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introdu ção - Cooperação & Segurança Marítima · (Amazônia e Bacia Platina) e o recorte temporal definido é de 2014 até 2018. Foi levado em consideração o mapea - mento

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S u m á r i o

5 introdução

5 equipe e colaboradores voluntários

50 produtos finalizados

90 Considerações

relatórios6 cooperação internacional #relatório parcial

Mapeamento da Cooperação Internacional da Marianha do Brasil (1999-2018). Carolina Ambinder de Carvalho, Bolsita

9 classificação de marinhas #Relatório final

Marinhas do Atlântico Sul. Prof. Dr. CMG (RM1) Francisco Alves de Almeida

11 cooperação interagências #relatório final

Cooperação e Processo Decisório da Marinha do Brasil. Msª. Ana Fernanda Moreira Baptista

18 atlas #relatório parcial

Atlas da Segurança Marítima. Laura Martucci Benvenuto

26 consciência situacional #relatório parcial

Consciência Situacional Marítima - Uma visão autóctone. Ms. Charles Martins Hora

S U M Á R I O FASE 1 - ANO 2019

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P R O J E T O C O O P E R A Ç Ã O & S E G U R A N Ç A M A R Í T I M A | F A S E 1

Por Prof. Dr. Leonardo Perin Vichi

Inserido no âmbito das Linhas de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos

da Escola de Guerra Naval, em espe-cial no enfoque deste em sua área de concentração em “Segurança, Defesa e Estratégia, o Projeto “Cooperação e Segurança Marítima” possui como objetivos mapear a cooperação na região do Atlântico Sul, no que tange à segurança marítima, avaliar como as capacitações científico-tecnológi-cas, de gestão e de formulação de políticas públicas influem para ala-vancar ou limitar a segurança marí-tima a partir do desenvolvimento de instrumentos para uma “consciência situacional marítima” e, também, para a manutenção e o aprestamento das forças navais no Brasil.

Destaca-se a característica mul-tidisciplinar e multifocada do projeto que se subdivide em frentes de pes-quisa que abordam facetas distintas da mesma problemática dentro do contexto em que se interpõe. Estas frentes correspondem aos produtos que serão produzidos pelo projeto como objetivo final a ser alcançado e que são relacionados a seguir:

Cooperação Internacional da Marinha Do Brasil

Esta pesquisa focada na vocação natural da Marinha do Brasil às Relações Internacionais busca a com-posição de um mapa da cooperação internacional empreendida por esta força, coletando e correlacionando o leque de iniciativas voltadas à coope-ração, sejam multilaterais, trilaterais, bilaterais ou outras, que estiveram ou estão em vigor e que possam impac-tar de alguma forma com o ambiente marítimo, principalmente na região do Atlântico Sul.

Classificação de MarinhasComo comparar marinhas de

combate em uma classificação que as apresente da mais poderosa para a menos capacitada para o cumpri-mento de suas missões constitucio-nais? A resposta desta pergunta é o objetivo deste grupo de pesquisa formado por quatro doutores, dois mestres e um graduando. Através do desenvolvimento de uma meto-dologia comparativa inovadora que levasse em conta fatores qualitativos e quantitativos Procurou-se classificar as marinhas de guerra dos diferen-tes Estados em um ranking de poder levando-se em consideração parâme-tros como o número de meios, capaci-dade de construção naval, quantidade de bases e arsenais, efetivos navais

e disponibilidade de recursos, dentre alguns, de modo a hierarquizar esses poderes navais.

Cooperação Interagências e Processo Decisório

Visando analisar o impacto da cooperação na Segurança Marítima, este projeto busca a construção de uma arquitetura que analise o papel da Marinha do Brasil em situação de cooperação inteligência e em ope-rações conjuntas. Visando facilitar a tomada de decisões no sentido de produzir um cenário de previsibili-dade, este projeto realiza um levan-tamento de dados que se permita criar um padrão comportamental de atuação dos parceiros. Seu produto final favorece a elaboração de politi-cas e de doutrina que contenha uma mentalidade mais adequada à sua real atuação no mundo moderno.

Atlas da Segurança MarítimaDesde 2017, no grupo de

Segurança Marítima no Laboratório de Simulações e Cenários na Escola de Guerra Naval tem se tentado deli-near a segurança marítima a partir de uma perspectiva brasileira e com foco na delimitação das ameaças nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, tendo como base a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O grupo objetiva construir um atlas

introdução

#O PROJETO

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I n t r o d u ç ã o

da segurança marítima brasileira inte-rativo que apresentaria as ameaças, sua localização geográfica e princi-pais atores/agências envolvidos na temática. Este trabalho considera que a temática de segurança marí-tima mistura conceitos, abordagens e atores de segurança pública, segu-rança internacional e defesa nacional, principalmente porque as fronteiras do mar são perenes e as ameaças atuais são fluidas.

Consciência Situacional MarítimaA compreensão efetiva das ativi-

dades associadas com o meio marí-timo e que podem impactar sua segu-rança, economia e desenvolvimento é o ponto focal dos estudos acerca da Consciência Situacional Marítima. Buscando estabelecer a aplicação do conceito de Consciência Situacional Marítima nontorno do Atlântico Sul e em outras regiões do mundo, esta pesquisa visa gerar um conceito que dê conta de contextos e cenários dis-jungidos de um etnocentrismo angló-fono, seguindo uma formulação viável dentro do escopo da realidade da Marinha do Brasil de forma que se permita incrementar a instrumentali-zação da Defesa Marítima em espe-cial da alteração de seu Estado de Alerta frente ao cenário de ameaças futuras.•

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P R O J E T O C O O P E R A Ç Ã O & S E G U R A N Ç A M A R Í T I M A | F A S E 1

Por Laura Martucci Benvenuto, Bolsista.

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa é contribuir com o início de uma reflexão acerca de uma pers-

pectiva brasileira do que é Segurança Marítima e quais são as ameaças nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, tendo como base a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O método utilizado foi análise qualitativa e revisão bibliográfica, além de reportagens de apreensões e o mapeamento de organizações em veículos de comunicação de grande circulação. Definiu-se áreas geográfi-cas para o mapeamento das ameaças (Amazônia e Bacia Platina) e o recorte temporal definido é de 2014 até 2018. Foi levado em consideração o mapea-mento das operações da Polícia Federal, polícias estaduais e Marinha do Brasil no ambiente marítimo. Com relação aos atores analisados, obser-vou-se o envolvimento das entidades nacionais: DPC, CisMar, PF, IBAMA, Receita Federal, Antaq e internacio-nais: IMO, UNDOC e OTAN.

Como resultado inicial, foi mapeado prováveis rotas de ilícitos tanto por rotas marítimas quanto por rotas terrestres, contribuindo para a conclusão inicial da pesquisa, que é a dificuldade de se construir um Atlas. Observou-se que há uma dificuldade

de se determinar o que pode ou não ser incluído no conceito de segurança marítima, quais seriam os atores e suas responsabilidades, e também como integrar informações de ações executadas no plano nacional para gerar conhecimento capaz de auxi-liar em processos decisórios futuros.

Palavras-chave: Atlas; Segurança Marítima; Securitização.

INTRODUÇÃODesde 2017, no grupo de

Segurança Marítima no Laboratório de Simulações e Cenários na Escola de Guerra Naval tem se tentado deli-near a segurança marítima a partir de uma perspectiva brasileira e com foco na delimitação das ameaças nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, tendo como base a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O grupo objetiva construir um atlas da segurança marítima brasileira inte-rativo que apresentaria as ameaças, sua localização geográfica e princi-pais atores/agências envolvidos na temática. Este trabalho considera que a temática de segurança marí-tima mistura conceitos, abordagens e atores de segurança pública, segu-rança internacional e defesa nacional, principalmente porque as fronteiras do mar são perenes e as ameaças atuais são fluidas.

