Instruções para sair à luz do dia, conhecido como _O Livro dos Mortos Egípcio_

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    Ol Oi 1 O LIVRO DOS

    DO ANTIGO EGTO0 P R I M E I R O L I V R O D A H U M A N I D A D E

    9- edio4- reimpresso

    H E M U S

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    TraduoEdith de Carvalho Negraes

    CapaS rgio N g

    SupervisoMaxim Behar

    1996

    Copyright 1994 by Hemus Editora Ltda.pela traduo em lngua portuguesaTodos os direitos adqu iridos para a lngua portuguesa

    e reservada a propriedade literria desta publicao pelaH E M U S E D I T O R A L I M I T A D A

    RUA DA GLRIA 312 - LIKKDADI CIP 01B10-000 - CxPOSTAL IFONI (OI1) 279-99) 1 - FAX (O11) 279 -9721NDIO TILIOUPICO HITIC . SO PAULO - SP - BAAAILI m p r e s s o n o BrasilIPrintcd in Brazil

    Prefcio

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    * ei 1 >

    I

    Antes de entrar propri am ente no Livro dos Mortos , d e v e -mos abordar o que foi o primeiro l ivro que se conhece, que foies t e , e por que surg i u com um assunto to es t ranho . Pretendo ,em a l gum as l i nhas , m ostrar com o decorreu o processo do m edoe da rel igio, que culminou com o cul to aos mortos e, posterior-m e n t e , c o m 0 Livro dos Mortos.O m edo fo i a pr i m ei ra causa do i m pul so do hom em emdi reo a seus superi ores . E sse m edo , q ue se reves t e de um aaura de m i s t r i o , f o i e cont i nua sendo o pri nci pa l m ot i vo dapreservao das re l i g i es . Fo i o desconheci do o pr i m ei ro a fazero hom em ca ir de joe l hos f rente a e l e . Atem ori zado ante o s ca ta -cl i smos naturais como os troves e os raios, terremotos e vul-ces, fora de sua compreenso e que no podia evi tar, era natu-ra l que o s encarasse com o m ani f es taes de um ser superi or ,fo sse qua l fo sse , e seus m ot i vos para a ss i m proceder . L g i cotam bm que, a ss i m supondo , se pros trasse hum i l de e a ssustadoperante os que tanta fora possuam.Com o correr dos t em pos , esse m edo evo l u i u , com eandoo hom em por t em er a ao d i reta dos deu ses em sua v ida , nos nas co i sas que o cercavam , m as tam bm nas que se m ani f es -tariam depois da morte.Foram necessri o s vri o s scu l os para que o hom em v i essea pensar no animismo e para que a palavra espri to se concreti -zasse no t erm o a l m a . E um a conseqnci a na tura l do cu l to aosmortos seria oferecer a eles, para sua vida eterna, tudo de que

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    Tudo ;sso prova a enorme importncia que era dfida ao Li-vro dos Mortos, pois, seguros de que a vida no acabada na Ter-ra, encontravam nele todas as respostas e indicaes para umafeliz ascenso rumo morada dos Deuses. Acreditavam inclusi-ve que poderiam chegar a ser deuses, e qual outro sentimentomaior que o que dominpu a humanidade por tanto tempo eainda dom ina qu e o de ser de us? Ser a razo, | 'no dig oprincipal, mas uma das secundrias, das religies?

    , O LIVRO DOS MOR TOS iO veiidadeiro nome do Livro dos Mortos era "Sada para (aluz de) o Dia". Sua primeira verso foi dada em 1842 por Ri-cardo Lepsius e, embora o ttulo no seja exato, to expressi-vo que foi aceito sem reservas por todos os egiptlogos. Na rea-l idade, quem descobriu o Livro dos Mortos foi Champbllion, ar-que logo francs, que dec ifrou a pedra de Roseta, chave dosh i e r g l i f o s e g p c i o s . E s t u d a n d o o s m o n u m e n t o s e g p c i o s d oMuseu de Turim, espec ia lmente um pa piro de uns v inte me-, tros, coberto de hierglifos dispostos verticalmente, e descobris-se o utro s semelha ntes em fra g mento s d iv erso s , deno mino u a otodo "Ritual Funerrio", j que eles tratavam da morte e doculto aos mortos. iiQuando, em 1836, Lepsius passou por ali , a inda muito jo-v e m , o s e s t u d a v a t a m b m : c o m o p e r c e b e s s e q u e c o n t i n h a mmuitas partas a serem pronunciadas pelos defuntos, deu o nomed e Todtenbth, o qual foi conservado, quando de sua primeirapublicao j dividido em captulos: Antes de opinar sobre o1 que possa ^er este l ivro e sobre o que os entendidos acham quepossa ser, vams a um pequeno resumo de seu contedo.f" l)estir)ado, como sabemos, a guiar a alma do defunto peloAlm, informa-nos que, logo aps transpor a "Porta da Morte",

    se viideslurhbrada pela "plena luz do dia". Quando se encon-trar refeita do susto, trata de retornar ao corpo que acaba deabandonar, dmbora as divindades encarregadas de gui-la arras-tem-ria para longe do atade. Comea a a dura e difcil cami-nhada at o Alm; atravessa uma regio de trevas, caminho dif-ci l e freqentemente obstrudo, onde faltam ar e gua. A se-

    gunda etapa a chegada ao Amenti , residncia de Osris , onde julgada.Ali , de p ante o principal de seus juzes e com os braoserguidos, em sinal de adorao, fica ante o deus que, imvel,enigmtico, quase petrificado, contempla a alma que compareceante ele. Atrs de s i esto ris e Nftis , irms de Osris (aquelaalm de irm sua esposa); defronte a esse triunvirato de deu-ses , o defunto pro nuncia a s pa la v ra s sa g ra da s . Fe i to i s so , aunio mstica j est realizada: sua alma e a de Osris formamum n ico to do! Surge ento um a dvida: por que razo, na ter-ceira fase, o defunto vem ante o famoso tribunal de justia pre-sidido por Osris se este j uniu sua alma do morto?

    comparecimento conduzido por Horus ou por Anbis,frente a um tribunal composto de 42 juzes. A deusa da Verda-de-J us t i a es t presente , ma s n o to ma pa rte no ju lg a mento .Thoth o "escrivo": faz o defunto confessar no s o que fez,mas o que deixou de fazer e Anbis pesa em uma balana oseu corao. Tambm aqui se pergunta por que, posto que o sa-cerdote, protetor ou tutor espiritual do defunto na Terra, casosua alma no subisse ao Amenti , ameaava "no deixar mais su-bir Ra ao Cu" o que significava o Sol no percorrer mais oCu o fa r ia ca ir no Ni lo , o nde se a l imenta r ia de pe ix es ,quando estes estavam entre os alimentos impuros.

    No obstante, o Livro afirma que, se a alma no fosse aoAmenti , seria enviada ao Duat, onde permaneceria por tempono determinado. Sendo absolvido, o defunto seria convertidoem Esprito santificado e, desde esse instante, comearia umanova vida. Esta vida teria por sinal distintivo a liberdade abso-luta, pois viriam aos seus caprichos a Terra, o Cu, o MundoInferior, poderia reconfortar os condenados, socorrer todos osque houvessem perdido a esperana, vis itar os Campos da Paz edo s Bem-a v entura do s , s enta r-se na Ba rca de Ra pa ra po deracompanh-lo em seu passeio dirio, ou na Khepra, para passearno Oceano Celestial . Poderia, do mesmo modo, conversar comas divindades de igual para igual, posto que se transforma emuma; tomar a forma que melhor lhe convenha: pssaro, flor, ser-pente, etc. Mais ainda: se sentir no s deus, seno um deus jo-vem, pois as outras divindades j o so h muito tempo, causade sua decrepitude. Tudo isso poderia ser conseguido atravs do

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    Livro, em troca de um pouco de magia e de saber as Palavrasd e P o tnci a , i rres i s t ve i s a deuse s e dem ni os . !E x i s t em trs ed i es em i ng l s do Livro dos Mortos: a deB i rch , de 1867 , a de L e P age Reno uf , de 1897 (no t erm i nada)e a de W. Budge, de 1898. Existe uma francesa, de P. Pierret ,d e 1882 e um a m ai s recente , de 1954 , de Gregory Ko l paktch i ea espanhola de Juan Bergua, surgida por vol ta de 1960.A RELIGIO NO E GITO

    fDurante m i l hares de anos , em todos o s pa ses da Ant i g i -dade (Prs i a , Grci a , Rom a, nd i a e Ori ente em gera l ) , a re l i -g i o exerceu forte i n f l unci a a seus povos , cujo cu l to era o fere-c i do a d i v i nd ades represen tadas por an i m ai s -d euses e an i m ai sde verdade, com o o bo i pi s . Que pensar sobre a m enta l i dadedaquel es que o s i m punham e o s ace i tavam ? No prefc i o da ed i -o de Ko l paktch i des tacam os a s segui ntes pa l avras: "entre o sp o v o s d a A n t i g i d a d e , n o h o u v e n e n h u m q u e m a n i f e s t a s s etanto i n teresse pe l o s m i s t r i o s da Morte com o o eg pci o apa i xo -nado e exc l us i vo . Perturbado pel o s en i gm as da Morte desde osurg i m ento de sua c i v i l i zao , buscou so l ues e organi zou suav i da po l t i ca , soc i a l e re l i g i o sa em funo desses en i gm as . OA n t i g o E g i t o , p o s s u i n d o u m a t r a d i o e s o t r i c a e i m e m o r i a l ,acred i tava t er dom i nado seus m i s t r i o s . A f l or do povo a ju-ventude i n i c i ada el aborou um a t cn i ca que supunha ser pos -s ve l ao m orto d i r i g i r sua ex i s t nci a aps a Morte" . Surgem a dvidas: era o povo na total idade escravos, trabalhadores l i -vres , m ul heres , e t c . que acred i tava nessa re l i g i o ou s o sque a i m punham , o s sacerdotes , o s faras e um pequeno m ago-te de dignitrios?

    S a b e - s e q u e O Livro dos Mortos dest i nava- se no som enteaos que fa l ec i am , seno tam bm aos i n i c i ados e aos desejososde saber como iniciar-se. Quer dizer, no era a Morte uma es-p ci e d e iniciao?.. . Para o povo em geral , incl inad o a crer sno qu e v, a real idade espiri tual proferida no Livro dos Mortosera mostrada sob a forma de imagens do cotidiano: a Barca doSo l , se m el h ante a todas a s que f l u tuavam no Ni l o todos o s d ia s ;o a l i m ento que se i ngere na T erra , o prefer i do pel o s m ortos ; a sv i agens conturbadas e o s m ei os de torn- l a s m enos per i gosas , e14

    tantas outra^1 parecenas. Porm, para um iniciado pu escolhido,a rea l i dade era bem di f erente , encarada de m odo a sa t i s fazerum esp r i to m a i s e l evado .T qm em os com o exem pl o o caso da B arca do So , a | visomais comum em toda a l i teratura l i trgica do Antigo gito. Oque signjf icaria essa imagem, a da Barca carregando o discb doSol , para uma conscincia esotrica? Evidente se torh, cada vezmais, que o Disco Solar representava o princpio sjolar. E a Bar-ca, o que Queria dizer? Sob esta imagem, famil iar a cada'egp-cio, endontrava-se oculta e est i l izada a idia do princpio lunar,o quarto crescente da lua. Em sua qual idade de deus da Lua,T hoth aconhpanhava , f reqentem ente a B arca .Sabe- se que o m esm o s m bo l o o So l i nscr i to no m ei odo quarto, cre sce nte adornava a cabe a de pis, de Hathor,de T hoth , de I s i s , de Khonsu e de outras tantas , d i v i ndades;tudo l eva a crer , portanto , que essa i m ag em form b um ncl eocentra l da irel igio egpcia. Eis outra dvida: de olndej surge} aimpor tncia d e fus o destas d uas fon tes de luz? A> Lua , Vistasob o ponto de vista espiri tual , no inferior ao Sol ; so doisp r i n c p i o s q u e s e o p e m c o m o f o r a s a b s o l u t a m e n t e i g t i a s ;eqi p o tentes . ' ,;Trata-se no so me nte do H om em , se no d e tc j o i ,Unrverso. O Livro anuncia uma srie de catacl i smos dsmiok queculminaram na catstrofe bbl ica, o ponto de partida ^a Irj^oluLo Csm i ca . Um a das etapas i n i c i a i s , segundo O Livro dos Mot-tos , foi a opos io dos dois astros, fontes de luz. Sua s naturez as,com efe i to , so opostas . j !A natureza f sica da Lua mida e fria; sua nturez^ ps -quica vaga e em eterna mutao; governa a germinao, ges-tao, a imaginao e os amores, a afeio; favorece a a |daptao,a assimi lao, as metamorfoses, manda nas foras de di ferencia-o e do chegar-a-ser, alm de ser feminina. Ao contrrio, o Sol seco e quente , do ponto de v i s ta f s i co ; quanto sua const i -tuio espiri tual , governa a razo, de modo impessoal e objet ivo; pr i nc p i o de i n tegrao , f i xando e i m obi l i zando tudo que seencontra dentro de seu cam po de ao a Ordem Csm i ca e aJustia imparcial , o Ser absoluto, oposto ao chegar-a-ser; o Sol masculino^Sob o ponto de vista espiri tual , as duas Luminrias! se en-contram , cada um a em um cam po de foras , e sua i n terao

