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Instituto Politécnico da Guarda
Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto
Relatório de Estágio
(Para a obtenção do grau de Licenciado em Desporto)
Hugo Daniel de Jesus Marques
Guarda, Julho/2013
II
Ficha de Identificação
Instituição: Instituto Politécnico da Guarda
Curso: Desporto
Disciplina: Estágio Curricular
Ano Letivo: 2012/2013
Nome do Estagiário: Hugo Daniel de Jesus Marques
Numero: 5007031
Nome do Orientador na ESECD-IPG: Prof. Doutor Nuno Serra
Nome do Supervisor (parte 1): Dr. Paulo Alves (licenciado em Fisioterapia)
Local de Estágio (parte1): Clínica de Medicina Física e Reabilitação da Associação de
Beneficência Popular de Gouveia, Av. Cidade da Covilhã, Apartado 52, 6290-322
Gouveia.
Data início de Estágio: 11 de outubro de 2012
Data final de Estágio: 28 de fevereiro de 2013
Nome do Supervisor (parte2): Filipe João Canês Vaz (licenciado em Educação Física)
Local de Estágio (parte2): Clube de Natação da Guarda, Bairro Nossa Srª dos
Remédios, 6300-590 Guarda
Tel. 271200740
Fax. 271200747
Data início de estágio: 4 de março de 2013
Data final de estágio: 21 de junho de 2013.
III
Agradecimentos
De uma forma geral, agradeço a todos os meus colegas e professores que me ajudaram e
ensinaram durante estes anos, e sem os quais não teria conseguido cumprir todos os
objetivos a que me propus.
Gostaria de agradecer em particular, à minha família por todo o apoio que me foi dado,
sem o qual não teria sido possível realizar o estágio.
Agradeço ao meu orientador, o professor Nuno Serra, pelo cuidado e acompanhamento
durante o meu estágio.
A todos os funcionários da Clinica de Medicina Física e Reabilitação da ABPG pela
simpatia e disponibilidade com que sempre me receberam.
Ao meu supervisor na instituição da ABPG, o fisioterapeuta Paulo Alves, pelo
conhecimento e acompanhamento que diariamente me proporcionou e sem o qual não
seria possível o meu estágio e conhecimento adquirido durante o semestre. Á
fisioterapeuta Noélia, pelo ensino durante as aulas de hidroterapia.
Ao professor Rui Nascimento, pela possibilidade que me deu de complementar o meu
estágio, no Grupo Recreativo da ABPG, que me permitiu aumentar os conhecimentos
sobre a natação, particularmente sobre a adaptação ao meio aquático.
Agradeço ao professor Filipe Vaz, meu supervisor no Clube de Natação da Guarda,
pelos conhecimentos transmitidos, métodos de treino e toda a disponibilidade
demonstrada durante a segunda parte do meu estágio.
Ao treinador Luís Martins, também ele do corpo técnico do Clube de Natação da
Guarda, e a todos os funcionários das Piscinas Municipais da Guarda com quem tive o
prazer de conviver.
Agradeço também a todos os meus amigos que me incentivaram e apoiaram durante
este meu percurso.
IV
Resumo
Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular estágio, referente ao terceiro
ano da licenciatura de Desporto, lecionada na escola Superior de Educação,
Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda. O estágio teve a duração
de dois semestres letivos, sendo o primeiro semestre realizado na Associação de
Beneficência Popular de Gouveia (ABPG), e o segundo semestre realizado no Clube de
Natação da Guarda (CNG).
O relatório encontra-se dividido em três partes. Na parte I, encontra-se descrito o local
de estágio, os objetivos e as atividades desenvolvidas no âmbito de recuperação
muscular e hidroterapia na ABPG. Na parte II, encontra-se descrito o local de estágio,
os objetivos, as atividades desenvolvidas no âmbito do treino competitivo de natação,
no CNG, e por fim a revisão da literatura.
Na terceira parte, é efetuada uma reflexão sobre todo o processo desenvolvido durante o
período de estágio.
Palavras-Chaves: estágio; recuperação muscular; hidroterapia; treino; natação.
V
Índice Ficha de Identificação .............................................................................................................................. II
Agradecimentos ...................................................................................................................................... III
Resumo ................................................................................................................................................... IV
Índice de figuras .................................................................................................................................... VIII
Índice de tabelas ................................................................................................................................... VIII
Lista de siglas .......................................................................................................................................... IX
Introdução ................................................................................................................................................ 1
Parte I- Estágio, 1ºsemestre ......................................................................................................... 3
Capitulo I- Contextualização do local de estágio 1º semestre ................................................................. 4
1. Caracterização da cidade de Gouveia ............................................................................... 4
1.1 Localização geográfica ................................................................................................. 4
1.2 História ........................................................................................................................ 5
2. Caracterização da Clinica de Medicina Física e Reabilitação ............................................ 5
2.1 Localização .................................................................................................................. 5
2.2 Acessibilidades ............................................................................................................ 5
2.3 Segurança .................................................................................................................... 6
2.4 Luminosidade .............................................................................................................. 6
2.5 Ambiente: .................................................................................................................... 6
2.6 Condições de higiene .................................................................................................. 6
2.7Recursos humanos ....................................................................................................... 6
2.8 Área vocacional ........................................................................................................... 7
2.9 Equipamento específico .............................................................................................. 7
Capítulo II- Atividades desenvolvidas..................................................................................................... 14
1.Objetivos do estágio ......................................................................................................... 14
2. Horário de estágio ........................................................................................................... 14
3. Caraterização da população alvo .................................................................................... 15
3.1 Hidroterapia .............................................................................................................. 15
3.2 Natação ..................................................................................................................... 16
4. Atividades desenvolvidas ................................................................................................ 16
4.1 Atividades desenvolvidas na Fase de Observação .................................................... 16
VI
4.2 Atividades desenvolvidas na fase de Co- lecionação ................................................ 17
4.3 Atividades desenvolvidas na Fase de Lecionação Autónoma ................................... 18
4.4 Atividades Complementares ..................................................................................... 19
Parte II- Estágio, 2ºsemestre ...................................................................................................... 20
Capitulo I- Contextualização do local de estágio ................................................................................... 21
1.Caracterização da cidade da Guarda ................................................................................ 21
1.1Caracterização geográfica .......................................................................................... 21
1.2 Breve historial da cidade ........................................................................................... 22
1.3 Economia ................................................................................................................... 22
2. Caracterização do Clube de Natação da Guarda (CNG) .................................................. 23
2.1 O corpo técnico do CNG ............................................................................................ 24
2.2 Atletas no CNG .......................................................................................................... 24
2.3 Associações e Clubes filiados .................................................................................... 25
Capítulo II- Atividades Desenvolvidas .................................................................................................... 26
1.Objetivos do estágio ......................................................................................................... 26
1.1 Objetivos gerais ......................................................................................................... 26
1.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 26
2. Horário de estágio ........................................................................................................... 27
3. Caracterização da população alvo ................................................................................... 27
4. Atividades desenvolvidas ................................................................................................ 28
4.1 Ensino e aperfeiçoamento das técnicas de natação ................................................. 28
4.2 Planificação dos treinos............................................................................................. 29
4.3 Observação de métodos de treino e atletas de outros escalões .............................. 29
4.4 Provas e meetings ..................................................................................................... 30
5. Plano anual ...................................................................................................................... 30
Capitulo III- Revisão da literatura ........................................................................................................... 31
1. A Natação Pura em Portugal ........................................................................................... 31
1.1 Caraterização da Natação Pura Desportiva ............................................................... 32
1.2 Características Fisiológicas do Nadador .................................................................... 32
2. Treino em Natação Pura Desportiva (NPD) ..................................................................... 33
2.1 Princípios do Treino ................................................................................................... 33
2.2 Volume de treino ....................................................................................................... 35
2.3 Zonas de Intensidade de Treino ................................................................................ 36
VII
2.4 Periodização do Treino .............................................................................................. 37
2.5 Avaliação do Treino em Natação Pura Desportiva .................................................... 39
Parte III- Reflexão ....................................................................................................................... 42
1. Reflexão final ................................................................................................................... 43
Bibliografia ............................................................................................................................................. 45
Anexos ........................................................................................................................................... 1
Anexo I- Plano Anual ................................................................................................................................ 2
Anexo II- Quantificação das aulas ............................................................................................................ 6
Anexo III- Exemplo de plano de aula de hidroterapia .............................................................................. 8
Anexo IV- Exemplo de microciclo de natação ........................................................................................ 10
VIII
Índice de figuras Figura 1. Mapa geográfico de Gouveia ......................................................................................... 4
Figura 2. Tanque de marcha .......................................................................................................... 8
Figura 3. Ginásio 3 ....................................................................................................................... 10
Figura 4. Ginásio .......................................................................................................................... 11
Figura 5. Sala de barras paralelas ................................................................................................ 12
Figura 6. Sala de Gait training ..................................................................................................... 13
Figura 7. Mapa geográfico da Guarda ......................................................................................... 22
Figura 8. Escalão de cadetes do CNG .......................................................................................... 28
Índice de tabelas Tabela 1. Horário de estágio parte I ............................................................................................ 14
Tabela 2. Corpo técnico do CNG ................................................................................................. 24
Tabela 3. Horário de estágio parte II ........................................................................................... 27
Tabela 4. Sugestão da distância e da percentagem semanal de treino em cada um dos níveis de
treino, para nadadores de 200 e 400 metros (Maglischo, 1993). ............................................... 36
Tabela 5. Classificação das zonas de intensidade do treino de NPD (Adpt. Maglischo (1993),
Alves (2000), ................................................................................................................................ 37
IX
Lista de siglas
ABPG- Associação de Beneficência Popular de Gouveia
CDR- Clube Desportivo e Recreativo
CNG- Clube de Natação da Guarda
FPN- Federação Portuguesa de Natação
ANIC- Associação de Natação do Interior Centro
Estágio curricular
1
Introdução
O presente relatório foi elaborado no âmbito da unidade curricular estágio, referente ao
último ano da licenciatura de Desporto, lecionada na Escola Superior de Educação,
Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda. O estágio foi dividido em
dois períodos. O primeiro período compreendido entre 11/10/2012 e 28/02/2013
realizou-se na Clínica de Medicina Física e Reabilitação da Associação de Beneficência
Popular de Gouveia (ABPG), e o seguinte no Clube de Natação da Guarda (CNG),
compreendido entre 04/03/2013 e 21/06/2013.