JUSTIFICATIVA DO PROJETODesde 2017, no grupo de

Segurança Marítima no Laboratório de Simulações e Cenários na Escola de Guerra Naval tem tentado delinear a segurança marítima a partir de uma perspectiva brasileira e com foco na delimitação das ameaças nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, tendo como base a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O objetivo do grupo é construir um atlas da segu-rança marítima brasileira interativo que apresentaria as ameaças, suas localizações geográficas, os principais atores/agências envolvidos na temá-tica e um mapeamento da logística aplicada. O trabalho considera a temá-tica de segurança marítima como uma mistura de conceitos, abordagens e atores de segurança pública, segu-rança internacional e defesa nacional, principalmente porque as fronteiras do mar são perenes e as ameaças são mutáveis e fluidas. Outros elemen-tos que estão sendo considerados para a construção do Atlas, é o fato de que apesar das fronteiras maríti-mas brasileiras serem fluidas, elas são integradas (internamente e exter-namente); existem atores criminosos transnacionais que atuam em deter-minadas regiões; existe uma carên-cia de políticas públicas de gerencia-mento (policiamento) de uma imensa área marítima e uma sobreposição de

atlas da segurança marítima

#RELATÓRIO PARCIAL

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A t l a s d a S e g u r a n ç a M a r í t i m a

Tabela 1: Tabela do mapeamento das notícias de 2014 a 2018

responsabilidades de atores nesse gerenciamento.

A conjuntura do projeto foi moti-vada pelo fato do Brasil ser o país com a maior costa atlântica da região, além de apresentar uma conjuntura estatística que tornam a segurança marítima um elemento estratégico, tais como: a importância de 95% do comércio brasileiro ser dependente do mar; a infraestrutura portuária abran-ger mais de 40 portos; existir uma média de 500 navios por dia trafe-gando em rotas comerciais de inte-resse do Brasil; os recursos energé-ticos que são retirados do mar cor-responderem a mais e 80% da pro-dução nacional brasileira; os navios pesqueiros de diversas origens bus-carem presas nos mares do sul bra-sileiro, o que futuramente pode gerar conflitos; e os principais polos indus-triais e centros urbanos brasileiros estarem localizados a menos de 250 milhas do litoral. Existem dificulda-des que justificam e contribuem para a necessidade da construção de um Atlas, tal como: a ausência de uma guarda costeira ou polícia marítima no Brasil, apesar de possuirmos a Polícia Federal (polícia judiciária e os NEPOMs) e a Marinha (que atua nos crimes transfronteiriços e ambientais). Por esses motivos, viu-se a necessi-dade de um mapeamento robusto, a fim de contribuir para eficácia e efi-ciência dessas ações futuras, bem como para o delineamento de políti-cas públicas de gestão da segurança marítima de forma integrada.

Para que as questões acerca da segurança marítima sejam mapeadas

de forma correta, a análise e criação do próprio conceito brasileiro se faz necessário. Trabalharemos a segu-rança marítima em contexto de paz entre Estados e como um elemento dual da segurança internacional e da segurança doméstica e que irá além da abordagem restritiva dos conceitos de safety e security, pois inseriremos o Atlas como uma proposta à cons-trução de uma vertente de segurança integrada entre vários atores (civis e militares, por exemplo: Marinha, DPC, CisMar, PF, IBAMA, Receita Federal, Antaq).

A delimitação geográfica do mapeamento das ameaças será dividida em:

Portos: Santos (sudeste); Paranaguá (sul); Rio de Janeiro (sudeste); Itajaí (sul); Vitória (sudeste); Rio Grande (sul); Belém (norte); Salvador (nordeste); Porto Velho (norte); Itaqui (nordeste); Suape (nordeste); Manaus (norte).

Hidrovias: Madeira (norte); Tietê-Paraná (sudeste-sul); Paraguai-Paraná (sul); São Francisco (nor-deste); Tocantins-Araguaia (centro--oeste); Solimões-Amazonas (norte).

Baias: Guanabara (sudeste); Ilha Grande (sudeste); Marajó (norte); Santos (sudeste); Maracanã (norte – Pará); Paranaguá (sul- Paraná).

Rios: Amazonas (norte); São Francisco (sudeste); Paraná (sul); Paraguai (sul); Madeira- Mamoré (norte); Corumbá (centro-oeste).

As duas áreas securitizadas pelos documentos de defesa brasilei-ros: de Santos a Vitória e na Boca do Amazonas, e também incidentes na

área SAR brasileira que inclui a ZEE.As ameaças elencadas para

análise da nossa proposta de segu-rança marítima brasileira serão: Tráfico de drogas; Tráfico de armas; Roubo armado (pirataria); Ameaças aos portos*; Ameaças na gestão das hidrovias e águas interiores*; Recursos pesqueiros no Nordeste.

Tendo como base pesquisas aca-dêmicas feitas na década de 1990 (Lia Osório Machado e Rebecca Steiman) e também em reportagens de apreen-sões e mapeamento de organiza-ções em veículos de comunicação de grande circulação, nosso foco para tráfico de drogas e armas será nas regiões da Bacias Amazônia e Platina, não que outras áreas não possam ser citadas. O recorte temporal escolhido para análise e levantamento de dados será de 2014 até 2018, incluindo o mapeamento das operações da PF, polícias estaduais e Marinha no ambiente marítimo. Visando a segu-rança marítima integrada, os atores escolhidos para serem analisados serão: na esfera federal – Marinha, DPC, CisMar, PF, IBAMA, Receita Federal e Antaq; na esfera estadual – Polícia Civil e Militar e internacional – IMO, UNDOC e OTAN.

BASE DE DADOSMapeamentos em andamentoTráfico de drogas nas Águas

Jurisdicionais Brasileiras: foi anali-sado que as rotas do tráfico de drogas acontecem em meios de transpor-tes variantes (aquática, terrestre e aérea), em horários sem padrão e

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com pequenos ou grandes desvios físicos a fim de evitar a apreen-são da carga pelas polícias e forças armadas. Pelas rotas, agem outros grupos especializados em outros tipos de tráficos e até animais silvestres. Normalmente nessas rotas, a logís-tica de transporte é gerenciada indire-tamente pelas facções e realizado por terceiros que não são formalmente da facção. Os principais produtores da maconha e cocaína que passam pelo Brasil, são Colômbia e Bolívia e os secundários, Peru, Equador e Paraguai. O principal destino dessa produção são os Estados Unidos, Europa, África e Brasil, tendo Guianas, Argentina e Paraguai como Estados intermediários.

Quando comparado hoje, os dados da década de 1990, há uma inserção maior do crime organizado brasileiro na rede do crime organi-zado internacional, se considerarmos a logística da droga (produção, refino, transporte e venda). Há também, uma migração gradual das rotas só terres-tres ou só aéreas para rotas mistas que se inserem no ambiente marítimo,

tanto quanto se analisa rotas maríti-mas urbanas, como as rotas de fron-teiras e internacionais. Acredita-se que isso se deve à Lei do Abate e um aumento da fiscalização terres-tre e nos aeroportos feita pela PRF e PF. Observamos também, a inserção das drogas em cargas disfarce para driblar as fiscalizações, por meio da utilização da navegação de cabota-gem em mares fechados no território brasileiro. Outro dado analisado, foi a inserção da Amazônia nas rotas marí-timas do crime organizado a partir da década de 1990, o que fortalece esse tipo de atividade ilícita na região norte e centro-oeste. Foi analisado também o surgimento de uma rota mista na região sul do Brasil por meio da Bacia Platina.