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    produz a subi da e a queda dos Cubos de Ouro . A i pesm a dua l i -dade encontrada na rel igio chinesa Yin e Yang no En-xofre e no Mercrio da Alquimia, etc. No obstante, a Tradiono se desapegava do car ter prov i sr i o da Invo l uo . O f i mcont i nuava sendo o da Subi da , a t a E vo l uo . E ra proposto ,portanto, pelos autores dos papiros que deram origem ao Livro,que sei pensasse na Barca, smbolo supremo da Salvao.Osris, de quem foram tanto estudadas as ^finidades luna-res e solares, a dupla inicial Lua-Sol; a dupla original , umaivez separada, eu origem aos Planetas, s Estrelas f ixas, s Lu-minrias, e a todos os seres da Natureza, a partir de seus mem-bros |que foram arrancados e d i s sem i nados pel o s m a i s l ong n-quos rinces do Universo, quer dizer, do Egito. A ressurreiodo deus m rt i r representari a o res tabel ec i m ento da Dupl a emtoda sa primeira integridade.. . Entretanto, sris, l igado mor-te, tolhido em suas faixas, o Mundo, atado, petri f icado, crista-l izdp e material izado, privado de l iberdadeje subm'etido s leisda ^a tureza e aos r i tm os i m pl acvei s do Dest i no . . .. i' i 'I

    1 i "A derrota de Osris tornou, mais tarde, inevi t vel o sacri -f c i o redentor' de Cri s to !" ]

    i " Co mo o lei tor ver, a rel igio egpcia era, com o as outras,hada m ai s que um negci o . E m Cap tu l o s do L i vro ex i s t e um aRubrica: estas, j sem a mscara da rel igio e esoterismo, mos-t ram onde |queri am chegar o s que desse eso ter i sm o part i c i pa -v a m : f z e r [ n e g c i o s ! U m a p a s s a g e m , p o r e x e m p l o , d i z q u e"nada mlhr para abrir caminho ao Cu que ser iniciado"; ora,no sabemos quanto era preciso para esta iniciao: cerimnias,ofere ndas , grati f icaes a que m as of iciava, propinas aos sacris-tos, acl i tos e ajudantes menores. Encontramos papsagens queensinam a rci tar os encantamentos ante o cadver do iniciado,"e seu Corpo g l or i o so (Sahu) a t ravessar a s quatro Portas doCu" e "os que no foram iniciados nada destes nrist ips co-nhecem , po i s o vu l go o s i gnora ." E a i nda , o que qui sesse saberque pagasse , i n i c iando- se: "No o com u ni que a n i ngum , exce -to a seu pai ou seu f i lho". < ; ,16

    Foram encontradas em tum bas e sarc fagos grandes quan-t i dades de pequenas es ta tuetas (no cap tu l o IV encontrarem ossua ut i l i dade) cham adas "ushebt i " as que respondem cha -m ada que, m ag i cam ente an i m adas , f az i am pel o defunto d i -versos trabalhos que este teria que real izar no Alm. No captu-l o L XXXV se v onde i a , de um l ado , a audci a dos que ha -v i am p repar ado o L i vro e , de outro , a candura , a i nsensa tacredul i dade dos que nel e cr i am , posto que com ea por d i zer:"E u sou a Alm a de Ra nasc i do no Oce ano ce l es t i a l . E u sou odeus Nu, nctar dos deuses" . E depo i s de um a sr i e de a f i rm a-es no menos disparatadas e estranhas, pois quem dizia i ssoera a alma do defunto que acabava de deixar seu corpo, terminao cap tu l o a f i rm ando: "m i nha a l m a , e t erna , a a l m a de umdeus, e seu corpo, eu o sei , a Eternidade prpria". Vai maisl onge: "Sou o pri m ogni to dos deuses e senhor dos Cus" .

    Um a vez que todo aquel e que adqui r i a o L i vro podi a a f i r -mar assim e esperar vir a ser outro tanto, no se pode dar razoaos que sus tentam ser 0 Livro dos Mortos u m a m o n t o a d o d edisparates e loucuras?*

    [^Estabeleamos agora um paralelo entre a l i turgia egpcia ea d e u m p a s q u e , s e n o o m a is , u m d o s m a i s o p u l e n t o squan to a m i tos , l enda s e t radi es : a to adorada e ven eradaGrci a .As re l i g i es ou crenas , que t i nham por base o Desconhe-c i do , m udaram o m odo de pensar dos que nel a s se i n i c i avam e ,de m odo ocul to , abandonaram a m i to l og i a consagrada , abri ndonovos h ori zontes para a v i da desconh eci da do futuro . Part i ndodisso, do contr aste entr e a vida de um cor po mortal e a de u maalma imortal e divina, os iniciados concluram Plato o dirm ui tas vezes pe l a boca de Scra tes que a m atr i a era um acarga m ui to pesada para o esp r i to , nasc i do no Cu . Conseqen-tem ente , a vi da cons is t i a em v i ver m orrendo , enqua nto a m orteera, para a alma, a porta da l iberdade.Vernos, no Fidon, Scra tes a ssegurar que todo hom em sa -d i o , t odo f i l so fo , deve a sp i rar a m orrer o m a i s cedo poss ve l .S i l enos , Nereus e outros her i s ant i gos a sseguravam que o m e-17

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    lhor bem para o homem era no nascer; j que havia nascido,m orrer o m a i s cedo poss ve l . S l on , um dos Sete Sbi os , a sseve-rava: at o f im, nada vale a pena. Para os rf icos, devido natu-reza do corpo , dever- se- i a supri m i r- se m edi ante um reg i m e d i e-t t i co res t r i to e a sct i co .S a prtica da santidade pessoal assegurava a l ibprtaoda a l m a , o rom pi m ento dos l aos que a encerravam , preparando-a dev i d am en te para a consum ao de seu de s t i no i m orta l . Masos rf i cos , com o todas a s i grejas , cons i deravam i nsuf i c i ente parasa l var- se , a pureza de v i da . E x i g i am que o crente fo sse i n i c i adocom sua entrada na sei ta, mediante ri tos mst icos, que iam as-cendendo em graus , por sacram entos que o far i am part i c i par danatureza divina. Sem negar o valor da vida pura, achavam que avirtude mais elevada no ajudaria o crente a se salvar, a menosq u e e s t e h o u v e s s e s i d o i n i c i a d o ( b a t i s m o , c r i s m a , c o n f i s s o ,et c . ) . D i z Pl a to : "Aquel e que chega ao Hades l ugar onde,para os gregos, iam todas as almas dos mortos sem ser inicia-do , e sem ter part i c i pado dos m i s t r i o s , e l e perm anecer nal a m a . "Naturalmente, i sso poder parecer injusto aos espri tos in-d e p e n d e n t e s . j

    *

    Gabe agora ao lei tor julgar se 0 Livro dos Mortos u mchorri l ho de l oucuras , m ent i ras e d i spara tes , produto de um acrena absurda , ou se , ao contrri o , um conjunto subl i m e decrenas e c i nci a s eso tr i cas ; ou se , a i nda , o m ei o de que seva l i am , com o parece , o s sb i os sacerdotes eg pci o s para m el horv i v e r n a T e r r a , e n q u a n t o o f e r e c i a m , a t r a v s d e s e u s d o g m a s ,m e i o s p a r a q u e o s c r e n t e s p u d e s s e m v i v e r n o A l m . G a b e a ol e i tor ver i f i car , t endo em m os 0 Livro dos Mortos, s e o m e s m o produto de m entes vo l tadas ao ego sm o , i n teresse e vena l i da -de , ou de i d i a s fan t i cas de cu l to ao desconheci do , com o a l i st m base todas a s re l i g i es .

    F i n a l m e n t e , t e m o l e i t o r m a t e r i a l s u f i c i e n t e n e s t a o b r apara fazer uma idia de como e para que se vol tava a vida egp-c i a : um a i m portnci a m rbi da e exagerada m orte , anul ando- setoda a be l eza e verdadei ra i m portnci a de v i ver , caracter s t i ca18

    tam bm ,com um a outras re li g i es , que buscam neg arl e pro i bi ro de senv o l v i m e nto da v ida autnt i ca preconi zando 'a procura deuma vidai ps-m orte co mo a verdadeira! 1 ,Vamos, portanto, ao Livrp, pois s nele poderemosi encon-trar as respostas a tantas questes postas pelos sculos e, espe-c i a l m ente; a que form ul a a verdade des ta busca do perfe i to : aex i s t nci a "ou no de Deus e a m el hor m anei ra de encntr -L o .Com o subs d i o com preen so da l e i tura , organizam os nof i na l do vo l um e um g l ossri o de expresses de s i gn i f i cao obs-cura para o leitor.

    Luiz Carlos Teixeira de Freitas

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    O LIVRO DOSMORTOSDO ANTIGO EGTO0 PRIMEIRO LIVRO DA HIMANIDADF

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    [ " C A P T U L O I, ^ omeam aqui os captulos que relatam aSada da ^lm^ para a plena Luz do dia, sua Ressur-reio no Espr i to, sua entrada e suas Viagens sRegies do Alm. So as seguintes as palavras que' se deve pronunciar no dia da S epultura, no momento, em que.,separada do Cori , a Alma entra no Mundo doAlm.JSalye. oh! Osr is! To uro do Amenti Eisque Thot|h, - Prncipe da Eternidade, fala f jela miphabocai na verdade, eu sou o grande deus que acompa-nha em sua rota a Barca celeste! Chego ^gor paralutar ao tu lado, oh, Osris!, pois eu sou uma dessasi antiga s divindades que, quando chega a Pesada das, Pa-lavras, fpzem Osr is t r iunfar de seus inimigos, Agora,oh Os ris ! vivo 110 que te rodeia, da m esma for ma queos outros ,deuses, nascidos da deusa Nut, quej liqpidanjteus inimigos e capturam os demnios. Pois^eu fopart e do teu squito, oh Hor us ! Par to para o combate 'em teu Nome. Eu sou Thoth que faz Osr is t r iunfar deseus inimigos enquanto no gran de santurio! ^eiHelipolis so pesadas as Palavras. Na verdade. ' eusou Djd f i lho de Djc di: Minha Me, Nu t. meconcebeu e me trouxe ao Mundo na cidade; de Djedu. Eu sou daqueles que se lamentam e choram por Osrisna regio de Rekht e que fazem Osr is t r iunfar de,1seus inimigos. Ra' enviou Thoth para que Osr is t r iunfede seus inimigos. Mas eis que thot me faz tr iunfar ,

