192
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós-Graduaçao em Biologia de Água Doce e Pesca Interior O quê as algas têm a dizer sobre o rio Negro? O uso de algas perifíticas como bioindicadoras de qualidade ambiental do baixo rio Negro, Manaus-AM Fabiane Ferreira de Almeida MANAUS Junho/2017

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós-Graduaçao em Biologia de Água Doce e Pesca Interior

O quê as algas têm a dizer sobre o rio Negro?

O uso de algas perifíticas como bioindicadoras de qualidade ambiental do baixo rio

Negro, Manaus-AM

Fabiane Ferreira de Almeida

MANAUS Junho/2017

Page 2: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

Fabiane Ferreira de Almeida

O quê as algas têm a dizer sobre o rio Negro?

O uso de algas perifíticas como bioindicadoras de qualidade ambiental do baixo rio

Negro, Manaus-AM

Orientador: Dr. Edinaldo Nelson Santos Silva

Coorientadores: Dr. Carlos Eduardo Wetzel

Dr. Luiz Mauricio Bini

Tese apresentada ao Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia (INPA) como parte dos requisitos para

obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas

(Biologia de Água Doce e Pesca Interior).

MANAUS, AM

Junho/2017

Page 3: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

iii

A447 Almeida, Fabiane Ferreira

O quê as algas têm a dizer sobre o rio Negro? O uso de algas perifíticas como

bioindicadoras de qualidade ambiental do baixo rio Negro, Manaus-AM /Fabiane Ferreira de

Almeida. --- Manaus: [s.n.], 2017.

xix, 173 f.: il.

Tese (Doutorado) --- INPA, Manaus, 2017

Orientador: Dr. Edinaldo Nelson Santos Silva

Coorientadores: Dr. Carlos Eduardo Wetzel e Dr. Luiz Maurício Bini

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior

1. Bioindicadores. 2. Algas perifiticas. 3. Qualidade da água. I.Título.

CDD 589.3929

Sinopse:

Através mensuração de características bióticas e abióticas neste trabalho analisou-se, por meio

da ecologia e do cálculo dos índices baseados em algas perifíticas, o potencial destas algas para

acessar a qualidade da água do baixo rio Negro. Pelo resultado das análises concluiu-se que as

algas perifíticas são boas indicadoras da qualidade da água do rio Negro. Os índices baseados

em diatomáceas parecem se adequar melhor à região amostrada do que o índice baseado em

algas moles, no que diz respeito, a avaliação da qualidade da água. Também, foi possível

relacionar as algas perifíticas a cada região de amostragem de acordo com o gradiente de

poluição. Neste trabalho também foi descrita uma espécie nova Eunotia amazonica e propostas

duas novas combinações Gomphonema frequentis e G. frequentiformes. E por fim, foram

discutidas as limitações e vantagens acerca do uso de algas perifiticas como bioindicadoras de

qualidade da água.

Palavras-chave: algas perifíticas, rio Negro, bioindicadores, índices, Amazônia.

Page 4: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

iv

Dedicatória

Dedico aos meus amores Daniel & Joaquim Duarte

Page 5: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

v

Agradecimentos

Agradecer é sempre díficil, pois, sempre fica alguém sem ser contemplado e que teve

importância significativa no desenvolvimento do trabalho, a essas pessoas já ficam aqui minhas

desculpas antecipadas…

Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo

primeiramente a Deus, esta força maior na qual eu acredito e que está sempre presente em

minha vida!

Aos amores da minha vida Daniel e Joaquim Duarte um agradecimento mais do que especial.

Ao meu marido Daniel por estar sempre presente em minha vida nos momentos mais difíceis,

inclusive naqueles em que achava que não iria conseguiria, ele estava lá para me estender a

mão e me trazer de volta a realidade. Além disto por ter participado de todas as minhas coletas,

me fornecendo um apoio inimaginável! Ao Joaquim, nem sei o que dizer, meu filho que nasceu

durante este periodo tão especial da minha vida, em que estou realizando um sonho que nasceu

em mim quando ainda era criança. Joaquim despertou em mim uma força que eu nem sabia

que possuía e uma felicidade que externalizo aqui por meio das minhas palavras, não só nos

agradecimentos, mas em todo o corpo da tese. Ter um filho definitivamente nos torna pessoas

melhores!

Agradecer aos meus pais pelo apoio, especialmente, a minha mãe, pois, todas as vezes que

precisei de ajuda para me acalmar, ela estava lá repetindo a seguinte frase: “Fica Calma, Deus

é misericordioso, ele num disampara ninguém, cê vai dá conta fia!” te amo minha Mamãe!

Agradeço as minhas irmãs por fazerem parte da minha vida e mesmo inconscientemente me

apoiarem sempre em todas as minhas escolhas.

Eu definitivamente tenho uma família maravilhosa!

Ao meu orientador, Dr. Edinaldo Nelson Santos Silva, que em nenhum momento destes quatro

anos duvidou que eu pudesse finalizar este trabalho, que me apoiou todas, mas realmente, em

todas as vezes que o procurei, sempre pronto a me orientar não só nos assuntos que

desrespeitavam à tese, mas, também no que se refere ao meu equilíbrio emocional e vida

pessoal. Nelson, você é uma pessoa especial e agradeço por ter aceitado me orientar.

Ao meu co-orientador, Dr. Carlos Eduardo Wetzel, que me recebeu de forma magnífica em

meu doutorado sanduíche, e foi preponderante durante todo o meu processo de finalização de

Page 6: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

vi

análise de minhas amostras, me apoiou em minhas escolhas e definições na tese e me ajudou

muito nos artigos referentes a taxonomia. Com ele e outros dois colaboradores, divido a grande

alegria de ter descrito uma espécie nova para Amazônia, que ficará para a posteridade! Estendo

os meus agradecimentos a sua esposa Gabriela Wetzel, que me apoiou muito durante todo o

meu período sanduiche durante longas conversas sobre como ser mãe!

Agradeço imensamente ao Dr. Luc Ector por me receber em seu laboratório e compartilhar

comigo durante o período do sanduíche os seus vastos conhecimentos sobre o mundo das

diatomáceas.

Os meus agradecimentos vão também para as pesquisadoras Dr. Cláudia de Deus e Dr. Sidnéia

Amadio que sempre me ajudaram no que se refere aos trâmites das bolsas e sempre fizeram o

melhor para que eu como estudante de doutorado não ficasse prejudicada.

Agradeço aos avaliadores de minha aula de qualificação Bruno Machado Leão, Bruce Marshal

e André Ricardo Ghidini que foram de fundamental importância com suas colocações para que

este trabalho fosse desenvolvido de forma mais coerente e promovendo, desta maneira, um

aumento em sua contribuição para o meio científico.

Aos meus amigos Cleber Duarte e Álvaro Jardel, por essa amizade incondicional que eles me

oferecem todos os dias, e por estarem presentes em minha vida efetivamente por meio de

conversas que me acalmam, “happy hours” que me animam, representando em minha vida a

essência da palavra amizade!

Ao meu amigo Rodrigo Neves in memorian que me apoiou, incondicionalmente, em minha

escolha de fazer o doutorado, sempre esteve ao meu lado em momentos inclusive muito dificeis

e com quem eu compartilhei momentos maravilhosos e inesquecíveis em minha vida. Rô todos

nós sentimos muitas saudades de você, e sei que você está muito feliz com minha conquista.

As minhas amigas Marcela Magalhães e Talita Laurie que estiveram comigo durante todo o

meu período de doutorado vivenciando ao meu lado o ônus e o bônus de ser aluna de doutorado!

Maravilhosas foram as conversas que tivemos que me acalmaram e me ajudaram a chegar até

aqui!

A todos os meus amigos do laboratório de Plâncton, especialmente, a Maybe Glorize e Raize

Castro por me ajudarem sempre que precisei em minhas coletas de doutorado, por ouvirem

Page 7: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

vii

atenta e calmamente as minhas longas prévias da qualificação e mais recentemente a Raize por

ouvir atentamente as minhas prévias da defesa!

Ao meu querido amigo Pedro Santos que me acompanhou durante todo o processo da tese e

me prestou ajuda fundamental em todas as revisões da língua inglesa que eu o solicitei.

Aos meus amigos André Ghidini e Cristiana Ropke por terem lido com tanto esmero um de

meus capitulos da tese e terem dado contribuições tão significativas para a melhora do mesmo!

Agradeço ao prof. Breno Shumaher por sempre acreditar em minha capacidade, por ter me

apoiado incondicionalmente em minha decisão de fazer o doutorado sanduiche, agradeço a ele

por me permitir fazer parte da vida dele e representar hoje para mim um exemplo de pessoa e

profissional no qual eu me espelho todos os dias.

Agradeço a Paula Moura por sempre estar comigo e sempre acreditar em mim! Paula lhe

considero uma amiga maravilhosa que a vida me deu com a qual compartilho todos os dias os

desafios inigualáveis e gratificantes que a Educação no ensino superior nos impõe!

Agradeço a Uninorte, centro universitário do qual faço parte do quadro de professores com

muito orgulho e que me apoiou em minha decisão de fazer meu doutorado sanduíche com uma

liberação rápida e desburocratizada o que facilitou muito a aquisição de minha bolsa por parte

dos orgãos de fomento!

Agradeço ao meu atual líder professor Daniel, Diretor da Escola de Ciências da Saúde -

Uninorte por me permitir a honra de fazer parte de sua equipe de apoio direto após o meu

retorno do sanduíche, e aos meus coordenadores de curso Prof. Márcio Martinez, Profa. Esther

Lea, Profa. Cíntia Oda, Prof. Roberto Ramalho, por acreditarem em mim em meu retorno e me

permitirem a honra de fazer parte de seus respectivos quadros de professores.

Agradeço aos meus colegas de trabalho que sempre me apoiaram durante todo o meu período

de doutorado!

Agradeço ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia pela estrutura física. Agradeço a

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e a Fundação de

Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM pela concessão das bolsas do

doutorado sanduiche e bolsa de doutorado, respectivamente, sem as quais seria impossível

realizar este trabalho.

Page 8: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

viii

Por fim agradeço a todas as pessoas que talvez não tenham sido lembradas aqui mas que me

auxiliaram direta ou indiretamente na finalização desse projeto de vida que foi o

desenvolvimento do Doutorado!

Page 9: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

ix

Nature is a language.

Can’t you read?

(Morrissey, Steven Patrick)

Page 10: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

x

SUMÁRIO

Lista de tabelas ......................................................................................................... xiii

Lista de Figuras ......................................................................................................... xv

Resumo ................................................................................................................... xviii

Abstract .................................................................................................................... xix

Introdução Geral ........................................................................................................ 1

Bacia Amazônica e a Influência Antrópica ................................................................... 1

Assembleia de Algas Perifíticas .................................................................................. 4

Fatores Bióticos como indicadores de qualidade ambiental ............................................ 7

Objetivos .................................................................................................................. 13

Organização da tese .................................................................................................. 13

Bibliografia Citada .................................................................................................... 14

Capítulo 1. Diatomáceas do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: estrutura da

assembleia em relação as variáveis ambientais ........................................................... 28

Resumo ................................................................................................................. 30

Abstract ................................................................................................................ 31

Introdução ............................................................................................................ 32

Material e Métodos ................................................................................................ 33

Área de Estudo ................................................................................................... 33

Plano de amostragem e processamento de amostras .............................................. 35

Análise de Dados ................................................................................................ 36

Resultados ............................................................................................................. 37

Características abióticas da água ......................................................................... 37

Composição das Diatomáceas e espécies indicadoras ............................................. 41

Discussão ............................................................................................................... 48

Bibliografia Citada ................................................................................................ 54

Page 11: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xi

Capítulo 2. O uso de algas perifíticas para a avaliação da qualidade da água do baixo

rio Negro, Manaus, AM – Brasil: uma análise da influência da poluição urbana. ........ 65

Resumo ................................................................................................................. 67

Abstract ................................................................................................................ 68

Introdução ............................................................................................................ 69

Material e Métodos ................................................................................................ 72

Área de Estudo ................................................................................................... 72

Processamento de amostras ................................................................................. 74

Análise de Dados ................................................................................................ 76

Resultados ............................................................................................................. 79

Algas perifíticas exceto diatomáceas (algas moles) ................................................ 79

Índices baseados em Diatomáceas ........................................................................ 87

Discussão ............................................................................................................... 91

Algas perifíticas exceto diatomáceas (algas moles) ................................................ 91

Índices baseados em Diatomáceas ........................................................................ 95

Conclusão ............................................................................................................ 100

Bibliografia ......................................................................................................... 101

Capítulo 3. Eunotia amazonica sp. nov. (Bacillariophyta) a common stalk-forming

species from the Rio Negro basin (Brazilian Amazon) and a critique on the misusing of

life-forms as biomonitoring tool. .............................................................................. 118

Abstract .............................................................................................................. 120

Introduction ........................................................................................................ 120

Material and Methods ......................................................................................... 122

Study area ........................................................................................................ 122

Sampling sites ................................................................................................... 123

Sampling design and sample processing ............................................................. 123

Results ................................................................................................................ 125

Description .......................................................................................................... 126

Page 12: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xii

Discussion ........................................................................................................... 129

Acknowledgments ................................................................................................ 133

References ........................................................................................................... 133

Capítulo 4. Gomphonema frequentis comb. nov.: analysis of type material of a widely

reported species with a tropical distribution. ........................................................... 149

Abstract .............................................................................................................. 151

Introduction ........................................................................................................ 152

Material & Methods ............................................................................................ 153

Study area ........................................................................................................ 153

Site selection ..................................................................................................... 154

Sampling design and sample processing ............................................................. 154

Results and Discussion ......................................................................................... 156

Acknowledgements .............................................................................................. 159

References ........................................................................................................... 160

Recomendações ....................................................................................................... 171

Page 13: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xiii

Lista de tabelas

Capítulo 1. Diatomáceas no baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: estrutura da assembleia em relação as variáveis ambientais.

Tabela 1: Sumário apresentando os valores médios das características física, químicas e físico-químicas da água ao longo do baixo rio Negro nos anos de 2013 e 2014 durante o período de cheia. Códigos: Grad. Antrop.: Gradiente Antrópico; OD: oxigênio dissolvido; COND: condutividade elétrica; TEMP: temperatura; NO2: nitrito; NO3: nitrato; TP: fósforo total; PO4: ortofosfato; TURB: turbidez. Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Tabela 2: Correlação das características abióticas do rio Negro com os três primeiros eixos do ACP. COND: condutividade elétrica; OD: oxigênio dissolvido; TEMP: temperatura, NO2: nitrito; NO3: nitrato; TP: fósforo total; PO4: Ortofosfato; TURB: turbidez. Coeficientes em negrito são importantes para a formação do componente.

Tabela 3. Média e valores mínimos e máximos dos atributos da assembleia de diatomáceas na região do baixo rio Negro. Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Tabela 4: Dados estatísticos do teste de Monte Carlo correlações espécies x variáveis ambientais para no baixo rio Negro no período de cheia em 2013 e 2014.

Tabela 5: Coeficiente de correlação “intra-set" da matriz das variáveis ambientais x eixo (os resultados foram apresentados somente para o primeiro eixo, tendo em vista, que somente este foi significativo).

Tabela 6: Valor indicador de espécies de diatomáceas caracterizando as três regiões de amostragem (LAI, HAI e IAI). Os maiores valores indicadores para cada espécie estão destacados negrito, bem como, os valores de p que apresentaram significância estatistica (nível de significância 0,1). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Capítulo 2. O uso de algas perifíticas para a avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: uma análise da influência da poluição urbana. Tabela 1: Dados estatísticos do teste de Monte Carlo correlações espécies x variáveis ambientais para no baixo rio Negro no período de cheia em 2013 e 2014.

Tabela 2: Coeficiente de correlação “intra-set" da matriz das variáveis ambientais x eixo (os resultados foram apresentados somente para o primeiro eixo, tendo em vista, que somente este foi significativo).

Tabela 3: Valor indicador de espécies caracterizando as três regiões de amostragem (LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.). Os maiores valores indicadores para cada espécie estão destacados negrito, bem como, os valores de p que apresentaram significância estatistica (nível de significância 0,1).

Tabela 4: Sumário dos valores do índices calculados para as amostras do baixo rio Negro (Manuas, Amazonas-Brasil).

Page 14: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xiv

Tabela 5: Valores médios de r, r2, r2 ajustado e valor de p calculados na análise de regressão múltipla entre os valores de cada índice e as variáveis abióticas e valores médios das porcentagens de espécies utilizadas por cada índice.

Page 15: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xv

Lista de Figuras

Capítulo 1. Diatomáceas no baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: estrutura da assembleia em relação as variáveis ambientais.

Figura 1: Área de amostragem, localizada à margem esquerda do baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Figura 2: Riqueza de espécies (S=70) distribuídas entre as 16 famílias taxonômicas quantificadas nas 96 amostras perifíticas.

Figura 3: Análise de correspondência canônica (ACC) aplicada sobre as variáveis ambientais e abundância relativa.

Capítulo 2. O uso de algas perifíticas para a avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: uma análise da influência da poluição urbana. Figura 1: Área de amostragem, localizada à margem esquerda do baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Figura 2: Abundância relativa das classes taxonômica das algas perifíticas moles no baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Figura 3: Variação temporal da abundância relativa das algas moles do perifíton (densidade total > 5%) no baixo rio Negro (Manaus, Amazonas – Brasil) durante os anos de 2013 e 2014. Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Figura 4: Análise de correspondência canônica (ACC) aplicada sobre as variáveis ambientais e abundância relativa.

Figura 5: Valores médios de PIT por região de amostragem no baixo rio Negro (Manaus, AM- Brasil).

Figura 6: Porcentagem de espécies utilizadas no cálculo dos índices na região do baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil).

Figura 7: Análise de agrupamento baseada em uma matriz de correlação considerando como atributos os valores de r, r2, r ajustado e as porcentagens das espécies utilizadas no cálculo de cada índice.

Figura 8: Comportamento dos índices que melhor se adequaram o baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil) ao longo das três regiões de amostragem

Capítulo 3. Eunotia amazonica sp. nov. (Bacillariophyta) a common stalk-forming species from the Rio Negro basin (Brazilian Amazon) and a critique on the misusing of life-forms as biomonitoring tool. Fig. 1. Sampling sites located in the left bank (main channel) of the Rio Negro, Brazilian Amazon, South America, in the surroundings of the city of Manaus.The sites were a priori

Page 16: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xvi

classified into low anthropogenic influence (LAI), intermediate anthropogenic influence (IAI) and high anthropogenic influence (HAI).

Figs 2–31. Eunotia amazonica sp. nov. LM. Figs 2–5.Fixed material (Transeau’s solution) showing long stalked specimens growing in Batrachospermum spp. filaments. Figures 2 and 3 (arrows) showing up to three cells as well as individual cells per stalk; Fig. 5: arrowheads show small round structures (oil droplets); Figs 6–31. LM. Size reduction series from type material (sample INPA-4000280, Rio Negro, Brazil. Girdle view of the same specimens under distinct focus showing thedorsal mantle (Fig. 13) and ventral mantle with raphe branches (Fig. 14).

Figs 32–40. SEM images of Eunotia amazonica sp. nov. Fig. 32: External view displaying valve surface and striae arrangement; Fig. 33: External view of the ventral portion of the frustule; external aperture of rimoportulae in opposite sides at both valves; Fig.34: External view of dorsal valve mantle; Fig. 35:Detail view of the areolae concentrated at the apical porefield-like cluster as well as the raphe branch and rimoportula aperture; Fig. 36: White arrows showingpartially occluded areolae (volate vela); Fig. 37: Detail of external apex showing rimoportula aperture; Fig.38: Thickening of silica separating the apical pore fieldlike cluster; Figs 39–40: Internal apices views showing the silica thickening; well-developed helictoglossa and rimoportula on the valve mantle.

Fig. 41. Relative abundance of three dominant Eunotia species in the Rio Negro hydrographical basin near the city of Manaus (Brazil). The three species haveall different traits concerning the life-form and attachment to the substratum, i.e. A) stalked, B) ribbon-like, C) branched-arborescent (n=96).

Fig. 42. Box plots with mean and quartiles of basicchemical information (A: phosphates, B: electric conductivity; C: pH) concerning the sampling sites (S1 to S12) near Manaus (Brazil). The IPS diatom index (D) is also calculated (n=96). Samples collected during flooded periods (May-June) of 2013 and 2014.

Fig. 43. Plot showing the number of peer-reviewed articles published in the primary literature having “functional diversity” and “algae” in their title or abstract for each year, from 1950 to 2015, based on ISI’s Web of Science database.

Figs 44–56. SEM examples of usually dominant Eunotia species from the Rio Negro basin (Brazilian Amazon) with distinct life-forms. Figs 44–45: Eunotia amazonica sp. nov. (stalked); Fig. 46: Eunotia intricans(ribbonlike); Fig. 47: Eunotia subrobusta Hustedt (ribbon-like); Figs 48–56: Eunotia rabenhorstiana (≡Desmogonium rabenhorstianum) (branched-arborescent life-form) including detailed views (51–52, 53) and general aspect of the colony. Fig. 49: Reproductionof the original draw of Desmogonium rabenhorstianum Grunow (1865, pl. 1, fig.1a-l).

Capítulo 4. Gomphonema frequentis comb. nov.: analysis of type material of a widely reported species with a tropical distribution.

Fig. 1. A) Distribution of Gomphonema frequentis and G. frequentiformis in South America; B) Sampling sites located on the left bank of the Negro River, in the vicinity of Manaus city, Brazilian Amazon; C) Distribution of Gomphonema frequentis in the sampling stations 1 to 12 at Manaus (AM, Brazil).

Figs 2–18: Gomphonema frequentis comb. nov. LM. Fig. 2: Raphe length measures taken from the helictoglossa at the apical pole (A) and footpole (B) until central raphe endings. Figs 3–17: Size reduction series of a population from the Negro River. Fig. 18: Boxplot results of paired

Page 17: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xvii

measurements taken (n=30). T-test two-tailed P < 0.0001, considered extremely significant different.

Figs 19–29: Gomphonema frequentis comb. nov. SEM. Fig. 19: External valve outline overview. Sinuous raphe and heteropolar valves. Fig. 20: Internal valve. Fig. 21: Detail of central area showing rounded isolated pore (‘stigma’) and sigmoid slit-like areolae. Striae not interrupted in the valve face-mantle junction. Proximal raphe endings rounded. Figs 22–23: Internal detail of central area showing transversely elongated isolated pore located in a long groove. Strongly hook-shaped proximal raphe ending. Areolar openings are large and round without internal occlusions, located in а deep foraminal row between strongly silicified vimines. Figs 24–25: Detail of apical (24, 25) and footpoles (26, 27) showing the presence of apical pore field on both apices. Raphe slightly curved to the same side. Figs 28–29: Internal detail of both apices showing the helictoglossae and the slit-like internal areolae openings.

Figs 30–36: Reproduction of Gomphonema angustatum var. productum Grunow in Van Heurck (1880, pl. 24, figs 52–55). Figs 31–36: LM and SEM of Gomphonema productum (Grunow) Lange-Bertalot & Reichardt (= G. angustatum var. productum (‘producta’) from Van Heurck) Type n° 217 showing apical pore field on both apices, sinuous raphe system and partly biseriate striae formed by round small c-like areolae. Biseriate pattern is present near the axial area.

Figs 37–40: Commons Gomphonema species from the Rio Negro: Figs 37–38: Gomphonema frequentis showing external valve overview and detail of the central area with slit-like areolae and apical pore field consipicuous on the footpole. Figs 39–40: Gomphonema archaevibrio showing slight heteropolarity and slight dorsiventrality. Detail of the central area showing sigmoid slit-like areolae.

Page 18: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xviii

Resumo

Informações taxonômicas e ecológicas de assembleias de algas perifíticas ao longo de rios na região Amazônica são escassas e pouco conclusivas. A utilização destas assembleias para avaliar a qualidade da água destes rios, especialmente o rio Negro, são praticamente inexistentes. Nesta tese, procuramos, analisar as preferências ecológicas das espécies que compõem a assembléia de algas perífitcas no baixo rio Negro, elucidar algumas questões taxonômicas acerca de duas espécies amplamente reportadas para esta região de amostragem e, de maneira pioneira, avaliar o potencial de bioindicação das espécies inventariadas, por meio de suas preferências ecológicas e por meio do cálculo de índices específicos para estas assembleias. Para tanto, um gradiente de influência antrópica (LAI = Área de baixa influência antrópica, IAI = Área de influência antrópica intermediária, HAI = Área de alta influência antrópica) foi, previamente, estabelecido no baixo rio Negro, no qual se distribuiram 12 estações, onde foram coletadas amostras de características abióticas (pH, concentração de oxigênio dissolvido, temperatura, condutividade elétrica, turbidez, nitrato, nitrito, fósforo total e ortofosfato) e bióticas (estrutura da assembleia de algas perifíticas) durante quatro semanas consecutivas em dois períodos de cheia nos anos de 2013 e 2014. Após o tratamento e análise das amostras (abióticas e bióticas), foram procedidas análises exploratórias (ACC, ACP, Análise de Agrupamento e Correlação de Pearson), análises de estatística inferencial (Regressão Múltipla e Analise de Variância), cálculo de índices (baseados em diatomáceas e em algas moles) e cálculo do valor de espécies indicadoras, com o intuito de se responder as perguntas levantadas com base no objetivo desta tese. Os resultados obtidos das análises permitiram

julgar o potencial das algas perifíticas como promissor para a avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro. Dentre os 15 índices baseados em diatomáceas testados, cinco (IPS, CEE, TDI, IDP, EPI-D) apresentaram relação estatisticamente significativas com as caracteritícas abióticas, o que demonstra a utilidade de tais índices como ferramentas para determinar a qualidade da água do baixo rio Negro. Os cinco índices mencionados acima foram, satisfatoriamente, associados ao gradiente de poluição. O índice baseado em algas moles (PIT) não apresentou relação estatisticamente significativa com as caracteritícas abióticas. Isto confere ao índice baseado em diatomáceas uma grande importância e melhor adequação à situação atual de poluição na região estudada. No entanto, é importante destacar que este índice também corroborou satisfatoriamente, o gradiente de poluição, previamente, estabelecido. Foi possível determinar as espécies indicadoras para cada região de amostragem. As espécies mais fortemente associadas à ambientes eutrofizados foram Luticolla goepertiana, Luticola permuticoides, Discostella cf. Stelligera, Batrachospermum spp., Oedogonium spp., Rhizoclonium riparium, Stigeoclonium tenue, Spirogyra spp. As espécies indicadoras de mesotrofia foram Eunotia aff. subarcuatoides e, novamente Spirogyra spp. E as espécies mais fortemente associadas a ambientes oligotróficos foram Actinella brasiliensis e Peridinium umbonatum. Esse conjunto resultados suportam a proposta de usar as algas perifíticas como indicadoras da qualidade da água do baixo rio Negro, além, de mostrar a importância imediata de se incluir protocolos que considerem estas assembleias em estudos de impacto ambiental em ambientes aquáticos, tendo em vista, o fato das respostas destas assembleias oferecerem uma informação muito mais confiável, real e integrada do estado ecológico do ambiente, não sendo apenas um recorte do momento da amostragem, mas, evidenciando possíveis eventos poluidores que ocorreram em outros momentos naquele ambiente. No entanto, é preciso cautela ao considerar os índices, devido as dificuldades associadas as questões taxonômicas e ecológicas destas espécies, que ainda estão longe de serem totalmente elucidadas para a Amazônia. O que torna a contribuição de trabalhos como o realizado nesta tese ainda mais relevantes, tendo em vista, a necessidade de se desenvolver métodos eficazes e confiáveis para a avaliação da qualidade da água no Brasil, especialmente, na Amazônia. Além dos resultados apresentados acima, durante o desenvolvimento da tese foi possível identificar e descrever uma nova espécie de diatomácea (Bacillaryophyta), Eunotia amazonica, amplamente distribuída na área de amostragem, ainda com relação aos resultados taxonômicos foi possível, por meio da análise das amostras, propor duas novas combinações dentro de Gomphonema (Gomphonema frequentis e G. frequentiformes).

Page 19: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

xix

Abstract

Taxonomic and ecological information on periphytic algal assemblages along rivers in the Amazon region is scarce and inconclusive. The use of these assemblages as bioindicators for water quality assessment of these rivers, especially the Negro River, is practically nonexistent. In this thesis, we sought to analyze the ecological preferences of the species that compose the periphytic algal assemblage of the lower Negro, elucidate taxonomic questions about two species widely reported for this sampling region and, pioneeringly, evaluate the bioindicator potential of the inventoried species, by considering their ecological preferences and calculating specific indices for these assemblages. With this purpose, an anthropogenic influence gradient (LAI = low anthropogenic influence area, IAI = intermediate anthropogenic influence area, HAI = high anthropic influence area) was previously established for the lower Negro River, in which 12 stations were distributed, where abiotic (pH, dissolved oxygen concentration, temperature, electrical conductivity, turbidity, nitrate, nitrite, total phosphorus and orthophosphate) and biotic (periphytic algal assemblage structure) variables were sampled during four consecutive weeks at two flood periods (2013 and 2014). After treatment and analysis of samples (abiotic and biotic), exploratory analyses (CCA, PCA, Pearson Correlation and Cluster Analysis), inferential statistical analyses (Multiple Regression and Analysis of Variance), index calculation (diatom-based and soft algae-based) and indicator species value calculation were conducted, with the goal of answering the questions raised based on the objective of this thesis. Results showed a promising potential of periphytic algae for water quality evaluation of the lower Negro River. Among the 15 diatom-based indices tested, five (IPS, EEC, TDI, IDP, EPI-D) showed significant relationship with the abiotic variables, demonstrating their ability to infer about water quality at the lower Negro River. The five indices mentioned above were satisfactorily associated with the pollution gradient. The soft algae-based index (PIT) did not show significant relationship with abiotic variables, which may indicate a better fit of diatom indices to this sampling region. However, it is important to note that this index also showed a satisfactory fit to the previously established pollution gradient. It was possible to reveal the indicator species for each sampling region. The species most strongly associated with eutrophic environments were Luticolla goepertiana, Luticola permuticoides, Discostella cf. Stelligera, Batrachospermum spp., Oedogonium spp., Rhizoclonium riparium, Stigeoclonium tenue, Spirogyra spp. The species indicating mesotrophy were Eunotia aff. subarcuatoides and again Spirogyra spp. And the species most strongly associated with oligotrophic environments were Actinella brasiliensis and Peridinium umbonatum. This set of results indicates the potential of periphytic algae to infer about the lower Negro River water quality, besides showing the immediate need of including protocols that consider these assemblages in environmental impact studies of aquatic environments, since these assemblages’ responses offer much more reliable, realistic and integrated information about the ecological state of the environment, showing, not only the situation at the moment of sampling, but also possible polluting events that occurred at other times in that environment. Nevertheless, caution is needed when considering indices, due to difficulties associated with these species’ taxonomic and ecological issues that remain far from fully elucidated for the Amazon. This makes the contribution of studies such as the one carried out for this thesis even more relevant, in view of the latent need to develop effective and reliable methods for assessing water quality in Brazil, especially, in the Amazon. In addition, from the results presented above during the development of the thesis it was possible to identify and describe a new diatom species (Bacillaryophyta), Eunotia amazonica, widely distributed in the sampling area, still with respect to the taxonomic results, was possible, through analysis of the samples, propose two new combinations within the genus Gomphonema (Gomphonema frequentis and G. frequentiformes).

Page 20: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

1

Introdução Geral

Bacia Amazônica e a Influência Antrópica

Ambientes lóticos são componentes fundamentais dos ciclos biogeoquímicos regionais

e globais, funcionando como caminho e local de transformações elementares. São fonte de água

para os mais diversos usos e fornecem suprimento de peixes. Além de removerem os efluentes

do sistema (Bere & Tundisi, 2010). São caracterizados por interações entre os processos físicos,

químicos e biológicos, os quais alcançam maior grau de complexidade quanto mais próximo

da foz do sistema lótico (Wehr & Descy, 1998)

A bacia Amazônica é o maior e mais densa bacia de drenagem do mundo, drenando

aproximadamente 6,4 milhões de km2 do continente Sul-Americano e contribui com 18 a 20%

da descarga mundial das águas continentais para os oceanos. O rio Amazonas é o coletor final

desse sistema de drenagem extremamente complexo, consistindo de inúmeros tributários de

águas brancas, pretas e claras (Wallace, 1853; Sioli, 1984). A enchente anual inunda uma

imensa planície no médio e no baixo rio Amazonas por vários meses e essa planície alagada é

chamada de várzea e ocupa cerca de 50 a 70 x 103 Km2 (Id Ibid.). Este gigantesco reservatório

de água doce representa um grande patrimônio para o Brasil, apresentando elevada riqueza de

ecossistemas o que favorece uma das maiores biodiversidades do planeta, a maior parte ainda

desconhecida (Esteves, 2002).

Dadas as extensões apresentadas anteriormente, percebe-se que a água na Amazônia,

mais do que qualquer outro fator regula toda a vida dos organismos, animais e vegetais e,

principalmente, a vida do homem amazônico, daquele que vive em contato com ela e dela

depende diretamente para se alimentar, para se locomover, para higiene pessoal e para saciar

sua sede. Este homem aprendeu, ao longo do tempo, a conviver com a água e com toda a sua

dinâmica, ela determina quando ele deve fazer a roça, plantar e também quando é hora de

colher. A água determina até onde e como este homem deve fazer sua casa. Em resumo, a água

é sua vida (Bluntschli, 1918).

No entanto, a interação da civilização humana com a água e os demais recursos naturais

foi caracterizada, desde os seus primórdios, como uma relação de posse e de consumo dos

elementos naturais, resultado de uma sociedade que considera apenas a racionalidade

econômica sem considerar a dívida ecológica. Sendo que a dívida ecológica somente não

devastou mais os recursos do terceiro mundo porque a própria crise econômica limitou as

capacidades de reinversão de capitais (Leff, 2001).

Page 21: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

2

Esta forma de enxergar o meio natural é fruto de uma existência competitiva, crença no

progresso material ilimitado por meio do crescimento econômico e tecnológico (Capra, 1996).

Este fato é bem perceptível no que tange aos impasses relacionados ao manejo dos recursos

hídricos. Com o crescimento populacional e o aumento de demanda por mais água, o acréscimo

no fornecimento contribui para a expansão do consumo, o que acarreta na elevação da poluição

dos corpos aquáticos devido ao depósito indiscriminado de efluentes e resíduos sólidos

(Wetzel, 1993).

Vários são os exemplos de deterioração dos recursos hídricos por poluentes orgânicos

e metais pesados em todo o mundo, em vista do aumento da industrialização e da crescente

demanda por recursos minerais para os mais diversificados usos (Santos, et al. 2006; Pinto et

al. 2009). Vários destes fatores têm exercido influência sobre as características físicas e

químicas das águas de rios e riachos (Pascoaloto, 2001). Como resultado, muitos elementos

químicos e seus compostos que existiam na natureza em pequenas quantidades, tiveram suas

concentrações elevadas em várias regiões do planeta, promovendo, em alguns casos, sérios

danos ambientais (Salomons & Förstner, 1984, Artiola, 1996).

No caso da Amazônia não foi diferente, nos últimos 30 anos todas as capitais

amazônicas tiveram crescimento populacional muito acima da média do crescimento nacional

(citação). Este crescimento, que é desordenado, foi ocasionado por vários fatores. As

consequências foram nefastas, causando desflorestamento, aumento da temperatura local,

poluição dos corpos d'água, erosão e assoreamento dos leitos dos igarapés e rios, etc (Citação).

Manaus, por sua vez, experimentou um aumento populacional ainda mais rápido. A evolução

da ocupação urbana, com suas várias fases, causas e peculiaridades só pode ser entendida com

a reconstituição desse processo, feita por vários autores como Ab´Sáber (1953), Bentes (1983),

Oliveira (1984), Araújo (1985), Melo (1987) e Moura & Mourão (1988).

Dentre os problemas gerados pelo crescimento urbano desordenado de Manaus

podemos destacar a, que está se tornando um dos problemas mais relevantes, pois, além da

poluição visual, vem crescendo, em importância, a contaminação dos recursos hídricos por

metais tóxicos cujos tratamentos são difíceis e caros (Pinto, et al. 2009). Este tipo de efetivo

observado nos igarapés de Manaus tem influência direta sobre a qualidade da água do rio

Negro, pois nele deságuam sem nenhum tratamento trazendo consigo todos os poluentes

drenados das regiões urbanas de Manaus (Pinto, et al. 2009).

Este processo de urbanização trouxe várias consequências para os ambientes aquáticos

sob influência da área da cidade de Manaus, documentado e mostrado por Fonseca et al. (1982),

por Bringel (1986) em seu relatório técnico sobre a poluição nos igarapés, Silva (1992). Santos-

Page 22: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

3

Silva & Silva (1993) chamaram a atenção para o problema e suas consequências e apontaram

possíveis soluções. Desde o trabalho de Silva (1996), Cleto-Filho (1998), Nava (1999),

Barroncas (1999), Silva et al. (1999), Cleto-Filho & Walker (2001) e mais recentemente Horbe

et al. (2005), Melo et al. (2006), Pereira et al. (2006), Andrade et al. (2006) e Couceiro et al.

(2006) vem se documentando o alto grau de poluição e destruição dos igarapés que drenam a

cidade de Manaus.

Estes igarapés em sua maioria deságuam no rio Negro, alguns como os da bacia do

Tarumã-Açu, limite oeste da cidade, deságuam a montante da mancha urbana e das tomadas

de água para abastecimento da cidade, outros como os da bacia do Puraquequara, limite leste

da cidade, deságuam a jusante de Manaus. Além disso, existem os igarapés urbanos das bacias

do São Raimundo e Educandos. A influência negativa da descarga dessas águas poluídas, em

graus variados, sobre o rio Negro já vem sendo detectada por trabalhos realizados por

pesquisadores como: Melo et al. (2006); Pereira et al. (2006); Andrade et al. (2006), Pinto et

al. (2009).

O principal poluente oriundo dessa população urbana é o esgoto sanitário, que é lançado

diretamente nos cursos d'água, sem qualquer tratamento (Citação). Isso traz um aporte bastante

grande de Nitrogênio e Fósforo. As microalgas são as primeiras a reagirem a este aporte de

nutrientes e tem seu crescimento e multiplicação acelerados, além disso, diversas plantas

aquáticas também aproveitam estes nutrientes. O crescimento muito acima do natural desses

organismos ocasiona diminuição acentuada dos seus teores de oxigênio, mobilizado pelos

processos de decomposição das algas, plantas e outros organismos que morrem. Este processo

é chamado de eutrofização (Rebouças et al., 2002).

A degradação da qualidade das águas do rio Negro pode ser evidenciada por meio de

dois trabalhos realizados na mesma região em uma escala de tempo de 27 anos, Fonseca et al.

em 1982 encontraram valores máximos de condutividade de 68,6 µS.cm-1 para o igarapé de

São Raimundo, em 2009 Pinto et al. (2009) reportaram valores três vezes maiores para

condutividade elétrica. Para o igarapé do Educandos o aumento dos valores da condutividade

elétrica foi ainda maior, representando cinco vezes os valores reportados para 1982,

aumentando de 126 para 593 µS.cm-1 (Fonseca et al. 1982; Pinto et al. 2009). Os valores de

condutividade elétrica são influenciados pela presença de íons como cálcio, magnésio, sódio e

potássio (Pinto et al. 2009). Os esgotos domésticos contêm resíduos de alimentos que possuem

maiores teores destes íons e, portanto, o aumento da condutividade elétrica pode ter ocorrido

devido ao aumento da entrada de esgoto doméstico rico nestes íons, anteriormente, citados.

Page 23: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

4

O aumento das quantidades de matéria orgânica em ambos os igarapés citados acima,

também, foi corroborada pela análise da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), que nestes

ambientes atingiu um consumo total, uma vez que a taxa de oxigênio ficou próxima da anoxia

(Pinto et al. 2009). Estes dados levam a crer que houve aumento significativo na entrada de

esgoto doméstico nestes igarapés que deságuam no rio Negro que contribuem diretamente para

a eutrofização do ambiente e aumento de matéria orgânica.

Assembleia de Algas Perifíticas

Segundo Sládeckóva (1962), perifíton designa a assembleia que vive aderida a um

substrato. O perifíton “verdadeiro” é composto de organismos fixos, imóveis adaptados à vida

séssil através de rizóides, pedúnculos gelatinosos, entre outros órgãos de fixação (Lock, 1993).

O “pseudo” perifíton é constituído de organismos frouxamente aderidos que vivem associados

sem se fixar ao substrato, são um consórcio entre organismos autotróficos e heterotróficos (Id

Ibd.).

Dentre os organismos que compõem o perifíton uma assembleia se destaca, são as algas

perifíticas, que são responsáveis pela produção primária nestes locais e manutenção das cadeias

tróficas. Segundo Melack e Forsberg (2001) as algas perifíticas são responsáveis por

aproximadamente 8% da produção primária total nas planícies de inundação amazônicas. Isto

representa quatro vezes mais do que estes mesmos autores estimaram para as algas

planctônicas. Além disso, a densidade das algas tem influência direta nas populações naturais

de peixes, pois, de acordo com os trabalhos de Araújo-Lima et al. (1986), Hamilton et al.

(1992); Forsberg, et al. (1993) e Leite, et al. (2002), as algas constituem a principal fonte de

carbono e proteínas (51% do peso seco total) para os peixes, sendo essas proteínas altamente

nutritivas e de fácil assimilação para os juvenis, de forma direta ou indiretamente via

invertebrados aquáticos (Putz & Junk, 1997; Brito et al., 2006; Jepsen & Winemiller, 2007).

Os peixes, por sua vez, são considerados a principal fonte de proteínas para as populações

humanas, em especial, na bacia Amazônica (Shrimpton & Giugliano, 1979).

Segundo Wetzel (1981), baseado na proposição inicial de Round (1964) vários são os

termos utilizados para discriminar as algas perifíticas de acordo com os substratos em que elas

se fixam: a) algas epilíticas: vivem em superfícies de rochas ou pedras; b) algas epipélicas:

crescem sobre o sedimento; c) algas epifíticas: que crescem sobre a superfície de macrófitas

aquáticas; d) algas epizóicas: que se desenvolvem sobre superfícies de animais; e) algas

episâmicas; que são bastante específicas e crescem sobre areia.

Page 24: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

5

Além do importante papel ecológico das algas perifíticas demonstrado nos parágrafos

anteriores o diagnóstico do presente estado da diversidade destas algas na Amazônia constitui

etapa fundamental para o cumprimento da Estratégia Nacional de Diversidade Biológica

(Wetzel, 2011; Menezes & Dias, 2001). Soma-se a isto o fato de que a perda de hábitats leva

consequentemente à perda de espécies, muitas delas desconhecidas. E, portanto, sendo a

diversidade da Amazônia tão rica quanto desconhecida, de fato, um dos desafios para a

conservação é o estabelecimento de um banco de dados sólido da diversidade dos organismos

que compões a megadiversidade brasileira (Wetzel, 2011).

No Brasil ainda são escassos os trabalhos que avaliam a estrutura em nível específico

das assembleias de algas perifíticas (Vercellino, 2001; Cetto et al. 2004; Ferragut, 2004,

Borduqui et al. 2008; Vetorato et al. 2010) estestrabalhos indicam uma forte influência do

período sazonal sobre a densidade e composição das assembleias perifíticas, além de indicarem

uma grande diversidade. É importante destacar que todos os trabalhos frisam a necessidade de

mais estudos que analisem os atributos desta assembleia.

Para Amazônia, em especial para águas pretas, quatro trabalhos (Putz,1997, Díaz-

Castro et al. 2003; Marshall, 2010; Wetzel, 2011; 2012)realizados nas últimas décadas, foram

bastante expressivos e de grande importância no que diz respeito ao nível de conhecimento

adquirido com relação a esta assembleia. O primeiro deles foi realizado em 15 estações de

amostragens ao longo de águas brancas e pretas e tinha como principal objetivo realizar um

estudo quantitativo e qualitativo das algas perifíticas nestes ambientes (Putz,1997). Díaz-

Castro et al. (2003) avaliaram a composição da assembleia de diatomáceas perifíticas no rio

Jaú, tributário da margem direita do rio Negro e que fica a 250 km de Manaus. Marshall (2010)

em estudo sobre as variações sazonais e temporais nas fontes autotróficas de energia para

Paracheirodon axelrodi (Osteichthyes, Characidae) em uma região interfluvial no médio rio

Negro apresentou uma lista de espécies de algas perifíticas para estes ambientes. O

levantamento taxonômico de diatomáceas realizado por Wetzel (2011; 2012) em 153 amostras

ao longo da calha do rio Negro levou ao inventário de 297 espécies de diatomáceas perifíticas.

Todos os trabalhos acima citados apresentaram uma grande riqueza de algas

inventariadas o que mostra a importância do levantamento taxonômico desta assembleia,

destaca-se ainda que dada a diversidade destas algas, fica ainda mais evidente a necessidade de

trabalhos para fornecer informações para um banco de dados sólidos sobre diversidade deste

grupo.

Os atributos ecológicos citados, anteriormente, são fundamentais para estudos

relacionados à ecologia de assembleias. Esta por sua vez é uma disciplina biológica que trata

Page 25: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

6

predominantemente da distribuição dos organismos e de suas inter-relações uns com os outros

e com o ambiente e com isso os ecólogos tentam mostrar como um sistema é organizado e

como as funções são alocadas em uma sequência de eventos denominados sucessão em casos

mais gerais (Reynolds et al., 2002).

O termo sucessão foi, formalmente, definido por Odum (1969), como sendo um

processo de desenvolvimento do ecossistema, ordenadamente controlado pela assembleia que

passa de uma colonização de hábitats desocupados, atravessa estágios de transição e culmina

em um ecossistema estabilizado em que um máximo de biomassa é sustentado por um fluxo de

energia. O desenvolvimento sucessional do perifíton segue uma típica curva de crescimento

logarítimo-sigmóide, desta maneira há um primeiro momento de incremento em biomassa e

largura do biofilme seguido por um decréscimo e modificações na composição da assembleia

devido a combinação de diferentes fatores (Wetzel,1996). Segundo Biggs (1996) os principais

fatores que contribuem de forma direta dirigindo os modelos de sucessão da assembleia de

algas perifíticas, são: disponibilidade de nutrientes, disponibilidade de luz, velocidade da água,

intensidade da herbivoria. Estes fatores combinados podem contribuir para o incremento ou

perda de biomassa nas assembleias perifíticas, além de definirem a composição de espécies.

Segundo este mesmo autor, em ambientes com baixas frequências de inundação e de

herbivoria, e que sejam meso a eutróficos, a assembleia de algas perifíticas é dominada por

diatomáceas perpendicularmente fixadas ao substrato e algas verdes filamentosas. Por outro

lado, em ambientes onde o distúrbio causado pela inundação é frequente, e a disponibilidade

de nutrientes é baixa a assembleia tende a ser dominada por cianobactérias filamentosas, algas

vermelhas, com um limitado número de diatomáceas.

A colonização e sucessão de algas perifíticas têm sido estudadas em vários ecossistemas

e regiões climáticas. Ács & Kiss (1993) avaliaram os processos de colonização de diatomáceas

em substratos artificiais em um grande rio na Hungria. Estes autores descreveram o processo

de inundação com certos fatores periódicos, ou seja, de tempos em tempos, um decréscimo em

número de indivíduos era observado, o qual coincidia com a mudança da composição da

assembleia. Os mesmos autores frisaram a dominância da assembleia por médias diatomáceas

mono e birrafídicas. Cronk & Mitsch (1994) estudaram as razões de crescimento da assembleia

perifítica em substratos naturais e artificiais entre maio e agosto de 1991, este estudo indicou

que o crescimento do perifíton é maior no substrato artificial nos ambientes de maior fluxo, e

estimaram a produção primária perifítica entre 2 a 85 g de carbono.m-2. Outros autores

trabalharam na análise da composição das espécies em diferentes estágios da sucessão

(McCornick & Stevenson, 1991; Sekar et al., 2004).

