Introdução ao tema Em 1990, mais de um milhão de brasileiros contraíram infecção hospitalar e...
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RESPONSABILIDADE CIVIL EM INFECÇÃO HOSPITALAR
Introdução ao tema Em 1990, mais de um milhão de brasileiros contraíram infecção hospitalar e 53 mil acabaram morrendo. Para os males anteriores é encontrada
Introduo ao tema Em 1990, mais de um milho de brasileiros
contraram infeco hospitalar e 53 mil acabaram morrendo. Para os
males anteriores encontrada a cura, mas sobrevm processo
infeccioso. Sua ocorrncia creditada auto-confiana e a ausncia de
Comisses de Infeco Hospitalar No Paran, em 1993, de 553 hospitais,
apenas 95 tinham Comisso
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O risco de infeco inerente ao ato cirrgico?
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H grande preocupao com esta rea?
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CUSTO DO PROBLEMA OMS estima entre 5% e 15% a taxa e infeco
hospitalar; No Brasil estima-se que esteja entre 5% e 10%; Estudo
de 2001 em 99 hospitais com 100 a 299 leitos, observando-se nico
dia, chegou-se a 13% ; Estudo com idosos em hospitais universitrio
revelou infeco em 22,9% e letalidade em 9,6%.
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CUSTO DO PROBLEMA Em 2005 foram registrados 11,16 milhes de
internaes em hospitais pblicos e conveniados; As vtimas de infeco
chegam a 1,16 milho/ano ; Infeco acresce de 5 a 10 dias de
internao; Assim, considerando 800 mil casos por ano e cinco dias de
internao, temos o acrscimo de 4 milhes de dia de internao por
infeco hospitalar; Considerando que o SUS paga R$ 30,00 por AIHs, o
custo da infeco hospitalar de R$ 120 milhes/ano. Gasto com
antibiticos empurra a conta para R$ 500 milhes/ano.
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CUSTO DO PROBLEMA Nos EUA, dados dos anos de 1990, indicam um
prejuzo de R$ 100 bilhes/ano, com cerca de 80 mil bitos em 30
milhes de internaes.
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No tange responsabilidade, o que se verifica para fins de que
algum seja considerado o responsvel?
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Responsabilizao Nas aes de indenizao, o que primeiro se olha o
grau de eficincia da Comisso de Controle de Infeco hospitalar. Se
deficiente ou inexistente, firma-se a procedncia dos pedidos do
autor, condenando mdico e hospital. Se existente e atuante, nenhuma
culpa poder- se- imputar ao estabelecimento, pois o risco de infeco
nsito ao ato cirrgico.
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Quem ser o responsabilizado, portanto?
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TJPR APELAO CVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAO MOVIDA
CONTRA O HOSPITAL QUE ATENDEU A PACIENTE POR OCASIO DA REALIZAO DE
PARTO CESREA. AUTORA VTIMA DE INFECO HOSPITALAR. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO HOSPITAL EM FACE DO ARTIGO 14, DO CDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. DANO MORAL E ESTTICO CARACTERIZADOS. DEVER DE
INDENIZAR. CORREO MONETRIA. TERMO A QUO. APLICAO DA SMULA 362 DO
STJ. SENTENA REFORMADA EM PARTE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1.
Em se tratando de responsabilidade civil dos hospitais, que
nitidamente so prestadores de servios enquadrados nas regras do
Cdigo de Defesa do Consumidor, vige a teoria da responsabilidade
objetiva, insculpida na regra do artigo 14, que prev que o
fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de
culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos. 2. A fixao
do montante devido a ttulo de dano moral, que na espcie tambm est a
compreender o dano esttico, fica ao prudente arbtrio do Juiz,
devendo pesar nessas circunstncias, a gravidade e durao da leso, a
possibilidade de quem deve reparar o dano, e as condies do
ofendido, cumprindo levar em conta que a reparao no deve gerar o
enriquecimento ilcito, constituindo, ainda, sano apta a coibir atos
da mesma espcie. (TJPR - 9 C.Cvel - AC 0749988-1 - Maring - Rel.:
Des. D'artagnan Serpa Sa - Unnime - J. 11.08.2011)
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Regulao Lei n 9.431, de 6 de janeiro de 1997 Lei n 9.431, de 6
de janeiro de 1997 Dispe sobre a obrigatoriedade da manuteno de
programa de controle de infeces hospitalares pelos hospitais do
Pas. Portaria n 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998 Portaria n
2.616/MS/GM D.O.U. 13/05/98
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Qual a grande preocupao destes profissionais?