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    a mim. de meus inimigos. No dia em que a Mmia realde sris vestida eu me encontro ao lado de Horus efao brotar os mananciais de gua para purif icar "oSer-divino-do-Corao-Cativo . E eis que descerroo, fprfo lho da Port a que se abre ante os M istrios doMundo Jnfe rior . Estou ao lado de I io rus quando,na!; cidade de Sekhen , arr eba ta dos inimigos obrao esquerdo de Osris . En tro e circulo, ileso,por entf-e as divindades flamejantes no dia em que os! demnios so destrudos em Sekhen. Acompanho Horusdufante as festas de Osr is . Fao oferendas no templode Helipolis no sexto dia da festa de Denit . g o r a ;SOU sacerdote em Djedu, encarregado das l iba-es. E eis o dia em que a Terra est no auge. E eisque antejmim surgem os Mistrios de Re- Sta . . . E mDjedu, reci to frmulas consagradas a Osr is , pois , sa-cerdot dos mortos, ocupo-me deles. Sou o grande Amodo saber .mgico, no momento em que navega o barco,d> Deus ! Sok ari . Nas cerimnias, recebo uma ppara furar a terra de Heraklepolis . Oh vs! , Espr i tosdivinos, que fazeis entrar as Almas perfeitas, na sa-crossanta morada de Osr is , deixa seguir acosso ladoa minha lma perfei ta! Deixai-me entrar ,no Santu-rio de Osris! Que eu possa ouvir como vs o^uvis, ver.como vs vedes, permanecer minha vontade, de pou'sen tado! O h vs que levais oferendas s cirnas per-fei tas na manso sacrossanta de Osr is , t razei oferen-das consagradas para que minha Alma viv! Oh vs,Espr i tos divinos, que abris o Caminho e1 afas ta i s osobstculos, abri o Caminho minha Alma pra a mo-rada de Osris! Que ela possa ali penetrar com toda asegurana! Que possa sair dela em paz! Que no sejarepelida entrada e obrigada a voltar atrs! Que possa24 .1

    entrar e sair sua vontade e que sua palavra de Potn-cia seja vi toriosa! Que suas ordens sejam executadasna morada de Osr is! Oh vs, Espr i tos divinos, olhai :eis que minha Alma caminha a vosso lado. Ela vosfala: como vs tambm est santif icada, pois a Ba-lana do Juzo se pronunciou a seu favor.*

    Eis que chego regio da Verdade-Just iaEm minha cidade de divindade viva recebo uma coroa; grande meu esplendor entre os deuses que me ro-deiam, pois sou seu igual, seu irmo. Sentado a seulado, participo de seu alimento celeste, enquanto ououma voz que murm ura preces. . . ( meu sacerdotena Terra quem, de p ante meu atade, as reci ta . . .)Salve, oh Osr is Senhor do Amenti! Deixa-me entrarem paz no teu Reino! Que os senhores da Terra Santame recebam com exclamaes de jbilo! Que me conce-dam um lugar a seu lado! Que eu encontre s is e Nft isno momento propcio! Que o Bom Ser me acolha favo-ravelmente! Que eu possa acompanhar Horus no Mun-do do Re-sta, e Osr is a Djedu! Que passe por todasas metamorfoses possveis e por todas as regies doAlm como anseia meu Corao!

    r R U B R I C ASe o morto aprendeu este captulo em sua vida naTerra 'e soube escrever estas splicas nas paredes deseu atade, poder entrar ou sair de sua Manso vontade, sem que ningum lhe possa opor a menor re-

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    sis tncia. Alm disso, po, cerveja e carne estaro sua disposio no al tar de Ra; habitar os campos deSekht- iaru, cujas colheitas de tr igo e cevada serocom ele compart i lhadas; ser forte e prspero como of o i n a T e r r a . . . ," C A P T U L O I I

    Para reznver depois da MorteOh! tu que irradiavas sol ides noturnas, deus doDisco lunar! Olha! Eu tambm te acompanho entre oshabitantes do Cu que te rodeiam! Eu, morto, Osr is ,penetro minha vontade ora na Regio dos Mortos,ora na dos Vivos sobre a Terra, em todas as1 par tess quais o meu desejo me conduz.

    C A P T U L O I I IPara sair luz do dia e viver depois da Morte ,Salve, oh! Tum, que pairas acima dos Abismos csmicos! grande, em verdade, o teu esplendor! Dian-te de mim surges sob a forma de um Leo de duascabeas . . . De ixa-me en tender tua Pa lavra de Po tn-c ia ! Concede tua Fora aos que, de p, a ouvem! Aquime tens que chego e me junto mult ido de deuses quete rodeiam, oh Ra! Executei as ordem que r'este, s l t imas horas do d ia /a t eus se rv idores . Oh! Ra! Em

    verdade, igual a Ra, vivo na Morte, dia aps dia, ecomo.todos os dias Ra renasce da vspera, eu renasoda Morte. Todas as divindades do Cu se alegramvendo-me viver , assim, como se alegram vendo Ptahviver no momento em que, no grande templo de He-lipolis, ele se mostra em todo o seu esplendor.2 6

    CAPT U L O IV 'Passo sobre a via celeste no Re-sta

    Eis que transponho os Abismos das guas celes-tes que se estendem sobre os Dois Com batente s echego aos campos de Osr is . . . Que eu possa dispordeles a me1 bel-prazer!i1 1 C A P T U L O V

    Para n o trabalhar no Alm jChego de Hermpolis para erguer o brao dos queesto, fracok e desanimados. Eu sou a almai viva dosdeuses. Fi l i iniciado na Sabedoria dos Espr i tos-servi-dores de Thoth1 ' ! , ' i i

    ' 1 C A P T U L O V I,! ji As Estatuetas mgicas '

    Oh! tu, Estatueta mgica, escuta-me! Eui convo-cado e condenado a executar trabalhos de toda espcie,lesses que os Espritos dos mortos so obrigados afazer no Al m; sabe po is, oh! Es ta tue ta m i a : quej possuis prstimo, deves obedecer o homern era suanecessidade! Aprende pois que sers tu a cdmdnada;em meu lugar pelos vigi lantes do Duat: a semear scampos, a encher de gua os canais , a t ransportar aria,do Es te pa ra O es te . . . (A Es ta tue ta responde : ) f Aqui me tens . . .Aguardo tuas o rden i 4 . ! !

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    ' C A P T U L O V I I' j passo s costas do abominvel Apopii i ' l . 1i Oh tu, nefa sta cr iatura de cera, que vives para adestruio dos dbeis e desamparados! Aprende queeu n sou dbil! Que no sou uma alma esgotada edesfaleente! Que teus venenos no possam 1 penetrarem meusl membros! Pois meu corpo o Coi^po do pr-prio Tunh! . E por no sentires tu mesma a tuaagonia ; tampouco as angstias da agonia podero at in-gir meuis membros! Porque sou Tum no centro do !Oceano celeste! Em verdade todos os deuses me pro-tegem eternamente! Meu Nome um mistriominha morada eternamente sagrada. J no terei queenf ren tar! os Juzes infe rna is, pois daqui pori dianteacompanharei o prprio Tum! E sou poderoso! Muitopoderoso! 1 1' C A P T U L O V I I I

    i O passo atravs do Ametiti ,Penetro nos Mistrios de Hrmpolis " , , poiso prprio Thoth imprimiu um sinal em minha cabea;e o olho de Horus que libertei me protege, poderoso.Ele resplandece sobre a fronte de Ra^ Pai dos deuses.Em verdade, sou Osr is e permaneo no Amenti1, Osr is ,

    o que percebe o momento da. ven tura , no p'xistir semque u exista! Pois eu sou Ra, fodeado dbs outros es-pritos divinos e no perecerei em toda a eternidade!Avante, pois , tu, Horus Ressusci tado! Os prprios deu-ses reconleceram tua qualidade de deus!28 ,

    C A P T U L O I XAps o passo pela sepultura 1

    Oh! tu, grande Alma, poderosa e cheia de vigor!Eis-me aqui! Cheguei! Contemplo-te! Atravessei asPortas do Alm para contemplar Osr is , meu Pai di-vino! Agora, disperso as t revas que te envolvem, poiste amo, Osr is , e venho contemplar teu rosto. Atraves-sei o corao de Seth, cumpri todos os r i tos fnebrespor Osr is , meu Pai . E abro os caminhos do Cu e daTe rra porque sou teu f i lho, Osr is , que te am a. . . Eis--me aqui , fei to Espr i to puro e santif icado. Estou res-guard ado por Pa lavra s de Potncia. . . Deuses do vas-to Cu! Espr i tos divinos! Olhai-me! Em verdade,tendo terminado minha viagem, aqui estou diante devs.

    r C A P T U L O XUm encantamento contra os inimigos j

    Forcei a entrada do Cu. Sondo agora as Portasdo Horizonte. Percorro a Terra toda. Espr i tos pode-rosos esto em meu poder, pois meus encantamentosmgicos se contam por milhes. Minha boca e minhasmandbulas so poderosas. Em verdade, eu sou o Se-nhor do Duat para, toda a eternidade; entretanto, oscaminhos da minha Ascenso no vos sero revela-d o s . . .C A P T U L O X IUm encantamento contra os inimigos

    Oh! tu, Espr i to que devoras teu prprio brao,a f a s t a - t e do meu caminho! Pois eu sou Ra, que se29

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    levanta no C'en contra sens inimigos! Este deus pode-roso os deixou em minhas mos e no podero escapar--me. Eis que trago meu brao como oferenda ao Amoda Cor oa . A medida que as deusas levantam,eu alarg o meus passos . . . Em verdade, no, no sereientregue a meus inimigos, pois postos em minhas mosno podero escapar. Estou de p como Horus, estousentado como Ptah ; sou poderoso como Thoth ; sou ir-resis t vel como Tum. Minhas pernas me levam em suacorrida, minha boca diz Palavras de Potncia. Eis quepercorro o Cu em busca de meus inimigos, que mesero entregues e no podero escapar-me.

    i C A P T U L O X I IPara entrar c sair vontade J

    Que teu nome seja bendito, oh Ra, Guardio dasPortas mister iosas, das quais parte um Caminho paraKeb e a Balana, que leva em si a Verdade e a Just ia !O l h a ! Eu foro meu caminho a t ravs da Ter ra ! O x a l possa, como uma criana, renascer para a vida!C A P T U L O X I I I

    A entrada 110 Amenti (Entro no Cu como um Falco. Percorro as re-gies do Cu como Fnix. Os deuses adoram Ra e eleprepara os caminhos. Agora, penetro na bela Amenti .E i s -me jun to ao Lago sagrado de Horus ; amar re i seusces. Que o Caminho me seja aberto ! Possa eu percor-r-lo e i r adorar Osr is , Senhor da Vida Eterna!

