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2010 Instituto Superior Técnico Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente Disc.: Políticas de Ambiente Prof. responsável: Francisco Nunes Correia Prof.: Antonio Nuno Fernandes Goncalves Henriques Aluno:Tiago Dias Nº57760 [Políticas Energéticas]

Instituto Superior Técnico - Autenticação · - No sector transformador de energia é necessário melhorar a eficiência da capacidade de produção e reduzir as perdas de transporte

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2010 Instituto Superior Técnico

Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente

Disc.: Políticas de Ambiente

Prof. responsável: Francisco Nunes Correia

Prof.: Antonio Nuno Fernandes Goncalves Henriques

Aluno:Tiago Dias Nº57760

[Políticas Energéticas]

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Políticas Energéticas

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Índice:

RESUMO: ........................................................................................................................ 2

INTRODUÇÃO: ................................................................................................................ 3

Políticas Energéticas:........................................................................................................ 4

Príncipio do poluidor-pagador (1971): ............................................................................. 4

Crise do petróleo, (OPEP) (1973): .................................................................................. 4

Protocolo de Quioto, Quioto (Japão) (1997): ................................................................... 5

Políticas Energéticas e a Europa: ....................................................................................... 6

Os porquês de uma política Europeia da energia: ............................................................. 7

Realizar o Mercado interno da energia: ........................................................................... 7

Um mercado concorrencial: ........................................................................................... 7

Um mercado integrado e interconectado: ........................................................................ 8

Um serviço público da energia: ...................................................................................... 8

Garantir a segurança do aprovisionamento energético: ..................................................... 8

Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa: ......................................................... 8

Eficiência energética: .................................................................................................... 9

Energias renováveis:..................................................................................................... 9

Desenvolver as tecnologias energéticas: ....................................................................... 10

Ponderear o futuro da energia nuclear: ......................................................................... 10

Empreender uma política energética internacional comum: ............................................. 10

Portugal e as suas políticas energéticas: ........................................................................... 12

Garantir a Segurança do Abastecimento Nacional: ......................................................... 12

Fomentar o Desenvolvimento Sustentável: .................................................................... 13

Promover a Competitividade Nacional: .......................................................................... 13

E.D.P.:.......................................................................................................................... 16

Política de ambiente E.D.P.: ........................................................................................ 16

Princípios da E.D.P.: ................................................................................................ 16

Compromissos: ....................................................................................................... 17

A produção: ........................................................................................................... 18

O contributo da E.D.P. para a sociedade e para o país: ................................................... 20

Galp: ............................................................................................................................ 21

O Pacote Energia-Clima e a Política de Alterações Climáticas: .......................................... 22

Projectos e investimentos:........................................................................................... 22

Especificações: .......................................................................................................... 23

CONCLUSÃO: ................................................................................................................ 24

REFERÊNCIAS: .............................................................................................................. 25

APÊNDICES: .................................................................................................................. 26

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Resumo:

Na sociedade actual, em que a generalidade dos países está a ser afectada por

uma severa crise económica, muitos vêem como solução a produção de energia e a

sua comercialização, sendo estas derivadas de combustíveis fósseis, energias

renováveis, ou energia nuclear.

No entanto, uma produção massiva de energia, requer certamente limites. A

imposição de regras é fundamental para garantir uma qualidade e quantidades certas,

de modo a que esta esteja disponível a toda a sociedade, a preços que sejam

acessíveis e ainda pensando num planeta cada vez mais marcado pela acção do

homem.

Sendo a produção de energia uma actividade normalmente agressiva ao

ambiente, que regras são impostas? Que protocolos, acordos, cimeiras impuseram

limites? Serão estes limites cumpridos por todos? Quais as medidas tomadas pelas

empresas e as políticas exercidas pelos governos de modo a que sejam garantidas tais

características, e a excelência da qualidade energética?

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Introdução:

Neste trabalho, tenho como objectivo,(para além de adquirir um maior

conhecimento deste tema, que foi minha escolha, do qual tenho grande curiosidade e

que gostaria de me involver profissionalmente), de transmitir posteriomente este

conhecimento aos meus colegas numa apresentação, e de lhes transmitir os

conhecimentos por mim adquiridos.

Ao longo deste trabalho, pretendo de um modo sucinto dar ao leitor todo o

conhecimento necessario sobre o tema, politicas energéticas, de modo a que este

retenha as informações necessárias para ampliar o seu conhecimento.

Deste modo, considero ser relevente apresentar uma série de factos hístoricos,

que foram fundamentais para a construção de condições determinantes para a

imposição de regras que se tornaram na base da maioria da politicas aplicadas

actualmente.

Irei também, descrever a posição da Europa nesta questão, as medidas

tomadas e as metas pretendidas. Posteriomente procederei à mesma análise, mas neste caso a Portugal, com o intuito de verificar se o país possui uma verdadeira política reguladora do sector energético e se as medidas por esta definidas são ou não

aplicadas e cumpridas.

Na fase final do meu trabalho, irei falar sobre as duas maiores empresas

portuguesas produtoras de energia, sendo elas a E.D.P. e a Galp. Esta minha escolha relativamente às duas empresas deveu-se ao facto das suas diferenças relativamente às suas apostas quanto à matéria usada para produzir energia, (apesar de a Galp

Energias estar a desenvolver também o seu sistema de produção electrica, com suporte nas energias renováveis). Uma utiliza essencialmente derivados do carbono, o pretróleo, enquanto que a outra faz uma grande aposta nas energias renováveis.

Irei estabelecer uma base de comparação relativamente às políticas aplicadas pelas duas empresas e verificar se ambas cumprem as exigências do governo, dos protocolos em vigor e as normas da União Europeia.

Para concluir o trabalho, irei dar a minha opinião pessoal sobre o assunto em

questão, vou analisar as normas da União Europeia e confirmar se o estado português as cumpre, e se as empresas em causa praticam medidas de modo a atingirem as

metas propostas pela União Europeia, e pelo estádo português.

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Políticas Energéticas:

A política energética é a maneira pela qual uma determinada entidade (geralmente do governo) decidiu endereçar questões de desenvolvimento energético , incluindo produção de energia , distribuição e consumo de energia. Os atributos da

política de energia pode incluir a legislação , tratados internacionais, incentivos ao investimento, diretrizes para a conservação de energia , impostos e outras técnicas de políticas públicas.

A produção de energia está ligada à emição de varios poluentes para a atmosfera, solos, águas. Deste modo

todas as as convenções, cimeiras, protocolos têm a sua importância e impoêm condições às politicas energéticas. Assim

sendo e para não tornar este trabalho demaziado extenso, apresentarei apenas aqueles que considero serem os mais

importantes, aqueles que mais se imposeram e que ainda estão em vigor nos dias de hoje.

Príncipio do poluidor-pagador (1971):

Entre os princípios de base da política do ambiente, inclui-se o "princípio da responsabilização", que "aponta para a assunção pelos agentes poluidores das consequências, para terceiros, da sua acção, directa ou indirecta, sobre os recursos

naturais".