Quando consideramos a rota pelo ambiente marítimo, podemos pontuar que o processo logístico pode ser con-siderado mais pacífico, sem grandes disputas territoriais por meio de con-frontos armados, já que raramente encontramos uma segurança armada. Nesse sentido uma logística sombra (sem visão aparente) surge, pois não

é feita por membros autodeclarados das facções, mas sim inserida na logística marítima de transporte de pessoas ou produtos lícitos, onde a participação da população local na economia da droga é relativamente comum. Além disso, observamos que o fluxo de drogas no ambiente marí-timo é maior em quantidade (volume traficado), mas menor em concentra-ção (quantidade de drogas por embar-cação), principalmente pelo uso de embarcações pesqueiras pequenas, veleiros e pela utilização de contêi-neres em grandes navios com pos-terior cabotagem para embarcações bem menores.

Prováveis rotasInternacional: países andinos -

Brasil - Europa, EUA e África. Rotas mistas (internacional/

nacional):Países andinos - Amazônia brasi-

leira - grandes centros/litoral - Europa, EUA e África;

Países andinos - Paraguai ou Bacia Platina - sul e centro-oeste do Brasil.

Nas rotas mistas estão inseridas

Figura 1 - Acervo das Notícias Analisadas

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A t l a s d a S e g u r a n ç a M a r í t i m a

na dinâmica internacional, e con-siderando as Águas Jurisdicionais Brasileiras, podemos definir que tería-mos duas logísticas que incluem o ambiente marítimo: o corredor ama-zônico e o corredor da Bacia do Prata.

Corredor Amazônico Teríamos ainda a presença de

sub-corredores, tais como:Corredor da Venezuela (Corredor

do Rio Branco) - interliga Guianas e Venezuela ao Brasil;

Corredor da Cabeça do Cachorro (Corredor do Rio Negro - AM) - inter-liga a região de Mitú na Colômbia à rede de distribuição brasileira;

Corredor Colômbia/Peru – Brasil (Corredor Solimões/Içá/Japurá - AM) - interliga a região da tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Peru à rede de distribuição brasileira;

Primeira “Rota do Acre” (Corredor do Rio Juruá – AC/AM) - interliga o Peru à rede de distribuição brasileira;

Segunda “Rota do Acre” (Corredor do Rio Purus – AC/AM) - interliga o Peru e a Bolívia à rede de distribui-ção brasileira;

Corredor Bolívia – Brasil (Corredor do Rio Madeira – RO) - interliga o Peru e a Bolívia à rede de distribui-ção brasileira.

Corredor PlatinoDiferentemente do amazônico,

possuem poucos trechos aquaviários, geralmente, as águas são usadas para curtas navegações de cabota-gem e, a maior parte da carga ilícita é transportada pela malha rodoviária do centro-oeste, sul e sudeste do país. É muito mais bem estruturada e conta com uma densidade populacional maior. Apesar de classificarmos cor-redores das drogas em duas bacias diferentes, não existe uma separa-ção regular entre as duas, podendo a malha logística de transporte de uma se mesclar a outra, inclusive os destinos das drogas não são separa-dos pela sua origem (ainda que por exemplo haja uma regularidade maior da droga que chega ao nordeste

brasileiro ser em sua maioria oriunda das rotas amazônicas).

METODOLOGIA EMPREGADA

E AJUSTES SOFRIDOS NA IMPLEMENTAÇÃO

METODOLÓGICAA coleta de todos os dados é feita

em fontes abertas que são muito dis-persas, o que requer um longo tempo para transformação dessas informa-ções em conhecimento. Está sendo utilizado como base os estudos da década de 1990 por Lia Osório Machado e Rebecca Steiman, além das reportagens de apreensões e o mapeamento de organizações em veículos de comunicação de grande circulação.

PRÓXIMOS PASSOSFoi pensando na necessidade

de um policiamento e gestão das águas jurisdicionais brasileiras, que o mapa propõe a necessidade de se pensar em uma segurança integrada (Marinha, DPC, CisMar, PF, IBAMA, Receita Federal, Antaq) para toda e qualquer ação estratégica ou de inte-ligência de Estado, devido à complexi-dade da rede de entidades com com-petências que concernem ao mar.

Para que uma política pública seja desenvolvida e delineada, é neces-sário primeiramente possuirmos o mapeamento das ameaças e vul-nerabilidades existentes nas Águas Jurisdicionais Brasileiras.

IMPACTOS ESPERADOS Para a construção do Atlas, estão

sendo mapeados diversos elementos, dentre estes: como o Brasil conceitua a segurança marítima; quais seriam os principais atores responsáveis pela temática (nas esferas federal, estadual e municipal); quais regula-mentações pautariam as ações dos mesmos; quais as principais questões envolvidas (vulnerabilidades); e se há um mapeamento brasileira da incidên-cia de cada ameaça.

OUTRAS CONSIDERAÇÕESOs dados aqui apresentados

fazem parte de uma longa pesquisa com um grupo de trabalho que gerou os seguintes trabalhos acadêmicos:

Paper apresentado no XII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos da Defesa inti-tulado “SAtlas da Segurança Marítima Brasileira: uma necessidade frente a um cenário de incertezas interno e externo” de autoria Daniele Dionisio da Silva e Monah Carneiro, em setem-bro de 2018.

Bolsa de iniciação científica para Clara Michelotti Gama Barbosa, orien-tada pela professora Daniele Dionisio da Silva, de agosto de 2018 a julho de 2020 vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica da UFRJ (Edital nº 98 CEG/CEPG 2018), com o projeto intitulado “A Dinâmica Marítima do Tráfico de Armas: um estudo da atual conjuntura e construção de cenários futuros nas águas e portos da Amazônia Legal brasileira e da Bacia Platina”.

Paper apresentado no 56º Congresso In ternacional de Americanistas intitulado “Scenarios for thetrafficofdrugsbysea as a new approach oftheconceptofMari-time Security” de autoria de Daniele Dionisio da Silva, Claudio Rodrigues Corrêa e Lucas Barreto Rodrigues, em julho de 2018.

Paper apresentado no 56º Congreso In te rnac iona l de Americanistas inti tulado “The ConceptofMaritime for Atlantic American Countries basedon a BrazilianAnalysis Perspective” de autoria Daniele Dionisio da Silva e Carolina Ambinder de Carvalho, em julho de 2018.

Paper apresentado no XIV Congresso Internacional da Associação de Estudos Brasileiros (BRASA) inti-tulado “The ConceptofMaritime for Atlantic American Countries basedon a BrazilianAnalysis Perspective” de autoria Daniele Dionisio da Silva em

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julho de 2018.Trabalho de Conclusão de Curso

na graduação em Defesa e Gestão Estratégica Internacional de Andrews de Oliveira Sena Melo intitulado “Segurança e Ameaça no Atlântico Sul” defendido em junho de 2018.

Palestra proferida pela Professora Daniele Dionisio da Silva intitulada “Abordagem Contemporânea de Segurança Marítima” no V Model United Nations do Laboratório de Simulações e Cenários da Escola de Guerra Naval, em outubro de 2017.

Paper apresentado no 11th Pan-EuropeanConferenceonInternationalRelations intitulado “Maritimeissuesafter UNCLOS - A briefanalysis in a coope-rative perspective” de autoria Daniele Dionisio da Silva e Monah Carneiro, em setembro de 2017.

Palestra proferida pela Professora Daniele Dionisio da Silva intitulada “The Past, Presentand Future ofMa-ritime Security Studies” no 11th Pan-EuropeanConferenceonInternationalRelations, em setembro de 2017.

Paper apresentado no III Encontro de Estudos Estratégicos e Relações Internacional intitulado “Questões Marítimas Pós CNUDM? uma breve análise para além das grandes potên-cias” de autoria Daniele Dionisio da Silva e Monah Carneiro, em outubro de 2016.

Palestra proferida pela Professora Daniele Dionisio da Silva intitulada “Questões Marítimas Pós CNUDM - uma breve análise em perspectiva cooperativa” no Seminário Político-Estratégico do CEPE da Marinha do Brasil sobre a Cooperação na área de Defesa entre as Forças Armadas dos países da CPLP na Escola de Guerra Naval, em outubro de 2016.

