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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS E CULTURA (PPGCLC) DOUGLAS JUNIO FERNANDES ASSUMPÇÃO INTERFACES COMUNICACIONAIS: UM ESTUDO DE CASO IMAZON - WWW.IMAZON.ORG.BR BELÉM - PA 2013

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS E CULTURA (PPGCLC)

DOUGLAS JUNIO FERNANDES ASSUMPÇÃO

INTERFACES COMUNICACIONAIS:

UM ESTUDO DE CASO IMAZON - WWW.IMAZON.ORG.BR

BELÉM - PA

2013

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DOUGLAS JUNIO FERNANDES ASSUMPÇÃO

INTERFACES COMUNICACIONAIS:

UM ESTUDO DE CASO IMAZON - WWW.IMAZON.ORG.BR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura

(PPGCLC) da Universidade da Amazônia

(UNAMA) para obtenção do título de Mestre em

Comunicação, Linguagens e Cultura, linha de

pesquisa - Comunicação, Linguagem e Arte no

Contexto Social da Amazônia, sob a orientação da

professora Dra. Analaura Corradi.

BELÉM - PA

2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Nazaré Soeiro CRB2 961

006.7

A851i Assumpção, Douglas Junio Fernandes.

Interfaces comunicacionais: um estudo de caso IMAZON –

www.imazon.org.br./ Douglas Junio Fernandes Assumpção. – 2012.

98 f.; 21 x 30 cm.

Dissertação (Mestrado) – Universidade da Amazônia (UNAMA),

Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura,

2013. Orientador: Profª. Dra. Analaura Corradi.

1. Interface. 2. Site do IMAZON. 3. Comunicação- Amazônia. I.

Corradi, Ana Laura. II. Título.

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS E CULTURA (PPGCLC)

DOUGLAS JUNIO FERNANDES ASSUMPÇÃO

INTERFACES COMUNICACIONAIS:

UM ESTUDO DE CASO IMAZON - WWW.IMAZON.ORG.BR

Esta Dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Grau de Mestre em Comunicação,

Liguagens e Cultura, e aprovada na sua forma final pela Universidade da Amazônia.

Data da apresentação: 20/11/2013

Resultado: APROVADO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. Dra.Analaura Corradi ( Presidente)

Universidade da Amazônia ( UNAMA)

________________________________________

Profa. Ps. Dra Luiza Elayne Correa Azevedo (Membro externo)

Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

_________________________________________

Profa. Dra.Neusa Gonzaga de Santana Pressler ( Membro)

Universidade da Amazônia (UNAMA)

BELÉM

2013

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Autorização para Publicação Eletrônica de Trabalhos Acadêmicos

Na qualidade de titular dos direitos autorais do trabalho citado, em consonância com a

Lei nº 9610/98, autorizo à Universidade da Amazônia a disponibilizar gratuitamente em sua

Biblioteca Digital e, por meios eletrônicos, em particular pela Internet, extrair cópia sem

ressarcimento dos direitos autorais, o referido documento de minha autoria, para leitura,

impressão e/ou download, conforme permissão concedida.

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Para minha mãe, minha eterna gratidão.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela dádiva da viva. À professora Doutora, orientadora e amiga, Analaura

Corradi, pelo apoio e engajamento contínuo na pesquisa e por ter me acompanhado e guiado

com carinho na produção desta obra. Aos demais Mestres da casa, pelos conhecimentos

transmitidos durante este período.

À minha mãe, por guiar os meus primeiros passos rumo ao que sou, e aos meus

amigos, que favoreceram bons momentos na realização do trabalho. A todos aqueles que, de

alguma forma, ajudaram a semear, cultivar e colher os frutos desses anos de curso.

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"O Passado nos pertence, mas nós não pertencemos ao passado.

Pertencemos ao Presente. Somos construções do Futuro, mas não

pertencemos ao futuro.”

Mahatma Gandhi (2009)

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RESUMO

Esta dissertação trata-se da interface comunicacional do site e do discurso encontrado

no conteúdo exposto, com o objetivo de analisar o site a partir das interfaces comunicacionais.

Para isso, foi escolhido o site do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

(IMAZON). Apresenta-se, então, um estudo de caso que tem como suporte para

desenvolvimento um guia teórico a cerca da mudança no cenário da comunicação, a qual se

torna a cada momento mais digital. Para a elaboração do estudo, partiu-se da desconstrução da

plataforma web, quanto interface e estrutura de navegação, considerando também o aspecto

do conteúdo como forma de expressão do discurso da organização. Para a construção

metodológica, aplicou-se análise de heurística como proposta por Nielsen (2000) e, aos

discursos transmitidos pelo site, aplicou-se a análise de conteúdo de Bardin (1997). Deu-se,

assim, uma contribuição sob a construção de um novo olhar sobre site, integrando a interface

e o conteúdo produzido.

Palavras-chave: interface; site; IMAZON; comunicação; amazônia.

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ABSTRACT

This dissertation, it is the communication interface of the site and found the content of the

speech exposed. This study aimed to analyze the site from the communication interfaces. For

this, we have chosen the site of the Institute of Man and Environment in the Amazon

(IMAZON). Presented a case study, supported by a guide for developing theory about the

change in the communication scenario, it becomes digital every time. Thus leaving the

deconstruction of the web platform, the interface and navigation structure, considering also

the aspect of content, as an expression of speech organization. For the construction,

methodology was applied heuristic analysis as proposed by (Nielsen 2000) and speeches

broadcast by site applied to content analysis (Bardin 1997). Occurred thus a contribution in

the construction of a new look website integrating the interface and content displayed.

Keywords: Interface. Site. IMAZON. Communication. Amazon.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Desmatamento Acumulado na Amazônia Legal 2007-2011..................... 25

Figura 2 - Desmatamento na Amazônia Legal Janeiro 2012...................................... 26

Figura 3 - Desmatamento na Amazônia Legal setembro 2012................................... 26

Figura 4 - Selo da Série 200 Anos da Chegada da Família Real: Gastronomia

Luso-Brasileira. (2008).................................................................................................

39

Figura 5 - Processo de comunicação, segundo a Teoria da Informação....................... 58

Figura 6 - Apresentação da página principal do IMAZON com área de Boletim e

Noticias em Destaques................................................................................................ 64

Figura 07 -Apresentação da página principal do IMAZON com área das Bandeiras

links em destaques.......................................................................................................

68

Figura 8 - Versão da home page do web site IMAZON publicada.............................. 62

Figura 9 - Apresentação do menu Publicações do IMAZON....................................... 66

Figura 10 - Área de destaque do material publicado do IMAZON na home Page

principal......................................................................................................................... 67

Figura 11 - Área de cadastro de e-mail para envio de Informações............................. 75

Figura 12 - Apresentação da página do Centro de Geotecnologia do IMAZON.......... 76

Figura 13 - Apresentação da página do IMAZONGEO............................................... 76

Figura 14 - Apresentação da página dos projetos sociais do IMAZON....................... 77

Figura 15 - Apresentação da página preços de produtos florestais............................... 77

Figura 16 - Apresentação da página que representa o canal de contato com

IMAZON...................................................................................................................... 78

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Indicadores interação humana com meio ambiente.................................. 20

Quadro 2 - Indicadores no Framework- PSR.............................................................. 21

Quadro 3 - Divisão das ACI por Eixo......................................................................... 52

Quadro 4 - 10 premissas da Heurística........................................................................ 54

Quadro 5 - Elementos e conceitos da análise do conteúdo.......................................... 56

Quadro 6 - Fase da análise do conteúdo....................................................................... 56

Quadro 7 – Analise do link Quem Somos..................................................................... 59

Quadro 8 - Analise do link Fundação............................................................................ 59

Quadro 9 - Análise do link Missão, Visão e Valores.................................................... 60

Quadro 10 - Análise do link Pegada Ecológica............................................................ 60

Quadro 11 – Análise do link Reconhecimento............................................................. 61

Quadro 12 – Análise do link Monitoramento da Amazônia......................................... 62

Quadro 13 – Análise do link Economia e Política........................................................ 62

Quadro 14 – Análise do link Floresta e Comunidade................................................... 62

Quadro 15 – Análise do link Mudanças Climáticas...................................................... 63

Quadro 16 – Análise do link Direito e Sustentabilidade............................................... 63

Quadro 17 – Análise do link Boletim Transparência Manejo Florestal Estado do

Pará..............................................................................................................................

66

Quadro 18 – Análise do link Boletim do Desmatamento (SAD) setembro de 2013.... 65

Quadro 19 – Análise do link Boletim da Calha Norte março a agosto de 2013........... 66

Quadro 20 – Análise do link Avaliação da Transparência de Informações no

Instituto de Terras do Pará............................................................................................

66

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Quadro 21 - Links Do Menu Principal.......................................................................... 71

Quadro 22 - Síntese da Análise do conteúdo realizada por Quadro de Categorias...... 80

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 13

1 AMAZÔNIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......................................................... 17

1.1 AMAZÔNIA: UM LOCAL DE PESQUISA .............................................................................. 17

1.2 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE: .......................................................................... 19

1.3 FRAGMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA ....................................................................... 23

2 INTERNET E SUAS PLATAFORMAS DIGITAIS ..................................................................... 28

2.1 RECONFIGURAÇÃO MIDIÁTICA NA WEB ......................................................................... 28

2.2 PROCESSOS MÍDIATICOS CONTEMPORÂNEOS ............................................................... 34

2.3 A TRADUÇÃO DOS ELEMENTOS NA WEB: UMA PERSPECTIVA DA LINGUAGEM

GRÁFICA ......................................................................................................................................... 37

2.4 INTERNET E USABILIDADE .................................................................................................. 42

2.5 A PERCEPÇÃO DA NAGEVAÇÃO EM WEB ........................................................................ 44

2.6 DA INTERFACE GRÁFICA PARA A NAVEGAÇÃO ............................................................ 45

3 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS .................................................................................... 51

3.1 LEVANTAMENTO DO OBJETO DE ESTUDO ...................................................................... 51

3.2 MODELO DE ANÁLISE ........................................................................................................... 52

3.2.1 Análise Heurística: Critérios Avaliativos da Usabilidade, Funcionalidade e

Conteúdo de Websites ............................................................................................................ 53

3.2.2 Análise do Conteúdo ...................................................................................................... 55

4 INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................ 59

4.1 TABULAÇÃO DE DADOS: ANÁLISE DE CONTEÚDO DO SITE IMAZON ...................... 59

4.1 DESFRAGMENTAÇÃO DO SITE IMAZON ........................................................................... 69

4.2 ANÁLISE HEURÍSTICA DO SITE IMAZON .......................................................................... 79

4.3 ANÁLISE DO CONTEÚDO: SITE IMAZON ........................................................................... 80

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 84

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 86

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INTRODUÇÃO

Hoje a Amazônia, no que diz respeito de estudos e descobertas, ganha uma dimensão

significativa, em diversas áreas do conhecimento científico, assim como em diversidades de

ações sociais, econômicas e culturais para o desenvolvimento local.

Desta forma, na região, há agentes para atender às premissas de desenvolvimento de

projetos, os quais podem ser ligados a apoios financeiros, técnicos ou ambos.

Há diversas formas de cooperação, seja de financiadores ou de cooperações técnicas,

focadas em diferentes segmentos, como desenvolvimento rural ou, até mesmo, a proteção da

biodiversidade amazônica. Essas ações perpassam, portanto, por Agências de Cooperação

Internacional (ACI) focadas no desenvolvimento de projetos para a região Amazônica. Partes

dos financiamentos e das cooperações técnicas de projetos que envolvem a região amazônica

são oriundos de organizações internacionais, atuando assim no desenvolvimento da regional.

A atuação dessas agências, sejam financeiras ou de cooperações técnicas, utiliza-se de

estratégias comunicacionais. Atualmente, as mais comuns são as relacionadas à internet, em

suas mais variadas formas de expressão, portanto, fundamentado em (PRESSLER, 2010 p.

216) que relata:

[...] a comunicação para a difusão do conhecimento nesse campo ainda é um desafio

para organizações brasileiras e estrangeiras, pois a Alemanha, apesar de todo

aparato, revelou durante Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do

Brasil (PPG7), problemas de silenciamento e opacidade na forma de divulgar as

informações.

Em um mundo de constantes transformações, a cada nova geração mudam as formas de

se relacionar e de viver em sociedade. O mundo moderno é marcado pela diversidade de

informações e transformações causadas pela internet, que é um dos meios de comunicação,

marketing, negócios e informação mais utilizada ao redor do mundo; dentre outras razões para

seu sucesso, pode-se destacar o dinamismo e a velocidade de informação da grande rede.

Para compreender melhor o “estado da arte” nas agências de Cooperação Internacional,

as quais se denominam na pesquisa de (ACI), buscou-se levantar dados das agências, em

especial das fontes de financiamento para meio ambiente, educação ambiental e

desenvolvimento sustentável, fundamentado em Pressler (2010), que realizou um

levantamento detalhado das ACI.

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Assim, elencou-se o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – IMAZON,

instituto de pesquisa que atualmente destaca-se pela produção de conhecimento no que tange

a preservação da biodiversidade da Amazônia. Desde seu surgimento, na década de 1980, o

IMAZON tem como objetivo entender as transformações dos ecossistemas florestais e o

impacto das políticas setoriais.

É nesse contexto que esta pesquisa tem como objetivo geral de analisar o site, do

Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – IMAZON, a partir das interfaces

comunicacionais. Como objetivos específicos, o intuito é aplicar o modelo de análise

heurística de Nielsen (2000) e compreender a análise de conteúdo de Bardin (1997). A

escolha pelo site do IMAZON deu-se pelo fato dessa instituição ser um gestor de

conhecimento sobre Amazônia.

Além disso, este estudo busca identificar, via web, o conteúdo entre a agência no meio

digital e como os seus elementos comunicacionais são utilizados e se interligam aos produtos

comunicacionais, como ações de relacionamento entre a agência ao seu público.

Desta forma, apresenta-se um estudo de caso, tendo como suporte para desenvolvimento

um guia teórico, a cerca da mudança no cenário da comunicação, que se torna a cada

momento mais digital. Para a elaboração do estudo, partiu-se da desconstrução da plataforma

web, quanto à interface e estrutura de navegação. Ressalta-se que a abordagem da navegação

aqui adotada parte do ponto de vista do projeto gráfico que envolve questões estéticas e

comunicativas, não sendo discutidas as questões tecnológicas.

Deste modo, a condução lógica para o raciocínio desse estudo torna-se mais afinada à

medida que se compreende o movimento da web e as estratégias de comunicação propostas

para aproximação do usuário.

A seleção do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – IMAZON deu-se

por ser uma instituição do terceiro setor, que integra o campo de cooperação internacional que

desenvolve trabalhos com Amazônia.

A análise funcional de um site começa com o perfil, a alma de um produto, até chegar

ao outro extremo, a alma do cliente final, perpassando por ferramentas dedicadas a soluções

organizacionais e à veiculação da informação (ASSUMPÇÃO; VILLEGAS, 2012).

O IMAZON promove ações específicas de projetos com seus públicos,

proporcionando ambientes de discussão na forma mais ampla e debatendo a sustentabilidade e

o desenvolvimento ambiental na região. Discorre Pressler (2012, p.216) que o debate

ambiental é um tema usual entre as abordagens das estratégias da comunicação social, por

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exemplo, na região, para que os diversos povos que na Amazônia vivem compreendam as

propostas das cooperações internacionais.

Através do uso de análise heurística, Nielsen (2000), que além da acessibilidade

identificará também formas de manifestações comunicacionais das agências na região

Amazônica, num outro momento se fundamentará na análise de conteúdo de Bardin (1997),

que salientará como os processos comunicacionais são indicados em cada tipo de forma de

relacionamento proposto entre os atores sociais agenciais, seus públicos e internautas

visitantes.

A Seção I se detem em debater a Amazônia como o local de pesquisa para área de

Comunicação, trazendo ao mesmo uma discussão sobre desmatamento da Floresta Amazônica

e quais sãos os indicativos que favorecem o desenvolvimento sustentável na região.

A Seção II traz em sua essência uma abordagem da comunicação, da tecnologia e das

mudanças causadas pelo advento da web, como Pinho (2003) explora, compreendendo o

movimento dado a esta fragmentação entre as interfaces e dando um panorama da Internet e

usabilidade, trazendo em suas discuções Bevan (1995), Watanabe (2009) e Carvalho (2013),

além de abordar um cenário contemporâneo dos processos midiáticos, frente a uma era digital.

Referencia-se internet como um fenômeno recente que se tornou um meio privilegiado

de informação e comunicação, assim Moran (1997) discorre sobre a tecnologia digital que

torna viável a existência da internet, permitindo uma interação recíproca e o diálogo entre

vários participantes, o que mostra que a comunicação possui várias formas de processos

comunicativos, conforme expõe MARTINO (2008) ao destacar Straubhaar e Lorose (2004),

os quais a concebem como um processo que atua e faz parte da natureza humana.

A Compreensão dos elementos gráficos e da estrutura navegacional, afim de pensar a

reconfiguração da web, fundamentou-se em Peirce (1931-1966) e Leão (1999), que desvenda

ciberespaço o colocando como uma nova configuração da comunicação. Este capítulo serve

também para contextualizar as estratégias de comunicação na web e sua essência apoia-se

Castells (2003), Lévy (1999) e Plaja e Taveres (1998), que discutem as “idas e vinda” da

navegação na interface onde trazem a ideia que “os meios eletrônicos são responsáveis por

ampliar as capacidades cognitivas – e inteligíveis – do criador. Sampaio (2002) ainda

discorre que o nível de interatividade da estrutura determinará os caminhos que o leitor

poderá percorrer, permitindo uma maior movimentação.

A Seção III aborda as trilhas da metodologia, elencando o passo a passo para o

desenvolvimento da pesquisa. A pesquisa é baseada em um estudo de caso, que possibilitou

compreender o fenômeno no transcorrer do própria análise de Glaser e Strauss (1967), assim

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como a escolha do próprio estudo de caso como estratégia de pesquisa, a qual permite

averiguar os acontecimentos contemporâneos, como é defendido por Yin (2001) e Ventura

(2007). Dois procedimentos integram a análise do site: Análise Heuristica de Nielsen (2000) e

análise de Conteúdo de Bardin (1997).

A Seção IV apresenta o objeto de estudo e as análises e resultados obtidos durante a

pesquisa, direcionando-nos para nova forma de ver o site.