É esta uma forma genérica de explicitar o chamado princípio do "poluidor--pagador" estabelecido nas directivas comunitárias.

Mais concretamente, em matéria de resíduos sólidos (urbanos e industriais), já o Decreto-Lei n ° 488/8, estabelecida no seu Art. 1.º que "o detentor de resíduos,

qualquer que seja a sua natureza e origem, deve promover a sua recolha, armazenagem, transporte e eliminação ou utilização de tal forma que não ponham em perigo a saúde humana nem causem prejuízos ao ambiente".

Em resumo, o industrial (poluidor) está proibido de poluir, pelo que lhe incumbe pagar os custos de eliminação dos resíduos e, caso o não faça, cabe-lhe a

responsabilidade de ter de pagar os custos "sociais" de uma acção poluidora (através de multas, indemnizações, etc.), sem prejuízo de ser obrigado a tomar as medidas necessárias para corrigir a situação.

Crise do petróleo, (OPEP1) (1973):

A crise do petróleo aconteceu em cinco fases, provocada pelo embargo dos

países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e Golfo Pérsico de distribuição de petróleo para os Estados Unidos e países da Europa.

A crise do petróleo foi desencadeada num contexto de défice de oferta, com o início do processo de nacionalizações e de uma série de conflitos envolvendo os produtores árabes da OPEP, como a guerra dos Seis Dias (1967), a guerra do Yom

Kipur (1973), a revolução islâmica no Irão (1979) e a guerra Irão-Iraque (a partir de

1 Organização dos Países Exportadores de Petróleo

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1980). Os preços do barril de petróleo atingiram valores altíssimos, chegando a aumentar até 400% em cinco meses (17/10/1973 – 18/3/1974), o que provocou

prolongada recessão nos Estados Unidos e na Europa e desestabilizou a economia mundial.

Protocolo de Quioto, Quioto (Japão) (1997):

O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (agosto de 1990) e

que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992).

Este é, um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução

da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global.

Um dos pontos para a redução das emissões deverá acontecer em várias

atividades econômicas. Em que o primeiro ponto fundamental do protocol é a reforma

dos sectores da energia.

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Políticas Energéticas e a Europa:

A Comissão Europeia tornou público, no início de 2007, o novo Plano de Acção para as questões energéticas e ambientais – “Uma política energética para a Europa” (COM(2007)1). 2

A elaboração desta análise estratégica da política energética europeia teve por

base a delineação de um objectivo muito ambicioso para a União Europeia – alcançar até 2020, em quaisquer circunstâncias, pelo menos uma redução de 20% dos gases

com efeito de estufa em relação aos níveis de 1990. Uma política europeia da energia implicará definitivamente a União Europeia

(UE) numa economia de baixo consumo de uma energia, mais segura, mais competitiva e mais sustentável.

Os objectivos em matéria de energia a atingir prioritariamente consistem na

garantia do bom funcionamento do mercado interno da energia, na segurança do abastecimento estratégico, na redução efectiva das emissões de gases com efeito de estufa, provocadas pela produção ou consumo de energia, assim como na afirmação

da UE a uma só voz no plano internacional.

Destas medidas/metas, é importante, no âmbito deste trabalho, destacar as seguintes:

► Diminuir em 20% o consumo de energia na UE até 2020 – esta meta foi delineada

no documento "Plano de Acção sobre Eficiência Energética: Concretizar o Potencial" (COM(2006) 545)3)3. O plano aponta medidas a tomar em diversos sectores:

- Melhorar o desempenho energético dos equipamentos consumidores de energia e dos edificios.

- No sector transformador de energia é necessário melhorar a eficiência da capacidade de produção e reduzir as perdas de transporte e distribuição;

- No sector dos transportes é necessário limitar o consumo de energia e promover a utilização de transportes alternativos mais ecológicos.

- Para além destas medidas sectoriais o plano prevê ainda vários tipos de medidas para facilitar os investimentos destinados a aumentar a eficiência energética e medidas que vão de encontro à sensibilização dos cidadãos.

► Aumentar para 20% o consumo de energia proveniente de fontes de energia

renovável até 2020, sendo que nessa data 10% dos combustíveis utilizados na UE deverão provir de biocombustíveis – meta definida no “Roteiro das Energias

Renováveis. Energias Renováveis no Século XXI: construir um futuro mais sustentável” (COM(2006) 848)4.

2 Link para a integra do documento nas referências.

3 Link para a integra do documento nas referências.

4 Link para a integra do documento nas referências.

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Atingindo esta meta, os resultados em termos de emissões de gases de efeito de estufa serão gratificantes. A estes benefícios estarão associados, entre 2005 e

2020, custos médios adicionais compreendidos entre os 10 a 18 mil milhões de euros por ano, dependendo dos preços da energia.

► Desenvolver o mercado global da energia: o desenvolvimento deste mercado é crucial para fazer face aos três grandes desafios com que a Europa se depara –

Competitividade, Sustentabilidade e Segurança do Aprovisionamento. Este mercado comunitário trará largas vantagens aos consumidores na medida em que estes terão, de facto, o poder de escolha a preços equitativos e competitivos.

Os porquês de uma política Europeia da energia:

A União Europeia (UE) tem de enfrentar grandes desafios no domínio da

energia, tanto em termos de sustentabilidade e de emissões de gases com efeito de

estufa, como de segurança do abastecimento e da dependência das importações, ou ainda de competitividade e da realização efectiva do mercado interno da energia.

Para tal, a UE propõe-se efectuar uma nova revolução industrial e criar uma

economia de elevada eficiência energética e de baixa taxa de emissão de CO2. Para o efeito, estabeleceu vários objectivos energéticos.

Realizar o Mercado interno da energia:

A concepção de um mercado interno da energia, a nível comunitário, pretende proporcionar aos consumidores uma escolha real, a preços equitativos e concorrenciais. No entanto, tal como sublinhado na comunicação sobre as perspectivas

do mercado interno da energia e no inquérito sobre a situação da concorrência nos sectores do gás e da electricidade, a persistência de vários obstáculos impede a economia e os consumidores europeus de beneficiarem plenamente das vantagens da

abertura dos mercados do gás e da electricidade. Por conseguinte, é fundamental assegurar um verdadeiro mercado interno da energia.

Um mercado concorrencial:

Quando uma empresa controla simultaneamente a gestão e as actividades de produção e de distribuição, existe um sério risco de discriminação e de abuso. Com

efeito, uma empresa integrada verticalmente tem pouco interesse em aumentar a capacidade da rede e a expor-se, assim, a uma maior concorrência no mercado, logo, a uma descida dos preços.

A separação entre gestão das redes e actividades de produção ou de

distribuição incitará as empresas a investir mais nas redes, favorecendo, assim, a

penetração no mercado de novos operadores e reforçando a segurança do abastecimento.

