vegetacional do município é o característico da Caatinga Hiperxerófila,

apresentando fisionomia de espécies arbóreas e arbustivas. Dentre as espécies lenhosas

destacam-se a amburana (Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet.), o cumaru

(Amburana cearensis Allemão A. C. Sm), o angico (Anadenanthera colubrina (Vell.)

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Brenan), o pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.), a catingueira (Poincianella pyramidalis

(Tul.) L. P. Queiroz), a baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.) e a aroeira (M. urundeuva)

(MÁRIO, 2016). O clima é semiárido, com estação chuvosa mais intensa entre os meses de

março e abril. A temperatura média anual gira em torno de 25,6 ˚C (CPRM, 2005).

Nos anos 80 as principais atividades econômicas do município estavam voltadas para a

produção de mandioca, algodão e sisal. Em meados dos anos 90, a cultura de algodão e do

sisal viria a entrar em declínio, tanto pelas pragas que atacavam as plantações quanto pelo

custo benefício que não supriam os gastos gerados na produção. A partir de então, os

agricultores foram substituindo, os campos de sisal e a vegetação por fruteiras como,

mangueiras, jaqueiras, coqueiros e cajueiros (MÁRIO, 2016). Atualmente as principais

atividades econômicas de Jaçanã são baseadas na agropecuária, extrativismo e comércio

(CPRM, 2005).

4.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada mensalmente na comunidade no período de novembro/

2017 a fevereiro/2018. Os objetivos da pesquisa foram expostos aos moradores da

comunidade rural por meio da Associação de moradores Chã da Bulandeira, sendo então

utilizada a técnica de amostragem intencional não-probabilística (ALBUQUERQUE,

LUCENA & LINS NETO, 2010). Foram escolhidos informantes-chave, de modo intencional

e através da técnica de amostragem e seleção de informantes “bola de neve” (snaw- ball) com

base em ALBUQUERQUE et al. (2010).

Após esta etapa as famílias da comunidade foram visitadas para que aqueles que

concordassem em participar da pesquisa assinassem o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecidas (TCLE), uma exigência do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP, conforme a

resolução n° 196, de 10 de outubro de 1996 (Ministério da Saúde, 2002). Foi então aplicado

um formulário para obtenção de informações a respeito dos dados socioeconômicos, tais

como idade, gênero, número de pessoas por residência, renda mensal, local de residência,

tempo de residência na comunidade e escolaridade.

A coleta de dados etnobotânicos foi conduzida por meio da utilização de observação

participante seguida de entrevistas semiestruturadas, utilizadas para coletar informações

sobre: as características da área de estudo, o elenco de plantas utilizadas, os usos atribuídos a

cada espécie vegetal, as partes das plantas utilizadas e as categorias de uso em que cada planta

se enquadra.

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A identificação botânica foi realizada através dos nomes populares citados nas entrevistas,

por meio de comparação com a literatura referente a estudos etnobotânicos de áreas

geográficas próximas a área de estudo (ARAÚJO, ALBUQUERQUE & GUIMARÃES

FILHO 2006; ALBUQUERQUE & ANDRADE 2002; ALBUQUERQUE, ANDRADE &

SILVA 2005; COSTA, MARINHO 2016; SALES & LIMA 1985; SOUZA et al. 2013;

ROQUE 2009; AGRA et al. 2007a), livros (LORENZZI, MATOS 2008; SOUZA, LORENZI

2008) através de imagens obtidas em campo, consulta a especialistas e consultas a herbário.

A classificação dos táxons estudados está de acordo com a base de dados MOBOT

(disponível em www.tropicos.org) e da Lista de espécies da Flora do Brasil 2020 – Algas,

Fungos e Plantas (disponível em floradobrasil.jbrj.gov.br).

As espécies mencionadas durante as entrevistas foram classificadas como nativa ou exótica

de acordo com a literatura especializada. As plantas que são utilizadas na comunidade foram

classificadas nas seguintes categorias de uso: medicinal, alimentícia, madeireira, mística,

combustível, tecnologia, veneno, ornamental, forrageira, uso domestico e outros, que incluem

produtos de beleza, limpeza e higiene.

