32
INTRODUÇÃO À MECÂNICA DA FRATURA LINEAR ELÁSTICA Livre J.L.F.Freire 2010 Rev. - 2010

INTRODUÇÃO À MECÂNICA DA FRATURA LINEAR ELÁSTICAengdutos.usuarios.rdc.puc-rio.br/ediee/IE5b-MFLE_Estatico.pdf · Mecânica da Fratura Elasto –Plástica ou MFEP (EPFM). se aplica

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INTRODUÇÃO À MECÂNICA DA

FRATURA LINEAR ELÁSTICA

J.L.F.Freire 2008Livre

2008-Rev1

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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O Globo

25/05/2008

J.L.F.Freire 2008J.L.F.Freire 2008 Livre

2008-Rev1

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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ss

a

a0

r

J.L.F.Freire 2010

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A Mecânica da Fratura é a ciência que procura estudar componentes estruturais que contêm trincas.

A Mecânica da Fratura modela matemáticamente o comportamento dos elementos estruturais que contêm trincas procurando prever quando uma trinca irá se propagar:

• catastróficamente (fragilmente), ou

• plasticamente até atingir o colapso plástico ou o esgotamento de ductilidade do ligamento resistente, ou

• lentamente, ciclo a ciclo (fadiga), até alcançar o seu tamanho crítico, quando então ocorrerá uma falha catastrófica com aparência frágil.

A Mecânica da Fratura tem como objetivo relacionar as solicitações (carregamentos e geometria doscomponentes que implicam em tensões) e as propriedades mecânicas de resistência dosmateriais (no caso a tenacidade à fratura) considerando a existência de trincas.

Isto quer dizer que a admissão da existência de uma trinca influencia o parâmetro de solicitação a serusado na comparação com o parâmetro de resistência do material, que por sua vez deve sercaracterizado pela resistência que esta trinca oferece a se propagar de maneira rápida ou lenta.

Mecânica da Fratura Linear Elástica ou MFLE (LEFM).

se aplica aos componentes que têm e/ou admitem pouquíssima deformação plástica na raiz da trinca,tais como componentes pouco solicitados ou aqueles que têm um comportamento vítreo. O Nível1 de adequação ao uso da API 579 estudado nesta disciplina é baseado na MFLE.

Mecânica da Fratura Elasto – Plástica ou MFEP (EPFM).

se aplica aos casos onde a região de deformação plástica pode se estender longamente, às vezesatingindo toda a seção remanescente do ligamento. O Nível 2 de adequação ao uso englobaambas as possibilidades de estudo para um componente trincado (linear – elástica e elasto –plástica) e ainda associa à possibilidade de fratura da seção ao colapso plástico do ligamentoresistente. O Nível 2 usa como critério de aceitação de uma trinca a sua posição ou ponto detrabalho quando plotado no diagrama FAD.

J.L.F.Freire 2010

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a

Região muito

tensionada

Região pouco

tensionada

Trinca

Raiz

Região com distribuição de

tensão perturbada pela

presença da trinca

Região com distribuição de

tensão nominal

w

Distribuição qualitativa de tensões para uma placa

plana tracionada

J.L.F.Freire 2010

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J.L.F.Freire 2008

2008-Rev1

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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Distribuição quantitativa de tensões (franjas

fotoelásticas) para uma placa plana tracionada

J.L.F.Freire 2010

sss ft

NIII .

Foto retirada de “Principles of Fracture Mechanics”,

R.J Sanford . Prentice-Hall, 2003

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MODOS DE ABERTURA DE UMA TRINCA

I II III

J.L.F.Freire 2010

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MODOS DE ABERTURA DE UMA TRINCA

J.L.F.Freire 2010

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Y

Xr

θ

σy

σx

τxy

ESTADO DE TENSÃO EM UM PONTO PRÓXIMO À

RAIZ DA TRINCA

2

3

222

2

3

21

22

2

3

21

22

s

s

coscossinr.

