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o que e saude?
Os tres dominios da saude
Teste da realidade:
Como esta sua satJde?
Vis6es antigas
A Idade Media e a
.Renascengao racionalismo
p6s-Renascenga
Descobertas do seculo XIX
o seculo XX e 0 inicio
de uma nova era
Diversidade e vida saudave/ :
SatJdeno novo milenio
Aumento da expectativa
de vida
o surgimento de transtornos
relacionados com 0 estilo de
vidaRepensando 0 modele
biomedico
Aumento dos custos do
tratarnento de saude
Pf .l~S;;·~::T!'\!:\SE~,-;
F3]CO!~OG;"' A D;\ S/"lJO~
Perspectiva do curso
de vida
Perspectiva sociocultural
Perspectiva de genera
Perspectiva biopsicossocial
(mente-corpo)
A PSiCOLOGJfI D j \ S:\I.JDE
o que fazem os psic6logosda saude? .
Onds tr abalham os
psic6logos da saude?
Como tomar -se ur n
psic61ogo da sauda?
pslcoiogl:a da saucJe aplicagao
de princfpios e pesquisas psico-
de e a prevengao e 0 tratamen-
to de doenyas
bisavo i..~ n\emigro,tEsperaIf ,cl9~0. .' vida melhoJ;;de sua t~h.:~·c-atale deram iMs:io
ram err i'sei( dotivo, mcWa vr .a
(e pojlS p~), ....empre ti4~de';'~~'er contra a-'da co.~t~l]1ina aou infec<;oe~l~orriO~,,\ifoide, di
n<;asqie'~r ;~valeciam naquela ~pocai'tlpJ!'satda vigila.
eu m.~rido.·¢,seu bebe recem-n~scido( 'e KathIe permaneCl?- lIl
a .. ,,;; pec:#~tliVcidevida era de menos de e um.erii-cada seis bebe
ri<ii~ _ ~tesd~ seu primeiro aniversario.'.IJm~~eculo depois, Kathleen sorri enquanto esbotada de sua
.,yv6:3t%~da em urn momenta de alegriaiquando ;.. ......a filha. Ela _ sab~~.~Sll.~••~hcestral viveu uma vida longa e produtiv ..?nendo aos.;7S anos deipade9~?J1l]1a:iMemopatiaque parece ser de familia. Tamb.el]1devido a~eus pais, elasabe
~~etef u;~ mesma perspectiva otimista e 0 mesmo s _ ~B,8r pelavid~tgue fortalecia su
tii~av6c()ntra as dificuldades. "Como as coisas sao cl~f ~~~ntesagor~", pensa Kathleen~irilasqtiar ita coisa dela eucarrego em mim!".~1;;;;:;::i..'
As coisas san muito diferentes. Por urn lado, os~van<;os na higiene, as medidas
de saude publica e a microbiologia praticamente erradicaram as doen<;as infeccio
sas que os ancestrais de Kathleen mais temiam. Por outro lado, as mulheres que
nascem hoje nos Estados Unidos apresentam uma expectativa de vida de quase 80
anos, e os homens, apesar de apresentarem uma mais curta, frequentemente atin
gem a idade de 72 anos. Juntamente com esse presente do tempo, a maioria da
pessoas esta mais consciente de que a saude representa muito mais do que estar livr
de doen<;as. Mais do que nunca, elas fazem coisas que garantem longa vitalidade,
modificando suas dietas, fazendo exercfcios regularmente e mantendo-se socialmen
te ativas.
historia da famflia de Kathleen deixa claro que muitos fatores interagem par
determinar a saude. Este e urn tema fundamental da psicologia da saude, urn subcampo da psicologia que aplica principios e pesquisas psicologicas para melhoria
tr atamento e pr even~o de doen<;as. Suas areas de interesse incluem condi<;oessociai
(como a disponibilidade de ser vic;osde saude), fator es biol6gicos (como a longevidade
da familia e as vulnerabilidades her editanas a certas doenc;as) e ate mesmo tra<;osd
per sonalidade (como 0 otimismo).
Como Kathleen, temos sorte de viver em uma epoca em que a maioria do
cidadaos do mundo tern a promessa de uma vida mais l(mga e melhor, com muito
meno~ deficiencias e doen<;as do que em qualquer outra epoca. Entretanto, esse
benef icios a saude nao san clesf r utados universalment~. Considere:, '
o nllmer o de anos de vida saudaveis que,;se pode es perar em media e igual o
excede os 70 anos de idade em 24 paises do mundo (a maioria deles desenvolvi
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1:1 I P ARTE 1 I FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAUDE
dos), mas estima-se que se ja menos do que 40 anos em outros 32 paises (a maio-
r ia em desenvolvimento) (Organiza<;:aoMundial da Saude, 2000).
Embor a a ex pectativa media de vida continue a aumentar , os br ancos norte-ame-r icanos vivem consistentemente seis anos a mais do que os negros norte-america-
nos. As taxas de mor talidade par a bebes negr os continuam a ser mais de duas
vezes super ior ados be bes br ancos (Ander son, 1995).
Mortes e f erimentos r elacionados com violencia, dr ogas e alcool e r iscos r elacio-
nados com sexo, como 0 Hrv, cada vez mais mar cam a tr ansi<;:aoda adolescencia
par a a idade adulta, par ticularmente entr e minorias etnicas (Yeee cols., 1995).Em cada idade, as taxas de mortalidade var iam de acordo com 0 gr upo etnico. Por
exemplo, entr e homens e mulheres nor te-americanos entr e 45 e 54 anos de ida-
de, as taxas de mor talidade SaDmaiores entr e afro-americanos (12 por mil), se-
guidos pelos nativos amer icanos (6,1 por mil), europeu-americanos nao-his pani-
cos (5,0), his pano-americanos (4,9) e americanos de origem asiatica e das ilhasdo Pacifico (2,6) (National Center f or Health Statistics, 1999).
Dur ante urn estudo de sete anos e meio de dura<;:ao,realizado com 3.617 adultos
com idades a partir de 25 anos, os homens que viviam em ar eas ur banas tiveram
mortalidade 62% superior do que os hor n ens que viviam em subur bios, cidades pequenas ou areas rurais (House e cols., 2000).
Embor a os homens tenham duas vezes mais pr o ba bilidade de morr er devido aqualquer causa, a partir da meia-idade as mulheres a presentam taxas de doen<;:as
e inca pacidades mais elevadas (National Center f or Health Statistics, 1999).
Os imigr antes recentes par a os Estados Unidos geralmente sao mais saudaveis doque os residentes antigos de mesma etnia e idade (A br aido-Lanza, Dohr enwend,
Ng-Mak e Turner , 1999).
Os Estados Unidos gastam uma por<;:aomaior de seu produto inter no bruto em servi-<;:osde saude do que qualquer outro pais, mas ocupam a penas a trigesima setima
posi<;:aoentr e 191 paises em r ela<;:aoao desempenho geral de seu sistema de saude,medido pelo gr au de res posta, impar cialidade de f inanciamentos, acessibilidade a
todos os individuos, e assim por diante (Or ganiza<;aoMundial da Saude, 2000).
Mais de 15 milh6es de adultos ao redor do mundo entre as idades de 20 e 64morrem a cada ano. A maio ria dessas mortes SaDpr ematur as e podem ser pr eve-
nidas ( National Center for Health Statistics, 1999).
Essas estatfsticas revelam alguns dos desafios na busca pelo bem-estar global. Essesesaf ios envolvem r eduzir a discr e pancia de 30 anos em ex pectativa de vida entre os
aises desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento; a judar os adolescentes a fazer emma transi<;:aosegur a e saudavel par a a idade adulta; e alcan<;:arur n entendimento mais
r of undo das r ela<;6esentr e genera, etnicidade, st atu s sociocultur al e saude.
Este capitulo a pr esenta a psicologia da saude, urn campo r elativamente novoue ira desempenhar urn pa pel fundamental para enf rentar os desafios para a saude
o mundo nos pr6ximos seculos. Considere algumas das quest6es que os psic6logos
a saude buscam r es ponder:
De que maneira sua capacidade de se r elacionar bem com outr as pessoas influen-
cia a sua saude?De que maneira suas atitudes, cren<;:as,autoconfian<;:a e per sonalidade ger al afe-
tam a sua saude?
Sera que a acupuntura, a homeopatia, os tr atamentos com ervas e outr as f or masde medicina alternativa r ealmente funcionam?
Ate que ponto as caracter f sticas es pecificas do seu am biente, incluindo ar quitetu-
r a, nivel de r uido e pr esen<;:ade sol estao associados a sua saude?
Pode a doen<;a ser causada por habitos pessoais?
N. de R. T.: Dados estatisticos do perf il de morbi-monaliciaciecia po pulcu,:iiuulasi l" ,i f a, heili
omo de incidenciae pr evalencia das patologiascitadas podem ser encontr adosnos sit es indi-
ados na pagina 641 deste livro.
A saude da ITHJJh8i asta indissociam
vs!mante iig:::d8 a sell slai "Ll3 Iia 50-
cisdade. Ela se bene"f icia com a
i;'.J31clgde e SOiif 8 cor n a discrlm j-
n29ao.
- Or ganiz898o i'Ilunclial da Salida,
2000
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saude estado de
completo bem-estar ffsico,
mental e social
Quais sac as barr eiras a ado<;ao de urn estilo de vida saudavel?
Por que cenos pr o blemas de saude tern ocorrencia mais pr ovavel entre pesso
determinada idade, genero ou grupo etnico?
Quais as pectos do estilo de vida do adolescente medio contr ibuern ou com p
tern a saude?
Por que a pobreza e uma amea<;a potencialmente seria para a saude?
A psicologia da saude e a ciencia que busca r esponder estas e outras ques
respeito da for ma como seu bem-estar e afetado pelo que voce pensa, sente
Come<;amos nossa ex plora<;ao desse excitante campo dando uma olhada m
perto no conceito de saude e nas mudan<;as que sofr eu no decor rer da histo
seguir , examinaremos a histor ia e 0 aIcance da psicologia da saude, incluindo a
como ela baseia e sustenta outr os cam pos r elacionados com a sat'lde. Finalm
focaremos 0 tipo de tr einamento necessario para tor nar -se urn p'sicologo da sau
que voce po de fazer a pos obter essa forma<;ao.
A palavra saud e vem de uma antiga palavr a da lingua alema que e repr e
da, em ingles, pelas palavras hal e e whol e, * as quais ref erem-se a urn estado degridade do corpo". Os lingiiistas obser vam que essas palavras der ivam dos camp
batalha medievais, em que a perda de hal e nes s, ou saude, normal mente r esuIta
urn grave ferimento.
Atualmente, somos mais prop ens os a pensar na saude como a ausencia de
<;as,em vez da ausencia de f erimento de bilitante obtido no campo de batalha.
tal defini<;ao concentr a-se a penas na ausencia de urn estado negativo, ela e inco
ta. Embor a seja verdade que as pessoas saudaveis estao livres de doen<;as, a m
de nos concord aria que a saude envolve muito mais. E bast ante possfvel, e a
mum, que uma pessoa esteja livr e de doen<;as, mas ainda nao desf rute de um
vigorosa e satisfatoria. A saude nao se limita ao nosso bern-estar f isico.
R econhecendo como inadequada e limitada a defini<;ao anterior de sa
Or ganiza<;ao das Na<;6es Unidas estabeleceu a Organiza<;ao Mundial d a Saud
seu documento de cria<;ao,a OMS definiu saude como "urn estado de completo
estar fisico, mental e social, e nao simplesmente como a ausencia de doen<
enfermidades". Essa defini<;ao afirma que saude e urn estado positivo e mult id
sional que envolve tres domfnios: saud e fisica , saud e p sico16g ica e saude social.
A saud e fisica , e claro, implica ter urn corpo vigoroso e livre de doen<;as, c
born desempenho cardiovascular , sentidos agu<;ados, sistema imunologico vi
capacidade de resistir a ferimentos fisicos. Ela tambem envolve ha bitos r elacio
com 0 estilo de vida que aumentem a saude f fsica. Entre estes, estao seguir um
nutr itiva, f azer exer cf cios regularmente e dormir bem; evitar 0 uso de tabaco e
drogas; praticar sexo seguro e minimizar a ex posi<;ao a produtos qufmicos tox
A saud e p sicol 6g ica significa ser ca paz de pensar d e f orma clara, ter um
auto-estima e urn senso geral de bem-estar. Ela inclui a criatividade, as ha bil
de resolu<;ao de problemas (como bus car informa<;6es sobre quest6es relacio
com a saude) e a esta bilidade emocional. Ela tambem e car acterizada pela
aceita<;ao, abertura a novas ideias e uma "tenacidade" ger al na personalidade.
A saud e social envolve ter boas ha bilidades interpessoais, relacionamento
nif icativos com amigos e familia, e apoio social em e pocas de crise. Ela tambem
r elacionada com fator es sociocultur ais·em saude, como 8 st atu s socioecon6m
educa<;ao, a etnicidade, a cultur a e 0
gene{o. .
'N de T : Em ingles hale significa saude vigor e tvhole significa completo integral
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• Cada dominio da sallde e influenciado pelos outros dois dominios. Por exem-
, uma pessoa emocionalmente estavel, que tern boas habilidades de resolu~ao de
blemas (saude psicologica), provavelmente tera mais facilidade para manter rela-
namentos sociais saudaveis (saude social) do que uma pessoa depressiva que tern
iculdade para se concentrar no problema em questao. Da mesma forma, a saude
ca fraca apresenta desafios especiais, tanto para a auto-estima da pessoa (saude
cologica) quanto para relacionamentos com sua familia e seus amigos (saude social).
Como voce vera no Capitulo 2, os psicologos da saude utilizam
uma variedade de metodos para conduzir pesquisas e guiar suas
interven<;;oes clinicas. Entre esses metodos, estao experimentos
de laboratorio, estudos de campo e pesquisas como esta. Um psi-
co logo que trabalha com a psicologia da saude aplicada pode usar
este tipo de questionario para coletar informa<;;oes basicas a fim de
planejar uma interven<;;ao para tratar uma pessoa com hipertensao
relacionada ao estresse. Par exemplo, as respostas podem revelar
espa<;;o para melhorias em sua saude fisica, talvez por meio de
aconselhamento nutricional ou orienta<;;ao sobre como come<;;arum
programa de exercicios. Alem disso, a pessoa que relate ter dificul-
dade em administrar 0 estresse pode ser beneficiada por uma in-
terven<;;30 cognitiva visando a corrigir sua tendencia a reagir de
f orma exagerada aos problemas cotidianos. Questionarios como
este saG apenas pontos de partida para a pesquisa e as interven-
c;oes clinicas. Uma vez identificada uma area potencial de melhoria
para a saude, informa<;;oes muito mais detalhadas e especificas
devem ser obtidas.
Este questionario pode ser utilizado para examinar de forma
ampla 0 estilo de vida e os habitos em relaC;ao a cada uma
das dimens6es da saude e a quest6es relacionadas com a sau-
de, como exerdcios, boa forma e prevenC;ao de acidentes.
Leia cada urn dos itens a seguir. Escreva com sinceridade 0
numero que melhor corresponde a sua resposta. Adicione
seus escores para cad a categoria e use as diretrizes para in-
terpretar os resultados.
Raramente As
Sempre
4
Saude fisica
1. Eu cuido da minha saude.
2. Eu tento manter meu corpo saudavel e em boa
forma.3. Eu freqiientemente fac;o exames para problemas
de sallde que podem afetar pessoas com 0 meu
historico familiar.
4. Eu nao tenho doenc;as cronicas ou incapacitantes.5. Eu sinto que estou basicamente em boa saude.
6. Eu nao tenho alergias.
Exerdcios e boa forma fisica
1. Eu realizo atividades fisicas moderadamente
sas, como caminhar rapidamente ou fazer tra
domesticos pOl; pelo menos, 30 minutos par
2. Eu realizo exercicios vigarosos, como corrdar , caminhar rapidamente ou aulas de
aerobica par, pelo menos, 20 a 30 minuto
menos tres vezes por semana.
3. Eu tenho uma vida ativa.
4. Eu tenho mais ou menos a mesma forma fi
maiaria das pessoas da minha idade.
5. Eu passo gr ande parte do meu tempo de la
volvido com esportes ou atividades fisicas
como ciclismo, caminhadas, natac;ao, jardi
ou praticando esportes competitivos.
6. Eu tenho boa resistencia fisica.
7. Eu realizo exercicios de fortalecimento mu pelo menos algumas vezes por semana.
8. Eu tenho energia suficiente para passar 0 d
me sentir fatigado.
Escore de exercicios e boa forma
Consumo de alcool, tabaco e outras drogas
1. Eu evito fumar cigarros.
2. Eu evito qualquer uso de tabaco, incluindo c
bos, charutos e formas de tabaco que nao
zam fumac;a, como rape e de mascar .
3. Eu evito beber cerveja ou vinho ou, se bebe beber mais de duas doses por dia.
4. Eu evito be ber em situac;6es em que seria in beber.
5. Eu evito tomar bebedeiras (beber cinco o
doses de uma vez).
6. Eu evito drogas ilicitas.
7. Eu evito socializar com pessoas que utiliza
gas ilicitas ou bebem excessivamente.
8. Eu evito usar alcool ou outras drogas par
com problemas ou para fazer com que eu sinconfianc;a no meio social.