Page 26: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

7

No Brasil, os estudos sobre sucessão de algas perifíticas são bastante escassos. Dentre

os trabalhos que vêm sendo realizados podemos destacar o trabalho de Vercellino e Bicudo

(2006), onde os autores analisaram os valores de biomassa, densidade e clorofila, ao longo de

27 dias por meio de amostragens em substratos artificiais. No que se refere à manipulação de

nutrientes para análise das respostas das assembleias perifíticas ao longo dos estágios de

sucessão, pode se observar que a biomassa e composição da assembleia perifítica foi limitada

em especial por fósforo, além disto, o tempo de colonização e a escala sazonal também foram

aspectos que influenciaram (Ferragut & Bicudo, 2009; Fermino et al. 2011).

Na Amazônia, a lacuna referente a estudos relacionados à sucessão desta assembleia é

ainda maior, reportam-se apenas dois trabalhos que abordam este tema, ambos realizados em

um pequeno lago urbano (lago Viveiro) no município de Rio Branco-AC, indicando uma forte

influência do período sazonal e da limitação por fósforo sobre a assembleia de algas perifíticas

neste ambiente (França et al., 2009; França et al., 2011). Para o rio Negro, área de estudo do

trabalho em questão, ainda não existem trabalhos relacionados à sucessão de algas perifíticas

sendo, portanto, um dos principais objetivos deste plano contribuir para o conhecimento

referente à dinâmica desta assembleia de extrema importância para o equilíbrio desse ambiente.

É importante considerar que para o estabelecimento de um banco de dados sólido da

diversidade perifítica é fundamental o conhecimento da dinâmica desta assembleia, a

composição de espécies, a distribuição dos indivíduos ao longo dos substratos, sua relação com

os nutrientes dissolvidos, as taxas de produtividade primária, dentre outros (Wetzel, 1996).

Além disso, o estudo da assembleia de algas, assim como dos demais grupos de organismos

pode ser feito levando se em consideração diversos atributos ecológicos, dentre eles pode-se

citar densidade total, diversidade, riqueza e equitabilidade (Magurran, 1988).

Fatores Bióticos como indicadores de qualidade ambiental

Apesar das grandes contribuições trazidas pelos estudos das características físicas e

químicas para subsidiar estudos da qualidade da água, desde a década de 1970, pesquisadores

e gestores de recursos hídricos da Europa Ocidental e América do Norte argumentam que as

metodologias tradicionais de classificação de águas, baseadas em características físicas,

químicas e bacteriológicas, não são suficientes para atender aos usos múltiplos da água, sendo,

particularmente, deficientes na avaliação da qualidade estética, de recreação e ecologia do

ambiente (Metcalfe, 1989).

Page 27: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

8

Outra desvantagem é que, se as medições químicas forem feitas longe da fonte poluente,

não serão capazes de detectar perturbações sutis sobre o ecossistema. Além disto, em muitos

casos esses métodos são restritos as condições da água no momento da mensuração (Lobo et

al., 2004b; 2010) estas limitações se tornam ainda mais drásticas quando o objeto de estudo é

um ecossistema lótico, onde a correnteza faz com que a água seja continuamente renovada em

cada ponto (Dupont et al., 2007). Para a realização de avaliações eficientes, é de fundamental

importância a aplicação de análises integradas da qualidade da água, unindo as repostas das

metodologias tradicionais de avaliação aos aspectos biológicos do sistema (Metcalfe, 1989;

Biggs, 1996).

Neste contexto, a utilização de aspectos biológicos resulta em uma melhor avaliação da

qualidade ambiental, tendo em vista, que o desenvolvimento integrado da assembleia em

determinado período de tempo reflete as condições que podem não ser aquelas encontradas no

momento da amostragem e análise (McCormick & Stevenson, 1998; Oliveira et al., 2001;

Salomoni, et al. 2006; Dupont et al., 2007; Bere & Tundisi, 2010).

Para análise dos aspectos biológicos dos ecossistemas é importante avaliar os impactos

ambientais por meio da medição da alteração da organização estrutural e funcional das

assembleias biológicas. Tais como perda de diversidade, riqueza, mudança na composição de

espécies, dentre outros (Buss et al., 2003). Segundo Johnson et al. (1993), para um indicador

biológico ideal deve possuir, dentre outras, as seguintes características: a) ser taxonomicamente

bem definido; b) apresentar distribuição geográfica ampla; c) ser abundante ou de fácil coleta;

d) apresentar baixa mobilidade.

As algas perifíticas são excelentes bioindicadores da qualidade da água e de seu estado

trófico, devido à capacidade de acumular grandes quantidades de substâncias nutrientes,

poluentes como inseticidas, herbicidas, fungicidas, metais pesados e materiais orgânicos

(Sládecková, 1962; 1991), e substâncias radioativas (Neal, 1967). Estão em contato direto com

a coluna de água e, portanto, respondem mais rapidamente às mudanças sutis na qualidade

física equímica da água, soma-se a isto o fato das algas perifíticas serem sésseis e, portanto,

não podem se deslocar para evitar fontes potenciais de poluição. As algas, também, possuem

curtos ciclos de vida. As células de algumas espécies se dividem mais do que duas vezes por

dia o que permite uma rápida resposta as mudanças das condições ambientais (Lowe & Pan,

1996).

Segundo Dokulil (2003) e Buss et al. (2003) as primeiras abordagens visando

determinar indicadores biológicos com bases científicas, foram feitas com bactérias, fungos e

protozoáriospor Kolkwitz e Marsson em 1902, 1908, 1909 e promoveram um melhor

Page 28: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

9

entendimento da relação dos organismos com a qualidade da água assim como o

desenvolvimento do primeiro sistema sapróbico. De acordo Bere & Tundisi (2010) algumas

modificações do sistema citado foram feitas por Libemann em 1951 e logo depois por Pantle e

Buck(1955). Estas pesquisas formaram as bases dos principais estudos subsequentes utilizando

diatomáceas como bioindicadores (Bere & Tundisi, 2010).

Um estudo realizado na extinta Tchecoslováquia em vários reservatórios poluídos pelos

rejeitos da produção de açúcar de beterraba, Sládecková & Sladecek (1963) descreveram a

sucessão da assembleia perifítica como indicador ambiental. A assembleia indicou diferentes

graus de qualidade da água: 1) condições da água relativamente “limpa” (oligosaprobidade);

2) condições de recuperação (beta-mesosaprobidade); 3) condições de poluição (alfa-

mesosaprobidade). Palmer (1969) utilizou algas para detectar poluição orgânica por meio de

uma compilação de 165 autores e em seu artigo concluiu que diatomáceas, flagelados, algas

verdes, algas verde-azuladas são todas muito bem representadas.

Importantes contribuições referentes ao desenvolvimento de índices biológicos,

baseados em diatomáceas em reservatórios da Europa, foram, segundo, feitas por Sladecek em

1973, Lange-Bertalot em 1979 e Descy em 1979 (Lowe & Pan , 1996 e Bere & Tundisi, 2010).

Ainda na Europa, Kelly e Whitton (1995) desenvolveram um novo índice (Trophic Diatom

Index – TDI) para monitorar o estado trófico de rios do Reino Unido, os autores concluíram

que o uso do TDI levaria ao desenvolvimento de índices mais refinados baseados nas

diatomáceas. O desempenho do TDI foi avaliado em onze rios do Reino Unido, levando a

algumas modificações. O TDI revisado foi recomendado para o uso de organizações

regulatórias como ferramenta para a avaliação do estado trófico de rios (Kelly, 1998; Kelly &

Whitton, 1998).

Outros trabalhos vêm sendo desenvolvidos na Europa com o intuito de se testar o

desempenho e aplicabilidade de índices em diferentes regiões, alguns destes trabalhos utilizam

ainda análises multivariadas como forma de evidenciar as relações entre a assembleia perifítica,

em especial diatomáceas, e as características abióticas da água (Graça & Coimbra, 1998;

Almeida, 2001; Hering, et al. 2006; Sabater et al., 2007; Pace et al., 2012; Tornés et al., 2012).

Em outubro de 2012, a revista Hydrobiologia – ISSN: 1573-5117 – publicou os Anais do 7º

Simpósio Internacional “Uso de algas como bioindicadores” que ocorreu em Luxemburgo,

entre os dias 23 e 29 de novembro de 2009. Contendo 26 artigos completos que tratam de

assuntos relacionados com ecologia de algas, toxicologia, potamo-fitoplâncton, monitoramento

e fitobentos, monitoramento da qualidade da água em diferentes países, implementação da

“Water Framework Directive” (Ector et al., 2012).

Page 29: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

10

Na Ásia é importante destacar trabalhos como os de Watanabe et al. (1986) em que um

método numérico para estimar a qualidade da água denominado Diatom Assemblage Index

(DAIpo) foi desenvolvido. Mais precisamente, em Tóquio vários rios foram amostrados com o

intuito de se testar o desempenho do índice de Pantle-Buck, os autores do estudo avaliaram

bem o desempenho do índice e sugeriram o uso do mesmo para avaliar a qualidade da água

(Kobayasi & Mayama, 1989). Com o objetivo principal de avaliar a influência da poluição

aquática sobre a assembleia de diatomáceas, 52 amostras foram realizadas em rios na região

metropolitana de Tóquio, onde Lobo et al. (1995) evidenciaram que a resposta da assembleia

perifítica pode ser observada por meio da mudança na composição de espécies.

Na América do Norte, uma série de trabalhos vem sendo conduzidos com o intuito de

se desenvolver e padronizar a utilização de algas perfíticas como bioindicadoras. Neste sentido,

observações em diferentes ambientes em dois invernos consecutivos foram utilizadas para

classificar as espécies de algas como componentes iniciais ou tardias no processo de sucessão,

baseado nas mudanças das densidades relativas destas espécies através do tempo (McCormick

e Stevenson, 1991). O monitoramento de 14 km de gradiente em Everglades na Flórida foi

realizado com o objetivo de se identificar as relações estatísticas entre a assembleia de algas

perifíticas e os parâmetros físicos e químicos da água. Os autores identificaram o fósforo como

sendo o principal limitante nestes ambientes (McCormick & O´Dell, 1996).

Uma revisão sobre a utilização das algas perifíticas como ferramenta para a avaliação e

gerenciamento é apresentada, para a mesma região do estudo anterior, por McCormick &

Stevenson (1998). Comparações utilizando diatomáceas epilíticas, epifíticas, e epipélicas em

dois tributários do rio Grand, Ontário, Canadá, demonstraram as relações entre as diatomáceas

e os parâmetros físicos e químicos da água, além de demonstrarem que os resultados mais

completos são aqueles que consideram todas as três assembleias em conjunto (Winter &

Duthie, 2001). Na América do Norte, é importante destacar, ainda, o trabalho de Hill et al.

(2003) onde 272 córregos e rios nos Estados Unidos foram amostrados para analisar riqueza

de espécies de diatomáceas, dominância e abundância relativa. Esses dados foram utilizados

para calcular o Periphyton Index of Biotic Integrity (PIBI) e os valores encontrados foram

comparados entre ambientes controle, moderadamente impactado e perturbado.

Na América Central, assembleias de diatomáceas de córregos e rios da Costa Rica

foram estudadas para determinar como elas respondem as condições ambientais, evidenciando

a grande utilidade que este grupo possui para o monitoramento biológico de distúrbios em rios

tropicais (Silva-Benevides, 1996; Michels et al., 2006).

Page 30: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

11

No Brasil índices bióticos têm recebido muita atenção por parte dos pesquisadores.

Através de uma análise de composição específica e de diversidade de diatomáceas, Lobo &

Torgan (1988) encontraram diferença significativa na estrutura da assembleia de diatomáceas

em duas estações no sistema Guaíba. Esta diferenciação foi devido à presença exclusiva de

algumas espécies abundantes que refletem características ambientais distintas pelo fato de

apresentarem uma diferenciação em suas tolerâncias ecológicas (Lobo & Torgan, 1988).

A primeira tentativa para classificar espécies de diatomáceas em termos de tolerância

para poluição orgânica foi em rios do sudeste, feita por Lobo et al. (1996). Um total de 79

amostras foram realizadas em 18 sistemas lóticos localizados na bacia do rio Jacuí, com o

objetivo de esclarecer os padrões de distribuição e de ocorrência das espécies de diatomáceas

em diferentes condições de poluição (Lobo et al., 1996). Os resultados deste trabalho indicaram

a ocorrência de dois grupos A e B, considerados equivalentes as categorias 1 e 2 do sistema de

Lange-Bertalot. Entretanto, um padrão de distribuição intermediário de espécies (entre a

categoria 1 e 2) foi identificado, o que sugeriu uma nova categoria (Lobo et al., 1996).

Em seguida Lobo et al. (2002) determinaram a tolerância de espécies de diatomáceas

com relação a poluição orgânica em diferentes condições de poluição em sistemas lóticos na

bacia do Guaíba. Estes autores descreveram três grupos de diatomáceas: Grupo A – espécies

mais tolerantes a poluição; Grupo B – espécies tolerantes a poluição; Grupo C – espécies menos

tolerantes a poluição. Baseados nestas informações Lobo et al. (2002) desenvolveram o

primeiro sistema sapróbico do Brasil, usando diatomáceas epilíticas para avaliar a qualidade

das águas.

O sistema sapróbico proposto acima foi complementado por Lobo et al. (2004a) que

por meio de amostragens de parâmetros físico-químicos e biológicos (algas epilíticas)

realizadas nos córregos Grande, Bonito e Sampaio desenvolveram o Índice Biológico de

Qualidade de Água (IBQA). O IBQA incorpora a resposta integrada da assembleia de

diatomáceas epilíticas a eutrofização e a processos de contaminação orgânica, é a primeira

tentativa de acessar a qualidade das águas continentais brasileiras, considerando eutrofização

e poluição orgânica (Lobo et al. 2004a). Uma revisão sobre a utilização de microalgas na Sul

América como ferramenta para o monitoramento de rios, com ênfase em diatomáceas foi

realizada por Lobo et al. (2004b), onde foi discutida a aplicabilidade do IBQA e do Índice de

Diatomáceas Pampeano – DPI (Goméz & Licursi, 2001). Mais recentemente estudos de

monitoramento ambiental usando assembleias de diatomáceas em sistemas aquáticos no Brasil,

principalmente, no Rio Grande do Sul e São Paulo, têm demonstrado claramente evidências de

Page 31: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

12

eutrofização (Hermany et al., 2006; Salomoni et al., 2006; Dupont, et al., 2007; Borduqui, et

al., 2008; Lobo et al., 2010; Salomoni et al., 2011).

Para o rio Negro ainda não existem estudos utilizando algas perifíticas como

bioindicadores. Alguns trabalhos realizados neste rio fazem menção da possibilidade da

utilização das algas perifíticas encontradas como bioindicadoras, mas, não é feita uma

abordagem mais aprofundada (Putz, 1997; Marshall, 2010; Wetzel, 2011; Wetzel et al., 2012),

o que torna esta proposta pioneira neste aspecto. Desta forma, é imprescindível, que em

qualquer estudo de qualidade ambiental que envolva ecossistemas aquáticos que se considere

a inclusão de um fator biótico para a sua avaliação, e devido, as vantagens, anteriormente,

apresentadas as algas perifíticas são fortemente indicadas para assumirem o papel de

bioindicadoras de qualidade de água.

Page 32: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

13

Objetivos

O principal objetivo da tese foi analisar a reposta da assembleia algas perifíticas em

áreas de alta, intermediária e baixa influência antrópica durante dois períodos de cheia (2013 e

2014) no baixo rio Negro. Especificamente foi investigado:

1. As preferências ecológicas da assembleia de diatomáceas perifíticas por meio de sua

relação com as características abióticas;

2. As preferências ecológicas das algas moles por meio de sua relação com as

características abióticas;

3. A resposta da assembleia de diatomáceas ao gradiente de poluição ambiental;

4. A resposta das algas moles ao gradiente de poluição ambiental;

5. Os táxons indicadores da área de baixa influência antrópica (LAI), areá de influência

antrópica intermediária (IAI) e da área de alta influência antrópica (HAI) tanto para

diatomáceas, quanto para algas moles;

6. Evidências de possíveis novas espécies, e caso encontradas descriçao do novo táxon ou

nova combinação.

Organização da tese

Essa tese está composta por quatro capítulos, os capítulos de 1 e 2 possuem um enfoque

ecológico e de bioindicação, respectivamente, e os capítulos 3 e 4 possuem um enfoque

taxonômico, todos formatados como artigos científicos. No capítulo 1, avaliamos as

preferências ecológicas da assembleia de diatomáceas perifíticas por meio de sua relação com

as características abióticas; No capítulo 2, avaliamos as preferências ecológicas das demais

algas perifíticas por meio de sua relação com as características abióticas e com o gradiente de

poluição ambiental, destacando os táxons indicadores de cada região de amostragem (LAI ,

HAI e da IAI) e enfocamos no estudo da resposta da assembleia de algas perifíticas ao gradiente

de poluição ambiental por meio da aplicabilidade de índices de qualidade de água, bem como,

destacamos os táxons indicadores de cada região de amostragem (LAI , HAI e da IAI). No

capítulo 3 é feita a descrição de uma nova espécie de Eunotia, E. amazonica. No capítulo 4 é

proposta uma nova combinação dentro do gênero Gomphonema. Ao final, encerramos com

recomendações baseadas nos principais resultados obtidos na tese.

Page 33: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

14

Bibliografia Citada

ÁCS, E.; KISS, K.T. 1993. Colonization processes of diatoms on artificial substrates in the

River Danube near Budapest (Hungary). Hydrobiologia, 269/270: 307-315.

ALMEIDA, S. F. P. 2001. Use of diatoms for freshwater quality evaluation in Portugal.

Limnetica, 20(2): 205-213.

ANDRADE, L. S.; SILVA, M. S. R.; MIRANDA, S. A . F. 2006. Qualidade química das águas

de superfívcie de um igarapé sob diferentes graus de impactos/Manaus-Am. 2006.

Jornada de iniciação científica do PIBIC/CNPq/FAPEAM/INPA, XV:415-416.

ARAÚJO-LIMA, C. A. R. M.; FORSBERG, B. R.; VICTORIA, R. & MARTINELLI, L. A.

1986. Energy sources for detritivorous fishes in the Amazon. Science 234: 1256-1 258.

ARAÚJO, N. Y. B. 1985. O milagre dos Manauaras: zona franca de Manaus. Dissertação de

mestrado, FGV, Rio de Janeiro.

ARTIOLA, J.F. 1996. Industrial sources of pollution In: Pepper, I.L.; Gerba, C.P. e Brusseau,

M.L. (Eds). Pollution science. Academic Press, San Diego, California, 456pp.

BARRONCAS, P.P. 1999. Estudo da Concentração de Metais nos Igarapés Acará,

Matrinxã.Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Amazonas, Manaus,

Amazonas. 57pp.

BENTES, R. M. 1983. A zona franca e o processo migratório para Manaus. Dissertação de

Mestrado, Universidade Federal do Pará.

BERE, T.; TUNDISI, J. G. 2010. Biological monitoring of lotic ecosystems: the role of

diatoms. Brazilian Journal of Biology, 70(3): 493-502.

BIGGS, B.J.F. 1996. Patterns in benthic algae of streams. In: Stevenson, R.J.; Bothwell, M.L.;

Lowe, R.L. (Eds). Algal Ecology: freshwater benthic ecosystems. Academic Press, USA.

31-56pp.

BLUNTSCHLI, H. 1918. A Amazônia como organismo harmônico. Manaus: INPA, 1964.

(Cadernos da Amazônia). Conferência de 1918, traduzida pelo professor Harald Sioli.

BORDUQUI, M.; FERRAGUT, C.; BICUDO, C.E.M. 2008. Chemical composition and

taxonomic structure vertical and seasonal variation of periphyton community in a

Page 34: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

15

shallow hypereutrophic reservoir (Garças Reservoir, São Paulo, Brazil). Acta

Limnologica Brasiliensia, 20: 381-392.

BRINGEL, S. R. B. 1986. Estudos do nível de poluição nos igarapés do Quarenta e do Parque

Dez de Novembro. Relatório Técnico. Instituto de Tecnologia da Amazônia-UTAM.

BRITO, E.F.; MOULTON, T.P.; SOUZA, M.L.; BUNN, S.E. 2006. Stable isotope analysis

indicates microalgae as the predominante food source of faunain a coastal forest stream

south-east Brazil. Austral Ecology, 31: 623-633.

BURNHAM, K. P. & OVERTON, W. S. 1978. Estimation of the size of a closed population

when capture probabilities vary among animals. Biometrika. 65:623-633.

BUSS, D. F.; BAPTISTA, D. F.; NESSIMIAN, J. L. 2003. Bases conceituais para a aplicação

de biomonitoramento em programas de avaliação da qualidade da água de rios. Caderno

de Saúde Pública, Rio de Janeiro, p. 465 – 473.

CAPRA, F. 1996. A Teia da Vida – uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Trad.

Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Cultrix 249pp.

CETTO, J.M.; LEANDRINI, J.A.; FELISBERTO, A.S.; RODRIGUES, L. 2004. Periphyton

algae community in Irai reservoir, Paraná state, Brazil. Acta Scientiarum Biological

Science, 26: 1-7.

CLETO-FILHO, S. E. N. & WALKER I., 2001. Efeitos da ocupação urbana sobre a

macrofauna de invertebrados aquáticos de um igarapé da cidade de Manaus/AM -

Amazônia Central. Acta Amazonica 31(1): 69–89.

CLETO-FILHO, S.E.N. 1998. Efeitos da ocupação urbana sobre a macrofauna de

invertebrados aquáticos de um igarapé (Mindu) da cidade de Manaus/AM – Amazônia

Central. Dissertação de Mestrado. Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia/Universidade Federal do Amazonas, 74pp.

COLWELL, R. K. & CODDINGTON, J. A. 1994. Estimating terrestrial biodiversity through

extrapolation. Philosophical Transactions of Royal Society (Series B). 345: 101-118.

COLWELL, R. K. 2009 EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species

from samples. Version 8.2. User’s Guide and application published at:

http://purl.oclc.org/estimates.

Page 35: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

16

COUCEIRO, S. R. M; HAMADA, N.; LUZ, S. L. B.; FORSBERG, B.R.; PIMENTEL, T. P.

2007. Deforestation and sewage effects on aquatic macroinvertebrates in urban streams

in Manaus, Amazonas, Brasil. Hydrobiologia (575):271-284.

CRONK, J.K. and W.J. MITSCH. 1994. Aquatic metabolism in four newly constructed

freshwater wetlands with different hydrologic inputs. Ecological Engineering 3:449-

468

DIAS-CASTRO, J.G.; SOUZA-MOSSIMANN, R.M.; LAUDARES-SILVA, R.;

FORSBERG, B.R. 2003. Composição da assembleia de diatomáceas perifíticasdo rio

Jaú, Amazonas, Brasil. Acta Amazônica, 33(4): 583-606.

DOKULIL, M. T. 2003. Algae as ecological bio-indicators. In: MARKERT, B. A.; BREURE,

A. M.; ZECHMEISTER, H.G. (eds.) Bioindicators and biomonitors. Elsevier Science

Ltd. 285-327 pp.

Dufrêne, M.; Legendre, P. 1997. Species Assemblages and Indicator Species: The Need for a

Flexible Asymmetrical Approach. Ecological Monographs, 67(3): 345-366

DUPONT, A.; LOBO, E. A.; COSTA, A. B.; SCHUCH, M. 2007. Avaliação da qualidade da

água do arroio do Couo, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil. Caderno de Pesquisa, série

Biologia, 19(1):

ECTOR, L.; HLUBIKOVA, D.; HOFFMANN, L. 2012. Preface: Use of algae for monitoring

rivers. Hydrobiologia (695):1–5.

ESTEVES, F.A. 2002. Princípios ecológicos para mitigação do impacto antrópico. In: Lago

Batata: Impacto e recuperação de um ecossistema amazônico. (eds) BOZELLI, R.L.;

ESTEVES, F.A. & ROLAND, F. IB-UFRJ/SBL Rio de Janeiro, pp. 3 – 16.

FERMINO, S. F.; BICUDO, C. E.; BICUDO, D.C. 2011. Seasonal Influence of Nitrogen and

Phosphorus enrichment on the floristic composition of the algal periphytic community

in a shallow tropical, mesotrophic reservoir (São Paulo, Brazil) Oecologia Australis.

15(3): 476-493.

FERRAGUT, C. 2004. Respostas das algas perifíticas e planctônicas à manipulação de

nutrientes (N e P) em reservatório urbano (Lago do IAG, São Paulo). Tese de

doutorado, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.

Page 36: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

17

FERRAGUT, C.; BICUDO, D.C. 2009. Effect of different levels of phosphorus enrichment on

periphyton community structure in a tropical oligotrophic reservoir (São Paulo, Brazil).

Revista Brasileira de Botânica, 32: 569-583.

FONSECA, O. J. M.; SALEM, J. I.: GUARIM, V. L. 1982. Poluição e autopurificação do rio

Negro nas cercanias de Manaus. Acta Amazônica, 12(2): 271-278.

FORSBERG, B.; ARAUJO-LIMA, C.A.R.M.; MARTINELLRI, L.A; VICTORIA, L. &

BONASSI, J.A. 1993. Autotrophic carbon sources for fish of the central Amazon.

Ecology, 74(3): 643-652.

FRANÇA, R. C. S.; LOPES, M. R. M. & FERRAGUT, C. 2009. Temporal variation of biomass

and status nutrient of periphyton in shallow Amazonian Lake (Rio Branco, Brazil). Acta

Limnologica Brasiliense. 21(2):175-183.

FRANÇA, R. C. S.; LOPES, M. R. M. & FERRAGUT, C. 2011. Structural and successional

variability of periphytic algal community in a Amazonian lake during the dry and rainy

season (Rio Branco, Acre). Acta Amazonica. 41(2): 257 – 266.

FURCH, K. & JUNK, W. J. 1997. Physicochemical conditions in floodplains In:. The Central

Amazon Floodplain: ecology of a pulsing system (ed.) JUNK, W. J, Springer, Alemanha

39: 69 – 108 pp.

GHIDINI, A. R. Cladóceros (Crustacea: Anomopoda e Ctenopoda) associados a diferentes

hábitats de um lago de águas pretas da Amazônia Central (Lago Tupé, Amazonas, Brasil).

Tese de Doutorado. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Programa de Pós-

Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

GOMÉZ, N.; LICURSI, M. 2001. The Pampean Diatom Index (IDP) for assessement of rivers

and streams in Argentina. Aquatic Ecology, 9(35): 173-181.

GOULDING, M., BARTHEM, R. & FERREIRA, E. J. G. 2003. The Smithsonian: Atlas of the

Amazon Princeton Editorial Associates Inc. (Copy editing) Manufactured in Hong-Kong

253pp.

GRAÇA, M. A. S.; COIMBRA, C. N. 1998. The Elaboration of Indices to assess biological

water quality. A case study. Wat. Res. 2 (32): 380-392.

Page 37: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

18

HAMILTON, S.K.; LEWIS Jr., W.M.; SIPPEL, S.J. 1992.Energy sources for aquatic animals

in the Orinoco river floodplain: evidence from stable isotopes. Oecologia, 89: 324-330.

HERING, D.; JOHNSON, R. K.; KRAMM, S.; SCHMUTZ, S.; SZOSZKIEWICZ, K.;

VERDONSCHOT, P. F. M. 2006. Assessment of European streams with diatoms,

macrophytes, macroinvertebrates and fish: a comparative metric-based analysis of

organism response to stress. Freshwater Biology (51): 1757–1785.

HERMANY, G., SCHWARZBOLD, A.; LOBO, E. A.; OLIVEiA, M. A. 2006. Ecology of

epilithic diatom community in a low-order stream system of the Guaíba hydrogaphical

region: subsidies to the enviromental monitoring of southern Brazilian aquatic systems.

Acta Lomnol. Bras. 18(1): 9-27.

HILL, B. H.; HERLIHY, A. T.; KAUFMANN, P. R.; DECELLES, S. J.; BORGH, M. A. V.

2003. Assessment of streams of the easter United States using a periphyton index of

biotic integrity. Ecological Indicators (2): 325–338.

HORBE, A. M. C.; GOMES, I. L. F.; MIRANDA, S. F.; SILVA, M. S. 2005. Contribuição à

hidroquímica de drenagens no Município de Manaus – AM. Acta Amazônica, 35(2) 2005:

119 – 124.

JEPSEN, D.B. & WINEMILLER, K.O. 2007. Basin geochemistry and isotopic ratios of fishes

and basal production sources in four neotropical rivers. Ecology of Freshwater Fish,

16: 267-281.

JONGMAN, R. H. G., TER BRAAK, C. J. F. & VAN TONGEREN, O. F. R. 1995. Data

Analysis in Community and Landscape Ecology. Cambridge University Press,

Cambridge 321pp.

JUNK, W. J., BAYLEY, P. B. & SPARKS, R. E. 1989. The Flood Pulse Concept in River –

Floodplain Systems. In D. p. Dodge ed. Proceedings of the International Large River

Symposium. Can. Spec. Publ. Fish. Aquat. Sci. 106: 110 – 127.

JUNK, W. J.; WANTZEN, K. M. 2004. The Flood Pulse Concept: New Aspects: Approaches,

and Application - an update. In: Proceedings of the Second International Symposium

on the Management of Large Rivers for Fisheries.Bangkok, Thailand: Food and

Agriculture Organization & Mekong River Commission, 2: 117-149.

Page 38: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

19

KELLY, M. G. 1998. Use of the trophic diatom indexto monitor eutrophication in rivers. Water

Research, (32):236-242.

KELLY, M. G., WHITTON, B. A. 1995. The trophic diatom index: a new index for monitoring

eutrophication in rivers. Journal of Applied Phycology. (7): 433-444.

KELLY, M. G.; WHITTON, B. A. 1998. Biological monitoring of eutrophication in rivers.

Hydrobiologia (384): 55–67.

KOBAYASI, H., MAYAMA, S. 1989. Evaluation of river water quality by diatoms. The

Korean Journal of Phicology, (4): 121-133.

KOBAYASI, H.; MAYAMA, S. 1982. Most pollution tolerant diatoms of severelypolluted

rivers in the vicinity of Tokyo. Japanese Journal of Phicology, (30): 188-196.

KRAMMER, K., LANGE-BERTALOT, H. 1988. Bacillariophyceae 2. Bacillariaceae,

Epithemiaceae, Surirellaceae. In: ETTL, H.; GERLOFF, J.; HEYNING, H.;

MOLLENHAUER, D. (eds) Süβwasserflora von Mitteleuropa, Gustav Fisher Verlag,

Stuttgart. 596 pp.

LEFF, E. 2001 Saber Ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade e Poder.

Ed. Vozes. Petrópolis-RJ. 343 pp.

LEITE R.G.; ARAUJO-LIMA C.A.R.M.; VICTORIA R.L. & MARTINELLI L. A. 2002.

Stable isotope analysis of energy sources for larvae of eight fish species from the Amazon

floodplain. Ecology of Freshwater Fish: 11: 56–63. Blackwell Munksgaard.

LOBO, E. A., KATOH, K., ARUGA, Y. 1995. Response of epilithic diatom assemblages to

water pollution in rivers located in the Tokyo Metropolitan Area, Japan. Freshwater

Biology, (34): 191-204.

LOBO, E. A., V. L. M. CALLEGARO, M. A. OLIVEIRA, S. E. SALOMONI, S. SCHULER

& K. ASAI. 1996. Pollution tolerant diatoms from lotic systems in the Jacui Basin, Rio

Grande do Sul, Brasil. Iheringia Ser. Bot., 47: 45-72.

LOBO, E. A.; CALLEGARO, V. L. 2000 Avaliação da qualidade de águas doces continentais

com base em algas diatomáceas epilíticas: enfoque metodológico. In: TUCCI, C. E. M.;

MARQUES, D. M. (eds.) Avaliação e Controle da Drenagem Urbana. Porto Alegre:

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p. 277-300.

Page 39: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

20

LOBO, E. A.; CALLEGARO, V. L. M.; BENDER, P. 2002. Utilização de algas diatomáceas

epiliticas indicadoras da qualidade da água em rios arroios da Região Hidrográfica do

Guaíba, RS, Brasil. Santa Cruz do Sul: EDUNISC. p. 127.

LOBO, E. A.; CALLEGARO, V. L. M.; HERMANY, G.; BES, D.; WETZEL, C. A.;

OLIVEIRA, M. A. 2004a. Use of epilithic diatoms as bioindicators from lotic systems

in southern Brazil, with special emphsis on eutrophication. Acta Limnol. Bras.,

16(1):25-40.

LOBO, E. A.; CALLEGARO, V. L. M.; HERMANY, G.; GOMÉZ, L.; ECTOR, L. 2004b.

Review of the use fo microalgae in South America for monitoring rivers, with special

reference to diatoms. Vie Milieu, 54(2-3): 105-114.

LOBO, E. A.; CALLEGARO, V. L. M.; OLIVEIRA, M. A.; SALOMONI, S. E.; SCHULER,

S.: ASAI, K. 1996. Pollution tolerant diatoms from lotic systems in the Jacuí basin, Rio

Grande do Sul, Brasil. Iheringia Série Botânica, 1(47): 45 – 72.

LOBO, E. A.; TORGAN, L. C. 1988. Análise da Estrutura da Assembleias de Diatomáceas

(Bacillariophyceae) em duas estações do sistema Guaíba, Rio grande do Sul, Brasil.

Acta Bot. Bras. I(2):103-119.

LOBO, E. A.; WETZEL, C. E.; ECTOR, L.; KATOH, K.; BLANCO, S.; MAYAMA, S. 2010.

Response of epilithic diatom communities to enviromental gradients in subtropical

temperate Brasilian rivers. Limnetica, 29(2): 323-340.

LOCK, M. A. Attached microbial communities in river. In: Aquatic Microbiology: An

Ecological Approach. (Ed.) Ford, T. E. Blackwell, Boston. 113-138pp.

LOWE, R.L.; PAN, Y. 1996. Periphyton patterns in lakes. In: Stevenson, R.J.; Bothwell, M.L.;

Lowe, R.L. (Eds). Algal Ecology: freshwater benthic ecosystem. Academic Press, USA.

57-76pp.

LUND, J. W. G.; KIPLING, C. & LE CREN, D. 1958, The inverted microscope method of

estimating algal numbers and statistical basis of estimating by counting. Hydrobiologia

11: 143-170.

MAGURRAN, A. E. 1988. Ecological Diversid and its Mensurement CROOM HELM, longo.

179 pp.

Page 40: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

21

MANN, D. G., DROOP, S. J. M. 1996. Biodiversity, biogeography and conservation of

diatoms. Hydrobiologia, (336): 19–32.

MCCORMICK, P.V. & O’DELL, M.B. 1996. Quantifying periphyton responses to phosphorus

in the Florida Everglades: a synoptic-experimental approach. Journal of the North

American Benthological Society 15:450-468.

MCCORMICK, P.V.; STEVENSON, R.J. 1991. Mechanisms of benthic algal succession in

different flow environments. Ecology, 72: 1835-1848.

MCCORMICK, P.V.; STEVENSON, R.J. 1998. Periphyton as a tool for ecological assessment

and management in the Florida Everglades. Journal of Phycology. 34: 726-733.

MCCUNE, B. & MEFFORD, M. J. 1997. Multivariate Analysis of Ecological Data. Version

3.0. MjM software, Gleneden Beach, Oregon.

MELACK, J.M. & FORSBERG, B.R. 2001. Biogeochemistry of Amazon floodplain lakes and

associated wetalands. In: McClain, M.E.; Victoria, R.L. and J.E. Richey (eds.) The

biogeochemistry of the Amazon Basin. Oxford University Press, Oxford 235-274pp.

MELO, A. L. S; CUNHA, H. B.; BARAÚNA, E. F. 2006. Avaliação dos coliformes nas águas

do rio Negro na orla de Manaus-Am. Jornada de iniciação científica do

PIBIC/CNPq/FAPEAM/INPA, XV:373-374.

MELO, M. C. 1987. Manaus e seus espaços geográficos. Fundação Joaquim Nabuco

(FUNDAJ). 60 pp.

MENEZES, M. & DIAS, I.C.A. 2001 Biodiversidade de algas de ambientes continentais do

Estado do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Rio de Janeiro. Série Livros 8, 254pp.

METCALFE, J. L., (1989). Biological water quality assessment ofrunning waters based on

macroinvertebrate communities: History and present status in Europe. Environ. Pollut.,

60(1-2):101-139.

METZELTIN, D., LANGE-BERTALOT, H. 1988. Tropical Diatoms of South America I.

Iconographia Diatomologica, 5: 1 – 695.

METZELTIN, D., LANGE-BERTALOT, H. 2007. Tropical Diatoms of South America II.

Iconographia Diatomologica, 18: 1 – 877.

Page 41: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

22

MICHELS, A.; UMAÑA, G.; RAEDER, U. 2006. Epilithic diatom assemblages in rivers

draining intoGolfo Dulce (Costa Rica) and their relationship to water chemistry, habitat

characteristics and land use. Arch. Hydrobiol. 165(2): 167–190.

MOREIRA FILHO, H. & VALENTE-MOREIRA, I.M. 1981. Avaliação taxonômica e

ecológica das diatomáceas (Bacillariophyceae) epífitas em algas pluricelulares obtidas

nos litorais dos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Boletim do museu

Botânico Municipal, 47:1-17.

MOURA, H. A . & MOURÃO, F. A. (1988). Migrações para Manaus. III parte dos estudos

específicos. FUNDAJ/SUFRAMA. Recife.

NABOUT J. C. 2006. Variação espacial e temporal da assembleia fitoplanctônica do lago dos

Tigres, Goiás. Dissertação. Universidade Federal de Goiás, Goiânia: 111pp.

NAVA, D. B. 1999. Mapa da Vulnerabilidade aos processos erosivos da porção sudeste da

cidade de Manaus, Amazonas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do

Amazonas/Centro de Ciências do Ambiente. 92 pp.

ODUM, E.P. 1969. The strategy of ecosystem development. Science, 164: 262-270.

OKSANEN, J., KINDT, R., LEGENDRE, P., O'HARA, B. & STEVENS, M. H. H. (2007).

vegan: Community Ecology Package. R package version 1.8-8. , .

OLIVEIRA, A. E. 1984. Ocupação humana. In: SALATI et al. (eds.) Amazônia

Desenvolvimento, Integração e Ecologia. CNPq. Brasiliense, São Paulo, 328 pp.

OLIVEIRA, M. A., L. TORGAN, E. A. LOBO & A. SCHWARZBOLD. 2001. Association of

periphytic diatom species on articial substrate in lotic environments in the Arroio

Sampaio basin, RS,Brazil: relationships with abiotic variables. Revista Braz. J. Biol., 61:

523-540.

PACE, G.; BELLA, V. D.; BARILE, M.; ANDREANI, P.; MANCINI, L.; BELFIORE, C.

2012. A comparison of macroinvertebrate and diatom responses to anthropogenicstress

in small sized volcanic siliceous streams of Central Italy (Mediterranean Ecoregion).

Ecological Indicator, (23) 544-554.

Page 42: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

23

PASCOALOTO, D. 2001. Características ambientais de cinco igarapés de terra-firme em

reservas florestais no estado do Amazonas e sua relação com Batrachospermum cayanene

(Batrachospermaceae, Rodophyta). Acta Amazônica, 31(4): 597-606.

PATAPOWA, M. G.; CHARLES, D. F. 2003. Distribution of benthic diatoms in U> S. rivers

in relation to conductivity and ionic composition. Freshawater Biology. 8(48): 1311-

1328.

PATRICK, R. 1986. Diatoms as indicator of changes in water quality. Philadelphia: Academy

of Natural Sciences. 688 pp.

PEREIRA, I. R. C.; BRINGEL, S. R. B.; SILVA, M. S. R. 2006. Efeito das drenagens urbanas

no rio Negro, orla de Manaus-Am. Jornada de iniciação científica do

PIBIC/CNPq/FAPEAM/INPA, XV:397-398.

PIELOU, J. 1966. The measurement of diversity in different types of biological collections.

Journal of Theoretical Biology. 13: 131–144.

PINTO, A. G. N., HORBE, A. M. C., SILVA, M. S. R., MIRANDA, S. A. F., PASCOALOTO,

D., SANTOS, H. M. C. 2009 Efeitos da ação antrópica sobre a hidrogeoquímica do rio

Negro na orla de Manaus/AM. Acta Amazônica, 39(3): 627 – 638.

PUTZ, R. 1997. Periphyton communities in Amazonian black and whitewater habitats:

community structure, biomass and productivity. Aquatic Science, 50: 74-93

PUTZ, R.; JUNK, W.J. 1997. Phytoplankton and Periphyton. In: Junk, W.J. (Ed). The Central

Amazon Floodplain, Ecological Studies. Vol. 126. Springer-Verlag, Berlin -

Heidelberg. pp. 207-219.

REBOUÇAS, A. C. Águas subterrâneas. In: REBOUÇAS, A. C., BRAGA, B. & TUNDISI,

J.G. - Águas doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação 2ª edição revisada

e ampliada, São Paulo, 2002. p. 119- 151.

REVENGA, C., MURRAY, S., ABRAMOVITZ, J. & HAMMOND, A. 1998. Watersheds of

the world: Ecological Value and Vunerability. World Watch Institute. U.S.A. 164pp.

REYNOLDS, C.S; HUSZAR, V. L. M.; KRUK, C.; FLORES-NASELLI, L. & MELO, S.

2002. Towards a funtional classification of the freshwater phytoplankton. Journal of

plankton research, 24(5): 417-428.

Page 43: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

24

SABATER, S. & W. ADMIRAAL, 2005. Periphyton as biological indicators in managed

aquatic ecosystems. In: Periphyton: Ecology, exploitation and management. Eds: AZIM,

M.E., VERDEGEM, M.C.J., VAN DAM, A.A. & BEVERIDGE, M.C.M. CABI

Publishing. Pp: 159-178.

SABATER, S.; GUASCH, H.; RICART, M.; ROMANI, A.; VIDAL, G.; KLUNDER, C.;

SCHIMITT-JANSEN, M. 2007 Monitoring the effect of chemicals on biological

communities.The biofilm as an interface. Anal. Bioanal. Chem., (387):1425–1434.

SALOMONI, S. E.; ROCHA, O.; CALLEGARO, V. L.; LOBO, E. A. 2006. Epilithic diatoms

as indicators of water quality in the Gravataí river, Rio Grande do Sul, Brasil.

Hydrobiologia, (559): 233-246.

SALOMONI, S. E.; ROCHA, O.; HERMANY, G.; LOBO, E. A. 2011. Application of water

quality biological indices using diatoms as bioindicators in the Gravataí river, RS,

Brazil. Braz. J. Biol. 4(71): 949-959.

SALOMONS, W.; FÖRSTNER, U. 1984. Metals in the hydricycle. Springer-Verlag, Berlin

349pp.

SANTOS-SILVA, E. N. S. & SILVA, C. P. D. 1993. A expansão de Manaus como exemplo

do Processo de extinção dos igarapés. In: Ferreira et al. (eds.) Bases Científicas para

Estratégias de Preservação e Desenvolvimento da Amazônia. Vol. 2. Instituto Nacional

de Pesquisas da Amazônia, p 25-42.

SANTOS, I.N.; HORBE, A.M.C.; SILVA, M.S.R.; MIRANDA, S.A. F. 2006. Influência de

um aterro sanitário e de efluentes domésticos nas águas superficiais do rio Tarumã e

afluentes-AM. Acta Amazônica, 36(2): 229-236.

SCHNECK, F., L. TORGAN & A. SCHWARZ-BOLD. 2007. Epilithic diatom community in

a high altitude stream impacted by fish farming in southern Brazil. Acta Limnol. Brasil.

19: 341 - 355.

SEKAR, R.; NAIR, K.V.K.; NANDAKUMAR, K.; VENUGOPALAN, V.P.; RAO, V.N.R.

2004. Early stages of biofilm succession in a lentic freshwater environment.

Hydrobiologia, 512: 97-108.

Page 44: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

25

SHANNON, C.E. & WEAVER, W. 1963. The mathematical theory of communication. Urbana

Illinois Univ. Press. 177pp.

SHRIMPTON, R. & GIUGLIANO, R. 1979. Consumo de alimentos e alguns nutrientes em

Manaus, Amazonas 1973-74. Acta Amazonica 9: 117-141.

SILVA-BENEVIDES, A. M. 1996. The use of water chemistry and benthic diatom

communities for qualification of a polluted tropical river in Costa Rica. Rev. BioI.

Trop., 44(2): 395-416.

SILVA, C. P. D. 1992. Influência das modificações ambientais sobre a assembleia de peixes

de um igarapé da cidade de Manaus (Amazonas). Dissertação de Mestrado. PPG

INPA/FUA, Manaus. 112 pp.

SILVA, M.S.R. 1996. Metais pesados em sedimentos de fundo de igarapés (Manaus-AM).

Dissertação de Mestrado, CPGG UFPA, 107p.

SILVA, M.S.R.; RAMOS, J.P.; PINTO, A.G.N. 1999. Metais de transição nos sedimentos de

igarapés de Manaus-AM. Acta Limnologica Brasiliensis, 11:89-100.

SILVA, N.; NETO, R. C.; JUNQUEIRA, V. C. A.; SILVEIRA, N. F. A. 2000. Manual de

métodos de anélises microbiológicas da água. Ital, Campinas, 99 pp.

SIMONSEN, R. 1974. The diatom plankton of the Indian Ocean Expedition of R/V “Meteor”,

1964-1965. Meteor Forschungsergebnisse: ser. D-Biologie, 19:1-107

SIOLI, H. 1984. The Amazon and its main affluents: Hydrography, morphology of the river

courses, and river types. In: H. SIOLI (ed.) The Amazon. Limnology and Landscape

Ecology of a Mighty Tropical and its Basin. Monogr. Biol. 56. Dr. W. Junk Publ., The

Hague, Netherlands. pp. 127-165.

SLÁDECKOVÁ, A. 1962. Limnological investigation methods for the periphyton

("Aufwuchs") community. Botanical Review, 28(2): 286-350.

SLADECKOVA, V.; SLADECEK, V. 1963 Periphyton as indicator of water quality.

Techonology of water, 1(7): 507-561. (parte I, True Periphyton).

TORNÉS, E.; LEIRA, M.; SABATER, S. 2012. Is the biological classification of benthic

diatom communities concordant with ecotypes? Hydrobiologia (695):43–55.

Page 45: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

26

UELINGER, V. 1964. Étude statisque des methodes de denombrement planctonique. Archives

Sciences 17 (2): 121-223.

UTERMÖHL, H. 1958. Zur Vervollkomnung der quatitativen Phytoplankton-Methodik. Mitt.

Int. Ver. Limnol., 9:1-38.

VERCELLINO, I. S.; BICUDO, D.C. 2006. Periphytic algal community succession in a

tropical oligotrophic reservoir (São Paulo, Brazil): comparison between dry and rainy

periods. Revista Brasileira de Botânica, 29: 363-377.

VERCELLINO, I.S. 2001. Sucessão da assembleia de algas perifíticas em dois reservatórios

do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo: influência do estado trófico e

período climatológico. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual Paulista, Rio

Claro.

VETTORATO, B.; LAUDARES-SILVA, R.; TALGATT, D. & MENEZES, M. 2010.

Evaluation of the sampling methods applied tophycoperiphyton studies in the Ratones

River estuary, BrazilAvaliação dos métodos de coleta aplicados noestudo do

ficoperifíton no estuário do rio Ratones, SC, Brasil. Acta Limnologica Brasiliensia.

22(3): 257-266.

WALLACE, A. R. 1853. 541pp.

WATANABE T.; ASAI K.; HOUKI A. 1986. Numerical estimation to organic pollution

flowing water by using the epilitic diatom assemblagediatom assemblage index

(DAIpo). Sci. Total Environ. (55): 209-218.

WENR, J. D.; DESCY, J. 1998. Use of phytoplnkton in large river management. Journal of

Phycology, 5(36): 741-749.

WETZEL, C. E. 2011. Biodiversidade e distribuição espacial de diatomáceas

(Bacillaryophyceae) na bacia hidrográfica do rio Negro, Am, Brasil. Tese. Instituto de

Botânica da Secretaria de Meio Ambiente, São Paulo. 1911pp.

Distance decay of similarity in neotropical diatom communities.

WETZEL, R. G. 1981. Limnologia - Ediciones Omega, Barcelona: 677 pp.

WETZEL, R.G. 1993. Limnologia. Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian, 919pp.

Page 46: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

27

WETZEL, R.G. 1996. Benthic algae and nutrient cycling in lentic freshwater ecosystems,. In:

Stevenson, R.J.; Bothwell, M.L.; Lowe, R.L. (Eds). Algal Ecology: freshwater benthic

ecosystems. Academic Press, USA. 641-667pp.

