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Instituições de Direito Público e Privado Noção de Direito Direito é a ciência que, na medida em que prevê direitos e impõe obrigações, regulamenta a vida em sociedade. Ordenamento Jurídico - é o conjunto de leis em vigor dentro de determinado território. O descumprimento de qualquer lei acarreta para o infrator a imposição das mais diversas espécies de sanções (conseqüência oriunda do desrespeito à lei), quais sejam: a) Penal – aquele que pratica um crime fica sujeito a pena de reclusão ou detenção (prisão), prestação de serviços à comunidade, pagamento de cestas básicas. Exs. de crimes: homicídio, roubo, furto, estelionato, estupro, provocar incêndio, etc. b) Civil – o contratante que descumprir uma cláusula prevista em um contrato ou na própria lei (deixar 1

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Instituições de Direito Público e Privado

Noção de Direito

Direito é a ciência que, na medida em que prevê direitos e impõe

obrigações, regulamenta a vida em sociedade.

Ordenamento Jurídico - é o conjunto de leis em vigor dentro de

determinado território.

O descumprimento de qualquer lei acarreta para o infrator a

imposição das mais diversas espécies de sanções (conseqüência

oriunda do desrespeito à lei), quais sejam:

a) Penal – aquele que pratica um crime fica sujeito a pena de

reclusão ou detenção (prisão), prestação de serviços à

comunidade, pagamento de cestas básicas. Exs. de crimes:

homicídio, roubo, furto, estelionato, estupro, provocar incêndio,

etc.

b) Civil – o contratante que descumprir uma cláusula prevista em um

contrato ou na própria lei (deixar de pagar um imposto), fica

obrigado a, por exemplo, pagar uma multa.

c) Administrativa – todo aquele que desobedecer uma postura (lei)

municipal, estadual ou federal fica obrigado a, por exemplo, fechar

uma janela aberta a distância de um metro e meio do terreno do

vizinho ou a demolir um edifício que ultrapassar determinada

altura Próximo do aeroporto).

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d) Político-Eleitoral – todos os brasileiros são obrigados a, dentro

dos limites de idade entre 18 a 70 anos, votar. Quem não vota e

não justifica, fica impedido de participar de concursos públicos, de obter passaporte e bem como de obter, por exemplo, Carteira Nacional de Habilitação).

Sistema de Normas

O Direito Positivo é o conjunto de normas/regras escritas, postas, positivadas. A norma jurídica é aquela que se caracteriza pela bilateralidade, isto é, envolve o direito de uma parte com o dever de outra, disciplinando uma relação social entre as duas, relação social essa que, por estar disciplinada pelo Direito e regulada pela norma jurídica, se chama relação jurídica.

Norma Geral e Abstrata

A norma jurídica é geral e abstrata por não regular um caso singular, isolado, mas por estabelecer um princípio aplicável a vários casos que, apesar de não realizados, podem realizar-se e que se enquadram no tipo de caso previsto.

Por generalizar-se, a lei é aplicável a todos, estabelecendo o princípio

da igualdade, no sentido de que todos são iguais perante a lei. E, por ser

abstrata, por meio de sua interpretação, aplica-se seu comando ao fato

concreto, efetivamente ocorrido.

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Imperatividade, Atributividade, Coerção e Sanção

Os juízos de comportamento obrigatório ou normas em sentido estrito

dividem-se em: i) simplesmente imperativos (campo da moral) e ii)

imperativos-atributivos (normas jurídicas — campo do Direito).

Imperatividade é o caráter de toda norma em sentido estrito de impor um dever. Atributividade é o caráter de toda norma em sentido estrito de conferir direitos a outrem.

Mas, para se impor um dever e conferir direitos a outrem, quando existe recusa de se dar cumprimento à norma, é preciso que se recorra ao Estado. Portanto, além da imperatividade e atributividade, a norma jurídica deve também conter o caráter de coercibilidade, que pode ser explicada como a força (policial) para obrigar o sujeito. Mas como pode o Estado forçar o sujeito, ou seja, coagir o sujeito a

cumprir a obrigação? Para isso, o Estado confere à norma jurídica o

efeito da sanção, que é a pena pelo descumprimento da norma jurídica.

Os juizos de comportamento obrigatório, em sentido estrito, dotados de imperatividade e atributividade, coercibilidade e sanção, são as normas jurídicas. Tome-se o exemplo seguinte: se encontrares um pobre que te pede

esmola, deves dá-la, temos uma norma que impõe um dever.

O pobre, porém, não pode exigir a esmola, pois que a força do Estado,

a força da sociedade, não suportaria a sua exigência.

Logo, esta norma, embora sustente um dever, não atribui direitos. É

simplesmente norma do campo da Moral.

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Neste outro exemplo: se um parente, em certo grau de parentesco,

tem necessidade de alimentos para subsistir, deves fornecê-los, temos

uma norma de comportamento obrigatório, que é acolhida nos artigos

1.694 a 1.710 do Código Civil Brasileiro. A norma impõe deveres e

também atribui direitos. A força do Estado e a força da sociedade

fundamenta a exigência dos parentes que tenham necessidade de

alimentos.

No primeiro exemplo, trata-se simplesmente de uma norma imperativa.

No segundo, trata-se de uma norma imperativo-atributiva (que impõe

dever e atribui direitos, mediante coerção e sanção).

A norma simplesmente imperativa é norma ética em sentido estrito: é a

moral. A norma imperativo-atributiva é a norma jurídica: é o direito.

A norma jurídica exerce pressão social sobre seus destinatários,

obrigando-os a observá-la e fazê-la cumprida.

Para o nosso estudo interessam as normas jurídicas em sentido

estrito, dotadas de imperatividade, atributividade, coercibilidade e sanção.

Direito Objetivo e Direito Subjetivo Ordenamento Jurídico: é o conjunto de leis em vigor dentro de um

determinado território.

Direito objetivo é a regra de ação, prevista no ordenamento jurídico.

As leis que integram um ordenamento jurídico têm por objetivo

regulamentar as relações humanas, na medida em que pacificam a

vida em sociedade. Todas as regras e normas previstas no

ordenamento jurídico devem ser obedecidas pelos integrantes da

comunidade. Assim o Código Civil, o Código Penal, o Código

Tributário, o Código de Defesa do Consumidor, a Lei do Divórcio fazem

parte do Direito Objetivo.