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Um mercado integrado e interconectado:

O mercado interno da energia depende principalmente das trocas transfronteiriças de energia. Ora, estas trocas revelam-se por vezes complicadas devido à disparidade das normas técnicas nacionais e de uma concepção não uniforme

das redes. Por conseguinte, é necessário estabelecer uma regulamentação eficaz a nível

comunitário. Tratar-se-á, nomeadamente, de harmonizar os poderes e a independência

dos reguladores da energia, de reforçar a sua cooperação, de os obrigar a ter em conta o objectivo comunitário da realização do mercado interno da energia e de definir, a nível comunitário, os aspectos regulamentares e técnicos, assim como as normas de segurança comuns, necessárias às trocas transfronteiriças.

Um serviço público da energia:

A UE pretende prosseguir a sua luta contra a pobreza energética, através da elaboração de uma carta do cliente no domínio da energia. A carta promoverá, designadamente, a instauração de regimes de ajudas para os cidadãos mais

vulneráveis perante o aumento dos preços da energia ou ainda a melhoria do nível de informação dos consumidores em termos dos diferentes fornecedores e das possibilidades de aprovisionamento.

Garantir a segurança do aprovisionamento energético:

É prioritário limitar a vulnerabilidade da UE em relação às suas importações, às rupturas de abastecimento, às eventuais crises energéticas ou à incerteza que pesa sobre o abastecimento futuro. Esta insegurança é ainda mais problemática para os

Estados-Membros quando dependem de um único fornecedor de gás. Por conseguinte, a nova política energética põe a tónica na importância de

mecanismos que garantam a solidariedade entre os Estados-Membros, bem como na diversificação das fontes de abastecimento e das vias de transporte.

Neste contexto, importa reforçar os mecanismos em matéria de existências estratégicas de petróleo e explorar as possibilidades de melhorar a segurança do abastecimento de gás.

Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa:

O consumo de energia está na origem de 80% das emissões de gases com efeito de estufa na UE.

Empenhada na luta contra as alterações climáticas, a UE compromete-se a

reduzir as suas emissões internas em, pelo menos, 20% até 2020. A UE apela também à conclusão de um acordo internacional em que os países desenvolvidos se comprometeriam a reduzir em 30% as emissões de gases com efeito de estufa até

2020. No âmbito deste acordo, a UE estabeleceria como novo objectivo reduzir as suas

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próprias emissões em 30%, em relação 1990. Estes objectivos estão no âmago da Estratégia da UE para limitar as alterações climáticas5.

Consequentemente, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa implica

um menor consumo de energia e uma maior utilização de energia limpa.

Eficiência energética:

No seu plano de acção para a eficiência energética (2007-2012)6, a UE fixou como objectivo reduzir 20% do seu consumo de energia até 2020.

Para o concretizar, há que fazer esforços concretos, nomeadamente no que

respeita à poupança de energia no sector dos transportes, ao desenvolvimento de requisitos mínimos de eficiência para os equipamentos consumidores de energia, à sensibilização dos consumidores para um comportamento racional e económico no

consumo de energia, à melhoria da eficiência da produção, ao transporte e distribuição de calor e de electricidade ou ainda ao desenvolvimento de tecnologias energéticas e ao desempenho energético dos edifícios.

A UE tenciona, ainda, obter uma abordagem comum, à escala mundial, para

economizar energia, graças à conclusão de um acordo internacional em matéria de

eficiência energética. Energias renováveis:

A utilização de energias renováveis (energia eólica, solar e fotovoltaica, biomassa e biocombustíveis, calor geotérmico e bombas de calor) contribui indubitavelmente para limitar as alterações climáticas. Além disso, contribui para a

segurança do aprovisionamento energético e o crescimento e a criação de emprego na Europa, graças ao aumento da produção e do consumo de energia local.

Contudo, as fontes de energia renováveis continuam a pesar pouco no panorama energético europeu, na medida em que o seu custo continua a ser superior ao das fontes de energia tradicionais.

Com vista a uma maior penetração das energias renováveis, a UE estabeleceu,

no seu Roteiro das energias renováveis 7, o objectivo obrigatório de aumentar em 20%

a parte destas energias limpas no universo energético, até 2020. O Roteiro das Energias Renováveis avalia a contribuição das mesmas para o

cabaz energético e os progressos efectuados nesse domínio. Inclui igualmente o

objectivo de as energias renováveis constituírem 20% da quantidade total de energia consumida na União Europeia até 2020, bem como uma série de medidas para promover o desenvolvimento das energias renováveis nos sectores da electricidade,

dos biocombustíveis, do aquecimento e da refrigeração.

5 Link para a integra do documento nas referências.

6 Link para a integra do documento nas referências.

7 Link para a integra do documento nas referências.

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Este objectivo exigirá a consolidação de progressos nos três principais sectores implicados nas energias renováveis: electricidade (aumentar a produção de

electricidade a partir de energias renováveis e permitir a produção de electricidade sustentável a partir dos combustíveis fósseis, nomeadamente graças à instauração de sistemas de captura e armazenagem de CO2), os biocombustíveis que, até 2020,

deverão representar 10% dos combustíveis utilizados nos veículos e, por último, os sistemas de aquecimento e de arrefecimento.

Desenvolver as tecnologias energéticas:

As tecnologias energéticas desempenham um papel fundamental na conciliação da competitividade e da sustentabilidade da energia, ao mesmo tempo que reforçam a

segurança do abastecimento. São igualmente essenciais para concretizar outros objectivos energéticos.

Hoje em dia líder mundial no sector das energias renováveis, a UE pretende consolidar esta posição e, a esta imagem, impor-se no mercado, em pleno crescimento, das tecnologias energéticas com baixo teor de carbono.

A UE deve assim desenvolver as tecnologias de elevada eficiência energética

existentes, mas também as novas tecnologias, particularmente as dedicadas à

eficiência energética e às energias renováveis. Mesmo que a UE obtenha uma diversificação considerável no domínio

energético, continuará a estar fortemente dependente do petróleo e do carvão,

devendo, por conseguinte, prestar especial atenção às tecnologias que utilizam os combustíveis fósseis e produzem pouco carbono, nomeadamente as tecnologias de captura e armazenagem do carbono.

Ponderear o futuro da energia nuclear:

Face às crescentes preocupações em matéria de segurança de abastecimento energético e de emissões de CO2, a energia nuclear apresenta a vantagem de ser uma das fontes de energia com baixo teor de carbono cujos custos e abastecimento são

mais estáveis.

A decisão de utilizar ou não a energia nuclear é da competência exclusiva dos

Estados-Membros. O programa indicativo nuclear insiste, no entanto, na necessidade de levar a efeito uma acção comum e coerente em matéria de segurança, de não proliferação e de desmantelamento das instalações e de gestão dos resíduos.

Empreender uma política energética internacional comum:

A UE, isoladamente, não pode atingir o objectivo de uma energia segura, competitiva e sustentável. Para tal, deve cooperar com os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, os consumidores e os produtores de energia, bem como

os países de trânsito. Na perspectiva da eficiência e da coerência, é essencial que os Estados-Membros e a UE se exprimam a uma só voz sobre as questões energéticas internacionais.

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A UE desempenhará um papel central na elaboração dos acordos internacionais em matéria de energia, em especial reforçando a Carta da Energia8, tomando a

iniciativa de um acordo sobre eficiência energética e participando activamente no regime pós-Quioto no que respeita às alterações climáticas.

