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Sobre intranet
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CURSO: JORNALISMO MARISA PINHEIRO GOMES
A INTRANET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO INTERNA: ESTUDO DE CASO SOBRE A VICUNHA TÊXTIL
FORTALEZA 2007
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A INTRANET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO INTERNA: ESTUDO DE CASO SOBRE A VICUNHA TÊXTIL
FORTALEZA 2007
MARISA PINHEIRO GOMES
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MARISA PINHEIRO GOMES
A INTRANET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO INTERNA: ESTUDO DE CASO SOBRE A VICUNHA TÊXTIL
Monografia apresentada ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará com requisito para a obtenção do grau de bacharel. Orientadora: Prof. Esp. Michelly Chaves Nunes
FORTALEZA 2007
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TERMO DE APROVAÇÃO
A INTRANET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO INTERNA: ESTUDO DE CASO SOBRE A VICUNHA TÊXTIL
Por
MARISA PINHEIRO GOMES
Este estudo monográfico foi apresentado no dia 22 de junho, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará, tendo sido aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores:
BANCA EXAMINADORA:
Profª. Esp. Michelly Chaves Nunes
Orientador – FIC
Profª. Ms. Maria de Fátima Medina Lucena Examinador – FIC
Profª. Ms. Rosane da Silva Nunes Examinador - FIC
5
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Aos meus pais, Divaneide Pinheiro e Cláudio Gomes, e meu irmão, Leonardo Pinheiro, que com muito carinho não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
A minha orientadora, Michelly Nunes, pela paciência na orientação e incentivo de levar adiante minha idéia, tornando possível a conclusão desta monografia.
As minhas amigas de trabalho, em especial, Taciany Ferreira e Mara Rejane, pela compreensão e apoio constantes. A minha Gerente, Ana Paula Priminini, por acreditar em meu projeto e dar-me subsídios para realizá-lo.
E, principalmente, ao meu grande amigo e namorado, Luiz Felipe, que contribuiu diretamente com a realização deste trabalho, dando-me força e incentivo para transpor os obstáculos e dificuldades surgidos durante a elaboração desta monografia. Seu apoio foi decisivo.
6
Numa época em que as novas tecnologias agilizam a troca de informações ao redor do mundo, é fundamental que o profissional de jornalismo tome conhecimento de seus recursos e alternativas para o exercício de sua atividade.
J. B. Pinho
7
RESUMO
�
A comunicação se caracteriza como uma necessidade básica do ser humano, e
dentro de uma organização, a necessidade de realizar uma comunicação
rápida e eficiente torna-se indispensável. Para tal, o departamento de
comunicação interna de uma empresa utiliza tradicionais meios de
comunicação para disseminar a informação, como é o caso dos jornais-mural e
revistas impressas. Mas com o avanço tecnológico, surge também o advento
da intranet, que vem conquistando espaço e ocupando um importante papel
como veículo de comunicação.
A presente monografia analisa a intranet da Vicunha Têxtil como veículo de
comunicação interna. Com acesso restrito ao público interno, a intranet da
Vicunha tornou-se uma ferramenta muito utilizada na divulgação de notícias,
economizando tempo e disponibilizando a informação com maior rapidez.
A pergunta que se faz é: será que a intranet da Vicunha é um
veículo de comunicação eficiente?
Essa é a questão analisada nesta monografia, mediante estudo de caso
realizado na empresa Vicunha Têxtil S/A, que ocupa
o posto de segunda maior fabricante de índigo do planeta, de acordo com o
jornal Valor Econômico.
Palavras-chave: Intranet. Comunicação interna. Vicunha Têxtil.
8
ABSTRACT
The communication is characterized as a necessity of the human being, and
inside of an organization, the necessity of carrying a fast and efficient
communication, becomes indispensable. For this to happen, the department of
internal communication of a company, uses traditional medias to spread the
information, as it is the case of periodicals-mural and magazines printed. But
with the technological advance, the advent also appears of the Intranet, that
comes conquering space and occupying an important paper as communication
vehicle. The present monograph analyzes the Intranet of Vicunha Textil as a
vehicle of internal communication. With restricted access to the internal public,
Vicunha’s Intranet became a tool very used in the spreading news, saving time
and making available faster information. The question asked is: Will Vicunha’s
Intranet be a vehicle of efficient communication? This is one of the questions
analyzed in this monograph, by studying case carried through in Vicunha Textil
S/A, who occupies the rank of second bigger manufacturer of denim of the
planet (Source: Valor Econômico).
Word-Key: Intranet. Communication interns. Textile Vicunha.
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................10 2 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ........................................................13 2.1 Comunicação Empresarial: Resgate histórico ....................................13 2.2 O desenvolvimento da comunicação empresarial no Brasil................15 2.3 A importância da comunicação empresarial .......................................18 2.4 Formas de comunicação empresarial .................................................20 2.5 O que é comunicação interna .............................................................22 2.5.1 Endomarkerting como instrumento de comunicação interna ...........24 2.6 Os canais de comunicação e sua mensagem ....................................26 2.6.1 Os ruídos de comunicação ou a “rádio peão” ..................................30 2.7 O perfil dos profissionais de comunicação..........................................31 3 A COMUNICAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS .............................33 3.1 O impacto das novas tecnologias nas estruturas sociais....................33 3.2 A origem da internet............................................................................35 3.3 O que é uma intranet ..........................................................................37 3.4 A implementação de uma intranet e seus custos................................39 3.5 A intranet como veículo de comunicação interna................................42 4 OPÇÃO METODOLÓGICA: ESTUDO DE CASO.................................45 4.1 A história da Vicunha Têxtil ................................................................49 4.2 A história da comunicação interna da Vicunha ...................................51 4.3 A comunicação da Vicunha hoje.........................................................52 4.4 A intranet na Vicunha Têxtil e seu público ..........................................53 5 ANÁLISE DA PESQUISA .....................................................................59 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................69 REFERÊNCIAS ........................................................................................71 APÊNDICE ...............................................................................................73 ANEXOS...................................................................................................80
10
1 INTRODUÇÃO
Em plena era da comunicação, muitas empresas ainda não
visualizam a comunicação interna como uma ferramenta estratégica, e sim, a
consideram como despesa desnecessária, sendo descartada na primeira crise
que a empresa possa enfrentar.
Diante deste quadro, a equipe de comunicação interna necessita
mais do que nunca unir esforços e procurar transformar essa realidade. Para
isso, é preciso dinamizar constantemente seu trabalho, ampliando os meios de
comunicação empresariais, para que os resultados dos trabalhos
desenvolvidos sejam apreciados pelo maior número de funcionários possível,
aumentando assim, a importância da área de comunicação dentro da empresa.
Uma das ferramentas que está auxiliando a equipe neste processo
de divulgação é a intranet, que antes servia apenas aos propósitos de outros
setores da empresa, realizando serviços muitas vezes burocráticos.
Atualmente, muitas empresas procuram utilizar a intranet por se
tratar de um instrumento suficientemente poderoso para diminuir o tempo,
reduzir as desvantagens da distância, gerar informação e trazer conhecimento
para seus funcionários. Além disso, a intranet utiliza toda a tecnologia da
internet para criar um ambiente de fácil implementação, manutenção e
atualização.
Outro aspecto importante é o rápido acesso à informação, através
de ferramentas de busca é possível localizar rapidamente mensagens,
documentos, apresentações e todo o material publicado. Além de concentrar
toda informação de uma empresa, a Intranet possibilita uma visão global da
empresa, como, por exemplo, acompanhar as vendas, o fluxo de caixa e
localizar os clientes.
Segundo estudo divulgado pelo manual de soluções da Microsoft
para Implantação de intranets, a cada 30 dias quase 20% das informações
contidas em todo material impresso de uma empresa torna-se desatualizado.
Documentos impressos e distribuídos, como lista telefônica interna, manual de
11
política e treinamento, formulários de requisição e materiais de comunicação
interna, publicidade e marketing, podem ser publicados em servidor Web
interno e atualizados constantemente por um custo bem inferior ao de
reimpressão.
A maioria das empresas já possui a infra-estrutura necessária para a
implementação de uma Intranet. Ainda de acordo com o estudo da Microsoft, a
intranet é uma ferramenta barata, comparada ao custo de construção e
manutenção das ilhas de bancos de dados e serviços proprietários encontrados
na maioria das redes corporativas. Segundo o artigo, algumas empresas com
intranets conseguem um retorno sobre o investimento maior que 1.000% em
menos de um ano.
Este estudo de caso pretende investigar o uso da intranet da
Vicunha Têxtil como veículo de comunicação interna. Para isso foi preciso
realizar uma pesquisa com os funcionários da empresa, para então
verificarmos se a intranet é realmente um veículo de comunicação eficiente.
A presente monografia está dividida em quatro capítulos. O primeiro
aborda o tema comunicação empresarial, onde relembramos o início desta
atividade, sua importância e o desenvolvimento no Brasil. Também
abordaremos a importância da comunicação interna para o crescimento de
muitas empresas, apresentaremos suas atividades, os canais de comunicação
e o perfil de seus profissionais.
O segundo capítulo apresenta as transformações ocorridas na
sociedade e principalmente no campo das comunicações com o impacto das
novas tecnologias. Também esclareceremos, teoricamente, a origem da
internet e explicaremos o que é uma intranet, e como se dá a utilização desta
ferramenta como veículo de comunicação interna.
O terceiro capítulo apresenta, primeiramente, a defesa do método
escolhido para realizar essa pesquisa, ou seja, o estudo de caso. Em seguida,
discorreremos sobre a história da Vicunha Têxtil e de seu departamento de
comunicação interna. Analisaremos o setor de comunicação nos dias atuais, e
por último, apresentaremos a intranet da Vicunha e seu público.
Para finalizar, o quarto capítulo consta de análise do questionário
aplicado com os funcionários do Grupo Vicunha. A presente análise foi
realizada em parceria com a área de Tecnologia da informação (T.I), pois o
12
questionário foi aplicado na própria intranet, necessitando, desta forma, de um
desenvolvimento tecnológico mais aprofundado.
Após a análise da pesquisa, percebemos algumas vulnerabilidades e
potencialidades na utilização da intranet. No entanto, ao final do trabalho
apresentaremos sugestões para possíveis avanços.
13
2 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Antes de iniciarmos o estudo sobre a Intranet da Vicunha Têxtil
como veículo de comunicação interna e entendermos como se dá a evolução
desta ferramenta, será necessário analisarmos em um primeiro plano as
atividades da comunicação empresarial, sabermos como e onde surgiu esta
atividade que vem tornando-se cada vez mais comum. Também será
importante entendermos o desenvolvimento desta atividade no Brasil, e qual é
a sua importância para o crescimento de muitas organizações.
2.1 Comunicação Empresarial: um resgate histórico
Para o jornalista Gaudêncio Torquato do Rego (1997, p.17), as
primeiras atividades em comunicação empresarial datam de 202 a.C. O autor
revela que essas atividades se deram durante o domínio da China pela dinastia
Han, quando a comunicação era realizada por meio das cartas circulares,
quando ainda se fabricavam as primeiras folhas de papel.
Já de acordo com o Cláudio Amaral (1999), as primeiras ações em
comunicação empresarial tiveram início mais precisamente em 1906, nos
Estados Unidos, quando o jornalista Ivy Lee decidiu abandonar a profissão e
montar o primeiro escritório de relações públicas do mundo.
Decidido a recuperar a credibilidade do empresário John D.
Rockfeller, acusado de combater as pequenas e médias empresas, Lee
imaginou que poderia transformar sua imagem caso pudesse publicar notícias
empresarias nos espaços destinados às publicações publicitárias. “O escritório
criado por Lee passou a fornecer à imprensa notícias empresariais para serem
divulgadas jornalisticamente e não como anúncios ou como matéria paga”.
Ainda segundo o autor, Lee escrevia notícias a respeito das atividades da
empresa. Em seguida, dirigia-se às redações para convencer os editores de
jornais a publicá-las.
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Mas para isso, Lee precisou convencer a imprensa que seu trabalho
era sério, honesto e profissional. Para tal, o jornalista criara uma carta de
princípios.
Este não é um serviço de assessoria secreto. Todo o nosso trabalho é feito às claras. Nós pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto não é um gerenciamento de anúncios. Se acharem que o nosso assunto ficará melhor na seção comercial, não o use. Nosso assunto é exato. Mas detalhes sobre qualquer questão, serão dados oportunamente e qualquer diretor de jornal será auxiliado com o maior prazer, na verificação direta de qualquer declaração de fato. Em resumo, nosso plano é divulgar prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas com absoluta franqueza, à assessoria e ao público dos Estados Unidos, informações relativas a assuntos de valor e interesse ao público (AMARAL, 1999, p.05).
O trabalho do jornalista Ivy Lee foi um sucesso, e o resultado foi a
transformação da imagem de um empresário “sanguinário” à “benfeitor da
humanidade”.
Após o bem sucedido trabalho nos Estados Unidos, as relações
públicas chegaram, nos anos 40, ao Canadá e à França, logo após, países
como Inglaterra, Noruega, Holanda, Itália, Bélgica, Suécia, Finlândia e
Alemanha começaram a realizar as primeiras atividades em comunicação
empresarial.
Mas foram as décadas de 50 e 60 que marcaram a evolução da
comunicação empresarial no mundo. Segundo Torquato (2002) a década de
1950, enfatizava o produto, conseqüentemente, deixava a imagem das
organizações em segundo plano. Já a década de 1960, foi considerada a era
da imagem, marcada pelo importante publicitário norte americano David Ogilvy,
um dos grandes nomes da publicidade moderna, e autor da frase: “Um anúncio
é um instrumento da marca a longo prazo”.
A definição de David Ogilvy, segundo Torquato, foi responsável pelo
realinhamento na linguagem publicitária, passando a se trabalhar de modo
mais efetivo no conceito das organizações.
Percebia-se que os consumidores exigiam não apenas informações a respeito do produto, mas também uma idéia da organização, não lhes interessando apenas saber se o relógio adquirido era bom. Ele queria saber quem fabricava o relógio. Consolidava-se o sistema híbrido entre imagem de produto e imagem da organização. (TORQUATO, 2002, p. 03)
15
Segundo o autor, nas décadas seguintes (1970 e 1980), as
atividades de comunicação em âmbito internacional, já assumiam uma escala
de posicionamento estratégico nas organizações.