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1 AMAZÔNIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1.1 AMAZÔNIA: UM LOCAL DE PESQUISA

Recorda-se que a "Amazônia Legal" é rica em sua biodiversidade, em especial, a sua

hidrobotânica e que, entorno deste emaranhado de fauna e flora, também se encontram povos

que trazem em sua essência uma bagagem rica de formação cultural, no que diz respeito a

uma cultura tradicional, na qual:

[...] essas populações adquirem seu caráter de sustentabilidade, produzindo saberes

advindos de culturas indígenas de tradição ecológica milenar resultante de modus

vivendis de integração com meio ambiente, desenvolvendo e produzindo um vasto

conhecimento sobre os recursos naturais. (CAÑETE; AÑETE, 2010, p.11).

As particularidades amazônicas, traduzidas nas grandes distâncias, na heterogeneidade

cultural ou nas diferenças ambientais, somam-se às interações cada vez mais mediadas pelas

tecnologias da comunicação (MONTEIRO e COLFERAI, 2011, p.43), despertando diferentes

olhares de áreas diversas, como região de pesquisas em potencial. Porém, Monteiro e Colferai

(2011, p.44) deixam claro que:

Ao desvendar o campo amazônico a questão que nos parece mais relevante são os

processos comunicacionais levados a efeito na Amazônia e se os procedimentos de

pesquisa dos quais lançamos mão são de fato capazes de dar conta da totalidade das

relações efetivadas na região.

É aí que se deve considerar fundamental ir além dos procedimentos de pesquisas

tradicionais e ousar em direção aos sentidos e sentimentos, na qual Cristo (2012, p.17)

discorre que:

Portanto, se quisermos compreender a região amazônica num sentido amplo, é

necessário dar atenção para a sociedade que a constitui, mas sem deixar de lado o

ambiente em que essa população se formou, pois é dessa integração (e/ou da falta

dela) entre homem e meio que resulta o que conhecemos hoje como sociedade e

cultura amazônicas.

Percebe-se que a Amazônia possui características próprias, quanto região e identidade

local, a qual necessita ser explorada enquanto pesquisa para melhor se pensar no seu

desenvolvimento, seja regional ou mesmo extra região, pois Joels e Câmara (2011, p.133)

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acreditam que “[...] a construção do cenário Amazônico requer um substancial esforço técnico

e científico, inerente multidisciplinar”.

Nesta perspectiva multidisciplinar, que o campo da comunicação interage, muitas

vezes no aspecto de recepção, quando o assunto é Amazônia (COLFERAI, 2001, p.09)

destaca-se que:

Ao assumir que as redes de televisão têm veiculado conteúdos que corroboram

discursos sobre a Amazônia como reserva natural estratégica e bioma a ser

preservado como patrimônio da humanidade, o posicionamento das populações

amazônicas frente a este discurso se torna ponto de interesse.

Observa-se que a Amazônia passa a ser um objeto nos meios midiáticos, os quais

atraem diversos olhares. E através desses olhares que se permite (re) construir ou (des)

construir um imaginário inconsciente de um local/objeto.

Em alguns momentos, visa-se a Amazônia como foco de possibilidades para

implementar ações de desenvolvimento, como por exemplo, em variados e diversos aspectos,

como turísticos, produtos cosméticos e de fármacos, exploração de reservas naturais, etc.

dentre outras infinitas possibilidades que sua biodiversidade possibilita.

Mas, a mídia ao representar a Amazônia, muitas vezes, cria símbolos icônicos

representativos do que é a Amazônia, como O’Hara (2008, p.08) aborda que “imaginário

amazônico, depois de materializado pela palavra, ecoa pela oralidade, traduzida pela

visualidade, na vasta planície das multivozes dos mitos aqui existentes”.

Bueno (2002) apresenta a construção do imaginário, em especial, dos brasileiros sob a

Amazônia, remitindo que a construção de sua identidade ocorre por meio da comunicação de

massa, principalmente, a televisão que constrói uma imagem estereotipada da Amazônia, em

característico da floresta, tornando sua representatividade ligada à fantasia.

Discutir a floresta, na Amazônia, nos aspectos preservação, reflorestamento e, até

mesmo, sobre a educação ambiental são temáticas abortada massificada na sociedade no qual

Pandolfo (1994, p.25) ressalta que “a Amazônia Legal não é recoberta por floresta em toda a

sua extensão, como constantemente se divulga, confundindo a opinião pública”.

Levanta-se, então, a perspectiva ressaltada por Carvalho (2005) que afirma serem

poucas as ações voltadas ao desenvolvimento da Amazônia. Ações estas focadas no

desenvolvimento do meio ambiente, no cultural e no caráter econômico da região.

Pensar em desenvolvimento da Amazônia implica em pensar na importância da

conscientização da cadeia de valores, através de processos como o de verticalização e o de

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diversificação da produção, para que seja permitida a exportação de produtos da região, e não

sejam apenas commodities, mas que tenham valor agregado.

Logo, é necessário investir em infraestrutura econômica e social, além da produção de

conhecimento científico, e há também uma preocupação real “[...] com a política de

desenvolvimento sustentável que busque a proteção da natureza e a gestão ambiental sem

nenhum ‘fundamentalismo ecológico’”. (CARVALHO, 2005, p.13).

Pressler (2012, p.223) enfatiza que no cenário atual, no qual a Amazônia se encontra,

pode-se considerar que haja, de fato e como um poder, algum setor amazônico com potencial

suficiente para assumir um papel de maior protagonismo histórico e inovador, onde Monteiro

e Colferai (2011, p.43) questionam que há a clara necessidade de pensar a Amazônia como

totalidade, como partes que se intercomunicam, mesmo que isso signifique extrapolar as

fronteiras tradicionalmente constituídas dos campos de conhecimento. Essa é uma condição

prévia para dar conta da tarefa que a pesquisa em comunicação na Amazônia impõe.

1.2 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE:

O cuidado com as questões ambientais vem sendo trabalhado desde 1960, período em

que se desenvolveu a revolução ambiental nos Estados Unidos. Nos anos seguintes, em

específico 1970, este movimento se multiplica a outros países tais como Canadá, Europa

Ocidental, Japão, Nova Zelândia e Austrália. Em 1980 atinge América Latina, América

Oriental e Ásia. Dada estas manifestações, nasce a preocupação de se estruturar organizações

não governamentais e/ou grupos que apoiem a causa, embora algum internacional que tem

como principal foco a proteção ambiental (VIOLA, 1991).

Faz-se presente nos tempos atuais um aumento considerável de organizações, sejam

elas do primeiro, segundo ou terceiro setor, que abraçam a causa ambiental, inclusive havendo

um aumento de Agências de Cooperação Internacional – ACI com foco em proteção

ambiental. Assim, como são reforçados por Franca (2001), os “indicadores ambientais

começaram a ser utilizados através de esforços de governos e organizações internacionais na

elaboração e divulgação dos primeiros relatórios sobre o Estado do Ambiente nas décadas de

70 e 80”.

Dentro de uma plenitude, Hammond et al. (1995) mostra que há quatro indicadores

agregados que refletiam o tipo de interação humana com o ambiente. Com base nos conceitos

clássicos da função que o meio ambiente desempenha em relação à economia; a saber:

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depleção de recursos, poluição, risco para os ecossistemas e impacto ambiental sobre o bem-

estar humano.

Quadro 1 – Indicadores interação Humana com Meio Ambiente

Fonte: Hammond et al., 1995.

Assim, a estrutura apresentada por Hammond et al. (1995) adota a forma de Pressão-

Estado-Resposta (Pressure-State-Response - PSR) que tem como objetivos apresentar as

questões ambientais de forma que respondam as seguintes questões:

Indicadores de Estado: O que está acontecendo com o meio ambiente e com a base

de recursos naturais?

Indicadores de Pressão: Por que está acontecendo?

Indicadores de Resposta: O que está se fazendo a respeito?

Estas perguntas não discriminam a infinidade de interações que ocorrem entre as

atividades humanas e o sistema ambiental. Pois, OECD (1994, p.44) destaca que:

Recomendação sobre Indicadores e Informação Ambiental” que recomendava ao seu

Comitê de Política Ambiental desenvolver “núcleos de indicadores ambientais com

características de confiabilidade, facilidade de entendimento e mensuração, e

relevância para a avaliação de políticas.

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Logo, os critérios detalhados no estudo (OECD, 1994) resumem-se em três critérios

gerais: relevância para a avaliação de políticas e utilidade para usuários; fundamentação

técnica e facilidade de medição.

Quadro 2 – Indicadores no framework - PSR

Indicadores no framework - PSR

Indicadores de Pressão

Ambiental:

Descrevem as pressões das atividades humanas exercidas sobre o

ambiente

Indicadores de

Condição Ambiental:

Relacionam-se à qualidade do ambiente e à quantidade dos recursos

naturais; refletem o objetivo último das políticas ambientais

Indicadores de

Resposta da Sociedade:

Constituem-se de medidas que ilustram a forma e o grau com que a

sociedade está reagindo às alterações e preocupações ambientais.

Fonte: Adaptado (Hammond et al., 1995).

A aplicação destes indicadores ambientais tem por finalidade medir a performance

ambiental; Integrar preocupações ambientais em políticas setoriais; Integrar ambiente e

economia de forma ampla na tomada de decisão e Informar sobre o estado do ambiente. A

UNCSD (2001) diz que, atendendo ao chamado do Capítulo 40 da Agenda 21, o Grupo

realizou ampla discussão e consulta com especialistas para elaborar as Folhas Metodológicas

(methodological sheets) para cada um dos 134 indicadores propostos.

Logo, esses indicadores foram estruturados segundo a classificação existente na

Agenda 21 e agrupados em quatro dimensões: social, econômica, ambiental e institucional.

Para cada categoria, foram divididos de acordo com a tipologia Força Motriz-Estado-Resposta

(Drive force-State-Response - DSR). Far-se-á refletir que o modelo PSR - que são os

indicadores ambientais – foi adaptado para DSR, que são os indicadores de sustentabilidade

do desenvolvimento. O conceito de Driving Force substitui o de Pressure para representar a

categoria mais ampla de atividades humanas, processos e padrões com impactos possíveis

sobre o desenvolvimento sustentável. Da mesma forma, Estado e Resposta passam a referir-se

à sustentabilidade, ao invés de apenas o ambiente (FRANCA, 2001 p.15).

No mundo, vinte e dois países se propuseram a testar os indicadores, entre eles: Brasil,

Costa Rica, México e Venezuela. Porém, no período de testes, nem todos os indicadores

forma empregados, como já se esperava. Cada país adotou apenas os que estimava serem

relevantes. Após esta etapa, sugestões foram feitas no sentido de reduzir a quantidade total de

indicadores e incluir outros referentes a problemas emergentes como: turismo, transporte,

patrimônio cultural e vulnerabilidade a desastres (UNCSD, 2001).

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Dentre os temas tratados têm-se: eqüidade, saúde, educação, população, habitação,

segurança, atmosfera, terra, oceanos, mares e áreas costeiras, biodiversidade,

saneamento, estrutura econômica, padrões de produção e consumo, e, estrutura e

capacidade institucional (IBGE, 2002 s/n).

Os problemas ambientais evoluíram muito: de violentas agressões locais (florestas, ar)

passaram a importantes agressões regionais (chuva ácida, ecossistemas), chegando aos

problemas ambientais de ordem global (desertificação, aquecimento, perda de

biodiversidade).

Essa característica dificulta muito o desenvolvimento e o emprego de indicadores

ambientais e/ou sustentáveis, pois são reais ameaças decorrentes das agressões aos

ecossistemas.

Atualmente, a sofisticação e o alcance das estatísticas e índices econômicos são

grandes; isto deve-se ao acompanhamento destes à produção industrial, de serviços,

o comércio, o mercado de trabalho, etc., todos os meses. Porém, com relação às

estatísticas ambientais e indicadores de desenvolvimento sustentável, este avanço

rápido não se verifica; a produção destes valores indicativos é muito precária no

mundo todo (BESSERMAN, 2003, p.33).

Nota-se então que a estas agressões se dá a recorrência da recente consciência

ambiental instalada na população mundial e a falta de clareza quanto ao cerne da questão

ambiental. Assim devem-se pensar Indicadores como ferramentas úteis para a identificação

das questões prioritárias de qualquer local, servindo não só como subsídio para a formulação

de políticas públicas, mas como parâmetro de orientação e fortalecimento da ação de

fiscalizações dessas políticas e também para elaboração de alternativas.

Porém, não se deve esquecer que ainda não existe nenhum tipo de medida que possa

descrever corretamente todos os aspectos, estrutura e dinâmica do meio ambiente. A

pretensão de sua mensuração leva a problemas metodológicos, esconde o propósito do uso e

controle, reduzindo os espaços de discussão social.

A conscientização ambiental é base para uma atuação pró-ativa na defesa do meio

ambiente, que deve ser acompanhada pela disseminação dos conhecimentos e

intenções de proteção e prevenção ambiental para toda a empresa, à cadeia produtiva

e à comunidade. (LUÍNDIA; CASTRO, 2010, p. 6).

Ao analisar diversas propostas de índices e indicadores de sustentabilidade, observa-se

outros problemas comuns aos indicadores até então construídos, tais como: Ausência ou

fragilidade da concepção conceitual; Fragilidade dos critérios de escolha das variáveis

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representativas; Falta de critérios claros de integração dos dados; Baixa relevância dos dados

utilizados.

Devido à falta de precisão em relação aos conceitos de sustentabilidade e qualidade

ambiental, o processo de escolha dos dados e variáveis a serem utilizados na mensuração dos

referidos fenômenos é por muitas vezes obscuro, assim como são as relações de causalidade

que dão suporte aos sistemas de indicadores construídos.

A construção dos índices envolve ainda a complicação adicional de tornar

comparáveis dados de diferentes fontes, produzidos a partir de escalas distintas, com

cobertura e distribuição espacial e temporal diversas, levando à busca de formas alternativas e

aproximadas para imputar dados faltantes e construir aproximações adequadas e

representativas de informações inexistentes.

1.3 FRAGMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA

É impossível ao falar da Amazônia não se submeter às expectativas de que é uma

imensa região, rodeada por florestas com o seu complexo sistema de biodiversidade e, assim,

conscientizar-se que há um imenso manto verde, ou ainda não relacionar às referências que a

consideram o pulmão do mundo ou também que vive protegida e livre, ou mesmo que pode

ser invadida e devastada.

Na natureza, labirintos ocultos delineiam-se para a ecologia, que examina as

relações entre os seres vivos e o meio ambiente. Nas investigações ecológicas, as

relações entre os seres vivos criam um rede de entrelaçamentos que determina um

labirinto de vida ou morte. (LEÃO, 2000, p. 36).

Ao contrário que se pensa, a realidade é outra, pois caminhar em um labirinto

possibilita desvendar direções muitas vezes desconhecidas, considerando a estrutura

complexa que se criada pelo labirinto. Leão (2000, p. 32) aborda:

Essa complexidade pode ser dada de diversas formas. A primeira é aquela que surge

como emblema do labirinto, revela um padrão formado por ciclos e circunvoluções

[...] conceber a complexidade labiríntica também como um território repleto de

encruzilhadas no qual caminhos bifurcam-se o tempo todo.

Dada esta complexidade, percebe-se a construção da relação – Homem e Meio

Ambiente – que sempre se mantiveram nas encruzilhadas, na qual se cria uma historicidade

baseada nos primórdios da civilização humana, a qual se constituía na captação de recursos,

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como alimentação, medicina e na ostentação de produtos de suporte, tais como lanças, facas e

outros. Assim, Prigogine (1997) afirma que uma pequena mudança no início de um evento

qualquer que pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro.

Sistemas simples podem apresentar comportamento complexo. Sistemas complexos

podem dar origem a comportamentos simples. As relações de causa e efeito não são

proporcionais e nem imediatas. A saída gerada por um ciclo do sistema pode ser

iterativa, pode alimentar o ciclo seguinte. (TORRÊS, 2013, p.45).

Em seguida, é possível averiguar que a destruição de suas florestas, embora em um

contexto histórico, seja menos impactante, o que se torna notório a partir de relatos e

iniciativas provindas de órgãos do primeiro, segundo e em especial do terceiro setor,

difundidos no século XX, que expõem a destruição das áreas florestais, os quais ocorrem de

forma planejada, seja através do desmatamento, ameaçando a ecologia da paisagem, através

de propostas de desenvolvimento ligados a agropecuária, da exploração da biodiversidade ou

através de atos e programas que não registram a existência dos povos das florestas.

Conforme, os dados relatados (BRASIL, 2009), pelo Ministério do Meio Ambiente,

cerca de 17,5% da mata original da floresta da Amazônia já desapareceu. Sob esta ótica, o

Instituto de Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) relata que 30% da região

encontram-se alterada pela presença do homem, que muitas vezes está escondido nas

entranhas da mata, e mesmo com os satélites não são identificados.

Assim, é possível averiguar na figura 1, os focos do desmatamento acumulado na

Amazônia Legal no período de 2007-2011:

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Figura 1 - Desmatamento Acumulado na Amazônia Legal 2007-2011

Fonte: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (2013).

Em um quadro comparativo, registro que se refere ao desmatamento de árvores no

período de 2007 a 2011, é possível notar a proporção de área que foi devastada. Pode-se

considerar que parte desses desmatamentos deu-se à “abertura de grandes estradas que

incentivaram empresa de exportação de madeira, as qual nos tempos atuais possuem a mesma

mentalidade, a de que os recursos não acabam nunca” (OSTRENSKY; BORGHETTI, 2007).

Entre os anos 1995 a 2009, o Programa de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil –

PPG7 desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, consistia em formar

parceiros internacionais. O programa contou fortemente com contribuições das Agências de

Cooperações Internacional (ACI), o que potencializou o PPG7, transformando-o num dos

maiores programas de cooperação multilateral voltado a questões ambientais. (BRASIL,

2009).

A formatação do PPG7 de base objetivou em potencializar as florestas tropicais de

forma consciente, através de implementações de metodologias que prevalecem-se do

desenvolvimento sustentável, como forma de diminuir o índice de desmatamento (BRASIL,

2009).

Embora haja um esforço internacional de preservar a Amazônia, em especial suas

florestas, a figura 03 relata o período de Janeiro de 2012 e a figura 04, refere-se ao registro do

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IMAZON, realizado no mês de setembro de 2012, no qual é notório o avanço de

desmatamento em um período considerado pequeno, como pode-se observar:

Figura 2 - Desmatamento na Amazônia Legal Janeiro 2012

Fonte: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (2013).

Figura 3 - Desmatamento na Amazônia Legal setembro 2012

Fonte: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (2013).