O Tratado da Carta da Energia cria um quadro de cooperação internacional entre os países da Europa e outros países industrializados, com o objectivo, nomeadamente, de desenvolver o potencial energético dos países da Europa Central e

Oriental e garantir a segurança do abastecimento de energia da União Europeia. O Protocolo relativo à eficiência energética e aos aspectos ambientais associados destina-se a promover as políticas de eficiência energética compatíveis com o desenvolvimento sustentável, uma utilização mais eficaz e mais sã da energia e o incentivo da

cooperação no domínio da eficiência energética.

8 A integra do documento encontra-se em enexo.

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Portugal e as suas políticas energéticas:

Portugal, como membro da União Europeia, tem obrigações a cumprir quer a nível energético, quer a nível de emissões de dióxido de carbono. Os governos portugueses têm desenvolvido políticas com base nessas obrigações, mas também

tendo em mente o desenvolvimento económico do país, a redução da dependência energética exterior e o combate às alterações climáticas. Neste âmbito foram lançadas

diversas Resoluções e Decretos-Lei.

No ano de 2003, o Ministério da Economia, gabinete do Ministro e o governo

aprovaram uma resolução que sistematiza as orientações sobre política energética,

assente em três eixos estratégicos: a segurança do abastecimento nacional, o fomento do desenvolvimento sutentável e a promoção da competitidade nacional.

A Resolução detalha as orientações e objectivos consagrados no Programa do

Governo, definindo as medidas que os concretizam. São objectivos da Política Energética os seguintes:

1. Liberalização do mercado 2. Redução da intensidade energética no produto 3. Redução da factura energética

4. Melhoria na qualidade de serviço 5. Segurança no aprovisionamento e do abastecimento 6. Diversificação das fontes e aproveitamento dos recursos endógenos

7. Minimização do impacto ambiental 8. Contribiução para o reforço da competitividade e da economia nacional

Outro grande desafio assumido é o do aumento da participação das energies renováveis na oferta, bem como, o dos novos mercados dos serviços energéticos, das emissões e dos futuros certificados verdes.

Garantir a Segurança do Abastecimento Nacional:

Portugal tem uma dependência externa, em termos de energia primária,

claramente superior àquilo que é a média da União Europeia e dos países comparáveis. Portugal importa cerca de 85% da energia que consome e tem um dos piores

níveis de eficiência dos 15 Estados-Membros da UE na utilização da energia, com

evidentes reflexos negativos na competitividade da economia. Para minimizar esta dependência, garantir a segurança do abastecimento nacional e diversificar as fontes de energia, o Governo adopta, entre outras, as seguintes medidas:

1. Reduzir a dependência externa de energia primária 2. Diversificar as fontes externas, por países e por tipo de fonte

3. Manter reservas obrigatórias de combustíveis 4. Garantir uma capacidade adequada de produção de energia eléctrica

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Fomentar o Desenvolvimento Sustentável:

O Programa do Governo consagra o apoio ao desenvolvimento das energias renováveis; a promoção de aproveitamentos hidroeléctricos de fins múltiplos para produção de energia e aproveitamento de água; o incentivo ao consumo de energias

ambientalmente mais limpas e a gestão da procura de energia, nomeadamente pela promoção da inovação tecnológica e aumento da eficiência na sua utilização. Para concretizar este segundo eixo estratégico, o Governo decidiu:

1. Adoptar mecanismos que concretizem o Protocolo de Quioto 2. Promover a utilização racional de energia

Promover a Competitividade Nacional:

O Governo acredita que o aumento da abertura e da concorrência nos

mercados energéticos é não só importante, mas também uma necessidade. Isso trará benefícios claros para as empresas e para a sua competitividade. As entidades reguladoras desempenham aqui um papel essencial de defesa dos interesses dos

consumidores, no quadro dos objectivos de política económica democraticamente legitimada.

As orientações estratégicas, alicerçadas também em objectivos ambientais,

dirigidas à política energética são as adequadas para assegurar o reforço da competitividade das empresas num quadro de eficiência, valorização da produção

endógena de energia e cumprimento das obrigações de carácter ambiental.

O Governo cria assim as condições para o desenvolvimento de uma fileira

dinâmica, competitiva e moderna de actividades económicas, no sector da Energia, com capacidade para se posicionarem no Mercado Interno Europeu.

No entanto, no início do presente ano, o Governo apresentou novas metas energéticas, que vão desde um aumento da produção de electricidade com base em

energias renováveis, em 2010, de 39% do consumo (definido na Directiva Europeia nº 2001/77/CE) para 45%, à utilização de 10% de biocombustível nos transportes rodoviários (em oposição aos 5,75% propostos na RCM nº 169/65).

Para além da aposta efectuada na energia renovável, o Governo está também

empenhado numa redução do consumo energético e num aumento da eficiência energética, tendo por isso lançado, em 2007, uma meta de redução de 10% do consumo de energia até 2015.

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Esquema 1: Metas para as energias renováveis em Portugal até 2010

A energia encontra-se na base do desenvolvimento económico de qualquer

país. No caso de Portugal, em que a situação económica se tem vindo a degradar de forma vertiginosa nos últimos anos, com crescimentos insignificantes do PIB, a política energética carece de uma profunda revisão, na medida em que os custos associados à

energia podem ter reflexos extremamente negativos nas condições de vida dos cidadãos e na actividade das empresas.

Os efeitos da actual política energética, principalmente no sector da electricidade, são particularmente graves, pois perdurarão negativamente mesmo que sejam eliminados os outros factores de atraso económico e condicionará qualquer

possibilidade de atracção de investimento, seja ele nacional ou estrangeiro. Todas as estratégias de saída da crise se baseiam na necessidade de aumento da competitividade empresarial, que o custo da energia irá prejudicar.

A actual política energética tem vindo a ser dominada por decisões que se traduzem pela promoção sistemática de formas de energia "politicamente correctas",

como a eólica e a fotovoltaica, mas que apenas sobrevivem graças a imposições de carácter administrativo que garantem a venda de toda a produção à rede eléctrica a preços injustificadamente elevados.

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Em 2009 o défice tarifário atingiu um valor superior a 2000 milhões de Euros. E, a manter-se a actual política, é inevitável que o sobrecusto destas fontes de energia

venha a crescer nos próximos anos, o que conduzirá a um aumento significativo do preço da electricidade para os consumidores, agravando não só as condições de vida de todos os portugueses como a competitividade exportadora nacional.

O Governo português assumiu, que seria possível conseguir uma substituição progressiva e eficaz das fontes térmicas tradicionais (petróleo, carvão e gás) pelas

fontes renováveis (hídrica, eólica, solar e outras). Todavia, não obstante o esforço observado nas tentativas de diversificação, os resultados foram vincadamente negativos, e darão origem a um enorme aumento dos preços da electricidade para as famílias e as empresas.