A escolha de realizar a primeira parte do meu estágio na Clínica de Medicina Física e
Reabilitação da ABPG deveu-se à possibilidade de poder desenvolver e aumentar o
conhecimento sobre diversas patologias, muitas resultantes de atividades desportivas, os
vários processos usados na sua recuperação, nomeadamente através de aulas de
hidroterapia, e também ao facto de a ABPG se encontrar relacionada com diversas áreas
ligadas à saúde e ao desporto, como é o caso do Grupo Desportivo da ABPG, onde pude
complementar o meu estagio, através da observação de uma turma de aprendizagem e
de uma equipa de competição, ambas ligadas à natação.
A opção de realizar a segunda parte do estágio no Clube de Natação da Guarda
possibilitou-me aprofundar os conhecimentos adquiridos durante o curso sobre treino e
natação, observar métodos de treino bem como vivenciar e treinar uma equipa
competitiva.
O presente relatório encontra-se estruturado em três partes. Visto que o meu estágio se
desenvolveu em duas instituições diferentes, a parte I é referente à primeira instituição e
a parte II à segunda, encontrando-se ambas as partes divididas em dois capítulos. No
capítulo I, referente à contextualização do local de estágio, descrevo o local onde
decorreram as atividades desenvolvidas durante o período de estágio. No capítulo II,
respeitante às atividades desenvolvidas, começo por descrever os objetivos propostos
para cada período de estágio, as atividades que realizei, assim como refiro o horário
Estágio curricular
2
cumprido durante o período de estágio e a população com que estive em contacto. Na
parte II do relatório encontra-se também a revisão da literatura sobre a natação pura.
Por fim, na terceira parte, realizo uma reflexão sobre todo o trabalho desenvolvido
durante o estágio.
Estágio curricular
4
Capitulo I- Contextualização do local de estágio 1º semestre
1. Caracterização da cidade de Gouveia
Neste ponto irei referir a localização geográfica de Gouveia, assim como farei uma
breve referência à sua história.
1.1 Localização geográfica
Segundo informações mencionadas na Infopedia (2003), o concelho de Gouveia
pertence ao distrito da Guarda e localiza-se na Região Centro, nas proximidades da
Serra da Estrela. É limitado a norte pelos concelhos de Fornos de Algodres e de
Celorico da Beira, a sul pelos concelhos de Seia e de Manteigas, a oeste pelo concelho
de Mangualde, do distrito de Viseu, e a este pelo concelho da Guarda. Dista 40 km da
Guarda, 90 km da fronteira internacional de Vilar Formoso, 35 km de Viseu e 200 km
do Porto. Ocupa uma área de 300,6 km2 e é constituído por 22 freguesias. Os seus
habitantes são designados por gouveenses.
Figura 1. Mapa geográfico de Gouveia
Estágio curricular
5
1.2 História
Segundo informações mencionadas na Infopedia (2003) não existem certezas quanto á
origem de Gouveia mas, segundo uma tradição, a sua origem remontará ao ano de 580
a. C. Gouveia terá sido ocupada por romanos e árabes. Em 1186, D. Sancho I ter-lhe-á
concedido o primeiro Foral, renovado, depois, em 1510, por D. Manuel I.
2. Caracterização da Clinica de Medicina Física e Reabilitação
Neste ponto irei referir algumas características desta instituição tais como: a sua
localização; acessibilidades; segurança; luminosidade; ambiente; condições de higiene;
recursos humanos; área vocacional e equipamento específico.
2.1 Localização
As instalações da Clinica de Medicina Física e Reabilitação- Associação de
Beneficência Popular de Gouveia (ABPG) localizam-se em Gouveia, na Avenida Pedro
Botto Machado.
2.2 Acessibilidades
A clínica de Medicina Física e Reabilitação da ABPG apresenta muito boas condições
de acessibilidade, além da existência de rampas de acesso para cadeiras de rodas, as
portas que dão acesso à entrada principal são automáticas. A área destinada á
fisioterapia encontra-se distribuída por quatro pisos do edifício. A ligação entre os
diferentes pisos é feita através de escadas ou do elevador interno, possibilitando assim a
deslocação de utentes com marcha comprometida.
Estágio curricular
6
2.3 Segurança
Em termos de segurança, a clínica dispõe de excelentes condições, a referir: sinalização
das portas de saída; escadas de emergência com a respetiva sinalização; extintores
devidamente sinalizados; chão antiderrapante; detetores de incêndio e sprinklers; luzes
de presença nas escadas; chão antiderrapante e varões de apoio em torno da piscina.
2.4 Luminosidade
A clínica dispõe de boa luminosidade, tendo na sua maioria luz natural, mas cada box
encontra-se equipada com luz artificial.
2.5 Ambiente:
O ambiente é calmo, limpo, agradável e higiénico, propício ao trabalho destinado à
recuperação e reabilitação dos utentes, facilitando também as relações interpessoais.
Deve referir-se, também, a amabilidade e disponibilidade de todos na organização.
2.6 Condições de higiene
São excelentes as condições higiénicas, tanto a nível sanitário como nos diferentes
locais de trabalho. O material também se encontra sempre limpo, arrumado e
disponível.
2.7Recursos humanos
Relativamente aos recursos humanos, encontramos:
1 Diretor clinico
Estágio curricular
7
5 Médicos fisiatras
2 Médicos ortopedistas
1 Médico pediatra
1 Médico neurologista
1 Psicóloga clínica
6 Fisioterapeutas
2 Terapeutas ocupacionais
1 Terapeuta da fala
9 Auxiliares
2 Enfermeiros
1 Secretária
2 Rececionistas
2.8 Área vocacional
A clínica não apresenta particularmente nenhuma área especifica, dado ser uma clinica
geral. Na sua maioria presta serviços na área de ortopedia, pediatria, neurologia,
hidroterapia e respiratória.
2.9 Equipamento específico
O equipamento existente nos diversos pisos e salas é o seguinte:
Piso 0
No piso 0 encontra-se:
- Receção 2
- Gabinetes Médicos
- Enfermagem
- Ginásio 2, Mecanoterapia:
Estágio curricular
8
Bancos
Marquesas
Espelho quadriculado
Cones
Rolos
Bastões
Bicicleta
Halteres
Canadianas
Andarilhos
Espaldar
Ortótese para membro inferior
Tapetes
Aparelho de pressoterapia
Aparelho de correntes
Barras paralelas
Tapete de marcha
Pedaleira
Plano inclinado
Sacos de areia
Cadeira de quadricípite
Tabuas Freeman
Manupedaleira
Ciclo ergómetro
Material propriocetivo
Escada para treino
Creme de massagens
Toalhas, papel
Almofadas.
Sala de Hidroterapia:
- Tanque de marcha
Figura 2. Tanque de marcha
(foto do autor)
Estágio curricular
9
Boias
Tapetes
Bastõe
Elevador
Bancos
Escadas
Chuveiros
Marquesa para a água
Halteres em espuma
Rolos em espuma.
- Jacuzzi
- Balneários.
Piso -1
No piso -1 encontra-se:
- Sala de pessoal
- Balneários.
- Terapia ocupacional:
Pesos com velcro
Roda de ombro
Marquesas de madeira
Aparelho de ultrassons
Aparelho de prono-supinação e extensão da radiocárpica
Aparelhos de destreza manual
Aparelho de pressoterapia.