2.2 O desenvolvimento da Comunicação Empresarial no Brasil
A história da comunicação empresarial brasileira, como cita
Gaudêncio Torquato, em seu livro Tratado de Comunicação Organizacional e
Política, se confunde com a própria história do desenvolvimento econômico
social e político das últimas décadas.
Foi nos anos 50 que o Brasil conheceu as primeiras atividades no
campo da Comunicação Empresarial. De acordo com Amaral (1999), as
atividades chegaram atraídas pelas vantagens oferecidas pelo governo do
presidente Juscelino Kubitschek, que com seu lema “50 anos em 5”, criou
condições para que viessem ao Brasil as primeiras montadoras de veículos
automotores, além de fábricas de produtos higiênicos, como a Colgate
Palmolive. A partir daí, iniciaram as primeiras atividades de comunicação
empresarial no Brasil.
No início, os profissionais de comunicação padeceram com a
carência de recursos financeiros, porém, o conceito espalhava-se, e com o
passar do tempo, este quadro transformou-se e as atividades da comunicação
organizacional brasileira começaram a arriscar seus primeiros passos.
Segundo Torquato, já no final da década de 1960, com a
industrialização no país, o conceito começava a se alastrar, e as empresas
iniciaram um processo de interlocuções com públicos mais diversos. Como
bem lembra o autor, algumas poucas empresas, já naquela época, deram-se
conta da existência de uma forte relação entre elas e a sociedade.
As organizações preocupavam-se em dizer aos empregados que deveriam orgulhar-se do lugar em que trabalhavam. E em demonstrar claramente aos consumidores que fabricavam produtos bons e prestavam serviços de qualidade. Por isso consideravam-se honestas e merecedoras de confiança. (TORQUATO, 2002, p. 25)
16
De acordo com o jornalista Wilson da Costa Bueno, em sua obra
Comunicação Empresarial, Teoria e Pesquisa, a comunicação empresarial,
enquanto conceito abrangente tem menos de 25 anos no Brasil.
O autor detalhou em cinco grandes momentos a evolução da
comunicação empresarial brasileira, que vai da sua tímida formação à
consolidação como instrumento estratégico.
O primeiro momento histórico destacado por Bueno, vem a ser o
período que antecede a década de 1970, quando as atividades de
comunicação eram realizadas de forma fragmentada. “Pode-se dizer mesmo
que a comunicação era, quase sempre, uma atividade residual, exercida muitas
vezes por profissionais de outras áreas”. Bueno (2002, p. 5)
Também foi nesta época, mais precisamente em 1967, que surgiu a
Aberje – Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais empresariais,
mais tarde, denominada Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.
Neste momento, os primeiros profissionais da área se reuniam a fim de
fortalecer e legitimar a profissão. Foi também neste período que a Aberje
realizou sua 1ª Convenção, que teve como tema geral a comunicação interna.
Em 1967, era fundada em São Paulo, a ABERJE – Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa, depois transformada em Associação de Comunicação Empresarial, graças a um grupo de pioneiros entusiasmados com a idéia de profissionalizar a atividade do Jornalismo empresarial. (REGO, 2002 p.12).
O segundo momento destacado por Bueno foi a década de 70, que
segundo o autor, sinalizou mudanças importantes, como por exemplo o
crescimento do número de profissionais, demonstrando a importância do
mercado de comunicação empresarial. “A literatura, neste campo, começava a
dar os primeiros passos, com a contribuição decisiva das Universidades,
embora os trabalhos pioneiros se limitem a considerar as atividades
isoladamente”.
Já no início dos anos 80 a comunicação empresarial ganhou “status”
nas organizações. “O jornalismo empresarial – edição de house-organs e
relacionamento com a imprensa se profissionalizaram com a chegada dos
egressos das faculdades/cursos de Comunicação”. Bueno (2002, p. 5).
17
Na segunda metade dos anos 80, Bueno retrata em seu livro uma
experiência que marcou a comunicação empresarial brasileira: a empresa de
medicamentos Rodhia apresentou sua Política de Comunicação Social. Tal
iniciativa foi pioneira no mercado brasileiro, pois até então nenhuma empresa
havia divulgado seu projeto de comunicação.
O case da Rodhia foi amplamente festejado pela mídia e pelo mercado, influenciou outras organizações e, explicitamente, posicionou a comunicação empresarial como fundamental no processo de tomada de decisões, situação que iria se consolidar na década seguinte. (BUENO, 2002, p. 07).
E a última fase citada pelo autor é a década de 90, quando o
conceito de comunicação empresarial se “refinou”, passando a ser estratégica
para as organizações. Deixando de ser um simples conjunto de atividades
fragmentadas, para transformar-se em um processo essencial para o
desenvolvimento e crescimento de uma empresa.
O desenvolvimento industrial e a chegada de multinacionais ao País
foram fatores que contribuíram para a sofisticação e ampliação dos modelos
estratégicos de comunicação empresarial.
Segundo o jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes
da Universidade de São Paulo, Gaudêncio Torquato, (1998, p. 02) “o Brasil
apresenta hoje alguns dos mais rematados sistemas de comunicação
organizacional do planeta, dando-se ao luxo de exibir alguns de seus produtos
aos olhos do mundo como exemplo de excelência técnica.”
Nos dias atuais, a comunicação empresarial brasileira encontra-se
em um importante patamar nas organizações. Nesse sentido Wilson da Costa
Bueno (2002) avalia:
A comunicação empresarial rompe as fronteiras tradicionais que a identificavam nas décadas anteriores, deixando de ser um mero apêndice do processo de gestão, algo que se descartava ao despontar a primeira crise. Hoje, encontra-se na linha de frente, situada em posição de destaque no organograma, provendo conhecimentos e estratégias para que as empresas e entidades não apenas superem os conflitos existentes, mas possam atuar, preventivamente, impedindo que eles se manifestem. (BUENO, 2002, p. 08)
18
2.3 A importância da Comunicação Empresarial
“Depois de alguma caminhada pelo árido terreno da convivência
homem/empresa, constatou-se, finalmente, que apenas a tecnologia e os
recursos materiais não são suficientes para garantir o sucesso empresarial de
uma organização”.(PLÁ DE LEON;ROSA, 1992, p.11).
De acordo com os autores, é comum encontrarmos pessoas que se
unem, militam e se dedicam de maneira apaixonada a causas diversas, como:
torcidas organizadas, fãs–clubes formados em torno de ídolos, grupos
religiosos dentre outros. Mas porque é tão difícil encontrarmos pessoas tão
apaixonadas pela empresa e organizações em que trabalham e das quais
retiram seu sustento e de suas famílias? Segundo os autores, a resposta é que
muitas empresas não despertam paixão em seu público.
No caso, a paixão citada, vem a ser a confiança nos métodos e
diretrizes da empresa, ou seja, é manter um processo de informação correto e
transparente, é difundir aos mais diversos públicos as atuações e resultados
obtidos.
Hoje, a comunicação empresarial representa uma ferramenta
estratégica dentro de uma organização, responsável por gerar o “equilíbrio,
desenvolvimento e expansão das empresas”, Torquato (1986, p. 9).
Para Bueno (1995, p. 9) é impossível imaginar uma empresa que
pretenda ser líder de mercado e que volte às costas para o trabalho de
comunicação. A maioria das empresas e gestores já se deram conta que uma
comunicação eficaz, transparente e rápida é primordial no processo de
desenvolvimento e crescimento de uma empresa.
Mas o papel da comunicação empresarial vai além da transmissão
de informações. Também é característica da área de Comunicação acoplar
todos os setores da empresa, tornando o clima organizacional mais positivo,
amenizando e até mesmo prevenindo crises.
Para o jornalista e escritor Paulo Nassar (1995 p.18), em seu livro “O
que é Comunicação Empresarial”, é importante lembrar que a Comunicação
19
Empresarial não pode ser considerada apenas uma definição de dicionário, ou
seja:
... simplesmente como um conjunto de métodos e técnicas de comunicação, dentro da empresa, dirigida ao público interno (funcionários) e ao público externo (clientes, fornecedores, consumidores etc). Até porque definições como essas precisam ser sempre revistas em função das mudanças na sociedade e do ambiente empresarial. (NASSAR, 1995, p.18)
A Comunicação dentro da empresa também contribui para a
definição de metas e objetivos, além de possibilitar a integração e equilíbrio
entre seus componentes (departamento, áreas etc.). (Pimenta, 2002 p. 58).
Apesar dos benefícios brevemente citados neste tópico, é importante
ter em mente que a Comunicação Empresarial ainda tem muitos desafios a
vencer. Segundo Torquato (2002, p 33), a Comunicação organizacional é
povoada de mitos, versões, falsas interpretações e muito preconceito. O
principal mito é que a comunicação faz milagres.
De acordo com o autor, a Comunicação não pode transformar o
conceito da Organização, de forma a substituir aspectos negativos por
aspectos positivos, alterando sua imagem. A comunicação é um processo
multidisciplinar e abrangente, que precisa ser entendida nos espaços
específicos abrangidos por suas diferentes formas, processos e canais.
Torquato (2002 p. 33).
Segundo Pimenta (2002, p. 27), o processo de comunicação nas
empresas enfrenta algumas dificuldades. Em sua obra, a autora cita algumas
delas:
• Níveis organizacionais: quanto mais complexa for a estrutura, cargos e
departamentos, maior distorção entre a mensagem original e a que
chega no destino final; cada nível funciona como um “filtro”,
modificando, acrescentando ou retirando parte do conteúdo da
mensagem;
• Autoridade da administração: necessária e inerente à organização; ela
dificulta uma organização livre e aberta; que possui autoridade, em
geral, tenta mostrar controle sobre a situação, evitando qualquer
20
situação que o coloque em uma situação vulnerável; por outro lado, os
subordinados tendem a manter uma aparência favorável, evitando
expressar problemas, desacordos, frustrações etc.;
• Especialização: tende a fragmentar a organização em vários grupos de
interesse, atitudes, maneiras de ver os fatos e vocabulário próprios, que
dificultam o intercâmbio de idéias;
• Sobrecarga de informações: acontece quando se privilegia a quantidade
de informações em detrimento da qualidade, que é obtida com a
seleção e a análise; essa sobrecarga pode confundir e até paralisar o
funcionário.
Apesar das dificuldades apresentadas, e dos desafios a serem
superados, a comunicação empresarial se faz necessária para o crescimento
de qualquer organização, requerendo das empresas e dos profissionais da
área uma conduta ética e transparente.
O jornalista Wilson da Costa Bueno (2002, p.04) define de uma
maneira clara a ligação entre comunicação e empresa. “A comunicação é o
espelho da cultura empresarial e reflete, necessariamente, os valores das
organizações. Se eles caminham para valorizar o profissionalismo, a
transparência, a responsabilidade social e a participação, a Comunicação se
orienta no mesmo sentido”.
2.4 Formas de Comunicação empresarial
Para Torquato (2002, p.52), a área da comunicação social em uma
empresa envolve atos indiretos, unilaterais e públicos. Ou seja, ações de
comunicação coletiva ou de massa, por intermédio de jornais, revistas, rádio e
televisão, destinadas tanto ao público interno quanto externo.
Seus objetivos gerais consistem em projetar um conceito adequado
das organizações diante de seu público de interesse, desenvolver o espírito de
equipe, aprimorar as formas de comunicação para um melhor desenvolvimento
21
das atividades dentro da empresa, dentre outros. Para alcançar com sucesso
esses objetivos, Torquato (2002, p. 52) destaca importantes programas de
comunicação voltados às seguintes áreas:
• Jornalismo empresarial;
• Assessoria de imprensa;
• Relações públicas;
• Articulação institucional e relações corporativas e lobby;
• Marketing cultural e eventos;
• Publicidade institucional e comercial/industrial;
• Editoração e identidade visual.
A integração entre esses programas é responsável pelo sucesso e
bom andamento das atividades de comunicação empresarial em uma
organização.
Torquato (2002, p. 54) divide a comunicação social de uma empresa
em duas lacunas. A primeira delas é a comunicação interna, objeto de estudo
neste trabalho, e a segunda é a comunicação externa.
Para Bahia (1995, p.31) a Comunicação empresarial é dividida da
seguinte forma:
• Comunicação externa: é a comunicação dos empresários com a
opinião pública.
• Comunicação interna: é a comunicação entre os empresários e
suas empresas (funcionários).
22
2.5 O que é Comunicação Interna?
Para analisarmos o departamento de Comunicação Interna da
Vicunha Têxtil, as atividades e ações de incumbência deste setor, é preciso
entendermos de forma mais consistente o que é a comunicação interna, o que
esta área representa para uma empresa, além de entendermos quais os
problemas enfrentados pelo setor e conhecermos os canais de comunicação
utilizados para transmitir as mensagens aos seus diversos públicos.
Como já citado anteriormente, a Comunicação interna é um tipo de
comunicação empresarial direcionada ao público interno, ou seja, aos
funcionários. No entanto, a comunicação interna é bem mais do que a
transmissão de informações aos colaboradores. De acordo com Torquato
(2002 p. 54) a Comunicação interna trabalha na obtenção do consenso sobre
os valores da empresa, solucionando problemas e atingindo as metas
empresariais.
Podemos entender a comunicação interna como uma ferramenta
que gera consentimento e produz aceitação, desempenhando um importante
papel na formação e manutenção do clima organizacional 1 e na construção da
imagem institucional diante de seu público interno.
Para Torquato, a missão básica da Comunicação Interna é:
Contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de um clima positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da organização e ao crescimento continuado de suas atividades e serviços e à expansão de suas linhas de produtos. (TORQUATO, 2002 p. 54).
Portanto, podemos entender a Comunicação interna como uma
ferramenta que visa produzir a integração, manter ou melhorar o espírito de
trabalho em equipe.
1 A ligação entre Comunicação Interna e clima organizacional vem sendo bastante
comentada nos últimos anos. Este tema está despertando interesse de muitos profissionais da área, além de ser objeto de estudo de muitos autores. Segundo Pimenta (p. 85) o clima organizacional influencia na qualidade dos produtos e serviços, no rendimento e produtividade de uma organização. De acordo com a autora, isso acontece porque o clima organizacional tem efeito direto sobre a satisfação e a motivação para o trabalho.
