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Página FUNDAMENTOS DE AUDITORIA /PROFESSOR FLÁVIO PEREIRA DE SOUSA SUMÁRIO I - INTRODUÇÃO II - NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE PARA AUDITORIA 1. Controle de qualidade, independência e a Estrutura Conceitual 1.1 (NBC PA 01) 1.2 NBC PA 03 2. Objetivos gerais, Termos de trabalho, Controle de qualidade, Documentação, Responsabilidade, Comunicação governança e controles internos e considerações sobre Leis. 2.1 NBC TA 200 2.2 NBC TA 210 2.3 NBC TA 220 2.4 NBC TA 230 2.5 NBC TA 240 2.6 NBC TA 250 2.7 NBC TA 260 2.8 NBC TA 265 3. Planejamento, identificação e avaliação de riscos, materialidade, respostas do auditor e utilização organização prestadora de 3.1 NBC TA 300 3.2 NBC TA 315 3.3 NBC TA 320 3.4 NBC TA 330

INSTITUTO PROCESSUS - GRADUAÇÃOxa.yimg.com/kq/groups/29271016/375609892/name/NORMAS... · Web viewEsta Norma contém o objetivo da firma, e requisitos estabelecidos para permitir

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INSTITUTO PROCESSUS - GRADUAO

FUNDAMENTOS DE AUDITORIA /PROFESSOR FLVIO PEREIRA DE SOUSA

SUMRIO

I - INTRODUO

II - NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE PARA AUDITORIA

1. Controle de qualidade, independncia e a Estrutura Conceitual

1.1 (NBC PA 01)

1.2 NBC PA 03

2. Objetivos gerais, Termos de trabalho, Controle de qualidade, Documentao, Responsabilidade, Comunicao governana e controles internos e consideraes sobre Leis.

2.1 NBC TA 200

2.2 NBC TA 210

2.3 NBC TA 220

2.4 NBC TA 230

2.5 NBC TA 240

2.6 NBC TA 250

2.7 NBC TA 260

2.8 NBC TA 265

3. Planejamento, identificao e avaliao de riscos, materialidade, respostas do auditor e utilizao organizao prestadora de

3.1 NBC TA 300

3.2 NBC TA 315

3.3 NBC TA 320

3.4 NBC TA 330

3.5 NBC TA 402

3.6 NBC TA 450

4. Evidncias de auditoria, confirmaes externas, trabalhos e saldos iniciais, procedimentos analticos e amostragem resposta do auditor e representaes formais.

4.1 NBC TA 500

4.2 NBC TA 501

4.3 NBC TA 505

4.4 NBC TA 510

4.5 NBC TA 520

4.6 NBC TA 530

5. Auditoria de estimativa contbil, partes relacionadas, eventos subseqentes, continuidade operacional e representaes formais

5.1 NBC TA 540

5.2 NBC TA 550

5.3 NBC TA 560

5.4 NBC TA 570

5.5 NBC TA 580

6. Auditorias de grupos, utilizao do trabalho da auditoria interna e o trabalho de especialistas

6.1 NBC TA 600

6.2 NBC TA 610

6.3 NBC TA 620

7. Formao de opinio e relatrio do auditor, pargrafos de nfase, informaes comparativas e responsabilidade sobre outras informaes nas DCs

7.1 NBC TA 700

7.2 NBC TA 705

7.3 NBC TA 706

7.4 NBC TA 710

7.5 NBC TA 720

8. Consideraes especiais, relatrio condensado, trabalho de reviso, informaes intermedirias e procedimentos previamente acordados.

8.1 NBC TA 800

8.2 NBC TA 805

8.3 NBC TA 810

8.4 NBC TR 2400

8.5 NBC TR 2410

8.6 NBC TSC 4400

FUNDAMENTOS DE AUDITORIA /PROFESSOR FLVIO PEREIRA DE SOUSA

I INTRODUO

As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Tcnicas.

As Normas Profissionais estabelecem regras de exerccio profissional e classificam-se em:

NBC PG - Geral

NBC PA - do Auditor Independente

NBC PI - do Auditor Interno

NBC PP - do Perito

As Normas Tcnicas estabelecem conceitos doutrinrios, regras e procedimentos aplicados de Contabilidade e classificam-se em:

NBC TG Geral

NBC TSP - do Setor Pblico

NBC TA - de Auditoria Independente de Informao Contbil Histrica

NBC TR - de Reviso de Informao Contbil Histrica

NBC TO - de Assegurao de Informao No Histrica

NBC TSC - de Servio Correlato

NBC TI - de Auditoria Interna

NBC TP - de Percia

II - NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE PARA AUDITORIA

1. Controle de qualidade, independncia e a Estrutura Conceitual

1.1 (NBC PA 01)

NBC PA 01 Controle de qualidade para auditores (pessoas jurdicas e fsicas) que executam exames de auditoria e revises de informao contbil histrica, outros trabalhos de assegurao e servios correlatos.

ndice Item

Introduo

Alcance 1 3

Autoridade 4 9

Data de vigncia 10

Objetivo 11

Definies 12

Requisitos

Aplicao e cumprimento de requisitos relevantes 13 15

Elementos de um sistema de controle de qualidade 16 17

Responsabilidade da liderana pela qualidade na firma 18 19

Exigncia tica relevante 20 25

Aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e trabalhos especficos 26 28

Recursos humanos 29 31

Execuo do trabalho 32 47

Monitoramento 48 56

Documentao do sistema de controle de qualidade 57 59

Aplicao e outros materiais explicativos

Aplicao e cumprimento de exigncias relevantes A1

Elementos do sistema de controle de qualidade A2 A3

Responsabilidade da liderana pela qualidade na firma A4 A6

Exigncia tica relevante A7 A17

Aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especficos A18 A23

Recursos humanos A24 A31

Execuo do trabalho A32 A63

Monitoramento A64 A72

Documentao do sistema de controle de qualidade A73 A75

Esta Norma que trata do controle de qualidade para auditores (pessoas jurdicas e fsicas) que executam exames de auditoria e revises de informao financeira histrica, outros trabalhos de assegurao e servios correlatos deve ser lida juntamente com a NBC TA 200 - Objetivos gerais do auditor independente e a conduo de uma auditoria em conformidade com Normas de Auditoria.

Introduo

Alcance

1. Esta Norma trata das responsabilidades do auditor (pessoa jurdica ou pessoa fsica, doravante referido como firma) por seu sistema de controle de qualidade para auditorias e revises de demonstraes contbeis, assim como outros trabalhos de assegurao e servios correlatos. Esta Norma deve ser lida juntamente com as exigncias ticas relevantes.

2. O Conselho Federal de Contabilidade aborda em outras normas e orientaes a responsabilidade do pessoal da firma em relao a procedimentos de controle de qualidade para tipos especficos de trabalho. A NBC TA 220 - Controle de Qualidade de Auditoria de Demonstraes Contbeis, por exemplo, trata dos procedimentos de controle de qualidade de auditoria de demonstraes contbeis.

3. O sistema de controle de qualidade composto por polticas desenhadas para alcanar o objetivo especificado no item 11 e procedimentos necessrios para implementar e monitorar o cumprimento dessas polticas.

Autoridade

4. Esta Norma se aplica a todas as firmas (pessoas jurdicas e pessoas fsicas) com relao a auditorias e revises de demonstraes contbeis, outros trabalhos de assegurao e servios correlatos. A natureza e extenso das polticas e procedimentos desenvolvidos por firma individual para cumprir com esta Norma dependem de diversos fatores, como o porte e as caractersticas operacionais da firma, e se ela faz parte de uma rede.

5. Esta Norma contm o objetivo da firma, e requisitos estabelecidos para permitir que a firma alcance esse objetivo. Alm disso, ela contm orientaes relacionadas na forma de aplicao e outros materiais explicativos, conforme discutido adicionalmente no item 8, assim como material introdutrio que fornece contexto relevante para o devido entendimento da Norma e definies.

6. O objetivo apresenta o contexto em que os requisitos desta so determinados, e tem a finalidade de ajudar a firma a:

entender o que precisa ser atingido; e

decidir se algo mais precisa ser feito para alcanar o objetivo.

7. Os requisitos desta Norma esto expressos utilizando-se a palavra deve.

8. Quando necessrio, a aplicao e outros materiais explicativos fornecem explicaes adicionais dos requisitos e orientaes para sua execuo e, especificamente, podem:

explicar mais precisamente o que um requisito significa ou pretende cobrir;

incluir exemplos de polticas e procedimentos que podem ser apropriados nas circunstncias.

Embora essas orientaes por si s no imponham um requisito, elas so relevantes para a correta aplicao dos requisitos. A aplicao e outros materiais explicativos podem, tambm, fornecer informaes bsicas sobre assuntos tratados nesta Norma. Quando adequado, so includas consideraes adicionais especficas de firmas de auditoria do setor pblico ou firmas menores na aplicao e em outros materiais explicativos. Essas consideraes adicionais ajudam na aplicao dos requisitos desta Norma. Contudo, elas no limitam ou reduzem a responsabilidade da firma de aplicar e cumprir os requisitos desta Norma.

9. Esta Norma inclui, sob o ttulo Definies, a descrio dos significados atribudos a certos termos para fins desta Norma. As definies so fornecidas para ajudar na aplicao e interpretao consistentes desta Norma, e no pretendem anular as definies estabelecidas para outros fins, seja em termos legais, regulatrios ou de outra natureza.

Data de vigncia

10. necessrio que sejam estabelecidos sistemas de controle de qualidade em conformidade com esta Norma para a data de 1. de janeiro de 2010.

Objetivo

11. O objetivo da firma estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade para obter segurana razovel que:

(a) a firma e seu pessoal cumprem as normas tcnicas e as exigncias regulatrias e legais aplicveis; e

(b) os relatrios sobre demonstraes contbeis e demais relatrios emitidos pela firma e pelos scios encarregados do trabalho so apropriados nas circunstncias.

Definies

12. Nesta Norma, os termos a seguir possuem os significados a eles atribudos:

Data do relatrio a data selecionada pelo auditor independente para datar o seu relatrio.