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5. RESULTADOS

5.1 DADOS SOCIOECONÔMICOS

Com base nos dados socioeconômicos obtidos, constatou-se que entre os 30 moradores

da comunidade consultados, 4 (13%) eram homens e 26 (87%) mulheres. Desse modo,

observa-se que o número de mulheres foi significativo, o que pode estar relacionado com o

horário da realização das entrevistas, as quais foram, em sua maioria, realizadas no período da

tarde. Foi identificada uma faixa etária variando de 22 a 78 anos, revelando assim, que os

conhecimentos etnobotânicos das espécies vegetais utilizadas na região ainda se mantêm

presente. O tempo de residência no local variou entre 4 e 78 anos. Alguns informantes sempre

residiram na comunidade, relatando que a idade equivale ao tempo de moradia no local. Os

informantes são agricultores, aposentados e donas de casa, todos com moradia própria. Em

relação ao grau de escolaridade, o mais comum entre os informantes foi o ensino médio

completo (33,3%), incluindo homens e mulheres e apenas 6,6% do total de entrevistados se

declararam analfabetos. O grau de escolaridade, nesse sentido, revela que o conhecimento do

uso de plantas está presente na cultura da comunidade independente do grau de escolaridade.

5.2 CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO

Foram selecionadas de acordo com as informações coletadas, cerca de 36 espécies (5

não identificadas), distribuídas em 26 gêneros, pertencentes a 15 famílias botânicas,

mostradas na tabela 1. As famílias mais importantes em número de espécies foram Fabaceae

(9 spp.), Anacardiaceae (4 spp.) e Euphorbiaceae (3 spp.) (Figura 2). Foram consideradas para

a categorização as plantas nativas e as exóticas espontâneas ou subespontâneas.

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Figura 2 - Percentual da família de plantas mencionadas pelos moradores da comunidade estudada.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

As espécies vegetais indicadas pelos informantes são de uso apenas para subsistência e

a comercialização citada é algo pontual, pois foi relatado a comercialização apenas quando há

“sobra”. Em sua maioria, os entrevistados afirmaram ter obtido o conhecimento sobre o uso

de plantas através de parentes, sendo os principais mencionados os pais e as mães. No que se

refere ao ensinamento a outras pessoas, todos os entrevistados disseram repassar o

conhecimento para quem tiver interesse.

Com relação à parte da planta utilizada, foi reconhecido o uso de doze partes de

plantas, as quais foram classificadas de acordo com o número de citações atribuídas a cada

uma delas (figura 3).

Figura 3 - Parte da planta usada, número de citações segundo os moradores da comunidade Chã da

Bulandeira, Município de Jaçanã – Rio Grande do Norte.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

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Os resultados vistos na figura 3, mostram que o caule, a folha, e o fruto são,

respectivamente, as partes mais utilizadas pela comunidade.

Plantas alimentícias

Foram citadas quatro espécies de uso alimentício, o que corresponde a 11% do total.

Ao analisar o número de espécies mencionadas na categoria, observou-se que os

moradores da comunidade não dependem unicamente dos recursos vegetais presentes na

região. Entre as plantas alimentícias mencionadas, o umbu (Spondias tuberosa Arrud.) e

umbu cajá (Spondias sp.) destacaram-se como plantas comumente conhecida na região e

muito utilizada, sendo o fruto consumido in natura ou utilizado no preparo de doces, suco e no

preparo da umbuzada.

Cavalcanti et al. (2000) em seu estudo reforçam a importância do umbuzeiro, tanto como

fonte de alimento como de renda, para as comunidades das regiões semiáridas do Brasil.

Além do umbu (S. tuberosa), o fruto e o pseudofruto do cajueiro (Anacardium occidentale L.)

também foi mencionado entre os informantes como fonte de alimentação e também de renda,

embora a produção de caju na região tenha diminuído de forma considerável nos últimos

anos, fato que, segundo os moradores, se deve a derrubada de cajueiros para queima da

madeira. O cajueiro é, assim como o umbuzeiro, uma planta de muita importância para a

região, embora não seja considerada nativa. Segundo Leite & Paula Pessoa (2004), essa

espécie vegetal tem grande valor tanto econômico quando social para o Nordeste do Brasil,

tendo como Estados que estão em destaque na produção do cajueiro o Maranhão, Piauí,

Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia.