Escore de consumo de tabaco e outras drogas
)
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3. Eu pr atico auto-exames dos seios/testiculos men-
salmente.
4. Se eu tenho contato sexual, pr atico sexo seguro.5. Eu evito exposiC;aoexcessiva ao sol.
6. Eu uso pr otetor solar sem pre que fico no sol por
mais do que alguns minutos.
7. Eu lavo as maos a pos usar 0 banheir o.8. Eu mantenho minhas vacinas atualizadas.
Escore de pr<iticas de saude preventiva _
revenc;:aode acidentes
1. Eu tenho um detector de fumac;a em casa.
2. Eu tenho um detector de monoxido de car bono em
casa.
3. Eu guardo produtos quimicos de uso domestico em
um local seguro.
4. Eu uso 0 cinto de seguranc;a sem pr e que diri jo au
ando de carro.
5. Eu mantenho as crianc;as sentadas em um assentoinf antil ou com 0 cinto de seguranc;a quando an-
damos de carro.
6. Eu o bedec;o as r egras de tr ansito.
7. Eu uso capacete e outros equi pamentos de segu-
r anc;a r ecomendados quando ando de patins ou de bicicleta.
8. Eu leio e sigo as instr uc;oes par a 0 uso corr eto de
detergentes, solventes, pesticidas e eletrodomes-
ticos.
Escore de prevenc;ao de acidentes _
Controle de peso e nutric;:ao
1. Eu limito meu consumo de gordur a, incluindo gor-
dura saturada.
2. Eu limito meu consumo de alimentos com alto tear
de colesterol, como ovos, figado e came.
3. Eu sigo uma dieta equili br ada do ponto de vistanutr icional.
4. Eu como cinco ou mais por c;oes de fr uta s e vege-
tais diariamente.
5. Eu limito a quantidade de sal e ac;ucar que con-
sumo.
6. Eu como alimentos f ervidos ou cozidos no vapor,em vez de fritos.
7. Eu como alimentos ricos em f i bras diver sas vezes
por dia.
8. Eu tome cuidado para manter meu peso dentro deum limite saudavel.
Escore de controle de peso e nutric;ao _
Saude psicologica
1. Eu consigo me concentr ar no trabalho na escola
ou no empr ego.
2. Eu tenho uma direC;aodef inida em minha vida.
3. Eu geralmente gosto de mim mesmo.4. Eu consigo relaxar e descontr air.
5. Eu tenho esperanc;a no futuro.
Saude espiritual
1. Eu ve jo signif icado na vida.
2. Eu tenho um senso de conexao com algo mai
que eu, seja isso uma r eligiao or ganizada, a
reza ou causas sociais.
3. Eu acr edito que a vida tern ur n prop6sito.
4. Eu aprecio as artes - pintura e escultur a, dmusica ou livros.
5. Eu acr edito ter um lugar de valor em minha c
nidade.
6. Eu tento ajudar as pessoas necessitadas sem
r ar algo em troca.
7. Eu tento fazer coisas que tenham urn valor
douro.
8. Eu sinto a necessidade de fazer alguma dife
par a a vida das pessoas.
Escore de saude espiritual
Saude social1. Eu tenho amigos intimos.
2. Eu sou capaz de desenvolver relacionamento
conf ianc;a com outras pessoas.
3. Eu consigo ex pressar sentimentos de aprecia
amor par a com outras pessoas, assim como
mentos de dece pc;ao e raiva.
4. Quando hc\ um pr oblema que eu nao consig
solver sozinho, normalmente tenho ou enc
alguem com quem conversar a res peito.
5. Eu tenho um born r elacionamento com me us
liares.
6. Eu costumo estar dis ponivel para as pessoas
do elas necessitam de mim.
7. Eu consigo me afir mar de maneira responsanao permito que os outros tir em vantagem de
8. Eu r espeito os sentimentos dos outros.
Escor e de saude social
Saude ambiental
1. Eu me mantenho inf or mado a res peito de
toes ambientais, como a r educ;ao da camada d
nio, a destr uic;ao das f lorestas e a chuva acid
2. Eu reciclo papel, gar r afas e latas de aluminio3. Eu tenho consciencia da seguranc;a e qualidad
agua que utilizo.
4. Eu participo ou contri buo para causas am bie
5. Eu me cer tifico de que qualquer residuo q
produzir se ja descartado adequadamente.
6. Eu evito usar pesticidas em aer ossol dentro de
ou no jar dim ou, se os utilizar , tenho 0 cuida
seguir todas as instruc;oes de segur anc;a.
7. Eu lavo todas as f rutas e vegetais antes de com
8. Eu fac;ourn esforc;o para economizar agua e e
cidade.
Como interpretar 0 seu resu~tado
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16 a 23 - Em bor a voce tenha c1ar amente esta belecido alguns
habitos saudaveis, voce ainda ter n muito que melhor ar . Exa-
mine as respostas que san men os do que "sem pr e", es pecial-
mente aqllelas que san "as vezes" ou "r ar amente ou nunca".
Considere maneir as de mudar seu compor tamento par a me-
lhorar sell escor e.
Abaixo de 16 - Com base nesses f atores r elacionados comsell estilo de vida, voce par ece r ealizar muitos comporta-
memos que podem com pr ometer sua saude. Possivelmente,
esses compor tamentos aumemam seu r isco de doen~a ou
de acidemes. Quais atitudes voce pode to mar par a melho-
r ar seu resultado?
Fonte: Nevid, J. S., Rathus, S. A. e R u benstein, H. R . (1998).
H ealt h in the new millenium (p. 10-12). New York: Worth
Pu blisher s. .
Mesmo que todas as civilizac;:oestenham sido afetadas por doenc;:as,cada uma delas
ompr eendia e tratava a doenc;:a de f or mas dif er entes. Em uma cer ta epoca, nossos
ncestrais pensavam que a doenc;:aer a causada por demonios. Em outr a, eles diziam
ue er a uma f orma de punic;:aopela fr aqueza mor al. Atualmente, lutamos com ques-
oes como: "sera que a doenc;:a pode ser causada por uma per sonalidade doentia?".Ve jamos de que maneiras as nossas visoes com relac;:aoa saude e a doenc;:amudaram
o decorrer da hist6ria. (Talvez voce queir a utilizar a Figur a 1.1 dur ante a discussao
eguinte para ter ur n senso da cronologia da mudanc;:anas visoes so bre saude e doenc;:a.)
Os esf orc;:osde nossos ancestr ais para cur ar doen<;as podem ser tr ac;:adosate 20
mil anos ar ras. Uma pintura f eita em uma caverna no suI da Fran<;a, por exemplo,
ue se acr edita ter 17 mil anos de idade, mostr a a xama da idade do gelDvestindo a
mascara animal de urn antigo curandeir o. Em religioes que se baseiam em uma cr en-
<;aem espiritos bans e maus, somente urn xama (sacerdote au pa je) pode influenciar
sses es piritos.
Para homens e mulheres pr e-industr iais, que enfrentavam as f orc;:asf reqiien-
emente hostis de seu ambiente, a sobr evivencia baseava-se na vigilancia constante
ontra essas mister iosas for <;asdo mal. Quando uma pessoa f icava doente, nao havia
uma r azao fisica 6 bvia par a tal fato; pelo contr ario, a condi<;ao do individuo acome-
ido er a err oneamente atribuida a uma fraqueza fr ente a uma f or<;amais forte, f eiti-
<;ar iaou possessao par urn espir ito do mal (Amundsen, 1996).
o tr atamento era duro e consistia de rituais de f eiti<;aria, exorcismo e uma
forma primitiva de cirur gia chamada de t r epana~ao. Muitos arque610gos ja desenter -
ar am cr anios humanos pre-hist6ricos contend a buracos ir regulares que apar ente-
mente haviam sido per furados por antigos cur andeir os para per mitir que os demoni-as que causavam a doen<;adeixassem 0 cor po do paciente. A trepana<;ao er a pratica-
da em pessoas vivas e mor tas, suger indo que essa pratica desem penhava urn impor-
ante pa pel em cer imonias cultur ais au r eligiosas alem do tr atamento da saude. R e-
gistros hist6ricos indicam que a trepana<;ao era uma forma de tr atamento amplamen-
e praticada na Eur o pa, no Egito, na India e na America Centr al e do Sul.
Aproximadamente 4 mil anos atr as, algumas pessoas notaram que a higiene
ambem desempenhava urn papel na saude e na doen<;a e fizer am tentativas de me-
hor ar a higiene publica. Os antigos egipcios, par exemplo, r ealizavam rituais de
Jim peza par a im pedir que vermes causadores de doen<;as inf estassem a cor po. Na
Mesopotamia ( par te da quallocalizava-se onde hoje e a Ir aque), f abricava-se sa bao,
pr ojetavam-se instala<;oes sanitar ias e construiam-se sistemas para a tr atamento de
esgotos pu blicos (Stone, Cohen e Adler , 1979).
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de 0 antigo uso da trepanagao para remover espiritos do mal ate 0 usa atual de radiografias nao-invasivas do cerebro
a diagnosticar doengas, 0 tratamento de problemas de saude tern assistido a importantes avangos com 0 passar dos
ulos. Uma coletanea de tratamentos ao longo das eras e apresentada a seguir (da esquer da para a direita): trepanagao
urn cranio peruano antigo); acupuntura da China; as primeiras cir urgias no seculo XVII; vacinagao por ur n vacinador
rital na Londres do seculo XIX; e uma tomogr afia computadorizada para observar a atividade cerebral no seculo XXI.
GRECIA ANTIGA Doengas
causadas pelo desequilfbrio
dos humores do corpo; boa
dieta e moderagao na vida
poderiam cura-Ias.
PERIODO PRE-HISTORICO
Doengas causadas por
espfritos do mal e tratadas
com trepanagao.
ANTIGO EGITO Dem6nios e
punigoes dos de uses
causavam
a doenga. A magia e formas
primitivas de cirurgia e
higieneeram os tratamentos.
IDADE MEDIA (476-1450)
Doenga era punigao divina SECULO XIX Doenga
por pecados, c urada por causada por organismos
intervengoes miraculosas e microsc6picos. 0invocagao de santos, alem tratamento era cirurgia e
de flebotomia. imunizagao.
~
ooooo 0
o 00000 0o o~ < j'L()CO!'-CO OJ
L() ,-,- '-'-'-'-'-, or--
ROMA ANTIGA (200 a.C.)
"Pat6genos" como 0 ar
contaminado e os humores do
corpo causavam a doenga.
Tratada com flebotomia,enemas e banhos.
SECULO XXI
Causasbiopsicossociais
da doenga.
Metodos
modernos e
flexfveis de
tratamento.
DECADA DE 1920 Doenga
influenciada pela mente e
pelas emogoes e tratada
pela psicanalise.
CHINA ANTIGA (1100-200 a.C.)
Forgas da natureza
desequilibradas causavam a
doenga. Tratada com medicina
de ervas e acupuntura.
RENASCENCA Doenga era
uma condigao ffsica do
corpo, que era separado da
mente. Tecnicas cirurgicas
utilizadas pela primeira vez.
ditos (da esquerda para a direita): Gr avura de cranio trepanado, Escola Inglesa (seculo XIX), publicado em 1878 em /nc i dentes de
gens e Exploraq6es na Terra dos I ncas, de George Squier: colegao privadaIBridgeman Ar t Library; lIustragao exibindo acupuntura: ©bis; "0 Cir urgiao", gravura da Escola Alema (seculo XVI): colegao privadaiBr idgeman Art Library; Gravura de "Vacinagao", 1871: Hulton
tylliaison Agency; CT scan: © Premium Stock/Corbis.
Os avan<;osmais expressivos em saude publica e saneamento foram feGrecia e em Roma durante os seculos VI e V a.c. Em Rama, urn grande siste
drenagem a Cloaca Maxima foi constrQido para drenar urn pantano que mais ta
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- 0 pr imeiro aqueduto tr ouxe agua pura para R oma ja em 312 a.c., e a limpeza
as vias publicas era super visionada pelos aediles, urn grupo de oficiais indicados que
mbem contr olavam 0 suprimento de alimentos. Os aedil e s cr iavam nor mas para
arantir que a carne e outr os alimentos peredveis estivessem f rescos e or ganizavam
armazenamento de gr andes quantidades de gr aos, por exem plo, no esfon;o para
evenir a fome (Cartwright, 1972).
Na Grecia, 0 filosofo grego Hipocrates (cerca de 460 a 377a.C.) esta beleceu as
izes da medicina ocidental quando se rebelou contra 0 antigo foco no misticismo ea super sti<;ao. Hi pocrates, f r eqiientemente chamado de "0 pai da medicina moder -
a", f oi 0 primeiro a af ir mar que a doen<;a era uma f enomeno natural e que suas
ausas (e, portanto, seu tr atamento e pr even<;ao) podem ser conhecidos e mer ecem
tudos serios. Dessa forma, ele constr uiu a base mais antiga par a uma a bordagem
entif ica da cur a.
Hipocrates propos a pr imeira ex plica<;ao racional para 0 fato das pessoas adoe-
er em. Segundo sua teoria humor al, um corpo e uma mente saudaveis r esultavam
o equilibrio entre quatr o fluid os corpor ais chamados de humores: sangue, bile ama-
la, bile negra e fleuma. Para manter 0 balan<;o adequado, 0 individuo deveria se-uir urn estilo de vida saudavel, incluindo exerdcios, descanso suficiente, boa dieta e
vitar excessos. Quando os humor es estavam desequilibr ados, contudo, 0 corpo e a
mente ser iam af etados de maneir as previsiveis, de pendendo de qual dos quatro hu-mor es estivesse em excesso. Urn excesso de sangue, por exemplo, contr i buia para
ma personalidade san g ii fnea (otimista e alegre). Embor a uma personalidade alegr e
ossa par ecer desejavel, Hipocrates acr editava 0 contrario: sangue demais, dizia ele,umentava a suscetibilidade da pessoa a epilepsia, angina, disenteria e artrite. 0atamento para 0 excesso de sangue consistia em flebotomia (a abertura de umaeia par a r emover sangue), banhos f rios e enemas. A pessoa fleumatica, que tinha
xcesso de fleuma, er a triste, languid a e lenta. Como resultado, er a propensa adores
e cabe<;a, resfriados e acidentes vasculares cerebrais. 0 tratamento consistia em
anhos quentes, diureticos e ervas que induzissem a nausea. A pessoa colerica, que
nha urn excesso de bile amarela e urn temperamento ardente, necessitava de urn
atamento par a ulcer as na boca, ictericia e disrurbios estomacais. Encontr ava-se ali-ia par meio de sangrias, dietas Hquidas, enemas e banhos r efrescantes. Uma pessoaelanc6 lica possuia bile negr a demais; uma disposi<;ao triste e sorumbatica (dai 0rmo melancolia) er a 0 resultado provavel. Tambem se esperava que essa condi<;ao
ontribuisse par a a ocorrencia de ulceras e hepatite, que poderiam ser tr atadas com
ma dieta especial, banhos quentes, emeticos (drogas que induzem ovomito) e quei-
ma de tecido corpor al com urn ferro quente (cauter izac;:ao).
Ainda que a teoria humor al tenha sido descartada a medida que f oram f eitos
van<;osem anatomia, fisiologia e microbiologia, a no<;aosa bre as trac;:osda persona-dade estarem ligados aos fluidos corporais persiste na medicina popular e alternati-
a de muitas culturas. Alem disso, como ver emos no proximo ca pitulo, atualmente
abemos que muitas doen<;as envolvem ur n desequiHbr io (de certa forma) entr e as
eurotransmissor es do cerebr o, de modo que Hipocrates nao estava tao errado.Hipocrates fez muitas outras contribuic;:6esnotaveis par a uma abordagem cienti-
ca da medicina. Por exemplo, para apr ender quais er am a s ha bitos pessoais que
ontribuiam para a gota, uma doen<;a causada par per turba<;6es no metabolismo
orporal do acido urico, ele conduziu uma das primeir as pesquisas de saude publica
res peito dos ha bitos daqueles que sofriam da doen<;a, como sua temperatura corpo-
al, freqiiencia cardiaca, res pir a<;ao e outros sintomas fisicos. Ele tambem apontou a
mportancia das emo<;6es e pensamentos de cada urn dos pacientes com rela<;ao a
ua saude e tr atamento e, assim, chamou a aten<;ao par a as aspectos psico16gicos da
aude e da doen<;a.A pr oxima grande figura na histor ia da medicina ocidental f oi a medico Claudius
Galeno (cer ca de 129 a 200 d.C.). Grego par nascimento, passou muitos anos emR oma, conduzindo estudos de disseca<;ao de animais e tratando as ferimentos graves
os gladiador es romanos, dos quais ele apr endeu gr ande parte do que anteriormente :
teoria humoral conceita
de propasta par Hip6cratesiderava a bem-estar co
estado de per f eito equilib
tr e quatr o fluidos corpor
sicos, chamados de hu
Acreditava-se que a doe
o resultado de perlurbac
equilibrio dos humores
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Jtlacle 1'112di3 C0me1jOU cor n ur n
"io c le p"?sts qU3 te' la or ig2m noilo 8(f) 5.:~·Ocl.G. ~ 2:3p3!hau-s'~ rEl·
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0r{0..3, f"er nc-1-los para c r ilar e
::HH.!,)na·· j ;).3.
epidemico liter al mente, entre
as pessoas; uma doenga epi-
demica se espalha rapidamen-
te entre muitos indivfduos de
uma comunidade ao mesmo
tempo. Uma doenga pandemica
af eta pessoas ao longo de uma
grande area geografica
Galeno tambem ex pandiu a teoria humor al d a doen<;:a,desenvolvendo urn
ma elabor ado de far macologia que os medicos seguir am por quase 1.500 anos
sistema er a fundamentado na no<;:aode que cada urn dos quatro humores do
tinha sua pro pr ia qualidade elementar que determinava 0 car arer de doenc;:ase
f icas. 0 sangue, par exemplo, era quente e umido. Ele acreditava que as d
tambem tinham qualidade elementares; assim, uma doenc;:acausada pelo exces
humor quente e umido poderia apenas ser curada com drogas que fossem F
secas. Embora essas visoes possam par ecer arcaicas, a f armacologia de Galenlogica, baseada em obser vac;:oescuidadosas, e semelhante aos antigos sistem
medicina que surgir am na China, India e ern outr as culturas nao-ocidentais. M
for mas de medicina altemativa ainda usam ideias semelhantes hoje er n dia.