23
Mas é importante lembrarmos que a comunicação interna não faz
milagres. Muitas empresas acreditam que ela é capaz de resolver problemas
pertencentes à própria cultura da organização, onde encontramos funcionários
insatisfeitos em um ambiente de trabalho marcado por injustiças, falta de
reconhecimento, motivação, dentre outros aspectos.
Algumas empresas enfrentam sérios problemas de relacionamento
com seus funcionários, problemas estes que freqüentemente são confiados ao
setor de comunicação interna para serem resolvidos. No entanto, a
comunicação pode auxiliar a empresa a solucioná-los, mas serão necessárias
algumas mudanças na estrutura organizacional para que problemas assim
possam ser abolidos por completo.
A autora Plá de Leon faz uma interessante comparação entre a
publicidade e a comunicação interna no que diz respeito as suas atividades:
Assim como a propaganda não pode sustentar a venda de um produto ruim, a comunicação interna não pode fazer milagres de conseguir adesão para uma proposta contrária ao interesse dos empregados. Igualmente a comunicação interna não consegue - e nem deve tentar fazê-lo – criar um clima de satisfação em um ambiente marcado por injustiças e contradições. (PLÀ DE LEON, 1999, p.16)
A escritora Maria Alzira Pimenta entende que a comunicação interna
só será eficaz e terá seus objetivos alcançados quando os funcionários
puderem expressar seus valores, desejos e conflitos. Ainda segundo a autora,
é importante ressaltar a necessidade de ocorrer uma integração harmônica
entre as demandas da empresa (produção) e a sociedade (bons produtos e
serviços), que devem ser atendidas. Pimenta (1999, p. 119).
Segundo a autora a estrutura tradicional de uma empresa é
normalmente burocrática, técnica, racional e normativa, o que impede muitas
vezes a participação e engajamento dos trabalhadores, podendo acarretar no
comprometimento do processo produtivo. Entretanto, existe uma tendência que
procura transformar esse quadro, levando em consideração os sentimentos
humanos (emoções, atitudes e valores) no trabalho e na estrutura
organizacional da empresa.
24
Diante deste contexto a comunicação interna procura apoiar-se em
uma importante estratégia: valorizar seus colaboradores, os talentos internos,
pois chegou-se à conclusão que estes são eficazes para o sucesso, aumento
da produtividade e da qualidade empresarial.
2.5.1 Endomarketing como instrumento de comunicação interna
O conceito de Endomarketing, segundo Pimenta (2002, p. 123)
surgiu em 1975, quando o empresário Saul Faingus Bekin observou problemas
pertencentes a sua empresa, como: faltas e atrasos constantes, falta de
motivação para trabalhar, pouca produtividade ou de baixa qualidade, baixa
integração entre diversos departamentos e visões discrepantes sobre as
funções de cada um.
De acordo com análise da autora, o empresário concluiu que seus
funcionários estavam descomprometidos com o trabalho, gerando um clima de
insatisfação e desconhecimento da empresa na qual trabalhavam, o que
conseqüentemente prejudicava o desenvolvimento das atividades no campo
empresarial.
Para tentar reverter esta situação, o empresário utilizou estratégias
de marketing na comunicação interna. Foram traçados alguns pontos que
precisavam ser atendidos para transformar este quadro de insatisfação. Os
principais pontos foram comprometer o funcionário com seu trabalho e metas
da empresa, promover a integração entre as pessoas e os departamentos e
conseqüentemente, melhorar a qualidade da produção e dos serviços.
Com isso, Pimenta (2002, p.124) define o Endomarketing da
seguinte forma: “o Endomarketing envolve ações de marketing para o público
interno, ressaltando, ao mesmo tempo, a importância do funcionário no
processo produtivo e o respeito como ser humano, com potencialidades e
dificuldades”. A autora destaca três premissas básicas para a implantação do
endomarketing em uma empresa, são elas:
25
1. Clientes merecem um serviço excelente;
2. Funcionários são um ativo valioso e devem ser tratados como tal;
3. Excelência de serviços aos clientes e de gerenciamento dos recursos
humanos é bem mais que sorrisos e elogios informais; para conseguir
excelência é necessário ter motivação.
Para realizar uma comunicação eficaz é fundamental trabalhar o
Endomarketing na empresa. Os profissionais de Comunicação Interna
precisam escolher a melhor estratégia, levando em consideração o público que
se deseja atingir, o tipo de mensagem (que vai depender do objetivo) que pode
ser o de integrar, melhorar a qualidade, fortalecer o compromisso etc. No
entanto, a Comunicação Interna precisa atender alguns requisitos para a
implantação de um programa de Endomarketing. Pimenta (2002, p. 126)
enumera estes requisitos:
• Bom senso para admitir que há problemas;
• Reconhecer a importância do funcionário na solução de problemas;
• Informar o funcionário sobre tudo que acontece na empresa;
• Ser persistente e determinado;
• Avaliar constantemente o processo com os envolvidos;
• Enfrentar os conflitos e as resistências naturais e eventuais;
• Ter e demonstrar honestidade de propósito (produção com a qualidade)
26
2.6 Os canais de comunicação e sua mensagem
Cientes da necessidade de comunicação com seu público interno, uma empresa poderá utilizar-se de diversos meios para transmitir informações aos funcionários, como: quadros de aviso, murais, comunicados oficiais, boletins internos, jornal interno, sistema de radio ou televisão dentro da empresa, enfim ate mesmo de chefias e lideranças, através de reuniões informais. (PLÀ DE LEON;ROSA, 1992, p. 12).
Segundo a autora, existem diversos canais de comunicação para
informar o público interno. Entretanto, é importante analisarmos a maneira
como a informação será transmitida, ou seja, se esta informação está sendo
trabalhada de forma adequada para atingir os principais objetivos, que são:
motivação e participação.
O importante neste caso não é o fato da notícia ser positiva ou
negativa, o que a comunicação empresarial prima é gerar o máximo de adesão
que poderá conseguir junto a seu público interno.
Os canais de comunicação, segundo Torquato (1998, p. 42), têm
características distintas. “Uns são tempestivos (como os e-mails via Internet),
rápidos (como os boletins noticiosos), simultâneos (como as conversas
pessoais ou telefônicas), outros são mais lerdos e complexos (como os canais
impressos, os jornais e as revistas)”. De acordo com o autor, a novas
tecnologias têm induzido as fontes a preferir canais ágeis, que oferecem maior
rapidez e agilidade às comunicações, como a Internet.
Hoje, muitas empresas estão trabalhando a comunicação interna via
Internet e intranet, isto se deve a diminuição de custos que estes canais
oferecem, além da rapidez que os mesmos proporcionam.
Em pesquisa realizada pelo DATABERJE – Instituto ABERJE de
Pesquisas, que analisou 117 companhias classificadas entre as 500 Maiores
Empresas do Brasil, de acordo com um levantamento da revista Exame (edição
2005) demonstrou que o meio digital é o principal veículo utilizado pela área de
comunicação interna dessas empresas. De acordo com a pesquisa, o jornal
impresso perdeu força e importância. Atualmente, 31% das empresas
27
pesquisadas consideram a intranet o principal meio de comunicação com os
funcionários. A pesquisa fez um comparativo como ano de 2002, quando este
índice era de 18%. (Gráfico 1).
A pesquisa ainda demonstrou que com a comunicação digital, 35,9%
das empresas conseguiram atingir seus funcionários diariamente, com dados
atualizados, o que ocasionou a diminuição dos veículos com periodicidade
mensal e bimestral, e conseqüentemente houve uma crescente valorização da
informação quinzenal e semanal.
As notícias que circulam em uma empresa por meio dos veículos de
comunicação têm como objetivo tornar o funcionário informado sobre os
acontecimentos organizacionais, combatendo o desconhecimento acerca da
empresa e promovendo a integração entre seu público, além de tornar o
funcionário motivado e um forte aliado aos interesses da empresa, projetando
sua imagem internamente.
Segundo Torquato (1986, p. 130), as mensagens nas publicações
internas devem abranger os mais diferentes conteúdos e tipos de matérias,
envolvendo áreas como jornalismo, educação, lazer, dentre outras:
1. Matérias Institucionais: normas, regulamentos, portarias, avisos,
produtos, serviços, projetos de expansão, recordes de produção etc.
2. Matérias de motivação: planos assistenciais, benefícios, promoções,
concursos, prêmios, planos de sugestão.
Gráfico 1 Fonte: ABERJE
28
3. Matérias de orientação profissional: segurança, higiene, saúde,
conselhos úteis, programas de treinamento.
4. Matérias educativas: história, geografia, conhecimentos gerais.
5. Matérias associativas: esportes, festas, concursos, bailes,
casamentos, nascimentos, falecimentos.
6. Interesse feminino: culinária, conselhos de beleza, moda.
7. Entretenimento: cruzadas, quadrinhos, curiosidades, adivinhações,
testes.
8. Matérias operacionais: processos de fabricação, inovações técnicas.
9. Família do empregado: além das matérias de interesse feminino,
concursos infantis etc.
É importante para a empresa manter seu quadro de funcionários
sempre muito bem informado, realizando uma publicação interna diversificada
e destinada a todos os fluxos. Não esquecendo que o funcionário (público
interno) está mais próximo à empresa, e as notícias que ele recebe irão
influenciar no bom andamento de suas atividades, melhorando o clima
organizacional e o ambiente de trabalho.
A comunicação interna, para ser bem-sucedida, segundo Plá de
Leon (1992, p. 24) deve alicerçar-se em quatro pilares básicos. O primeiro é
com quem se comunicar, o segundo é o que dizer, o terceiro ponto básico é
como transmitir a mensagem, e o último pilar é certificar-se que conseguiu
atingir o alvo pretendido.
Portanto, para obter eficácia na comunicação realizada em uma
empresa será necessário verificar o que ela pretende informar aos seus
funcionários, como atingi-los, e qual será a maneira mais adequada de
transmitir as informações, além de procurar conhecer as necessidades e
interesses do público-alvo.
Segundo a autora (1992, p. 24), uma publicação interna que
pretenda ser eficiente com seu público, deverá expor informações de interesse
dos leitores e, na medida do possível, procurar atendê-los em suas
necessidades de comunicação. Em sua obra, a autora demonstra de maneira
clara quais os assuntos do jornalismo empresarial. (Figura 1).
29
Na área 1, a autora identifica como assuntos de interesse do
funcionário (que não são de interesse da empresa), pode-se dar como exemplo
serviços ao leitor, como: decoração do lar, culinária, educação de filhos, lazer
etc.
Na área 2, verifica-se a convergência entre o interesse do
funcionário e o da empresa. Estes assuntos, em geral, abrangem tudo sobre
política, estratégias, normas e acontecimentos da empresa, que afetam o
funcionário, além de assuntos que dizem respeito à melhoria da eficiência, da
segurança e do clima interno. Também estão inseridos neste espaço temas
referentes à identificação do funcionário com a empresa e integração com os
colegas de trabalho.
Na área 3 estão os assuntos de interesse da empresa (que não são
de interesse do funcionário), como por exemplo a representação da empresa
para públicos externos, eventuais questões formais ou cerimoniais e matérias
de indicação de prestígio a diretores. Seu uso deve ser reduzido ao mínimo.
Segundo Torquato, (1986, p. 130) a publicação interna é o único
veículo de comunicação que traz mensagens, cujas fontes podem ser os
próprios funcionários. “Lendo a publicação, o trabalhador pode formar um
estado psicológico favorável ao bom desempenho de suas atividades
operacionais”.
Dentro deste contexto, pode-se concluir que o funcionário bem
informado desempenha um importante e decisivo papel no desenvolvimento e
crescimento da empresa, projetando de maneira favorável, a imagem
organizacional tanto no campo interno quanto no externo.
Assuntos do Jornalismo empresarial
1 Interesse do funcionário
2 3
Interesse da empresa
Figura 1
30
2.6.1 Os ruídos de comunicação ou a rádio peão
É possível definir a “rádio peão” como uma manifestação informal
dos funcionários dentro da organização, onde não existe controle sobre os
boatos que circulam em todo o campo empresarial. Evitar estes ruídos de
comunicação ou comentários difundidos pela “rádio peão” no dia-a-dia das
empresas é um dos principais desafios da área de comunicação interna.
Pimenta (2002) define a “rádio peão” da seguinte forma: “É uma rede
de comunicação complexa, informal e muito eficiente pela qual circulam as
mais variadas informações, notícias e rumores de interesse dos funcionários,
independente de sua hierarquia, formação profissional ou status”.
Para a autora, a rádio peão é onipotente, pois dependendo da
importância do assunto, sai dos limites da empresa e passa a atuar em outros
ambientes: como nas casas dos funcionários e em outras empresas. Ela se
adapta aos novos recursos tecnológicos que só alteram a forma e a rapidez
que os boatos são veiculados.
Alguns profissionais de comunicação definem a “rádio peão” como
uma manifestação natural do funcionário, que nunca chegará ao fim, pois o ato
de se comunicar é próprio do ser humano, outros a vêem como uma dor de
cabeça, prejudicando o bom andamento nos processos de comunicação
interna. A realidade é que a “rádio peão” existe, e para tentar minimizar seus
ruídos ou fazer com que estes não se tornem uma ameaça, é preciso que a
comunicação seja transparente e direta.
Os boatos, de acordo com Pimenta, podem ter início a partir de
índices (compra de novos equipamentos, transferência de um funcionário e
participação nos resultados da empresa) ou fatos reais (declaração da diretoria,
circular, notícia veiculada na mídia). É preciso que a empresa forneça
informações verdadeiras, evitando transmitir informações contraditórias e mal
elaboradas, desta forma, a “rádio peão” não terá chances de especulações.
Os gestores e a área de comunicação interna precisam saber lidar
com esses rumores, evitando que determinado fato gere boatos ou fofocas,
31
caso isto aconteça, o ideal é agir de maneira que garanta ao funcionário que
este está recebendo informações suficientes e claras.