Documentao do trabalho o registro do trabalho executado, dos resultados obtidos e das concluses obtidas pelo auditor independente (so usados muitas vezes termos como papis de trabalho).

Scio encarregado do trabalho o scio ou outra pessoa na firma responsvel pelo trabalho e sua execuo, e pelo relatrio que emitido em nome da firma. Quando necessrio, quem tem a autoridade apropriada conferida pelo Sistema CFC/CRC e quando requerido pelo regulador. Os termos scio encarregado do trabalho, scio e firma devem ser lidos como os equivalentes aplicados para o setor pblico.

Reviso do controle de qualidade do trabalho o processo projetado para fornecer uma avaliao objetiva, na data, ou antes, da data do relatrio, dos julgamentos relevantes feitos pela equipe do trabalho e das concluses obtidas ao elaborar o relatrio. O processo de reviso do controle de qualidade do trabalho elaborado para auditoria de demonstraes contbeis de companhias abertas e os outros trabalhos, se houver, para os quais a firma determinou a necessidade de reviso do controle de qualidade do trabalho.

Revisor de controle de qualidade do trabalho o scio, ou outro profissional da firma, uma pessoa externa adequadamente qualificada, ou uma equipe composta por essas pessoas, nenhuma delas fazendo parte da equipe de trabalho, com experincia e autoridade suficientes e adequadas para avaliar objetivamente os julgamentos relevantes feitos pela equipe de trabalho e as concluses obtidas para elaborao do relatrio.

Equipe de trabalho - os scios e o quadro tcnico envolvidos no trabalho e quaisquer pessoas contratadas pela firma ou uma firma da mesma rede para executar procedimentos do trabalho. Isso exclui especialistas externos contratados pela firma ou por firma da mesma rede.

Firma um nico profissional ou sociedade de pessoas que atuam como auditor independente.

Inspeo em relao a trabalhos concludos, so procedimentos projetados para fornecer evidncias do cumprimento das polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma pelas equipes de trabalho.

Companhia aberta a entidade que tem aes, cotas ou outros ttulos cotados ou registrados em bolsa de valores ou negociados de acordo com os regulamentos de bolsa de valores reconhecida ou outro rgo equivalente.

Monitoramento o processo que consiste na contnua considerao e avaliao do sistema de controle de qualidade da firma, incluindo a inspeo peridica de uma seleo de trabalhos concludos, projetados para fornecer firma segurana razovel de que seu sistema de controle de qualidade est operando de maneira efetiva.

Firma da mesma rede a firma ou entidade que parte da mesma rede daquela responsvel pela auditoria, reviso de informao contbil histrica, pelo outro servio de assegurao ou pelo servio correlato.

Rede uma estrutura maior que:

(a) tem por objetivo a cooperao; e

(b) tem claramente por objetivo: a diviso comum dos lucros ou custos, ou scios em comum, controle ou administrao em comum, polticas e procedimentos de controle de qualidade em comum, estratgia de negcios comum, uso de marca comercial comum ou parte significativa dos recursos profissionais.

Scio qualquer pessoa com autoridade para comprometer a firma execuo de servios profissionais.

Pessoal - scios e o quadro tcnico.

Norma tcnica a norma de trabalho de auditoria, de reviso, de outros servios de assegurao ou servios correlatos.

Segurana razovel no contexto desta Norma, um nvel alto, mas no absoluto, de segurana.

Exigncias ticas relevantes so exigncias ticas s quais esto sujeitos a equipe de trabalho e o revisor do controle de qualidade do trabalho, que normalmente compreendem o Cdigo de tica Profissional do Contabilista bem como outros aspectos previstos em NBC PAs

Quadro tcnico so profissionais, exceto scios, incluindo quaisquer especialistas empregado da firma.

Pessoa externa qualificada uma pessoa de fora da firma com competncia e habilidades que poderia atuar como scio encarregado do trabalho, por exemplo, um scio de outra firma ou um empregado (com experincia adequada) de outra firma de auditoria, cujos membros podem realizar auditorias e revises de informaes contbeis histricas ou outros servios de assegurao e servios correlatos.

Requisitos

Aplicao e cumprimento de exigncias relevantes

13. O pessoal da firma responsvel por estabelecer e manter o sistema de controle de qualidade da firma deve entender o texto completo desta Norma, incluindo sua aplicao e outros materiais explicativos, para aplicar seus requisitos adequadamente.

14. A firma deve cumprir todos os requisitos desta Norma a menos que, nas circunstncias da firma, o requisito no seja relevante para os servios fornecidos em relao a auditorias e revises de demonstraes contbeis e outros servios de assegurao e servios correlatos (ver item A1).

15. Os requisitos so projetados para permitir que a firma alcance o objetivo estabelecido nesta Norma. Portanto, espera-se que a correta aplicao destes requisitos fornea uma base suficiente para alcanar o objetivo. Entretanto, considerando que as circunstncias podem ter grande variao e todas essas circunstncias no podem ser previstas, a firma deve verificar se h determinados assuntos ou situaes que requerem que a firma estabelea polticas e procedimentos alm daqueles exigidos por esta Norma para alcanar o objetivo estabelecido.

Elementos de um sistema de controle de qualidade

16. A firma deve estabelecer e manter um sistema de controle de qualidade que inclua polticas e procedimentos que tratam dos seguintes elementos:

(a) responsabilidades da liderana pela qualidade na firma;

(b) exigncias ticas relevantes;

(c) aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especficos;

(d) recursos humanos;

(e) execuo do trabalho;

(f) monitoramento.

17. A firma deve documentar suas polticas e procedimentos e comunic-las ao pessoal da firma (ver itens A2 e A3)

Responsabilidade da liderana pela qualidade na firma

18. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para promover uma cultura interna que reconhea que a qualidade essencial na execuo dos trabalhos. Essas polticas e procedimentos devem requerer que o presidente da firma (scio-gerente ou equivalente) ou, se adequado, a diretoria executiva da firma (ou equivalente), assuma a responsabilidade final pelo sistema de controle de qualidade da firma (Ver itens A4 e A5).

19. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos de modo que qualquer pessoa a quem o presidente ou a diretoria executiva atribui a responsabilidade operacional pelo sistema de controle de qualidade tenha experincia e capacidade suficiente e apropriada e autoridade necessria, para assumir essa responsabilidade (ver item A6).

Exigncias ticas relevantes

20. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para fornecer segurana razovel de que a firma e seu pessoal cumprem as exigncias ticas relevantes (ver itens A7 a A10).

Independncia

21. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para fornecer segurana razovel de que a firma, seu pessoal e, quando aplicvel, outras pessoas sujeitas a requisitos de independncia (incluindo pessoal de firma da mesma rede) mantm a independncia requerida por exigncias ticas relevantes. Essas polticas e procedimentos devem permitir firma:

(a) comunicar seus requisitos de independncia a seu pessoal e, quando aplicvel, s outras pessoas sujeitas a elas; e

(b) identificar e avaliar circunstncias e relaes que criam ameaas independncia, e tomar as medidas adequadas para elimin-las ou reduzi-las a um nvel aceitvel, mediante a aplicao de salvaguardas ou, se considerado adequado, retirar-se do trabalho, quando esta retirada permitida por lei ou regulamentao (ver item A10).

22. Essas polticas e procedimentos devem requerer que:

(a) os scios encarregados do trabalho forneam firma informaes relevantes sobre trabalhos de clientes, incluindo o alcance dos servios, para permitir firma avaliar o impacto geral, se houver, sobre os requisitos de independncia;

(b) o pessoal notifique prontamente a firma sobre as circunstncias e relaes que criam uma ameaa independncia para que possam ser tomadas as medidas adequadas; e

(c) as informaes relevantes sejam compiladas e comunicadas ao pessoal adequado, de modo que:

(i) a firma e seu pessoal possam rapidamente determinar se elas satisfazem os requisitos de independncia;

(ii) a firma possa manter e atualizar seus registros referentes independncia; e

(iii) a firma possa tomar as medidas adequadas em relao s ameaas identificadas independncia que no esto em um nvel aceitvel (ver item A10).

23. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para fornecer segurana razovel de que notificada sobre violaes dos requisitos de independncia, e permitir que tome as medidas adequadas para resolver essas situaes. As polticas e procedimentos devem incluir exigncias para:

(a) o pessoal notificar prontamente a firma sobre violaes de independncia de que tomou conhecimento;

(b) a firma comunicar prontamente as violaes identificadas dessas polticas e procedimentos para:

(i) o scio encarregado do trabalho que, juntamente com a firma, precisa enderear a violao; e

(ii) outro pessoal na firma e, quando adequado, na rede, e para as pessoas sujeitas aos requisitos de independncia que precisam tomar as medidas adequadas; e

(c) a firma ser prontamente comunicada, se necessrio, pelo scio encarregado do trabalho e pelas outras pessoas mencionadas no subitem (b)(ii) sobre as medidas tomadas para resolver o assunto, de modo que a firma possa determinar se deve tomar alguma medida adicional (ver item A10).

24. Pelo menos uma vez por ano, a firma deve obter confirmao por escrito do cumprimento de suas polticas e procedimentos sobre independncia de todo o pessoal da firma, que precisa ser independente por exigncias ticas relevantes (ver item A10 e A11).

25. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para:

(a) especificar critrios para determinar a necessidade de salvaguardas para reduzir a ameaa de familiaridade a um nvel aceitvel ao usar o mesmo pessoal snior em trabalho de assegurao por um perodo de tempo prolongado; e

(b) requerer o rodzio do scio encarregado do trabalho e das pessoas responsveis pela reviso do controle de qualidade do trabalho, e, quando aplicvel, de outras pessoas sujeitas a exigncias de rodzio, aps o perodo de 5 anos (ver itens A10, A12 a A17).

Aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especficos

26. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para a aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especficos, projetados para fornecer firma segurana razovel de que aceitar ou continuar esses relacionamentos e trabalhos, apenas nos casos em que a firma:

(a) competente para executar o trabalho e possui habilidades, incluindo tempo e recursos, para isso (ver itens A18, A23);

(b) consegue cumprir as exigncias ticas relevantes; e

(c) considerou a integridade do cliente, e no tem informaes que a levariam a concluir que o cliente no ntegro (ver itens A19, A20, A23).