- Laboratório de ortóteses:
Hidrocoletor
Tina Parafina.
Estágio curricular
10
- Treino das atividades da vida diária/ apartamento terapêutico:
Aparelho de flexão / extensão da gleno-umeral
TENS portáteis
Material para AVD´s
Cones
Molas
Bastões
Plano inclinado para membro superior
Ortótese para membro superior
- Sala de banhos assistidos:
Cama de banho articulada
Duche com cadeira de rodas apropriada.
Piso 1
O piso 1 apresenta a seguinte disposição:
- Receção 1
- Secretaria
- Apoio social e Psicológico
- Fisioterapia pediátrica.
- Ginásio:
Halteres
Molas
Pesos com velcro
Bandas elásticas
Redes elásticas
Rolos
Roldanas
Bicicleta
Figura 3. Ginásio 3
(foto do autor)
Estágio curricular
11
Cones
Cunhas
Pedaleira
Plano inclinado
Barras paralelas
Trampolim
Tabuas de Freeman
Canadianas
Espelho
Andarilho
Bastões
Tina de Parafangos
Tina de Parafina
Material propriocetivo
Armário com material de primeiros socorros
Marquesa de altura ajustável e marquesa de madeira
Aparelho para tração cervical e lombar
Bolas de Bobath, de vários tamanhos
Cabines individuais
Goniómetro
Martelo dos reflexos
Fita métrica
Bancos e cadeiras
Creme de massagem
Almofadas
Toalhas, papel de limpeza e de marquesa
TENS portáteis, turbilhões.
-Sala de ondas curtas e de laser
-Sala de apoio com eletroterapia:
Micro-ondas
Laser
Figura 4. Ginásio
(foto do autor)
Estágio curricular
12
Aparelho de correntes
Aparelho de pressoterapia
Marquesas de altura ajustável
Marquesas de madeira
Aparelho de ultrassons
Cadeira ergonómica
Arca para gelo
Compex.
Piso 2
- Ginásio 3
Bicicleta
Tabuas de Freeman
Rolos
Halteres
Barras paralelas
Espelho quadriculado
Marquesas de altura ajustável e fixa
Cunhas
Cicloergometro
Plano inclinado
Aparelho de ultrassons
Rede elástica de diferentes resistências
Andarilho
Bastões
Push-ups
Aparelho de correntes
Canadianas
Bolas de Bobath
TENS portáteis
Gel de ultrassom
Luvas
Figura 5. Sala de barras paralelas
(foto do autor)
Estágio curricular
13
Almofadas
Fitas elásticas
Compex
Roldanas
Nebulizador
Cadeira de rodas
Pedaleira
Cones
Talas de Margaret Johnstone
Standing Frame
Material propriocetivo
Bancos e cadeiras
Jogos didáticos
Creme de massagem
Toalhas, papel de marquesa e limpeza.
- Sala de reabilitação da marcha:
Gait Training
Tapete de marcha com suspensão
Standing Frame
- Sala 1
Marquesas
Tapetes
Classe de ginástica a seco
- Auditório e videoconferência
- Sala de reabilitação cognitiva
- Bar.
Figura 6. Sala de Gait training
(foto do autor)
Estágio curricular
14
Capítulo II- Atividades desenvolvidas
1.Objetivos do estágio
Os principais objetivos propostos para o meu estágio na clínica foram os seguintes:
Conhecer as diversas patologias dos pacientes;
Realizar exercícios de força na recuperação física de algumas patologias;
Realizar exercícios de flexibilidade na recuperação física de pacientes.
Planificar e lecionar aulas de hidroterapia.
2. Horário de estágio
No início do estágio foi estabelecido um horário de funcionamento semanal a ser
cumprido e respeitado por mim (tabela 1).
Horário de estágio parte I
5ºfeira 6ºfeira
9h30/10h00 Hidroterapia Hidroterapia
10h00 Recup. Muscul
Recup. Muscul
11h00/11h30 Hidroterapia Hidroterapia
12h00 Recup. Muscul
Recup. Muscul
13h00 Almoço
14h00 Recup. Muscul
Recup. Muscul
15h00
16h00
17h00 Estágio complementar
18h00
19h00 Tabela 1. Horário de estágio -parte I
I
Estágio curricular
15
Durante o meu período de estágio foi-me possível a realização de um estágio
complementar, onde foram definidos os seguintes objetivos:
Acompanhar uma turma de aprendizagem de natação ao nível de observação e
co-lecionação;
Observar e apoiar a equipa de natação durante os treinos;
Acompanhar a equipa de competição em provas e meetings.
O horário do estágio complementar encontra-se esquematizado na tabela anterior
(tabela1).
3. Caraterização da população alvo
Ao longo deste período de estágio, a grande maioria das pessoas com que lidei foram
pessoas debilitadas fisicamente. Uns mais novos, outros mais velhos. Como todo o meu
estágio foi realizado entre o piso 2 e a sala de aulas de hidroterapia, os pacientes que
encontrei apresentavam diversas patologias, sendo a sua maioria traumatismos
cranianos, fraturas ósseas, AVC`s, com diferentes níveis de gravidade.
3.1 Hidroterapia
Relativamente às aulas de hidroterapia, estas foram divididas em duas turmas, cujas
faixas etárias variavam entre os 25 e os 70 anos, de ambos os sexos. A primeira turma
apresentava maior gravidade a nível patológico. Os alunos que participaram nas aulas
de hidroterapia eram na sua grande maioria, utentes da clínica.
Enquanto futuro técnico de desporto, devo estar preparado para trabalhar com todas as
faixas etárias e indivíduos com e sem limitações físicas ou psicológicas. Neste ponto,
este meu estágio foi muito enriquecedor a nível de conhecimentos, porque estive em
contacto com uma grande diversidade de faixas etárias e patologias.
Estágio curricular
16
3.2 Natação
Como já referi anteriormente, tive a possibilidade de realizar um estágio complementar,
onde pude acompanhar uma turma de aprendizagem de natação e uma equipa de
competição do Clube Recreativo da ABPG.
Relativamente à turma de aprendizagem, a turma foi constituída por cinco alunos,
quatro do sexo masculino e um do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 6
e os 9 anos.
Relativamente à equipa de competição, esta foi constituída por 15 atletas, sete do sexo
feminino e nove do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 9 e os 17 anos.
4. Atividades desenvolvidas
Durante este período de estágio, as atividades que realizei tiveram por base três fases de
desenvolvimento, o que me permitiu uma maior aquisição e consolidação de
conhecimentos.
4.1 Atividades desenvolvidas na Fase de Observação
Nesta fase tive a oportunidade de aumentar os meus conhecimentos na identificação de
patologias, nos processos a realizar para a sua recuperação, assim como nos cuidados a
ter com os pacientes. Durante o tempo de estágio dedicado à recuperação física pude
observar diferentes tratamentos e métodos de recuperação de várias patologias em
diversos pacientes, na presença do fisioterapeuta Paulo Alves. Pude também observar
todas as aulas de hidroterapia, o que me ajudou bastante para realizar as fases seguintes
de uma forma mais ambientada com os alunos e os exercícios a realizar.
Durante esta fase observei também as aulas de natação da turma de aprendizagem,
assim como alguns treinos da equipa de competição do Clube Recreativo da ABPG.
Estágio curricular
17
Esta fase foi benéfica porque me permitiu relacionar com os alunos e pacientes, bem
como visualizar os cuidados a ter em conta no planeamento das aulas e na realização
dos exercícios.
4.2 Atividades desenvolvidas na fase de Co- lecionação
Nesta fase assumi um papel mais ativo nas atividades desenvolvidas. Auxiliei o
fisioterapeuta Paulo Alves em vários exercícios de recuperação física, nomeadamente
em exercícios de marcha realizados em barras paralelas e passadeira. Efetuei também
exercícios de reforço muscular em pacientes que se encontravam acamados.
Relativamente às aulas de hidroterapia, na primeira turma em que os alunos
apresentavam patologias de maior gravidade, mantive ainda um papel de observador,
embora auxiliando a fisioterapeuta Noélia, dando feedbacks aos alunos quanto à forma
de realizarem os exercícios. Em relação à segunda turma, pude ter um papel mais ativo,
lecionando as aulas, embora ainda com a presença da fisioterapeuta, que me apoiou no
desenvolvimento da aula e na forma de interagir com alguns alunos. Nesta fase senti
algumas dificuldades na planificação das aulas devido ao facto de a turma apresentar
diferentes patologias e diversas idades. Outro ponto algo difícil foi a comunicação com
os alunos, ou seja, conseguir a sua atenção durante a explicação dos exercícios, devido à
presença da fisioterapeuta. Contudo, todas estas dificuldades foram ultrapassadas com a
sequência de aulas lecionadas por mim e com a boa relação conseguida com os alunos.