Paper apresentado no XI Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos da Defesa intitulado “Segurança, Defesa e Cooperação Marítima? Um estudo de caso da CPLP” de autoria Daniele Dionisio da Silva, em junho de 2016. •

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C o o p e r a ç ã o I n t e r a g ê n c i a s

Por Msª. Ana Fernanda Moreira Baptista

RESUMO

Em virtude do atual momento de atuação das Forças Armadas em um novo teatro de opera-

ções onde há a necessidade de agir em parceria com atores não militares, e as vezes não estatais, faz-se pre-mente construir uma arquitetura que analise o papel da Marinha do Brasil nas situações de operações conjun-tas e cooperação interagência. Para atingir tal objetivo foi construído um banco de dados que no momento atual conta com quinze (15) variáveis. Este banco de dados utiliza apenas fontes abertas, pois a utilização de fontes reservadas poderia ter um impacto na divulgação dos dados da pesquisa. Decidiu-se dar preferência apenas a fontes consideradas idôneas, isto é, de sítios governamentais como o do Ministério da Defesa e Receita Federal por exemplo, e de jornais e revistas de reconhecido valor. Evitou-se assim, a utilização de informações advindas de blogs, o que poderia dar um viés negativo ao projeto. O método utili-zado foi uma pesquisa aplicada de natureza qualitativa e análise biblio-gráfica acerca do tema cooperação interagência, sendo utilizado a coleta de informações como procedimento técnico adotado para a construção de um banco de dados. Concluiu-se que,

ao aumentar seu espectro de atuação no tocante as suas atribuições subsi-diárias, a Marinha do Brasil passa a ter um papel importante na paradiplo-macia, favorecendo a mesma ainda que não de modo intencional.

Palavras-chave: Cooperação; Marinha do Brasil; Agências; Interagência

INTRODUÇÃOMuito tem sido dito sobre o mundo

estar enfrentando situações antes não vistas. As ameaças agora são diferen-tes. A possibilidade de guerra entre alguns Estados ainda existe, porém tem-se visto que a preocupação tem se tornado maior com as ameaças apresentadas pelos crimes trans-nacionais. Contrabando, tráfico de drogas, armas e de pessoas, terro-rismo apresentam-se como preocu-pações importantes que podem expor um Estado a uma vulnerabilidade indesejada.

Para combater os crimes transna-cionais citados acima faz-se necessá-rio encontrar novos instrumentos não convencionais e a cooperação inte-ragências apresenta-se como uma maneira eficaz, já que esses crimes, por sua natureza plural, muitas vezes não podem ser combatidos por uma só agência.

Assim, em função da necessidade

de atuar em conjunto com unidade policiais e civis, atores governamen-tais e não governamentais, é perti-nente a observação do modo como a Marinha do Brasil atua nesta atual conjuntura que exige uma nova forma de engajamento. Sendo então, o intuito deste trabalho a formulação de uma arquitetura a partir da coleta de informações sobre as operações conjuntas e interagências com a par-ticipação a Marinha do Brasil (MB) e assim, contribuir com a construção do conceito de consciência situacio-nal marítima.

Sabe-se que a atuação con-junta, aqui entendida como as opera-ções realizadas entre as três Forças Singulares: Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira, já é uma realidade que se impõe ao modo de operação das Forças Armadas. O Manual de Operação Interagência do Ministério da Defesa (2017) surge como uma proposta de estabelecer uma diretriz de comportamento para as Forças Singulares quando em inte-ração com agências civis ou militares, governamentais ou não.

Contudo, como as cooperações são dinâmicas, já que dependem dos atores, do contexto, do ambiente, etc., o Manual não abarca todas as necessidades com que se deparam as Forças Armadas nesse novo teatro de operações. Assim sendo, cabe

cooperação interagências

#RELATÓRIO FINAL

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P R O J E T O C O O P E R A Ç Ã O & S E G U R A N Ç A M A R Í T I M A | F A S E 1

Em 2016, a célula brasileira do famoso grupo Anonymous inaugurou uma nova fase de ativismo hacker sequestrando todas as máquinas da Agência Nacional de

Telecomunicações, a ANATEL, para pressionar contra a aprovação da franquia de dados na venda de planos de internet fixa.

Em 2016, a célula brasileira do famoso grupo Anonymous inaugurou uma nova fase de ativismo hacker sequestrando todas as máquinas da Agência Nacional de

Telecomunicações, a ANATEL, para pressionar contra a aprovação da franquia de dados na venda de planos de internet fixa.

... interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando

a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia, efetividade e menores custos.” (BRASIL, 2017, p.14)

observar a realidade desta atuação em contraposição ao que é regula-mentado pelo manual com o intuito de diminuir as possíveis arestas.

O conceito de cooperação inte-ragências no Brasil definido pelo Ministério da Defesa (MD) em seu Manual de Operaçāo Interagências (MD 33- M – 12) de 2017 tem como base a doutrina de cooperação desen-volvido pelos Estados Unidos da América, pois o próprio termo agência foi formalmente adotado no Brasil apenas em 1998, por conseguinte a expressão cooperação interagência também se mostra uma concepção recente.

Em função da relativa novidade do termo agência e consequente-mente, a relação interagência, tanto no Brasil quanto no exterior, obser-va-se na literatura uma grande difi-culdade na conceituação de coope-ração entre diferentes atores, sendo termos como networking, coordena-ção e atuação conjunta usados como sinônimos por diversos autores.

Nesta pesquisa o termo a ser utili-zado será cooperação no sentido defi-nido por Eugene Bardach (1998) de que a cooperação interagência é a união de duas ou mais agências que vão gerar um aumento em seu valor público ao trabalharem juntas.

Muitas são as dificuldades enfren-tadas para que a cooperação ocorra com sucesso, a começar a definição do que é cooperação. Isto é impor-tante pois ao se definir o conceito de forma clara e objetiva permite-se um entendimento maior do que se espera que ocorra, diminuindo assim,

os mal-entendidos sobre a forma de atuação desejada.

Deste modo, para que a coopera-ção ocorra sem intemperes é impor-tante que sejam verificados os pro-blemas que tendem a inviabilizar este processo, na busca de tentar reduzi--los ao máximo e desta forma, pro-mover uma cultura onde o trabalho coordenado seja visto não como uma ameaça mas como oportunidade de crescimento e de se atingir essa meta coletiva. A literatura já aponta alguns caminhos, porém destaca que cada caso é um caso e assim, há a neces-sidade de ter um olhar específico para cada situação de cooperação.

Objetiva-se analisar como a Marinha do Brasil se relaciona com outras organizações a fim de alcan-çar objetivos comuns e neste pro-cesso, analisar a capacidade de rea-lizar trabalhos conjuntos é primor-dial, pois assim pode-se pensar se está conseguindo atingir seu obje-tivo de cumprir com suas atribuições e enfrentar de modo eficaz os proble-mas que ponham em risco a segu-rança nacional.

O relatório é composto de onze seções e bibliografia, sendo a primeira a introdução e a última as conclusões. A seção 2, intitulada Justificativa do Projeto fará a exposição das razões pelas quais o projeto se faz neces-sário. A seção 3, trata da Base de Dados, sendo seguida pela seção 4 que trata das Fontes primárias e secundárias. A seção 5 é referente ao Quadro Teórico e Conceitual onde são trabalhados os conceitos relativos a cooperação interagência. A próxima

seção 6, Revisão Bibliográfica, versa sobre os principais teóricos. A seção 7 refere-se a Metodologia empregada, seguida da Análise dos Dados (seção 8). Os óbices enfrentados encontram--se na seção 9 e a penúltima seção trata das Outras Considerações (seção 10) consideradas importantes de serem apontadas neste relatório de pesquisa.