Vecchia (2010, p.82) realiza uma observação que “Amazônia não deve ser como um

santuário ou um imenso jardim botânico isolado e à margem do desenvolvimento nacional”,

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acrescenta ainda o autor que ações preventivas, tais como políticas adequadas, estímulos ao

desenvolvimento de atividades sustentáveis na floresta, vigilância e fiscalização, dentre outros

recursos, podem auxiliar a garantir uma soberania da Amazônia em uma geração futura

(VECCHIA 2010).

Assim, traz o conceito de sustentabilidade ambiental, que se refere:

“[...] às condições sistêmicas, segundo as quais, em níveis regional e planetário, são

as atividades humanas que não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseia

tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem

empobrecer seu capital natural, que será transmitido às gerações futuras”.

(MAZINE; VEZZOLI, 2005, p.34).

Nesta perspectiva, Silva (2006, p. 132) discorre sobre o termo de desenvolvimento

sustentável, interligando-o como processo político, participativo que integra a sustentabilidade

econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou individuais, tendo

como perspectivas a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações onde se

acredita que “esse processo de transformação ocorre de forma harmoniosa nas dimensões

espacial, social, ambiental, cultural e econômica a partir do individual para o global" (SILVA,

2006, p. 18).

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2 INTERNET E SUAS PLATAFORMAS DIGITAIS

2.1 RECONFIGURAÇÃO MIDIÁTICA NA WEB

Os seres humanos criam níveis de comunicação que ocorrem dentro do espaço virtual.

Eles desenvolvem significados, imagens, linguagens, sentimentos, emoções, desejos,

expressões artísticas, eróticas, imaginação, vínculo e negócios, sendo eles complementos ou

extensão das expressões das comunicações que se criam no espaço mecânico, físico,

controlado geograficamente no cotidiano.

Basicamente, Teilhard afirmou que espaço e tempo têm dimensões que vão além do

espaço e tempo formal mecânico; tempo e espaço são reais, fecundos, plenos de

possibilidades. Denominaremos este espaço não formal e não mecânico de espaço

virtual. (SANTOS, 2001, p. 21-22).

Quando uma pessoa cria em torno de si uma aura de atração, seja ela pela arte, marca,

fama ou simplesmente pelo nome, essa comunicação é interpretada por outra pessoa pelo

aspecto simbólico, mítico, erótico ou espiritual em seu espaço virtual. A relação virtual faz

parte da vocação humana e a tecnologia deve estar a serviço desta relação, suprindo todas as

necessidades que possivelmente serão apresentadas em cada indivíduo.

Santos (2001, p.25), ao analisar o conceito de Chardin (1955, p.198) sobre noosfera1

(crescimento da mente como necessidade de relação, em nível físico, psicológico e espiritual),

percebe como a população humana e o senso de coletividade crescem, e a noosfera também

acompanha esse crescimento, sendo ela uma rede de pensamento planetário, um sistema

interligado de consciência e informação, uma rede internacional de autoconsciência, de rápido

feedback e de comunicação planetária.

As pessoas pensando, comunicando, vivendo, seja através da escrita, da palavra, estão

criando uma rede de pensamento, de sentimento de comunicação, sendo sua vocação ser

extensão de outros para outros com um destino de se comunicar, fazendo parte de uma rede

humana, partilhando conhecimentos e cooperando na área das pesquisas científicas.

(ASSUMPÇÃO; VILLEGAS 2012).

1Conceito atribuído pelo filósofo francês Teilhard de Chardin. Segundo ele, assim como a atmosfera, a geosfera

e a biosfera, existe também o mundo ou a esfera das ideias, formado por produtos culturais, pelo espírito,

linguagens, teorias e conhecimentos. Alimentamos a noosfera, esfera do pensamento humano, quando pensamos

e nos comunicamos.

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Para Teilhard, com esse processo dinâmico, ocorre um movimento de consciência

individual para o social e comunitário, do múltiplo para o unitário. A informação

que nasce do indivíduo e vai para o coletivo, da pessoa para a sociedade e vice-

versa, cria uma dinâmica de relação, criação, e coparticipação na história humana.

(SANTOS, 2001, p. 21).

Quando ocorre alguma descoberta sobre qualquer informação, ela rapidamente se

espalha pela rede em uma velocidade inimaginável, fazendo a novidade rodar os mais

diversos lugares do globo, sendo esta informação de fácil acesso para quem estiver disposto a

pesquisar sobre um determinado assunto.

O espaço virtual opera semelhante à mente humana, ele não pode ser controlado

totalmente por instituições, partidos, grupos e ideologias. Chardin (1955, p. 275) percebe a

importância da instituição, porém viu a relação humana acontecendo por meio e além dela.

A exploração do potencial da mente humana será sempre favorecida pelo pensamento

coletivo, imerso em uma rede múltipla e convergente de conhecimentos, códigos, informações

culturais e de interesses humanos. (LOPES; SANTOS; DUARTE, 2010).

Segundo Santos (2001, p. 23) “[...] o espaço virtual, enfim, é uma necessidade de

transcendência para o ser humano. Transcendência necessária para o desenvolvimento das

potencialidades humanas seja em nível individual ou coletivo”. Sendo a primeira dimensão

das relações cognitivas do ser humano produções culturais, humanas, sociais, para uma

dimensão rica, complementar do espaço comum, esse espaço é virtualmente vivenciado por

todas as pessoas, sejam em arte, em economia, política, erótica, invenções, natureza, corpo e

espiritual.

Para suprir suas necessidades, o homem inventa e desenvolve veículos de

comunicação. Esses processos de criação são realizações das potencialidades do processo de

virtualização presente em cada mente humana, injetando elementos que vão além da presença

física. (PACCAGNELLA, 1997 apud GUIMARÃES JUNIOR, 1999).

Assim, tem-se o ciberespaço como um lócus de extrema complexidade e

heterogeneidade, sendo espaço virtual criado pela conjunção de diferentes tecnologias de

telecomunicação e telemática, na qual o computador mede as comunicações e a internet torna-

se sua principal manifestação contemporânea (LOPES; SANTOS; DUARTE, 2010).

A extensão do ciberespaço acompanha e acelera uma virtualização da economia e da

sociedade, fazendo com que esse universo digital possa ser alimentado por dados e

simulações premeditadas em um determinado cenário, a Internet.

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De acordo com Castells (2003, p. 34), a cultura da internet tem sua estrutura em quatro

camadas: a cultura tecnomeritocrática, a cultura hacker2, a cultura comunitária virtual e a

cultura empresarial. Todas elas contribuem para a ideologia da liberdade, na qual tem

influência geral no mundo da internet, mas que não pode ser tratada como cultura fundadora,

pois interage diretamente com o desenvolvimento do sistema tecnológico.

Essas expressões culturais têm vinculo direto com o desenvolvimento tecnológico da

internet, que ao disponibilizar para os usuários a abertura e a livre modificação do código-

fonte do software, faz com que qualquer pessoa possa modificar o código e desenvolver

novos programas e aplicações.

O progresso da humanidade depende de muitos fatores, um deles que pode ser

sintetizado no mundo virtual é o fator da solidariedade incomum, agregado ao da cultura

tecnomeritocrática enraizada na academia e na ciência. Uma cultura de crença no bem

inerente ao desenvolvimento científico como elemento decisivo no progresso em nosso

mundo, tendo sua especificidade na definição de uma comunidade de membros

tecnologicamente competentes, reconhecidos como pares pela comunidade, dimensionando

uma interconexão de computadores.

A tecnomeritocrática, apresentada por Castells (2003, p. 53), trata-se da “cultura que

promove através de seus usuários um desenvolvimento científico e tecnológico da

humanidade, relacionada também ao aperfeiçoamento de toda a internet” que tem sua

característica na descoberta tecnológica, seu valor supremo. Mas, para ela ter relevância, a

posição relativa de descoberta depende da contribuição para o campo como um todo, num

contexto de objetivos e solução de problemas definidos pela comunidade dos cientistas e

tecnólogos.

A cultura hacker desempenha um papel axial na construção da internet por duas

razões: pode-se sustentar que é o ambiente fomentador de inovações tecnológicas

capitais mediante a cooperação e a comunicação livre; e que faz a ponte entre o

conhecimento originado na cultura tecnomeritocrática e os subprodutos que

difundem a internet na sociedade em geral. (CASTELLS, 2003, p.37).

A mídia tem uma versão deturpada do que são hackers. Eles não são uns

irresponsáveis viciados em quebrar códigos e penetrar em sistemas, esses são os crackers. Os

hackers têm comunidades, uma cultura compartilhada de peritos em programação e bruxos da

2 Caracteriza-se por programadores extraordinários, com alto grau de inteligência que utilizam esse

conhecimento para fiscalizar, manipular e fortalecer a segurança da Internet. Existe toda uma cultura por trás

desse sentido da palavra hacker, com valores, regra, direitos e deveres.

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interconexão que desenvolvem funções para o surgimento de redes auto-organizadas que

escapam a um controle organizacional.

Existe na cultura hacker um sentimento comunitário, baseado na integração ativa a

uma comunidade, que se estrutura em torno de costumes e princípios de organização social

informal, eles possuem uma cultura enraizada em instituições e organizações.

A cultura comunitária virtual (comunidades on-line) teve origens semelhantes às dos

movimentos contra culturais e dos modos de vida alternativos que despontaram na esteira da

década de 1960. A área da Baía de São Francisco abrigou na década de 1970 o

desenvolvimento de várias comunidades on-line que faziam experimentos com comunicação

por computadores.

Essas comunidades trabalham com base em duas características fundamentais comuns,

a primeira é o valor da comunicação livre e horizontal, essa prática tem sua expressão na livre

expressão global, numa era dominada por conglomerados de mídia e burocracias

governamentais censoras. Desde os primeiros estágios da comunicação on-line, essa liberdade

de expressão foi compartilhada, estendendo-se até hoje por toda a internet.

O valor compartilhado, segundo Castells (2003, p. 221) seria o da formação autônoma

de redes, isto é, possibilidade dada a qualquer pessoa de encontrar sua própria destinação na

internet, criando e divulgando sua própria informação, induzindo assim, a formação de uma

rede, que também fortalece a ideia de instrumento de organização coletiva e construção de

significado.

Os empresários tiveram papel fundamental na difusão da internet a partir de círculos

fechados de tecnólogos e pessoas organizadas em comunidade para a sociedade, movimento

que começou na década de 1990 e persiste até os dias presentes. Como firmas comerciais

foram às forças propulsoras de sua expansão, a internet foi moldada em grande parte em torno

desses usos comerciais.

Na formação das companhias da internet no Vale do Silício3, o viveiro da nova

indústria, várias características culturais da prática são oriundas dos empresários que criaram

essas firmas em torno de projetos tecnológicos. Esses homens ganham dinheiro com ideias,

tendo inovações empresarias, essas que foram a força propulsora da internet.

Eles confiam em seu know-how (conhecimento) tecnológico para criar produtos e

processos. Estão convencidos de que conquistarão o mercado, mudando assim o mundo

3Situado na Califórnia, nos EUA (em inglês Silicon Valley) é uma região com alto poder tecnológico, na qual abriga um

conjunto de empresas high tech, implantadas desde a década de 1950, responsáveis pela produção de chips e software na

eletrônica e informática. Algumas empresas dessa região: Eletronic Arts, Google, Microsoft, Intel, Yahoo!, entre outras.

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através da tecnologia e, depois, serão recompensados com dinheiro e poder, por meio das

operações dos mercados financeiros. Essa cultura empresarial é uma cultura do dinheiro, em

quantidades, às vezes inimagináveis, que possibilita qualquer esforço que vale a pena.

A atividade empresarial, como dimensão essencial da cultura da internet, chega com

uma nova distorção histórica: cria dinheiro a partir de ideias e mercadorias a partir de

dinheiro, tornando tanto o capital quanto a produção dependentes do poder da mente

(CASTELLS, 2003, p. 52).

Uma cultura do trabalho compulsivo e incessante, essa característica desses

empresários pode acarretar alguns problemas psicológicos, devido à extremidade com que

eles atuam na vida profissional. O fato de a compensação ser extrema (dinheiro) e não interna

(ética puritana de autoaperfeiçoamento por meio do trabalho digno e honesto) tem

consequências consideráveis para a cultura. Segundo Castells (2003, p. 51), poupanças

pessoais são menos importantes que investimentos em ações, de tal modo que ideias, trabalho

e acumulação pessoal de riquezas tendem a ser associados no mesmo movimento. Dessa

forma, o consumo é organizado em torno de um padrão de gratificação imediata,

desencadeando um consumo supérfluo que tem satisfação nos breves momentos de sua vida

útil, mas sua contribuição continua sendo indispensável à dinâmica cultural de múltiplas

camadas geradas pelo mundo da internet.

A cultura da internet é uma cultura feita de uma crença tecnomeritocrática da

excelência científica e tecnológica no progresso dos seres humanos, levado a cabo por

comunidades de hackers que especificaram a meritocracia ao fortalecer limites internos da

comunidade dos tecnologicamente iniciados a torná-los independentes dos poderes existentes.

Eles prosperam na criatividade tecnológica livre e aberta, tendo a liberdade como valor

fundamental, e fazem parte de redes virtuais que pretendem reinventar a sociedade adotando a

interconexão interativa, que é materializada por empresários movidos a dinheiro e um

substancial poder de barganha nas engrenagens da nova economia.

Os meios de comunicação estão em profunda alteração hoje, tudo está se tornando

digitalizado, os mecanismos de procura e de interatividade ocupam um lugar privilegiado em

nossa vida, no qual você chega a casa depois de um dia de trabalho, toma um banho e liga o

computador para ler seus e-mails, conversar com alguém interessante ou simplesmente assistir

algum filme.

Para Lévy (1999) ciberespaço é o espaço de comunicação aberto pela interconexão

mundial dos computadores e das memórias dos computadores. Esse acesso à distância feito

por esses computadores não tem limites, pois uma pessoa que está conectada aqui no Brasil

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pode facilmente utilizar mecanismos da rede que permitam que ela estabeleça contato com

algum parente distante, seja em qualquer lugar do mundo.

Uma das funções do ciberespaço é a transferência de dados, que possibilita enviar

qualquer tipo de arquivo ou copiar um pacote de informações de uma memória digital para

outra. Nesse caso, seriam as constantes atualizações que parte dos programas instalados no

seu computador faz automaticamente pedindo a sua permissão, para iniciá-la.

O correio eletrônico é um aliado poderoso desse universo. Cada pessoa ligada a uma

rede pode ter uma caixa postal eletrônica identificada que permita a troca de mensagens entre

esses usuários. As mensagens recebidas em formato digital fazem com que elas possam ser

apagadas, encaminhadas e classificadas na memória do computador receptor. Outra

característica é a possibilidade de enviar, de uma só vez, uma mesma mensagem a lista de

correspondentes. Essa quantidade de receptores varia de acordo com o serviço de e-mail

oferecido.

As conferências eletrônicas especificas da internet são chamadas de “newsgroups”

ou “news”. Ao dar uma visibilidade a estes grupos de discussão, que são feitos e

desfeitos o tempo todo, o ciberespaço torna-se uma forma de contatar pessoas não

mais em função de seu nome ou de sua posição geográfica, mas a partir de seus

centros de interesse. (LÉVY, 1999, p. 100).

Esse dispositivo sofisticado permite que grupos de pessoas discutam em conjunto

sobre temas específicos, nos quais as mensagens são classificadas por assuntos e por

subtópicos, destacando a capacidade de cada usuário poder confrontar um determinado

assunto ou aprender algo novo baseado nas trocas de experiências on-line.

As conferências eletrônicas também funcionam como memórias de grupo, pois elas

são alimentadas constantemente por uma comunidade de autores e leitores em rede, que

juntos favorecem ao saber plural em construção e à memória coletiva.

O groupware consiste em programas e sistemas a serviços do trabalho cooperativo.

Essa nova forma de organização do trabalho explora ao máximo os recursos de

hiperdocumentos compartilhados, das conferências eletrônicas, do acesso à distância e da tele

transferência de arquivos.

As realidades virtuais compartilhadas, que podem fazer comunicar milhares ou

mesmo milhões de pessoas, devem ser consideradas como dispositivos de

comunicação “todos-todos”, típico da cibercultura. (LÉVY, 1999, p. 105).

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Cada vez mais as realidades virtuais servem como mídia de comunicação. As pessoas

geograficamente dispersas podem alimentar simultaneamente uma gama de dados por meio de

gestos e em retorno recebem delas informações sensoriais, fazendo com que essa troca seja

proveitosa para ambos os lados.

A alteração do conteúdo da memória digital compartilhada pode ser organizada por

um determinado usuário, como também sua posição e a imagem virtual podem ser

modificadas, fazendo com que outros parceiros percebam esse movimento. Esse tipo de

dispositivo de comunicação, segundo Lévy (1999) pode servir a jogos, ambientes de

aprendizagem ou de trabalho, às prefigurações urbanísticas, a simulações de combate, etc.

A comunicação através de mundo virtual compartilhado pode existir mesmo em um

sentido mais fraco do que o das simulações por imersão, sem conter um universo físico

tridimensional realista cujo visual é calculado de acordo com as leis da perspectiva, ausente

de imagens e sons. Seria o caso dos ambientes virtuais que tem sua capacidade de alteração e

funcionamento puramente textuais, no qual o usuário participa deslocando-se em um universo

fictício.

2.2 PROCESSOS MÍDIATICOS CONTEMPORÂNEOS

A Era da Informação ou Era Digital surgiu no século XX como uma evolução da Era

Industrial ou Revolução Industrial (transição do modelo feudalista para o capitalista de

produção). Assumpção e Reis (2010) afirma que tal desenvolvimento causou o anseio de

informação que o homem possui, o que resultou nas convergências das mídias.

A comunicação vem sendo auxiliada por uma ferramenta extraordinária, a tecnologia;

esta convergência entre a comunicação e a tecnologia possibilitou o desenvolvimento das

novas formas de pensar o conteúdo.

Hoje, depare-se com uma sociedade da informação, caracterizada por ter esta última

como essência em seu movimento e dinamismo, assim como argumenta Straubhaar e Lorose

(2004, p. 02); para eles a Sociedade da Informação “refere-se a uma sociedade na qual a troca

de informação é a atividade econômica e social predominante”.

Nota-se então que, no processo de digitalização dos meios tradicionais de difusão de

informação como, por exemplo, o rádio, TV e jornal, nos últimos tempos estão cada dia mais

integrados, agregando cada vez mais os recursos de sons, imagens e textos para formatos

legíveis por computador (STRAUBHAAR; LOROSE, 2004, p.15) que possui a vantagem de

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elevar a qualidade de transmissão (já que os sinais digitais sofrem menor interferência aos

sinais elétricos).