Quanto à turma de aprendizagem de natação, o meu papel foi também mais ativo, dado
que pude ter um contacto mais direto com os alunos. Durante esta fase, estive dentro de
água com o professor e os alunos, participando na lecionação duma das partes da aula e
realizando alguns exercícios com os alunos. Um dos aspetos em que senti dificuldades
perante as aulas de natação foi o facto de o professor só estipular na hora a parte da aula
que eu tinha de lecionar. Contudo, com o conhecimento da turma e a ajuda do professor,
estas dificuldades foram ultrapassadas.
Estágio curricular
18
4.3 Atividades desenvolvidas na Fase de Lecionação Autónoma
Nesta fase de lecionação autónoma, as atividades que assumi foram de caráter
autónomo, isto é, lecionei aulas de hidroterapia, realizei treino de marcha, treino de
reforço muscular e destreza de movimentos em pacientes, sem a presença do
fisioterapeuta. Na turma de aprendizagem de natação lecionei também algumas aulas. O
conhecimento adquirido e as relações humanas durante as fases anteriores fizeram com
que as dificuldades encontradas anteriormente se encontrassem ultrapassadas quase na
sua totalidade.
Relativamente às aulas de hidroterapia, para a sua lecionação foi-me solicitada a
realização de planos de aula. Estes planos eram apresentados no dia da aula ao
fisioterapeuta e avaliados por este. Nesta fase, a lecionação das aulas de ambas as
turmas ficaram a meu cargo, pelo que procurei criar um ambiente calmo e harmonioso
entre os alunos e eu. Na realização das aulas encontrava-me fora de água, para que
todos os alunos visualizassem os exercícios a realizar, assim como a sua correção.
Encontrei algumas dificuldades na turma, principalmente ao nível da execução de
alguns exercícios e, por vezes, também a nível de feedbacks transmitidos, devido à
idade e fraca mobilidade articular apresentada por alguns alunos. Contudo, com o tempo
e maior conhecimento dos alunos, consegui que essas dificuldades fossem
ultrapassadas.
No que respeita ao treino de reforço muscular, esse foi efetuado com pesos, sendo o
trabalho centrado essencialmente nos membros inferiores. O treino de marcha que
realizei centrou-se essencialmente na deslocação com a ajuda de barras paralelas, quase
sempre com a ajuda do fisioterapeuta, devido ao paciente em causa. Quanto ao trabalho
de destreza, centrou-se num paciente em cadeira de rodas, com pouca mobilidade no
braço direito, utilizando bolas de diferentes tamanhos. Aqui foi onde senti as maiores
dificuldades, porque o paciente em causa sofreu um traumatismo craniano, encontrava-
se fortemente medicado e afetado psicologicamente, o que dificultou a sua evolução,
não só física como psicológica.
Estágio curricular
19
4.4 Atividades Complementares
Durante este período de estágio realizei duas atividades complementares. A primeira foi
acompanhar a equipa competitiva de natação do Clube Recreativo da ABPG na
participação no meeting da Guarda, tendo podido observar os atletas nas provas e
auxiliar o treinador no controlo de tempos.
A segunda atividade consistiu na participação num Open Day organizado pelo Health
Club da ABPG, consistindo o meu contributo na realização de uma aula de pilates e
uma de indoor cycling. Ambas as aulas foram enriquecedoras quanto ao tipo de
métodos de treinos utilizados e à qualidade de feedbacks transmitidos pelos professores.
Estágio curricular
21
Capitulo I- Contextualização do local de estágio
1.Caracterização da cidade da Guarda
Neste ponto farei uma caracterização da cidade da Guarda, falando um pouco sobre a
sua história e a sua economia. No ponto seguinte farei a caracterização do clube onde
estagiei. Refiro os seus objetivos, referenciando também a estrutura, corpo técnico,
associações e clubes filiados.
1.1Caracterização geográfica
Segundo informações mencionadas na Infopédia (2003), o concelho da Guarda abrange
uma área de 712,1 km quadrados. É capital de distrito, sendo este constituído por 14
concelhos. Situa-se no flanco nordeste da serra da Estrela.
O distrito faz parte da província da Beira Alta e é limitado a norte pelo de Bragança, a
sul pelo de Castelo Branco, a oeste pelos de Viseu e Coimbra e a leste pela Espanha.
Todo o território é muito montanhoso, formado por elevações de diversas altitudes.
Situa-se a 356 km da capital, Lisboa, e a 219 km da cidade do Porto. O distrito é
atravessado por diversos rios, entre eles o Mondego e o Zêzere.
Os seus habitantes designam-se guardenses.
Estágio curricular
22
Figura 7. Mapa geográfico da Guarda
1.2 Breve historial da cidade
Segundo a Infopedia (2003) a cidade da Guarda foi fundada em 1199, pelo foral
concedido pelo segundo Rei de Portugal, D. Sancho I. Foi palco de importantes
acontecimentos militares durante a luta pela independência de Portugal. Foi escolhida
por vários reis da I e II dinastias para sancionarem tratados, estabelecerem acordos
diplomáticos e convocarem as Cortes.
Junta as tradições militares, como a defesa da fronteira, a tradições religiosas, e
hospitalares, como é o caso dos afamados sanatórios nos finais de oitocentos.
A Guarda é conhecida pela cidade dos cinco F´s: farta, fria, fiel, formosa e forte.
1.3 Economia
Segundo informações da Infopédia (2003), a nível económico destaca-se pela produção
de batata, cereais, fruta, vinho e azeite, e pela criação de gado bovino, ovino, caprino e
suíno. Tem indústrias de lanifícios e laticínios, produtos alimentares e montagem de
automóveis. No subsolo existe estanho e volfrâmio. A sua riqueza paisagística contribuí
para o forte potencial turístico da região, nomeadamente turismo rural e de montanha.
Estágio curricular
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2. Caracterização do Clube de Natação da Guarda (CNG)
O CNG foi fundado a 21 de junho de 2007 e encontra-se sediado no complexo de
Piscinas Municipais da Guarda, no Bairro Nossa Srª dos Remédios. O clube conta com
dois técnicos e 36 atletas federados.
O clube de natação tem como principais objetivos:
a) Fomentar a prática nas vertentes de iniciação, aperfeiçoamento, treino e
competição da natação e dos desportos aquáticos;
b) Criar e manter escolas para o ensino da natação e dos desportos aquáticos;
c) Promover a formação técnica e desportiva da natação e dos desportos aquáticos;
d) Dinamizar atividades ligadas com as piscinas, rios, barragens e mar nos âmbitos
da formação, competição e recreação;
e) Apoiar a prática da atividade desportiva em geral;
f) Fomentar a conservação dos planos de água e do meio envolvente.
Estrutura Orgânica- O CNG é constituído pela Mesa da Assembleia Geral, Conselho
de Administração Executivo e Conselho Fiscal. A direção é composta por um
presidente, um tesoureiro e um secretário. O conselho fiscal é composto por três
associados.
O CNG encontra-se integrado no complexo das Piscinas Municipais da Guarda. Na
zona interior destas instalações encontramos uma piscina de 25 metros, dois tanques
onde se realizam aulas de hidroginástica e adaptação ao meio aquático e uma sala
apetrechada com aparelhos de musculação. A zona exterior é constituída por uma
piscina, dois tanques e dois campos de ténis. De referir também a vasta zona de espaços
verdes na sua área envolvente.
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2.1 O corpo técnico do CNG
Neste ponto é descrito o corpo técnico do Clube de Natação da Guarda1, assim como os
seus dados pessoais e habilitações profissionais.
Corpo técnico
Dados Pessoais Anos clube Habilitações
Académicas Técnicas
Filipe João Canes Vaz 5 Lic. Educação Física 1º Nível
Luís Filipe Fernandes
Martins
5 Lic. Educação Física 1º Nível
Tabela 2. Corpo técnico do CNG
2.2 Atletas no CNG
O Clube de Natação da Guarda conta com o total de 36 atletas inscritos, sendo 16 do
género feminino e 20 do género masculino.
Os atletas encontram-se distribuídos pelos seguintes níveis competitivos:
- Cadetes B (6 masculino/ 2 feminino)
- Cadetes A (2 masculino/ 2 feminino)
- Infantis B (1 feminino)
- Infantis A (1 masculino/ 4 feminino)
- Juvenis B (3 masculino/ 1 feminino)
- Juvenis A (3 masculino)
- Juniores (2 masculino/ 2 feminino)
1 Regulamento Interno do Clube de Natação da Guarda, s/d, p.1.
Estágio curricular
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- Seniores (3 masculino/ 4 feminino).
2.3 Associações e Clubes filiados
A Federação Portuguesa de Natação é constituída por 13 associações. Cada associação é
composta por clubes filiados.
O CNG é um dos dez clubes filiados na Associação de Natação do Interior Centro
(ANIC), com sede na cidade de Portalegre.