WINTER, J. G.; DUTHIE, H. C. 2000. Stream epilithic, epipelic and epiphytic diatoms: habitat

fidelity and use in biomonitoring. Aquatic Ecology (34): 345–353.

Page 47: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

28

Capítulo 1. Diatomáceas do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: estrutura da assembleia em relação as variáveis ambientais

Almeida, F. F., Eakafaz, A., Santos-Silva, E. N., Ector, L., Bini, L. M., Wetzel, C. E.

Diatomáceas do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: estrutura da assembleia em

relação as variáveis ambientais. Artigo em preparação para submissão na Tropical Ecology.

Page 48: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

29

Diatomáceas no baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: estrutura da assembleia em

relação as variáveis ambientais.

Fabiane F. Almeida 1 2 3, Amine Eakafaz1, Edinaldo Nelson Santos Silva1, Luc Ector2, Luiz

Maurício Bini4, Carlos Eduardo Wetzel2

1 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA

2Luxembourg Institute of Science and Technology – LIST

3 Centro Universitário do Norte – UNINORTE

4 Universidade Federal de Goiânia – UFG

Page 49: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

30

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de impacto antrópico por poluição a partir do gradiente, químico, físico e físico-químico de qualidade da água, bem como, avaliar o grau de impacto antrópico por meio de mudanças nos parâmetros de diversidade, riqueza e composição das diatomáceas no baixo rio Negro – AM, Brasil. Para tanto, 12 estações de amostragem foram distribuídas ao longo de três regiões com diferentes graus de impacto antrópico: 1) Área de baixa influência antrópica (LAI = Low Anthropogenic Influence); 2) Área de influência antrópica intermediária (IAI= Intermediate Anthropogenic Influence) e 3) área de alta influência antrópica (HAI= High Anthropogenic Influence). Ao longo de quatro semanas consecutivas, nos períodos de cheia de 2013 e 2014, foram amostradas, simultaneamente, variáveis abióticas (pH, concentração de oxigênio dissolvido, temperatura, condutividade elétrica, turbidez, nitrato, nitrito, fósforo total e ortofosfato) e variáveis bióticas (análise da estrutura da assembléia de Diatomáceas). A análise de componentes principais evidenciou que as variáveis abióticas responderam ao gradiente de poluição previamente estabelecido. A principal variável que influenciou a distribuição das assembleias de diatomáceas, no baixo rio Negro, foi o fósforo total. Tanto a Analise de Correspondência Canônica, quanto, a Análise de Espécies Indicadoras indicaram Luticolla e Discostella cf. stelligera como espécies associadas a HAI; Eunotia aff. subarcuatoides foi associada a IAI e Actinella brasiliensis foi evidenciada como indicadora de LAI. Os atributos da assembleia (riqueza, diversidade e equitabilidade) não foram úteis em separar as regiões de amostragem.

Palavras-chaves: Influência Antrópica, Preferências Ecológicas, rio Negro, Diatomáceas,

Amazônia.

Page 50: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

31

Abstract

The goal of this study was to evaluate the degree of anthropogenic impact caused by pollution patent on the water quality chemical, physical and physicochemical gradient, as well as to evaluate the degree of anthropogenic impact from changes in the parameters of diversity, richness and diatom composition at the lower Negro River - AM, Brazil. To this end, 12 sampling stations were distributed along three regions with different degrees of anthropogenic impact: 1) Low Anthropogenic Influence area (LAI); 2) Intermediate Anthropogenic Influence area (IAI) and 3) High Anthropogenic Influence area (HAI). Abiotic variables (pH, dissolved oxygen concentration, temperature, electrical conductivity, turbidity, nitrate, nitrite, total phosphorus and orthophosphate) and biotic variables (diatom assemblage structure analysis) were simultaneously sampled for four consecutive weeks during two flood periods (2013 and 2014). Principal Component Analysis showed that the abiotic variables responded to the previously established pollution gradient. The main variable influencing the distribution of diatom communities at the lower Negro River was total phosphorus. Canonical Correspondence Analysis and Indicator Species Analysis both indicated Luticolla and Discostella cf. stelligera as HAI-associated species; Eunotia aff. subarcuatoides was associated with IAI and Actinella brasiliensis was found to be an indicator of LAI. Community attributes (richness, diversity and evenness) were not found useful in separating sampling regions.

Key-words:

Anthropogenic Influence, Ecological Preferences, Negro River, Diatoms, Amazon.

Page 51: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

32

Introdução

As algas perifiticas são extremamente importantes em sistemas aquáticos, uma vez

que são responsáveis pela produtividade primária que suportar uma ampla gama de organismos

aquáticos (Azim et al. 2005). A composição e a estrutura da assembleia destes organismos sésseis

ou localmente móveis são diretamente impactadas pelas características químicas e físicas do

entorno (Taylor et al. 2007). Além disso, as algas perifiticas são capazes de integrar as variações

das condições ambientais durante longos períodos de tempo, e por isso têm sido amplamente

utilizadas para classificar as condições ecológicas das massas de águas (Sabater & Admiraal,

2005).

A maioria dos estudos indicam que a assembleia de diatomáceas domina a

composição taxonômica do perifíton (Azim & Asaeda de 2005, Taylor et al., 2007, Bere &

Tundisi 2009, Bere & Magadze, 2014). Assim como as algas perifíticas em geral, assembleias

de diatomáceas são sensíveis às características ambientais e fornecem uma medida direta,

holística e integrada da integridade dos sistemas lóticos (Bere & Magadze de 2014, Potapova

& Charles 2005, Faustino et al. 2016). Entre os fatores que influenciam os padrões de

distribuição de diatomáceas são os mais importantes: pH, condutividade elétrica, concentração

de nutrientes, substrato, a velocidade da corrente, luz (grau de sombreamento), pastagem,

temperatura (Pan et al. 1996, Nautiyal et al. 2000, Gillet et al. 2015).

Das centenas de afluentes do rio Amazonas, o rio Negro é considerado um dos mais

importantes, devido ao seu alto fluxo (média anual cerca de 29.000 m3.s-1), sendo o segundo

maior afluente no que diz respeito a descarga no rio Amazonas (Revenga et al., 1998, Goulding

et al. 2003, Latrubesse & Franzinelli 2005). As nascentes do rio Negro estão localizadas em

terras altas e antigas o que leva a suas atuais condições oligotróficas e de baixo pH, sendo, suas

águas classificadas como águas pretas (Hedges et al. 1994, Franzinelli & Igreja 2002, Aucour

et al. 2003).

No entanto, esta condição oligotrófica associada ao rio Negro tem sido alterada,

levando a uma descaracterização física, química e biológica de suas águas (Santos et al. 2006).

Quando se trata do baixo rio Negro, região mais densamente povoada (IBGE, 2010) esta

situação é ainda mais crítica. Isto porque a área urbana de Manaus abrange quatro bacias

hidrográficas afluentes da região do baixo rio Negro: São Raimundo, Educandos, Tarumã-Açu

e do Puraquequara. As duas primeiras se encontram integralmente dentro da cidade e outras

duas parcialmente inseridas na malha urbana (Santana & Barroncas 2007).

Page 52: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

33

As microbacias dos igarapés Educandos e São Raimundo tem como principais

tributários os igarapés do Quarenta e Mindu, respetivamente, e drenam áreas densamente

povoadas desde suas nascentes até a foz. Transformam-se, em vista da ocupação residencial de

suas margens e das atividades industriais em seu entorno, em receptores de resíduos domésticos

e industriais e desaguam diretamente no rio Negro, sem nenhum tratamento trazendo todos os

poluentes drenados das áreas urbanas de Manaus (Pinto et al. 2009).

Desde a década de 1970, pesquisadores e gestores de recursos hídricos da Europa

Ocidental e América do Norte argumentam que as metodologias tradicionais de classificação

de águas, baseadas em características físicas, químicas e bacteriológicas, não são suficientes

para atender aos usos múltiplos da água, se as medições químicas forem feitas longe da fonte

poluente, não serão capazes de detectar perturbações sutis sobre o ecossistema. Além disto, em

muitos casos esses métodos são restritos às condições da água no momento da mensuração

(Metcalfe 1989, Lobo et al. 2004a, Lobo et al. 2010). Neste contexto as algas perifíticas são

ótimos indicadores de qualidade de água (Sládecková 1962, Neal et al. 1967, Lowe & Pan

1996).

Neste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar o grau de impacto antrópico por

poluição a partir do gradiente, químico, físico e físico-quimico de qualidade da água do rio

Negro, bem como, avaliar o grau de impacto antrópico por meio de mudanças nos parâmetros

de diversidade, riqueza e composição das diatomáceas.

Material e Métodos

Área de Estudo

A bacia do Rio Negro possui uma área de 720.114 km2 que se encontra principalmente

dentro do escudo pré-cambriano. O rio tem uma extensão de pelo menos 1,700 km (Revenga

et al. 1998, Goulding et al. 2003, Latrubesse & Franzinelli 2005), com 90% da área de sua

bacia estão localizados no Brasil, 9% na Colômbia e 1% na Guiana Francesa.

Os afluentes de águas negras têm níveis mais elevados de ácidos húmicos (que causam

a sua cor escura) e como se originam nos planaltos muitas vezes arenosos pobres em nutrientes,

eles têm pouco ou nenhum silte ou sólidos dissolvidos (Hedges et al. 1994, Franzinelli & Igreja

2002, Aucour et al. 2003), com baixa condutividade (9-10 μS.cm -1) e pH baixo (4,8-5,1) (Furch

& Junk, 1997). De acordo, com Küchler et al. (2000) a maioria das amostras da bacia

Page 53: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

34

hidrográfica do rio Negro forma um grupo homogêneo de água preta, distinto das águas brancas

do rio Solimões, o principal afluente do rio Amazonas.

Este estudo foi realizado na região do baixo rio Negro, às margens da cidade de Manaus

(AM), Brasil, situado entre 62°W e sua confluência com o Solimões (60oW) (Franzinelli &

Igreja, 2002). Nesta secção, o rio pode medir até 20 km de largura (Ilhas Anavilhanas) e é

limitado por penhascos descontínuos ("falésias"), formado pelos depósitos "Alter do Chão" e

pode atingir até 90 m de profundidade, pouco antes da confluência com o rio Solimões

(Franzinelli & Igreja 1990, Franzinelli & Igreja 2002, Franzinelli 2011). Especialmente,

próximo à cidade de Manaus o rio Negro tem sofrido grandes pressões antropogênicas (capital

que possui, aproximadamente, 1.800 milhões de habitantes) devido à grande quantidade de

esgoto sem tratamento despejado diretamente no rio (Cleto-Filho & Walker 2001, Silva et al.

1999, Horbe et al. 2005, Pinto et al. 2009).

Figura 1: Área de amostragem, localizada à margem esquerda do baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Estações de amostragem

Com base nas informações acima, a margem esquerda do rio Negro foi dividido a priori

em três áreas, cada uma representando um grau de potencial impacto antropogênico: 1) Área

de baixa influência antrópica (LAI = Low Anthropogenic Influence), a montante da cidade de

Manaus; 2) Área de influência antrópica intermediária (IAI= Intermediate Anthropogenic

Influence), mais perto da área urbanizada, mas, sem afluentes fortemente poluídos e 3) área de

alta influência antrópica (HAI= High Anthropogenic Influence) em frente à cidade de Manaus

(Figura 1). Em cada uma dessas áreas foram definidas quatro estações fixas de amostragem.

Page 54: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

35

LAI está localizada entre o Lago Tatu (3º03'10.77 '' S e 60º17'45.30''W) e leste do fluxo

de Tarumã-Mirim (3º01'56.20 ''S e 60º17'32.95''W) (locais S1 a S4) totalizando uma seção

transversal de aproximadamente 14 km. O IAI foi delimitada a oeste pelo igarapé do Tarumã-

Mirim (3º01'56.20 '' S e 60º17'32.95''W) e a leste pelo igarapé do Tarumã-Açu (3º02'42.65 ''S

e 60 06'55.36''W) (locais S5 a S8) seção transversal de aproximadamente 6 km de

comprimento. Finalmente, o HAI está localizado entre o Tarumã-Açu (3º02'42.65 '' S e 60 °

06'55.36''W) e o porto da Ceasa (3º09'44.59''S e 59 58'44.65''W) (locais S9 a S12). Esta última

seção transveral, de cerca de 20km, é caracterizada por englobar as duas estações com maior

poluição orgânica provenientes da cidade de Manaus (S10 e S11). Todas as estações de

amostragem estão localizadas antes da confluência com o rio Solimões.

Plano de amostragem e processamento de amostras

A amostragem foi realizada durante dois períodos de cheia de acordo com Bittencourt

& Amadio (2007), em 2013 e 2014, durante quatro semanas consecutivas nas 12 estações de

amostragem. As características da água, tais como, pH, concentração de oxigênio dissolvido

(OD, mg/L), temperatura (TEMP, oC) condutividade elétrica (COND, µ.S-1) foram medidos in

situ com um medidor portátil Hach HQ40d (Wissenschaftlich-Technische Werkstätten GmbH,

WTW), turbidez (TURB) também foi mensurada in situ com o turbidímetro portátil HI 93703.

As amostras de água para análises dos parâmetros físico-químicas – nitrato (NO3, mg/L),

nitrito (NO2, mg/L), fósforo total (TP, mg/L) e ortofosfato (PO4, mg/L) – foram colhidas

simultaneamente com a amostragem de diatomáceas e as análises foram realizadas por

fotocolorímetria.

As amostras perifíticas (n = 96) foram coletadas principalmente na floresta inundada.

Os habitats amostrados incluíram vegetação submersa, raízes da floresta inundada, folhas (e

folhas em decomposição) e raízes da macrófita Eichornia crassipes (Mart.) Solms. Os

substratos foram lavados em recipientes de polietileno com água destilada para remover os

detritos associados e depois os substratos foram raspados com uma lâmina de aço inoxidável e

escova macia. Filamentos macroscópicos também foram recolhidos manualmente e colocados

no mesmo frasco, como material raspado. As amostras foram fixadas com solução de Transeau

(seis partes de água, três partes de etanol 95% e uma parte de formol 40%; Prescott de 1962).

Antes da lavagem ácida das amostras, elas foram colocadas em uma lâmina de

microscópio e recobertas com uma lamínula e, em seguida, observadas em 200x e 400x. Em

Page 55: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

36

seguida, sub-amostras a partir de materiais fixados passaram por limpeza (digeridos) sob

aquecimento utilizando H2O2 concentrado sob aquecimento por 24 a 48 h, usando um banho

de areia. As preparações foram deixadas em repouso para a decantação durante 24 h, em

seguida entre 80 a 90% do sobrenadante foi eliminado por aspiração a vácuo. Um volume de 1

ml de HCl (37%) foi então adicionado e a mistura foi deixada em repouso durante 2 h, seguida

por três repetições de lavagem e decantação, como descrito acima, usando água destilada. Após

a digestão e a decantação, o material enxaguado e limpo foi diluído com água destilada e as

lâminas permanentes lâminas permanentes foram montadas utilizando Naphrax® (Brunel

Microscopes Ltd., Chippenham, Wiltshire, Reino Unido) para a análise qualitativa e semi-

quantitativa.

Para a análise semi-quantitativa todos as valvas encontradas em seções transversais

aleatórias sob microscopia de luz através de cada lâmina permanente (n = 96) foram

identificadas e contadas (entre 400 e 450 válvas) com um microscópio de luz Leica® DMRX

com uma objetiva de imersão em óleo de 100x em uma ampliação de 1000x, seguindo as

normas europeias CEN 14407 (Comitê Europeu de Normalização, 2004; 2014).

Análise de Dados

As variáveis abióticas foram sintetizadas através de uma análise de componentes

principais (ACP). A ACP foi baseada em uma matriz de correlação e realizada no programa

Pc-ORD (McCune & Mefford, 1997). Esta análise teve como objetivo visualizar o efeito do

gradiente espacial promovido pelo lançamento de efluentes urbanos na HAI e gradiente

temporal ao longo das quatro semanas amostradas.

Para analisar a relação entre os dados abióticos e a densidade de diatomáceas,

inicialmente, foi utilizada uma análise de correspondência retificada (Detrended

correspondence analysis - DCA) para calcular o máximo de quantidade de variação nos dados

das diatomáceas. O valor do comprimento do gradiente (3,1 SD no primeiro eixo) obtido na

DCA determinou que uma técnica baseada em um modelo de resposta unimodal seria mais

apropriado (ter Braak & Prentice, 1988). Uma análise de correlação canônica (ACC) foi

utilizada, então, para avaliar a relação entre as variáveis biótica e abióticas. Os dados bióticos

utilizados na ACC foram compostos pelas espécies de diatomáceas que estiveram presentes em

pelo menos 3 amostras e representaram pelo menos 1% da densidade total em pelo menos uma

das amostras analisadas (Bellinger et al. 2006). A ACC é uma técnica de ordenação que

Page 56: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

37

seleciona as combinações das variáveis ambientais que maximizam a dispersão das espécies

(Jongman et al. 1995). A hipótese nula de existência de correlação significativa entre as

matrizes (biótica e abiótica) foi testada através do procedimento de Monte Carlo.

As linhas das variáveis ambientais foram alocadas randomicamente e a ACC foi

calculada. Para a realização da ACC foram utilizadas 1000 randomizações, resultados de linhas

e colunas padronizadas por Centralização e Normalização e os resultados para o gráfico foram

derivados das espécies, pois, segundo Oksanen et al. (2007), este método é mais robusto aos

ruídos existentes na amostragem. A escala usada para a confecção dos gráficos foi a de

resultados originais, para evitar a distorção da relação entre a distância de ordenação e a

similaridade das amostras o que resulta em um “r2” menor. Todas as análises foram realizadas

no programa RStudio (Version 0.99.903 – © 2009-2016 RStudio, Inc.).

Para definição das espécies indicadoras de cada região de amostragem (LAI, IAI e HAI)

foi utilizado o método do valor indicador (IndVal; Dufrêne & Legendre 1997). O IndVal é um

método simples e útil para identificar conjuntos de espécies que caracterizam grupos de

amostras (Dufrêne & Legendre, 1997). A originalidade deste método reside na forma como ele

combina informações sobre a especificidade e a fidelidade de ocorrência de uma espécie em

um grupo particular. Produz valores indicadores para cada espécie em cada grupo expresso

como o produto da especificidade e fidelidade.

Portanto, as espécies indicadoras são definidas como as espécies mais características

de cada grupo. O método deriva indicadores de qualquer classificação do sítio. A significância

estatística dos valores dos indicadores de espécies é avaliada através de um procedimento de

randomização. O valor indicador atinge seu máximo quando todos os indivíduos de uma

espécie são encontrados em um único grupo de amostras (alta especificidade) e quando a

espécie ocorre em todos os locais desse grupo (alta fidelidade) (Dufrêne & Legendre, 1997). O

IndVal foi calculado para diatomáceas e deste cálculo derivou-se as espécies indicadoras para

cada região de amostragem. Os cálculos de IndVal foram realizados no programa Pc-ORD

(McCune & Mefford, 1997).

Resultados

Características abióticas da água

Na Tabela 1 estão apresentados de forma sumarizada os valores encontrados para as

características abióticas da água. Os três primeiros componentes principais explicaram 60% da

variação total. O primeiro componente (xx%) evidenciou a variação anual das variáveis

Page 57: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

38

abióticas. As variáveis que influenciaram a formação do primeiro eixo foram pH, OD, COND

e TURB. O primeiro eixo da ACP separou os dados em dois grandes grupos, um formado pelas

amostras realizadas em 2013, estas foram caracterizadas por apresentarem maiores valores de

COND, e menores valores de OD e pH. Por outro lado, as amostras realizadas em 2014

apresentaram comportamento contrário para as três variáveis mencionadas anteriormente.

O segundo componente principal esteve relacionado com a variação temporal dentro de

cada ano, ou seja, evidenciou a variação semanal das variáveis. As variáveis que contribuíram

para a formação do segundo eixo foram NO2, NO3 e PO4 e estiveram relacionadas à formação

de um grupo composto pelas amostras realizadas nas duas primeiras semanas de amostragem,

que apresentou maiores valores de NO2 e NO3; outro grupo formado pelas amostras realizadas

nas semanas 3 e 4 apresentou valores opostos para o conjunto de variáveis, independente do

ano de amostragem.

Page 58: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

39

Tabela 1: Sumário apresentando os valores médios das características abióticas da água ao longo do baixo rio Negro nos anos de 2013 e 2014 durante o período de cheia. Códigos: Grad. Antrop.: Gradiente Antrópico; OD: oxigênio dissolvido; COND: condutividade elétrica; TEMP: temperatura; NO2: nitrito; NO3: nitrato; TP: fósforo total; PO4: ortofosfato; TURB: turbidez. Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Ano Grad.

Antrop. Estação

OD (mg/L)

COND (µ.S-1)

TEMP (oC)

NO2 (mg/L)

NO3 (mg/L)

TP (mg/L)

PO4 (mg/L)

TURB

2013

LAI St.1 5.75 23.30 28.87 0.06 0.46 1.40 0.40 6.98

LAI St.2 5.19 24.66 28.89 0.04 0.09 0.53 0.51 2.16

LAI St.3 4.39 25.60 29.62 0.07 0.20 1.42 0.78 0.46

LAI St.4 4.56 25.31 29.83 0.04 0.09 0.33 0.48 4.79

IAI St.5 4.41 26.16 29.48 0.02 0.10 1.37 0.46 1.49

IAI St.6 4.16 26.47 30.03 0.04 0.19 0.47 0.88 1.42

IAI St.7 4.31 25.82 29.87 0.05 0.16 1.19 0.81 0.87

IAI St.8 4.51 26.76 29.23 0.04 0.17 0.63 0.61 0.91

HAI St.9 4.56 27.31 28.90 0.04 0.12 0.96 0.40 0.69

HAI St.10 4.44 48.70 30.07 0.05 0.13 0.93 0.78 0.88

HAI St.11 4.72 34.30 29.33 0.05 0.16 0.45 0.81 0.83

HAI St.12 4.41 28.25 30.05 0.04 0.17 0.31 0.52 0.06

2014

LAI St.1 8.50 17.88 30.43 0.02 0.04 1.65 0.10 4.29

LAI St.2 8.50 18.98 30.45 0.02 0.07 1.90 0.09 6.86

LAI St.3 9.00 18.78 30.43 0.02 0.08 1.88 0.02 1.93

LAI St.4 8.75 18.65 30.80 0.02 0.19 1.66 0.17 7.27

IAI St.5 9.00 18.95 30.28 0.02 0.07 1.21 0.05 2.27

IAI St.6 8.25 19.00 30.20 0.03 0.35 2.37 0.18 35.16

IAI St.7 8.50 18.05 30.30 0.02 0.16 1.07 0.01 0.64

IAI St.8 8.75 19.18 29.75 0.02 0.13 0.95 0.03 4.83

HAI St.9 8.67 19.40 29.43 0.02 0.16 1.54 0.14 0.71

HAI St.10 8.25 28.75 29.73 0.04 0.10 1.35 0.13 1.94

HAI St.11 8.00 25.23 29.23 0.04 0.12 1.92 0.23 5.16

Page 59: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

40

HAI St.12 8.25 20.03 30.45 0.02 0.12 1.10 0.10 2.10

Page 60: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

41

Finalmente, o terceiro eixo evidenciou a variação espacial entre as regiões de amostragem

(LAI, IAI, HAI). As variáveis que contribuíram para a formação do terceiro eixo foram pH,

COND, e TP. Este separou os dados em três grupos de acordo com o gradiente de impacto

antrópico. O grupo 1 formado pelas amostras obtidas em LAI apresentou os menores valores de

pH, COND e TP. O grupo 2 composto pelas amostras realizadas em IAI que apresentou valores

intermediários das variáveis acima citadas. E o grupo três que reuniu as amostras realizadas em

HAI e apresentou os maiores valore de pH, COND e TP. Os valores de correlação das

características abióticas do rio Negro com os três primeiros eixos do ACP estão apresentados na

Tabela 2.

Tabela 2: Correlação das características abióticas do rio Negro com os três primeiros eixos do ACP. COND: condutividade elétrica; OD: oxigênio dissolvido; TEMP: temperatura, NO2: nitrito; NO3: nitrato; TP: fósforo total; PO4: Ortofosfato; TURB: turbidez. Coeficientes em negrito são importantes para a formação do componente.

Variáveis Eixo 1 (32%)*

Eixo 2 (16%)*

Eixo 3 (12%)*

pH 0,766 -0,144 0,406

OD 0.873 -0.069 0.269

COND -0.830 0.134 0.294

TEMP 0.509 -0.218 -0.062

NO2 -0.498 -0.664 0.210

NO3 -0.083 -0.807 -0.011

TP 0.379 -0.366 0.413

PO4 -0.449 -0.373 0.083

TURB 0.512 -0.360 -0.091 * porcentagem de explicação da variação em cada eixo.

Composição das Diatomáceas e espécies indicadoras

Assim como para as variáveis abióticas para a assembleia de diatomáceas foram

analisadas 96 amostras. Um total de 70 táxons foi reportado para o baixo rio Negro. Destes, 55

(79%) foram identificados em nível específico; 7 (10%) foram identificados em nível genérico; 5

(7%) foram identificados como tendo afinidade (aff.) por alguma espécie descrita e, portanto, de

identidade dúbia; 3 (3%) são apresentadas como possíveis novas espécies, destas uma já foi

descrita no capítulo 4 desta tese.

No cômputo geral, a riqueza média de táxons por amostra foi de 10 táxons. A maior

riqueza foi encontrada na estação 1 na terceira semana de amostragem de 2014. A estação um está

inserida na LAI, próxima a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS Tupé) onde

foram inventariados 19 táxons. Por outro lado, a menor riqueza (4 táxons) foi observada na estação

Page 61: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

42

10, na terceira semana de amostragem em 2014. A estação 10, por sua vez, está inserida na HAI,

mais especificamente, está situada na confluência do igarapé do São Raimundo com o rio Negro.

Em média nenhum dos atributos amostrados apresentou grandes variações entre as áreas de

amostragem (LAI, IAI, HAI) como pode ser observado na tabela 3.

Tabela 3. Média e valores mínimos e máximos dos atributos da assembleia de diatomáceas na região do baixo rio Negro. Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária;

HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Ano da

Coleta

Área de Amostragem

LAI IAI HAI

Atributos Média Mínimo Máximo Média Mínimo Máximo Média Mínimo Máximo

2013

Riqueza (S) 13.19 8.00 18.00 11.06 8.00 15.00 11.94 6.00 24.00

Dominância (D)

0.31 0.16 0.48 0.32 0.16 0.52 0.30 0.13 0.86

Shannon (H') (bits ind-1)

1.63 1.22 2.20 1.55 1.17 2.05 1.65 0.38 2.48

Equitabilidade (J) (%)

0.64 0.44 0.77 0.65 0.51 0.84 0.67 0.21 0.85

2014

Riqueza (S) 12.69 8.00 19.00 11.88 4.00 19.00 12.56 7.00 20.00

Dominância (D)

0.26 0.52 0.14 0.30 0.15 0.79 0.30 0.11 0.60

Shannon (H') (bits ind-1)

1.78 2.38 1.19 1.63 0.52 2.22 1.64 0.72 2.50

Equitabilidade (J) (%)

0.71 0.86 0.45 0.68 0.27 0.80 0.65 0.37 0.83

No que se refere a composição florística a família Eunotiaceae, com 30 espécies, destaca-

se dentre os principais componentes, sendo seguida, por Pinnulariaceae (8) e Cymbellaceae (6).

Estas três famílias somadas representaram 63% das espécies encontradas.

Dentre os 26 gêneros encontrados, destaca-se o elevado número de espécies de Eunotia

Ehrenberg com relação aos demais, que esteve representado por 27 espécies (39%). O segundo

gênero com maior riqueza específica foi Pinnularia Ehrenberg com 8 espécies identificadas (12%)

como pode ser observado na Figura 2.

Page 62: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

43

Figura 2: Riqueza de espécies (S=70) distribuídas entre as 16 famílias taxonômicas quantificadas nas 96 amostras

perifíticas.

Das mais de 39.000 valvas identificadas, 75% foram de Eunotia. Pode se afirmar então

que a cada 10 células encontradas na região do baixo rio Negro sete são de Eunotia. O segundo

gênero com maior contribuição foi Luticola que dominou as amostras realizadas na HAI, mais,

precisamente, nos pontos 10 e 11. Destacaram-se ainda Encyonopsis Krammer, Frustulia

Rabenhorst, Fragilariforma D.M. Williams & Round, Sellaphora Mereschkowsky e

Gomphonema Cleve.

No inventário realizado nas 96 amostras 11 espécies apresentaram uma frequência de

ocorrência maior que 50%, 18 táxons apresentaram frequência de ocorrência entre 10 e 50%,

enquanto que 44 espécies ocorreram em menos de 10% das amostras. Eunotia amazonica Almeida

& C.E. Wetzel (submetido, Almeida et al. 2017) foi mais frequente, ocorrendo em 92% das

amostras, seguida por Eunotia intrincans Metzeltin & Lange-Bertalot que ocorreu em 88% das

amostras. No que se refere a abundância relativa a espécie que mais se destacou foi Luticola

goeppertiana (Bleisch ex Rabenhorst) D.G.Mann chegando a atingir 100% da abundância na

amostra realizada na HAI na estação 10 durante a segunda semana de amostragem em 2013,

seguida de Eunotia amazonica que atingiu 95% da abundância relativa total na amostra realizada

Page 63: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

44

na estação 6 durante a quarta semana de amostragem em 2014. Outras espécies que atingiram altas

abundâncias relativas foram Sellaphora nigri (De Notaris) C.E.Wetzel & L.Ector (92%, Estação

10, na semana 3/2014), Eunotia intrincans (81%, Estação 5, na semana 3/2013), Eunotia

rabenhorstiana (Grunow) Hustedt (77%, Estação 2, na semana 4/2014).

O teste de Monte Carlo (tabela 4) indicou que somente o primeiro eixo derivado da ACC

com as 34 espécies mais representativas (espécies que apresentaram pelo menos 1% de abundância

relativa em, pelo menos, três amostras) e as variáveis ambientais foi significativo e explicou 10%

da variação total encontrada nos dados. NO2, NO3 e PO4 foram correlacionados positivamente

com o primeiro eixo, pH, OD e TP, por outro lado, foram correlacionados negativamente com o

mesmo (tabela 5).

Tabela 4: Dados estatísticos do teste de Monte Carlo correlações espécies x variáveis ambientais para no baixo rio Negro no período de cheia em 2013 e 2014.

Eixos Dados reais

Dados randomizados (1000 randomizações)

Correlações spp x variáveis ambientais

média mínimo máximo p

1 0,596 0,476 0,330 0,697 0,038

2 0,638 0,492 0,324 0,710 **

3 0,444 0,456 0,292 0,625 ** **Os valores de p não foram reportados para os eixos 2 e 3 porque o uso de um teste de randomização simples poderia gerar um vies nestes valores, neste caso, o resultado sem vies indica significância estatistica apenas para eixo 1.

Tabela 5: Coeficiente de correlação “intra-set" da matriz das variáveis ambientais x eixo (os resultados foram apresentados somente para o primeiro eixo, tendo em vista, que somente este foi significativo).

Variáveis Eixo 1

pH -0,603

Oxigênio dissolvido -0,440

Condutividade Elétrica 0,296

Temperatura 0,330

Nitrato 0,526

Nitrito 0,576

Fósfoto total -0,330

Ortofosfato 0,401

Turbidez 0,250

Os resultados derivados da ACC (figura 3) evidenciaram um padrão de distribuição da

composição das diatomáceas predominantemente espacial, com a formação de três grupos

distintos:

Page 64: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

45

O grupo 1 composto por espécies que assumiram valores negativos no eixo 1 da ACC

(menores que -0,50) e estiveram mais associadas a HAI (a média dos valores no eixo da ACC das

estações que compõem a HAI foi -0,80) que apresentou maiores valores de pH, OD, TP e TURB.

As espécies associdas a este grupo foram: Stephanodiscus cf. medius Håkansson, Discostella cf.

stelligera (Cleve & Grunow) Houk & Klee, Sellaphora nigri, Gomphonema parvulum (Kützing)

Kützing, Luticola goeppertiana, Pinnularia subcapitata W.Gregory, Nitzschia palea (Kützing)

W.Smith, Eunotia botulitropica C.E. Wetzel & L.F. Costa e Luticola permuticoides Metzeltin &

Lange-Bertalot.

O grupo 2, composto por espécies que assumiram valores no eixo da ACC que variaram

entre-0,50 e 0,50, este grupo de espécies esteve mais associado a IAI (a média dos valores no eixo

da ACC das estações que compõem a IAI foi 0,27) que apresentou valores intermediários para as

variáveis amostradas. No entanto, é importante destacar que muitas das espécies presentes neste

grupo tiveram uma ampla distribuição na região de amostragem deste trabalho, ou seja, não

estiveram restritas apenas a IAI, como por exemplo Eunotia amazonica que ocorreu em 92% das

amostras, porém, sua abundância relativa variou entre as áreas de amostragem sendo que os

maiores valores estiveram associados a IAI (estação 6) como já reportado acima. As espécies

associadas a este grupo foram: Pinnularia brauniana (Grunow) Studnicka, Eunotia aff.

subarcuatoides Alles, Nörpel & Lange-Bertalot, Encyonema ponteanum Krammer, Eunotia

mucophila (Lange-Bertalot, Nörpel-Schempp & Alles) Lange-Bertalot, Eunotia amazonica,

Encyonopsis frequentis Krammer, Eunotia acutinasuta Metzeltin & Lange-Bertalot, Eunotia

rabenhorstiana, Eunotia charlesii Metzeltin & Lange-Bertalot, Frustulia saxoneotropica

Metzeltin & Lange-Bertalot, Encyonema anguste-capitatum Krammer, Eunotia parasiolii

Metzeltin & Lange-Bertalot, Eunotia pseudoserra P.E.De Oliveira & M.Steinitz-Kannan, Eunotia

intrincans Lange-Bertalot & Metzeltin, Eunotia hillae Metzeltin & Lange-Bertalote Aulacoseira

granulata (Ehrenberg) Simonsen.

Grupo 3 foi composto por espécies que assumiram valores acima de 0,50 no eixo 1 da

ACC, este grupo de espécies esteve associado a LAI (a média dos valores no eixo da ACC das

estações que compõem a LAI foi 0,56) que apresentou maiores valores de NO2, NO3 e PO4. As

espécies que compuseram este grupo foram: Actinella brasiliensis Grunow in Van Heurck, Nupela

Page 65: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

46

tristis (Krasske) Lange-Bertalot, Eunotia camburnii Metzeltin & Lange-Bertalot, Gomphonema

archaevibrio Lange-Bertalot & Reichardt; Eunotia sp.3; Eunotia sp.2.

Figura 3: Análise de correspondência canônica (ACC) aplicada sobre as variáveis ambientais e abundância relativa. Os pontos indicam os valores de cada espécie no eixo 1 da ACC; As cruzes indicam os valores médios (média calculada dos “scores” dos pontos gerados na ACC) de cada área de amostragem no eixo 1 da ACC; As setas indicam o tipo de correlação (se positiva ou negativa) das variáveis ambientais com o eixo 1 da ACC. Os códigos para as espécies são: STME: Stephanodiscus cf. medius; DIST: Discostella cf. stelligera; SNIG: Sellaphora nigrii; GOPA: Gomphonema parvulum; LUGO: Luticola goeppertiana; PISU: Pinnularia subcapitata; NIPA: Nitzschia palea; EUBO: Eunotia botuliformes; LUPE: Luticola permuticoides; PIBR: Pinnularia brauniana; EUSU: Eunotia aff. subarcuatoides; ENPO: Encyonema ponteanum; EUMU: Eunotia mucophila; EUAM: Eunotia amazonica; ENFR: Encyonopsis frequentis; EUAC: Eunotia acutinasuta; ACBR: Aulacoseira granulata; EURA: Eunotia rabenhorstiana; EUCH: Eunotia charlesii; FRUS: Frustulia saxoneotropica; ENAU: Encyonema anguste-capitatum; EUPA: Eunotia parasiolii; EUPS: Eunotia pseudoserra; EUIN: Eunotia intrincans; EUBI: Eunotia bilunares; EUHI: Eunotia hillae; AUGR: Actinella brasiliensis; NUTR: Nupela tristis; EUCA: Eunotia camburnii; GOAR: Gomphonema archevibrio; EUSP3: Eunotia sp.3; EUSP2: Eunotia sp.2. Códigos para as variáveis ambientais: NO2: Nitrato; NO3: Nitrito; PO4: Ortofosfato; pH: Potencial Hidrogeniônico; OD: Oxigênio Dissolvido; TP: Fósforo Total; TURB: Turbidez. Códigos para as áreas de amostragem são: LAI: área de baixa influência antrópica; IAI: área de influência antrópica intermediária; HAI: área de alta influência antrópica.

A análise das espécies indicadoras mostrou que alguns táxons não foram restritos à uma

única região de amostragem (Tabela 6). O valor indicador varia de 0% para táxons que tem a

mesma ocorrência e abundância em todas regiões de amostragem à 100% para táxons que estão

restritos a uma única região de amostragem. Entretanto, algumas espécies tendem a preferir uma

das regiões de amostragem dado o seu alto valor indicador nesta região. A especificidade foi mais

alta para LAI, quando comparada as outras duas regiões de amostragem (HAI e IAI).

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-0.500

0.000

0.500

1.000

1.500

STM

ED

IST

EOM

IG

OP

ALU

GO

PIS

UN

IPA

EUB

OLU

PE

PIB

REU

SUEN

PO

EUM

UEU

AM

ENFR

EUA

CEU

RA

EUC

HFR

US

ENA

UEU

PA

EUP

SEU

INEU

BI

AC

BR

FRN

IEU

HI

AU

GR

NU

TREU

CA

GO

AR

EUSP

3EU

SP2

EIX

O 1

-A

CC

HAI

IAI

LAI

pHODTPTURB

NO2

NO3

PO4

Táxons

SNIG

Page 66: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

47

Tabela 6: Valor indicador de espécies de diatomáceas caracterizando as três regiões de amostragem. Os maiores

valores indicadores para cada espécie estão destacados negrito, bem como, os valores de p que apresentaram

significância estatistica (nível de significância 0,1). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI –

Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Táxons Valor Indicador (%)

valor de p LAI IAI HAI

Achnantidium minutissimum (Kützing) Czarnecki 0 3 0 1.00

Actinella brasiliensis Grunow 39 1 0 0.00

Actinella pararobusta Metzeltin & Lange-Bertalot 4 0 0 0.33

Amphora delphinea L.W.Bailey 4 0 0 0.32

Asterionella formosa Hassall 4 0 0 0.33

Aulacoseira herzogii (Lemmermann) Simonsen 4 0 0 0.32

Cymbellopsis metzeltinii Krammer 7 0 0 0.10

Disclotella cf. stelligera (Cleve & Grunow) Houk & Klee 0 0 10 0.07

Encyonema anguste-capitatumKrammer 21 1 0 0.01

Eunotia femoriforme (Patrick) Hustedt 0 3 0 1.00

Eunotia flowerii Metzeltin & Lange-Bertalot 4 0 0 0.33

Eunotia hillae Metzeltin & Lange-Bertalot 6 0 12 0.20

Eunotia inspectabilis Metzeltin & Lange-Bertalot 3 0 0 0.45

Eunotia meridiana Metzeltin & Lange-Bertalot 4 0 0 0.31

Eunotia schneideri Metzeltin & Lange-Bertalot 12 0 2 0.07

Eunotia aff. subarcuatoides Alles, Nörpel & Lange-Bert. 0 9 0 0.09

Eunotia amazonica nom. prov. 14 2 0 0.11

Eunotia sp.1 7 0 0 0.10

Eunotia sp.2 4 0 0 0.32

Eunotia sp.3 4 0 0 0.32

Eunotia sp.4 0 3 0 1.00

Eunotia sp.5 0 3 0 1.00

Frustulia acidophilissima Wydrzycka & Lange-Bertalot 7 0 0 0.10

Hantzschia amphioxys(Ehrenberg) Grunow 0 7 0 0.33

Luticula permuticoides Metzeltin & Lange-Bertalot 0 1 20 0.02

Neidium sp. 5 1 0 0.18

Nitzschia amphibia Grunow 0 3 0 1.00

Nitzschia intermedia Hantzsch 0 3 0 1.00

Nupela cf. tristis (Krasske) Lange-Bertalot 7 2 1 0.53

Nupela torganiae P.Tremarin & T.Ludwig 4 0 0 0.33

Pinnularia acrosphaeria W.Smith 0 0 3 0.67

Pinnularia brauniana (Grunow) Studnicka 2 0 13 0.07

Pinnularia cf. pisciculus Ehrenberg 0 3 0 1.00

Pinnularia microflamma Metzeltin & Lange-Bertalot 0 0 3 0.67

Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve 0 0 3 0.67

Pinnularia obscura Krasske 4 0 0 0.33

Page 67: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

48

Táxons Valor Indicador (%)

valor de p LAI IAI HAI

Pinnularia subbacillum Metzeltin & Krammer 0 3 0 1.00

Placoneis tersa (Hust.) D.Metzeltin & Lange-Bertalot 4 0 0 0.32

Sellaphora pseudoarvensis (Hust.) C.E.Wetzel & L.Ector 0 0 7 0.21

Surirella sp.1 4 0 0 0.33

Total do número de spp. com maior valor indicador 22 10 7

As espécies Actinella brasiliensis, Encyonema anguste-capitatum, Eunotia schneideri,

Eunotia amazonica, Eunotia sp.1, Frustulia acidophilissima, Neidium sp. foram

significativamente (p<0,1) associadas a LAI. A espécie Eunotia aff. subarcuatoides foi

significativamente (p<0,1) associada a IAI e Disclotella cf. stelligera, Eunotia hillae, Luticola

permuticoides e Pinnularia brauniana foram alta e significativamente (p<0,1) associadas a HAI.

As espécies indicadoras Actinella brasiliensis (indicadora de LAI), Eunotia aff. subarcuatoides

(indicadora de IAI), Disclotella cf. stelligera, Luticula permuticoides (indicadoras de HAI)

tiveram o mesmo comportamento, no que diz respeito as preferências pela região de amostragem,

evidenciado na ACC.

Discussão

Por meio das análises dos dados abióticos foi possível observar que dependendo da variável

que se considera, esta responderá, exclusivamente, ao padrão de variação anual, sofrendo,

portanto, maior influência da variação do nível da água e das diferenças particulares de cada ano

(OD). Por outro lado, as variáveis NO2 e NO3 sofreram maior influência do padrão semanal, ou

seja, possuíram maior variação entre as semanas de amostragem do que entre os anos de

amostragem, o que demonstra um comportamento muito dinâmico dos compostos no rio Negro.

Os valores de TP foram melhores descritores do gradiente de influência antrópica, previamente,

definido. E por fim, os valores de COND e pH, responderam tanto ao padrão de variação anual,

quanto ao padrão de variação espacial (gradiente de influência antrópica previamente definido).

O padrão anual de comportamento do OD, com uma diferença bem acentuada entre os dois

anos de amostragem (2013 e 2014) pode ter ocorrido em primeiro lugar pelo maior volume de

água em 2014, neste ano a profundidade do rio era um metro a mais do que a profundidade na

Page 68: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

49

mesma época de amostragem no ano de 2013. Com um maior volume de água há maior diluição

dos poluentes incluindo matéria orgânica, e desta maneira, isto pode ter interferido diminuído a

demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Em média, os valores de OD foram maiores do que

aqueles observados no médio rio Negro por Tavares-Dias et al. (2010) (1,2 a 2,9 mg/L) e foram

semelhantes aos observados no igarapé do Tarumã-Açu que variaram entre 6 e 7,28 mg/L (Melo

et al. 2005).

Os maiores valores de COND foram observados nos pontos inseridos na HAI,

especialmente, nas estações 10 (S10) e 11 (S11). Estas estações possuem uma grande influência

das águas dos igarapés do São Raimundo (S10) e do Educandos (Altos valores dS11), que drenam

efluentes de esgoto da área urbana de Manaus. Neste sentido os valores de COND parecem ter

sido diretamente influenciados pelas águas de tais igarapés. Segundo Melo et al. (2005) os valores

de COND nos igarapés do São Raimundo e Educandos oscilaram entre 134,0 a 267, µS.cm-1,

indicando influência antrópica. Estes igarapés deságuam diretamente no rio Negro sem nenhum

tipo de tratamento, trazendo grande quantidade de matéria orgânica, sedimentos e nutrientes que

possivelmente alteraram os valores de COND no rio. Altos valores de COND associados ao rio

Negro na orla de Manaus, também, foram relatados por Pinto et al. (2009). Os menores valores de

condutividade estiveram associados a LAI e foram semelhantes aos observados por Kuchler et al.

(2000) em algumas estações de amostragem próximas ao rio Negro, Aprile & Mera (2007) em

pontos com baixa influencia antrópica em um rio de águas pretas no município de Presidente

Figueiredo (rio Urubui), aos observados no igarapé do Tarumã, em regiões de baixa influencia

antrópica (Santos et al. 2006).

Os valores de pH tiveram um comportamento semelhante ao da COND, possuindo valores

mais elevados associados a HAI e menores valores associados a LAI. As águas pretas amazônicas

possuem, naturalmente, valores de pH ácidos, devido, entre outros fatores, a presença dos ácidos

húmicos (Furch & Junk 1997, Darwich et al. 2005), portanto, alterações nestes valores podem ser

indícios de influência antrópica, e de fato, foi o observado neste trabalho.

Por outro lado, os valores de NO2 e NO3 não apresentaram padrão espacial sendo

influenciados mais fortemente pela variação do nível da água por meio da diluição destes

nutrientes, neste sentido foram observados maiores valores de NO3 e NO2 nas duas primeiras

semanas de amostragem em ambos os anos (2013 e 2014).Valores semelhantes para ambas as

Page 69: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

50

variáveis também foram observados no rio Urubui - rio de águas pretas em Presidente Figueiredo

– AM – (Aprile & Mera, 2007) e por Cunha et. al. (2014) na mesma região de amostragem deste

trabalho.

Os valores de TP, assim como os de COND e pH, apresentaram um padrão de variação

espacial, respondendo ao gradiente de influência antrópica, previamente, definido. Os maiores

valores desta variável foram observados na HAI. Estes resultados podem estar relacionados ao

esgoto urbano que desagua nesta região, bem como, a carga de poluentes presentes nas águas de

drenagem pluvial que segundo Weeks (1981) pode conter até 15% do fósforo obtido do esgoto

tratado.

De acordo com os resultados obtidos neste trabalho parece que a composição taxonômica,

bem como, a abundância relativa são válidas e úteis para inferir sobre as condições locais da

qualidade de água em sistemas tropicais (Bellinger et al. 2006). Bacias hidrográficas com reduzida

cobertura florestal, normalmente, apresentam um aumento a jusante na carga de nutrientes,

especialmente, naquelas com maior intensidade no uso do solo, acarretando uma mudança na

composição da assembleia de algas, onde algas tolerantes a poluição substituem algas mais

sensíveis (Biggs 1996; Kelly & Whitton 1998), estes resultados foram, claramente, observados

neste estudo.

Os valores médios de diversidade (Shannon & Weaver, 1963) não foram uteis para

distinguir entre as áreas de maior e menor influência antrópica, tendo em vista, que os valores

máximos encontrados para esta métrica foram bastante semelhantes entre as áreas de amostragem

(tabela 3). A riqueza de espécies é geralmente associada a ambientes com baixa pertubação

antrópica, mas tem sido mostrado que menores distúrbios podem aumentar a riqueza e diversidade

(Lowe & Pan 1996, Juttner et al. 2003) ou pode ser que não haja diferenças apesar de uma forte

perturbação humana (Juttner et al. 1996). Neste estudo, os valores médios de riqueza, assim como

de diversidade, não foram úteis para distinguir o gradiente de poluição, tendo em vista, que os

valores médios de ambas as métricas foram semelhantes entre as regioes de amostragem (LAI,

IAI, HAI). A diversidade como parâmetro para avaliar qualidade de água tem sido muito criticada,

pois a mesma pode ser fortemente influenciada pelo número de espécies.