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Todos os membros da coletividade devem ser estrita obediência

às regras e normas previstas no ordenamento jurídico. A

desobediência a qualquer regra integrante do ordenamento jurídico

permite o acionamento do Poder Judiciário, o qual aplicará sanções.

A Constituição Federal (CF) protege o direito de propriedade.

Assim, se esse direito for violado (invasão do MST), cabe ao dono da

propriedade ingressar perante o Poder Judiciário requerendo a

reintegração de posse da área e a expulsão dos invasores.

Direito Subjetivo, diz respeito ao poder de ação atribuído ao cidadão

que tiver o seu direito violado, ou seja, contratar um advogado e

apresentar uma ação perante o Judiciário.

Nesses termos, toda e qualquer pessoa que tiver o direito violado

poderá movimentar a máquina judiciária com o objetivo de fazer valer o

seu direito.

Ramos do Direito

Divisões do Direito: O Direito divide-se em dois grandes ramos ou

segmentos: Direito Público e Direito Privado.

Direito Público: É aquele ramo do Direito que estuda as relações

estabelecidas entre as pessoas e o Estado. (“Direito Público é aquele

destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade.” Noções

Essenciais de Direito, Nelson Palaia, Editora Saraiva, São Paulo, 3ª

edição, 2006, página 6).

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As divisões do Direito Público são as seguintes:

Direito Constitucional: é aquele que estuda a Constituição Federal, especificamente os poderes e a sua respectiva estruturação, os direitos

e garantias individuais, a forma de Estado, a forma de Governo, o

sistema de Governo, a família, o adolescente, o idoso, as formas de

proteção ao meio ambiente, as populações indígenas, o patrimônio

histórico, artístico, paisagístico, cultural, ambiental, as relações

trabalhistas, o sistema tributário, etc.

Direito Administrativo: Trata-se daquele segmento da ciência jurídica

que estuda as relações estabelecidas entre os particulares e o Estado.

Estuda o processo de licitação (compra e venda de bens e serviços por

parte de órgãos públicos), os contratos administrativos mantidos entre

os particulares com a administração (federal, estadual e municipal), o

estatuto (lei) dos funcionários públicos.

Direito Tributário: Tem como objetivo estudar os tributos (espécies:

imposto; taxa; contribuição de melhoria).

Imposto: devido em razão de determinação legal, independente

de qualquer atividade estatal específica prestada. Ex.: imposto de renda.

Taxa: exigível em razão de um serviço posto a disposição do

contribuinte. Ex.: taxa de lixo, taxa de esgoto, taxa de embarque nos

aeroportos e portos.

Contribuição de melhoria: devida toda vez que um imóvel

apresentar valorização em razão da construção de uma obra pública.

Ex.: construção, por parte do governo, por exemplo, do metrô, a partir

daí é cobrada uma taxa de contribuição, pois quando ocorrer a venda

do imóvel este valerá mais; pavimentação de ruas, construção do

rodoanel etc.

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A mais importante lei que trata do Direito Tributário é o CTN:

Código Tributário Nacional.

Direito Penal: é aquele que estuda os crimes (delitos com alto

potencial ofensivo. Ex: homicídios; furto; roubo; estupro, calúnia,

difamação e as contravenções penais (delitos que apresentam menor

potencial ofensivo). Ex: jogo do bicho; briga de galo; dirigir veículo sem

CNH, vadiagem.

Direito Processual: É aquele que estuda o procedimento, ou seja, a

maneira por meio da qual são praticados os atos processuais.

Subdivide-se em Direito Processual Civil, Direito Processual Penal,

Processual Trabalhista, Processual Tributário.

Direito Privado: É aquele ramo que estuda as relações jurídicas

estabelecidas entre os particulares entre si. (“O Direito Privado

disciplina as relações entre os particulares, sejam pessoas físicas ou

jurídicas, inclusive em relação ao Estado, desde que o Estado não

esteja imbuído do poder político ou jurisdicional.” Noções Essenciais de

Direito, Nelson Palaia, Editora Saraiva, São Paulo, 3ª edição, 2006,

página 11).

Direito Civil: Estuda as relações entre as pessoas(físicas ou jurídicas)

e os bens. Apresenta os seguintes ramos:

Direito de Família: regulamenta as relações familiares. Exs.: divórcio,

separação judicial, alimentos (a expressão alimentos compreende:

vestimenta, estudo, assistência médica, odontológica, lazer), adoção,

investigação de paternidade ou maternidade, guarda, etc.

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Direito das Sucessões: Inventário (serve para distribuir os bens

{herança} da pessoa que morreu para seus herdeiros), testamento (serve para testar sua metade disponível). O testamento é feito em vida

e deve ser registrado em cartório.

Direito dos Contratos: Estuda os contratos estabelecidos entre os

particulares entre si ou entre as pessoas jurídicas. Exs.: contrato de

compra e venda, contrato de transporte, contrato de prestação de

serviços educacionais, contrato de prestação de serviços de advocacia.

Responsabilidade Civil: Compreende o estudo das obrigações

decorrentes dos fatos causadores de danos ou prejuízos ocorridos. Ex:

dano decorrente de uma colisão de veículos; prejuízo ou dano causado

por uma empregada doméstica.

Direito das Empresas ou Direito Comercial: Estuda a constituição,

modificação e extinção das empresas, ou seja, das pessoas jurídicas.

Abrange ainda o conhecimento das espécies de sociedades

comerciais (pessoas jurídicas, sociedades anônimas, limitada,

sociedades de capital e indústria, ME, MEI, etc).,

Trata de estudar o processo de falência (somente a pessoa

jurídica pode falir). Ocorre a falência quando o passivo é superior ao

ativo). A empresa encerra atividades (fecha as portas).Todos os bens

da empresa são arrecadados e serão levados à leilão. O produto

arrecadado será entregue, pelo Juiz de Direito, aos credores, a

começar dos trabalhistas. Na recuperação judicial de empresas, o

desequilíbrio não é tão grande. A empresa continua funcionando.