Estágio curricular
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Capítulo II- Atividades Desenvolvidas
1.Objetivos do estágio
Neste ponto abordarei os objetivos gerais e específicos traçados ao longo do processo de
estágio.
1.1 Objetivos gerais
Adquirir novos conhecimentos ao nível da natação, desde exercícios a métodos
de trabalho.
Aumentar os meus conhecimentos teóricos e práticos sobre a natação, alargando
assim as minhas bases e preparando me para o mercado de trabalho.
Planear treinos semanais e ensinar a prática da natação aos atletas a meu cargo.
Interagir com atletas de idades compreendidas entre os nove e os doze anos,
transmitindo- lhe os valores pelos quais se rege o desporto.
Atingir os melhores resultados nas provas de competição em que participam os
atletas do clube de natação.
1.2 Objetivos específicos
Melhorar as técnicas de natação (crol, bruços, costas e mariposa);
Conseguir fazer evoluir os atletas ao nível da velocidade, resistência e técnica de
nado;
Observar atletas de outros escalões, aumentando assim os meus conhecimentos;
Preparar os atletas para provas e meetings;
Estágio curricular
27
Ajudar nas provas e meetings, na orientação e acompanhamento dos atletas do
CNG;
Observar treinadores de natação, para melhorar as minhas capacidades, através
da observação de diferentes métodos de treino.
2. Horário de estágio
Durante este segundo período de estágio, o meu horário sofreu alterações em relação ao
horário praticado durante o primeiro período de estágio. Neste período, a carga horaria
distribuiu-se por quatro dias de treino semanais, com a duração de duas horas diárias.
Também acompanhei a equipa em provas e meetings durante o fim-de-semana, sempre
que fui solicitado. O horário encontra-se esquematizado na tabela 2.
Horário de estágio parte II
2ªfeira 3ªfeira 4ªfeira 5ªfeira 6ªfeira sáb. Dom
9h00
Aulas
Livre
Provas/meetings
10h00
11h00
12h00
13h00/14h00 Almoço
14h00
Aulas
Livre
Livre
15h00
16h00
17h00
18h00
19h00
Estágio Estágio 20h00
21h00 Tabela 3. Horário de estágio- parte II
3. Caracterização da população alvo
A equipa de natação que orientei no Clube de Natação da Guarda enquadra-se no
escalão de Cadetes. Trata-se de uma equipa jovem e com muita boa disposição. Era
constituída por 14 atletas, oito de sexo masculino e seis atletas de sexo feminino, com
idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos. Contudo, dos 14 atletas, só 12 se
Estágio curricular
28
encontram federados. Os dois atletas restantes ingressaram no clube a meio da época,
pelo que só poderão ser inscritos na próxima época desportiva.
4. Atividades desenvolvidas
Neste ponto irei explicar as atividades que desenvolvi ao longo deste período de estágio,
desde o modo como realizei o aperfeiçoamento das técnicas de natação, como foram
planificados os meus treinos, a observação feita a atletas e técnicos de outros escalões e
as provas e meetings em que participei.
4.1 Ensino e aperfeiçoamento das técnicas de natação
Nesta fase de ensino, inicialmente contei com a ajuda do meu orientador e treinador,
Filipe Vaz. A sua colaboração e os conhecimentos adquiridos durante o curso,
nomeadamente as aulas de natação, permitiram que a articulação de conceitos teóricos e
a prática me tornassem mais capaz. Contudo, numa fase inicial senti dificuldades em
como ensinar e aperfeiçoar as técnicas de natação aos atletas, porque eu próprio
enquanto aluno senti algumas dificuldades em executar corretamente os gestos técnicos
nas diversas técnicas de natação. Mas, através de consulta bibliográfica, de todo o
conhecimento que me foi dado pelo treinador e observações feitas, consegui ultrapassar
estas dificuldades iniciais. Este ponto contribui para que o meu ensino futuro se
Figura 8. Escalão de cadetes do CNG
(foto do autor)
Estágio curricular
29
realizasse sozinho e fosse correto, procurando transmitir bons feedbacks,
exemplificando como o exercício deve ser executado e realizando as correções
necessárias durante as diversas técnicas de nado.
Durante esta fase de ensino, consegui criar uma boa relação com os meus atletas, o que
me fez ganhar o seu respeito e, consequentemente, a sua atenção, o que me permitiu
ministrar os treinos sozinho e com resultados evolutivos.
4.2 Planificação dos treinos
Numa fase inicial, os treinos foram planificados pelo treinador e ministrados por mim.
Depois, foi-me solicitada a planificação dos treinos, tarefa em que senti algumas
dificuldades numa fase inicial. A planificação dos treinos exigia métodos para um
enquadramento evolutivo do atleta e os exercícios diferentes graus de dificuldade, o que
por vezes me criou alguns problemas, visto estar numa situação nova para mim, o
ensino da natação de caráter competitivo. Contudo, com o conhecimento dos atletas e a
elaboração de alguns planos iniciais, essas dificuldades foram ultrapassadas.
A planificação que realizei consistiu em microciclos semanais, que tinham como
objetivos melhorar as técnicas de nado nos diversos estilos de natação, assim como a
velocidade e a resistência dos atletas. Por vezes, o planeamento dos treinos era em
função das prestações obtidas em competição. A planificação, embora feita por mim,
era sempre avaliada pelo treinador e orientador.
4.3 Observação de métodos de treino e atletas de outros escalões
Durante este meu período de estágio pude observar os treinos realizados pelo treinador a
atletas de outros escalões (infantis, juvenis e seniores). Este ponto foi muito importante,
porque o meu estágio iniciou-se com a época já em curso contribuindo assim para que
os métodos de treino utilizados por mim fossem ao encontro dos métodos adotados pelo
treinador do clube. A relação criada com os atletas mais velhos do clube ajudou-me a
ganhar a confiança dos mais novos, permitindo-me uma melhor adaptação ao meio.
Estágio curricular
30
Esta fase foi para mim, enquanto treinador principiante, muito enriquecedora porque
pude também observar a forma como o treinador Filipe Vaz se relacionava com os
atletas, a qualidade de feedbacks transmitidos, as correções feitas a gestos técnicos mal
executados e a forma como “puxava” pelos atletas, no sentido de melhorarem as suas
prestações nas provas competitivas.
4.4 Provas e meetings
Durante o meu estágio tive a oportunidade de acompanhar a equipa do CNG em várias
provas e meetings, segundo o calendário competitivo da ANIC. As deslocações foram
sempre efetuadas na presença do treinador Filipe Vaz ou, na sua ausência, na presença
do treinador Luís Martins. Foram dias sempre divertidos, pela boa disposição da equipa,
em que destaco ou bom relacionamento entre os atletas de diferentes escalões do clube.
Durante as provas em que estive presente, procurei sempre apoiar os meus atletas,
dando-lhes feedbacks e incentivando-os, antes, durante e após as provas.
Neste ponto acompanhei a equipa no I Meeting das Cerejas, realizado na cidade do
Fundão. Estive também presente com a equipa na prova do Nadador Completo,
realizada em Gouveia, onde pude reencontrar a equipa do Clube Recreativo da ABPG.
Participei também com a equipa no torneio de Futuro de Castelo de Vide, prova apenas
destinada ao escalão de cadetes. Por último, estive presente no torneio de Jovens
Promessas, que se realizou no Fundão. De realçar o empenho demonstrado por parte dos
atletas nas provas, e, consequentemente, os bons resultados obtidos.
5. Plano anual
O planeamento do meu estágio sofreu algumas alterações, como é possível observar
anexo I.
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31
Capitulo III- Revisão da literatura
1. A Natação Pura em Portugal
A natação pura teve início em meados do seculo XIX em Inglaterra, integrando as
modalidades olímpicas desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos, realizados em
1896. Nesta altura apenas podiam participar atletas masculinos, pois a participação
feminina só teve início nos Jogos Olímpicos de 1912.
Em Portugal, a natação pura iniciou-se no séc. XX, com a criação da primeira escola de
natação, em 1902, pelo Ginásio Clube Português, na Trafaria. O organismo
internacional que tutela a Natação, nas suas várias disciplinas, é a FINA (Federação
Internacional de Natação Amadora). A nível da Europa, a modalidade é coordenada pela
LEN (Liga Europeia de Natação).
Segundo a Federação Portuguesa de Natação (2009, s/p), a natação pura também
conhecida como natação desportiva é a natação competitiva praticada em piscina e que
engloba as quatro técnicas de nado: Costas, Bruços, Mariposa e Estilo Livre
(normalmente utilizado o Crawl). Todas as técnicas encontram-se oficialmente
regulamentadas pela FINA.