Page 70: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

51

A relação entre os fatores ambientais e a assembleia de diatomáceas identificadas ao longo

da área estudada, por meio da ACC, mostrou que assembleias específicas de diatomáceas tiveram

associações diferentes entre as áreas dentro do gradiente previamente definido, o mesmo

comportamento, também foi observado por Potapova e Charles (2003) em um estudo realizado em

vários rios na América do Norte. Em estudos realizados em rios do Vietnã, Doung et al. (2006)

também observaram o mesmo comportamento evidenciado neste trabalho. A análise de ACC

demonstrou relação entre a assembleia de diatomáceas e as características físico-químicas em

ambientes aquáticos na Colômbia (Castro-Roa & Pinilla-Agudelo 2014). A assembleia de

diatomáceas foi sensível a um gradiente de poluição em dois igarapés situados na cidade de

Maringá, sul do Brasil (Moresco & Rodrigues 2014). Winter & Duthie (2000) observaram que a

diferença na assembleia de diatomáceas perifíticas ao longo de um gradiente urbano-rural esteve,

principalmente, relacionada com as concentrações de TP e nitrogênio total (TN). Ndiritu et al.

(2006) encontrou diferenças nas assembleias de diatomáceas perifiticas também associadas a

influência antrópica. Triest et al. (2012) encontraram uma forte influência das variáveis fisico-

químicas e a variação da assembleia de diatomáceas sendo as variáveis COND e TURB as que

mais influenciaram para o surgimento de tais diferenças.

Fatores que são frequentemente indicados como importantes para a distribuição e

abundância de algas perifíticas tais como TP (Winter & Duthie 2000; Triest et al. 2012), pH

(Walker & Pan, 2006; Bere & Tundisi 2011; Castro-Roa & Pinilla-Agudelo, 2014) TURB

(Bellinger et al. 2006; Nardelli et al. 2016) também, tiveram neste trabalho influência na separação

da assembleia perifítica influenciando a sua distribuição ao longo das áreas de amostragem (HAI,

LAI e IAI).

As espécies encontradas como indicadoras de poluição no rio Negro incluiram espécies já

previamente reportadas como indicadoras de eutrofização/poluição orgãnica e são apontadas como

táxons tolerantes ao enriquecimento de nutrientes. Algumas das espécies registradas foram:

Sellaphora nigri; Gomphonema parvulum; Luticola goeppertiana; Nitzschia palea. Todos estes

táxons mundialmente reportados como estando associados a ambientes com influência antrópica

(Duong et al. 2006; Bellinger et al. 2006; Rimet 2009; Bere 2010; Bere, 2014, Moresco &

Rodrigues, 2014, van Dam et al. 1994).

Page 71: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

52

Algumas espécies presentes na IAI foram relatadas na literatura como gêneros que não

possuíram correlação com as variáveis fisico-químicas testadas como é o caso do gênero Nupela

(Hermany et al. 2006) e o gênero Gomphonema, a maioria das especies deste gênero apresentadas

no trabalho de van Dam et al. (1994) foram classificadas como mesotróficas, eutróficas ou

tolerantes. Para LAI foram observadas espécies que foram amplamente reportadas como espécies

que possuem preferência por ambientes oligotróficos, tais como: Pinnularia brauniana;

Encyonema ponteanum; Eunotia mucophila; Eunotia amazonica; Encyonopsis frequentis; Eunotia

acutinasuta; Eunotia rabenhorstiana; Eunotia charlesii; Frustulia saxoneotropica; Encyonema

anguste-capitatum; Eunotia parasiolii; Eunotia pseudoserra; Eunotia intrincans; Eunotia hillae;

Aulacoseira granulata (Round 1990, van Dam et al. 1994; Hoffmann 1994; Krammer & Lange-

Bertalot 2000).

As duas estratégias (ACC e IndVal) utilizadas para avaliar os táxons proeminentes para

bioindicação no baixo rio Negro apresentaram associações de espécies semelhantes. O gênero

Luticolla (Luticolla goeppertiana pela ACC e Luticolla permuticoides pelo IndVal) e a espécie

Discostella cf. stelligera foram evidenciadas como espécies indicadoras de eutrofização sendo,

portanto associadas à HAI. Os táxons mencionados acima reportados na literatura como

indicadores de influência antrópica.

A preferência de Discostella cf. stelligera por ambientes que variam entre mesotrófico a

eutróficos, observada neste estudo, também, foi evidenciada em estudos que apresentaram um

levantamento bibliográfico sobre a preferência deste táxon por ambientes eutróficos (Faustino et

al., 2016; Silva, et al., 2010), rios situados nos Estados Unidos (Potapova & Charles, 2007) e rios

do Canadá (Yang & Dickman, 1993). A preferência dos respresentatens do genêro Luticolla,

inventariados neste estudo, pelas áreas de maior influência antrópica (HAI), também, foi observada

em ecossistemas aquáticos em dois córregos da região rural e urbana do município de Maringá,

sul do Brasil (Moresco & Rodrigues, 2013), em rios no Vietnã (Doung, et al., 2006) e no rio Negro

(Wetzel, 2011).

A espécie indicadora de IAI, que possuiu comportamento semelhante tanto na ACC, quanto

no IndVal, foi Eunotia aff. subarcuatoides. Em ambientes aquáticos da Noruega esta espécie

esteve associada a ambientes oligotróficos (van Dam et al., 1994). A maior densidade deste táxon,

também, esteve associada à ambientes com condutividade elétrica baixa (34 μS/cm) no rio Tamoga

Page 72: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

53

– Espanha (Ortiz-Lerín & Cambra, 2007). Por outro lado, em estudos realizados no Rio Grande do

Sul esta espécie foi encontrada ocupando ambientes com ampla variação da condutividade elétrica

(36 – 202 μS/cm) e em três lagos situados no sul da cidade de São Paulo foi inventariada em

ambientes que variaram entre oligotróficos e eutróficos (Fonseca et al., 2014). Estas

caracterisiticas corroboram o carater cosmopolita desta espécie (Krammer & Lange-Bertalot 1991)

e sua associação com IAI, que foi uma região de amostragem que apresentou valores da

caracteristicas abióticas intermediários, em algumas estações mais semelhantes a HAI e outras

estaçõa mais semelhantes a LAI (vide: Resultados - Características abióticas dos ambientes

amostrados).

A espécie, significativamente, indicadora de ambiente pristino (LAI - resultados IndVal e

corroborados pela ACC) foi Actinella brasiliensis. Este táxon teve os seus maiores valores

registrados para estação 1 em 2014, tal estação está situada próximo a uma área rica em plantas

áquaticas submersas (Utricularia; Santos-Silva & Couto, 2009), ambiente com condições

semelhantes às encontradas por Marshall (2010) onde este táxon, também, foi reportado. Este

táxon foi, igualmente, inventariado em estudos realizados no lago Cutiuaú - AM (Raupp et al.

2009). Para ambos os ambientes citados foram reportadas condições de oligotrofia (Raupp et al.

2009; Marshall, 2010) assim como as encontradas na estação 1 deste trabalho.

Já há algum tempo as pesquisa que procuram observar as consequências da ocupação do

espaço pelo homem associam a urbanização à poluição dos corpos d’água devido aos esgotos

domésticos, não ou parcialmente tratados, além dos despejos industriais (Bollmann & Marques,

2006). Mais recentemente, além destes, percebeu-se que parte dessa poluição gerada em áreas

urbanas tem origem também no escoamento superficial das águas de chuva sobre áreas

impermeáveis e em redes de drenagem (Tucci, 1995). No entanto não há duvidas de que a descarga

de esgoto urbano (doméstico e industrial) é considerada uma constante fonte de poluição. por

outro, lado o escoamento superficial sofre influência da estação e do clima, ou seja, em épocas

mais chuvosas a contribuição desse efluente é maior (Vega et al., 1998). O presente estudo estudo

das assembleias de diatomáceas perifiticas e sua relação com as características abióticasda água é

um dos únicos trabalhos que reportam esta relação para o baixo rio Negro, especialmente, levando

em consideração um gradiente de influência antrópica.

Page 73: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

54

Neste contexto, a analise de ACC demonstrou que a assembleias de diatomáceas refletiu

os impactos da atividade humana no baixo rio Negro. A presença de taxóns de algas tolerantes a

nutrientes, implica em atividades antropogênicas como sendo prejudiciais para esse ambiente e

também reforça a utilidade dos organismos biológicos, especialmente as diatomáceas, como

indicadores que podem ser utilizados para o monitoramento da qualidade da água do rio Negro.

Conclusão

Foi possível observar um efeito do gradiente de poluição sobre as variáveis abióticas o

que influenciou, consequentemente, a distribuição das assembleias de diatomáceas. A variação

espacial da assembleia foi maior do que a temporal, e a influência foi mais pronunciada na HAI

(pontos 10 e 11, principalmente). Os atributos da assembleia (riqueza, diversidade e

equitabilidade) não foram úteis em separar as regiões de amostragem. Por outro lado, a composição

de espécies mostrou ser um atributo robusto para a separação destes ambientes.

As estratégias utilizadas para analisar as espécies indicadoras de cada região de

amostragem (HAI, LAI e IAI) evidenciaram que Luticolla goepertiana (ACC), Luticola

permuticoides (IndVal) e Discostella cf. stelligera foram espécies indicadoras de ambientes de

maior influência antrópica (HAI), que Eunotia aff. subarcuatoides foi mais cosmopolita em sua

distribuição e Actinella brasiliensis foi a espécie indicadora de ambientes de menor influência

antrópica (LAI).

Com este estudo foi possível evidencar que a principal variável que influencia a

distribuição das assembleias de diatomáceas, no baixo rio Negro, é o fósforo total. Além disto foi

possível listar as espécies associadas a cada um dos ambientes, levando se em consideração o

gradiente de influência antrópica contribuindo desta forma com informações mais precisas sobre

a ecologia destas espécies no baixo rio Negro.

Bibliografia Citada

Page 74: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

55

APRILE, F. M. & MERA, P. A. S. 2007. Fitoplâncton e fitoperifíton de um rio de águas pretas da

Amazônia periférica do norte, Brasil. Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology,

11(2), 1-14.

AUCOUR, A.-M., TAO, F.-X., MOREIRA-TURCQ, P., SEYLER, P., SHEPPARD, S. &

BENEDETTI, M. F. 2003. The Amazon River: behaviour of metals (Fe, Al, Mn) and

dissolved organic matter in the initial mixing at the Rio Negro/Solimões confluence.

Chemical Geology, 197: 271–285.

AZIM, M.E., VERDEGEM, M.C., VAN DAM, A.A. AND BEVERIDGE, M.C. 2005. Periphyton:

ecology, exploitation and management. CABI.

AZIM M. E. & ASAEDA, T. 2005 Periphyton structure, diversity and colonization. pp 15–34 in:

Azim M.E., Beveridge M.C.M., van Dam A.A., Verdegem M.C.J. (eds) Periphyton: ecology,

exploitation and management. CABI Publishing, Cambridge.

BELLINGER, B. J. COCQUYT, C. & O’REILLY, C. M. 2006. Benthic diatoms as indicators of

eutrophication in tropical streams. Hydrobiologia, 573(1), 75-87.

BERE, T. 2010. Benthic diatom community structure and habitat preferences along an urban

pollution gradient in the Monjolinho River, São Carlos, SP, Brazil. Acta Limnologica

Brasiliensia, 22(1), 80-92.

BERE, T. 2014. Ecological preferences of benthic diatoms in a tropical river system in São Carlos-

SP, Brazil. Tropical Ecology, 55(1), 47-61.

BERE, T., & MANGADZE, T. 2014. Diatom communities in streams draining urban areas:

community structure in relation to environmental variables. Trop. Ecol, 55, 271-281.

BERE, T. & TUNDISI, J. G. 2009. Weighted average regression and calibration of conductivity

and pH of benthic diatom assemblages in streams influenced by urban pollution–São

Carlos/SP, Brazil. Acta Limnol. Bras, 21(3), 317-325.

Page 75: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

56

BERE, T. & TUNDISI, J. G. 2010. Biological monitoring of lotic ecosystems: the role of diatoms.

Brazilian Journal of Biology, 70(3): 493-502.

BIGGS, B. J. F. 1996. Patterns in benthic algae of streams. In: Stevenson, R. J., M. L. Bothwell

& R. L. Lowe (eds), Algal Ecology: Freshwater Benthic Ecosystems. Academic Press, San

Diego, 31–56.

BITTENCOURT, M. M., & AMADIO, S. A. 2007. Proposta para identificação rápida dos

períodos hidrológicos em áreas de várzea do rio Solimões-Amazonas nas proximidades de

Manaus. Acta Amazonica, 37(2), 303-308.

CASTRO-ROA, D. & PINILLA-AGUDELO, G. (2014). Periphytic diatom index for assessing

the ecological quality of the Colombian Andean urban wetlands of Bogotá. Limnetica, 33(2),

297-312.

CLETO-FILHO, S. E. N. & WALKER I. 2001. Efeitos da ocupação urbana sobre a macrofauna

de invertebrados aquáticos de um igarapé da cidade de Manaus/AM - Amazônia Central.

Acta Amazonica 31(1): 69–89.

CUNHA, H. B., PASCOALOTO, D. & SILVA, M. S. R. 2014 Qualidade da água do rio Negro

em áreas urbanas, estado do Amazonas. Anais XII Simpósio de Recursos Hidricos do

Nordeste. Natal – Rio Grande do Norte.

DARWICH, A.J., APRILE, F .M. & ROBERTSON, B.A. 2005. Variáveis limnológicas:

contribuição ao estudo espaço-temporal de águas pretas amazônicas. In: Santos-Silva,

E.N.; Aprile, F .M.; Scudeller , V .V .; Melo, S. (Orgs.), BioTupé: Meio Físico,

Diversidade Biológica e Sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central. INP A,

Manaus, AM. 19-33pp.

DUONG, T. T., COSTE, M., FEURTET-MAZEL, A., DANG, D. K., GOLD, C., PARK, Y. S. &

BOUDOU, A. (2006). Impact of urban pollution from the Hanoi area on benthic diatom

communities collected from the Red, Nhue and Tolich rivers (Vietnam). Hydrobiologia,

563(1), 201-216.

Page 76: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

57

DUFRENE, M., & LEGENDRE, P. (1997). Species assemblages and indicator species: the need

for a flexible asymmetrical approach. Ecological monographs, 67(3), 345-366.

FAUSTINO, S. B., FONTANA, L., BARTOZEK, E. C. R., BICUDO, C. E. D. M., & BICUDO,

D. D. C. 2016. Composition and distribution of diatom assemblages from core and surface

sediments of a water supply reservoir in Southeastern Brazil. Biota Neotropica, 16(2).

FEARNSIDE, P.M. 2015. Deforestation soars in the Amazon. Nature, 521: 423.

FRANZINELLI, E. 2011. Morphological characteristics of the Negro and Solimões rivers

confluence. Revista Brasileira de Geociências, 41, 587-596.

FRANZINELLI, E. & IGREJA, H. L. S. 1990. Utilização do sensoriamento remoto na

investigação da área do baixo Rio Negro e Grande Manaus. Simpósio Brasileiro de

Sensoriamento Remoto, 6(1990), 641-648.

FRANZINELLI, E. & IGREJA, H. 2002. Modern sedimentation in the Lower Negro River,

Amazonas State, Brazil. Geomorphology, 44: 259–271.

FURCH, K. & JUNK, W.J. 1997. Physicochemical conditions in floodplains. In The Central

Amazon Floodplain: ecology of a pulsing system (Junk, W.J., editor) Ecological Studies

126: 69–108. Springer Verlag, Berlin Heidelberg.

GILLETT, N. D., PAN, Y., ASARIAN, J. E., & KANN, J. 2016. Spatial and temporal variability

of river periphyton below a hypereutrophic lake and a series of dams. Science of The Total

Environment, 541, 1382-1392.

GOULDING, M., BARTHEM, R. & FERREIRA, E. J. G. 2003. The Smithsonian: Atlas of the

Amazon Princeton Editorial Associates Inc. (Copy editing) Manufactured in Hong-Kong

253pp.

Page 77: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

58

HEDGES, J.I., COWIE, G.L., RICHEY, J.E., QUAY, P.D., BENNER, R., STROM, M. &

FORSBERG, B.R. 1994. Origins and processing of organic matter in the Amazon River as

indicated by carbohydrates and amino acids. Limnology and Oceanography, 39: 743–761.

HERMANY, G., SCHWARZBOLD, A.; LOBO, E. A.; OLIVEIRA, M. A. 2006. Ecology of

epilithic diatom community in a low-order stream system of the Guaíba hydrogaphical

region: subsidies to the enviromental monitoring of southern Brazilian aquatic systems.

Acta Lomnol. Bras. 18(1): 9-27.

HORBE, A. M. C., GOMES, I. L. F., MIRANDA, S. F. & SILVA, M. S. 2005. Contribuição à

hidroquímica de drenagens no Município de Manaus – AM. Acta Amazônica, 35(2) 2005:

119 – 124.

HOFFMANN, L. 1994. Distribution, species composition and status of the intertidal blue-green

algal mats. Courier Forschungs-Institut. Senckenberg, 166, 16-17.

JONGMAN, R. H. G., TER BRAAK, C. J. F. & VAN TONGEREN, O. F. R. 1995. Data

Analysis in Community and Landscape Ecology. Cambridge University Press, Cambridge

321pp.

JÜTTNER, I., ROTHFRITZ, H., & ORMEROD, S. J. 1996. Diatoms as indicators of river quality

in the Nepalese Middle Hills with consideration of the effects of habitat‐specific sampling.

Freshwater Biology, 36(2), 475-486.

JÜTTNER, I., SHARMA, S., DAHAL, B. M., ORMEROD, S. J., CHIMONIDES, P. J., & COX,

E. J. 2003. Diatoms as indicators of stream quality in the Kathmandu Valley and Middle

Hills of Nepal and India. Freshwater Biology, 48

KELLY, M. G.; WHITTON, B. A. 1998. Biological monitoring of eutrophication in rivers.

Hydrobiologia (384): 55–67.

Page 78: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

59

KRAMMER, K. & LANGE-BERTALOT, H. 1991. Bacillariophyceae: Centrales, Fragilariaceae,

Eunotiaceae. In: H. Ettl; J. Gerloff; H. Heyning & D. Mollenhauer. Süsswasserflora von

Mitteleuropa. Stuttgart, G. Fisher, v. 2, pt 3.

KRAMMER, K., & LANGE-BERTALOT, H. (2000). Bacillariophyceae: English and French

translation of the keys (Vol. 5). Spektrum Akademischer Verlag Gmbh.

KÜCHLER, I.L., MIEKELEY, N. & FORSBERG, B.R. 2000. A contribution to the chemical

characterization of rivers in the Rio Negro basin, Brazil. Journal of the Brazilian Chemical

Society, 11: 286–292.

LATRUBESSE, E.M. & FRANZINELLI, E. 2005. The late Quaternary evolution of the Negro

River, Amazon, Brazil: Implications for island and floodplain formation in large

anabranching tropical systems. Geomorphology, 70: 372–397.

LATRUBESSE, E.M., STEVAUX, J.C. & SINHA, R. 2005. Tropical rivers. Geomorphology,

70: 187–206.

LOBO, E. A., CALLEGARO, V. L. M., HERMANY, G., GOMÉZ, L. & ECTOR, L. 2004a.

Review of the use of microalgae in South America for monitoring rivers, with special

reference to diatoms. Vie Milieu, 54(2-3): 105-114.

LOBO, E. A., WETZEL, C. E., ECTOR, L., KATOH, K., BLANCO, S. & MAYAMA, S. 2010.

Response of epilithic diatom communities to enviromental gradients in subtropical temperate

Brasilian rivers. Limnetica, 29(2): 323-340.

LOWE, R.L.; PAN, Y. 1996. Periphyton patterns in lakes. In: Stevenson, R.J.; Bothwell, M.L.;

Lowe, R.L. (Eds). Algal Ecology: freshwater benthic ecosystem. Academic Press, USA. 57-

76pp.

MARSHALL, B.G., 2010. Fatores que influenciam a variação espacial e temporal nas fontes

autotróficas de energia e nível trófico do Paracheirodon axelrodi (Osteichthyes,

Page 79: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

60

Characidae) num sistema interfluvial do médio rio Negro. Tese. Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia, Manaus. 189pp.

MCCUNE, B. & MEFFORD, M. J. 1997. Multivariate Analysis of Ecological Data. Version 3.0.

MjM software, Gleneden Beach, Oregon.

MELO, E. G. F., SILVA, M. D. & MIRANDA, S. A. F. 2005. Influência antrópica sobre águas de

igarapés na cidade de Manaus–Amazonas. Caminhos de geografia, 5(16), 40-47.

METCALFE, J. L. 1989. Biological water quality assessment ofrunning waters based on

macroinvertebrate communities: History and present status in Europe. Environ. Pollut.,

60(1-2):101-139.

MOLINIER, M., GUYOT, J.L., CALLÈDE, J., GUIMARÃES, V., OLIVEIRA, E. & FILIZOLA,

N. 1997. Hydrologie du bassin amazonien. In Environnement et développement en

Amazonie brésilienne (Théry, H., editor), 24–41. Belin, Paris.

MORESCO, C. & RODRIGUES, L. 2013. Periphytic diatom as bioindicators in urban and rural

streams-doi: 10.4025/actascibiolsci. v36i1. 18175. Acta Scientiarum. Biological Sciences,

36(1), 67-78.

NARDELLI, M. S., BUENO, N. C., LUDWIG, T. A. V. & GUIMARÃES, A. T. B. 2016.

Structure and dynamics of the planktonic diatom community in the Iguassu River, Paraná

State, Brazil. Brazilian Journal of Biology, 76(2), 374-386.

NAUTIYAL, R. A. C. H. N. A., NAUTIYAL, P., & SINGH, H. R. 2000. Species richness and

diversity of epilithic diatom communities on different natural substrates in the coldwater

river Alaknanda. Tropical Ecology-Allahabad 41(2), 255-258.

NEAL, E. C., PATTEN, B. C., & DEPOE, C. E. 1967. Periphyton growth on artificial substrates

in a radioactively contaminated lake. Ecology, 48(6), 918-924.

Page 80: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

61

NDIRITU, G. G., GICHUKI, N. N. & TRIEST, L. 2006. Distribution of epilithic diatoms in

response to environmental conditions in an urban tropical stream, Central Kenya.

Biodiversity and Conservation, 15(10), 3267-3293.

ORTIZ-LERÍN, R. AND CAMBRA, J., 2007. Distribution and taxonomic notes of Eunotia

Ehrenberg 1837 (Bacillariophyceae) in rivers and streams of Northern Spain. Limnetica,

26(2), pp.415-434.

OKSANEN, J., KINDT, R., LEGENDRE, P., O'HARA, B. & STEVENS, M. H. H. (2007). vegan:

Community Ecology Package. R package version 1.8-8. , .

PAN, Y., STEVENSON, R. J., HILL, B. H., HERLIHY, A. T., & COLLINS, G. B. 1996. Using

diatoms as indicators of ecological conditions in lotic systems: a regional assessment.

Journal of the North American Benthological Society, 15(4), 481-495.

PFAFF, A., ROBALINO, J., HERRERA, D. & SANDOVAL, C. 2015. Protected areas’ impacts

on Brazilian Amazon deforestation: examining conservation – development interactions to

inform planning. PLoS ONE, 10: e0129460.

PINTO, A. G. N., HORBE, A. M. C., SILVA, M. S. R., MIRANDA, S. A. F., PASCOALOTO,

D., SANTOS, H. M. C. 2009 Efeitos da ação antrópica sobre a hidrogeoquímica do rio Negro

na orla de Manaus/AM. Acta Amazônica, 39(3): 627 – 638.

POTAPOVA, M., & CHARLES, D. F. 2003. Distribution of benthic diatoms in US rivers in

relation to conductivity and ionic composition. Freshwater Biology, 48(8), 1311-1328.

POTAPOVA, M. & CHARLES, D. F. 2005. Choice of substrate in algae-based water-quality

assessment. Journal of the North American Benthological Society, 24(2), 415-427.

Page 81: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

62

POTAPOVA, M., & CHARLES, D. F. (2007). Diatom metrics for monitoring eutrophication in

rivers of the United States. Ecological indicators, 7(1), 48-70.

RAUPP, S.V., TORGAN, L.C. AND MELO, S., 2009. Planktonic diatom composition and

abundance in the Amazonian floodplain Cutiuaú Lake are driven by the flood pulse. Acta

Limnologica Brasiliensia, 21(2), pp.227-234.

REVENGA, C., MURRAY, S., ABRAMOVITZ, J. & HAMMOND, A. 1998. Watersheds of the

world: Ecological Value and Vunerability. World Watch Institute. U.S.A. 164pp.

RIMET, F. 2009. Benthic diatom assemblages and their correspondence with ecoregional

classifications: case study of rivers in north-eastern France. Hydrobiologia, 636(1), 137.

ROUND, F.E., CRAWFORD, R.M. & MANN, D.G. 1990. The Diatoms. Biology and

Morphology of the Genera. Cambridge University Press, Cambridge. 747 pp.

SABATER, S. & ADMIRAAL W. 2005. Periphyton as biological indicators in managed aquatic

ecosystems. pp: 159-178 in: Periphyton: Ecology, exploitation and management. Eds:

Azim, M.E., Verdegem, M.C.J., Van Dam, A.A. & Beveridge, M.C.M. Cabi Publishing.

SANTOS, I.N.; HORBE, A.M.C.; SILVA, M.S.R.; MIRANDA, S.A. F. 2006. Influência de um

aterro sanitário e de efluentes domésticos nas águas superficiais do rio Tarumã e afluentes-

AM. Acta Amazônica, 36(2): 229-236.

SANTOS-SILVA, E. N., & DE ARAÚJO COUTO, C. (2009). Aspectos da reprodução de

cladóceros associados aos bancos de Utricularia foliosa L.(Lentibulariaceae) no lago Tupé,

Manaus-Am.

SANTANA, G.P. & BARRONCAS, P.D.S.R. 2007. Estudo de metais pesados (Co, Cu, Fe, Cr,

Ni, Mn, Pb e Zn) na Bacia do Tarumã-Açu Manaus–(AM). Acta Amazônica, 37(1), pp.111-

118.

Page 82: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

63

SHANNON, C.E. & WEAVER, W. 1963. The mathematical theory of communication. Urbana

Illinois Univ. Press. 177pp.

SILVA, M.S.R., RAMOS, J.F. & PINTO, A.G.N. 1999. Metais de transição nos sedimentos de

igarapés de Manaus-AM. Acta Limnologica Brasiliensia, 11: 89–100.

SILVA, A. M. D., LUDWIG, T. A. V., TREMARIN, P. I., & VERCELLINO, I. S. (2010).

Diatomáceas perifíticas em um sistema eutrófico brasileiro (Reservatório do Iraí, estado do

Paraná). Acta Botanica Brasilica, 24(4), 997-1016.

SLÁDECKOVÁ, A. 1962. Limnological investigation methods for the periphyton ("Aufwuchs")

community. Botanical Review, 28(2): 286-350.

TAVARES-DIAS, M., LEMOS, J. R. G. & MARTINS, M. L. 2010. Parasitic fauna of eight

species of ornamental freshwater fish species from the middle Negro River in the Brazilian

Amazon Region. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 19(2), 103-107.

TAYLOR, J.C., KARTHICK, B., KOCIOLEK, J.P., WETZEL, C.E. & COCQUYT, C. 2014.

Actinellopsis murphyi gen. et spec. nov.: A new small celled freshwater diatom

(Bacillariophyta, Eunotiales) from Zambia. Phytotaxa, 178: 128–137.

TER BRAAK, C. J. & PRENTICE, I. C. 1988. A theory of gradient analysis. Advances in

ecological research, 18, 271-317.

TRIEST, L., LUNG’AYIA, H., NDIRITU, G. & BEYENE, A. 2012. Epilithic diatoms as

indicators in tropical African rivers (Lake Victoria catchment). Hydrobiologia, 695(1),

343-360.

Page 83: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

64

TUCCI, C.E.M. Inundações urbanas. 1995 pp 15-36 in: TUCCI, C.E.M.; PORTO, R.L.L. e

BARROS, M.T. Drenagem Urbana. UFRGS Ed. da Universidade/ABRH, Porto Alegre,

1995.

VAN DAM, H., MERTENS, A. & SINKELDAM, J. 1994. A coded checklist and ecological

indicator values of freshwater diatoms from the Netherlands. Aquatic Ecology, 28(1), 117-

133.

WETZEL, C. E. 2011. Biodiversidade e distribuição espacial de diatomáceas (Bacillaryophyceae)

na bacia hidrográfica do rio Negro, Am, Brasil. Tese. Instituto de Botânica da Secretaria

de Meio Ambiente, São Paulo. 1911pp.

WINTER, J. G.; DUTHIE, H. C. 2000. Stream epilithic, epipelic and epiphytic diatoms: habitat

fidelity and use in biomonitoring. Aquatic Ecology (34): 345–353.

YANG, J. R., & DICKMAN, M. (1993). Diatoms as indicators of lake trophic status in central

Ontario, Canada. Diatom research, 8(1), 179-193.

Page 84: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

65

Capítulo 2. O uso de algas perifíticas para a avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: uma análise da influência da poluição urbana.

Almeida, F. F., Eakafaz, A., Santos-Silva, E. N., Ector, L., Bini, L. M., Wetzel, C. E. O uso de algas perifíticas para a avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro, Manaus, AM – Brasil: uma análise da influência da poluição urbana. Manuscrito em preparação para a submissão à Water, air and soil pollution ou Hydrobiologia.

Page 85: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

66

O uso de algas perifíticas para a avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro,

Manaus, AM – Brasil: uma análise da influência da poluição urbana.

Fabiane F. Almeida 1 2 3, Edinaldo Nelson Santos Silva1, Luc Ector2, Luiz Maurício Bini4, Carlos

Eduardo Wetzel2

1 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA

2Luxembourg Institute of Science and Technology – LIST

3 Centro Universitário do Norte – UNINORTE

4 Universidade Federal de Goiânia – UFG

Page 86: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

67

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar o pontencial das algas perifíticas na avaliação da qualidade da água do baixo rio Negro. Para tanto 12 estações de amostragem foram distribuídas ao longo de três regiões com diferentes graus de impacto antrópico: 1) Área de baixa influência antrópica (LAI = Low Anthropogenic Influence), a montante da cidade de Manaus; 2) Área de influência antrópica intermediária (IAI= Intermediate Anthropogenic Influence) e 3) área de alta influência antrópica (HAI= High Anthropogenic Influence). Ao longo de quatro semanas consecutivas, nos períodos de cheia de 2013 e 2014, foram amostradas, simultaneamente, variáveis abióticas (pH, concentração de oxigênio dissolvido, temperatura, condutividade elétrica, turbidez, nitrato, nitrito, fósforo total e ortofosfato) e variáveis bióticas (estrutura da assembleia de diatomáceas e de algas perifíticas exceto diatomáceas - algas moles). Uma análise de correlação canônica, os valores das espécies indicadoras e os valores de PIT (Índice Perifítico de Estado Trófico) foram calculados baseados nos dados da estrutura da assembleia de algas moles, posteriormente, se procedeu o cálculo de uma ANOVA one-way com o intuito de se identificar a existência de diferença significativa entre as regiões de amostragem, no que se refere aos valores de PIT. Foram calculados os valores de 15 índices baseados nos dados da estrutura da assembleia de diatomáceas para cada uma das estações de amostragem. Análises de correlação de Pearson e regressão múltipla foram aplicadas com o objetivo de se analisar a relação entre os valores dos índices e os valores das varáveis abióticas, tanto para os índices baseados em diatomáceas, quanto para o índice baseado em algas moles. Dos dos 16 índices testados, cinco apresentaram relação significativa com as variáveis abióticas, todos os cinco foram índices baseados em diatomáceas (IPS, CEE, TDI, IDP, EPI-D). Tanto a ACC quanto o IndVal evidenciaram Batrachospermum spp., Oedogonium spp., Rhizoclonium riparium, Stigeoclonium tenue, Spirogyra spp. como espécies indicadoras de eutrofização. Limitações taxonômicas em ambas as assembleias (diatomáceas e algas moles) foram observadas o que demanda uma cautela na interpretação dos resultados. No entanto, não se pode negligenciar os resultados promissores evidenciados neste trabalho, tendo em vista, que tanto o PIT (algas moles), quanto o IPS, CEE, TDI, IDP, EPI-D (diatomáceas) responderam ao gradiente de poluição previamente delimitado.

Palavras-chaves: Amazônia, Bioindicadores, Índices, Diatomáceas, Algas Moles, Espécies

Indicadoras, rio Negro.

Page 87: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

68

Abstract

The goal of this study was to evaluate the potential of periphytic algae for water quality assessment at the lower Negro River. For this purpose, 12 sampling stations were distributed along three regions with different degrees of anthropogenic impact: 1) Low Anthropogenic Influence area (LAI), upstream from the city of Manaus; 2) Intermediate Anthropogenic Influence area (IAI) and 3) High Anthropogenic Influence area (HAI). Abiotic variables (pH, dissolved oxygen concentration, temperature, electrical conductivity, turbidity, nitrate, nitrite, total phosphorus and orthophosphate) and biotic variables (community structure of diatoms and non-diatom periphytic algae - soft algae) were simultaneously sampled for four consecutive weeks at two flood periods (2013 and 2014). A canonical correlation analysis (CCA), the indicator species values (IndVal) and PIT (Peripheral Index of Trophic State) values were calculated based on the soft algal community structure, after which a one-way ANOVA was calculated to identify the existence of a significant difference among sampling regions with regard to PIT values. The values of 15 indices based on the diatom community structure data for each sampling station were calculated. Pearson Correlation and Multiple Regression Analyses were applied with the objective of analyzing the relationship between index values and abiotic variable values, both for diatom-based indices and the index based on soft algae. Of the 16 indices tested, five showed significant relationship with the abiotic variables; all five indices were diatom-based (IPS, CEE, TDI, IDP, EPI-D). ACC and IndVal revealed Batrachospermum spp., Oedogonium spp., Rhizoclonium riparium, Stigeoclonium tenue, Spirogyra spp. as eutrophication indicator species. Taxonomic limitations were observed for both assemblies (diatoms and soft algae), which calls for caution in the interpretation of results. However, the promising results obtained in this study cannot be neglected, since both PIT (soft algae) and IPS, EEC, TDI, IDP, EPI-D (diatoms) responded to the previously delimited pollution gradient.

Key-words: Amazon, Bioindicators, Indices, Diatoms, soft-algae, Indicating Species, Negro

River.

Page 88: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

69

Introdução

A intensa utilização do solo para agricultura e urbanização tem impactado os cursos de

água ao redor do mundo, resultando em mudanças fundamentais na estrutura e funcionamento dos

ecossistemas aquáticos (Lavoie et al. 2004). As práticas agrícolas e agropecuárias intensivas, bem

como, o crescimento acelerado e desordenado de grandes centros urbanos tem levado ao

incremento de descargas de efluentes ricos em contaminantes e nutrientes nos cursos de água

promovendo assim a poluição destes ambientes (Skinner et al. 1997). Esta tendência não é

diferente quando se trata da região Amazônica, onde o desmatamento acelerado tem facilitado

significativamente a colonização da bacia, bem como, a instalação de empresas e atividades

agrícolas com consequente fluxo significativo de população (Fearnside 2015, Pfaff et al. 2015).

Esta forte influência antrópica tem alterado a condição oligotrófica associada ao rio

Negro que possui um alto fluxo de água (média anual cerca de 29.000 m3.s-1), sendo o segundo

maior afluente no que diz respeito a descarga no rio Amazonas (Revenga et al., 1998, Goulding et

al. 2003, Latrubesse & Franzinelli 2005), levando a uma descaracterização física, química e

biológica de suas águas (Santos et al. 2006).

Esta situação é ainda mais crítica quando se trata do baixo rio Negro, onde está situada a

cidade de Manaus capital da unidade federativa Amazonas, com aproximadamente dois milhões e

meio de habitantes (IBGE, 2010). Isto porque a área urbana de Manaus abrange quatro bacias

hidrográficas afluentes da região do baixo rio Negro: São Raimundo, Educandos, Tarumã-Açu e

do Puraquequara. As duas primeiras se encontram integralmente dentro da cidade e outras duas

parcialmente inseridas na malha urbana (Santana & Barroncas 2007). Estas microbacias

transformam-se, em vista da ocupação residencial de suas margens e das atividades industriais em

seu entorno, em receptores de resíduos domésticos e industriais e desaguam diretamente no rio

Negro, sem nenhum tratamento trazendo todos os poluentes drenados das áreas urbanas de Manaus

(Pinto et al. 2009).

Assembleias biológicas aquáticas são úteis para o monitoramento e avaliação da qualidade

da água de rios porque elas integram os efeitos das variações naturais e de impactos antropogênicos

(Reavie et al., 2010). As algas perifíticas são indicadores que possuem algumas vantagens sobre

outras assembleias biológicas, pois, são geralmente mais sensíveis as variações dos nutrientes do

que outras assembleias (Brazner et al., 2007) além de serem sésseis e não podem escapar das fontes

de poluição, estando presentes, portanto, antes e depois do impacto (Reavie et al. 2010). A

Page 89: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

70

composição taxonômica e estrutura da assembleia de algas têm sindo utilizada há um longo tempo

para avaliar e monitorar os impactos antropogênicos nos ecossistemas aquáticos ao redor do

mundo (Pipp, 1991, Marvan, 1991, Bakhaus, 1991, Coring, 1995, Kelly et al. 1998, Lavoie et al.

2004, Kelly et al. 2008, Ector et al. 2012).

As algas perifíticas podem ser divididas em duas grandes assembleias: aquela composta

pelas diatomáceas (Bacillariophyta) e aquela composta pelas não-diatomáceas (Schneider et al.

2012). Existem várias características taxonômicas que caracterizam os indivíduos dentro das

inúmeras espécies que compõem estas duas grandes assembleias (Round, 1990; Bicudo &

Menezes, 2006), no entanto, a característica principal que difere estas duas assembleias é a

presença de uma frústula de sílica nas Diatomáceas e ausência da mesma nas demais algas

perifíticas. Devido a ausência da frústula de sílica, as não-diatomáceas, também, podem ser

encontradas na literatura sendo denominadas como soft-algae (Porter, 2008, Fetscher et al. 2014,

Stevenson & Smol, 2015) termo em inglês que quer dizer algas moles.

Além das abordagens associadas a taxonomia e estrutura da assembleia de algas perifíticas

para avaliação da qualidade da água, os índices baseados em diatomáceas têm sido amplamente

utilizados há décadas (revisado por Stevenson et al. 2010). O mérito das algas moles como

bioindicadores, também, tem sido observado por muitos investigadores (Fernandez-Piñas et al.

1991; Pipp & Rott 1996; Douterelo et al. 2004; Rusanov et al. 2012; Whitton 2012) e alguns

índices, baseados nestas algas, têm sido descritos (Hill et al. 2000; Griffith et al. 2004; Porter et

al., 2008; Schneider & Lindstrøm, 2011; Fetscher et. al., 2014). No entanto o uso de índices

baseados em algas moles são raros quando comparados àqueles utilizando diatomáceas (Fetscher

et al., 2014). Os motivos pelos quais as algas moles são menos utilizadas para acessar a qualidade

da água estão associados aos desafios taxonômicos que envolvem sua identificação, tendo em

vista, que para algumas espécies se faz necessário o cultivo para a confirmação em nível

taxonômico de espécie, soma-se a isso as limitações metodológicas nas quantificações dos

espécimes (Perona et al., 1998; Kelly et al., 2008; Stancheva et al., 2012).

Pouco tem sido publicado com relação a performance de diatomáceas versus algas moles

ou comparando como os índices baseados somente em um dos grupos de algas se comportam

frente a combinação de informação que deriva de índices que considerem os dois grupos -

diatomáceas e algas moles (Lavoie et al. 2004; Kelly et al. 2008; Schneider et al. 2012, Schneider

Page 90: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

71

et al. 2013). A Water Framework Directives (WFD) ou Diretiva Quadro das Aguas preconiza o

uso das diatomáceas como os representantes do fitobentos mais indicados para acessar o estado

ecológico dos corpos de água na Europa (Kelly et al. 2009). No entanto, Schneider et al. (2012)

destacam que é importante a discussão sobre o quão completa é a informação derivada de índices

baseados em uma só assembleia, como é o caso do preconizado pela WFD, isso porque, quando

composição e abundância de espécies de determinada assembleia é similar entre duas estações de

amostragem então o cálculo dos índices baseado nestes dados, também, será similar. Por outro

lado, quando composição e abundância de espécies de diatomáceas, por exemplo, são similares

entre duas estações, mas, composição e abundância de espécies de algas moles, por exemplo, são

diferentes, então a combinação de diatomáceas e algas moles pode dar importante informação

adicional, quando comparado a análise de somente um dos dois grupos de organismos (Kelly et al.

2009; Scheneider et al. 2012; Fetscher et al. 2014; Poikane et al. 2016).

Neste contexto, os objetivos do presente trabalho foram: (1) avaliar o desempenho das

diatomáces como bioindicadores por meio de índices; (2) avaliar o desempenho das algas moles

como bioindicadoras de qualidade de água por meio de sua relação com as variáveis abióticas; (3)

comparar o desempenho das assembléias (diatomáceas e algas moles), para a avaliação da

qualidade da água, bem como, o desempenho da informação derivada das duas assembléis em

conjunto, em outras palavras, quando se analisa a resposta de duas assembleias isso pode me

fornecer um informação adicional importante? (4) por fim, listar as espécies indicadoras de cada

região de amostragem para a assembleias de algas moles.

Page 91: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

72

Material e Métodos

Área de Estudo

A bacia do Rio Negro possui uma área de 720.114 km2 que se encontra principalmente

dentro do escudo pré-cambriano. O rio tem uma extensão de pelo menos 1,700 km (Revenga et al.

1998, Goulding et al. 2003, Latrubesse & Franzinelli 2005), com 90% da área de sua bacia estão

localizados no Brasil, 9% na Colômbia e 1% na Guiana Francesa.

Os afluentes de águas negras têm níveis mais elevados de ácidos húmicos (que causam a

sua cor escura) e como se originam nos planaltos muitas vezes arenosos pobres em nutrientes, eles

têm pouco ou nenhum silte ou sólidos dissolvidos (Hedges et al. 1994, Franzinelli & Igreja 2002,

Aucour et al. 2003), com baixa condutividade (10 μS.cm-1) e pH baixo (5,0) (Furch & Junk, 1997).

De acordo, com Küchler et al. (2000) a maioria das amostras da bacia hidrográfica do rio Negro

forma um grupo homogêneo de água preta, distinto das águas brancas do rio Solimões, o principal

afluente do rio Amazonas.

Este estudo foi realizado na região do baixo rio Negro (Figura 1), próximo à cidade de

Manaus (AM), Brasil situado entre 62°W e sua confluência com o Solimões (60oW) (Franzinelli

& Igreja, 2002). Nesta secção, o rio pode medir até 20 km de largura (Ilhas Anavilhanas) e é

limitado por penhascos descontínuos ("falésias"), formado pelos depósitos "Alter do Chão" e pode

atingir até 90 m de profundidade, pouco antes da confluência com o rio Solimões (Franzinelli &

Igreja 1990, Franzinelli & Igreja 2002, Franzinelli 2011). Especialmente, próximo à cidade de

Manaus o rio Negro tem sofrido grandes pressões antropogênicas (capital que possui,

aproximadamente, 1.800 milhões de habitantes) devido à grande quantidade de esgoto sem

tratamento despejado diretamente no rio (Cleto-Filho & Walker 2001, Silva et al. 1999, Horbe et

al. 2005, Pinto et al. 2009).

Page 92: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

73

Figura 1: Área de amostragem, localizada à margem esquerda do baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-

Brasil). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária;

HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Estações e plano de amostragem

Com base nas informações acima, a margem esquerda do rio Negro foi dividido a priori

em três áreas categóricas, cada área representando um grau de potencial impacto antropogênico:

1) Área de baixa influência antrópica (LAI = Low Anthropogenic Influence), a montante da cidade

de Manaus; 2) Área de influência antrópica intermediária (IAI= Intermediate Anthropogenic

Influence), mais perto da área urbanizada, mas, sem afluentes fortemente poluídos e 3) área de alta

influência antrópica (HAI= High Anthropogenic Influence) em frente à cidade de Manaus (Figura

1). Em cada uma dessas áreas foram definidas quatro estações fixas de amostragem.

LAI está localizada entre o Lago Tatu (3º03'10.77 '' S e 60º17'45.30''W) e leste do fluxo de

Tarumã-Mirim (3º01'56.20 ''S e 60º17'32.95''W) (locais S1 a S4) totalizando uma seção transversal

de aproximadamente 14 km. O IAI foi delimitada a oeste pelo igarapé do Tarumã-Mirim

(3º01'56.20 '' S e 60º17'32.95''W) e a leste pelo igarapé do Tarumã-Açu (3º02'42.65 ''S e 60

06'55.36''W) (locais S5 a S8) seção transversal de aproximadamente 6 km de comprimento.

Finalmente, o HAI está localizado entre o Tarumã-Açu (3º02'42.65 '' S e 60 ° 06'55.36''W) e o

porto da Ceasa (3º09'44.59''S e 59 58'44.65''W) (locais S9 a S12). Esta última seção transveral, de

cerca de 20km, é caracterizada por englobar as duas estações com maior poluição orgânica

Page 93: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

74

provenientes da cidade de Manaus (S10 e S11). Todas as estações de amostragem estão localizadas

antes da confluência do rio Negro com o rio Solimões.

Em cada uma das áreas acima foram distribuídas quatro estaçoes de amostragem,

totalizando 12 estaçoes. Em cada uma das estaçoes foram retiradas amostras durante dois períodos

de cheia de acordo com Bittencourt & Amadio (2007), em 2013 e 2014, durante quatro semanas

consecutivas totalizando 96 amostras disponíveis para as analises de dados.

Processamento de amostras

Varáveis ambientais

As características da água pH, concentração de oxigênio dissolvido (mg/L), temperatura

(oC) condutividade elétrica (µ.S-1) foram medidas in situ com um medidor portátil Hach HQ40d

(Wissenschaftlich-Technische Werkstätten GmbH, WTW), turbidez também foi mensurada in situ

com o turbidímetro portátil HI 93703. As amostras de água (n=96) para análises dos parâmetros

físico-químicos – nitrato (mg/L), nitrito (mg/L), fósforo total (mg/L) e ortofosfato (mg/L) – foram

colhidas simultaneamente com a amostragem das algas perifíticas e as análises foram realizadas

por fotocolorímetria.

Amostras perifíticas

As amostras perifíticas (n = 96) foram coletadas, principalmente, na floresta inundada. Os

hábitats amostrados incluíram vegetação submersa, raízes da floresta inundada, folhas, folhas em

decomposição e raízes da macrófita Eichornia crassipes (Mart.) Solms. Os substratos foram

lavados em recipientes de polietileno com água destilada para remover os detritos associados e

depois os substratos foram raspados com uma lâmina de aço inoxidável e escova macia. Filamentos

macroscópicos também foram recolhidos, manualmente, e colocados no mesmo frasco com o

material raspado.

Em campo cada uma das 96 amostras foi dividida em três alíquotas de 100 mL: a) Algas

perifíticas - exceto diatomáceas – (algas moles) para fins de análises qualititvas: fixadas com

solução de Transeau (seis partes de água, três partes de etanol 95% e uma parte de formol 40%;

Prescott, 1962); b) Algas perifíticas - exceto diatomáceas – (algas moles) para fins de análises

Page 94: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

75

quantitativas: fixadas com lugol acético 1% para análise quantitativa; c) Diatomáceas: fixadas com

solução de Transeau (seis partes de água, três partes de etanol 95% e uma parte de formol 40%;

Prescott, 1962) para análise qualitativa e abundância relativa.

Análise das algas perifíticas – exceto diatomáceas – (algas moles)

As amostras (n=96) de algas moles foram quantificadas usando câmaras de sedimentação

em um microscópio invertido (Utermöhl, 1958) e o tempo de sedimentação seguiu Lund et al.

(1958). As contagens foram realizadas em campos aleatórios até se atingir pelo menos 100

indivíduos da espécie mais comum e de acorodo com a curva de acumulação de espécies (Ferragut

& Bicudo, 2012). O sistema de classificação adotado foi o proposto por Van Den Hoeck et al.