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Especial ateno As consequncias quase sempre so irreversveis As
reaes tornam-se dramticas
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Histrico At metade da dcada de 50, nem especialidade autnoma
constitua a anestesia. O prprio cirurgio aplicava o anestsico. Aps,
com a especializao dos profissionais dessa importante rea de atuao
mdica, a anestesiologia conquistou posio de realce e tornou-se to
essencial quanto a cirurgia.
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Atuao do anestesista So regras observveis: Jamais deve o risco
da anestesia ser maior do que o risco da operao, isto , em operaes
de menor importncia desaconselhvel aplicar anestesias gerais ; No
se deve praticar a anestesia sem consentimento do paciente ; esse
pode ser dado diretamente pelo enfermo ou, em caso de impedimento,
pelos que o tiverem a seu cargo; Nunca se deve anestesiar sem
testemunhas ;
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Atuao do anestesista O anestesista deve sempre proceder a exame
prvio das condies fisiopsquicas do paciente, inclusive exames de
laboratrio e das peas dentrias; No deve proporcionar anestesia a
operao ilcita ou fraudulenta (aborto criminoso, esterilizao vedada,
reconstituio de hmen, alterao da fisionomia para iludir a
identificao policial); Jamais usar drogas anestsicas ou
entorpecentes seno nas condies imperativas e precisas, para aliviar
a dor.
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Atuao do anestesista A violao dessas regras, embora algumas no
constantes da lei, pressupe atos positivos de impercia, negligncia,
imprudncia e at de torpeza.
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Obrigaes do anestesista Preparar o paciente, no campo mdico e
psicolgico : prever possveis dificuldades, acalmar o doente,
conquistar-lhe a colaborao e confiana; Vigiar, de perto, o estado
do paciente, durante a interveno, em especial observar os mais
leves sintomas, saber exatamente o grau que a anestesia atingiu,
verificar reaes nervosas, o ritmo da respirao, a presso sangunea;
Evitar todas as complicaes possveis : espasmos de laringe,
convulses, perturbaes cardacas ou respiratrias. Aps o ato cirrgico,
sua misso ainda mais delicada: auxiliar o paciente a voltar a si,
evitar acidentes com a obstruo das vias respiratrias, as
manifestaes de choque e ministrar-lhe lquidos fisiolgicos.
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Ocorrncia Nos EUA, a anestesia contribui com 1,5% das aes
indenizatrias decorrentes de erro mdico; No Brasil, ocorre um
acidente anestsico a cada 5.000 operaes. A mortalidade por reaes
alrgicas em anestesia de 1:20.000 casos ; O nmero dessas reaes,
entretanto, de 1:500 casos e a tendncia no sentido de
aumentar.
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Responsabilidade A responsabilidade do anestesista individual
nos perodos pr e ps-operatrios. Durante o ato cirrgico, no interior
da sala de operao, h de se examinar possvel culpa concorrente.
Quanto anestesia, no se pode imputar culpa ao cirurgio. O
anestesista autnomo e seu campo de ao distinto.
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Principais erros Erros de diagnstico Avaliao do risco
anestsico; resistncia ao ato operatrio, anlise dos dados
indispensveis aplicao da anestesia; Erros de teraputica Pr-medicao
ineficaz; erro de tipo ou dosagem dos anestsicos; negligncia
durante o ato cirrgico; Erros de tcnica Uso de gs explosivo durante
operaes realizadas com bisturi eltrico ou termocautrio; posio
imprpria do paciente; oxigenao insuficiente; excesso de anestsico;
morte anestsica; leses nos olhos e da pele.