Plantas medicinais

Quanto ao uso de plantas medicinais, constatou-se o registro de nove espécies (25%), as

quais foram mencionadas para utilização em processos infecciosos, antimicrobiano e

intestinais. Das plantas medicinais citadas, destacaram-se a babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.),

o pinhão (Jatropha mollisima (Pohl) Baill.), aroeira (Myracrodron urundeuva Allemão) e

jatobá (Hymenaea sp.). A parte vegetal mais utilizada da babosa, do pinhão e da aroeira foi à

folha. Foi também mencionado látex, seiva e polpa como parte da planta utilizada.

Nos trabalhos de Roque (2009) e Albuquerque & Andrade (2001) as plantas medicinais

foram destaque sobre as demais categorias. Durante as entrevistas, os informantes enfatizaram

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o uso dessas plantas como prioritárias na cura de doenças. Segundo eles, as espécies

mencionadas são mais eficazes e mais acessíveis, dependendo da planta, no uso terapêutico,

ao contrário dos medicamentos industrializados, que por vezes tem maior custo e efeito

demorado. Vale salientar também os comentários referente a produção de medicamentos a

partir das plantas medicinais. Um dos informantes mencionou “a planta medicinal é

importante. Todo medicamento foi feito a partir da planta”. Simões & Schankel (2001)

reforçam a relevâncias de plantas na produção de fármacos.

Plantas fornecedoras de madeira

Foram mencionadas nessa categoria o uso de sete espécies, correspondendo a 19,4% do

total. Na comunidade Chã da Bulandeira os moradores utilizam as espécies prioritariamente

na construção de cercados para os bois ou para delimitação de terras, alguns citaram também

o uso da madeira para construção de telhados, mesas e portas.

Dentre as espécies mencionadas a jurema (Mimosa tenuiflora (Wildd.)Poir.), o jatobá

(Hymenaea sp.), a algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) DC.) e a aroeira (Myracrodron

urundeuva Allemão), respectivamente, foram as plantas mais citadas pelos entrevistados.

Ao decorrer das entrevistas mencionou-se o uso do pereiro (Aspidosperma pyrifolium

Mart. & Zucc.) como planta fornecedora de madeira. No entanto, segundo os entrevistados tal

espécie não é mais possível de ser encontrada hoje na comunidade. Alguns atribuíram esse

fato ao uso excessivo da espécie e a falta de reposição da mesma no ambiente. Em seu

trabalho, Cardel et al. (2012) aponta que o uso excessivo dos recursos através do extrativismo

sem o devido manejo é uma das formas mais agressivas de obtenção da espécie vegetal o que

causa grande impacto ao meio ambiente.

Plantas místicas

No que se refere às plantas que tem como finalidade a cura de doenças por meio de

rituais, seja através dos ramos utilizados nas rezas ou dos banhos, a categoria mágico-religiosa

teve apenas 2,7% do total de citações.

Os entrevistados que mencionaram as plantas dessa categoria, relataram que em geral as

rezadeiras fazem uso de ervas porque acreditam no seu poder nas rezas, no entanto não tem

uma planta específica, sendo sugerido o uso de qualquer espécie vegetal onde é possível a

retirada de folhas ou galhos pequenos. Como planta específica para a finalidade da reza foi

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citado a folha do pinhão (Jatropha mollisima (Pohl) Baill.), o que corrobora com o trabalho

de Oliveira & Trovão (2009).

Plantas forrageiras

Para o uso forrageiro foram indicadas duas espécies (5,5%). Ao mencionar o uso de

plantas forrageiras, foi relatado pelos moradores da comunidade duas ocorrências, a falta de

alimento para os animais e o ataque da cochonilha do carmim na palma (Opuntia ficus-indica

(L.) Mill.), principal fonte de alimento para os animais, obtendo maior número de citações.

Almeida et al. (2011) enfatiza os impactos causados pela praga, causando prejuízos na dieta

alimentar do animal e na economia do criador de animais que tem a palma como principal

planta para uso forrageiro. Em virtude disso, os moradores buscam outras alternativas de

alimento para os animais como a algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) DC.).