27. Essas polticas e procedimentos devem requerer que:

(a) a firma obtenha as informaes que considerar necessrias nas circunstncias, antes de aceitar um trabalho com um novo cliente, quando decidir sobre a continuao de trabalho existente e quando considerar a aceitao de um novo trabalho com um cliente existente (ver itens A21, A23);

(b) no caso de ser identificado um potencial conflito de interesses na aceitao de um trabalho de um cliente novo ou existente, a firma deve determinar se apropriado aceit-lo;

(c) no caso de terem sido identificados assuntos e a firma decidir aceitar ou continuar o relacionamento com o cliente ou um trabalho especfico, a firma deve documentar como os assuntos foram resolvidos.

28. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para a continuidade de um trabalho e do relacionamento com o cliente, contemplando as circunstncias em que a firma obtm informaes que a teriam levado a declinar do trabalho se essas informaes estivessem disponveis antes. Essas polticas e procedimentos devem incluir as seguintes consideraes:

(a) as responsabilidades profissionais e legais que se aplicam s circunstncias, incluindo se h uma exigncia para que a firma se reporte pessoa ou s pessoas que fizeram a indicao ou, em alguns casos, s autoridades reguladoras; e

(b) a possibilidade de se retirar do trabalho ou de ambos, trabalho e relacionamento com o cliente (ver itens A22 e A23).

Recursos humanos

29. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para fornecer segurana razovel de que ela possui pessoal suficiente com competncia, habilidade e compromisso com os princpios ticos necessrios para:

(a) executar trabalhos de acordo com normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis; e

(b) permitir firma ou aos scios encarregados do trabalho emitir relatrio de auditoria ou outros tipos de relatrios apropriados nas circunstncias (ver itens A24 a A29)

Designao de equipe de trabalho

30. A firma deve atribuir a responsabilidade de cada trabalho a um scio e estabelecer polticas e procedimentos requerendo que:

(a) a identidade e o papel do scio encarregado do trabalho sejam comunicados aos membros chave da administrao do cliente e aos responsveis pela governana;

(b) o scio encarregado do trabalho tenha a devida competncia, habilidade e autoridade para desempenhar o papel; e

(c) as responsabilidades do scio encarregado do trabalho sejam claramente definidas e a ele comunicadas (ver item A30).

31. A firma tambm deve estabelecer polticas e procedimentos para designar pessoal adequado com a competncia e habilidades necessrias para:

(a) executar trabalhos de acordo com normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis; e

(b) permitir firma e aos scios encarregados dos trabalhos emitirem relatrios de auditoria e outros tipos de relatrios apropriados nas circunstncias (ver item A31).

Execuo do trabalho

32. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para fornecer segurana razovel de que os trabalhos so executados de acordo com normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis, e que a firma e o scio encarregado do trabalho emite relatrios de auditoria ou outros relatrios apropriados nas circunstncias. Essas polticas e procedimentos devem incluir:

(a) assuntos relevantes para promover consistncia na qualidade da execuo dos trabalhos (ver itens A32 e A33);

(b) responsabilidades pela superviso (ver item A34); e

(c) responsabilidades pela reviso (ver item A35).

33. As polticas e procedimentos da firma sobre responsabilidade pela reviso devem ser determinados com base no fato de que o trabalho dos membros menos experientes da equipe revisado por membros da equipe mais experientes.

Consulta

34. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para fornecer segurana razovel de que:

(a) feita uma consulta apropriada no caso de assuntos difceis ou controversos;

(b) h recursos disponveis suficientes para permitir que uma consulta apropriada seja feita;

(c) a natureza e o alcance dessas consultas e as concluses resultantes so documentadas e acordadas pela pessoa que faz a consulta e pela pessoa consultada; e

(d) as concluses resultantes das consultas so implementadas (ver itens A36 a A40).

Reviso de controle de qualidade do trabalho

35. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos que requeiram, para determinados trabalhos, a reviso de controle de qualidade do trabalho que fornea uma avaliao objetiva dos julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e as concluses obtidas para elaborao do relatrio de auditoria ou de outros relatrios. Essas polticas e procedimentos devem:

(a) requerer a reviso do controle de qualidade do trabalho para todas as auditorias de demonstraes contbeis de companhias abertas;

(b) especificar critrios a serem usados para avaliar todas as outras auditorias e revises de informaes contbeis histricas e outros servios de assegurao e servios correlatos para determinar se deve ser feita a reviso do controle de qualidade do trabalho (ver item A41); e

(c) requerer a reviso do controle de qualidade para todos os trabalhos, se for o caso, que preenchem os critrios estabelecidos de acordo com a alnea (b).

36. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos especificando a natureza, poca e extenso da reviso de controle de qualidade do trabalho. Essas polticas e procedimentos devem requerer que a data do relatrio do trabalho no seja anterior a concluso da reviso do controle de qualidade do trabalho (ver itens A42 e A43).

37. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para requerer que a reviso de controle de qualidade do trabalho inclua:

(a) discusso de assuntos significativos com o scio encarregado do trabalho;

(b) reviso das demonstraes contbeis ou outras informaes sobre objeto e o relatrio proposto;

(c) reviso da documentao do trabalho selecionada relativa a julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e das concluses obtidas; e

(d) avaliao das concluses obtidas para elaborao do relatrio e considerao se esse relatrio proposto adequado (ver item A44).

38. Para auditoria de demonstraes contbeis de companhias abertas, a firma deve estabelecer polticas e procedimentos para requerer a reviso de controle de qualidade do trabalho para incluir, tambm, as seguintes consideraes:

(a) a avaliao da independncia da firma pela equipe de trabalho em relao ao trabalho especfico;

(b) se foi feita consulta apropriada sobre assuntos que envolvem diferenas de opinio ou outros assuntos difceis ou controversos, e as concluses resultantes dessas consultas; e

(c) se a documentao selecionada para reviso reflete o trabalho realizado em relao aos julgamentos significativos feitos e suporta as concluses obtidas (ver itens A45 e A46).

Critrios para a elegibilidade do revisor de controle de qualidade do trabalho

39. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para tratar da indicao de revisor do controle de qualidade do trabalho e estabelecer sua elegibilidade considerando:

(a) as qualificaes tcnicas exigidas para desempenhar o papel, incluindo a experincia e autoridade necessria (ver item A47); e

(b) at que nvel o revisor de controle de qualidade do trabalho pode ser consultado sobre o trabalho sem comprometer a sua objetividade (ver item A48).

40. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para manter a objetividade do revisor de controle de qualidade do trabalho (ver itens A49 a A51).

41. As polticas e procedimentos da firma devem determinar a substituio do revisor de controle de qualidade do trabalho quando a capacidade do revisor de realizar uma reviso objetiva estiver prejudicada.

Documentao da reviso de controle de qualidade do trabalho

42. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos sobre a documentao da reviso de controle de qualidade do trabalho, requerendo que a documentao indique se:

(a) os procedimentos requeridos pelas polticas da firma sobre reviso de controle de qualidade do trabalho foram adotados;

(b) a reviso de controle de qualidade do trabalho foi concluda na data ou antes da data do relatrio ou do relatrio; e

(c) o revisor no tomou conhecimento de assuntos no resolvidos que poderiam lev-lo a acreditar que os julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho e as concluses obtidas no eram apropriados.

Diferena de opinio

43. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para tratar e resolver diferenas de opinio dentro da equipe de trabalho, com as pessoas consultadas e, quando aplicvel, entre o scio encarregado do trabalho e o revisor de controle de qualidade do trabalho (ver itens A52 e A53).

44. Essas polticas e procedimentos devem requerer que:

(a) as concluses obtidas sejam documentadas e implementadas; e

(b) o relatrio no seja datado at a questo ser resolvida.

Documentao do trabalho

Concluso da montagem dos arquivos finais do trabalho

45. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para que as equipes de trabalho completem a montagem dos arquivos finais do trabalho no momento oportuno, depois da finalizao dos relatrios do trabalho (ver itens A54 e A55).

Confidencialidade, custdia, integridade, acessibilidade e recuperabilidade da documentao do trabalho.

46. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para manter a confidencialidade, custdia segura, integridade, acessibilidade e recuperabilidade da documentao dos trabalhos (ver itens A56 a A59).

Reteno da documentao do trabalho

47. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para a reteno e arquivamento da documentao do trabalho por um perodo suficiente para satisfazer as necessidades da firma ou conforme requerido por lei ou regulamento (ver itens A60 a A63).

Monitoramento

Monitoramento das polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma

48. A firma deve estabelecer um processo de monitoramento para fornecer segurana razovel de que as polticas e os procedimentos relacionados com o sistema de controle de qualidade so relevantes, adequados e esto operando de maneira efetiva.

Esse processo deve:

(a) incluir a contnua considerao e avaliao do sistema de controle de qualidade da firma, incluindo, de modo cclico, a inspeo de, pelo menos, um trabalho concludo para cada scio encarregado de trabalho;

(b) requerer que a responsabilidade pelo processo de monitoramento seja atribuda a um ou mais scios, ou a outras pessoas com experincia e autoridade suficientes e adequadas na firma para assumir essa responsabilidade; e

(c) requerer que as pessoas que executam o trabalho ou a reviso do controle de qualidade do trabalho no estejam envolvidas na inspeo desses trabalhos (ver itens A64 a A68).

Avaliao, comunicao e correo de deficincia identificada

49. A firma deve avaliar o efeito das deficincias observadas em decorrncia do processo de monitoramento e determinar se elas so:

(a) casos que no necessariamente indicam que o sistema de controle de qualidade da firma insuficiente para fornecer segurana razovel de que a firma cumpre as normas tcnicas e as exigncias regulatrias e legais aplicveis, e que os relatrios emitidos pela firma ou pelos scios encarregados dos trabalhos so apropriados nas circunstncias; ou

(b) deficincias sistmicas, repetitivas ou significativas, que requerem uma medida corretiva imediata.

50. A firma deve comunicar aos scios encarregados e a outras pessoas consideradas necessrias, as deficincias observadas em decorrncia do processo de monitoramento e as recomendaes para a medida corretiva adequada (ver item A69).

