31
7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 1/31 o que e saude? Os tres dominios da saude Teste da realidade: Como esta sua satJde? Vis6es antigas  A Idade Media e a .Renascenga o  racionalismo p6s-Renascenga Descobertas do seculo XIX o  seculo XX e  0  inicio de uma nova era Diversidade  e  vida saudave/: SatJdeno novo milenio  Aumento da expectativa de vida o surgimento de transtornos relacionados com  0 estilo de vida Repensando  0  modele biomedico  Aumento dos custos do tratarnento de saude Pf.l~S;;·~::T!'\!:\S E~,-; F3]CO!~OG;"'A D;\  S /"lJO~ Perspectiva do curso de vida Perspectiva sociocultural Perspectiva de genera Perspectiva biopsicossocial (mente-corpo) PSi COLOGJfI  Dj\  S:\I.JDE o que fazem os psic6logos dsaude?  . Onds trabalham os psic6logos da saude? Como tomar-se urn psi c61ogo da sauda? pslcoiogl:da  saucJe  aplicagao dprincfpios e pesquisas psico- de e a prevengao e 0  tratamen- to de doenyas  bisavo  i..~  n\emigro ,t EsperaIf,cl9~0 . vida melh oJ;; de sua t~h.:~·c-atale deram iMs:io ram erri'sei(  dotivo, mcWavr . a (e pojlSp~), .... empre ti4~de';'~~'er contra a-' da co.~t~l]1ina aou infec<;oe~l~orriO~,,\ifoide, di n<;asqie'~r;~valeciam naquela ~pocai'tlpJ!'satda vigila. eu m.~rido.·¢, seu bebe recem-n~scido( 'e KathIe  permaneCl?-  lIl a.. ,,;pec:#~tliVcidevida era de menos de e um.erii-cada seis bebe ri<ii~_~tesd~ seu primeiro aniversario. '. IJm~~eculo depois, Kathleen sorri enquanto esbotada de sua .,yv6:3t%~da em urn momenta de alegria iquando  ;..  ..... a filha. Ela_sab ~~.~Sll.~ ~hcestral viveu uma vida longa e produtiv ..?nendo aos.;7Sanos deipade 9~?J1l]1a:iMemopatiaque parece ser de familia. Tamb .el]1devido a~eus pais, elasabe ~~e tefu;mesma perspectiva otimista e  0 mesmo s_~B,8 pelavid~tgue fortalecia su tii~av6c()ntra as dificuldades. "Como as coisas sao cl ~f~~~ntesagor~"pensa Kathleen ~irilasqtiarita coisa dela eucarrego em mim!". ~1;;;;:;::i..' As coisas san muito diferentes. Por urn lado, os~van<;os na higiene, as medidas de saude publica e a microbiologia praticamente erradicaram as doen<;as infeccio sas que os ancestrais de Kathleen mais temiam. Por outro lado, as mulheres que nascem hoje nos Estados Unidos apresentam uma expectativa de vida de quase  80 anos, e os homens, apesar de apresentarem uma mais curta, frequentemente atin gem a idade de 72 anos. Juntamente com esse presente do tempo, a maioria da  pessoas esta mais consciente de que a saude representa muito mais do que estar livr de doen<;as. Mais do que nunca, elas fazem coisas que garantem longa vitalidade, modificando suas dietas, fazendo exercfcios regularmente e mantendo-se socialmen te ativas. historia da famflia de Kathleen deixa claro que muitos fatores interagem par determinar a saude. Este e urn tema fundamental da psicologia da saudeurn sub campo da psicologia que aplica principios e pesquisas psicologicas para melhoria tratamento e preven~o de doen<;as. Suas areas de i nteresse incluem condi<;oessociai (como a disponibilidade de se rvic;osde saude), fatores biol6gicos (como a longevidade da familie as vulnerabilidades hereditanas a certas doenc;as) e ate mesmo tra<;osd  personalidade (como  0 o timismo). Como Kathlee n, temos sorte de vive em uma epoca em que a maioria do cidadaos do mundo tern a promessa de uma vida mais l(mga e melhor, com muito meno~ deficiencias e doen<;as do que em qualquer outra epoca. Entretanto, esse  beneficios  a  saudnao san clesfrutados universalment~. Considere: ,  ' o  nllmero de anos de vida saud aveis que, ;se pode esperar em media e igual o excedos  70  anodidade em  24 pai ses do mundo (maiorideles desenvolvi

Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 1/31

o  que e saude?

Os tres dominios da saude

Teste da realidade:

Como esta sua satJde?

Vis6es antigas

 A Idade Media e a

.Renascengao   racionalismo

p6s-Renascenga

Descobertas do seculo XIX

o  seculo XX e   0   inicio

de uma nova era

Diversidade   e   vida saudave/ :

SatJdeno novo milenio

 Aumento da expectativa

de vida

o surgimento de transtornos

relacionados com   0  estilo de

vidaRepensando   0   modele

biomedico

 Aumento dos custos do

tratarnento de saude

Pf .l~S;;·~::T!'\!:\SE~,-;

F3]CO!~OG;"' A D;\ S/"lJO~

Perspectiva do curso

de vida

Perspectiva sociocultural

Perspectiva de genera

Perspectiva biopsicossocial

(mente-corpo)

A PSiCOLOGJfI   D j \   S:\I.JDE

o que fazem os psic6logosda  saude?   .

Onds   tr abalham os

psic6logos da saude?

Como tomar -se ur n

psic61ogo da sauda?

pslcoiogl:a   da   saucJe  aplicagao

de princfpios e pesquisas psico-

de e a prevengao e  0  tratamen-

to de doenyas

 bisavo   i..~   n\emigro,tEsperaIf ,cl9~0. .'   vida melhoJ;;de sua   t~h.:~·c-atale deram iMs:io

ram err i'sei(   dotivo, mcWa vr  .a

(e pojlS p~), ....empre ti4~de';'~~'er contra a-'da co.~t~l]1ina aou infec<;oe~l~orriO~,,\ifoide, di

n<;asqie'~r ;~valeciam naquela ~pocai'tlpJ!'satda vigila.

eu m.~rido.·¢,seu bebe recem-n~scido( 'e KathIe   permaneCl?-  lIl

a .. ,,;;   pec:#~tliVcidevida era de menos de e um.erii-cada seis bebe

ri<ii~ _ ~tesd~ seu primeiro aniversario.'.IJm~~eculo depois, Kathleen sorri enquanto esbotada de sua

.,yv6:3t%~da em urn momenta de alegriaiquando   ;..   ......a filha. Ela _ sab~~.~Sll.~••~hcestral viveu uma vida longa e produtiv   ..?nendo aos.;7S anos deipade9~?J1l]1a:iMemopatiaque parece ser de familia. Tamb.el]1devido a~eus pais, elasabe

~~etef u;~   mesma perspectiva otimista e  0  mesmo s _ ~B,8r  pelavid~tgue fortalecia su

tii~av6c()ntra as dificuldades. "Como as coisas sao cl~f ~~~ntesagor~",  pensa Kathleen~irilasqtiar ita coisa dela eucarrego em mim!".~1;;;;:;::i..'

As coisas san muito diferentes. Por urn lado, os~van<;os na higiene, as medidas

de saude publica e a microbiologia praticamente erradicaram as doen<;as infeccio

sas que os ancestrais de Kathleen mais temiam. Por outro lado, as mulheres que

nascem hoje nos Estados Unidos apresentam uma expectativa de vida de quase   80

anos, e os homens, apesar de apresentarem uma mais curta, frequentemente atin

gem a idade de 72 anos. Juntamente com esse presente do tempo, a maioria da

 pessoas esta mais consciente de que a saude representa muito mais do que estar livr

de doen<;as. Mais do que nunca, elas fazem coisas que garantem longa vitalidade,

modificando suas dietas, fazendo exercfcios regularmente e mantendo-se socialmen

te ativas.

historia da famflia de Kathleen deixa claro que muitos fatores interagem par

determinar a saude. Este e urn tema fundamental da psicologia da saude,   urn subcampo da psicologia que aplica principios e pesquisas psicologicas para melhoria

tr atamento e pr  even~o de doen<;as. Suas areas de interesse incluem condi<;oessociai

(como a disponibilidade de ser vic;osde saude), fator es biol6gicos (como a longevidade

da  familia  e as vulnerabilidades her editanas a certas doenc;as) e ate mesmo tra<;osd

 per sonalidade   (como   0 otimismo).

Como Kathleen, temos   sorte de viver   em   uma epoca em que a maioria do

cidadaos do mundo tern a promessa de uma vida mais l(mga e melhor, com muito

meno~ deficiencias e doen<;as do que em qualquer outra epoca. Entretanto, esse

 benef icios   a   saude   nao san clesf r utados universalment~. Considere:,   '

o   nllmer o de anos de vida saudaveis que,;se pode es perar em media e igual o

excede   os   70  anos   de   idade   em   24 paises do mundo (a maioria   deles desenvolvi

Page 2: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 2/31

1:1   I   P ARTE 1   I   FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAUDE

dos),   mas estima-se   que se ja menos   do   que 40 anos em outros 32  paises   (a maio-

r ia em desenvolvimento)   (Organiza<;:aoMundial   da   Saude, 2000).

Embor a   a ex pectativa   media   de vida   continue a aumentar , os br ancos norte-ame-r icanos   vivem   consistentemente seis anos a mais do que os negros   norte-america-

nos.   As taxas   de mor talidade   par a bebes negr os   continuam a   ser   mais   de   duas

vezes super ior ados   be bes   br ancos   (Ander son,   1995).

Mortes e f erimentos   r elacionados com violencia,   dr ogas e alcool   e r iscos  r elacio-

nados com sexo,   como   0 Hrv, cada vez  mais   mar cam a tr ansi<;:aoda   adolescencia

 par a   a idade adulta,   par ticularmente entr e   minorias etnicas (Yeee cols.,   1995).Em cada   idade,   as taxas   de mortalidade   var iam de  acordo com  0 gr upo etnico. Por 

exemplo,   entr e   homens e mulheres   nor te-americanos   entr e   45   e   54 anos   de ida-

de,   as taxas   de mor talidade SaDmaiores entr e afro-americanos   (12 por   mil), se-

guidos pelos nativos   amer icanos   (6,1 por   mil),   europeu-americanos   nao-his pani-

cos   (5,0),   his pano-americanos (4,9)   e   americanos   de origem   asiatica e das   ilhasdo Pacifico   (2,6) (National Center   f or Health Statistics,   1999).

Dur ante   urn estudo de  sete   anos  e meio de  dura<;:ao,realizado com  3.617   adultos

com idades   a partir de   25 anos,   os homens   que   viviam em   ar eas   ur  banas tiveram

mortalidade 62%   superior   do que   os hor n ens   que viviam   em   subur  bios, cidades pequenas ou   areas   rurais (House   e cols.,   2000).

Embor a os   homens   tenham duas vezes mais   pr o ba bilidade   de   morr er devido aqualquer   causa,   a partir da meia-idade   as mulheres   a presentam taxas   de doen<;:as

e inca pacidades mais elevadas   (National Center f or Health Statistics,   1999).

Os imigr antes   recentes   par a   os Estados Unidos geralmente   sao mais saudaveis   doque  os residentes   antigos   de   mesma   etnia e idade   (A br aido-Lanza, Dohr enwend,

 Ng-Mak e Turner ,   1999).

Os Estados Unidos gastam uma  por<;:aomaior de seu produto   inter no bruto em servi-<;:osde   saude   do   que   qualquer outro pais,   mas   ocupam   a penas   a   trigesima setima

 posi<;:aoentr e 191 paises em r ela<;:aoao desempenho geral de seu sistema  de saude,medido pelo   gr au de res posta,   impar cialidade   de   f inanciamentos,   acessibilidade   a

todos os individuos,   e assim por   diante (Or ganiza<;aoMundial da Saude,  2000).

Mais de 15 milh6es   de   adultos ao redor do mundo entre as   idades de   20   e   64morrem a cada   ano. A maio ria dessas mortes SaDpr ematur as   e  podem ser pr eve-

nidas ( National Center for Health Statistics,   1999).

Essas estatfsticas revelam alguns dos desafios na busca pelo bem-estar global. Essesesaf ios envolvem r eduzir a   discr e pancia de   30   anos em   ex pectativa   de  vida   entre   os

aises   desenvolvidos   e   aqueles em desenvolvimento;   a judar os adolescentes   a fazer emma transi<;:aosegur a   e saudavel par a  a idade   adulta; e alcan<;:arur n entendimento   mais

r of undo das r ela<;6esentr e genera,   etnicidade,   st atu s   sociocultur al   e saude.

Este capitulo a pr esenta   a   psicologia da   saude,   urn campo   r elativamente novoue ira  desempenhar    urn pa pel   fundamental   para enf rentar os desafios   para a saude

o   mundo nos   pr6ximos   seculos.   Considere   algumas   das   quest6es   que   os psic6logos

a saude   buscam r es ponder:

De que maneira   sua capacidade   de se r elacionar bem com outr as pessoas influen-

cia a sua saude?De que   maneira suas atitudes,   cren<;:as,autoconfian<;:a e  per sonalidade ger al   afe-

tam   a sua saude?

Sera que   a acupuntura,   a homeopatia,   os tr atamentos com   ervas e outr as   f or masde medicina alternativa r ealmente funcionam?

Ate que ponto as caracter f sticas   es pecificas   do seu   am biente,   incluindo   ar quitetu-

r a,   nivel   de r uido e pr esen<;:ade sol  estao associados a sua   saude?

Pode   a doen<;a ser causada por habitos pessoais?

N. de   R. T.:   Dados estatisticos do perf il de morbi-monaliciaciecia po pulcu,:iiuulasi l" ,i f a,   heili

omo de incidenciae pr evalencia das patologiascitadas podem ser  encontr adosnos sit es   indi-

ados na pagina 641 deste livro.

 A saude da   ITHJJh8i   asta indissociam

vs!mante   iig:::d8   a sell   slai "Ll3   Iia 50-

cisdade.   Ela   se bene"f icia com   a

i;'.J31clgde e   SOiif 8   cor n a discrlm j-

n29ao.

-   Or ganiz898o   i'Ilunclial   da   Salida,

2000

Page 3: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 3/31

saude   estado de

completo bem-estar ffsico,

mental e social

Quais sac as barr eiras   a  ado<;ao de urn estilo   de vida   saudavel?

Por  que cenos   pr o blemas   de saude tern ocorrencia mais pr ovavel entre pesso

determinada   idade,   genero ou   grupo etnico?

Quais as pectos   do  estilo   de vida   do adolescente medio   contr ibuern ou com p

tern   a saude?

Por que a  pobreza e  uma amea<;a potencialmente seria para a saude?

A psicologia da   saude   e a ciencia   que busca   r esponder estas e  outras ques

respeito   da   for ma como   seu bem-estar e   afetado   pelo   que   voce   pensa,   sente  

Come<;amos   nossa   ex plora<;ao desse excitante campo   dando   uma   olhada m

 perto   no conceito de   saude   e nas   mudan<;as   que sofr eu no   decor rer   da histo

seguir , examinaremos a histor ia   e   0 aIcance   da psicologia   da saude,   incluindo a

como ela   baseia   e sustenta   outr os   cam pos r elacionados   com a sat'lde. Finalm

focaremos   0  tipo de tr einamento   necessario para   tor nar -se urn p'sicologo da  sau

que  voce   po de   fazer   a pos   obter   essa forma<;ao.

A palavra   saud e   vem de uma antiga palavr a   da   lingua alema   que  e repr e

da, em ingles,   pelas   palavras   hal e   e whol e,   *  as quais ref erem-se a urn  estado degridade   do corpo". Os lingiiistas   obser vam que essas palavras   der ivam dos camp

 batalha medievais,   em que a perda   de   hal e nes s,   ou saude,   normal mente r esuIta

urn   grave   ferimento.

Atualmente,   somos   mais prop ens os a pensar   na saude   como a ausencia   de

<;as,em vez   da ausencia   de   f erimento   de bilitante obtido   no campo   de batalha.  

tal defini<;ao concentr a-se a penas   na ausencia de urn estado negativo,  ela e inco

ta. Embor a   seja verdade   que as pessoas saudaveis   estao livres de  doen<;as, a m

de nos concord aria que a saude   envolve muito mais.  E bast ante   possfvel,   e   a

mum,   que   uma pessoa esteja livr e   de  doen<;as, mas ainda nao   desf rute de   um

vigorosa   e satisfatoria. A saude nao se limita ao nosso bern-estar   f isico.

R econhecendo como inadequada e   limitada a   defini<;ao anterior de sa

Or ganiza<;ao   das Na<;6es Unidas estabeleceu   a   Organiza<;ao Mundial d a Saud

seu documento de  cria<;ao,a OMS definiu saude como "urn estado   de completo

estar fisico, mental   e   social, e nao simplesmente como a   ausencia de doen<

enfermidades". Essa  defini<;ao afirma   que saude e  urn estado positivo e  mult id

 sional   que envolve tres domfnios:   saud e   fisica ,   saud e   p sico16g ica   e saude social.

A saud e   fisica ,   e claro, implica ter urn corpo   vigoroso   e livre de doen<;as, c

 born desempenho   cardiovascular ,   sentidos agu<;ados, sistema   imunologico   vi

capacidade   de resistir   a ferimentos fisicos. Ela tambem   envolve ha bitos   r elacio

com   0 estilo de vida   que aumentem   a saude f fsica. Entre estes,  estao seguir um

nutr itiva,   f azer exer cf cios regularmente e dormir   bem; evitar   0 uso de tabaco   e

drogas;   praticar sexo   seguro e minimizar a ex posi<;ao a produtos   qufmicos tox

A saud e   p sicol 6g ica   significa ser ca paz de   pensar d e f  orma clara, ter um

auto-estima   e urn senso   geral de   bem-estar. Ela   inclui a criatividade, as ha bil

de resolu<;ao de problemas (como bus car informa<;6es sobre quest6es relacio

com a saude) e a   esta bilidade   emocional. Ela   tambem e car acterizada pela

aceita<;ao, abertura a novas ideias   e uma   "tenacidade" ger al na   personalidade.

A saud e   social   envolve ter boas ha bilidades interpessoais,   relacionamento

nif icativos   com  amigos e familia,   e apoio social   em e pocas   de crise. Ela tambem

r elacionada   com   fator es   sociocultur ais·em   saude,   como   8 st atu s   socioecon6m

educa<;ao, a  etnicidade,   a cultur a   e  0

 gene{o.   .

'N de T : Em ingles hale significa saude vigor e tvhole significa completo integral

Page 4: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 4/31

•   Cada dominio da sallde   e   influenciado pelos outros dois dominios. Por exem-

, uma pessoa emocionalmente estavel, que tern boas habilidades de resolu~ao de

blemas (saude psicologica), provavelmente tera mais facilidade para manter rela-

namentos sociais saudaveis (saude social) do que uma pessoa depressiva que tern

iculdade para se concentrar no problema em questao.   Da mesma forma, a saude

ca fraca apresenta desafios especiais, tanto para a auto-estima da pessoa (saude

cologica) quanto para relacionamentos com sua familia e seus amigos (saude social).