A digitalização está favorecendo a convergência dos meios de comunicação, que antes

“costumavam ter sistemas de produção e transmissão bem diferenciados” (STRAUBHAAR;

LOROSE, 2004, p. 23). Hoje, por exemplo, há minisséries que são exclusivas para celulares,

entre outros recursos que a multimídia possibilitou criar.

A realidade das novas tecnologias da informação, como websites, home pages,

podcasting, streaming, a world wide web, dentre outros, multiplicou as formas de

comunicação e de conhecimento, em especial nas organizações corporativas.

A velocidade da mudança na forma de comunicar, dado o advento da convergência das

mídias, é cada vez maior especialmente com a criação do universo paralelo: o ciberespaço que

é produto da revolução digital baseada no gerenciamento de atividades de informação.

A internet, que é um fenômeno recente, tornou-se um meio privilegiado de informação

e comunicação (MORAN, 1997) e, em particular, a WWW e a proliferação de Browsers que

fornecem uma interface standard para aceder aos sites têm custos muito menores, devido à

crescente liberalização das telecomunicações e do suporte de uma infraestrutura de

tecnologias de comunicação já existente - telefones e computadores -, o que exige

investimentos muito inferiores para as organizações. Por outro lado, pela utilização destas

tecnologias – Internet, WWW e Browsers – consegue-se atingir uma comunicação interativa.

Com o advento da comunicação digital, novamente o tempo e o espaço se alteraram e

a informação torna-se móvel/mutável sem um ponto fixo, assumindo em alguns aspectos uma

intencionalidade presente na comunicação oral na difusão dos fatos e ideias.

A tecnologia digital é que torna viável a existência da internet e, com ela, tem-se a

possibilidade do dispositivo todos-todos, que permite a interação recíproca e o diálogo entre

vários participantes. Tem-se, então, a emergência de um novo dispositivo comunicacional:

Vivemos formas diferentes de comunicação, que expressam múltiplas situações

pessoais, interpessoais, grupais e sociais e de conhecer, sentir e viver, que são

dinâmicas, que vai evoluindo, modificando-se, modificando-nos e modificando os

outros. (MORAN, 1998, p. 31).

Comunicação é a capacidade ou processo de troca de pensamentos, sentimentos, ideias

ou informações através da fala, gestos, imagens, seja de forma direta ou através de meios

técnicos, assim Martino (2008, p. 15) a define mostrando que comunicação possui várias

formas e processos comunicativos.

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Não se pode esquecer que a informação está atrelada ao processo comunicativo e que

vem para ser uma forma resumida do conteúdo que está presente na comunicação

(STRAUBHAAR; LOROSE, 2004, p. 06). Estas definições só vêm afirmar que a

comunicação atua como um processo que faz parte da natureza humana.

O significado de comunicação também pode ser expresso na simples decomposição

do termo comum + ação de onde o significado “ação comum”, desde que se tenha

em conta que o “algo em comum” refere-se ao mesmo objeto de consciência e não a

coisas materiais, ou a propriedade de coisas materiais. A “ação” realizada não e

sobre a matéria, mas sobre um outrem, justamente aquela cuja intenção é realizar o

ato de duas (ou mais) consciências com objetos comuns. (MARTINO, 2008, p. 14).

Observando os componentes deste processo, percebe-se sempre a existência de alguém

que fala (emissor) sobre alguma coisa (mensagem) para alguma pessoa (receptor). Este

modelo mecânico e unidirecional demonstra como se dá de modo simples, o sistema de

comunicação. Neste propósito, tem-se a intencionalidade de afetar o receptor dependendo da

vontade do emissor, fazendo com que o destinatário pense, sinta, ou seja, persuadindo.

Neste parâmetro, leva-se em consideração a ótica da comunicação que Lemos (1997

n.p) discorre, afirmando que a “interatividade nada mais é que uma nova forma de interação

técnica, de característica eletrônico-digital, e que se diferencia da interação analógica que

caracteriza a mídia tradicional”.

Sem se propor a discutir a interação social, seguindo a mesma linha de pensamento

Lemos (1997, p.154) traz o estudo da interatividade como uma ação dialógica entre homem e

técnica, na qual retrata que “a interação homem-técnica é uma atividade tecno-social que

esteve sempre presente na civilização humana”. Por outro lado, pensa que o que se vê hoje

com as tecnologias digitais não é a criação da interatividade propriamente dita, mas processos

baseados em manipulações de informações binárias.

Nota-se então que, Feitosa, Alves e Nunes Filho (2009, p.16) sob a mesma

perspectativa acreditam que:

A materialização da interatividade deve ser compreendida como a construção de

novas relações dinâmicas entre o usuário/meio/emissor e própria natureza dos

conteúdos em cena. Essa nova relação vem sendo construída no contexto atual face

o aspecto da convergência tecnológica que amplifica o papel das mídias pré-

existentes e incorpora e aprimora possibilidades no novo meio antes existentes em

outros sistemas de representação.

Logo, se percebe que a interatividade passa a ser um elemento potencial de habilidade

de uma mídia, permitindo que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da

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comunicação mediada. Essa possibilidade de interação do receptor se desenvolveu pelo

avanço da tecnologia, o qual auxiliou no desenvolvimeto da multimídia que Santaella (1996)

argumenta afirmando que a multimídia nada mais é que o uso de mais de uma linguagem em

uma mesma mídia, como ocorre com o jornal, por exemplo, que faz uso das linguagens:

escrita, fotográfica, gráfica e diagramática, as quais possibilitaram a criação de diversos

sistemas comunicacionais diferenciados.

2.3 A TRADUÇÃO DOS ELEMENTOS NA WEB: UMA PERSPECTIVA DA

LINGUAGEM GRÁFICA

Ao projetar, o designer gráfico reorganiza constantemente as inúmeras e variadas

informações4 recebidas. Nesse sentido, o resultado de seu trabalho pode ser entendido no seu

caráter informativo. Nas considerações de Flusser (2002, p. 46), percebe-se a capacidade

humana de produzir informações:

O homem é capaz de produzir informações, transmiti-las e guardá-las. Tal

capacidade humana é antinatural, já que a natureza como um todo é sistema que

tende, conforme o segundo princípio da termodinâmica, a se desinformar [...] mas o

homem parece ser o único fenômeno capaz de produzir informações com o

propósito deliberado de se opor à entropia. Capaz de transmitir e guardar

informações não apenas herdadas, mas adquiridas. Podemos chamar tal capacidade

especificamente humana: espírito e seu resultado, cultura.

A cultura é um sistema, indubitavelmente. É, portanto, linguagem. “Todo sistema que

sirve a los fines de comunicación entre dos os numerosos indivíduos puede definirse como

linguaje [...]” (LOTMAN, 1988, p. 17). Então, o texto amplo da cultura abarca o trabalho do

designer, o qual indica uma intenção tradutória de converter o “máximo no mínimo”, ou seja,

concentrar toda densidade de informação num espaço mínimo.

Nesse sentido, “não há informação fora de um sistema qualquer de sinais e fora de um

veículo ou meio apto a transmitir esses sinais” (PIGNATARI, 2002, p. 15). O resultado do

trabalho do designer gráfico propõe mais do que uma intervenção intersemiótica entre

imagem e texto, pois sua comunicação visual supõe uma preocupação em sensibilizar sinais.

4 O conceito sobre informação aparece como termo complexo, de múltiplas acepções e riqueza semântica,

caracterizado como controverso e enganoso de variadas definições. Constitui-se por uma série de conceitos

heterogêneos. Nesta pesquisa, “Informação” será entendida de acordo com Ferrara (1993, p. 151), que define

informação como “uma produção que decorre” da capacidade de inferir, da e sobre a realidade, novos

conhecimentos suficientes para provocar aprendizado e mudança de comportamento.

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“Sensibilizar quer dizer conferir uma característica gráfica visível graças a qual o sinal se

desmaterializa como sinal vulgar, comum e assume personalidade própria”. (PIGNATARI,

2002, p. 14).

Assim, Pignatari (2002) discorre de maneira enfática que: “Os grupos humanos só

absorvem informação de que sentem necessidade ou que lhes seja inteligível”. O homem é,

nesse sentido, um ser de representação, dependente do processo de semiose, termo

introduzido por Peirce (1931 - 1966) para designar a ação do signo e o processo ou produção

de sentidos, significados e interpretações que sustentam as relações e os vínculos

comunicativos.

O designer gráfico procura transmitir pelo visual, uma informação de caráter estético,

de modo objetivo. A comunicação visual nasce da seleção antes as inúmeras alternativas. Em

outras palavras, existe uma infinidade de alternativas para desenvolver-se um projeto gráfico

que exigem do profissional um processo de escolha, de decisão intimamente “ligado ao

problema da criação, da invenção, da originalidade. Decidir é criar [...]” (MUNARI, 2001, p.

65). Por isso, cada projeto é singular, é sempre novo, pois interage em processo dinâmico a

cada momento, com decisões e escolhas.

É nesse sentido que se pode considerar o pensamento criativo como uma constante

articulação. O sujeito associa ideias e, dessa forma, um signo gera outros signos; em outras

palavras, as ideias nascem uma das outras, de modo que nenhum signo é completo (não

importando se se trata de ícone, índice ou símbolo). Todo signo só se completa em outro

signo, levando adiante uma evolução cognitiva.

Há um forte paradigma na literatura de publicidade de que as ferramentas

publicitárias “coisificam”, convertendo os produtos em imagens fixas, em objetos de

museus, num processo semelhante às representações simbólicas, isto é, ao fixar e

delimitar significações possíveis de signos. (LUÍNDIA; CORRADI 2011, p.06).

O design gráfico pode ser entendido como uma forma de comunicação modelizada,

cuja ação comunicativa pode traduzir formas de produção de mensagens vinculadas à cultura.

A tradução deve ser compreendida para além do nível das performances verbais de

tradução interlingual. O termo não corresponde à tarefa de traduzir uma língua para outra,

mas significa criar ou exteriorizar o que foi digerido na simbiose com o que está fora.

São inúmeras as vozes provenientes de textos culturais e, quando o “outro” é

incorporado ou metaforicamente “digerido”, o texto de fora se faz texto dentro do sujeito que

o interpreta. O tradutor, nesse caso, precisa conhecer o texto a ser traduzido para tirar dele

todas as informações que possam guiar suas decisões, estratégias e técnicas.

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No caso do designer, “[...] o projeto vai surgir do embate entre o problema concreto a

ser resolvido e o conhecimento sobre design, filtrado e repensado pela visão particular de cada

designer” (MELO, 2005, p. 64 ).

Pode-se interpretar esse “filtro” como o acúmulo de historicidades que constituem o

imaginário dos designers – lugar singular da subjetividade. Uma vez tendo delimitado o

problema a ser resolvido, o designer, num esforço de tradução, trabalha no sentido de deixar

viva a memória discursiva. (OLIVEIRA, 2005).

Observe-se no exemplo, que a designer Brício (2008) encontrou na cultura a estratégia

para a solução de seu projeto. Serviu-se de um saber local, não clássico, que é a culinária

popular brasileira, ao traduzir essa série sígnica e utilizá-la como instrumento possível de

evocar a memória de um passado/presente. (Figura 4):

Figura 4 - Selo da Série 200 Anos da Chegada da Família Real: Gastronomia Luso-Brasileira.

(2008) Arte: Luciana Trício.

Fonte: http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2008/selos2008_23.cfm.

A designer criou o selo em 2008 para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos –

ECT - em comemoração aos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil em

1808. O selo representa os pratos salgado e doce da culinária brasileira, os quais se

modificaram no contágio com a culinária portuguesa: o cozido completo, feito de carnes e

legumes, e o quindim, cujos ingredientes principais são gemas de ovos, açúcar e coco.

Vale destacar que “o selo é uma expressão da cultura”:

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O primeiro selo postal, o Penny Black, surge em 1840, na Inglaterra, fruto de um

programa de reorganização dos serviços postais. O Brasil foi o segundo pais a adotar

o selo no serviço postal. O Imperador D. Pedro II, em 1842, anunciava que o porte

de carta deveria ser pago por meio de selos de 20, 60 e 90 réis [...] Os selos eram

estampados com a efígie de D. Pedro II, com a proclamação da república. Em 1900

a passagem dos 400 anos do país inaugura uma nova fase: selos comemorativos. O

selo brasileiro está entre os melhores do mundo. (OLIVEIRA, 2005, p. 125).

Verifica-se que a composição híbrida do selo criado por Luciana Brício dá-se não só

pela fusão entre a composição do fundo (flores, azulejos portugueses) e figura (quindins,

cozido que completa com o pirão, em prato de porcelana), mas também pelas técnicas de

fotografia e computação gráfica que foram utilizadas.

Ademais, o que se valoriza na composição é a união de um elemento fundamental da

cultura, o alimento. A tradução feita por Luciana Brício (2008) promove uma aproximação

entre signo e objeto, cuja materialidade resulta em visualidade.

Tal amálgama entre os elementos “culinária luso-brasileira, pratos, azulejos, flores,

texturas, cores etc.” convoca os sentidos do receptor a “comer com os olhos”, suscitando nele

a lembrança do gosto salgado e do doce. Um jogo prazeroso de contrastes.

Ao serem absorvidas pelos designers, as informações da cultura podem modificar-se

ou recompor-se para designar novos conteúdos. O que se propõem aqui é a visão do designer

gráfica como tradutor, o qual pode apropriar-se de uma porção da realidade cultural e traduzir

essa realidade em uma linguagem codificada.

No âmbito da ciência da informação, a comunicação do design gráfico pode ser

entendida mais apropriadamente como transferência da informação. Designers gráficos

produzem informações, fluxos que se reorganizam e que se regularizam para se

transformarem em códigos.

Por isso, seus projetos constituem-se em linguagem (que se relaciona com o emissor

que o produziu e com o receptor), estando vinculada em codependência com o ambiente e seu

contexto cultural propriamente dito.

O receptor interpretará os diferentes signos, solicitando um trabalho mental de

associações que leva em conta seu próprio saber e especificidades culturais e socioculturais.

A tradução constrói-se e, embora não se complete num sentido único, provoca efeitos

ilusórios de permanência por meio da criação das marcas, dos sinais, das identidades visuais,

dos cartazes, das embalagens, das ilustrações, das tipografias etc.

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Assim é crucial relembrar a prática tradutória do designer Rubens Martins (1938-

1968), que foi titular do primeiro escritório formal de design brasileiro conhecido como

Forminform5. Rubens Martins criou muitas marcas, dentre as quais a “Bozzano”.

Especificamente, o ato tradutório deste designer pode destacar-se no processo de

criação para a marca do Hotel Tropical, que “[...] nasceu da sombra de uma planta a costela de

adão, projetada sobre a parede de sua casa, para onde Rubens voltava altas horas da noite,

depois de uma cerveja no boteco com amigos e colaboradores” (LEON, 2009, p. 174).

Ao prestar atenção na sombra da folha projetada, “sem desprezar a generosidade do

acaso”, experimenta e explora o desenho, a figuração e os contrastes tonais de verde para

obter o resultado final.

Certamente ele foi influenciado pela escola de Ulm, mas seu desenho é mais macio,

orgânico, sem rigidez dos seguidores intransigentes da escola alemã. Isso parece

bem nas cores, nas formas curvas. Ruben não era um copiador, ele tinha visão

antropofágica de assimilar técnicas dos países industrializados, mas trazendo tudo

isso para a nossa cultura. (LEON, 2009, p. 173).

O designer gráfico pode buscar a competência técnica incorporando o uso e a função

informativa dos valores culturais.

As manifestações culturais dão-se num complexo processo de sistema comunicativo e

semiótico que perpassa todas as atividades. Por possuir um caráter sígnico, a cultura pode ser

lida como texto, cuja linguagem possui códigos portadores de significado. Bernstein (2002, p.

39) discorre “[...] a arte do webdesigners consiste em escolher que caminhos revela, enquanto

oculta conexões pontenciais”.

Portanto, o esforço a ser enviado agora será o de articular a experiência do designer

gráfico ao pensar na funcionalidade do site, permitindo assim realizar uma reflexão da

linguagem e do ato de tradução dos elementos na Web.

5 O escritório de design Forminform foi criado em 1958, em São Paulo, por Geraldo de Barros e Ruben Martins, em parceria

com o administrador e publicitário Walter Macedo. Em seguida, Alexandre Wollner, recém-chegado de Ulm, associa-se ao

grupo.

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2.4 INTERNET E USABILIDADE

A World Wide Web (WWW) foi criada por Tim Berners-Lee em 1989 na busca de

uma solução que resolvesse o problema de trocas de informações entre os pesquisadores.

Desde então, abriu inúmeras possibilidades de negócio. Entretanto, só se sabia que a internet

traria grande retorno financeiro, mas não se sabia como fazê-la. O desenvolvimento das

aplicações que cada vez se tornava mais complexas começou com HTML (Hypertext Markup

Language) e, em sequência, os formulários CGIs (Common Gateway Interface), um método

usado para transmitir a interação entre o servidor WWW e outros programas do sistema. Estas

transições e melhoramento das aplicações fizeram com que as inovações passassem a surgir

para web de forma cada vez mais acelerada.

Em 1992, o Brasil começou a implementar uma estrutura nacional para a comunicação

de dados. A Alternex, o primeiro provedor a permitir o acesso à pessoa física, passou a ser o

primeiro serviço de rede de computadores fora da comunidade acadêmica e a oferecer todos

os serviços da internet no Brasil.

Carvalho (2013, p. 25) diz que “[...] a inteligência, a cultura e os recursos intelectuais

organizados de uma empresa são patrimônios mais valiosos de qualquer companhia”. Marcas

como a Microsoft e a Google não precisam construir instalações gigantescas para que seus

valores representativos de mercado sejam considerados de grande porte, pois elas prezam pela

qualidade do fator intelectual do profissional.

A distância geográfica não atrapalha o acesso virtual, as informações chegam de um

continente ao outro em tempo real. A internet é uma mídia em constante evolução com

múltiplas aplicações de ferramentas inovadoras que direciona cada vez mais a interatividade

como atração.