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O Juiz deve nomear um administrador, o qual deve elaborar um

plano de recuperação judicial da empresa, e a empresa, dentre outras

obrigações, deve efetuar o pagamento da dívida dentro do prazo de 3

anos. Estudam-se, ainda, os títulos de crédito (cheque, nota

promissória, letra de câmbio, duplicata etc).

Direito do Consumidor: Cuida de regulamentar as relações

estabelecidas entre os consumidores e os fornecedores. Estuda os

direitos dos consumidores e as obrigações dos fornecedores.

Fornecedor é aquele que fabrica ou industrializa, é o importador, o

exportador, o embalador etc.

Direito do Trabalho: É aquele segmento da ciência jurídica que estuda

as questões de natureza trabalhista, ou seja, as relações mantidas

entre empregado e empregador. Exemplos de direitos trabalhistas:

férias, 13º salário, adicional noturno, Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS), licença maternidade/paternidade etc.

A principal lei que trata do Direito do Trabalho é a CLT:

Consolidação das Leis Trabalhistas.

Outras fontes do Direito do Trabalho são as seguintes: Dissídios

coletivos do trabalho, Acordos coletivos do trabalho, Convenções

coletivas do trabalho e os Enunciados trabalhistas.

Alguns doutrinadores entendem que o Direito do Trabalho

pertence ao Direito Público; entretanto, a maioria sustenta o

posicionamento de que esse ramo do Direito integra o Direito Privado.

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Noções de Organização Político – Administrativo do Brasil

De acordo com a Constituição Federal, existem três poderes

estatais (Executivo, Legislativo e Judiciário), cada um desempenhando

missões próprias, típicas e especificas.

Os poderes devem atuar de maneira harmônica e independente

entre si.

Poder Executivo É o poder encarregado de executar as políticas governamentais,

ou seja, sua missão é governar, gerenciar.

Órgão máximo é o Presidente da República, o qual é auxiliado

pelos ministros de Estado (escolhidos e demitidos livremente pelo

Presidente). A República é caracterizada pela eletividade, pela

temporariedade de mandato e pela responsabilidade.

O Presidente da República é solidariamente responsável,

juntamente com os Ministros de Estado, pela condução da política

governamental.

O Presidente da República é pessoalmente responsável pela

prática de qualquer ato ilegal (roubo, furto, homicídio, pagamento de

dívida etc). Somente pode ser processado e julgado pelo Supremo

Tribunal Federal.

Os requisitos ou condições para ser Presidente da República são

os seguintes: ser brasileiro nato, ter mais de 35 anos de idade, ser

filiado a partido político, não ser analfabeto, ter ficha limpa.

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Executivo Estadual: órgão máximo é o Governador, auxiliado pelos

Secretários Estaduais (escolhidos e demitidos livremente pelo

Governador).

O Governador é solidariamente responsável, juntamente com os

Secretários de Estado, pela condução da política governamental.

O Governador é pessoalmente responsável pela prática de

qualquer ato ilegal (roubo, furto, homicídio, pagamento de dívida etc).

Deve ser processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Os requisitos ou condições para ser Governador são os seguintes:

ser brasileiro nato, ter mais de 30 anos de idade, ser filiado a partido

político, não ser analfabeto, ter ficha lima. Residir no Estado onde

pretende disputar a eleição.

Executivo Municipal: órgão máximo é o Prefeito, auxiliado pelos

Secretários Municipais (escolhidos e demitidos livremente pelo

Prefeito).

O Prefeito é solidariamente responsável, juntamente com os

Secretários Municipais, pela condução da política governamental.

O Prefeito é pessoalmente responsável pela prática de qualquer

ato ilegal (roubo, furto, homicídio, pagamento de dívida etc). Deve ser

processado e julgado pelo respectivo Tribunal de Justiça.

Os requisitos ou condições para ser Prefeito são os seguintes: ser

brasileiro nato, ter mais de 21 anos de idade, ser filiado a partido

político, não ser analfabeto. Ter ficha limpa. Deve residir no município

onde pretende ser eleito prefeito.

Nos cargos do Executivo existe limite, ou seja, o governante somente pode ser eleito para um mandato seguido de mais um, sendo proibidas reeleições sucessivas seguidas.

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Poder LegislativoCuida da elaboração das leis.

Legislativo Federal: O órgão máximo do Legislativo brasileiro é o

Congresso Nacional, o qual é composto por duas casas legislativas:

Senado e Câmara dos Deputados. As leis feitas pelo Congresso Nacional são aplicadas em todo o

país (Brasil).

Senado: É ocupado pelos senadores. (São 81 senadores sendo: 3

senadores para casa Estado-Membro. Representação paritária). O

mandato do Senador é de 8 anos. O Senado é renovado em 1/3 e 2/3 a

cada 4 anos. O Senado tem como missão representar os Estados-

Membros.

Câmara dos Deputados: é composta pelos Deputados Federais, no

total de 513. O mandato do Deputado Federal é de 4 anos, sendo que

essa casa Legislativa é renovada integralmente a cada 4 anos. A

Câmara dos Deputados representa a população. Nenhum Estado-

Membro pode contar com menos de 8 ou mais de 70 deputados

federais.

Legislativo Estadual: O órgão máximo do Legislativo Estadual é a

Assembleia Legislativa e a paulista é ocupada por 85 Deputados

Estaduais. As assembleias localizam-se sempre nas respectivas

capitais.

As leis elaboradas pelas Assembleias Legislativas devem ser

aplicadas somente dentro de cada Estado-Membro. Ex.: lei anti-fumo.

O tempo do mandato do deputado estadual é de 4 anos, quando a

Assembleia será integralmente renovada.

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Legislativo Municipal: O órgão máximo é a Câmara dos Vereadores,

a qual conta (paulista) com 55 vereadores. O tempo de mandato dos

vereadores é de 4 anos quando então essa casa legislativa será

integralmente renovada.

As leis elaboradas pelas Câmaras dos Vereadores são aplicadas

apenas dentro de cada município. Ex. lei do rodízio; lei cidade limpa.