Para ilustrar a incapacidade da actual politica para reduzir a nossa dependência energética, referiro que em 2008, o saldo liquido da factura energética portuguesa

atingiu o valor de 8219 milhões de Euros, ao passo que em 1998 não ultrapassava 1464 milhões de Euros .

A valores constantes de 1998 o aumento verificado nestes dez anos atingiu 322% e foi devido, sobretudo, ao enorme incremento da factura relativa a combustíveis fósseis como o petróleo e o gás natural, cuja importação a actual política

energética não conseguiu reduzir.

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E.D.P.:

Política de ambiente E.D.P.:

Princípios da E.D.P.:

A missão da empresa assenta em três vectores fundamentais: a criação de

valor para o accionista, a orientação para o cliente e a aposta no potencial humano da

empresa, tendo em vista ser o mais competitivo e eficiente operador de electricidade e gás da Península Ibérica.

Para atingir este objectivo, a E.D.P. assume a condução das suas actividades segundo princípios de transparência, respeito pelo ambiente e cumprimento dos mais

altos padrões de ética e honestidade. Tendo em conta a importância decisiva da energia eléctrica como factor de

desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das populações. Reconhecendo que as actividades inerentes à sua produção e distribuição podem ter efeitos ambientais menos positivos, na procura incessante do equilíbrio entre a sua função essencial e a

salvaguarda dos valores ambientais, a E.D.P.adopta os seguintes princípios:

consolidar a utilização de critérios de avaliação ambiental nas actividades da

Empresa e auditar o seu desempenho; examinar a importância da componente ambiental em todas as fases dos

processos de produção e distribuição e utilização final de electricidade;

promover sistemas de utilização racional da energia; aumentar o conhecimento das interacções das actividades da Empresa com o

Ambiente;

promover estratégias de conservação da natureza e valorização cultural; assegurar os mecanismos de informação ambiental adequados; promover a utilização de tecnologias limpas e práticas adequadas de gestão de

resíduos.

A E.D.P. ambiciona, no contexto internacional em que opera, ser líder e referência

na gestão ambiental dos negócios e no envolvimento das partes interessadas na implementação e promoção das boas práticas neste domínio;

Promove ainda uma cultura corporativa onde as iniciativas e as actividades que

dão corpo ao negócio são consistentes com a responsabilidade ambiental, e estimulam a inovação e a melhoria contínua de produtos, serviços e do desempenho ambiental.

Como tal, a E.D.P. assume na sua cultura organizacional os seguintes valores e

princípios orientadores de acção:

> Integrar o respeito pelo ambiente e a gestão dos aspectos ambientais, em todas as fases dos processos empresariais e ao longo de toda a cadeia de valor, e zelar para que todos os intervenientes, incluindo fornecedores, detenham as competências

necessárias e suficientes para o efeito; > Pautar por princípios éticos de transparência, honestidade e integridade, as relações com as autoridades competentes e as restantes partes interessadas;

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> Melhorar continuamente o desempenho ambiental, nomeadamente na prevenção da

poluição e na minimização dos seus impactes; > Cumprir os requisitos da legislação ambiental aplicável às actividades, bem como

outros compromissos voluntariamente assumidos; > Gerir os riscos ambientais, com vista a eliminar ou minimizar os impactes negativos

das actividades, tanto nas situações normais, como nas de emergência, acidente ou catástrofe; > Gerir o impacte sobre a biodiversidade, decorrente das actividades de negócio,

procurando obter um balanço global positivo neste domínio; > Promover a utilização das fontes de energias renováveis e das melhores tecnologias

com vista à preservação dos recursos naturais e à prevenção e redução da poluição; > Promover a eficiência energética e as práticas de utilização racional da energia,

como uma das principais opções compatíveis com o uso sustentável dos recursos; > Considerar as expectativas das partes interessadas, nos processos ambientalmente

relevantes e na sua comunicação; > Promover a criação de conhecimento e a divulgação de boas práticas no domínio do

ambiente.

Compromissos:

Para além dos compromissos que a E.D.P. se compromete cumprir para com os seus clientes e para com as pessoas, a empresa compromete-se ainda a:

Compromissos com a Sustentabilidade

> Assumimos as responsabilidades sociais e ambientais que resultam da nossa actuação, contribuindo para o desenvolvimento das regiões onde estamos presentes. > Reduzimos, de forma sustentável, em emissões específicas de gases com efeito de

estufa da energia que produzimos. > Promovemos activamente a eficiência energética.

Compromissos com Resultados

> Cumprimos com os compromissos que assumimos perante os nossos accionistas. > Lideramos através da capacidade de antecipação e execução. > Exigimos a excelência em tudo o que fazemos.

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A produção:

Gráfico 1: MW de capacidade instalada pela E.D.P. de 1997 a 2009

No final de 2009, a capacidade instalada da EDP no regime convencional era de 9.675MW, sendo 4.578MW em centrais hidroeléctricas e 5.097MW em centrais termoeléctricas.

Gráfico 2: GWH Emitidos pela E.D.P. de 1997 a 2009

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A estratégia da EDP de combate às alterações climáticas visa reduzir

progressivamente as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) resultantes da sua actividade, com particular ênfase na produção de energia eléctrica.

Para o efeito, a EDP assumiu, em 2007, o objectivo de reduzir em 35% as emissões específicas do parque electroprodutor em 2010 face a 2006. No entanto, com a apresentação do Plano de Negócios 2009-20012 alicerçado numa estratégia de

investimentos com redução de exposição às emissões de CO2, esse compromisso foi reforçado e fixado em 270kgCO2/kWh em 2012, ou seja, -56% do valor 2005 (600gCO2/kWh).

Trading de Energia:

A actividade de produção de energia engloba uma plataforma centralizada de

Gestão de Energia, cuja principal missão é a gestão activa do risco de preço e de volume para a totalidade do portfólio do Grupo EDP na Península Ibérica.

Gráfico 3: Emissão de CO2 pela E.D.P. de 1999 a 2009

Esquema 2: Operações de trading na zona Ibérica.

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A EDP está presente no negócio do Gás em Portugal através da EDP Gás, a segunda maior distribuidora de Gás Natural do país. A EDP entrou no capital da EDP

Gás (antiga Portgás) no final de 2004 e, hoje, detém uma participação de 72%.

A rede de distribuição de gás natural em Portugal (redes de média e baixa

pressão) está actualmente organizada em torno de seis áreas de concessão e de sete redes autónomas. A Portgás iniciou a prestação de serviços como distribuidor de gás natural na zona norte de Portugal em 1994, tendo assinado em Abril de 2008 um novo

contrato de concessão com o Estado português, por 40 anos, com efeitos a 1 de Janeiro de 2008. A área de concessão da EDP Gás, localizada numa região com um forte

potencial de crescimento, abrange aproximadamente 25% da população de Portugal, envolvendo 29 concelhos dos Distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo. Esta área está situada numa região com elevado desenvolvimento industrial, onde se destacam

os pólos industriais do Porto e do Vale do Ave, sendo que aproximadamente 60% do volume de gás é vendido a clientes industriais. A EDP Gás apresenta ainda um potencial de crescimento no mercado doméstico.