51. As recomendaes para que sejam tomadas medidas adequadas em relao s deficincias observadas devem incluir uma ou mais das seguintes recomendaes:

(a) aplicao de medida corretiva adequada em relao a um trabalho individual ou a um membro da equipe;

(b) comunicao das constataes aos responsveis pelo treinamento e desenvolvimento profissional;

(c) alteraes nas polticas e procedimentos de controle de qualidade; e

(d) medida disciplinar contra aqueles que deixaram de cumprir as polticas e procedimentos da firma, especialmente os reincidentes.

52. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para tratar dos casos onde os resultados dos procedimentos de monitoramento indicam que um relatrio possa ser inadequado ou que foram omitidos procedimentos durante a execuo do trabalho. Essas polticas e procedimentos devem requerer que a firma determine qual ao adicional apropriada para o cumprimento das normas tcnicas e das exigncias regulatrias e legais relevantes e considere a necessidade de obter assessoria legal.

53. A firma deve comunicar, pelo menos uma vez por ano, os resultados do monitoramento de seu sistema de controle de qualidade aos scios encarregados dos trabalhos e outras pessoas apropriadas na firma, incluindo o presidente ou, se adequado, a diretoria executiva da firma. Essa comunicao deve ser suficiente para permitir que a firma e essas pessoas adotem prontamente as aes adequadas, quando necessrio, de acordo com suas funes e responsabilidades definidas. As informaes comunicadas devem incluir o seguinte:

(a) uma descrio dos procedimentos de monitoramento realizados;

(b) as concluses obtidas dos procedimentos de monitoramento;

(c) quando relevante, uma descrio das deficincias sistmicas, repetitivas ou outras deficincias significativas e das medidas tomadas para resolver ou corrigir essas deficincias.

54. Algumas firmas operam como parte de uma rede e, para fins de consistncia, podem implementar alguns de seus procedimentos de monitoramento no contexto dessa rede. Quando as firmas da rede operam segundo polticas e procedimentos comuns, projetados para cumprir esta Norma, e essas firmas confiam nesse sistema de monitoramento, as polticas e procedimentos da firma devem requerer que:

(a) a rede comunique, pelo menos uma vez por ano, o alcance, a extenso e os resultados gerais do processo de monitoramento s pessoas apropriadas das firmas da rede; e

(b) a rede comunique, prontamente, quaisquer deficincias identificadas no sistema de controle de qualidade s pessoas adequadas na firma ou nas firmas da mesma rede, para que sejam tomadas as medidas necessrias, de modo que os scios encarregados do trabalho das firmas da mesma rede possam confiar nos resultados do processo de monitoramento implementados na rede, a menos que as firmas ou a rede aconselhem de outra forma.

Reclamaes e alegaes

55. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos projetados para fornecer segurana razovel de que a firma trate de maneira apropriada as:

(a) reclamaes e alegaes de que o trabalho realizado pela firma no est de acordo com as normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis; e

(b) alegaes de no cumprimento do sistema de controle de qualidade da firma. Como parte desse processo, a firma deve estabelecer canais claramente definidos para que o pessoal da firma manifeste quaisquer preocupaes sem medo de represlias (ver item A70).

56. Se, durante as investigaes das reclamaes e alegaes, forem identificadas deficincias no desenho ou na operao das polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma ou o no cumprimento do sistema de controle de qualidade da firma por uma ou mais pessoas, a firma deve tomar as aes adequadas conforme especificadas no item 51 (ver tambm itens A71 e A72).

Documentao do sistema de controle de qualidade

57. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos requerendo documentao adequada para fornecer evidncia da operao de cada elemento de seu sistema de controle de qualidade (ver itens A73 a A75).

58. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos que requeiram a reteno da documentao por um perodo suficiente, para permitir que as pessoas que realizam os procedimentos de monitoramento avaliem o cumprimento do sistema de controle de qualidade pela firma, ou por um perodo mais longo se exigido por lei ou regulamento.

59. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos que requeiram a documentao das reclamaes e alegaes e as respectivas respostas.

Aplicao e outros materiais explicativos

Aplicao e cumprimento de exigncias relevantes

Consideraes especficas para firma menor (ver item 14)

A1. Esta Norma no requer o cumprimento de requisitos que no so relevantes, por exemplo, nas circunstncias de um nico auditor independente pessoa fsica, sem quadro tcnico. Os requisitos desta Norma, como os relacionados com polticas e procedimentos para a designao de pessoal adequado para a equipe de trabalho (ver item 31), a responsabilidade de reviso (ver item 33), e comunicao anual dos resultados do monitoramento aos scios encarregados do trabalho da firma (ver item 53) no so relevantes na ausncia de quadro tcnico.

Elementos de um sistema de controle de qualidade (ver item 17)

A2. Em geral, a comunicao das polticas e procedimentos de controle de qualidade ao pessoal da firma inclui uma descrio das polticas e procedimentos de controle de qualidade e dos objetivos que devem alcanar, e a mensagem de que cada pessoa tem responsabilidade pessoal pela qualidade e que se espera que ela cumpra essas polticas e procedimentos. O estmulo para que o pessoal da firma comunique suas opinies e preocupaes relacionadas com assuntos do controle de qualidade reconhece a importncia de se obter retorno (feedback) do sistema de controle de qualidade da firma.

Consideraes especficas para firma menor

A3. A documentao e a comunicao de polticas e procedimentos para firmas menores podem ser menos formais e menos extensas que para firmas maiores.

Responsabilidade da liderana pela qualidade na firma.

Promoo de cultura interna de qualidade (ver item18)

A4. A liderana da firma e os exemplos que ela d influenciam de maneira significativa a cultura interna da firma. A promoo de uma cultura interna orientada por qualidade depende de aes e mensagens consistentes e freqentes de todos os nveis da administrao da firma que enfatizem as polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma, e a necessidade de:

(a) realizar trabalhos de acordo com normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis; e

(b) emitir relatrios que so apropriados nas circunstncias.

Essas aes e mensagens estimulam uma cultura que reconhece e recompensa o trabalho de alta qualidade. Essas aes e mensagens podem ser comunicadas por meio de seminrios de treinamento, reunies, conversas formais ou informais, declaraes de misso, boletins informativos ou memorandos informativos. Elas podem ser incorporadas na documentao interna e nos materiais de treinamento da firma, e nos procedimentos de avaliao dos scios e do quadro tcnico, de forma a apoiar e reforar a opinio da firma sobre a importncia da qualidade e de como esta deve ser alcanada na prtica.

A5. De especial importncia na promoo de uma cultura interna baseada em qualidade a necessidade da liderana da firma reconhecer que o requisito primordial da estratgia de negcios da firma alcanar a qualidade em todos os trabalhos executados pela firma. A promoo dessa cultura interna inclui:

(a) estabelecer polticas e procedimentos que tratam da avaliao de desempenho, remunerao e promoo (incluindo sistemas de incentivo) com relao a seu pessoal, para demonstrar o compromisso da firma com a qualidade acima de tudo;

(b) atribuir responsabilidades gerenciais claras, de modo que as consideraes comerciais no se sobreponham qualidade do trabalho executado; e

(c) fornecer recursos suficientes para o desenvolvimento, documentao e suporte das polticas e procedimentos de controle de qualidade.

Atribuio de responsabilidade operacional ao sistema de controle de qualidade da firma (ver item 19)

A6. Experincia e capacidade suficientes e apropriadas permitem pessoa ou s pessoas responsveis pelo sistema de controle de qualidade da firma identificar e entender os assuntos referentes a controle de qualidade e desenvolver polticas e procedimentos adequados. Possuir a autoridade necessria permite pessoa ou s pessoas implementar essas polticas e procedimentos.

Exigncia ticas relevantes

Cumprimento das exigncias ticas relevantes (ver item 20)

A7. Os princpios fundamentais da tica profissional a serem observados pelos auditores incluem:

(a) integridade;

(b) objetividade;

(c) competncia profissional e devido zelo;

(d) confidencialidade; e

(e) comportamento profissional.

Esses princpios esto implcitos no Cdigo de tica Profissional do Contabilista.

A8. O Cdigo de tica Profissional do Contabilista e as normas profissionais relacionadas mostram como a estrutura conceitual deve ser aplicada em situaes especficas. Fornecem exemplos de salvaguardas que podem ser adequadas para tratar das ameaas ao cumprimento dos princpios fundamentais e fornece, tambm, exemplos de situaes onde no h salvaguardas disponveis para tratar as ameaas.

A9. Os princpios fundamentais so reforados especialmente por:

liderana da firma;

educao e treinamento;

monitoramento; e

processo para tratar das no conformidades.

Definio de firma, rede e firma da mesma rede (ver itens20 a 25)

A10. As definies de firma, rede ou firma da mesma rede em exigncias ticas relevantes podem diferir daquelas especificadas nesta Norma. Por exemplo, a NBC PA Norma de independncia do Auditor Independente define firma como:

A NBC PA 1.2 Independncia define rede como:

1.2.1.3 Entidade de auditoria por rede aquela sob controle, administrao, razo social ou mesmo nome de fantasia, inclusive por associao.

(a) um nico profissional ou sociedade de pessoas que atuam como auditor independente;

(b) uma entidade que controla essas pessoas ou sociedades por meio de controle societrio, administrao ou outros meios; e

(c) uma entidade controlada por essas partes por meio de controle societrio, administrao ou outros meios.

As normas profissionais do Conselho Federal de Contabilidade tambm fornecem orientao em relao aos termos rede e firma da mesma rede.

No cumprimento das exigncias dos itens 20 a 25, as definies usadas nas exigncias ticas relevantes se aplicam na medida do necessrio para interpret-las.

Confirmao por escrito (ver item 24)

A11. A confirmao por escrito pode ser feita em papel ou em formato eletrnico. Ao obter confirmao e tomar a medida adequada em relao a informaes que indicam no conformidades, a firma demonstra a importncia que atribui independncia e torna a questo atual e visvel para seu pessoal.

Ameaa de familiaridade (ver item 25)

A12. A norma profissional relativa a independncia do Conselho Federal de Contabilidade discute a ameaa de familiaridade que pode ser criada quando se usa o mesmo pessoal snior em trabalho de assegurao por um longo perodo de tempo e as salvaguardas podem ser apropriadas para tratar essas ameaas.