2.7 O perfil dos profissionais de comunicação
No início deste capítulo, ressaltamos o início das atividades de
Comunicação Empresarial, em 1906 nos EUA, quando surgiram os primeiros
profissionais da época, os profissionais de Relações-públicas. No Brasil, as
atividades de comunicação empresarial se intensificaram em 1960, e data
desta época a histórica “disputa” entre jornalistas e relações públicas pelo
comando da comunicação nas organizações.
Segundo Cláudio Amaral, as atividades de comunicação
empresarial atraíram muito os jornalistas, e a disputa entre esses dois
profissionais se acirrou com mais intensidade após a profissão de jornalista ser
decretada em 1969, um ano depois de ser decretada a profissão de relações
públicas (RPs). De acordo com Amaral, “os RPs nunca se conformaram com a
eventual ascensão de um jornalista ao posto de assessoria mais qualificado
dentro da empresa ou do órgão público onde trabalhavam profissionais das
duas categorias. Para eles, cabia ao RP ser o comandante, o formulador da
política de Comunicação Empresarial.”
As funções dos dois profissionais, que deveriam se complementar
para difundir as atividades de Comunicação Empresarial, eram motivo para
disputas de cargos de chefias nas empresas.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto DATABERJ, em 2005,
demonstrou que os profissionais de relações públicas perderam espaço para
os jornalistas na Comunicação Interna. De acordo com a pesquisa, realizada
com as 500 Maiores Empresas do Brasil, segundo a revista Exame, o
departamento de comunicação é multidisciplinar, com profissionais de diversas
áreas atuando conjuntamente. Sendo que os jornalistas lideram o índice com
47,9% das citações. A queda acentuada dos profissionais de relações públicas
32
chama atenção. Sua participação caiu de 32% em 2002 para 15,4% em 2005,
mais que a metade. (Gráfico 2).
Torquato (2002 p. 95) afirma que, “o profissional de comunicação
precisa assumir a postura de um estrategista político, ser um articulador, juntar
as partes da empresa, quebrar arestas, ter bom relacionamento com a
imprensa, relacionar-se com o sistema político, conhecer as lideranças que
influenciam na vida da empresa”.
É importante que este profissional seja especializado no assunto,
e que pense, sempre, no público interno, promovendo para este, uma
comunicação clara e objetiva. Independente deste profissional ser jornalista,
relações publicas ou publicitário, o importante é que saiba gerenciar conflitos,
trabalhar de forma adequada os ambientes interno e externo da empresa e
visualizar de forma estratégica os negócios da empresa, o mercado onde está
inserido.
Segundo Torquato (2002, p. 95) existem poucos profissionais com
visão sistêmica e política de comunicação. Porém, alguns profissionais
adquiriram novos conhecimentos em cursos de pós-graduação, desenvolvendo
dissertações de mestrado e teses. De acordo com o autor, os profissionais
mais requisitados saem das redações de grandes veículos de comunicação.
Gráfico 2 Fonte: ABERJE
33
3 A COMUNICAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS
Este capítulo aborda o desenvolvimento e o impacto das novas
tecnologias na sociedade contemporânea, assim como as transformações
ocorridas diante de mudanças tão significativas. Será importante analisarmos
este assunto, dito que o presente trabalho estuda a intranet como veículo de
comunicação interna. Sendo assim, será necessário entendermos de maneira
mais precisa o surgimento da Internet, da intranet, e de suas implicações e
benefícios.
3.1 O impacto das novas tecnologias nas estruturas sociais
O impacto das novas tecnologias, como por exemplo, o advento do
computador e das telecomunicações provocaram grandes transformações
sociais. O mundo está interconectado, todos recebem uma grande quantidade
de informações de maneira quase que instantânea. Fica difícil saber o que
deve ser aproveitado ou descartado da memória.
Manuel Castells (2001) avalia que o grande desenvolvimento
tecnológico a partir da década de 70 ocasionou mudanças nos diversos
campos das relações humanas. Segundo o autor, as novas tecnologias de
informação e comunicação (TICs) interferem diretamente nas estruturas
sociais.
O filósofo Marshall McLuhan, em seu livro “O meio é a mensagem”,
caracteriza este momento de transformação na sociedade como “Aldeia
Global”, que significa que a revolução tecnológica está restringindo todas as
regiões mundiais à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, a
possibilidade de se comunicar diretamente com qualquer pessoa que faça
parte desta aldeia, diminuindo as distâncias e o conceito de tempo e espaço.
34
Segundo McLuhan (1962, p. 67) a nova interdependência eletrônica recria o
mundo à imagem da aldeia global.
Não é segredo que o impacto responsável por intensas
transformações na sociedade foi a Internet. De acordo com Pierre Lévy (1999),
vivemos em uma espécie de ciberespaço, onde a ampliação e utilização da
Internet e outros meios de comunicação, possibilitam uma maior aproximação
entre as pessoas, disseminando, assim, uma nova cultura na sociedade: a
cibercultura. Quanto maior for o acesso a Internet, maior será o
desenvolvimento de novas formas de convivência e apropriação das
informações por diferentes pessoas, que poderão modificá-las levando em
consideração seus próprios valores, sejam eles culturais ou estéticos.
Neste contexto, é possível entendermos que as novas tecnologias
influenciaram diversas áreas do saber, como a educação, economia,
comunicação dentre outras. Mas foi nesta última que seus impactos foram mais
profundos. Para Manuel Castells (2002), a economia global se caracteriza hoje
pelo fluxo e troca quase instantâneos de informação, capital e comunicação
cultural.
Desta forma, pode-se entender que as novas tecnologias serviram
para modernizar o processo industrial, além de facilitar a comunicação, como
foi o caso do jornalismo digital, que ampliou, redobrou e multiplicou o potencial
do jornalismo impresso.
Foram percebidos diversos impactos das novas tecnologias sobre o
campo da comunicação. As principais transformações deram-se principalmente
sobre as formas tradicionais de escrita, no campo do jornalismo e da literatura.
Também foram percebidas mudanças no campo da pesquisa, como banco de
dados com fins de indexação de livros, os sistemas de bibliotecas e os
programas literários, que estão a frente da tecnologia de tratamento da
informação.
Outra mudança significativa ocasionada pelas novas tecnologias foi
o desenvolvimento de instrumentos de mediação dos processos
comunicacionais, como os e-mails, bate papo, MSN e Orkut.
A influência da informática sobre o jornalismo também foi marcante,
principalmente pelo crescimento e desenvolvimento do jornalismo on-line.
35
3.2 A origem da Internet
Segundo Laquey e Ryer (1994, p.04) “a Internet teve um início
humilde, mas muito interessante”. No início existia apenas uma rede, a
ARPANET, considerada a “Mãe da Internet”. Esta rede surgiu em 1969 como
uma experiência do governo dos Estados Unidos, no auge da Guerra Fria. A
idéia era desenvolver uma rede de computadores que não pudesse ser
destruída por bombardeios, e que, além disso, interligasse pontos
considerados estratégicos para o país, como bases militares e centros de
pesquisa e tecnologia.
A Arpa, Agência de Projetos de Pesquisa Avançada do
Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que posteriormente passou a
ser chamada de DARPA, permitia inicialmente que seus pesquisadores
acessassem centros de computação e compartilhassem hardware e software,
como espaço de disco, bancos de dados e computadores.
De acordo com Manuel Castells, a Darpa, assumiu diversas
iniciativas ousadas, algumas chegaram a transformar a história da tecnologia e
estabeleceram a era da informação em grande escala. O autor cita como
exemplo a Arpanet, considerada a responsável pelo surgimento da Internet,
pois constitui a primeira rede a unir a tecnologia digital e permitir a
compactação de todos os tipos de mensagens, inclusive som, imagens e
informações. Sobre a Arpanet, Castells (2002) afirma que:
Foi aberta aos centros de pesquisa que cooperavam com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, mas os cientistas começaram a usá-la para todos os tipos de comunicações. A certo ponto, ficou difícil separar a pesquisa voltada para o setor militar da comunicação científica e as conversas pessoais. (CASTEllS, 2002)
No início da década de 1980, a Arpanet original libertou-se de suas
origens militares e foi dividida em duas redes: a Milnet, diretamente voltada a
aplicações militares e a nova Arpanet, uma rede com propósitos de pesquisa.
No princípio, de acordo com Laquey e Ryer (1994, p.04), essa interconexão de
redes experimentais e comerciais foi denominada Darpa - Internet, mais tarde
36
somente Internet, que continuava sendo custeada pelo Departamento de
Defesa e operada pela Fundação Nacional da Ciência.
Nos primeiros anos, segundo Laquey e Ryer, o acesso à Arpanet se
limitava a empresas ligadas à defesa militar e a universidades que faziam
pesquisas militares.
Segundo o jornalista Leonardo Moura (p. 13), a Internet só começou
a ter seu potencial devidamente explorado em meados da década de 1980, nos
campi universitários dos Estados Unidos. “A partir daí, não teve outro jeito: a
Internet cresceu, fugiu do controle de seus criadores e pioneiros para, hoje, ter
um número de usuários que só aumenta”.
No entanto, a Internet ainda não funcionava como hoje. Somente em
1991 surgiu a grande novidade da Internet, ou seja, a invenção da Word Wide
Web, que facilitou a navegação pela rede, pois permitiu a transmissão e a
visualização de informações multimídia, com imagens, vídeos e áudios.
Segundo Pinho (2003), a Web é provavelmente a parte mais importante da
Internet, e para muitas pessoas, a única parte que elas realmente utilizam.
Já o Brasil só conheceu a Internet comercial em 1995, quando a
Rede Nacional de Pesquisa (RNP) iniciou a montagem da Fase I, conhecida
como espinha dorsal (backbone). Segundo Pinho (2003) em 31 de maio de
1995 o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia
permitiram a exploração comercial da internet para a população brasileira.
Com a popularização da internet, principalmente da www (Word
Wide Web) surgiram também as primeiras redes locais (Local Área Network) e
as redes de longo alcance (Wide Área Network), mas de acordo com Pinho
(2003) um grande número dessas redes adotou o protocolo TCP/IP e outras
inovações, surgindo assim, as redes intranets, objeto de estudo deste trabalho,
e as redes extranets, ambas baseadas nos padrões e nas tecnologias da
internet.
37
3.3 O que é uma Intranet
A intranet pode ser definida basicamente como um sistema de
informação implementado em uma rede local, que utiliza a mesma tecnologia
disponível para a Internet (FTP, Email, WWW, etc.) e com o mesmo navegador
e protocolos de comunicação.
Porém, enquanto a Internet é uma rede pública, a Intranet oferece
acesso restrito às pessoas de uma determinada empresa. O acesso a áreas de
uma Intranet pode ser estendido para outras empresas parceiras, como
clientes e fornecedores. Esta extensão da Intranet é chamada de Extranet, e
visa a integração entre as informações da empresa e dos clientes e
fornecedores.
Segundo Pinho (2003) uma intranet é usada exclusivamente no
ambiente privado da empresas. “Em vez de circular publicamente no mundo,
como na internet, as informações que transitam em uma rede intranet são
acessíveis apenas à organização a que pertence o seu pessoal interno”. (Pinho
2003, p. 44).
Uma intranet também permite a disponibilização e a visualização de
documentos multimídia, exatamente da mesma maneira que na Internet,
apenas com uma diferença, o servidor de uma intranet é exclusivo, o acesso é
controlado por senhas, e a infra-estrutura geralmente é uma rede de
microcomputadores interna na empresa, interligados entre si.
Desta forma, podemos entender que a intranet é uma “internet
particular” proporcionando interatividade entre os funcionários de uma
organização.
Segundo artigo publicado pelo professor de Informática da
UNICAMP, Renato M. E. Sabbatini, no site Informática Médica, a intranet é
uma ferramenta que permite vários tipos de comunicação. Dentre elas, o
professor cita “a Publicação de uma pessoa para muitas e a disseminação de
informações”, a Transação, ou seja, “a mensagem unidirecional, como por
exemplo o email”, e por último, “o Diálogo, de um para um, ou de muitos para
38
muitos, bidirecional, interativo, como por exemplo, um "Chat" ou lista de
discussão”.
Ainda de acordo com Sabbatini, a intranet é baseada em quatro
conceitos:
� Conectividade: a base de conexão dos computadores ligados através
de uma rede, e que podem transferir qualquer tipo de informação digital
entre si;
� Heterogeneidade: diferentes tipos de computadores e sistemas
operacionais podem ser conectados de forma transparente;
� Navegação: é possível passar de um documento a outro através de
referencias ou vínculos de hipertexto, que facilitam o acesso não linear
aos documentos;
� Execução distribuída: determinadas tarefas de acesso ou manipulação
na intranet só podem ocorrer graças à execução de programas
aplicativos, que podem estar no servidor, ou nos microcomputadores
que acessam a rede (também chamados de clientes, daí surgiu a
expressão que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). A
vantagem da intranet é que esses programas são ativados através da
WWW, permitindo grande flexibilidade. Determinadas linguagens, como
Java, assumiram grande importância no desenvolvimento de softwares
aplicativos que obedeçam os três conceitos anteriores.
Demonstrando tantas facilidades e benefícios, a intranet tem
interessado um número cada vez maior de empresas e organizações em geral.
Atualmente, devido à rápida evolução das tecnologias da informação, está
surgindo um novo conceito de intranet, os chamados Enterprise Information
Portals (EIPs), ou seja, os Portais Corporativos.
De acordo com Pinho (2003), os portais corporativos no Brasil ainda
são pouco disseminados, no entanto, as soluções de portais já existentes ou
em desenvolvimento nas grandes organizações agregam desde os recursos
mais comuns de correio eletrônico, até mensagens eletrônicas instantâneas,
chats em tempo real, canal de videoconferência e educação à distância.
39
Ainda segundo o autor os portais corporativos são utilizados como
poderosas ferramentas de gestão e depósito inteligente de todo o
conhecimento de uma empresa, e prometem revolucionar as relações de
trabalho pela capacidade de tornar os processos mais rápidos, além de
aprimorar a comunicação interna e disseminar o conhecimento, o que
conseqüentemente irá aumentar a produtividade e cortar custos.
3.4 A implementação de uma intranet e seus custos
Uma Intranet é um investimento na tecnologia da informação que
exige custos em todos os pontos de seu ciclo de vida. Desde a proposta de
idéia de uma Intranet, passando pela licitação para aquisição do sistema
(hardware e software), instalação e a manutenção do serviço, várias despesas
são naturezas que compõem o custo do investimento de uma intranet.