Atualmente as provas que compõem o Calendário Olímpico são as seguintes:
50, 100, 200, 400, 800 (Fem.) e 1500 (Masc.) metros Livres;
100, 200 metros Costas, Bruços e Mariposa;
200, 400 metros Estilos;
Estafetas de 4x100, 4x200 metros Livres e 4x100 metros Estilos.
Nos Campeonatos do Mundo (em piscina de 50 metros), para além das provas
olímpicas, integram o respetivo programa: os 50m Costas, Bruços e Mariposa, os 800m
Livres masculinos e os 1500m Livres femininos.
Estágio curricular
32
A Natação Pura é, no momento, a disciplina mais representativa da Federação
Portuguesa de Natação.
1.1 Caraterização da Natação Pura Desportiva
O meio aquático provoca exigências específicas a vários níveis: anatómico, em que não
existe especificidade mecânica (flutuabilidade, resistência aos movimentos, pressão
hidrostática); coordenativo (musculatura dos membros superiores e cintura escapular,
regulação postural sobre o aparelho “sustentador”); exigência de termorregulação, pois
a água é aproximadamente vinte vezes melhor condutora térmica que o ar e existe uma
perda de calor para a água; e exigências metabólicas, dado o dispêndio extra de energia
para flutuar.
Na natação pura, o esforço implica a participação, em maior ou menor grau, dos três
sistemas de produção de energia. A participação relativa de cada sistema depende,
evidentemente, da duração de cada prova, partindo do pressuposto que todo o
desempenho competitivo é realizado à máxima intensidade (Alves, 2000).
1.2 Características Fisiológicas do Nadador
O desenvolvimento do jovem atleta representa um processo a longo prazo, que deve ir
de encontro às etapas do desenvolvimento do indivíduo. O crescimento e
desenvolvimento do ser humano, a evolução motora, psicológica, afetiva e social das
crianças e jovens desenrolam-se de acordo com etapas, respeitando leis biológicas
específicas. No entanto, uma das características do nadador, que o diferencia do atleta
de outras atividades cíclicas em que a duração do esforço em competição é semelhante,
é a grande participação aeróbia, nomeadamente nas provas mais curtas, de 50 e 100m.
Este facto indica, também, que a especialização no treino não é tão radical como a que
ocorre noutras modalidades, mantendo-se como necessidade essencial, para todos os
praticantes, a aquisição de uma base aeróbia alargada, sem a qual dificilmente se poderá
levar a cabo uma especialização posterior bem sucedida.
Estágio curricular
33
Podemos afirmar que o nadador ideal corresponde, do ponto de vista bioenergético,
àquele que dispuser de elevadas potencialidades anaeróbias, um elevado consumo
máximo de oxigénio e uma excelente capacidade aeróbia – limiar anaeróbio
(Platonov,1995).
2. Treino em Natação Pura Desportiva (NPD)
2.1 Princípios do Treino
O processo de treino visa a promoção de um conjunto de adaptações no organismo do
atleta. Como exemplo desse processo de adaptação encontramos o aumento das
mitocôndrias dos músculos, que deriva da sequência do seguinte mecanismo. Quando o
treino aumenta a energia necessária, obtida aerobiamente para a contração muscular, o
número e o tamanho das mitocôndrias também aumentam. Este facto possibilita ao
atleta obter mais energia do metabolismo aeróbio, o que lhe permite retardar o
aparecimento da fadiga.
O processo de adaptação vai ao encontro do princípio da homeostase e ocorre quando os
tecidos são estimulados ao máximo ou próximo do máximo. Esta estimulação causará
pequenos danos aos tecidos durante o exercício (catabolismo). Entretanto, estes tecidos
reparar-se-ão e irão tornar-se maiores, mais fortes e com um melhor funcionamento
durante o período de recuperação (onde deve ocorrer o repouso e a suficiente reposição
dos nutrientes). Todo este processo de reposição é chamado anabolismo.
Respeitar o equilíbrio entre o catabolismo e o anabolismo deverá constituir um dos
aspetos essenciais na preparação desportiva. Se o treino não for suficientemente intenso
para desencadear o catabolismo, não haverá estímulo para a reconstrução e reparação
dos tecidos. Por outro lado, se a taxa de catabolismo exceder a capacidade anabólica, os
sistemas fisiológicos do nadador deteriorar-se-ão ao longo do tempo e a sua
performance também.
Durante o processo de adaptação existem três passos a destacar:
Estágio curricular
34
1. Criar a necessidade de mais energia com o treino;
2. Propiciar os nutrientes adequados para a construção e reparação dos tecidos;
3. Facultar ao nadador repouso suficiente para a construção e reparação dos
tecidos.
Uma vez o processo de adaptação completo, será então necessário aumentar a duração
e/ou a intensidade do treino, para criar novas adaptações. Isto remete para os princípios
do treino: sobrecarga e progressão (Dick,1998).
Princípio da sobrecarga- Assenta no conceito de que diversas adaptações ocorrem
somente quando o nível de exigência da carga de treino é maior do que as exigências
usuais para um determinado mecanismo fisiológico. Apesar de a definição ser simples,
o seu uso na prática é bastante complexo, uma vez que, se a exigência for elevada, o
efeito do treino perder-se-á através de possíveis lesões ou inadaptação ao treino
(Maglischo,1993).
Princípio da progressão- Consiste no aumento gradual da sobrecarga. Segundo
Maglischo (1993), os nadadores não podem treinar nas mesmas velocidades semana
após semana, esperando um aumento na performance. As diferentes capacidades físicas
(resistência, velocidade, força, etc.) devem ser aumentadas gradualmente durante o
plano de preparação, de forma a promover uma sobrecarga progressiva.
Os princípios da sobrecarga e da progressão podem ser aplicados através da
manipulação de três variáveis do treino por intervalos:
A velocidade do nado nas repetições (séries), referindo-se à intensidade do
treino;
Número de repetições, referindo-se o volume de treino;
O intervalo de repouso entre as repetições.
Princípio da especificidade- Os processos fisiológicos mais influenciados serão os que
mais estimulados foram no treino. Segundo (Maglischo 1993), um treino deve ser
específico ao nível de:
As maiores adaptações ocorrerem no sistema muscular;
Estágio curricular
35
Somente as fibras musculares usadas durante o treino sofrerão a adaptação ao
máximo;
Nadar um determinado estilo (livre, costas, bruços e mariposa), no treino, é a
única forma de produzir as adaptações em todas as fibras musculares que são
usadas no estilo nadado.
O atleta deve utilizar a velocidade e a resistência na técnica em que vai
competir.
2.2 Volume de treino
Segundo Maglischo (1993), um nadador deve treinar no mínimo duas horas por dia,
cinco a seis vezes por semana, com um volume de treino semanal entre os 50 e os
70km. No entanto, alguns atletas de elite efetuam microciclos em que o valor ultrapassa
os 100km semanais. O autor refere algumas estimativas baseadas na sua experiência,
sendo realizadas em percentagem das distâncias nadadas, tendo em conta a idade, o
género, nível de habilidade técnica, diferenças individuais na estrutura fisiológica e as
provas em que o atleta participa.
Categoria do Treino Metros por
Semana
Percentagem
Semanal de cada
Categoria (%)
Aquecimento/Recuperação 6,000 – 12,000 12 – 15
“Kicking” (trabalho de Pernas) 6,000 – 12,000 12 – 15
Treino de Resistência 22,000 – 58,000 50 – 60
A3 4,000 – 6,000 5 – 10
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A2 6,000 – 10,000 10 – 15
A1 12,000 – 40,000 30 – 40
Treino Anaeróbio Láctico 4,000 – 8,000 8 – 12
Tolerância Láctica 1,500 – 3,000 3 – 5
Produção de Lactato 1,500 – 3,000 3 – 5
“Power Training” 1,000 – 2,000 2 – 3
Tabela 4. Sugestão da distância e da percentagem semanal de treino em cada um dos níveis de treino, para nadadores de 200 e 400 metros (Maglischo, 1993).
2.3 Zonas de Intensidade de Treino
Segundo Alves (2000), um elemento essencial numa abordagem sistemática ao treino de
resistência é a determinação detalhada de níveis ou zonas de intensidade. A definição
clara de zonas de intensidade, associada a um doseamento correto dos vários tipos de
exercícios que constituem uma pirâmide de adaptação, será o suporte de uma
periodização do treino da resistência que permite o desenvolvimento do desempenho do
atleta.
A definição das zonas de intensidade de treino deriva de vários fatores, entre os quais a
concentração láctica, frequência cardíaca, velocidade de execução e processo de
fornecimento de energia requerida pelo esforço (tabela 5).