A13. A determinao de critrios adequados para tratar a ameaa de familiaridade pode incluir assuntos como:

a natureza do trabalho, incluindo at que ponto ele envolve uma questo de interesse pblico; e

o tempo de servio do pessoal snior no trabalho.

A salvaguarda determinada pela NBC PA 2 - Independncia consiste da rotao dos lderes da equipe. (item 1.2.9).

A14. A NBC P 1.2 que trata da independncia do auditor independente, reconhece que a ameaa de familiaridade especialmente relevante no contexto de auditoria de demonstraes contbeis de modo que requer o rodzio do scio do trabalho aps o perodo de cinco anos.

Consideraes especficas para organizao de auditoria do setor pblico

A15. Medidas legais podem fornecer salvaguardas para a independncia dos auditores do setor pblico. Entretanto, ainda pode haver ameaas independncia independentemente das medidas projetadas para proteg-la. Portanto, ao estabelecer as polticas e procedimentos requeridos nos itens 20 a 25, o auditor de entidade do setor pblico pode considerar os termos de sua contratao como auditor e tratar quaisquer ameaas independncia nesse contexto.

A16. Companhias abertas, conforme mencionado nos itens 25 e A14, no so comuns no setor pblico. Entretanto, pode haver outras entidades do setor pblico que so significativas em decorrncia de porte, complexidade ou aspectos de interesse pblico, e que conseqentemente possuem uma ampla gama de partes interessadas. Portanto, pode haver casos em que uma firma determine, com base em suas polticas e procedimentos de controle de qualidade, que uma entidade do setor pblico significativa com o objetivo de expandir os procedimentos de controle de qualidade.

A17. No setor pblico, a legislao pode estabelecer as nomeaes e os termos de contratao do auditor com responsabilidade de scio encarregado do trabalho. Conseqentemente, pode no ser possvel cumprir as exigncias de rodzio de scios encarregados do trabalho previstas para outros trabalhos. No obstante, para entidades do setor pblico consideradas relevantes, conforme observado no item A16, pode ser do interesse pblico que as organizaes de auditoria de entidade do setor pblico estabeleam polticas e procedimentos para promover o cumprimento do esprito do rodzio dos scios encarregados do trabalho.

Aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especficos

Competncia, habilidade e recursos (ver item 26 (a))

A18. Considerar se a firma possui a competncia, habilidades e os recursos para assumir um novo trabalho de um cliente novo ou existente envolve revisar as exigncias especficas do trabalho e os perfis do scio e do quadro tcnico existentes, em todos os nveis relevantes, incluindo se:

o pessoal da firma tem conhecimento dos setores ou temas relevantes;

o pessoal da firma tem experincia relevante com as exigncias regulatrias ou de relatrio, ou a capacidade de obter as habilidades e o conhecimento necessrios de maneira efetiva;

a firma tem pessoal suficiente com a competncia e a habilidade necessrias;

existem especialistas disponveis, se necessrio;

existem pessoas disponveis que atendam aos critrios e os requisitos de elegibilidade para realizar reviso do controle de qualidade do trabalho, quando aplicvel; e

a firma consegue concluir o trabalho dentro do prazo para apresentao do relatrio ou relatrio.

Integridade do cliente (ver item 26(c))

A19. Com relao integridade de um cliente, os assuntos a serem considerados incluem, por exemplo:

a identidade e a reputao empresarial dos principais proprietrios, do pessoal chave da administrao e dos responsveis pela governana do cliente;

a natureza das operaes do cliente, incluindo suas prticas empresariais;

informaes sobre a postura dos principais proprietrios, pessoal chave da administrao e dos responsveis pela governana do cliente, com relao a assuntos como interpretao agressiva de normas contbeis e o ambiente de controle interno;

se o cliente est primordialmente preocupado em manter os honorrios da firma no nvel mais baixo possvel;

indicaes de limitao indevida no alcance do trabalho;

indicaes de que o cliente pode estar envolvido em lavagem de dinheiro ou outras atividades criminosas;

as razes da disposio de contratar a firma e de no recontratar a firma anterior;

a identidade e a reputao empresarial de partes relacionadas.

O grau de conhecimento sobre a integridade de um cliente em geral aumenta no contexto de relacionamento contnuo com esse cliente.

A20. As fontes de informao obtidas pela firma sobre esses assuntos podem incluir o seguinte:

contato com prestadores de servios contbeis para o cliente, atuais ou anteriores, de acordo com exigncias ticas relevantes, e discusses com outros terceiros;

indagao do pessoal de outras firmas ou terceiros, como bancos, consultores legais e pares do setor;

buscas de informaes em bases de dados relevantes.

Continuidade do relacionamento com clientes (ver item 27(a))

A21. Decidir sobre continuar o relacionamento com um cliente inclui considerar os assuntos significativos levantados durante os trabalhos atuais ou anteriores e suas implicaes para essa continuidade. Por exemplo, um cliente pode ter comeado a expandir suas operaes de negcios em uma rea em que a firma no possui a especializao necessria.

Retirada (ver item 28)

A22. As polticas e procedimentos para retirar-se de um trabalho bem como para interromper o relacionamento com o cliente tratam de assuntos que incluem:

discusso com o nvel apropriado da administrao e os responsveis pela governana do cliente sobre a medida adequada que a firma poderia adotar com base nos fatos e nas circunstncias relevantes;

no caso da firma determinar que apropriado retirar-se, discutir com o nvel apropriado da administrao e os responsveis pela governana do cliente sobre retirar-se do trabalho, ou retirar-se do trabalho e interromper o relacionamento com o cliente, e as razes da retirada;

considerar se h alguma exigncia profissional, regulatria ou legal para que a firma continue no trabalho ou para a firma informar s autoridades reguladoras sobre sua retirada do trabalho, ou do trabalho e do relacionamento com o cliente, juntamente com as razes da retirada;

documentao de assuntos significativos, consultas, concluses e a base para as concluses.

Consideraes especficas para organizao de auditoria do setor pblico (ver itens 26 a 28)

A23. No setor pblico, os auditores podem ser contratados de acordo com procedimentos regulamentares. Conseqentemente, certos requisitos e consideraes relativos aceitao e continuidade do relacionamento com clientes e de trabalhos especficos, conforme especificados nos itens 26 a 28 e A18 a A22, podem no ser relevantes. No obstante, estabelecer polticas e procedimentos conforme descrito pode fornecer informaes valiosas para auditores do setor pblico na realizao de avaliaes de risco e no cumprimento de responsabilidades em relao a relatrio.

Recursos humanos (ver item 29)

A24. Os assuntos de pessoal relevantes para as polticas e procedimentos da firma em relao a recursos humanos incluem, por exemplo:

recrutamento;

avaliao de desempenho;

habilidades, incluindo tempo para execuo de atribuies;

competncia;

desenvolvimento de carreira;

promoo;

remunerao;

estimativa da necessidade de pessoal.

Processos e procedimentos de recrutamento eficazes ajudam a firma a selecionar pessoas com integridade que tenham capacidade de desenvolver a competncia e a habilidade necessrias para realizar o trabalho da firma, e possuam as caractersticas adequadas para que consigam realiz-lo de maneira competente.

A25. A competncia pode ser desenvolvida por diversos mtodos, incluindo os seguintes:

educao profissional;

desenvolvimento profissional contnuo, incluindo treinamento;

experincia de trabalho;

orientao de pessoal mais experiente, por exemplo, outros membros da equipe de trabalho;

educao sobre independncia para o pessoal a quem se requer que seja independente.

A26. A contnua competncia do pessoal da firma depende, em grande parte, de um nvel adequado de desenvolvimento profissional contnuo, que vise a manuteno do conhecimento e da habilidade do pessoal. Polticas e procedimentos efetivos enfatizam a necessidade de treinamento contnuo para todos os nveis de pessoal da firma e fornecem os recursos e ajuda necessrios para o treinamento para permitir ao pessoal desenvolver e manter a competncia e a habilidade necessrias.

A27. A firma pode usar uma pessoa externa adequadamente qualificada, por exemplo, quando no h recursos tcnicos e de treinamento internos disponveis.

A28. Os procedimentos de avaliao de desempenho, remunerao e promoo proporcionam o devido reconhecimento e recompensa ao desenvolvimento e manuteno da competncia e do compromisso com princpios ticos. As providncias que a firma pode tomar para desenvolver e manter a competncia e o compromisso com princpios ticos incluem:

informar o pessoal sobre as expectativas da firma em relao ao desempenho e aos princpios ticos;

fornecer ao pessoal avaliao e aconselhamento sobre desempenho, progresso e desenvolvimento de carreira; e

ajudar o pessoal a entender que a promoo para posies de maior responsabilidade depende, entre outras coisas, da qualidade do desempenho e da adeso aos princpios ticos, e que o no cumprimento das polticas e procedimentos da firma pode resultar em aes disciplinares.

Consideraes especficas para firma menor

A29. O porte e as circunstncias da firma influenciam a estrutura do processo de avaliao de desempenho da firma. Especificamente as firmas menores podem usar mtodos menos formais para avaliar o desempenho do pessoal.

Designao de equipe de trabalho

Scio encarregado do trabalho (ver item 30)

A30. As polticas e procedimentos podem incluir sistemas para monitorar a carga de trabalho e a disponibilidade dos scios encarregados do trabalho de modo a permitir que essas pessoas tenham tempo suficiente para desempenhar adequadamente suas responsabilidades.

Equipe de trabalho (ver item 31)

A31. A designao de equipes de trabalho e a determinao do nvel de superviso necessrio pela firma incluem, por exemplo, considerar se a equipe de trabalho:

entende e possui experincia prtica de trabalhos de natureza e complexidade semelhantes por meio de treinamento e participao adequados;

entende as normas tcnicas e as exigncias regulatrias e legais aplicveis;

possui conhecimento e especializao tcnica, incluindo conhecimento de tecnologia da informao relevante;

possui conhecimento dos setores relevantes em que os clientes operam;

possui capacidade para emitir uma opinio profissional; e

entende as polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma.