Plantas usadas como combustível

Na categoria combustível, foi mencionado o uso de 11 espécies vegetais (30,5%).

Dentre as plantas nativas, foram citadas como fonte para uso combustível a jurema-preta

(Mimosa tenuiflora (Wildd.)Poir.), a aroeira (Myracrodron urundeuva Allemão), o

marmeleiro (Croton blanchetianus Baill.) e o jucá (Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)

L.P.Queiroz), como referido nos trabalhos de Albuquerque & Andrade (2001); Leite et al.

(2012). O uso combustível esteve associado principalmente a queima de lenha para o preparo

de alimento e para produção das “carvoeiras”, embora essas tenham sido menos citadas.

Na comunidade, chama-nos a atenção o grande número de citação (10,6%) atribuído ao

cajueiro (A. occidentale), que prioritariamente é a espécie mais utilizada pela comunidade na

queima de lenha. Foi relatado que na região tem se utilizado mais o cajueiro como

combustível devido ao grande número de indivíduos que morrem em decorrência de uma

praga que torna o cajueiro improdutivo. Segundo Moreira (2012) as pragas e outras doenças

que atacam o cajueiro são o fator principal para o uso limitado da planta atualmente.

Culturalmente esse fato tem significância para a região, pois por um bom tempo a

comercialização do caju foi fonte de renda para a população residente no município, bem

como na comunidade.

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Plantas de uso tecnológico

Foi mencionado o uso de uma espécie identificada e uma não identificada na categoria,

5,5% do total. Considerou-se de uso tecnológico as plantas ou partes das plantas que

poderiam ser utilizadas com algum propósito para solucionar algum problema ocasional. Os

entrevistados citaram o “cipó” (sem identificação) como sendo a mais usada para esse fim. No

entanto os informantes não souberam especificar o nome da planta, apenas relataram a parte

utilizada.

A carnaúba (Copernicia cerifera (Arruda) Mart.), também mencionada no estudo de

Lucena et al. (2017), teve como destaque o uso de várias partes, a folha, o tronco, a cera e o

caule. A finalidade do seu uso esteve associado a fabricação de cobertura de moradias e na

confecção de artesanato.

Plantas de uso ornamental

Foram mencionadas quatro espécies de uso ornamental, equivalente a 11% do total.

Foram citadas as espécies: ipê (Handroanthus impetiginosus (Mat. ex DC.) Mattos), cardeiro

(não identificada), mufumo (Combretum sp.) e nim (Azadirachta indica A. Juss.), sendo esta

ultima considerada exótica e invasora . Durante as entrevistas foi observado que haviam

outras espécies de plantas nos quintais das residências, no entanto alguns informantes não

souberam dizer o nome da espécie, atribuindo que o cultivo dessas se dava apenas pela beleza

e não tinham curiosidade sobre o nome.

Cabe ressaltar nessa categoria o uso do nim (A. indica) como planta ornamental. O nim

tem sido frequentemente utilizada como planta ornamental e fornecedora de sombra, sendo o

principal motivo para o cultivo o seu rápido crescimento. No entanto, sem o manejo adequado

essa planta pode causar consequências ao ambiente, entre eles a alteração no equilíbrio

ecológico do ambiente, já que a espécie tem, entre suas propriedades, o efeito repelente

(NASCIMENTO & GUEDES, 2015).

Plantas de uso veneno-abortiva

As plantas veneno-abortivas tiveram apenas 5,5% do total de citações. A porcentagem

baixa se deve ao fato de que a população residente na comunidade atribuir pouco uso a

categoria. Embora a comunidade aleguem o conhecimento das espécies que são tidas como

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venenosas, relatam que o uso é esporádico. A espécie cabacinha (Luffa operculata (L.) Cogn.)

foi a que obteve maior número de indicação (5,71%) pelos informantes, sendo indicado o uso

do fruto no preparo de chás, mencionada também por Roque & Loiola (2009). Além dessa,

foi indicada para o uso a espécie vegetal João mole (Guapira sp.). Araújo (2014) destaca o

variado potencial farmacológico e químico da planta referida, no tratamento de enfermidades

relacionadas a cavidade oral, das mais leves às mais graves como câncer.