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Pode-se realizar duas anestesias em pacientes distintos ao
mesmo tempo?
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O que diz a norma Resoluo n 1.802/2006 do CFM, fixa: Resoluo n
1.802/2006 do CFM Art. 1 Determinar aos mdicos anestesiologistas
que: (...) IV ato atentatrio tica mdica a realizao simultnea de
anestesias em pacientes distintos, pelo mesmo profissional.
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Caso 1: APELAO CVEL CIRURGIA DE HEMORROIDECTOMIA ERRO MDICO
MIELITE TRANSVERSA DIAGNSTICO REALIZADO MUITO TEMPO DEPOIS DA
CIRURGIA - ANESTESIA APLICADA DE FORMA INADEQUADA COMPROVAO
PERICIAL AUSNCIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO CIRURGIO QUE
NO TEVE NENHUMA PARTICIPAO NO DANO CAUSADO PACIENTE
RESPONSABILIDADE DO ANESTESISTA CONFIGURADA AUSNCIA DE
RESPONSABILIDADE - PACIENTE QUE NO VOLTOU DA ANESTESIA NO MESMO
ESTADO DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO DANO MORAL CARACTERIZADO
LUCROS CESSANTES E PENSO NECESSIDADE QUANTUM QUE DEVE SER APURADO
EM LIQUIDAO DE SENTENA READEQUAO DOS NUS PROCESSUAIS PROVIMENTO
PARCIAL DO RECURSO. AUTOS DE APELAO CVEL. (TJPR - 8 C.Cvel - AC
0625304-1 - Foro Central da Regio Metropolitana de Curitiba - Rel.:
Des. Joo Domingos Kuster Puppi - Unnime - J. 20.05.2010)
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(...) Assim, para que a reparao do dano moral, que no visa a
restaurao do patrimnio da vtima ou enriquecimento indevido do
ofendido, mas apenas proporcionar uma indenizao compensatria da
leso sofrida, arbitro valor da indenizao pelo dano moral em quantia
equivalente a R$ 30.000,00 (trinta mil reais). (...)
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Caso 2: APELAO CVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL E
MATERIAL. PRESTAO DE SERVIO MDICO. CIRURGIA ORTOPDICA. ARTROSCOPIA
EM JOELHO ESQUERDO. COMPLICAES PS-OPERATRIAS. PARADA
CARDIO-RESPIRATRIA. BITO DA PACIENTE. PEDIDOS PARCIALMENTE
DEFERIDOS. IRRESIGNAES FORMALIZADAS. (...) valores de 60.000,00
(sessenta mil reais) para os genitores e 15(quinze) mil reais para
a irm da vtima. (...) Apelao 2 - Pleito do anestesista. Nulidade do
'decisum' em face da inverso do nus da prova no momento da prolao
da sentena. Impertinncia. Alegao de regularidade da conduta mdica.
Inocorrncia. Conduta culposa caracterizada. Negligncia ao
ausentar-se do centro cirrgico momentos aps o trmino do ato
cirrgico deixando a paciente aos cuidados de uma auxiliar de
enfermagem. impercia e imprudncia do profissional. realizao de
anestesia geral (que torna imperativo entubar o paciente) mesmo com
o conhecimento prvio da m-formao na traquia da paciente
(traqueomalcia). liame causal configurado. (...) RECURSO NO
PROVIDO. (TJPR - 8 C.Cvel - AC 0369983-4 - Cascavel - Rel.: Des.