Execuo do trabalho

Consistncia na qualidade da execuo do trabalho (ver item 32(a))

A32. A firma promove a consistncia na qualidade da execuo do trabalho por meio de suas polticas e procedimentos. Para isso, so freqentemente utilizados manuais impressos ou eletrnicos, ferramentas de software ou outras formas de documentao padronizada, e materiais de orientao para setores e temas especficos. Os assuntos tratados podem incluir:

como as equipes de trabalho recebem as informaes sobre o trabalho para obter um entendimento dos seus objetivos;

processos para o cumprimento de normas de trabalho aplicveis;

processos de superviso do trabalho, treinamento e orientao do quadro tcnico;

mtodos de reviso do trabalho realizado, os julgamentos significativos feitos e a forma do relatrio que est sendo emitido;

documentao adequada do trabalho executado e da poca e extenso da reviso;

processos para manter as polticas e procedimentos atualizados.

A33. O trabalho em equipe e o treinamento adequado ajudam os membros menos experientes da equipe de trabalho a entenderem claramente os objetivos do trabalho designado.

Superviso (ver item 32(b))

A34. A superviso do trabalho inclui o seguinte:

acompanhar o andamento do trabalho;

considerar a competncia e habilidade individual dos membros da equipe de trabalho, se eles tm tempo suficiente para realizar seu trabalho, se entendem as instrues recebidas e se o trabalho est sendo executado de acordo com a abordagem planejada;

tratar dos assuntos significativos que surgem durante o trabalho, considerar sua importncia e modificar a abordagem planejada de maneira apropriada; e

identificar assuntos para consulta a membros mais experientes da equipe de trabalho, ou para sua considerao durante o trabalho.

Reviso (ver item 32(c))

A35. Uma reviso consiste em considerar se:

o trabalho foi realizado de acordo com normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis;

foram levantados assuntos significativos para considerao adicional;

foram feitas as consultas adequadas, e documentadas e implementadas as concluses resultantes;

h necessidade de revisar a natureza, poca e extenso do trabalho realizado;

o trabalho realizado suporta as concluses obtidas e est adequadamente documentado;

as evidncias obtidas so suficientes e apropriadas para suportar o relatrio; e

os objetivos dos procedimentos do trabalho foram alcanados.

Consulta (ver item 34)

A36. Consultas incluem discusso no nvel profissional adequado com pessoas de dentro e de fora da firma que tm experincia especializada.

A37. Para as consultas so utilizados recursos adequados de pesquisa, assim como a experincia e especializao tcnica coletivas da firma. As consultas ajudam a promover a qualidade e melhoram a aplicao do julgamento profissional. O adequado reconhecimento da consulta nas polticas e procedimentos da firma ajuda a promover uma cultura onde a consulta reconhecida como uma vantagem e que estimula o pessoal a fazer consultas sobre assuntos difceis ou controversos.

A38. Pode-se conseguir uma consulta eficaz sobre assuntos tcnicos, ticos ou outras assuntos significativos dentro da firma ou, quando aplicvel, fora da firma, quando as pessoas consultadas:

assessoria fundamentada em informaes; e

possuem conhecimento adequado, senioridade e experincia, e quando as concluses resultantes das consultas so adequadamente documentadas e implementadas.

A39. A documentao suficientemente completa e detalhada das consultas a outros profissionais sobre assuntos difceis ou controversos contribui para que sejam entendidos:

os assuntos que levaram consulta; e

os resultados da consulta, incluindo quaisquer decises tomadas, a base para essas decises e como elas foram implementadas.

Consideraes especficas para firma menor

A40. Uma firma que precisa fazer consultas externamente, por exemplo, uma firma sem recursos internos adequados, pode beneficiar-se dos servios de assessoria fornecidos por:

outras firmas; ou

rgos profissionais e reguladores.

Antes de contratar esses servios, a anlise da competncia e da habilidade do fornecedor de servios externos ajuda a firma a determinar se ele adequadamente qualificado para esse fim.

Reviso do controle de qualidade do trabalho

Critrios para reviso do controle de qualidade do trabalho (ver item 35(b))

A41. Os critrios para determinar quais trabalhos, alm de auditorias de demonstraes contbeis de companhias abertas, devem ser submetidos reviso de controle de qualidade do trabalho podem incluir, por exemplo:

a natureza do trabalho, incluindo at que ponto ele envolve uma questo de interesse pblico;

a identificao de circunstncias ou riscos incomuns em um trabalho ou classe de trabalhos;

se as leis ou regulamentos requerem uma reviso do controle de qualidade do trabalho.

Natureza, poca e extenso da reviso do controle de qualidade do trabalho (ver itens 36 e 37)

A42. O relatrio do trabalho no deve ser datado enquanto no for concluda a reviso do controle de qualidade do trabalho. Entretanto, a documentao da reviso do controle de qualidade do trabalho pode ser completada aps a data do relatrio.

A43. A conduo da reviso do controle de qualidade do trabalho em momentos oportunos durante as devidas etapas do trabalho permite que assuntos significativos sejam prontamente resolvidos, de maneira satisfatria para o revisor do controle de qualidade do trabalho na data, ou antes, da data do relatrio ou relatrio.

A44. A extenso da reviso do controle de qualidade do trabalho depende, entre outras coisas, da complexidade do trabalho, se a entidade companhia aberta, e do risco do relatrio no ser adequado nas circunstncias. A realizao de reviso do controle de qualidade do trabalho no reduz as responsabilidades do scio encarregado do trabalho.

Reviso do controle de qualidade do trabalho de companhia aberta (ver item 38)

A45. Outros assuntos relevantes para a avaliao dos julgamentos significativos feitos pela equipe de trabalho que podem ser considerados na reviso de controle de qualidade do trabalho de auditoria de demonstraes contbeis de companhia aberta incluem:

riscos significativos identificados durante o trabalho e as respostas a esses riscos;

julgamentos feitos, especialmente com relao relevncia e riscos significativos;

a importncia e disposio de distores corrigidas e no corrigidas identificadas durante o trabalho;

os assuntos a serem comunicados administrao e aos responsveis pela governana e, quando aplicvel, a outras partes como rgos reguladores.

Esses outros assuntos, dependendo das circunstncias, tambm podem ser aplicveis a revises de controle de qualidade do trabalho em auditoria de demonstraes contbeis de outras entidades, assim como nas revises de demonstraes contbeis e outros servios de assegurao e servios correlatos.

Consideraes especficas para organizao de auditoria do setor pblico

A46. Embora no sejam denominadas companhias abertas, conforme descrito no item A16, certas entidades do setor pblico podem ter importncia suficiente para justificar uma reviso do controle de qualidade do trabalho.

Critrios para a elegibilidade do revisor do controle de qualidade do trabalho

Especializao, experincia e autoridade suficientes e adequadas (ver item 39(a))

A47. O que constitui especializao, experincia e autoridade suficientes e adequadas depende das circunstncias do trabalho. Por exemplo, o revisor do controle de qualidade do trabalho em uma auditoria das demonstraes contbeis de companhia aberta provavelmente uma pessoa com experincia e autoridade suficientes e adequadas para atuar como scio encarregado em auditoria das demonstraes contbeis de companhias abertas.

Consulta com o revisor do controle de qualidade do trabalho (ver item 39(b))

A48. O scio encarregado do trabalho pode consultar o revisor do controle de qualidade, durante o trabalho, para, por exemplo, garantir que o julgamento feito por ele ser aceitvel para o revisor do controle de qualidade. Essa consulta evita a identificao de diferenas de opinio em etapa posterior e no compromete necessariamente a elegibilidade do revisor do controle de qualidade para desempenhar o papel. Quando a natureza e a extenso das consultas se tornam significativas, a objetividade do revisor pode ficar comprometida, a menos que a equipe de trabalho e o revisor tomem o cuidado de manter a objetividade do revisor. Quando isso no for possvel, outra pessoa dentro da firma ou pessoa externa, adequadamente qualificada, pode ser nomeada para desempenhar o papel de revisor do controle de qualidade do trabalho ou da pessoa a ser consultada sobre o trabalho.

Objetividade do revisor do controle de qualidade do trabalho (ver item 40)

A49. A firma deve estabelecer polticas e procedimentos para manter a objetividade do revisor do controle de qualidade do trabalho. Conseqentemente, essas polticas e procedimentos determinam que o revisor de controle de qualidade do trabalho:

quando praticvel, no seja selecionado pelo scio encarregado do trabalho;

no participe de outra forma no trabalho durante o perodo de reviso;

no tome decises pela equipe de trabalho; e

no esteja sujeito a outras consideraes que ameaariam a objetividade do revisor.

Consideraes especficas para firma menor

A50. Pode no ser praticvel, no caso de firmas com poucos scios, que o scio encarregado do trabalho no esteja envolvido na seleo do revisor de controle de qualidade do trabalho. Pessoas externas adequadamente qualificadas podem ser contratadas quando um nico profissional ou firmas de pequeno porte identificam trabalhos que requerem reviso do controle de qualidade do trabalho. Alternativamente, alguns profissionais individuais ou algumas firmas de pequeno porte podem desejar usar outras firmas para facilitar a reviso do controle de qualidade dos trabalhos. Quando a firma contrata pessoas externas adequadamente qualificadas, as exigncias nos itens 39 a 41 e as orientaes nos itens A47 e A48 so aplicveis.

Consideraes especficas para organizao de auditoria do setor pblico

A51. No setor pblico, um auditor independente nomeado estatutariamente (por exemplo, um auditor geral, ou outra pessoa adequadamente qualificada nomeada em nome do auditor geral) pode desempenhar o papel equivalente ao do scio encarregado do trabalho com responsabilidade geral pela auditoria do setor pblico. Nessas circunstncias, quando aplicvel, a seleo do revisor do controle de qualidade do trabalho inclui considerar a necessidade de independncia da entidade auditada e a capacidade do revisor do controle de qualidade do trabalho de fornecer uma avaliao objetiva.

Diferenas de opinio (ver item 43)

A52. Procedimentos eficazes encorajam a identificao de diferenas de opinio em uma etapa inicial, fornecem orientaes claras sobre as providncias a serem adotadas posteriormente, e requerem documentao relativa resoluo das diferenas e implementao das concluses obtidas.