Há um aumento do grupo de pessoas que cria uma página na internet para

disponibilizar seu serviço. Por ser uma mídia “mais aberta”, a princípio, torna-se necessário

registrar um domínio pelo Registro “.br” e, posteriormente, verificar uma empresa que utilize

o serviço de hospedagem para disponibilizar o site a visitas. Entretanto, só com uma boa

ideia, planejamento, criação, desenvolvimento, inovação e pesquisa de mercado, avaliando os

pontos fortes e fracos da empresa, pode-se criar uma estrutura estratégica que permitirá que o

site mantenha um bom nível de acesso ao longo do tempo.

A internet é um instrumento que pode ser usado para educação e enriquecimento da

cultura, do conhecimento e da formação de profissionais, dentre outros benefícios. Portanto, é

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necessário trabalhar a importância deste meio e usá-lo de forma a beneficiar os usuários.

Assim, a tecnologia vem rompendo barreiras que vão além do espaço físico.

Há várias fontes de informação a todo o momento sendo atualizadas e compartilhadas

na rede mundial de computadores. Alguns sistemas possuem ferramentas de gerenciamento de

informações, como CMS (Content Management System) ou Sistema Gerenciador de

Conteúdo, um website pré-programado com recursos básicos para manutenção e

administração; um sistema que permite a criação do conteúdo através de uma interface via

internet aliada à multimídia, proporcionando um aspecto mais flexível e muito enriquecedor

aos textos. No modo final do produto, o website disponibilizará de forma atrativa seu espaço

na página, que é chamada de hipermídia, a qual consiste simplesmente na fusão de hipertextos

e multimídia, podendo conter som, gráficos, vídeo, animações entre outros.

Logo, Watanabe (2009, p. 15) discorre que a “[...] usabilidade é considerada sinônimo

de facilidade de uso. Um produto fácil de usar gera mais produtividade, alcançando um bom

desempenho, adequando-se aos seus usuários e possibilitando uma fácil utilização dos

recursos”. Mas este conceito não é tão novo como parece, possui uns 50 anos e pode também

ser chamado por amigabilidade ou desenvolvimento de produto orientado para o consumidor

(ZILSE 2003). Esse termo só se tornou popular com a internet e, provavelmente, isso ocorreu

devido à interatividade que começou a ser uma necessidade dos websites em serem mais

atraentes aos usuários. O objetivo da usabilidade nesse projeto é demonstrar alguns dos

métodos que podem ser utilizados na construção de interface. Usabilidade é o termo técnico

usado para descrever a qualidade de uso de uma interface (BEVAN 1995).

Com o avanço constante da tecnologia e das aplicações na criação de um produto, a

web torna-se cada vez mais dinâmica e permite utilizações de sistemas complexos com

ambientes mais interativos e interfaces mais criativas.

Web é o ambiente no qual o poder do cliente se manifesta no mais alto grau, onde

quem clica no mouse decide todo percurso, aprovando ou não o serviço oferecido. A rejeição

do cliente cria uma barreira para ele voltar a visitar o site que não suprir as suas necessidades.

No projeto de produto e de software, os clientes pagam primeiro e experimentam depois. Na

web, os usuários experimentam primeiro a usabilidade e pagam depois. Desse modo, fica bem

claro por que a usabilidade é mais importante para web design (NIELSEN 2000 p. 10).

No momento da criação, é necessário o webdesigner avaliar e identificar as possíveis

deficiências no desenvolvimento do produto para web e verificar as implantações feitas,

fazendo correções antes de torná-lo público, identificando e solucionando o problema com

correções que podem ser apenas poucas linhas de códigos ou em toda a estrutura do site. O

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teste da usabilidade aplicado ao produto é fundamental para que a rejeição do público seja

reduzida.

Um grande problema relacionado à estrutura de um produto mal planejado é a

navegação usada de modo inadequada a esta mídia, causando dificuldades e transtornos aos

usuários que buscam informações. Outro erro comum é a utilização em excesso de uma

mesma cor na estrutura do site, tornando-o monótono e comprometendo sua qualidade.

Também é considerado como erro comum o uso de várias cores, o que pode tornar a

navegação estressante e cansativa. Portanto, deve existir um equilibro na utilização adequada

das cores.

2.5 A PERCEPÇÃO DA NAGEVAÇÃO EM WEB

Na internet, encontram-se uma infinidade de sites destinados aos mais diversos

públicos, oferecendo desde produtos e serviços até entretenimento e informação.

Com a evolução rápida da mídia, na qual se destaca a internet, muitas empresas se

atentaram em desenvolver homepages institucionais, disponibilizando-a na rede, para não ser

excluída do processo de comercialização de demanda e oferta de seus produtos e serviço.

Assim, pode-se relatar que a internet pede que haja um imediatismo, adicionado à falta

de capacitação profissional. É possível observar falhas em sites como a apresentação de

conteúdo confuso ou genérico, ou seja, possuem endereço e links confusos com as

informações que expõem, dificultando a navegabilidade do usuário na homepage.

Existem diversos sites que seguem a mesma estrutura independente de seus conteúdos.

É importante ficar atento para que o site seja capaz de agregar valor significativo ao usuário.

Pois, grande parte da população usufrui da web apenas para verificar informações em sites

que são fixos, quanto ao repertório informacional que este usuário necessita, e sites de

interatividade como os Chats, redes sociais e outros.

Leão (1999, p.107) discorre que na arquitetura do ciberespaço, nessa nova

configuração da comunicação, é possível perceber que há uma necessidade de construir um

projeto bem organizado e um espaço a ser concebido com algo mutável e flexível.

Leão (1999, p.52) ainda reforça que muitos dos trabalhos apresentados na rede não

foram criados especificamente para ela e, portanto, não utilizam os potenciais hipermidiáticos.

Em outras palavras, são trabalhos que exploram apenas o aspecto de alta capacidade de

comunicação da rede.

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Assim, ressalta-se que a estrutura de navegação se faz importante para entender alguns

preceitos tecnológicos. Logo, neste estudo em especial, caracteriza-se esta navegação por

meio de uma interface gráfica, envolvendo seus aspectos estéticos e comunicacionais.

Na produção web, uma das ferramentas indispensáveis é a comunicação visual, pois

através das construções simbólicas, de signos, significados e significantes à geração de

conhecimento, que se integram a este visual, permite com que o processo seja claro e rápido

no ato de transmitir informação ao usuário.

Logo, as concepções dos projetos gráficos e da navegação devem ter claro o

significado de comunicação visual, no qual Munari (1997, p.56) destaca que:

A comunicação visual é assim, em certos casos, um meio insubstituível de passar

informações de um emissor a um receptor, mas as condições fundamentais de seus

funcionamentos são a exatidão das informações, a objetividade dos sinais, a

codificação unitária e a ausência de falsas interpretações. Só será possível atingir

essas condições se ambas as partes entre as quais ocorre a comunicação estiverem

conhecimento instrumental do fenômeno.

Estruturar um projeto de arquitetura informacional, em especial de site, é pensar na

página de abertura da homepage, pois o usuário deve obter elementos visuais e icônicos que

lhe auxiliem na descoberta do site. O que deixa evidente que a página principal, homepage,

deve ter um destaque das demais páginas, por agregar as informações adicionais como a logo

marca da empresa e os objetivos.

2.6 DA INTERFACE GRÁFICA PARA A NAVEGAÇÃO

Quando se planeja estruturas comunicacionais digitais para a internet também se

envolve empresas que estão focadas em vender e divulgar seus produtos ou serviços. Para

tanto, as empresas e as estruturas comunicacionais geram pensamentos de estratégias que

atingem os objetivos do canal midiático proposto, em especial no mundo digital, onde se

requer pensar no usuário.

Em um mundo globalizado, o uso de ferramentas de multimídia por empresas de

diversos ramos tornou-se de certa forma obrigatório para que possam competir e sobreviver

com seus produtos ou serviços no mercado. A respeito disso, Bairon (1995, p.97) menciona:

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A curto prazo, a multimídia tem seu valor primordial, em nível de marketing,

exatamente por oferecer uma grande diferenciação tecnológica frente ao mercado.

Uma empresa que venha a ser pioneira na utilização de material multimídia com

certeza estará na vanguarda no processo de comunicação, isto porque o material

interativo oferece maior possibilidade de entrosamento do consumidor com o

produto ou serviço, exatamente por se ter a oportunidade de viver uma consequente

simulação.

Assim, o autor reflete que as empresas se utilizam de sistemas multimídia como

ferramentas aliadas na concretização de seus negócios e maior aproximação com seus

consumidores, criando um canal de comunicação. Desse modo, Perez e Bairon (2002, p. 164)

dizem:

[…] o marketing não deve mais ditar as regras, mas desenvolver uma interlocução

multimidiática com os consumidores; já que a preocupação prioritária não está na

navegação de novos produtos ou serviços, mas sim na diferenciação entre os já

existentes.

E acrescentam:

A multimídia no Marketing, vem, ao mesmo tempo, oferecer atalhos para caminhos

há muito pouco tempo tortuosos na criação, produção e apresentação de produtos e

serviços, assim como inaugurar um novo estilo de marketing: o marketing interativo

(PEREZ; BAIRON, 2002, p.168).

Desse modo, ao planejar o site, além de focado principalmente em seu usuário, faz-se

necessário o pensar estrategicamente as ferramentas a serem utilizadas corretamente ao

solucionar expectativa, proposta e ou problema de seus clientes, que muitas vezes podem estar

presentes na própria estrutura navegacional do site. Logo, é necessário usufruir da

criatividade, onde Plaja e Taveres (1998, p.67) definem:

Como uma reorganização dos dados, no intuito de associá-los e de combiná-los para

a solução de problemas […] O criar estaria justamente relacionado com o ato de

reorganizar este campo de percepção, constituindo uma nova ordem, uma nova

ideia, a partir de dados já conhecidos.

Pensar estrategicamente o site e toda sua configuração de interface, símbolos ícones e

mapa navegacional ocorrem de modo semelhante ao processo de criação voltado ao mercado

da comunicação, quando se pensa em como iniciar um edital impresso.

Assim, tendo o site como uma ferramenta comunicacional, o mesmo deve ter a

preocupação de elencar objetivos, quanto ferramenta comunicação em uma esfera digital,

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quem é/ou será o usuário da interface, conteúdos, formatos e respostas. No entanto, é

importante lembrar que a internet é uma nova mídia com linguagem e formato próprios. Logo,

deve-se ter a precaução de pensar estrategicamente sua utilização para que não seja

catastrófica.

Para a criação da interface gráfica, nesse meio digital, deve existir uma conexão entre

o homem e a máquina; e o homem deve deter o conhecimento das linguagens adequadas a

cada público, das ferramentas de softwares e de suas técnicas.

A máquina criativa é composta por: softwares - programas que proporcionam o

critério estético para diferentes tipos de informação; hardware – elemento do computador que

processa a informação; e os sistemas operacionais – que controlam os dois elementos

anteriores. Neste sentido, acredita-se que:

Esse sistema criativo decorre das relações entre pensamento, técnica e linguagem, é

responsável pela criação de imagens características do período conhecido como pós-

industrial. Nos processos criativos com esses meios, a qualidade é evidenciada como

compromisso estabelecido com subjetividade daquele que inventa e as regras

sintáticas inerentes aos programas por ele utilizados […] Os meios eletrônicos são

responsáveis por amplificar as capacidades cognitivas – sensíveis e inteligíveis – do

criador, caracterizando uma prática fundada em um permanente diálogo entre o

individual e o coletivo. (PLAJA; TAVERES, 1998, p.63).

Nota-se então que a elaboração da estrutura gráfica digital – layout - acaba se

dividindo em etapas, mas isso não significa que sejam de forma ordenada ou linear. Existem

aqueles que passam pela captação das informações sobre o que será trabalhado, pela absorção

dos conteúdos aparentemente não relacionados com o problema a ser resolvido, pelas

associações feitas pela mente baseadas nos dados levantados e pela busca da resposta ao

problema. Em muitos casos, podem não ocorrer de forma sequencial. Mas, os primeiros

procedimentos do processo de criação na mídia apresentam-se de forma linear e reproduzem

os procedimentos que compõem seu retalho de linguagens (SAMPAIO, 2002).

A estrutura da navegação é de extrema importância ao pensar a estrutura do site. Na

arquitetura da informação, o mapa de links e seu funcionamento precisam ser claros e

pertinentes ao conteúdo. O planejamento depende de um bom texto, da interação e elaboração

da composição plástica adequada ao aspecto visual que cada projeto pede, incluindo: escolha

de tipos, cores, formas, texturas e imagens.

É importante ressaltar que, ao planejar o site, sua estrutura total é de pensar as

ferramentas que irão mediar o trabalhar durante o processo, pois a estrutura de navegação

implica entender algumas questões tecnológicas como a incompatibilidade de browsers, falta

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de plug-ins, lentidão do processador e ausência de memória dos computadores que podem

acessar o site. Com relação a isso Salles (1998, p. 69) ressalta:

O tipo de relação que une o criador ao material envolve a escolha de um

determinado material, de acordo com os princípios gerais da tendência do processo,

um conhecimento dos limites dados pela natureza do material, o desejo e a

possibilidade de superar esses limites e a impossibilidade de superação.

A construção da estrutura da navegação inicia-se no levantamento dos dados e

informações de conteúdo do site. Sampaio (2002, p.50) diz:

O segundo procedimento é o desenvolvimento deste conceito, que deverá ser

traduzido em imagem (ns) e estrutura narrativa que formarão o roteiro

hipermidiático. Neste primeiro momento o roteiro de hipermídia é linear, e

estrutura-se na organização conceitual do ambiente hipermidiático. Um exemplo de

roteirização da hipermídia é a organização desse momento em estruturas que se

assemelham com fluxogramas. Esta fase é imprescindível para que se tenha controle

da dimensão espacial que se está procurando construir. E é também nesta fase inicial

que se pode atribuir o nível de interatividade da estrutura, isto é, determina-se quais

os caminhos que o leitor poderá percorrer ou programar um alto nível de interação

entre as telas construídas que poderão permitir uma maior liberdade de

movimentação do leitor das obras construídas nesta linguagem.

Em grande parte, encontram-se ainda roteiros de navegação quadrados e lineares que

se iniciam na homepage e seguem apresentando em formatos de transparência as páginas

como slides , que compõem o site forçando e obrigando o usuário a percorrer aquele caminho,

auxiliando sempre pelos botões ou setas – para frente e para trás – ou voltando à homepage.

Há ainda roteiros baseados em organogramas, iniciando-se pela homepage; pelos links

das páginas, o usuário passa por vários níveis até encontrar a informação desejada. Estas

estruturas de navegação mostram-se no contraponto do proposto pela hipermídia – que é

composta por estruturas não lineares, a utilização de hipertexto: que funciona como páginas

de texto interligadas, porém sem numeração e que trazem informações complementares a

respeito de um mesmo tema. Sampaio (2002) afirma que a estrutura de compreensão não

linear é um dos parâmetros de criação para os autores da hipermídia, que é um dos meios para

expressão.

Logo, é necessário pensar e organizar os elementos nas páginas, de forma que o

usuário possa perceber o conteúdo, pois o ser humano tem uma tendência a organizar o que

vê; assim, a disposição dos elementos ajuda a influenciar a forma de ler e orientar o usuário a

seguir uma sequência coerente.

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Na internet, o mecanismo de movimentação é a navegação e para que o usuário

navegue, deve usar links entre elementos e links de hipertexto que o fazem circular por um

enorme espaço informacional com centenas de milhares de páginas. O sistema é bastante

complexo; para auxiliar na navegação, é importante desenvolver mecanismos que localizem o

usuário no espaço virtual. Para tanto, as interfaces precisam informar onde ele está, onde

esteve e onde pode ir.

A localização do usuário é importante para que saiba por onde seguir, para que

perceba a estrutura do site que está visitando e qual sua localização na web. A identificação da

empresa por meio de sua logomarca, não apenas na homepage, mas em todas as páginas do

site, auxilia nesse processo de deslocamento.

Nessa fase, será determinado como o usuário visitará o site, como ele poderá se

deslocar de uma página a outra e quais serão os conteúdos que ele irá encontrar. Enfim, o que

vai ser dito e como: por meio de textos, imagens estáticas ou filmes e animações, sons e etc.

Os elementos que auxiliam a navegação – os links – também serão elaborados e

pensados de modo estratégico. A partir daí, é preciso criar um banco iconográfico: fotos e

outros elementos com formas geométricas e ou organizadas, pensando qual será o apelo

imagético que será utilizado para atingir os objetivos estabelecidos.

Depois de feito o levantamento, será necessário uma página de abertura que

chamamos homepage. Em geral, na homepage encontram-se menus/links para outras páginas

e, assim, começa a se desenhar a estrutura de navegação do site a fim de se montar os esboços

do mapa de navegação. Após os acertos, serão produzidos os layouts da tela principal – da

homepage e das páginas que estarão ancoradas a ela.

É importante lembrar que a internet é um meio de comunicação que visa expor o

produto, destacar suas características, preço, condições e etc. Com base nessas informações, o

profissional que irá desenvolver o site inicia com a análise da estrutura e roteiro da

navegação, contribuindo para a decisão sobre que domínio terá aquele site, isto é, qual o nome

que será dado ao ambiente virtual – na rede – para que o usuário possa encontrá-lo; como será

a ordem das páginas e todas as alternativas de visitação.

Neste momento, serão desenvolvidos o labirinto e a arquitetura da informação.

Paralelamente, dá-se início aos estudos da interface – o design das estruturas informativas,

barra de navegação – como o site será apresentado ao usuário. Nesta fase, serão definidos a

aparência do site, sua interface e como os elementos aplicados poderão auxiliar o usuário no

deslocamento das páginas.

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Acertada esta etapa é chegado o momento da produção de ideias e layouts para

viabilizar o projeto, sua consistência e manutenção periódicas.

A Internet é uma experiência nova, digital, diferente de tudo que já foi feito antes em

termos de comunicação e, ao fazer criação digital, se está aprendendo outra forma de

comunicação.

Na atualidade, muitas pessoas que trabalham com comunicação digital necessitam

obter uma formação multidisciplinar no campo comunicacional, pois há a necessidade de

profissionais multifacetados tentando dominar a criatividade e a técnica de produção, é o que

ocorre nesse processo. Muitas vezes, o resultado não é eficiente, alguns sites apresentam um

belo projeto gráfico, mas com navegação ruim, lenta e com problemas de conflito

tecnológico.

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3 METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS

Nesta sessão, expõem-se em sua essência os princípios norteadores metodológicos e

procedimentos a partir de uma abordagem textual, sugestivas às interfaces comunicacionais

que serão analisadas.

É nesse contexto que a pesquisa tem como objetivo geral:

Analisar o site a partir das interfaces comunicacionais;

Como objetivos específicos:

Aplicar o modelo de análise heurística de Nielsen (2000);

Compreender a análise de conteúdo de Bardin (1997).