Ao mesmo tempo em que a medicina ocidental estava emer gindo, trad
de cura tambem eram formadas em outr as cultur as. Por exemplo, ha mais de
anos, os chineses desenvolveram urn sistema integr ado de cura, que conhec
atualmente como medicina chinesa tradicional . A medicina chinesa tr adicional
fundamentada no pr incipio de que a harmonia intema e essencial par a a boa
de. Fundamental para essa harmonia e 0 conceito de qi (as vezes escrito como
uma ener gia vital ou f orc;:ade vida que oscila com as mudanc;:as no bem-estar
tal, f isico e emocional de cad a pessoa. A acupuntur a, a ter apia corn ervas, a
ta<;:aoe outras inter venc;:oes supostamente r estaur am a saude, corr igindo bloq
e desequilibrios no qi . Ayur ved a e 0 mais antigo sistema medico conhecido no mundo. Tern sua o
na India em tomo do seculo VI a.C., coincidindo apr oximadamente com a vi
Buda. A palavr a ayurveda vem do sanscrito ayuh, que significa longevidade, e
conhecimento. Praticado amplamente na India, a ayurveda baseia-se na cren
que 0 corpo humano repr esenta 0 univer so inteiro em urn microcosmo e que a
par a a saude e manter ur n equilibrio entr e 0 corpo microcosmico e 0 mmacrocosmico. A chave par a essa r elac;:aoesta no equilibrio entr e tr es hum or e
porais, ou d osha s: vat a, pitta e kapha , ou coletivamente, 0 t r ido sha (Fugh-Ber
1997). Ir emos ex plor ar a histor ia, as tr adic;:oese a eficacia dessas e de outr as f
nao-ocidentais de medicina no Ca pitulo 14.
A queda do imperio r omano no seculo V d.C. a briu as portas par a a
Media (476 a cerca de 1450), uma epoca situada entr e tempos antigos e mod
e caracterizada pelo r etorno as ex plica<;:oessobrenatur ais da saude e da doEm uma e poca em que a Igreja exer cia uma influencia poderosa sobre tod
ar eas da vida, interpr etac;:oes r eligiosas coloriam as ideias dos cientistas med
a res peito da saude e da doenc;:a.Aos olhos da igreja crista medieval, os ser es h
nos er am criatur as com livre ar bitrio, que nao estavam sujeitas as leis da natu
Como possuiam alma, os humanos e os anima is nao eram consider ados oapropriados par a 0 escrutinio cientifico, e a dissecac;:ao de ambos era estritam
proibida. A doenc;:a era vista como punic;:ao de Deus por algum mal r ealiz
acreditava-se que doenc;:asepidemicas, como os dois gr andes surtos de pe ste
doenc;:abacter iana conduzida por ratos e outros roedor es) que ocorr er am du
a Idade Media, eram urn sinal da ira de Deus. A Igreja passou a controlar as pr
da medicina e 0 "tr atamento" f reqiientemente envolvia ~entativas de ex pulsar
ritos do mal do cor po de pessoas doentes.
Embora os leais seguidores de Hipocrates e Galena 'continuassem a prom
b d i ifi i i d di d i i f i f i i
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· No final do seculo xv, nascia uma nova era, a R enascenr ;a. Comer ;ando com 0
essur gimento da invesrigar ;ao cientffica, esse per f odo pr esenciou a r evitalizar ;ao do
sr udo da anatomia e da pr citica medica. 0 tabu envolvendo a dissecar ;ao humana foiuficientemente r emovido, ao ponto do anatomisr a e artista f landr ense Andreas
Vesalius (1514 - 1564) conseguir publicar um estudo com posto por sete volumes dos
r gaos internos, musculatur a e sistema esqueletico do corpo humano. Filho de um
armaceutico, Vesalius er a f ascinado pela natur eza, especialmente pela anatomia dos
er es humanos e dos animais. Em sua busca pelo conhecimento, nenhum cachor r oadio, gato ou r ata estava livr e do seu bisturi.
Na escola de medicina, Vesalius pas so u a dissecar cadaveres humanos. Suas
esco ber tas provaram que algumas das teor ias de Galeno e dos medicos antigos esta-
am claramente incor retas. Como po de, pensou ele, uma autoridade inquestionavel
omo Galeno ter f eito tantos err os ao descrever 0 cor po? Entao com pr eendeu 0 por-
ue: Galeno nunca havia dissecado um corpo humano. Vesalius entendeu que 0 pro-
6sito de sua vida era escr ever 0 estudo oficial da anatomia humana. Esses volumes
or naram-se os f undamentos de uma nova medicina cientifica, fundamentada na ana-
omia (Sigerist, 1958, 1971).
Urn dos mais influentes pensadores da R enascenr ;a foi 0 fil6sofo e matemciticoFr ances R ene Descar tes (1596 - 1650), cuja pr imeir a inovar ;ao foi 0 conceito do
or po humano como uma maquina. Ele descreveu todos os r ef lexos basicos do corpo,
onstruindo, nesse pr ocesso, elabor ados modelos mecanicos para demonstrar seus
rind pios. Ele acr editava que a doenr ;a ocorria quando a maquina estr agava; a tarefa
do medico er a consertar a maquina.Descar tes e conhecido por sua cr enr ;a de que a mente e 0 cor po sac pr ocessos
epar ados e autonomos, que interagem de forma minima e que cada um deles esta
ujeito a difer entes leis de causalidade. Esse ponto de vista, chamado de dualismomente-corpo (ou duali smo cart esiano) , baseia-se na dourrina de que os ser es huma-
nos possuem duas natur ezas, a mental e a fisica. Descartes e outr os gr andes pensado-
es da Renascenr ;a, em um esforr ;o para romper com 0 misticismo e as super stir ;6es do
pass ado, re jeirava vigor osamente a nor ;ao de que a mente influencia 0 cor po. 0 estu-
do (nao-cientff ico) da mente er a relegado a r eligiao e a filosofia, enquanto 0 estudocientifico) do cor po er a reser vado a medicina. Esse ponto de vista a briu caminho
para uma nova er a de pesquisas medicas, fundamentadas na confianr ;a na ciencia eno pensamento racional.
Ap6s a Renascenr ;a, esper ava-se que os medicos se concentrassem exclusiva-mente nas causas biol6gicas da doenr ;a. Cem anos ap6s Vesalius, a medico Italiano
Giovanni Morgagni (1682 - 1771) publicou 0 primeiro livr o didcitico de anatomia
medica. Com base em seus achados de centenas de aut6psias humanas, Mor gagni
pr omoveu a ideia de que as causas de muitas doenr;as residem em pr oblemas nos
or gaos inter nos e nos sistemas muscular e esqueletico do corpo. Enfim, a antiga
teor ia humor al de Hi p6cr ates poderia ser descartada em favor dessa nova teoria
anatomica da doen<;a.
A ciencia e a medicina mudar am rapidamente durante os seculos XVIIe XVIII,
motivadas por numerosos avan<;os na tecnologia. A pesar de Galileu ter construido
o seu primeiro termometro em 1592, ele nao tinha escala para medir e propiciava
apenas indica<;6es grosseiras da variar ;ao da temper atura. Urn importante passo
adiante na ciencia da medi<;ao da temperatura ocor reu em 1665, quando Christian
Huygens (1629 -1695) propos uma escala fixa em que os pontos de congelamento
e de ebuli<;ao da agua eram designados como sendo "0" e "100", respectivamente -
a or igem do sistema centigrado. Por volta do final do seculo XVII,0 usa clinico da,t ernwmet ria (a mensura<;ao da temperatura) estava am plamente disseminado.
Talvez a mais importante inven<;aona medicina durante esse periodo tenha sido
Porvoltado seculoXVI, 0 tabu que
a disseca9aohumanaja havia sido
nadoha tantotempoque 0 anatom
tista flandr ense Andr eas Vesalius
1564)conseguiupublicarurnestudo
to dos 6rgaosinf ernos,musculatur
ma esqueleticodo corpo humano.
Musculatur a de urn hor nern, por Andr eas
1543. Fratelli Fabbri, Milao, ItiJialBridgernan A
., dualismo mente-corpo
de vista filos6fico segunqual a mente e a corpo s
tidades separ adas que na
r agem
() teoria anat6mica teoria s
do a qual as origens de
doengas sao encontradas
6rgaos internos, na musc
ra e no sistema esqueletic
corpo humano
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teoria celular for mulada no se-
culo XIX, essa teoria diz que a
doen<;:ae 0 r esultado de anor-
malidades nas celulas do cor po
teoria dos germes diz que a
doen<;:a e causada por virus,
bacter ias e outr os microrganis-
mos que invadem as celulas do
corpo
Leeuwenhoek (1632 - 1723) quem construiu 0 primeir o microscopio pratico
ur n poder de aumento de 270 vezes, esse microsco pio permaneceu inigualch'e
seculo XIX (Lyons e Petrucelli, 1978). Usando esse micr osco pio, ele f oi 0 pr im
o bser var celulas sangliineas e a estr utur a basica dos musculos. 0 cientista
Rober t Hooke (1635 - 1703), contemporaneo de Leeuwenhoek , constr uiu se
prio microscopio e o bser vou que os tecidos das plantas continham muitas cav
pequenas separadas pOl'paredes. Hook e chamou essas cavidades de "celulas" o
quenas camar as" e suas obser va~6es tornar am-se 0 f undamento da teoria do XIXde que a celula er a a unidade basica de todos os organismos vivos.
Uma vez que as celulas individuais tornaram-se visiveis, 0 cenario estava
para R udolf Virchow (1891 - 1902) es bo~ar a teoria celular da doen~a - a id
que a doen<;ar esulta do funcionamento incorreto ou da morte das celulas cor p
Como ocone freqlientemente na ciencia, problemas praticos levam ao en
mento mais profunda da doen<;a.Em uma interessante serie de ex perimentos,
tista Fr ances Louis Pasteur (1822 - 1895) isolou a bacter ia r es ponsavel pela ddo bicho-da-seda, que amea<;ava a indllstria da seda na Fr an<;a. E, a pos prov
urn micr or ganismo causava a r aiva, ele desenvolveu
meira vacina eficaz contr a ela. Porem, a contr ibuiC;a
irnportante de Pasteur para a medicina veio em 1862
do ele sacudiu 0 mundo medico com diver sos ex per ir
r neticulosos que mostravam que a vida apenas po de e
partir da vida ja existente. Ate 0 seculo XIX, os estu
acr editavam na gera~ao es pontanea - a ideia de que o
nismos vivos podem ser formados a par tir de mater i
viva. POI'exemplo, pensava-se que as lar vas e as mosc
giam automaticamente de carne podre. Para testar a hi
de que a vida nao pode ser formada a partir da nao-vida, P
encheu dois f rascos com urn liquido semelhante a m
aquecendo ambos ate 0 ponto de ebuliC;ao par a mata
quer organismo pr esente. Urn dos f rascos tinha a boca
pOI'onde 0 ar poderia fluir com f acilidade. 0 outr o fr asc
bem ficava a berto, mas tinha urn pesco<;o cur vo, imp
que as bacterias presentes no ar caissem no liquido. Pa
pr esa dos ceticos, nenhum crescimento ocor reu no fras
vo. Entretanto, no frasco com 0 bico comurn, microrgan
contaminaram 0 liqllido e multiplicar am-se com ra pidez
tr ando que uma solu<;aogenuinamente esterilizada pe
cer ia sem vida, Pasteur a briu caminho para 0 desenvolvimento poster ior de pmentos cir u.r g icos asse pticos (livr e d e germes ). Ainda mais importante, 0 des
Pasteur contr a uma cr enc;acom 2 mil anos de idade e uma poderosa demonstr a
impor tancia de manter a mente a berta na investiga<;ao cientifica.
As descober tas de Pasteur tambem a judaram a moldar a teoria dos germ
doen<;a - que af ir ma que bacterias, virus e outros microrganismos que inva
celulas do corpo f azern com que elas funcionem d e maneira impro pria. A teo
germes, que e urn aperf eic;oamento da teor ia celular , forma a base teor ica da m
na moder na.
Apos Pasteur , 0 conhecimento e os procedimentos medicos desenvolveram-s
damente. Em 1846, William Mor ton (1819- 1868), urn dentista nOlte-americano
duziu 0 gas eter como anestesico. Esse gr ande avan<;opossibiftou a opera<;aoem tes, os quais n§.o ex per imentavam dol' e permimeciam completamente relaxado
qlienta anos mais tarde 0 medico alemaoWilhelm Roentgen (1845 1943) desc
meticuloso trabalho de Pasteur, em isolar bacterias no laborat6r io e mostrar que
ida apenas ocorre a partir da vida existente, abriu caminho para procedimentos
urgicos livres de ger mes. © BetlmanniCORBIS
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32 I PARTE 1 I FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAUDE
ilis,peste bubOnica e f e bre tif6ide. De posse dessas informa<;oes,a medicina come<;ou
ontrolar doen<;asque haviam acossado 0 mundo desde a antigiiidade.
A medida que 0 campo da medicina continuava a avan<;ar ,durante a primeira
rte do seculo XX, apoiava-se cada vez mais na fisiologia e na anatomia, em vez dotudo de pensamentos e emo<;oes, na busca por uma compreensao mais prof unda
saude e da doen<;a. Assim, nascia 0 modelo biomedico de saude, sustentando que
doen<;a sempre tern causas biol6gicas. Motivado pelo impeto das teorias celular e
s germes , esse modelo tornou-se aceito de forma ampla dur ante 0 seculo XIX, e
ntinua a repr esentar a visao dominante na medicina hoje em dia.
a modelo biomedico apr esenta tres car acteristicas distintas. Em primeiro lugar ,
essupoe que a doen<;a e 0 r esultado de um pat6geno - urn vir us, uma bacteria ou
gum outr o microrganismo que invade 0 corpo. a modelo nao f az men<;ao as varia-
is psicol6gicas, sociais ou com portamentais na doen<;a. Nesse sentido, 0 modelo
omedico e r educioni st a, considerando que f enomenos complexos (como a saude e
doen<;a) saD essencialmente derivados de urn unico fator pr imar io. Em segundo,se modelo tern como base a doun"ina cartesiana do d ual ismo mente-cor po que, como
mos, consider a-os entidades se par adas e autonomas que nao inter agem. Finalmen-
de acor do com esse padr ao, a sallde nada mais e do que a ausencia de doen<;as.
essa for ma, aqueles que tr a balham a poiados nessa perspectiva concentram-se em
vestigar as causas das doen<;as fisicas em vez daqueles f ator es que pr omovem atalidade f isica, psicol6gica e social.
a modelo biomedico, por inter medio de seu f oco nos pat6genos, avan<;ou0 trata-ento de saude de maneira significativa. Entretanto, foi inca paz de explicar transtor-
os que nao a pr esentavam causa fisica obser vavel, como aquelas descobertas por gmund Freud (1856 - 1939), que inicialmente obteve forma<;ao como medico. As
acientes de Fr eud exibiam sintomas como perda da fala, surdez e ate paralisia. Urn
so particularmente intrigante envolveu uma paciente que r elatou perda completa
as sensac;:oesem sua mao dir eita. Freud acr editava que esse mal, que ele chamou de
nestesia de luva", era causado por conflitos emocionais inconscientes "convertidos"
m forma fisica. Freud r otulou essas doen<;asde tran stomos de conversiio, e a comuni-
ade medica viu-se for<;adaa aceitar uma nova categoria de doenc;:a.