Zonas de Intensidade Frequência
Cardíaca Lactatémia %VO2 máx Velocidade
Aeróbio
Aeróbio I –
A1 120 – 150 2 – 3 mmol.l
-1 50 – 80 Baixa
Aeróbio II –
A2 150 – 180
3,5 – 4,5
mmol.l-1
80 – 90 Média
Estágio curricular
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Aeróbio III –
A3 > 180
4,5 – 10
mmol.l-1
> 90 Média Alta
Anaeróbio
láctico
Tolerância
láctica – TL Máxima > 6 mmol.l
-1 +/- 90
Alta
Submáxima
Máxima
produção
láctica – MPL
Máxima > 10 mmol.l-1
+/- 90 Alta
Submáxima
Anaeróbio
alático Velocidade Submáxima 2 – 3 mmol.l
-1 +/- 90 Máxima
Tabela 5. Classificação das zonas de intensidade do treino de NPD (adpt. Maglischo,1993); Alves (2000),
2.4 Periodização do Treino
A planificação do treino deve ter em conta todos os fatores que possam influenciar a
performance dos nadadores. Cada nadador reage de diferente forma às mesmas cargas
de trabalho de treino e apresenta diferente potencial de evolução. Os fatores genéticos
estabelecem limitações, tanto físicas quanto psicológicas, ao nível de aquisição de
habilidades para cada atleta.
Segundo Maglischo (1993), a planificação de uma temporada de natação requer a
divisão de um ano em unidades de treino menores (Macrociclo, Mesociclo, Microciclo)
e mais centradas no desenvolvimento de determinadas caraterísticas. A este processo
chama-se periodização. O centro da planificação deve ser o de produzir adaptações
sistemáticas que conduzam os atletas à forma desportiva, entendida como a expressão
do nível mais elevado em situação de competição.
Macrociclos, constituem as unidades de treino de longa duração (normalmente de seis a
12 semanas), incluindo no seu treino competições relevantes. Daí o facto do reduzido
número por época desportiva.
Mesociclos, correspondem a um período de tempo menos longo. São subfases do
macrociclo que duram aproximadamente de duas a seis semanas, onde se processa a
organização e sucessão de microciclos de várias características, definindo as etapas
Estágio curricular
38
próprias de cada período da época de treino. Representam etapas relativamente acabadas
no processo global de treino e têm como finalidade desenvolver determinada qualidade
ou objetivo parcial do processo de treino. São compostos por microciclos, em número
nunca inferior a dois e máximo de seis a oito.
Microciclos, são estruturas que organizam e asseguram a coerência das cargas de treino
ao longo de uma sequência determinada de sessões de treino. Têm geralmente a duração
de uma semana (três a 14 sessões de treino) e são a unidade de treino mais pequena a
seguir à sessão de treino. A organização do microciclo permite a aplicação de níveis
mais elevados de carga, sem ultrapassar os limites individuais do atleta.
Todo o processo de periodização do treino é feito por forma a garantir que todos os
atletas atingem o seu máximo individual aquando das competições importantes, através
da variação da intensidade, do volume e o tipo de trabalho ao longo das diferentes fases
que o constituem (Matveiev,1991).
Matveiev (1991) propõe um modelo de planificação que assenta no estabelecimento de
quatro grandes períodos:
Período preparatório geral – Deve durar de seis a dez semanas, quando as
condições o permitirem. A ênfase deve ser sobre a resistência aeróbia geral,
força, flexibilidade, técnicas de nado, saídas, viragem e trabalho de resistência
ao stress psicológico. O treino consistirá de exercícios educativos, trabalho
específico para os braços e pernas em velocidades relativamente baixas, com o
objetivo de desenvolver a resistência geral.
Período preparatório específico – Deve durar de oito a doze semanas, quando for
possível. A ênfase mantém-se sobre o aumento da resistência. Mas a maior
diferença entre a resistência específica e a geral é que na específica o treino de
resistência deverá estar mais voltado para a técnica e distância do estilo
específico do nadador.
Período de competição – É o período da época em que as principais competições
devem ser programadas. A ênfase deve assentar na resistência e na velocidade
específica. O centro deverá ser sobre o treino de velocidade em ritmo de prova,
treino de produção e tolerância ao ácido lático e o treino de resistência que
Estágio curricular
39
mantenha esta capacidade física obtida nas duas fases anteriores. Deve ocorrer
uma diminuição aproximada de 25% da distância nadada. Uma vez que é um
período de competição, é recomendável estudar as estratégias das provas. Não se
deve alterar a mecânica de nado exceto nos nadadores que cometam erros
graves. Os nadadores devem concentrar-se em nadar rápido, com o máximo de
eficiência, focando a sua atenção no final da prova, terminando forte (maior
velocidade possível) nas repetições utilizadas em treino. Dentro do período
competitivo existe ainda o período de TAPER – é o período final da época, onde
ocorre a redução no volume (quantidade de metros nadados) e na intensidade
dos treinos. Duração aproximada: 2 a 4 semanas. Estudos sugerem que a
manutenção da frequência e velocidade são mais importantes do que a duração
do treino. No entanto, uma redução acentuada no volume e na intensidade por
longos períodos pode causar uma perda significativa do estado do treino
(resistência aeróbia, anaeróbia, produção e tolerância ao lactato). Em termos
gerais, reduzir a distância total de metros nadados por semana, realizando menos
repetições em cada série de treino selecionada; diminuir a quantidade relativa de
trabalho realizado só em pés ou em braços; aumentar os intervalos de repouso
entre séries e repetições, aumentando a velocidade de nado (Maglischo,1993).
2.5 Avaliação do Treino em Natação Pura Desportiva
Em qualquer modalidade, é essencial que haja uma correta monitorização das alterações
existentes no desempenho aeróbio e anaeróbio dos atletas. A importância da avaliação
do treino não se limita aos resultados alcançados, mas essencialmente ao trabalho
desenvolvido pelo treinador e executado pelo atleta, que justifica esses mesmos
resultados. A avaliação e controlo do processo de treino é um fator essencial para a sua
rentabilização e eficácia.
Segundo Pereira (1994), a variação das repostas metabólicas condicionadas pelo tipo de
treino é um fator de avaliação obrigatória, pois o seu conhecimento é de grande
importância na condução do processo de treino. A condicionante das prestações
competitivas é variada, envolvendo fatores mecânicos, fisiológicos, psicológicos.
Estágio curricular
40
Concebendo uma classificação das estratégias de monitorização e controlo de treino
numa perspetiva invasiva e não invasiva.
Métodos invasivos e não invasivos
A determinação das concentrações sanguíneas de lactato, para além de ser um exemplo
de métodos invasivos, constitui uma ferramenta ampla utilizada por técnicos e
investigadores, monitorizando a evolução dos nadadores e permitindo prescrever as
intensidades ideais do treino. Essa determinação consiste em submeter o nadador a
esforços únicos ou na variação das distâncias, assim como os intervalos de repouso
progressivos, com colheitas de amostras sanguíneas, após cada repetição ou conjunto de
repetições.
Entre diversos parâmetros destaca-se a intensidade de limiar anaeróbio, o aumento de
1mM na concentração de lactato acima do valor basal em testes de cargas contínuas, ou
pela intensidade de exercício correspondente à concentração fixa de 4mM de lactato.
Segundo Maglischo (1993), uma forma de avaliar a capacidade anaeróbia é a
determinação da concentração de lactato sanguíneo após esforços máximos, sendo que
baixos valores de lactato, juntamente com desempenhos aquém do esperado, poderiam
indicar a perda desta capacidade.
Também são utilizadas metodologias que avaliam a força dos nadadores fora da água,
utilizando o banco de nado “swim bench”, e na água, em situação de nado amarrado.
Apesar dos referidos métodos serem eficazes, nem todos os treinadores têm acesso a
eles, pois exigem gastos, tempo e experiência em testes deste tipo. Por estes motivos,
outros processos, menos invasivos, são utilizados para avaliar o treino.
Segundo Olbrecht (1985), o teste de 30 e 60 minutos é um método que fornece
informações, de uma forma não invasiva, em relação à capacidade aeróbia. A
velocidade média de nado (m/seg.), resultante do teste, difere de atleta para atleta, sendo
o seu esforço uniforme, refletindo os diferentes níveis fisiológicos.
Estágio curricular
41
Na natação existem também métodos de monitorização de treino não invasivos, como a
avaliação através da frequência cardíaca ou do uso de escalas de perceção de esforço
(Escala de Borg).
Estágio curricular
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1. Reflexão final
Com o final do estágio é importante refletir sobre todas as atividades realizadas durante
o processo, assim como abordar os aspetos positivos e negativos com que me deparei.
A realização do estágio em duas instituições diferentes foi deveras gratificante, porque
me permitiu entrar em contacto com diferentes populações de várias faixas etárias.
Deparei-me também com duas realidades um pouco diferentes nas duas instituições, a
primeira com uma vertente ligada à saúde, mais propriamente á recuperação física, e a
segunda inteiramente ligada ao treino competitivo em natação. Esta situação, a nível
pessoal e profissional, foi enriquecedora, porque me permitiu obter diversos
conhecimentos, assim como aplicar na prática conhecimentos adquiridos durante os três
anos de curso.
