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INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA BRASILEIRA: SEUS IMPACTOS NO DESMATAMENTO EVITADO, NA PRODUÇÃO DE CARNE E NA REDUÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA Coordenador: Eduardo Assad (Embrapa-CNPTIA) Equipe técnica: Susian Martins (FGV-GVAgro) Priscila Lacerda(FGV-GVAgro) Juliana Monti (FGV-GVAgro) Eduardo Pavão (FGV-GVAgro) Felippe Serigati (Prof. FGV)

INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA BRASILEIRA: SEUS … · Fatores para a variação de C no solo de pastagem IPCC 2006. Impactos nas emissões de GEE relacionados com a adoção e a não

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INTENSIFICAÇÃO DA PECUÁRIA BRASILEIRA: SEUS IMPACTOS NO DESMATAMENTO EVITADO, NA PRODUÇÃO DE CARNE E NA REDUÇÃO DE EMISSÕES

DE GASES DE EFEITO ESTUFA

Coordenador: Eduardo Assad (Embrapa-CNPTIA)Equipe técnica: Susian Martins (FGV-GVAgro)

Priscila Lacerda(FGV-GVAgro)Juliana Monti (FGV-GVAgro)Eduardo Pavão (FGV-GVAgro)Felippe Serigati (Prof. FGV)

Pastagens degradadas (48.452.671 ha)

Área total 168.794.151 hectares

Pastagens não degradadas (120.341.480 ha)

Área de pastagens não degradadas e degradadas (capacidade suporte < 0,75 cab./ha) no Brasil.

Mapeamento e quantificação das áreas de pastos degradados

Identificação dos melhores sistemas intensivos de produção pecuária com

aderência à agricultura ABC: Norte do MT

Sistemas de produção pecuária na Amazônia: 33

COMPONENETES PREDOMINANTES

• ILP: milho, soja, sorgo, arroz e feijão para produção de grãos e braquiária paraprodução de forragem;

• ILPF: teca, eucalipto (predominantes), mogno, mulateiro, pau de balsa e pinhocuiabano como os componentes arbóreos em consórcio com os componentes daILP citados anteriormente;

• IPF: teca como componente arbóreo e braquiária para formação de pastagem.

Alta Floresta, Nova Canaã do Norte, Querência, Canarana e Santa Carmem

Uso anterior Uso atual

Coeficiente

composto

(t CO2eq/ha)

Referências

Cana-de-açúcar com queima Cana-de-açúcar sem queima 2,2477 GALDOS et al., 2011

Cultivo convencional Integração lavoura-pecuária 6,2333 ASSAD E MARTINS, 2015

Cultivo convencional Plantio direto 1,2833 BAYER et al., 2006

Cultivo convencional Plantio direto 1,7600 MAIA et al., 2013

Cultivo convencional Cana-de-açúcar com queima 2,0900 MELLO et al., 2014

Pastagem degradada Cultivo convencional -0,9167 Adaptado de MAIA et al., 2009

Pastagem degradada Plantio direto 0,6967 MAIA et al., 2013

Pastagem degradada Cana-de-açúcar com queima -0,9423 MELLO et al., 2014

Pastagem degradada Integração lavoura-pecuária 6,2333 ASSAD E MARTINS, 2015

Pastagem degradada Integração lavoura-pecuária-floresta 6,2333 ASSAD E MARTINS, 2015

Pastagem degradada Pastagem/pastagem melhorada 3,6660 ASSAD E MARTINS, 2015

Pastagem/pastagem melhorada Integração lavoura-pecuária 2,5662 ASSAD E MARTINS, 2015

Pastagem/pastagem melhorada Integração lavoura-pecuária-floresta 2,5662 ASSAD E MARTINS, 2015

Plantio direto Cultivo convencional -0,9167 Adaptado de MAIA et al., 2009

Plantio direto Integração lavoura-pecuária 1,0267 MAIA et al., 2013

Vegetação nativa Integração lavoura-pecuária 0,7077 ASSAD E MARTINS, 2015

Vegetação nativa Pastagem melhorada 1,3860 MAIA et al., 2009

Vegetação nativa Pastagem degradada -0,6490 MAIA et al., 2009

Vegetação nativa Plantio direto 0,4400 MAIA et al., 2013

Vegetação nativa Cultivo convencional -0,1613 MAIA et al., 2013

Vegetação nativa Plantio direto -0,8800 MAIA et al., 2013

Vegetação nativa Cultivo convencional -0,9167 MAIA et al., 2013

Vegetação nativa Cana-de-açúcar com queima -3,1203 MELLO et al., 2014

Fatores para a variação de C devido a mudança de uso do solo

GHG Protocol AgrícolaCondição da Pastagem Variação no Estoque de C (0-30 cm)