    3 0

    I , R U B R I C ARecitar' este |captulo junto a uma coroa feita deflore s Ankh am colocada perto do ouvido .direito domorto; ijeqitar igualmente junto a outra coroa envoltaem tecido de cor prpura, no qual, no dia dos fu-nerais, ser inscrito o nome do morto . |

    , ' C A P T U L O X I VPara pn fim aos sentimentos de vergonha nocorao dos deuses

    Que vossos nomes sejam santif icados, oh! deusesreguladores dos Rjtmos sagrados, vs que presidis aodsenvolvimeHto dos Mistrios! Escutai minhas pala-vras: "m 'verdade, os deuses f icam envergonhados econfusosi quando vem m inhas iniqi i idades; porm, sobos golpes1 que o deus da Verdade e da Just ia far cirsobre meus pecados, minha manchas e minhas imper-feies j iesaparecro!" Oh! deus da Verdade e da Jus-t ia, destri 0 mal que 'se aninha em mim! Faze desa-parecer minlia maldade e meus crimes, varre ido me ucorao todo o mal que possa separar-me de ti, paraque eu f ique em paz contigo! E tu, oh! senhor das Ofe-rendas, is-me aqui trazendo-te o que te far vivrpara que pu tambm possa viver! E o sentimento dvergonha que h em teu corao, por minha causa, ex -t ingue-o 'pa ip toda a E te rn idade! 1

    C A P T U L O X VHino glria de Ra (O sol)

    1 Salve, oh! Ra! Semelhante a Tum, te ergues aci-ma do Horizonte; e semelhante a Horus-Khutj Clmi-1 , i 3i

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    ,n'ai.o Cu . Tu a for mo sur a encanta meus olhos eteus ra ios i luminam meu Corpo na Terra . Quando na-vega^ etfa tua Barca Celeste, a paz se estende pela, imen-sido do^ Cus. Eis que o vento enfuna as telas e ale-gra tept ctarao: com marcha rpida atravessas o Cu.Teus inimigos so destrudos e a paz reina a teu redor.Os Gnis as t ra is percorrendo suas rb i tas can tam tua !glria. E quando desces no Horizonte po,r t irs dasmontanhas do Poente , os Gnios das Es t re las F ixasse p ros te rnam d ian te de t i e te adoram. . . Grande tua fo rmsura na aurora e no c repscu lo , ^h^tn . Se-nhor da Vida e da Ordem dos Mundos! Glria a K,oh! Ra, quando te levantas no Horizonte e quando, pel1 ta |rde, semelhante a Tum, te pes! Em verdade, teusraios1 so formosos quando do alto da Abbada celestete mostras em todp o teu esplendor! Ali onde habitaN u t q u e t e t r o u x e a o M u n d o . . . E a l i f (bste croadoRei dos deuses. A deusa do Oceano celeste,H Nut , tuaMe, se prosterna em adorao diante de ti . A Ordem,o Equilbrio dos Mundos emanam de ti . Desde a ma-nh, quando partes, at a tarde, quando chegas, a gran-des passadas, percorres o Cu. Teili Co,rao 1 $e alegrae o Lag o Celeste perman ece pacifica do' . . . ,0 Dem niofo i der ro tado! Seus membros so cor tados , suas vr -tebras seccionadas! Ventos propcios impelem tuaBarca at o porto. As divindades das q u a t r o Regiesdo Espao te adoram, oh tu. Substncia divina cie que,procedem todas JLS Fo rma s e todos os S pres. . . ! Eisque acabas de p ronuncia r uma Pa lavra j e a Terra , s i -lenciosa, te escu ta. . . Tu, D ivinda de nica , j rein a-vas no u quando a Terra com suas montanhas nemexis t ia . . . Tu o impetuoso! Tu , o Sen hor! Tu , o ni-co! Tu, o Criador de quanto existe! Na ^Xtrora dos32

    tempos , tu modelas te a L inguagem das H iera rqu iasd iv inas ; tu a r rancas te os Seres do Pr imeiro Oceano eo s s a l v a s t e n u m a I l h a d o L a g o d e H o r u s . . . Possaeu resp i ra r o Ar do teu sopro e o Vento do Nor te en -viado por Nut , tua Me! Oh! Ra , d igna- te san t i f ica rmeu Esp r i to ! Oh! Os r i s , devolve minha Alma su anatureza d iv ina! G lr ia a t i , oh! Senhor dos deusesTeu Nome se ja louvado! Oh! Cr iador de Obras admi-r a v a s ! I lumina com teus ra ios meu Corpo que repousan a T e r r a , p a r a t o d a a E t e r n i d a d e . . .

    C A P T U L O X V I(Este captulo contm apenas uma vinheta)

    C A P T U L O X V I IPara entrar no Mundo inferior e sair dele

    Comeam aqui os h inos de adorao que se devepronuncia r no momento em que o mor to , l iber to (docorpo) pene t ra no g lor ioso Mundo Infer io r e na fo r -mosa Ament i , i s to , no momento em que , sa indoem p lena Luz do Dia , pode manifes ta r -se vontadesob todas as fo rmas da ex is tnc ia . En to , sen tado emuma sa la , poder jogar damas , ou ta lvez , conforme su acondio de a lma v iva , empreender g randes v iagens . Edir : Eu sou o deus Tum, so l i t r io dos vas tos Espaosdo Cu . Sou o deus Ra levan tando-se na aurora dosTempos Ant igos semelhan te ao deus Nu. Sou a Gran-de Divindade que nasce de si mesma. Os misteriosospoderes de meus Nomes c r iam as H iera rqu ias ce les tes .Os deuses no se opem minha progresso , po is eu

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    sou o Ontem e conheo o Amanh. O duro combate aque se entregam os deuses, uns contra os outros, de-pende de minha vontade. Eu conheo os mister iososNomes da Grande Divindade que est no Cu; eu soua gra nde Fn ix de Helipolis ; sou o Gua rdiodo Livro do Destino em que se inscreve tudo que foi etudo o que ser. Sou o deus Amsu no momento em queaparece ; e as duas P lumas da deusa Jus t i a e Verdadeadornam minha cabea. Eis que chego de minha Ptr iade origem ; e agua rdo o lugar de minha residn-cia f ixa. O Mal que exist ia em mim foi extirpado atas razes. Foram varr idos meus defei tos e imperfei-es. Per corr o os caminhos do A lm. . . Em verdade,me so famil iares. A direo de meu caminhar ada Organizao dos Mundos. Chego agora ao pas doHor izon te , t r ansponho o Por ta l Sagrado . . . Oh! deu-s e s ! Vs que marchais a meu encontro, abri-me vossosbraos! Pois eu cheguei a ser um Deus, igual a vs!N o mom ento em que o Olho divino, na Bata lha deH or us com Se th es tava a pon to de apagar - se , eudevolvi seu vigor. Depois do grande Desmoronar dosMu ndo s pus em ordem as rb i tas ce les tes . . . Ontemvi Ra nascer quando saa das profundidades do Cu.Logo sua fora a minha fora, pois em verdade, eusou o Esp r i to poderoso entre os que rodeiam Ho rus .Sa lve , oh! Guard ies da Ordem dos Mund os! Vs , Hie -rarquias divinas que rodeais Osr is , que destruis o Es-pr i to do Mal! E vs, servidores da deusa Hotep-Se-kh us deixai-me que me chegue at vs! Destr uo mal que se agarra a minha Alma! (como j haveispurif icado os sete Espr i tos Obedientes a seu Senhor,Se pa ). Eis aqui An bis que dispe de lugarespara eles neste Dia notvel , cujo nome : "Por aqui ,34

    vem!" Spu aquejlecuja Alma reside na nobre divin-dade Djafi^ . Sou o gran de Gato Divino quefndeu a rvore s?grada de Helipolis na Noite daDestruio dos demnios, esses inimigos de NeberdjerOh! Ra, tu que habitas no Ovo Csmico, quereluzes como Ouro puro em teu Disco solar ; que t rans -pes o Horizonte e navegas por um Cu de bronze, tu,sem igul, nico frntre os deuses! O Cu, sobre os pila-res do deus Shu, tu o percorres em toda a sua exten-so .. . i(Jfn hlito d Fo go sai de tua Boca e teus glo -r iosos sp r i tos i luminam as duas Ter ras . . . Oh Ra ,l ivra-me dste demnio que tem o rosto oculto por umVu! (Suas sobrancelhas so os Braos d Balana,na Noite fatal , em que antes de serem destrudos, meuspecados sei-o contados.) Livra-me desses Espr i tos-Guardies armados de faces e cujos dedos causamtanto mal! Eu sei : a matana dos servidores de Osr is seu p razer . . . Que no tenham nenhuma fora con-tra mim! Qye no me arrastem s caldeiras, pois co-nheo vossos nomes, oh! deuses, como conheo esse Serdivino oculto pos domnios de O sr is , cu jo .Olho (sebem qu

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    comoi im ganso se lvagem; como Neheb-Kau , j an ia i sperecerei" 'Oh ! Ra- Tum , Prncipe dos deuses! t u que olhaseternamente na imensidade do Espao, l ivra^me deste

    demnio| cu ja ca ra se parece com a d Um, Co, mas (cujas, sobrancelhas se assemelham s de um ser hu-mano.. . Monta guarda nos cana,is do Lagp 4 e F o g o ;devora os corpos dos mortos; apunhala os coraes eespalha imundcies. . . mas sempre permnce invis-ve l . . . Oh tu , poderoso Senhor das duas Ter ras , amodos Demnios Vrmelhos! sei que imperas nos, lugaresdas execues e que as entranhas dos mqrtos sp oteu al imento pref erido . . . Af ast a- te ! , 1' is que a Coroa Real acaba de ser posta na cabeade c^rt divindade de Herakle^plis ; 1 pr imei raentre os deuses, no dia da Reunio das Duas Terrasante Osr is . Oh deus da cabea d Carrieiro, Se-,,nhor de Heraklepolis , destri o Mal que !se agar ra minha Alma! Conduze-me ao longo dos Caminhos daVida Eterna! Livra-me deste Espr i to demonaco queesprei ta nas treyas, pois que se apoderai das A lmas e.devora os Coraes. Nutre-se de imundcies e podrides.As A lmas f rou xa s e passivas tm medo dele. . 1 O hKheprd, tu que navegas na Barca celeste! as 1Hierarquias divinas de que teu corpo t< compe semanifestam a meus olhos deslumbrados. ( j )h! Khepra,Livra-me dos spr i tos que montam guarda aos Con-denados, pois foram abandonados por Osr is comordem de velar seus inimigos, estrangj J los e dar-- lhes morte em seus domnios. No fci l , em verdade,i

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    escapar a esses espies! oxal no caia sob suas facas!que no se entregue sem defesa a suas covas de tor-tura! pois na verdade nada tem fei to que aborrea osdeuses; e purif icado de todos os meus pecados comopenetrou em Mesket . At tarde no Tehen et ,gozo com minha ceia; Tum constri minha morada eo deus Leo de duas cabeas que traou os planos.E is que me t razem per fumes sagrados ; Horus pu-rif icado, Seth coberto de incenso; Seth purif icado,Horus coberto de incenso. Sou admitido nesta Terra epor meus prprios ps tomo posse dela.Spu o deus Tum. Eis que chego minha Ptr iade oi j igem... Retrocede pois! Retrocede, oh! LeoRehu! Chamas saem de tua boca; tua cabea est ro-deada de fogo; porm, pela Potncia da minha pala-

    vra, sers rechaado! Saiba que estou preparado! quesou invisvel! sis vem a meu encontro e estende suaespessa cabe le i ra sobre meu ros to . . . Agora me s in toconcebido por s is e engendrado por Nft is . Estasduas perseguem meus inimigos. Minha Potncia mesegue, acompanhada do Terror . Meus braos vigorosossemeiam o pnico. Cheios de amor e de esperana mi-lhes de seres me rodeiam... Disperso as mult idesde Espr i tos inimigos e me apodero das armas dosdemnios. s is e Nft is fazem minha vida doce e fel iz .Minha vontade dir ige o curso das coisas em Kherahae em Iunu Toda s as divindades tm medo demim, pois sou imenso, meu poder terr vel! Lanominhas f lechas contra todos os que blasfemam; vivosegundo me apraz; pois sou a deusa Uadji t , dona daChama . Ai dos que se levantam contra mim !

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    C A P T U L O X V I I IO sacerdote diz:Oh! vs, Soberanas Hierarquias do Cu, da Terra(e do Mundo dos Mortos! Eis que, seguido de um mor-to, venho a vs! Que permanea, pois, sempre entrevs! O morto diz:Salve, oh! Senhor do Alm, Osris, Amo do Re--sta, Deus-bom do santurio de Abydos! Eis que che-go diante de ti. Meu corao sempre foi fiel vidado Bem. O Mal jamais habitou em meus pensamentos.Em meu peito, nenhum pecado! Jamais menti delibe-radamente nem procedi com fingimento! Que as ofe-rendas afluam, pois, a mim! que possa aparecer ante oaltar do Senhor, o Dono da Verdade e da Justia!