Figura 2
40
De acordo o guia de soluções da Microsoft para a implantação de
uma intranet, ela é considerada simples, rápida e relativamente barata. Embora
sejam sempre focalizados os benefícios, como a montagem barata, para se
obter um custo exato de uma intranet tem que se avaliar diversos fatores.
As estimativas sobre quanto custa a montagem de uma Intranet
podem ser bastante contestadas, pois não existem soluções únicas para um
ambiente desse tipo. A melhor solução é aquela que integra diversos
elementos de diversas marcas. A aplicação é sempre o foco das decisões do
projeto e é sempre o item mais difícil de quantificar.
Os projetos de Intranet envolvem a infra-estrutura e o
desenvolvimento de aplicações, item este muitas vezes responsável pelo
consumo da maior fatia do orçamento. Isso porque em alguns casos será
preciso desenvolver aplicações, criar subsistemas de segurança, de correio
eletrônico.
Um dos motivos responsáveis pela atribuição do baixo custo à
intranet é porque ela aproveita grande parte da infra-estrutura já existente na
empresa e seu conteúdo geralmente é estático. Desta forma, a intranet utiliza a
mesma rede que suporta sistemas cliente/servidor e os sistemas operacionais.
Para que a implantação de uma Intranet seja bem sucedida e feita
com o menor custo possível é necessário que a empresa defina
criteriosamente os componentes que irão fazer parte da rede, e depois contrate
serviços para a implantação ou treinamento seu próprio pessoal para isso.
É preciso pensar também nos profissionais para o gerenciamento
da Intranet, que podem ser internos ou terceirizados.
A empresa precisa pensar nos equipamentos para a montagem da
Intranet e no equipamento número um que é o servidor Web. Quanto ao
software, o universo de fabricantes aqui é imenso. Líderes como a Microsoft e
Novell fornecem, além de sistemas operacionais, softwares servidores de Web,
sistemas de e-mail e de segurança e os browsers. Outras peças importantes
são os bancos de dados, que já incorporaram em seus produtos recursos da
Web, oferecendo em seus pacotes funções de acesso interno e remoto,
controle e gerência da base de dados, além de ferramentas de
desenvolvimento de aplicações.
41
A lista apresentada abaixo fornece uma noção inicial dos custos de
uma intranet.
• CONFIGURAÇÃO DO CLIENTE
• Atualização de Plataforma
• Configuração do Servidor Web
• Outros Softwares do Servidor
• Ferramentas de Autoria
• Ferramentas de Desenvolvimento
• CUSTOS DE PESSOAL
• Treinamento
• Manutenção do Conteúdo
• Gerenciamento e Suporte
Gráfico 3
42
O custo operacional de uma intranet depende da sua capacidade de
informação e conteúdo que oferece. Informações e conteúdos estáticos
geralmente têm um custo operacional baixo e os recursos profissionais são
internos, em muitos casos.
No caso do gráfico acima, o conteúdo de uma intranet demonstra ser
o fator que demanda um maior custo. Isto se deve ao fato de muitas vezes o
conteúdo exibido em uma intranet depender de um desenvolvimento externo,
visto que algumas intranets não oferecem uma tecnologia adequada para a
exibição e modificação de conteúdos mais complexos.
3.5 A intranet como veículo de comunicação interna
As organizações reconhecem vantagens no uso das intranets sobre as tradicionais comunicações que empregam o suporte papel, destacando-se a maior segurança, maior largura de banda, melhoria nas comunicações internas, atualidade das informações, redução dos custos de distribuição e maior participação (SHERWIN & ÁVILA, 1999, p. 415).
Não existe uma vasta literatura que trate da intranet como veículo de
comunicação Interna, pois se trata de um assunto relativamente novo. No
entanto, como já fora citado no capítulo anterior, pesquisas realizadas pelo
DATABERJ demonstraram que o uso desta ferramenta vem crescendo a cada
dia, e por conta de seus benefícios tornou-se o principal veículo de
comunicação interna utilizado nas organizações.
Pinho (2003) destaca seis benefícios básicos de uma intranet
responsáveis pela realização de uma comunicação mais eficiente.
� Maior segurança. As intranets oferecem para a empresa um caminho
mais seguro para transmitir informações sigilosas como relatórios de
vendas e de pesquisa de mercado, já que a circulação de versões
impressas torna maior o risco dessas informações vazarem.
43
� Maior largura de banda. As intranets permitem a transmissão da
informação sem a conhecida lentidão da internet. Até mesmo vídeos de
treinamento podem ser disponibilizados ao funcionário pela intranet, sem
que ele saia de sua mesa de trabalho.
� Melhoria nas comunicações internas. Uma intranet oferece uma
comunicação melhor e mais rápida entre os empregados, tornando-se
um importante meio para que eles possam colaborar com projetos. A
comunicação interna se beneficia sobremaneira da informação
facilmente compartilhada pelos funcionários e pelas facilidades que a
intranet proporciona para uma comunicação dialógica.
� Atualidade das informações. Em uma intranet a informação é mais
atualizada e está disponível a qualquer hora. Enquanto um manual
técnico do produto, por exemplo pode ficar rapidamente superado pelo
rápido desenvolvimento tecnológico, as informações disponibilizadas
nas intranets podem ser atualizadas quase instantaneamente.
� Redução de custos e distribuição. Se forem consideradas as
despesas com a produção, impressão das tradicionais newsletters, dos
manuais e das listas de telefones internos, uma intranet pode reduzir
drasticamente os custos de comunicação com e entre os empregados.
� Maior participação. Por suas características, a intranet é, ao mesmo
tempo, uma poderosa ferramenta de gestão empresarial e um
importante meio de viabilizar o trabalho em grupo na empresa. Para
isso, o sistema não deve ser visto como um mero canal de comunicação
da gerência com os empregados, mas usado de um modo interativo
para que os empregados possam trocar informações entre si. Cada
departamento deve ter o seu próprio site para apresentar e divulgar os
seus projetos, suas realizações e notícias.
Muitas organizações procuram implementar uma intranet com o
objetivo de agilizar os processos de comunicação interna. Segundo artigo
44
divulgado pela Microsof, o grupo Abril, uma das maiores empresas de
comunicação do país, com 10 mil funcionários e faturamento anual em torno de
US$ 1,5 bilhão, tinha como grande desafio melhorar a sua Comunicação
Interna. Para isso, a implantação de uma intranet foi a solução encontrada pela
empresa para disponibilizar o maior número de informações, além de integrar
as 25 unidades da companhia.
O grupo preocupou-se em criar uma intranet de visual agradável e
eficiente, não esquecendo da divulgação e disponibilização de informações
atualizadas, possibilitando a integração de toda a comunicação interna.
Exemplos como esse são cada vez mais constantes no mundo
empresarial e comprovam que se a intranet for bem estruturada e voltada para
os negócios da organização, esse novo veículo pode tornar-se um eficiente
canal de comunicação com os funcionários.
A Comunicação Interna vem ganhando mais força nas empresas por
meio da intranet. Se for bem estruturada, voltada para os negócios da
organização torna-se um eficiente canal de comunicação com os funcionários.
Além do Grupo Abril, o Banco Bradesco também resolveu implantar
uma intranet que resultou na modernização de sua estrutura de comunicação
interna para fazer frente ao ambiente competitivo do setor financeiro. De
acordo com a Microsoft, a intranet corporativa do Bradesco agilizou a
comunicação entre os vários departamentos da empresa, integrando quase
2000 agências espalhadas pelo Brasil.
A intranet do Bradesco, hoje já em plena atividade, destinava-se em
um primeiro momento apenas a serviços de comunicação interna. Eram
transmitidos documentos, normas, comunicados, e procedimentos
departamentais, o que tornou os processos mais dinâmicos e eliminou custos
com edição e distribuição de materiais.
Ainda de acordo com o artigo da Microsoft, um outro exemplo de
sucesso na criação de uma intranet a serviço da Comunicação Interna foi na
Telerj – uma das pioneiras do setor de telecomunicações a desenvolver essa
ferramenta.
A intranet da Telerj vem se transformando em uma nova forma de
comunicação na empresa. O departamento de comunicação social participa
45
ativamente da disseminação da rede, além de produzir um caderno de
informática, parte integrante do jornal da empresa e que é divulgado na mídia.
O artigo publicado no site UOL, em novembro de 2005, diz que a
intranet pode ser rica em conteúdos, advindos de diversos setores da empresa,
como: Tecnologia da Informação, Administrativo e Financeiro, Recursos
Humanos, Marketing, Engenharia, Planejamento e Controle de Produção etc.
Entretanto, o desenvolvimento de conteúdo deve ser coordenado
pela equipe de comunicação interna, responsável por ensinar a forma mais
viável de apresentar uma notícia ao público. “Essa equipe ajuda a potencializar
o uso da intranet, de forma a não transformá-la numa confusão de informações
e linguagens”.(Uol Webinsider).
4 OPÇÃO METODOLÓGICA: ESTUDO DE CASO SOBRE A
VICUNHA TÊXTIL
Este trabalho tem como principal objetivo investigar a intranet da
Vicunha Têxtil como um novo veículo de comunicação interna. Para isso,
optamos por utilizar a metodologia do estudo de caso, que é considerado por
Yin (2001, p.32) “uma inquirição empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o
fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de
evidência são utilizadas”. Segundo o autor, os estudos de caso são utilizados
preferencialmente para responder questões do tipo “como” e “por que”.
Para Goode e Hatt (1979, p. 421 – 422) o estudo de caso é um
método que olha para a realidade social. Yin (2001, p.27) lembra que a
preferência pelo método estudo de caso deve ser dada para estudos de
eventos contemporâneos, em situações onde os comportamentos relevantes
não podem ser manipulados, porém, é possível fazermos observações diretas
e entrevistas sistemáticas. Ainda de acordo com Yin (2001), embora o estudo
de caso tenha pontos em comum com o método histórico, o poder diferenciador
46
deste método reside em sua capacidade de lidar com uma ampla variedade de
evidências – documentos, artefatos, entrevistas e observações.
Com isso, Nisbet e Watt (1978) descrevem três etapas para o
desenvolvimento de um estudo de caso. A primeira consiste em especificar as
questões ou pontos críticos, estabelecer os contatos iniciais para iniciar o
trabalho de campo, localizar informantes e as fontes de dados para o estudo; a
segunda etapa diz respeito à coleta sistemática de dados, com base nas
características próprias do objeto estudado; já a terceira etapa refere-se à
análise e interpretação sistemática dos dados e a elaboração do relatório.
Segundo Duarte (2006) o estudo de caso utiliza para a coleta de
evidências, principalmente, seis fontes distintas de dados:
Documentação. É uma importante fonte de dados que pode assumir várias
formas, como cartas, memorandos, agendas, atas de reunião, relatórios de
eventos, documentos administrativos, estudos formais, recortes de jornais,
artigos publicados na mídia. Os documentos devem ser objetos de planos
explícitos de coleta de dados, utilizados com cautela, e não se deve considerá-
los um registro literal de eventos que ocorrem ou uma descoberta definitiva,
porque podem ser resultados de falsas indicações.
Registro em arquivo. Em geral, são encontrados como registros de serviços
(prestados a um cliente), organizacionais (tabelas e orçamentos da instituição),
mapas e tabelas, listas de nomes, e outros itens relevantes, levantamentos
(censo demográfico etc.), registros pessoais (diários, agendas, telefones e
anotações). O uso dessa modalidade pode variar de um estudo para outro. Sua
importância pode ser fundamental para uns, e apenas superficial para outros.
Entrevistas. É considerada uma das mais importantes fontes de informações
para um estudo de caso.
Observação direta. É feita quando em visita ao local do estudo de caso e
serve para fornecer dados adicionais sobre o tema em análise.
47
Observação participante. É uma modalidade de observação onde o
observador deixa de ser passivo e assume uma série de funções, podendo,
inclusive participar de eventos que estão sendo analisados.
Artefatos físicos. Físicos ou culturais, os artefatos são fontes de evidências
que podem ser coletadas ou observadas como parte dos estudos de caso.
Exemplos: aparelhos tecnológicos, uma ferramenta ou instrumento, obras de
arte.
De acordo com a autora, cada uma destas fontes requer habilidades
e procedimentos metodológicos diferenciados.
Desta forma, para iniciarmos este trabalho foi necessário traçarmos
alguns passos importantes. Em princípio, buscamos informações em livros,
revistas e trabalhos acadêmicos que tratem de Comunicação Empresarial e
novas tecnologias, além de ampliarmos a quantidade de informações através
de pesquisas na Internet.
Para a coleta de evidências, utilizamos como suporte a modalidade
de observação participante, procuramos entender as atitudes e
comportamentos do público para o qual a intranet da Vicunha Têxtil se destina,
no caso, a área administrativa da empresa. Em seguida, para conhecermos de
forma mais precisa o perfil destes funcionários, realizamos entrevistas com
funcionários de todos os níveis hierárquicos da empresa (diretores, gerentes,
analistas e estagiários) com o intuito de sabermos se a intranet é realmente um
veículo de comunicação que os colaboradores consideram eficaz.
Também buscamos, em parceria com a área de Tecnologia da
Informação (TI), documentos que traçassem a evolução da intranet da
empresa, desde seu projeto inicial até o formato que se encontra hoje. A
parceria com a equipe de T.I foi fundamental para a realização desta pesquisa,
pois conseguimos medir o grau de satisfação dos colaboradores que navegam
na intranet da empresa, tendo a possibilidade de comprovarmos em números a
eficiência da intranet para os propósitos da Comunicação interna.
Outro aspecto importante para concretizarmos esta pesquisa foi a
realização de entrevistas com os funcionários da área de comunicação interna
da empresa. O objetivo foi averiguarmos o grau de participação deste setor na
48
divulgação de notícias internas e demais atividades por intermédio da intranet
da Vicunha Têxtil.