A EDP conta também em Portugal com a EDP Gás, com licença para operar no

mercado liberalizado. A EDP detém ainda uma participação de 19,8% da Setgás, a

quarta maior distribuidora de gás em Portugal que actua nos concelhos da península de Setúbal.

O contributo da E.D.P. para a sociedade e para o país:

Desde sempre, a EDP e as empresas que lhe deram origem contribuíram, de uma forma decisiva, para a electrificação do país, levando electricidade aos pontos

mais remotos de Portugal. A expansão económica registada ao longo dos últimos anos, que conduziu a uma maior procura de electricidade tanto das empresas como das famílias, tem obrigado a um elevado esforço de desenvolvimento da capacidade de

geração de electricidade por parte da EDP.

Sendo uma das maiores empresas portuguesas a EDP é um dos maiores

empregadores a nível nacional, estendendo-se a sua responsabilidade social com os seus colaboradores muito além do seu vínculo laboral.A EDP tem vindo ainda a patrocinar diversas actividades nas áreas de desporto e cultura. A Fundação EDP é

hoje o veículo por excelência para o desenvolvimento da actividade de mecenato do grupo.

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Galp:

A génese do grupo Galp Energia remonta aos primórdios da indústria nacional

do petróleo e do gás natural. Construída da fusão, aquisição e integração de empresas que, nos mais diversos momentos, lhe permitiram crescer e expandir a sua actividade, a Galp Energia é hoje um operador integrado multi-energia, presente em todas as

etapas da cadeia de valor do petróleo, gás natural e electricidade.

A GALP ENERGIA é um operador integrado de energia, presente em todas as

etapas da cadeia de valor do petróleo, gás natural e com uma presença crescente nas energias renováveis. A sua actividade desenvolve-se numa geografia diversificada em que a América do Sul e África assumem o papel relevante nomeadamente na área de

exploração e produção. A eficiência energética, a mobilidade sustentável e o aprofundamento do

relacionamento com a comunidade científica têm sido os eixos principais da actuação da Galp Energia na área da sustentabilidade, onde se tem posicionado como uma empresa responsável, nomeadamente pelas suas iniciativas para a redução dos gases

com efeito de estufa (GEE). A mobilidade sustentável é outro eixo importante da actuação da Galp Energia.

Para complementar as suas actividades de refi nação e de distribuição de combustíveis rodoviários, a empresa tem procurado alternativas aos combustíveis convencionais, nomeadamente através da incorporação de biocombustíveis, da mobilidade eléctrica,

do desenvolvimento de novos aditivos para melhorar a eficiência dos motores e a redução das emissões associadas.

A introdução incremental de soluções e medidas de efi ciência energética permite reduzir gradualmente o nível de consumo e contribuir para a limitação das

emissões de GEE, evitando a execução de grandes investimentos na ampliação da capacidade de geração de energia eléctrica e aliviando a pressão do lado da procura.

Este esforço tem tendência a estabilizar os custos de energia, possibilitando uma transição mais suave e segura para fontes alternativas de energia, nomeadamente de energia renovável, e promovendo uma nova actividade económica

associada ao desenvolvimento e exploração de soluções tecnológicas que acelerem a eficiência energética.

Sensível a estas questões, a Galp Energia lançou, em Julho de 2009, uma nova unidade organizacional, designada Galp Soluções de Energia (GSE). Esta nova unidade dedica-se exclusivamente ao desenvolvimento e implementação de soluções

tecnológicas e serviços integrados de eficiência energética, com especial incidência nas energias renováveis. A missão da GSE é apoiar os clientes da Galp Energia na optimização da utilização de energia, o que lhes permitirá reduzir custos energéticos e

diminuir o nível de emissões de CO2, contribuindo para a eficiência e a sustentabilidade energética global.

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O Pacote Energia-Clima e a Política de Alterações Climáticas:

Em Março de 2007, o Conselho Europeu aprovou o objectivo de redução de

30% das emissões de GEE até 2020 face às emissões de 1990, na condição de outros países se comprometerem a fazer reduções equivalentes. Porém, com o fracasso recente da 15ª Conferência das Partes em Copenhaga, o compromisso da UE é

unilateral até à meta de redução de 20% das emissões até 2020, podendo eventualmente voltar a ascender aos 30% se os acordos futuros o permitirem.

Ciente dos desafios subjacente a Galp Energia tem participado activamente em todos os desenvolvimentos.

Projectos e investimentos:

A Galp Energia, face ao desenvolvimento legislativo e no decurso da experiência acumulada em vários anos de gestão da qualidade dos solos e águas subterrâneas, identificou a necessidade e o interesse na realização de Análises Quantitativas de Risco

(AQR) para a saúde humana e o ambiente relativamente ao solo e água subterrânea de algumas instalações – refinarias, parques de armazenagem da logística e parque de gás de Perafita.

O esquema seguinte ilustra a abordagem das AQR e os elementos considerados

na avaliação e na cadeia de exposição dos receptores aos poluentes:

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Especificações:

O ano de 2009 foi marcado pela publicação, em 23 de Abril de 2009, da Directiva 2009/30/CE do PE e do CE (Directiva da Qualidade dos Combustíveis - DQC), que alterou a Directiva 98/70/CE no referente às especifi cações da gasolina e do

gasóleo rodoviário e não rodoviário e à introdução de um mecanismo de monitorização e de redução das emissões de GEE.

Com este diploma, a UE tem como principal objectivo contribuir para a descarbonização dos combustíveis utilizados no sector dos transportes, de modo a cumprir as metas do Protocolo de Quioto relativas à redução das emissões de GEE. É introduzido um conjunto de alterações relativas às especificações ambientais dos

gasóleos e gasolinas: percentagem de incorporação de biocombustíveis, tensão de vapor, compostos aromáticos policíclicos, aditivos metálicos, enxofre.

Para as gasolinas passa a ser permitido um teor máximo de incorporação de

etanol de 10% (v/v: em volume) (grade E10) e para os gasóleos um teor máximo de FAME de 7% (v/v) (grade B7).

Em resposta à publicação da DQC, o CEN TC19/WG21 está a rever a norma EN

228 relativa aos requisitos para as gasolinas rodoviárias, de modo a poder contemplar aqueles teores de etanol.

De modo a dar cumprimento às metas traçadas a nível nacional para a incorporação de biocombustíveis no sector dos transportes, a Galp Energia passou a

incorporar, de forma regular, FAME no gasóleo rodoviário e gasóleo para máquinas móveis não rodoviárias, tractores agrícolas e fl orestais, assim como no gasóleo colorido e marcado para as utilizações previstas no n.3 do artigo 74º do Decreto lei nº

566/99, de 22 de Dezembro.

Relativamente ao teor de enxofre destes combustíveis, a Galp Energia, em linha com a legislação vigente, passou a comercializar em 2009 em todo o território,

combustíveis com um teor máximo de enxofre de 10mg/kg, contribuindo assim para uma melhor qualidade do ar e antecipando os requisitos da DQC, a qual prevê apenas para 1 de Janeiro de 2011 a entrada em vigor deste requisito.