É importante também destacar que, a partir da observação de qual modalidade de cooperação a Marinha do Brasil costuma realizar em maior frequência (Garantia da Lei e da Ordem, Exercícios, etc.), pode ser averiguado se a conduta real é con-dizente com o papel que a Marinha do Brasil quer assumir neste cenário de cooperação.

Desta forma, a construção de um pensamento e um conceito autóctone de cooperação interagência reali-zado pela Marinha do Brasil mostra--se imperativo, mesmo havendo uma conceituação definida pelo Ministério da Defesa, pois necessita-se levar em consideração as particularidades da MB em seu escopo de atuação e assim, ampliar o conceito desenvol-vido pelo Ministério da Defesa.

JUSTIFICATIVA DO PROJETOOs crimes transnacionais como

terrorismo, contrabando, tráfico de drogas e de pessoas são uma ameaça da atualidade e podem gerar uma maior vulnerabilidade dos Estados. Percebe-se que a utilização de ins-trumentos convencionais para com-bater esses crimes não se apresen-tam como a maneira mais eficaz, já que esses delitos, muitas vezes não podem ser combatidos por uma só agência, por sua natureza diversi-ficada e assim, a cooperação inte-ragências apresenta-se como um modelo competente.

Assim, em função das Forças Armadas estarem atuando em con-junto com unidade policiais e atores civis, o que exige uma nova forma de

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C o o p e r a ç ã o I n t e r a g ê n c i a s

engajamento, é pertinente a obser-vação do modo como a Marinha do Brasil, Força Singular de inte-resse neste projeto, atua nesta nova conjuntura.

Atuar de forma conjunta faz parte de uma vivência prática das Forças Armadas. Contudo, a participação de instituições não militares em opera-ções com as Forças Armadas é uma nova proposta e assim, as Forças Singulares precisam de uma dire-triz de comportamento, que é for-necida pelo Manual de Operação Interagência do Ministério da Defesa.

Entretanto, devido a característica dinâmica das cooperações, percebe--se que o manual

não abarca todas as necessida-des com que se deparam as Forças Armadas nesse novo teatro de ope-rações, cujos atores, ambiente, con-texto variam de demanda a cada nova ação. Desta forma, para diminuir pos-síveis arestas é necessário observar a realidade desta atuação tendo como base o que está regulamentado pelo manual.

Objetiva-se analisar como a Marinha do Brasil em seu processo de atuação em situações de coopera-ção interagência atua em benefício de promover a competência necessária a resolução de problemas que ponham em risco a segurança nacional.

Também tem se como objetivo realizar a análise dos tipos de moda-lidade de cooperação (Garantia da Lei e da Ordem, Treinamentos, Ação Cívico-Social, etc.) realizados pela Marinha do Brasil e sua frequência e desta forma, averiguar se a atuação da Marinha do Brasil é condizente com o papel que quer assumir neste cenário de cooperação.

Em um momento onde os confli-tos tendem a ser não convencionais e sem a previsibilidade de duração há a necessidade de um preparo da Marinha do Brasil em particular e das Forças Armadas em geral, de conju-gar esforços para atuar em conjunto

com outras agências, sejam elas governamentais ou não.

Para obter maior eficiência na execução das operações de modo coordenado é imprescindível somar esforços, integrar ações e possuir fle-xibilidade, mobilidade e versatilidade. Só assim, pode-se atingir os objetivos compartilhados de forma sinérgica.

Trata-se, portanto, de analisar como a Marinha do Brasil em seu processo de atuação em situações de cooperação interagência atua em benefício de promover a competên-cia necessária a resolução de proble-mas que ponham em risco a segu-rança nacional.

Este relatório tem o objetivo de trazer elementos que promovam a analise sobre qual tipo de modali-dade de cooperação a Marinha do Brasil tem realizado em maior fre-quência (Garantia da Lei e da Ordem, Exercícios, etc.) e desta forma, buscar averiguar se é condizente com sua diretriz no tocante ao papel que quer assumir neste cenário de cooperação.

BASE DE DADOS

O banco de dados utilizado é o EXCEL, que no momento conta com cento e trinta e quatro (134) casos, inseridos até a data de 30 de março de 2019. A tabela possui quinze (15) variáveis, sendo que apenas 8 (oito) serão analisadas. As sete (7) variáveis que não foram contempladas com a análise são: atores, ação, fonte, relato da ação, resultados, distribuição geo-gráfica, observação. A justificativa dos motivos pelos quais essas variá-veis foram excluídas encontra-se na Seção 8 - Análise de Dados.

Foram excluídas da base de dados, as informações referentes às cooperações técnicas realizadas pela Marinha do Brasil. A descrição ope-racional de cada uma delas está em anexo, assim como o arquivo excel com o banco de dados.

FONTES PRIMARIAS E

SECUNDÁRIAS As fontes primárias utilizadas na

pesquisa são os registros públicos encontrados nos sítios do governo e de jornais e revistas que possuam reconhecida autoridade como fonte de

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P R O J E T O C O O P E R A Ç Ã O & S E G U R A N Ç A M A R Í T I M A | F A S E 1

informação com credibilidade.As fontes secundárias foram

artigos científicos tanto nacionais quanto internacionais e sítios eletrô-nicos cujo o tema versava sobre coo-peração interagência.

Os sítios mais utilizados foram: Ministério da Defesa; Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira, Receita Federal; G1 – do jornal O Globo e as Monografias do CEMOS - EGN

A pertinência das fontes é reali-zar uma abordagem qualitativa sobre as questões estudadas, favorecendo uma maior compreensão do fenô-meno da cooperação e permitindo a possibilidade de se ter um olhar dife-renciado para a ocorrência do mesmo dentro do referencial de segurança que a Marinha do Brasil se propõe a realizar. •

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALMEIDA, Cibelli Maria. Comunicação e Relações Públicas: o fundamento e a estratégia da confiança na relação líder-liderado. Anais do XI Congresso Brasi-leiro Científico de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (ABRAP-CORP), maio/2017. In: <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/anais/abrap-corp/assets/edicoes/2017/arquivos/48.pdf>. Acesso em 14 de março de 2019.

ATKINSON, Mary, et al. Multi-agency working: a detailed study. (LGA Research Re-port 26) Slough: National Foundation for Educational Research, 2002. In: < https://www.nfer.ac.uk/publications/CSS02/CSS02.pdf> Acesso em: 19 de março de 2019.

BARDACH, Eugene. Getting Agencies to Work Together – The practice and theory of managerial craftsmanship. Washington: Brookings Institution Press, 1998.BRASIL, Ministério da Defesa. Doutrina de Opera-ções Conjuntas– MD30-M-01 (1oVolume/2011). Brasília, 2011.

BRASIL, Ministério da Defesa. Portaria Normativa no 32/MD de 30 de agosto de 2017: Operações Interagências – MD33-M-12 (2a Ediçāo/2017). Brasília, 2017. Disponível em: <https://www.defesa.gov.br/arquivos/legislacao/emcfa/publicacoes/operacoes/md33_m_12_op_interagencias_2_ed_2017.pdf >Acesso em: 20 de outubro de 2018.

BRASIL, Presidência da República. Lei Complementar no 97 de 09 de ju-nho de 1999. Brasília, 1999. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97.htm>Acesso em: 26 de janeiro de 2019.

BRASIL, Estado Maior da Armada. Doutri-na Militar Naval - EMA-305 (1a Ediçāo/2017). Brasília, 2017.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. O novo papel dos Recur-sos Humanos nas organizações. 40 Edição. Barueri: Editora Manole, 2015.

COFRÉ, Ingeborg Anni e SILVA, Christian Luiz. Implementação de políticas públicas: o Plano Brasil Sem Miséria no município de Curitiba. PRACS: Revista Eletrônica de Humani-dades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP. Macapá, v.10, n. 2, p. 25-37: JUL/DEZ. 2017.