Ainda dentro do estudo de caso, aplicamos uma pesquisa através de
um questionário disponibilizado na própria intranet do grupo. Os funcionários
das 11 unidades operacionais do Grupo Vicunha tiveram acesso a pesquisa de
opinião entre os dias 21 e 25 de maio, totalizando cinco dias. O questionário
contou com 10 perguntas, divididas em duas partes: a primeira, sobre a área e
as atividades da Comunicação Interna da empresa e a segunda parte, sobre a
intranet. O mesmo foi estruturado predominantemente com perguntas
fechadas, sendo que os funcionários tiveram a possibilidade de opinar de
maneira aberta sobre duas perguntas. (Apêndice 1).
A pesquisa foi realizada com todos os colaboradores que possuem
microcomputadores, e envolveu funcionários de todos os turnos (diurno e
noturno) e de todos os níveis (estagiários, analistas, gerentes, diretores etc.).
Porém, o público-alvo da pesquisa foi a área administrativa, pois os
funcionários chamados de “chão-de-fábrica” não possuem acesso a
computadores.
A enquete estava localizada em um local estratégico e de boa
visibilidade. Com o objetivo de difundir a pesquisa para que o maior número de
funcionários respondesse, foi disponibilizado um lembrete, em formato de pop
up que surgia no momento em que o colaborador ligasse o seu computador.
Também é importante ressaltarmos que apesar de todos os
funcionários da área administrativa possuírem computadores e acesso a
intranet, não foram todos os que puderam responder a pesquisa. Isto porque
somente aqueles que possuem um usuário na intranet, ou seja, aqueles
funcionários de participação ativa, com acesso livre para usufruir e comandar
programas tiveram a oportunidade de responder a enquete. No entanto, se o
funcionário sem usuário tivesse interesse em responder a pesquisa poderia
solicitar permissão junto ao departamento de T. I.
Atualmente o número de funcionários com acesso a intranet na
Vicunha Têxtil é de 3.423. Com usuário ativo, este número cai para 1.200.
Devido a restrições de tempo e de acesso de muitos colaboradores,
contabilizamos um número de 137 funcionários que responderam a pesquisa,
divididos por todas as unidades do grupo e departamentos administrativos.
49
4.1 A história da Vicunha Têxtil
A fundação da Vicunha Têxtil aconteceu em meados da década de
1960, em São Paulo, quando os empresários Mendel Steinbruch e Jacks
Rabinovich, ambos já atuantes no setor têxtil brasileiro, montaram sua primeira
empresa em comum, a Têxtil Brasilbel Ltda. Até então, cada família
concentrava-se em seu próprio negócio – os Steinbruch, na Têxtil Elizabeth, e
os Rabinovich, na Fiação Campo Belo.
Nesta época, as duas famílias, oriundas da antiga União Soviética,
já mantinham estreito relacionamento pessoal e profissional. Foi exatamente
esta aproximação que possibilitou mais uma etapa da expansão industrial,
quando em 1967, em meio a uma grande crise do setor têxtil, as famílias
resolveram comprar em sociedade o maior lanifício da América Latina, o
Lanifício Varam, que detinha a marca Vicunha. Com o tempo, essa marca, que
significa o nome de um animal dos Andes do qual é extraída uma lã rara e cara
denominada “varam”, se tornou o nome pelo qual o grupo passou a ser
conhecido.
Nas décadas seguintes, o Grupo Vicunha cresceu de forma
acelerada, criando novas empresas e adquirindo outras.
A primeira associação foi formalizada com o grupo cearense Otoch e
Baquit, para a fundação da Fiação Nordeste Brasil (Finobrasa), em Fortaleza.
Em 1974, foram adquiridas a tecelagem Textília, a Tinturaria Brasileira de
Tecidos (TBT), e a Fibra, uma das principais industrias têxteis do País,
produtora de fibras artificiais e sintéticas, que pertencia ao grupo italiano Snia-
Viscosa.
Ciente da necessidade de diversificar seus investimentos, o Grupo
Vicunha, ao longo da década de 1990, adquiriu importantes participações no
capital da Companhia Siderúrgica Nacional, CSN e Cegás – Cia. de Gás do
Ceará. Atualmente a Vicunha é o maior conglomerado têxtil da América Latina,
com tradição de quase 40 anos no mercado.
50
No cenário internacional, a Vicunha está presente em diversos
mercados como: Europeu, América Central, América Latina, Oriente Médio,
entre outros. Nos últimos 20 anos a empresa já exportou seus produtos para
mais de 80 países.
Atualmente, a empresa caminha para a internacionalização, com a
compra da “La Internacional”, uma das mais antigas indústrias têxteis do
Equador. O objetivo desta aquisição é fortalecer a produção para a
comunidade Andina, que engloba países como Peru, Equador, Colômbia e
Venezuela.
A Vicunha é responsável por grande parte da produção brasileira de
índigo, e segunda maior Indústria Têxtil do planeta, de acordo com o jornal
Valor Econômico. Responde por 50% da produção nacional de Poliamida e
100% da produção nacional de Fibras e Filamentos de Rayon Viscose,
totalizando 300 mil toneladas de matérias-primas por ano.
Empresa de capital aberto, conta atualmente com 11 unidades em
todo Brasil. No que diz respeito à produção, a Vicunha trabalha com Fiação,
Tecelagem, Malharia, Tinturaria e Estamparia. A empresa se destaca ainda na
fabricação de fios, linhas para costura, índigos, brins, color jeanswear,
malharias natural e sintética, tecidos sintéticos e polímeros.
Mensalmente a Vicunha produz uma média de 6.500.000 kg de Fios;
2.600.000 metros de Brim; 9.200.000 metros de Índigo; 300.000 kg de Malha
Acabada Natural e 400.000 kg de Malha Acabada Sintética, contabilizando
uma média de 800.000 kg de Malha Acabada por mês.
No Estado do Ceará a empresa possui quatro unidades
operacionais, sendo duas no Distrito Industrial de Maracanaú, uma em Pacajús
e outra em Fortaleza.
Também possui um centro administrativo em São Paulo, além de
fábricas localizadas em Natal/RN, no interior de São Paulo e na Bahia.
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51
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O departamento de comunicação interna da Vicunha Têxtil surgiu
em 1990, quando a então Gerente de Recursos Humanos (RH), Tereza
Queiroz, resolveu implantar o setor na empresa. Mesmo atuando como
Gerente de Recursos Humanos, Tereza Queiroz possuía formação em
Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, talvez este fato
tenha sido crucial para o empenho da Gerente em implantar uma área de
comunicação interna na Vicunha Têxtil.
No princípio, as atividades eram desenvolvidas separadamente.
Cada Unidade do Grupo possuía um jornalista e/ou estagiários que
desempenhavam as atividades da área de comunicação.
A Vicunha Têxtil sempre optou por manter uma postura mais
discreta em relação à mídia externa. Por isso, as atividades de comunicação
destinavam-se, em sua grande maioria, a divulgações internas. Mesmo assim,
durante a gestão do antigo presidente do Grupo Vicunha, Pedro Felipe, houve
algumas atividades de assessoria de imprensa, coordenadas pelo jornalista
Egídio Serpa, que trabalhava eventualmente, assessorando o presidente Pedro
Felipe.
A primeira analista de comunicação social da Vicunha Têxtil foi a
jornalista Adriana Bárbara, que atualmente trabalha no Jornal O Povo. A
jornalista, em parceria com a área de RH e o setor de treinamento da empresa
deu início, em 1990, às primeiras atividades da área de comunicação interna.
Dentre elas, foi responsável pela elaboração do primeiro jornal impresso da
empresa, o “Vinorte”. Segundo Adriana, o Vinorte era um jornal bem artesanal.
Logo em seguida, foram contratados novos profissionais, e o setor de
comunicação foi se estabelecendo na empresa.
Devido às várias unidades do grupo espalhadas pelo Brasil, a área
de comunicação enfrentava grandes dificuldades em alinhar as atividades do
setor. Foi então que em 2002, a Comunicação tornou-se corporativa, sendo
assim, alguns profissionais da área foram dispensados, e a estrutura física da
área de comunicação se concentrou em duas unidades do grupo.
52
Após essa reestruturação do setor, a área de comunicação interna
iniciou um projeto para a implantação de uma intranet que servisse como
veículo de comunicação.
Com o objetivo de integrar os colaboradores e torná-los mais
participativos, foi implantado neste mesmo período, o time de comunicação,
que auxilia a equipe com criticas e sugestões, além de prestar apóio a todas as
atividades desenvolvidas pela área de comunicação interna.
4.3 A comunicação da Vicunha Têxtil hoje
Hoje, a área de Comunicação Interna da Vicunha Têxtil é composta
por duas analistas de comunicação júnior e duas estagiárias, sendo uma do
curso de publicidade e propaganda e outra do curso de jornalismo. O setor
responde a área de Recursos Humanos e funciona de forma corporativa, ou
seja, é responsável por atender todas as solicitações de todas as Unidades do
grupo. Sua estrutura física encontra-se dividida em duas Unidades: Unidade I,
localizada na cidade de Maracanaú (CE) e Unidade VI, que fica em São Paulo
(SP).
Para agilizar todas as comunicações, a equipe fixada no Ceará
atende às Unidades localizadas na região nordeste e equipe de São Paulo
atende às Unidades localizadas na região Sudeste e Unidade VIII, localizada
no sul da Bahia.
A área de comunicação da Vicunha desenvolve diversas atividades
conforme tabela a seguir.
53
4.4 A intranet da Vicunha Têxtil e seu público
A utilização da Intranet na Vicunha Têxtil teve início em Janeiro de
1998 com algumas páginas estáticas e a partir da utilização de scripts2, em
2 Script - São mini programas, baseados numa determinada linguagem (como Java), que executam determinadas operações
Veículo abordagem Comunicados Corporativos
Utilizados para divulgar informações relevantes de interesse de todas as unidades ou mais de uma unidade. Recebe numeração seqüencial.
Comunicados internos
Utilizados para divulgar informações relevantes de interesse de uma única unidade. Também recebe numeração seqüencial.
Comunicados do Presidente
Utilizados para divulgar importantes acontecimentos do Grupo Vicunha. Este comunicado é sempre assinado pelo Presidente da empresa.
Informativos
Utilizados para divulgar informações do dia-a-dia das Unidades, tais como eventos, entrega de carteiras/documentos, avisos gerais das áreas de apoio.
Boletins
Utilizados para divulgar dicas, sugestões, curiosidades e informações relacionadas ao meio ambiente, a língua portuguesa e a moda em geral.
Intranet
Divulgação de notícias, dicas, galerias de fotos e informações corporativas, jornal, campanhas, clippings etc.
Jornal Espaço Vicunha
Jornal que reúne as notícias internas das unidades localizadas no sudeste e nordeste. Veiculado mensalmente aos colaboradores nos quadros de avisos e intranet.
Campanhas A área de Comunicação elabora campanhas educativas, que visam ampliar os conhecimento dos colaboradores, além de orientar, prevenir e divulgar as datas comemorativas.
Tabela 1
54
Progress3 e Asp4, com o desenvolvimento interno e recursos próprios. Com o
passar do tempo cresceu aceleradamente, atingindo todas as áreas da
empresa.
O principal motivo para esse crescimento tão rápido foi a fusão entre
as várias empresas que formaram o Grupo Vicunha. Nesse período foi
necessário integrar todas as intranets que em um primeiro momento era
apenas regional.
Para isso, foi preciso buscar recursos externos em uma empresa
especialista em tecnologia para a internet e intranet para criar uma rede interna
mais estruturada, com novos recursos e que pudessem atender todas as
necessidades do Grupo. Desde então, a Intranet sofreu quatro grandes
alterações em seu visual e conteúdo.
O Grupo Vicunha hoje possui uma estrutura sólida de Intranet que
se integra diretamente com os seus bancos de dados e permite a extração on-
line de dados, como faturamento, estoque, contas a receber, busca de ramais,
listas de aniversário, além de aplicações específicas desenvolvidas para a
solicitações de vales combustíveis, despesas de viagens, prestação de contas
e orçamento.
Inicialmente, as aplicações previstas para desenvolvimento da
Intranet na Vicunha Têxtil abrangiam os seguintes programas: (tabelas 2 e 4)
o Solicitação de Materiais do almoxarifado via Intranet;
o Alteração dos Programas de Orçamento em virtude da Mudança;
do Plano de Contas
o Abono de Faltas e Atrasos;
o Consulta para Representantes via Intranet;
o Protótipo de e-comerce para Fios e Linhas;
o Protótipo de Digital Dashboard, (aplicação desenvolvida dentro do
Microsoft Outlook) de Business Inteligence.
3 Progress - linguagem de programação desenvolvida pela Progress Software. Sua principal característica é o seu Banco de Dados, 4 Asp - Active Server Pages (ASP) é uma tecnologia cria da pela Microsoft que gera páginas HTML dinamicamente.�
55
A intranet hoje abrange toda a estrutura do grupo e possui
informações específicas de cada unidade, sua infra-estrutura teve um avanço
considerável em tecnologia, conteúdo e disponibilidade passando a ser uma
ferramenta importante na estrutura administrativa de pessoas e negócios do
grupo. (tabelas 3 e 5)
Situação inicial
Quais áreas possuem pelo
menos uma página na Intranet
Todas
Páginas Dinâmicas Sim
Correio Sim
Servidor de Correio Exchange Server (Microsoft)
Servidores Dedicados para
Intranet
4 (2 NTs e 2 Linux)
Linguagem de Programação
para Scripts
ASP, Progress e Delphi (Activex)
Servidor http Windows NT e Linux
Número de Acessos Mês
(Página Principal)
80.000 acessos/mês
Número de Usuários 900
Houve Plano de Implantação
para Intranet?
Não
Integração com os bancos de
dados da empresa
Sim
Banco de Dados da Empresa Progress, Sql Server
Tabela 2
56
Situacão atual
Páginas Dinâmicas Sim
Correio Sim
Servidor de Correio Exchange Server 2003
(Microsoft)
Servidores Dedicados para Intranet 3 Windows 2003 Server e 7
Linux)
Linguagem de Programação para
Scripts
ASP, Progress e Delphi (Activex)
Servidor http Windows 2003 e Linux
Tipo de acesso remoto Rede WAN
Número de Acessos Mês (Página
Principal)
3.10000 acessos/mês
Número de Usuários 3500
Integração com os bancos de
dados da empresa
Sim
Banco de Dados da Empresa Progress, Sql Server
Layout do modelo inicial – 1998
Tabela 4
Tabela 3
57
Com acesso restrito ao público interno, principalmente os
funcionários da área administrativa, a intranet da Vicunha Têxtil tornou-se para
o departamento de Comunicação Interna uma ferramenta indispensável na
divulgação de notícias com maior eficiência, economizando tempo e
disponibilizando a informação com maior rapidez, o que melhora e agiliza o
processo de comunicação empresarial.