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Conclusão:

Para concluir o trabalho, tenho a dizer que as metas pretendidas pela União Europeia são demasiado ambiciosas para uma escala global em que os paises estão a sofrer na sua maioria uma recessão económica, das maiores dos últimos anos. No

entanto, considero que as medidas tomadas, apesar de serem um pouco exigentes, são certamente as mais correctas e as metas pretendidas, relativamente à emissão de gases de efeito de estufa, produção de energia e sua comercialização, poderão causar

graves problemas logísticos em vários paises. Como o caso de Portugal, sendo o seu principal modo de obtenção de energia através das centrais termoeléctricas, tais leis e imposições, não irão permitir que Portugal, reduza a sua produção, de modo a diminuir as taxas de emisão de GEE, pois as suas alternativas, relativamente à energia

termoeléctrica, não são suficientemente capazes de cobrir tal perda de produção de energia, colocando em causa o abastecimento nacional e ainda os preços praticados pelas empresas produtoras.

Apesar do que referi anteriormente ser verdade, o estado português, tem vindo a criar incentivos, onde, pequenas e médias empresas e até particulares têm tomado partido deles e criaram os seus próprios modos de obtenção de energia, totalmente

limpa, através da intalação de painéis fotovoltaicos, sem qualquer emissão de gases para a atmosfera. Deste modo o estado português fomenta o desenvolvimento sustentável,

promove a competitividade nacional, e ainda aumenta a produção de energia com suporte nas energias renováveis.

É ainda importante referir que o goveno português, com estas medidas e

imposição de leis, tem cumprido o pretendido pelos prótocolos de Quioto, tendo sempre como objectivo diminuir os impactes ambientais, e garantir sempre uma melhor qualidade de serviços para a sociedade em geral.

Considero então que, apesar de Portugal ainda se encontrar acima do imposto pela U.E. em termos de emissão de gases, e abaixo dos objectivos e das metas

pretendidas no que toca à produção de energias limpas, estamos no bom caminho para atingir as metas pretendidas até ao ano de 2020.

Relativamente às empresas em análise, tenho a referir que ambas as empresas apresentam políticas de produção muito idênticas, no ponto de vista que ambas têm cientes o seu compromisso para com a sociedade e para com o meio ambiente. No

entanto tenho a referir que a obtenção de dados sobre ambas as empresas se tornou um verdadeiro desafio, pois os meus pedidos de informação a ambas sobre o tema que desenvolvi, foram simplesmente ignorados.

Após um verdadeiro esmiuçar das páginas online das duas empresas, consegui obter as informações necessárias para o desenvolver a parte referente a cada empresa neste trabalho. Posso então referir que apesar da forte presença das duas empresas

internacionalmente, os seus níveis de produção se encontram dentro dos limites da União Europeia, tendo as duas empresas sido destacadas pelos bons resultados e pelas suas medidas praticadas, onde as duas conseguiram reduzir as suas emisões e

desperdicios, enquanto os seus níveis de produção não foram afectados, tendo em anos especificos superado os objectivos e conseguido manter as suas reservas dentro dos valores estipulados por lei.

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Referências:

http://www.iapmei.pt/

http://www.edp.pt

http://www.galp.pt

http://www.portugal.gov.pt/pt/Documentos/Governo/MEI/2003SintesePoliticaEnergetic

a.pdf

http://www.eco.edp.pt/pt/jovens/simular/mede-a-tua-pegada/simular

Uma política energética para a Europa:

http://eur-

lex.europa.eu/smartapi/cgi/sga_doc?smartapi!celexplus!prod!DocNumber&

lg=pt&type_doc=COMfinal&an_doc=2007&nu_doc=1

Plano de Acção sobre Eficiência Energética: Concretizar o Potencial:

http://eur-lex.europa.eu/smartapi/cgi/sga_doc?smartapi!celexplus!prod!DocNumber&lg=pt&type_doc=COMfinal&an_doc=2006&nu_doc=545

Roteiro das Energias Renováveis. Energias Renováveis no Século XXI: construir um futuro mais sustentável:

http://www.min-economia.pt/document/com2006_0848pt01.pdf

Estratégia da UE para limitar as alterações climáticas: http://eur-

lex.europa.eu/smartapi/cgi/sga_doc?smartapi!celexplus!prod!DocNumber&lg=pt&type_doc=COMfinal&an_doc=2007&nu_doc=2

Plano de acção para a eficiência energética (2007-2012):

http://eur-

lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2006:0545:FIN:PT:PDF

Roteiro das energias renováveis: http://eur-

lex.europa.eu/smartapi/cgi/sga_doc?smartapi!celexplus!prod!DocNumber&lg=pt&type_doc=COMfinal&an_doc=2006&nu_doc=848

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Apêndices:

Carta energética:

98/181/CE, CECA, Euratom: Decisão do Conselho e da Comissão de 23 de Setembro de

1997 relativa à conclusão pelas Comunidades Europeias do Tratado da Carta da Energia e

do Protocolo da Carta da Energia relativo à eficiência energética e aos aspectos ambientais

associados

Jornal Oficial nº L 069 de 09/03/1998 p. 0001 - 0116

DECISÃO DO CONSELHO E DA COMISSÃO de 23 de Setembro de 1997 relativa à

conclusão pelas Comunidades Europeias do Tratado da Carta da Energia e do Protocolo

da Carta da Energia relativo à eficiência energética e aos aspectos ambientais associados

(1) (98/181/CE, CECA, Euratom)

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e,

nomeadamente, o seu artigo 95º,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o nº 2

do artigo 54º, o nº 2, última frase, do artigo 57º, o artigo 66º, o nº 2 do artigo 73ºC, os

artigos 87º, 99º, 100ºA e 113º, o nº 1 do artigo 130ºS e o artigo 235º, conjugados com o

nº 2, segundo período, e com o nº 3, segundo parágrafo, do artigo 228º,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica e,

nomeadamente, o segundo parágrafo do artigo 101º,

Tendo em conta o parecer do Comité Consultivo criado pelo Tratado que institui a

Comunidade Europeia do Carvão e do Aço,

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer favorável do Conselho, deliberando por unanimidade, em

conformidade com o artigo 95º do Tratado que institui a Comunidade Europeia do

Carvão e do Aço,

Tendo em conta o parecer favorável do Parlamento Europeu (2),

Tendo em conta a aprovação do Conselho, em conformidade com o artigo 101º do

Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica,

Considerando que a Carta Europeia da Energia foi assinada em 17 de Dezembro de

1991 pelas Comunidades Europeias e pelos seus Estados-membros;

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Considerando que as Comunidades Europeias e os seus Estados-membros assinaram,

em 17 de Dezembro de 1994, o Tratado da Carta da Energia e o Protocolo da Carta da

Energia relativo à eficiência energética e aos aspectos ambientais associados, para dar

aos princípios fixados na referida Carta um quadro jurídico internacional seguro e

vinculativo;

Considerando que as Comunidades Europeias e os seus Estados-membros têm vindo a

aplicar o Tratado da Carta da Energia a título provisório, nos termos das Decisões