K

sinsincosr.

K

sinsincosr.

K

Ixy

Iy

Ix

J.L.F.Freire 2010

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• O fator KI é chamado de fator de intensificação de tensão e é ele quem realmente poderá fazer diferença entre tipos e níveis de carregamentos, geometria do componente e tamanho (comprimento) da trinca.

• Por exemplo, para pontos igualmente localizados com relação à raiz de uma trinca, e para um componente com mesma geometria e carregamento, a diferença entre a severidade entre um e outro será causada pelo comprimento da trinca. Intuitivamente, aquele que possuir a maior trinca será o mais solicitado. Assim pode-se dizer que

• Para pontos ao longo de θ =0 tem-se que

Daí pode-se verificar que as tensões tendem para infinito com o inverso da raiz quadrada de r.

• As unidades dimensionais do fator K são as de tensão multiplicadas pela raiz quadrada do comprimento, ou seja, MPa.m1/2.

)atrinca,geometria,tocarregamenKK II

r.

K Ixy

ss

2

J.L.F.Freire 2007

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Região com efeito do raio de

arredondamento ρ

Região com efeito da distância

r-1/2

*

ρ/2

Y

X

r,θ

Para que a análise

linear elástica possa

ser mais próxima da

realidade quando um

ponto se aproxime

da raiz da trinca, e

considerando que as

trincas reais

possuem raios de

arredondamento

finitos, isto é,

maiores que zero,

Creager e Paris [3]

desenvolveram as

seguintes

expressões para as

componentes das

tensões em um

ponto vizinho à

trinca.

2

3

222

3

222

2

3

222

3

21

22

2

3

222

3

21

22

r

r

s

r

s

sinrr.

Kcoscossin

r.

K

cosrr.

Ksinsincos

r.

K

cosrr.

Ksinsincos

r.

K

IIxy

IIy

IIx

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FATORES DE INTENSIFICAÇÃO DE TENSÕES

Trinca passante

centralizada em placa planaTrinca na superfície em

placa plana

a

2a wσ

J.L.F.Freire 2006J.L.F.Freire COTEQ-2007Freire – J. IberoAmericanasJ.L.F.Freire 2008Livre

2008-Rev1

w

aaKI

.sec.

s

a.KI s aKI ..12,1 s se a/w→0

w

a

a

waK I

.tan

..12,1

s

Sanford pp. 81, (3.62)

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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FATORES DE INTENSIFICAÇÃO DE TENSÕES

Trinca passante

centralizada em placa plana

2a wσ

J.L.F.Freire 2006J.L.F.Freire COTEQ-2007Freire – J. IberoAmericanasJ.L.F.Freire 2008Livre

2008-Rev1

w

aaKI

.sec.

s

Sanford pp. 81, (3.62)

Trinca passante com comprimento 2a em placa finita com largura w

fp a w( ) a

2w

1

cos a

1w

1 0.0252a

w

0.062a

w

4

Yp a w( ) fp a w( )2w

a Yp 1 100( ) 1

Yp 1 2.1( ) 3.752

Yp 1 2.05( ) 5.263

gp a w( )1

cos a

w

gp 1 100( ) 1

gp 1 2.1( ) 3.658

gp 1 2.05( ) 5.11

3 4 51

2

3

4

5

Yp 1 w ( )

gp 1 w ( )

w

Anderson pp. 63, Tabela 2.4

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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FATORES DE INTENSIFICAÇÃO DE TENSÕES

Trinca na superfície em

placa plana

a

J.L.F.Freire 2006J.L.F.Freire COTEQ-2007Freire – J. IberoAmericanasJ.L.F.Freire 2008Livre