Como voce vera no Capitulo 2, os psicologos da saude utilizam

uma variedade de metodos para conduzir pesquisas e guiar suas

interven<;;oes clinicas. Entre esses metodos, estao experimentos

de   laboratorio, estudos de campo e pesquisas como esta. Um psi-

co logo que trabalha com a psicologia da saude aplicada pode usar 

este tipo de questionario para coletar informa<;;oes basicas a fim de

planejar uma interven<;;ao para tratar uma pessoa com hipertensao

relacionada ao estresse. Par exemplo, as respostas podem revelar 

espa<;;o para melhorias em sua saude fisica,   talvez por meio de

aconselhamento nutricional ou orienta<;;ao sobre como come<;;arum

programa de exercicios. Alem disso, a pessoa que relate ter dificul-

dade em administrar 0 estresse pode ser beneficiada por uma in-

terven<;;30 cognitiva visando a corrigir sua tendencia a reagir de

f orma exagerada aos problemas cotidianos. Questionarios como

este saG apenas pontos de partida para a pesquisa e as interven-

c;oes clinicas. Uma vez identificada uma area potencial de melhoria

para a saude,   informa<;;oes muito mais detalhadas e especificas

devem ser obtidas.

Este questionario pode ser utilizado para examinar de forma

ampla   0   estilo de vida e os habitos em relaC;ao a cada uma

das dimens6es da saude e a quest6es relacionadas com a sau-

de, como exerdcios, boa forma e prevenC;ao de acidentes.

Leia cada urn dos itens a seguir. Escreva com sinceridade   0

numero que melhor corresponde a sua resposta. Adicione

seus   escores para cad a categoria e use as diretrizes para in-

terpretar os resultados.

Raramente As

Sempre

4

Saude fisica

1. Eu cuido da minha saude.

2.   Eu tento manter meu corpo saudavel e em boa

forma.3. Eu freqiientemente fac;o exames para problemas

de sallde que podem afetar pessoas com   0   meu

historico familiar.

4. Eu nao tenho doenc;as cronicas ou incapacitantes.5. Eu sinto que estou basicamente em boa saude.

6.   Eu nao tenho alergias.

Exerdcios e boa forma fisica

1. Eu realizo atividades fisicas moderadamente

sas, como caminhar rapidamente ou fazer tra

domesticos pOl; pelo menos, 30 minutos par

2. Eu realizo exercicios vigarosos, como corrdar ,   caminhar rapidamente ou aulas de

aerobica par, pelo menos, 20 a 30 minuto

menos tres vezes por semana.

3. Eu tenho uma vida ativa.

4. Eu tenho mais ou menos a mesma forma fi

maiaria das   pessoas da minha idade.

5. Eu passo gr ande parte do meu tempo de la

volvido com esportes ou atividades fisicas

como ciclismo, caminhadas, natac;ao, jardi

ou praticando esportes competitivos.

6. Eu tenho boa resistencia fisica.

7. Eu realizo exercicios de fortalecimento mu pelo menos algumas vezes por semana.

8. Eu tenho energia suficiente para passar   0   d

me sentir fatigado.

Escore de exercicios e boa forma

Consumo de alcool, tabaco e outras drogas

1. Eu evito fumar cigarros.

2. Eu evito qualquer uso de tabaco, incluindo c

 bos, charutos e formas de tabaco que nao

zam fumac;a, como rape e de mascar .

3. Eu evito beber cerveja ou vinho ou, se bebe beber mais de duas doses por dia.

4. Eu evito be ber em situac;6es em que seria in beber.

5. Eu evito tomar bebedeiras (beber cinco o

doses de uma vez).

6. Eu evito drogas ilicitas.

7. Eu evito socializar com pessoas que utiliza

gas ilicitas   ou bebem excessivamente.

8. Eu evito usar alcool ou outras drogas par

com problemas ou para fazer com que eu sinconfianc;a no meio social.

Escore de consumo de  tabaco e outras drogas

)

Page 5: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 5/31

3.   Eu pr atico auto-exames   dos seios/testiculos   men-

salmente.

4.   Se eu tenho contato   sexual, pr atico sexo seguro.5. Eu evito   exposiC;aoexcessiva   ao sol.

6.   Eu uso pr otetor    solar   sem pre que   fico no   sol   por 

mais do que   alguns   minutos.

7. Eu lavo as maos a pos   usar   0  banheir o.8. Eu mantenho minhas vacinas atualizadas.

Escore de pr<iticas de saude preventiva _  

revenc;:aode acidentes

1.   Eu tenho um   detector   de fumac;a em casa.

2.   Eu tenho   um   detector de monoxido de car  bono em

casa.

3. Eu guardo produtos quimicos   de uso domestico em

um   local   seguro.

4. Eu   uso   0   cinto   de seguranc;a   sem pr e   que   diri jo au

ando   de carro.

5.   Eu mantenho as crianc;as sentadas em   um   assentoinf antil   ou   com   0   cinto   de seguranc;a   quando   an-

damos   de carro.

6. Eu  o bedec;o as   r egras de   tr ansito.

7. Eu   uso   capacete e outros equi pamentos de segu-

r anc;a r ecomendados quando ando de   patins   ou de bicicleta.

8. Eu leio e   sigo as instr uc;oes par a   0   uso corr eto   de

detergentes,   solventes, pesticidas e eletrodomes-

ticos.

Escore de prevenc;ao de acidentes   _ 

Controle de peso e nutric;:ao

1.   Eu limito   meu consumo   de gordur a,   incluindo gor-

dura saturada.

2. Eu limito meu consumo   de alimentos   com alto tear 

de colesterol, como   ovos,   figado e came.

3.   Eu   sigo uma   dieta   equili br ada   do   ponto de vistanutr icional.

4.   Eu como cinco ou mais   por c;oes de   fr uta s e vege-

tais diariamente.

5.   Eu limito   a   quantidade   de sal   e ac;ucar   que   con-

sumo.

6. Eu   como   alimentos   f ervidos ou  cozidos   no vapor,em vez   de fritos.

7. Eu   como alimentos ricos em f i bras diver sas vezes

 por   dia.

8.   Eu tome   cuidado   para   manter meu   peso   dentro deum limite saudavel.

Escore de controle de   peso e nutric;ao _  

Saude psicologica

1.   Eu consigo   me concentr ar no trabalho   na escola

ou   no empr ego.

2. Eu   tenho   uma   direC;aodef inida em minha vida.

3.   Eu   geralmente gosto de   mim mesmo.4. Eu consigo relaxar   e descontr air.

5. Eu tenho esperanc;a no futuro.

Saude espiritual

1.   Eu ve jo signif icado na vida.

2.   Eu tenho um   senso de  conexao   com  algo   mai

que eu, seja   isso uma   r eligiao   or ganizada, a

reza ou   causas   sociais.

3. Eu acr edito   que a vida   tern ur n prop6sito.

4. Eu   aprecio as artes   -   pintura e escultur a,   dmusica   ou   livros.

5. Eu acr edito ter um lugar   de valor em minha c

nidade.

6.   Eu tento   ajudar as pessoas   necessitadas   sem

r ar algo em troca.

7.   Eu tento fazer coisas   que tenham urn valor  

douro.

8.   Eu sinto a necessidade   de fazer alguma   dife

 par a   a vida das   pessoas.

Escore de saude   espiritual

Saude social1.   Eu tenho amigos   intimos.

2. Eu   sou capaz   de desenvolver relacionamento

conf ianc;a com outras pessoas.

3.   Eu consigo ex pressar   sentimentos   de aprecia

amor   par a   com outras   pessoas, assim   como

mentos de dece pc;ao e raiva.

4. Quando hc\ um pr oblema   que eu nao   consig

solver   sozinho,   normalmente   tenho ou   enc

alguem   com quem conversar a res peito.

5. Eu tenho   um   born r elacionamento com me us

liares.

6.   Eu costumo estar   dis ponivel para as pessoas  

do elas   necessitam   de   mim.

7.   Eu consigo   me   afir mar   de maneira   responsanao permito   que os outros tir em vantagem   de

8.   Eu r espeito os sentimentos   dos outros.

Escor e   de saude social

Saude ambiental

1.   Eu me mantenho   inf or mado   a   res peito de  

toes ambientais, como a r educ;ao da camada d

nio,   a destr uic;ao das   f lorestas e a chuva acid

2.   Eu reciclo papel,   gar r afas e latas   de   aluminio3.   Eu tenho consciencia da seguranc;a e qualidad

agua   que utilizo.

4.   Eu participo ou   contri buo   para causas am bie

5. Eu me cer tifico   de   que qualquer residuo q

 produzir se ja   descartado adequadamente.

6.   Eu evito usar pesticidas em aer ossol dentro   de

ou no jar dim ou, se os utilizar ,   tenho   0  cuida

seguir   todas   as instruc;oes de segur anc;a.

7.   Eu lavo todas  as f rutas e vegetais  antes   de com

8.   Eu fac;ourn esforc;o para economizar   agua e e

cidade.

Como interpretar 0 seu resu~tado

Page 6: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 6/31

16 a   23  -   Em bor a voce   tenha c1ar amente   esta belecido alguns

habitos saudaveis,   voce   ainda ter n muito   que   melhor ar .   Exa-

mine   as  respostas   que   san men os  do   que "sem pr e",   es pecial-

mente aqllelas   que san   "as  vezes" ou "r ar amente ou nunca".

Considere   maneir as de   mudar   seu   compor tamento par a me-

lhorar   sell escor e.

Abaixo   de   16 -   Com base   nesses f atores r elacionados comsell estilo   de vida,   voce par ece   r ealizar    muitos   comporta-

memos   que   podem com pr ometer    sua   saude.   Possivelmente,

esses   compor tamentos   aumemam seu   r isco   de   doen~a   ou

de acidemes.   Quais atitudes voce   pode   to mar par a   melho-

r ar   seu resultado?

Fonte: Nevid, J.   S., Rathus,   S. A. e R u benstein,   H. R .   (1998).

 H ealt h   in   the   new   millenium   (p.   10-12).   New York: Worth

Pu blisher s.   .

Mesmo   que todas   as civilizac;:oestenham   sido afetadas   por doenc;:as,cada uma delas

ompr eendia e   tratava a   doenc;:a de   f or mas   dif er entes. Em uma   cer ta epoca,   nossos

ncestrais pensavam   que a doenc;:aer a causada   por   demonios. Em outr a,   eles  diziam

ue   er a   uma   f orma de punic;:aopela   fr aqueza   mor al.   Atualmente,   lutamos com ques-

oes   como:   "sera que a   doenc;:a pode ser causada   por uma   per sonalidade   doentia?".Ve jamos de  que   maneiras as nossas visoes com relac;:aoa  saude e a  doenc;:amudaram

o decorrer   da hist6ria. (Talvez voce  queir a   utilizar   a Figur a   1.1 dur ante a discussao

eguinte   para ter ur n senso da cronologia   da mudanc;:anas visoes so bre saude e doenc;:a.)

Os esf orc;:osde  nossos ancestr ais   para cur ar doen<;as podem   ser   tr ac;:adosate   20

mil   anos   ar ras. Uma   pintura f  eita   em uma   caverna   no   suI da   Fran<;a, por   exemplo,

ue   se acr edita   ter   17 mil  anos   de  idade, mostr a   a  xama   da   idade do gelDvestindo   a

mascara   animal   de urn   antigo   curandeir o. Em religioes   que se baseiam   em uma   cr en-

<;aem   espiritos bans   e maus, somente urn xama   (sacerdote au pa je) pode   influenciar 

sses   es piritos.

Para   homens   e   mulheres   pr e-industr iais, que enfrentavam as   f orc;:asf reqiien-

emente   hostis   de   seu ambiente, a   sobr evivencia   baseava-se   na   vigilancia   constante

ontra   essas   mister iosas   for <;asdo mal.   Quando   uma   pessoa f icava doente, nao havia

uma   r azao fisica 6 bvia   par a   tal fato;   pelo contr ario,   a condi<;ao do individuo acome-

ido   er a   err oneamente   atribuida a uma   fraqueza   fr ente a  uma f or<;amais forte,   f eiti-

<;ar iaou possessao par urn espir ito do mal   (Amundsen,   1996).

o   tr atamento era   duro   e   consistia   de   rituais   de   f eiti<;aria,   exorcismo e   uma

forma primitiva de cirur gia   chamada   de   t r epana~ao. Muitos   arque610gos ja desenter -

ar am cr anios   humanos   pre-hist6ricos   contend a   buracos ir regulares que apar ente-

mente   haviam sido per furados   por   antigos cur andeir os para   per mitir   que  os demoni-as   que causavam a doen<;adeixassem 0 cor  po do paciente. A trepana<;ao er a   pratica-

da em pessoas vivas   e mor tas,   suger indo   que essa pratica   desem penhava   urn impor-

ante pa pel em cer imonias   cultur ais   au   r eligiosas alem do   tr atamento da  saude.   R e-

gistros   hist6ricos   indicam que a trepana<;ao era uma forma de tr atamento   amplamen-

e praticada   na   Eur o pa,   no Egito, na   India e  na America   Centr al e do   Sul.

Aproximadamente   4   mil anos   atr as, algumas   pessoas   notaram que a   higiene

ambem desempenhava   urn papel   na saude e na   doen<;a e fizer am   tentativas   de  me-

hor ar   a   higiene   publica.   Os antigos egipcios,   par   exemplo,   r ealizavam   rituais   de

Jim peza   par a   im pedir   que vermes causadores de   doen<;as inf estassem a cor   po.   Na

Mesopotamia ( par te   da   quallocalizava-se onde hoje   e a Ir aque),   f abricava-se   sa bao,

pr ojetavam-se   instala<;oes sanitar ias e   construiam-se   sistemas para a tr  atamento   de

esgotos   pu blicos   (Stone,   Cohen e Adler ,  1979).

Page 7: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 7/31

de   0  antigo uso da trepanagao para remover  espiritos do mal ate   0  usa atual de radiografias nao-invasivas do cerebro

a diagnosticar doengas,   0   tratamento de problemas de saude tern assistido a importantes avangos com   0  passar dos

ulos. Uma coletanea de tratamentos ao longo das eras e apresentada a seguir (da esquer da para a direita):  trepanagao

urn cranio peruano antigo); acupuntura da China; as primeiras cir urgias no seculo XVII; vacinagao por ur n vacinador 

rital na Londres do seculo XIX; e uma tomogr afia computadorizada para observar a atividade cerebral no seculo XXI.

GRECIA ANTIGA   Doengas

causadas pelo desequilfbrio

dos humores do corpo; boa

dieta e moderagao na vida

poderiam cura-Ias.

PERIODO PRE-HISTORICO

Doengas causadas por 

espfritos do mal e tratadas

com trepanagao.

ANTIGO EGITO   Dem6nios e

punigoes dos de uses

causavam

a doenga. A magia e formas

primitivas de cirurgia e

higieneeram os tratamentos.

IDADE MEDIA (476-1450)

Doenga era punigao divina   SECULO XIX   Doenga

por pecados, c urada por causada por organismos

intervengoes miraculosas e microsc6picos. 0invocagao de santos, alem tratamento era cirurgia e

de flebotomia. imunizagao.

~

ooooo   0

o   00000 0o o~   < j'L()CO!'-CO OJ

L() ,-,- '-'-'-'-'-,   or--

ROMA ANTIGA (200   a.C.)

"Pat6genos" como   0  ar 

contaminado e os humores do

corpo causavam a doenga.

Tratada com flebotomia,enemas e banhos.

SECULO XXI

Causasbiopsicossociais

da doenga.

Metodos

modernos e

flexfveis de

tratamento.

DECADA DE 1920   Doenga

influenciada pela mente e

pelas emogoes e tratada

pela psicanalise.

CHINA ANTIGA (1100-200 a.C.)

Forgas da natureza

desequilibradas causavam a

doenga. Tratada com medicina

de ervas e acupuntura.

RENASCENCA   Doenga era

uma condigao ffsica do

corpo, que era separado da

mente. Tecnicas cirurgicas

utilizadas pela primeira vez.

ditos (da esquerda para a direita): Gr avura de cranio trepanado, Escola Inglesa (seculo XIX), publicado em 1878 em   /nc i dentes de

gens   e   Exploraq6es na Terra dos I ncas,   de   George Squier: colegao privadaIBridgeman Ar t Library;   lIustragao exibindo acupuntura:   ©bis;   "0 Cir urgiao", gravura da Escola Alema (seculo XVI): colegao privadaiBr idgeman Art Library; Gravura de "Vacinagao", 1871: Hulton

tylliaison Agency; CT scan:   ©  Premium Stock/Corbis.

Os avan<;osmais expressivos em saude publica e saneamento foram feGrecia e em Roma durante os seculos VI e V a.c. Em Rama, urn grande siste

drenagem a Cloaca Maxima foi constrQido para drenar urn pantano que mais ta

Page 8: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 8/31

-   0 pr imeiro aqueduto   tr ouxe   agua   pura   para R oma ja   em   312 a.c., e a limpeza

as vias publicas   era   super visionada   pelos  aediles,   urn grupo   de oficiais indicados   que

mbem contr olavam   0   suprimento de   alimentos. Os  aedil e s   cr iavam nor mas   para

arantir   que a carne e outr os alimentos   peredveis estivessem   f rescos e or ganizavam

armazenamento de gr  andes   quantidades de gr aos,   por exem plo,   no   esfon;o para

evenir a fome   (Cartwright,   1972).

 Na  Grecia,   0  filosofo grego Hipocrates   (cerca de 460   a 377a.C.) esta beleceu as

izes da   medicina   ocidental quando se rebelou contra   0 antigo foco no misticismo ea super sti<;ao. Hi pocrates,   f r eqiientemente chamado de   "0 pai da   medicina moder -

a",   f oi   0  primeiro   a af ir mar   que   a   doen<;a era uma   f enomeno   natural   e   que   suas

ausas   (e,   portanto, seu tr atamento e pr even<;ao) podem   ser conhecidos   e mer ecem

tudos serios. Dessa   forma,   ele   constr uiu   a  base mais   antiga par a   uma a bordagem

entif ica da cur a.

Hipocrates propos   a pr imeira   ex plica<;ao racional para   0  fato das pessoas adoe-

er em.   Segundo sua   teoria humor al,   um corpo   e uma mente saudaveis   r esultavam

o equilibrio   entre   quatr o   fluid os corpor ais   chamados   de humores:   sangue,   bile  ama-

la,   bile   negra e  fleuma. Para   manter    0  balan<;o adequado,   0   individuo deveria   se-uir urn estilo de vida   saudavel, incluindo exerdcios, descanso suficiente,   boa dieta e

vitar   excessos. Quando   os humor es estavam desequilibr ados,   contudo,   0  corpo   e a

mente ser iam af etados   de   maneir as   previsiveis,   de pendendo   de   qual dos quatro   hu-mor es estivesse em   excesso. Urn   excesso   de   sangue,   por exemplo,   contr i buia   para

ma personalidade   san g ii fnea   (otimista   e alegre). Embor a   uma   personalidade alegr e

ossa par ecer desejavel, Hipocrates   acr editava   0 contrario: sangue demais,   dizia ele,umentava a   suscetibilidade   da pessoa a epilepsia, angina,   disenteria   e artrite.   0atamento para   0   excesso   de   sangue   consistia em flebotomia   (a   abertura de   umaeia   par a   r emover sangue), banhos   f rios   e   enemas.   A pessoa   fleumatica,   que   tinha

xcesso  de fleuma,   er a   triste, languid a  e lenta. Como resultado, er a   propensa adores

e cabe<;a, resfriados   e acidentes   vasculares cerebrais.   0   tratamento consistia   em

anhos quentes,   diureticos   e   ervas que induzissem a nausea. A pessoa   colerica,   que

nha urn excesso de bile   amarela e urn temperamento   ardente,   necessitava de urn

atamento par a ulcer as na boca,   ictericia e disrurbios   estomacais. Encontr ava-se ali-ia  par meio de sangrias,   dietas   Hquidas,  enemas e banhos r efrescantes. Uma pessoaelanc6 lica   possuia bile negr a   demais;   uma disposi<;ao triste e sorumbatica (dai   0rmo   melancolia)   er a   0   resultado provavel. Tambem se esperava que essa condi<;ao

ontribuisse par a   a ocorrencia   de ulceras e hepatite,   que poderiam ser tr atadas com

ma   dieta   especial,   banhos   quentes, emeticos   (drogas   que induzem ovomito)   e quei-

ma   de tecido corpor al com urn ferro quente (cauter izac;:ao).