A ideia de que deter minadas doenc;:as poder iam ser causadas pelos conflitos psi-ol6gicos do individuo foi desenvolvida durante a decada de 1940 pelo tr a balho do
icanalista Franz Alexander. Quando os medicos nao conseguiam encontrar agentesfecciosos ou outras causas dir etas par a artrite reumarica, Alexander ficava intrigado
ela possibilidade de que fatores psicol6gicos pudessem estar envolvidos. Segundo 0
u modelo do con f lit o nucl ear , a pr esen<;a de determinados conflitos inconscientes
ode levar a presen<;a de queixas f isicas (Alexander , 1950). au se ja, cada doen<;afisica
0 r esultado de urn conflito psicol6gico fundamental ou nuclear. POl'exem plo, acr edi-
va-se que individuos com "personalidade reumarica", que tendem a repr imir a r aiva
SaD incapazes de ex pr essar as emoc;:oes,seriam prop ensos a desenvolver artrite. Des-
evendo com cuidado urn gr ande numero de transtornos f isicos que erarn
resumivelmente causados pOl' conf litos psicol6gicos, Alexander ajudou a estabelecer
medicina psicossomatica, ur n movimento r efor mista dentro da rnedicina, denomi-
ado em decor r encia das r aizes p sico, que significa mente, e soma, que significa cor po.or def inic;:ao,a medicina psicossomar ica diz respeito ao diagn6stico e ao tratamento
e doenc;:asfisicas supostarnente causadas por process os deficientes na mente Esse
modelo biomedico vis
minante no seculo xx q
tenta que a doenga semp
uma causa fisica
pat6geno virus, bacteria
gum outro micr organism
causa determinada doe
medicina psicossomatic
desatualizado da medicicentrado no diagn6stico
mento de doengas f f sicas
das par processos psico
deficientes
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estudo de caso um dos meto-
dos mais antigos de observa-
9ao, em que uma pessoa e es-
udada de for ma profunda, na
esperan9a de encontrarem-se
princfpios universais
medicina comportamental um
campo interdisciplinar que inte-
gra as ciencias comportamen-tais e biomedicas para promo-
ver a saude e curar doen9as
ma) Condicionamento c1assico:nem sem-
doloroso, mas sempr e permanece com
ente! Nesse tipo de aprendizagem, apren-
mos a associar dois ou mais estimulos.
a crianga aprende, par exemplo, que a
ao de uma agulha hipodermica (um esti-
o inicialmente neutral logo sera seguido
uma picada. © Jer emy Horner /Corbis
aixo) Condicionamento operante: a pau-
que refresca. Nesse tipo de aprendiza-
m, associamos uma resposta voluntaria aas consequencias. 0 corr edor f atigado e
dento, por exemplo, aprende que beber
A medicina psicossomatica era intrigante e parecia explicar 0 inexplid
Entretanto, tinha diversas fraquezas, que fizeram com que fosse desfavor ecid
mais significativa delas e 0 fato de que se fundamentava na teoria freudian
medida que a enfase de Freud em motiva<;6es inconscientes e irracionais na f
<;aoda personalidade perdeu popularidade, 0 campo da medicina psicossom
come<;ou a declinar. Alem disso, a medicina psicossomatica foi questionada
categoriza<;ao aparentemente arbitraria de algumas doen<;as como sendo de
reza completamente fisica e outra completamente psico16gica. Outra critica dicina psicossomarica era metodo16gica: ou seja, a pesquisa era fundamentada
cipalmente em estudos de caso de pacientes individuais, que esta entre os
dos mais antigos, mas menos confiaveis (ver Capitulo 2). Qualquer caso indiv
pode ser atipico e, portanto, enganoso, como a base par a uma teoria geral. A c
final e que a medicina psicossomarica, como 0 modelo biomedica, apoiava-
reducionismo - nesse caso, a ideia obsoleta de que urn unico problema psicol
ou defeito de personalidade seria suficiente para desencadear a doen<;a. Atua
te sabemos que a doen<;a, assim como a boa saude, baseiam-se na intera<;ao c
nada de fatores multiplos, incluindo a hereditariedade, 0 ambiente e a form
psico16gica individual.
Embora a psicanalise de Freud e a medicina psicossomatica estivessem cometidas de forma critica, elas formaram as bases para a nova aprecia<;ao das
x6es entre a medicina e a psicologia. Elas deram inicio a tendencia contempor
de ver a doen<;ae a saude como algo multifatorial. Isso significa que muitas do
saG causadas pela int erafEio entre diversos fatores, em vez de uma unica bacte
agente viral invasor. Entre estes, estao fatores do hospedeiro (como vulnerabil
ou resiliencia genetica),fatores ambientais (como exposi<;ao a poluentes ou qui
perigosos),fatores comportamentais (como dieta, exerdcios, habito de fumar)
res psicol6gicos (como otimismo e "tenacidade" geral).
Durante a primeira metade do seculo XX, 0 Behaviorismo, liderado por
Watson (1878 - 1958), Edward Thorndike (1874 - 1945) e B. F. Skinner (1
1990), dominou a psicologia norte-americana. Na sua disciplina introdut6ri
behavioristas definem a psicolo g ia como 0 estudo cientifico do comportam
observavel. Eles afirmam, alem disso, que apenas dois tipos de aprendizagem
cam a maioria dos comportamentos: 0 condicionamento classico (tambem cha
condicionamento pavloviano) ou 0 aprendizado que ocone quando aprendem
associar dois estimulos ambientais que ocorrem simultaneamente;-e'o condi
mento operante, por meio do qual 0 comportamento e fortalecido quando se
por uma consequencia desejavel (refor<;o) ou enfraquecido quando seguido poconseqiiencia indesejavel (puni<;ao).
No inicio da decada de 1970, os prof issionais conceberam a ideia de urn
de medicina comportamental como resposta direta ao Behaviorismo. Assim,
campo come<;oua explorar 0 papel do condicionamento classico e operante na
e na doen<;a. Urn de seus primeiros sucessos foi a pesquisa de Neal Miller (1
que utilizou tecnicas de condicionamento operante para ensinar cobaias (e p
ormente seres humanos) a adquirirem controle sobre certas ..fun<;6escorpor ais.
demonstrou, por exemplo, que as pessoas podem adquirir algum nivel de co
sobre sua pressao sangiiinea e relaxar a frequencia cardiaca quando estiverem
tes desses estados. A tecnica de Miller, chamada de biofeedback, e discutida de
mais detalhada no Capitulo 4. ~Embora a fonte da medicina comportamental tenha sid"o0 movimento behav
na psicologia uma caracteristica distinta desse campo e s uanatureza interdiscipl
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'l,\~~~~~~ __ ~~
r ;;iversidade e vida sau~a~,~'.~.l:\:.::::
SmLde no novo milerlio
Em 1991, 0 Departamento de Saude e Servigos Humanos dos Esta-
os Unidos publicou 0 relatorio Healthy People 2000 (USDHHS,
991), que estabelecia as pr ioridades do pais na promogao da sau-
e e prevengao de doengas entre os norte-americanos. 0 relatorio
nha por base as opinioes criteriosas de um grande grupo de espe-
cialistas em saude da comunidade cientffica, organizagoes de pro-
issionais da area da saude e do mundo empresaria!. Ele estabelecia
300 objetivos de saude especificos, a serem alcangados ate 0 ana
2000, os quais estavam or ganizados em tres categorias amplas:
Aumentar 0 tempo de 'vida saudavel" para todos os cidadfios
norte-americanos. A saude e uma combinagao da expectativa
media de vida e da qualidade de vida. Embora a expectativa
media de vida de todos os cidadaos norte-americanos atual-
mente seja de aproximadamente 76 anos, 0 numero medio de
anos saudaveis e muito menor: por exempio, de apenas 64 anos
para norte-americanos brancos e de 56 anos para afro-ameri-
canos. 0 objetivo seria reduzir 0 numero de "anos disfuncionais"
em que as pessoas vivem em estado de saude decadente e
com baixa qualidade de vida.
Reduzir as discrepfincias de saude entre os norte-americanos.
Historicamente, varias medidas de saude mostraram diferengas
substanciais entre os grupos etnicos. Por exemplo, em 1997, a
expectativa media de vida era de 74,3 anos para homens brancos,
mas de apenas 67,2 anos para homens negros; 79,9 anos para
mulheres brancas, mas apenas 74,7 an os para mulheres negras
(Centers for Disease Control and Prevention, 1999). As razoes
para essas discrepancias sem duvida sac complexas, mas po-
dem inciuir 0 acesso desigual aos servigos de saude, susceti-
bilidade genetica a certas doengas e diferengas no estilo de vida.
Disponibilizar 0 acesso a servi90s de saude preventiva para
todos os cidadfios norte-americanos. Muitas minorias etnicas
tem acesso limitado aos servigos de saude preventiva. Por essa
razao, elas tendem a sofrer com mais problemas de saude e a
ter taxa de mortalidade alta. Esse objetivo visa a entender e a
remover as barreiras que limitam 0 acesso aos servigos de saude
para tais grupos.
Em 1998, uma revisao intermediaria demonstrou que 0 pais
estava fazendo progressos significativos, atingindo aproximada-
mente dois tergos dos objetivos do relatorio Healthy People 2000.
Esse progresso inclufa:
Declinio nas tres principais causas de morte (doengas cardia-
cas, cancer e acidente vascular cerebral). Embora este progresso
se deva, em parte, as melhorias nos servigos de saude, ele tam-
bem reflete 0 declinio nacional em comportamentos que com-
prometem a saude (por exemplo, 50% dos adultos fumavam em
1955, comparado com aproximadamente 23% em 2000). Aomesmo tempo, a nagao tem visto aumento de comportamentos
que melhoram a saude, a medida que mais pessoas praticam
exercfcios, seguem dietas melhores, que contem menos gor-
dura, e assim por diante.
Diminuigao no numero de mortes em acidentes automobilisti-
cos relacionados com 0 consumo de alcool de 9,8 por 100 mil
pessoas para 6,8 por 100 mil pessoas.
Redugao no numero de suicfdios e mortes relacionadas com 0
trabalho.
Aumento na porcentagem de norte-americanos que utilizam 0
cinto de seguranga de 49,7 para 76%.
" Diminuigao no consumo de maconha e alcool entre jovens de
12 a 17 anos de idade.
Decrescimo na taxa de nascimentos com maes solteiras.
Deciinio continuado na taxa de mortalidade infanti!.
Aumento continuado na expectativa de vida.
EstabilizCl.gao na taxa de mortalidade devido a AIDS.
Apesar desse progresso, outro relatorio, 0 Healthy People 2010(USDHHS, 1998), observa que ainda ha muito a ser feito. Enquan-
to 0 relatori o continua a concentrar-se na eli minagao das
disparidades de saude entre diversos grupos socioculturais, ele
apresenta um foco mais ample - aumentar a saude de todos os
cidadaos norte-american os. Ele tambem observa que 0 usa (e abu-
so) de certas drogas esta aumentando novamente, e aproximada-
mente um milhao de mortes que ocorrem nos Estados Unidos a
cad a ana podem ser prevenidas. Com relagao a esta ultima ques-
tao, estima-se que:
o controle do uso excessive de alcool e do consumo de alcool
por menores de idade poderia prevenir 100 mil mortes em aci-
dentes de transito e outros ferimentos relacionados com 0 con-
sumo de alcoo!.
A eliminagao da posse de armas de fogo em publico poderiaprevenir 35 mil mortes.
A eliminagao de todas as formas de consumo de tabaco poderia
prevenir 400 mil mortes de cancer, acidente vascular cerebral
(AVC) e doengas cardfacas.
Uma melhor nutrigao e programas de exercfcios poderiam preve-
nir 300 mil mortes por doengas cardiacas, diabete, cancer e AVC.
A redugao em comportamentos sexuais de risco poderia preve-
nir 300 mil mortes por doengas sexual mente transmissiveis.
o acesso total a imunizagoes para doengas infecciosas poderia
prevenir 100 mil mortes.
Para confirmar 0 papel da psicologia de cumprir com os objetivos
do relatorio Healthy People 2010, a American Psychological Associa-
tion, em colaboragao com 0 National Institutes of Health e 21 outras
sociedades profissionais, recentemente prepararam uma agenda depesquisa nacional, relacionada com a promogao da saude. Publicada
em 1995, Doing the Right Thing: A Research Plan for Healthy Living
identifica quatro prioridades de pesquisa no novo mili'mio:
Aumentar 0 foco nos processos comportamentais basicos de
prevengao, desenvolvimento e tratamento de doengas cr6nicas.
Acelerar pesquisas relacionadas com a promogao da saude e a
prevengao de doengas.
Estender a pesquisa e os servigos de saude a grupos tradicio-
nalmente nfio-representados, como as mulheres e as minorias.
Reformar 0 sistema de saude para atrair mais atengao a pro-
mogao da saude e a prevengao de doengas.
o relatorio tambem identifica estrategias especfficas para atin-
gir uma compreensao mais completa da interagao de fatores biolo-
gicos, psicologicos e sociais em doengas como AIDS, cancer, do-engas cardiacas, artrite e obesidade. Estas incluem a necessida-
de de mais pesquisas visando a detecgao inicial de doengas e
programas de exames, avaliagao de riscos e programas de inter-
vengao para auxiliar cuidadores nao-medicos a prestar atendimento
para aqueles que sofrem de doengas fisicas.
Fontes: Murphy, S. L. (2000). "Deaths: Final data for 1998." National Vital Statistics
Reports, 48(11), Figure 3; Science Directorate of the American Psychological
Association. (1995). Doing the right thing: A research plan for healthy living. Wa-
shington, DC: Author; U.S. Department of Health and Human Services. (1991).
Healthy People 2000: National health promotion and disease prevention objectives.
DHHS Publication No. (PHS) 91-50212. Washington, DC: U.S. Government
Printing Office; U.S. Department of Health and Human Servtees. (1998). Healthy
People 2010. Washington, DC: U.S. Gov8rnment Printing Office.
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ologia estudo cientf fico das
usas ou origens de deter mi-
das doenyas
CAPiTULO 1 I
Em 1973, a Amer ican Psychological Association (APA)indicou uma forsa-t
para ex plor ar 0 papel d a psicologia no campo da saude, a fim de determinar
psicologia permanecer ia apenas sob a categor ia de medicina com portamenta
esta beleceria ur n campo distinto, com seus pr6prios ob jetivos e focos. Com bas
recomendas6es obtidas, em 1978, a APAcr iou a divisao de psicologia da saude
sac 38). Ap6s quatro anos, f oi publicado 0 primeiro volume de seu peri6dico o H ealth Psycholo gy. Nessa edic;ao, Jose ph Matar azzo, 0 primeir o pr esidente da di
estabeleceu os quatr o objetivos do novo cam po:
E studar de f orma ciendfica as cau sa s e ori gen s de det erminad a s d oenfa s, ou s
sua etiologia. Os psic6logos da saude estao pr incipalmente inter essados na
gens psico16gicas, comportamentais e sociais da doenc;a. Eles investigam pa
as pessoas se envolvem em com por t ament os que com prometem a saud e, co
ha bito de fumar e 0 sexo inseguro.
Promover a saud e. Eles se preocupam com quest6es so br e como f azer as pe
realizar em comportamento s que pr omovam a saud e, como pr aticar exerdcio
gularmente e comer alimentos nutr itivos. Pr evenir e tratar d oen f a s. Eles pro jetam progr amas para a judar as pessoas a
de fumar , perder peso, administr ar 0 estresse e minimizar outr os fatores de
de uma saude f raca. Eles tambem auxiliam aquelas que ja estao doentes, em
esforc;os para ada ptar em-se a suas doen<;as ou o bedecer em r egimes de tr ata
to dificeis.
Pro mover politica s de saud e pLlblica e 0 aprimorament o do sist ema de saud e pu
Os psic610gos da saude sao bastante ativos em todos os aspectos da edu
par a a s aude e r eunem-se com fr eqi.iencia com os Hder es governamentais
for mulam poHticas pu blicas na tentativa de melhorar os servi<;osde saude
todos os individuos.
Uma questao natural que sur ge ao se ler esses o b jetivos ser ia: "de que fo
psicologia da saude difer e da medicina com portamental?" A resposta e "nao
muito". A distinc;ao entre os dois cam pos sem pr e foi uma f onte consideravel d
f usao. Par a eliminar essa confusao, ser a f eita r ef erencia a medicina comportam
como 0 campo interdisciplinar que integr a a ciencia compor tamental e biom
visando a promover a saude e a tr atar doenc;as. E, confor me explicamos no c
do capitulo, psicol ogia da saud e e 0 subcampo da psicologia que diz r es peito ao
moramento da saude e a pr even<;ao e tratamento da doensa por meio de prin
psico16gicos basicos.
F\
i j desaf io que os psic610gos da saude enfrentam no seculo XXIe claro: como
as pessoas a adotar em e manterem mudansas em estilo de vida que promovam
lidade par a toda a vida. Os antigos fi16sof os gr egos afirmavam esse ob jetivo de mais sucinta: ajudar as pessoas a morr er em jovens - 0 mais tarde possivel (
1996b). Quatro tendencias principais em saude pllblica, psicologia e medicina
tr ibuir am par a moldar esse desafio.
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(j) 18 0 'WenwenooC> Uma r azao par a a diminuir;:ao
expr essiva na mor talidade infantil
desde 1900
e a imunizar;:aogener alizada, que tornou r ara a
ocorrencia de doenr;:as inf ecciosas
fatais em crianr;:as.
Ha menos de cem anos, 15% dos bebes que nasciam nos Estados
mor r iam antes de seu primeir o aniversario. Para aqueles que sobrevi
expectativa de vida era de pouco mais de 50 anos. Com a melho
ser vi90s de saude, atualmente, mais de 90% dos r ecem-nascidos
vem ate pelo menos 1 ana de idade.