2008-Rev1

w

a

a

waK I

.tan

..12,1

s

Trinca com comprimento a no bordo de placa finita com largura w

f a w( )1

cos a

2w

2 tan a

2w

0.752 2.02a

w

0.37 1 sin a

2w

3

Y a w( ) f a w( )w

a Y 1 100( ) 1.125

Y 1 2( ) 2.827

Y 1 4( ) 1.494

g a w( ) 1.1251w

atan

a

1w

g 1 100( ) 1.125

g 1 2.15( ) 2.806

2 4 6 8 101

2

3

4

5

Y 1 w ( )

g 1 w ( )

w

g 1 4( ) 1.269

Anderson pp. 63, Tabela 2.4

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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FATORES DE INTENSIFICAÇÃO DE TENSÕES

J.L.F.Freire 2006J.L.F.Freire COTEQ-2007Freire – J. IberoAmericanasJ.L.F.Freire 2008Livre

2008-Rev1

aw

σ

1.25 w

σ

Trinca em espécime CTS

fcts a w( )

2a

w

1a

w

3

2

0.886 4.64a

w

13.32a

w

2

14.72a

w

3

5.60a

w

4

Ycts a w( ) fcts a w( )w

a Ycts 1 2( ) 7.707

2 3 4 52

4

6

8

10

Ycts 1 w ( )

w

Anderson pp. 63, Tabela 2.4

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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R=ρ

σ2b

2a

Elípse

Trinca com raio de

arredondamento ρ na raiz

Se

rs

s

s

rss

aK

a.K

.

K.

maxt

I

Imaxy

2

2

b

aK

a

b

aK

b

aK

t

t

t

21

21

21

2

r

r1

r

a

tELÍPSEtCREAGER KK

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SEN 4PB

Single

edge

notch –

flexão em

4 pontos

SEN 3PB

Single

edge

notch –

flexão em

3 pontos

SEN

Tração

Compact

Tension

specimen,

CTS

KIc

Kc

Condição de

estado plano de

tensão

Condição de

estado plano de

deformação

Estado de

tensão misto

Fratura dúctil a

45o

Fratura plana

Fratura mista,

com lábios de

cisalhamento

B

B

B

TENACIDADE À

FRATURA DOS

MATERIAIS

J.L.F.Freire 2007

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2

5.2

y

cI

S

KB

Material Sy (MPa)Su

(MPa)

KIc

(MPa.m1/2)(mm)

Observações Fonte

18 Ni aço

maraging1330 1370 127 22

Martensita +

envelhecimento a

482oC por 3 h

12 Ni aço

maraging1280 1340 (KQ) 160 58

Martensita +

envelhecimento a

482oC por 3 h

A 517 770 850 (KQ) 168 178

Al 7001-T75 500 560 22 5

Alta resistência,

tratamento da

solubilização +

envelhecimento

Al 2024-T3 350 45 [3]

Al 7075-T651 500 25 [3]

4340 875 101 [3]

4340 1540 68 [3]

52100 2100 15 [3]

TENACIDADE

À FRATURA

DOS

MATERIAIS

J.L.F.Freire 2006J.L.F.Freire COTEQ-2007Freire – J. IberoAmericanasJ.L.F.Freire 2008

2008-Rev1

J.L.F.Freire 2010

Rev. - 2010

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TENACIDADE

À FRATURA

DOS

MATERIAIS

0505

2

.S

CVN

S

K

yy

Ic

56036,0exp084,35,36 refIc TTK

kpsi.in1/2, CVN em ft.lb

Upper-shelf CVN

Aços estruturais, Mínimo ou

Lower –bound, MPa.m1/2, T

em oC

89026,0exp344,15,29 refIR TTKAços estruturais que sofrem

efeito do ambiente, Mínimo

ou Lower –bound, MPa.m1/2,

T em oC

CVNK Ic 6,14MPa.m1/2, CVN em N.m

Valor de transição CVN

01.064.0

2

yy

Ic

S

CVN

S

K MPa.m1/2, CVN em N.m

Upper-shelf CVN

J.L.F.Freire 2010

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Exemplo

K1 CVN( )17 CVN 1740

1000

1

2

K2 CVN( ) 11CVN

1

2 K3 CVN( ) 14.6CVN

1

2

40 60 80 100 120 140 160 180 20050

100

150

200

250

K1 CVN( )

K2 CVN( )

K3 CVN( )

CVN

J.L.F.Freire 2010

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J.L.F.Freire 2010

Exemplo

Determinar comprimentos das trincas passantes admissíveis para uma placa plana com uma juntasoldada. A placa tem resistências Sy e Su.