Ainda que   a teoria humor al tenha   sido   descartada   a  medida   que   f oram f eitos

van<;osem anatomia, fisiologia e microbiologia, a no<;aosa bre   as trac;:osda persona-dade   estarem ligados   aos fluidos corporais   persiste   na medicina   popular   e alternati-

a   de   muitas   culturas. Alem disso, como   ver emos   no proximo   ca pitulo,   atualmente

abemos   que muitas doen<;as envolvem ur n   desequiHbr io (de   certa forma) entr e   as

eurotransmissor es do   cerebr o,   de   modo que   Hipocrates   nao estava tao errado.Hipocrates   fez muitas outras contribuic;:6esnotaveis   par a uma  abordagem   cienti-

ca da   medicina. Por exemplo,   para apr ender quais er am a s ha bitos pessoais que

ontribuiam para   a   gota,   uma   doen<;a causada par per turba<;6es   no metabolismo

orporal do   acido   urico,   ele   conduziu uma das primeir as   pesquisas   de saude publica

res peito   dos ha bitos   daqueles   que sofriam da doen<;a, como sua temperatura   corpo-

al,   freqiiencia   cardiaca,   res pir a<;ao e outros sintomas fisicos. Ele tambem apontou a

mportancia das   emo<;6es e pensamentos de cada   urn dos   pacientes com rela<;ao a

ua saude e tr atamento e,  assim,   chamou a aten<;ao par a as  aspectos psico16gicos da

aude   e da doen<;a.A pr oxima grande figura na histor ia da medicina   ocidental f oi a medico Claudius

Galeno (cer ca   de   129   a 200 d.C.). Grego par   nascimento,   passou muitos anos   emR oma,  conduzindo   estudos de disseca<;ao de animais   e tratando as ferimentos graves

os gladiador es   romanos,   dos  quais ele apr endeu   gr ande   parte do que anteriormente   :

teoria humoral   conceita

de propasta par Hip6cratesiderava   a  bem-estar co

estado de  per f eito equilib

tr e   quatr o fluidos corpor

sicos,   chamados de hu

 Acreditava-se que a doe

o resultado de perlurbac

equilibrio dos humores

Page 9: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 9/31

Jtlacle 1'112di3   C0me1jOU   cor n   ur n

"io  c le   p"?sts   qU3   te' la   or ig2m   noilo   8(f)   5.:~·Ocl.G.   ~   2:3p3!hau-s'~   rEl·

amant.:; po:   -{odo   0   imper io   r o-

no,   cilaganclo £I matar    riD   mil

ssoas em   ur n (mico dia.   Havia

1tOS cad8vBr 0s   (jus   os   cO\jeir os

aoconsaguiarn 8companhar,   e   a

iLH;.80-lei   caiT2gar    r :~'../i03 cor n 03

0r{0..3, f"er nc-1-los   para   c r ilar    e

::HH.!,)na·· j   ;).3.

epidemico   liter al mente,   entre

as   pessoas;   uma   doenga epi-

demica se espalha rapidamen-

te entre muitos   indivfduos de

uma comunidade   ao mesmo

tempo.  Uma doenga  pandemica

af eta pessoas ao longo de uma

grande area geografica

Galeno   tambem   ex pandiu   a teoria humor al d a doen<;:a,desenvolvendo urn

ma   elabor ado de   far macologia que   os medicos   seguir am por quase   1.500   anos

sistema   er a   fundamentado na   no<;:aode   que   cada urn   dos   quatro   humores do

tinha sua pro pr ia   qualidade elementar que   determinava   0 car arer   de  doenc;:ase

f icas.   0   sangue,   par   exemplo, era quente e   umido.   Ele acreditava   que as   d

tambem tinham qualidade elementares; assim,   uma doenc;:acausada   pelo exces

humor quente   e umido poderia apenas   ser curada com drogas que   fossem F

secas.   Embora essas visoes   possam par ecer arcaicas, a   f armacologia   de   Galenlogica,   baseada em obser vac;:oescuidadosas, e semelhante   aos antigos   sistem

medicina que surgir am   na   China,   India e ern outr as culturas   nao-ocidentais.   M

for mas   de   medicina   altemativa ainda usam ideias semelhantes hoje er n dia.

Ao mesmo tempo   em que   a medicina   ocidental estava   emer gindo,   trad

de   cura tambem eram formadas   em outr as   cultur as. Por  exemplo, ha   mais   de

anos, os chineses desenvolveram urn sistema integr ado de cura,   que   conhec

atualmente como   medicina chinesa tradicional .   A medicina   chinesa   tr adicional

fundamentada   no pr incipio   de   que a harmonia intema e essencial par a a   boa

de.  Fundamental para   essa  harmonia e  0 conceito de   qi   (as vezes escrito   como

uma   ener gia vital ou f orc;:ade vida   que oscila   com as  mudanc;:as no   bem-estar   

tal,   f isico   e emocional de cad a pessoa.   A acupuntur a, a ter  apia corn ervas,   a

ta<;:aoe outras   inter venc;:oes supostamente   r estaur am   a saude,   corr igindo   bloq

e desequilibrios   no   qi . Ayur ved a   e   0 mais antigo   sistema   medico conhecido   no mundo.   Tern sua o

na   India em   tomo do  seculo   VI a.C.,   coincidindo apr oximadamente com   a   vi

Buda.  A palavr a   ayurveda   vem do sanscrito   ayuh,   que   significa   longevidade, e

conhecimento. Praticado amplamente na   India, a   ayurveda   baseia-se   na cren

que   0 corpo   humano repr esenta   0 univer so inteiro em urn microcosmo   e que   a 

 par a   a saude   e   manter ur n   equilibrio entr e   0   corpo microcosmico   e   0   mmacrocosmico. A chave   par a essa r elac;:aoesta   no equilibrio   entr e tr es  hum or e

 porais,   ou   d osha s: vat a, pitta   e   kapha ,   ou   coletivamente,   0   t r ido sha   (Fugh-Ber

1997).   Ir emos   ex plor ar a histor ia,   as tr adic;:oese a eficacia dessas e de   outr as   f

nao-ocidentais   de medicina   no Ca pitulo 14.

A queda   do imperio   r omano no seculo V d.C.   a briu   as portas   par a   a

Media (476   a cerca   de 1450),   uma   epoca situada entr e   tempos antigos e mod

e   caracterizada pelo r etorno as ex plica<;:oessobrenatur ais da saude e   da   doEm uma   e poca em que a   Igreja   exer cia uma influencia poderosa   sobre tod

ar eas   da   vida,   interpr etac;:oes r eligiosas   coloriam as   ideias   dos   cientistas med

a res peito da   saude   e da doenc;:a.Aos olhos   da  igreja   crista   medieval, os ser es   h

nos   er am criatur as   com livre   ar  bitrio,   que   nao estavam sujeitas   as   leis da   natu

Como possuiam alma,   os   humanos   e os anima is nao eram consider ados   oapropriados   par a   0  escrutinio   cientifico,   e   a  dissecac;:ao de   ambos era estritam

 proibida. A doenc;:a era vista   como punic;:ao de Deus por algum mal r ealiz

acreditava-se   que   doenc;:asepidemicas, como os dois   gr andes surtos de  pe ste

doenc;:abacter iana conduzida   por ratos e  outros roedor es) que ocorr er am du

a  Idade Media,   eram urn sinal da  ira de Deus. A Igreja   passou a controlar    as pr

da   medicina e   0 "tr atamento"   f reqiientemente   envolvia   ~entativas   de   ex pulsar

ritos   do mal do   cor  po de pessoas   doentes.

Embora os  leais seguidores de Hipocrates   e Galena   'continuassem a prom

b d i ifi i i d di d i i f i f i i

Page 10: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 10/31

·   No final do   seculo   xv,   nascia uma nova   era,   a  R enascenr ;a. Comer ;ando com   0

essur gimento   da invesrigar ;ao   cientffica,   esse   per f odo pr esenciou   a r evitalizar ;ao do

sr udo da   anatomia   e da pr citica medica. 0 tabu envolvendo   a dissecar ;ao humana   foiuficientemente r  emovido,   ao ponto   do anatomisr a e artista   f landr ense   Andreas

Vesalius  (1514 - 1564) conseguir publicar   um  estudo   com posto por sete volumes dos

r gaos internos,   musculatur a   e sistema esqueletico   do corpo   humano. Filho de   um

armaceutico,   Vesalius er a   f ascinado pela natur eza, especialmente   pela   anatomia dos

er es   humanos e   dos   animais. Em sua   busca   pelo conhecimento,   nenhum cachor r oadio, gato   ou   r ata estava livr e   do seu bisturi.

 Na   escola   de   medicina, Vesalius   pas so u a dissecar cadaveres humanos. Suas

esco ber tas provaram que algumas das teor ias de Galeno e dos medicos antigos esta-

am   claramente incor retas.   Como po de,   pensou ele, uma autoridade   inquestionavel

omo   Galeno   ter f eito tantos   err os ao  descrever   0  cor  po?   Entao   com pr eendeu   0 por-

ue: Galeno nunca   havia dissecado um corpo humano. Vesalius entendeu que   0 pro-

6sito de   sua vida era   escr ever   0 estudo   oficial da   anatomia humana. Esses volumes

or naram-se os f  undamentos   de uma nova medicina   cientifica,   fundamentada   na ana-

omia   (Sigerist,   1958, 1971).

Urn dos   mais influentes   pensadores da R enascenr ;a  foi   0  fil6sofo e matemciticoFr ances R ene   Descar tes   (1596   -   1650),   cuja   pr imeir a   inovar ;ao   foi   0   conceito do

or  po   humano   como uma   maquina.   Ele descreveu todos   os r ef lexos basicos do corpo,

onstruindo,   nesse   pr ocesso, elabor ados modelos mecanicos   para   demonstrar seus

rind pios.   Ele acr editava   que   a doenr ;a ocorria   quando   a maquina   estr agava;   a tarefa

do  medico er a   consertar   a maquina.Descar tes e conhecido   por   sua cr enr ;a  de   que a mente e   0  cor  po   sac   pr ocessos

epar ados   e   autonomos,   que   interagem de   forma minima   e que   cada um deles esta

ujeito   a   difer entes   leis   de   causalidade.   Esse ponto   de vista,   chamado   de  dualismomente-corpo (ou  duali smo cart esiano) ,   baseia-se na   dourrina   de que  os ser es  huma-

nos possuem duas   natur ezas, a mental e a fisica. Descartes e outr os   gr andes pensado-

es da Renascenr ;a,   em um esforr ;o para romper com   0 misticismo   e as super stir ;6es do

pass ado,   re jeirava   vigor osamente   a nor ;ao de que   a mente influencia   0 cor  po.   0   estu-

do   (nao-cientff ico) da   mente er a  relegado   a  r eligiao   e a   filosofia,   enquanto   0  estudocientifico) do   cor  po er a   reser vado   a   medicina. Esse  ponto de  vista   a briu caminho

para uma   nova er a   de pesquisas   medicas,   fundamentadas   na  confianr ;a na   ciencia   eno pensamento   racional.

Ap6s   a Renascenr ;a,   esper ava-se   que os medicos   se concentrassem   exclusiva-mente nas causas   biol6gicas   da   doenr ;a. Cem anos   ap6s   Vesalius,   a medico   Italiano

Giovanni   Morgagni   (1682 - 1771)  publicou   0  primeiro livr o didcitico de anatomia

medica. Com base   em   seus achados   de   centenas de aut6psias humanas, Mor gagni

pr omoveu a ideia   de que   as   causas de muitas doenr;as residem   em pr oblemas nos

or gaos   inter nos   e   nos sistemas   muscular e esqueletico do   corpo. Enfim,   a   antiga

teor ia   humor al   de   Hi p6cr ates   poderia   ser   descartada   em   favor dessa   nova   teoria

anatomica da   doen<;a.

A ciencia   e a  medicina   mudar am rapidamente durante   os seculos   XVIIe XVIII,

motivadas por   numerosos   avan<;os na   tecnologia. A pesar de Galileu ter construido

o seu primeiro termometro em   1592,  ele nao tinha   escala para medir e propiciava

apenas indica<;6es   grosseiras da  variar ;ao da temper atura. Urn importante passo

adiante na ciencia   da   medi<;ao da temperatura   ocor reu   em   1665, quando   Christian

Huygens   (1629 -1695)   propos   uma   escala fixa em que   os pontos de congelamento

e de  ebuli<;ao da   agua   eram designados como sendo   "0" e  "100", respectivamente -

a or igem   do sistema   centigrado.   Por volta   do final   do seculo XVII,0  usa   clinico da,t ernwmet ria   (a   mensura<;ao   da   temperatura)   estava am plamente   disseminado.

Talvez a mais importante inven<;aona medicina durante esse periodo tenha sido

Porvoltado seculoXVI, 0 tabu que

a disseca9aohumanaja havia sido

nadoha tantotempoque 0 anatom

tista flandr ense Andr eas Vesalius

1564)conseguiupublicarurnestudo

to dos 6rgaosinf ernos,musculatur 

ma esqueleticodo corpo humano.

Musculatur a   de   urn hor nern,   por   Andr eas

1543. Fratelli Fabbri, Milao, ItiJialBridgernan   A

.,   dualismo mente-corpo

de vista   filos6fico segunqual   a   mente e a corpo s

tidades   separ adas que na

r agem

()   teoria anat6mica teoria s

do a qual as origens de

doengas   sao encontradas

6rgaos   internos, na musc

ra e no sistema esqueletic

corpo humano

Page 11: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 11/31

teoria celular   for mulada no se-

culo XIX, essa   teoria   diz   que a

doen<;:ae   0   r esultado de   anor-

malidades   nas celulas   do cor po

teoria dos germes   diz   que   a

doen<;:a e   causada por    virus,

bacter ias   e outr os   microrganis-

mos que invadem   as celulas do

corpo

Leeuwenhoek    (1632 - 1723)   quem   construiu   0  primeir o microscopio   pratico

ur n poder de aumento   de  270 vezes,   esse microsco pio permaneceu inigualch'e

seculo XIX (Lyons e Petrucelli,   1978). Usando esse   micr osco pio, ele   f oi  0  pr im

o bser var celulas sangliineas e a estr utur a   basica   dos musculos.   0 cientista  

Rober t Hooke   (1635 - 1703),   contemporaneo de Leeuwenhoek , constr uiu   se

 prio microscopio e o bser vou   que os tecidos   das   plantas continham   muitas cav

 pequenas separadas   pOl'paredes. Hook e   chamou essas cavidades   de "celulas"   o

quenas   camar as"   e suas obser va~6es  tornar am-se   0   f undamento da   teoria do XIXde que  a celula   er a a unidade   basica   de   todos os organismos vivos.

Uma vez que   as celulas individuais   tornaram-se   visiveis,   0  cenario estava 

 para R udolf Virchow   (1891 - 1902) es bo~ar a teoria celular da doen~a - a id

que   a doen<;ar esulta do funcionamento   incorreto ou da morte   das celulas   cor  p

Como ocone freqlientemente   na  ciencia, problemas   praticos   levam   ao en

mento mais  profunda da doen<;a.Em uma   interessante serie   de ex perimentos,  

tista   Fr ances Louis Pasteur   (1822 - 1895)   isolou a bacter ia   r es ponsavel pela ddo bicho-da-seda, que amea<;ava a indllstria da seda na Fr an<;a. E,  a pos   prov

urn micr or ganismo causava a r aiva,   ele desenvolveu

meira vacina   eficaz contr a ela.   Porem, a contr ibuiC;a

irnportante de Pasteur para a medicina veio em   1862

do ele sacudiu   0   mundo medico com  diver sos   ex per ir

r neticulosos   que mostravam que a vida apenas   po de e

 partir   da vida   ja existente. Ate   0   seculo   XIX, os   estu

acr editavam   na  gera~ao   es pontanea   -   a  ideia   de que   o

nismos vivos   podem   ser formados a par tir de   mater i

viva.  POI'exemplo, pensava-se   que as lar vas   e as mosc

giam automaticamente   de carne podre.   Para   testar   a hi

de que a vida nao pode ser formada a partir da nao-vida, P

encheu dois   f rascos   com urn liquido semelhante a   m

aquecendo ambos ate   0   ponto   de   ebuliC;ao par a   mata

quer   organismo pr esente. Urn dos   f rascos tinha a boca

 pOI'onde   0 ar poderia fluir com f acilidade. 0   outr o fr asc

 bem   ficava a berto,   mas tinha urn pesco<;o cur vo,   imp

que as bacterias   presentes no ar caissem   no   liquido. Pa

 pr esa   dos ceticos, nenhum crescimento   ocor reu no fras

vo. Entretanto, no frasco com  0 bico comurn, microrgan

contaminaram   0 liqllido e multiplicar am-se com ra pidez

tr ando   que uma   solu<;aogenuinamente esterilizada pe

cer ia sem  vida,   Pasteur   a briu   caminho para   0   desenvolvimento poster ior de   pmentos   cir u.r  g icos   asse pticos   (livr e   d e germes ).   Ainda mais   importante,   0   des

Pasteur contr a   uma cr enc;acom 2 mil anos de idade e uma   poderosa demonstr a

impor tancia   de   manter   a mente   a berta na investiga<;ao cientifica.

As descober tas de Pasteur tambem   a judaram a moldar a teoria dos germ

doen<;a - que af ir ma que   bacterias,   virus e   outros microrganismos que   inva

celulas do corpo f azern   com que elas funcionem d e maneira   impro pria. A teo

germes,   que  e urn aperf eic;oamento da teor ia   celular ,   forma a base   teor ica da   m

na moder na.

Apos Pasteur ,  0  conhecimento   e os procedimentos   medicos   desenvolveram-s

damente. Em 1846, William Mor ton   (1819- 1868), urn dentista   nOlte-americano

duziu   0 gas eter como anestesico. Esse gr ande  avan<;opossibiftou   a opera<;aoem tes,   os quais   n§.o ex per imentavam dol' e permimeciam   completamente relaxado

qlienta anos mais tarde 0 medico alemaoWilhelm Roentgen (1845 1943) desc

meticuloso trabalho de Pasteur, em isolar bacterias   no laborat6r io e mostrar que

ida apenas ocorre   a partir da vida existente, abriu  caminho  para procedimentos

urgicos   livres de ger mes.   © BetlmanniCORBIS

Page 12: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 12/31

32   I   PARTE 1   I   FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAUDE

ilis,peste bubOnica e f e bre tif6ide. De posse dessas  informa<;oes,a medicina   come<;ou

ontrolar doen<;asque   haviam acossado   0   mundo desde a antigiiidade.