Plantas de uso de higiene pessoal

Com relação ao uso de plantas para fins de higiene pessoal, foi mencionado o uso de três

espécies, correspondendo a 8,3% do total. Entre as plantas indicadas na categoria, a babosa

(Aloe vera (L.) Burm. f.) foi a mais relacionada, a qual foi atribuído o uso da seiva presente na

folha no tratamento capilar, especificamente para hidratar cabelo. A casca do juá (Ziziphus

joazeiro Mart.) também foi mencionado como uso de higiene pessoal, a qual atualmente tem

uso pouco frequente, onde associaram a isso a substituição dele por produtos de higiene

industrializados presentes no mercado atualmente. A bucha vegetal (Luffa cylindrica (L.) M.

Roem.) foi mencionada para uso no banho (SCHEFFER, MING & ARAÚJO, 1998

;BERTANHA, 2011; MEDEIROS, 2015).

Plantas de uso veterinário

Nessa categoria, três espécies foram indicadas, 8,3%. A burra leiteira (Sapium sp.) foi

indicada para matar “bicheira” dos animais. A babosa, que foi mencionada em outras

categorias também foi relacionada para o uso veterinário, assim como o maracujá mochila do

mato (Passiflora sp.). As partes da planta utilizadas foram a seiva, a folha e a raiz.

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Tabela 1 - Lista das espécies vegetais citadas pelos informantes da Chã da Bulandeira, Município de Jaçanã –

Rio Grande do Norte. Convenções: Categorias de uso: A- alimentícia, B- madeireira, C- medicinal, D-

combustível, E- ornamental, F- forragem, G- místico, H- higiene pessoal, I- veneno-abortiva, J- tecnologia, K-

veterinário; Parte usada: C = cascas, Cl= caule, Fo = folhas, Fr = frutos, R = raízes, Ce = cera, Po = polpa, Se= seiva, Lx

= látex, Rs = resina, PI = planta inteira; NI/PI = número de indicações por planta pelos informantes.

Nome popular Nomenclatura científica Família Parte

utilizada

Uso

atribuído

Número

de citações

Algaroba Prosopis juliflora (Sw.) DC. Fabaceae Fr/Cl D/F/B 10

Algodão Gossypium hirsutum L. Malvaceae Fr/Fo 2

Ameixa Ximenia americana L. Olacaceae Fr/C A/C 1

Amora .Não identificada Fr/Fo A/C 6

Angico Anadenanthera colubrina (Vell.) Bren. Fabaceae Cl D 1

Aroeira Myracrodron urundeuva Allemão Anacardiaceae Cl/Fo D/B/C 10

Babosa Aloe vera (L.) Burm. f. Asphodelaceae Po/Se/Fo C/H/K 16

Bucha vegetal Luffa cylindrica (L.) M. Roem. Cucurbitaceae Fr H 3

Burra leiteira Sapium sp. Euphorbiaceae Lx K 1

Cabacinha Luffa operculata (L.) Cogn. Cucurbitaceae Fr I 14

Cajueiro Anacardium occidentale L. Anacardiaceae Fr/Cl/Re A/D 26

Caldeira .Não identificada Cl D/B 1

Cardeiro .Não identificada PI E 2

Carnaúba Copernicia cerifera (Arruda) Mart. Araceae Fo/Ce J 1

Catanduba Mimosa arenosa (Willd.) Poir. Fabaceae Cl D 1

Catingueira Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz Fabaceae Cl D 1

Craiberia Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.f. ex

S.Moore

Bignoniaceae Cl B 3

Espriteira .Não identificada Fo C 8

Ipê Handroanthus impetiginosus impetiginosus (Mart.

ex DC.) Mattos

Bignoniaceae Cl E 6

Jatobá Hymenaea sp. Fabaceae Fo/C/Cl B/C 10

João mole Guapira sp. Nyctaginaceae R I 1

Juá Ziziphus joazeiro Mart. Rhamnaceae C H 13

Jucá Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Fabaceae Cl D 3

Jurema branca Mimosa verrucosa Benth. Fabaceae Cl D 2

Jurema preta Mimosa tenuiflora (Wildd.)Poir. Fabaceae Cl B/D 24

Louro de

catingueira

.Não identificada Fo C 1

Maracujá

mochila do mato

Passiflora sp. Passifloraceae Cl+Fo K 2

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Tabela 1 – Continuação...