Na esfera do Poder Legislativo, todas as deliberações são tomadas por meio de votação e adotadas mediante manifestação da maioria.

Somente o Distrito Federal possui um órgão Legislativo denominado Câmara Legislativa, sendo seus membros denominados Deputados Distritais.

No Legislativo são admitidas inúmeras reeleições.

Poder Judiciário

Poder Judiciário é aquele encarregado de resolver os conflitos

estabelecidos entre os membros da coletividade.

Nível Federal: O órgão máximo é o Supremo Tribunal Federal (STF), localiza-se em Brasília. Seus membros são denominados

Ministros, sendo 11 os membros que integram a corte.

Trata–se do órgão máximo do Poder Judiciário Brasileiro.

Outro órgão importante é o Superior Tribunal de Justiça, também

com sede em Brasília, sendo composto por 33 Ministros. Ainda vale

lembrar os seguintes tribunais:

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Superior Tribunal Eleitoral (7 Ministros), Tribunal Superior do Trabalho

(27 Ministros), Superior Tribunal Militar (15 Ministros). Este último é

encarregado de julgar somente os militares das forças Armadas.

Nível Estadual: o órgão máximo são os Tribunais de Justiça (TJ),

sendo que cada Estado-Membro possui um, localizado na respectiva

capital. O maior (TJ) é o paulista composto por 367 desembargadores.

Os membros dos Tribunais de Justiça são denominados

desembargadores. Ingressa-se no Poder Judiciário Estadual somente

por meio de aprovação em concurso público de provas e de títulos.

Os Tribunais de Justiça dividem os Estados-Membros em

comarcas e estas são divididas em juízos de Direito ou varas (sua

composição mínima é a seguinte: um juiz de Direito, um promotor de

Justiça, um escrivão e um oficial de Justiça). Algumas delas são

especializadas, posto que tratam de algumas matérias diferenciadas.

Exs. vara da família e das sucessões, vara dos registros públicos, vara

da infância e da juventude, vara de falências, vara trabalhista, etc.

Nível Municipal: Inexiste Poder Judiciário em nível Municipal.

Fontes do Direito

Fonte é o local de onde brota alguma coisa.

Fontes do direito são os instrumentos postos a disposição do aplicador do direito para resolver os conflitos surgidos entre os membros da coletividade.

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As fontes do direito são as seguintes: lei, doutrina, jurisprudência,

costumes, equidade, analogia e os princípios gerais do direito.

A Lei é composta por preceitos de ordem genérica e abstrata,

postos a observância de todos os membros da coletividade. O

descumprimento de qualquer lei acarreta para o infrator a imposição

das mais diversas espécies de sanções.

Toda e qualquer lei é:

Imperativa: porque exerce um problema de império, na medida em

que todos os cidadãos devem cumprir as leis.

Coercitiva: todos devem obediência irrestrita aos comandos legais.

A falta de cumprimento da lei acarreta a imposição dos mais

variados tipos de sanções.

Atributiva: impõe direitos e obrigações (deveres)

O artigo 59 da Constituição Federal trata das espécies

legislativas, que são as seguintes.

1ª – Emendas a Constituição

2ª – Leis Complementares a Constituição

3ª – Leis Ordinárias

4ª – Leis Delegadas

5ª – Medidas Provisórias

6ª – Decretos Legislativos

7ª – Resoluções

Inexiste hierarquia entre as leis mais sim campos de atuação diferentes.

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Emenda à ConstituiçãoTrata–se da mais importante das leis, posto que tem por objetivo

alterar, mudar a Constituição Federal.

As Emendas a Constituição estão previstas na Constituição

Federal. Existem alguns assuntos que não podem ser alterados em

nenhuma hipótese: são as chamadas cláusulas pétreas, podendo ser

citado como principal exemplo a proteção aos direitos e garantias

individuais, merecendo ser destacada a pena de morte, prisão

perpétua, etc. Outros exemplos: voto direito, secreto e universal,

utilização dos direitos e garantias individuais (“habeas corpus”).

Todas as cláusulas pétreas somente poderão ser modificadas por

meio de uma nova Constituição Federal, elaborada por uma

Assembléia Nacional Constituinte, devidamente convocada e eleita.

A Emenda Constitucional, para ser aprovada, exige um

procedimento especial e diferenciado, qual seja: 3/5 (quorum – maioria

qualificada) dos votos de cada uma das casas (Senado e Câmara dos

Deputados).

Lei Complementar à ConstituiçãoÉ aquela lei que tem por missão complementar algum ponto

previsto ou mencionado na Constituição Federal. Exige maioria

absoluta (quorum)para ser aprovada.

O Código Tributário Nacional (CTN), por exemplo, é uma lei

complementar.

Lei Ordinária

Corresponde a maioria das leis em vigor em nosso país. Podem

ser federais, estaduais e municipais.

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O procedimento para elaboração de lei ordinária é simples,

exigindo-se para aprovação da mesma apenas (quorum)maioria

simples.

Lei Delegada É uma modalidade legislativa elaborada pelo Poder Executivo,

desde que devidamente autorizado pelo legislativo.

Trata–se de uma verdadeira delegação de poderes que parte do

Legislativo e se direciona ao Executivo.

O Poder Legislativo delega, ou seja, outorga poderes ao

Executivo para que ele possa legislar.

Essa autorização é dada por escrito e deve especificar as

matérias e o tempo dentro do qual o Executivo deve legislar.

Medida Provisória (MP)A MP, em caráter excepcional, é editada pelo Poder Executivo,

especificamente pelo Presidente da República.

Lembre-se que a tarefa de elaborar leis cabe ao Legislativo e não

ao Executivo.

A MP, depois de editada, deve ser apreciada pelo Congresso

Nacional no prazo de 60 dias, prorrogado por outros 60, sob pena de

perder a validade. Perdida a validade, a MP somente poderá ser

reeditada desde que apresente novo texto e em outra sessão

legislativa.

A Constituição Federal especifica as matérias que poderão ser

regulamentadas por meio de Medida Provisória.

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Caso a MP não seja apreciada no prazo de 45 dias, entrará em

regime de urgência, trancando a pauta do Congresso Nacional, o que

significa que nenhum outro projeto de leu pode ser apreciado.