Para compreender melhor o “estado da arte” nas agências de Cooperação

Internacional, as quais se denominam na pesquisa de (ACI), buscou-se levantar dados das

agências, em especial das fontes de financiamento para meio ambiente, educação ambiental e

desenvolvimento sustentável, fundamentado em Pressler (2010), que realizou um

levantamento detalhado das ACI.

Dando continuidade, aplicam-se as dez heurísticas de Nielsen (2000), seguindo para a

análise do material coletado e, por seguinte, realiza-se a Análise de Conteúdo apresentado por

Bardin (1997) para que possa, deste modo, explorar o material de forma lúdica.

3.1 LEVANTAMENTO DO OBJETO DE ESTUDO:

Para o levantamento da amostra, parte-se do pressuposto apresentado por Pressler

(2010), que realizou um levantamento numérico nas Agências de Cooperações Internacionais

(ACI) na Amazônia chegando a um universo de 77 organizações ligadas ao apoio e ao

desenvolvimento sustentável da região em questão.

Divididas por segmentações variadas na área ambiental, assim como pelos projetos

desenvolvidos, o quadro 3 mostra um panorama de suas linhas de atuação:

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Quadro 3 – Divisão das ACI por eixo.

EIXO DE ATUAÇÃO QNT. %

Projetos Socioeconômicos e Ambientais 06 7,5

Desenvolvimento Agricultura 04 5,6

Conservação, Desenvolvimento Sustentável e Meio

Ambiente 32 40,4

Educação e Apoio a Estudos na Área Ambiental 22 27,7

Recuperação e Preservação de Áreas Degradadas 05 6,3

Emprego e Renda 10 12,5

TOTAL 77 100%

Fonte: Adaptado a partir de Pressler (2010).

A partir deste levantamento, destaca-se o Instituto do Homem e Meio Ambiente da

Amazônia – IMAZON, uma instituição que desenvolve e produz conhecimentos na região da

Amazônia e que pode ser acessado pelo endereço eletrônico www.imazon.org.br. Foi

realizado o levantamento e capturados dados no dia 28 de novembro de 2013. Data escolhida

de forma aleatória, buscando não agregar à coleta elementos referenciais específicos.

3.2 MODELO DE ANÁLISE

As interfaces do site seguem a seguinte estrutura de apresentação: primeiro, realizará a

apresentação do site do IMAZON; logo após, será realizado análise heurística do mesmo, a

fim de que se possa compreender sua aplicação e avaliação de usabilidade para

posteriormente dar-se a aplicação da análise do conteúdo.

Assim, apresentam-se logo os elementos e características que envolverão o trabalho:

os conceitos e suas fundamentações para a análise.

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3.2.1 Análise Heurística: Critérios Avaliativos da Usabilidade,

Funcionalidade e Conteúdo de Websites

O entrelaçamento entre os autores de análise do conteúdo e de usabilidade, no

desenvolvimento do processo de análise, ocorre pelo trabalho de Vilella (2003) que menciona

ao realizar uma avaliação que a interface web deve contemplar as dimensões básicas que

integram a construção do site, analisando os aspectos voltados à facilidade de uso, que é a

usabilidade, ao cumprimento dos requisitos propostos como a funcionalidade do produto

midiático, além de aspectos voltados para a qualidade e a confiabilidade das informações do

conteúdo.

A pesquisa entende a usabilidade como a capacidade de um produto ser usado pelos

internautas para atingir objetivos indicados no site com eficácia, eficiência. Dias (2003, p. 24)

argumenta que, “assim, se tem o conteúdo como um documento que designa aquilo que

transmite ao internauta por meio de linguagem natural, imagens, sons, filmes, animações”.

Satisfação, em um contexto específico de uso (DIAS, 2003, p. 26).

Com base em Vilella (2003), parte-se então de uma avaliação da heurística utilizada e

discorrida por Nielsen (2000), a qual explora como base de sua aplicação a avaliação de

usabilidade do site, a partir de um projeto existente – que se configura nas melhores

formas/práticas navegação do internauta. Por muitas vezes, esta mesma aplicação pode se

voltar à análise de sites concorrentes, onde se busca compreender ou identificar novas formas

de experiências, obtendo uma melhor qualidade na usabilidade durante a navegação dos

internautas em outros projetos.

Ressalta-se que o processo de avaliação da usabilidade pode ser realizado em qualquer

fase do desenvolvimento do sistema interativo (DIAS, 2003, p.41).

Este tipo de análise permite verificar a qualidade do projeto desenvolvido, assim como

identificar questões preocupantes sobre o projeto, tal como sua estrutura informacional e de

adequação da linguagem, entre outros. Pois, Outing ( 1999) diz que o grande atrativo de um

site é oferecer “[...] personalização de design, de conteúdo, de serviços, enfim, fazer com que

a pessoa permaneça com aquele endereço no seu bookmark, que volte novamente para aquela

URL”.

Salienta-se que há existência de várias formas de aplicação do método da heurística.

Além de Nielsen (2000), pode-se citar Tognazzine (2003) que trabalha outros elementos para

avaliação da usabilidade em sites, embora muito próximas de Nielsen (2000), já que Dias

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(2003, p.46) lembra que há “[...] existência de várias metodologias de avaliação de

usabilidade, cujos objetivos são verificar a eficiência e a eficácia da interação usuário-

computador durante a realização de tarefas”.

Para tanto, considerou para esta pesquisa a heurística de Nielsen (2000), a qual

apresenta dez elementos, parâmetros para realizar a análise de usabilidade:

A avaliação heurística é um método de inspeção sistemático da usabilidade de

sistemas interativos cujo objetivo é identificar problemas de usabilidade que,

posteriormente, serão analisados e corrigidos ao longo do processo de

desenvolvimento do sistema. (DIAS, 2003, p. 62).

Assim, esta metodologia dará uma visão geral das usabilidades dos projetos

interativos, sites, permitindo identificar quais os problemas que devem ser corrigidos, ao

mesmo tempo em que permitirá desvendar as estratégias de comunicação utilizadas pelas ACI

no mundo virtual.

No quadro 4, apresenta-se a lista pré determinada por Nielsen (2000) dos elementos de

avaliação da usabilidade, assim como seus referidos conceitos:

Quadro 4 – 10 premissas da Heurística

TERMO CONCEITO

Visibilidade Estado do

Sistema

Consiste em manter os usuários informados do que está

acontecendo, através de um feedback adequado e no

tempo certo.

Correspondência entre o

sistema e o mundo real

Utilizar conceitos, vocabulário e processos familiares

aos usuários.

Controle e Liberdade Usuário

Fornecer alternativas e “saídas de emergência”. Como

exemplo no site do IBAMA, o logotipo funciona como

uma saída de emergência para a página principal do

portal.

Consistência e Padronização Utiliza-se de palavras, situações e ações semelhantes que

devem significar conceitos ou operações semelhantes.

Prevenção de Erro

Tentar evitar que o erro aconteça, informando o usuário

sobre as consequências de suas ações ou, se possível,

impedindo ações que levariam a uma situação de erro.

Ajuda aos usuários para

reconhecerem,

diagnosticarem e recuperação

de erros

Mensagens de erro em linguagem simples, sem códigos,

indicando precisamente o problema e sugerindo de

forma construtiva um caminho remediador.

Reconhecimento em vez de

Memorização

Refere-se em tornar os objetos, as ações e opções

visíveis e compreensíveis.

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TERMO CONCEITO

Flexibilidade, eficiência de

uso

Disponibiliza aceleradores e caminhos alternativos para

uma mesma tarefa.

Design Estético e Minimalista

Procura porções de informação irrelevantes. Cada

unidade extra de informação em um diálogo compete

com as unidades de informação relevantes e reduz sua

visibilidade relativa.

Ajuda e Documentação

Devem ser fáceis de buscar, focadas no domínio e na

tarefa do usuário, e devem listar passos concretos a

serem efetuados para atingir seus objetivos.

Fonte: Adaptado a partir de Nielsen (2000)

Neste ponto, Dias (2003, p. 64) menciona que “[...] o avaliador obviamente pode

considerar quaisquer outros princípios que venham a sua mente durante a inspeção e que ele

considere relevante ao caso”.

Ao realizar a aplicação da heurística proposta no modelo de Nielsen (2000), deixa

evidente que o pesquisador age como internauta-alvo e tenta entender uma demanda de

elementos já pré-determinados que estejam envolvidos na construção do site, porém leva-se

em consideração que “à medida que nos aclimatarmos pouco a pouco ao ambiente, a

excessiva regularidade no design poderá vir a ser mais opressiva que confortante”

(JOHNSON, 2001, p.167).

Neste sentido, atenta-se para os cuidados que envolvem a boa relação entre conteúdos

digitais, suportes de interatividade e modelo mental dos internautas. Afinal, a usabilidade

mensura o grau de atendimento e satisfação das informações procuradas pelo internauta

(KRUG, 2011), permitindo assim avaliar o desenvolvimento de um design de hipermídia,

baseado nos conceitos de usabilidade, garantindo a concepção de construção do layout que

privilegiou a interação entre o internauta e as interfaces.

3.2.2 Análise do Conteúdo

Partiu-se das técnicas de análise de conteúdo proposta por Bardin (1997), que consiste

no estudo de conteúdo em comunicação e textos que visa analisar a ocorrência de

determinados termos, sua construção e referências em um dado texto. (MARCONI;

LAKATOS, 1999).

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Dada as inferências sobre o efeito da comunicação, parte-se então de um foco

pragmático de análise do conteúdo enfocada no sinal/receptor, o qual se direciona a realizar

uma comparação entre o emissor de messagem e o receptor da mensagem, admitindo avaliar-

se a comunicabilidade, analisar a forma de informação e contralar as respostas à comunicação

(FRANCO, 2003, p. 34).

Quadro 5 – Elementos e conceitos da análise do conteúdo

ELEMENTOS CONCEITUAÇÃO

CATEGORIAS

Visa alcançar o núcleo central do texto da entrevista e envolve

procedimentos diversos (segundo as regras definidas). Ao

utilizar o sistema de categorização, e para simplificar a tarefa

de uma análise de conteúdo.

SUBCATEGORIAS Conceitos de ordem hierarquicamente inferior aos da categoria

e que deverão concorrer para caracterizar aquela.

Fonte: Apartir de (CARMO; FERREIRA 1998; BARDIN 1997).

A análise do conteúdo aqui aplicada é dividida como proposta por Bardin (1997): pré-

analise, exploração do material e tratamento dos resultados.

Na primeria fase, que é pré-textual, foi elaborado um cronograma de trabalhos,

estabelecendo procedimentos ainda que flexíveis. Na fase seguinte , o material coletado foi

examinado, afim de possibilitar a elaboração das categorias, no qual Franco (2003 p.52)

defende que “a definição das categorias, implica constantes idas e vindas da teoria ao

material de análise, do material de análise à teoria e pressupõe a elaboração de várias versões

do sistema categórico” e, por conseguinte, a última fase, em que os conteúdos são

categorizados para compreender os dados não compilados.

Quadro 6 – Fase da análise de conteúdo

FASE DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

A pré-análise

Consite na organização dos materiais que serão utilizados para a coleta

dos dados, assim como também como outros materiais que podem ajudar

a entender melhor o fenômeno.

A descrição

analítica

O material reunido que constitui o corpus da pesquisa é mais bem

aprofundado, sendo orientado em princípio pelas hipóteses e pelo

referencial teórico.

Interpretação Análise propriamente dita. A reflexão, a intuição, com embasamento em

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FASE DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

referencial materiais empíricos, estabelecem relações com a realidade, aprofundando

as conexões das ideias.

Fonte: Adaptade apartir (BARDIN 1997).

Consideram-se como variáveis os elementos que são de análises semióticas (signos e

códigos visuais e relacionamento visual), estudos sensoriais, aspectos psicológicos

(emocionais), formas, critérios ergonômicos, processo de comunicação, relação entre o

mundo real e o mundo virtual, e hierarquia de informação (fluxo de informação). Onde, de

certa forma, busca-se dialogar com as estruturas da interface do site, afim que se possa

compreender os recursos utilizados ao pensar em sua estrutura de navegação e construção do

conteúdo, onde Bardin (1997, p.38) descreve que:

Análise de conteúdo pode ser considerada como um conjunto de técnicas de análises

de comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição

dos conteúdos das mensagens [...] A intenção da análise de conteúdo são as

inferências de conhecimentos relativos às condições de produção e de recepção das

mensagens, inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não).

Operacionalmente, as categorias foram selecionadas através do software livre, Many

Eyes (2007), desenvolvido pela IBM Corporation com finalidade de adicionar uma dimensão

social à visualização de dados, ou seja, é uma plataforma colaborativa de visualização de

dados. Assim, o programa fornece vários tipos de visualizações de dados, na qual se utiliza

aqui sob o foco do viés da análise de conteúdo, permitindo realizar uma análise textual

exploratória.

Considerando que as abordagens fornecidas ao internauta que usufrui do site são

desenvolvidas pelo terceiro setor, parte do conteúdo publicado se manifesta nos espaços

prioritários da organização, locados na área principais do site.

Observa-se que, ao partir de princípios das técnicas comunicacionais, faz-se pensar

nos componentes deste processo, nos quais sempre haverá a existência de alguém que fala

(emissor) sobre alguma coisa (mensagem) para alguma pessoa (receptor/internauta). Assim

como é proposto o modelo de comunicação segundo Shannon-Wearver apresentado por

Mattelart (1999) em modelo ampliado, como se observa na figura 5:

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Figura 5 – Processo de comunicação, segundo a teoria da Informação

Fonte: MATTELAT (1999).

O modelo mecânico e unidirecional tentou demonstrar, de modo simples, o sistema de

comunicação conforme observado por Pimenta (2006, p.20). Neste propósito, tem-se a

intencionalidade de afetar o receptor dependendo da vontade do emissor, fazendo com que o

destinatário pense, sinta, ou seja, seja persuadido.

Assim, Franco (2003, p. 22) discorre que a análise de conteúdo, quanto técnica, “[...]

permite ao pesquisador fazer inferências sobre qualquer um dos elementos da comunicação”,

e ainda reforça que “uma sólida análise do conteúdo, “oculto” das mensagens e de suas

entrelinhas, nos encaminha para além do que pode ser identificado, quantificado e classificado

para o que pode ser decifrado mediante códigos especiais ou símbolos” (FRANCO, 2003,

p.24).

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4 INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 TABULAÇÃO DE DADOS: ANÁLISE DE CONTEÚDO DO SITE IMAZON

Para o desenvolvimento deste estudo realiza-se uma leitura minuciosa de cada

homepage, contando com o apoio do sistema Many Eyes6, que auxilia no desenvolvimento da

análise do site do IMAZON. Assim, seleciona-se entre as incidências de maior frequência e

destaca-se as mesmas como categorias de cada menu. Desta forma, considerou-se

subcategorias os termos identificados em cada subitem do menu, marcou-se as 6 mais

frequentes conforme pode-se observar nos quadros abaixo, assim inicia-se (quadro 7) no

menu INSTITUCINAL e seus submenus:

Quadro 7 – Análise do link Quem Somos

QUEM SOMOS

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Imazon 11

Amazônia 09

Públicas (Políticas Públicas) 08

Estudos 04

Elaboração 05

Desenvolvimento (Desenvolvimento

Sustentável)

03

Fonte: Assumpção, 2013.

Observa-se que durante o levantamento do enunciado a subcategoria IMAZON foi

mencionada 11, por conseguinte Amazônia 09, Políticas Públicas 08, Estudos 04, Elaboração

05 e Desenvolvimento 03.

O segundo elemento do menu é a Fundação, demostrado no quadro 8:

Quadro 8 – Análise do link Fundação

FUNDAÇÃO

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Imazon 07

Amazônia 05

Pesquisador(es) 02

Estudar 02

Ambiental 02

6 Many Eyes é Software de análise de conteúdo, disponível: http://www-958.ibm.com

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FUNDAÇÃO

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Multidisciplinar 02 Fonte: Assumpção, 2013.

Analisa-se que durante o levantamento dos enunciados contidos no link FUNDAÇÃO,

duas subcategorias são enfatizadas: IMAZON com 7 e Amazônia com 5 menções; as demais

categorias (Pesquisador(res); Estudar; Ambiental, Multiciplinar) permaneceram com 2.

O terceiro elemento do menu é Missão, Visão e Valores demostrado no quadro 9:

Quadro 9 – Análise do link Missão, Visão e Valores

MISSÃO, VISÃO E VALORES

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Imazon 02

Amazônia 02

Respeitar 03

Sustentável (Desenvolvimento Sustentável) 03

Diversidade 02

Profissional 02

Fonte: Assumpção, 2013.

Nota-se que a categoria mais ressaltada é Sustentável e Respeitar, que permanecem

com 3 enunciados no link MISSÃO, VISÃO E VALORES, seguido pelas demais

subcategorias (Imazon; Amazônia; Diversidade e Profissional) que permanecem com a

frequência de 2 enunciados.

Os links ORGÃO EXECUTIVO, EQUIPE, ORGANOGRAMA INSTITUCIONAL e

TRANSPARÊNCIA INSTITUCIONAL, aqui não serão observados, pois em sua essência o

conteúdo disposto são nomes dos dirigentes e a estrutura da organização. Assim dar-se-á

continuidade ao campo PEGADA ECOLÓGICA (Quadro 10).

Quadro 10 – Análise do link Pegada Ecológica

PEGADA ECOLÓGICA

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

CO2 07

Hectares 05

Funcionários 03

Toneladas 05

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PEGADA ECOLÓGICA

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Consumo 02

Imazon 02 Fonte: Assumpção, 2013.

Neste campo, é possível encontrar uma alta frequência da nomenclatura CO2 (dióxido

de carbono) que mantem-se com 7 enunciados, seguidos pelas subcategorias Hectares e

Toneladas com 5, Funcionário com 3 e Consumo e Imazon com 3.

O nono elemento do menu é Reconhecimento, demostrado no quadro 11:

Quadro 11 – Análise do link Reconhecimento

RECONHECIMENTO

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Prêmio 13

Amazônia 06

Ambiental 04

Categoria 04

Conservação 03

Imazon 08 Fonte: Assumpção, 2013.

A subcategoria mais enunciada é Prêmio que obtém 13 de frequências, chama atenção

também as demais categorias como Amazônia e Imazon que, respectivamente, mantém a

frequência de 6 e 8, enquanto Ambiental e Categoria com 4 enunciados.