A  medida que   0  campo da   medicina continuava   a avan<;ar ,durante a primeira

rte do  seculo XX, apoiava-se cada vez mais   na fisiologia   e na   anatomia,   em vez dotudo de   pensamentos e emo<;oes, na   busca   por uma compreensao mais   prof unda

saude e da   doen<;a. Assim, nascia   0 modelo   biomedico   de saude, sustentando que

doen<;a sempre   tern causas   biol6gicas. Motivado pelo   impeto das   teorias   celular   e

s   germes ,   esse   modelo   tornou-se aceito de   forma   ampla   dur ante   0   seculo XIX, e

ntinua a repr esentar    a visao dominante na   medicina   hoje   em dia.

a modelo biomedico apr esenta tres car acteristicas distintas. Em primeiro lugar ,

essupoe   que   a doen<;a e  0 r esultado   de   um   pat6geno - urn vir us,   uma bacteria   ou

gum outr o microrganismo que   invade   0 corpo.  a modelo   nao f az men<;ao as varia-

is   psicol6gicas,   sociais   ou com portamentais   na doen<;a. Nesse sentido,   0   modelo

omedico   e   r educioni st a,   considerando que   f enomenos complexos (como a saude e

doen<;a) saD essencialmente derivados de   urn unico fator pr imar io. Em segundo,se modelo tern como base a doun"ina cartesiana do  d ual ismo   mente-cor  po   que,   como

mos,   consider a-os entidades se par adas e autonomas   que   nao   inter agem.   Finalmen-

  de   acor do com esse   padr ao, a sallde   nada   mais e  do que   a ausencia de   doen<;as.

essa for ma, aqueles que   tr a balham   a poiados nessa   perspectiva   concentram-se em

vestigar as causas das   doen<;as fisicas em vez daqueles   f ator es   que pr omovem atalidade f isica,  psicol6gica e social.

a modelo  biomedico,   por   inter medio de seu f oco nos pat6genos,   avan<;ou0 trata-ento de saude   de maneira   significativa. Entretanto,   foi inca paz de  explicar transtor-

os   que nao   a pr esentavam causa fisica   obser vavel, como   aquelas   descobertas por gmund Freud (1856 - 1939),   que   inicialmente obteve forma<;ao como medico. As

acientes   de Fr eud exibiam sintomas como perda da   fala,   surdez   e   ate paralisia. Urn

so   particularmente intrigante envolveu   uma   paciente que r elatou perda   completa

as sensac;:oesem sua mao   dir eita. Freud   acr editava   que   esse mal,   que  ele   chamou de

nestesia   de luva", era   causado por conflitos emocionais   inconscientes   "convertidos"

m forma   fisica. Freud r otulou   essas doen<;asde   tran stomos   de conversiio,   e a comuni-

ade medica viu-se for<;adaa aceitar uma nova  categoria de doenc;:a.

A ideia de   que deter minadas   doenc;:as poder iam   ser causadas   pelos conflitos   psi-ol6gicos   do individuo   foi desenvolvida   durante a decada   de   1940 pelo tr a balho   do

icanalista   Franz   Alexander.   Quando os medicos nao   conseguiam   encontrar agentesfecciosos  ou outras causas dir etas par a artrite reumarica,   Alexander ficava intrigado

ela   possibilidade   de que   fatores psicol6gicos pudessem   estar envolvidos. Segundo   0

u modelo do   con f  lit o nucl ear  ,   a   pr esen<;a de   determinados   conflitos   inconscientes

ode   levar  a presen<;a de queixas f isicas (Alexander ,  1950). au   se ja, cada doen<;afisica

0 r esultado de urn conflito psicol6gico fundamental   ou nuclear. POl'exem plo, acr edi-

va-se   que   individuos   com "personalidade   reumarica", que  tendem   a repr imir a r aiva

SaD   incapazes de ex pr essar as emoc;:oes,seriam prop ensos a desenvolver   artrite. Des-

evendo com   cuidado   urn   gr ande numero de transtornos   f isicos   que erarn

resumivelmente   causados   pOl' conf litos psicol6gicos, Alexander   ajudou   a estabelecer 

medicina psicossomatica,   ur n movimento   r efor mista   dentro da rnedicina,   denomi-

ado   em decor r encia   das r aizes  p sico,   que significa mente, e soma,   que significa cor  po.or  def inic;:ao,a medicina   psicossomar ica diz  respeito ao diagn6stico e ao tratamento

e doenc;:asfisicas supostarnente causadas por process os deficientes na mente Esse

modelo biomedico   vis

minante no seculo xx   q

tenta   que a doenga semp

uma causa   fisica

pat6geno   virus, bacteria

gum   outro micr organism

causa determinada doe

medicina psicossomatic

desatualizado   da   medicicentrado no diagn6stico

mento de doengas f f sicas

das par processos psico

deficientes

Page 13: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 13/31

estudo de caso um dos meto-

dos mais antigos de observa-

9ao,   em que uma pessoa   e es-

udada de for ma profunda,   na

esperan9a de encontrarem-se

princfpios universais

medicina comportamental um

campo interdisciplinar que inte-

gra as ciencias comportamen-tais e biomedicas para promo-

ver a saude   e   curar doen9as

ma) Condicionamento c1assico:nem sem-

doloroso, mas sempr e permanece com

ente! Nesse tipo de aprendizagem,   apren-

mos a associar dois ou mais estimulos.

a crianga aprende, par exemplo,   que a

ao de uma agulha hipodermica (um esti-

o inicialmente neutral   logo sera seguido

uma picada.   © Jer emy  Horner /Corbis

aixo) Condicionamento operante: a pau-

que refresca.   Nesse tipo de aprendiza-

m,  associamos uma resposta voluntaria aas consequencias. 0 corr edor f atigado e

dento,   por exemplo,   aprende   que   beber 

A medicina psicossomatica era intrigante e parecia explicar    0   inexplid

Entretanto, tinha diversas fraquezas, que fizeram com que fosse desfavor ecid

mais significativa delas e   0   fato de que se fundamentava   na teoria freudian

medida que a enfase de Freud em motiva<;6es inconscientes e irracionais na f

<;aoda personalidade perdeu popularidade,   0   campo da medicina psicossom

come<;ou a declinar. Alem disso, a medicina psicossomatica foi questionada

categoriza<;ao aparentemente arbitraria de algumas doen<;as como sendo de

reza completamente fisica e outra completamente psico16gica. Outra critica  dicina psicossomarica era metodo16gica: ou seja, a pesquisa era fundamentada

cipalmente   em estudos de caso de pacientes individuais, que esta entre os

dos mais antigos, mas menos confiaveis (ver Capitulo 2). Qualquer caso indiv

 pode ser atipico e, portanto, enganoso, como a base par a   uma teoria geral. A c

final e que a medicina psicossomarica, como   0   modelo biomedica,   apoiava-

reducionismo - nesse caso, a ideia obsoleta   de que urn unico problema psicol

ou defeito de personalidade seria suficiente para desencadear a doen<;a. Atua

te sabemos que a doen<;a, assim como a boa saude, baseiam-se na intera<;ao c

nada de fatores multiplos, incluindo a hereditariedade,   0   ambiente e a form

 psico16gica individual.

Embora a psicanalise de Freud e a medicina psicossomatica estivessem cometidas de forma critica,   elas formaram as bases para a nova aprecia<;ao das

x6es entre a medicina e a psicologia. Elas deram inicio   a   tendencia contempor

de ver a doen<;ae a saude como algo  multifatorial.   Isso significa que muitas do

saG causadas pela   int erafEio   entre diversos fatores, em vez de uma unica bacte

agente viral invasor. Entre estes, estao   fatores do hospedeiro   (como vulnerabil

ou resiliencia   genetica),fatores ambientais   (como exposi<;ao a poluentes ou qui

 perigosos),fatores comportamentais   (como dieta, exerdcios, habito de fumar)  

res psicol6gicos   (como otimismo e "tenacidade" geral).

Durante a primeira metade do seculo XX,  0   Behaviorismo, liderado por

Watson   (1878 - 1958),   Edward Thorndike   (1874 - 1945)   e B. F. Skinner    (1

1990),   dominou a psicologia norte-americana. Na sua disciplina introdut6ri

 behavioristas definem a   psicolo g ia   como   0   estudo cientifico do comportam

observavel. Eles afirmam, alem disso, que apenas dois tipos de aprendizagem

cam a maioria dos comportamentos:   0 condicionamento classico (tambem cha

condicionamento pavloviano) ou   0   aprendizado que ocone quando aprendem

associar dois estimulos ambientais que ocorrem simultaneamente;-e'o condi

mento operante, por meio do qual   0  comportamento e fortalecido quando se

 por uma consequencia desejavel (refor<;o) ou enfraquecido quando seguido poconseqiiencia indesejavel (puni<;ao).

 No inicio da decada de   1970,  os prof issionais conceberam a ideia de urn

de medicina comportamental como resposta direta ao Behaviorismo. Assim,  

campo come<;oua explorar   0 papel do condicionamento classico e operante na

e na doen<;a. Urn de seus primeiros sucessos foi a pesquisa de Neal Miller   (1

que utilizou tecnicas de condicionamento operante para ensinar cobaias (e p

ormente seres humanos) a adquirirem controle sobre certas ..fun<;6escorpor ais.

demonstrou, por exemplo, que as pessoas podem adquirir algum nivel de co

sobre sua pressao sangiiinea e relaxar a frequencia cardiaca quando estiverem

tes desses estados. A tecnica de Miller, chamada de  biofeedback,   e discutida de

mais detalhada no Capitulo 4. ~Embora a fonte da medicina comportamental tenha sid"o0 movimento behav

na psicologia uma caracteristica distinta desse campo e s uanatureza interdiscipl

Page 14: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 14/31

'l,\~~~~~~ __   ~~

r ;;iversidade e vida   sau~a~,~'.~.l:\:.::::

SmLde no novo milerlio

Em 1991,   0  Departamento de Saude e Servigos Humanos dos Esta-

os Unidos publicou   0   relatorio   Healthy People   2000   (USDHHS,

991), que estabelecia as pr ioridades do pais na promogao da sau-

e e prevengao de doengas entre os norte-americanos.   0   relatorio

nha por base as opinioes criteriosas de um grande grupo de espe-

cialistas em saude da comunidade cientffica, organizagoes de pro-

issionais da area da saude e do mundo empresaria!. Ele estabelecia

300 objetivos de saude especificos, a serem alcangados ate   0  ana

2000, os quais estavam or ganizados em tres categorias amplas:

 Aumentar    0   tempo de 'vida saudavel" para todos   os   cidadfios

norte-americanos.   A saude e uma combinagao da expectativa

media de vida e da qualidade de vida. Embora a expectativa

media de vida de todos os cidadaos norte-americanos atual-

mente seja de aproximadamente 76 anos,   0   numero medio de

anos   saudaveis   e muito menor: por exempio, de apenas 64 anos

para norte-americanos brancos e de 56 anos para afro-ameri-

canos.   0  objetivo seria reduzir   0 numero de "anos disfuncionais"

em que as pessoas vivem em estado de saude decadente e

com baixa qualidade de vida.

Reduzir as discrepfincias de saude entre   os   norte-americanos.

Historicamente, varias medidas de saude mostraram diferengas

substanciais entre os grupos etnicos. Por exemplo, em 1997, a

expectativa media de vida era de 74,3 anos para homens brancos,

mas de apenas   67,2 anos para homens negros; 79,9 anos para

mulheres brancas,   mas apenas 74,7 an os para mulheres negras

(Centers for Disease Control   and Prevention, 1999). As razoes

para essas discrepancias sem duvida sac complexas,   mas po-

dem inciuir   0   acesso desigual aos servigos de saude,   susceti-

bilidade genetica a certas doengas e diferengas no estilo de vida.

Disponibilizar    0   acesso   a   servi90s de saude preventiva para

todos   os   cidadfios norte-americanos.   Muitas minorias etnicas

tem acesso limitado aos servigos de saude preventiva.   Por essa

razao, elas tendem a sofrer com mais problemas de saude e a

ter taxa de mortalidade alta. Esse objetivo visa a entender e a

remover as barreiras que limitam   0  acesso aos servigos de saude

para tais grupos.

Em 1998, uma revisao intermediaria demonstrou que   0   pais

estava fazendo progressos significativos, atingindo aproximada-

mente dois tergos dos objetivos do relatorio   Healthy People   2000.

Esse progresso inclufa:

Declinio nas tres principais causas de morte (doengas cardia-

cas, cancer e acidente vascular cerebral). Embora este progresso

se deva, em parte, as melhorias nos servigos de saude, ele tam-

bem reflete   0   declinio nacional em   comportamentos que com-

 prometem a saude   (por exemplo, 50% dos adultos fumavam em

1955, comparado com aproximadamente 23% em 2000). Aomesmo tempo, a nagao tem visto aumento de   comportamentos

que melhoram a saude,   a medida que mais pessoas praticam

exercfcios, seguem dietas melhores, que contem menos gor-

dura, e assim por diante.

Diminuigao no numero de mortes em acidentes automobilisti-

cos relacionados com   0   consumo de alcool de 9,8 por 100 mil

pessoas para 6,8 por 100 mil pessoas.

Redugao no numero de suicfdios e mortes relacionadas com   0

trabalho.

 Aumento na porcentagem de norte-americanos que utilizam   0

cinto de seguranga de 49,7 para 76%.

"   Diminuigao no consumo de maconha e alcool entre jovens de

12 a 17 anos de idade.

Decrescimo na taxa de nascimentos com maes solteiras.

Deciinio continuado na taxa de mortalidade infanti!.

 Aumento continuado na expectativa de vida.

EstabilizCl.gao na taxa de mortalidade devido a AIDS.

 Apesar desse progresso, outro relatorio,   0   Healthy People   2010(USDHHS, 1998), observa que ainda ha muito a ser feito. Enquan-

to   0   relatori o continua a concentrar-se na eli minagao das

disparidades de saude entre diversos grupos socioculturais, ele

apresenta um foco mais ample - aumentar a saude de todos os

cidadaos norte-american os. Ele tambem observa que   0   usa (e abu-

so) de certas drogas esta aumentando novamente, e aproximada-

mente um milhao de mortes que ocorrem nos Estados Unidos a

cad a ana podem ser prevenidas. Com relagao a esta ultima ques-

tao, estima-se que:

o   controle do uso excessive de alcool e do consumo de alcool

por menores de idade poderia prevenir 100 mil mortes em aci-

dentes de transito e outros ferimentos relacionados com   0   con-

sumo de alcoo!.

 A eliminagao da posse de armas de fogo em publico poderiaprevenir 35 mil mortes.

 A eliminagao de todas as formas de consumo de tabaco poderia

prevenir 400 mil mortes de cancer, acidente vascular cerebral

(AVC) e doengas cardfacas.

Uma melhor nutrigao e programas de exercfcios poderiam preve-

nir 300 mil mortes por doengas cardiacas, diabete, cancer e AVC.

 A redugao em comportamentos sexuais de risco poderia preve-

nir 300 mil mortes por doengas sexual mente transmissiveis.

o   acesso total a imunizagoes para doengas infecciosas poderia

prevenir 100 mil mortes.

Para confirmar    0 papel da psicologia de cumprir com os objetivos

do relatorio   Healthy People   2010,  a American Psychological Associa-

tion, em colaboragao com   0   National Institutes of Health e 21 outras

sociedades profissionais, recentemente prepararam uma agenda depesquisa nacional, relacionada com a promogao da saude. Publicada

em 1995,   Doing the Right Thing:   A   Research Plan for Healthy Living 

identifica quatro prioridades de pesquisa no novo mili'mio:

 Aumentar    0   foco nos processos comportamentais basicos de

prevengao, desenvolvimento e tratamento de doengas cr6nicas.

 Acelerar pesquisas relacionadas com a promogao da saude e a

prevengao de doengas.

Estender a pesquisa e os servigos de saude a   grupos tradicio-

nalmente nfio-representados,   como as mulheres e as minorias.

Reformar    0   sistema de saude para atrair mais atengao a pro-

mogao da saude e a prevengao de doengas.

o   relatorio tambem identifica estrategias especfficas para atin-

gir uma compreensao mais completa da interagao de fatores biolo-

gicos, psicologicos e sociais em doengas como AIDS, cancer, do-engas cardiacas, artrite e obesidade. Estas incluem a necessida-

de de mais pesquisas visando a detecgao inicial de doengas e

programas de exames, avaliagao de riscos e programas de inter-

vengao para auxiliar cuidadores nao-medicos a prestar atendimento

para aqueles que sofrem de doengas fisicas.

Fontes: Murphy, S. L. (2000). "Deaths: Final data for   1998." National Vital Statistics

Reports,   48(11),   Figure 3; Science Directorate of the American Psychological

 Association.   (1995).   Doing the right thing: A research plan for healthy living.   Wa-

shington, DC: Author; U.S. Department of Health and Human Services.   (1991).

Healthy People 2000: National health promotion and disease prevention objectives.

DHHS Publication No. (PHS)   91-50212.   Washington, DC: U.S. Government

Printing Office; U.S. Department of Health and Human Servtees.   (1998).   Healthy 

People 2010.   Washington, DC: U.S. Gov8rnment Printing Office.

Page 15: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 15/31

ologia   estudo   cientf fico   das

usas   ou origens   de   deter mi-

das   doenyas

CAPiTULO 1   I

Em 1973,   a Amer ican   Psychological   Association   (APA)indicou uma forsa-t

 para ex plor ar    0   papel d a psicologia no   campo   da saude, a   fim de   determinar

 psicologia   permanecer ia   apenas   sob   a categor ia   de medicina com portamenta

esta beleceria   ur n   campo   distinto,   com   seus   pr6prios ob jetivos e focos.   Com bas

recomendas6es   obtidas,   em   1978, a APAcr iou   a divisao de psicologia da saude

sac   38).   Ap6s quatro anos,   f oi publicado   0  primeiro volume de seu peri6dico   o H ealth   Psycholo gy.   Nessa edic;ao, Jose ph   Matar azzo,   0  primeir o   pr esidente   da di

estabeleceu os quatr o   objetivos   do novo cam po:

 E  studar    de f  orma   ciendfica   as   cau sa s   e   ori gen s   de   det erminad a s   d oenfa s, ou s

 sua   etiologia.   Os psic6logos   da   saude   estao   pr incipalmente   inter essados   na

gens psico16gicas, comportamentais e sociais   da   doenc;a. Eles investigam pa

as   pessoas   se envolvem   em   com por t ament os   que com prometem   a saud e,   co

ha bito   de   fumar   e   0  sexo inseguro.

 Promover    a saud e.   Eles se  preocupam   com quest6es so br e como f azer   as pe

realizar em   comportamento s   que pr omovam   a saud e,   como pr aticar exerdcio

gularmente   e comer   alimentos nutr itivos. Pr evenir   e  tratar d oen f  a s.   Eles pro jetam   progr amas   para a judar as pessoas a

de fumar ,   perder peso,   administr ar    0  estresse e minimizar   outr os   fatores   de

de   uma saude   f raca. Eles tambem   auxiliam aquelas   que ja estao doentes, em

esforc;os para   ada ptar em-se   a suas   doen<;as ou   o bedecer em r egimes   de tr ata

to dificeis.

 Pro mover politica s   de  saud e   pLlblica   e   0   aprimorament o   do  sist ema   de  saud e pu

Os   psic610gos da saude sao bastante ativos   em todos   os aspectos   da edu

 par a a s aude e r eunem-se   com   fr eqi.iencia   com   os   Hder es governamentais

for mulam poHticas   pu blicas   na tentativa de   melhorar os  servi<;osde saude

todos   os individuos.

Uma   questao natural que   sur ge ao se ler   esses   o b jetivos   ser ia:   "de que fo

 psicologia   da saude   difer e   da   medicina   com portamental?" A resposta e "nao  

muito".   A distinc;ao entre os dois   cam pos   sem pr e   foi uma   f onte   consideravel   d

f usao. Par a   eliminar essa   confusao,   ser a   f eita   r ef erencia   a   medicina comportam

como   0 campo interdisciplinar que   integr a a   ciencia   compor tamental   e   biom

visando a  promover a saude e  a tr atar    doenc;as.   E, confor me   explicamos no   c

do capitulo,   psicol ogia   da   saud e   e  0 subcampo da   psicologia   que diz   r es peito ao

moramento   da   saude   e a   pr even<;ao e  tratamento da   doensa   por meio de   prin

 psico16gicos basicos.