Fontes: H i storic al Statist i cs o f the Unit ed States: C oloni al Ti mes to 197 0 , de U.S
of t he Census, 1975, Washington, DC: U.S. Government Printing Of f ice p _ 60;
Final Data for 1998", de S L. Mur phy, 2000, N ati onal V i tal Stati st i cs Repor t s,
Tabela 27.
cr:
2 120(f )
wb: 100
o~ 80...J
i=zLtzwo«o::i~cr:
o2
o1900 1910 1920 1930 1 940 1950 1960 1 970 1980 1990 2000
ANO
dade. Alem disso, a expectativa media de vida - 0 numero de anos que 0 recem-nascido provavelmente viver a - aumentou em mais de 20 anos. Nos Estados Unidos,
m 1999, a expectativa media de vida era de 79,7 anos para as mulheres e 73,8 anospar a os homens (OMS, 2000). Apesar dessas noticias encorajadoras, as desigualda-
des em ex pectativa de vida persistem nos paises, assim como ao redor do mundo estao bastante associadas a classe socioeconomica, mesmo em paises com urn born
padrao medio de saude (OMS, 2000).Com as pessoas vivendo mais, existe maior consciencia publica das questoes
elacionadas com a saude, a qual foi r edefinida em termos mais amplos e positivos.
Essa nova definic;ao, que enfatiza a vitalidade fisica, psicologica e social para a vidaoda, estabelece urn pa pel claro para a psicologia no tratamento de saude.
expectativa media de vid
mero de anos que e pr o
que um bebe recem-nas
viva
Durante os seculos XVII, XVIII e XIX, as pessoas morriam principalmente dedoenc;as que eram causadas por falta de agua potavel, por alimentos contaminadosou por infecc;oes contr aidas no contato com pessoas doentes (Grob, 1983). Nao era
ncomum que centenas ou mesmo milhares de pessoas mor r essem em uma unica
epidemia de variola, f ebre amarela, difteria, gripe ou sarampo. Essas doenc;as naoexistiam nas Amer icas antes da chegada dos colonizadores europeus. A variola, que
foi trazida para as Amer icas pelos europeus no seculo XVI,matou aproximadamente
90% da populac;ao. as nativos amer icanos morriam em uma velocidade alarmante
por duas r azoes: em primeir o lugar , careciam de imunidade para os microrganismosestr anhos que causavam essas doenc;as e, em segundo, seus sistemas imunologicos
eram mais fracos do que os dos eur o peus, em vir tu de de urn nivel de variac;ao maisbaixo em seu banco genetico.
Melhorias em higiene pessoal, nutric;ao e saude publica (como 0 sistema de
r atamento de esgotos) durante 0 seculo XIXlevaram a urn declinio no numero de
mor tes por doenc;as infecciosas. Porem, somente a pos a descoberta da penicilina
por Alexander Fleming, em 1928, a saude publica deu ur n passo verdadeiramentedecisivo. Antes disso, quatr o das 10 princi pais causas de mor tes dos Estados Unidos
eram doenc;as inf ecciosas como tuber culose, gripe, gas tr ite e pneumonia (ver Tabe-1 1 d lid d d 1900 d 1998)
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Taxa por 100.000
345
202
194
14372
64
40
31
13
Taxa por 100.000
268,2
200,3
58,6
41,736,2
34,0
24,0
11,3
9,7
Doenl{as cardiacas e AVC
Inf luenza e pneumonia
Tuber culose
Gastrite Acidentes
Cancer
Dif ter ia
Febr e tif6ide
Sar ampo
Doenl{as cardiacas
Cancer
AVC
Doenl{as obstrutivas pulmonares cronicas Acidenles
Pneumonia, inf luenza
Diabele comel{ando na idade adulla
Suicidio
Nef rite e nefr ose (doenl{as renais)
Fontes: H i stor i c al St atisti c s of t he U ni t ed States: Col oni al T imes t o 1970 , Pt . 1, de U.S. Bur eau of the Census, 1975, Washington, DC:
U.S. Government Printing Off ice; "Deaths: Final data f o r 1998", de S. L. M ur phy, 2000, N ational V ital Stat i st ics R e por ts, 48(11), p. 5.
importante obser var que aqueles de nos que vivem em paf ses desenvolvidos, os Estados Unidos, SaG beneficiados com ur n ambiente bastante privilegiad
cuidado a saude. Na maioria dos pafses em desenvolvimento, atualmente, do
inf ecciosas como a tuber culose e a pneumonia per manecem sendo as pr inc
causas de mor te.
As pr incipais causas de morte em paf ses desenvolvidos diferem hoje em dverif icadas no come<;:odo seculo XXde duas formas importantes, Em primeiro
ao contr ario da pneumonia, difter ia e outras doenc;:as as quais nossos ante pass
sucumbiam com f r eqiiencia, 0 cancer, 0 AVCe as doen<;:ascardfacas nao resulta
infec<;:6esvir ais ou bacter ianas. Elas SaG"doen<;:asdo estilo de vida" que pode
amplamente pr evenidas, mas cujas causas nao SaGfacilmente identif icaveis. Em
por exem plo, mais de urn milhao das mortes listadas na Ta bela 1.1 tinha c
evit avei s , conforme ex plicado na Tabela 1.2.Consider e duas doen<;:asr elacionadas com 0 estilo de vida: a doen<;:acard
o cancer . 0 risco que urn individuo cor r e de ter doen<;:ascardfacas ou canc
pulmao, na garganta ou na bexiga e aumentado amplamente pelo ha bito de
cigarr os, levar vida sedentaria e consumir dieta com teor elevado de gor dur a.
ur n desses comportamentos esta enraizado, em nfveis variados, em f ator es psic
cos e sociais. Abster -se de fumar, manter urn progr ama de exerdcios e modifdieta requer grande comprometimento psicologico, que envolve modificar atitu
ha bitos antigos.
Causa Numer o Custo por
da morte anual Tratamento paciente (U$) Fator es compor tamentais
Doenl{a car diaca 500.000 Cir urgia de ponte de safena 30.000 Fumar , falta de exer cfcios, dieta de
Cancer 510.000 Radioter apia/quimioter apia 29.000 Fumar , f alta de exer cfcios, dieta de
AVC 150.000 Reabilital{ao 22.000 Fumar , f alta de exer cfcios, dieta de
Lesoes 142.500 Tratamento/r eabilital{ao 570.000 Consumo de alcool, falta do cinto d
segur anl{8.
Baixo peso natal 23.000 Cuidado neonatal 10.0GO Comportamentos mater nos
Infecl{ao com HIV 1 - 1,5 milhao Farmacologia 75.000 Atividad~ sexual de risco, uso de a
contaminadas
Fonte: Heal thy P eople 2000 : N at i o na l heal t h promoti on and disease prev ent i on ob j ect i ves. DHHS Publicaiion j\jo. (PHS) 91-5021<:,00 U.S. D"f'ctli,,,,,"i ur
and Human Ser vices (USDHHS), 1991, Washington, DC: U.S. Gover nment Printing Of f ice. ~
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A segunda mudanr;a nas principais causas de morte envolve 0 padrao da doen-
a.Antes do seculo XX,as pr incipais causas de doenr ;as e de mor te er am tr an stomos
ud o s, dos quais os individuos se recuperavam em questao de seman as, ou mor r iam
pidamente. Atualmente, as pessoas \;\'em com doenr ;as cr onicas pOl' rnuitos anos.
mbor a nao possam ser curadas, e possivel tratar as doenr;as cr onicas par a prevenir
or tes prematuras e manter a qualidade de vida. 1
A terceira tendencia que ajudou a moldar 0 campo da psicologia da saude f oi a
cessidade de ir alem do modelo biornedico, valendo-se de urn modelo mais
rangente de saude e doenr;a. Uma limitar ;ao da medicina tradicional e sua dif icul-
de para ex plicar pOl' que 0 mesmo conjunto de fator es de r isco algumas vezes
sencadeia uma doenr ;a e em outras nao. Como, pOl'exemplo, Frank - urn homem
meia-idade, obeso, f umante e sedentario, com urn hist6r ico f amiliar de doenr;a
r diaca - tern ur n ataque cardiaco fatal, enquanto Malcolm - que a presenta pratica-
ente os mesmos f atores de risco - permanece livre de doenr;as car diacas? A dificul-
de encontrada pela biomedicina par a preyer novos casos de doenr ;as cardiacas
vou os pesquisador es a descobrir que fatores psicol6gicos - como a maneir a de uma
ssoa reagir ao estresse - combinam-se com f atores de risco ffsicos para determinar
r isco a saude do individuo.
Urn pr o blema intimamente relacionado ao modelo biomedico e explicar pOl'
e uma forma de tr atamento (como 0 usa de cer ta medicar;ao) pode curar deter mi-
da doenc;a em uma pessoa, mas nao em outra. Os psic610gos da saude tern a pr en-do que 0 fato de uma droga espedfica 01.1alguma forma de tratamento ser eficaz e
bstancialmente inf luenciado pOl' fator es psicol6gicos e sociais.
Urn desses fatores e 0 poder de cura do efeito placebo, 01.1a f e do paciente e do
ofissional no valor terapeutico de ur n certo tratamento. P l acebo , em latim, signif ica
ou satisf azer". Na medicina, urn placebo e uma substa.ncia inativa ou urn tratamen-
que e a pr esentado de tal for ma que f az com que 0 pacieme es per e que a substan-a ou tr atamento f uncione de ver dade. Todos os tratamemos dependem mais ou
enos dessa fe e e pOl' isso que determinada terapia pode ser capaz de curar certa
enr;a mobilizando os pr6pr ios poder es de cur a do paciente (R eiman, 1998). Qual-
uer pr ocedimento medico, das dr ogas a cirurgia, pode tel' efeito place bo ou, alem
sso, ur n efeito nocebo , em que a pessoa conecta uma ex pectativa negativa, ao inves
positiva, ao tr atamento. 0 pr 6prio relacionamento entr e medico e paciente ja e
n born exemplo. Pesquisas verificar am, pOl'exemplo, que a quantidade diaria de
sulina necessar ia para estabilizar pacientes de diabete flutua de pendendo da har-onia do paciente com seu medico.
Devido a cr edibilidade da ciencia medica, tr atamentos com base nas mais re-
ntes tecnologias (ultra-som, estimular;ao tr anscutanea de ner vos) sac especialmentescetiveis ao ef eito placebo (Br ody; 2000 b). A ter a pia com placebos tem-se mostra-
eficaz para uma variedade de doenr;as, incluindo alergias, asma, cancer, de pres-
o, diabete, epile psia, insonia, enxaquecas, escler ose multi pla, ulceras e ver rugas.
xaminaremos 0 efeito placebo de f or ma mais detalhada no Capitulo 14.
o ultimo fator que a judou a moldar a psicologia da saude foi 0 r a pido aumento
os custos dos servir;os de saude. Em 1980, 0 custo anual dos servir ;os de saude nos
stados Unidos foi de 156 bilhoe s de d6lar es, ou aproximadamente de mil d6lares
Ol' pessoa. Atualmente, esses custos consomem mais de 13% do produto inter no
uto (1,5 trilhCio de d6lares), ou mais de 3.900 d6lares para cada homem, mulher e
efeito placebo 0 poder d
<;:ade uma pessoa na
de um tr atamento, a po
inf luenciar sua interven<
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De cada d61ar gasto emser viyos de saude nos EstadosUnidos, 35 centav os vao paraos hospitais, 20 centavos par aos medicos, 9 centavos par aremedios, 8 centavos par a
tr atamento em cas a e os 28centavos restantes paratratamentos pessoais e outroscustos diversos.
Em 1980, 0 custoanual dos ser vi<;osde saLideloi de 156 bilh6es
r es. Em 1995, esse nLimerohavia cr escido para m ais de 989 b
d6lar es. Em 2000, os custoscom a saLideconsumir am 13,4% do
inter nobrutodos EstadosUnidos.Embor a0 sistema de salide nor
cano gasteuma por<;aomaiorde seu pr odutointernebruto com a
que qualqueroutro pais, ele ocupa apenas a tr igesima setima po191 parsesque sac membr os da Or ganiza<;aoMundial da SaLid
diz respeitoao seu desempenhoger al.
Fonte: H ealth, Uni t ed St at es, 2000 , de U.S. Depar tment of Health and Human2000, Washington, DC: U.S. Government Printing Of fice, p. 321.
Ii/
D
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
ANO
, perspectiva do curso de vida
per spectiva te6r ica concentr a-
da em aspectos da saude e da
doen9a r elacionados com a
idade
tos de risco das pessoas, antes que eles causem doen<;as, tern 0 potencial de re
custos com a saude de for ma ex pressiva (Ka plan, 2000), POI'exemplo, a cada
sur gem a proximadamente urn milhao d e casos novos de cancer e ocorr em a
madamente 500 mil mortes r elacionadas com ele. Muitas f ormas de cance
evitaveis, reduzindo au eliminando 0 habito de fumar ou aurnentando 0 u
testes diagnosticos .
. ,
f ac e ja viu como as tendencias sociais e historicas criar am a necessidade
modelo novo e mais amplo de saude e de doen<;a, De fato, os psicologos da
desenvolveram diversos modelos, au perspectivas, para guiar seu trabalho. dida que voce leI', lembre de que cada per s pectiva proporciona uma forma
rente de vel' a me sma coisa e, juntas, formam a imagem com pleta da saude
doen<;a.
Em todos os estagios da vida, as pessoas enf r entam desafios a sua saud
seu bem-estar ger aL Desde 0 momenta da conce p<;ao ate 0 dia em que morr
cad a urn de nos e mold ado pOI'uma variedade unica de fatores geneticos, b
cos e sociocultur ais. A per s pectiva do curso de vida na psicologia da
concentra-se em im portantes as pectos da saude e da doen<;a r elacionados
idade (Jackson, 1996), Essa perspectiva considera, pOI'exemplo, a maneira
o uso de drogas psicoativas par uma mulher gravida af eta 0 desenvolviment
seu be be ao longo de sua vida, Talvez seu filho nas<;a prematuramente e so
bai xo pe so neonatal (menos de 2,500 gramas), urn dos ! pr oblemas mais com
mais evitaveis no desenvolvimento pre-natal, e que deixa marcas no desen
mento fisico e cognitivo d o individuo p pr muitos 3;nos~Entre as conseqiie
disso estao 0 desenvolvimento motor, social e linguistico lento; maior ris paralisia cerebral; e, ainda, dificuldades de;a prendizagem a longo prazo (LBr ook s-Gunn, 1993), .
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• Essa per s pectiva tambem examina as principais causas de morte que acome-
m certos gr upos etarios. Doen<;as cronicas, as princi pais causas de morte na po-
ula<;ao geral, afetam, mais provavelmente, adultos de meia-idade e idosos. Os
vens tem uma proba bilidade muito maior de moner de acidentes ou ferimentos
ao- intencionais.
Outra preocu pa<;ao dessa pers pectiva e a forma como as ex per iencias de uma
eterminada coort e d e Il C l scimel lto influenciam a saude. Uma coorte de nascimen-
e um grupo de pessoas que, por ter em nascido com uma diferen<;a de poucosnos, exper imentam condi<;6es hist6r icas e sociais semelhantes, as quais afetam
ua sallde e doen<;as. As pessoas que nasceram no f inal do seculo XIXou no come<;o
o seculo XXprecisaram super ar obstaculos enor mes a penas para so breviver ate a
dade de 50 anos. Atualmente, grandes mudan<;as nas polfticas de saude publica
modelaram 0 futur o para os adultos mais velhos nos Estados Unidos. Por exem-
o, em 1965, 0 Congr esso dos Estados Unidos a pr ovou a Lei dos Idosos norte-
mer icanos, que proporciona a cad a pessoa, inde pendentemente de sua r enda,
muitos beneficios a saude - desde r efei<;6es subsidiadas ate orienta<;ao e outros
er vi<;os propor cionados por mais de 20 mil agencias comunitarias. Como resulta-
o, os cidadaos mais velhos tem mais o portunidades, hoje em dia, par a permanecer
m boa saude do que aqueles em sua f aixa etaria que atingir am a terceir a idade em
utr as epocas da hist6ria.
A maneira como fatores sociais e culturais contri buem par a a saude e par a a
oen<;a e 0 foco da per spectiva sociocultural. Quando os psic6logos usam 0 termo
ult ura, estao r efer indo-se a com portamentos, valores e costumes per sistentes que
m grupo de pessoas desenvolveu ao longo dos anos e tr ansmitiu par a a pr6xima
er a<;ao. Dentro de uma cultur a, pode haver um, dois ou mais g rupo s etnicos , isto e,
r andes gr upos de pessoas que, por com par tilharem certas car acteristicas, tendem a
er valor es e experiencias semelhantes.Em culturas multietnicas, como ados Estados Unidos e da maioria das na<;6es
tuais, existem amplas dis paridades em ex pectativa de vida e nfvel de saude, tanto
ntr e o s gr u pos de minorias etnicas e como na maioria da popula<;ao.Algumas des-
as dif eren<;as sem duvida r ef letem uma varia<;ao em stat us socioecon8mico , uma
medida de diver sas var iaveis, incluindo r enda, educa<;ao e ocu pa<;ao. Por exemplo,
s taxas mais elevadas de doen<;as cronicas ocor rem entr e pessoas que possuem os
iveis mais baixos de status socioeconomico (Flack e cols., 1995).
A varia<;ao sociocultural tambem esta a parente em cr en<;ase com portamentos
elacionados a saude. Por exemplo, as prciticas tradicionais de cuidado a saude dos
ativos norte-amer icanos sac holf sticas e nao distinguem modelos se par ados par a
oen<;as ff sicas e mentais (Johnson e cols., 1995). Em outr o exem plo, os ade ptos daiencia cr ista tradicionalmente re jeitam 0 uso da medicina, pois creem que as pessoas
oentes podem ser cur adas apenas por meio da or a<;ao, e a lei judaica pr es creve que
Deus da a saude, sendo responsa bilidade de cada individuo protege-la.