O link TRABALHE CONOSCO não foi analisado, pois em seu conteúdo informa-se

apenas o e-mail, caso o usuário almeje fazer parte da equipe da organização.

Dando continuidade, segue para o menu PROGRAMAS, apresenta-se o primeiro link

representado, quadro 12, que mostra a seguinte categorias em seu primeiro link.

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Quadro 12 – Análise do link Monitoramento da Amazônia

MONITORAMENTO DA AMAZÔNIA

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Exploração 05

Amazônia 05

Madeira 04

Floresta 03

Mapeamento 05

Imagens 06 Fonte: Assumpção, 2013.

Tendo Imagens como categoria de maior frequência, totalizando 6 enunciados, o

levantamento mostra que as categorias Exploração, Amazônia e Mapeamento são

mencionadas 5, seguindo com Madeira e Floresta com 4 e 3 enunciados em todo link.

O segundo elemento do menu é Economia e Política, demostrado no quadro (13):

Quadro 13 – Análise do link Economia e Política

ECONOMIA E POLÍTICA

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Florestal 07

Políticas Públicas 02

Conservação 07

Planos 04

Consolidação 03

Manejo 04 Fonte: Assumpção, 2013.

Ressalta-se aqui as categorias Florestal e Conservação com 7 enunciados,

Conversação e Manejo com 4, Políticas Públicas com 2 e Consolidação com 3 frequência em

todo campo.

O terceiro elemento do menu é Floresta e Comunidade, demostrado no quadro 14:

Quadro 14 – Análise do link Floresta e Comunidade

FLORESTA E COMUNIDADE

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Floresta 06

Comunidades tradicionais 07

Indígenas 03

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FLORESTA E COMUNIDADE

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Amazônia 04

Imazon 03

Desenvolvimento 03

Fonte: Assumpção, 2013.

Nota-se que a subcategoria Comunidades tradicionais mantém a frequência 7

enunciadas, seguida de Floresta com 6, Amazônia com 4 e Indígenas, Imazon e

Desenvolvimento com 3.

O quarto elemento do menu é Mudanças Climáticas, demostrado no quadro (15) :

Quadro 15 – Análise do link Mudanças Climáticas

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Degradação Florestal 07

Amazônia Brasileira 04

Carbono (CO2) 11

Emissão 10

Desmatamento 06

Governança 05 Fonte: Assumpção, 2013.

O quadro 15 mostra que a categoria Emissão tem uma frequência de 11, seguido por

Carbono com 10, Degradação Florestal com 7, Desmatamento com 6 e Governança com 5.

O quinto elemento do menu é Direito e Sustentabilidade, demostrado no quadro 16:

Quadro 16 – Análise do link Direito e Sustentabilidade

DIREITO E SUSTENTABILIDADE

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Amazônia 08

Crimes Ambientais 05

Regulamentação fundiária 03

Processos 05

Lei 03

Avaliação 03

Fonte: Assumpção, 2013.

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Dentro deste campo, destaca-se as subcategorias, Amazônia 8 enunciados, Crimes

Ambientas 5 seguido por Processo com a mesma Frequência, Regulamentação Fundiária, Lei

e Avaliação com 3.

Dando continuidade à Análise, selecionam-se duas áreas da página principal:

BOLETINS, circulado em vermelho e NOTÍCIA EM DESTAQUES, marcado em verde,

como observado na figura 01, a qual se realiza a mesma proposta de análise. Onde se analisa

os 5 boletins e 4 destaques, itens que ficam em exposição contínua alternando entre si,

mantidas no período de 24 de novembro de 2013 a 31 de novembro de 2013.

Figura 6 - Apresentação da página principal do IMAZON com área de Boletim e Noticias em

destaques.

Fonte: http://www.imazon.org.br (2013).

O primeiro boletim em destaque, intitulado Transparência Manejo Florestal Estado

Do Pará 2011-2012, demostrado no quadro 17 :

Quadro 17 – Análise do link Boletim Transparência Manejo Florestal Estado do Pará

BOLETIM TRANSPARÊNCIA MANEJO FLORESTAL ESTADO DO PARÁ

2011-2012

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Autorizada 06

Hectares 09

Exploração 09

Madeira 05

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BOLETIM TRANSPARÊNCIA MANEJO FLORESTAL ESTADO DO PARÁ

2011-2012

Qualidade 04

Pará (Estado) 04

Fonte: Assumpção, 2013.

A análise realizada permitiu capturar as seguintes frequências dos enunciados:

Autorizada 6, Hectares 9, Exploração 9, Madeira 5, Qualidade e Pará 4.

O segundo boletim em destaque é o intitulado Boletim Do Desmatamento (Sad)

Setembro De 2013, demostrado no quadro 18:

Quadro 18 – Análise do link Boletim do Desmatamento (SAD) setembro de 2013

BOLETIM DO DESMATAMENTO (SAD) SETEMBRO DE 2013

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Desmatamento 05

Degradação Florestal 03

Floresta 01

Amazônia 01

Amazonas (Estado) 01

Pará (Estado) 01 Fonte: Assumpção, 2013

Embora haja uma baixa frequência das categorias Floresta, Amazônia, Amazonas e

Pará, o boletim é composto por grande quantidade de mapas e gráficos e apresenta em parte

de seu conteúdo um maior índice nas categorias Desmatamento (5) e Degradação Florestal

(3).

Destaca-se aqui, que um dos tópicos mantidos é a Carta Aberta do I Seminário de

Áreas Protegidas do Escudo das Guianas – Pará /Amapá (I SAPEG), na qual não se realizou a

análise, pois o material exposto trata-se de uma carta aberta do evento em que a política

institucional do site apoia o discurso em foco no material, logo o discurso desenvolvido não é

do IMAZON, mas aceito pela organização.

O quarto boletim em destaque, intitulado Boletim da Calha Norte Março a

Agosto de 2013, demostrado no quadro 19:

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Quadro 19 – Análise do link Boletim da Calha Norte março a agosto de 2013

BOLETIM DA CALHA NORTE MARÇO A AGOSTO DE 2013

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Almerim 09

Comunidades Tradicionais 08

Representantes 06

Quilombolas 05

Instituto 07

Fortalecimento 06 Fonte: Assumpção, 2013.

Observa-se então que o Boletim analisado tem os seguintes enunciados em destaque:

Almeirim e Comunidade 9 e 8 enunciados em todo material, seguidos por Representantes 6,

Quilombolas 5, Instituto 7 e Fortalecimento 6.

O material seguinte disponibilizado dá acesso a um catálogo de informações acerca

das avaliações das transparências de informações no Instituto de Terras do Pará, que totaliza

42 páginas. Logo, a avalição parte-se do resumo disposto no site do IMAZON, conforme o

quadro 20:

Quadro 20 – Análise do Link Avaliação da Transparência de Informações no Instituto de

Terras do Pará

AVALIAÇÃO DA TRANSPARÊNCIA DE INFORMAÇÕES NO

INSTITUTO DE TERRAS DO PARÁ

SUBCATEGORIAS FREQUÊNCIA POR ENUNCIAÇÃO

Informações 06

Fundiária(s) 04

Dados 03

Públicas 04

Disponíveis 02

Estudo 02 Fonte: Assumpção, 2013.

Assim, levanta-se que Informações é a categoria de maior frequência neste campo,

tendo 6 enunciados, seguido por Fundiária(s) com 4, Dados com 3 e Disponíveis e Estudos

com 2.

Na área NOTÍCIAS EM DESTAQUE, que é integrada ao campo de Imprensa, as matérias que

estão em evidencia no site consistem do material que foi lançado na mídia sobre o IMAZON. A

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primeira notícia, intitulada de The Economist, destaca o papel do Imazon no combate ao

desmatamento, que trata de evidenciar o trabalho desenvolvido pela organização no combate ao

desmatamento na Amazônia, enfatizando o papel crucial de Paragominas nesse esforço.

Assim, o município, localizado no Estado do Pará, é visto como o laboratório da nova

Amazônia, mostrando ser possível conciliar economia e natureza.

O segundo link trata-se de material referencial ao evento I SAPEG (Seminário área

protegidas Escudo das Guianas), onde se trabalha sobre as perspectivas do evento fazendo

menção às preocupações sobre a necessidade de pensar e gerir as áreas protegidas de forma

integrada, respeitando o direito constitucional dos povos e comunidades tradicionais a seus

territórios, entre outros fatores. Disponibiliza também um link direto à Carta Aberta do

simpósio, que pode ser visualizado na chamada “PEC 215 preocupa gestores de Áreas

Protegidas”. Desta forma, há caminhos diferenciados de acesso às informações do site.

“Amazônia teve 2007 km² desmatados entre agosto de 2012 e julho passado”, esta foi

a notícia publicada pelo Jornal O Globo, em 19 de agosto de 2013, contida dentro do site do

IMAZON. Como destaque, este material traz que a região da Amazônia Legal que mais sofre

com a perda da floresta avançou no último ano, alcançando o Sul do Amazonas e o Noroeste

do Pará. A matéria também afirma que o desmatamento aumentou 92% e atingiu 2.007

quilômetros quadrados entre agosto de 2012 e julho deste ano, conforme dados fornecidos

pelo IMAZOM.

O último destaque trata-se da abertura do evento I SAPEG, onde se descreve seus

objetivos, participantes e o que se espera do evento como um todo, sendo enriquecido com

fotos do momento do evento.

Ainda na interface principal do site, logo baixo, no canto direito, representado pela

Figura 07, observa-se a existência de bandeiras links, que integrarão nossa análise deste ponto

em diante.

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Figura 07: Apresentação da página principal do IMAZON com área das Bandeiras

links em destaques.

Fonte: http://www.imazon.org.br (2013).

A primeira bandeira trata-se do link das Informações acerca do Centro de

Georreferenciamento do IMAZON, que indica e disponibiliza cursos e treinamentos nas áreas

específicas da área em questão; especificamente no dia da coleta, dia 28, o curso oferecido era

o Cursos Cadastro Ambiental Rural com QuantumGIS e Introdução a Geotecnologias.

O IMAZONGEO, banco de dados disponível para qualquer usuário que trabalhe com

questões georreferenciais e espaciais do território brasileiro, disponibiliza vários tipos de

serviços imagéticos, em especial de mapas.

Com o intuito de divulgar os projetos e ações desenvolvidos pelo IMAZON, a terceira

bandeira direciona o usuário a conhecer o site e informa à sociedade sobre as ações que estão

sendo desenvolvidas no âmbito do projeto “Criando Bases para a Gestão Socioambiental de

Municípios Críticos do Desmatamento no Pará”, o qual conta com o apoio do Fundo

Amazônico.

E, por fim, a terceira bandeira, que está voltada ao acesso aos Preços de Produtos

Florestais Não Madeireiros, apresenta uma tabela geral com os custos relativos aos produtos

madeireiros da área do Estado do Pará, envolvendo os municípios de Altamira, Belém,

Breves, Gurupá e Santana que auxiliam no desenvolvimento; o respectivo link dá acesso às

tabelas com os preços.

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4.1 DESFRAGMENTAÇÃO DO SITE IMAZON

Por meio do material exposto na rede, torna-se perceptível percorrer determinados

caminhos que o internauta poderá navegar dentro do site; seus limites e as liberdades que o

mesmo proporciona ao usuário. Apresenta-se na Figura 6 o layout do site do IMAZON.

Figura 8 - Versão da homepage do website IMAZOM, publicada 28 de outubro de 2013.

Fonte: http://www.imazon.org.br/ (2013).

A página principal, homepage, apresentada na figura 6, proporciona uma visão geral

do site, observando assim o menu principal que está localizado na parte superior do site.

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No canto superior, à esquerda, apresenta-se o logo do IMAZON e, à direita, o sistema

de busca, idiomas a o acesso aos canais das redes sociais da Instituição.

No canto superior direito, pode-se observar o sistema de busca do site, área que

permite ao usuário realizar uma pesquisa pelo site utilizando palavras-chaves, tendo acesso às

documentações e outros materiais disponibilizados pelo site.

Cada um dos menus principais dispostos na homepage são links que direcionam às

páginas internas do site. Para cada assunto tratado no menu, foi direcionado um conteúdo

específico. Assim, apresentam-se algumas interfaces a modo de ter uma dimensão da estrutura

básica da navegação. No caso “INSTITUCIONAL”, “PROGRAMAS”, “PUBLICAÇÕES”,

“MULTIMÍDIA”, “MAPAS”, “IMPRENSA” são compostos no site por links, que permitirão

o acesso a um submenu com extensão pertinente ao conteúdo proposto, como relatado no

quadro 21.

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LINKS DO MENU PRINCIPAL

INSTITUCIONAL PROGRAMAS PUBLICAÇÕES MULTIMIDIA MAPAS IMPRENSSA

Quem Somos Monitoramento da

Amazônia Artigos Científicos

Código Florestal em

debate

Desmatamento

Acumulado na Amazônia

Legal 2007-2012

Imazon na

Mídia

Fundação Politica e

Economia Capítulos de livro Áreas Protegidas

Desmatamento Mensal na

Amazônia Legal 2012

Sugestões de

Pauta

Missão, Visão e

Valores

Floresta e

Comunidade Artigos Técnicos Municípios verdes

Desmatamento Mensal na

Amazônia Legal 2011

Jornalismo

Ambiental

Órgão Executivos Mudança Climática Livros Entrevistas

Desmatamento Mensal na

Amazônia Legal 2010

Assessoria de

Imprensa

Equipe Direito e

Sustentabilidade Livretos

Os Objetivos do Milênio

na Amazônia Calha Norte

Organograma

Institucional

O estado da

Amazônia

Regularização

Socioambiental da

Pecuária no Pará

Transparência

Institucional

Transparência

Florestal

Governança de Fundos

Ambientais

Pegadas Ecológicas Transparência

Manejo Florestal

Calha Norte

Reconhecimento Risco de

Desmatamento

Oferta e Demanda de

Áreas para Manejo

Florestal no Pará

Trabalhe Conosco Série Amazônia Os Objetivos do Milênio

na PanAmazônia

Congresso e Anais Monitoramento do

Desmatamento

Relatoria de

atividades

Literatura &

Sustentabilidade

Dissertação e Tese Amazônia: o futuro de

uma floresta

Calha Norte Literatura &

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LINKS DO MENU PRINCIPAL

INSTITUCIONAL PROGRAMAS PUBLICAÇÕES MULTIMIDIA MAPAS IMPRENSSA

Sustentabilidade 2

Outros

Veja também

Preço da madeira em

tora

Preço de produtos da

floresta

Quadro 21 - Links Do Menu Principal Fonte: Assumpção, 2013.

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O menu principal integra o campo INSTITUCIONAL, que é formado pelos links

Quem Somos, Fundação, Missão, Visão e Valores, Órgão Executivo, Equipes, Organograma

Institucional, Transparência Institucional, Pegadas Ecológicas, Reconhecimentos e Trabalhe

Conosco. A disposição dos links deixa de modo claro que, ao selecionar uma dessas opções

desta página, o usuário será redirecionado a outra página com o conteúdo.

O menu PROGRAMA contém Monitoramento da Amazônia; Política e Economia;

Floresta e Comunidade; Mudança Climática; Direito e Sustentabilidade.

Outro menu é PUBLICAÇÕES que apresentam submenus com: Artigos Científicos,

Capítulos de Livro, Artigo Técnicos; Livros; Livretos; O estado da Amazônia; Transparência

Florestal; Transparência Manejo Florestal; Risco de Desmatamento; Série Amazônia;

Congresso e Anais; Relatoria de atividades; Dissertação e Tese; Calha Norte; Outros; Veja

também; Preço da madeira em tora; Preço de produtos da floresta. Esse menu também

apresenta campos por onde é possível realizar busca virtual pelo acervo, caso o internauta

tenha as informações pertinentes ao campo. Veja a figura 9:

Figura 9 - Apresentação do menu do PUBLICAÇÕES do IMAZON, publicada em 28 de

outubro de 2013.

Fonte: http://www.imazon.org.br/ (2013).

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Embora aqui representado pela mesma lógica do menu interno, a página conta com

uma estrutura de banco de dados, favorecendo o internauta em sua pesquisa, em casos de

consulta aos arquivos digitais e acervos do IMAZON.

O campo MULTIMÍDIA tem em seus conjuntos de links o Código Florestal em

debate; Áreas Protegida; Municípios Verdes; Entrevistas; Os Objetivos do Milênio na

Amazônia; Regularização Socioambiental da Pecuária no Pará; Governança de Fundos

Ambientais; Calha Norte; Oferta e Demanda de Áreas para Manejo Florestal no Pará; Os

Objetivos do Milênio na PanAmazônia; Monitoramento do Desmatamento; Literatura &

Sustentabilidade; Amazônia: o futuro de uma floresta; e Literatura & Sustentabilidade 2. Em

sua essência, esses submenus são conteúdos que interagem com o sistema do Youtube.

No menu MAPAS, tem-se os links: Desmatamento Acumulado na Amazônia Legal

2007-2012; Desmatamento Mensal na Amazônia Legal 2011; Desmatamento Mensal na

Amazônia Legal 2010; e Calha Norte. Esses links dão acesso a um conteúdo imagético.

E, para finalizar, o menu IMPRENSA contém: Imazon na Mídia; Sugestões de Pauta;

Jornalismo Ambiental; e Assessoria de Imprensa.

Na interface principal do site, observa-se a existência de roteiros estabelecidos com

colunas e links para as notícias públicas do IMAZON (Figura 10), como é o caso das

NOTICIAS EM DESTAQUE:

Figura 10 - Área de destaque do Material publicado do IMAZON na homepage principal.

Fonte: http://www.imazon.org.br/ (2013)

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A fim de que o internauta mantenha-se atualizado, a homepage apresenta uma área

destaque aos conteúdos publicados nos campos PUBLICAÇÕES MAIS ACESSADAS e

ÁREA MULTIMIDIA, não existindo em muitos casos a necessidade do internauta realizar a

busca em seu menu principal, salvo quando o material procurado seja antigo.

O menu NOVIDADES tem, por finalidade, realizar um breve cadastro dos internautas

que tem interesse no conteúdo desenvolvido pela IMAZON. Veja a figura 11:

Figura 11 - Área de cadastro de e-mail para envio de informações.

Fonte: http://www.imazon.org.br/ (2013).

Esse menu permite que a IMAZON possa realizar material diferenciado conforme o

perfil do público, tendo assim a possibilidade de realizar de modo satisfatório sua estratégia

de comunicação dirigida.

