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INSTITUTO SEPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DO JURUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
8,5
O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM
Adriana da Silva Pereira
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.
ALTA FLORESTA/2013
INSTITUTO SEPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DO JURUENA - AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM
Adriana da Silva Pereira
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.
"Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia e Educação Infantil."
ALTA FLORESTA/2013
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a Deus, a meu esposo, em especial meus filhos por
entender as minhas ausências.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela minha vida,saúde e força nas horas difíceis. Em especial a
todos meus professores que tanto contribuíram para prática pedagógica.
“Todo conhecimento comporta o risco do erro e
da ilusão. A educação do futuro deve enfrentar
problema
De dupla face do erro e da ilusão. O maior erro
seria Subestimar o problema do erro; a maior
ilusão seria Subestimar o problema da ilusão.
O reconhecimento do Erro e da ilusão é ainda
mais difícil, porque o erro e a ilusão não se
reconhece como tal “
Edgar Morin
RESUMO
A ludicidade é um tema que vem conquistando espaço no cenário nacional,
principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência e seu uso
permitiram um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da
aprendizagem e do desenvolvimento da criança, pequena. O presente trabalho teve
como objetivo descobrir como ocorre a aprendizagem na Educação Infantil através
da ludicidade. A escolha do tema justifica-se pelo fato de que o trabalho na
educação infantil, apesar de todos os seus avanças, continua insatisfatório,
percebendo-se a necessidade de mudança no âmbito educacional.
O procedimento metodologico utilizado foi a pesquisa bibliográfica, teve
como objetivo buscar informações para maior compreensão do tema abordado..
Conclui-se que o lúdico pode ser um instrumento indispensável na
aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornando evidente que
os professores é futuros professores devem e precisam tomar consciência disso.
Palavras-chaves: Educação Infantil; Aprendizagem; Desenvolvimento
SUMÁRIO
INTODUÇÃO..............................................................................................................07
CAPÍTULO I: A LUDICIDADE...................................................................................09
CAPÍTULO II: O JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM..............................12
CAPÍTULO III: A EDUCAÇÃO INFANTIL.................................................................19
CONSIDERAÇOES FINAIS.......................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................................29
INTODUÇÃO
Independente da condição sócio cultural da criança, os jogos os brinquedos
e as brincadeiras fazem parte do dia-a-dia da criança, pois elas vivem em um mundo
de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz- de-
conta se confundem. Mas essa condição não foi sempre assim, segundo Áries o
sentimento de infância demorou muito a surgir. As crianças não tinham o direito a
brincar, pois eram tratadas como adultas em miniaturas. Quando a criança não
precisava mais do apoio constante da mãe ou de amor
Por volta de 5 á 7 anos, ela já ingressava na vida na vida adulta, isto é
passava a conviver com os adultos sem haver um período de transição .ela era
considerada um adulto em miniatura, pois executava as mesmas atividades dos
mais velhos. Era como se a criança pequena não existisse. O individuo só passava a
existir quando podia se misturar e participar da vida adulta. Não se dispensava um
tratamento especial para as crianças, o que tornava sua sobrevivência difícil.
Já no século XVII começou timidamente os primeiros sentimentos de
infância. A criança passou a ter um papel na sociedade passando a ser seres
engraçadinhos, que davam diversão, e tendo também a preocupação com os altos
índices de mortalidade com crianças pequenas. Segundo ARIES(1998), essa nova
concepção foi devido a uma nova configuração de família, se tratando de novos
modos de socializar-se e de transmitir conhecimento.
Durante este mesmo período, considerado o maior educador e pedagogista
do xvii apresentou a sociedade européia uma nova concepção de educação, onde
atribuiu aos pais a tarefa e a responsabilidade de educar seus filhos ate os 7
anos.Naquela época isso foi um grade avanço, pois os pais não tinham a percepção
dessa responsabilidade por acreditarem que o educar nesta faixa etária não era
importante para desenvolvimento da criança e sim nos anos seguintes.
Com os grandes avanços ocorridos na Educação crescia o interesse de
estudiosos da aprendizagem do conhecimento dos aspectos cognitivos do
desenvolvimento, da linguagem e pela interferência dos primeiros anos de vida de
seu desempenho escolar.
Na sociedade atual onde ocorrem mudanças o tempo todo,somos sempre
levados a adquirir competências novas. A utilização de brincadeiras e jogos no
processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentar
os desafios do dia-a-dia.
Acreditamos na importância do brincar na aprendizagem e no quanto o
lúdico pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento
e na vida das crianças, tomando evidente que os professores e futuros professores
devem e precisam tomar consciência disso, saber se os professores atuantes tem
conhecimento de alguns conceito e muitas outras questões sobre a relação do
brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança realizamos este
trabalho.
Nesse sentido o lúdico pode contribuir de forma significativa par o
desenvolvimento da criança, seja ela de qualquer idade, auxiliando não so na
aprendizagem, mas também no desenvolvimento social, pessoal e cultural,
facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do
pensamento e do raciocínio lógico. A partir disso busquei evidenciar a importância
do lúdico e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser
importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças.
O lúdico pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no
desenvolvimento e na vida das crianças, tornando evidente que os professores é
futuros professores devem e precisam tomar conhecimento sobre a relação do
brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. A partir disso,
mostramos a importância do “lúdico “ e como os jogos, os brinquedos e as
brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem,
das crianças.
O presente trabalho esta dividido em três capítulos. No primeiro capitulo será
relatado sobre a ludicidade. No segundo sobre o jogo no processo de
aprendizagem,. No terceiro se falará sobre a educação infantil.