De um modo ger al, os psic6logos que tr abalham nessa per s pectiva encontram
randes discr e pancias, nao a penas entre os gru pos etnicos, mas tambem dentr o de-
es. Os latinos, por exemplo, nao sac homogeneos. Os tres maiores grupos de nacio-
alidade - cubanos, porto-riquenhos e norte-amer icanos de or igem mexican a - dife-
em em educa<;ao, renda, saude ger al e r isco de doen<;as e de mor te (Bagley; Angel,
Dilwor th-Anderson Liu e Schinke, 1995).
A ti d i l i d d t t d d
coorte de nascimento
de pessoas que, par tere
cido aproximadamente ma epoca, exper imenta
diyoes hist6ricas e soc
melhantes
perspectiva sociocultura
pectiva te6r ica que abor d
neira como os fator es s
culturais contr ibuem par
de e para a doenya
perspectiva de genero
pectiva te6rica que abo
blemas de saude espe
dos generos e as barr ei
estes encontram aos sde saude
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Foi dito aos medicos que estes supos-
tos "pacientes car dlacos" eram identicos
em ocupa~ao, sintomas e em qualquer
oJtr o aspecto, exceto idade, ra~a e ge-
car o. Embora 0 ca teter ismo josse 0 tr a-
:amento adequado para os sintomas des-
cr itos, os medicos recomendar am-no
mais par a os pacientes mais jovens,
brancos e do sexo masculino do que par a
os pacientes do sexo f eminino, os mais
velhos e os negros.
Fonte: 'The Effect of Race and Sex on Phy-sician's Recommendations f or Cardiac Cathe-r izalion," De K. A. Schulman, J. Berlin, W.Yar less, J. F. Femer , S. Sistrunk, B. J. Ger sh, R.Dube, C. K. Taleghani, J. E. Bur ke, S. Williams, j M. Eisenber g, e J. Escar ce, 1999, N ew c' :g fand Jour nal of M edicine, 340 , p. 618-625.
uma variedade de tr anstornos. Durante a inf ancia, por exemplo, os garotos a
tam uma propon;:ao maior do que as garotas em uma variedade de transtorn
com portamento e psicol6gicos, incluindo pr oblemas com 0 son o e a a limen
hiper atividade, autismo e compor tamentos anti-sociais. Da mesma for ma, da
de 8 anos ate a idade adulta, as garotas e as mulher es a pr esentam uma pro
maior do que os garotos e homens no diagnostico da de pressao, ansiedade e tr
nos da alimenta<;:ao (Ussher, 1997). Alem disso, as mulher es tendem a res pon
f or ma mais ativa do que os homens a sintomas de doen<;:ase a buscar trata
pr ecoce.
A pr ofissao medica tern longa histor ia de tratar homens e mulheres de m
diver sa. Por exemplo, pesquisas ja mostr aram que as mulher es tr atadas para d
cardfacas rece bem mais medica<;:oes,tem maior pr o ba bilidade de passar pOl' p
mentos diagn6sticos desnecessar ios e pr ovavelmente nao r ece ber ao a mesma
dade de tratamento medico que os homens (Ayanian e E pstein, 1991). Em u
do, solicitou-se que 700 medicos r eceitassem tr atamento para oito paciemes
cos com sintomas identicos (Schulman e cols., 1999). Na ver dade, os " pac
eram ator es que dif eriam a penas em genero, ra<;:ae idade (55 ou 70). Em
diagnostico seja uma forma de julgamento, a maioria dos especialistas em pr ocar diacos concord aria que 0 diagnostico de cateter ismo seria 0 tr atamento ap
do par a os sintomas descritos por cada urn dos pacientes hipoteticos. Entr eta
r ecomenda<;:oesrealmente f eitas r evelaram um pequeno, mas ainda assim sign
yo, pr econceito contr a mulher es e negros. Para os pacientes mais jovens, bra
do sexo masculino, 0 cateterismo foi recomendado em 90, 91 e 91% das vez
pectivamente; para os pacientes mais velhos, negros e do sexo feminino, em 8
85% das vezes, respectivamente.
Problemas como esses, somados a sub-representa<;:ao das mulheres com
ticipantes dos testes de pesquisas medicas, levar am a criticas contra os pr e
tos de genero em pesquisas e no tratamento medico. Em r esposta, 0 N
Institutes of Health publicou dir etrizes detalhadas sobr e a inclusao de mul
gr upos de minorias na pesquisa medica (Burd, 1994). Alem disso, 0 NIH rmente lan<;:oua Women's Health Initiative, um estudo de 15 anos de dur a<;
lizado com 160 mil mulher es a pos a menopausa, concentrando nos determi
e na pr even<;:aodas def iciencias e da morte em mulher es mais velhas. Entr e o
de investiga<;:ao nesse esr udo estao a osteoporose, 0 cancer de mama e a
car df aca coronar iana.
Ho je em dia, provavelmente este ja clar o para voce que essas per spect
so bre poem, e que todas elas veem a saude e a doen<;:acomo produtos da inter a
fator es. Elas dif erem apenas nos f ator es que enf atizam e, em bor a r es pondam
r entes questoes sobr e saude, elas se complementam, em tvez de se contradi
Juntas, a judam a ex plicar a saude e a dQen<;:ahumanas. D~ certo modo, as pe
vas sociocultural, do cur so da vida e de gener o a,gr tf pam-se na pers p
biopsicossocial, pois esse modelo, direta oJ: indiretame'nte, lida com todas atoes r r atadas pelas per spectivas mencionadas. por essa razao, nosso foco nest
estara na perspectiva biopsicossocial para a qual nos voltamos agora
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Segundo nos conta a hist6ria, pr ocurar ur n f ator causal produz ur na imagemcompleta da sallde e da doenc;:ade uma pessoa, portanto, os psic610gos da saude
abalham a partir da perspectiva biopsicossocial (mente-corpo). Conforme mos-
ado na Figura lA, essa per s pectiva reconhece que forc;:asbio16gicas, psico16gicas e
ciai s agem em conjunto par a determinar a saude e a vulner a bilidade do indivi-
uo a doenc;:a; ou seja, a saude e a doenc;:a devem ser ex plicadas em relac;:ao antextos multi plos.
perspectiva biopsicosso
(mente-cor po) ponto d
segundo 0 qual a saude
tros comportamentos s
ter minados pela inter a<
mecanismos biol6gicos,
cessos psicol6gicos e i
cias sociais
Todos os comportamentos, incluindo estados de saude e doenc;:a,ocorrem no
ontexto bio16gico. Cada pensamento, estado de espirito e ansia e ur n evento bio16gi-
o possi bilitado pela estr utur a anatomic a e pela func;:aobio16gica car acter istica do
orpo de uma pessoa. A psicologia da saude chama a atenc;:ao para aqueles as pectose nosso corpo que influenciam a saude e a doenc;:a:nossa conformac;:aogenetica e
ossos sistemas ner voso, imuno16gico e end6cr ino (ver Ca pitulo 3).Os genes pr o por cionam 0 projeto de nossa biologia e pr edis p6em nossos com-
ortamentos - saudavel e doentio, nor mal e anor mal. Por exemplo, sa be-se ha
uito tem po que a tendencia de abusar do consumo de alcool e her editar ia (ver
a pitulo 8). Uma r azao para isso e que a de pendencia ao alcool e, pelo menos em
ar te, genetica, embora nao parec;:aestar ligada a urn unico gene es pecifico. Em vez
sso, cer tas pessoas podem herdar uma grande sensibilidade aos ef eitos fisicos do
cool, ex perimentando a intoxicac;:aocomo algo pr azeroso e uma r essaca como algoe pouca im portancia. Essas pessoas ter n mais pr o ba bilidade de be ber, es pecialmente
m cer tos contextos psico16gicos e sociais. (
Urn elemento fundamental do contexto bio16gico e a hist6r ia evolutiva de nossapecie. Nossos tr ac;:ose com portamentos humanos caracter isticos existem na f orma
omo sao porque a judar am nossos ancestrais distantes a sobr eviver em tem po sufici-nte para se re produzirem e enviarem seus genes para 0 futuro. Por exemplo, a
lec;:aonatur al favor eceu a tendencia das pessoas de senti r em fome na presenc;:ade
r n aroma agr adavel (ver Ca pitulo 7). Essa sensibilidade par a pistas r elacionadas
om a comida faz sentido evolucionario, pois comer e necessario para a so breviven-
a - particularmente no passado, quando os supr imentos de comida er am im pre-
siveis e er a vanta joso ter urn apetite saudavel quando havia alimento dis ponivel.
Ao mesmo tempo, a biologia e 0 comportamento inter agem de f or ma constante.
or exemplo, alguns individuos SaGmais vulner aveis a doenc;:asrelacionadas com 0
str esse por que r eagem com r aiva a pertur bac;:6es cotidianas e a outr as inf luencias
m bientais (ver Ca pitulo 4). Entr e os homens, quantidades maior es do hormonio
stosterona a pr esentam uma cor r elac;:aopositiva com esse tipo de r eac;:aoagressiva.
Pr ocessospsicol6gicos
o mmleln lli1l)lsif :ossDsial
Segundo a per spectiva biopsicossocial, todos os compor t
saudaveis S aG melhor explicados em termos de tr es conte
cessos biol6gicos, pr ocessos psicol6gicos e influencias s
Fonte: P sychol og y : A Byopsy c hosoc i al A pproac h, de C. Peter sNew York: Addison-Wesley Longman.
.'
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Essa relac;ao, contudo, e r eci pr oca: ataques de raiva tambem podem levar a nivcis
elevados de testoster ona. Uma das tarefas da psicologia da saude e ex plicar como (e
pOl' que) essa inf luencia mutua entr e biologia e compor tamento ocorr e.
A mensagem centr al da psicologia da saude e que a saude e a doenc;a estao
sujeitas a influencias psicol6gicas. Por exemplo, urn f ator fundamental para determi-
nar 0 quanto uma pessoa consegue lidar com uma ex per iencia de vida estr essante e
a forma como 0 evento e avaliado e interpretado (vel' Ca pitulo 5). Eventos avaliados
como avassalador es, invasivos e fora do nosso controle nos custam mais do ponto de
vista fisico e psicologico do que os que sac avaliados como desafios menores, tempo-
r arios e su peraveis. De fato, algumas evidencias suger em que, inde pendentemente
de ur n evento ser r ealmente ex perimentado ou simplesmente imaginado, a resposta
do cor po ao estr esse e, de modo a pr oximado, a mesma. Os psic610gos da saude pen-
sam que certas pessoas podem ser cr onicamente depr essivas e mais suscetiveis a
cer tos problemas de saude por que revivem eventos dif fceis muitas vezes em suas
mentes, 0 que pode ser funcionalmente equivalente a passar r e petidas vezes pelo
evento real. No decorr er deste livro, ir emos examinar as maneir as como 0 pensamen-
to, a perce pc;ao, a motivac;ao, a emoc;ao, a apr endizagem, a atenc;ao, a memoria
outr os to picos de im por tancia central par a a psicologia tern implicac;oes par a a saude
Os f ator es psicologicos tambem desempenham urn importante pa pel no trata-
mento de condic;6es cronicas. Considere 0 tratamento do cancer - que ja foi uma
doen<;:aque levava inevitavelmente a morte. Embor a a morte nao seja mais inevid.
vel, tratamentos como a quimioterapia forc;am os pacientes a passar pOl' reac;6es a
vezes insupor taveis causadas pelas poderosas drogas administr adas, incluindo nau
seas e vomitos extremos. Os ef eitos colaterais podem ser tao de bilitantes que alguns
pacientes r ecusam-se a continuar com 0 tratamento que tern 0 potencial de salvar sua
vida. A eficacia da medicac;ao e bastante influenciada pela atitude do paciente par a
com 0 tratamento. Urn individuo que acredita que a droga ir a apenas causar -Ihe
desconf orto e capaz de ex perimentar uma tensao consider avel, que pode pior ar sua
reac;ao fisica ao tr atamento, desencadeando urn ciclo vicioso, no qual a crescente
ansiedade antes do tratamento e seguida por reac;oes fisicas pr ogr essivamente piore
a medida que 0 r egime de tratamento continua. As inter venc;oes psicologicas a judam
os pacientes a administr ar sua tensao, diminuindo, assim, as r eac;oes negativas ao
tratamento. Aqueles pacientes mais tr anquilos em ger al sac mais capazes e mai
motivados par a seguir as instruc;oes de seus medicos.
As inter venc;6es psicologicas tambem auxiliam os pacientes a administr ar
estresse da vida cotidiana, que parece exercer urn efeito cumulativo sobr e 0 sistema
imunologico. Eventos negativos na vida, como a perda de urn ente querido, 0 divor
cio, a perda do empr ego ou uma mudanc;a, podem estar ligados a diminuic;ao d
funcionamento imunologico e a maior suscetibilidade a doenc;as. Ensinando aos pacien
tes for mas eficazes de administr ar tensoes inevitaveis, os psic610gos da saude podem
a judar 0 sistema imunol6gico do paciente a combater as doenc;as.
Ao colocar em 0 comportamento saudavel em seu contexto social, os psic610go
da saude estao pr eocu pados com a maneira como pensamos, influenciamos e no
r elacionamos conosco e com 0 ambiente. 0 seu gener o, p6r exemplo, implica deter
minado papel social que da a voce urn senso de ser mulher ou homem. Alem disso
voce e mem bro de deter minada f amilia, comunidade:e nac;ao; voce tambem tercerta jdentid8r:1e r ;:lri~l,icultlJr ~Je etn!(:2., e 1 l!'t.'e de!1tro de,U~i::i. 21~:;::;:::::~cci'::)ccv~J.6llJ.
es pedf ica. Cada urn desses elementos do seu~contexto social unico inf luencia sua
crent:;:ase com por tamentos - incluindo aqueles relacionados com a saude.
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~44 PARTE 1 I FUNDAMENTOS DA PSICOLOGI A DA SAUDE
Consider e a contexto social em que uma doenc;a cronica, como a cancer, ocone.
m conjuge, outra pessoa af etivamente significativa ou urn amigo intimo, proporcio-
m importante apoio social para muitos pacientes de cancer. Mulheres e homens
e se sentem socialmente conectados a uma r ede de amigos afetuosos tem menor
oba bilidade de mor r er de qualquer f orma de cancer do que seus conelatos que
am isolados socialmente (ver Ca pitulo 10). 0 f ato de sentir-se amparado par ou-
as pessoas serve como protec;ao, que mitiga a r esultado de hormonios que causam
tr esse e mantem as defesas do corpo fortes durante situac;oes tr aumciticas. Podem bem promover melhores ha bitos de sallde, check-up s r egular es e exames par antomas pr eocupantes - tudo isso tende a melhor ar as chances de sobrevivencia de
ma vitima do cancer .
A pesar da validade dessas influencias socia is, lembr e-se de que seria enganoso
ncentrar-se exclusivamente neste, ou em qualquer outr o contexto, de forma isola-
. 0 comportamento saudavel nao e a conseqiiencia automcitica de determinado
ntexto social. Par exemplo, embora, como grupo, as pacientes de cancer que sao
sados tenham tendencia a so br eviver por mais tempo do que pessoas que nao sao
sad as, casamentos inf elizes e destrutivos nao oferecem beneficia algum nesse sen-
do e podem estar ligados a resultados ainda pior es para a saude.
Conforme indicam esses exemplos, a per s pectiva biopsicossocial enfatiza as in-
uencias mUtuas entre os contextos biologicos, psicologicos e sociais da saude. Ela
mbem esta fundamentada na teoria sistemica do comportamento. Segundo essa
oria, a saude - de fato, toda a natur eza - e melhor compr eendida como uma hier ar-
uia de sistemas, na qual cada ur n deles e simultaneamente composto por subsistemas
par uma par te de sistemas maior es e mais abr angentes. Assim, cada urn de nos e
n sistema - urn corpo formado por sistemas em interaC;ao,como a sistema endocrino,
car diovascular, 0 ner voso e 0 imunologico. Esses sistemas biologicos sao, par sua
z, compostos de partes menor es, que consistem de tecidos, fibras nervosas, fluidas,
lulas e material genetico. Na direC;aocontraria, somos parte de muitos sistemasaior es, incluindo nossa familia, nosso baino, nossa sociedade e nossa cultura.
A pliCada a saude, essa a bordagem enfatiza uma questao fundamental: 0 siste-
a, em determinado nivel, e af etado por sistemas em outr os niveis e tambem aseta. Par exemplo, 0 sistema imunologico enf raquecido afeta or gaos es pecificos no
or po de uma pessoa, a que, por sua vez, afeta a sua saude biologiCa geral, afetando,
or sua vez, os relacionamentos dessa pessoa com sua familia e seus amigos. Conceituar
saude e a doenc;a conforme a a bordagem sistemica permite que compreendamos 0
dividuo de f orma integral.
Para ter uma ideia melhor da utilidade de ex plicac;6es biopsiCossociais de com-
ortamentos saudaveis, considere 0 exemplo de transtorno depressivo maior, diag-
osticado quando os sinais da de pressao (incluindo letar gia, sentimentos de inutili-
ade e per da de interesse nos amigos e na familia) duram duas semanas au mais semenhuma causa o bservavel.