A53. Os procedimentos para resolver essas diferenas podem incluir consulta a outro profissional, outra firma ou rgo profissional ou regulador.

Documentao do trabalho

Concluso da montagem dos arquivos finais do trabalho (ver item 45)

A54. O item 45 requer que a firma estabelea limites de tempo que refletem a necessidade de completar a montagem de arquivos finais do trabalho no momento oportuno. No caso de auditoria, por exemplo, esse limite de tempo seria normalmente de no mximo 60 dias aps a data do relatrio do auditor independente.

A55. Quando so emitidos dois ou mais relatrios diferentes referentes ao mesmo objeto ou informao da entidade, as polticas e procedimentos da firma em relao a limites de tempo para a montagem dos arquivos finais do trabalho tratam cada relatrio como se fosse um trabalho separado. Esse pode ser o caso, por exemplo, quando a firma emite um relatrio de auditoria independente sobre as informaes contbeis de um componente para fins de consolidao do grupo e em data posterior, um relatrio de auditoria independente sobre as mesmas informaes contbeis para fins estatutrios.

Confidencialidade, custdia, integridade, acessibilidade e recuperabilidade da documentao do trabalho (ver item 46)

A56. Os requisitos ticos relevantes estabelecem a obrigao do pessoal da firma observar durante todo o tempo a confidencialidade das informaes contidas na documentao do trabalho, a menos que tenha sido fornecida uma autorizao especfica pelo cliente para a sua divulgao, ou haja um dever legal para isso. Leis ou regulamentos especficos podem impor obrigaes adicionais para que o pessoal da firma mantenha a confidencialidade do cliente, especificamente nos casos em que esto envolvidos dados de natureza pessoal.

A57. Qualquer que seja o formato da documentao, impressa, eletrnica ou outro meio, a integridade, acessibilidade e a recuperabilidade dos dados de suporte pode ficar comprometida se a documentao puder ser alterada, adicionada ou excluda sem o conhecimento da firma, ou se ela puder ser perdida ou danificada de forma permanente. Conseqentemente, os controles que a firma estabelece e implementa para evitar alterao no autorizada ou perda da documentao do trabalho podem incluir aqueles que:

permitem determinar quando e por quem a documentao do trabalho foi criada, alterada ou revisada;

rotegem a integridade das informaes em todas as etapas do trabalho, especialmente quando as informaes so compartilhadas pela equipe de trabalho ou transmitidas para outras partes via internet;

previnem alteraes no autorizadas na documentao do trabalho; e

permitem o acesso da equipe de trabalho e de outras partes autorizadas documentao do trabalho conforme necessrio para o desempenho de suas responsabilidades.

A58. Os controles que a firma estabelece e implementa para manter a confidencialidade, custdia, integridade, acessibilidade e recuperabilidade da documentao dos trabalhos podem incluir o seguinte:

o uso de senha pelos membros da equipe de trabalho para restringir o acesso documentao eletrnica dos trabalhos aos usurios autorizados;

rotinas adequadas de cpias de segurana (back-up) da documentao eletrnica dos trabalhos nas devidas etapas durante o trabalho;

procedimentos para distribuir adequadamente a documentao do trabalho aos membros da equipe no incio do trabalho, process-la durante o trabalho e conferi-la no final do trabalho;

procedimentos para restringir o acesso documentao do trabalho impressa e permitir sua devida distribuio e armazenamento confidencial.

A59. Por razes prticas, a documentao original em papel pode ser escaneada para ser includa nos arquivos do trabalho. Nesses casos, os procedimentos da firma estabelecidos para manter a integridade, acessibilidade e recuperabilidade da documentao podem requerer que as equipes de trabalho:

gerem cpias escaneadas que refletem o contedo total da documentao original em papel, incluindo assinaturas manuais, referncias cruzadas e anotaes;

integrem as cpias escaneadas aos arquivos do trabalho, inclusive indexando e transmitindo as cpias escaneadas, conforme necessrio; e permitam que as cpias escaneadas sejam recuperadas e impressas, conforme necessrio.

Podem existir razes legais, regulatrias ou outras razes para a firma reter documentao original que j foi escaneada.

Reteno da documentao do trabalho (ver item 47)

A60. As necessidades da firma relativas reteno de documentao de trabalhos, ao perodo dessa reteno, variam de acordo com a natureza do trabalho e as circunstncias da firma, por exemplo, se ela necessria para fornecer o registro de assuntos que continuam importantes para futuros trabalhos. O perodo de reteno pode depender, tambm, de outros fatores, como por exemplo, se as leis ou regulamentos locais determinam perodos de reteno especficos para certos tipos de trabalho, ou se existem perodos de reteno especiais na ausncia de exigncias legais ou reguladoras especficas.

A61. No caso especfico de trabalho de auditoria, o perodo de reteno seria normalmente de pelo menos cinco anos, a partir da data do relatrio do auditor independente ou, se superior, da data do relatrio do auditor independente do grupo.

A62. Os procedimentos adotados pela firma para reteno da documentao do trabalho incluem aqueles que permitem que as exigncias do item 47 sejam cumpridas durante o perodo de reteno, por exemplo:

permitir a recuperao da documentao do trabalho e o acesso a ela durante o perodo de reteno, especialmente no caso de documentao eletrnica, uma vez que a respectiva tecnologia pode ser melhorada ou alterada ao longo do tempo;

ornecer, quando necessrio, o registro das alteraes feitas na documentao do trabalho, depois de concludos os arquivos do trabalho; e

permitir que as partes externas autorizadas acessem e revisem a documentao de trabalhos especficos para controle de qualidade ou para outros fins.

Propriedade da documentao do trabalho

A63. A documentao do trabalho de propriedade da firma. A firma pode, a seu critrio, disponibilizar partes ou trechos da documentao do trabalho aos clientes, desde que essa divulgao no prejudique a validade do trabalho realizado ou, no caso de trabalhos de assegurao, a independncia da firma ou do seu pessoal.

Monitoramento

Monitoramento das polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma (ver item 48)

A64. O objetivo de monitorar o cumprimento das polticas e procedimentos de controle de qualidade fornecer uma avaliao sobre:

a aderncia s normas tcnicas e s exigncias regulatrias e legais aplicveis;

se o sistema de controle de qualidade foi adequadamente projetado e efetivamente implementado; e

se as polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma foram adequadamente aplicados, de modo que os relatrios emitidos pela firma e pelos scios encarregados do trabalho sejam apropriados nas circunstncias.

A65. A continua considerao e avaliao do sistema de controle de qualidade inclui assuntos como as abaixo mencionados:

a anlise de:

o novos desenvolvimentos em normas tcnicas e exigncias regulatrias e legais aplicveis, e como so refletidos nas polticas e procedimentos da firma, quando adequado; o confirmao por escrito do cumprimento das polticas e procedimentos relativos independncia;

o desenvolvimento profissional contnuo, incluindo treinamento; e

o decises relacionadas com a aceitao e continuidade de relacionamento com clientes e de trabalhos especficos;

a determinao de medidas corretivas a serem tomadas e de melhorias a serem feitas no sistema, incluindo o fornecimento de comentrios (feedback) sobre as polticas e procedimentos da firma, relativas educao e ao treinamento;

a comunicao ao pessoal adequado da firma das fragilidades identificadas no sistema, em seu nvel de entendimento ou de seu cumprimento;

o acompanhamento pelo pessoal adequado da firma, de maneira que as modificaes necessrias nas polticas e procedimentos de controle de qualidade sejam prontamente efetuadas.

A66. As polticas e procedimentos de ciclos de inspeo podem, por exemplo, especificar um ciclo de trs anos de extenso. A forma de organizao do ciclo de inspeo, incluindo a poca de seleo de trabalhos individuais, depende de muitos fatores, como:

porte da firma

nmero e a localizao geogrfica dos escritrios;

resultados de procedimentos de monitoramento anteriores;

grau de autoridade do pessoal e dos escritrios (por exemplo, se os escritrios individuais esto autorizados a conduzir suas prprias inspees ou se somente o escritrio central pode conduzi-las);

natureza e complexidade da prtica e da organizao da firma;

riscos associados aos clientes da firma e aos trabalhos especficos.

A67. O processo de inspeo inclui a seleo de trabalhos individuais, alguns dos quais podem ser selecionados sem a notificao prvia da equipe de trabalho. Ao determinar o alcance das inspees, a firma pode levar em considerao o alcance ou as concluses do programa de inspeo externa independente. Entretanto, o programa de inspeo externa independente no funciona como substituto do programa de monitoramento interno prprio da firma.

Consideraes especficas para firma menor

A68. No caso de firmas de pequeno porte, os procedimentos de monitoramento podem precisar ser realizados por pessoas responsveis pelo desenho e pela implementao das polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma, ou que possam estar envolvidas na realizao da reviso do controle de qualidade dos trabalhos. Uma firma com um nmero limitado de pessoas pode optar por usar uma pessoa externa adequadamente qualificada ou outra firma para realizar inspeo dos trabalhos ou outros procedimentos de monitoramento. Alternativamente, a firma pode estabelecer acordos para compartilhar recursos com outras organizaes apropriadas para facilitar as atividades de monitoramento.

Comunicao de deficincias (ver item 50)

A69. A comunicao de deficincias identificadas a pessoas relevantes alm dos scios encarregados do trabalho no precisa incluir a identificao dos trabalhos especficos envolvidos, embora possam existir casos onde essa identificao necessria para o devido cumprimento das responsabilidades das pessoas alm dos scios encarregados do trabalho.

Reclamaes e alegaes

Fonte de reclamaes e alegaes (ver item 55)

A70. A origem de reclamaes e alegaes (que no incluem aquelas claramente frvolas) pode ser interna ou externa. Elas podem ser feitas pelo pessoal da firma, por clientes ou terceiros e podem ser recebidas por membros da equipe de trabalho ou por outra pessoa da firma.

Polticas e procedimentos de investigao (ver item 56)

A71. As polticas e procedimentos estabelecidos para a investigao de reclamaes e alegaes podem incluir, por exemplo, que o scio que supervisiona a investigao:

possua experincia suficiente e adequada;

tenha autoridade na firma; e

no esteja de outra forma envolvido no trabalho.