    Possa, sim, entrar na Regio dos Mortos e dela saira meu bel-prazer. Que minha alma no seja repelida!Seja-me permitido contemplar eternamente os divinosEspritos da Lua e do Sol!. . .Eu te sado, oh! Rei da Regio dos Mortos,Prncipe do Reino do Silncio! Eis-me que chego dian-te de ti . . . Conheo teus caprichos e as lejis de teuReino; tenho o domnio das Formas e das Metamorfo-ses praticadas na Regio dos Mortos. Concede-me um

    lugar em teu Reino junto ao Senhor da Verdade eda Justia! Oxal possa eu morar na Regio dosBem-aventurados e receber em tua presena oferendassepulcrais! Oh Thoth, tu que fazes com que Osris 1triun fe de "seus inimigo s, defen de-m e contra os meus,38

    nesta ncjjte tenebrosa, nesta noite de combates, nestanoite em que sero derrotados os inimigos do Senhordos M updo s. . .) Defende-m e perante os tr ib una is: deHelipolis, de Busris, de Sekhem, de Pe e Dep, deRekti , de Djedu, de Nairerf , de Re-sta. . .E P G R A F Ei 1 iSe je r(ecita o captulo precedente, o morto logo isua chegada ao Alm poder sair em plenaLuz do Dia e tomar as formas de todos os seres. Todoaquele que tenha recitado este captulo chegar a serprspero na Terra. Quando no Alm tiver de atra-vessar as regies de Fogo, no ser encerrado semI sada por causa ds ms aes praticadas cjurante suavida na Terra; estas no o mantero prisioneiro portoda a eternidade.

    i1

    C A P T U L O X IXj A Coroa da Vitria

    Tum preparou uma Coroa de Vitria para a co-locar em tua; fronte, a fim de que, fiel IOS1 deuses,possas viver eterAamente; pois Osris, Senhor da Re-gio 'ds Mortos, faz com que triu nfes de seus inimi-gos; Keb te escolheu como seu legatrio universal .Ve m, i pois, e canta a glria de Ho rus , f ilho, d sis eOsr is, qu

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    Todas as Regies, todos os deuses e todas as deusals,do Cu e da Terra, concorrem para o tr iunfo de Horus,filho de1 s is e de Osr is . Esta vi tria conseguida anteOsr is era necessria , a f im de que eu pudesse, eu,tHun fari de meus inimigos. No dia em qul Ho rus con-segue ^ vitria sobre Seth e seus demnios, eu, morto,eu tr iunfo de meus inimigos, durante a noit da Festaem que o Deus Djed elevado em Djedu, ante as di-v indades que hab i tam os Caminhos da Mo r t e . . . I s tosucede na Noite dos Mistrios de Letpolis, ante ospoderoos seres de Pe e de Dep, a Noite 'da celebraode Horus em seus direi tos como Herdeiro, a Noiteda Palavra pesada ante os Grandes Juzes; 1 a Noiteem qe Horus toma posse do Lugar do Nascimentodos deuses; a Noite em que sis, no leito, veja e chora'seu Irm o bem-amad o ; a No ite em que Osr istr iu nfa de seus inimigos. . . Eis que por qu tro vezes.Horus pronuncia as Palavras de Potncia e seus ini-migos, esmagados, jazem por1 t e r ra . Eu , mor to , p ro-nuncio as mesmas Palavras quatro vezes. Oxal meusinimigos sejam derrotados e fei tos em pedaos! Eisque H oru s, filho de sis e de Osri s. louvado emmilhes de festas , enquanto seus inimigos so entre-gues g rande Des t ru io do Abismo e do Nada . . .Tamais | pode ro escapar podero sa vigilncia deK e b ! R U B R I C A i !

    Este Captulo ser reci tado sobre uma coroa de-vidam ente cons agra da e colocada! sobr o,1 rosto domorto; durante este tempo, pronuncnlndd) o nome domo^to, o sacerdote lanar incenso sobre o fogo. l^toassegurar a vi tria do morto sobre seus inimigos du-t ij.

    rante o passo para a morte; e quando se s inta reviver ,encontrar-se- nas imediaes de Osr is ; e al i , enquantocontemplar a imagem d^ deus, duas mos apareceroan te e le , uma levando po e ou t ra a beb ida sagrada . . .Pronunciar este capitulo pela aurora, duas vezes se-guidas. Este texto de uma eficcia infal velC A P T U L O X X

    Oh! Thoth , tu que fazes Os r i s t r iunfa r de seusinimigos, prende tambm em teus laos meus inimigos!Em presena de todos os deuses e de todas as deusas,em p^esna dos grandes deuses de Helipolis , durantea noite dos combates em Djedu e da derrota dos de-mnios, durante a noite em que se reergueu Djed emLetpolis , durante a noite das catstrofes em meio strevas, que ocorrero em Letpolis , em Pe e em Dep;duran te a no i te da conf i rmao de Horus em seusdirei tos de herdeiro dos domnios de seu Pai Osr is ,em Rekhti ; durante a noite em que s is se lamentaem Abydos perante o atade de seu Irmo Osr is ;durante a noite das cerimnias de Haker em que oscondenados sero separados dos elei tos que atravessamos caminhos da morte; durante a noite da execuodas almas condenadas quando da grande cerimnia ocult ivo da terra que se celebrar em Naarerutf e emRe-s ta ; duran te a no i te , enf im, e ra que Horus t r iunfede seus inimigos . . . Em verd ade, gran de Ho ru s! osHorizontes do Cu esto plenos de alegria e o coraode Os r \ r ep le to de con ten tamento . . . Oh Thoth , de i -xa-me nu nf a r de meus in imigos d ian te das Hie ra r -quias dos deuses e das deusas que julgam os mortos,

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    em nome de Osr is, .reunidos por trs da capela mor-turia deste deus.. . .R U B R I C A

    Se este captulo for recitado por um homem ri-tualmente puro, o morto st salvar logo depois desua chegada ao Porto , atravs da planura Lu-minosa do Dia; e poder assumir sua vontade todasas formas dos seres e cruzar sem perigo a Zona doF o g o C A P T U L O X X I

    Para devolver a um morto os Poderes de suaBocaSalve, oh Prncipe da Luz, tu que iluminas aManso das Trevas! Olha! Diante de ti chego santi-

    ficado e purificado! Porm, que vejo? Teus braosdirigidos para trs repelem tudo que chega dos teusAntep assado s! . Concede minha boca os pode-res da palavra a fim de que na hora em que reinama Noite e as Nvoas, eu possa encaminhar meu Co-rao !C A P T U L O X X I I ,

    Para devolver a um morto os Poderes de sua BocaEis que subo ao Cu do Univ erso m isterioso, seme-lhante ao Ovo csmico rodeado de seus raios...Que me seja restitudo o poder de minha boca, queeu possa pronunciar ante o Senhor do Alm as Pala-vras de Potncia! Que a splica de meus braos es-tendidos com fervor no seja repelida pelas Hierar-quias divinas, pois, em verdade, eu sou Osris, Senhor42

    do Ke-stn! Possa, pois, compartilhar a sorte com osque se encontram acima da Escada celeste. Chegandoaqui^ pela von tade de meu c orao, atr avess ei o Lag odp Fogo e minha presena apagou suas chamas.C A P T U L O X X I I I/ abertura da boca do Morto

    Oxal possa Ptal i abrir minha boca! Oxal possao deus de minha cidade desatar as vendas que cobremmeu rosto,! Oxal Thoth, armado das Palavras de Po-tncia, possa ret irar estas nefastas vendas, heranade Seth ! 11 1 Oxal possa Tum atir- las cara dosinimigos que qudiram, com ajuda destas vendas, tor-nar-me ihipotente p^ra sempre! Oxal possa Shu abrirminh a t>fca com a arm a de fe rro que abr e aboca dos,deuses! Por que eu sou a dfeusa Sekhmet quej iab i ta a l e g i o dos Grandes Ventos do C u . . . Eusou o Gnio da Constela o Sah u no meio dosi Espritos divinos de Helipolis. Oxal todos os encah-tamentos dir igidos contra mim deiicam indiferentes eseguros os deuses e os Espr i tos que os ou^am!

    C A P T U L O X X I VI | | Um Encantamento, para o morto

    Eu sou o.deu^. Eu sou Khepra, o deus,dj eternoChegar a ser que, oculto no seio de sua Me celestial,Nut, esculpe e modela sua,prpria Forma. Os.i jue ha-bitam o Oceano celeste tornam-se maus como lobos;os espr i tos.das Hierarquias tornam-se raivosos comohienas escudando minhas Palavras de Potncia. Poisestas Palavras de Potncia eu as busco e recolho por

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    todas s partes com mais velocidade que a luz, commais zelo que um co de caa. Enquanto a ti; qtie fazsajvanar a Barca de Ra, olha ! As vergas as velas detua Barca se inflam pelo sopro do vento, enquantodesl iza pelo Lago de Fogo na Regio dos Mortos.Eis aqui que eu reno todas as Palavra de Potnciade todas as regies onde se encontravam, assjm colnoem todo corao hum ano que as havia agasalh ado. . .Eu a^ busco e eu as reno com mais velocidade quea luz, com mais zelo que um co de caa. Eu sou aqueleque faz 'surgir os deuses do Abifemo.e que, f uma vez,cumprido seu Ciclo, os v decair a Nada e destruiopelo Fogo. Eis aqui que eu reno todafe as Palavras,de Potncia que buscava com mais velocidade que aluz, com mais zelo que um co de caa.

    , C A P T U L O X X V iPara restituir a Mem ria ao Morto , 1

    Quk meu nome me seja devolvido no Templo do 1Alm. Que eu possa guardar a recordo de meuNom e m meio s M uralha s a brasad as dO| Imundo In -ferior na noite ,em que sero contados os Anos e enu-merados os Meses! Pois eu permaneo junto ^o grandedeus do Oriente celeste. Eis que todas p divindadesse al inham perto de mim; e medida que cada umapasse eu possa pronunciar seu Nome. ,C A P T U L O X X V IPara restitui o Corao ao Mo rto

    Oxa l meu corao "ib " se ' encontre em seulug ar! Oxa meu corao "hati" ,js e encontre45

    em seu lugar! Que meu corao permanea em pazcomigo! Que possa comunicar com Osris, a Este dapradaria florida e subir e descer em minha Barca oNilo celestial! Que os poderes de minha boca me se-jam devolvidos, a fim de que possa caminhar! E osdos meus braos para que possa derrotar meus inimi-gos ! Oxal as portas do Cu permaneam abertas paramim! Possa Keb, Prncipe dos deuses, abrir minhasmandbulas! Possa tambm retirar a espessa vendaque cobre meus olhos! Possa desatar igualmente a ata-dura qu* me impede de separar as pernas! Que Anbisendurea meus msculos, para que seja possvel pr--me de p! Possa a deusa Sekhmet conduzir-me ao Cu!Que meus decretos sejam proclamados em Mnfis!Meu saber visionrio, eu o devo a meu Corao "ib";meu poder mgico, eu o devo a meu Corao "hati".Mando em meus braos e minhas pernas me obede-cem. Em verdade, posso cumprir as vontades do meuKa; minha alma no ser aprisionada em meu cadvernas Portas do Alm; pois nele ela poder entrar e sairem paz.C A P T U L O X X V I I

    Para que o corao no seja arrebatado do MortoSalve, oh! divindades terrveis que vos apoderaisdos Coraes e os destrus, vs os Senhores da Du-rao, Prncipes da Eternidade! Nem de meu Corao"ib", nem de meu Corao "hati" vos apodereis, e quepalavras de acusao no sejam proferidas contramim. Oh! vs que fizestes passar por Metamorfoses,de acordo com seus atos passados, o Corao do ho-me m ! Oxal que minha c Dnduta na Terra n me pre-judique em vossos juzos no Alm! Pois este Corao

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    que vedes aqui pertence a um deus, dono dos Nomesmgicos, cujas palavras so poderosas sobre os Cor-pos; que dirigiu seu Corao s entranhas e o renovouperante os deuses. A este poderoso, que no se falemais do que haja feito na Terra! Seu Corao, comoseus Membros, obedecem suas ordens. Seu corao noo abandonar! Assim, pois, vitorioso, te ordeno que meobedeas no Mundo Inferior e nas Regies da Eter-nidade.C A P T U L O X X V I I I