(1993). As amostras (n=96) para as análises qualitativas foram colocadas em uma lâmina de

microscópio e recobertas com uma lamínula e, em seguida, observadas em microscópio de luz

Leica® DMRX com uma objetiva de imersão em óleo de 100x em uma ampliação de 1000x por

meio de seções transversais aleatórias. O número de lâminas a serem analisadas foi definido a cada

amostra de acordo com a curva de rarefação (Ferragut & Bicudo, 2012).

Análises das diatomáceas

Antes da lavagem ácida das amostras, elas foram colocadas em uma lâmina de microscópio

e recobertas com uma lamínula e, em seguida, observadas em 200x e 400x. Em seguida, sub-

amostras a partir do material fixado passaram por limpeza (digeridos) sob aquecimento utilizando

H2O2 concentrado sob aquecimento por 24 a 48 horas, usando um banho de areia. As preparações

foram deixadas em repouso para a decantação durante 24 horas, em seguida entre 80 a 90% do

sobrenadante foi eliminado por aspiração a vácuo. Um volume de 1 ml de HCl (37%) foi então

adicionado e a mistura foi deixada em repouso durante 2 h, seguida por três repetições de lavagem

e decantação, como descrito acima, usando água destilada. Após a digestão e a decantação, o

material enxaguado e limpo foi diluído com água destilada e as lâminas permanentes foram

montadas utilizando Naphrax® (Brunel microscópios Ltd., Chippenham, Wiltshire, Reino Unido)

para a análise qualitativa e semi-quantitativa.

Para a análise semi-quantitativa todos os indivíduos encontrados em seções transversais

aleatórias sob microscopia de luz através de cada lâmina permanente (n = 96) foram identificada

Page 95: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

76

e contada (entre 400 e 450 válvulas) com um microscópio de luz Leica® DMRX com uma objetiva

de imersão em óleo de 100x em uma ampliação de 1000x, seguindo as normas européias CEN

14407 (Comité Europeu de Normalização, 2004; 2014).

Análise de Dados

Algas perifíticas - exceto diatomáceas - (algas moles)

Foram duas estratégias utilizadas para as análises dos dados de algas moles. Em um

primeiro momento buscou-se caracterizar a estrutura da assembleia e a sua relação com as

variáveis ambientais, para tanto, uma Análise de Correspondência Canônica (ACC) foi realizada.

A ACC é uma técnica de ordenação que seleciona as combinações das variáveis ambientais que

maximizam a dispersão das espécies (Jongman et al. 1995). A hipótese nula de existência de

correlação significativa entre as matrizes é testada através do procedimento de Monte Carlo. Para

o cálculo da ACC as linhas das variáveis da matriz ambiental e da matriz de índices foram alocadas

randomicamente e a ACC foi calculada.

Para a realização da ACC foram utilizadas 1000 randomizações, resultados de linhas e

colunas padronizadas por Centralização e Normalização e os resultados para o gráfico foram

derivados das espécies, pois, segundo Oksanen et al. (2007), este método é mais robusto aos ruídos

existentes na amostragem. A escala usada para a confecção dos gráficos foi a de resultados

originais, para evitar a distorção da relação entre a distância de ordenação e a similaridade das

amostras o que resulta em um “r2” menor.

Indice baseado em algas moles

Com o intuito de analisar o potencial de bioindicação das algas moles foi utilizado o Índice

Perifítico de Estado Trófico (PIT; Schneider & Lindstrøm, 2011). Para tanto, o valor indicador de

cada táxon foi calculado considerando a média dos valores logaritimizados de TP, como

apresentado por Schneider & Lindstrøm (2011) adaptado do Método da Média Ponderada (ter

Braak & van Dam, 1989). Para se identificar a existência de diferença significativa entre as regiões

de amostragem, no que se refere aos valores de PIT, foi utilizada uma análise de variância de uma

entrada – ANOVA one-way (Zar, 1974) em um nível de significância de 0,1. Quando se identificou

diferença entre pelo menos uma das médias, foi utilizado um teste específico feito a posteriori,

Page 96: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

77

que contrasta essas diferenças. Para essa finalidade, foi utilizado o teste de Tukey, em um nível de

0,1 de confiança. Todas as análises foram realizadas no programa RStudio (Version 0.99.903 – ©

2009-2016 RStudio, Inc.).

Índices baseados em Diatomáceas

As espécies de diatomáceas contadas foram inseridas dentro da base de dados e ferramenta

de cálculo OMINIDIA versão 5.3 (Lecointe et al. 1993) em seguida os índices abaixo foram

calculados: Índice Leclerq & Maquet (IDSE; Leclerq and Maquet, 1987); Índice de Diatomáces

de Artois-Picardie (IDAP; Prygiel et al., 1996); Índice de Eutrofização/Poluição (EPI;

Dell’Uomo,1996); Índice Biológico de Diatomáceas (IBD; Lenoir & Coste, 1996); Índice de

Schiefele & Schreiner (SHE; Schiefele & Schreiner, 1991); Índice Sapróbico (SID; Rott et

al.,1997); Índice Trófico (TID; Rott et al., 1999); Índice de Watanabe (WAT; Watanabe et

al.,1986); Índice de Sensibilidade Específica à Poluição (IPS; Cemagref,1982); Índice de Sladecek

(SLA; Sladecek, 1986); Índice de Poluição de Descy (DESCY; Descy,1979); Índice da Comissão

Econômica Comunitária (CEE; Descy & Coste,1991); Índice Trófico de Diatomáceas (TDI; Kelly

& Whitton,1995); Índice de Diatomáceas Pampeano (IDP; Gomez & Licursi, 2001) e Índice

Trófico de Qualidade da Água (LOBO; Lobo et al., 2004). Todos os índices, exceto CEE, SHE,

TDI e WAT, são baseados na fórmula de Zelinka & Marvan (1961).

A correlação de Pearson foi utilizada para determinar a relação entre os valores dos indices

calculados e as varávies abióticas mensuradas. Uma Análise de Variância (Anova – one way) com

teste de Tukey foi usada para comparar os valores das correlações derivadas da análise acima

citada. O mesmo métodos foi utilizado para comparar as porcentagens de espécies utilizadas no

cálculo dos diferentes índices. Uma análise de regressão múltipla foi aplicada para avaliar qual

índice refletia melhor a qualidade geral da água, esse método pode dar importante informação

complementar sobre os fatores que influenciam os valores dos índices (Lenoir & Coste, 1996;

Mangadze et al., 2015).

Assim como procedido em Bere & Tundisi (2011a) os valores de r ajustado foram

utilizados como o nível de sucesso com os quais as variávies foram capazes de explicar a variação

nos valores dos índices; onde maiores valores indicavam mais acurácia dos índices como

Page 97: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

78

indicadores dos valores das variáveis abióticas. Todas as análises foram realizadas no programa

RStudio (Version 0.99.903 – © 2009-2016 RStudio, Inc.).

Adicionalmente, uma análise de agrupamento baseada em uma matriz de correlação foi

realizada usando Palaeontological Statistics (PAST) software v.1.95 (Hammer et al., 2009)

considerando como atributos os valores de r, r2, r ajustado e as porcentagens das espécies utilizadas

no cálculo de cada índice no intuito de se evidenciar os índices que melhor se adequaram a área

de amostragem.

Éspecies indicadoras

Para definição das espécies indicadoras de cada região de amostragem (LAI, IAI e HAI)

foi utilizado o método do valor indicador (IndVal; Dufrêne & Legendre 1997). O IndVal é um

método simples e útil para identificar conjuntos de espécies que caracterizam grupos de amostras

(Dufrêne & Legendre, 1997). A originalidade deste método reside na forma como ele combina

informações sobre a especificidade e a fidelidade de ocorrência de uma espécie em um grupo

particular. Produz valores indicadores para cada espécie em cada grupo expresso como o produto

da especificidade e fidelidade.

Portanto, as espécies indicadoras são definidas como as espécies mais características de

cada grupo. O método deriva indicadores de qualquer classificação do sítio. A significância

estatística dos valores dos indicadores de espécies é avaliada através de um procedimento de

randomização. O valor indicador atinge seu máximo quando todos os indivíduos de uma espécie

são encontrados em um único grupo de amostras (alta especificidade) e quando a espécie ocorre

em todos os locais desse grupo (alta fidelidade) (Dufrêne & Legendre, 1997). O IndVal foi

calculado para algas moles (para detalhes do IndVal calculado para diatomáceas vide Cápitulo 1)

e deste cálculo derivou-se as espécies indicadoras para cada região de amostragem. Os cálculos de

IndVal foram realizados no programa Pc-ORD (McCune & Mefford, 1997).

Page 98: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

79

Resultados

Algas perifíticas exceto diatomáceas (algas moles)

Dependendo da variável que se considera, este grupo de algas respondeu, exclusivamente,

ao padrão de variação anual, sofrendo maior influência da variação do nível da água e das

diferenças particulares de cada ano (OD). Por outro lado, as variáveis NO2 e NO3 sofreram maior

influência do padrão semanal, ou seja, possuíram maior variação entre as semanas de amostragem

do que entre os anos de amostragem, o que demonstra um comportamento muito dinâmico dos

compostos no rio Negro. Os valores de TP fram melhores descritores do gradiente de influência

antrópica, previamente, definido. E por fim, os valores de COND e pH, responderam tanto ao

padrão de variação anual, quanto ao padrão de variação espacial (gradiente de influência antrópica

previamente definido). Maiores detalhes sobre o comportamento das variáveis abióticas vide

Cápitulo 1.

A avaliaçao taxonômica permitiu a identificaçao de 201 espécies de algas moles.

Cyanobacteria constituiu a classe com maior representatividade em número de espécies (78)

seguida por Chlorophyceae (68 espécies), Zygnemaphyceae (28 espécies), Xantophyceae (6

espécies), Rodophyceae (5 espécies), Dinophyceae (4 espécies), Euglenophyceae, Charophyceae,

Oedogonophyceae (3 espécies em cada Classe), Cryptophyceae, Prasynophyceae, Chrysophyceae

(1 espécie em cada Classe). É importante destacar que nas Classes, Chlorophyceae,

Oedogonophyceae e Rodophyceae este número pode ser maior, tendo em vista, que nestas Classes

foram identificados diferentes espécimes dos gêneros Mougeotia, Spirogyra, Oedogonium e

Batrachospermum, respectivamente, que não foi possível chegar ao nível de identificaçao

específico, pois, não foi realizada cultura de tais organismos, processo requerido para identificaçao

específica destes gêneros (Scheneider et al. 2013). Neste contexto, para não incorrer em erros

taxonômicos os autores acreditaram ser mais prudente nominá-los como spp..

Com relação aos valores de densidade a classe Chlorophyceae dominou em ambos os anos

(2013 e 2014) e em praticamente todos os pontos amostrais, em alguns pontos esta classe chegou

a representar 90% da densidade total (Estações 1 e 12 – 2013; Estação 10 -2017; Figura 2). A

dominância das Chlorophyceae (7x103 ind/mL) foi compartilhada com outras classes que também

tiveram contribuições expressivas para densidade total - Cyanobacteria (3x103 ind/mL) e

Rodophyceae (2x103 ind/mL). Com relação as classes de maior dominância citadas acima, é

Page 99: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

80

importante destacar que Chlorophyceae e Cyanobacteria tiveram representatividade semelhante

entre os anos de amostragem (2013 e 2014), com relação a classe Rodophyceae esta apresentou

dominância mais expressiva no ano de 2014.

As descriçoes que se seguem (Figura 2) são referentes ao ano de 2013: em LAI as

Chlorophyceae representaram 90% da dominância na estação 1, na estação 2 esta dominância foi

compartilhada com as Cyanobacteria, na estação 3 a maior contribuição para densidade foi da

classe Euglenophyceae, e na estação 4 as Chlorophyceae voltaram a dominar. Em IAI, a

dominância inicial das Cyanobacteria (estação 5) foi substituida pela dominância de

Chlorophyceae (estação 8). Em HAI a dominância inicial foi das Rodophyceae (estação 9), na

estação 10 a classe Cyanobacteria passou a dominar e nas estaçoes 11 e 12 a classe Chlorophyceae

retomou a dominância.

Em 2014, apesar da dominâcia notável das Chlorophyceae na maioria das estacões (Figura

2), é importante destacar que em LAI esta dominância foi compartilhada com Cyanobacteria e

Dinophyceae (estação 1), Dynophyceae (estacão 2), Cyanobacteria e Rodophycyae (estação 3) e

Rodophyceae (estação 4). Em IAI as Chlorophyceae continuaram tendo posição de destaque

quanto a dominância, no entanto esta foi a menor de todo o estudo e foi compartilhada com

Rodophyceae (estação 5 e 7), Oedogonophyceae (estação 8) e na estação 6 a dominância foi

compartilhada entre as Rodophyceae e Cyanobacteria, sem haver uma contribuição expressiva das

Chlorophyceae. Em HAI foram observadas as contribuições mais expressivas das Chloropyceae,

sendo compartilhada com as Rodophyceae (estação 9 e 12), Cyanobacteria (estação 11), na estação

10 as Chlorophyceae representaram 90% da densidade total.

Page 100: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

81

Figura 2: Abundância relativa das classes taxonômica das algas perifíticas moles no baixo rio Negro (Manaus,

Amazonas-Brasil). Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica

Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

A espécies mais representativa entre as algas moles do perifíton foi Batrachospermum spp.

(Figura 3) que foi abundante durante toda a amostragem. Entre os anos de amostragem esta

dominância foi mais acentuada em 2014. Com relação as regiões de amostragem, IAI e HAI

apresentaram as maiores dominâncias desta espécie, especial destaque para as estações 9 e 10 em

2013 e para 5, 6 e 7 em 2014. A segunda espécie mais abundante foi Spirogyra spp. (Figura 3)

que possui dominância semelhante entre os anos de amostragem (2013 e 2014). Em 2013, sua

densidade foi distribuída de forma semelhante entre as regiões de amostragem, em 2014 sua

dominância foi mais expressiva em IAI e HAI.

Apesar da dominância menos expressiva Mougeotia spp. e Chaetophora attenuata Hanzen

foram abundantes em toda amostragem (Figura 3), especial destaque para as estações 1 e 2 em

2013, onde Chaetophora attenuata representou 90% da abundância relativa e Mougeotia spp.

representou 80% da abundância relativa, respectivamente. Com relação a Mougeotia spp. é

importante destacar a sua abunância expressiva também nas estações 7 e 8 no ano de 2013, onde

a mesma representou 80% da abundância total. As espécies Peridinium umbonatum Stein e

Geitlerinema unigranulatum (R.N.Singh) J.Komárek & M.T.P.Azevedo tiveram dominâncias

pontuais, representando 90% da abundância relativa na estação 1 e 2 em 2014 e 75% da abundância

relativa na estação 5 em 2013, respectivamente.

Page 101: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

82

Figura 3: Variação temporal da abundância relativa das algas moles do perifíton (densidade total > 5%) no baixo rio

Negro (Manaus, Amazonas – Brasil) durante os anos de 2013 e 2014. Códigos: LAI – região de baixa inflência

antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

O teste de Monte Carlo (tabela 1) indicou que somente o primeiro eixo derivado da

ACC com as 27 espécies mais representativas (espécies que apresentaram pelo menos 1% da

densidade total) e as variáveis ambientais foi significativo e explicou 8% da variação total

encontrada nos dados. NO2 e PO4 foram correlacionados positivamente com o primeiro eixo, pH,

OD, TP e TURB por outro lado, foram correlacionados negativamente com o mesmo (tabela 2).

Os resultados derivados da ACC (Figura 4) evidenciaram um padrão de distribuição da

composição das diatomáceas, predominantemente, espacial, com a formação de três grupos

distintos:

O grupo 1 composto por espécies que assumiram valores negativos no eixo 1 da ACC

(menores que -0,002) e estiveram mais associadas a HAI (a média dos valores no eixo da ACC das

estações que compõem a HAI foi -0,118) que apresentou maiores valores de pH, OD, TP e TURB.

As espécies associdas a este grupo foram: Rhizoclonium riparium (Roth) Harvey, Scytonematopsis

sp., Chaetophora elegans (Roth) C. Agardh, Characium ornintocephalum A. Braun, Microchaete

tenera Thuret ex Bornet & Flahault, Stigeoclonium tenue (C. Agardh) Kutzing, Oedogonium spp.,

Ulothrix subtilissima Rabenhorst, Pseudanabaena limnetica (Lemmermann) Komárek,

Batrachospermum spp., Schizomeris leibleinii Kutzing.

Page 102: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

83

Tabela 1: Dados estatísticos do teste de Monte Carlo correlações espécies x variáveis ambientais para no baixo rio Negro no período de cheia em 2013 e 2014.

Eixos Dados reais

Dados randomizados (1000 randomizações)

Correlações spp x variáveis ambientais

média mínimo máximo p

1 0,753 0,103 0,055 0,184 0,042

2 0,717 0,076 0,047 0,127 **

3 0,598 0,4059 0,040 0,107 ** **Os valores de p não foram reportados para os eixos 2 e 3 porque o uso de um teste de randomização simples poderia gerar um vies nestes valores, neste caso, o resultado sem vies indica significância estatistica apenas para eixo 1.

Tabela 2: Coeficiente de correlação “intra-set" da matriz das variáveis ambientais x eixo (os resultados foram apresentados somente para o primeiro eixo, tendo em vista, que somente este foi significativo).

Variáveis Eixo 1

pH -0,517

Oxigênio dissolvido -0,954

Condutividade Elétrica 0,244

Temperatura 0,300

Nitrato 0,381

Nitrito 0,020

Fósfoto total -0,495

Ortofosfato 0,401

Turbidez 0,473

O grupo 2, composto por espécies que assumiram valores no eixo da ACC que variaram

entre 0,06 e 0,22, este grupo de espécies esteve mais associado a IAI (a média dos valores no eixo

da ACC das estações que compõem a IAI foi 0,156) que apresentou valores intermediários para as

variáveis amostradas. No entanto, é importante destacar que muitas das espécies presentes neste

grupo tiveram uma ampla distribuição na região de amostragem deste trabalho, ou seja, não

estiveram restritas apenas a IAI, como por exemplo Spirogyra spp. e Mougeotia spp., ambas

ocorreram em mais de 70% das amostras, porém, sua abundância relativa variou entre as áreas de

amostragem sendo que os maiores valores estiveram associados a IAI (estação 7 e 8) como já

reportado acima. As espécies associadas a este grupo foram: Heteroleibleinia kuetzingii

(Schmidle) Compère, Spirogyra spp., Mougeotia spp., Uronema elongatum Hodgetts.

Grupo 3 foi composto por espécies que assumiram valores acima de 0,70 no eixo 1 da

ACC, este grupo de espécies esteve associado a LAI (a média dos valores no eixo da ACC das

estações que compõem a LAI foi 0,34) que apresentou maiores valores de NO2, PO4 e TEMP. As

espécies que compuseram este grupo foram: Monoraphidium griffithii (Berkeley) Komárková-

Page 103: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

84

Legnerová, Microspora quadrata Hazen, Chaetophora attenuata, Peridinium umbonatum,

Planktotrhix aghardii (Gomot) Anagnostidis & Komárek, Leptolyngbya perelegans

(Lemmermann) Anagnostidis & Komárek, Nostoc sp., Stigeoclonium amoenum Kutzing.

Figura 4: Análise de correspondência canônica (ACC) aplicada sobre as variáveis ambientais e densidade (ind/mL). Os pontos indicam os valores de cada espécie no eixo 1 da ACC; As cruzes indicam os valores médios (média calculada dos “scores” dos pontos gerados na ACC) de cada área de amostragem no eixo 1 da ACC; As setas indicam o tipo de correlação (se positiva ou negativa) das variáveis ambientais com o eixo 1 da ACC. Os códigos para as espécies são: RIRH: Rhizoclonium riparium, SCSP: Scytonematopsis sp., CHEL: Chaetophora elegans, CHOR: Characium ornintocephalum, MITE: Microchaete tenera, STTE: Stigeoclonium tenue, OEDOG: Oedogonium spp., ULSU: Ulothrix subtilissima, PSLI: Pseudanabaena limnetica, BTAM: Batrachospermum spp., SCLE: Schizomeris leibleinii, HEKU: Heteroleibleinia kuetzingii, SPIRO: Spirogyra spp., UREL: Uronema elongatum, MOUGE: Mougeotia spp., STAM: Stigeoclonium amoenum, MOGR: Monoraphidium griffithii, MIQU: Microspora quadrata, CHAT: Chaetophora attenuata, PRUM: Peridinium umbonatum, PLAG: Planktothrix aghardii, LEPE: Leptolyngbya perelegans, NOSP: Nostoc sp..Códigos para as variáveis ambientais: NO2: Nitrato; NO3: Nitrito; PO4: Ortofosfato; pH: Potencial Hidrogeniônico; OD: Oxigênio Dissolvido; TP: Fósforo Total; TURB: Turbidez. Códigos para as áreas de amostragem são: LAI: área de baixa influência antrópica; IAI: área de influência antrópica intermediária; HAI: área de alta influência antrópica.

A análise das espécies indicadoras mostrou que alguns táxons não foram restritos à uma

única região de amostragem (Tabela 3). O valor indicador varia de 0% para táxons que tem a

mesma ocorrência e abundância em todas regiões de amostragem à 100% para táxons que estão

restritos a uma única região de amostragem. Entretanto, algumas espécies tendem a preferir uma

das regiões de amostragem dado o seu alto valor indicador nesta região. A especificidade foi

geralmente alta para a HAI, quando comparada as outras duas regiões de amostragem (LAI e IAI).

Page 104: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

85

Tabela 3: Valor indicador de espécies caracterizando as três regiões de amostragem (LAI – região de baixa inflência

antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.). Os maiores valores indicadores para cada espécie estão destacados negrito, bem como, os valores de p que

apresentaram significância estatistica (nível de significância 0,1).

Táxons Valor Indicador (%) valor de

p LAI IAI HAI

Batrachospermum spp. 1 21 39 0.001

Chaetophora atenuata Hanzen 4 9 9 0.849

Characium ornintocephalum (A. Braun) 2 1 3 0.838

Heteroleibleinia kuetzingii (Schmidle) Compère 4 13 5 0.144 Leptolyngbya perelegans (Lemmermann) Anagnostidis & Komárek 10 7 14 0.613

Microchaete tenera Thuret ex Bornet & Flahault 1 1 3 0.781 Monoraphidium griffithii (Berkeley) Komárková-Legnerová 0 7 12 0.136

Mougeotia spp. 23 15 28 0.382

Nostoc sp. 0 3 7 0.287

Oedogonium spp. 1 6 17 0.091

Peridinium umbonatum Stein 17 7 6 0.122 Planktotrhix aghardii (Gomot) Anagnostidis & Komárek 0 3 3 0.632

Pseudanabaena limnetica (Lemmermann) Komárek 1 5 12 0.143

Rhizoclonium riparium (Roth) Harvey 0 1 12 0.025

Schizomeris leibleinii Kutzing 1 2 46 0.000

Spirogyra spp. 9 17 33 0.027

Stigeoclonium amoenum Kutzing 0 3 21 0.004

Stigeoclonium tenue (C. Agardh) Kutzing 0 0 20 0.001

Ulothrix subtilissima Rabenhorst 0 2 5 0.656

Uronema elongatum Hodgetts 5 3 8 0.638 Total do número de spp. com maior valor indicador

1 3 18

As espécies Rhizoclonium riparium, Stigeoclonium tenue, Oedogonium spp.,

Pseudanabaena limnetica, Batrachospermum spp., Schizomeris leibleinii., Spirogyra spp.,

Stigeoclonium amoenum e Monoraphidium griffithii foram significativamente associadas a HAI.

A espécie Heteroleibleinia kuetzingii foi significativamente associada a IAI e Peridinium

umbonatum foi alta e significativamente associado a LAI. Com exceção de Spirogyra spp.,

Stigeoclonium amoenum e Monoraphidium griffithii, todas as espécies citadas acima tiveram as

mesmas preferências, no que diz respeito a região de amostragem, evidenciadas na ACC.

Page 105: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

86

O Índice Perifítico de Estado Trófico (PIT; Schneider & Lindstrøm, 2011) baseado em 59

espécies que se adequaram aos critérios estabelecidos pelo índice. O PIT foi calculado baseado

nas estações com a concentração de TP variando entre 0,01 a 3,91 mg/L e os valores de PIT

variaram entre 0,01 e 1,22 sendo que os maiores valores de PIT representam maior poluição

ambiental por estarem associados aos maiores valores de TP. Os maiores valores de PIT estiveram

associados a HAI (Figura 5). A ANOVA evidenciou a existência de diferença significativa entre

as regiões de amostragem (LAI, IAI e HAI) no que se refere os valores de PIT. O teste a posteriore

(teste de Tukey) indicou que a diferença reside entre os valores encontrados em LAI e HAI, e IAI

não apresentou diferença seginificativa entre as demais regiões. Apesar da diferença significativa

dos valores de PIT entre as áreas amostradas citada acima, os valores do índice não apresentaram

relação significativa com nenhuma das variáveis abióticas.

Figura 5: Valores médios de PIT por região de amostragem no baixo rio Negro (Manaus, AM- Brasil).

Códigos: LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI –

Região de Alta Inflência Antrópica.

Page 106: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

87

Índices baseados em Diatomáceas

Detalhes sobre a estrutura, a composição da assembleia e as espécies indicadoras de

diatomáceas podem ser consultados no Cápitulo 1. Foram calculados os valores de 15 índices, dos

quais 13 foram desenvolvidos a partir de dados coletados na Europa ou América do Norte e dois

desenvolvidos na América do Sul. Um sumário dos valores dos índices calculados é apresentado

na Tabela 4.

Tabela 4: Sumário dos valores dos índices calculados para as amostras do baixo rio Negro (Manuas, Amazonas-Brasil)

Índices Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Coeficiente de Variação

IPS** 5.30 20.00 17.34 3.64 0.21

TDI* 0.00 100.00 49.33 21.98 0.45

CEE* 0.00 10.50 1.42 2.96 2.08

EPI-D** 3.40 20.00 13.98 5.06 0.36

IDP* 0.00 15.30 12.67 4.33 0.34

DESCY** 1.00 20.00 15.52 7.06 0.46

IBD** 1.00 20.00 16.63 5.39 0.32

IDSE** 1.60 4.30 3.64 0.84 0.23

LOBO* 0.00 20.00 3.79 5.16 1.36

SLA* 5.70 17.60 14.50 3.81 0.26

TID* 0.00 18.90 3.01 4.29 1.42

SID* 4.40 26.80 13.85 4.76 0.34

SHE** 0.00 18.40 4.68 5.82 1.24

IDAP** 0.00 10.50 4.33 4.16 0.96

WAT** 0.00 10.50 3.80 4.68 1.23 Códigos: *Os maiores valores do índice indicam maior influência antrópica; **Os menores valores do índice valores indicam maior influência antrópica; Índice Leclerq & Maquet (IDSE); Índice de Diatomáces de Artois-Picardie (IDAP); Índice de Eutrofização/Poluição (EPI); Índice Biológico de Diatomáceas (IBD); Índice de Schiefele & Schreiner (SHE); Índice Sapróbico (SID); Índice Trófico (TID); Índice de Watanabe (WAT); Índice de Sensibilidade Específica à Poluição (IPS); Índice de Sladecek (SLA); Índice de Poluição de Descy (DESCY); Índice da Comissão Econômica Comunitária (CEE); Índice Trófico de Diatomáceas (TDI – único com escala de 0 - 100); Índice de Diatomáceas Pampeano (IDP) e Índice Trófico de Qualidade da Água (LOBO).

Entre os 15 índices calculados cinco (IPS, TDI, CEE, EPI, IDP) apresentaram correlação

significativa com as variávies abióticas em nível de significância 5% (Tabela 5). O TDI apresentou

os maiores valores de correlação seguido por IPS e CEE que apresentaram os mesmos valores de

Page 107: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

88

correlação. Os coeficientes de correlação calculados entre os valores dos índices e as variáveis

abióticas diferiram significativamentes (p<0,05) entre os diferentes índices. Sendo que o teste a

posteriore evidenciou uma diferença significativa apenas entre IPS, TDI e CEE e os demais

índices. Os valores de correlação entre os índices desenvolvidos na América do Sul (IDP e LOBO)

foram baixos quando comparados com alguns índices desenvolvidos na Europa (Tabela 5). Os

valores de r ajustado variaram entre 1,1% (TID) e 23% (IPS e TDI), os quais refletiram a

quantidade de variação dos índices explicada pelas variáveis abióticas, ou seja, o grau de

aplicabilidade dos índices para acessar a qualidade da água. Os índices com maiores valores de r

ajustado possuem maior acurácia como indicadores da qualidade da água.

Tabela 5: Valores médios de r, r2, r2 ajustado e valor de p calculados na análise de regressão múltipla entre os valores de cada índices e as variáveis abióticas e valores médios das porcentagens de espécies utilizadas por cada

índice.

Index r r2 r

ajustado Valor de

p Média % spp.

IPS 54.0 29.0 23.0 0.0005 80.0

TDI 55.0 30.0 23.0 0.0002 29.0

CEE 54.0 29.0 22.0 0.0005 24.0

EPI-D 46.0 20.0 12.0 0.0160 25.6

IDP 46.0 21.0 13.0 0.0120 25.4

IBD 41.0 16.0 7.8 0.0700 28.9

IDSE 40.0 16.0 8.0 0.0800 26.4

LOBO 40.0 15.0 7.0 0.0900 25.0

SLA 41.0 17.0 8.0 0.0600 24.9

DESCY 42.0 18.0 9.6 0.0600 14.2

TID 32.0 10.0 1.1 0.3540 23.6

SID 34.0 12.0 3.0 0.2460 22.9

SHE 27.0 7.2 2.2 0.3340 19.2

IDAP 32.0 10.0 1.3 0.3400 17.1

WAT 36.0 13.0 4.0 0.1820 16.4 Em negrito estao destacados os vaores de p estatisticamente significativos em um nível de significancia de 5%. Códigos: Índice Leclerq & Maquet (IDSE); Índice de Diatomáces de Artois-Picardie (IDAP); Índice de Eutrofização/Poluição (EPI); Índice Biológico de Diatomáceas (IBD); Índice de Schiefele & Schreiner (SHE); Índice Sapróbico (SID); Índice Trófico (TID); Índice de Watanabe (WAT); Índice de Sensibilidade Específica à Poluição (IPS); Índice de Sladecek (SLA); Índice de Poluição de Descy (DESCY); Índice da Comissão Econômica Comunitária (CEE); Índice Trófico de Diatomáceas (TDI); Índice de Diatomáceas Pampeano (IDP) e Índice Trófico de Qualidade da Água (LOBO).

Com relação a porcentagem de espécies utilizada no cálculo dos índices (Figura 6) a

ANOVA evidenciou a existência de diferença significativa entre os índices calculado (p<0,05).

Dos 113 pareamentos calculados no teste de Tukey, 43 deles apresentaram diferença significativa

Page 108: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

89

(p<0,05), especial destaque para o IPS que diferiu significativamente de todos os demais índices e

apresentou os maiores valores de espécies utilizadas no cálculo dos valores do índice.

Figura 6: Porcentagem de espécies utilizadas no cálculo dos índices na região do baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil). Códigos: Índice Leclerq & Maquet (IDSE); Índice de Diatomáces de Artois-Picardie (IDAP); Índice de Eutrofização/Poluição (EPI); Índice Biológico de Diatomáceas (IBD); Índice de Schiefele & Schreiner (SHE); Índice Sapróbico (SID); Índice Trófico (TID); Índice de Watanabe (WAT); Índice de Sensibilidade Específica à Poluição (IPS); Índice de Sladecek (SLA); Índice de Poluição de Descy (DESCY); Índice da Comissão Econômica Comunitária (CEE); Índice Trófico de Diatomáceas (TDI); Índice de Diatomáceas Pampeano (IDP) e Índice Trófico de Qualidade da Água (LOBO).

A análise de agrupamento (Figura 7) evidenciou a formação de quatro grupos. O primeiro

grupo destacado em verde formado pelos índices que melhor se adequaram a região de amostragem

apresentando os maiores valores de todos os atributos considerados, além de apresentarem relação

significativa (p<0,05) com as váriavies abióticas, compuseram este grupo TDI, IPS e CEE. O

segundo grupo foi formado por índices que apresentaram valores menores dos atributos

considerados, quando comparados ao primeiro grupo, no entanto, ainda apresentaram significância

estatistica (p<0,05) na relação entre valores dos índices e variáveis abióticas (EPI e IDP). O

terceiro e quarto grupo destacado em cinza e vermelho, respectivamente, apresentaram os menores

valores dos atributos considerados e nenhum dos índices apresentaram correlação significativa

com os valores das variávies abióticas (IBD, IDSE, LOBO, SLA, DESCY, TID, SID, IDAP, WAT,

SHE).

Page 109: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

90

Figura 7: Análise de agrupamento baseada em uma matriz de correlação considerando como atributos os valores de r, r2, r ajustado e as porcentagens das espécies utilizadas no cálculo de cada índice. Códigos: Índice Leclerq & Maquet (IDSE); Índice de Diatomáces de Artois-Picardie (IDAP); Índice de Eutrofização/Poluição (EPI); Índice Biológico de Diatomáceas (IBD); Índice de Schiefele & Schreiner (SHE); Índice Sapróbico (SID); Índice Trófico (TID); Índice de Watanabe (WAT); Índice de Sensibilidade Específica à Poluição (IPS); Índice de Sladecek (SLA); Índice de Poluição de Descy (DESCY); Índice da Comissão Econômica Comunitária (CEE); Índice Trófico de Diatomáceas (TDI); Índice de Diatomáceas Pampeano (IDP) e Índice Trófico de Qualidade da Água (LOBO).

Na figura 8 é apresentado o comportamento dos índices que compuseram o grupo 1 na análise

de agrupamento, e os três apresentaram valores coerentes com relação a avaliação da qualidade da

água ao longo das áreas amostradas. Os valores dos três índices evidenciaram menor qualidade da

água em HAI quando comparada as outras duas regiões de amostragem (LAI e IAI).

Figura 8: Comportamento dos índices que melhor se adequaram ao baixo rio Negro (Manaus, Amazonas-Brasil) ao longo das três regiões de amostragem. Códigos: Índice Leclerq & Maquet (IDSE); Índice de Diatomáces de Artois-Picardie (IDAP); Índice de Eutrofização/Poluição (EPI); Índice Biológico de Diatomáceas (IBD); Índice de Schiefele & Schreiner (SHE); Índice Sapróbico (SID); Índice Trófico (TID); Índice de Watanabe (WAT); Índice de Sensibilidade Específica à Poluição (IPS); Índice de Sladecek (SLA); Índice de Poluição de Descy (DESCY); Índice da Comissão Econômica Comunitária (CEE); Índice Trófico de Diatomáceas (TDI); Índice de Diatomáceas Pampeano (IDP) e Índice Trófico de Qualidade da Água (LOBO). LAI – região de baixa inflência antrópica; IAI – Região de Influência Antrópica Intermediária; HAI – Região de Alta Inflência Antrópica.

Page 110: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

91

Discussão

Algas perifíticas exceto diatomáceas (algas moles)

Considerando que a colonização e desenvolvimento das algas moles no perífiton dependem

das condiçoes bióticas e abióticas (Stevenson, 1996), a região do baixo rio Negro apresentou

condições favoráveis para o desenvolvimento da assembleia durante o período de estudo. Em geral

a área de amostragem apresentou variações no que se refere aos parametros abióticos sendo

possível observar um efeito do gradiente de poluição sobre tais parametros o que influenciou a

distribuição das algas moles na área de amostragem. De acordo com a análise dos dados abióticos

apresentados no Capítulo 1 foi possível confirmar a existência de um grandiente de poluiçao onde

HAI e LAI são extremos para impactos antrópicos e IAI apresentou condições intemediárias (para

mais detalhes sobre o comportamento das varáveis abióticas vide Cápitulo 1).

Alterações nas variáveis abióticas associadas a processos de urbanização provocam

mudanças na estrutura de assembleia de algas perifíticas (Baker et al., 2009; Wu et al., 2009;

Dunck et al., 2013a) e as diferenças na composiçao das algas moles observada nas diferentes

regiões de amostragem (LAI, IAI e HAI) provavelmente, foram devido a influência antrópica. A

dominância de Chlorophyceae se deve, principalmente, à relação dos representantes desta classe à

águas ácidas (Crisman et al. 1980; Stokes, 1986; Goss & Garab, 2001), em alguns casos alguns

representantes desta classe desenvolvem adaptações fisiólogicas para valores de pH mais baixos

(Goss & Garab, 2001). A classe Zygnemaphyceae, também, foi representativa, no que se refere a

riqueza, o que corrobora a preferência por parte de seus representantes, também, por aguas ácidas

(Coesel & Krienitz, 2008; Dunck et al., 2013a). Em ambientes aquáticos tropicais as

Zygnemaphyceae são encontradas principalmente em águas ácidas, pobres em nutrientes, com

baixa condutividade elétrica (Felisberto & Rodrigues, 2005; Dunck et al., 2013a).

A classe Chlorophyceae, também, foi a mais representativa no que diz respeito a densidade

de (ind/mL), possuindo grande representatividade na maioria dos pontos de amostragem,

especialmente, nas estações 1 (LAI) 11 e 12 (HAI) em 2013 e nas estações 10, 11 e 12 (HAI) em

2014. A grande respresentatividade desta classe na área de amostragem deste estudo evidencia e

corrobora o fato de que dentre as investigações realizadas no Brasil sobre levantamento da

assembleia de algas, a classe Chlorophyceae tem sido comumente registrada como uma das classes

Page 111: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

92

mais bem representadas em número de táxons e densidade (Ferragut et al., 2005; Martins &

Fernandes, 2006; Domingues & Torgan, 2012).

A classe Cyanobacteria foi a que apresentou maior riqueza e foi a segunda mais dominante

no que se refere a densidade. Os resultados expressivos desta classe estiveram, principalmente,

associadas a LAI e IAI. Dois importantes fatores fisiológicos favorecem a dominância da classe

Cyanobacteria: presença de aerótopos, que reduzem a sedimentação e incrementam o acesso à luz

e à nutrientes; a capacidade de armazenamento de nutrientes (Walsby, 1994; Wagner & Adrian,

2009; Soares et al. 2013), neste sentido, esta classe tem sido observada em vários habitats,

principalmente, em áreas tropicais (Fonseca & Rodrigues, 2007).

A classe Rodophyceae foi a terceira mais expressiva, no que se refere a densidade,

possuindo uma maior representatividade no ano de 2014. Membros da classe Rodophyceae são

importantes constituíntes da flora algal de ambientes lóticos (Sheath et al., 1989; Necchi, 1993,

Necchi et al., 1995; Necchi et al., 1999). Esta classe pode caracterizar seus ambientes de muitas

maneiras e estão conectadas a diferentes preferências para variáveis abióticas e bióticas (Eloranta

& Kwandrans, 2004), mas é importante destacar que águas marrons com substâncias húmicas são

um ambiente ótimo para a maioria das Rodophyta, devido a ficocianina, presente nestes ambientes,

e que se configura como o principal pigmento acessório destas algas (Eloranta & Kwandrans,

1996; Kwandrans & Eloranta, 2010). Vários táxons dentro desta classe são sensíveis ao impacto

antrópico e portanto, são úteis como bioindicadores (Haury et al., 2006; Kwandrans & Eloranta,

2010).

Dentre os táxons mais representativos no que diz respeito a densidade, com exceção de

Peridinium umbonatum Stein, todos os demais foram filamentosos e o de maior expressão foi

Batrachospermum spp. Este táxon ocorre em uma grande amplitude de condições abióticas,

algumas populações estão localizadas em águas com alta condutividade elétrica, enquanto, outras

estão associados a baixos valores desta variável (Sheath et al., 1992; Abdelahad et al., 2015). O

táxon acima citado também esteve entre os mais representativos em levantamento realizado em

ecossistemas aquáticos na região nordeste do estado de São Paulo, no munícipio de Bonito - Mato

Grosso do Sul e no municipio de Ubatuba - São Paulo (Borges & Necchi, 2006).

Page 112: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

93

A segunda espécie mais dominante neste estudo foi Spirogyra spp. este táxon pode se

desenvolver em ambientes com alta irradiância e temperatura (Berry & Lembi, 2000; Dunck et al.,

2013a). Este táxon, também, esteve entre os mais dominantes em estudo realizado em ambientes

aquáticos (veredas) nos municipios de Caldas Novas, Catalão, Cidade de Goiás, Goiânia, Ipameri,

Morrinhos e Piracanjuba, todos situados no estado de Goiás (Dunck et al., 2013a).

Com relação aos resultados obtidos na ACC foi possível evidenciar que as algas moles

apresentaram composiçoes de espécies diferentes dentro do gradiente previamente definido, o

mesmo comportamento foi observado por Dunck et al. (2013a) e Dunck et al. (2013b) em

ambientes aquáticos em Goiás - Brasil. A influência de um grandiente trófico sobre a estrutura da

assembleia de algas moles, também, foi evidenciada por Cattaneo et al. (1997) em riachos do

Canadá. Algarte et al. (2009) em estudo ralizado na planície de inundação do rio Paraná,

observaram que o pulso de inundação constituiu a principal força atuando sobre a assembleia de

algas perifiticas deste ambiente.

As duas estratégias (ACC e IndVal) utilizadas para avaliar os táxons proeminentes para

bioindicação no baixo rio Negro apresentaram associações de espécies semelhantes.

Batrachospermum spp., Oedogonium spp., Rhizoclonium riparium (Roth) Harvey, Stigeoclonium

tenue (C. Agardh) Kutzing foram evidenciadas como espécies indicadoras de eutrofização, sua

associação com HAI foi observada tanto nos resultados da ACC e IndVal. Com relação a Spirogyra

spp., na ACC este táxon esteve associado a IAI, no entato, é importante destacar Spirogyra spp.

apresentou ampla distribuição na região de amostragem deste trabalho e o IndVal indicou

associação significativa desta espécie com HAI. Os táxons mencionados acima já foram reportados

na literatura como indicadores de influência antrópica.

A preferência de Batrachospermum spp. por ambientes antropizados, observada neste

estudo, também, foi evidenciada em estudos realizados em corpos de água na Itália (Abdelahad et

al., 2015), na Espanha (Alcaraz et al., 2013) em que representantes desta espécie foram reportados

para ambientes com alta concentração de nitrato e saturações de oxigênio extremamente baixas e

na Finlândia (Eloranta et al., 2016) em que foi reportada a presença de espécies de

Batrachospermum em rios eutrofizados. A preferencia de Oedogonium spp. pela área de alta

influência antrópica (HAI) reportada neste estudo, também, foi observada em ecossistemas

aquáticos nos Países Baixos entre 1980 - 1987 (Simon, 1994) e em rios na Noruega (Schneider &

Page 113: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

94

Lindstrøm, 2011). A análise de espécies indicadoras também revelou uma associação significativa

de Oedogonium spp. com áreas impactadas por agricultura no estado de Goiás (Dunck et al. 2013a;

Dunck et al. 2013b).

A preferência de algumas espécies de Rhizoclonium por ambientes eutrofizados, assim

como reportada neste estudo, foi relatada por Khanum (1982) em ambientes aquáticos na Índia.

Representates deste táxon estiveram associados a águas alcalinas em estudos realizados na região

nordeste de São Paulo (Borges & Necchi, 2006). A preferência ecológica de Stigeoclonium tenue

por ambientes ricos em nutrientes foi reportada por Scheneider et al. (2013) e Wehr & Sheath

(2015).

Vários estudos reportam a o efeito positivo do TP sobre o crescimento e desenvolvimento

do genero Spirogyra spp. (McCormick & O’Dell, 1996; Townsend & Padovan, 2005).

McCorminck & Stevenson (1998) inclusive mencionam o potencial deste táxon como indicador

de altas concentrações de fósforo. Nos Países Baixos representantes deste táxon mostraram ser

muito tolerantes a poluição ambiental e indicaram ambientes ricos em nutrientes (Simons & Beem,

1990). Em estudos realizados em ambientes aquáticos no Europa Central as condições otimas para

o crescimento deste gênero foram definidas como meso-eutróficas (Hainz et al., 2009)

A única espécie, significativamente, indicadora de ambientes pristinos foi Peridinium

umbonatum, este táxon teve os seus maiores valores registrados para estação 1 e 2 (LAI) em 2014,

tais estações estão situadas próximo a uma área rica em plantas áquaticas submersas (Utricularia;

Santos-Silva & Couto, 2009), o que pode ter garantido uma maior estabilidade para a água neste

local e consequentemente favorecido a proliferação deste táxon, tendo em vista que, representantes

deste gênero possuem preferência por águas ricas em vegetação submersa (Olrik,1992). A

associação deste gênero a condições oligotróficas, também, foram observadas em estudos

realizados em ambientes aquáticos localizados nos Alpes Orientais (Tolotti et al., 2003) e na

Tasmânia (Ling et al., 1989).

Indice baseado em algas moles - PIT

Os valores de PIT foram capazes de inferir sobre a mudanças na qualidade da água no

estudo realizados por Schneider et al. (2013), neste estudo os resultados corroboraram a hipotese,

inicialmente, estabelecida pelos autores de que os gradientes de pH confundem a interpretação dos

Page 114: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

95

padrões e índices de riqueza de algas perifíticas projetados para refletir os nutrientes. Os índices

acoplam associações entre organismos e as variáveis abióticas derivados de levantamentos

espaciais e, como consequência, são vulneráveis a fatores que co-variam. Existem poucos casos

em que o pH baixo e os nutrientes elevados são combinados, o que significa que os dois estressores

acidificação e eutrofização não são, na realidade, independentes um do outro (Schneider et al.,

2013), neste sentido é necessária cautela ao interpretar os resultados obtidos.

Os valores de PIT refletiram o gradiente antrópico, previamente, estabelecido neste estudo,

no entanto, estes valores não possuíram correlação significativa com as variáveis ambientais, o

que pode ser devido: 1) a uma fragilidade na utilização deste índice para inferir sobre a qualidade

ambiental do baixo rio Negro, principalmente, associada ao fato de ser um índice emprestado, que

foi desenvolvido em águas temperadas; 2) ao fato das variáves abióticas terem sido coletadas

concomitantemente com as variáveis bióticas (algas moles perifíticas), isto porque é sabido que o

desenvolvimento integrado desta assembleia em determinado período de tempo reflete as

condições ambientais que podem não ser aquelas encontradas no momento da amostragem e

análise (McCormick & Stevenson, 1998; Salomoni, et al. 2006; Dupont et al., 2007; Bere &

Tundisi, 2010, Reavie et al., 2010). Neste caso, a assembleia de algas moles perífiticas pode estar

expressando mudanças na qualidade da água do baixo rio Negro de forma mais acurada e integrada

em nível temporal, do que as variáveis abióticas consideradas neste trabalho.

Índices baseados em Diatomáceas

Os valores de Correlação de Pearson entre os índices baseados em diatomáceas (Tabela 5)

e as variáveis abióticas reportados neste trabalho indicam o sucesso destes índices para inferir

sobre as mudanças gerais da qualidade da água. Os valores de correlação entre variáveis abióticas

e os índices obtidos neste estudo foram menores do que os valores encontrados para trabalhos

realizados na Europa, África do Sul e Brasil (Prygiel & Coste, 1993; Taylor et al., 2007a; Taylor

et al., 2007b; Bere & Tundisi, 2011a; Bere et al., 2014).

Esta diferença dos valores de correlação já era esperada para Europa, tendo em vista, que

tais índices foram desenvolvidos em corpos d’água localizados nesta região e portanto, é esperado

que estes se adequem melhor a estes locais. No caso dos trabalhos realizados na África do Sul

(Bere et al., 2014) e no Brasil (Bere & Tundisi, 2011a) a composição de espécies descritas pelos

respectivos autores se assemelhou mais a composição de espécies encontrada na Europa do que a

Page 115: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

96

composição de espécies encontrada neste estudo, isto pode estar associado ao fato de que os

ambientes amostrados nestes estudos estão inseridos em regiões subtropicais, diferentemente do

baixo rio Negro que está inserido em uma região tipicamente tropical o que interfere diretamente

na composição de espécies encontrada neste ambiente (Passy, 2010). Neste sentido, embora exista

preocupação quanto a viabilidade da transferência de dados relativos aos limites de tolerância

ecológica das diatomáceas entre os hemisférios norte e sul (Round, 1991) muitas das diatomáceas

encontradas neste estudo (mais detalhes vide Cápitulo 1) são espécies cosmopolitas e bem

documentadas na literatura internacional, especialmente para o hemisfério norte (Krammer &

Lange-Bertalot, 1986 - 1991; Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998; 2007).