A analista de comunicação da empresa, Taciany Ferreira Pinto,
avalia a intranet da Vicunha Têxtil como um veículo de comunicação eficaz na
transmissão rápida de informações. De acordo com ela, “os beneficiados são
os colaboradores das áreas administrativas, que têm a oportunidade de
estarem bem informados sem se deslocar dos seus postos de trabalho. O que
pode ser melhorado além do layout e da disposição dos links, é disponibilizar
esta nova tecnologia (intranet) também para os colaboradores das fábricas,
instalando alguns terminais com micros em pontos estratégicos da empresa”.
Já para a estagiária de Publicidade e Propaganda, Mara Rejane dos
Santos, a intranet pode ser entendida como uma rede que funciona como um
portal. “Uma ferramenta como a intranet é muito importante para a área de
comunicação interna, pois são inseridas informações relevantes da empresa,
Layout do modelo atual – 2007
Tabela 5
58
que podem ser acessadas pelos funcionários, mas a mesma deixa a desejar
quando o acesso não chega a todos. Isso acontece na Vicunha, que possui um
veículo de comunicação eficiente, porém, muitos de seus colaboradores não
têm acesso. O seu diferencial encontra-se na rapidez da mudança de
informações e em suas atualizações diárias, o que torna ainda mais
interessante a sua utilização”., afirma.
Hoje, a intranet da Vicunha Têxtil transformou-se em uma espécie
de boletim on-line, onde a notícia é divulgada de maneira instantânea,
chegando a todas as 11 unidades do grupo simultaneamente.
Além das notícias internas (Anexo F), são disponibilizados na
intranet o jornal-mural (Anexo B), comunicados corporativos (Anexo C), boletins
(Anexos D e J), clippings de matérias divulgadas na mídia sobre a empresa
(Anexo G), campanhas educativas (Anexo E), galerias de fotos (Anexo H), ou
seja, todo o trabalho realizado pela equipe da área de comunicação interna da
empresa.
Com isso, ela oferece praticidade e comodidade ao colaborador, que
não precisa mais se deslocar de sua sala para ficar a par das informações da
empresa, ele agora faz isso do seu próprio micro.
“Acho que a intranet da empresa é um veículo de fácil acesso, além
de ser muito mais cômodo, afinal, algumas notícias podem ser lidas enquanto
se aguarda a abertura de um programa ou coisa do gênero”, avalia a
colaboradora Paula da Costa dos Santos, da área de serviço social.
Com a intranet, a comunicação não precisa limitar-se ao jornal
mural, ou impressos, além de evitar gastos com papel. O colaborador ainda
participa ativamente das ações do setor de comunicação, através de pesquisas
de satisfação sobre as atividades do setor de comunicação interna, que de
forma interativa estimula uma maior participação do funcionário.
59
5 ANÁLISE DA PESQUISA
A amostra representada neste estudo sobre a Intranet da Vicunha
Têxtil como Veículo de Comunicação Interna, realizada nas 11 unidades
operacionais do grupo Vicunha refere-se predominantemente aos
colaboradores das áreas administrativas da empresa.
A amostra que participou da pesquisa foi composta por funcionários
dos mais diversos níveis hierárquicos, como diretores, gerentes, analistas e
estagiários. A enquete foi disponibilizada durante cinco dias na própria intranet
do grupo, e obtivemos um número de 137 funcionários que responderam a
pesquisa.
1. Quantidade de informações
Em resposta à primeira questão – Quanto à quantidade de
informações sobre os acontecimentos da empresa - os colaboradores que
responderam a pesquisa avaliaram três itens. Segue abaixo o percentual das
respostas.
(01) Quanto à quantidade de informações sobre os acontecimentos da empresa. Você acredita que:
61%
38%
1%
Está bem informado
Pouco informado
Não é informado
A grande maioria dos funcionários que respondeu a enquete acredita
estar bem informado (61% escolheram esta opção). Apesar da maioria dos
Gráfico 1
60
colaboradores escolherem este item, tivemos um número significativo na
escolha da opção pouco informado (38% escolheram este item). Apenas 1%
acredita que não é informado.
2. Quanto aos veículos de comunicação
Com relação à segunda pergunta – que trata da quantidade de
veículos de comunicação oferecidos pela empresa, os funcionários também
tiveram a possibilidade de escolha em três itens. Segue abaixo o percentual
das respostas.
(02) Quanto aos veículos de Comunicação da empresa (jornais, boletins, intranet etc). Você acredita que:
51%
13%
36%São suficientes
São Insuficientes
Poderiam aumentar
Nas respostas obtidas, percebemos que houve uma relativa
satisfação dos usuários quanto à eficiência dos veículos de comunicação, onde
a maioria (51%) acredita que os veículos de comunicação da Vicunha Têxtil
são suficientes, (36%) responderam que esses veículos poderiam aumentar e
(13%) acreditam que a quantidade de veículos é insuficiente.
Gráfico 2
61
3. A freqüência de leitura dos veículos de comunicação
Em resposta a terceira pergunta, quando questionados sobre a
freqüência de leitura dos veículos de comunicação da empresa, os
colaboradores tiveram a possibilidade de escolher entre quatro itens. Seguem
os itens e o percentual atingido em cada resposta.
(03) Quanto à freqüência de leitura dos veículos de comunicação. Você:
72%
24%
4%0%
Lê todos os dias
Lê 1 vez por semana
Lê 1 vez por mês
Não lê
A maioria dos funcionários respondeu que a freqüência de leitura
dos veículos é diária (72% escolheram este item). Sendo que 24% dos
funcionários lêem as notícias da empresa uma vez por semana. Apenas 4% se
informam uma vez ao mês, e nenhum funcionário da empresa que respondeu a
pesquisa deixa de ler as notícias divulgadas pelos veículos de comunicação.
Gráfico 3
62
4. Visual da intranet
Em resposta a quarta pergunta, os colaboradores manifestaram-se
sobre o visual da intranet da Vicunha, e puderam escolher entre dois itens.
Veja na tabela.
(04) Quanto ao visual da intranet.Você:
88%
12%
Aprova
Desaprova
A maioria dos funcionários respondeu que aprova o visual da
intranet (88% escolheram este item). Sendo que 12% dos funcionários
responderam que desaprovam o visual da intranet. Nesta questão observou-se
uma significativa satisfação por parte dos respondentes.
Chama atenção o fato dessa pergunta oferecer a possibilidade de se
opinar de maneira aberta, porém, a maioria dos respondentes optou por não
responder desta forma, e os que responderam deixaram claro sua preferência
pelo visual da intranet.
Gráfico 4
63
5. Freqüência de acesso na intranet
A quinta questão buscou obter uma amostra sobre qual a freqüência
que os usuários acessam a intranet.
(05) Qual a freqüência que você acessa a intranet:
90%
5%
1%4%
Diariamente
Semanalmente
Mensalmente
Quando tem assuntonovo
Nessa questão observou-se que a maioria dos funcionários (90%)
acessa a intranet diariamente, na seqüência, (5%) dos usuários informaram
que acessam a intranet semanalmente, (4%) responderam que acessam
mensalmente e apenas (1%) informou que lê somente quando tem assunto.
Percebe-se nessa questão que a intranet é uma importante ferramenta de
informação e leitura para maioria dos usuários.
Gráfico 5
64
6. Benefícios da intranet
Em resposta a sexta questão foram analisados os benefícios que
intranet pode oferecer. Tendo três itens para análise.
(06) Quanto aos benefícios da intranet. Você poderia citar:
39%
59%
2%
Maior comodidade
Maior agilidade
Não encontra benefícios
No resultado obtido foi observado que (59%) dos colaboradores
responderam que a intranet traz como principal benefício a agilidade, (39 %)
responderam que o maior benefício seria comodidade e apenas (2%)
responderam que não encontram nenhum benefício na intranet.
Gráfico 6
65
7. A escolha do veículo
Na sétima questão os entrevistados tiveram duas alternativas para
responder a pergunta: Você costuma se informar através da intranet ou quadro
de aviso?
(07) Você costuma se informar:
88%
12%
Através da Intranet
Através dos quadros deaviso
Para a maioria dos respondentes, o tradicional jornal mural perdeu
força e importância diante das facilidades do meio digital. A maioria dos
funcionários respondeu que costuma se informar através da intranet (88%
escolheram este item) e (12%) responderam que utilizam o quadro de avisos
para se manter informados.
Esse resultado demonstrou que cresce a importância da intranet
como veículo de comunicação interna, além de ser um meio de comunicação
muito utilizado no ambiente pesquisado.
Gráfico 7
66
8. Veículos de informação
A questão a seguir busca fazer um comparativo da intranet com
outros veículos de comunicação que a empresa dispõe, como por exemplo, os
quadros de aviso. Os colaboradores tiveram a possibilidade de escolha entre
dois itens.
(08) Em comparação a outros veículos de comunicação da empresa, você acha que a
intranet é:
54%
46%Mais lida
Menos lida
O resultado obtido com essa questão foi que (54%) dos
colaboradores responderam que a intranet é mais lida se comparado com
outros meios de comunicação e 46% responderam que a intranet é menos lida.
Porém, essa questão oferecia a possibilidade de opinar de maneira
aberta, os colaboradores podiam especificar o porquê da intranet ser mais ou
menos lida. Desta forma, verificou-se que a grande maioria dos respondentes
acredita que a intranet é menos lida devido ao fato de ser limitada aos
funcionários das áreas administrativas, já que a maioria dos funcionários da
Vicunha Têxtil são os chamados “chão-de-fábrica”.
Gráfico 8
67
9. A Intranet como ferramenta de trabalho
A última questão de múltipla escolha buscou obter a opinião dos
colaboradores referente às facilidades que a intranet pode oferecer para a
equipe de comunicação. Foram utilizados dois itens para essa questão: Sim ou
Não.
(09) Na sua opinião, a intranet facilita o trabalho da equipe de comunicação?
99%
1%
Sim
Não
A maioria dos funcionários (99%) respondeu que a intranet facilita o
trabalho da equipe de comunicação. O que demonstra que a utilização das
novas tecnologias está influenciando um maior desenvolvimento das atividades
no campo das comunicações.
Gráfico 9
68
Resultado Final por Unidade
O resultado final da pesquisa obteve um total de 137 respondentes,
com a participação de todas as unidades do grupo. Observou-se ainda, que em
algumas unidades o volume de participação na pesquisa foi intenso, já em
outras houve uma pequena participação. Este fato deve-se também a variação
de quantidade de funcionários de uma unidade para outra.
Total de votos por Unidade
35%
8% 9% 9% 8%
19%
1%
5% 4%
1% 1%
1
Unidade I
Unidade II
Unidade III
Unidade IV
Unidade V
Unidade VI
Unidade VIII
Unidade IX
Unidade XI
Unidade XII
Unidade XIII
• Unidade I: Marcanaú/CE
• Unidade II: Natal/RN
• Unidade III: Pacajús/CE
• Unidade IV: Fortaleza/CE
• Unidade V: Maracanaú/CE
• Unidade VI: São Paulo/SP
• Unidade VIII: Simões Filho/BA
• Unidade IX: Americana/SP
• Unidade XI: Itatiba/SP
• Unidade XII: Americana/SP
• Unidade XIII: São Manuel/SP
Gráfico 10
69
6 CONSIDERACÕES FINAIS
Mediante esta pesquisa, identificamos de maneira clara o potencial
da intranet da Vicunha Têxtil, que comprovou ser um veículo de comunicação
interna eficiente.
A pesquisa de opinião realizada com os colaboradores da área
administrativa demonstrou que 88% dos respondentes afirmaram que
costumam se informar através da intranet. No entanto, 46% afirmaram que a
intranet é menos lida se comparado aos quadros de aviso.
Isto se deve ao fato da maioria dos funcionários da Vicunha
pertencer ao ambiente fabril, sendo assim, não possuem acesso a
microcomputadores, e costumam se informar através desses quadros.
Acreditamos que esta seja a principal barreira na consolidação da
intranet como o principal veículo de comunicação interna da Vicunha Têxtil.
Porém, após este trabalho, a Área de Recursos Humanos, em
parceria com o departamento de Comunicação Interna e Área de Tecnologia da
Informação (T.I) realizarão um projeto para disponibilizar em pontos
estratégicos da fábrica, microcomputadores mais antigos e que se encontram
em desuso.
Desta forma, acredita-se que os colaboradores chamados “chão-de-
fábrica” poderão ter acesso constante aos benefícios que a intranet pode
oferecer, além do que, essa ação poderá proporcionar uma maior aproximação
destes colaboradores com as novas tecnologias, minimizando os impactos
sociais ocasionados pela crescente utilização de ferramentas tecnológicas.
Outros benefícios que podemos citar em relação à comunicação via
intranet na Vicunha Têxtil são o acesso mais rápido, fácil e a troca de
informação que este veículo possibilita. No entanto, sugerimos que para tornar
a intranet ainda mais atrativa, seja disponibilizado em sua estrutura a inserção
de imagens, criação de tabelas, adição de mídias e a introdução de
ferramentas de busca, chat e salas de reunião. Desta forma, suas vantagens
seriam redobradas, além de torná-la mais dinâmica.
70
Seu visual também agrada a maioria dos colaboradores, 88% dos
respondentes apreciam sua aparência. No entanto, a Gerente de Recursos
Humanos da Vicunha Têxtil, Ana Paula Priminini, afirmou que existe a
possibilidade do visual da intranet passar por mais uma modificação, que tem
como objetivo criar páginas individuais de cada departamento da empresa,
além de tornar sua navegação mais simples e agradável.
Esta modificação também se deve ao fato do processo de
internacionalização da Vicunha Têxtil, no qual a intranet terá um importante
papel na difusão de notícias, e padronização das atividades da comunicação
interna da empresa.