Decreto Legislativo

É uma espécie de lei elaborada pelo poder legislativo com a

finalidade de regulamentar suas atividades internas. Trata-se de lei

privativa do Congresso Nacional.

ResoluçõesCorresponde a uma forma de comunicação entre os poderes,

sendo também utilizada para veicular assuntos de natureza

administrativa.

Toda e qualquer lei para entrar em vigor e produzir efeitos, deve

seguir as seguintes etapas legislativas: iniciativa, discussão,

deliberação (ou votação), sanção, veto, promulgação, publicação.

Etapas, fases ou degraus do processo legislativo:

Iniciativa – toda e qualquer pessoa (cidadão), pode propor projetos de

lei, desde que sejam observados os seguintes requisitos: abaixo-

assinado por 1% do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos 5

Estados-Membros. Em cada uma dos Estados-Membros não pode

verificar-se menos de 0,03% do eleitorado. O projeto de lei deve ser

remetido para o Congresso Nacional (tratando-se de lei federal) para

exame e eventual aprovação. Podem oferecer projetos de lei: os

parlamentares de uma maneira geral e os chefes do Executivo.

Discussão – trata-se do debate entre os parlamentares sobre o

conteúdo do projeto.

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Votação – envolve o posicionamento concreto dos parlamentares

acerca do projeto, aprovando-o ou rejeitando-o.

Sanção – é a concordância do chefe do Executivo (presidente,

governador ou prefeito), acerca do projeto.

Pode ser expressa – o chefe do executivo manifesta-se, por escrito,

expressamente.

Tácita – o chefe do executivo deixa passar o prazo de 30 dias e não se

manifesta.

Veto – traduz-se no posicionamento do chefe do Executivo (presidente,

governador ou prefeito), discordando do projeto. O veto pode ser aposto

por motivo jurídico ou político. Pode ser ainda parcial ou total.

Promulgação – implica no parecer do chefe do Executivo (presidente,

governador ou prefeito), esclarecendo que todas as etapas/fases do

processo legislativo foram cumpridas. É uma certificação.

Publicação – toda e qualquer lei deve ser publicada na imprensa (diário

oficial: D.O.U.; D.O.E. e D.O.M.), para ter validade. A publicação tem 2

efeitos: a) tornar a lei conhecida; b) dar início ao prazo que deve ser

contado antes de a lei entrar em vigor.

Lei – GeneralidadesO período de tempo entre a publicação da lei e sua efetiva entrada

em vigor denomina-se vacância da lei.

Salvo disposição em contrário, a lei passará a produzir efeitos

somente após 45 dias depois de oficialmente publicada.

A lei estrangeira, apenas em caráter excepcional, poderá produzir

efeitos no Brasil, desde que devidamente homologada pelo Supremo

Tribunal Federal (STF).

A lei produz efeitos indefinidamente ou até que seja revogada por

outra.

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A revogação pode ser:

a) Derrogação: a lei é parcialmete4nj revogada; b) Ab rogação: a lei é

inteiramente revogada.

Doutrina trata-se dos pareceres, arrazoados, dissertações de

mestrado, teses de doutorado, trabalhos científicos, livros,

monografias, elaborados por aqueles que se dedicam aos estudos do

Direito.

Jurisprudência é o conjunto dos julgamentos elaborados pelos

juizes de direito e pelos tribunais. A reiteração de julgamentos no

mesmo sentido permite a criação de Súmulas de Jurisprudência (solidificação/cristalização do entendimento jurisprudencial acerca de

determinado assunto).

O juiz de direito profere sentença.

Os tribunais prolatam acórdãos.

Costumes referem-se a pratica reiterada de condutas sempre no

mesmo sentido. Ex: formar fila; atividade portuária de atracação e

desatracação de embarcações; cheque pré-datado.

Analogia consiste na utilização de caso análogo (semelhante,

parecido) para a resolução do caso concreto.

Ex: o crime de latrocínio não se encontra previsto na legislação

penal brasileira. Ao se deparar com um latrocínio, cabe ao magistrado,

verificando o fato ocorrido, somar as penas e condenar, julgando de

acordo com outras situações semelhantes.

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Equidade a noção de equidade liga–se ao senso de justiça, ou

seja, em algumas situações, certos princípios devem ser considerados

acima de qualquer outro fato. Ex: a troca de crianças deve ser repelida

pelo judiciário. O direito de propriedade há de ser sempre protegido

determinando-se a expulsão do invasor.

Princípios Gerais do Direito

Consiste em regras não escritas que se originam do texto legal

interpretado de maneira ampla e genérica.

Ex: esclarece o ordenamento jurídico que ninguém pode se

enriquecer indevidamente a custo alheio.

Outro principio geral do direito diz que os bens adquiridos de

maneira ilícita (dinheiro oriundo de tráfico de drogas, armas, de roubo,

lenocínio), podem ser levados à leilão.

Duplo Grau de Jurisdição

A palavra jurisdição origina- se do latim “juris dictio”, que significa

dizer o direito.

No Brasil, quem exerce jurisdição é o Poder Judiciário, que o faz

por meio da atividade desempenhada pelos juizes de direito (órgãos

monocráticos) e pelos tribunais (órgãos colegiados).

A Constituição Federal (CF) explicita que devem existir mais de

um nível ou grau de jurisdição para julgarem os conflitos de interesse.

Juiz de Direito - Tribunal de Justiça – Superior Tribunal de Justiça - Supremo Tribunal Federal

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Quando o interessado não se conforma com uma decisão judicial,

ele pode apresentar vários recursos, com a finalidade de mudar a

decisão que lhe foi desfavorável.

É importante lembrar que alguns tribunais integram as chamadas

justiças especializadas (Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal

Superior Eleitoral, Superior Tribunal Militar)

Juizados Especiais Cíveis e Criminais

Tendo em vista o gigantesco número de ações submetidas ao

Poder Judiciário, o governo determinou a elaboração de várias leis que

tornassem mais rápida a solução dos conflitos.

Assim, foi elaborada a lei nº 9.099/95 que veio a criar os juizados

especiais civeis e criminais.

Nos juizados especiais, a prestação da justiça ocorre de maneira

gratuita.