Tref 38

K T( ) min 36.5 3.084 e0.036 T Tref 56( )

120 T 200 190 250

KR T( ) min 29.5 1.344 e0.026 T Tref 89( ) 120

50 20 10 40 70 1000

15

30

45

60

75

90

105

120

135

150

K T( )

KR T( )

T

Sy 250

Su 400

Valores máximos para tensão s:

s é a tensão nominal atuante na placa

Trinca no metal base

s min Sy2

3

Su

3

s 133.333

Trinca próxima à solda: com TT

s min Sy2

3

Su

3

0.30 Sy s 208.333

Trinca próxima à solda: sem TT

sSy Su

2 s 325

Fator de segurança contra a trinca FS1

0.7

c T s( )0.7K T( )

s

21000

20 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 900

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

2 c T 133 ( )

2 c T 208 ( )

2 c T 325 ( )

T

Usou-se a equação de projetopara trinca passante em placainfinita:

KI s cKIC

FS

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Calcular o tamanho crítico de uma trinca passante em uma chapa de aço que é solicitada por

uma esforço normal que resulta num estado uniaxial de tensão uniforme para seus pontos

afastados da trinca. A tensão uniaxial e uniforme é igual a 50% do limite de escoamento do

material da chapa.

2

82

2

y

IC

c

y

ICc

ICI

S

Ka

S

Ka

KK

s

s

Assim, para um alumínio 2024-T3 e o aço 4340 mais duro da Tabela 2 tem-se valores de 2ac

respectivamente iguais a 42 mm e 5 mm. Isto pode dar a idéia da necessidade e eficiência de

um método de inspeção não destrutivo capaz de detectar trincas com estes tamanhos para

estas chapas quando estas são submetidas a tensões da ordem de 50% da sua tensão de

escoamento.

Para um aço API 5L X60, para o qual foi medida sua energia para fratura em ensaio de

impacto Charpy e teve seu KIC determinado segundo a Tabela 2, tem-se:

m.a.mMPainkpsi.K

lb.ft)ensaio(mNCVN

kpsiSMYSS

cIC

y

50218716705060

96560

96130

60

2

2a w σ Trinca passante

centralizada em placa

plana onde a/w→0

a.KI s

Exemplo

mamMPaK

ensaiomNCVN

MPakpsiSMYSS

cIC

y

5.0.218201,0413

13064,0413

)(130

41360

2

J.L.F.Freire 2010

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Exemplo – Invólucro de Motor de Foguete

Falha em teste hidrostático de um invólucro

cilíndrico de motor. Determinar a pressão de teste

hidrostático que levaria à fratura frágil do casco

cilíndrico do vaso de pressão caso exista uma

trinca inicial na sua superfície interna. Sabe-se

que esta trinca iniciou-se por efeito de um ataque

localizado por hidrogênio liberado por um

produto selante.

Para determinação da pressão faz-se KI = KIC . O cálculo de KI foi feito através da equação C.276 da referência

[API 579 2001]. Os cálculos de G0 e Q também foram feitos segundo a mesma referência usando respectivamente

as expressões C.199 e C.15. A determinação de KIC foi feita de duas formas. Primeiro, utilizou-se o valor

fornecido para o material considerando que este não sofre efeito do ambiente. Segundo, utilizou-se o valor

mínimo, KIR, determinado pela expressão dada na API 579 2001, considerando-se T=Tref.