DAVIS, William. Why We Can’t All Just Get Along: Overcoming Personal Barriers to Inter-Organizational Effectiveness and Finding Your Personal Coupler for Suc-cess. InterAgency Journal, V. 09, Edição 1, 2018, Fort Leavenworth: Kansas, p.89-98. In:< http://thesimonscenter.org/wp-content/uploads/2018/02/IAJ-9-1-2018-pg89-98.pdf>. Acesso em 04 de abril de 2019.

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C o n s c i ê n c i a S i t u a c i o n a l M a r í t i m a

Por Ms. Charles Martins Hora.

RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade apresentar parte da revisão conceitual referente à

Consciência Situacional Marítima. Por meio do levantamento de fontes pri-márias e secundárias, são conside-rados os pontos ligados ao tema e apresentadas as indicações revisa-das. São considerados os documen-tos que deram origem aos debates do tema, assim como os que respon-dem pela abordam temática no âmbito internacional. Consideram-se os mitos e as convergências conceituais, assim como a indicação dos autores sobre as limitações e desafios para o desen-volvimento. Após isso, são considera-dos os autores que realizam debates sobre a temática. São apontadas as atividades subsequentes à realização deste relatório e, também, as partes que ainda não estão contidas, ainda que já tenham sido relacionadas como relevantes para a pesquisa. É ressal-tada a cooperação entre os diferen-tes agentes envolvidos nas ativida-des de CSM, visto que este é o ponto em que todos os autores analisados até o momento, possuem em comum.

Palavras-chave: Consciência Situacional; Segurança Marítima; Doutrina Militar.

INTRODUÇÃOOs debates sobre Consciência Situacional Marítima (CSM) surgiram depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. A partir daquele momento, o governo estadu-nidense passou a revisar seus proto-colos de segurança a fim de identifi-car possíveis anomalias e corrigi-las a tempo de não causarem impactos negativos para a sociedade daquele país.Em 2004 foi assinada diretiva presi-dencial visando a garantia do desen-volvimento de uma estratégia nacio-nal integrando os níveis decisores. No anoseguinte, foramaprovados a National Strategy for Maritime Security e o National Plan to Achieve Maritime Domain Awareness for The National Strategy for Maritime Security. A partir de então, passaram a ser organizados os modos de como a CSM seria apli-cada e quais seriam os agentes res-ponsáveis por cada ação.Para além dos Estados Unidos - cuja definição utiliza o conceito de Maritime Domain Awareness (MDA) - as abor-dagens ligadas à CSM sofreram varia-ções como Consciência Situacional Marítima, e Conscientização do Domínio Marítimo (DMA). Por essa razão, a revisão conceitual torna--se necessária porque é possível verificar as semelhanças e diferen-ças, bem como indicar os pontos

de convergência com a realidade brasileira.No âmbito brasileiro, Faria (2012) apresentou as diferenças entre MDA e CSM, com vistas às especificidades do Brasil. Foram ressaltadas a relação do tema com o papel da Marinha do Brasil, com os assuntos afetos à segurança marítima e, também, com o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). É possí-vel observar que, dois anos depois, a Doutrina Básica da Marinha já havia absorvido esta perspectiva e que, em 2017 (já sob o nome de Doutrina Militar Naval), ocorrera a sua altera-ção conceitual. Por conta da relevân-cia do tema, este relatório apresenta a evolução dos debates referentes à CSM a partir da revisão conceitual.

JUSTIFICATIVA DO PROJETOCom o objetivo de contribuir com

o alargamento dos debates relativos à Cooperação e Segurança, o entendi-mento sobre Consciência Situacional Marítima se faz pertinente pois o mesmo viabiliza mecanismos de preparo para o processo de tomada de decisão. Por essa razão, o trato do ambiente marítimo e do seu reco-nhecimento se configura como ponto fulcral para estas atividades.

Esta fase do projeto de Cooperação e segurança marítima tem por finalidade o levantamento

consciência situacional marítima

#RELATÓRIO PARCIAL

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conceitual sobre Consciência Situacional Marítima para além do Entorno Estratégico brasileiro. Para a consecução desse trabalho, realiza-se revisão de fontes primárias e secun-dárias, tendo como foco a indicação das semelhanças e diferenças nas abordagens conceituais. Espera-se, com isso, que seja possível contri-buir com a ampliação das perspec-tivas sobre o confeito de CSM e sua respectiva estruturação no Brasil. Por fim, deseja-se que a tropicaliza-ção conceitual possua subsídios sufi-cientes, sendo possível propor novas reflexões ligadas ao tema.

BASE DE DADOSAté o momento, não foram utiliza-

das bases de dados.

FONTES PRIMARIAS E SECUNDÁRIAS

As reflexões sobre CSM tem como base os trabalhos oriundos do EUA. O conceito surge no âmbito do governo estadunidense e, por essa razão, parte das fontes utilizadas tem como origem documentos oficiais. No entanto, com a capilarização de tema, outros Estados e organizações internacionais também passaram a assumir produzir reflexões atinente a este objeto.

EUA - Nat ional Secur i ty Presidential Directive-41 / Homeland Security Presidential Directive-13 (NSPD-41/HSPD-13).

EUA - National Strategy for Maritime Security (NSMS).

Internat ional Aeronaut ical and Maritime Search and Rescue (IAMSAR) Manual

Brasil - Doutrina Básica da Marinha (EMA 305)

Brasil - Doutrina Militar Naval (EMA 305)

África - Estratégia Marítima Integrada de África 2050

IMO –“Fact sheet “Maritime Surveillance”

Índia - Indian Maritime Security

StrategyBaruah (2016) Boraz (2009),

Buerguer (2015; 2017), Jones; Vorbach III (2011), Kein (2011), Nimmich; Goward (2007).

QUADRO TEÓRICO E

CONCEITUAL Os documentos estadunidenses

apresentam perspectivas cuja com-plexidades se tornam evidentes em decorrência de terem sido o espaço fundador do tema. Por essa razão, as indicações realizadas nos docu-mentos oficiais apresentam a preo-cupação inicial com as vulnerabi-lidades que o país possui e tentam indicar as formas de interação para o suprir essas demandas. Ocorre o surgimento da diretiva em 2004 sob a prerrogativa de criação de um comitê para o desenvolvimento da Estratégia Nacional de Segurança Marítima e, após o estabelecimento do e docu-mento, foram criados planos parale-los que dessem suporte à Estratégia.

Os documentos brasileiros elen-cados têm característica doutrinária e de formação. A partir dos mesmos, as ações no âmbito marítimo serão delineadas e, por essa razão, a apre-sentação do conceito de CSM nestes documentos é um dos pontos fulcrais para as reflexões sobre a tropicaliza-ção do tema.

Os documentos da União Africana, IMO e da Índia, assim como do Brasil, apresentam pontos de relevância para a realização de atividades dentro de suas respectivas áreas de atuação. União Africana e IMO realizam indica-ções e seus Estados-membros absor-vem, ou não, as duas considerações.

Baruah (2016) e Buerguer (2015; 2017) apresentam perspectivas recen-tes sobre a temática na Ásia e Índia, para além das considerações realiza-das nos documentos oficiais. Boraz (2009), Jones; Vorbach III (2011) e Nimmich; Goward (2007) são respon-sáveis pelas reflexões sobre a CSM e os temas que realizam interlocução

temática. Já Klein (2011), aponta para o tema por meio de sua ligação com as ações de inteligência.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Nimmich e Goward (2007) tratam

da MDA como ponto importante para a manutenção da segurança marí-tima. Cabe ressaltar que a perspec-tiva estadunidense e destes autores têm como foco o “domínio” e, não a “Consciência”, no sentido estru-turação conceitual. Por essa razão, as indicações aqui tratam de MDA (Maritime Domain Awareness) e, não, MaritimeSituationalAwareness(MSA).