    Para que, o corao no seja arrebatado do MortoSalve, oh! de us 4e duas cabeas de Leo, olha-me! IE u sou uma planta florescente! Por isso o cadafalsome espanta! Oxal meu Corao no seja arrancadode minhas entranhas pelos deuses de Helipolis quese combatem encarniadamente! Oh! tu, Esprito ben-feitor que adornaste com ataduras a Mmia de Osris;tu que espreitaste, ataaste e derrotaste Seth, olha-me!Este Corao, que meu, que chora ante Osris, estsuplicando por mi m .. . Eis que no Templo do deusdo terribilssimo rosto, eu lhe concedi tudo quanto de-sejava ; e em Khemenu me apoderei das oferendas paraele. Oh Espritos! No me arrebateis jamais meu Co-rao! pois eu vos deixo penetrar em minha moradaa fim de poderdes, em seguida, levar este Coraoconvosco at os Campos dos Bem-aven turado s.. . Fa-zei-o vigoroso: Defendei-o contra todos quantos lheinspiram horror! No o priveis do alimento espiritualque est em vosso poder, pois meu Corao tem sidofiel aos decretos de Tum e tem dado morte a seusinimigos nos abrigos de Se th .. . Que este Corao"hati" que vedes aqui no substitua o Corao "ib"46

    ante as divindades do Mundo Inferior . E aquele queencontre upa das minhas pernas, ou ataduras quetenham pertencido minha Mmia, que as leve se-pultura com cuidado!' C A P T U L O X X I |X

    Para que o corao no seja arrebatado do MortoPart i! Fora daqui , Mensageiros do Senhor doAlm! Viestes para arrebatar meu Corao dotado devida eterna? Em, verdade, no o entregarei a vs! Osdeuses prbntamente se daro conta medida que avan-o, pois oferendas e rezas a meu favor h por todasas partes: acima e abaixo deles, cada uma em seulugar . . . Eu guardo , em verdade , o domn io do meuorao e1 jamais, no, ele no me ser arrebatado!Pois eu sou o Senhor dos Coraes e concedo uma

    nova dufa^o ' aos Coraes que v ivem na Jus t i a . Eusou Horus que iabita nos Coraes, no centr dosCorpos. Eu vivo por minha Palavra de Potncia. Quemeu coitaro "ib" no me seja pois arrebatado! Quemeu corao "ha t i " no sof ra nenhuma a l te rao!Que nenhuma violncia seja exercida contp minhapessoa! Pois eu habito no Corpo de Keb, meu Pai e'no de Nut, minha Me divina! E no havendo come-tido a o que os, deuses adom inemJ possa uma Vit-r ia coroar esta prova!I C A P T U L O X X X

    Par queo. Corao do Morto no seja rejeitadoMep Corao "ib" me vem de minha Me Releste.Meu Corao "hati" me ve*n de minha vida na Tejra.

    47i H , 1II - l

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    Que no sejam levantados falsos testemunhos contramim! Que os Juzes divinos no me repudiem! Quesejam verdadeiros os testemunhos concernentes a mi-nhas aes na Terra ante o Vigilante da Balna e odivino Senhor do Amenti . Salve, oh! meu Corao" ib" ! Sa lve , oh! meu Corao "ha t i " ! Sa lve , oh! en t ra - 'nhs pinhas! Salve, oh! divindade majestosai de lumi-nosos Cetros, Senhores de Sagrada cbelpir!Que vossas Palavras de Potncia me jprotejam ante(Ra! Faze i -me v igoroso an te Nheb-Kau! Em verdade ,embora meu Corpo esteja preso Terra, no morrerei ,po i s se re i san t i f i cado no Ament i . . . Oh tu , Esp r i toencarregado da Balana do Juzo, sabe: ty s meu Ka,pois habitas nos l imites do meu Corpo! Tu, emanaodo deus Khnum, tu ds a Forma e a vida a meus,Membrds. Vem pois aos lugares da fel icidade para ; o s ,quais marchamos juntos. Que meu Nome no se cor-rompa nem se torne pestilento aos olhos doS, Senhorestodo-poderosos que modelam os Destinos dos homens!E que o Ouvido dos deuses se regozije e ss coraesse encham de alegria quando minlias Palavras forempesadas na Balana do Juzo! Que n se 1 digam men-t iras diante do deus poderoso, Senhor do Amenti! Emverdade, grande serei no dia da Vitria! 1R U B R I C A

    Pronunciai a frmula sobre um escaravelho de pe-dr a m arch etad o de cobre .e adorn ado conl um anel deprata, que se coloca logo depois ao pescoo do morto.O captulo precedente foi encontrado na cidadede Khemenu (Hermpol i s Magna) aos ps de umaI

    t ij. esttua que representava o deus sacrossanto (Thoth).A inscrio, gravada em uma barra de ferro na pr-pria escritura do deus ( isto , em hierglifos) foidescqberta nos tempos do rei Men-Kau-ra (M e n k a r a ,2700 anos a.C.) pelo prncipe real Herutataf, duranteuma viagem de inspeo aps templos.C A P T U L O X X X I

    Para conjurar os Espritos com Cabea de CrocodiloVade retro, oh! tu, Sui, demnio com cabea decrocodilo! Certamente no, no tens jxxler sobre mim!Esprito santificado, existo por obra da Potncia m-gica que vive em mim! V como pronuncio em tuapresena o Nome da grande divindade, para que elate coloque nas mos de seus mensageiros, um dos quaisse chama: "Senhor-dos-Cornos" e outro tem o nomede: "Teu-rosto-se-volta-para-a-Verdade-e-a-Justia".As Revolues dos Cus se ajustam aos Ritmos dosTempos; alm disso, meu Verbo de Potncia cerca eprotege meus domnios. A magia, a magia que sai deminha Boca cria uma rede intransponvel e meus den-tes so semelhantes a um punhal de slex. Tu, demnio,sentado espreita observando tudo com teu olho im-vel, sabe que no poders jamais arrebatar-me minha

    Palavra de Potncia! Ti, demnio de cabea de cro-codilo, cujo nico alimento so as Palavras de Potn-cia arrancadas fora, palavras que mantm tua vida.As minhas, no poders arrebatar!49

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    C A P T U L O X X X I IEncantamento para conjurar os Espritos com

    Cabea de CrocodiloA gran de divindad e antig a caiu, derr uba da. . .

    Repousa, sobre um lado, o rosto contra a terra; noobs tan te , a s Hie ra rqu ias ce les tes a ree rgu em . . . E i sque minha Alma chega: conversa com seu Pai divinoe o livra das emboscadas de dois demnios com cabead e crocodi lo . . . Em verdade , seus Nomes eu os co-nheo e sei de que se a l imentam; p ro te jo meu Pa iceleste da ao desses demnios. Foge, demnio decara de crocodilo^ tu, cuja morada f ica no Oeste! Seique te alimentas dos signos do Zodaco! Sabe pois quetrago no meu corao aquilo qu e mais detestas! Como?Tu te irritas com a fronte de Osris? Pois escuta: eusou Ra! Foge demnio de cara de crocodilo, tu, cujamorada fica no OeSte! Sabe que o Esprito-Serpentc (Naau habita em itieu peito! Vou lan-la contra t ipara que teu fogo no me possa atingir . Foge, dem-nio de cara de crocodilo, tu, cuja morada f i ca no Es te !Tu te al imentas daqueles que devoram as imundcies!O que t rago em meu corao . . . o que tu mais de -tes tas ! Olha! Olha como eu caminho! Em verdade ,cu sou Osr is! Foge, demnio de cara de crocodilo;tu, cuja morada f ica no Este! A deusa-serpente Naauhabita em meu peito. Lano-a contra t i , olha! Teufogo no poder at ingir-me! Foge, demnio de carade crocodilo! Tu, cuja morada est no Sul! Tu quevives entre imundcies e excrementos, em meu coraotrago o que mais de tes tas ! Que a chama vermelha noesteja em tuas mos! Eu sou, olha -me bem, Septu, adivindade solar . Foge, demnio de cara de crocodilo,56

    tu, cuja monada f ica no Sul! Tu que vives entre imun-dcies e [ excrementos! Em meu corao trago o quemais detestas . Que a chama vermelha no esteja em! tuas mos! Eu sou, olha-me bem, Septu, a divindadesolar . Foge demnio de cara de crocodilo! Tu, cujamorada f ica no Sul! Olha-me, estou so e salvo ca-minhandoi entre f lores inteiramente desabroch adas!Sabe, pois, que no serei entregue a ti, no! Foge, de-mnio de cara de crocodilo, tu, cuja morada est aoNorte! Tfu que vives de violncias das quais te apro-veitas hora aps hora. Em meu peito trago o que maisdetestas . Que teu veneno no seja para mim, pois que,em verdade, sou Tum! Foge, demnio de cara de cro-codilo, tu, cuja morada est no Norte. Olha! A deusaSerket habita em meu peito! Em verdade, eusou a deusa de jolhos de esme ralda. A s coisas criad asesto sob o poder ' do meu brao ! Quan to aos m undosfuturos, s possibi l idades que germinam, esto aqui ,encerradas no meu peito. Estou protegido por Verbosmgicos de grande poder. Foram t irados do Cosmos,i da parte de cima e da parte que f ica ab aixo de1 mim.Qua nto a | mqu Ser, f oi sublimado e engrandecido. Mi-nha Laringe reppusa no seio do meu Pai Celesteo deus aj i t igo, o grande, que ps ao alcance do meupoder o formoso Amenti , Pas dos Mortos com todosos qud esto condenados e todos quantos vivero.. .No que se refere a ele prprio, este deus, outrora po-

    ' deroso, ali vive tmb m, para sem pre inerte e irh-vel! Meu rosto est livre de vus, meu corao est1 onde deve estar ; e minha cabea est adornada coma coroa dte serpentes. Por que eu sou Ra e sabrei' proteg er-m e! Em verdade, nenhum a influncia nefas tapoder a t ing i r -me!63

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    , C A P T U L X X X I I Ii Para conjurar o s Demnids-Ser pentesIAlto Rerek ! Para trs, demnio

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    C A P T U L O X X X V I I I {Papiro Xcbscni)Eu sou o deus Tum saindo do ' >ceano de outrorae percorrendo os Abismos do Cu . E is que um lugarm e fo i a t r ibu do na Regio dos Mor tos . Dei o rdensaos Esp r i tos san t i f icados cu jas moradas es to ocu l tas ,

    e aos Servidores da divindade de suas cabeas de Leo.Foi can tando os h inos que percorr i o Cu na Barcad e K h e p r a . U m s o p r o v i v i f i c a n t e m e a l i m e n t o u . . .Graas a e le , sen tado na Barca de Ra , ob tenho os po-deres mgicos . Ra prepara-me os caminhos e abre asPor tas de Keb . A trs de mim ar ras to aque les que v i -vem nas p rox imidades da poderosa d iv indade . Eu gu ioo s q u e h a b i t a m e m s u a s c a p e l a s m o r t u r i a s . . . o sdeuses Horus e Se th . Eu ind ico o caminho aos chefesdos homens . Eu en t ro na Regio dos Mor tos e de lasa io quando dese jo . Minha la r inge es t s e sa lva ; eunavego na Barca da deus' . Maat; eu passo imediata-mente para a Barca de Ra . Eu me encontro ao ladodesse deus em sua s mans o is celestiais; no squito q ueacompanha esse deus . . . E is que v ivo depois da mor tede todos os d ias de minha v ida . S in to-me v igoroso e 'semelhan te ao deus de duas cabeas de L e o . . . Em-verdade, vivo depois da morte e estou livre. Estendo--me pe la Terra e a ocupo . Abro-me, como a aucenade esmeralda, eu, deus Hotep de dois pases.