Soma-se a isso o fato de que índices desenvolvidos na Europa (IPS, IBD) e nos Estados

Unidos (TDI) consideraram mais espécies para seus respectivos cálculos (Figura 6) do que aqueles

desenvolvidos no Hemisfério Sul (LOBO e IDP). Neste contexto, é importante destacar que o IPS

considerou 80% das espécies para o seu cálculo. Isto se deve ao fato deste índice ter sido

desenvolvido na França (Cemagref, 1982) e, portanto, deve se adequar a todos os corpos d’água

que estão em território francês, isso inclui aqueles situados na Guiana Francesa, que tem

características ambientais mais semelhantes às encontradas no rio Negro, devido à sua localização

geográfica, com consequente semelhança na composição de espécies de diatomáceas.

Os resultados da regressão múltipla mensurada entre as variáveis ambientais e os valores

do índices foram significativos para cinco dos 15 índices testados (Tabela 5) indicando o sucesso

destes índices para serem utilizados na avaliação da qualidade da água nesta região. Os valores de

r (correlação de Pearson) e r2 (regressão múltipla) observados (Tabela 5) foram semelhantes aos

encontrados em estudos realizados em corpos de água na Turquia (Kalyoncu & Serbetci, 2013),

na Bacia Artois-Picardie na França (Prygiel & Coste, 1993), em corpos de água no Zimbabwe

(Bere et al., 2014) e nos rios Vaal e Wilge na África do Sul (Taylor et al., 2007a). Neste sentido,

é possível concluir que estes índices podem ser considerados aplicáveis e úteis para avaliar a

qualidade da água no baixo rio Negro.

O índice desenvolvido no Brasil (LOBO - Lobo et al., 2004) apresentou uma fraca

correlação com as varáveis abióticas neste estudo (Tabela 5) quando comparado a alguns índices

desenvolvidos na Europa (IPS, CEE, IDP, EPI-D, IBD, IDSE, SLA) e América do Norte (TDI) e

na América do Sul (IDP). Adicionalmente, os valores de r2 para relação entre as variáveis abióticas

Page 116: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

97

e LOBO não foram significativas, diferente do observado para alguns índices desenvolvidos na

Europa (IPS, CEE, IDP, EPI-D) e América do Norte (TDI) América do Sul (IDP) (Tabela 5). Isso

indica uma melhor aplicabilidade destes últimos índices para a região quando comparados ao

LOBO. Resultados semelhantes sobre a fraca adequação do índice LOBO em alguns corpos de

água brasileiros, também, foram evidenciados por Bere & Tundisi (2011a), neste estudo este índice

também apresentou desempenho abaixo de alguns índices desenvolvidos para Europa, Estados

Unidos e Argentina.

É esperado que um índice desenvolvido especificamente para águas brasileiras forneça

melhores resultados com relação a avaliação da qualidade da água no Brasil quando comparado a

índices desenvolvidos na Europa, Estados Unidos e Argentina (Bere & Tundisi, 2011a). Potapova

& Charles (2005) mostraram que métricas baseadas em diatomáceas desenvolvidas

especificamente para rios do Estados Unidos se adequaram melhor para a avaliação da qualidade

da água destes rios do que métricas desenvolvidas em outras áreas geográficas, no entanto, esse

não foi o caso neste estudo.

A baixa adequação do índice LOBO encontrada neste trabalho pode ser atribuída à dois

fatores: 1) Uma grande diferença entre a composição de espécies reportada para este trabalho e

aquela reportada em Lobo et al. (2004), das 35 espécies utilizadas como base para o índice LOBO,

somente cinco delas foram encontradas neste trabalho; 2) Das cinco espécies que os dois trabalhos

(Lobo et al. 2004 e o presente trabalho) têm em comum, duas delas (Luticola goeppertiana Bleish

ex Rabenhost) D.G.Mann e Gomphonema parvulum (Kützing) Kützing) possuem controvérsias na

determinação de suas preferências ecológicas e tolerância a poluição.

Lobo et al. (2004) descreve Luticola goeppertiana como uma espécie de baixa tolerância

a eutrofização, porém, neste estudo esta espécie apresentou seus maiores valores de abundância

relativa na estação 10 (43%) e na estação 11 (73%) sendo estas duas estações as de maior poluição

orgânica provenientes da cidade de Manaus – AM (Vide Cápitulo 1), indicando uma tolerância

desta espécie a alta poluição. A tolerância a alta poluição de Luticola goeppertiana é amplamente

reportada na literatura (Bere, 2010; Bere & Tundisi, 2011b; Della Bella et al., 2012; Bere et al.,

2014).

Page 117: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

98

Com relação a Gomphonema parvulum a questão é ainda mais complexa, pois existem

muitas controvérsias acerca de suas preferências ecológicas e tolerância à poluição podem ser

encontradas na literatura. No estudo realizado por Bere & Tundisi 2011a é apresentado um

levantamento bibliográfico que demonstra como as definições das preferências ecológicas desta

espécie ainda são inconscistentes e controversas. Neste levantamento (Bere & Tundisi 2011a) os

autores citam trabalhos que descrevem este táxon associado a ambientes oligotróficos (Souza,

2002) mesotróficos (Lobo et al. 1999; Rodrigues & Lobo, 2000; Lobo et al. 2002) e eutróficos

(Kobayasi & Mayama, 1989; Kelly & Whitton, 1995; Lobo et al., 1996).

Em trabalhos mais recentes Gomphonema parvulum foi descrita como amplamente

distribuída nas áreas de amostragem em regiões inundadas na Itália, independente das condiçoes

de trofia observadas no ambiente (Della Bella et al., 2012), em estações de amostragem

distribuídas em rios no Zimbabwe, Gomphonema parvulum esteve associada a ambientes

eutrofizados (Bere et al., 2014; Bere & Mangadze, 2014) e em sistemas lóticos localizados no sul

do Brasil (Vera Cruz – RS) esta espécie foi classificada como indicadora de mesotrofia (Lobo et

al., 2015).

No presente trabalho os maiores valores de abundância relativa desta espécie (20%)

estiveram associados as estações 10 e 11, como mencionado acima estas estações possuem a maior

poluição orgânica proveniente de Manaus – AM (Vide Cápitulo 1). Novamente a preferência

ecológica da espécie diferiu da pontuada por Lobo et al. (2002) e Lobo et al. (2015) que como,

anteriormente, mencionado classificaram Gomphonema pavulum como indicadora de mesotrofia.

Como os valores dos índices são baseados em métricas (valores) definidas para cada espécie de

acordo com a sua tolerância à diferentes estados de trofia, qualquer inconscistência nas definiçoes

ecológicas das espécies afetam diretamente na capacidade do índice em inferir sobre o estado

trófico do ambiente.

Outro ponto de destaque que influencia a capacidade do índice em inferir sobre o estado

trófico de um ambiente aquático são as inconsistências taxonômicas, vários táxons que são

morfologicamente similares diminuem a abilidade das métricas associadas as diatomáceas (Round,

2004). Além disso a taxonomia de diatomáceas passa por rápidas mudanças, especialmente, em

nível de gênero, guias e métodos de identificação para serem usados na América do Sul precisam

ser consistentes e atualizados (Bere & Tundisi, 2011a). Na Amazônia problemas taxonômicos se

Page 118: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

99

tornam ainda mais latentes, um exemplo claro disso é apresentado nesta tese em que uma das

espécies mais abundantes na área de amostragem era até então identificada equivocadamente e foi

descrita, na oportunidade, como uma nova espécie (vide Cápitulo 3).

Apesar da limitações discutidas acima, considerando os índices testados foi possível

observar por meio da análise de agrupamento a formação de quatro grupos com diferentes níveis

de adequação à área de amostragem, sendo IPS, TDI e CEE os índices que apresentaram melhor

desempenho, especial destaque para IPS que utilizou no seu cálculo 80% das espécies. Na

sequência, tem-se EPI-D e IDP que tiveram relação significativa com as variáveis abióticas no

entanto utlizaram um número menor de espécies no seu cálculo. Por outro lado, IBD, IDSE,

LOBO, SLA, DESCY, TID, SID, IDAP, WAT, SHE não apresentaram os menores valores dos

atributos considerados e nenhum dos índices apresentaram correlação significativa com os valores

das variávies abióticas.

Este resultados corroboram as recomendações de Taylor et al. 2007a, segundo estes autores

a aplicação destes índices em locais diferentes daqueles onde eles foram desenvolvidos pode

contribuir para: 1) obtenção de apoio e reconhecimento para abordagens baseadas em diatomáceas

para o monitoramento da qualidade da água independente da região; 2) o fornecimento de

indicação da qualidade da água, além de permitir a disseminação de informações úteis

simplificadas para os gestores de recursos, conservacionistas e o público em geral; 3) a coleta de

amostras e dados que, posteriormente, poderão ser utilizados na formulação de um índice brasileiro

de diatomáceas que se adeque melhor às diferentes regiões, especialmente para a Amazônia.

Soma-se ao citado acima o fato de que a combinação de vários conjuntos de dados

produzidos por diferentes instituições ou pesquisas pode fornecer uma boa maneira de aumentar o

número de amostras disponíveis para determinadas regiões geográficas e tipos de rios (Bere &

Tundisi, 2011a). Os autores do trabalho em questão ainda acrescentam que apesar da adequação

parcial dos índices testados neste trabalho a utilização dos mesmos forneceu um resultado mais

amplo e integrado temporalmente das condições da qualidade da água do que as análises que

consideraram apenas os dados abióticos (vide Cápitulo 1 e o item Características abióticas da

água).

Page 119: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

100

Conclusão

A avaliação da qualidade da água por meio de índices baseados em diatomáceas e algas

moles pode ser considerada útil, tendo em vista, os resultados apresentados neste trabalho. No

entanto, os índices derivados das diatomáceas parecem inferir melhor sobre a qualidade de água

do rio Negro quando comparados ao PIT, isso porque cinco dos índices baseados em diatomáceas

testados neste trabalho (IPS, CEE, TDI, IDP, EPI-D) apresentaram relação significativa com as

variáveis abióticas, por outro lado, PIT não apresentou estes resultados.

No entanto, é importante destacar que os valores de PIT estiveram associados ao gradiente

de poluição, sendo os maiores valores deste índice observados em HAI, maiores valores dos

índices estão associados a maiores valores de TP, este resultado corroborou os resultados

encontrados na ACP (vide Cápitulo 1), que evidencou os maiores valores e TP em HAI. Soma-se

a isso os resultados obtidos na ACC e no IndVal em que Batrachospermum spp., Oedogonium

spp., Rhizoclonium riparium, Stigeoclonium tenue, Spirogyra spp. foram evidenciadas como

espécies indicadoras de eutrofização, todos os táxons acima apresentaram citações na literatura de

serem indicadores de ambientes eutrofizados. Esses resultados são um forte índicio de que algas

moles também, são promissoras para serem utilizadas na bioindicação

Porém, é preciso cautela na utilização de índices, tanto os baseados em diatomáceas quanto

os baseados em algas moles isso devido, principalmente, a complexidade ainda existente na

taxonomia destes táxons. Essa complexidade ficou evidente nos resultados e discussões deste

trabalho. No caso específico de algas moles, para três dos táxons representantes de HAI não foi

possível a identificação em nível de espécie, dada a necessidade de cultura destes táxons para

atingir de forma confiável esta acurácia. Quando se trata das diatomáceas, além, das questões

taxonômicas foi evidenciado também os problemas associados as preferências ecológicas de

alguns táxons.

Neste contexto, assim como destacado por Bere & Tundisi (2011a) e corroborado pelos

achados deste estudo, a discussão em curso demonstra a inconsistência e a falta de informação

adequada sobre as exigências ecológicas das espécies de diatomáceas, bem como, algas moles da

América do Sul, dificultando a formulação de protocolos sólidos de gestão da qualidade das águas

como base em algas perifíticas. Além disso, as características ecológicas das espécies indicadoras

e a singularidade de cada riacho não estão bem documentadas.

Page 120: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

101

O discutido acima, torna a contribuição de trabalhos como o realizado nesta tese ainda mais

relevante, tendo em vista, a necessidade latente de desenvolver métodos eficazes e confiáveis para

a avaliação da qualidade da água. E isto só será possível com mais estudos taxonômicos e

ecológicos sobre as algas perifíticas e suas as particularidades abióticas encontradas nos diferentes

ambientes aquáticos do Brasil, com o intuito de elucidar com acurácia as exigências ecológicas

destas algas e assim potencializar a viabilidade da utilização dos índices. Porém, não se pode

negligenciar os resultados promissores evidenciados neste trabalho, tendo em vista, que tanto o

PIT (algas moles), quanto o IPS, CEE, TDI, IDP, EPI-D (diatomáceas) responderam ao gradiente

de poluição previamente delimitado.

Bibliografia

Abdelahad, N., Bolpagni, R., Jona Lasinio, G., Vis, M.L., Amadio, C., Laini, A. & Keil, E.J., 2015.

Distribution, morphology and ecological niche of Batrachospermum and Sheathia species

(Batrachospermales, Rhodophyta) in the fontanili of the Po plain (northern Italy). European

Journal of Phycology, 50(3), pp.318-329.

Alcaraz, J.L.M., Canales, L.M. & Sanjurjo, M.A., 2013, June. Morphological description and

ecology of some rare macroalgae in south-central Spanish rivers (Castilla-La Mancha

Region). In Anales del Jardín Botánico de Madrid (Vol. 70, No. 1, pp. 81-90).

Algarte, V.M., Siqueira, N.S., Murakami, E.A. & Rodrigues, L., 2009. Effects of hydrological

regime and connectivity on the interannual variation in taxonomic similarity of periphytic

algae. Brazilian Journal of Biology, 69(2), pp.609-616.

Aucour, A.-M., Tao, F.-X., Moreira-Turcq, P., Seyler, P., Sheppard, S. & Benedetti, M. F. 2003.

The Amazon River: behaviour of metals (Fe, Al, Mn) and dissolved organic matter in the

initial mixing at the Rio Negro/Solimões confluence. Chemical Geology, 197: 271–285.

Page 121: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

102

Backhaus, D.I.E.D.R.I.C.H., 1991. Use of periphyton as a monitor for water quality changes and

as a substrate for toxicity tests in Germany. Use of Algae for Monitoring Rivers. Institut für

Botanik, Universität Innsbruck, Innsbruck, pp.111-117.

Baker, M.A., Guzman, G. & Ostermiller, J.D. 2009. Differences in nitrate uptake among benthic

algal assemblages in a mountain stream. Journal of the North American Benthological

Society, 28: 24-33

Bere, T. & Tundisi, J.G., 2010. Biological monitoring of lotic ecosystems: the role of diatoms.

Brazilian Journal of Biology, 70(3), pp.493-502.

Bere, T., 2010. Benthic diatom community structure and habitat preferences along an urban

pollution gradient in the Monjolinho River, São Carlos, SP, Brazil. Acta Limnologica

Brasiliensia, 22(1), pp.80-92.

Bere, T. & Tundisi, J.G., 2011a. Influence of land-use patterns on benthic diatom communities

and water quality in the tropical Monjolinho hydrological basin, São Carlos-SP, Brazil.

Water SA, 37(1), pp.93-102.

Bere, T. & Tundisi, J.G., 2011b. The effects of substrate type on diatom-based multivariate water

quality assessment in a tropical river (Monjolinho), São Carlos, SP, Brazil. Water, Air, &

Soil Pollution, 216(1-4), pp.391-409.

Bere, T. & Mangadze, T.I.N.O.T.E.N.D.A., 2014. Diatom communities in streams draining urban

areas: community structure in relation to environmental variables. Trop. Ecol, 55, pp.271-

281.

Bere, T., Mangadze, T. & Mwedzi, T., 2014. The application and testing of diatom-based indices

of stream water quality in Chinhoyi Town, Zimbabwe. Water SA, 40(3), pp.503-512.

Berry, H.A. & Lembi, C.A. 2000. Effects of temperature and irradiance on the seasonal variation

of a Spirogyra (Chlorophyta) population in a Midwestern Lake (U.S.A.). Journal of

Phycology, 36: 841-851

Page 122: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

103

Bicudo, C.E.D.M. & Menezes, M., 2006. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil: chave

para identificação e descrições. Rima.

Bittencourt, M. M., & Amadio, S. A. 2007. Proposta para identificação rápida dos períodos

hidrológicos em áreas de várzea do rio Solimões-Amazonas nas proximidades de Manaus.

Acta Amazonica, 37(2), 303-308.

Borges, F.R. & Necchi Júnior, O., 2006. Patterns of spatial distribution in macroalgal communities

from tropical lotic ecosystems. Brazilian Journal of Botany, 29(4), pp.669-680.

Brazner, J.C., Danz, N.P., Trebitz, A.S., Niemi, G.J., Regal, R.R., Hollenhorst, T., Host, G.E.,

Reavie, E.D., Brown, T.N., Hanowski, J.M. & Johnston, C.A., 2007. Responsiveness of

Great Lakes wetland indicators to human disturbances at multiple spatial scales: a multi-

assemblage assessment. Journal of Great Lakes Research, 33, pp.42-66.

Cattaneo, A., Kerimian, T., Roberge, M., & Marty, J. (1997). Periphyton distribution and

abundance on substrata of different size along a gradient of stream trophy de Montréal.

Hydrobiologia, 354(1), 101-110.

Cemagref, 1982. Etude des methods biologiques d’appréciation quantitative de la qualité des eaux.

Rapport Q. E. Lyon, Agence de l’eau Rhône-Méditerranée-Corse-Cemagref, Lyon, France.

Censo, I.B.G.E., 2010. Disponível em:< http://www. censo2010. ibge. gov. br/>. Acesso em, 26

de janeiro de 2016.

Cleto-Filho, S. E. N. & Walker I. 2001. Efeitos da ocupação urbana sobre a macrofauna de

invertebrados aquáticos de um igarapé da cidade de Manaus/AM - Amazônia Central. Acta

Amazonica 31(1): 69–89.

Coesel, P.F.M. & Krienitz, L. 2008. Diversity and geographic distribution of desmids and other

coccoid green algae. Biodiversity and Conservation, 17: 381–392

Page 123: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

104

Coring, E., 1995. Use of diatoms for monitoring acidification in small mountain rivers in Germany

with special emphasis on ‘diatom assemblage type analysis’(DATA). Use of algae for

monitoring rivers II, pp.7-16.

Crisman, T. L., Schulze, R. L., Brezonik, P. L., & Bloom, S. A. (1980). Acid precipitation: the

biotic response in Florida lakes. In International conference on the Ecological impact of acid

precipitation. Sandefjord (Norway). 11-14 Mar 1980.

Dell’Uomo, A., 1996. Assessment of water quality of an Apennine river as a pilot study. In

Whitton, B. A. & E. Rott (eds), Use of Algae for Monitoring Rivers II. Institut fur Botanik,

Universitat Innsbruck, Innsbruck: 65–73.

Della Bella, V., Pace, G., Barile, M., Zedde, A., Puccinelli, C., Ciadamidaro, S., Danieli, P.P.,

Andreani, P., Aulicino, F.A., Belfiore, C. & Mancini, L., 2012. Benthic diatom assemblages

and their response to human stress in small-sized volcanic-siliceous streams of central Italy

(Mediterranean eco-region). Hydrobiologia, 695(1), pp.207-222.

Descy, J. P., 1979. A new approach to water quality estimation using diatoms. Nova Hedwigia 64:

305–323.

Descy, J. P. & Coste, M., 1991. A test of methods for assessing water quality based on diatoms.

Verhandlungen der Internationalen Vereinigung fur Theoretische und Angewandte

Limnologie 24: 2112–2116.

Domingues, C.D. & Torgan, L.C., 2012. Chlorophyta de um lago artificial hipereutrófico no sul

do Brasil. Iheringia. Série Botânica., 67(1), pp.75-91.

Douterelo, I., Perona, E. & Mateo, P., 2004. Use of cyanobacteria to assess water quality in running

waters. Environmental pollution, 127(3), pp.377-384.

Page 124: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

105

Dufrene, M. & Legendre, P., 1997. Species assemblages and indicator species: the need for a

flexible asymmetrical approach. Ecological monographs, 67(3), pp.345-366.

Dunck, B., de Souza Nogueira, I. & Felisberto, S.A., 2013a. Composição e diversidade de algas

perifíticas em veredas sob diferentes impactos antrópicos (Goiás, Brasil). Iheringia. Série

Botânica., 68(2), pp.237-248.

Dunck, B., Nogueira, I.D.S. & Felisberto, S.A., 2013b. Distribution of periphytic algae in wetlands

(Palm swamps, Cerrado), Brazil. Brazilian Journal of Biology, 73(2), pp.331-346.

Düpont, A., Lobo, E.A., Costa, A.B. & Schuch, M., 2007. Avaliação da qualidade da água do

Arroio do Couto, Santa Cruz do Sul, RS, Brasil. Caderno de Pesquisa Série Biologia, 19(1),

pp.56-74.

Ector, L., Hlúbiková, D. & Hoffmann, L., 2012. Preface: Use of algae for monitoring rivers.

Hydrobiologia, 695(1), pp.1-5.

Eloranta, P. & Kwandrans, J., 1996. Distribution and ecology of freshwater red algae

(Rhodophyta) in some central Finnish rivers. Nordic Journal of Botany, 16(1), pp.107-117.

Eloranta, P. & Kwandrans, J., 2004. Indicator value of freshwater red algae in running waters for

water quality assessment. oceanological and hydrobiological Studies, 33(1), pp.47-54.

Eloranta, P., Eloranta, A. & Perämäki, P., 2016. Intensive study of Freshwater red algae

(Rhodophyta) in Finland. Fottea, 16(1), pp.122-132.

Fearnside, P.M. 2015. Deforestation soars in the Amazon. Nature, 521: 423.

Felisberto, S.A. & Rodrigues, L. 2005. Influência do gradiente longitudinal (rio-barragem) na

similaridade das assembleias de desmídias perifíticas. Revista Brasileira de Botânica, 28:

241-254

Page 125: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

106

Fernandez-Pinas, F., Leganés, F., Mateo, P. & Bonilla, I., 1991. Blue-green algae (cyanobacteria)

as indicators of water quality in two Spanish rivers. Use of algae for monitoring rivers.

Institut für Botanik, Universität Innsbruck, Innsbruck, pp.151-156.

Ferragut, C., Lopes, M.R.M., Bicudo, D.D.C., Bicudo, C.D.M. & Vercellino, I.S., 2005.

Ficoflórula perifítica e planctônica (exceto Bacillariophyceae) de um reservatório

oligotrófico raso (Lago do IAG, São Paulo). Hoehnea, 32(2), pp.137-184.

Ferragut, C. & Bicudo, D., 2012. Effect of N & P enrichment on periphytic algal community

succession in a tropical oligotrophic reservoir. Limnology, 13(1), pp.131-141.

Fetscher, A.E., Stancheva, R., Kociolek, J.P., Sheath, R.G., Stein, E.D., Mazor, R.D., Ode, P.R.

& Busse, L.B., 2014. Development and comparison of stream indices of biotic integrity

using diatoms vs. non-diatom algae vs. a combination. Journal of applied phycology, 26(1),

pp.433-450.

Fonseca, I.A. & Rodrigues, L., 2007. Periphytic Cyanobacteria in different environments from the

upper Paraná river floodplain, Brazil. Acta Limnologica Brasilensia, 191, pp.53-65.

Franzinelli, E. & Igreja, H. L. S. 1990. Utilização do sensoriamento remoto na investigação da

área do baixo Rio Negro e Grande Manaus. Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,

6(1990), 641-648.

Franzinelli, E. & Igreja, H. 2002. Modern sedimentation in the Lower Negro River, Amazonas

State, Brazil. Geomorphology, 44: 259–271.

Franzinelli, E. 2011. Morphological characteristics of the Negro and Solimões rivers confluence.

Revista Brasileira de Geociências, 41, 587-596.

Gómez, N. & M. Licursi, 2001. The Pampean Diatom Index (IDP) for assessment of rivers and

streams in Argentina. Aquatic Ecology 35: 173–181.

Page 126: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

107

Goss, R., & Garab, G. 2001. Non-photochemical chlorophyll fluorescence quenching and

structural rearrangements induced by low pH in intact cells of Chlorella fusca

(Chlorophyceae) andMantoniella squamata (Prasinophyceae). Photosynthesis research,

67(3), 185-197.

Goulding, M., Barthem, R. & Ferreira, E. J. G. 2003. The Smithsonian: Atlas of the Amazon

Princeton Editorial Associates Inc. (Copy editing) Manufactured in Hong-Kong 253pp.

Griffith, M.B., Hill, B.H., McCormick, F.H., Kaufmann, P.R., Herlihy, A.T. & Selle, A.R., 2005.

Comparative application of indices of biotic integrity based on periphyton,

macroinvertebrates, and fish to southern Rocky Mountain streams. Ecological Indicators,

5(2), pp.117-136.

Hainz, R., Wöber, C., & Schagerl, M. 2009. The relationship between Spirogyra

(Zygnematophyceae, Streptophyta) filament type groups and environmental conditions in

Central Europe. Aquatic Botany, 91(3), 173-180.

Hammer, O., D. A. T. Harper & P. D. Ryan, 2009. PAST – Palaeontological Statistics, Version

1.90.http://folk.uio.no/ohammer/past.

Haury, J., M-C. Peltre, M. Trémolières, J. Barbe, G. Thiébaut, I. Bernez, H. Daniel et al. "A new

method to assess water trophy and organic pollution—the Macrophyte Biological Index for

Rivers (IBMR): its application to different types of river and pollution." In Macrophytes in

aquatic ecosystems: from biology to management, pp. 153-158. Springer Netherlands, 2006.

Hedges, J.I., Cowie, G.L., Richey, J.E., Quay, P.D., Benner, R., Strom, M. & Forsberg, B.R. 1994.

Origins and processing of organic matter in the Amazon River as indicated by carbohydrates

and amino acids. Limnology and Oceanography, 39: 743–761.

Hill, B.H., Herlihy, A.T., Kaufmann, P.R., Stevenson, R.J., McCormick, F.H. & Johnson, C.B.,

2000. Use of periphyton assemblage data as an index of biotic integrity. Journal of the North

American Benthological Society, 19(1), pp.50-67.

Page 127: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

108

Horbe, A. M. C., Gomes, I. L. F., Miranda, S. F. & Silva, M. S. 2005. Contribuição à hidroquímica

de drenagens no Município de Manaus – AM. Acta Amazônica, 35(2) 2005: 119 – 124.

Jongman, R. H. G., Ter Braak, C. J. F. & Van Tongeren, O. F. R. 1995. Data Analysis in

Community and Landscape Ecology. Cambridge University Press, Cambridge 321pp.

Kalyoncu, H. & Serbetci, B., 2013, January. Applicability of diatom-based water quality

assessment indices in Dari stream, Isparta-Turkey. In Proceedings of World Academy of

Science, Engineering and Technology (No. 78, p. 1873). World Academy of Science,

Engineering and Technology (WASET).

Kelly, M.G. & Whitton, B.A., 1995. The trophic diatom index: a new index for monitoring

eutrophication in rivers. Journal of Applied Phycology, 7(4), pp.433-444.

Kelly, M.G., Cazaubon, A., Coring, E., Dell'Uomo, A., Ector, L., Goldsmith, B., Guasch, H.,

Hürlimann, J., Jarlman, A., Kawecka, B. & Kwandrans, J., 1998. Recommendations for the

routine sampling of diatoms for water quality assessments in Europe. Journal of applied

Phycology, 10(2), pp.215-224.

Kelly, M., Juggins, S., Guthrie, R., Pritchard, S., Jamieson, J., Rippey, B., Hirst, H. & Yallop, M.,

2008. Assessment of ecological status in UK rivers using diatoms. Freshwater Biology,

53(2), pp.403-422.

Kelly M., King L. & Ni Chathain B. 2009. The conceptual basis of ecological-status assessment

using diatoms. Biol Environ R Ir Acad 2009;109B(3):175–89

Khanum, A., 1982. An ecological study of freshwater algal mats. Bot. Bull. Academia Sinica, 23,

pp.89-104.

Kobayasi, H. & Mayama, S., 1989. Evaluation of river water quality by diatoms. Korean Journal

of Phycology, 4(2), pp.121-133.

Krammer, K. & Lange-Bertalot, H. 1986–1991. Su¨ßwasserflora von Mitteleuropa. Band 2.

Bacillariophyceae. Teil 1–4. Gustav Fischer, Stuttgart, Germany.

Page 128: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

109

Kwandrans, J. & Eloranta, P., 2010. Diversity of freshwater red algae in Europe. Oceanological

and Hydrobiological Studies, 39(1), pp.161-169.

Latrubesse, E.M. & Franzinelli, E. 2005. The late Quaternary evolution of the Negro River,

Amazon, Brazil: Implications for island and floodplain formation in large anabranching

tropical systems. Geomorphology, 70: 372–397.

Lavoie, I., Vincent, W.F., Pienitz, R. & Painchaud, J., 2004. Benthic algae as bioindicators of

agricultural pollution in the streams and rivers of southern Québec (Canada). Aquatic

ecosystem health & Management, 7(1), pp.43-58.

Leclerq, L. & Maquet, B. 1987. Deux nouveaux ìndices chimique et diatomique de qualitè d’eau

courante. Application au Samson et à ses affluents (bassin de la Meuse belge). Comparaison

avec d’autres ìndices chimiques, biocè notiques et diatomiques. Institu Royal des Sciences

Naturelles de Belgique, document de travail 28.

Lecointe, C., Coste, M. & Prygiel, J., 1993. “Omnidia”: software for taxonomy, calculation of

diatom indices and inventories management. In Twelfth International Diatom Symposium

(pp. 509-513). Springer Netherlands.

Lenoir, A. & Coste, M., 1996. Development of a practical diatom index of overall water quality

applicable to the French National Water Board network. In Whitton, B. A. & E. Rott (eds),

Use of Algae for Monitoring Rivers II. Institut fur Botanik, Universitat Innsbruck,

Innsbruck: 29–43.

Ling, H. U., Croome, R. L., & Tyler, P. A. (1989). Freshwater dinoflagellates of Tasmania, a

survey of taxonomy and distribution. British Phycological Journal, 24(2), 111-129.

Page 129: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

110

Lobo, E.A., Callegaro, V.L.M., Oliveira, M.A., Salomoni, S.E., Schuler, S. & Asai, K., 1996.

Pollution tolerant diatoms from lotic systems in the Jacuí Basin, Rio Grande do Sul, Brazil.

Iheringia(Botanica), (47), pp.45-72.

Lobo, E.A., Bem, D.A., Costa, A. & Kirst, A., 1999. Avaliação da qualidade da água dos arroios

Sampaio, Bonito e Grande, Município de Mato Leitão, RS, Brasil, segundo a resolução do

CONAMA 20/86. Revista Redes, Santa Cruz do Sul, 4(2), pp.129-146.

Lobo, E.A., Callegaro, V.L.M. & Bender, E.P., 2002. Utilização de algas diatomáceas epilíticas

como indicadoras da qualidade da água em rios e arroios da Região Hidrográfica do Guaíba,

RS, Brasil. Edunisc.

Lobo, E. A., Callegaro, V. L., Hermany, G., Bes, D., Wetzel, C. E. & Oliveira, M. A. 2004. Use

of epilithic diatoms as bioindicator from lotic systems in southern Brazil, with special

emphasis on eutrophication. Acta Limnologica Brasiliensia 16: 25–40

Lobo, E.A., Schuch, M., Heinrich, C.G., Da Costa, A.B., Düpont, A., Wetzel, C.E. & Ector, L.,

2015. Development of the Trophic Water Quality Index (TWQI) for subtropical temperate

Brazilian lotic systems. Environmental monitoring and Assessment, 187(6), p.354.

Mangadze, T., Bere, T. & Mwedzi, T., 2015. Epilithic diatom flora in contrasting land-use settings

in tropical streams, Manyame Catchment, Zimbabwe. Hydrobiologia, 753(1), pp.163-173.

Martins, F.C.O. & Fernandes, V. de O. 2006. Fitoplâncton da lagoa do campus universitário da

UFES (Vitória, ES): Estrutura da assembleia e considerações ecológicas. Neotropical

Biology and Conservation, 1(2):101-109.

Marvan, P., 1991. Use of algae as indicators for rivers in Czechoslovakia. In: Whitton Ba, Rott E.,

Friedrich G., Use of algae for monitoring rivers, Rott E., Institut fur Botanik, Univ.

Innsbruck, pp.63-71.

McCormick, P. V., & O'Dell, M. B. (1996). Quantifying periphyton responses to phosphorus in

the Florida Everglades: a synoptic-experimental approach. Journal of the North American

Benthological Society, 15(4), 450-468.

Page 130: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

111

McCormick, P. V., & Stevenson, R. J. (1998). Periphyton as a tool for ecological assessment and

management in the Florida Everglades. Journal of Phycology, 34(5), 726-733.

Mccune, B. & Mefford, M. J. 1997. Multivariate Analysis of Ecological Data. Version 3.0. MjM

software, Gleneden Beach, Oregon.

Metzeltin, D. & H. Lange-Bertalot, 1998. Tropical diatoms of South America I. Iconographia

Diatomologica 5: 1–695.

Metzeltin, D. & H. Lange-Bertalot, 2007. Tropical diatoms of South America II. Iconographia

Diatomologica 18: 1–877.

Necchi Jr, O., Branco, C.C.Z. & Branco, L.H.Z., 2000. Distribution of stream macroalgae in São

Paulo State, southeastern Brazil. Archiv für Hydrobiologie. Supplementband, Algological

studies, 132, pp.43-57.

Necchi, O., 1993. Distribution and seasonal dynamics of Rhodophyta in the Preto River basin,

southeastern Brazil. Hydrobiologia, 250(2), pp.81-90.

Necchi, O., Branco, C.C., Simao, R.C. & Branco, L.H., 1995. Distribution of stream macroalgae

in the northwest region of São Paulo State, southeastern Brazil. Hydrobiologia, 299(3),

pp.219-230.

Oksanen, J., Kindt, R., Legendre, P., O'hara, B. & Stevens, M. H. H. 2007. Vegan: Community

Ecology Package. R package version 1.8-8. , .

Olrik, K. (1992). Ecology of Peridinium willei and P. volzii (Dinophyceae) in Danish lakes. Nordic

journal of botany, 12(5), 557-568.

Passy, S. I. A distinct latitudinal gradient of diatom diversity is linked to resource supply. Ecology,

v. 91, n. 1, p. 36-41, 2010.

Perona, E., Bonilla, I. & Mateo, P., 1998. Epilithic cyanobacterial communities and water quality:

an alternative tool for monitoring eutrophication in the Alberche River (Spain). Journal of

Applied Phycology, 10(2), pp.183-191.

Page 131: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

112

Pfaff, A., Robalino, J., Herrera, D. & Sandoval, C. 2015. Protected areas’ impacts on Brazilian

Amazon deforestation: examining conservation – development interactions to inform

planning. PLoS ONE, 10: e0129460.

Pinto, A. G. N., Horbe, A. M. C., Silva, M. S. R., Miranda, S. A. F., Pascoaloto, D. & Santos, H.

M. C. 2009 Efeitos da ação antrópica sobre a hidrogeoquímica do rio Negro na orla de

Manaus/AM. Acta Amazônica, 39(3): 627 – 638.

Pipp, E., 1991. Use of periphyton for monitoring rivers in Austria. In: Whitton Ba, Rott E.,

Friedrich G., Use of algae for monitoring rivers, Rott E., Institut fur Botanik, Univ.

Innsbruck, pp.59-62.

Pipp, E. & Rott, E., 1996. Recent developments in the use of benthic algae (excluding diatoms)

for monitoring rivers in Austria and Germany. Use of algae for monitoring rivers II. Institut

für Botanik, Universität Innsbruck, Innsbruck, pp.160-165.

Poikane, S., Kelly, M. & Cantonati, M., 2016. Benthic algal assessment of ecological status in

European lakes and rivers: Challenges and opportunities. Science of the Total Environment,

568, pp.603-613.

Porter, S.D., Mueller, D.K., Spahr, N.E., Munn, M.D. & Dubrovsky, N.M., 2008. Efficacy of

algal metrics for assessing nutrient and organic enrichment in flowing waters. Freshwater

Biology, 53(5), pp.1036-1054.

Potapova, M. & Charles, D.F., 2005. Choice of substrate in algae-based water-quality assessment.

Journal of the North American Benthological Society, 24(2), pp.415-427.

Prescott, G.W., 1962. Algae of the western Great Lakes area.

Prygiel, J. & Coste, M., 1993. The assessment of water quality in the Artois-Picardie water basin

(France) by the use of diatom indices. In Twelfth International Diatom Symposium (pp. 343-

349). Springer Netherlands.

Page 132: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

113

Prygiel, J., L. Lé vé que & Iserentant, R., 1996. Un nouvel indice diatomique pratique pour

l’èvaluation de La qualité des eaux en réseau de surveillance. Revue dês Sciences de l’Eau

1: 97–113.

Reavie, E.D., Jicha, T.M., Angradi, T.R., Bolgrien, D.W. & Hill, B.H., 2010. Algal assemblages

for large river monitoring: comparison among biovolume, absolute and relative abundance

metrics. Ecological Indicators, 10(2), pp.167-177

Revenga, C., Murray, S., Abramovitz, J. & Hammond, A. 1998. Watersheds of the world:

Ecological Value and Vunerability. World Watch Institute. U.S.A. 164pp.

Rodrigues, L.M. & Lobo, E.A., 2000. Análise da estrutura de assembleias de diatomáceas epilíticas

no Arroio Sampaio, Município de Mato Leitão, RS, Brasil. Caderno de Pesquisa Série

Botânica, Santa Cruz do Sul, 12(2), pp.p5-27.

Rott, E., Hofmann, G.; Pall K.; Pfister P. & Pipp E., 1997. Indikationslisten fur Aufwuchsalgen.

Teil 1. Saprobielle Indikation. Bundesministerium fur Land- und Forstwirtschaft, Wien: 1–

73.

Rott, E.; Pipp, E.; Pfister, P.; van Dam, H., Ortler, K.; Binder, N. & Pall; K. 1999. Indikationslisten

fur Aufwuchsalgen in o sterreichischen Fliessgewa¨ssern. Teil 2: Trophieindikation (sowie

geochemische Praferenzen; taxonomische und toxikologische Anmerkungen).

Wasserwirtschaftskataster herasgegeben vom Bundesministerium f. Land-

u.Forstwirtschaft, Wien. ISBN 3-85 174-25-4: 248 pp.

Round, F.E., Crawford, R.M. & Mann, D.G., 1990. Diatoms: biology and morphology of the

genera. Cambridge University Press.

Round, F.E., 1991. Diatoms in river water-monitoring studies. Journal of Applied Phycology, 3(2),

pp.129-145.

Round, F.E., 2004. pH scaling and diatom distribution. Diatom, 20(0), pp.9-12.

Page 133: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

114

Rusanov, A.G., Stanislavskaya, E.V. & Ács, É. 2012. Periphytic algal assemblages along

environmental gradients in the rivers of the Lake Ladoga basin, Northwestern Russia:

implication for the water quality assessment. Hydrobiologia, 695(1), pp.305-327.

Salomoni, S.E., Rocha, O., Callegaro, V.L. & Lobo, E.A., 2006. Epilithic diatoms as indicators of

water quality in the Gravataí river, Rio Grande do Sul, Brazil. Hydrobiologia, 559(1),

pp.233-246.

Santana, G.P. & Barroncas, P.D.S.R. 2007. Estudo de metais pesados (Co, Cu, Fe, Cr, Ni, Mn, Pb

e Zn) na Bacia do Tarumã-Açu Manaus–(AM). Acta Amazônica, 37(1), pp.111-118.

Santos-Silva, E. N., & de Araújo Couto, C. (2009). Aspectos da reprodução de cladóceros

associados aos bancos de Utricularia foliosa l.(lentibulariaceae) no lago Tupé, Manaus-AM.

Schiefele, S. & Schreiner, C., 1991. Use of diatoms for monitoring nutrient enrichment

acidification and impact salts in Germany and Austria. In Whitton, B. A., E. Rott & G.

Friedrich (eds), Use of Algae for Monitoring Rivers. Institu ¨tfu¨r Botanik, Universita ¨t

Innsbruck, Innsbruck.

Schneider, S.C. & Lindstrøm, E.A., 2011. The periphyton index of trophic status PIT: a new

eutrophication metric based on non-diatomaceous benthic algae in Nordic rivers.

Hydrobiologia, 665(1), pp.143-155.

Schneider, S.C., Lawniczak, A.E., Picińska-Faltynowicz, J. & Szoszkiewicz, K., 2012. Do

macrophytes, diatoms and non-diatom benthic algae give redundant information? Results

from a case study in Poland. Limnologica-Ecology and Management of Inland Waters, 42(3),

pp.204-211.

Schneider, S.C., Kahlert, M. & Kelly, M.G., 2013. Interactions between pH and nutrients on

benthic algae in streams and consequences for ecological status assessment and species

richness patterns. Science of the total environment, 444, pp.73-84.

Sheath, R.G., Hamilton, P.B., Hambrook, J.A. & Cole, K.M., 1989. Stream macroalgae of the

eastern boreal forest region of North America. Can. J. Bot. 67, 3553–3562.

Page 134: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

115

Sheath, R.G., Vis, M.L. & Cole, K.M., 1992. Distribution and systematics of Batrachospermum

(Batrachospermales, Rhodophyta) in North America. 1. Section Contorta. Journal of

phycology, 28(2), pp.237-246.

Silva, M.S.R., Ramos, J.F. & Pinto, A.G.N. 1999. Metais de transição nos sedimentos de

igarapés de Manaus-AM. Acta Limnologica Brasiliensia, 11: 89–100.

Simons, J., & Van Beem, A. P. 1990. Spirogyra species and accompanying algae from pools and

ditches in The Netherlands. Aquatic Botany, 37(3), 247-269.

Simons, J. 1994. Field ecology of freshwater macroalgae in pools and ditches, with special

attention to eutrophication. Aquatic Ecology, 28(1), 25-33.

Skinner, J., Lewis, K., Bardon, K., Tucker, P., Catt, J. & Chambers, B. 1997. An overview of the

environmental impact of agriculture in the U. K. J. Environ. Manage. 50, 111–128

Slàdecek, V., 1986. Diatoms as indicators of organic pollution. Acta Hydrochimica et

Hydrobiologica 14: 555–566.

Soares, M.C.S., Huszar, V.L., Miranda, M.N., Mello, M.M., Roland, F. & Lürling, M., 2013.

Cyanobacterial dominance in Brazil: distribution and environmental preferences.

Hydrobiologia, 717(1), pp.1-12.

Souza, M. G. M., 2002. Variação da assembleia de diatomáceas epiliticas ao longo de um rio

impactado no município de São Carlos – SP e sua relação com variáveis físicas e químicas.

Tese (Doutorado e Ciências Biológicas) Ecologia a Recursos Naturais, Universidade Federal

de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.

Stancheva, R., Fetscher, A.E. & Sheath, R.G., 2012. A novel quantification method for stream-

inhabiting, non-diatom benthic algae, and its application in bioassessment. Hydrobiologia,

684(1), pp.225-239.

Page 135: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

116

Stevenson, R. J. 1996 An introduction to algal ecology in freshwater benthic habitats. In:

Stevenson, R.J., Bothwell, M.L., Lowe, R.L. and Thorp, J.H., 1996. Algal ecology:

Freshwater benthic ecosystem. Academic press.

Stevenson, R.J., Pan, Y. & van Dam, H.E.R.M.A.N., 2010. Assessing environmental conditions in

rivers and streams with diatoms. The Diatoms: Applications for the Environmental and Earth

Sciences, 2nd ed. Cambridge University Press, Cambridge, 5785.

Stevenson, R.J. & Smol, J.P., 2015. Use of algae in ecological assessments. Freshwater Algae of

North America. Academic Press, San Diego, pp.921-962.

Stokes, P. M. (1986). Ecological effects of acidification on primary producers in aquatic systems.

In Acidic Precipitation (pp. 421-438). Springer Netherlands.

Taylor, J.C., Prygiel, J., Vosloo, A., Pieter, A. & van Rensburg, L., 2007a. Can diatom-based

pollution indices be used for biomonitoring in South Africa? A case study of the Crocodile

West and Marico water management area. Hydrobiologia, 592(1), pp.455-464.

Taylor, J.C., van Vuuren, M.J. & Pieterse, A.J.H., 2007b. The application and testing of diatom-

based indices in the Vaal and Wilge Rivers, South Africa. Water Sa, 33(1), pp.51-59.

Tolotti, M., Thies, H., Cantonati, M., Hansen, C. M., & Thaler, B. 2003. Flagellate algae

(Chrysophyceae, Dinophyceae, Cryptophyceae) in 48 high mountain lakes of the Northern

and Southern slope of the Eastern Alps: biodiversity, taxa distribution and their driving

variables. In Phytoplankton and Equilibrium Concept: The Ecology of Steady-State

Assemblages (pp. 331-348). Springer Netherlands.

Townsend, S. A., & Padovan, A. V. 2005. The seasonal accrual and loss of benthic algae

(Spirogyra) in the Daly River, an oligotrophic river in tropical Australia. Marine and

Freshwater Research, 56(3), 317-327.

Utermöhl, H. 1958. Zur Vervollkomnung der quatitativen Phytoplankton-Methodik. Mitt. Int. Ver.

Limnol., 9:1-38.

Wagner, C. & R. Adrian, 2009. Cyanobacteria dominance: quantifying the effect of climate

change. Limnology and Oceanography 54: 2460–2468.

Page 136: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

117

Walsby, A. E., 1994. Gas vesicles. Microbiological Reviews 58:94–144.

Watanabe, T.; Asai, K. & Houki, A., 1988. Numerical waterquality monitoring of organic pollution

using diatom assemblages. In Round, F. E. (ed.), Proceedings of the Ninth International

Diatom Symposium. Koeltz Scientific Books, Koenigstein, Germany: 123–141.

Wehr, J. D. & Sheath, R. G. 2015. Habitats of freshwater algae. In: Wehr, J.D., Sheath, R.G. and

Kociolek, J.P. eds., 2015. Freshwater algae of North America: ecology and classification.

Elsevier.

Whitton, B.A., 2012. Changing approaches to monitoring during the period of the ‘Use of Algae

for Monitoring Rivers’ symposia. Hydrobiologia, 695(1), pp.7-16.

Wu, N., Tang, T., Zhou, S., Jia, X., Li, D., Liu, R. & Cai, Q. 2009. Changes in benthic communities

following construction of run-of-river dam. Journal of the North American Benthological

Society, 28: 69-79

Zar, J. H., 1974. Biostatistical Analysis. Englewood Cliffs: Prentice Hall. 620 pp.

Zelinka, M. & Marvan, P., 1961. Zur prasisiering der biologischen klassifikation der reinheot

fliessender gewasser. Archive Hydrobiologia 57: 389–407.

Page 137: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

118

Capítulo 3. Eunotia amazonica sp. nov. (Bacillariophyta) a common stalk-forming species from the Rio Negro basin (Brazilian Amazon) and a critique on the misusing of life-forms as biomonitoring tool.

Almeida, F. F., Santos-Silva, E. N., Ector, L., Wetzel, C. E. Eunotia amazonica sp. nov. (Bacillariophyta) a common stalk-forming species from the Rio Negro basin (Brazilian Amazon) and a critique on the misusing of life-forms as biomonitoring tool. Manuscrito aceito para publicação no European Journal of Phycology.