Guimares da Costa - Unnime - J. 14.06.2007)
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Caso 3: AO INDENIZAO ALEGANDO ERRO MDICO - SEQUELAS NEUROLGICAS
GRAVES - INTERCORRNCIA PS-ANESTSICA, COM EVOLUO PARA HIPERTERMIA
MALIGNA - ALEGAO DE NEGLIGNCIA PELA DEMORA DO ATENDIMENTO -
PACIENTE QUE APRESENTOU QUADRO, CUJA NICA DROGA CAPAZ DE REVERT-LO
NO ESTAVA DISPONVEL, DE FORMA DIRETA E LEGALIZADA - MEDICAMENTO QUE
FOI SOLICITADO, NO ENTANTO, DE PRONTO, JUNTO A OUTRO HOSPITAL E
ADMINISTRADA NA PACIENTE - OPORTUNA INTERVENO DO ANESTESISTA, COM
REVERSO DO QUADRO HIPERTRMICO - PROCEDIMENTOS TCNICOS ADEQUADOS -
INEXISTNCIA DE CULPA OU DE DEFEITO DE SERVIO - FATO IMPREVISVEL -
AUSENCIA DE NEXO CAUSAL - AO JULGADA IMPROCEDENTE - RECURSO
DESPROVIDO. A hipertermia maligna " uma sndrome, um conjunto
distinto de sinais e de sintomas, que pode ocorrer em indivduos
susceptveis, durante a sua exposio a certas drogas, usadas para
produzir anestesia geral ou o relaxamento dos msculos, durante a
anestesia". A susceptibilidade hipertermia maligna " um distrbio
muscular subjacente, de origem hereditria, que coloca a pessoa em
risco de desenvolver a sndrome da hipertermia maligna". Se da
valorao da prova produzida emerge que o mdico anestesista no tinha
como prever a intercorrncia e ao sobrevir esta, agiu prontamente,
com a utilizao da tcnica recomendada, no se configura a culpa, sem
a qual no se vislumbra a responsabilidade civil do profissional. Se
a prova indica que a crise era imprevisvel e o nico medicamento
capaz de abort-la no era legalizado, poca, no sendo, por isto,
disponvel no mercado brasileiro e que o hospital, ainda assim,
tratou de consegui-lo, para aplicar na paciente, no h que se falar
em defeito de servio, capaz de gerar direito indenizao. Em sendo o
fato imprevisvel, conseqentemente, no resta caracterizado o
necessrio nexo causal entre a conduta dos mdicos ou o servio do
hospital e os danos ocorridos, que devem, ento, ser debitados
fatalidade. (TJPR - 10 C.Cvel - AC 0219450-3 - Curitiba - Rel.:
Des. Francisco Luiz Macedo Junior - Unnime - J. 24.05.2007)
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Caso 04 APELAES CVEIS AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS ERRO MDICO RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO MDICO ARTIGOS
951 DO CDIGO CIVIL E ARTIGO 14, 4 DO CDIGO DO CONSUMIDOR - CIRURGIA
PLSTICA E LIPOASPIRAO - PACIENTE QUE APRESENTOU GRAVES SINTOMAS NO
PS-OPERATRIO - ATENDIMENTO DEFICIENTE, SEM REALIZAO DE EXAMES, QUE
RETARDOU O DIAGNSTICO E A TRANSFERNCIA DA PACIENTE PARA A UTI, O
QUE FOI DETERMINANTE PARA O RESULTADO FATAL - NEGLIGNCIA CONSTATADA
- RESPONSABILIDADE DOS MDICOS CONFIGURADA - MDICO ANESTESISTA QUE
PARTICIPOU DO ATENDIMETNO E COLABOROU PARA O ATO ILCITO - DEVER DE
INDENIZAR - RESPONSABILIDADE DA CLNICA ANTE A CONSTATAO DE CULPA
DOS PROFISSIONAIS - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - DANOS MATERIAIS -
NEXO DE CAUSA ENTRE O ATO ILCITO E DANOS CONSTATADOS - DANO MORAL
INEQUVOCO ANTE A PERDA DE UM ENTE FAMILIAR - QUANTUM INDENIZATRIO
FIXADO EM OBEDINCIA AOS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE - RESPONSABILIDADE SOLIDRIA DOS MDICOS E DA
CLNICA - SENTENA INTEGRALMENTE MANTIDA PRIMEIRO, SEGUNDO, TERCEIRO
E QUARTO RECURSOS DE APELAO DESPROVIDOS. (TJPR - 9 C.Cvel - AC
884516-9 - Foro Central da Comarca da Regio Metropolitana de
Curitiba - Rel.: Jos Augusto Gomes Aniceto - Unnime - J.