MPa.

.

.

.

TT.exp..

.

Kp

MPa..

Kp

p.K

.Q,.G,pt

pD

Q

a..G.K

refIR

IC

I

I

1607

143

07

8902603441529

07

5687

60

07

07

7511511432

00

s

s

Deve-se notar que a pressão que fez o vaso fraturar no teste é inferior à pressão que pode levar ao seu escoamento, isto é:

MPa.ou.MPa.D

S.t.p

yy 56816510

143

15002

J.L.F.Freire 2010

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Exemplo

B = t

2B

Espessura B = tD

p

2a

w

σ

π.D

tSK

KaK

yIC

ICI

.

s

Vazar antes de romper (“leak before break”)

O método é proposto para que possa haver

vazamento antes do rompimento catastrófico

(trinca final muita extensa) de um vaso ou

duto que contenha inicialmente uma trinca

não passante.

Uma versão simples para o método

estabelece que uma trinca com comprimento

igual a duas vezes a sua espessura deve ser

estável na pressão (ou tensão) de operação.

Para um costado cilíndrico, aproximado por

uma chapa plana e sob uma condição de

estado plano de, tem-se:

O critério requer que a = t = B. Adotando uma tensão atuante

igual ao limite de escoamento, σ = Sy, tem-se:

Tubo sob pressão interna com

trinca longitudinal passante sendo

modelado por chapa plana com

trinca sob tração

Trinca passante

centralizada em placa

plana onde a/w→0

J.L.F.Freire 2010

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mMPaKmMPaK

mmBammBt

MPaSMYS

ICXI 1877301.0413

202210

413

60

s

ma

mMPaaK

MPaSMYS

c

cI

131.02

187413

413

s

Exemplo: determinar se um tubo de aço API 5L X60 poderá

romper ante de vazar se ele tem uma espessura de parede B = t = 10

mm e uma energia consumida no ensaio Charpy CVN=130 N.m.

Exemplo: calcular o tamanho de trinca crítica passante que

faria o tubo fraturar fragilmente caso a tensão circunferencial

atuante fosse igual ao limite de escoamento do aço do tubo.

Deve-se notar que este tamanho crítico de trinca é muito maior que duas vezes a espessura

(10mm) do tubo considerado.

o tubo não rompe

J.L.F.Freire 2010

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Falha frágil

Dimensões da

trinca

Análise de

tensões

Tenacidade à

fratura, KMAT

Fator de intensificação

de tensão, FIT, KI

Kr = KI/KMAT

Lr = sref/Sy

Tensão de

referência, sref

Resistência ao

escoamento, Sy

Colapso

plástico

Região de

reprovação

Região de

aprovação

Modo de falha

misto

MFLE e MFEP == FAD, “Failure Assessment Diagram”,

ou diagrama para avaliação de falha, é usado para tratar componentes que têm defeitos tipo

trinca. Para estes componentes são usadas duas avaliações limites, falha frágil a partir do que

ocorre na ponta ou raiz da trinca - caso típico de um material frágil - ou colapso plástico, que

considera o esgotamento de plasticidade da seção reduzida - caso típico de um material que

possui grande tenacidade à fratura.

J.L.F.Freire

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DUTOS COM DEFEITOS TIPO TRINCAS

Critério preliminar de avaliação:

(1) As trincas devem ter profundidades menores que 50% da espessura do tubo:

ta 5,0 (15.56)

(2) O diagrama FAD (Figura 3.27) é utilizado na sua forma mais simplificada, traduzida como um retângulo

em que as razões KR e SR devem ser respectivamente menores que 70% da tenacidade à fratura KIc e 80% do

limite de escoamento generalizado do material Sflow.