Nimmich e Goward (2007) abordam a necessidade de atenção para os portos e áreas costeiras por estas serem abertas e, assim, ficarem vulneráveis a possíveis ataques. Ressaltam a relevância dessas regiões para a economia e que qual-quer ação sobre esses espaços pode gerar impactos expressivos, visto que 80% do comércio ocorre por via marítima.

Os autores também indicam como barreira à realização de MDA a cultura de segredo, que se volta ao não compartilhamento das informa-ções que poderiam servir para dife-rentes atores/agências ligadas ao ambiente marítimo. Por essa razão, a transparência de informação se faz necessária para que MDA consiga ser relevante para a segurança marítima.

Nimmich e Goward (2007) enten-dem que, além da transparência, a interação com as ações de inteligên-cia se faz necessário para que a MDA possa ser efetiva. A disponibilização das informações poderá, assim, con-tribuir com processos decisórios mais estruturados e acertados.

Boraz apresenta o histórico da criação dos debates sobre MDA (2009) Após isso, o autor lista os mitos relacionados ao tema. Os pontos levantados por Boraz (2009) estão no âmbito da reestruturação do pensamento sobre a necessidade da

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criação de ações e atividades rela-tivas à MDA. Isso se deve porque, apesar dos ataques de 11 de setem-bro de 2001, as perspectivas sobre MDA, segundo o autor, ainda estavam incipientes.

As indicações do autor voltam-se para a organização de uma estrutura capaz de considerar as variações que podem impactar o ambiente marítimo. Nesse sentido, é ressaltada a pers-pectiva de cooperação entre os dife-rentes atores que podem influenciar o ser influenciados por ações neste espaço.

Jones e Vorbach III (2011) tratam dos desafios ligados ao tema. De acordo com os autores, o tema se apresenta como enigma, dada a sua interação com diferentes áreas e agentes. Para eles, o crescente número de contrabando de pessoas é um dos pontos que se deve preo-cupar ao tratar da temática de MDA. Além disso, o tráfico de drogas e todas as estratégias utilizadas para que o mesmo ocorra se configuram como um dos aspectos relevantes.

Os autores consideram as mudanças de temperatura no Oceano Ártico como um dos fatores críticos por conta das explorações minerais na região. Também consideram os efeitos das políticas criadas após 11/set e suas interlocuções e as pos-síveis capacidades de resposta aos desafios impostos.

Klein (2011) considera as ações de MDA ligadas às atividades de inte-ligência e compartilhamento de infor-mações. Para a autora, as informa-ções comerciais se apresentam como desafios, visto que existem entraves para que estas estejam disponíveis aos demais agentes ligados às ações de MDA.

Buerguer (2015) e Baruah (2016) fazem considerações sobre as ações indianas no que se refere à MDA. De acordo com ambos, as atividades indianas ocorrem por conta da preo-cupação com a segurança marítima

nas águas costeiras em decorrências das ações da China por esta região. A perspectiva indiana de MDA, segundo Baruah (2016) ultrapassa a região cos-teira e da Zona Econômica Exclusiva (ZEE), chegando ao Oceano Índico.

Baruah (2016) indica que a Índia tem contribuído com o desenvolvi-mento das capacidades de proteção na costa de outros Estados da região, como como as Maldivas, Mauritânia e Seicheles. O autor aponta que existem ações da Índia de coopera-ção com a Austrália, Estados Unidos e França no âmbito de MDA no que se refere aos dados comerciais de comum interesse.

Buerguer (2017) reforçam os pontos considerados por Buerguer (2015) e Baruah (2016). Além disso, o autor indica que as ações de MDA não são priorizadas pelos países afri-canos e atores regionais. Segundo o autor, os responsáveis por essas ações na África são os países da União Europeia.

Buerguer (2017) ressalta a existência de projetos visando a garantia da segurança regional por meio da MDA. Segundo ele, o ProgrammetoPromote Regional Maritime Security (MASE), é uma ini-ciativa da EU importante e que está ativa desde 2013. Outro importante centro é o DjiboutiCodeofConduct (DCoC), que recebe apoio da União Europeia para a realização das suas atividades.

A evolução dos tópicos referentes à CSM ocorrera a partir da criação de iniciativas que viabilizassem a inte-ração entre os agentes envolvidos. Por essa razão, a criação de centros especializados para a manutenção dessas atividades tem sido ressal-tada por todos os autores e apresen-tado por Buerguer (2017) ao analisar as atividades indianas nesta temática.

METODOLOGIA EMPREGADA E AJUSTES SOFRIDOS NA IMPLEMENTAÇÃO

METODOLÓGICAO trabalho tem sido executado a

partir do levantamento de fontes pri-márias e secundárias relativas à CSM. Nesse sentido, a revisão conceitual tem sido o mote desta fase do traba-lho, principalmente, por conta do seu objetivo.

PRÓXIMOS PASSOS

Ocorrida a revisão histórica do conceito, os próximos passos envol-vem o levantamento dos trabalhos nas instituições de formação supe-rior do Ministério da Defesa - Escola Superior de Guerra (ESG), Escola de Guerra Naval (EGN), Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e Universidade da Força Aérea (UNIFA) -, visando a identifi-cação das possíveis influências e/ou correlações entre o conceito de CSM e a Doutrina Militar Naval com as investigações realizadas.

Vale ressaltar que, embora os documentos da Marinha do Brasil tenham sido listados, a sua análise ocorrerá em paralelo à análise dos trabalhos das instituições que estão sendo levantadas. Isso se justifica porque busca-se apresentar em um mesmo documento a evolução con-ceitual e as possíveis alterações ligadas às alterações.

Outro aspecto a ser realizado é a indicação de termos/conceitos afetos à CSM e as respectivas implicações dos mesmos na manutenção do con-ceito anglófono e na tropicalização conceitual. Por ser um tema complexo e que abarca variadas perspectivas, as reflexões sobre o uso da tecno-logia para a realização das ativida-des de CSM já se apresentam como parte relevante dos trabalhos desta temática.

IMPACTOS ESPERADOS

Espera-se que ao fim do primeiro ciclo da pesquisa seja possível apre-sentar um panorama conceitual sobre CSM, indicando as similaridades e

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diferenças existentes para que seja possível tropicalização do debate. As considerações referentes aos tópicos hoje debatidos nos documentos nacio-nais estão em conformidade com as reflexões realizadas no âmbito inter-nacional? Os debates nacionais con-sideram as características do estado brasileiro, diferindo-as dos Estados que originaram as reflexões?

Sob estes questionamentos é que se espera conseguir apresentar a estrutura conceitual de CSM e de sua interação com demais conceitos.

OUTRAS CONSIDERAÇÕESA pesquisa realizada contou com

o auxílio do Prof. Dr. Leonardo Vichi, da Mestranda Laura Martucci e do gra-duando Lucas Barreto. Os mesmos foram responsáveis pelos debates sobre os temas relativos à segurança marítima. Nesta perspectiva, indica-ções sobre avanços e o aprofunda-mento nos variados temas para as próximas fases (salientados neste relatório), só puderam ocorrer por conta da interação e troca de ideias realizadas com estes pesquisadores.•