08
CAPÍTULO I: A LUDICIDADE
Por muito tempo, segundo KISHIMOTO (1994), achava-se que para a
criança pequena não necessita de uma proposta didática pedagógica, pois se
entendia que só bastava o cuidado físico da criança enquanto os pais trabalhavam
fora. Por acharem que a Educação Infantil precisava só preocupar-se com a saúde,
a higiene e não com a aprendizagem, pois entendiam que mesmas não tinham
condições de aprender.
A infância, segundo ROJAS (2007), é um tempo precioso para o ser
humano. Ela não tem o seu valor justificado apenas por ser um tempo de
preparação para que , no futuro, a pessoa tenha um bom desempenho escolar e
também para que seja um bom cidadão (vale lembrar que a criança já e um cidadão)
ou que apresente habilidades e competências para o mundo do trabalho. A
Educação Infantil deve construir firmemente para que a infância seja vivida de forma
intensa e prazerosa no presente.
É nesse período da vida, segundo ALMEIDA (2006), que a pessoa
estabelece a individualidade, constrói sua identidade, seus valores seus
conhecimentos e sua cultura, desenvolvimento sua singularidade e pluralidade na
sociedade. Isso se da através das relações que ela estabelece com o seu meio
físico e social. A pré- escola pode e deve prover elementos que enriquecesse esse
processo de desenvolvimento do individuo. Compreende-se, portanto, que a
Educação Infantil não pode se registrar á aprendizagem de conteúdos escolares ou
ao desenvolvimento de habilidades, mas em um desenvolver.
A instituição de Educação Infantil, segundo ROJAS (2007), deve ter como
objetivo em seu trabalho pedagógico a prática de uma educação que possibilita a
integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos-linguisticos e
sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e único, conforme
explica as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Para tanto e
necessário que o professor planeja suas aulas tendo sempre em vista a realidade do
educando em aprender brincando.
De acordo com ROJAS (2008), a esse respeito afirma que o planejamento
na Educação Infantil tem a mesma utilidade do que em qualquer outra etapa da
Educação Infantil pois o mesmo remete a tomada de consciência e a
intencionalidade que preside a intervenção para alcançar os objetivos esperados .
Portanto propomos que o planejamento seja elaborado de acordo com a
realidade e necessidade real do aprendiz, nunca esquecendo que os jogos, os
brinquedos e as brincadeiras é uma fonte inesgotável de prazer para a criança.
As implicações da necessidade lúdica estipularam as demarcações do
brincar espontânea do ser humano, pois através deste o mesmo é capaz de
desenvolver suas habilidades, seu raciocínio lógico-matematico, suas capacidades
artística, sentimentos e emoções. De acordo ROJAS (2008, p.65), “O lúdico
apresenta valores especifico para todas as fases da vida humana.” Portanto, não só
na infância o brincar é importante, mas por toda nossa vida.
A escola deve sempre proporcionar ambientes ricos em ludicidade e
atrativos para a aprendizagem do aluno.
Segundo KISHIMOTO (1994), Piaget explica em seus estudos que o
desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa do jogo como
forma de equilibração com o mundo.
Para ALMEIDA (2006, p,25)
é uma verdade que o brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, e que possível brincar com a imaginação. Mas é verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil realizar atividade lúdica, porque é que permite simular situações.
O brincar, algo próprio da criança é tão valorizado por ela deve ser levado a
serio por nós educadores, pois é um notável método de aprendizagem que além de
propiciar prazer, tem a capacidade de pensar, refletir, organizar e construir.
De acordo com ROJAS (2007), o brincar infantil não pode ser considerado
apenas uma brincadeira superficial, sem nenhum valor, pois, no verdadeiro e
profundo brincar, acordam, despertam e vivem forças de fantasias que, por sua vez,
chegam a ter uma ação direta sobre a formação e sobre a estruturação do
pensamento da criança. Esse processo natural e sadio de se processar a
Inteligência não é possível, quando as crianças não realizam ou não conseguem
mais o verdadeiro Brincar.
O lúdico, segundo ALMEIDA (2006), possibilita o estudo da relação da
criança com o mundo externo integrando estudos específicos sobre a importância
do lúdico na formação da personalidade. através da atividade lúdica e do jogo, a
criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra
10
percepções, faz estimativas compatíveis com crescimento físico e desenvolvimento
e, o que é mais importante, vai se socializando.
Dessa forma, o brinquedo e o jogo no fazer pedagógico são indissociáveis à
aprendizagem da criança, pois envolve os processos de desenvolvimento
psicomotor levando em conta todos os seus aspectos afetivos, cognitivos, físicos e
sociais.
O brincar na criança cria situações imaginárias através de sua ação,
promovendo aspectos cognitivos. Há a necessidade de estar sempre
desenvolvendo atividades lúdicas, pois é no brincar que realmente a criança
desperta seu conhecimento.
A brincadeira, segundo ALMEIDA (2006), é para a criança um espaço de
investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o
mundo.brincar e a forma que a criança utiliza para exercitar sua imaginação, pois
permite as mesmas relacionam seus interesses e suas necessária expressa à forma
com que criança reflete, organiza, desorganiza, constrói e reconstrói o seu mundo.
Portanto, a convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem
proporcionara a criança estabelecer relações cognitivas as experiências vivenciadas,
bem como relaciona-la as demais produções culturais e simbólicas conforme
procedimentos metodológicos compatíveis a essa pratica
11
CAPÍTULO II: O JOGO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O jogo e brincadeira simbólica são conhecidos como a mais rica de todas
as situações lúdicas, isto porque em situações inventadas, as organizações e a
formações de planos e regras, emergem tornando a brincadeira a zona privilegiada
de desenvolvimento na idade escolar.