Como a maioria dos transtornos psico16gicos, a de pressao e melhor ex plicada
m ter mos de diver sos mecanismos (ver Figur a 1.5 na pagina 45). Pesquisas rea-
zadas com f amilias, gemeos identicos ou frater nos e crianc;as adotadas demons-
am clar amente que as pessoas com urn parente biologiCo diagnosticado comepressao antes dos 30 anos de idade tern maior pr oba bilidade de ter diagn6stico
e de pr essao do que pessoas que nao ter n ur n parente que sofra dessa doenc;a
teoria sistemica ponto
ta segundo 0 qual a natu
melhor compr eendida
uma hier arquia de sistem
que cada sistema e, s
neamente, composto psistemas menores e sis
maiores inter-relacionado
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Predisposi90es
geneticas
Eventosestressantes
Atividade de
norepinefrina e
serotonina
insuficiente
A depr essao e melhor compr eendida se consider arm
ocor rencia em tres contextos: biol6gico (predisposi~
neticas e desequillbr ios de neur otransmissores), p
co (pensamentos negativos e cren~as autodestru
social (eventos estressantes, desamparo condicio
cultur a individualista que encoraja a autoculpa posos pessoais).
Fonte: Psyc hol og y: A Bi o psy chosodal Appr oac h, de C.
1997, New York: Addison·Wesley Longman.Pensamentos
negativos
antide pressivas (como Prozac e Paxil), ter apia de choques eletraconvulsiv
exer cf cios fisicos regulares (por exemplo, corr er, nadar e andar de bicicleta
tratamentos eficazes por aumentar a dis ponibilidade dessas substancias no bra (Jaco bs, 1994).
Do ponto de vista psicologico, existem considedlveis evidencias de pesq
que mostr am que pensamentos negativos, incluindo atitud e s autod est rutivas , c
buem para a depressao.
Pessoas depressivas tendem a pensar sobre si mesmas, seu mundo e 0 futu
forma melancolica (ver Ca pitulo 5). Quando eventos dolor osos incontrolaveis
vitaveis ocor r em, elas tendem a ex plica-los com causas intern as ('' A culpa e min
globais ("Isso vai af etar tudo 0 que eu f ac;o.") e estaveis ("Eu nunca vou su
isso."). Na t erapia cog nitiva os psicologos trabalham com pacientes de primidos
desafiar e r edirecionar essas crenc;as.
No as pecto social, a depressao e com f r equencia causada por ex per iencias santes - a perda de urn emprego ou de urn ente querido, 0 divorcio e qualquer
que desafie 0 senso de identidade da pessoa (Kendler , Neale, Kessler , Heath e
1993). Martin Seligman (1991) propos que cr enc;as autodestrutivas e depr essa
dem ser condicionadas socialmente em pessoas que a prendem que nao conse
influenciar eventos importantes em suas vidas. Assim como cobaias de labor
que r ecebem choques eletricos que nao conseguem evitar, tornam-se pass
introvertidas, as pessoas tambem ex perimentam eventos dolorosos incontrolav
Da mesma forma como os tr anstornos psicologicos, a cultura exerce influ
importante sobre a vulner a bilidade do individuo a depressao. 0 transtorno depr
maior e muito mais comum entr e jovens ocidentais - talvez por causa da asc
do individualismo, que encoraja 0 individuo autocentr ado a aceitar r es ponsa b
de pessoal por todos os problemas. Em cultur as nao-ocidentais mais estreitas
per ativas, como 0 Ja pao, a de pressao e rara - talvez por que os problemas sao
ligados a autoculpa pelos fracassos pessoais (Seligman, 1995). Alem disso, h
efeito da coorte de nascimento na depr essao: os jovens adultos da America do
sao tr es vezes passiveis de sofr erem de de pressao atualmente do que seus av
qualquer momenta d e sua s vida s (Statistics, Canada, 1999).
~:t,,,,,,", _~.:o.,,,,,:.o=,,,_ ~,,,",,,,,,<-••~:t..l'\'·"':=""''-'''\'''''~=='.,,,"c<'" _ ~Dr .1I::'"-== _ =.~~;::,<::::.~==='-:.':.-=:r.=t;;":=~~m-;::.:'"..::..---t""''''':_ ~''''''~''''''''"X''''''''''''''''''''''''''''''''''''~ _ '''''"''''.''''''>t"·
QUESTOES FREQOENTES SOBRE A PSICOLOGIA DA SAUDE-r
j
Ja vimos como as vis6es com relac;ao a natur eza da doenc;a e da smide mudar adecorr er da historia, examinamos tendencias que ajudadm a moldar 0 novo
da psicologia da saude e discutimos as varias perspectivaS teoricas a partir das
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~46 I P ARTE 1 I FUND AMENTOS DA PSICOLOGI A D A SAUDE
Como todos os psic610gos, os psic610gos da saLlde podem tra balhar como pro-
ss a r es , cienti st as pe squi sadore s e / ou cl{ nico s. Seu pa pel como professor es e 6 bvio:
es f or mam a pr6xima gera<;aode estudantes em campos r elacionados com a saude.
omo pesquisadores, identificam os processos psico16gicos que contribuem para a
aude e para a doen<;a, investigam questoes r elacionadas com 0 porque das pessoas
mar em parte em pniticas que nao SaDsaudaveis e avaliam a eficacia de determina-as intervenc;oes tera peuticas.
Os psic610gos da saLlde estao na vanguarda da pesquisa, testando 0 modelo
iopsicossocial em inLlmeras areas, incluindo HIVI AIDS, adesao a regimes de tr ata-mento medico e ef eitos de var iaveis psico16gicas, culturais e sociais sobr e 0 funciona-
mento imuno16gico e so br e diver s as patologias (pOl' exemplo, cancer , hi pertensao,
ia bete, dor es cr onicas). Como 0 modelo bio psicossocial foi desenvolvido primeir a-
mente para explicar pro blemas de saude, ate pouco tempo, a maioria das pesquisasoncentr ava-se nas doen<;as e em compor tamentos que comprometessem a saude.ntretanto, um novo movimento em psicologia, chamado de p sicolo g ia positiva , esta
nconr a jando os psic610gos a dedicarem mais aten<;ao para 0 funcionamento huma-
o saudavel e adequado (Seligman e Csikszentmihalyi, 2000). 0 ambito dessas pes-
uisas - cobr indo t6picos tao diver sos quanto felicidade, rigidez psico16gica e tra<;osas pessoas que vivem ate uma idade avan<;ada - mostra clar amente que 0 modelo
iopsicossocial guia a maior parte delas.
P sic6 1o g os d a saud e, que ger almente concentr am-se em inter ven<;oes visando a
r omover a saude, saDlicenciados para a prarica inde pendente em ar eas como psico-ogia clinica e orientac;ao. Como clinicos, eles utilizam am pIa var iedade de tecnicas
r a peuticas e de avaliac;ao diagn6stica existentes na psicologia par a promover a sau-e e auxiliar os doentes fisicos. As abordagens de avalia<;aocom f r equencia envolvem
medidas de funcionamento cognitivo, avalia<;ao psicofisio16gica, pesquisas demo-
rMicas e avaliac;oes do estilo de vida ou da per sonalidade. As inter ven<;oes podem
nvolver 0 mane jo do estr esse, ter a pias de relaxamento, biof eed back, educa<;ao a
es peito do pa pel dos processos psico16gicos na doen<;a e inter ven<;6es cognitivo-
ompor tamentais.Tanto inter ven<;6es individuais quanta em gr upo SaDnormalmente utilizadas,
odendo ser dir etas ou indir etas. I nt ervenr oe s dir etas envolvem, pOl' exemplo, pr oje-
ar e implementar urn programa de tr einamento para r elaxamento, a f im de a judar
r n paciente a lidar com uma dol' cr onica. Uma intervenriio ind ir eta implica conversar
om 0 medico de urn paciente par a deter minar os tr a<;ospsico16gicos que estao influ-
nciando 0 tr atamento medico.
As inter venc;oes nao estao limitadas aqueles que ja estao sofrendo de urn pr o-
lema de saude. Individuos saudaveis ou em risco podem a pr ender comportamentosaudaveis pr eventivos. Freqiientemente as inter ven<;oes desse ti po feitas pOl'psic610-
as da saLlde concentr am-se em mitigar 0 im pacto negativo do estresse, promovendo
mecanismos de enfr entamento ou um maior usa de redes de apoio social.
Na medida em que 0 Projeto Genoma Humano avan<;a rumo a identifica<;ao doa pel pr eciso de cada gene humano, a sociedade ter a acesso a uma ex plosao de
nforma<;6es, que promete progr essos extraordinar ios no diagn6stico, tr atamento e
revenc;ao de doenc;as, enquanto levanta dificeis questoes eticas e legais. Espera-se
ue os psic61ogos da saude desempenhem papeis essenciais, pr o porcionando a base
linica e de pesquisas necessarias para lidar com essas inf or ma<;oes. POl'exem plo, na
r ea da pesquisa, e provavel que os psic61ogos da saude ex plor em quest6es como a
dcide em que deve ser permitido as cr ianc;as consentir com seus tr atamentos medi-
os, 0 im pacto no desenvolvimento do individuo ao saber que ele e geneticamenteulneravel a uma doen<;a cr onica, que pode vir a se manif estar poster iormente, e 0mpacto de per f is individuais de D NAem relacionamentos inter pessoais.
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"\' ~ -. Escolas de JConsultorios \ medicina 16% /
independentes 27% /
./ Qutros
\ "cena-nos
Escolas academicos
Qutros'!
11%
Hospit ais e
clinicas 17%
Tr adicionalmente a maioria dos psic610gos aceitava posic;6es de ensino oquisa em universidades e faculdades. Devido ao declinio no nt'imero de matricontudo, as posic;6es docentes em muitos subcampos da psicologia nao acomp
r am 0 numer o de inter essados. As oportunidades de emprego par a psic610
saude com ha bilidades de pesquisa ou a plicadas, todavia, parecem estar muito
por todo 0 mundo desenvolvido, particularmente em cemirios hospitalares (DeA1995). De f ato, 0 numero de psic610gos que tr abalham em cam pos relacionado
a saude mais do que dobr ou na decada de 1980 (Enr ight, Resnick , DeLeon, ScTanney, 1990). Essa tendencia continua, atualmente, em r esposta aenf ase da sociedade na promoc;ao da saude e no cumprimento das
sidades de deter minados gr upos, como os idosos (Kaplan, 2000).
Alem d e tra balharem em f aculdades, universidades e hospita
psic610gos da saude atuam em muitos outr os locais, incluindo organizde saude, faculdades de medicina, dinicas de rea bilitaC;ao e consu
particulares (ver Figura 1.6).Urn numero cr escente de psic610gos da
pode ser encontrado em locais de tr a balho, onde orientam empr egae tr a balhadores em diver sas quest6es relacionadas com 0 tr aba
tambem a judam a estabelecer intervenc;6es no local de tr a balho para os empr egados a per der peso, parar de fumar e a prender maneirasada ptativas de administr ar 0 estresse.
A preparac;ao para uma carreira em psicologia da saude nor mal
r equer urn di ploma su perior em algum dos inumeros programas edu
nais dis poniveis. Cer tos estudantes matriculam-se em escolas de engem ou medicina e se tor nam enfer meiros ou medicos. Outros r e
tr einamento para as demais pr of iss6es da ar ea da saude, como nu
f isioter a pia, servic;osocial, terapia ocupacional ou saude publica. Urnro crescente de gr aduados inter essados continua na p6s-graduac;
psicologia e adquir e as ha bilidades em pesquisa, ensino e inter venc;mencionamos anter ior mente. Aqueles que esper am prover ser vic;osaos pacientes normalr nente o btem sua f ormac;ao em prograrnas de p
gia clinica ou de aconselhamento.
Muitos estudantes que dese jam uma carr eir a em psicologia da
adquir em formac;ao geral em psicologia no nivel de gr aduaC;aoe r etreinamento especializado nos niveis de doutorado, p6s-doutor adoseus estagios. Na gr aduac;ao, SaD of erecidas disciplinas de psicolosatide em a proximadamente urn quarto de todas as faculdades e univ
des dos Estados Unidos. Devido a orientac;ao bio psicossocial da psicda saude, os estudantes tam bem saD encor a jados a cursar disciplinas em anato
fisiologia, psicologia social e anor mal, pr ocessos de aprendizagem e terapias cotar nentais, psicologia comunitar ia e sattde pttblica.
A maior ia dos psic610gos da saude acaba o btendo 0 grau de doutor (
em psicologia. Par a chegarem ao doutor ado em psicologia, os estudantes c
tam urn pr ograma de quatro a seis anos, ao final do qual eles conduzem ur n p
de pesquisa or iginal. Em 2000, foram identif icados 65 progr amas de doutoram
em psicologia da saltde.
Alem de tr abalhar em em f aculdades. univer sidades e hos-
pitais, as psic61ogosda saude atuam em muitos outros 10-
cais. incluindo organizag6es de saude, esoolas de medici·
na, c1inicas de reabilitagao e oonsult6r ios independentes.
Um numero cr escente de psic61ogos da saude pode ser
encontrado em locais de tr abalho, onde orientam empre·
gador es e tr abalhador es em uma var iedade de quest6es
r elacionadas oom ° tr abalho,
Fonte: 1993 Doc t orate E mpl oy ment Swy ey , de M. Wicherski e J.Kohout, 199 5, Washington, DC: American P sychological Association.
< N. de R .T.: No Brasil, a f or ma<;ao do psic610go, no n ivel da gr adua\:ao, e generalista e te
anos de dura<;ao. Seu termino per mite 0 ingre;;so do p r of issional nt;) mercado de tr a balho.
faculdades of er e cer n disciplinas nas ar eas de saLlde, er n bora a mais comum se ja a psicologiatalar . Ha cur sos de p6s-gradua<;ao lat a e st lieta sen s( , J em psicologia hos pitalar, saude pu blica
coletiva, psicologia da saLlde, entre outr os. Q Conselho Feder al de Psicologin conf er e 0 mutrovertido titulo de Es pecialista em Psicologia Hos pi,l:alar , segundo criterios definidos p
aces save is pelo websit e htt p://www. pol.or g. br . >.
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48 PARTE 1 I FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA DA SAUDE
A p6s-gradua<;ao em psicologia da saude geralmente baseia-se em urn curriculo
e cobre os tres domini os basicos em cada urn dos principais subcampos (bioI6gico,
olutivo, personalidade, etc.). Eo treinamento no dominio social concentra-se no
udo de processos de grupo e nas formas em que os varios grupos (familia, etnico,
.) influenciam a sallde de seus membros.
A medida que avan<;a0 seculo XXI,a medicina esta sendo beneficiada com uma
iedade esplendida de novas tecnicas de diagn6stico e tratamento. Em menos de
m anos, os medicos deixaram de usar sanguessugas para fazer sangrias e coloca-m em evidencia maravilhas da medicina nuclear, da ressonancia magnetica e da
genharia genetica. Ha apenas 30 anos, quando 0 presidente Nixon declarou a guer-
dos Estados Unidos contra cancer , pouco se sabia sobre biologia celular basica de
en<;ascomo essa. Os oncologistas somente tinham a seu dispor as armas basicas da
dia<;ao, da quimioterapia e da cirurgia. Novas descobertas revolucionarias durante
ultimos anos da decada de 1990 geraram muitos tratamentos novos e promissores,
cluindo terapia genetica, anticorpos artificiais e uso de agentes biol6gicos que sufo-
m tumores, impedindo 0 crescimento dos capilares (Brownlee e Shute, 1998). Po-
mos apenas imaginar as novas descobertas que ainda estao por vir.
ude e psicologia da saude
. Saude e urn estado de completo bem-estar fisico, men-
tal e social. A psicologia da saude preocupa-se com os
aspectos psicol6gicos da saude no decorrer da vida
de urn individuo. Seus objetivos especificos san pro-
mover a saude, prevenir e tratar doen<;as, investigar 0
papel de fatores comportamentais e sociais na doen-
<;ae avaliar e aperfei<;oar a formula<;ao de politicas e
servi<;osde saude para todas as pessoas.
. A defini<;ao de saude confirma que ela e urn estado positivo e multidimensional, que envolve tres domi-nios: saude fisica, saude psicol6gica e saude social.
Os dominios nao san independentes, mas influenciam
uns aos outros.
ude e doen<;a: li<;oes aprendidas
. Nas mais antigas culturas conhecidas, acreditava-se que
a doen<;aresultava de for<;asmisticas e espiritos malig-
nos que invadiam 0 corpo. A teoria humoral de
Hip6crates foi a primeira teoria racional da doen<;a,na
qual a saude do corpo e da mente resultava do equilibrioentre quatro fluidos corporais cham ados de humores.
Galeno expandiu a teoria humoral da doen<;a, desen-
volvendo urn elabarado sistema de farmacologia que
os medicos adotaram par quase 1.500 anos.
. Sob a influencia da igreja medieval, a medicina avan-
c;:oupouco durante a Idade Media. Os estudos cienti-
ficos do corpo (especialmente a dissecac;:ao)eram proi-
bidos e as ideias a respeito da sallde e da doenc;:ati-
nham implicac;:oesreligiosas. A doen<;aera considera-
da uma puni<;ao de Deus por alguma malfeitoria, e 0
tratamento frequentemente envolvia tortura fisica.J. 0 fi16sorofrances Rene Descartes desenvolveu sua te-
oria do dualismo mente-corpo - a cren<;a de que a
pesquisa medica, fundamentada no estudo cie
do corpo.