    C A P T U L O X X X I XPara conjurar o Demnio Apopi

    Vai- te ! Para t rs ! Longe daqui , oh! demnioApopi , ou se rs a fogado nas p rofundidades do Lagodo Cu, ali onde teu Pai celeste havia determinado26

    que m orr ess es . . . ! No te aprox im es do loca l pndenasceu Ra! (Em verdade , es ts che io de medo!) O lha-jne! Eu sou Ra! Eu semeio o te r ro r ! Re t rocede , po is ,demnio, ante as flechas de minha luz que t causamdano! E,is qite os deuses dilaceram o teu peito; a deusade cabea de Leo imobiliza os teus membros; a deusade cabea de Escorpio verte sobre ti sua taa de des-t ru io ; a deusa Maat te a fas ta do seu can j i inho . . .Desaparece, pois, Apopi, tu, inimigo de Ra! Tu queriasa t ravessar as Regies Or ien ta is do Cu semeando ad e s t r u i o e n t r e t r o v e s . . . P o r m , e i s q u e R a a b r eas Por tas do Hor izon te , exa tamente no momento emque Apopi aparece; e este se abate, em verdade, aover-se a tkcado e des t roado . Eu cpmpro tua vontade ,oh! Ra! Eu fao o que convm fazer para que a pazcie Ra se ja assegura da ; eu preparo tua s cordas , oh!Ra! E e is que as d is tendo . . . Apopi ca iu! amarrado ,acorren tado pe las d iv indades do Sul , do Nor te , do Es tee d o O e s te . T o d a s e l as o a c o r r e n t a r a m . . . R a e s t a g o-ra satisfeito. . . ^Executa em paz suas revolues celes-tes . Apopi fo i der rubado! Recua o in imigo de Ra! Ador que te infligiu a deusa Escorpio, bem que a sentis-te ! Ah, como sof res agora! Em verdade , ag iu poderosa-

    : mente con tra t i ! Emascu lado , se rs sempre , oh , Apopi ,in imigo de Ra! J no to rnars a conhecer os p razeresd o a m o r ! l R a ' t e f a z r e t r o c e d e r ! O d e i a - t e ! A g o r a , a g o -r a t e o l h a i . . . a r a t r s , A p o p i ! T o m a - t e a c a be a,faz mil crtes em teu rosto, mi os1 teus ossos ; cor tateus mqrrilbros, pois, esta Regio seu prprio domnio!Tu , Appi , in imigo de Ra , fos te condenado pe lo deus|Aker. Os espritos divinos do teu squito, oh Ra, cal-cu lam e de l imi tam tua ro ta , e enquanto avanas fazemi re inar a paz em torno de t i . . . Ora te de tns, o ra e r ti -i

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    preendes de novo tua Vi a g e m e teu lho tambrt iavana, i rresis t ivelmente. xal no oua eu nenhumjuzo desfavorvel sado de tua boca! Que teu Olhodivino me seja propcio! Pois eu sou Seth, que desen-cadeia as tempestades do Cu, como o faz Nedjeb-ib-f . . .Ouve: Tum fala e diz: "Reanimai nosso valor , oh!soldados j de Ra! Vede como eu rechao o demniol^endja! Como o expulsei da presena dos deuses!"Keb diz: "Conservai-vos f irmes em vossos tronos naBarca de Khepra ! Lana em punho , fo r i ' a passa -gem"! Hathor d iz : "Tomai vossos punha is" ! Nut d iz :"Vit tde comigo! Rechacemos o demjnino^Nendja quepenetrou nos san turios do Senhor do lUqiverso, esseVia jan te so l i t r io . . . En t re tan to , a s Hie ra rqu ias ce -lestes percorrem suas rbitas em torno ,o Lago deEsmera lda . Vinde! Adoremos a Grande Div indade!Libertmo-la! Do seu santurio saram todas as Hie-rarquias celestes . Adormo-la! Venermo-la! Uni-vostodos a minhas preces! Eis que Nufi t falando de mimdiz ao mais doce dos deuses: "Olha como avana!Como busca e encontra seu caminho"! Entb, os deusesme tomam e me apertam nos seus braos. Eis Keb,que avana com seu todo-poder. As Hierarquias avan-am tambm para unir-se a Hathor que, pr sua vez,faz reinar o terror . Em verdade, Ra venceu Apopi!

    C A P T U L O X LPra conjurar o Demnio Am-aau 1 ,

    para t r s , oh! demnio Hai , hor ror de Os r i s !Tua cabea foi cortada por Thoth. As crueldades queprat iquei em tua pessoa me foram ordenadas pelasHierarquias do Cu. Para trs , oh! demnio Hai, tu

    por quem Osr is sente horror! Afasta-te de minhaBarca, impelida por ventos propcios! Deuses do Cuque dominastes os inimigos de Osr is , vigiai! Os deusesda vasta Terra esto atrelados. Vai- te , demnio Am--aau, o deus, Senhor da Regio dos Mortos! Conheo--te! Conheo-te! Conheo-te! Vai- te demnio! No meataques, pois sou puro e me ajusto aos r i tmos csmi-co s ! No te aproximes, tu que vens sem ser chamado!A mim no conheces, demnio, e ignoras que mantenhoo domnio sobre os encantamentos de tua boca! Poisbem, que o saibas! Estou ao abrigo de tuas garrasQuanto a t i , oh! demnio Has-as ! E i s que Horus cor tatuas garras. Em verdade, foste destrudo em Pe eem Dep com tuas legies de demnios em ordem debatalha. Foi o Olho de Horus que te venceu! medidaque avanas, demnio, eu te rechao! Eu te venci como alento de minha boca, a t i que torturas os pecadorese os devoras. Pois bem, sabe que em mim no existeMal. Devolve-me, pois , r r inha T bua de Escr i tura comtodas as acusaes que cntm. No cometi pecadoscontra os deuses! Por isso no me ataques! Toma ape-nas aquilo que eu mesmo te dou. No me leves con-t igo, no me devores! pois eu sou o Senhor da Vida,Soberano do Horizonte.

    C A P T U L O X L IPara conjurar as Matanas

    Oh Tum! Cheguei junto da divindade de duascabeas de Leo, oxal seja santif icado! Que este deusme abra as Portas de Keb! Eis que me prosterno anteo grande deus da Regio dos Mortos. Sou conduzidos Hierarquias divinas do Amenti . Oh tu, Espr i to-27

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    ^Guardio da Porta, deixa que o Hlito vivificante m ealimentei Que um Esprito poderoso me conduza Bar ca de Khepra! E is que chega a Ta rd e . . . Deixa-mef a l a r aos Espritos sentados nesta Barca, para que eupossa entrar e sair dela vontade. Que eu possa con-templar os Mistrios no interior da Barca e possa re-erguer esta divindade que j no respira.Eis que lhe dirijo a palavra: "Deus poderoso, eis-meaqui! Tendo passado pelo Portal da Morte, existo evivo"! Quanto a vs, homens da Terra, que fazeisoferendas e que abris a boca do meu cadver, mostraia lista do que ofertais! Confirmai Maat, a deusa, enjseu Trono! Mostrai-me a Tbua de minhas aes pas-sad as! Colocai M aat diante de Osris, prncipe da Eter-n idade que , imvel , reg is tra os Anos que passam!Eis que, tendo escutado as palavras que vm das Ilhas,ergue no ar seu brao esquerdo dando ordens aos anti-gos deuses . . . Em verdade , E le que me envia aosnvejus juzes do Mundo Inferior.C A P T U L O X L I I

    Para conjurar as Matanas iEsta a Regio em que, a Coroa Branca sobrea cabea o Cetro d: mando na mo, est sen-tado o Ser divino. Chegando diante dele, detenho mi-nha Barca e pronuncio estas palavras: "Oh Deus po-deroso! Senhor da Sede! Olhai-me! Acabo de nascer!1Ac ab a de nascer! Acabo de nascer"! Ele res-ponde: "Sobre o cepo das castigos, que vs aqui, re-velam-se plena luz tus ms aes. Tu as conhecesirihr que ningum.. . No ntanto, vou despertar amem ria de tuas faltas " . Eu replico: "E so5 3

    o N do Des t ino csmico ocu l to na fo rmosa rvore i 1sacross anta . Se eu prospero, Ra pros pera. Em ',verdade, olha, os cabelos de minha cabea so 'os pr- 1 , ipri os cbelos do deus Nu . Me u rost o o DisCo ?oli- !de Ra. A fora da deusa Hathor vive nos meus lhos.A alma de Up-uaut ressoa nos meus ouvidos. No meunar iz v ivem as fo ras do deus Khent i -khas . Meus l -bios so os lbios do Anbis. Meus dentes so !o s'dentes da deusa Serkit . Meu pescoo o pescoo dadeusa sis . Minhas mos so as mos do poderosoSenh or de Dtjedu. Ne i th, soberan o de S as, quemvive em meus braos. Minha coluna vertebral a deSeth . Meu fa lo o fa lo de Os r i s . Meu f gado of gado do Senhor de Kher-aha . Meu pe i to , o do se -nhor dos Terrores . Meu ven tre , meu dorso ,1 os dadeusa Sekhmet . As fo ras do Olho de Horus i rcu lamna par te in fe r io r do meu dorso . Minhas pernas soas pernas, de Nut . M eus ps so os ps de Pt ah . M eusdedos so os dedos do duplo Falco divino que vivee te rnamente . Em verdade , nem um s dos membrosdo meu Corpo deixa de ser a sede ke uma divindade.Quan to a Th oth , p ro tege todo o meu Corpo . Da mesmaiorma que Ra, eu me renovo a cada dia. Ningumpoder imobi l iza r meus braos nem apoderar -se deminhas mos : nem os deuses , nem os Esp r i tos san t i -ficados, nem as / | . lmas condenadas, nem as Almas dosan tepassados , n em ' os in ic iados , nem os A njo s doCu . . . Eu sou aque le que marcha para a f ren te ecu jo nome um Mis t r io . Eu sou o Ontem. "O-que--con templa-mi lhes-de-anos" meu Nome. Eu percorroos caminhos do Cu . . . E is que o t tu lo de Senhorda E te rn idade , me fo i confer ido . Eu sou proc lamadodeus do Futluro, 9 Dono da Coroa real. Eu habito no

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    Olho divjino de Horus e no Ovo csmico. O Olho de >Horus me confere a Vida Eterna. E quando se fechame protege.. . Envolto em radiaes avano ,por meucaminho e vou por todas as partes ao capricho domeu Corao . Eu ex i s to e v ivo . . . Eu sou Horus quepercorre os milhes de anos. A Palavra le o silncioequilibrados esto em minha boca. Se'ntailo no meuTrqmo eu exero o poder.. . Em verdade, minhas For-mas esto agora modificadas . Eu sou Un nef er ,o Ser perfei to, deus que se ajusta aos Ritmos dosTempos. Minha essncia est oculta no meu ser. S,ex isto ! . . . S! . . . S !. . . S! p ercorro as solidescsmicas. . . Em verdade, eu habito Ino Olho de Horuse nenhum M.al pode at ingir-me. Eis que ahro as Por-tas do Cu e envio Nascimentos para a Terra. E acriana por nascer no ser atacada no caminho qeconduz Terra. . . Eu sou o Ontem. Eu sou o Hoje,das geraes inuijnerveis. Eu sou o que vos protege,em todos os dias de vossa vida. Oh, vs, hbitantes daTerra e do Cu! Os do Norte, do Sul , do Este e doOeste! Em verdade, o medo que vos inspiro apertavosso orao! Pois eu me moldei e mel formei pormim mesmo. E no morrerei pela segunda vez. Algunsraios ido meu Ser at ingem vosso peito; mas minhasformas, eu as guardo ocultas em mim; pois eu soaquele que ningum conhece, oh 1 vs, Demnios Ver-me lhos ! 'em vo voltais vosso rosto para, mim : umum tr pl ice vu me oculta . Impossvel etornar quelapoca remota em que o Cu foi criado por mim, einque a Terra foi separada; em que foram colocadosem lados diferentes os seres nascidos do Cu e os nas-cidos da Terra. Uma vez separados, j no voltaroa reun i r - se na fon te p r im ei r a . . . Meu nome es t ran-61

    geiro est na mcula do Mal. Poderosas so as Pala-vras mgicas que a minha boca vos dir ige. Uma ra-diao de Luz emana de todo o meu Ser. Eu sou oSer cercado de muralhas, no meio de um Universotambm rodeado de muralhas. Eu sou um soli tr io nomeio da minha So l ido . . . No passa um s d ia semm i n h a s a l u t a r i n t e r v e n o . . . P a s s a m ! P a s s a m ! P a s -sam diante de mim!. Em verdade, eu sou um Ser deseiva, nascido do Oceano celeste. . . Minha Me adeusa do Cu, Nut. Foi ela quem modelou a minhaForma. Imvel , sou o Grande N do Destino que re-pousa no Ontem; em minha mo descansa o Destinodo Presente. Ningum n e conhece; porm, eu, eu vosconheo. Ningum pode ; .panhar-me; mas eu vos possoapanhar . Oh! Ovo csmico! Escu ta -me! Eu sou o Ho-rus de milhes de anos! A vs envio o Fogo dos meusraios, para que vossos coraes se voltem para mim.Eu sou o Amo do Trono; l ivre de todo Mal, percorroa Ter ra e os Esp a os . . . Eu sou o Cinocfa lo deouro, sem pernas nem braos, t rovejante no Templode Mn fis . . . Sabe i: se eu prosperar , tambm eleprospera r , o Cinocfa lo de ouro de Mnf i s !C A P T U L O X L I I I

    Para imped ir qu e seja cortada a cabea do MortoPrncipe eu mesmo, sou Filho de um Prncipe.Sado do Fogo divino, eu sou o deus do Fogo. Assimcomo a cabea de Osr is no lhe foi arrebatada, tam-bm a minha cabea, depois das matanas, me serres t i tu da .. . Voltando a ser jovem, renovando-m e,mantenho intacto meu Ser mlt iplo, pois eu sou Osr is ,Senhor da eternidade.