16.08.2012)
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Introduo vista da singularidade da matria, necessrio se faz seu
estudo em apartado e de forma especfica. A responsabilidade civil
decorrente de cirurgia plstica esttica e sem imediata necessidade
teraputica - , quase sempre, analisada de modo pouco favorvel ao
mdico. De incio, se dizia que o simples fato de haver empreendido
sobre uma regio corporal sadia uma operao que comporta riscos de
real gravidade, com o nico objetivo de corrigir o aspecto exterior,
suficiente a concretizar uma culpa fora daqueles que so os
habituais requisitos da responsabilidade profissional.
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Aviso necessrio! Hodiernamente, no h dvida que a cirurgia
plstica integra-se normalmente ao universo do tratamento mdico e no
deve ser considerada uma cirurgia de luxo oumero capricho de quem a
ela se submete.
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REGRA DE OURO Todas as vezes que a sade, a integridade fsica ou
a vida do paciente estejam em perigo, o mdico deve renunciar ao
aperfeioamento de carter esttico, independentemente da vontade do
prprio paciente.
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Trata-se de uma obrigao de meio ou de uma obrigao de
resultado?
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Obrigao de meio/resultado Obrigao de meio A prpria prestao nada
mais exige do devedor do que pura e simplesmente o emprego de
determinado meio sem olhar o resultado. o caso do mdico, que se
obriga a envidar seus melhores esforos e usar de todos os meios
indispensveis obteno da cura do doente, mas sem jamais assegurar o
resultado, ou seja, a prpria cura.
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Obrigao de meio/resultado Obrigao de resultado O devedor se
obriga a alcanar determinado fim sem o qual no ter cumprido sua
obrigao. Ou consegue o resultado avenado ou ter que arcar com as
consequncias. o caso da pessoa que se obriga a pintar um
quadro.
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O mdico que realiza cirurgia plstica, assume uma obrigao de
meio ou de resultado?
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Ento, resultado ou meio?
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Depende!
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Obrigao de meio/resultado Plstica desprovida de finalidade
teraputica (esttica) Obrigao de resultado Cirurgia esttica
reparadora Obrigao de meio
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No que se refere as demais especialidades mdicas que tenham por
fim a cura direta do paciente (cardiologia, cirurgia geral,
endocrinologia, geriatria), o mdico especialista vincula-se a uma
obrigao de meios e, sua responsabilidade circunscreve-se prestao do
ato mdico com a devida diligncia, vale dizer, observada a lex
artis, no estado de desenvolvimento em que se encontra a cincia
mdica, naquele momento.
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Obrigao de resultado De outro lado, h uma srie de
especialidades cuja finalidade especfica no a cura direta do
enfermo constituem, antes, meios auxiliares para se alcanar tal
objetivo. Os mdicos especialistas em anlises clnicas, bioqumica e
radiologia, por exemplo, assumem obrigao de resultado, sem que o
exame, em si mesmo, conduza cura.
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Obrigao de meio/resultado Portanto, na obrigao de meio o credor
(o paciente) deve provar que o devedor (o mdico) no teve o grau de
diligncia dele exigvel; ao contrrio, na obrigao de resultado, essa
prova incumbe ao mdico, visto recair sobre ele uma presuno de
culpa, que poder ser elidida, mediante demonstrao da existncia de
causa diversa.
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Informaes e consentimento Tanto a informao quanto o
consentimento devem ser escritos, individualizados e testemunhados.
Na cirurgia plstica esttica a obrigao de informar extremamente
rigorosa. Mesmo os acidentes mais raros, as sequelas mais
infrequentes, devem ser relatados, pois no h urgncia, nem
necessidade de se intervir.
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Caso 1: RESPONSABILIDADE CIVIL. Mdico. Cirurgia esttica.
Lipoaspirao.Dano extrapatrimonial. Dano moral. Dano esttico. Dote.
- Para a indenizao do dano extrapatrimonial que resulta do
insucesso de lipoaspirao, possvel cumular as parcelas indenizatrias
correspondentes ao dano moral em sentido estrito e ao dano
esttico.- Excluso do dote (art. 1538, 2 do CCivil) e da multa (art.