O procedimento processual é mais simples e menos burocrático,

sendo ainda mais barato.

De acordo com essa lei o juiz vai designar uma só audiência,

onde os atos processuais são concentrados.

Toda e qualquer pessoa física pode dirigir–se aos juizados

desacompanhados de advogado.

É importante salientar que:

Somente até o valor de 40 salários mínimos, é que podem ser

levadas causas aos juizados;

Até 20 salários mínimos o interessado pode dirigir–se ao juizado

sem a presença de advogado;

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Page 23: Int. Ao Direito - Abril 2014

De 20 a 40 salários mínimos o interessado deve comparecer ao

juizado junto com advogado;

Pessoas jurídicas/empresa não podem pleitear nada perante os

juizados, mas pessoas físicas podem ingressar nos juizados contra

pessoas jurídicas/empresa.

Se o valor da causa em discussão for superior a 40 salários

mínimos, somente resta ao interessado entrar com uma ação perante a

justiça comum (forum), onde o procedimento é mais custoso, mais

demorado, mais burocrático e onde serão realizadas duas audiências,

além de outras complicações.

Os juizados especiais criminais tratam somente dos delitos menos

graves, sendo que as penas a serem aplicadas são as seguintes:

pagamento de cesta básica, prestação de serviço à comunidade.

Tribunal do Júri (ou Juri Popular) É um órgão da justiça estadual, que tem por missão julgar os

crimes dolosos contra a vida.

Os crimes podem ser:

Culposos ocorrem quando não existe a intenção de praticar o

crime. Nos crimes culposos, o agente (aquele que pratica) atua com

imprudência, imperícia ou com falta de diligência. Ex: o atropelamento

com morte é um homicídio culposo; morte decorrente de cirurgia.

Dolosos: ocorrem quando o agente tem a intenção, o desejo de

praticar o fato criminoso. As penas para os crimes dolosos são maiores

do que aquelas fixadas para os crimes culposos.

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Page 24: Int. Ao Direito - Abril 2014

Somente os crimes dolosos contra a vida é que são julgados

pelo Tribunal do Júri, de acordo com o que determina a Constituição

Federal.

O Tribunal do Júri é composto da seguinte forma:

Um juiz togado (é aquela pessoa formada em direito e que foi

aprovada em concurso público de provas e de títulos).

O juiz de direito (togado) é aquele encarregado de fixar a pena.

O Tribunal do Júri também é integrado por sete jurados leigos (que

não tem formação jurídica).

Os jurados são escolhidos dentre a população.

O Conselho de Sentença é formado por 15 pessoas, dentre os

quais serão selecionadas 7 (sete).

O papel dos jurados implica em ouvir a leitura de todos os

documentos que integram o processo; ouvir o interrogatório do juiz;

ouvir os debates entre o promotor de justiça e o advogado de defesa.

Cabe ao jurado fazer qualquer pergunta sobre os documentos ou

sobre algum ponto do debate.

Ao término de todo o procedimento o juiz, o promotor, o advogado

de defesa, o escrivão e os jurados, dirigem–se à sala secreta, onde os

jurados responderão às perguntas/quesitos formuladas pelo juiz, cujas

respostas serão simplesmente “sim ou não”.

Direito Constitucional

É aquele que estuda a Constituição Federal, também

chamada de Carta Magna.

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Page 25: Int. Ao Direito - Abril 2014

A Carta Magna regula os poderes estatais, especifica os

direitos e garantias individuais, regulamenta o sistema tributário,

explica a forma de estado, a forma de governo e o sistema de governo,

cuida de proteger a população indígena, a criança, o adolescente, o

idoso, as populações carentes, o amplo acesso ao Judiciário, a

proteção ao consumidor, o meio ambiente, as diversas espécies de

patrimônio (histórico, cultural, artístico, paisagístico etc), os direitos

trabalhistas além de outros inúmeros assuntos.

Cuida ainda das formas de proteção jurídica dos direitos e

garantias individuais.

Formas do EstadoEstado é a sociedade politicamente organizada.Os Elementos Constitutivos dos Estados são: povo território e

soberania.

As Formas de Estado correspondem a estruturação político

administrativa estatal.

Existem duas formas de Estado:

Estado Unitário: é aquele onde inexiste descentralização política

mas apenas administrativa.

Esse tipo de Estado Unitário divide-se em províncias (Argentina,

Espanha) ou em Departamentos (Bolívia). É utilizado apenas por

países com diminuta extensão territorial.

No Estado Unitário o poder é único, tendo origem no governo

central.

Lembre-se ainda que somente o governo central é soberano e

autônomo.

O Brasil já foi um Estado Unitário, quando em vigor a monarquia.

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Page 26: Int. Ao Direito - Abril 2014

Estado Federado: por força da Constituição de 1891 (primeira

Constituição Republicana), o Brasil tornou–se uma Federação.

A Federação é composta por unidades Federadas denominadas

Estados-Membros, sendo estes governados de maneira autônoma

pelos governadores.

Na federação, somente a União (governo central) é soberano.

Cada Estado-Membro é regulado por uma Constituição Estadual,

a qual deve obedecer as determinações genéricas contidas na

Constituição Federal.

A Federação Brasileira compreende também os municípios, os

quais são autônomos, sendo governados pelos prefeitos.

Cada um dos municípios brasileiros conta com a sua lei Orgânica,

a qual deve obediência a Constituição Estadual e a Constituição

Federal.

Exemplos de Federação: Brasil Republicano; Estados Unidos;

Federação Russa.

Formas de Governo

Entende–se por formas de Governo a maneira pela qual o poder é assumido.

Existem duas formas de Governo:

Monarquia O poder é exercido por um rei, príncipe, ou monarca.

As características da monarquia são as seguintes:

Vitaliciedade: inexiste prazo para o exercício do poder, ou seja, o

monarca governa até morrer.

Hereditariedade: implica em dizer que o poder é hereditário,

passado de pai para filho.

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Page 27: Int. Ao Direito - Abril 2014

Essa característica leva em consideração os laços

sanguíneos.

Observa-se a primogenitura (assume o poder o filho mais

velho).