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    C A P T U L O XXXIIPara no morrer pela segunda vez no AlmMinhas moradas mis te r iosas fo ram profanadas ;

    meus esconderi jos foram revelados; os Espr i tos santi-f icados foram precipi tados nas Trevas; porm, o Olhodiv ino de Horus me san t i f i cou e Up-uau t me nu t r iucom o lei te de suas mamas. Agora oculto-me entrevs , oh! Es t re las f ixas ! Em verdade , minha f ron te a fronte de Ra. Meu rosto est l ivre de vus; meucorao est em seu justo lugar . Eu sou o dono doSaber Sagrado e do Verbo mgico. Como' Ra, eu mepro te jo a mim mesmo. Ningum poder ignora r -me ,nem causar-me dano. Em verdade, teu Pai celest ialvive para t i , oh! tu, f i lho da deusa Nut! Eis que, oh!Prncipe dos deuses! chego junto a t i . Eu sou teuFilho e contemplei os teus Mistrios.. . Coroado Reidos deuses no morrerei pela segunda vez no MundoI n f e r i o r .

    C A P T U L O X L VPara impedir a Decomposio do Corpo no M undoInferior

    Oh! tu, imvel e inerte como Osris, tu inerte eimvel como Osr is , cujos membros esto gelados, saide tua imobil idade, para que teus membros no apo-dream ! Para que no se separem de teu corpo e teabandonem! Que meu corpo no apodrea! Po is eusou Osr is . . .62

    C A P T U L O X L V I I i iPara reviver no Mundo Inferior

    Salve, oh! Filhos de Shu! Salve, oh! Filhos de S hu!Eis que ao raiar de cada dia, esse deus se appdeiy|i!do seu D iad em a; e E le o faz pelas gera es ju hijOde nascer1.1. . Em verdade , se eu ren ascer, Osi ri1! tam-bm renascer. ,

    C A P T U L O X L V 1 I '."Para seu Trono no ser arrebatado ao Mortoi ,Este o meu lugar 110 Mundo Inferior e es !te o meu Trono! Cumprindo as rbitas , eu me aproxi-mo dele e pronuncio estas palavras: "Eu sou vossoPenhor, oh! deuses! Vinde a mim! Segui meus passos!Pois eu sou o Filho de vosso Senhor. Meu pai ce-

    lest ial vos priou, por mim exist is . Oh deuses"!1 IC A P T U L O X L V U I

    (Repetio do Captulo X) I1 , C A P T U L O X L I X

    ! (Repetio do Captulo XI)i1 C A P T U L O L (

    Para no sofrer o CastigoAjustei as vrtebras do meu pescoo no Cuassim cornai na T err a. Eis que R a, depois do dia daMatana e do Caos, estabelece e ajusta aos Atrasadosa coluna vertebral I sobre suas pernas. E eis que Seth,

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    Todo aquele que recitar este captulo, deve estair i tualpente puro. No deve ter comido carne de ani-mais dos campos, nern pescado, nem ter tido relaocarnal com mulheres.| Faa um escaravelho de pedra com t,ima borda-dura de ouro e o coloque na parte inter ior do coraodo morto; este amuleto real izar no morto a aberturade sua boca. Ungi-o com ungento "anti" , pronun-ciando, ao faz-lo, a frmula mgica

    1 C A P T U L O L X V ' ii] ' Para ter os inimigos em^seu poderf .a est sentado em seu Tro no na Man so dosMilhes ide Anos. Diante dele, de p, esto s Hierar-quias!, divinas e os Esprito s dos rostos velados q uerezam pa Regio do Eter no Chegar a Ser . Elesrgutm o curso das coisas absorvendo o suprfluo', j1 Eles do volta aos cus com seu Disco de Fogo,apanhados por sua vez no prprio movimento. Oxalpossai 'apodera r-se dos cativos de Osr is e nunca mai scair , njas mos dos demnios de Seth ! . , . Enq uan tovs desfrutais do repouso nos bancos verdejantes dosrios' celestiais na Reg io Daque le que gov erna a s A l-mas, oxal possa eu estar sentado no lugar de Raenquanto meu Corpo confiado ao deus da Terra.lOxal possa eu triunfar de Seth e de seus espies no-turnos de cara de crocodilo, assim como dos espiesde rostcf ocultos, quando, com aparncia de deses, dis-,simulam no stimo dia da Festa no templo do deusdo Norte! Em verdade, dir-se-ia ( que seus laos esto.calculados para toda a etern idade, e suas cord as p ara

    77 agentar indefinidamente. Desde aqui percebo um de-mnio: sua sombra etrea, sedenta e perigosa, mano-bra no Vale das Tumbas . . . Eu se i : os que renascemdepois da morte se expem a sucumbir nos laos destedemnio.. . Mas eu, eu nasci para o mundo do Almsob a forma de um Espr i to santif icado cheio dev ida . . . Sa lve , oh! In ic iados que mora i s sob a Ter ra !destru e extirpai o Mal que se aferra minha pessoa!Oh! Ra! deixa-me contemplar teu Disco de fogo! aju-da-me na minha luta contra os inimigos! permitajust if icar-me ante o Tribunal divino presidido pelaGrande Divindade! Porm, se resis t i res e impediresque eu tr iunfe de meus inimigos e que me just if iquean te o Tr ibuna l d iv ino , en to . . . En to , que a Ordemnatural seja invert ida! que o Nilo possa galgar o Cue viver da substncia da Verdade-Just ia, e que sejaRa quem faa viver os peixes do Nilo! Mas, se eutr iu nfa r de meus inimigos, ento. . . En to possa Rasubir ao Cu, viver da substncia da Verdade-Just iae que seja o Nilo que faa viver os peixes! . . . Em ver-dade, quando eu t iver desfei to meus inimigos, entoser um grande dia na Terra! Eis , pois , que preparouma campanha contra meus inimigos. Foram entre-gues a meu poder e eu os desfao ante as Hierarquiasdivinas.C A P T U L O L X V I

    A Sada da Alma Luz do DiaA cincia oculta, eu a extingui! Eu sei que a deusaSekhmet me levou"s costas, que a deusa Neith metroixe ao Mundo, ,que sou, por m inha vez, U ad jit , ode cabea de Serpante.e uma emanao do Olho divino33

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    de H or us .. . Eis que vo como um pssaro do Cu-descendo sobre a Fronte de Ra e navego sobre o Ocea-no celeste sentado em paz na proa de sua Barca...C A P T U L O L X V I I

    Para abrir as Portas do Alm ,Eis que os diques do Oceano celeste so foradose os passos dos Filhos da divina Luz ficam livres. Asportas do santurio oculto de Shu se entreabrem...J o esto! E posto que esse deus sai com toda a li-berdade, eu tambm posso sair com toda a liberdade,eu! Marcho pois at meus domnios, recebo oferendase m e apodero tias tribos do Prncipe dos Mortos. Avan -o logo at meu Trono levantado no meio da Barca deR a . . . Ali , protegido contra as Foras do Mal, oxalnavegue em pa z! .. . E salve a t i , oh! radiao divina doL a g o c e l e s t e ! . . .

    C A P T U L O L X V I I IA Sada da Alma Luz do Dia

    Eis que as portas do Cu me so abertas e que asportas da Terra j no se opem a meus passos. ..Retira o ferrolho da Porta de Keb! Deixa-me penetrarna Primeira Regio! Em verdade, os braos invisveisque me haviam rodeado e protegido na Terra e qu edirigiam meus passos, se apartaram de mim. A Regiodos Canais e das Correntes se abre ante meu olhar eposso percorr-la a meu bel-prazer.. . Em verdade,sou o Amo de meu corao "ib" e de meu corao"hati", o Amo de meus braos, de minhas pernas e de78

    minha bocaj o Amo, de todo o meu corpo, o Amo dasoferendas sepli lcrais , o Amo da gua, do Ar, dosCanais e dos1 Rips, o Amo da Terra e de seus Rgos,e o Amo dos Seres mgicos que trabalharo pra 'mimno Mundo Inferior . Eli tenho pois completo domniosobre tudo quanto possa ser ' ordenado na T erra., Oh !vs, Espr i tos divinos! No haveis pronunciado, fa-lando de mim,'estas palaVras?: "Que part icipe dVidaeterna Com ungando com o P o consagrado dei Ke b" !Longe de mim as coisas que detesto! meu Po de Co-munho ser fei to com Trigo branco, minha Bebidade 'Comunho de Trigo vermelho, morarei em um lu-tgar puroi ;santif icado, sob ramos de Palmeira, rvoresagrada de Hathor, princesa do Disco solar . Ei- la aqui,que avana par a Helipolis com o Livro das ' divina^Palav ras ,de Tho th em seus braos. Em ver-dade, eu sou.o Amo de meu Corao "ib" e de meu'Corao "hati" , o Amo de meus braos, de minhaspqrnas e de minha boca, o Amo da gua, dos Canais edos Rios,

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    bil idades f s icas no sofrero, eternanjient, nenhumadiminuio.C A P T U L O L X I X ,

    i A Sada da Alma Luz do Dia Sou um Esprito de Fogo, ij-mo de todos osEspr i tos de Fogo. Eu sou Osr is , i rmo de ' s is . Meuj; j f i lho,, Ho rus , e minha esposa, s is , acorren tam, para/ vinga r-me , os braos de meus inimigos que tm co-tnet idb contra mim crimes sem-nmero. . . Eu Sou Os-j r is , o fr imog nito dos deuses, herdeiro legt imo dei Keb, seu pai divino. Eu sou Osr is , Amo dos Manan-ciais, Pfr imeiros da Vi d a. . . Poderosos so minha es-I i'piada1!e meu peito; minha fora geratr iz penetra portdas i as partes onde habitam os homens. 1 Eu sou 'r i on que, passando ante os inumerveis exrci tos de; Estrelas, percorre a Regio do Cu. Em verdade, oC jo seio de Nut, minha Me divina,,que me con-

    cebeu p me trouxe ao mundo segundo, sua vontade.Eu 4ou o Tour o s agrado no meio de ' sup. Prad aria .Em verdade, eu sou Osr is! No dia da Grande Cats-trofe fui escondido por meu Pai e por minha Me.'.-.O deus1 Keb meu pai; minha me a dusa N u tEu sou Horus, o Primognito de Ra; no dia de suaculminao. Eu sou Anbis , no dia em qu t chega a seriSepa. Eu sou Tum, Senhor dos Mundos.1 Eu souOs r i s . . . Sa lve , oh! tu , Div indade mui to A ^i ga ! E isque entras e diriges a palavra a TTh