F\

i  j   desaf io   que os psic610gos da   saude enfrentam no  seculo  XXIe claro: como

as pessoas   a adotar em e manterem mudansas   em estilo de  vida que   promovam

lidade par a   toda a vida.   Os antigos   fi16sof os gr egos   afirmavam   esse ob jetivo  de mais   sucinta: ajudar as   pessoas a   morr er em   jovens   -   0  mais   tarde   possivel   (

1996b). Quatro   tendencias   principais em saude   pllblica,   psicologia e medicina

tr ibuir am   par a   moldar   esse   desafio.

Page 16: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 16/31

(j)   18 0 'WenwenooC>   Uma r  azao par a a   diminuir;:ao

expr essiva   na mor talidade   infantil

desde  1900

  e   a imunizar;:aogener alizada, que   tornou r  ara a

ocorrencia de   doenr;:as   inf ecciosas

fatais em   crianr;:as.

Ha menos   de cem anos,   15%   dos bebes   que nasciam nos   Estados

mor r iam antes de  seu  primeir o   aniversario.   Para   aqueles   que   sobrevi

expectativa de vida   era de pouco mais de 50   anos.   Com   a   melho

ser vi90s de saude,   atualmente,   mais   de   90%   dos   r ecem-nascidos

vem   ate   pelo   menos   1 ana   de idade.

Fontes:   H i storic al Statist i cs o f the Unit ed   States: C oloni al Ti mes   to 197 0 ,   de U.S

of  t he Census,   1975,   Washington,   DC:   U.S.   Government   Printing   Of f ice   p _ 60;

Final Data   for 1998",   de   S L.   Mur phy,   2000,   N ati onal V i tal   Stati st i cs   Repor t s,

Tabela 27.

cr:

2   120(f )

wb:   100

o~ 80...J

i=zLtzwo«o::i~cr:

o2

o1900 1910 1920   1930   1 940 1950 1960   1 970 1980 1990 2000

 ANO

dade.   Alem disso,   a  expectativa media   de vida   -   0  numero de   anos que   0   recem-nascido   provavelmente viver a   - aumentou   em mais  de 20 anos.  Nos Estados Unidos,

m 1999,   a expectativa media de vida era de 79,7 anos para   as mulheres   e 73,8 anospar a   os homens (OMS, 2000).   Apesar dessas   noticias encorajadoras,   as  desigualda-

des em ex pectativa de vida   persistem nos   paises,   assim como ao redor do mundo   estao bastante   associadas   a  classe   socioeconomica,   mesmo em paises   com urn born

padrao medio de saude (OMS, 2000).Com as pessoas   vivendo mais,   existe   maior consciencia publica das questoes

elacionadas com a saude, a qual foi r edefinida   em termos mais  amplos e positivos.

Essa nova definic;ao, que  enfatiza a vitalidade fisica,  psicologica e social para a vidaoda, estabelece   urn pa pel   claro para   a psicologia no tratamento de  saude.

expectativa media de vid

mero de anos   que  e   pr o

que um   bebe recem-nas

viva

Durante   os seculos   XVII, XVIII e   XIX, as pessoas morriam   principalmente   dedoenc;as  que eram causadas   por falta   de   agua potavel,   por   alimentos contaminadosou por infecc;oes contr aidas   no contato   com pessoas   doentes (Grob,   1983). Nao era

ncomum que centenas ou   mesmo milhares   de pessoas   mor r essem em   uma unica

epidemia de variola,   f ebre   amarela, difteria, gripe   ou sarampo. Essas doenc;as naoexistiam nas Amer icas antes   da   chegada   dos colonizadores europeus. A variola, que

foi trazida para as Amer icas pelos europeus no seculo XVI,matou aproximadamente

90% da   populac;ao.   as   nativos   amer icanos   morriam em uma velocidade alarmante

por duas   r azoes: em primeir o   lugar ,   careciam de  imunidade para os microrganismosestr anhos que causavam essas doenc;as e,   em   segundo, seus sistemas imunologicos

eram   mais fracos   do que   os dos eur o peus, em vir tu de   de  urn nivel de variac;ao maisbaixo   em   seu banco   genetico.

Melhorias   em higiene   pessoal,   nutric;ao e saude publica (como   0   sistema de

r atamento   de esgotos)   durante   0  seculo   XIXlevaram   a urn declinio no numero de

mor tes   por doenc;as   infecciosas.   Porem,   somente a pos a descoberta   da   penicilina

por Alexander Fleming, em 1928, a saude publica deu   ur n   passo verdadeiramentedecisivo.   Antes disso,   quatr o   das   10 princi pais causas   de mor tes   dos  Estados   Unidos

eram doenc;as inf ecciosas como  tuber culose, gripe,   gas tr ite e pneumonia   (ver Tabe-1 1 d lid d d 1900 d 1998)

Page 17: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 17/31

Taxa por 100.000

345

202

194

14372

64

40

31

13

Taxa por 100.000

268,2

200,3

58,6

41,736,2

34,0

24,0

11,3

9,7

Doenl{as cardiacas e   AVC

Inf luenza   e   pneumonia

Tuber culose

Gastrite Acidentes

Cancer 

Dif ter ia

Febr e   tif6ide

Sar ampo

Doenl{as cardiacas

Cancer 

 AVC

Doenl{as obstrutivas pulmonares cronicas Acidenles

Pneumonia,   inf luenza

Diabele comel{ando   na   idade adulla

Suicidio

Nef rite   e   nefr ose   (doenl{as   renais)

Fontes:   H i stor i c al    St atisti c s of t  he   U ni t ed States:   Col oni al    T imes   t o   1970 ,   Pt .   1, de   U.S. Bur eau of the   Census,   1975,   Washington,   DC:

U.S.   Government   Printing Off  ice;   "Deaths: Final   data f o r 1998",   de   S.   L.  M ur phy,   2000,   N ational V  ital Stat i st ics   R e por ts,   48(11),   p.   5.

importante obser var que aqueles   de nos que vivem em   paf ses desenvolvidos,  os   Estados Unidos,   SaG beneficiados com   ur n   ambiente   bastante privilegiad

cuidado   a saude.   Na maioria dos  pafses   em desenvolvimento,   atualmente, do

inf ecciosas   como a   tuber culose e a pneumonia per  manecem   sendo   as   pr inc

causas de mor te.

As pr incipais causas de morte   em paf ses desenvolvidos   diferem   hoje   em dverif icadas   no come<;:odo seculo XXde  duas formas   importantes,   Em primeiro  

ao contr ario da pneumonia,   difter ia e outras   doenc;:as as quais nossos   ante pass

sucumbiam com f r eqiiencia,   0 cancer,   0 AVCe as doen<;:ascardfacas nao resulta

infec<;:6esvir ais ou bacter ianas. Elas SaG"doen<;:asdo estilo   de   vida"   que   pode

amplamente pr evenidas,   mas cujas causas   nao SaGfacilmente identif icaveis.   Em

 por exem plo, mais de   urn milhao das   mortes   listadas   na   Ta bela   1.1 tinha   c

evit avei s ,   conforme ex plicado   na   Tabela   1.2.Consider e   duas   doen<;:asr elacionadas   com   0  estilo de vida: a doen<;:acard

o cancer . 0   risco que   urn   individuo cor r e   de   ter   doen<;:ascardfacas ou   canc

 pulmao,   na   garganta ou na bexiga e aumentado amplamente pelo ha bito de

cigarr os,   levar   vida   sedentaria e consumir dieta   com teor elevado   de   gor dur a.

ur n desses   comportamentos   esta enraizado, em nfveis variados, em  f ator es   psic

cos e   sociais.   Abster -se   de fumar, manter urn progr ama de exerdcios   e modifdieta requer grande   comprometimento   psicologico,   que envolve   modificar   atitu

ha bitos antigos.

Causa   Numer o Custo por  

da   morte   anual   Tratamento paciente   (U$)   Fator es compor tamentais

Doenl{a   car diaca   500.000   Cir urgia   de   ponte de   safena   30.000   Fumar ,   falta   de   exer cfcios,   dieta   de

Cancer    510.000   Radioter apia/quimioter apia   29.000 Fumar ,   f alta   de   exer cfcios,   dieta de

 AVC   150.000   Reabilital{ao   22.000   Fumar ,   f alta   de exer cfcios,   dieta de

Lesoes   142.500   Tratamento/r eabilital{ao   570.000   Consumo   de   alcool, falta   do   cinto d

segur anl{8.

Baixo peso   natal   23.000   Cuidado   neonatal   10.0GO   Comportamentos   mater nos

Infecl{ao   com HIV   1 - 1,5   milhao   Farmacologia   75.000   Atividad~ sexual de   risco,   uso de a

contaminadas

Fonte:   Heal thy    P eople   2000 :   N at i o na l heal t h   promoti on   and   disease prev ent i on ob j ect i ves.   DHHS   Publicaiion j\jo. (PHS)   91-5021<:,00   U.S.   D"f'ctli,,,,,"i   ur  

and   Human   Ser vices   (USDHHS),   1991, Washington,   DC: U.S.   Gover nment   Printing   Of f ice.   ~

Page 18: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 18/31

A segunda   mudanr;a   nas   principais   causas   de morte   envolve 0 padrao   da   doen-

a.Antes do   seculo XX,as pr incipais   causas   de doenr ;as e de   mor te er am   tr an stomos

ud o s,   dos quais   os individuos se recuperavam em questao   de seman as, ou mor r iam

pidamente. Atualmente, as pessoas \;\'em   com doenr ;as cr onicas   pOl' rnuitos anos.

mbor a nao possam   ser  curadas,   e possivel   tratar as doenr;as cr onicas par a   prevenir 

or tes prematuras e manter a qualidade   de vida.  1

A terceira tendencia que ajudou   a moldar 0 campo da psicologia   da saude   f oi a

cessidade de   ir alem   do   modelo biornedico, valendo-se   de   urn   modelo   mais

rangente   de saude e doenr;a. Uma  limitar ;ao da   medicina   tradicional   e sua   dif icul-

de para ex plicar pOl' que   0 mesmo conjunto   de   fator es   de   r isco algumas   vezes

sencadeia   uma   doenr ;a   e  em   outras nao. Como,  pOl'exemplo, Frank   - urn homem

  meia-idade, obeso, f umante   e sedentario,   com urn hist6r ico   f amiliar de   doenr;a

r diaca   -   tern ur n  ataque cardiaco   fatal,   enquanto Malcolm - que a presenta   pratica-

ente os mesmos   f atores de risco - permanece   livre de doenr;as car diacas? A dificul-

de encontrada   pela biomedicina par a preyer novos casos   de   doenr ;as cardiacas

vou  os pesquisador es a descobrir que fatores   psicol6gicos -   como a maneir a   de uma

ssoa reagir   ao estresse   - combinam-se   com f atores   de risco ffsicos para   determinar 

r isco  a   saude do  individuo.

Urn pr o blema   intimamente relacionado ao   modelo   biomedico e explicar pOl'

e uma forma de tr atamento (como 0 usa de cer ta medicar;ao) pode   curar   deter mi-

da   doenc;a em uma pessoa,   mas nao   em outra.   Os psic610gos da   saude   tern   a pr en-do   que   0   fato de   uma   droga espedfica   01.1alguma   forma de tratamento   ser eficaz e

bstancialmente inf luenciado pOl' fator es   psicol6gicos   e  sociais.

Urn desses fatores e   0 poder de cura   do efeito placebo,   01.1a f e do paciente   e do

ofissional no valor   terapeutico   de ur n certo  tratamento.   P l acebo ,  em latim, signif ica

ou satisf azer".   Na medicina,   urn placebo  e uma substa.ncia inativa ou urn tratamen-

que e a pr esentado   de tal for ma   que f az com que   0 pacieme es per e que a substan-a ou   tr atamento f  uncione   de ver dade.   Todos os   tratamemos dependem   mais ou

enos dessa fe e e   pOl' isso que   determinada terapia pode ser capaz de curar certa

enr;a mobilizando   os pr6pr ios poder es de cur a   do paciente (R eiman,   1998).   Qual-

uer   pr ocedimento   medico, das   dr ogas   a   cirurgia,   pode   tel' efeito place bo   ou,   alem

sso,   ur n efeito   nocebo ,   em que a pessoa   conecta   uma ex pectativa negativa, ao inves

  positiva, ao tr atamento.   0  pr 6prio relacionamento   entr e   medico e paciente ja e

n born   exemplo. Pesquisas verificar am,   pOl'exemplo, que   a quantidade   diaria de

sulina necessar ia para estabilizar pacientes   de   diabete flutua   de pendendo da har-onia   do paciente   com seu medico.

Devido   a  cr edibilidade da   ciencia medica, tr atamentos com base   nas   mais re-

ntes   tecnologias   (ultra-som,   estimular;ao tr anscutanea de ner vos) sac especialmentescetiveis ao ef eito   placebo   (Br ody; 2000 b).   A ter a pia com placebos   tem-se   mostra-

  eficaz   para uma variedade de   doenr;as,   incluindo alergias, asma,   cancer,   de pres-

o,   diabete, epile psia,   insonia,   enxaquecas, escler ose   multi pla,   ulceras e ver rugas.

xaminaremos 0 efeito  placebo   de   f or ma mais   detalhada   no Capitulo   14.

o   ultimo fator   que   a judou a moldar   a psicologia da   saude foi 0 r a pido aumento

os custos   dos servir;os de saude. Em 1980, 0 custo anual   dos  servir ;os de  saude   nos

stados   Unidos foi   de 156   bilhoe s   de d6lar es, ou aproximadamente de   mil d6lares

Ol' pessoa. Atualmente,   esses custos   consomem mais   de   13%   do produto inter no

uto (1,5   trilhCio de d6lares), ou mais  de 3.900 d6lares   para cada   homem, mulher e

efeito placebo   0 poder  d

<;:ade   uma pessoa na  

de um tr atamento,   a   po

inf luenciar sua interven<

Page 19: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 19/31

~Q

Gcr:ll.J~Q.(j)

Ww

o~'::J   --l 

0<'0(j)o

22OwO~

(j)

of-(j)

0<(')

De cada   d61ar gasto emser viyos   de saude   nos   EstadosUnidos,   35 centav os vao paraos  hospitais,   20 centavos   par aos medicos,   9 centavos par aremedios,   8 centavos par  a

tr atamento em  cas a e os 28centavos restantes paratratamentos   pessoais e outroscustos diversos.

Em  1980,   0 custoanual dos ser vi<;osde saLideloi de  156   bilh6es

r es. Em  1995,   esse nLimerohavia cr escido para m ais de  989   b

d6lar es. Em 2000,  os custoscom a  saLideconsumir am 13,4%   do

inter nobrutodos EstadosUnidos.Embor a0 sistema de salide nor

cano gasteuma por<;aomaiorde seu pr odutointernebruto com a

que qualqueroutro pais, ele ocupa apenas a tr igesima setima po191  parsesque sac membr os da Or ganiza<;aoMundial da SaLid

diz respeitoao seu desempenhoger al.

Fonte:  H ealth, Uni t ed St at es, 2000 , de U.S. Depar tment of Health and Human2000, Washington,  DC: U.S. Government Printing Of fice,   p. 321.

Ii/

D

1960   1965   1970 1975 1980 1985 1990   1995 2000

 ANO

,   perspectiva do curso de vida

per spectiva   te6r ica concentr a-

da   em   aspectos   da saude e   da

doen9a   r elacionados com   a

idade

tos de   risco   das   pessoas,   antes   que   eles   causem   doen<;as, tern   0 potencial   de re

custos com   a   saude   de   for ma   ex pressiva   (Ka plan, 2000),   POI'exemplo, a cada

sur gem a proximadamente   urn milhao d e casos novos   de cancer   e   ocorr em   a 

madamente 500 mil mortes r elacionadas   com   ele. Muitas   f ormas de cance

evitaveis, reduzindo au eliminando   0   habito de   fumar ou   aurnentando   0   u

testes   diagnosticos   .

.  ,

f ac e   ja viu como as   tendencias sociais e historicas   criar am   a   necessidade  

modelo   novo   e mais   amplo de saude e de doen<;a, De fato, os psicologos   da

desenvolveram diversos   modelos, au perspectivas, para guiar seu trabalho.  dida   que   voce leI', lembre de   que   cada per s pectiva   proporciona   uma forma

rente   de   vel' a me sma coisa   e, juntas,   formam a   imagem com pleta da   saude

doen<;a.

Em todos os estagios   da vida, as pessoas enf r entam desafios   a sua saud

seu bem-estar    ger aL   Desde   0  momenta   da   conce p<;ao ate   0 dia em que   morr

cad a  urn de nos e mold ado   pOI'uma   variedade   unica   de fatores geneticos, b

cos e   sociocultur ais.   A   per s pectiva do curso   de vida na psicologia da

concentra-se em im portantes   as pectos da saude e   da doen<;a  r elacionados  

idade   (Jackson,   1996), Essa perspectiva considera,   pOI'exemplo,   a maneira

o uso de   drogas psicoativas par   uma   mulher   gravida af eta   0  desenvolviment

seu be be ao   longo de sua vida,   Talvez   seu filho nas<;a prematuramente e  so

bai xo pe so neonatal    (menos   de 2,500 gramas),   urn dos ! pr oblemas   mais com

mais   evitaveis no desenvolvimento pre-natal,   e que   deixa   marcas   no desen

mento   fisico   e   cognitivo d o individuo   p pr muitos 3;nos~Entre   as conseqiie

disso   estao   0   desenvolvimento motor,   social   e   linguistico   lento;   maior ris paralisia   cerebral;   e,   ainda,   dificuldades de;a prendizagem a longo prazo   (LBr ook s-Gunn,   1993),   .

Page 20: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 20/31

•   Essa per s pectiva   tambem   examina as   principais   causas   de morte   que acome-

m   certos gr upos etarios.   Doen<;as cronicas, as  princi pais causas   de morte   na   po-

ula<;ao   geral, afetam, mais provavelmente, adultos   de meia-idade e   idosos. Os

vens   tem uma proba bilidade muito maior   de moner    de   acidentes ou   ferimentos

ao- intencionais.

Outra preocu pa<;ao   dessa pers pectiva e a forma como   as ex per iencias   de   uma

eterminada   coort e   d e   Il C l  scimel lto   influenciam a saude.   Uma coorte de   nascimen-

  e um grupo   de pessoas   que,   por ter em nascido com uma   diferen<;a de   poucosnos, exper imentam   condi<;6es hist6r icas e sociais semelhantes, as quais   afetam

ua sallde e doen<;as. As pessoas que nasceram   no f inal do seculo XIXou no come<;o

o seculo XXprecisaram   super ar obstaculos enor mes a penas para so breviver   ate   a

dade   de 50 anos.   Atualmente,   grandes   mudan<;as   nas   polfticas   de saude   publica

modelaram   0   futur o para   os adultos mais velhos   nos Estados   Unidos. Por exem-

o, em   1965,   0   Congr esso dos   Estados   Unidos   a pr ovou   a   Lei   dos   Idosos   norte-

mer icanos,   que proporciona a   cad a pessoa,   inde pendentemente   de sua   r enda,

muitos   beneficios   a   saude - desde   r efei<;6es subsidiadas ate orienta<;ao e   outros

er vi<;os propor cionados por mais   de 20   mil agencias comunitarias.   Como   resulta-

o, os cidadaos mais velhos tem mais o portunidades, hoje em dia,   par a permanecer 

m boa saude   do  que aqueles   em sua   f aixa etaria   que atingir am a terceir a   idade   em

utr as epocas   da   hist6ria.