De modo geral, VYGOTSKY (1989), acredita que,em qualquer
brincadeira a criança esta sempre adiante de seu nível mental atual de
desenvolvimento e isso ela é de desenvolvimento e criadora de zona de de
desenvolvimento proximal.
Em seu processo de socialização, a criança entra em contato com
imagens,com representações e com formas variadas de símbolo e significados.
Nesse processo de apropriação de imagens e de representações, a criança se vê
diante de diversos canais e fontes, entre ele o brinquedo.
Andrade (2007) nos chama a atenção para a diferente a diferença existente
entre os termos jogo e atividade lúdica. O jogo seria uma forma desenvolvida de
atividade lúdica e se caracteriza como uma atividade na qual se reconstroem as
relações sociais dentro de uma atmosfera orientada pelo prazer, pela
imprevisibilidade e de certo descompromissado com os objetivos aparentes para a
criança.
Segundo ANDRADE (2007), as atividades lúdicas atingem um carater
educativo, tanto na criança. Assim, valores morais como honestidade, fidelidade,
perseverança, hombridade, respeito ao sociais e aos outros são adquiridos.
Os jogos com regras são considerados por PIAGET, citado por ANDRADE
(2007), como uma ferramenta indispensável para este processo. Através do contato
com o outro, a criança vai internalizar conceitos básicos de convivência. A
brincadeira e os jogos permitem uma flexibilidade de conduta e conduz a um
comportamento exploratório ate a consecução do modelo ideal de se portar com o
próximo,resultado de experiências conflitos e resoluções destes.
Através dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras de um modo geral, a
criança desenvolve a linguagem, a socialização, o pensamento, a iniciativa e a auto-
estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar
na construção de uma sociedade melhor.
O jogo, nas suas diversas formas, segundo ROJAS (2007), auxilia no
processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento de habilidades do
pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a
criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a
aplicação dos fatos e dos princípios a novas situação que, por sua vez, acontecem
quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa
competição.
De acordo com VYGOTSKY (1989), através deste se processa a construção
de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório.
Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu
tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e
finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois
querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como
emocionais.
Portanto, o faz de conta é uma brincadeira muito importante para a criança é
a maneira que a criança utiliza para entender o mundo do adulto. O universo
imaginário ressalta a fantasia, esse momento criativo faz a imaginação transbordar
para o impossível, sem se preocupar com a realidade. O cotidiano, a vida diária não
é sempre uma maravilha, muitas vezes é dura e difícil, a vida é um resolver de
problemas diários. É o faz de contas e o mundo da fantasia torna a realidade mais
agradável e de fácil assimilação.
Ser um super-herói é o sonho e a fantasia de muitas crianças, todos querem
ter o dom dos heróis da televisão e das revistas para que de modo mágico possam
resolver os seus conflitos.
Conforme KISHOMOYO (1996, p. 45) as características dos super-heróis e
heroínas:
a) bondade, sabedoria, coragem, inteligência e força;
b) solucionar qualquer problema e ultrapassar obstáculos. Os super heróis não têm de se preocupar com os compromissos que caracterizam o mundo real e suas soluções são sempre aceitas;
c) as pessoas os procuram para que os guiem e resolvam suas dúvidas, enquanto eles não recebem ordens de ninguém;
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d) sabem sempre o que é certo, nunca se enganam, não estão sujeitos a dúvidas, frustrações e fraquezas como a maioria das pessoas. São aprovados e reconhecidos pelos adultos e todos querem ser seus amigos. Portanto, as crianças desejariam ter os poderes que eles têm, como força, velocidade e resistência, além do poder de voar, nadar embaixo d‟água a longas distâncias ou mudar a forma do corpo.
Por essas características pode-se entender porque as crianças são atraídas
pela imagem do super-herói e tentam imitá-lo. Não se pode esquecer que as
crianças têm pouco poder num mundo dominado pelos adultos, e elas têm
consciência disso.
É através da brincadeira que a criança coloca-se num papel de poder, em
que ela pode dominar os vilões ou as situações que provocariam medo ou que a
fariam sentir-se vulnerável e insegura. A brincadeira de super-herói, ao mesmo
tempo em que ajuda a criança a construir a autoconfiança, segundo ROJAS (2007),
leva-a a superar obstáculos da vida real, como a vestir-se, comer um alimento sem
deixá-lo cair, fazer amigos, enfim, corresponder às expectativas dos padrões
adultos.
Para KISHIMOTO (1994), no jogo simbólico as crianças constroem uma
ponte entre a fantasia e a realidade. As crianças são capazes de lidar com
complexas dificuldades psicológicas através do brincar. Elas procuram integram
experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos de bom e mal. O triunfo do
bem sobre o mal dos heróis é um tema comum nas brincadeiras das crianças.
Dentro de uma mesma cultura, crianças brincam com temas comuns:
educação, relações familiares e vários papéis que representem as pessoas que
integram essa cultura. Os temas, em geral, representam o ambiente das crianças e
aparecem no contexto da vida diária. Quando o contexto muda, as brincadeiras
também mudam. Pode-se dizer, então, que o ambiente é a condição para a
brincadeira e, por conseguinte, ele a condiciona.
O brinquedo aparece como um pedaço de cultura colocado ao alcance da
criança. É seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança à
ação e à representação, a agir e a imaginar.
Manipulação, posse, consumo [...] o brinquedo a criança nas operações associadas ao objeto. A apropriação acontece num contexto social: o brinquedo pode ser mediador de uma relação com outra ou com uma atividade solitária, mas sempre sobre o fundo da integração a uma cultura específica. Além disso, é suporte de representações, introduzindo a criança num universo de sentidos e não somente de ações. O brinquedo valoriza
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hoje o imaginário em detrimento de um realismo estreito. O mundo representado é mais desejado do que o mundo real. (ALMEIDA, 2006, p. 40).