Inicial Final t C ha-1 t CO2e ha-1

Severamente Degradado Severamente Degradado 0,00 0,00Severamente Degradado Moderadamente Degradado -0,63 -2,33Severamente Degradado Não Degradado -0,71 -2,59Severamente Degradado Melhorado sem uso de insumos -1,10 -4,05Severamente Degradado Melhorado com uso de insumos -1,41 -5,16Moderadamente Degradado Severamente Degradado 0,63 2,33Moderadamente Degradado Moderadamente Degradado 0,00 0,00Moderadamente Degradado Não Degradado -0,07 -0,26Moderadamente Degradado Melhorado sem uso de insumos -0,47 -1,72Moderadamente Degradado Melhorado com uso de insumos -0,77 -2,83Não Degradado Severamente Degradado 0,71 2,59Não Degradado Moderadamente Degradado 0,07 0,26Não Degradado Não Degradado 0,00 0,00Não Degradado Melhorado sem uso de insumos -0,40 -1,47Não Degradado Melhorado com uso de insumos -0,70 -2,58Melhorado sem uso de insumos Severamente Degradado 1,10 4,05Melhorado sem uso de insumos Moderadamente Degradado 0,47 1,72Melhorado sem uso de insumos Não Degradado 0,40 1,47Melhorado sem uso de insumos Melhorado sem uso de insumos 0,00 0,00Melhorado sem uso de insumos Melhorado com uso de insumos -0,30 -1,11Melhorado com uso de insumos Severamente Degradado 1,41 5,16Melhorado com uso de insumos Moderadamente Degradado 0,77 2,83Melhorado com uso de insumos Não Degradado 0,70 2,58Melhorado com uso de insumos Melhorado sem uso de insumos 0,30 1,11Melhorado com uso de insumos Melhorado com uso de insumos 0,00 0,00

Fatores para a variação de C no solo de pastagem IPCC 2006

Impactos nas emissões de GEE relacionados com a adoção e a não adoção desistemas de pecuária intensiva

Parâmetros considerados para o cálculo das emissões de GEE evitadas com a adoção da intensificação

Grupo Roncador no Vale do Araguaia/MT: aprox. 76mil ha de pastos e 100mil cabeças de gado

Pasto degradado

Pasto recuperado

3,3 tC/ha/ano12 tCO2eq/ha/ ano

Monitorar a redução de emissões

resultantes da adoção de práticas de

pecuária sustentável em

um conjunto de fazendas

Impactos nas emissões de GEE relacionados com a adoção e a não adoção de sistemas de pecuária intensiva no MT

Apiacás, Paranaíta, Alta Floresta, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Carlinda

Área 1,39 M ha2,41 M cab

Capacidade de suporte atual: 1,73Capacidade de suporte potencial: 3,3

Emissão Atual (Mil t de CO2 eq.)

Até 2020 a 50

50 a 100100 a 200200 a 300

300 a 1.888

Distribuição espacial das emissões de GEE

anuais no cenário atual da pecuária

nacional

CONDIÇÃO ATUAL: SEM

INTENSIFICAÇÃO

Até 3030 a 50

50 a 150150 a 300300 a 500

500 a 1.0001.000 a 5.970

Emissão Evitadas(Mil t de CO2 eq.)

Distribuição espacial das emissões anuais

evitadas de GEE com a adoção de sistemas produtivos de baixa emissão de carbono.

Mapeamento e quantificação das emissões evitadas devido à adoção dos sistemas

de baixa emissão de carbono

CONDIÇÃO FUTURA: COM

INTENSIFICAÇÃO

Área necessária para produzir a mesma quantidade de animais (324 milhões) no cenário tendencial e no cenário de máxima intensificação em 10 anos

Impacto do desmatamento evitado devido à adoção dos sistemas de produção

identificados

EFEITO POUPA TERRA

Área necessária para produzir a mesma quantidade de animais (4,29 milhões) no cenário tendencial e no cenário de máxima intensificação em 10 anos (2,41 Mcab p/ 4,29Mcab)

Considerações Finais1- Evidencia o grande potencial produtivo do setor pecuário e quando se aplicam melhores técnicas de manejo

2- Não há necessidade de abertura de novas áreas, mas, recomenda-se a aplicação das boas práticas agropecuárias

3- Adicional de ter as emissões de GEE neutralizadas e maiores lucratividades: um jogo do “ganha-ganha”

4- Resultados descritos não são exaustivos. Ao contrário, oferecem subsídios para futuros estudos e aprofundamentos necessários para a intensificação da agropecuária

5- O crédito agrícola, em conjunto com políticas públicas eficazes e iniciativas de diversos setores da economia que apoiem o produtor rural, especialmente em capacitação, representam importantes ferramentas para estimular a transição para uma agricultura de baixa emissão carbono

MUITO OBRIGADA!

Susian Martins

[email protected]