A maneira como fatores sociais e   culturais   contri buem par a   a   saude e  par a a

oen<;a e   0  foco da   per spectiva sociocultural.   Quando os psic6logos   usam   0  termo

ult ura,   estao r efer indo-se a com portamentos,   valores e   costumes per sistentes que

m grupo de pessoas desenvolveu   ao longo dos anos e tr ansmitiu par a a pr6xima

er a<;ao. Dentro   de uma   cultur a,   pode   haver um,   dois   ou   mais  g rupo s   etnicos ,   isto e,

r andes gr upos de pessoas   que,   por   com par tilharem certas   car acteristicas,   tendem   a

er valor es e experiencias   semelhantes.Em culturas multietnicas, como ados Estados   Unidos   e da   maioria das   na<;6es

tuais, existem   amplas   dis paridades em ex pectativa   de vida  e nfvel de saude,   tanto

ntr e o s gr u pos de   minorias   etnicas e como   na   maioria da popula<;ao.Algumas   des-

as dif eren<;as   sem   duvida   r ef letem   uma varia<;ao em   stat us socioecon8mico ,   uma

medida   de diver sas   var iaveis,   incluindo   r enda, educa<;ao e ocu pa<;ao. Por   exemplo,

s   taxas   mais elevadas de doen<;as cronicas ocor rem   entr e pessoas que possuem os

iveis   mais   baixos de   status   socioeconomico (Flack e cols.,   1995).

A varia<;ao sociocultural tambem esta a parente em cr en<;ase  com portamentos

elacionados   a   saude. Por exemplo,   as  prciticas tradicionais   de cuidado   a   saude dos

ativos   norte-amer icanos sac   holf sticas   e nao   distinguem   modelos se par ados   par a

oen<;as ff sicas e mentais   (Johnson   e cols.,   1995). Em outr o exem plo,   os ade ptos   daiencia   cr ista   tradicionalmente re jeitam   0 uso da medicina, pois creem que as pessoas

oentes   podem   ser   cur adas   apenas   por   meio da   or a<;ao, e a lei judaica   pr es creve   que

Deus  da a saude, sendo responsa bilidade de   cada   individuo protege-la.

De um modo ger al,   os   psic6logos   que   tr abalham   nessa   per s pectiva encontram

randes discr e pancias,   nao   a penas entre   os gru pos etnicos,   mas  tambem dentr o de-

es. Os latinos,   por   exemplo,   nao sac homogeneos.   Os tres maiores  grupos   de nacio-

alidade   -   cubanos,   porto-riquenhos e norte-amer icanos de or igem mexican a - dife-

em   em educa<;ao, renda, saude   ger al   e r isco de doen<;as e de mor te   (Bagley; Angel,

Dilwor th-Anderson   Liu e   Schinke,   1995).

A ti d i l i d d t t d d

coorte de nascimento

de pessoas  que, par  tere

cido aproximadamente ma epoca, exper imenta

diyoes   hist6ricas e soc

melhantes

perspectiva sociocultura

pectiva te6r ica que abor d

neira como os fator es s

culturais contr ibuem   par 

de e para a  doenya

perspectiva de genero

pectiva   te6rica que abo

blemas de saude espe

dos generos e as  barr ei

estes encontram aos sde saude

Page 21: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 21/31

Foi dito   aos   medicos   que estes   supos-

tos   "pacientes car dlacos"   eram   identicos

em   ocupa~ao,   sintomas   e   em   qualquer 

oJtr o   aspecto,   exceto   idade,   ra~a e   ge-

car o.   Embora   0  ca teter ismo   josse   0 tr a-

:amento   adequado para os sintomas   des-

cr itos,   os medicos   recomendar am-no

mais   par a os pacientes   mais   jovens,

brancos  e do sexo   masculino   do que   par a

os   pacientes   do   sexo   f eminino,   os mais

velhos e  os   negros.

Fonte:   'The   Effect of   Race and Sex on   Phy-sician's Recommendations f or  Cardiac Cathe-r izalion,"   De   K.   A.   Schulman,   J.   Berlin,   W.Yar less, J. F. Femer , S. Sistrunk, B. J. Ger sh, R.Dube, C. K. Taleghani, J.  E. Bur ke, S. Williams, j   M.   Eisenber g,   e   J.   Escar ce,   1999,   N ew c' :g fand Jour nal    of   M edicine,   340 ,   p.  618-625.

uma   variedade de tr anstornos.   Durante   a inf ancia, por   exemplo, os garotos a

tam uma propon;:ao maior do   que as garotas em uma   variedade   de transtorn

com portamento e psicol6gicos,   incluindo pr oblemas   com   0   son o e a a limen

hiper atividade, autismo   e  compor tamentos anti-sociais. Da  mesma for ma,   da

de   8 anos ate a idade adulta,   as garotas e as mulher es a pr esentam uma pro 

maior do que os garotos e homens   no diagnostico da de pressao, ansiedade   e tr

nos   da  alimenta<;:ao (Ussher, 1997).  Alem disso,   as mulher es   tendem a res pon

f or ma   mais   ativa do que   os   homens a sintomas de doen<;:ase a   buscar trata

 pr ecoce.

A pr ofissao   medica   tern longa   histor ia de tratar homens e mulheres   de   m

diver sa. Por exemplo,   pesquisas  ja   mostr aram que as mulher es   tr atadas   para   d

cardfacas   rece bem mais  medica<;:oes,tem maior pr o ba bilidade de   passar pOl' p

mentos   diagn6sticos   desnecessar ios   e pr ovavelmente   nao   r ece ber ao   a mesma

dade   de   tratamento   medico   que   os homens (Ayanian  e E pstein, 1991).   Em   u

do,   solicitou-se que 700   medicos   r eceitassem tr atamento para oito   paciemes

cos com   sintomas   identicos (Schulman e cols.,   1999). Na ver dade,   os   " pac

eram   ator es   que   dif eriam   a penas   em genero,   ra<;:ae   idade   (55 ou   70).   Em

diagnostico seja uma forma   de julgamento,   a maioria   dos especialistas   em pr ocar diacos   concord aria que   0 diagnostico de cateter ismo   seria   0  tr atamento ap

do   par a os sintomas   descritos   por   cada urn dos pacientes   hipoteticos.   Entr eta

r ecomenda<;:oesrealmente   f eitas   r evelaram um pequeno,   mas   ainda   assim   sign

yo,   pr econceito contr a mulher es e negros.   Para os pacientes   mais   jovens,   bra

do sexo masculino,   0  cateterismo   foi recomendado   em 90,   91 e 91% das   vez

 pectivamente; para os pacientes   mais velhos, negros   e do sexo feminino, em 8

85%   das vezes, respectivamente.

Problemas como esses, somados   a  sub-representa<;:ao das mulheres com

ticipantes dos testes   de   pesquisas   medicas, levar am a criticas contra os pr e

tos   de   genero em pesquisas   e no tratamento medico.   Em r esposta,   0   N

Institutes   of Health publicou dir etrizes detalhadas   sobr e   a inclusao de mul

gr upos de   minorias na   pesquisa   medica (Burd, 1994).   Alem disso,   0   NIH rmente   lan<;:oua Women's   Health Initiative, um estudo de   15  anos   de dur a<;

lizado   com 160 mil   mulher es a pos   a menopausa, concentrando nos determi

e na pr even<;:aodas   def iciencias   e da morte em mulher es   mais velhas. Entr e o

de   investiga<;:ao nesse esr udo estao   a osteoporose,   0   cancer de mama e   a

car df aca   coronar iana.

Ho je em dia, provavelmente   este ja   clar o para voce   que   essas per spect

so bre poem, e que  todas   elas veem   a saude e a  doen<;:acomo produtos   da   inter a

fator es.   Elas   dif erem apenas   nos   f ator es   que enf atizam e,   em bor a   r es pondam

r entes   questoes sobr e saude, elas se  complementam, em tvez de se contradi

Juntas, a judam   a ex plicar   a saude e a dQen<;:ahumanas.   D~ certo modo,   as  pe

vas sociocultural,   do   cur so da   vida e   de   gener o a,gr tf  pam-se   na pers p

 biopsicossocial,   pois   esse   modelo,   direta   oJ: indiretame'nte, lida   com todas   atoes   r r atadas   pelas   per spectivas   mencionadas.   por   essa   razao,   nosso   foco nest

estara na perspectiva biopsicossocial para a qual nos voltamos agora

Page 22: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 22/31

Segundo nos conta a hist6ria, pr ocurar ur n f ator causal produz   ur na imagemcompleta   da   sallde e  da doenc;:ade uma   pessoa,   portanto,   os psic610gos da   saude

abalham   a partir   da  perspectiva   biopsicossocial (mente-corpo). Conforme   mos-

ado   na Figura   lA, essa  per s pectiva reconhece   que   forc;:asbio16gicas, psico16gicas e

ciai s   agem em conjunto par a   determinar    a   saude   e   a   vulner a bilidade   do indivi-

uo   a   doenc;:a; ou   seja,   a   saude   e   a   doenc;:a devem ser ex plicadas em   relac;:ao antextos   multi plos.

perspectiva biopsicosso

(mente-cor po)   ponto d

segundo   0   qual   a saude

tros comportamentos   s

ter minados   pela   inter a<

mecanismos   biol6gicos,

cessos   psicol6gicos   e i

cias sociais

Todos   os  comportamentos,   incluindo estados   de saude   e   doenc;:a,ocorrem no

ontexto bio16gico. Cada  pensamento,   estado   de espirito   e ansia e ur n evento   bio16gi-

o possi bilitado pela estr utur a anatomic a e  pela   func;:aobio16gica car acter istica   do

orpo de   uma   pessoa.  A psicologia da   saude   chama   a atenc;:ao para   aqueles   as pectose   nosso   corpo que   influenciam   a  saude e a doenc;:a:nossa   conformac;:aogenetica e

ossos   sistemas   ner voso,   imuno16gico   e end6cr ino   (ver Ca pitulo   3).Os genes   pr o por cionam 0 projeto   de   nossa   biologia e pr edis p6em   nossos com-

ortamentos   -   saudavel e   doentio,   nor mal   e anor mal.   Por exemplo, sa be-se   ha

uito   tem po   que a   tendencia   de   abusar   do consumo de alcool   e   her editar ia   (ver 

a pitulo   8).   Uma   r azao para isso e que   a   de pendencia   ao   alcool   e,   pelo   menos   em

ar te,   genetica,   embora nao parec;:aestar   ligada   a urn unico gene   es pecifico.  Em vez

sso,   cer tas   pessoas   podem herdar   uma   grande sensibilidade   aos ef eitos fisicos   do

cool,   ex perimentando a intoxicac;:aocomo algo pr azeroso e uma   r essaca   como algoe pouca im portancia.   Essas pessoas   ter n mais pr o ba bilidade   de be ber, es pecialmente

m   cer tos   contextos   psico16gicos e sociais.   (

Urn elemento   fundamental do contexto bio16gico e a hist6r ia   evolutiva   de nossapecie. Nossos   tr ac;:ose com portamentos   humanos   caracter isticos existem na   f orma

omo sao porque   a judar am nossos   ancestrais   distantes a sobr eviver em tem po   sufici-nte   para se   re produzirem   e enviarem seus   genes   para   0   futuro. Por   exemplo, a

lec;:aonatur al favor eceu a tendencia das   pessoas   de  senti r em  fome   na  presenc;:ade

r n   aroma agr adavel (ver Ca pitulo   7).   Essa   sensibilidade par a pistas   r elacionadas

om   a   comida   faz  sentido   evolucionario,   pois comer   e necessario   para   a so breviven-

a   -   particularmente   no passado,   quando   os supr imentos de   comida   er am im pre-

siveis   e  er a vanta joso   ter urn apetite   saudavel   quando havia   alimento   dis ponivel.

Ao mesmo tempo,   a biologia  e 0 comportamento inter agem de f or ma constante.

or exemplo,   alguns   individuos   SaGmais   vulner aveis a doenc;:asrelacionadas com 0

str esse por que   r eagem com r aiva a pertur  bac;:6es cotidianas   e   a outr as   inf luencias

m bientais (ver Ca pitulo   4).   Entr e os   homens,   quantidades   maior es   do hormonio

stosterona   a pr esentam   uma   cor r elac;:aopositiva   com esse   tipo de r eac;:aoagressiva.

Pr ocessospsicol6gicos

o  mmleln   lli1l)lsif :ossDsial

Segundo a per spectiva biopsicossocial,   todos   os compor t

saudaveis  S aG melhor explicados em termos de tr es conte

cessos  biol6gicos,   pr ocessos  psicol6gicos e influencias s

Fonte:   P sychol og y :   A   Byopsy c hosoc i al A pproac h,   de C.   Peter sNew York: Addison-Wesley  Longman.

.'

Page 23: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 23/31

Essa relac;ao, contudo,   e   r eci pr oca:   ataques   de raiva   tambem   podem levar   a nivcis

elevados   de testoster ona. Uma das   tarefas da psicologia da  saude   e ex plicar como (e

 pOl' que) essa   inf luencia mutua   entr e   biologia   e compor tamento   ocorr e.

A mensagem   centr al da psicologia   da   saude   e que a   saude e a doenc;a  estao

sujeitas  a influencias psicol6gicas. Por  exemplo,   urn f ator fundamental para   determi-

nar 0 quanto uma pessoa   consegue   lidar com uma   ex per iencia   de vida   estr essante e

a forma como   0 evento   e avaliado   e interpretado (vel' Ca pitulo   5).   Eventos avaliados

como avassalador es,   invasivos e  fora do nosso controle   nos custam mais do ponto de

vista fisico e psicologico do que   os que sac avaliados como desafios   menores,   tempo-

r arios e su peraveis.   De fato,   algumas evidencias suger em que,   inde pendentemente

de   ur n evento ser r ealmente   ex perimentado   ou   simplesmente   imaginado,   a resposta

do  cor  po   ao estr esse e, de  modo a pr oximado, a mesma.   Os psic610gos da saude   pen-

sam que   certas pessoas podem ser cr onicamente depr essivas e   mais suscetiveis   a

cer tos   problemas   de saude por que   revivem   eventos   dif fceis   muitas vezes em   suas

mentes,   0   que   pode ser funcionalmente equivalente a passar r e petidas vezes   pelo

evento real.   No decorr er   deste livro, ir emos   examinar   as maneir as   como   0 pensamen-

to, a perce pc;ao, a motivac;ao, a emoc;ao,  a   apr endizagem,   a   atenc;ao,   a memoria  

outr os   to picos   de im por tancia central par a   a psicologia   tern implicac;oes par a a saude

Os f ator es psicologicos   tambem desempenham urn importante   pa pel no trata-

mento   de condic;6es cronicas. Considere 0   tratamento do   cancer   -   que ja   foi   uma

doen<;:aque   levava   inevitavelmente a  morte.   Embor a   a  morte   nao seja   mais   inevid.

vel,   tratamentos   como   a quimioterapia   forc;am os   pacientes   a   passar pOl' reac;6es a

vezes   insupor taveis   causadas pelas   poderosas   drogas administr adas, incluindo nau

seas   e vomitos extremos.   Os ef eitos   colaterais podem   ser tao   de bilitantes   que alguns

 pacientes   r ecusam-se a continuar com 0 tratamento que tern 0 potencial de salvar   sua

vida. A eficacia da   medicac;ao e bastante   influenciada   pela   atitude   do paciente par a

com 0 tratamento. Urn individuo que   acredita que   a droga ir a   apenas   causar -Ihe

desconf orto   e capaz   de   ex perimentar uma   tensao consider avel,   que   pode   pior ar sua

reac;ao  fisica ao tr atamento,   desencadeando urn ciclo   vicioso,   no   qual   a   crescente

ansiedade   antes do tratamento e seguida   por reac;oes fisicas pr ogr essivamente   piore

a medida   que 0 r egime   de tratamento continua.   As inter venc;oes   psicologicas a judam

os   pacientes   a   administr ar    sua   tensao,   diminuindo, assim,   as   r eac;oes   negativas ao

tratamento.   Aqueles   pacientes   mais   tr anquilos   em   ger al   sac mais capazes e mai

motivados   par a   seguir as instruc;oes de   seus medicos.

As   inter venc;6es   psicologicas   tambem   auxiliam os   pacientes   a   administr ar   

estresse   da vida cotidiana,   que parece   exercer   urn efeito cumulativo sobr e   0 sistema

imunologico.   Eventos negativos   na vida,   como a perda   de   urn ente   querido,   0 divor

cio, a   perda do   empr ego ou uma mudanc;a, podem   estar ligados   a   diminuic;ao d

funcionamento imunologico e a maior suscetibilidade   a doenc;as. Ensinando   aos pacien

tes for mas eficazes   de administr ar tensoes inevitaveis, os psic610gos da   saude   podem

a judar   0 sistema   imunol6gico do paciente   a combater as doenc;as.

Ao colocar em 0 comportamento saudavel   em seu contexto   social, os psic610go

da   saude estao pr eocu pados   com a maneira como pensamos,   influenciamos e   no

r elacionamos   conosco   e com   0 ambiente.   0  seu   gener o, p6r   exemplo,   implica   deter

minado papel social   que   da a voce   urn senso   de   ser mulher ou   homem.   Alem  disso

voce   e   mem bro de   deter minada   f amilia, comunidade:e nac;ao;   voce tambem   tercerta   jdentid8r:1e   r ;:lri~l,icultlJr ~Je etn!(:2.,   e  1 l!'t.'e   de!1tro  de,U~i::i.   21~:;::;:::::~cci'::)ccv~J.6llJ.

es pedf ica.   Cada   urn desses   elementos   do seu~contexto social   unico inf luencia sua

crent:;:ase com por tamentos   - incluindo aqueles   relacionados   com   a saude.

Page 24: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 24/31

~44   PARTE 1   I   FUNDAMENTOS   DA PSICOLOGI A   DA SAUDE

Consider e   a contexto   social em que   uma doenc;a cronica, como a cancer,   ocone.

m conjuge,   outra pessoa af etivamente significativa  ou urn amigo intimo,   proporcio-

m importante apoio social para muitos   pacientes   de cancer. Mulheres e homens

e se  sentem socialmente conectados   a   uma   r ede   de amigos afetuosos tem menor 

oba bilidade   de mor r er de qualquer f orma de   cancer do que   seus   conelatos   que

am isolados   socialmente   (ver  Ca pitulo   10).  0 f ato de   sentir-se amparado par   ou-

as pessoas   serve como   protec;ao, que   mitiga a r esultado   de   hormonios   que causam

tr esse   e   mantem   as   defesas do   corpo fortes   durante situac;oes tr aumciticas.   Podem bem promover melhores   ha bitos   de sallde,   check-up s   r egular es   e exames   par antomas pr eocupantes   - tudo isso tende a melhor ar as chances de sobrevivencia   de

ma vitima   do cancer .

A pesar da  validade   dessas   influencias socia is, lembr e-se   de que   seria enganoso

ncentrar-se   exclusivamente neste,   ou  em qualquer outr o   contexto,   de   forma isola-

.   0 comportamento saudavel   nao   e   a   conseqiiencia automcitica   de determinado

ntexto   social. Par exemplo, embora, como   grupo,   as   pacientes de cancer que sao

sados tenham tendencia   a so br eviver por mais   tempo do que   pessoas que nao  sao

sad as, casamentos inf elizes e destrutivos   nao oferecem beneficia   algum nesse sen-

do   e podem estar ligados a resultados ainda pior es para   a saude.

Conforme   indicam   esses exemplos,   a per s pectiva biopsicossocial enfatiza as  in-

uencias mUtuas entre os contextos biologicos,   psicologicos e sociais   da saude. Ela

mbem   esta   fundamentada   na   teoria sistemica do comportamento. Segundo   essa

oria,   a saude   - de fato,   toda   a natur eza   -   e melhor compr eendida como uma   hier ar-

uia  de sistemas,   na qual cada ur n deles e simultaneamente   composto   por subsistemas

par   uma   par te de sistemas   maior es   e mais   abr angentes.   Assim, cada   urn de   nos   e

n sistema - urn corpo formado   por  sistemas em interaC;ao,como a sistema endocrino,

car diovascular,   0  ner voso e   0   imunologico. Esses sistemas   biologicos   sao, par   sua

z, compostos de partes menor es,   que consistem   de tecidos, fibras nervosas, fluidas,

lulas e material   genetico. Na   direC;aocontraria,   somos   parte de muitos sistemasaior es,   incluindo   nossa   familia,   nosso baino,   nossa   sociedade e nossa   cultura.