Page 138: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

119

Eunotia amazonica sp. nov. (Bacillariophyta) a common stalk-forming species from the Rio

Negro basin (Brazilian Amazon) and a critique on the misusing of life-forms as

biomonitoring tool

Fabiane F. de Almeida1,2,3, Edinaldo N. Santos-Silva1, Luc Ector2 and Carlos E. Wetzel2

1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia

2Luxembourg Institute of Science and Technology (LIST)

3Centro Universitário do Norte – UNINORTE

Page 139: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

120

Abstract

A new stalk-forming diatom was observed at high relative abundances on periphytic samples

collected in the Rio Negro hydrographical basin (Brazilian Amazon) and is here described using

light and scanning electron microscopy. We also present known ecological preferences of the new

species. Eunotia amazonica sp. nov. co-dominated periphytic samples collected during the rainy

seasons of 2013 and 2014 near the city of Manaus (AM, Brazil). The main diagnostic feature of

the new species is the until now unreported stalk-forming growth form (‘Cymbella-like’)

illustrated here for the first time in the genus Eunotia Ehrenberg. Previous reports on growth forms

for this genus included colonial (‘ribbon-like’) but also ‘mobile’, ‘fixed by pads’ or yet ‘without

structures of fixation’, in common European databases. The increasing use of life-forms and other

algal attributes as traits to assess environmental changes is discussed and a critical observation is

made concerning poorly known regions. We demonstrate that the three dominant Eunotia species

in periphytic samples from the Rio Negro all exhibit distinct ‘growth forms’ or habits: Eunotia

amazonica sp. nov. (stalked), Eunotia intricans Metzeltin & Lange-Bertalot (ribbon-like) and

Eunotia rabenhorstiana (Grunow) Hustedt (branched- arborescent). The high diversity of species,

many of which are unknown to science, as well as the poorly known life-forms and habits in the

Eunotiaceae in the region partially prevent the use of metrics based on life-form to access

ecological changes. Generic assumptions based on robust statistical methods may obscure reality

and lead to biased conclusions of diatom community changes in poorly explored regions such as

the Neotropical freshwater rivers.

Key words: diatoms, Eunotia, Neotropics, Amazon River, Rio Negro, life-form, life traits,

biomonitoring

Introduction

Among the 10 largest rivers in the world in terms of water discharge, eight of them are

tropical rivers (Latrubesse et al., 2005) with the Amazon basin being the largest, draining

approximately 6.4 million km2 of the South American continent and representing about 20% of

the world freshwater flux from land to the oceans (Sioli, 1984). Of the hundreds of tributaries of

the Amazon River, the Negro river (“Rio Negro”) is considered to be one of the most important,

Page 140: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

121

due to its high flow (annual mean ca. 29.000 m3.s-1), being the second largest discharge tributary

(Goulding et al., 2003; Latrubesse & Franzinelli, 2005). Increases in discharge from the river

presents oligotrophic conditions and low pH, being usually classified as a ‘blackwater’ river

(Hedges et al., 1994; Franzinelli & Igreja, 2002; Aucour et al., 2003). These conditions are ideal

for the development of species belonging to the Eunotiaceae Kützing, which are most diversified

in dystrophic and acid waters (Lange-Bertalot & Metzeltin, 1996; Kociolek, 2000; Lange-Bertalot

et al., 2011).

Eunotia Ehrenberg is the most common and most species-rich genus in the Neotropics.

(Berg, 1939; Patrick, 1940a, b; Hustedt, 1952a, b, 1965; Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998, 2007;

Sala et al., 2002a, b; Ferrari et al., 2007; Wetzel et al., 2012). As mentioned by Lange-Bertalot et

al. (2011) “doubtless, the hotspots of species diversity (of the genus) are concentrated in the Paleo-

and Neotropic Realms”. This part of the continent has a distinctive diatom flora and approximately

100 new or unknown taxa belonging to Eunotia have been recently described from the Amazonian

region (e.g. Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998, 2007; Souza & Moreira-Filho, 1999; Burliga et al.,

2007, 2013; Wetzel et al., 2010, 2011; Burliga & Kociolek, 2012, Kaštovský et al. 2016). Among

the so-called ‘raphid’ diatoms some features help diagnose the family Eunotiaceae: frustules

characterized by a short raphe system, terminal nodules (helictoglossae) positioned on the mantle

(internally), raphe slit positioned externally on the valve mantle then slightly (or strongly) curved

onto the valve face. As a result of this morphology, the raphe branches are visible in girdle view

(Furey, 2010). Valves of Eunotia are asymmetric to the apical axis, in valve view, with a convex

dorsal margin (smooth or undulated) while the ventral margin is straight or concave. Uniseriate

striae extend across the valve face and are composed by occluded areolae (usually eroded as

function of over-cleaning); when present often a shows a volate vela (Mayama, 1993, 1997; Wetzel

et al., 2011). Usually one rimoportula is present at one apex of each valve (in opposite apices),

although occasionally there may be two rimoportulae (Torgan & Becker, 1997; Edlund & Brant,

2010; Brant & Furey, 2011), several (Burliga et al., 2013) or rimoportulae may be absent (Van de

Vijver et al., 2008, 2014; Wetzel et al., 2011). In general, the species show a wide spectrum of

morphological plasticity over the size reduction series (Mayama, 1995 a, b; Siver & Hamilton,

2011).

Despite great morphological variability, very few articles have discussed in detail and/or

illustrated the life forms developed by Eunotia species, most of them being ‘forgotten’ in ancient

Page 141: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

122

(i.e. Kützing, 1833, 1844; Grunow, 1865) and modern books (Cox, 1996) used in diatom routine

analysis. It is generally assumed that the cells are solitary or united into band-like colonies or

occasionally attached by mucilage pads (Round et al., 1990).

Recently, many attempts have been made to develop a simplified way to assess

environmental changes in freshwater ecosystems using life-forms as a proxy of the natural

conditions (Rimet & Bouchez, 2011; Berthon et al., 2011; Marcel et al., 2017). These methods are

mostly based on the life-forms of diatom communities itself and take into account their specific

habit and way of living. As part of a large survey examining diatoms from lowland reaches of the

Rio Negro (Brazilian Amazon), a new periphytic species belonging to Eunotia with a particular

set of features, including stalked life-form was commonly observed, usually as the most abundant

(even dominant) species in periphytic communities. The objective of this work is to formally

describe this new species, discuss its original and newly reported life-form as well its ecology and

distribution in the Amazon region.

Material and Methods

Study area

The Rio Negro basin mostly encompasses an intensely weathered area of the

Precambrian (the Guiana Shield) with 716.604 km2 of drained area and figures among the

catchments with the greatest percentage of allocation of land for conservation, with 50.6% of the

total basin (including ‘Strictly protected’, ‘Sustainable use’ and ‘Indigenous lands’ within it)

(Trancoso et al., 2009).

The river has a length of at least 1.700 km, with 90% of the area of its basin located in

Brazil, 9% in Colombia and 1% in French Guiana (Goulding et al., 2003; Latrubesse & Franzinelli,

2005). The study was carried out in the lower reach of the Rio Negro, near the city of Manaus

(AM), Brazil, located between 62°W and its confluence with the Rio Solimões (60oW) (Franzinelli

& Igreja, 2002). In this section the river can be up to 20 km wide (Anavilhanas Islands) and it is

bordered by discontinuous cliffs (‘falésias’), formed by the ‘Alter do Chão’ deposits up to 90 m

deep just before the confluence with the Solimões River (Franzinelli & Igreja, 2002). The streams

that rise in these ancient crystalline highlands are classified as either blackwater (e.g. Rio Negro)

or clearwater (e.g. Trombetas, Xingu, Tocantins-Araguaia and Tapajós rivers). The blackwater

tributaries have higher levels of humic acids (which cause their dark colour) and originate in

Page 142: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

123

nutrient-poor, often sandy uplands, so they carry little or no silt or dissolved solids (Hedges et al.,

1994; Franzinelli & Igreja, 2002; Aucour et al., 2003) with low conductivity (9-10 μS.cm-1) and

low pH (4.8-5.1) (Furch & Junk, 1997). According to Küchler et al. (2000), most samples of the

Rio Negro hydrographical basin form a homogeneous blackwater group, distinct from the white

waters of the Solimões River, the main tributary of the Amazon River. The Rio Negro has suffered

major anthropogenic pressures near the city of Manaus (up to 1.8 million inhabitants), due to the

large amount of untreated sewage directly poured into the river (Silva et al., 1999; Horbe et al.,

2005; Pinto et al., 2009).

Sampling sites

Based on the information above, the left bank of the Rio Negro was divided a priori into

three distance-based stretches representing a degree of potential anthropogenic impact: 1) Low

anthropogenic influence area (LAI), upstream of the Manaus city; 2) Intermediate anthropogenic

influence area (IAI), closer to urbanized area but without strongly polluted tributaries and 3) High

anthropogenic influence area (HAI) in front of the city of Manaus (Fig. 1).

LAI area is located between the Lake Tatu (3º03'10.77''S and 60º17'45.30''W) and east of

Tarumã-Mirim stream (3º01'56.20''S and 60º17'32.95''W). Four sampling stations (S1 to S4) are

distributed in this reach that has approximately 14 km. The IAI also has four sampling stations and

is bounded on the west by the Tarumã-Mirim stream and east by Tarumã-Açu stream (3º02'42.65''S

and 60 06'55.36''W) (sites S5 to S8) and is approximately 6 km long. Finally, the HAI is located

between the Tarumã-Açu and ‘CEASA’ harbour (3º09'44.59''S and 59 58'44.65''W). This reach

(approximately 20 km) has also four sampling stations (S9 to S12) and is characterized by having

two major organically polluted sites (S10 and S11). All sampling stations are located before the

confluence with the Solimões River; after the confluence both becomes the so-called Amazon

River.

Sampling design and sample processing

The sampling was carried out during two wet seasons (flooding period) in 2013 and 2014, during

four consecutive weeks at the 12 sampling stations. Environmental parameters such as pH,

concentration of dissolved oxygen and specific conductivity were measured in situ with a Hach

HQ40d portable meter (Wissenschaftlich-Technische Werkstätten GmbH, WTW). Water samples

for physico-chemical analyses were gathered simultaneously with diatom sampling, in order to

Page 143: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

124

characterize the water chemistry, nutrient content and degree of organic pollution. Periphytic

samples (n=88) were collected mainly in the riparian zone (flooded area). The habitats sampled

included fine submerged vegetation, roots of riparian vegetation, leaves (and decaying leaves) and

macrophytes roots of Eichornia crassipes (Mart.) Solms. The substrata were washed in

polyethylene containers using distilled water to remove the debris associated and after that the

substrata were scraped with a stainless steel blade and soft toothbrush. Macroscopic filaments were

also collected by hand and placed into the same flask as the scraped material.

The samples were fixed with Transeau’s solution (six parts of water, three parts of 95%

ethanol and one part of formalin; Prescott, 1962). Prior to acid washing the samples, fixed samples

were placed on a microscope slide with a coverslip overlain and then viewed at 200x and 400x.

Afterwards, subsamples from fixed materials were cleaned (digested) using concentrated H2O2,

heating for 24–48 h using a sand bath. Preparations were then allowed to cool and settle for 24 h,

and 80 to 90% of the supernatant was eliminated by vacuum aspiration. A volume of 1 ml of HCl

(37%) was then added and the mixture was allowed to stand for 2 h, followed by three repetitions

of rinsing and decantation as described above, using deionized water. Following digestion and

decantation, cleaned material was rinsed and diluted with deionized water and mounted

permanently on glass slides using Naphrax® as mounting medium (Brunel Microscopes Ltd.,

Chippenham, Wiltshire, UK) for qualitative and semi-quantitative analysis.

For the semi-quantitative analyses, all individuals found in random transects under light

microscopy across each permanent slide (n=88) were identified and counted (between 400 and 450

valves) with a Leica® DMRX light microscope with a 100x oil immersion objective at a

magnification of 1000x, following the European standards (CEN, 2014).

Light microscopy (LM) observations, identifications, measurements and micrographs were

performed with a Leica® DMR microscope equipped with a Leica-DFC 500 high-resolution

digital camera using Leica Application Suite software (v. 4.4.0, Leica Microsystems®). Images

were taken using differential contrast (DIC). For scanning electron microscopy (SEM) analysis,

parts of the oxidized suspensions were filtered and rinsed with additional deionized water through

a 3-µm Isopore™ polycarbonate membrane filter (Merck Millipore). Filters were mounted on

aluminium stubs and coated with platinum using a BAL-TEC MED 020 Modular High Vacuum

Coating System for 30 s at 100 mA. A Hitachi SU-70 ultra-high-resolution analytical field

Page 144: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

125

emission (FE) scanning electron microscope (Hitachi High-Technologies Corporation, Tokyo,

Japan), operated at 5 kV and with a 10 mm working distance, was used for the analysis. SEM

images were taken using the upper (SE-U) detector signal. Photomicrographs were digitally

manipulated and plates containing light and scanning electron micrographs were created using

CorelDraw X6©. Additional graphics were constructed using R (R Core Team, 2014). Permanent

slides, as well as raw and cleaned samples, were deposited at the ‘Herbário do Instituto Nacional

de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM, Brazil’. Isotype slide was deposited at the

Botanic Garden Meise (BR), Belgium. Additionally, we used Omnidia software version 5.3

(Lecointe et al., 1993) to calculate the Specific Polluosensitivity Index IPS (Cemagref, 1982). This

is a standard diatom index, and is routinely used to assess the water quality of rivers and streams.

It considers the abundance of 1488 taxa, and the level of pollution sensitivity determined for each

of them. The calculated scores range from 1 to 20, and watercourses are assigned to one of five

quality classes: excellent, good, medium, tolerable and bad.

Results

Eunotia amazonica F.F. Almeida & C.E. Wetzel, sp. nov. (Figs 2–40)

Descriptio: Cellulae rectangulare aspectu cincturae, substrato affixae per pendunculum

mucilaginum longum. Valvae margine ventrali recta, linea dorsalis magis convexa apicibus

distincte vel minime attenuatis et paene acute rotundatis. Longitudo 12.0-56.4 µm, latitudo 4.2–

6.5 µm. Striae transapicales 18–20 in 10 µm. Raphe cum fissuris terminalibus curte hamatis in

facie valvae externe visibilibus, interne cum helictoglossis distinctis (id est noduli terminales cum

fissures terminalibus bene visibiles). Striae aequaliter dispositae, parallelae, densior ad apicem et

radiatae ex terminali hyaline area ad limbum; spinulae marginales nullae. Campi apicales

porellorum in formae indefinitus adsunt. Rimoportula una, ad laterem ventralem basis vel capiti-

poli posita, in transitione faciei valvarum limbo; in frustulo completo rimoportulae valvarum

semper ad polos opposites positae. Cingulum ex 4–6 copulis apertis curvatis porosis constans.

Holotype (here designated): Specimen from slide BR-xxxx, depicted in Fig. 11, deposited at the

Botanic Garden Meise (BR!), Belgium. Periphytic material growing on submerged leaves.

Collectors: Almeida, F.F. & Hase, E.S.; sample 56; date: 07/VI/2014.

Page 145: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

126

Isotype (here designated): Slide INPA–265763 deposited at the ‘Herbário do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia’ (INPA!), Manaus, Amazonas, Brazil.

Type locality: Brazil, Amazonas, Lower Rio Negro, 03°09'71"S, 59°58'68"W. Rio Negro

hydrographical basin.

Etymology: ‘amazonica’, referring to the Amazonian region (South America).

Description

Light microscopy (Figs 2–31): Cells free-living or attached to the substratum via a long

mucilaginous stalk (Figs 2–5). One stalk per cell was usually observed, but up to four cells joined

at their bases could also be found (Fig. 4 showing three cells in one stalk). Two elongate, often

curved, plastids which lie below the valves; two small round structures (oil droplets probably)

often observed (Fig. 5). Cleaned cells in valve view are typically ‘eunotioid’ with clear

dorsiventrality (Figs 6–31) and rectangular on girdle view (Figs 13, 14). Straight ventral margin

and dorsal margin convex. Ventral valve margins less concave than dorsal margins convex, almost

parallel even the middle portion of longest specimens (Figs7–9). Valve ends in most specimens

not set off from the main body of the valve, only slightly protracted by a narrowing in longest

specimens (Fig. 6); apices variably acutely rounded. Terminal raphe nodules very distinct and

conspicuous, central nodules distinctly evident becoming closer spaced as the cells becomes

smaller (Fig. 30). No spines observed. Valves 12.0–56.4 µm long, 4.2–6.5 µm wide in the middle,

with 18 to 20 evenly spaced parallel striae in 10 µm (exceptionally, initial cells can have lower

denser striation, ca. 14–16; Fig. 6). Striae become slightly radiate towards the apices.

Scanning electron microscopy (Figs 32–40, 44–45): External valve face is smooth to slightly

undulate (Figs 32, 33). Dorsal valve mantle is perpendicular to the valve face (Fig. 34) and shows

striae that are continuous with those of the valve face without any interruption at valve face mantle

Page 146: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

127

junction on the dorsal side (Figs 37–38). Valve face striae are uniseriate, parallel and regularly

spaced on the dorsal valve margin (Fig. 34). A concentration of striae is markedly present at the

both extremities forming a small apical pore field-like cluster (Fig. 35). Areolae are small, circular,

closely spaced and occluded on the external surfaces by a volate vela that occludes the areola (Fig.

36). Raphe sternum is smooth and narrow with a filiform well developed raphe positioned on the

ventral valve mantle with distal raphe endings turned towards the valve face (Figs 33, 37, 38). The

girdle bands consist of up to 4–6 perforated copulae (Fig. 33). Internally where the distal end of

the raphe terminates, a solid thickening (subapical costae) extends from the ventral mantle, across

the valve face and terminates close to or at the dorsal margin (Figs 39–40). The thickening is

usually smooth and hyaline and is also observable externally (Figs 37, 38). One rimoportula per

valve (Fig. 33), always positioned in the right apex (internally) when the ventral mantle is

downwards (Fig. 40). The distal end of the raphe curves up onto the proximal side of the thickened

structure and terminates midway across the valve face as a small swollen helictoglossa (Figs 39,

40). Specimens attached to the substratum via a peduncle attached to one of the apices (Fig. 44) or

organized in small rosette-like clusters (Fig. 45) attached to the substratum.

Distribution and ecology: On the type slide, Eunotia amazonica reached 12% of relative

abundance. Other taxa associated in this sample included Eunotia rabenhorstiana, E. intricans,

Fragilaria nitzschioides var. brasiliensis Grunow in Van Heurck, Encyonopsis frequentis

Krammer and Frustulia saxoneotropica Metzeltin & Lange-Bertalot. The species was commonly

found among the 96 periphytic samples collected from the left bank of Rio Negro during the years

2013 and 2014. Eunotia amazonica was widely distributed and rather abundant in all samples

regardless the area (LAI, IAI and HAI) or sampling sites (Sites 1 to 12), reaching 88% of relative

abundance at the Station 6 in July 5, 2014 (Fig. 41A) and being present in all collected samples

(100% frequency). The species was in general sub-dominant along with E. intricans (Fig. 41B)

and E. rabenhorstiana (Fig. 41C) at all sampling sites. Based on the water physico-chemical

characteristics at the sampling stations we can define the species as having preferences for

oligotrophic acid environments with low electrolyte content (Fig. 42 A-C). Indeed, the lowest

mean relative abundance values were obtained where the highest conductivity was found (i.e. sites

10 and 11), and a strong degree of organic pollution was detected using the IPS index (Fig. 42 D).

Page 147: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

128

Additional records of E. amazonica in the Amazon were made by Wetzel et al. (2012)

during an expedition across the Negro River basin in March 2005 in which 129 samples of

periphyton mainly in riparian flooded forests located in nine different tributaries spread over about

800 km of Negro river were sampled. In Wetzel et al. (2012), E. amazonica was in several

occasions mistakenly identified as Eunotia souzae Metzeltin & Lange-Bertalot, and was the second

most abundant species in terms of counted valves. Eunotia amazonica has also been illustrated and

photographed as “Eunotia pectinalis (Dillw.? Kütz.) Rabenh. var. minor (Kütz.) Rabenh.” by

Fukushima & Xavier (1988, pl. 1, figs 5-8) who also sampled very close to the localities were E.

amazonica was found, i.e. the lower reaches of the Negro River in Manaus.

Taxonomic remarks: From South America, the most similar species found in the literature

is E. souzae (Metzeltin & Lange-Bertalot 2007, p. 120, pl. 90, figs 1-9), recently described from

the Amazonian region (Essequibo River in French Guyana). The latter taxon is also characterized

by having “ventral margins very slightly to moderately concave, dorsal margins moderately

stronger convex”. However, the valve dimension of E. amazonica is always wider (4.2–6.2 µm)

than E. souzae (3.3–4.0 µm) although the length of the two species overlaps; stria density is slightly

higher in E. amazonica (18–20 in 10 µm) than in E. souzae (15–19 in 10 µm). Another important

observation is that in E. souzae large and small specimens have narrower ‘set off’ apices. Finally,

the ‘terminal nodule’ (helictoglossae) visible in LM, is located closer to the apices in E. amazonica

than in E. souzae in which the hooked curvature of the raphe is clearly visible on the valve face.

Eunotia species from South America illustrated in earlier publications (e.g. Schmidt et al., 1874-

1959) do not include similar species and neither does the recent typifications of Eunotia species

from C.G. Ehrenberg material from Guyana and Brazil (Reichardt, 1995; Silva et al., 2012).

From North America, Eunotia sarraceniae E.E. Gaiser & J.R. Johansen, described from

epipelic fine sands in Sarracenia Bay (South Carolina, U.S.A.), is another species that resembles

E. amazonica, but E. sarraceniae has lunate and strongly arcuate valves (Gaiser & Johansen,

2000), while in E. amazonica the ventral margin is always straight. Although not specifically

mentioned in the original description, Edlund & Brandt (2010) later reported and illustrated E.

sarraceniae as having two rimoportulae per valve and slightly ‘amphoroid’ frustule symmetry.

Metzeltin & Lange-Bertalot (1998, pl. 61, figs 5, 6) illustrated two specimens as “Eunotia spec.”

from the Kukenan River (Amazonian region, Venezuela) that could be ascribed to E. sarraceniae

Page 148: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

129

as illustrated in Edlund & Brant (2010, figs 19–25). The frustules of E. amazonica are always

rectangular and girdle view and the cells are smaller than E. sarraceniae.

Comparable northern hemisphere species that show similar morphology include Eunotia

boreotenuis Nörpel-Schempp & Lange-Bertalot in Lange-Bertalot & Metzeltin (1996), Eunotia

subarcuatoides Alles, Nörpel & Lange-Bertalot (Alles et al., 1991) and Eunotia scandiorussica

Kulikovskiy, Lange-Bertalot, Genkal & Witkowski (Kulikovskiy et al., 2010), all of them

illustrated and described in detail in Lange-Bertalot et al. (2011). Regarding valve outlines, none

of these taxa has been shown to have a straight ventral margin as in E. amazonica. Moreover E.

boreotenuis and E. subarcuatoides are generally smaller, thinner and have smaller, less

conspicuous terminal nodules. The type populations of E. amazonica differs clearly from the type

population of E. boreotenuis from Finland (Lange-Bertalot et al., 2011, pl. 126, figs 1-6), being

more similar to the population of United Kingdom (Lange-Bertalot et al., 2011, pl. 126, figs 36-

41) which shows cells with straighter ventral margins but smaller specimens. Eunotia boreotenuis

possesses moderately denser transapical striation from 15 to18 in 10 µm. With SEM all these

species have fewer areolae in 10 µm over the valve face than E. amazonica.

In conclusion, we could not find any published species that could be conspecific with E.

amazonica in publications from North America (Patrick & Reimer, 1966; Siver et al., 2005, 2006;

Spaulding et al., 2010; Furey et al., 2011; Siver & Hamilton, 2011), Europe (Lange-Bertalot et al.,

2011; Pavlov & Levkov, 2013), South America (Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998, 2007),

Holartic region (Kulikovskiy et al., 2015) or Antarctica (Van de Vijver et al., 2014).

Discussion

In the present study we illustrate in detail a stalk-forming Eunotia for the first time,

addressing the importance of assessing the live material previous to any investigation concerning

diatom communities in poorly known regions with the intention to use them as bioindicators of

environmental change. Trait- or functional-based approaches to investigate periphytic community

structure are increasingly used in phycological studies since they can successfully explain

community composition and variation along environmental gradients (Liu et al., 2013; Vilmi et

al., 2015). Based on the frequency with which “life form” and “algae” have occurred together in

manuscript titles (Fig. 43), this has become a fashionable research topic that also increased

regarding diatoms. The debate over the use of life-forms and functional traits in phytoplankton

Page 149: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

130

(Reynolds et al., 2002; Padisák et al., 2009) is more established than their use in phytobenthic

(periphytic) studies (Passy, 2007; Berthon et al., 2011; Rimet & Bouchez, 2011, 2012; Wetzel et

al., 2012; Lange et al., 2016; Soininen et al., 2016; Tapolczai et al., 2016) to infer and provide

more information about the structure and architecture of biofilms. However, as cautiously

suggested by Padisák et al. (2009) splitting species into different functional groups requires a deep

knowledge of the autecology of single species or species groups and there is the risk of

misidentifying species and coming to wrong conclusions, and that even experienced ecologists

may place species in inappropriate groups.

Freshwater rivers and lakes from the Amazon are predominantly oligotrophic and pristine

ecosystems. Their chemical conditions often yield diatom assemblages dominated by taxa from

the Eunotiophycideae whose growth form (including biofilm architecture) is poorly known but

whose diversity is high. Berthon et al. (2011) advocated in favour of using biological traits,

specifically with diatoms, since the “advantage is that this kind of metric could be utilised to study

geographical areas where taxonomy is unknown”, or “where we do not have sufficient data

available to establish a robust ecological profile using species level determination, as is the case

in French overseas territories”. However, this justification seems to be weak even for French

Guiana for example, where several Eunotiaceae species occur as dominants in periphytic

assemblages (see Tudesque et al., 2012).

For instance, the SEM Figures 44−56 illustrate the three main diatom species found in the

Rio Negro basin that exhibit three different ways of attachment (growth form) to the substratum

(contrary to the ribbon-like structures found in all Eunotia species from Europe). The epiphytic

habit of E. amazonica on Batrachospermum sp. (Acrochaetiaceae, Rhodophyta) is possibly due to

the secretion of rather thick and long mucilage stalks in which the cells are inserted by one of their

apices and girdle bands (Figs 44, 45), while E. intricans forms ribbon-like colonies (Fig. 46).

However, the most impressive life-form is the arborescent (branched) colonies made by E.

rabenhorstiana (Figs 48−56). This species is among the most common Eunotia found in the

Amazon basin (Metzeltin & Lange-Bertalot, 1998) and was described as having such a life-form

by Grunow in 1865, and his illustration is reproduced here in the Figure 49. The cells are strongly

attached to each other at the extremities by encrusting mucilage extruded from the apices and

through the girdle bands and the areolae near the apices (Figs 51, 52, 54). If we consider a fourth

Page 150: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

131

type of habit (colonial planktonic) illustrated by Wetzel et al. (2010, fig. 253) we can affirm that

the four main Eunotia species (dominant) in the Rio Negro basin have four distinct life-forms (i.e.

ribbon-like, stalked, branched-arborescent and colonial planktonic) contrary to the ribbon-like

present in all European databases including Eunotia and that are currently used by non-European

researchers in subtropical or tropical environments (e.g. Wetzel et al., 2012; Cibils et al., 2015;

Dunck et al., 2016).

The genus Eunotia is usually mentioned to be found as “mobile”, “fixed by pads” or yet

“without structures of fixation” (i.e. colonial and mobile) (Burliga et al., 2004; Chiovitti et al.,

2006; Berthon et al., 2011, respectively). For instance Rimet & Bouchez (2012) presented a wide

revision from the literature concerning the diatom life-forms of hundreds of freshwater (mostly)

European species where 33 (thirty-three) Eunotia species are concerned: all of them are classified

as having the same way of life, i.e. mobile (colonial) species. As demonstrated, this classification

cannot be applied in the Rio Negro basin, and must probably be avoided in the entire Amazonian

region, or if so, the necessary prior adaptations making observation of live material to confirm

mobility or type of colony at least for the dominant taxa. Among the 186 Eunotiophycideae taxa

reported by Wetzel et al. 2012, very few have their growth life known.

Diatoms exhibit an important diversity of life-forms, and many of them can form colonies.

Taxa can even present several successive life-forms during their life-cycle (Round et al., 1990).

This diversity of life-form is promoted by production of extracellular polymeric substances

(consisting primarily of polysaccharides) in the form of stalks, tubes, apical pads, adhering films

fibril and cell coatings which are conspicuous components of diatom growth in both planktonic

and sessile forms (Hoagland et al., 1993; Gretz, 2008; Aumeier & Menzel, 2012) and in many

‘pennate’ or ‘centric’ diatoms it forms part of their biological success (Drum & Hopkins, 1966).

Despite this diversity and importance of the life-form in the biological success of diatoms, most

of the papers that described new taxa of Eunotia illustrated or even mentioned life-form (Metzeltin

& Lange-Bertalot, 1998, 2007; Souza & Moreira-Filho, 1999; Burliga et al., 2007, 2013; Wetzel

et al., 2011; Burliga & Kociolek 2012). With some rare exceptions (in modern literature), the

description of new species, for instance E. ariengae (Burliga et al., 2007) and E. tukanorum from

Amazon basin (Wetzel et al., 2010), includes the illustration of life-form. Furthermore, there is no

record of pedunculate (attached to the substrata by stalks) species belonging to Eunotia. The only

Page 151: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

132

example so far from the Eunotiaceae was illustrated in the work of Sabbe et al. (2001) who

described and illustrated Actinella aotearoaia R.L. Lowe, B.J.F. Biggs & Francoeur in Sabbe et

al. (2001, fig. 2) in which the species is attached to the substratum via a long mucilaginous stalk.

The stalk form is featuring by a unidirectional deposition of multi-layered structure attaching cells

to substratum (Hoagland et al., 1993).

The site of stalk secretion varies for different species and may be the raphe, the mantle

edge, fultoportula, rimoportula, row of slits in the basal pole of the cells or an apical region of the

frustule bearing numerous small pores, the apical pore field (APF) (Hasle, 1973; Gibson 1979a, b;

Pickett‐Heaps et al., 1991; Hoagland et al., 1993; Chiovitti et al., 2006; Kilroy & Bothwell, 2011,

2014; Ravizza & Hallegraeff, 2015). However the APF is the most known structure related with

the excretion of stalks (Gibson, 1979a,b; Chiovitti et al., 2006; Kilroy & Bothwell, 2011, 2014;

Aumeier & Menzel, 2012). According to Hasle (1973) whenever an APF is present in species

either appearing in colonies or attached by a stalk, a pad or a cushion, the material forming these

structures outside the cell is extruded from the APF. However, as pointed earlier by Hasle (1973)

if an APF can be said to be present in some Eunotia, it is poorly developed. According to Round

et al. (1990) some genera do not possess rimoportulae nor any other obviously differentiated areas

of pores, and yet can attach to rocks or plants.

As observed by Cox (1996) in a marked contrast to most algal groups, diatom identification

involves the destruction of organic material, including cell contents and extracellular products used

in attachment and colony formation that presents drawbacks to ecological studies. A good example

of studies is the one recently made by Wang et al. (2014) using scanning electron microscopy to

illustrate the adhesive structures secreted by Achnanthidium Kützing, Cocconeis Ehrenberg,

Cymbella C.A.Agardh, and Cyclotella (Kützing) Brébisson taxa as they colonize surfaces, under

natural lotic conditions. Their results revealed long filaments, short fibrillar filaments attached by

densely branched stalks, and biofilms, changed under different environmental and microhabitat

conditions.

Rather than claiming the replacement of diatom identification by biological traits as a

biological tool for water quality assessment (in Europe or abroad), one of the first steps would be

the observation of which biological traits are available and adequate it to the region. Search for the

trade-off equilibrium between observation and practice. The misuse or careless use of biological

Page 152: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

133

traits might distort the reality and many spurious correlations within diatom communities can be

found using such methods; a malpractice that already occurred with phytoplanktonic groups.

Acknowledgments

The authors thank to J. Patrick Kociolek for verifying the linguistics of the manuscript. F. F. de

Almeida thanks to Coordenaçao de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) and

Fundaçao de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) for the scholarship.

References

Alles, E., Nörpel-Schempp, M. & Lange-Bertalot, H. (1991). Zur Systematik und Ökologie

charakteristischer Eunotia-Arten (Bacillariophyceae) in elektrolytarmen Bachoberläufen.

Nova Hedwigia, 53: 171–213.

Aucour, A.-M., Tao, F.-X., Moreira-Turcq, P., Seyler, P., Sheppard, S. & Benedetti, M. F. (2003).

The Amazon River: behaviour of metals (Fe, Al, Mn) and dissolved organic matter in the

initial mixing at the Rio Negro/Solimões confluence. Chemical Geology, 197: 271–285.

Aumeier, C. & Menzel, D. (2012). Secretion in the diatoms. In Secretions and Exudates in

Biological Systems, Signaling and Communication in Plants 12 (Vivanco, J. M. & Baluška,

F., editors), 221–250. Springer-Verlag, Berlin Heidelberg.

Berg, Å. (1939). Some new species and forms of the diatom genus Eunotia Ehr. 1837. Botaniska

Notiser, 1939: 423–462.

Berthon, V., Bouchez, A. & Rimet, F. (2011). Using diatom life-forms and ecological guilds to

assess organic pollution and trophic level in rivers: a case study of rivers in south-eastern

France. Hydrobiologia, 673: 259–271.

Brant, L.A. & Furey, P.C. (2011). Morphological variation in Eunotia serra, with a focus on the

rimoportula. Diatom Research, 26: 221–226.

Burliga, A.L. & Kociolek, J.P. (2012). Four new Eunotia Ehrenberg species (Bacillariophyceae)

from pristine regions of Carajás National Forest, Amazonia, Brazil. Nova Hedwigia, Beiheft,

141: 53–70.

Page 153: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

134

Burliga, A.L.M., Schwarzbold, A., Lobo, E.A. & Pillar, V.D. (2004). Functional types in epilithon

algae communities of the Maquiné River, Rio Grande do Sul, Brazil. Acta Limnologica

Brasiliensia, 16: 369–380.

Burliga, A.L., Torgan, L.C. & Beaumord, A.C. (2007). Eunotia ariengae sp. nov., an epilithic

diatom from Brazilian Amazon. Diatom Research, 22: 247–253.

Burliga, A.L., Kociolek, J.P., Salomoni, S.E. & Figueiredo, D. (2013). A new genus and species

in the diatom family Eunotiaceae Kützing (Bacillariophyceae) from the Amazonian

hydrographic region, Brazil. Phytotaxa, 79: 47–57.

Cemagref (1982). Etude des méthodes biologiques d’appréciation quantitative de la qualité des

eaux. Ministère de l’Agriculture, Cemagref, Division Qualité des Eaux Pêche et Pisciculture,

Lyon. 218 pp.

CEN (2014). Qualité de l'eau - Guide pour l'identification et le dénombrement des échantillons de

diatomées benthiques de rivières et de lacs. Norme Européenne -Europäische Norm -

European Standard - EN 14407. CEN - Comité Européen de Normalisation - Europäisches

Komitee für Normung - European Committee for Standardization. CEN-CENELEC

Management Centre, Bruxelles.

Chiovitti, A., Dugdale, T.M. & Wetherbee, R. (2006). Diatom adhesives: molecular and

mechanical properties. In Biological Adhesives (Smith, A.M. & Callow, J.A., editors), 79–

103. Springer-Verlag, Berlin Heidelberg.

Cibils, L., Principe, R., Márquez, J., Gari, N. & Albariño, R. (2015). Functional diversity of algal

communities from headwater grassland streams: How does it change following

afforestation? Aquatic Ecology, 49: 453–466.

Cox, E.J. (1996). Identification of Freshwater Diatoms from Live Material. Chapman & Hall,

London. 158 pp.

Drum, R.W. & Hopkins, J.T. (1966). Diatom locomotion: an explanation. Protoplasma, 62: 1–33.

Dunck, B., Schneck, F. & Rodrigues. L. (2016). Patterns in species and functional dissimilarity:

insights from periphytic algae in subtropical floodplain lakes. Hydrobiologia, 763: 237–247.

Page 154: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

135

Edlund, M.B. & Brant, L.A. (2010). Eunotia charliereimeri, a new Eunotia species

(Bacillariophyceae) with amphoroid frustule symmetry. Proceedings of the Academy of

Natural Sciences of Philadelphia, 160: 47–56.

Ferrari, F., Procopiak, L.K., Alencar, Y.B. & Ludwig, T.A.V. (2007). Eunotiaceae

(Bacillariophyceae) em igarapés da Amazônia Central, Manaus e Presidente Figueiredo,

Brasil. Acta Amazonica, 37: 1–16.

Franzinelli, E. & Igreja, H. (2002). Modern sedimentation in the Lower Negro River, Amazonas

State, Brazil. Geomorphology, 44: 259–271.

Fukushima, H. & Xavier, M.B. (1988). Attached diatom from the Negoro River, Amazonas,

Brazil. Diatom, 4: 11–16.

Furch, K. & Junk, W.J. (1997). Physicochemical conditions in floodplains. In The Central Amazon

Floodplain: ecology of a pulsing system (Junk, W.J., editor) Ecological Studies 126: 69–

108. Springer Verlag, Berlin Heidelberg.

Furey, P. (2010). Eunotia. In Diatoms of the United States. Retrieved March 06, 2016, from

http://westerndiatoms.colorado.edu/taxa/genus/eunotia

Furey, P.C., Lowe, R.L. & Johansen, J.R. (2011). Eunotia Ehrenberg (Bacillariophyta) of the Great

Smoky Mountains National Park, USA. Bibliotheca Diatomologica, 56: 1–133.

Gaiser, E.E. & Johansen, J. (2000). Freshwater diatoms from Carolina bays and other isolated

wetlands on the Atlantic Coastal Plain of South Carolina, U.S.A., with descriptions of seven

taxa new to science. Diatom Research, 15: 75–130.

Gibson, R.A. (1979a). Protoraphis atlantica sp. nov., a new marine epizoic diatom. Bacillaria, 2:

109–126.

Gibson, R.A. (1979b). Observations of stalk production by Pseudohimantidium pacificum Hust.

& Krasske (Bacillariophyceae: Protoraphidaceae). Nova Hedwigia, 31: 899–915.

Goulding, M., Barthem, R. & Ferreira, E. (2003). The Smithsonian Atlas of the Amazon.

Smithsonian Institution Press, Washington. 253 pp.

Page 155: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

136

Gretz, M.R. (2008). The stalks of didymo. In Proceedings of the 2007 International Workshop on

Didymosphenia geminata (Bothwell, M.L. & Spaulding S.A., co-editors), p. 21. Canadian

Technical Report of Fisheries and Aquatic Sciences 2795.

Grunow, A. (1865). Ueber die von Herrn Gerstenberger in Rabenhorst’s Decaden ausgegebenen

Süsswasser-Diatomaceen und Desmidiaceen von der Insel Banka, nebst Untersuchungen

über die Gattungen Ceratoneis und Frustulia. In Beiträge zur näheren Kenntniss und

Verbreitung der Algen. Herausgegeben von Dr. L. Rabenhorst. Leipzig, Verlag von Eduard

Kummer, Heft II, 1–16, 2 pls.

Hasle, G.R. (1973). The “mucilage pore”of pennate diatoms. Beihefte zur Nova Hedwigia, 45:

167–194.

Hedges, J.I., Cowie, G.L., Richey, J.E., Quay, P.D., Benner, R., Strom, M. & Forsberg, B.R.

(1994). Origins and processing of organic matter in the Amazon River as indicated by

carbohydrates and amino acids. Limnology and Oceanography, 39: 743–761.

Hoagland, K.D., Rosowski, J.R., Gretz, M.R. & Roemer, S.C. (1993). Diatom extracellular

polymeric substances: function, fine structure, chemistry, and physiology. Journal of

Phycology, 29: 537–566.

Horbe, A.M.C., Gomes, I.L.F., Miranda, S.F. & Silva, M.S.R. (2005). Contribuição à hidroquímica

de drenagens no Município de Manaus – AM. Acta Amazonica, 35: 119–124.

Hustedt, F. (1952a). Neue und wenig bekannte Diatomeen. III. Phylogenetische Variationen bei

den raphidioiden Diatomeen. Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft, 65: 133–

145.

Hustedt, F. (1952b). Neue und wenig bekannte Diatomeen. IV. Botaniska Notiser, 4: 366–410.

Hustedt, F. (1965). Neue und wenig bekannte Diatomeen. IX. Süßwasserdiatomeen aus Brasilien,

insbesondere des Amazonasgebietes. Internationale Revue der gesamten Hydrobiologie und

Hydrographie, 50: 391–410.

Kaštovský, J. Veselá, J. Bohunická, M., Fučíková, K., Štenclová, L. & Brewer-Carías, C. (2016).

New and unusual species of cyanobacteria, diatoms and green algae, with a description of a

Page 156: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

137

new genus Ekerewekia gen. nov. (Chlorophyta) from the table mountain Churí-tepui,

Chimantá Massif (Venezuela). Phytotaxa, 247: 153–180.

Kilroy, C. & Bothwell, M. (2011). Environmental control of stalk length in the bloom‐forming,

freshwater benthic diatom Didymosphenia geminata (Bacillariophyceae). Journal of

Phycology, 47: 981–989.

Kilroy, C. & Bothwell, M.L. (2014). Attachment and short-term stalk development of

Didymosphenia geminata: effects of light, temperature and nutrients. Diatom Research, 29:

237–248.

Kociolek, J.P. (2000). Valve ultrastructure of some Eunotiaceae (Bacillariophyceae), with

comments on the evolution of the raphe system. Proceedings of the California Academy of

Sciences, 52: 11–21.

Küchler, I.L., Miekeley, N. & Forsberg, B.R. (2000). A contribution to the chemical

characterization of rivers in the Rio Negro basin, Brazil. Journal of the Brazilian Chemical

Society, 11: 286–292.

Kulikovskiy, M., Lange-Bertalot, H., Genkal, S. & Witkowski, A. (2010). Eunotia

(Bacillariophyta) in the Holarctic: New species from the Russian Arctic. Polish Botanical

Journal, 55: 93–106.

Kulikovskiy, M., Lange-Bertalot, H., Witkowski, A., Khursevich, G.K. & Kociolek, J.P. (2015).

New species of Eunotia (Bacillariophyta) from Lake Baikal with comments on morphology

and biogeography of the genus. Phycologia, 54: 248–260.

Kützing, F.T. (1833). Synopsis Diatomaearum oder Versuch einer systematischen

Zusammenstellung der Diatomeen. Linnaea, 8: 529–620, pls 13-19.

Kützing, F.T. (1844). Die kieselschaligen Bacillarien oder Diatomeen. W. Köhne, Nordhausen.

152 pp., 30 pls.

Lange, K., Townsend, C.R. & Matthaei, C.D. (2016). A trait-based framework for stream algal

communities. Ecology and Evolution, 6: 23–36.

Page 157: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

138

Lange-Bertalot, H. & Metzeltin, D. (1996). Oligotrophie-Indikatoren. 800 Taxa repräsentativ für

drei diverse Seen-Typen Kalkreich – Oligodystroph – Schwach gepuffertes Weichwasser.

Iconographia Diatomologica, 2: 1-390.

Lange-Bertalot, H., Bąk, M. & Witkowski, A. (2011). Eunotia and some related genera. In

Diatoms of Europe. Diatoms of the European Inland Water and Comparable Habitats

(Lange-Bertalot, H., editor), 6: 1–747 pp. A.R.G. Gantner Verlag K.G., Ruggell.

Latrubesse, E.M. & Franzinelli, E. (2005). The late Quaternary evolution of the Negro River,

Amazon, Brazil: Implications for island and floodplain formation in large anabranching

tropical systems. Geomorphology, 70: 372–397.

Latrubesse, E.M., Stevaux, J.C. & Sinha, R. (2005). Tropical rivers. Geomorphology, 70: 187–

206.

Lecointe, C., Coste, M. & Prygiel, J. (1993). “Omnidia”: software for taxonomy, calculation of

diatom indices and inventories management. Hydrobiologia, 269/270: 509–513.

Liu, J., Soininen, J., Han, B.P. & Declerck, S.A.J. (2013). Effects of connectivity, dispersal

directionality and functional traits on the metacommunity structure of river benthic diatoms.

Journal of Biogeography, 40: 2238–2248.

Mayama, S. (1993). Eunotia sparsistriata sp. nov., a moss diatom from Mikura Island, Japan.

Nova Hedwigia, Beiheft, 106: 143–150.

Mayama, S. (1995a). Size reduction of Eunotia arcus Ehr. var. arcus from Suge-numa (Suge

Lake). Diatom, 10: 92 (in Japanese).

Mayama, S. (1995b). Size reduction of Eunotia tropica Hust. in a culture. Diatom, 10: 93 (in

Japanese).

Mayama, S. (1997). Eunotia valida and E. pseudovalida spec. nov. (Bacillariophyceae):

Ultrastructure of the valve and girdle. Nova Hedwigia, 65: 165–176.

Page 158: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

139

Metzeltin, D. & Lange-Bertalot, H. (1998). Tropische Diatomeen in Südamerika I. 700

überwiegend wenig bekannte oder neue Taxa repräsentativ als Elemente der neotropischen

Flora. Iconographia Diatomologica, 5: 1–695.

Metzeltin, D. & Lange-Bertalot, H. (2007). Tropical diatoms of South America II. Special remarks

on biogeographic disjunction. Iconographia Diatomologica, 18: 1–876.

Padisák, J., Crossetti, L.O. & Naselli-Flores, L. (2009). Use and misuse in the application of the

phytoplankton functional classification: a critical review with updates. Hydrobiologia, 621:

1–19.

Patrick, R. (1940a). Diatoms of northeastern Brazil. Part I.–Coscinodiscaceae, Fragilariaceae and

Eunotiaceae. Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia, 92: 191–227.

Patrick, R. (1940b). Some new diatoms from Brazil. Notulae Naturae, 59: 1–7.

Patrick, R. & Reimer, C.W. (1966). The diatoms of the United States. Exclusive of Alaska and

Hawaii. Volume 1. Fragilariaceae, Eunotiaceae, Achnanthaceae, Naviculaceae. Monographs

of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 13: 1-688.

Passy, S.I. (2007). Diatom ecological guilds display distinct and predictable behavior along

nutrient and disturbance gradients in running waters. Aquatic Botany, 86: 171–178.

Pavlov, A. & Levkov, Z. (2013). Diversity and distribution of taxa in the genus Eunotia Ehrenberg

(Bacillariophyta) in Macedonia. Phytotaxa, 86: 1–117.

Pickett‐Heaps, J., Hill, D.R.A. & Blaze, K.L. (1991). Active gliding motility in an araphid marine

diatom, Ardissonea (formerly Synedra) crystallina. Journal of Phycology, 27: 718–725.

Pinto, A.G.N., Horbe, A.M.C., Silva, M.S.R., Miranda, S.A.F., Pascoaloto, D. & Santos, H. M.C.

(2009). Efeitos da ação antrópica sobre a hidrogeoquímica do rio Negro na orla de

Manaus/AM. Acta Amazonica, 39: 627–638.

Prescott, G.W. (1962). Algae of the western Great Lakes area. With an Illustrated Key to the

Genera of Desmids and Freshwater Diatoms. WM. C. Brown Company Publishers,

Dubuque. 977 pp.

Page 159: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

140

Ravizza, M. & Hallegraeff, G. (2015). Environmental conditions influencing growth rate and stalk

formation in the estuarine diatom Licmophora flabellata (Carmichael ex Greville) C.Agardh.

Diatom Research, 30: 197–208.

R Core Team (2014). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for

Statistical Computing, Vienna, Austria. URL http://www.R-project.org/.

Reichardt, E. (1995). Die Diatomeen (Bacillariophyceae) in Ehrenberg’s Material von Cayenne,

Guyana Gallica (1843). Iconographia Diatomologica, 1: 1–99.

Reynolds, C.S., Huszar, V., Kruk, C., Naselli-Flores, L. & Melo, S. (2002). Towards a functional

classification of the freshwater phytoplankton. Journal of Plankton Research, 24: 417–428.

Rimet, F. & Bouchez, A. (2011). Use of diatom life-forms and ecological guilds to assess pesticide

contamination in rivers: Lotic mesocosm approaches. Ecological Indicators, 11: 489–499.

Rimet, F. & Bouchez, A. (2012). Life-forms, cell-sizes and ecological guilds of diatoms in

European rivers. Knowledge and Management of Aquatic Ecosystems, 406: 01 (12 p.).

Round, F.E., Crawford, R.M. & Mann, D.G. (1990). The Diatoms. Biology and Morphology of the

Genera. Cambridge University Press, Cambridge. 747 pp.

Sabbe, K., Vanhoutte, K., Lowe, R.L., Bergey, E.A., Biggs, B.J.F., Francoeur, S., Hodgson, D. &

Vyverman, W. (2001). Six new Actinella (Bacillariophyta) species from Papua New Guinea,

Australia and New Zealand: further evidence for widespread diatom endemism in the

Australasian region. European Journal of Phycology, 36: 321–340.