A divisão do estágio por fases (observação, co-lecionação e lecionação) foi muito
importante na integração no local de estágio, assim como na aquisição de competências.
A fase de observação refere-se à fase em que observei aulas de hidroterapia, aulas e
treinos de natação, assim como a observação feita no processo de recuperação física de
pacientes. Na fase de co-lecionação assumi um papel um pouco mais ativo,
nomeadamente na interação com os alunos e no apoio ao técnico que ministrava as aulas
ou treinos. Durante a fase de lecionação, após os conhecimentos adquiridos, a boa
interação com os alunos, em resultado das fases referidas anteriormente, fez com que
nesta fase o meu papel fosse ativo, planeando e ministrando as aulas de hidroterapia, os
treinos de natação e também o treino de recuperação muscular.
Durante todo o processo de estágio fui-me deparando com aspetos mais e menos
positivos que me provocaram algumas dificuldades, dificuldades essas que foram
completamente ultrapassadas. Talvez o aspeto menos positivo e que me provocou numa
fase inicial mais dificuldades foi durante a minha primeira parte de estágio o lecionar
uma aula de aprendizagem de natação na hora, sem a planificar, assim como o
comportamento de alguns alunos. Mas, com o passar do tempo, essas dificuldades
foram ultrapassadas. Outra situação em que encontrei algumas dificuldades, numa fase
inicial, foi no acompanhamento de pacientes com limitações físicas e algumas
Estágio curricular
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psíquicas. Na segunda parte do meu estágio, onde senti maiores dificuldades iniciais foi
na planificação de treinos de natação, assim como, por vezes, na interação com os
atletas. Gostaria de realçar que todas estas situações me fizeram crescer enquanto futuro
técnico de desporto, não só numa abordagem futura mas também na forma de
ultrapassar as referidas dificuldades.
Em relação aos objetivos gerais traçados no início do estágio, é de referir que com
muito empenho da minha parte, colaboração dos meus supervisores nas instituições e do
meu orientador de estágio, todos foram cumpridos.
Em termos conclusivos, o estágio curricular é sem dúvida gratificante porque nos
possibilita aplicar todos os conceitos adquiridos durante o curso, ao mesmo tempo que
nos prepara para o mercado de trabalho. Nós, enquanto futuros técnicos de desporto,
deveremos estar preparados para as diversas situações que o mercado de trabalho nos
coloca, assim como para as várias dificuldades que poderemos encontrar.
O estágio curricular oferece-nos uma visão do que iremos encontrar num futuro
próximo e permite-nos vivências enriquecedoras e inesquecíveis.
É um culminar duma etapa, que irei recordar toda a vida.
Estágio curricular
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Bibliografia
Alves, F. (2000). O treino de Resistência e as Zonas de Intensidade. Caderno técnico de
Natação, 8. Oeiras: Direção Técnica Nacional da Federação Portuguesa de Natação.
Dick, F. (1998) Sports Training Principles, A & Black. London
Maglisho, E. (1993). Swimming even faster. USA: Mayfie1d Publishing Company.
Matveiev, L. (1991) Fundamentos do treino desportivo, Livros Horizonte
Olbrecht, J., Madsen O., Mader, A., Liesen, H., Hollmann W. (1985). Relationship between
swimming velocity and lactic concentration during continuous and intermittent training
exercises. International Journal of Sports Medicine 2: 74-77.
Pereira, Gomes P. (1994). Contributo para a Caracterização Fisiológica da Natação de
Competição. Dissertação de Mestrado. Universidade Técnica de Lisboa: FMH.
Sites
http://www.fpnatacao.pt/, 10 de julho 2013
http://www.infopedia.pt/, 9 de julho 2013
Estágio curricular
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Calendário de estágio
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
1 1 1 1 1 1 Fim 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
11 11 11 11 11 11 11 11 11 11
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
13 13 13 13 13 13 13 13 13 13
14 14 14 14 14 14 14 14 14 14
15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
17 17 17 17 17 17 17 17 17 17
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
19 19 19 19 19 19 19 19 19 19
20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
21 21 21 21 21 21 21 21 21 Fim
22 22 22 22 22 22 22 22 22 22
23 23 23 23 23 23 23 23 23 23
24 24 24 24 24 24 24 24 24 24
25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
26 26 26 26 26 26 26 26 26 26
27 27 27 27 27 27 27 27 27 27
28 28 28 28 28 28 28 28 28 28
29 29 29 29 29 29 29 29 29
30 30 30 30 30 30 30 30 30
31 31 31 31 31
Fim-de-semana
Carnaval
Inicio ano letivo
Féria pascoa
Ferias natal
Estagio parte
Inicio aulas
Estagio parteII
Fim aulas
Exames recurso
Exames
Feriados
Frequências
Estágio curricular
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Quantificação das aulas
Observação Co- lecionação Lecionação
Hidroterapia 10 16 14
Recuperação. Muscular
Natação aprendizagem. 6 12 6
Natação CNG (treinos) 8 20 36
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Aula nº 4 data: 11de janeiro Hora: 11:00 Ano:2013 Tema: Hidroterapia Objetivo geral: Desenvolver e auxiliar na reabilitação das capacidades funcionais de pacientes com limitações físicas. Nome estagiário: Hugo Marques Nome supervisor: Paulo Alves
Objetivos Preparar o
organismo para a
prática de
exercício físico.
Conteúdos Ativação
funcional (Treino de
marcha). Demonstração
de cada
exercício.
Descrição Atividades -Andar á volta da piscina, - Andar á volta mas de costas. -Andar á volta levantando e alternando os joelhos á frente. Repete o exercício mas
elevando as pernas atras -Andar com passos largos -Andar com passos curtos -Andar em bicos de pés e de calcanhares
Recursos Tanque de
marcha
Tempo P T 12:00 12:00
Trabalhar os
membros
superiores,
inferiores e a
cintura Desenvolver a
mobilidade
articular, a
flexibilidade e
força.
Parte
Fundamental Demonstração
de cada
exercício Exercícios
específicos
param os vários
membros do
corpo.
-Com os braços apoiados junto á borda do tanque, eleva o joelho á frente e estica atras
(vai alternando de perna). -Apoiado com os braços, balançar a perna para a direita para a esq e dirt.(alterna de
perna) -Pernas juntam apoiadas na margem do tanque, fazendo movimentos de flexão e
extensão -Apoiado de costas, fazer o movimento de pedalar com as pernas -Distribuídos pela piscina, com as pernas afastadas, rodar a cintura - Pernas afastadas com o rolo, movimento de remar com os braços dentro de água - Pernas afastadas com o rolo, movimento de cima e abaixo com o braço (alterna de
braço) - Em pares com dois rolos, movimento de locomotiva com os braços - Mãos atra das costas, juntas movimento de sobe e desce - Mãos juntam á frente, movimentos rápidos circulares dentro de água
Tanque de
marcha Rolos
30:00 42 :00
Fazer com que a
frequência
cardíaca retorne
ao seu estado
normal.
Retorno à
calma. Exercícios de
alongamento.
-Rotação dos ombros, alterna o sentido do movimento -Rotação do pescoço -Deita a cabeça para a direita e esquerda -Virar a cabeça para um lado dirigindo o olhar, e para o outro
5:00 47:00
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Data: Escalão: Cadetes
Estagiário: Hugo Marques Treinador: Filipe Vaz Orientador: Nuno Serra
Microciclo
Sessão 1
Volume
Sessão 2
Volume Tipo Exercício Tipo Exercício
A1 800 crawl
A2 4x100 est c/30
A2 tec 400tec c/30
A3 20x25 c/saída 1´00
Vel 4x25 sprint
A1 200 relax
800
400
400
500
200
200
A1 4x(100Cr,100Br,100 M)
A2tec 200Cr+200M+200Br+200C
cd/45
A2tec 4x100 pernas c/estilo
Vel estafetas 2x 100crawl
A1 300 relax
1200
800
400
200
300
Volume total (mt) 2500 Volume total (mt) 2900
Sessão 3
Volume
Sessão 4
Volume Tipo Exercício Tipo
Exercício
A1 700 crawl
A2 tec 4x100 est
A2 16x25 (1 rápida, 1 devagar)
Treino de partidas
10 saltos c/deslize+ 3 braçadas de
crawl
A1 200 crawl + 200 costas relax
700
400
400
400
A1 500crawl + 5x100 est
A2 tec 4x50nº1+ 4x50 nº2
A2 8x100 nº1 Vel. Viragem
A1 200crawl
Vel 4x25 sprint á escolha
A1 200 crawl+ 200 Br relax
1000
400
800
200
200
400
Volume total (mt) 1900 Volume total (mt) 3000
Objetivo semanal:
- Treino de resistência e velocidade com e sem salto
- Treino técnico de partidas e viragens
- Aperfeiçoamento das quatro técnicas de nado