A brincadeira parece, assim, como um meio de sair do mundo real para
descobrir outros mundos, para se projetar num universo inexistente. Assim, o brincar
da criança não está somente ancorado no presente, mas também tenta resolver
problemas do passado, ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro.
É através de seus brinquedo e brincadeiras que a criança tem oportunidade
de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o
mundo dos adultos, onde “ela estabelece seu controle interior, sua autoestima e
desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros.” KISHIMOTO
(1994, p. 69). No sonho, na fantasia, na brincadeira de faz de conta desejos que
pareciam irrealizáveis podem ser realizados.
Portanto, brincando a criança aprende a dominar regras, trabalham suas
emoções, seu medo, sua ansiedade experimenta diferentes papéis que
concretamente significa fazer parte do seu mundo e simbolicamente fazer parte de
sua imaginação.
A sociedade propõe numerosos produtos (livros, filmes, brinquedos) às crianças. Esses produtos integram as representações que os adultos fazem com as crianças, bem como os conhecimentos sobre a criança disponíveis numa determinada época. Mas o que caracteriza a cultura lúdica é que apenas em parte ela é uma produção da sociedade adulta, pelas restrições materiais impostas à criança. Ela é igualmente a reação da criança ao conjunto das propostas culturais, das interações que lhe são mais ou menos imposta. Daí advém a riqueza, mas também a complexidade de uma cultura em quase encontram tanto as marcas das concepções adultas quanto a forma como a criança se adapta a ela. (KISHIMOTO, 1994, p. 29).
O brincar é a forma pura da inserção da criança na sociedade. Do ponto de
vista sociológico, os hábitos, os costumes, as regras, as leis, a moral, a ética e a
linguagem são assimilados pela criança por meio da brincadeira e do uso do
brinquedo.
De acordo com ROJAS (2007), o brincar é enfocado como fenômeno
filosófico, sociológico, psicológico, criativo, psicoterapêutico e também pedagógico.
O brincar é abordado como um mecanismo para contrapor a racionalidade, do ponto
de vista filosófico, mas a emoção e razão deverão estar juntas na ação humana,
dando um equilíbrio para a característica humana.
15
A brincadeira está presente em todo o desenvolvimento da criança do ponto
de vista psicológico. É na psicologia que se encontra o brincar como uma
necessidade tão importante como o sono e a alimentação, que auxilia na saúde
física, mental e emocional da criança.
ROJAS (2007), esclarece que tanto o ato de brincar quanto o ato criativo
está centrado no “eu”. A criatividade desta forma, o brincar, constitui-se para o poder
criativo com as imagens simbólicas e signos e proporciona a criança fazer do próprio
potencial de forma livre e integral.
A criança, ao brincar pode adentrar no mundo do adulto pela via da
representação e da experimentação. O adulto penetra no mundo particular da
criança oferecendo-lhe sugestões de como agir e fazer. E mesmo quando o adulto
impõe algo à criança, ela é capaz de construir uma cultura própria chegando muitas
vezes à maturidade.
Segundo ÁRIES (1998), despertando para o mundo que a cerca, a criança
brinca. No começo a criança é seu próprio brinquedo, a mãe é seu brinquedo, o
espaço que a cerca, tudo é brinquedo, tudo é brincadeira.
A folha verde que balança ao vento, a borboleta que bate asas, o barulho da chuva, o farfalhar dos passos sobre as folhas secas espalhadas pelo chão, as vozes dos animais, o brilho do sol, a claridade da lua fazem parte, com certeza, das descobertas do indiozinho que há muito mais de quinhentos anos nascia no Brasil (ALMEIDA, 2006, p. 231).
As brincadeiras do repertório infantil mudam de acordo com a cultura
regional e apresentam-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver
habilidades no plano motor, como empinar pipas, jogar bolinhas de gude, pular
amarelinhas, brincadeiras de roda, jogo da forca e outros. É também através das
brincadeiras que a criança compartilha com o outro o sentimento de adversário e o
de parceria. Esta relação afeta as emoções e põe a prova às habilidades e aptidões
testando os limites da criança, WINNICOTT (1985, p. 32), afirma que "do ponto de
vista do desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas
e afetivas.”
Brincando e jogando que a criança terá oportunidade de desenvolver
capacidades como atenção, afetividade, concentração e outras habilidades. É como
afirma ROJAS (2007 p.25), “o jogo constitui-se em expressão e condição para o
16
desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem
transformar a realidade.”
O brincar atua tanto no desenvolvimento pessoal, permitindo a auto descoberta, a formação da autoconfiança, do senso crítico, da visão do mundo quanto no desenvolvimento emocional da criança. O brincar não é só apenas uma fase da vida da criança, é também uma necessidade sua, que desenvolve-se nos aspectos, sociais e culturais da criança. (ALMEIDA, 2006, p. 31).
A brincadeira na educação infantil é um dos recursos empregados pela
criança para conhecer o mundo e muitas vezes, os temas escolhidos nas
brincadeiras são aqueles que as crianças gostariam de realizar e não podem,
porque são crianças, por isso elas brincam. Brincam de dirigir carro; brincam de ser
mãe com bonecas; brincam de tias, de avôs, de professores; brincam de tudo e com
base em todos que estão ao seu redor.
Ao brincar a criança constrói significados, com vistas à assimilação de
papéis sociais. Na brincadeira, a criança tem a possibilidade de captar e recriar as
experiências vividas pelos adultos. É fundamental a brincadeira que a criança faz do
dia a dia dos adultos para o seu mundo, ou seja, a sua realidade.