94/998/CE (3) e 94/1067/Euratom do Conselho (4) desde a data da sua assinatura;

Considerando que os princípios e objectivos do Tratado da Carta da Energia são de

importância fundamental para o futuro da Europa, permitindo aos membros da

Comunidade de Estados Independentes e aos países da Europa Central e Oriental

desenvolverem o seu potencial energético, enquanto que contribui para melhorar a

segurança do abastecimento;

Considerando que os princípios e objectivos do Protocolo da Carta da Energia

contribuirão para reforçar a protecção do ambiente, nomeadamente através da promoção

da eficiência energética;

Considerando que é necessário consolidar a iniciativa e o papel crucial das

Comunidades Europeias, permitindo a sua plena participação na aplicação do Tratado

da Carta da Energia e do Protocolo da Carta da Energia;

Considerando que a conclusão do Tratado da Carta da Energia e do Protocolo da Carta

da Energia contribuirá para atingir os objectivos das Comunidades Europeias;

Considerando que é necessário utilizar o nº 2 do artigo 73ºC do Tratado que institui a

Comunidade Europeia como fundamento jurídico da presente decisão, uma vez que o

Tratado da Carta da Energia impõe determinadas obrigações às Comunidades Europeias

no domínio da circulação de capitais e de pagamentos entre as Comunidades e os países

terceiros que são Partes Contratantes no Tratado da Carta da Energia;

Considerando que o Tratado da Carta da Energia pode afectar actos legislativos

fundamentados no artigo 235º do Tratado que institui a Comunidade Europeia; que o

referido Tratado não prevê outros poderes para além dos do artigo 235º para a execução

das obrigações impostas pelo mesmo Tratado em matéria de cooperação no domínio da

energia;

Considerando que o Tratado da Carta da Energia e o Protocolo da Carta da Energia

devem ser aprovados pelas Comunidades Europeias;

Considerando que, de modo a garantir a uniformidade da representação externa das

Comunidades Europeias, tanto no que respeita ao procedimento de conclusão como à

execução dos compromissos assumidos pelas Comunidades Europeias e pelos Estados-

membros, devem ser criados procedimentos de coordenação adequados; que, para tal, é

conveniente prever que a presente decisão seja depositada junto do Governo da

República Portuguesa simultaneamente com os instrumentos de ratificação dos Estados-

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membros; que, pelos mesmos motivos, a posição a adoptar pelas Comunidades

Europeias e pelos Estados-membros deve ser coordenada, tendo em vista as decisões a

tomar pela Conferência da Carta da Energia instituída pelo Tratado da Carta da Energia

nos domínios abrangidos pelas suas competências partilhadas;

Considerando que a Conferência da Carta da Energia dispõe de poder de decisão

autónomo; que, por consequência, devem ser criados procedimentos adequados para

determinar a posição das Comunidades Europeias no contexto da Conferência da Carta

da Energia;

Considerando que estes procedimentos devem ser simples por forma a permitir uma

participação efectiva das Comunidades Europeias na referida Conferência;

Considerando que o Conselho e a Comissão agirão nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo

228º do Tratado que institui a Comunidade Europeia relativamente às decisões da

referida Conferência que exigirem a adopção ou alteração de legislação comunitária;

Considerando que, sempre que as decisões a tomar pela Conferência da Carta da

Energia visarem domínios de competência mista, as Comunidades Europeias e os

Estados-membros deverão, em conformidade com a jurisprudência do Tribunal de

Justiça das Comunidades Europeias, cooperar tendo em vista alcançar uma posição

comum.

DECIDEM:

Artigo 1º

São aprovados, em nome da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, da

Comunidade Europeia e da Comunidade Europeia da Energia Atómica, o Tratado da

Carta da Energia e o Protocolo da Carta da Energia relativo à eficiência energética e aos

aspectos ambientais associados.

Os textos do Tratado da Carta da Energia e do Protocolo da Carta da Energia

acompanham a presente decisão.

Artigo 2º

O Presidente do Conselho depositará, em nome da Comunidade Europeia, junto do

Governo da República Portuguesa o instrumento de aprovação do Tratado da Carta da

Energia e do Protocolo da Carta da Energia em conformidade com os artigos 39º e 49º

do Tratado da Carta da Energia e os artigos 15º e 21º do Protocolo da Carta da Energia.

Em conformidade com as mesmas disposições, o Presidente da Comissão efectuará o

depósito em nome da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e da Comunidade

Europeia da Energia Atómica.

Os Presidentes do Conselho e da Comissão, agindo respectivamente em nome da

Comunidade Europeia, por um lado, e da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e

da Comunidade Europeia da Energia Atómica, por outro, consultarão os Estados-

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membros para assegurar, na medida do possível, o depósito simultâneo dos respectivos

instrumentos de aprovação.

Artigo 3º

1. A posição que a Comunidade Europeia possa ter que assumir no âmbito da

Conferência da Carta da Energia no que respeita às decisões da referida Conferência

que exijam a introdução ou alteração de legislação comunitária será adoptada pelo

Conselho, sob reserva do nº 3, deliberando nos termos das regras relevantes do Tratado

que institui a Comunidade Europeia.

O Conselho deliberará por maioria qualificada. No entanto, o Conselho deliberará por

unanimidade se a decisão a tomar pela referida Conferência abranger um domínio em

que, para a adopção de regulamentação interna da Comunidade, seja exigida a

unanimidade.

2. Nos outros casos, a posição a assumir pela Comunidade Europeia será adoptada pelo

Conselho.

3. Para as questões abrangidas pelo nº 1, o Conselho e a Comissão informarão plena e

regularmente o Parlamento Europeu e dar-lhe-ão a oportunidade de exprimir os seus

pontos de vista sobre a posição a assumir pela Comunidade na Conferência referida no

nº 1.

No caso de decisões da referida Conferência ao abrigo do nº 7 do artigo 34º do Tratado

da Carta da Energia, o Conselho consultará o Parlamento Europeu ou obterá o parecer

favorável deste antes de tomar a sua decisão, nos termos do nº 3 do artigo 228º do

Tratado que institui a Comunidade Europeia.

4. A posição a assumir em nome da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço será

adoptada pela Comissão, com aprovação do Conselho, deliberando por maioria

qualificada ou por unanimidade conforme o assunto a tratar.

5. A posição a assumir em nome da Comunidade Europeia da Energia Atómica será

adoptada pela Comissão, com aprovação do Conselho, deliberando por maioria

qualificada.

Artigo 4º

A presente decisão será publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias.

Feito em Bruxelas, em 23 de Setembro de 1997.

Por Conselho

O Presidente

H. WIJERS

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Políticas Energéticas

Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente

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Pela Comissão

O Presidente

J. SANTER

(1) A decisão de conclusão do Tratado da Carta da Energia, em nome da Comunidade

Europeia, foi adoptada pelo Conselho em 27 de Maio de 1997.

(2) JO C 85 de 17.3.1997.

(3) JO L 380 de 31.12.1994, p. 1.

(4) JO L 380 de 31.12.1994, p. 113.