A pliCada a   saude,   essa a bordagem   enfatiza uma questao fundamental:   0  siste-

a,   em   determinado   nivel,   e   af etado por   sistemas   em   outr os niveis   e   tambem aseta.   Par   exemplo,   0  sistema   imunologico   enf raquecido   afeta or gaos es pecificos   no

or  po   de uma pessoa,   a   que,   por sua vez, afeta a sua saude  biologiCa geral, afetando,

or  sua vez, os relacionamentos   dessa pessoa com sua familia e seus amigos. Conceituar 

saude e a doenc;a conforme   a a bordagem sistemica permite que compreendamos   0

dividuo de f orma integral.

Para ter uma ideia melhor da utilidade de ex plicac;6es biopsiCossociais de com-

ortamentos saudaveis, considere   0   exemplo de   transtorno depressivo maior,   diag-

osticado quando   os sinais   da   de pressao   (incluindo letar gia,   sentimentos   de   inutili-

ade   e per da   de  interesse   nos amigos  e na familia) duram duas   semanas   au mais  semenhuma causa   o bservavel.

Como   a maioria   dos   transtornos psico16gicos,   a de pressao   e melhor   ex plicada

m ter mos   de   diver sos   mecanismos (ver Figur a   1.5 na pagina   45).   Pesquisas rea-

zadas com   f amilias,   gemeos identicos ou frater nos e crianc;as adotadas demons-

am   clar amente que   as pessoas com urn parente   biologiCo diagnosticado   comepressao   antes   dos   30   anos   de  idade   tern maior pr oba bilidade de ter diagn6stico

e de pr essao   do   que   pessoas   que   nao   ter n ur n parente   que sofra dessa doenc;a

teoria sistemica ponto  

ta   segundo   0  qual   a natu

melhor compr eendida

uma hier arquia   de sistem

que cada sistema   e,   s

neamente, composto psistemas menores e sis

maiores inter-relacionado

Page 25: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 25/31

Predisposi90es

geneticas

Eventosestressantes

 Atividade   de

norepinefrina e

serotonina

insuficiente

 A depr essao   e melhor   compr eendida se consider arm

ocor rencia em tres contextos: biol6gico   (predisposi~

neticas   e desequillbr ios   de   neur otransmissores),   p

co   (pensamentos   negativos   e   cren~as   autodestru

social   (eventos   estressantes,   desamparo condicio

cultur a   individualista   que   encoraja   a   autoculpa   posos pessoais).

Fonte:   Psyc hol og y:   A   Bi o psy chosodal    Appr oac h,   de   C.

1997,   New York: Addison·Wesley   Longman.Pensamentos

negativos

antide pressivas (como Prozac   e   Paxil),   ter apia de   choques   eletraconvulsiv

exer cf cios fisicos regulares (por   exemplo, corr er, nadar e   andar de bicicleta

tratamentos eficazes   por   aumentar a dis ponibilidade   dessas substancias no bra (Jaco bs,   1994).

Do  ponto de vista psicologico,   existem   considedlveis evidencias   de   pesq

que   mostr am que pensamentos negativos,   incluindo   atitud e s   autod est rutivas ,   c

 buem para   a   depressao.

Pessoas depressivas   tendem   a pensar sobre si mesmas, seu mundo e   0 futu

forma melancolica   (ver Ca pitulo 5).   Quando   eventos dolor osos   incontrolaveis  

vitaveis   ocor r em, elas tendem   a ex plica-los   com  causas   intern as   ('' A   culpa   e min

globais   ("Isso vai   af etar tudo   0   que   eu f ac;o.") e   estaveis ("Eu nunca   vou   su

isso.").   Na   t erapia   cog nitiva   os psicologos   trabalham   com pacientes   de primidos

desafiar e r edirecionar essas crenc;as.

 No as pecto social, a depressao   e com f r equencia causada   por ex per iencias santes   - a perda de urn   emprego ou de urn ente   querido,   0 divorcio   e   qualquer

que   desafie   0 senso   de identidade da pessoa (Kendler ,   Neale,   Kessler , Heath   e 

1993).   Martin Seligman (1991) propos   que cr enc;as autodestrutivas   e depr essa

dem   ser condicionadas socialmente em pessoas   que   a prendem que   nao conse

influenciar eventos   importantes em suas   vidas. Assim como cobaias   de labor

que   r ecebem choques   eletricos   que nao   conseguem evitar,   tornam-se pass

introvertidas,   as pessoas   tambem   ex perimentam eventos   dolorosos   incontrolav

Da mesma forma como os tr anstornos psicologicos, a   cultura exerce influ

importante   sobre a vulner a bilidade do individuo   a  depressao. 0 transtorno depr

maior   e  muito mais   comum entr e   jovens   ocidentais - talvez   por causa da   asc

do individualismo,   que encoraja   0  individuo autocentr ado   a aceitar   r es ponsa b

de pessoal por todos   os  problemas. Em cultur as   nao-ocidentais   mais estreitas  

 per ativas,   como   0 Ja pao, a de pressao e rara - talvez por que   os problemas   sao

ligados   a   autoculpa pelos fracassos pessoais (Seligman, 1995). Alem disso,   h

efeito da coorte de nascimento na   depr essao: os jovens adultos   da America do

sao   tr es vezes passiveis de   sofr erem de de pressao atualmente   do que   seus av

qualquer momenta d  e sua s   vida s   (Statistics, Canada,   1999).

~:t,,,,,,", _~.:o.,,,,,:.o=,,,_ ~,,,",,,,,,<-••~:t..l'\'·"':=""''-'''\'''''~=='.,,,"c<'" _ ~Dr .1I::'"-== _ =.~~;::,<::::.~==='-:.':.-=:r.=t;;":=~~m-;::.:'"..::..---t""''''':_ ~''''''~''''''''"X''''''''''''''''''''''''''''''''''''~ _ '''''"''''.''''''>t"·

QUESTOES FREQOENTES SOBRE A PSICOLOGIA   DA   SAUDE-r 

 j 

Ja vimos  como  as vis6es com relac;ao a   natur eza   da doenc;a e da smide   mudar adecorr er   da   historia,   examinamos tendencias que   ajudadm   a  moldar   0 novo

da psicologia da saude e discutimos as varias perspectivaS teoricas a partir das

Page 26: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 26/31

~46   I   P ARTE   1   I   FUND AMENTOS   DA PSICOLOGI A   D A SAUDE

Como   todos os psic610gos, os psic610gos da saLlde podem tra balhar como   pro-

ss a r es ,   cienti st as pe squi sadore s   e / ou   cl{ nico s.   Seu pa pel   como professor es e 6 bvio:

es f or mam   a pr6xima gera<;aode  estudantes em campos   r elacionados   com a saude.

omo pesquisadores,   identificam os  processos psico16gicos  que   contribuem para a

aude   e para   a doen<;a, investigam   questoes   r elacionadas com 0 porque   das pessoas

mar em parte em pniticas   que   nao SaDsaudaveis e avaliam a eficacia de   determina-as   intervenc;oes tera peuticas.

Os   psic610gos da saLlde estao   na vanguarda   da pesquisa,   testando   0 modelo

iopsicossocial   em inLlmeras areas,   incluindo HIVI AIDS, adesao   a regimes de   tr ata-mento medico e ef eitos de var iaveis psico16gicas, culturais e  sociais sobr e 0 funciona-

mento imuno16gico e so br e   diver s as   patologias (pOl' exemplo, cancer ,   hi pertensao,

ia bete,   dor es   cr onicas).   Como   0 modelo   bio psicossocial foi desenvolvido   primeir a-

mente para   explicar   pro blemas   de   saude,   ate   pouco   tempo,   a maioria das   pesquisasoncentr ava-se   nas doen<;as e   em   compor tamentos   que comprometessem a   saude.ntretanto, um   novo movimento   em psicologia, chamado de p sicolo g ia   positiva ,   esta

nconr a jando   os psic610gos a  dedicarem   mais aten<;ao para   0 funcionamento huma-

o saudavel e adequado   (Seligman   e Csikszentmihalyi,   2000).   0 ambito dessas pes-

uisas -   cobr indo t6picos tao   diver sos   quanto felicidade,   rigidez   psico16gica e tra<;osas   pessoas   que vivem   ate uma idade   avan<;ada - mostra clar amente   que   0 modelo

iopsicossocial guia   a  maior parte delas.

 P  sic6 1o g os d a saud e,   que ger almente concentr am-se em inter ven<;oes visando a

r omover   a saude,   saDlicenciados para  a prarica   inde pendente   em ar eas como   psico-ogia   clinica   e orientac;ao.   Como clinicos,   eles   utilizam   am pIa var iedade   de   tecnicas

r a peuticas   e de avaliac;ao diagn6stica existentes   na psicologia   par a promover   a sau-e e auxiliar os doentes   fisicos. As abordagens   de avalia<;aocom f r equencia envolvem

medidas   de   funcionamento cognitivo,   avalia<;ao psicofisio16gica,   pesquisas   demo-

rMicas  e  avaliac;oes do   estilo de   vida   ou da   per sonalidade. As inter ven<;oes  podem

nvolver 0   mane jo   do estr esse, ter a pias   de   relaxamento,   biof eed back,   educa<;ao a

es peito   do pa pel dos   processos   psico16gicos  na   doen<;a e   inter ven<;6es   cognitivo-

ompor tamentais.Tanto inter ven<;6es individuais   quanta em   gr upo SaDnormalmente   utilizadas,

odendo ser   dir etas   ou indir etas.   I nt ervenr oe s   dir etas   envolvem,   pOl' exemplo,   pr oje-

ar   e   implementar urn programa   de   tr einamento   para r elaxamento,   a f im   de   a judar 

r n paciente   a lidar com uma   dol' cr onica. Uma  intervenriio   ind ir eta   implica   conversar 

om 0 medico de urn paciente par a   deter minar os tr a<;ospsico16gicos que estao influ-

nciando   0 tr atamento   medico.

As inter venc;oes nao estao   limitadas   aqueles   que ja estao   sofrendo de urn pr o-

lema   de saude.   Individuos saudaveis   ou em risco podem   a pr ender comportamentosaudaveis   pr eventivos.   Freqiientemente as inter ven<;oes desse   ti po  feitas   pOl'psic610-

as da saLlde concentr am-se em mitigar 0 im pacto   negativo do estresse,   promovendo

mecanismos   de enfr entamento ou um maior usa de  redes   de apoio social.

 Na medida em que 0 Projeto Genoma   Humano avan<;a rumo a identifica<;ao doa pel pr eciso de   cada   gene   humano,   a sociedade   ter a acesso a   uma ex plosao   de

nforma<;6es, que   promete   progr essos   extraordinar ios no   diagn6stico,   tr atamento e

revenc;ao de   doenc;as, enquanto levanta dificeis questoes   eticas e   legais. Espera-se

ue os psic61ogos da saude   desempenhem papeis essenciais,   pr o porcionando   a   base

linica e de pesquisas   necessarias para   lidar   com  essas inf or ma<;oes. POl'exem plo,   na

r ea da   pesquisa, e provavel que os psic61ogos da saude ex plor em quest6es como a

dcide em   que   deve   ser permitido   as cr ianc;as consentir   com seus tr atamentos medi-

os, 0 im pacto no desenvolvimento   do   individuo   ao   saber que ele e geneticamenteulneravel   a   uma   doen<;a cr onica,   que   pode   vir   a se manif estar poster iormente,   e 0mpacto   de  per f is   individuais   de   D NAem relacionamentos   inter  pessoais.

Page 27: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 27/31

"\' ~ -.   Escolas de   JConsultorios   \   medicina   16%   /

independentes   27%   /

./   Qutros

\ "cena-nos

Escolas academicos

Qutros'!

11%

Hospit ais e

clinicas   17%

Tr adicionalmente a   maioria   dos   psic610gos aceitava   posic;6es de ensino   oquisa   em universidades   e faculdades.   Devido ao   declinio no   nt'imero   de   matricontudo,   as posic;6es docentes em muitos subcampos   da   psicologia   nao   acomp

r am   0 numer o   de   inter essados. As oportunidades   de emprego   par a psic610

saude com  ha bilidades   de pesquisa ou   a plicadas,   todavia,   parecem estar muito

 por todo 0 mundo desenvolvido, particularmente em cemirios hospitalares (DeA1995).   De f ato, 0 numero de psic610gos que   tr abalham   em cam pos relacionado

a saude mais   do   que   dobr ou na   decada   de   1980   (Enr ight, Resnick ,   DeLeon,  ScTanney,   1990).   Essa tendencia continua, atualmente, em r esposta   aenf ase   da sociedade na   promoc;ao da saude   e  no cumprimento das 

sidades de   deter minados gr upos,   como   os idosos   (Kaplan,   2000).

Alem d e tra balharem em f aculdades,   universidades e   hospita

 psic610gos da saude atuam em muitos   outr os   locais, incluindo organizde   saude,   faculdades   de medicina,   dinicas de rea bilitaC;ao e consu

 particulares (ver Figura   1.6).Urn numero cr escente   de psic610gos da

 pode ser encontrado em   locais   de   tr a balho,   onde   orientam   empr egae tr a balhadores   em diver sas   quest6es relacionadas com   0   tr aba

tambem   a judam a estabelecer intervenc;6es no local de tr a balho para os empr egados a   per der peso, parar   de   fumar   e a prender maneirasada ptativas   de administr ar 0 estresse.

A preparac;ao para   uma   carreira em psicologia da saude nor mal

r equer urn di ploma   su perior   em algum   dos inumeros programas   edu

nais   dis poniveis. Cer tos   estudantes   matriculam-se em  escolas   de engem ou   medicina   e   se   tor nam   enfer meiros ou   medicos.   Outros r e

tr einamento   para   as   demais   pr of iss6es   da ar ea   da saude,   como nu

f isioter a pia,   servic;osocial,  terapia ocupacional ou saude   publica. Urnro crescente de gr aduados inter essados   continua   na p6s-graduac;

 psicologia   e adquir e as ha bilidades em pesquisa, ensino e inter venc;mencionamos anter ior mente. Aqueles   que esper am   prover   ser vic;osaos pacientes   normalr nente o btem   sua f ormac;ao em prograrnas   de p

gia clinica ou   de aconselhamento.

Muitos estudantes   que   dese jam   uma carr eir a em psicologia da

adquir em   formac;ao geral   em psicologia   no nivel de gr aduaC;aoe r  etreinamento   especializado nos   niveis   de   doutorado, p6s-doutor adoseus estagios.   Na gr aduac;ao,   SaD of erecidas   disciplinas   de psicolosatide em  a proximadamente   urn quarto   de todas  as faculdades   e univ

des dos Estados   Unidos.   Devido a orientac;ao bio psicossocial da psicda saude, os estudantes   tam bem   saD encor a jados   a cursar   disciplinas em   anato

fisiologia,   psicologia   social   e anor mal,   pr ocessos   de aprendizagem e terapias cotar nentais,   psicologia   comunitar ia   e   sattde   pttblica.

A maior ia   dos psic610gos   da   saude   acaba o btendo 0   grau de doutor (

em   psicologia. Par a chegarem   ao   doutor ado em   psicologia, os estudantes   c

tam urn pr ograma   de   quatro a seis   anos, ao final do qual   eles conduzem ur n p

de pesquisa   or iginal.   Em  2000,   foram   identif icados   65 progr amas de doutoram

em  psicologia   da saltde.

 Alem de tr abalhar em em f aculdades. univer sidades e hos-

pitais, as psic61ogosda saude atuam em muitos outros 10-

cais. incluindo organizag6es de saude, esoolas de medici·

na, c1inicas de reabilitagao e  oonsult6r ios  independentes.

Um numero cr escente   de psic61ogos da saude pode  ser 

encontrado em locais de tr abalho,   onde orientam empre·

gador es   e tr abalhador es em  uma var iedade de quest6es

r elacionadas oom ° tr abalho,

Fonte: 1993 Doc t orate  E mpl oy ment   Swy ey ,   de   M.  Wicherski   e  J.Kohout,  199 5, Washington,   DC: American P sychological Association.

< N. de   R .T.:   No Brasil, a f or ma<;ao do   psic610go, no n ivel da   gr adua\:ao,   e   generalista e te

anos   de   dura<;ao. Seu termino   per mite   0 ingre;;so do p r  of issional   nt;) mercado   de tr a balho.

faculdades   of er e cer n disciplinas   nas   ar eas   de   saLlde,  er n bora   a   mais   comum   se ja   a   psicologiatalar . Ha cur sos de   p6s-gradua<;ao   lat a   e st lieta   sen s(  , J em   psicologia   hos pitalar, saude pu blica

coletiva,   psicologia   da   saLlde,   entre outr os.   Q   Conselho Feder al   de   Psicologin   conf er e   0   mutrovertido titulo de   Es pecialista em   Psicologia Hos pi,l:alar ,   segundo criterios   definidos   p

aces save is   pelo   websit e   htt p://www. pol.or g. br .   >.

Page 28: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 28/31

48   PARTE 1   I   FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAUDE

A p6s-gradua<;ao em psicologia da saude geralmente baseia-se em urn curriculo

e cobre os tres domini os basicos em cada urn dos principais subcampos (bioI6gico,

olutivo, personalidade, etc.). Eo treinamento no dominio social concentra-se no

udo de processos de grupo e nas formas em que os varios grupos (familia, etnico,

.) influenciam a sallde de seus membros.

 A   medida que avan<;a0  seculo XXI,a medicina esta sendo beneficiada com uma

iedade esplendida de novas tecnicas de diagn6stico e tratamento. Em menos de

m anos, os medicos deixaram de usar sanguessugas para fazer sangrias e coloca-m em evidencia maravilhas da medicina nuclear, da ressonancia magnetica e da

genharia genetica. Ha apenas 30 anos, quando   0 presidente Nixon declarou a guer-

dos Estados Unidos contra cancer ,   pouco se sabia sobre biologia celular basica de

en<;ascomo essa. Os oncologistas somente tinham a seu dispor as armas basicas da

dia<;ao, da quimioterapia e da cirurgia. Novas descobertas revolucionarias durante

ultimos anos da decada de   1990   geraram muitos tratamentos novos e promissores,

cluindo terapia genetica, anticorpos artificiais e uso de agentes biol6gicos que sufo-

m tumores, impedindo   0  crescimento dos capilares (Brownlee e Shute,   1998).   Po-

mos apenas imaginar as novas descobertas que ainda estao por vir.

ude e psicologia da saude

.   Saude e urn estado de completo bem-estar fisico, men-

tal e social. A psicologia da saude preocupa-se com os

aspectos psicol6gicos da saude no decorrer da vida

de urn individuo. Seus objetivos especificos san pro-

mover a saude, prevenir e tratar doen<;as, investigar   0

 papel de fatores comportamentais e sociais na doen-

<;ae avaliar e aperfei<;oar a formula<;ao de politicas e

servi<;osde saude para todas as pessoas.

. A defini<;ao de saude confirma que ela e urn estado positivo e multidimensional, que envolve tres domi-nios: saude fisica,   saude psicol6gica e saude social.

Os dominios nao san independentes, mas influenciam

uns aos outros.

ude e doen<;a: li<;oes aprendidas

. Nas mais antigas culturas conhecidas, acreditava-se que

a doen<;aresultava de for<;asmisticas e espiritos malig-

nos que invadiam   0   corpo. A teoria humoral de

Hip6crates foi a primeira teoria racional da doen<;a,na

qual a saude do corpo e da mente resultava do equilibrioentre quatro fluidos corporais cham ados de humores.