A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais construindo conceitos de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visual e espacial e muitas outras. (VYGOTSKY, 1989. p. 19).
O ato de brincar na educação segundo VYGOTSKY (1989), oferece à
criança a oportunidade de aprendizagem, conhecimento, crescimento e
desenvolvimento, e isso se dá por meio das brincadeiras e dos jogos.
KISHIMOTO (1994, p. 37), aponta algumas considerações em relação às
brincadeiras educativas que merecem ser citadas:
Função lúdica: A brincadeira propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhida voluntariamente. Função educativa: A brincadeira ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.
É na brincadeira que a criança dá vazão à sua energia, ao senso crítico e à
criação. Usando sua criatividade, a criança descobre o seu “eu” e aprende a dirigir
suas ações, agir cooperativamente, trabalhar em conjunto e individualmente. Por
isso, a importância de deixar as crianças extravasarem no fantástico mundo das
brincadeiras é fundamental para uma infância feliz e um adulto preparado para
enfrentar a vida.
17
Segundo WINNICOTT (1985, p. 28), "o ensino, absorvido de maneira lúdica,
passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da
inteligência da criança." É essencial que o educador, como mediador do processo
ensino-aprendizagem, estimule o aluno a atividades lúdicas. Isso o auxiliará a tomar
decisões, a ser criativo e desinibido, a conquistar seu lugar frente ao grupo.
Sabe-se que a criança é um ser social que possui capacidades emocionais,
afetivas e cognitivas e o brincar é uma das atividades importantes e fundamentais
para seu desenvolvimento e identidade. Pelo brincar a criança poderá desenvolver e
até potencializar sua capacidade de socializar-se, o que ocorre por meio da
interação e experimentação de papéis sociais.
Portanto, o brincar na educação infantil é uma forma de explorar o mundo,
descobrir novas ideias e conceitos, é aventurar-se ao desconhecido. A criança que
não brinca apresenta lacunas no seu processo de desenvolvimento de criatividade,
pois, o brincar para a criança e tão sério quanto o trabalho para o adulto.
18
CAPÍTULO III: A EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil é um espaço que tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos, psicológicos,
intelectual e social. E neste ambiente que a criança experimenta o prazer pelo
apreder, aguçando a sua curiosidade para a aprendizagem lúdica.
A sociedade demorou a entender que infância é um período importante para
a criança e para o seu desenvolvimento, pois ela e á base de formação do individuo
alem de ser diferentes em cada idade e etapa. É na infância que através das
brincadeira parente mente simples estimulam desenvolvimento cognitivo social
afetivo da criança em atividades divertidas e não como parte do desenvolvimento
da criança.
As brincadeiras são linguagens não verbais, nas quais a criança se expressa, mostrando como ela interpreta e exerga o mundo. O brincar é um direito de todas as crianças, garantindo no Principio vii da Declaração Universal dos Direitos da criança da UNICEF. Para se ter uma idéia, há aproximadamente uns dez anos que o ministério de Educação através da promulgação da lei de Diretrizes e Bases (LDB) reconheceu a educação infantil como parte da educação básica.Essa valorização e preocupação maior com a Educação Infantil remetem também ao trabalho da professora que deixou de ser a” tia “ para ser educadora, ou melhor, a mediadora do conhecimento. (ALMEIDA, 2006, p. 31).
Segundo, a lei 9.394/96, em seu texto aprovado solicita que as proficionais
que estivessem atuando com as crianças ate os 6 anos deveriam ser formados, no
mínimo, com ensino médio- magistério.Entretanto sabemos que, para se trabalhar
com as crianças na Educação Infantil necessita de muito mais. “O professor precisa
ter outras competência que só uma formação especifica na área da Educação, por
entender que” o cuidar e o educar” são indissociáveis no desenvolvimento da
criança. O mesmo esta assegurado no artigo 29 a31da lei 9394/96, que de acordo
com WINNICOTT (1985), expressa á forma de se pensar a Educação Infantil na
qualidade de instituição de educação com a finalidade de desenvolvimento integral
da criança, em seus aspectos físicos, psicologicos, intelectual e social, alem de ser o
complemento da educaçao familiar e da comunidade.
Para WINNICOTT (1985), “o brincar tem lugar no espaço potencialentre a
criança e o adulto.” Brincadeira é que a criança consegue se expressar e manifestar
o seu entendimento sobre o universo do adultoe das relações sociais em que esta
inserindo.
Na dimensão lúdica, as atividades surgem liberadas, livres, gratuitamente,
sem caráter instrumental para a criança.
As proposições de VYGOTSK (1989), indicam que a criança brinca com os
significados para mediar simbolicamente a internalizarão da cultura. Nesse sentido a
criança resgata, organiza e constrói sua subjetividade,ao mesmo tempo em que
aprende a agir sobre o objetivo, conquistado o controle da ação pela idéia.
Conforme explica KISHIMOTO (1996), as investigações, piagetianas
sinalizam a brincadeira como processo assimilativo que participa do conteúdo da
inteligênciatal como a aprendizagem e que se caracteriza como conduta livre,
prazerosa, espontania, meio pelo qual a criança expressa sua vontade.
A brincadeira é o mundo ilusório criado pela criança, onde os seua desejos
podem ser realizados e suas relações sócio-culturais revividas ludicamente
Os espaço, tanto nas salas de aula quanto em qualquer local freqüentando
pelas crianças da Educação Infantil devem ser planejados de forma a satisfazer as
necessidade da criança, de modo que estar acessível á criança , de acordo com
suas necessidade desde os objetivos pessoais como também os brinquedos, pois só
assim o desenvolvimento intregal ocorrerá de forma a possibilitar sua autonomia,
bem como sua socialização .