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARUAH, Darshana M. Expanding India’s Maritime Domain Awarenessin the Indian Ocean. Asia Policy, n. 22, p. 49 - 55, 2016BORAZ, Steven C. Maritime Domain Awareness: myths and realities. Naval War CollegeReview, Newport, vol. 62, n, 6, 2009.BRASIL. Marinha do Brasil. EMA 305 - Doutrina Básica da Marinha. 2014.______. Marinha do Brasil. EMA 305 – Doutrina Militar Naval. 2017.BUERGUER, Christian. FromDusktoDawn? Maritime Domain Awareness in Southeast Asia. Contemporary Southeast Asia, Vol 37, n.2, 2015.______. Policy Brief: Effective Maritime Domain Awareness in the Western Indian Ocean. Institute for Security Studies. 2017. Disponível em: < https://issafrica.org/research/policy-brief/effective-maritime-domain-awareness-in--the-western-indian-ocean> Acesso em: 12 mar. 2019.INDIA. Ensuring Secure Seas: Indian Maritime Security Strategy. Indian Navy. Naval Strategic Publication (NSP) 1.2, October 2015.INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION (IMO). MSC.1/Circ.1343, amendments to the International Aeronautical and Maritime Search and Res-cue (IAMSAR) Manual.RegulatoryGuidance. 2010. Disponível em: http://www.iadclexicon.org/maritime-domain-awareness/. Acessoem: 11 mar. 2019.Jones, Eric C.; Vorbach III, Joseph E. The Maritime Domain Awareness Co-nundrum. U.S. Naval Institute Proceedings, Vol. 137, n. 10, p28-33, 2011.KLEIN, Nathalie. Maritime Security and the Law of the Sea. Oxford Monogra-phs in International Law. Oxford, 2011NIMMICH, Joseph L; GOWARD, Dana A. Maritime Domain Awareness: the key to Maritime Securite. International Law Studies, vol. 83, 2007.UNIÃO AFRICANA. Estratégia Marítima Integrada de África 2050. 2012. Disponível em: <https://au.int/sites/default/files/documents/30932-doc-2050_aim_strategy_pt_0.pdf>. Acessoem: 11 mar.2019.USA. Department of Homeland and Security. Homeland Security Presidential Directive 13 [fact sheet]: Maritime Security Policy, 2004. Disponível em: < ht-tps://fas.org/irp/offdocs/nspd/nspd41.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2019.

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A E q u i p e

PROF. DR. CMG (RM1) WILLIAM DE SOUSA MOREIRACoordenador

Professor da Escola de Guerra Naval (EGN) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos (PPGEM-EGN). É Conselheiro de Ciência, Tecnologia e Inovação da EGN e Pesquisador do Centro de Estudos Político-Estratégicos (CEPE). Possui Doutorado em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde atua como membro do Laboratório Indústria de Defesa e Poder Político (LINP) no Instituto de Estudos Estratégicos da mesma instituição. Atualmente empreende pesquisa sobre tendências em ciência e tecnologia militares e sobre os impactos na segurança, estratégia e planejamento de força com foco na região do Atlântico Sul.

PROFª. DRª. SABRINA EVANGELISTA MEDEIROSCoordenadora

Professora Adjunta da Escola de Guerra Naval (EGN), foi membro do Colégio Inter-americano de Defesa. Possui graduação e mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui doutorado em Ciência Política pelo IUPERJ e recebeu menção honrosa pela Associação Latino-Americana de Ciência Política (ALACIP) Por sua Tese de Doutorado. Atualmente é vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da EGN, onde coordena pesquisa no Laboratório de Simulações e Cenários.

PROF. DR. CMG (RM1) FRANCISCO ALVES DE ALMEIDACoordenador do PPGEM

Professor de Estratégia e História Naval e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Maritimos. Graduado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em História Comparada, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor em Historia Comparada pelo Programa de Pos-Graduação em História Comparada - UFRJ. Realizou o pós-doutoramento no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa em 2015 e 2016. Possui graduação em Ciências Navais pela Escola Naval (1978) com especialização em Política e Estratégia Marítimas (2003) e o curso de Comando e Estado-Maior da Escola de Guerra Naval (1994). Possui também o curso de especialização - MBA- (Gestão Internacional) pela COPPEAD da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A E Q U I P E #SHORT BIOS

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P R O J E T O C O O P E R A Ç Ã O & S E G U R A N Ç A M A R Í T I M A | F A S E 1

PROF. DR. LEONARDO PERIN VICHIGestor

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Freie Universität Berlin (FUB), doutorando em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), Mestre em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC-UFRJ), cursa Segurança Internacional e Defesa na Escola Superior de Guerra (ESG). É Adjunto-Acadêmico da Célula de Defesa Cibernética do Observatório Militar da Praia Vermelha (OMPV) e coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos em Defesa e Segurança do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (NEEDS/UFSCar).

MSª. ANA FERNANDA MOREIRA BAPTISTAConsultora

Fez faculdade de psicologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro -UERJ. Pós-graduação em Psicologia do Esporte na Universidade Veiga de Almeida - UVA e mestrado na Escola de Guerra Naval - EGN. Trabalhou como psicóloga clínica na Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória por 5 anos. Foi oficial temporário da Marinha do Brasil por 8 anos, tendo servido 4 deles no Hospital Naval Marcilio Dias sendo responsável pela parte de psicologia da creche do hospital, além de realizar atendimentos aos pacientes internados.

MS. CHARLES MARTINS HORAConsultor

Bacharel em Defesa e Gestão Estratégica Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (DGEI/UFRJ) e mestre em Estudos Marítimos pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval (PPGEM/EGN). Pesquisador Associado do Laboratório de Simulações e Cenários da Escola de Guerra Naval (LSC/EGN). Tem interesse de pesquisa na área de políticas públicas, políticas de defesa e ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

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A E q u i p e

CAROLINA AMBINDER DE CARVALHOBolsista

Mestranda e Representante Discente no Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval (PPGEM/EGN), é Líder de Pesquisa do Grupo “A Cooperação Internacional da Marinha do Brasil”, do Laboratório de Simulações e Cenários (LSC), e Bolsista da Fundação de Estudos do Mar (FEMAR). Cursa também Especialização em Direito Internacional pelo Instituto Brasileiro de Formação (IBF). Graduou-se em Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (INEST/UFF), na qual foi Bolsista de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

LAURA MARTUCCI BENVENUTOBolsista

é mestranda em Estudos Marítimos pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Marítimos (PPGEM) da Escola de Guerra Naval (EGN), bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadora bolsista pela Fundação de Estudos do Mar (FEMAR) e pesquisadora do grupo de Segurança Marítima no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval. Realiza estágio voluntário na Diretoria de Portos e Costas (DPC), no setor de Segurança Marítima e contribui com o projeto social (PROAMAR) do PPGEM.

MS. CHARLES MARTINS HORAConsultor

Graduando do oitavo semestre do curso de Bacharelado em Defesa e Gestão Estratégica Internacional (UFRJ), na mesma casa, participou como pesquisador voluntário do Laboratório de Estudos Estratégicos e Institucionais (LEEI) e do Laboratório de Estudos de Segurança e Defesa (LESD)

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P R O J E T O C O O P E R A Ç Ã O & S E G U R A N Ç A M A R Í T I M A | F A S E 1

COLABORADORES VOLUNTÁRIOS

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL:Allan Antunes (INEST/UFF)

Ana Carolina Almeida (INEST/UFF) Anna Carolina Pott (EGN/MB)

Bruno Tilhe (IBMEC)Fabíola Barros (INEST/UFF)

Francyne Motta (INEST/UFF)Gabriele Hernandéz (INEST/UFF)

Isabella Terror (ECEME)Kássio Henrique Aires (FACTO)Leossando Vila Nova (FACTO)

Lycia Brasil (IRID/UFRJ)Suyene Coelho (EGN/MB)Yuri Medeiros (INEST/UFF)

COOPERAÇÃO INTERAGÊNCIAS:Profª. Drª. Cintiene Sandes (ESG)

CLASSIFICAÇÃO DE MARINHAS:CMG (RM1) Walter Maurício Costa de Miranda (CEPE/EGN)

Prof. Ms. Eduardo ItaloPesce (PPGEM/EGN)Prof. Ms. Thiago Janeiro Sarro (PPGEM/EGN)

ATLAS DA SEGURANÇA MARÍTIMA:Msª Monah Marins P. Carneiro (IRID/PUC-RJ)

Lucas Barreto Rodrigues (DGEI-UFRJ)Clara Michelotti (DGEI-UFRJ)Andrews Sena (DGEI-UFRJ)

Micheline Teixeira (DGEI-UFRJ)

FOMENTO E APOIO