Algumas monarquias só permitem a passagem do poder

para os filhos homens (Japão, países Árabes), enquanto que outras

admitem a sucessão por mulheres (Inglaterra, Rússia).

Irresponsabilidade: implica em dizer que o rei ou monarca são

irresponsáveis com relação aos assuntos de Estado. Com relação às

questões de natureza pessoal, ou monarca é plenamente responsável.

República A república é caracterizada por eleições livres e democráticas,

sendo os mandatos dos governantes temporários.

As características da república são as seguintes:

Temporariedade: significa dizer que os mandatos dos

governantes são exercidos durante certo tempo. No Brasil o presidente

exerce o cargo durante quatro anos, conforme determinado na Carta

Magna.

Eletividade: os chefes de governo na República são eleitos de

maneira livre e democrática.

Responsabilidade: o chefe de governo é responsável,

juntamente com os seus auxiliares (ministros de Estado) pela condução

da política governamental.

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Page 28: Int. Ao Direito - Abril 2014

Sistemas de Governo

Trata-se de estudar as relações mantidas entre os poderes Executivo e Legislativo.

Os sistemas de governo são os seguintes: Parlamentarismo e

Presidencialismo.

Parlamentarismo Histórico: em determinado momento da historia inglesa, o trono

passou a ser ocupado por monarcas de origem alemã (James I e seu

filho James II), os quais desconheciam o idioma inglês.

Um dos auxiliares do governo recebeu a incumbência de se

comunicar em alemão com o monarca, passando essa pessoa a ser

conhecida como o primeiro dentre os auxiliares, ou seja, primeiro

dentre os ministros.

A primeira pessoa a usar a denominação de Primeiro Ministro foi

Robert Walpole, o qual residia no nº 10 da Rua Downing Street, em

Londres. Essa casa ainda hoje é a residência oficial do Primeiro

Ministro.

É importante lembrar que no parlamentarismo governam

simultaneamente o Executivo e o Legislativo.

Nesse sistema de governo não se vota para o cargo de Primeiro

Ministro.

O Primeiro Ministro será o líder do partido que obter maior

número de lugares/vagas/cadeiras no Parlamento britânico (composto

por duas casas legislativas: Câmara Alta ou Câmara dos Lordes e

Câmara Baixa ou Câmara dos Comuns).

Inexiste tempo de mandato para ser exercido o cargo de Primeiro

Ministro. Ele fica no cargo enquanto contar com apoio político-

partidário.

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O Primeiro Ministro tem a obrigação de formar um Gabinete,

composto por ministros indicados por ele e que devem

necessariamente fazer parte do Parlamento.

Verificando-se perda de confiança, o Gabinete será dissolvido,

convocando-se, novas eleições, onde será escolhido um novo Primeiro

Ministro

O Primeiro Ministro e os ministros auxiliares são responsáveis

pela condução dos negócios de Estado.

No Parlamentarismo, conforme dizia o escritor Bertrand Russell:

“O rei reina, mas não governa”. O parlamentarismo britânico é

chamado de puro.

Presidencialismo Trata-se de sistema de governo elaborado pelos norte-

americanos, vigente nos Estados Unidos desde a independência, em

1776.

As características do presidencialismo são as seguintes:

Temporariedade: o presidente da república exerce o poder durante

certo tempo (Brasil e Estados Unidos, 4 anos: França, 8 anos), sendo

possível, de acordo com a legislação, a reeleição.

Eletividade: o presidente da república assume o cargo por meio de

eleições livres diretas e democráticas.

Responsabilidade: o presidente da república é responsável,

juntamente com os seus auxiliares (Ministros de Estado), pelo governo

do país.

Os ministros de estado não são necessariamente membros do

legislativo.

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O Presidente da República é responsável civil e criminalmente

por qualquer ato que praticar.

Somente o Supremo Tribunal Federal pode julgar o Presidente da

República.

O Presidente da República é o chefe do poder executivo federal e

o comandante em chefe das forças armadas.

A representação interna e externa (Chefia de Governo e a Chefia

de Estado) do nosso país é concretizada na pessoa do Presidente da

República.

CidadaniaCidadania corresponde ao direito de participar do processo

político eleitoral.A cidadania pode ser:

Ativa: implica no poder de eleger, ou seja, de votar.

O analfabeto somente é cidadão ativo, ou seja, apenas pode

votar, apenas pode eleger.

Passiva: além de eleger, votar implica em ser eleito, ser votado.

O voto é obrigatório entre 18 e 70 anos de idade, sendo

facultativo entre 16 e 18 anos e acima dos 70 anos de vida.

Algumas categorias de pessoas estão excluídas do processo

político-eleitoral: menor de 16 anos de idade; presos; deficiente mental;

portador de doença grave que impeça a locomoção; aquele que tem

seus direitos políticos cassados; indígena ainda não adaptado

culturalmente (a FUNAI – Fundação Nacional do Índio, que é uma

autarquia Federal, tem a obrigação de fornecer documento/certidão

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explicitando se o indígena encontra-se adaptado culturalmente, fato

que lhe permite obter título de eleitor); homens durante o período de

conscrição (serviço militar obrigatório – 8 a 9 meses).

NacionalidadeO brasileiro nato é aquele nascido no território brasileiro mas

também será considerado nato se qualquer um dos pais estiver no

exterior a serviço do Brasil (o embaixador, embaixatriz, adido militar).

Os navios e aeronaves militares bem como as embaixadas são

considerados território brasileiro.

Direitos e garantias individuais

Direito de Liberdade (ir e vir, locomoção)

O Direito à liberdade permite a toda e qualquer pessoa transitar

livremente pelo território brasileiro. Essa regra vale tanto para

brasileiros quanto para estrangeiros.

Qualquer restrição à liberdade, ou seja, ao direito de ir e vir, será

protegido por meio do “Habeas Corpus”, sendo que essa expressão

significa: tenha o corpo ou tome de volta o corpo e submeta o homem e

o caso ao tribunal.

O “Habeas Corpus” foi previsto pela primeira vez na história da

humanidade na Magna Carta outorgada pelo rei João, chamado sem

terra, aos súditos ingleses, em 1215.