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Marmeleiro Croton blanchetianus Baill. Euphorbiaceae Cl D 6

Mufumo Combretum sp. Combretaceae PI E 1

Nim Azadirachta indica A. Juss. Meliaceae PI/Cl E/B 6

Palma Opuntia ficus-indica (L.) Mill. Cactaceae Cl F 30

Pata de vaca Bauhinia sp. Fabaceae Fo C 1

Pereiro Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. Apocynaceae Cl B

Pinhão Jatropha mollisima (Pohl)Baill. Euphorbiaceae Fo/Lx C/G 14

Umbu Spondias tuberosa Arrud. Anacardiaceae Fr A 12

Umbu cajá Spondias sp. Anacardiaceae Fr A 6

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados analisados sugerem que ainda há grande influência do uso de plantas da Caatinga

na rotina da comunidade Chã de Bulandeira que utiliza, em quase sua totalidade, as plantas da

região prioritariamente para subsistência.

Conforme esperado, a maior parte das espécies citadas é utilizada como combustível e com

finalidades medicinais. No que diz respeito ao uso alimentar, destaca-se o cultivo do caju que

também é amplamente utilizado na categoria combustível. Em relação ao uso madeireiro, o

exemplo emblemático do extrativismo predatório no local é o “pereiro”, mencionado como

uma planta que não é mais encontrada na região. De igual relevância, está o uso de espécies

nativas utilizadas como combustível. Os dados demonstram que é preciso se pensar em meios

de repor os indivíduos que são extraídos do ambiente, com estas duas finalidades,

aparentemente sem o manejo adequado, considerando que se trata da retirada da flora nativa,

o que provavelmente pode afetar o equilíbrio biológico deste ecossistema. Das plantas

registradas, são utilizadas praticamente todas as partes: folhas, frutos, caule, raízes, seiva,

entre outras.

A importância de preservar a flora nativa de uma região garante não só a conservação da

bodiversidade, mas também a efetividade do uso sustentável da vegetação pelas populações

que dela necessitam. O acesso a estudos que tenham enfoque no potencial do recurso vegetal

da Caatinga ainda é limitado, sendo boa parte dos estudos etnobotânicos relacionado a plantas

medicinais.

No presente estudo, a identificação das variadas formas de uso dos recursos vegetais e dos

diversos benefícios proporcionados pela flora da Caatinga revela a interferência positiva desta

na comunidade. Este fato reforça a necessidade de conhecimento da flora da região para que

estratégias de preservação e conservação sejam eficazes.

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APÊNDICES

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APÊNDICE I (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido)

Instituto Federal De Educação, Ciência E Tecnologia Da Paraíba

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESTUDO: “Uso de Espécies Nativas da Flora da Caatinga em uma

Comunidade Rural no Agreste Potiguar, Semiárido do Nordeste do Brasil”

Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O

estudo se faz necessário para que se possam conhecer os saberes que você tem e as práticas de

uso que você faz das plantas de sua região, e não visa nenhum benefício econômico para os

pesquisadores ou qualquer outra pessoa ou instituição. Sua colaboração neste estudo será de

muita importância para nós. O estudo utiliza técnicas de entrevistas e conversas informais,

bem como observações diretas, sem riscos de causar prejuízo físico, sendo o maior risco o de

você sentir-se constrangido (a). A pesquisa está sendo desenvolvida pela aluna do Curso de

Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido (IFPB – Picuí), sob a

orientação da Profa. Dra. Géssica Anastácia Gomes da Costa (IFPB – Picuí).

Este trabalho pretende descrever e analisar o uso de plantas que compõem a paisagem

local. Terá por finalidade registrar o conhecimento sobre a utilização dos recursos vegetais,

reconhecer e valorizar o conhecimento tradicional. Ao final da pesquisa, a partir dos

resultados obtidas, o pesquisador poderá contribuir com sugestões para preservação e

valorização da flora local, auxiliando no planejamento e elaboração de medidas sustentáveis

para utilização dos recursos.