Os espaço em sala de aula é um ótimo momento de interação, e quanto bem
explorado,esse espaço pedagógico se torna fonte de prazer para aprendizagem.
O papel da educação infantil é de proporcionar rico em desafios, respeitar a
espontaneidade, a criatividade da criança, oportunizando a mesma as informações
sobre o mundo que a cerca e assim satisfazendo suas necessidade emocionais,
sociais e físicas.
Utilizamos como conceito de brincadeira para melhor relacionar as
respostas, que para KISHIMOTO (1994), é alguma forma de divertimento tipico da
infância, é uma atividade natural da criança, que não implica em compromissos,
planejamento e seriedade, e que ajuda no desenvolvimento e na socialização, e
perguntamos as entrevistadas qual a importância da brincadeira para elas. Tendo
20
em vista que o termo brincadeira é muito amplo e da margem a varias definições, e
foi o ocorrido nas respostas obtidas, não foi possível categorizar as definições,
porem, escolhemos aleatoriamente três respostas significativas para comparar com
as definições dos autores escolhidos e representadas a baixo pelas letras A, B e C.
O grande sucesso do brincar na Educação Infantil se dá por meio de jogos e
brincadeiras, que possibilita a criança descobertas que acarretam o aprendizado.
A observação e a interpretação da atividade de brincar dão ao professor
caminhos que o leva a entender o aluno, e a criança oportunidade de mesclar as
informações, ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, sejam elas
motoras, cognitivas ou linguísticas, e assim temos fundamentos teóricos para
deduzirmos a importância do brinquedo no desenvolvimento da criança na Educação
Infantil.
VYGOTSK (1989), vê o brinquedo como o meio principal do
desenvolvimento da criança. Considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da
vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele
não estabelece fases para explicar o desenvolvimento. Segundo ele, a criança usa
as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem
à regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um
engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular
seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. As
maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que
no futuro tornará seu nível básico de ação real e moralidade.
O brincar é uma característica da criança e faz parte da sua índole, ambas
são praticamente sinônimas, uma não existe sem a outra, “as atividades lúdicas são
a essência da infância." ROJAS (2007, p. 19), brincar contribui no desenvolvimento
da criança na Educação Infantil. Brinquedos e brincadeiras aparecem com
significações opostas e contraditórias: a brincadeira é vista ora como ação livre, ora
como atividade supervisionada pelo adulto.
Nesta frase do autor podemos definir a ação livre como jogos e brincadeiras
em que as crianças brincam livres e as supervisionadas como jogos e brincadeiras
com regras.
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De acordo com WINNICOTT (1985), as brincadeiras deixaram de ser apenas
divertimento, ela passou a ser observada com potencialidade no espaço educativo.
Vale ressaltar que o brinquedo no desenvolvimento da criança na educação
Infantil, além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona
o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.
Brincar é indispensável a saúde física, emocional e intelectual da criança. E
irá contribuir, no futuro, para a eficiência do adulto. Brincar é um momento de auto-
expressão e auto-realização.
Para VYGOTSK (1989), é no brinquedo que a criança aprende a agir numa
esfera que depende de motivações internas. É no brinquedo que a criança
consegue ir além do seu comportamento habitual, atuando num nível superior ao
que ela realmente se encontra.
Para superar essa necessidade a criança brinca, e durante a atividade lúdica
ela vai compreendendo à sua maneira o que faz parte desse mundo, esforçando-se
para agir como um adulto, por exemplo, dirigir um carro, andar a cavalo, preparar
uma comida, ou atender um paciente. É o que concorda KISHIMOTO, (1994, p. 68)
A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo, da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem determinado, capaz de auto-sacrificio para a promoção do seu bem e de outros... Como “sempre indicamos o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação”.
Através da brincadeira, a criança pode experimentar novas situações, e lhe é
garantida a possibilidade de uma nova educação criadora, voluntaria e consciente.
De algum tempo para cá, os estudiosos passaram a ver o brincar das
crianças de forma diferente, não só para passar o tempo e se divertir, mas para seu
pleno desenvolvimento, o desenvolvimento de suas potencialidades, afirma
VYGOTSKY (1989), que diante dos desafios do brincar faz com que as crianças
tende alcançar melhores níveis de desempenho.
Numa situação de brinquedo, a imaginação da criança é uma atividade
especificamente humana e consciente, que surge da ação. Em suas ações, a
criança representa situações às quais já foram de alguma forma vivenciada por ela
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em seu meio sociocultural, ou seja, a sua representação no brinquedo está muito
mais próxima de uma lembrança de algo que já tenha acontecido do que da pura
imaginação. Para VYGOTSKY (1989, p. 134).
O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança, aquilo que na vida real passa despercebida por ser natural, torna-se regra quando trazido para a brincadeira. “As crianças fazem das brincadeiras uma ponte para o imaginário, a partir dele muito pode ser trabalhado”.
A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da
necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real.
Nela aparecem à ação na esfera imaginativa numa situação de faz de conta, a
criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das
motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais alto nível de desenvolvimento
pré-escolar.
Para KISHIMOTO (1994,p.45), o brincar tem a prioridade das crianças que
possuem flexibilidade para ensaiar novas combinações de ideias e de
comportamentos, a brincadeira é qualquer desafio que é aceito pelo simples prazer
do desafio, ou seja, confirma a teoria de que o brincar possui um objetivo próprio e
tem um fim em si mesmo”.