O site apresenta bandeiras dos programas e projetos desenvolvidos pela organização,

que podem ser observados ao lado esquerdo da base inferior do site. Embora não indicados de

forma direta, porém visíveis, são os programas e projetos desenvolvidos e outros sub site do

IMAZON o que ressalta que se trata de outra ferramenta criada para atender as necessidades

de seu público alvo.

No foco de análise centrado nas interfaces dos sites integrantes, são apresentados na

ordem em que estão dispostos no site do IMAZON. Veja as figuras 12, 13, 14 e 15

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Figura 12 - Apresentação da página CENTRO DE GEOTECNOLOGIA do IMAZON

Fonte: http://www.imazon.org.br/ (2013).

Figura 13 - Apresentação da página IMAZONGEO do IMAZON

Fonte: www.imazongeo.org.br/imazongeo.php (2013).

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Figura 14 - Apresentação da página projetos sociais do IMAZON

Fonte: http://municipiossocioambientais.com (2013).

Figura 15 - Apresentação da página preço de produtos florestais

Fonte: http://www.imazon.org.br/precos-de-produtos-florestais (2013).

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Dando continuidade ao processo de análise, o site apresenta na sua parte inferior links

fundamentais ao usuário: o CONTATO e MAPA DO SITE:

Na área CONTATO, verifica-se um formulário eletrônico:

Figura 16 - Apresentação da página que representa o canal de contato com o IMAZON

Fonte: http://www.imazon.org.br (2013).

No link MAPA SITE é possível ter acesso à estrutura geral do site, podendo acessar

informações pertinentes a cada item definido na referida página.

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4.2 ANÁLISE HEURÍSTICA DO SITE IMAZON

Para esse momento, destaca-se que a coleta de dados ocorreu de forma aleatória no dia

28 de novembro, buscando uma data que não houvesse referências especiais e comemorativas

em relação a assuntos sobre desenvolvimento ao meio ambiente. Portanto, no quadro 22, tem-

se a síntese da análise heurística de Nielsen:

Quadro 22 – Análise heurística do site IMAZON

TERMO ANALISE

Visibilidade Estado do

Sistema

Durante a navegação, não foi identificado erros no

sistema, todos os links estavam atendendo e

respondendo adequadamente.

Correspondência entre o

sistema e o mundo real

Faz jus a um vocabulário adequado e ao uso de suas

nomenclaturas que, quando aplicadas, mantém o usuário

informado de seu significado.

Controle e Liberdade Usuário

Fornece alternativas e “saídas de emergência”. Como

exemplo, o logotipo funciona como uma saída de

emergência para a página principal do site.

Consistência e Padronização

Mantem uma lógica visual, obedecendo a sua identidade

sem haver páginas estruturadas diferentemente da

proposta.

Prevenção de Erro

Embora não tenha apresentado erros a fim de

desconsiderar sua estrutura, dentro do menu principal o

link Jornalismo digital mantém a informação que

“Atualmente não existe links nesta pasta”, o que justifica

a ausência do conteúdo.

Ajuda aos usuários para

reconhecerem,

diagnosticarem e recuperação

de erros

Não se aplica para o site do IMAZON, pois não

apresentou erros em seu sistema durante a navegação.

Reconhecimento em vez de

Memorização

Site não se utiliza de símbolos que direcionem o usuário

ao navegar. Sua proposta é mais textual, porém, na

construção e planejamento quanto à locação das

informações, permite que o usuário obtenha de modo

visível e compreensível pequenos elementos, tais como

link para seus programas e Projetos desenvolvidos.

Flexibilidade, eficiência de

uso

Como se pode observar, o site é simples, não necessita

de outra pessoa para auxiliar a navegação. Seus dados e

conteúdo estão bem locados dando liberdade na

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80

TERMO ANALISE

navegação e uso.

Design Estético e Minimalista

Todo site deve ser composto por um manual de

navegação e/ou mapa de navegação. Assim, o site o

IMAZON contempla este requisito.

Ajuda e Documentação

Como se pode observar, o site obtém dois recursos de

localização de material: um interligado ao contexto do

site e outro interligado ao campo de material no arquivo

digital do IMAZON.

Fonte: Assumpção, 2013.

4.3 ANÁLISE DO CONTEÚDO: SITE IMAZON

Destaca-se que a leitura realizada foi especificamente no dia 28 de outubro de 2013 e o

site do IMAZON mostra um conteúdo pertinente à área de atuação, assim como deixa clara as

políticas institucionais que representa, mostrando assim uma postura favorável às ações de

preservação e conservação ambiental, em especial com florestas amazônicas.

Reforça-se que o procedimento de coleta de dados está fundamentado nos recursos

disponíveis no sistema Many Eyes, que indicou os termos mais publicados no site nos menus

Institucional, Programas e FrontPage/homepage, considerados aqui nesse estudo como

subcategorias e depois eleitas as maiores incidências como categorias (quadro 22).

Quadro 22 – Síntese da Análise do conteúdo realizada por Quadro de Categorias

CATEGORIAS CONTEÚDOS

Imazon

É o nome da instituição.Enquadra-se no uso da representação

da Instituição, a qual obtém o nome de Instituto do Homem e

do Meio Ambiente, portanto, manisfeta-se no site em muitos

momentos a delimitação entre a política organizacional e o seu

discurso. A logomarca da sigla IMAZON é utilizada no

cabeçalho do site, portanto se mantém em todos os espaços

percorridos pelo internauta. Enquanto citação, se sobresai nas

áreas INSTITUCIONAL, IMPRESSA e PUBLICAÇÕES, em

suas diversas esferas sob forma de valorizar o discurso

institucional que o IMAZON carrega enquanto Organização

Não Governamental (ONG).

Amazônia

Esta categoria implica e se aplica no contexto da grande área

geográfica que é a região Amazônia. No site, o uso da

expressão direciona-se a este contexto utilizando-se de palavras

complementares como: “Amazônia Legal” e “Amazônia

Brasileira”, usada com predominância nos itens

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CATEGORIAS CONTEÚDOS

MONITORAMENTO DA AMAZÔNIA e DIREITO E

SUSTENTABILIDADE.

Respeitar e

Desenvolvimento

Sustentável

Ambas as categorias obtiveram empate quanto à frequência,

pois nota-se que em todos os percursos do site surge a temática

de Desenvolvimento Sustentável e de respeitar o Meio

Ambiente, mantendo um relação sociável entre a sociedade,

embora a maior incidência no site ocorra no campo VISÃO,

MISSÃO E VALORES. Deixa também evidente o uso no item

PUBLICAÇÕES, onde a autoria dos textos não é de

predomínio da instituição, já que são artigos e notas cujos

assuntos são acatados e divulgados pelo próprio site.

CO2 (Carbono)

CO2 foi uma das categorias mais mencionadas durante a

análise dos links PEGADAS ECOLÓGICA, e MUDANÇAS

CLIMÁTICAS. A quantidade de ocorrências nos enunciados

pode ser entendida por meio de dois enfoques: primeiro por

mencionar projeto de revitalização e reflorestamento de áreas

degradas para a redução de emissão de CO2 na atmosfera e, por

conseguinte, trabalha-se a categoria como fator principal da

fotossíntese.

Prêmio

Esta categoria destaca-se no site no campo

RECONHECIMENTO, pois direciona a uma gama de ações

voltadas à preservação e manutenção do meio ambiente e de

valorização da região Amazônica que resultam em premiações

e homenagens na área ambiental, conquistada pelo IMAZON,

confirmando os discursos, valorização e respeito ao meio

ambiente, bem como os trabalhos que desenvolve.

Exploração Essa categoria é mais trabalhada em PUBLICACÕES, neste

contexto nos BOLETINS, que referencia a categoria como

discussão global, interferindo basicamente em todos os modos

de produção e extração ambiental e florestal.

Comunidades Tradicionais

A categoria foca-se nas ocorrências de debates sobre as

comunidades tradicionais da Amazônia e a detenção do vasto

conhecimento dos espaços que ocupam, o que constitui uma

forte base para a defesa e apropriação justa de territórios e

recursos naturais neles contidos. A defesa desses territórios e

seus recursos, por sua vez, vêm assegurar a sobrevivência e a

perpetuação cultural dos povos tradicionais. A contextualização

deste pode ser observada no BOLETIM CATRACA, que esteve

em destaque na página principal.

Floresta e Conservação

Tendo uma frequência significativa de enunciado, Floresta e

Conservação são exploradas no site, muitas vezes, como Áreas

de Proteção Ambiental, pois é onde se encontra o uso da terra,

baseando-se no uso sustentável dos recursos naturais com

manejo integrado. Assim o link ECONOMIA E POLÍTICA

obtém este referencial em uma maior frequência

Hectares Essa categoria é fortemente expressa nos itens BOLETIM

TRANSPARÊNCIA MANEJO FLORESTAL DO ESTADO

DO PARÁ, obedecendo seu significado quando aplicado ao

contexto como o medida/área de ocupação ou desmatado.

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CATEGORIAS CONTEÚDOS

Desmatamento

Esta categoria ocorre como contra-argunto da categoria

reflorestamento, uma vez que o site foca em assunto de

convervação das florestas. Desmatamento obteve maior

incidência no BOLETIM DESMATAMENTO e no link

MUDANÇAS CLIMÁTICAS, representando-o como motivo

dos danos ambientais causados pelo homem na floresta.

Almeirim

Município do estado do Pará onde O BOLETIM CATRACA

desenvolveu um conteúdo exclusivo sobre as comunidades

tradicionais da região. Deste modo, trata-se de uma categoria

especial, pois durante a pesquisa realizada, no dia 28 de

outubro, obteve a maior frequência.

Informações

A utilização desta categoria deu-se ao fato da grande parte do

site está envolvido com disseminação do conhecimento, assim

marcado pelo INSTITUCIONAL E AVALIAÇÃO DA

TRANSPARÊNCIA DO INSTITUTO DE TERRA DO PARÁ

(BOLETIM), referindo-se à distribuição das classes sociais no

Brasil, mas indicando que cada um consegue ter acesso a

informações sobre o que se passa com o meio ambiente, como

este está sendo explorado, se ocorrem danos ambientais e sobre

as campanhas para a preservação ao meio ambiente. Fonte: Assumpção, 2013.

De acordo com o Quadro 9, a categoria IMAZON apresentou uma frequência de 30

enunciados durante o site, fortemente percebido nos campos do menu principal, tais como:

INSTITUCIONAL, PUBLICAÇÃO e IMPRENSA, e no próprio visual do site que permanece

com a logo, tal manifestação reforça o discurso institucional mantido pela organização.

AMAZÔNIA, categoria destacou-se 44 vezes, considerando os enunciados em toda a

extensão do site. Analisado, referindo-se à área de desenvolvimento das atividades da

Instituição e, por conseguinte, nas áreas de estudos e de notícias publicadas, considerou-se

também a sua apresentação enquanto forma composta como, por exemplo, “Amazônia

Brasileira” e “Amazônia Legal”, prioritariamente significando relações de localidade.

As categorias RESPEITAR e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL foram

selecionadas juntas por terem os mesmos índices de frequência de enunciados, totalizando 9

presenças no site, estabelecendo como foco de significado a relação sociável entre a sociedade

e meio ambiente.

Outra categoria representativa no contexto geral do site é CO2 (Carbono). Esta

categoria apresentou-se em 17 enunciados, sendo distribuída em dois sentidos significativos.

O primeiro por ressaltar os projetos de revitalização e reflorestamento de áreas degradadas

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para a redução de emissão de CO2 na atmosfera e, por conseguinte, trabalha com o seu valor

individual de elemento químico que tem como fator principal da fotossíntese.

A categoria PRÊMIO é enunciada no site 13 vezes, pois tal frequência deu-se pela

presença das ações ambientais desenvolvidas pela organização que são reconhecidas e

recebem prêmios ao mérito, o que para a proposta da instituição Imazon lhe confere o grau de

credibilidade de suas ações e consequentemente reconhecimento em sua área de atuação local

e global.

EXPLORAÇÃO se caracterizou como categoria, já que foi identificada como

discussão global do meio ambiente no site, seja com o foco significativo de exploração ou

formas e processos de produção de recursos naturais da Amazônia. A categoria foi encontrada

frequentemente nos BOLETINS, em 14 enunciados durante a pesquisa.

COMUNIDADES TRADICIONAIS têm incidências em 15 enunciados, sempre

indicando os processos de descrever a comunidade, assim como as formas em que estas são

abordadas. Os indicativos do texto induzem que as Comunidades Tradicionais possuem um

vasto conhecimento dos espaços que ocupam, o que por si só se constitui uma forte base para

a defesa e apropriação justa de territórios e recursos naturais neles contidos.

FLORESTA e CONSERVAÇÃO, as duas categorias destacam-se com a mesma

frequência de enunciado no site, onde apresentam juntas 27 incidências. A aplicação de seus

termos é relacionada à justificativa de utilização da terra, baseando-se no uso sustentável dos

recursos naturais com manejo integrado.

A categoria HECTARES, em sua essência, segue rigorosamente o seu significado

quanto ao tamanho da área. Esta categoria obteve 14 frequências, delimitando, portanto, o

espaço físico descrito ou salientando no debate do site a área Amazônica.

DESTAMATAMENTO, categoria com 5 incidências nos enunciados; interliga-se aos

motivos dos danos ambientas, promovidos na relação Homem x Natureza.

ALMERIM é uma categoria diferencial durante a pesquisa, uma vez que no dia da

coleta era tema principal desenvolvido no Boletim Catraca. O foco do boletim eram dados e

fatos desenvolvidos em grande parte de suas matérias sobre o Município de Almeirim no

Estado do Pará, portanto, a categoria teve um destaque e foi delimitada 9 vezes nos

enunciados objetos da pesquisa.

E por concluir, a categoria INFORMAÇÃO, que ocorreu 6 vezes nos enunciados,

ganhando destaque por representar a necessidade de manter acesso fácil às informações, aos

internautas ativos do site, que obtém curiosidades sobre o que ocorre com meio ambiente e

seus movimentos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta dissertação teve como objetivo analisar o site do IMAZON, a partir de sua

interface comunicacional, a fim de elencar elementos Heurísticos e de Conteúdo que

permitiram identificar via web o conteúdo expresso no site da organização.

Compreendeu-se seus elementos comunicacionais utilizados que interligam aos

diversos campos informacionais dispostos no site, a fim de obter uma maior aproximação com

internauta.

O modelo de interface adotado pelo IMAZOM vem ao encontro das necessidades

culturais do homem de criar códigos que se tornaram universais com a globalização, para

estabelecer uma comunicação que imagina ser adequada ao momento.

Os profissionais que trabalham criando e projetando páginas para a internet mostram

que as mensagens visuais exercem importante papel no processo comunicacional. Os códigos

criados pelo homem, ao longo da história, estão diretamente relacionados com suas

necessidades de sobrevivência em comunidade. Hoje, a internet é uma mídia que já faz parte

da vida de milhares de pessoas e a nova linguagem adotada na rede precisa corresponder às

distintas necessidades dos que percorrem o ciberespaço.

O processo de planejamento e estrutura de um site deve-se partir de um pensamento

usável, ou seja, de uma estrutura capaz de permitir uma navegabilidade capaz de expor o

conteúdo, seja visual ou verbal, para que se possa construir, receber mensagens, onde Donis

(1997, p. 85) irá apontar em três níveis: o representacional – aquilo que se vê e o que se

identifica como base no meio ambiente e na experiência; o abstrato – a qualidade cinestesia de

um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e elementares, enfatizando os

meios mais diretos, emocionais e mesmo primitivos da criação de mensagens; e o simbólico –

o vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao

qual atribuiu significados.

Na desconstrução do site do IMAZOM, quanto interface e estrutura de navegação,

levantou-se através da análise heurística a dinâmica do site da organização, seu ir e vir que o

internauta percorre, assim como pequenas ações estratégicas comunicacionais elaboradas com

a finalidade de promover a instituição como produtora de conhecimento sobre a Amazônia,

seja ela com conteúdo próprio ou terceirizado.

Constatou-se, portanto, que o site teve um resultado satisfatório durante o levantamento

da análise heurística, embora com pequenas falhas, como ausência de símbolos visuais que

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poderiam melhorar o site, o que não o desmerece em sua estrutura visual elaborada. Pois, a

estrutura de navegação de site está organizada para que o internauta possa compreendê-la com

rapidez e se desloque facilmente entre páginas e seções. Assim, o internauta pode rapidamente

construir um modelo mental de resposta a esta estrutura, facilitando o deslocamento em

relação aos seus interesses.

O site permite que cada internauta, ao visualizar a estrutura de informações, consiga ter

uma visão geral do site e se este atende às suas necessidades de informações, serviços e ações.

Mesmo as páginas em camadas mais profundas possuem características que informam

rapidamente como o conteúdo está estruturado. Estas características não são propriamente os

requisitos de qualidade, mas são aspectos que efetivamente interessam ao público que as

utilizam.

Considerando o segundo objetivo, que consiste em Compreender a análise de conteúdo

de Bardin (1997), foi possível durante a etapa da análise do conteúdo observar que a

apreensão de um texto faz pensar no processo social, que a organização está inserida

permitindo verificar os termos mais usados e classificados como as categorias que

representam o discurso do IMAZON, como provedora dos conhecimentos acerca da

Amazônia.

Portanto, as categorias encontradas como: IMAZON, AMAZÔNIA, RESPEITAR e

DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, CO2, PREMIO, EXPLORAÇÃO,

COMUNIDADES TRADICIONAIS, FLORESTA, CONSERVAÇÃO, HECTARES,

ALMERIM, INFORMAÇÃO e DESMATAMENTO refletem que a organização assume

obrigações de caráter moral, além das estabelecidas por lei, diretamente vinculadas as suas

atividades, contribuindo para o desenvolvimento e produção do conhecimento na Amazônia e

trazendo aos internautas uma consciência de desenvolvimento sustentável e de respeito para

com o meio ambiente. Destaca-se que nas últimas décadas o termo e o tema desenvolvimento

sustentável vem sendo norteador para que a humanidade crie consciência que se deve viver

com mais austeridade, visando à preservação ambiental, base do discurso institucional da

Imazon, reforçado nas incidências das categorias objeto.

O cruzamento das informações da análise heurística e de conteúdo confirmam

evidências de que a interface gráfica está intimamente ligada ao desenvolvimento da

navegação e que, por sua vez, irá direcionar o internauta. Reforça-se que processos

comunicacionais associados à estética, aqui aplicados à interface, permitem a construção da

legibilidade dos conteúdos a serem transmitidos por meio da composição da mensagem visual

e da própria produção de conteúdo.

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