538 do CPC).Recurso conhecido em parte e provido. (REsp 457.312/SP,
Rel. MIN. RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em
19/11/2002, DJ 16/12/2002, p. 347)
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Caso 2: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AO DE INDENIZAO.
CIRURGIA PLSTICA DO ABDMEN. RECURSO QUE DEIXA DE IMPUGNAR
ESPECIFICAMENTE TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISO AGRAVADA. INCIDNCIA,
POR ANALOGIA, DA SMULA 182 DO STJ. PRECEDENTES. DECISO QUE MERECE
SER MANTIDA NA NTEGRA POR SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS. DISSDIO
JURISPRUDENCIAL NO DEMONSTRADO. O STJ TEM ENTENDIMENTO FIRMADO NO
SENTIDO DE QUE QUANDO O MDICO SE COMPROMETE COM O PACIENTE A
ALCANAR UM DETERMINADO RESULTADO, O QUE OCORRE NO CASO DA CIRURGIA
PLSTICA MERAMENTE ESTTICA, O QUE SE TEM UMA OBRIGAO DE RESULTADOS E
NO DE MEIOS.RECURSO INFUNDADO. APLICAO DA MULTA PREVISTA NO ARTIGO
557, 2, DO CPC.AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. (AgRg no REsp
846.270/SP, Rel. MIN. LUIS FELIPE SALOMO, QUARTA TURMA, julgado em
22/06/2010, DJe 30/06/2010)
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Caso 3: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. NULIDADE DOS ACRDOS PROFERIDOS EM SEDE DE
EMBARGOS DE DECLARAO NO CONFIGURADA. CIRURGIA PLSTICA ESTTICA.
OBRIGAO DE RESULTADO.DANO COMPROVADO. PRESUNO DE CULPA DO MDICO NO
AFASTADA.PRECEDENTES. 1. No h falar em nulidade de acrdo exarado em
sede de embargos de declarao que, nos estreitos limites em que
proposta a controvrsia, assevera inexistente omisso do aresto
embargado, acerca da especificao da modalidade culposa imputada ao
demandado, porquanto assentado na tese de que presumida a culpa do
cirurgio plstico em decorrncia do insucesso de cirurgia plstica
meramente esttica. 2. A obrigao assumida pelo mdico, normalmente,
obrigao de meios, posto que objeto do contrato estabelecido com o
paciente no a cura assegurada, mas sim o compromisso do
profissional no sentido de um prestao de cuidados precisos e em
consonncia com a cincia mdica na busca pela cura.3. Apesar de
abalizada doutrina em sentido contrrio, este Superior Tribunal de
Justia tem entendido que a situao distinta, todavia, quando o mdico
se compromete com o paciente a alcanar um determinado resultado, o
que ocorre no caso da cirurgia plstica meramente esttica. Nesta
hiptese, segundo o entendimento nesta Corte Superior, o que se tem
uma obrigao de resultados e no de meios. 4. No caso das obrigaes de
meio, vtima incumbe, mais do que demonstrar o dano, provar que este
decorreu de culpa por parte do mdico. J nas obrigaes de resultado,
como a que serviu de origem controvrsia, basta que a vtima
demonstre, como fez, o dano (que o mdico no alcanou o resultado
prometido e contratado) para que a culpa se presuma, havendo,
destarte, a inverso do nus da prova. 5. No se priva, assim, o mdico
da possibilidade de demonstrar, pelos meios de prova admissveis,
que o evento danoso tenha decorrido, por exemplo, de motivo de fora
maior, caso fortuito ou mesmo de culpa exclusiva da "vtima"
(paciente).6. Recurso especial a que se nega provimento.(REsp
236.708/MG, Rel. MIN. CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL
CONVOCADO DO TRF 1 REGIO), QUARTA TURMA, julgado em 10/02/2009, DJe
18/05/2009)
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Caso 4: ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
PRETENSO DE INDENIZAO CONTRA A FAZENDA NACIONAL ERRO MDICO REEXAME
DE PROVAS PROCEDIMENTO ESTTICO RESPONSABILIDADE DO MDICO PELO