Caso você concorde em tomar parte neste estudo, será convidado (a) a participar de

algumas tarefas, como entrevistas, listar as plantas que você conhece e utiliza nas atividades

que realiza, ajudar os pesquisadores a coletar essas plantas, mostrar e, se for o caso, como

você as usa no seu dia a dia.

O (a) senhor(a) tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste

estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação. A desistência

não causará nenhum prejuízo à sua saúde ou bem estar físico. Os resultados obtidos durante a

pesquisa serão mantidos em sigilo. Por ocasião da divulgação dos resultados em publicações

científicas, seus dados pessoais não serão mencionados. Caso desejar, o (a) senhor(a) poderá

pessoalmente tomar conhecimento dos resultados, ao final desta pesquisa.

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Diante do exposto, concordo de livre e espontânea vontade em participar como

voluntário (a) do estudo. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como

todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Estou ciente que

receberei uma cópia desse documento.

_________________________________________________________

Assinatura do Participante da Pesquisa ou Responsável Legal

OBSERVAÇÃO: (em caso de analfabeto - acrescentar)

Espaço para impressão

Dactiloscópica

______________________________________

Assinatura da Testemunha

Contato com o Pesquisador (a) Responsável:

Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo, favor ligar para o (a)

Pesquisador (a):_________________________________________________________

Telefone para contato e endereço profissional: IFPB Campus Picuí. Acesso à Rodovia PB

151, s/n. Bairro Cenecista, Picuí – PB. CEP: 58187-000. Telefones: (83) 3371.2555 / (83)

3371.2727

Atenciosamente:

___________________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

___________________________________________

Assinatura do Pesquisador Participante

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40

APENDICE II - (Formulário Para Avaliação Etnobotânica)

Formulário Para Avaliação Etnobotânica

1. Identificação

Local:____________________________________________ Data/Hora:___________

Identificação: _______________|Nº Gravação (se houver):__________________

Nome completo:______________________________________________________________

Idade: _________ Apelido: _________________

Tempo de Residência no Local:_________________

2. Socioeconômico

Ocupação(ões): _____________________________________________________

Grau de Escolaridade:

Analfabeto [ ]

Semi-analfabeto: Apenas escreve o nome [ ] apenas lê [ ]

lê e escreve com dificuldade [ ]

Fundamental: [ ] Incompleto [___________] [ ] Completo

Médio: [ ] Incompleto [___________] [ ] Completo

Superior: [ ] Incompleto [__________] [ ] Completo

Habitação:

Própria [ ] Alugada [ ] Outra situação [ ]

3. Questões Gerais:

3.1 - Sobre a flora local.

3.2 - Quais plantas podem ser encontradas aqui?

3.3 - Quais usos são atribuídos a cada uma?

3.4 - Você utiliza alguma (as) dessas plantas? Quais?

3.5 - Quais servem para combustível (lenha e carvão)?

3.6 - Quais servem para construções (rurais e domésticas)? 68

3.7 - Quais servem para usos tecnológicos (plantas ou partes destas

empregadas como algum artifício para resolver problemas ocasionais)?

3.8 - Quais servem para fins medicinais e todos os seus detalhes (pessoas)?

3.9 - Quais servem como alimento animal (forrageiro)?

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3.10 - Quais servem com alimento humano (alimentício)?

3.11 - Quais servem como uso veterinário e todos os seus detalhes (medicinal)?

3.12 - Quais são veneno-abortiva?

3.13 - Quais servem como ornamentação?

3.14 - Quais são de uso mágico-religioso?

3.15 - Quais servem para higiene pessoal?

3.16 - Existem outros usos para essas plantas além desses citados?

3.17 - Você coleta o recurso vegetal apenas para subsistência ou para comércio também

(pergunta para todas as categorias)?

3.18 - Você aprendeu com quem esse conhecimento? Ensina a alguém?

3.19 - Quais partes da planta você utiliza (pergunta para todas as categorias)?

3.20 - Você pode informar se na comunidade existe um grande especialista em plantas?