O scio que supervisiona a investigao pode envolver consultores legais conforme necessrio.

Consideraes especficas para firma menor

A72. Pode no ser praticvel, no caso de firmas com poucos scios, que o scio que supervisiona a investigao no esteja envolvido no trabalho. Essas firmas de pequeno porte e auditores pessoa fsica podem usar os servios de pessoa externa qualificada ou outra firma para realizar a investigao sobre reclamaes e alegaes.

Documentao do sistema de controle de qualidade (ver item 57)

A73. A forma e o contedo da documentao que evidencia a operao de cada um dos elementos do sistema de controle de qualidade so uma questo de julgamento e dependem de diversos fatores, incluindo o seguinte:

porte da firma e o nmero de escritrios;

natureza e complexidade da prtica e da organizao da firma.

Firmas de grande porte, por exemplo, podem usar bases de dados eletrnicas para documentar assuntos como confirmao de independncia, avaliao de desempenho e os resultados de inspeo de monitoramento.

A74. A documentao adequada relacionada com o monitoramento inclui, por exemplo:

procedimentos de monitoramento, incluindo o procedimento de seleo dos trabalhos concludos a serem inspecionados;

registro da avaliao:

o de aderncia s normas tcnicas e s exigncias regulatrias e legais aplicveis;

o se o sistema de controle de qualidade foi adequadamente projetado e efetivamente implementado; e

o se as polticas e procedimentos de controle de qualidade da firma foram adequadamente aplicadas, de modo que os relatrios emitidos pela firma ou pelos scios encarregados do trabalho sejam apropriados nas circunstncias.

identificao das deficincias observadas, avaliao do seu efeito, e a base para determinar se e qual medida adicional necessria.

Consideraes especficas para firma menor

A75. Firmas menores podem usar mtodos mais informais para a documentao de seus sistemas de controle de qualidade, como anotaes manuais, listas de verificao e formulrios.

1.2 NBC PA 03

RESOLUO CFC N. 1.323/11

Aprova a NBC PA 03 Reviso Externa de Qualidade pelos Pares.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exerccio de suas atribuies legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alnea f do art. 6 do Decreto-Lei n. 9.295/46, alterado pela Lei n. 12.249/10,

CONSIDERANDO que a Reviso Externa de Qualidade, a chamada Reviso pelos Pares, considerada como elemento essencial de garantia da qualidade dos servios de auditoria independente no mbito nacional e internacional;

CONSIDERANDO que foi instalado um Comit Administrador especfico, institudo pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelo IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil;

CONSIDERANDO que a Instruo n 308, da Comisso de Valores Mobilirios (CVM), de 14 de maio de 1999, em seu art. 33, prev a obrigatoriedade da reviso do controle de qualidade, para os contadores e as firmas de auditoria que exeram auditoria independente,

RESOLVE:

Art. 1 Aprovar a NBC PA 03 Reviso Externa de Qualidade pelos Pares.

Art. 2 Revogar a Resoluo CFC n. 1.158/09, publicada no D.O.U., Seo 1, de 17/2/2009, e o art. 2. da Resoluo CFC n. 1.202/09, publicada no D.O.U., Seo 1, de 3/12/2009.

Art. 3 Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao

Braslia, 21 de janeiro de 2011.

Contador Juarez Domingues Carneiro

Presidente

Ata CFC n. 946

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADENBC PA 03 REVISO EXTERNA DE QUALIDADE PELOS PARES

ndice

Item

OBJETIVO

1 2

ALCANCE

3

ADMINISTRAO DA REVISO PELOS PARES

4 13

RELATRIO DE REVISO

14 19

CARACTERSTICAS DO PROGRAMA

20 31

Confidencialidade

20 22

Independncia

23 25

Conflito de interesses

26

Competncia

27 28

Organizao do trabalho de reviso

29 31

PROCEDIMENTOS PARA A REVISO PELOS PARES

32 39

RELATRIO DA REVISO PELOS PARES

40 49

Contedo e prazo

40 42

Tipos de relatrio

43 49

REVISO E SEUS PRAZOS

50 57

RECURSO

58

PENALIDADES

59

Objetivo

1. A Reviso Externa de Qualidade pelos Pares, adiante denominada de Reviso pelos Pares, constitui-se em processo de acompanhamento e controle de qualidade dos trabalhos realizados pelos auditores independentes.

2. O objetivo da reviso pelos pares a avaliao dos procedimentos adotados pelo Contador que atua como Auditor Independente e pela Firma de Auditoria, daqui em diante denominados Auditor, com vistas a assegurar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A qualidade, neste contexto, medida pelo atendimento ao estabelecido nas Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas e Profissionais editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e, na falta destas, nos pronunciamentos do IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, e, quando aplicvel, nas normas emitidas por rgos reguladores.

Alcance

3. Esta Norma aplica-se, exclusivamente, ao Auditor com registro na Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

Administrao da Reviso pelos Pares

4. Para fins desta Norma, os seguintes termos so usados com os significados abaixo especificados:

Reviso pelos Pares o exame realizado por auditor independente nos trabalhos de auditoria executados por outro auditor independente, visando verificar se:

(a) os procedimentos e as tcnicas de auditoria utilizados para execuo dos trabalhos nas empresas clientes esto em conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas e Profissionais, editadas pelo CFC e, quando aplicvel, com outras normas emitidas por rgo regulador;

(b) o sistema de controle de qualidade desenvolvido e adotado pelo Auditor est adequado e conforme o previsto na NBC PA 01 Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurdicas e Fsicas) de Auditores Independentes.

Programa de Reviso o programa de trabalho do Comit Administrador da Reviso Externa de Qualidade (CRE), que compreende a definio da abrangncia, a seleo dos auditores a serem revisados, as etapas e os prazos a serem cumpridos pelos auditores revisores na realizao do trabalho de reviso.

Ano-base da reviso refere-se ao ano a ser revisado pelo auditor-revisor, que pode ser o ano anterior ao da indicao do auditor a ser revisado, bem como outros anos no revisados na ltima reviso realizada.

Relatrio de reviso o relatrio elaborado pelo auditor-revisor, a ser apresentado ao CRE, dispondo sobre a conformidade, ou no, do sistema de controle de qualidade existente nos trabalhos desenvolvidos pelo auditor-revisado.

Plano de ao o documento elaborado pelo auditor-revisado, a ser apresentado ao CRE, dispondo sobre as aes que ele ir realizar com o objetivo de sanar as fragilidades que foram apresentadas no relatrio de reviso.

Reviso recproca a situao em que o auditor-revisor teve sua ltima reviso realizada pelo atual auditor-revisado, no importando o intervalo de tempo entre as revises.

5. As partes envolvidas na Reviso pelos Pares so as seguintes:

(a) CRE, que o responsvel pela administrao do Programa de Reviso;

(b) Auditor-revisor, que o responsvel pela realizao da reviso individual;

(c) Auditor-revisado, que a firma, ou o auditor independente, que ser objeto da reviso.

6. O Auditor deve submeter-se Reviso pelos Pares, no mnimo, uma vez a cada ciclo de quatro anos, considerando que:

(a) a cada ano, no ms de janeiro, devem ser selecionados para incluso no programa de reviso, por critrio definido pelo CRE, os auditores que devero submeter-se Reviso pelos Pares, sendo, obrigatoriamente, includos aqueles que obtiveram seu cadastro na CVM no ano anterior, que ser definido como o ano-base da reviso;

(b) em decorrncia dos problemas especficos relatados pelo auditor-revisor na ltima reviso, o CRE pode decidir por determinar perodos menores para a reviso seguinte nos trabalhos do auditor-revisado.

7. A reviso deve ser organizada para permitir que o auditor-revisor emita opinio sobre o sistema de controle de qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelo auditor-revisado no perodo coberto pela reviso, independentemente de o mesmo ter realizado trabalho com emisso de relatrio de auditoria no perodo sob reviso.

8. O sistema de controle de qualidade de que trata o item 7 est relacionado estrutura organizacional e metodologia de auditoria estabelecida pelo auditor-revisado para a realizao dos trabalhos de auditoria, as quais devem atender ao estabelecido nas Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas e Profissionais.

9. O auditor-revisor deve elaborar carta de recomendao circunstanciada quando houver evidncia de que o auditor-revisado no cumpriu com as polticas e com os procedimentos de controle de qualidade estabelecidos no item 7.

10. O auditor-revisado deve submeter-se a nova reviso no ano subsequente, quando:

(a) o auditor-revisor emitir relatrio com opinio adversa ou absteno de opinio;

(b) o relatrio de reviso e/ou o plano de ao no tiverem sidos aprovados pelo CRE no ano que foram submetidos reviso, por no atendimento aos prazos estabelecidos ou por outras razes comunicadas pelo CRE.

11. O CRE composto por 4 (quatro) representantes do CFC e por 4 (quatro) representantes do IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, indicados pelas respectivas entidades, segundo suas disposies estatutrias. As atividades operacionais so de responsabilidade de ambas as entidades. Os representantes devem ser contadores no exerccio da auditoria independente devidamente registrados no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) e na CVM. Os representantes sero nomeados para um perodo de 3 (trs) anos, sendo permitida a reconduo.

12. Cabe ao CRE:

(a) selecionar e identificar os auditores a serem revisados a cada ano, considerando o estabelecido no item 6;

(b) emitir e atualizar guias de orientao, instrues, questionrios detalhados, anexos, expedientes, correspondncias e ofcios, que serviro de roteiro mnimo obrigatrio para orientao na tarefa de reviso pelos pares, sendo as mesmas partes integrantes desta Norma;

(c) dirimir quaisquer dvidas a respeito do processo de reviso pelos pares e resolver eventuais situaes no previstas nesta Norma;

(d) revisar os relatrios de reviso elaborados pelo auditor-revisor e os planos de ao corretivos encaminhados pelo auditor-revisado;

(e) aprovar, ou no, os relatrios de reviso e os planos de ao apresentados pelos auditores-revisores e pelos auditores-revisados, respectivamente;

(f) emitir relatrio sumrio anual;