Autores como ALMEIDA (2006), a brincadeira procuram identificar as suas
características. Estes autores não negam a influência social e cultural do brincar,
mas focam suas pesquisas principalmente em estudar as características e
influências comportamentais e desenvolvimentais da brincadeira. Percebe-se,
portanto a necessidade de os autores e pesquisadores exporem de forma clara os
pressupostos teóricos que estão embasando seus estudos e conceitos bem como
seus objetivos, uma vez que isto conduzirá e orientará os resultados de suas
pesquisas.
A brincadeira é a atividade principal da infância. Essa afirmativa se dá não
apenas pela frequência de uso que as crianças fazem do brinquedo, mas
principalmente pela influência que esta exerce no desenvolvimento infantil.
A cognição e o desenvolvimento intelectual são exercitados em jogos onde a
criança possa testar principalmente a relação causa-efeito. Na vida real isto
geralmente é impedido pelos adultos.
Para ANDRADE (2007, p. 27),
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entre 3 e 6 anos de idade, as crianças estão no segundo estágio conforme Piaget (período pré-operacional), o do desenvolvimento cognitivo, em que
podem pensar em símbolos, mas ainda não podem usar a lógica.
Esta proposta faz com que se perceba que o lúdico é uma opção de
trabalhar o conhecimento de forma prazerosa, pois é através do brinquedo e do
brincar que a criança aprende a lidar com o mundo, e formar sua personalidade,
recriando situações do seu dia a dia na busca de novas experiências. Para
KISHIMOTO, (1994, p. 68).
O brincar também contribui para a aprendizagem da linguagem, que funciona como instrumento de pensamento e ação, para ser capaz de falar sobre o mundo, a criança precisa saber brincar com o mundo com a mesma desenvoltura que caracteriza a ação lúdica.
Nesta visão, as crianças adquiriram o brinquedo, facilitando a necessidade
do imaginário, enriquece as habilidades motoras e reforça a aprendizagem
educativa.
Ao participar de uma brincadeira, além de aprendê-la, a criança começa a
inventar outras, com variações da mesma.
É importante refletir a maneira como o brinquedo vem sendo trabalhado nas
escolas, e se ele favorece um aprendizado significativo nas atividades pedagógicas.
Logo, é persistente a busca de respostas que levam à solução do problema.
Portanto, verifica-se que precisamos não apenas saber que ensino escolher, mas
como ensinar, sobretudo, quando ela está pronta para aprender as várias tarefas
intelectuais do processo ensino-aprendizagem.
Nestas contextualizações ANDRADE (2006, p. 01) segue citando que: “É
através do brincar que a criança representa a realidade à sua volta, e com isso vai
construindo seus próprios valores, ideias e conceitos”. Nos dias de hoje o brincar
vem sendo cada vez mais utilizado na Educação, sendo destacado como uma peça
importantíssima para a formação da personalidade, da inteligência, na evolução do
pensamento, transformando-se em um artifício mais acessível para a construção do
conhecimento.
Brincar significa extrair da vida nenhuma outra finalidade que não seja ela
mesma. Em síntese, o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, á
descoberta da individualidade e á meditação individual. ANDRADE (2007, p. 36-37).
O brincar é a atividade predominante na infância e vem sendo explorado no campo científico, como intuito de caracterizar as suas peculiaridades,
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identificar as suas relações com o desenvolvimento e com a saúde e, entre outros objetivos, intervir nos processos de educação e de aprendizagem das crianças.
De acordo com ANDRADE (2007, p. 36-37), Piaget analisa o jogo integrado
à vida mental caracterizado por orientações do comportamento que denomina
assimilação.
Dentro dessa perspectiva, ANDRADE (2007( ressalta que a inteligência é
definida pelo equilíbrio entre a assimilação e acomodação. Segundo o autor a
maneira da criança assimilar é transformar o meio para que este se adapte às suas
necessidades, enquanto o acomodar é a maneira da criança mudar a si mesma para
adaptar-se ao meio em que está inserida.
ANDRADE (2007), assegura que o jogo na criança inicialmente é
egocêntrico e espontâneo, tornando-se cada vez mais uma atividade socializadora.
Portanto, verifica-se que, ao brincar, a criança constrói conhecimento. Com isso uma
das atribuições mais importantes do jogo é a confiança que a criança tem. Confiante,
ela pode chegar às suas próprias conclusões, criar seus próprios valores morais e
culturais, visando sua auto-estima, o autoconhecimento, a cooperação conduzindo à
imaginação, à fantasia, à criatividade, à criticidade e a algumas vantagens que
facilitam suas vidas, sejam quando crianças ou como adultos.
É nesse sentido que a brincadeira pode ser considerada um excelente
recurso a ser usado quando a criança chega à escola, pode ser parte essencial de
sua natureza, podendo favorecer tanto aqueles processos que estão em formação,
como outros que serão completados.
Visto dessa forma, não há dúvidas do quanto o brinquedo influência o
desenvolvimento da criança, além de ser um meio para o aprendizado da criança
deve ser trabalhado como um veiculo para a socialização e conhecimento de mundo
pela criança.
O jogo no contexto escolar deve ser denominado e trabalho como jogo
educativo, pois de respeitar a natureza do ato lúdico e estruturado com
intencionalidade pedagógica.
Para ÁRIES (1998), o jogo educativo possibilita a aproximação da criança
em relação ao conhecimento cientifico, dado que, para isso, leva a experiência
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“virtual” de situações de resoluções de problema, próximas daquelas enfrentadas em
nosso dia-a-dia.
Diante de uma situação de resolução de problema, a criança é encorajada a
utilizar seus conhecimentos prévios em um exercício de construção de outros mais
complexos.