RESULTADO NEGLIGNCIA DO PACIENTE.1. A responsabilidade do agravado
em indenizar apenas existiria se fosse reconhecido, pelas instncias
responsveis pela anlise das circunstncias fticas da causa, a
existncia de nexo causal, o que no ocorreu. O Tribunal de origem
reconheceu claramente a inexistncia de nexo causal entre a cirurgia
realizada e as sequelas da embargante. 2. Quanto ao "carter de
contrato de resultado" da cirurgia esttica realizada pela
embargante, verifica-se que tal afirmativa em nada influencia no
fato reconhecido pelo Tribunal de origem de que a necrose ocorreu
em razo de que a autora no teria retornado ao hospital na data
marcada para a consulta, nem procurou o servio mdico to logo
apresentou necrose no lbulo da orelha direita. 3. Assim, ainda que
se pudesse considerar que o mdico teria obrigao em apresentar o
resultado esttico pretendido, a paciente teria que se
responsabilizar pelos cuidados mdicos prescritos, o que no ocorreu,
como verificado no acrdo recorrido. Rever tal afirmao tambm
demandaria reexame do material ftico-probatrio dos autos, o que
encontra bice na Smula 7 do STJ. 4. Quanto inverso do nus da prova,
esta Corte vem entendendo que "no automtica, tornando-se,
entretanto, possvel num contexto da facilitao da defesa dos
direitos do consumidor, ficando subordinada ao 'critrio do juiz,
quando for verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinrias de experincias'." (AgRg nos EDcl no Ag
854.005/MT, Rel. Min. Sidnei Beneti, Terceira Turma, julgado em
26.8.2008, DJe 11.9.2008.) Agravo regimental improvido.(AgRg nos
EDcl no REsp 994.978/SP, Rel. MIN. HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009)
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Caso 5: AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE MDICA. OBRIGAO DE
MEIO.REEXAME FTICO- PROBATRIO. SMULA 07/STJ. INCIDNCIA.1. Segundo
doutrina dominante, a relao entre mdico e paciente contratual e
encerra, de modo geral (salvo cirurgias plsticas embelezadoras),
obrigao de meio e no de resultado. Precedente.2. Afastada pelo
acrdo recorrido a responsabilidade civil do mdico diante da ausncia
de culpa e comprovada a pr-disposio do paciente ao descolamento da
retina - fato ocasionador da cegueira - por ser portador de
alta-miopia, a pretenso de modificao do julgado esbarra,
inevitavelmente, no bice da smula 07/STJ.3. Agravo regimental
improvido.(AgRg no REsp 256.174/DF, Rel. MIN. FERNANDO GONALVES,
QUARTA TURMA, julgado em 04/11/2004, DJ 22/11/2004, p. 345)
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Caso 6: CIVIL E PROCESSUAL - CIRURGIA ESTTICA OU PLSTICA -
OBRIGAO DE RESULTADO (RESPONSABILIDADE CONTRATUAL OU OBJETIVA) -
INDENIZAO - INVERSO DO NUS DA PROVA.I - Contratada a realizao da
cirurgia esttica embelezadora, o cirurgio assume obrigao de
resultado (Responsabilidade contratual ou objetiva), devendo
indenizar pelo no cumprimento da mesma, decorrente de eventual
deformidade ou de alguma irregularidade.II - Cabvel a inverso do
nus da prova.III - Recurso conhecido e provido. (REsp 81.101/PR,
Rel. MIN. WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/04/1999,
DJ 31/05/1999, p. 140)
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Entrevista do Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plstica na Isto n 2.226 de 06.06.2012. Acesse:
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/
paginar/219630_CUIDADO+MEDICOS+DESPREPARA
DOS+ESTAO+EXERCENDO+A+CIRURGIA+PLASTIC A+/11
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/
paginar/219630_CUIDADO+MEDICOS+DESPREPARA
DOS+ESTAO+EXERCENDO+A+CIRURGIA+PLASTIC A+/11