Uma das coisas que percebemos com esse estudo foi que a
inserção das novas tecnologias transformou o ambiente de trabalho nas
empresas. Os funcionários buscam rapidez e facilidades nos processos, e o
departamento de comunicação interna da Vicunha Têxtil percebeu que uma
intranet organizada e voltada para os negócios da companhia pode ser um
excelente canal de comunicação com os funcionários, oferecendo a eles uma
fonte de informações instantâneas, que podem ajudá-los em sua rotina.
Percebemos também que os quadros de aviso perderam força e
espaço entre os colaboradores das áreas administrativas, que deixaram claro
sua preferência pela intranet, instrumento que veio para poupar o tempo dos
funcionários, e facilitar seu trabalho. Os colaboradores podem encontrar em
suas páginas tudo o que necessitam para a realização de seu trabalho diário.
Por ser precisa, rápida e fácil de se manusear, a intranet da Vicunha alcançou
um grande sucesso entre os colaboradores das áreas administrativas.
Por tudo que foi apresentado nesse trabalho, é notório que a
comunicação interna ganhou mais força na Vicunha Têxtil por meio da intranet.
Agora, é preciso que a empresa continue o caminho da evolução,
estabelecendo novas estratégias para o desenvolvimento da intranet como
veículo de comunicação interna.
71
REFERÊNCIAS
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CASTELLS,MANUEL. A sociedade em rede. Vol 1. Paz e Terra, 1999.
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72
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PADILHA, S. Novo perfil do Jornalista / perfil do novo jornalista. Disponível em: http://www.comtexto.com.br. Acesso em: 09 abr 2007.
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PIMENTA, A. M. Comunicação Empresarial. São Paulo: Alínea, 2003.`
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REGO, F.G.T.do. Jornalismo Empresarial. São Paulo: Summus, 1987.
REGO, F.G.T.do. Comunicação Empresarial, Comunicação Institucional: conceitos, estratégia, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Sumus, 1986.
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VIANA, FRANCISCO. Comunicação Empresarial de A a Z. Termos úteis para o cotidiano e o planejamento estratégico. São Paulo: CLA, 2004.
UOL, WEBINSIDER. Disponível em http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/nova/noticias/ge290905.htm#1. Acesso em: 22 março 2007.
73
APÊNDICE
74
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO I. Pesquisa de opinião Em relação à Área de Comunicação Interna:
1. Quanto à quantidade de informações sobre os acontecimentos da empresa. Você acredita que:
( ) Está bem informado ( ) Pouco informado ( ) Não é informado
2. Quanto aos veículos de Comunicação da empresa (jornais, boletins,
intranet etc). Você acredita que: ( ) São suficientes ( ) São insuficientes ( ) Poderiam aumentar 3. Quanto à freqüência de leitura dos veículos de comunicação. Você: ( ) Lê todos os dias ( ) Lê 1 vez por semana ( ) Lê 1 vez por mês ( ) Não lê
Em relação à Intranet da empresa:
1. Quanto ao visual da intranet.Você:
( ) aprova ( ) desaprova ( ) poderia melhorar. Em quê_________________________
2. Qual a freqüência que você acessa a intranet: ( ) diariamente ( ) semanalmente ( ) mensalmente ( ) quando tem assunto novo 3. Quanto aos benefícios da intranet. Você poderia citar: ( ) maior comodidade ( ) maior agilidade ( ) não encontra benefícios
75
4. Você costuma se informar através: ( ) da intranet ( ) ou quadros de aviso? 5. Em comparação a outros veículos de comunicação da empresa, você acha que a intranet é:
( ) mais lida ( ) menos lida
6. Na sua opinião a intranet é mais eficiente que os demais veículos de
comunicação? Porque?
( ) sim ( ) não __________________________________________________________________________________________________________________________ 7. Na sua opinião, a intranet facilita o trabalho da equipe de comunicação?
( ) sim ( ) não
76
APÊNDICE B – ENTREVISTA COM EXECUTIVOS DA VICUNHA
Com o objetivo de realizarmos entrevistas com maior profundidade,
escolhemos alguns importantes executivos da empresa para que estes
respondessem a seguinte pergunta:
Como o Sr. (a) avalia a intranet da Vicunha como veículo de Comunicação
Interna?
1ª Resposta:
A intranet da Vicunha Têxtil representa um portal de acesso a todas
informações da companhia, seja através de links de conexão a aplicações
especificas, links externos ou a páginas de artigos informativos.
Do ponto de vista da comunicação interna, a intranet se apresenta como o
principal dentre os novos veículos, permitindo a disseminação da informação
técnica, administrativa ou outras, de forma rápida, flexível e com um baixo
impacto de implementação tecnológica.
Estas características fazem com que esta ferramenta possua um elevado valor
estratégico para os setores da organização, permitindo que as suas ações
táticas possam ser divulgadas com um longo alcance junto aos colaboradores
e também possibilitando o esclarecimento de qualquer tipo de problema de
interpretação quanto aos objetivos focados na busca pelas suas metas,
gerando um alto grau de mobilização operacional.
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77
2ª Resposta
Uma ferramenta de extrema importância que, diferentemente dos demais
veículos de comunicação interna, tem um aspecto participativo. Os
colaboradores, através da Intranet, têm a oportunidade de se expressar e de
participar do dia-a-dia da empresa, fornecendo e recebendo informações.
A Intranet da Vicunha permite um acesso mais rápido às informações
referentes à empresa, suas atividades e eventos, tornando mais fácil e ágil o
acompanhamento das questões em discussão. Isto por manter as informações
de uma forma estruturada e organizada. É uma ferramenta de “endomarketing”
por reforçar a comunicação interna.
Acredito que além de um canal de comunicação que gere redução de custos e
distribuição de conhecimento, a Intranet Vicunha pode ser também uma
ferramenta para aproximar pessoas, interligar sistemas e tecnologias e, mais
do que tudo, uma ferramenta de gestão do capital humano. Apesar de já
termos na Intranet Vicunha muitas informações, poderíamos fortalecê-la ao
torná-la o único portal de acesso à informações pertinentes à “vida” do
colaborador dentro da empresa e aos processos inerentes à gestão de pessoas
dando velocidade e transparência. Como exemplos, podemos citar o acesso de
cada colaborador aos seus dados históricos (férias, pagamentos, etc.) ou a
disponibilização de vagas para recrutamento interno.
Um ponto negativo no entanto é a dificuldade de acesso à Intranet. Na
Vicunha, muitos colaboradores não acessam a Intranet por não terem
computadores como ferramenta de trabalho. Nestes casos, seria interessante a
distribuição pela empresa de “quiosques” onde o colaborador possa, além de
acessar a Intranet, acessar a Internet.
Apesar de já consolidada na empresa, eu penso que muitos gestores ainda não
incorporaram a ferramenta em seu dia-a-dia. Somente com esta adesão a
Intranet poderá trazer melhores resultados.
Janet Sidy Donio
Gerente de Tecnologia da informação – T.I
78
3ª Resposta:
Acredito que a intranet é uma ferramenta estratégica que ultrapassa o conceito
de fronteiras territoriais, sendo responsável por importantes transformações no
relacionamento entre as organizações e seus empregados, visto que o mundo
globalizado exige das empresas uma maior rapidez e qualidade no repasse de
informações. Desta forma, a intranet veio para agilizar o processo de
comunicação dentro da Vicunha Têxtil, pois interliga todas as unidades do
Grupo, possibilitando uma comunicação mais eficaz, já que todos os
funcionários da área administrativa têm acesso instantâneo a diversas
informações.
Martiniano Dias Diretor de Operações
4ª Resposta:
Vejo que a Intranet da Vicunha ainda é pouco explorada, mas tem sido cada
vez mais estimulada pela equipe de Comunicação Interna. É um veículo de
Comunicação fundamental que poderia conter ainda mais informações sobre a
empresa, mercado, faturamento, concorrentes, etc. Acredito que o visual dela
não é muito atrativo, porém sabemos dos recursos que temos e procuramos
otimizá-los da melhor forma. Uma primeira ação que, em minha opinião, seria
de grande valia, é a criação de um “Portal de RH”, onde teríamos todos os
procedimentos de RH, bem como o Código de ética, valores, organograma da
empresa, etc. Também a considero um pouco poluída e ela não é auto-
explicativa, é um pouco confusa.
De qualquer forma, temos um plano de reestruturação da Intranet, que deverá
iniciar ainda este ano e que precisará de algum recurso, porém nos trará
grandes benefícios e agilidade nas informações.
Ana Paula Priminini Gerente de Desenvolvimento de RH
79
APÊNDICE C – MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DA PESQUISA DE OPINIÃO
80
ANEXOS
81
ANEXO A – VISUAL DA INTRANET DA VICUNHA TÊXTIL
82
ANEXO B – JORNAL ESPAÇO VICUNHA
83
ANEXO C – COMUNICADO CORPORATIVO
84
ANEXO D – BOLETINS
85
ANEXO E – CAMPANHAS EDUCATIVAS
86
ANEXO F - NOTÍCIAS INTERNAS
87
ANEXO G – CLIPPING DA VICUNHA NA MÍDIA
88
ANEXO H – GALERIA DE FOTOS
89
ANEXO I – HISTÓRIAS VALIOSAS
90
ANEXO J – BOLETIM DOS ESTAGIÁRIOS
91
ANEXO L - HISTÓRICO DA VICUNHA TÊXTIL POR DATAS
1948 - Entra em operação a Fiação e Tecelagem Campo Belo, responsável
pela introdução, no Brasil, dos blends, misturas de fibras naturais, artificiais e
sintéticas, e contribuiu de forma decisiva para inúmeros avanços na tinturaria
de tecidos no país.
1949 – Criação da Elizabeth Têxtil. A empresa teve como destaques a
produção de malha circular e de tecidos planos - em especial os de nylon
(poliamida). Em 1990, foi eleita a Empresa do Ano pela edição Melhores e
Maiores da revista Exame.
1966 - As famílias Steinbruch e Rabinovich se unem para montar a primeira
empresa em comum, a companhia Têxtil Brasibel, que começou a funcionar
com máquinas e instalações alugadas.
1967 -�Steinbruch e Rabinovich compram aquele que era, na época, o maior
lanifício da América do Sul: o Lanifício Varam.
1970 - É fundada em Fortaleza a Fiação Nordeste do Brasil, Finobrasa, através
da parceria entre as famílias Steinbruch e Rabinovich com os grupos
cearenses Otoch e Baquit.
1972 - Criação da Têxtil RV em parceria com o grupo gaúcho Renner.
1974 - A Vicunha Têxtil adquire as tecelagens Textília e TBT.
1982 -�A Fibra, uma das principais indústrias têxteis do país, então pertencente
ao grupo italiano Snia-Viscosa, é adquirida pelo Grupo Vicunha.
1984 - Aquisição da participação do grupo Renner na principal subsidiária
brasileira da Lee, fabricante americana de jeans. Neste mesmo ano o Grupo
expande seus negócios no Nordeste brasileiro, com a criação da Vicunha
Nordeste.
1987 - Ano em que ocorre a compra da carta-patente de uma distribuidora de
valores, a Fibrasa.
1988 - O Grupo Vicunha continua a expandir seus negócios no Nordeste com a
criação da Elizabeth Nordeste, no início com fiação e posteriormente também
malharia.
1989 - Fundação do Banco Fibra
92
1992 - Fundação da empresa Brastex em Buenos Aires, na Argentina: primeira
filial da Vicunha no exterior.
1993 - A necessidade de diversificação de seus investimentos levou o Grupo
Vicunha a adquirir participações relevantes no capital da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), logo se tornando o maior acionista individual.
1994 - É firmada a joint-venture entre a Fibra e a DuPont para a produção de
nylon têxtil.
1996 - O Grupo Vicunha adquire o controle acionário da Hering Têxtil do
Nordeste, a maior fabricante de camisetas de malha, criando a Fibrasil.
Instalada no município de Paulista, a 16 quilômetros de Recife, esta unidade
ocupa uma área de 150 mil m2 e possui um moderno parque têxtil.
1998 - Fundação da Vicunha United States, fortalecendo a presença do Grupo
Vicunha no mercado americano.
1999 - Ainda como parte da estratégia de expansão dos negócios no exterior, a
Vicunha inicia suas atividades na Europa através da Alcapa Import-Export Sarl.
����� �� Incorporação de empresas controladas, transformando o Grupo
Vicunha (área têxtil) em uma empresa única (Vicunha Têxtil S.A.) e
reestruturação e reorganização das áreas Administrativa, Operacional e
Comercial, consolidando-as e adequando-as às novas características
operacionais da Sociedade.
2002 -�Recebe o prêmio "Responsabilidade Social Abitfashion 2002". O projeto
"Vicunha Educação" também mereceu o reconhecimento do Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento da Cidadania e da Câmara Brasileira de Comércio Árabe-
Brasileira, que premiaram a Vicunha Têxtil com o título "Cidadania Brasil de
Exportação".
2003 - O ano de 2003 foi importante para a concretização e ampliação de
programas sociais de destaque. A consciência e o compromisso sociais e
ambientais são atestados com a menção honrosa recebida pela Vicunha no
Prêmio Cidadania Brasil Exportação 2003 e ampliação do certificado OEKO-
TEX, Selo Verde Europeu, das linhas de tecidos de índigo para as linhas de
produtos de brim.
2004 - A Vicunha realiza a parceria com a Fundação Projeto Pescar e inaugura
quatro unidades do projeto nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e São
93
Paulo, beneficiando e apoiando a formação educacional de jovens com idade
entre 15 e 18 anos, preparando-os para o mercado de trabalho.
2005 - O Sr. Ricardo Steinbruch, presidente do conselho volta a assumir o
controle da Vicunha Têxtil e a presidência da empresa. A sociedade de mais de
seis décadas com a família Rabinovich é encerrada.
2006 – Devido a baixa do dólar e a forte concorrência dos produtos oriundos da
Ásia, principalmente da China, a Vicunha realizou uma profunda reestruturação
que envolveu fechamento de fábricas, negócios deficitários e capitalização de
dívidas.
2007 – Após o período de reestruturação a Vicunha volta a crescer e prepara-
se para novos investimentos no projeto de internacionalização, com a compra
da Indústria têxtil equatoriana La Internacional.