ANDRADE (2007), em sua discussão sobre o brincar, ressalta que o jogo em
instituição educativas possui duas facetas: a do livre brincar, o jogo propriamente
dito, que não conta com a interferência do adulto, e a faceta do trabalho, isto é que
se caracteriza pela interferência da escola na atividade lúdica infantil.
A brincadeira pode auxiliar nas atividades pedagógicas, pois o propósito do brincar na educação infantil é muito mais amplo, sua contribuição deve visar o desenvolvimento integral da criança, pois, por meio do brincar a criança poderá fazer descobertas significativas, as quais a auxiliarão na formação de sua personalidade e lhe subsidiarão na construção de sua autonomia. Por sua vez, a conquista da autonomia é alicerce para outras realizações como ser humano. (ANDRADE, 2007, p. 36).
Cabe ao educador utilizar o brinquedo para estimular o desenvolvimento da
criança, de forma a levá-la a pensar, refletir e propor soluções e situações que lhe
são demonstradas. O educador deve ser flexível o bastante para participar e aceitar
as atividades propostas pelas crianças, pois o mesmo objetivo pode ser alcançado
através de diversas formas de abordagens.
É na brincadeira que a criança dá vazão à sua energia, ao senso crítico e à criação. Usando sua criatividade, a criança descobre o seu “eu” e aprende a dirigir suas ações, agir cooperativamente, trabalhar em conjunto e individualmente. Por isso, a importância de deixar as crianças extravasarem no fantástico mundo das brincadeiras é fundamental para uma infância feliz e um adulto preparado para enfrentar a vida. (ANDRADE, 2007, p. 63).
Segundo ÁRIES (1998, p. 28), "o ensino, absorvido de maneira lúdica,
passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da
inteligência da criança." É essencial que o educador, como mediador do processo
ensino-aprendizagem, estimule o aluno a atividades lúdicas. Isso o auxiliará a tomar
decisões, a ser criativo e desinibido, a conquistar seu lugar frente ao grupo.
Sabe-se que a criança é um ser social que possui capacidades emocionais,
afetivas e cognitivas e o brincar é uma das atividades importantes e fundamentais
para seu desenvolvimento e identidade. Pelo brincar a criança poderá desenvolver e
até potencializar sua capacidade de socializar-se, o que ocorre por meio da
interação e experimentação de papéis sociais.
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Portanto, o brincar na educação infantil é uma forma de explorar o mundo,
descobrir novas ideias e conceitos, é aventurar-se ao desconhecido. A criança que
não brinca apresenta lacunas no seu processo de desenvolvimento de criatividade,
pois, o brincar para a criança e tão sério quanto o trabalho para o adulto.
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CONSIDERAÇOES FINAIS
A pesquisa realizada sobre o lúdico na aprendizagem foi de grande
ymportância; enriquecendo nossa vida acadêmica e nosso futuro profissional em
sala de aula.
Constatou-se que o lúdico exerce um papel importante na aprendizagem das
crianças, e no trabalho das professoras e que é possível reunir dentro da mesma
situação o brincar e o educar e que devemos levar em consideração o espaço para
o desenvolvimento da criança, as atividades, os jogos e brinquedos bem como os
cantinhos lúdicos, como parte das atividades educativas que são fundamentais para
a essa etapa da vida por saber que a criança aprende brincando e se
desenvolvendo melhor e com mais prazer se socializando.
A escola deve prever espaços onde a criança possa atuar livremente,
facilitar o acesso dos materiais e permitir que as crianças reinventem os espaços
para a aprendizagem, a afetividade e o desenvolvimento da autonomia, a
socialização, a necessidade de descoberta e exploração. Para tanto, o planejamento
do professor deve ser elaborado de acordo com a realidade e necessidade real da
criança, com uma intencionalidade e flexibilidade para que possa realizar a tarefa de
cuidar e educar com qualidade. Acreditamos também que para realizarmos as
tarefas de cuidar e educar com qualidade, a escola de Educação Infantil precisa
planejar suas educativas com ludicidade de modo que o planejamento se torne um
aliado para melhor a qualidade da educação na escola.
A partir do exposto pudemos concluir que a maioria dos professores „obtem”
certo conhecimento sobre o tema, porém observamos ainda que é necessário uma
maior conscientização no sentido de desmistificar o papel do “brincar‟, que não é
apenas um mero passatempo, mas sim um objeto de grande valia na aprendizagem
e no desenvolvimento das crianças.
Sendo assim a escola e principalmente, a educação infantil deveria
considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no
desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, C Vamos dar a meia-volta, volta e meia vamos dar: o brincar na creche. In: OLIVEIRA, Z (Org.).Educação Infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1995. p. 69-106. ANDRADE, Daniela barros da silva Freire. Jogos brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil. Fascículo II-Cuiabá: EdUFMT,2007. ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Psicologia: desenvolvimento e aprendizagem em bebês e crianças pequenas. Fascículo II-Cuiabá:EdUFMT,2006. ALMEIDA, Ordalia Alvez. Historia da educação: o lugar da infância no contexto histórico-educacional. Fascículo I. Cuiabá: EdUFMT,2006. ÁRIES, Plilippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1998. BRASIL. Lei nº 9394. Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Brasília, 1996. KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1994. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez. 1996. ROJAS Jucimara. Jogos brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil. Fascículo I- Cuiabá: EdFMT, 2007. ROJAS Jucimara; SOUZA, Regina Aparecida Marques de e CINTRA, Rosana Carla Gonçalves Gomes. Dinâmica do trabalho e a organização do espaço na educação infantil. Cuiabá; EdFMT, 2008. VYGOTSKY, LEV S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. WALLON, H. Evolução da criança. Lisboa: Edições 70, 1968. WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.