7
1.1 A Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Gerencial A Contabilidade Geral tem por objetivo controlar o Patrimônio das entidades, sejam elas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Ela deve prestar informações a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que poderão lhe conceder empréstimos, o governo e quaisquer pessoas que desejem adquirir ações da empresa se a mesma for aberta. A Contabilidade de Custos tradicional, desenvolvida para avaliar estoques, era (e ainda é) uma importante ferramenta de controle e atribuição de custos aos produtos; por outro lado, ela não fornecia informações para o gerenciamento da produção e para a comercialização dos produtos. Por exemplo, ela não ajudava a administração da empresa a alcançar um dado percentual de lucratividade na venda de um produto ou linha de produtos, uma vez que desconsiderava os fatores externos relacionados ao mercado. Os princípios dessa Contabilidade de Custos histórica derivam da finalidade inicial de avaliação de estoques em empresas industriais; porém, observe-se que eles nem sempre se coadunam completamente às duas funções mais recentes da moderna Contabilidade de Custos: auxílio ao controle e ajuda às tomadas de decisões. Portanto, a atual Contabilidade de Custos não é somente uma metodologia de mensuração de estoques e do resultado; ela é, além disso, um instrumento de administração da empresa. É daí que advém a sua conexão com a Contabilidade Gerencial , surgida na década de 1950. A Contabilidade Gerencial tem como funções ou objetivos: 1. fornecer informações extraídas dos dados contábeis, que ajudem os administradores no processo de tomada de decisões, tais como: a) Quais são os produtos que dão lucro ou prejuízo? e b) Deve-se comprar um equipamento novo ou deve-se reformar o antigo? 2. fornecer informações para os administradores da empresa que lhes permitam gerenciar o desempenho da mesma, avaliando se foram cumpridas as metas previstas no orçamento (função de controle).

Introdução a Contabilidade de Custos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resumo sobre contabilidade de custos.

Citation preview

1.1 A Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos e aContabilidade GerencialA Contabilidade Geral tem por objetivo controlar o Patrimnio das entidades, sejam elas pblicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Ela deve prestar informaes a usurios externos que tenham interesse em acompanhar a evoluo da empresa, tais como entidades financeiras que podero lhe conceder emprstimos, o governo e quaisquer pessoas que desejem adquirir aes da empresa se a mesma for aberta.A Contabilidade de Custos tradicional, desenvolvida para avaliar estoques, era (e ainda ) uma importante ferramenta de controle e atribuio de custos aos produtos; por outro lado, ela no fornecia informaes para o gerenciamento da produo e para a comercializao dos produtos. Por exemplo, ela no ajudava a administrao da empresa a alcanar um dado percentual de lucratividade na venda de um produto ou linha de produtos, uma vez que desconsiderava os fatores externos relacionados ao mercado.Os princpios dessa Contabilidade de Custos histrica derivam da finalidade inicial de avaliao de estoques em empresas industriais; porm, observe-se que eles nem sempre se coadunam completamente s duas funes mais recentes da moderna Contabilidade de Custos: auxlio ao controle e ajuda s tomadas de decises. Portanto, a atual Contabilidade de Custos no somente uma metodologia de mensurao de estoques e do resultado; ela , alm disso, um instrumento de administrao da empresa. da que advm a sua conexo com a Contabilidade Gerencial, surgida na dcada de 1950.A Contabilidade Gerencial tem como funes ou objetivos:1. fornecer informaes extradas dos dados contbeis, que ajudem os administradores no processo de tomada de decises, tais como: a) Quais so os produtos que do lucro ou prejuzo? e b) Deve-se comprar um equipamento novo ou deve-se reformar o antigo?2. fornecer informaes para os administradores da empresa que lhespermitam gerenciar o desempenho da mesma, avaliando se foram cumpridas as metas previstas no oramento (funo de controle).Os dados obtidos pela Contabilidade de Custos so usados pela Contabilidade Gerencial para auxlio ao controle e tomada de decises.Com relao funo de controle, a funo da Contabilidade de Custos fornecer informaes para o estabelecimento de padres, oramentos ou previses e, a seguir acompanhar o efetivamente acontecido (Custeio Padro).