6. Avan<;osem mensura<;ao e microscopia levaram
versos modelos novos da doenca. Com base em
achados, obtidos em aut6psia~ humanas, Mo
promoveu a ideia de que as causas de muitas d
estao em problemas nos 6rgaos internos e nos si
muscular e esqueletico do corpo (teoria anat6mi
teoria celular da doen<;a sugeria que a doen<;a o
quando as celulas do corpo funcionavam de minadequada ou morriam. Louis Pasteur descobras bacterias freqiientemente faziam com que as
funcionassem de maneira inadequada, dando i
teoria dos germes da doen<;a.
7. A visao dominante na medicina moderna eo m
biomedico, que supoe que a doen<;a seja 0 res
de urn virus, bacteria ou algum elemento patog
que invade 0 corpo. Como nao faz nenhuma m
a fatores psicol6gicos, sociais ou comportamenta
doenc;:a,0 modelo adota 0 reducionismo e 0 du
mente-corpo.8. Em seu tratamento de pacientes que sofriam de d
biologicamente impossiveis, como a "anestesia de
Sigmund Freud introduziu a ideia de que determ
doen<;aspoderiam ser causadas par conflitos inco
tes. As visoes de Freud raram expandidas para 0
da medicina psicossomatica, que diz respeito ao
mento e diagn6stico de transtomos causados p
cessos deficientes na mente. Entretanto, a me
psicossomatica deixou de ser favorecida, porque ba
se na teoria psicanalitica; era arbitrana ao conside
tas doenc;:ascomo sendo fisicas e outras como ps
cas; apoiava-se no metodo, as vezes ~rr6neo, do est
caso; e postulava a ideia obsoleta de que urn lmico
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r a 0 pa pel do condicionamento classico e operante na
sallde e na doenc;a. Ao contr ario da psicologia da sau-
de, que e uma subes pecialidade da psicologia, a me-
dicina com portamental atrai seus ade ptos em cam-
pos academicos diversos.
Tendencias que moldaram a psicologia da saude
10. Diversas tendencias levaram ao cr escimento da psico-
logia da sallde: .a) A ex pectativa media de vida aumentou em mais
de 20 anos durante 0 seculo xx. b) As principais causas de morte atualmente sao "do-
enc;as do estilo de vida" evitaveis, enraizadas em
comportamentos que compr ometem a saude, como
o habito de f umar, ma nutric;ao e vida sedentaria.
Cada urn desses comportamentos, em gr aus varia-
dos, e controlado por fator es psicologicos e sociais.
c) Houve um afastamento do modelo biomedico, pr i-
meiramente, devido a dif iculdade par a ex plicar por qual motivo 0 mesmo conjunto de f ator es de risco
as vezes desencadeia doenc;as e as vezes nao. Ele
tam bem nao consegue ex plicar por que determina-
do tr atamento funciona ou nao com todas as pesso-
as ( por exem plo, por que 0 efeito place bo funciona
em alguns casos). Finalmente, 0 modelo nao leva
em consider ac;ao 0 r elacionamento entr e 0 medico
eo paciente para a eficacia do tratamento.
d) A promoc;ao da saude e a prevenc;ao de doenc;as
sao as a bordagens com maior eficacia de custos
no tratamento de saude. A enfase da psicologia
da saude em modificar os comportamentos que
a pr esentam risco a saude das pessoas antes que
elas f iquem doentes ter n 0 potencial de r eduzir
de for ma ex pr essiva os custos de tratamentos de
saude.
psicologia da saude, p. 21
saude, p. 23teoria humoral, p. 28
e pidemica, p. 29
dualismo mente-corpo, p. 30
teor ia anatomica, p. 30 .
teor ia celular , p. 31
teor ia dos germes, p. 31
modelo biomedico, p. 32
pat6geno, p. 32
medicina psicossomMica, p. 32
estudo de caso, p. 33
Perspectivas em psicologia da saude
11. Os psic6logos da saude a bor dam 0 estudo da sa
da doenc;a par tindo de quao'o perspectivas princas quais se so brep6em. A pers pectiva do cur so d
concentra sua atenc;ao na maneu'a como alguns
tos da saude e da doenc;a \'31iam com a idade,
como as exper iencias de uma mesma coor te de mento (como mudanc;as em politicas de saude
cas) influenciam a saude. A per s pectiva sociocuchama a atenc;ao par a a maneir a como f ator es so
culturais, como var iac;6es emicas em pr aricas atar es e cr enc;as sobr e as causas da doenc;a, af e
saude. A pers pectiva de gener a chama a atenc;a
as diferenc;as entr e homens e mulheres no r isco ter minadas doenc;ase condic;6es,assim como em
com portamentos que possam comprometer ou buir para a saude. A pers pecti\-a bio psicossocial c
na essas modalidades, r econhecendo que for c;as
gicas, psicologicas e sociais agem em conjunto paterminar a saude e a vulner abilidade de urn ind
a doenc;a.
Quest6es freqiientes a respeito da psicologia da
12. Os psicologos da saude estao envolvidos pr inci pa
te em tres atividades: ensino, pesquisa e inter vclinica. Alem disso, trabalham em diversos cen
incluindo hos pitais, universidades e escolas meor ganizac;6es que visam a manutenc;ao da saud
nicas de r eabilitac;ao, consulrorios particulares e
vez mais, no local de trabalho. Apre par ac;ao par
car reir a nessa ar ea normalmente requer 0
grdolltor . Alguns estudantes entr am par a a psic
da saude a par tir da medicina, enf ermagem ou
guma profissao da area da saude, sendo que u
mero cada vez maior de alunos matricula-se em
gr amas de pos-gr aduac;ao nessa area.
medicina comportamental, p. 33
etiologia, p. 35
ex pectativa media de vida, p. 36
ef eito place bo, p. 38
per s pectiva do cur so de vida,
p.39
coorte de nascimento, p.
perspectiva sociocultur al, per s pectiva de genera, p
perspectiva biopsicossocia
(mente-carpo), p. 42
teoria sistemica, p. 44
A internet esta r e pleta de recursos r elacionados com a psicologia da saude. Em
func;ao disso, ao final d e cada capitulo, ser a for necida uma lista de websit es par aauxiliar voce em seu estudo da psicologia da sallde. Alguns dos sit es f or am escolhidos
por outra razao: para dir ecionar aqueles que possuirem quest6es pessoais ou familia-
r es eS!ledficas em sua busca por f ontes es pecializ8das de inf nr m::l':o<:'3 p. dp 8110in
7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf
http://slidepdf.com/reader/full/introducaoapsicologiadasaudepdf 30/31
dere<;o
p://web1.ea. pvt.k12. pa.us/medant!
p://www.health-psych.or gp://fr eud.apa.or g/divisions/div38/
Descri<;ao
Leia ensaios sobre a historia da medicina na Roma e na Gr ecia ~mtigas e
siga os link s par a numer osos r ecur sos sobr e a historia da medicina.
A divisao 38 (psicologia da sallde) da American Psychological Association
(APA) e urn bor n lugar para come<;:ar sua busca pela resposta para qual-
quer questao r elacionada com psicologia e sallde.
A Society of Behavioral Medicine e urn recur so interdisciplinar sobr e sau-de e doen<;:a.
Os Center s for Disease Control and Pr evention (CDC) propor cionam in-
forma<;:oes publicas sobre doen<;:asinfecciosas.
o CHID (Combined Health Information Data base) e urn banco de dados
bibliogrMicos produzido pelo National Institutes of Health; alem disso, eurn mecanismo de busca pequeno e simples que organiza artigos em qua-se todos os temas r elacionados a saude.
Mantido pela City University of New York , este incrlvel sit e bilingue (to-
das as infor ma<;:6esestao dis poniveis em ingles e espanhol) of er ece atua-liza<;:oesfr equentes e links par a boletins de saude.
A se<;:aode psicologia da sallde da Canadian Psychological Association
proporciona inf orma<;:oese links so br e inumeros temas r elacionados coma psicologia da saude.
psicologia da saude na internet
gor a que voce completou 0 Capitulo 1, leve seu a pren-
zado adiante, testando suas habilidades de r eflexao cr!-
ca neste exerdcio de r aciodnio psicologico. Par a umatr odu<;:ao a estes exerdcios, ve ja 0 Pr ef acio antes de
me<;:ar.Cada capitulo deste texto e concluido com uma lista
sit e s da internet. Alguns pr o por cionam informa<;:oes
br e as lI1timas pesquisas relevantes, outros iraQ ajudar
ce a r es ponder questoes a respeito da psicologia da sau-
e, alem de f azer uma lista de seus ser vi<;:osde apoio. Seoce tern acesso a internet, poder a f acilmente encontrar
forma<;:oesso bre:
Pesquisas cientif icas publicadas nos principais period i-
cos de saude, como 0 Journal o f the American M edical
A ssociation ( JAMA), 0 Health P s ychology e 0 Behavioral
M edicine.
Pr ojetos em andamento de agencias federais e interna-
cionais, incluindo os National Institutes of Health ( NIB),
o National Cancer Institute e a Or ganiza<;:aoMundial
da Saude (OMS).
Or ganiza<;:oesnacionais como 0 National Women's Re-
source Center, a American Heart Association e a Ameri-
can Dia betes Association.
" Proved ores de servi<;:osde saude pu blicos e privados,
incluindo hos pitais, clinicas e ser vi<;:osde a poio em cad a
r egiao dos Estados Unidos.l\T"t{('i~~ r 1~ C'~{lr 1P n~ rn{r1i? nnnlll,;)l" ("('yr n" r nn" l I n" l Ol' " - .....----~-- ---- ~---.- ..... ---~ ---- .....--. r ' "" ' r-' -"' ~-J -~-~_ .... _ .....~•.., ........•
Re por t s, 0 USA T od a y e as diver sas redes de noticias.
Material or ientado para 0 consumidor de organiza<;:6escomo a Mayo Clinic.
Enciclo pedias eletronicas que permitem procur ar ter -
mos relacionados com a saude, alem de pr opor ciona-r em informa<;:oesso br e medica<;:oes,tr atamentos e con-
di<;:oesespedficas.
Foruns e grupos de bate- papo r elacionados com sau-
de, que r eunem pessoas que com par tilham os mesmos
interesses sobr e esse assunto.
W ebsit es do tipo "pergunte ao especialista", nos quais
uma equipe de prof issionais da saude r es ponde per -
guntas dos usuar ios.
Quando voce estiver conectado a internet, urn navegador
como 0 Int ernet E>.. pl or er ou 0 N et sca pe Navi g ator lhe ofer e-
cer a duas maneiras de navegar . 0 metodo mais dir eto e
digitar 0 ender e<;:ode urn sit e conhecido, como aqueles for -
necidos ao final d e cada ca pitulo. 0 segundo e conduzir
uma busca on-l ine , usando urn dos mecar nsmos de busca
oferecidos pelo seu provedor de internet.2 Quando voce es-
river no menu principal do mecanismo de busca, pode digitar
o tema de seu inter esse. Se quiser pr ocur ar inf orma<;:oes
relacionadas com a AIDS e comportamentos de risco, ao
digitar 0 termo ';tUDS",seu mecanismo de busca ira listar
todos os web sites indexados a AIDS; provavelmente milha-res. Escrevendo ';tUDSe com portamentos de r isco", contu-
do, voce limita s ba busca aqueles l ,veb sites que contenham
informa<;:oesr elacionadas com ambos os ter mos. A quanti-r l""'!~o ,..10 ~r 'lf'r \r TY" \""~~r"'Iro .•...•••.•.••,..,•..•"' .•...•.~"') •.• .•..••• ..••~~ .•....•..••-.• _ ••..•.•..,!. .•..~ .•.. 1_ . _ .•...~ • . ~ • ..•. '- '-~ •......•...•... U.U'.l.LLLl.l'rV •••...J !-"J.. •••....., •••.....L..L•••••.. ,J J..U.l .1.1J..1,.•••.••J...1.l • .•.•L \... Lav VV1LlJ.llv.::>a
7/23/2019 Introduçao_a_psicologia_da_saude.pdf
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Outra abordagem e consul tar urn sit e com uma boa
r e puta<;ao comercial e nao-comercial dir etamente. A mai-
oria deles possui uma se<;aode notfcias, uma biblioteca
com livr os de referencia, questoes frequentes (FAQs), ar -
tigos de saude e uma se<;ao " per gunte ao especialista".
Entr e os melhor es estao webmd.com, mayohealth.org,
medscape.com, mediconsult.com e drkoop.com. Entre os
sites mais confiaveis para pesquisas sobre quest6es de sau-
de estao paginas mantidas por funda<;oesimpor tantes, comoa Amer ican Cancer Society (www.cancer .org), a Amer ican
Hean Association (www.americanheart.or g), American Di-
a betes Association (www.dia betes.or g) e a Arthritis National
Research Foudation (www.cur eanhritis.org).
A internet e uma Fonte enorme - mas que deve ser
usada com cautela, pois qualquer um pode publicar infor-
ma<;6esnela, e e es pecialmente im por tante que voce ref li-
ta de forma critica sobre aquilo que encontrar. Entr e essas
ha bilidades esta observar de f orma cuidadosa, fazer per -
guntas, procur ar conex6es entre ideias e analisar informa-
<;oese evidencias em que elas se f undamentam. Aqui es-
tao algumas dicas.
Nao acredit e em tud o 0 que encontrar na int er net . Se ja
especialmente cauteloso com informa<;oes publicadas
em web sit e s por companhias que estao tentando ven-der produtos relacionados com a sat'lde. Seja cuidado-
so e consider e que suas af ir ma<;6es SaGa penas propa-
ganda.
Avalie suas fonte s de informa~iio. As Fontes mais
confiaveis SaG jornais cientificos, escolas de medicina,
universidades, agencias governamentais como os Natio-
nal Institutes of Health ( NIH) e organiza<;oesde saude
impor tantes como a OMS, a Amer ican Medical Associa-tion (AMA) e a American Hear t Association (AHA). Es-
ses sit es SaGconf iaveis porque as informa<;6es que for -
necem estao sujeitas as regras e aos procedimentos do
metodo cientifico. Ou se ja, as publica<;oes geralmente
SaGcuidadosamente avaliadas por diversas autorida-
des com reputa<;ao no meio cientifico. Assegure- se d e que as infor ma~8es publ icadas e st iio fun-
damentada s em r efer encias con f iaveis. Os cientistas nao
SaGpersuadidos por opinioes; eles apoiam seus argu-
mentos em r eferencias a pesquisa em pirica. Se um
web site alega que determinada medica<;ao, dieta ou
produto reduz a incidencia de certa doen<;a ou condi-<;ao,ele deve for necer a cita<;aode ur n jor nal ou perio-
dico em que 0 estudo tenha sido publicado; os nomes
dos autores, 0 ano, 0 volume e os numer os das paginas
do ar tigo. Se esses dados nao for em fornecidos, nao ha
maneira de verificar a exatidao das informac;:6es e voce
C APiTULO 1
deve ser muito cauteloso. Em alguns casos, univ
des, agencias f eder ais de sat'lde e outr as organi
cientif icas pr oporcionam informa<;6esr elacionad
a saude par a 0 publico em ger al sem citar a r ef
completa do estudo em que as informa<;oes se
am. A credibilidade da organiza<;ao como um
genuina, contudo, ob\iamente permite que voce
dere as informa<;6es confiaveis. Alem disso,
quando essas organiza<;6es nao apr esentam as rcias completas, elas quase sem pr e indicam um li
a Fonte or iginal ou ex plicam como solicitar um
<;aocompleta.
Exerd cio: encontr e pelo menos dois websites que a
tem informa<;oesconflitames par a determinado tr ata
de saude - digamos, por exem plo, 0 uso da er va-
joao par a melhorar a memoria ou acupuntura para
a dor. Entao, res ponda as quest6es a seguir. (Dic
sit es que voce po de consultar como ponto de par ti
www.herbs.org, que se or gulha de ter uma bibliot
150 mil artigos e www.seanet.comi-vettf lPrimer .htm National Council on R elia ble Health Inf ormation.)
1. Qual tratamento de saude voce decidiu pes
Por que?
2. Quais websit e s voce yisitou? Como os encontr
3. Que agencias ou gr upos mantem os web sit es
sao autoridades conf iaveis? Como voce sabel
4. Quais afirma<;6es em favor da saude SaGf eitas
produto ou tr atamento em cad a websit e? Q
dencias sao a presemadas par a f undamentar es
ma<;oes?As evidencias SaGconfiaveis?
5. Suponhamos que ur n amigo ou parente per geles deveriam ex per imentar 0 produto ou tr a
to. Como voce r es ponde ria?
1. Observe que as princi pais causas de morte na de1990 nao f or am doen~asnovas; elas ja estavam pem e pocasanterior es,masmenos pessoasmorriampdelas ou elas eram conf undidascomoutras causas
2. Algunsdos mecanismosde busca mais poder ososS
les of er ecidos pela Yahoo, Inf oseek , Microsof t NExcite e AltaVista, todos os quais possuem categsaude elaboradas, como mecanismosde busca, link
pa po e quadros de avisos.Use a categor ia "saude"calizar informar ;6esso bre quase todos os aspectosde, doenr;ae medicina.