8,07,0 flow

nR

Ic

IR

SS

K

KK

s (15.57)

(3) O fator de intensificação de tensão KI deve ser calculado para uma trinca passante com comprimento 2c

igual ao maior valor entre duas vezes a espessura do tubo e o comprimento detectado para a trinca, 2cm. A

tensão σ para a equação de KI é dada pela tensão normal que provoca a abertura da trinca em modo I. Caso

esta tensão seja desconhecida ou a trinca esteja no cordão de solda ou na sua zona termicamente afetada,

usar o Sflow do material no cálculo de KI .

cK I .s (15.58)

(Livro de E. Dutos)

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(4) A tenacidade à fratura do material é dada pela equação (15.59 ou 3.84) ou o valor calculado por (15.60

ou 3.83), mesmo este sendo maior, caso a energia consumida na fratura no ensaio Charpy seja conhecida

para a mínima temperatura de trabalho ou vazamento que o metal do duto possa atingir. A temperatura de

referência Tref pode ser obtida para o material do tubo na referência [5]. Na impossibilidade de determinar

Tref usar 38 oC.

5603600843536 refIc TT.exp..K MPa.m1/2 e Tref =38 oC (15.59 ou 3.84)

01,064,0

2

yy

Ic

S

CVN

S

K MPa.m1/2 e CVN em J (15.60 ou 3.83)

(5) A tensão de colapso plástico é dada pela equação 15.61 caso a trinca seja longitudinal ou pela equação

15.62 caso a trinca seja circunferencial. Para os cálculos das tensões, através destas equações, já foi

considerado que as trincas são longas e têm profundidades iguais a 50% de t.

t

Dpn

.s (15.61)

t

pDou

t

pD

tD

M

Dt

Flln

242

822

ss

s (15.62)

(6) O valor de Sflow é dado pela equação 15.63 onde os valores de Sy e Su podem ser substituídos por SMYS e

SMUS caso não sejam conhecidos:

2

uy

flow

SSS

(15.63)

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Exemplo:

Um duto construído segundo o código ASME B31.8 apresenta uma trinca na sua

superfície externa, localizada no seu metal base e com direção longitudinal. Através de

uma inspeção externa, onde se procedeu a um exame visual detalhado, seguido de

limpeza e medições do comprimento e profundidade da trinca, foram determinados um

comprimento de 50 mm e uma profundidade de 6 mm para a trinca. Determinar se o duto

pode continuar operando momentaneamente até que uma decisão sobre seu reparo ou

substituição possa ser feita. Use o critério preliminar do livro de Engenharia de Dutos.

Outros dados:

D = 508 mm

t = 12,70 mm

tmin = 7,50 mm (calculada através do código)

Sy = 413 MPa, Su = 517 MPa.

Temperatura mínima de operação: -10 oC

Hipótese de cálculo: supor trinca passante com 2c = 50 mm.

6mm2c=50mm

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c0.050

2 a 0.006 D 580 t 12.7 tmin 7.50 T 10

SMYS 413 SMUS 517 Tref 38

Metal base: tensão circunferencial calculada com base na espessura mínima e na

tensão máxima admitida pela norma.

sc 0.72 SMYS7.5

12.7

175.606

KI sc c KI 49.214

KIC min 36.5 3.084e0.03 T Tref 56( )

120 KIC 40.421

KIC

KI0.821 Non OK porque mayor que 0.7 !

SflowSMYS SMUS

2465

so 2 sc 351.213 ya fue considerado que las grietas son largas y tienen profundidades

iguales a 50% de t

so

Sflow0.755

OK porque menor que 0.8 !

Non passa debido a KIC

KI

Exemplo:

KI/KIC = 1.22

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Exemplo:

Verificar a integridade de um tubo API 5L grau B com diâmetro D = 508mm e espessura t

= 7,3mm que tem uma trinca longitudinal no seu metal base. A trinca está na superfície

externa e tem comprimento 20mm e profundidade 3mm. A pressão máxima de operação

é 4MPa. A temperatura mínima de operação é -10o C. Use o critério preliminar do livro de

Engenharia de Dutos.