1.2 Custeio por AbsoroA frmula (4) pode ser reescrita como (memorize para a prova!)(5) (EIPE + EIPA) + CPP = (EFPE + EFPA) + CPV,se substituirmos EI por (EIPE + EIPA) e EF por (EFPE + EFPA). A equao (5) indica que os custos incorridos no passado e incorporados aos estoques iniciais de produtos em elaborao e acabados (EIPE + EIPA) e os custos atuais (representados pelo CPP) sero absorvidos (ou apropriados) pelos (aos) estoques finais de produtos em elaborao e acabados (EFPE + EFPA), que ainda no foram vendidos, ou pelo (ao) CPV. A frmula (5) define o Custeio por Absoro (ou Custeio Pleno), pois todos os custos so absorvidos pelos bens produzidos; todos os gastos relativos ao esforo de produo so distribudos para todos os produtos ou servios feitos (memorize para a prova!). Mas os gastos no fabris ou despesas so excludos.A equao (5) tambm pode ser posta nas formas alternativas(6) (CPP + EIPE - EFPE) + EIPA EFPA = CPV(7) CPA + EIPA EFPA = CPVem que (8) CPA = CPP + EIPE EFPE o Custo da Produo Acabada. A figura abaixo ilustra as equaes (6), (7) e (8).Os custos so no s o que foi vendido, como tambm o que ficou na fbrica para vender, entendeu? O Custeio por Absoro normalmente exigido pela Auditoria Externa das Companhias Abertas e pela Legislao do Imposto de Renda (IR). Ele est baseado nos seguintes princpios contbeis (vistos na Contabilidade Geral):1. Princpio do Registro pelo Valor Original: os estoques e o resultado das indstrias so avaliados pelo custo histrico, no sendo corrigidos quando h variao no preo dos fatores de produo entre a aquisio e a elaborao do balano patrimonial.2. Princpio da Competncia: todos os gastos com a produo que no tiverem correspondncia com as receitas obtidas pela empresa devem ser incorporados ao valor dos estoques (custeio por absoro).

1.3 Terminologia Aplicvel Contabilidade de Custos1.3.1 Gasto a compra de um produto ou servio qualquer, que gera sacrifcio financeiro para a entidade (desembolso), sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).Os Gastos no incluem todos os sacrifcios com que a entidade pode arcar, j que no so includos o Custo de Oportunidade (ou juros sobre o capital prprio), pois este no implica a entrega de ativos.

1.3.2 DesembolsoCorresponde ao pagamento efetuado devido a aquisio de um bem ou servio, podendo ocorrer concomitantemente com o gasto, quando o pagamento a vista, ou posteriormente ao gasto, quando o pagamento a prazo.

1.3.3 Tipos de GastosOs Gastos podem ser divididos em: a) Investimentos, b) Custos, c)Despesas e d) Perdas

InvestimentoUm Investimento corresponde ao gasto com um bem ou servio ativado em funo de vida til ou de benefcios atribuveis a perodos futuros.

CustoO Custo corresponde ao gasto com bens ou servios que sero utilizados na produo de outros bens ou servios, ou seja, so gastos relacionados atividade de produo (memorize para a prova!). Exemplos: Salrios e encargos sociais dos funcionrios que trabalham na produo; Matria-prima utilizada no processo produtivo; Combustveis e lubrificantes utilizados nas mquinas da fbrica; Aluguis das instalaes da fbrica;Observaes:1. No momento que as matrias-primas adquiridas pela empresa passam a ser utilizadas no processo produtivo de bens ou servios, deixam de ser consideradas Investimentos (classificados no Ativo Circulante - Estoque de Matrias-Primas) e passam a ser consideradas Custos de produo. A matriaprima foi um Gasto na sua aquisio que imediatamente se tornou Investimento, e assim, ficou durante o tempo de sua estocagem, sem que aparecesse nenhum Custo associado a ela. No momento de sua utilizao na fabricao de um bem, surge o Custo da matria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, de novo um Investimento, j que fica ativado (isto , classificado no Ativo) at sua venda.2. A energia eltrica utilizada na fabricao de um bem qualquer gasto (na hora de seu consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de investimento.3. A mquina provocou um gasto na sua entrada, tornado investimento e parceladamente transformado em custo (depreciao), na medida em que utilizada no processo de produo de utilidades.

DespesaAs Despesas so gastos com bens ou servios no utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obteno de receitas (memorize para a prova!). Ou seja, as Despesas so itens que reduzem o Patrimnio Lquido e que possuem a caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas.