O “Habeas Corpus” pode ser utilizado por qualquer pessoa

(mesmo sem formação jurídica) em seu próprio beneficio ou em

beneficio de terceira pessoa.

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A prisão pode ser determinada pela autoridade policial (em razão

da prática de um crime) ou pelo juiz de direito (em face da falta de

pagamento da pensão alimentícia, por exemplo).

A prisão também pode ser levada a efeito por particulares (dono

de um restaurante, dono de um hospital), e mesmo assim também

cabe utilização de “Habeas Corpus”.

Não existe forma jurídica própria para que seja elaborado o

“Habeas Corpus”. Basta que nesse documento seja informado o

seguinte: o nome e qualificação da pessoa, o local onde a pessoa está

presa e os motivos da prisão.

O “Habeas Corpus” deve ser endereçado ao Juiz de Direito

(tratando–se de prisão determinada pelo delegado de policia). Se a

prisão for determinada pelo Juiz de Direito (falta de pagamento de

pensão alimentícia, por exemplo), o “Habeas Corpus” deve ser dirigido

aos tribunais.

Se a prisão foi determinada por particulares, o “Habeas Corpus”

deve ser dirigido ao Juiz de Direito.

O documento que representa ou corporifica o “Habeas Corpus”

denomina-se salvo-conduto.

As modalidades ou espécies de “Habeas Corpus” são as seguintes:

Preventivo – deve ser utilizados antes que a prisão se consume.Ex.: toda e qualquer pessoa que seja intimada a comparecer a

uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pode dirigir-se ao judiciário requerendo um “Habeas Corpus” preventivo.

Liberatório - deve ser utilizado depois que a prisão já se efetivou.

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Direito de reunião

Toda e qualquer pessoa pode convocar e participar livremente de

uma reunião. Reunião corresponde a um agrupamento de pessoas

organizado mas descontinuo, ou seja, passageiro.

A reunião deve-se ser realizada com as partes abertas.

Os participantes da reunião devem comparecer desarmados.

A autoridade competente (delegado de policia) bem como o órgão

que controla o trânsito devem ser previamente avisados.

A reunião só pode ser realizada para finalidades licitas.

Direito a exercer qualquer trabalho oficio ou profissão

A lei não permite nenhum tipo de discriminação quando ao

exercício de qualquer tipo de trabalho.

Eventuais limitações, tais como altura mínima, peso mínimo ou a

exigência de apresentar CNH (Carteira Nacional de Habilitação) são

consideradas legais, conforme julgamentos proferido pelo Supremo

Tribunal Federal.

Direito de greve

A CF (Constituição Federal) permite o direito de greve para todas

as categorias profissionais, salvo para os militares.

No serviço público, permite-se a greve. Todavia, alguns serviços

não podem ser interrompidos.

Os serviços de transporte e de saúde devem ser mantidos no

percentual de 80%.

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A greve pode ser julgada abusiva pela Justiça do Trabalho,

oportunidade em que o tribunal, determina a retomada das atividades

dentro dos limites legais.

No serviço publico, o funcionário concursado pode ser desligado.

Direito a inviolabilidade de domicílio

A casa do cidadão é inviolável, ninguém podendo nela entrar de

dia ou de noite, salvo algumas exceções previstas em lei.

Assim fica autorizada a entrada na casa do cidadão nas seguintes

hipóteses:

1º Para evitar flagrante delito (crime: seqüestro; agressão – lesões

corporais; cárcere privado);

2º Prestar socorro, em caso de doença;

3º Em caso de desastre, acidente da natureza (terremoto, maremoto,

tsunami) ou em razão de fato causado pelo ser humano (acidente de

veículo), prestar qualquer tipo de socorro.

Durante o dia somente é permitida a entrada no domicílio alheio

mediante autorização judicial (mandado judicial). A ordem de entrada na

residência alheia será efetivada por meio de um documento denominado

“mandado judicial” o qual será cumprido pela policia e por um oficial de

justiça.

Direito de Propriedade

A Constituição Federal garante o Direito de Propriedade.

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A invasão de toda e qualquer propriedade deve ser informada ao

judiciário. Ciente, o Juiz de Direito, este determinará a expedição de um

mandado de desocupação ou de reintegração de posse.

Sendo necessário, o juiz de Direito determinará a presença de

força policial.É possível a qualquer pessoa apresentar perante o Judiciário uma

ação de usucapião, com o objetivo de obter a posse da propriedade

abandonada.

Qualquer pessoa pode ser desapropriada de seus bens, sendo

que somente o Poder Público pode fazê-lo.

As entidades ou órgãos desapropriantes são os seguintes:

1. União (Governo Federal): Ex: Desapropriação para construir

uma rodovia, uma ferrovia, um aeroporto, uma usina, barragem,

represa, etc.

2. Estadual (Governo do Estado): Ex: Desapropriação para

construção de metrô, estrada, instalação de uma escola (Fatec).

3. Municipal (Prefeitura): Construção de uma escola, um terminal

de ônibus, praças, creches.

A Constituição Federal deixa claro que a indenização a ser paga

em caso de desapropriação deve ser imediata e justa, sendo paga em

dinheiro, considerando sempre o valor venal do imóvel.

O valor da indenização, a ser pago pela entidade pública, leva em

consideração o valor venal. Esse valor é atribuído pela Prefeitura para

calcular o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). Considera-se a

metragem do imóvel, área construída, localização.

O valor venal é sempre inferior ao valor de mercado.

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O particular desapropriado não pode se voltar contra o mérito (motivos) da desapropriação.

Somente o valor da indenização é que pode ser discutido perante

o Poder Judiciário.

A desocupação do imóvel desapropriado deve ser feita no prazo

especificado no decreto desapropriatório. Esse decreto deve conter as

seguintes informações:

a. Nome do dono do imóvel;

b. Localização completa do imóvel (descrição conforme consta da

escritura);

c. Motivos da desapropriação;

d. Valor da Indenização;

e. Prazo para desocupação;

f. Número da conta onde será depositado o montante da

indenização.

A negativa em desocupar pode acarretar a utilização de força

policial.

A indenização deve ser previamente paga em dinheiro, depositado

em conta corrente informada pelo proprietário.

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