Sala, S.E., Duque, S.R., Nuñez-Avellaneda, M. & Lamaro, A.A. (2002a). Diatoms from the

Colombian Amazon: some species of the genus Eunotia (Bacillariophyceae). Acta

Amazonica, 32: 589–603.

Sala, S.E., Duque, S.R., Núñez-Avellaneda, M. & Lamaro, A.A. (2002b). Diatoms from the

Colombian Amazonia. Cryptogamie Algologie, 23: 75–99.

Schmidt, A. (1874-1959). Atlas der Diatomaceen-kunde. R. Reisland, Leipzig. Parts 1-120, Pls. 1-

460.

Page 160: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

141

Silva, M.S.R., Ramos, J.F. & Pinto, A.G.N. (1999). Metais de transição nos sedimentos de igarapés

de Manaus-AM. Acta Limnologica Brasiliensia, 11: 89–100.

Silva, W.J., Jahn, R. & Menezes, M. (2012). Diatoms from Brazil: the taxa recorded by Christian

Gottfried Ehrenberg. PhytoKeys, 18: 19–37.

Sioli, H. (1984). The Amazon and its main affluents: Hydrography, morphology of the river

courses, and river types. In The Amazon. Limnology and landscape ecology of a mighty

tropical river and its basin (Sioli, H., editor), 127–165. Dr W. Junk Puhlishers, Dordrecht.

Siver, P.A. & Hamilton, P.B. (2011). Diatoms of North America: The freshwater flora of

waterbodies on the Atlantic Coastal Plain. Iconographia Diatomologica, 22: 1–916.

Siver, P.A., Hamilton, P.B., Stachura-Suchoples, K. & Kociolek, J.P. (2005). Diatoms of North

America: The freshwater flora of Cape Cod, Massachusetts, U.S.A. Iconographia

Diatomologica, 14: 1–463.

Siver, P.A., Hamilton, P.B. & Morales, E.A. (2006). Two new planktic species of Eunotia

(Bacillariophyceae) from freshwater waterbodies in North Carolina, U.S.A. Algological

Studies, 119: 1–16.

Soininen, J., Jamoneau, A., Rosebery, J. & Passy, S.I. (2016). Global patterns and drivers of

species and trait composition in diatoms. Global Ecology and Biogeography.

DOI:10.1111/geb.12452

Souza, M.G.M. & Moreira-Filho, H. (1999). Diatoms (Bacillariophyceae) of two aquatic

macrophyte banks from Lagoa Bonita, Distrito Federal, Brazil, I: Thalassiosiraceae and

Eunotiaceae. Bulletin du Jardin Botanique National de Belgique, 67: 259–278.

Spaulding, S.A., Lubinski, D.J. & Potapova, M. (2010). Diatoms of the United States. . Accessed

on 21 February, 2016.

Tapolczai, K., Bouchez, A., Stenger-Kovács, C., Padisák, J. & Rimet, F. (2016). Trait-based

ecological classifications for benthic algae: review and perspectives. Hydrobiologia.

DOI:10.1007/s10750-016-2736-4

Page 161: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

142

Torgan, L.C. & Becker, V. (1997). Eunotia densistriata sp. nov.: a subaerial diatom from Southern

Brazil. Diatom Research, 12: 115–124.

Trancoso, R., Carneiro Filho, A., Tomasella, J., Schietti, J., Forsberg, B.R. & Miller, R. P. (2009).

Deforestation and conservation in major watersheds of the Brazilian Amazon.

Environmental Conservation, 36: 277–288.

Tudesque, L., Grenouillet, G., Gevrey, M., Khazraie, K., & Brosse, S. (2012). Influence of small-

scale gold mining on French Guiana streams: Are diatom assemblages valid disturbance

sensors? Ecological indicators, 14: 100–106.

Van de Vijver, B., Beyens, L. & Lebouvier, M. (2008). The genus Eunotia on the volcanic island,

Île Amsterdam (Southern Indian Ocean). Nova Hedwigia, 87: 113–128.

Van de Vijver, B., de Haan, M. & Lange-Bertalot, H. (2014). Revision of the genus Eunotia

(Bacillariophyta) in the Antarctic Region. Plant Ecology and Evolution, 147: 256–284.

Vilmi, A., Karjalainen, S.M., Landeiro, V.L. & Heino, J. (2015). Freshwater diatoms as

environmental indicators: evaluating the effects of eutrophication using species morphology

and biological indices. Environmental Monitoring and Assessment, 187: 243.

Wang, Q., Hamilton, P.B. & Kang, F. (2014). Observations on attachment strategies of periphytic

diatoms in changing lotic systems (Ottawa, Canada). Nova Hedwigia, 99: 239–253.

Wetzel, C.E., Ector, L., Hoffmann, L. & Bicudo, D.C. (2010). Colonial planktonic Eunotia

(Bacillariophyceae) from Brazilian Amazon: Taxonomy and biogeographical considerations

on the E. asterionelloides species complex. Nova Hedwigia, 91: 49–86.

Wetzel, C.E., Ector, L., Hoffmann, L., Lange-Bertalot, H. & Bicudo, D.C. (2011). Two new

periphytic Eunotia species from the neotropical Amazonian ‘black waters’, with a type

analysis of E. braunii. Diatom Research, 26:135–146.

Wetzel, C.E., Lange-Bertalot, H., Morales, E.A., Bicudo, D.C., Hoffmann, L. & Ector, L. (2012).

Bicudoa amazonica gen. nov. et sp. nov. (Bacillariophyta) – a new freshwater diatom from

the Amazon basin with a complete raphe loss in the Eunotioid lineage. Phytotaxa, 75: 1–18.

Page 162: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

143

Fig. 1. Sampling sites located in the left bank (main channel) of the Rio Negro, Brazilian Amazon, South America, in the surroundings of the city of Manaus.The sites were a priori classified into low anthropogenic influence (LAI), intermediate anthropogenic influence (IAI) and high anthropogenic influence (HAI).

Page 163: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

144

Figs 2–31. Eunotia amazonica sp. nov. LM. Figs 2–5.Fixed material (Transeau’s solution) showing long stalked specimens growing in Batrachospermum spp. filaments. Figures 2 and 3 (arrows) showing up to three cells as well as individual cells per stalk; Fig. 5: arrowheads show small round structures (oil droplets); Figs 6–31. LM. Size reduction series from type material (sample INPA-4000280, Rio Negro, Brazil. Girdle view of the same specimens under distinct focus showing thedorsal mantle (Fig. 13) and ventral mantle with raphe branches (Fig. 14).

Page 164: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

145

Figs 32–40. SEM images of Eunotia amazonica sp. nov. Fig. 32: External view displaying valve surface and striae arrangement; Fig. 33: External view of the ventral portion of the frustule; external aperture of rimoportulae in opposite sides at both valves; Fig.34: External view of dorsal valve mantle; Fig. 35:Detail view of the areolae concentrated at the apical porefield-like cluster as well as the raphe branch and rimoportula aperture; Fig. 36: White arrows showingpartially occluded areolae (volate vela); Fig. 37: Detail of external apex showing rimoportula aperture; Fig.38: Thickening of silica separating the apical pore fieldlike cluster; Figs 39–40: Internal apices views showing the silica thickening; well-developed helictoglossa and rimoportula on the valve mantle.

Page 165: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

146

Fig. 41. Relative abundance of three dominant Eunotia species in the Rio Negro hydrographical basin near the city of Manaus (Brazil). The three species haveall different traits concerning the life-form and attachment to the substratum, i.e. A) stalked, B) ribbon-like, C) branched-arborescent (n=96).

Fig. 42. Box plots with mean and quartiles of basicchemical information (A: phosphates, B: electric conductivity; C: pH) concerning the sampling sites (S1 to S12) near Manaus (Brazil). The IPS diatom index (D) is also calculated (n=96). Samples collected during flooded periods (May-June) of 2013 and 2014.

Page 166: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

147

Fig. 43. Plot showing the number of peer-reviewed articles published in the primary literature having “functional diversity” and “algae” in their title or abstract for each year, from 1950 to 2015, based on ISI’s Web of Science database.

Page 167: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

148

Figs 44–56. SEM examples of usually dominant Eunotia species from the Rio Negro basin (Brazilian Amazon) with distinct life-forms. Figs 44–45: Eunotia amazonica sp. nov. (stalked); Fig. 46: Eunotia intricans (ribbon-like); Fig. 47: Eunotia subrobusta Hustedt (ribbon-like); Figs 48–56: Eunotia rabenhorstiana (≡Desmogonium rabenhorstianum) (branched-arborescent life-form) including detailed views (51–52, 53) and general aspect of the colony. Fig. 49: Reproductionof the original draw of Desmogonium rabenhorstianum Grunow (1865, pl. 1, fig.1a-l).

Page 168: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

149

Capítulo 4. Gomphonema frequentis comb. nov.: analysis of type material of a widely reported species with a tropical distribution.

Almeida, F. F., Santos-Silva, E. N., Ector, L., Wetzel, C. E. Gomphonema frequentis comb. nov.: analysis of type material of a widely reported species with a tropical distribution. Manuscrito submetido à Phytotaxa.

Page 169: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

150

Gomphonema frequentis (Krammer) comb. nov. (Bacillariophyta): distribution, ecology and

taxonomy of a common Neotropical diatom

Fabiane F. De Almeida1,2,3, Luc Ector3, Edinaldo N. Santos-Silva1 & Carlos E. Wetzel3

1 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (INPA).

2 Centro Universitário do Norte (UNINORTE).

3 Luxembourg Institute of Science and Technology (LIST),

Page 170: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

151

Abstract

The transfer of Encyonopsis frequentis Krammer to the genus Gomphonema Ehrenberg is

presented using light and scanning electron microscopy. The taxon is characterized by presence of

lanceolate valves, heteropolar, with both apices strongly capitate, two apical pore fields, and

elongated areolae slit-like. Besides, significant heteropolarity of the specimens measured and other

shared similarities with the genus Gomphonema (APF, areolae, external and internal aperture of

the isolated pore) allows us to classify this species into the genus Gomphonema. Morphological,

ecological and distribution data are presented and discussed based on available literature for this

taxon.

Key words: Brazil, Encyonopsis, Gomphonema, Kurtkrammeria, Negro River, tropical diatom

Page 171: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

152

Introduction

The Order Cymbellales D.G.Mann belongs to Class Bacillariophyceae and includes

currently four families (Rhoicospheniaceae Chen & Zhu, Anomoeioneidaceae D.G.Mann,

Cymbellaceae Greville and Gomphonemataceae Kützing) according to Round et al. (1990).

Members of this order show a high diversity of shapes with different symmetry in the apical and

transapical axes (Kermarrec et al. 2011).

Among the Cymbellales the genus Gomphonema Ehrenberg (1832: 87) is among the

largest, including up to ca. 1750 taxa distributed worldwide (Fourtanier & Kociolek 2011).

Members of this genus are almost exclusively freshwater in terms of habitats and the genus is quite

diverse morphologically (Karthick et al. 2011). Variation in valve ultrastructure, including

presence or absence of stigmata, areolar structure, structure and position of the apical pore fields

(APF’s), and presence/absence of spines to name a few (Kociolek & Stoermer 1993, Metzeltin &

Lange-Bertalot 1998, Reichardt 1999).

The genus Encyonopsis Krammer (1997a: 156) was described to accommodate a series of

small to moderately large freshwater species that formerly belonged to Cymbella C.Agardh (1830:

1) showing only weakly dorsiventral, sometimes even naviculoid valves, a filiform, weakly

ventrally curved raphe with distal fissures turned to the ventral side and proximal endings turned

dorsally, the absence of both apical pore fields and isolated pores (stigmata and stigmoids) in the

central area, and the presence of small, rounded to transapically elongated areolae arranged in

uniseriate striae (Krammer 1997a, Van de Vijver et al. 2012, Bahls et al. 2013). Species of

Encyonopsis live exclusively in freshwater, typically in cold waters rich in oxygen and with low

to moderate concentrations of electrolytes, they are particularly common in mountains and at

higher latitudes, but the genus also occurs at lower elevations and in the tropics (Krammer 1997b,

Metzeltin & Lange-Bertalot 1998, 2007, Torgan et al. 2007, Raupp et al. 2009, Marquardt et al.

2010, Wengrat et al. 2015).

More recently Kurtkrammeria Bahls (2015: 170) has been separated from Encyonopsis to

accommodate a series of medium to large taxa with: 1: slit-like areolae oriented apically; 2: striae

that are convergent at the apices; 3: internal proximal raphe ends that are widely separated and

hooked strongly to the dorsal side of the valve; 4: presence of well to poorly organized groups of

small round areolae at both poles that resemble apical pore fields (APFs) divided by the distal

Page 172: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

153

raphe fissures and 5: raphe branches of equal length and symmetric valves with respect to the

transapical axis (Bahls 2015: 170).

Based on morphological information, i.e. light (LM) and scanning electron microscopy

(SEM), concerning the three mentioned genera we present here a discussion on the morphological

features and the generic position of Encyonopsis frequentis Krammer (1997b: 201) a common

species from various black water rivers in the Amazon region of South America (Krammer 1997b,

Metzeltin & Lange-Bertalot 1998, Vouilloud et al. 2010).

Material & Methods

Study area

The Negro River basin mostly encompasses an intensely weathered area of the

Precambrian shield with a basin area of 720,114 km2. The river has an extension of at least 1.700

km (Revenga et al. 1998, Goulding et al. 2003, Latrubesse & Franzinelli 2005), with 90% of the

area of its basin are located in Brazil, 9% in Colombia and 1% in French Guiana. The study was

carried out in the lower reach of the Negro River, near the city of Manaus (AM), Brazil, located

between 62°W and its confluence with the Solimões (60oW) (Franzinelli & Igreja 2002). In this

section the river can be up to 20 km wide (Anavilhanas Islands) and it is bordered by discontinuous

cliffs (‘falésias’), formed by the ‘Alter do Chão’ deposits up to 90 m deep just before the

confluence with the Solimões River (Franzinelli & Igreja 1990, 2002, Franzinelli 2011). The

streams that rise in these ancient crystalline highlands are classified as either blackwater (e.g.

Negro River) or clearwater (e.g. Trombetas, Xingu, Tocantins-Araguaia and Tapajós rivers). The

blackwater tributaries have higher levels of humic acids (which cause their dark colour) and

originate in nutrient-poor, often sandy uplands, so they carry little or no silt or dissolved solids

(Hedges et al. 1994, Franzinelli & Igreja 2002, Aucour et al. 2003) with very low conductivity (9–

10 μS.cm-1) and low pH (4.8–5.1) (Furch & Junk 1997). According to Küchler et al. (2000), most

samples of the Negro River hydrographical basin form a homogeneous black water group, distinct

from the white waters of the Solimões River, the main tributary of the Amazon River.

Page 173: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

154

The Negro River has suffered major anthropogenic pressures near the city of Manaus (up

to 1,800 million population), due to the large amount of untreated sewage poured directly in the

river (Andrade et al. 2006, Couceiro et al. 2006, Pereira et al. 2006, Pinto et al. 2009).

Site selection

Based on the information above, the left bank of the Negro River was divided into three

areas representing a certain degree of potential anthropogenic impact: 1) low anthropic influence

area (LAI), upstream of the Manaus city; 2) intermediate anthropic influence area (IAI), already

close to urban area but without strongly polluted tributaries and 3) high anthropogenic influence

area (HAI) in front of the city of Manaus (Figure 1).

The LAI is located between the Lake Tatu (3º03'10.77 ''S and 60º17'45.30''W) and east of

Tarumã-Mirim stream (3º01'56.20''S and 60º17'32.95''W). Four sampling (S1 to S4) stations are

distributed in this reach that has approximately 20 km. The IAA also has four sampling stations

and is bounded on the west by the of Tarumã-Mirim stream (3º01'56.20 ''S and 60º17'32.95''W)

and east by Tarumã-Açu stream (3º02'42.65''S and 60 06'55.36''W) (sites S5 to S8) and is

approximately 10 km long. Finally the HAI is located between the Tarumã-Açu (3º02'42.65 ''S and

60°06'55.36''W) and Ceasa Port (3º09'44.59''S and 59 58'44.65 '' W). This reach (approximately

20 km) has also four sampling stations (S9 to S12) and is characterized by having two major

organically polluted sites. All sampling stations are located before the confluence with the

Solimões River; after the confluence it becomes the so-called Amazon River.

Sampling design and sample processing

The sampling was carried out during two wet seasons (flooding period) in 2013 and 2014, during

four consecutive weeks at the 12 sampling stations. Periphytic samples (n=96) were collected

mainly in the riparian zone (flooded area). The habitats sampled included fine submerged

vegetation, roots of riparian vegetation, leaves (and decaying leaves) and macrophytes roots of

Eichornia crassipes (Mart.) Solms. The substrates were washed in polyethylene containers using

distilled water to remove the debris associated and after that the substrates were scraped with a

stainless steel blade and soft toothbrush. Macroscopic filaments were also collected by hand and

Page 174: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

155

placed into the same flask as the scraped material. The samples were fixed with Transeau’s solution

(Prescott 1962). Subsamples from fixed materials were cleaned (digested) using concentrated

H2O2, heating for 24–48 h using a sand bath. Preparations were then allowed to cool and settle for

24 h, and 80 to 90% of the supernatant was eliminated by vacuum aspiration. A volume of 1 ml of

HCl (37%) was then added and the mixture was allowed to stand for 2 h, followed by three

repetitions of rinsing and decantation as described above, using deionized water. Following

digestion and decantation, cleaned material was rinsed and diluted with deionized water and

mounted permanently on glass slides using Naphrax® as mounting medium (Brunel Microscopes

Ltd., Chippenham, Wiltshire, UK) for qualitative and semi-quantitative analysis.

For the semi-quantitative analyses all individuals found in random transects under light

microscopy across each permanent slide (n=87) were identified and counted (between 400 and 450

valves) with a Leica® DMRX light microscope with a 100x oil immersion objective at a

magnification of 1000x, following the European standards EN 13946 and EN 14407 (European

Committee for Standardization 2014a, b).

Light microscopy (LM) observations, identifications, measurements and micrographs were

performed with a Leica® DMR microscope equipped with a Leica-DFC 500 high-resolution

digital camera using Leica Application Suite software (v. 4.4.0, Leica Microsystems©). Images

were taken using differential contrast (DIC). For scanning electron microscope (SEM) analysis,

parts of the oxidized suspensions were filtered and rinsed with additional deionized water through

a 3-µm Isopore™ polycarbonate membrane filter (Merck Millipore). Filters were mounted on

aluminium stubs and coated with platinum using a BAL-TEC MED 020 Modular High Vacuum

Coating System for 30 s at 100 mA. A Hitachi SU-70 ultra-high-resolution analytical field

emission (FE) scanning electron microscope (Hitachi High-Technologies Corporation, Tokyo,

Japan), operated at 5 kV and with a 10 mm working distance, was used for the analysis. SEM

images were taken using the upper (SE-U) detector signal. Photomicrographs were digitally

manipulated and plates containing light and scanning electron micrographs were created using

CorelDraw X6®. Additional graphics were constructed using R (R CORE DEVELOPMENT

TEAM 2014).

Additionally, we observed the original material (lectotype) of Gomphonema productum

(Grunow) Lange-Bertalot & E.Reichardt in Lange-Bertalot (1993: 71) (= Gomphonema

Page 175: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

156

angustatum var. productum Grunow in Van Heurck 1880, pl. 24, figs 52–55, as ‘Gomphonema

angustatum var. producta’) from the Van Heurck collection, housed in the Botanic Garden Meise

(BR). The “Type n° 217” designated by Lange-Bertalot (1993, p. 71, pl. 73, figs 14–17) was

illustrated in Krammer & Lange-Bertalot (1986, pl. 155, figs 10–12). The unmounted material was

prepared for LM and SEM analysis. To quantify the degree of heteropolarity of the valves

measures were taken from the raphe system using LM (n=30). The distance between the

helictoglossae and the terminal raphe ends were quantified (Figs 2 and 18). A simple t-test was

performed to verify its significance.

Results and Discussion

Taxonomic description

Division Bacillariophyta

Class Bacillariophyceae

Subclass Bacillariophycideae

Order Cymbellales

Family Gomphonemataceae

Genus Gomphonema

Gomphonema frequentis (Krammer) F.F.Almeida, Ector & C.E.Wetzel, comb. nov. (Figs 3–

17, 19–29, 37–38)

Basionym: Encyonopsis frequentis Krammer 1997, Bibliotheca Diatomologica 37: 201–202, pl.

157, figs 1–11, pl. 158, figs 1–3, pl. 166, fig. 3, pl. 175, fig. 1, pl. 202, figs 1–6.

≡ Kurtkrammeria frequentis (Krammer) Bahls 2015, Nova Hedwigia 101: 183.

Page 176: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

157

Morphology:− LM: Valves lanceolate, heteropolar (footpole raphe longer than headpole

raphe), not dorsiventral (Figs 3–17). Both apices strongly capitate. Valve length 28–38 μm; valve

width 7.5–9.5 μm. Axial area narrow. The central area is symmetrical with a single long stria on

one side terminating in a distinct small rounded isolated pore sunk into the valve face. Striae

slightly radiate, becoming parallel near the apices, 15–16 in 10 μm. A sinuous central raphe system

with proximal ends weakly expanded and deflected towards the isolated pores. SEM: Externally

smooth valve face with small round shallow depressions along the axial area (Fig. 19). Uniseriate

striae formed bу sigmoid-elongated areolae apically orientated, striae continuous between the

valve face and the mantle, mantle shallow; isolated pore aperture round (Fig. 21). Internal proximal

raphe ends hook-shaped towards the same size. The internal opening of the isolated pore is

transversely elongated. The internal areolar openings are small, round to elongated, located in

shallow foraminal row. Specimens usually have two apical pore fields (headpole and footpole),

sometimes less evident on the headpole (Fig. 37) and consist of dense concentration of sigmoid

pores, with similar shape to the valve face, but much smaller (Figs 24–27). Helictoglossae are well

developed (Figs 28–29).

According to our observations, Encyonopsis frequentis has enough characters that justify

its placement in the genus Gomphonema Ehrenberg (1832: 87). While it could be argued that APFs

(or poorly-organized groups of small round areolae as defined by Bahls 2015) in Kurtkrammeria

species (when produced) are at both poles, not just on one as in usually happens in Gomphonema.

The presence of two apical pole fields was also observed in other Gomphonema species, such as

the specimens of the type material of Gomphonema productum (Figs 30–36, with arrows) for

example. Another species that can also produces APF-like structures is Gomphonema amoenum

Lange-Bertalot as illustrated by Levkov et al. (2016, pl. 84, figs 1–9). APF at both apices has also

been observed in Gomphonema difformum Karthick & Kociolek in Karthick et al. (2011: 223).

Structures similar to apical pore fields at the headpole and footpole are also seen in Gomphonema

kaznakowi Mereschkowsky (1906: 22), described from high mountain sites from China. Kociolek

(1992) showed with electron microscopy that an APF is conspicuous at the footpole of this

Gomphonema, and near the headpole the striae are interrupted by an unornamented area. Beyond

the unornamented area at the headpole, striae are denser and composed of densely arranged

areolae.

Page 177: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

158

The apically elongated areolae slit-like is uncommon in Gomphonema species as illustrated

by Levkov et al. (2016) and is a defining character of Kurtkrammeria. However, the same type of

areolae if found in a species present in the same samples where G. frequentis was found:

Gomphonema archaevibrio Lange-Bertalot & E.Reichardt in Reichardt (1995: 32) shows the

similar areolae (Figs 39–40). Gomphonema and Kurtkrammeria can be hard to distinguish at first

sight, especially those species that have one isolated pore, more widely spaced central and a

slightly dorsiventral aspect. However, Kurtkrammeria species show raphe branches of equal length

(Bahls et al. 2015). The significant heteropolarity of the specimens measured (Figs 2–18) and other

shared similarities with the genus Gomphonema (APF, areolae, external and internal aperture of

the isolated pore) allows us to classify this species into the genus Gomphonema.

Ecology and distribution:─ Gomphonema frequentis was found as a common diatom in

the analysed samples from the Negro River. In a set of 87 periphytic samples collected between

2013 and 2014, G. frequentis was present in all sampling stations independently of the area (LAI,

IAI, HAI). However, G. frequentis was the most representative in terms of relative abundance,

reaching 48% into the station 9 on the date of June 22, 2014 (Fig. 1). Other taxa associated to G.

frequentis, in this sample, included: Eunotia bilunaris (Ehrenberg) Schaarschmidt (1881: 159), E.

intricans Lange Bertalot & Metzeltin (2009: 141–142), E. aff. subarcuatoides Alles, Norpel &

Lange-Bertalot (1991: 188), E. parasiolii Metzeltin & Lange-Bertalot (1998: 72–73), E.

rabenhorstiana (Grunow) Hustedt (1949: 72), Fragilariforma sp., Frustulia saxoneotropica

Metzeltin & Lange-Bertalot (2007: 142), and Gomphonema archaevibrio.

Based on physico-chemical characteristics of water measured in the sampling station

(available in Table 1: Supporting Information) and the localization of the station 9 in this study

(HAI – high anthropogenic influence area) it can be said that G. frequentis seems to be associated

with organically polluted sites. The assertion is, also, supported by data presented in Wetzel

(2011), which during an expedition across the Negro River basin in March 2005 collected 129

samples of periphyton mainly in riparian flooded forests located in nine different tributaries spread

over about 800 km of Negro River. Gomphonema frequentis, identified in this study of Wetzel

(2011) as Encyonopsis frequentis had its greatest relative abundance values into the most

organically polluted sites investigated.

Page 178: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

159

Other records of Gomphonema frequentis, cited as Encyonopsis frequentis, were done to

Southern Brazil, in state of Paraná in the Paranaguá and Pedras rivers (Tremarin 2005, Marquardt

et al. 2010, respectively), in state of Rio Grande do Sul (Casamento lake) (Torgan et al. 2007), to

the Central region of Brazil, in the Itiquira, Paranã, Forquilha rivers (Souza & Oliveira 2007) and

Descoberto River (Silva 2011), and to Northern Brazil, in Calado lake (Metzeltin & Lange-Bertalot

1998), Cutiuau lake (Raupp et al. 2009) and Negro River (Wetzel 2011).

Another Gomphonema, originally described as Encyonopsis frequentiformis Metzeltin &

Krammer (1998: 508–509), was observed to the Central region of Brazil in the Descoberto River

(Silva 2011), and Erereri River and more recently in the Negro River, both located in Northern

Brazil (Metzeltin & Lange-Bertalot 2007, Wetzel 2011, respectively). More information about

distribution of Gomphonema frequentis and the latter species is available in the Fig. 1.

For the same reasons discussed above, the morphology of E. frequentiformis associates this

taxon more closely to the genus Gomphonema and, therefore, its transfer to this genus is also

justified:

Gomphonema frequentiformis (Metzeltin & Krammer) F.F.Almeida, Ector & C.E.Wetzel,

comb. nov.

Basionym: Encyonopsis frequentiformis Metzeltin & Krammer in Metzeltin & Lange-Betalot

1998, Iconographia Diatomologica 5, p. 39, pl. 137, figs 13, 14, 16.

Acknowledgements

We are grateful to Dr. Bart Van de Vijver (Botanic Garden Meise) for providing Gomphonema

type material from Van Heurck collection. F.F. de Almeida thanks to Coordenaçao de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) and Fundaçao de Amparo à Pesquisa do

Estado do Amazonas (FAPEAM) for the scholarship.

Page 179: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

160

References

Agardh, C.A. (1830) Conspectus criticus diatomacearum. Literis Berlingianus, Lundae [Lund]. 16

pp.

Alles, E., Nörpel-Schempp, M. & Lange-Bertalot, H. (1991) Zur Systematik und Ökologie

charakteristischer Eunotia-Arten (Bacillariophyceae) in elektrolytarmen Bachoberläufen.

Nova Hedwigia 53(1–2): 171–213.

Andrade, L.S., Silva, M.S.R. & Miranda, S.A.F. (2006) Qualidade química das águas de superficie

de um igarapé sob diferentes graus de impactos/Manaus-Am. In: XV Jornada de Iniciação

Científica do PIBIC/CNPq/FAPEAM/INPA. Manaus-AM, pp. 415–416.

Aucour, A.-M., Tao, F.-X., Moreira-Turcq, P., Seyler, P., Sheppard, S. & Benedetti, M.F. (2003)

The Amazon River: behaviour of metals (Fe, Al, Mn) and dissolved organic matter in the

initial mixing at the Rio Negro/Solimões confluence. Chemical Geology 197: 271–285.

Bahls, L.L. (2015) Kurtkrammeria, a new genus of freshwater diatoms (Bacillariophyta,

Cymbellaceae) separated from Encyonopsis. Nova Hedwigia 101(1–2): 165–190.

Bahls, L., Pierce, J., Apfelbeck, R. & Olsen, L. (2013) Encyonema droseraphilum sp. nov.

(Bacillariophyta) and other rare diatoms from undisturbed floating-mat fens in the northern

Rocky Mountains, USA. Phytotaxa 127(1): 32–48.

Couceiro, S.R.M., Hamada, N., Luz, S.L.B., Forsberg, B.R. & Pimentel, T.P. (2007) Deforestation

and sewage effects on aquatic macroinvertebrates in urban streams in Manaus, Amazonas,

Brazil. Hydrobiologia 575(1): 271–284. https://dx.doi.org/10.1007/s10750-006-0373-z

Ehrenberg, C.G. (1832) Über die Entwickelung und Lebensdauer der Infusionsthiere; nebst

ferneren Beiträgen zu einer Vergleichung ihrer organischen Systeme. Abhandlungen der

Königlichen Akademie der Wissenschaften zu Berlin 1831: 1–154, 4 pls.

European Committee for Standardization (2014a) European Standard. EN 13946. Water quality -

Guidance for the routine sampling and preparation of benthic diatoms from rivers and lakes.

CEN-CENELEC Management Centre, Brussels. 17 pp.

Page 180: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

161

European Committee for Standardization (2014b) European Standard. EN 14407. Water quality -

Guidance for the identification and enumeration of benthic diatom samples from rivers and

lakes. CEN-CENELEC Management Centre, Brussels. 14 pp.

Fourtanier, E. & Kociolek, J.P. (2011) Catalogue of Diatom Names, California Academy of

Sciences, On-line Version updated 19 Sep 2011. Available from:

http://researcharchive.calacademy.org/research/diatoms/names/index.asp (accessed: 14

November 2015).

Franzinelli, E. (2011) Características morfológicas da confluência dos rios Negro e Solimões

(Amazonas, Brasil). Revista Brasileira de Geociências 41(4): 587–596.

Franzinelli, E. & Igreja, H.L.S. (1990) Utilização de sensoriamento remoto na investigação na área

do Baixo Rio Negro e Grande Manaus. In: VI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto

(SBSR), 1990, Manaus. Anais SJC INPE, pp. 641–648.

Franzinelli, E. & Igreja, H. (2002) Modern sedimentation in the Lower Negro River, Amazonas

State, Brazil. Geomorphology 44(3–4): 259–271.

https://dx.doi.org/10.1016/S0169-555X(01)00178-7

Furch, K. & Junk, W.J. (1997) Physicochemical conditions in the floodplains In: Junk, W.J. (Ed.)

The Central Amazon Floodplain. Ecology of a Pulsing System. Ecological Studies, Vol. 126.

Springer, Berlin, pp. 69–108.

Goulding, M., Barthem, R. & Ferreira, E.J.G. (2003) The Smithsonian Atlas of the Amazon.

Smithsonian Institution Press, Washington, D.C. 253 pp.

Hedges, J.I., Cowie, G.L., Richey, J.E., Quay, P.D., Benner, R., Strom, M. & Forsberg, B.R. (1994)

Origins and processing of organic matter in the Amazon River as indicated by carbohydrates

and amino acids. Limnology and Oceanography 39(4): 743–761.

https://dx.doi.org/10.4319/lo.1994.39.4.0743

Page 181: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

162

Hustedt, F. (1949) Süsswasser-Diatomeen aus dem Albert-Nationalpark in Belgisch-Kongo.

Exploration du Parc National Albert. Mission H. Damas (1935-1936). Fascicule 8. Institut

des Parcs Nationaux du Congo Belge, Bruxelles, 199 pp., 16 pls.

Karthick, B., Kociolek, J.P., Mahesh, M.K. & Ramachandra, T.V. (2011) The diatom genus

Gomphonema Ehrenberg in India: Checklist and description of three new species. Nova

Hedwigia 93(1–2): 211–236.

Kermarrec, L., Ector, L., Bouchez, A., Rimet, F. & Hoffmann, L. (2011) A preliminary

phylogenetic analysis of the Cymbellales based on 18S rDNA gene sequencing. Diatom

Research 26(3): 305–315.

10.1080/0269249X.2011.633255

Kociolek, J.P. (1992) Valve ultrastructure and systematic position of Gomphonema kaznakowi

Mereschkowsky. Diatom Research (7)2: 259–265.

https://dx.doi.org/10.1080/0269249X.1992.9705218

Kociolek, J.P. & Stoermer, E.F. (1993) Freshwater gomphonemoid diatom phylogeny: preliminary

results. Hydrobiologia 269/270: 31–38.

Krammer, K. (1997a) Die cymbelloiden Diatomeen. Eine Monographie der weltweit bekannten

Taxa. Teil 1. Allgemeines und Encyonema Part. Bibliotheca Diatomologica 36: 1–382.

Krammer, K. (1997b) Die cymbelloiden Diatomeen. Eine Monographie der weltweit bekannten

Taxa. Teil 2. Encyonema part., Encyonopsis and Cymbellopsis. Bibliotheca Diatomologica

37: 1–469.

Krammer, K. & Lange–Bertalot, H. (1986) Bacillariophyceae. 1. Teil: Naviculaceae. In: Ettl, H.,

Gärtner, G., Gerloff , J., Heynig, H. & Mollenhauer, D. (Eds.) Süßwasserflora von

Mitteleuropa 2/1. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart & New York, 876 pp.

Krammer, K. & Lange–Bertalot, H. (1991) Bacillariophyceae. 4. Teil: Achnanthaceae, Kritische

Ergänzungen zu Navicula (Lineolatae) und Gomphonema. Gesamtliteraturverzeichnis Teil 1–

Page 182: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

163

4. In: Ettl, H., Gärtner, G., Gerloff, J., Heynig, H. & Mollenhauer, D. (Eds.) Süßwasserflora

von Mitteleuropa 2/4. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart & New York, 437 pp.

Küchler, I.L., Miekeley, N. & Forsberg, B.R. (2000) A contribution to the chemical

characterization of rivers in the Rio Negro basin, Brazil. ociety 11(3): 286–292.

https://dx.doi.org/10.1590/S0103-50532000000300015

Lange-Bertalot, H. (1993) 85 neue Taxa und über 100 weitere neu definierte Taxa ergänzend zur

Süßwasserflora von Mitteleuropa Vol. 2/1-4. Bibliotheca Diatomologica 27: 1–454.

Lange-Bertalot, H. & Metzeltin, D. (2009) A dystrofic mountain lake in Panama – Hot spot of a

new and rare neotropical diatoms. Nova Hedwigia, Beiheft 135: 137–166.

Latrubesse, E.M. & Franzinelli, E. (2005) The late Quaternary evolution of the Negro River,

Amazon, Brazil: Implications for island and floodplain formation in large anabranching

tropical systems. Geomorphology 70: 372–397.

https://dx.doi.org/10.1016/j.geomorph.2005.02.014

Marquardt, G.C., Furstenberger, C.B., Chaouiche, T.E., Caparica, R. & Carapunarla, L. (2010)

Diatomáceas (Bacillariophyceae) perifíticas em substratos naturais do rio das Pedras,

município de Guarapuava, Paraná, Brasil. Terr@Plural 4(2): 217–240.

https://dx.doi.org/10.5212/TerraPlural.v.4i2.0005

Mereschkowsky, C. (1906) Diatomées du Tibet. Imperatorskoe Russkoe Geograficheskoe

Obshchestvo [Imperial Russian Geographic Society], St. Petersburg. 40 pp. (in Russian).

Metzeltin, D. & Lange-Bertalot, H. (1998) Tropische Diatomeen in Südamerika I. 700

überwiegend wenig bekannte oder neue Taxa repräsentativ als Elemente des neotropischen

Flora. Iconographia Diatomologica 5: 1–695.

Metzeltin, D. & Lange-Bertalot, H. (2007) Tropical diatoms of South America II. Special remarks

on biogeographic disjunction. Iconographia Diatomologica 18: 1–876.

Page 183: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

164

Pereira, I.R.C., Bringel, S.R.B. & Silva, M.S.R. (2006) Efeito das drenagens urbanas no rio Negro,

orla de Manaus(Am). In: XV Jornada de Iniciação Científica do

PIBIC/CNPq/FAPEAM/INPA. Manaus-AM, pp. 397–398.

Pinto, A.G.N., Horbe, A.M.C., Silva, M.S.R., Miranda, S.A.F., Pascoaloto, D., Santos, H.M.C.

(2009) Efeitos da ação antrópica sobre a hidrogeoquímica do rio Negro na orla de

Manaus/AM. Acta Amazônica 39(3): 627–638.

https://dx.doi.org/10.1590/S0044-59672009000300018

Prescott, G.W. (1962) Algae of the western Great Lakes area. With an illustrated key to the genera

of desmids and freshwater diatoms. Wm. C. Brown Company Publishers, Dubuque. 997 pp.

Raupp, S.V., Torgan, L. & Melo, S. (2009) Planktonic diatom composition and abundance in the

Amazonian floodplain Cutiuaú Lake are driven by the flood pulse. Acta Limnologica

Brasiliensia 21(2): 227–234.

Reichardt, E. (1995) Die Diatomeen (Bacillariophyceae) in Ehrenbergs Material von Cayenne,

Guyana Gallica (1843). Iconographia Diatomologica 1: 1–99.

Reichardt, E. (1999) Zur Revision der Gattung Gomphonema. Die Arten um G. affine/insigne, G.

angustatum/micropus, G. acuminatum sowie gomphonemoide Diatomeen aus dem

Oberoligozän in Böhmen. Iconographia Diatomologica 8: 1–203.

Revenga, C., Murray, S., Abramovitz, J. & Hammond, A. (1998) Watersheds of the world:

Ecological value and vulnerability. World Resources Institute, Washington, D.C. 164 pp.

Round, F.E., Crawford, R.M. & Mann, D.G. (1990) The diatoms. Biology & morphology of the

genera. Cambridge University Press, Cambridge, 747 pp.

Schaarschmidt, G. (1881) Algae. In: Kanitz, A. Plantas Romaniae hucusque cognitas. Magyar

Növenytáni Lapok 3–5: 151–168, 261–268.

Silva, W.J., Nogueira, I.S. & Souza, M.G.M. (2011) Catálogo de diatomáceas da região Centro-

Oeste brasileira. Iheringia, Série Botânica 66(1): 61–86.

Page 184: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

165

Souza, M.G.M. & Oliveira, R.I.R. (2007) Levantamento da diatomoflórula epilítica da bacia do

rio Paranã, Goiás, Brasil. In: Martins-Silva, M.J. (Org.) Inventário da biota aquática com

vistas a conservação e utilização sustentável do bioma Cerrado (Serra e Vale do rio

Paranã). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, pp. 72–92.

Torgan, L.C., Silva, S.M.A., Werner, V.R., Rosa, Z.M., Cardoso, L.S., Rodrigues, S.C., Santos,

C.B., Palma, C.B., Fortuna, J.R., Martins, M.D., Bicca, A.B. & Weber, A.S. (2007) 7.

Ficoflora. In: Becker, F.G., Ramos, R.A. & Moura, L.A. (Org.) Biodiversidade. Regiões da

Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, Planície Costeira do Rio Grande do Sul.

Ministério do Meio Ambiente, Brasília: MMA/SBF, pp. 112–129.

Van de Vijver, B., Verweij, G.L., Van der Wal, J. & Mertens, A. (2012) Encyonopsis neerlandica,

a new freshwater diatom species (Bacillariophyta) from moorland pools in The Netherlands.

Phytotaxa 66: 43–48.

Van Heurck, H. (1880) Synopsis des Diatomées de Belgique. Atlas. Ducaju & Cie., Anvers, pls.

1–30.

Vouilloud, A.A., Sala, S.E., Avellaneda, M.N. & Duque, S.R. (2010) Diatoms from the Colombian

and Peruvian Amazon: the Genera Encyonema, Encyonopsis and Gomphonema (Cymbellales:

Bacillariophyceae). Revista de Biología Tropical 58(1): 45–62.

http://dx.doi.org/10.15517/rbt.v58i1.5193

Wetzel, C.E. (2011) Biodiversidade e distribuição espacial de diatomáceas (Bacillariophyceae)

na bacia hidrográfica do Rio Negro, Amazonas, Brasil. Tese de doutorado. Programa de Pós-

graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio ambiente. Instituto de Botânica da Secretaria

de Estado do Meio Ambiente. Vols. 1–3, 1922 pp.

Page 185: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

166

Fig. 1. A) Distribution of Gomphonema frequentis and G. frequentiformis in South America; B) Sampling sites located on the left bank of the Negro River, in the vicinity of Manaus city, Brazilian Amazon; C) Distribution of Gomphonema frequentis in the sampling stations 1 to 12 at Manaus (AM, Brazil).

Page 186: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

167

Figs 2–18: Gomphonema frequentis comb. nov. LM. Fig. 2: Raphe length measures taken from the helictoglossa at the apical pole (A) and footpole (B) until central raphe endings. Figs 3–17: Size reduction series of a population from the Negro River. Fig. 18: Boxplot results of paired measurements taken (n=30). T-test two-tailed P < 0.0001, considered extremely significant different.

Page 187: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

168

Figs 19–29: Gomphonema frequentis comb. nov. SEM. Fig. 19: External valve outline overview. Sinuous raphe and heteropolar valves. Fig. 20: Internal valve. Fig. 21: Detail of central area showing rounded isolated pore (‘stigma’) and sigmoid slit-like areolae. Striae not interrupted in the valve face-mantle junction. Proximal raphe endings rounded. Figs 22–23: Internal detail of central area showing transversely elongated isolated pore located in a long groove. Strongly hook-shaped proximal raphe ending. Areolar openings are large and round without internal occlusions, located in а deep foraminal row between strongly silicified vimines. Figs 24–25: Detail of apical (24, 25) and footpoles (26, 27) showing the presence of apical pore field on both apices. Raphe slightly curved to the same side. Figs 28–29: Internal detail of both apices showing the helictoglossae and the slit-like internal areolae openings.

Page 188: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

169

Figs 30–36: Reproduction of Gomphonema angustatum var. productum Grunow in Van Heurck (1880, pl. 24, figs 52–55). Figs 31–36: LM and SEM of Gomphonema productum (Grunow) Lange-Bertalot & Reichardt (= G. angustatum var. productum (‘producta’) from Van Heurck) Type n° 217 showing apical pore field on both apices, sinuous raphe system and partly biseriate striae formed by round small c-like areolae. Biseriate pattern is present near the axial area.

Page 189: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

170

Figs 37–40: Commons Gomphonema species from the Rio Negro: Figs 37–38: Gomphonema frequentis showing external valve overview and detail of the central area with slit-like areolae and apical pore field consipicuous on the footpole. Figs 39–40: Gomphonema archaevibrio showing slight heteropolarity and slight dorsiventrality. Detail of the central area showing sigmoid slit-like areolae.

Page 190: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

171

Recomendações

Com base nos resultados desta tese a autora toma a liberdade de fazer as seguintes

recomendações:

1) Se fazem necessários estudos mais aprofundados da taxonomia e ecologia das algas

perifíticas de rios da planície de inundação Amazônica, especial ênfase para o rio Negro,

onde o presente estudo foi realizado;

2) Se fazem necessários estudos mais aprofundados sobre a composição de algas perifíticas

de ambientes impactados na região Amazônica, como por exemplo igarapés urbanos em

Manaus – Brasil. Estudos que considerem a assembleia de algas perifíticas presentes em

ambientes impactados podem ajudar a elucidar as preferências ecológicas de muitos táxons

e assim contribuir para utilização de índices já existentes, bem como, no desenvolvimento

de índices específicos para esta região.

3) Se faz necessário, urgentemente, o estabelecimento de padrões mais rígidos, no que diz

respeito, a avaliação da qualidade da água no desenvolvimento de Estudos de Impacto

Ambiental;

4) Soma-se ao recomendado no tópico acima, a importância de se incluir nestes estudos,

além do fitoplâncton, as algas perfíticas, tendo em vista, que as estas últimas são sesséis e

portanto, refletem melhor os eventos ocorrido no ambiente aquático, por não poderem se

esquivar das fontes poluidoras;

5) No caso de Estudos de Impacto Ambiental em que não se possa considerar as duas

assembleias (algas perifíticas e fitoplâncton), devido, entre outros fatores, às restrições

orcamentárias, é preferível a utilização de algas perifíticas. Primeiro, pelo motivo citado

acima (são sesséis), segundo pelo fato de haver mais trabalhos ao redor do mundo onde

estas algas são utilizadas como bioindicadoras, especialmente as diatomáceas, isto torna os

trabalhos passíveis de comparação, tornando as conclusões mais confiáveis (vide, também,

o item 7);

6) Aos que pretendem realizar avaliação da qualidade da água do rio Negro, recomenda-se

fortemente incluir um fator biológico, pois estes tendem a responder de forma mais

completa as mudanças da qualidade da água, o que resulta em uma melhor avaliação, tendo

em vista, que o desenvolvimento integrado da assembleia em determinado período de

tempo reflete as condições que podem não ser aquelas encontradas no momento da

amostragem e análise.

7) Como fator biológico recomenda-se a utilização das algas perifíticas, pois, são excelentes

bioindicadoras da qualidade da água e de seu estado trófico, devido à capacidade de

acumular grandes quantidades de substâncias nutrientes, poluentes como inseticidas,

herbicidas, fungicidas, metais pesados, materiais orgânicos e substâncias radioativas. Estão

em contato direto com a coluna de água e, portanto, respondem mais rapidamente às

mudanças sutis na qualidade físico-química da água, soma-se a isto o fato das algas

perifíticas possuírem curtos ciclos de vida. As células de algumas espécies se dividem mais

Page 191: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

172

do que duas vezes por dia o que permite uma rápida resposta as mudanças das condições

ambientais

8) Aos que pretendem realizar avaliação da qualidade da água do rio Negro, ou de outros rios

da região Amazônica, se recomenda, fortemente, a utilização dos índices que foram

testados no presente trabalho e que apresenteram melhor adequação à área de estudo,

especial destaque para o IPS.

9) Aos que pretendem realizar avaliação da qualidade da água do rio Negro, recomenda-se

fortemente, que as coletas das variáveis abióticas não sejam realizadas apenas

concomitantemente a amostragem das algas perifíticas, mas, que sejam incluídas amostras

de variáveis abióticas realizadas entre duas a seis semanas antes da amostragem das algas

perifíticasi. Este é um procedimento que permite avaliar de forma mais confiável como as

variáveis abióticas estão interferindo na assembleia destas algas, tendo em vista, que o

desenvolvimento integrado da assembleia em determinado período de tempo reflete as

condições que podem não ser aquelas encontradas no momento da amostragem e análise.

10) Combinar vários conjuntos de dados produzidos por diferentes instituições ou pesquisas

pode fornecer uma boa maneira de aumentar o número de amostras disponíveis para

determinada região geográfica e tipos de rios.

11) Por fim, recomenda-se cautela na utilização de algas perifíticas para conclusões acerca da

qualidade da água dadas as limitações associadas a taxonomia e preferências ecológicas

destas algas, que estão longe de serem totalmente elucidadas, especialmente, para os rios

da região Amazônica.

Você teria alguma recomendação para o desenvolvimento teórico do conhecimento

considerando limitações do seu estudo e escasses de informações que poderiam

orientar/direcionar futuros estudos? Acho que isso é muito importante considerando as

muitas limitações de conhecimento que você apontou ao longo da sua tese

Page 192: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Programa de Pós … · 2019-04-16 · Vou começar de maneira clichê, mas que acredito ser a melhor forma, agradecendo primeiramente

173

i Taylor, J.C., 2004. The application of diatom-based pollution indices in the Vaal catchment (Doctoral dissertation, North-West University).