Galeno expandiu a teoria humoral da doen<;a, desen-

volvendo urn elabarado sistema de farmacologia que

os medicos adotaram par quase   1.500   anos.

. Sob a influencia da igreja medieval, a medicina avan-

c;:oupouco durante a Idade Media. Os estudos cienti-

ficos do corpo (especialmente a dissecac;:ao)eram proi-

 bidos e as ideias a respeito da sallde e da doenc;:ati-

nham implicac;:oesreligiosas. A doen<;aera considera-

da uma puni<;ao de Deus por alguma malfeitoria, e   0

tratamento frequentemente envolvia tortura fisica.J.   0 fi16sorofrances Rene Descartes desenvolveu sua te-

oria do dualismo mente-corpo - a cren<;a de que a

 pesquisa medica, fundamentada no estudo cie

do corpo.

6. Avan<;osem mensura<;ao e microscopia levaram

versos modelos novos da doenca. Com base em

achados, obtidos em aut6psia~ humanas, Mo

 promoveu a ideia de que as causas de muitas d

estao em problemas nos 6rgaos internos e nos si

muscular e esqueletico do corpo (teoria anat6mi

teoria celular da doen<;a sugeria que a doen<;a o

quando as celulas do corpo funcionavam de minadequada ou morriam. Louis Pasteur descobras bacterias freqiientemente faziam com que as

funcionassem de maneira inadequada, dando i

teoria dos germes da doen<;a.

7. A visao dominante na medicina moderna eo m

 biomedico, que supoe que a doen<;a seja   0   res

de urn virus, bacteria ou algum elemento patog

que invade   0  corpo.   Como nao faz nenhuma m

a fatores psicol6gicos, sociais ou comportamenta

doenc;:a,0 modelo adota   0 reducionismo e   0 du

mente-corpo.8. Em seu tratamento de pacientes que sofriam de d

 biologicamente impossiveis, como a "anestesia de

Sigmund Freud introduziu a ideia de que determ

doen<;aspoderiam ser causadas par conflitos inco

tes. As visoes de Freud raram expandidas para   0 

da medicina psicossomatica, que diz respeito ao

mento e diagn6stico de transtomos causados p

cessos deficientes na mente. Entretanto, a me

 psicossomatica deixou de ser favorecida, porque ba

se na teoria psicanalitica; era arbitrana ao conside

tas doenc;:ascomo sendo fisicas e outras como ps

cas; apoiava-se no metodo, as vezes ~rr6neo, do est

caso; e postulava a ideia obsoleta de que urn lmico

Page 29: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 29/31

r a   0 pa pel do condicionamento classico e operante   na

sallde e na doenc;a. Ao contr ario   da   psicologia   da  sau-

de,   que e uma   subes pecialidade   da psicologia, a   me-

dicina com portamental   atrai   seus ade ptos em   cam-

 pos academicos   diversos.

Tendencias que moldaram a psicologia da saude

10.   Diversas tendencias levaram  ao cr escimento da psico-

logia   da sallde:   .a)   A ex pectativa   media   de   vida   aumentou   em   mais

de 20   anos durante   0 seculo xx. b)   As principais   causas de morte   atualmente sao  "do-

enc;as do   estilo   de vida" evitaveis,   enraizadas   em

comportamentos que compr ometem   a saude,   como

o habito de  f umar,   ma   nutric;ao e  vida sedentaria.

Cada urn desses comportamentos, em gr aus varia-

dos, e controlado por fator es   psicologicos e sociais.

c)   Houve um afastamento do modelo   biomedico, pr i-

meiramente, devido a dif iculdade par a   ex plicar por qual   motivo   0  mesmo conjunto de   f ator es   de risco

as vezes   desencadeia   doenc;as  e as vezes   nao.   Ele

tam bem nao   consegue   ex plicar por que determina-

do tr atamento   funciona ou nao com todas   as pesso-

as ( por  exem plo,   por que   0  efeito place bo funciona

em   alguns casos).   Finalmente,   0   modelo nao leva

em consider ac;ao   0 r elacionamento   entr e   0   medico

eo paciente   para   a eficacia do tratamento.

d) A promoc;ao da saude   e   a prevenc;ao de   doenc;as

sao as a bordagens   com maior eficacia   de   custos

no tratamento   de saude.   A enfase   da psicologia

da saude em modificar os comportamentos que

a pr esentam risco   a saude das   pessoas   antes que

elas f iquem doentes   ter n   0  potencial   de r eduzir 

de for ma ex pr essiva   os custos   de   tratamentos   de

saude.

 psicologia   da   saude, p. 21

saude,   p. 23teoria   humoral,   p.   28

e pidemica,   p. 29

dualismo   mente-corpo,   p.   30

teor ia anatomica,   p. 30   .

teor ia celular ,   p. 31

teor ia   dos   germes,   p. 31

modelo   biomedico, p. 32

 pat6geno, p. 32

medicina   psicossomMica,   p.   32

estudo   de caso, p.   33

Perspectivas em psicologia da saude

11.   Os psic6logos   da saude   a bor dam   0  estudo   da sa

da doenc;a par tindo de   quao'o   perspectivas   princas quais se so brep6em.   A pers pectiva   do cur so d

concentra   sua atenc;ao na  maneu'a como alguns  

tos   da saude e   da   doenc;a \'31iam com   a   idade,

como as  exper iencias   de   uma   mesma coor te   de mento   (como   mudanc;as em  politicas  de saude

cas)   influenciam   a saude. A per s pectiva sociocuchama   a atenc;ao par a   a maneir a   como f ator es   so

culturais,   como var iac;6es emicas em pr aricas   atar es e   cr enc;as sobr e   as causas da   doenc;a, af e

saude.   A pers pectiva   de   gener a chama   a atenc;a

as diferenc;as entr e   homens   e mulheres no r isco ter minadas   doenc;ase condic;6es,assim como em 

com portamentos que   possam   comprometer ou  buir  para a saude. A pers pecti\-a bio psicossocial c

na   essas modalidades,   r econhecendo   que for c;as

gicas, psicologicas e sociais agem em conjunto paterminar a saude e a vulner abilidade   de urn ind

a doenc;a.

Quest6es freqiientes a respeito   da psicologia da

12.   Os psicologos da  saude estao envolvidos pr inci pa

te em  tres atividades: ensino,   pesquisa e inter vclinica.   Alem  disso,   trabalham em   diversos   cen

incluindo hos pitais,   universidades e escolas meor ganizac;6es   que visam   a manutenc;ao   da   saud

nicas de r eabilitac;ao,  consulrorios  particulares   e

vez mais,  no local de trabalho. Apre par ac;ao par

car reir a nessa   ar ea   normalmente   requer   0

  grdolltor .   Alguns estudantes entr am par a a   psic

da   saude a par tir da  medicina,   enf ermagem ou

guma   profissao   da   area da saude,   sendo que   u

mero cada vez   maior de alunos matricula-se em

gr amas   de pos-gr aduac;ao nessa area.

medicina comportamental, p. 33

etiologia,   p. 35

ex pectativa   media de vida, p. 36

ef eito   place bo,   p.   38

 per s pectiva do cur so   de   vida,

 p.39

coorte de   nascimento, p.

 perspectiva sociocultur al, per s pectiva   de   genera,   p

 perspectiva   biopsicossocia

(mente-carpo), p.   42

teoria   sistemica, p.   44

A internet   esta   r e pleta   de recursos r elacionados com a psicologia da   saude. Em

func;ao disso, ao final d e cada capitulo, ser a for necida uma lista de   websit es   par aauxiliar  voce em seu estudo   da psicologia   da sallde.   Alguns  dos  sit es   f or am   escolhidos

 por outra razao: para   dir ecionar aqueles   que  possuirem   quest6es   pessoais   ou familia-

r es   eS!ledficas  em sua   busca   por   f ontes es pecializ8das   de   inf nr m::l':o<:'3   p. dp   8110in

Page 30: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 30/31

dere<;o

p://web1.ea. pvt.k12. pa.us/medant!

p://www.health-psych.or gp://fr eud.apa.or g/divisions/div38/

Descri<;ao

Leia  ensaios   sobre   a historia   da   medicina na   Roma   e na   Gr ecia  ~mtigas e

siga   os   link  s   par a   numer osos   r ecur sos sobr e   a historia   da medicina.

A divisao   38 (psicologia da sallde) da American Psychological Association

(APA) e urn bor n lugar para come<;:ar sua   busca   pela   resposta para qual-

quer   questao r elacionada   com psicologia e sallde.

A Society of Behavioral Medicine   e urn recur so interdisciplinar   sobr e   sau-de   e doen<;:a.

Os Center s   for Disease Control and Pr evention (CDC) propor cionam in-

forma<;:oes publicas   sobre   doen<;:asinfecciosas.

o   CHID (Combined Health Information Data base) e urn banco de dados

 bibliogrMicos   produzido pelo National Institutes of Health;   alem   disso, eurn mecanismo de busca pequeno   e simples  que organiza   artigos   em qua-se todos os temas   r elacionados a   saude.

Mantido pela   City University   of  New York , este   incrlvel   sit e   bilingue   (to-

das   as infor ma<;:6esestao dis poniveis   em ingles e espanhol) of er ece atua-liza<;:oesfr equentes   e   links   par a   boletins   de saude.

A  se<;:aode   psicologia   da   sallde da   Canadian Psychological   Association

 proporciona   inf orma<;:oese   links   so br e   inumeros   temas   r elacionados coma psicologia   da   saude.

psicologia da saude na internet

gor a   que   voce   completou   0   Capitulo   1, leve seu   a pren-

zado   adiante,   testando suas habilidades de r eflexao cr!-

ca neste   exerdcio   de   r aciodnio   psicologico. Par a umatr odu<;:ao a   estes   exerdcios,   ve ja   0   Pr ef acio antes de

me<;:ar.Cada capitulo   deste   texto e concluido com uma   lista

  sit e s   da   internet.   Alguns   pr o por cionam   informa<;:oes

br e   as lI1timas pesquisas   relevantes, outros   iraQ ajudar 

ce a r es ponder questoes a respeito da psicologia da   sau-

e, alem de   f azer   uma lista   de seus ser vi<;:osde apoio. Seoce   tern   acesso a   internet,   poder a   f acilmente encontrar 

forma<;:oesso bre:

Pesquisas cientif icas   publicadas nos  principais period i-

cos de   saude,   como   0 Journal    o f the   American M edical 

 A ssociation   (  JAMA),   0 Health P  s ychology   e   0 Behavioral 

 M edicine.

  Pr ojetos   em andamento de agencias   federais e interna-

cionais, incluindo os National Institutes   of Health   ( NIB),

o   National Cancer Institute e   a   Or ganiza<;:aoMundial

da   Saude (OMS).

Or ganiza<;:oesnacionais como   0 National Women's   Re-

source   Center, a American Heart Association   e a Ameri-

can Dia betes   Association.

"   Proved ores de servi<;:osde saude   pu blicos   e   privados,

incluindo   hos pitais, clinicas e ser vi<;:osde a poio   em cad a

r egiao   dos   Estados Unidos.l\T"t{('i~~ r 1~   C'~{lr 1P   n~   rn{r1i?   nnnlll,;)l"   ("('yr n"   r nn" l I n" l Ol' " -   .....----~--   ----   ~---.-   ..... ---~   ----   .....--. r ' "" ' r-' -"' ~-J -~-~_ ....  _ .....~•.., ........•

 Re por t  s,   0   USA   T od a y   e as  diver sas   redes   de   noticias.

Material   or ientado para   0 consumidor de  organiza<;:6escomo   a  Mayo Clinic.

Enciclo pedias   eletronicas   que   permitem   procur ar ter -

mos   relacionados com   a   saude, alem   de   pr opor ciona-r em informa<;:oesso br e   medica<;:oes,tr atamentos e con-

di<;:oesespedficas.

Foruns   e   grupos   de   bate- papo   r elacionados   com   sau-

de,   que   r eunem   pessoas que com par tilham   os mesmos

interesses   sobr e esse   assunto.

W ebsit es   do   tipo "pergunte   ao especialista",   nos quais

uma   equipe   de prof issionais   da saude r es ponde   per -

guntas   dos   usuar ios.

Quando voce   estiver conectado a internet,   urn navegador 

como   0 Int ernet    E>.. pl or er ou   0 N et  sca pe   Navi g ator    lhe ofer e-

cer a   duas   maneiras   de   navegar .   0 metodo mais   dir eto   e

digitar   0  ender e<;:ode urn  sit e   conhecido,   como aqueles   for -

necidos ao final d e cada ca pitulo. 0   segundo   e   conduzir 

uma   busca   on-l ine ,   usando urn   dos   mecar nsmos   de   busca

oferecidos   pelo seu provedor de internet.2 Quando   voce es-

river  no menu principal do mecanismo de busca, pode digitar 

o   tema   de   seu inter esse.   Se   quiser pr ocur ar inf orma<;:oes

relacionadas com   a AIDS e   comportamentos   de risco, ao

digitar    0   termo   ';tUDS",seu   mecanismo   de busca   ira listar 

todos   os  web sites   indexados a AIDS; provavelmente milha-res. Escrevendo   ';tUDSe com portamentos   de   r isco",  contu-

do, voce limita   s ba   busca   aqueles   l  ,veb sites  que contenham

informa<;:oesr elacionadas   com ambos os ter mos.   A quanti-r l""'!~o   ,..10   ~r 'lf'r \r TY" \""~~r"'Iro   .•...•••.•.••,..,•..•"' .•...•.~"') •.• .•..••• ..••~~   .•....•..••-.• _  ••..•.•..,!.   .•..~   .•..   1_ . _ .•...~ • .  ~   • ..•.   '- '-~ •......•...•...   U.U'.l.LLLl.l'rV •••...J   !-"J..   •••....., •••.....L..L•••••..  ,J   J..U.l   .1.1J..1,.•••.••J...1.l  • .•.•L \...   Lav   VV1LlJ.llv.::>a

Page 31: Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 31/31

Outra abordagem e consul  tar urn   sit e   com uma boa

r e puta<;ao comercial   e nao-comercial dir etamente. A mai-

oria deles possui   uma   se<;aode notfcias,   uma   biblioteca

com livr os  de   referencia,   questoes frequentes   (FAQs), ar -

tigos   de saude e   uma se<;ao " per gunte ao especialista".

Entr e os   melhor es estao webmd.com,   mayohealth.org,

medscape.com, mediconsult.com e drkoop.com.   Entre os

 sites   mais confiaveis  para pesquisas   sobre quest6es   de sau-

de estao paginas mantidas por funda<;oesimpor tantes,   comoa Amer ican Cancer   Society   (www.cancer .org),   a Amer ican

Hean Association   (www.americanheart.or g),   American Di-

a betes Association (www.dia betes.or g) e a Arthritis National

Research Foudation   (www.cur eanhritis.org).

A internet e   uma   Fonte enorme   -   mas que   deve ser 

usada com cautela,   pois   qualquer um  pode publicar   infor-

ma<;6esnela, e e es pecialmente   im por tante que   voce  ref li-

ta  de forma   critica sobre aquilo   que encontrar. Entr e essas

ha bilidades esta   observar   de f orma   cuidadosa,   fazer per -

guntas,   procur ar   conex6es entre   ideias e analisar   informa-

<;oese evidencias em   que   elas se f undamentam.   Aqui   es-

tao algumas dicas.

 Nao acredit e   em   tud o   0  que   encontrar na int er net .   Se ja

especialmente cauteloso com informa<;oes  publicadas

em   web sit e s   por   companhias   que estao tentando ven-der produtos   relacionados   com a sat'lde.   Seja   cuidado-

so e consider e   que suas   af ir ma<;6es SaGa penas propa-

ganda.

 Avalie suas fonte s   de   informa~iio.   As   Fontes   mais

confiaveis SaG jornais cientificos, escolas de   medicina,

universidades, agencias   governamentais como os Natio-

nal Institutes of  Health   ( NIH) e organiza<;oesde   saude

impor tantes como a OMS, a Amer ican Medical Associa-tion (AMA) e a American   Hear t   Association (AHA). Es-

ses sit es   SaGconf iaveis   porque as informa<;6es que for -

necem estao   sujeitas   as  regras e aos procedimentos   do

metodo cientifico.   Ou   se ja, as publica<;oes geralmente

SaGcuidadosamente   avaliadas por diversas autorida-

des  com reputa<;ao no meio cientifico. Assegure- se   d e   que   as   infor ma~8es publ icadas   e st iio fun-

damentada s   em r efer encias con f  iaveis.   Os cientistas   nao

SaGpersuadidos   por opinioes; eles apoiam seus   argu-

mentos em r eferencias a pesquisa em pirica.   Se   um

web site   alega que determinada medica<;ao,   dieta ou

 produto reduz   a incidencia   de certa doen<;a ou   condi-<;ao,ele deve for necer a cita<;aode ur n jor nal   ou perio-

dico em que   0  estudo tenha sido  publicado; os nomes

dos autores,   0 ano,   0 volume   e os numer os das paginas

do ar tigo.   Se esses dados nao for em   fornecidos, nao  ha

maneira de verificar  a exatidao das informac;:6es e voce

C APiTULO 1  

deve ser muito cauteloso. Em alguns   casos, univ

des,   agencias   f eder ais de   sat'lde e   outr as organi

cientif icas pr oporcionam informa<;6esr elacionad

a saude   par a   0 publico em ger al sem citar a r ef

completa   do   estudo em que as   informa<;oes se

am.   A credibilidade da   organiza<;ao como   um

genuina, contudo, ob\iamente permite   que voce

dere as informa<;6es confiaveis. Alem   disso,

quando essas  organiza<;6es nao apr esentam as rcias completas,   elas quase sem pr e   indicam   um   li

a Fonte or iginal ou  ex plicam como   solicitar um

<;aocompleta.

 Exerd cio:   encontr e pelo   menos dois  websites   que a 

tem informa<;oesconflitames   par a determinado tr ata

de saude   -   digamos,   por   exem plo,   0  uso   da er va-

 joao par a   melhorar a memoria ou acupuntura   para

a   dor. Entao, res ponda as   quest6es a seguir.   (Dic

 sit es   que voce   po de consultar   como ponto   de par ti

www.herbs.org,   que se or gulha de   ter   uma   bibliot

150 mil artigos e www.seanet.comi-vettf lPrimer .htm National   Council on R elia ble  Health Inf ormation.)

1.   Qual tratamento   de saude   voce decidiu   pes

Por que?

2. Quais   websit e s   voce yisitou?   Como os encontr

3.   Que   agencias   ou   gr upos mantem os   web sit es

sao autoridades   conf iaveis? Como voce sabel

4.   Quais afirma<;6es em favor da saude SaGf eitas

 produto   ou tr atamento   em   cad a   websit e?   Q

dencias sao a presemadas   par a f undamentar es

ma<;oes?As evidencias   SaGconfiaveis?

5.   Suponhamos que   ur n amigo ou parente per geles   deveriam ex per imentar    0  produto ou tr a

to.   Como voce   r es ponde ria?

1.   Observe que as princi pais causas de morte na de1990 nao f or am doen~asnovas; elas ja  estavam pem e pocasanterior es,masmenos pessoasmorriampdelas ou elas eram conf undidascomoutras causas

2. Algunsdos mecanismosde busca mais poder ososS

les of er ecidos pela Yahoo, Inf oseek , Microsof t NExcite e AltaVista, todos os quais possuem categsaude elaboradas, como mecanismosde busca, link

 pa po e quadros de avisos.Use a categor ia "saude"calizar informar ;6esso bre quase todos os aspectosde, doenr;ae medicina.