PerdasDefine-se Perda como bem ou servio consumidos de forma anormal e involuntria (memorize para a prova!).

Custos Semivariveis(SO OS QUE TM UMA TAXA MNIMA).Os custos semivariveis so custos que variam com o nvel de produo, mas possuem uma parcela fixa, mesmo que nada seja produzido, ou seja, so os custos variveis que no acompanham linearmente a produo, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de estreitos limites.Um exemplo de custo semivarivel a conta de energia eltrica, visto que h uma taxa mnima mesmo que no ocorra nenhum consumo, embora o valor total da conta dependa do consumo de energia da empresa.

Custos Semifixos ou por DegrausOs custos semifixos so custos que so fixos em determinada faixa de produo, mas que variam quando h uma mudana desta faixa. A Tabela a seguir mostra que o custo dos supervisores fixo (R$ 70.000,00) com uma produo de at 50.000 unidades, mas, se a empresa passar a produzir 70.000 unidades, o custo dos supervisores aumentar para R$ 140.000,00.

Custo de Produo do PerodoO Custo de Produo do Perodo (CPP) corresponde aos custos incorridos no processo produtivo num determinado perodo de tempo. O CPP usualmente decomposto de acordo com a seguinte frmula (memorize para a prova!):(9) CPP = MD + MOD + CIF

Custo PrimrioO Custo Primrio (CPrim) dado por (memorize para a prova!)(10) CPrim = MD + MOD.

Custo de Converso ou TransformaoO Custo de Converso ou de Transformao (CTransf) definido como (memorize para a prova!)(11) CTransf = MOD + CIF.

Centro de Custos a menor unidade de acumulao de custos, sendo representada por homens, mquinas e equipamentos de caractersticas semelhantes que desenvolvem atividades homogneas relacionadas com o processo produtivo.

Centro de Custos ProdutivosSo os centros de custos por onde os produtos passam durante o processo de fabricao e nos quais so transformados ou beneficiados.Exemplo: montagem, pintura, acabamento etc.

Centro de Custos AuxiliaresSo os centros de custos que fazem parte do processo produtivo, mas no atuam diretamente nos produtos. Prestam servios ou do apoio aos centros de custos produtivos. Exemplo: manuteno, planejamento, refeitrio, ambulatrio etc.

Custo de DespesasCorresponde menor unidade de acumulao de despesas sendorepresentada por homens, mquinas e equipamentos de caractersticas semelhantes que desenvolvem atividades homogneas relacionadas com as atividades administrativas, financeiras e comerciais. Exemplo: contabilidade, departamento de pessoal, tesouraria, faturamento etc.

Custo VarivelNeste mtodo de custeio, somente so apropriados produo os custos variveis (memorize para a prova!). Os custos fixos so contabilizados diretamente dbito de conta de resultado (juntamente com as despesas) sob a alegao de que estes ocorrero independentemente do volume de produo da empresa.O custeio varivel viola o Princpio da Competncia, porque os custos fixos so reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos (memorize para a prova!). um mtodo indicado para tomada de decises na empresa.

Custeio PadroNeste mtodo, os custos so apropriados produo no pelo seu valor efetivo (ou real) mas sim por uma estimativa do que deveriam ser (Custo Padro). Este mtodo surge da necessidade de avaliar o desempenho da empresa industrial. Para que isso seja possvel, necessrio que se tenha um padro de medida para que se possa fazer a comparao e a avaliao do desempenho.A grande finalidade do custeio padro o planejamento e o controle de custos (memorize para a prova!).

Custeio ABCNo mtodo de Custeio ABC, o objetivo delinear as atividades para determinar os sistemas de custos, ou seja, as atividades da empresa constituem, neste mtodo, os objetos fundamentais para a determinao dos custos. Estes custos por atividades que sero apropriados aos produtos.Uma atividade uma ao que utiliza recursos humanos, materiais, tecnolgicos e financeiros para se produzirem bens ou servios. composta por um conjunto de tarefas necessrias ao seu desempenho. As atividades so necessrias para a concretizao de um processo, que uma cadeia de atividades interdependentes. Exemplos de atividades (por departamentos de uma fbrica): Departamento de Compras:- comprar materiais; e- desenvolver fornecedores. Almoxarifado:- receber materiais; e- movimentar materiais.